revista apavt, edição 29 | nov-dez 2011

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REVISTA APAVT · EDIÇÃO Nº 29 1

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Revista APAVT, Nº 29 | 2011

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REVISTA APAVT · EDIÇÃO Nº 29 1

REVISTA APAVT · EDIÇÃO Nº 292

REVISTA APAVT · EDIÇÃO Nº 29 3

“Ao correr da pena...”

Chegam ao fim seis anosde presidência da nossaAPAVT, a mais importanteassociação turísticanacional. Seis anos depresidência, que seseguiram a mais de 20anos de trabalhoassociativo, semprenorteado pelo desejo debem servir e de valorizar,qualificar e prestigiar aclasse, a minha classe dehá mais de 40 anos.

João Passos,Presidente da Direcção da APAVT

Um forte abraço,

Caros Amigos,Certamente, ao lerem a nossa Revista, a últimadeste ano, e a minha habitual mensagem, está ainiciar-se o XXXVII Congresso da APAVT. É poismotivo incontornável que me debruce sobre estenosso Congresso, e também sobre os 36 járealizados.E é com particular satisfação que ofaço, pois tenho o especial privilégio de terassistido e participado em 34 dessesCongressos.

Vale a pena recordar que todos eles, semexcepção, tiveram uma importânciainquestionável para o sector. Houve sempre ocuidado em agregar fornecedores, parceiros,políticos e governantes, tornando os Congressosda APAVT em verdadeiros fóruns do Turismonacional, onde se discutiram temas que sempreapelaram ao desenvolvimento da actividade noseu todo, na qual os Agentes de Viagensdesempenham um papel incontornável.

Ano após ano os Congressos da APAVT têmreafirmado e consolidado essa sua vocação,sempre com indesmentível sucesso, reconhecidopor todos, privados e institucionais. Sucesso quelhe é conferido, sobretudo, pela natureza do seupróprio negócio - os Agentes de Viagens são,indubitavelmente, a principal ponte entre aoferta e a procura - e a sua Associaçãorepresenta não só a esmagadora maioria denegócio gerado pelos seus Associados, mastambém, a não menos importante qualidade eexcelência dos serviços prestados aos seusclientes, sejam nacionais ou estrangeiros que nosprocuram.

Por tudo isto, estou certo que mais uma vez, onosso Congresso vai ser seguramente exemplode tudo isto.

À margem de todos os escolhos que tivemos queultrapassar, e dos ruídos de fundo que muitasvezes não passam de manifestações de egos dequem os provoca e diversão de quem os ecoa, aAssociação logrou, mais uma vez, e com o apoiodos seus Associados, parceiros e Amigos, bemcomo do Turismo do Centro de Portugal, e emespecial do seu sempre inexcedível evoluntarioso Presidente, montar em tempo umCongresso que vai de novo escrever História. Ospróximos dias serão, estou certo, o reflexo destaconvicção, e o resultado desta conjugação devontades.

Mais uma vez espero a vossa participação activa,sobretudo num tempo de incertezas quanto aofuturo, e de cenários adversos que têm que serequacionados e profundamente discutidos nosentido de serem ultrapassados. Conto, como

sempre, convosco.

Esta é também, a última "conversa" que tenhoconvosco através da nossa Revista. Chegam aofim seis anos de presidência da nossa APAVT, amais importante Associação turística nacional.Seis anos de presidência, que se seguiram a maisde 20 anos de trabalho associativo, semprenorteado pelo desejo de bem servir e devalorizar, qualificar e prestigiar a classe, a minhaclasse de há mais de 40 anos.

Sinto que não há trabalhos acabados, que hásempre algo que fica por fazer. Sinto que não hádesempenhos livres de críticas, sobretudo deauto-crítica que desde sempre caracterizou apaixão que dedico a tudo a que entrego o meucompromisso. Como muitas vezes afirmei, anossa Associação reflecte aquilo que os seusAssociados querem que ela seja. Competiu-me amim, e aos colegas que comigo partilharam asdirecções a que presidi, pôr em prática essequerer. E sempre o fizemos com isenção,transparência e sentido de missão.

Foram tempos extremamente difíceis ecomplexos, durante os quais muitas decisõestiveram que ser tomadas; a APAVT não estevenem está imune à enorme turbulência que seabateu sobre todos nós. Mas tudo foi feito nosentido de permitir que os Agentes de Viagenssaibam que podem continuar a contar com a suaAssociação como garante da defesaintransigente das suas legítimos expectativas.

Difíceis serão também os tempos que esperam omeu sucessor nesta tarefa e a quem desejo, comtoda a Amizade e respeito que me merece, omaior dos sucessos.

Sucessos esses que serão musculados não só nareconhecida competência e capacidade do novopresidente e na equipa que o acompanha, mastambém na capacidade de sacrifício e espíritoassociativo do pessoal da Associação, bem comono devotado trabalho dos assessores que emtanto me ajudaram.

Termino, com o habitual

REVISTA APAVT · EDIÇÃO Nº 294

REVISTA APAVTDirector Editorial:Paulo [email protected]

Redacção:Catarina Delduque, Guilherme Perei-ra da SilvaTel. 21 3142256 / Fax. 21 [email protected]

Colaborações:Sebastião Boavida, Silvério do Canto(Agência PressTur)

Fotograf ia:Rafael G. Antunes, Arquivos APAVT,Arquivos Publituris

Edição Gráfica e Layout:Pedro António e Maria Duarte

Publicidade:Jorge [email protected]. 91 758 53 10

Impressão e Acabamento:MX3-Artes Gráficas, Lda.Rua Alto do Sintra - Sintra ComercialPark Armazem 16 Fracção Q2635-446 Rio de Mouro

Tiragem:3.000 exemplaresDistribuição: APAVT

Propriedade:APAVT-Associação Portuguesa dasAgências de Viagens e TurismoRua Duque de Palmela, 2-1º Dtº1250-098 LisboaTel. 21 3553010 / Fax. 21 [email protected]. no ICS como nº 122699

Presidente da Direcção:João Passos

Conselho Editorial:João Passos, Filipe Machado

Santos, Rui Colmonero, Paulo

Brehm

Nota do Editor: Os artigos deopinião são daresponsabilidade exclusiva dosseus autores.

Nº 29 - 2011, WWW.APAVTNET.PT

CAPA

Pedro Machado

(Turismo Centro de Portugal):

"A nossa marca é claramentea diversidade"Confia nos agentes de viagens para o crescimento doturismo no Centro de Portugal, fala sobre a estratégiae os recursos da região para 2012, considera que o

mapa das regiões tem ainda ajustes a fazer, assegura que não vai substituir-seaos privados na comercialização do destino através de portais, alvitra que quemfez o PENT desconhece o Centro, assim como afirma o desconhecem muitos dosdelegados do Turismo de Portugal no exterior. Entrevista ao presidente do TurismoCentro de Portugal, Pedro Machado.

e-Entrevista

António Loureiro (Travelport/Galileo):"Quota de mercado do Galileo emPortugal é de 82%"

MENSAGEM DO PRESIDENTE

EDITORIAL

ESTATÍSTICA

ÚLTIMA

Vida Associativa

XXXVII CONGRESSO:O turismo no centro das atençõesDe 1 a 4 de Dezembro, o congresso da APAVT centra as atenções de Portugalsobre o Turismo, promovendo o debate em torno do tema "Turismo: PrioridadeNacional". Ao longo de três dias, a associação vai reunir em Viseu centenas dequadros e gestores de agências de viagens e outras empresas e instituições dosector, bem como governantes, políticos e imprensa.

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AnáliseDistribuição turística: ventos de mudançaEstá longe de esgotado o debate sobre o futuro modelo de relacionamentoentre Operadores Turísticos e Agentes de Viagens, mas antevê-se que o actualparadigma venha a sofrer alterações num futuro mais ou menos próximo. Se nageneralidade dos países da Europa a comercialização directa por parte dosoperadores turísticos é uma realidade há já vários anos, da vizinha Espanhachegam os primeiros sinais de que essa é uma tendência que se poderá alastrarà Península Ibérica.

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REVISTA APAVT · EDIÇÃO Nº 29 5

editorialstá a ter início o congresso da APAVT que, comohabitualmente, fecha o calendário dos mais importantes

eventos do Turismo Nacional. A deslocalização do congresso, deFortaleza para Viseu, não foi nem uma decisão nem uma tarefafáceis. A evolução da economia ditou a necessidade de o fazer ea decisão da direcção revelou-se a mais acertada, como estoucerto o demonstrarão os próximos dias. O sector, como o País,vive tempos difíceis, e a união de todos é a única forma eficaz deenfrentar estas dificuldades. O congresso ganha assim especialrelevância, quer como momento de reafirmação do sector, quer,sobretudo, como veículo da reafirmação da importância doTurismo enquanto actividade económica. Este é também o tempoem que se inicia um novo ciclo na vida associativa: João Passosestá a terminar o seu último mandato e Pedro Costa Ferreiraprepara-se para assumir a liderança da APAVT. Para quem, comoeu, teve o privilégio de acompanhar de perto os mais recentesanos na vida da associação, é muito claro que o ainda presidenteé absolutamente merecedor do louvor que, acredito, a HistóriaAssociativa lhe outorgará. Quanto ao próximo presidente, quereúne qualidades humanas e profissionais para o bom exercíciodesta liderança, espera-o um desafio que tudo indica será aindamais exigente. O entusiasmo e a determinação que deixou játransparecer na apresentação da sua candidatura levam-nos,contudo, a acreditar que conseguirá superar, tanto maisfacilmente quanto mais os associados se unirem à causaassociativa. Mais importante que as pessoas que a governam é aprópria associação, que ao longo dos seus mais de sessenta anosde vida, tem contribuído para o desenvolvimento do negócio

das agências de viagens e do Turismo de uma forma geral. Seriabom, pois, que todos se unissem em torno da APAVT,colocando acima dos interesses pessoais o interesse docolectivo. Foi isso que Passos fez, estou certo é isso que CostaFerreira fará, pois um e outro, objectivamente, fizeram os seuspercursos profissionais, com reconhecido sucesso, sem oprotagonismo da associação. Nesta última edição deste anodeixamos a síntese do programa da direcção que se apresenta aeleições a 14 de Dezembro e tomará posse em Janeiro. Numoutro registo, escolhemos para a entrevista de capa opresidente do Turismo Centro de Portugal, primeiroresponsável pela escolha de Viseu para sede do 37º congresso.Dedicamos também espaço de análise a um dos temas queestará em discussão na magna reunião dos agentes de viagens,as relações entre agentes de viagens e operadores turísticos,questão recorrente mas cada vez mais pertinente. Uma e-Entrevista a António Loureiro, do Galileo, dá-nos a conhecer oposicionamento deste GDS no mercado português e finalizamoscom uma mensagem do anfitrião do congresso, opresidente daCâmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas.

Resta pois agradecer o apoio de todos, entrevistados, leitores eanunciantes, ao longo de 2011, reafirmando o nosso propósitode vos continuar a servir no próximo ano.

Boas Leituras, melhores negócios e, já agora, vostos de umSanto Natal e um Ano Novo com garra para ultrapassar todosos desafios.

