notícias do jardim são remo (abril/2013)

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São Remo Notícias do Jardim Abril de 2013 ANO XX nº 1 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA www.eca.usp.br/njsaoremo pág. 4 Assembleia define lutas da SR Entrevista Novo subprefeito aborda melhorias na São Remo Mulheres Assédio é comum no transporte público Esporte Copa Kaiser: Catumbi garante classificação para a próxima fase São Remano Pintura inicia obra da Bibliokombi pág. 3 pág. 10 pág. 12 pág. 8 Associação discute instalação de creche ou posto de saúde no antigo terreno da Sabesp Situação do Riacho Doce e projeto de reurbanização também foram debatidos Presidente pede maior participação para atingir objetivos da comunidade JULIANA MERES MAURO BARBOSA JÚNIOR FABÍOLA COSTA RAFAEL BAHIA FELIZATTE JÚLIA PELLIZON MAZUCCO

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jornal laboratório da USP voltado para a comunidade Sâo Remo

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São RemoNotícias do Jardim Abril de 2013 ANO XX nº 1

distribuiçãO grAtuitAwww.eca.usp.br/njsaoremo

pág. 4

Assembleia define lutas da sr

EntrevistaNovo subprefeitoaborda melhorias

na São Remo

Mulheres Assédio é comum

no transporte público

EsporteCopa Kaiser: Catumbi garante classificaçãopara a próxima fase

são remanoPintura inicia obra da Bibliokombi

pág. 3

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Associação discute instalação de crecheou posto de saúdeno antigo terrenoda Sabesp

Situação do Riacho Doce e projeto de reurbanização também foram debatidos

Presidente pede maior participação para atingir objetivos da comunidade

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Notícias do Jardim São Remo

São Remo

debate

Publicação do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Reitor: João Grandino Rodas. Diretora: Margarida Maria Krohling Kunsch. Chefe de departamento: Mayra Rodrigues Gomes. Professores responsáveis: Dennis de Oliveira e Luciano Guimarães. Edição, planejamento e diagramação: alunos do primeiro ano de jornalismo. Secre-tária de Redação: Thaís Matos. Secretário Adjunto: Breno França. Secretária Gráfica: Ana Helena Baptista Rodrigues. Editor de Imagens: Thiago Neves Dias. Diretor de Arte: Arthur Pinto da Silva. Editor Online: Arthur Aleixo. Editores: Carolina Shimoda, Gabriel Lellis, Gabriela Romão, Isabelle Dal Maso, Maria Paschoal Pedote, Thiago Quadros. Suplemento infantil: Bruna Larotonda, Maria Alice Gregory. Repórteres: Ana Carla Bermúdez, Ana Carolina Leonardi, Ana Luisa Abdalla, Anaís Motta, Dimitrius Pulvirenti, Fabíola Costa, Giovana Bellini, Igor Truz, Júlia Pellizon, Juliana Meres, Maria Beatriz Melero, Mauro Barbosa Júnior, Otávio Nadaleto, Pedro Passos, Rafael Bahia Felizatte, Sara Baptista, Thaís Freitas, Victoria Salemi, Yasmin Riveli. Correspondência: Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443-Bloco A. Cidade Universitária CEP 05508-990. Fone: 3091-1324. E-mail: [email protected] Impressão: Gráfica Atlântica. Edição Mensal: 1500 exemplares.

“O lixo chega a atrapalhara passagem”

MARIA DO CARMO FERREIRA DE ARAÚJO, MORADORA DA SÃO REMO

Moradores dizem o que esperam da nova subprefeitura

Comunidade no aguardoO p I N I Ã O

www.eca.usp.br/njsaoremo

Ana Carolina Leonardi

Notícias do Jardim

De quem é a criança?

Fazer é fácil, difícil é cuidar. A São Remo está em uma área que pertence em parte ao estado e em parte à Prefeitura. Nesses casos, é sempre difícil que um dos dois ór-gãos tome providências. Quem sofre com essa burocracia é a população. O caminhão de lixo precisa passar, os carros têm que ser retirados do meio da rua e as crianças pre-cisam de creche. Há muitos problemas a se-rem resolvidos, mas a quem recorrer?

Governo e prefeitura devem achar um jei-to de cumprir seu papel de servir à socie-dade. Não cabe aos moradores resolver a questão de terras e muito menos esperar eternamente por uma solução efetiva para problemas comuns. A solução deve vir de cima, de quem tem a obrigação e o poder para isso. Afinal, a democracia é um gover-no do povo, pelo povo e para o povo. Além da questão de posses, a comunidade tam-bém sofre com a desinformação. O que de fato a prefeitura pode fazer? O que é de responsabilidade do estado?

O esclarecimento sobre todas essas ques-tões auxiliaria os moradores na busca por respostas e soluções. Com isso em vista, o jornal cede espaço para que o subprefeito do Butantã responda aos questionamentos dos moradores e dê um pouco mais de luz a esses assuntos obscuros. O ano de 2013 re-novou os cargos públicos e promete trazer avanços à comunidade. Resta agora o diálo-go eficaz entre os dois poderes para que as esperanças se concretizem em ações.

Júlia Pellizon Mazucco

No ano de 2013 houve a mudança de cargos na prefeitura de São Paulo. Fernando Haddad assumiu como prefeito e, consequentemente, os subprefeitos também foram trocados. O novo subprefeito do Butantã, Luiz Felippe de Moraes Neto, é o responsável pela região, que inclui a comunidade Jardim São Remo (Veja entrevista na página 3).

Com isso, a comunidade aguarda melho-ras para os seus problemas cotidianos. Temas como a construção de creches e a coleta de lixo são os que mais preocupam os morado-res. José Mariano de Santana, coordenador do projeto de escolhinha de futebol que atende várias crianças, acha que “as creches são fun-damentais” e espera que “essa seja uma das prioridades” do novo subprefeito. Já Maria do Carmo Ferreira de Araújo vê como mais importante a ampliação da coleta de lixo. Ela afirma que “o lixo chega a atrapalhar a pas-sagem e o cheiro fica insuportável”. Mas di-versos moradores afirmaram que houve uma melhora no recolhimento do lixo a partir do começo do ano, e muitos acreditam que esse seja um reflexo da nova subprefeitura. Além disso, espera-se também que a subprefeitura

auxilie a organização das ruas e da passa-gem de carros dentro da comunidade. Mo-radores veem a necessidade de fiscalizar o estacionamento em locais indevidos que atrapalhem a mobilidade, não só de pesso-as, mas de caminhões de lixo e de transpor-te escolar. Outra expectativa é em relação ao aumento de postes de luz nas ruas. À noi-te a São Remo é muito escura e a ilumina-ção preocupa os moradores. “Seu” Luciano, dono de um bar na comunidade, confirmou certa melhora com a implantação de alguns novos postes. Desse modo as ruas estão um pouco mais claras e menos perigosas.

