revista cnc notícias - abril 2011

48
Abril de 2011 n° 133, ano XI www.cnc.org.br LANÇAMENTO DO NOVO SITE DA CNC PÁGINA 14 E ainda: União rumo ao futuro EMPREENDEDORISMO DIGITAL PÁGINA 33 Parceria entre CNC e CNI estimula o associativismo para fortalecer a representatividade do sindicalismo brasileiro

Upload: cnc

Post on 10-Mar-2016

216 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

A visão de futuro sustentável que o Comércio está construindo é tema da reportagem de capa da Revista CNC Notícias de abril, que aborda os detalhes do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), ferramenta para a modernização da gestão sindical das entidades do Sistema Comércio.

TRANSCRIPT

Page 1: Revista CNC Notícias - abril 2011

Abril de 2011n° 133, ano XI

www.cnc.org .br

LANÇAMENTO DO NOVO SITE DA CNCPÁGINA 14

E ainda:

União rumo

ao futuro

EMPREENDEDORISMO DIGITAL PÁGINA 33

Parceria entre

CNC e CNI estimula

o associativismo

para fortalecer a

representatividade do

sindicalismo brasileiro

Page 2: Revista CNC Notícias - abril 2011
Page 3: Revista CNC Notícias - abril 2011

Sinal dos tempos No momento em que você começar a ler a atual edição da CNC Notícias,

o mundo, amparado na evolução tecnológica, já terá realizado infi nitas tro-cas, negócios e ações. É a evolução dos tempos. A internet é a grande plata-forma das mudanças, aproximando países, pessoas e interesses.

Na vida empresarial, aproximar engloba as últimas tendências da rede mundial de computadores, mas não só isso. Inclui também ações ligadas a inovação, interatividade e representatividade. O acordo assinado entre a CNC e a CNI, tema de capa deste número, segue este caminho: ao unirem forças, por meio do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), as entidades engajam seus afi liados no que há de mais atual no universo sindi-cal patronal: o associativismo.

A CNC tem o compromisso e o dever de acompanhar as mudanças da atualidade e do universo empresarial. Unindo os dois pontos, a entidade acaba de lançar o seu novo site, mais ágil, de conteúdo interativo, técnico, em sintonia com os avanços dos meios de comunicação, para integrar ainda mais todo o Sistema Comércio.

A CNC Notícias de abril também cobre as novidades da economia, com os resultados de março das pesquisas nacionais de Intenção de Consumo e de Endividamento e Inadimplência do Consumidor; das relações trabalhis-tas, com os debates sobre o Registro Eletrônico de Ponto nas empresas; e do turismo, com o lançamento do Programa Nacional de Educação Profi s-sional Senac na Copa, que contou, no Rio de Janeiro, com a presença do ministro da área, Pedro Novais.

Se o tempo acena com seus avanços, o Sistema Comércio retribui o gesto.

Boa leitura!

1CNC NotíciasAbril 2011 n°133 1

EDITORIAL

Page 4: Revista CNC Notícias - abril 2011

Presidente: Antonio Oliveira Santos.

Vice-Presidentes: 1º - José Roberto Tadros; 2º - Darci Piana; 3º - José Arteiro da Silva; Abram Szajman, Adelmir Araújo Santana, Bruno Breithaupt, José Evaristo dos Santos, José Marconi Medeiros de Souza, Laércio José de Oliveira, Leandro Domingos Teixeira Pinto, Orlando Santos Diniz.

Vice-Presidente Administrativo: Josias Silva de Albuquerque.

Vice-Presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira.

Diretores: Alexandre Sampaio de Abreu, Antonio Airton Oliveira Dias, Antônio Osório, Carlos Fernando Amaral, Carlos Marx Tonini, Edison Ferreira de Araújo, Euclides Carli, Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante, Hugo de Carvalho, Hugo Lima França, José Lino Sepulcri, Ladislao Pedroso Monte, Lázaro Luiz Gonzaga, Luiz Gastão Bittencourt da Silva, Marcelo Fernandes de Queiroz, Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, Pedro Jamil Nadaf, Raniery Araújo Coelho, Valdir Pietrobon, Wilton Malta de Almeida, Zildo De Marchi.

Conselho Fiscal: Anelton Alves da Cunha, Antonio Vicente da Silva, Arnaldo Soter Braga Cardoso.

CNC NOTÍCIASRevista mensal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

Ano XI, nª 133, 2011

Gabinete da Presidência: Lenoura Schmidt

Assessoria de Comunicação (ASCOM):[email protected]

Edição:Cristina Calmon (editora) e

Luciana Rivoli Dantas (subeditor – Mtb 21622)Redação:

Celso Chagas, Edson Chaves Filho,Geraldo Roque e Joanna Marini

Estagiário:Marcos Vinícius do Nascimento

Design:Carolina Braga

Revisão:DA/CAA-RJ/Secretaria Administrativa - Elineth Campos

Impressão:Gráfi ca MCE

Colaboradores da CNC Notícias de abril 2011: Elielson Gonçalves de Almeida (Apel-CNC), Pedro Wähmann (CBCSI-CNC), Janilton Lima (DJ-CNC), Wany Pasquarelli (AGR-CNC), Loriana Simplício (Fecomércio-ES) Alice Palmerim (Fecomér-cio-AP), Fabrício Santiago e Aparecida Onias (SESC-SE) e Eduardo Mira (Fergás).

Créditos fotográfi cos: Divulgação/Instituto Fraunhofer (pá-gina 4), Divulgação/Comunicação TAM (página 4), Cristina Bocayuva (páginas 7, 23, 25 e 39), Rodolfo Stuckert (páginas 10, 11, 15, 17 e 27), Divulgação/Fecomércio-RO (página 12), Divulgação/Fecomércio-MS (página 12), Carolina Braga (páginas 14, 15 e 17), Banco de imagens – Stock.xchng (pá-ginas 14, 41 e 43), Joanna Marini (páginas 26 e 40), Carlos Terra (páginas 26 e 29), Divulgação/Panrotas (página 26), Divulgação/Senac-DN (páginas 31 e 32), Guarim de Lorena (página 34),Divulgação/Projeto Cão-guia de Cegos - ABA (pá-gina 36),Divulgação/Fecomércio-AP (página 37), Divulgação/Fecomércio-AL (página 39), Maria Odília (página 42) Ricardo Stuckert/PR (página 44), Jason Reed/Reuters (3ª capa).

Ilustrações:Carolina Braga (capa, páginas 8, 10, 12, 14, 18, 19, 20, 21 e 35)

Projeto Gráfi co:Carolina Braga, Marcelo Almeida e Marcelo Vital.

A CNC Notícias adota a nova ortografi a.

CNC - BrasíliaSBN Quadra 1 Bl. B - n° 14 CEP.: 70041-902PABX: (61) 3329-9500/3329-9501

CNC - Rio de JaneiroAv. General Justo, 307 CEP.: 20021-130PABX: (21) 3804-9200

14Novo site da CNC é apresentado na reunião de DiretoriaEntidade aposta na interatividade e na integração de todo o Sistema Comércio em um novo portal que acompanha a modernização dos meios de comunicação. Na apresentação, o diretor da CNC Pedro Nadaf destacou a importância do novo site e sua compatibilidade com a velocidade da informação deste início de século.

Parceria fi rmada entre a CNC e a CNI vai permitir que sindicatos que aderiram ao Programa de Desenvolvimento Associativo possam receber ferramentas para modernizar seus planos de ações e incrementar a aproximação com os empresários.

Associar-se é fortalecer-se

CNC NotíciasAbril 2011 n°13322

Errata • Na edição fevereiro/março,

a comitiva mencionada na legenda da foto localizada na parte inferior da página 11 (Novos caminhos e desafios no balcão de negócios do comércio) é da Federação do Comércio do Estado de Santa Catarina.

4 FIQUE POR DENTRO5 BOA DICA6 OPINIÃO8 CAPA

- Parceria entre CNC e CNI promove o associati-vismo sindical empresarial

- Comunicação interativa

17 ECOS DA DIRETORIA

18 PESQUISA NACIONAL CNC - Consumidor tem menos condições de honrar dívidas, mas pretende continuar comprando

Capa 08

Page 5: Revista CNC Notícias - abril 2011

S U M Á R I O

31

18

33

Um milhão de vagas em cursos de capacitação em todo o Brasil

Número de famílias sem condições de pagar suas dívidas aumenta

CNC lança projeto Empreendedorismo Digital

Teleconferência Copa 2014: Oportunidades e Desafi os, organizada pela Rede SESC-SENAC, apresentou os projetos do Programa Nacional de Educação Profi ssional Senac na Copa. Com a presença do ministro do Turismo, Pedro Novais, a teleconferência foi transmitida simultaneamente para todos os Estados da Federação.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) relativa ao mês de março mostra que houve crescimento no número das famílias que reconhecem a falta de condições para quitar seus débitos. Apesar disso, consumidor mantém a intenção de ir às compras. Cartão de crédito é o principal tipo de dívida.

Com o objetivo de orientar os empresários sobre os benefícios da moderna tecnologia e incentivar o seu uso visando ganhos de

competitividade, redução de custos e melhoria de processos, a CNC lançou o projeto Empreendedorismo Digital - Ciclo 2011 ,

apresentado na última reunião de Diretoria da entidade.

3CNC NotíciasAbril 2011 n°133 3

22 ARTIGO - Ernane Galvêas: Conjuntura econômica - Carlos Tavares de Oliveira: Embaixador da China

analisa intercâmbio bilateral

26 INSTITUCIONAL - Trabalho coeso na estratégia da defesa de interesses - Adoção do Registro Eletrônico de Ponto ainda não tem consenso

28 SERVIÇOS - Prioridades do setor de terceirizáveis no Congresso - Ministro das Cidades participa de reunião da CBCSI

30 TURISMO - Conhecimento produzido e compartilhado com o trade turístico - Senac na Copa terá mais de um milhão de vagas

33 PRODUTOS CNC - Projeto Empreendedorismo Digital vai incentivar o bom

uso de novas tecnologias- SEGS realiza VII Encontro de Multiplicadores e inicia ciclo 2011

35 EM FOCO - Propaganda virtual: códigos eletrônicos ligam os

clientes aos negócios - Acesso de cão-guia deve ser assegurado pelos shoppings

37 SISTEMA COMÉRCIO - XV Fórum Amazônia Legal reúne lideranças do Sistema Comércio - BRITE 2011 é apresentado pela Fecomércio-RJ - Federações de Alagoas e Espírito Santo instalam

Câmaras de Turismo - Revendedores de GLP se reúnem na CNC - Páscoa com chocolate e outros artigos também,

segundo a Fecomércio-SC - SESC Sergipe lança o programa Mesinha Saudável - Supremo reconhece inconstitucionalidade de leis estaduais

44 HOMENAGEM - José Alencar - Um lutador incansável e um exemplo de vida

para todos os brasileiros

Page 6: Revista CNC Notícias - abril 2011

CNC NotíciasAbril 2011 n°13344

FIQUE POR DENTRO

A vitrine do futuro

Parceria do Google vai investir no pagamento por celular

TAM pretende expandir alcance em voos regionais

As vitrines das lojas sempre exerceram uma in-fl uência positiva no consumidor, mesmo quando este está apenas de passagem pela rua ou shopping. Muitas vezes, o cliente não entra na loja pelo sim-ples fato de ela estar cheia ou por qualquer outra razão. Mas a relação da vitrine com o consumidor pode estar prestes a mudar. O Instituto Fraunhofer, uma entidade alemã de pesquisas tecnológicas, de-senvolveu um dispositivo que permite ao cliente escolher os produtos diretamente da vitrine, através de um telão interativo. Protegido por um vidro, o monitor tem quatro sensores infraver-melhos que captam os movimentos do cliente, que poderá visualizar os produtos na tela escolhendo cor, modelo e tamanho. A compra também pode ser fi nalizada pela vitrine, e o cliente entra na loja apenas para efetuar o pagamento e retirar o produto. O instituto, que apresentou a tecnologia na semana de informática de Hannover, na Alemanha, acre-dita que esta poderá ser uma oportunidade no futuro para que lojistas possam mostrar o seu catálogo e realizar vendas mesmo com a loja fechada.

O pagamento pelo celular já é uma realidade, ainda que pequena, na vida dos con-sumidores; mas esse modelo acaba de ganhar um investidor de peso. O Google fi rmou uma parceria com o Citigroup e a Mastercard para desenvolver um sistema de pagamento pelos telefones celulares que possuírem a plataforma Android instalada. O aparelho vai funcionar como uma espécie de “carteira eletrônica”, podendo ser reconhecido através de um leitor específi co que vai descontar o valor da compra na fatura do cartão, diferen-temente de outros sistemas, que debitam os valores dos créditos telefônicos. Com isso, o Google passaria a fornecer aos estabelecimentos comerciais informações genéricas sobre o perfi l de seus consumidores, o que facilitaria na hora de criar e selecionar uma propa-ganda que fosse dirigida exatamente a cada tipo de público. Usuários do Android ainda poderão ter vantagens e descontos exclusivos. O leitor do aparelho detecta os usuários mais próximos e pode enviar mensagens com promoções. O sistema ainda está em fase de testes e, inicialmente, apenas detentores de cartões de crédito e débito emitidos pelo Citigroup com a bandeira Mastercard nos Estados Unidos podem se cadastrar.

A TAM anunciou acordo para comprar 31% da Trip Linhas Aéreas, sendo 25% correspondente ao capital votante da empresa e 6% de ações preferen-ciais. Com essa transação, a TAM espera expandir suas operações em voos regionais. Segundo comunicado da empresa, o acordo ainda não é vinculante, ou seja, não existe obrigatoriedade para o fechamento dos negócios. “As con-versas ainda são preliminares e não vinculam ou obrigam as companhias, que poderão desistir da negociação a qualquer momento”, afi rma o comunicado. O acordo permitirá capturar o crescimento do mercado e ter uma exposição mais signifi cativa em rotas de média densidade. Em 2009, a TAM comprou

100% da Pantanal Linhas Aéreas por R$ 13 milhões. A Trip é a de-tentora da maior frota do País para

voos regionais.

poderão desistir da negociação a qualquer O acordo permitirá capturar o crescimentomais signifi cativa em rotas de mmmmmédia densi

tv

Page 7: Revista CNC Notícias - abril 2011

5CNC NotíciasAbril 2011 n°133 5

BOA DICA

A reputação na velocidade do pensamento

Lições de sucesso e empreendedorismo

Energia nuclear: livro debate questões sobre uso e segurança

O livro A Reputação na velocidade do pensamen-to, de Mário Rosa, ensina a como evitar arranhões na credibilidade na era da internet, das redes sociais e da exposição gratuita voluntária na rede. Mário traz dicas de como se portar na internet em meio a uma realida-de social completamente nova. O livro, lançado pela Geração Editorial, mostra que é preciso uma nova for-ma de agir na esfera pública dos novos tempos. “Não adianta nada reconhecermos que o mundo mudou com a revolução tecnológica, se continuarmos agindo como no passado. O que nos separa dos anos 1990 não são 10 anos. É uma era”, afi rma Mário.

