revista digital ecos da terra - março de 2011

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Revista Digital Ecos da Terra

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Ecos da Terra traz o assunto polêmico que a Neuroengenharia tem abordado com constância e embasamento científico. O ser humano no futuro vai con-trolar máquinas, doenças, enfim tudo pela força do pensamento.

Na verdade o que a equipe de redação da Ecos da Terra quer é provocar a investigação e o estudo mais aprofundado pelos seus leitores, sobre o tema da evolução humana, baseada na ciência. Nosso neurocientista Miguel Nico-lelis, que ocupa a seção Personalidade, há dez anos vem afirmando que o ser humano poderia controlar dispositivos artificiais e até átomos de seu corpo, com a força do próprio pensamento. Seria como dizer que podemos mover montanhas.

Na reportagem sobre Neuroengenharia o médico pequisador, palestrante e escritor, autor do livro “Neuroengenharia, o Futuro”, afiança estarmos bei-rando uma auto-revolução que irá reformular radicalmente nossos pontos de vista, de percepção, cognição, emoção e até mesmo identidade pessoal.

Bem, a revista está recheada de assuntos que farão seu cérebro girar.

Aproveite!

Editorial

Silvia Regina Pellegrino Freitas da Rocha | Editora

E X P E D I E NTEReportagem e EdiçãoSilvia R. Pellegrino Freitas da Rocha

Revisão de TextosPaulo Roberto Freitas da Rocha

Programação VisualEduardo Schubert

Jornalista responsávelIsabelle Soares

Ano 02 - edição 7Envio de e-mails 150.000

Edição, produção e publicação BOLETIM CULT

Contato: [email protected] Fone: +55 41 35387868

Page 5: Revista Digital Ecos da Terra - Março de 2011

ÍNDICE 3

11

29

53

5

15

21

33

Editorial

Meio Ambiente

ECOLOGIA

Sustentabilidade

Biodiversidade

Universo

Reportagem Especial

Neuroengenharia para contestaro que significa ser humano

PersonalidadeMiguel Nicolelis

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D escobertas da neurociência mostram que o cérebro é mais maleável do que se imaginava e que um dia terá mesmo o poder de mover montanhas. Por enquanto, as experiências são feitas em animais. Eletrodos foram im-plantados em uma cobaia.

É um teste para medir a importância do sono para consolidar a memó-ria. Este é um dos projetos do Instituto Internacional de Neurociên-cias, de Natal, no Rio Grande do Norte. O Instituto integra uma rede formada por centros de pesquisa de outros oito paises.

Experiências feitas com macacos nos Estados Unidos demonstraram que sinais elétricos emitidos pelo cérebro podem mover um braço ro-bótico. É a força do pensamento. A frase do momento nesta área é “interface cérebro-máquina”.

“A gente já sabe que é possível retirar sinal do cérebro, tratar esse si-nal e devolver esse sinal para o cérebro através dessas interfaces, não apenas para o tratamento de desordens psiquiátricas ou neurológicas. Eventualmente, é um cenário de ficção cientifica, mas também para acessar a internet, fazer uma série de comunicações que hoje a gente faz através de circuitos que não estão implantados, como, por exem-plo, um celular”, explica o neurocientista Miguel Nicolelis.

Chips implantados no cérebro humano? É o futuro, diz Nicolelis, cien-tista que combina robótica e neuroengenharia nos estudos que faz em uma universidade norte-americana.

Por exemplo, um chip seria implantado para detectar a possibilidade de um ataque epilético e mandaria sinais para outro chip, que estimu-laria a região do cérebro capaz de evitar a crise. Os chips também po-

MIGUEL NICOLELIS

6PERSONALIDADE

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deriam transmitir os impul-sos elétricos que resultam do pensamento para recep-tores externos.

“A idéia, por exemplo, é que, no futuro, pacientes que so-fram de paralisia severa pos-sam usar o pensamento para controlar cadeiras de roda, computadores, aparelhos domésticos e até mesmo um automóvel”, comenta o

neurocientista Miguel Nico-lelis.

Nesta área, o Brasil tem uma vantagem sobre todos os outros países do mundo: é um projeto que estuda o en-velhecimento do cérebro na Universidade de São Paulo. Em menos de três anos de existência, o projeto já reco-lheu amostras de 2,6 mil cé-rebros.

É um material que vale ouro: o resultado da doação de fa-mílias que aceitam colaborar com a ciência. Em um labo-ratório, como em nenhum outro do planeta, é possível fazer comparações entre cérebros doentes e saudá-veis.

De uma parceria com a Uni-versidade de Vurzburg, na Alemanha, resultam mode-los em terceira dimensão que facilitam as pesquisas e aceleram descobertas. Já fi-cou claro, por exemplo, que é muito importante fazer gi-nástica para o cérebro.

