cnc notícias 135

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Junho de 2011 n° 135, ano XI www.cnc.org.br INFLAÇÃO PREOCUPA MERCADO PÁGINA 34 E ainda: Voo de longo alcance NOVA CLASSIFICAÇÃO HOTELEIRA PÁGINA 40 Sindicalismo patronal debate futuro sustentável em Cuiabá, mostrando a força de um setor em sintonia com os temas atuais do mundo empresarial

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Revista mensal da CNC, n. 135 (junho/2011)

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Page 1: CNC Notícias 135

Junho de 2011n° 135, ano XI

www.cnc.org .br

INFLAÇÃO PREOCUPA MERCADOPÁGINA 34

E ainda:

Voo de longo alcance

NOVA CLASSIFICAÇÃO HOTELEIRA PÁGINA 40

Sindicalismo patronal debate futuro sustentável em Cuiabá, mostrando a força de um setor em sintonia com os temas atuais do mundo empresarial

Page 2: CNC Notícias 135

BIG

Formando profi ssionais vencedores

Chegou a hora de os brasileiros se prepararem para o maior

evento que o país já recebeu. Temos muito o que fazer e várias

oportunidades pela frente. Nas áreas de Turismo, Hospitalidade,

Gestão, Comércio, Idiomas ou Saúde, conte com o Senac: a

maior referência em educação profi ssional em todo o Brasil.

Procure o Senac e comece já a se preparar.

www.copa2014.senac.br

Page 3: CNC Notícias 135

Encontro com o futuroA ideia de que a força de um setor, de uma categoria ou gru-

po organizado depende da sua capacidade de mobilização não é exatamente nova. O comércio de bens, serviços e turismo no Brasil sempre trabalhou com essa premissa, consolidando-se como uma das mais vigorosas bases do desenvolvimento econômico do nosso país.

O que, sim, apresenta-se como algo relativamente novo é o conceito expresso de sustentabilidade que passou a marcar todos os processos, ações, planos e, até mesmo, produtos e serviços, de alguma forma vinculados a uma generalizada preocupação em garantir o futuro.

O 27º Encontro Nacional dos Sindicatos Patronais do Comér-cio de Bens, Serviços e Turismo, realizado na cidade de Cuiabá, Mato Grosso, foi um desses momentos em que a troca de experiên-cias e conhecimentos signifi ca um compromisso com a perenida-de, com a permanência de práticas e valores que precisam ser multiplicados e fortalecidos.

Mais de 900 pessoas de todo o País estiveram presentes na abertura do evento. Agentes potenciais de defesa dos interesses do comércio, promotores da excelência na gestão sindical, profi s-sionais e empresários comprometidos com o desenvolvimento não apenas do comércio, mas da Nação.

Uma grande oportunidade para o debate, para a atualização de conceitos e a consolidação de uma unidade em torno de ques-tões-chave para o setor terciário.

Ao ter a satisfação de participar de mais esse Encontro, a CNC empenhou-se por levar aos participantes informações, conheci-mento, produtos e serviços que possam auxiliar empresários, sin-dicatos e federações a desenvolver suas atividades no presente sem jamais perder de vista o futuro.

1CNC NotíciasJunho 2011 n°135 1

EDITORIAL

Page 4: CNC Notícias 135

Presidente: Antonio Oliveira Santos.

Vice-Presidentes: 1º - José Roberto Tadros; 2º - Darci Piana; 3º - José Arteiro da Silva; Abram Szajman, Adelmir Araújo Santana, Bruno Breithaupt, José Evaristo dos Santos, José Marconi Medeiros de Souza, Laércio José de Oliveira, Leandro Domingos Teixeira Pinto, Orlando Santos Diniz.

Vice-Presidente Administrativo: Josias Silva de Albuquerque.

Vice-Presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira.

Diretores: Alexandre Sampaio de Abreu, Antonio Airton Oliveira Dias, Antônio Osório, Carlos Fernando Amaral, Carlos Marx Tonini, Edison Ferreira de Araújo, Euclides Carli, Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante, Hugo de Carvalho, Hugo Lima França, José Lino Sepulcri, Ladislao Pedroso Monte, Lázaro Luiz Gonzaga, Luiz Gastão Bittencourt da Silva, Marcelo Fernandes de Queiroz, Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, Pedro Jamil Nadaf, Raniery Araújo Coelho, Valdir Pietrobon, Wilton Malta de Almeida, Zildo De Marchi.

Conselho Fiscal: Anelton Alves da Cunha, Antonio Vicente da Silva, Arnaldo Soter Braga Cardoso.

CNC NOTÍCIASRevista mensal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

Ano XI, nª 135, 2011

Gabinete da Presidência: Lenoura Schmidt

Assessoria de Comunicação (ASCOM):[email protected]

Edição:Cristina Calmon (editora) e

Luciana Rivoli Dantas (subeditora – Mtb 21622)Redação:

Celso Chagas, Edson Chaves Filho,Geraldo Roque e Joanna Marini

Estagiário:Marcos Vinícius do Nascimento

Design:Carolina Braga

Revisão:DA/Secretaria Administrativa - Elineth Campos

Impressão:Gráfi ca MCE

Colaboradores da CNC Notícias de junho 2011: Renata Vizin (VPF-CNC), Wany Pasquarelli, Denise Borges, Bruno Sugawa-ra (AGR-CNC), Vivian Cunha (Gerência de Projetos - CNC), Pedro Wähmann (CBCSI), Roberto Nogueira (consultor da Presidência - CNC), Neusa Pavão (Fecomércio-MS), Carlos Augusto de Oliveira (Fecomércio-AP), Carolina Bessa (Editora Senac-SP), Etiene Egg (Fecomércio Minas), Sueli Batista e Thiago Ferreira (Fecomércio-MT).

Créditos fotográficos: Divulgação/www.louisvuitton.com (página 4), Divulgação/Amazon (página 4), Cristina Bocayu-va (páginas 7, 27, 29, 33, 34, 39, 40 e 41), Carolina Braga (páginas 10, 12, 14, 18 e 41), Studio Press Comunicação (páginas 11, 12, 13, 15, 16, 17 e 18), Joanna Marini (página 31),Rodolfo Stuckert (página 32), Carlos Terra (páginas 32, 37, 38 e 51), Leonardo Prado (página 36), Acervo Pessoal/Eraldo Alves da Cruz (página 39), Divulgação/Fecomércio-RS (página 42), Divulgação/Fecomércio-AL (página 43),Divulgação/Banco Central (página 45), Divulgação/CNE (pá-ginas 46 e 48), Felipe Barra (página 49), Lia de Paula (página 49), Acervo pessoal/Carlos Tavares (página 52), Divulgação/Fecomércio-AP (página 53), Divulgação/Fecomércio-MS (página 54), Divulgação/Fecomércio Minas (página 54), Divulgação/Fecomércio-SE (página 55), Divulgação/SESC-SP (página 56), Givaldo Barbosa - Agência/O Globo (3ª capa) e Marcelo Camargo/Folhapress (3ª capa).

Ilustrações:Carolina Braga (capa, páginas 8, 44 e 45), Marcelo Vital (capa e página 8) e Beatriz Folly (páginas 34 e 35)

Projeto Gráfi co:Carolina Braga, Marcelo Almeida e Marcelo Vital.

A CNC Notícias adota a nova ortografi a.

CNC - BrasíliaSBN Quadra 1 Bl. B - n° 14 CEP.: 70041-902PABX: (61) 3329-9500/3329-9501

CNC - Rio de JaneiroAv. General Justo, 307 CEP.: 20021-130PABX: (21) 3804-9200

30CNC participa de palestras sobre a Reforma TributáriaConsultor da presidência da CNC, Roberto Nogueira, esteve presente na quarta rodada de palestras dos Ciclos para Debater a Reforma Tributária, promovida em 19 de maio pela Comissão de Finanças e Tributação (CTF) da Câmara dos Deputados.

Com o tema Responsabilidade Socioambiental nos Negócios, o 27° Encontro Nacional dos Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo promoveu a troca de conhecimento entre os participantes, além de debater questões importantes do setor.

Com o tema Responsabilidade Socioambiental nos NegóciA força do sindicalismo

Errata• Ladislao Pedroso Monte é

o nome do presidente da Fecomércio-AP, que, por erro de digitação, foi publicado incorretamente na página 50 da edição n° 134.

• Na edição nº 132 foi verifi -cado por um leitor que um exemplar circulou com erro de montagem gráfi ca. Caso tenha percebido falha na re-vista recebida, por favor nos informe, para providenciar-mos um exemplar completo.

CNC NotíciasJunho 2011 n°13522

4 FIQUE POR DENTRO5 BOA DICA6 OPINIÃO8 CAPA

- 27° Encontro Nacional de Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

20 PESQUISA NACIONAL CNC- Cresce o nível de endividamento e inadimplên-

cia das famílias - Pelo quinto mês consecutivo, cai a intenção

de consumo das famílias- Queda na confi ança dos empresários do

comércio em todo País

26 ARTIGO - Ernane Galvêas: Conjuntura Econômica

Capa 08

Page 5: CNC Notícias 135

S U M Á R I O

34

40

44

Cenário econômico exige prudência, apesar de queda na inflação

Ministro do Turismo assina portaria da nova classificação hoteleira

Banco Central quer o crescimentosustentável do setor de cartões

O chefe da Divisão Econômica da CNC, Carlos Thadeu de Freitas, analisa a decisão do Copom de elevar a taxa de juros básica (Selic). Segundo ele, a medida

foi necessária para atingir a meta de infl ação para 2012, em torno de 4,5%.

Em cerimônia realizada na CNC, o ministro do Turismo, Pedro Novais, assinou a portaria que institui o Sistema Brasileiro de

Classifi cação dos Meios de Hospedagem (SBClass),uma iniciativa que vai utilizar um padrão internacional, modernizar e adequar o

setor hoteleiro para a crescente demanda dos próximos anos.

Pacote de medidas entrou em vigor em 1° de junho, com oobjetivo de estimular o uso racional dos cartões de crédito e frear ainadimplência nesse tipo de pagamento. Algumas delas se refl etemdiretamente nos consumidores, como a diminuição do número detarifas e a elevação do percentual do pagamento mínimo.

3CNC NotíciasJunho 2011 n°135 3

28 REUNIÃO DE DIRETORIA -Empresários discutem a necessidade da reforma tributária

30 INSTITUCIONAL - CNC participa do Ciclo de Palestras sobre Reforma Tributária - Delegação da República Tcheca visita CNC em Brasília - Promoção da Saúde deve atingir todas as áreas do trabalho

34 BENS - Infl ação dá uma trégua, mas cenário econômico

ainda exige prudência

37 SERVIÇOS - Câmara de Terceirizáveis convida dirigentes sindicais e parlamentares

para debater - Câmara de Serviços Imobiliários recebe deputado Edinho Bez

39 TURISMO - Comissão para as Américas da OMT se reúne no Paraguai- Conselho de Turismo da CNC debate Turismo Náutico- Nova classifi cação hoteleira atende aos pleitos do setor

42 PRODUTOS CNC - Certifi cação Digital conquista espaço com ação das Federações

44 EM FOCO - BC quer garantir crescimento sustentável do setor de cartões - PNE, um Plano em busca de um ensino de qualidade

para o Brasil até 2020 - Nos 102 anos do ensino profi ssionalizante,

destaque para a Escola SESC - Política Nacional de Resíduos Sólidos é discutida na CNC - Intercâmbio comercial entre Brasil e China foi tema de debate

em São Paulo

53 SISTEMA COMÉRCIO - Fecomércio-AP inaugura primeira cooperativa de

crédito do Amapá - Fecomércio-MS assume a presidência do MS Competitivo - Fecomércio Minas promove encontro para debater a Lei

das Sacolas Plásticas em BH - Ciclo de palestras marca o aniversário de

63 anos da Fecomércio-SE - SESC leva saúde e qualidade de vida no Dia do Desafi o 2011

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CNC NotíciasJunho 2011 n°13544

FIQUE POR DENTRO

Mercado de luxo deve investir em países emergentes

Amazon cria sistema de empréstimo de e-books

Os negócios de luxo devem mirar os consumidores de países emergentes. Essa foi uma das conclusões do Atualuxo 2011, realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Luxo (Abrael) entre os dias 24 e 26 de maio. No evento foi demonstra-do como a democratização do consumo e o crescimento de países emergentes alterou o luxo. Os países do BRIC – Brasil, Rús-sia, Índia e China – e de mercados latino--americanos, como México e Argentina, representam um grande potencial de con-sumo de artigos de luxo, capaz de mudar o foco estratégico das empresas. Para se aproximar da cultura local e desenvolver relacionamentos duradouros com os con-sumidores, marcas como Gucci, Tiffany & Co. e Louis Vuitton investem em ações sociais. No Brasil, a grife francesa Hermès mantém projetos voltados para educação e cultura, como a parceria com a Fundação Gol de Letra.

Com a tecnologia, velhos hábitos vão se transformando e se adequando aos no-vos costumes. Um desses hábitos é o em-préstimo de livros a um amigo ou parente. Mas como essa prática vai se proceder em tempos de livros eletrônicos (e-books) e aparelhos como o Kindle, sem necessaria-mente ter de emprestar o e-reader? Pensan-do nisso, as livrarias Amazon e Barnes & Nobles criaram um sistema de empréstimo de e-books. O cliente efetua a sua compra e cadastra o e-mail do amigo a quem dese-ja emprestar o livro. O amigo, por sua vez, recebe uma mensagem de confi rmação e a transação se efetua. Há algumas restrições para o serviço, para evitar a violação de direitos autorais. A editora precisa concor-dar com a ação, e o empréstimo só é vá-

lido por 14 dias. Além disso, o dono do e-book não pode lê-lo enquan-to este estiver empres tado , mas as livra-rias notifi cam o usuário de que o livro já foi devolvido.

CNI lança Clube Indústria de BenefíciosA febre das compras coletivas alcançou a indústria. A Confederação Nacional da In-

dústria (CNI) lançou, no dia 26 de maio, o Clube Indústria de Benefícios (www.clubein-dustria.com.br), um site que disponibiliza ofertas para compras de produtos e serviços relativos à produção industrial, como softwares, planos de saúde, veículos, maquinário, serviços de capacitação empresarial, transporte e logística, propaganda, entre outros. Ini-cialmente, o Clube Indústria contará com 58 empresas cadastradas para oferecer os des-contos, mas a expectativa da CNI é que esse número chegue a 800 em 60 dias. “Queremos usar o (site) coletivo para fazer excelentes negociações e ter ofertas especiais, seja com desconto agressivo ou condição especial de pagamento”, explicou o gerente executivo de Relações do Trabalho e Desenvolvimento Associativo da Confederação, Emerson Casali. A iniciativa é voltada para as 600 mil empresas do setor industrial de pequeno, médio e grande porte. “Vamos propiciar ganhos econômicos, aumentando a competitividade, em especial para as micro e pequenas empresas, que não têm muito poder de barganha na hora de fechar negócios”, afi rmou Casali.

Page 7: CNC Notícias 135

5CNC NotíciasJunho 2011 n°135 5

BOA DICA

Novos caminhos para a hotelaria hospitalar em debate

Direito, gestão e políticas públicas ambientais

Livro aborda as consequências físicas e psicológicas do bullying

No livro Hotelaria hospitalar – Gestão hospita-lar e humanização, da editora Senac São Paulo, o autor Marcelo Boeger afi rma que é possível trans-formar a vida dentro de um hospital, concedendo uma recuperação plena ao paciente. Segundo o au-tor, o conceito da hotelaria hospitalar está baseado na vida, por meio da construção de um ambiente saudável e acolhedor. Ele destaca que é necessária uma mudança nos hospitais, como a especialização dos funcionários e o fi m da burocracia. Uma leitura necessária, já que o turismo voltado para a área da saúde tem crescido cada vez mais no Brasil.

O autor Rafael Costa Freiria propõe no livro Direito, gestão e políticas públicas ambientais, da editora Senac São Paulo, a construção de um re-ferencial teórico de integração entre as esferas do direito, da gestão e do ambientalismo, por meio do diálogo com as práticas da gestão ambiental. A pro-posta da obra é a de superar as limitações dos usos disciplinares da ciência jurídica voltada para o meio ambiente, com o intuito de aproximar da realidade a proposta de desenvolvimento sustentável. Além dis-so, o debate visa aprimorar o papel desempenhado pelo direito ambiental na sociedade contemporânea.

O bullying tem sido cada vez mais discutido na sociedade, conforme aumentam as denún-cias e casos relatados nos noticiários. No livro Bullying – Mentes perigosas nas escolas, lança-do pela editora Objetiva, a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa destaca as agressões escolares sofridas pelas vítimas e quais os danos físicos e psicoló-gicos que podem acompanhar esses jovens, não somente no período escolar, mas por toda a vida. “Além de os agressores escolherem um aluno--alvo que se encontra em franca desigualdade de poder, geralmente este também já apresenta uma baixa autoestima. A prática de bullying agrava o problema preexistente, assim como pode abrir quadros graves de transtornos psíquicos e/ou comportamentais que muitas vezes trazem pre-juízos irreversíveis”, afi rma a psiquiatra.

Page 8: CNC Notícias 135

A sociedade brasileira aspira, há longo tempo, por uma reforma tributária que reduza a elevada

carga tributária (34% do PIB), diminua o extenso elenco de impostos, taxas e con-tribuições, desburocratize e simplifi que as obrigações fi scais dos contribuintes, consolide a legislação fi scal (segundo o IBPT, composta de 240.210 normas), desonere os investimentos geradores de emprego e renda e possibilite a competiti-vidade dos produtos nacionais diante dos congêneres estrangeiros.

Nos Governos dos Presidentes Fernan-do Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, diversos projetos de reforma tributária foram apresentados ao Con-gresso Nacional, tendo por ponto central a federalização das Leis do ICMS, com o objetivo de harmonizar as 27 legislações estaduais e que, por isso mesmo, geram a chamada “guerra fi scal” entre os Esta-dos, os quais, à revelia de mandamentos constitucionais e normas aprovadas pelo Confaz, concedem numerosos favores e estímulos fi scais.

O grande óbice à reforma tributária é constituído pelos Governos Estaduais, sob a improcedente alegação de defesa da autonomia fi nanceira das Unidades da Federação e da manutenção dos poderes

de fi scalização dos contribuintes e aplica-ção de penalidades. Diante desse quadro, resta a solução da chamada “reforma fa-tiada”, isto é, por etapas, a começar pe-las questões em que o consenso se revele possível. Segundo o noticiário da impren-sa, é essa a diretriz adotada pelo Governo da Presidente Dilma Rousseff.