O que mais se aguarda desse mandato é um cuidado maior do governo com as ques-tões comuns que atingem a população rema-na. Há quem esteja otimista quanto ao novo comando da subprefeitura, com a esperan-ça de impactos positivos na comunidade. Há o grupo dos pessimistas, que não acreditam que mudanças políticas possam afetar posi-tivamente seu cotidiano. E há também quem acredite que, mais do que esperar o que o sub-prefeito pode trazer, é preciso melhorar a co-munidade de dentro pra fora. Aqueles que, como Dona Eva, acreditam que uma das cha-ves para a resolução dos problemas é a cons-cientização e a luta da própria comunidade.

Thaís MaTos

2 Abril de 2013

Cenas da São Remo

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entrevista

Moraes Neto discute também sobre a coleta de lixo e a urbanização da comunidade

Rafael Bahia Felizatte Ana Carolina Leonardi

Subprefeito fala de atuação limitada na SR

“Não há motivo para medocaso [a reurbanização] aconteça”Luiz FeLippe de MoRaeS Neto, Novo SubpReFeito do butaNtã

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Isso exigiria que a subprefeitura e a USP trabalhassem em parce-ria na realização do projeto, o que ainda não aconteceu. Entretanto, não há motivo para hesitação caso isso ocorra. Ninguém mais é man-dado para longe durante a realo-cação. As obras são feitas em áreas pequenas, chamadas “pulmões”, de onde os moradores são retira-dos e colocados nas vizinhanças. Não tem outro jeito senão urbani-zar. É preciso melhorar a vida do cidadão. São diretos básicos da ci-dadania: possuir carteira de iden-tidade, de trabalho e ter um ende-reço com nome de rua e número.

Há muito projetos sociais den-tro da comunidade, mas as cre-ches voltadas à crianças mais no-vas, ainda não existem. Quais são os planos quanto a isso?

A responsabilidade de suprir o bairro de escolas e creches é do es-tado de São Paulo. A alternativa

Luiz Felippe de Moraes Neto é o novo subprefeito do Butantã, área à qual o Jardim São Remo pertence. Arquiteto de carreira na Prefeitura, ele recebeu a equi-pe do NJSR para conversar sobre a comunidade e suas expectati-vas de governo.

NJSR – O poder público tra-balha para atender à popula-ção paulistana. Até que ponto a subprefeitura pode agir de for-ma direta e autônoma no Jar-dim São Remo?

LFMN – A subprefeitura inter-fere em terras públicas ou par-ticulares do município. A São Remo não está em área nem mu-nicipal, nem particular. Ela é par-te de uma área pública estadual e está dentro da USP. Isso restringe nossa atuação. Há uma faixa da comunidade, próxima à Corifeu, que é propriedade particular. Ali podemos agir. Em outros locais, porém, só podemos interferir de-pois de entrar em acordo com o governador e com a USP. Traba-lhamos bastante e muito bem em conjunto, mas a subprefeitura so-zinha tem limitações.

Sobre a questão do lixo, como a subprefeitura pode intervir?

Implementamos caçambas de lixo. O trecho onde elas estão é particular. Dali para cima, não podemos mais colocar. A empre-sa coletora tem funcionários que recolhem o lixo nas ruas de cima o trazem para baixo.

A falta de regularidade das co-letas de lixo já prejudicou bas-tante a comunidade. A situação

melhorou. Isso seria reflexo de uma pressão da subprefeitura so-bre a empresa coletora?

Na área da São Remo, somos nós que fiscalizamos o contrato de lim-peza pública. Desde a mudança de governo, já tivemos cinco reuniões com os responsáveis pela coleta de lixo e pela varrição de ruas. A coleta deve ocorrer até quatro ho-ras depois da varrição. Se isso não acontece, a empresa recebe notifi-cações e pode até ser multada. As comunidades foram prioridade, nas duas primeiras reuniões trata-mos especificamente de melhorar a coleta dentro delas.

O senhor é arquiteto e já tra-balhou com urbanização de fa-velas. Como encara o assunto? Há planos para urbanizar a São Remo? Os moradores receiam ser realocados em bairros distantes.

Não há hoje um plano para a urbanização do Jardim São Remo.

Luiz Felippe de Moraes Neto, o novo subprefeito do Butantã

abril de 2013 Notícias do Jardim São Remo

seria, novamente, uma parceria entre prefeito e governador, em que uma área desse terreno esta-dual fosse entregue para a cons-trução de uma creche.

A mobilidade de pessoas, auto-móveis e serviços pode ser com-prometida por carros estacio-nados irregularmente. O que a subprefeitura pode fazer?

Nisso a prefeitura pode inter-ferir até dentro da comunidade. Acompanhados do CET, pode-mos punir e até retirar carros, coi-sa que inclusive já fizemos.

Por fim, quais são seus princi-pais projetos e expectativas du-rante seu mandato?

O Butantã é um lugar muito agradável de viver, mas tem sérios problemas de mobilidade. Só dá para andar no sentido Leste-Oes-te no bairro; sem ligações fluidas no sentido Norte-Sul. Seriam, en-tão, três prioridades: a mobilidade; o aumento de equipamentos pú-blicos (escolas, creches, postos de saúde e espaços de lazer); e a dre-nagem urbana para resolver o pro-blema tão comum das enchentes.

Você tem alguma questão e gostaria que ela fosse respondida pelo subprefeito?

Envie suas dúvidas para [email protected] ou deposite-as na caixa do jornal no bar da Dona Eva.

A partir da próxima edição, algumas das questões serão abordadas na coluna “São Remo Pergunta”.

São Remo São Remo pergunta

Júlia

Pellizon

comunidade “Vamos colocar a USP em xeque”

GiVanildo doS SanToSPRESidEnTE da aSSociação

4 notícias do Jardim São Remo abril de 2013

associação realiza nova assembleia geralDiscussão girou em torno de temas como a construção de creches e a questão do Riacho Doce

Maria Pedote

A Associação dos Moradores do Jardim São Remo realizou uma as-sembleia no dia 4 de abril, no Cir-co Escola. Com a presença de al-guns moradores do Riacho Doce, da São Remo e participantes do Movimento Luta Popular. A reu-nião presidida por Givanildo Oli-veira dos Santos discutiu diversas questões envolvendo comunida-de. Entre elas, a situação dos mo-radores do Riacho Doce que vi-vem de bolsa-aluguel, o projeto de reurbanização da São Remo, a demanda por creches e postos de saúde e a próxima eleição para presidente da Associação.

Com a aproximação do fim da bolsa-aluguel para os 104 morado-res do Riacho Doce, desapropria-dos em 2011, foram discutidos pla-nos de ação para que a população não fique desabrigada. A Defenso-ria Pública está disposta a fazer a assessoria jurídica para os mora-dores, mas, para tal, é necessário que a comunidade se organize. No dia 13 de abril, às 16 horas no Circo Escola, ocorrerá uma reunião para discutir a ida à Defensoria e para marcar encontro com representan-tes da Secretaria de Habitação.