7 PERSONALIDADE

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“A doença de Alzhei-mer a gente não tem nenhum mecanismo para pará-la, mas a gente tem mecanis-mos para tentar trei-nar outras áreas do cérebro que não este-jam afetadas para exe-cutar aquela função. Então, por exemplo, diz-se muito que quem tem um ní-vel de educação maior, mais anos de escola, tem menos doença de Alzheimer. Não é verdade; ele tem igual. O que acontece com essas pessoas é que elas têm uma capaci-dade maior de utilizar outras áreas do cérebro, que já es-tão bem treinadas, porque ela sempre estudou, sem-pre incentivou o cérebro, a fazer aquilo que a área que está doente não con-segue mais fazer”, afirma a pesquisadora da USP, Lea Grinberg.

Miguel Nicolelis é conside-rado um dos 20 cientistas mais influentes do mundo

e um candidato ao prêmio Nobel. Ele tem outra paixão além da ciência: o time do Palmeiras. À época em que ele morava nos Estados Uni-dos, onde trabalhou em uma das universidades mais pres-tigiadas do país, algumas ve-zes veio ao Brasil para assis-tir a jogos do time.

8PERSONALIDADE

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O neurocientista Miguel Ni-colelis, também é o idea-lizador e diretor científico do Instituto Internacional de Neurociência de Natal. Confirmou, ele, para 2012, a conclusão do Campus do Cé-rebro em Macaíba, que está com as obras iniciadas, em terreno cedido pela Universi-dade Federal do Rio Grande do Norte.

Nicolelis anunciou pelo Twit-ter, que o Campus do Ceré-bro, chamado por ele, de CERNE de Macaíba, em refe-rência ao Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), um dos principais laborató-rios de pesquisa em física no mundo, localizado na Suíça, contará com Supercomputa-dor 1.2 Pentaflops, magneto-encefalógrafo, ressonância magnética e com o Instituto

de Estudos Avançados San-tos-Dumont.

Também pelo Twitter, Nico-lelis (@miguelnicolelis) in-formou que o Instituto en-controu uma solução para asfaltar a rua Prof. Francis-co Luciano de Oliveira, em Candelária, onde está loca-lizado há seis anos o Centro de Estudos e Pesquisa Prof. Cesar Timo-Iaria – IINN-ELS. Durante esse período, Nico-lelis tem lutado para que a rua de barro seja asfaltada, mas tem encontrado vários impedimentos, inclusive jurí-dicos.

9 PERSONALIDADE

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O Instituto de Neurociência de Natal é um projeto orçado em 100 milhões de reais. Além do Centro de Pesquisa em Natal, faz parte do Instituto a Escola Alfredo J. Montever-de, também em Natal, o Centro de Saúde Anita Garibaldi e o Centro de Pesquisa, ambos em Macaíba. A escola oferece ensino das ciências a cerca de mil crianças e adolescentes da rede pública.

O neurocientista Miguel Nicolelis ganhou dois dos mais importantes prêmios do meio científico no ano passado e pode receber o prêmio Nobel de Medicina.

Antônio Abujamra entrevista o neurocientista Miguel Nicolelis

O neurocientista Miguel Nicolelis é formado pela USP, mas muito cedo de-ixou o país. “Sou da geração obliterada, que não teve a chance de agir pelo Brasil”. No final dos anos 80, começo dos 90, para Miguel, a “ciên-

cia brasileira quase colapsou”.

Agora, de volta ao país, Miguel quer demonstrar, na periferia de Natal, que a produção do conhecimento de pon-ta pode ser descentralizada no Brasil. “O talento científico existe onde hou-ver um ser humano pensando”. E no que Miguel Nicolelis vem pensando em sua pesquisa pessoal? Ele quer en-tender “como os circuitos do cérebro produzem todos os comportamentos que fazem o ser humano ser o que é”. Para ele, o cérebro não precisa mais do corpo para exercer seu de-

sejo de interagir com o mundo. “A neurociência permitindo que o cére-bro expresse essa condição humana sem limites espaciais e temporais”.

10PERSONALIDADE

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O pneu que não pode mais ser reformado para o uso nos carros, ônibus, caminhões e outros tipos de veículos deve ser retirado adequa-

damente de todo o território nacional, com vistas à preservação do meio ambiente e proteção à saúde pública.

O que fazercom os pneus velhos?

Os pneus que não servem mais, se co-letados, per-mitem várias u t i l i z a ç õ e s , podendo, por exemplo, ser t r a n s f o r m a -dos em com-bustíveis al-t e r n a t i v o s no processo p r o d u t i v o da indústria de cimentos,

aplicados como asfalto de borracha, ou usados em novos arte-fatos, como tapetes para carros, percintas de sofás, pisos indus-triais, entre outros.

