revista mensal do club athletico ... - paulistano.org.br · valeu a primeira collocação na clas...

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% Xi ANNO NUM. 3 REVISTA MENSAL DO CLUB ATHLETICO PAULISTANO MARÇO DE 1928 ^

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%

Xi

ANNO NUM. 3

REVISTA MENSAL DO CLUB ATHLETICO PAULISTANO

MARÇO DE 1928

^

c. A. P.

O PAULISTANO VENCEU A COMPETIÇÃO DE ESTREANTES DA FEDERAÇÃO DE ATHLETISMO

A Federação Paulista de Athletis- mo iniciou, no dia 25 de março, a sua tem porada de athletismo. Fez realizar uma interessante competi­ção para estreantes, que reuniu grande numero de inscriptos dos clubes Tieté, Esperia, Germania e Paulistano.

O Club apresentou uma turm a de athletas bem preparados, o que lhe valeu a prim eira collocação na clas­sificação geral.

Dos athletas do Club, é justo re- saltar Ovande Silveira, Luiz Bicudo Junior, Raul Brioschi, José de Sou­za Campos, Miguel Pontes Junior, Fuad Aidar, Urbano de Moraes, João Pirotelli, Oswaldo Cajado, Hermes Monteiro Brisolla.

Os resultados assignalados por vá­rios athletas do Paulistano faz pre- vêr que, dentro de muito pouco tem­po, sejam elles elementos fortíssi­mos com que possa o Club contar contra athletas experimentados.

Assim, Ovande Silveira, que con­seguiu saltar 3,40 com vara, o que é um resultados digno de uma compe­tição de athletas mais experim enta­dos. Assim, tambem, os resultados alcançados por Urbano de Moraes, nos 300 metros rasos; Miguel Pontes Junior, Luiz Bicudo Junior e Raul Brioschi, nos 75 metros razos; Luiz Bicudo Junior, Raul Brioschi, Ovan­

de Silveira, José de Souza Campos, no revezamento de 4 x 75 metros e o de Urbano Moraes Alves, Ovande Silveira, Luiz Bicudo Junior, Hermes Brisola, no revezamento de 4 x 300 metros.

A classificação geral foi a se­guinte :

1.*" — Paulistano, com 61 pontos.2.” — Tieté, com 34 pontos.3.“ — Esperia, com 16 pontos

(empate).3." — Germania, com 16 pontos

(empate).

A honra de representar as cores do Paulistano só é conferida aos espor­tistas que têm um treinamento capax de represental-as com efficiencia^

i l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l »

E R. Libero Badaró, 22 - S. Paulo E S Artigos para: ES Tennis - Athletismo =^ Gymnastica - Futebol ^TiiiiiBiiiiiiigiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiP

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c. A. P.

0 hoinciii cxQuísítoNinguém sabia quem era, nem de

que terras tinha vindo. Pediu uma cerveja e bebeu. Nisto apparece um rapaz com um casaco cheio de bo­tões. Elle chegou-se ao rapaz e pro- poz o seguinte:

— Vamos fazer uma aposta?— Que aposta?— Em cinco minutos eu arranca­

rei todos os botões da sua roupa e das suas botinas e collocal-os-ei em seguida no mesmo logar.

— Tudo isso em cinco minutos?— Em cinco minutos!— Acceito!— Tres cervejas?— Quem perder paga

vejas.Tirou do bolso uma tesoura e co­

meçou a cortar todos os botões da roupa do rpaz. Chegou ao extremo de tira r tambem os do sapato. Gas­tou nisso quatro minutos.

— Agora uma agulha e um fio de linha, para collocar de novo os bo­tões nos seus respectivos logares.

Quando o dono do botequim trou­xe os objectos, tinham já decorrido os cinco minutos.

— Pague as cervejas. O sr. p er­deu a aposta!

— Perdi mesmo. Chefe, as tres cervejas para os moços, na minha conta.

Pagou e sahiu. O rapaz ficou nu­ma situação complicada.

— Então não prega os botões?— A aposta previa serviço com­

pleto em cinco minutos, perdi e pa­guei. O resto não é com m igo...

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c. A. P.

Suzanna Lenglen, a maior {eminista(Para “ C. A. P .” ) GUSTAVO VERGEIS

Ha quasi tres lustros que Siizana Lenglen dá que pensar a muita gen­te. Quiz provar definitivamente que a mullier não póde ser esse mimo de estufa em que o homem preten­deu transform al-a. E Suzana, com sua raqueta, gritou alto que a mu­lher tem que ter direitos eguaes ao homem, porque é justo que os tenha.

Durante annos, meio mundo as­sistiu pasmado ás suas proezas. De­pois urgiram outras a auxilial-a nes­sa luta enorme. Vieram Helen Wills, Mallory, Mary Brown, Betty Nuthall, Mac Kane, Vlasco, Sion, W ainwri- ght, Ederle e muitas outras.

Mas nenhuma conseguiu alcançar Suzana. E ella veiu vindo, veiu a tra ­vessando annos a symbolizar um protesto enorme de mulher.

Depois, Suzana tornou-se profis­sional. Um empresário ardiloso con­seguiu convencel-a.

A noticia ecoou como alguma coi­sa muita grave. Não houve chronis- ta que não prognosticasse, lamurio- samente, a sua morte esportiva.

Nada adiantou. A grande tennista havia assentado que abandonaria o amadorismo. Sorriu dos terriveis prognosticos. E assignou, deante de uma porção de gente embasbacada, um contracto para realizar uma ex­cursão pelos Estados Unidos.

Suzana queria agora ganhar para si. Era natural, pensou, que a sua arte, que enriquecera tantas insti­tuições de beneficencia e empresá­rios, lhe aproveitasse um pouco tam ­bem.

Felizmente, porém, todos os chro- nistas esportivos se enganaram : — voltou maior, muito maior de sua

prim eira excursão profi-ssional. To­dos ?Ps vaticinios falharam comple­tamente.

E ’ que, aos olhos do mundo, Su­zana começou a parecer mais in- telligente. . .

Suzana Lenglen é bem a maior realização do feminismo. Nem a sra. Curie nem ninguém a alcança. Mu­lher alguma conseguiu dizer tanto e tão bem do feminismo como a gran­de tennista.

Entra no Club com um sorriso. Athleta: Cuida da tua saude mais

que de teus treinos.

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PAULO

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ANNO . . II

NUMERO 3MARÇO

DE 1928

R E V IS ÍÍ M ENSAL 0 0 CLUB AÍH LEIIC O PAULISIAN OD ireclor , LUIZ E. BIANCHIR ed a cto r c h e fe , ARNE ENGEG eren te, CARLOS DE CAM POS SOBRINHO

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|ANUEL ALONSO, o ten­nista campeão que veiu

visitar o Paulistano ou­

tro dia, vae na capa,

Vae em caricatura, porque não

pôde ir em retrato, Mas vae com

a mesma significação:

um reconhecimento gran­

de pela visita rapida que

não se esqueceu de fazer

ao nosso Club.

