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Revista Guardiões das Estradas, esta em sua 3º edição. E traz como entrevistado da vez o Senador da República Jose Medeiros e muito mais...confira!

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BOCAL I V R E

Frederico FrançaPresidente do SINPRF-PE e membro da Comissão de Negociação Salarial 2015

Ao longo dos últimos nove anos, o siste-ma sindical dos Policiais Rodoviários Fede-rais passou por vários momentos em que ne-cessitou de adaptação constante. Em todos eles, havia a necessidade de adequação a uma nova realidade que surgia. A dinamicidade das negociações, reflexo da conjuntura eco-nômica e política, fez com que nosso sistema sindical olhasse primeiro para a realidade dos PRFs a fim de descobrir onde era preci-so melhorar para a categoria avançar dentro dos padrões merecidos.

Após uma autoanálise minuciosa, lastreada em ampla discussão entre os lí-deres, o sistema sindical PRF avançou al-guns degraus. Pela primeira vez, fizemos um planejamento estratégico mais profis-sional, onde houve um conjunto de ações coordenadas com objetivos preestabeleci-dos dentro de um plano de médio prazo.

A participação efetiva da base da ca-tegoria foi primordial para a definição dos planos estratégicos. Através de um ques-tionário, formou-se o primeiro projeto, que foi apresentado presencialmente em todas as AGE´s estaduais e por fim à FenaPRF. Essa sistemática criou um sentimento de pertencimento do projeto por parte da base participativa. Esta se transformou, cada um de per si, em multiplicadores do projeto da Campanha Salarial 2015.

A coordenação desse projeto coube à pre-sidência da FenaPRF, que conta com o apoio do trabalho de colegas organizados em comis-sões. E para dar um ar de profissionalismo, foi contratada uma empresa de publicidade de São Paulo. Os dirigentes sindicais foram di-vididos em três comissões, de acordo com as aptidões informadas: 1 – Eixo de Mobilização de Massa; 2 – Eixo de Comunicação e 3 – Eixo Técnico/Jurídico.

Vários fatores positivos estão sendo pro-piciados pelo planejamento da campanha, sendo destacada a padronização das ações em todos os sindicatos regionais. Todos terão o mesmo comportamento de mídia, mobili-zação de massa e argumentações que todas as outras unidades da Federação, mostrando unicidade e foco.

Dentro dos objetivos macros, encontra-mos um denominador comum, que é a rees-truturação da carreira PRF para se adequar à estrutura remuneratória da média das demais carreiras típicas de Estado, que têm atribuições similares a algumas das nossas. O PRF desempenha atribuições de Gestão, de Fiscalização, de Policiamento, Jurídica, Prevenção e atendimento de acidentes de trânsito, Confecção de Termo Circunstan-ciado de Ocorrência e Perícia nos acidentes de trânsito com vítima. Dentro dos estudos realizados, constatou-se que nada justifica tamanha discrepância, que chega a ser dis-criminatória, entre a carreira PRF e as de-mais similares.

Ademais, com pouco recurso huma-no, o Policial Rodoviário Federal conse-gue entregar resultados fantásticos para a sociedade. Em 2014, segundo dados do DPRF, foi reduzido o índice para dois mil acidentes por milhão de veículos, onde a

projeção apontava para 3.329, reduzindo em 66,45% a tendência. Já as vítimas fa-tais nos acidentes foram reduzidas para 98 por milhão de veículos, quando a ten-dência apontava para 128. Por fim, os aci-dentes com feridos reduziram para 1.190, quando a tendência apontava para 1.571. Os Policiais Rodoviários Federais, traba-lhando profissionalmente, contribuíram para a redução nos índices de acidentes com mortos e feridos, gerando uma eco-nomia de R$ 1,10 bilhão e R$ 2,97 bilhões aos cofres públicos, respectivamente, se-gundo dados do IPEA (2006).

A sensação de segurança, o combate ao tráfico de drogas, as apreensões de dinami-tes, o combate ao trabalho escravo ou aná-logo à escravidão, o combate à prostituição infantil, o combate ao contrabando e ao des-caminho, a prevenção do ilícito, a preserva-ção da vida, dentre outros, tão importantes serviços típicos de Estado, fazem do PRF um profissional qualificado e reconhecido pela sociedade como de relevância. Contudo, a sociedade está perdendo esses profissionais para outras carreiras, devido ao baixo reco-nhecimento remuneratório, além da perda de vários itens indenizatórios, mesmo sendo garantidos pela Constituição. A sociedade não pode mais permitir que milhões de reais investidos na qualificação desses profissio-nais sejam jogados no lixo em razão de uma política governamental descolada dos propó-sitos de melhor servir à sociedade.

Temos de seguir em frente, com plane-jamento estratégico focado no melhor para a sociedade, tendo a participação efetiva das lideranças sindicais e suas bases, com a coor-denação da FenaPRF e sua Comissão de Nego-ciação, buscando a reestruturação da carreira PRF, porque VALORIZAR O PRF é PRECISO!

Campanha Salarial 2015,um marco no sistema

sindical PRF

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08 Entrevista com o senadorJOSÉ ANTÔNIO MEDEIROS

14 Clínica da AlmaFIM DA LINHA OU NOVO COMEÇO?

21 Referência nacionalPOSTOS DA PRF DO MS SÃOMODELO PARA TODO O PAÍS

26 Privatização pode ser bom?NúMERO DE ACIDENTES COM MORTE CAIU 45% NABR-163, EM MATO GROSSO DO SUL

30 RadaresEQUIPAMENTOS AJUDAM A REDUZIRATROPELAMENTOS DE ANIMAIS

40 Os anônimos das estradasPRF FOTOGRAFA ANDARILHOSDAS RODOVIAS FEDERAIS E CONTA SUAS HISTÓRIAS

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SINDICATO DOS POLICIAIS RODOVIÁRIOSFEDERAIS DO MATO GROSSO DO SUL

DIRETORIA

LÚCIO NOGUEIRA GONÇALVESPresidenteARTUR GEOVANI DA CUNHAVice-PresidenteMARCOS KHADUR ROSA PIRESDiretor de SecretariaSÉRGIO ROBERTO DE CARVALHODiretor de Secretaria SubstitutoRAMÃO PEREIRA LIMADiretor de TesourariaWAGNER ROBERTO CASAGRANDE DA SILVADiretor de Tesouraria SubstitutoMARCOS RODRIGO ACOSTA DA SILVADiretor JurídicoALEXANDRE CARLOS DE SOUZA E SILVADiretor Jurídico SubstitutoWAGNER FRANCO CAVALCANTIDiretor SocialSABRINA DOMINGUESDiretor Social SubstitutoJOSÉ DE PAULA RIBEIRODiretor de PatrimônioEDISON FIORI JUNIORDiretor de Patrimônio SubstitutoCHARLES FRUGULLI MOREIRADiretor de DivulgaçãoDEBORAH CRISTINA LUCIO DA SILVADiretor de Divulgação SubstitutoALEXANDRE FIGUEIREDO DE ARAÚJODiretor ParlamentarWALDIR BRASIL DO NASCIMENTO JÚNIORDiretor Parlamentar SubstitutoVLADMIR BENEDITO STRUCK1º Delegado RepresentanteEMERSON SILVA DE SOUZA2º Delegado Representante

COMERCIAL E PUBLICIDADEJV Editora e Eventos - (67) 9643-0096

REDAÇÃOSuki Ozaki - [email protected] Martins - [email protected]

REVISÃOEliane Michels - DRT/MS 156

PROJETO GRÁFICO / EDITORAÇÃO ELETRÔNICAArtur Geovani da Cunha

FOTOGRAFIACrédito das fotos: Tomaz Silva/Agência Brasil, Divulgação Presidência da República, José Cruz/Agência Brasil, PRF Renato Lucena, PRF Lejandre Bezerra de Menezes Monteiro, Reginaldo de Oliveira, Suki Ozaki, Eduardo Cabral, Chico Ribeiro /Agência Governo MS, Gutyerrez Erdmann, FenaPRF, Agência Câmara, Sato Comunicação.

CONTATO: [email protected]

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OR

IAL Os Policiais Rodoviários Federais ganharam um aliado de peso em

Brasília com a posse do PRF José Antônio Medeiros (PPS), que as-sumiu o cargo de senador no lugar de Pedro Taques (PDT), eleito governador do Mato Grosso, nas últimas eleições. Além de conhecer a fundo a realidade da categoria e suas deficiências, ele promete lutar também por melhorias na Segurança Pública, sendo um apoio fundamental nas negociações da campanha salarial 2015. Em uma entrevista exclusiva para esta terceira edição da Revista Guardiões das Estradas, o senador Medeiros fala, em primeira mão, de seus planos e projetos para o mandato.

Além de assuntos pertinentes aos policiais, também diversifica-mos nossa linha editorial com assuntos regionais e nacionais que, com certeza, trarão não apenas informações, mas se transformarão em um bom momento de lazer e descontração para todos, como os novos modelos de utilitários-esportivos que se tornaram o objeto de desejo de muitos brasileiros.

Uma boa notícia para quem pega a BR-163, em Mato Grosso do Sul: uma constatação feita pela PRF mostra que houve redução de 45% no número de mortos desde que a rodovia foi privatizada e passou a ser administrada pela CCR MSVia . Apesar de ainda ser considerada a “rodovia da morte”, todos concordam que as me-lhorias na estrada foram os principais motivos para a diminuição. Desde outubro de 2014, a BR-163 recebeu recapeamento, sinali-zação, sem falar do trabalho de resgate realizado pelas equipes da concessionária. Com isso, os PRFs agora podem se dedicar à sua função, que é fiscalizar a via.

Nesta edição, você também vai poder acompanhar o drama da Clínica da Alma – local para tratamento de 118 dependentes químicos em Campo Grande/MS, que é alvo de investigação do Ministério Público Estadual. Denúncias de maus-tratos e condi-ções insalubres feitas pela ex-mulher do coordenador do local, fizeram com que o fechamento do centro fosse pedido pelo MPE. Hoje, o Estado dispõe de apenas 137 leitos em três hospitais para tratamento psiquiátrico e 34 nos Centros de Atenção Psi-cossocial (Caps), mas o número é insuficiente. Onde o MP con-seguirá vagas para tanta gente?

Para quem gosta de fotos inusitadas, o PRF Renato Lucena, de Brasília, registrou com sua máquina fotográfica os andarilhos da beira das estradas e suas histórias de vida. Este e outros assuntos estão aqui, na sua revista Guardiões das Estradas.

Tenha uma boa leitura e mande-nos sua opinião e sugestão de pautas. Esta revista é feita para você e sua família!

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taSENADOR

José AntônioMedeiros“Garantir o bem-estar e a tranquilidade da população é dever de primeira hora do Estado”

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Nesta edição da Guardiões das Estradas, a revista traz uma entrevista exclusiva com o senador José Antônio Medeiros (PPS), policial rodoviário federal há 20 anos. Casado, natural de Caicó (RN), mora em Rondonó-polis (MT) e, aos 45 anos, é o primeiro cargo eletivo que exerce. Suplente do senador Pedro Taques (PDT), que foi eleito governador do Mato Grosso, nas últimas eleições, Medeiros assumiu a cadeira em janeiro deste ano. Formado em Matemática e em Direito, afirma que apoiará os colegas policiais de todo o Brasil nas de-mandas em Brasília e que a Segurança Pública é tão essencial quanto a Saúde e a Educação.

Quais serão as prioridades do seu mandato com relação às demandas dos Policiais Rodoviários Federais?

A Polícia Rodoviária Federal tem sofrido um sucateamento muito grande nos últimos anos. Só em Mato Grosso, onde a malha rodo-viária é bem menor do que em outros estados já foram fechadas três unidades nos últimos oito meses. Além disso, o efetivo policial, tanto no estado que represento, quanto no País, está bastante defasado. Por isso, quero garantir que estou atento a esta situação. Tenho trabalhado junto aos sindicatos e associações dos PRFs e meu gabinete estará sempre aberto aos cole-gas policiais. O meu mandato é, também, um mandato dos PRFs de todo o Brasil. Nós sabe-mos que muitas vezes temos dificuldades aqui em Brasília, de abrir portas. Espero contribuir para a categoria neste sentido. A nossa insti-tuição é bem respeitada e exerce papel funda-mental na sociedade brasileira. Investir na PRF é investir em Segurança, é certo, mas significa também investimentos indiretos em logística, na preservação da saúde, entre outras áreas da mais alta relevância econômica e social.

O que o senhor pretende fazer na área da Segurança Pública?

A área de Segurança Pública é tão essen-cial quanto a Saúde e a Educação. Garantir o bem-estar e a tranquilidade da população é dever de primeira hora do Estado. Em verdade, é a mais antiga das razões justificadoras de sua própria existência. Por isso é que está entrela-çada com todos os demais serviços públicos e atividades estatais. Assim como a segurança é condição para que prosperem os demais obje-tivos do Estado, a universalização dos serviços públicos é essencial para uma sociedade efeti-vamente segura. No mais, pretendo trabalhar incisivamente na política de investimentos

em segurança pública. Creio que a política de financiamento é o grande gargalo da área. De-positarei grandes esforços na estruturação de mecanismos que garantam os recursos neces-sários para a segurança pública.

Qual o seu posicionamento com relação à liberação da maconha?

Eu sou contra a liberação da maconha. Sempre fui. Mas, lamentavelmente, a maconha no Brasil está liberada, apesar de formalmente

proibida. A escalada do poder do tráfico é prova irrefutável de que essa e outras drogas estão libe-radas. Entretanto, como PRF, sempre trabalhei no combate ao narcotráfico. Ele deve ser feito na entrada e não nos pontos-de-venda. Mas re-solveu-se fazer o combate no varejo, sendo que a lógica nos remete a pensar que o ideal seria você combater o narcotráfico no atacado, na entrada. Mas estamos colocando todos os recursos com-batendo a “petequinha” nos morros do Rio, nos bairros de São Paulo. Ao contrário, deve ser com-batido por onde entra. Por isso que é primordial o fortalecimento das fronteiras.

