revista o semanal portugues #1

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Foi lançada a 1ª edição (29 de Outubro) a revista, O Semanal Português. Como tema em destaque são noticias, vidas, lazer, desporto, viagem e muito mais. Totalement gratuito.

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Page 1: Revista O Semanal Portugues #1

OA melhor informAção dA ActuAlidAde nAcionAl, mundiAl e desportivA

29 de outubro de 2011 - nº 1

Jornal em-linha da comunidade portuguesa em montreal

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7ºCMIN

-3ºC

SÁBADO

MÁX

7ºCMIN

1ºC

DOMINGO

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9ºCMIN

-1ºC

SEGUNDAFEIRA

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10ºCMIN

-2ºC

TERÇAFEIRA

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11ºCMIN

3ºC

QUARTAFEIRASemanal

A vinda do halloween

primeira ediçãoPortuguês

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2 O Semanal Português

le journal hebdomadaire portugais

directriceNatércia Rodrigues

rédacteur-en-chefMarie Moreira

infographisteMario Ribeiro

HebdomadaireFondé le 29-10-2011Tél.: (514) 299-1593

Courriel.: [email protected]

Distribution gratuite. Tous droits réservés. Toute reproduction to-tale ou partielle est strictement interdite sans notre autorisation écrite. Les auteurs d’articles, photos et illustrations pren-nent la responsabilité de leurs écrits.

OSemanal Português

FILARMóNICAPORTUGUESADE MONTREALA Filarmónica Portu-guesa de Montreal vai começar a sua escola de música no dia 18 de Outubro. Pode deixar o vosso nome e número de telefone a FPM: 514-982-0688. Os cursos de nível 1 serão às terças-feiras e nível 2 serão às quartas-feiras.FESTA DE HALLOwEENA Associação Portugue-sa do Canadá organiza a Festa de Halloween na Igreja St-Enfant Jésus no 29 de Outubro pelas 19h. Haverá um jantar, espec-táculo, máscaras, baile e surpresas. A festa será animada pelo DJ XMen e Eddy Sousa com a par-ticipação do Rancho fol-clórico da Nazaré. Para mais informações: 514-844-2269.JANTAR DE HALLOwEENO Clube Oriental Portu-guês de Montreal organi-za um jantar de Hallowe-en sábado dia 29 Outubro pelas 19h30 na sua sede animado pelo DJ Memó-rias. Haverá um concur-so de mascaras. Informa-ções: 514-342-4373.

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3O Semanal Português

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Academia deve saláriosOs 14 funcionários da

Academia Almadense têm parte do vencimen-to do mês passado em atraso, confirmou à Lusa o presidente da colecti-vidade, garantindo que a situação será resolvida em Novembro. Domin-gos Torgal disse à Lusa que a colectividade “está a atravessar algumas di-ficuldades”, mas que “não se trata de nada de assustador” nem de “sin-gular no País ou entre as outras colectividades”. O presidente afirmou ainda que esta situação não vai inviabilizar as obras de reabili-Moradores exi-gem unidade de saúde ta-ção do edifício do antigo teatro, há anos devoluto e

degradado, que se espera que seja casa da Compa-nhia de Dança de Alma-da em 2013. “É verdade que os nossos funcioná-rios – seis do quadro e oito trabalhadores even-tuais, monitores nas nos-sas actividades culturais e desportivas – têmmeta-de do vencimento do mês passado em atraso, mas eles têm sido pacientes e o problema vai ser re-solvido no máximo até 10 de Novembro”, disse. A Academia Almadense foi fundada em Março de 1895. Tem um orça-mento anual de cerca de 200 mil euros, que obtém com as quotas dos sócios e aluguer de espaços.

Lisboa, sede dasustentabilidade

Água, energia e o de-senvolvimento sustentá-vel são os temas que es-tão em debate no Fórum Lisboa 21. O encontro, que decorre na Socieda-de de Geografia de Lis-boa, vai reunir oradores de vários sectores da so-ciedade, nacionais e in-ternacionais.

“Queremos unir os esforços de todos para mostrar os avanços eu-ropeus em sustentabili-dade, para serem apre-sentados na próxima Cimeira da Terra Rio + 20, a realizar em 2012 no Rio de Janeiro”, lê-se no site da organização. Aliar empresas, media, univer-sidade e sociedade civil

num esforço conjunto para a criação de um pla-no de acção para a sus-tentabilidade é o grande objectivo A 10.ª edição do Fórum Mundial Lis-boa 21 escolheu Lisboa como sede. De acordo com o impulsionador deste projecto, Amalio de Marichalar, Portugal foi escolhido pela “imagem internacional que o País tem ao nível dos avanços em inovação, sobretudo, no que toca às energias renováveis”. Como razão estão também as “raízes históricas, culturais, e a sua tradição”, esclareceu o presidente do Foro de Soria 21.

Energia eólica, que é das mais aproveitadas em Portugal, está entre os temas a serem debatidos

Chefs vão às escolasAs Escolas de Ho-

telaria e Turismo de Lisboa e do Estoril participam hoje nas actividades do Dia da Biblioteca Esco-lar, data integrada no “Mês Internacional da Biblioteca Escolar”.

Vários autores li-gados ao sector vão apresentar os seus livros às escolas e à comunidade envol-vente. A iniciativa é do Turismo de Portugal e decorre nas escolas das cidades de Lame-go, Mirandela, Porto, Coimbra, Lisboa, Es-toril e Faro.

Hélio Loureiro e Luís Lavrador são alguns dos chefs que

estarão presentes nas actividades e que vão divulgar os seus livros técnicos, mas também contactar directamen-te com os alunos.

ACTIvIDADES

O Dia da Biblioteca Esco-lar assinalou-se esta se-mana por todo o País.Escolas de Hotelaria e Turismo de Lisboa: Jo-ana Moura apresenta às 15h, o livro “Uma Cozi-nha com Ciência e Arte”, da CookingLab, e editado pela Bertrand.Escolas de Hotelaria e Turismo do Estoril: Hugo Silva apresenta, às 11h, o livro “250 Cocktails”, edi-tado pela Impala.Mais info em www.esco-las.turismodeportugal.pt

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4 O Semanal Português

Mobilidade jovem com site

UNIvERSIDADES SãO vIA PARA CONTACTOS

O reitor do Instituto Supe-rior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), Luís Antero Reto, congratula-se com o actual “despertar de Portugal para a diplomacia económica” e defende as universidades como “um parceiro fundamental” nes-se esforço.

Segundo salienta o res-ponsável, “as relações que se criam nas universidades sãomais afectivas e permi-tem estabelecer contactos e relações de confiança que normalmente não é possível por outras vias”.

O projecto Ponto de Informação sobre Mo-bilidade (PIM) tem des-de sábado um espaço na Internet que disponibi-

liza informação online para divulgação de no-vas oportunidades que visam motivar a mobili-dade internacional entre os jovens. Segundo a co-ordenadora do projecto, Margarida Madureira, o objectivo é reunir num portal toda a informa-ção necessária aos

jovens que anseiam participar em ac-

ç õ e s

fora do País, como pro-gramas de curta ou lon-ga duração, estágios, projectos de voluntaria-do, cursos e workshops, desde que estejam rela-cionados com a mobili-dade internacional jo-vem. “Apercebemo-nos de que há informação, mas que está espalhada em vários sítios, o que dificulta o conhecimento aos jovens”, disse a res-ponsável à Lusa. Assim, o PIM pretende “siste-matizar, condensar a in-formação e reunir todas as propostas existentes para que sejam de mais fácil acesso aos jovens”.

Acordo está mais pertoO presidente francês dis-

se que os líderes da Zona Euro estão prestes a chegar a um “acordo alargado” para reforçar os poderes e as verbas do fundo euro-peu de resgate. Em confe-rência de imprensa no fim da Cimeira Europeia de ontem, Nicolas Sarkozy acrescentou ter esperança que a próxima reunião, na quarta-feira, chegue a um acordo que “acalme a cri-se” das dívidas soberanas. Sobre o reforço do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) Sarko-zy disse que “um acordo muito alargado está em vias de ser desenhado”, mas faltam ainda “longas horas” de negociações. Isto porque há dois mode-los em discussão e nenhum deles, de acordo com a chanceler alemã, envolve o Banco Central Europeu, a principal divergência en-

tre a França e a Alemanha.Em discussão na reu-

nião de chefes de Estado e de governo da União

Europeia esteve também a recapitalização dos ban-cos. Angela Merkel disse haver já um “consenso geral neste ponto”, mas sublinhou que, este, por si só, não vai resolver a cri-se. A líder alemã destacou o crescimento económico. “Tudo o que fizermos em termos de consolidação orçamental ou em termos

de estabilização do euro para superar a crise está ligado com a forma como a Europa vai ser capaz de gerar crescimento econó-mico”, sustentou. Este foi também o mote do pre-sidente da Comissão Eu-ropeia. “Se não agirmos decisivamente no sentido de estimular o crescimen-to e a competitividade das nossas economias, arris-camos entrar numa reces-são, ou conseguir crescer, mas sem criar emprego ou podemos mesmo enfren-tar uma década perdida”, disse Durão Barroso. Já o primeiro-ministro portu-guês, Pedro Passos Coe-lho, negou ter intenção de “nacionalizar os bancos” e que caso a banca decida recorrer ao fundo de res-gate de 12 mil m€ para se recapitalizar, o Estado será um “accionista silencio-so”.

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BRUXELAS: PORTUGAL “vAI NO BOM SENTIDO”

As medidas tomadas por Portugal para combater a crise “vão no bom sentido”, disse ontem Durão Barroso, em Estrasburgo.

Segundo o presidente da Comissão Europeia, “pode ver-se que há uma recepção muito favorável ao caminho que Portugal está a tomar”. “É essencial para Portugal que se mantenha a confian-ça dos seus parceiros, para poder voltar aos mercados, para poder ter crédito inter-nacional”, disse num de-bate sobre o resultado do último Conselho Europeu e cimeira da Zona Euro.

Por seu turno, o Comissá-rio Europeu dos Assuntos Económicos confirmou as declarações de Durão Bar-roso, elogiando os passos dados por Portugal e pela Irlanda para controlar a dí-vida pública.

“Portugal está a realizar bons progressos, no âmbito do programa externo, para garantir a sustentabilidade orçamental e melhorar a

competitividade”, disse Olli Rehn em Berlim.

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5O Semanal Português

Governo: Passos Coelho defende reduçãoda despesa pública para 40 por centoem duas legislaturas

O primeiro-ministro defendeu hoje que Portugal deve reduzir o peso da despesa pública para 40 por cento do PIB em duas legislaturas e que essa redução deve estar associada a uma revisão das funções do Estado.

“Nós precisávamos, sem dúvida nenhuma, num pra-zo de duas legislaturas, de atingir um valor de cerca de 38 a 40 por cento do peso da despesa medida em função da nossa capacidade de criar riqueza”, decla-rou Pedro Passos Coelho.

Essa redução implica “durante todo este processo

repensar as funções do Estado”, acrescentou o pri-meiro-ministro, numa intervenção na cerimónia de apresentação da associação Plataforma para o Cres-cimento Sustentável, no Instituto Superior de Ciên-cias Sociais e Políticas, em Lisboa.

Passos Coelho respondeu aos que acu-sam o seu Governo de não cortar nas “gorduras” do Estado na proposta de Or-çamento do Estado para 2012, referindo-se em concreto ao economista João César das Neves.

O primeiro-ministro defendeu que “não é exatamente assim”, mas que é preciso “ir ainda muito mais longe” nesses cortes, o que “não se faz num ano”, disse.

“Isso significa que a sociedade tem de encontrar outros processos, mais eficien-tes, do que aqueles que passam pelo Esta-do, para satisfazer as suas necessidades”, considerou. Passos Coelho entende que, “em regra, não é o Estado que melhor ca-pacidade crítica tem para pensar estes pro-cessos”, e associações como a Plataforma para o Crescimento Sustentável, criada pelo vice-presidente do PSD Jorge Mo-reira da Silva, podem ter um papel impor-tante neste debate. Na sua intervenção, o primeiro-ministro afirmou que “são bem vindas” as ideias desta associação, por-que “ninguém é dono das melhores ideias e ninguém tem sempre razão a vida toda” e, ainda, que “o debate cívico é hoje mais importante do que nunca”.

Ainda quanto ao peso da despesa públi-ca, Passos Coelho referiu que atualmente este é superior a 50 por cento, “quando os impostos e as contribuições não exce-dem os 38 por cento do produto” interno bruto (PIB), e lembrou a meta inscrita no Documento de Estratégia Orçamental do Governo. “Nós temos de entrar numa tra-jetória nos próximos anos que nos con-

duza até 2015 a um peso da despesa pública que não seja superior a 43 por cento, e mesmo assim ainda teremos défice para cobrir. As nossas metas até 2015 são metas importantes, mas não são metas finais. Nós ainda teremos de superar essas metas nos anos subse-quentes”, defendeu.

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6 O Semanal Português

O presidente cessante do Banco Central Euro-peu (BCE), Jean-Claude Trichet, defendeu hoje em Berlim uma intervenção direta das institui-ções internacionais na gestão dos países em sis-temáticas dificuldades para controlar as finanças públicas, propondo que se possam “substituir aos governos”.

“Os esforços que estão a ser feitos atualmente para

impôr condições estritas aos países que pediram aju-da financeira por não terem acesso aos mercados de capital são justificados”, disse Trichet em discurso sobre o futuro da Europa, na Universidade Humbol-dt, resssalvando, porém, que esses países “devem ter o direito de tentar inverter a sua situação”.

Tais tentativas, porém, “devem ter limites claros” e numa segunda fase, se um país persistir em falhar os objetivos dos programas de ajustamento financeiro, “terá de haver contra medidas por parte das entida-des que concedem a ajuda internacional”, sublinhou Trichet.