Veiu dos Estados Unidos. Parou

no Rio, Viu o Fluminense, que

é bonito. Viu o Vasco, a bahia

da Guanabara, o Pão de As­

sacar, o Corcovado, Viu tudo que

tinha de mais bonito, Mas não se

esqueceu de vir a São Paulo, Fez

questão de entrar dentro do Pau­

listano. De nadar na sua piscina.

De admirar as suas installações de

esporte. De jogar nas suas

quadras. De dansar no seu

salão, E, depois, foi con­

tar pelos jornaes que tinha

gostado,

O Paulistano inteiro tambem

gostou delle. São Paulo o ad­

mirou, E é isso que a capa

de ‘‘C. A. P .’’ vae contando.

c. A. P-

T A L I S C A S . . .— Mas, filhas. . . soprou o pacato commen-

dador Cordeiro, censurando, com voz doce,

o vestido exagerradamente curto e decotado

da sua irascivel metade, d. Hydra Dilerna,

que fascinava, ás micagens, diante do grande

espelho de crystal do quarto de toilette.

E elta, com quatro pedras, pilherica {de

pilha), num repente de colera, tem pestuou:

— Já vem, já vem o C atão .. . E' sempre a

mesma historia. . .

Depois, mais bonançosa, dando razões e f in ­

cando o olhar na caréca do marido, que re-

verherava, ás chispas, á luz da lampadazinha

do toucador, e como se quizesse convencel-o

da própria monstruosidade:

— Sempr.é tenho ouvido dizer, e encontrei

já não sei^ quantas vezes em Marco Aurélio,

que as mulheres honestas. . .

Fez pausa. Gosoii o effeilo das palavras e

afundou ainda mais a vista no marido que,

perturbado com a citação do grande philo-

sopho, tremia — recapituloii, e concluiu, cor­

tante ;

— . . . que as mulheres honestas não têm

nada que occuttar. . .

u N D ’ H U

c. A. P.

II rilEIIIIEIICIII >0 CLUBDurante o mez de Março os so-

cios do C. A. Paulistano realizaram 4.178 exercicios, sendo:

Homens, 2.686; meninos, 815; se- nlioras, 677. Total 4.178.

Os relatorios parciaes das diffe- rentes secções aecusam os seguintes dados:

Natação — Homens, 1.216; senho­ras, 528; meninos, 478. Total 2.222.

Athletismo — 628.Gymnastica — Meninos, 199; se­

nhoras, 181; homens, 152. Total 522.Tennis — Homens, 352; senhoras,

102. Total, 454.Futebol — 153.Esgrima — Homens, 100; senho­

ras, 4. Total 104.Pelota — 67.Bola ao Cesto — 18.O relatorio do mez de fevereiro

accusou um total de 3.583 exerci-

Z e i t t e r I

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PRAÇA DA REPUBLICA, 41 S Ã O P A U L O

O Paulistano é o unico Club no mundo que offerece reaes vantagens a seus associados. Meio são, oito espor­tes, festas excellentes, logar ameno, re­galias enormes.

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NA PISCINA DO PAULISTANO

Se V. Exa. ambiciona que o seu traje de ba­nho logre invejável suc- cesso, sirva-se apreciar os lindos Costumes e Maillots que ora recebe­mos, cujos modelos vêm emprestando raro en­canto ás praias am eri­canas de Atlantic-City.

MAPPIN STORES

10 c. A. P.

51 üicforla de ^ernamí)uco sobre "Soussus

Muitas pessoas me perguntam se verdadeiram ente a recente victoria

Pernambuco sobre Boussus é me­ritória. Posso garantir que esse jo­gador tem actualmente um jogo que póde dar-lhe algumas victorias so­bre jogadores bem conhecidos de nós todos.

Prim eiram ente, é preciso vêr os resultados obtidos por Boussus nes­te anno. Não se deve esquecer que este jovem jogador venceu um “ set” contra o famoso Tilden, no cam­peonato de Wimbledon, torneio este que é considerado campeonato do mundo.

II. Cochet, um dos melhores joga­dores do mundo, foi tambem obri­gado a jogar cinco “ sets” para ba- tel-o.

Os últimos resultados que Bous­sus obteve na Argentina e Chile nos mostram já, claram ente, sua grande classe e seu futuro proximo. Tam­bem acredito que mesmo este jovem jogador, jogando num mau dia, é preciso mesmo saber jogar tennis para batel-o. A contagem evidente

de 6/3, 6/0 deixa o publico sceptico, mas a mim isto não admira abso­lutamente, porque naquelle dia Per­nambuco estava em um de seus me­lhores dias e, considerando que o calor tem influencia sobre Boussus, a contagem de 6/3, 6/0 é acceitavel.

Boussus deve ter sentido tambem uma grande mudança nas quadras rapidas do Fluminense e não podia reagir em menos de tres “ sets” .

Esperemos, pois, ainda alguns me- zes e teremos o prazer de apreciar e de julgar o jogo de Pernambuco, defendendo as côres brasileiras con­tra os argentinos, chilenos, etc., e elle terá, então occasião de ganhar o Campeonato Sul-Americano, cousa de que eu o creio muito capaz.

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c. A. P. 11

LMl I l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l B l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l ^ i

Eis aqui um calculo sim ples e m ais que racional:

Ao cabo de um anno o oleo não lhe cusla m ais de 3 o|o do total que V. gasta para fazer funccionar o seu autom ovel ou cam inhão. Sem em bargo, o uso syste- m atico do typo adequado de oleo reduz-lhe á m etade as contas da officina, por concertos e sohresalentes.

Perguntam os-lhe: Póde V. contentar-se com um a protecção in ferio r á do Mohiloil?

MobíloilGuie-se peto nosso Tohello de R.ecommendaçòes

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12 C. A. P.

Uma p h a s e da p r o v a de 120 m e lr o s , d i s p u ta d a no u l t im o f e s t i v a l aqiiatico. Vê-se em p r im e i r o p lano , R au l C a m p o s Sal les , vencedor .

Os technicos americmios, tidos hoje em dia como os mais completos co­nhecedores de assumptos esportivos, aconselham a pratica da hola ao cesto para todos os esportistas que necessi­tam de folego e resistência.

A in d a o u l t im o f e s t i v a l aquatico . Um aspec to parc ia l d i a s s is tênc ia , duran te um a das p r o v a s .

c. A. P. 13

J l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l i i i l l l l l l l h £ i i i l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l | i £

S R. Ribero Badaró, 22 - S. Paulo EE Maillots de lindos padrões E E e íinas qualidades, EE para homens e senhoras E M i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i r

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14 C. A. P.