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O PPS é o seu primeiro e único partido desde que o senhor se filiou em 2000. A fidelidade partidária é importante? Acha necessária uma reforma política para acabar com o jogo de pula-pula dos políticos?

Sobre a reforma política em geral, desde a Constituinte de 1988, os partidários da reforma política de diversos matizes ideológicos acumu-laram sucessivos fracassos nas inúmeras tenta-tivas de mudar as regras partidárias e eleitorais. Dessa vez, parece que a coisa ganhou força entre os presidentes do Senado e da Câmara. Ainda as-sim estou cético para essas mudanças. Acho que vai se avançar timidamente exatamente naquilo que precisa ser mudado. Quanto a mudança de partidos, eu, particularmente, não sou contra toda e qualquer mudança de sigla. O que, de fato, não pode haver é esse pula-pula, prejudicial ao amadurecimento político e ideológico do País.

Como PRF, o senhor sabe das dificuldades para se combater os ilícitos nas regiões de fronteira. O que pretende fazer para otimizar o trabalho das polícias nessas regiões?

É preciso reforçar a segurança nos mais de 900 quilômetros de fronteira seca com

a Bolívia, para onde vão carros roubados aqui, no Brasil, e de lá, retorna cocaína. Para isto, é importante um trabalho con-junto com o Estado vizinho, Mato Grosso do Sul. Para isso, vamos buscar os investi-mentos do governo federal para essa área, sem medir esforços. Para tanto, estou pro-pondo no âmbito da Comissão de Desen-volvimento Regional ou de uma outra co-missão mais adequada, a criação de uma subcomissão, com objetivo de fomentar o emprego nas fronteiras, para evitar que a população seja absorvida pelo tráfico e demais atividades ilícitas. A ideia é con-centrar nessa subcomissão as iniciativas e os projetos destinados ao desenvolvimento das zonas de fronteira.

O senhor tem uma ficha impecável em 20 anos de PRF e agora se tornou senador da República, no momento em que os políticos estão nos holofotes envolvidos em vários escândalos por corrupção. Está preparado para entrar nesse mundo?

Por vocação profissional, estou no serviço público há mais de 20 anos. Como senador, continuarei a servir ao público, à coletividade, mas agora ani-mado pelo mais compromissado espírito

cívico. É ciente da responsabilidade de representar o povo brasileiro e, especial-mente, do meu estado, que estou pron-to para enfrentar todo e qualquer tema que diga respeito à política nacional. Inclusive a corrupção que se alastra em nosso País e os desmandos dos agentes públicos. Tenho sentido um despertar da sociedade para o exercício de outras formas de cidadania, além do mero voto. E isso é essencial para a reversão desse quadro endêmico de corrupção. Como disse recentemente o ex-ministro Ayres Britto em artigo, é preciso ter a consci-ência de que o custo-Brasil é alto porque o casto-Brasil é baixo.

O senhor participou do lançamento da campanha salarial dos PRFs em Brasília, no dia 25 de fevereiro. O que pretende fazer para apoiar esta demanda?

Foi uma alegria participar desse momen-to com os PRFs já investido do cargo de sena-dor da República. Já recebi todas as deman-das da Campanha Salarial 2015 dos Policiais Rodoviários Federais e elas têm meu apoio pessoal e incondicional. O trabalho deve ser diligente e insistente, tanto nas negociações com as pastas ministeriais, como nas discus-sões no Senado da República.

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radarComo representante da Comissão Na-

cional dos Aprovados do Concurso de 2009 da Polícia Rodoviária Federal, Elaine Me-nezes lutou bravamente pela retomada do concurso e pela ampliação do número de vagas. Após concluir o Curso de Formação Profissional em 2012, já diagnosticada com câncer, o que a impossibilitava de tomar posse no cargo de Policial Rodoviário Fede-ral, Elaine iniciou a maior luta de sua vida, livrar-se da doença. Mas ela faleceu no Hos-pital Regional de Taguatinga, cidade-satéli-te do Distrito Federal.

Inúmeros policiais rodoviários federais conheceram Elaine durante sua cruzada

pela vida e diante de tanta bravura passa-ram a admirá-la. Em uma de suas publica-ções no Facebook – 24 de janeiro de 2015 – ela diz: “Tenho medo de lutar? Não!!! Deus me deu a vida e ela devo valorizar até o fim: cada suspiro, cada lágrima, cada dor vai va-ler a pena. EU ESTOU VIVA”.

Para a Federação Nacional dos Policiais Ro-doviários Federais, será com esse espírito que a categoria guardará em suas mentes e corações a “Policial Rodoviária Federal” Elaine Menezes. E em nome de todos os 25 Sindicatos dos Policiais Rodoviários Federais, a FenaPRF externa as mais sentidas condolências aos familiares e aos amigos de Elaine Menezes. (FenaPRF)

Nota de pesar pela morte da policial Elaine Menezes

No dia 10 de maio, o policial rodoviário federal, Luiz de Gonzaga Pereira Santos, foi assassinado com três tiros durante atendi-mento de uma ocorrência de trânsito, na BR-423, em Ouro Branco, Sertão de Alagoas. O agente da PRF tinha 63 anos de idade e 35 de serviço. Ele, que já tinha tempo de serviço para se aposentar, deixa esposa e três filhos.

Segundo o SinPRF/AL, o policial estava atendendo um acidente com duas vítimas fa-tais na BR-423, quando ao questionar a presen-ça de um homem na rodovia, com o intuito de evitar mais acidentes no local, percebeu que ele estava armado. Na ocasião, os dois lutaram e, durante uma troca de tiros, o PRF acabou sen-do atingido por três disparos. O acusado, Jeová

Rodrigues de Lima, de 65 anos, tentou fugir, mas foi preso pela própria PRF.

Um ato nacional, no dia 15 de maio, foi realizado pelos policiais rodoviários federais de todo País, ligando o sistema de iluminação de emergência e a sirene das viaturas da PRF por um minuto. O ato foi uma homenagem ao policial Luiz de Gonzaga Pereira Santos, além de ser também um protesto contra a morte de policiais no Brasil.

A FenaPRF também lamentou a morte do policial: “Neste momento de dor, queremos deixar nossas condolências aos familiares do colega Luiz Gonzaga. A perda é de todos”, disse o presidente da federação, Pedro Cavalcanti.

PRF morre ao ser baleado durante ocorrência em Alagoas

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O diretor parlamentar da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Fede-rais (FenaPRF) e presidente do Sindica-to dos Policiais Rodoviários Federais em Goiás (SINPRF/GO), Renato Antônio Borges Dias, pediu no Plenário da Câmara dos Deputados, em comissão geral sobre segurança pública, a aprovação da Pro-posta de Emenda à Constituição (PEC) 339/09, que assegura adicional noturno aos policiais e bombeiros.

“Hoje, policiais têm de fazer bicos nas folgas, para complementar os salários”, avaliou o sindicalista. Segundo ele, a ado-ção das medidas previstas nessa PEC pode-

ria resultar, na prática, no aumento de até o dobro do atual efetivo das forças policiais.

O deputado estadual no Maranhão Rober-to Campos Filho (PP), conhecido como Cabo Campos, também defendeu a adoção do ciclo completo de polícia, para que as atividades de investigação e ação ostensiva sejam atribuídas a todas as polícias. Ele, que é policial militar, cobrou ainda a adoção de um piso nacional para os profissionais de Segurança Pública.

O presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal, Flávio Werneck Meneguelli, afirmou que falta coragem para o debate sobre a segurança pública. “Precisa-mos, para além de reuniões, de efetividade na discussão”, disse. Ele se queixou que há oito anos os policiais federais têm discussões com o governo, sem que tenha havido avanços.

O sindicalista defendeu a separação entre forças policiais e militares, o ingresso único nas carreiras militares e o ciclo completo na polícia. Ele também apontou a necessidade de transformar a Polícia Federal na polícia soberana do País. “Para avançar é preciso mudar”, concluiu. (FenaPRF)

Os deputados federais apro-varam em abril o projeto que aumenta a pena para o crime de receptação, que é o ato de com-prar, transportar ou esconder produtos roubados. De acordo com a proposta, a pena passa de um a quatro anos de reclusão para dois a oito anos. No caso do crime qualificado, caracterizado por ter em depósito, desmontar, montar, ou vender produtos rou-bados, a pena máxima passa de oito para dez anos de reclusão. A matéria foi enviada ao Senado. (Agência Câmara)

Quem vender, fornecer, servir, minis-trar ou entregar bebida alcoólica a jovens ou crianças poderá ser preso por até quatro anos. Dependendo do caso, a pessoa poderá pagar multa entre R$ 3 mil e R$ 10 mil, além da interdição do estabelecimento comercial.

Sancionada pela presidenta Dilma Rousseff e publicada no Diário Oficial da União do dia 18 de março, a medida que altera o Estatuto da Criança e do Adoles-cente pode ser estendida também a ou-tros produtos que possam causar depen-dência física ou psicológica. Entende-se por “jovens ou crianças” menores de 18 anos. (Agência Brasil).

Entra em vigor lei que pune, com prisão, a venda de bebida alcoólica a menores

Policiais pedem adicional noturno e adoção do ciclo completo pelas polícias

Pena maior para crime de receptação

Depois de vencer o concurso nacional de museus do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), o Museu do Videogame Itinerante tem levado alegria para a população de ou-tros estados. Este ano, ele já passou por Cam-po Grande, Londrina e Recife. As próximas cidades a receber a mostra são Pelotas, Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Salvador. O curador do Museu, jornalista Cleidson Lima, comemora o sucesso por onde passa.

PL da Terceirização passa na Câmara e segue para o Senado

O Projeto de Lei 4330 causou o furor das entidades sindicais com a aprovação do texto pela Câmara de Deputados no mês de abril, pois acreditam que o PL é um retro-cesso no avanço das leis trabalhistas e trará uma instabilidade ainda maior para em-pregados do setor privado. Vários protestos foram organizados em Brasília e em vários estados, mesmo assim ele foi aprovado e se-gue para o Senado.

Museu do Videogame Itinerante roda o Brasil

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Fim da linha ou novo começo?Clínica da Alma, localizada em Campo Grande/MS, é alvo de investigação do Ministério Público, que quer fechar local por denúncias de trabalho escravo e violência

Por Neyla Godoi

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Barracos improvisados feitos com lona e restos de madeira. Pode até pare-cer um acampamento de sem-terra, mas o local, distante 20 quilômetros de Cam-po Grande, é onde funciona a Clínica da Alma, que além dos barracos tem quatro casas de alvenaria. A comunidade tera-pêutica recebe dependentes químicos de todo o Mato Grosso do Sul e até de outros estados, e com a ajuda de doações, ofe-rece atendimento gratuito, há sete anos. Quem chegou buscando ajuda e não con-

seguiu um lugar na casa de alvenaria ocu-pada por 60 internos, mas decidiu ficar e lutar contra o vício, construiu a própria moradia, com madeira e lonas, que são bem limpas e organizadas.

O local abriga hoje 118 homens, todos maiores de 18 anos, que recebem tratamen-to que pode durar de seis meses a um ano. Não há muros e nem guaritas e a institui-ção não recebe nenhum tipo de recurso es-tadual, municipal ou federal.

O pastor responsável explica que começou o trabalho por acaso, depois de não conseguir atendimento para um membro da igreja e, desde então, os pedidos de ajuda só aumentaram. “Co-mecei essa batalha porque um dia, como igreja, procurei um local para um rapaz que me apare-ceu pedindo ajuda para se livrar das drogas e eu não encontrei nenhum que pudesse recebê-lo. E, desde então, não paramos mais, porque os pedi-dos de ajuda não pararam mais também”, ressal-ta o pastor Milton Marques, que é o coordenador da Clínica da Alma.

Denúncia e investigaçãoNo ano passado, após denúncia, o

Conselho Municipal de Saúde visitou o lo-cal e constatou muitas irregularidades. “A gente constatou que é uma entidade que tem capacidade para atender de 25 a 30 pessoas no máximo, mas encontramos 120 homens em situação subumana, pessoal em acampamentos de lonas e nos causou preocupação”, detalha Sebastião Junior.

E, de acordo com o Ministério Pú-blico Estadual, a situação é ainda pior, porque o conteúdo das denúncias en-volve exploração de trabalho, além de violência física e até sexual. E por isso, a promotoria de Direitos Humanos quer desativar o local. “Práticas de crimes sé-rios, de violências físicas, sexuais, infrigi-das àquelas pessoas que ali estão. E ainda

de exploração de trabalho escravo. De que al-gumas pessoas estariam trabalhando para o pastor que é o responsável pela instituição e que não receberiam por esse trabalho”, pon-tua a promotora de justiça Jaceguara Dantas, em entrevista concedida ao SBT MS.

Na comunidade, os próprios internos re-batem as informações. Eles contam que de acordo com a habilidade, cada um se dedica a uma atividade. Na serralheria, o talento trans-forma materiais velhos em novos, melhorando detalhes do prédio. Na horta, a produção orgâ-nica abastece a clínica e ainda ajuda as famílias dos internos, mas é na cozinha que é possível ver a diferença que o trabalho deles faz, com cardápio colorido e variado. Os homens de to-das as idades andam de um lado para o outro cuidando dos afazeres. Ninguém demonstra

tristeza ou insatisfação. O coordenador ressalta que a denúncia, que partiu da ex--mulher, não tem fundamento, mesmo reconhecendo que o local em muitos as-pectos, é precário.