E

Paulo Brehm

REVISTA APAVT · EDIÇÃO Nº 296

Análise Estatística

Vendas BSP contrariam "tendência natural" e registam crescimento em OutubroApesar da recessão em Portugal e doacentuado abrandamento da aviação a nívelmundial, as vendas de voos regulares pelasagências de viagens portuguesascompletaram em Outubro três mesesconsecutivos de crescimento, que, emboraligeiros, permitiram reduzir em quase 30% aqueda que se verificou nos primeiros cincomeses deste ano.Os dados das vendas de voos regularespelas agências de viagens portuguesas (BSPPortugal) a que o PressTUR teve acessoindicam que no mês de Outubro totalizaram71,48 milhões de euros, mais 2,2% ou mais1,55 milhões que há um ano.No conjunto dos dez meses de Janeiro aOutubro, os dados do PressTUR indicamque as vendas ascendem a praticamente 700milhões de euros (699,8 milhões), menos 9,5milhões que há um ano, mas mais 30,1milhões que em 2009, quando Portugaltambém estava em recessão.A informação mostra que essa quedahomóloga se deve à evolução negativa nosprimeiros cinco meses, designadamente emMarço, em que baixaram 9,6 milhões deeuros, parcialmente pelo efeito Páscoa maistarde este ano.Fontes do sector das agências de viagenscontactadas pelo PressTUR comentaram que"é algo surpreendente" o que se está apassar com o BSP (sigla que vem dadesignação em inglês Billing and SettlementPlan), sistema da IATA que contabiliza asvendas de voos pelas agências de viagensreservados através dos GDS.A "surpresa" começa desde logo por aconjuntura económica que Portugal está aviver ter normalmente como corolário umdecréscimo das vendas das agências deviagens, porque a percepção que existe éque as viagens são das primeiras despesas

que famílias e empresas cortam quando ostempos são de "apertar o cinto".Esta visão, porém, tem sido cada vez maiscontestada, porque segundo váriasorganizações, entre as quais a OMT, cada vezmenos as famílias e particulares estão dispostosa abdicar de viajar, embora contendo asdespesas de viagens, optando por destinosmais próximos e estadas mais curtas.Ao nível das empresas, dizem ao PressTURfontes da aviação, o que se está a passar é quecom o mercado doméstico em retracção, asempresas vêem-se compelidas a investir maisem exportar, o que obriga a mais contactosinternacionais, o que aliás transparece nasvendas BSP.Se estes dois factores podem explicar emgrande medida o comportamento do BSPnestes primeiros dez meses de 2011, a verdadeé que a austeridade não é o único desafio queas vendas de voos nas agências de viagenstêm que enfrentar.O maior desses desafios é o aumento muitoforte das vendas próprias das companhiasaéreas, especialmente através dos seuswebsites, que não entram em BSP, numatendência que é estimulada pela crescentepenetração das low cost e da percepção pelosconsumidores de que "é mais barato comprarna internet".Não existem dados que permitam quantificarqual o montante que está em causa, a não serda parte da TAP, cuja directora de Vendaspara Portugal, Paula Canada, revelou que noprimeiro semestre registou um aumento de30%, para 52,3 milhões, o que fez baixar para74% a percentagem do produto dacompanhia que é vendido através dasagências de viagens. Mas esse é apenas umexemplo, porque todas as companhias estãoactivas no mercado a promover as vendas nosseus websites, com realce para as low cost e

entre estas para aRyanair, quelidera o tráfego dee para osaeroportos doPorto e de Faro,que não admiteoutras formas decomerc ia l i zaçãodos voos, emborasejam conhecidoscada vez maiscasos de vendasde voos daRyanair poragências deviagens, que osc o m p r a mdirectamente nosite em nome dosclientes.

Vendas de voos domésticos nasagências estão "em vias de extinção"As vendas de voos domésticosrepresentaram em Outubro apenas 9% dasvendas BSP das agências de viagensportuguesas antes de taxas e sobretaxas,que é o nível mais baixo de sempre.Neste mês, as vendas líquidas de voosdomésticos caíram para 4,6 milhões deeuros, menos 20,1% ou menos 1,16 milhõesque há um ano e ficaram 51% ou 4,8 milhõesabaixo do mês homólogo de 2007, que foi omelhor Outubro desde 2005 em vendasdessas ligações.Fontes do mercado têm atribuído a contínuaqueda das vendas BSP de voos domésticos àtendência cada vez mais forte dosconsumidores para comprarem online noswebsites das companhias aéreas, por terem apercepção que encontram aí melhorespreços.Esta tendência, dizem, tem origem naentrada da easyJet na rota Lisboa - Funchal,que é a que tradicionalmente tem mais pesono BSP dos voos domésticos.A easyJet, segundo essas fontes, não sólevou consumidores para o seu website,como para os de outras companhias,nomeadamente a TAP, que continua a ser atransportadora aérea com maior número devoos e de lugares nessa rota.Os dados a que o PressTUR teve acessoindicam que antes de taxas e sobretaxas,com a queda em Outubro as vendas de voosdomésticos acumulam nos dez meses desdeo início de 2011 um decréscimo homólogode 13,9% ou 9,3 milhões de euros, para 59,4milhões, e ficam 41,6% ou 42,25 milhõesabaixo de 2006, em que se situavam em101,69 milhões. Relativamente aos voosinternacionais, os dados do BSP antes detaxas e sobretaxas, indicam que em Outubrofoi praticamente atingido o valor do mêshomólogo de 2010 (-0,1%), com 46,9milhões de euros, e que de Janeiro aOutubro a queda é de 5,1% ou 24,2 milhões,para 445,96 milhões.Estes dados antes de taxas e sobretaxas têmapenas relevância por permitirem ter umapercepção da evolução por voosdomésticos e internacionais, uma vez que astaxas e sobretaxas das companhias aéreassão parte integrante do preço dos bilhetes,sendo obrigatória a publicitação do valorfinal, e cada vez mais as companhias fazemoscilar tarifas e/ou sobretaxas em função daconcorrência nas diversas rotas.Até Outubro, as taxas e sobretaxas incluídasnos preços dos bilhetes ascendem a 194,4milhões de euros, mais 14,1% ou mais 24milhões que há um ano, tendo registado emOutubro um aumento de 16,1% ou 2,76milhões, para 19,9 milhões.

REVISTA APAVT · EDIÇÃO Nº 29 7

Análise Estatística

Porto de Lisboa mais perto de superar meio milhão de passageirosLisboa teve em Outubro o melhor mês desempre em passageiros de cruzeiros noseu porto, com um total de 86.923, e nãosó travou uma sequência de quatro mesesconsecutivos de quedas homólogas comoficou com um novo ano recorde ao alcance,como perspectiva a APL -Administração doPorto de Lisboa.Os dados da APL indicam que em Outubro oPorto de Lisboa recebeu 53 escalas, maisdez que há um ano, com 76.226passageiros em trânsito e 10.697 queiniciaram e/ou terminaram cruzeiros nacapital portuguesa.Relativamente ao mês homólogo de 2010,o Porto de Lisboa teve crescimentos de28,8% no segmento dos passageiros emtrânsito, a que corresponde umincremento de 17.056, e de 19,3% ou1.734 nos chamados turnaround, com5.223 embarques, mais 20,2% ou mais878 que no ano passado, e 5.474desembarques, em alta de 18,5% ou 856.Depois de quatro meses consecutivos dequebras, que tinham levado a que ocrescimento homólogo este ano tivessecaído de 50,5% no fim dos primeiros cincomeses para 4,9% depois de completadosnove meses, com Outubro o Porto deLisboa volta a uma taxa de crescimento

próxima dos dois dígitos, em 9,8%, e jáultrapassou o total do ano de 2009.De acordo com os dados da APL, nos dezmeses de Janeiro a Outubro a capitalportuguesa soma 276 escalas, mais 18 quehá um ano, e 418.627 passageiros decruzeiro, mais 37.474 que no períodohomólogo de 2010, que foi o melhor ano desempre, e já ultrapassa em 2.869passageiros o total de 2009, que foi osegundo melhor ano de sempre.O crescimento dos trânsitos, designaçãousada para os passageiros que passam porLisboa em rota de e para outros portos eque em muitos casos aproveitam as horas nacapital portuguesa para visitas, é osegmento que está a impulsionar ocrescimento, com um aumento em 12,3%face a 2010, para 379.874, o quecorresponde a mais 41.558 que há um ano.Já da parte dos turnaround, que é umsegmento mais depende do mercadodoméstico português, nos dez meses atéOutubro o Porto de Lisboa soma 38.753,menos 9,5% ou menos 4.084 que há umano, com decréscimos de 10,8% ou 2.328embarques, para 19.326, e de 8,3% ou1.756 desembarques, para 19.427.O Porto de Lisboa tem registado sucessivosrecordes de passageiros de cruzeiros, que o

levaram a passar de pouco mais de cem milem 1997 (113.476), para mais de 200 milem 2003 (211.979), mais de 300 mil em2007 (305.185) e mais de 400 mil em 2008(407.508).Em 2009, apesar do impacto negativo dacrise económico-financeira mundial nasviagens e turismo, o Porto de Lisboaregistou o que foi então um novo máximo,com 415.758 passageiros, que ultrapassouem 2010, com 448.497.A perspectiva avançada para este anopela APL - Administração do Porto deLisboa é que será atingido um novorecorde, o que confirmou em meados deOutubro ao anunciar que prevê que notrimestre em curso 114 escalas e 178 milpassageiros, com aumentos de 36% emnúmero de escalas e 31% em número depassageiros.De acordo com estas previsões, o Portode Lisboa ultrapassará este ano, pelapr imeira vez, o meio mi lhão depassageiros, ficando próximo de 510 mil,mais cerca de 60 mil que em 2010, e irábater o recorde de 308 escalas atingidoem 2008, ficando próximo das 340.No final de Setembro, o Porto de Lisboasomava 223 escalas e 331.704passageiros.

REVISTA APAVT · EDIÇÃO Nº 298

Análise Estatística

Portugueses cortaram viagens de lazer em 13,7% no 1º SemestreA crise em Portugal já conta com asviagens de lazer dos portugueses entreas suas vít imas, segundo os dadospublicados pelo INE, que indicam umcorte de 13,7% nas viagens de lazer,recreio ou férias no primeiro semestre.Ainda assim, de acordo com a mesmainformação, os portugueses viajarammais, havendo um aumento de 2,7% nonúmero de viagens turísticas, para 6,2milhões, porque em contrapartida àqueda das viagens de lazer, recreio oufér ias houve um forte aumento de18,9% nas viagens classificadas em"visita a familiares ou amigos", querepresentaram quase metade (48,4%)do total de deslocações nos primeirosseis meses, quando um ano antesrepresentavam cerca de 42%.Ora, conforme mostram os dados doINE, enquanto nas viagens de lazer,recreio ou fér ias o "alojamentoparticular gratuito" foi uma opção querepresentou 51,8% das dormidas, nasdeslocações para "visita a familiares ouamigos" essa atinge quase 96% dasdormidas.Outro indicador do impacto daausteridade, como aliás é assinaladopelo INE, é que enquanto as viagens emterr i tór io portuguêsaumentaram 3,8% er e p r e s e n t a r a maproximadamente 90%do total de viagensturísticas do semestre(cerca de 5,6 milhões),as deslocações aoestrangeiro diminuíram6,9%, paraaproximadamente 620mil."A este facto não éalheio o per íodo deretracção económicaviv ido, com ref lexosnegat ivos tanto nasdeslocações por lazercomo nas profissionais,em que os destinos noestrangeiro são menosprocurados devido aomaior custoassociado", escreve oInst i tuto, que nãoespecif ica qual foi aevolução do número deviagens por razões"prof iss ionais e denegócios" e por "outrosmotivos", como por"razões rel igiosas ou

de saúde", refer indo apenas querepresentaram, respectivamente, 8%(501 mil) e 6,2% (cerca de 400 mil) dos6,2 milhões de viagens realizadas nosprimeiros seis meses do ano por 2,3milhões de turistas portugueses, 53,7%deles mulheres.A informação do INE relativamente àspernoitas or iginadas pelas viagensturísticas indica que totalizaram quase19,6 milhões, em queda de 4,6% emrelação aos primeiros seis meses de2010, designadamente por queda daestada média, que baixou de 3,4 para 3,1noites.De acordo com os dados do INE, desses19,6 milhões de dormidas originadaspelas viagens turísticas, 66,4% foram emestabelecimento "particular gratuito"(cerca de 13 milhões), 24,9% foram emhotéis e pensões (cerca de 4,9 milhões),5% em estabelecimento "particular pago"(cerca de 970 mil) e 3,8% em outros tiposde alojamento colectivo (cerca de 720mil). As viagens de lazer, recreio ou fériasforam as que originaram mais dormidas(cerca de 8,2 mi lhões ouaproximadamente 41% do total), 51,8%das quais em alojamento "part iculargratuito" (cerca de 4,16 milhões), 39,3%

em hotéis e pensões (cerca de 3,16milhões), 5,1% em alojamento"particular pago" (cerca de 407 mil) e3,8% em outros estabelecimentoscolectivos (cerca de 308 mil).Depois vêm as cerca de 7,6 milhões dedormidas (38,6% do total) realizadasem visitas a famil iares ou amigos,95,9% das quais em alojamento particulargratuito (cerca de 7,2 milhões)e 3,3% emhotéis e pensões (cerca de 250 mil).As dormidas em viagens profissionais e denegócios foram aproximadamente 2,3milhões (11,7% do total), 47,6% dasquais em hotéis e pensões (cerca de 1,1milhões), 25,6% em alojamento particulargratuito (cerca de 590 mil), 22,1% emalojamento particular pago (cerca de 510mil) e 4,8% em outros (cerca de 110 mil).As viagens por outros motivos, entre osquais o INE cita "razões religiosas ou desaúde", geraram cerca de 1,7 milhões dedormidas (aproximadamente 8,7% dototal), maioritariamente (59,6%) emalojamento particular gratuito (1,01milhões).Seguem-se hotéis e pensões, com 386 mil(22,8%), outro colectivo, com 292 mil(17,2%), e alojamento particular pago,com seis mil (0,4%).