Por isso, a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) criou o programa de coleta e destinação de pneus inser-víveis em todo o país, que já deu destinação correta a mais de

12MEIO AMBIENTE

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70 milhões de pneus. Esse pro-grama atende às exigências estabelecidas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e conta com a fisca-lização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recur-sos Renováveis (IBAMA).

Para ampliar o programa, a ANIP conta com a participação da população, que começa a se integrar gradativamente ao esforço do governo e da indús-tria. Para facilitar a coleta, a

ANIP tem criado continuamen-te centros de recepção de pe-nus inservíveis - “Ecopontos” - em parceria com as prefeitu-ras e comunidades das cida-des e regiões metropolitanas brasileiras. Assim, permite-se a participação e o envolvimento, cada vez maior, do consumidor brasileiro.

Veja como você pode colabo-rar, deixando seu pneu velho no Ecoponto ou revendedor de pneus mais próximo. Saiba

13 MEIO AMBIENTE

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mais sobre o programa e os pontos de coleta em sua região no site

www.anip.com.br.

A preservação do meio ambiente está em nossas mãos. Deixe seu pneu no Ecopon-to ou em um reven-dedor de pneus mais próximo.

Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos ANIP

Nota: em Sorocaba, grande parte dos pneus velhos são destinados para a indústria Borcol, fabricante de artefatos de borracha. Para a trituração dos pneus velhos que se encontram em seus terrenos-de-pósitos, a Borcol recebeu máquinas especiais da ANIP.

Equipe VIVAcidade.

MEIO AMBIENTE

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ECOLOGIA

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Na terça, 8 de março, a ONU – Organização das Nações Unidas – divulgou um relatório que afirma o potencial da agricultura sustentável, ou agroecologia, para rapida-

mente começar a alimentar as pessoas mais pobres, reparar os danos causados pela produção industrial e, a longo prazo, se tor-nar um padrão de produção.

Para ONU, agroecologia é a solução

Horta orgânica em projeto no Distrito Federal (foto: Aldem Bourscheit)

16ECOLOGIA

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O estudo, intitulado “Agroecolo-gy and the right to food” (tradu-ção livre “Agroecologia e o direito à alimentação”), foi apresentado pelo relator especial sobre o dire-to à alimentação das Nações Uni-das, Olivier De Shutter.

Uma das premissas do relatório, segundo declarações do De Shut-ter ao jornal The New York Times, é orientar a agricultura para os modos de produção que sejam mais ambientalmente sustentá-veis e socialmente justos. Ele afir-ma que a agroecologia ajuda não somente os pequenos agriculto-res, que passam a ter a possibi-lidade de produzir num método menos oneroso que o industrial e mais produtivo, mas também be-neficia a todos nós.

O modelo desacelera o aqueci-mento global (com pouca emis-são de gases de efeito estufa) e a erosão ecológica, ou seja, os im-pactos ambientais causados pela mecanização dos cultivos. Além disso, processos agroecológicos promovem a descentralização da produção, com práticas agrícolas em pequena escala em várias regi-ões, o que torna as culturas mais

democráticas e menos sucetíveis aos choques climáticos.

Se comparada com a agricultura in-dustrial, que requer uma e n o r m e q u a n -t i d a -de de á g u a

para a ir-rigação e com-b u s t í -veis fós-seis para o transporte e produção de fertilizantes químicos, a agro-ecologia usa menos recursos.

Para que ela seja colocada em prática de forma plena é preciso

ECOLOGIA

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ter disponível trabalho, seja ele intelectual, aumentando o número de pesquisas sobre o tema, ou físico, já que precisará de mais agriculto-

res e menos mecanização das lavouras.

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O relator da ONU ainda enfatiza que é mais fácil e rápido adotar a transi-ção para a agroecologia em países

em desenvolvimento, como a África, que ainda podem ser orientados em seus métodos, do que nos países desenvolvi-

dos, que já tem as suas indústrias alimentares estabelecidas. No entanto, declara que mesmo es-tes países ‘viciados em fertilizan-tes químicos’ devem mudar para a agricultura sustentável, a fim de preservar o planeta.

Dentre as recomendações aos governos, para criação de po-líticas públicas em sustenta-

bilidade, o estudo afirma que é preciso reorientar os gastos pú-

blicos na agricultura, priorizando os serviços de extensão e infra-es-

trutura rural, bem como a pesquisa em métodos agroecológicos.

O próximo passo seria a difusão dos co-nhecimentos sobre as melhores práticas de agricultura sustentável, com a colaboração das organizações e redes de agricultores existentes.

