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Revista B2L Corporate 10 www.b2law.com.br

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Page 1: Revista B2L Corporate 10
Page 2: Revista B2L Corporate 10
Page 3: Revista B2L Corporate 10

Sumário

Os desafios da sucessão

Como a chegada dos eventos esportivos e de um novo

consumidor vão agitar o setor

Revolução Industrial em Pernambuco

PIB da construção civil pode chegar a R$ 270 bilhões em menos de dez anos

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RESO

RTS

EM

PRES

AS FA

MIL

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APA

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ADES

SUAP

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NOVA SÉRI E

Page 4: Revista B2L Corporate 10

Atração de investidores com a Evolução nas Vendas

A única coisa que é constante no mundo é a mudança. O conhecimento naturalmen-te se expande, empresas entram e saem deste Big Bang dos negócios. Porém, se existe algo a ser defendido como a um castelo na baixa Idade Média é o movi-mento sistemático das vendas.

Ela é a grande métrica para operações com investidores.

Ei – você pode reclamar – mas é o passivo! E aquela multa ambiental gigante? Pode-mos resolver isto, mas jamais com as ven-das em queda. Empresas não devem ser vendidas na baixa, e sim com as vendas progressivas, por múltiplos canais e em movimento.

fevereiro 20132

Com A PALAVrA

Page 5: Revista B2L Corporate 10

RODRIGO BERTOZZI

CEO da B2L, especializada em expansão, compra e venda de empresas. Sócio-fundador da Selem, Bertozzi e Consultores Associados, administrador, autor dos livros – “Revolution Marketing Place”, “A Reinvenção da Advocacia”, “Um Futuro Perfeito”, entre outras obras.

Saber vender é tão importante quanto o saber do investi-mento consultoria. O perfeito equilíbrio entre estes dois conceitos é a receita de sucesso para você que deseja ter um sócio ou para aquele que quer investir em sua empresa.

Se eu particularmente quisesse comprar o seu negócio, primeiro iria analisar suas vendas, a entrada de novas li-nhas de produtos, seu sistema de oferta de preços e pro-moções no mercado.

Existem tantas matérias a serem cuidadas em uma em-presa, eu bem o sei, mas amigos – vendas é o subprodu-to de coisas bem realizadas. Antes se afirmava que era o lucro. Mas lucro não existe sem vendas e o contrário não é verdadeiro.

Você pode ser extremamente talentoso, seu negócio em movimento, mas nada adianta se não souber se reinventar na hora de apresentar uma operação para o mercado. Os chamados 10 minutos de tolerância.

Um exemplo: ao desconhecer o marketing jurídico e a construção da marca jurídica, você acaba ficando para trás. Isto não é justo, mas é a regra do mercado jurídico. Não basta ser bom, tem que parecer bom.

AçãoDesenvolva um plano de metas dividido em duas partes. Um que trate da ampliação dos canais de vendas e que coloque seus produtos ou serviços na busca de curto, médio e longo prazo voltado à sustentação das vendas e preservação da rentabilidade líquida. E outro com vista na reestruturação de como apresentar seus negócios para potenciais investidores, utilizando pouco tempo e diver-sos tipos de mídias.

Desta maneira, VENDAS + IMAGEM NEGOCIAL, trabalhamos dentro de uma atmosfera perfeita para que sua marca tenha maior valor e mais investidores queiram investir em você.

Uma mudança dramática foi a de que os clientes não são mais permanentes, e infinitamente infiéis por diversos mundos paralelos (se você gosta de questões científicas). Agora eles são transitórios. Nada que você ou eu possa-mos impedir, mas podemos reinventar.

Conclusão Com as taxas de juros baixando lentamente no Brasil, os investidores precisam equilibrar a baixa rentabilidade com risco no mercado real. Exemplo: comprando participações em empresas de médio porte que possam crescer. Mas faça certo – este mercado não lhe dá muitas chances!

Se a imagem da empresa fosse o Popeye, o espinafre seria a venda em todas as suas extensões. Se pensa em buscar capital para sua empresa, faça a lição de casa e mostre aquilo que realmente empolga: potencial de vendas. Ela é a vedete em tempos de alta competição!

Sete aplicações do conceito de vendas – mas com a superexposição:

vender produtos inovadores no mercado;

vender produtos ou serviços com diversas opções de rentabilidade;

vender valor agregado tornando os serviços mais va-liosos;

vender ideias para consolidar no seu mercado de atuação;

vender conceitos intangíveis;

vender projetos para clientes;

vender um conjunto de benefícios para a conquista de parcerias e alianças para fortalecer sua operação.

Em vendas não existe sorte, mas a exata colisão entre oportunidade com a preparação. Acredite - quanto mais eu estudo sobre vendas, mais chego à inevitável conclusão que se trata de uma atitude pessoal ou somatória de diver-sas pessoas dentro de um plano de metas.

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fevereiro 2013 3

Com A PALAVrA

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O promissor mercado de autoaten-dimento para compra de passagens, check-in, despacho de bagagem e em-barque lançará o Brasil no grupo dos seis maiores mercados mundiais nes-se segmento, exatamente por conta do descompasso entre o crescimento da demanda e a expansão da infraes-trutura aeroportuária. É o que informa pesquisa da Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA).

A utilização do autoatendimento, o que in-cluiu uso de totem, internet e smartphone, para check-in de embarque no aeroporto de Guarulhos (SP) foi em igual percentu-al à utilização em um dos terminais mais movimentados de todo o mundo – o do aeroporto de Atlanta (EUA).

As empresas aéreas e a Infraero pla-nejam investir cada vez mais em equi-pamentos e ferramentas tecnológicas capazes de fortalecer o conceito do que, hoje, já é a bandeira de algumas delas: “a tecnologia agrega simplici-dade. É o conceito de tornar a viagem mais simples”.

Em outra ponta, empresários do varejo e especialistas confirmam que facilida-des para o consumidor na hora de pa-gar e intensificar o uso de celular para fazer compras são tendências de um futuro próximo, onde a tecnologia da informação terá papel fundamental.

A crescente tecnologia a favor do con-sumidor aponta que o setor de TI deve-rá manter em 2013 a tendência que já é realidade por três anos consecutivos: o setor é campeão de fusões e aqui-sições no Brasil, segundo pesquisa da PricewaterhouseCoopers (PwC).

A pulverização do setor de TI no Brasil, com empresas de pequeno e médio portes, preocupadas em ganhar mus-culatura para enfrentar a concorrência nacional e internacional, ou ainda, a dis-posição anunciada por alguns grandes da tecnologia (Totvs, Stefanini, Intel, Mi-crosoft) em criar fundos, ou aumentar o valor disponível dos já existentes, para aplicar em empresas de TI pequenas e médias, inclusive nas novatas, são fato-res que a PwC apontam como signifi-cativos para o setor de TI ter mantido a evolução de crescimento em fusões e aquisições.

Recentemente, a Totvs, líder em de-senvolvimento e comercialização de software de gestão empresarial, ser-viços e tecnologia, anunciou a compra de 100% do capital social da W&D Participações S.A., detentora da PC Sistemas. O valor da transação poderá alcançar R$ 95 milhões.

Em valores financeiros, o estudo re-velou que as operações do setor de TI ficaram abaixo da média. Porém,

tivemos bons negócios de expressivos resultados, como a aquisição da Digi-bras, dona da marca CCE, em setem-bro, pela chinesa Lenovo, por R$ 300 milhões. Outra exceção de aquisição que ficou acima da média foi a da brasi-leira Politec, especializada em serviços de TI, pela companhia espanhola de software Indra. A operação teve o valor aproximado de R$ 219 milhões.

Ainda que, para a análise de alguns especialistas, o certeiro incremento do mercado de fusões e aquisições no Brasil em 2013 tenda a ser como um todo, sem uma área de destaque, so-bretudo em razão da demanda domés-tica aquecida e um movimento de con-solidação em diversos setores como varejo, petróleo e gás, não podemos deixar de acreditar que o mercado de TI é um forte concorrente ao novo pódio, seja em fusões e aquisições, seja no recebimento de investimento, sobretu-do em bons projetos de TI e em empre-sas Startup do segmento.

EMILIA AZEVEDO DA SILVA

Sócia B2L.

Fusões e Aquisições TI

Operações: 96 em 2012, contra 79 em 2011 + 2,5%

Total das transações: 13% Vare-jo (10%); Química/Petroquímica e Serviços (8%); Serviços Públicos (7%) e Alimentos (7%); Bancos (5%); Mineração (4%) e Outros (38%).

Negócios: Concentrados no Sudeste

Fonte: PwC

TENDENCIA AO PODIO DE FUSOES E AQUISICOES EM 2013

4 fevereiro 2013

ArTiGo B2L

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EDuARDO PEREIRA DA SILVA

Sócio da Pereira Bertozzi Ltda (A Criativa Marcas e Patentes), atuando há 25 anos em Propriedade Industrial e Assuntos Regulatórios. Agente de Propriedade Industrial do INPI e redator de mais de 500 patentes.

INOVAÇÃO COM PATENTES:

O tema inovação está na moda no Brasil. Hoje é extremamente divulgado e debatido nos meios de comunicação, e podemos dizer que estamos um pouco atrasados comparativamente aos países desenvolvidos. Mas a inovação vem para ajudar o crescimento do nosso país e os empresários a valorizar o seu negócio.

Considera-se inovação todo desenvolvimento para obtenção de novos produtos ou melhorias dos atuais, e também para obtenção de novos métodos e processos, incluindo adminis-trativos, financeiros, publicitários, comerciais e etc., capazes de responder com rapidez às novas demandas do mercado, visando sempre o ganho de competitividade em relação à concorrência.

A relação que existe entre Inovação e Patente é muito estreita, pois toda Patente tem que ter Inovação, porém o inverso não é verdadeiro, ou seja, nem toda Inovação se transformará em Patente.

Por definição, Patente é o direito legal obtido por acordo entre o governo e o inventor/depositante, onde o primeiro concede exclusividade de exploração do invento e o segundo se obriga a revelar seus segredos para que o desenvolvimento tecnológico ocorra mais rapidamente. Para a obtenção do registro de paten-tes, segundo a Lei da Propriedade Industrial nº. 9279 de 1996, esta deve atender três premissas: novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. As inovações sempre atendem às premis-sas de novidade e atividade inventiva exigidas nas condições de registro, porém, a ausência de aplicação industrial na inovação limitará a obtenção do registro de patente.

A decisão para o registro das inovações como patente deve ser feita com a assessoria de profissionais especializados em

Propriedade Industrial, onde os engenheiros destacam-se pelos seus conhecimentos em pesquisa, desenvolvimento e tecnologia industrial. Há uma técnica altamente especializada para a prepa-ração da documentação exigida para registro, onde deve haver uma interação técnica do redator da Patente com o inventor, para que os conceitos dos inventos ou criações sejam reivindicados corretamente e para não haver perdas de direitos por uma má formulação do Pedido de Patente. Além disto, deve-se buscar o estado atual da arte para aferir a novidade e a atividade inventiva.

