teoria das obrigacoes e responsabilidade civil

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Obrigação é relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre credor e devedor e cujo objeto consiste em uma prestação econômica, positiva e negativa. Devida pelo 1º ao 2º, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio. Ex. dar, fazer ou não fazer. Direito das Obrigações Objeto de estudo: obrigações de cunho patrimonial ($) - parte - prestação (de ambos, as condições acordadas). - vínculo (concessão de poderes entre as partes) Fontes: - lei -contrato -delito (dolo) -quase contrato (ex. gestão de negócios, obrigação assumida por terceiro sem conhecimento do beneficiado). -quase delito (culpa- dano sem intenção) O direito das obrigações consiste num complexo de normas que regem relações jurídicas de ordem patrimonial que tem por objeto prestações de um sujeito em proveito de outro. Importância? Relações obrigacionais estrutura o regime econômico. O contrato afirma o vinculo entre credo e devedor. Concede o poder jurídico ao contratante. Credor é o sujeito ativo e Devedor é o sujeito passivo. Características: São direitos relativos: uma vez que se dirigem contra pessoas determinadas, vinculando sujeito ativo e passivo. Direitos a uma prestação positiva ou negativa, pois exigem comportamento do devedor. Patrimonial idade- objeto é ínsita em toda obrigação “o interesse do credor pode ser apatrimonial, mas a

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Page 1: Teoria Das Obrigacoes e Responsabilidade Civil

Obrigação é relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre credor e devedor e cujo objeto consiste em uma prestação econômica, positiva e negativa. Devida pelo 1º ao 2º, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio. Ex. dar, fazer ou não fazer.

Direito das ObrigaçõesObjeto de estudo: obrigações de cunho patrimonial ($)- parte- prestação (de ambos, as condições acordadas).- vínculo (concessão de poderes entre as partes)

Fontes:- lei-contrato-delito (dolo)-quase contrato (ex. gestão de negócios, obrigação assumida por

terceiro sem conhecimento do beneficiado).-quase delito (culpa- dano sem intenção)

O direito das obrigações consiste num complexo de normas que regem relações jurídicas de ordem patrimonial que tem por objeto prestações de um sujeito em proveito de outro.

Importância? Relações obrigacionais estrutura o regime econômico.

O contrato afirma o vinculo entre credo e devedor. Concede o poder jurídico ao contratante.

Credor é o sujeito ativo e Devedor é o sujeito passivo.

Características:São direitos relativos: uma vez que se dirigem contra pessoas determinadas,

vinculando sujeito ativo e passivo.Direitos a uma prestação positiva ou negativa, pois exigem comportamento do

devedor.Patrimonial idade- objeto é ínsita em toda obrigação “o interesse do credor

pode ser apatrimonial, mas a prestação deve ser suscetível de avaliação em dinheiro” (CAIO MARIO).

Obrigações morais- fidelidade, obediência, respeito.Quase contrato- tem alguma relevância judicial.Gestão de negócios- tomar iniciativa sem que haja uma provisão do chefe

“falar em nome do terceiro”.Quase Delito- crime culposo.

O Direito das Obrigações configura o exercício da autonomia privada, pois os indivíduos tem ampla liberdade em externar a sua vontade, limitada esta pela licitude do objeto, pela inexistência de vícios, pela moral e pela ordem publica.

Relações com as outras ramificações do Direito Civil.

Page 2: Teoria Das Obrigacoes e Responsabilidade Civil

Parte Geral- capacidade do sujeito, teoria da propriedade, direitos sucessórios, direito da personalidade.

D. Família- direito das sucessões (casamento, parentesco, herança);D. das coisas- direitos patrimoniais (regime de garantias, direito de posse).D. dos contratos- fonte do direito das obrigações.

Direitos obrigacionais ou pessoais e direitos reais.

Direito Real- direito imediato, do titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos. (afeta a coisa diretamente).

Direito pessoal- é um vinculo jurídico pela qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação.

Art 234. Responsabilidade no descumprimento da obrigação é do proprietário “res perit domino”.