ECOLOGIA

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SUSTENTABILIDADE

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SUSTENTABILIDADE

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Supermercados, padarias, lojas e demais estabeleci-mentos de varejo de Belo

Horizonte não poderão mais fornecer sacolinhas plásticas para os con-s u m i d o r e s t r a n s p o r -tarem suas c o m p r a s . No dia 1º de março en-trou em vi-gor na capi-tal mineira a Lei Municipal 9.529/2008, que exige a substituição de sacolas plásticas por soluções ecológi-cas. BH é a primeira capital a adotar a medida. A fiscalização da nova regra deverá começar dentro de 45 dias. Estão pre-vistas multas de até R$ 1 mil ou interdição do negócio para as empresas que não se adequa-rem. Antes das punições, será realizada a campanha educati-va Sacola Plástica Nunca Mais, para orientar a população so-

bre as melhores alternativas para a substituição das tradi-cionais sacolinhas.

A ideia da campanha é incentivar o uso de alter-nativas sus-t e n t á v e i s , como carri-nhos, caixas de papelão, sacolas re-

cicladas, sacolas retornáveis (ecobags) de tecido, TNT, pa-lha, ráfia e outros. A campanha educativa foi lançada em con-junto pela Prefeitura de BH, Procon e associações do setor de supermercados, comércio, panificação e consumidores. Para estimular a mudança de hábito, será produzido um mo-delo de sacola retornável que será vendida a R$ 1,98 (preço de custo) a unidade nos pontos comerciais participantes.

Comércio de Belo Horizonte começa a substituir sacolas de plástico por alternativas ecológicas

Campanha organizada pelo poder público e

sociedade civil colocará à venda embalagens

retornáveis e biodegradáveis

23 SUSTENTABILIDADE

Page 25: Revista Digital Ecos da Terra - Março de 2011

“Antes, o custo da sacola de plástico era nosso. Agora, vai passar para o consumidor”,

afirma Borges.

Os pequenos e médios empresários já começaram a se adaptar à novidade.

A r e d e d e s u p e r m e r c a d o s G u a r i n , p o r exemplo, fornecerá aos seus clientes sacolas descartáveis compostáveis, feitas com amido de milho, uma alternativa bem mais susten-tável. Segundo o gerente de compras da Guarin, Wenderson Borges, o supermercado já possui fornecedor para as novas sacolas e deverá vender a embalagem biodegradável por R$ 0,19.

24SUSTENTABILIDADE

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Genebra exibe soluções ecológicas para carros ‘beberrões’

Híbridos e elétricos de luxo são apresentados no salão. Desafio de montadoras é aliar performance

a baixa emissão de poluentes

Seguindo a tendência dos últimos grandes eventos da indús-tria automobilística, o Salão de Genebra também é marca-do por tecnologias que permitam carros mais econômicos e

menos poluentes. Mesmo para veículos de luxo, alguns reconhe-cidamente “beberrões”, as montadoras mostram seus primeiros passos nesta direção. O desafio delas nesse segmento é aliar de-sempenho com o mínimo de emissão.

Foi o que a Nissan fez com o conceito Esflow, um carro elétrico esportivo. “Buscamos juntar o conceito de emissão zero do Leaf [lançado em 2010] com a performance do GTR”, explicou o vice--presidente de marketing da Nissan Europa, Simon Thomas.

O protótipo é movido por dois motores de 108 cavalos cada, colocados sobre cada uma das ro-das traseiras, que tracio-nam o veículo de forma independente. O carro vai de 0 a 100 km/h em cinco segundos e, algo raro no conceito de car-ros elétricos, possui uma autonomia de 240 km.

26SUSTENTABILIDADE

Rolls Royce Phantom elétrico (Foto: Reuters)

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Suzuki apresenta no Japão scooter movida a célula de hidrogênio

Burgman teve sistema homologado e agora é testada na Inglaterra.

Fabricante japonesa espera lançar o modelo no mercado em 2015.

A Suzuki apre-sentou em Tó-quio (Japão)

a Suzuki Burgman, uma nova geração de scooters ecológicas alimentada por célu-las de hidrogênio ou pilhas de hidrogênio.

Nessas baterias, o hi-drogênio reage com o oxigênio resultan-do em energia, sem nenhuma emissão de poluentes.

A Suzuki conseguiu a homologação do sis-tema de pilhas e, ago-ra, testa o produto na Inglaterra. A fabri-cante japonesa espe-ra lançar o modelo no mercado em 2015.

27 SUSTENTABILIDADE

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BIODIVERSIDADE

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Mudança na lei do milho transgênico promete reacender polêmica

30biodiversidade

Governo avalia reduzir área entre plantação e unidade de conservação

Uma mudança na lei que determina a distância mínima exigi-da entre plantações de milho transgênico e unidades de con-servação promete reacender a polêmica dos produtos gene-

ticamente modificados. O projeto em parceria entre os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente está em discussão no governo e deve reduzir em até 90% a faixa de segurança.