Assim, nesses casos, as instituições da zona euro “devem ter um papel mais importante e mais au-

toritário na formulação das políticas econó-

micas” dos Estados prevaricadores, “substituindo-se aos próprios governos”, propôs o presidente do BCE, assumindo que isso “tornará, no entanto, inevitável uma alteração dos tratados europeus”, lembrou.

Tal como Trichet, o governo alemão tem insistido na alteração dos tratados para que se possa não ape-nas aprofundar a união política, e pô-la em conso-nância com a união monetária, mas sobretudo impôr

uma maior disciplina orçamental aos países da moeda única para evitar crises como a atual.

O presidente do BCE voltou a propôr tam-bém a nomeação de um ministro das finanças da zona euro, como já tinha feito em junho, em Aacen, ao receber o prémio Carlos Magno, pelos seus méritos na construção europeia.

“Não considerado que seja demasiado atrevido considerar a a possiblidade de criar um ministério das fi-nanças europeu, o que é demasiado atrevido seria não pensar em criar uma instituição deste género”, afirmou.

Trichet aproveitou ainda para defender a compra de dívida soberana de países da zona euro em difi-culdades financeiras através do BCE, alegando que esta transação se destina a melhorar a relação entre a política monetária e a economia, “tanto mais que os mercados de títulos são cruciais” para o trabalho do banco central. Neste sentido, rejeitou que o programa de compra de títulos da dívida pública do BCE tenha carácter inflacionário, e lembrou que, ao contrário do que fazem outros bancos centrais, o objetivo não foi injetar liquidez na economia.

“É importante perceber que as decisões políticas do BCE durante a crise estiveram em linha com o nosso mandato de garantir a estabilidade dos pre-ços”, afirmou Trichet.

Euro/Crise:

Trichet defende intervenção direta da UE nos países que violem regras da estabilidade

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7O Semanal Português

O secretário de Estado das Comunidades Portu-guesas, José Cesário, inicia nesta terça-feira uma visita de nove dias ao Brasil e à Venezuela.

Segundo nota do gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas enviada hoje à agên-cia Lusa, José Cesário estará naqueles dois países sul-americanos entre esta terça-feira e o dia 02 de novembro.

Nesta terça-feira, o governante deverá reunir-se com o cônsul-geral de Portugal no Rio de Janeiro, Antó-nio José Emauz de Al-meida Lima, às 19:30h, seguindo-se, uma hora depois, um encontro com três conselheiros eleitos da comunidade portuguesa na mesma cidade.

Na quarta-feira de manhã, às 09:00, José Cesário deverá visitar a chancelaria do Consula-do Geral de Portugal em São Paulo, e às 11:00h visitará a comunidade portuguesa de Niterói.

Durante a tarde do mesmo dia, às 15:00, fará uma visita à Obra Portuguesa de Assistên-cia - Hospital Egas Mo-niz. Às 20:00, terá uma reunião com os mem-bros do conselho con-sultivo da área consular e outras personalidades da comunidade, na mes-ma cidade.

Na quinta-feira, ainda em São Paulo, estará presente, às 19:30, nas comemorações do 99.º aniversário da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil.

Na sexta-feira, às 10:00, visitará o Instituto Piaget na cidade de Suzano, no estado de São Paulo.

Às 13:00 deverá reunir-se com o cônsul geral de Portugal em São Paulo, José Guilherme Queiroz de Ataíde, e uma hora depois com o cônsul honorário de Portugal em Santos, Arménio Mendes.

Um encontro com os conselheiros da comunidade

portuguesa eleitos pelo círculo São Paulo/Santos está previsto para as 16:30 do mesmo dia.

No sábado, José Cesário vai participar, entre as 15:00 e as 23:00, num seminário dirigido a dirigentes associativos e jovens luso-descendentes, organiza-do pelo Conselho da Comunidade do Estado de São Paulo.

No domingo, o secretário de Estado juntar-se-á à comitiva do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, na visita que este fará à Venezuela (e

depois à Colômbia).Às 18:00, está previs-

to um encontro de Pau-lo Portas e da sua comi-tiva com a comunidade portuguesa radicada no país dirigido por Hugo Chávez.

No dia 31 de outubro, Portas e Cesário vão ter “diversas reuniões com membros do governo da Venezuela”, indica a mesma nota.

No dia 01 de no-vembro, José Cesário acompanhará a comi-tiva de Paulo Portas durante a manhã, mas, durante a tarde, tem um programa próprio: partirá para Valência, onde, às 16:00, visitará a Casa Portuguesa Ve-nezuelana do Estado de Carabobo, e, às 17:10, o Centro Social Madei-rense.

Às 19:00, já em Ma-racay, deverá visitar o Lar Geriátrico Luso-Venezuelano. O dia terminará com uma

deslocação à Casa Portuguesa do Estado Aragua, às 20:00, seguida de jantar na Casa Portuguesa do Es-tado Aragua.

Para o dia 02 de novembro de manhã está ainda pre-visto um encontro com os conselheiros das comuni-dades portuguesas em Caracas, capital da Venezuela, antes do regresso de José Cesário a Portugal.

Secretário de Estado José Cesáriodesloca-se ao Brasil e à Venezuela

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Page 8: Revista O Semanal Portugues #1

8 O Semanal Português

Michelle Obama promovecozinha saudável em livro

A primeira-dama nor-te-americana, Michelle Obama, vai promover a alimentação saudável e contar como funcio-na a horta que tem instalada na Casa Branca no seu primeiro li-vro que será pu-blicado em abril de 2012, anun-ciou o editor.

No livro, intitu-lado “American Grown: How the White House Kitchen Garden Inspires Fami-lies, Schools and Com-munities”, Michelle Oba-

ma explica os benefícios da alimentação saudável e dos alimentos frescos e cultivados em hortas como a que instalou nos

jardins da Casa Branca em março de 2009, dois me-ses depois de che-gar à residência presidencial.

A primeira-dama irá doar os direitos que receber do seu primeiro livro a obras de caridade

e conta também que as grandes mentoras da hor-ta na Casa Branca foram as filhas Malia e Sasha.

Hillary Clinton elogia o papel da Turquia no Afeganistão

A secretária de Esta-do americana, Hillary Clinton, elogiou a Tur-quia como uma força positiva nesta quinta-feira, antes de viajar até Istambul para as-sistir a uma conferên-cia sobre o Afeganis-tão.

O Departamento de Es-tado afirmou que Hillary participará da reunião em Istambul prevista para a próxima quarta-feira, que irá analisar o futuro do Afeganistão, enquanto as tropas ame-ricanas se preparam para deixar aquele país no fim de 2014.

Hillary afirmou que a Turquia, único membro de maioria muçulmana

da Otan, e que con-ta com mais de

1800 soldados patrulhan-do o Afeganistão, tem “uma grande habilidade

para se comunicar” tanto com o Paquistão quanto com o Afeganistão.

“A Turquia tem credibi-lidade junto a um grande número de países. Por-tanto, sua participação é de grande ajuda para nós”, disse Hillary no Comitê de Relações Ex-teriores.

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Especialistas nuclea-res do Estado do Texas se preparavam terça-feira para desarmar a maior, a mais poderosoa e mais antiga bomba do arsenal americano da era da Guerra Fria. A última bomba B-53 - constru-ída em 1962, o ano da Crise dos Mísseis com Cuba - será des-montada na usi-na Pantex.

O desarmamen-to desta bomba é “significativo em ra-zão de se tratar da últi-ma deste tipo de armas multimegatónicas que as potências nucleares costumavam construir durante a Guerra Fria”,

disse Hans Kirstensen, diretor do projeto de informação nuclear da Federação de Cientistas dos Estados Unidos, à AFP. “O mundo será um lugar mais seguro após a desmontagem desta

arma”, disse Thomas D’Agostino, diretor da Administração Nacional de Segurança Nuclear, em um comunicado di-vulgado pela Pantex.

EUA desmontam no Texas aúltima bomba nuclearda Guerra Fria

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9O Semanal Português

O presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou hoje (segunda-feira nos Estados Unidos) medidas para refinanciar as hipotecas das famí-lias com problemas e contrapôs ações do Governo pela inatividade crescente do Congresso.

“Os que não entendem as pessoas é porque alguns em Washington parecem não compartilhar o mesmo sentido de urgência que estas pessoas sentem nas suas próprias vidas”, explicou Obama quando visita-va o Nevada, oeste dos Estados Unidos.

O presidente disse não haver tempo para “esperar que um Congresso cada vez mais inoperante faça o seu trabalho”. Obama apresentou uma reforma do Programa de Refinanciamento que inclui o aumen-to dos prazos das hipotecas, das condições de aces-so e a eliminação de alguns custos financeiros dos empre´stimos concedidos pelas companhias naciona-lizadas como a Fannie Mae e Freddie Mae.

Barack Obama escolheu Las Vegas, no Nevada, uma das cidades mais afetadas pela crise imobiliária e onde o preço das habitações caiu 50 por cento desde 2008, para anunciar as novas medidas. Muitas das condições

para aceder a um refinanciamento da hipoteca exige que a perda de valor da habitação não ultrapasse os 25 por cento, pelo que muitas pessoas não puderam ace-der a taxas de juro mais baixas impulsionadas pelo Go-

verno Federal. Com as novas medidas, a Casa Branca espera que um milhão de famílias aceda ao programa de refinanciamento.

Barack Obama anunciamedidas para refinanciar hipotecas

Estátua da Liberdade celebrou 125 anosantes de fechar para manutenção

A Estátua da Liber-dade, símbolo de Nova York e do “sonho ame-ricano” para milhões de imigrantes, comemora esta semana seus 125 anos antes de fechar durante 12 meses para manutenção. O monu-mento chamado “A Li-berdade iluminando o Mundo” foi oferecido em 1886 pela França aos Estados Unidos em sinal de amizade para celebrar, com dez anos de atraso, o centenário da declaração de inde-pendência americana, em 4 de julho de 1776.

Na sexta-feira, 125 imi-grantes procedentes de mais de 40 países serão

naturalizados america-nos na Liberty Island, ilha onde fica a estátua, na foz do rio Hudson, ao

sul de Manhattan.Durante a cerimônia ofi-

cial para comemoração do aniversário, que será

aberta com a execução do hino americano, se-guido do francês. A atriz Sigourney Weaver lerá “The New Colossus” (O Novo Colosso), poema de Emma Lazarus, que tem um trecho inscrito na base da estátua.

Depois, o secretário americano do Interior, Ken Salazar, entregará um presente ao cônsul-geral da França, Philippe Lalliot, em agradecimen-to àquele recebido 125 anos atrás. Cinco câmeras instaladas recentemente na tocha serão ativadas permitindo apreciar uma “nova vista da Liberty Island e da baía de Nova York”, segundo Stephen

Briganti, presidente da Fundação da Estátua da Liberdade e do museu da imigração de Ellis Is-land. Após comemorar 125 anos, o monumento será fechado ao público durante 12 meses a partir de 29 de outubro para tra-balhos de manutenção.

A estátua já tinha sido fechada em 1984 para permitir uma primeira restauração antes do cen-tésimo aniversário.

A partir de 29 de outu-bro, os turistas não pode-rão mais entrar na estátua e ter acesso à escadaria que leva até sua coroa, embora possam conti-nuar visitando a Liberty Island.

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10 O Semanal Português

AO LARGO DA ILHA TERCEIRACientistas visitam vulcão da Serretapara estudo de “balões de lava”

Uma missão oceanográfica ao vulcão submarino da Serreta, ao largo da ilha Terceira, volta a es-tudar os pouco conhecidos “balões de lava”. Uma análise que encontra paralelismos em ilhas italia-nas e nas Canárias. Nesta expedição, foram encon-tradas estruturas vulcanotectónicas desconheci-das, cuja origem será alvo de futura investigação.

Cientistas açorianos e europeus estiveram envolvi-dos, na semana passada, numa expedição ao vulcão submarino da Serreta com vista ao aprofundamento

dos vulgarmente apelidados “balões de lava”.Segundo o Centro de Vulcanologia e Avaliação de

Riscos Geológicos (CVARG), da Universidade dos Açores, nesta nova missão oceanográfica à área do vulcão submarino da Serreta, denominada de “Missão FAIVI”, os trabalhos abrangeram um “largo leque de áreas científicas da Geologia à Biologia”.

A missão, integrada no âmbito de um projecto eu-ropeu, financiado pelo programa Eurofleets, contou “com a participação de investigadores italianos, espa-nhóis e de outras unidades de investigação portugue-sas, nomeadamente o Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) e Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG).

“Balões de lava” desconhecidos“Neste contexto, o projecto pretende garantir uma

visão multidisciplinar do fenómeno eruptivo e dos processos pós-eruptivos que ocorreram na região

afectada pela erupção”, refere nota informativa

do CVARG que explica ainda que na erupção da Ser-reta, que ocorreu entre 1998 e 2001 gerou-se “um tipo de produto vulcânico até então desconhecido para a ciência que os investigadores açorianos baptizaram de «balões de lava»”.

“Estas estruturas, hoje referenciadas na bibliografia internacional da especialidade, são formadas por uma fina película de lava basáltica que envolve um gran-de volume central, parcial ou totalmente oco. Desde então, os balões de lava têm sido alvo de estudo ao

nível de diferentes iniciativas e a missão FAIVI, que decorreu a bor-do do navio francês L’Atalante, teve como principal objectivo continuar a aprofundar tal investigação, assim como estabelecer um paralelo com outra erupção submarina ocorrida ao largo da ilha italiana de Pantelleria em 1891, cuja descrição é semelhan-te à da erupção ocorrida na Serreta”. Mas o estudo encontra igualmente paralelismos nas Canárias: “mais recentemente, também a erupção ao largo da ilha El Hierro, nas Canárias, parece evidenciar uma fenomenolo-gia à descrita pelos investigadores da Universidade dos Açores”.

Estruturas “desconhecidas”“Além de uma intensa campanha de

amostragem do fundo marinho, a missão FAIVI per-mitiu realizar um levantamento batimétrico de elevada resolução de toda a região circundante à ilha Terceira e em particular da crista submarina da Serreta. Os tra-balhos possibilitaram. Ainda, a recolha de informação relativa ao processo de recolonização da área afectada pela erupção”.