Diante de tantas difi culdades em um mercado compe-titivo, sobreviver como pequeno empreendedor parece uma tarefa complicada. Entretanto, vários casos de su-cesso de pessoas que começaram sem perspectivas estão ao nosso redor para mostrar justamente o contrário. No livro Startup Brasil, de Pedro Mello e Marina Vidigal, encontramos 10 depoimentos de empresários que fazem um balanço de suas trajetórias como empreendedores. São histórias inspiradoras que mostram que o mercado requer inovação, atitude, competitividade e muito jogo de cintura, e que o segredo do sucesso não tem nenhum bicho de sete cabeças.

O acidente nuclear na usina de Fukushima, no Japão, após o terremoto que devastou parte do país, suscitou um debate global sobre o uso da energia nuclear e como estamos monitoran-do as usinas. Apesar das vantagens desse tipo de energia, as questões sobre segurança e ra-dioatividade continuam como principais centros da atenção internacional. Em meio a essa discus-são, que inclui o Brasil como gerador de energia nuclear, a editora Senac São Paulo lançou o livro Energia Nuclear: do anátema ao diálogo, uma compilação de opiniões de diversos especialistas sobre o assunto, organizados pelo economista da FEA-SP, José Eli da Veiga. Participam do livro o professor Leonam Guimarães e José Goldem-berg, presidente do Conselho de Sustentabilidade da Fecomércio São Paulo.

Page 8: Revista CNC Notícias - abril 2011

O clima da Terra é variável, todo mundo sabe, não pre-cisa ser um especialista. Os

registros conhecidos e as pesquisas feitas em cilindros de gelo, anéis de troncos de árvores milenares e outros revelaram que a temperatura da Ter-ra passou por quatro longos períodos glaciais, desde 340 d.C. até 1.800.

Desde que a Inglaterra, por ra-zões econômicas, declarou “guerra” ao consumo de petróleo e derivados, os cientistas ingleses se mobilizaram em torno da Universidade East An-glia para criar uma tese científica ca-paz de justificar essa posição. Daí a constituição do Intergovernment Pa-nel on Climate Changes (IPCC), pa-trocinado pela ONU, que consolidou o assunto nos termos do Protocolo de Kyoto, em 1997.

Com base no Protocolo de Kyoto surgiram os Mecanismos de Desen-volvimento Limpo (MDLs), pelos quais as empresas poluidoras pode-riam comprar certificados de carbono (CO2) de empresas que certificassem a retirada desse gás da atmosfera. O Protocolo de Kyoto não chegou a ser regulamentado, de modo que os MDLs funcionam em base voluntária, em torno de um anexo da Bolsa de Chicago. Próximo de sua expiração (2012), esse Protocolo não demons-trou que as emissões foram redu-zidas. Mas isso não está impedindo a criação de Fundos de Certifi cados, principalmente na Europa – mais uma forma de especulação.

Alguns cientistas, considerados céti-cos, estão contestando as teses do IPCC, provando cientifi camente que o clima

CNC NotíciasAbril 2011 n°13366

OPINIÃO

A possível versão equivocada do meio ambiente

Page 9: Revista CNC Notícias - abril 2011

Antonio Oliveira SantosPresidente da Confederação Nacional do

Comércio de Bens, Serviços e Turismo

da Terra é determinado pelos ciclos de radiação do Sol, aliados a fenômenos pouco conhecidos, como El Niño e La Niña, no Oceano Pacífi co, e nada tem a ver com as emissões de CO2 e CH4. Maior exagero é o que está sendo divul-gado pelo americano Al Gore (um dos paladinos do “efeito estufa”) e pela re-vista inglesa Nature, segundo os quais as calamidades da região serrana no Rio de Janeiro, as inundações na Austrália, na Nova Zelândia e no Paquistão, a seca na Rússia, os terremotos no Chile e no Japão são produzidos pelo “aquecimento global”, causado pelo homem, por meio das emissões de CO2.

Apenas para lembrar, o CO2 repre-senta somente 0,038% na composição gasosa da atmosfera. E mais: o inverno na Inglaterra, neste ano, foi o mais frio dos últimos 100 anos. Desde então, já

ocorreram invernos tão rigorosos quan-to o atual, períodos em que as emissões e as concentrações de carbono antrópico eram muito menores que as atuais. Con-clui-se, portanto, que o carbono emitido pelo homem não comanda o clima global e que a redução das emissões não impe-dirá que os ciclos climáticos se repitam. Mas, sem dúvida, tal redução afetará o desenvolvimento social e econômico dos países emergentes.

Em relatório recente, o Banco Mun-dial informa que o Brasil vai precisar de US$ 400 bilhões para reduzir signifi -cativamente as emissões de CO2, até 2030, conforme compromisso assumido pelo Governo. Pelo visto, estão trans-formando as questões do meio ambiente em aventuras fi nanceiras, com possíveis danos sérios sobre o próspero setor do agrobusiness nacional.

7CNC NotíciasAbril 2011 n°133 7

OPINIÃO

Page 10: Revista CNC Notícias - abril 2011

CNC NotíciasAbril 2011 n°13388

CAPA

Parceria entre CNC

e CNI promove

o associativismo

sindical empresarial

Page 11: Revista CNC Notícias - abril 2011

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e a Confederação

Nacional da Indústria (CNI) formalizaram, em 17 de março, parceria estratégica para promover

o associativismo sindical empresarial. Pelo Termo de Cooperação assinado pelos presidentes das duas

instituições, Antonio Oliveira Santos e Robson Braga de Andrade, a CNC vai agregar o Programa

de Desenvolvimento Associativo, da CNI, ao seu Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS).

A iniciativa visa instrumentalizar os sindicatos na aproximação efetiva com o empresariado

representado, buscando seu engajamento na luta pelo desenvolvimento da sociedade brasileira. O compromisso fi rmado entre a CNC e a CNI

partiu do entendimento de que a modernização dos sindicatos é condição necessária para ampliar

a representatividade e o poder de infl uência do Sistema de Representação Empresarial.

9CNC NotíciasAbril 2011 n°133 9

CAPA

Page 12: Revista CNC Notícias - abril 2011

CNC NotíciasAbril 2011 n°1331010

CAPA

Comércio e indústria unem estratégias para fortalecer sindicalismo

Termo de Cooperação entre CNC e CNI abrange o compartilhamento de informações sobre projetos,

produtos e ações executados em cada Confederação, como o intercâmbio de metodologias, conteúdos,

softwares, recursos humanos e peças promocionais

A parceria compreende o planeja-mento e a execução de ações vol-tadas à ampliação da representati-

vidade e da sustentabilidade dos sindicatos empresariais. O presidente da CNC, Anto-nio Oliveira Santos, destacou que a organi-zação do empresariado precisa ser harmô-nica e forte, sendo os sindicatos patronais o melhor e mais reconhecido modelo para essa organização.

No comércio, lembrou, são 954 sindi-catos, representando, junto com mais de mil da indústria, centenas de setores que respondem pela maior parte do PIB bra-sileiro, “produzem os bens de consumo, criam as condições para qualidade de vida e levam o progresso para o País”.

Oliveira Santos identifi ca dois pilares extremamente importantes nesse proces-so: o associativismo, “uma ação que a CNI desenvolveu muito bem por meio do PDA”, e o Sistema de Excelência de Ges-tão Sindical (SEGS), criado pela CNC. “Se juntarmos um efi ciente sistema de associativismo com um pro-grama de excelência de gestão sindical, vamos criar um corpo forte, harmônico, que vai dar orientação e poder de pressão nos organismos nacionais e in-ternacionais na defesa de inte-

resses do setor produtivo. É fundamental, portanto, que as duas ferramentas agre-guem valor uma à outra, porque o efeito multiplicador dessas ações vai gerar ga-nhos para a sociedade.”

Já o presidente da CNI, Robson Andra-de, afi rmou que, na defesa dos interesses empresariais, CNC e CNI têm muitas con-vergências, porque questões que afetam o comércio também afetam a indústria e vice-versa. “Algumas vezes, acabamos fa-zendo o mesmo trabalho, gastando recur-sos de forma isolada, quando poderíamos atuar juntos, gerando sinergias. Agora, com o PDA, estamos fortalecendo nossa relação de parceria.”

Naturalmente, explicou, há setores mais presentes e atuantes na vida asso-ciativa, enquanto outros estão distantes. Por isso, a CNI começou um trabalho de desenvolvimento sindical, levando inicia-tivas, como a formação de lideranças e a prestação de serviços, partindo do conceito

Antonio Oliveira Santos, da CNC, assina, ao lado de Robson Braga

de Andrade, da CNI, o Termo de Cooperação que resultará no

aprimoramento da atuação dos sindicatos

Page 13: Revista CNC Notícias - abril 2011

11CNC NotíciasAbril 2011 n°133 11

CAPA

de que é fundamental o papel dos sindica-tos na aproximação efetiva com o empre-sariado representado. O trabalho feito com sindicatos industriais vem elevando o ní-vel de ação dessas entidades.

“O resultado se traduz na promoção de um ambiente favorável aos negócios e no desenvolvimento sustentável do Brasil. Pes-quisa feita pela CNI no Congresso Nacional para saber quem mais infl uencia o parla-mentar mostrou que os líderes sindicais são importantes no trabalho de convencimento na defesa de inte-resses, refl etindo a relevância do PDA”, concluiu.

A capacitação de líderes sin-dicais e empre-sários é um dos importantes pilares do Programa, pois pos-sibilita a disseminação de temas relevantes da agenda empresarial, tais como relações do trabalho, inovação, meio ambiente e política tributária. Além disso, mobiliza os sindicatos e sensibiliza as empresas para a necessidade de uma atuação articulada.

Para o gerente executivo de Relações do Trabalho da CNI, Emerson Casali, que coordena o PDA, a parceria com a CNC revela maior aproximação entre a indús-tria e o comércio, que têm uma agenda em comum voltada à competitividade e ao desenvolvimento sustentável do País.

O chefe do Departamento de Planejamen-to da CNC, Daniel Lopez, que coordena o SEGS, entende que o modelo de represen-tação sindical que historicamente contribui para o desenvolvimento do País precisa ser forte e representativo, para assegurar às empresas as melhores condições para gerar resultados positivos.

“A força e a representatividade de uma entidade sindical, contudo, não são criadas automaticamente. Passam pela vinculação

das empresas re-presentadas ao sindicato, ou seja, o associativismo. Quanto maior for o número de em-presas e empresá-rios participando da vida sindical, mais haverá con-dições para de-

fender seus interesses”, afi rmou Lopez.Casali acrescenta que o intercâmbio

de conhecimentos entre as duas Confe-derações em relação aos projetos já de-senvolvidos na área de planejamento e gestão, no âmbito do PDA e do SEGS, também contribuirá para a moderniza-ção dos sindicatos. Outro aspecto posi-tivo da cooperação, em sua opinião, é a possibilidade de ampliar a dissemina-ção de informações para empresas e sociedade, por meio da criação de si-tes e de portfólios dos sindicatos e do envio de boletins.

Diretores das Confederações do Comércio e da Indústria participaram do ato de formalização da parceria

OS PRODUTOS DO PDA CNC• Banco de Dados da Contribuição Sindical• Incentivo à modernização tecnológica• Palestra para as lideranças sindicais• Portfólio referencial de produtos e serviços• Site dos sindicatos• Software de gestão• Marketing associativo

Page 14: Revista CNC Notícias - abril 2011

CNC NotíciasAbril 2011 n°1331212

CAPA

Programa ganha a adesão das Federações

do Comércio

Depois da formalização da parceria com a CNI, a Confederação Nacio-nal do Comércio de Bens, Serviços

e Turismo deu início, em 31 de março, aos Eventos de Lançamento do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) nos Estados, na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O PDA é um programa que está vinculado ao Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS) e visa ao aumento da representatividade e da sustentabilidade das entidades sindicais patronais.

“Os resultados serão observados em poucos meses, e é com grande honra que participamos desse processo. Sabemos que a categoria está mais forte e que vai desenvolver ações que vão repercutir nas nossas empresas”, disse, na abertura da

solenidade, o presiden-te da Fecomércio-MS, Edison de Araújo. Ele acredita que o setor sin-dical está vivendo no-vos tempos, sendo mais engajado e atuante.

O chefe do Departa-mento de Planejamen-to (Deplan) da CNC, Daniel Lopez, ressal-tou a importância do

trabalho desenvolvido pela Fecomércio-MS junto aos sindicatos. “O que vemos aqui é o refl exo de um serviço que une pai-xão, crença e método, fatores fundamen-tais para desenvolver o trabalho e colher resultados”, afi rmou.

Estiveram presentes representantes da CNC, da Federação do Comércio, dirigen-tes de sindicatos e colaboradores do SESC e do Senac. Todos assistiram à conferência do publicitário Toni Lourenço, contratado para fazer as palestras de motivação sobre a im-portância do associativismo nos eventos de lançamento do Programa nos Estados.

Rondônia

Em seis de abril, foi a vez da Feco-mércio-RO realizar o evento. O presi-dente da entidade, Raniery de Araújo, enfatizou a importância do associativis-mo para o sindicalismo patronal do País e do PDA para as entidades sindicais. “O Programa vem agregar valor ao trabalho que já é realizado por meio do SEGS, porque nos trará ferramentas que permi-tirão uma melhor gestão dos processos dos sindicatos e da representação dos empresários”, disse.

