revista apavt - nº 35 - agosto 2013

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REVISTA APAVT · Nº35 · 2013 1

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Revista APAVT - Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo

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As agências de viagensvencerão enquantogestoras de informação,simultaneamenteespecífica e complexa,ajudando os clientes aescolher viagens de lazere a gerir viagensprofissionais; mas apenasas que souberemconstruir estruturas depessoal competente econhecedor, pois asrestantes ficarão para oesquecimento daHistória.

Pedro Costa Ferreira,Presidente da Direcção da APAVT

TURISMO RUMO AOS AÇORES

Caros colegas,

1. CONGRESSO 2013

Já foram ligados os motores do congresso

APAVT deste ano.

Foi em 5 de Junho que nos reunimos no hotel

Açores, para a apresentação do logo e do tema

do nosso congresso: "novos rumos; outra

atitude".

Novos rumos porque, mais do que uma crise

temporal, todos vivemos mais exactamente

uma nova era, que nos exige novos

comportamentos e, certamente, uma outra

at itude, menos contemplat iva e menos

dependente das prebendas estatais; um

comportamento mais proact ivo e mais

independente, certamente mais focado na

necessidade de exercer, e tornar visível, uma

identidade própria, que permita concorrer com

os restantes players do mercado.

Porque a capacidade de ajuda do Estado se está

a esgotar; e também porque ninguém vence em

concorrência por decreto, apenas em

concorrência.

Evidentemente, este novo futuro exige não

apenas cortes nos custos. Pede-nos também

inteligência e forte investimento em recursos

humanos. As agências de viagens vencerão

enquanto gestoras de informação,

simultaneamente específ ica e complexa,

ajudando os clientes a escolher viagens de lazer

e a gerir viagens profissionais; mas apenas as

que souberem construir estruturas de pessoal

competente e conhecedor, pois as restantes

ficarão para o esquecimento da História,

algumas delas queixando-se, nas redes socias,

da internet e dos clientes que gostam de

comparar preços…

Mas tudo isto, e naturalmente muito mais,

teremos oportunidade de debater nos Açores,

um destino turístico absolutamente fabuloso,

cujas valências fundamentais se encaixam que

nem uma luva nas actuais tendências turísticas

mundiais.

Por agora, ficou a alegria de todos, agentes de

viagens e hoteleiros, representantes de rent-a-

car e de companhias de aviação, políticos e

dirigentes associativos, nos termos, uma vez

mais, reencontrado num final de tarde, para

falarmos de turismo e… do nosso futuro.

2. PICO, UMA EXPERIÊNCIA

INESQUECÍVEL

Foi exactamente nos Açores que a APAVT

preencheu mais uma etapa do programa

"Açores: Destino Preferido da APAVT 2013".

Ah, desta vez uma etapa de… montanha, uma

vez que um grupo de cerca de trinta pessoas,

entre empresários, jornalistas e governantes, se

desafiou a subir ao ponto mais alto de Portugal!

Desde logo, para divulgar um dos maiores

pilares de atracção turística do arquipélago, a

sua inconfundível oferta relacionada com a

natureza.

Mas também porque foi este o momento

escolhido para tornar público o acordo entre o

Governo dos Açores e a ECTAA (Confederação

Europeia das Associações das Agências de

Viagens e Operadores Turíst icos), acordo

patrocinado pela APAVT, que fará do

arquipélago o "ECTAA`s Preferred Destination

2014", um protocolo de comunicação que levará

o nome dos Açores a 31 países e a mais de

80.000 agências de viagens e operadores

turísticos ao longo de todo o ano de 2104. Bem

como permitirá que a reunião do 1º semestre da

ECTAA, que em maio deste ano se realizou com

enorme êxito, no Porto, se realize em 2014 na

cidade de Ponta Delgada.

E assim, uma região de Portugal ganhou,

simultaneamente, o estatuto de "ECTAA`s

Preferred Destination" de 2014 e a organização

de um dos dois meetings anuais do mesmo ano.

A APAVT, no board da ECTAA, l iderou o

processo que conduziu a este desfecho,

devendo ser referido, além de tudo o mais, que

pela primeira vez (para além da cidade-sede,

Bruxelas), um País ganhou a realização de dois

meetings, em anos consecutivos - Porto 2013 e

Ponta Delgada 2014.

Demonstração da capacidade de realização de

Portugal, este desfecho apenas foi possível

porque uma grande diversidade de vontades se

reuniu para construir uma oferta integrada,

estruturada e vencedora. Que contraste com o

exemplo que, recentemente, nos tem sido

oferecido pela classe política do País!...

Da subida ao Pico, uma lembrança de ar puro,

do mais bonito céu do Mundo, de uma luz

imensa, certamente. Mas também da alegria

que só uma tarefa de grupo nos permite viver,

da solidariedade amiga entre todos, do espírito

de superação, das derrotas pessoais de uns e

das vitórias de outros, todas integrando a

vitória final da expedição, tão bem expressa na

foto final, os "Açores: Destino Preferido da

APAVT 2013" no topo da montanha mais alta

de Portugal!

Um enorme caleidoscópio de emoções fortes e

bonitas… como só nos Açores!!!

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REVISTA APAVTDirector Editorial:Paulo [email protected]

Redacção:Guilherme Pereira da SilvaTel. 21 3142256 / Fax. 21 [email protected]

Colaborações:Sebastião Boavida,Silvério do Canto(Agência PressTur),Frédéric Frère

Fotograf ia:Rafael G. Antunes, Arquivos APAVT,Turismo dos Açores e arquivoTravelport

Edição Gráfica e Layout:Pedro António e Maria Duarte

Publicidade:Helena [email protected] 3142256

Impressão e Acabamento:MX3-Artes Gráficas, Lda.Rua Alto do Sintra - Sintra ComercialPark Armazem 16 Fracção Q2635-446 Rio de Mouro

Tiragem:3.000 exemplaresDistribuição: APAVT

Propriedade:APAVT-Associação Portuguesa dasAgências de Viagens e TurismoRua Duque de Palmela, 2-1º Dtº1250-098 LisboaTel. 21 3553010 / Fax. 21 [email protected]. no ICS como nº 122699

Presidente da Direcção:Pedro Costa Ferreira

Conselho Editorial:Pedro Costa Ferreira, João Welsh,

Filipe Machado Santos, Rui

Colmonero, Paulo Brehm

Nota do Editor: Os artigos deopinião são da responsabilidadeexclusiva dos seus autores.

Nº 35 - 2013 - WWW.APAVTNET.PT

CAPAMaria Helena de SennaFernandes (DSTM):

Macau, porta de entradana ChinaMacau tanto é uma excelente porta de entrada paraa China enquanto destino turístico, como também oé para explorar o potencial do mercado chinês para

Portugal. Quem o afirma é Maria Helena de Senna Fernandes, a nova diretorados Serviços de Turismo de Macau, em entrevista à revista APAVT, realizadapor ocasião da sua primeira visita ao nosso País nas novas funções.

APAVT promove Açorescom subida ao ponto mais alto de PortugalNo âmbito do protocolo "Açores: Destino Preferido da APAVT 2013", aassociação levou nos passados dias 13 e 14 de Julho um grupo depersonalidades a visitar as ilhas Terceira e do Pico, em mais uma açãodestinada a contribuir para a promoção turística deste destino no mercadonacional.

MENSAGEM DO PRESIDENTE

EDITORIAL

ESTATÍSTICA

NOTÍCIAS

Quais as vantagens do GDSnas reservas hoteleiras?Niklas Andreen, vice-presidente da Travelport para o segmento da hotelaria,explica os novos desafios dos sistemas de distribuição global, nomeadamenteas transformações profundas com a utilização da Internet e das novas plataformasdigitais, bem como alguns dos mitos associados às reservas nas cadeiashoteleiras.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Pág.3

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Pág. 16○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Pág.6

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Pág. 22

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○Pág. 30

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Pág.5 Pág.12

Comissão Europeia propõenova diretiva das viagens organizadasA Comissão Europeia apresentou este mês uma proposta de alterações cujoconteúdo está a ser objeto de aprofundada análise pelos diferentesinteressados, designadamente pela ECTAA e suas associadas. Leia aqui o quepropõe a CE.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Pág. 34

Frédéric Frère (Travelstore): O fim do crédito aosclientes empresariais"Chegou portanto a altura para, de uma forma clara e inequívoca, as agênciasadotarem uma nova abordagem no relacionamento com os seus clientesempresariais, transferindo sistematicamente a concessão de crédito aespecialistas", defende Frédéric Frère, na "Última Página"

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○Pág. 37

Check-OutVila Galé Collection Palácio dos Arcos: o o primeiro cinco estrelas do grupo, emPortugal.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○Pág. 38

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editorial história da APAVT é, em boa medida, a história doTurismo português enquanto atividade económica".

Esta é uma afirmação de Belmiro Santos, que já foi descritocomo "o maior jornalista de turismo de todos os tempos (emPortugal)", durante quase três décadas a "face" do Publituris.Uma frase genial que, com inteligente simplicidade, diz tudo.Vem isto a propósito do trabalho associativo mais recente,parte do qual plasmado nesta edição, e que julgo será motivode orgulho para toda a classe de agentes de viagens, fazendojus à descrição do citado jornalista. Refiro-me ao contributoque a associação tem vindo a fazer para a promoção dosAçores, dentro e fora de portas, de que a recente subida aoPico que descrevemos nestas páginas, ou o protocolo,apadrinhado pela APAVT, entre a ECTAA e as autoridadesturísticas daquele destino, que também noticiamos, sãoapenas alguns exemplos. Há pouco mais de dois meses,recordo, noticiávamos também a realização de uma reunião daECTAA na cidade do Porto, que foi outra oportunidade depromoção, de iniciativa da associação, junto dos líderes dadistribuição turística europeia. Como várias vezes refiro, trata-se apenas da ponta visível do icebergue de trabalho que aAPAVT desenvolve em prol dos seus associados e do turismonacional, que dentro da medida das nossas possibilidades eespaço, vamos dando conta na revista. A nova diretora dosserviços de turismo de Macau é a capa desta edição, na qualpublicamos uma entrevista onde nos oferece uma panorâmicade um destino que nos últimos seis meses do ano passado foi o"preferido da APAVT" e onde, vale a pena sublinhar, Portugalocupa a terceira posição dos mercados emissores europeus emtermos de dormidas. Mas Macau é também uma boaplataforma para a captação de turistas chineses, e essa é uma

vertente que a associação tem também vindo a explorar. Aproposta da Comissão Europeia para alteração da diretivadas viagens organizadas é outro dos temas aqui tratados.Sendo ainda uma mera proposta, pelo que decorrerácertamente muito tempo ainda até que venha a sertransposta para a nossa legislação, além de que é aindapassível de sofrer modificações, entendemos seria pertinentelevar ao conhecimento de todos o que pensa Bruxelas destaatividade, sendo que a proteção ao consumidor ganha cadavez mais peso legislativo. Chamo também especial atençãopara o artigo da "última página", da autoria de Frédéric Frère,sobre um tema de especial relevância para todos os agentes,em particular para os IATA e sobretudo para os quedesenvolvem o seu negócio na área do chamado"corporate". O "patrão" da Travelstore American Express eex-vice-presidente da APAVT fala da necessidade de umanova atitude no relacionamento com os clientes em matériade concessão de crédito, que se era já desejável por simplesracional de gestão, é hoje imperiosa em face da redução dosprazos de pagamento que as companhias aéreas ditaram emPortugal, à imagem do que já acontece nos mercadoseuropeus de referência. Finalmente, mais um "checkout",desta vez dedicado ao Vila Galé Collection Palácio dos Arcos,inaugurado em Abril deste ano e que constitui a primeiraunidade de 5-estrelas do grupo liderado por Jorge Rebelo deAlmeida. Além destes conteúdos, e como é habitual,mantemos em colaboração com o PressTur o espaçodedicado à análise estatística, informação preciosa paraqualquer gestor deste sector. Até Setembro, mês em quevoltaremos a dar à estampa nova edição, ficam os votos de Boas leituras e melhores negócios

“A

Paulo Brehm

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Análise Estatística

Vendas BSP Portugal sobem 4,1% no 1º Semestrecom +6,2% nas vendas de voos internacionaisAs agências de viagens IATA portuguesasrealizaram 425,83 milhões de euros devendas de voos nos primeiros seis mesesdeste ano, no que é o 4º maior montante desempre para este período e representa umaumento de 4,1% ou quase 17 milhõesrelativamente aos primeiros seis meses de2012, de acordo com os dados a que oPressTUR teve acesso.Como tem acontecido desde que Portugalentrou em recessão, o aumento no primeirosemestre deste ano assenta exclusivamentenas vendas de voos internacionais, queficaram acima de 2012 em 6,2% ou 22,95milhões de euros, anulando a quebra em14,8% ou quase seis milhões nos voosdomésticos.Os dados a que o PressTUR teve acessomostram que, assim, as vendas de voosinternacionais, representaram 92% dasvendas totais BSP das agências de viagensportuguesas (do inglês para Billing andSettlement Plan, sistema gerido pela IATA,através do qual as agências de viagens

pagam às companhias aéreas os bilhetes devoos regulares reservados em GDS), com omontante de 392,5 milhões de euros,quando no primeiro semestre de 2012representavam 90,2% e em 2011, 86,8%.A 'fatia' das vendas de voos domésticos, nomontante de 34,2 milhões de euros, desceunessa proporção, ou seja, 1,8 pontos emrelação ao primeiro semestre 2012 e 5,2pontos em relação a 2011.Neste primeiro semestre, as vendas de voosinternacionais só não tiveram crescimentohomólogo no mês de Março (-1,5%),porque o comportamento das vendas nãocoincide com o das viagens, e como Marçofoi este ano o mês da Páscoa isso traduziu-senum decréscimo de compras por parte dosegmento corporate, que é considerado oprincipal suporte do mercado, embora emviagens tenha registado um acréscimo, peloaumento do segmento de lazer.As vendas de voos domésticos tiveramquedas homólogas a dois dígitos de Janeiroa Abril, começando então a ter decréscimos

mais brandos, de 8,5% em Maio e de 7,8%em Junho. Este abrandamento da queda daqueda das vendas de voos domésticos foi,aliás, importante para não penalizar o totalde vendas BSP no mês de Junho, porqueneste mês o aumento das vendas de voosinternacionais também abrandou,designadamente face a Abril e a Maio, emque os crescimentos foram a dois dígitos.As vendas BSP totais de Junho ascenderama 73,4 milhões de euros, 2,2% ou 1,6 milhõesacima no mês homólogo de 2012, mas 0,4%ou 321,3 mil euros abaixo de Junho de 2011.Em voos internacionais, as vendas cifraram-se em 67,3 milhões de euros, acima de Junhode 2012 em 3,3% ou 2,1 milhões e acima deJunho de 2011 em 5,4% ou 3,4 milhões.Em voos domésticos, as vendas em Junhoficaram em 6,1 milhões de euros, 5,8% ou514,4 mil euros abaixo do mês homólogo de2012 e 38,1% ou 3,76 milhões abaixo de2011. O seu 'peso' no BSP baixou assim de13,4% em Junho de 2011 para 9,2% em 2012e 8,3% este ano.

