plano de recuperaÇÃo de Áreas degradadas

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Este documento tem a finalidade de atender o disposto no Art. 140, I e II do Decreto nº. 6.514 de 22 de julho de 2008, Art. 89 da IN/Ibama nº. 14 de 15 de maio de 2009 e IN/Ibama nº. 04 de 13 de Abril de 2011. PRAD - Recuperação de área degradada CONRIO – ASSOCIAÇÃO RURAL DO COND. RIO LAZER – 2015

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Page 1: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Este documento tem a finalidade de atender o disposto no Art. 140, I e II do Decreto nº. 6.514 de 22 de julho de 2008, Art. 89 da IN/Ibama nº. 14 de 15 de maio de 2009 e IN/Ibama nº. 04 de 13 de Abril de 2011.

PRAD - Recuperação de área

degradada

CONRIO – ASSOCIAÇÃO RURAL DO COND. RIO LAZER – 2015

Page 2: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

REALIZAÇÃO

Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas – CONRIO

Carlos Alberto Monteiro da Silva – Engenheiro Florestal, M. Sc.

ENGEFLORA – Projetos Consultorias e Planejamento Ambiental Ltda.

APOIO

Escola Casinha Feliz – ACAF

Engeflora Florestal Ltda.

Viveiro de Mudas Taquara – Itacir T. Dalmagro

Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Barreiras, BA.

Prof. Luis Gomes de Carvalho – UFOB

Professora Lilian Karla Figueira da Silva – IFBA

FICHA TÉCNICA

COORDENAÇÃO GERAL

Maria Dias Coelho de Oliveira

Contato: (77) 3613 0296 e (77) 99199 5409

COORDENAÇÃO EXECUTIVA

CONRIO – ASSOCIAÇÃO CONDOMÍNIO RURAL RIO LAZER

2015

Page 3: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

SUMÁRIO

I – INFORMAÇÕES GERAIS...........................................................................4 II – IDENTIFICAÇÃO DA ÁREA ONDE SERÁ EXECUTADO O PROJETO II.i COORDENADAS GEOGRÁFICAS DE REFERÊNCIA DO CONDOMÍNIO: III – RESPONSÁVEL TÉCNICO DA ELABORAÇÃO DO PRAD IV – DECLARAÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO V – REFERÊNCIAS PROCESSUAIS VI - VÉRTICES DO IMÓVEL DE PRESERVAÇÃO (ANEXO I – MAPAS) VIII. RESUMO GERAL DO EMPREENDIMENTO VII – DOS FATOS VIII - SUGESTÃO PARA ANÁLISE DO PRAD IX – JUSTIFICATIVA X – OBJETIVO XI – DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL DA ÁREA A SER RECUPERADA IX - CONSIDERAÇÕES INICIAIS VII. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL

1. MEIO FÍSICO

1.1 GEOLOGIA

1.2 SOLOS

1.3 CLIMA

1.4 TEMPERATURA

1.5 PRECIPITAÇÃO

2. MEIO BIOLÓGICO

Page 4: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

2.1 FLORA

2.2 FAUNA LOCAL

IX – DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DO PRAD

X – MEDIDAS DE RECUPERAÇÃO A) METODOLOGIAS A SEREM UTILIZADAS NO PRAD DE FORMA SEQUENCIAL

1. NUCLEAÇÃO 2. TRANSPOSIÇÃO DE GALHARIA 3. POLEIROS ARTIFICIAIS 4. ENRIQUECIMENTO 5. ADENSAMENTO 6. PLANTIO

B) Descrição do processo de aquisição de mudas

XII – MONITORAMENTO XIII- RECOMENDAÇÕES XIV – CONCLUSÕES XV – BIBLIOGRAFIA APENDICES Apendice I – CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO Apendice II – MAPAS E MEMORIAIS

I – INFORMAÇÕES GERAIS

Page 5: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

a) Nome ou Razão Social: Associação do Condomínio Rural Rio Lazer - CONRIO

b) Endereço completo: Km. 3,5 da BR 020/BA 242/BA, s/n, Zona Urbana, Município de

Barreiras, BA. Cep.: 47800-000.