Ainda em abril, receberão o PDA Espírito Santo, Maranhão, Rio Grande do Norte, Acre e Bahia. No mês seguin-te, será a vez de Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Alagoas, Piauí, Sergi-pe, Paraná, Minas Gerais, Pará, Ceará e Goiás. Para esclarecer as dúvidas dos sindicatos e também para abrir um ca-nal de comunicação, o Deplan criou um blog, que pode ser acessado no endereço www.cnc.org.br/blogdopda.

Abaixo, Raniery Coelho, presidente da Fecomércio-RO, e, na sequência, Edison de Araújo, presidente da Fecomércio-MS, com

Daniel Lopez e Toni Lourenço

Page 15: Revista CNC Notícias - abril 2011

13CNC NotíciasAbril 2011 n°133 13

CAPA

Blog do PDA: uma ferramenta a

serviço do associativismoPor uma integração maior com os associados, a CNC criou o Blog do PDA, um ambiente virtual dinâmico com informações do Programa de Desenvolvimento Associativo, com foco na interatividade e na troca de experiências entre os usuários

Assim como o foco no cliente traz bons resultados para uma empresa, o foco nos associados

também é uma das chaves para o sucesso do Programa de Desenvolvimento Asso-ciativo (PDA). É com essa perspectiva que foi lançado o Blog do PDA, um ambiente virtual construído para atender aos princi-pais questionamentos das entidades parti-cipantes, tirar dúvidas, receber sugestões e fazer a troca de informações necessárias para levar adiante o associativismo. “O Blog do PDA é uma ferramenta de comu-nicação essencial para o Programa; um ca-nal de informação e interatividade que per-mite às entidades o acesso a informações bem estruturadas sobre associativismo”, afi rmou Daniel Lopez, chefe do Departa-mento de Planejamento (Deplan) da CNC.

Com o objetivo de auxiliar na troca de informações e experiências entre os usuá-rios, o blog possui um fórum de discussão, onde usuários cadastrados poderão deixar suas opiniões, sugestões e experiências, que podem ajudar tanto outros associados em todo o Brasil como o próprio Deplan e a CNC a observar como o Programa está evoluindo nas federações. “Pelo blog fala-mos da importância do associativismo, di-vulgamos as linhas de ação, vídeos com te-mas relacionados, enquetes e fomentamos a troca de conhecimentos e experiências, para que os representantes das entidades sindicais estejam sempre atualizados sobre o tema, contribuindo com o fortalecimento

de todo o Sistema, pois a representativi-dade só é conquistada com o associativis-mo”, destacou Daniel.

Para ajudar os usuários com suas dúvi-das ou para trazer dicas importantes sobre o associativismo, foi convocada a ajuda do Roberto (imagem ao lado), um persona-gem criado especialmente para o Blog do PDA. O Roberto vai falar sobre as ações que os sindicatos podem realizar para for-talecer sua representatividade e fi delizar mais os associados, entre outros assuntos.

O Blog do PDA pode ser acessado pelo link www.cnc.org.br/blogdopda ou através de um celular conectado à internet, utili-zando a QR Code abaixo.

A CNC Notícias traz uma novidade nesta edição. Neste box, existe uma imagem, chamada QR Code, que funciona como um código de barras: a imagem é fotografada pelo celular e decodifi cada por um aplicativo instalado no apa-relho. O código leva o usuário para um site, como um link. A imagem ao lado, por exemplo, direciona para o Blog do PDA. Para isso, basta o usuário ter um celular com câmera e acesso à internet e um aplicativo decodifi cador (como o

i-Nigma, que pode ser baixa-do gratuitamente em www.i-nigma.com). Saiba mais sobre o QR Code e suas aplicações no comércio e na publicidade na página 35.

Uma nova forma de comunicação e interação através dos QR Codes

Page 16: Revista CNC Notícias - abril 2011

CNC NotíciasAbril 2011 n°1331414

CAPA

Comunicação interativaMais dinâmico e interativo, o novo site disponibiliza toda

a produção intelectual da entidade e permite a troca e o compartilhamento de informações em redes sociais

“Num futuro próximo, ou você será algué[email protected] ou não será nada”. A frase foi

dita no início da década de 1990 por Robert Frankenberg, um dos principais executivos da Hewlett-Packard (HP), multinacional americana da área de tecnologia, e não só fazia referência aos endereços eletrônicos (e-mails), uma verdadeira febre à época, como também já dava sinais do potencial da internet como ferramenta de transforma-ção das comunicações e dos negócios em escala mundial. Até então, a grande rede, criada com objetivos militares na época da Guerra Fria, estava praticamente restrita ao ambiente acadêmico, sobretudo nos Esta-dos Unidos. Em 1990, a internet ganhou o seu grande impulso global, com a criação da World Wide Web, um sistema que permi-tiu a utilização de interfaces gráfi cas para a troca de informações e conteúdos, tornando o processo visualmente mais interessante. Era o início da popularização de uma pla-taforma que revolucionaria a comunicação em todo o mundo. Hoje, estima-se em mais de 2,08 bilhões o número de internautas no mundo, segundo dados da União Inter-nacional de Telecomunicações (UIT). Em 2010, a quantidade de assinaturas na moda-lidade banda larga fi xa (utilizada em resi-dências ou empresas) ultrapassou a marca de meio bilhão no mundo, e os assinantes de banda larga móvel (celular) chegam a 940 milhões. Nos últimos 20 anos, peque-nas e grandes empresas em todo o mundo se conectaram à internet, ampliando suas fron-teiras, incrementando suas vendas e solidi-fi cando suas marcas nesse universo virtual.

A Confederação Nacional do Comér-cio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), representante de mais de 4 milhões de empresários do setor terciário, e atenta às transformações sociais, acompanhou toda a evolução dessa nova tecnologia. A entidade

chega, agora, à terceira geração de seu site. O novo veículo foi ofi cialmente apresen-tado aos diretores e executivos do Sistema CNC no dia 17 de março, durante reunião de Diretoria realizada em Brasília. “O novo Portal, com sua rapidez e facilidade de na-vegação, atingirá diretamente dois públicos: o interno, que engloba as federações esta-duais e nacionais, os sindicatos, os mem-bros das instituições, SESC, Senac, enfi m, todo o corpo que compõe o nosso Sistema; e o externo, composto por pessoas de quais-quer lugares, que poderão conhecer o que a CNC faz na defesa dos direitos dos empre-sários do comércio”, afi rmou Pedro Nadaf, diretor da CNC, que apresentou o novo pro-duto para os demais diretores.

Do seu primeiro website, lançado na década de 1990, à versão que foi ao ar este ano houve muitas mudanças. A nova pági-na da CNC ganhou novos conceito e pro-porções, cuidados necessários para acom-panhar a modernização da internet, hoje transformada em um grande veículo glo-bal – exatamente como preconizado pelo executivo da HP.

O trabalho é fruto de um diagnóstico iniciado em 2010 pela Ogilvy & Mather, agência de publicidade com larga expertise na área, que realizou pesquisas e entrevistas com jornalistas, empresários, deputados, se-nadores, executivos e funcionários do Siste-ma CNC para “mapear” os conhecimentos desses formadores de opinião sobre o Sis-tema Comércio e descobrir suas demandas e opiniões a respeito do que gostariam de encontrar no site da entidade. O resulta-do indicou, de um lado, uma forte atuação em defesa dos empresários do setor ter-ciário, com a produção de diversos trabalhos técnicos, pesquisas, livros e revistas, ajuiza-mento de ações diretas de inconstituciona-lidade contra leis criadas sem o respaldo da Constituição, etc.; e, de outro, pouca disse-

Page 17: Revista CNC Notícias - abril 2011

15CNC NotíciasAbril 2011 n°133 15

CAPA

minação desse trabalho, o que fazia com que empresários e, em alguns casos, sindicatos e federações não tivessem acesso às informa-ções. Com o diagnóstico em mãos, os técni-cos da Ogilvy deram início à formatação de uma nova estrutura para o site da CNC, le-vando em conta o conceito de ampliar o aces-so às informações. A criação da ferramenta que estrutura e sustenta o site foi entregue à Just Digital, empresa paulistana parceira da Google Enterprise no Brasil e na América Latina, especializada, entre outros, no desen-volvimento de soluções e projetos para web, que utilizou uma das mais modernas platafor-mas de CMS (content management system, o sistema de gerenciamento de conteúdo).

O site foi concebido para divulgar, da for-ma mais clara e fácil possível, todo o traba-lho que é realizado pelo Sistema CNC. Além de canais temáticos, como gestão sindical, economia e diário legislativo, através dos quais os leitores poderão encontrar assuntos relacionados a varejo, serviços e turismo, o site está dividido em cinco grandes áreas, conforme destacou o diretor Pedro Nadaf na reunião de Diretoria: A CNC, com o deta-lhamento de sua história, atuação, parcerias e entidades fi liadas, mostrando não somente as 34 federações que compõem o Sistema CNC, mas também quais são os quase mil sindicatos do setor terciário que fazem parte do Sicomércio, o Sistema Confederativo da Representação Sindical do Comércio; Notí-cias, com reportagens sobre todo o Sistema,

incluindo, além das federações, os departa-mentos nacionais e regionais do SESC e do Senac; Serviços, com informações e acesso direto a tudo o que a CNC oferece para os empresários, como os projetos de certifi -cação digital, certifi cado de origem e em-preendedorismo digital, e para as federa-ções e sindicatos, como o Programa de De-senvolvimento Associativo, o Sistema de Excelência em Gestão Sindical e o Sistema de Informação Parlamentar, entre outros; Central do Conhecimento, com a produção intelectual da entidade, como livros e revis-tas publicados, trabalhos técnicos, pesquisas econômicas; e TV CNC, um canal de vídeo através do qual a entidade utilizará uma for-ma mais dinâmica e atraente para divulgar seu trabalho. Seguindo as mais modernas tendências do mundo digital, todo o conteú-do pode ser comentado pelos leitores e com-partilhado em redes sociais, provocando uma maior interatividade entre a entidade e seus diversos públicos.

Com o novo site, a CNC espera estreitar a comunicação e a troca de informações entre dirigentes do Sistema Comércio, federações, sindicatos, executivos do SESC e do Senac, empresários e parlamentares – numa via de mão dupla muito importante e necessária para que os empresários do setor terciário estejam cada vez melhor re-presentados e possam garantir as melhores condições para o funciona mento de seus ne-gócios e o desenvolvimento do País.

Apresentação do site CNC pelo diretor Pedro Nadaf, presidente da Fecomércio-MT

es entreerações, o Senac,

numa nte e os do

elhor re-melhores

de seus ne-ís

Page 18: Revista CNC Notícias - abril 2011

CNC NotíciasAbril 2011 n°1331616

CAPA

TV CNC e redes sociais são

novas ferramentas do comércioEspecialistas dizem que redes sociais são a chave de futuros

negócios. Em busca da interatividade, a CNC modernizou seu site e incluiu nele um canal de TV e conexão direta com

algumas redes, das quais se tornou membro.

“Redes sociais valem ouro”, diz a revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios, da editora

Globo, em matéria, na internet, que aborda as vantagens do uso de redes sociais nas empresas. Com foco na interatividade, na redução de distâncias e na ampliação da comunicação entre as entidades do Siste-ma, a CNC conectou-se a três delas: Face-book, Twitter e Youtube.

O objetivo da entidade, acompanhan-do a nova tendência mundial, é fazer uso das evoluções tecnológicas, para facilitar e agilizar as comunicações internas e ex-ternas, melhorar o conhecimento coletivo da entidade e, ainda, de um público global a respeito do Sistema Comércio do País.

A CNC deu um passo adiante, quer mostrar suas ações em defesa do empre-sário, tirar dúvidas, promover debates, provocar atividades, visando o desenvolvi-mento do comércio e, consequentemente, impulsionando a economia do País, já que o consumo de bens, serviços e turismo tem importante participação no equilíbrio eco-nômico brasileiro.

Segundo o site da Wikipédia, as redes, hoje, são responsáveis por 62% do tráfego na internet brasileira e são uma das princi-pais formas de representação dos relacio-namentos pessoais ou profi ssionais.

Especialistas dizem que as ferramentas não podem passar despercebidas e preci-sam ser exploradas por todos, pessoas físicas,

grandes corporações ou pequenas e médias empresas, incluindo o varejo. Isso porque as tecnologias agilizam os processos de negócios, evitam duplicidade de informa-ção e aumentam o trabalho colaborativo.

As redes sociais entraram de vez na pauta global das comunicações. A CNC pretende acompanhar as tendências, com-preendendo que a inserção nesse contexto tornou-se fundamental para organizações que querem acompanhar de perto a evolu-ção de sua marca e aprimorar o relaciona-mento com seu público.

TV CNC

Além de trabalhar essas novas possibi-lidades, a entidade, agora, dispõe de um ca-nal televisivo, exibido no novo site. A TV CNC foi criada explorando uma lingua-gem moderna e com foco na necessidade de divulgar ações da CNC, do SESC e do Senac, levando as informações de forma direta ao empresariado.

A TV CNC exibe vídeos de interesse econômico, gestão sindical, ações insti-tucionais, notícias sobre ações, projetos e programas do Sistema Comércio, criados para amparar as empresas e entidades as-sociadas. Tudo para manter o Sistema cada vez mais integrado e informado da melhor forma possível.

ebidas e preci-p

Page 19: Revista CNC Notícias - abril 2011

17CNC NotíciasAbril 2011 n°133 17

ECOS DA DIRETORIA

CNC discute adesão a normas de Trabalho Decente da OIT e do MTE

Debate coletivo entre entidades do Sistema CNC

O consultor Sindical da CNC, Renato Rodrigues, abordou, durante a reunião de Diretoria, a realização entre os dias 2 e 4 de maio de 2011, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, da 1ª Conferên-cia Nacional do Emprego e Trabalho Decente, um tema que vem sendo tra-tado com prioridade pela Organiza-ção Internacional do Trabalho (OIT). “Como representantes dos emprega-dores, temos uma preocupação muito grande com a defi nição do trabalho decente. Defendemos o exercício em condições de liberdade, equidade e segurança. A Divisão Sindical da CNC propõe a convocação das fede-rações para a indicação de represen-tantes multiplicadores que atuem nas conferências”, afi rmou.