A exemplo da situação do Ria-cho Doce, moradores da São Remo temem o Projeto de Urbanização proposto à comunidade, sobre o qual a USP e a Prefeitura não dão explicações claras. Com a saída da Sabesp do antigo terreno ocupa-do à pedido da USP, a proposta da Assembleia é cobrar da universi-dade que no lugar seja construído algum equipamento público: uma creche ou posto de saúde. Se a USP

não tiver intenção de mexer na co-munidade, deve aceitar a propos-ta. “Vamos colocar a USP em xe-que”, disse Givanildo.

A necessidade de creche para as crianças é outro desafio da São Remo. O Movimento Luta Po-pular está passando de porta em porta nas casas coletando os da-dos de quantas crianças não en-contram vaga em creches. O direi-to à creche é garantido por lei, por isso a importância de reivindicar o acesso das crianças. Haverá uma reunião dia 11 de maio, às 16 ho-ras, na Associação de Moradores para apresentar os dados e discu-tir possíveis propostas de ação.

Quanto às questões da própria Associação, houve uma mudança na administração das contas e do dinheiro, agora a cargo da Grazie-la e da Fátima, ambas não partici-pantes da Diretoria. E as eleições para a nova Diretoria da Associa-ção de Moradores do Jardim São Remo, que deveriam ter aconteci-do dia 17 de março, não ocorreram porque não havia nenhuma chapa inscrita. O pedido por mais envol-vimento popular nas questões da Associação é forte. Como expli-ca Givanildo, “Presidente sem co-munidade não é nada”.

Sara Baptista

O centro de saúde-escola Sa-muel Pessoa desenvolve há 12 anos o Projeto São Remo, uma estratégia de saúde da família voltada para os habitantes da comunidade, que conta também com sete subprojetos. O objetivo dessa ação é promover a comu-nicação para que a atenção bási-ca possa ser reorganizada.

As famílias cadastradas são acompanhadas por agentes co-munitários que as orientam e as auxiliam com questões relacio-nadas à saúde, assistência so-cial e conscientização ambien-tal. O projeto que começou em 2001 conta hoje com doze agen-tes, cada um é responsável por aproximadamente 200 famílias.

Os subprojetos tratam de questões específicas e mais ela-boradas, como por exemplo a saúde da criança e a saúde do

idoso. Eles aprofundam a intera-ção entre a comunidade e o cen-tro, melhorando a qualidade do atendimento à população.

O Projeto São Remo se desta-ca por não ser um programa de saúde comum. A proximidade entre os agentes e a população proporcionam um atendimen-to personalizado às famílias, co-brindo pontos que outros pro-gramas deixariam de lado.

O cadastramento das famílias é feito diretamente com os agen-tes comunitários, na São Remo.

Fique atento!

13 de abril Reunião sobre o Riacho Doce

11 de maioReunião sobre as creches

centro de saúde-escola Samuel Pessoa

Av. Vital Brasil, 1490

Contatos:3061-85833061-8578

Saúde em foco na SRSão remanos debateram assuntos de relevância para a comunidade

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A questão das creches

comunidade“Tem uma grande discussão quando se vai fazer alguma coisa na São Remo”KáTia, agenTe comuniTáRia

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O projeto, que surgiu em 2008, ainda encontra dificuldades para ser posto em prática

ecoponto pode ser solução para o lixoAna Carla Bermúdez

O problema do lixo já é antigo no Jardim São Remo. Além de fi-car acumulado em certos pontos da comunidade, como o “Buraca-nã” e a Avenida São Remo, repre-sentando um sério risco à saúde dos moradores, não há qualquer tipo de separação entre os tipos de lixo (orgânico, reciclável e en-tulhos em geral), o que dificulta ainda mais a coleta adequada des-ses materiais. O que muitos não sabem, no entanto, é que existe um projeto para tentar solucionar esse problema: a instalação de um mini Ecoponto na comunidade.

Ecopontos são estações de en-trega voluntária de inservíveis, ou seja, de descarte de lixo de manei-ra totalmente gratuita e legaliza-da. Neles existem em geral três ca-çambas ou contenedores, um para cada tipo de lixo. De acordo com

Kátia Soraia dos Santos, agente co-munitária da São Remo, a ideia do mini Ecoponto surgiu dentro de outro projeto da comunidade, o projeto de meio ambiente, por vol-ta do ano de 2008. Kátia diz que contando com a ajuda de várias instituições – entre elas a LOGA, empresa que faz a coleta de lixo na São Remo – foi possível estruturar uma proposta, que foi levada até a Subprefeitura do Butantã.

A proposta, segundo Kátia, é muito completa, pois abrange des-de os possíveis terrenos para ins-talação do Ecoponto até o trabalho de conscientização dos moradores. Porém, mesmo assim surgiram al-guns problemas. Ela diz que uma das dificuldades foi quanto ao ter-ritório da comunidade. “Tem uma grande discussão quando se vai fa-zer alguma coisa na São Remo. Na hora de fazer essas coisas a Subpre-feitura não quer assumir, fala que

temos que ver com a USP. E por ou-tro lado a USP fala a mesma coisa, que não tem nada a ver com a his-tória, que temos que ver com a Sub-prefeitura”, afirma. Assim, apesar de pronto, o projeto foi sendo dei-xado de lado aos poucos.

No entanto, com o desenvolvi-mento da Rede de Aproximação, uma microrrede de ações que con-ta com a participação de morado-res da São Remo e de instituições

Um clima de incertezas paira no comércio do Jardim São Remo. Enquanto os novos estabelecimen-tos comerciais afirmam que seus rendimentos não foram atingi-dos de forma negativa, antigos co-merciantes afirmam o contrário. A principal polêmica refere-se ao preço da energia elétrica.

Em pronunciamento exibido na noite de 23 de janeiro, a presiden-te Dilma Rousseff afirmou que as

contas sofrerão uma redução de 18% nas residências, em média, e até 32% nas indústrias, comércio e agricultura. Serão eliminados im-postos como CCC (Conta de Con-sumo de Combustíveis) e RGR (Re-serva Global de Redução), além da redução em 25% do CDE (Conta de Desenvolvimento Energético).

Contudo, o comércio local ainda sofre com as altas contas de luz. Soma-se ainda o aumento do custo de vida do brasileiro, que acabou refletindo no ritmo do consumo.

Maria, dona de um restaurante que servia almoço e jantar, diz que precisou cancelar a refeição notur-na, pois não havia demanda sufi-ciente. O almoço é garantido pe-los funcionários do MAE da USP, clientes fiéis ao estabelecimento.

O dono de bar, “Baixinho”, con-ta que além dos altos valores pa-gos nas contas de luz há o aumen-to do preço das bebidas alcoólicas. Como consequência, assim como o restaurante de Maria, seu bar tam-bém teve queda no movimento.

como o Projeto Alavanca, o Cen-tro de Saúde Escola e o núcleo Aproxima-Ação, a ideia do Eco-ponto voltou à tona. Muitas ques-tões sobre o projeto ainda estão sendo discutidas, principalmen-te a do espaço físico. Apesar da sua concretização ainda não ser totalmente certa, é uma alternati-va muito interessante e a comuni-dade deve se mobilizar para que de fato aconteça.

