restauração de Áreas degradadas e conservação...

45
Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genética Paulo Kageyama LARGEA/ESALQ/USP. SFB: II Encontro Interinstitucional de Restauração, Conservação e Economia Florestal T. Freitas, 25 Novembro 2015

Upload: truongkien

Post on 16-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Restauração de Áreas Degradadas e

Conservação Genética

Paulo Kageyama

LARGEA/ESALQ/USP.

SFB: II Encontro Interinstitucional

de Restauração, Conservação e

Economia Florestal

T. Freitas, 25 Novembro 2015

Page 2: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

LARGEA/ESALQ/USP: Laboratório de

Reprodução e Genética de Espécies Arbóreas

• Objetivos: Estudos da Biodiversidade, da

Estrutura Genética e Fluxo Gênico de Espécies

Arbóreas Tropicais, através da Genética Molecular;

• Aplicação: Uso desse conhecimento científico em

Projetos de Restauração Ecológica e de Sistemas

Agroflorestais com Comunidades Rurais;

Projetos Principais: i) Restauração Florestal para

Créditos de Carbono – AES Tietê. ii) SAFs em

Assentamentos Rurais no Pontal e na Bahia;

Page 3: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

TEMAS E QUESTÕES A DISCUTIR

• INTRODUÇÃO

• RESTAURAÇÃO E MODELOS DE DIVERSIDADE - 27 ANOS !

• PESQUISA EM GENÉTICA DE POPULAÇÕES: AVANÇOS ?

• DESAFIOS ATUAIS

• DIVERSIDADE TANTO DE ESPÉCIES COMO GENÉTICA !

• QUEREMOS RESTAURAR UMA FLORESTA DE NOVO !

• AVANÇOS E QUESTIONAMENTOS

• AVANÇOS NOS ESTUDOS GENÉTICOS MOLECULARES !

• USO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO NA RESTAURAÇÃO ?

• CONSIDERAÇÕES FINAIS

• ABASTECER A ALTA DEMANDA DE SEMENTES FUTURA ?

• PRIORIDADES PARA PESQUISA E POLÍTICAS PÚBLICAS?

Page 4: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

1500-1990 redução da Mata Atlântica

1990-1995 desmatamento estável

1995-2006 regeneração > 10%

Remanescentes Florestais (8 a 20%)

Biodiversidade do Estado de São Paulo - Status

IF 2005

Page 5: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada
Page 6: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

CENÁRIOS FUTUROS

• TEMOS NA MATA ATLÂNTICA DO ESP EM TORNODE 10% DE VEGETAÇÃO NATURAL REMANESCENTE;

• ESTES REMANESCENTES FLORESTAIS ESTÃOMUITO MAL DISTRIBUÍDOS (DE 1% A 70%);

• TEMOS ALGUMAS POSSIBILIDADES DE CENÁRIOSFUTUROS: COM APPs E RLs RECUPERADAS OU NÃO;

• SE TIVERMOS AS APPs RESTAURADAS PODEREMOSTER CERCA DE 20% DE VEGETAÇÃO NATIVA;

• SE TIVERMOS APPs E RLs RECUPERADAS TEREMOS40% DE VEGETAÇÃO NATIVA; (UTOPIA);

•- NOVO CÓDIGO FLORESTAL: O PROBLEMA DEPENDEDO SETOR AGROPECUÁRIO/FLORESTAL NESSA LUTA.

Page 7: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Restauração: Biodiversidade e

Sucessão Ecológica

Page 8: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

POR QUE A SUCESSÃO ECOLÓGICA

NA RESTAURAÇÃO ?