O vice-presidente Administrativo da CNC e presidente da Fe-comércio-PE, Josias Albuquerque, também abordou o

tema “trabalho decente”. Para o empresário, é im-portante que todas as federações que compõem o Sistema Comércio participem dessa discus-são, contribuindo para que o Brasil alcance o melhor resultado nessa empreitada da OIT. “A Fecomércio-PE foi instada a assinar um termo

de ajuste com o Ministério do Traba-lho e Emprego, mas, obvia-

mente, vamos esperar que haja um consenso entre as

entidades representativas do empresariado do co-

mércio”, afi rmou.

Page 20: Revista CNC Notícias - abril 2011

Consumidor tem menos condições de

honrar dívidas, mas pretende continuar

comprando

As pesquisas de Intenção de Consumo

das Famílias (ICF) e Endividamento e Inadimplência do

Consumidor (Peic), realizadas pela CNC, mostraram, em março, leve queda na intenção de consumo,

além da alta do percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar

suas dívidas. No entanto, na comparação anual, a aceleração da ICF indica forte disposição das famílias

para manter seus níveis de consumo.

CNC NotíciasAbril 2011 n°1331818

PESQUISA NACIONAL CNC

Page 21: Revista CNC Notícias - abril 2011

Pesquisa constata moderada inadimplênciano comércioDepois de ouvir 18 mil pessoas em todos os Estados, levantamento da CNC mostra que as famílias brasileiras reconhecem difi culdades para quitar suas dívidas. Cartão de crédito é o principal tipo de dívida.

O comércio brasileiro vivenciou, em março, uma situação pela qual não passava desde o ano passado: o

crescimento do percentual de famílias que reconheceram não ter condições de pagar suas dívidas. O fato foi constatado na Pes-quisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Depois de quatro meses consecutivos de queda, o indicador se elevou 0,7 ponto percentual, para 8,4%, ante fevereiro. Esse dado pode indicar uma deterioração mode-rada da inadimplência nos próximos me-ses, de acordo com a Divisão Econômica, responsável pelo levantamento, divulgado em 22 de março. Na comparação anual, contudo, ainda se observa melhora no in-dicador (8,7% em março de 2010).

Em relação às famílias que admitiram dívidas, houve ligeiro recuo, chegando a 64,8%. As responsáveis por esse resultado foram as famílias com renda inferior a 10 salários mínimos. Nesse grupo, recuou de 67,2%, em fevereiro, para 66,5% em março

o índice das que declararam possuir dívida. No mesmo período, o percentual de endi-vidados entre famílias com renda superior a 10 salários aumentou de 54% para 55%.

Tempo médio de atrasoé de quase dois meses

Para o economista-chefe da CNC, Carlos Thadeu de Freitas, “o aumento do custo de vida, junto com a confi an-ça elevada em relação à sua capacidade de pagamento, explica um maior nível de endividamento na comparação com o ano passado”.

Entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, a pesquisa apurou que o tempo médio de atraso aumentou em relação ao mesmo período do ano passado, passan-do de 57,8 para 58,6 dias. Em relação ao tempo médio de comprometimento com dívidas, houve ligeiro recuo no indicador anual, que passou de 6,7 para 6,6 meses.

Um dado relevante foi que 29% das famílias endividadas estão comprometi-das com dívidas até três meses, e 28,1%,

Percentual de famílias que não terão condição de pagar (% do total)

Fonte: Pesquisa direta CNC

8,7%

mar./10 maio/10 set./10jul./10 nov./10 fev./11abr./10 jun./10 out./10 jan./11ago./10 dez./10 mar./11

9,0%8,5%

7,8%8,9% 8,8% 9,0%

9,5%9,0%

8,3% 7,9% 7,7%8,4%

19CNC NotíciasAbril 2011 n°133 19

PESQUISA NACIONAL CNC

Page 22: Revista CNC Notícias - abril 2011

Peic - Síntese dos resultados (% em relação ao total de famílias)

Total de endividados

Dívidas ou contas em atraso

Não terão condições de pagar

Março/2010 63,0% 27,3% 8,7%

Fevereiro/2011 65,3% 23,4% 7,7%

Março/2011 64,8% 23,4% 8,4%

Fonte: Pesquisa CNC

Fonte: Pesquisa direta CNC

Tipo de dívida (% do total)

72,5%71,6%

9,5%7,1%

4,9%3,6%3,9%

3,4%10,2%10,3%

27,4%21,9%

12,5%10,6%

3,8%3,6%

0,0%3,7%

0,2%0,2%0,4%0,1%

mar./10

Cartão de crédito

Cheque especial

Cheque pré-datado

Crédito consignado

Crédito pessoal

Carnês

Financiamento de carro

Financiamento de casa

Outras dívidas

Não sabe

Não respondeu

mar./11

por mais de um ano. Ainda entre as famílias endividadas, a parcela média da renda com-prometida com dívidas aumentou na compa-ração anual, passando de 28,7% para 29,4% no mês corrente.

Outro ponto interessante da pesquisa re-velou que chegou a 15,3% o percentual de famílias que se consideram muito endivi-dadas, bem superior ao índice de fevereiro de 2011 (13,7%) e na comparação com o mesmo período do ano passado (14,5%). No comparativo anual, a parcela que declarou estar mais ou menos endividada passou de 21,1% para 23,2%, e a parcela pouco endivi-dada alcançou 26,4% do total dos endivida-dos, contra 27,3% de março do ano passado.

Cartão de crédito é o principal tipo de dívida

A Peic mostrou, ainda, que, para 71,6% das famílias endividadas, o cartão de cré-dito é o principal tipo de dívida. Seguem--se os carnês (21,9%) e o fi nanciamento do carro (10,6%). Para as famílias com renda de até 10 salários mínimos, o cartão de cré-

dito mantém-se como o principal vilão, com 71,9%. A seguir, vêm o carnê, com 22,9%, e o crédito pessoal, com 10,1% das famílias.

O cartão de crédito também é o mais im-portante tipo de dívida para famílias de ren-da superior a 10 salários mínimos, só que com um índice menor: 68,6% das famílias. Nesse grupo, o fi nanciamento de veículos (22,5%) supera os carnês (14,4%) entre os principais tipos de dívida.

Já a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), que visa antecipar o potencial das vendas do comércio, mostra que, após pequena alta de 0,7% em feve-reiro (expansão de 2,8% no primeiro mês do ano), em março a intenção de consumo voltou a registrar crescimento moderado de 0,9%, na comparação com o resultado ob-servado em igual período de 2010.

Para os economistas da CNC, esse qua-dro reforça a tendência de desaceleração do consumo, principalmente levando-se em conta a expansão verifi cada em janeiro (+2,8%). A alta em março de dois indicadores que compõem o índice – as perspectivas de consumo (+0,6%) e profi ssional (+1,3%) –

CNC NotíciasAbril 2011 n°1332020

PESQUISA NACIONAL CNC

Page 23: Revista CNC Notícias - abril 2011

Síntese dos resultados – ICF

Indicador mar./11Variação mensal

Variação anual

Emprego atual 134,2 -2,2% -0,3%

Perspectiva profissional 138,3 +1,3% +5,2%

Renda atual 142,7 -1,3% -0,8%

Compra a prazo 143,6 -1,4% +0,5%

Nível de consumo atual 103,8 -1,0% +1,5%

Perspectiva de consumo 139,0 +0,6% +1,2%

Momento para duráveis 139,8 -6,9% -0,5%

ICF 134,5 -1,7% +0,9%Fonte: Pesquisa direta CNC

Vendas do comércio (% do total)

5,9%

10,9%

8,3%

6,8%

5,3%

2011*20102009

Otimista

Realista

Pessimista

evitaram uma queda maior da ICF na com-paração com fevereiro

Perspectiva profi ssional positivapara os próximos seis meses

Na comparação anual, o maior destaque positivo da pesquisa foi o crescimento da perspectiva de emprego (+5,2%). O subi-tem relativo ao consumo atual também su-biu (+1,5%), embora em um ritmo menor que em fevereiro (+2,9%). As satisfações atuais quanto às condições de emprego (-0,3%) e, principalmente, renda (-0,8%) revelaram deterioração, assim como a per-cepção do momento atual para a aquisição de bens duráveis (-0,5%).

Em relação ao mercado de trabalho, o levantamento mostrou que 65,2% das fa-mílias avaliam de forma positiva as pers-pectivas profi ssionais para os próximos seis meses. Conforme a ICF, a alta de 5,2% do indicador foi puxada pela melhor avaliação das famílias com renda de até 10 salários mínimos.

As famílias mais ricas, porém, têm ex-pectativa negativa no médio prazo. Con-trariamente, destacam os economistas da

CNC, as famílias mais ricas não enxergam melhores perspectivas profi ssionais no mé-dio prazo (quedas de 2,4% em relação a fe-vereiro e de 0,3% contra março de 2010).

Na perspectiva da Divisão Econômica, o varejo vai crescer 6,8% em 2011. Segun-do Thadeu de Freitas, o comércio manterá um “dinamismo moderado” neste ano, gra-ças ao câmbio (que barateia os produtos importados), à renda em alta e ao empre-go ainda em expansão. Embora positivo, o indicador fi cará muito longe do recorde de 10,9% registrado em 2010. De acordo com a pesquisa, a satisfação com o consumo atual é o subitem que mais cresceu nos três primeiros meses deste ano (+4,2% contra +1,2% dos demais itens do levantamento). Praticamente 70% das famílias das capitais brasileiras estão consumindo acima ou no mesmo ritmo do ano passado.

Quanto à renda atual, a pesquisa reve-la satisfação das famílias com sua situação neste momento, o que, na avaliação dos economistas, condiz com as persistentes pressões infl acionárias. O subitem renda atual da ICF é o que apresenta o segundo pior desempenho no ano, com alta de 1,1% ante o primeiro trimestre de 2010.

21CNC NotíciasAbril 2011 n°133 21

PESQUISA NACIONAL CNC

Page 24: Revista CNC Notícias - abril 2011

Conjuntura econômica

CNC NotíciasAbril 2011 n°1332222

ARTIGO

Taxa de juros e infl ação. Estes são os temas de refl exão do consultor Econômico da CNC, Ernane Galvêas, na Conjuntura econômica deste mês. Galvêas analisa a política monetária brasileira e, na

segunda parte, aborda a necessidade de o Governo estancar as fontes de alimentação do processo infl acionário, como o défi cit fi scal.

Houve época – há 50 ou 60 anos – em que o volume de moeda em circulação (M1) era da ordem de 60% do PIB, o que conferia alta efi cácia à política monetária, baseada nas variações da taxa de redescontos.

Hoje, o M1 caiu para cerca de 6% do PIB e, consequentemente, perdeu efi cácia a política monetária baseada exclusiva-mente na taxa de juros.

Em compensação, ganharam importân-cia outros instrumentos da política mone-tária, como os recolhimentos compulsórios e as operações de mercado aberto.

Como é fácil perceber, todas essas operações convergem para a taxa de ju-ros. Por exemplo, elevar o compulsório dos bancos reduz a capacidade de expan-são dos empréstimos bancários e, com menor oferta de empréstimos, sobe a taxa de juros. O mesmo ocorre nas ope-rações de mercado aberto. Qualquer das três operações – redesconto, compulsó-rio ou mercado aberto – acaba afetando a taxa de juros, para mais ou para menos, conforme o caso. Esse é o bê-á-bá da teoria monetária.

A política monetária tem, pois, três instrumentos de ação, todos eles traduzi-dos em taxa de juros. É na teoria do juro que se assenta a política monetária, ba-seada no pressuposto de que:

Uma elevação da taxa de juros re-duz a propensão ao consumo, diante da opção e da oportunidade de ganho

fi nanceiro mediante aplicação da pou-pança em ativos de renda fi xa ou variá-vel. Do mesmo modo, reduz a propen-são do empresário a investir, na medida em que a taxa de juros dos empréstimos se aproxima da taxa de retorno do in-vestimento, comprometendo a margem esperada de lucro.

Em algum tempo, adotou-se no Banco Central do Brasil uma medida não orto-doxa, de estipular para o sistema bancá-rio um limite quantitativo de expansão. É lógico que tal medida funciona, como as demais, porém, inibe os bancos mais efi cientes, com maior capacidade de ex-pansão, o que vai contra o princípio das vantagens do regime de competição.

Finalmente, cabe considerar, ainda no contexto da política monetária, as normas de regulação, ou seja, as regras pruden-ciais de operação, impondo previamente limites quantitativos operacionais, em defesa e proteção do público depositante contra os riscos do negócio – de confor-midade com o que dispõem os Acordos da Basileia.

Pelo visto, fi ca fora desse contexto a obsessão do Banco Central com a taxa Se-lic mais alta do mundo, em total descom-passo com a “outra política monetária” do Governo, que regula os bancos ofi ciais, e com a política fi scal.

As autoridades brasileiras não estão se dando conta da importância de disci-

Política monetária

Page 25: Revista CNC Notícias - abril 2011

Ernane GalvêasConsultor Econômico da CNC

23CNC NotíciasAbril 2011 n°133 23

ARTIGO

plinar as prioridades. A poupança no Bra-sil é muito baixa, tanto no setor público (defi citário) como no setor privado. E o Governo tem pela frente investimentos colossais no Pré-Sal, na infraestrutura dos transportes e mais a “loucura” da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Tudo junto, e ainda o “trem bala”, pode ultrapassar os limites de nossa capacidade de investir.

Governar é estabelecer um elenco de prioridades econômicas e sociais, para disciplinar os gastos públicos. Educação e saúde são alta prioridade. Justiça e se-gurança pública também. Há outras múl-tiplas prioridades. Não se pode dar tudo para a educação e a saúde. A sabedoria política está em distribuir os recursos na proporção das prioridades.

O sopro inflacionárioVamos partir do postulado básico de

que não se pode pensar em infl ação zero. Em um país imenso e diversifi cado como o Brasil, ter uma infl ação de média zero signifi ca que em alguns setores ou re-giões ela será positiva, e em outros, nega-tiva (defl ação), o que não é aconselhável. Por isso mesmo, o velho mestre Eugenio Gudin, o maior inimigo da infl ação, pre-gava que um “sopro infl acionário” não faz mal a ninguém.

