revista obras & dicas - ed. 44 - dezembro/janeiro

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1 ESPECIAL ARQUITETOS E ENGENHEIROS Distribuição Gratuita Dezembro - Janeiro de 2014/15 - Ano 8 - nº 44 www.obrasedicas.com.br

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Revista Obras & Dicas - ed. 44 - Dezembro/Janeiro - Especial arquitetos e engenheiros 2014

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ESPECIALARQUITETOS E ENGENHEIROS

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Dezembro - Janeiro / 2014/15Nº 44 - Ano 8Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Cidade de São PauloFoto Divulgação: Obra do próprio. Licenciado sob Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0

Diretor-GeralDonizeti Batista

Diretora EditorialArquiteta Denise Farina

Jornalista responsávelCris Oliveira - Mtb 35.158

Projeto Gráfico / EditoraçãoMarcelo Arede

Dep. Financeiro Bruna Lubre

Sugestõ[email protected]

Vendas:Had Captações e Propaganda Ltda-ME17 3033-3030 - 3353-2556 [email protected]@obrasedicas.com.brwww.obrasedicas.com.br

Distribuição Gratuita. Dirigida aos setores relacionados à Construção Civil - São José do Rio Preto e Região.

revista obras e dicas

EXPEDIENTE

Neste dezembro em que mais uma vez co-memoramos o dia do engenheiro e arquiteto, a frase que abre nosso editorial sintetiza o que o grande mestre procurava em suas obras e esperava de seus alunos.

Saiba quem foi Vilanova Artigas, este grande arquiteto que terá seu centenário comemora-do em 2015, nas nossas páginas centrais. Com essa homenagem a ele, fazemos abertura para a apresentação de arquitetos e engenheiros de nossa região, com belos trabalhos diversifica-dos.

Impermeabilização é assunto sério que fica mais evidente nesta época do ano, em que sentimos de perto o problema. Confira em ESTRUTURA. E, assunto sério também, é a responsabilidade legal de engenheiros e arqui-tetos perante suas obras. O advogado Marcelo Henrique explica em PAPO DE OBRA.

Denise FarinaDiretora Editorial

[email protected]

EDITORIAL

Trazemos também alguns dos bonitos am-bientes da Casa Cor Campinas, mostra que encantou a cidade que a acolheu nos meses de outubro a dezembro deste ano. Renoma-dos profissionais transformaram 37 ambientes, do Palácio do Bispado, em espaços incríveis e acolhedores!

Com uma bela foto (autoria de Hamilton Pavam), da casa que um dia abrigou a Oficina Cultural Fred Navarro e um texto primoroso da arquiteta Martha Alves, a coluna sobre PA-TRIMÔNIO HISTÓRICO relata a importância de um conselho de patrimônio cultural para a cidade. Conselho este que está aí para garan-tir, de forma sensata, que edifícios elaborados por mãos habilidosas, rudimentares, simples ou não, tenham eternamente alguma coisa a dizer.

Boa leitura; feliz 2015!

Foto

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uivo

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soal

“Falo como quem apela à juventude para ter a sensibilidade de fazer com que cada um de seus edifícios, por mais modestos que possam ser, tenham uma coisa a dizer.”

Vilanova Artigas

ARQUITETOS E ENGENHEIROS

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ÍNDICE

DIREITOSART

PAISAGISMO Árvores

CAPAEspecial Vilanova Artigas

abertura Arquitetos e Engenheiros

VIAGEM ESPECIALArquitetura chinesa por

Rafaela Polizello

SOCIALPor Ilda Vilela

ESTRUTURAImpermeabilização

SUSTENTABILIDADEReciclagem

PATRIMÔNIO HISTÓRICO A importância do Conselho de Patrimônio Cultural

CASA COR Campinas - SP

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CRÔNICA Memórias

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Foto: DivulgaçãoESTRUTURA

Todos os produtos aplicados na cons-trução civil, inclusive o concreto, são porosos e permitem a passagem de

fluidos. Para preservar o interior das edifi-cações e proteger as peças de concreto ou outros materiais expostos às intempéries, a impermeabilização é o meio mais eficaz e ne-cessário. Impermeabilizar permite que o local se torne habitável e protege a edificação de problemas patológicos, que poderão ocorrer devido a infiltrações de água.

“Toda área interna, que mantenha contato com água na forma liquida ou de vapor, cons-tante ou mesmo temporária, deve ser imper-meabilizada. O mais correto é, já no projeto da edificação pensar também no projeto da impermeabilização, prevendo todos os de-talhes de execução, produtos e técnicas de aplicação dos sistemas ideais para cada obra e para cada área”, aconselha Carmem Tricca, proprietária da Pro-Imp Produtos para Imper-meabilização e Construção Civil.

A impermeabilização deve começar pelos alicerces, para que a água não passe do solo para as paredes. Pisos que se mancham em contato com água ou umidade em sua face inferior como granito, mármore e porcelana-tos, quando aplicados sobre contrapiso em contato com o solo, necessitam ter sua base impermeabilizada para evitar que manchem. Banheiros, áreas de serviço, cozinhas, varan-das e outras áreas que possam receber água

IMPERMEABILIZAÇÃOem sua superfície, devem ser impermeabili-zadas.

“A impermeabilização deve ser analisada como um sistema que dure tanto quanto os outros elementos da obra, e não deveria ser necessário que fossem refeitas de tempos em tempos. O que ocorre é que se selecionam os produtos pelo seu custo de implantação deixando de analisar o preço de manuten-ções, daí escolhem os com custos iniciais me-nores, sem analisar sua durabilidade, levando a necessidade de renovações após alguns anos de aplicação”, alerta o engenheiro civil Avilson Ferreira de Almeida, da Enfix, que trabalha com comercialização e aplicação de produtos químicos para construção civil.