Entre as medidas anunciadas, mere-cem o irrestrito apoio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Servi-ços e Turismo a ampliação do limite de faturamento para a inclusão, no Simples,das micros e pequenas empresas e a de-soneração dos investimentos, com a ime-diata devolução às empresas dos créditos referentes a máquinas e equipamentos, bem assim os decorrentes das expor-tações e os admitidos pela legislação do PIS/Cofi ns.

Também merece o apoio da CNC a desoneração da folha de pagamento, mas desde que isso não ocorra com a trans-ferência, para o faturamento das empre-sas, da incidência das contribuições pre-videnciárias. Essa medida é, inclusive, desprovida de base técnica e jurídica e contraria os fundamentos da Previdên-cia Social. Na realidade, as incidências sobre a folha de salários (nela incluídos o décimo terceiro e o terço de férias)

CNC NotíciasJunho 2011 n°13566

OPINIÃO

A reforma tributária “fatiada”

Page 9: CNC Notícias 135

Antonio Oliveira SantosPresidente da Confederação Nacional do

Comércio de Bens, Serviços e Turismo

referem-se às contribuições à Previdên-cia (20%), ao FGTS (8,5%), ao Salário--Educação (2,5%), ao SESC/Senac ou Sesi/Senai ou Senat (2,5%), ao Sebrae (0,6%), ao Incra (0,2%) e ao seguro contra acidentes de trabalho (em média, 2%), num total de 36,3%.

Os benefícios previdenciários e o FGTS são função estrita do valor de cada salá-rio, eis que no seguro social o benefício de cada segurado tem de guardar relação com os salários recebidos ao longo do tempo. É evidente que a contribuição previdenciá-ria paga pelo trabalhador não pode ter por base o faturamento do respectivo empre-gador. Seria um absurdo onerar, por exem-plo, as empresas que utilizam alta tecnolo-gia e as empresas prestadoras de serviços profi ssionais (engenharia, arquitetura, ad-vocacia, contabilidade, consultorias eco-nômicas e outras). A base de cálculo tem de ser o próprio salário. Aliás, no caso do trabalhador doméstico remunerado por pessoa física e dos condôminos edilícios, inexiste faturamento. A incidência sobre a folha de salários é condição essencial à implantação do sistema previdenciário de acumulação e à implementação do Fundo prescrito pelo artigo 250 da Constituição, que poderá aplicar, no mercado fi nanceiro, as suas disponibilidades de caixa.

Outras medidas devem ser adota-das, em termos de justiça previden-ciária, como a revogação das isenções concedidas a várias classes de empre-gadores e empregados. O custeio das pensões e aposentadorias do setor ru-ral, responsáveis pelo déficit global da Previdência, deve ser suportado pelas dotações consignadas à assistên-cia social com a receita da Cofins e da CSLL. As contas da previdência rural devem ser separadas das concernentes à previdência urbana, uma vez que esta já é superavitária.

A desoneração da folha de salários deve ser perseguida por meio da redu-ção da contribuição previdenciária, a ser compensada, de modo transparente e em lei, à conta da receita proveniente da Cofi ns e da CSLL. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou, em mais de uma oportunidade, que essas contribui-ções sociais foram criadas precisamente para cobrir os benefícios concedidos aos trabalhadores rurais, aos empregados das entidades de assistência social e a outros grupos, como forma de realização de jus-tiça social e redistribuição da renda na-cional. Para fi nalizar, o Governo terá de desautorizar qualquer proposta de resta-belecimento da CPMF.

7CNC NotíciasJunho 2011 n°135 7

OPINIÃO

Page 10: CNC Notícias 135

8

CAPA

CNC NotíciasJunho 2011 n°1358

Page 11: CNC Notícias 135

Os participantes do 27º Encontro Nacional dos Sindicatos Patronais do

Comércio de Bens, Serviços e Turismo puderam trocar ideias e experiências

em uma área que busca aprimorar seus métodos de trabalho e de defesa

dos interesses do setor que representa. Excelência, inovação e liderança

foram algumas das palavras-chave do encontro, que aconteceu de

25 a 27 de maio em Cuiabá, Mato Grosso, e teve como tema principal a Responsabilidade Socioambiental nos Negócios. Confi ra os destaques

do evento, que já tem data e lugar marcados para a 28º edição:

de 16 a 18 de maio de 2012 , em Natal, no Rio Grande do Norte.

9CNC NotíciasJunho 2011 n°135 9

CAPA

Novas ideias e conceitos para o universo sindical patronal

Page 12: CNC Notícias 135

CNC NotíciasJunho 2011 n°1351010

CAPA

Um segmento atento às questões do País

e do mundoA abertura e os trabalhos do 27º Encontro Nacional dos

Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo mostraram as ações e a preocupação dos empresários com as

questões da economia e da sustentabilidade nos negócios

A importância da defesa dos interes-ses do comércio por meio dos sin-dicatos, os desafi os que a atividade

empresarial enfrenta no País e as ações em prol do desenvolvimento sustentável nos negócios deram o tom da abertura do 27º Encontro Nacional dos Sindicatos e dos painéis dos trabalhos e reuniões do even-to, realizado de 25 a 27 de maio no Cen-tro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá, Mato Grosso.

Mais de 900 participantes lotaram o au-ditório onde foi realizada a cerimônia de abertura do encontro, que contou com a presença do governador de Mato Grosso, Silval Barbosa; do presidente da Confe-deração Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Antonio Oli-veira Santos; do diretor da Confederação, presidente da Fecomércio-MT e secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia de Mato Grosso, Pedro Nadaf, e do con-selheiro do Tribunal de Contas do Estado, Waldir Teis, entre outras autoridades.

Em seu discurso, Oliveira Santos en-fatizou a importância da representativi-dade dos sindicatos e as difi culdades que o empresário enfrenta no Brasil com a alta carga tributária. “A receita tira um pouco mais do que o necessário para realizaras benfeitorias em nosso país. Esse pou-co mais é nosso sangue, é do que vive o homem do comércio”, disse. O presi-dente da CNC afi rmou que, na política fazendária do Governo Federal, existem mais de duas mil posturas de regulamen-tação a serem cumpridas pelo empresário, restando pouco tempo para que o homem de negócios possa planejar a sobrevivência

de seu próprio empreendimento. “O em-presário fi ca afogado”, argumentou, sendo aplaudido pelo auditório. O presidente da CNC lembrou também que, atualmente, a carga tributária brasileira chega a 36,5%, enquanto a taxa média praticada no mundo é de 20%.

A defesa das bandeiras do comércio de bens, serviços e turismo pela articulação sindical foi outro ponto marcante da par-ticipação de Oliveira Santos. “Em nosso setor, constituído em sua maioria por mi-cros e pequenas empresas, os suportes são valiosos para que o empresário mani-feste seus interesses. O sindicato é o lugar onde devem ser discutidos os problemas e difi culdades do empresariado”, destacou.

Antonio Oliveira Santos afi rmou que a força do Sistema Comércio está vinculada ao exercício das prerrogativas sindicais, com prioridade para o desenvolvimento dos programas voltados para as entidades. “O sindicato pode arregimentar pontos de vista e encaminhar às federações. No âmbito federal, chega-se à CNC. Encami-nhamos soluções possíveis para os grupos sindicalizados”, explicou Oliveira Santos. O líder empresarial registrou ainda que a CNC conta com 218 representações junto ao Governo Federal.

O presidente da CNC enfatizou tam-bém a pertinência da realização do 27º Encontro, tendo em vista a atual conjun-tura econômica brasileira. “É um evento importante para todo o Brasil, já que reúne os empresários que agregam cerca de 50% do PIB, no momento em que o País integra a comunidade internacional de maneira sólida”, disse.

Page 13: CNC Notícias 135

11CNC NotíciasJunho 2011 n°135 11

CAPA

Pedro Nadaf destacou na abertura a con-tribuição que os empresários do comércio dão para a sustentabilidade do País, com a Estância Ecológica SESC Pantanal, uni-dade de conservação que corresponde a 25% de todas as reservas ambientais do Brasil. “São mais de 107 mil hectares de reserva, maior que a Holanda”, comparou.

As ações e os projetos de sustentabi-lidade ambiental praticados pelo Sistema CNC-SESC-SENAC foram elencados pelo diretor-geral do Departamento Na-cional do SESC, Maron Emile Abi-Abib, em 26 de maio. “Questões de relevância para a sociedade são constantes pautas de discussões e dos projetos elaborados pelo Sistema Comércio”, disse Maron.

Após fazer um breve histórico sobre as ações que deram ensejo à criação do SESC e do Senac, o diretor destacou que as neces-sidades dos trabalhadores mudaram ao lon-go dos 65 anos de existência das entidades. “Vemos hoje um quadro no qual a tecnologia de ponta, apesar de imprescindível, se desen-volve em descompasso com os problemas sociais”, afi rmou Maron, para enfatizar que o Sistema Comércio evoluiu para, adequado à nova realidade, promover o desenvolvi-mento sustentável em sua estrutura.

Maron Emile falou das ações realiza-das na Estância Ecológica SESC Pantanal, que, desde sua criação, em 1996, introduz novos conceitos às políticas de bem-estar social, fortalecendo a temática ambien-talista com ações educativas, sociais e de lazer, sem deixar de lado o incentivo aos sistemas de negócios e de produção susten-táveis. A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), que faz parte da Estância,

com 107.990 hectares, também foi tema da palestra do diretor. Segundo Maron, de 1998 a 2010 foram desenvolvidos 47 pro-jetos e pesquisas com diversas instituições, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O diretor destacou ainda as ações de ecoturismo, de educação ambiental e de capacitação das comunidades realizadas no entorno da Reserva.

O Programa Nacional de Educação Am-biental, desenvolvido pelo Senac com base nos fundamentos da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9.795/1999), também foi citado – o trabalho é realiza-do com a produção de material didático e paradidático sobre o assunto, realização de cursos e promoção de ofi cinas de educação ambiental, entre outras iniciativas.

Programa Ecos

A mais recente ação do Sistema Comér-cio em relação ao seu compromisso com o meio ambiente aconteceu em março de 2010, com a criação do programa de Sus-tentabilidade Ecos, voltado para os servi-dores da CNC e para os Departamentos Nacionais do SESC e do Senac. “Trata--se de um conjunto de ações de educação e gestão ambiental que contribuem para a racionalização dos recursos naturais entre os servidores das instituições”, explicou Maron. “Temos a convicção de estarmos seguindo no caminho certo, cumprindo nosso papel junto à sociedade. A luta pela preservação e conservação da natureza está presente nas diretrizes de ação do Sistema Comércio”, fi nalizou.

O presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, fala a autoridades e sindicalistas de todo o Brasil na abertura do 27º Encontro de Sindicatos

Page 14: CNC Notícias 135

CNC NotíciasJunho 2011 n°1351212

CAPA

Responsabilidade social nas empresas

A responsabilidade socioam-biental nos negócios, tema central do 27º Encontro Nacional dos Sindica-tos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, não é uma preo-cupação somente das entidades sindicais, mas sim dos diversos setores da economia. A opinião é de Artur Gryn-baum, presidente do Grupo O Boticário. O executivo participou do segundo dia de atividades do evento, que aconteceu de 25 a 27 de maio em Cuiabá, Mato Grosso.

“A responsabilidade social em um país como o nosso deve ser preocupação de cada empresário e cidadão, para que haja uma mudança de pensamento”, disse Grynbaum, à frente da maior franquia de cosméticos e perfumaria do mundo, com mais de três mil lojas em todo o Brasil e responsável por mais de 16 mil empregos.

O presidente do grupo O Boticário apresentou dados de uma pesquisa reali-zada em 2010 pela consultoria Gouvêa de Souza para detectar como a sustentabilida-de é entendida na visão dos colaboradores da empresa. Segundo o levantamento, 89% dos entrevistados afi rmaram que percebem a prática de ações de susten-tabilidade no grupo. “Para O Boticário, sustentabilidade signifi ca integrar, juntamente com os as-pectos econômicos, as questões sociais e ambientais em todas as decisões e proces-sos”, afi rmou Grynbaum.

Outra sondagem, também do ano pas-sado e produzida pela mesma consultoria, mostra que 44% dos clientes e consumido-res já adotam práticas sustentáveis no dia a dia; 20% pretendiam adotar em breve; 53% dos consumidores brasileiros com-pram produtos de empresas social e am-bientalmente sustentáveis; 59% gostariam que as empresas os educassem mais sobre consumo consciente; 21% dos consumi-dores entrevistados acreditam que o ponto de venda é uma fonte de informação sobre sustentabilidade; e 76% aceitariam pagar um pouco mas por produtos que contribu-íssem para a preservação da natureza.

Mercado de trabalho

A questão da sustentabilidade afeta até mesmo o mercado de trabalho, disse Artur Grynbaum. Para o empresário, o indivíduo capacitado que concorre a uma vaga em uma empresa está buscando remuneração e oportunidade de crescimento, mas também identifi cação com os princípios e valores da organização. “Hoje em dia o mercado de trabalho se preocupa com a sustentabi-lidade”, complementou.

Ao lado Maron Emile Abi-Abib, diretor geral do SESC; abaixo, Artur Grynbaum, presidente do Boticário: ações que servem de exemplo

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13CNC NotíciasJunho 2011 n°135 13

CAPA

Reuniões temáticas analisam cases de sucesso de diversas regiões do Brasil

A troca de experiências entre representantes dos sindicatos do comércio de todo o País foi valorizada pelos participantes do 27º Encontro Nacional. O saldo não poderia ser mais positivo: o fortalecimento dos sindicatos para uma administração de excelência.

No dia 25 de maio, empresários e líderes sindicais puderam trocar diversas experiências em nível de

gestão nas reuniões temáticas do 27º En-contro Nacional dos Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

A maioria das apresentações levou em conta a importância de um planeja-mento bem elaborado, com metas bem estabelecidas, principal quesito para se conseguir bons resultados em qualquer organização. Palestrantes de Porto Alegre, Fortaleza, Juiz de Fora, Caxias do Sul e Cuiabá, cada um com suas experiências, discorreram sobre os projetos inscritos. Os trabalhos, durante a reunião, foram analisados e avaliados com notas pelos gerentes executivos.

Márcio José Allegretti, do Sindilojas de Porto Alegre, explicou a metodologia aplicada para implantar o Núcleo de In-teligência do sindicato, com a fi nalidade de melhorar o atendimento e os serviços direcionados aos associados, tendo como base o conceito de business intelligence.

De Fortaleza, Amanda Feitosa de Olivei-ra, do Sindvendas (Sindicato dos Represen-tantes Comerciais) falou sobre o Programa 10 S, que tem como objetivo proporcionar qualidade de vida aos colaboradores e à comunidade próxima à sede da entidade. O foco da iniciativa, destacou Amanda, é a responsabilidade socioambiental.

A palestrante Lisandra De Bona abordou o sistema de avaliação de desempenho de

gestão de pessoas criado e implantado no Sindilojas de Caxias do Sul (RS). “O sis-tema auxilia na tomada de decisões, como, por exemplo, em processos de bonifi cação, demissões, entre outros, principalmente quando há indicações”, assegurou.

Na parte da tarde, mais trabalhos fo-ram expostos, com destaque para o Ami-gos do Planeta, apresentado por Rose Mariah Ferreira, que deu ideias sobre sustentabili-dade exemplifi cadas por projetos implantados pelo Sindilojas de Gravataí (RS). No fi nal da reunião dos executivos, foi mon-tado um grupo de vo-luntários para criar uma estratégia de marketing para um sindicato fi ctí-cio. As propostas foram apresentadas no encer-ramento do encontro, no dia 27 de maio.

Participantes das reuniões temáticas do 27 º Encontro Nacional de Sindicatos puderam levar para suas regiões exemplos de iniciativas de sucesso

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CNC NotíciasJunho 2011 n°1351414

CAPA

Força dos sindicatos está na prestação de serviços

e em líderes preparados

Daniel Lopez, do Deplan-CNC, destacou, no Encontro Nacional de Sindicatos, os caminhos para que os sindicatos

alcancem uma administração que atenda efetivamente os associados. “Uma gestão de excelência permite atingir

resultados de qualidade” disse.

O estímulo ao associativismo e o de-safi o da administração em entida-des sindicais foram os temas que

o chefe de Departamento de Planejamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Daniel Lopez, apresentou em 27 de maio, último dia de atividades do 27º Encontro Nacio-nal dos Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

Lopez abriu sua palestra fazendo um histórico da evolução do cenário sindical no Brasil, com destaque para as mudanças que a Constituição Federal trouxe para o sindicalismo, como a desvinculação do Governo (mantendo-se apenas o registro sindical via Ministério do Trabalho e Em-prego), a fl exibilização nas negociações entre as classes, a prestação de serviços aos associados e a liberdade de posiciona-mento dos sindicatos na defesa dos inte-

resses das empresas. “A liberdade sindical trouxe mais responsabilidades na defesa dos interesses dos empresários”, disse.

O executivo destacou que foi justa-mente a liberdade outorgada pela Carta Magna de 1988 que deu ensejo à criação do Sistema Confederativo da Represen-tação Sindical do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, que engloba a CNC, 34 federações e 956 sindicatos e repre-senta os direitos e interesses dos quase cinco milhões de empreendedores do co-mércio de bens, de serviços e turismo de todo o Brasil.

O chefe do Deplan destacou que o uni-verso sindical vive em constante mudan-ça e, para bem representar um segmento de participação essencial na economia do País, a oferta de serviços e a formação de líderes que possam efetivar metas são es-senciais para os sindicatos. “Gestão é o que está por trás de tudo em uma entidade efi caz. Uma gestão de excelência permi-te atingir resultados de qualidade”, disse Daniel Lopez. O executivo elencou pon-tos essenciais para se decodifi car o fu-turo: união, cooperação, força coletiva (associativismo), coordenação e moder-nização dos processos, com uma gestão de excelência. “Um sindicato deve ofe-recer produtos e serviços que facilitem a vida do empresário. Com resultados, alcança-se a sensibilidade do homem de negócios para a importância de se associar”, explicou.

Portfólio referencial de produtos e serviços foi

lançado durante encontro de sindicatos: produtos e

serviços do Sistema Comércio à disposição dos sindicatos

em todo o País

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15CNC NotíciasJunho 2011 n°135 15

CAPA

A necessidade de se contar com líderes que mobilizem colaboradores e ideias tam-bém foi outro ponto destacado por Daniel Lopez. “Os líderes são capazes de fazer a diferença no sindicalismo brasileiro”, fri-sou. Segundo ele, para se alcançar bons resultados, o dirigente sindical deve contar com uma diretoria atuante; com oferta de serviços; com uma rede de relacionamen-tos efi ciente; e com foco permanente na defesa dos interesses dos representados.