TAP tem mais 205,7 mil passageiros em LisboaQuatro maiores low cost têm mais 126,5 milA TAP voltou a reforçar a liderança noAeroporto de Lisboa no primeiro semestredeste ano, com um aumento de 205,7 milpassageiros, que é 62,6% maior que oaumento conjunto das quatro maiores lowcost que operam de e para a capitalportuguesa, a easyJet, a Vuel ing, aTransavia e a Germanwings, que somarammais 126,5 mil passageiros, de acordo comos dados a que o PressTUR teve acesso.A TAP, com 4,36 milhões, foi, assim, atransportadora de 59,6% de todos ospassageiros embarcados e desembarcadosem Lisboa nos primeiros seis meses desteano, 0,3 pontos acima da quota que tinha noperíodo homólogo de 2012, ainda que a suafrota tenha mantido o mesmo número deaviões.Mas há quem pref ira subl inhar queenquanto a TAP cresce 5% e o crescimentodo conjunto das companhias 'tradicionais'de que faz parte é de apenas 3,4%, as lowcost (easyJet, Vuel ing, Transavia eGermanwings) crescem 12%.Porém, os dados a que o PressTUR teveacesso mostram que não só em valorabsoluto o crescimento da TAP é 1,6 vezesmaior que o do conjunto das low cost, e istoapesar de ser a companhia mais penalizadapela queda do tráfego doméstico (-1,2%,para 880 mil passageiros) e de tambémregistar uma queda nas rotas do Brasil (-

1,3%, para 694,5 mil), o que significa,portanto, que o seu crescimento em 5% nosemestre teve que ser com aumentosmaiores nos voos internacionais na Europa enas ligações com África.Por outro lado, o crescimento em 12% daslow cost 'mascara' situações bem diferentes.A maior low cost em Lisboa é a easyJet, que,aliás, é a única companhia a ter um terminalde passageiros só para s i , mas cujocrescimento no primeiro semestre foi emtudo inferior ao da TAP, tendo ficado em3,2% ou 26,3 mil passageiros, para 860,3 mil,o que, aliás, a levou a baixar ligeiramente aquota de mercado (-0,14 pontos, para11,76%).Seguem-se a Vueling, com 140,26 milpassageiros, a Transavia, com 121,35 mil, e aGermanwings, com 49,45 mil, as duasprimeiras com crescimentos 'explosivos',respectivamente em 40,3% e em 81,2%, e aterceira em 7,5%.Porém, enquanto os 5% de aumento emvoos da TAP deram ao Aeroporto de Lisboamais 205,7 mil passageiros, os +40,3% daVueling traduziram-se em mais 40,26 mil (5,1vez menos que o aumento da companhiaportuguesa), os 81,2% da Transavia em mais54,3 mil (3,78 vezes menos) e os 7,5% daGermanwings em mais 3,46 mil (59,4 vezesmenos).Mas há outra dimensão que algumas fontes

têm destacado e que tem que ver com asreestruturações dos grandes grupos aéreoseuropeus e de que uma das dimensões é a'transferência' de voos intra-europeus paraas suas low cost, numa lógica de assim terembases de custos mais competitivas com as'gigantes' deste segmento, designadamentea Ryanair e a easyJet.O grupo Lufthansa, maior da Europa, jáanunciou que vai transfer ir para aGermanwings os seus voos intra-europeus,à excepção dos que são para abastecer osseus hubs de voos intercontinentais, comoFrankfurt, e há muito que a Iberia, dogrupo IAG, transferiu operações de médiocurso para a Vueling, designadamente emBarcelona, e está actualmente a fazê-lo paraa Iberia Express, com incidência em Madrid-Barajas.O grupo Air France - KLM, por sua vez, alémde estar apostar na nova Hop!, temimpulsionado a expansão das subsidiáriasTransavia França e Holanda.Neste quadro, o que os dados a que oPressTUR teve acesso mostram é que ocrescimento das low cost desses três maioresgrupos de aviação europeus têm comoreverso quedas das suas companhias líderes(à excepção da British Airways), pelo quesegundo algumas análises, o crescimentodas low cost o que reflecte é a transferênciade operações das 'tradicionais'.

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Análise Estatística

Forte aumento de dormidas em Maio "mitigado" por redução de receitas não-quartosO aumento das dormidas na hotelaria portuguesa em11,8% no mês de Maio, quando 'traduzido' para eurosficou em 7,3%, mas não por queda dos preços dequartos, mas pelas outras áreas de proveitos do sector,de que a mais importante é normalmente aAlimentação e Bebidas, cujo IVA a 23% tem sido umadas 'queixas' mais fortes do turismo.Segundo os dados do INE divulgados hoje, a hotelariaportuguesa até teve em Maio um aumento dosproveitos de aposento ligeiramente acima do aumentodo número de dormidas, em 12,2% face a +11,8%em dormidas, o que significa que o valor médio dereceitas de aposento por dormida aumentou 0,3%para praticamente 32 euros.A questão é que quando se olha aos proveitos totais,incluindo proveitos de aposento, que representa 69%do total, e outros proveitos, desde Alimentação eBebidas, comunicações, lavandaria, etc., o aumentoem Maio ficou em 7,3%, significando uma descida doproveitos totais por dormida em 4%, para 46,35 euros.A descida dos proveitos totais por dormidas até poderiaser reflexo do aumento da estada média, que foi de4,5%, mas isso é contraditório com a quebra dosoutros proveitos, pois tendem a aumentar tanto maisem valor absoluto quanto os hóspedes permanecemmais tempo, o que não foi o caso em Maio, em quehouve uma quebra de 2,2%, para 56,8 milhões.Porém, o que os dados do INE também mostram éque essa quebra foi limitada às regiões Centro (-27,4%, para 4,9 milhões de euros), Norte (-9,2%, para6,3 milhões) e Açores (-3,7%, para 1,15 milhões),embora também se verifique que não houve nenhumaregião em que aumentassem em linha com o aumentodas dormidas, mesmo na Madeira, que foi a região queteve o maior aumento em valor absoluto (+8,1%,para 37,1 milhões de euros).Estes dados mostram, assim, que todas as regiõestiveram em Maio menos outros proveitos por dormidaque há um ano, com quebras a dois dígitos no Centro(-30,4%, para 14,2 euros), Norte (-18,7%, para 13,7euros), Açores (-13,7%, para 11,4 euros) e Algarve (-12,8%, para 12 euros), seguindo-se os decréscimos

em 8,1% em Lisboa, para 16,1 euros, na Madeira, em1,7%, para 18 euros, e no Alentejo, em 0,9%, para16,2 euros. Mas como os outros proveitos representamapenas entre 26,5% e 37,4% dos proveitos totais,respetivamente em Lisboa e na Madeira, e como osestabelecimentos hoteleiros tiveram aumentos dosproveitos de aposento no mês de Maio, a evolução dasreceitas totais acabou por ser positiva em todas asregiões à exceção do Centro, onde tiveram uma quedade 10%, para 14,5 milhões de euros, apesar de ahotelaria ter tido aumentos de hóspedes (+5,3%, para203 mil) e dormidas (+4,4%, para 349 mil).A região onde a hotelaria teve o aumento mais fortedos proveitos totais em Maio foi a Madeira, com+15,9%, para 27,6 milhões de euros, seguindo-seLisboa, com +9,2%, para 60,6 milhões, Algarve, com+9%, para 49,5 milhões, Porto e Norte, com +4,4%,para 22,1 milhões, Açores, com +1,7%, para 4,08milhões, e Alentejo, com +1,5%, para 4,7 milhões.Quando se compara com a evolução do número declientes (+7%, para 1,4 milhões, com +10,5% noAlgarve, para 312 mil, +9,8% no Porto e Norte, para268 mil, +6,9% na Madeira, para 108 mil, +5,3% noCentro, para 203 mil, +4,9% em Lisboa, para 421 mil,+2,3% no Alentejo, para 60 mil, e -0,1% nos Açores,para 31 mil), o que ressalta é um aumento muito ligeiro(0,3%, para 130,6 euros) da receita média porhóspede, com aumentos na Madeira (+8,4%, para256,7 euros), Lisboa (+4,1%, para 143,9 euros) eAçores (+1,8%, para 130,4 euros) e quedas no Centro(-14,6%, para 71,5 euros), Porto e Norte (-4,9%, para82,6 euros), Algarve (-1,4%, para 158,9 euros) eAlentejo (-0,7%, para 78,6 euros).Já em proveitos de aposento, que refletem melhor ospreços de quartos, a tendência dominante foi deaumento dos valores médios tanto por hóspede comopor dormida, mas neste caso muito maismoderadamente.Em proveitos de aposento por hóspede o aumento foide +4,8%, para 90,1 euros, com +13,3% na Madeira,para 160,8 euros, +7% em Lisboa, para 105,8 euros,+4,1% nos Açores, para 93,7 euros, +2,4% no

Algarve, para 106,2 euros, e +1,2% no Porto e Norte,para 59,1 euros, e descidas de 2,4% no Centro, para47 euros, e de 1,2% no Alentejo, para 51,7 euros.Em proveitos de aposento por dormida, o aumento foi0,3%, para 32 euros, mas apenas pelos aumentos de10,1% na Madeira, para 30,1 euros, e de 1,4% emLisboa, para 44,8, porque as restantes regiões tiveramquedas, de 6,8% nos Açores, para 29 euros, de 2,6%no Algarve, para 24,1 euros, de 2,3% no Alentejo,para 31,2 euros, de 1,5% no Centro, para 27,3 euros,e de 0,5% no Porto e Norte, para 34,4 euros. Aindaassim, em RevPAR, que pondera o preço médio dasdiárias de quartos pela taxa de ocupação, o INE indicaque Maio foi um mês de subida a dois dígitos (+11%,para 31,4 euros) com aumentos generalizados a todasas regiões e a todas as categorias de estabelecimentos.Por regiões, a líder foi a Madeira, com +20,4%, para40,1 euros, mas também o Algarve e Lisboa tiveramsubidas a dois dígitos, respetivamente em 11,2%,para 26,8 euros, e em 10,5%, para 53,6 euros.Seguiu-se a hotelaria do Porto e Norte, com +8,9%,para 25,7 euros, e, depois, o Alentejo, com +7,6%,para 18,5 euros, Açores, com +2,7%, para 23,1 euros,e Centro, com +1,3%, para 15,4 euros.Por tipos e categorias dos estabelecimentos,predominaram os aumentos a dois dígitos fora doshotéis, ou seja, nos hotéis-apartamentos, com+17,6%, para 30,1 euros, por aumentos de 10,7% nos5-estrelas, para 33,1 euros, de 19,5% nos 4-estrelas,para 32,5 euros, e de 12,9% nos 3 e 2-estrelas, para22,8 euros, nas Pousadas, com +23,3%, para 49,2euros, nos apartamentos turísticos, com +22,5%, para14,7 euros, nos aldeamentos turísticos, com +22,9%,para 21,5 euros, e nos "outros alojamentos turísticos",com +10,4%, para 18,1 euros. Nos hotéis, que são amaior 'fatia' da oferta de alojamento em Portugal, oaumento médio da RevPAR em Maio foi de 7,3%,para 36,7 euros, mas apenas os 5-estrelas tiveram umaumento a dois dígitos, em 11,2%, para 71,7 euros.Nos 4-estrelas, o aumento foi de 3,2%, para 35,6euros, nos 3-estrelas foi de 3%, para 24,1 euros, e nos2 e 1-estrela foi de 7,6%, para 19,9 euros.

O Banco de Portugal confirmou que osindicadores da hotelaria e da aviação jáperspetivavam, que Maio foi um mês decrescimento excecional do turismointernacional em Portugal, ao indicar que oaumento dos gastos no País de turistasestrangeiros (exportações de turismo)aumentaram 15,8% ou 110,7 milhões de euros.O banco central indicou que o País teve umtotal de 811,02 milhões de euros de receitasturísticas, que é um recorde para o mês deMaio, mas, mais do que isso, teve o maioraumento homólogo mensal em percentagemdesde Janeiro de 2007 (+16,8%), aindaconsiderado o "ano de ouro" do turismoportuguês, e o maior aumento homólogo

BdP confirma Maio excepcional para o turismoReceitas internacionais crescem 15,8%

mensal em valor desde Julho de 2007 (+112,8milhões de euros, descontando o aumento em137,1 milhões em Agosto de 2010, por terocorrido no âmbito da recuperação das quedasacentuadas de 2009). A informação do INEsobre a hotelaria já tinha indicado um fortecrescimento da procura internacional, comaumentos de 11,3% em número de hóspedes ede 15,5% em número de dormidas,designadamente pelos aumentos acima de 20%dos dois maiores mercados emissores, o ReinoUnido e a Alemanha. Igualmente os indicadoresde atividade dos aeroportos portuguesesmostraram um crescimento acentuado, em9,9%, que significou um aumento 3,5 vezes maisforte do que a média nos aeroportos da União

Europeias, além de Lisboa e Faro terem atingidoos Top5 do crescimento dos aeroportoseuropeus elaborados pelo ACI.Os dados publicados pelo Banco de Portugalindicam que com a evolução em Maio, ocrescimento este ano das exportaçõesportuguesas de turismo subiu para 7,9% ou216,7 milhões de euros, para 2.950,4 milhões,que é também recorde para os primeiros cincomeses do ano, superando em 365,6 milhões(+14,1%) o período homólogo de 2011 eficando acima de 2010 em 566,1 milhões(+23,7%), 708,77 milhões acima de 2009, ano dacrise económico-financeira mundial (+31,6%),401,5 milhões (+15,8%) acima de 2008 e 524,3milhões (+21,6%) acima de 2007.