“Os sistemas de impermeabilização, bem como os produtos utilizados, não duram para sempre. Mas com a manutenção adequada, é possível impedir o surgimento de infiltrações. As manutenções variam de acordo com a área impermeabilizada, ou seja: piscinas, jar-dineiras, coberturas, ralos, banheiros, e ou-tros, devem ser vistoriados sempre, a fim de proteger a durabilidade. Para impermeabilizar uma área, primeiro é preciso definir qual pro-cesso e produto deve ou pode ser utilizado. A impermeabilização de uma edificação deve ser elaborada e executada, pensando em 100% de acerto. Não existe meia-imperme-abilização, ou 99% de chance de dar certo”, completa Carmem.

CONFORTO DESDE O INÍCIO DA OBRA

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Foto: DivulgaçãoESTRUTURA

Fique Atento As infiltrações por falta de impermeabiliza-

ção podem causar de efeitos estéticos indese-jados até a degradação de estruturas e com-ponentes da construção como argamassas e revestimentos. As primeiras manifestações da necessidade de se rever a impermeabilização são manchas de umidade ou aparecimentos de corrosões em peças de concreto.

“Os sistemas impermeabilizantes devem ser determinados através de uma análise criteriosa quanto as dimensões das áreas a impermeabilizar, sua localização, os esforços que receberão, possibilidades de movimenta-ção devido à ação de cargas ou intempéries. Com estes dados levantados selecionam-se os sistemas ideais para cada área. Para obras de edificações multifamiliares, comerciais e mistas, industriais, bem como para túneis, barragens e obras de arte, de acordo com NBR 9575 da ABNT, deverá ser desenvolvi-do projeto de impermeabilização”, esclarece Avilson.

O engenheiro informa também que, “a Norma de Desempenho NBR 15.575 deve ajudar na orientação para uma correta sele-ção de produtos impermeabilizantes, pois orienta a seguir critérios de durabilidade e vida útil que não vinham sendo observados até então, com isto devemos ter uma maior durabilidade das impermeabilizações, desde que os profissionais envolvidos questionem as características dos produtos a serem uti-lizados, analisando sua conformidade e ade-quação às solicitações a que estarão sujeitos quando aplicados.”

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DIREITOS Fotos: Divulgação

A IMPORTÂNCIA DA ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICAA Lei de Introdução das Normas do Di-

reito Brasileiro, Decreto Lei 4.657, de 1942, dispõe em seu artigo 3º: nin-

guém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.” A Constituição Federal Brasileira de 1988 dispõe também, em seu artigo 5º, no Título Dos Direitos e Garantias Fundamentais, logo no início do rol dos 78 direitos e deveres do indivíduo, que “II - nin-guém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei”.

Ou seja, todos nós não podemos deixar de cumprir a lei com a desculpa de que não a conhecemos.

Partido desta premissa, a Lei Federal nº 6.496, de 07 de dezembro de 1977, deter-mina: Art 1º - todo contrato, escrito ou ver-bal, para a execução de obras ou prestação de quaisquer serviços profissionais referentes à engenharia e à agronomia fica sujeito à ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) ou RRT (Registro de Responsabilidade Técnica),

no caso de serviços de arquitetura. Entretanto, quantas obras ou outros servi-

ços de engenharia, arquitetura ou agronomia são executados com esse documento? Quan-tas reformas residenciais são executadas com ele? Pouquíssimos, se comparados com o universo de atividades das mencionadas áreas técnicas.

A ideia do legislador de instituir as ARTs e RRTs, no meu sentir, foi de forçar os agentes do negócio a formalizar as obrigações e direi-tos de cada um.

Com razão, pois são atividades geradoras, via de regra, de riscos não só para as partes do negócio, mas para todas as pessoas em geral. E onde tem risco, tem responsabilida-de. Só age com culpa aquele que não evita o erro que conhecia a sua possibilidade de ocorrência.

Daí porque a lei sempre tenta incutir nas pessoas a importância de escrever para não dizer, depois, que não sabia.

O dono da obra ou do serviço tem a res-ponsabilidade de contratar um engenheiro, arquiteto ou agrônomo capacitado e adequa-do para execução dos serviços pretendidos. De outra parte, esses profissionais têm a obri-gação de tratar as condições mínimas devidas pelo contratante para prestação e entrega dos seus serviços com a segurança que se espera deles.

A ‘anotação’ da ART visa, portanto, a con-tratação desses serviços, e a formalização (escrita) delimita a responsabilidade de cada parte, o que é bom para ambos os lados.

Daí porque a importância dos registros ou anotações de responsabilidade técnica. Não é só recolhimento de valores, mas muito mais que isso. É a garantia de execução dos servi-ços de engenharia, arquitetura e agronomia com segurança jurídica para as partes envolvi-das e, em especial, para a sociedade.

Marcelo Henrique, advogado.

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Rua General Glicério, 4706São José do Rio Preto/São PauloTel.: (17) 3233-6458www.nriluminacao.com.brwww.facebook.com/IluminacaoNR

Natal

de LuzNR IluminacaoÑÇ

Que todo dia seja Natal.

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PAINEL DE NEGÓCIOS

A Calmon Ferro e Aço abriu suas portas em outubro de 1988, na cidade de São José do Rio Preto. A empresa disponi-

biliza linha completa de produtos siderúrgicos voltados para o segmento de serralherias, in-dústrias de instalações comerciais, móveis tu-bulares, equipamentos para fitness, estruturas metálicas, construtoras, metalúrgicas e consu-midores finais.