c) Telefone e fax: 77 3613-0296 / 9199 5409

d) E-mail: [email protected]

e) CPF/CNPJ:08.961.530/0001-08

g) Representante legal: Maria Dias

II – IDENTIFICAÇÃO DA ÁREA ONDE SERÁ EXECUTADO O PROJETO

a) Denominação do imóvel: Condomínio CONRIO

b) Localização: Km. 3,5 da BR 020/BR 242.

c) Município: Barreiras, BA.

d) Área total do imóvel: 5,6005 ha

e) Área da atividade de parcelamento do solo: 2,3729 ha

f) Área de reserva legal: 1,12 ha (localizada extra propriedade na Fazenda Candeias, já

averbada em cartório com 1205,21 ha (Registro n. R26-1.431)

g) Escritura pública de compra e venda – Comarca de Imóveis e Hipotecas de Barreiras, BA.

Matrícula: R – 1 – 9685, Livro 2, Fl. – CCIR: 950.084.485950-9

h) Área total da atividade do parcelamento do solo: 2,3729 ha

II.i COORDENADAS GEOGRÁFICAS DE REFERÊNCIA DO CONDOMÍNIO:

1) Latitude (S) : 12° 7'13.01"S / Longitude (W): 45° 4'0.27"O

2) Latitude (S): 12° 7'10.44"S / Longitude (W) : 45° 4'0.44" O

III – RESPONSÁVEL TÉCNICO DA ELABORAÇÃO DO PRAD:

Page 6: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Carlos Alberto Monteiro da Silva, Engenheiro Florestal CREA-RJ n. 151.593/D, Mestre

em Ciências Ambientais e Florestais (Master Science, M. Sc.), amparado pelo artigo 7°. da

Lei Federal 5.194, de 24 de dezembro de 1966 e artigo 10°. da Resolução 218 do Conselho

Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, de 29 de junho de 1973, para a realização

do presente PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS – PRAD, Mestre em

Ciências Ambientais e Florestais - M. Sc.; Pós-graduado em Georreferenciamento de

Imóveis Rurais, graduado em Teologia e Ecólogo.

Endereço: Rua Gustavo Medrado n. 18, Morada Nobre, Barreiras, BA., CEP 47810-041,

Tel. (77) 98129 6116 / 98112 3737 / 91186818, e-mail: [email protected]

Anotação de responsabilidade técnica: RJ-0981041516-000421

IV – DECLARAÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO:

1. O autor do PRAD é titular do direito autoral deste trabalho e somente autoriza

sua reprodução no objetivo de protocolar junto aos órgãos públicos e usá-lo

como defesa de argumentos e interesses legítimos do contratante. Em casos

de finalidade didática ou publicação na internet, somente poderá ser veiculado

com autorização expressa do autor, vedando sua cópia ou divulgação ou

qualquer forma de reprodução que caracterize plágio ou represente utilização

dos direitos autorais exclusivos do contratante e do autor, sendo que a

violação dos direitos autorais acarretará as penalidades cabíveis na forma da

lei.

2. Ressalta ainda o autor do PRAD que de acordo com a Lei 5.194 de 24 de

dezembro de 1966 Art. 6º que instituiu em termos profissionais, seja pessoa

física ou jurídica que realizar atos como vistorias, análises, laudos e/ou prestar

serviços, públicos ou privados, reservados aos profissionais de que trata esta

Lei e que não possua registro nos Conselhos Regionais ou ainda se incumbir

Page 7: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

de atividades estranhas às atribuições discriminadas em seu registro

profissional, cumpre em dizer que exerce ilegalmente a profissão de

engenheiro quem não está habilitado a assinar laudos, avaliações e análises

do presente trabalho PRAD e poderão sofrer denúncia ao conselho de ética do

CREA/BA bem como as sanções e medidas cabíveis no sistema CREA/CONFEA

ou ainda, responder civil e criminalmente caso configure o exercício ilegal da

profissão de engenheiro.