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Análise Estatística

EUA e Irlanda são os emissores para Portugalque mais crescem este ano em receitas turísticasFrança consolidou até Maio a liderança dos emissorespara Portugal em valor das receitas turísticas, mas sãoos Estados Unidos e a Irlanda que estão com asmaiores taxas de crescimento, respetivamente em16,4% e em 16,9%, a que se seguem Angola, com+14,1%, e o Canadá, com +13,6%, de acordo comdados do Banco de Portugal recolhidos pelo PressTUR.Essa informação mostra que com crescimentos a doisdígitos contam-se ainda pelo menos mais quatromercados, a Alemanha, com +10,9%, a Suíça, com+12,3%, a Suécia, com +11,2%, e a Noruega, com+10,8%.Em valor absoluto, porém, o maior aumento é dosgastos turísticos dos franceses, em 39,8 milhões deeuros, seguindo-se os aumentos dos gastos dosalemães, em 31,59 milhões, e dos britânicos, em 30,3milhões. Depois, com aumentos acima dos 20 milhõesvêm os angolanos, com mais 26,36 milhões, e osnorte-americanos, com mais 23,59 milhões. Destaforma, os britânicos, que nos primeiros cinco meses de2012 eram os turistas com maior valor de despesaturística em Portugal foram ultrapassados este ano pelofranceses, tal como os brasileiros foram ultrapassadospelos norte-americanos, tanto mais quanto no Top10dos emissores para Portugal são os únicos a reduzir osgastos turísticos em Portugal neste período, em 2,1%ou 3,15 milhões de euros.Os dados do Banco de Portugal recolhidos peloPressTUR indicam que a despesa turística em Portugaldos franceses ascendeu a 471,2 milhões de euros, osbritânicos despenderam 466,76 milhões, os espanhóis,351,07 milhões, os alemães, 321 milhões, e osangolanos, 213,7 milhões.Em conjunto estes cinco maiores emissores, com umaumento médio em linha com o crescimento dasreceitas turísticas totais (+7,9%), com aumentos de9,2% dos franceses, 6,9% dos britânicos, 1,4% dosespanhóis, 10,9% dos alemães e 14,1% dos

angolanos e foram a origem de 61,8% dos gastos deturistas estrangeiros no País.A segunda metade do Top10 dos emissores é lideradapor dois emissores do outro lado do Atlântico, osEstados Unidos, com 167,07 milhões de euros(+16,4%), e Brasil, com 144,77 milhões (-2,1%),seguindo-se, então, a Holanda, com 118,57 milhões(+7,5%), a Suíça, com 207,9 milhões (+12,3%), e aBélgica, com 69,6 milhões (+8%). O Top10 foi aorigem de 81,3% das receitas turísticas nestesprimeiros cinco meses de 2013, muito ligeiramenteabaixo do nível do período homólogo de 2012 (-0,05pontos), com um aumento médio em 7,9%.A particularidade é que os emissores que maisreforçam a contribuição são os Estados Unidos, com+0,41 pontos, para 5,7% do total de receitas turísticasportuguesas, e Angola, com +0,39 pontos, para 7,2%,à frente da Alemanha, com +0,29 pontos, para10,9%, e de França, com +0,19 pontos, para 16%,enquanto Espanha, Brasil e Reino Unido baixam,respetivamente 0,77 pontos, para 11,9%, 0,5 pontos,para 4,9%, e 0,15 pontos, para 15,8%.Fora do Top10, o mercado que mais cresce é a Irlanda,11º maior emissor em valor das receitas turísticas paraPortugal, com +16,9% ou mais 8,5 milhões de euros,para 59,2 milhões, o que levou a que ultrapassasse aItália (11º emissor de Janeiro a Maio de 2012), cujoaumento foi de 1,6% ou 0,8 milhões, para 53,7milhões.Seguem-se, entre os emissores com dados do Bancode Portugal recolhidos pelo PressTUR, o Canadá, com52,4 milhões de euros (+13,6% ou mais 6,28 milhões),e os países nórdicos, a começar pela Suécia, com 38,55milhões (+11,2% ou mais 3,88 milhões), seguindo-sea Noruega, com 33,55 milhões (+10,8% ou mais 3,25milhões), a Dinamarca, com 30,5 milhões (+8,9% oumais 2,49 milhões), e a Finlândia, com 25,1 milhões (-1,9% ou menos 0,49 milhões).

Apesar do decréscimo dos gastos dos finlandeses, oconjunto dos países nórdicos apresenta umcrescimento médio quase em linha com o aumento dasreceitas totais, em 7,7% ou 9,1 milhões de euros, para127,7 milhões, o que significa que foram a origem de4,3% do montante global deste período. O PressTURrecolheu ainda os dados dos gastos de turistasprocedentes da Venezuela, que despenderam 21,95milhões de euros, Federação Russa, com 17,2 milhões(+2,5% ou mais 0,4 milhões que no período homólogode 2012), Polónia, com 17 milhões, Japão, com cincomilhões, China, com 4,2 milhões, e República daCoreia, com 2,7 milhões.Os dados recolhidos pelo PressTUR mostram aindaque 76,3% das receitas turísticas portuguesas nosprimeiros cinco meses deste ano foram geradas poreuropeus, com o montante de 2.252,4 milhões, 93,9%dos quais (2.114,7 milhões de euros) de residentes empaíses da União Europeia, com 72,8% (1.540,2milhões) realizados por residentes em países da ZonaEuro. A seguir à Europa, a maior origem de receitasturísticas portuguesas é o continente americano, quetem uma participação de 13,6%, com o montante de400,7 milhões de euros, 54,8% dos quais (219,5milhões) realizados por residentes na América doNorte, de que o maior emissor são os Estados Unidos,43,1% (172,8 milhões) de residentes na América doSul, de que o maior emissor é o Brasil, e 2,1% (8,4milhões) de residentes na América Central.África, com 543,1 milhões, representou 8% dasreceitas turísticas, pelo impacto dos gastos dosangolanos, que, com 213,7 milhões de euros,representam 90,4% dos gastos de turistas africanosem Portugal. Os países da Ásia são a origem até Maio1,6% das receitas turísticas portuguesas, com omontante de 47,7 milhões de euros, e os países doPróximo e Médio Oriente representam 0,7%, com20,09 milhões.

Movimento de passageiros de cruzeiros no Funchalcai 20% no primeiro semestreOs meses de Maio e Junho foram de crescimento noPorto do Funchal, tanto em escalas como empassageiros, mas ainda assim no conjunto do primeirosemestre o balanço é negativo, com decréscimo donúmero de escalas em 10,4% e uma queda do númerode passageiros em 20%, de acordo com os dados daAPRAM - Administração dos Portos da RegiãoAutónoma da Madeira.O Porto do Funchal, que é o maior porto português decruzeiros, com 336 escalas e 592,9 mil passageiros noano de 2012, teve, no primeiro semestre deste ano,147 escalas, menos 17 que no período homólogo de2012, e 242,9 mil passageiros, em baixa de 60,6 mil.A quebra maior foi nos passageiros em trânsito, que éo segmento com mais peso, com menos 54,4 mil quehá um ano (-18,5%, para 240,1 mil), mas a quebramais forte foi nos passageiros que iniciaram e/outerminaram cruzeiros na Madeira (em turnaround), quetiveram uma quebra em 69% (menos 6,2 mil), com -

69,5% embarques (menos três mil, para 1,3 mil) e -68,5% desembarques (menos 3,1 mil, para 1,4 mil).Os dados da APRAM mostram que a quebra nosemestre foi determinada pela evolução no primeiroquadrimestre, que é um dos períodos de mais intensaatividade dos cruzeiros no Funchal, e que este ano sesaldou por decréscimos de 16% em número de escalas(menos 24, para 126) e de 27,6% em número depassageiros (menos 77,4 mil, para 203,29 mil).Já os últimos dois meses do semestre, Maio e Junho,foram de crescimento, mas tratando-se de meses emque a atividade é menor apenas permitiram compensarmuito parcialmente a queda verificada de Janeiro aAbril.Em Maio, o Porto do Funchal teve 17 escalas, maiscinco que no mês homólogo de 2012, e mais 28,6 milpassageiros, em alta de 43,4% ou 8,6 mil.No mês de Junho, com quatro escalas e 11 milpassageiros, os crescimentos foram de 100% em

escalas (mais duas) e 269,7% (mais oito mil) empassageiros.Ainda assim, o Porto do Funchal teve uma ligeiraqueda do número de passageiros no segundotrimestre, em 0,9%, para 97,3 mil, mas neste casoapenas pelo decréscimo dos passageiros emturnaround (-71,4%, para 604), porque em trânsitosapresentou um crescimento ligeiro, em 0,7% ou cercade 670, para 96,7 mil.Em escalas no trimestre, o Funchal teve umaevolução em alta de 13,6% (mais oito, para 67), commais uma em Abril, para 46, mais cinco em Maio, para17, e mais duas em Abril, para quatro.A queda ligeira do total de passageiros no segundotrimestre deveu-se à quebra em 23,3% no mês deAbril, que representou um decréscimo de 17,55 mil,para 57,66 mil, com menos 1,65 mil turnarounds (-82,5%, para 351) e menos 15,9 mil trânsitos (-21,7%,para 57,3 mil).

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Análise Estatística

O aumento das receitas turísticas portuguesas em110,7 milhões de euros no mês de Maio deve-se acrescimentos de quase todos os principaismercados emissores, com a única exceção doBrasil, mas, principalmente, ao 'quarteto' França,Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, que emconjunto garantiram mais 67,68 milhões, de acordocom dados do Banco de Portugal recolhidos peloPressTUR.Os turistas residentes no Reino Unido foram os quemais despenderam em Maio em Portugal, com omontante de 140,57 milhões de euros, que equivalea 17,3% do total de gastos no País de turistasestrangeiros, mas foram os franceses que maisaumentaram em valor, com um incremento de 19,4milhões de euros, para 127,6 milhões.Em variação percentual, porém, os líderes foram osturistas procedentes dos EUA, com um aumento de41,4%, para 57,08 milhões de euros, seguidos dosalemães, com +22,2%, para 88,2 milhões.O aumento dos gastos de britânicos foram oquarto maior em valor, com mais 15,5 milhões deeuros, mas em variação percentual, com +12,4%,integraram um grupo que teve aumentos naordem dos 12%, de que o caso mais saliente é avizinha Espanha, que apesar da crise que está aatravessar propiciou a Portugal um aumento das

Franceses, americanos, alemães e britânicoslideraram aumento gastos turísticos em Portugal

receitas turísticas em 12,7% ou 9,5 milhões de euros,para 84,25 milhões.Os dados recolhidos pelo PressTUR mostram que76,8% dos 811 milhões de euros de gastos emPortugal de turistas estrangeiros foram realizadospor turistas europeus, com 72,3% ou 622,49milhões de turistas de países da União Europeia e51,6% ou 418,67 milhões dos países que tambémfazem parte da Zona Euro.Por mercados, o primeiro emissor foi o ReinoUnido, com 17,3% do total ou 140,57 milhões,suplantando neste mês França, cujos residentesque visitaram Portugal em Maio despenderam 127,6milhões de euros, o que equivale a 15,7% do totalde receitas turísticas portuguesas.Seguiu-se a Alemanha, com 88,2 milhões de euros(10,9% do total de receitas turísticas portuguesas),e, depois, Espanha, com 84,25 milhões (10,4% dototal), e Estados Unidos, com 57,08 milhões (7% dototal).Estes cinco maiores emissores em Maio totalizaram497,8 milhões de euros, o que equivale a 61,4% dototal de gastos de turistas estrangeiros em Portugalneste mês, com um crescimento médio em 18,4%,que representou um aumento de 77,18 milhões deeuros.Depois deste Top5 vêm, então, o Brasil, com 37,1

milhões de euros, que teve a única quedahomóloga mensal entre os dez maiores emissores(-6,3% ou menos 2,5 milhões de euros), Angola,com 36,86 milhões (+8,5% ou mais 2,89 milhões),Holanda, com 36,29 milhões (+11,5% ou mais 3,7milhões), Irlanda, com 23,78 milhões, e Bélgica,com 20,1 milhões (+12,3% ou mais 2,2 milhões).O Top10 dos emissores em valores de receitasturísticas de Maio totalizou, assim, 652 milhões deeuros, o que equivale a 80,4% do total do mês.Relativamente a Maio de 2012, os nove maioresemissores (excluindo a Irlanda de que o PressTURnão dispõe de dados de 2012), tiveram umaumento médio dos gastos turísticos em Portugalem 15,3%, que representa um incremento de 83,5milhões, para 628,2 milhões (77,5% do total dereceita turística do mês).Entre outros emissores com dados recolhidos peloPressTUR e de que é possível ver a evoluçãorelativamente a Maio de 2012 constam a Suíça,com 18,36 milhões de euros, em alta de 12,6% oudois milhões de euros, Itália, com 14,6 milhões,com um aumento de 5,4% ou 0,74 milhões.Seguem-se, mas sem ser possível calcular avariação, o Canadá, com 14,07 milhões de euros, aSuécia, com 8,2 milhões, a Noruega, com 6,87milhões, a Federação Russa, com 6,67 milhões, aDinamarca, com 6,1 milhões, a Polónia, com 5,55milhões, a Finlândia, com 5,29 milhões, o Japão,com 2,46 milhões, a China, com 2,19 milhões, e aRepública da Coreia, com 0,44 milhões.

Lisboa vai atingir este ano novo recordede passageiros de cruzeiros - APLA Administração do Porto de Lisboa (APL) anunciouque tendo em conta a atividade prevista no segundosemestre, com mais de 200 escalas e mais de 340 milpassageiros, anulando a queda verificada na primeirametade do ano, perspetiva que 2013 será um novorecorde para a capital portuguesa, com mais 41 escalase mais cerca de 37 mil passageiros que em 2012."Assim, e caso as previsões de confirmem, a atividadedos cruzeiros no Porto de Lisboa registará, em 2013,um crescimento de 13% ao nível das escalas e de 7%ao nível dos passageiros, prevendo-se, assim, um totalde 355 escalas e de 560 mil passageiros, o que aoverificar-se significará novos recordes para o Porto deLisboa, ao nível das escalas e dos passageiros", diz umcomunicado da gestora do Porto da capital.Esta perspetiva é afirmada tendo em conta ocrescimento que estima terá no segundo semestre,que, sublinha, é "aquele que regista a maiorconcentração da atividade, justificada pela suasazonalidade, cuja época se tem prolongado peloúltimo trimestre do ano".Para a segunda metade de 2013, diz a APL, a previsãoé receber 200 escalas e mais de 340 mil passageiros.Em 2012, o Porto de Lisboa teve 167 escalas nosegundo semestre, 103 das quais no último trimestre, e291.836 passageiros, 60,7% deles ou 177.281 nosúltimo três meses do ano.A perspetiva anunciada pela APL é, pois, de que ocrescimento na segunda metade do ano anule a quebraverificada na primeira metade do ano, em que apesar

de ter mais três escalas (+2%, para 150), batendo orecorde para este período do ano, teve menos cerca de15,4 mil passageiros (-6,7%, para 215.259).Os dados da APL mostram que a queda do número depassageiros se deu nos chamados trânsitos, que são osque passam por Lisboa em regra apenas por algumashoras, durante a escala do navio, que foram menos15.859 (-7,5%, para 195.970, mantendo-se aindaassim o principal segmento de mercado, com 91% dototal de passageiros.A APL diz no seu comunicado que esse decréscimo dospassageiros em trânsito se deve, designadamente, àdiminuição das escalas do Independence of the Seas,de 13, no primeiro semestre de 2012, para duas esteano, por o navio "ter sido reposicionado nas Caraíbasdurante a temporada de inverno, por uma questãoestratégica do seu operador".Já os passageiros em turnaround, ou seja, que iniciame/ou terminam cruzeiros em Lisboa, os dados da APLindicam um aumento em 435 (+2,3%, para 19.289),que a empresa diz refletir o aumento das escalas emturnaround e interporting que atribui à MSC Cruzeiros eà Costa Cruises.A APL indica, aliás, que das 150 escalas quecontabilizou no primeiro semestre, mais três que háum ano, 33 foram em turnaround (início/fim decruzeiros), mais 13 (+65%) que há um ano, e 16 eminterporting (permitem embarques edesembarques), mais dez (+167%) que no períodohomólogo de 2012.