“Procuramos oferecer produtos de qualida-de comprovada, priorizamos o atendimento diferenciado, preços compatíveis e estrita obe-diência aos prazos de entrega”, ressalta Tadeu

José Silva Calmon Lima, sócio-gerente da Cal-mon Ferro e Aço.

Para ele não existem grandes segredos ca-pazes de projetar, estruturar e manter uma empresa no mercado. “Seja qual for o ramo de atividades, o sucesso é construído com: res-peito ao cliente e ao mercado com trabalho sério, constante e ético; transparência nos rela-cionamentos e objetividade nas ações internas e externas; e busca permanente do conceito de confiabilidade e credibilidade no mercado”.

O reconhecimento pelos serviços prestados, e compromisso de levar os melhores produtos

TRADIÇÃO NO COMÉRCIO DE FERRO E AÇOaos consumidores, veio em 2006, quando a Calmon recebeu da Associação Comercial e Empresarial de São José do Rio Preto, o diplo-ma de “Empresa Destaque no Comércio da Região Norte”.

“Estamos preparados para acompanhar o intenso crescimento econômico da nossa ci-dade, especialmente na região norte, onde as sonhadas melhorias da infraestrutura urbana dotarão, essa parte da cidade, das condições necessárias para consolidá-la, com um comér-cio pujante e moderno”, finaliza Tadeu.

Fotos: Donizeti Batista

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PAINEL DE NEGÓCIOS

A A.G. Almeida, especializada em trans-porte e distribuição de areia e pedras de diversos tipos, em volumes variados

para pequenas e grandes obras, abriu suas portas em São José do Rio Preto, em maio de 1997.

A empresa conta com instalações próprias, de 20 mil metros quadrados de espaço físico disponível para estocagem. Sua localização privilegiada proporciona rapidez nas entregas. Uma novidade é que, desde o início de 2014 colocou à disposição dos seus clientes, blocos

de oito furos e pó de mico a pronta entrega, com a inovação da entrega paletizada (com as mercadorias acondicionadas sobre estrados de madeira), proporcionando facilidade, rapidez e confiabilidade.

“Nosso diferencial, em relação a outras em-presas do segmento, está no atendimento e respeito com nossos clientes. Só assumimos compromissos possíveis de serem cumpridos. Nosso estoque e frota própria também fazem a diferença”, pontua José Adolfo Queiroz Al-meida, proprietário da empresa.

AREIA E PEDRAS PARA TODOS OS TIPOS DE OBRAS

Uma preocupação da A.G. Almeida é ad-quirir produtos de fornecedores que sejam ecologicamente corretos, visando assim cola-borar com a preservação do meio ambiente, exigindo a apresentação de documentos que comprovem a autenticidade.

“Nosso sucesso se deve a sempre termos acreditado no progresso de nossa cidade. Não desistindo diante das dificuldades que apare-ceram nestes anos que atuamos. Seguimos sempre confiantes em um amanhã melhor”, finaliza José Adolfo.

Fotos: Donizeti Batista

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A construção civil é uma das principais geradoras de resíduos. De acordo com a Abrecon (Associação Brasileira

para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição) esses resíduos chegam a representar 50% do material desperdiçado no segmento. E o pior é que grande parte não recebe a destinação final correta. A Abrecon define Resíduo da Construção e Demolição (RCD) ou Resíduo da Construção Civil (RCC) como todo resíduo gerado no processo cons-trutivo, de reforma, escavação ou demolição.

A Transcal Concreto e Argamassa de São José do Rio Preto conta com usina própria de reciclagem há seis anos. “Podem ser re-ciclados materiais das classes ‘a e b’, concreto até 30 metros cúbicos, argamassa, alvenaria, produtos de cerâmica, madeiras, plástico,

SUSTENTABILIDADE

RECICLAGEM DE ENTULHO TRAZ BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E AMBIENTAIS

papelões, metais e ferro. O serviço é impor-tante, pois todo esse material pode ser rea-proveitado, deixando de ser depositado em aterros ou dispensados de forma incorreta”, esclarece o engenheiro Sérgio Carlos Rodri-gues Filho.

Tratar os resíduos da construção civil traz benefícios de ordem econômica, social e ambiental. Substituir materiais convencionais pelo entulho significa economia na aquisição de matéria-prima. O trabalho com reciclagem abriu um novo mercado de trabalho, gerando renda para centenas de pessoas. Além disso, reciclar ajuda o meio ambiente, que deixa de ser poluído com o material descartado.

“A reciclagem é feita através da triagem para separação dos materiais. Feito isso, o material passa por um britador e peneiras para clas-

sificar. Ele pode ser transformado em terra, areia, brita e cascalho. A terra é usada para regularização de terrenos. A areia para assen-tamentos de tijolos. A brita é usada para con-trapiso. E o cascalho para cascalhar estradas e pátios”, pontua o engenheiro.

Segundo Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Es-peciais) o Brasil produz em média 31 milhões de toneladas de RCC por ano.

“Contamos com caçambas próprias para coletar o entulho. Os interessados em enviar esse tipo de produto para reciclagem devem contratar empresas que destinam o entulho para usina de reciclagem. Com esse trabalho, mensalmente, aproximadamente quatro mil toneladas de material deixa de ser desperdi-çado”, conclui Sérgio.