“Parte destes homens ainda está em barracos de lona e nós não concordamos com isso. Mas entre estar em um barraco de lona e estar perambulando pela rodovi-ária e pelas ruas de Campo Grande, fazen-do com que a sociedade e a família sofram, eu ainda prefiro que eles permaneçam aqui na clínica e é bom reforçar que é o que eles também querem, tanto que construí-ram um lugar para ficar”, rebate o pastor, acrescentando “desconheço qualquer tipo de violência aqui dentro e, muito menos, trabalho escravo”.

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O trabalho como parte da terapiaMilton Marques explica que o tratamento

aplica a laborterapia. “Aqui, nós exercemos o trabalho da laborterapia, são de duas a três ho-ras de manhã e à tarde também. Isso é necessá-rio porque nós não temos condições de manter cem homens parados olhando um para a cara do outro. A manutenção do local é como a de uma casa que eles também vão ter de praticar lá fora”, ressalta. Os internos se organizam em equipes que trabalham na horta, serralheria, oficina mecânica, criação de galinhas e patos, cozinha e limpeza do local, além dos cultos e de filmes e palestras educativas. Os que têm uma boa progressão no tratamento podem fre-quentar nos fins de semana, o culto junto com a família na igreja localizada próximo a antiga rodoviária da Capital. Os outros recebem as vi-sitas na própria chácara.

Em meio a essa polêmica e não bas-tassem às dificuldades pelo dia a dia de improvisos, agora os homens também têm de conviver com o temor pelo fecha-mento da clínica. Em uma rápida enquete entre os internos do local, imediatamente e voluntariamente eles protestam: “se fe-

char para onde a gente vai, para as ruas de novo?” diz um, para em seguida outro acrescentar “onde vão colocar a gente? Nós somos usuários de drogas, nós somos doentes e necessitamos desse lugar aqui.” Um terceiro homem se junta e desabafa “se eu chegar a falar para minha família que eu vou embora daqui, ela não me acei-ta, porque eu ainda não estou curado. É

um dia de cada vez e eu acho esse lugar muito bom para nos ajudar na cura e se sair daqui e for para as ruas, muitas pes-soas vão ser roubadas pelos que vão voltar para o vício, porque para um viciado não tem outro jeito e é até perigoso matarem a gente” desabafa com sinceridade sobre os questionamentos que vão continuar sem resposta, pelo menos, por enquanto.

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Histórias de vitórias e derrotas

A luta contra o vício é longa e árdua. É uma batalha constante e diária de todos que chegaram à Clínica da Alma e, para as famílias, a única esperança de resgatar quem já havia sucumbido ao mundo da marginalidade. Feito de revezes, a trajetória de todos é intercalada de períodos de abstenção e recaídas, até que, um dia, o vazio das drogas é preenchido por uma nova razão de viver. Enquanto esse dia não chega, o pastor Milton está sempre pron-to a acolher, com um abraço sincero, tantos quantos retornem à clínica.

Servir por gratidãoSimpático e com largo sorriso, Sidney

Rodrigues conta que já foi chefe de cozinha famoso e já trabalhou nos melhores restau-rantes da Capital e até na Europa. Mas a de-pendência do álcool e do cigarro abriram as portas para o vício em cocaína e quando fal-tou o dinheiro, passou a usar crack e a morar na rua. Perdido e rejeitado pela família, ele só conseguiu atendimento e apoio na Clínica da Alma e se livrar totalmente do vício foi uma questão de meses, apenas. Depois de recupe-rado, ele decidiu ajudar outras pessoas que chegavam derrotadas e há quatro anos traba-

lha na comunidade, repartindo a experiência e incentivando outros dependentes a desco-brirem a liberdade longe das drogas. Para ele, a própria história é a prova de que o local pode, sim, ajudar a resgatar a dignidade. “Eu encontrei a liberdade, encontrei satisfação de vida, encontrei saúde. E por isso me neguei todas as coisas do mundo para estar aqui dentro hoje, porque eu quero ajudar outros a receber também a liberdade. E isso, porque eu fui tratado com amor, eu fui tratado com carinho, eu fui acolhido quando ninguém me quis”, conta.

Alexandre Nunes (23 anos) viveu nas ruas desde os 11, quando a mãe faleceu e se viu, li-teralmente, só no mundo. O contato com as drogas começou nessa época e ele viveu até os 18 anos passando períodos em abrigos para menores, casas de apoio, frequentou o Cetre-mi (Centro de Apoio ao Imigrante) que abriga periodicamente moradores de rua, até ser “des-pejado” na porta da igreja do Pastor Milton. “Quando completei 18 anos, os responsáveis pelo abrigo me deixaram aqui e minha vida mudou”. Depois de um período na Clínica da

De menino de rua a pai de família

Alma, Nunes aprendeu uma profissão e hoje é jardineiro, tem um emprego regular, um carro, uma casa popular e ganhou o bem mais pre-

Sem receio de se identificar e falar das fraquezas da vida, Alexandre Almeida* é especialista em vendas, mas o vício e a criminalidade o afastaram da família e do trabalho. Depois de tentar por 14 vezes se livrar das drogas em internações seguidas, ele agora acredita que o método usado e a forma como são tratados na Clínica da Alma, dessa vez, podem garantir sucesso e a retomada da vida. “Aqui, eles não fazem um trabalho à base de remédio, espan-camento e camisa de força, não tem nada

disso aqui. Pelo contrário, é um lugar muito tranquilo, maravilhoso. Eu estou aqui por-que quero voltar a resgatar os valores per-didos e o principal deles é a minha família, voltar a me reintegrar novamente com a sociedade”, diz, animado, o jovem.

*Alexandre deixou a clínica antes de completar o tratamento, dois dias de-pois foi preso pelo roubo de um celular. Aguarda uma audiência e o pastor esta-rá lá para testemunhar a seu favor.

cioso que ele faz questão de mostrar orgulhoso: uma família. “Se eu não tivesse tido uma chan-ce, nada disso seria possível”, finaliza.

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O Poder Público e a falta de vagas para acolher os dependentes químicos

Hoje, Mato Grosso do Sul dispõe de apenas 137 leitos em três hospitais para tra-tamento psiquiátrico e 34 nos Centros de Atenção Psicosocial (Caps), mas o número é insuficiente porque poucos deles são destina-dos a desintoxicação. A promotora de Direi-tos Humanos ressalta que não é contra as co-munidades terapêuticas e reconhece a falta de estrutura do Poder Público para atender dependentes químicos. Segundo ela, o Minis-tério Público está estudando cada caso e que alguns poderão ser transferidos para clínicas. “Vamos encaminhar essas pessoas para algu-mas comunidades terapêuticas, que tenham uma estrutura mínima e que possuam con-

dições de propiciar um tratamento e uma acolhida humana a essas pessoas. Eu volto a repetir que o Ministério Público não é contra essas instituições terapêuticas, agora é preci-so que essas comunidades, esses órgãos que se propõem a realizar esse trabalho, tenham condições mínimas”, ressalta a promotora de Justiça, Jaceguara Passos.

O coordenador da Clínica da Alma criti-ca o posicionamento do Ministério Público e diz que o Poder Público e as autoridades deveriam oferecer apoio e verbas para es-truturar o local e melhorar a qualidade de atendimento aos internos.”Fala-se em fecha-

mento, será que nós não estamos, com esse posicionamento, causando mais um trau-ma a essas famílias? Será que essa polêmica que se arrasta desde o ano passado não tem contribuído para que muitos tenham recaí-das, por não terem certeza de onde estarão amanhã?”. E o pastor continua o questiona-mento em tom grave: “Todas as instituições aqui do Estado são remuneradas, então por que não estruturar este lugar aqui? Por que não trazer as verbas que serão gastas pagan-do alguém lá fora e ajudar a estruturar esse projeto que está dando certo, que dá frutos há sete anos e já recuperou centenas de ho-mens?” conclui.

Conselho Estadual Antidrogas defende Clínica da Alma

Ao tomar conhecimento sobre a investigação do Ministério Público na Clínica da Alma, o presidente do Con-selho Estadual Antidrogas e membro do Conselho Federal reagiu. Para Sér-gio Harfouche, a situação mostra a re-alidade do país onde as comunidades terapêuticas são negligenciadas pelo poder público. De acordo com ele, esses locais não recebem verbas porque não são enquadrados nem como unidades de saúde e nem de assistência social. “O problema não é só no Estado, mas em todo país, há uma ideologia do Gover-no Federal de perseguição às comuni-dades terapêuticas para exterminá-las, sem oferecer qualquer oportunidade de

subsistência, sem oferecer qualquer subsí-dio, inclusive negligenciando o reconhe-cimento desse equipamento, seja como de saúde, seja como de assistência social”.

O presidente do Conselho é enfáti-co ao afirmar que conhece a Clinica da Alma e que não há violação de direitos no local. “Não há violação de direito nes-sa comunidade, até porque o padrão de atendimento dos hospitais, muitas vezes também é feito no chão e sem qualquer rigor, ainda se tratando de hospital”. E Harfouche completa, “as comunidades terapêuticas não podem ser alvo desse tipo de avaliação, se os hospitais tam-bém não são.”

O presidente do Conselho Es-tadual Antidrogas acredita que o sistema utilizado pelas comuni-dades terapêuticas contribui para recuperar pessoas e devolvendo--as ao convívio social e a produti-vidade para ele a metodologia que envolve a fé é o diferencial. “O tri-pé que sustenta o trabalho dessas instituições é o trabalho, que é a laborterapia, a convivência com os outros internos, os relacionamen-tos, porque eles se ajudam com as suas histórias, mas acima de tudo a fé, que significa a certeza do que se espera e a convicção do que não se vê”, conclui Sérgio Harfouche.

A

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de drogas em rodovias federais bate recorde em 2014

preensãoAMato Grosso do Sul é o estado que lidera o número de apreensões no ano passado; foram quase 80 toneladas de maconha e cocaína

Dados apresentados, em fevereiro, pela Polícia Rodoviária Federal mos-tram que, em 2014, os policiais da corpo-ração interceptaram 168,7 toneladas de maconha (117,6 em 2013), 7,8 toneladas de cocaína (5,9 em 2013) e 815 quilos de crack (1,9 tonelada em 2013). Mato Gros-so do Sul libera o ranking de apreensões: 74,95 toneladas de maconha e 2,6 tonela-das de cocaína.

Armas e munições de diversos cali-bres também foram apreendidas impe-dindo o abastecimento de criminosos e 24,5 mil pessoas foram presas.

Quanto aos acidentes, pelo quarto ano consecutivo, a Polícia Rodoviária Federal re-gistrou redução nos índices que medem a violência no trânsito em rodovias federais. A taxa de letalidade caiu 29% em comparação a 2010. No ano passado, foram registrados 168.593 acidentes, que deixaram 100.396 pessoas feri-das e levaram a 8.227 óbitos. Em relação ao ano de 2013, esses números representam uma que-da de 15,3% na taxa de acidentes, 8,4% no índice de mortalidade e 9,2% no de feridos. Entre os condutores mortos em acidentes de trânsito, motociclistas são as principais vítimas, soman-do 1.748 óbitos somente nas rodovias federais.

A maioria dos acidentes ainda é li-gada ao comportamento humano. Das ocorrências que resultaram em mortes, as principais causas que puderam ser detecta-das pelos policiais foram a falta de atenção

(32%), a velocidade incompatível (20%) e ultrapassagens indevidas (12%). A colisão traseira é o tipo de acidente que mais acon-tece. É causada principalmente pela falta de atenção, por não se guardar distância de segurança e por se manter uma velocidade incompatível. Entretanto, o tipo de aciden-te que mais mata é a colisão frontal, cau-sada, especialmente, pelas ultrapassagens forçadas ou em locais sem visibilidade.

Considerando mais de 3 milhões de infrações flagradas pela PRF ao longo dos 12 me-ses do ano, verificou-se que os condutores infra-tores não respeitam os limites de velocidade, fa-

zem ultrapassagens proibidas, não usam o cinto de segurança e não cuidam de seus veículos.

Ao longo dos 12 meses do ano, a PRF fis-calizou 7.263.051 pessoas e realizou 1.529.396 testes de alcoolemia, isso representa 174 tes-tes realizados por hora. Como resultado, 34.281 condutores foram multados por dirigir sob influência de álcool e 8.461 foram presos pelo crime de embriaguez ao volante.

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ReferênciaPostos da PRF, em Mato Grosso do Sul, são modelo para todo o Brasil

nacionalPor Suki Ozaki

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A visão de aparelhar as unidades ope-racionais da Polícia Rodoviária Federal, em Mato Grosso do Sul, com modernos equipa-mentos e montar estruturas que possam dar conforto e segurança aos policiais não data de hoje. A precariedade e o sucateamento dos postos encontrados Brasil afora, como apon-tou o Programa Rod Sindical, da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), que desde 2012 tem mapeado o local de trabalho dos PRFs, não são realidade aqui no Estado.

Isso graças ao trabalho desenvolvido, ao longo dos anos, pela Comissão de Acompa-nhamento, Fiscalização e Recebimento de Obras (Cafro), na qual atuam hoje os PRFs Thaise Bernardo , Bruno Almodovar, que são formados em Engenharia Civil, e Ama-rildo José de Souza, Técnico em Edificações, que tem como objetivo planejar e fiscalizar a reforma e construção de postos e delegacias.

O excelente trabalho feito pela equi-pe tem se tornado uma referência para outras superintendências e, hoje, eles são requisitados para fiscalizar e implantar projetos em outros estados, por meio de um acordo de cooperação, além de darem continuidade às obras em andamento em Mato Grosso do Sul.

“Em cada delegacia temos dois membros da Cafro, que ficam responsáveis em fiscali-zar a obra em sua região. Isso nos permite sa-ber se o andamento está conforme o projeto original”, explica Thaise. Os membros tiram fotos de cada etapa e mandam periodica-mente para a central, que fica localizada na sede da PRF, em Campo Grande.