SEGS, PDA, portfólio de serviços e sites

Daniel Lopez apresentou informações e dados sobre os programas que a CNC oferece aos sindicatos, via Deplan, para otimizar a gestão das entidades. O exe-cutivo apresentou dados do Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS), programa da CNC que incentiva o desen-volvimento da excelência na gestão das federações e sindicatos fi liados ao Sico-mércio, por meio dos critérios baseados no Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ). No ano passado o SEGS treinou 1.252 pessoas e teve a adesão de 761 entidades. Lopez falou também do Programa de De-senvolvimento Associativo (PDA), cujos objetivos são ampliar a representativida-de e a sustentabilidade dos Sindicatos do Sicomércio, valorizar a imagem das en-tidades perante os empresários e a socie-

dade, fortalecer a ação dos sindicatos em defesa dos interesses dos representados e o movimento sindical empresarial e o Sistema CNC.

O chefe do Deplan falou ainda de duas iniciativas que foram lançadas du-rante o encontro de sindicatos: o Portfó-lio referencial de produtos e serviços, publicação que compila os serviços que são comercializados pelas fe-derações e sindicatos em todoo País, e a criação de sites para os sindicatos. “É um movimen-to da CNC de disseminação do conhecimento. Nosso objetivo écriar condições para que asentidades sindicais se desen-volvam”, frisou Daniel Lopez.

Daniel Lopez destacou que, para fortalecer sua atuação, o sindicato deve ter presença virtual, serviço lançado pela CNC no Encontro de Sindicatos (abaixo)

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CNC NotíciasJunho 2011 n°1351616

CAPA

Trabalho legislativo é feito na base

Resultados apresentados pela Rede Nacional de Assessorias Legislativas (Renalegis) mostram que

demandas apresentadas por sindicatos e federações repercutem junto ao Poder Legislativo

A Rede Nacional de Assessorias Le-gislativas (Renalegis), criada para integrar as entidades do Sistema

CNC-SESC-SENAC em torno de posicio-namentos sobre propostas legislativas de interesse do comércio, é uma ferramenta por meio da qual sindicatos e federações podem identifi car e acompanhar assuntos de interesse nas esferas federal, estadual e municipal.

Ênio Zampieri, da Assessoria Legislati-va, explicou o funcionamento da Renalegis para os participantes do Encontro Nacional dos Sindicatos, no dia 27 de maio. Segun-do ele, além de discutir as proposições le-gislativas de interesse do comércio, a Rede busca unifi car a linguagem na esfera legis-lativa, aprimorar as ações parlamentares de todo o Sistema e difundir o conhecimento relativo ao Poder Legislativo nas esferas municipal, estadual e federal. “Mostramos como funciona todo o processo e como cada entidade pode atuar na defesa de seus interesses”, afi rmou.

De acordo com o assessor, o trabalho legislativo é feito na base – as federações do comércio selecionam matérias de in-teresse, sobre as quais são debatidos os impactos e as alternativas para a questão, momento em que se avalia a necessidade de uma ação parlamentar. “Nas reuniões realizadas na CNC e nas federações, são avaliadas e recebidas as demandas dos sindicatos quanto às proposições legislati-vas”, afi rmou Ênio Zampieri.

O processo proporciona muitos be-nefícios para os participantes: defesa dos interesses dos empresários e dos sindica-tos representados; transparência quanto às informações legislativas; alinhamento do Sistema junto ao Poder Legislativo; e maior efi cácia no monitoramento de maté-rias propositivas. “A atuação no Congresso eleva a interlocução entre as entidades do Sistema. Já a atuação estadual e municipal permite, entre outras vantagens, a adapta-ção da legislação às necessidades do em-presariado”, disse o assessor da CNC.

Ênio Zampieri, da Apel-CNC: Renalegis

é o caminho para que sindicatos defendam interesses junto aos

poderes federal, estadual e municipal

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17

CAPA

17CNC NotíciasJunho 2011 n°135

Representatividade, retaguarda de um líder classista junto a seus pares Ter representatividade é atuar de forma legítima e reconhecida por seus pares, na defesa de uma entidade, afi rmou Pedro Nadaf. “Quanto maior a representatividade, maior a representação. Por isso precisamos de um sistema forte”, disse o empresário e sindicalista.

A importância de se ter representati-vidade no exercício de uma lide-rança sindical foi o mote da pa-

lestra que Pedro Nadaf, diretor da CNC e presidente do Sistema Fecomércio-SESC--Senac-MT, apresentou em 27 de maio no 27º Encontro de Sindicatos.

Nadaf, que atua há 26 anos no uni-verso patronal, fez uma contextualização histórica do movimento sindical, partindodas manifestações originadas em paí-ses da Europa e dos Estados Unidos. No Brasil, o marco referencial aconteceu em 1943, quando foi criado, a partir das lu-tas dos trabalhadores, o modelo de sindi-calismo brasileiro, que no ano de 1988, com a promulgação da nova Constituição Federal do País, trouxe a livre associação sindical, independente do Ministério do Trabalho, eliminando a burocracia para criação das entidades.

De acordo com Nadaf, na era do presi-dente Luiz Inácio Lula da Silva o sistema sindical brasileiro voltou praticamente a sua fase iniciada na década de 1940, atre-lando as criações das entidades sindicais ao Ministério do Trabalho e Emprego. Na sua opinião, estavam ocorrendo problemas nas negociações coletivas, com um gran-de número de sindicatos criados para as mesmas categorias, a mesma base de re-presentação. “No modelo praticado pelos sindicatos ligados ao Sistema CNC, temos a representação compulsória da categoria; falamos por ela. A lei nos dá a representa-

ção para exercermos a representatividade, na defesa dos direitos coletivos”, frisou.

Representação x representatividade

O empresário abordou, em sua palestra, a diferença entre representação e represen-tatividade, termos parecidos, mas com fun-ções diferenciadas no universo sindical.

Representação, segundo Nadaf, é a autoridade delegada a um indivíduo ou entidade para falar em nome de uma cate-goria. É quem representa politicamente os interesses de um grupo, classe social ou entidade. “É a outorga de uma categoria para que uma instituição defenda seus interesses”, esclareceu.

Já a representatividade, apon-tou Nadaf, é o papel essencial da representação. “O que outorga po-deres a um líder é a representativi-dade. Ela é a retaguarda que um líder classista tem junto a seus pares”, frisou. “Quanto maior a representatividade, maior a representação. Por isso pre-cisamos de um sistema for-te, com cada um exercendo seu papel em sua base”, disse Nadaf.

O presidente do Sistema Fecomércio-MT destacou também que a representa-tividade abre canais im-portantes de interlocução

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CNC NotíciasJunho 2011 n°1351818

CAPA

permanente. Citou exemplos como o dele próprio, que ocupa o cargo de secretário de Estado em três mandatos, e de Roberto Pe-ron, presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio de Tecidos, Confecções e Ar-marinhos de Mato Grosso (Sincotec-MT),presidente da Junta Comercial do Es-tado. “É a ocupação de espaços, tendo uma entidade como base para fortalecer o coletivo. Temos sindicatos muito for-tes, mas todo o sistema tem que ser har-mônico e forte”, disse Nadaf, enfatizando que, quanto maior é a representatividade, maior a representação.

Liderança

Durante a palestra, Pedro Nadaf tam-bém falou sobre liderança, destacando alguns níveis do conceito. Para o empre-sário, a liderança é o elo entre uma boa representação e uma representatividade efi caz. “A liderança é um fenômeno si-tuacional, que depende do contexto no qual as pessoas estão, onde um indiví-duo ou organização exerce comando so-bre um grupo de pessoas ou determinado mercado”, afi rmou.

O líder do futuro, para o diretor da CNC, deve ter seu ego elevado, para al-cançar a autoafi rmação; pensar estrate-gicamente, praticando uma visão global para as coisas, “evitando olhar para a ponta do próprio sapato”; ter fé, ou seja, acreditar sempre; ter visão de futuro; e ser politicamente astuto e efi caz. No foco

dos líderes do futuro devem ser levadas em conta questões sociais, a proteção ao meio ambiente e o desejo de uma socieda-de mais justa, com melhoria da qualidade de vida e da distribuição de renda. “Não estamos falando destes temas somente aqui nesta palestra, em um evento com foco na sustentabilidade. Estes são temas mundiais”, salientou.

Dentro desse contexto, Nadaf destaca que, no perfi l do líder, são valorizadas a fala simples, a articulação, comprometimento, motivação, autoconfi ança e a capacidade de ser um indivíduo unifi cador e aglutinador de pessoas, para a troca saudável e produ-tiva de ideias. Na sua opinião, líderes não precisam necessariamente ser pessoas ca-rismáticas, embora reconheça que esses são competentes em interagir com as pessoas, recebendo respeito e admiração.

Nadaf disse ainda que, na formação da estrutura do líder, há cabeça, coração e estômago. Ou seja, ele deve pensar estra-tegicamente, com compreensão sistêmica do negócio, imaginação, ideias e criativi-dade, que contribuem com os resultados como um todo, mas também deve ter in-tegridade nas intenções, valores positivos, fé na natureza humana, compaixão e senso de justiça. O líder deve, por fi m, ter uma espécie de “forro de chumbo”, uma força interior para suportar críticas e ataques, capacidade para tomar decisões difíceis e coragem para assumir posições arrisca-das. “Líderes transformam intenções em ações”, disse.

Pedro Nadaf, em palestra no

encontro nacional de sindicatos, sobre motivação: “Líderes

transformam intenções em ações”

Page 21: CNC Notícias 135

19

CAPA

1111111111111199999999999999919CNC NotíciasJunho 2011 n°135

Empresário do varejo precisa estar atento às mudanças do consumidorAo narrar sua trajetória profi ssional no 27º Encontro de Sindicatos Patronais do Comércio, o empresário Ricardo Nunes, dono da rede Ricardo Eletro, deu exemplos de dedicação e sucesso nos negócios

No dia 27 de maio, o empresário Ricardo Nunes, presidente do grupo Ricardo Eletro, participou

do 27º Encontro Nacional dos Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, com palestra coordenada pelo presidente do Sistema Fecomércio-SESC--Senac-MT, Pedro Nadaf, e pela presi-dente do Sindicato do Comércio Varejista de Maquinismos, Ferragens, Tintas e de Material Elétrico de Curitiba (Sinditiba), Zilda Costa.

Nunes foi vendedor de frutas e hoje é dono de uma das maiores empresas de varejo do Brasil, a Ricardo Eletro. As pri-meiras lições sobre vendas foram apren-didas nas ruas, com a concorrência, que o obrigou a comercializar sua mercadoria por um preço melhor. Atento, o mineiro logo entendeu o segredo de um bom ne-gócio. “Tem que gostar de gente, de lidar com pessoas. Hoje em dia as pessoas gos-tam mais de computadores do que de gen-te. E não adianta vender barato. Tem que gritar”, disse.

O empresário enfatizou que, para ser um líder, é preciso valorizar a equipe – em sua rede de lojas são mais de 20 mil funcioná-rios. “Respeito é fundamental, tanto quanto a gratidão”, afi rmou. Para Ricardo Nunes, um líder deve agir com humildade e trabalharjunto com a equipe. Como exemplo, lem-brou que carrega caixas e distribui panfl etos, mesmo sendo o proprietário da rede. “Como cheguei a presidente? Não sei; sei que traba-lhei dia e noite, sem parar”, declarou.

A regra do jogo, segundo o dono da

rede Ricardo Eletro, é dar mais – em dedicação, atenção ao cliente e ao negó-cio – e receber menos. Para ele, essa é a fórmula do sucesso, pois permite envol-vimento, foco e, consequentemente, su-cesso. Saber se posicionar também é im-portante. “A Ricardo Eletro defi niu seu objetivo. Nosso conceito é vender mais barato e cobrir qualquer oferta”, expli-cou. “O cliente de varejo muda muito rá-pido de pensamento. Quem não tem jogo de cintura não sobrevive. Somos coloca-dos à prova a todo momento”.

A Ricardo Eletro é conhecida pelos consumidores como uma empresa que oferece melhores preços e condições de pagamento. São 281 lojas em todo o ter-ritório nacional e um faturamento médio de R$ 7 bilhões. Recentemente, houve uma fusão com outra rede de varejo, a In-sinuante, do Estado da Bahia. Em Mato Grosso, a Ricardo Eletro se uniu também à Rede City Lar. As três empresas formam a holding Máquina de Vendas, que não para de crescer: são hoje 750 em-preendimentos, com a projeção de, até 2014, chegar a mil lojas em diversas par-tes do País. Atu-almente, são 15 milhões de clien-tes cadastrados.

Page 22: CNC Notícias 135

Fonte: Pesquisa CNC

Peic - Síntese dos resultados (% em relação ao total de famílias)

Total de endividados

Dívidas ou contas em atraso

Não terão condições de pagar

Maio/2010 58,7% 25,1% 8,5%Abril/2011 62,6% 23,4% 7,8%Maio/2011 64,2% 24,4% 8,6%

CNC NotíciasJunho 2011 n°1352020

PESQUISA NACIONAL CNC

Cresce o nível de endividamento e

inadimplência das famíliasApesar das altas recentes nas taxas de juros do crédito e da desaceleração do consumo, o nível de endividamento das famílias brasileiras continua crescendo. Em maio, o

percentual de famílias que declararam possuir dívidas aumentou 64,2% em relação a abril.

A pesquisa Endividamento e Ina-dimplência do Consumidor mos-trou que, em maio, chegou a 17,5%

o percentual de famílias brasileiras que se consideram muito endividadas, um crescimento sensível em relação a abril (15,7%) e ao mesmo período de 2010 (13,7%). Na comparação anual, a par-cela de entrevistados que declararam estar mais ou menos endividados pas-sou de 21,3% para 22,7%, e a parcela pouco endividada alcançou 23,9% do total dos endividados, contra 23,7% em maio de 2010.

Dentre as famílias com contas ou dí-vidas com prazo de pagamento vencido, o tempo médio de atraso apresentou li-geira alta em relação a maio de 2010, passando de 59,7 para 60,5 dias, infor-mou a economista Marianne Hanson, da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Servi-

ços e Turismo (CNC), responsável pela pesquisa. O tempo médio de comprome-timento com dívidas, dentre as famílias endividadas, elevou-se de 6,6 meses para 6,8 meses, na comparação anual, sendo que 27,9% das famílias endividadas es-tão comprometidas com dívidas até três meses, e 29,8%, por mais de um ano.

Mais uma vez, o cartão de crédito foi apontado como um dos principais tipos de dívida para 71,8% das famílias pes-quisadas. Seguem-se os carnês, para 20,7%, e, em terceiro, o crédito pessoal, para 12,4%. Para as famílias de renda até 10 salários mínimos, o cartão de crédito, por 71,7%, o carnê, por 22%, e o crédito pessoal, por 12,3%, são os principais ti-pos de dívida apontados. Já para famílias de renda acima de 10 salários mínimos, os principais tipos de dívidas aponta-dos em maio foram: cartão de crédito, para 71,2% das famílias, fi nanciamento

Page 23: CNC Notícias 135

Fonte: Pesquisa CNC

Nível de Endividamento

Categoria Maio/10 Abr./11 Maio/11

Muito endividado 13,7% 15,7% 17,5%

Mais ou menos endividado

21,3% 23,1% 22,7%

Pouco endividado 23,7% 23,8% 23,9%

Não tem dívidas desse tipo

40,5% 36,8% 35,3%

Não sabe 0,7% 0,5% 0,4%

Não respondeu 0,2% 0,1% 0,1%

21CNC NotíciasJunho 2011 n°135 21

PESQUISA NACIONAL CNC

de carro, para 21,2%, e crédito pessoal, para 13,7%.

No geral, apesar das altas recentes nas taxas de juros do crédito e da desace-leração do consumo, o nível de endivida-mento das famílias brasileiras continua crescendo. Em maio de 2011, o percen-tual de famílias que declararam possuir dívidas aumentou em relação a abril de 2011, alcançando 64,2% das famílias. Também na comparação com abril, o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso aumentou, passando de 23,4% para 24,4% das famílias.

Já o percentual que declarou não ter condições de pagar suas contas ou dívi-das voltou a subir, após queda expres-siva no mês passado, alcançando 8,6% do total de famílias. Ambos os indica-dores, de famílias com contas em atra-so e que não terão condições de pagar, estão no maior patamar observado entre janeiro e maio deste ano. Segundo Ma-rianne, o aumento do custo de vida do brasileiro ajuda a explicar a tendência de alta no nível de endividamento. A elevação do percentual de famílias endi-vidadas foi acompanhada pela piora no perfi l de endividamento.

“O crescimento dos empréstimos em ritmo mais rápido do que o da renda, o aumento do custo do crédito e o espa-

ço reduzido para elevações nos prazos de fi nanciamento estão levando a um maior comprometimento da renda das famílias brasileiras com dívidas. Esse fato, somado à elevação do custo de vida, sugere uma elevação da inadim-plência nos próximos meses”, afi rma Marianne Hanson, economista da enti-dade. Até o momento, porém, a alta da inadimplência tem sido moderada. Tan-to o percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso quanto o daquelass que não terão condições de pagar seus débitos estão no patamar mais elevado do ano de 2011, sem, contudo, superar os níveis observados em 2010 para o mês de maio.

Na comparação anual, o percentual de famílias com dívidas continuou em nívelsuperior ao do mesmo mês do ano passado,quando havia registrado 58,7%. Contudo,mais famílias puderam cumprir seus compromissos fi nanceiros, e o percentualcom dívidas ou contas em atraso permane-ceu em patamar inferior (-0,7 pontos per-centuais) ao registrado em maio de 2010.Já o percentual de famílias que não te-rão condições de pagar – indicador an-tecedente da inadimplência – fi cou pra-ticamente estável, apresentando um leve aumento de 0,1 ponto percentual em re-lação ao mesmo período do ano anterior.

Page 24: CNC Notícias 135

Fonte: Pesquisa CNC

CNC NotíciasJunho 2011 n°1352222

PESQUISA NACIONAL CNC

Pelo quinto mês consecutivo, cai

a intenção de consumo das famílias

A Pesquisa Nacional de Intenção de Consumo das Famílias, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo,

apurou retração de 2% em relação ao mês anterior. A ICF de maio é a mais baixa desde o início do levantamento, em 2010.