Segundo, José Pacheco, investigador do CVARG e coordenador da parte nacional do projecto, as primei-ras conclusões da missão FAIVI permitem afirmar que o principal foco eruptivo da erupção de 1998-2001, se encontra parcialmente colapsado para o flanco sul da Crista Submarina da Serreta, tendo-se reconhecido os diferentes tipos de produtos decorrentes da erupção e as respectivas dispersões. “Entretanto, os investiga-dores identificaram ao largo da ilha Terceira um con-junto de estruturas vulcanotectónicas desconhecidas e cuja origem será alvo de futuros estudos”, conclui o CVARG.

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11O Semanal Português

Tiago Lopes encabeça a lista nas eleições para a sec-ção regional dos Açores da Ordem dos Enfermeiros. O enfermeiro especialista em Enfermagem de Reabilita-ção, presentemente a exercer a actividade no Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo, deixa claro ao nosso jornal as linhas orientadoras da sua candida-tura.

Aproximar a Ordem dos Enfermeiros aos cidadãos e modernizar a estrutura interna da mesma são alguns dos princípios fundamen-tais no contexto do progra-ma de acção nacional. As eleições estão marcadas para o dia 12 de Dezembro próximo. Boas práticas de cidadania activa e inter-venção regular junto das entidades políticas e sindi-cais são os princípios fun-damentais no contexto do programa de acção nacio-nal para a secção dos Aço-res da Ordem dos Enfer-meiros (OE). O cabeça de lista, Tiago Lopes, salienta as linhas orientadoras da sua lista que, em conjun-to com outra, seguem na corrida às eleições mar-cadas para o próximo dia 12 de Dezembro. “As pes-soas deixaram de se rever na sua OE, e, por isso, a nossa ideia é trabalhar no sentido de aproximar o or-ganismo aos cidadãos. A equipa é composta por gente nova e no activo. Isso é importante tendo em conta que quem está no activo conhece melhor as práticas e as dificuldades que costumam surgir no dia-a-dia da classe de enfermagem”, considera, em declarações à “a União”, o enfermeiro especialista em Enfermagem de Reabilitação, presentemente a exercer a actividade no Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo (ESEAH), sublinhando que estamos a falar da “maior classe de profissionais de saúde no país”. Tiago Lo-pes lança críticas ao presente cenário vivido a nível regional dizendo que a passividade prejudica tudo e todos. Os exemplos, indica, são sobretudo a nível de

ELEIÇÕES A 12 DE DEZEMBROOrdem dos Enfermeiros nos Açoresquer aproximar-se dos cidadãos

formação, colocações e estruturação da carreira sendo fundamental a precaução face ao futuro desses profis-sionais. Afirma que, apesar da evolução académica, paradoxalmente, diz, a visibilidade e reconhecimento social não são correspondentes. “As alterações neces-sárias terão de passar, inevitavelmente, pela formação. Estamos longe entre aquilo que o discurso teórico de-fine e aquilo que a realidade objectiva o demonstra. É necessário agilizar o conceito do modelo de desenvol-

vimento profissional, que apresenta ainda muitas di-ficuldades em engrenar”, defende acrescentando que, a nível do continen-te, existe uma excessiva proliferação de escolas e uma mercantilização das mesmas.

“A Saúde tornou-se num negócio também ao nível da formação. Temos, anu-almente, “fornadas” de Enfermeiros a saírem di-rectamente para o desem-prego”, frisa. Já a nível regional, Tiago Lopes diz ser necessário a interpreta-ção das carências, neces-sidades, bem como saber as expectativas dos enfer-meiros e das instituições e comunidade, “sob pena de a curto prazo termos o mesmo cenário desolador no que concerne à empre-

gabilidade na região”. Actualmente, a região Açores conta com cerca de 1900 enfermeiros estando à volta de 300 em formação nas escolas superiores de enfer-magem de Ponta Delgada e Angra do Heroísmo.

“Muitas políticas de saúde são definidas sem a re-presentação ou apenas de um enfermeiro”, critica. O cabeça de lista da OE pelos Açores, que integra a can-didatura nacional do candidato a Bastonário, Germano Couto, refere que, em termos globais, seguem na corri-da 31 listas e 220 candidaturas no território português. A OE está no activo há 13 anos e, passado o mesmo período, os Açores contam com duas listas.

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A infestação do bichado da castanha na Terra Chã apresenta valores mais baixos em relação ao ano passado, segundo dados da Universidade dos Açores (UAç) referentes à monitorização levada a cabo em quatro quintas da freguesia.

De acordo com a observação levada a cabo de Ju-nho a Outubro, 81,57% das parcelas em zona baixa – menos de 130 metros de altitude –, 74% em zona média – 153 metros de altitude, e 82,60% nas zonas altas -230metros – não se encontram infestadas.

A infestação pode ser visível, quando é possível observar a olho nu furos na castanha ou oculta quan-do não apresenta sinais exteriores mas ao abrir tem a lavra lá dentro, sendo esta a mais prejudicial porque é a que chega ao consumidor final.

Fazendo a devida separação, os dados da UAÇ re-ferem que dos 18,43% de casos de infestação em zo-nas baixas, 2,90% são da variante oculta, valor que

sobe para os 6,60% na zona média e volta a cair para os 3,40% na zona alta.

NA TERRA CHÃ Infestaçãodo bichado da castanha diminuiu

Ana Santos, da Universidade dos Açores e uma das responsáveis pelo trabalho de campo, explica que o controlo da infestação do bichado da castanha “ é muito complicado” porque a lavra entra e permanece no solo durante os meses de inverno e primavera, e só no principio do verão se transforma em borboleta que, posteriormente, põe ovos nas folhas do casta-nheiro, junto ao ouriço.

“O problema é detectar os ovos e pulverizar na altu-ra certa”, afirma, acrescentando que este ano, a equi-

pa testou um novo produto que mata por ingestão e que é aplicado nas folhas, cujo su-cesso está dependente de ser aplicado na altura certa em que as larvas saiem.

A equipa da Universidade dos Açores fez três pulveri-zações, duas em Setembro e outra no início deste mês, mas segundo Ana Santos, não é possível afirmar com certe-zas que a quebra nos níveis de infestação seja fruto da apli-cação deste novo produto.

A técnica acrescenta que os resultados positivos deste ano irão ter repercussões para 2012 “pois com menos lavras vamos ter necessariamente menos adultos” mas a erra-dicação total da infestação é uma missão que se avizinha complicada.

“O que podemos fazer é continuar a monitorizar, a co-locar armadilhas de forma a diminuir progressivamente a infestação”.

Em relação à qualidade da castanha deste ano, Ana San-

tos diz que a falta da chuva levou a que os produtores temessem que este não tivesse o calibre habitual, mas pelo que pode observar no terreno “a chuva ainda veio a tempo de termos uma produção interessante”.

A equipa de monitorização é constituída por oito elementos da Universidade dos Açores em parceria com a direcção regional do Desenvolvimento Agrá-rio e o apoio da Fruter e da Junta de Freguesia da Terra Chã.

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aAsfixiar a RTP/Açores

Berto MessiasNa verdade, a decisão de reduzir a

emissão da RTP/Açores a umas meras quatro horas diárias tinha sido toma-da muito antes da administração da

empresa entregar o plano de reestruturação ao Governo da República. Mas mais do que isso. Até hoje, nenhum responsável, seja da RTP ou do Go-verno, dedicou-se a explicar, com dados concre-tos, o que se poupa com esta redução de emissão,

quantos funcionários vão ser dispensados e que vai assegurar tecnicamente a emissão. Continu-ará a cargo do centro regional ou passará para Lisboa?

Não havendo explicações técnicas públicas que sustentem a decisão, não existem grandes dúvidas que se está perante um processo de intenção pura-mente político.

O Governo do senhor ministro Miguel Relvas to-mou a decisão e não se importou de a justificar técni-ca e financeiramente. Em bom rigor, deveria ter sido exactamente ao contrário. Deveria, sim, ter-se muni-

do de argumentos técnicos e financeiros para basear uma decisão política. Fez tudo ao contrário e, ainda por cima, foi mal criado.

O senhor ministro Miguel Relvas tinha, há semanas, agendada uma reunião com uma delegação da As-sembleia Legislativa sobre o futuro da RTP/Açores. Não era uma reunião entre partidos. Era uma reunião entre um órgão de governo próprio dos Açores, com representantes de todos os partidos representados no Parlamento dos Açores, e o Governo da República. O senhor ministro Miguel Relvas desrespeitou as bases desta relação institucional e, uma hora antes, aprovou o plano de reestruturação proposto pelo Presidente da RTP.

Foi uma atitude provocatória, deliberada e na linha da sua postura nos últimos tempos.

Sendo assim, um comportamento político deste ní-vel não favorece o diálogo de boa-fé, no sentido de se conseguir uma solução para a RTP/Açores, com base no que está previsto na lei: o direito a um serviço pú-blico de rádio e televisão suportado, integralmente, pelo Estado.

Quem não deu hipótese para qualquer tentativa de diálogo foi este Governo da República que, não só não quis encetar um processo genuíno entre duas par-tes, como fez questão de desrespeitar os Açores. Na verdade, estes comportamentos recentes do ministro

Miguel Relvas foram um desrespeito total à RTP/Açores e aos seus trabalhadores, tratados como algo dispensável, apenas e só, porque sim.

Esta é uma intenção deliberada de asfixiar a RTP Açores que tem como propósito concretizar a agenda escondida do Governo da República de acabar com os Centros Regionais da RTP.

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Dicionário-Enciclopédico da Madeira

Paulo Sousa acreditaem fármacos não em marcas

Vera LuzaTrata-se de uma obra monumental destinada a

«actualizar e a internacionalizar todos os saberes e conhecimentos da história, literatura, ciências da Madeira, entre muitas outras áreas, com a maior abrangência possível».

O projecto, lançado pela Associação de Promoção da Cultura Atlântica (APCA) e com o apoio espe-cial da Direcção Regional dos Assuntos Culturais (DRAC), tem a liderança científica do Prof. José Eduardo Franco e conta com o trabalho de vários in-vestigadores, madeirenses e continentais.

É um trabalho em cinco volumes, que deverá ficar pronto daqui a cinco anos, para assinalar os 600 anos da descoberta oficial da Madeira.

Além da equipa de especialistas e intelectuais que, neste momento, já está a receber “for-

mação” sobre o contexto regional (foto ao lado), há também a considerar na elaboração deste Dicionário-Enciclopédico «o contributo de todos os estudiosos que se dedicam a investigar a cultura e a história da Madeira, e que queiram associar-se ao projecto.»

Para esse efeito foi criada a “plataformal digital”: [email protected]»

Com esta iniciativa «pretende-se um saber democra-ticamente constituido e o mais abrangente possível. Não visamos concorrer com outros, antes, agregar e receber contribuições particulares ou específicas, com o máximo de rigor, para que esta obra possa che-gar bem longe, no contexto global em que vivemos», disse José Eduardo Franco ao JM.

A obra será editada em papel, mas também em e-book, e será um importante instrumento para «manu-ais escolares, para o turismo e uma nova História.»

Paulo Sousa, ex-re-presentante da Ordem dos Farmacêuticos na Região, acredita em fár-macos e não em marcas. Pelo que considera não fazer sentido as decla-rações prestadas ontem pelo bastonário da Or-dem dos Médicos que se manifestou contra a troca de genéricos nas farmá-cias, alertando que têm diferentes substâncias e impurezas que podem por em risco a saúde dos doentes.

Contactado pelo JOR-NAL da MADEIRA, Pau-lo Sousa, farmacêutico e proprietário da Farmácia de Santo António,disse não fazer sentido uma coisa destas, tendo em conta que estamos a falar do mesmo princípio acti-vo, da mesma dosagem e na mesma forma de apre-sentação. “No entanto, isto é uma situação de

certo modo polémica e vem de há muitos anos. Não é uma novidade”, acrescentou Paulo Sou-sa, o qual considera que esta posição do bastoná-rio está relacionada com a proposta de lei do Go-

verno de prescrição por Denominação Comum Internacional (DCI)que será votada, sexta-feira, no Parlamento nacional. “Quando existem vários medicamentos com o mesmo princípio activo, a mesma dosagem e a mesma forma de apre-sentação, quem sou eu, enquanto farmacêutico, para por isso em cau-

sa?”, questiona Paulo Sousa.

Bastonário dos Médi-cos pensa diferente

Já o bastonário da Or-dem dos Médicos tem opinião bem diferente. Cumprindo a lei “os ge-néricos com o mesmo princípio activo podem ter variabilidades gran-des entre si”, afirmou José Manuel Silva.

Segundo o bastonário, “os genéricos podem não ser bioequivalentes entre si: têm diferentes métodos de fabrico, têm diferentes excipientes [substâncias sem activi-dade terapêutica], têm diferentes impurezas e por isso muitos doentes sentem o efeito dessas modificações”.

“O que está em causa nesta proposta de lei não é a alteração de um ori-ginal por um genérico, nem é sequer aumentar

a taxa de genéricos em Portugal. O que está em causa nesta lei é induzir a substituição de um ge-nérico prescrito por um médico por outra marca do mesmo genérico es-colhida pela farmácia”, explicou o bastonário da Ordem dos Médicos.

O que os médicos pe-dem para “estimular a prescrição de genéricos é que, quando um médi-co prescreve um genéri-co, essa marca não seja substituída na farmácia”, justificou José Manuel Silva. “Para proteger o doente de mudanças su-cessivas de marcas que podem por em risco a vida do próprio doente, o médico pode ser levado a prescrever um medica-mento de marca sem ge-nérico para evitar essas trocas nas farmácias”, admitiu José Manuel Sil-va.

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aLiga Portuguesa Contra oCancro promove peditório nacional

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) vai promover, entre desta sexta-feira e 4 de Novembro próximo, o habitual peditório que visa gerar fontes

de receitas que permitam a esta ONG, que detém o estatuto de Utilidade Pública, cumprir com os objec-tivos traçados para apoiar os doentes oncológicos e suas famílias.