O sopro infl acionário do Dr. Gudin pode ser 2% ou 4,5%. Mesmo 6% não será um absurdo e, certamente, o setor produtivo saberá administrar uma situa-ção dessa ordem, como já fez no passado.

O importante, realmente importante, é o Governo tratar rapidamente de estan-car as fontes principais de alimentação do processo infl acionário, quais sejam o elevado défi cit fi scal, a política salarial que indexou o salário mínimo e as apo-sentadorias, a excessiva expansão do

crédito direcionado (BNDES, CEF, BB), além da redução da taxa Selic do Ban-co Central, que tem o efeito perverso de agravar o défi cit público e os custos da produção nacional.

Ao que tudo indica, o BC está confor-mado com a infl ação de 6% para este ano e de 4,5% para 2012. Faz muito bem. E ainda poderá fazer a experiência de baixar a taxa Selic, ao invés de aumentá-la.

A alta dos preços dos alimentos – tri-go, soja, açúcar – já não tem muito espaço para prosseguir, o mesmo que o minério de ferro. O petróleo, porém, é um preço político e especulativo, imprevisível, ma-nipulado nas Bolsas de Nova York e Lon-dres, e ainda poderá sofrer alta, enquanto durar a questão da Líbia.

As maiores vítimas da infl ação são os assalariados e os exportadores. Os primeiros estão protegidos pela indexa-ção, os segundos sofrem com a taxa de câmbio supervalorizada.

Page 26: Revista CNC Notícias - abril 2011

CNC NotíciasAbril 2011 n°1332424

ARTIGO

Embaixador da China analisa

intercâmbio bilateral

Em palestra promovida pelo COPPE (pós-graduação em engenharia) e pelo Instituto

de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o embaixador Qiu Xiaoqi, ao defender a China das acu-sações sobre a questão cambial, apre-sentou oportunas considerações sobre o intercâmbio comercial com o Brasil.

Não só pelo fato de a CNC ter sido a entidade pioneira nesse próspero inter-câmbio, mas também pelo interesse das Federações em organizar/participar de missões comerciais à China, bem como de receber suas delegações comerciais, torna-se oportuna a reprodução comen-tada de alguns trechos dessa importan-te conferência do embaixador.

Em certa passagem, ele assinalou que a China é “o maior parceiro comer-cial e o primeiro investidor no Brasil”. Verdade incontestável, responsável direto pelo atual período de desenvol-vimento da economia brasileira, esse bom relacionamento tem algo a dever

à sensibilidade empresarial/comercial dos dirigentes da CNC, desde 1971, três anos antes do estabelecimento das relações com a China.

Sobre os preços baixos dos produ-tos chineses, Qiu lembrou a excelente infraestrutura existente, com os melho-res portos, aeroportos e ferrovias do planeta, além da escala de produção e de salários inferiores aos dos concor-rentes no mercado. E assinalou: “Não tem nada a ver com a taxa de câmbio”. Em seguida, esclareceu que a China vem reajustando gradualmente a taxa de câmbio, com o yuan valorizado 30% nos últimos anos.

Focalizando a pauta das exportações brasileiras para China – cresceram 46% em 2010, chegando a US$ 30 bilhões –,composta basicamente de matérias--primas (minério de ferro, petróleo e soja), o embaixador perguntou: “Se o Brasil não vender esses produtos, o que vai exportar para manter esse ní-vel de crescimento?”. Aliás, a propó-

Page 27: Revista CNC Notícias - abril 2011

Carlos Tavares de OliveiraAssessor de Comércio Exterior da CNC

25CNC NotíciasAbril 2011 n°133 25

ARTIGO

sito da persistente crítica geral sob a falsa alegação de subdesenvolvimento, quanto ao fato de o Brasil ser grande vendedor dessas commodities, deve--se lembrar que os Estados Unidos são os maiores exportadores de grãos (soja, trigo e milho), e a Austrália, de minérios (ferro principalmente), com esses dois países industrializados do-minando cerca de 45% dos respecti-vos mercados, segundo relatório da Unctad/2010.

Ao se referir às “semelhanças de pontos de vista na maioria dos temas internacionais” entre os dois países, o embaixador expressou-se carinho-samente sobre o Brasil. Após declarar que havia visitado os 26 Estados brasi-leiros, assinalou: “Tenho conhecimen-to objetivo sobre este lindo país; vocês podem se sentir orgulhosos. A China e o povo chinês estão com vocês”.

Sobre as reclamações – na rea-lidade, infundadas, mas comuns no mundo dos negócios – de um grupo

de indústrias paulistas sobre supostas irregularidades em algumas exporta-ções chinesas, Qiu demonstrou algum ressentimento. Com certa razão, regis-trou: ”Quando os produtos da China são baratos, vocês se queixam. Quan-do são caros, queixam-se outra vez. É um problema”.

Comentando as críticas da enti-dade sindical do setor, ressaltou: “A Fiesp não representa a opinião de toda a sociedade do Brasil. Muitos seto-res, amigos e altas autoridades sabem que a parceria brasileira beneficia os dois lados”.

Para encerrar, nesse momento o embaixador poderia ter mencionado o apoio permanente que o segmento do comércio vem oferecendo ao intercâm-bio bilateral nessas quatro décadas de constante evolução. Vale lembrar que a quase totalidade das exportações chi-nesas é adquirida e importada por em-presas comerciais, que nunca reclama-ram de nada.....

Page 28: Revista CNC Notícias - abril 2011

CNC NotíciasAbril 2011 n°1332626

INSTITUCIONAL

Trabalho coeso naestratégia da

defesa de interesses

O ano passado se encerrou sem que nenhum projeto que contrarias-se os interesses do Sistema, ou

seja, SESC, Senac e o comércio de modo geral, tenha sido aprovado no Congresso Nacional. A informação foi dada pelo vi-ce-presidente Financeiro da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Luiz Gil Siuffo, que tam-bém é responsável pela área de Relações com o Congresso, na reunião da Rede Na-cional de Assessorias Legislativas (Rena-legis), em 29 de março, em Brasília.

Siuffo afi rmou que, para repetir o su-cesso de 2010, é preciso manter o espírito de coesão, incentivando o trabalho da As-sessoria junto ao Poder Legislativo (Apel) da CNC, com o apoio dos assessores le-gislativos e dos presidentes de federação. Segundo ele, as reuniões da Renalegis são fundamentais porque “há muita troca de informações e se reforça a consciência da responsabilidade que as assessorias legisla-tivas têm na defesa de interesses do setor”.

No encontro, foram defi nidas as ações na defesa de proposições de interesse do

comércio no Parlamento. Os participantes aprovaram a proposta da Apel, que estrati-fi cou os projetos de acordo com o estágio em que se encontram no Congresso: à es-pera de designação do Relator, aguardando apresentação de Parecer, pronto para vota-ção e parecer apreciado.

Em outro debate da reunião, o advogado Alain Alpin Mac Gregor, da Divisão Sin-dical, falou sobre o julgamento do mérito, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), das ADIs nº 4.375 e 4.364, que buscavam ver declarada a inconstitucionalidade das leis estaduais do Rio de Janeiro e de Santa Ca-tarina, respectivamente, que fi xaram, com base na Lei Complementar nº 103/2000, pisos salariais para aqueles Estados.

Com relação à Lei carioca, o STF re-chaçou a expressão “que o fi xe a maior”, que induzia os sindicatos a fi rmar pisos salariais tendo como patamar mínimo o piso salarial estadual. Com relação à lei catarinense, o Supremo decidiu pela in-constitucionalidade da inserção do Estado como parte integrante da negociação, uma vez que haveria ingerência do Estado na

organização sindical, o que é vedado pela Constituição Federal.

“O resultado dessas Ações Diretas de Inconstitucionalidade acaba por fortalecer o sindicalismo, pois garante aos sindicatos a liberdade de negociar sem a interferência de ente alheio ao sistema”, explicou Mac Gregor.

Os assessores legislativos assisti-ram, ainda, à apresentação da jornalis-ta Luciana Rivoli Dantas sobre o novo portal da CNC (www.cnc.org.br). Ela explicou que o site fi cou mais ágil e pos-sui conteúdo interativo. O portal tam-bém trouxe novidades, como a Central do Conhecimento, onde está disponí-vel a produção intelectual da CNC, e a TV CNC.

Vice-presidente Gil Siuffo (E), ao lado do

chefe da Apel, Roberto Veloso, defendeu a união de esforços,

com o envolvimento dos presidentes

das Federações do Comércio, na busca de

resultados positivos no Congresso

Page 29: Revista CNC Notícias - abril 2011

27CNC NotíciasAbril 2011 n°133 27

INSTITUCIONAL

Adoção do Registro Eletrônico de Ponto ainda não tem consenso

AComissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC) realizou, nesta quarta-

-feira (6/4), audiência pública para discu-tir as Portarias 1.510/2009 e 373/2011 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), sobre a obrigatoriedade do uso do equi-pamento de Registro Eletrônico de Ponto (REP) por empresas públicas e privadas. O objetivo foi ouvir entidades empresariais e de trabalhadores. O requerimento foi apre-sentado pelos deputados Guilherme Cam-pos (DEM-SP) e Renato Molling (PP-RS), que presidiu a audiência.

O ponto mais ressaltado pelas entida-des, tanto de empregados quanto de empre-gadores, foi a insegurança da funcionalida-de do sistema. Além disso, trabalhadores e empresários sentem-se confusos com as regras das Portarias e pedem que novas reuniões sejam realizadas, para esclarecer as dúvidas. Todos se queixaram por não ter havido reuniões tripartites (incluindo o Governo) e demonstraram desconfi ança no que diz respeito à substituição dos atuais equipamentos utilizados.

Representante da Força Sindical, Carlos Lacerda, chamou a atenção para a adoção do REP nas regiões mais pobres do Bra-sil. “Temos que levar em conta a situação dos trabalhadores do Norte e do Nordeste, onde o sistema não e fácil de implantar. A grande discussão do movimento sindical é ainda sobre as pequenas empresas. Mexer com ponto eletrônico é difícil.”

A CNC pede a revogação das Portarias. O vice-presidente da entidade, deputado fe-deral Laércio Oliveira (PR-SE), levou em conta “as desastrosas consequências” da obrigatoriedade do uso do REP em empresas de prestação de serviços e da proibição de outros meios de registro. “Primeiro, temos, hoje, grandes corporações que aboliram o ponto. Segundo, a Portaria provocou desem-

prego em empresas que não conseguiram se adaptar. Muitas enfrentam grande difi culda-de para tocar seus negócios”, explicou.

“Pela lei, não é obrigatório o sistema de Registro Eletrônico de Ponto. Quem tem os seus sistemas pode continuar fazendo uso deles. Esse novo sistema é um grande desperdício para o País. Precisamos deso-nerar as empresas, para que elas possam construir novos empregos”, concluiu.

CNI, CNA, CNT e CNF também acham desnecessária a substituição dos aparelhos, levando-se em conta o custo e a burocrati-zação, além do impacto ambiental, com a impressão de comprovantes. As entidades concordam com a CNC e também pediram a revogação das Portarias.

Representante do Ministério do Traba-lho, Vera Lúcia de Albuquerque, insistiu na defesa do uso do novo sistema de controle, mesmo após o depoimento do represen-tante da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Carlos Amorim Júnior, segundo o qual o equipamento não tem re-gistros na instituição. “No caso específi co desse equipamento, hoje não há normas.”

Todos, entidades sindicais e empresa-riais, concordaram em que o prazo de dois meses, instituído pelo MTE, é curto para a conclusão das negociações.

Deputados Laércio Oliveira (CNC) e Renato Molling; Emerson Casali (CNI) e Juilson Cardoso (Central dos Trabalhadores do Brasil)

Page 30: Revista CNC Notícias - abril 2011

CNC NotíciasAbril 2011 n°1332828

SERVIÇOS

Prioridades do setor de terceirizáveis no Congresso

Das mais de 500 proposições le-gislativas de interesse da Câmara Brasileira de Serviços Terceirizá-

veis (CBST), 14 terão sua tramitação no Congresso Nacional acompanhadas com prioridade. A decisão foi tomada em 16 de março pelos integrantes da CBST, ór-gão consultivo da presidência da Confe-deração Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em reunião realizada em Brasília.

A seleção dos projetos foi sugerida após intensa análise pela equipe da Asses-soria junto ao Poder Legislativo (Apel), com base no Sistema de Informação Par-lamentar (SIP), ferramenta que monitora a tramitação de todas as proposições le-gislativas com implicações sobre os in-teresses das categorias do setor, explicou Enio Zampieri, da Apel.

Das 14 proposições elencadas, em ape-nas três a CNC tem posição divergente. Nas demais, a entidade é a favor ou favo-rável com ressalvas. “Há centenas de pro-jetos que merecem a nossa atenção, mas precisamos focar naqueles cujos efeitos podem trazer benefícios ou danos graves

ao setor, em caso de aprovação ou rejeição em plenário”, explicou o coordenador da Câmara, Jerfferson Simões.

Por fi m, o assessor Legislativo Reiner Leite, da Apel, destacou a grande mobili-zação e a união de esforços que resultaram, conforme o interesse das empresas de ser-viços, na supressão do artigo 5º da Medida Provisória (MP) nº 507/2010.

A MP institui hipóteses específi cas de sanção disciplinar para a violação de sigilo fi scal. Além disso, disciplina o instrumen-to de mandato que confere poderes a ter-ceiros para praticar atos perante órgão da administração pública que impliquem for-necimento de dado protegido pelo sigilo fi scal. O artigo 5º e parágrafos da Medida exigiam procuração por instrumento públi-co para a prática de quaisquer atos junto à Receita Federal do Brasil.

A Apel intensifi cou ações no Congresso, pleiteando dos parlamentares o acolhimen-to da emenda do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) para suprimir o artigo 5º da Medida Provisória. Em 1º de março, o relator da matéria, deputado Fernando Ferro (PT-PE), acatou a sugestão da CNC.

