revista capital 54

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 Publicação mensa l da S.A. Media Holding . junho de 2012 . 100 Mt     N        5    4  .     A    n    o    0    5 DESENVOLVIMENTO AMODER: Tudo por amor às zonas rurais MERCADO DE CAPITAIS A negociação de ‘títulos’ na Bolsa de Valores FISCALIDADE IVA – Isenção na fase de prospecção e pesquisa para o sector mineiro e petrolífero DOSSIER Novos tempos, velhos problemas, na cidade de Maputo EMPRESAS Eletrobras vai construir hidroeléctrica em Moçambique ENERGIA Carvão em fartura. Transporte sem infraestruturas ENERGIA Carvão em fartura. Transporte sem infraestruturas CULTURA Corte orçamental no teatro português enforca projectos em Moçambique CULTURA Corte orçamental no teatro português enforca projectos em Moçambique RAJ KUMAR, VICE-REITOR DA JINDAL GLOBAL UNIVERSITY O CASO DE UMA UNIVERSIDADE QUE FORMA LÍDERES MUNDIAIS  RAJ KUMAR, VICE-REITOR DA JINDAL GLOBAL UNIVERSITY O CASO DE UMA UNIVERSIDADE QUE FORMA LÍDERES MUNDIAIS THE CASE OF A UNIVERSITY IN INDIA WHICH CREATES LEADERS FOR THE WORLD 

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DOSSIER Novos tempos, velhos problemas, na cidade de Maputo

DESENVOLVIMENTO AMODER: Tudo por amor s zonas rurais

EMPRESAS Eletrobras vai construir hidroelctrica em Moambique

Publicao mensal da S.A. Media Holding . junho de 2012 . 100 Mt

ENERGIA Carvo em fartura. Transporte sem infraestruturas CULTURA Corte oramental no teatro portugus enforca projectos em Moambique

RAJ KUMAR, VICE-REITOR RAJ KUMAR, VICE-REITOR DA JINDAL GLOBAL UNIVERSITY DA JINDAL GLOBAL UNIVERSITY

O CASO DE UMA UNIVERSIDADE qUE FORMA LDERES MUNDIAISTHE CASE OF A UNIVERSITY IN INDIA WHICH CREATES LEADERS FOR THE WORLDMERCADO DE CAPITAIS A negociao de ttulos na Bolsa de Valores FISCALIDADE IVA Iseno na fase de prospeco e pesquisa para o sector mineiro e petrolfero

N 54 . Ano 05

AfritoolAv. 25 de Setembro, Nr. 2009 Caixa Postal Nr. 2183 Tel. +258 21309068/328998 Fax. +258 21328997/333809 [email protected] Maputo - Moambique

A mAis de 13 Anos A proporcionAr os mAis Altos pAdres de servios, com produtos de QuAlidAde, preos competitivos, ideiAs inovAdorAs, Atendimento personAlizAdoMoAMbique TANzANiA ChiPre SwAzilNdiA

delegAeS em quelimane, Tete e Nampula

eMaterialM Equipamento

FerramentaseImplementosAgricolas

Motocultivador

Motores

dico

editora capital c editora capital c

6 SUMRIO

DESTAQUEDR

ECONOMIADR

EMPRESASDR

VALORES

19

23DOSSIER

30

20 32TDM, p 02 ZAP, p 03 AFRITOOL, p 04 MCEL, p 05 STANDARD BANK, p 08 ERNST & YOUNG, p 11 EDITORA CAPITAL, p 15 TIM, p 17

Novos tempos, velhos problemas em MaputoO rosto de Maputo est a mudar. De um lado, vemos vestgios de construes desordenadas, de ocupao habitacional desregrada e dum parque automvel que provoca um avalanche de veculos e um trnsito estrangulado. Mas, ao mesmo tempo, o mercado imobilirio dispara e concentra-se na cidade, deixando antever diversos projectos de condomnios, arranha-cus, business centres, hotis e vias de acesso novas, um pouco por toda a parte.

NEGCIOSEUA e Moambique definem prioridades em termos de negcioMoambique e os EUA definiram as reas prioritrias de investimento no pas. Moambique prioriza as infraestruturas, a indstria ligeira e pesada, os biocombustveis, a gerao e transporte de energia hidroelctrica, solar e elica ao passo que o pas de Uncle Sam centra mais as suas atenes sobre a agricultura, os recursos minerais, o turismo e a energia.

NDICE DE ANUNCIANTESENTREPOSTO, p 31 SAL E PIMENTA, p 36 VISO JOVEM, p 39 3 FEIRA I. DE EMBALAGENS E IMPRESSO, p 41 TWO RED PENS, p 47 SUPERBRANDS, p 50 CORRE, p 51 BCI, p 52

SUMRIO 7

COMUNICADOSDR DR

BANCADR DR

ESTILOS DE VIDA

33CULTURA

36

37

48

Corte oramental no teatro portugus enforca projectos em MoambiqueA crise em Portugal chega mais longe do que se pensa e os estragos fazem-se reproduzir, qual pedra no charco, mesmo em Moambique. O corte nos subsdios destinados ao teatro em 38% acabou por enforcar projectos conjuntos desenvolvidos por grupos portugueses e moambicanos. Ou seja, no h budget e, por outro lado, o pblico tambm no acorre aos espectculos como o fazia antigamente.

24 38

ENERGIACarvo em fartura. Transporte sem infraestruturasA produo de carvo agiganta-se a cada dia que passa mas as infraestruturas no acompanham o ritmo e assumem-se como o principal entrave para os operadores do sector. Urge resolver o problema de transporte pois a capacidade actual garante apenas os 5 milhes de toneladas quando a expectativa que as grandes minas venham facilmente a atingir um volume entre 20 a 30 milhes de toneladas de carvo por ano. Como resolver esse problema em tempo til?

EDITORIAL 9

A premncia dos lderes na nova ordem mundial

O

entendimento da funo de liderana talvez seja uma das principais buscas da sociedade nos dias que correm. E por razes bvias: o destino de uma famlia, uma empresa, uma comunidade, um pas, encontra-se directamente associado capacidade da sua prpria liderana. Nesta nova Era, a discusso sobre se a liderana ou no um resultado de traos de personalidade, estilos de influncia ou pura marca de nascena torna-se irrelevante e deixa at de fazer algum sentido. A liderana um conceito que se superioriza limitao simblica conferida por rtulos ou categorias, perseguindo antes uma responsabilidade voltada sobretudo para a manuteno saudvel da sociedade. O que se pretende - no mbito de uma aposta global - formar indivduos que abracem uma Causa maior e que mobilizem outros afim de que as linhas que tecem a Causa se tornem em si uma realidade. H pessoas que nascem lderes e outras que aprendem a desenvolver a capacidade de liderana ao longo da vida, seja atravs da aprendizagem acadmica ou da experincia profissional. Outros h que nem uma coisa nem outra. Mas num cenrio que se debate com o excesso de gestores e com a carncia de lderes, o grande desafio ser desenvolver o potencial de liderana nos corredores de fundo. Actualmente, as qualidades de liderana so reconhecidas em termos universais como um elemento-chave na administrao das empresas, organizaes e governos. Um bom gestor deve ser, por definio, um lder semelhana de um puro sangue que possui qualidades para ser um campeo, mas que deve ser treinado e disciplinado. Ao lder -lhe exigido que sirva de exemplo e possua ou personifique as qualidades esperadas pelo seu grupo de trabalho ou influncia, num ntido exerccio de projeco de valores. Assim sendo, os papis dos lderes devem combinar habilidades tcnicas, humanas e conceituais que, por sua vez, devem ser aplicadas em diferentes graus e nveis organizacionais. Agora, imaginem esta ideia expandida dimenso da teia mundial Fruto das constantes mudanas globais, as empresas foram foradas a reestruturar-se e a perseguir o modelo da excelncia de gesto promovido pelos gurus da especialidade. Neste contexto, as habilidades, o conhecimento, as destrezas e a eficcia passaram a ser desejadas e mais solicitadas na figura que as organizaes apelidam de lder do sculo XXI. De modo a levar as comunidades do planeta a aceitar os crescentes sacrifcios no sentido de concretizar os novos desafios globais, preciso que sejam preparados novos lderes, que, por sua vez, expliquem a premncia de mais sacrifcios e de uma maior dose de dedicao. O lder, nesse contexto, aquele que consegue convencer um grupo, uma comunidade, ou uma nao, a fazer sacrifcios em prol de uma Causa maior. Esse lder pode ser voc!

Helga Nunes

[email protected]

FICHA TCNICAPropriedade e Edio: Southern Africa Media Holding, Lda., Av. Mao Ts Tung, 1245 Telefone/Fax (+258) 21 303188 [email protected] Director Geral: Andr Dauane [email protected] Directora Editorial: Helga Neida Nunes helga. [email protected] Redaco: Arsnia Sithoye - [email protected]; Srgio Mabombo [email protected] Secretariado Administrativo: Mrcia Cruz [email protected]; Cooperao: CTA; Ernst & Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS Colunistas: Antnio Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estvo; Jos V. Claro; Leonardo Jnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mrio Henriques; Nadim Cassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Loureno; Fotografia: Lus Muianga, Amndio Vilanculo; Gettyimages.pt, Google.com; Ilustraes: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. Capa: Antnio Pereira(Eurobrand) Paginao: A. Magaia Design e Grafismo: SA Media Holding Traduo: E. Vasques Departamento Comercial: Neusa Simbine [email protected]; Distribuio: Nito Machaiana nito. [email protected]; SA Media Holding; Mabuko, Lda. Registo: N. 046/GABINFO-DEC/2007 - Tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinio dos autores e no necessariamente da revista. Toda a transcrio ou reproduo, parcial ou total, autorizada desde que citada a fonte.

junho 2012

revista capital

10 BOLSA DE VALORES EM ALTA TURISMO NACIONALMoambique classificou-se em primeiro lugar, entre os pases membros da SADC ao conquistar a platina na feira de turismo, Indaba 2012, frica do Sul. Moambique fez-se representar no certame por 25 operadores tursticos, entre hotis, resorts, empresas que oferecem o servio de safari e algumas agncias de viagens. O segundo lugar coube Autoridade de Promoo de Turismo das Maurcias, uma das potncias na rea de turismo a nvel da SADC.

CAPITOON

JIMMY DLUDLU

O guitarrista e msico moambicano Jimmy Dludlu, com o disco Tonota, foi distinguido com o prmio Melhor lbum de Jazz de 2012. O prmio foi atribudo ao Jimmy Dludlu pela iniciativa MTN South African Awards de 2012. O evento, realizado na cidade sul-africana de Sun City, permitiu que Jimmy Dludlu fizesse ecoar o nome de Moambique no panorama da msica internacional, ao vencer este prmio musical.

ACTIVIDADE MINEIRA

A petrolfera norte-americana Anadarko anunciou, recentemente, mais uma descoberta de importantes reservas de gs natural na Bacia do Rovuma. O site oficial da empresa avana que a nova reserva contm cerca de 45 trilies de ps cbicos situa-se a quase 20 milhas a noroeste do complexo Prosperidade na rea 1 da Bacia do Rovuma, o que proporciona potenciais vantagens de custo para as opes de desenvolvimento futuro.