REVISTA APAVT · EDIÇÃO Nº 29 9

Análise Estatística

As exportações portuguesas de turismode passagens aé reas ge ra ram umexcedente pa ra Po r tuga l de 4 .892milhões de euros nos nove meses atéSetembro, em alta de 15,3% ou 647,5mi lhões em re lação ao pe r íodohomólogo de 2010, de acordo com osdados da Balança Corrente publicadospelo Banco de Portugal.A informação mostra que esse excedentepermitiu reduzir em 33,7% o défice daBalança Corrente, quando há um ano acontribuição estava em 25,7%.Os dados do Banco de Portugal mostramque embora as exportações de turismo etransporte aéreo de passageiros, comum aumento até Setembro em 9,3%,tenham um c resc imento i n fe r i o r àevolução das exportações totais de Bense Serviços, que crescem 14%, o seusaldo é posit ivo, ao contrário do queacontece com a total idade das trocascomerciais.

Turismo e transporte aéreo de passageirosgeram receita líquida externa de 4.892 milhões

As exportações de turismo e transporteaéreo de passageiros, com o montanteconjunto de 8.210 milhões de euros atéSetembro deste ano, representaram nesteperíodo 17,9% das exportações totais deBens e Se rv i ços , quando há um anorepresentavam 18,6%, designadamenteporque a parcela do turismo internacionalba ixou de 14,5% para 13,7%, e a dotransporte aéreo de passageiros teve umaestagnação em baixa (-0,01 pontos) nos4 ,1%, j á que t i ve ram aumentos derespectivamente 8% e 13,8%, enquanto asexportações tota is de Bens e Serv içosaumentaram 14%.Do l ado das impor tações , po rém,enquanto turismo e transporte aéreo depassageiros têm uma redução de 0,3%,com +0,6% na despesa dos portuguesesem viagens e turismo no estrangeiro e -4,6% nas saídas de capitais pela comprade passagens aéreas, as importações totaisde bens e serviços cresceram 5,3%.

As empresas portuguesas de transporteaéreo de passageiros, a maior das quaisa TAP, que é a maior exportadora doPaís, real izaram 1.895,37 milhões deeuros em vendas no estrangeiro nosnove meses até Setembro deste ano, ema l ta de 13 ,8% ou 229 ,5 m i lhõesrelativamente a 2010, de acordo com osdados d i vu lgados pe lo Banco dePortugal.O cresc imento no ú l t imo mês desseperíodo, porém, foi inferior, situando-seem 8,6%, para 222,3 milhões, mais 17,5milhões que há um ano.Apesar do abrandamento em Setembro,em média anua l (12 meses de 1 deOutubro a 30 de Se tembro) oc resc imento das expor tações dese rv i ços de t ranspor te aé reo depassage i ros es tá em 16 ,6%, o que

Exportações portuguesas de passagens aéreassobem 13,8% até Setembro

equivale a um aumento de 352,4 milhõesde eu ros re l a t i vamente ao pe r í odohomólogo anterior, para 2.117,7 milhões.A evo lução da rece i t a l í qu ida ,descontadas as compras de passagensaéreas a empresas estrangeiras, é, porém,ainda superior, tendo um aumento médioanualizado de 24,2%, porque as comprasao es t range i ro mantém-se em queda,tendo um decréscimo de 2,9%.Em Setembro essa queda foi de 9,1% ou4,8 milhões de euros, para 48,3 milhões, enos nove meses de Janeiro a Setembro odecréscimo é de 4,6% ou 20,4 milhões deeuros, para 425,9 milhões.E, ao contrár io do que acontece com ase xpo r t a ç õ e s , em que o a umen t o d e229 ,5 m i l hões a té Se tembro f a ce aoper íodo homólogo de 2010 ocorre emcima de um aumento de 236,2 milhões

Desta forma, com um excedente de3.422,6 milhões de euros até Setembro,em alta de 13,1% ou 397,6 milhões, emrelação ao período homólogo de 2010,o turismo internacional propiciou umaredução em 26,2% do défice da BalançaCor ren te , quando há um ano acontribuição estava em 19,8%.O transporte aéreo, cujo saldo tem umaumento de 20,5% ou 249,6 milhões deeuros, para 1.469,4 milhões, contribuiu,ass im, com uma redução de 13,2%,quando há um ano a taxa de coberturaera de 9,1%.Os dados do Banco de Po r tuga lmostram ainda que até Setembro asexportações de tur ismo e transporteaéreo de passageiros representaram56,7% das expor tações to ta i s deServiços, menos 0,2 pontos que há umano, e geraram 83,6% do excedente daBalança de Serviços, menos 0,4 pontosque há um ano.

em 2010, que mais que anulou a quedade 1 41 , 5 m i l h õ e s , n o c a s o d a simpor tações a t endênc i a de quedavem desde 2007, ano em que no sp r ime i r o s n o v e me s e s t i n h am umcrescimento de 29,4 milhões.Em 2008 , e s se aumen to j á e s t a vaanu lado , com uma queda de 32 ,38milhões, agravando-se em 2009, comuma queda de 29 ,6 m i l hões , e em2010, com -2,4 milhões, pelo que nosp r ime i ros nove meses des te ano aquebra face ao período homólogo de2007 atinge 84,8 milhões.Essa queda, e sobretudo o aumento dasexportações, que entre os pr imeirosnove meses de 2007 e 2011 se situa em428,5 mi lhões, leva a que a rece i talíquida tenha um incremento de 53,7%ou 513,4 milhões

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e-Entrevista

ual o balanço de 2011 já possívelde fazer?

A nossa produção registou uma quebra de2,85% até Setembro, quando comparada como período homólogo, motivada pelaconjuntura actual. Em Outubro, no entanto,registámos um crescimento de 16,85% e emNovembro de 14,36%.

Como evoluiu a quota de mercado?De acordo com os dados disponíveis no MIDT(Marketing Information Data Transfer) a quotade mercado da Travelport/Galileo em Portugal éde 82% em 2011. Esta quota de mercado éafectada, pela negativa, pela contabilização nomercado português de um operador onlineinternacional num outro GDS, o que é um factomeramente técnico. Não considerando esteefeito, a quota de mercado seria seguramentesuperior.

Pela adesão de mais agências ou peloaumento de produção das que jáintegravam a vossa carteira?O mercado prefere clara e com uma expressivamaioria a nossa oferta e a nossa performanceresulta dessa preferência. A opção dosOperadores Turísticos por realizarem as suasoperações em voos regulares e a remoção dosSistemas de emissão e reserva directa colocadospela TAP - cuja relação custo/benefício, emparticular no plano da produtividade dosagentes, era claramente desfavorável emrelação à oferta do Galileo - contribuíram paraque a performance seja melhor que aperformance do mercado, excluindo os factosacima referidos alheios à dinâmica do mercadoportuguês.

Quais as novidades, em termos deferramentas, que apresentaram este anoao mercado?Travelport Rooms and More, um "one stopshop booking tool" ou seja num único ponto oagente de viagens pode encontrar a mais vasta

Q oferta hoteleira, podendo pesquisar os hotéisem todo o mundo através de múltiplos critérios- desde preço, a fornecedor, a quem dá maiscomissão.TMA (Galileo nos sistemas móveis IPhone eIPad ) (ver caixa), que permite que o agente deviagens aceda ao GDS através do seu telefoneou Tablet aonde se encontre e exista disponívelinternet.Em relação a esta ferramenta, integralmentedesenvolvida em Portugal, ela é pioneira emtodo o Universo GDS mundialmente falando efoi lançada em Portugal, Brasil e Espanha,sendo que já foram feitos mais de 600downloads da Apple Store em mercados tãodíspares como os EUA, Portugal, BrasilAustrália, Itália e Reino Unido.Inovação produzida em Portugal para todos oMundo .Vamos lançar até ao fim do ano a ferramenta"White label Bol", que é um motor de pesquisapara ser incorporado nos sites informativos docliente permitindo assim a sua reserva no site.

Como perspectiva 2012?Vai ser o ano de todas as batalhas no mercadoportuguês. Vencer na conjuntura mais adversados últimos 20 anos vai ser difícil, mas vamosprocurar apoiar o sector com novidades paracombater essa conjuntura.Vamos também apoiar os nossos clientes atravésdo apoio a criação de soluções que permitam -congregando sinergias e concentrandoesforços de investimento - dinamizar uma ofertaao mercado que adaptando-se às realidades domesmo - em termos de poder de compra -possam dar uma resposta competitiva e maiseficiente no plano das operações.

O Presidente da IATA, Tony Tyler,afirmou recentemente estar em curso umareflexão sobre o modelo de distribuição,defendendo que os GDS's não estão aassegurar a necessária diferenciação eque a venda directa pelas companhias

António Loureiro (Travelport/Galileo):

"Quota de mercado do Galileoem Portugal é de 82% em 2011"

aéreas lhes permite reduzir custos. Comocomenta?O Presidente da IATA, apesar de recente nocargo, deveria saber que nenhuma outraentidade, a não ser os GDS's, como aTravelport, disponibiliza ao mercado umasolução com uma performance e um custo/beneficio tão eficaz, quer para as CompanhiasAéreas como ao sector da Distribuição deProdutos e Serviços Turísticos.Mas lendo todas as declarações do Presidenteda IATA percebe-se que a questão vai muitoalém dos GDS´s, pretendendo chegar àverdadeira questão que é a distribuição doproduto transporte aéreo por terceiros,nomeadamente pelas agências de viagens. Eisto não tem a ver com a distribuição em si, poistodos os Associados da IATA conhecem oscustos da distribuição directa e mesmo algunsnão associados da IATA - nomeadamente aEasyJet - já trabalham com os GDS, ou seja,reconhecem aos GDS uma utilidade que nãoreconhecem à própria IATA.Mesmo no Brasil, mercado onde as principaiscompanhias locais não usavam os GDS ´s, aTAM e a GOL já colocaram todo o seuinventário de voos nacionais nos GDS´s,reconhecendo também a utilidade destesserviços e aceitando a sua relação custo/beneficio.Por outro lado, a própria Comissão Europeiaem devido tempo reconheceu o papel dosGDS´s em assegurar o acesso do consumidorao transporte aéreo e sobretudo a suacontribuição para a transparência do mercado,assegurando a comparação de alternativas deoferta e de preço.No actual contexto em que o mercado -associados da IATA e agentes de viagens - seinterroga qual razão de ser da IATA,nomeadamente a respectiva relação custo/beneficio, é tentador opinar sobre esta questãoem relação a terceiros, ao invés de reflectir qualo valor que a própria organização acrescentaao mercado em função do respectivo custo.

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Noticiário

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XXXVII CONGRESSO DA APAVT

O turismo no centro dasatençõesDe 1 a 4 de Dezembro, o congresso da APAVT centra as atençõesde Portugal sobre o Turismo, promovendo o debate em torno dotema "Turismo: Prioridade Nacional". Ao longo de três dias, aassociação vai reunir em Viseu centenas de quadros e gestoresde agências de viagens e outras empresas e instituições do sector,bem como governantes, políticos e imprensa.

OVERNO E POLÍTICOS NOCONGRESSO

O Ministro-Adjunto e dos AssuntosParlamentares, Miguel Relvas, o Miistroda Economia, Álvaro Santos Pereira, aSecretária de Estado do Turismo, CecíliaMeireles, o presidente e um dos vice-presidentes da Comissão de Economia eObras Públ icas, respect ivamentedeputados Luis Campos Ferreira (PSD) eHelder Amaral (CDS-PP), a deputadaHortense Mart ins (PS), também elamembro da mesma comissão parlamentar,o deputado e secretário-geral do PSD,José de Matos Rosa, o deputado JoãoRamos (PCP) e o presidente da Câmara

G Municipal de Viseu, Fernando Ruas (PSD),são alguns dos governantes e políticoscom presença confirmada no congressodeste ano. Além destes pol í t icos noactivo, também o ex-ministro da Justiça ehistórico socialista, José Vera Jardim, quedesempenha as funções de Provedor doCl iente das Agências de Viagens eTurismo, e o ex-Secretário de Estado doTurismo, Vitor Neto, vão participar na 37ªedição da magna reunião da APAVT."É sempre uma satisfação constatar oreconhecimento que a associação merecepor parte do Governo e do poder políticonas mais diversas ocasiões, em particularnos nossos congressos, espaços de

debate que const i tuem tambémoportunidades para que melhoridentif iquem os desafios com que sedebate o sector", afirma João Passos,presidente da APAVT, relembrando que,ao longo da sua história, a associaçãosempre pautou a sua conduta por umapermanente disponibi l idade para odiálogo no sentido da construção doTurismo e na defesa dos interesses dosseus associados. "Todos reconhecerãoque a APAVT nunca se coibiu de criticar oque entendeu criticável, da mesma formaque nunca deixou de aplaudir o queentendeu meritório, sempre com totalfrontal idade mas também com totallealdade" acrescenta Passos.