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PAISAGISMO

Se tentássemos enumerar todas as fun-ções e benefícios que as árvores ofere-cem, com certeza deixaríamos algum

para trás. Entre muitos, podemos destacar sua capacidade de organizar espaços forman-do divisórias naturais, diminuição do calor, barreira contra ventos e sons, transformar ambientes inóspitos em agradáveis e acon-chegantes. Além, é claro, da beleza das flora-das, produção de frutos, fornecerem abrigo e proteger a fauna.

Um único exemplar plantado no meio fio, a beira das calçadas, tem enorme poder trans-formador em todo seu redor.

Na hora da escolha de uma espécie arbó-rea é muito importante que se defina a fun-ção a que se destina e o espaço disponível, só assim é possível chegar à decisão correta com a escolha adequada. Essa definição deve levar em consideração a aparência, o habito de suas folhas, a forma da copa, frutos, flores e tronco, sendo ainda indispensável analisar as características de enraizamento.

Na maioria dos núcleos urbanos percebe-mos um déficit muito grande de arborização, é comum ouvirmos muitas queixas sobre a falta de árvores nas ruas, e pouco sombrea-mento em uma região tão quente quanto o noroeste do Estado de São Paulo. Percebo então, na minha vivencia de dia a dia de traba-lho, uma grande contradição. As pessoas têm um discurso teórico bacana e ecologicamente correto sobre este tema, mas quando chega a sua vez de plantar uma árvore em frente de sua casa, que é o mínimo esperado, a percep-ção e necessidade mudam completamente.

Existe uma concepção de que árvores fa-zem sujeira, de que são perigosas quanto aos ventos, de que suas raízes arrebentam calça-das e canos, além de outros argumentos, ge-ralmente sem fundamentos, para a justificativa

de não se ter uma árvore em frente de casa. Com isso, toda a teoria sobre querer uma ci-dade mais verde vem abaixo, e se torna uma missão difícil convencer de que a planta certa no local correto só trás benefícios.

Árvores naturalmente renovam suas folhas, isto é, caem as folhas antigas para que surjam suas novas brotações. Com a queda das péta-las, a florada precede o fruto que fornecerá as sementes. Um ciclo que se renova anualmen-te. É um ser vivo dinâmico, é preciso apren-der a enxergar estes encantos, entendê-los para admirar, respeitar e valorizar este ser tão precioso.

Cada espécie é única, com características e hábitos próprios. Temos o privilegio de es-tarmos em uma região tropical, com ótimas características para adaptação de milhares de espécies vegetais, tanto nativas como exóti-cas.

Sempre haverá uma espécie que se encaixa na vida de cada pessoa, é só uma questão de conhecimento, envolvimento e boa vontade. Só assim, os “inconvenientes” que uma ar-vore possa trazer se tornam insignificantes, e seus benefícios realmente relevantes.

Há inúmeras maneiras de se conhecer profundamente uma espécie arbórea, para então decidir qual a que melhor se encaixa em determinada situação. Além das pessoas especializadas, temos viveiristas experientes que tem prazer em passar as informações, livros especializados, e a internet, que é uma ferramenta inigualável para qualquer tipo de pesquisa.

Mais uma vez caímos no lugar comum de que, se cada um fizesse sua parte o todo seria muito melhor.

FLÁVIA SEIXAS, engenheira agrônoma e proprietá-

ria da Verdeplan paisagismo

ÁRVORES

Foto: Donizetti Batista

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PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Uma cidade é construída pelas pessoas que nela residem. Essas pessoas de-senvolvem suas atividades nesse espa-

ço ao longo do tempo. Atividades artísticas, comerciais, na organização e ocupação da paisagem, na pratica dos ofícios, nas festas..., a isso chamamos manifestações culturais. Ao conjunto dessas manifestações chamamos Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural, Am-biental e Turístico. O espaço urbano e rural que organizamos e ocupamos é a identidade da nossa sociedade.

Tudo que se desenvolve nesse espaço tem-po, tangível ou intangível, produz refêrencias que nos afetam, caracterizando nosso modo de viver e estar no mundo.

Um município conta sua própria história no traçado urbano, que é a organização de seu espaço de produção e distribuição de bens de consumo e culturais. Em São José do Rio Preto, um grupo de pessoas, entendendo a necessidade e a importância de manter viva a história desses saberes e expressões artísticas, culturais, naturais e ambientais, que fazem parte da identidade do município, começam

um trabalho de educação e conscientização dos moradores que culmina na formação do Comdephact (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Tu-rístico). Ele foi criado por meio da Lei Comple-mentar n° 214, de 16 de dezembro de 2003. Tem como função a identificação, preservação, proteção e conservação do patrimônio cultural de São José do Rio Preto. É composto por mem-bros representantes do Poder Executivo e da sociedade civil. (Fonte: site da Prefeitura).

Esse Conselho, na representativa figura de sua atual presidente, a arquiteta Denise Fari-na, foi protagonista de uma vitória significativa para a cidade: a defesa e preservação do gua-puruvu. A árvore fazia parte de um jardim e ia ser derrubada, como foi o seu entorno, uma casa que foi construída e pertenceu ao Dr. Maurício Goulart, pessoa de grande impor-tância, não só para a cidade, como também para o Brasil, especialmente para a cidade de Fronteira a qual fundou no ano de 1943.

Homem de grande visão, advogado, poeta e intelectual, Dr. Maurício foi deputado pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN). Fundou

também a rádio Independência e trouxe para a inauguração, o amigo, na época presidente da República, João Goulart. Alicerçou com sua história um pedaço da história do lugar que de repente deixou de fazer parte do es-paço físico, o tangível. A referência física de sua passagem no tempo e no espaço.