As patentes são com certeza, o melhor investimento que o em-presário pode realizar na sua empresa, pois gerará novos conheci-mentos tecnológicos de sua área de atuação e preparará melhor seus técnicos, e para isto poderá utilizar financiamento subsidiado pelo governo.

A obtenção do registro de patentes valorizará o negócio do em-presário brasileiro uma vez que obterá um diferencial competitivo devido à exclusividade da exploração do objeto da patente, trazen-do reserva de mercado, maior lucratividade - aliado ao maior valor agregado inerente à inovação. Além disto, os direitos da patente podem ser transferidos, vendidos ou licenciados para terceiros, e por se tratar de um bem intangível poderá ser incorporado ao patrimônio da empresa.

COMO VALORIZAR SEU NEGÓCIO

o empresário terá um diferencial competitivo devido à exclusividade da exploração do objeto da patente, trazendo reserva de mercado, maior lucratividade

fevereiro 2013 5

ArTiGo B2L

Page 8: Revista B2L Corporate 10

Segmentos de Atuação

Logística, indústria naval, alimentos e bebidas, indústria química, têxtil, ener-gia eólica (primeiro porto a integrar a Associação Brasileira de Energia Eólica -Abeeólica), granéis líquidos e gases, materiais de construção;

Complexo de SuapeExpansão abre rota de investimentos sem precedentes

Estado: Pernambuco

Empresas: 100 instaladas e 50 em implantação

Empregos: 25 mil diretos; 50 mil na Construção Civil

Investimentos públicos 2011/2014: R$ 3 bilhões

Investimentos Privados

Empreendimentos

Refinaria Abreu e Lima

Petroquímica Suape (PTA, POY e PET)

Mossi&Guisolf

Estaleiro Atlântico Sul

Estaleiro PROMAR

Estaleiro CMO

Cia Siderúrgica Suape

TOTAL

TOTAL GERAL

17,1 bi

2,75 bi

0,39 bi

1,38 bi

0,11 bi

0,44 bi

0,83 bi

23 bi

26,70 bi

1.500

1.800

450

8.000

1.500

1.600

800

15.650

34.700

Investimentos (US$)

Empregos Diretos

Cré

dito

s: D

anie

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ader

fevereiro 20136

LoGÍSTiCA

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5 mil a 6 mil metros abaixo da lâmina de água, o Brasil se tornará um dos dez maio-res produtores mundiais. O Complexo de Suape vai ter um papel fundamental no escoamento da produção, estimada em mais de 100 milhões de barris, na constru-ção de navios para o transporte offshore para a extração de petróleo.

Considerado o berço da nova indústria na-val brasileira, o Complexo de Suape possui uma política diferenciada de incentivos fis-cais para novos empreendimentos. As re-duções nos impostos federais e estaduais chegam a 75%.

Revolução Industrial. É como está sen-do chamado o movimento na economia pernambucana. Some crescimento da renda da população e do seu mercado consumidor aos grandes investimentos estruturadores em todo o Estado. Como o grande protagonista das oportunidades está o processo de expansão do Com-plexo Industrial Portuário de Suape.

Com o status de ser um dos melhores portos públicos do Brasil, de acordo com o Instituto de Logística Supply Chain (ILOS), sua infraestrutura portuária foi eleita a melhor do país em 2011, segun-do a revista inglesa The New Economy.

O Porto apresenta estrutura moderna, com profundidades entre 15,5m e 20,0m e grande potencial de expansão. Sua lo-calização estratégica em relação às princi-pais rotas marítimas de navegação o man-tém conectado a mais de 160 portos em todos os continentes, com linhas diretas da Europa, América do Norte e África.

A movimentação portuária cresce em ritmo acelerado e consolida Suape como um porto concentrador e distribuidor de cargas. Em 2011, a movimentação de cargas ultrapassou os 11 milhões de to-neladas e a de contêineres foi maior que 400 mil TEUs (unidade correspondente a um contêiner de 20 pés), o que represen-ta um crescimento de 25% e 33%, res-pectivamente, em relação ao ano anterior.

Atualmente, Suape possui cinco cais para atracamento no porto interno e um molhe de pedras de proteção em L, que abriga três píeres de granéis líquidos, um cais de múltiplos usos e uma tancagem flutuante de GLP, no porto externo. Visando ampliar ainda mais sua estrutura, quatro novos terminais serão instalados: um para gra-néis sólidos, outro para açúcar, um novo para contêineres e um quarto para grãos.

BalançoSuape continua se preparando para a chegada dos grandes empreendimen-tos. O aporte de investimentos nas obras de infraestrutura em andamento totaliza R$ 1 bilhão. São obras de dragagem,

terraplanagem, construção de acessos etc., entre as quais se destacam a con-clusão da duplicação da PE-60 no trecho em Suape, o avanço das obras da Via Expressa, além da dragagem do canal de acesso externo ao Porto – fundamental para receber qualquer tipo de navio.

Suape GlobalCom a descoberta da gigantesca re-serva de petróleo, medindo 800 km de comprimento por 200 km de largura, na camada pré-sal, entre o Espírito Santo e Santa Catarina, a uma profundidade de

O porto de Suape vem atraindo investimentos bastante relevantes, como re-finaria, estaleiros, além de várias empresas dos segmentos naval, energético, petroquímico, alimentício e logístico.

Possui uma localização única e estratégica, inserido nas principais rotas marítimas mundiais, distante apenas sete dias da costa americana e do Porto de Rotterdam. Em seu raio de 800 km, encontra-se mais de 80% do PIB do Nordeste.

Tudo isso gerou um crescimento sem precedentes e a criação de oportunidades inéditas. O sucesso de Suape fez com que as áreas de seu entorno sofressem uma impressionante valorização, acarretando também a quase inexistência de novas áreas no ancoradouro.

Para evitar seu esgotamento e gerar diversidade de opções ao empresariado, foi realizada a dragagem do porto de Recife, permitindo seu reaproveitamento e iniciados os estudos para um novo porto no litoral norte, que deverá ser construído através de uma PPP.

Esse porto, se confirmado, conferirá o suporte necessário às novas fábricas da Fiat e da Hemobrás, além de diversos projetos, como outros estaleiros. O Estado, assim, trabalha na interiorização do desenvolvimento, como também é o caso da abertura de fábricas como a Sadia e a Kraft Foods, no município de Vitória de Santo Antão.

Dessa forma, os portos do Estado, juntamente com a finalização da ferrovia Transnordestina, a ampliação do aeroporto de Recife, as duplicações das ro-dovias federais, a boa oferta de material humano - ancorada na cultura do Estado e advinda das reconhecidas universidades e escolas pernambucanas - con-ferem a Suape e a Pernambuco uma das melhores opções de investimentos no Brasil.

O que esperar de Suape?

BRunO COêLhO DA SILVEIRA

Sócio B2L.

LoGÍSTiCA

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DICAS 2013 • DICAS 2013 • DICAS 2013 • DICAS 2013 • DICAS 2013 • DICAS 2013 • DICAS 2013 • DICAS 2013 • DICAS 2013 • DICAS 2013 • DICAS 2013 • DICAS 2013 • DICAS 2013 • DICAS 2013

A B2L Corporate fez a seguinte pergunta aos fundos: quais segmentos serão prioridade para investimentos ou mesmo compra de empresas em 2013/2014? Vamos lá:

Astella InvestimentosEdson Rigonatti - Partner

Continuamos acreditando que os setores de software empresarial, educação, saú-de, serviços financeiros e e-commerce seguirão dando o tom de investimentos e M&A nos próximos anos.

Os fundamentos macroeconômicos con-tinuam apontando para um crescimento da “infraestrutura intangível” dado o cres-cimento da massa salarial, da recomposi-ção da cesta de consumo, e de um maior investimento das empresas.

A evolução da classe média no Brasil pri-vilegia gastos em educação, saúde e uma maior bancarização da população. Além disso, a popularização da internet favore-ce o crescimento do e-commerce e de produtos digitais. Enquanto as empresas buscam se beneficiar das reduções de custo e aumento de produtividade propi-ciada pelos tablets, smartphones e servi-ços na nuvem.

Tal expectativa robusta de crescimento nesses itens trará um volume ainda maior de investimentos nessas verticais, e de transações estratégicas de empresas que precisam se posicionar nesses setores em uma ordem de magnitude muito su-perior aos últimos cinco anos.

Atlântico PartnersIgor Tasic - CEO e fundador

Segmentos que mais tenho ouvido de clientes e parceiros tanto no Brasil como na Europa:

Serviços de engenharia, em particular, nas áreas de transporte e demais ligadas à infraestrutura. Sendo o grande gargalo do país, a falta de infraestrutura adequada

tem impedido um crescimento mais ex-pressivo da economia. Por se tratar de um tema sensível politicamente, espera-se que haja maior celeridade na execução de ações específicas do PAC neste sentido, o que deverá movimentar a demanda por serviços de engenharia de forma expres-siva no curto e médio prazo.

Cadeia de petróleo e gás. A execução do plano de negócios da Petrobras nos próxi-mos anos deverá impulsionar ainda mais toda a cadeia de valor de P&G, desde em-presas que atuam em produção e explora-ção, até empresas associadas a serviços ligados a esta área.

Bens de consumo não duráveis. Com o nível de emprego ainda elevado, consoli-dação do poder de compra de segmentos da classe média e a mudança gradual do comportamento do consumidor, o ritmo de consumo de alimentos e bens de con-sumo não durável deve aumentar. Neste sentido, novas marcas e produtos deve-rão manter um bom ritmo de crescimento no curto prazo.

DEMAIS SEGMENTOS:

Telefonia móvel, em particular, com a intro-dução massiva de celulares smartphone, ampliação da cobertura e acesso a redes 3G e 4G.

Varejo, na mesma linha da expansão do consumo de bens não duráveis, o Brasil deve observar uma expansão e consoli-dação do segmento de varejo como um todo, incluindo setor supermercadista, moda e eletroeletrônicos.

Cadeia de negócios no entorno espor-tivo, desde a maior venda de materiais esportivos até uma maior movimentação em ações de marketing, patrocínio, etc., visando a Copa e as Olimpíadas.

Setor bancário, em função da tendência de crescimento e aumento do nível de concessão de crédito a pessoas físicas e empresas.

SOMMA InvestimentosJoão Felipe Frandolozo - Gestor de Renda Variável

CONSUMO

O setor de consumo foi destaque em 2012 e acreditamos que permanecerá em crescimento para atender a deman-da crescente motivado pelo aumento da renda das famílias e pelos níveis historica-mente baixos de desemprego. Por ser um segmento amplo, empresas dos ramos de supermercados, lojas e shoppings se-rão beneficiárias direta e indiretamente do desenvolvimento do setor.