Portugal é 12º país emnúmero de embarquesde passageiros decruzeiros em 2012Portugal foi em 2012 o 12º país europeu deembarque de passageiros de cruzeiros com34.000 em alta de 0,6%, atrás de países comoa Suécia, Chipre ou Dinamarca, de acordo com orelatório da CLIA Europa sobre o impactoeconómico dos cruzeiros.Dos estimados 5,77 milhões de passageiros decruzeiros que embarcaram num porto europeu,2,1 milhões escolheram os portos italianos,liderados por Veneza, Civitavecchia, Savona eGénova. Espanha foi o segundo país com maisembarques em 2012, com mais de 1,2 milhões,tendo Barcelona e Palma sido os portos maisprocurados.Os portos do Reino Unido, com especialdestaque para Dover e Southampton,realizaram 962 mil embarques.Alemanha, Grécia e Dinamarca foram os paísesde embarques que completam os seis de topocom respetivamente 451 mil, 244 mil e 224 mil,sendo os maiores portos os de Kiel e Hamburgona Alemanha, Piréus na Grécia e Copenhaga naDinamarca.

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Análise Estatística

Turismo e transporte aéreo de passageirosasseguraram 22,4% do aumento das exportaçõesAs exportações de turismo e transporteaéreo de passageiros aumentaram 7,4%ou 287 milhões de euros nos primeiroscinco meses deste ano, o que significa queo contributo destas duas atividades para oaumento das exportações portuguesas foide 22,4%, com 16,9% por parte doturismo e 5,5% por parte do transporteaéreo de passageiros, de acordo com osdados d ivu lgados pelo Banco dePortugal.A contribuição para o crescimento suplantaem muito o peso que tanto o turismoquanto o transporte aéreo de passageirostêm no conjunto das exportaçõesportuguesas de bens e serviços, que érespetivamente de 10,7% e de 4,4%,porque o seu crescimento se mantémforte, na ordem de três pontos no caso doturismo e de 1,3 pontos no caso dotransporte aéreo.Segundo os dados do Banco de Portugal,nos primeiros cinco meses deste ano asexportações portuguesas de bens eserviços aumentaram 4,9%, pata 27.563milhões de euros, com aumentos em 7,9%nas exportações de turismo (medidaspelos gastos em Portugal de turistasestrangeiros), para 2.950,4 milhões, e em6,2% das exportações de transporteaéreo de passageiros (vendas depassagens a estrangeiros), para 1.200,8milhões.O seu contributo, porém, não se esgota nocrescimento das vendas ao exterior, poisele é acompanhado de um aumento dosaldo líquido para Portugal ainda mais

forte, em 8,4% ou 204,9 milhões de euros,para 2.649,7 milhões, com aumentos de10,1% ou 153,46 milhões do excedente doturismo internacional, para 1.674,2milhões, e de 5,6% ou 51,47 milhões nosaldo do transporte aéreo de passageiros,para 975,5 milhões.Assim, o turismo e transporte aéreo depassageiros contribuíram com 9,9% damelhoria do saldo entre exportações eimportações de bens e serviços (205milhões de euros em 2.063 milhões), com7,4% por parte do turismo internacional e2,5% por parte do transporte aéreo depassageiros.Porém, enquanto o saldo da balança debens e serviços vem em grande medida dacontração das exportações (-2,9% oumenos 779 milhões de euros), no caso doturismo e transporte aéreo de passageirosvem integralmente do aumento dasexportações, porque em ambos os casosas importações também aumentam,embora menos em valor que asexportações, respetivamente em 5,2% ou63,27 milhões de euros, para 1.276,19milhões, e em 9,1% ou 18,8 milhões, para225,36 milhões.Igualmente quando se consideram apenasas exportações de Serviços, os dados doBanco de Portugal mostram um reforço dapreponderância do turismo internacional etransporte aéreo de passageiros no totaldas vendas, que em conjunto passaram de54,8% das vendas totais ao exterior nosprimeiros cinco meses de 2012 para 55,3%este ano, por terem um crescimento médio

em 7,4% enquanto o aumento médio dasexportações de Serviços foi de 6,5%.O melhor desempenho neste períodoradicou nas receitas de turismointernacional, com um aumento em 7,9%que levou a que o seu 'peso' nasexportações de Serviços subisse de38,8% para 39,3%, enquanto notransporte aéreo de passageiros, cujoaumento foi de 6,2%, houve um ligeirodecréscimo, de 16,04% para 16,01%.O efeito mais significativo, porém, é no'peso' que turismo e transporte aéreo depassageiros têm no saldo da balança deServiços, que atinge 84,3% nos primeiroscinco meses deste ano, mas em baixa de6,45 pontos em relação ao períodohomólogo de 2012.Esta evolução é o resultado de asimportações de Serviços terem crescidoapenas 0,1% nos primeiros cinco mesesdeste ano, enquanto no transporte aéreode passageiros aumentaram 9,2% e noturismo internacional, 5,2%.Assim, enquanto o saldo entreexportações e importações de Serviçosaumentou 16,7%, no caso do turismointernacional o aumento foi de 10,1% e nocaso do transporte aéreo de passageirosfoi de 5,6%.Em valor, porém, com mais 153,4 milhõesde excedente que há um ano, o turismointernacional 'fez' 34,2% do aumento dosaldo positivo dos Serviços (449 milhões,para 3.142 milhões) e o transporte aéreode passageiros, com mais 51,47 milhões,'fez' 11,5%.

Lisboa é porto líder em trânsitos de passageirosem cruzeiros no norte da EuropaLisboa foi em 2012 o porto do Norte daEuropa que mais passageiros de cruzeirosmovimentou em trânsito, 522.604, maiscerca de 20.000 passageiros do que no anoanterior.O porto de Estocolmo ficou em segundolugar, com 467 mil passageiros em trânsito,seguido de Bergen na Noruega, com446.906 passageiros.O top 5 fica completo com Tallinn e SãoPetersburgo, que movimentaramrespetivamente cerca de 440 mil.Cádis é o primeiro porto espanhol aaparecer no top, em oitavo lugar, com334.266 passageiros em trânsito.Por sua vez Portugal ocupou o sexto lugarenquanto destino de cruzeiro dospassageiros, atrás da Itália, Espanha,

Grécia, Noruega e França.Portugal foi escolhido por cerca de 1,2milhões de passageiros dando-lhe umaquota de 4,2% do total. A liderançapertence a Itália que foiescolhida por cerca de 6,22milhões de passageiros e quetem uma quota de 21,2%.A Noruega e França subiram noranking, com a primeira a passarde quinto para quarto lugar, comcerca de 2,5 milhões depassageiros, sendo Bergen odestino mais procurado. Françafoi o destino de cruzeirosescolhido por cerca de 2,3milhões de passageiros com umaumento em 7%, colocando-o

em quinto lugar com uma quota de 7,9%. Em2012, mais de 29,2 milhões de passageirosescolheram a Europa como destino decruzeiros.

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Análise Estatística

Gasto turístico dos portugueses atinge recordepara um mês de MaioMaio foi um mês excecional no turismo emPortugal como, também, no turismo dosportugueses no estrangeiro, medido pelaevolução dos gastos contabilizados peloBanco de Portugal, com um aumento em8,1%, que é a maior subida desdeNovembro 2010, mas neste caso face àsfortes quebras de 2009, para 284,8 milhõesde euros, que é o maior valor de semprepara um mês de Maio e em que todos osprincipais destinos tiveram crescimento.Dados do banco central recolhidos peloPressTUR indicam que França, Alemanha,Estados Unidos, Bélgica e Holanda foramdestinos que em Maio tiveram aumentos adois dígitos dos gastos dos portugueses emviagens e turismo.Em percentagem, o maior aumento foi naHolanda, em 25,3%, seguindo-se a Bélgica,com +16,4%, os Estados Unidos, com+15,4%, a Alemanha, com +13,9%, eFrança, com +13,7%.Também com aumentos, embora menoresque 10%, estiveram os gastos na Suíça,com +6,1%, Reino Unido, com +5,3%,Brasil, com +4,7%, Espanha, com +4,2%, eItália, com +2%.Em valor, o maior aumento foi em França,com mais quase 4,8 milhões de euros, para39,7 milhões, seguindo-se Espanha, com

mais quase três milhões, para 74,6 milhões,Alemanha, com mais 2,3 milhões, para 19milhões, e Estados Unidos, com mais 2,2milhões, para 16,5 milhões.Ainda com aumentos acima de um milhão deeuros estiveram o Reino Unido, com mais1,7 milhões, para 34,46 milhões, a Holanda,com mais 1,4 milhões, para 6,96 milhões, e aBélgica, com aproximadamente 1,1 milhões,para 7,7 milhões.Depois vem o aumento de 0,65 milhões noBrasil, para 14,74 milhões, e a seguir osaumentos na Suíça, em 0,4 milhões, para7,17 milhões, e em Itália, em 0,16 milhões,para 8,55 milhões.A vizinha Espanha manteve-se o destinocom maior valor de gastos dos portugueses,absorvendo 26,2% do total, mas abaixo doque teve em Maio de 2012, em que ficou com27,2%.A seguir vem França, com 13,9% (13,2%em 2012), Reino Unido, com 12,1%(12,4%), Alemanha, com 6,7% (6,3%) eEstados Unidos, que é o primeiro destinofora da Europa, com 5,8% (5,4% em 2012).O Brasil manteve a 6ª posição em Maio, com5,2% dos gastos dos portugueses emviagens e turismo no estrangeiro (5,3% em2012), à frente de Itália, com 3% (3,2%),Bélgica, com 2,7% (2,5%), Suíça, com

2,5% (2,6%), e Holanda, com 2,4%(2,1%).Os dados do Banco de Portugal relativos àevolução dos gastos dos portugueses emviagens e turismo no estrangeiro mostramuma tendência que coincide com a queemerge da evolução das vendas de voospelas agências de viagens IATA portuguesas(BSP Portugal), até porque em ambos oscasos não é possível diferenciar entreturismo de negócios, que fontes dasagências e da aviação dizem estar a crescer,e turismo de lazer, relativamente ao qual seadmite que haja quebra, embora menor doque se receava em função do aumento dodesemprego e do decréscimo do rendimentodos particulares e empresas,designadamente pelo aumento dosimpostos.Os dados do BSP a que o PressTUR teveacesso indicam que as agências de viagensIATA portuguesas tiveram este ano osegundo melhor Maio de sempre, com 82,86milhões de euros, ficando a apenas 1% domelhor, o Maio de 2008, que continua a ser oano recorde em BSP. Relativamente a Maiode 2012, o aumento foi em 10,5% ou 7,9milhões de euros, mas com o incremento emvendas de voos internacionais a atingir12,5% ou 8,5 milhões.

Dormidas de britânicos e alemãesaumentaram acima de 20% em Maio

A hotelaria portuguesa teve este ano, pela primeira vez, mais de trêsmilhões de dormidas de turistas estrangeiros num mês de Maio, o que lhepermitiu bater o recorde de pernoitas dos meses de Maio, com o principalimpulso a vir dos dois maiores emissores internacionais, o Reino Unido eAlemanha, que registaram aumentos acima dos 20%.Os dados divulgados pelo INE indicam crescimentos de 22,3% das dormidasde britânicos e de 21% nas pernoitas de alemães, a que se juntaramcrescimentos também a dois dígitos de mais três dos oito maiores emissores,um deles Espanha, que era um mercado problemático pela crise económicaem que se encontra, e de que em Maio os estabelecimentos hoteleirosportugueses tiveram um aumento de 11,6%.Os outros dois emissores que cresceram a dois dígitos foram a Irlanda, com+40,8%, e França, com +16,5%.Assim, dos oito maiores emissores, apenas Itália se manteve em queda, comum decréscimo de 10,6%, e apenas Holanda e Brasil tiveram crescimentosabaixo dos 10%, com +4,8% e +2,5%, respetivamente.Os dados do INE indicam que em Maio, de que os dados conhecidos dosaeroportos já apontavam para crescimento, os estabelecimentos hoteleirosportugueses tiveram um total de 3,954 milhões de dormidas, querelativamente ao mês homólogo de 2012 representam um aumento de11,8% ou 416,5 mil.Este aumento baseou-se principalmente nos mercados internacionais(+15,5% ou mais 409,6 mil, para 3,045 milhões), mas em Maio até omercado doméstico 'ajudou', com um aumento em 0,8% ou 6,8 mil, para908,5 mil, que é um total ainda longe dos que se verificaram neste mês dosanos de 2008 (1,094 milhões) a 2010 (1,115 milhões).

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Congresso da APAVT com inscriçõesa 180 euros, incluindo voo

O custo das inscrições para o congresso daAPAVT deste ano, agendado para Angra doHeroísmo entre os dias 4 e 8 de Dezembro,foi fixado em 180 euros (mais taxasaeroportuárias), incluindo voo de ida e voltaa partir dos aeroportos do continente,quatro noites de alojamento em unidade de3-estrelas e acesso a todo o programa detrabalhos e social e respetivas refeições.Nas unidades hoteleiras de 4-estrelas, ocusto da inscrição, com as mesmascaracterísticas, foi fixado em 200 euros(mais taxas aeroportuárias). Trata-se domais baixo custo de inscrição de sempre paraum congresso da APAVT, como anunciou opresidente da associação, Pedro CostaFerreira, durante a apresentação docongresso no passado mês de Maio. "Frutodo extraordinário empenho e cooperação doGoverno Regional dos Açores, da DireçãoRegional do Turismo dos Açores, da CâmaraMunicipal de Angra do Heroísmo, da SATA, daATA, e dos nosso parceiros locais, hoteleirose agentes de viagens, teremos umcongresso nos Açores ao mesmo preço do

Notícias

congresso de Coimbra, sendo que teremosmais uma noite e, convém não esquecer,uma deslocação em transporte aéreo"referiu na ocasião Pedro Costa Ferreira. As

A APAVT vai uma vez mais marcar presençana ABAV-Feira das Américas, com um standde 30m2 na área internacional, junto àrepresentação do Turismo de Portugal, ondereúne doze agências associadas: Barceló/Escalatur, Geostar, Luisa Tódi, Oásis,

inscrições irão abrir durante o mês deAgosto, em data a anunciar através decircular. O tema escolhido para este ano é"Novos Rumos, Outra Atitude".