Nos estabelecimentos mais re-centes não houve reclamação a respeito das contas nem do movi-mento. Nicole e Neide ampliaram seu empreendimento (antes ser-viam somente lanches; agora, am-pliaram para almoço e salgados) e afirmam que a balança tem sido fa-vorável para as comerciantes. An-tônio, que abriu uma loja de rou-pas há cerca de um ano e meio, diz que ainda não atingiu um padrão, porém o consumo em sua loja tem conseguido mantê-la.

Opiniões sobre o comércio na SR divergemEnquanto para alguns as vendas caíram, para outros o lucro se manteve bastante estável

Maria Beatriz Melero

Lixo e entulho se acumulam com frequência na Avenida São Remo

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notícias do Jardim São Remo 5

comunidade “O número de moradores era menor que o de alunos”OLÍVIA MARQUES, DOCUMENTARISTA

6 Notícias do Jardim São Remo Abril de 2013

Festa reúne são remanos e alunos da USPEvento contou com filmagem de documentário que tratará sobre as origens do Rio Pequeno

Pedro PassosAna Luísa Abdalla

A barraca de Dona Eva foi palco de uma festa, no dia 6 de abril. O ob-jetivo deste evento, foi incentivar o projeto de construir uma bibliote-ca comunitária e também aproxi-mar os moradores dos universitá-rios da USP. Daí, o nome dado ao evento: “Festa do Fim dos Muros”.

Participaram bandas de alunos e de moradores e nesse espírito de proximidade e solidariedade a co-munidade ganhava sons e Dona Eva clientes em seu bar. O estabe-lecimento acabou se tornando um ponto para conhecer mais sobre as lutas da comunidade.

Embora a iniciativa do evento fosse aproximar os dois lados do

muro, muitos dos participan-tes comentaram a baixa partici-pação dos moradores nas festi-vidades. Muitos desconheciam o que ocorria no local, sendo convidados pela própria orga-nizadora, conforme passavam perto de seu estabelecimento.

Durante o evento houve tam-bém a presença de câmeras que filmavam as apresentações, ten-do em vista a montagem de um documentário do projeto “His-tória dos Bairros”, que é finan-ciado pela prefeitura e já está em sua sétima edição. Esse do-

cumentário chamado “Tranqui-lidade e Movimento” vai res-gatar as origens do bairro Rio Pequeno, mas também visa apre-sentar os espaços artísticos e cul-turais mantidos na comunidade.

Olivia Marques, que faz par-te da equipe de filmagem, disse ter gostado muito da vibração do evento, que conseguia unir mo-radores e alunos preocupados com os rumos da comunidade. Para ela o único porém na festa foi a pequena participação dos moradores no evento: “o núme-ro de moradores era menor que o de alunos da universidade”. As filmagens têm previsão de aca-bar no final de abril, sendo que acompanharão também o próxi-mo Sarau São Remano.

Começa o cadastro do Bilhete Único MensalNovo sistema funciona com tarifa mensal fixa. Valor da mensalidade gira em torno de R$140

Ana Luísa Abdalla

Uma das principais promessas de campanha do atual prefeito Fernando Haddad, o Bilhete Úni-co Mensal, entrará em vigor em no-vembro desse ano. O cadastro para ter direito ao novo bilhete inicia-se no dia 15 de abril e deve ser feito pela internet, em site ainda não di-vulgado. Posteriormente será pos-sível cadastrar-se também em pos-tos autorizados pela SPTrans.

O Bilhete Único Mensal permite ao usuário fazer quantas viagens quiser durante o mês, por um pre-ço fixo. Não é permitido que outras

pessoas, além do usuário cadas-trado, faça o uso do cartão, sen-do ele pessoal e possuindo foto de identificação do passageiro, diferentemente do cartão atual.

O custo mensal que o novo sis-tema terá ainda esta sendo estu-dado. Durante a campanha elei-toral foi dito o valor de R$ 140, baseado na tarifa atual da pas-sagem unitária. Em junho, po-rém, deverá ocorrer um reajus-te dessa tarifa unitária, de valor ainda não anunciado; o que le-vará ao aumento do preço ini-

cialmente sugerido. A emissão da primeira via do Bilhete Men-sal será gratuita.

Nesse início de sistema, o novo Bilhete não possuirá inte-gração com linhas do metro ou da CPTM, como funciona no Bi-lhete atual. O prefeito Haddad confirmou que esta sendo feita uma negociação com o governo do Estado e com ténicos do se-tor para tentar validar essa inte-gração, porém ainda não há ne-nhuma confirmação.

Segundo o secretário de Trans-portes, Jilmar Tatto, o objetivo do novo sistema é trazer maior

flexibilidade e facilidade de uso do transporte público, além da economia feita pelos usuários que dependem dele e o utilizam com frequência.

Apesar da declaração de Tat-to, o novo sistema enfrenta obs-táculos. O principal deles é o fato do atual sistema funcionar de modo competente e com mi-lhares de usuários cadastrados. O atual bilhete continuará em vigor. O Bilhete Mensal só será proveitoso para aqueles que fa-zem mais de 46 viagens men-sais, do contrário o bilhete vi-gente ainda deve ser preferido.

Além de discursos de moradores, houve atividades culturais

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Custos do sistema

papo reto“Fazíamos hora extra sem perceber, e sem receber”jozeni, ex-empregada doméstica

abril de 2013 notícias do jardim são remo

emenda amplia direitos dos domésticosMoradores do Jardim São Remo já sentem os efeitos das novas medidas aprovadas em março

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Mauro Barbosa JúniorGiovana Bellini

O Senado aprovou por unani-midade, no dia 26 de março, uma emenda à Constituição que am-plia os direitos dos funcionários domésticos em todo o país. Uma semana depois, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) refe-rente a essa proposta foi promul-gada pelo Congresso Nacional.

A PEC abrange não só empre-gados domésticos e faxineiras, mas qualquer pessoa que traba-lhe em residência.

A Constituição de 1988, último conjunto de leis promulgadas no Brasil, não concedeu aos trabalha-dores domésticos uma legislação trabalhista equivalente à dos de-mais. A PEC é, portanto, uma for-ma de ajustar essa constituição ao que se exige, hoje, na relação en-tre o contratante e o empregado.

Impacto na comunidadeAs moradoras do Jardim São

Remo sentiram a nova lei de for-mas variadas. Jozeni Rodrigues da Silva define-se como uma ex--empregada doméstica que op-

direitos em vigor:– Salário mínimo– Jornada de trabalho que

não ultrapasse 8 horas diárias e 44 horas semanais;

– Pagamento de horas extras, desde que a jornada máxima diária seja de 10 horas;

– Descanso mínimo– Reconhecimento de acordos

coletivos de trabalho.Fonte: Ministério do Trabalho

tou pela migração de profissão. Ela trabalhou como funcionária do lar entre 1999 e 2003 e tinha a carteira assinada. “Na época, os direitos das domésticas eram limitados. Não havia controle do tempo trabalhado e fazíamos hora extra sem perceber, e sem receber”. Hoje, Jozeni é registra-da em uma empresa que presta serviços de limpeza para a USP. “Estou mais contente com meu atual serviço, mas penso que a nova lei será benéfica às empre-gadas domésticas”, diz ela.