Os donativos monetários podem ser entre-

gues na sede do Núcleo Regional da LPCC, Edif. Elias Garcia I, Bloco II – 1 A, no Funchal, ou en-tão transferidos para a conta bancária com o NIB 003800012026329177146, segundo indicou esta organização através de um comunicado enviado às redacções.

Este sábado, véspera do dia Mundial da Prevenção do Cancro da Mama, a LPCC leva a cabo mais uma edição da campanha “Pequenos passos GRANDES GESTOS”, a qual tem por objectivo incentivar os ci-dadãos a realizar pequenas caminhadas nas localida-des onde residem.

No Funchal, segundo o comunicado desta ONG, a caminhada parte, pelas 10h00, dos jardins do Tele-férico, estando que previsto o seu término no Largo do Colégio, pelas 12h00. Sensivelmente a esta hora, tem lugar uma palestra dedicada ao tema “Cancro da mama – prevenção e apelo ao rastreio e estilos de vida saudáveis”, no Salão Nobre da Câmara Munici-pal do Funchal.

Esta ocasião será aproveitada para o lançamento do livro da autoria de Sandra Santos, “Sinuosidades da vida”, um testemunho de como venceu o cancro.

Funchal combate violência doméstica

Na recta final, a cam-

panha contra a violência doméstica intitulada ‘Só bem-me quer’ arrancou, esta quinta-feira, no Fun-chal. A iniciativa tem

percorrido todos os con-celhos regionais.

Iniciada em 2010, a campanha chega ao fim no próximo dia 22. Até lá, estão previstas diversas acções. Entre eles, a criação de um viveiro ‘Só bem-me quer’, agendado para 2 de Novembro, no Parque de Santa Cata-rina.

Para além das acções de sensibilização, a campanha inclui a

inauguração de uma es-cultura e a pintura de portas, na zona Velha da cidade.

Jovens emigram cada vezmais e sem noção dos perigos

Com o intuito de alertar os mais jovens, sobretudo os “grupos de risco” como os alunos dos cursos pro-fissionalizantes, “mais permeáveis ao abandono precoce da escola” e a pro-curarem “soluções finan-ceiras mais apressadas”, o ex-director do SEF, José Felisberto Almeida, abor-dou, na Escola Jaime Mo-niz, o tema da migração ilegal e tráfico de pessoas. À margem da conferência, frisou que, devido à fragi-lidade económica, “mais jovens estão a partir, no sentido de poderem agili-zar e corresponder às ex-pectativas frustradas dos pais, nomeadamente ao nível do ensino profissio-nalizante”.José Felisberto

Almeida disse ainda que o mercado laboral, neste momento, em Portugal oferece “cada vez menos perigos”, já que as ofertas de emprego são cada vez menores. “Isso incentiva os estudantes ou preten-sos estudantes para que abandonem e se dirijam normalmente para o Rei-no Unido, Suíça, Luxem-burgo, França”, frisou, apontando, no entanto, que, na Região, são pou-cos os casos de explora-ção envolvendo madei-renses. “São poucos, mas são traumáticos, alguns deles”,continuou, alertan-to para o facto de poder haver um incremento de-vido à situação actual do país.

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Outubro é o mês internacional de Prevenção de Cancro da Mama, estimando-se que na Europa

surjam todos os anos 430 000 novos casos e que uma em cada 10 mulheres venha a desenvol-

ver a doença antes dos 80 anos. A 30 de Ou-tubro comemora-se do Dia Nacional de

Prevenção do Cancro da Mama e a Liga Portuguesa Contra o Cancro, como entidade que há mais anos desenvolve acti-vidades de medicina preven-tiva nesta área, irá promover a nível nacional um conjunto de iniciativas que visam a sensibilização para esta pro-blemática.

O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres (não consideran-do o cancro da pele), e cor-responde à segunda causa de morte por cancro, na mulher. Em Portugal, anualmente são detectados cerca de 4500 no-vos casos de cancro da mama, e

1500 mulheres morrem com esta doença.

É uma das doenças com maior impacto na nossa sociedade, não só

por ser muito frequente, e associado a uma imagem de grande gravidade,

mas também porque agride um órgão cheio de simbolismo, na maternidade e

na feminilidade. São conhecidos alguns factores de risco para o cancro da mama, muito associados aos estilos de vida e a

características reprodutivas inerentes à vida moderna e ocidentalizada.

De notar que há entre 5 a 10% dos can-cros da mama diagnosticados que aparen-

tam características genéticas e hereditárias que, caso sejam confirmadas, obrigam a um acompanhamento mais precoce e cuidadoso

dos familiares.

Outubro - Mês de Prevençãodo Cancro da Mama

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eCompreender o Cancro da mama

Detectar precocemente o cancro da mama au-menta as hipóteses de cura. Saiba como.

O que é o cancro da mama?

O cancro da mama é um tumor maligno que se desenvolve nas célu-las do tecido mamário. É muito mais frequente nas mulheres, mas pode atin-gir também os homens.

O cancro da mama apre-senta-se, muitas vezes, como uma massa dura e irregular que, quando palpada, se diferencia do resto da mama pela sua consistência.

Que cuidados se de-vem ter para detectar o cancro da mama?

O diagnóstico precoce do cancro da mama é fun-damental, pois aumen-ta as hipóteses de cura. Evita que o cancro se es-palhe para outras partes do corpo, favorecendo o prognóstico, a recupera-ção e a reabilitação.

Para que seja diagnos-ticado precocemente, é importante que:

• Faça um auto-exame das mamas mensalmen-te, após o período mens-trual;

• Vá ao médico espe-cialista em patologia ma-mária uma vez por ano;

• Participe em progra-mas de rastreio.

O exame clínico da mama pode confirmar ou esclarecer o seu auto-exame.

Quais são os sintomas mais comuns no cancro da mama?

• Aparecimento de nó-dulo/endurecimento da

mama ou debaixo do bra-ço (na axila);

• Mudança no tamanho ou no formato da mama;

• Alteração na colora-ção ou na sensibilidade da pele da mama ou da aréola;

• Corrimento pelo ma-

milo, com ou sem san-gue;

• Retracção da pele da mama ou do mamilo.

Ao sentir qualquer al-teração nas mamas deve consultar o seu médico.

Como é feito o diag-nóstico clínico do can-cro da mama?

Para fazer o diagnósti-co, o médico submeterá a mulher a um cuidado-so exame clínico e fará algumas perguntas sobre a história familiar. Fará

também a palpação das mamas com as mãos, pois só assim poderá sentir a presença de um nódulo. O médico poderá solicitar alguns exames, tais como:

• Mamografia: o prin-cipal exame das mamas,

realizado através de raios X específicos para exa-minar as mamas. Como é muito preciso, permite ao médico saber o tamanho, localização e as carac-terísticas de um nódulo com apenas alguns mi-límetros, quando ainda não poderia ser sentido na palpação.

Faça uma mamografia de rotina sempre que so-licitada pelo seu médico.

• Ultrassonografia (eco-grafia): deve complemen-

tar sempre a mamografia e informa se o nódulo é sólido ou contém líquido (quisto).

• Citologia aspirativa: com uma agulha fina e uma seringa, o médico aspira certa quantidade de líquido ou uma peque-

na porção do tecido do nódulo para exame mi-croscópico. Esta técnica esclarece se é um quisto (preenchido por líquido), que não é cancro, ou de um nódulo sólido, que pode ou não correspon-der a um cancro.

• Biópsia: procedimen-to (cirúrgico ou não) para colher uma amostra do nódulo suspeito. O teci-do retirado é examinado

CONTINUAÇÃONA PÁGINA 18

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Compreender o Cancro da mamaS

de ao microscópio pelo

patologista. Este proce-dimento permite confir-mar se estamos perante um cancro da mama.

• Receptores hor-monais (estrógenio e progesterona): caso a biópsia permita o diag-nóstico de um cancro, estes testes de labora-tório revelam se as hor-

monas podem ou não estimular o seu cresci-mento. Com esta infor-mação, o médico pode decidir se é ou não aconselhável incluir no plano de terapêutico um tratamento à base de antagonistas da-quelas hormonas, isto é, medicamentos que contrariam o seu efeito. A amostra do tecido do tumor é colhida duran-te a biópsia.

Caso a biópsia detecte um tumor maligno, ou-tros testes laboratoriais serão feitos no tecido para que se obtenham mais dados a respeito das características do tumor.

Também poderão ser solicitados exames - raios X, exames de sangue, ecografia, cin-tilograma (exame no

qual uma pequena quantidade de

um produto radioactivo é utilizado para obter imagens) ósseo, provas de função hepática etc. - para verificar se o can-cro está presente em ou-tros órgãos do corpo.

Todos os testes e exa-mes solicitados e a de-finir pelo médico têm como objectivo avaliar a extensão e o estádio da doença no organis-mo.

O sistema de esta-diamento do cancro da mama leva em conta o tamanho do tumor, o envolvimento de gân-glios linfáticos da axi-la próxima à mama e a presença ou não de me-tástases à distância.

Há vários tipos de cancro da mama?

Sim. O tratamento e o prognóstico variam de doente para doente e em função do tipo de tumor.

Quase todos os tumo-res malignos da mama têm origem nos duc-tos ou nos lóbulos da mama, que são tecidos glandulares. Os dois ti-pos mais frequentes são o carcinoma ductal e o carcinoma lobular.

• Carcinoma ductal “in situ” (CDIS): é o tumor da mama não invasivo mais frequente. Pratica-mente todas as mulheres com CDIS podem ser curadas. A mamografia é o melhor método para diagnosticar o cancro da mama nesta fase pre-coce.

• Carcinoma lobular “in situ” (CLIS): embo-

ra não seja um verdadei-ro cancro, o CLIS é, por vezes, classificado como um cancro da mama não invasivo. Muitos espe-cialistas pensam que o CLIS não se transforma num carcinoma invasor, mas as mulheres com esta neoplasia têm um maior risco de desen-volver cancro da mama

invasor. • Carcinoma ductal

invasor (CDI): este é o cancro da mama mais frequente. Tem origem nos ductos e invade os tecidos vizinhos. Nesta fase pode disseminar-se através dos vasos lin-fáticos ou do sangue, atingindo outros órgãos. Cerca de 80 por cento

dos cancros da mama invasores (ou invasivos) são carcinomas ductais.

• Carcinoma lobu-lar invasor (CLI): tem origem nas unidades produtoras de leite, ou seja, nos lóbulos. À se-melhança do CDI, pode disseminar-se para ou-tras partes do corpo. Cerca de dez por cento

dos cancros da mama invasores são carcino-mas lobulares.

• Carcinoma inflama-tório da mama: este é um cancro agressivo, mas raro. Há ainda ou-tros tipos de cancro da mama mais raros, como o Carcinoma Medular, o Carcinoma Mucinoso, o Carcinoma Tubular e o

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eTumor Filóide Maligno, entre outros.

Como se trata o can-cro da mama?

A escolha entre as di-versas opções de tra-tamento depende do estádio da doença, do tipo do tumor e do es-tado geral de saúde da paciente. O especialista em patologia mamária é o profissional médico mais indicado para ava-liar e escolher o trata-mento mais adequado a cada caso.

Dependendo das ne-cessidades de cada do-ente, o médico poderá optar por um ou pela combinação de dois ou mais tratamentos.

• Cirurgia: é o trata-mento inicial mais co-mum e o principal trata-mento local. O tumor da mama será removido, assim como os gânglios linfáticos da axila. Estes gânglios filtram a linfa que flui da mama para outras partes do corpo e é através deles que o cancro pode alastrar.

Existem vários tipos de cirurgia para o cancro da mama, que são indi-cados de acordo com a fase evolutiva do tumor, a sua localização ou o

tamanho da mama. • Radioterapia: utili-

za raios de alta energia que têm a capacidade de destruir as células can-cerosas e impedir que elas se multipliquem. Tal como a cirurgia, a radioterapia é um trata-mento local. A radiação pode ser externa ou in-terna.

• Quimioterapia: é a utilização de drogas que agem na destruição das células malignas. Podem ser aplicadas através de injecções intramuscula-res ou endovenosas ou por via oral.

• Hormonoterapia: tem como finalidade impedir que as células malignas continuem a receber a hormona que estimula o seu crescimento.

O tratamento pode in-cluir o uso de drogas, que modificam a forma de actuar das hormonas, ou a cirurgia, que remo-ve os ovários - órgãos responsáveis pela pro-dução dessas hormonas. Da mesma maneira que a quimioterapia, a tera-

pia hormonal actua nas células do corpo todo.

•Reabilitação: vem auxiliar os métodos de tratamento para que a paciente tenha melhor

qualidade de vida. É feita através da ci-

rurgia plástica de re-construção e dos servi-ços médicos de apoio (fisioterapia, psicologia, etc.).

O tratamento ci-rúrgico é para tirar a mama?

Não necessariamen-te. Há diferentes tipos de cirurgia usados no tratamento de cancro da mama:

• Tumorectomia: é a cirurgia que remove apenas o tumor. Em se-guida, aplica-se a tera-pia por radiação.

Às vezes, os gânglios linfáticos das axilas são retirados como medida preventiva.

É aplicada em tumores mínimos.

• Quadrantectomia: é a cirurgia que retira o tu-mor, uma parte do teci-do normal que o envolve e o tecido que recobre o peito abaixo do tumor. É, pois, um tratamento

que conserva a mama.A radioterapia é apli-

cada após a cirurgia. • Mastectomia simples

ou total: é a cirurgia que remove apenas a mama. Às vezes, no entanto, os

gânglios linfáticos mais próximos também são removidos. É aplicada em casos de tumor di-fuso. Pode manter-se a pele da mama, que au-xiliará muito a recons-trução plástica.

• Mastectomia radical modificada: é a cirurgia que retira a mama, os gânglios linfáticos das axilas e o tecido que re-veste os músculos pei-torais.

