resumo direito das obrigacoes

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  • 7/27/2019 Resumo Direito Das Obrigacoes

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    O Direito Civil regula as relaes de ordem privada entre as pessoas e seus bens.

    Uma parte do Direito Civil trata dos direitos patrimoniais, que tutela as relaes jurdicas comvalorao econmica (direitos economicamente valorados).

    Os Direitos Patrimoniais dividem-se em:

    Direitos Reais - Unem um particular a uma coisa (um bem). Direitos Pessoais - Vinculam duas pessoas. So tambm chamados de direitos

    obrigacionais, pois, na verdade, todos os direitos so "pessoais".

    Podemos entender as obrigaes como a "parte geral" que oferece uma introduo ao estudo da sua"parte geral", que seria a teoria dos contratos.

    DIREITO CIVILObrigaes

    Diferenas entre os direitos reais e os direitos pessoais

    Diferenas Direitos Reais Direitos Pessoais

    Quando aoobjeto

    O objeto a coisa. O objeto a prestao, ou seja, ovnculo que une duas pessoas, demodo que uma deve realizar umacoisa para a outra.Observaes:

    Devido ao fato do objeto ser aprestao (e no a coisa), no

    cabe aqui a busca e apreenso. A hipoteca , na realidade, um

    direito real de garantia.

    Quanto aosujeito passivo

    O sujeito ativo o proprietrio e osujeito passivo a coletividade(sujeito passivo indeterminado).Os direitos reais se impem ergaomnes.

    O sujeito ativo o credor e o sujeitopassivo o devedor (sujeito passivodeterminado ou determinvel).

    Quanto durao

    O direito real permanente(duradouro).

    O direito pessoal transitrio. Elesurge visando a extino daobrigao. Relaes obrigacionais so

    temporrias, tm uma data para seextinguirem. Se no for assim, ocredor poderia extinguir de plano.

    Quanto formao

    Surgem somente em virtude de lei(tm previso numerus clausus, ouseja, a lei prev quais os direitosreaisi existentes).

    Podem ser criadas tanto por leiquanto pela vontade das partes.

    Quanto aoexerccio

    No necessitam de outra pessoa paraserem exercidos.

    Necessitam de uma outra pessoapara serem exercidos: o sujeito

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    Obrigaes Propter Rem

    Existindo dois imveis vizinhos, surge para os dois a obrigao de arcar com as despesas das obrasde separao dos dois.

    Esta obrigao tem como caractersticas:

    Objeto = prestao Sujeito passivo = determinado Durao = temporria Formao = em virtude da lei (Cdigo Civil) Exerccio = precisa de outra pessoa para ser exercido

    Caso o imvel seja vendido, a dvida ser transferida. Esta uma caracterstica dos direitospessoais, no entanto, esta obrigao decorre intimamente de um direito real ( o proprietrio do

    imvel que deve pagar).

    Trata-se, portanto, de uma obrigao propter rem: um direito obrigacional, mas temcaractersticas prprias, pois decorre de um direito real. Deste modo, numa mesma relao jurdica,surgem as duas caratersticas.

    Alguns doutrinadores entendem que, nestes casos, no se caracteriza nem um direito obrigacional,nem um direito real.

    Outros exemplos de obrigaes propter rem so o pagamento do IPTU e a cota condominial(sobre esta ltima, h uma corrente doutrinria que no entende que seja uma obrigao ropterrem).

    "A obrigao consiste na dominao sobre uma pessoa estranha, no sobre toda a pessoa (pois queisto importaria em absoro da personalidade), mas sobre atos isolados, que seriam consideradoscomo restrio sua personalidade, ou sujeio nossa vontade."(Savigny)

    "Obrigao a relao jurdica patrimonial em virtude da qual o devedor vinculado a umarestao de ndole positiva ou negativa para com o credor."(Vittorio Polaco)

    "Obrigao a relao transitria de direito que nos constrange a dar, fazer ou no fazer algumacoisa, em regra economicamente aprecivel, em proveito de algum que, por ato nosso ou dealgum conosco juridicamente relacionado, ou em virtude da lei, adquiriu o direito de exigir de nsesta ao ou omisso."(Clvis Bevilqua)

    "Obrigao o vnculo jurdico em virtude do qual uma pessoa pode exigir de outra uma prestaoeconomicamente aprecivel."(Caio Mario)

    Elementos Constitutivos da Obrigao

    passivo.

    O direito de regresso (direito real do proprietrio decorrente do contrato) no descaracteriza aobrigaopropter rem.

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    1. Sujeitos (ativo e passivo)

    Sujeito ativo = credorSujeito passivo = devedor

    Caractersticas dos sujeitos da obrigao:a. Duplicidade (pluridade) dos sujeitos da obrigao - Os sujeitos ativo e

    passivo podem ser representados por mais de um sujeito.b. Transmissibilidade - Os sujeitos da obrigao no so imutveis.

    2. Objeto

    O objeto a prestao de dar, fazer ou no fazer alguma coisa (o objeto a prpriaobrigao).

    Caractersticas do objeto da obrigao:a. Lcito (uma obrigao pode tornar-se nula pela ilicitude do seu objeto) e

    Possvel.b. Determinado ou determinvel.

    c. Tem que possuir um contedo patrimonial ("ser fiel" no tem contedopatrimonial)

    3. Vnculo jurdico ou relao jurdica

    o vnculo jurdico que une credor e devedor. O Direito protege o vnculo jurdico; huma sano prevista para quem o descumprir.

    Modernamente (conforme criao dos doutrinadores alemes, e majoritariamente aceitona atualidade) o vnculo jurdico divide-se em dois elementos:

    Dbito (schuld) - um vnculo subjetivo, pessoal, moral, que vincula o devedor

    satisfao do dbito. um dever moral subjetivo. um liame que obriga odevedor a pagar espontaneamente. Do dbito, todos podem fugir; no entanto, seisto ocorrer, entra-se na responsabilidade.

    Responsabilidade (haftung) - Liga o patrimnio do devedor ao cumprimento daobrigao. a capacidade que possui o credor de buscar no patrimnio dodevedor a satisfao do seu crdito.

    Na obrigao moral no existe nem dbito, nem a responsabilidade (no existenenhum dos elementos da obrigao civil). Em exemplo a obrigao de dar esmolas.

    Existem obrigaes que possuem somente a responsabilidade. o caso do fiador; aobrigao de pagar do locatrio, mas se este no o fizer, surge a responsabilidadepara o fiador.

    Nas obrigaes naturais existe somente o dbito. Nelas no existe a responsabilidade,ou seja, o devedor no pode ser compelido a pagar. Dois exemplos de obrigao natural

    OBRIGAO CIVIL

    Partes (credor e devedor) Objeto Vnculo jurdico

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    so a dvida de jogo (que uma obrigao que j nasce natural) e dvida prescrita(obrigao civil regularmente formada, porm, em razo do no exerccio do direitosubjetivo por parte do credor, ele perde a responsabilidade de exercer o seu direito; aobrigao continua existindo - se o devedor pagar, este pagamento vlido; estaobrigao nasce perfeita, mas torna-se natural - trata-se de uma obrigaodegenerada).A obrigao natural o meio-termo entre a obrigao moral e a obrigao civil. Elapossui partes, objeto, e uma parte do vnculo jurdico (o dbito).

    Para que exista uma obrigao civil, deve haver o dbito e a responsabilidade. Porexemplo, aps uma venda, surge a obrigao de entregar a coisa.

    4. Causa

    A doutrina costuma citar mais um elemento - a causa, mas este entendimento no adotado pelo Direito brasileiro como elemento constitutivo da obrigao. A causa, comoelemento constitutivo da obrigao, caracterstica do Direito francs. O Direitobrasileiro adota a Teoria Anticausalista.A causa que elemento constitutivo das obrigaes a causa objetiva.Existem duas causas que inspiram o agente na prtica de um ato: a causa subjetiva ea causa objetiva.A causa subjetiva varia de pessoa para pessoa; o caso, por exemplo, da causa quenos leva a comprar um determinado produto, quando o fazemos impelidos pela boa

    impresso que ele nos d, pela identificao com a sua beleza, pelo fato de que talobjeto nos traz boas recordaes, ou qualquer outra causa subjetiva.A causa objetiva - que interessa ao Direito francs (que a considera um dos elementosdas obrigaes), comum a qualquer pessoa que pratique aquele determinado ato.Ocorre, por exemplo, quando, ao comprar um objeto, a causa receb-lo e incorpor-loao nosso patrimnio pessoal.

    A causa, contudo, se mostra presente em dispositivos da legislao civil como, porexemplo, quando se trata o enriquecimento sem causa. O indivduo que realiza umavenda e, mais tarde, no pode entregar a coisa, deve devolver a quantia paga; casocontrrio se caracterizar o enriquecimento sem causa.O Direito brasileiro veda o enriquecimento sem causa (no Cdigo Civil de 1916 trata-se

    de um princpio, e no Cdigo Civil de 2003 j est positivamente disposto).

    Fontes das Obrigaes

    A obrigao um instituto que se desenvolveu muito no Direito Romano (as primeiras normas doDireito Romano visavam regular as obrigaes).

    I. Num primeiro momento, entendia-se que as obrigaes resultavam do contrato (acordo devontades convencionado entre as partes) ou do delito.

    OBRIGAO NATURAL

    Partes (credor e devedor) Objeto Vnculo jurdico no completo (no possui a responsabilidade, possui

    somente o dbito). O credor no tem como cobrar o pagamento porparte do devedor (o credor no pode compelir o devedor a pagar).

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    Por exemplo, num contrato para a construo de uma casa, surgem as seguintes obrigaes:

    De construir (credor = contratante, devedor = contratado) De pagar o preo (credor = contratado, devedor = contratante)

    II. Num segundo momento, ainda no Direito Romano, diz-se que as obrigaes podem surgir: Do contrato Do quase-contrato Do delito Do quase-delito

    No quase-contrato no h uma conveno entre as partes (acordo de vontades), mas asituao tal que se presume que haveria um acordo de vontades, e s no h porque umadas partes encontra-se impossibilitada de expressar a sua vontade.Exemplo 1: H um quase-contrato na gesto de negcios, na qual uma pessoa buscaresguardar os direitos de outra.Exemplo 2: Dois amigos resolvem viajar para o exterior e, no curso da viagem, um deles vema falecer; o amigo sobrevivente passa, ento, a gerir os bens que o amigo falecido havialevado para a viagem, at que possa entreg-los aos herdeiros (novos proprietrios). No h

    um acordo de vontades, mas como se houvesse.Exemplo 3: Um indivduo fecha a sua casa e parte para uma viagem; dias depois da suapartida, a sua casa sofre um dano e necessita de alguma providncia urgente. Seu vizinho,ento, toma a providncia por ele. Neste caso, a lei tambm presume um acordo de vontades.

    O delito um crime praticado com dolo (inteno de praticar a ao e de atingir o resultado).O quase-delito um crime praticado com culpa (negligncia / imprudncia / impercia).