Novas dataspara pagamento BSP

À imagem do que tem vindo a verificar-se noutros mercados, osprazos de reporte e pagamento do BSP em Portugal foramencurtados, tendo a associação logrado evitar que passassemde imediato a semanais, como era intenção das companhiasaéreas, conseguindo um faseamento que consiste na redução,para pagamentos quinzenais, de 15 de julho de 2013 até 30 dejunho de 2015, e apenas a partir dessa data para pagamentossemanais. Por favor note o novo calendário.

APAVT volta a reunir associados em stand na ABAVQuasar, Pinto Lopes, RDMC, TQ,Transalpino, Tui Portugal, Soltrópico e Wide.Tal como no ano passado, um acordo com aassociação brasileira de agências de viagense com a TAP Portugal permitiram oferecer,aos associados que estiveram presentes no

stand da APAVT na BTL, uma viagem de ida evolta a São Paulo e um lugar, sem custos, noespaço da associação na Feira das Américas.Este ano, a ABAV-Feira das Américasdecorrerá de 4 a 8 de Setembro, em SãoPaulo.

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Inscrições gratuitasInscrições gratuitasInscrições gratuitasInscrições gratuitasInscrições gratuitasno Fórum de Macauno Fórum de Macauno Fórum de Macauno Fórum de Macauno Fórum de Macau

Os associados da APAVT beneficiam deinscrição gratuita no 2º Fórum deEconomia de Turismo Global, que vaidecorrer de 15 a 19 de Setembro emMacau, subordinado ao tema "Regenereas nossas economias: invista nas viagense turismo". Além deste benefício, a

organização do evento, presidida pelaempresária Pansy Ho, oferece aosassociados da APAVT descontos em hotéisdurante o período do fórum, almoços,jantares e transferes gratuitos. Osinteressados deverão contatar osecretariado da associação.

Europcar oferece condições especiais aassociados da APAVT

o âmb i to des te p ro toco lo , aEuropcar concede aos associados

da APAVT um desconto de 25% sobreas suas tarifas promocionais válidas nomomento do a luguer em Por tuga lcontinental e na Madeira, e de 10% emalugueres efetuados no estrangeiro.Os func ionár ios das agênc iasassoc iadas da APAVT tambémbeneficiam com este acordo, na medidaem que passam a ter um desconto de20% sobre as tar i fas promoc iona isvál idas no momento do aluguer, emPortugal continental e na Madeira, bemcomo de 10% nos alugueres efetuadosno estrangeiro, bastando-lhes para talapresentar um documento que ateste asua cond i ção de func ionár io deempresa associada.A rent-a-car disponibi l iza-se tambémpara instalar micro-sites nas páginasweb dos associados interessados, osqua i s pe rm i t i r ão e fe tua r rese rvasEuropcar ao abr igo das ta r i f a sacordadas . Po r seu l ado , a APAVTcon fe re à Europcar o es ta tu to depa t roc inador o f i c i a l do congressonac iona l da assoc iação duran te avigência do protocolo, irá disponibilizarespaço p romoc iona l e d i vu lga rinformação da rent-a-car através dos

N

A APAVT e a EUROPCAR formalizaram um protocolo de cooperação destinado a fomentar asvendas desta rent-a-car pelos membros da associação, que passam a beneficiar decondições exclusivas nos alugueres em Portugal e no estrangeiro.

Notícias

seus supor tes de comun icação . Oprotocolo, que tem a duração de umano, prorrogável por iguais períodos,fo i ass inado pelo pres idente e pelatesoureira da APAVT, respetivamente,Pedro Costa Ferreira e Paula Alves, epelo diretor de marketing e vendas daEuropcar, Fernando Fagulha."É claramente mais uma vantagem que

consegu imos para os nossosassoc iados" , a f i rmou na ocas ião opresidente da APAVT, acrescentandoque " tendo em conta o peso e adispersão geográfica da Europcar emPortugal, estas condições permit irãoàs agênc ias de v iagens da APAVToferecer aos seus clientes um produtode con f i ança e de qua l i dade , emcondições ímpares no mercado"."A Europcar tem como p r inc ipa lpreocupação a sat i s fação dos seusc l i en tes e assoc iados , a t ravés dao fe r ta de p rodutos e se rv i ços dequalidade, sempre a pensar no bem-estar dos seus clientes. É igualmenteimportante apostar nas relações comparce i ros , espec ia lmente quandoatuam no mesmo se to r " , re fe r iuFe rnando Fagu lha , d i re to r demarketing e vendas da Europcar, nomomento da assinatura do protocolo.

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Notícias

Aeroporto de Lisboa com novo terminalAeroporto de Lisboa com novo terminalAeroporto de Lisboa com novo terminalAeroporto de Lisboa com novo terminalAeroporto de Lisboa com novo terminalEntrou em funcionamento, a 17 de Julho,o novo terminal internacional e detransferência do aeroporto de Lisboa.Com a conclusão desta obra, informa aANA-Aeroportos de Portugal, acapacidade instalada no Serviço deEstrangeiros e Fronteiras passa das

Amadeus anima trade às quintas-feirasAmadeus anima trade às quintas-feirasAmadeus anima trade às quintas-feirasAmadeus anima trade às quintas-feirasAmadeus anima trade às quintas-feirasDesde o passado dia 4 de Julho que aAmadeus Portugal voltou a animar otrade com a organização de cocktailstemáticos de verão, todas as quintas-feiras às 19h.Os eventos real izam-se no Amadeus

atuais 16 posições nas partidas, para 30posições de controlo. Nas chegadas, acapacidade aumenta de 21 para 30posições de controlo. A abertura destanova área e a conclusão total dasintervenções associadas ao plano dedesenvolvimento do aeroporto de Lisboa

permitirão aumentar a capacidade daPortela para 40 movimentos por horanuma primeira fase e posteriormentepara 42 movimentos por hora, umcrescimento de 25% face à capacidadeno início do plano. Foi também criada umanova área comercial e de lazer.

Terrace, o terraço de que o GDS dispõenos seus escritórios no centro de Lisboa eque tem vista panorâmica sobre a cidade.Os f ins de tarde de quinta-feira sãoanimados com entretenimento diverso e oconvite é fe i to a todo o trade,

independentemente de serem ou nãoclientes Amadeus. Os eventos pretendemfomentar o convívio entre os diversosatores da indústria, proporcionando aoportunidade de rever e de conhecerpessoas.

Pestana abre hotel em Cuba a 1 de agostoPestana abre hotel em Cuba a 1 de agostoPestana abre hotel em Cuba a 1 de agostoPestana abre hotel em Cuba a 1 de agostoPestana abre hotel em Cuba a 1 de agostoO Grupo Pestana vai abrir a 1 de Agosto,em soft opening, o seu primeiro hotel emCuba - o Pestana Cayo Coco BeachResort - que vai funcionar em regimede al l inc lusive. A exploração daunidade, construída de raiz etotalmente nova, far-se-á através deum contrato de administraçãocelebrado entre a cadeia portuguesa ea empresa de turismo Gaviota, denacionalidade Cubana.Localizada numa das melhores praiasde Cuba e com 800 metros de frentemar, a nova unidade de 4 estrelas temum design moderno e color ido,

tipicamente cubano. O Pestana CayoCoco Beach Resort é constituído por 508

quartos em 11 edifícios enquadrados napaisagem original da zona, uma piscina

central para adultos e uma paracr ianças, Clube infant i l , quatrorestaurantes e quatro baresdistr ibuídos pelos 100.000 m2 deterreno que compõem o projeto. Aanimação está a cargo de uma equipacubana encarregue de diariamente darvida ao hotel , culminando numespetáculo diár io preparadoespecificamente para o anfiteatro dohotel, construído ao ar livre e comcapacidade para 350 pessoassentadas.

Inaugurado o Pedras Salgadas spa & nature parkInaugurado o Pedras Salgadas spa & nature parkInaugurado o Pedras Salgadas spa & nature parkInaugurado o Pedras Salgadas spa & nature parkInaugurado o Pedras Salgadas spa & nature parkA Unicer inaugurou o Pedras Salgadas spa &nature park, instalado no Parque de PedrasSalgadas, em Vila Pouca de Aguiar. Nointerior do Parque foram construídas 12 eco-houses, casas em madeira e ardósia,constituídas por três módulos e irão abrireste mês duas tree-houses, alojamentos emcima das árvores. O antigo balneário termalaloja o novo Spa Termal, em funcionamentodurante todo o ano, e o antigo eemblemático edifício do Casino foirecuperado, sendo convertido num espaçopara eventos, congressos e festas privadas.Os jardins integram as cinco fontes termais,totalmente recuperadas, origem da água

das Pedras. O complexo turísticodisponibiliza também uma casa de chá,piscina, parque infantil, minigolfe e o grande

lago do Parque que, com mais de 3000 m2,permite passeios de barco e observação decarpas coloridas.

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Macau tanto é uma excelenteporta de entrada para a Chinaenquanto destino turístico, comotambém o é para explorar opotencial do mercado chinêspara Portugal. Quem o afirma éMaria Helena de SennaFernandes, a nova diretora dosServiços de Turismo de Macau,em entrevista à revista APAVT,realizada por ocasião da suaprimeira visita ao nosso País nasnovas funções.

Maria Helena de Senna Fernandes (DSTM):Macau, porta de entrada na ChinaEntrevista: Paulo Brehm - Fotos: Rafael G. Antunes

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Entrevista

ual o balanço que faz do turismoem Macau no ano passado?

Podemos dizer que o balanço do turismo emMacau em 2012 foi positivo, porqueterminámos o ano com 28 milhões devisitantes de todo o mundo, mas é claro que,neste momento, os nossos maioresmercados emissores são ainda os asiáticos.São sobretudo os mercados de línguachinesa, tais como a própria RepúblicaPopular da China, incluindo Hong-Kong, ochamado "mainland" (continente chinês), eTaiwan. Depois vem a Coreia e o Japão, esteúltimo a sofrer um pouco por causa da suaeconomia e da desvalorização da suamoeda. Os mercados de crescimento, alémda China, são a Tailândia e a Coreia, por issoestamos agora a trabalhar mais nessesmercados.

Qual o crescimento face a 2011?No ano passado foi quase igual a 2011. AtéAbril deste ano, no entanto, estamos acrescer na ordem dos 2% comparando com operíodo homólogo do ano passado. É bompara Macau mas, nas épocas de maiorafluxo, estamos já a sentir alguma falta deespaço, sobretudo em locais como as Ruínasde São Paulo e outras das atracões maisprocuradas. Estamos por isso a implementaruma mudança da estratégia, focada ematrair mais turistas, que fiquem mais tempoem Macau, mais noites nos nossos hotéis eque despendam mais dinheiro, porqueatualmente a maioria são visitantes que vêmapenas passar o dia.

Qual é a capacidade de alojamento?Temos 28.000 quartos disponíveis, a maioriaem hotéis de 3 a 5-estrelas e 5-estrelas deluxo. Destes 28.000 só temos 1.400 nascategorias mais económicas, sobretudo noshotéis de 2-estrelas, porque não temos deuma só, e pensões.

E qual é a taxa de ocupação?Nas unidades de 3 a 5-estrelas a taxa deocupação média é superior a 80%, o que émuito bom. E até março deste ano, estamosa crescer na ordem dos 15% no que dizrespeito aos turistas que dormem na nossahotelaria. Por isso Macau, como destinoturístico, está já a mudar.

A margem de crescimento não é

então muita…Sim, temos ainda possibilidade de melhorar,mas de facto estamos a trabalhar sobre umataxa já muito elevada.

Isso inflaciona o preço?Não, porque no ano passado abrimos quase5.000 quartos. Só num ano é um crescimentode oferta significativo, pelo que mesmo coma taxa de ocupação a crescer, o preço médiocaiu um pouco. Agora deverão estabilizar,porque os novos grandes empreendimentossó vão estar prontos por volta de 2015-2016, pelo que vamos ter um a dois anos semgrandes crescimentos da oferta dehotelaria. Vamos por isso trabalhar melhorcom o setor hoteleiro e com todos osparceiros para ter um produto turístico maisinteressante.

Parece imparável o crescimento daoferta…Os grandes investidores em Macau, eestamos a falar sobretudo nosconcessionários de jogo, têm novos egrandes projetos na Cotai. Vão levar um adois anos a construir, mas estamos a ver quedentro de 2 a 3 anos vamos ter um outrosalto na oferta hoteleira. Há por isso muitopara fazer em termos da capacidade deacolhimento.

Pode exemplificar?Começámos com um projeto a quechamamos de turismo comunitário e que sedestina a criar novos polos de atração. Hojeem dia a maioria das pessoas que vêm aMacau visita os mesmos sítios: as ruínas deSão Paulo, o templo de A-Má, o que

pretendemos com este projeto é trabalharem conjunto com as várias paróquias deMacau para encontrar e desenvolver maisprodutos turísticos, para empacotar melhora oferta, para divulgar melhor as diferenteszonas da cidade. Há zonas que sãointeressantes mas precisam de ser melhordivulgadas. Temos por exemplo o bairro deSão Lázaro, que está a ser transformadonuma área para as indústrias culturais ecriativas de Macau, com diversos workshopse que tem muito potencial para atrair maisturistas. Há também um outro projeto,interdepartamental, que consiste emaproveitar o espaço para além das ruínas deSão Paulo. Estamos a falar do eixo este-oeste das ruínas, com ruas que não estão aser aproveitadas e onde existem diversospontos de interesse, que podem serorganizados num itinerário muito apelativo.

É pois um grande desafio, encontrarespaço para tantos visitantes eturistas…Macau é uma cidade pequena, por issotemos de ser criativos para criar novas zonase aproveitar melhor o que temos. Há umoutro projeto, mas que levará mais tempo,que é a zona norte de Macau, que é maisresidencial, perto das Portas do Cerco e dafronteira. Aliás, o governo tem um projetopara abrir mais um posto fronteiriço perto doque existe ali. Será uma área onde é possívelvenham a ser construídos mais hotéis, compreços mais económicos, passa tudo porreorganizar toda aquele lado norte deMacau.