Jaraguari / MS

PRFs Bruno Almodovar e Thaise Bernardo, da Cafro

Anastácio / MS

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Das 22 unidades operacionais no Estado, 18 já foram reformadas ou construídas. Cada uma tem cerca de 300 metros de área, com alojamentos masculino e feminino, copa, cozinha, banheiro externo, garagem para as viaturas, todas obedecendo aos padrões de acessibilidade. Atualmente, estão sendo implantados também pátios para os veícu-los apreendidos. Este ano, as últimas quatro unidades operacionais devem ser concluídas, sendo dois postos (Mundo Novo e Caarapó) de responsabilidade da CCR, empresa que ganhou a concessão da BR 163.

Thaise relembra que, no ano passado, para não perder as verbas federais destina-das ao órgão, a equipe fechou uma licitação no dia 31 de dezembro. “O dinheiro que não é utilizado volta para o Governo Federal e para que isso não ocorresse, trabalhamos até às vésperas do Ano Novo”, recorda.

Tanto empenho traz o seu reconheci-mento e o know-how da Cafro tem sido exportado para outros estados. Atual-mente, a equipe supervisiona obras em Pontes e Lacerda, Água Boa e Cáceres no Mato Grosso, além de prestar consultoria em encontros nacionais da PRF.

“Estamos criando uma identidade visual para as unidades, respeitando a especificida-de de cada região, como, por exemplo, o cli-ma”, explica a engenheira.

Um modelo que já está sendo copia-do em outros estados é o Posto de São Gabriel do Oeste, que conta com uma cobertura na pista que abriga os policiais durante abordagens de veículos.

Dourados / MS

São Gabriel do Oeste / MS

Posto da Ponte do Rio Paraguai - Corumbá / MS Posto Capey - Ponta Porã / MS

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Segundo um levantamento feito pela FenaPRF, em quase todos os estados brasi-leiros, postos e delegacias apresentam algum problema pontual grave em suas infraestru-turas como infiltrações, rachaduras, instala-ções elétricas não conformes às normas de segurança, entre outros problemas.

O Programa Rod Sindical, que começou em 2012, já vistoriou mais de cem locais, en-tre unidades e delegacias, dos 545 existentes em todo o Brasil. O levantamento é feito pelo PRF Marcos Khadur, do SinPRF-MS. Segundo ele, até o fim de 2015 o trabalho será concluído e produzido um relatório que será encaminhado para o Departamento de Po-lícia Rodoviária Federal, a fim de tomarem conhecimento da realidade dos policiais em seus locais de trabalho e possam desenvolver políticas de investimento no setor.

Posto Guaicurus - Miranda / MS Guia Lopes da Laguna / MS

Campo Grande / MS Bataguassu / MS

Rio Brilhante / MS

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Portade saídaMato Grosso do Sul

é uma das portas de saída dos carros

roubados e furtados nos grandes centros

Com 1.128 quilômetros de fronteira com o Paraguai e 1.375 com a Bolívia e com apenas cerca de 300 Policiais Rodoviários Federais (PRF) para cobrir essa extensão e o resto das rodovias do estado, não é de se admirar que Mato Grosso do Sul seja uma das portas de saída de veículos roubados e furtados na Capital e nos grandes centros.

Mesmo com pouco efetivo para fisca-lizar tão grande extensão, a PRF tem con-seguido recuperar um carro por dia, em média. Em 2014, foram 330 e nos três pri-meiros meses deste ano, já são 87 veículos que foram flagrados nas mãos de bandidos durante fiscalização nas BRs.

O inspetor Tércio Baggio, chefe de Comunicação da PRF-MS, explica que os carros roubados ou furtados entram em MS por todas as rodovias e estradas, mas a saída é obrigatória pela BR-463, que vai para Ponta Porã, fronteira com o Para-guai e pela BR-262, que vai para Corumbá, fronteira com a Bolívia. “Existem estradas de chão que são alternativas, mas que são de difícil acesso e os bandidos não gostam de ter trabalho, preferindo se arriscar pe-las rodovias federais”, explica.

Segundo ele, esse tipo de tráfico faz parte do crime organizado e, diga-se de passagem, bem organizado. Existem os “puxadores” (que praticam o furto ou o roubo), os “atravessadores”, que levam os veículos até a fronteira com ou sem a ajuda dos “batedores” (que vão na frente e avisam quando há fiscalização) e, por fim, o receptador, que fica no local de des-tino e é o responsável pela transação.

Após um levantamento feito pela equipe de comunicação da PRF, foi possível traçar um perfil dos carros mais cobiçados pelos bandidos

e o local de onde são arrastados. Em primeiro lugar, figura São Paulo, depois Mato Grosso do Sul, em terceiro, Minas Gerais e em quar-to, Goiás. Os modelos são os mais diversos: em primeiro lugar, ficam os carros de passeio (to-dos os modelos), em segundo, as camionetes, em terceiro, os utilitários esportivos (SUV), depois vêm os caminhões e as motocicletas.

Segundo o inspetor, essas últimas, pelo baixo valor, são utilizadas para a prática de delitos ou levadas para os des-manches, onde as peças são comerciali-zadas no mercado negro.

Por Suki Ozaki

Graças ao helicóptero da PRF, um veículo de passeio foi recuperado no início de março

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Já os caminhões, muitos fazem parte do esquema do golpe do seguro, na qual o proprietário está envolvido, declarando o furto ou roubo do veícu-lo após este atravessar a fronteira. O inspetor afirma que, atualmente, não há no estado quadrilha atuando nesse segmento de caminhões, tendo sido de-sarticulada a última em agosto de 2013, na região de Dourados.

Para ajudar no trabalho de fiscaliza-ção das rodovias, a PRF conta ainda com a ajuda de um helicóptero, que quando não está atuando em operações, percorre tre-chos das BRs. Foi assim, que na segunda quinzena de março, um veículo de passeio foi recuperado pela equipe de solo da PRF, depois que a aeronave viu uma movimen-tação suspeita de um carro em uma estrada vicinal próximo de Jaraguari.

Para Baggio, a recuperação de veículos roubados no Estado poderia ser bem maior se houvesse número suficiente de policiais fa-zendo fiscalizações constantes. “Precisaríamos de um número três vezes maior de PRFs nas pistas. Dos 1.200 policiais que entraram recen-temente para a corporação, apenas dez foram designados para Mato Grosso do Sul, sendo que cerca de 30 policiais daqui se aposentaram, pois fazem parte da turma de 1994”.

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Privatizar pode ser bom?Por Tatiana Martins

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Desde a privatização, número de acidentes com morte caiu 45% na BR-163, em Mato Grosso do Sul

Em abril de 2014, a CCR MSVia – con-cessionária que ganhou a privatização da BR-163 em Mato Grosso do Sul – assumiu a rodovia, realizando desde então uma série de serviços de recuperação do pavimento, modernização da sinalização, roçada e ca-pina, entre outros serviços. Mas a operação propriamente dita, segundo a própria con-cessionária, teve início no dia 11 de outubro de 2014. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, de outubro de 2014 a março de 2015, foram registradas 25 mortes em acidentes na rodovia – 45% a menos do que foi re-gistrado de outubro 2013 a março de 2014, quando foram 46 vítimas fatais.

O gestor de atendimento da concessio-nária, Fausto Camilotti, credita a redução às ações da concessionária na rodovia, com re-cuperação do pavimento, modernização da sinalização e a presença das equipes do SAU (Serviço de Atendimento ao Usuário) no aten-dimento aos usuários. “Além disso, a partir do momento em que passamos a atender toda a rodovia com guinchos, ambulâncias e viatu-ras de inspeção, contribuímos para que a PRF pudesse exercer com mais intensidade seu papel de fiscalização, uma vez que os policiais não precisam ficar empenhados nos locais das ocorrências de trânsito”, diz o engenheiro.

“Somente essa ação do SAU é funda-mental para contribuir com o aumento da segurança na BR-163, uma vez que nossas equipes agem diretamente na eliminação de interferências que podem gerar aciden-tes”, diz Camilotti.

O assessor de Comunicação da PRF, Tércio Baggio, confirma que as melhorias na pista es-tão entre os fatores que contribuíram para esta redução no número de mortes. “A presença da concessionária trouxe uma nova dinâmica para a rodovia: melhora estrutural, sinaliza-ção, qualidade do asfalto superior e campa-

nhas educativas. Além disso, com a chegada da CCR, o policial tem mais tempo para exercer suas funções, principalmente, fiscalizar o tráfe-go na estrada. Antes, o policial tinha que tomar todas as atitudes para fluir o trânsito. Se acon-tecesse um acidente, ele tinha que se deslocar até o local, acionar o guincho, socorrer os aci-dentados, fazer a sinalização e liberar a pista, agora quem faz isso é a equipe da própria con-cessionária”, comenta.

Para o policial rodoviário federal Leo-nardo Souza, certamente houve mudanças consideráveis e positivas que apontam para uma melhoria nas atividades desenvolvidas pelos policiais: “Atividades antes desempe-nhadas pelo PRF, que demandavam muito tempo, passam a ser realizadas pela conces-sionária, tais como sinalização de trânsito, remoção de veículos, tanto acidentados quanto com problemas mecânicos, remo-ção de vítimas de acidentes, retirada de animais da via e outras. Isto faz com que o policial amplie seu foco no combate ao crime bem como na fiscalização de trânsito e reduza o tempo de resposta às ocorrên-cias”, comenta o policial.

Essa opinião também é compartilha-da pelo PRF Marcos Khadur Rosa Pires, que trabalha na BR-163. Ele afirma que antes existia um problema gravíssimo: a remoção dos veículos que ficavam parados sobre a pista de rolamento. “Os policiais ficavam reféns dos usuários e seguradoras, hoje, de maneira rápida e eficiente, tudo fica resolvido em minutos. Com o serviço de remoção pelas equipes da empresa con-cessionária, tem nos dado a tranquilidade necessária para desempenhar nossa função e salvaguardar a fluidez do trânsito na BR-163. Bastava um pequeno bloqueio, seja ele por acidente ou pane mecânica, e o conges-tionamento passava de quilômetros”, afir-ma Marcos Khadur.

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O SAU - Serviço de Atendimento ao Usuário da CCR MSVia

17 bases operacionais, cerca de 80 viaturas e aproximadamente 500 colaboradores, dos quais, 259 pro-fissionais especializados na área de Atendimento Pré-Hospitalar (entre

Segundo a concessionária, hoje há 10 frentes de duplicação da BR-163/MS, que devem ser concluídas até outubro 2015, o que corresponde a pouco mais de 80 quilômetros de extensão. Essas frentes estão locali-zadas nas regiões de Caarapó (duas frentes), Jaraguari, Bandeirantes, Camapuã, São Gabriel do Oeste (duas frentes), Rio Verde de Mato

CCR MSVia tem 17 guinchos para retirada de veículos com problemas mecânicos ou que se envolveram em acidentes na BR-163

eles 35 médicos em plantões 24 horas). As bases estão localizadas, em média, a cada 50 quilômetros da rodovia, e operam em regime de turnos para dar assistência 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Os recursos podem ser acionados pelo Disque CCR MSVia, que atende gratuitamente, 24 horas por dia, pelo telefone 0800-648-0163.

DuplicaçãoGrosso (duas frentes) e Sonora. O projeto de duplicação a BR-163/MS tem cronograma total de cinco anos, com 129 quilômetros até o final do 2º ano; 193,5 quilômetros, no 3º ano; 274,1 quilômetros, no 4º ano, e 209,7 quilômetros no 5º ano.

O número de acidentes continua alto na BR-163, em Mato Grosso do

Sul, foram 849 colisões de outubro de 2013 a março de 2014, e 857 aci-dentes de outubro de 2015 a março de 2015. Segundo o inspetor Tércio Baggio, a expectativa é que haja re-dução no número de acidentes com o avanço da duplicação: “A meta é re-duzir em 70% o número de acidentes quando toda a rodovia estiver dupli-cada”, explica.

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Enquanto a privatização da BR-163 vem trazendo reflexos positivos em al-guns aspectos, para os moradores, co-merciantes e artesãos dos distritos que são cortados pela rodovia essa questão pode trazer grandes prejuízos no futu-ro. Isso devido às intervenções necessá-rias para a duplicação da BR, que corta o Estado de norte a sul.

Em Dourados, os distritos de Vila Var-gas, Vila São Pedro e Cruzaltina sobrevi-vem por causa desta rodovia. Às margens da BR-163, há muitos artesãos que vivem, quase que exclusivamente, da venda de seus produtos aos viajantes. Sem falar do comércio, como mercados, hotéis, bares e até barbeiros, que atendem muitos cami-nhoneiros que viajam pela rodovia.

Segundo a CCR MS Via, nos ca-sos de Vila Vargas e Vila São Pedro, entre outros, serão construídos contornos rodoviários até o sétimo ano da concessão, mas esses proje-tos serão discutidos com autorida-des municipais e comunidades an-

tes da implantação. Mesmo assim, essa questão preocupa o comerciante Paulo Rui da Silva. Ele afirma que muitos vão fechar as portas se a BR-163 deixar de cortar o distrito de Vila Vargas. “Com o desvio da rodovia e a retirada do flu-xo de veículos do distrito, vamos ficar isolados. Tenho um supermercado e boa parte da minha clientela, como dos demais comerciantes, é de caminho-neiros. O movimento deve cair dras-ticamente e muitos terão de fechar as portas dos estabelecimentos”.

Já em Anhanduí, distrito de Campo Grande, a concessionária afirma que será objeto de estudos detalhados a serem de-senvolvidos nos próximos meses e que também incluem um processo de discussão de propostas com as comunidades envol-vidas. Neste distrito, há diversas barracas que vendem doces, pimentas, artesanatos, entre outros alimentos. São cerca de 40 famílias que também vivem do tráfego da BR-163 e com a duplicação da rodovia, elas temem que o comércio seja retirado e, con-sequentemente, o sustento dessas pessoas.