APAVT REÚNE ASSOCIAÇÕES DOSECTORPela segunda vez, a associação promoveno seu congresso um debate que reúneos líderes das principais associações dosector. Tal como nos Açores, em 2006, ocongresso de Viseu inclui um painel, destavez com o tema "Turismo: Os Desafios doPresente", no qual participam, além dopresidente da APAVT, João Passos, ospresidentes da AHP, Miguel Júdice, daAHETA, Elidérico Viegas, da APR e doCNIG, Diogo Gaspar Ferreira, e ossecretár ios-gerais da AHRESP, JoséManuel Esteves e da ARAC, Robalo deAlmeida. Esta "cimeira" do turismo, comoa intitulou um dos jornais onl ine do

Vida Associativa

REVISTA APAVT · EDIÇÃO Nº 29 15

sector, v isa ident i f icar os maisimportantes desafios com que se debateo sector na actual conjuntura e proporsoluções, contando também com apresença dos representantes dos quatromaiores part idos com assentoparlamentar, PSD, PS, CDS e PCP. "Alegis lação e a f iscal idade serãocertamente temas abordados, pelomenos por parte da APAVT", antecipa opresidente da associação.

ACTIVIDADE DOS AGENTES DEVIAGENS EM ANÁLISEAlém dos temas mais abrangentes quevisam a reafirmação do Turismo enquantoact iv idade pr ior i tár ia do País, ocongresso const i tui igualmente umespaço para a análise do negócio dasempresas associadas. Neste contexto,Viseu vai ser palco de um debate sobre astendências de futuro nas relações entreAgências de Viagens e OperadoresTurísticos, um tema que tem sido objectode debate em anteriores congressos enos capítulos da Distribuição e Operaçãotur íst ica da Associação (v.art igo napágina 16)."São duas vertentes de um mesmonegócio, que embora por vezesconf l i tuantes são, sobretudo,complementares e com um propósitocomum, que é o de servir o mercado",explica João Passos, para quem "uma dasclaras vantagens da APAVT em ter sob omesmo tecto agentes e operadores éprecisamente conseguirmos diálogos maisfáceis, mais construtivos e mais profícuossobre os modelos que melhor sirvam os

interesses de cada um e dos clientes".O Incoming é outra das actividades emfoco no congresso. Os painéis "Portugal:Retomar o Crescimento Turíst ico" e"Portugal-Brasi l : Tur ismo nos doissentidos", qualquer um deles com aparticipação de reputados especialistasneste domínio, constituem contributospara o debate de soluções que visem oaumento do turismo receptivo, tema depart icular importância na actualconjuntura. O segundo painel referidoinclui também uma componente deoutgoing, na medida em que pretendedebater a evolução e perspectivas doturismo português para o Brasil, um dosmais importantes destinos de férias.

NETWORKING FORA DOSAUDITÓRIOSParte integrante dos congressos e umadas mais-valias que estes oferecem aospart ic ipantes é o networking que seproporciona fora dos auditórios. Alémdas conversas, sejam pessoais ou denegócios, que são travadas entre oscongressistas nos intervalos das sessõese pelos corredores do centro decongressos, os jantares of ic ia isconstituem também oportunidades para

A IMPRENSA NO CONGRESSOMais de duas dezenas de jornalistas

asseguram a cobertura do congresso,

quer da imprensa sectorial como da

imprensa generalista e económica,

incluindo suportes da imprensa escrita,

rádio, televisão e online.

ver e rever amigos, colegas e parceirosde negócio.Na edição deste ano, a TravelPort/Galileoe a TAP, a par da Controlvet, empresa daárea da segurança alimentar sediada emViseu, são os anfitriões dos três jantaresoficiais do congresso.O pr imeiro jantar, a convite daControlvet, decorre no Montebelo Hotel& Spa, hotel-sede do XXXVII Congresso.No sai seguinte, a banda portuguesa derock G.N.R. anima a já tradicional noiteTravelport/Gal i leo, com actuaçãoagendada para depois do jantar, noExpocenter de Viseu.À TAP cabe mais uma vez o jantar deencerramento, na noite de sábado, dia 3,que irá ter lugar na Casa da Ínsua, emPenalva do Castelo, deslumbranteespaço histórico que constitui uma dasatracções turísticas da região, além dealbergar no palácio um hotel de charme.

PROGRAMA PARAACOMPANHANTESAlém dos jantares, os acompanhantesdos congressistas podem usufruir deduas excursões matinais, ficando com astardes livres para o (re)conhecimento deViseu. Na sexta-feira, a Excursão"Respirar Ar Puro" , pela Serra doCaramulo, um dos segredos mais bemguardados de Portugal, onde se respirasaúde, tranqui l idade e bem-estar,sentindo a natureza na sua plenitude,incluindo visita ao Museu do Caramulo. "Vinho do Dão" - Importância vitivinícolada Região Demarcada dos Vinhos do Dãoé o tema da excursão de sábado, queinclui apresentação e prova de vinhos.

Vida Associativa

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Distribuição Turística:Ventos de mudançaEstá longe de esgotado o debate sobre o futuro modelo de relacionamento entre Operadores Turísticos eAgentes de Viagens, mas antevê-se que o actual paradigma venha a sofrer alterações num futuro maisou menos próximo. Se na generalidade dos países da Europa a comercialização directa por parte dosoperadores turísticos é uma realidade há já vários anos, da vizinha Espanha chegam os primeiros sinaisde que essa é uma tendência que se poderá alastrar à Península Ibérica

m algum momento os operadoresturísticos da Orizonia venderão

directamente através da internet para onicho de clientes que preferem este canal",disse ao diário online "Nexotur" José Duato,o director-geral da holding que integra osoperadores Iberojet e Solplan, entre outros.Embora afirmando que "manteremos ostatus quo com as agências de viagens, quesão o nosso cliente e o nosso canal dedistribuição fundamental e primeiro" e quenão prevê que as vendas directas naInternet atinjam um "volume importante", asafirmações de Duato não deixam margempara dúvidas quanto à estratégia do auto-intitulado "grupo de operadores turísticoslíder em Espanha e Portugal".De resto, como recorda o mesmo diário,citado pela agência de notícias de turismoPressTur, no início deste ano o operadorPullmantur entrou na venda directa atravésdo seu website, o que na ocasião geroureacções negativas de algumasorganizações de agências de viagensindependentes.Mais recentemente, o operador turísticoKuoni lançou em Espanha um novo site queoferece ao consumidor a possibilidade deobter orçamentos personalizados online,comparar ofertas de última hora e beneficiarde promoções especiais, convidando osclientes a recorrer a uma das quatro lojasque abriu em Madrid, Barcelona e Valênciapara conhecer toda a oferta. Embora o sitenão contemple ainda a venda, o Hostelturafirma tratar-se de "mais um passo nadirecção da venda directa", recordando quehá três anos o director geral da Kuoni, CarlosLópez, tinha afirmado que "a venda directa

“E

Análise

chegará a Espanha, sem dúvida",questionando-se "se isso ocorreu com ascompanhias aéreas e outros fornecedores,porque não com os operadores turísticos?".

APAVT PROMOVE DEBATESO início da venda directa por parte dosoperadores espanhóis pode bem ditar aalteração do modelo vigente em Portugal,que até agora têm formalmente mantido umaestratégia de exclusividade decomercialização através das agências deviagens. O tema não é novo, tendo sidoobjecto de aceso debate no congresso daAPAVT em Búzios, em 2007 e tem vindo a serdebatido em sede dos Capítulos deOperadores e da Distribuição da associação.No congresso deste ano, em Viseu, oassunto voltará a ocupar destaque, numpainel intitulado "Distribuição: NovosModelos de Relacionamento", que conta,como oradores, responsáveis de diversasagências de viagens e operadoresturísticos.

QUE DIZEM OS OPERADORESTURÍSTICOS EM PORTUGAL?Para perspectivar o que poderá mudar equais as tendências em Portugal, a REVISTAAPAVT ouviu os principais operadoresturísticos no nosso País sobre esta matéria.Se todos, sem excepção, afirmaram queactualmente vendem os seus produtosexclusivamente através das agências deviagens e que não têm planos para qualquermudança imediata deste modelo, a maioriaconsidera que, num futuro mais ou menospróximo, este status vai sofrer alterações."O modelo actual tem que ser alterado pelos

intervenientes, antes que seja imposto pelomercado e se torne uma inevitabilidade emfunção da sobrevivência", afirma um dosoperadores consultados, no que espelha aopinião da larga maioria dos inquiridos."É quase certo que o façamos", afirmou umoutro, embora sem precisar prazos. "Podeser para o próximo ano ou no seguinte, demomento certo é que não comercializamosdirectamente ao consumidor final, sendo onosso único canal de distribuição asagências" acrescentou."A minha vontade é começar o mais rápidopossível mas é necessário um consensoentre operadores para isto acontecer", dizum terceiro, partilhando o mesmo tipo dehesitação manifestada pelos operadores emEspanha."Ao ritmo frenético que o mercado vaievoluindo, não podemos pôr de partequalquer hipótese futura", "estamos atentosàs evoluções e mudanças do mercado e dosector", "sei que se está atento à evoluçãodo mercado nesse sentido, especialmente nomercado espanhol", são outras afirmaçõesde outros tantos operadores em Portugal."Tenho a tentação ou a necessidade decomercializar directamente, o que, aliás,mais não é do que o feito actualmente pelascompanhias aéreas e cadeias hoteleiras ouhotéis isolados", conclui um outro.Em sentido contrário, também houveoperadores que afastaram esse cenário."Não temos qualquer plano presente oufuturo de comercializar a nossa programaçãodirectamente ao público", "mantemo-nos100% fiéis aos nossos parceiros decomercialização, os agentes de viagens" ou"permito-me afirmar categoricamente que o

Por Paulo Brehm

REVISTA APAVT · EDIÇÃO Nº 29 17

Análise

nosso operador está vocacionado paravenda exclusiva através das agências deviagens", são exemplos de afirmações dosque não perspectivam esta alteração,embora na realidade sejam em menornúmero do que os que consideram a vendadirecta uma inevitabilidade. "Um dia isto vaiacontecer. É inevitável. Na Europa somosquase os únicos", conclui um dos inquiridos.

AS MOTIVAÇÕESMargens cada vez mais esmagadas eestranguladas, ampliação dos canais devenda e por essa via do próprio mercado e a"necessidade" de maior controlo de toda acadeia, são os principais argumentos dosoperadores inquiridos para justificar oestarem a ponderar a alteração do actualmodelo."Sabemos que grande parte das agênciasutiliza parte - grande parte - das comissõespara fazer desconto ao cliente e que nós,operadores, somos obrigados a baixar ospreços para assim conseguirmosvender", desabafa um dosoperadores, para quem a eventualaposta na comercialização directa "éexactamente para não deixar fugir osclientes". O mesmo diz um segundo,para quem "no cenário actual o TourOperador quase não tem margempara rentabilizar o negócio. Assim(vendendo directamente) pode termais margens e isto vai baixar ospreços das viagens, aumentar asvendas. Muitas agências oferecem umaparte da comissão que recebem aosclientes, isto vai evitá-lo".O argumento não é novo no mercado, tendosido, há alguns anos, uma das principaisbandeiras das companhias aéreas paraenveredar pela redução progressiva dascomissões até à sua quase eliminação. EmMaio de 2002, em entrevista publicada naprimeira edição desta revista, Luiz Mórafirmava não ser coerente a agência deviagens "dizer que ganha pouca comissão e,no entanto, repassá-la aos clientes". Naépoca, a remuneração da TAP havia jábaixado dos 9% para os 7% e preparava-sea introdução, na prática comercial dosagentes, de uma service fee cobrada aosclientes, o que veio a suceder em 2003. Ascomissões das companhias aéreascontinuaram a baixar até que, a partir de 1

de Novembro de 2005, se fixaram no actual1%.O alargamento do mercado é outroargumento invocado por alguns dosinquiridos, que defendem também anecessidade de reforçar a presença noscanais Web, onde está também de formacrescente o consumidor. Uma vez mais,recorda-se que este foi também uma dasmotivações alegadas pelas companhiasaéreas, que defendiam a necessidade deestar presentes onde está o cliente,considerando que o canal tradicional - asagências de viagens - não dava respostaadequada a essa necessidade.Mas o alargamento de mercado, na opiniãodos operadores, passa também por umamenor dependência do somatório dosmercados das agências de viagens e redesparceiras, nopressupostode que

há umafranja de

mercado que escapa aeste canal.