O TORNEIO DE ESTREANTES DO CLUB

Para preparar os estreantes do Club em condições de participar do Torneio de Estreantes que a Fe­deração de Esgrima promoveu, rea­lizou-se, no dia 18 de março, um torneio in terno para os esgrimistas da categoria. Tomaram parte no to r­neio os principiantes do Club que possuiam uma aprendizagem de muis de seis mezes e menos de dois an­nos. Os assaltos foram de sabre e florete, disputados em cinco esto­cadas.

O torneio teve o seguinte resul­tado :

Florete:1.") — Aldo Mortari.2.*") — M argarida C. Nogueira.3.'’) — Marcello Borba.

4.**) — José Martins Costa.5.") — Luiz Chiappori.6.0

Sabre:1.0 -

Luiz José Mattos.

de C. e Mello

Frederico de Assis Pache­co Borba.

2.0 — Luiz José de C. e Mello Mattos.

— Oswaldo Bolinsoii.— José Martins Costa.

3.04.0Ao vencedor, foi conferida uma

medalha de prata com orla de OTiro. Ao segundo e terceiro collocados, respectivamente, uma de prata sim­ples e uma de bronze.

No corrente anno, realiiar-se-ão mais duas competições de athletismo com o Club de Regatas do Flamengo, em disputa da taça “Eduardo Ramos'\

P a r c i u e l i n aLIOUIDA

CNCONrRA-SE EM TOQAS AS bAaS CASAS

c. A. P. 15

V E N C E R— Porque o crês ven­

cido?— Porque tudo, em

toda a sua vida, é uma expressão de derrota. Morre pobre, incompre- hendido, abandonado. Junto a seu leito de ago­nia, vela tua piedade apenas.

— Confundes admi­ração com piedade.

— Tu, que resolveste, aos vinte annos, os pro­blemas de tua existên­cia, não pódes adm irar um homem que aos cin- coenta não ganha bas­tante para comer!

— O homem, de quem falas com esse desdem, realizou o seu destino. Morrendo pobre de ou­ro, incomprehendido e sósinho, agoniza em triumpho, porque defen­deu, instante a instante, contra as tentações da terra, a verdade intima de seu ser. Para cada ente existe uma exce­pcional modalidade de victoria, offertada pelo mysterio ao segredo de seu coração. Tarde ou cedo, um combate tra- va-se entre a persona­lidade individual de um ser e a personalidade collectiva, que o egois- mo social lhe plasma, na sua convivência com os outros seres. Esse combate póde ser con­sciente ou inconsciente. Em mim, por exemplo, foi consciente. Acovar­dei-me, falhei.

— Falhar, tu? Mas,

si conquistaste renome, conforto, carinho, si to­dos te festejam e exal­tam?

— Todos me festejam pelo que sacrifiquei de meu ideal ao seu ideal; não é a mim que exal­tam: — exaltam a pró­pria victoria na derro­

ta que minha apparen- cia de victoria encobre. E ninguém sabe o que me custa essa appa- ren c ia ! Ninguém sabe quanto os louvores em torno á minha arte me torturam o espirito, se­quioso de serenidade, e quanto a asafama em que vivo me atorm enta a alma, sequiosa de so­lidão. Nem, como artis­ta, sou eu mesmo. In- stinctivam ente penso no publico, si canto, e im a­gino o leitor, si escrevo. Não é que deseje ap- plauso: — é para não dar de meu espirito aos outros sinão o inevitá­vel de se dar, cantando ou escrevendo. O ho­mem, que dizes vencido, nada sacrificou da ver­dade de seu ser. Vi­veu deslumbradamente, amargamente, dentro da vida maravilhosa. Nem de leve adivinhas a fe­licidade que lhe emba­la a agonia miserável. Sabe que não falhou, sabe que se realizou,tro­cando a ventura egoisti- ca de ser comprehendi- do pela dorida ventura de comprehender. E, an­te a morte, sorri á vida, vivida sem s o r r i r . . . Esse é o victorioso. Foi, na dôr e na alegria, fiel a si mesmo.

— Que recompensa adveiu de tudo isso?

— A mais alta, a mais rara, a mais linda: — a recompensa de se sentir desnecessitado de re­compensas. ..

R O S A L I N A C O E L H O L I S B O A

16 C. A. P.

0 PAULISTANO NA COMPETIÇÃO DE ESTREANTES

A tu r m a do Club, ven cedora do r cve sa m e i i to de áxlíi m e tr o s na com pe t ição de es trean tes que a Federação P a u l i s ta de A th le t i s m o effectuoii a 25 de Março ult im o .

Da esq u er d a p ara a d ir e i ta , L u iz B icudo Jor., Raul B riosch i , O vande S i l ­v e ira e José de Sou za C a m p o s .

MANUEL ALONSO EM S. PAULO

Um a sp er to do Joqo de d u p la s , e f fec t i iado no d ia 24 de Março no Club. O p r i ­m e ir o é MaiHin P laa. D epo is , Nelson C ru z' Manoel A lo iiso e R ic ardo Pern am bu c o .

c. A. P. 17

r/7í aspecto da a ss is tên c ia d u r a n te os jo;jos de Manoel A lonso , no Club

Os jog a d o res da p a r t id a de d u p la s , nos torneios in ternac ionaes que o P a u l i s ta n o p r o m o ve u a 24 e 25 de Março u l t im o . Da e squ erda p a r a a d i r e i ta : R ic a rd o P e r n a m ­buco, Manoel A lonso , J. B. da C unha Bueno, ju i z , M art in P laa e N e lson Cruz.

18 c: A. p.

cMarfin ^laa

S la êuropa

Martin Plaa

ARTIM PLAA foi para a Eu­ropa. Foi outro dia mesmo, sem que quasi ninguém es­

perasse. Quasi fugiu. Não se esque­ceu, porém, de vir despedir-se da “ ('. A. P .” . Veiu despedir-se e veiu contar que nós podiamos annunciar, desde já, o seu regresso physico. Porque elle já sabe que não póde

ficar muito tempo longe da sua alma. E a sua alma elle já a deu, faz tempo, ao Paulistano.

Volta logo. Deve estar aqui outra vez em agosto. Depois, talvez fique sempre por aqui. Desta vez, contrahiu um com­promisso em Buenos Aires, com os felizes tennistas a r­gentinos que vão disputar a Taça “ Davis” , e não pôde dei­xar de ir. Quando teve que arrum ar as malas, sentiu que doia largar o Paulistano du­rante uns mezes Mas não ti­nha mais remedio. E elle foi com uma vontade enorme de que o tempo passe depressa.

Plaa não quer que se esque­çam delle. Quer conversar sempre com os seus amigos do Paulistano. E, para isso, de lá de longe, elle vae mandar, para “ C. A. P .” divulgar, umas conversas muito interessantes.Vae falar tios jogos que foi as­sistir. E deve contar muita coisa bóa.

Em maio, miciar-se-ão as obras de remodelação e ampliação da séde so­cial. Nessa época, a secção social do Club irã passar por uma reforma mo­delar.