EM BAIXA INSEGURANA ALIMENTAR

COISAS QUE SE DIZEMAlgum cala as vozes spticas? H dois anos, levantavam-se vozes que duvidavam da nossa deciso, pois fundamentavam que a pobreza ainda era de tal dimenso que no havia espao para um terceiro operador. Presidente Armando Guebuza, a propsito da entrada da Movitel no mercado moambicano. Chegou, realmente, o dono do pedao? Em apenas trs anos a Movitel vai cobrir 80 por cento da populao e assumir a liderana do mercado Safura da Conceio, PCA da Movitel. Cad o Farejo Nossa viso de que as companhias brasileiras esto a perder oportunidades em frica. Michael Lalor, director do Africa Business Center. Africass Turn a primeira vez que frica est a ser encarada com seriedade pelo Mundo Pratibha Thaker, directora da Economist Inteligence Unit para a regio de frica em aluso ao actual entusiasmo da economia do continente negro. Hollande, o messias? Estou certo de que, com este resultado, em muitos pases houve um alvio, uma esperana. Franois Hollande, novo presidente da Frana referindo-se sua vitria nas eleies.

O Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) alertou para o paradoxo de a frica Subsahariana registar um crescimento econmico superior mdia mundial, mas ainda continuar com a maior insegurana alimentar do planeta. Os ndices impressionantes de crescimento do PIB em frica no se traduziram na eliminao da fome e da m nutrio. A administradora do PNUD, Helen Clark, defende a necessidade de um crescimento inclusivo e polticas centradas nas pessoas e na segurana alimentar.

ALCOOL NO ENSINO

Numa altura em que a economia do Pas clama por Recursos Humanos melhor qualificados, o consumo de bebidas alcolicas e estupefacientes propaga-se a um ritmo alarmante nas escolas pblicas e privadas. O Jornal A verdade descreve apenas um dos muitos casos reportados: Alunos da Escola Secundria de Napipine, na cidade de Nampula, tm faltado s aulas para consumirem bebidas alcolicas, disponvel a menos de 50 metros da escola onde frequentam. A bebida cabanga, a um preo de 10 meticais o litro, um negcio que sustenta inmeras famlias no pas mas cujo efeito colateral consiste em tornar enfermo o sistema de ensino.revista capital junho 2012

12 MUNDO

NOTCIASmento que tenha por base dvida vai afundar ainda mais a europa da crise e, por isso, acredita que ningum ir optar por esta via.c At as mais nobres empresas faziam tudo para seduzir o americano, seja com um SUV da Porsche (Cayenne), uma pick up Honda (Ridgeline) ou Ferraris com porta-copos. Contudo, a China tende agora a arrancar todo este entusiasmo. Comprova o facto o ltimo Salo Internacional do Automvel realizado em Pequim. No evento firmou-se a certeza de que as vendas bateriam 30 milhes de unidades em 2020. c

PORTUGAL

Lucros da Zon crescem 1.7% no primeiro trimestre

EUA

Dados de emprego aumentam temores sobre economiaO crescimento da economia dos Estados Unidos desacelerou em Abril e muitos americanos desistiram de procurar emprego, um novo sinal de que o pas pode estar a caminho de uma primavera economicamente lenta. O nmero de empregos, fora do sector agrcola, subiu 115.000 recentemente. O desemprego, obtido por uma pesquisa separada em lares americanos, diminuiu um dcimo de ponto percentual para 8.1. Os 115.000 postos de trabalho no-agrcolas j esto a gerar temores de que a recuperao est rapidamente a perder flego, tal como aconteceu no mesmo perodo do ano passado.c

Os lucros da Zon Multimdia cresceram 1.7 por cento no primeiro trimestre de 2012 em comparao com o mesmo perodo de 2011, atingindo os 10.3 milhes de euros. As receitas mantiveram-se estveis nos 214.2 milhes de euros, apesar do crescimento das adies lquidas em novos servios, no cabo e no triple Play. No cabo, por exemplo, a Zon registou mais 26.2 mil clientes e no triple Play a operadora tem j 715.7 mil clientes.c

AGENDA 04 a 05 de Setembro de 2012III Conferncia internacional do IESEO IESE anuncia a realizao de uma conferncia subordinada ao tema Moambique: Acumulao e Transformao num Contexto de Crise Internacional, a ter lugar em Maputo, nos dias 4 e 5 de Setembro de 2012. Embora o enfoque nacional bvio desta conferncia seja Moambique, as comunicaes podem ser de um carcter mais geral (por exemplo, terico ou metodolgico, ou sobre a frica Sub-Sahariana ou frica Austral), ou mesmo sobre outro Pas ou estudo de caso especfico, desde que as questes levantadas ou abordadas pela comunicao sejam relevantes para a conferncia ou para os debates e dilemas enfrentados por Moambique e outros Pases da frica Austral.

ALEMANHA

Endividamento e falta de competitividade lanaram Europa crise

CHINA

Drago domina sector automvel de luxoA China actualmente o drago na rea de automveis de luxo. Desde 2009, o pas o maior mercado mundial de veculos leves (estima-se que as vendas em 2012 sejam de mais de 18 milhes). O mercado chins de automveis o que mais cresce actualmente. O facto contraria a anterior tendncia da hegemonia americana. Desde o Ford T, de 1908 at 2009, a hegemonia dos americanos no sector foi total. Os EUA no s eram o maior mercado de veculos do mundo (no auge, em 2005, foram vendidos quase 17 milhes de veculos), mas tambm o grande ditador de tendncias.

A razo da crise actual o endividamento e a falta de competitividade, segundo reitera a chanceler alem Angela Merkel. A mesma salienta que o crescimento tem de passar por reformas estruturais. Merkel sublinha que considera inequvoco que o crescimento atravs de reformas estruturais sensvel, importante e necessrio. A chanceler defende ainda que um crescirevista capital junho 2012

BANCA

BCI

13

Chiboleca traz Sikwembu Xi Ni Kumile Mediateca do BCISocial, a Mediateca do BCI em Maputo, acolheu no dia 9 de Maio, a inaugurao da Exposio Individual de Pintura intitulada Sikwembu Xi Ni Kumile (Deus Me Encontrou), do artista Samuel Chiboleca. Sikwembu Xi Ni Kumile integrou 24 obras de pintura que, na viso do artista, enaltecem o orgulho da nossa moambicanidade e a nobreza do nosso potencial turstico. Nessa perspectiva, a amostra foi caracterizada pelo uso predominante de trs linhas de cor: o Azul, representativo do sol, da praia, do mar, areia e desportos aquticos; o Verde, associado ao ecoturismo, ao turismo domstico, aos negcios e aventura; e a Linha Laranja, representativa da cultura, do entretenimento e do turismo juvenil. Com esta combinao de cores, formas e contrastes, o artista pretende ainda trazer uma mensagem de esperana por um Mundo melhor. Samuel Chiboleca um artista j consagrado nas lides artsticas do nosso Pas. Participou em vrias exposies colectivas e individuais no Pas e no estrangeiro, destacando-se nas aparies em pases como a Arglia, frica do Sul, Malsia e Reino Unido. Tem um registo considervel de prmios obtidos em Moambique e no exterior.c

o rol de actividades de promoo e incentivo ao desenvolvimento das Artes Moambicanas, uma vertente destacada do seu programa de Responsabilidade

N

BCI e Dr. Ibraimo Ibraimo premiados pela PMR.africares e altos funcionrios governamentais baseados em Moambique. Os critrios de classificao baseiam-se, de entre outros, em indicadores como o contributo efectivo das instituies para o crescimento e desenvolvimento econmico do Pas; o domnio de competncias de gesto; o nvel de implementao de polticas de governao corporativa; a capacidade de inovao e o reconhecimento da visibilidade da imagem e marca institucionais. Os prmios atribudos pela PMR.africa tm se tornado nos ltimos anos uma referncia incontornvel no contexto da gesto pblica e privada em Moambique. O seu objectivo, de acordo com os promotores, , por um lado, premiar e celebrar a Excelncia e, por outro, reconhecer e definir Padres de Referncia que devero orientar e inspirar a actuao dos demais agentes econmicos do mercado. Na perspectiva do BCI, estes prmios representam mais um reconhecimento dos agentes econmicos no trabalho desenvolvido pelo Banco nos ltimos anos, atravs da concretizao de um posicionamento como Banco Universal de Retalho, dirigido a todos os moambicanos; para alm de um forte compromisso com questes de Responsabilidade Social e de aces de parceria no desenvolvimento sustentado das famlias e das empresas moambicanas.c

P

ela 3 vez nos ltimos quatro anos, a PMR.africa, prestigiada firma de consultoria e pesquisa empresarial, sedeada na frica do Sul, a 28 de Maio do ano corrente atribuiu 2 importantes prmios ao BCI e ao seu Presidente da Comisso Executiva, o Dr. Ibraimo Ibraimo. Na cerimnia Leaders and Achievers realizada esta manh, no Complexo Indy Village, em Maputo, o BCI, nico Banco galardoado, arrecadou o prmio correspondente categoria de Melhor Banco de Moambique, onde obteve a melhor classificao geral e o correspondente

Golden Arrow Award 2012. Ao Dr. Ibraimo Ibraimo foi atribudo o Diamond Arrow Award 2012, na sequncia da obteno da melhor classificao na categoria de Empresrio Mais Influente no quadro da contribuio para o crescimento e desenvolvimento econmico de Moambique. As distines em apreo resultam de uma pesquisa sobre Moambique realizada nos meses de Janeiro, Fevereiro e Maro do corrente ano, sobre uma amostra aleatria constituda por 150 personalidades do sector empresarial CEOs, Directores-Gerais, Empresrios e Gesto-

14 FRICA

NOTCIASambique, que se situou nos oito por cento em 2011. Entre as economias que cresceram mais rapidamente em 2011, esto os pases ricos em recursos, como o Gana, Moambique e a Nigria, tendo todos atingido taxas de crescimento superiores a sete por cento, refere o documento.c

CONTINENTE Banco Mundial prev crescimento superior a cinco por cento este ano

BREVES DOS PALOPSANGOLA Prevista para o final de Junho a primeira exportao de gs naturalA primeira exportao de gs natural angolano est prevista para finais de Junho, segundo o ministro dos Petrleos, Botelho de Vasconcelos. No final da sesso parlamentar em que o governo angolano foi autorizado, por unanimidade, a legislar sobre o Ajustamento do Regime Fiscal Aplicvel ao Projecto Angola LNG, o ministro adiantou que em Maio tero lugar testes de carregamento. Os planos iniciais de exportao do gs natural angolano apontavam para o mercado norte-americano, mas as recentes descobertas deste combustvel nos Estados Unidos obrigaram Angola a redireccionar o mercado de exportao, tendo optado pelo asitico, dada a competitiva diferena de preos. No caso dos Estados Unidos, cada unidade BTU (British Termal Unit) seria vendida a dois dlares, enquanto no mercado europeu os valores j subiriam para 6 a 8 dlares, mas o mercado asitico, designadamente o Japo, permitiro vender cada BTU acima de 13 dlares.