    III. Para o Direito brasileiro h duas teorias acerca das fontes das obrigaes:

    1. A primeira teoria declara a existncia de quatro fontes de obrigaes: Contratos (Cdigo Civil/1916, arts. 1079 a 1504)

    Declarao unilateral da vontade (Cdigo Civil/1916, arts. 1505 a 1517) Atos ilcitos (Cdigo Civil/1916, arts. 1518 a 1532) Lei - Sempre que a lei estabelecer, surge uma obrigao.

    2. A segunda teoria (majoritria) declara a existncia de duas fontes de obrigaes: Vontade das partes (vontade humana) A lei

    Esta teoria une os contratos e a declarao unilateral de vontade da primeirateoria na fonte vontade das partes (vontade humana), e une os atos ilcitos e alei da primeira teoria na lei.

    3. A terceira teoria (minoritria) declara a existncia de uma fonte de obrigaes: A lei

    A fonte mediata ou secundria das obrigaes a lei. Para esta terceira teoria,a lei a nica fonte das obrigaes. Para a primeira e a segunda, as obrigaespossuem tambm fontes imediatas.Um exemplo da lei como fonte de obrigaes so as obrigaespropter rem.

    Modalidades de Obrigaes

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    Segundo a doutrina, as modalidades de obrigaes so vrias. No Cdigo Civil, encontramos apenasalgumas.

    As modalidades de obrigaes classificam-se em:

    1. Em razo do tipo de prestao a ser realizada: Dar

    Fazer No fazer

    Simples - Possuem um s elemento, seja no sujeito ativo, no sujeito passivo ou noobjeto. Exemplo: uma obrigao que possua com um credor (sujeito ativo), umdevedor (sujeito passivo) e umobjeto. Exemplo: obrigao de dar uma caneta (odevedor tem a obrigao de entregar a caneta, o credor tem o direito de receber acaneta, e o objeto a entrega da caneta).

    Complexas, compostas ou mltiplas - So as obrigaes que no so simples(possuem mais de um credor, e/ou mais que um devedor, e/ou mais que um objeto).

    2. Em razo da pluralidade ou multiplicidade das partes (presena de mais de um elementonas partes):

    Solidria Divisvel Indivisvel

    3. Em razo da multiplicidade de objetos (presena de mais de um objeto): Cumulativas - O devedor tem que fazer uma coisa e outra. Alternativas - O devedor tem que fazer uma coisa ou outra. Facultativas - O devedor tem uma prestao (obrigao simples), mas ele tem a

    facultade de, em vez de realizar esta obrigao, realizar outra. O credor s pode exigir aprimeira obrigao, mas o devedor pode se desobrigar se, em vez de fazer uma, fizer a

    outra.

    4. Obrigaespropter rem:

    Surgem de um direito real.

    5. Obrigaes naturais:

    6. Obrigaes de meio e obrigaes de resultado:

    Obrigaes de meio - O devedor no se compromete com a obteno de um resultadofavorvel. Mas isto no quer dizer que o devedor no tenha que buscar o resultado. Elesomente se compromete com a utilizao de todos os meios e esforos necessrios parase atingir aquele resultado, porm o resultado favorvel decorre de fatores externos atuao do devedor. Um exemplo a obrigao que tem o advogado perante o seucliente, ou o mdico, para com o seu paciente. Note que se o advogado ou ou mdicoforem negligente, eles podero responder por no terem usado dos seus meios eesforos. Para esses casos, h excees, como por exemplo nos casos de cirurgiaplstica esttica (obrigao de resultado), cirurgia plstica reparadora (obrigao demeio), tratamento dentrio (obrigao de resultado), etc. Modernamente, oentendimento acerca da segurana pessoal, de que esta uma obrigao de meio (asegurana no depende to somente da atuao do profissional).

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    Obrigaes de resultado - O devedor se compromete com a obteno de umresultado favorvel, e ele somente se desobriga quando o atinge. Surge o dever deindenizar se o resultado no for obtido.

    OBRIGAES SIMPLES

    Obrigao de dar1. Obrigao de dar lato sensu

    uma obrigao onde resulta a transferncia de uma determinada coisa (bem). O devedorest vinculado a uma obrigao, em favor do credor, que consiste na entrega de determinadacoisa.

    a. Obrigao de darstricto sensu (obrigao de dar propriamente dita) - Um indivduo(devedor) vende um bem para outro (credor); o devedor tem que transferir apropriedade da coisa para o credor (ou simplesmente entreg-la). H transferncia dedireito real (propriedade), e o credor no o proprietrio da coisa. Aps o devedor

    entregar a coisa (tradio), o credor passar a ser o seu proprietrio (no Direitobrasileiro, a transferncia da propriedade se d com a tradio, exceto no caso dos bensimveis, quando h necessidade do registro).

    A obrigao de darstricto sensu divide-se em:

    Obrigao de dar coisa certa - O bem que ser objeto da entrega estdeterminado. regulada pelo art. 863.

    Obrigao de dar coisa incerta - O bem que ser objeto da entrega estdeterminvel (ainda no est determinado, mas est caracterizado). O bem emquesto passvel de determinao no momento do cumprimento da obrigao.Est regulada pelo art. 874, segundo o qual devem ser estipulados o gnero e aquantidade da coisa. Pela regra, o gnero no perece.

    b. Obrigao de restituir - Ocorre a entrega do coisa, mas no h transferncia depropriedade (transferncia do direito real). Um sujeito (credor) empresta um bem paraoutro, que se obriga a restitu-lo (devolv-lo). O credor o proprietrio da coisa.

    OBRIGAO DE DAR - Situaes em que, antes datradio, o bem se perde

    1. Com culpa do devedor - Aplica-se a 2 parte do art. 265. Surge a obrigao de paar oequivalente, mais perdas e danos (na verdade, perdas e danos j engloba a restituio dovalor). A obrigao no se resolve, mas se substitui pelo pagamento das perdas e danos.

    2. Sem culpa do devedor - regulada pelo art. 865. A obrigao se extingue (se resolve). Ovalor pago dever ser devolvido, caso contrrio se caracterizar o enriquecimento sem causa.

    OBRIGAO DE DAR - Situaes em que, antes datradio, o bem se deteriora

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    1. Com culpa do devedor - regulada pelo art. 867. Podem ocorrer duas situaes:

    a. A obrigao se substitui pelo pagamento de perdas e danos.

    b. Receber o bem, mais perdas e danos (em tese, um valor menor do que seria recebidona primeira situao).

    2. Sem culpa do devedor - regulada pelo art. 866. Podem ocorrer duas situaes (o credorescolhe a que deseja):

    a. A obrigao se extingue (se resolve), ou seja, desfaz-se o negcio e se devolve aquantia paga (para que no se caracterize o enriquecimento sem causa).

    b. Se mantm a obrigao com abatimento proporcional (para que no se caracterize oenriquecimento sem causa). Exemplo: comprar um carro e aceit-lo no estado em quese encontra. Para alguns autores, a obrigao se modifica.

    OBRIGAO DE RESTITUIR - Situaes em que, antesda tradio, o bem se perde

    1. Com culpa do devedor - regulada pelo art. 870, e inseja a restituio do valorequivalente, mais o pagamento de perdas e danos (ou, simplesmente, o pagamento dasperdas e danos, que j englobam o valor equivalente).

    2. Sem culpa do devedor - regulada pelo art. 869. A obrigao se extingue (se resolve). Por

    exemplo: um indivduo aluga um carro; ele tem obrigao de devolv-lo; caso o carro sejaroubado, o devedor ter que pagar o aluguel dos dias anteriores ao roubo; se ele, no entanto,no tomar os devidos cuidados, incorrendo em culpa pelo roubo do veculo, tratar-se- dasituao anterior).

    OBRIGAO DE RESTITUIR - Situaes em que, antesda tradio, o bem se perde

    1. Com culpa do devedor - regulada pelo art. 870, e enseja a restituio do valorequivalente, mais o pagamento de perdas e danos (ou, simplesmente, o pagamento dasperdas e danos, que j englobam o valor equivalente).

    2. Sem culpa do devedor - regulada pelo art. 869. A obrigao se extingue (se resolve). Porexemplo: um indivduo aluga um carro; ele tem obrigao de devolv-lo; caso o carro sejaroubado, o devedor ter que pagar o aluguel dos dias anteriores ao roubo; se ele, no entanto,no tomar os devidos cuidados, incorrendo em culpa pelo roubo do veculo, tratar-se- dasituao anterior).

    OBRIGAO DE RESTITUIR - Situaes em que, antesda tradio, o bem se deteriora

    Sem culpa No preciso indenizar.

    Com culpa preciso indenizar.

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    1. Com culpa do devedor - regulada pelo art. 871 (parte final). Enseja duas situaes: ou sesubstitui a obrigao pela devoluo da coisa no estado em que se encontra, mais opagamento das perdas e danos, ou se substituiu a obrigao pelo pagamento das perdas edanos.

    2. Sem culpa do devedor - regulada pelo art. 871 (primeira parte). O bem entregue noestado em que se encontra, sem direito a indenizao.

    EscolhaA escolha efetuada para se cumprir uma obrigao de dar coisa incerta, e encontra-seregulada no art. 875. Atravs dela o bem individualizado: a obrigao de dar coisa incerta torna-se obrigao de dar coisa certa. Pode-se, ento, aplicar as regras apresentadas anteriormente.O art. 875 determina a quem cabe a escolha: ela cabe ao devedor, caso as partes no tenhamestabelecido de forma diversa no ttulo da obrigao (ttulo que d causa obrigao: contrato, atoilcito, etc).No entanto, segundo a legislao, o devedor no poder dar a pior, e tambm no ser obrigado adar a melhor. Segundo a interpretao deste dispositivo (ratio legis), cabe ao devedor dar amediana.

    Obrigao de fazerNa obrigao de fazer o devedor est vinculado a uma prestao que consiste em fazer algo embenefcio do credor. Ela consiste numa conduta por parte do devedor.Por exemplo: o devedor tem que pintar um quadro para o credor.

    Segundo Serpa Lopes, na obrigao de fazer no h transferncia da propriedade da coisa, oque somente ocorre na obrigao de dar.Esta teoria (atualmente em desuso) apresenta uma falha, pois nos leva a concluir que a obrigaode restituir seria uma obrigao de fazer.

    Sem culpa No enseja o pagamento das perdas e danos.

    Com culpa Enseja o pagamento das perdas e danos.

    Quem sofre o prejuzo?OBRIGAO DE DAR -Perda sem culpa Proprietrio (devedor)

    OBRIGAO DE DAR -

    Deteriorizao sem culpaProprietrio (devedor)

    OBRIGAO DERESTITUIR - Perda semculpa

    Proprietrio (credor)

    OBRIGAO DERESTITUIR -Deteriorizao sem culpa

    Proprietrio (credor)

    Res perit domino - A coisa se perde para o dono

    Com culpa - Quem sofre o prejuzo quem teve culpa ( ele quem ter que reparar o dano).