Tornar-se proprietário: coisa móvel por meio da tradição e coisa imóvel por meio do registro de imóveis.

Diferença entre direito real e obrigacional.a) Quanto ao objeto- porque exigem o cumprimento de

determinada prestação, ao passo que o real incide sobre uma coisa.b) Quanto ao sujeito- porque o sujeito passivo é determinado ou

determinável, enquanto nos reais é indeterminado.c) Quanto à duração- porque são transitórios e se extinguem pelo

cumprimento ou por outros meios, enquanto os reais são permanentes.d) Quanto à formação- pois podem resultar da vontade das partes

sendo ilimitado o numero de contratos inominados, ao passo que os reais só podem ser criados pela lei.

e) Quanto ao exercício- porque existe uma figura intermediaria que é o devedor, enquanto os reais são exercidos diretamente sobre a coisa.

f) Quanto à ação- que é dirigida somente contra quem figura na relação jurídica como sujeito passivo, ao passo que a ação real pode ser exercida contra quem quer que detenha a coisa.

OBRIGACOES PROPTER REM (HIBRIDAS)- por causa da coisa.

Obrigação “Propter Rem” (res- coisa)Também chamadas de obrigações reais. São obrigações em relação à coisa, que “segue a coisa”. Ex. Obrigação de usar o imóvel como garantia na hipoteca, obrigações condominiais.

Natureza Jurídica: a obrigação “popter rem” tem aspecto de direito real e de direito obrigacional.

Há uma obrigação dessa espécie sempre que o dever da prestação vincule quem for o titular de um direito sobre determinada coisa;

Ex: condomínios.

Page 3: Teoria Das Obrigacoes e Responsabilidade Civil

Ônus reais- são obrigações que limitam o uso e gozo da propriedade constituindo gravames ou direitos oponíveis erga omnes (a renda constituída sobre o imóvel).

Obrigações com eficácia real- são as que, sem perder seu caráter de direito a uma prestação, transmitem-se e são oponíveis a terceiros que adquira direito sobre determinado bem.

NOÇÕES GERAIS DE OBRIGAÇÕES.

CONCEITO:Obrigação é o vinculo jurídico que confere ao credor o direito de exigir

do devedor o cumprimento de determinada prestação corresponde a uma relação de natureza pessoal, de credito e debito, de caráter transitório, cujo objeto consiste numa prestação economicamente aferível.

Elementos constitutivos da obrigação.1. Sujeito- sujeitos da relação jurídica.2. Objeto/material- prestação.3. Vinculo jurídico (elemento imaterial)

Sujeitos- ativo e passivo.Credor- a quem o devedor prometeu determinada prestação-

qualquer pessoa físico-jurídica capaz ou incapaz e ate entidades futuras, ou ainda não existentes.

Devedor é o sujeito passivo da relação obrigacional, a pessoa sobre a qual recai o dever de cumprir a prestação convencionada.

Objeto é sempre uma conduta ou ato humano, e se chama prestação. Ela é o objeto imediato, podendo ser também chamado de objeto da prestação. O objeto tem que ser licito possível e determinável.

Vinculo jurídico da relação obrigacional é o liame existente entre o sujeito ativo e passivo e que confere ao primeiro o direito de exigir do segundo o cumprimento da prestação.

Fontes: contratos, declarações unilaterais de vontade e os atos ilícitos. Os fatos jurídicos que condicionam o aparecimento das obrigações.

DIREITO ROMANO- contrato e delito; quase contrato e quase delito; lei;

O acordo de vontades, o mutuo consenso- Contrato.Sem consenso- quase contrato

Dano voluntaria- delitoDano involuntário- quase delito.Concepção moderna das fontes das obrigações.

Page 4: Teoria Das Obrigacoes e Responsabilidade Civil

Delitos e quase delitos- atos ilícitos.Lei, contratos, declarações unilaterais/bilaterais.Lei: fonte suprema: resulta da vontade do Estado.