Abaixo os ativos que acreditamos estarem bem posicionados para tal crescimento:

Arezzo (ARZZ3)O aumento do consumo das famílias é um driver positivo para ARZZ3, porém ain-da esperamos um ajuste nas vendas de bens duráveis, que vem pressionando as vendas no segmento de calçados e ves-tuário. Ao sinal de redução dos incentivos do governo à linha branca, a tendência será de aumento do segmento de bens não duráveis, refletindo diretamente no resultado da Arezzo&Co. A rápida res-posta ao mercado, no desenvolvimento de novos produtos e o foco em melhorar cada vez mais o setor de logística para atender com maior eficiência, coloca a Arezzo&Co como grande player no pro-cesso de consolidação do mercado de consumo e varejo. Outro ponto que for-talece as expectativas são as aberturas

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TENDÊNCIAS 2013

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FuNDoS

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de lojas próprias, que inicialmente pres-sionam as margens, mas no médio pra-zo contribuem para um resultado mais robusto. Hoje o resultado obtido com as operações de lojas próprias é quase 40% superior ao modelo de franquias.

Grupo Pão de Açúcar (PCAR4)O Grupo Pão de Açúcar foi pioneiro no setor varejista brasileiro, e é hoje a maior empresa de distribuição do país com mais de 1.300 unidades entre supermercados, hipermercados, atacarejos, entre outros. Consideramos a ação uma boa alternativa de investimento, em função da expecta-tiva do potencial de captura de sinergias entre o Ponto Frio e Casas Bahia. Além de a ação possuir um caráter defensivo ten-do em vista que 50% de suas receitas ad-vêm do segmento alimentício. Cabe des-taque a possibilidade de o grupo vir a abrir o capital da NovaPontocom, segmento de e-commerce da companhia, o que poderá conferir grande entrada de capital. Gosta-mos de estratégia de crescimento orgâni-co, em especial em direção ao Nordeste e cidades de menor porte com diferentes modelos de lojas.

Lojas Renner (LREN3)A Lojas Renner é a segunda maior rede de lojas de departamentos de vestuário no Brasil, com uma trajetória de pionei-rismo e expansão. A companhia traz o título de primeira corporação do país com 100% das ações negociadas em bolsa, e está listada no Novo Mercado. A Com-panhia foi pioneira em implantar no país, em 2002, o conceito de Estilos de Vida no desenvolvimento de suas coleções e na organização de suas lojas. A exposição coordenada de roupas, calçados e aces-sórios, sob marcas que refletem diferen-tes atitudes, interesses e personalidades, facilita a escolha dos clientes, pois permi-te que eles identifiquem claramente o conjunto de peças que melhor refletem seu jeito de ser e de viver, otimizando o seu tempo de compras.

Sonae Sierra (SSBR3)A Sonae Sierra Brasil é uma das princi-pais incorporadoras, proprietárias e ope-radoras de shoppings centers do Brasil, segundo dados da ABRASCE. Através

do modelo de negócios verticalmente integrado, atua em todas as fases do pro-cesso de construção e reforma de sho-ppings centers, incluindo realização de estudos de viabilidade e pesquisas, aqui-sição de terrenos, planejamento, design arquitetônico, administração da constru-ção, administração de propriedades e gestão de ativos e serviços de comercia-lização de lojas. O modelo integrado cria sinergias e eficiência operacional, o que permite desenvolver e administrar shop-pings centers de alta qualidade com um desempenho financeiro e operacional significativo. O foco da empresa está em projetos greenfields, ou seja, projetos que ainda estão no papel (incipientes).

INDúSTRIAS

Acreditamos que o segmento industrial deverá se recuperar em 2013, após o fraco desempenho de 2012 motivado pela queda na demanda e o baixo cres-cimento. Com os novos estímulos ado-tados pelo governo, juntamente com a redução nos estoques, esperamos que este seja um bom ano para o setor, do qual destacamos:

Iochpe-Maxion (MYPK3)Temos como principal razão de in-vestimento as aquisições feitas pela empresa que foram totalmente con-solidadas, mais que dobrando a sua receita (2011 contra 2012). Os riscos estão relacionados ao impacto negati-vo da nova legislação (EUROV), e das novas taxas praticadas pela linha de crédito FINAME do BNDES, que sa-íram de 10% para 5,5% ocasionando uma queda nas vendas já que clientes postergaram suas aquisições a fim de conseguir melhores taxas. Vale ressal-tar que 70% das vendas no setor são feitas através do FINAME, no entanto, acredito que tais aspectos já estejam precificados no preço da ação. Outro ponto que merece atenção é a ques-tão de sua dívida que saltou de 1,3x do EBITDA para 4,9x do EBITDA, dívi-da essa adquirida para realizar duas im-portantes aquisições, o custo desta dí-vida é a variação do dólar mais 6%a.a., no entanto 50% da receita da empresa

deriva do mercado externo configuran-do-se assim um hedge natural.

RANDON (RAPT4)A empresa estima crescer 12% a.a. e atin-gir o faturamento anual de R$ 10,2 bilhões em 2016. Destacamos que a receita bruta da empresa cresceu à taxa CAGR de 17,1% nos últimos 15 anos. Existe a expectativa de recuperação das vendas no setor, tam-bém beneficiado pela queda das taxas de juros do FINAME, já que 70% das vendas do setor acontecem através deste tipo de financiamento. Um ponto negativo a ser acompanhado é a evolução de sua dívida e o crescimento da parcela da mesma em dólar, porém não acreditamos em grandes impactos negativos em função deste as-pecto nos preços das ações.

EDUCAçãO/ENSINO

As perspectivas sobre o setor de educação são positivas para os próximos anos, base-ado no aumento da renda da população em busca de maior qualificação profissional e estímulos governamentais (como o FIES). O segmento de educação a distância tam-bém tem demonstrado vigoroso cresci-mento aliado a boas margens de retorno.

Anhanguera (AEDU3)A companhia reiterou sua boa expectativa para os volumes de matrículas em 2013 e ainda anunciou um aumento na distri-buição de dividendos para 25% do lucro líquido. Apesar de dados do Ministério da Educação indicarem bons volumes no curto prazo, o pico de matrículas do setor deve ser atingido em 2015, porém aumen-tos nos preços acima da inflação podem liberar mais valor para os ativos do setor. A companhia espera atingir a marca de 1.000.000 de matrículas (com o campus maduro) divididas igualmente entre ensi-no a distância e presencial.

DICAS

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FuNDoS

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FAMILIARES

DA SUCESSÃONAS EMPRESAS

DESAFIOS

Série

Quando os herdeiros de uma empresa entram em conflito, o faturamento do negócio tende a cair – resolvido o problema, volta a subir. Especialistas alertam sobre a necessidade da profissionalização da gestão das empresas familiares. E vão além: não é fácil tirar parente. Nos Estados Unidos, das 21 milhões de empresas, 18 milhões são familiares. No Brasil, 90% das empresas formalizadas são de propriedade familiar.

Nem tudo são flores. Dados revelam que 65% das empresas desaparecem do mercado em função das disputas internas,

somente 30% chegam à segunda geração e apenas 15% à terceira. No Brasil, os percentuais são semelhantes e, como em todo lugar, o momento crítico é sempre o da sucessão.

Aptas aos desafios do mercado? Maduras para atrair in-vestidores? Prontas para chegada de capital, novo sócio ou até de um novo familiar na linha de comando? A partir desta edição, a B2L traz uma nova série. Você vai conhecer superações, histórias vencedoras e os desafios diários da sucessão nas empresas familiares brasileiras.

EmPrEENDEDoriSmo

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A cobiçada do varejoEm 1968 nascia a primeira loja a partir de um armarinho em Feira de Santana (BA), fundada pelo pai Aristóteles. A escolha do nome foi sugestão de um tio, que também era seu patrão, como conta Álvaro Sant’Anna, filho e atual presidente da rede. “Na época, a Le Biscuit começou vendendo artigos para presente, e “biscuit”, em francês, são pequenas porcelanas, bibelôs. O nome teve boa aderência, e mesmo com o mix se transformando, perpetuou”.

De lá pra cá, o salto foi grande. Para 2013, serão R$ 120 milhões em inves-timentos para a rede de lojas de depar-tamento, que possui um mix variado de mais de 60 mil itens de decoração, utilidades para o lar, papelaria, brin-quedos, festa, armarinho e bomboni-ére. Estão previstas 20 novas lojas e a construção de um novo Centro de Distribuição na Bahia, voltado para o atendimento ao Nordeste.

Há tempos a lição de casa já estava sendo feita. A empresa buscou profis-sionais de mercado para os cargos de diretoria e eliminou todos os processos informais. Novas ações culminaram com a venda de 40% da empresa para a Vinci Partners no ano passado. “A parceria possibilitou que a Le Biscuit acelerasse seu processo de expansão, passando de 10 lojas por ano, para apro-ximadamente 20 lojas/ano”. Ele explica que a manutenção da presidência mes-mo com a entrada de um novo sócio foi vital para o acordo. “A premissa de investimento do sócio era uma empre-sa com potencial de crescimento e uma gestão capaz de executar isso”.

AlinhamentoMuitos fundadores das empresas es-tão dando lugar às novas gerações, em especial em cias de médio porte. Sant’Anna conta que a Le Biscuit é uma empresa bem organizada e pro-fissionalizada, auditada e dirigida por executivos nas principais funções. “Durante a negociação da associação, Le Biscuit e Vinci Partners trabalharam a quatro mãos nos planos de negócios, estruturas da empresa e alinhamento sobre quais áreas a participação da Vinci gerará mais valor para o negócio. A empresa tem a Vinci como um sócio importante e está aberta a qualquer

Empresa: Le Biscuit

Estado: Bahia

Colaboradores: 2.150

Presença nacional: 37 lojas em 8 Estados (BA/SE/PE/PA/RN/MA/MG/SP)

Álvaro Sant’Anna

Para acelerar expansão, a empresa atraiu investidores

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EmPrEENDEDoriSmo

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sugestão de melhoria que venha beneficiar a empresa e seus clientes”.

Novas gerações Sobre a melhor forma dos conflitos familiares serem admi-nistrados para garantir crescimento contínuo, o presiden-te ressalta que os profissionais da família que trabalham na empresa exercem suas funções como executivos e li-mitados às suas áreas de atuação.

Das novas gerações mais aptas para um melhor alinha-mento entre os acionistas ou com maior receptividade quanto a atração de investidores e sócios, a exemplo dos fundos de private equity, Sant’Anna esclarece que depen-de muito do momento da empresa e dos interesses dos sócios, do que eles querem para o negócio. “No nosso caso, como entendemos que crescer é a melhor alter-nativa, não teríamos como fazer isso sem trazer capital novo”, analisa.