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    Segundo Teixeira de Freitas, na obrigao de dar existe a possibilidade da execuocompulsria, enquanto que na obrigao de fazer, esta no possvel, pois geraria uma restrio liberdade individual. Nestes casos, o juiz no poder obrigar o devedor a cumprir a obrigao; eleter que satisfazer o direito do credor sem obrigar o devedor.No caso de inadimplemento da obrigao de fazer caberia, portanto, somente uma restituiofinanceira.Ocorre que esta teoria tambm apresenta uma falha: existe uma modalidade de obrigao defazer que gera execuo compulsria, que se caracteriza quando o devedor se obriga a emitir umadeclarao de vontade (por exemplo: quando firmada uma promessa de compra e venda, surge aobrigao de se emitir uma declarao de vontade).

    H obrigaes que possuem, a princpio, uma identificao duvidosa. o caso, por exemplo, dosalimentos (seria obrigao de dar ou de fazer?).Washington de Barros Monteiro desenvolveu um pensamento que facilita a identificao damodalidade da obrigao: sempre que o dar estiver vinculado a um fazer prvio, tratar-se- de umaobrigao de fazer; caso contrrio, estaremos diante de uma obrigao de dar.

    A obrigao de fazer divide-se em:

    Obrigao de fazer coisa fungvel - Uma coisa fungvel pode ser substituda por outra, damesma espcie, qualidade e quantidade. Nas obrigaes de fazer coisa fungvel, outra pessoapode cumpri-la (realizar a tarefa) no lugar do devedor. A figura do devedor no relevantepara o cumprimento da obrigao. Por exemplo: um indivduo se obriga a lavar o carro deoutro.

    Obrigao de fazer coisa infungvel - A figura do devedor relevante para o cumprimentoda obrigao de fazer coisa infungvel. O devedor no pode transferir o cumprimento daobrigao para outra pessoa. Por exemplo: um indivduo contrata um artista famoso parapintar um quadro.

    OBRIGAO DE FAZER - Impossibilidade da prestao

    1. Sem culpa do devedor - regulada pelo art. 879. A obrigao se extingue, e deve haver oressarcimento do preo pago, para que no haja enriquecimento sem causa.

    2. Com culpa do devedor - regulada pelo art. 879. A obrigao substituda pelo pagamento

    de perdas e danos (o ressarcimento do preo pago est includo nas perdas e danos).

    Inadimplemento

    O inadimplemento ocorre quando o devedor estabelece que no ir mais efetuar a prestao (nemrestituir, nem indenizar, nem permitir que um terceiro a cumpra). Trata-se de, no caso de ainda serpossvel a prestao, ocorrer reiterada conduta por parte do devedor, no sentido de no cumpri-la.

    O inadimplemento pode ser:

    Regra geral: (art. 878)

    A obrigao de fazer, caso no esteja convencionado que o devedor vai realiz-la pessoalmente,ser uma obrigao de fazer coisa fungvel.Esta regra no consta no Cdigo Civil de 2003 (art. 247).

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    1. Inadimplemento de obrigao fungvel - regulado pelo art. 880, que determina que aprestao seja substituda por perdas e danos.

    2. Inadimplemento de obrigao infungvel - regulado pelo art. 881, e oferece duaspossibilidades, escolha do credor:

    a. Substituio da obrigao por perdas e danos

    b. Contratao de um terceiro para cumprir a obrigao (s custas do devedor)

    Obrigao de no fazer

    Na obrigao de no fazer o devedor est vinculado a uma prestao que consiste na absteno sedeterminado ato (a no realizao de determinada conduta).

    Por exemplo: o devedor compromete-se a vender toda a sua produo para o credor, atravs de umcontrato de exclusividade (ele se compromete a no vender a produo para mais ningum), oudois vizinhos pactuam que no iro construir um muro de mais de 2 metros entre as suaspropriedades.H uma obrigao de no fazer implcita na norma que detemina que no se cause dano a algum,ou no instituto do casamento.

    Descumprimento da obrigao de no fazer

    1. Sem culpa do devedor - regulada pelo art. 882, que determina que a obrigao seextingue (se resolve, por fora do art. 882).

    2. Com culpa do devedor - regulada pelo art. 883, que oferece duas situaes:

    a. O ato praticado pode ser desfeito - Neste caso, existiro duas possibilidades: Pagamento de perdas e danos Desfazimento do ato (contratao de um terceiro para desfazimento do ato, s

    custas do devedor).

    b. O ato praticado no pode ser desfeito Pagamento de perdas e danos

    Observaes:

    Trata-se de um sistema equivocado.Havendo infungibilidade na obrigao de fazer (art. 887), esta gera, para o credor, a faculdade deno aceitar que esta seja cumprida por terceiros.O credor, no entanto, poder abrir mo da infungibilidade, e aceitar que um terceiro cumpra aprestao.H autores que falam sobre a possibilidade de, numa obrigao de fazer com culpa, existir apossibilidade de que o credor aceite a contratao de um terceiro.

    No entanto, ocorrendo o inadimplemento de uma obrigao de fazer fungvel, a contratao deterceiro para cumprir a prestao somente poder ser exercida em juzo (de acordo com o CdigoCivil de 1916). O legislador quis, com isto, evitar que o credor tenha um enriquecimento semcausa (por exemplo, contratando um terceiro por um preo mais oneroso do que ele haviaestipulado pagar para o devedor da prestao).No Cdigo Civil de 2003 (pargrafo nico do art. 249), isto s pode se dar em caso de urgncia.

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    OBRIGAES COMPLEXAS

    Dividem-se em:

    CumulativasH duas ou mais prestaes, e o devedor s se desobriga quando realizar todas elas. Asobrigaes podem ser de diferentes modalidades (por exemplo, uma obrigao de dar e umaobrigao de fazer).

    AlternativasSo reguladas pelo art. 884. H duas ou mais prestaes, e o devedor s se desobriga quandocumprir uma delas.Pode ser que existam, por exemplo, trs prestaes, e que fique estabelecido que o devedordever cumprir duas delas.Numa obrigao complexa alternativa, faz-se necessrio escolher qual prestao sercumprida. A partir da escolha, a obrigao deixa de ser alternativa, e torna-se simples.A regra geral que a escolha cabe ao devedor, se outra coisa no se estipulou. Existe, no

    entanto, uma ressalva: o devedor no pode forar o credor a aceitar parte de uma prestaoacrescida de parte de outra obrigao. Neste caso, h uma exceo, que ocorre quando aobrigao envolve prestaes peridicas anuais (art. 252, 2).Com o Cdigo Civil de 2003, esta temporariedade mudou; no preciso mais que ela sejaanual, desde que seja peridica.O art. 252 do Cdigo Civil de 2003 possibilita conferir a escolha das prestaes alternativas auma terceira pessoa.

    Observaes:

    A contratao de um terceiro para o cumprimento da prestao somente poder ser exercida emjuzo (de acordo com o Cdigo Civil de 1916).O Cdigo Civil de 2003 determina, atravs do pargrafo nico do art. 251, que a possibilidade decontratao de terceiro independende ordem judicial.

    Alguns autores falam que, no descumprimento da obrigao de no fazer com culpa, existiriamsituaes em que no se poderia contratar um terceiro para realizar o ato, quando, por exemplo,isto violasse o interesse pblico. Exemplo: um indivduo, aps se obrigar a no construir emdeterminado terreno, l constri um abrigo para crianas carentes; a construo no serdesfeita, restando ao credor da obrigao de no fazer recorrer s perdas e danos.

    Impossibilidade do cumprimento da prestao

    Prestao "x" Prestao "y"

    Se a prestao "x" se impossibilitou sem culpa de quaisquer das partes, a obrigaopassa a ser simples e se concentra na obrigao "y".

    Se ambas as prestaes se impossibilitam sem culpa de quaisquer das partes, aobrigao se extingue.

    Se ambas as prestaes se impossibilitam com culpa de alguma das partes, podemocorrer as seguintes situaes:

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    Perda de uma das prestaes

    Prestao "x" Prestao "y"

    1. Se uma prestao se perde sem culpa de quaisquer das partesA obrigao se torna simples.

    2. Se uma prestao se perde com culpa do devedor

    a. Se a escolha cabe ao devedor - Se a prestao se perde por culpa dodevedor, presume o legislador que este optou pela outra prestao. Aobrigao, portanto, se torna simples e se concentra nesta outra prestao.

    b. Se a escolha cabe ao credor - Se a prestao se perde por culpa dodevedor, o credor no pode ter o seu direito de escolha prejudicado. Destaforma, o credor poder optar por:

    Cobrar a prestao subsistente Cobrar perdas e danos pela prestao que se perdeu

    3. Se uma prestao se perde com culpa do credor

    a. Se a escolha cabe ao credor - Presume-se que o credor fez a escolhapela prestao que se perdeu, e que j usufruiu dela. A obrigao, portanto,foi cumprida (se extingue pelo cumprimento).

    b. Se a escolha cabe ao devedor - Se a prestao se perde por culpa docredor, o devedor poder optar por:

    Escolher dar a prestao que no se perdeu, e cobrar perdas e danos(se houver).

    Escolher dar a prestao que se perdeu. Neste caso, a obrigao foicumprida pelo pagamento.

    Perda de ambas as prestaes

    Prestao "x" Prestao "y"

    1. Se as prestaes se perdem sem culpa do credor e sem culpa do devedor A obrigao se extingue, e o devedor deve devolver o que foi pago, para que nose caracterize o enriquecimento sem causa.

    2. Se as prestaes se perdem com culpa do devedor

    a. Se a escolha cabe ao devedor - O devedor dever pagar perdas e danossobre a segunda prestao. Se as duas se perderam juntas, o devedorescolhe sobre qual delas ele pagar as perdas e danos.

    b. Se a escolha cabe ao credor - O credor escolher qual das prestaes elequer, e o devedor pagar perdas e danos por ela.

    3. Se as prestaes se perdem com culpa do credor

    a. Se a escolha cabe ao credor - Quando a primeira prestao se perde,presume-se que o credor a escolheu (e que at j usufruiu dela); extingue-

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    Facultativas aquela que se apresenta como obrigao simples quanto ao objeto (s tem uma prestao),mas o devedor possui a faculdade de se desobrigar realizando prestao diversa.O nosso Cdigo Civil no trata deste tipo de obrigao (as obrigaes previstas no Cdigo Civilno so numerus clausus).

    CREDOR|V

    PRESTAO (prestao principal)|V

    DEVEDOR|V

    FACULDADE (prestao facultativa)

    se, ento, esta obrigao pelo pagamento. Se a segunda tambm se perde,o credor pagar perdas e danos por ela (a obrigao se extingue pelocumprimento, e o credor paga perdas e danos pela que por ltimo seperdeu).

    b. Se a escolha cabe ao devedor - A obrigao se extingue pelocumprimento, e o credor pagar perdas e danos por aquela prestao que o

    devedor no escolheu. Presume-se que o credor j usufruiu das duas.

    Quatro situaes:

    1. A prestao principal se perde sem culpa de ambas as partesA obrigao se extingue, e o devedor deve devolver o que foi pago, para que nose caracterize o enriquecimento sem causa.