Maria José Inácio da Silva, outra moradora do Jardim São Remo, trabalha como babá, mas sem carteira assinada. “Minha patroa fez o compromisso de me registrar em julho, mas ela já está me adiantando os novos direitos previstos pela PEC das domés-ticas”. Sua amiga Maria José de Souza, que trabalha como do-méstica, já tem a carteira assi-nada e desfrutará dos benefícios previstos pela lei. “Só tenho dú-vidas ainda quanto ao FGTS, mas espero que ele seja deposi-tado no menor tempo possível”.

Em contraposição, Eliana Ba-tista da Silva não tem boas ex-periências para relatar. A mora-dora da comunidade trabalhava com carteira assinada em uma casa de família até o dia 25 de março, quando foi demitida sem receber esclarecimentos de sua ex-patroa. Ao que tudo indica, o motivo foi a não aceitação desta à PEC das domésticas.

Ela conta, na entrevista ao lado, como era sua rotina de tra-balho, os problemas que enfren-tava e seus planos para o futuro.

NJSR – Você começou o último serviço com carteira assinada?

Eliana – Não. No início, minha ex-patroa exigiu que eu trabalhas-se por 3 meses sem ser registrada. Seria o período de experiência. Após esse tempo, ela recolheu mi-nha carteira de trabalho, dizendo que iria assiná-la, mas fiquei por mais 6 meses trabalhando sem ser registrada, e com a carteira retida. Ou seja, do tempo de 1 ano e 7 me-ses que trabalhei, apenas 10 me-ses foram com carteira assinada.

Como era a rotina de trabalho?Era difícil. Não tinha descanso

nos domingos e feriados. Fazia hora extra e não ganhava nada além do salário fixo. Se eu rece-besse os direitos concedidos pela PEC, a realidade seria melhor.

Demitida após a nova leiMauro Barbosa Júnior E o processo de demissão?

Minha ex-patroa disse que eu poderia ter recesso de 15 dias, mas que teria que retirar meus perten-ces de sua casa e, quando voltas-se, teria que levar minha carteira de trabalho. Durante meu recesso, começou a ser noticiada a PEC das domésticas. Quando retornei ao serviço, em 25 de março, fui sur-preendida com a ordem de demis-são. Não estava preparada, já que não recebi aviso prévio.

Já tem planos para o futuro?Já estou à procura de um novo

emprego, mas não necessaria-mente como doméstica. Acho que posso conseguir trabalho em ou-tra área. Tenho o Ensino Médio completo. Recebi proposta de en-trevista para trabalhar na Droga-ria São Paulo. Minha experiência como balconista pode me ajudar.

Mesmo sem emprego, Eliana vê na PEC mais poder aos domésticos

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são remano “Na aula ensinamosvalores como disciplina

e autocontrole”Eduardo pamploNa, lutador

Notícias do Jardim São remo

Biblioteca infantil já está em construção, mas ainda precisa de mão-de-obra e investimentos

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Voluntários iniciam obras da BibliokombiJuliana Meres

abril de 2013

A pintura externa da Kombi que abrigará uma biblioteca infan-til foi concluida no dia 6 de abril pelos colaboradores Daniela Tho-mas de Carvalho e Wilson Cezar Bento concluíram na São Remo. A Bibliokombi foi idealizada por Eva Maria da Conceição e será sedia-da em frente à Praça da Amizade. Moradores aprovam a iniciativa e anseiam a inauguração.

A iniciativa de criação da biblio-teca veio de Eva. “Eu emprestava os livros e as pessoas não traziam [de volta]. Aí pensei, vou fazer uma biblioteca e isso vai parar”, conta. Segundo ela, “já levaram e não de-volveram mais de 100 livros”.

A Kombi foi escolhida, pois, como conta Daniela, na São Remo “tem muito carro abandonado, então pensamos em uma forma de aproveitar isso para armazenar li-

vros”. Eva comprou a Kombi por R$600, em dezembro de 2012. A reforma do veículo tem sido con-duzida unicamente por Danie-la e Wilson. Eles desembolsaram R$180 para comprar tintas e ou-tros materiais e realizaram todo

o trabalho, que começou há duas semanas. Embora a Kombi já es-teja pintada, ainda há muito a ser feito (ver quadro).

Algumas crianças da comuni-dade estão ansiosas pela inau-guração. Bianca e Sabrina, de 8

Projeto na SR oferece aulas gratuitas de artes marciais

Casal de voluntários fazendo a pintura externa da Bibliokombi

Lutadores de MMA abrem inscrições para jovens interessados em diversas modalidades

Igor Truz

anos, e Gabriel, de 6, disseram ter adorado a ideia. Sabrina, que frequenta a biblioteca de sua es-cola, quis saber por quanto tem-po a Bibliokombi ficaria ali, cele-brando ao receber a notícia de que seria permanente.

o que falta para a inauguração

da Bibliokombi– Soldar chapas– Trocar fechaduras– Aplicar madeirite no piso– Instalar prateleiras– Limpar e pintar o interior– Aplicar E.V.A. no chão– Organizar o acervo– Instalar suporte das portas(cabo de vassoura ou bambu)– Expandir o acervo de livros infantis

Idealizada pelo lutador de MMA, Eduardo Pamplona, e seu irmão Rodrigo, o “Projeto Social Pamplona – Igualdade para To-dos”, está com inscrições aber-tas para crianças de 5 a 18 anos para aulas gratuitas de artes mar-ciais. O projeto conta com pro-fissionais da equipe “Gibi Thai”, mestres em modalidades como Muay-thay, Judô, Jiu Jitsu, Boxe, Capoeira e Wrestling. Para parti-

cipar é preciso apresentar autori-zação dos pais, comprovante de matrícula e frequência na escola.

A ideia de atender os jovens veio de uma antiga ONG, o “Mo-vimento Jovem Consciente”, fe-chada, há dez anos, por falta de recursos. Hoje a iniciativa conta com doações individuais e parce-rias com empresas como a “Cas-torTec” e o “Instituto Vera Lúcia.”

Para Eduardo, que hoje treina nos Estados Unidos, as artes mar-ciais são capazes de desenvolver

aspectos importantes para a for-mação pessoal: “Nas aulas ensi-namos valores como disciplina e auto-controle”. Questionado so-bre o incentivo à violência, o lu-tador diz: “É justamente o con-trário. A violência é um produto do medo. Com as artes marciais aprendemos a controlar o medo e, portanto, ser menos agressivos.”

R. Baltazar Lemos, 69 (ao lado do “Roldão”)

fone: 7881-8932 Professor orienta alunos após aula

JULIA

NA

MERES

IGO

R TRUZ

Notícias do Jardim São Remo

são remano“A iluminação era à base de lampiões e velas” DoNA evA, moRADoRA

Abril de 2013 9

Dona eva completa 40 anos de São RemoThais Freitas

Dona Eva

Dona Eva já realizou diversos projetos sociais na São Remo

Em 2013, Eva Maria da Con-ceição completa 40 anos de São Remo. Também conhecida como D. Eva, já realizou inúmeros pro-jetos sociais para a melhora da co-munidade; para isso, porém, en-frentou um longo caminho.