FRICA DO SUL Pas investe 250 milhes de dlares no capital de EcobankA Empresa de Investimento Pblico da frica do Sul (PIC), um gabinete de gesto de bens pblicos pertencente ao Governo sul-africano, investir 250 milhes de dlares americanos no capital do Ecobank Transnational Incorporated, proprietria do banco Ecobank, segundo informou a instituio financeira em Lom.

O Banco Mundial (BM) anunciou previses de 5,2% para o crescimento econmico africano em 2012, num estudo que destaca Moambique como um dos casos de sucesso da economia africana no ano passado. Projecta-se um aumento do crescimento para 5,2 % em 2012, com outro aumento para 5,6 %, em 2013, com a recuperao da economia global. Excluda a frica do Sul, o crescimento dever atingir 6,4 % em 2012, antes de se fixar nos 6,6 %, em 2013, refere o relatrio Africas Pulse, divulgado pelo BM. O BM refere ainda que em 2011 os pases africanos registaram, em mdia, um crescimento de 4,9%, pouco abaixo da mdia de cinco por cento que o continente registava antes da crise. Excluindo a frica do Sul, que representa cerca de um tero do Produto Interno Bruto (PIB) da Regio, o crescimento ter ficado nos 5,9%, um dos mais rpidos das regies em vias de desenvolvimento. O relatrio do BM destaca tambm o ritmo de crescimento econmico de Mo-

CABO VERDE Comrcio externo regista decrscimo no primeiro trimestre de 2012De acordo com um comunicado do Ecobank Transnational Incorporated, esta operao permitir reforar os capitais desta estrutura e optimizar a sua capacidade de desenvolver as suas actividades no continente africano. Segundo indicou o banco pan-africano, a compra de aces de 250 milhes de dlares americanos vai materializar-se pela emisso de trs bilhes e 125 milhes aces no capital do Ecobank, que representa 19,58 % das aces disponveis. Aps este investimento, a PIC poder beneficiar de um assento no Conselho de Administrao do Ecobank. o primeiro investimento maior directo da PIC no exterior da frica do Sul, sublinha o comunicado do Ecobank.c Os resultados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatstica de Cabo Verde indicam que o dfice da balana comercial evoluiu negativamente (-8,6% face ao mesmo perodo de 2011) no primeiro trimestre de 2012. Mais precisamente, as importaes e as exportaes registaram um decrscimo, de 8,8% e de 10,9%, respectivamente, face ao mesmo perodo do ano transacto. E verificou-se ainda que as reexportaes aumentaram 159,9%. Cabo Verde um pas pobre em recursos naturais e, como tal, tem de importar a maioria dos bens que so consumidos. A Europa continua a ser o principal cliente nacional, absorvendo cerca de 99,2% do total das exportaes e fornecendo 77,1% do montante total das importaes.c

revista capital

junho 2012

16 MOAMBIQUE

NOTCIASlichis, a par do distrito de Sussundenga (Manica). Este fruto muito apreciado em diversos mercados, nomeadamente na Unio Europeia e nos EUA e consumido em conserva ou sem ser transformado.c tina. Temos, fundamentalmente, estado a receber misses da Argentina e do Chile, ento digamos que h uma diversidade de actores em relao aos investimentos em Moambique.c

EXPORTAO

Lichias moambicanas sero exportadas para a frica do Sul e Austrlia

INVESTIMENTOS

NEGCIOS

BRIC em busca de oportunidades em MoambiqueO grupo de pases em desenvolvimento conhecido por BRIC (constitudo por Brasil, Rssia, ndia e China) pretendem aproveitar as oportunidades de investimento em Moambique. Com efeito, a China, com um investimento de cerca de 500 milhes de dlares norte-americanos, foi o maior investidor estrangeiro em Moambique em 2011 e segundo o director geral adjunto do Centro de Promoo de Investimentos (CPI), Godinho Alves, o gigante asitico possui excelentes condies para manter a liderana este ano, dado ter em negociao projectos orados em cerca de dois bilies de dlares. Temos novos actores na lista dos principais investidores em Moambique, como so os casos da ndia, Noruega e Rssia. Portanto, digamos que temos tido novos actores no mbito daqueles pases chamados os BRIC, que so o caso do Brasil, Rssia, China e ndia. A frica do Sul, a Coreia do Sul e o Japo, que neste momento est a mostrar muito interesse pelo nosso pas, tambm se esto a tornar em importantes investidores, disse. Godinho Alves afirmou que o CPI tambm tem estado a receber propostas de investimentos de variados pases da Amrica La-

Mais projectos em negociao para zonas econmicasO GABINETE das Zonas Econmicas de Desenvolvimento Acelerado (GAZEDA) est em fase de negociao de alguns projectos estruturantes com potencial de, por si s, atrarem para junto de si outros de menor dimenso. O director do GAZEDA, Danilo Nal fez meno a trs megaprojectos, cujo investimento dever superar os cinco bilies de dlares norte-americanos. Estamos a negociar alguns projectos estruturantes para a Zona Econmica Especial (ZEE) de Nacala, na provncia de Nampula e para o Parque Industrial de Beleluane, em Maputo. Sendo assim, temos um projecto de aproveitamentos dos fosfatos em Monapo para uma fbrica de fertilizante em Nacala Velha; um outro se destina ao aproveitamento e transformao das areias pesadas de Angoche em zirco em Nacala, enquanto que o terceiro, a ser implementado no parque industrial de Beloluane ter como objecto o aproveitamento do alumnio da fundio Mozal para a fabricao de cabos elctricos, jantes para viaturas e outros produtos a fins, disse Danilo Nal. Desde a sua criao, em Setembro de 2009, o GAZEDA j aprovou mais de 350 milhes de dlares em projectos de investimento que cobrem vrios sectores desde a agricultura at indstria. Temos, de facto, uma predominncia na rea da indstria, mas a componente de trocas comerciais fundamental com cerca de 73 % dos projectos aprovados. Depois, temos a rea da indstria, portanto, as grandes unidades industriais que tm estado a surgir com cerca de 60 %, depois temos os servios e o turismo, disse.c

A empresa Trs Rios, de capitais maioritariamente sul-africanos, vai iniciar em 2014 a exportao para a frica do Sul e a Austrlia de lichias produzidas no distrito de Matutuine, no sul de Moambique, segundo informou o director das Actividades Econmicas de Matutuine, Elias Cuna. Elias Cuna disse ainda que, nos prximos dois anos, a rea de produo de lichias naquela regio limtrofe com a frica do Sul dever passar dos actuais 100 hectares para aproximadamente 800 hectares. A Trs Rios emprega cerca de 150 trabalhadores moambicanos, nmero que dever subir quando forem atingidos os 800 hectares, disse Cuna, adiantando que Matutuine dispe de condies excelentes e temperatura adequadas para o cultivo de lichis em larga escala. Com a concretizao daquela iniciativa, Matutuine dever tornar-se numa das regies moambicanas exportadoras de

NOTA DE RODAP

Moambique quer atingir os 40% na extraco de petrleo e gsMoambique quer aumentar dos atuais 25 para 40% a participao nos futuros blocos de extraco de petrleo e de gs no norte do pas, segundo o presidente da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), Nelson Ocuane.c

revista capital

junho 2012

18 REGIES

NOTCIAS

MAPUTO Gs canalizado poder tornar-se realidadeA multinacional petroqumica Sasol vai financiar a construo de um gasoduto, de modo a permitir a distribuio de gs canalizado para uso domstico, industrial e comercial na provncia de Maputo, reduzindo desta forma as importaes de combustvel. Para o efeito, iniciar em Setembro a construo de um gasoduto, a partir do centro industrial da Matola, com 15 quilmetros de extenso e um anel de cerca de 35 quilmetros, para permitir a distribuio a cidade de Maputo. A concesso destes financiamentos foi formalizada, com a assinatura de um acordo entre a Sasol, e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), instituio que representa o Estado moambicano nesta rea. O presidente do Conselho de Administrao da ENH, Nelson Ocuane, diz que a ligao para os consumidores domsticos ser feita de forma gradual e que se pretende cobrir toda a cidade de Maputo e expandir para o distrito de Marracuene num perodo de 10 anos. Segundo Ocuane, numa primeira fase, o gs canalizado ser fornecido a hotis, hospitais, restaurantes, mas, ao longo do gasoduto, prev-se o fornecimento s bombas de combustvel para o abastecimento de veculos.c

TETE Entrada de megaprojectos d uma mais-valia nos impostosA delegao da Autoridade Tributria de Moambique em Tete arrecadou, durante o primeiro trimestre deste ano, 618.100,77 milhes de meticais de impostos, contra 597.947,05 milhes planificados para o mesmo perodo. Para o delegado daquela instituio, Arlindo Chissaca, este sucesso deve-se ao empenho dos funcionrios e entrada em funcionamento de vrios megaprojectos, que se verifica nos ltimos meses naquele ponto do pas. Estamos a conseguir contribuies dos grandes projectos em implementao na provncia, uma situao aliada ao trabalho rduo que os funcionrios da Autoridade Tributria esto a imprimir na colecta de receitas de impostos diversos, disse Chissaca, tendo destacado os esforos que esto a ser empreendidos pela direco geral da instituio, sobretudo no melhoramento das condies de trabalho, atravs da edificao de diversas infraestruturas do sector e do parque habitacional, nos postos ao longo da fronteira com os pases vizinhos.c

nas, disse em Quelimane que a empresa pretende construir uma segunda linha de alta tenso para melhorar a qualidade da energia fornecida e, consequentemente, reduzir os cortes que, em algum momento, so crticos ao longo da Linha Centro/ Nordeste, afectando o curso normal da vida das pessoas e o funcionamento das instituies. A Linha Centro/Nordeste alimenta as provncias da Zambzia, Tete, Nampula, Cabo Delgado e Niassa. Entretanto, segundo aquele administrador, apesar deste cenrio, nos ltimos dois anos, aquela empresa fez um grande investimento na linha que tem uma extenso de mais de 1.000 quilmetros visando reduzir as avarias, cortes e disparos. Esse investimento foi feito, particularmente, na substituio de infra-estruturas nos locais considerados crticos. A par deste esforo, h toda a necessidade de manter as infraestruturas existentes. Uma das estratgias encontradas pela empresa para tal o envolvimento dos lderes comunitrios e residentes locais nos trabalhos de manuteno, nomeadamente na limpeza nos pontos por onde se encontram os equipamentos. Nos locais onde temos infraestruturas metlicas envolvemos as estruturas comunitrias locais, acrescentou Adriano Jonas.c

ZAMBZIA Investimento em infraestruturas poder melhorar a qualidade de energiaA empresa pblica Electricidade de Moambique (EDM) precisa de um investimento de 300 milhes de dlares para reabilitar ou construir infraestruturas de transporte de energia elctrica e melhorar a qualidade do produto ao longo da Linha Centro/Nordeste. O administrador da EDM, Adriano Jorevista capital junho2012

DESTAqUE

Brasil abre crdito de apoio agricultura em MoambiqueO governo brasileiro, atravs da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (Embrapa), vai abrir uma linha de crdito no valor de 100 milhes de dlares para a aquisio de equipamento para apoiar o sector agrcola em Moambique, no mbito do Programa Mais Alimentos.c

DESTAQUE

ERNST & YOUNG

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O camaleo que se adapta aos clientes e apresenta solues sua altura