    2. A prestao facultativa se perde sem culpa de ambas as partesA obrigao no se altera (continua existindo a obrigao principal).

    3. A prestao facultativa se perde com culpa do devedorA obrigao no se altera (continua existindo a obrigao principal).

    4. A prestao facultativa se perde com culpa do credorNeste caso, a faculdade do devedor no pode ser prejudicada.

    Se o devedor escolhe dar a prestao facultativa, a obrigao se extinguepelo cumprimento.

    Se o devedor escolhe dar a prestao principal, ele pode cobrar eventuaisperdas e danos pela prestao facultativa.

    5. A prestao principal se perde sem culpa de ambas as partesA obrigao se extingue.

    6. A prestao principal se perde com culpa do credorNeste caso, a faculdade do devedor no pode ser prejudicada.

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    A culpa, para o Direito Civil, a culpa lato sensu, isto , abrange dolo e culpa.

    O Cdigo Civil fala somente das obrigaes complexas alternativas.

    Classificao das obrigaes quanto pluralidade oumultiplicidade de partes

    Dividem-se em:

    DIVISVEISO objeto da prestao divisvel.Uma obrigao tem 3 credores de R$ 150,00. Cada um , portanto, credor de R$ 50,00.Se a prestao divisvel, aplica-se a regra concursu parts fiunt(cada um receber a cota quelhe cabe - art. 890 do Cdigo Civil de 1916).O mesmo ocorre com relao ao devedor (quando a prestao divisvel, cada um ir pagar asua cota).Esta a regra. As excees so a indivisibilidade e a solidariedade.

    INDIVISVEISO objeto da prestao indivisvel.Um objeto indivisvel aquele que, ao ser dividido, perde as suas caractersticas ou perde

    excessivamente o seu valor.O que define se a prestao ser divisvel ou indivisvel a natureza do objeto. No entanto,pode ser que as partes ou a legislao (art. 258 do Cdigo Civil de 2003) definam que aprestao indivisvel.A regra geral que toda prestao divisvel.

    A caracterizao da indivisibilidade de uma obrigao se d, portanto: Pela natureza do objeto Pela determinao das partes Pela determinao da lei (art. 258 do Cdigo Civil de 2003)

    Se o devedor escolhe dar a prestao principal, a obrigao se extinguepelo cumprimento.

    Se o devedor escolhe dar a prestao facultativa, ele pode cobrar eventuaisperdas e danos pela prestao principal.

    7. A prestao principal se perde com culpa do devedorO devedor tem a faculdade.

    Se o devedor escolhe dar a prestao facultativa, a obrigao se extinguepelo cumprimento.

    Se o devedor escolhe pagar perdas e danos pela prestao principal (ocredor no pode exigir a prestao facultativa; a obrigao facultativa simples e s o devedor tem a faculdade).

    O credor obrigado a aceitar a prestao facultativa.Segundo Maria Helena Diniz e Caio Mario, o devedor deve dar a prestaofacultativa, j que deu perda prestao principal (neste caso, o devedor nopoderia se beneficiar).

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    Pluraridade de devedores numa de uma obrigao indivisvelArt. 891 do Cdigo Civil de 1916.O credor pode cobrar de quaisquer dos devedores.

    Pluraridade de credores numa de uma obrigao indivisvelArt. 892 do Cdigo Civil de 1916.

    O devedor poder entregar a todos os credores conjuntamente

    O devedor poder entregar a um dos credores, mediante uma garantia de que eleentregar a parte que cabe aos demais

    Quando o objeto se perde e a obrigao se substitui por perdas e danosEla passa a ser divisvel (o pagamento em dinheiro sempre divisvel).

    SOLIDRIASQuando h mais de um credor ou mais de um devedor.

    Quando h mais de um credor, qualquer um deles pode exigir a dvida por inteiro.

    Quando h mais de um devedor, qualquer um pode ser compelido a pagar a dvida por

    inteiro.

    Diz o pargrafo nico do art. 896:

    H solidariedade quando na mesma obrigao concorre mais de umcredor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado dvidatoda.

    Obrigao solidria ativa - Uma obrigao, dois ou mais credores (Art. 898 - Cadaum dos credores solidrios tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestao,por inteiro.)

    Obrigao solidria passiva - Uma obrigao, dois ou mais devedores (Art. 904 - O

    credor tem direito a exigir e receber de um ou alguns dos devedores, parcial, outotalmente, a dvida comum. No primeiro caso, todos os demais devedores continuamobrigados solidariamente pelo resto.)

    O fiador geralmente um devedor solidrio.

    A solidariedade ativa caracteriza-se pela existncia de dois ou mais credores, cada umpodendo exigir a dvida por inteiro.Tal instituto praticamente tornou-se letra morta, devido no existncia de garantia (cauode ratificao).J a solidariedade passiva muito comum.

    De acordo com o caput do art. 896, no nosso Cdigo Civil segue a influncia francesa

    Emprstimo de 100,00 (obrigao solidria)

    O devedor "A" devedor de 50,00

    O devedor "B" devedor de 50,00

    Em razo da solidariedade passiva, pode-se cobrar 100,00 do devedor "A",por exemplo.

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    (tradicional) a respeito da solidariedade.

    Art. 896 - A solidariedade no se presume; resulta da lei ou da vontadedas partes.

    Solidariedade legal - Resulta da lei Solidariedade convencional - Resulta da vontade das partes (acordo)

    Teoria ModernaModernamente, o direito alemo e, posteriormente, o direito italiano, adotaram asolidariedade como regra, e no como exceo.A presuno de que a obrigao solidria. Para que a obrigao no seja solidria, aquesto deve constar em lei ou ento dever ser acordado pelas partes.Isto visa facilitar o cumprimento da obrigao.O direito brasileiro, no entanto, segue o pensamento contrrio. Para ns, a solidariedaderesulta:

    da lei da vontade das partes

    A substituio da prestao pelo pagamento de perdas e danos no faz com que se perca a

    solidariedade. A solidariedade no est vinculada natureza da obrigao (que igual natureza do objeto).

    Solidariedade ATIVA - Regulada pelos arts. 898 e seguintes. Solidariedade PASSIVA - Regulada pelos arts. 904 e seguintes.

    H uma discusso doutrinria sobre a solidariedade e a obrigao.Discute-se se:

    PRIMEIRA TEORIA - A solidariedade gera uma obrigao para todas as partes. SEGUNDA TEORIA - A solidariedade gera vrias obrigaes autnomas.

    Segundo a PRIMEIRA TEORIA, a solidariedade um vnculo nico que se liga a todos os devedores.Havendo, por exemplo, quatro devedores, todos eles estariam ligados mesma obrigao. Esta ateoria majoritria no nosso Direito Civil.Para a SEGUNDA TEORIA, a solidariedade um elo que une diversas relaes obrigacionaisautnomas. Desta forma, um vnculo pode ter uma caracterstica que os demais no tm. De acordocom esta teoria, existindo, por exemplo, quatro devedores de uma mesma obrigao, deveramosimaginar quatro obrigaes, enfaixadas pela mesma solidariedade.Os quatro devedores, segundo a PRIMEIRA TEORIA, deveriam estar submetidos mesma taxa de

    juros, a mesma multa, etc. Para a SEGUNDA TEORIA, as obrigaes dos quatro devedores poderiamter caractersticas diferentes (pois, segundo esta teoria, so obrigaes diferentes). Poderia, no casoda SEGUNDA TEORIA, existir uma clusula para algum dos devedores que no vinculasse os outros(aumento dos juros, por exemplo).

    ART. 911Segundo este artigo, o credor pode, por exemplo, cobrar do DEVEDOR-1.Este, por sua vez, pode pagar ou pode querer discutir.No entanto, o DEVEDOR-1 s pode discutir as matrias especficas ou comuns a todos os devedores.

    DEVEDOR-1 - Tem a obrigao de dar um cavaloDEVEDOR-2 - Tem a obrigao de dar uma vacaHavendo SOLIDARIEDADE PASSIVA, o CREDOR pode exigir do DEVEDOR-1 oudo DEVEDOR-2 o cavalo e a vaca.

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    OBRIGAO DIVISVEL:

    Um DEVEDOR deve dar 150,00 a trs credores: CREDOR-1, CREDOR-2 e CREDOR-3. Cada deles ,portanto, credor de 50,00.O CREDOR-3 morre, deixando dois herdeiros: HERDEIRO-1 e HERDEIRO-2.Se HERDEIRO-1 resolver cobrar o seu crdito, de acordo com o art. 901, ele s poder cobrar 25,00(cada um dos herdeiros s pode cobrar aquilo que lhe cabe).No entanto, CREDOR-1 e CREDOR-2 continuam podendo cobrar os 150,00.

    OBRIGAO INDIVISVEL:Um DEVEDOR deve dar uma vaca a trs credores: CREDOR-1, CREDOR-2 e CREDOR-3. Cada deles, portanto, credor de 1/3 da vaca.O CREDOR-3 morre, deixando dois herdeiros: HERDEIRO-1 e HERDEIRO-2.Cada um dos herdeiros s pode cobrar aquilo que lhe cabe. Mas, se HERDEIRO-1 resolver cobrar oseu crdito, sendo a obrigao indivisvel, ele pode cobrar a vaca por inteiro. Isto se d no em

    funo da solidariedade, mas sim em razo da indivisibilidade da obrigao.Ateno: a obrigao indivisvel tem cauo de ratificao.

    ART. 905 - SOLIDARIEDADE PASSIVA:Trs devedores, DEVEDOR-1, DEVEDOR-2 e DEVEDOR-3, devem dar 150,00 ao CREDOR. Cada umtrs devedor de 50,00.O DEVEDOR-3 morre e deixa dois herdeiros: HERDEIRO-1 e HERDEIRO-2.O CREDOR tem a possibilidade de cobrar os 150,00 de HERDEIRO-1 e HERDEIRO-2 juntos ("todosreunidos sero considerados..."). Mesmo que o CREDOR assim o faa, a solidariedade no cessa.

    Trs pessoas, TITULAR-1, TITULAR-2 e TITULAR-3, so titulares de uma conta conjunta. Ambospodem retirar todo o dinheiro que h na conta.

    TITULAR-1 morre e deixa dois herdeiros: HERDEIRO-1 e HERDEIRO-2.TITULAR-2 e TITULAR-3 continuam podendo tirar todo o dinheiro que h na conta. No entanto,HERDEIRO-1 e HERDEIRO-2 s podem retirar a parte que lhes cabe.

    As obrigaes no so NUMERUS CLAUSUS; so apenas exemplificativas.

    Efeitos das obrigaes

    A obrigao um direito temporrio, e no um direito perptuo. Ela j nasce visando o seucumprimento (a sua extino). E so vrios os efeitos das obrigaes, entre eles, o PAGAMENTO.O cumprimento ou adimplemento gera a extino da obrigao em razo do pagamento.

    O pagamento pode ser direto ou indireto (em ambos os casos o pagamento tem que possuir osseus trs elementos).

    No pagamento direto a obrigao satisfeita e a prestao cumprida da forma prevista.