• Mastectomia radical: é a cirurgia que retira a mama, os músculos do peito, todos os gânglios linfáticos da axila, algu-ma gordura em excesso e pele. Raramente utili-zada.

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Cesária Évora teve altahospitalar e já regressou a Cabo Verde

A cantora cabo-verdiana Cesária Évora já re-gressou a Cabo Verde, depois de ter estado hos-pitalizada cerca de um mês em Paris, no Pitie-Salpetriere, na sequência de um acidente vascular cerebral (AVC), anunciou fonte da sua promotora.

“Cesária Évora está bem, e chegou sexta-feira a Cabo Verde”, disse fonte da Tum-bao, a promotora que a re-presenta em Portugal. A mesma fonte afirmou “que, para evitar comoções” à cantora quando da chegada a Cabo Verde, não foi feito qualquer anúncio da sua alta hospitalar.

“Iria muita gente ao aero-porto contente por a receber, e Cesária ia emocionar-se e podia ser prejudicial à sua recuperação que prossegue em casa”, disse a mesma fonte.

Cesária Évora deu entra-da no hospital francês a 23 de setembro, um dia depois de ter anunciado que punha fim à carreira por razões médicas.

“A cantora decidiu, de acordo com o seu produtor e manager, José da Silva, que iria pôr termo defini-tivamente à sua carreira”, anunciou na altura a Tum-bao que explicou à Lusa que, “apesar da tristeza de Cesária [Évora], que não queria abandonar os pal-cos”, por conselho médico viu-se forçada a tal.

No dia 26 de setembro, José da Silva, em entrevista à Lusa, disse que a cantora ainda estava “fraca mas o perigo maior já passou”.

José da Silva declarou também que Cesária Évora está afastada dos palcos, mas “não é de excluir que possa vir a gravar” de novo e a colaborar com outros cantores.

Cesária Évora nasceu no Mindelo a 27 de agosto de 1941 e é considerada a “embaixadora da morna”, música tradicional das ilhas cabo-verdianas, tendo já editado 24 discos, entre originais, espetáculos ao

vivo e parcerias com outros artistas como Caetano Veloso ou Marisa Monte.

A 10 de maio do ano passado, Cesária Évora foi submetida a uma cirurgia de urgência ao coração,

também em França, onde permaneceu um mês em recuperação.

A 16 de junho desse ano, a “diva dos pés descal-ços”, como é referenciada pela imprensa francesa, regressou à cidade onde nasceu para “descansar” e para que os cabo-verdianos vissem que estava bem, disse na altura à Lusa.

Pouco tempo depois, tornaria a cantar com os seus músicos habituais e a preparar um novo disco de originais. Este trabalho não tem data certa para sair, “talvez em 2012”, disse a cantora à Lusa no mês pas-sado.

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O Dicionário Luís de Camões, o primeiro dedicado à vida e obra do poeta, elaborado por especialistas nacionais e estrangeiros sob coordenação de Vítor Aguiar e Silva, chega às livrarias na segunda quinze-na de novembro numa edição da Caminho.

A obra, que resulta de uma maratona editorial de

cinco anos, envolveu 69 colaboradores de várias nacionalidades e reúne cerca de 200 artigos sobre aquele que é considerado “o poeta da nacionalida-de”, pelo facto de ter escrito a epopeia moderna “Os Lusíadas”.

“Para nós portugueses, Camões cria a única mito-logia cultural digna desse nome ainda viva e, apesar das aparências, mais viva do que nunca como texto profético da nossa perenidade sempre em instância do naufrágio”, escreveu o pensador Eduardo Louren-ço num ensaio sobre o dicionário publicado na revis-ta Ler de outubro.

Ao longo de mil páginas, o Dicionário de Luís de Camões, considerado o grande acontecimento edito-

Dicionário Luís de Camões saina segunda quinzena de novembro

rial de 2011, fornece aos leitores informação rigoro-sa e atualizada sobre a biografia, a obra lírica, épica, dramatúrgica e epistolar de Camões, a respetiva con-textualização histórico-literária, os seus problemas filológicos e a influência e a crítica camonianas nos diversos períodos da literatura portuguesa.

O primeiro dicionário dedicado ao poeta quinhentista inclui ainda informação sobre a receção da sua obra nas principais litera-turas mundiais, da espanhola à brasileira e à norte-americana. Filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá e Macedo, Luís Vaz de Camões terá nascido em 1524-25 não se sabe exatamente onde e morreu a 10 de junho de 1580, em Lisboa. Do pou-co que se conhece da sua vida, esta terá sido atribulada: pensa-se que estou Litera-tura e Filosofia em Coimbra, combateu em Ceuta, onde perdeu o olho direito, esteve na Índia, depois regressou a Lisboa, pas-sou a frequentar o Paço, mas viveu com dificuldades, de uma pensão régia exígua, e o mérito nunca lhe foi reconhecido em vida.

Só após a morte, devido à perda da inde-pendência de Portugal – que seria até 1640 governado pelos Filipes, de Espanha – e ao facto de a sua epopeia intensificar tal sentimento, é que se afirmou a sua reputa-ção como grande poeta. Apesar de ter es-crito também teatro, dedicou-se sobretudo à poesia lírica, com grande variedade de géneros (sonetos, canções, éclogas, redon-dilhas, etc.) e é apontado como o grande poeta do maneirismo português, pela filia-ção na tradição clássica à maneira renas-centista, mas sensível ao conhecimento

adquirido através da experiência que a época e as via-gens lhe proporcionaram. Se, por um lado, a escassez de documentos e registos autobiográficos da sua obra levou à construção de uma imagem lendária de poeta miserável, exilado e infeliz no amor – exaltada pelos românticos -, por outro, ele surge como um homem determinado, humanista, pensador, aventureiro e via-jado que se deslumbrou com a descoberta de novos mundos. Dele diz, a esse propósito, Jorge de Sena: “Se pouco sabemos de Camões, biograficamente fa-lando, tudo sabemos da sua persona poética, já que não muitos poetas em qualquer tempo transformaram a sua própria experiência e pensamento numa tal re-veladora obra de arte como a poesia de Camões é”.

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Asus EeePC 1215BConhecida por muitos como a marca que lançou os

netbooks no mercado, neste comparativo foi a marca que mais quis arriscar a nível tecnológico, embora tenha sofrido com o facto de apresentar o netbook mais caro aqui presente, e talvez o menos original no plano estético. No entanto, para quem está farto do desempenho limitado dos processadores Intel Atom e da baixa resolução dos ecrãs de 10 polegadas, a Asus tem neste EeePC 1215B a solução.

Equipado com a nova plataforma AMD Brazos, constituida pela APU (Accelerated Processing Unit) E350 Dual-Core de 1,6GHz e controladora gráfica in-tegrada (na própria APU) AMD Radeon HD 6310M, que garante um bom desempenho a nível de reprodu-ção de conteúdos em alta definição. Naturalmente que

com um ecrã de 12,1” dificilmente conseguirá repro-duzir conteúdos em 1080p, pois a resolução máxima é de 1366×768 pixéis, sendo necessário usar a saída HDMI incluída para reproduzir esses conteúdos num televisor FullHD. Curiosamente, devido à dimensão do monitor, este EeePC não cumpre os requisitos da Microsoft para poder usar o Windows 7 Starter, daí que venha equipado com o mais dispendioso (mas mais completo) Windows 7 Home Premium, de 64 bits. A contribuir para o bom desempenho desta má-quina, estão disponíveis 4 GB de memória DDR3, um disco rígido de 500 GB SATA e um sistema de som integrado de alta definição. Um pormenor curio-so desta plataforma da AMD é o facto de suportar na-tivamente ligações de alta velocidade, como USB 3.0 (com duas portas disponíveis) e Bluetooth 3.0, su-portando ainda uma ligação 802.11n e ethernet Lan. A nível de autonomia, este 1215B poderá não ser o modelo mais impressionante da Asus, mas a bateria de seis células de iões de lítio consegue garantir até 8 horas de funcionamento, valor que fica na média dos restantes modelos aqui comparados. Por fim, falta re-ferir que o teclado tem um tamanho normal (sem o teclado numérico) e formato de teclas isoladas, com um funcionamento muito agradável, ao contrário do touchpad que funcionava de forma irregular

Recupere umapen drive USB

Depois das disquetes, CDs e DVDs as pendrives USB tornaram-se no meio de eleição para o transporte de dados de um computador para outro. Estes peque-

nos meios de armazenagem de dados usam memória FLASH muito mais resistente a danos que a superfície magnética das disquetes ou zona reflectiva dos discos ópticos. Ainda assim, podem deixar de funcionar sem nenhuma razão aparente. Se isso acontecer dê uma vis-ta de olhos a este guia antes de deitar a pendrive para o lixo. Neste guia parte-se do principio que está a usar o Microsoft Windows XP ou 7. Ligue a pendrive a uma porta USB do seu computador. Em principio será de-tectada e aparecerá na janela Meu Computador. Clique com o botão direito do rato no ícone da pendrive. No menu que aparece escolha formatar. Ao escolher esta opção vai apagar todo o conteúdo da drive. Após con-cluido o processo de formatação poderá continuar a usar a pendrive. Pode também tentar este método:

1. Desligue o computador2. Ligue a pendrive a uma porta USB da sua máqui-

na3. Ligue o computador4. Prima a tecla F8 para aceder ao BIOS do seu com-

putador (em certos modelos de computadores pode ter que usar a tecla F2 ou Del para aceder ao BIOS)

5. No BIOS, certifique-se que a máquina está a ar-rancar a partir da drive óptica. Se não estiver configure o sistema de arranque para que isso aconteça.

6. Insira o CD ou DVD do sistema operativo na drive óptica e reinicie o computador.

7. Siga o processo de instalação do sistema operati-vo. Quando chegar à parte que respeita à formatação das drives, escolha a que corresponde à sua pen USB e formate-a usando o sistema NTFS

8. Depois de ter formatado a pendrive, interrompa o processo de instalação do sistema operativo, retire o CD ou DVD de instalação e reinicie o computador que deverá arrancar do disco rígido como sempre. Não ins-tale o sistema operativo para a pendrive porque a sua máquina pode deixar de funcionar correctamente.

Se este método não funcionar tente usar uma ferra-menta de reformação própria para pendrives como a HP USB Disk Storage Format Tool ou pode contactar o fabricante para averiguar se existe algum utilitário para injectar um novo firmware na drive. Pode tam-bém tentar desmontar a pendrive para verificar se os fusíveis de protecção estão queimados (são as peque-nas peças rectangulares que devem ter cor branca. Se estiverem escuras é porque estão queimados). Se for o caso terá que mandar a pendrive para ser reparada.

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Cuba é um paraíso para os sentidos. Há músi-ca por todo o lado, as cidades são decrépitas mas belas, os cubanos são amáveis e extrovertidos, as praias de areia branca e água tépida, cheira a café, a guarapo, a rum, a tabaco. Cuba. De Havana a Viñales, de Trinidad a Remédios, passando pelos cayos e ignorando Varadero, Cuba é um destino de viagem imperdível. Até ver.

UMA CUBA PARA ALÉM DO ÓBVIOIntrigante e fascinante são algumas das palavras

que ocorrem à mente do viajante assim que chega a Cuba e emerge nas ruas de Havana. Mas não é fácil definir Cuba. Porque Cuba não é preto nem branco, não é água nem azeite, antes uma mescla de sensa-ções antagónicas, uma terra de extremos. Porque tem

tanto de caduco como de fotogénico, tanto de incom-preensível como de maravilhoso, tanto de miserável

como de sedutor. Basta, aliás, sair à rua por alguns minutos com olhar atento para desnudar os primeiros

contrastes, levantar um rol interrogações sobre a re-sistência e determinação humanas, sobre a capacida-de de improvisação e desenrasque, sobre o que será afinal essa tal “felicidade” que todos buscam durante as suas vidas. Gente que sorri mesmo quando pouco tem para comer, mas gente que anda de cabeça bem levantada. E essa, juntamente com as praias, a arqui-tectura e a música é porventura a maior beleza de Cuba: o seu povo.

Em Cuba, tudo que o olhar vê são imagens fortes e contraditórias. Em menos de nada, todo o turista repara num Chevrolet dos anos cinquenta com a cha-pa carcomida pela ferrugem que percorre os buracos rodeados de asfalto numa rua de Havana. De todas as

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portas e janelas ecoam os sons alegres da salsa, o ritmo mais popular da música cubana, tocados com instru-mentos a pedir reforma. A arquitectura das fachadas revela uma cidade outrora imponente e cintilante que está praticamente em ruínas. A comida dos cubanos é racionada e vendida em lojas governamentais que têm as prateleiras quase vazias. Os jineteros sussu-

ram “Queres puros cubanos? Cohiba, Monte Cristo? Faço bom preço” ou então “Procuras casa particular, paladar (restaurante particular), lagosta?” tentando ganhar algum dinheiro extra com os turistas. As mu-lheres caminham com a sensualidade dos trópicos, de sorriso estampado na face mas bolsos vazios. O povo tem pouco, muito pouco, mas continua a gritar, alto e bom som: “Viva Fidel! Viva a Revolução!”. E parece realmente feliz.

Para o viajante, certo é que ninguém fica indiferente a uma viagem a Cuba, e essa é uma das razões por-que a ilha é um destino tão apaixonante. No regresso, cada um traz a “sua” Cuba na memória, única e pes-soal, mas sempre marcante e inesquecível. Cuba é

linda e decadente, Cuba é alegre e deprimente, Cuba é um pouco de tudo e o seu contrário. E vale mesmo a pena conhecer!