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Pela legislação atual, nenhu-ma lavoura de milho transgêni-co pode ser plantada a menos de 10 quilômetros da divisa de parques nacionais e reservas biológicas. Com a nova norma que depende de aprovação da presidente Dilma Rousseff, o plantio será permitido a 1,2 quilômetros.

O principal risco da diminui-ção da faixa de segurança é a contaminação do milho con-vencional pelo transgênico, alertam especialistas, já que a polinização do grão é feita por insetos e pelo vento. A bióloga Arlinda Cézar, dire-tora administrativa do Ins-tituto Venturi para Estudos Ambientais, diz que um dos problemas é a inexistência de pesquisas que apontem com segurança o impacto da alteração proposta.

— A área de segurança é calculada para mais, porque se tende a exagerar na mar-gem. Mas uma redução de 90% parece subestimar de-

mais a necessidade da reserva — avalia.

Para o professor de genética, Francisco Mauro Salzano, é preciso cautela:

— Mas não creio que qualquer passagem de pólen para as unidades de conservação pos-sa ser catastrófica.

31 biodiversidade

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32biodiversidade

O DEBATE

- O milho transgê-nico foi liberado para o plantio co-mercial em feve-reiro de 2008.

- A legislação pre-vê que é preciso respeitar 10 quilô-metros de distância entre plantações de milho trans-gênico e unidades de conservação, como zona de amortecimento. Mas o governo federal deve reduzir a área de segurança para 1,2 quilômetros.

- A redução divide produtores e ambientalistas. Ru-ralistas defendem a tranquilidade e segurança jurí-dica dos produtores que vivem da atividade agrícola na proximidade de parques, mas ambientalistas aler-tam para o risco da polinização do milho nativo pelo grão geneticamente modificado.

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UNIVERSO

Page 35: Revista Digital Ecos da Terra - Março de 2011

UNIVERSO

Page 36: Revista Digital Ecos da Terra - Março de 2011

ECLIPSE

35 universo

Um eclipse acontece sempre que um corpo entra na sombra de outro. Assim, quando a Lua entra na sombra da Terra, acontece um eclipse lunar. Quando a Terra é atingida pela sombra da Lua, acontece um eclipse solar.

Sombra de Um Corpo Extenso

aqui vemos a aparência da fonte para os pontos A a D na sombra.

aqui vemos a região da umbra e da penumbra da sombra.

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36universo

A órbita da Terra em torno do Sol e a órbita da Lua em torno da Terra, não estão no mesmo plano, ou ocorreria um eclipse da Lua a cada Lua Cheia, e um eclipse do Sol a cada Lua Nova.

O plano da órbita da Lua em torno da Terra não é o mesmo plano que o da órbita da Terra em torno do Sol.

O plano da órbita da Lua está inclinado 5,2 ° em relação ao plano da órbita da Terra. Portan-to só ocorrem eclipses quando a Lua está na fase de Lua Cheia ou

Sombra de Um Corpo Extenso

Linha dos Nodos

Quando um corpo extenso (não pontual) é iluminado por outro corpo extenso definem-se duas regiões de sombra: - umbra: região da sombra que não recebe luz de nenhum ponto da fonte.

- penumbra: região da sombra que recebe luz de alguns pontos da fonte.

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Nova, e quando o Sol está sobre a linha dos nodos, que é a linha de intersecção do plano da órbita da Terra em torno do Sol com o plano da órbita da Lua em torno da Terra.

37 universo

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38universo

Eclipses do Sol e da Lua são os eventos mais espetaculares do céu. Um eclipse solar ocorre quando a Lua está entre a Terra e o Sol. Se o disco inteiro do Sol está atrás da Lua, o eclipse é total. Caso contrário, é parcial. Se a Lua está próxi-ma de seu apogeu (ponto mais distan-te de sua órbita), o diâmetro da Lua é menor que o do Sol, e ocorre um eclipse anular.

Como a excentricidade da órbita da Terra em torno do Sol é de 0,0167, o diâmetro angular do Sol varia 1,67% em torno de sua média, de 31’59”. A órbita da Lua em torno da Terra tem uma ex-centricidade de 0,05 e, portanto, seu diâmetro angular varia 5%

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em torno de sua média, de 31’5”, chegando a 33’16”, muito maior do que o diâmetro máximo do Sol.

Um eclipse total da Lua acontece quando a Lua fica inteiramen-te imersa na umbra da Terra; se somente parte dela passa pela umbra, e resto passa pela penumbra, o eclipse é parcial. Se a Lua passa somente na penumbra, o eclipse é penumbral. Um eclipse total é sempre acompanhado das fases penumbral e parcial. Um eclipse penumbral é difícil de ver diretamente com o olho, pois o brilho da Lua permance quase o mesmo. Durante a fase total, a Lua aparece com uma luminosidade tênue e avermelhada. Isso acontece porque parte da luz solar é refractada na atmosfera da Terra e atinge a Lua. Porém essa luz está quase totalmente desprovida dos raios azuis, que sofreram forte espalhamento e absorção na espessa camada atmosférica atravessada.