" C . A. P . " é c o m p o s t o e io

Estalieleciiiienlfl Grapliico PlUIXRUA DO CARMO, T2 : S. PAULO

Um arremes.so do dr . Max de B arros E rh a rd t

c . A. P. 19

Uma thesc interessantePlinio Botelho do Amaral esco­

lheu, para sua these de formatura em engenharia, assumpto quasi novo: um estádio. Projectoii-o com carinho, applicando todos os co­nhecimentos que a pratica espor­tiva lhe proporcionou.

EA interessante, porisso, o seu trabalho. Delle extrahimos alguns clichês e a sua interessante intro- diicção.

“ Ninguém mais será capaz, em boa mente, de negar as vantagens physicas da pratica dos esportes. E ’ axioma que a funcção faz o or- gão. Está assente que o corpo tra- ballia no esporte.

Muito pouca gente, entretanto, se inteirou das bemfeitorias moraes que o esporte traz aos seus p ra ti­cantes. Quasi desconhecidos, sen- tem-nas perfeitamente, todavia, os que tê ma felicidade suprema de procurar no desporto a distracção pura e o revificador das cellulas organicas.

Dessa acção moral benefica, dis­se bem, em um dos últimos núme­ros da revista parisiense “ Nos Loi- s irs” , a grã duqueza Maria, filha do grão duque Paulo, contando como, depois de ter pertencido á côrte da Russia, conseguiu forta­leza moral bastante para trabalhar arduamente a ponto de enriquecer. E ’ hoje a proprietária de um gran­de estabelecimento de modas e ella attribue a sua riqueza, o seu tra ­balho todo, á acção benefica da pratica esportiva.

“ Eu gosto do trabalho porque sempre pratiquei o esporte com alegria. Adquiri o espirito esporti­vo. E ’ elle que me faz vencer todas as, difficuldades que se me apresen­tam. Que me dá prazer em vencer obstáculos” .

E ’ o mesmo que nos ensina a his­toria grega. Emquanto foram assi-

duos os hellenicos na pratica es­portiva, tambem lhes assistiu uma invejável força moral. Emquanto

se disputaram com regularidade os Jogos Olympicos, foi grande e forte a Grecia Antiga.

Estes jogos instituidos, segundo a lenda, por Hercules, foram depois de longa interrupção restabeleci­dos segundo os conselhos de Ly- curgo, pelo rei Iphitos; mas foi so­mente com a prim eira olympiada (770A .C.) que os jogos olympicos se tornaram realidade histórica. Desde esta época até o fim do sécu­lo IV da nossa era, durante perto de doze séculos foram celebrados muito regularmente.

Muito tempo antes, os athletas, que deviam tomar parte nos jogos, dirigiam-se ao gymnasio de Elis onde se exercitavam e mantinham num regimen especial sob a vigi­lância de magistrados particulares, os hellenicos, designados para p re­sidir aos jogos. Os concorrentes de­viam ser da raça hellenica e de condição livre; prestavam ju ra ­mento na Bulenterion de Olympia, sobre o altar de Zeus Herkeios. Os concursos eram submettidos a um regulamento severo. Os hellanodi- ces proclamavam os vencedores e no caso de ser preciso applicavam multas.

A festa olympica durava cinco dias. No prim eiro dia tinham logar os sacrifícios, procissões e cerimo­nias diversas.

Os jogos propriam ente ditos en­chiam o segundo, o terceiro e o quarto dia.

O programma dos concursos va­riou segundo as épocas no seculo IV e V A.C. e pouco mais ou menos na ordem porque se effectuavam, a lista dos principaes exercicios era o seguinte:

No Estádio:1.‘0 corrida a pé (dromos), cor­

rida simples, dupla, sex-dupla;

c. A. P. 21

2.°) corrida armada, em unifor- disco, o dardo, e as tres especiesme de guerra (hoplitodrom os);

3.®) lucta á mão aberta (palé);4.'0 pugilato (pugm é);ã."*) o pancracio (pancra tion);

o pentathlo (pentathlon), comt)inação de cinco exercicios, o

de luta.Quando os concorrentes eram nu­

merosos combatiam dois a dois, de­pois de se tirarem a sorte, comba­tiam os vencedores, até que um dei­tes ficasse só.

22 C. A. P.

1 "

'0

N o H i p p o d r o m o :1.') corrida de quadrigas ou car­

ro de quatro cavallos;2 /) corridas de carro de dois ca­

vallos;3/0 corridas de cavallos mon­

tados.

Para os exercicios dos Estados distinguiam-se os concursos dos ho­mens e os concursos de moças, aos quaes se accrescentaram em certos tempos os concursos dos mancebos.

(Continua na pagina 24)

c. A. P. 23

conío de nata•ESUS teve uma infancia gloriosa­mente decantada.

Teria sido feliz?Eu não tive infancia. Tambem não

sei si o sou.★ * *

A’s vezes, quando se me antolha um livro com a nota explicativa: “para a infancia” , esqueço-me de mim e começo a pensar que a hu­manidade está na in fa n c ia ... E ’ que a minha infancia principiou aos 15 annos, com as prim eiras leitu­ras. Tudo pois, para mim, é imagi­nação. ..

Eu nunca ouvira falar em Landry, em Aladim, em São Nicolau, em- fim em nenhum desses entes bon­dosamente imaginários que povoam de um infinito de sonhos o cerehro das creanças.

Conheci-os aos 15 annos, Je mim para mim. Por isso, a despeito de me chamarem vaidoso, é que me ju l­go um Landry, um Aladim, um São Nicolau remoçado, um principe fe­liz qualquer artificializado.

Tambem não sei si as creanças da cidade morta em que nasci foram surprehendidas por São Nicolau. Não sei. Mas deviam ter sido, com certeza, porque de nenhuma sei que sonhe como eu. Esperdiçaram todas

as suas espe­ranças, todas as suas emo­ções á espera do velho de cahellos flo- :ados de neve.

Em creança, na edade feliz

^ o e h a ^evveiva da inconsciência, em que tudo se nos depara através de um véo de doçura e de um raio

forte de esperança de crescer, de su­bir, de ficar moço, — em creança eu não tinha sapatos para pôr em cima do fogão, na vespera de Natal. São Nicolau só visita as creanças que têm sapatos. . .

A’ noite passada, cheio da inno- cente convicção das creanças, dei­xei os meus sapatos sobre o fogão e fui-me deitar.

Pelos olhos deslum hrantem ente abertos do meu cerehro passou toda uma geração de dois mil annos.

O velho de cahellos flocados de neve do Norte, vergado ao peso de m ilhares de brinquedos, me acenou com sorrisos bons e dadivosos.

Sonhei. Sonhei sonhos lindos co­mo as noites estrelladas. E as noi­tes eram mesmo cheias de arvores de Natal carregadas de estrellas á minha espera. Quando eu quizesse,^ ellas cahiriam sobre a minha ca­beça, como um punhado luminoso de presentes do céo.