REMÉDIOS, UM NOVO DESTINONA ILHA ENCANTADA DAS CARAÍBAS Em Portugal, entra-se numa agência de viagens men-

cionando a palavra Cuba e, muito provavelmente, a pergunta virá pronta: Havana ou Varadero? Como se não houvesse mais ilha para além da provocadora mas bela Havana e da paradisíaca mas castradora língua de areia branca com águas transparentes de Varadero. Restarão, porventura, no olhar brilhante dos vende-dores de sonhos, as excursões organizadas a partir de

ambos os lugares, nomeadamente desde Havana até ao verdejante vale de Viñales, com as suas plantações de tabaco e as paragens obrigatórias numa fábrica de produção de puros cubanos e no miradouro do hotel Los Jazmines para apreciar as formações rochosas a que chamam mogotes; e uma longa viagem de au-

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tocarro a partir de Varadero até ao centro histórico de Trinidad, a pérola colonial de Cuba classificada Património Mundial pela UNESCO, périplo que in-clui uma rápida paragem para fotografar o memorial a Che Guevara, em Santa Clara, e o inevitável show nocturno na escadaria da Casa da Música de Trinidad que, de tão orientado para o turista da pulseirinha co-

lorida chega a roçar o deprimente.Mas há mais Cuba para além de Havana e Varadero,

Viñales e Trinidad, que possa interessar ao forastei-ro? Sim, há. Lugares possíveis de visitar numa curta estadia de oito dias? Sim. Vamos então a isso, com uma sugestão, apenas, no centro do país, para que cada viajante se sinta instigado a partir à descober-ta da “sua” própria Cuba. Sejam pois bem-vindos a Remédios.

PARRANDAS DE REMÉDIOS,AS MAIS CONCORRIDAS DE CUBALocal praticamente desconhecido das rotas turísti-

cas internacionais, Remédios é uma espécie de Trini-dad em ponto pequeno mas com personalidade muito própria. É uma povoação acolhedora, com uma praça

central agradável chamada Parque Martí onde gen-te de todas as idades repousa nos bancos de jardim, e uma catedral lindíssima - a Paróquia de São João Batista de Remédios - que possui no seu interior uma curiosa figura da Imaculada Conceição grávida; para além da Igreja da Nossa Senhora da Boa Viagem, dedicada a todos os que arriscam a vida nos mares. Remédios é a típica cidadezinha de interior, pequena e bem cuidada e cujos habitantes, sempre simpáticos e prestáveis, não regateiam um sorriso aos forastei-ros durante as tardes quentes passadas nas arcadas do café El Louvre.

Mas não se pense que tão pacato lugar seja uma pasmaceira. Quanto a animação, as Parrandas de Re-médios estão no topo da lista de festas populares do país. Na noite de 24 de Dezembro, os dois bairros da povoação - San Salvador e El Colme - disputam uma encarniçada e barulhenta “guerra” na malha urba-na, com epicentro na praça central, lugar que divide geograficamente Remédios em duas facções. O ob-jectivo é fazer o mais ensurdecedor barulho que for

possível, com recurso a foguetes. O aspecto visual não tem muita relevância na contenda - o importante são mesmo os decibéis. “Quando são os de San Sal-vador a lançar os foguetes, correm todos para este lado; quando são os de El Colme corre tudo para San Salvador”, contou, a propósito, entre dois golos de um mojito caseiro, Alberto Molina, simpaticíssimo anfitrião em Remédios e cuja casa fica no “lado” de El Colme. “É uma festa bonita, só é preciso ter cuida-do para não se queimar com os foguetes”, avisa, em jeito de alerta a algum turista mais incauto.

Para além da pólvora queimada, há também uma

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Cuba, um paraísoescondido para férias...espécie de desfile de carros alegóricos pelo povoado, que o bairro vencedor ganha o direito de encabeçar, contagiando de alegria vencedores e vencidos (a cer-ta altura da festa o resultado da disputa já pouco im-porta). Em Remédios, essa é uma noite em que nin-guém dorme e à qual acorrem visitantes de todas as partes de Cuba, mas o clima de excitação instala-se mal Dezembro toma conta do calendário. Nas sema-nas que antecedem o evento, os dois bairros iniciam os preparativos para as festividades e, nas ruas, não se fala de outra coisa. Quando lá estive, precisamente

no mês de Dezembro, havia pequenas altercações no coreto da praça central entre jovens dos dois bairros, que esgrimiam em alta voz argumentos sobre a vitó-ria nas Parrandas deste ano, desafiando verbalmente os oponentes do outro bairro. Foi o que me explicou o senhor Nicolau com a sabedoria dos seus 79 anos e muitas Parrandas no corpo, à porta da Paróquia de São João Batista de Remédios, enquanto tractores

traziam pesadas estruturas de ferro onde são ins-talados os “trabalhos” para as Parrandas - assim

chamam aos fogos os de Remédios. “Fique para a festa”, desafiou o velho Nicolau. “Pelo menos vá ao museu”, insistiu o seu comparsa das manhãs à porta da igreja, senhor Fernando. Combinado. Não poden-do assistir às festividades, a sugestão é bem-vinda e o tempo bem empregue numa visita ao pequeno Museu das Parrandas Remedianas (Rua Máximo Gómez, 71) para saber mais sobre as tradições, máscaras e rituais das Parrandas de Remédios.

SOL E RUM NO CAYO SANTA MARIANão muito longe de Remédios fica Caibarién, po-

voação portuária desinteressante onde tem início El Pedraplén, a estrada de 45 quilómetros constru-ída mar adentro que permite levar os visitantes às mais populares ilhas do Arquipélago de Sabana-Ca-maguey (mais conhecidas por Cayerías del Norte), nomeadamente os cayos Las Brujas, Ensenachos e Santa Maria. Caso o viajante não se importe com a pulseirinha colorida com que cada resort “marca” os seus clientes, saiba que em Las Brujas, Ensenachos e Santa Maria existem infra-estruturas hoteleiras de

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mqualidade e padrão internacional capazes de satisfa-zer os clientes mais exigentes. São os resorts de luxo em regime “Tudo Incluído”, porventura impessoais e demasiado estandardizados, mas que nas Cayerías del Norte não sofrem ainda com as enchentes de Va-radero, a mais frequentada estância balnear de Cuba - o que, por si só, é uma preciosa vantagem.

No resort do cayo Santa Maria onde o viajante mo-chileiro se transformou em ovelha de rebanho du-rante um par de dias, tudo estava pensado para que

o hóspede pudesse passar vários dias relaxado mas tendo a sensação de estar sempre ocupado, com acti-vidades junto à piscina como aulas de step, hidrogi-nástica, jogos de voleibol aquático, mesas de bilhar e pingue-pongue à disposição e um show musical noc-turno diferente a cada dia. A vida é boa e sem preocu-pações num resort “Tudo Incluído”. Infelizmente, de Punta Cana a Cancún, de Ocho Rios a Varadero, os resorts das Caraíbas pouco diferem entre si - são uma espécie de mundo fechado e isolado da realidade do país em que se inserem. Cabe ao viajante, porém, a iniciativa de sair do hotel e conhecer os locais envol-ventes, as comunidades, os povoados, fazer com que a estadia num resort de Cuba possa, de facto, valer a pena. Porque as praias, essas, já se sabe que são ab-solutamente maravilhosas, com muito sol, areia fina e água tépida.

OTÉIS E RESORTS EM CUBANas Cayerías del Norte, as opções de alojamento

variam do três estrelas Cayo Las Brujas, localizado no homónimo ilhéu, até ao super exclusivo e dispen-dioso Royal Hideaway Cayo Ensenachos. As opções intermédias situam-se no Cayo Santa Maria, com relevo para os três hotéis da cadeia Sol Meliá - Sol Cayo Santa María, Meliá las Dunas e Meliá Cayo Santa Maria. Todas as opções nas ilhas são resorts que praticam o regime de estadia “Tudo Incluído”. Por fim, em Remédios, as opções são menos abun-dantes, sendo o Hotel Mascotte um hotel recomendá-vel. Fica num edifício colonial de grande beleza em

pleno Parque Martí, o coração do povoado.De referir que, em alternativa aos hotéis, pode tam-

bém ficar alojado em casas particulares, uma opção totalmente legal que, embora mais simples em ter-mos de condições, proporciona uma experiência de viagem muito mais autêntica e um estreito contacto com os anfitriões que, regra geral, são pessoas afá-veis e muito hospitaleiras. Elas são a nossa “escolha acertada”. Recomenda-se vivamente a casa de Cuca e Alberto Molina (+53 42 395789), um casal com

estupenda boa disposição que mora bem próximo do centro de Remédios. Se quiser pernoitar em Havana no início ou final da viagem sugerem-se, entre ou-tras, a casa de Pepe & Rafaela (+53 7 862 9877) em Habana Vieja, a Casa Mercedes em Centro Habana e a Casa de Ana, em Vedado.

GASTRONOMIA CUBANANo que toca à gastronomia local, saiba que a típica

comida crioula, muito popular em Cuba, consiste em carne de porco, frango ou peixe acompanhado por arroz, feijão e vianda, normalmente frita (tubérculos como yuca ou boniato, muito saborosos), para além de salada. Aproveite, sempre que possível, as refei-ções nas casas particulares e muito provavelmente será surpreendido pela positiva. Antes de se despedir de Cuba, duas recomendações imbatíveis para jantar no centro de Havana. O restaurante Los Nardos, em frente ao Capitólio é absolutamente imperdível, com refeições muito bem confeccionadas, doses fartas e preços justos; não muito longe, o restaurante Hanoi serve pratos saborosos a um preço aceitável.

VIDA NOCTURNA EMHAVANA E REMÉDIOSEm Remédios, a única opção é o ARTex Las Leyen-

das, centro cultural localizado na porta ao lado do café El Louvre, debaixo de umas arcadas no Parque Martí. No Cayo Santa Maria, por seu turno, não há que enganar: cada resort possui a sua pista de dança com animação nocturna.

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Biscoitinhos de Baunilha

INGREDIENTES:

170g de farinha de trigo• 100g de manteiga à temperatura am-• biente60g de açúcar• 1/2 colher (chá) de fermento• 1 pitada de sal• 1 colher (café) de baunilha em pó • (não coloquei, substitui por raspa da vagem da baunilha)3 gotas de extrato de baunilha • (colo-quei 6)Açúcar baunilhado•

PREPARAÇÃO:

Pré-aquecer o forno a 160ºC e forrar um tabuleiro com papel vegetal ou com um ta-pete de silicone.Misturar todos os ingredientes numa tigela - fiz à mão para ser mais simples. Fica uma massa lisa que não se agarra às mãos. Fa-zer pequenas bolinhas e achatar um pou-quinho.Colocar no tabuleiro e levar ao forno até dourarem levemente.Ainda quentes, passá-las por açúcar bau-nilhado e deixar arrefecer.

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Bife Wellington

INGREDIENTES:Para a massa folhada: 250 gr. de farinha; 1,5 dl. de água; 250 gr. de margarina para folhahos; Uma pitada de sal. Para o bife: 400g de lombo; 400g de cogumelos laminados; 100 grs bacon laminado; Pasta de fígado; Mostarda inglesa; 200g de massa folhada pronta; 2 gemas de ovo; 1 dente de alho picado; Sal e pimenta; AzeitePREPARAÇÃO:Comece por preparar a massa folhada. Deite a fa-rinha peneirada e uma pitada de sal para uma tige-la. Junte a água, a pouco e pouco, e amasse muito bem até obter uma massa homogénea. Tape e deixe repousar 10 minutos. Sobre a pedra da mesa pol-vilhada com farinha, estenda a massa com o rolo, de forma a obter um quadrado. No meio coloque a margarina, cortada em bocadinhos. Dobre as pon-tas da massa sobre a margarina, amachuque com o rolo e estenda num rectângulo com cerca de 6 mm de espessura. Dobre as pontas da massa para o cen-tro e volte a dobrar, obtendo assim 4 camadas. Re-tire o excesso de farinha com uma trincha. Dobre as pontas da massa para o centro e torne a dobrar, mas agora no sentido perpendicular ao indicado

no passo anterior. Embrulhe a massa em película aderente e deixe descansar no frigorífico durante 30 minutos. Findo este tempo, estenda de novo a massa com a ajuda de farinha e repita as operações descritas no passo anterior e neste mais duas vezes. A massa está pronta a ser utilizada, após ter sido estendida e dobrada 3 vezes. Prepare então a car-ne. Pré-aqueça o forno a 200ºC. Numa frigideira, coloque um fio de azeite. Logo que comece aque-cer, deite o lombo já temperado e deixe cozinhar até que fique corado, mas mal passado - com uma cor rosada por dentro, para manter os sucos da carne. Deixe arrefecer e barre com um preparado feito de pasta de fígado misturado com cogumelos picados, o bacon - previamente salteado - e mostarda ingle-sa. Aromatize com salsa e tempere com sal e alho. Depois de o lombo barrado, colocar sobre a massa folhada e fechar com a própria massa. Corte exces-sos. Decorar a gosto, pincelar com gema batida a massa, guardando-a por 5 minutos. Leve ao forno, a 200ºC, por 35/40 minutos. Deixe descansar entre 8 a 10 minutos antes de cortar a carne. Sirva com batata assada e legumes e acompanhe com o molho da própria carne.

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al O Senhor Jesus de Ponta Delgada

A origem da construção da igreja do Senhor Jesus da Ponta Delga-da tem origem num milagre que aconteceu há muitos, muitos anos, quando esta cidade era apenas ainda uma pequena povoação que pertencia a Vila Franca do Campo, na ilha de S. Miguel, nos Açores. Andava uma mulher a apanhar la-pas nas rochas junto ao mar quan-do viu de repente um crucifixo com uma imagem de Cristo em tamanho natural a boiar nas águas. Como o acesso à imagem não era fácil, decidiu voltar à povoação, onde avisou o padre do que tinha visto. Impressionado, o sacerdote acompanhou a mulher à praia e ve-rificou com os seus próprios olhos a veracidade do sucedido. O padre entrou dentro do mar e retirou a imagem que foi levada em procissão pela popula-

ção, que, entretanto se tinha juntado na praia, até à capela de Ponta Delgada.