Linha de produtos comercializados

EmPrEENDEDoriSmo

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B2L - Quais as soluções ideais em finan-ças voltadas para empresas em sucessão familiar?

A solução ideal é planejar a sucessão. A forma como isto será feito é que difere as empresas com êxito daquelas que falham. É muito comum empreendedores constituírem uma holding pen-sando em sucessão. Verdade que isto pode facilitar bastante a transferência de propriedade entre os familiares, principalmente em caso de óbito. Mas a sucessão da empresa vai além disso. Os novos controladores e administradores precisam ter familiari-dade com o negócio, desde como ele funciona até o que se deve fazer para que continue a crescer. A constituição de um conselho de administração, por exemplo, normalmente é uma medida efi-caz. Mas deve-se sempre ter em mente que não existe fórmula pronta. Cada empresa e cada família tem uma história e diversas peculiaridades, daí a importância de profissionais experientes para auxiliarem neste processo.

B2L - Muitos fundadores das empresas estão dando lugar para a segunda e terceira gera-ção. Qual a percepção sobre os novos líde-res? Existe um preparo?

O que temos observado é que, de fato, existe uma preparação maior, sobretudo em termos de sólida formação educacional por parte dos novos líderes. Os anos 2000 foram caracterizados como a década do conhecimento e da aplicação das novas tec-nologias ao dia a dia das pessoas. Neste sentido, a nova geração cresceu assimilando novas plataformas, mídias e tecnologias, isto é, uma nova forma de fazer as coisas. Portanto, eles estão preparados. Em termos de maturidade, não há outra forma de adquiri-la, senão com o tempo. Mas sem sombra de dúvida a nova geração de líderes possui condições de um rápido proces-so de amadurecimento.

B2L - De que forma conflitos familiares po-dem ser administrados para garantir cresci-mento contínuo da empresa?

Entendemos que a parte mais importante deste processo é a clara separação entre as funções da geração que está no comando das organizações e a que pretende substituí--la. Ao definir claramente quais são os papéis de cada membro, o processo flui de forma positiva e permite que a geração atual de fato transmita conhecimento para seus

sucessores, sem que ocorram conflitos entre os membros da família e da organização.

B2L - Sobre os Fundos de Investimentos em Participações. Quais os ganhos, vantagens e de que forma podem auxiliar na administra-ção dos investimentos de uma família?

O principal ganho para a família, em termos financeiros, é do ponto de vista fiscal. Apesar de cada caso ter que ser analisado para adaptar as suas particularidades, através do FIP é possível transferir a data do fato gerador, que vai caracterizar o ganho de capital, para uma data futura. Assim, o recurso que deveria ser utilizado para o pagamento de impostos permanece na estrutura, o que melhora a eficiência da gestão financeira.

B2L - As novas gerações estão mais aptas para um melhor alinhamento entre os acio-nistas? Existe maior receptividade quanto à atração de investidores e sócios, a exemplo dos fundos de private equity?

Acreditamos que as novas gerações estão mais aptas a um me-lhor relacionamento com os acionistas em função da melhor for-mação acadêmica e profissional. Não é incomum que ao longo da faculdade os jovens que pretendem suceder seus pais nas or-ganizações já tenham um amplo conhecimento do funcionamen-to da relação entre acionistas e gestores, o que torna o relaciona-mento entre as partes mais tranquilo. Não nos parece que seja um problema para as novas gerações lidar com investidores tais como fundos de private equity, ao passo que estes conhecem o funcionamento do mercado de capitais e sabem que a existência de investidores é natural e saudável desde que as funções de cada participante estejam devidamente entendidas.

Soluções em Finanças

ÁLVARO DA LuZ

Economista chefe da SOMMA Investimentos. Mestre em Economia e Finanças – UFSC.

DAnIEL DuARTE JEVAux

Analista de Investimentos da SOMMA Investimentos. Professor de Economia e Finanças.

13fevereiro 2013

EmPrEENDEDoriSmo

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ESPECiAL

Resortsdo Brasil

Desempenho 2012

Faturamento do setor: R$ 1,4 bi (+8%)

Diária média: R$ 533 (-2%)

Taxa de ocupação: 57% (+9%)

Turistas estrangeiros: 10%

Turistas brasileiros: 90%

Público corporativo: cresce a cada dia e pode representar até 60% do faturamento

Perspectivas 2013: crescimento de até 5% no faturamento

Estado que mais concentra resorts: Bahia

Região mais cobiçada: Nordeste

Número de associados: 47 resorts

Unidades Habitacionais (UHs) 2012: 12.389

Empregos Diretos: 18.665

ESPECIAL

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ESPECiAL

Empreendimentos com perfil de resort começaram a atuar no Brasil na década de 60. De lá para cá, o número de re-sorts instalados no país cresceu exponencialmente. Quem afirma é Ricardo Domingues, diretor executivo da Resorts Brasil (Associação Brasileira de Resorts), em entrevista à B2L Corporate. Com projetos esquecidos na gaveta, o se-tor assistiu o sumiço do turista estrangeiro. Com a chegada dos eventos esportivos internacionais e um novo perfil de público, Domingues explica como o segmento espera vol-tar a ganhar fôlego e atrair investimentos.

no segmento de eventos. Este segmento, particularmente, já sente o impacto da Copa do Mundo, uma vez que o Bra-sil torna-se um destino destacado para quem deseja premiar clientes, colaboradores, fornecedores. A Olimpíada, em 2016, e o golfe são outros atrativos para voltar a receber mais es-trangeiros. O mercado vive uma retomada de projetos antes engavetados logo após a crise financeira de 2008.

B2L - Linhas de crédito oferecidas pelas ins-tituições financeiras são condizentes com as necessidades do setor? Qual o melhor caminho a seguir?

De forma geral, o crédito para a atividade hoteleira não é adequa-do; as linhas disponíveis cobram juros muito elevados e colocam muitas exigências e garantias para a liberação dos recursos. Isso leva muitos empreendimentos a optarem por investimentos di-retos ou no formato de “time share”, para atrair investidores.

B2L - Em 2008 a proporção de visitantes era de 57% - visitantes domésticos contra 43% - hóspedes estrangeiros. Em 2011 a relação mudou para 80% e 20% respectivamente. A que se deve essa mudança? Ascensão das classes sociais foi fator determinante?

Em 2013, essa relação de visitantes estrangeiros será ain-da menor (90%/10%), devido ao encarecimento do Brasil. A incorporação de um público formado pela classe média faz parte dessa equação, mas os resorts não deixaram de mirar o mercado internacional. No momento muitos em-preendimentos estão se preparando para receber delega-ções estrangeiras que disputarão a Copa no Brasil.

B2L - O Brasil é considerado um destino caro. Quais caminhos seguir na prática para tornar os destinos mais atraentes economicamente?

O estigma de que resort é um produto caro não procede. Ao mudar a percepção de custo--benefício, a ocupação não está mais restrita às férias de verão e ao mês de julho, e já se registra boa demanda nas viagens para os meses de maio e junho, pe-ríodos historicamente de baixa temporada para os resorts no Brasil. É também sinal de que o brasileiro está planejando melhor suas férias, o que contribui para diminuição de custos.

ViradaMomento da

B2L - Fortalecimento comercial dos resorts. O que falta no desempenho dos empreen-dimentos para justificar a manutenção dos investimentos?

Sobre a competitividade dos resorts, é necessário esclarecer que a carga tributária do Brasil afeta diretamente a competi-tividade dos resorts brasileiros em relação aos destinos com perfil semelhante no exterior. O Governo Federal se sensi-bilizou com o pleito realizado desde 2011 para a inclusão do turismo no Programa Brasil Maior, aprovada pela MP 563, e que está valendo desde agosto do ano passado.

Ela estabelece a desoneração fiscal da folha de pagamento. Em vez da contribuição patronal ao INSS, de 20%, os resorts recolherão uma alíquota de 2% sobre o faturamento. Cálcu-los indicam que essa desoneração possa atingir R$ 21 mi-lhões em benefícios ao longo de um ano, o que certamente contribuirá para que os resorts tenham fôlego para voltar a investir e se tornarem mais competitivos. O incentivo é signi-ficativo para que os resorts não deixem sua atual posição de importantes players do mercado turístico, já que estão posi-cionados entre os que mais investem entre a cadeia do trade.

B2L - Com a crise na Europa e consequente queda no número de hóspedes estrangei-ros, que medidas foram tomadas para ga-rantir taxas de ocupação satisfatórias?

Os resorts intensificaram parcerias com agentes de viagem e outros players. Dependendo do perfil do empreendimento e de suas políticas comerciais, cada resort opta por uma estraté-gia, posicionando-se entre públicos específicos ou investindo

Ricardo Domingues, diretor executivo da Resorts Brasil

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ESPECiAL

A localização é privilegiada. A apenas uma hora de Salvador (BA), em uma das mais procuradas regiões do litoral norte baiano - a Praia do Forte - um gigantesco complexo hoteleiro deu espaço a dois resorts da bandeira espanhola Iberostar. Desde 2006, o resort cinco estrelas Ibe-rostar Bahia inova com serviços, produ-tos e conceitos. Os resultados são altas taxas de ocupação e uma coleção de prêmios importantes em reconhecimen-to aos seus atributos, como localização, conceito expandido de “tudo incluído” (all inclusive), arquitetura, gastronomia, entretenimento, centro de convenções para até 3.200 pessoas e ações socioambientais.

Em 2008, chegava um novo empreendimen-to no local ainda mais luxuoso, o Iberostar Praia do Forte. Com forte presença para a área corporativa, este público já representa 45% do faturamento do hotel, como expli-ca o diretor comercial e de marketing da rede no Brasil, Orlan-do Giglio. Ele aponta que o segmento requer estudo, uma vez que é preciso pensar no todo. “Às vezes há bons sa-lões, centros de convenções estrutura-dos, mas não se pode deixar de pensar se o local comporta em termos de hos-pedagem”. Eventos grandes requerem

internet de qualidade e acomodações duplas, por exemplo.

Giglio ressalta a força de um empreen-dimento deste porte, ao movimentar toda uma cadeia produtiva local e re-gional. “Somos geradores de turismo e de emprego. O hotel se torna uma ilha de sustento de toda uma região.” Em análise global, o ano de 2012 foi agres-sivo para o grupo. Foram comprados seis hotéis na Europa, com um inves-timento de 72 milhões de euros, além de um empreendimento em Cancun. “Para este ano, estamos administran-

do hotéis e adequando o padrão dentro dos nos-sos moldes. Para o 2º se-mestre, há expectativas de novas aquisições.”

AmazôniaO luxuoso navio-hotel da rede, que navega duran-te o ano todo pelos rios Negro e Solimões, opera no Brasil desde 2005. O Iberostar Grand Amazon já recebeu mais de 20

mil turistas e navegou 58 mil quilô-metros. O navio foi o primeiro proje-to turístico no Brasil do grupo e com menos de dois anos de operação, já é destaque entre hotéis para hóspe-des executivos. “Temos tido bastante resultado com diversas empresas fe-chando pacotes para eventos.”