PROCESSO NATURAL

REGENERAÇÃO NATURAL DAS ESPÉCIES NA FLORESTA

REFERÊNCIA PARA A REGENERAÇÃO ARTIFICIAL DAS ESPÉCIES

DIFERENÇAS ENTRE A FLORESTA TROPICAL E A TEMPERADA

SUCESSÃO SECUNDÁRIA E ANTRÓPICA

SUCESSÃO SECUNDÁRIA: DESTRUIÇÃO PARCIAL DA MATA

SUCESSÃO ANTRÓPICA: DESMATAMENTO ÁREA GRANDE

ESPÉCIES ARBÓREAS PIONEIRAS TÍPICAS E ANTRÓPICAS

GRUPOS SUCESSIONAIS – BASE TEÓRICA*BUDOWSKI (1966): ANTRÓPICA – 4 FASES/ESTÁGIOS SERAIS

DENSLOW (1980): SECUNDÁRIA – 3 GRUPOS ECOLÓGICOS

MARTINES-RAMOS (1985): SEC/ANTR – 4 GRUPOS ECOLÓGICOS

“APLICAÇÃO DE GRUPOS SUCESSIONAIS/FUNCIONAIS”

Page 9: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

SUCESSÃO SECUNDÁRIA E ANTRÓPICA NAS FLORESTAS TROPICAIS

– SUCESSÃO SECUNDÁRIA: DESTRUIÇÃO PARCIAL DAFLORESTA (CLAREIRAS) FORMA NICHOS ESPECÍFICOSPARA A REGENERAÇÃO DE GRUPOS DE ESPÉCIES;

– CLAREIRAS GRANDES: PIONEIRAS; CLAREIRASPEQUENAS: SECUNDÁRIAS; NÃO CLAREIRAS: CLÍMAX;

– SUCESSÃO ANTRÓPICA*: DESTRUIÇÃO DE GRANDES

ÁREAS E REGENERAÇÃO A PARTIR DE ESPÉCIES VINDONÃO DA PRÓPRIA FLORESTA, MAS DE ÁREAS VIZINHAS;

– ESPÉCIES NÃO PIONEIRAS, COLONIZADORAS OUMESMO CLÍMAX EDÁFICAS, OCUPAM ESSAS ÁREASCOM ESPÉCIES PIONEIRAS ANTRÓPICAS.

*CLASSIFICAÇÃO PROVISÓRIA; AINDA EM CONSTRUÇÃO

Page 10: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

SUCESSÃO SECUNDÁRIA E GRUPOS ECOLÓGICOSDENSLOW (1980)

CLAREIRAS GRANDES E ESPÉCIES PIONEIRAS

PIONEIRAS TÍPICAS OCORREM EM CLAREIRAS GRANDES;

SEMENTES DISPERSAS POR AVES E MORCEGOS,

ESPECIALISTAS, VOAM ENTRE ESSAS CLAREIRAS NA MATA;

CLAREIRAS PEQUENAS E NÃO CLAREIRAS

EM CLAREIRAS PEQUENAS, GERMINAM AS ESPÉCIES

SECUNDÁRIAS; AS ESPÉCIES CLÍMAX GERMINAM E

CRESCEM NA MATA, SEM NECESSIDADE DE CLAREIRAS;

BANCO DE SEMENTES DO SOLO

AS SEMENTES DE PIONEIRAS FICAM EM TORNO DE 1 A 2

ANOS, NO BANCO DE SEMENTES DO SOLO, ATÉ QUE UMA

CLAREIRA GRANDE SE ABRA E AS MESMAS GERMINEM;

Page 11: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada
Page 12: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Sucessão Antrópica: Características das Espécies

dos Estágios Serais - Budowski (1966)*

Pioneira Secundária

Inicial

Secundária

Tardia

Clímax

Número de

espécies Arbor

1-3 5-15 20-50 >100

Crescimento Muito Rápido Rápido Médio Lento ou muito

lento

Dispersão de

sementes

Pássaros,

morcegos e

vento

Vento, Pássaros

e morcego

Principalmente

vento

Gravidade,

mamíferos e

pássaros

Tolerância a

sombra

Muito intolerante Muito intolerante Tolerante

apenas no

estado juvenil

Tolerante exceto

no estágio

adulto

Viabilidade das

sementes

Longa, latente

no solo

Longa, latente

no solo

Rápida a média Rápida

Tamanho da

sementes

Pequena Pequena Pequena a

média

Grande

Page 13: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

G. Budowski

Page 14: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

SUCESSÃO E CARACTERÍSTICAS DE SEMENTES*

GRUPOS DORMÊNCIA DISPERSÃO GERMINAÇÃOECOLOG FATOR TIPO FORMA -----------------------------------------------------------------------------------------------------PIONEIRA LUZ/TEMPER PASS/MORCEGO CLAREIRA GRDE