    No pagamento indireto a obrigao satisfeita, mas no pelo cumprimento da prestaoconforme ela estava prevista.

    OBSERVAO: A substituio da prestao pelo pagamento de perdas e danos no caracterizapagamento indireto.

    DEVEDOR-1 e DEVEDOR-2 - Tm a obrigao de dar 100,00DEVEDOR-1 pede ao credor um prazo maior para o pagamentoSe o CREDOR cobrar do DEVEDOR-2, este no poder alegar que o prazo foiaumentado

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    Elementos do Pagamento

    O pagamento possui trs elementos, e no pode haver pagamento sem que existam os trs:

    1. ACCIPIENS- Aquele que vai receber o pagamento (e que nem sempre o credor).2. SOLVENS- Aquele que vai pagar (e nem sempre o devedor).3. Vnculo pr-existente (a obrigao). ele que vai legitimar o pagamento realizado.

    SOLVENS

    Normalmente o devedor (aquele que naturalmente paga a obrigao).

    No entanto, ele pode ser tambm:

    TERCEIRO INTERESSADOEst estabelecido no art. 930. O terceiro interessado algum que tem interesse

    jurdico, algum que pode ter a sua esfera jurdica atingida pelo no pagamento (porexemplo, o cnjuge, o fiador, o sublocador, o devedor solidrio, etc). O pai do devedor,por exemplo, no um terceiro interessado.O terceiro interessado se subroga nos direitos do credor para cobrar o devedor o que elehavia pago (ele pode cobrar o devedor, com as mesmas garantias do credor).

    TERCEIRO DESINTERESSADOPode ser qualquer pessoa.O terceiro desinteressado pode realizar o pagamento de duas formas:

    a. Em nome e por conta do devedor - Neste caso, ele est doando a quantia parao devedor. Ele no possui direito de restituio. Ele est praticando umaliberalidade. Ele no se subroga (no pode cobrar posteriormente do devedor).Este ato regulado pelo pargrafo nico do art. 930.

    b. Em nome prprio - regulado pelo art. 931. Ele paga, mas tem direito a receber

    de volta o que pagou. Desta forma, no se configura o enriquecimento sem causado devedor. No entanto, ele no se subroga nos direitos do credor; surge, sim,uma nova obrigao. Na subrogao, continua existindo a mesma obrigao, e asgarantias so transferidas. No pagamento em nome prprio, o devedor temque ser consultado, e este pode ou no aceitar. Para que ele no aceite, deveralegar um justo motivo (no pessoal, subjetivo); tem que ser uma justa recusa

    jurdica (mas o juiz pode fazer uma interpretao extensiva). Por exemplo, umfilho devedor de seu pai (seu pai credor), que est prestes a morrer; se umterceiro quer pagar a dvida em nome prprio, o filho pode se recusar a aceitar,por um justo motivo jurdico.

    ART. 932

    Existe um credor e um devedor, e um terceiro, criminoso assassino, quer pagar. O devedorno aceita, e alega o justo motivo.Se o terceiro pagar, diz a lei que o devedor no obrigado a pagar para ele (havendo justomotivo, se o terceiro pagar, ele no ter direito a receber).Alm disso, o terceiro no interessado dever informar o devedor (ou ento o credor deverinformar o devedor).

    Excees regra

    ACCIPIENS - o credor ou o seu representante.

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    REPRESENTAO - Pode ser legal, convencional oujudicial.

    O art. 937 regula a presuno de representao.

    Existem duas espcies de exceo a esta regra:

    1. Pagamento feito ao credor que no vlido

    2. Pagamento feito a terceiro, mas vlido

    Pagamento feito ao credor que no vlido

    a. Art. 936 - Por exemplo, pagar a um credor que incapaz, mas este fato desconhecido dodevedor. Este pagamento vlido. No entanto, ainda que o devedor no saiba, se ascircunstncias so tais que qualquer pessoa saberia, a princpio o pagamento no vlido (elepode se tornar vlido se o devedor conseguir provar que o pagamento se reverteu embenefcio do credor - do menor).

    b. Art. 938 - "A" devedor de "B", e "B" devedor de "C". "C" ajuza uma ao em face de "B"para intimar "A", dizendo que o seu dbito com "B" est garantindo o dbito de "B" paraconsigo. Neste situao, se "A" pagar para "B", este pagamento no ser vlido (se isto

    ocorrer, "C" pode constranger "A" a pagar de novo, enquanto que "A" poder exigir adevoluo do valor pago a "B").

    Pagamento feito a terceiro, mas vlido

    a. Art. 934 - O pagamento a terceiro vale se for ratificado pelo credor.b. Art. 934 - O pagamento foi feito a terceiro, mas o devedor prova que este pagamento se

    reverteu em proveito do credor (ou seja, foi transferido).c. Art. 935 - Envolve a figura do CREDOR PUTATIVO: pessoa que, naquela situao, se

    apresenta como credor.

    Objeto do Pagamento

    a prestao obrigada.

    O Cdigo Civil de 1916 adota a TEORIA NOMINALISTA, pois o devedor de uma importncia emdinheiro se libera oferecendo a quantidade de moeda inscrita em em seu ttulo de dvida e incursono lugar do pagamento, seja qual for a alterao no valor intrnseco da moeda (conforme o dispostono art. 947).

    A TEORIA DA ESCALA MVEL, por sua vez, estabelece uma reviso pr-convencionada pelaspartes dos pagamentos que devero ser feitos, de acordo com as variaes dos preos dedeterminadas mercadorias, ou servios, ou do ndice geral do custo de vida ou dos salrios. Estateoria configura a correo monetria, e a que ser adotada pelo Cdigo Civil de 2003, atravs

    dos arts. 315 (salvo...), 316 (Teoria da Escala Mvel), 317 (Teoria da Impreviso - REBUS, que noCdigo Civil de 1916 um princpio - interpretao jurisprudencial e doutrinria) e 318.

    No entanto, o prprio art. 947 do Cdigo Civil de 1916, no seu 1, estabelece a licitude de seestabelecer o pagamento em moeda estrangeira.

    Prova do Pagamento

    a comprovao de que o devedor realizou o pagamento.

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    A prova se faz atravs da quitao. Ela no a prova exclusiva, mas a prova normal dopagamento. Regula-se pelo art. 940.

    A quitao a presuno de que foi feito o pagamento, mas ela pode ser afastada, pois umapresuno relativa. Ela poder ser afastada se, por exemplo, a assinatura do recibo tiver sidofalsificada.

    Situaes em que no se tem a quitao mas presume-se o pagamento

    So trs situaes, e todas so presunes relativas, ou seja, podem ser afastadas.

    a. Art. 943b. Art. 944 - Por exemplo, h uma dvida original de 100,00 que j gerou 10,00 de juros (ou

    seja, o total da dvida de 110,00). No se pode calcular juros sobre juros (os juroscompostos so vedados); pode-se somente cobrar correo monetria sobre os juros.Portanto, o credor vai dar primeiro a quitao dos juros, e depois a quitao do principal. Se ocredor, no entanto, quitar primeiro os 100,00, ele no poder cobrar posteriormente os 10,00.

    c. Art. 945

    Lugar do pagamento

    A regra geral que o lugar do pagamento no domiclio do devedor, salvo:

    Se as partes dispuserem de forma diversa ou se a natureza da obrigao estabelecer de forma diversa.

    A doutrina chama a regra geral de OBRIGAO QUERABLE OU QUESVEL (obrigao em que opagamento ser feito no domiclio do devedor). Quando se trata de uma exceo, a doutrina a

    chama de OBRIGAO PORTABLE OU PORTVEL.

    Tempo do pagamento

    Est regulado pelo art. 92 do Cdigo Civil.

    Quando h uma data fixada para o cumprimento da obrigao, o pagamento se d nesta data.

    Quando as partes no convencionam uma data, o credor pode exigir o pagamento no ato (emqualquer momento).

    Aps passar a data do pagamento, se no houver o pagamento, ocorre uma falta contratual (opagamento est em atraso). O mesmo se d aps o credor cobrar o pagamento, para os casos de adata no ser convencionada. Diz o Direito Comercial que, em ambos os casos, o credor precisanotificar o devedor para que este cumpra a obrigao.

    O art. 954 elenca trs situaes em que h uma data convencionada para o pagamento, e ocorre ovencimento antecipado da obrigao:

    Art. 954 - Ao credor assistir o direito de cobrar a dvida antes de vencido oprazo estipulado no contrato ou marcado neste Cdigo:I - se, executado o devedor, se abrir concurso creditrio;

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    II - se os bens, hipotecados, empenhados, ou dados em anticrese, forempenhorados em execuo por outro credor;III - se cessarem, ou se tornarem insuficientes as garantias do dbito,fidejussrias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a refor-las.Pargrafo nico - Nos casos deste artigo, se houver, no dbito, solidariedadepassiva (arts. 904 a 915), no se reputar vencido quanto aos outrosdevedores solventes.

    O inciso I descreve a situao em que o devedor executado, devido ao fato de se abrir concursocreditrio (falncia, no caso da pessoa jurdica, ou insolvncia civil, no caso da pessoa natural).

    O inciso II descreve a situao em que os bens so hipotecados. A hipoteca um direito real degarantia que incide sobre um bem imvel. O penhor sempre se refere a bens mveis. Anticreseso os rendimentos de um bem imvel.

    O inciso III descreve a situao em que a garantia dada pelo devedor que vai pagar o seu dbito setornar insuficiente para pagar o credor, aps o devedor ser intimado e se negar a refor-la.

    Elementos do pagamento

    O pagamento regular (normal) tem trs elementos:

    SOLVENS ACCIPIENS VNCULO

    Se o pagamento s possuir dois elementos (SOLVES e ACCIPIENS), ele ser um pagamentoindevido, que uma modalidade de enriquecimento sem causa.

    O enriquecimento sem causa tem quatro elementos:

    1. Enriquecimento de algum2. Empobrecimento de outro3. Vnculo que une o enriquecimento (de um) e o empobrecimento (de outro)4. Ausncia total de causa (de um fator que legitime aquele pagamento)

    Uma casa de R$ 3.000.000,00 pode ser hipotecada para garantir:

    Trs dvidas de 1.000.000,00 cada Duas dvidas de 1.500.000,00 cada Ou mesmo duas dvidas de 3.000.000,00 (no h vedao a isto; fica a critrio do credor

    aceitar ou no a hipoteca)

    A preferncia sempre do primeiro credor. Tendo ele a preferncia, ele pode tirar a parte dele,ainda que no sobre nada para os demais credores (estes nada podero fazer).

    Exemplo:

    "A" compra uma caneta de "B", que se obriga a entreg-la.A caneta se perde e, consequentemente, a obrigao se extingue.O valor pago tem que ser devolvido, para que no se configure o enriquecimento sem causa.

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    Esta situao se fundamenta na primeira parte do art. 968:

    Art. 968 - Se, aquele, que indevidamente recebeu um imvel, o tiveralienado em boa-f, por ttulo oneroso, responde somente pelo preorecebido; mas, se obrou de m-f, alm do valor do imvel, responde porperdas e danos.