Durante um eclip-se solar, a umbra da Lua na Terra tem sempre menos que 270 km de lar-gura. Como a som-bra se move a pelo menos 34 km/min para Leste, devido à órbita da Lua em

torno da Terra, o máximo de um eclipse dura no máximo 7 1/2 minutos. Portanto um eclipse solar total só é visível, se o clima permitir, em uma estreita faixa sobre a Terra, chamada de cami-nho do eclipse. Em uma região de aproximadamente 3000 km de cada lado do caminho do eclipse, ocorre um eclipse parcial.

Eclipses do Sol

39 universo

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Como a Lua se move aproximadamente 12° por dia, para leste, em relação ao Sol (360°/29,5 dias= 12°/dia), o que implica numa velocidade de:

A velocidade de um ponto da superfície da Terra devido à rota-ção para leste da Terra é:

40universo

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Como a velocidade da Lua no céu é maior do que a velocidade de rotação da Terra, a velocidade da sombra da Lua na Terra tem o mesmo sentido do movimento (real) da Lua, ou seja, para leste. O valor da velocidade da sombra é, grosseiramente,

Cálculos mais precisos, levando-se em conta o ângulo entre os dois movimentos, mostram que a velocidade da Lua em relação a um certo ponto da Terra é de pelo menos 34 km/min para les-te. A duração da totalidade do eclipse, em um certo ponto da Terra, será o tempo desde o instante em que a borda leste da umbra da Lua toca esse ponto até o instante em que a borda oeste da Lua o toca. Esse tempo é igual ao tamanho da umbra dividido pela velocidade com que ela anda, aproximadamente,

Na realidade, a totalidade de um eclipse dura no máximo 7 1/2 minutos. Um eclipse solar total começa quando a Lua alcança a direção do disco do Sol, e aproximadamente uma hora depois o Sol fica completamente atrás da Lua. Nos últimos instantes an-tes da totalidade, as únicas partes visíveis do Sol são aquelas que brilham através de pequenos vales na borda irregular da Lua, um fenônemo conhecido como “anel de diamante”, já descrito por Edmund Halley no eclipse de 3 de maio de 1715. Durante a totalidade, o céu se torna escuro o suficiente para se observar os planetas e as estrelas mais brilhantes. Após a fase de “anel de diamante”, o disco do Sol fica completamente coberto pela Lua, e a coroa solar, a atmosfera externa do Sol, composta de gases rarefeitos que se extendem por milhões de km, aparece. Note que é extremamente perigoso olhar o Sol diretamente. Qualquer exposição acima de 15 segundos danifica permanentemente o olho, sem apresentar qualquer dor!

41 universo

Page 43: Revista Digital Ecos da Terra - Março de 2011
Page 44: Revista Digital Ecos da Terra - Março de 2011

Um eclipse lunar ocorre quando a Lua entra na sombra da Terra.

À diståncia da Lua, 384 mil km, a sombra da Terra, que se exten-de por 1,4 milhões de km, cobre aproximada-mente 3 luas cheias. Em contraste com um eclipse do Sol, que só é visível em uma peque-na região da Terra, um eclipse da Lua é visível por todos que possam ver a Lua. Como um eclipse da Lua pode ser visto, se o clima per-mitir, de todo a parte no-turna da Terra, eclipses da Lua são muito mais frequentes que eclipses do Sol, de um dado local na Terra.

A duração máxima de um eclipse lunar é 3,8 hr, e a duração da fase total é sempre menor que 1,7 hr.

Eclipses da Lua

43 universo

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44universo

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Temporada de EclipsesSe o plano orbital da Lua coincidisse com o plano da eclíptica, um eclipse solar ocorreria a toda Lua nova e um eclipse lunar a toda Lua cheia. Entretanto, o plano está inclinado 5,2 ° e, portanto, a Lua precisa estar próxima da linha de nodos (cruzando o plano da eclíptica) para que um eclipse ocorra. Como o sistema Terra-Lua orbita o Sol, aproximadamente duas vezes por ano a linha dos nodos está alinhada com o Sol e a Terra. Estas são as temporadas dos eclipses, quando os eclipses podem ocorrer. Quando a Lua passar pelo nodo durante a temporada de eclipses, ocorre um eclipse.