A consultora Ernst & Young ganhou, pela quarta vez consecutiva, o prmio Diamante atribudo pela empresa sul-africana PMR Africa, sendo considerada a melhor empresa de auditoria e consultoria em Moambique e foi eleita pela Superbrands como uma marca de excelncia. Entrevistamos Ismael Faquir, Country Managing Partner da Ernst & Young Moambique, sobre a histria e presena da empresa no mercado, cujo portfolio engloba clientes que operam em todos os ramos e sectores de actividade e aos quais se adapta em pleno.A Ernst & Young foi um dos intervenientes chave em muitas privatizaes feitas no Pas. Como que analisa, hoje, o impacto das referidas privatizaes? O processo de privatizao teve, como qualquer outro processo, casos de sucesso e outros casos de insucesso. preciso entender que o papel da EY em todo este processo foi o de prestar assistncia tcnica s empresas que seriam objecto de privatizao no sentido de garantir que estas dispusessem de informao financeira sistematizada para um processo desta natureza. Em alguns casos a nossa assistncia consistiu tambm na reeestruturao dessas empresas. Um dos actuais desafios passa pela integrao dos empreendedores moambicanos nas normas internacionais de contabilidade (IFRS). Como tem respondido o empresariado moambicano a este desafio? Sendo este um aspecto complexo, diria que as empresas tm respondido de forma positiva s exigncias trazidas pelo novo normativo contabilstico. Sendo este um imperativo legal, nada resta s empresas seno aderir e o processo, com o apoio da Autoridade Tributria de Moambique, tem sido, a meu ver, tratado com relativo sucesso.cjunho 2012 revista capital

Srgio Mabombo [Texto]

A Ernst & Young conseguiu a proeza de ganhar pela quarta vez consecutiva o prmio Diamante atribudo pela empresa sul-africana PMR Africa, sendo considerada a melhor firma de auditoria e consultoria em Moambique. A que se deve esse sucesso? Na nossa perspectiva, o sucesso deve-se essencialmente qualidade das pessoas que compem a equipa da EY e tambm ao compromisso firme adoptado pela empresa de prestar um servio de elevada qualidade. Ao mesmo tempo, a SUPERBRANDS Moambique, uma organizao internacional independente que se dedica promoo de marcas de excelncia em mais de 89 pases, escolheu a Ernst & Young como uma das melhores entre os seus concorrentes. Acha que o branding internacional Ernst & Young vos ajuda a ser os lderes de mercado? Sem dvida que o valor da marca a nvel internacional ajuda a alcanar a posio de liderana que a empresa ocupa no mercado local mas, no por si s garantia de liderana. preciso salientar que o branding de qualquer uma das big 4 forte, pelo que o trabalho das equipas locais acaba sendo o mais determinante no posicionamento destas firmas no mercado local.

A Ernst & Young foi constituda em Moambique em 1991 com apenas quatro colaboradores, tendo tido um crescimento significativo ao longo de 20 anos de operaes. Alis, hoje a consultora possui 130 profissionais especializados. Este aumento decorre do crescimento da carteira de clientes e suas necessidades no mercado. que tipo de clientes possui e que relao estabelece com os mesmos? Temos todo o tipo de clientes, desde as multinacionais s empresas pblicas e privadas locais. O portfolio de clientes da EY em Moambique abrange empresas que operam em todos os ramos e sectores de actividades e em quase todos eles com uma presena de liderana ou significativa. Uma das palavras de ordem na prestao de servios da empresa parece ser o de oferecer solues que vo ao encontro do valor que eles procuram. Como feito e monitorado esse esforo? Esse esforo feito atravs da criao de equipas de trabalho ajustadas s necessidades do cliente, com um conhecimento profundo da indstria em que o cliente opera. A ateno constante com as necessidades dos nossos clientes e a maturidade que as nossas equipas apresentam tornam-nos cada vez mais uma referncia incontornvel na prossecuo dos objectivos dos clientes.

20 DOSSIER

O FUTURO DA CIDADE DAS ACCIAS

Novos tempos, novo rosto, mas velhos problemas...

Helga Nunes [Foto]

Ao longo dos seus 124 anos, a cidade de Maputo sofreu vrias transformaes, sendo que as mais significativas ocorreram nas duas ltimas dcadas. Contriburam em larga medida para este novo cenrio os edifcios que surgiram um pouco por toda cidade, desde os habitacionais, comerciais, instituies pblicas, enfim, o mercado imobilirio em todas suas vertentes. Para os prximos tempos, mais do que novo, espera-se um rosto moderno para a cidade, tendo em conta os diversos empreendimentos em curso, quer em termos de infraestruturas, quer no sector imobilirio.

A

pesar dos seus anos de existncia sugerirem velhice, Maputo tem muita coisa nova e vai contar com empreendimentos mais actualssimos ainda, para responder ao seu prprio crescimento, no s em termos econmicos como demogrficos. Actualmente, a Cidade das Accias enfrenta os problemas tpicos de uma urbe em franco crescimento por um lado, e por outro, uma presso criada pelos nmeros acima da sua capacidade. Estes nmeros esto, na sua essncia, relacionados com o ndice demogrfico e com o parque automvel. um facto que a cidade foi projectada para um nmero muito inferior aos 1,5 milhes de habitantes que possui actualmente. Em abono da verdade, a sua fundao foi concebida para cerca de 500junho 2012

mil, no tempo colonial. O facto do nmero de habitantes existentes superar exponencialmente a capacidade da urbe gera uma grande presso sobre a demanda habitacional, acabando por abrir espao para as construes desordenadas que caracterizam quase todos os bairros perifricos da cidade capital. Dada a complexidade do fenmeno, o problema no termina aqui, antes pelo contrrio, estende-se a questes ligadas ao saneamento do meio, fornecimento de gua e tanto outros problemas caractersticos de uma ocupao habitacional desregrada, mas mais do que isso, no planificada pelas estruturas com competncia para o efeito. O parque automvel idem. largamente estimulado pelo sistema ineficiente de

transportes urbanos que a capital possui, pressionando em ltima instncia as estradas que tambm no foram projectadas para a avalanche de veculos que hoje se fazem s ruas. Ponderando todos estes aspectos, entre outros, a edilidade de Maputo e o Governo central tm articulado estratgias no sentido de aprovar projectos que, por um lado, respondam aos problemas ora apresentados e, por outro, confiram de facto o status de capital cidade de Maputo. Tambm dentro deste contexto, mais do que andar lado a lado, os sectores pblico e privado criam e promovem unies para materializar determinados projectos, luz do esprito do que hoje designado por parceria pblico-privada (PPP).

revista capital

DOSSIER

O FUTURO DA CIDADE DAS ACCIAS 21considervel nos ltimos anos. Esta demanda originada pelo crescimento da banca, seguradoras, expanso de grandes companhias e implantao de pequenas e mdias empresas. Vrios edifcios esto a ser erguidos na baixa da cidade, ao longo das avenidas Julius Nyerere, Eduardo Mondlane e 24 de Julho, e alm da componente habitacional privilegiam igualmente a oferta de escritrios para os mais variados ramos de negcios. Neste contexto, de destacar tambm as futuras instalaes do Banco de Moambique, um edifcio misto de 30 andares situado na baixa da cidade de Maputo, que vai contar com um parque de viaturas. Tendo em conta o crescimento e a diversificao da economia nacional, o surgimento de mais escritrios no panorama da cidade algo inevitvel. Alis, um relatrio divulgado no ano passado pela consultora britnica imobiliria Knight Frank, designado Africa Report 2011, indica que Moambique est a registar um crescimento na oferta de escritrios em Maputo, citando como exemplo alguns dos empreendimentos de vulto localizados na baixa da cidade. Por ltimo, est o mercado hoteleiro que tem conhecido uma dinmica com um ritmo mais ligeiro do que o sector habitacional e dos escritrios. O ritmo de crescimento do mercado hoteleiro surge associado demanda por estas estncias, da que o seu crescimento apesar de notrio no se equiparar ao que se regista no mercado residencial e dos escritrios.c

Mercado imobilirio em alta Perspectivar o novo rosto da cidade de Maputo passa necessariamente por avaliar as actuais condies em que se apresenta o mercado imobilirio em todas as suas vertentes. O mercado imobilirio a nvel nacional est a crescer significativamente, mas vai

continuar concentrado em Maputo por muitos anos. Ora vejamos, esto a surgir grandes projectos imobilirios, mas estes continuam concentrados maioritariamente em Maputo, uma tendncia justificada pelo facto dos imveis localizados na capital possurem um maior valor comercial. O valor comercial de um imvel determinado em funo de vrios factores, entre eles, a localizao. Em virtude disso, o mercado em Maputo vai continuar apetecvel aos olhos dos investidores neste ramo. Por conta disso, continuaremos a assistir proliferao de condomnios e de outros projectos imobilirios em bairros como o Costa do Sol, Sommerschield, entre outros. Outra localizao da cidade que merece destaque a do Zimpeto. Hoje, tanto as casas como os talhes nesta parcela da cidade super-valorizaram por conta da edificao do Estdio Nacional do Zimpeto e da Vila Olmpica. Estes dois empreendimentos desportivos estimularam a construo de diversas casas de particulares assim como de condomnios ao seu redor, que dia ps dia vo conferindo ao Zimpeto uma nova identidade, no apenas sob o ponto de vista da sela de edifcios, como tambm dos extractos sociais que habitam a zona. Assim, no que tange habitao, o futuro da cidade de Maputo promissor, tendo em conta tambm as tendncias dos modelos de construo que alm de modernos, mostram-se arrojados. A componente habitacional tem relevo no mercado imobilirio, mas no a nica que regista avanos. O mercado dos escritrios, estimulado largamente por iniciativas privadas, ganhou uma dinmica

Infraestruturas de envergadura do suporte CidadePONTE MAPUTO - KA TEMBE

A

se materializar, a ponte Maputo-Ka Tembe ser sem sombra de dvida no s uma das mais imponentes infra-estruturas da cidade, mas tambm do pas. A futura ponte Maputo-Ka Tembe, que ser edificada sobre a Baa de Maputo ter um comprimento de cerca de 1,5 quilmetros. O empreendimento de capital importncia para a expanso da capital do pas que, como dissemos, se debate actualmente com uma excessiva densidade populacional.