E as ilhas da Taipa e Coloane?Há também alguns projetos parareaproveitar esses espaços, onde temosagora alguns restaurantes e outros pontosde interesse, mas que não estão a ser bemaproveitados. Há aí também um grandepotencial turístico, refiro por exemplo aspalafitas que poderão ser recuperadas.

Há uma estratégia para mostrar queMacau é mais do que o jogo?A estratégia do governo é aproveitar osbenefícios do jogo para criar outrasindústrias. Já me referi à indústria criativa ecultural, mas por exemplo a área deincentivos, convenções e exposições é umaoutra aposta do governo. Trata-se de uma

Q(Portugal) Já é um mercado

emissor importante no contexto

do turismo da Europa, mas por

outro lado é também muito

importante no contexto das

nossas relações com os países

de língua portuguesa

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Entrevista

estratégia que estamos a desenvolver com adireção de economia e com o instituto depromoção do comércio e investimento. Poroutro lado continuamos a investir napromoção de eventos, que nos permitem teruma oferta mais diversificada. O GrandePrémio de Macau, o Concurso Internacionalde Fogo-de-artifício, o Festival de Artes, sãojá grandes cartazes, mas há muitos outros.São todos meios de promoção e de atraçãode mais turistas.

O Cirque Soleil foi também um dessescartazes…Já saiu de Macau, mas temos o House ofDancing Water que já é bastante conhecidoe traz muitos turistas. Franco Dragone, queé o criador deste grande espetáculo, vaitambém ter um novo show em Macau que sechama Taboo, destinado a adultos. E paracrianças, a partir de julho, vamos ter,sobretudo no Venetian, num projeto emconjunto com a DreamWorks, o Kung Fu

Panda, o Madagascar, e o Schreck. Vêmtodos para Macau. Os clientes que ficaremnos hotéis Venetian podem, por exemplo, teruma chamada matinal do Schreck, ou tomaro pequeno-almoço com todos estespersonagens.

É um novo segmento a explorar?É um novo produto, uma nova ofertaturística, para crianças. Passo a passoqueremos que Macau seja também umdestino para famílias. Para tornar Macaunum centro mundial de turismo e lazer, que éo nosso objetivo, a nossa oferta turísticatem de ser mais alargada, mais diversificada.Por isso estamos a trabalhar mais com osetor privado, em conjunto, no sentido detornar Macau mais interessante e apelativa.

E em termos de mercados?Estamos também a explorar oportunidadesde atrair turistas de novos mercados. Esteano, por exemplo, abrimos uma

representação na Rússia, porque no anopassado, a partir de Outubro, dispensamosa obrigatoriedade de visto de entrada paraos turistas russos em Macau e esta é umanova aposta em termos de mercado. Mas éclaro que, ao mesmo tempo, vamoscontinuar a trabalhar com os nossosmercados tradicionais.

O legado histórico e culturalportuguês é atrativo para outrosmercados?Os turistas e visitantes da Ásia são atraídospara Macau não só pelo jogo, mas tambémpela sua cultura. O centro histórico, que estáinscrito na lista do Património Mundial daHumanidade da UNESCO, é um forteatrativo, assim como toda a nova ofertacultural que temos vindo a desenvolver.Mesmo os visitantes de Hong Kong, ou docontinente, da Coreia, Japão, etc., têmmuito interesse em ver a Europa, mas umaEuropa que é perto de sua casa. Esta é umagrande atração de Macau para essesmercados. De vez em quando a Casa dePortugal em Macau organiza sessões defado, por exemplo, e estas são uma grandeatração para os turistas japoneses ecoreanos. Quando fazemos a divulgação deMacau no Japão, por exemplo temos umafadista japonesa, o que é sempre muitoapreciado. Macau é um destino exótico paraorientais e ocidentais. Os japoneses e oscoreanos, em particular, adoram o fado eeste é uma outra maneira de os atrair. Vir aMacau não é só o Casino, há toda umacomponente cultural que tem uma grandeinfluência da Europa. É um encontro deculturas.

É isto que faz Macau diferente doresto da China…

"Abrimos uma representação na

Rússia, porque no ano passado,

a partir de Outubro,

dispensamos a obrigatoriedade

de visto de entrada para os

turistas russos "

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É esta componente da influência Europeiaem Macau, que vamos continuar a defendere a preservar porque é um componenteimportante da nossa oferta.

Falando da Europa, qual a importânciadeste mercado para o turismo deMacau?É grande. Em termos de turistas da Europapara Macau, são muito importantes osmercados de Inglaterra, muito por via deHong Kong, da Alemanha e até de Portugal.A nossa estratégia para a Europa, tal comopara os Estados Unidos, é atrair pessoaspara toda esta região, não só para Macau,mas oferecendo todo um itinerário nestaregião. Quem viaja para tão longe quercertamente ver mais.E com muitas expetativas na Rússia…Não vai ser imediato, não vamos certamenteter milhões de russos em Macau, mas temosmuito por onde crescer. No ano passadotivemos apenas 20.000 russos em Macaumas para Hong Kong já vêm 180.000. Hápotencial.

E Portugal?Já é um mercado emissor importante nocontexto do turismo da Europa, mas poroutro lado é também muito importante nocontexto das nossas relações com os paísesde língua portuguesa. A nossa associaçãocom Portugal tem de ser mantida e melhoraproveitada, porque Portugal, para nós,

não é só um mercado emissor, masapresenta oportunidades de trabalhar emconjunto para vários projetos e outrosmercados.

Num outro tema, qual a importânciaque atribui aos agentes eoperadores?Continua a ser muito importante. Vemos asagências de viagens como parceiros eacreditamos que continuarão a ter um papelmuito importante. Por muita promoção quefaçamos, e é importante fazê-la, junto dosconsumidores, não podemos deixar de ofazer também junto das agências de viagense dos operadores turísticos, e de com elestrabalhar. Mesmo que as pessoas fiquemsensibilizadas para Macau, de pouco vale sedepois não têm à disposição produtos paraMacau nas agências. Vamos pois continuar anossa colaboração com o setor turístico,sobretudo através das nossasrepresentações, como acontece emPortugal.

Veio agora a Portugal com umadelegação de Cantão. A ideia épromover Macau como porta deentrada para essa província?Desde 1993 que temos um protocoloassinado com Hong Kong e a província deCantão, no âmbito da promoção do delta dorio das Pérolas. A ideia nasceu da intençãode fazer um tipo de itinerário conjunto para

"Os Chineses sabem que existe

Portugal. Mas não têm uma

noção exata de qual é a oferta

de Portugal."

melhor atrair os turistas de longo curso, quese mantém com toda a relevância.

São complementares?São ofertas diferentes, mascomplementares. Em Macau a nossa históriaé uma mistura de elementos ocidentais eorientais. Cantão oferece uma componentehistórica e cultural, de um destino que échinês, e por outro lado é uma das cidadesmais avançadas da China. Temos assim ummisto de antiguidade e uma face moderna,onde os turistas podem ver a transformaçãoda China. Podemos assim propor umitinerário mais diversificado, maisinteressante para uma estadia mais longa.Cantão não tem ainda muita experiência emtermos de promoção fora da China pelo quenestas ações beneficiam do nosso knowhow, da nossa experiência na promoçãointernacional.

O acesso a Cantão é fácil a partir deMacau?Temos vistos simplificados para o Cantão e é

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Entrevista

possível fazê-los localmente, incluindo vistosde grupos (a partir de duas pessoas).

E no sentido contrário, ou seja, sobrea captação de turistas chineses paraPortugal. Na sua opinião, qual é aimagem de Portugal na China?Os Chineses sabem que existe Portugal.Mas não têm uma noção exata de qual é aoferta de Portugal. Enquanto vemos aEspanha, a Itál ia, a Inglaterra, aAlemanha ou a França a fazerem umgrande esforço de divulgação epromoção na China, não se encontra apromoção de Portugal. Assim nem têmuma noção de qual a oferta turística,como também não sabem como é quepodem chegar a Portugal, o que podemaqui ver, comprar. Conhecem o CristianoRonaldo e pouco mais.

Os Chineses que visitam Macau ficama conhecer um pouco de Portugal?Conhecem um pouco da gastronomia porquequando vão a Macau querem sempre comercomida portuguesa, porque não adiferenciam da macaense. Para os Chinesesé tudo comida portuguesa. Têm a ideia deque há boa comida e bons vinhos. Alémdisso, não conhecem Portugal. Mas éverdade que Macau pode desempenhar estepapel como plataforma entre a China ePortugal, assim como com todos os países delíngua portuguesa. Podemos ajudar a pôrPortugal em contacto com o Povo Chinês.

Onde, na sua opinião deveria Portugalfocar a sua promoção na China?É importante selecionar, porque a China émuito grande e até nós, em Macau,selecionamos as províncias, as cidades,

onde nos promovemos. Assim, para Portugalentrar na China e promover o seu turismo,deverá identificar quais as províncias commaior potencial em termos de outbound, nascidades com possibilidades de acesso àsviagens de longo curso com ligações aéreaspara a Europa. Não havendo ligações diretaspara Portugal podem sempre escolher as quetêm ligações com os hubs mais relevantes.Cantão é uma possibilidade, pela suaproximidade com Macau.

Portugal é atrativo para um chinês deCantão?Precisa primeiro de se dar a conhecer, mas éapelativo, sim. Para os chineses, a Europa éHistória, é cultura, é vinho, são compras.Julgo que Portugal deve aproveitar melhor,tem muitas e boas lojas, fazer compras éuma grande atração para os chineses. Egastronomia, não sendo uma prioridade, écomplementar. Por isso julgo ser muitoimportante fazer uma melhor divulgação dePortugal.

Macau pode ser uma montra dePortugal?Creio que sim. Temos e preservamos todo opatrimónio e seria bom ver Portugal a fazeruma maior divulgação e criar uma imagemjunto dos Chineses.

Para terminar, como qualifica arelação do Turismo de Macau com aAPAVT?A nossa associação com a APAVT é já longa eem todos estes anos aproveitámos bem estarelação. A vossa abertura para nos elegercomo destino preferido, no ano passado, foimuito importante para Macau e falámos coma APAVT sobre a possibilidade de aproveitaras relações da associação para desenvolvertrabalho com o resto da Europa. É umarelação que tem sido muito positiva epretendemos que assim continue. Vamos terde estudar o momento propício para voltar ater um congresso da APAVT em Macau.

"Passo a passo queremos que

Macau seja também um destino

para famílias"

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Entrevista

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Reportagem

Destino Preferido 2013

APAVT promove Açorescom subida ao ponto mais altode PortugalNo âmbito do protocolo "Açores: Destino Preferido da APAVT 2013",a associação levou nos passados dias 13 e 14 de Julho um grupo depersonalidades a visitar as ilhas Terceira e do Pico, em mais umaação destinada a contribuir para a promoção turística deste destinono mercado nacional.

Texto: Cláudia Silveira Silveira Fotos: Rafael G. Antunes

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Reportagem

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Reportagem

secretário Regional do Turismo eTransportes dos Açores, Vitor Fraga, o

presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira eo presidente do Turismo de Portugal,Frederico Costa, foram alguns dosparticipantes que integraram o grupo, quereuniu três dezenas de pessoas, entreoutros dirigentes da associação,empresários, políticos e jornalistas.

O SUBIDA À MONTANHA DO PICOO maior desafio não era dos mais fáceis masera aliciante: subir à montanha do Pico, oponto mais alto de Portugal. Foi cumprido. AAPAVT levou a bandeira do projeto "Açores:Destino Preferido da APAVT 2013" ao topo.Já de olhos postos no 39º congresso, que serealiza em dezembro em Angra do Heroísmo,na Terceira, este foi um fim-de-semana

diferente, que serviu para mostrar o que osAçores têm de mais genuíno e único: o seupatrimónio natural.Apreensão, expetativa e alguma ansiedadedominavam os sentimentos, porque venceros 2.351 metros do Pico, afinal, requeralguma preparação e espírito de sacrifício,sendo contudo uma experiência que valetodo o esforço, como o podem atestar os

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Reportagem

muitos turistas que visitam a ilha exatamentepara isso. No grupo da APAVT, quase todoseram marinheiros de primeira viagem, comalgumas, poucas, exceções.O início da subida teve lugar por volta das 2horas da madrugada de domingo, a partir daCasa da Montanha (a 12.20m de altitude),uma construção moderna, aberta em 2008para apoiar os visitantes do Parque ReservaNatural do Pico e dar assistência a quemsobe a montanha.

A subida, numa extensão de cerca de 5 km,faz-se por trilhos assinalados por marcos.São 46 até à borda da cratera e, há quereconhecer, chegados ao 5º ou 6º já muitosquestionávamos as nossas capacidades.Uma vez adaptada a respiração ao ritmo dasubida e do coração, e ajustada emconformidade a cadência do passo, já seconsegue até parar e apreciar o céu cheio deestrelas, ou as luzes da cidade da Horta, noFaial, logo ali em frente, enquanto as da

Madalena, na base da montanha, se vãoapagando à vista.Quatro horas decorridas, a escuridãocomeça finalmente a dissipar-se e vê-se nohorizonte uma linha de claridade, laranja, doSol que se anuncia. Pouco depois estamos nacratera do Pico. A sensação é de alívio, massobretudo de deslumbramento e paz.Encontrado um nicho confortável na pedrapara descansar, comer e simplesmenteapreciar o espetáculo, às 6h32 o astro-rei

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surge, por fim, esplendoroso, em cima dasnuvens que nos rodeiam. E, nesse momento,todo o cansaço é esquecido.Não são muitos os que ainda se dispõem asubir o Piquinho, também conhecido por PicoPequeno, que com cerca de 70m de altura seergue na cratera e de onde se têm umaespetacular vista de 360º ao redor. É maisum esforço mas vale cada passo.Feitas as fotografias, desmontadas astendas de quem optou por subir na vésperae pernoitar a 2.200 metros de altitude, e comas mochilas de novo às costas, deu-se inícioà descida, que muitos consideram o maisdifícil. O esforço nas pernas é maior porque ainclinação obriga-nos a "travar"constantemente e o piso de rocha vulcânicatorna-se mais inseguro quando há pedrassoltas nas quais é fácil resvalar e ir parar aochão. Calçado bem aderente e confortável éfundamental.Foi pois com sentido de missão cumprida queo grupo organizado pela APAVT desfraldou abandeira do projeto "Açores: Destinopreferido da APAVT 2013" no cume damontanha do Pico. Foi mais uma iniciativa depromoção dos Açores e que resulta daparceria estabelecida em março entre aassociação dos agentes de viagensportugueses e a Secretaria Regional doTurismo e Transportes dos Açores.Com este evento, explica o presidente da

Reportagem

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associação, Pedro Costa Ferreira,pretendeu transmitir-se uma imagem derenovação e modernidade da própriaassociação e também a ideia de que "osnossos agentes estão em constanteevolução e aptos a trabalhar novos produtose produtos já existentes de uma formanova". Foi também uma maneira de chamar aatenção para um fator de atração dosAçores "absolutamente fundamental e quesão as suas condições naturais insuperáveis,a sua capacidade de fornecer este tipo deexperiências".A subida do Pico constituiu também umdesafio que Pedro Costa Ferreira associouao tema do próximo Congresso da APAVT:"Novos Rumos, Outra Atitude". Para opresidente, no momento atual é

fundamental ter uma atitude diferente quepermita superar os desafios que estão a sercolocados "e a subida ao Pico tem a ver comisso mesmo: superação".