No lugar dessa casa será construído um edifício de apartamentos. O Conselho, com a ajuda da população, que pressionou e se ma-nifestou através dos veículos de comunicação, elaborou uma instrução de Tombamento e protegeu a arvore, através de um decreto as-sinado pelo então prefeito Valdomiro Lopes. Os construtores, entendendo a importância da preservação da árvore, acataram o pedido do Comdephact, e resolveram preservar o guapuruvu. Em um gesto simbólico de boa vontade, ele será incorporado a nova paisa-gem. Esse guapuruvu tem em sua presença física, o coração do Dr. Mauricio Goulart, do Comdephact e toda sua história amalgamada na história da cidade. O ideário de uma socie-dade que, organizada, participa e se apropria dos espaços, realiza o intangível.

A IMPORTÂNCIA DO CONSELHO DE PATRIMÔNIO CULTURAL

Memória

Carlos Drummond de Andrade

Amar o perdidodeixa confundidoeste coração.

Nada pode o olvidocontra o sem sentidoapelo do Não.

As coisas tangíveistornam-se insensíveisà palma da mão.

Mas as coisas findas,muito mais que lindas,essas ficarão.

Fotos: Hamiltom Pavan

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Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Cidade de São Paulo

CAPA

“Se me chamarem de idealista, concordo inteiramente. Sei que fiz uma poesia desse processo todo, fiz uma imensa poética.

Que fiz, fiz dos primeiros aos últimos versos.”

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VILANOVA ARTIGAS

Foto: OS2Warp - Obra do próprio. Licenciado sob Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0, via Wikimedia Commons

O BRILHANTISMO SOCIAL DA OBRA DO ARQUITETO

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CAPA

João Batista Vilanova Artigas é um dos principais nomes da arquitetura de São Paulo, sendo que suas obras estão asso-

ciadas ao movimento conhecido como Es-cola Paulista (os projetos ressaltam a técnica construtiva com a utilização do concreto ar-mado aparente e valorização da estrutura). Curitibano, fez sua carreira na capital pau-lista, onde formou-se engenheiro-arquiteto pela USP, e sempre esteve ligado ao mundo acadêmico. Foi professor da Escola Politéc-

“Admiro os poetas. O que eles dizem com duas palavras a gente tem que exprimir com milhares de tijolos.”

Vilanova Artigas

nica e fez parte do grupo que deu origem à FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanis-mo de São Paulo.

Artigas foi um dos responsáveis pelo pro-jeto de reforma curricular do curso. “Ele não pretendia ensinar como se faz. Não era um homem para criar estilos, mas educar para enfrentar os tempos históricos, que não são sempre os mesmos”, define o arquiteto Pau-lo Mendes da Rocha, parceiro de Artigas em vários projetos e obras.

Suas marcas na FAU vão além de grades curriculares e teorias. É dele, em parceria com Carlos Cascaldi, o projeto do prédio da Universidade, construído em 1969, na cida-de universitária. Em uma de suas entrevistas ele explicou a concepção do espaço. “Eu pensei que aquilo tinha que ser um prédio que não tivesse a menor concessão a ne-nhum barroquismo. Que tivesse insinuações de uma extrema finura, para dizer que partia um bloco inerme”.

Escola Municipal de Itanhaém

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Fotos: Divulgação

ARQUITETURA SOCIALSua obra ainda influencia várias gerações,

sendo um dos incentivadores da arquitetura social. Sempre deixou claro seu pensamen-to marxista, defendendo grandes e pequenas causas. Artigas tinha um olhar totalmente fo-cado no ser humano, no social, para ele o es-paço público deveria ser privado e vice-versa.

Um exemplo desse pensamento é o edifí-cio residencial Louveira, no bairro de Higie-nópolis (SP), projetado em 1946. Também são dele obras conhecidas e reconhecidas como: Estádio do Morumbi, estação rodo-viária de Londrina-PR (hoje transformada em um museu de arte) e o Cecap Guarulhos.

Seu engajamento social chegou à política, tendo ligação direta com o Partido Comunis-ta Brasileiro. Devido ao seu posicionamento, em 1969, foi proibido de dar aulas e até se exilou no Uruguai. Voltou ao mundo aca-dêmico dez anos mais tarde, onde ficou até 1985, ano de seu falecimento. Artigas regis-trou em suas obras uma arquitetura que vai de encontro à população, idealizando uma cidade para todos, onde a vida fosse sempre coletiva. “A função social do arquiteto é traba-lhar para a sociedade como um todo, e não só para uma classe de burgueses abastados. É trabalhar a favor da distribuição de renda, de uma melhor qualidade de vida para aque-les que não estavam sendo privilegiados no desenvolvimento urbano e na especulação imobiliária. Colocar esse público na agenda da arquitetura”, pontua o arquiteto Guilher-me Wisnik.

LEGADOArtigas deixou aproximadamente 700 pro-

jetos/obras espalhados pelo Brasil, sendo que, dada a sua importância para a história da arquitetura brasileira, todo esse acervo é pre-servado nos arquivos da FAU-USP.

Suas primeiras obras em Curitiba datam dos anos de 1940 quando sua arquitetura era fortemente influenciada pelos projetos de Frank Lloyd Wright. Mais tarde, Artigas assumiu a influência de Le Corbusier, marca-damente reconhecida na residência de João Luiz Bettega, na Rua da Paz, hoje denominada Casa Vilanova Artigas.

O reconhecimento veio também através dos prêmios que ganhou, sendo o profis-sional brasileiro do século 20 mais premiado pela UIA (União Internacional de Arquitetos).