SEC. INICIAL SEM VENTO APÓS DISPERSÃO

SEC. TARDIA SEM VENTO APÓS DISPERSÃO

CLÍMAX TRATO DIGEST* FAUNA BANCO PLÂNTULA

-----------------------------------------------------------------------------------------------------

*SUPERAÇÃO DORMÊNCIA: ÁCIDO DO TRATO DIGESTIVO

Page 15: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Grupos Ecológicos daSucessão e Estudos

Genéticos de Populações

LARGEA/ESALQ – 25 Anos

Estudos Genéticos: 50 espéciesi

FOTO: Carvalho (1996)

Page 16: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Grupos ecológicos: Estudos GenéticosBUDOWSKI (1966)

Pioneiras: Clareiras grandes, Pleno sol, Crescimento rápido, Dormência de sementes

Secundárias Iniciais: Clareiras pequenas, Pleno sol, Crescimento rápido.

Secundárias Tardias: Clareiras pequenas, Sombra no início, Crescimento lento

Climácicas: Não clareiras, Sombra, Ciclolongo, Crescimento muito lento.

Estimativas para o Est. de São Paulo

Pioneiras – 20% (de espécies) ?

Secundárias – 60% (de espécies) ?

Climácicas – 20% (de especies) ?

Cecropia pachystachya

Pioneira

Secundária

Cedrela fissilis

Climácica

Ocotea catharinensis

INPE/SOS Mata Atlântica 1998

FOTO: Roberto Tarazi

FOTO: Roberto Tarazi

FOTO: Carvalho (1996)

Page 17: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Restauração GenéticaEstudos na Mata Atlântica

Tarazi et al., (2005)0,426

0,310

0,383

0,280

83,302,20Ocotea catharinensis

Cerca de 50 espécies foram estudadascom ferramentas genéticas na M Atlântica

Souza (1997)0,2840,24577,802,20Chorisia speciosa

Sebben (1997)0,1820,19550,001,63Genipa americana

Maltez (1997)0,2700,23850,002,00Aspidosperma polyneuron

Moraes (1998)0,3510,32385,002,00Cryptocaria moschata

Auler et al. (2002)0,0840,07273,302,00Araucaria angustifolia

Moraes et al. (2002)0,5360,32495,122,74Cryptocarya aschersoniana

Silva et al., (2003)0,3010,27771,432,07Ocotea porosa

Kageyama et al., (2003)0,3600,35867,802,36Ocotea odorifera

Herritt (1991)0,1260,12628,001,20Bowdichia virgiloides

Herritt (1991)0,1400,14030,001,42Cariniana legalis

Herritt (1991)0,1840,18440,001,45Cordia trichotoma

Herritt (1991)0,1410,14127,001,45Johanesia princeps

Moraes (1993)0,3580,16066,702,80Myracrodruon urundeuva

Santos (1994)0,5030,4511003,80Bauhinia forficata

Gandara (1996)0,2430,22276,902,31Cedrela fissilis

Reis (1996)0,4630,4961003,40Euterpe edulis

AutorHeHoP%AEspécie

Page 18: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Caracterização GenéticaEstágios sucessionais

0,749

0.986

0,212

0,295

0,324

0,125

0,514

0,159

0,602

0,606

0,0990,0510,8590,9251E. leiocarpa

0,1040,0610,9370,9972

0,0760,0700,8300,9013

0,0930,0590,9160,9762

0,1010,0910,8990,9901C. legalis

0,1490,1910,6910,8821C. fissilis

0,00,1990,8011,0002

0,00,1800,8201,0001C. pachystachya

0,0720,1230,8440,9662

0,3680,0710,7490,8191T. micrantha

Pop.Espécies

Estimativas de parâmetros do sistema de reprodução em cinco espécies arbóreas tropicais de diferentes estágios sucessionais.

mt̂ st̂ sm tt ˆˆ sr̂ )(

ˆmpr

taxa de cruzamento multiloco, taxa de cruzamento uniloco, taxa de cruzamento entre

parentes, correlação de autofecundação, correlação de paternidade.

mt̂ st̂ sm tt ˆˆ sr̂ )(ˆ

mpr

Kageyama et al. (2003)

Page 19: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Caracterização Genética - Resumo

Estágios Sucessionais

Para ecossistemas de alta diversidadede spp, a escolha de espécies paraestudos passa a ter alta importância, para extrapolar os resultados einterpretar a comunidade.