“Ninguém vai querer desviar da rota da viagem se não for um lugar próximo da rodovia para ad-quirir os produtos que comercia-lizamos”, reclama a comerciante Vilma Pereira da Silva.

“Vai matar o distrito se matar o comércio. Não tem como correr dessa responsabilidade. A vida econômica do lugar e das pessoas que vivem ali depende disso”, criticou o professor Ernesto Francisco dos Santos.

O padre Eduardo, da Paróquia do distrito, também demonstrou preocupação com as intervenções. “ O projeto é muito bonito, o Es-tado todo vai ganhar, mas muitas famílias sobrevivem dessas barra-cas. Muitas pessoas que trafegam nessa BR compram. Quem vai sair da BR para uma via lateral para comprar? Ninguém sai”, disse. (Com informações das assesso-rias Câmara Municipal de Campo Grande e CCR MSVia)

Comerciantes e artesãos de distritos vivem dias de incertezas

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Radares ajudam a diminuir

atropelamentos de animais

Quem viaja pela BR-262, principalmen-te entre Anastácio e Corumbá, inevitavel-mente vai ver um animal silvestre atro-pelado. Mas um estudo da Universidade Federal do Paraná revela que a quantidade de atropelamentos diminui com a presença dos redutores de velocidade.

Na pesquisa realizada entre 2011 e 2014, na BR-262, foi verificada a redução de apro-ximadamente 59% de atropelamentos em distâncias de 500 metros antes e depois dos radares. Nas maiores distâncias, houve a redução de 44,1% de mortes de animais sil-vestres a 700 metros e 34,6% nos mil metros após os redutores de velocidade.

De acordo com o estudo realizado pela UFPR, a incidência de acidentes envolven-do animais silvestres aumenta conforme o motorista se distancia dos radares, o que evidencia que o desrespeito à velocidade máxima permitida na rodovia é um dos fa-tores que influenciam nessas ocorrências.

A pesquisa ainda revela que os mamíferos estão entre as principais vítimas dos aciden-tes envolvendo a fauna na região, somando 72% dos registros de atropelamento, segui-dos de 16% de répteis e 12% de aves. Entre as espécies com maior registro de ocorrências estão: o lobinho (16,32%), o tamanduá-mirim (8,29%) e o jacaré (8,81%).

Por Tatiana Martins

Mamíferos estão entre as principais vítimas na BR-262

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Outro dado alarmante é do Centro de Estudos em Ecologia de Estradas, que re-vela que 450 milhões de animais morrem atropelados por ano nas rodovias brasi-leiras. A maior parte dos atropelados é de animais pequenos: 390 milhões de sapos, pererecas, cobrinhas, ratinhos, passari-nhos e outras avezinhas. Os acidentes com bichos de tamanho médio somam 55 milhões: gambás, furões, jaritatacas, lebres, jiboias, jabutis, macacos, tatus e aves maiores, como anu-branco, pombas, corujas, gaviões. Além disso, acontecem atropelamentos de animais grandes: são cinco milhões de antas, capivaras, ca-chorros-do-mato, gatos-do-mato, lobos- guará, onças, veados e muitos tamanduás.

“Muitas vezes, essas estradas são im-plantadas em local onde você tem o ani-mal que vive de um lado da rodovia e do

450 milhões de animais silvestres morrem atropelados por ano

outro é a área de alimentação, é a área de reprodução ou faz parte da área de vida dele, naturalmente. E com isso, ele se obriga a cruzar a rodovia e acaba sendo atropelado”, explica Alex Bager, diretor do centro, em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo.

Por isso, em fevereiro deste ano, o deputado federal Ricardo Izar apresen-tou o projeto de lei que dispõe sobre a adoção de medidas que assegurem a cir-culação segura de animais silvestres no território nacional, com a redução de acidentes envolvendo pessoas e animais nas estradas, rodovias e ferrovias brasi-leiras. Na justificativa deste projeto está que estimativas pintam um quadro es-tarrecedor, com milhões de animais sil-vestres tendo suas vidas perdidas todos os dias sob as rodas, uma verdadeira cha-

cina, inclusive de espécies ameaçadas de extinção: “As estimativas mostram que mais de 450 milhões de animais silves-tres podem estar sendo mortos anual-mente em 1,7 milhão de quilômetros de estradas existentes em todo o Brasil”.

Entre as ações propostas no proje-to, está a implantação de medidas que auxiliem a travessia da fauna silvestre, tais como: instalação de sinalização e redutores de velocidade, passagens aé-reas ou subterrâneas, passarelas, pon-tes, cercas e refletores.

O projeto de lei está em tramitação no Congresso Nacional, e em março, es-tava sendo apreciado pelas Comissões de Viação e Transportes; Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e Consti-tuição e Justiça e de Cidadania.

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10 anos sem Dorothy Stang

A luta pela reforma agrária e pela pre-servação do meio ambiente foi a bandeira que guiou a vida da missionária Dorothy Stang. Nascida em 1931, nos Estados Uni-dos, e naturalizada brasileira, ela morreu sem abrir mão de suas convicções sobre o direito à terra.

Assassinada a tiros, no dia 12 de fe-vereiro de 2005, Dorothy atuou por mais de quatro décadas no Brasil e deu alguns passos para realizar o sonho de ver traba-lhadores rurais retirando o sustento de suas próprias terras e convivendo em har-monia com a Floresta Amazônica.

A cidade de Anapu, no sudoeste do Pará, foi onde a freira trabalhou por cer-ca de 20 anos na luta pela implantação do primeiro Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) do Brasil. Pioneiro na forma com que promovia a subsistência e a exploração sustentável da floresta, o projeto ganhou o nome de Esperança para ilustrar o desejo dos trabalhadores que chegavam ao município em busca de uma vida nova e de um território onde pudes-sem criar sua família.

No local, a histórica tensão envolvendo conflitos fundiários, que aumentava cons-tantemente com a expansão do comércio ilegal de madeiras, atinge o seu ápice no iní-cio dos anos 2000, em grande parte devido à ausência do Estado, e se estabiliza momen-taneamente logo após o assassinato.

Nos testemunhos ouvidos pela repor-tagem, foi possível confirmar que o caso de Dorothy, apesar da grande repercussão,

inclusive internacional, não é uma exceção na história de disputas por terra no País, protagonizadas por poderosos de um lado e pessoas simples de outro.

A frase “Irmã Dorothy Vive!” estampa camisetas usadas por aqueles que convive-ram com a missionária. “O sangue de Do-rothy lava a terra”, anuncia um cartaz que pede reforma agrária. Para o bispo dom Erwin Krautler, que recebeu a missionária

em 1982, quando ela chegou à região do Xin-gu, “reforma agrária não é só cortar lotes de terra e distribuí-los a famílias carentes”. “É fixar o homem e a mulher na terra, fazer com que encontrem na terra a sua vida e a vida de seus filhos e netos”, resume.

Foi dele a sugestão para que Dorothy Stang atuasse no Pará em uma região onde havia “gente paupérrima” porque ela que-ria trabalhar entre os “pobres mais pobres”.

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Assassinato da missionária Dorothy Stang completa dez anos. Na foto, o túmulo em Anapu

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O estado que contabiliza a morte da missionária é também o líder no ranking de mortes por conflitos no campo. Segun-do dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), 645 pessoas foram assassinadas no Pará de 1985 a 2013 – o que representa 38% do total de 1.680 homicídios por disputa de terra registrados nesse período.

O alto número de mortes, entretanto, não é proporcional ao de condenações por episódios de violência no campo, o que gera uma sensação de impunidade entre vários setores da sociedade civil. Nos últi-mos 30 anos, 1.270 casos de morte por dis-puta de terra foram registrados pela CPT.

Apenas 28 mandantes foram condenados e 13 foram absolvidos no mesmo período. Entre os executores, 86 foram responsabi-lizados pela Justiça e 58, absolvidos.

Atualmente, o PDS Esperança abri-ga 261 famílias de pequenos agricultores que ainda pedem mais presença do Po-der Público. Apesar de as condições de vida terem melhorado na última década, muitos dos trabalhadores rurais vivem um cenário de instabilidade gerado por longos processos na Justiça sobre a posse da terra e a pressão de madeireiros que têm interesse em extrair árvores nativas de modo desenfreado.

Depois da implantação do PDS Es-perança, em 2004, o Brasil avançou na formalização de estruturas que seguem a lógica do desenvolvimento sustentá-vel e, hoje, contabiliza 129 projetos im-plantados. De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), esses assentamentos abrigam 25 mil famílias.

Para Nilmário Miranda, ex-minis-tro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência, a cada mor-te brutal ocorrida no Brasil, pequenos avanços foram sendo conquistados. “Essas mortes, infelizmente, precisam ocorrer para poder impulsionar deter-minadas políticas de proteção e avan-ços de direitos humanos”, avalia. Para ele, a morte de Dorothy não foi em vão – referindo-se ao aumento da presença do Estado na região.

Atualmente, 45 famílias vivem no Lote 55, onde irmã Dorothy foi assas-sinada a tiros em fevereiro de 2005. No mesmo mês de sua morte, a área foi incorporada ao PDS pelo governo fede-ral. À época, a propriedade da área era reivindicada pelo fazendeiro Vitalmi-ro Bastos de Moura, o Bida, condenado como mandante do crime. (Reportagem: Paulo Victor Chagas/Agência Brasil)

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Há dois anos no PDS Esperança, o mesmo projeto que a missionária Dorothy Stang lutou para implantar, a camponesa Luzinete Sales, 41 anos, complementa a renda da plantação de cacau feita pelo marido, Robson Silva, com a produção de bonecas para enfeite e sorvete. “No início, faltavam algumas coisas, mas agora já melhorou bastante. Não passamos necessi-dade. Às vezes não tem carne, mas aí tem um vizinho que traz um pedacinho”, conta a arte-sã, sobre a vida na comunidade.

“Eu acredito que [daqui] a uns dois anos vai estar melhor. Todo mundo já vai ter pro-duzido mais. Valeu a pena o esforço [de Do-rothy Stang]. Tivemos o direito a um pedaço de terra. É só arregaçar as mangas que as coi-sas melhoram”, garante.

O agricultor Edilson do Nascimento, 39 anos, mora há dez em um terreno às margens do PDS Esperança e aguarda uma decisão da Justi-ça sobre a posse do lote que ocupa. Um grande fazendeiro da região se diz dono da terra, que também é pleiteada pela União. Mesmo com o cenário de indefinição e instabilidade, ele conta que não se arrepende de ter ido para a região à procura de um lugar para tirar o sustento.

“Eu vim atrás da terra para sobreviver e acho que, para mim, foi uma coisa mui-to boa. Se eu não tivesse vindo para cá, eu estava como uma pedra, rolando para lá e para cá, sem criar lodo”, relata o trabalha-dor que mora com a mulher e três filhos.

A convivência com as freiras da Congrega-ção Notre Dame de Namur rendeu à Ivonilde Santos Sousa, 48 anos, o apelido de Irmãzona. Ela conta que, no início dos anos 2000, pessoas contrárias à implantação do PDS diziam que a região não se desenvolveria. “O pessoal dizia que a gente ia comer casca de pau, que não ia ter nada. E, hoje, a maioria das coisas que sai para o município de Anapu é daqui de dentro.”

Defensora do modelo sustentável adotado pelos assentados, ela reivindica mais auxílio do Estado para consolidar o trabalho desenvolvido no local. “Eu gostaria que o governo olhasse mais para nós e visse a nossa situação aqui, a nossa luta, nossa batalha. A gente vive tentando levar esse assentamento nas costas do modo que ela [Dorothy] queria, que os agricultores tivessem direito à terra e condições de trabalho.”

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A artesã Luzinete Sales complementa a renda da plantação de cacau feita pelo marido com a produção de bonecas para enfeite e sorvete

A camponesa Ivonilde Santos Sousa diz que parte da produção do PDS Esperança abastece a cidade de Anapu

O agricultor Edilson Santos Nascimento aguarda decisão da Justiça sobre posse do lote que ocupa. Mesmo com cenário de indefinição, ele diz que não se arrepende de ter ido para a região

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Tolerância zero com a violência contra a mulherEm 2014, dez mulheres foram vítimas de maus-tratos a cada hora, segundo dados da Central de Atendimento à Mulher

A primeira Casa da Mulher Brasileira foi inaugurada em Campo Grande, capital sul-mato-grossense. A casa é um espaço que reúne serviços especializados e multi-disciplinares de atendimento às mulheres em situação de violência. A Casa da Mulher Brasileira faz parte do Programa “Mulher, Viver sem Violência”, lançado pelo governo federal em março de 2013. De acordo com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, ainda serão inauguradas unidades em 25 estados e no Distrito Federal.

A instalação da primeira casa do País em Mato Grosso do Sul é emblemática, uma vez que o estado é o segundo com mais casos de estupro no Brasil: um a cada sete horas, estatística que leva em consideração apenas os casos registrados nas polícias. Campo Grande é a capital com a maior taxa de atendimentos registrados na Cen-tral de Atendimento à Mulher – Ligue 180, segundo o Balanço Anual de 2014. A unida-de da Casa da Mulher terá como missão de-monstrar para todo o Brasil, com um exem-plo de atendimento, acolhimento e apoio à mulher, que é possível mudar a cultura de violência de gênero.