Como a órbita da Lua gra-dualmente gira sobre seu eixo (com um período de 18,6 anos de regressão dos nodos), as temporadas ocorrem a cada 173 dias, e não exatamente a cada meio ano. A distância an-gular da Lua do nodo precisa ser menor que 4,6° para um eclipse lunar, e menor que 10,3 ° para um eclipse solar, o que estende a temporada de eclipses para 31 a 38 dias, dependendo dos tama-nhos aparentes e velocidades aparentes do Sol e da Lua, que va-riam porque as órbitas da Terra e da Lua são elípticas, de modo que pelo menos um eclipse ocorre a cada 173 dias.

45 universo

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Entre dois e sete eclipses ocorrem anualmente. Em cada tempora-da usualmente acontece um eclipse solar e um anular, mas podem acontecer três eclipses por temporada, numa sucessão de eclipse solar, lunar e solar novamente, ou lunar, solar e lunar novamente.

Quando acontecem dois eclipses lunares na mesma temporada os dois são penumbrais. As temporadas de eclipses são separadas por 173 dias [(1 ano - 20 dias)/2].

Foto obtida por Maria de Fátima Oliveira Saraiva no eclipse da Lua em 20 de fevereiro de 2008.

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Em 2009 os eclipses foram:

•26dejaneirode2009-eclipseanulardoSol(não visível no Brasil )

•22dejulhode2009-eclipsesolartotal(não visível no Brasil )

•9defevereirode2009-eclipselunarpenumbral

•7dejulhode2009-eclipselunarpenumbral

•6deagostode2009-eclipselunarpenumbral

•31dedezembrode2009-eclipselunarparcial(visível somente no extremo nordeste do Brasil).

Em 2010:

•15dejaneirode2010-eclipseanulardoSol(não visível no Brasil)

•26dejunhode2010:Eclipselunarparcial,visívelnosulaoama-nhecer.

•11dejulhode2010-eclipsesolartotal(visível na Argentina e Chile),

eclipse parcial visto no extremo sul do Brasil, ao pôr-do-Sol).

•21dedezembrode2010:Eclipselunartotal(visível no Brasil)

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Saros

O Sol e o nodo ascendente ou descendente da Lua estão na mes-ma direção uma vez cada 346,62 dias. Dezenove de tais períodos (=6585,78 dias = 18 anos 11 dias) estão próximos em duração a 223 meses sinódicos. Isto significa que a configuração Sol-Lua e os eclipses se repetem na mesma ordem depois deste período. Este ciclo já era conhecido pelos antigos Babilônios, e por razões históricas, é conhecido como Saros, que significa repetição em grego.

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Autoria: ©Prof. Kepler de Souza Oliveira Filho©Profa Maria de Fátima Oliveira Saraiva

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ENTREVISTAESPECIAL

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Neuroengenhariapara contestar o que significa ser humano

Graças a Neuroengenharia, disciplina parte da engenharia biomédica que utiliza técnicas de engenharia para enten-der, reparar,

substituir ou melhorar os sistemas neurais. Cientistas que traba-lham nessa área são qualificados para re-solver os problemas de design da interface entre o tecido neural vivo e aparatos artifi-ciais.

A Neuroengenharia é, portanto, a arte de se usar da tecnologia eletro-eletrônica para a modulação e deco-dificação da atividade cerebral, de maneira a restaurar funções neurais perdidas em uma série de condições neurológicas, tais como lesões traumáticas do sistema nervoso, amputações, neurodegenaração ou mesmo desordens neuroló-gicas das mais diversas etiologias. Ela depende de duas importan-tes técnicas do domínio da eletrofisiologia: estimulação elétrica e registro eletrográfico. A estimulação elétrica do sistema nervo-so é usada para modular a atividade neural do substrato alvo e de seus correspondentes nos diversos circuitos neurais, substituin-

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do a atividade disfuncional. Já o registro da atividade elétrica do cérebro tem a capacidade de extrair informação da fisio-logia do sistema nervoso de maneira a ser usada funcional-mente por dispositivos eletro--mecânicos externos. A gama de aplicações terapêuticas da Neuroengenharia é tão ampla quanto a variedade das desor-dens que acometem o sistema nervoso como um todo. De maneira geral, elas podem ser categorizadas em dois grandes grupos, não bi-univocamente relacionados às duas técnicas que constituem a ciência.

A Neuromodulação, direta-mente ligada à estimulação elé-trica, é usada no tratamento de desordens neurológicas como as Epilepsias, Mal de Parkin-son, Dor Crônica, Transtorno Obsessivo Compulsivo e mes-mo Depressão e Obesidade.

O conceito chave nesse caso é substituir a atividade pato-lógica dos diversos substratos neurais relacionados à função perdida através da imposição do ritmo fisiológico por um dispositivo externo ao sistema nervoso. Ante essa realidade o Brasil tem hoje o maior banco de cérebros para pesquisas do mundo. Temos alguns dos cien-tistas mais respeitados desta área. O resultado disso é que o país está hoje entre os centros de pesquisas mais importantes do mundo no setor.