3. O imóvel objeto deste trabalho foi inspecionado pessoalmente pelo signatário

deste e, o mesmo não tem no presente nem contempla no futuro, interesse

no imóvel, tampouco aufere qualquer vantagem com a obtenção do

desembargo e futuro licenciamento ambiental do mesmo;

4. No melhor conhecimento das técnicas e das análises ou caso haja opiniões

divergentes e/ou visões sobre recuperação/restauração de áreas degradadas,

cumpre dizer que não auferirão conclusões expressas do presente trabalho

opiniões divergentes sem embasamento técnico e argumentação teórica com

referencias bibliográfica, pois a presente proposta de RECUPERAÇÃO é fruto

de observações específicas do autor do PRAD e baseadas em outras

experiências bem sucedidas em outros trabalhos realizados por pesquisadores

em Universidades com parâmetros e técnicas já realizadas. O atual trabalho

reafirma que os levantamentos de campo são verdadeiros e alude a melhor

técnica, ou melhor, maneira e as quais aludem corretas as interpretações do

elaborador, entretanto após três anos de monitoramento os resultados

poderão ser avaliados, portanto o presente PRAD é uma proposta ou diretriz

baseada nas experiências do autor com recuperação de outras áreas a nível

experimental, bem como nos 18 anos de profissão realizando trabalhos

correlatos na área de engenharia florestal;

5. Reafirma ainda que todas as declarações/informações deste PRAD são

contemporâneas e pretendem verdadeiras as propostas com fins de

RECUPERAÇÃO e recomposição florestal da APP no Rio de Ondas na área da

CONRIO.

Page 8: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

V – REFERÊNCIAS PROCESSUAIS

a) Processo Administrativo – PA Nº 02058.000029/2007-36

b) Ato Administrativo vinculado Auto de Infração - AI Nº 456604-D e 456603-D; Termo

de embargo n. 340403C

VI - VÉRTICES DO IMÓVEL DE PRESERVAÇÃO (ANEXO I – MAPAS)

Coordenadas geográficas: 12° 07’ 10,3” S / 45° 03’ 58,2” W

VIII. RESUMO GERAL DO EMPREENDIMENTO

Tabela 01. Informações gerais da área a qual se insere no PRAD.

Origem da Degradação Danos ambientais

causados

Supressão de vegetação na área d APP em 0,44 hectares as margens do

Rio de Ondas

Origem dos danos ambientais

A atividade que deu origem ao dano na APP foi a implantação no condomínio de uma área de lazer na beira do Rio.

Efeitos causados ao ambiente

O efeito do dano foi à destruição da APP e suas consequências foram a

perda de diversidade e função ecológica da Área de Preservação Permanente na beira do Rio de Ondas e caso não ocorra as intervenções

propostas neste PRAD para a recuperação da área poderá demorar cerca de 40 a 60 anos para voltar a condição próxima a fitofisionomia da

cobertura anterior.

Caracterização Regional e Local Climatologia Classificação B1wA’ Thornwaite

Ecossistema Floresta Ciliar

Page 9: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Fitofisionomia Região fitoecológica da Savana

Bacia Hidrográfica A Bacia Hidrográfica em que a área do PRAD está inserida é a Bacia do

Rio de Ondas.

Microbacia Hidrográfica

Bacia do Rio de Ondas - Subbacia hidrográfica do Rio Grande

Pedologia Latossolo vermelho-amarelo distrófico ocupa a maior parte da bacia com

características de um solo poroso, ácido, fortemente drenado e com baixa fertilidade natural.

Situação Original Situação Atual

Relevo O relevo da área é plano. Não houve alteração.

Solo A condição do solo antes do dano na APP era da ausência de

processos erosivos; fertilidade

natural; pedregosidade natural presença de horizonte A

As condições do solo após o danos ambiental foi escoamento

superficial com pequena presença

de processos erosivos; retirada da fertilidade natural do solo na

APP e pedregosidade não alterada, ausência do horizontes

A e apenas o horizonte B como

superficial.

Hidrografia Não houve alteração da hidrografia. -

Vegetação Vegetação típica da mata ciliar, com presença de Jatobá, Buriti, Timbó,

Pau de Brinco, ou seja, típica do

cerrado na interface externa, estágio sucessional secundário

classificação de acordo com a Resolução CONAMA 004, de 04 de

maio de 1994.