A Casa da Mulher, em Campo Gran-de, funciona 24 horas, com capacidade de atender cerca de 250 mulheres por dia. Construída em um terreno da União com 3,7 mil metros quadrados, a Casa oferece às mulheres acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia especializada; Juiza-do; Ministério Público, Defensoria Pública; promoção de autonomia econômica; cuida-do das crianças – brinquedoteca; alojamen-to de passagem e central de transportes. A Casa da Mulher Brasileira também conta

com duas viaturas da Guarda Municipal, que farão a “Patrulha Maria da Penha”.

“Queremos que todos os órgãos atuem de forma unificada para garantir que, de fato, o Es-tado brasileiro, não importa o governo, tenha to-lerância zero com a violência que se abate sobre a mulher. É nosso dever assegurar que a mulher viva sem medo e tenha o direito de construir a vida sem medos e sem ofensas”, afirmou a presi-dente Dilma Rousseff, na solenidade de inaugu-ração da Casa, no dia 03 de fevereiro.

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Instalações da primeira Casa da Mulher

Brasileira do País, em Campo Grande, Mato

Grosso do Sul

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A Casa da Mulher Brasileira está sob responsabilidade da Semmu - Secretaria Municipal de Políticas para a Mulher de Campo Grande. Em um mês de ativida-des, o número de mulheres acolhidas foi de 1928, entre atendimentos e encami-nhamentos. Somente para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), o total foi de 1074 atendimentos, entre boletins de ocorrência, encaminha-mentos para exame de corpo de delito, medidas protetivas e outras ações. “Esses números revelam que já eram urgentes as ações direcionadas à mulher em situação de vulnerabilidade”, explica a secretária Liz Derzi de Matos.

Uma das primeiras mulheres atendidas pela Casa foi uma dona de casa de 42 anos, que tinha acabado de ser expulsa, mais uma vez, pelo companheiro, de casa: “Era muita humilhação, ofensas. Ele me ameaçou, fa-lou que ia me matar e que ia matar minha filha. Mas este local é o primeiro passo para a mulher que toma a iniciativa de acabar com esta agressão”. (Com informações Agência Brasil, Blog do Planalto e Assessoria Prefei-tura de Campo Grande).

* Acolhimento e triagem: O serviço da equipe de acolhimento e triagem é a porta de entrada da Casa da Mulher Brasileira. Forma um laço de confian-ça, agiliza o encaminhamento e inicia os atendimentos prestados pelos outros serviços da Casa, ou pelos demais servi-ços da rede, quando necessário.

* Apoio psicossocial: A equipe multidis-ciplinar presta atendimento psicossocial continuado e dá suporte aos demais servi-ços da Casa. Auxilia a superar o impacto da violência sofrida; e a resgatar a autoestima, autonomia e cidadania.

* Delegacia: Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) é a unida-de da Polícia Civil para ações de prevenção, proteção e investigação dos crimes de vio-lência doméstica e sexual, entre outros.

* Juizados/varas especializados: Os juizados/varas especializados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher são órgãos da Justiça responsáveis por proces-sar, julgar e executar as causas resultantes de violência doméstica e familiar, conforme previsto na Lei Maria da Penha.

* Ministério Público: A Promotoria Es-pecializada do Ministério Público promove a ação penal nos crimes de violência contra as mulheres. Atua também na fiscalização dos serviços da rede de atendimento.

* Defensoria Pública: O Núcleo Espe-cializado da Defensoria Pública orienta as mulheres sobre seus direitos, presta assis-tência jurídica e acompanha todas as eta-pas do processo judicial.

* Promoção da autonomia econô-mica: Esse serviço é uma das “portas de saída” da situação de violência para as mulheres que buscam sua autonomia econômica, por meio de educação fi-nanceira, qualificação profissional e de inserção no mercado de trabalho. As mulheres sem condições de sustento próprio e/ou de seus filhos podem solici-tar sua inclusão em programas de assis-tência e de inclusão social dos governos federal, estadual e municipal.

* Central de Transporte: Possibilita o deslocamento de mulheres atendidas na Casa da Mulher Brasileira para os de-mais serviços da Rede de Atendimento: saúde, rede socioassistencial (CRAS e CREAS), medicina legal e abrigamento, entre outros. Os serviços de saúde aten-dem as mulheres em situação de violên-cia. Nos casos de violência sexual, a con-tracepção de emergência e a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis/AIDS devem ocorrer em até 72h. Além do atendimento de urgência, os serviços de saúde também oferecem acompanha-mento médico e psicossocial.

* Brinquedoteca: Acolhe crianças de zero a 12 anos de idade, que acom-panhem as mulheres, enquanto estas aguardam o atendimento.

* Alojamento de passagem: Espaço de abrigamento temporário de curta dura-ção (até 24h) para mulheres em situação de violência, acompanhadas ou não de seus filhos, que corram risco iminente de morte. (Com informações Secretaria de Políticas para as Mulheres).

Integra no mesmo espaço serviços especializados para os mais diversos tipos de violência contra as mulheres:

Foi sancionada pela presidente da República, Dilma Rousseff, a Lei do Feminicídio (Lei 13.104/2015), que prevê penas mais duras aos homens que cometerem o crime de homicídio contra a mulher. A norma legal altera a Lei dos Crimes Hediondos e traz nova qualificadora no art. 121 do Código Penal. Na prática, as penas podem chegar a 30 anos de reclusão em regime fechado.

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DetranzinhoHumanizando o trânsito para valorizar a vida

Fazer o dever de casa desde pequenino é a aposta que o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS) realiza há 15 anos desde que o projeto da Cidade-Escola de Trânsito do Detranzinho, que atua junto às escolas públicas, privadas e com outras in-tituições, foi implantado em Mato Grosso do Sul. A idéia é trabalhar as noções básicas de respeito no trânsito e de prevenção aos acidentes junto às crianças do Ensino In-fantil e Fundamental, de 6 a 12 anos.

“Os adultos já têm um pensamento formado e com as crianças podemos mol-dá-las e incutir as normas corretas”, ex-plica Edna Maria de Souza, coordenadora da Cidade-Escola.

Para participar, a escola deve se ins-crever no programa e os professores pas-sam por uma capacitação. Depois, eles apresentam ao departamento um proje-to de Educação no Trânsito a ser desen-volvido junto aos alunos durante o ano. Os técnicos do Detran, então, fazem o acompanhamento nas instituições. Por fim, os professores e alunos, após agen-damento, podem fazer a tão esperada visita das crianças na Cidade-Escola do Detranzinho, que fica localizada na sede do órgão, em Campo Grande.

O espaço conta com praça, banco, pos-to, teatro de arena, uma sala de vídeo e recreação, uma sala para jogos de mesa e informática, 12 buggys onde as crianças po-dem circular com um instrutor pelo espaço. No total, são nove mil metros quadrados de uma minicidade, completamente sinaliza-da onde as crianças podem vivenciar o que aprenderam em sala de aula.

O projeto deu tão certo, que a idéia já está sendo levada para outros estados. “Re-cebemos a visita de técnicos do Detran de Natal, que vieram saber como funciona nosso programa”, explica Edna.

“Vários conceitos que são absorvidos pelas crianças, ficam, e contribuiem também para formar bons cidadãos”, explica.

Na Cidade-Escola de Trânsito, o aluno deixa de ser um mero espectador e passa a ser o protagonista das atitudes que apren-deu, como atravessar a rua na faixa de pe-destre, não jogar lixo no chão. A vivência e as atividades práticas como jogos e filmes sobre o trânsito, meio ambiente, cidadania, recicla-gem e respeito ao próximo possibilitam que o aluno seja levado à reflexão e à mudança de comportamento, tornando-o um agente atu-ante das posturas corretas frente as questões socioambientais.

As atividades do programa foram reto-madas no dia 8 de março, depois de o espa-ço ter passado por uma reforma onde foram ampliadas as calçadas, implantado o piso tá-til e realizada a revitalização da sinalização horizontal e vertical de toda a Cidade-Escola.

Para a professora do segundo ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Licurgo de Oliveira, Valeska Muzzi, o proje-to já é desenvolvido na instituição há alguns anos e tem demonstrado sua eficácia por, jus-tamente, o público alvo serem os pequenos.

Por Suki Ozaki

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Detranzinho pega carona na Caravana da SaúdeTodas as oportunidades são boas

para divulgar a Cidade-Escola de Trân-sito do Detranzinho e, assim, parte da estrutura foi deslocada para acompa-nhar a Caravana da Saúde do Gover-no do Estado lançada pelo governador Reinaldo Azambuja, no município de Coxim, no dia 29 de março. A Caravana foi uma das promessas de campanha e visa levar atendimento médico para o interior do estado.

No local, foram oferecidos serviços como exames de HIV, glicemia, consul-tas médicas pediátricas, ortopédicas e oftalmologia, que foi o procedimento mais procurado.

Os atendimentos são feitos em duas carretas adaptadas, onde são realizadas as consultas e pequenas cirurgias.

Em Coxim, além dos procedimen-tos médicos foram oferecidos serviços judiciais, do Sistema S e do Detran, que marcou presença também com a Cidade-Escola de Trânsito. “Levamos quatro buggys, montamos a maquete de uma minicidade com todas as sinali-zações e atendemos 108 crianças entre 5 e 11 anos de idade”, explica Edna Ma-ria de Souza, coordenadora da Cidade--Escola do Detranzinho.

A estrutura foi montada na quadra da Escola Estadual Pedro Mendes Fontoura e contou com o apoio dos técnicos do Depar-tamento estadual de Trânsito (Detran-MS)

“O objetivo do Detranzinho é levar educação de trânsito para as crianças, de forma lúdica. É um excelente projeto que deve acompanhar as ações de governo no interior do estado.”, afirmou o diretor-pre-sidente do Detran-MS, Gerson Claro Dino.

“ Essa ação forma cidadãos comprome-tidos com a qualidade de vida no trânsito do futuro e do presente, já que as crianças cobram boas práticas de seus pais”, expli-cou a diretora de Educação de Trânsito, Marlene Rondom.

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Os anônimos das estradasPolicial rodoviário federal fotografa andarilhos das rodovias federais

Eles andam às margens das rodovias e na maioria das vezes parecem invisíveis para quem tran-sita pelas estradas. Mas não para o PRF Renato Lucena. Há cerca de dois anos, quando comprou uma câmera para fotografar a gravidez da esposa, Renato resolveu tam-bém registrar essas pessoas, os an-darilhos da BR-040, rodovia onde o policial trabalhava. “Como sempre tive contato com essas pessoas, pois a rodovia onde trabalho tem mui-to trânsito de andarilhos, resolvi fotografá-los. Foi também como uma forma de dar a eles visibilida-de, pois muitas pessoas transitam pelas estradas e sequer notam suas presenças”, comenta Renato.

André Cordeiro, andarilho. Nascido em Belém-PA, disse ter 27 anos, apesar de nasci-do em 1974. Saiu de casa e começou a andar com 10 anos de idade, à procura de trabalho, pois sua família era muito pobre e passava por necessidades. Figura curiosa, falava de si na terceira pessoa, remetendo às entrevistas do ex-jogador Romário quando ainda em ati-vidade. Fazendo uma reflexão sobre dinheiro disse: “Pra quem tem é bom, mas pra quem não tem, vai sofrer pra caramba”.

Chamou atenção, pois caminhava pelo mato, a uns 10 metros do acostamen-to e muito devagar. Questionado, disse que há algum tempo fora atropelado na cidade de João Pinheiro-MG enquanto

caminhava à noite. Perguntei se andava na via ou no acostamento, ao passo que respondeu não se lembrar pois estava embriagado. Caminhava lentamente por conta da cirurgia feita na perna esquerda em decorrência do acidente, onde osten-tava uma cicatriz e apresentava um certo inchaço. Afirmou vir de Brasília-DF em direção à Cristalina-GO em busca de em-prego, mas antes passaria pelo hospital a fim de, segundo ele, “tomar uma injeção”.

Aparentando estar bastante debilitado, ganhou da equipe uma caixinha de achocola-tado e dois sanduíches de mortadela. O acho-colatado, bebeu na mesma hora, já os sanduí-ches, guardou num saco que trazia consigo.

André

Por Tatiana Martins

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Os andarilhos, que vêm de todos os can-tos do País, são figuras interessantíssimas e têm histórias fantásticas, mas segundo o policial, algumas chamam a atenção por ca-racterísticas peculiares, como a da Gisele, a única mulher andarilha que ele encontrou até hoje e que tem uma história muito so-frida, inclusive com perda da guarda dos filhos. “Outra história que me chamou a

atenção foi a do Paulo César, que apanhava do padrasto e, quando resolveu reagir, foi expulso de casa pela própria mãe. O que é comum a quase todos, é um histórico de perdas familiares ou desilusões amorosas”, relata o policial.

Renato Lucena afirma que nas con-versas com essas pessoas descobriu que

alguns andam por falta de opção, ou-tros por escolha pessoal: “Algumas me relataram que a estrada vicia. O fato de conhecer vários lugares e pessoas fascina vários deles. Eles andam mui-to, alguns chegam a caminhar mais de 30 quilômetros por dia. Entrevistei um senhor chamado Nelson, que está nessa vida desde 1966”.

Sílvio Tomaz Weberling, 60 anos, anda-rilho. Nascido em Teófilo Otoni-MG possui esse sobrenome, segundo ele, graças ao pa-drasto, que era alemão e o registrou como filho aos 2 anos de idade. Trabalhava como preparador de explosivos em empresas de mineração. Certa feita, enquanto transita-va numa bicicleta Monark de propriedade do seu irmão, foi atropelado e por conta dis-so teve de se submeter a uma intervenção cirúrgica no pé direito. Relatou que sente dores crônicas nesse pé, dores essas que só aliviam quando se põe a andar. Explicou que “quando o sangue flui, a cirurgia para de doer”. Mesmo assim anda mancando e com a ajuda de um cajado. Traz consigo

uma rede para dormir e uma lona que usa para se proteger da chuva. Figura engraça-da e de riso fácil, fala muito rápido, fato que aliado à falta de dentes torna a conversa di-fícil, porém agradável e divertida.