    2. Se "A" pagou de boa-f, "B" recebeu de m-f, e transferiu onerosamente (vendeu, porexemplo) para um terceiro, "C", que estava de boa-f.

    Neste caso, o terceiro fica com o imvel, e B tem que restituir as perdas e danos.

    Esta situao se fundamenta na segunda parte do art. 968:

    Art. 968 - Se, aquele, que indevidamente recebeu um imvel, o tiveralienado em boa-f, por ttulo oneroso, responde somente pelo preorecebido; mas, se obrou de m-f, alm do valor do imvel, responde porperdas e danos.

    3. Se "A" pagou de boa-f, "B" recebeu transferiu a ttulo gratuito para um terceiro, "C", queestava de boa-f.

    Neste caso, A pode buscar o imvel no patrimnio do terceiro. Cabe o direito de reivindicaode restituio do imvel, one quer que ele esteja (no cabe perdas e danos).

    Esta situao de fundamenta no art. 968.

    4. Se "A" pagou de boa-f, "B" recebeu transferiu a ttulo gratuito para um terceiro, "C", queestava de m-f.

    Neste caso, A pode buscar o imvel no patrimnio do terceiro. Cabe o direito de reivindicaode restituio do imvel, one quer que ele esteja (no cabe perdas e danos).

    Observao:Alguns autores entendem que cabe perdas e danos, pois o terceiro agiu de m-f.

    Esta situao se fundamenta no art. 968.

    Trs situaes em que o pagamento indevido noconfere direito cobrana de restituio

    1. "A" paga de boa-f a "B", que recebe de boa-f. "B" rasga o ttulo e no cobra mais dodevedor verdadeiro.

    O devedor verdadeiro "C". No entanto, "A", por uma falsa percepo da realidade, acha queest devendo a "B", e paga. "B" recebe de boa-f e rasga o ttulo.

    B (de m-f) - transfereonerosamente ->

    Terceiro de boa-f

    B tem que restituir asperdas e danos.

    A lei protege o terceirode boa-f.

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    Neste caso, "A" no pode receber de volta o que foi pago indevidamente a "B", mas podecobrar de "C" (devedor verdadeiro). "B" no poder ser obrigado a restituir o valor, poisperdeu o seu direito de crdito quando rasgou o ttulo.

    Esta situao se fundamenta no art. 969 do Cdigo Civil:

    Art. 969 - Fica isento de restituir pagamento indevido aquele que,

    recebendo-o por conta de dvida verdadeira, inutilizou o ttulo, deixouprescrever a ao ou abriu mo das garantias que asseguravam seudireito; mas o que pagou dispe de ao regressiva contra o verdadeirodevedor e seu fiador.

    2. Art. 969 do Cdigo Civil:

    Art. 970 - No se pode repetir o que se pagou para solver dvida prescrita,ou cumprir obrigao natural.

    A obrigao natural aquela que posui todos os elementos da obrigao civil, mas no tema responsabilidade.

    O pagamento que visa quitar uma obrigao natural considerado pagamento indevido.

    3. Art. 971 do Cdigo Civil:

    Art. 971 - No ter direito repetio aquele que deu alguma coisa paraobter fim ilcito, imoral, ou proibido por lei.

    Enquanto que o ato lcito confere direitos e deveres, o ato ilcito confere somente deveres (noconfere direitos, ainda que seja a restituio).

    Observao:

    Segundo a jurisprudncia, o fim imoral engloba o anti-social (trata-se de um tipo aberto).

    Tipos de pagamento indireto

    O pagamento direto o cumprimento da obrigao conforme previsto no surgimento da mesma.

    O pagamento indireto aquele que no o que est previsto na obrigao. Ele possui umapeculiaridade (caracterstica especial).

    1. PAGAMENTO POR CONSIGNAO ou PAGAMENTO EM CONSIGNAO (denominao doNovo Cdigo Civil)

    Ele se d na forma do art. 972 do Cdigo Civil de 1916 (e do art. 334 do Cdigo Civil de2003):

    Art. 972 - Considera-se pagamento, e extingue a obrigao o depsitojudicial da coisa devida, nos casos e formas legais.

    O depsito, segundo o Cdigo Civil de 2003, pode ser JUDICIAL ou BANCRIO. Nos doiscasos ele indireto (excepcional).

    No entanto, tem que estar presente uma das hipteses do art. 973:

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    Art. 973 - A consignao tem lugar:I - se o credor, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou darquitao na devida forma (que um direito daquele que paga);II - se o credor no for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo econdies devidas (na OBRIGAO QUESVEL o credor vai recebe o pagamentono domiclio do devedor; se o credor no for receber, o devedor pode pagar emconsignao);III - se o credor for desconhecido, estiver declarado ausente, ou residirem lugar incerto, ou de acesso perigoso ou difcil (na OBRIGAO PORTABLE cabvel o pagamento em consignao);IV - se ocorrer dvida sobre quem deva legitimamente receber o objetodo pagamento (tem que existir uma dvida razovel como, por exemplo, no casodo devedor que deve a um casal que vem a se separar, de modo que ele no sabea quem pagar);V - se pender litgio sobre o objeto do pagamento (quando houver o perigode pagar para quem no tem o direito de receber; neste caso, deve-se realizar odepsito judicial);VI - se houver concurso de preferncia aberto contra o credor, ou se estefor incapaz de receber o pagamento (falncia, no caso da pessoa jurdica, ouinsolvncia civil, no caso da pessoa natural).

    Nem todas as hipteses do art. 973 aceitam a consignao bancria. Em alguns dos casos,cabe somente a consignao judicial.

    H um REQUISITO PARA O PAGAMENTO EM CONSIGNAO, que o mesmo valorobrigado. Quando feito o depsito, o credor citado; se ele contestar, o juiz ter que decidirse o pagamento ou no perfeito.

    O PROCEDIMENTO PARA O PAGAMENTO EM CONSIGNAO est definido no art. 890 doCPC.

    2. PAGAMENTO COM SUB-ROGAO

    Est regulado pelos arts. 985 e seguintes, do Cdigo Civil.

    Trata-se de um pagamento que no extingue a obrigao ( uma exceo). No pagamentocom sub_rogao a obrigao no se extingue (ela se mantm); simplesmente afasta-se ocredor e coloca-se o SOLVENS no seu lugar.

    O pagamento com sub-rogao ocorre quando algum realiza o pagamento e se sub-roganos direitos do credor para cobrar do devedor.

    No se trata de ao de regresso (cobrana em funo do enriquecimento sem causa).

    A sub-rogao no extingue a relao obrigacional (no se trata de outra relao jurdica).

    Os TIPOS DE SUB-ROGAO so: Legal (art. 985) Convencional

    A sub-rogao legal se d em trs situaes:

    a. "A" e "B" so credores de "C", e "B" tem preferncia no crdito (uma garantia, porexemplo); "A" paga para "B", e se sub-roga no seu crdito.

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    b. "A" possui um imvel que est hipotecado; "B" compra este imvel (que continuahipotecado); "B", para resguardar os interesses do seu imvel, paga, e se sub-roga nosdireitos do credor para cobrar do devedor "A".

    c. Terceiro interessado - o caso do fiador, que se sub-roga nos direitos do credor paracobrar do afianado ( o caso do art. 930).

    A sub-rogao convencional se d quando o devedor chama algum para pagar, e se sub-rogar nos seus direitos.As partes tm que convencionar isto previamente.Encontra-se regulado pelo art. 986.

    A sub-rogao parcial ocorre quando o SOLVENS no est em p de igualdade com ocredor (o credor original tem preferncia na cobrana do crdito). regulada pelo art. 990.

    3. IMPUTAO EM PAGAMENTO

    "A" tem dois ou mais dbitos para com o mesmo credor, e no pode, atravs do seu

    pagamento, saldar todos eles."A" ento vai indicar qual(is) o(s) dbito(s) que ele est quitando.Este instituto surgiu para privilegiar o devedor (ele pode, por exemplo, quitar o dbito maisoneroso: o que tem os juros maiores, etc).

    Os REQUISITOS PARA A IMPUTAO EM PAGAMENTO so:

    a. Pluralidade de dbitosb. Identidade de sujeitos (dois ou mais crditos entre o mesmo devedor e o mesmo

    credor)c. Mesma natureza dos dbitos (alm disso, diz tambm a doutrina que os objetos das

    obrigaes tm que ser fungveis entre si)d. Possibilidade do pagamento quitar uma ou mais das obrigaes, e a impossibilidade de

    quitar todas.

    A imputao, inicialmente, cabe ao devedor, e ele a deve fazer no momento do pagamento.Se ele no o fizer, a imputao passa a caber ao credor (que o faz na quitao).Se nenhum dos dois o faz, ocorre a imputao em pagamento legal, regulada pelo art.994:

    Art. 994 - Se o devedor no fizer a indicao do art. 991, e a quitao foromissa quanto imputao, esta se far nas dvidas lquidas e vencidasem primeiro lugar.Se as dvidas forem todas lquidas e vencidas ao mesmo tempo, aimputao far-se- na mais onerosa.

    4. DAO EM PAGAMENTO

    o pagamento realizado onde o SOLVENS entrega objeto distinto daquele obrigado (desdeque no seja dinheiro).

    H dois requisitos para a dao em pagamento:

    a. Que a coisa dada (entregue) seja distinta daquela coisa previamente ajustada naobrigao, e que que esta coisa distinta no seja dinheiro.

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    Se um devedor tem que dar um carro e, em vez disso, d dinheiro, no dao empagamento.Por outro lado, se um devedor tem que dar dinheiro e, em vez disso, d um carro, trata-se de dao em pagamento.

    b. Que haja concordncia do credor.

    Se o devedor for evicto, torna-se sem efeito a dao em pagamento.A evico a perda do bem em virtue de uma deciso judicial que declara que aquele quetransferiu o bem no era titular do mesmo. Neste caso, a dao em pagamento no geraefeitos.

    Extino das obrigaes sem pagamento

    1. NOVAO

    Se d quando as partes contraem uma nova obrigao, visando extinguir a obrigaoanteriormente existente.Encontra-se regulada a partir do art. 999.

    Art. 999. D-se a novao:I - quando o devedor contrai com o credor nova dvida, para extinguir esubstituir a anterior;II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com ocredor;III - quando, em virtude de obrigao nova, outro credor substitudo aoantigo, ficando o devedor quite com este.

    a. Inciso I

    Se d quando o devedor contrai com o credor uma nova dvida. Esta possui um novo

    elemento (um novo objeto). Trata-se, portanto, da novao objetiva (o elemento novoest vinculado ao objeto).Exemplo: uma dvida de R$ 100,00 substituda por uma dvida de uma caneta.

    No se trata de dao em pagamento, pois aqui no temos um pagamento (emboratanto a novao quanto a dao em pagamento extinguam a obrigao).