Contrariando os pais, deixou a cidade de São João do Piauí (PI) antes de completar 18 anos, com o objetivo de trabalhar; a viagem de ônibus até São Paulo durou qua-tro dias e quatro noites. Ao de-sembarcar, tomou um táxi que a levou para a Av. Faria Lima, local de sua primeira moradia.

A chegada a São Remo ocorre por volta de seus 21 anos; segun-do sua descrição, havia apenas “quatro barracos, dois Fuscas e uma Brasília amarela” na comu-nidade. Nessa época não havia água encanada ou luz elétrica no local; era preciso buscar água no Hospital Universitário (HU) e a

iluminação era à base de lampi-ões e velas, conforme conta.

A ideia de abrir o bar (locali-zado ao lado de um dos portões de acesso da São Remo) surgiu quando ficou desempregada. Ela começou vendendo churrasqui-nho, e depois vendendo bebidas em geral. Porém, algo a incomo-dava no local: o acúmulo de lixo levava à presença de ratos. Foi as-sim que surgiu o projeto de cons-trução das praças que hoje cer-cam o bar; a construção da praça da direita teve ajuda da prefeitu-ra da Cidade Universitária, em 2003, e a da esquerda da subpre-feitura do Butantã, em 2008.

Para solucionar o problema do lixo, surge a ideia da construção de uma grande lixeira. No come-ço, ela mesma pegava o lixo da rua e colocava lá, e aos poucos a comunidade foi adotando o local como lixeira coletiva.

Além desse projeto, D. Eva tam-bém leva as crianças da comuni-

dade para visitar os museus da USP. Essa atividade, realizada na parte da tarde, tem como objeti-vo não deixar que elas fiquem rua depois de saírem da escola. O lo-cal mais visitado por eles é o MAE (Museu de Arqueologia e Etnolo-gia), mas ela conta que já passa-ram por todos os museus da USP, além o Instituto Butantã.

Ela também promoveu o even-to “ O verde vai invadir”, em que a comunidade recebeu grafiteiros profissionais; eles doaram as tin-tas e ajudaram jovens e adultos a grafitarem os muros das praças.

A Bibliokombi (construção de uma biblioteca dentro de uma Kombi) é seu mais recente proje-to, ainda não concluído.

USP abre Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin Algumas das obras exigidas pelos principais vestibulares já estão disponíveis no acervo online

Yasmin Riveli

Inaugurada recentemente na Ci-dade Universitária, a nova Biblio-teca oferece uma coleção de cerca de 60 mil volumes de livros, jor-nais, revistas e outros documen-tos históricos. Todo esse material estará, em breve, disponível para consulta online graças a um proje-to de digitalização, que tem como missão o incentivo à pesquisa, à leitura e à cultura brasileira.

A coleção inclui obras de gran-des autores brasileiros como Ma-chado de Assis, Guimarães Rosa e Monteiro Lobato. Alguns títulos obrigatórios no vestibular da Fu-vest e da Unicamp como Til, Me-mórias Póstumas de Brás Cubas, O Cortiço e Memórias de um Sargento de Milícias já estão disponíveis para download no site da Brasiliana.

Todo esse acervo, doado à USP em 2006, pertencia a um casal de apaixonados pelos livros: Gui-

ta e José Mindlin. A história dessas duas pessoas e o tema da leitura são retratados na exposição “Não Faço Nada Sem Alegria”, que acontece na própria biblioteca. O prédio da Brasiliana também conta com uma ampla sala de estudos e seu acesso é livre qualquer pessoa após a rea-lização de um cadastro.

Rua da Biblioteca, s/nCidade Universitária

www.brasiliana.usp.br Original de Pe. Antônio Vieira

JULIA

NA

MERES

JULIA

NA

MERES

PERFIL

10 Notícias do Jardim São Remo Abril de 2013

Depoimento de um caso real

“Saindo do vagão da linha vermelha do metrô República, ouço no meu ou-vido direito uma série de obscenidades das mais escabrosas. Finjo não ouvir e sigo para a baldeação na linha amarela.

Qual a minha infeliz surpresa quando minha bunda é beliscada pelo idiota-retardado que corre pela plataforma e entra no vagão?

Não tive dúvidas, saí correndo atrás dele e entrei no mesmo vagão gri-tando que sua ação era assédio sexual. Não bati no cara. Mas o fiz pas-sar um bocado de vergonha, pois quando me dei conta, estava num va-gão cheio de pessoas, numa bolha que foi aberta pelos meus movimentos bruscos em direção a ele. Alguns populares começaram a me defender, outros ainda dizendo que se ele não devia nada que chamasse a polícia. Assédio sexual é crime!

Chegando à estação Paulista, seguranças me esperavam na plataforma. Fui abordada por um guarda e apontei o retardado-imbecil-assustado-cíni-co-covarde que estava fugindo. O infeliz negava o feito. Foi quando o lem-brei de que nas plataformas existiam câmeras e que a negação não valeria.

Foi feita uma ocorrência. Da próxima ele é reincidente... mas acho que o retardado-imbecil-assustado-cínico-covarde vai pensar dez vezes antes de mexer, e principalmente tocar numa mulher sem a permissão dela.”

V. P., vítima de assédio, em depoimento sobre o caso.

trangidos por conta dessa denún-cia, que vai expor os responsáveis.

Além disso, mesmo que os agressores neguem, a maioria das linhas de trem e de metrô tem câ-meras de vigilância, o que permi-te a comprovação do fato e a iden-tificação dos envolvidos.

As empresas responsáveis pelo transporte público em São Paulo possuem números de te-lefone para receber reclama-ções e denúncias e equipes de segurança prontas para lidar com situações que fujam à normalidade. Além dos nú-meros de telefone das pró-prias operadoras, há um número da Central de Atendimento à Mulher.

Medidas já tomadasNo Rio de Janeiro, desde 2006,

existem vagões nos trens e metrô exclusivamente femininos nos horários de pico, para que situa-ções de abuso sejam evitadas.

Em São Paulo, a CPTM testou vagões femininos em algumas li-nhas de 1995 a 1997, mas a medida foi suspensa depois que levantou a discussão a respeito da igualda-de entre as mulheres e os homens.

Recentemente, foi criada na ci-dade de São Paulo a Secretaria de Política para as Mulheres, como resultado das reivindicações para a criação de uma pasta que tratas-se desse assunto.

Uma das ações da nova secreta-ria é a de divulgação da existência de casos de assédio nos transpor-te como forma de conscientiza-ção. Mas, apesar disso a maior parte das pessoas ainda desco-nhece essa realidade.

mulheresO assédio no transporte é uma realidadeApesar de parecer uma situação improvável, o abuso à mulher é comum na condução pública

“Se mexessem comigo, eu dava uma joelhada

bem naquele lugar”SÃO REMANA SOBRE POSSÍVEL REAÇÃO

Victoria Salemi

O assédio sexual às mulheres no transporte público é comum. Os casos acontecem principal-mente em grandes cidades, nas quais o horário de pico torna a condução metropolitana muito cheia. Isso permite que as pessoas que cometem tais abusos fiquem anônimas no meio da multidão.