Pelo quinto mês consecutivo, desace-lerou a intenção de consumo no Bra-sil. A Pesquisa Nacional de Intenção

de Consumo das Famílias (ICF-Nacional), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apurou uma retração de 2% em re-lação ao mês anterior. Aos 129,9 pontos, a ICF de maio é a mais baixa desde o início da pesquisa. Situa-se, contudo, ainda longe dos 100 pontos que retratariam uma condi-ção de neutralidade.

A Divisão Econômica da CNC apurou que todos os componentes da ICF, que tem como objetivo antecipar o potencial das vendas do comércio, acusaram quedas, que variaram de -0,5% (satisfação com empre-go atual) a -4,5% (momento para aquisição de bens duráveis). Pela primeira vez neste ano, houve queda na comparação com o

mesmo mês de 2010. Apenas a satisfação com emprego atual (+1,1%) e a perspecti-va profi ssional (+3,2%) apresentaram cres-cimento na pesquisa, destacando-se, nesta base comparativa, as quedas no momento para aquisição de bens duráveis (-6,5%) e perspectiva de consumo (-5,7%).

“As quedas expressivas da ICF no mês de maio, tanto na comparação mensal, quanto na comparação anual apontam para um processo mais intenso de desacelera-ção do consumo das famílias no Brasil”, explicou Fábio Bentes, economista da CNC. Em relação a maio do ano passado, a perspectiva de consumo recuou 5,7%, en-quanto percepção do momento para aqui-sição de bens duráveis cedeu 6,5%. “Essa evolução da intenção de consumo das fa-mílias brasileiras decorre, principalmente, do encarecimento do crédito concedido às pessoas físicas”, acrescentou Bentes.

A ICF é um indicador com capacida-de para medir, com alta precisão, a ava-liação que os consumidores fazem sobre aspectos importantes da condição de vida de suas famílias, tais como capacidade de consumo, atual e de curto prazo, nível de renda doméstico, condições de crédi-to, segurança no emprego e qualidade de consumo, presente e futuro. Alguns que-sitos do levantamento, como a facilidade para compras a prazo e a satisfação com a renda atual, ainda ostentam avaliações

Não sabe /Não respondeu

2,8%

Perspectiva de Consumo

Maior51,2%

Igual ao atual27,3%

Menor18,6%

Page 25: CNC Notícias 135

Não sabe /Não respondeu

12,6%

Satisfação com o Emprego Atual

Mais seguro48%

Igual ao ano passado

26,4%

Menos seguro13%

Fonte: Pesquisa CNC

Fonte: Pesquisa CNC

23CNC NotíciasJunho 2011 n°135 23

PESQUISA NACIONAL CNC

muito positivas (141,5 e 140,4 pontos, respectivamente).

Mercado de Trabalho

A pesquisa apontou que a satisfação com o emprego atual vem perdendo for-ça na avaliação das famílias brasileiras. Isso porque a alta de 1,1% na comparação com maio de 2010 é signifi cativamente menor que o crescimento verifi cado em meses como janeiro (+3,6%) e fevereiro deste ano (2,4%). “Esse comportamento coincide com o menor ritmo na geração de postos de trabalho ao longo de 2011”, explicou Fábio Bentes. Pelo lado da renda, tanto as famílias mais ricas (-2,2%) quan-to as mais pobres (-1,8%) reduziram seus graus de satisfação.

Dados do Cadastro Geral de Empre-gados e Desempregados (Caged), do Mi-nistério do Trabalho e Emprego, revelam, por exemplo, que a abertura de postos de trabalho formais este ano tem sido, em mé-dia, 20% menor que nos quatro primeiros meses de 2010. De forma semelhante, a taxa de crescimento da população ocupa-da nas maiores regiões metropolitanas do Brasil está menor este ano (+2,4%, contra +4,3% no mesmo período de 2010).

Os três quesitos da pesquisa direta-mente relacionados às condições atuais de consumo apresentaram queda ante maio de 2010, especialmente a percepção do momento atual para o consumo de bens duráveis (-6,5%). Segundo o economista da CNC, mesmo diante de preços relati-

vamente mais favoráveis, o encarecimento do crédito foi decisivo para reduzir a ava-liação das famílias em relação ao consumo de bens como automóveis, bens de linha branca e eletroeletrônicos.

Em relação ao futuro, a perspectiva de consumo apresentou a segunda maior retração na comparação anual (-5,7%) dentre os componentes da pesquisa. Essa variação levou esse quesito da ICF ao seu menor patamar desde o início da apuração do índice, em janeiro de 2010. A maioria das famílias entrevistadas (51,2%), contu-do, ainda encontra-se disposta a consumir mais nos próximos meses.

Ao fi nal do primeiro trimestre as ven-das reais cresceram 6,9%, contra uma alta de 9,6% nos três últimos meses do ano passado. Nesse sentido, o menor ímpeto dos consumidores vem a confi rmar a ten-dência de desaceleração das vendas reais do comércio. Segundo projeção da Divisão Econômica da CNC, o volume de vendas do varejo deverá crescer 7,4% em 2011.

Momento para Aquisiçãode Bens Duráveis

Não sabe /Não respondeu

7,8%

Bom59,9%

Mau32,1%

Page 26: CNC Notícias 135

Queda na confiança dos empresários do comércio

em todo o PaísIntensifi cou-se em maio, em relação ao mês

anterior, a queda da confi ança dos empresários do comércio. O recuo de 2% foi provocado

principalmente pela avaliação da situação atual dos estoques e pela percepção menos favorável do

nível geral de atividade.

A confi ança dos empresários do comércio em todo o País voltou a cair em maio ante o mês ante-

rior, mas, desta vez, com mais intensi-dade (2%). No mês anterior, o indicador havia registrado baixa de 0,7%. O Índice de Confi ança dos Empresários do Co-mércio (Icec), cuja escala varia de zero a 200 pontos, ainda revela uma percepção econômica favorável (127,8 pontos) por parte dos comerciantes brasileiros.

A queda do Icec, apurada mensal-mente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turis-mo (CNC), deve-se à percepção de um ritmo de atividade econômica e de ven-das menos acelerado por parte das 6.000 empresas comerciais situadas em todas as capitais que foram consultadas.

“Tivemos um primeiro trimestre um pouco acima do esperado, muito bom em termos de vendas e empregos. Mas o segundo trimestre mostra uma desa-celeração, o que também já era espera-do”, afi rmou o economista Fábio Bentes. Na avaliação da Divisão Econômica da CNC, as perspectivas menos favoráveis para os próximos meses se traduziram em queda signifi cativa da satisfação com o nível atual dos estoques.

A segunda razão para a queda na con-fi ança é uma percepção pior das con-dições econômicas do Brasil como um todo. Os indicadores estão mostrando um segundo trimestre mais fraco. Entre-tanto, essa deterioração do cenário eco-nômico ainda não compromete os níveis de contratação e investimentos do setor.

“O economista da CNC apontou ain-da o encarecimento do crédito, tanto para os consumidores quanto para os empre-sários, como um fator de desestímulo à reposição do estoque. “Desde a crise de 2008 que o empresário do comércio não paga tão caro pelo crédito”, afi rmou.

Retração maior

Dos três subíndices que compõem o indicador, o Iceac, que avalia as con-dições atuais, foi o que apresentou a maior retração ante o mês anterior (3,4%), especialmente no que se refe-re à percepção da economia brasileira (-7,1%). Esse resultado contribui para confirmar a expectativa de um ritmo de atividade econômica mais fraca neste segundo trimestre. No levantamento de abril, 63,3% dos tomadores de decisão das empresas do varejo entrevistados

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PESQUISA NACIONAL CNC

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relataram que as condições econômicas no Brasil haviam melhorado em rela-ção ao mesmo período do ano anterior, parcela que foi reduzida para 57,3% no levantamento atual.

Assim como no Iceac, o Índice de Expectativas do Empresário do Comér-cio (IEEC) deteriorou-se, em função de expectativas menos favoráveis para a economia (-2,0%) e para o setor comer-cial (-0,4%) nos próximos meses. Fábio Bentes explica que, ainda assim, os dois componentes do IEEC mantiveram ele-vado grau de otimismo.

As expectativas para a empresa nos próximos meses, por outro lado, acu-saram elevação de 1%, atingindo 167,2 pontos, o registro mais alto dentre todos os nove componentes do Icec. Nada me-nos do que 93,6% dos empresários ou-vidos acreditam que a perspectiva para empresa vai melhorar nos próximos meses, sendo que para 48,6% do total a situação deverá melhorar muito.

A Divisão Econômica da CNC apu-rou também que quase a metade (47,4%)

dos empresários que participaram da pesquisa ainda considera adequado o nível atual dos estoques de suas empre-sas. A parcela de empresas que deverão realizar menos encomendas (27,5%), entretanto, já supera a quantidade de empresários dispostos a ampliar os pe-didos de reposição (23,9%). Como três em cada quatro empresários do comér-cio têm a intenção de não ampliar os es-toques nos próximos meses, este quesi-to da pesquisa já se encontra abaixo dos 100 pontos.

No primeiro trimestre de 2011, a va-riação dos estoques no varejo calcula-do pelos economistas da Confederação seguiu exatamente o seu ritmo históri-co da última década (queda de 3,7% ao ano), redução que deverá se intensificar nos próximos meses.

Apesar da menor pretensão de repo-sição dos estoques, as intenções de con-tratação e investimento ainda são favo-ráveis, uma vez que ambos os índices ainda se encontram confortavelmente acima dos cem pontos.

Índice maio/11 abr./11 Variação Mensal

ICAEC 111,5 115,4 -3,4%

Economia 104,6 112,6 -7,1%Setor 106,6 110,8 -3,8%Empresa 123,2 122,6 +0,5%

IEEC 157,6 158,2 -0,4%

Economia 147,7 150,7 -2,0%Setor 157,9 158,5 -0,4%Empresa 167,2 165,6 +1,0%

IIEC 114,2 117,3 -2,6%

Funcionários 127,9 126,6 +1,0%Investimentos 118,8 118,0 +7,0%Estoques 95,9 107,4 -10,7%

Fonte: Pesquisa CNC

25CNC NotíciasJunho 2011 n°135 25

PESQUISA NACIONAL CNC

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Conjuntura econômica

CNC NotíciasJunho 2011 n°1352626

ARTIGO

O consultor Econômico da CNC, Ernane Galvêas, analisa os fatores internos e externos que infl uenciam rumos da infl ação no

Brasil, além das atividades dos principais setores da economia

Existe no Brasil, no momento, uma grande preocupação com os rumos da in-flação, que estaria caminhando para 7% (IPCA/IBGE), em 2011. Em princípio, a inflação teria origem em duas fontes principais: uma de origem externa, pro-vocada pela alta cotação das commodi-ties, petróleo, minério de ferro, alimen-tos; e outra de origem interna, causada por déficit fiscal, elevado nível de em-prego, salários (consumo das famílias) e expansão do crédito.

A entrada da China no comércio in-ternacional, principalmente a partir do ano 2.000, tem muito a ver com as al-tas cotações internacionais. O preço do barril de petróleo subiu de US$ 72 para US$ 100 nos últimos 12 meses. No mesmo período, o minério de ferro aumentou 56%, e os alimentos, 36%. O Brasil foi um dos países mais bene-ficiados com a situação, vencendo a recessão de 2008/2009 com relativa fa-cilidade e recuperando-se em 2010, in-clusive pela expansão de 32% no valor das exportações.

Sobre a inflação de origem interna, ao que tudo indica, este ano não será muito diferente do ano passado, embo-ra com maiores pressões de alta na área de serviços. Muitos analistas conside-ram que há um superaquecimento da economia e estimulam o Banco Central a prosseguir com a alta dos juros. Per-gunta-se: PIB previsto de 4,5% configu-

ra superaquecimento? É o que estamos tendo em 2011.

É evidente que há algumas corre-ções a fazer, tais como o continua-do crescimento do Estado, que já se aproxima de 40% do PIB, do mesmo modo que se faz necessário reduzir a expansão do crédito, especialmente ao consumo. Mas não há por que re-frear a economia, que cresce dentro do padrão normal do que se considera o PIB potencial.

Finalmente, temos a especulação de-senfreada que se desenvolve por meio dos novos instrumentos praticados no sistema financeiro paralelo e muito es-pecialmente nos Fundos alavancados e nas BM&Fs. A negociação de contratos futuros de mercadorias e derivativos promove um mecanismo novo de for-mação de preços.

A trágica experiência da crise 2007/2008 não serviu ainda para cor-rigir a especulação, nem nos Estados Unidos Unidos nem na Europa. Aqui no Brasil, recentemente, a BM&F Bo-vespa criou mais uma “mesa no cassi-no do mercado de capitais”, o ETF, um Fundo de Índices, derivativo negociado em pregão. Paralelamente, a Caixa Eco-nômica Federal inaugurou o Certifica-do de Recebíveis Imobiliários (CRI), com base em sua carteira de crédito habitacional. Continuam crescendo os Fundos de Investimentos em Direitos

Fundamentos da inflação

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Ernane GalvêasConsultor Econômico da CNC

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ARTIGO

Creditórios (FIDC), e a BM&F Bo-vespa se prepara para lançar um novo derivativo de petróleo.

Tudo isso representa uma alavanca-gem do volume de crédito ou da liqui-dez, com resultados que vão contra as margens de risco e de segurança que devem presidir os mercados financeiro e de capitais.

Cuidado com a infl ação

A política monetária deve concentrar--se em controlar a expansão do crédito. É a expansão do crédito que homologa a de-manda agregada, que gera infl ação.

Quando o Planalto impulsiona a ex-pansão dos empréstimos do BNDES, da Caixa Econômica e do Banco do Bra-sil, essa dupla política monetária obri-ga o Banco Central a exagerar a alta da Selic, que vai agravar o défi cit fi scal e a dívida pública. Tal contradição com-plica, ainda mais, as fontes de pressão infl acionária, que são muitas. A infl a-ção do IPCA já ultrapassou o limite superior da meta governamental, 6,5%, gerando preocupações. Mas os preços dos alimentos devem estacionar, as-sim como o do petróleo, amainando as pressões infl acionárias. A grande indaga-ção virá em 2012, com o reajustamento do salário mínimo em 14%, que poderá deslan-char um novo processo de infl ação inercial. Os trabalhadores, liderados pelas Centrais Sindicais que levaram o então Presidente Lula a aprovar esse absurdo, vão sofrer as consequências da infl ação.

Atividades econômicasIndústria – A produção industrial, em

abril, caiu 2,1% sobre março e -1,3% em relação a abril/2010, mas ainda mantém alta de 1,6% no ano e registra +5,4% nos últimos 12 meses. O índice de capacidade utilizada permaneceu em 84,4%. Em São Paulo, as vendas reais continuaram subindo 3,1% em abril sobre março, acumulando, no ano, 7,9% (Fiesp). A produção de aço subiu 10,4%, em relação a abril/2010 (IABr). As vendas de materiais de construção caíram 1,4% em abril sobre março e 4,1% sobre abril/2010.

Comércio – Segundo o IBGE, as ven-das do varejo cresceram 2,3% no 1º trimes-tre, com destaque para móveis e eletrodo-mésticos (+5,2%), informática (+5,6%), material de construção (+4,8%) e tecidos, vestuário e calçados (+3,4%). Houve que-da nas vendas de veículos e motos (-3,6%). Na cidade de São Paulo, as vendas de resi-dências novas caíram 62% em março sobre março/2010 (Secovi). No 1º quadrimestre, as vendas reais dos supermercados tiveram expansão de 5,5% (Abras). Em São Paulo, houve crescimento de 2,2% (Apas).

Agricultura – A safra de grãos continua estimada em 159,5 milhões de tons: soja 73,6 milhões, milho 56 milhões. A safra gaúcha de arroz vai a 9 milhões de tons e está forçando a queda de preços, levando o Governo a retirar 2 milhões do mercado. A indústria do frango indica uma redução de 5% a 8%, devido ao custo da ração, princi-palmente milho. Até abril, as exportações de carne de frango somaram US$ 2,6 bilhões, alta de 28,2% em valor e 8,7% em volume.

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REUNIÃO DE DIRETORIA

Empresários discutem a necessidade da

reforma tributária

A necessidade de uma reforma tribu-tária efetiva e efi caz, que comba-ta a cumulatividade dos impostos,

desonere a folha de pagamentos, permitin-do que as empresas operem em melhores condições, e simplifi que o sistema para os contribuintes foi uma das questões mais debatidas por diretores da CNC e presi-dentes das federações fi liadas à entidade durante reunião realizada no Rio de Janei-ro no dia 19 de maio. O consultor Jurídi-co da entidade, Cid Heraclito de Queiroz, realizou um estudo técnico sobre o tema e apresentou as propostas da Confedera-ção para o assunto. O presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, há tempos vem publicando artigos na imprensa nos quais defende a urgência do País em rever seu sistema tributário.

A questão é polêmica e complexa. Du-rante os Governos Fernando Henrique e Lula, várias propostas foram encaminhadas ao Congresso, sem sucesso. Na opinião de Cid Heraclito, o que impediu o andamen-to do assunto foram as divergências em relação ao ICMS, um imposto de natureza estadual que é aplicado em todo o País. As-sim, as 27 diferentes legislações permitem que os Estados concedam benefícios fi scais diferenciados, gerando a famosa “guerra fi scal”. Atualmente, um projeto do senador Francisco Dornelles (PP-RJ) propõe federa-lizar o ICMS, sem prejuízo da distribuição da arrecadação, conforme parcelas estabele-cidas em sua proposta. As reações são sem-pre contrárias. De um lado, governadores alegam perda de autonomia fi nanceira, um direito garantido em Constituição; do outro, as secretarias de Fazenda não querem abrir mão da fi scalização. E no meio fi camos nós, os contribuintes.