    A novao objetiva pode estar vinculada causa, e no ao objeto.Exemplo: um devedor deve R$ 100,00 de aluguel, e assina um contrato de mtuo(emprstimo), ou um instrumento de confisso de dvida.

    b. Inciso II

    contrada uma nova obrigao em que o devedor substitudo por outro.Trata-se da novao subjetiva passiva (substituio do plo passivo).

    c. Inciso III

    Trata-se da novao subjetiva ativa: contrada uma nova obrigao, com o mesmoobjeto, o mesmo devedor, e outro credor.

    REQUISITOS PARA QUE OCORRA A NOVAO

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    a. Existncia de uma obrigao anterior (que vai ser extinta).b. A criao de uma nova obrigao.c. Ela deve possuir necessariamente um elemento novo (seno ser a confirmao daquela

    mesma obrigao).d. ANIMUS NOVANDI- Inteno de novar. Tem que estar expresso que esta nova

    obrigao tem a inteno de pr fim (extinguir) a anterior.e. Capacidade e legitimao das partes. A novao um ato jurdico - as partes tm que

    ser capazes e legtimas. A capacidade tem que ser tanto de direito quanto de fato. Alegitimao decorre do fato de que somente o credor e o devedor podem geral a novaobrigao.

    PODE OCORRER NOVAO DE UMA OBRIGAO NATURAL?

    Existem duas correntes:

    a. A primeira corrente mais tradicional. Segundo ela, como a obrigao natural no uma obrigao civil (no perfeita), ela no preenche o primeiro requisito (existnciade uma obrigao anterior). Portanto, segundo esta corrente, no possvel ocorrer anovao de uma obrigao natural.

    b. A segunda corrente mais moderna. Segundo ela, possvel ocorrer a novao de uma

    obrigao natural. Isto decorre do fato de que a obrigao natural uma obrigao,embora no seja uma obrigao civil.

    Uma obrigao natural pode ser substituda inclusive por uma obrigao civil.Exemplo: um jogador perde (gerando dvida de jogo), e assina uma confisso de dvida ou umcontrato de mtuo.

    Observao:Uma obrigao no pode possuir um objeto ilcito. Uma obrigao de fazer de roubar umbanco no uma obrigao.Por outro lado, um objeto lcito que decorre de uma causa ilcita uma obrigao (obrigaonatural - exemplo: dvida de jogo).

    2. COMPENSAO

    Encontra-se regulada a partir do art. 1009.

    Se d quando duas pessoas so credor e devedor uma da outra.Neste caso, as duas obrigaes se extinguem.

    A compensao pode ser total ou parcial.

    A compensao visa evitar a circulao desnecessria de riquezas, e ocorre muito nasoperaes bancrias (cmara de compensao - compensao entre bancos).

    Ao praticar uma novao, se cria uma nova obrigao.Os acessrios da obrigao anterior (juros, multas, clusulas penais, etc) nose mantm na nova obrigao, a no ser que as partes assim estabeleamexpressamente.

    Se os acessrios vincularem terceiros (fiana, aval, etc), estes tm queparticipar do ato de constituio da nova obrigao. Exemplo: renovao decontrato de locao.

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    Existem, no mundo, dois sistemas de compensao:

    a. Compensao legal - Estando presentes os requisitos para ocorrer a compensao,esta ocorre de plano (automaticamente). Esta a compensao adotada no Brasil.

    b. Compensao convencional - Ainda que estejam presentes os requisitos para ocorrera compensao, esta somente ocorre se as partes expressamente convencionarem(consentirem).

    REQUISITOS PARA OCORRER A COMPENSAO:

    Esto estabelecidos nos arts. 1009 e 1010:

    Art. 1.009 - Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedoruma da outra, as duas obrigaes extinguem-se, at onde secompensarem.

    Art. 1.010 - A compensao efetua-se entre dvidas lquidas, vencidas ede coisas fungveis.

    a. Reciprocidade de crditos (duas pessoas que so, ao mesmo tempo, credor e devedor).Est determinado no art. 1009.b. As obrigaes tm que ser lquidas e certas quanto sua existncia, e determinadas

    quanto ao seu objeto. Est determinado no art. 1010. Uma obrigao de pagar todos osprejuzos decorrentes de um acidente de trnsito, por exemplo, no lquida.

    c. As obrigaes tm que ser vencidas (j podem ser exigidas/cobradas). O termo para oseu cumprimento j se deu. Est determinado no art. 1010.

    d. As obrigaes tm que ser fungveis. Est determinado no art. 1010, e deve serinterpretado da seguinte forma: as obrigaes tm que ser fungveis entre si. Se "A"deve a "B" um saco de feijo, e "B" deve a "A" um saco de arroz, tais obrigaes so denatureza diferente (no so fungveis entre si).

    Sem um desses quatro requisitos no pode haver a compensao legal, mas pode haver acompensao convencional. Para isso, as partes precisam concordar expressamente.

    A compensao convencional pode ser total ou parcial.

    Alguns autores entendem que no pode haver compensao se no houver reciprocidade.Outros entendem que basta que o terceiro esteja presente.

    Mas existem situaes em que mesmo estando presentes os requisitos para a compensao,ela no ocorre:

    a. Quando as partes expressamente afastam a compensao.b. Quando esto presentes os incisos do art. 1015:

    Art. 1.015 - A diferena de causa nas dvidas no impede a compensao,exceto:I - se uma provier de esbulho, furto ou roubo;II - se uma se originar de comodato, depsito ou alimentos;III - se uma for de coisa no suscetvel de penhora.

    ObservaoCheque no compensao; pagamento.

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    Segundo o inciso I do art. 1015, no possvel compensar se uma das causas das dvidasprovier de esbulho (ato de algum que afasta a posse de um determinado bem imvel), defurto ou de roubo.O legislador quis, com isso, evitar que a parte faa justia com as prprias mos (porexemplo, evitar que um credor furte para combinar).

    De acordo com o inciso II do art. 1015, no possvel compensar se uma das causas das

    dvidas originar de comodato (emprstimo gratuito), depsito ou alimentos. O comodato eo depsito h uma obrigao sobre um bem infungvel (tem que ser restitudo aquele bem).Com relao aos alimentos, este fato deve-se RATIO LEGIS: de um lado se tem algumquerendo garantir o seu crdito e, do outro, algum que quer garantir a sua subsistncia, eeste ltimo precisa receber (no pode compensar).

    Conforme o inciso III do art. 1015, no possvel compensar se uma das causas das dvidasfor coisa no suscetvel de penhora. Trata-se de um bem impenhorvel, inalienvel, fora decomrcio (como, por exemplo, o bem de famlia). Ocorre, por exemplo, quando algumempresta um bem inalienvel e contrai uma dvida com esta mesma pessoa.

    Nos casos elencados pelos incisos do art. 1015, no possvel nem a compensao legal, enem a compensao convencional.

    3. TRANSAO

    Encontra-se regulada a partir do art. 1025.

    Se o credor ou o devedor de uma obrigao vem nela um litgio (lide, briga: um acha que credor de 100,00 e o outro acha que devedor de 10,00, por exemplo), eles podemtransacionar. Mediante concesses mtuas, eles colocam fim neste litgio.A obrigao original se extingue, e passa, ento, a prevalecer o acordo feito entre as partes.No entanto, no contrada uma nova obrigao; trata-se da mesma obrigao com umaconcesso mtua (recproca).O legislador, neste caso, faz uma presuno de que aquele obrigao j era daquele jeito

    desde o seu nascimento.

    A transao no mundo todo possui natureza jurdica contratual ( tratada como umamodalidade contratual), mas isto no se d no nosso Cdigo Civil de 1916.O Cdigo Civil de 2003 trata a transao como uma modalidade contratual.

    PRINCPIOS QUE REGEM A TRANSAO

    a. Princpio da Indivisibilidade

    Encontra-se regulado no art. 1026:

    Art. 1026 - Sendo nula qualquer das clusulas da transao, nulaser esta.

    Diz este artigo que se uma das clusulas estipuladas nula, as demais tambm o sero.

    No entanto, o pargrafo nico do art. 1026 , a rigor, contrrio ao caput:

    Pargrafo nico - Quando a transao versar sobre diversos direitoscontestados e no prevalecer e no prevalecer em relao a um,fica, no obstante, vlida relativamente aos outros.

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    Quando, na transao, h vrios direitos contestados, pode-se anular um e preservar osoutros.Desta forma, o legislador deu ao julgador permisso para que este use o seu arbtrio.O Princpio da Indivisibilidade foi mitigado pelo pargrafo nico do art. 1026, econfere ao julgador a possiblidade de manter parte da transao.

    b. Princpio da Interpretao Restritiva

    Encontra-se regulado no art. 1027:

    Art. 1027 - A transao interpreta-se restritivamente. Por ela no setransmitem, apenas se declaram ou reconhecem direitos.

    Em uma transao, o julgador no pode fazer uma interpretao extensiva (inseriraquiolo que as partes no estabeleceram).

    c. Princpio da Admisso de Pena Convencional

    Encontra-se regulado no art. 1034:

    Art. 1034 - admissvel, na transao, a pena convencional.

    Em uma transao, apesar de ser uma concesso recproca, possvel que as partesinsiram uma pena convencional, para o caso de haver descumprimento de uma dasclusulas.

    A transao tanto ocorrer tanto judicial quanto extrajudicialmente:

    Art. 1.028 - Se a transao recair sobre direitos contestados em juzo, far-se-:I - por termo nos autos, assinado pelos transigentes e homologado pelo

    juiz; (transao judicial)II - por escritura pblica, nas obrigaes em que a lei o exige, ouparticular, nas em que ela o admite. (transao extrajudicial, que ocorre tendoou no ao judicial; dependendo do direito discutido, ser feita atravs deescritura pblica ou particular)

    S se pode transacionar acerca de direitos patrimoniais disponveis (somente benspatrimoniais disponveis podem ser objeto de transao).

    4. COMPROMISSO

    No Cdigo Civil de 2003, encarado como modalidade contratual.

    Ocorre quando as partes acordam, se comprometem, se ajustam, se vinculam, se submetema deciso de um terceiro - o rbitro - sobre o litgio que as envolve.

    Quando este terceiro decide a questo, passa a valer esta deciso.

    O compromisso difere da arbitragem.O compromisso um instituto de direito material, e d o pontap inicial na arbitragem.A arbitragem um instituto de direito processual, em que se busca a soluo de um litgioatravs de um terceiro. O laudo do rbitro no precisa ser homologado (ele j vincula aspartes).

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    5. CONFUSO

    Ocorre quando uma pessoa , ao mesmo tempo, credor e devedor. Nesses casos, extingue-sea obrigao.Exemplo: um filho devedor do seu pai, e este vem a falecer.

    A confuso encontra-se regulada no art. 1049:

    Art. 1049 - Extingue-se a obrigao, desde que na mesma pessoa seconfundam as qualidades de credor e devedor.

    J o art. 1052 diz que:

    Art. 1052 - Cessando a confuso, para logo se restabelece, com todos osseus acessrios, a obrigao anterior.

    Existem hipteses em que, mesmo havendo confuso, a obrigao no se extingue.Ela volta quando acaba a confuso.A causa que gerou a confuso, nessas hipteses, tem que ser temporria.