All inclusive

Orlando Giglio

Estado: Bahia

Rede Global: mais de 100 hotéis

Brasil: 2 hotéis Praia do Forte e 1 navio-hotel na Amazônia

Investidos no País: US$ 200 milhões

Colaboradores: 1.500 diretos / 1.000 indiretos

IBEROSTAR

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ESPECiAL

A história do Costão do Santinho começa na década de 1970, quando os primeiros terrenos junto à praia do San-tinho, em Florianópolis (SC), foram adquiridos. Incrustado em uma área de mais de um milhão de m2, o resort cata-rinense ganhou no ano 2000 o Costão SPA e em 2004 o campo de golfe. No ano seguinte, começava a conquista de prêmios como “Melhor Resort de Praia do Brasil”, eleito sete vezes pela revista Viagem & Turismo, recorda Rubens Régis, diretor comercial do empreendimento.

A decisão de construir um centro de convenções no ano de 2009 gerou impactos positivos para a recuperação da taxa de ocupação. “Atualmente, o Costão do Santinho tem 50% de hóspedes de lazer e 50% de turistas de eventos”.

CautelaRégis fala que os investimentos estão longe de serem re-tomados nos resorts, onde apenas os que estão em fase final de construção abrirão novos espaços. Com o dólar barato, o brasileiro está viajando mais para o exterior e o turista estrangeiro não desembarca por aqui. “Teremos um crescimento lento esse ano. O fator da crise na Europa tem peso, por isso só retomaremos a ocupação com o dólar na casa dos R$ 2,80 a R$ 3,00.”

Para tornar os destinos brasileiros mais atraentes economicamente, o diretor sugere que o Brasil invista mais em visibilidade internacional. “Hoje, a promoção está muito pobre e a EMBRATUR tem que voltar a ser atuante e buscar o turista europeu das classes A e B, que apesar da crise ainda está viajando. A hora do Brasil é agora. Pre-cisamos aproveitar o legado da Copa. Até 2014 milhares de jornalistas estarão por aqui e falarão apenas de nosso país.”

Brasilé agora

A hora do

Estado: Santa Catarina

Capacidade: 695 apartamentos (1,5 mil hóspedes)

Colaboradores: 700

Taxa de ocupação: 55%

Crescimento: + 53%

Faturamento: R$ 94 milhões

(dados 2012)

COSTãO DO SANTINHO

Rubens Régis

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O ano de 2012 foi marcante para o Hotel Vila Galé Cumbuco (CE). Com pouco mais de dois anos de operação recebeu o Prêmio de Melhor Resort e de Melhor SPA em Hotel pelo Guia 4 Rodas. “De salientar igualmente, o fato de o Vila Galé Marés ter sido, até o momento, o único resort da Bahia a obter a classificação de 5 estrelas, de acordo com o novo Sistema de Clas-sificação Hoteleira do Ministério do Turismo Brasileiro”, ressalta o diretor de Operações do Vila Galé Hotéis no Brasil, José António Bastos.

Investir no público corporativo, se-gundo ele, é uma boa alternativa para atrair hóspedes no período de baixa temporada, por se tratar de um mer-cado de fundamental importância para a quebra da sazonalidade. No Vila Galé Cumbuco, segmento responde por 25% da ocupação. No Vila Galé Eco Resort de Angra (RJ), já está perto dos 40%. No Brasil, a rede de bandeira portuguesa prevê crescimento entre 10% a 15% no volume de negócios para 2013.

Falando sobre a ocupação dos resorts

no país já atingir 90% de hóspedes nacionais contra apenas 10% de visi-tantes internacionais, Bastos credita os dados à forte retração econômica na Europa, levando a uma quebra su-perior a 70% de visitantes europeus nos hotéis. “A ascensão das classes sociais foi fator determinante, para, apesar da quebra do mercado euro-peu, alavancar um crescimento global de 20%.”

Atento às oportunidades que permi-tam o crescimento e consolidação da rede no Brasil, o Vila Galé não descar-ta a possibilidade de incorporações, fusões e aquisições.

A capacitação profissional é feita por duas vias. A principal pela Academia Vila Galé que capacita os futuros e atuais colaboradores, nas áreas com-portamentais e técnicas. A outra via, através de parceria com entidades pú-blicas e privadas. Sobre os requisitos que não podem faltar ao profissional que almeja trabalhar neste universo, o diretor é enfático: “Simpatia. O conhe-cimento técnico adquire-se. A simpa-tia tem de ser natural e intrínseca.”

lusitanoAvanço

José António Bastos

Estado: Ceará

Capacidade: 465 quartos

Colaboradores: 250 diretos

Taxa de ocupação: 45%

Crescimento: 15%

Rede Global: 23 hotéis/ 17 em Portugal

Brasil: 6 hotéis

(dados 2012)

VILA GALÉ CUMBUCO

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ESPECiAL

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“Hotéis e resorts com estrutura de eventos ou bem localiza-dos em grandes centros têm uma proximidade natural com o segmento corporativo. O foco do nosso trabalho comercial em relação a esse segmento é aumentar em 30% a ocupação de viajantes a trabalho que se dirigem aos destinos onde temos hotel”. Palavras de Guilherme Castro, gerente geral de vendas da Rede Mabu Hotéis e Resorts, fundada em 1973.

Sobre o aumento do público nacional, Castro aponta o incre-mento no poder aquisitivo e a estabilidade econômica para o crescimento do turismo doméstico. Em relação ao público in-ternacional, independente da crise americana e europeia nos últimos anos, o Brasil ainda precisa ser “descoberto” por este público, o qual ainda não tem o país como destino internacio-

expansãoAtentos para Estados: Paraná e Santa Catarina

Colaboradores: 600

Faturamento 2012: + 12%

Previsão de crescimento 2013: + 12%

MABU

nal prioritário. “Ainda perdemos para outros países da América Latina como Argentina e Peru, Caribe em geral e Ásia.”

A rede tem investido massivamente nas melhorias da estrutura e na excelência em atendimento tanto dos resorts quanto da rede. “Somos líderes de mercado em Foz do Iguaçu (PR) e temos projetos ambiciosos naquela região. Da mesma forma, buscamos outras propriedades também com características si-milares, possibilitando o ingresso de novos hotéis no portfólio da rede”, ressalta.

Buscando o crescimento, o executivo da área de novos negó-cios está atento a todas as oportunidades de expansão, inclusi-ve através da administração de empreendimentos de terceiros.

Natureza em parceriaAtrações naturais como as Cataratas do Iguaçu são consideradas um forte diferencial do Mabu, dada sua importância geográfica e turística. “As Catara-tas ajudam na captação de turistas. Representam um diferencial único para o Brasil e Argentina como um todo e não somente para o Mabu.”

A área de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO) do grupo tem estru-turado os processos de recrutamento, treinamento e desenvolvimento dos colabo-radores, bem como sistemas de avaliação com objetivo de capacitar e reter os pro-fissionais. “Na indústria da hospitalidade, o espírito de servir é fator primordial e em algumas posições pode até ser mais relevante do que a educação formal e técnica”, defende o gerente.

Guilherme Castro, gerente geral de vendas da Rede Mabu Hotéis e Resorts

Resort tem as Cataratas do Iguaçu como aliada nos negócios

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ESPECiAL

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B2L – Panorama atual. Em tempos de baixo crescimen-to, a construção civil é a base da economia nacional?

A construção representa quase metade dos investimentos que são realizados no país e ao impulsionar os investimentos cria a infraestrutura básica (física) para que o Brasil solidifique o seu crescimento de maneira sustentada, ou seja, sem riscos de que os limites estruturais prejudiquem a oferta de produtos a ponto de inibi-la ou elevando os custos de produção, com pres-sões sobre os preços e gerando desequilíbrios (inflação).

A Construção Civil tem contribuído com o nível de atividade da economia. Nos últimos anos o seu crescimento tem aconteci-do em ritmo superior ao conjunto de atividades do país. Fato que deve se repetir em 2013, em que o setor deverá crescer entre 3,5% e 4% (projeções FGV), enquanto se espera um avanço entre 3% e 3,5% para o PIB brasileiro.

B2L - Com os grandes eventos esportivos internacio-nais a caminho, como elevar o grau de produtividade e eficiência da indústria da construção, civil e pesada, e do mercado imobiliário?

O ritmo imposto a Construção nos últimos anos não apenas recolocou o setor como protagonista do desenvolvimento, mas também impôs desafios diante de décadas de crescimen-to e investimento baixos. Certamente, a realização de grandes obras em curto espaço de tempo exigirá maior produtividade dos fatores de produção, com inovações de produtos e proces-sos construtivos, além de maior qualificação da mão de obra empregada. Neste sentido, a CBIC vem desenvolvendo ações para difundir inovações e favorecer a formação de trabalhado-res e, particularmente, de trabalhadoras no setor.

Vale destacar que já é percebido em muitas destas grandes obras (estádios, usinas, estradas, habitações, etc.) inovações que até pouco tempo não se viabilizavam por conta da necessi-

dade de escala de produção que não existia.

Portanto, o processo de inovação e de elevação da produtivi-dade já é uma realidade, mas ainda em um ritmo fraco diante das necessidades, mas que deverá se intensificar na medida em que forem sendo desenvolvidos novos projetos que exijam cada vez mais “engenhar” para minimizar custos e reduzir os impactos ao meio-ambiente.

B2L – O Brasil segue firme na atração de investimen-to internacional na construção? Quais são nossos atrativos vistos pelo investidor? Bancos, empresas e fundos de pensões estrangeiros são nossos principais investidores?

O investidor estrangeiro continua interessado em investir no Brasil, pois o país permanece em um cenário de estabilidade econômica, política e social e não há sinais que a estabilidade sofra abalos no curto prazo.

No aspecto institucional e financeiro o Brasil também é reco-nhecidamente um país seguro e as possibilidades de avanços são grandes, melhorando ainda mais o seu ambiente de ne-gócios. A parceria com o capital estrangeiro torna-se ainda mais importante quando se trata recursos financeiros, pois o país possui uma taxa de pou-pança aquém da necessidade para realizar todas as obras necessárias em curto espaço de tempo. A troca de experiên-cias com estrangeiros nas áre-as de inovações tecnológicas e gestão também deve agre-gar mais valor aos produtos da construção que devem ser produzidos.