Em São Paulo, a maior parte das ocorrências acontece nos trens da CPTM, mas há casos registrados também nos ônibus e metrôs da cidade. Em geral, são associadas ao assédio sexual as “encoxadas” e as “mãos bobas”, porém exis-tem situações mais extremas que podem acabar até em estupro. Al-gumas denúncias já reportaram casos em que sujeitos chegaram a ejacular em mulheres que esta-vam usando o transporte público.

Reação ao possível assédioAo serem perguntadas a res-

peito de como reagiriam a uma situação de abuso, muitas mora-doras do Jardim São Remo res-ponderam que se defenderiam agredindo aquele que tentasse se aproveitar delas.

Vale lembrar que, mesmo se de-fendendo por conta própria na hora do assédio, a denúncia nes-ses casos é o passo mais importan-te para que se possam evitar situa-ções desse tipo no futuro.

Ao denunciar, as operadoras do transporte público podem fragi-lizar a ação dos agressores, que te-rão uma queixa formal contra eles. Assim, muitos daqueles que agem frequentemente dessa forma po-derão se sentir ameaçados e cons-

A superlotação facilita os agressores

VICTO

RIA SA

LEMI

Em caso de assédio, denuncie!CPTM: 0800 055 0121 e 97150 4949 (SMS Denúncia)

SPTrans: 0800 77 07 722 e 156Central de Atendimento à Mulher: 180

“Hoje o futebol se tornou uma arma, uma guerra” Elias RodRiguEs da silva, inspEtoR dE sEguRança do pacaEmbuapós EntREvista no Estádio

condição dos estádios afeta segurançaChefe de policiamento fala sobre esquema de proteção no Pacaembu e lamenta estrutura

Otávio Nadaleto

esportesnotícias do Jardim são Remo 11abril de 2013

Elias Rodrigues da Silva é ins-petor de segurança do Pacaembu há 15 anos. Seu trabalho é coman-dar uma equipe de 16 homens que é responsável pela abertura e fechamento dos portões, recep-ção dos times e pela organização da segurança durante os jogos.

Segundo ele, grande parte da insegurança vem da estrutura precária dos estádios, que não têm bons sistemas de acesso e tampouco de saída. Não possuem serviços eficientes para dar con-forto ao torcedor. (banheiros, lan-chonetes, assentos, etc.).

O comandante conta que o pior caso de violência que já pre-senciou foi no jogo entre Corin-

thians e River Plate, em 2006, quando houve uma grande inva-são no gramado. “Minha filha es-tava aqui [no Pacaembu] (...) Tive muito medo”, comentou.

Questionado sobre o que mu-dou na segurança após o a morte

do garoto boliviano Kevin Espa-da no jogo San José e Corinthians, o chefe de segurança afirmou que as revistas de torcedores torna-ram-se mais rígidas: não entram mais fogos de artifícios, garra-fas PET, guardas-chuvas pontia-

gudos, rádios de pilhas e outros itens. Além disso, os funcioná-rios agora recebem treinamento de profissionais da Inglaterra e orientadores estão sendo prepa-rados para a Copa do Mundo.

Apesar das diversas falhas na estrutura do estádio, Elias ava-liou os padrões de segurança do Pacaembu como sendo mui-to bons. A equipe tem o apoio da PM e não trabalha com armas de nenhum tipo. O local conta com até 80 catracas, 115 câmeras e 550 homens nos dias de jogo.

Ao final da conversa, o inspetor disse sentir saudades do futebol do passado, quando torcedores rivais podiam assistir aos jogos juntos. “Hoje o futebol se tornou uma arma, uma guerra”.Elias Rodrigues mostra sala de segurança do Estádio do Pacaembu

OTÁ

VIO

NA

DA

LETO

Cresce violência entre torcidas; moradores temem Fabíola Costa

A morte de Kevin Espada, de 14 anos, no jogo entre Corinthians e San José, no início de 2013, rea-cendeu as discussões a respeito da violência em jogos de futebol. O debate questiona a eficiência das revistas realizadas na entrada dos jogos e o número de policiais nes-ses eventos, além da falta de puni-ção aos torcedores infratores.

De acordo com o Estatuto do Torcedor, não é permitido portar quaisquer objetos que incentivem a prática de atos violentos. Como essa regra é constantemente des-respeitada, brigas entre torcidas e casos com o de Kevin vêm se tor-nando mais comuns.

Segundo pesquisa feita pelo Lancenet!, 136 pessoas foram ví-timas da violência entre 2001 e 2012, número sete vezes maior

em relação aos dados dos 12 anos anteriores. Diante disso, assistir aos jogos pela televisão se tornou uma opção mais segura.

O jornal conversou com mora-dores do Jardim São Remo e cons-tatou que boa parte não frequenta estádios de futebol devido à vio-lência, apesar de torcerem para os grandes times da cidade.

Para os são remanos entrevis-tados, o motivo de tal inseguran-ça são os torcedores violentos. Al-guns deles, como José Antônio, citaram o pouco policiamento e a falta de eficiência na revista feita pelos oficiais de polícia.

Outros disseram, ainda, que presenciaram confusões; um de-les afirmou ter sido vítima de violência: “Quando fui, atiraram uma lata de urina em mim”.

São remanos opinam sobre tema

“Pegamos o campeão e fizemos um grande jogo”

JOSÉ MARIANO DE SANTANA, TÉCNICO DA ESCOLINHA SÃO REMO

APÓS PARTIDAS EM RIO PEQUENO

Copa Kaiser: Catumbi FC vence e avançaTime são remano aproveita falha adversária para marcar gol da vitória no final da partida

Anaís Motta

esportes12 Notícias do Jardim São Remo Abril de 2013

Domingo chuvoso, jogo dispu-tado e campo em péssimas con-dições: esse foi o cenário da vitó-ria do Catumbi sobre o Família 100 Valor, no dia 7 de abril, em Osas-co, no segundo jogo da equipe pela Copa Kaiser. Com o placar de 2x1 sobre o time de Jardim Panameri-cano, o Catumbi chegou à sua se-gunda vitória consecutiva na com-petição e é o primeiro colocado em seu grupo, com seis pontos.

No primeiro tempo, o clube da São Remo foi melhor e teve boas oportunidades de marcar gols. Logo aos nove minutos, Edvaldo, ponta-esquerda, abriu o placar e fez justiça ao que estava aconte-

cendo na partida até então. Con-tudo, o Família 100 Valor não se rendeu e, cinco minutos depois, marcou o gol de empate com Je-fferson, camisa 10 da equipe.

O jogo seguiu pegado até o fim do primeiro tempo e, no interva-lo, a arbitragem foi bastante cri-ticada pela torcida do Catumbi.