Membros da CBST debateram

longamente antes de defi nir

as propostas que teriam maior

atenção na Câmara e no Senado

Câmara Brasileira de Serviços Terceirizáveis foca defesa de interesses em 14 proposições legislativas, a partir de

proposta da Assessoria junto ao Poder legislativo, que fez a seleção entre mais de 500 iniciativas

Page 31: Revista CNC Notícias - abril 2011

29CNC NotíciasAbril 2011 n°133 29

SERVIÇOS

Ministro das Cidades participa de reunião da CBCSIA visita do ministro reforçou a parceria entre o Governo e as empresas do setor imobiliário, com vistas ao desenvolvimento do País

A Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários (CBCSI) da CNC reuniu-se, no dia 15 de março,

na sede da entidade, em Brasília, para discu-tir questões relativas ao mercado de compra, venda, construção e locação de imóveis. O ministro das Cidades, Mario Negromonte, participou de parte da reunião.

O mercado imobiliário, além de impul-sionar a economia, é um dos maiores gera-dores de emprego no País, especialmente no segmento da construção civil. Levando em conta os resultados positivos, o minis-tro reafi rmou apoio ao setor: “O Ministério está disposto a colaborar com os projetos do segmento imobiliário”.

Segundo o coordenador da CBCSI, Pe-dro Wähmann, a visita do ministro cria um canal com o Ministério, no sentido de uma parceria vantajosa para ambos os lados, Governo e empresas. “Estamos dispostos, por exem-plo, a trabalhar com o Governo no ‘Programa Minha Casa, Mi-nha Vida’. Mesmo conscientes de que o programa necessita de ajustes, acreditamos que a par-ceria signifi ca colaborar com o desenvolvimento do País.”

A criação de um indicador nacional do setor, que reuniria, em princípio, índi-ces de locação, lançamentos e venda de imóveis usados, também é algo que vem sendo discutido nas reuniões da Câmara. O interesse do grupo é reunir as estatísti-cas de todas as regiões do País, gerando um índice das atividades nacionais a ser divulgado periodicamente, com a apre-sentação de resultados sólidos sobre o mercado. Hoje, somente alguns estados elaboram estatísticas, como, por exem-plo: RJ, SP, DF, PR, GO e RS.

A viabilização do Fundo Imobiliá-rio criado pelo Secovi e o Projeto de Lei nº 8.245/1991, o qual altera a Lei do In-quilinato, foram outras questões aborda-das, que garantem maior segurança jurí-dica no processo de locação.

Ministro das Cidades, Mario Negromonte, ao

lado do coordenador da CBCSI, Pedro Wähmann

Page 32: Revista CNC Notícias - abril 2011

CNC NotíciasAbril 2011 n°1333030

TURISMO

Conhecimento produzido e

compartilhado com

o trade turístico Representantes dos órgãos consultivos de turismo da CNC

levam a empresários e autoridades as iniciativas da entidade para o setor, durante o Fórum Panrotas 2011

Um dos melhores espaços da atualidade para aná-lise dos temas prioritários para o turismo, a 9º edição do Fórum Panrotas 2011 – Tendências

do turismo contou com a participação de representantes da CNC para divulgar as ações da Confederação em prol do setor. Realizado no Centro Fecomércio de Eventos, em São Paulo, nos dias 28 e 29 de março, o Fórum reuniu 1.231 participantes.

Na abertura do encontro, o presidente do Conselho de Tu-rismo da CNC, Oswaldo Trigueiros, entregou ao ministro do Turismo, Pedro Novais, a publicação relativa ao ma-crotema Infraestrutura Turística e Macroeventos. O livro apresenta as principais conclusões dos debates realizados sobre o assunto no Conselho de Turismo da Confederação ao longo de 2010.

Oswaldo Trigueiros também entregou ao ministro Novais a terceira edição da revista Turismo em pauta, produzida pela Confederação, que apresenta trabalhos de nomes como o imortal da ABL e membro do Con-selho Técnico da CNC, Arnaldo Niskier, e do diretor do Departamento Nacional do SESC, Maron Emile

Abi-Abib. O ministro Novais também assi-na um artigo na publicação, intitulado Orde-namento e regulação marcam a nova gestão.

Já o presidente da Embratur, Mário Moy-sés, recebeu das mãos do coordenador da Câmara de Turismo da Confederação, Ale-xandre Sampaio, e de Eraldo Alves da Cruz, vice presidente do Conselho de Turismo da CNC, a publicação relativa ao macrotema, bem como a revista Turismo em pauta.

O Fórum Panrotas deste ano discu-tiu temas como o crescimento da deman-da turística e a necessidade de amplia-ção da infraestrutura, entre outros temas. De cima para baixo: Oswaldo Trigueiros, ministro Pedro Novais, Mário Moysés, Alexandre Sampaio e Eraldo Alves da Cruz, durante o Fórum Panrotas 2011

Page 33: Revista CNC Notícias - abril 2011

31CNC NotíciasAbril 2011 n°133 31

TURISMO

Senac na Copa terá mais de um milhão de vagasPrograma de educação profi ssional voltado para a preparação do maior evento do futebol, a ser realizado no Brasil em 2014, dá prioridade às áreas diretamente envolvidas, como turismo, gastronomia, hotelaria e idiomas

Com a presença do ministro do Tu-rismo, Pedro Novais, foi lançado, no Rio de Janeiro, o Programa Na-

cional de Educação Profi ssional Senac na Copa. Criado com o objetivo de oferecer mais de um milhão de vagas em cursos profi ssionalizantes em todo o País, o Se-nac na Copa é uma das contribuições do Sistema Comércio para que o Brasil possa vencer o desafi o de formar mão de obra qualifi cada para o grande evento esportivo que será realizado em 2014.

“Congratulo-me com o Senac pela sua iniciativa de treinar mais de um milhão de pessoas. Esse trabalho vai ajudar muito o Ministério do Turismo e o País, porque es-ses profi ssionais ingressarão no mercado de trabalho, dinamizando a economia. E o turismo tem esse papel”, disse o mi-nistro Novais durante a Teleconferência Copa 2014: Oportunidades e Desafi os, organizada no dia 29 de março pelo Senac e que marcou o lançamento do programa.

O ministro Pedro Novais fez um balan-ço das ações que o Ministério vem realizan-do com vistas à preparação para a Copa. Segundo ele, são esperados mais de 600 mil turistas estrangeiros para a Copa, com uma movimentação total de três milhões de pessoas, contando com os nacionais. Em todo o ano da Copa, serão oito milhões de turistas. Uma das metas é que os profi ssio-nais da linha de frente, como atendentes de aeroportos, recepcionistas de hotel e cama-reiras, possam se comunicar com os turistas estrangeiros em pelo menos dois idiomas: inglês e espanhol. “A grande vitória do Bra-

sil em 2014 será mostrar a nossa capacidade de bem receber”, disse o ministro, lembran-do que o turismo responde, hoje, por 3% da economia do País. “Queremos chegar a 8% nos próximos anos”, disse, prevendo um crescimento de 79% do setor até 2014.

A teleconferência, integrada por 300 pontos de recepção em todo o País, contou também com a participação do gerente de Projetos Estratégicos do De-partamento Nacional do Senac, Antonio Henrique Borges Paula, e do presidente da Federação Nacional de Hotéis, Res-taurantes, Bares e Similares (FNHRBS), Alexandre Sampaio.

O presidente do Sistema CNC-SESC--SENAC, Antonio Oliveira Santos, Alexandre Sampaio,

presidente da FNHRBS, os diretores-gerais do SESC-DN, Maron Emile Abi-Abib, e do Senac-DN, Sidney Cunha, e executivos das três entidades recebem, em encontro no Rio, o ministro do Turismo, Pedro Novais

Page 34: Revista CNC Notícias - abril 2011

CNC NotíciasAbril 2011 n°1333232

TURISMO

O gerente do Senac explicou que a enti-dade realizou pesquisa com 700 empresas para identifi car as necessidades a serem trabalhadas. “Nosso objetivo foi fazer uma análise diagnóstica, identifi cando os atrati-vos e os gaps, para que o turismo aconte-ça”, disse Antonio Henrique. Do portfólio Senac, composto por mais de 800 cursos, foram priorizados os que melhor atendem às expectativas das áreas que terão de es-tar devidamente preparadas para o mega-evento: turismo, gastronomia, hotelaria, idiomas, saúde, informática, moda, beleza, meio ambiente, entre outros.

“A orientação do presidente do nosso Sistema sempre foi ter o setor de turismo como uma prioridade”, lembrou Antonio Henrique, mencionando as diversas ade-quações realizadas como preparação para a execução do novo programa, além da reforma e da construção de novas unida-des pelo País. “Nossa estrutura tem condi-ção de atender a essa demanda, somando com o Ministério”, garantiu, destacando, também, a importância do planejamento para os profi ssionais do Senac que assis-tiam à teleconferência em todo o País e que puderam fazer perguntas na segunda parte da transmissão.

Pelo lado das empresas, Alexandre Sam-paio disse que a Federação também se habi-litou junto ao Ministério no programa Bem Receber Copa, com previsão de formar oito mil profi ssionais. “Vamos incentivar cada vez mais o programa que hoje está sendo

lançado, no sentido de aproximação com os sindicatos. Temos certeza de que colhere-mos bons frutos”, afi rmou Alexandre. Em relação ao aproveitamento da oferta hotelei-ra após a Copa do Mundo, o presidente da FNHRBS disse que essa é uma das questões que têm mobilizado os empresários, preo-cupados com a sustentabilidade dos inves-timentos. “Acho que o principal ponto que devemos defender é a criação de um calen-dário setorial nas diversas cidades, elabora-do em parceria com a iniciativa privada”, afi rmou Alexandre Sampaio. Nesse pro-cesso, avalia, é fundamental a participação do comércio e a capacidade de integração do Sistema CNC-SESC-SENAC, já que o incremento do turismo envolve e benefi cia todos os setores.

O presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, e os diretores-gerais do Senac Na-cional, Sidney Cunha, e do SESC Nacio-nal, Maron Emile Abi-Abib, prestigiaram o lançamento, que contou, ainda, com a pre-sença de vários jornalistas e representantes do trade, como o secretário de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, Ronald Ázaro; o vice-presidente da Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (TurisRio), Maurício Lobo; a presidente da Associação Brasileira de Bacharéis em Turismo, Tânia Omena; o presidente da Associação Bra-sileira de Jornalistas de Turismo, Claudio Magnavita; e representantes do Comitê Or-ganizador da Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014, entre os quais Fabio Starling.

À direita, o ministro do Turismo, Pedro Novais, participa

da teleconferência Copa 2014:

Oportunidades e Desafi os, realizada

pelo Senac Nacional

Page 35: Revista CNC Notícias - abril 2011

33CNC NotíciasAbril 2011 n°133 33

PRODUTOS CNC

Projeto Empreendedorismo Digital vai incentivar o bom uso de novas tecnologias

O mundo mudou, e as empresas precisam estar alinhadas com ele. Com as inovações tecnológicas,

o uso de ferramentas que proporcionem um avanço nos negócios torna-se impres-cindível para o sucesso de qualquer em-preendedor. Apesar dessas mudanças, nem todos conseguem acompanhar a ve-locidade com que elas estão acontecen-do. Foi pensando nessas premissas que a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) lançou, por intermédio do presidente Antonio Oli-veira Santos, o projeto Empreendedoris-mo Digital – Ciclo 2011, que visa orien-tar os empresários sobre os benefícios da tecnologia contemporânea e incentivar o seu uso visando ganhos de competitivida-de, redução de custos e melhoria de pro-cessos. O projeto foi apresentado na reu-nião de Diretoria da entidade ocorrida em 17 de março, em Brasília.

Na avaliação do presidente da CNC, a inserção no mundo digital é necessária para assegurar resultados positivos dos negócios. Além dos empresários, fazem parte do público-alvo executivos de enti-

dades sindicais, gestores e administrado-res, bem como contadores e representan-tes dos poderes públicos locais.

O projeto é composto por palestras e workshops, cujo tema principal é Segu-rança e Sustentabilidade Empresarial, mostrando o atual cenário competitivo do mercado, apresentando os fatores que têm infl uência na geração de resulta-dos e no desenvolvimento da sociedade, além de falar das ameaças contemporâ-neas, como vírus, fraudes e golpes apli-cados pela internet. Também pretende proporcionar a percepção da importância do conhecimento técnico, habilidades comportamentais, consciência ética e visão empreendedora.

Outros objetivos do Empreendedo-rismo Digital incluem alertar sobre os riscos e prejuízos do consumo de pro-dutos piratas tanto para a empresa como para o consumidor. O uso da Certifi ca-ção Digital e o incentivo à sua emissão também fazem parte do plano de me-tas do projeto, em execução pela Ge-rência de Projetos da CNC, junto às federações que já aderiram .

Com o lançamento do projeto, na reunião de Diretoria da CNC, empresários terão à disposição palestras e workshops para melhorar a forma com que relacionam a tecnologia aos seus empreendimentos

Page 36: Revista CNC Notícias - abril 2011

34

PRODUTOS CNC

CNC NotíciasAbril 2011 n°1333333333333333444444444444444 AA34

SEGS realiza

VII Encontro de Multiplicadores e

inicia ciclo 2011Os multiplicadores do Sistema de Excelência em Gestão

Sindical conheceram as novidades do programa para o ano de 2011 e visitaram as instalações da Escola SESC de Ensino

Médio, modelo de excelência em educação

Representantes de 34 federações que aderiram ao Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS) estive-

ram presentes no VII Encontro de Multi-plicadores, que aconteceu nos dias 15 e 16 de março, no Condomínio SESC-SENAC, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Sob organização e condução da equipe do De-partamento de Planejamento (Deplan) da CNC, foi dado início às atividades do ciclo 2011, apresentando novidades e assumin-do um compromisso com a melhoria dos serviços oferecidos.

Durante o evento, os resultados atingi-dos em ciclos anteriores foram apresenta-dos, e os multiplicadores compartilharam as principais difi culdades e soluções en-contradas até o momento. Eles puderam, também, conhecer as novidades, como o Guia de Avaliação Simplifi cado (GAS) e os Encontros de Abertura de Ciclo nas Federações, além do aprimoramento dos guias de excelência.

Segundo José Antônio da Rocha, multiplicador da Federação Nacional

do Comércio de Combustíveis e de Lu-brifi cantes (Fecombustíveis), o GAS vai proporcionar uma metodologia simplifi -cada da avaliação da gestão, sendo usa-da como instrumento para familiarização dos diretores de sindicatos com o SEGS. “Vamos aplicar a Avaliação Simplifi cada nas reuniões de diretoria dos sindicatos em que a federação estiver presente”, comentou Rocha.