Sílvio

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E todo esse trabalho resultou numa ex-posição no ano passado, um convite da chefia do 1º Distrito Regional de Polícia Rodoviária Federal, em conjunto com o Núcleo de Co-municação do Distrito Federal. A exposição num shopping da região central de Brasília tinha 22 fotos no total, cada uma de um per-sonagem. “Sei que consegui sensibilizar as pessoas que viram as fotos e leram os relatos. Algumas me falaram que começaram a pres-tar mais atenção nos andarilhos, após visitar a exposição”, comenta.

A policial rodoviária federal Pâmela Viei-

ra, que conferiu o trabalho do colega, espera que os andarilhos sejam vistos com um olhar mais cidadão pelas autoridades. Para ela, a ideia de fotografar e apresentar essas pessoas ao público é o primeiro passo em direção a esse caminho. "Esperamos que essa tentativa de humanizar nosso olhar sobre essa popula-ção seja um primeiro passo em direção a po-líticas mais inclusivas e de reconhecimento mais cidadão para eles", reitera.

Mas Renato Lucena não parou de fotogra-far os andarilhos e o próximo passo é transfor-mar esse projeto em um livro de fotografias. (Com informações da Agência Brasil)

Derivaldo Simeão, andarilho. Dis-se que estava indo para o Iraque e não soube precisar de onde vinha. Afirmou ser mulher, porém nasceu no corpo de homem, por isso utilizava algo que simu-lava dois seios por baixo da roupa. Figura bastante curiosa, informou que não se lembra por que se tornou andarilho, só sabe que foi numa segunda-feira.

Simeão

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Policial mostrou em exposição a vida de andarilhos em estradas federais

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A paixão dos brasileirosPolicial faz miniaturas de veículos da PRF e de outras corporações

Uma das paixões dos brasileiros são os carros, prova disso, é que o País é o quarto maior vendedor de veículos do mundo. E foi essa paixão aliada à admiração pela Polí-cia Rodoviária Federal que impulsionaram o policial Lejandre Bezerra de Menezes Monteiro, de Brasília/DF, a personalizar miniaturas de carros.

Lejandre, que está na PRF há 10 anos, conta que desde criança gostava de minia-turas de carros e às vezes arriscava perso-nalizá-las, mas somente em 2012 começou a desenvolver e aprimorar técnicas para transformar miniaturas azuis em viaturas da PRF. “Por gostar de carrinhos, sentia falta de modelos de viaturas policiais e, por ter orgulho de pertencer à PRF, vi a chance de juntar um prazer pessoal à admiração e gratidão pela polícia”, comenta.

E por ser um trabalho exclusivo e per-sonalizado, muitos colegas de trabalho se interessaram pelas miniaturas e a partir daí, começaram as encomendas. Lejandre conta que iniciou apenas com miniaturas da PRF, mas em contato com policiais de outras corporações foi estimulado a ar-riscar a caracterização de miniaturas de outras polícias: “No início, os primeiros interessados foram os colegas PRF. Depois, policiais e bombeiros de outras corpora-ções começaram a fazer contato. Mas tam-bém recebo encomendas de pessoas que são parentes de policiais, colecionadores e pes-soas que apreciam as instituições policiais. Atualmente, já fiz miniaturas de polícias de quase todos os estados”, informa.

O realismo do trabalho impres-siona e é possível ter viaturas da PRF, Polícia Militar e até do Bope, mas tam-bém há caracterização de ônibus, mo-tos e até helicóptero.

O trabalho é totalmente artesanal, por isso, ele entrega, por mês, uma mé-dia de 12 encomendas. Lejandre realiza a compra das miniaturas, desmonta-gem, pintura, remontagem e caracteri-

zação. “Como sou dentista, aproveito as habilidades adquiridas para utilização de materiais para confecção de peças. Algumas vezes, meu filho me ajuda na caracterização de miniaturas da PRF”.

Por Tatiana Martins

As miniaturas de veículos da PRF impressionam

pelo realismo

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Quem tiver interesse de conhecer o trabalho e adquirir uma miniatura, pode acessar o sitewww.lemontminiaturas.com.br.O contato também pode ser feito pelo e-mail [email protected].

“Assim como eu aprecio e admiro a minha instituição, outros têm o mesmo sentimento e querem guardar lembranças”, finaliza o policial rodoviário federal.

PRF Lejandre realizando o trabalho artesanal das miniaturas

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UM SUV “PRA ChAMAR DE SEU”Eles são as vedetes do mercado e despertam desejo nas ruas

O mercado brasileiro de automóveis é mo-vido por novidades. E elas vêm por segmentos e ditam moda nas ruas. As minivans já foram as queridinhas, mais tarde os hatchs compac-tos tiveram seu tempo, depois foram os sedãs e, hoje, a bola da vez são os utilitários-esportivos, ou SUVs, como são chamados. Este ano, são

cinco importantes lançamentos: Honda HR-V, Jeep Renegade, Renault Duster reestilizado, Peugeot 2008 e JAC T6. Eles se juntam ao líder de vendas Ford EcoSport, ao Mitsubishi ASX, ao acanhado Chevrolet Tracker e ao chinês Lifan X60, que já estão por aqui e não trazem muitas novidades.

Embora se pareçam no conceito, esses modelos têm propostas e preços diferentes. Até o fechamento desta edi-ção, já havíamos testado três desses SUVs, o HR-V, o Renegade e o Duster. Conheça mais sobre eles.

SamuraiO Honda HR-V, o primeiro deste time a

desembarcar no Brasil, tem estilo mais urba-no e sofisticado. Dono de um excelente espa-ço interno, de acabamento refinado e uma lista generosa de equipamentos, já pode ser considerado um sucesso de vendas. A procu-ra por ele nas concessionárias é grande e há fila de espera para a compra. Equipado com motor 1.8 de 139 cv de potência e câmbio au-tomático tipo CVT, que tem funcionamento contínuo e suave, o HR-V agrada ao volante. No teste que fizemos com ele pelas estradas de Brasília, o conjunto mecânico mostrou eficiência. Nada surpreendente, mas dentro da proposta do carro. O câmbio deixa a vida tranquila, sem solavancos, e o silêncio a bor-do é bom e agrada.

O volante multifuncional, a central mul-timídia com GPS, os bancos confortáveis e com ajustes de altura proporcionam uma direção prazerosa. Na parte de trás, viajam, confortavelmente, três adultos.

Seus preços começam em R$ 69.900, na versão com câmbio manual e chegam a R$ 88.700 no topo de linha.

Por Paulo Cruz

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LameiroO Renegade é um dos mais aguar-

dados lançamentos do ano. Além de ser um modelo muito interessante, ainda ajudou a Jeep a alavancar sua rede de concessionários no País que deu um salto de 40 para quase 100 lojas com a sua chegada. São seis versões que vão da Sport com motor 1.8 EtorQ flex de 132 cv, até a topo de linha a Trailhawk 2.0 turbodiesel de 170 cv e tração 4x4 com reduzida. Os preços partem de R$ 69.900 e chegam a R$ 116.800.

O acabamento do Renegede também é muito bom, principalmente nas ver-sões Longitude e Trailhawk. Nós anda-mos nas duas versões de motor. A 1.8 não empolga e também não tem aptidões ao fora-de-estrada, se dando melhor no as-falto. A graça do modelo aparece com a versão 2.0 a diesel que acelera forte em qualquer terreno. A tração 4x4, essa sim pronta para encarar trechos mais esbu-racados, nos permitiu passar por lugares bem inóspitos durante a avaliação.

A marca Jeep pesa a favor do Rene-gade, que tem uma linha completa de acessórios, para deixa-lo com a cara do seu dono. No meio do ano será lan-çada uma versão de entrada que cus-tará cerca de R$ 65 mil.

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Racional

O Renault Duster 2016 é a compra mais racional dos três. Primeiro pelo seu preço, o menor. Começa em R$ 62.990 na versão Expression 1.6 e chega a R$ 78.490 na Dy-namique 2.0 16v 4x4 com câmbio manual. A versão 2.0 automática Dynamique sai por R$ 75.990. O modelo 2016 não é exatamente uma novidade mas a reestilização fez mui-to bem a ele. A frente ganhou nova grade com para-choque redesenhado e mais ro-busto. Na traseira as lanternas são em leds e muito bonitas. Por dentro, novos padrões de forração dos bancos, nova central mul-timídia e detalhes em black piano, que o deixaram mais moderno.

Em nosso teste percorremos trechos de asfalto onde o Duster mostrou boa disposição, principalmente com o motor 2.0 que empurra bem o carro. O câmbio pode ser manual de cin-

co ou seis velocidades e automático de quatro. No off-road Duster surpreende. Com a tração 4x4 ele ganha força e supera obstáculos bem radicais. Com essa configuração ele se compor-ta como um autêntico fora-de-estrada e não decepcionará que busca um carro bom no as-falto e valente na terra.

Nas próximas edições da revista fala-remos mais sobre os outros SUVs que estão povoando as ruas brasileiras.

O jornalista Paulo Cruz apresenta o programa AutoNews TV, no SBT MS, aos sábados e domingos, às 8h30

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ANúNCIO GRÁFICA

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Tradição ManauaraMercado Adolpho Lisboa resgata parte da história da capital do Amazonas

Passado um ano e meio depois que foi reinaugurado, o Mercado Adolpho Lisboa, mais conhecido pelos manauaras como “Mercadão”, voltou a ser um ponto de encontro dos moradores da capital do Amazo-nas e um dos pontos turísticos mais visitados da cidade de Manaus, junto com o Teatro Amazonas.

Durante sete anos ele ficou fecha-do ao público enquanto as obras de restauração eram realizadas, deixando os amazonenses sem a sua referência para as comidas típicas, artesanato lo-cal, venda de ervas tradicionais, peixes e toda sorte de produtos regionais. O “Mercadão”, como é popularmente co-nhecido, não é apenas um local de co-mércio, mas faz parte da história da capital amazonense desde o final do século 19, quando começou a ser cons-truído em 2 de agosto de 1882, em pleno período áureo da borracha e levou mais de 30 anos para ser concluído.

Por Suki Ozaki

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O estilo do pavilhão central, construído em ferrro e alvenaria, foi inspirado no famo-so mercado “Les Halles” de Paris e foi inaugu-rado em 15 de julho de 1883. Posteriormente, mais dois pavilhões em ferro fundido, no es-tilo “Art Nouveau” completariam a obra.

A restauração do prédio foi apro-vada em 2005 pelo Instituto do Patri-

mônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e as obras foram realizadas em 2006 até outubro de 2013 nas quais fo-ram gastos R$ 17 milhões.

Hoje, caminhar pelas edificações que ficam às margens do Rio Negro é como voltar no tempo, onde cada deta-lhe conta uma história.

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Ótima época para economizar e curtir

Baixa temporada

Viajar na baixa temporada tem inú-meras vantagens, que vão muito além da economia com preços de passagens e esta-das em hotel. É uma ótima oportunidade para quem quer descansar ou fazer alguns passeios, que em alta temporada é muito difícil conseguir uma vaga ou o preço está lá nas alturas. Começando pelo trajeto, se você prefere ir de avião, os aeropor-tos, nessa época, costumam estar menos movimentados, os voos raramente estão cheios, e as passagens ficam bem mais em conta. Para quem prefere viajar de carro, as estradas também têm um fluxo menor e dependendo do destino que escolher, o turista pode ir contemplando a paisagem e fazendo paradas ao longo do caminho. No caso de hotelaria , o número de pes-soas é menor, isso facilita a comunicação e pode proporcionar um atendimento personalizado. Em qualquer destino tu-rístico, os restaurantes e bares em baixa temporada diminuem consideravelmente

o tempo de atendimento, isso também é um conforto a mais. E o principal, de se viajar na baixa temporada, é, sem dúvida, o melhor aproveitamento do seu próprio tempo. Por oferecer a tarifa reduzida, é possível que você se veja tentado a “esti-car” a sua viagem, decidindo permanecer mais tempo na cidade.

Com o aumento do dólar, os viajan-tes acabam adiando suas viagens para o exterior, porém os consumidores mais atentos podem sair ganhando: à medi-da que a moeda sobe, os descontos em passagens aéreas e hotelarias descem. Tanto as empresas de companhia aérea e hotelaria, diminuem suas tarifas para que o tráfego de brasileiros para outros países permaneça em ritmo bom. Mas é preciso estar bem atento, pois as ofer-tas aparecem sem aviso e valem por períodos bem curtos. Em alguns casos, a queda de preço chega a 50% para des-

tinos como Estados Unidos, Europa e América Latina.

Até pouco tempo atrás, destino como Las Vegas era de U$$ 1.100 a U$$ 1.300, com o aumento do dólar podemos encon-trar a mesma passagem por U$$ 500,00 mais taxas. Para quem optar pela Améri-ca Latina, as oportunidades são melhores ainda: há bilhetes aéreos para Buenos Ai-res sendo oferecidos por US$ 186.

O período entre março e junho, co-nhecido como baixa temporada no tu-rismo e é bastante disputado por aque-les que querem economia e sossego. Entre os meses de março e junho, a bai-xa temporada faz com que os preços das passagens e hospedagens fiquem mais baratos, já que algumas cidades turísti-cas reduzem seus preços para incentivar a visitação nessa época, que costuma ser marcada pela tranquilidade.

Por Valéria Eugênio

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Baixa temporada

Dentre opções de viagens para baixa temporada, listamos alguns destinos que vão valer muito a pena:

A região dos lagos no Chile é uma experiência única. Lá, você encontrará um festival de paisa-gem de tirar o fôlego, com mon-tanhas nevadas, lagos com cor de esmeralda e vida selvagem.