Edificio Louveira

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Foto: FAU -via Arquigrafia - DivulgaçãoCAPA

Detalhe do pilar da rodoviária de Jaú - SP

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ESPECIALDIA DO ENGENHEIRO E DO ARQUITETO

11 e 15 de dezembro

VILANOVA ARTIGASUm poeta.

Exatamente isto era o arquiteto Vila-nova Artigas, que fazia com os tijolos

o que os poetas fazem com as palavras.Embora curitibano, Artigas foi um dos ex-

poentes da chamada Escola Paulista, e em cujos projetos marcadamente estão o rigor técnico, o uso do concreto armado aparen-te e a valorização da estrutura. Seus pilares ganhavam vida própria, destacando-se com elegância na edificação. Mas sua preocupa-ção ia muito além da concepção do edifício de forma isolada e de sua estética; o arquite-

to preocupava-se, sobretudo, com as ques-tões urbanísticas que envolviam as criações.

Não é à toa que agora, na comemoração dos 100 anos de seu nascimento (23 junho 2015), Laura Artigas e Pedro Gorsky produ-ziram um documentário intitulado Vilanova Artigas: As Cidades como as Casas, as Casas como as Cidades, parte do projeto ARTIGAS 100 ANOS, que reúne, além do documentá-rio, o site oficial, um livro com as obras mais relevantes e uma exposição promovida pelo Itaú Cultural, lançado dia 29 de novembro.

“Ser arquiteto, meus jovens, é um privilégio

que a sociedade nos dá e que eu desempenho como se fosse um segredo, no cantinho do meu escritório, fechado com meus pensamentos e meus desenhos”, dizia Artigas a seus alunos.

E é iniciando com uma homenagem a este grande mestre, ícone de gerações, que nos-sa revista mostra um pouco dos trabalhos de profissionais da nossa região. Arquitetos na busca incansável de um traço que os iden-tifique e que, “privilegiados, no cantinho de seus escritórios, desempenham a função como um segredo”, embelezando e inte-grando a cidade.

Foto: Divulgação

Por Denise Farina

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CASA COR Fotos: Divulgação

CASA C O R6ª EDIÇÃO DA MOSTRA ENFATIZA O CONCEITO

DE MORAR BEM

Em sua 6ª edição, a mostra contou com a participação de 57 renomados profis-sionais e a criação de 37 ambientes ino-

vadores. O evento aconteceu no imponente Palácio do Bispo, no bairro Nova Campinas, entre os dias 22 de outubro e 07 de dezem-bro, e manteve seu foco 100% no morar, com soluções voltadas para casas, aparta-mentos, lofts e estúdios. E foi além: após a realização do evento, a organização da Casa Cor Campinas entregará o prédio à Cúria da Igreja Católica para que ele possa ser trans-formado no Museu Arquidiocesano de Arte Sacra de Campinas, permitindo, assim, a rea-lização de um antigo projeto da arquidiocese campineira.

“Estamos muito felizes por poder contribuir para o resgate histórico desse espaço, re-construindo e revitalizando um patrimônio de valor inestimado para a população de Campi-nas. Nosso objetivo foi preservar a qualidade do ambiente para colocar à disposição das pessoas o acervo riquíssimo da Arquidiocese de Campinas”, afirma Flávio Sanna, presiden-te do Grupo Casa Cor Interior SP.

Os 37 ambientes criados para a mostra deste ano traduziram o que há de mais mo-derno, prático e aconchegante no mundo da arquitetura e decoração, contemplando uma diversidade de estilos e propostas, que foram do retrô ao contemporâneo, passeando por tons neutros e vibrantes e toques rústicos e sofisticados.

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HOME THEATER - Letícia Telles / Fabiana Rocha

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CASA CORFotos: Divulgação

HOME THEATER - Letícia Telles / Fabiana Rocha

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ESTUDIO METROPOLE - Ana Maria Coelho / Felipe Karam / Selma Milaré Rubim

LOFT - Fernanda Souzaleme / Dirceu Paieira e Bia Sartori

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ESCRITÓRIO COMTEMPORÂNEO - Daniele Guardini e Adriano Stancati FACHADA - Hebert Faustino e Viviane Namura

WINE LOUNGE - Edna Figueiredo e Samara Filigoi

SALA INTIMA DA FAMÍLIA - Juliana Boer / Juliana Mistro / Maria Del Nero

Fotos: DivulgaçãoCASA COR

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ADEGA - Junior Pacheco

Fotos: DivulgaçãoCASA COR

SALA INTIMA DA FAMÍLIA - Juliana Boer / Juliana Mistro / Maria Del Nero

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PAPO DE OBRA Fotos: Divulgação

É muito comum as pessoas refazerem a pintura de suas casas e estabelecimentos comerciais no final do ano. Para tanto

é importante que se programem adequa-damente, e com tempo hábil para escolher, com calma e critério, tanto o produto a ser utilizado quanto a mão de obra, que precisa ser de qualidade, para evitar que o resultado não seja o esperado, mesmo investindo em

TINTAS E TEXTURAS DÃO VIDA NOVA AO IMÓVEL

excelentes produtos. “Cor é algo que mexe com nossas emo-

ções e sentimentos, então acredito que se-guir tendências pode ser um bom caminho para quem sempre renova a pintura, porém, mais importante do que isso, é que a pessoa escolha cores que lhe tragam boas sensações e referências, independente da tendência atual”, aconselha Luiz Eduardo Honda Flores,

diretor comercial da Branno Tintas e Revesti-mentos. Ele também ensina que “para a pin-tura durar mais tempo, além de ser essencial adquirir produtos de alta qualidade, testados e aprovados, também é muito importante fa-zer um bom preparo da superfície para que a tinta ou textura de acabamento mantenha suas propriedades fisioquímicas inalteradas por mais tempo.”