Uma das grandes necessidades do País, expressa pelo presidente da CNC em seus

artigos, é reduzir o elenco de impostos, ta-xas e contribuições que vigora no Brasil e que gera uma enorme burocracia. “O PIS não se destina mais a constituir patrimô-nio dos trabalhadores, mas sim a pagar o 14º salário. Portanto, pode perfeitamente ser atendido por dotação orçamentária. A mesma coisa vale para a contribuição ao salário-educação, que nada tem a ver com a folha de salários”, afi rma Oliveira San-tos, que também defende a desburocra-tização e a simplifi cação das obrigações fi scais dos contribuintes, especialmente o Imposto de Renda e o Imposto de Trans-missão Causa Mortis (ITR) – este último responsável por milhares de processos de inventários paralisados na justiça estadual.Para se ter uma ideia da complexidade da questão, há, hoje, conforme estudo do IBPT, cerca de 240,2 mil normas em vigor no País. “O Brasil precisa desonerar os in-vestimentos que são geradores de empre-go e renda e possibilitar a competitividade dos produtos nacionais diante de seus con-gêneres estrangeiros”, afi rma Cid Heracli-to, citando outras sugestões da CNC. Em sua apresentação, Heraclito falou sobre a nova proposta do atual Governo de fatiar a reforma tributária. “Ela será viável na medida em que seja possível um consenso entre União, estados e municípios, empre-sários e demais contribuintes. E que essas etapas possam ser estabelecidas por lei or-dinária ou complementar, sem necessidade de uma emenda constitucional, que exige quórum especial”, afi rmou. O consultor da CNC citou exemplos de avanços na área tributária obtidos por lei ordinária: a cria-ção do Simples, o lucro arbitrado e a não cumulatividade do PIS e da Cofi ns.

O Governo ainda não apresentou um projeto para o fatiamento da reforma tribu-tária, mas o ministro Guido Mantega, em

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REUNIÃO DE DIRETORIA

reuniões com alguns setores, tem lançado algumas ideias. Mas já correm rumores a respeito de algumas medidas que o Go-verno deverá propor. Entre elas, a amplia-ção do limite para a inclusão de micros e pequenas empresas no Simples, que hoje é de R$ 240 mil e R$ 2,4 milhões, e que passaria para R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões, respectivamente. Diz-se também que ha-verá uma desoneração dos investimentos, “o mecanismo mais efi caz para devolver os créditos referentes a máquinas e equi-pamentos decorrentes de exportações e os admitidos pela legislação do PIS/Cofi ns”, afi rma Cid. A desoneração da folha de pa-gamentos também deve entrar em pauta, medida apoiada pela CNC, desde que não haja uma transferência dos encargos para o faturamento das empresas. “Seria um absurdo onerar, por exemplo, as empresas que utilizam alta tecnologia e as empre-sas prestadoras de serviços profi ssionais, como arquitetura e contabilidade, que têm elevada arrecadação e pouco número de empregados. A base de cálculo, portanto, tem de ser o próprio salário”, diz.

É provável também que o Governo re-duza a alíquota interestadual do ICMS para 2%, concentrando a incidência do Imposto no destino. Mas isso dependerá de acordo com os governadores – as regiões Sul e Su-deste condicionam o apoio à medida a duas ações de contrapartida compensatórias. O vice-presidente da Fecomércio de São Pau-lo, Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, de-fende a ideia da uniformização da alíquota do ICMS em todo o País: “A quantidade de taxas em vigor transforma o Brasil em um

complexo e difuso manicômio tributário”, disse. E acrescentou: “Esta casa deve reunir seus técnicos para elaborar uma proposta de reforma tributária que não seja voltada para o comércio ou para a indústria, mas para o Brasil, voltada para o crescimento do País. Sem isso, o Brasil não terá chance de cres-cer nos próximos anos”.

O consultor da CNC aponta também outras medidas que podem ser adotadas pela aprovação de lei, como a aplicação de alíquota cumulativa de 3%, para incidên-cia da Cofi ns, a todo o setor de serviços; a elevação do limite da renda bruta para que as empresas possam optar pelo regime de lucro presumido; a atualização monetária do valor dos bens imóveis da pessoa físi-ca para cálculo do Imposto de Renda (IR) sobre ganhos de capital; a atualização da tabela do IR das pessoas físicas e a dedu-ção, no IR das pessoas físicas, do total de gastos com educação.

O vice-presidente da CNC Laércio de Oliveira chamou a atenção dos empre-sários para a importância da mobiliza-ção: “Precisamos aprender a nos mobi-lizar, como empresários, como atores do processo de produção do nosso país. É preciso enfrentar as discussões, chamar a opinião pública, tomar medidas que impactem principalmente quem está no Congresso Nacional”.

Os executivos também debateram a conjuntura econômica do País. O che-fe da Divisão Econômica da CNC, Car-los Thadeu de Freitas Gomes, falou so-bre o assunto. Veja a matéria completa na página 34.

Cid Heraclito (D), consultor Jurídico da CNC, ao lado do presidente Antonio Oliveira Santos: é preciso consenso para as mudanças

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CNC NotíciasJunho 2011 n°1353030

INSTITUCIONAL

CNC participa do Ciclo de Palestras sobre

Reforma TributáriaTributação e competitividade foram os pontos discutidos pelas

entidades patronais. A CNC defende a modernização do Sistema Tributário tornando-o mais simples e racional.

Em sequência aos Ciclos para De-bater a Reforma Tributária, a Co-missão de Finanças e Tributação

(CFT) da Câmara dos Deputados rea-lizou, em 19 de maio, a quarta rodada, promovida para discutir o tema Tributa-ção e Competitividade. Os convidados foram as principais entidades patronais: Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Con-federação Nacional da Indústria (CNI), Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), além do Sin-dicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifi sco).

O presidente da mesa, deputado Cláu-dio Puty (PT-PA), também presidente da CFT, explicou o motivo da convo-cação empresarial: “Estamos reunidos aqui com as Confederações patronais no sentido de acumular propostas para o processo da reforma que o Governo tem anunciado”.

Convidado a se pronunciar em pri-meiro lugar, o consultor da Presidên-cia da CNC, Roberto Nogueira Ferreira, ex-auditor fi scal em Minas Gerais e ex--secretário da Fazenda do Município de Juiz de Fora (MG), autor do livro A Re-forma essencial, fez uma larga explana-ção do atual Sistema Tributário brasileiro. Nele, apontou algumas ações e reações da União e dos Estados que acabaram se tornando um empecilho para a prática empresarial e, consequentemente, para o desenvolvimento do País, prejudicando a competitividade nacional. São eles: guer-ra fi scal para atrair investimentos; substi-

tuição tributária desmedida; aumento de alíquotas de energia e combustível; reten-ção de crédito do ICMS dos exportado-res; não permissão de crédito sobre bens de uso e consumo, “um problema grave que os congressistas tiveram a oportuni-dade de derrubar no ano passado e não o fi zeram”. E analisou o quadro atual e a proposta de Reforma que o Governo pre-tende apresentar, destacando alguns pon-tos positivos que o Congresso aprovou nos últimos anos. “Houve alguns avanços pontuais positivos, como a instituição do IR sobre o lucro presumido; do Sim-ples e do Simples Nacional; do Micro-empreendedor Individual e a rejeição à CPMF. Mas o Sistema ainda é complexo, oneroso e causa insegurança jurídica. Além disso, é cumulativo e pouco transparente”, afi rmou Roberto.

Ele advertiu os congressistas: “Esse sistema é inimigo da produção, das ex-portações e dos investimentos, afetando, portanto, negativamente a competitivi-dade. Não vejo como a situação pode melhorar”, afi rmou o consultor da CNC. “Nossa única salvação seria o alinha-mento do Sistema à tributação pratica-da pelos países com os quais o Brasil concorre diretamente. Sem esse alinha-mento não é possível assegurar a com-petitividade dos produtos e a manuten-ção do crescimento econômico do País nem a empregabilidade.”

Em relação à “desoneração da fo-lha”, afirmou: “Para a CNC, o nexo está na folha de pagamento, e não no fatura-mento. O Estado (INSS) precisa saber

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INSTITUCIONAL

quem paga o quê, a quem e em nome de quem. A proposta de zerar a Con-tribuição Patronal ao INSS na folha e transferir para PIS e Cofins resulta em aumento da carga tributária. Pune em-presas de alta tecnologia, industriais e de serviços”. Sobre a proposta que aca-ba com a contribuição na folha de pa-gamento e cria uma nova CPMF para bancar a Previdência, Roberto Nogueira a define como “uma proposta que am-plia a distância em relação aos nossos concorrentes”. E sobre a proposta da Fiesp, de zerar a contribuição patronal da indústria e transferir esse ônus para comércio e serviços, Roberto afirmou ser “inqualificável”.

Ou seja, a desoneração da folha em até cinco pontos percentuais (um ponto percentual a cada ano), sem a elevação/ criação de outros tributos, para a CNC é a proposta mais adequada.

O Sistema Comércio acredita que a chave da mudança do Sistema Tributá-rio está na sua simplifi cação e na adoção de um modelo adequado às necessidades econômicas, sociais e infraestruturais do País. “Para mantermos a competitividade, precisamos de um modelo poliglota, que converse com outros países. A CNC defen-de a modernização do Sistema Tributário tornando-o mais simples, racional, trans-parente, neutro, com mais contribuintes pagando menos”, fi nalizou o consultor.

Os representantes da CNI, Flávio Cas-telo Branco, e da CNA, Renato Conchon, seguiram a mesma linha de raciocínio, na defesa de uma simplifi cação do sistema de tributação brasileiro.

“O foco da reforma deve buscar dar mais competitividade às empresas, que ali-mentam a economia brasileira. Para isso, é necessário que seja simplifi cado”, disse o representante da CNI. “O Sistema atual é confuso. É um problema para as empre-sas, tornando-se um problema para o Bra-sil, porque distorce o comércio de maneira perversa. Estimula a compra de produtos de outros países, destruindo a competiti-vidade da cadeia produtiva industrial. É preciso desonerar as exportações, para au-mentarmos a geração de empregos”, fi nali-zou Castelo Branco.

A CNA comparou a tributação no Brasil com a de países desenvolvidos: “Entre os EUA e os países da UE, o Brasil é o país que mais onera os alimentos”, disse Renato Conchon, representante da Confederação.

O representante do Sindifi sco disse não ver, na atual proposta, uma verdadeira Reforma Tributária. Segundo ele, é pre-ciso desonerar energia elétrica, consumo, investimento, alimentos e até a folha de pagamento. “No Brasil, ao contrário dos outros países desenvolvidos, a tributação sobre o consumo é maior que sobre pro-priedade, renda e patrimônio”, afi rmou o presidente da entidade, Pedro Delaure.

Pedro Delarue (Sindifi sco), Flávio Castelo Branco (CNI), dep. Cláudio Puty, Roberto Nogueira (CNC) e Renato Conchon (CNA)

Page 34: CNC Notícias 135

CNC NotíciasJunho 2011 n°1353232

INSTITUCIONAL

Delegação da República Tcheca visita CNC em Brasília

A delegação da Comissão para Relações Exteriores da Câmara dos Deputados da República Tcheca esteve na sede da CNC, em Brasília. A embaixada do país realizou almoço

típico no Restaurante-Escola Senac.

A delegação da Comissão para Re-lações Exteriores da Câmara dos Deputados da República Tcheca

esteve, em 31 de maio, na sede da CNC, em Brasília, junto ao embaixador Ivan Jančárek. A convite da Confederação Na-cional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a delegação participou de um al-moço, com recepção do vice-presidente Fi-nanceiro da entidade, Luiz Gil Siuffo, em nome do presidente da casa, Antonio Olivei-ra Santos. Participaram também do even-to o deputado Laércio Oliveira (PR-SE), também vice-presidente da CNC, e o chefe da Assessoria junto ao Poder Legislativo, Roberto Velloso.

Aos convidados foi mostrado um pouco da história do Sistema CNC-SESC-SENAC,além do vídeo institucional do Sistema Comércio. Cada integrante da delegação recebeu uma publicação sobre o Sistema, com versão em inglês.

Durante o almoço, o vice-presidente Gil Siuffo respondeu a perguntas sobre o Sistema, desde o trabalho do SESC e do Senac em prol do trabalhador e da socie-

dade até qual seria o apoio da CNC para a realização da Copa do Mundo em 2014. O dirigente também convidou os visitantes a retornar à sede da entidade.

Almoço no Restaurante-Escola Senac

No dia 17 de maio, a Embaixada da República Tcheca realizou, com apoio da CNC, um almoço com pratos típicos da culinária do país no Restaurante-Escola Senac, no anexo IV da Câmara dos De-putados. Um dos destaques do evento foi a degustação de algumas modalidades da cerveja tcheca, mundialmente conhecida.

Ao abrir o evento, o embaixador Ivan Jančárek agradeceu à CNC, “que deu gran-de apoio para a realização deste evento. E também aos empresários aqui presentes, interessados na parceria com nosso país, para o comércio de nossa cerveja”.

Na ocasião, o vice-presidente Financeiro da CNC, Luiz Gil Siuffo, ressaltou o trabalho do Senac no apoio à capacitação de profi ssio-nais para o mercado de serviços e de turismo. “Esses 18 jovens aqui presentes como gar-çons são alunos. Estão aqui para aprender e se profi ssionalizar. A escolha deste local para a realização do evento é um reconhecimento do trabalho do Senac e muito nos honra. Es-tamos à disposição para mantermos parceria com a República Tcheca”, disse Gil Siuffo.

Acima, Delegação da República Tcheca com Gil Siuffo e Roberto Velloso, na

CNC. Ao lado, embaixador Jančárek, no Restaurante-Escola Senac.

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INSTITUCIONAL

Promoção da saúde deve atingir todas as áreas do trabalhoIntersetorialidade foi um dos temas abordados na abertura do III Seminário Brasileiro de Efetividade da Promoção da Saúde

A importância da chamada interseto-rialidade foi um dos temas tratados pelos participantes da ofi cina que

abriu o III Seminário Brasileiro de Efetivi-dade da Promoção da Saúde, realizado de 23 a 26 de maio na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). A iniciativa tem os De-partamentos Nacionais do SESC e do Se-nac como parceiros.

A Divisão de Promoção da Saúde e do Bem-Estar Social (Serbem), da CNC, é membro efetivo da comissão organizadora e científi ca do evento desde sua primeira edição, em 2005. O chefe do Serbem, Ale-xandre de Marca, representou a entidade na mesa de abertura da ofi cina Educação Profi ssional: Avaliação da Efetividade da Promoção da Saúde nos currículos do Eixo Tecnológico Ambiente, Saúde e Segu-rança. “A primeira coisa que vem à cabe-ça quando pensamos em escolas técnicas é que estas estão distanciadas das ciências sociais. Entretanto, o Senac discute aqui os caminhos para incentivar cada vez mais, de forma transversal, a promoção de saú-de”, disse.

O chefe da Serbem afi rma que o obje-tivo do seminário foi ampliar, aprofundar e sistematizar a prática da avaliação da efetividade na promoção da saúde, partin-do da refl exão crítica dos seminários an-teriores, para fortalecimento de uma cul-tura de avaliação em promoção de saúde no Brasil. “Temos que possibilitar acesso a informações como a que tratamos aqui

não só à população empregada, mas tam-bém aos indivíduos fora do sistema for-mal. Cabe a todos nós mudarmos esse quadro, afi rmou.

Conceito ampliado

Ana Lucia Jezuino, assessora Técnico Pedagógica do Departamento Nacional do Senac, destacou que a ofi cina na abertura do III Seminário leva os participantes a uma refl exão dentro da educação profi s-sional. “A promoção da saúde só será efe-tiva quando aqueles formados por escolas profi ssionalizantes tenham o conceito am-pliado do que é esse trabalho, que é liga-do a determinantes sociais, que devem ser percebidos pela população em geral, não só pela área de saúde”, enfatizou. Partici-param da ofi cina representantes do Senac dos Estados de Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Rio Grande do Sul, além de educadores e profi ssionais de diversas instituições liga-das à área de saúde.

No alto, os participantes do seminário; acima, Alexandre de Marca, da Serbem-CNC, durante palestra

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CNC NotíciasJunho 2011 n°1353434

BENS

Inflação dá uma trégua, mas cenário

econômico ainda exige prudência

Com o Copom prosseguindo em sua política de elevação de juros, de olho na meta de infl ação para 2012, a economia mostra sinais

de desaquecimento. É hora de prestar atenção na concessão de crédito e nos níveis de endividamento do consumidor.

Sem surpresas ou sobressaltos, o Co-mitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu, em sua

reunião deste mês de junho, pela elevação de 0,25% ponto percentual da taxa básica de juros (Selic). Foi a quarta alta de 2011, a segunda no mesmo patamar e, de acordo com as previsões do mercado, a penúltima do ano: a maioria dos analistas acha que ainda haverá mais uma elevação de 0,25 ponto até dezembro. É o esforço da auto-ridade monetária para trazer a infl ação para o centro da meta de 4,5%, se não em 2011, pelo menos em 2012. Mas, mesmo com o aumento dos juros e as medidas de conten-ção do crédito já implementadas, a percep-ção predominante é de um cenário ainda favorável para a economia de forma geral, o comércio e os consumidores.

O chefe da Divisão Econômica da CNC, Carlos Thadeu de Freitas, avalia que, diante da sinalização dada em abril, o Copom não tinha alternativa a não ser elevar a Selic. Os sinais de desaceleração da economia e os índices de preços em queda até poderiam induzir o BC a manter a Selic. Mas as ex-pectativas de infl ação para 2012, ainda aci-ma do centro da meta, e a necessidade de mostrar coerência com a sinalização ante-rior impediram esse movimento por agora. O economista da CNC, no entanto, não vê sinais para alarme, pelo menos a curto pra-zo. “A economia está andando mais deva-gar, mas não tanto assim”, disse Carlos Tha-deu, lembrando que até maio a entrada de recursos do exterior foi o dobro da registra-da no mesmo período do ano passado. “Isso nunca aconteceu na história brasileira”.

A entrada de dólares acaba infl uen-ciando o combate à infl ação, junto com uma trégua na escalada de preços das commodities. Os números confi rmam que o dragão parece não ter o mesmo ím-peto do passado nem estar fora de con-trole. O índice mais diretamente infl uen-ciado pela moeda americana, o IGP-M,depois de variar 0,62% entre fevereiro e março, quando o câmbio médio com o dólar foi de R$ 1,66, aumentou 0,45% em abril, auxiliado por uma taxa média de câmbio a R$ 1,58. Em maio, os principais índices de preços que medem o impacto do custode vida da população também caíram, mos-

Carlos Thadeu de Freitas, chefe da

Divisão Econômica da CNC: País poderia

crescer muito mais com um sistema

tributário racional, mais ordem fi scal

e um Custo Brasil menor

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35CNC NotíciasJunho 2011 n°135 35

BENS

trando que as chamadas medidas macropu-denciais de controle da expansão do crédi-to começam a fazer efeito. “A economiabrasileira vai andar mais devagar por causa das medidas adotadas pelo Banco Central”, afi rma Carlos Thadeu.