Alm da ponte, o projecto integra uma estrada que dever iniciar prximo da zona da Malanga numa extenso de aproximadamente 16 quilmetros, e que vai dar acesso directo ponte. Com esta ponte, augura-se uma realidade completamente diferente para a cidade capital porque a Nova Maputo vai surgir ali A ligao vizinha frica do Sul, mais precisamente a Durban, vai ser mais rpida e a regio vai registar um desenvolvimento considervel. Com a ponte em causa, espera-se que o nmero de habitantes na Ka Tembe ascenda de 25 mil para aproxima-

damente 400 mil. Por outro lado, o distrito municipal da Ka Tembe vai conhecer uma nova realidade econmica com os projectos tursticos que ali vo despontar por osmose. A notcia da construo da ponte j gerou uma onde especulao tal que muitos locais j comearam a vender os seus talhes a preos empolados. Mas a edilidade de Maputo, apercebendo-se da situao e para evitar novos conflitos de terra, decidiu interromper a atribuio de Direito de Uso e Aproveitamento de Terra para o distrito Municipal da Ka Tembe. cjunho 2012 revista capital

22 DOSSIER

O FUTURO DA CIDADE DAS ACCIAS

Estrada Circular de Maputomoambicano. A rodovia composta por seis seces, sendo que a primeira parte vai da avenida da Marginal at ao bairro da Costa do Sol, numa extenso de 6,3 quilmetros. Segue-se depois outra seco que passa pelo bairro dos pescadores e que ir terminar no bairro do Chiango, com uma extenso de 19,9 quilmetros. A terceira seco ligar o Chiango Estrada Nacional Nmero 1 (EN1), no cruzamento do Grande Maputo, junto ao Estdio Nacional do Zimpeto, com uma extenso de 10,5 quilmetros. A quarta seco parte do Estdio Nacional do Zimpeto at ao distrito de Marracuene com uma extenso de 15,5 quilmetros. A quinta seco liga a EN1 e N4 - vulgarmente designada por Maputo-Witbank, no bairro do Txumene, municpio da Matola, com uma extenso de 16,3 quilmetros. A sexta seco, que parte do n da Machava at praa de 16 de Junho, na cidade de Maputo. Foram projectadas quatro faixas de rodagem para a via, pelo que se espera aliviar o congestionamento do trfego na cidade de Maputo e da Matola tambm.c

E

st previsto para Junho deste ano o arranque das obras de construo da estrada circular de Maputo, com uma extenso de 74 quilmetros, uma obra que vai ligar a capital do pas vila sede do distrito de Marracuene, na provncia de Maputo. Trata-se de um empreendimento de vulto cuja construo poder durar 30 meses e estar a cargo da empresa chinesa Road and Bridge Corporation (CRBC). Alis, a empreiteira j reuniu todo o equipamento necessrio, bem como o pessoal tcnico para a obra. At pouco antes do arranque das obras, decorre o processo de harmonizao do projecto da estrada circular com

outros de reabilitao, melhoria e construo de rodovias do municpio de Maputo. Um dos projectos que sofreu alterao o da recuperao da zona costeira que deveria comear nas proximidades da Escola Nutica, na zona baixa da cidade, at aldeia dos pescadores. Entretanto, com a estrada circular a via ser abrangida, mas j no a partir da Escola Nutica, mas sim do hotel Southern Sun, na marginal. A construo da estrada circular est calculada em 315 milhes de dlares, dos quais 300 milhes de dlares sero financiados por uma linha de crdito do EximBank - Banco de Exportaes e Importaes da China e os restantes pelo Governo

Requalificaes estratgicas na mangaaputo, semelhana de vrias outras cidades, mais antigas e mais modernas, possui bairros e zonas emblemticas, carregadas de histria. Entretanto, algumas dessas zonas tm a sua existncia ameaada por vrios problemas, muitos deles relacionados com a excessiva densidade populacional e com as fracas condies de saneamento. Para no deixar isso acontecer, o Conselho Municipal encetou um projecto de requalificao de alguns bairros. Mafalala e Chamanculo constam dos bairros abrangidos. Com o projecto de requalificao, mais do que ostentar um novo rosto, estes bairros vo viver novos e melhores dias no que tange ao saneamento. Nestes bairros o problema do saneamento assume o seu expoente mximo sobretudo na poca das chuvas, quando as casas e as vias de acesso ficam completamente alagadas, causando grandes transtornos aos moradores, expondo-osrevista capital junho 2012

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a diversas doenas decorrentes da estagnao da gua. Mas com a requalificao, estes problemas podero prescrever, e estar a assegurada a existncia de bairros emblemticos da histria da cidade. Na rota da requalificao tambm se encontra a Baixa da Cidade de Maputo, sendo que nos prximos oito meses a edilidade dever ter em mos o plano de requalificao desta parcela. Com o instrumento, o Conselho Municipal da Cidade de Maputo pretende evitar que a zona da Baixa continue a desenvolver-se sem alinhamento claro quanto localizao de cada tipo de servio ali existente. Assim, o plano de requalificao vai estabelecer as reas para o comrcio, sistemas de infraestruturas, zonas por reclassificar; recuperar espaos verdes e identificar o patrimnio cultural a ser preservado. Desafios impostos pelo crescimento A necessidade de requalificao da baixa da cidade de Maputo faz parte dos desafios

que vo se colocando medida que a capital do pas vai crescendo. Ou seja, urge adoptar modelos de gesto sustentveis a mdio longo prazo. A excessiva densidade populacional que Maputo apresenta coloca como desafio claro uma aposta firme no ordenamento territorial, sob pena de assistirmos, a pouco e pouco, Cidade das Accias transformar-se num emaranhado sem igual. A interveno nas rodovias uma medida estratgica no sentido de aliviar o trfego, mas a existncia de um sistema de transporte eficiente, eficaz e seguro, mostra-se como uma das solues do que se vive hoje nas estradas. Fortalecido o sistema de transportes, facilmente se poder chegar proibio da importao de viaturas com determinado tempo existncia, ou seja, relativamente antigas. Os desafios no param no transporte, passam tambm pela segurana pblica, cujo reforo imperioso tendo em conta o crescimento econmico que se regista. Caso estes e outros desafios sejam enfrentados de forma sbia, ponderando solues e resultados a mdio e longo prazos, mais do que aparente, a beleza da cidade de Maputo poder ser uma evidncia.c

DESENVOLVIMENTO 23

Tudo por amor s zonas ruraisA AMODER comeou a trabalhar em 2001 no Niassa com os fundos da Fundao Malonda financiados pela ASDI. Mas a associao j existe desde 1995. O seu primeiro escritrio foi instalado em Cuamba com os fundos da Unio Europeia e a sua misso passava por financiar a comercializao agrcola na regio do Corredor de Nacala. Da a AMODER cresceu e hoje possui tambm escritrios em Gure, Mandimba e Lichinga. Segundo a sua coordenadora, Betty Raunde, a Associao dedica-se ao financiamento do comrcio rural e do transporte dos produtos agrcolas, e espera continuar a beneficiar o pequeno comerciante que garante o abastecimento nas zonas rurais.Helga Nunes [Texto]

NiASSA

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AMODER a Associao Moambicana para o Desenvolvimento Rural. Um organismo sem fins lucrativos cuja actividade consiste em conceder crdito aos pequenos empresrios inseridos nas zonas rurais. A sua opo pelas zonas rurais, no incio do seu programa surgiu do facto de existir a necessidade de resolver a lacuna face comercializao agrcola. Contudo, e com o andar do tempo, a AMODER descobriu que no era s a comercializao agrcola que constitua problema nas zonas rurais. O abastecimento da populao em produtos manufacturados como o sabo, acar, entre outros, era tambm uma tnica comum. Neste contexto, a associao acabou por financiar uma gama de actividades como a comercializao dos produtos agrcolas e o transporte dos mesmos. Ao longo do tempo, fomos crescendo e aumentando o nosso leque de actividades,

que incluem o financiamento de transportes, sobretudo os que se destinam ao escoamento dos produtos agrcolas. E os produtos agrcolas em questo no se limitam aos convencionais, como o milho e o feijo, mas englobam tambm os produtos produzidos no mbito de fomento feito por concessionrias como a Mozambique Leaf Tobacco ou a Joo Ferreira dos Santos. Quando chega o tempo de comercializao, verifica-se sempre o problema da falta de transporte. E ns achamos que valia a pena influenciar a aquisio de viaturas para a circulao de mercadoria, explicou Betty Raunde, coordenadora da AMODER. Apesar do auxlio em termos de financiamento, a Associao Moambicana para o Desenvolvimento Rural deparou-se com a inpcia do seu grupo-alvo em gerir pequenos negcios. A maior parte dos nossos clientes so de microcrdito. Os mesmos recebem os fundos, geralmente de 5 mil

meticais, e medida que vo crescendo, a nvel de volume de negcios, vo verificando problemas de gesto, constata aquela responsvel. Alis, chega a uma fase de crescimento em que os beneficirios so obrigados a gerir fundos de 100 mil meticais e o negcio cai devido a problemas de gesto. Face a essa dificuldade e como a AMODER no est especializada na rea de formao de clientes, vem encetando parcerias no sentido de garantir o crescimento e a sustentabilidade dos negcios dos seus clientes.cFundao Malonda Lichinga: Av. Filipe Samuel Magaia, Edificio do INSS Tel: +258 271 288 68 Fax: +258 271 202 69 Cel: +258 82 300 44 27 Maputo: Av. Kim Ill Sung 1156 Tel:+258 21 48 76 71 Fax: +258 21 48 76 70 Cel:+258 82 300 69 30 Web: http://www.malonda.co.mz Parceiro:

junho 2012

revista capital

24 CULTURA

Corte oramental de 38% no teatro portugus enforca projectos com MoambiqueSrgio Mabombo [Reportagem em Portugal]

C

om a crise econmica instalada em Portugal, o Estado viu-se na contingncia de cortar nos subsdios que canalizava aos grupos de teatro em 38 por cento. A reduo dos subsdios obrigou a que os grupos teatrais colocassem os seus projectos com o teatro moambicano em stand-by. E os efeitos fazem-se sentir. O tradicional Festival de Teatro de Expresso Ibrica (FITEI), que se realiza anualmente na cidade do Porto, no contempla a participao de grupos moambicanos (e de outros grupos africanos no geral) h mais de dois anos, devido limitao oramental. Antes da crise, muitos grupos de artes cnicos portugueses contavam com grupos moambicanos da rea para participarem nos eventos por si organizados. O Festival de Teatro Periferias, organizado pelo grupo Cho de Oliva, um dos poucos eventos que, embora com pouco budget, ainda se aventura em trazer grupos dos pases que falam portugus.junho 2012