Naturalmente, há também quem não vejaqualquer necessidade de optar por ummodelo diferente. "Dado que prestamosserviços com conteúdos a nível mundial emuito específicos, destinados a vários tipos esegmentos de consumidores, acomercialização directa não se enquadra nointeresse da maioria destes. Assim,acreditamos na importância do agente deviagens como acréscimo de valor", sublinhaum dos operadores inquiridos.

AS OPÇÕESA abertura de balcões, a venda exclusivaatravés da Web ou um misto de ambas, sãoas opções referidas pelos operadores que

afirmaram estar a ponderar acomercialização directa, embora todossalvaguardando a necessidade de maiorestudo, que não está ainda feito, ouconcluído."São hipóteses em discussão, uma vez quenão existem ainda indicadores seguros dopeso das vendas online tendo em conta osprodutos que comercializamos", afirma um,enquanto outro defende que chegará aomercado "possivelmente optando pelas duasvertentes". Já um terceiro afirma que"utilizaremos uma rede de estabelecimentoscom marca própria para o fazer e outro dizexactamente o contrário. "Tem que serexclusivamente online, senão não fazsentido. Seria mais uma agência de viagens".Em suma, as estratégias são diferenciadas,nomeadamente porque há operadores que

estão integrados em grupos com redes deagências próprias e outros que não, oque naturalmente permite a adopção dediferentes modelos.

COMISSÕES EM BAIXAIndependentemente da estratégia quevenha a ser seguida, a maioria dosoperadores inquiridos afirmam que onível de remuneração aos agentes deviagens terá de ser revisto em baixa."É incomportável manter comissões de16%, 17%, 18%" destaca um,enquanto outro afirma ser

"recomendável uma diminuição dos níveisde comissionamento, uma vez que os actuaisobrigam a um aumento dos preços finais, porvezes desencorajadores para o consumidorfinal, tendo-se depois de recorrer apromoções que se reflectem em perda deganho ou mesmo prejuízo para o vendedor".Ao diminuir as comissões, argumenta, " oconsumidor final compra um produto maisbarato, o operador evita fazer promoções eo agente de viagens mantém o seu ganho".A aposta em preços net é referida poralguns, conquanto não seja consensual.Enquanto um inquirido defende essa opção,na qual os agentes de viagens poderiamcolocar as suas próprias margens e/oucobrar ao cliente uma taxa de serviço,outros repudiam totalmente a ideia, ficando-se pela diminuição das comissões ou, melhor,a sua indexação a resultados."Perspectivamos, e em verdade játestemunhamos, evoluções díspares

REVISTA APAVT · EDIÇÃO Nº 2918

conforme os operadores, alguns nosentido da baixa de comissões, outros nosentido do seu aumento. Em geral, estastendências inversas prendem-se com amaior capacidade de f idel ização docliente - intermédio e final - dos primeiros,e a falta de melhores argumentoscomerciais dos segundos", afirma umoutro.Também nesta matéria há quem defendaa manutenção do actual status. "SendoPortugal um mercado muito pequeno, comperspectivas de baixar nos próximosanos, o nível de comissionamento terá dese manter elevado de acordo com orespectivo valor acrescentado (serviçosespecializados). Os serviços que tiverempouco valor acrescentado só terãointeresse para os operadores sediadosem mercados de grande consumo, porexemplo espanhóis, havendo, nestecaso, uma canibalização de margens e deencerramentos ou falências emPortugal".

MODELO DUALA adopção de um modelo dual, deconvivência entre a comercia l izaçãodirecta e através das agências deviagens, como existe na maioria dospaíses europeus, é aquele que édefendido pelo maior número dosoperadores inquiridos que perspectivama venda directa, embora com diferentesvisões quanto à alteração do acordocomercia l que impl icar ia com adistribuição."Seguramente a relação comercial com osagentes de viagem seria alterada até por

imposição dospróprios balcões.Achamos que ocenário maisprovável ser iamanter as condiçõespara os clientes comelevado nível defacturação", diz um,enquanto outro afir-ma peremptor ia-mente que "ascomissões ser iamreduzidas para ocanal agente deviagens". Para um

terceiro, "a minha opinião é que nãoalterar ia a forma tradic ional decomercialização nem as comissões. Ológico seria que ambas formas de venda(b2b e b2c) co-existissem, respeitandosempre na venda b2c o operador os PVPaos quais comercializa o seu produto nob2b, sem que existissem vantagens parao consumidor pelo facto de fazer umacompra directa ao operador". Esta é, deresto, a opinião partilhada por outrosinquiridos.

TRAVÕES À MUDANÇAA "ruptura do status", como um dosoperadores apelida a eventual alteraçãodo modelo, conta com obstáculos que sãoobjecto de análise, e travão, à decisãode adoptar uma estratégia b2c por partedos operadores.A previsível "reacção" dos agentes deviagens, os custos de implementação dasnecessárias plataformas tecnológica, areestruturação das próprias empresas-operadores, são alguns dos factosapontados. As opiniões sobre o peso decada obstáculo são contudodiferenciadas. Se uns afirmam que "tendoem conta os custos de manutenção daplataforma e a necessária publicidade,provavelmente não haveriam grandesganhos", outros há que asseguram que,com a associada diminuição de custos dedistribuição com o canal tradicional, a"poupança seria uma realidade" ou que "oquadro económico-financeiro e políticoque atravessamos, que se irá manter porlongos anos, não nos indica que osportugueses tenham qualquer força ou

vontade de investir em negócios queassentam bem em mercados com outrotipo de dimensão e maturidade (Europa,nomeadamente Espanha) "."O único obstáculo é a falta de consensoentre operadores. Existem gruposgrandes com operadores e agências e háconflitos de interesse", elege um outro.

VANTAGENS DO ACTUAL MODELONenhum dos operadores contesta asvirtudes e a necessidade de manutençãode uma relação com os agentes deviagens, a quem reconhecem, mormentenos produtos mais especializados, oumenos massificados, uma capacidade deapoio técnico ao consumidor final e umapersonal ização que outro modelodificilmente permitirá. O actual modelopermite também a possibi l idade deconcentração e concepção de um melhorproduto, como aponta um dos inquiridos,destacando que a exclusiv idade davenda através das agências evita oinvestimento que, de outra forma, teriade ser feito em recursos humanos, quer emnúmero como meios e formação. O menorinvestimento de marketing junto aoconsumidor é também apontado por alguns,enquanto outros referem que só farásentido manter o actual paradigma no casodos operadores especializados. Outros, maisdeterminados à mudança, afirmam nãoreconhecer qualquer vantagem àmanutenção do actual modelo,nomeadamente por sentirem que "nomomento actual, com o cenário de crise quevivemos, vender exclusivamente através deagentes de viagens não é negócio. Grandesgrupos de agências estão a obrigar osOperadores Turísticos a oferecer comissõesaltas e não há forma de os combater porquehá sempre quem ceda".A discussão, como referimos, está longede esgotada, mas tudo indica que seimpõem alterações, sejam de quenatureza for, como refere um dosoperadores entrevistados."Em resumo, isto não está fácil e algo temque ser feito, venda directa, menos oferta,aumento dos preços, diminuição dascomissões, preços net, comissões commontantes fixos por valor de venda, ououtros ainda não citados. Mas algo tem quemudar!"

Análise

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REVISTA APAVT · EDIÇÃO Nº 2920

Confia nos agentes de viagenspara o crescimento do turismo noCentro de Portugal, fala sobre aestratégia e os recursos daregião para 2012, considera queo mapa das regiões tem aindaajustes a fazer, assegura que nãovai substituir-se aos privados nacomercialização do destinoatravés de portais, alvitra quequem fez o PENT desconhece oCentro, assim como afirma odesconhecem muitos dosdelegados do Turismo dePortugal no exterior. Ementrevista, o presidente da regiãode turismo anfitriã do XXXVIICongresso da APAVT, PedroMachado, defende que adiversidade é o que maiscaracteriza o centro do País.

Pedro Machado (Turismo Centro de Portugal):

"A nossa marca é claramente adiversidade"Entrevista: Paulo Brehm, Fotos: Rafael G. Antunes

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Entrevista

orquê a candidatura de Viseu aocongresso deste ano?

O Centro de Portugal é hoje um destino quetem essencialmente nas suas cidades o seugrande manancial, quer do ponto de vista deestruturação do produto turístico, quer daoferta, quer também como plataforma dedistribuição para o resto da região. Podíamosoptar por cidades como Coimbra, Figueira daFoz, Aveiro ou Castelo Branco, mas Viseufica praticamente equidistante em relação aoresto do País e é hoje um Destino quequeremos afirmar.Temos aí boas condições de alojamento, boarestauração, estruturas e infra-estruturascapazes de receber um congresso com aimportância do congresso da APAVT que,como ainda ontem lia num jornal, é o maisimportante congresso de turismo dePortugal.Achámos pois que Viseu teria todas ascondições, e seguramente que vai prová-lo,nos dia 1 a 4 de Dezembro, para recebereste importante congresso.

Os congressos são uma das fortesapostas da região?O Centro de Portugal tem, à partida,condições excepcionais para poder viramanhã a afirmar-se como um importantedestino no conjunto da realização deseminários, congressos e workshops, quernacionais quer internacionais. Tem duas dasprincipais universidades do nosso país. A deCoimbra, no ranking das universidades anível mundial é a mais bem cotada e a deAveiro, no âmbito das novas tecnologias, éuma das universidades de ponta, o quesignifica que temos só aqui, em Coimbra eAveiro, dois centros de saber de excelênciaque podem galvanizar não apenas omercado interno, mas particularmente osacadémicos internacionais que vêem nestasduas universidades referências mundiais. Sejuntarmos a estas duas cidades, Viseu eCastelo Branco com os politécnicos, estamosa falar de um conjunto de centros deexcelência de saber e de conhecimento,qualquer um deles tendo, ao longo do ano,um conjunto muito significativo de iniciativasdeste género. Juntando a isto tudo temoshoje boas acessibilidades. O Centro dePortugal está a uma hora do aeroporto SáCarneiro, a uma hora e 45 do aeroporto deLisboa. O que significa que não tendo nós

uma estrutura aeroportuária, que éobjectivamente fundamental apara aangariação e concretização de congressosinternacionais, estamos de facto a umadistância mínima dos aeroportos que nãodifere muito do que se passa na maioria dascapitais europeias. Julgo que o Centro dePortugal tem hoje um potencial enorme eeste congresso vem reforçar a nossavisibilidade.

Um dos vossos planos para este anoera a criação de um ConventionBureau…É um dos nossos objectivos, que faz parte donosso plano 2001. É um projecto quecandidatámos ao Programa OperacionalRegional do Centro, o "Mais Centro". PorqueCoimbra, por exemplo, que é uma dascidades com maior tradição sobretudo pelopeso da sua universidade, que comemoraeste ano 725 anos e tem uma longevidade euma notoriedade enorme, recebe em média60 a 70 congressos por ano o que significaque era urgente que o Turismo Centro dePortugal se adaptasse rapidamente a estarealidade e tirasse partido dela.

Até para combater a sazonalidade…É um dos desafios. Temos uma forte tradiçãono "Sol e Praia" da Figueira da Foz, no"Touring Cultural e Patrimonial" que é aolongo do ano, mas se virmos os dados do INEtemos os picos da Páscoa e do Verão e depoisregista-se uma descida significativa daprocura. Este é o antídoto para podermoster durante o ano inteiro um conjunto deiniciativas que tragam pessoas para o Centrode Portugal.

Qual o status do projecto?Acabámos toda a fase de levantamento de

instalações, acabámos o levantamento detodos os centros que podem de algumaforma contribuir para a realização decongressos. Politécnicos, universidades,escolas superiores, incubadoras deempresas, caso do Instituto Pedro Nunesque foi considerado uma referência mundial.Estamos numa fase de consolidação.Espero e desejo que concluamos esteprojecto em 2012.

Com a quebra de consumo esperada,como espera evolua o turismo internode que a região tanto depende?A nossa dependência do mercado internotambém nos tem garantido a almofada quetornou possível que a média da procuratenha crescido em 2011 e 2010comparativamente com outros destinos doPaís. Não estamos tão vulneráveis nem tãodependentes dos mercados externos comoestá o Algarve ou a Madeira. Nem dotransporte aéreo, uma penalização que tem,neste caso, beneficiado o destino. Achoclaramente que vai haver um arrefecimentodo mercado interno em 2012. Não tínhamosa troika em 2010, temos em 2011. Asconsequências seguramente vão sentir-semais em 2012 do que em 2011. Vamos ter oIVA mais caro, o corte de crédito nas PME's,as famílias mais pressionadas, o que significaque, em princípio, 2012 no limite mínimo vaiser igual a 2011 senão mesmo pior. Omercado interno vai desacelerar.