Elementos:1. Debito- exige que o devedor cumpra pontualmente a

obrigação.2. Responsabilidade- confere ao credor não satisfeito o

direito de exigir judicialmente o cumprimento da obrigação, submetendo àquele os bens do devedor.

Distinção entre obrigação e responsabilidade.

Quando a obrigação não é cumprida surge à responsabilidade, que tem como garantia o patrimônio geral do devedor;

Ela é a consequência jurídica patrimonial do descumprimento da relação obrigacional.

Das modalidades das obrigações.

As obrigações de dar e de fazer são obrigações positivas.As de não fazer são negativas.

Das obrigações de dar.

Assumem as formas de entrega ou restituição de determinada coisa pelo devedor ao credor.

Dar- transferência de domínio.Entregar- concessão de uso temporário.

OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA .

Coisa certa é coisa individualizada, que se distingue das demais por características próprias, móvel ou imóvel- coisa determinada.

Confere ao credor simples direito pessoal.É permitido ao credor perseguir a coisa devida.

Impossibilidade de entrega de coisa diversa ainda que mais valiosa.

“O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.”

Tradição como transferência dominial.O domínio só se adquire pela TRADIÇÃO, se for coisa móvel, e pelo

REGISTRO DO TITULO (tradição solene), se for imóvel.

Page 5: Teoria Das Obrigacoes e Responsabilidade Civil

Direito aos melhoramentos e acrescidos.Se antes de efetuar a entrega ou restituição (tradição) a coisa sofrer

melhoria, o devedor pode exigir aumento do preço.

Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor à coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.

Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes

Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.

Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinente às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.

Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.

Diferença entre devedor de má-fé e boa-fé, estes devem ser ressarcidos enquanto os de má-fé não.

Art. 629. O depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisa depositada o cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como a restituí-la, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante.

Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teria dado, estando ela na posse do reivindicante.

Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.

Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.

Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem.

ABRANGECINA DOS ACESSORIOS (produtos, frutos, benfeitorias).Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora

não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.É uma decorrência do principio geral do direito, universalmente

aplicado, segundo o qual o acessório segue o destino do principal.

Page 6: Teoria Das Obrigacoes e Responsabilidade Civil

OBRIGACAO DE ENTREGAR:Cumpre-se mediante tradição (entrega ou restituição). Porém,

pode acontecer de não se cumprir a obrigação de dar por conta de um perecimento (perda total) ou deterioração da coisa (perda parcial).

Princípio Res perit domino (a coisa perece para o dono)

Perecimento sem culpa e com culpa do devedor.Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do

vendedor, e os do preço por conta do comprador.§ 1º Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar,

marcar ou assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do comprador, correrão por conta deste.

§ 2º Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados.

A culpa do perecimento ou da deteriorizacao acarreta responsabilidade de perdas e danos. Neste caso, tem o credor direito de receber seu equivalente em dinheiro, mais as perdas e danos.

Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas às partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.

Perdas e danos compreendem ao dano emergente e o lucro cessante.

Deteoração sem culpa e com culpa do devedor.

Não havendo culpa, poderá o credor optar por resolver (extinguir) a obrigação, por não lhe interessar receber o bem danificado, ou aceita-lo no estado em que se acha, com abatimento do preço, proporcional à perda.Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor

resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu danos.

Em caso de culpa também se aplica o artigo 235, porém com direito à indenizacao das perdas e danos comprovados.Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou

aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.

Page 7: Teoria Das Obrigacoes e Responsabilidade Civil

OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR.

Tal modalidade impõe àquele a necessidade de devolver coisa que, em razão estipulada em contrato, encontra=se legitimamente em seu poder (comodatário, depositário, locatário).

Diferente da obrigação de dar porque o imóvel não vai ser transferido, mas sim devolvido.

Credor- condição de dono em caso de perda.

Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverão, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.

Se houver culpa aplicam-se perdas e danos.Se houver frutos sem despesa ou trabalho do comodatário, o devedor terá

direito sobre eles.

Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.

Com culpa ressarcimento equivalente em dinheiro mais perdas e danos.