Por seu lado, o grupo Teatro Extremo, sedeado em Almada, que projectava aces formativas em Maputo e Inhambane, atravs da sua parceira moambicana Lareira, entende que imperioso que a classe artstica no se acomode a este cenrio. Mas no nada fcil No caso do Ninho das Vboras, um organismo cultural sedeado em Almada, com os 6 mil euros anuais que recebia antes da crise instalada pouco conseguia fazer. Com o corte de 38 por cento do valor, o cenrio ficou ainda pior. Entretanto, o grupo no esconde o seu interesse em participar de eventos realizados em Moambique, sobretudo o Festival de Agosto e a Plataforma de Dana Contempornea, KINANI. Crise no abala a Ponte artstica Moambique-Portugal O grupo musical Timbila Muzimba, o malogrado pintor Malangatana, o escritor Mia Couto, o msico Andr Cabao, os grupos

de teatro Mutumbela Gogo e Mbeu so algumas das entidades artsticas moambicanas que j passaram por Tondela, fazendo muitos deles negcios chorudos. Estes estiveram na Camara Municipal de Tondela trazidos por Jos Rui, o produtor artstico e director do espao Acert, considerada a casa dos artistas moambicanos em Portugal, numa relao iniciada em 1994. Entretanto, a vitalidade da iniciativa j no a mesma, devido sobretudo s amarras impostas pela actual crise na economia portuguesa. No obstante, Jos Rui, contrariamente a muitas correntes de opinio, afirma que as relaes artsticas entre os dois pases no esto postas em causa. O produtor e actor justifica afirmando que a relao resulta dos laos de companheirismo e partilha com os criadores moambicanos. Nada est dependente da crise, mas sim das duas partes que tm a vontade de continuar a trabalhar e a fazer mais pela cultura dos dois pases, afirma. Entretanto, o mesmo no nega que se verifica uma instabilidade nos criadores artsticos que passam a dispor de menos condies para trabalharem. Rui descreve que o prprio PIB de Portugal tem uma componente gerada pela cultura muito significativa. Mas esse contributo ir perder os seus reflexos por no ser atendida a mais-valia artstica. Nos dias que correm, e em plena crise, os artistas, criadores, animadores culturais, produtores artsticos acabam por se juntar e passam a ser, eles mesmos, uma fora motora que inclusivamente pode substituir a inrcia governamental em apoiar a arte. Ns fazemos isto por paixo e portanto no podemos parar. Temos que dar a volta situao, afirma. As artes moambicanas constituem o exemplo vivo, ou a prova da vitalidade referida pelo artista. A justificao a de que nunca o desenvolvimento artstico do pas esteve dependente do financiamento governamental. Entretanto, conclui, tem a vitalidade e a fora que se verifica.c

revista capital

CULTURA 25

Arte atrai mega-eventos internacionais a Moambiqueoambique tem-se revelado cada vez mais a escolha acertada para a organizao de grandes eventos internacionais. A classe artstica nacional e estrangeira no deixa de observar que as suas aces tm sido fundamentais para determinar a referida preferncia. Jos Rui, lder do projecto ACERT, sedeado na localidade portuguesa de Tondela, entende que um pas que no assume os seus valores culturais no obtm a projeco que os outros tm, principalmente no que diz respeito atraco de grandes eventos internacionais. Hoje, os prospectores dos grandes acontecimentos tm no desenvolvimento cultural e artstico um factor valorativo que pode ditar que Maputo, Inhambane ou Beira acolham um grande congresso In-

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Hoje, os prospectores dos grandes acontecimentos tm no desenvolvimento cultural e artstico um factor valorativo que pode ditar que Maputo, Inhambane ou Beira acolham um grande congresso Internacionalternacional, observa o artista. Por seu turno, o msico e actor, Paulo Zowana, refere que actualmente, seja na inaugurao de um banco ou de um grande empreendimento, indispensvel a existncia de grupos artsticos que criem espetculo. O mesmo se verificando quando uma delegao empresarial moambicana ou governamental vai ao Estrangeiro. Nes-

te caso, deve associar a sua visita, mesmo que seja de carcter empresarial, aos valores artsticos moambicanos, porque isso um objecto de valorizao do prprio Pas. Actualmente, o Turismo vem ganhando tenuemente algum destaque no panorama econmico moambicano, embora a contribuio para o PIB se estime em apenas 2 por cento. Apesar do ganho, Jos Rui sublinha que as campanhas de comunicao concentram-se muito mais nas belezas paisagsticas descurando-se a ligao desta questo cultural. Rui entende que os turistas s podero levar consigo apenas os sinais paisagsticos e no os sinais humanos, facto que estimula menos a auto-estima dos moambicanos e no constitui factor competitivo para a atraco dos grandes eventos internacionais.c

DESTAqUE

Prmio Internacional vai para o Restaurante TavernaEm matria de globalizao com qualidade e mantendo a sua prpria especificidade e tradio, est de parabns o Restaurante Taverna, na Av. Julius Nyerere, por ter arrecadado um galardo e prmio internacional muito especial, a saber, o Prmio Internacional de Qualidade, atribudo pela Business Initiative Direction. O prmio foi entregue em Nova Iorque, no dia 28 de Maio.cjunho 2012 revista capital

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RAJ KUMAR vICE-REIToR dA JINdAl globAl UNIvERSITy

Lderes para o mundo a partir da ndiaHelga Nunes [texto]

A Jindal Global University uma instituio de ensino no lucrativa que aposta na educao global e que defende a viso de formar profissionais e acadmicos especializados em Direito, Gesto e em outras reas do conhecimento, bem como lderes e empreendedores de envergadura mundial. A Globalizao abriu um leque de diversas oportunidades e desafios que, por sua vez, levaram necessidade de recursos humanos competentes. A perspectiva da JGU, instalada na ndia, passa justamente por suprir essa necessidade, providenciando cursos ajustados aos seus estudantes no sentido de um melhor conhecimento, competncia e viso do mundo. Raj Kumar, vice-reitor da JGU, esteve em Maputo e traz para Moambique o esprito de uma universidade que prepara os futuros lderes do Mundo.revista capital junho 2012

ENTREVISTAComo decorreu a origem e qual tem sido o papel da Jindal Global University at ao momento? A Jindal Global University foi criada com um objectivo filantrpico, sem fins lucrativos, de formao de conhecimento e desenvolvimento, pelo senhor Naveen Jindal. Eu tive a oportunidade de me encontrar com ele entre 2006-2007 e persuadi-o ento a investir cerca de cem milhes de dlares na criao desta universidade e faculdade de pesquisa intensiva multidisciplinar global. A viso desta instituio passa por promover currculos, cursos, pesquisas, programas e faculdades globais. Portanto, esta ideia de global crtica para a nossa misso, porque acreditamos seriamente que o mundo tornou-se intrinsicamente num lugar interdependente. E isso significa que toda a estrutura - atravs da qual queremos criar conhecimento - tem de ter em considerao os problemas e as perspectivas de diferentes partes do Mundo, e o facto de que os problemas de diferentes partes do Mundo precisam de ser trazidos para dentro das salas de aulas, para o ensino, para o pedaggico e para a pesquisa. E essa foi a razo pela qual fomos criados na ndia. Na ndia, qualquer universidade pblica ou privada tem de ser criada pelo Governo, atravs de um processo legislativo. Assim, a 27 de Janeiro de 2009, a Universidade foi criada pelo Governo de Haryana, que fica aqui prximo de Deli, a cidade capital da ndia. E qual foi o percurso a seguir constituio da Jindal Global University? Comeamos a primeira escola, a Jindal Global Law School a 30 de Setembro de 2009. E, desde ento, a Universidade criou quatro escolas diferentes, a Jindal Global Business School que ministra um Programa MBA; a Jindal School of International Affairs que ministra um MA em Diplomacy Program, e, por fim, a Jindal School of Government and Public Policy que ministra um MA em Public Policy Program. A ideia de criar estas quatro escolas Direito, Negcios, Assuntos Internacionais e Polticas Pblicas foi tida no sentido de reconhecer que as mesmas iro provocar um impacto significativo no Mundo em termos de formao. Acho curioso falar globalmente e no apenas da ndia. A JGU tem estudantes internacionais? Fizemos um enorme esforo para receber alunos internacionais. Quase metade dos nossos professores universitrios das diferentes escolas so pessoas de outras partes do Mundo. Os restantes so da ndia, mas com um forte background internacional e licenciaturas provenientes das universidades de Cambridge, Oxford, Harvard, Yale, Columbia, Michigan, e muitas outras universidades de topo do mundo. No que respeita aos estudantes internacionais, estamos seriamente comprometidos em receber estudantes estrangeiros. Presentemente, os estudantes estrangeiros esto limitados escola de International Affairs, onde ministramos um MA em Diplomacy Program e onde temos diplomatas em misses de servio na ndia. Adicionalmente, temos muitos programas de intercmbio atravs dos quais os estudantes estrangeiros vm e depois regressam s respectivas universidades, sendo que os nossos estudantes tambm vo para o estrangeiro. Mas a nossa misso podermos ter estudantes de todo o Mundo na Jindal. Existe alguma estratgia definida para o mercado moambicano? Um dos nossos objectivos conseguirmo-nos conectar com Moambique. Estou aqui precisamente para acolher os estudantes moambicanos na nossa Universidade. Na realidade, muitos esforos tm sido feitos na sequncia da visita histrica da Primeira Dama de Moambique nossa universidade e ndia, e isso resultou num nmero de importantes visitas e conversas com as instituies de Moambique. Penso que a ndia, frica e Moambique, tm muito a ganhar com o fortalecimento do relacionamento acadmico e institucional, em que os estudantes possam ir para ambos os pases e ensinar-se mutuamente. O foco da universidade passa pela liderana? Acertou em cheio. Uma das maiores crises que temos globalmente, e no nosso pas, a falta de liderana. E a falta de liderana no se limita gesto dos negcios, mas no sentido de assumirmos a responsabilidade perante as sociedades, e a temos muito a fazer. Essencialmente, precisamos de lderes das reas do Direito, Negcios, Assuntos Internacionais e Polticas Pblicas, que sejam capazes de olhar para os interesses maiores da sociedade quando da tomada de decises. E esse tipo de liderana vai estar inserido num forte enquadramento tico. A universidade possui relaes com outros pases africanos, ou este foi o primeiro? Em geral, frica tem sido de certa forma

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negligenciada por ns. Todos temos a tendncia de olhar para o Ocidente e para a Europa na maioria dos nossos relacionamentos. Mas acho que chegou o tempo da sia e da frica se juntarem. ndia e Moambique tm de se juntar. Portanto, este projecto uma oportunidade enorme porque no temos uma relao antecedente, porque muita da nossa energia no passado focou-se em contruir networks e relacionamentos fortes com as universidades de topo do mundo, nos Estados Unidos da America e nos pases desenvolvidos, que eu devo dizer que so todas importantes. Contudo, queremos avanar para a prxima fase. E a prxima fase podermos ser uma instituio fundamental no contexto asitico, podermos receber estudantes africanos, membros de faculdades, acadmicos e pensadores de frica para fazerem parte deste esforo. Por qu Moambique? A ndia tem de olhar para frica com maior seriedade do que alguma vez fez. Como pessoas, temos muito para partilhar, para lutar. Ns j lidamos com muitos problemas, e entendemos e partilhamos cada um desses problemas de uma forma mais profunda. Por outro lado, temos um forte lao emocional entre os povos da sia, Sul da sia, e claro ndia e frica. E o nosso interesse relacionado com Moambique, ou melhor com frica, foi contextualizado quando tivemos a honra de receber a Primeira Dama de Moambique. E eu devo dizer que ela uma pessoa inspiradora. Na altura, a Dra. Maria da Luz Guebuza fez um discurso maravilhoso acerca da importncia deste relacionamento entre a frica e a ndia, e entre Moambique e a ndia, e como ns - enquanto Universidade - podemos contribuir para o melhorar. E essa a razo de estarmos aqui.cjunho 2012 revista capital

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RAJ KUMAR vICE-RECToR oF JINdAl globAl UNIvERSITy

From India: leaders for the worldHelga Nunes [interview]

A Jintal Global University is a not profitable learning institution which believes in global education and defends the vision to form professionals and academics specialized in Law, Administration and other areas of knowledge, as well as leaders and entrepreneurs of world class. The Globalization opened a range of diverse opportunities and challenges that, in their turn, created the necessity for competent human resources. JGUs perspective, installed in India, just satisfies such necessity, providing tuition adjusted to their students towards better knowledge, competence and vision of the world. Raj Kumar, vice-rector of JGU, was in Maputo and brings to Mozambique the spirit of a university which prepares the future leaders of the World.How did it originate and what has been the role of Jintal Global University up to now? The Jintal Global University was created with a philanthropic objective, without lucrative purposes, for the formation of knowledge and development, by Naveen Jindal. I had the opportunity to meet him during 2006-2007 and persuaded him to invest about one hundred million dollars creating this university and faculty of intensive multidisciplinary global research.revista capital junho 2012

The vision of this institution implies curriculums, courses, investigation, programmes and global faculties. Therefore, the idea of global is critical for our mission, because we seriously believe that the world became intrinsically an independent place. This signifies that the whole structure through which we want to create knowledge has to take into consideration the problems and perspectives from different parts of the world, and the fact that the problems

from different parts of the world need to be brought into classrooms, for teaching, for the pedagogic and for research. That was the reason why we were created in India. In India, any university, public or private, must be created by the Government, through a legislative process. Because of that on 27 January 2009, the University was created by the Government of Haryana, that is close to Deli, the city capital of India.