Um dos parâmetros para medir esse impacto, além da própria infl ação, é a In-tenção de Consumo das Famílias (ICF), a pesquisa nacional que a CNC coorde-na junto com as Federações do Comércio de todo o País. Em maio, a ICF apresen-tou retração de -2,0%, a quinta consecu-tiva. “É claro que as medidas prejudicam um pouco as vendas reais do comércio”, confi rma Carlos Thadeu. “Há vários se-tores da indústria e do comércio que não vão conseguir vender tanto quanto no ano passado, mas os sinais ainda são bastante favoráveis”.

O grande ponto de interrogação conti-nua sendo o cenário externo, avalia o eco-nomista. A desorganização das fi nanças públicas americanas, com um défi cit nomi-nal de 10% ao ano e uma relação dívida/PIB que caminha para 100%, além das di-fi culdades enfrentadas pela Europa, com as crises da Grécia, de Portugal e da Espanha, levantam dúvidas sobre o ritmo de recupe-ração da economia mundial. Como ainda há uma forte liquidez, países emergentes como o Brasil, com as contas em ordem, acabam absorvendo um forte fl uxo de ca-

pitais, tanto de investimento direto quan-to de portfólio. “O Governo Dilma vem surfando um pouco nessa onda”, observa Carlos Thadeu.

Embora não arrisque uma previsão de até quando isso pode durar, o economista da CNC recomenda prudência. “Todo cuidado é pouco em vender a crédito, porque as ta-xas de juros estão subindo, os prazos vão encolher e as famílias estão bastante endi-vidadas”, alerta Carlos Thadeu, lembrando que a inadimplência já está aumentando. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplên-cia do Consumidor (Peic) de maio mostrou que o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso aumentou, passando de 23,4% para 24,4%. O percentual que declarou não ter condições de pagar suas contas ou dívidas voltou a subir após que-da expressiva no mês passado, alcançando 8,6% do total de famílias. “Nada catastrófi -co”, tranquiliza o economista. “É mais um ajuste técnico, como chamamos, em função do grande crescimento de crédito que o País teve no ano passado”.

Dizendo acreditar que o Brasil tem tudo para viver um ciclo de prosperidade, Carlos Thadeu afi rma que o País poderia crescer muito mais com um sistema tributário ra-cional, com mais ordem fi scal e um Custo Brasil menor. “Mas vivemos em um país complexo por natureza”, ressalva o econo-mista. “Nem sempre é possível contar com mudanças rápidas”.

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COMO VOCÊ NUNCA VIU CNC A

www.cnc.org.br

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37CNC NotíciasJunho 2011 n°135 37

SERVIÇOS

Câmara de Terceirizáveis convida dirigentes sindicais e parlamentares para debaterCBST inova e vai levar lideranças de sindicatos, deputados e senadores para falar sobre temas de interesse do setor. Os primeiros convidados serão o presidente da UGT, Ricardo Patah, e o deputado Laércio Oliveira, da Frente Parlamentar do Setor de Serviços.

A Câmara Brasileira de Serviços Ter-ceirizáveis (CBST) decidiu con-vidar o presidente da União Geral

dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, para falar sobre o tema terceirização na próxima reunião do colegiado, em julho. A UGT representa a maioria dos trabalha-dores do comércio, de serviços e em super-mercados em São Paulo e no Brasil.

A decisão segue uma nova linha de ação da CBST, órgão consultivo da Presidência da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), de convidar dirigentes de centrais sindicais e parlamentares para debater assuntos de interesse do setor, explicou o coordenador, Jerfferson Simões.

Na última reunião da Câmara, realiza-da em 31 de maio, em Brasília, as pro-posições legislativas sobre a terceirização e o lançamento da Frente Parlamentar Mista do Setor de Serviços dominaram os debates. O presidente da Frente, o depu-tado Laércio Oliveira (PR-SE), que tam-bém é vice-presidente da CNC, será o primei-ro convidado na área parlamentar. Simões se disse otimista com os avanços que a Frente

pode conseguir. “O projeto mais impor-tante, contudo, será a criação de uma lei específi ca para a terceirização.”

Os empresários defi niram, ainda, cons-truir o posicionamento do colegiado no de-bate sobre o trabalho decente. O advogado Alain Alpin Mac Gregor, da Divisão Sin-dical da CNC, explicou que o Ministério do Trabalho e Emprego está promovendo conferências estaduais sobre o trabalho decente. As contribuições surgidas nesses encontros servirão como subsídio para a realização da 1ª Conferência Nacional de Emprego e Trabalho Decente.

A primeira reunião está prevista para ser realizada em agosto, em Brasília. Alain destacou a importân-cia da participação da Câmara nos en-contros regionais para posicionar o setor empresarial.

Alain Mac Gregor, assessor Jurídico da Divisão Sindical da CNC (abaixo), destacou a importância da participação da CBST nas conferências estaduais sobre trabalho decente para marcar a posição dos empresários

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38

SERVIÇOS

CNC NotíciasJunho 2011 n°13538

Câmara de Serviços Imobiliários recebe

deputado Edinho BezEm reunião na sede da CNC, em Brasília, a CBCSI levantou a

discussão sobre as relações entre as imobiliárias e os corretores de imóveis, tema de projeto de lei de autoria do deputado Edinho Bez.

A Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários (CBCSI) se reuniu, em 3 de junho, na sede da

CNC, em Brasília, para discutir e analisar temas de interesse do setor. Entre eles, o PL 1.872/2007, que dignifi ca a profi ssão de cor-retor de imóveis; o novo Código Florestal, aprovado recentemente na Câmara dos De-putados e enviado para apreciação no Sena-do Federal; e o novo Portal de Imóveis Seco-vi Brasil. A reunião contou com a presença do deputado Edinho Bez (PMDB-SC).

O deputado, autor do PL 1.872, apresen-tou explicações sobre o Projeto, que, segun-do ele, traz benefícios tanto para os correto-res de imóveis quanto para as imobiliárias. O PL cria a fi gura do corretor associado à imobiliária, sem obrigar a empresa a contra-tar o profi ssional. Ou seja, prevê uma asso-ciação sem vínculo empregatício, mediante contrato específi co, registrado no Conselho Regional de Corretores de Imóveis local.

Durante a reunião, foi criado um gru-po de trabalho, composto por represen-tantes dos Secovis de alguns estados, que se reunirão ainda neste mês em São Paulo

para tratar das relações entre corretores e imobiliárias.

Uma nova difi culdade enfrentada pelo setor imobiliário é o fato de o novo Códi-go Florestal tratar como um conceito uno as fl orestas inseridas tanto no ambiente urbano como no rural. “Temos enfrentado o maior dilema nesse quesito das Áreas de Prote-ção Permanente (APPs) nas áreas urbanas. E pelo fato de o Código não diferenciar as regras para áreas rurais e urbanas, estão se criando grandes problemas nas cidades”, explicou Attílio Piraino, do Secovi-SP.

A CBCSI acredita que o princípio da proteção à vida deve sempre fi gurar em des-taque, e o que deve ser evitado e controlado pelo poder público é a ocupação de áreas de risco para desastres naturais, como inunda-ções, enchentes de várzea e deslizamentos. Mas defende que o Código Florestal deve-ria estabelecer princípios e limites mínimos, porém diferenciados para áreas urbanas.

Portal Secovi

A Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários, órgão consultivo da Presidência da CNC, vai disponibilizar na web, em breve, o Portal de Imóveis Seco-vi Brasil, um canal nacional de negócios criado para a imobiliária associada rea-lizar suas atividades de forma moderna. Algumas vantagens são: o baixo custo e o aumento de credibilidade ante os clientes para vendas e locações.

“Esse portal signifi cará um grande avanço no mercado imobiliário. Ele foi concebido para facilitar o negócio tanto para o vendedor quanto para o comprador em plano nacional”, explicou o coordena-dor da CBCSI, Pedro Wähmann.

Coordenador da Câmara de Serviços

Imobiliários (à direita) recebe deputado

Edinho Bez

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TURISMO

Márcio Favilla, diretor da OMT, ministro Pedro Novais, Eraldo Alves da Cruz e Fernanda Helena Fedrigo, do Polo Iguassu

Comissão para as Américas

da OMT se reúne no Paraguai

Conselho de Turismo

da CNC debate Turismo Náutico

No dia 18 de maio aconteceu a 52ª Reunião da Comissão para as Améri-cas da Organização Mundial do Turis-mo (OMT), realizada em Assunção, no Paraguai.

Estiveram no evento o coordena-dor da Câmara Empresarial de Turismo da CNC, Alexandre Sampaio, e o vice-presidente do Conselho de Turismo da entidade, Eraldo Alves da Cruz. O mi-nistro brasileiro do Turismo, Pedro No-vais, também esteve na reunião, assim como ministros do turismo de vários países da América Latina e autoridades ligadas à OMT.

O Conselho de Turismo da CNC rece-beu, no dia 8 de junho, o velejador e pre-sidente do Instituto Rumo Náutico, Axel Grael, e o economista Ricardo Figueiredo para debater o macrotema Turismo náuti-co – Busca da regulamentação dos cruzei-ros marítimos no País. Eles falaram sobre o tema Operações do Turismo Náutico – Tendências e Perspectivas.

Axel destacou o cenário das princi-pais nações do mundo em relação ao se-tor náutico, além do retorno fi nanceiro dos eventos náuticos. “Somente a America’s Cup, em 2003, gerou o equivalente a 529 milhões de dólares, sendo 450 milhões na região onde foi realizada, em Auckland”, disse Axel. “Cada barco com mais de 25 pés gera três empregos diretos, além de

No encontro foram apresentados da-dos sobre o turismo na América Latina em 2010, mostrando tendências e ativi-dades que se destacaram no ano passado. Segundo a OMT, o desembarque de tu-ristas internacionais na América Latina alcançou um marco histórico em 2010, com um crescimento de 7%, atingindo a marca de 150 milhões de pessoas, 10 milhões a mais do que em 2009. Tam-bém foram discutidos pontos do Códi-go Mundial de Ética do Turismo, além da eleição de um membro regional para integrar o Comitê Mundial de Ética do Turismo da OMT.

gastar em manutenção e estadia o equi-valente a 8% do seu valor de compra por ano”, completou.

Ricardo Figueiredo falou sobre as nor-mas da Receita Federal que tratam da che-gada de bens ao Brasil para competições e outros fi ns que atingem o turismo náu-tico. “Todo barco pode trazer outros bens de consumo. Os eventos têm nuances que, para a Receita, geram algum tipo de con-trole”, disse Ricardo, que é chefe do Servi-ço de Vigilância e Controle Aduaneiro da Alfândega do Porto do Rio de Janeiro.

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CNC NotíciasJunho 2011 n°1354040

TURISMO

Nova classificação hoteleira atende aos

pleitos do setorO ministro do Turismo, Pedro Novais, lançou, em

7 de junho, portaria que institui o novo sistema de classifi cação hoteleira, em cerimônia na CNC, com a

presença de autoridades e empresários do trade

O ministro do Turismo, Pedro No-vais, assinou, em 7 de março, na Confederação Nacional do

Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no Rio de Janeiro, a Portaria que institui o Sistema Brasileiro de Classifi ca-ção de Meios de Hospedagem (SBClass).

A cerimônia de abertura contou com em-presários e autoridades do trade. Alexan-dre Sampaio, diretor da CNC e presidente da Federação Nacional de Hotéis, Res-taurantes, Bares e Similares (FNHRBS),destacou a importância da iniciativa. Para ele, o novo sistema de classifi cação traz modernidade e democracia ao segmento, já que, entre outras características, é de livre adesão. “O novo sistema traz em seu bojo elementos ligados à sustentabilidade

e tende a ser um sucesso, porque vai con-templar peculiaridades das diversas re-giões do País”, afi rmou Sampaio na aber-tura do evento, destacando, ainda, que a medida contemplou os anseios do empre-sariado do setor de turismo.

O SBClass adota a simbologia de es-trelas, em uma escala que varia de uma a cinco, para identifi car as categorias nas quais serão classifi cados os tipos de hospedagem. A utilização do símbolo, de acordo com a Portaria, será exclusiva dos empreendimentos submetidos ao proces-so de classifi cação do MTur.

O modelo de classifi cação anterior, implantado em 2002, foi revogado ano passado – a classifi cação levava em con-ta detalhes técnicos, como o tamanho dos

Pedro Novais foi recebido pelo presidente da CNC, Antonio

Oliveira Santos, e por Alexandre

Sampaio, diretor da Confederação

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41CNC NotíciasJunho 2011 n°135 41

TURISMO

quartos, sem se ater aos serviços prestados por esses empreendimentos. Agora, serão classifi cados sete tipos de empreendimen-tos: hotel, resort, hotel fazenda, cama e café, hotel histórico, pousada e fl at/apart hotel. A adesão dos meios de hospedagem é voluntária, explicou o Ministro Novais. “Para ser adotado, o meio de hospedagem deve se autoavaliar e propor o tipo de ca-tegoria a que pretende pertencer”, disse.

O ministro do turismo explicou tam-bém que muitos países adotam sistemas ofi ciais de classifi cação hoteleira, ou-tros promovem modelos baseados em resultados e outros deixam o assunto ser resolvido pelo próprio mercado. No-vais enfatizou que o modelo brasileiro é consequência de resultados obtidos empaíses como França, Espanha, Portugal, Chile e Alemanha, entre outros. “Há entre 12 mil e 15 mil hotéis que têm condições de aderir ao sistema. Acreditamos que até 2014 teremos a adesão de mais de 60% desse total”, disse Novais. A classifi cação obtida pelos estabe-lecimentos terá validade de três anos. Depois desse período, terá de ser renovada. O sistema que estava em vigor até 2010 exigia renovação anual.

O sistema brasileiro foi desenvolvido pelo Ministério do Turismo em parceria com o Instituto Nacional de Metrolo-

gia, Normalização e Qualidade In-dustrial (Inmetro). João Jornada, pre-sidente do Institu-to, destacou que os trabalhos, a partir de agora, serão voltados para a operacionaliza-ção do Sistema e para a melhoria dos crité-rios de avaliação. “O engajamento de todos os atores interessados nos dá confi ança de que teremos um sis-tema evolutivo que vai dar uma contribui-ção enorme ao País”, disse Jornada.

Para solicitar a classifi cação, que terá validade de 36 meses, os meios dehospedagem devem preencher formulá-rios disponíveis no endereço eletrônico www.cadastur.com.br. Depois da análise e aprovação da documentação, é realizada uma inspeção para avaliar a conformida-de com os requisitos previstos nas matri-zes de classifi cação. As auditorias serão realizadas por técnicos do Inmetro. Para estimular a adesão ao Sistema Brasileiro de Classifi cação de Meios de Hospeda-gem (SBClass) e esclarecer dúvidas, o Ministério do Turismo criou o hotsite do SBClass, que fi ca hospedado no site www.classifi cacao.turismo.gov.br.

O ministro do Turismo exibe a placa que passará a identifi car os estabelecimentos classifi cados pelo Ministério, segundo os novos critérios do SBClass

Page 44: CNC Notícias 135

No Rio Grande do Sul, o trabalho conjunto

com os sindicatos tem sido decisivo para os

bons resultados

CNC NotíciasJunho 2011 n°1354242

PRODUTOS CNC

Certificação Digital conquista espaço com ação das federações

Anúncios na mídia, parcerias, participação em eventos, palestras. O que as entidades estão fazendo para

promover um serviço que está se tornando cada vez mais presente no dia a dia dos empresários.

A Certifi cação Digital é uma ferra-menta que vem se consolidando entre as empresas, atraídas pelas

vantagens de um documento eletrônico seguro, que permite ao usuário se comu-nicar e efetuar transações na internet de forma sigilosa e com validade jurídica. A CNC mantém uma parceria com a Cer-tisign, uma das principais Autoridades Certifi cadoras do País, que permite às fe-derações e sindicatos do Sistema comer-cializar os certifi cados digitais. Para levar esse serviço cada vez mais fundamental

aos empresários do comércio, as federa-ções têm realizado ações de divulgação nos Estados.

Anúncios na TV, nas revistas das enti-dades e em outdoors, distribuição de fo-lhetaria em feiras e eventos, bem como a realização de palestras sobre o tema são formas adotadas pelas federações para di-vulgar a certifi cação digital. Segundo Die-go Gaia, da Fecomércio-AL, outra forma bastante interessante é utilizar a mídia es-pontânea, como ocorreu quando o prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), foi até a

Federação validar o seu certifi cado.A Fecomércio-RS envolveu os

sindicatos no processo de comercia-lização dos certifi cados digitais. Es-tes efetuam a prospecção de empre-sas locais e as agendam em único dia para a validação dos certifi cados, que é feita pelo Agente de Registro da Federação. Em contrapartida, os sin-dicatos recebem uma comissão sobre o valor dos certifi cados comerciali-zados. Neuza Machado, da Fecomér-cio-RS, entende que esse trabalho em conjunto tem sido fundamental para o alcance dos resultados pela entida-de. O estabelecimento de Pontos de Atendimento (PAs) nos sindicatos é uma ação que vem sendo planejada por várias federações e que é incenti-vada pela CNC, já que a capilaridade

Page 45: CNC Notícias 135

O que é

O Certifi cado Digital é uma creden-cial que identifi ca uma entidade, seja ela empresa ou pessoa física. O arqui-vo de computador gerado pelo Certi-fi cado Digital contém um conjunto de informações que garantem a autenti-cidade de autoria da mensagem. Os Certifi cados Digitais são compostos por um par de chaves (Chave Pública e Privativa) e a assinatura de uma ter-ceira parte confi ável – a Autoridade Certifi cadora (AC), como a Certisign. A parceria da CNC com a Certisign per-mite que as federações atuem como Au-toridades de Registro, com vantagens e preços diferenciados para as empresas do Sistema Comércio.

e preços diferenciados para as empresas doSistema Comércio.

43CNC NotíciasJunho 2011 n°135 43

PRODUTOS CNC

do Sistema CNC auxiliará na obtenção de mais receita para as entidades.

Firmar parcerias tem sido a estratégia de algumas federações, como as de Cea-rá, Amazonas, Alagoas e Santa Catarina. Por meio da análise de uma pesquisa de satisfação do cliente, Georgia Philomeno, da Fecomércio-CE, verifi cou que mui-tos clientes chegavam até a entidade por indicação dos contadores, o que a fez es-tabelecer contato com grandes escritórios de contabilidade da capital. Em Alagoas, os contadores do interior do Estado indi-cam empresas interessadas, as quais fazem a compra do certifi cado digital pelo site e agendam para uma única data a validação com o Agente de Registro da Federação, que se desloca até o local defi nido. Ou-tras parcerias também têm sido estabe-lecidas entre as federações de diversas regiões do País e instituições como Se-nac, Tribunal de Justiça do Estado, Con-selho Regional de Medicina e Ordem dos Advogados do Brasil.