ANTES DO PICO, A TERCEIRAAntes do Pico o grupo dedicou um dia a(re)visitar a Terceira, onde num programaorganizado pela direção regional deturismo dos Açores teve a oportunidade depassar por algumas das principais atraçõesda ilha.Depois de apreciar as vistas do MonteBrasil, passeou pelas ruas de Angra doHeroísmo, cidade Património Mundial daUNESCO desde 1983, e seguiu para aSerra do Cume. No caminho, tempo parauma breve paragem para assistir a uma

das dezenas de touradas que por estesdias animam os terceirenses e os turistas,e que é uma das mais célebresmanifestações populares da Terceira. Noalmoço no Clube do Golfe, tal como jáacontecera no jantar do dia anterior noBeira Mar, a experiência da excelentegastronomia terceirense. Para finalizar odia, e antes de seguir para o aeroporto, avisita ao Algar do Carvão, que é umaoportunidade única de ver um vulcão pordentro e uma passagem pela zona balneardos Biscoitos, onde a lava formou piscinasnaturais e o cl ima ameno convida abanhos, de mar e sol. A passagem naTerceira foi também aproveitada parajuntar, no primeiro jantar, alguns dosassociados da APAVT nesta ilha.

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Açores são "DestinoPreferido da ECTAA" em 2014Durante todo o ano de 2014 a ECTAA vai promover os Açores em toda a sua comunicação na Europa, coma chancela "Azores: ECTAA's Preferred Destination", contribuindo desta forma para a promoção turísticadeste destino junto dos agentes de viagens e operadores turísticos europeus.

anúncio foi feito no dia 14 de Julhona ilha do Pico, numa conferência de

imprensa que reuniu o secretário Regionaldo Turismo e Transportes dos Açores, VitorFraga, o presidente da APAVT, PedroCosta Ferreira, e o secretário-geral daconfederação europeia das associaçõesde agentes de viagens e operadoresturísticos, Michel de Blust, que ali sedeslocou a convite da associaçãoportuguesa de agentes de viagens."Com mais esta distinção, os Açoresbeneficiarão de uma série de ações,

O associadas ao material informativo epromocional do nosso destino, como o siteda ECTAA, newsletters, apresentaçõespúblicas e outras, bem como o acessofaci l i tado e o estabelecimento decontactos quer com os agentes de viagense operadores turísticos associados, querainda, com todos os membros da ECTAA",revelou Vitor Fraga, para quem "são açõescomo esta, que nos ajudam a construir umcaminho rumo ao sucesso e fazer doturismo dos Açores, um sector cada vezmais sustentável, potenciando-se assim

uma agenda aberta com atividades que seirão desenrolar ao longo do ano davigência do protocolo, ou seja o ano de2014".Por seu lado, Michel de Blust disse que oprotocolo permitirá também que os Açoressejam identif icados como destinopreferido da ECTAA junto de organismoscomo a União Europeia ou o ParlamentoEuropeu, em ações com os órgãos decomunicação, em conferências, etc."Os Açores terão uma larga exposição anível europeu e o Turismo dos Açores vai

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ter um escritório em Bruxelas durante umano", acrescentou.Apadrinhado pela APAVT, que depois deter elegido os Açores como o seu "DestinoPreferido" em 2013, foi o porta-bandeirado destino português junto da ECTAA, oacordo foi estabelecido durante a reuniãobianual que esta confederação realizou noPorto em finais de Maio deste ano.

PONTA DELGADA ACOLHE 108ªREUNIÃO BIANUAL DA ECTAAJá no âmbito do projeto "Azores: ECTAA'sPreferred Destination, a 108ª reuniãobianual da ECTAA vai ter lugar em PontaDelgada na primavera de 2014, sendoesta a primeira vez, como sublinhou opresidente da APAVT, que o mesmo paísacolhe reuniões em anos consecutivos,com exceção da bélgica, onde estásediada a confederação.O evento levará aos Açores váriasdezenas de dirigentes de associações deagências de viagens e de operadoresturísticos de 30 países da Europa. "Para amaior parte dos participantes, que são

profissionais de turismo, esta será a suaprimeira deslocação aos Açores. Acreditoque o evento vá colocar os Açores namente das pessoas e contribuir para odesenvolvimento turístico desta região",avançou Michel De Blust", que visitoutambém pela primeira vez o arquipélagoportuguês e se mostrou encantando com"a amabil idade e hospital idade das

pessoas".A ECTAA tem 31 membros em 30 paísese funciona como porta-voz de cerca de70 m i l agentes de v iagens eoperadores tur í s t i cos na Europa. AAPAVT é membro da ECTAA desde1982, ocupando atualmente um lugarna sua d i reção , rep resen tada porPedro Costa Ferreira.

Reportagem

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A

Quais as vantagens do GDSnas reservas hoteleiras?

Niklas Andreen, vice-presidente da Travelport para o segmento da hotelaria, explica osnovos desafios dos sistemas de distribuição global, nomeadamente as transformações

profundas com a utilização da Internet e das novas plataformas digitais, bem como algunsdos mitos associados às reservas nas cadeias hoteleiras.

disseminação da Internet e ocrescimento exponencial da

utilização de smartphones e tablets para areserva de viagens e hotéis conduziu auma mudança de paradigma na indústriade Turismo. A aposta na inovação e natecnologia tem sido uma das prioridadesda Travelport, dando resposta às novassolicitações dos agentes de viagens e à

mutação constante do mercado e dosector.Atualmente, alguns agentes de viagensestão a optar pelas reservas de hotéison-l ine, porque acreditam que é umprocesso mais fácil, rápido e barato. Deacordo com Niklas Andreen, v ice-presidente da Travelport para osegmento da hotelaria, a utilização do

GDS neste processo traz inúmerasvantagens aos agentes de viagens quepodem poupar tempo na pesquisa,construir uma relação de lealdade com osfornecedores, oferecer um melhor serviçoaos seus clientes e, em última análise,ganhar mais dinheiro. O responsável daTravelport explica ainda alguns dos mitosassociados às reservas na hotelaria.

Tecnologias

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PRIMEIRO MITO: É MUITOCOMPLICADO RESERVAR NO GDSPor muitos motivos é até muito mais simplesreservar hotéis no GDS do que na web, jáque os agentes de viagens podem encontrartodas as informações numa únicaplataforma, em vez de terem de procurar emmúltiplos sites.Há ainda soluções, como o TravelportSmartpoint APP, que permitem que os

agentes de viagens comparem tarifas,consultem as reservas e as políticas decancelamento e tenham acesso aconteúdos, como imagens e tours de 360ºgraus dos destinos, num único display.Seguir a informação da reserva do clienteé também muito mais acessível no GDS.Todos os detalhes das viagens sãoarmazenados automaticamente,enquanto que se a reserva for feita

directamente ou via web o agente tem demanualmente introduzir a informação doPNR (Passenger Name Record). Reservarvia GDS permite, portanto, ganhar tempoe torna a gestão de possíveis alteraçõesrápida e eficaz.

SEGUNDO MITO: NÃO HÁ OFERTASUFICIENTE VIA GDSA verdade é que o GDS oferece aos

Tecnologias

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Tecnologias

agentes de viagens todos os conteúdosque necessitam: pesquisa inteligente,que permite, de forma rápida e eficaz,apresentar opções de viagens com amelhor tarifa disponível, com soluçõescomo o Travelport Best Available Rate. Aoferta da Travelport é vasta nestesegmento e está compilada no TravelportRooms and More que integra mais de 450mil unidades hoteleiras em todo o mundonum único interface, garantindo que oagente de viagens não precisa dedespender tempo à procura de hotéis que

«O Travelport Rooms and More é uma ferramenta regular de reservas na Amorim Viagensdesde dezembro de 2011 e foi desde logo bem recebida na equipa, dada a sua simplesutilização e perspetiva imediata do potencial para incrementar, em termos quantitativos equalitativos, o nosso volume de reservas hoteleiras. A solução, integrando a oferta hoteleirade diversos providers, permite uma análise imediata do mix produto/preço/comissão,assumindo o papel de uma eficiente one stop shop booking tool, que evita a consulta emfornecedores distintos com o consequente custo de oportunidade de tempo. O TravelportRooms and More permite uma comparação direta do mesmo produto em termos de preço,comissão e condições pagamento entre vários players, tornando o processo de tomada dedecisão do agente de viagens mais eficiente e responsável. Uma das vantagensincontornáveis é uma majoração dos resultados em virtude da comissão de serviços querevertem para a agência e que até então eram absorvidos como uma mais-valia do fornecedore/ ou central de reservas».

João Pinto da Silva, Amorim Viagens

«Com esta ferramentaconseguimos efectuar mais vendas»

«Na TQ, o Travelport Rooms and More já é utilizado por toda a equipa desde 2011. A soluçãodistingue-se em dois aspetos que considero de extrema importância e que têm impacto naprodutividade da nossa agência de viagens: a obtenção de comissão em determinadosproviders e a forma segura e prática como essa comissão chega a agência via PayPal, semburocracias. Na atual conjuntura económica não podemos perder uma venda sequer. Comesta ferramenta conseguimos efetuar mais vendas, aos mesmos preços praticados nainternet, e, simultaneamente, incrementamos a rentabilidade da agência, já que efetuamosvendas aos melhores preços do mercado. O Travelport Rooms and More detém ainda umagrande variedade de hotéis, bem como de fornecedores, fazendo com que consigamosencontrar a melhor opção para cada cliente. De destacar ainda a garantia de suporte daTravelport, que nos tem prestado todo o apoio na utilização da solução».

Jorge Dias, TQ - Travel Quality, Viagens e Turismo

não se ajustam às exigências dos seusclientes. Já o Travelport Lowest PublicRate Program permite que os agentes deviagens encontrem e reservemrapidamente as melhores tarifas on-line eoff l ine em mais de 25 mi l cadeiashoteleiras.

TERCEIRO MITO: OS HOTÉIS SÃOCAROS NOS GDSEfectuando as reservas nos sistemasde distr ibuição global, os agentes deviagens podem ganhar comissões que

não c on s eguem ga r an t i r o n - l i n e ,a l ém de c on segu i r em e s t abe l e c e rparcer ias com a cade ias hote le i rasque podem c ondu z i r a d e s c on t o sac re s c i dos nos p re ços p ra t i c ados .Há, a inda ferramentas, que apenase s t ã o d i s p on í v e i s n o GDS e quega r an t em a s me l h o r e s t a r i f a sd i s p on í v e i s . D e s t a f o rma , o sagentes, além de prat icarem preçosma i s r e du z i d o s , i n c r emen t am aqual idade do serviço que ofereceremaos seus cl ientes.

«É uma eficienteone stop shop booking tool»

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Legislação

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Legislação

Comissão Europeia propõenova Diretiva das Viagens

OrganizadasCerca de seis anos após ter sido iniciado o processo de revisão da diretiva das viagens

organizadas, que datava de 1990, a Comissão Europeia apresentou este mês uma propostade alterações cujo conteúdo está a ser objeto de aprofundada análise pelos diferentes

interessados, designadamente pela ECTAA e suas associadas. Leia aqui o que propõe a CE.

proposta tem como objetivo geralmelhorar o funcionamento do

mercado interno, melhorar a proteção aoConsumidor por aproximação das regrassobre pacotes e outras combinações deviagens e serviços e estabelecercondições equitativas entre operadores,removendo os obstáculos ao comérciotransfronteiriço.Contudo, sendo apenas um projeto daComissão Europeia, terá de passar aindapor uma tomada de decisão conjunta doParlamento e do Conselho Europeus, logosuscetível de sofrer alterações, e uma vezque venha a ser aprovada a Diretiva, os

Estados-membros terão 18 meses para asua transposição para a legislaçãonacional.

SOBRE A DIRETIVAEM VIGOR (90/314/CE)

A Directiva em vigor tinha como objectivoproteger os turistas europeus, aplicando-seaos pacotes de férias organizadas quecombinam, pelo menos, dois dos seguintesserviços: 1) transporte; 2) alojamento; 3)outros serviços turísticos, como excursões,se cobrirem um período superior a 24 horasou incluírem uma dormida.

Paral tal esta directiva oferece uma

protecção que inclui: requisitos em matériade informação para as agências de viagens;responsabilidade dos operadores turísticospela prestação de serviços de viagem, o quesignifica que os operadores devem garantir aprestação de todos os serviços incluídos nopacote (por exemplo, o voo e o alojamentonum hotel) com o nível de qualidade exigido;bem como proteção (reembolso dospagamentos efetuados antecipadamente ourepatriamento) no caso de um operadorturístico abrir falência.

A NECESSIDADE DE UMA NOVADIRETIVA:

Esta proposta é a resposta à mudançaradical no mercado das viagens, onde cadaviajante tem um papel cada vez mais activona adaptação das férias às suasnecessidades específicas, recorrendo àInternet para combinar vários elementos dasviagens, em concomitância com apossibilidade de escolherem nas brochuras,pacotes de viagens já organizadas;

As normas previstas na actual Directivasão difíceis de aplicar na era da Internet, namedida em que cada vez mais consumidoresreservam férias personalizadas em linha(tanto junto de um operador como de váriosoperadores comercialmente associados);

A existência de mecanismos e regrasdiferentes entre os Estados-Membros nãofacilita o mercado interno e o mercadotransfronteiriço.

Por conseguinte, torna-se essencia lreformular a actual Directiva de forma

A

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a i r ao encontro das a l terações domercado.