DAS OBRIGAÇÕES PECUNIÁRIAS.

Obrigação de resolver divida em dinheiro.

Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes

Clausula de escala móvel: reajusta a quantia a ser paga segundo os índices de custo de vida (elítico).

Dividas pecuniária; dividas de valor; dividas remuneratório.

DAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA.

Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.

Falta qualidade; seria melhor a palavra “espécie” em vez de gênero; objeto: determinável.

Qualidade: cabe ao devedor escolher. Assim que ele escolher passa a ser coisa certa.

Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.

Page 8: Teoria Das Obrigacoes e Responsabilidade Civil

Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.

Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.

O ato unilateral de escolha denomina-se concentração.-Guardar meio termo. A B C- nem a pior, nem o melhor, critério de

qualidade mediam.

GENERO LIMITADO E ILIMITADO.Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração

da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.

‘“O GENERO NUNCA PERECE”.Se a coisa já for certa (gênero limitado), o perecimento de todas as

espécies que o componham acarretara a extinção da obrigação.

DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER.

Abrange O Serviço humano em geral, seja material ou imaterial, a realização de obras e artefatos, ou a prestação de fatos que tenham utilidade para o credor.

Quando for convencionado que o devedor cumpra pessoalmente a prestação, temos uma obrigação de fazer infungível, imaterial ou personalíssima. Neste caso, o devedor só se exonerará se ele próprio cumprir a prestação.

Quando a prestação pode ser cumprida por terceiros (consentimento do credor): fungível, matéria ou impessoal.

Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar a custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.

Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

Inadimplemento: se a obrigação não for cumprida espontaneamente acarreta a responsabilidade do devedor.

Se não houver culpa do devedor:

Não havendo culpa do devedor tanto na prestação impossível quanto na recusa de cumprimento- não há responsabilidade do obrigado.

Obrigações fungíveis- perdas e danos- há obrigação de cumprir.Obrigações infungíveis- perdas e danos- não há obrigação de cumprir.

OBRIGAÇÕES INFUNGÍVEIS OU PERSONALISSIMA.

Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível.

Page 9: Teoria Das Obrigacoes e Responsabilidade Civil

Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.

OBRIGAÇÕES FUNGIVEIS OU IMPESSOAIS.

Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executara a custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.

Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. Em caso de urgência manda-se executar o fato, sendo depois ressarcido.

OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER.

Impõe ao devedor r um dever de abstenção: o de não praticar o ato que poderia livremente fazer, se não se houvesse obrigado.

Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.

-proibido atentar contra os direitos fundamentais.

Inadimplemento da obrigação negativa:

Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.

Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.

DAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS.

Compreendem-se dois ou mais objetos e extingue-se com a prestação de apenas um.

Ex.: obrigação assumida pela seguradora de, em caso de sinistro, dar outro carro ao segurado ou mandar reparar o carro danificado.

Diferença de obrigação de dar coisa incerta- escolha sobre um dos objetos in obligatione

Diferença de obrigação condicional- certeza da existência do vinculo.

DIREITO DE ESCOLHA- a obrigação alternativa só estará em condições de ser cumprida depois de definido o objeto a ser prestado. Essa definição se dá pelo ato de escolha.

O direito de escolha cabe ao devedor (Porém, a principio respeita-se a vontade das partes).

FAVOR DEBITORIS- principio tradicional.

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Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.

§ 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.

§ 2º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.

§ 3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.

§ 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz à escolha se não houver acordo entre as partes

O principio qualidade média/meio-termo não é aplicável nas alternativas, cabe ao titular do direito de escolha optar pela qualidade do objeto.

-admite-se sorteio.

Certificada a escolha, dá-se a CONCENTRAÇÃO, ficando determinado, de modo definitivo, sem possibilidade de retração unilateral, o objeto da obrigação.

Art. 571 - Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, este será citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro em 10 (dez) dias, se outro prazo não Ihe foi determinado em lei, no contrato, ou na sentença.

§ 1º - Devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não a exercitou no prazo marcado.