No dia seguinte, perante o espanto geral, o crucifixo foi encontrado enter-rado a prumo na areia da praia, perto do local onde tinha sido achado. A po-pulação tornou a levá-lo em procissão para a capela, mas apenas horas mais tarde aparecia de novo na praia e, des-ta vez, o crucifixo estava rodeado de canas como que a delimitar a área de um templo. Respeitando a vontade de Cristo, os habitantes nunca mais retira-ram a imagem e iniciaram ali mesmo a construção de uma igreja que se veio a tornar na paróquia de Ponta Delgada. Foi construído um muro para proteger o templo da fúria das águas do mar, mas, diz a lenda, embora as águas ul-trapassassem o muro e chegassem ao adro, nunca se atreveram a entrar den-

tro da igreja.

Lenda da Dama Pé de CabraD. Diogo Lopes, nobre

senhor da Biscaia, caça-va nos seus domínios, quando foi surpreendido por uma linda mulher que cantava. Ofereceu-lhe o seu coração, as suas terras e os seus vassalos se com ele se casasse. A dama impôs-lhe como única condição a de ele nun-ca mais se benzer. Mais tarde, no seu castelo, D. Diogo apercebeu-se que a dama tinha um pé forca-do como o de uma cabra. Viveram muitos anos feli-zes e tiveram dois filhos: Inigo Guerra e Dona Sol. Um dia, depois de uma boa caçada, D. Diogo premiou o seu grande alão com um grande osso, mas a podenga preta de sua mulher matou o cão

para se apoderar do pedaço de javali.

Surpreendido

com tal violência, D. Dio-go benzeu-se. A Dama de Pé de Cabra deu um grito e começou a elevar-se no ar, com a sua filha Dona Sol, saindo ambas por uma janela para nunca mais serem vistas. Com o desgosto, D. Diogo deci-diu ir guerrear os mouros durante anos, tendo ficado cativo em Toledo. Sem sa-ber como resgatar o pai, D. Inigo resolveu procurar a mãe que se tornara, se-gundo uns, numa fada, se-gundo outros, numa alma penada. A Dama de Pé de Cabra decidiu ajudar o fi-lho, dando-lhe um onagro, uma espécie de cavalo selvagem, que o transpor-tou a Toledo. Aí, o onagro abriu a porta da cela com um coice e pai e filho ca-valgaram em fuga, mas, no caminho, encontraram um cruzeiro de pedra que

fez o animal estacar. A voz da Dama de Pé de Cabra instruiu o onagro para evi-tar a cruz. Ao ouvir aquela

voz, depois de tantos anos e sem saber da aliança do filho com a mãe, D. Diogo benzeu-se, o que fez com que o onagro os cuspisse da cela, a terra tremesse e abrisse, deixando ver o fogo do Inferno, que engo-

liu o animal. Com o susto, pai e filho desmaiaram. D. Diogo, nos poucos anos que ainda viveu, ia todos

os dias à missa e todas as semanas se confessava. D. Inigo nunca mais entrou numa igreja e crê-se que tinha um pacto com o Dia-bo, pois, a partir de então, não havia batalha que não vencesse.

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A administraçãodo território

Na Península Ibé-rica, os muçulmanos vão distinguir três grandes áreas geo-gráficas: a Região Central; o Sharq-al-Andaluz (pro-víncias orientais) e o Garb-Al-Andaluz

(território ocidental). Na província do Garb-Al-An-daluz havia, até ao século XI, vários distritos, sendo de salientar, no território actualmente português, os de Beja, Évora e Mértola. O novo território, denomi-nado Al-Andaluz, integrou-se no Islão como emirato dependente do califado de Damasco, estabelecendo-se a sua capital em Córdova.

Com a chegada à Península, em 756, de Abderra-mão, único sobrevivente da dinastia dos Omeias, massacrada pelos abássidas, inicia-se a independên-cia de Córdova, convertida em emirato independente em relação a Damasco. A sua subida ao poder, como Abderramão I, marcou o início de um período de mui-tas conturbações na Hispânia muçulmana, mas tam-bém de muito desenvolvimento, devido à sua grande riqueza, conseguida graças ao contacto contínuo com as rotas comerciais do Oriente. Estas grandes con-turbações só vieram a terminar passado um século, com a unificação operada por Abderramão III, que levou à criação de um califado independente. Duran-te o reinado de Abderramão III a capital do califado (Córdova) consolidou-se como a mais florescente de todas as cidades do Ocidente. Notáveis inovações no campo de medicina, da alquimia, das matemáticas, das artes aconteceram na capital muçulmana. As suas bibliotecas converteram-se em grandes centros cultu-rais, aos quais acudiam os intelectuais cristãos para conhecer os autores clássicos e muçulmanos. Contu-do, pouco tempo depois de as vitórias de Almançor (fins do século X) terem levantado bem alto o poder do califado, este deixou de existir como estado, por consenso dos nobres, para se fragmentar numa mul-titude de pequenos estados politicamente indepen-dentes entre si, conhecidos como reinos de taifas. No Garb, mantiveram-se os poderes existentes antes de surgir o califado. Clãs fixados no território desde o século VIII e aceites por Córdova em altos cargos vão aproveitar a conturbação para se imporem. As taifas do Garb entram em declínio irreversível em meados do século XI e podem considerar-se, pela fragmen-tação de poderes que representam, o início da longa decadência do Islão no ocidente peninsular.

A arte muçulmanaA arte muçulmana expandiu-se por todo o im-

pério e recebeu influências de cada território ocupado, embora tenha características comuns que a definem com clareza. É uma arte de forte feição decorativa.

Os materiais utilizados na construção eram habitualmente pobres, como o tijolo, mas os artífices muçulmanos recobriam-nos com pla-cas de gesso ou com azulejos decorados com formas vegetais ou geométricas. Um dos traços arquitectónicos mais marcantes é o arco em fer-radura, com grande variedade de formas, e as mesquitas e os palácios são as construções mais significativas.

A escultura e a pintura com figuras humanas ou animais são quase inexistentes, já que a sua representação estava, em parte, proibida por motivos religiosos.

A arte rupestreConvencionou-se chamar «arte rupestre» a

todas as formas gráficas, peritadas ou grava-das, feitas sobre rocha (rupes significa, em la-tim, pedra).

Os temas presentes nas gravuras e pinturas são pouco variados e parecem ser, até, alvo de cuidadosa selecção.

A representação de animais, isolados ou em grupo, é uma constante.

A figura humana parece ser a do feiticeiro, do herói ou de uma divindade.

A maior parte dos exemplares conhecidos são, no entanto, constituídos por sinais ou símbolos, imagens geométricas.

Até há pouco tempo, eram célebres em Portu-gal, entre as muitas localidades de arte rupes-tre identificadas e publicitadas, apenas duas - a gruta do Escoural (distrito de Évora) e o Ma-zouco (concelho de Freixo-de-Espada-à-Cinta, em Trás-os-Montes).

Recentemente, com a descoberta do comple-xo de arte rupestre paleolítica do vale do Côa, conclui-se que Portugal possui uma das maiores estações de ar livre de gravuras paleolíticas.

A maioria das mais de trezentas localidades de arte rupestre conhecidas em Portugal estão localizadas a norte do Tejo.

A grande maioria das figurações remete para uma economia de caça, onde se incluem sim-bologias ligadas, não só ao acto venatório, mas também à fertilidade e fecundidade da terra.

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39º Festival do OutonoNoites prometedoras no SolmarSylvio Martins

Nas últimas semanas Portugal é “rei da tele-visão”. A emissão tele-visiva está mesmo a ba-

ter certo em Portugal. Mostrando a língua, a cultura e a gastronomia através do programa “Occupation Double”.

Vi mesmo na internet cursos sobre Portugal e como viver à portugue-sa no Facebook, na TVA e etc. Nada acontece por

azar. Sábado tive um en-

contro bastante agradá-vel com o senhor David Dias, falando do que está a acontecer e do empenho que ele fez através dos anos para dar a conhecer

a cultura e a gastronomia portuguesa em Montre-al. Através das décadas, se podemos ter uma re-ferência será através do

restaurante Solmar. Anos depois, nos útli-

mos tempos, dois res-taurantes portugueses aumentaram a sua quali-

dade. Podemos nomear o restaurante Café Ferreira com a sua cozinha “nou-veau-genre” e o Portus Calle que de uma manei-ra mais suave, entrou na fi na cozinha portuguesa.

Apesar destes dois, o único que guarda a tra-dição mais à portuguesa continua a ser o restau-rante Solmar. Às vezes estes dois restaurantes, podem surpreender os portugueses apesar de serem bastante aprecia-dos através da nossa co-munidade mas, no fi nal,

o restaurante Solmar está aqui para as pessoas que gostam de se sentir em Portugal.

Nesta altura chegamos

ao Festival do Outono no Solmar Durante uma linda noite de Outubro, e pela primeira vez, fui sábado ao restaurante Solmar, onde há sempre fado. Fui lá para apreciar Fado e o grande artista Fernando d’ Almeida.

Eu, já o encontrei o ano passado e surpreendeu-me, pelo estilo e a as suas canções. Fernando d’Almeida é o artista convidado, tal como a grande Fadista da nossa comunidade Marta Ra-poso, o famoso José João

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viola clássica e Liber-to Medeiros na guitarra portuguesa.

Eles tiveram a oportuni-dade de cantar e encantar toda a sala e, na minha opinião, o público tam-bém os encantou. Marta Raposo animou esta noi-

te com os seus fados para todos os gostos.

Já lá vão tempos infi ni-tos que não a via, 5 anos

em Portugal, e foi bas-tante incrível como ela desenvolveu tanto, dan-do uma energia na sala que foi “wow”.

Com as canções “via-ninha” na letra do Pa-dre José Maria Cardoso. Ainda cantou A Margem,

Namorico da Rita, Maria Madalena, Canto o Fado onde toda a sala cantou em harmonia.

Os grandes apreciado-res, puderam e poderão apreciar alguns Fados bem conhecidos de Amá-lia Rodrigues como ‘Ai

Mouraria’, ‘Gaivota’, ‘Uma Casa Portuguesa’, e vários outros, tal como o fado Joaquim Campos, etc. Fernando d’Almeida conhece 5 línguas, Espa-nhol, Francês, Inglês, Ita-liano e, claro, Português. Combinado com o seu

talento, é muito bom para poder realmente encantar o público. Falando com o artista, pudemos ver um pouco do seu mag-

nífi co estilo e apreciar a boa música de Charles Aznavour, Becaud, Joe Dassins grandes clássi-cos da música francesa. Este festival vai ser mais um passo à frente para o restaurante Solmar.

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Viva Rabo de PeixeSylvio Martins

Após a última festa em Montreal no ano 2009 e no ano 2010 em São Miguel, este ano voltaram a orga-nizar, em Montreal esta lindíssima festa sábado, no 8 de Outubro. É raro dizer mas, tinha muitas sau-

dades destes Rabopeixenses Este ano, o incansável Círculo dos Amigos de Rabo de Peixe, levou a efeito a majestosa oitava edição da festa Rabopeixense dirigida pelo mestre de cerimónia.

Tivemos o grato prazer de tomar parte neste evento na prestigiosa sala de recepção Château Classi-que, em Saint-Leonard, no qual

participaram cerca de 800 pesso-as. Logo à entrada da sala, esta-

vam expostas em diaporama, foto-grafias, muito bem estruturado. As boas-vindas foram feitas pelo pre-sidente do Círculo dos Amigos de Rabo de Peixe, Carlos Pereira. Foi oferecida uma placa de reconheci-mento pelo incansável contributo, tanto no passado como no presen-te, ao senhor Francisco Andrade. Pudemos também notar a presen-ça dos presidentes dos Círculos dos Amigos de Rabo de Peixe dos Estados Unidos, Domingos Leite, e de Ontário, Artur Macedo.

O entretenimento esteve igual-mente à altura, com Jeff Gouveia (J.G. Night Productions) no seu melhor. Actuaram também, Gia-na Soares e José Nazario vindo dos Estados Unidos que fizeram

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eapreciaram. Foi sem dúvida uma grande festa.

No lado de fora, o tempo esta-va fresco, mas no interior da sala reinava o calor humano. No final, ao despedirem-se uns dos outros, notava-se muita alegria, mas tam-bém um pouco de tristeza, naque-

le adeus onde todos disseram ter gostado da comida, que foi exce-lente, e da animação que os fez bater o pezinho até bastante tarde. Parabéns ao “Círculo dos Amigos de Rabo de Peixe do Quebeque” e aos seus executivos Carlos Pe-reira, presidente; Francisca Reis, vice-presidente; Claurincio Brum, tesoureiro; Olivia Paiva, secreta-ria; Alice Macedo, directora.

realmente um “show” sensacional para todos os gostos que obrigou todos a irem à pista de dança. Ti-vemos, também a honra de ter connosco Cirilo Pacheco que re-presentava a Irmandade das festas de Caridade vindo directamente

dos Açores, São Miguel, Rabo de Peixe. O cônsul-geral de Portugal em Montreal, o presidente da Casa dos Açores do Quebeque e o pre-sidente do Centro Comunitário de Anjou estavam presentes nesta lin-da noite “familial”. Também assis-timos à actuação da linda marcha do Círculo dos Amigos de Rabo de Peixe do Quebeque que todos

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Fernando Mendes comeu ou não?Sylvio Martins

Sexta-feira, 7 de Outu-bro tivemos a honra de

ter um visitante gordi-nho. O, já bem conheci-do, Fernando Mendes. Mais conhecido pelo seu programa “O Preço Cer-to”. Mas,… desta vez não foi o programa televisivo que nós conhecemos, mas, uma retrospectiva bastante divertida dos 30 anos de carreira de Fer-

nando Mendes. É claro que ter este “ícone” das comédias em Montre-al não foi gratuito, tudo tem o seu preço. Mas va-leu a pena, pois o espec-táculo que assistímos na bela sala do Plateau Hall, 3710 Calixa Lavallée, foi uma noite de riso e ale-gria.

Inovar na tradição é a receita, com os ingre-dientes necessários para um grande espectáculo:

representação bem tem-perada (Cristina Areia e António Vaz Mendes), porções de música por-tuguesa peneirada(Luís Portugal), pitadas de

adoçante (bailarinas), tudo muito bem mistura-do pelo chefe Fernando Mendes.