Como vão contrariar os efeitos destatendência?O Convention Bureau e a aposta noscongressos podem ser a primeira medida quevamos utilizar no sentido de inverter essearrefecimento do mercado interno. Vaipossibilitar-nos ter eventos, acções em quevêm 300, 500 ou 600 pessoas, que são asmédias dos congressos no Centro dePortugal, ao longo do ano.

Este arrefecimento também induz auma maior aposta nos mercadosexternos?Claramente. E aí vamos reforçar a nossaaposta no mercado espanhol, vamostambém reforçar a nossa aposta em doismercados que tradicionalmente sãomercados fortes para o Centro de Portugal -a França e a Itália - que estão ainda por

P Num ano de crise, em que se

perspectivava um atrofiamento

das verbas disponíveis, o

Centro de Portugal tem mais

dinheiro disponível para investir

na promoção externa.

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explorar, e estamos com bons indicadoresrelativamente ao mercado brasileiro. O Brasilcresce 32,5% para o nosso País e no Centrocresce 34%. Porque temos Fátima, porquetemos Coimbra e a sua universidade, porquefica numa zona de passagem entre o Porto eLisboa, sabendo-se que o fly and drive é umadas modalidades que o brasileiro utiliza. Étambém seguramente uma das nossasapostas.

O leque de apostas é grande…Apostarmos nos congressos, no MICE,apostar e reforçar o nosso posicionamentonos mercados externos, sobretudo naquelesque nos têm dado indicadores decontinuarem a crescer, apostar naproximidade com o mercado espanhol queainda não esta completamente explorado eque, apesar de não se perspectivar umasituação melhor da que vamos ter emPortugal, pode encontrar no Centro umaalternativa a destinos mais longínquos.

Qual a principal característica doCentro de Portugal em termos deoferta? A diversidade. A nossa marca é claramentea diversidade. Somos nisso muito

competitivos porque o Centro não estáamarrado a um ou dois produtos turísticos.Não estamos suportados por um produtoúnico. Não estamos, como o Algarve, no "Sole Mar" e no "Golfe", não estamos como aMadeira na "Natureza", não estamos como oAlentejo na "Gastronomia" e na "Natureza".Temos "Termalismo, Saúde e Bem-Estar".Somos provavelmente o destino com maiorquantidade e qualidade em termos debalneários termais. Somos muito fortes doponto de vista do "Touring Patrimonial e

Cultural". Desde centros históricos dereferência, cidades médias como Coimbra,Viseu, Aveiro, Figueira da Foz, CasteloBranco, que hoje se afirmam e que permitemum touring com uma presença do turismoNatureza muito forte. Somos muito fortes emgastronomia. Se vale o exemplo, noconcurso "Sete Maravilhas da Gastronomia",dos 21 finalistas o Centro tinha seis. Somosum destino de quantidade e qualidade.Temos o "Sol e Mar" também. No conjunto,temos provavelmente 5-6 produtos dereferência. E muitos deles com umacapacidade e atractividade muito grande,que faz com que possamos ser muitocompetitivos.

Como vão superar as quebras dosorçamentos para a promoção?Criando alternativas de financiamento.Discutimos isto com a secretária de Estadodo Turismo no passado mês de Outubro,numa reunião em que o modelo que nos foiapresentado para a contratualização dapromoção externa é muito semelhante aoque conhecemos hoje. No caso da Centro dePortugal, além dos cinco mercados que játínhamos - Espanha, França, Itália, ReinoUnido e Alemanha - conseguimos conquistar

Não há espaço para andarmos a

brincar às casinhas, aos

institutos e às regiões. Porque

a competitividade que hoje se

coloca ao País, e face àquilo

que é a nossa natureza e

dimensão, não justifica esta

multiplicação das estruturas

que é bem portuguesa.

Entrevista

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Entrevista

o Benelux e o Brasil. Temos sete mercadospara apostar em 2012 contra os 5 de 2011.Temos da parte do Turismo de Portugal umcorte no orçamento de cerca de 13%,baixamos dos 700 e tal mil euros para 650-660 mil euros para a promoção externa. Oque fizemos? Reforçámos com umcandidatura ao SIAC, que já está aprovada,na ordem dos 800.000 euros para 2012, oque vai fazer com que o nosso orçamentopara a promoção externa passe dos cerca de1 milhão que tínhamos em 2011 para 1,7milhões em 2012. Num ano de crise, em quese perspectivava um atrofiamento dasverbas disponíveis, o Centro de Portugal temmais dinheiro disponível para investir napromoção externa.

Qual o papel que atribui às Agênciasde Viagens?São muito importantes - eu próprio sou umutilizador das agências de viagens - mas háum trabalho a fazer, nomeadamente deajustamento às tendências do mercado.Temos hoje clientes mais idosos, que viajamao longo do ano, clientes que podemescolher de acordo com uma panóplia deinformações que não tinham à disposição há10 ou 20 anos. O online é um concorrentefortíssimo. Isto é um novo paradigma. Dolado da oferta também há mudanças, paísesconcorrentes que não tinham expressão nomercado. Isto é a radiografia daquilo com

que o Turismo receptivo está confrontado.Alteração de paradigma na oferta, naprocura, novas tipologias de clientes eexistem, novos modelos de negócio,nomeadamente aqueles que os instrumentostecnológicos vieram introduzir. Isto obriga aque as agências de viagens tenham de fazeruma introspecção e uma refundação emrelação ao modelo de negócio tradicional.Por outro lado, quando olhamos para osbalcões que vemos espalhados pelo paísinteiro, temos de ter cuidado para não serprejudicados por maus exemplos. Estou-mea lembrar do Caso Marsans, que de algum aforma colocou um anátema sobre os agentesde viagens que eu não considero sejaverdadeiro, nem que se possa generalizar.Lançou, mas há que inverter. Acho que aAPAVT esteve bem quando denunciou aMarsans, acho que o Turismo de Portugal foilento a reagir ao caso, isso de alguma formaprejudicou aquilo que é o modelo de negóciotradicional que hoje está confrontado com os

desafios que já referi.

O produto Centro de Portugal está nosescaparates das agências?Temos muito caminho a fazer aí. Até porqueo Turismo Centro de Portugal é uma marcaque tem três anos, que se está a construir. Ea partir de um cenário complexo; Se háterritório onde as rivalidades são maisacentuadas este é o Centro, onde cadacidade quase tinha a sua própria estrutura efazia apenas a promoção de si própria.

O congresso pode ajudar nessedesígnio?O congresso vai ser a constatação de umfacto que há muitas agências de viagens,incluindo as mais consagradas que estão emLisboa e no Porto, que não conhecem odestino Centro de Portugal. Vai ser o desafiode os agentes, ou melhor ainda, osempresários das agências, conheceremaquilo que é hoje a oferta do Centro dePortugal. A esmagadora maioria não sabeque é desta região um produto gastronómicocom que doze chefs no Dubai fazemdiariamente receitas, que é o Queijo daSerra. Os agentes de viagens não sabemque o Centro de Portugal tem um hoteldesign na Casa das Penhas Douradas oueventualmente não conhecem exemplos desucesso como é o caso do "H2Otel" naCovilhã, por exemplo, que tem taxas médias

O meu primeiro desafio é fazer

com que os empresários, os

agentes de viagens, conheçam

o produto Centro de Portugal.

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de ocupação perto dos 80% e oferecem umproduto completamente diferenciado. O meuprimeiro desafio é fazer com que osempresários, os agentes de viagens,conheçam o produto Centro de Portugal. Osegundo é fazer com que eles possamcontribuir para vender esse produto, emtoda a sua diversidade, sabendo que aofazê-lo podem ter a certeza absoluta queestão a colocar no balcão um produto dequalidade para o consumidor. O Centro dePortugal evoluiu. Há dez anos tinha umaunidade de 5-estrelas e hoje tem seis. Doponto de vista da qualificação da oferta, háum claro upgrade.

Estão disponíveis para apoiar famtrips?Claro que sim. Não só fazemos com agentes

internos como externos. Tivemos já váriosgrupos e convenções, mesmointernacionais, esse é um caminhoclaramente de afirmação de uma marca.

Tem tido o apoio dos agentes doIncoming?Sim. Não vou especificar nomes mas essetrabalho tem vindo a ser feito. Mas há umadificuldade que é estrutural e estruturantepara o destino, que não facilita o trabalho deninguém. Refiro-me ao papel que fazem osdelegados do Turismo de Portugal, quandofazem as press trips ou as fam trips para odestino Portugal, que normalmente ficamconcentradas em Lisboa e no Porto, que vãoapenas para o Algarve ou para a Madeira. Éa própria estrutura do Turismo de Portugalque tem pouca sensibilidade para destinos

como aquele que eu represento. Por issoeste é um trabalho de baixo para cima.

Como avalia a actual organizaçãoadministrativa do turismo em termosde regiões?Desde 2008 que a reforma do mapa regionaldo turismo ficou coxa. Melhorámos, é precisoser justo, com a Lei 67/2008, quando se faza agregação de um conjunto de instituiçõesque estavam dispersas, passamos das tais19 a cinco grandes entidades do turismo,mais seis pólos e mais 5 agências. Desseponto de vista já foi um ganho exponencial.Mas do meu ponto de vista, a reforma, quefoi feita pelo então Secretário de EstadoBernardo Trindade, ficou coxa por doismotivos: Do ponto de vista do territóriopromoveu, ou de alguma forma alimentou, adescontinuidade do território. Quer dizer, háterritórios, produto turístico, que estãodivididos entre duas regiões que não têmque ter, ao abrigo desta lei, nenhumaconvivência. Isto significa na prática que opresidente de uma entidade e o presidentede um pólo dentro de um destino comumpodem ter estratégias completamentediversas, não são obrigados a articulá-las.Por outro lado, temos descontinuidade deproduto. Lembro o caso das aldeiashistóricas, das aldeias de xisto, e outras.São produtos que, no caso da região centro,têm uma existência física em duasorganizações e que podem ter com opresidente do Turismo Centro de Portugaluma estratégia e com o presidente do póloda Serra da Estrela uma estratégiacompletamente distinta. Mais grave é que opresidente da Turismo do Centro, quetambém é o presidente da Agência Regionaldo Centro de Portugal, quando esteve agorano Brasil, ou for para Londres, vai promovera marca Centro de Portugal e, quando estáaqui em Lisboa a gravar esta entrevista, épresidente de um território que não coincide

É a própria estrutura do Turismo

de Portugal que tem pouca

sensibilidade para destinos

como aquele que eu represento

Entrevista

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Entrevista

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com o território que está a promover além-fronteiras. Do ponto de vista do maparegional temos ainda que avançar muito.

E relativamente à anunciada fusãodos AICEP, IAPMEI e TdP?Tenho algumas reservas acerca desta fusão.Acho que têm vocações e perfisperfeitamente distintos. O AICEP e o IAPMEItêm essencialmente a capacidade deinternacionalizar a economia portuguesa, oTurismo de Portugal tem como principalfunção internacionalizar o destino. Nãoestamos a falar da mesma coisa. Mas nãoconheço ainda o projecto.

A nível do BackOffice poderá gerarganhos…Seguramente que sim. Vamos admitir que oque está previsto é no sentido daracionalização dos instrumentos, dos meios,dos recursos, sejam eles técnicos, materiais,financeiros ou humanos. Do ponto de vistaacadémico faz sentido, até porque o quepercebíamos é que existia completadessintonia entre o AICEP o Turismo dePortugal e isso não resultava. Do ponto devista pragmático e do ponto de vista doesforço nacional que está a ser feito, fazsentido que haja uma diplomacia externa eque esta diplomacia externa tenhanaturalmente, não apenas no caso doturismo, ou no caso das empresas, mas diriaque de uma forma geral transversalidadecom outras fileiras como o calçado, a moda, oazeite ou o vinho, ou seja, a marca Portugal.Não sei se é esse o espírito que o Primeiro-Ministro quer dar ao anunciado ConselhoEstratégico para a Internacionalização daEconomia. Se for essa, parece-me ajustada,parece-me bem que haja a marca Portugal, amarca umbrella. Quando estamos numa feiracomo o WTM ou a ITB, temos de perceber arelatividade e a pequenez daquilo que é odestino Portugal. Não há espaço paraandarmos a brincar às casinhas, aosinstitutos e às regiões. Porque acompetitividade que hoje se coloca ao País, eface àquilo que é a nossa natureza edimensão, não justifica esta multiplicaçãodas estruturas que é bem portuguesa.Fernando pessoa chamava-lhe oprovincianismo português.