A diversidade genética em diferentesgrupos sucessionais mostra que a sucessão, densidade populacional e a reprodução podem indicar espéciesarbóreas modelos.

Baixa

(5%)

Longa distância

GrandeMédioClimácicas

Intermediária

(1O%)

IntermediáriararaMuito GrandeLongoSecundárias

Alta

(20%)

Média distânciaAgregadaPequenaCurtoPioneiras

DivergênciaDispersão

sementes

OcorrênciaTamanho

População

Fl Gênico

Pólen

Estágio

sucessionalp

Kageyama et al. (2003)

comum

Page 20: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Bases para a Restauração Florestal

- Diversidade de Espécies e Raridade

- Grupos Ecológicos ou Funcionais

- Interações Planta X Animal

Page 21: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

MODELO BÁSICO DE ASSOCIAÇÃO ENTRE GRUPOS ECOLÓGICOS (BUDOWSKI, 1966)

RESTAURAÇÃO: BIODIVERSIDADE E SUCESSÃO

- Hipótese Inicial – 1988 -

Page 22: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Restauração: EspéciesRaras e Comuns

i

FOTO: Carvalho (1996)

Page 23: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Ex: Parcela de 24ha (600m x 400m)

Espécie Muito comum(

Mais de 10 árv/Ha >10ind/ha)

Espécies comuns

(2 - 10ind/ha)

Espécies raras

(1ind/1-10ha)

Espécies muito raras

(1ind/10-20ha)

Sub-Parcela de 1ha (100m x 100m)

Bioma Mata AtlânticaOrganização das espécies

Densidade populacional (natural)

Page 24: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

ESPÉCIES RARAS E COMUNS E SUCESSÃO

ESPÉCIES RARAS (Largea 20 anos)

MAIORIA SECUNDÁRIAS TARDIAS; MTO POUCOS JOVENS

MUITO ATACADAS POR INSETOS E MICRORGANISMOS

“ELAS DEVEM SER PLANTADAS EM BAIXA DENSIDADE”*

ESPÉCIES COMUNS

MAIORIA ESPÉCIES CLIMÁCICAS; SELETIVAS AO SÍTIO

CURVA DE FREQUÊNCIA E DIÂMETROS EM J INVERTIDO

PIONEIRAS TAMBÉM SÃO COMUNS NAS CLAREIRAS

GRANDES E NAS ÁREAS ANTROPIZADAS

“ELAS PODEM SER PLANTADAS EM ALTA DENSIDADE”*

i

Page 25: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Experimento de Espécies Raras (Esalq/Cesp):

6 ESPÉCIES RARAS, 6 COMUNS E 6 INTERMEDIÁRIASFORAM PLANTADAS COMO RARAS (1 IND/HA) E COMOCOMUNS (50 IND/HA) E MOSTRARAM:

DAS 6 ESPÉCIES RARAS PLANTADAS COMO COMUNS

4 MOSTRARAM MAIS ATAQUE DE PRAGAS OU DOENÇA:

AROEIRA, JARACATIÁ, AMENDOIM, PAINEIRA

MODELO DE PLANTIO DA CESP (2001)

2000 PLANTAS POR HA; 100 SPP/HA

1000 PLANTAS/HA DE PIONEIRAS (P E I) COM 20 ESPÉCIES (50)

600 PLANTAS/HA DE SECUNDÁRIAS (ST) COM 60 ESPÉCIES (10)

400 PLANTAS/HA DE CLÍMAX (CL) COM 20 ESPÉCIES (20)

i

Page 26: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

“MODELOS DE RESTAURAÇÃO E DIVERSIDADE”