A pergunta mais impor-tante foi se gostaram do

espectáculo?Muito contentes pe-

los temas que lhe tocou mas, por outro lado, fi caram na dúvida. É cla-ro que uma retrospectiva

profissional do Fernando Mendes é bastante ligada a Portugal, e nos últimos 10 anos a nossa comuni-dade está mais informada sobre os problemas polí-

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ticos e sociais em Portu-gal do que antigamente.

Quando íamos à Portu-gal passar férias era para

ver a família e ir à praia, Os problemas políticos e sociais não nos tocavam, então, como este “show”

se baseava no que se pas-sa lá, muitos não com-

preenderam, isto causou, de uma certa maneira, a incompreensão do con-teúdo, mas na geral o es-

pectáculo foi bom. Para-béns aos organizadores e obrigado Fernando Men-des por esta sexta-feira

bastante memorável.

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A Vinda do HalloweenA origem do halloween remonta às tradições dos

povos que habitaram a Gália e as ilhas da Grnde-Bretanha entre os anos 600 AC. e 800 DC., embora com marcadas diferenças em relação às atuais abó-boras ou da famosa frase “Gostosuras ou travessu-ras”, exportada pelos Estados Unidos, que populari-zaram a comemoração.

Originalmente, o halloween não tinha relação com bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, celebrado entre 30 de Outubro e 2 de Novembro e marcava o fim do verão(samhain significa literalmente “fim do verão”).

A celebração do Halloween tem duas origens que no transcurso da História foram se misturando: Origem Pagã: A origem pagã tem a ver com a ce-

lebração celta chamada Samhain, que tinha como objetivo dar culto aos mortos. A invasão das Ilhas Britânicasp los Romanos (46 AC.) acabou mesclan-do a cultura latina com a celta, sendo que esta última acabou minguando com o tempo. Em fins do século II, com a evangelização desses territórios, a religião dos Celtas, chamada druidismo, já tinha desapareci-do na maioria das comunidades.

Pouco sabemos sobre a religião dos druidas, pois não se escreveu nada sobre ela: tudo era transmitido oralmente de geração para geração. Sabe-se que as festividades do Samhain eram celebradas muito pos-sivelmente entre os dias 5 e 7 de novembro (a meio caminho entre o equinócio de verão e o solstício de inverno).

Eram precedidas por uma série de festejos que duravam uma semana, e davamo ao ano novo

celta. A “festa dos mortos” era uma das suas datas mais importantes, pois celebrava o que para nós se-riam “o céu e a terra” (conceitos que só chegaram com o cristianismo).

Para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade perfeita, onde não haveria fome nem dor. A festa era celebrava com ritos presididos pelos sacer-dotes druidas, que actuavam como “médiuns” entre as pessoas e os seus antepassados. Dizia-se também que os espíritos dos mortos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro mundo.

Origem Católica: Desde o século IV a Igreja da Síria consagrava um dia para festejar “Todos os Mártires”. Três séculos mais tarde o Papa Bonifácio IV (†615)

transformou um templo romano dedicado a todos os deuses (panteão) num templo cristão e o dedicou a “Todos os Santos”, a todos os que nos precederam na fé. A festa em honra de Todos os Santos, inicialmente era celebrada no dia 13 de maio, mas o Papa Gregório III(† 741) mudou a data para 1º de novembro, queera o dia da dedicação da capela de Todos os Santos na Basílica de São Pedro, em Roma. Mais tarde, no ano de 840, o Papa Gregório IV ordenou que a festa de Todos os Santos fosse celebrada universalmente.

Como festa grande, esta também ganhou a sua ce-lebração vespertina ou vigília, que prepara a festa no dia anterior (31 de outubro). Na tradução para o in-glês, essa vigília era chamada All Hallow’s Eve (Vi-gília de Todos os Santos), passando depois pelas for-mas All Hallowed Eve e “All Hallow Een” até chegar à palavra atual “Halloween”.

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Etimologia: Posto que, entre o pôr-do-sol do dia 31de Outubro e 1° de Novembro, ocorria a noite sa-grada (hallow evening, em inglês), acredita-se que assim se deu origem ao nome actual da festa: Hallow Evening => Hallowe’en => Halloween. Rapidamen-te se conclui que o termo “Dia das bruxas” não é utilizado pelos povos de lingua inglesa, sendo essa uma designação apenas dos povos de lingua (oficial) portuguesa.

Outra hipotese e que a Igreja Católica tenha tentado eliminar a festa paga do Samhain instituindo restrico-es na vespera do Dia de Todos os Santos.

Este dia seria conhecido nos países de lingua ingle-sa como All Hallows of Eve.

A relação da comemoração desta data com as bruxas propriamente ditas teria começado na Idade Média no seguimento das perseguições incitadas por líderes políticos e religiosos, sendo conduzidos julgamentos pela Inquisição, com o intuito de condenar os homens

ou mulheres que fossem considerados curandeiros e/ou pagaos. Todos os que fossem alvo de tal suspeita eram designados por bruxos ou bruxas, com elevado

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nsentido negativo e pejorativo, devendo ser julgados pelo tribunal do Santo Ofício e, na maioria das vezes, queimados na fogueira nos designados autos-de-fé.

Essa designação se perpetuou e a comemoração do halloween, levada até aos Estados-Unidos pelos emigrantes irlandeses (povo de etnia e cultura celta) no século XIX, ficou assim conhecida como “dia das bruxas”, uma lenda historica.

Actualmente: Se analisarmos o modo como o Halloween e celebrado hoje, veremos que pouco tem a ver com as suas origens: so ficou uma alusão aos

mortos, mas com um caracter completamente dis-tincto do que tinha ao princípio.

Além disso foi sendo pouco a pouco incorporada toda uma série de elementos estranhos tanto a festa

de Finados como a de Todos os Santos.

A celebração do 31 de Ou-tubro, muito possívelmente em virtude da sua origem como festa dos druidas, vem sendo ultimamente promovi-da por diversos grupos neo-pagãos, e em alguns casos assume o carater de cele-bração ocultista. Hollywood fornece vários filmes, entre os quais se destaca a série Halloween, na qual a violên-cia plástica e os assassinatos acabam por criar no espec-tador um estado de angústia e ansiedade. Muitos desses filmes, apesar das restrições de exibição, acabam sendo

vistos por crianças, gerando nelas o medo e uma idéia errônea da realidade. Porém, não existe ligação dessa festa com o mal.

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Taça da Liga: Belenenses venceGil Vicente com penálti tardio

Uma grande penalidade convertida por Victor Le-mos, a um minuto do fim, permitiu ao Belenenses vencer o Gil Vicente por 2-1, em encontro da pri-meira “mão” da segunda fase da Taça da Liga de fu-tebol.

Rodrigo António (6 minutos) marcou o outro tento dos “azuis”, enquanto o brasileiro Guilherme (40) apontou, também num castigo máximo, o golo dos “galos”, numa eliminatória que terá se-quência a 12 de Novembro, em Barce-los. Os gilistas tentavam recuperar da hecatombe de Alvalade, onde na segun-da-feira foram goleados pelo Sporting (6-1), mas encontraram pela frente um Belenenses muito convicto das suas ideias e que lutou quase sempre pela conquista do triunfo.

A prova da ambição belenense apare-ceu logo aos seis minutos, quando Ro-drigo António surgiu na “cara” de Jorge Baptista e deu vantagem aos “azuis”, que continuaram a dominar o jogo, pe-rante a postura mais expectante do Gil Vicente.

Apesar da maior qualidade de jogo do Belenenses, a formação de Barcelos acabaria por chegar ao empate, 10 minutos depois: Pedro Ribeiro derrubou Guilherme dentro da área e o próprio mé-dio brasileiro converteu o castigo máximo.

O conjunto do Restelo não sentiu o golo e mante-ve-se na busca da vantagem, só que, até ao intervalo, apenas se registou mais um lance de perigo, preci-samente para os da casa, num lance em que Rodrigo António foi demasiado egoísta e permitiu a defesa de Jorge Baptista.

Após o descanso, seria o Belenenses a dar o primeiro sinal de perigo, novamente por Ro-

drigo António, e apenas aos 70 minutos se viu uma réplica gilista, com Roberto a atirar cruzado para a defesa de Coelho. Dez minutos depois, os mesmos intervenientes no lance e novamente Coelho a negar um golo quase certo a Roberto, sendo que, na sequên-cia, seria Rui Varela a falhar de forma escandalosa o tento dos “azuis”.

Quando tudo indicava que a igualdade se mante-ria até final, o árbitro Duarte Gomes assinalou nova grande penalidade (duvidosa), desta vez na área dos gilistas, e Victor Lemos não desperdiçou a oportuni-dade. Jogo no Estádio do Restelo, em Lisboa.

Belenenses - Gil Vicente, 2-1. Ao intervalo: 1-1. Marcadores: 1-0, Rodrigo António, 06 minutos. 1-1, Guilherme, 16 (grande penalidade). 2-1, Victor Le-mos, 89 (grande penalidade). V. Setúbal impõe-se (1-2) na Figueira Jogo muito fraco, marcado pelas más condições do relvado e vento forte, que limita-ram os jogadores. Dentro de 15 dias há mais, no Bon-fim. Golos: Bruno Amaro (34), Jorge Gonçalves (67) e Simplício (85).

Resultados da primeira mão da segunda fase da

Taça da Liga de futebol: União da Madeira (LH) – Marítimo (L), 2-3 Penafiel (LH) – Académica (L), 1-1 Santa Clara (LH) – União de Leiria (L), 3-1 Na-val 1.º Maio (L) – Vitória de Setúbal (LH), 1-2 Por-timonense (LH) – Feirense (L), 1-0 Moreirense (LH) - Beira-Mar (L), 2-2 Estoril-Praia (LH) – Olhanense (L), 4-3 Belenenses (LH) - Gil Vicente (L), 2-1 Nota: A segunda fase da Taça da Liga é disputada entre as equipas apuradas da primeira fase e as seis equipas classificadas entre os nono e 14º lugares da Liga 2010/2011. Segunda mão dos encontros é disputada entre 9 e 13 de Novembro de 2011.

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FC Porto e Benfica mantêm braço deferro com revigorado Sporting à espreita

FC Porto e Benfica prosseguem o braço de ferro no topo da Liga de futebol, recebendo adversários aces-síveis nos jogos da nona jornada da prova, enquanto o revigorado Spor-ting espera por um improvável des-lize dos rivais para se aproximar.

O campeão nacional e o “vice” da época passada defrontam em casa o Paços de Ferreira e o Olhanense, res-pectivamente, com expectativas de se isolarem no comando graças a uma escorregadela alheia, mas os estados de espírito das duas equipas são bem diferentes.

O FC Porto passou a jogar sobre brasas desde o empate sem golos con-cedido no terreno do Feirense, à passagem da quinta jornada, e a contestação ao treinador Vítor Pereira, substituto de última hora de André Villas-Boas, tem aumentado a cada resultado negativo.

Os portuenses vão abrir a ronda na sextafeira frente ao Paços de Ferreira, que ocupa a 11.ª posição, dois pon-tos acima da zona de despromoção, e ainda não conquistou qualquer triun-fo fora de portas (três derrotas e um empate).

A goleada por 5-0 imposta ao Na-cional na jornada anterior aliviou a pressão e Vítor Pereira contará com a equipa na máxima força (Iturbe e Emídio Rafael são os únicos lesionados), mas o técnico poderá poupar alguns jogadores para o encontro de terçafeira com o Apoel, da Liga dos Campeões, na qual o FC Porto tem acumulado resultados comprome-tedores, incluindo o empate com os cipriotas. O Benfica também estará condicionado pelo embate da quarta-feira seguinte com os suíços do Basi-leia, que pode valer aos “encarnados” a qualificação antecipada para os oita-vos de final, mas está motivado pela série de cinco vitórias seguidas, con-tando todas as provas, e jogará um dia depois, no sábado, já conhecedor do resultado dos portuenses.

Por outro lado, o defesa Maxi Pereira

continua a recuperar de uma lesão e a equipa lisboeta vai encontrar no Olha-nense uma das surpresas da competi-ção, instalado na sexta posição, graças a duas vitórias consecutivas por 1-0, a última das quais deixou o histórico Vitória de Guimarães com a “lanter-na vermelha”. A série de sucessos do Sporting é ainda mais impressionan-te, com um total de nove triunfos, o último com direito ao resultado mais volumoso da Liga, ao “despachar” o Gil Vicente por 6-1, mas o início de época titubeante ainda mantém os “leões” a três pontos de FC Porto e Benfica, no terceiro lugar. O Feirense parece ser o adversário ideal para os

lisboetas se manterem no domingo na rota dos êxitos, pois são uma das duas equipas que ainda não venceram

perante o seu público, tal como acon-tece com Beira-Mar, mas ao contrá-rio dos aveirenses também ainda não perderam, somando quatro empates caseiros. Em igualdade pontual com o Sporting e o Marítimo, o Sporting de Braga enfrenta no sábado uma deslocação complicada, a Coimbra, onde a Académica, sétima classifica-da, conquistou três vitórias (duas das quais por robusto 4-0) e cedeu apenas uma derrota, perante o FC Porto.

O Marítimo é a última equipa da-quele trio a entrar em ação, na segunda-feira, na par-tida de encerramento da jornada, ao deslocar-se ao

reduto do Gil Vicente, que ainda não perdeu em casa e procura apagar a má imagem deixada pela pesada der-rota sofrida em Alvalade.

O Guimarães e Rio Ave encon-tram-se no estádio D. Afonso Hen-riques, num confronto entre os dois últimos posicionados, enquan-to Nacional e Beira-Mar, em igual-dade pontual, mas separados por três lugares, medem forças na Ma-deira e a “aflita” União de Leiria, antepenúltima colocada, procura contrariar a campanha positiva do Vitória de Setúbal.

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