Paulo Safady Simão (presidente CBIC)

O investidor estrangeiro continua interessado no Brasil

País propício a investimentos, dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apontam que o Brasil tenha recebido US$ 14 bilhões em investimentos internacionais na construção civil em 2012. Em entrevista à B2L, o presidente da CBIC, Paulo Safady Simão, mostra a força e caminhos do setor

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CAPA

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Maior construtora imobiliária de capi-tal fechado do país, o Grupo Plaenge atua fortemente nas regiões Sul e Centro Oeste. Presente em oito cida-des, com 223 empreendimentos en-tregues onde habitam mais de 60 mil pessoas, a empresa prevê um cresci-mento dos lançamentos e vendas da ordem de 10% para 2013.

Alexandre Fabian, filho do fundador e um dos diretores da companhia fala sobre a vitalidade e os erros das cons-trutoras, que para terem sucesso na abertura de capital em bolsa, prome-teram um crescimento maior do que teriam capacidade de administrar. “O desenvolvimento imobiliário no Brasil tem duas particularidades muito for-tes: ciclo muito longo (3 a 5 anos em média) e uso intenso de capital. Nesta época decidimos só crescer na veloci-dade que poderíamos ter o absoluto controle da produção e entrega de nos-sos produtos, trabalhando financeira-mente de forma muito conservadora”.

O grupo atua com as marcas Plaenge - para o púbico “premium” e Vanguard Home – com foco no comprador do pri-meiro imóvel. Em 2009, iniciou sua inter-nacionalização no Chile, onde já entre-gou 7 empreendimentos. No segmento industrial, a Emisa Plaenge possui em seu portfólio obras entregues em 19 es-tados brasileiros e na Venezuela.

O diretor explica que aspectos regio-nais de mercados precisam ser adap-tados aos projetos e levam em consi-deração o perfil do público, questões

geográficas e culturais. “Temos ges-tores enraizados em cada cidade e sempre que entramos em uma nova localidade, um gestor de nossa equipe mora pelo menos um ano antes nesta cidade onde vamos passar a atuar”.

DesafiosSetor lembrado pela baixa qualificação e informalidade - somado ao alto cus-to, má qualidade e entregas de imó-veis em atraso - Fabian faz uma aná-lise dos desafios da construção civil. “Houve um represamento de deman-da por mais de 20 anos em nosso seg-mento, que, com a estabilidade eco-nômica e a queda de juros, explodiu repentinamente. Os problemas apre-sentados são normais em uma época de enorme crescimento do mercado como observamos nos últimos anos”. A partir de 2011 foi sentida uma estabi-lização, o que para o mercado é muito bom, conclui o diretor.

Crescer na velocidade própria

Estado: Paraná

Colaboradores: 2.516 diretos

Obras entregues: 223 torres

Obras em construção: 157 torres

Faturamento 2011: R$ 745 milhões (+ 589% em 5 anos)

Um gestor mora pelo menos um ano antes do grupo entrar em uma nova cidade

Alexandre Fabian (diretor Plaenge)

CAPA

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O céu é o limite. No paredão de concre-to e vidro que emoldura a orla de Bal-neário Camboriú (SC), o luxo também segue para o alto. Para 2013, será a vez do Epic Tower, um gigante de 55 anda-res frente ao mar. Com fachada em pele de vidro curvilínea, os apartamentos - um por andar - terão vista de 112º. O arranha-céu será a mais nova cartada da FG Empreendimentos, construtora es-pecializada em imóveis de alto padrão.

Para o diretor geral, Jean Graciola, a FG tem em seu DNA o luxo, com um públi-co-alvo exigente formado pelas classes AA e A, entre empresários, executivos, magistrados e profissionais liberais. “São pessoas que requerem um altíssi-mo padrão de qualidade e conforto. Por isso nossos empreendimentos têm o melhor em requinte, sofisticação, luxo e acima de tudo, trazem o bem-estar que não é encontrado em qualquer lugar”.

Com 1.446 apartamentos entregues ao longo dos anos, o estoque atual de ter-renos da FG Empreendimentos suporta cerca de 20 anos de atividade constru-tiva em Santa Catarina com aproxima-damente 2,5 milhões de m² a construir. Demanda não falta. Graciola explica que

os compra-dores che-gam do Rio Grande do Sul ao Mato Grosso. “A d e m a n d a para os pró-ximos anos é excelente”, analisa.

E x p a n -

sãoCom previsão de nove lançamentos para este ano, a FG aposta ainda em expansão para outras cidades catari-nenses e não descarta a parceria com investidores. “A FG sempre trabalhou com recurso próprio, com fluxo de cai-xa focado em financiamento próprio de nossos empreendimentos, mas com o decorrer de outros lançamentos não descartamos iniciar parcerias com insti-tuições financeiras”. A FG também pas-sou a mirar a classe média. A meta de vendas para 2013 são da ordem de R$ 620 milhões, sendo R$ 130 milhões em produtos para este filão e R$ 490 mi-lhões em produtos classe AA.

Considerado por Graciola um mercado único e inovador, Balneário Camboriú funciona como um ímã para empreen-dimentos de alto luxo. “Recebemos os executivos e grandes empresários que querem morar de frente para o mar com luxo, sofisticação e a maior valorização do mercado atualmente”.

A região está num ponto estratégico. Próxima aos aeroportos de Florianópolis e Navegantes e do porto de Itajaí, está ainda a pouco mais de duas horas de Curitiba (PR). Conhecida pelo alto fluxo de turistas, foram 740 mil apenas em janeiro, gerando 85% de ocupação na rede hoteleira da cidade.

ReferênciasAo longo dos últimos anos, a FG passou por Dubai, Panamá, Miami, e recente-mente China e Cingapura, consideradas ícones da construção civil, como fonte

nas alturas

Epic Tower: espigão de 55 andares frente ao mar

de referências na arquitetura, acaba-mentos, equipamentos e técnicas cons-trutivas. Na história da FG, Graciola rela-ta a vinda das peles de vidro, depois as obras de arte em cada prédio, seguido pela finalização artística na coroação de cada empreendimento. Assim caminha o luxo para o alto.

Jean Graciola é diretor geral do Grupo FG

Estado: Santa Catarina

Colaboradores: 1.100 diretos / 3.000 indiretos

Obras entregues: 40 torres

Valor Geral de Vendas lançamentos (VGV) 2012: R$ 800 milhões / 2013: R$ 1,63 bilhão

Previsão de vendas 2013: R$ 620 milhões

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toras que investem no segmento de baixa renda. Àlvares afirma que a moradia popular rentabiliza os donos das áreas. Os orçamentos apertados e insuficientes levam o empreendedor a buscar soluções mais econômicas em detrimento à boa técnica, o que acaba gerando retrabalho e patologias que acabam por prejudicar a saúde financeira da empresa. “Não existe espaço para inovar em técnicas viáveis e desenvolver a engenharia nacional. É lamentável, mas a população acaba recebendo imóveis com baixa qua-lidade e durabilidade”.

No quesito sustentabilidade para a baixa renda, o diretor analisa avanços na cadeia de produção dos produtos que compõem a construção, e nos processos de construção. “Já a operação sustentável ainda depende de recursos es-pecíficos, educação e ausência de corrupção”.

Visão sistêmicaPara potencializar os empreendimentos, seja na melhor técnica, na racionalização dos custos, no melhor resulta-do arquitetônico, o diretor explica que é preciso agregar valor comercial ao empreendimento, minimizando o cus-to executivo. Hoje, este grau de excelência já pode ser encontrado ou desenvolvido em regiões mais distantes. “A logística prejudica a disponibilidade plena de opções técnicas, mas é possível viabilizar uma estratégia de su-primento para se aproximar do planejado”.

Para a CNPO, en-tre os segmentos mais promissores para 2013, os imó-veis residenciais ainda apresentam uma demanda re-primida importan-te, mas teremos um ano aquecido para obras indus-triais, logística e infraestrutura.

Antonio Àlvares Empreendimento da CNPO

Com o peso dos 3,19 milhões de trabalhadores formais e dos 4,61 milhões informais do setor, segundo dados do IBGE, a construção civil vê outro desafio ainda maior: bai-xa qualificação. Antonio Àlvares, da Companhia Nacional de Projetos e Obras (CNPO), gerencia empreendimentos imobiliários de alto padrão voltados a uma vasta carteira de investidores corporativos, fundos de investimento e incor-poradoras. Para ele, a baixa qualificação ainda é um desafio de longo prazo. “Foram muitos anos de depressão na cons-trução civil, que desinteressaram a força de trabalho. Hoje trabalhamos no treinamento e na simplificação de métodos e processos para diminuir a mão de obra artesanal”.

Àlvares explica que em 1980, a mão de obra representava 30% do custo unitário da construção contra 65% atual. “Já a informalidade diminuiu muito. O nível de informação e as

fiscalizações cada vez mais frequentes têm inibido o trabalho informal, embora exista uma clara tendência de enfraque-cimento das relações atuais do trabalho. Os números do PIB expressam a impor-tância e evolução positiva do setor”.

Com mais de 1 milhão de m² executa-dos em obras residenciais, comerciais, industriais, hotelaria, escolares, shop-ping e projetos especiais, a CNPO ana-lisa que a atual fluidez de recursos ca-nalizados para a produção geradora de renda, mostra uma economia saudável. “Isto tem aumentado operações com crescimento de imobilizados, e, desen-

volvimento tecnológico”, explica o diretor. Em 2012, a cia gaúcha entregou três edifícios residenciais de alto padrão, dois edifícios comerciais AAA, um centro logístico, além consultorias e assessorias corporativas. “Nossa carteira cresceu 50% no último ano, e esperamos que este ano dobre”, diz.

Moradia PopularSe os investimentos no mercado de alto padrão avançam, o mesmo retorno financeiro não vale para muitas constru-

Entre os desafios, qualificação, qualidade e sustentabilidade dos projetos para baixa renda

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Tendência mundial para grandes metró-poles, empreendimentos multiusos inte-gram edifícios residenciais, comerciais e mall. Além da conveniência, os multiu-sos ajudam a equacionar o crescimento dos grandes centros urbanos, oferecen-do comodidade e segurança para quem mora, trabalha ou faz compras. O suces-so deste conceito é a marca da Odebre-cht Realizações Imobiliárias (OR), em-presa criada desde 2004 para nortear a construtora Norberto Odebrecht.

Hoje, com 5 mil colaboradores, a OR atua em 19 cidades e oito Estados, além do Distrito Federal. A Gávea Investimen-tos, um dos principais gestores de re-cursos no mercado financeiro brasileiro, detém 14,5% do capital social votante da OR.

Diretor de Negócios e Mercado pela OR na Bahia, Franklin Mira fala de empre-endimentos de grande envergadura na capital baiana como o Mundo Plaza, o Boulevard Side e o Hangar, influenciam

a dinâmica da cidade, em seu ordena-mento e crescimento. “São projetos pensados com o intuito de contribuir para a criação de novos espaços urba-nos, de forma ordenada e sustentada, e, claro, para a geração de empregos”.