§ 2º - Se a escolha couber ao credor, este a indicará na petição inicial da execução.

IMPOSSIBILIDADE DA PRESTAÇÃO.

Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra.

Se um objeto perecer e couber ao devedor escolher a obrigação deixa de ser complexa e passa a ser simples e por isso a solução é a mesma das obrigações de dar, fazer ou não fazer.

Porém, se a escolha couber ao credor, pode este exigir o valor de qualquer das prestações, além de perdas e danos.

Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.

Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.

Page 11: Teoria Das Obrigacoes e Responsabilidade Civil

OBRIGACAO FACULTATIVA.

É uma obrigação simples, em que é devida uma única prestação, ficando, porém, facultado ao devedor, e só a ele, exonerar-se mediante o cumprimento de prestação diversa e predeterminada.

Ex; vendedor, que se obriga a entregar um objeto, ficando-lhe facultativo substitui-lo por prestação do equivalente em dinheiro.

Se houver perecimento do objeto principal a obrigação se torna nula.

DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS.

Obrigações divisíveis e indivisíveis Art. 257 e seguintes

Ex. entregar dinheiro.Entregar um animal ou uma obra de arte

Atenção: os bens, além de indivisíveis economicamente.Ex. pedras preciosas, terrenos.

Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveispor determinação da lei ou por vontade das partes.

Regra Concursu partes fuint (as partes se satisfazem pelo concurso, pela divisão)

Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.

Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico todos os devedores, responderão todos por partes iguais.

A obrigação é divisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato suscetível de divisão.

São compostas pela multiplicidade de sujeitos.

Para a indivisibilidade/divisibilidade da obrigação, são decisivas em primeiro lugar a natureza da obrigação, em segundo a vontade das partes e, finalmente, a determinação da lei.

Pluralidade de devedores.

Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.

Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.

Page 12: Teoria Das Obrigacoes e Responsabilidade Civil

O devedor, que paga a divida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.

Pluralidade de credores.

Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:

I - a todos conjuntamente;II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos

outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta

para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.

Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.

Transação – é o negocio jurídico bilateral, pelo qual as partes previnem ou terminam a relação jurídicas controvertidas por meio de concessões mutuas.

Novação- é a criação de obrigação nova, para extinguir uma anterior.

Compensação é meio de extinção de obrigação, porém entre pessoas, que são, ao mesmo tempo, credor e devedor da outra.

Confusão acontece quando as qualidades de credor e devedor se encontram em uma só pessoa, extingue-se a obrigação pela confusão.

Perda da indivisibilidade.Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em

perdas e danos.§ 1º Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa detodos os devedores, responderão todos por partes iguais.§ 2º Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse

pelas perdas e danos.Porque a obrigação que se resolvem em perdas e danos passa a ser

representada por importância em dinheiro, que são divisíveis.

Obrigações de meio, resultado ou garantiaMeio: o devedor assume obrigação de praticar atos diligentemente em favor do credor.Ex. Obrigação do advogado, do médico, etc.

Resultado: o devedor assume a obrigação de alcançar um resultado específico para o credor. Ex. construir um muro

Garantia: o devedor assume obrigação de garantir o cumprimento de determinada dívida.

Page 13: Teoria Das Obrigacoes e Responsabilidade Civil

Ex. fiança, aval

Importante: há discussão a algumas atividades médicas como sendo obrigação de resultado. Ex. cirurgia plástica estética, procedimentos odontológicos estéticos, reprodução humana assistida quando há escolha do sexo do nascituro.

Questão: em casos em que se deve aplicar Súmula Vinculante, a obrigação do advogado se torna obrigação de resultado?

Obrigações SolidáriasEspécies – solidariedade ativa, passiva, mistaDefinição:Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorremais de um credor, ou mais de um devedor, cada um comdireito, ou obrigado, à dívida toda.

Resulta da lei ou do contrato:Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ouda vontade das partes.

Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples paraum dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, oupagável em lugar diferente, para o outro.

Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigirdo devedor o cumprimento da prestação por inteiro.Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandaremo devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extinguea dívida até o montante do que foi pago.Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixandoherdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quotado crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se aobrigação for indivisível.Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos,subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido opagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedoropor as exceções pessoais oponíveis aos outros.Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidáriosnão atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, amenos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.

Page 14: Teoria Das Obrigacoes e Responsabilidade Civil

.Ex. Art. 932Ex. contrato de empréstimo

Atenção: pode, também, existir solidariedade resultante de testamento (solidariamente: o pagamento de legado)

Distinção entre solidariedade e obrigação indivisível

Solidariedade- devedor assume a dívida todaManifestação da vontade

Obrigação indivisível- devedor não assume a dívida toda- o objeto é que toma a obrigação indivisível

Solidariedade Ativa- regras básicas: art. 267 e 269Art. 270

Parágrafo único 942

Solidariedade Passiva

Seção IIIDa Solidariedade PassivaconceitoArt. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.

pagamento parcialArt. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.

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Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.

impossibilidade de cumprimento por culpa de um dos devedores solidários

Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar oequivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.

Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.

Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.

Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.

Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.

Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente

Transmissão das obrigaçõesDá-se pela cessão de crédito, de débito (ou assunção de dívida) e cessão de contrato.

Cessão de crédito [cedente, cessionário, cedido]Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.

Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios.

Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1º do art. 654.

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Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel.

Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita.

Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do título do crédito cedido.

Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.

Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido.

Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.

Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de máfé.

Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.

Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.

Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.

Nem todos os créditos podem ser objeto de cessão (ex. créditos alimentares)A cessão do crédito abrange seus acessórios.

Obs. Embora haja alteração de uma das partes no crédito (credor) não há necessidade de autorização do devedor.O devedor, porém, deverá ser notificado sobre a cessão.

Pode ser:- “inter vivos” e “causa mortis”- a título universal e a título singular

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- convencional, legal e judicial

Cessão “pro soluto”O cedente se responsabiliza sobre a existência do crédito

Cessão “pro solvendo”O cedente se responsabiliza também pela solvência do devedor

Cessão de débito (ou assunção de dívida)Exige anuência do credorPouco existente na prática

Cessão de contratoTambém chamada de cessão de contrato transmite ao cessionário um conjunto de direitos e deveres, e não apenas um crédito. Ex. locatário cede sua posição no contrato de locação.

É necessária a anuência do cedido.A cessão é um novo contrato que transfere a posição de uma parte no contrato-base.

Não há referência a esse tipo de cessão no Código Civil mas referência na Lei de Locações Urbanas. (lei 8245/91)

PagamentoÉ o cumprimento da obrigação assumida pela parte.

Atenção: embora seja muito comum, o pagamento em dinheiro não é a única modalidade de pagamento.

De Quem Deve PagarArt. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento.Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu.

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Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la.

Seção II

Daqueles a Quem se Deve PagarArt. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante.Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.Seção IIIDo Objeto do Pagamento e Sua ProvaArt. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.

Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes.Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial.Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada.Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido.Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos.

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Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento.Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida.Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução.Do Lugar do PagamentoArt. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem.Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor.Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato

Do Tempo do PagamentoArt. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente.Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor.Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código:I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor;III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes

.Formas extraordinárias de pagamento- Pagamento em sub-rogação- Consignação em pagamento- Dação em pagamento- Novação- Confusão- Compensação

Cláusulas de pagamento [aula que faltei]

Dação em PagamentoArt. 356- pagamento efetuado por meio de prestação diversa da contratada.Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.

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Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em cessão.Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.Questão: A coisa dada em pagamento deve ter valor igual ao do objeto da obrigação?

Imputação do pagamentoDA IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTOArt. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo.Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa.

Art. 352

Art. 354- primeiramente são pagos os acessórios para, só depois, ser pago o capital.

ConfusãoOcorre quando a mesma pessoa assume a posição de devedor e credor da mesma obrigação.

Tício falece e, em razão disso, o único herdeiro (Caio) recebe o crédito, tornando-se, ao mesmo tempo devedor e credor. A dívida extingue-se.