“O bom atendimento tem sido o gran-de diferencial da Federação em rela-ção aos concorrentes”, comenta Adria-na Nascimento, da Fecomércio-AM. Aspectos como instalações confortáveis, estacionamento próprio e a localização da entidade fazem com que os clientes escolham a federação como local para validarem seus certifi cados.

O prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), valida seu Certifi cado Digital na Fecomércio-AL:cobertura espontânea da imprensa ajuda as federações a divulgar o serviço

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CNC NotíciasJunho 2011 n°1354444

EM FOCO

BC quer garantir crescimento sustentável

do setor de cartõesPacote que entrou em vigor no dia 1º de junho contém uma série de medidas com refl exos diretos para os consumidores, tais como a diminuição do número de tarifas e a elevação do percentual de

pagamento mínimo. Expectativa é de queda na inadimplência.

Meio de pagamento que mais cresce na economia brasileira, os cartões já somam quase 650

milhões de unidades nas mãos dos consu-midores, segundo estimativa de abril da Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs) – um crescimento de 10% em relação ao mesmo mês do ano passado. Esse volume levou o Banco Central (BC) a estabelecer a Reso-lução 3.919, com o objetivo de garantir o crescimento sustentável do setor, e que en-trou em vigor no dia 1º de junho.

“Mais do que isso, as novas regras in-centivarão o uso racional desse meio de pagamento, ajudando a evitar que as fa-mílias se endividem em excesso”, disse o presidente do BC, Alexandre Tombini, na

abertura do seminário sobre as novas re-gras, realizado na segunda quinze-

na de maio, em Brasília.Entre as principais

medidas estão a redução no

número de tarifas e a adoção de um per-centual mínimo de pagamento da fatura, que será de 15%. Em dezembro, sobe para 20%. Hoje, cada banco tem sua própria regra. Algumas instituições exigem o pa-gamento de menos de 10% da fatura e dei-xam o consumidor fi nanciar o resto. Já as tarifas que podem ser cobradas pelos car-tões de crédito foram reduzidas para cinco. Segundo o BC, existiam mais de 80 antes das novas regras.

“O sistema fi nanceiro requer regras claras e equilibradas”, disse Tombini. “O Banco Central tem bem presente esse princípio.” Nos últimos anos, o setor de cartões vem passando por um processo contínuo de aperfeiçoamento, com impor-tantes mudanças já realizadas, tais como o fi m da exclusividade entre credenciadores e a interoperacionalidade dos serviços de rede. Para o presidente do BC, a moder-nização do sistema de pagamentos de va-rejo no Brasil trouxe benefícios concretos para os estabelecimentos comerciais, prin-cipalmente de médio e pequeno portes, e para os consumidores.

A popularização do uso dos cartões nos últimos anos fez com que o Banco Central identifi casse a necessidade de uma ação no relacionamento das empresas do setor com os usuários fi nais. Com a contribuição dos Ministérios da Fazenda e da Justiça e do Ministério Público Federal, foi feito um amplo diagnóstico, a partir do qual foram defi nidas as medidas implementadas.

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As novas regras incentivarão o uso racional desse meio de pagamento

Alexandre TombiniPresidente do Banco Central

45CNC NotíciasJunho 2011 n°135 45

EM FOCO

O grande número de tarifas e as di-versas formas de cobrança difi cultavam a compreensão do consumidor, levando a uma relação hostil com o prestador de ser-viço. Agora, com a padronização, fi cam restritas a anuidade, emissão de segunda via, saque, pagamento de conta e avaliação emergencial de crédito. A expectativa é de queda das reclamações tanto no BC quanto nas entidades de defesa do consumidor.

As instituições podem continuar emitin-do os chamados cartões diferenciados, com anuidades abrangendo a participação nos programas de benefícios e recompensas, mas deverá ser apresentada ao cliente a opção do cartão básico, para compra e fi nanciamento (rotativo). Outro ponto de destaque para o consumidor é a exigência de maior detalha-mento das informações nas faturas.

regras

EM FOCO

Dados da última Pesquisa de Endivi-damento e Inadimplência do Consumi-dor (Peic), realizada pela CNC, indicam que 70% dos entrevistados apontam o cartão de crédito como o principal tipo de dívida. Marianne Lorena Hanson, da Divisão Econômica da CNC, lembra que é justamente aí que a inadimplência é mais alta. “Com a elevação do percen-tual de pagamento mínimo exigido, o consumidor fica menos alavancado para fazer novas dívidas, o que, espera-se, deverá reduzir o endividamento”, avalia Marianne. A economista da CNC vê as medidas como favoráveis para o consu-midor e para a economia como um todo, mas entende que será preciso aguardar para ver o real impacto das medidas nos índices de inadimplência.

Notas manchadas perdem validadeAs cédulas danifi cadas por dispositi-

vos antifurto deixam de ter validade, não podendo mais ser utilizadas como meio de pagamento. Foi o que decidiram o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central.

Segundo a regulamentação aprovada, as pessoas não devem aceitar notas com manchas rosa. É importante sempre ve-rifi car o dinheiro e, se tiver essa mancha, recuse receber a cédula manchada.

Se o cidadão sacou uma cédula man-chada de rosa no caixa ou em um ter-

minal de autoatendimento, ele deve exigir a troca da nota manchada. O banco é obrigado a trocar o dinheiro manchado imediatamente.Em caso de saque de nota manchada nos termi-nais 24 horas, a pessoa deve procurar qualquer agência de seu banco para efetuar a troca.

O objetivo das medidas anunciadas é contribuir para a redução dos casos de furtos e roubos a caixas eletrônicos, ao difi cultar a circulação de notas rouba-das ou furtadas.

Page 48: CNC Notícias 135

CNC NotíciasJunho 2011 n°1354646

EM FOCO

PNE, um plano em busca de um ensino de qualidade

para o Brasil até 2020Por iniciativa do Conselho Nacional de Educação, representantes de 24 segmentos ligados à educação do País se reuniram durante

dois dias em Brasília para debater e fazer propostas visando o aperfeiçoamento do Projeto do novo Plano Nacional de Educação

Os desafi os para alcançar um ensino de qualidade e as diretrizes da edu-cação para o Brasil para a próxima

década foram intensamente debatidos nos dias 19 e 20 de maio no Seminário sobre o Plano Nacional de Educação (PNE) 2011-2020. A presença de 24 segmentos li-gados à educação – entre os quais o Servi-ço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e o Serviço Social do Comércio (SESC) – deu representatividade ao encon-tro, promovido pelo Conselho Nacional de Educação, em Brasília.

O encontro foi aberto pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, que destacou a importância “de a sociedade ser ouvida na formatação do PNE”. No Seminário, apenas a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas não compareceu, dentre as 25 instituições convidadas pelo CNE. As demais entregaram propostas em defesa de uma legislação harmônica, plural e exe-quível, ao contrário do que ocorreu com o Plano 2001-2010.

O ministro previu que, junto com as contribuições das entidades educacionais, o Plano “fi cará ainda melhor depois da análise do Legislativo”, que, por intermé-dio da Comissão de Educação e Cultura da Câmara, criou uma Comissão Especial para fomentar o debate sobre o tema, pro-movendo seminários em 14 estados, o últi-mo dos quais será realizado em 7 de julho, em Florianópolis.

Haddad destacou a aprovação de duas emendas constitucionais e de mais de 40 leis sobre educação nos últimos quatro anos. Para ele, “a legislação sobre educa-ção foi praticamente reescrita”. Mas para a deputada Fátima Bezerra, presidente da Comissão de Educação da Câmara, o País avançou pouco. Ao falar no Seminário, a parlamentar disse que é preciso fazer mui-to mais, “construindo um projeto que res-ponda aos anseios da sociedade”.

Ao longo dos dois dias, as discussões levaram a uma série de convergências, entre elas a avaliação do PNE anterior,

Na abertura do Seminário, o

ministro Fernando Haddad

(ao centro, ao lado do presidente do

CNE, Antonio Carlos Ronca) enfatizou

a importância de se ouvir a sociedade na construção do

Plano Nacional de Educação

Page 49: CNC Notícias 135

As metas do PNE 2011-2020O Plano Nacional de Educação (PNE) 2011-2020 foi enviado em 15 de dezembro de 2010,

sob a forma de projeto de lei, pelo Governo Federal ao Congresso Nacional. A tramitação começou pela Câmara dos Deputados, onde passa pela fase de elaboração do relatório, com a realização de audiências públicas nos Estados para colher contribuições, que devem dar suporte ao parecer do relator.

O novo PNE apresenta 10 diretrizes objetivas e 20 metas, seguidas das estratégias espe-cíficas de concretização. Entre as metas, estão:

– alcançar a universalização do ensino de 4 a 17 anos (prevista na Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

– alfabetizar todas as crianças até 8 anos de idade

– ampliar o acesso e o atendimento em todos os níveis educacionais

– incentivar a formação inicial e continuada de professores e profissionais da educação

– avaliar e acompanhar periódica e individualmente todos os envolvidos na educação do País – estudantes, professores, profissionais, gestores, etc.

– expandir a oferta de matrículas gratuitas em entidades particulares de ensino, como o SESC e o Senac

– ampliar o financiamento estudantil

– aumentar a taxa de alfabetização e a escolaridade média da população

– estabelecer formas de a sociedade monitorar e cobrar cada uma das conquistas previstas.

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EM FOCO

particularmente os limites que se coloca-ram para sua efetiva implementação, bem como o cumprimento das metas. Com re-lação ao novo Plano, válido para o período 2011-2020, os participantes destacaram a importância de indicadores educacionais mais abrangentes, que sinalizem de manei-ra mais propositiva para a superação dos desafi os ante a educação nacional.

Nesse sentido, alguns pontos comuns merecem ser ressaltados, segundo o pro-fessor Luiz Fernandes Dourado, professor titular da Universidade Federal de Goiás e autor do relatório aprovado no fi nal do Seminário. Entre esses pontos está a re-gulamentação do regime de colaboração, já previsto na Constituição. “Isso quer di-zer que, ao se pensar metas para o Plano Nacional de Educação, é preciso ter cla-ro que a sua implementação se fará sob a égide da articulação municípios-estados--União. Como vai se dar essa relação deve ser objeto de regulamentação”, explicou.

A gestão democrática como um princí-pio para a educação nacional, em que pe-sem concepções diferenciadas, também foi consenso entre os participantes do Semi-nário. A questão da avaliação também ge-rou muitos debates. “Há necessidade de se entender avaliação como um processo in-dutor de desenvolvimento institucional no sentido amplo, isto é, dos próprios siste-mas de ensino, bem como das instituições

educativas, quer seja do setor público, quer seja do privado”, destacou Dourado.

Grande parte das discussões do Semi-nário sinalizou para uma visão ainda re-ducionista da concepção de avaliação no PNE, uma vez que ainda aparece a indica-ção de programas governamentais, o que, na avaliação das entidades participantes, não faz sentido num plano que deve se constituir como um Plano de Estado.

Outro ponto de convergência importan-te diz respeito à formação e valorização dos trabalhadores em educação. Esse foi um item muito destacado, especialmente quanto à importância da garantia de um plano de carreira e remuneração que es-timule a carreira docente, para que possa ser atrativa e contribuir com a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.

O relatório aprovado pelo plenário en-fatizou, fi nalmente, a questão do fi nancia-mento. As avaliações foram indicativas de que são insufi cientes os 7% do PIB destinados à educação pública propostos no Projeto. As 24 entidades reconhece-ram que será um grande desafi o ampliar o percentual de investimento, de forma a atingir, no mínimo, 7% do PIB até 2014 e 10% em 2020, como deliberado pela Con-ferência Nacional de Educação (Conae) – espaço governamental dedicado a receber contribuições para o desenvolvimento da educação nacional.

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CNC NotíciasJunho 2011 n°1354848

EM FOCO

Rosilene Almeida (SESC) e Anna Beatriz

Waehneldt (Senac), que representaram

o Sistema Comércio, apoiaram o PNE

por entender que está orientado

para diminuir as desigualdades sociais

do Brasil

Sistema CNC-SESC-SENAC apoia o PlanoA Confederação Nacional do Comércio

de Bens, Serviços e Turismo, o Senac e o SESC apoiam o Projeto de Lei do Pla-no Nacional de Educação, por entender que a preocupação central que orientou a formulação das metas e estratégias é o da diminuição das imensas desigualdades sociais do Brasil. De acordo com a dire-tora de Educação Profi ssional do Depar-tamento Nacional do Senac, Anna Beatriz Waehneld, desde a aprovação do docu-mento básico do PNE, em 2009, o Sistema Comércio está envolvido e contribuindo para a sua melhoria.

Lembrou que o Senac respondeu po-sitivamente à convocação do ministro Fernando Haddad, no sentido de aumen-tar signifi cativamente sua colaboração, elevando o número de vagas gratuitas em cursos de qualifi cação profi ssional. O Programa Senac de Gratuidade, segundo Anna Beatriz, empenha parte signifi cati-va dos recursos líquidos da instituição na oferta de cursos de no mínimo 160 horas, destinados à formação inicial ou à quali-fi cação profi ssional de trabalhadores, bem como cursos técnicos de nível médio, es-truturados de acordo com os respectivos eixos tecnológicos.

A diretora revelou que esse Programa comprometeu 20% das receitas em 2009, 25% em 2010 e prevê 35% em 2011. Para o ano que vem, a projeção é de que sejam destinados 45%, subindo para 55% em 2013 e 66,6% no fi nal do atual Governo, em 2014. Para se ter um ideia do alcance desse Programa de Gratuidade, o Senac atendeu, só em 2010, a pouco mais de 181 mil alunos nas 573 unidades educacionais da organiza-ção em quase três mil municípios. Confor-

me Anna Beatriz, o projeto é atender a cerca de 400.000 alunos no ano de 2014.

Já Rosilene Souza Almeida, da Ge-rência de Educação e Ação Social do SESC, disse que a entidade não apresen-tou emendas ao Projeto, mas, depois de uma criteriosa análise do PNE, elencou iniciativas estratégicas que poderiam contribuir com o alcance das suas metas. Na avaliação do SESC, com a aprovação do Projeto atualmente em tramitação no Congresso, “é preciso, como foi referen-dado pelo Plenário do Seminário, tê-lo como uma política de Estado. É necessário esse respaldo político do Congresso para que seja concretizado e permita que mu-nicípios e estados realizem seus próprios planos de educação”.

O SESC entende que, do relatório apro-vado pelos participantes, é preciso enfatizar a importância da gestão democrática das instituições de ensino e focar a questão do fi nanciamento da educação. “O investimen-to precisa mesmo ser de 10% do PIB, e não 7% como está previsto. É prioridade absolu-ta ter recursos disponíveis à educação para se pensar no desenvolvimento do País.”

Em relação à qualidade da educação, o SESC tem uma preocupação muito gran-de, afi rmou Rosilene. Ela lembrou que a entidade utiliza um sistema de acompanha-mento que trabalha com a perspectiva de melhorar o atendimento e adota uma po-lítica de valorização dos profi ssionais da educação. Destacou que, “se o profi ssional não tem uma carreira, um salário compatí-vel, a rotatividade, que hoje é bem presen-te, vai continuar. O que nós do SESC es-peramos é que, para o bem do Brasil, esse Plano se concretize”.

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EM FOCO

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Nos 102 anos do ensino profissionalizante,destaque para a Escola SESCSenado realiza sessão especial para comemorar a criação dos cursos técnicos profi ssionalizantes no Brasil, e trabalho das escolas do Sistema S é destacado

A Escola SESC de Ensino Médio, no Rio, é exemplo de instituição preo-cupada com a qualidade do ensi-

no, “que deveria ser copiado no Brasil”. O elogio é do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e foi feito durante a sessão es-pecial, em 30 de maio. Buarque, patrono da primeira turma (2008) da Escola SESC, afi rmou que a instituição oferece um nível muito elevado de educação.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) também elogiou as escolas do SESC e res-saltou o lançamento do Programa Nacio-nal de Acesso à Escola Técnica (Pronatec), que criará 8 milhões de vagas de educação profi ssional até 2014. O diretor nacional do Senai, Rafael Lucchesi, destacou que, em seus quase 70 anos de existência, a instituição treinou e qualifi cou mais de 72 milhões de brasileiros. Mas alertou que “a educação nacional precisa melhorar a sua qualidade”. Já o secretário de Educação

Profi ssional e Tecnológica do Ministério da Educação, Eliezer Pacheco, observou que, só na rede federal, foi investido mais de R$ 1 bilhão.

O presidente da rede de cursinhos po-pulares Educafro, frei David dos Santos, queixou-se da cobrança de valores dife-rentes dos alunos que pagam mensalida-des à vista e dos que recorrem ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), em faculdades particulares.

No encerramento da solenidade, o autor do re-querimento, senador Pau-lo Paim (PT-RS), des-tacou a importância do Sistema S no processo educacional. Paim con-cluiu informando que vai reativar a Frente Parlamentar em Defesa do Ensino Técnico.

Homenagem foi proposta pelo senador Paulo Paim (3° da esquerda para direita, na foto maior). No detalhe, o senador Cristovam Buarque, que elogiou o alto nível de qualidade da Escola SESC.

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CNC NotíciasJunho 2011 n°1355050

EM FOCO

Política Nacional de Resíduos Sólidos é discutida na CNC

Representantes da CNC, do SESC, do Senac, das Federações Nacio-nais e Estaduais do Comércio de

Bens, Serviços e Turismo, da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abi-lux) e do grupo Pão de Açúcar reuniram--se em Brasília, em 1º de junho, para de-bater a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O encontro foi reali-zado na sede da CNC e foi a 1ª Reunião do Grupo Técnico de Trabalho sobre o Meio Ambiente (GTT-MA), criado pela entidade com o objetivo de defi nir o po-sicionamento do comércio a respeito da implementação da Política.

Em vigor desde agosto de 2010, a nova Lei sobre resíduos urbanos tem como prin-cípio a “responsabilidade compartilhada” entre Governo, empresas e população. “Precisamos da colaboração de todos: po-der público, fabricantes, comerciantes e, principalmente, dos consumidores. Sem conscientização, não será possível apli-car a logística reversa”, disse o diretor de Meio Ambiente Urbano do Ministé-rio do Meio Ambiente, Silvano Silvério, que abordou o tema Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010 e De-creto 7.404/2010). Dentro do conceito de responsabilidade compartilhada, a Lei da PNRS estabelece bases para a prática da “logística reversa”, um termo cada vez mais presente no vocabulário da recicla-gem, que signifi ca a recuperação de mate-riais após o consumo, dando continuidade ao seu ciclo de vida como insumo para a fabricação de novos produtos.