- PLANTIO DE ESPÉCIES AO ACASO: SEM USO DE PIONEIRAS E

NÃO USO DOS GRUPOS ECOLÓGICOS; “COQUETEL”*;

- MODELO DE SUCESSÃO: LINHAS DE PIONEIRAS (P+I) E DE NÃOPIONEIRAS (T+C) INTERCALADAS;

- MODELO DE SUCESSÃO E RESPEITANDO AS ESPÉCIES RARAS:(< DENSIDADE) E COMUNS (> DENSIDADE);

- MODELO DE ILHAS DE DIVERSIDADE: USO SÓ DE PIONEIRAS(ÁREA TOTAL) E DE SPP NÃO PIONEIRAS (20% DA ÁREA);

- NUCLEAÇÃO* REGENERAÇÃO NATURAL; POLEIROS; BANCO DESEMENTES DO SOLO; CHUVA DE SEMENTES; GALHADAS;

- SISTEMAS AGROFLORESTAIS* COMO INÍCIO DA SUCESSÃO ERESTAURAÇÃO; SAFs COM DIVERSIDADE DE NATIVAS; AGR FAM;

- XINGÚ-ISA: PLANTIO DE MÁQUINA AGRÍCOLA COM SEMENTES

MISTURADAS POR TAMANHO NO ALTO XINGÚ; AGRONEGÓCIO;*

i

FOTO: Carvalho (1996)

Page 27: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Métodos de Nucleação, por Reis et al, 2003

Page 28: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada
Page 29: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Pecuária (em bem baixa lotação pode ajudar)

Page 30: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Pesquisa em Produção e Coleta de Sementes paraRestauração Ecológica

Page 31: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

PRODUÇÃO DE SEMENTES PARA RESTAURAÇÃO

- COLETA DE SEMENTES: GRAVES PROBLEMAS; AMAIORIA DOS COLETORES NÃO LEVA EM CONTA AQUALIDADE GENÉTICA DAS SEMENTES; POUCASPOPULAÇÕES ADEQUADAS SÃO “DISPONÍVEIS”;

- POPULAÇÕES NATURAIS PRIMÁRIAS: NESTES CASOSPODE-SE CONSIDERAR NÃO ENDOGAMIA E PANMIXIANESSAS POPULAÇÕES: A COLETA SERIA ENTÃO DE NOMÍNIMO 12 ÁRVORES MÃES (IGUAL QTDADE/ÁRVORE);

- TAMANHO EFETIVO GENÉTICO (Ne): COLETA DE MAISDE 50 SEMENTES POR ÁRVORE = NE IGUAL A 4;PORTANTO: 12 ÁRVORES X 4 = Ne de 50;

- MUITOS SABEM DA REGRA: POUCOS COLETORES EVIVEIRISTAS TÊM USADO ESTE PROCEDIMENTO,QUANDO PODEM, O QUE É MUITO DIFÍCIL DEADEQUAR; RESULTADOS GENÉTICOS LONGO PRAZO;

Page 32: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

PRODUÇÃO DE SEMENTES E SUCESSÃO

- PRODUÇÃO E COLETA DE SEMENTES DE QUALIDADEGENÉTICA E REPRESENTATIVA DAS POPULAÇÕES: TER OENTENDIMENTO DA DIVERSIDADE GENÉTICA NAS POPs:

- ESPÉCIES CLÍMAX: ÁRVORES COMUNS NAS MATASNATURAIS; POPULAÇÕES SOFREM GRANDES IMPACTOS COMA EXPLORAÇÃO E DESMATAMENTO; Muito Difícil terPopulações de Ne Adequado e com Pouco Impacto;

- ESPÉCIES SECUNDÁRIAS: ÁRVORES RARAS NA MATANATURAL; POPULAÇÕES MUITO GRANDES; Difícil Coleta deQuantidade Adequada de Cada Árvore para Formar 1 Lote;

- ESPÉCIES PIONEIRAS: SÃO COMUNS NAS CLAREIRASGRANDES E EM ÁREAS SECUNDÁRIAS; PRODUÇÂOPRECOCE DE SEMENTES; Fácil Produção e Coleta emEscala; Área Restaurada Produz Grde Qtdade de Sementes.