CAPÍTULO VIIIDA CONFUSÃOArt. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor.Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela.Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade.

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Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior.Consignação em pagamentoHipóteses de cabimento:

a) Se o credor não puder ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento ou dar quitação

- O credor não é obrigado a receber prestação diferente da convencionada

b) Se o credor não for ou mandar receber a prestação conforme o estabelecido

Ex. Tício, credor, se obrigou a ir buscar o animal que comprou de Caio mas não foi receber o bem

c) Se o credor for incapaz de receber (ex. credor em coma em um hospital), for desconhecido, declarado ausente ou residir em lugar de acesso perigoso ou difícil (Ex. região de conflito de garimpeiros).

d) Se ocorrer dúvida sobre quem deva receber o crédito.Ex. credor falecido e sem inventário aberto, o credor está em litígio com outra pessoa sobre quem é o titular do crédito

e) Se pender litígio sobre o objeto do pagamento

OBS: O objetivo da consignação em pagamento é evitar a mora do devedor. Assim, há divergência sobre a possibilidade ou não de consignação com o débito já vencido ou consignação parcial.

Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.Art. 335. A consignação tem lugar:I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as conseqüências de direito.

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Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores.Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os co-devedores e fiadores que não tenham anuído.Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente.Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor.Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento.Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mutuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a consignação.

Pagamento com sub-rogaçãoPoderá ser legal ou convencionalLegal (art. 346)Convencional (art. 347)Também pode ser pessoal (substituição da parte) ou real (substituição da coisa). Ex. bem inalienável- o proprietário, para requerer autorização judicial de venda, deverá oferecer outro bem de igual valor para ser gravado com a inalienabilidade);

DO PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃOArt. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:I - do credor que paga a dívida do devedor comum;II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.Art. 347. A sub-rogação é convencional:I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo antecedente, vigorará o disposto quanto à cessão do crédito.Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor.

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Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever.

CompensaçãoArt. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis.Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada no contrato.Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado.Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a compensação.Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto:I - se provier de esbulho, furto ou roubo;II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos; III - se uma for de coisa não suscetível de penhora.Art. 374. A matéria da compensação, no que concerne às dívidas fiscais e parafiscais, é regida pelo disposto neste capítulo.Art. 375. Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou no caso de renúncia prévia de uma delas.Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever.Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente.Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem compensar sem dedução das despesas necessárias à operação.Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão observadas, no compensá-las, as regras estabelecidas quanto à imputação do pagamento.Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exeqüente a compensação, de que contra o próprio credor disporia.

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Inadimplemento- descumprimento da obrigação.

Mora: atraso no cumprimento da obrigação.Obs: o inadimplemento pode ocorrer pelo fato de a prestação não ser mais possível* ou por se tornar inútil ao credor**.

Ex: obrigação de entregar um quadro que se perdeu em um incêndio. * ex: obrigação de cantar em um casamento. Após o dia convencionado,

eventual cumprimento da obrigação se torna inútil ao credo.Mora.Atraso no pagamento de uma divida de aluguel.

Art 394. Mora do credor e mora do devedor.

Art 401. Purgação da mora.

PERDAS E DANOS

Art 402. Danos emergentes1 e lucros cessantes2.

1. O que a vitima perdeu (danos patrimoniais, morais)2. 2. O que razoavelmente se deixou de ganhar.

Adimplir: cumprir.Inadimplência: inadimplente. Não se pode mais cumprirMora: moroso: ainda se pode cumprir a mora.

Um tema fundamental para a responsabilidade civil é o dano . Dano é a lesão ao bem jurídico, podendo ser patrimonial ou um dano moral.O dano patrimonial acontece no momento em que uma pessoa é ofendida em seus atributos econômicos, ou seja, em seus interesses financeiros.As perdas e danos que decorrem ao patrimônio é conceituada da seguinte forma: o dano patrimonial é um gênero, e esse gênero comporta duas espécies, o dano emergente e o lucro cessante, são as duas espécies do dano patrimonial. Dano emergente são os prejuízos efetivamente sofridos pela vitima em razão da lesão, ou seja, trazemos a imagem tudo aquilo que saiu do bolso do lesado em razão da lesão. O lucro cessante corresponde a tudo aquilo que o lesado deixou de auferir por causa da lesão. Lucros que ganharia se não fosse o acontecimento danoso.