Mira afirma que uma incorporadora tem que estar atenta à diversificação de pú-blico no mesmo empreendimento. “No caso do Hangar, foi concebido com tor-res hoteleiras, salas pequenas e anda-res inteiros, quiosques para pequenos pontos de venda. Desta forma, é um produto que atende desde o pequeno investidor, que pode estar comprando seu primeiro imóvel, até grandes inves-tidores e empresas em busca de infra-estrutura, boa localização e qualidade”. Mira indica ainda pesquisas onde até 2014, as classes A e B terão crescimen-to projetado em 50%, demanda que pode crescer ainda mais com o aumen-to de crédito imobiliário para este seg-mento de mercado.

PotencialidadesOutra inovação também adotada no Estado vem do modelo de comercia-lização baseado no sistema de uso compartilhado para o empreendimen-to Quintas Private Residences. Cons-tituído de casas de veraneio de alto padrão, localizadas em Sauípe, ainda permite o uso de residências de luxo em mais de 180 destinos no mundo, a partir da associação com o RCI – líder mundial em intercâmbio de férias.

Em 2012, a OR lançou o Parque da Cidade, em São Paulo (SP), complexo multiuso, inspirado no conceito de ci-dades compactas, integrante do sele-to grupo de 18 empreendimentos do planeta, líderes em sustentabilidade, que participa do Programa Climate Po-sitive Development da rede C40 e da Fundação Clinton.

Franklin Mira

Residências de alto padrão em Sauípe (BA)

Multiuso Hangar de Salvador (BA)

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Aracaju (SE) pode ser a capital do menor Estado do país, mas conta com a peculiaridade de possuir a menor desi-gualdade entre as capitais do Nordeste. Com classe média e média alta muito grande, o mercado imobiliário aracajua-no tornou-se um mercado atraente. “Apesar de hoje se falar muito em ‘bolha imobiliária’ em Sergipe, não acredito que haverá, pois com o mercado sempre aquecido, a tendência é de alta dos preços e a grande procura por imóveis, prin-cipalmente na faixa de R$ 350.000,00 a R$ 700.000,00”, explica Flávio Franca, da Valor Negócios Imobiliários.

Com presença em Sergipe e na Bahia e meta de expan-são para Alagoas e Pernambuco, a empresa conta com cerca de 90 corretores e colaboradores.

De olho no mercado em expansão, Franca fala das maio-res incorporadoras do Brasil já presentes em Sergipe a exemplo da MRV, Gafisa e Rossi. “Segundo a Associa-ção de Dirigentes de Empresas da Indústria Imobiliária de Sergipe (ADEMI-SE), há um déficit de cerca de 100 mil habitações, e por conta dessa deficiência, é normal que grandes empresas procurem áreas no Estado”. Do momento atual, Franca diz que não há espaço para aqui-sições e fusões entre empresas nacionais e locais. “Par-ticularmente, não acredito porque as construtoras locais são muito bem estruturadas, de grande solidez e não de-monstram nenhum interesse em vender suas empresas ou em fazer parcerias”.

regiões como Sergipe despontam no mercado imobiliário

Grandes incorporadoras já estão consolidadas em Aracaju

InvestidoresImóveis ainda são uma das melhores opções de investimentos no país e Sergipe não foge à regra, como explica o diretor. “Te-mos diversos imóveis sendo lançados com valor de m2 excelen-te para investidores, e com o mercado em alta, certamente no ato da entrega dos empreendimentos, quem compra na planta como investimento, alcança grandes lucros”, analisa.

A empresa ainda possui um banco de dados de áreas e terrenos com grande expansão imobiliária. “Algumas das maiores constru-toras e empresas do Brasil nos procuram, seja para adquirir uma área com a finalidade de um lançamento imobiliário ou para aqui-sição de um terreno a fim de edificar uma filial de suas empresas”.

Habitação PopularHá cerca de quatro anos, o mercado de habitação popular era visto como um mercado de alto risco e de baixo lucro. Com o lançamento, em 2009, do Programa Minha Casa, Minha Vida, Franca revela uma transformação no setor imobiliário, tornando o segmento da moradia popular o protagonista do setor. Grandes incorporadoras criaram braços exclusivos para atender esse perfil de cliente. “A facilidade do crédito, sem dúvida alavancou as ven-das. Um estudo da Serasa mostra que o Crédito Imobiliário em 2013 será a maior modalidade do crédito brasileiro, cenário que não acontece desde 2001. Estamos falando em um montante de cerca de R$ 300 bilhões em crédito habitacional”.

25fevereiro 2013

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OtimismoA indústria de materiais para construção apresen-ta perspectivas positivas para 2013. A previsão de crescimento é de 4,5% nas vendas do setor.

A venda é dividida em mercados distintos.

Em 2013

Varejo + 7%

Reformas residenciais

Imobiliário + 4%

Empreendimentos novos com consumo das cons-trutoras

Infraestrutura + 6%

Grandes obras: rodovias, portos, estádios da Copa

Fonte: ABrAmAT

Investidor ExternoEm 2012, o mercado de imóveis no Brasil atingiu pre-sença recorde de capitais vindos do exterior, aponta o estudo “Real Estate Report”, feito pela Ernst & Young Terco. Anualmente, projetos imobiliários correspon-dem a um montante entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões em investimentos estrangeiros e o PIB (Produto Inter-no Bruto) do setor pode chegar a R$ 270 bilhões em menos de dez anos.

O estudo diz que existe um déficit no mercado imobili-ário e que para reduzi-lo seria preciso investir todo ano R$ 18 bilhões até 2030

Fundos imobiliáriosExistem hoje mais de 90 fundos de investimento imo-biliário no Brasil. Eles possuem um patrimônio total de mais de R$ 6 bilhões. Atualmente, a liquidez relativa desses fundos, medida pelo volume negociado sobre o valor de mercado, é de cerca de 20%. Isso significa que os ativos desses fundos mudam de mãos, teo-ricamente, a cada cinco anos. Esses fundos têm se mostrado uma grande oportunidade tanto para cons-trutoras e incorporadoras em busca de alternativas para levantamento de capital como para investidores interessados em alocar seus recursos no mercado imobiliário

Empresas da construção civil 2009 = 147.175 | 2010 = 172.195 | 2011 = 195.954

Fonte: rAiS 2000-2011/mTE

Mais capital de giro para pequenas e médiasO Governo Federal anunciou em dezembro passado a desoneração da folha de pagamento para fomentar o setor da construção civil. Em vez de pagar a contribui-ção de 20%, a indústria pagará 2% sob o faturamento. Atualmente, com a contribuição de 20%, o setor gasta por ano R$ 6,280 bilhões. Com a mudança, a constru-ção civil passará a pagar R$ 3,430 bilhões

Prédios VerdesO Brasil ocupa atualmente o quarto lugar no ranking entre os países que mais têm edificações comerciais sustentáveis, os chamados Green Buildings, segundo informações da Sustentech - empresa assessora no de-senvolvimento de projetos com soluções sustentáveis para edificações novas e existentes.

O país só é superado pelos Estados Unidos, China e Emirados Árabes Unidos. A expectativa é de 1050 pré-dios verdes contra 700 em 2012.

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11,46% dos empregos formais Em 2012, dados do CAGED apontaram a geração de 1.301.842 em-pregos formais no Brasil. Com relação às empresas do setor da construção civil foram gerados 149.290 postos de trabalho

FaturamentoReceita total bruta: R$ 263 bilhões

Receita liquida: R$ 245 bilhões

Fonte: PAiC 2010/iBGE

Trabalhadores3,19 milhões formais | 4,61 milhões informais

O rendimento médio real recebido pelos trabalhadores da construção civil é de R$ 1.547,80. Conforme dados de dezembro de 2012 da Pesquisa Mensal de Emprego - PME/IBGE

Setor responde por

41,4% dos investimentos fixos no Brasil

8% do PIB do Brasil

4º Maior empregador do país

Financiamento Imobiliário com recursos da poupança e do FGTS:

2005 = R$ 14 bilhões 2011 = R$ 118 bilhões

Mercado ImobiliárioO mercado residencial total, incluindo imóveis usados, é estimado em R$ 220 bilhões, aproximadamente 700 mil

O valor de mercado das 18 incorporadoras listadas na Bovespa é R$ 33,6 bilhões* (valor 2012)

Valor Geral de Vendas (VGV)

79% residencial 19% comercial 2% flat/hotel

Minha Casa Minha VidaSerão 3,4 milhões de moradias entregues pelo programa, segundo o Governo Federal, até 2014. No ano passado, 1 milhão de moradias foram finalizadas. Em 2011, o programa gerou uma renda de R$ 23,6 bilhões em empregos diretos. A expectativa para 2012 é de R$ 34 bilhões

CautelaOtimizar recursos e foco nos estoques. A onda de lançamentos sem freios após a abertura de capital nas incorporadoras ainda exigirá cautela para 2013. O cenário é de estoques elevados decorrentes das unidades não comercializadas. Tornar as empresas mais eficientes em seus sistemas de controle está entre as dicas dos analistas de mercado. No ano passado, a soma dos lançamentos das incorporadoras abertas que já divulgaram prévias operacionais caiu 20,8% ante 2011, para R$ 21,25 bilhões. Tecnisa, Cyrela Brazil Realty, MRV, Brookfield Incorporações e Gafisa lideram as quedas, com 52%, 38%, 26%, 21,80% e 16%, respectivamente

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Com a precisão da indústria germânica, nascia no norte gaú-cho, no fim dos anos 70, a Finger Móveis Planejados. Sonho construído pelo pai Pedro Lauri Finger, hoje o presidente da empresa, Edson Finger é quem conta qual o modelo para crescer. “O início do processo de expansão da Finger foi feito em cima de um modelo de negócio pensado para privilegiar o comércio no varejo. No começo, os pedidos eram feitos dire-tamente pelos consumidores. Assim, o crescimento foi lento, porém, gradual, culminando na instituição de um formato de franquias em 2002, segmento que queremos estar mais for-tes nos próximos anos”.

Os planos são ambiciosos. Até o final de 2016, a meta é ul-trapassar 90 pontos de venda franqueados. Em 2012, foram investidos R$ 15 milhões. No total, 15 novas máquinas de alta tecnologia foram adquiridas e aumentaram em 70% a produ-ção diária. Após a conclusão da segunda etapa da moderniza-ção, o objetivo da Finger é expandir os mercados para garantir a obtenção do pico de produção – entre 90% e 95% da capa-cidade – programada para os próximos dois anos.

DesignEstar à frente do mercado. Para isso, uma equipe de designers próprios viaja o mundo para ver e até antecipar tendências. “Sempre visitamos a iSaloni - Salão Internacional do Móvel -, em Milão, na Itália, o maior evento de decoração do pla-neta. No ano passado, a feira mostrou aos profissionais da

arquitetura e design que o mobiliário mundial está focando atualmente em peças curvas, madeira maciça e tonalidades neutras. Estilo já trabalhado há dois anos por nós através da linha Kurve e, também, através do Venen, proveniente de ma-deira maciça certificada”, conta Edson.