Mas é possível concertar esforços na

promoção externa?Como disse, do ponto de vista teórico eacadémico, faz sentido que o AICEP e oTurismo de Portugal se entendam em relaçãoàquilo que é a promoção externa e que elapossa resultar numa valência maior para osprodutos.Desse ponto de vista há muito trabalho afazer. Acho que quanto ao Turismo dePortugal há um trabalho ainda mais sério afazer. Que é no sentido de os delegados doTurismo de Portugal serem efectivamenteembaixadores da marca Portugal, mas parao País inteiro, sem estarem afunilados emvisões estigmatizadas em relação a algunsdos destinos. O País é muito mais do queaquilo do que alguns delegados pensam. Hábelíssimos exemplos, mas também hádelegados que só conhecem 2-3 paragens.Estou curioso relativamente ao modelo quevai ser adoptado. Nomeadamente se éaquele em que o embaixador portuguêsjunta a si o AICEP e o TdP, coordenando aacção dos delegados que estão nos paísesestrangeiros. Isso implicaria também umajustamento do perfil do embaixador que forresponsável por esta congregação.

Num outro tema, qual a sua posiçãorelativamente ao desenvolvimentode portais de comercialização porparte das entidades regionais?Sou um defensor, por natureza, da iniciativaprivada. A todos os níveis. Acho mesmo queum dos problemas que o País tem hoje e queestamos a resolver com muito sacrifício éexactamente porque se estatizou muito,porque se municipalizou muito, aquilo quedeveria ser da livre iniciativa privada. E achoque o Estado, os municípios e as instituiçõesregionais como a minha têm que serpromotoras e facilitadoras da actividade enão serem elas a chamar a si aquilo que deve

ser feito pela iniciativa privada.Avançarei para uma dessas iniciativas seconseguir congregar os interesses do sectorprivado e eu não me substituir ao sectorprivado. Se isso acontecer com regrasiguais, com transparência, com lisura paracom os meus empresários eu avanço. Atéhoje não tenho nenhuma plataforma. OCentro de Portugal hoje não esta a fazer acomercialização nem a operação. Entendoque eu, enquanto responsável regional,também tenho de ser um dinamizador dacoesão e esta faz -e dando condições paraque os empresários possam exercer bem asua função. Se amanhã viermos a encontrarum modelo que gere esta transparência eesta igualdade de oportunidades eu sou oprimeiro. Se não gerar, não vou chamar amim uma função que considero ser do sectorprivado.

Outros justificam-se pelo crescentepeso do online…Há uma inevitabilidade. O online está emcrescimento. É incontornável. Se éincontornável que hoje existe uma mudançade paradigma relativamente à distribuição,então quem está na distribuição tem que seajustar e isso vai fazer com que algumasempresas possam perecer no meio doprocesso. Mas isso é normal, é a economia afuncionar. Não acontece só aos agentes deviagens, mas a todo o tipo de empresas.Agora não pode é haver agentes públicos oude interesse público, como aquele que eurepresento, que sejam eles a distorcer asregras do mercado. Isso não aceito queaconteça. Porque da mesma forma que eunão vou chamar assim à Turismo Centro dePortugal a operação e a distribuição emdetrimento do sector privado, não vouamanhã chamar à Centro de Portugal oalojamento ou a restauração. Porquehavemos de entrar no barco da operação eda distribuição e não entrar na restauraçãoou no alojamento? Nenhuma faria sentido.

E quanto ao PENT?Como a entrevista não dá para falar de tudo,há 2-3 pontos que gostava de destacar.Haver PENT é melhor que não haver PENT.Por princípio, haver um documentoestratégico público, conhecido, quepodemos ler, aplicar, concordar ou discordar,é melhor que a inexistência de uma

Entrevista

Agora não pode é haver agentes

públicos ou de interesse

público, como aquele que eu

represento, que sejam eles a

distorcer as regras do mercado.

Isso não aceito que aconteça

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estratégia, de um documento síntese quefaça o planeamento do turismo. Desse pontode vista, estou de acordo. Haver metas noPENT, haver alcance de resultados e quenós, agentes regionais, sejam agências ouentidades, tenham de no final de cada anoapresentar resultados parece-me o mínimoexigível para um documento daquelanatureza.Somos naturalmente apologistas da suarevisão, até porque o PENT que foi lançadoem 2006 pelo ministro Pinho tinha metas para2015 que hoje sabemos não serão atingidas.Não vamos atingir os 15% do ProdutoInterno Bruto, não vamos atingir os 15milhões de turistas estrangeiros queestavam previstos e não vamos passar dos6-7 mil milhões para os 12-15 milhões deeuros de receitas do turismo em 2015. Omundo mudou, mudou a característica daprocura, as características da oferta, épreciso ajustar este PENT.Tive oportunidade, na minha primeirareunião oficial com a senhora secretária deEstado, a 1 de Setembro, de lhe colocar aquestão sobre a situação do PENT. Elareferiu-me que estava em análise e queestava à espera que lhe fosse dado, peloTurismo de Portugal, um relatório síntese doponto de situação. Enquanto aguardamospor essa resposta oficial, lembro que mepronunciei, em Março deste ano, claramentecontra a proposta que nos tinha sidoapresentada em relação à revisão e àaplicação das conclusões dessa revisão parao futuro Plano Estratégico Nacional.

Em que aspectos?Em primeira instância porque este PENTdefine para o Centro de Portugal umconjunto de produtos turísticos com que nósnão nos identificamos. Se quiséssemos, porabsurdo, colocar na prática o que o PENT diz,teríamos como produto prioritário o mesmoproduto que o Alqueva! Ou a estrutura quefez a revisão do PENT não conhece o País, ou

as conclusões a que chegou não sãocorrectas e não são passíveis de seraplicadas. Temos o turismo cultural,patrimonial e religioso e o Alqueva tem omesmo como produto prioritário. Basta tirara fotografia. Da mesma forma que, emrelação ao PENT , não há especificidadessobre legislação laboral, sobre o trabalho naárea da intervenção do sector do turismo, háenfim um conjunto de lacunas que um planoestratégico nacional deveria contemplar. Etambém não há especificidades sobre asassimetrias a e heterogeneidade doterritório. Somos confrontados em relaçãoaquilo que são as metas que este novo PENTse propõe mas não tiveram em linha de contaum constrangimento que hoje existe e que éa introdução das portagens. Se háportagens Scut que se fazem sentir são, emgrande evidência, as do coração do País.Estão-nos a custar 15-20% nas vendas. Háum conjunto de circunstâncias da actividadecomercial que o sector atravessa que o PENT

Entrevista

não contempla. Discordámos, fixemos umdocumento, manifestámos esse documentoem tempo útil, levei-o a uma assembleia-geral, publiquei as conclusões e estamos àespera que haja da parte da tutela, pelomenos, algum feedback. Neste momento oque sanemos e que esta em revisão.

Que mensagem gostaria deixar aosparticipantes do congresso da APAVTem Viseu?A mensagem que quero transmitir é aseriedade do trabalho que se está a fazer noCentro de Portugal. Agradecendo à APAVT,desejo que neste congresso todosdesfrutem e aproveitem este Centro dePortugal, e percebam que é um destino quese está a construir mas que pode ser, jáamanhã, um bom negócio para os agentesde viagens.

O PENT define para o Centro de

Portugal um conjunto de

produtos turísticos com que nós

não nos identificamos

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Foi em Fevereiro deste ano que Pedro CostaFerreira, o ex-presidente do operadorturístico Mundovip que é hoje sócio-gerenteda agência de viagens "Lounge" e membrodo agrupamento GEA, comunicoupublicamente a sua disponibilidade paraorganizar um programa e uma equipa para seapresentar a eleições, motivado pela análiseque fazia do momento associativo e dosector, bem como por "um vasto conjunto deincentivos e apoios" que havia recebido.Decorridos oito meses, Costa Ferreiraformaliza a candidatura e desvenda emconferência de imprensa as linhasprogramáticas com que se submete aeleições e a equipa que constitui para aslevar a cabo. Avolumando-se os apoiosconhecidos e não tendo surgido qualquerlista concorrente, este deverá pois ser oprograma de orientação da APAVT nos trêsanos seguintes à tomada de posse, quedeverá ocorrer em Janeiro de 2012.

1. A AssociaçãoA APAVT atravessará, durante o próximomandato, a situação mais delicada da suahistória recente, decorrente de um quadroempresarial de apoio enfraquecido -agravado pela actual conjuntura económica- dois mandatos com prejuízo, significativareestruturação dos serviços e extinção doveículo APAVTFORM.

Vida Associativa

APAVT com eleições a 14 de Dezembro

Um novo ciclo na vidaassociativaA 14 deste mês têm lugar as eleições para os Corpos Sociais queirão conduzir a associação no triénio 2012-2014, sufrágio a quese apresentou uma única lista, liderada por Pedro Costa Ferreirae apoiada por uma grande diversidade de empresas e grupos. "Amais relevante força de representação das agências de viagens,que visa construir um serviço de confiança ao consumidor" é avisão desta candidatura que tem por assinatura "Viajar comConfiança". Conheça o programa e os protagonistas da próximaequipa directiva da APAVT.

Num quadro tão adverso como o descrito, odesafio de garantir e melhorar o nível dosserviços a fornecer é, naturalmente,colossal.Independentemente da área de actuação,neste âmbito, pretende-se estabelecer oprincípio segundo o qual todos os protocolose acordos de colaboração, realizados sob aégide ou com a colaboração da APAVT,permitam colocar a esmagadora maioria dosseus efeitos positivos directamente nasmãos dos associados, como contrapartidaóbvia da quota paga.

Pretende-se, em consequência:1.1 anter a dinâmica da consultoria jurídicada associação, presentemente o serviçomais abrangente e com mais procura, noquadro da APAVT;1.2 Manter o esforço de colaboração e apoiona área da formação, embora não mais noquadro da APAVTFORM, recentementeextinta;1.3 Incrementar a dinâmica de apoioinformativo aos agentes e viagens,proactivo e reactivo, no quadro da operaçãoturística diária;1.4 Dinamizar a criação de apoios/parcerias/protocolos, que permitam incrementar o"value for money" da quota paga à APAVTpelos seus associados;1.5 Manter em funcionamento e, se possível,

reforçar as dinâmicas e responsabilidadesdos Capítulos de Distribuição, Incoming,Operadores e Transporte Aéreo, certos queestes sub-sectores envolvem interessesespecíficos, por vezes contraditórios emesmo conflituantes;1.6 Criar os capítulos MI e Cruzeiros, indo aoencontro da crescente importância destessegmentos no negócio das agências deviagens;1.7 Reforçar a dinâmica e responsabilidadesdos Delegados Regionais, quer ao nível doseu trabalho junto dos associados, quer aonível do trabalho de representação daAPAVT nas diversas entidades e instituiçõesregionais que a associação integra;1.8 Promover e dinamizar a adesão àassociação do maior número possível deagências de viagens que partilhem dosprincípios e valores da APAVT e que, pela suaforma de estar no mercado, defendam ointeresse colectivo e promovam a confiançados consumidores.

2. A representação das Agências de Viagensno quadro do sector turístico portuguêsEsta candidatura pretende desenvolver aolongo do triénio um trabalho que,defendendo e olhando para as questões coma visão do agente de viagens, contribuapara a defesa das Agências de Viagens noquadro da cadeia de valor turística, mas

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REVISTA APAVT · EDIÇÃO Nº 29 29

A DIMENSÃO DO MERCADO PORTUGUÊSASSEMBLEIA GERALPresidente - Francisco Calheiros (Top Atlântico) Lisboa

Vice-Presidente - Carlos Costa (Club Tour) Porto

Primeiro Secretário - Isabel Martins (Professional Team) Lisboa

Segundo Secretário - Catarina Cymbron (Agência Melo) Ponta Delgada

CONSELHO FISCALPresidente - Armando Ferraz (Oásis) Lisboa

Vogal Efectivo - António Palha (ACP Viagens) Lisboa

Vogal Efectivo - Vitor Osório (Beta Viagens) Coimbra

Vogal Suplente - Mafalda Bravo (Escalatur) Lisboa

Vogal Suplente - Rita Bendix Rodrigues (Bendix & Rodrigues) Funchal

Vogal Suplente - Luís Tavares (PortugalRes) Évora

DIRECÇÃOPresidente - Pedro Costa Ferreira (Lounge) Lisboa

Vice-Presidente - João Welsh (DMC Madeira) Funchal

Vice-Presidente - Duarte Correia (TUI Portugal) Faro

Vice-Presidente - Maria de Lurdes Dinis (ELOCT) Lisboa

Director - Pedro Barros (Cosmos) Porto

Director - Eduarda Neves (Travel Team) Faro

Director-Tesoureiro - Paula Alves (TravelTailors) Lisboa

Suplente - Carlos Laranjeira (Sirius) Porto

Suplente - Luis Lourenço (Lusanova) Lisboa

Suplente - Fernando Guimarães (Avic) Viana do Castelo

DELEGADOS REGIONAISNorte - Carlos Laranjeira (Sirius) Porto

Centro - Vitor Osório (Beta Viagens) Coimbra

Sul - Luís Tavares (PortugalRes) Évora

Açores - Catarina Cymbron (Agência Melo) Ponta Delgada

Madeira - a anunciar

Vida Associativa

também para a consolidação edesenvolvimento do sector turísticoportuguês como um todo, tendo emconsideração os seus diversos sub-sectores,incoming e outgoing.