Page 33: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Coleta de Sementes para Restauração

•- A Coleta de Sementes de espécies arbóreas: enquanto nãose tem informações genéticas precisas sobre as mesmas,deve ser feita a partir de populações de menos impactopossível, de no mínimo 12 árvores representativas (Ne=50);

• Com endogamia, ou acasalamento entre parentes: deve-seaumentar este número mínimo de 12 árvores para 20.Procura-se evitar a colheita de árvores próximas, colhendo-se 1 árvore e pulando-se 2 sem colher (não por distância);

• Cedrela fissilis tem maior endogamia em florestasecundária, do que em primária. Não Usar distância (m) entreárvores como critério, pois espécies raras ou comuns têmdistâncias entre árvores muito distintas (Gandara, 2009).

• Populações adequadas para coleta de sementes: devem terboas condições de conservação e um tamanho (Ne)adequado. Na floresta natural, as árvores não têm mesmaidade, espaçamento: a Seleção de Matrizes não tem sentido.

“Devemos coletar de Populações Naturais Preservadas”

Page 34: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Coleta de Sementes (N) em Populações com

Diferentes Endogamias - Cedro

Locais/Estado Amostra f Ne Col Sem (N)

-----------------------------------------------------------------------------------------

Pq Rio Doce – MG 30 0,01 30,00 (1) 12

Rio Paraná – MS 30 0,05 28,57 (2) 13

E.E. Caetetús – SP 30 0,11 27,03 (3) 13

P. Morro Diabo – SP 30 0,22 24,65 (7) 15

P.E. Intervales – SP 30 0,19 25,30 (6) 14

R.F. Matão – PR 30 0,15 26,00 (5) 14

P. Morro Baú – SC 30 0,14 26,39 (4) 14

R.G. Caçador - SC 30 0,23 24,39 (8) 15

------------------------------------------------------------------------------------------

Fonte: Gandara, F. Tese Doutoramento. ESALQ/USP (2009)

Page 35: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

DISTÂNCIA DE USO DAS SEMENTES DOS

DIVERSOS GRUPOS ECOLÓGICOS

• ESSA DISCUSSÃO EXIGE: QUE SE COLOQUE O CONCEITO

DE DISTÂNCIA OU DIVERSIDADE GENÉTICA ENTRE

POPULAÇÕES DAS ESPÉCIES (Fst);

• COMO NÃO SE TEM OS VALORES REAIS: DE

VARIABILIDADE GENÉTICA ENTRE AS POPULAÇÕES,

PODE-SE GENERALIZAR PARA OS GRUPOS ECOLÓGICOS?

• AS ESPÉCIES PIONEIRAS: TÊM DISTÂNCIA DE FLUXO

GÊNICO À CURTA DISTÂNCIA, SECUNDÁRIAS À LONGA

DISTÂNCIA, CLIMÁCICAS À MÉDIA DISTÂNCIA;

• PODEMOS ESTIPULAR: PELA DIVERSIDADE GENÉTICA

MÉDIA PARA OS TRÊS GRUPOS ECOLÓGICOS, DISTÂNCIAS

GEOGRÁFICAS DE USO DESSAS SEMENTES?

Page 36: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

PESQUISA: EM OUTRAS

ESPÉCIES NÃO ÁRVORES:

LIANAS, EPÍFITAS E MESOFAUNA

Page 37: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Lianas e Epífitas em Florestas em

Processo de Restauração com

diferentes idades no Pontal do

Paranapanema – Damasceno (2006)

Avaliação da Biodiversidade na

Restauração - Modelo CESP

até aos 16 anos de Idade

(Avaliação Emergética até aos 26 Anos

Tese T. Roncon, 2014)*

Page 38: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Pontal do Paranapanema - CESP

Page 39: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

PESQUISAS BÁSICAS E APLICADAS

- 17 ANOS APÓS PRIMEIROS PLANTIOS DA CESP:PRESENÇA DE LIANAS E EPÍFITAS NOS TALHÕESDA CESP (MsC - DAMASCENO, 2006).