    Um exemplo o caso do fideicomisso. Uma pessoa quer deixar um bem para uma criana,que ser entregue a ela quando esta completar 21 anos; a pessoa, ento, deixa o bem comoutro (o fideicomisso), que ir transferi-lo no momento certo. Se a pessoa, em vez de deixarum bem, deixa um crdito, o terceiro fideicomisso , ao mesmo tempo, credor e devedor. Masesta condio temporria - ele recebe este crdito para pass-lo adiante.

    Havendo confuso e no sendo uma dessas hipteses, a confuso extingue a obrigao.

    6. REMISSO DA DVIDA ou PERDO DA DVIDA

    Se o credor perdoa o devedor, extingue-se a obrigao.

    O art. 1053 apresenta uma presuno de perdo da dvida:

    Art. 1053 - A entrega voluntria do ttulo da obrigao, quando porescrito particular, prova a desonerao do devedor e seus coobrigados, seo credor for capaz de alienar, e o devedor, capaz de adquirir.

    Nesta situao, a dvida relacionada a um instrumento particular e, se este instrumento entregue ao devedor, presume-se o perdo da dvida.

    O art. 1054 tambm apresenta uma presuno de perdo da dvida:

    Art. 1.054 - A entrega do objeto empenhado prova a renncia do credor

    garantia real, mas no a extino da dvida.

    Neste caso, em vez de entregar o instrumento, entrega-se o objeto da garantia da prestao.

    Inadimplemento das obrigaes

    1. Inadimplemento total (ou inexecuo)

    A obrigao no foi cumprida. O pagamento no foi realizado, e no pode mais ser feito (opagamento impossvel).

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    Ocorre quando, por exemplo, o devedor tem a obrigao de entregar um bolo ao credor, nodia do seu aniversrio, e, neste dia, ele no o faz.O devedor no est em mora (o pagamento impossvel), ele est em inadimplemento total.O inadimplemento total depende do interesse do credor (depende se o pagamento interessaou no a ele). Se, por exemplo, a festa foi adiada, e ainda h interesse do credor, o devedorestar em mora, e o pagamento possvel.

    2. Inadimplemento parcial (ou mora)A obrigao no foi cumprida. O pagamento no foi realizado, mas ainda pode ser feito.

    O inadimplemento, seja total ou parcial, gera consequncias.

    Inadimplemento parcial ou MORA

    Encontra-se regulado pelo art. 955, e se constitui em duas situaes:

    a. MORA do devedor ou MORA SOLVENDI- O devedor no quer realizar o pagamento.b. MORA do credor ou

    MORA ACCIPIENDI- O credor no quer receber o pagamento no

    tempo, hora e local combinados.

    EFEITOS DA MORA DO DEVEDORA mora do devedor impe a este consequncias:

    a. ART. 956 - Para configurar a mora necessrio conduta culposa: o devedor no realizou opagamento porque agiu com culpa e, por isso, ele tem que indenizar. Sendo caso fortuito oufora maior, ele no ter que indenizar. A indenizao, se devida, abrange todos os prejuzosque a parte teve.

    b. ART. 957 - Se o devedor j estava em mora e o objeto se perde por caso fortuito ou foramaior, ele tem que indenizar, exceto se ele provar que, ainda que tivesse cumprido aobrigao, o bem teria se perdido de qualquer forma.

    EFEITOS DA MORA DO CREDORA mora do credor impe a este consequncias:

    a. ART 958 - Subtrai o devedor da obrigao de manter a coisa naquele padro de qualidade quehavia sido convencionado. O devedor tem obrigao de conservar o bem, mas no de mant-lo naquele padro. No entanto, se ele, dolosa ou culposamente, d margem perda do bem,ele responder por isto. Se houver uma razo justificvel (razovel), o credor no precisarindenizar o devedor.

    b. O credor deve ressarcir o devedor nas despesas de manuteno da coisa.c. Se entre a data que deveria ser cumprida e a data em que foi cumprida houver variao de

    preo, o credor vai receber a estimao mais favotvel ao devedor. Se, por exemplo, o

    devedor deve R$ 100,00 em sacas de caf, na data em que a obrigao deveria ser cumpridaeste valor correspondia a 3 sacas, e na data em que a obrigao foi cumprida este valorcorrespondia a 6 sacas (ou o contrrio), o devedor tem obrigao de dar 3 sacas.

    Com a mora (atraso) do devedor ou do credor, surge a PURGA DE MORA, que a possibilidadeque tem a pessoa morosa (credor ou devedor) de afastar os efeitos da sua mora, oferecendo opagamento (no caso do devedor) ou aceitando o recebimento do pagamento (no caso do credor),acrescido dos prejuzos que tenham sido gerados.

    O devedor tem que efetuar o pagamento e ressarcir os prejuzos. O credor tem que aceitar o pagameno e indenizar os prejuzos.

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    O devedor pode, por exemplo, purgar a mora atravs de uma dao em pagamento (entregar outrobem).

    A purga da mora afasta os efeitos da mora.Exemplo: aes de despejo: o locatrio pode purgar a mora no prazo da sua contestao.

    AT QUANDO PODE O CREDOR OU O DEVEDOR PURGAR UMA MORA?

    PRIMEIRA CORRENTE: at o ajuizamento de uma ao judicial. Esta corrente adotada pelosautores mais tradicionais.

    SEGUNDA CORRENTE: at a chamada IUS CONTESTATIO, ou seja, at a contestao da aojudicial. Esta corrente adotada elos autores mais modernos, e usada da Lei de Locaespara configurar a inexecuo das obrigaes com culpa: quem deu causa tem aresponsabilidade por tal inexecuo (seja o credor ou o devedor), e os prejuzos causadosgeram perdas e danos.

    Com culpaObrigao de reparar as perdas e danos (art. 1059).

    Sem culpaNo h que se falar em perdas e danos.

    A parte culposa deve indenizar os prejuzos j sofridos pela outra parte (danos emergentes), e oque ele razoavelmente deixou de lucrar (lucros cessantes).Por exemplo: um carro bate num taxi e causa um amasso na porta; o amasso da porta representaum dano emergente, e o perodo em que o taxista no pode trabalhar porque seu carro est naoficina corresponde aos lucros cessantes.Tem que haver uma previso razovel para os lucros cessantes (eles razoavelmente podem serprevistos). No se trata do chamado lucro eventual.

    Em 1916 no existia a figura do dano moral.

    Os lucros cessantes e os danos emergentes so modalidades de danos materiais (prejuzofinanceiro, econmico, patrimonial).

    Hoje pacfico o entendimento de que, dentro das perdas e danos, se insere tambm o danomoral (abalo psicolgico, desequilbrio emocional, ofensa a direitos intangveis - no patrimoniais,ofensa ao bom nome ou aos direitos personalssimos, etc).

    O dano material possui prova.No caso do dano moral o prprio julgador, dentro da situao concreta, verifica a sua ocorrncia.

    JUROSSo inseridos nas perdas e danos, tanto na inexecuo quanto na mora.Os juros so uma remunerao (rendimento) gerada pelo emprego (utilizao) do capital.Eles so os chamados frutos civis do capital.

    Osjuros podem ser:

    COMPENSATRIOS - Gerados pelo emprego do capital em razo de uma conveno(contrato) entre as partes. Por exemplo, um emprstimo.

    MORATRIOS - So gerados em razo de um atraso no cumprimento das obrigaes. Noesto ligados somente mora, mas tambm inexecuo.

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    Se os juros compensatrios no so pagos, comeam a correr juros moratrios.

    Osjuros moratrios podem ser:

    LEGAIS - So fixados em lei (art. 1062), e correspondem a 6% ao ano, ou 0,5% ao ms. CONVENCIONAIS - So fixados entre as partes em raz"ao de um eventual atraso no

    cumprimento da obrigao.

    Osjuros compensatrios so sempre convencionais.

    Segundo a CRFB, o limite mximo de juros convencionais - sejam moratrios convencionais oucompensatrios, de 12% ao ano, ou 1% ao ms.

    A restrio constitucional para os juros convencionais, segundo o STF, no de eficcia plena, e spode ser aplicado para a instituies financeiras.No entanto, este limite tambm est definido na Lei de Usura, que foi recepcionada pela CRFB.Atualmente, o SRF tem mudado o seu posicionamento, dizendo que as administradoras de cartesde crdito no so instituies financeiras, mas captam seus recursos numa instituio financeira.Desta forma, ele vem entendendo que poderia cobrar juros acima de 12% (geralmente elas tmcom seus clientes uma taxa contratual acima de 12%).Trata-se de uma questo extremamente controvertida. Inclusive existem rgos que entendem queo limite de 12% aplica-se inclusive s instituies financeiras.

    Osjuros compostos, salvo rarssimas excees, so vedadas pelo Ordenamento Jurdico brasileiro(Lei de Usura).

    QUANDO OS JUROS COMEAM A CORRER? (incio da fluncia)

    Obrigaes em dinheiro e lquidas - O incio da fluncia se d no termo, se houver (termo a data para o cumprimento - a obrigao pode ser ou no a termo), ou na notificao daconstituio em mora (ou citao do devedor para cumprimento)

    Obrigaes em dinheiro, mas no lquidas - O incio da fluncia se d na citao judicialdo devedor para a ao de cobrana.

    Nas obrigaes que no so em dinheiro - Os juros somente correm quando atribudoum alor pecunirio a esta obrigao.

    A dvida lquida aquela que tem valor determinado.

    JUROS COMPENSATRIOS JUROS MORATRIOS

    JUROS LEGAIS - 6% ao ano ou0,5% ao ms

    JUROS CONVENCIONAIS - 12%ao ano ou 1% ao ms

    Um indivduo tem uma dvida de R$ 1000,00.Os juros so de 1% e, portanto, correspondem a R$ 10,00.Segundo os economistas, a dvida se alterou, de R$ 1000,00 para R$1010,00.No entanto, juridicamente, a dvida no mudou: ela continua sendo de R$1000,00 e o valor de R$ 10,00 corresponde aos juros.

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    Os juros moratrios legais, no Cdigo Civil de 2003, so iguais aos juros cobrados pela FazendaNacional nos dbitos tributrios (geralmente, de 12% ao ano, ou 1% ao ms).

    Os juros de mora so diferentes da clusula penal (esta uma multa prevista, muitas vezes, noscontratos).

    Bibliografia

    DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. So Paulo: Saraiva, 2002.

    GOMES, Orlando. Obrigaes. Rio de Janeiro: Forense, 2002.

    LOPES, Miguel Maria de Serpa. Curso de Direito Civil : Obrigaes em Geral. Rio de Janeiro:Freitas Bastos, 1979.

    MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. So Paulo: Saraiva, 2001.

    PEREIRA, Caio Mrio da Silva. Instituies de Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2002.

    RODRIGUES, Silvio. Direito Civil. So Paulo: Saraiva, 2002.

    VENOSA, Slvio de Salvo. Direito Civil. So Paulo: Atlas, 2001.

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