Nos Estados Unidos podemos citar Dr. Bruce Katz, mais vol-tado para a Inteligência artifi-cial.

Em uma entrevista recente publicada em H + Magazine (em inglês), uma nova publica-ção (on-line e impressa), que

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abrange as tecnologias que “prometem e ameaçam alterar radi-calmente a nossa vida e nossa visão do mundo e nós mesmos”, o especialista em Inteligência Artificial, Dr. Bruce Katz, estabelece um visão sublime para o campo emergente da neuroengenharia (aka engenharia neural).

Katz, um palestrante, pro-fessor adjunto, e autor de Neuroengenharia, o Futuro e Design Digital, acredita que, “Estamos à beira de uma am-pla neuro-revolução, que irá reformular radicalmente nos-sos pontos de vista, de per-cepção, cognição, emoção e até mesmo identidade pesso-al. “Ele diz que o avanço no estudo dos sistemas neurais e tecnologias de interseção, está movendo-se rapidamen-te de ajudas de percepção, tais como implantes cocleares para dispositivos que irão re-forçar e acelerar o pensamen-to.

Ele pode vir a “libertar a mente de seu estado ligado ao corpo para uma existência independente de plataforma”, afirma.

A Tecnologia que irá permitir um dia fazer o upload da mente hu-mana é altamente controversa, ajudando a alimentar o debate entre os especialistas e céticos.

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Independentemente de qual lado você está sobre o assunto, tanto técnica ou eticamente, Bruce Katz levanta alguns pon-tos positivos.

Armado com um Ph.D. em In-teligência Artificial na Univer-sidade de Illinois, suas idéias parecem firmemente enraiza-das no método científico. E ela vem através do prefácio de seu livro, Neuroengenharia, o futu-ro:

Eu não sou o primeiro, e cer-tamente não serei o último, a salientar a importância da evo-lução que vem da engenharia neural.

Este campo tem todas as ca-racterísticas de uma grande re-volução tecnológica, mas em maior alcance e com tentáculos mais profundos do que aqueles que acompanham os computa-dores e a Internet …

Para modificar o cérebro, não é somente modificar como per-cebemos, mas o que somos, nossas consciências e nossas identidades.

O poder de ser capaz de fazer isso não pode ser exagerado, e as consequências dificilmente podem ser imaginadas … Aqui estão apenas alguns tópicos que iremos cobrir:

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1. Interfaces cérebro-máquina para controle de computa-dores, exoesqueleto, robôs e outros dispositivos somente com o pensamento;

2. Dispositivos de leitura da mente que o conteúdo cons-ciente de um cérebro projeta em uma tela como se fosse um filme;

3. Dispositivos para aumentar a capacidade intelectual e a concentração;

4. Dispositivos para aumentar a criatividade e percepção;

5. Mecanismos para fazer o upload da mente para uma má-quina, assim, preservando da decadência do corpo e da morte corporal.

Voltando a entrevista, Katz fala sobre terapias de reforço cogni-tivo (há um outro artigo dedicado inteiramente ao assunto) e as questões jurídicas, sociais e éticas em torno da neuroengenha-ria.

Ele então aponta no “modelo kludgy“ características do cérebro humano que ele espera que nós vamos superar, nos próximos 20 anos:

* Limitações da memória de curto prazo

* Limitações significativas de memória de longo prazo (o cérebro só pode segurar tanto quanto um disco rígido de PC de 1990)

* Fortes limitações na velocidade de processamento (em-bora o cérebro seja um sistema altamente paralelo, cada neurônio é um processador muito lento)

* Limites na racionalidade

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* Limites na criatividade (a maioria das pessoas passam a vida inteira sem dar uma contribuição significativa para a humanidade), e talvez a mais significativa …

* Limites sobre o número de conceitos que podem se en-treter na consciência de uma vez.

“Libertar a mente deste limitado, embora notável órgão, nos permite manipular diretamente o pen-samento, e isso vai produzir mais ganhos de inteli-gência, criatividade e conseguir harmonia com ou-tros seres e universo como um todo.”

Katz.

O implante coclear é um dispo-sitivo eletrônico de alta tecno-logia, também conhecido como ouvido biônico, que estimula eletricamente as fibras nervo-sas remanescentes, permitindo a transmissão do sinal elétrico para o nervo auditivo, a fim de ser decodificado pelo córtex ce-rebral.

O funcionamento do implante coclear difere do Aparelho de Amplifi-cação Sonora Individual (AASI). O AASI amplifica o som e o implante coclear fornece impulsos elétricos para estimulação das fibras neu-rais remanescentes em diferentes regiões da cóclea, possibilitando ao usuário a capacidade de perceber o som. Atualmente existem no mundo, mais de 60.000 usuários de implante coclear.

IMPLANTE COCLEAR

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