- TALHÕES DE 6, 11 E 16 ANOS, MESMO MODELOSUCESSIONAL E 100 ARBÓREAS POR HECTARE;

- LIANAS NAS ÁRVORES:

- LIANAS: AOS 16 ANOS 64,9% DAS ÁRVORESPOSSUIAM LIANAS EM SUAS COPAS; OK !!!

- EPÍFITAS NAS ÁRVORES:

- EPÍFITAS: 2 INDIVÍDUOS AOS 6 ANOS E 1 AOS11 ANOS DE UMA BROMÉLIA TILLANDSIA; E 1PLANTA DE PTERIDÓFITA (16 ANOS); ???

- PONTAL PARANAPANEMA: REGIÃO COM MAIORFREQÜÊNCIA DE FRAGMENTOS SIGNIFICATIVOS.

Page 40: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Sequestro de Carbono emPlantios de Restauração: AES Tietê - Convenção Mudanças

Climáticas (ONU)

(Monitoramento de Carbono –Tese E. Gusson, 2014)

Page 41: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Sequestro de C em reflorestamentos heterogêneos

com espécies nativas

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

170

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30

Idade (anos)

Est

oque

de

C (

t C

/ha)

Melo e Durigan, 2006 CURVA AES Dados AES Suganuma, 2007

Page 42: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada
Page 43: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

NOVOS PROJETOS LARGEA

- ESTUDOS GENÉTICOS DE ESPÉCIES EM PLANTIOS DERESTAURAÇÃO: ESTRUTURA GENÉTICA E FLUXO GÊNICO EMÁREAS RESTAURADAS DA CESP NO PONTALPARANAPANEMA; TESE DOUTORAMENTO;

- AVALIAÇÃO EMERGÉTICA EM PLANTAÇÕES DERESTAURAÇÃO DE 0 A 27 ANOS: USANDO A METODOLOGIADE ODUM COMPAROU-SE INPUTS DA NATUREZA ETECNOLÓGICA; TESE DOUTORAMENTO;

- ESTUDOS REPRODUTIVOS E ECOLÓGICOS DE ESPÉCIESARBUSTIVAS PARA INCLUSÃO DESSE GRUPO DE ESPÉCIESNOS MODELOS DE RESTAURAÇÃO: INCLUSÃO DE SOMENTEÁRVORES NÃO REPRODUZ A BIODIVERSIDADE; PROJETOCOM A AES TIETÊ COM FINANCIAMENTO DA ANEEL;

Page 44: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

CONSIDERAÇÕES FINAIS

- A PESQUISA EM ESTRUTURA GENÉTICA DE POPULAÇÔESAVANÇOU NA MESMA ESCALA QUE EM RESTAURAÇÃO ?OS CONHECIMENTOS GENÉTICOS DE POPULAÇÕES VÊMSENDO APLICADOS NA RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA?

-QUAIS OS AVANÇOS NOS ESTUDOS GENÉTICOS QUEPODERIAM SER APROVEITADOS NA RESTAURAÇÃO?SÃO OS VOLTADOS PARA DIVERSIDADE GENÉTICA NASPOPULAÇÕES?; SÃO OS DIRIGIDOS AO FLUXO GÊNICO?

- QUAIS PARÂMETROS E INDICADORES GENÉTICOS QUEMERECEM SER INCLUSOS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS?A REGULAMENTAÇÃO DAS SEMENTES FLORESTAIS DEVESER NO MAPA OU NO SFB/MMA? COMO ADEQUAR ?

- ESTAMOS PREPARADOS PARA ABASTECER A DEMANDAALTÍSSIMA DE SEMENTES COM O CÓDIGO FLORESTAL?COMO INTERLIGAR A DEMANDA DE RESTAURAÇÃO COM ADEMANDA DE SEMENTES FLORESTAIS NO ESTADO?

Page 45: Restauração de Áreas Degradadas e Conservação Genéticaprogramaarboretum.eco.br/wp-content/uploads/2015/12/Paulo-Kageyama... · diferenÇas entre a floresta tropical e a temperada

Obrigado !!

[email protected]