INTERVIEWAnd what was the way forward after the constitution of Jintal Global University? We started the first school, the Jintal Global Law School on 30 September 2009. And, since then the University has created four different schools, the Jintal Global Business School which provides a MBA Programme; the Jintal School of International Affairs which provides an MA in Diplomacy Programme; and, finally, the Jintal School of Government and Public Policy which provides an MA in Public Policy Programme. The idea to create these four schools Law, Business, International Affairs and Public Policy was taken because it was recognized that they are going to provoke a significant impact in the world in terms of formation. I find it curious to talk globally and not only about India. Has JGU international students? We made a great effort to get international students. Almost half of our university professors at the different schools are from other parts of the world. The others are from India, but with a strong international background and degrees from the universities of Cambridge, Oxford, Harvard, Yale, Columbia, Michigan, and many other top universities in the world. In what concerns international students, we are seriously committed to accept foreign students. At present foreign students are limited to the International Affairs school, where we provide an MA in Diplomacy Programme and where we have diplomats in work missions in India. Further to that we have many interchange programmes through which foreign students are coming and then return to their respective universities, and our students also go to foreign countries. But our mission is to be able to have students from all the world at Jindal. Is there any defined strategy for the mozambican market? One of our objectives is to be able to connect with Mozambique. Im here precisely to receive Mozambican students at our university. In fact many efforts have been made following the historic visit of the First Lady of Mozambique to our university and India, which resulted in a great number of important visits and conversations with the institutions in Mozambique. I think that India, Africa and Mozambique have a lot to gain with the strengthening of academic and institutional relationship, and the students can go to both countries and teach each other.

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The focus of the university attends to leadership? You are correct. One of the biggest crisis that we have globally, and in our country is the lack of leadership. And the lack of leadership is not limited to business management, but in the sense of assuming responsibilities towards societies, and there we have a lot to do. Essentially we need leaders in the areas of Law, Business, International Affairs and Public Policy, which should be able to look for the bigger interests of society when taking decisions. And that kind of leadership is going to be inserted in a strong etic context. Does the university have relations with other African countries, or is this the first? In general, Africa has been in some ways neglected by us. We all have the tendency to look to the West and to Europe in the majority of our relationships. But I think the time has come for Asia and Africa to get together. India and Mozambique must get together. Therefore this project is a great opportunity because we dont have a previous relationship, because most of our energy in the past was directed to build networks and strong relationships with the top universities of the world, in the United States of America and in deve-

loped countries, which I must say are all important. However, we want to move to the next phase. And the next phase will be to be able to be a fundamental institution in the Asian context, to be able to receive African students, members of faculties, academics and thinkers from Africa to be part of that effort. Why Mozambique? India must look into Africa with greater seriousness that ever did. As persons, we have a lot to share, to fight for. We have dealt with many problems and we understand and share each one of those problems in a more profound way. On the other hand we have a strong emotional link between the peoples of Asia, South Asia, and clearly India and Africa. And our interest related to Mozambique, or even better with Africa, was contextualised when we had the honour to receive the visit of the First Lady of Mozambique. And I must say that she is an inspiring person. At the time, Dra Maria da Luz Guebuza made a marvellous speech about the importance of this relationship between Africa and India and between Mozambique an India, and how we as university- can contribute to improvement. That is the reason why we are here..cjunho 2012 revista capital

30 EMPRESAS

Eletrobras vai construir hidroelctrica em Moambique

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estatal brasileira Eletrobras planeja iniciar a construo de uma usina hidroelctrica e duas linhas de transmisso em Moambique a partir de 2013. A informao foi dada pelo presidente da estatal, Jos da Costa, que se encontrou no Rio de Janeiro com o primeiro-ministro moambicano, Aires Ali. O investimento no pas africano faz parte do processo de internacionalizao da Eletrobras, que tambm avalia negcios no Uruguai, Peru, na Nicargua, Guiana, Guiana Francesa e no Suriname. No caso de Moambique, j foi feito o estu-

do de pr-viabilidade e o prximo passo preparar o estudo de viabilidade, que deve durar cerca de um ano e meio, incluindo o estudo de engenharia financeira da obra. Costa adiantou que sero construdas uma hidroelctrica de 1,5 mil megawatts (MW) no Norte do pas e duas linhas de transmisso, de 600 kilovolts (kV) e cerca de 1,5 mil quilometros de extenso cada. O custo da usina projectado em 2,3 bilies de dlares e o das linhas em 3,7 bilies, totalizando um investimento de 6 bilies. Quando entrar em operao, o sistema vai praticamente dobrar a oferta de energia

em Moambique. As conversas preliminares indicam que a Eletrobras entrar com 49% de participao nos empreendimentos e que o controlo (51%) ser da empresa estatal moambicana de energia EDM. Uma das linhas de transmisso far a ligao com a frica do Sul e a outra linha, segundo Costa, ter o objectivo de capilarizar a distribuio energtica por todo o pas que, actualmente, s consegue abastecer 20% da populao com a rede de energia elctrica.c

BREVES CDM contribui com gua canalizada em NampulaPerto de 10 mil residentes dos bairros Natiquiri, Murrapaniua e Mutauanha, na cidade de Nampula, dispem de gua canalizada, no mbito de um projecto orado em quatro milhes de meticais, desenvolvido pelo FIPAG-Fundo de Investimento e Patrimnio de Abastecimento de gua, em parceria com a CDM-Cervejas de Moambique, no quadro das aces socialmente responsveis desta cervejeira. Para a concretizao desta iniciativa, que tem por objectivo facilitar o acesso da gua potvel populao, atravs da iseno de taxas de ligao domiciliria, a CDM contribuiu para a compra de materiais de ligao, entre outros acessrios. A aco decorre da iniciativa do FIPAG denominada Uma Famlia, Uma Ligao, que perspectiva o alcance de uma cobertura de abastecimento urbano de gua em 70 por cento at 2014.c

Insitec vende 25% do capital social da Ceta - Construo e Servios

inte e cinco por cento do capital social da Ceta, Construo e Servios foram vendidos a investidores moambicanos permitindo um encaixe de 457,6 milhes de meticais (16,5 milhes de dlares), informou em Maputo o presidente da empresa. De acordo com Celso Correia, esta alienao de capital foi realizada atravs de uma oferta privada de 70 mil aces e de uma oferta pblica 17 500 aces, tendo cada aco sido vendida a 5 231,60 meticais e passando a empresa a contar com cerca de 300 accionistas. Referindo que a deciso de vender apenas a moambicanos visa privilegiar o crescimento da empresa com investidores locais, Celso Correia acrescentou que essa

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preferncia, contudo, no encerra a porta a estrangeiros. A Ceta, Construo e Servios, a maior empresa moambicana de engenharia e de construo civil, havia sido adquirida em Maio de 2011 pelo grupo moambicano Insitec. A Ceta iniciou as suas actividades em Moambique h 32 anos e tem tido uma operao de mbito nacional, com obras dispersas em todo o territrio moambicano, com destaque para as zonas centro e norte, com as provncias de Tete e Cabo Delgado a representarem, em conjunto, desde 2008, mais de 50% da carteira de negcios da empresa. As obras relativas ao reassentamento das populaes, da responsabilidade da Vale e da Rio Tinto, sero executadas pela Ceta.c

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FACTOS & NMEROS 31

C DENTRO

L FORA

1.000 ttulos mineirosExistem, actualmente, 1.000 ttulos mineiros que foram concessionados em Moambique. Os mesmos incluem a prospeco e pesquisa, concesses e certificados mineiros.

Macau: 31 milhes de turistasO nmero de turistas em Macau ir crescer ainda mais no presente ano, pelo menos 10% face ao recorde de 28 milhes registados em 2011. o crescimento de visitantes ser suportado pelos visitantes da China continental.

Minrios = 90% da energia consumidaCarvo, petrleo e gs constituem 90% da energia consumida. Os biocombustveis e a energia elica ainda iro levar algum tempo para se firmarem no mercado.

81% de empresas com liquidez dbil.81% das empresas em Portugal afirmam ter problemas de liquidez devido aos atrasos nos pagamentos. O aumento perfaz 4% comparativamente a 2011.

130 carros so inspecionados por dia130 a mdia diria dos carros que so inspecionados no Centro de Inspeco de viaturas do Zimpeto.

500 projectos na frica Subsaharianao banco Mundial financia na regio da frica Subsahariana cerca de 500 projectos, na qualidade de parceiro de 48 pases.

32 NEGCIOS

Moambique e EUA definem reas prioritrias de negcioSrgio Mabombo [Texto]

do pela recente aprovao do projecto da companhia Biworld International Cement Factory. O organismo ir instalar uma fbrica de cimento em Muxngu, na provncia de Sofala, avaliado em 58.5 milhes de dlares. Ao mesmo tempo, a China e a Noruega surgem na segunda e terceira posies no ranking em referncia.c

Camaro moambicano aguarda reabertura do mercado americano

oambique e Estados Unidos da America (EUA) deram a conhecer as prioridades das reas de investimento no Pas. Enquanto Moambique prioriza as reas de infraestruturas, indstria ligeira e pesada; biocombustveis, gerao e transporte de energia hidroelctrica, solar e elica, aos Estados Unidos interessa mais os sectores de agricultura, recursos minerais, turismo, energia e hotelaria. As prioridades dos dois pases definidas pelo presidente de Moambique, Armando Guebuza, e pela embaixadora dos Estados Unidos em Moambique, Leslie Rowe, foram reveladas durante a Conferncia de negcios Moambique e EUA realizada em Maputo, sob o lema Lets do Business. Com efeito, os americanos j tinham confirmado que o seu interesse na rea da agricultura mesmo a srio, ao aprovarem recentemente uma linha de financiamento de 500 mil dlares. O fundo, anunciado pelo representante-adjunto de Comrcio daquele pas, Demtrios Marantis, ir custear a capacitao e o aumento da produtividade agrcola em Moambique. Por outro lado, a nova abordagem das relaes comerciais entre os dois pases, no mbito do Acordo Quadro de Comrcio e Investimento Estados Unidos-Moambique (TIFA) e da Lei para o Crescimento e Oportunidades para frica (AGOA) poder acelerar ainda mais o actual quadro de negcios entre os dois pases. S entre Outubro de 2010 e igual perodorevista capital junho 2012