O Programa de Desenvolvimento As-sociativo (PDA) também foi abordado, sendo apresentadas as ações já realiza-das e as que estão em andamento, as-sim como detalhes das próximas etapas, que incluem eventos de lançamento do programa nos Estados e palestras sobre associativismo para sensibilização das lideranças sindicais.

Os multiplicadores tiveram a oportu-nidade de conhecer as instalações da Es-cola SESC de Ensino Médio, um exemplo para a educação no Brasil e que também exige excelência em suas atividades para transformar jovens e adolescentes.

O diretor do Senac-RS, e um dos idealizadores

do SEGS, mediou os trabalhos do VII Encontro de

Multiplicadores

Page 37: Revista CNC Notícias - abril 2011

35CNC NotíciasAbril 2011 n°133 35

EM FOCO

Propaganda virtual: códigos eletrônicos ligam os clientes aos negóciosOs QR Codes (Quick Resopnse Codes, ou Códigos de Resposta Rápida) estão se popularizando no Brasil, sendo usados para chamar a atenção de consumidores ligados em tecnologia e com sede de conteúdo exclusivo direcionado a eles

A máxima de que a propaganda é a alma do negócio existe há muito tempo, mas a forma de se fazer

propaganda está mudando. Uma inovação do mercado são os QR Codes, criados no Japão em 1994 e que funcionam como um código de barras comum: um leitor deco-difi ca a imagem que leva a um conteúdo específi co. Para isso, o código precisa ser fotografado por uma câmera de celular, e um aplicativo instalado no aparelho lê a imagem, direcionando para o ambiente se-lecionado na web.

Alguns periódicos no País já utilizam o código para fornecer conteúdos exclusivos aos leitores através do celular, e a publici-dade já percebeu o potencial da ferramen-ta. A empresa de telefonia Claro envia QR Codes impressos nas faturas para os clien-tes com smartphones, levando a promo-ções e mensagens da empresa, entre outras informações. Uma parceria entre a Claro e a rede de cinemas Cinemark permite a compra de ingressos pela internet em São Paulo, com o envio de uma imagem ao aparelho do cliente que é decodifi cada na entrada da sala de cinema. A rede de lojas Fast Shop utiliza a ferramenta para ofere-cer promoções exclusivas. São várias as possibilidades de uso.

A popularização desse sistema está cada vez maior devido ao crescimento nas ven-das de smartphones no Brasil. Cada vez mais aparelhos possuem acesso à internet, e o ato de fotografar uma imagem é muito mais atraente do que digitar um endereço in-teiro no teclado do celular. A CNC Notícias

passará a adotar essa ferramenta a partir desta edição, fornecendo conteúdos com-plementares às matérias, como entrevistas e assuntos relacionados, por meio de QR Codes, direcionando os leitores para as pá-ginas do novo site da CNC. Para fazer o download de um leitor, é só acessar a loja de aplicativos do seu aparelho e procurar um aplicativo compatível, como o QR Re-ader para iPhone e o i-Nigma ou BeeTagg, para Blackberry e Android.

Exemplo de QR Code: ao lado, o código que direciona o leitor da CNC Notícias para o site da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Este se encontra no anúncio fi nalda revista.

.br

Page 38: Revista CNC Notícias - abril 2011

Cães do “ Projeto Cão-guia de Cegos”

da ABA – Associação Brasiliense de Ações

Humanitárias, em parceria com o Corpo

de Bombeiros do DF

CNC NotíciasAbril 2011 n°1333636

EM FOCO

Acesso de cão-guia deve ser assegurado

pelos shoppingsJustiça impõe multa a quem impedir o acesso de

cães-guia. A CNC alerta os estabelecimentos comerciais sobre a lei, que pode interditar suas atividades.

O shopping ou comércio que impe-dir o acesso de pessoa com defi -ciência visual acompanhada de

cão-guia pode arcar com multa pesada. Isso porque a Lei nº 11.126, de 27 de junho de 2005, assegura o ingresso e a permanência de ambos, o animal e o cidadão (defi cien-te visual, treinador ou membro da família hospedeira que cuida do cão até por volta de um ano de idade), em qualquer local pú-blico ou privado de uso coletivo, meio de transporte ou estabelecimento comercial.

O assunto veio à tona no início do ano, quando o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul manteve a condenação de um shopping center da cidade de Ca-xias do Sul, em 27 de janeiro de 2011, obrigando-o a pagar indenização de R$ 12.450 a um homem que foi impe-dido de entrar no centro comercial com seu cão-guia.

O caso ocorreu em setembro de 2004. O autor da ação afi rma ter ido com a famí-lia e seu cão-guia de Bento Gonçalves até

Caxias do Sul para lanchar no shopping, mas seguranças o impediram sob a alega-ção de que o animal era proibido no local.

Mesmo após o defi ciente visual ter apre-sentado a Lei Estadual nº 11.739/2002, que autoriza a locomoção de defi cientes visu-ais em qualquer estabelecimento comercial acompanhados de cães-guia, os seguranças se recusaram a chamar a administração do shopping para resolver a questão.

“A notícia está sendo divulgada por todas as entidades relacionadas a pes-soas com defi ciência, vez que é a primei-ra condenação do gênero em face de um estabelecimento comercial. É importante que as federações do comércio, de servi-ços de segurança, de bares, hotéis e res-taurantes, entre outras, tomem conheci-mento e repassem as informações para as empresas associadas”, explica o advoga-do Janilton Lima, representante da CNC no Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Defi ciência.

A CNC, como membro do Conselho, recomenda que as empresas estejam atentas a essa lei e que orientem seus empregados e vigilantes sobre a deter-minação legal. A Secretaria de Direitos Humanos tem o poder não só de multar, mas também de impor a interdição do estabelecimento. As multas variam de mil a 30 mil reais. Em caso de reinci-dência, pode ocorrer a interdição, pelo período de 30 dias, e multa de até 50 mil reais, independentemente da ação ju-dicial por parte da pessoa que teve seu acesso negado.

Page 39: Revista CNC Notícias - abril 2011

37CNC NotíciasAbril 2011 n°133 37

SISTEMA COMÉRCIO

XV Fórum Amazônia Legal

reúne lideranças do Sistema ComércioRepresentantes das Federações do Comércio da Região Amazônica e estados convidados discutiram no Amapá sobre os principais assuntos relativos ao comércio de bens, serviços e turismo na Amazônia, além das ações do SESC e do Senac

Entre os dias 23 e 26 de março acon-teceu o XV Fórum de Presidentes e Superintendentes de Fecomércio

e Diretores do SESC e Senac da Amazô-nia Legal. O evento reuniu as principais lideranças do Sistema Comércio de região amazônica, que compreende os Estados de Amapá, Amazonas, Acre, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins, além dos Estados convidados Mato Grosso do Sul e Ceará.

A 15ª edição do fórum foi realizada em Macapá, no Amapá, com o objetivo de promover discussões e deliberações de assuntos relacionados ao comércio de bens, serviços e turismo, além da atuação do SESC e do Senac na Amazônia Legal. Para o presidente da Fecomércio-AP, La-dislao Pedroso Monte, este é um impor-tante momento para discutir e fortalecer as ações desenvolvidas pelo Sistema: “O Fó-rum se confi gura em um momento de união e integração do Siste-ma Comércio de nossa região. Através dele, conseguimos discutir questões comuns e tra-çar planos para ações conjuntas que benefi -ciam não só o Amapá, mas a Amazônia”.

Para Hugo de Car-valho, presidente da Fe-comércio-TO, o Fórum

é importante, pois reúne propostas e ideias para fortalecer o comércio de cada estado participante. “A principal meta é criar no-vos rumos e mecanismos que fomentem a economia e o comércio da região Norte, gerando melhorias não só para as empre-sas e seus empregados, como qualidade de vida para a sociedade”, ressalta.

Na ocasião, o presidente da Fecomér-cio-RO, Raniery Coelho, foi eleito presi-dente do Conselho Empresarial de Desen-volvimento da Amazônia Legal (Codema), anunciando que vai realizar uma reunião com as bancadas de Amazonas, Acre, Ron-dônia e Roraima para discutir a resolução da ligação interoceânica entre o Atlântico e o Pacífi co. Raniery vai solicitar a presen-ça de representantes dos Ministérios dos Transportes e do Meio Ambiente para falar sobre a conclusão das obras.

Presidentes das federações que integram o grupo da Amazônia Legal debateram nos quatro dias do evento sobre resoluções do comércio de bens, serviços e turismo na Região Amazônica

Page 40: Revista CNC Notícias - abril 2011

CNC NotíciasAbril 2011 n°1333838

SISTEMA COMÉRCIO

BRITE 2011 é

apresentado pela

Fecomércio-RJEvento no Rio de Janeiro promete se fi rmar como o maior do

trade turístico da América Latina e deve atrair investidores de todo o mundo

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ)

apresentou, no dia 22 de março, o Bra-zil International Tourism Exchange 2011 (BRITE), evento que vai acontecer entre os dias 15 e 17 de abril, nos Armazéns 2, 3 e 4, na Zona Portuária. O BRITE 2011 será realizado em parceria com a Escala Eventos e terá o apoio do SESC-RJ e do Senac-RJ.

O objetivo é promover o turismo na-cional, propor ações que possam atender ao mercado re-ceptivo interna-cional e aumentar em até 20% o nú-mero de visitan-tes aos destinos brasileiros a par-tir de 2012. Com duas frentes de atuação – nacio-nal e internacio-nal –, o BRITE vai contar com a presença de 500 convidados, en-tre operadores de turismo, executivos do mercado internacional, jornalistas e inves-tidores, oriundos de 34 países dos cinco continentes. Serão realizados encontros de negócios fechados ao público, nos quais se espera que sejam fechados acordos em torno de US$ 250 milhões. Além disso, uma parte da programação será voltada para o mercado interno, com foco no Rio

de Janeiro, proporcionando a familiariza-ção de agentes de viagens de todo o mun-do com destinos próximos à cidade, como uma extensão de viagem entre os jogos da Copa do Mundo.

Uma novidade do evento em 2011 serão os pré-tours, que serão visitas a destinos turísticos nacionais oferecidos a operadores estrangeiros selecionados, dentro dos seus interesses, divididos em Praias/Ecoturismo e Negócios, este último envolvendo apenas Rio, São Paulo e Brasília. Após as visitas, todos

retornam ao Rio de Janeiro e par-ticipam da Roda-da de Negócios (Business to Bu-siness Meeting) e de eventos sociais para estreitamen-to das relações en-tre os convidados.

Na programaçãoaberta ao público, destaca-se o Fórumdo Conhecimento,que vai trazer pa-

lestrantes para discutir os assuntos re-levantes para o setor turístico e apre-sentar as tendências do mercado nos próximos anos para estudantes e novos profi ssionais. Também haverá a Feira Brasileira de Turismo, uma estratégia do BRITE 2011 para promover e co-mercializar os destinos turísticos para os visitantes brasileiros.

Page 41: Revista CNC Notícias - abril 2011

39CNC NotíciasAbril 2011 n°133 39

SISTEMA COMÉRCIO

Federações de Alagoas e Espírito Santo instalam Câmaras de Turismo

As Federações do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Ala-goas (Fecomércio-AL) e Espírito

Santo (Fecomércio-ES) instalaram Câma-ras Empresariais de Turismo (CET) em seus respectivos Estados.

A Fecomércio-AL lançou a proposta de criação da CET, que será um órgão consul-tivo que vai apoiar os interesses do setor no Estado. A medida foi aprovada pelo trade turístico local, que mostrou seu apoio à ini-ciativa da Federação.

A primeira reunião aconteceu no dia 14 de março e teve a presença do presidente da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS), Alexandre Sampaio, que falou sobre o trabalho. “Como somos todos empresários, temos noção do que pode ser feito, quais são os limites. A Fe-comércio tem um papel importantíssimo no desenvolvimento da Câmara, e esse passo é fundamental”, explica Sampaio.

O encontro teve a participação da secre-tária municipal de Promoção do Turismo, Cláudia Pessoa, da secretária estadual de Turismo, Danielle Novis, de representantes do trade turístico e dos diretores regionais do SESC e do Senac, Willys Carlos e Telma

Ribeiro, respectivamente.No encontro previsto

para o dia 20 de abril ha-verá a realização da elei-ção para coordenador da Câmara. Ficou decidi-do que cada entidade vai

apresentar uma pauta em reuniões futuras, além da

avaliação das estra-tégias de fun-cionamento do

órgão e da apresentação dos cursos que se-rão oferecidos pelo Senac-AL em 2011.

Fecomércio-ES: intermédio entre governo e empresários

Com o objetivo de reunir iniciativa pri-vada e Governo na busca de soluções para o desenvolvimento de políticas de turismo, a Fecomércio-ES também instalou uma Câ-mara Empresarial de Turismo no seu Estado. A constituição da Câmara aconteceu dia 29 de março, e tem o empresário Aurélio Cardoso da Fonseca como coordenador. O presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, enfatiza que uma das prioridades do grupo será buscar o consenso entre Go-verno e empresariado para questões como qualifi cação profi ssional, divulgação e pro-moção das rotas capixabas, que, entre ou-tros, estarão na pauta da CET-ES.

“Temos a certeza de que somente de-batendo as necessidades do segmento será possível pensar em soluções para o incre-mento do setor. A Câmara está em unidade com o trade turístico do Espírito Santo, e esse fato nos possibilita cobrar a defi nição e a execução de políticas públicas, para ga-rantirmos o desenvolvimento turístico do Estado”, afi rma Sepulcri.

A próxima reunião da CET-ES será no dia 06/05, às 10 horas, no Hotel Se-nac Ilha do Boi, em Vitória, capital do Estado. “Existem vários grupos im-portantes interessados no desenvolvi-mento das atividades turísticas no Es-pírito Santo. Entretanto, nenhum com a força e a representatividade do Sistema Fecomércio-SESC-Senac, complementa o presidente da Federação.