Neste sentido:2.1 Defende a manutenção de uma grandeassociação, representativa da esmagadoraquota da actividade das agências de viagensem Portugal, quer em termos de volume denegócio, quer em termos de capacidade degeração de emprego, associando osdiferentes sub-sectores do incoming eoutgoing, bem como as mais diversasdimensões empresariais.2.2 Defende que a APAVT não pode sermeramente um espaço de defesacorporativa das agências de viagens, temque ser essencialmente, "et pour cause", aprimeira 'antena' de exigência, factor decredibilidade e de seriedade do sector.2.3 Defende que a APAVT deverá ser,tendencialmente, a associação das agênciasde viagens que:a) respeitam escrupulosamente os devereséticos perante o mercado (a montante e ajusante),b) entendem que a actuação no mercado hámuito que deixou de ser priorizada pelasrelações - designadamente financeiras - comos fornecedores, para ser sustentada naconstrução de uma sólida relação com ocliente, consubstanciada nas mais-valias quelhe oferece, quer ao nível da capacidade degestão da informação, como noacompanhamento ao longo da viagem e naassistência face às dificuldades.2.4 Defende e promove que eventuaisestratégias multi-canal por parte de hotéis,companhias aéreas, operadores, etc,respeitem e não ponham em causa aintervenção dos agentes de viagens,quando for essa a vontade do consumidor;defende ainda que todos os canais utilizadosdevem estar enquadrados pelo mesmoquadro de garantias ao consumidor queobrigam as agências de viagens.2.5 Defende e apoia a existência deum projecto integrado para o sub-sectorturístico dos cruzeiros, com o objectivo dedesenvolver, com os demais parceiros doTurismo, uma estratégia a médio e longoprazo com base na posição geográfica dosportos portugueses e dos destinos do

Atlântico.

3. Participação no esforço dedesenvolvimento das exportaçõesportuguesasEntende esta candidatura que deve abordarcom particular atenção os temas referentesà exportação de serviços, integrando assime contribuindo para o esforço derecuperação do País.

Neste sentido:3.1 Será dirigida uma atenção especial aostemas do Incoming turístico, que deveráconsubstanciar-se, como já referido, noreforço do dinamismo do respectivo Capítuloda APAVT e na implementação do Capítulo deMI.3.2 A APAVT deverá estar crescentementeenvolvida na definição das opçõesestratégicas do Turismo Português de uma

forma geral e das suas regiões em particular,naturalmente atribuindo prioridade às quesejam mais sensíveis para o País do ponto devista da receita da exportação.3.3 Desde já se manifesta que,independentemente dos problemasconcretos que integrem a agenda dospróximos anos, se defenderá, por princípio:a) A necessidade de reforço da qualificaçãoda oferta turística, nas suas mais variadasvertentes (concretamente e em primeirolugar as que dizem respeito à requalificaçãodo serviço prestado e à oferta de eventosque deve circundar a oferta hoteleira debase), bem como a sua adequação àsactuais tendências da procura, emdetrimento da manutenção de apostas semcritério que não o do interesse imediato;b) A necessidade de expansão dacapacidade de ligação aérea ao nosso País,privilegiando o crescimento sustentando das

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receitas dos diversos destinos nacionais, porcontraposição a políticas meramentetacticistas;c) A necessidade de simplificação daorganização turística nacional, com oobjectivo de tornar mais eficazes osescassos recursos de promoção do País;d) A necessidade de existência de foco nogasto dos recursos de promoção, certos deque aqui, como em tantas outras áreas dagestão, "muito é pouco".3.4 Deverá a APAVT acompanhar com muitointeresse o processo de privatização da TAP,defendendo, não qualquer definiçãoconcreta da operação, mas todas as quepermitirem:(i) manter, sustentadamente, ascapacidades exportadoras da companhia(intimamente relacionadas com ascapacidades exportadoras do próprio País),designadamente e em primeiro lugar o hubdo aeroporto de Lisboa;(ii) manter um relacionamento estável com osector das agências de viagens, factoradicional de manutenção das capacidadesexportadoras da companhia e de coerênciado sector.

4. A Lei das Agências de ViagensÉ entendimento desta candidatura que aactual lei das agências de viagens:a) é possivelmente inconstitucional (aoobrigar à responsabilidade solidária);b) é injusta (ao não considerar importantesdiferenças de capacidade entre agências dedimensões completamente diversas,nomeadamente ao nível das garantias aprestar);c) é uma armadilha ao consumidor final (aopermitir que outras entidades, que não asagências de viagens, organizem e vendamviagens e alojamento, sem as garantiasprestadas usualmente pelas agências deviagens aos consumidores, e ainda sem osmecanismos de resolução de conflitoscolocados à disposição do consumidor,concretamente o Provedor do Cliente);d) parece um capricho da tutela (ao impedirque opções alternativas ao cash, comexactamente o mesmo valor do ponto devista do acautelamento dos ineresses,designadamente seguros), como podeprecipitar a falência de inúmeros projectosviáveis, importantes para a economianacional, nomeadamente pela criação e

manutenção de emprego que representam.Deste modo, assume esta candidatura comoobjectivo da APAVT obstar a que osaspectos mais negativos da lei se verifiquemcom o objectivo primeiro de assegurar aviabilidade económica (e a sua capacidadede gerar emprego) das agências de viagens,tendo em consideração que, neste âmbito,não é com "cadernos de encargosirredutíveis", puramente corporativos, quese contribui para a resolução dos problemasconcretos e absolutamente demolidorescomo os que encaramos.

5. Dinâmica comunicacionalTem esta candidatura a plena consciência daabsoluta necessidade de protagonismo porparte deste sub-sector turístico a diversosníveis, mormente junto do consumidor.Tem também esta candidatura a plenaconsciência da incapacidade financeira daassociação em promover, no imediato,campanhas publicitárias de promoção/defesa da imagem dos agentes de viagens.Ainda assim, pretende-se despender umesforço significativo de comunicação juntodo consumidor, quer por parte daassociação, quer por parte dos associados,parceiros indispensáveis neste desígnio,quer também por parte do Provedor doCliente, com o objectivo último de afirmaçãodas valências e das defesas que a utilizaçãodo agente de viagens reúne.

6. Provedor do ClienteNo quadro das mais-valias oferecidas pelasagências de viagens associadas aoconsumidor, é tão importante a capacidadede gestão da informação e a experiência doagente de viagens no apoio à tomada dedecisão, como também a sua capacidade deapoiar, com sucesso, eventuais incidênciasque ocorram durante a viagem.O acesso a um serviço de regulação delitígios, simultaneamente escorreito,independente e com um histórico de decisõesfacilmente percebidas como razoáveis, portodos os intervenientes - o serviço doProvedor do Cliente - tem-se reveladoporventura a montra principal do conceito de"viajar com confiança" que representa,afinal, a maior de todas as mais-valias que asagências de viagens associadas oferecem.Neste âmbito, defende esta candidatura amanutenção de uma importantíssima aposta

nos serviços do Provedor do Cliente, bemcomo na sua divulgação, que merecerá umaatenção acrescida da política decomunicação.

7. FiscalidadeEntende esta candidatura que afiscalidade para o sector das agências deviagens deve respeitar o princípio dacompetitividade e evitar a todo o custo aconcorrência f iscal das empresas,principalmente imposta pelo Estado.A APAVT deverá pois continuar a pugnarpela correcta aplicação do regime do IVA,sensibi l izando o Estado para ocumprimento da notificação feita pelaComissão Europeia, colocando assim osagentes de viagens em pé de igualdadecom os diferentes players do processoturístico.Esta candidatura entende também que asagências de viagens que se dedicam, noessencial, à exportação, deverão ter apossibi l idade de, em função dosresultados, poder benef ic iar de umregime de benefícios fiscais em sistemade majoração consoante o incrementocomprovado de turistas em relação aoano anter ior, numa base plur ianual.Premeia-se, deste modo, a promoçãodirecta, com sustentabi l idade eresultados imediatos.

8. Relações InstitucionaisDefende esta candidatura a proactividade eo reforço do esforço de cooperação daAPAVT com as demais associações sectoriaisnacionais, quer bilateralmente quer noquadro da Confederação do TurismoPortuguês, órgão de cúpula que entendedever ser crescentemente participado einterventivo na defesa do sector e das suasassociadas.Também deverá promover as relações comas suas congéneres estrangeiras,prioritariamente com aquelas dos países delíngua oficial portuguesa.Finalmente, deverá a associação manter ereforçar, se possível, a sua participação nosórgãos associativos de outros organismosinternacionais, caso da ECTAA, pela cadavez maior importância da sua acção juntodas instituições comunitárias, de ondeemanam a grande maioria da legislação querege a actividade turística.

Vida Associativa

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REVISTA APAVT · EDIÇÃO Nº 29 33

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Sejam bem-vindos a Viseu completa rede de infra-estruturas e

serviços que tornam viável a

realização de grandes eventos, têm tornado

Viseu numa cidade de referência, no que

respeita a grandes organizações.

A par do clima, história milenar, património

rico e vasto, gastronomia e vinhos, entre

outros factores que trazem vantagens

competitivas a um destino turístico, Viseu

tem "apostado" na diferenciação da oferta,

na primazia da qualidade e na criação de

infra-estruturas e equipamentos que

suportam o desenvolvimento não só da

Cidade e do Município em si, mas da Região

num todo.

A preocupação constante numa cidade

l impa, segura, agradável, acessível , a

real ização de act iv idades culturais, o

desenvolv imento, a preservação do

Património…, valeu à Autarquia o título de A

Melhor Cidade para Viver, em Portugal, num

estudo da DECO.

Turismo de Lazer, Histórico/Monumental,

Turismo de Negócios, Saúde e Bem-estar,

Turismo Gastronómico, Enotur ismo,

Turismo Rural e de Habitação, aliados a uma

excelente capacidade hoteleira e a uma

hospitalidade ímpar tão típica das nossas

gentes; o investimento numa Sinalética

Turística de qualidade, como forma de apoio

aos nossos vis i tantes, demonstra a

capacidade Turística e a importância do

sector para a Autarquia.

Tradição e modernidade respiram lado a

lado, onde a antiguidade e a memória, os

espaços verdes e o futuro se cruzam em

surpresas sem fim.

Viseu é sem dúvida uma cidade secular, com

Visão no Futuro.

Prova disso é a capacidade de atrair e

organizar grandes eventos, pouco comuns

em Municípios do Interior, nada tem a ver

com o acaso.

É, assim, com grande honra que recebemos

agora, de 1 a 4 de Dezembro, o XXXVII

Congresso da Associação Portuguesa das

Agências de Viagens e Turismo com o tema:

PRIORIDADE NACIONAL.

Todos devemos ter a noção de que o sector

do Turismo desempenha actualmente um

A

papel fundamental na revita l ização

económica e do emprego. Pode ser este o

sector alavanca para ajudar o país a sair da

crise em que se encontra.

Portugal tem capacidades confirmadas de

que se pode afirmar no panorama global

como um destino turístico de excelência. É

necessária uma campanha ousada com o

objectivo único de captar novos mercados,

novos clientes, quer no panorama nacional

como internacional.

A aposta num tur ismo de qual idade,

inovador e numa oferta variada, que o

Última Página

Fernando RuasPresidente da Câmara Municipal de Viseu

nosso território nacional permite, é a chave

do sucesso deste sector tão promissor.

Confiadamente, no bom caminho, Viseu,

segue, com segurança, os tr i lhos do

progresso e do crescimento harmonioso,

baseado do espírito vivo e fraterno das suas

gentes que a tornam uma terra onde dá

gosto viver.

Tenho a certeza de que serão bem acolhidos.

Sejam bem-vindos a Viseu.

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REVISTA APAVT · EDIÇÃO Nº 29 35

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REVISTA APAVT · EDIÇÃO Nº 2936

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