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de 2011, o comrcio bilateral entre os dois pases cresceu de 289 milhes de dlares para 418 milhes de dlares. O referido quadro econmico, sublinhado pelo ministro da Indstria e Comrcio, Armando Inroga, reflecte a vontade cada vez mais crescente de cooperao entre os EUA e Moambique em diversificadas reas. EUA explora apenas a superfcie do mercado moambicano At agora, o empresariado americano apenas esgravatou a superfcie das largas oportunidades que o mercado moambicano oferece, segundo constata o presidente de Moambique, Armando Guebuza. Os investidores americanos tm a oportunidade de explorar outras reas, segundo observa o PR, apontando ainda o potencial de Moambique no que tange s reas de recursos naturais, onde existe ouro, ferro, titnio, mrmore, pedras preciosas e calcrio, entre outros. Verifica-se, por outro lado, que o investimento americano igualmente bem-vindo na rea das infraestruturas, uma componente que tem limitado a velocidade a que a economia moambicana j devia ter alcanado. Apesar de, at ao momento, os EUA explorarem superficialmente as oportunidades em Moambique, os mesmos assumiram, no terceiro trimestre do presente ano, a liderana no ranking do Investimento Directo Estrangeiro (IDE) no Pas. Este comando dos americanos impulsiona-

A embaixada dos EUA, em coordenao com o Ministrio das Pescas, leva a cabo aces de formao aos pescadores moambicanos visando dot-los com as tcnicas de pesca que se enquadram nos padres ambientais actualmente exigidos. Segundo os mesmos padres, explicados pela embaixadora dos EUA em Moambique, leslie Rowe, o mercado americano no permite a entrada no seu seio de camaro cujo processo de pesca fira os padres ambientais internacionais, tal como o arrasto de tartarugas. A previso de Moambique poder colocar o seu camaro no mercado americano ainda no conhece datas, mas leslie Rowe garante que h avanos encorajadores nesse sentido. Enquanto o imbrglio de entrada no mercado americano no conhece desfecho, o Executivo moambicano no deixa de fazer as suas projeces sobre a venda deste produto marinho. As actuais projeces indicam que Moambique poder exportar cerca de 17.9 toneladas de camaro de aquacultura at finais de 2012. As cifras representam um aumento considervel atendendo que em 2011 foram exportadas apenas dez mil toneladas.c

VALORES 33

Capital HumanoHelena Taipo cria agncia de recrutamento juvenil Graa Machel presidente da Escola de Estudos Orientais e Africanos de LondresA moambicana Graa Machel, mulher do ex-Presidente sul-africano Nelson Mandela, foi nomeada presidente da Escola de Estudos Orientais e Africanos (SOAS), da Universidade de Londres. O presidente do Conselho de Administrao da SOAS, Tim Miller, destacou o empenho de Graa Machel, viva do primeiro Presidente moambicano, Samora Machel, na defesa dos direitos das crianas e das mulheres, como factores de peso na escolha para o cargo. Este um momento imensamente orgulhoso da SOAS. A senhora Machel altamente considerada como uma defensora internacional dos direitos das mulheres e das crianas, e pelo seu trabalho como ativista social e poltica. As suas realizaes fazem dela uma grande inspirao para muitos, incluindo o nosso prprio pessoal e os estudantes, afirmou Tim Miller. Referindo-se ao cargo, a nomeada elogiou a instituio pela formao de activistas e lderes na mudana econmica, poltica e social em todo o mundo. Estou ansiosa em fazer uma modesta contribuio para o excelente trabalho na SOAS, afirmou Graa Machel, actual presidente da Fundao para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), uma ONG moambicana de promoo dos direitos das mulheres e crianas. Graa Machel, ex-ministra da educao de Moambique no Governo do seu falecido primeiro marido, Samora Machel, substitui no cargo de presidente da SOAS a baronesa Helena Kennedy, que ocupou o posto nos ltimos dez anos.c

O governo vai criar uma agncia de recrutamento de jovens para trabalharem nas empresas de explorao mineira que operam no territrio nacional, tal como acontece para a contratao da mo-de-obra para as minas da frica do Sul, segundo revelou a ministra do Trabalho, Maria Helena Taipo. Taipo no revelou a data em que se vai criar esta agncia de recrutamento de jovens para trabalharem nas empresas de explorao mineira no pas, mas garantiu ser um dado adquirido, porque um dever do governo criar formas eficazes de empregar os jovens deste pas, porque a riqueza tambm lhes pertence. Helena Taipo explicou que essa agncia no vai olhar para a experincia profissional no perodo de contratao, tal como acontece com o recrutamento da mo-de-obra para as minas da frica do Sul, que feita atravs da Teba.c

+ VALORESFaisal Mkhize foi indicado para o cargo de administrador delegado do Barclays Bank Moambique, um dos maiores bancos comerciais e operar em Moambique, em substituio de Paul Nice, que vinha desempenhando as funes nos ltimos cinco anos. Um comunicado da instituio cita a presidente do Conselho Executivo dos grupo Absa Bank e Barclays frica a dizer que o novo administrador delegado ter como principal responsabilidade a colaborao do alinhamento da estratgia global do Barclays.

Gonalo Marques, at h pouco tempo era consultor na firma Ferreira Rocha & Associados (parceira da revista Capital), agora o novo Branch Manager da Pam Golding Mozambique, e ser o responsvel por todo o negcio da referida sociedade.

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34 OBSERVATRIO DO TURISMO

Turistas estrangeiros: Passeio e turismo acima dos negcios

caracterizao dos turistas estrangeiros, entrevistados no mbito do II Estudo de Satisfao do Turista na Cidade de Maputo, indica que o propsito principal da sua vinda capital do Pas prende-se com o Passeio e Turismo (47%). A categoria dos negcios surge logo a seguir na lista de intenes, com 41%, e em terceiro e quarto lugares aparecem as Frias (32%) e as Visitas a amigos e familiares (25%) como objectivos principais. A primeira vaga do Estudo de Satisfao

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indicava que os estrangeiros vinham a Maputo mais a negcios (36%) e, numa segunda perspectiva, a Passeio e Turismo (18%). Outro dado curioso que enquanto o I Estudo referia que 10% dos turistas vinham em Misso de Servio, agora apenas 2% preenchem essa categoria. Tal inverso de propsitos poder colocar-se com a poca particularmente devotada realizao de passeio, turismo e frias, uma vez que o Estudo foi levado a cabo no final do ano de 2011. No obstante, Maputo no deixa de possuir

as caractersticas ideais para o incremento da realizao de eventos empresariais e organizacionais ao longo do ano, pois a leitura deixa antever que os negcios continuam em alta nas intenes dos turistas estrangeiros (subindo de 36% para 41%), apesar da poca ser mais propcia realizao de actividades de lazer. Alis, as frias, que registavam apenas 15% das preferncias dos estrangeiros, subiram para 32%.c

70% dos turistas ficam mais de 7 dias em MaputoII Estudo de Satisfao do Turista da Cidade de Maputo, orientado pelo Observatrio do Turismo e realizado em Novembro de 2011, revela que 65% dos entrevistados nacionais fica entre 10 ou mais dias na capital do Pas. De igual modo, a seleco de dados permitiu chegar concluso de que 84% dos turistas domsticos fica mais de 7 dias em Maputo, o que corresponde a um nme-

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ro significativo de inquiridos. Ao mesmo tempo, mais de metade dos estrangeiros (57% ) permanece mais de 7 dias na mesma cidade, um dado francamente positivo. O I Estudo de Satisfao do Turista da Cidade de Maputo, realizado em Agosto de 2011, havia revelado que 78% dos turistas nacionais e estrangeiros fica mais de 4 dias em Maputo. Actualmente, e de acordo com a 2 vaga do mesmo Estudo

realizado em Novembro, chega-se concluso de que 70% dos turistas (nacionais e estrangeiros) permanecem mais de 7 dias em Maputo. Neste mbito, o desafio coloca-se no sentido de aumentar estes tempos de permanncia no s face aos turistas que vm da frica do Sul como de Portugal, Brasil, Inglaterra e outros pases europeus e asiticos.c

revista capital

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OBSERVATRIO DO TURISMO 35

MITUR, INEFP, CONSELHO MUNICIPAL DA CIDADE DE MAPUTO, SNV

Maputo e Inhambane Hospitaleiros vo formar 800 informais

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Comisso Europeia ir desembolsar 271 mil euros para formar 800 trabalhadores do mercado informal nas provncias de Maputo e Inhambane. Com a designao de Maputo e Inhambane Hospitaleiro, a iniciativa implementada pelo Instituto Nacional do Emprego e Formao Profissional (INEFP), juntamente com o Ministrio do Turismo e a Cooperao Holandesa para o Desenvolvimento (SNV), e em parceria com o Conselho Municipal da Cidade de Maputo. Segundo Mualua Muchaca, responsvel do INEFP pela iniciativa, Maputo e Inhambane hospitaleiros um projecto que tem tudo para dar certo. Os implementadores do projecto pretendem que as 800 vagas sejam repartidas em 50 por cento para cada provncia, Maputo e Inhambane. Por outro lado, a iniciativa pretende criar melhores condies de vida para os vendedores informais, segundo o responsvel do INEFP.

A parceria firmada com o Conselho Municipal de Maputo permitiu que este organismo soubesse que existe um reforo nas aces de consciencializao dos vendedores informais, considerados os maiores produtores de lixo. Alis, os mentores do projecto empreenderam j uma aproximao junto dos vendedores informais, facto que permitiu que estes falassem das suas limitaes e sobre a necessidade de melhoria das suas condies de vida. A resoluo das limitaes do pblico-alvo chamou a conjugao de esforos da SNV, do INEFP, do Ministrio do Turismo e do Conselho Municipal, entre outros organismos. O presidente do Conselho Municipal j sugeriu que o projecto envidasse esforos no sentido de transformar os vendedores informais em formais. Segundo Federico Vignati, assessor econmico e de desenvolvimento da SNV (Cooperao Holandesa para o Desenvolvimento), a indstria do turismo permite

que os micro e pequenos empreendedores, e os prprios informais, entrem no circuito deste sector, enquanto as demais indstrias exigem um investimento em maquinaria e recursos humanos provenientes do Estrangeiro. A indstria do turismo um dos poucos sectores onde o capital humano possui um peso muito forte. No mesmo mbito, a hospitalidade das pessoas um factor to importante quanto a prpria gastronomia. E este um dos diversos aspectos que ser largamente transmitido aos formandos. Por outro lado, a limpeza e higiene por parte dos vendedores informais ser a tnica dominante, durante o decorrer de toda a iniciativa. Embora a formao seja o ponto de partida, a promoo de uma reflexo e o desenvolvimento de micro-plos onde os trabalhadores informais possam trabalhar constitui o objectivo estabelecido a longo termo.c

Entre os melhores destinos tursticosara o jornal Financial Times, Moambique uma das grandes atraces do mercado turstico do ano. O jornal recolheu a opinio de vrios agentes de viagens que apontaram alguns dos destinos que devero ser

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mais procurados pelos turistas. Com uma linha costeira de 2.500 km inexplorada, plena de belezas, Moambique o ltimo grito dos destinos litorais. Quem o diz Will Jones da agncia de viagens Journeys by Design. Mas Joel Zack, da agncia Heritage Tours, no lhe fi ca atrs: Moambique oferece o luxo sem