De acordo com a PNRS, indústria e comércio estão obrigados a implementar sistemas de logística reversa. Os produtos

inicialmente defi nidos para a realização dessa atividade são pilhas e baterias, pneus, óleos lubrifi cantes, lâmpadas, embalagens, produtos eletroeletrônicos e agrotóxicos.

Na discussão da PNRS existem hoje cinco grupos técnicos de trabalho (GTTs): Óleos lubrifi cantes, Medicamentos, Em-balagens, Eletroeletrônicos e Lâmpadas, criados pelo Comitê Gestor Orientador do Ministério do Meio Ambiente com o obje-tivo de levar a discussão à sociedade. Em todos eles a CNC tem um representante que trabalha pela causa socioambiental. Os representantes da CNC que participaram da reunião expuseram suas difi culdades no tocante à implementação da logística re-versa em cada um desses segmentos.

O descarte consciente de lâmpadas foi abordado na palestra do gerente de Meio Ambiente da Abilux, Marcio Quintino, que falou sobre o tema Por um acordo se-torial que contemple a coleta e reciclagem de lâmpadas após o fi m de sua vida útil.

O Programa Ecos de Sustentabilidade, do Sistema CNC-SESC-SENAC foi apre-sentado pelo seu gestor, Mário Henrique Saladini. O Programa visa a conscienti-zação dos funcionários das três entidades, para que a sustentabilidade saia do con-ceito para a prática, de forma intersetorial e colaborativa. “A ideia é conscientizar os funcionários para a prática sustentável no ambiente de trabalho, fazendo com que, depois, eles levem os conceitos para suas casas e trabalhem a consciência am-biental nos seus hábitos quotidianos”, explica Saladini.

O próximo passo do grupo técnico será o envio sugestões pelas entidades, visando subsidiar os representantes do GTTs com

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EM FOCO

informações, a fi m de que os grupos pos-sam defender os interesses do segmento empresarial, atendendo à PNRS. “Os rela-tórios serão fi nalizados e enviados a todos. A próxima reunião será realizada em agos-to, e os trabalhos fi nais dos GTTs deverão ser fi nalizados em outubro de 2011”, expli-cou Wany Pasquarelli, chefe da Assessoria de Gestão das Representações da CNC.

Iniciativas das federações

Algumas federações já colocaram a mão na massa e estão se empenhando no desenvolvimento de ações voltadas para a PNRS.

A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrifi cantes (Fecom-bustíveis), por exemplo, desenvolve par-ceria com alguns de seus produtores para a criação de um acordo setorial, com foco na coleta e destinação adequada de emba-lagens de lubrifi cantes, fi ltros e estopas.

A Fecomércio-SC planeja a instalação de um programa de sustentabilidade que atue internamente, por intermédio dos sin-dicatos, em uma parceria com o SESC e o Senac regionais. O projeto prevê a implan-tação de uma política formal de compras. Para orientação das empresas, a Federa-ção está realizando encontros no Estado com foco em sustentabilidade, além de promover campanhas para orientar os profi ssionais da saúde quanto à prática da logística reversa.

A Fecomércio-RS criou, em 2007, o Co-mitê Socioambiental, com o interesse de pro-

mover ações para mi-nimizar os impactos ambientais gerados na rea-lização das atividades desenvolvidas pelos Sistema Fecomércio-RS. A Federação elabo-rou cartilha sobre a Lei dos resíduos; implan-tou o Programa 4Rs - Reeducar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar, realizando campanhas de conscientização ambiental, capacitação da equipe de limpeza e de voluntários. Outras ações são: a implementação da coleta sele-tiva (seco e orgânico); parceria no Programa Ponto de Coleta para descarte correto do óleo de cozinha; uso consciente de copos plásti-cos; e a revisão da Política Socioambiental do Sistema Fecomércio.

Já a Federação Nacional das Empre-sas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Conservação (Febrac) há quatro anos desenvolve o projeto Nacional de Lim-peza Ambiental: Dia da limpeza de uma área verde em cada capital do Brasil, em sincronia em todos os Estados. Outras iniciativas são: a criação do núcleo de sustentabilidade; a cartilha de sustenta-bilidade para orientar o empresário e os empregados da empresa sobre a coleta seletiva de lixo; e o box de descarte de pilhas e baterias.

Entre as principais difi culdades citadas pelas federações estão: a falta de credibi-lidade do comércio quanto a práticas sus-tentáveis e o desconhecimento sobre como proceder após a captação de resíduos cole-tados. Também há falta de capacitação téc-nica dos órgãos ambientais e de interesse do poder público.

Durante a reunião, o diretor do Ministério do Meio Ambiente, Silvano Silvério, explica a PNRS

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CNC NotíciasJunho 2011 n°1355252

EM FOCO

Intercâmbio comercial entre Brasil e China foi tema

de debate em São PauloConvidado especial do seminário Oportunidades de Investimento e Negócios em Hong Kong, Zhuhai e

Macau, o assessor da CNC Carlos Tavares de Oliveira discursou sobre o desenvolvimento do Sul da China e

as relações comerciais com o Brasil

O assessor de Comércio Exterior da Confederação Nacional do Co-mércio de Bens, Serviços e Tu-

rismo (CNC), Carlos Tavares de Oliveira, esteve presente no seminário Oportunida-des de Investimentos e Negócios em Hong Kong, Zhuhai e Macau, que aconteceu no dia 4 de maio, em São Paulo, promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Co-mercial de Hong Kong.

Tavares, que recentemente esteve no território chinês, destacou em sua pales-tra a atuação pioneira da CNC na abertu-ra desse relacionamento comercial, desde 1971. Lembrou também que a maior ponte do mundo (50 km), que vai ligar as três ci-dades – Hong Kong, Zhuhai e Macau –, já teve sua construção iniciada, com previsão de conclusão para 2014.

Estiveram presentes no evento 252 autoridades e empresários paulistas, re-presentantes da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) e empresários das cidades de Zhuhai, Hong Kong e Macau.

Chefi ando a delegação chinesa, o vice--prefeito de Zhuhai, Liu Xiaolong, ressal-tou a importância da cidade para distribui-ção de produtos brasileiros naquela região.

Também presente no seminário, o dire-tor da Invest Hong Kong, Simon Galpin, anunciou as facilidades oferecidas pela rede fi nanceira da cidade para canalização

de investimentos, na China e no exterior. Desde 1997, Hong Kong tem mantido o título de “maior centro mundial da econo-mia de mercado”, conferido pela Heritage Foundation, dos Estados Unidos.

A diretora Executiva do Instituto de Promoção de Investimentos de Macau, Echo Chan, ofereceu os serviços do órgão aos empresários brasileiros, com a vanta-gem de que o português, junto com o man-darim, é também língua ofi cial da cidade.

O seminário teve o objetivo de estimu-lar o intercâmbio entre o Brasil e impor-tantes cidades do delta do rio das Pérolas, no sul da China. A região congrega mais de 50% da produção econômica chinesa.

Carlos Tavares de Oliveira, assessor de Comércio

Exterior da CNC, em evento que debateu o intercâmbio

entre Brasil e China

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SISTEMA COMÉRCIO

Fecomércio-AP inaugura primeira cooperativa de crédito no Amapá

Cerimônia de lançamento teve a presença do governador do Amapá, Camilo Capiberibe. O objetivo é promover o aquecimento da economia no Estado e criar condições de investimento para micros e pequenos empresários

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amapá (Fecomércio-AP) inaugu-

rou, no dia 17 de maio, a primeira Coope-rativa de Crédito de Empresários do Esta-do. Criada com a missão de impulsionar o crescimento da região, a Sicoob CredEm-presas-AP pretende aquecer a economia e oferecer condições favoráveis aos investi-dores e empresários para acesso ao crédito.

Na inauguração, o presidente da Fe-comércio-AP e presidente do Conselho de Administração da CredEmpresas-AP, Ladislao Pedroso Monte, recebeu diver-sos empresários e autoridades, entre eles o governador do Amapá, Camilo Capi-beribe. “Estamos concretizando um im-portante projeto que vai contribuir para o crescimento da livre iniciativa, dos micro e pequenos negócios e do Estado do Ama-pá e sua sociedade”, disse Ladislao. “A Fecomércio-AP está ciente de suas res-ponsabilidades para com os cooperados e principalmente com a classe empresarial, que espera um diferencial de nossa atua-ção. Estejam certos que o espírito coope-rativista prevalecerá”, complementou.

O governador do Estado do Amapá, Camilo Capiberibe, enalteceu a iniciati-va e ressaltou que está aberto a colaborar

com o que for necessário. “Essa coope-rativa é um instrumento de geração de trabalho e renda, que tem por fi nalidade não apenas a reprodução do capital, mas também um olhar diferenciado para todos aqueles que compõem o corpo de coope-rados que se juntam em torno desse proje-to”, disse. Após o descerramento da placa de inauguração, o público pôde conhecer as instalações da cooperativa.

A criação da Sicoob já estava previs-ta no Planejamento Estratégico da Feco-mércio-AP 2008-2020 como um de seus projetos locais e há pelo menos dois anos conta com incentivo e patrocínio da Fede-ração. Ela foi fundada por 46 empresários das áreas de comércio de bens, serviços e turismo, além da indústria, e está fi liada ao Sistema Sicoob (Sistema cooperati-vo, uma exigência do Banco Central) por meio da Central Amazônia, instalada em Belém (PA).

Ladislao Pedroso Monte, presidente da Fecomércio-AP, Edyr Campos Pacheco, vice-presidente do conselho administrativo da CredEmpresas-AP, e José Cláudio da Silva, diretor Executivo da cooperativa.

Page 56: CNC Notícias 135

Edison de Araújo recebe documento do diretor do

Conselho Superior do MS Competitivo, Cel. Walney Pinheiro de Ávila

José Cláudio Junqueira, presidente da Fundação

Estadual do Meio Ambiente (Feam), em

discurso no auditório da Fecomércio Minas

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SISTEMA COMÉRCIO

CNC NotíciasJunho 2011 n°13554

Fecomércio-MS assume a Presidência do MS Competitivo

Fecomércio Minas promove encontro para

debater a Lei das Sacolas Plásticas em BH

O presidente da Federação do Comér-cio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul (Fecomércio-MS), Edison Ferreira de Araújo, assumiu a Presi-dência do Movimento MS Competitivo pelo triênio de 2011 a 2014. O evento de posse aconteceu em conjunto com o lançamen-to do Prêmio à Micro e Pequena Empresa Brasil (PME) e do Prêmio de Qualidade de Gestão de Mato Grosso do Sul (PQG/MS), realizado no dia 12 de maio.

O objetivo do MS Competitivo é prio-rizar a participação dos associados do Mo-vimento Brasil Competitivo (MBC) com representações no Estado, atrair parceiros potenciais locais, integrar e alinhar as di-versas iniciativas de reconhecimento, pro-mover a competitividade do setor produtivo

Esclarecer as dúvidas dos comerciantes sobre a Lei das Sacolas Plásticas em Belo Horizonte. Esse foi o objetivo do 1° En-contro Sustentável do Comércio Varejista, promovido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas).

Abordando os impactos da nova Lei no comércio da capital mineira, o consultor

de Mato Grosso do Sul e agregar inovação e tecnologia aos setores produtivos .

Para iniciar os trabalhos pela competiti-vidade no Estado, Edison de Araújo entre-gou, na mesma noite da posse, a inscrição do Sistema Fecomércio-SESC-Senac-MS e de mais cinco sindicatos no MS Competiti-vo. Estiveram presentes o representante da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), Francisco Teixeira, o diretor e presidente do MBC, Erik Camarano, além de outros re-presentantes de entidades do MS.

jurídico da Federação, Conrado di Mam-bro, falou sobre a Lei nº 9.529/2008, que dispõe sobre a substituição do uso de saco plástico de lixo e de sacola plástica por saco de lixo ecológico e sacola ecológica. “É importante frisar que a Lei é válida para qualquer estabelecimento, não apenas para o comércio”, destacou Conrado.

Também participaram do evento o pre-sidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), José Cláudio Junquei-ra, e a economista da Fecomércio Minas, Silvânia Araújo. Segundo Junqueira, é preciso maior conscientização da popu-lação sobre o uso das sacolas plásticas, mas também uma regulamentação sobre o condicionamento dos resíduos. “Não vale a pena ter uma lei de pós-consumo dos eletroeletrônicos apenas em Minas Gerais. Por isso, o Governo Federal visa fazer um acordo que será aplicado em território na-cional”, destacou.

Page 57: CNC Notícias 135

Albano Franco, ex-governador de Sergipe, João Carlos Paes Mendonça, presidente da JCPM, e Abel Gomes, presidente da Fecomércio-SE

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SISTEMA COMÉRCIO

Ciclo de palestras marca o aniversário de 63 anos da Fecomércio-SEFederação do Comércio em Sergipe organizou uma programação especial para comemorar o aniversário da entidade, com a presença de especialistas em direito tributário e mostrando casos de sucesso no empreendedorismo

A Federação do Comércio do Estado de Sergipe (Fecomércio-SE) orga-nizou uma programação especial

no dia 22 de março para comemorar o seu 63º aniversário de fundação. Uma palestra sobre Empreendedorismo e Compromisso Social foi ministrada pelo presidente do Grupo JCPM, João Carlos Paes Mendon-ça, no hotel Mercure Del Mar, em Aracaju. O empresário esteve no evento a convite do presidente da Fecomércio-SE, Abel Gomes Filho.

Em seu discurso, João Carlos Paes Mendonça destacou a importância da ética empresarial. “Ser ético hoje é um negócio extremamente difícil. As pes-soas abandonaram a ética, principalmente alguns segmentos da sociedade; natural-mente, não todos, mas uma boa parte se esqueceu da sua importância”, afi rmou. O

presidente do JCPM ainda falou sobre a trajetória do grupo e os investimentos rea-lizados nos segmentos comerciais, imobi-liários e de comunicação.

No dia 23 de março foi a vez da pro-fessora Ângela Dantas, especialista em Direito Tributário e Gestão Fiscal da Universidade Tiradentes, ministrar a pa-lestra O Impacto do Fisco Digital nas Empresas. Logo após, o vice-prefeito de Salvador (BA), Edvaldo Brito, abordou o tema Tecnologia, Ampliação das Obri-gações Tributárias e Acessórias e seus Refl exos Jurídicos.

A Fecomércio-SE foi fundada em 23 de janeiro de 1948, para fi ns de estudo, coordenação e defesa da representação legal dos interesses das categorias econô-micas enquadradas nos Grupos do Plano da Confederação Nacional do Comércio.

Ela é integrante do Sistema Confederati-vo da Representação Sindical do Comér-cio de Sergipe.

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Várias unidades do SESC estiveram

envolvidas no Dia do Desafi o, como o SESC Itaquera, em

São Paulo (ao lado).

Participantes se alongam antes das

atividades do Dia do Desafi o, no Parque do

Piqueri, em São Paulo.

CNC NotíciasJunho 2011 n°1355656

SISTEMA COMÉRCIO

SESC leva saúde e qualidade de vida no Dia do Desafio 2011

Evento mundial reuniu 63 milhões de pessoas, em 4.023 cidades de 22 países em todo o mundo, batendo o recorde de 2010.

No Brasil, as ações foram coordenadas pelo SESC São Paulo. O maior prêmio foi

a conquista dos benefícios à saúde por meio de atividades físicas.

Mais de quatro mil cidades espa-lhadas pelo planeta participaram de eventos esportivos no dia 25

de maio, quando aconteceu mais uma edi-ção do Dia do Desafi o. Várias unidades do SESC em todo o Brasil estiveram envol-vidas com as atividades, organizando pro-gramações especiais para a população.

Em São Paulo, quem circulava pelos terminais rodoviários de Barra Funda, Tietê e Marechal Deodoro pôde conversar e pra-ticar atividades com atletas como Vampeta (ex-jogador de futebol) e Tande (ex-jogador de voleibol). Para Vampeta, praticar espor-tes é fundamental para a qualidade de vida. “O ideal é fazer aquela atividade que mais gostamos. Tem que ter vontade para prati-car sempre”, disse o ex-jogador.

Já na capital de Rondônia, Porto Ve-lho, a população compareceu à sede da Prefeitura para participar das atividades que foram coordenadas pela primeira--dama do Município, Lucilene Peixoto, em parceria com o SESC. Além disso, o dia foi também dedicado à solidarieda-de. “Hoje praticamos também o exercí-cio da solidariedade, porque aproveita-mos essa mobilização para a doação de sangue e leite”, frisou Lucilene.

O Dia do Desafio é uma campanha de incentivo à prática regular de ativi-dades físicas em benefício da saúde. Dentro da competição, várias cidades brasileiras venceram o desafio contra outras cidades, como Porto Alegre, For-taleza e Guarulhos.

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HISTÓRIA EM IMAGEM

Em campanhaSinal dos novos tempos, o Brasil recebeu, em menos de uma semana, a visita

dos dois postulantes ao comando do Fundo Monetário Internacional (FMI), insti-tuição acéfala desde que o francês Dominique Strauss-Kahn pediu demissão, de-pois de se envolver em uma denúncia de crime sexual em Nova York. A primeira a chegar foi Christine Lagarde, também francesa, prometendo garantir maior re-presentatividade aos países emergentes no Fundo. Em seguida, veio o presidente do Banco Central mexicano, Agustín Carstens, que, além da representatividade emergente, defendeu que seja reconhecido o direito dos países de impor controles de capital, com fl exibilidade para que cada nação possa implementar o que con-siderar como o mais adequado. Música para os ouvidos do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que, no entanto, não se comprometeu com nenhuma das duas candidaturas. Ofi cialmente, o discurso brasileiro é de que a escolha deverá se basear “no mérito e na qualifi cação, e não na nacionalidade”.

(Givaldo Barbosa - Agência/O Globo)

(Marcelo Camargo / Folhapress)

Page 60: CNC Notícias 135

A missão da Confederação Nacional do Comércio

de Bens, Serviços e Turismo (CNC) não poderia

ser mais clara: assegurar às empresas do setor

terciário as melhores condições para gerar

resultados positivos e desenvolver a sociedade.

Em outras palavras, sustentabilidade. É com esse

foco que a CNC oferece um conjunto completo

de produtos e serviços, que auxiliam federações,

sindicatos e empresários no desenvolvimento

sustentável de suas atividades.

Conheça mais acessando o site da Confederação.