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TENDÊNCIASAs cores para a temporada primavera/verão

2014/15 são os tons pastéis suaves, combina-dos com cores vivas, que tem relação direta com a estação mais quente do ano. A mistura de cores quentes com tons metálicos também é uma tendência atual.

Outra tendência, cada vez mais e necessá-ria, é que as pessoas se preocupem em in-vestir nos produtos sustentáveis, que agridam menos a natureza. “Os revestimentos acrílicos (texturas) modernos também devem seguir esse conceito, por isso em nossa empresa utilizamos produtos naturais, produzidos com resíduos de rochas ornamentais (granitos, mármores). Essas texturas são produzidas sem adição de corantes artificiais, sua cor é natural da pedra, portanto não desbotam. Além disso, são produzidas seguindo os ‘três r’s’ da sustentabilidade que são reciclar, redu-zir e reaproveitar. Têm também como vanta-gens a alta durabilidade, resistência, hidrorre-pelência e, após o período de cura, podem ser lavadas”, ressalta Luiz Eduardo.

TEXTURASOs revestimentos acrílicos (texturas) não

podem ser considerados impermeabilizantes. Para esse fim existem produtos específicos. É possível encontrar impermeabilizantes para todas as etapas da construção.

“Texturas acrílicas, em sua maioria, pos-suem a característica de serem hidrorrepe-lentes, ou seja, protegem as paredes criando uma barreira que impede a passagem da água. Porém isso é superficial e protege apenas da umidade que vem de fora para dentro. Para proteger a obra toda de umidade ascendente e infiltrações, é essencial a aplicação de pro-dutos exclusivamente produzidos para imper-meabilizar”, pontua o diretor de comercio no segmento.

Além de repelir a umidade, as texturas tam-bém garantem beleza. “Atualmente existem texturas com vários acabamentos, desde as mais rústicas até as mais lisas e delicadas. Elas trazem muita beleza e contribuem com a va-lorização do imóvel”, finaliza Luiz Eduardo.

Nas áreas externas as texturas são utilizadas devido à sua beleza e maior durabilidade em relação às tintas convencionais. Em ambientes internos são indicadas quando se quer uma sensação de mais aconchego e naturalidade, muitas vezes substituindo os papéis de pare-de, pedras ornamentais e outros revestimen-tos.

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VIAGEM ESPECIAL

ARQUITETURA CHINESAA arquiteta Rafaela Polizello conta um pouco do que viu na milenar China.

Foto: Denise Farina

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Difícil imaginar a China sem estar lá! Pensar na China enquanto espaço é pensar na macro escala, quase no im-

possível. Complicado para nós ocidentais, com raí-

zes no cristianismo e tão pouca idade compa-rada a esta civilização milenar, compreender que há milhares de anos já existiam algumas cidades quase nos atuais formatos, com vá-rios edificios de pavimentos tão sólidos que ate hoje estão lá.

A China é um país que se modifica e evolui a cada instante e, como arquiteta e urbanista, fico impressionada com a quantidade de can-teiros de obras, de gruas e de trabalhadores que vejo nas ruas e em todas as cidades.

Impressiona (e muito) como o país conse-gue reorganizar a cada dia o espaço urbano, evoluindo sem perder as raízes milenares, sem perder a cultura, os simbolismos e o respeito pelo povo.

A maior prova disto é a capital da república popular da China, a cidade de Beijing, linda! Porém, lá o Oriente e Ocidente não se mis-turam. É a cidade sem fim, onde você conse-gue dirigir o carro por horas, sem sair dela e sem passar no mesmo lugar.

Em Beijing encontra-se a Cidade Proibida tão magnífica e esplendorosa, quanto a ave-nida que passa à sua frente. E há também a fa-mosa Praça da Paz Celestial, onde a bandeira chinesa é hasteada todos os dias pontualmen-te as 6:00 da manhã com multidão sempre a acompanhar.

Próximo a Cidade Proibida , inaugurada em 1420, existe o grande Teatro Nacional, cuja arquitetura é moderna e foi inaugurado em 2007. O projeto é do arquiteto frances Paul Andreu.

A TRADICIONAL CASA CHINESA Atrás dos portoes sempre existe uma vila

onde moram vários membros de uma famí-lia em várias casas pequenas. Elas possuem telhados cerâmicos cinza, o que significa que são pouco abastadas. Conforme aumenta o nível de detalhamento dos portões de entra-da, indica que aumenta a posse das famílias. Em quase todas as edificações chinesas geral-mente há a estátua de deuses, seguindo uma simetria, pois eles acreditam que espantam os maus espíritos, trazem boa sorte e fortuna.

VIAGEM ESPECIAL

Jiangman mais uma cidade em obras

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Fotos: Arquivo Pessoal - Rafaela Polizello

Entrada para a cidade proibida e Mao Tsé Tung

Vista interna da Cidade Proibida

Grande Teatro Nacional

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Fotos: Denise FarinaVIAGEM ESPECIAL

CENTRO FINANCEIRO DE SHANGHAIEm Shanghai contamos com alguns edifícios

do padrão de Manhattan e há muitos estran-geiros, pessoas que falam inglês alem de rus-so e Chinês. Nem todos falam mandarim na China; falam muitos dialetos e, de qualquer forma, é quase impossível a comunicação em alguns locais.

Por possuir 20 milhões de habitantes era de se esperar um grande caos urbano, con-gestionamentos, metrôs lotados (mentalida-de brasileira para um país emergente). Não! Isto não existe lá. Há um emaranhado de vias expressas que funcionam. E o metrô possue 567 km!