No segundo tempo, pouca coisa mudou e os dois times sofriam no ataque e na defesa. O técnico do 100 Valor fez quatro substituições na segunda etapa, mas de nada adiantou: no finalzinho do jogo, Marco Roberto, camisa 10 do time são remano, marcou um belo gol após falha do goleiro adversário.

Escolinha São Remo disputa torneiosNa Copa Rio Pequeno, derrota na estreia; pela Copa da Amizade, empate leva à liderança

Dimitrius Pulvirenti

Os jovens da escola de futebol da São Remo disputaram, no sá-bado, 6 de abril, dois campeona-tos. Os garotos com 10 e 11 anos foram até o Corinthians do Rio Pequeno enfrentá-los pela Copa Rio Pequeno, mas saíram derro-tados. Por sua vez, os jogadores com 12 e 13 anos disputaram a Copa da Amizade na Portuguesi-nha e arrancaram um empate em partida contra o Molecage.

Nervosismo e gol no finalNa estreia pela Copa Rio Peque-

no, as crianças enfrentaram não só

o Corinthians, mas também o pró-prio nervosismo. O Alvinegro, jo-gando em seu campo, trocava bem os passes, mas esbarrava na boa partida do zagueiro Henrique ou nas defesas do goleiro Cama-rão, que seguraram o empate du-rante todo o primeiro tempo.

No segundo tempo, mais à von-tade, os times partiram para o ata-que e boas chances foram criadas. O placar, contudo, só foi aberto quando Johny, o centroavante da equipe corintiana, recebeu bola espirrada de um escanteio e de-finiu a partida já nos acréscimos, sem dar tempo de reação para a jovem equipe são remana.

Após a vitória conquistada, a equipe são remana garantiu a sua classificação para a próxima etapa da competição e ainda pode ter-minar a primeira fase com 100% de aproveitamento. Na próxima rodada do campeonato, o Catum-bi FC enfrentará o Clube Favela, time de Rio Pequeno. O adversá-rio é o segundo colocado do gru-po, com dois pontos ganhos.

Técnica supera altura O segundo jogo, na Portuguesi-

nha, era entre jogadores nascidos em 2000 ou 2001, contra o atual

campeão da categoria, o Moleca-ge, que começou na frente com gol aos 16 minutos, levando a vantagem para o segundo tempo. Porém, os são remanos não se in-timidaram nem com a fama e nem com a diferença de altura do prin-cipal jogador adversário, Nicolas.

No segundo tempo, apareceu a estrela de Lucas Esteves. No con-tra-ataque, o camisa 10 recebeu a bola na área e tocou na saída do goleiro com qualidade, definin-do o empate que levou o time à liderança. O técnico Mariano co-memorou: “Pegamos o campeão e fizemos um grande jogo. Consi-dero o empate como uma vitória.”

Raça marcou disputas de bola

FABIO

LA CO

STA

Goleiro ou muralha?Ao fim da partida, o goleiro do

Catumbi recebeu uma camisa da organização da Copa Kaiser como premiação por sua atuação. Van-derlei de Jesus Silva fez boas de-fesas e contribuiu para que o time são remano saísse com a vitória.

Jogador do Catumbi leva a melhor sobre adversário em jogada

GA

BRIELA RO

O

Você sabe por que dia 19 de abril

é o Dia do Índio?

Esta data comemorativa foi criada pelo presidente Getúlio Vargas em 1943. Hoje é dedicada à valorização da cultura indígena e reflexão sobre a importância da preservação dos diversos povos e tribos existentes. São aproximadamente 230 etnias, 180 línguas e cerca de 900 mil indígenas no país.

Parte integrante do Notícias do Jardim São Remo - ABRIL DE 2013

como viviam as tribos indígenas

antes do Brasil ser descoberto? Que tal descobrir

um pouco mais sobre elas?

Uma das tribos mais numerosas na época do Descobrimento era a dos Tupinambás, que habitavam todo o litoral brasileiro. Ela tinha como língua predominante o tupi-guarani, e seus integrantes viviam sobretudo da pesca, da caça e do cultivo de alimentos, como milho, frutas e tubérculos. Além disso, os índios também produziam todas as ferramentas que utilizavam, desde arcos, flechas e lanças, para lutar nas guerras e proteger a tribo, até potes de cerâmica, canoas para a pesca, cestos, casas (conhecidas como ocas) e adornos corporais.

Você sabia que o banho diário é um hábito herdado dos índios?

Ao contrário do que muitos pensam, o costume de tomar banho não veio dos europeus, mas simdos povos indígenas, que se banhavam e faziam preparativos para cerimônias nas águas dos rios.

o CÃO REMINHO TAMBÉM ENTROU NO CLIMA DO DIA DO ÍNDIO!

Você consegue encontrar todas as palavras de origem indígena no

quadro ao lado?

Jogo: Toloi KunhügüNesta brincadeira, escolhe-se uma pessoa para ser o gavião, e as outras são passarinhos. Com o gavião no centro, desenha-se no chão uma grande árvore com muitos galhos. Cada galho é o ninho de um passarinho. Ao começar, o gavião deve sair à caça dos passarinhos.

ObjetivosO objetivo do gavião é conseguir pegar todos os passarinhos, e o dos passarinhos é fugir do gavião. Para proteger-se, os passarinhos podem repousar por um tempo nos seus ninhos, onde estarão a salvo. Após pegar um passarinho, o gavião deve levá-lo até o centro da árvore, onde ele ficará preso até o fim do jogo.

Fim do jogoO jogo termina quando o gavião conseguir apanhar todos os passarinhos. Assim, o último que for pego torna-se o novo gavião.

Instruções:1- Cole a folha em uma cartolina2- Recorte as imagens separadamente3- Vire as imagens para baixo e embaralhe-as 4- Vire duas imagens por vez. Será que você consegue achar os pares?

não perca!o quê? Oficina “Ashaninka – Retratos”, em homenagem à diversidade de povos indígenas no Brasil.quando? Dia 19/04, sexta-feira, das 14 horas às 17 horas.Quanto? Gratuito!Onde? Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (MAE); Av. Prof. Almeida Prado, 1466 - Cidade Universitária.

Os índios na cidadeApesar da imagem típica que se tem de povos indígenas, que vivem e dependem apenas da natureza, mais de 324 mil índios brasileiros vivem em área urbana. Muitas crianças indígenas frequentam escolas, onde aprendem tanto sua língua nativa quanto o português. Alguns criticam essa “modernização” das tribos, pois acreditam que eles estão perdendo sua identidade. Outros se defendem, alegando que assim como a sociedade se transforma com o passar do tempo, com eles não poderia ser diferente. De qualquer forma, o que caracteriza ser índio não é o fato de possuir um carro, de comprar comidas industrializadas ou de morar em cidades, mas o jeito de viver, de explicar o mundo e os fenômenos da natureza segundo suas crenças e tradições.

a TURMA DA môNICA TAMBÉM QUIS ENTRAR NA BRINCADEIRA!fELIZ DIA DO ÍNDIO!