Assim:PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DA NOVAPROPOSTA

Alargamento do conceito de "pacoteturístico" aos "Click-trough packages" e"dynamic packages";

Introdução de um novo conceito deviagem: os "Travel Assisted Arrangement";

Novas regras relativas à alteração depreço dos pacotes;

Novas regras relativas ao cancelamentodo pacote, nomeadamente em situações deforça maior ou circunstânciasextraordinárias;

Definição das regras de responsabilida-dedo Organizador;

Alargamento das obrigações a nível deinformação prévia não só na venda dospacotes turísticos mas também na venda dosdenominados "Travel AssistedArrangements";

CONCEITO DE "PACOTETURÍSTICO":Actualmente:Pacotes de férias organizadas quecombinam, pelo menos, dois dos seguintesserviços: 1) transporte; 2) alojamento; 3)outros serviços turísticos, como excursões,se cobrirem um período superior a 24 horasou incluírem uma dormida

Proposta:Pacotes de férias organizadas quecombinam, pelo menos, dois serviçosturísticos se:

Tais serviços forem agregados por umAgente, incluindo as situações de solicitaçãodo Cliente;

Independentemente de serem adquiridosserviços a fornecedores separados, estestenham sido adquiridos no mesmo ponto devenda e no mesmo processo de reserva; sefor cobrado um preço global; se publicitadoou vendido como "pacote"; se resultar dacombinação de serviços escolhidos pelocliente após disponibilização pelo Agente;

Adquirido a diferentes agentes atravésde um processo de reserva onl inesimultâneo, onde os dados da reservasão transmitidos entre agentes o maistardar quando o pr imeiro serviço é

outro lado, o conceito de "Booking data"conforme pretensão da ECTAA não foiadotado. Finalmente, afastará ageneralidade das combinações de serviçosdisponibilizadas pelas companhias aéreaslow cost. A expectativa é que o texto finalvenha a corresponder aos anseios do sector,criando deste modo um "level playing field"reforçando assim, também, a protecção dosConsumidores.

CONCEITO DE "ASSISTED TRAVELARRANGEMENT" (ATA)Trata-se de um novo conceito, que consistena combinação de, pelo menos dois tiposdiferentes de serviços para a mesmaviagem, não constituindo um pacote deviagem e resultando na celebração decontratos com fornecedores distintosatravés de uma agência de viagens:

Com base em reservas separadas porocasião de uma única visita ou contacto como ponto de venda; ou

Através da aquisição de serviços adicionaisde viagem através outro fornecedor de umaforma orientada através de processos dereserva on-line sequenciais pelo menos até àconfirmação da reserva do primeiro serviço

Se este conceito vier a ter força de lei,necessariamente que, as companhiasaéreas que vendam, nos seus sites, ATA'sterão forçosamente de prestar as mesmas

RESUMO DAS PRINCIPAISCARACTERÍSTICAS:Quanto aos "Assisted TravelArrangement":1. Reconhecimento do direito aoreembolso e repatriamento em caso deinsolvência;2. Uma informação mais clara quanto àresponsabilidade dos intervenientes;

Resumo das principais características:Para as Agências:1. Criação de condições de concorrênciaequitativa;2. Supressão de exigênciasdesadequadas da realidade como aentrega e disponibilização da brochura;3. Exclusão das viagens de negócios;4. Introdução de normas a nível da UniãoEuropeia em matéria de informação,responsabilidade e reconhecimento mútuodos regimes nacionais de protecção emmatéria de insolvência.

Legislação

confirmado;

A ideia de alargar o conceito de pacote aos"click trough packages" acabou por ficaraquém das expectativas e solicitação daECTAA, na medida em que é necessária atransferência de dados específicos docliente, como o nome, dados do cartão decrédito ou outras informações necessáriaspara a concretização do pagamento. Por

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garantias financeiras que os operadores e asagências de viagens, sob pena de entrarmosem concorrência desleal permitida por lei.

PROTEÇÃO DO CONSUMIDORQuanto à proteção do consumidor, aproposta prevê um alargamento dainformação a prestar informaçãopreviamente à celebração do contrato, asaber:

A informação referente a vistoscontempla a obrigação de informar otempo aproximado para obtenção domesmo;

A informação sobre a contratação de um"pacote" para os efeitos da Diretiva;

Caso o Consumidor não seja informadode eventuais taxas e suplementos asuportar previamente à conclusão docontrato, não será obrigado a suportar osmesmos;

O contrato deverá conter ainda ainformação que o Organizador éresponsável pelo pontual cumprimento domesmo, pela assistência em caso dedificuldade e ainda de que é obrigado aassegurar protecção ao consumidor emcaso de insolvência, indicando também aentidade que concede essa protecção e osrespectivos contactos.

Sobre as alterações ao preço, contratos ereembolsos:

Regime de alteração de preço: Osfundamentos para alteração de preço do"pacote turístico" mantêm-se nos termosprevisto a nível da nossa legislaçãointerna, existindo agora a obrigação deredução do preço com os mesmosfundamentos. O aumento do preço estáporém limitado a 10% do preço do pacote.

Rescisão do contrato pelo consumidorpreviamente ao início da viagem: Épossível o cancelamento sem custos pelocliente perante situações força maior queestejam a ocorrer no destino (exemplo:conflitos políticos com desaconselhamentode viagens pelas autoridades).

Reembolso: Nos casos em que existedireito a reembolso, o mesmo tem de serfeito no prazo máximo de 14 dias.

Sobre a responsabil idade pelocumprimento do contrato:

O Organizador é o responsável pelo

cumprimento pontual do contrato aindaque os serviços sejam prestados porterceiros;

O Organizador é responsável, até aovalor de €100 por noite, com o limitemáximo de 3 noites, nas situações em queo atraso do passageiro se fica a dever acircunstâncias de força maior, a títuloexemplo seria o que ocorreria no caso dascinzas do vulcão da Islândia que ocorreuhá poucos anos.

O limite acima referido não se aplica parapassageiros de mobil idade reduzida,grávidas, pessoas com necessidadesespeciais cuja situação tenha sidocomunicada até 48h antes do início daviagem.

Introduz-se uma nova cláusula queafasta o direito a reembolso /compensação no caso de não cumprimento/ cumprimento defeituoso do programa. OViajante não terá direito a umcompensação/ redução de preço caso nãoinforme, "in loco", o Organizador deeventuais desconformidades e talobrigação de comunicação tenha ficadopreviamente determinada no contrato,sempre, porém, tendo em consideração ascircunstâncias do caso concreto.

ASSISTED TRAVELARRANGEMENTS:

O agente que promova acomercialização deste tipo de serviço temde informar o cliente, previamente àconclusão do contrato que:(i) cada fornecedor é responsável peloserviço prestado(ii) ao contratar este tipo de serviço nãobeneficia da protecção prevista para a

Legislação

RESUMO DAS PRINCIPAISCARACTERÍSTICAS:Quanto aos pacotes turísticos1. Maior rigor nas alterações de preço;2. Alteração dos direitos de rescisão docliente;3. Alargamento dos deveres deinformação, nomeadamente quanto àresponsabilidade da Organizadora daviagem pela correta execução da mesma;4. Reconhecimento do direito aindemnização pelo dano não patrimonial"Férias estragadas";

venda de "pacotes turísticos" mas apenasdo direito ao reembolso e repatriamentoem caso de insolvência do agente ou dequalquer dos fornecedores.

SOBRE A CONTRATAÇÃO DEAGÊNCIAS ORGANIZADORAS FORADA EEA:

A Agência Vendedora estabelecida numEstado Membro assume todas asobrigações previstas para osorganizadores, salvo prova de que oorganizador cumpre com as obrigaçõesprevistas a nível de cumprimento doprograma e proteção em situações deinsolvência.

MELHORAR O FUNCIONAMENTODO MERCADO INTERNO ETRANSFRONTEIRIÇOO mercado interno deve incluir um espaçosem fronteiras internas no qual a livrecirculação de bens e serviços e al iberdade de estabelecimento sãogarant idos. Tal a lcançar-se-á pelaharmonização de certos aspetosrelacionados com a venda de pacotes deforma a encontrar o equilíbrio necessárioentre a proteção do consumidor e acompetitividade das empresas.As disparidades nas regras de proteçãodos consumidores nos diferentesEstados-Membros são um desincentivo àaquisição de serviços noutro Estado-membro e, da mesma forma, umdesincent ivo para que os agentesprocedam à venda dos seus produtosnoutros Estados-membros.Assim, a proposta de Directiva prevê:Definição da responsabilidade exclusiva

do Organizador da viagem pela execuçãodo programa;Uniformização das regras da responsabi-

lidade que visa facilitar as transaçõesentre Agências organizadoras e Agênciasvendedoras

Para faci l i tação das operaçõestransfron-teiriças prevê-se, explicita-mente, o mútuo reconhecimento daprotecção em caso de insolvência aoabrigo da lei (i) do Estado Membro dasede ou do estabelecimento doOrganizador (ii) ou do Estado membro dasede ou do estabelecimento doRetalhista.

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CHECKOUT

Abriu em Abril

Vila Galé Collection Palácio dos ArcosO Vila Galé acaba de se estrear na submarca Collection com a abertura do seu mais recente hotel decharme, o primeiro cinco estrelas do grupo, em Portugal. Num antigo palácio do século 15 surge agorauma unidade onde a poesia é rainha, em Paço de Arcos.

á abriu o mais novo hotel do Vila Galé. Éuma dupla estreia para o grupo

hoteleiro nacional, que entra no mercadodos cinco estrelas e na submarcaCollection em Portugal. O Vi la GaléCollection Palácio dos Arcos está deportas abertas desde o passado mês deAbri l , "seduzindo" os cl ientes com atemática poesia, que é visível um poucopor todo o hotel.Outrora um palácio, mais concretamentedo século 15, está nas mãos da cadeiaportuguesa por um período de 50 anosdesde que a Câmara Municipal de Oeirasdecidiu abrir um concurso público paraconcepção, adaptação e exploração doPalácio dos Arcos, então em evidenteestado de degradação. Decidida a ter umhotel emblemático, o Vila Galé meteu

"mãos à obra" para recuperar este edifíciohistórico com 2.000 m2 de área brutadistribuída por três pisos, conservando osdois torreões unidos pela larga varandasustentada por três arcos, bem como acapela com altar barroco dedicada a NossaSenhora do Rosário. Do antigo paláciovieram ainda algumas peças de mobiliário,quadros, livros e lustres, que contribuírampara tornar o Vila Galé Collection Paláciodos Arcos ainda mais especial. Outrodestaque merecido é a biblioteca destehotel, que é composta por livros muitoantigos também "herdados" nesteprojecto.A poesia surge nas pequenas frases epoemas que acompanham os hóspedes aolongo da sua estadia. De manhã à noite,autores nacionais e internacionais surgem

em diferentes espaços, surpreendendo-onum elevador, no bar, no quarto ou noscorredores. E está presente quer nopalácio quer na Ala Nova, construídaagora pelo Vila Galé, com tons mais sóbriosde castanho e bege.Enquanto que no antigo palácio seencontram três quartos e duas suites, anova ala apresenta-se com os restantes71 quartos. Mas é também aqui que ohóspede pode desfrutar de um SatsangaSpa Collection com piscina interior e dapiscina exterior com bar de apoio. De voltaao palácio, está a recepção, o restauranteInevitável, o Bar Pessoa Lounge e a"velha" biblioteca.

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recente medida, imposta pela IATA,de reduzir o pagamento das agências

de viagem às companhias aéreas de 30 para7 dias, ao longo de um período de dois anos,obriga a uma alteração estrutural eirremediável do negócio. Ou seja, umaagência que concede e assume diretamenteo crédito aos seus clientes empresariais vaiter de deixar de o fazer, pelo menos naforma como o tem praticado até hoje. Noentanto, aquilo que pode à primeira vistaparecer como uma medida extremamentenegativa para o sector, pode transformar-senuma oportunidade única de as empresasassegurarem solidez financeira ecompetitividade.A verdade é que a concessão de crédito aclientes tem-se tornado num dos pioresflagelos para as agências de viagens, comum impacto no negócio que nem sempre édevidamente avaliado. Bem além daescassez do crédito e do seu próprio custo -que como sabemos tem vindo a aumentarnos últimos anos - há que ter em conta oenorme custo operacional de processar estesuposto serviço prestado aos clientes:recursos humanos alocados ao processo decobranças, à emissão de segundas outerceiras vias de faturas que o clienteoportunamente requer para dilatar aindamais o prazo de pagamento, ao tempopassado em explicações com o cliente sobredetalhes de faturas, etc. Por fim, há queconsiderar o impacto no balanço da dívida abancos num contexto em que estes impõemgrandes limitações que podem neutralizarpor completo a capacidade deendividamento e provocar a paralisia de umaempresa.Do lado dos clientes, sejam eles empresas,instituições ou Estado, a pressão énaturalmente cada vez maior embora,paradoxalmente, as empresas queatravessam as mesmas dificuldades com osseus próprios clientes, tendem em melhorperceber os argumentos dos seusfornecedores. Infelizmente o mesmo nãoacontece com o Estado, que não tem uma

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relação similar com "clientes". O Estado, defacto, tem sido o primeiro a injetar o vírus dopagamento atrasado no sistema,provocando um ciclo vicioso em que todospagam mal aos seus fornecedores.Todos menos, é bom de ver, as agências deviagens, cujo principal fornecedor - acompanhia aérea - se entendeu entre pares,no seio da sua associação, para impor aosseus clientes/distribuidores um mecanismoque os força a pagar numa data fixa e queveio agora aproximar este prazo ao conceitode pronto pagamento...Face a esta nova real idade, a únicasolução será de replicar em Portugalaquilo que o sector do corporate praticadesde há vários anos na maioria dospaíses Europeus e nos EUA, que consisteem transferir a competência da atribuiçãode crédito a empresas especializadas,sejam elas bancos, empresas de cartõesde crédito ou de soluções de crédito paracompra de viagens. Desta forma, seráfinalmente possível para as agências deviagens concentrarem-se na geração devalor para o c l iente por v ia da suaintervenção como especialistas na gestãoe reserva de viagens empresariais e não

Frédéric FrèreCEO da Travelstore

como péssimos fornecedores decrédito...O cliente exige cada vez mais da sua agênciade viagens. Exige maior capacidadetecnológica com soluções desenvolvidas àmedida das suas necessidades, maiorcompetência de Travel Management parareduzir os seus custos associados à comprade viagens e maior capacidade de assistir oviajante, 24H por dia e 7 dias por semana.Todos estes desafios estão ao alcance dasempresas com talento e ambição, desde quenão se misturem as competências originaiscom as competências de financiamento dosclientes.Chegou portanto a altura para, de umaforma clara e inequívoca, as agênciasadotarem uma nova abordagem norelacionamento com os seus clientesempresariais, transferindo sistematicamentea concessão de crédito a especialistas. AAPAVT poderá ter um papel chave nesseprocesso de transição que irá necessitar deuma ação importante de sensibilização dosector e a eventual aproximação a parceirosespecialistas do crédito. De uma ameaçapode, assim, surgir uma excelenteoportunidade.

O fim do créditoaos clientes empresariais

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