Ele acrescenta que as mostras de móveis, arquitetura, design e tendências não servem apenas para buscar novidades, mas para avaliar se a empresa trilha um caminho coerente com o comportamento das sociedades espalhadas por este país e pelo mundo.

Outra grande inovação da empresa vem do seu Centro de Usinagem que permite o corte de peças curvas, valorizan-do ainda mais os ambientes. “Arquitetos, decoradores e designers podem soltar livremente suas inspirações. O Cen-tro de Usinagem da Finger cria um diferencial competitivo e único no mercado: a capacidade de fazer ambientes realmen-te diferenciados e customizados”.

Formato de franquias garante expansão por todo o paísFINGER

PERFILEstado: Rio Grande do Sul

Colaboradores: 250 (fábrica) e 1,5 mil (varejo)

Lojas: 60 franquias e 45 exclusivas

Investimentos 2012: R$ 15 milhões

Produtos: cozinhas, dormitórios, home theater, home office, entre outros.

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CASE DE SuCESSo

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Design antecipando tendências

Cré

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Edson Finger

MaestroPara o executivo, a evolução da empre-sa tem como maior diferencial a soma de pessoas e habilidades ao negócio. “Hoje existem muitas áreas específi-cas, mas é preciso de gente para fazê--las funcionar. É como uma orquestra com o maestro e os músicos respon-sáveis por cada instrumento. Sem esse aspecto, nada disso seria possível”.

CASE DE SuCESSo

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Medo

RAquEL hEEP BERTOZZI CRM 22080 – Especialista em

Psiquiatria – Integrante da Sociedade Paranaense de Psiquiatria.

SAÚDE EmPrESAriAL

É assustador pensarmos e falarmos no fracasso. Parece um tabu. Mas todo empresário, por mais forte que seja, já pensou que poderia um dia fracassar. É totalmente humano e paira sobre nós este fantasma. O medo nos traz vários “nãos”. Não posso. Não consigo. Não sou capaz. Impede de fazer novos contratos, pois há medo de arriscar-se. Impe-de de inovar, vender ideias - muitas vezes fantásticas - pois se pensa no fracasso. Porém, não tentar é o fracasso verdadeiro. E não fazer nada gera nada e não permite o crescimento que um empresário bem sucedido quer para sua vida. E quanto tanto medo custa para sua empresa? Uma equipe dominada pelo medo, receios e fantasmas não produzirá nada surpreendente.

do FracassoItens práticos:

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Apenas o esperado não traz sucesso. É preciso ter ideias novas, pessoas criativas e sem medo. Fracasso pode até fazer par-te do processo. Medo não!

Quantas vezes Abraham Lincoln falhou nas eleições antes de tornar-se presidente dos Estados Unidos? Muito antes de ce-lebridade no mundo da informática, Bill Gates deixou Harvard. Ambos não se deixaram intimidar. O crescimento profissional é como um atleta. O treino árduo, por muito tempo, e uma pitada de criatividade e ousadia traz o sucesso. Ninguém nasce cam-peão. Tornamos-nos campeões. E sua empresa precisa investir e deixar campeões crescerem. Deve-se dar margem às tentativas, à ousadia. Não invista no medo de sua equipe, cobrando apenas o trivial. Não permita que desistam frente aos obstáculos. Insis-ta que o que você procura são profissionais inovadores, que fa-zem todos os dias novos contatos, que vendem suas ideias sem medo e que não se curvam quando tropeçam ou até mesmo fracassam em alguma coisa. É o conjunto que faz o vencedor.

Eleja pontos fortes: acreditar em si mesmo é fundamen-tal, eleva a auto-estima e traz sucesso. Mas priorize onde é melhor. Se for ótimo em captar clientes, tem bons rela-cionamentos, fala bem e é ousado, direcione sua carreira para tal.

Expectativas realistas: a decepção é proporcional à ex-pectativa que criamos. Seja realista. Queira algo grande e ousado, mas atingível. Sonhar faz bem e nos faz crescer. Porém, é necessário sonhar com algo palpável. A chance do fracasso é menor.

Não seja perfeccionista: errar faz parte do caminho. Esse tipo de pensamento priva a pessoa perfeccionista da aprendizagem real e dos benefícios e do valor da experi-ência adquirida.

Aceite falhas: evite personalizar a derrota e se autocriticar destrutivamente. Procure adequar suas falhas e faça di-ferente em uma próxima tentativa. E não tenha medo de tentar de novo. Quanto mais experimentar, melhor e mais preparado estará para chegar onde pretende.

Acredite em si mesmo: ter perseverança e determinação é um trampolim para o sucesso. Acredite que é capaz, tenha auto-confiança e não desista por medo do fracasso. Isso jamais deve impedi-lo de alcançar um objetivo.

O medo é como um veneno letal, tóxico e corrosivo. E mui-tas vezes contagioso. Paralisar frente ao medo, deixar de crescer, ver seus negócios sempre com a lente do “não” e estagnar seu crescimento não são os objetivos de vida de profissionais de sucesso. Quem se preocupa com o sucesso tem sempre pairando sobre si o medo do fracasso. Apenas não deixe o medo o dominar.

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aterrissa no BrasilAquisição dá largada para internacionalização do setor de farmácias

Chega ao país a gigante que promete abalar as estruturas das líderes no setor de farmácias. Com 7,4 mil lojas, receita de US$ 123 bilhões no ano passado e participação de 20% da venda de medica-mentos prescritos, a CVS Caremark, líder absoluta nos EUA, finca bases no Brasil com a compra da Onofre, rede de médio porte. O valor da operação, fechado em fevereiro, é estimado em R$ 600 milhões.

A internaciona-lização do se-tor, altamente p u l v e r i z a d o , é dada como certa. O núme-ro de lojas das duas líderes de mercado mos-tra o tamanho do espaço para c resc imento .

A DPSP, união das drogarias Pacheco e São Paulo, tem 710 lojas, enquanto Raia Drogasil soma 828. Segundo o sócio-fundador e presidente do Conse-lho da B2L, Rubens Serra, “a solução da CVS para crescer rapidamente no Brasil pode ser a compra de outra rede regional importante”. A mineira Araújo, a gaúcha Panvel e a paranaense Nissei estão entre as redes mais assediadas por investidores.

ExpansãoHora de ceder. A formação de grupos maiores tende a acelerar a saída de grupos regionais de médio porte. Para Serra, a Onofre se decidiu pela venda porque não tinha condições de empre-ender uma expansão diante de concor-rentes com mais poder de investimen-to, como Raia Drogasil, DPSP e a BR Pharma, braço de farmácias do banco

Rubens Serra, sócio B2L

de investimentos BTG. “Eles tentaram migraram para o varejo online, mas es-barraram na regulação, que restringe a venda de medicamentos sem receita”, explica o sócio da B2L.

Com forte atuação em São Paulo, a Ono-fre é a oitava maior rede de drogarias do país em vendas e a décima oitava maior por número de lojas, com 44 estabele-cimentos e 2 mil funcionários, segundo dados da Abrafarma, que representa o setor no país. Segundo o presidente--executivo da CVS, Larry Merlo, a Ono-fre continuará a ser administrada por aqui. “Vemos o Brasil como um mer-cado atrativo, visto que o segmento de saúde e drogarias deve ter crescimento de dois dígitos na próxima década”, dis-se Merlo. “Ainda é um mercado muito fragmentado, então vemos boas oportu-nidades para desenvolver o negócio ao longo do tempo”.

mErCADo

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BalançoO número de fusões e aquisições anunciadas no Brasil cresceu 2,5% em 2012. Segundo o levantamento da PwC, foram 770 tran-sações que somaram um valor de cerca de US$ 95 bilhões. “Con-firmando o cenário de estabilidade econômica, o Brasil mantém ambiente favorável para investimentos”, diz o relatório.

Na avaliação da consultoria, o balanço de 2012 aponta que o empre-sariado brasileiro está se adaptando às novas regras implementadas pelo Cade. Para 2013, são boas as previsões, com a captação de investimentos estrangeiros, o crescimento da empresas familiares e de médio porte, além de mais espaço para as transações do tipo.

KopenhagenPaulo Kopenhagen vai voltar a fabricar chocolate, depois de 15 anos fora do mercado devido ao cum-primento da cláusula de não competição inclusa no contrato de venda da empresa de sua família, fun-dada em 1928. Segundo o sócio da B2L, Rubens Serra, responsável pela estratégia de retomada, o empresário inaugura, em março, uma fábrica em São Paulo, onde foram investidos R$ 50 milhões. A pre-visão é faturar R$ 360 milhões até o fim deste ano.

Fonte: Istoé Dinheiro

LogísticaRodadas de licitações de ao menos 12 trechos de ferrovias e a ampliação dos investimentos em 16 terminais portuários são as apostas para o setor logístico manter o fôlego em 2013. A esti-mativa geral do segmento é de que um ritmo forte do Produto Interno Bruto (PIB), que deve fechar o ano em 3%, traga um avanço ainda maior dos transportes de cargas no país. Executi-vos dizem que o crescimento do setor tem caminhado em taxas que são o dobro do PIB – e em 2013 deve manter o mesmo ritmo. (fonte: Amcham)

Private Equity 2013Ao suspenderem novos investimentos, ainda com alto volume de recursos em caixa, os cerca de 470 fundos que investem em aproximadamente 341 em-presas de capital fechado no país, conhecidos como private equity, devem captar 50% mais este ano, o que pode significar um volume aproximado de R$ 6 bilhões. A análise da ABVCAP revela que os recur-sos levantados ainda não foram aplicados e aguar-dam oportunidades.

Fundos de Pensão Pesquisa inédita com gestores de 120 fundos de pensão re-velou mudanças no portfólio de investimentos em 2013. En-tre as metas, maiores aportes em renda variável, em títulos de crédito privado e também em fundos de private equity. Segundo a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), é preciso enfrentar o desafio de cumprir as metas atuariais em um ambiente de rentabilidade menor. Juntas, as fundações ouvidas na pesquisa administram aproximadamente 81% do total dos ativos do setor e reúnem patrimônio de R$ 620 bilhões.

NEGÓCioS & VoCÊ

Riqueza no interior Com mais 27 novos empreendimentos em opera-ção e média de 398 milhões de visitantes mensais, o mercado de shopping centers brasileiro registrou, em 2012, alta de 10,65% nas vendas em relação ao ano anterior, atingindo total de R$ 119,5 bilhões, se-gundo a Associação Brasileira de Shopping Centers - Abrasce. A expectativa do setor para 2013 é de 12% no aumento das vendas. Detalhe: apenas oito lan-çamentos aconteceram nas capitais. A maior parte desses malls foi construída em municípios que pos-suem entre 101 até 500 mil habitantes.

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