Sonhei. Nenhuma creança grande como eu attentava os olhos esgazea- dos na arvore de Natal. Eram todas pequenas, garrulas, palrantes, mas como que scientes da sensação que as devera surprehender.

Só eu, eu só estava perplexo, ma­ravilhado ante o que via.

★ ★ ★

Os principes das lendas, as ra i­nhas das bailadas, as figuras ara-

hescadas das legendas: fa­das, bruxas, princezas, reis anões, gigantes, numa lumi- nura phantasm agoricam ente polychromica, começaram a acenar-me de um paiz mui^ to longe que o meu sonho

24 C. A. P.

de acordado trazia m im . . .

para junto de

Concilei o somno, a custo, alta madrugada, feliz como um deus pa­gão coberto de myrthos e de ro­sas . . .

Ao outro dia, quando despertei na

minha curiosidade de creança, fui em busca dos sapatos.

p]ncontrei-os como os havia dei­xado : rotos, vazios das própriasm eias. .. Ao calçal-os, senti nos hombros lassos o peso de vinte e cinco annos que, certo, muito mais me pesariam si São Nicolau se lem­brasse de mim em c re a n ç a ...

Um hom salto de Germano Naschold

U m a t h e s e i n t e r e s s a n t eHaviam tambem concursos de arau­tos e trombetas. No tempo do impé­rio romano instituiram -se concur­sos musicaes e litterarios. Na época hellenica, os jogos olympicos da­vam ensejos a concertos, a leituras, declamações ou conferências. Hero- dato leu aqui os fragmentos de sua Historia.

No quinto dia da festa tinha logar a proclamação dos vencedores que recebiam cada um a palma e a corôa de oliveira.

Esta proclamação era seguida de uma procissão solemne dos olympio- nicos e de um banquete no Pry- taneu.

Depois de todas as ovações do Olympia, os vencedores entravam em trium pho na sua patria. Offere- ciam-se-lhes os banquetes (kamos),

{Continuação da pagina 22)

onde se executavam cantatas com­postas em sua honra, muitas vezes por poetas celebres, um Simonides, um Pindara. (^.oncediam-lhes hon­ras de todas as especies. A grande festa Olympica, considerada por to­dos os gregos como a sua grande festa nacional ou internacional, ti­nha os seus olhos tanta importância que desde o seculo 111 A. C. já se contavam os annos apenas por olym- piadas. Numa multidão de cidades instituiram -se festas e jogos chama­dos olympieia, imitação das festas de Olympia. Estas olympieias mul­tiplicaram-se ainda no tempo do im­pério romano.

Os jogos olympicos foram sem­pre considerados como uma das principaes manifestações da vida hellenica.

c. A. P. 25

mim

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aiiiBiiiiniiiiniiiiiiEiiiiíiiiiiiiiiiiiiiiiiiiih

= B. Libero Badaró, 22 - S. Paulo =T i i i i i i i i i b i i i i i m b i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i p

Um estan taneo de Manoel A lonso , cam peão h espan h o l qu an do dos seus jogos no CAiib

Teem-se restaurado nos nossos dias jogos olympicos internacionaes. Ein grande parte devido aos esfor­ços do Barão Pedro de Coiiberten, foi organizada a Junta Internacio- nald e Athletismo, e em 1896 cele­braram-se os jogos no estádio pa- nathenaico (de Athenaico) de Athe- nas. Outra festa im portante desse genero realizou-se em Paris em 1900. Em 1906 realizaram-se novos jogos em Athenas e em 1912 em Sto- ckholmo; em 1920 em Antuérpia; 1924 em Paris e no anno corrente deve realizar-se em Amsterdam.”

O departamento medico do Club vae ser uma repartição que permittirá aos socios um perfeito controle da sua saude.

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26 C. A. P.

••Ví 0 V v ./

( P A R A "C. A. P.")

G A B R I E L D E B A R R O S

Oh! quantas vezes iiella, antigamente, Afrechando na praia os jacarés,O indio remára, lepido e contente. Em busca de indias para as poracés!

Mas eil-a agora solta na corrente, Roçando aqui e ali nos aguapés,E rolando de leve, docemente,Como a cestinha em que rolou Moysés.

Eu vou na vida assim, como a canòa, Que rodando, morosa, sobre as agiias, Vae sem temer oscillações da sorte. . .

Tambem assim eu vou vagando á toa. Escondendo no peito as minhas magnas E descendo, de manso, para a morte. . .

^ui i i i i i i i i i i i i i i i iMii i iMii i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i t ini i i i i i i i i i i i i i i i i i i i iniPj :E OSf-e »PBP!3 auoqdaiax — « in c j ccg — f>9 « N[ sajXy SBiqjBMí Biig =

I Via osnavD zim |E uia SBUIJOJ0J a ‘so^aaDuoa EE 9p ob5d0s UI0 3 *BiaB50dB^ 0 buij:)ia ‘s0o5buijb ‘s i0aoi\[ ^

I o s n > i v 3 v m v N O H V H |

^ i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i M i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i n

•OpBOOnOOO J 1 0 D J 0 1 9 o p u n g a s ‘ o j i a u i i j d ob a ; - u 9 u i B A T p 9 d s 9 j ‘ a z u o j q a p a s a | d u i i s B ^ B j d a p ‘ o j n o a p is\ão u i o a B ^ B J d a p s B q i B p a i i i S B p m q i J i S T p O B j a ^

• a s s B p j a n b i B n b a p s o ; u a u i a p s o i i a a o B o p u a s ‘ B p s o o p a B i u n u i a s o p B j r i d s i p O B j a s s o ^ p s s B sq • B u i T j g s a a p B p q n B j O B Ô B j a p a ^ b o p B T i T j q n p u i n u o ; d T j a s u i B ^ s i i u i j g - s a j a n b p n b B J B d ‘ a j A q jb ob B p B d - s a a p o p u j o ; u i n n a A o i u o j d oubjsti - i i B j o ‘ i j j q y a p « * 1 ^ Í P o

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28 C. A. P.

R o d r i g u e s d e A b r e u , o poeta triste que o Brasil perdeu ha pouco tempo, ti­nha muitos amigos em São Paulo. Todos os que o liam uma vei o eram sinceramente. Mas havia alguns, elei­tos, que tinham a ventura de ter a amizade retribuída pelo poeta. E, a esses, elle escrevia com frequencia umas cartas preciosas. Uma dellas, é a que reproduzimos abaixo. Pertence a apreciado poeta, que consentiu ã “C. A. P. que escolhesse, no seu archi- vo, a carta mais valiosa, Hil-a:

“Acabo de receber a sua caria. Está cheia de sol. Gostei. Eu gosto de sol, de enthusiasmo, de simplici­dade, E gosto de você tambem, oleré! Você têm tudo isso.