José Lino Sepulcri (foto à esq.) presidente da Fecomércio-ES, eAlexandre Sampaio (foto à dir. ao fundo), presidente da FNHRBS, em reunião com integrantes da Câmara

Page 42: Revista CNC Notícias - abril 2011

CNC NotíciasAbril 2011 n°1334040

SISTEMA COMÉRCIO

Revendedores de GLP se reúnem na CNC

Presidentes de sindicatos de revende-dores de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) de todo o País reuniram-se

com representantes do Ministério Públi-co do Consumidor na sede da CNC, em Brasília, nos dias 22 e 23 de março, para discutir o futuro do mercado consumidor brasileiro de GLP. A reunião foi promovi-da pela Associação Nacional de Entidades Representativas de Revendedores de GLP (Fergás) e contou com a presença do presi-dente da Fecombustíveis, Paulo Miranda, e do vice-presidente Financeiro da CNC, Luiz Gil Siuffo.

No evento, foram apresentados proje-tos da área de tecnologia e comunicação da entidade para o ano de 2011, que visam à modernização dos serviços prestados aos associados, bem como à ampliação da vi-sibilidade da Fergás no cenário nacional na qualidade de entidade representativa.

“Tais ações darão início aos novos es-forços da Fergás na defesa dos interesses dos revendedores de GLP em todo o Bra-sil, pois abrangem o contínuo processo de melhoria da qualidade dos serviços de re-venda, estimulam a criação de processos de incremento das receitas dos revendedores e possibilitam a troca de experiências en-tre os fi liados, como forma de padronizar

as melhores práticas do setor”, explicou o presidente da Fergás, Álvaro Chagas.

A reunião também marcou a troca de experiências dos revendedores com os representantes do Ministério Público do Consumidor de todo o País. “O debate com os promotores foi de extrema importância para mostrar a preocupação que a Fergás tem em respeitar as regras de mercado e o consumidor brasileiro. Afi nal de contas, estamos presentes em cerca de 58 milhões de lares brasileiros e entregamos um pro-duto que serve 98% das residências do País”, resumiu Álvaro.

O que é o GLP

O GLP provém, em sua maior parte, do refi no do petróleo. É largamente conheci-do como “gás de cozinha”, devido à sua principal aplicação como gás para cocção de alimentos, estimada em mais de 90% da demanda brasileira. Outras aplicações co-mumente encontradas são as de combus-tível industrial em fábricas e como com-bustível de empilhadeiras, utilizadas em ambientes fechados.

A forma de comercialização mais co-mum é a de engarrafamento em botijões de 13 kg de gás. Estima-se que existam mais

de 70 milhões de vasilha-mes desse tipo em circu-lação pelo País. Cilindros de 45 kg de gás também são comercializados, prin-cipalmente para estabele-cimentos comerciais.

Deputado Simão Sessim (PP-RJ); Luiz Gil Siuffo (CNC); Álvaro Pereira Chagas (Fergás) e Paulo Miranda (Fecombustíveis)

Page 43: Revista CNC Notícias - abril 2011

41CNC NotíciasAbril 2011 n°133 41

SISTEMA COMÉRCIO

Páscoa com chocolate e outros artigos também, segundo a Fecomércio-SC Pesquisa aponta o chocolate como preferido, mas outros artigos, como roupas e brinquedos, também disputam a atenção do consumidor

Chocolate é sinônimo de Páscoa, mas já não é mais a preferência unânime do consumidor, segundo

uma pesquisa divulgada pela Federação do Comércio do Estado de Santa Catari-na (Fecomércio-SC). Apesar de os tradi-cionais ovos de chocolate continuarem na preferência dos entrevistados, cerca de 37% afi rmaram que vão substituir os ovos por outro tipo de presente.

Segundo a pesquisa, dos que afi rmaram substituir o chocolate por outros artigos, 56% disseram que vão comprar peças de vestuário e/ou calçados, e 19% pretendem comprar brinquedos. Ao todo, 42,6% dos entrevistados disseram que vão se manter fi rmes na tradição e continuar comprando os ovos de chocolate. Apenas 2,5% disse-ram que não vão comprar chocolates nem substituir por outros presentes.

Os ovos de Páscoa industrializados, as-sim como outros tipos de chocolate, conti-nuam na preferência da maioria dos consu-midores. Juntos, ovos, caixas de bombom, barras e outros tipos de chocolate indus-trializados estão na preferência de 75% dos consumidores. Somente 15% dos catarinenses devem optar por ovos e outros tipos de chocolate artesanais.

A pesquisa apontou, ainda, a pre-ferência para o pagamento em di-nheiro, com 59,76% dos entrevistados acenando para esta opção, e, em segundo lugar, o pagamento com cartão de crédito: 13,4%. A média de gastos no período da Páscoa deve fi car em R$ 135,75 em todo o Estado de Santa Catarina. A preferência dos consumidores para o local de compra dos ovos de chocolate será o supermerca-

do de rua, marcado como favorito por 47% dos entrevistados. As compras em shopping, entre lojas e supermercados, registraram a preferência de 17% dos consumidores cata-rinenses para as compras da Páscoa.

Os dados também registraram que 25% dos entrevistados vão viajar no feriado da Semana Santa, com destino principalmen-te a cidades dentro do Estado, com o obje-tivo de visitar amigos e parentes.

O levantamento ouviu 2.694 consumi-dores dos Municípios de Blumenau,Chapecó, Criciúma, Florianó-polis e Lages.

Ovos de chocolate industrializados ainda

são a preferência dos consumidores catarinenses,

mas outros artigos, como brinquedos, também devem ganhar espaço na Páscoa

Page 44: Revista CNC Notícias - abril 2011

CNC NotíciasAbril 2011 n°1334242

SISTEMA COMÉRCIO

SESC Sergipe lança o Programa

Mesinha Saudável

Projeto aliado do Mesa Brasil pretende levar para o contexto social de crianças entre dois e seis anos

de idade conceitos como alimentação saudável e nutrição, de uma forma lúdica e informativa

O Serviço Social do Comércio em Sergipe (SESC-SE) apresentou, no dia 24 de março, o programa Me-

sinha Saudável, que funcionará como um segmento do Mesa Brasil, porém voltado para crianças de dois a seis anos. O projeto foi apresentado para uma plateia de meni-nos e meninas assistidos por entidades so-ciais cadastradas no Mesa Brasil no Estado.

“A formação desses hábitos é um pro-cesso que se inicia na infância, e são ad-quiridos em função de diversos aspectos que envolvem o ambiente de vida. Ao lon-go do tempo, vão sendo moldadas as pre-ferências individuais, pelas experiências positivas e negativas vividas com relação à alimentação. Isso ocorre mediante disponi-bilidade de alimentos dentro do domicílio,

pelo nível socioeconômico, pela infl uência da mídia e por necessidades fi siológicas”, explicou Joyce Pimentel, nutricionista do Mesa Brasil-SE.

A ideia é conscientizar as crianças, de maneira lúdica, da importância de bons hábitos alimentares por meio de uma die-ta saudável e nutritiva. No lançamento do programa, a companhia de teatro Kaza da Imaginação apresentou a fábula O Maca-quinho Comilão, que despertou o interesse das crianças presentes.

A diretora do SESC-SE, Excelsa Ma-chado, disse que o projeto pretende levar temas relacionados a alimentação e nutri-ção para o contexto social das crianças, o que poderá contribuir para a inserção desses conceitos nos seus estilos de vida futuros. “Durante a fase pré-escolar as crianças começam a formar seus hábitos, infl uenciando o comportamento alimentar da vida adulta. É nessa fase que elas adqui-rem conhecimento e assimilam conceitos, auxiliando o processo de educação nutri-cional”, afi rmou Excelsa.

Excelsa Machado (acima), diretora regional do SESC-SE,

apresentou o programa para crianças atendidas pelas

instituições cadastradas no Mesa Brasil em Sergipe

Page 45: Revista CNC Notícias - abril 2011

43CNC NotíciasAbril 2011 n°133 43

SISTEMA COMÉRCIO

Supremo reconhece

inconstitucionalidade de leis estaduais CNC questionou, por meio de duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade, leis do Rio de Janeiro e de Santa Catarina que tratavam da participação dos Estados nas negociações entre empregadores e empregados sobre pisos salariais

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou, em duas Ações Diretas de Inconstitucio-

nalidade (ADIs) ajuizadas pela CNC, a inconstitucionalidade de dispositivos de duas leis estaduais, do Rio de janeiro e de Santa Catarina, que tratavam da par-ticipação dos Governos dos Estados na negociação entre entidades sindicais dos trabalhadores e dos empregadores para a atualização dos pisos salariais.

No dia 02 de março foi julgada a ADI nº 4.375, que questionou a Lei nº 5.267/2009, do Rio de Janeiro, de-terminando o piso salarial estadual para diversas categorias “que não o tenham defi nido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho que o fi xe a maior”. A ADI nº 4.375 foi julgada par-cialmente procedente, apenas para de-clarar inconstitucional a expressão “que o fi xe a maior”. Por maioria, os minis-tros seguiram o voto do relator, minis-tro Dias Toffoli, no sentido de que a citada Lei Estadual contraria-va a Lei Complementar federal nº 103/2000, por meio da qual a União autoriza a fi xação de pisos salariais nos Estados “para os em-pregados que não tenham piso sala-rial defi nido em lei federal, conven-ção ou acordo coletivo de trabalho”.

Na mesma data, o STF declarou a inconstitucionalidade, na ADI nº 4.364, também da CNC, de um dispositivo da Lei Complementar nº 459/2009, do Es-

tado de Santa Catarina, que determinava a participação do Governo Estadual na negociação entre entidades sindicais dos trabalhadores e dos empregadores para a atualização dos pisos salariais fi xados no seu artigo 1º.

A CNC questionou a fi xação de quatro pisos salariais no Estado, bem como a determinação para que o Go-verno participasse das negociações para atualização dos valores. O ministro Dias Toffoli, relator da ADI, votou no senti-do de declarar inconstitucional o pará-grafo único do artigo 2º da norma. Para ele, ao falar na participação do Governo nas negociações, o dispositivo afronta o que é previsto no artigo 8º, inciso I, da Constituição Federal, que veda ao poder público a interferência e a intervenção na organização sindical. A ADI nº 4.364 foi julgada procedente em parte, nos termos do voto do relator.

Page 46: Revista CNC Notícias - abril 2011

Um lutador incansável e

um exemplo de vida para todos os brasileiros De comerciante a líder empresarial, José Alencar construiu

uma carreira de incontestável sucesso. Vice-presidente do Brasil por oito anos, formou com o sindicalista Luiz Inácio

Lula da Silva uma dupla que mudou o País para melhor.

Nos últimos 13 anos, o ex-vice-pre-sidente da República José Alencar travou uma luta pessoal que, por

mais difícil que tenha sido, não lhe arran-cou a perseverança e o sorriso do rosto. O câncer – e as complicações decorrentes –que causou seu falecimento em 29 de mar-ço, aos 79 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, passou a ser um detalhe na trajetória de um homem cuja resignação e serenidade comoveram o País.

José Alencar deu ao exercício do poder uma dimensão humana jamais vista. Fiel à sua origem empresarial, combateu os juros, defendeu a empresa brasileira, criti-cou a elevada carga tributária, indignou-se com a burocracia, sem permitir que suas convicções colocassem em risco a estabili-dade política do País.

Empresário bem-sucedido do ramo têx-til, José Alencar Gomes da Silva nasceu em Muriaé (MG), em 17 de outubro de 1931. Décimo primeiro fi lho de uma famí-lia humilde de 15 irmãos, saiu cedo de casa e começou a trabalhar aos 14 anos como balconista numa loja de tecidos, na Zona da Mata mineira.

A partir daí, tornou-se um dos maiores empresários de Minas Gerais. Responsável pela fundação da Coteminas, em 1967, na cidade de Montes Claros, Alencar foi tam-bém presidente da Federação das Indús-trias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Elegeu-se vice-presidente da Repúbli-ca do Brasil na chapa do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. Em 2006 foi reeleito, permenecendo no cargo até o fi nal de 2010. “Nossa relação era de irmãos e companheiros”, disse o ex-pre-sidente Lula, emocionado ao falar do seu vice. “Foi uma grande honra ter convivido com Alencar”, disse a presidente da Repú-blica, Dilma Rousseff.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divul-gou nota lamentando o falecimento de José Alencar, destacando o orgulho por sua ori-gem comercial, sua história e seu compro-misso com a vida. “Mais que um exemplo, ele é parte de todos nós”, dizia o texto. Alencar deixou a mu-lher, Mariza, os fi lhos, Josué Christiano, Pa-trícia e Maria da Graça, além de netos e admira-dores. Além disso, deixou o exemplo de força e resig-nação, características de um verdadeiro lutador.

CNC NotíciasAbril 2011 n°1334444

HOMENAGEM

gou nota lamentando o falecimento de JoséAlencar, destacando o orgulho por sulho por sua ori-gem comercial, sua históra história e seu compro-misso com a vidaa vida. “Mais queum exemplemplo, ele é parte de todos dos nós”, dizia o texto.AAlencar deixou a mu-lher, Mariza, os fi lhos,Josué Christiano, Pa-trícia e Maria da Graça,além de netos e admira-dores. Além disso, deixouo exemplo de força e resig-nação, características de umverdadeiro lutador.

Page 47: Revista CNC Notícias - abril 2011

HISTÓRIA EM IMAGEM

Quebrando o geloO clima que marcou a visita de Barack Obama ao Brasil, em

março, foi comparado por alguns àquele que costuma cercar um pop star. Com seu reconhecido carisma, e ainda por cima acom-panhado da mulher Michelle e de suas duas fi lhas, o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos cumpriu uma agenda protocolar em Brasília, com destaque para o encontro com a presidente Dilma Rousseff. Havia expectativa de que temas de política externa e questões como o fi m da exigência de vistos entre os dois países fossem tratados com ênfase. Mas, sem anúncios bombásticos – a não ser os relativos à intervenção militar na Líbia –, o grande resultado da visita, na visão dos analistas, foi a retomada de um clima de entendimento entre os dois países, um tanto afastados no último ano do governo Lula. Na segunda e mais distendida parte da visita, no Rio de Janeiro, a família Obama fez questão de conhecer o cenário do mais fa-moso cartão postal do País.

(Jason Reed / Reuters)

Page 48: Revista CNC Notícias - abril 2011

COMO VOCÊ NUNCA VIU CNC A

www.cnc.org.br