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Bariloche, na Argentina, também é uma das opções de viagem econômica para a baixa temporada. Quem nunca sonhou com aquela paisagem repleta de árvores em cores outonais? Barilo-che pode ser a solução. O céu está com um azul intenso, enquanto o vento frio

carrega as folhas em tons vermelhos, amarelos e marrons. Nas noites mais geladas já é possível tomar um cho-colate com conhaque à beira da la-reira. O melhor de tudo, porém, são diárias muito mais atraentes que du-rante a temporada de esqui.

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O arquipélago nordestino, que tem três das cinco melhores praias brasileiras, continua agra-dável neste outono, com a vanta-gem de estar muito mais acessível – pelo menos em termos de preço. O único senão é que chove muito mais nesta época do ano em Fer-nando de Noronha. Se estiver sur-fando ou mergulhando, isso não vai fazer diferença.

Fernando de Noronha é di-vidida em duas costas - o mar de dentro, voltado para o Brasil; e o mar de fora, voltado para a Áfri-

ca. As praias de águas mais cris-talinas ficam voltadas para o país, entre elas, as mais bonitas da ilha: Sancho, Baía dos Porcos e Cacim-ba do Padre. É deste lado também que o sol se põe, reunindo turistas e nativos nas praias da Conceição e do Boldró. Independente do lado escolhido, não esqueça da másca-ra e do snorkel - em qualquer uma das praias, a rica vida marinha é surpreendente. Leve também água e lanche, uma vez que não há infraestrutura de barracas na maioria das praias. E não esqueça de trazer o lixo de volta.

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Os mais experientes mergulhado-res já afirmaram: Noronha é um dos mais belos pontos de mergulho do mundo. E esta afirmação não se dá por acaso, afinal são poucos os lugares no planeta quem têm média de tempera-tura da água de 26° e visibilidade de até 50 metros na horizontal. Isso para não falar da diversidade de vida marinha. É

comum se escutar a seguinte frase na ilha: vir a Noronha e não mergulhar é a mesma coisa que ir a Roma e não ver o Papa. Des-cubra você mesmo o porque desta frase e não é nem preciso saber mergulhar basta ter interesse, pois quem nunca mergulhou poderá realizar o batismo Submarino, acompanhados de um instrutor de mergu-lho a uma profundidade de até 12 metros. Já

os mais experientes com curso compro-vado farão mergulhos mais profundos.

Recomendamos usar: sandálias, boné, roupa de banho e mergulho.Levar: material fotográfico subaquático.Duração aproximada: 4 horas.Nível de dificuldade: Leve.

Escolha o melhor destino para você e sua família, se tiver criança pequena, pro-cure se informar qual a melhor opção de roteiro. Antes de planejar uma viagem, te-nha sempre em mãos um caderninho com as seguintes perguntas: Quanto pretende gastar? Está à procura de calor ou frio? Pre-

tende descansar ou se ocupar? Na viagem, vai alguma criança menor de 12 anos? Vai dar tempo de planejar? Essas são perguntas chave para começar uma viagem, tem que ser tudo planejado com antecedência seja na alta ou na baixa temporada, depois de tudo isso é só curtir o passeio. Boa viagem!

Valéria Eugênio é proprietária da agência Celebrare Viagens, que fica na Rua Bahia, 973, no Jardim dos Estados, em Campo Grande/MS. Para mais informações, acesse: www.celebrareviagens.com.br.

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Uma modelo dos sonhos

Traços perfeitos, sorriso tímido e olhar marcante foram alguns dos atribu-tos que levaram a jovem Geórgea Lima (18) a chamar a atenção do “olheiro” Paulo Afonso Soares, da Agência de Dil-son Stein, o descobridor das divas Gisele Bündchen, Caroline Trentini e Alessan-

dra Ambrósio. O ano era 2012 e a seletiva percorria todo o Brasil em busca de me-ninas para participarem da convenção de agências que aconteceria em fevereiro de 2013, em São Paulo, onde as maiores em-presas do ramo escolheriam os novos ros-tos que fariam parte de suas equipes.

Por Suki Ozaki

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“Ser escolhida na etapa de Bonito já foi o começo da concretização de um so-nho, pois desde pequena sempre quis ser modelo”, explica Geórgea. Avisada pela irmã, Emilie, do concurso, ela precisa-va do aval dos pais, João Tadeu e Denise Lima. “Fiquei encantada com a reação dos meus pais, principalmente do apoio in-condicional que recebi”, relembra.

A surpresa vem do fato de os pais da modelo serem pastores de uma igreja evan-gélica na pequena cidade de Bonito, mas como passaram a vida toda ouvindo que ela queria ser modelo e souberam do concurso, eles deram a permissão. “Quando surgiu a oportunidade e ela foi selecionada, eu acre-ditei que iria dar certo”, revela Tadeu.

Na convenção, Geórgea foi contratada pela Casa Agência e em junho fez seu primei-ro book. Depois, no começo de janeiro de 2014, mudou-se com a mãe para a capital paulista. A mudança mexeu com toda a família e não deixou de causar burburinho. Muito unidos, os pastores também receberam críticas e apoio de fiéis e conhecidos por acharem que a carreira de modelo aposta mais na beleza do corpo que nas qualidades da alma. “Acredito que nós, cristãos, precisamos ocupar todos os lugares para falar do amor de Deus. Creio que é uma grande oportunidade do nome do Senhor ser exaltado por meio da profissão da Geórgea com o testemunho de vida dela”, afirma o pastor. “Justamente onde existe tan-ta maldade e problemas com vícios e drogas, tão distante da realidade na qual vivemos, que eu acredito que o comportamento dela pode mostrar para as pessoas que você pode ser modelo e ser diferente”, finaliza.

Além do apoio moral e espiritual da família, o “paitrocínio” também foi fun-damental para que o acesso ao mundo da moda pudesse estar ao alcance de Geórgea. Cada etapa desse processo exigiu dinheiro para custear viagens, roupas, cursos e books. Mudar para uma das maiores metrópoles do mundo foi um deles. “Nesse começo, até ela se estabilizar e amadurecer mais, achamos necessário que eu a acompanhasse”, explica a mãe, Denise, que abriu mãe de sua florescen-te confeitaria para acompanhar a filha, além de ter de ficar longe do marido, que também é empresário, e da família.

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Mas os sacrifícios trouxeram seus frutos. Depois de fazer pequenos tra-balhos como fotos para catálogos e participar de diversos castings, em maio de 2014, a modelo recebeu o con-vite de Gerson Antonelli, organizador do Miss Teen Brasil para representar Mato Grosso do Sul na etapa nacional, que aconteceu em setembro de 2014 na cidade de Olímpia (SP). Segundo Geór-gea, os concursos de Miss são também etapas necessárias para quem quer ter uma chance de entrar para o ramo, além de melhorar o currículo, é um meio de aparecer na mídia, o que ajuda a ficar conhecida.

Geórgea ficou em quinto lugar e dois meses depois, recebeu o convite para passar uma temporada na China, mas após avaliar prós e contras, decidiu ficar.

Além dos atributos físicos, Geórgea tem na inteligência um diferencial. Ter-minou o ensino médio aos 15 anos e aos 16 passou no vestibular para direito na Universidade Católica Dom Bosco, onde o curso é o mais disputado. Por conta das mudanças em sua jovem vida, ela trancou a faculdade e atualmente faz cursinho para ingressar na PUC.

Hoje, ela faz parte da Pharos Models, empresa que agencia modelos do mundo todo. Enquanto não aparecerem os grandes contratos, ela divide seu tempo entre os es-tudos, castings e idas e vindas para Bonito.

“Sei que Deus tem o melhor reservado para mim”, afirma a modelo.

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Para atrair a atenção das crianças sobre a importância de boas práticas e da mu-dança de comportamento como forma de preservar vidas, os PRFs utilizaram o Te-atro de Bonecos, Cinema Rodoviário, com a demonstração de vídeos e palestras, que provocaram uma reflexão sobre as causas dos acidentes no trânsito.

Uma demonstração que fez muito su-cesso foi a ministrada pelo Grupo de Ope-rações com Cães, com os policiais Rafael Tavares e Mardini e a cadela Yuki, que foi adestrada para encontrar drogas em car-ros e bagagens.

PRF vai à escolaNem só de fiscalização e preven-

ção nas estradas vive a PRF. O trabalho também é voltado para a prevenção de acidentes de trânsito e nada mais justo que começar o dever de casa na escola. Assim, os policiais rodoviários federais Luciene, Fábio Roberto, Wilson Luiz e J. Ricardo promoveram, junto com os po-liciais aposentados Lima, Vinhole, Ba-tista, Dutra e Tavares, uma atividade de prevenção no trânsito na Escola Munici-pal Pana, no município de Nova Alvora-da do Sul, no dia 30 de abril.

Já os aposentados ficaram responsáveis pela exposição de fotos que contam um pouco da história da PRF, desde viaturas e equipamentos utilizados há 30 anos ou mais pela corporação.

Dia muito especial, tanto para as crian-ças quanto para os policiais.

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jurídicoImplicações jurídicas nas relações entre trabalho e saúde dos Policiais Rodoviários Federais

E S P A Ç O

A Polícia Rodoviária Federal é uma ins-tituição que goza de credibilidade e prestígio perante a sociedade, pois além de combater as mais variadas formas de crime nas rodovias fe-derais do Brasil, também monitora e fiscaliza o trânsito de veículos, bens e pessoas.

Os Policiais Rodoviários Federais enfren-tam, rotineiramente, grandes adversidades, mencionando-se, a título de exemplo, reali-zação de bloqueios estratégicos de segurança, desconhecendo o que e quem encontrarão e quais reações terão, eventualmente, durante uma abordagem, pois, não raro, principalmen-te ao participarem em operações de combate a organizações criminosas, poderão se deparar com traficantes fortemente armados.

Somem-se ao descrito, a necessidade do contínuo estado de prontidão, a possibili-dade de responsabilização administrativa e penal em caso de omissão nas situações de atendimento às vítimas de acidentes, o risco de morte, às constantes ameaças à integrida-de física e mental de outrem e à sua própria, as longas jornadas de trabalho com alteração no ciclo de sono, são alguns dos fatores que contribuem para um quadro de grande es-tresse e tensão psicológicos a que se subme-tem tais profissionais diariamente.

A despeito da vestimenta, proteção e trei-namento porque passam, são seres humanos colocados em situações-limite, que lidam e atuam entre vida e morte; fatores que, indu-bitavelmente causam, um quadro de graves reflexos na saúde psicológica, moral e física.

Conforme consta em dados fornecidos pela PRF, atualmente, no Estado do Mato Grosso do Sul, aproximadamente 41 servido-res estão afastados para tratamento de saúde, porquanto inviabilizados de executarem suas tarefas, em plenas condições físicas e mentais, por todo o que fora retratado anteriormente.

Muitas vezes, o médico perito coloca a doença como o resultado da ação de agentes específicos e esta visão obscurece o complexo entendimento da relação entre trabalho e saú-de, isto é, uma parte dela é colocada fora do trabalho, como uma doença específica; e outra é reconhecida como decorrente do trabalho. Ainda persiste o hábito de considerarem-se os afastamentos do trabalho como um problema físico, uma vez que estas demandas são mais fáceis de definir e identificar do que as mentais.

Embora apresentem alta prevalên-cia entre os servidores públicos federais, os distúrbios psíquicos relacionados ao

trabalho, com frequência, não são reco-nhecidos como tais no momento da ava-liação clínica. Essa situação pode estar relacionada às próprias características dos distúrbios psíquicos, regularmente mascarados por sintomas físicos, bem como pela complexidade inerente à ta-refa de definir-se claramente a associa-ção entre tais distúrbios e o trabalho.

Pode-se, também, levantar a possibilidade do que se denomina, atualmente, presentismo laboral, ou seja, o trabalhador procura man-ter-se no trabalho mesmo com algum tipo de adoecimento devido ao temor de estratégias de gestão perversas, que entendem o trabalhador doente como indolente, sendo passível de so-frer algum tipo de assédio moral.

Por fim, é impossível esperar que o le-gislador, ainda que muito atento à medicina moderna, elabore leis que possam dizer quais exatamente são as doenças a serem consi-deradas graves, pois o conceito de doença é bastante subjetivo e deve ser razoavelmente aplicado ao caso concreto, assim a incapaci-dade mental para a realização de qualquer atividade profissional demonstra por si só a possibilidade de se comparar com as diversas moléstias elencadas na legislação vigente.

*Dr. Alex H. Cruz é formado em Direito pela Unoeste (SP) e pós graduado em Direito Empresarial.

Por Alex Cruz

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CO

NV

ÊNIO

SO Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Mato Grosso do Sul (SINPRF-MS), no empenho de promover o melhor aos seus associados e familiares, oferece descontos especiais e cober tura total por meio de convênios firmados com diversas empresas que atuam em Mato Grosso do Sul e no Brasil, são elas:

ACADEMIA STOFFER

BRITISH AND AMERICAN

COLÉGIO DOM BOSCO

COLÉGIO FUNLEC

COLÉGIO MACE

CONTALEX TRIUNFO

DROGARIA SÃO LEOPOLDO

INSTITUTO BIOQUÍMICO - FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO & HOMEOPATIA

FBM – CURSO JURÍDICO

FCG – FACULDADE DE CAMPO GRANDE

FACSUL – FACULDADE DE MATO GROSSO DO SUL

INSTITUTO ADVENTISTA CENTRAL BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL

OFICINA DE ESTUDOS

ÓTICA BRANDÃO

SESC

SEGURO DE VIDA MONGERAL – INDIVIDUAL

UNAES

UNIMED SÃO PAULO

UNIODONTO

BRUMADO HOTEL – CAMPO GRANDE

HOTEL 10 – DOURADOS

LUCCA HOTEL POUSADA – BONITO

STRIKE BOLICHE

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