Faço votos p / que você sempre me conte as suas alegrias. Seus mo­mentos de ternura. Não é porque eu seja doente que eu deixe de gostar da vida. Acho a vida linda, boa mes­mo. Ha em mim a tristeza de não poder saltar agil na vida. Não me entristecem as farras moças dos meus amigos. A lembrança de que não posso ser companheiro nellas, isso sim. . .

No meu livro que váe apparecer (este fim de niez quero ver se o levo a S. Paulo), “ O Homem que se tran ­sform ou” , eu até digo que entre os amigos, amo extraordinariam ente um bohemio sem responsabilidade. . . “ que m e co n v id a para ir ao bar beber

cerveja .E ’ esse o am igo que eu am o extraordi-^

n a r ia m e n te :não m e fa la em doen ças, não m e en sin a

rem ed ios.Mas, fa la -m e na v id a , lev a -m e pela v id a . E dá-m e a sen sação abençoada e e x q u is ifa de que em m eu s la b io s está f lo r in d o a

rosa fresca da saude, que ire i d esp eta lar d o id am en te na v id a ! ”

Por abi você vê qual a disposição do meu espirito. Mande-me contar o que se passa por abi com você.

Sempre os moços da cidade, quando se vêem no interior, ficam deslum­brados. Aproveite os momentos em que o seu espirito sóbe até aos as­tros. Os bons momentos que Deus concede aos poetas de raça como você.

Mandarei o que saia no “D iario” . Elles pediram-me que fizesse a cri­tica. Eu vou fazer. Tenha-me sem­pre ao par do seu endereço para lhe m andar o meu livro, ao appa­recer.

Obrigado por me dedicar a poe­sia que váe fazer. E você deve crêr na minha amizade. E ’ uma grande amizade que senti por você ao vê-lo no “ D iario” . Parecia que eu já o tinha visto não sei onde, e que já tinha sido seu amigo. Você não pro­fessa o espiritism o? Eu acho o es­piritism o o conjuncto de philoso- phias, que melhor explica e “ obri­ga” a gente a suppoi Lar a vida. Eii creio ter visto e privado com você num tempo longe. A revelação do seu espirito em “Tintas verdes de melancolia” confirmou a minha af- feição espontanea” . — Seu de co­ração — Rodrigues de Abreu.

P. S. — Mande-me dizer se você conhece Lionello Fiumi, um ardoro­so “ novo” da Italia. A sua técnica tem explendidos pontos de contacto com a delle. Vocês se parecem, sen­do todavia distinctissimos. Mas, na técnica somente. — O mesmo.

Baurii — Araújo Leite — 76, 18 XI 926.”l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l h

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c. A. P. 29

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30 C. A. P.

Como 0 porque Weissmuller é 0 melhor nadador do m undo

(Para C. A. P.)

Carlis ilc Caimus SoliriÉi(Professor do Club)

A natação moderna tem tres gran­des ‘‘astros” de prim eira grandeza na classe dos liomehs: JotinnyW eissmuller, americano, Arne Borg, sueco e A. Charlton, australiano. Cada qual é especialista, campeão e recordista de determ inadas d istan­cias, e, á prim eira vista, parece im- possivel dizer qual delles é melhor em sua especialidade. Se os recordes

de Charlton, actualmente em des­canço, são admiraveis, não o são menos os de Arne Borg — “ a ma­ravilha aquatica” — e os de Weiss­muller — “ o hydroplano hum ano” .

Um delles, no entanto, deve ser destacado dos demais. E ’ Weissmul­ler. Elle, além de, como os outros dois, m anter em sua posse constante um punhado de recordes do mundo.

.J. .

Ao a l to : — A taque do braço es ­qu erd o a c o m p a n h a d o do p on ta -pé do pé do m e s m o la do . Note -se a po s içã o do braço d ire i to .

E m b a ix o : — W e is s m u l l e r em acção. E s p le n d i d a dem o n s tra ç ã o da m a n e ira de a s p ira r . Note-se a po s içã o do braço esqu erdo .

de quando em vez, para dar alguns pontos ao seu clube num campeonato, abalança-se a disputar uma prova da qual não é especialista, e, deante da ad­miração de todo o mundo, bate tambem o recorde da distancia. E ’ verdade que sempre que isso se dá, o antigo recordista p re­para-se e pouco depois conse­gue rehaver o seu recorde, mas, em compensação, ninguém até hoje conseguiu fazer o mesmo nas distancias em que o “hi- droplano” é especialista. Weiss-

c. A. P. 31

'-V \ '

Em c im a : — W e is s m u l l e r dá u m a b a t id a com o pé es­q u erd o q u a n d o o braço d ir e i to está em angulo rec to com o corpo.

E m b a ix o : — M o vim en to in v e rs o do s u p e r io r . “ K i c k ” do pé d ir e i to q u a n d o a m ão e sq u er d a a t t inge o m a x im o da p r o fu n d i d a d e .

E m a m b a s as p h o to g r a p h ia s vê-se com o é a m p la a ex- tensáo dos braços .

muller, pois, recordista mundial de todas as distancias até 400 metros, é melhor nadador que Arne Borg, rei das provas de meio fundo e que Charlton, que desde os 1.000 me­tros, mais ou menos, onde term ina o reinado de Borg, domina até os 2.000 metros.

Tudo isso, entretanto, não seria necessário para que Wissmuller fos­se, como é, o nadador mais conhe­cido e admirado do mundo. Se elle fosse Arne Borg ou Charlton, tam ­bem o seria.

E isto porque, antes de mais na­da, os norte-am ericanos são os cam­peões mundiaes da p ro p ag an d a ...

Na piscina do Paulistano, entre os que aprendem a nadar, a maior preoccupação é saber como Weiss­

muller nada. Aliás, isso é bom, pois, se todos procurarem assim ilar as bases geraes do methodo de nadar do campeão mundial, adquirindo de­pois o seu estylo proprio, acabaria- mos tendo bons nadadores. A força de vontade e a paciência, entretanto, são indispensáveis. E ’ por isso que eu, as vezes, tenho vontade de ir aos Estados Unidos agarrar Weiss­muller e trazel-o para a piscina do P au lis tan o ...

Isso não é possivel, mas, feliz­mente, eu posso satisfazer ao gran­de desejo dos paulistanos nadado­res. Vou dar aqui a palavra ao “hi- droplano hum ano” para que elle di­ga como nada e “ C. A. P .” acompa­nhará essas palavras com algumas

32 C. A. P.

\ e s t a e x t r a o r d in a r ia ph o - iograph id vê-se p e r f e i t a m e n ­te com o d eve ser execu tado o m o v im e n to de ro tação dos pés . E lles d e v e m descer v o l ­tados p a r a den tro e s u b i r em p os ição ver t ica l .

photographias de posses especiaes do campeão mundial.