JUROS

- compensatórios (ou remuneratórios)- moratórios

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Art. 406 juros moratórios não convencionados

Há divergência a respeito da aplicação da taxa SELIC ou do CTN.

Deve-se aplicar o CTN, que impõe um limite de 12% ao ano.

- simples- compostos

Cláusula Penal: art. 408 e 409

“É uma indenização pré-fixada” pelo descumprimento total ou mero atraso de uma obrigação.

Pode ser compensatória (ex.: multa de 50% do valor do contrato no caso de seu descumprimento) ou moratória (ex.: multa de 10% do valor do aluguel no caso de atraso)

ATENÇÃO: o valor da cláusula penal não pode exceder ao valor da obrigação total

Art. 416: não é necessária a demonstração do prejuízo

13/05/2011

RESPONSABILIDADE CIVIL

- contratual- extracontratual (aquiliana)

Elementos:1) Ação (comissão ou omissão)2) Dano (patrimonial, moral ou estético)3) Nexo causal4) Culpa (dolo, imprudência/negligência/imperícia)

A responsabilidade civil vem, paulatinamente, mudando o paradigma. O foco, no início, era a conduta (culpa) do agente , atualmente, o foco vem mudando para a vítima .A responsabilidade, quanto à análise da culpa, pode ser: a) subjetiva; b) objetiva (sem análise de eventual culpa).

Page 26: Teoria Das Obrigacoes e Responsabilidade Civil

18/05/2011

DANO MORAL

É o sofrimento psíquico, mental, emocional.

Pode ser:

a) DiretoOfensa a próprio direito da personalidade de uma pessoa

b) IndiretoOfensa a direito patrimonial com repercussão em dano moral

ATENÇÃO: os danos morais são passíveis de compensação e não de indenização.

Formas de compensação:

Pagamento em dinheiro: deve-se usar um processo em duas fases: um valor básico e mais um valor de acordo com as características do casoObs*.: O valor da compensação deve, também, ter um componente de desestimular o ofensor a praticar atos iguais

Obrigação de fazer: ex: declaração do réu pedindo desculpas

Pagamento de valores a terceiros: ex: doação de uma creche.

20/05/2011

DANO PATRIMONIAL

Indenização: recompor a coisa (ex.: reconstruir um muro) ou pagamento em dinheiro (ex.: pagar a quantia referente à reconstrução do muro)

Perda de uma chance:

De origem francesa (“perte d’une chance”) a perda de uma chance significa a necessidade de indenizar a vítima por ter ela deixado de desfrutar da possibilidade concreta e plausível de obter uma vantagem.Ex.: Tício impede que o cavalo de Caio participe de uma corrida na qual teria chance de vencer.

Questão: O valor da indenização pela perda de uma chance deve ser fixado no equivalente ao aproveitamento econômico que a vítima deixou de ter a possibilidade de auferir?

Page 27: Teoria Das Obrigacoes e Responsabilidade Civil

ABUSO DE DIREITO

Art. 187

Ex.: construir muro alto para “deitar sombra” sobre a piscina do vizinho.

Responsabilidade pelo fato da coisa ou do animal

Art. 936 – o dono, ou detentor, do animal ressarcira o dano por este causando, se não provar culpa da vitima¹ ou força maior². Ex¹: ticio provoca o cão ate que este o ataque. Ex²: forte vendaval derruba o muro e o animal escapa e morde ticio.

No caso de um acidente envolvendo animal em uma rodovia, a concessionária é responsável pelo acidente, pois pela verba do pedágio tem o dever de cuidar da pavimentação. Art. 937 – responsabilidade por dano causado pela ruína de imóvel sem reparos necessários. O condomínio, o proprietário