Em Shanghai o tempo passa mais depres-sa. O ritmo é outro, ditado pelos milhares de containers de mercadorias que cruzam dia-riamente o rio Yang Tse para irem a qualquer destino do planeta.

HONG KONG Ao sul temos Hong Kong, por onde, a meu ver, deve-se chegar quando for a primeira vez para a China.

Casa tradicional chinesa

Estátuas para espantar maus espíritosCentro comercial de Taishan

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VIAGEM ESPECIAL

Hong Kong seria como a última barreira, a transição do mundo Ocidental para Oriental. Costumo dizer que Hong Kong é a cidade do mundo com todas as opções. O local onde podemos encontrar tudo de melhor dos dois mundos. Também é o último lugar antes de ir a ”Main Land”, ou seja China. É o ultimo lugar onde conseguiremos ler placas, ver números e saber o preço das coisas, porque depois só os símbolos chineses.

É o primeiro lugar em que tomaremos chá em todas as refeições, usaremos os sanitários (nada agradáveis) típicos da China e onde ve-remos multidões de pessoas andarem frene-ticamente nas ruas. Mas o último lugar que teremos opções de usar talheres sem ser hashi

A cidade se estrutura em layers, camada so-bre camada tanto para cima como para baixo, mas o que mais me surpreende é em como o sistema viário funciona! De varios metrôs que já usei, digo que o de Hong Kong não se compara a nenhum da América do Norte nem Europa, por ser extremamente limpo e moderno.

Sempre haverá a opção de usar barcos (lembrando que Hong Kong é uma ilha), táxis e micro ônibus). Enfim, Hong Kong pra mim é o Rio de Janeiro que funciona, pois tem uma natureza linda (coisa que não imaginava, com praias, florestas e morros) e ao mesmo tempo edifiícios ultra modernos. Uma expe-riência única!

Ilha de Hong Kong Coluna do metrô em Beijing

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01Simone e João Paulo - 02 Lucas e Luana Ullian - 03 Vailde P. Regis e Juliana Wagner - 04 Edilson, Altemicio,Frederico, Rogerio, João Paulo

10 Andreia, Ricardo Martins, Alessandra e Vanderlei Santana - 11 Caroline Amaro, Melisa - 12 João Pedro e Sidnei Simoês - 13 Alessandra e Vanderlei Santana e suas filhas.

O CAU (Conselho de arquitetura e urbanismo de São José do Rio Preto movimento a classe em eventos informativos e gratuitos. Confira.

EM RIO PRETO

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05 Marcella Frantantonio e Flavia Borges - 06 Ligia Franco de Rosa e Saulo Cristofo - 07 Ricardo Zamariam, Sacha Lopes, Marcelo, Celina Trindade, Denise Farina e Suzi Campos - 8 Bruno Mamoru e Karina - 9 Juliana Martim

Ilda Vilela

Por

Fotos: Divulgação - Donizeti Batista

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14 Marcos Araujo, Marcela, Paula Ferro, Maria Angelica, Flavia Borges e Pamella Gonçalves - 15 Roberto Magalhães e Kedson Barbero - 16 Claudia Passarine, Daniela Abudi e Suzi Campos

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CRÔNICA Foto: Denise Farina

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Memórias

Num domingo chuvoso, em que a gripe me pegou de jeito, assisto no-vamente ao filme As Horas e, em

seguida, leio o artigo de Graziela Delalibe-ra, no Diário da Região, onde ela cita, com carinho, o avô paterno, S. Tonico, e o pai, Gilberto:

E é na minha memória que os dois continu-am vivos. É com ela que consigo sentir o cheiro forte do fumo picado e das baforadas que seu Tonico soltava do cigarro de palha enquanto ouvia seu rádio. É com ela que ainda vejo o en-tusiasmo de meu pai temperando um carneiro para algum almoço especial, ou diante de um prato com leitoa assada no Natal. Ou, ainda, que volto a sentar em seu colo, bem pequeni-na, sorrindo e querendo brincar.

Penso, então, na polêmica sobre a derru-

bada do guapuruvu. E junto as três coisas...No filme, conduzido com uma sutileza

ímpar, o poeta diz que só queria escrever sobre as coisas que sente, como a textura delicada do tecido da toalha a cobrir a mesa, coisas simples e sutis, que não nos detêm no dia a dia.

E Graziela nos fala dessas coisas pequenas, do cheiro de charuto, do carneiro tempera-do, ou da leitoa assada, que trazem a infância à memória da jornalista.

Pois lá está o guapuruvu. Um símbolo soli-tário de memória da casa de Maurício Gou-lart, das festas e recepções importantes para a cidade. Ou das coisas mais sutis, como sua florada amarela, a encantar olhares embeve-cidos por mais de 80 anos. Lá está a árvore que, do alto dos seus 30 metros, acompa-

nhou o crescimento da cidade, que , há pou-co, quase o vitimou.

A textura das suas raízes, o cheiro dos assados oferecidos nas festas, sua sombra suave a servir por tantos anos, seu balanço majestoso sobre a Coronel... Isso é com-preensão de memória.

O guapuruvu é só um símbolo que ardu-amente a sociedade tenta manter. Mas, um símbolo a gritar e a nos ensinar que uma cidade desfigurada não pode passar para a frente o que foi plantado ou levantado pelos braços e fibra de seus filhos.

Salvar a agonizante árvore não foi somen-te preservá-la para lembrança, mas sim, permitir que gerações futuras possam ter o balanço vivo da sua florada a deliciar os olhos e acalentar a cidade.

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