Fala W eissmuller:“ Quasi todas as pessoas têm um

estylo differente de qualquer outra e ninguém deveria ten tar mudar o seu estylo se elle vem naturalm ente.

Simplesmente deve-se aperfeiçoar o methodo natural.

A prim eira cousa a aprender é não adeantar demais o braço direito ao começar a braçada. Conservar o hombro direito acima da agua, é essencial, e então, o nadador deve estender o braço direito em frente a elle e um pouco para a esquerda do centro da cabeça, conservando- o levemente curvo no cotovello. A respiração é então tomada, e, como o braço direito é puxado debaixo do corpo, a cabeça vae completa­mente debaixo da agua. O braço di­reito viaja para traz alongando-se até estar completamente extendido ao form ar angulo recto com o corpo e o ataque é feito tão fundo quanto o comprimento do braço o perm ittir.

A braçada é feita em direcção ao joelho esquerdo. Eu sempre gosto de dizer que um nadador deve “ aperta r” a agua.

Exactamente o mesmo methodo é usado para o movimento do b ra­ço esquerdo. A respiração é exalada debaixo da agua, no fim do ataque do braço esquerdo, e, aspirada no­vamente assim que começar o ata­que do braço direito e a cabeça es­tiver fóra da agua outra vez.

O movimento do corpo deve ser aíiaptado ao dos braços. Eu tomo tres “ kicks” (ponta-pés) alternados com o pé direito e esquerdo, quando o ataque do braço direito é executa­do e mais ires com o ataque do b ra­ço esquerdo.

Nesta p h o to g r a p h ia vê-se a b a t id a do pê d ir e i to p r es te s a a c o m ­p a n h a r o a taque do braço do m e s m o lado . Note -se que o braço já está

na aqiia qu a n d o é d a d a a b a t id a e ob s e r v e - se a m a n e ir a de resp irar .

c. A. P. 33

Nunca será permittido aos pés es­tarem a mais do que oito pollega- das de distancia um do outro e elles devem ser suspensos numa especie de angulo (andar de pombo). Isso lhes dá mais força. Será melhor acompanhar o ponta-pé assim: b ra­ço direito começa em baixo, ponta­pé do pé direito; braço direito no maximo da extensão, ponta-pé do pé esquerdo; braço direito joelho, ponta-pé do pé direito. Braço es­querdo começa, ponta-pé do pé es­querdo; braço esquerdo no maximo da profundidade, ponta-pé do pé di­reito; braço esquerdo ao joelho, ponta-pé do pé esquerdo. E, assim por diante, numa especie de rithmo.

DEPOIS DO TREINO

d l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l h

= Brinquedos uteis e instructivos E

Tome um aperitivo no

B A R C A P I T O L I O

= MACHADO, MESQUITA & CIA. E E R. Libero Badaró, 22 - S. Paulo =Tiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiipisto pode ser muito bem praticado em terra.

“ Sempi*e experimente nadar com a cabeça levantada. Isto ajudará a desenvolver o arco nas costas e cor­tar a agua com o corpo. Cabeça e pés acima, conservam o arco nas costas emquanto nadando.

Isto é tudo o que se deve fazer para nadar depressa ou muito — isto e pratica.”

Abi está, srs. paulistanos-aquati- cos, como nada Johnny Weissmul­ler, o maior nadador do mundo. Agora, cabe a vós emital-o no que for possivel, conservando o estylo natural, segundo elle mesmo acon­selha, e, abaixo os recordes do m undo. . .

i i l l l l l l l l l l l l l l l l l l l i l l l l l l M l l i l l l l l l l l l l l l l l l l l i

= Para sua nova residencia = = adquira =E um grupo de moveis de junco, nau

& =E B. Libero Badaró, 22 - S. Paulo — iTiliiiiiiiisliiliiiiiiiiiiifliliiiiiiiiniiiiriiiiP

Mande seus filhos ás aulas de gyni- 7iastica do Club. Assim elles serão sem­pre sadios e fortes.

ROSTO DE MULHERO co lor id o de um quadro é com o um rosto de m u lher. O ros to e n g o r d u ra d o

e sem tra to é a d em o n s tra çã o nina do d e s l e i x o . . . ora toda a m u lh e r f in a e de t ra tam en to , cu ida do tra to de sua ci it is , p r e f e r in d o para is so ar t igos p i i ro s e sem drogas nocinas que a taqu em a e p id e rm e . A f im de en i ta r que as nossas d i s t in c ta s c l ientes usem p r o d u c to s que p o s s a m ex tragar - lh e a cu t is , r e c o m m e n d a m o s o uso do nosso já celel>re

PO ' DE ARROZ DR. SMITHde p u r e za sem igual , de p e r f u m e or ig ina l , de adherei ic ia inegualanel e de u m ato n a l id a d e be lla que e m p re s ta n e rdade iro encanto ao rosto .

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34 C. A. P.

. d l l l l l l l l l l l l l l l M l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l— A rtigos Para P ra ia , E sp ortes, —^ V iagem , M ontaria e B rin q u ed os. H

Z R. L ibero B adaró, 22 - S. PAULO ^

« T l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l 8 I I I I I I I I I I M I I I f l | | p

A disciplina, a vontade e a perse- vera7iça são funcções do esporte. Sem essas qualidades jamais te poder ás e7i- vaidecer de um resultado ou de uma victoria.

i 6 Í L _- I Z e i t t e r I

WINKELMANNZ[ITER l WINKELMANN

PRAÇA DA REPUBLICA, 41 S Ã O P A U L O

OS TREINOS DE ATHLETISMO

Os treinos de athletismo estão-se realizando com grande frequencia. São em grande numero os novos praticantes do athletismo e todos elles acham-se animados de optima boa vontade. Freqüentam com assi­duidade os treinos e o resultado desse merito já se está fazendo no­tar pelos resultados que se vão ve­rificando.

Um rapaz a rgu to . . .O joven funccionario daquelle

banco nacional da rua 15 tinha o habito de fazer apostas. Tudo para elle era motivo para apostas. Quem seria, por exemplo, a prim eira pes­soa a ser atropelada na rua S. Bento, na semana vindoura? Um preto? Uma senhora de idade?

Tanto abusou desse expediente que o chefe do escriptorio resolveu removel-o para o interior, com re- commendação expressa ao gerente local.

O gerente recebeu-o com um ser­mão, pedindo-lhe que mudasse de hábitos. Era um homem sério, com um passado brilhante, e queria res­peito na sua filial.

— Que o senhor é um homem sé­rio, sr. gerente, eu sabia. Tenho até informações lindissimas sobre a sua actuação na revolta de 93. Sei que o sr. lutou como um heróe ao lado de Floriano, recebendo até um fe­rim ento no hombro esquerdo.

O gerente achou graça na histo­ria, porque nunca brigara uma vez sequer, na sua vida.

— O sr. não tem o ferim ento? Aposto 20$000!

— Vae perder o d inheiro . . .— Não! Se affirmo é porque te­

nho certeza.— Feito!O gerente tirou o paletó, o colle-

te, a camisa, e mostrou as costas. De facto não havia ferimento algum.

— Acceito, porque negocio é ne­gocio. Mas fique sabendo que nesta casa nunca mais se fará a menor aposta!

No dia seguinte o gerente recebia do chefe do escriptorio da matriz do banco ordem para pagar, por sua conta, 200$000 ao joven funcciona­rio, por ter este apostado em como obrigaria, no dia da sua chegada ao seu novo posto, o gerente a tira r a camisa na sua f r e n te ... — E.

Co7u a criação do almoxarifado, po­derão os srs. associados adquirir qual­quer material esportivo, dentro do pro­prio Club, por preço menor que na ci­dade.

c. A. P. 35

iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiin

E H. Libero Badaró, 22 - S. Paulo E= Fabrica e im porta EE artigos para esportes EE das mais afamadas marcas. Em iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiir

MANUEL ALONSO GOSTOU DO PAULISTANOO campeão Manuel Alonso, que os

nossos prezados consocios tiveram opportunidade de adm irar ainda ha pouco tempo, gostou deveras do Paulistano. Já o tinha dito, quando visitava o Club. Mostrou-se adm ira­do de suas installações. Mas as suas palavras foram, naturalm ente, leva­das em conta de seu requintado ca- valherismo. Porque Alonso, antes de tennista, é um perfeito cavalheiro.

Já agora, entretanto, não se póde mais duvidar de que o grande ten­nista era sincero, quando dizia, por­tas a dentro da nossa séde, muito bem do Club. Porque foi repetir tu ­do lá fóra, em condições que não

lhe impunham a delicadeza de ser cavalheiro.

Eis o que elle disse do Paulistano a um jornal:

— “ O Paulistano é um dos maio­res clubes do mundo. Nos Estados Unidos tenho visitado innum eros clubes, mas ainda não encontrei um egual ao Paulistano. São sempre clubs especializados num determ i­nado esporte. O Paulistano, não. Possue de tudo e disposto de manei­ra que perm itte uma expansão sem limite. No Rio, eu conheci o Flum i­nense. Mas o Paulistano tem mais espaço e póde ampliar-se mais do que o clube carioca. As suas instal­lações são explendidas.”

l i i í i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i ü i i i M i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i h

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36 C. A. P.

0 FUTEBOL DE HONTEM E 0 DE HOJE(Para “C. A. P.")

Quem, nos dias de hoje, se metter a falar de futebol, em rodas aristo­cráticas, é um deselegante. Está as­sentado: o futebol é assumpto in- terdicto ás palestras perfumadas de finura e distincção.

Foi-se o tempo em que o nosso futebol preoccupava sinceramente tcdas as camadas sociaes, que se misturavam semanalmente no Velo- dromo e no Antarctica.

O futebol já foi um caso sério na vida elegante paulistana. E isso não faz muito tempo.

Ninguém se continha, entáo, que não fosse assistir, nos domingos, se não á partida de seu club predile- cto, ao jogo mais importante.

As praças de esporte abarrotaram nesses dias. Em cada palmo quadra­do se imprensava um par de botinas dom ingueiras.. .

As arvores próximas do campo, os muros que o cercavam, tudo em que um mortal pudesse estribar um pe­daço de pé ficava occupado .. .

E aquella massa de gente, empol­gada ou frenetica, não perdia um lance da partida. Olbos presos á bo­la, espicbavam-se pescoços, contor­ciam-se corpos, numa ansia doida de não a perder de vista, por segundo que fosse. . .

Mas o paulistano, rico ou pobre, não ia aos jogos de futeljol só para sentir as emoções de uma partida. A ttraiam -n’o tambem a variedade de rostos bonitos, em cuja contempla­ção platônica empregavam os inter- vallos da batalha.

A paulistana sabia bem disso e não se aborrecia. Muito pelo con­trario , até gostava. Vaidosa, em per­tigava-se toda e punba-se a d istri­buir sorrisos grandemente toxicos ás mancheias. . .

Assolou S. Paulo, então, a praga

A. G. FILHO

fu tebo listica .. . Todos queriam jo­gar futebol. E não houve objecto espberico ou ovoide que não vives­se aos trambolbões de pé para p é . ..

O futebolista elevou-se a coisa pa­recida, com senador ou deputado.... Ninguém, na cidade inteira, lhes ig­norava os nomes e as virtudes es­portivas. De bocca em bocca cor­riam as suas façan h as...

Mas tudo aborrece. Os futebolis­tas tambem se aborreceram de dar ponta-pés na b o la ... Tentaram va­ria r os processos de jogar. Tudo cançou. . .

Desgraçadamente, então, alguém aventou que seria divertido dar. pon­ta-pés no adversario tambem... Poz- se em pratica a id é a . .. Transfor- maram-se as partidas de futebol em scenas de pugilato. Eram canellas quebradas, pés destroncados, cabe­ças partidas, jogadores desmaiados...

Os jogadores foram quasi unani­mes em adoptar, por desfastio, o no­vo processo. A assistência toda, en­tretanto, não esteve de accordo em applaudil-os... Boa parte, o escól, borrizada, abandonou por completo as arcbibaiicadas dos e stád io s .. .

A outra gostou da innovação e applaudiu. ostou tanto que terminou por torcer pelos mesmos processos... E, desde então, “ to rcer” tem um sentido, um sabor de b o rd o ad a ... E os clubs que persistiram em jogar o futebol como antes precisaram fu­gir dos o u tro s .. .d l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l M I l I S l i l í l l l l l l i í

“ R. L ib er o Radaró , 22 - X. PA U LO ^

^ E sp e c ia l i s ta em ^E ARTKiOS PARA VIAGEM —

e ou tros a r te fac to s de couro «

M i i i r i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i B i i i i i i i i i i i i i i i r

CIA. CITY i

S E U S F I L H O S S E M

P O D E M B R I N C A R P E R I G O

NO

Jard im Am ericaNaturalmente V. S. sabe que a melhor vida para as crianças e a mais indicada para que cresçam fortes e sadias, é a vida ao ar livre. Muitos paes, porém, embora reconhecendo o prejuizo para a saúde de seus filhos receiosos do perigo que a rua offerece não lhes perm itte b rincar fora de casa. Isto não acontece com os moradores do Jardim America, onde as crianças têm á sua disposição, para divertir-se a vontade, os lindos parques internos que além de emhellezar o hairrf» tem esta grande utilidade, proporcionando assim completo socego aos paes.

Sobre este nosso b a ir ro de ve recah ir siia escolha, p o is a lém da vanta íjem ac im a , p o ssu e todos os ou tros m e lh o r a m e n to s urbanos , taes com o: agua corrente , gaz, e le c tr ic id a d e , exgotto , d ren agem ,

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