Área ainda com remanescente, limitado banco de sementes e

plântulas no solo, presença de

plantas invasoras e espécies nativas.

VII – DOS FATOS

O presente Projeto de Recuperação de áreas degradadas alude à RECUPERAÇÃO

da vegetação da área de Preservação Permanente – APP do Condomínio Rural Rio Lazer,

com fins a reconstituição vegetacional em 0,44 ha, portanto, trata-se de um novo PRAD,

reformulado com base no que já havia sido proposto anteriormente e, com vistas ao

atendimento ao IBAMA e, a fins de Licenciamento Ambiental e do interesse da atual gestão

da CONRIO em resolver os conflitos criados pela gestão anterior. Neste sentido, a CONRIO

vem expressar a necessidade e urgência da análise do presente documento técnico para

recompor a área dentro da técnica florestal possível.

Page 10: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Os órgãos de regulação e controle, no entanto, devem levar em conta que este

PRAD, consiste em um conjunto de medidas do ponto de vista técnico, baseado na

sucessão ecológica das espécies e técnicas de recuperação da mata ciliar e revegetação

com espécies nativas e, que no futuro poderão ser tomadas outras medidas de caráter

técnico para atingir os objetivos do empreendedor, portanto, mesmo que em uma análise

do órgão ambiental, tem o caráter de provisoriedade e a proposta deverá ser vista como

tal, considerando as fases de implantação, condução e monitoramento. Outro fator

relevante é que o presente PRAD considerou nas suas diretrizes, a exequibilidade da

recuperação da área e, não cabe uma avaliação final em um primeiro momento, pois a

análise deverá projetar o produto final ao qual se pretende e depende do “FATOR

TEMPO” e, inevitavelmente o monitoramento deverá fazer parte do presente trabalho em

tempo não inferior a 3 (três) anos.

O que se entende por áreas degradadas?

A definição primordial irá nortear as medidas e ações a serem tomadas e, não se

pretende aqui trazer uma discussão ou asserção final sobre o tema, mas trata-se de

relevante informação com fins a tentar diferenciar ou definir o que significa uma área

degradada das demais áreas que sofrem ação ou intervenção antrópica.

Neste trabalho entende-se por área degradada como:

“Área que por intervenção humana ou natural, apresenta alterações de suas propriedades físicas, químicas e biológicas cujas alterações comprometeram a estabilidade de um ecossistema ou bioma de forma temporária ou definitivamente e afeta e/ou afetou a biodiversidade.”

Considerou-se também o termo RECUPERAÇÃO como premissa e princípio norteador

do presente trabalho, todas as projeções deste trabalho estão neste sentido, poderão

também advir da observação após as intervenções e metodologias utilizadas e descritas

neste trabalho para compor as fases ou etapas até alcançar o objetivo final da recuperação

da mata ciliar e, tentar restabelecer de forma mais efetiva suas funções ecológicas levando

em conta o fator tempo e fatores naturais e não naturais para os fins a que se destina.

Portanto, toda intervenção realizada e a ser realizada no local da APP, nesta

proposta de trabalho têm suas premissas baseadas nas definições e conceitos da Instrução

Page 11: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

normativa nº. 4, de 13 de abril de 2011 Cap. II art. 4 no Cap. I Art. 2º onde ambas, tanto o

MMA/IBAMA quanto o ICMBio, órgão responsável de conservação e biodiversidade, deixam

claras as definições sobre o que se deve considerar, termos importantes que considerou

como DEFINIÇÕES nos itens I e IV:

I. Recuperação: Restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre

degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição

original; (Grifo nosso)

IV. Área degradada: Aquela impossibilitada de retornar por uma trajetória natural a

um ecossistema que se assemelhe ao estado inicial, dificilmente sendo restaurada, apenas

recuperada.

Instrução normativa nº 11 ICMBIO, de 11 de dezembro de 2014 deixa clara as

definições sobre o que considera como importante em termos de DEFINIÇÕES, no Cap. I

Art. 2º, considerou:

I. Recuperação: Restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre

degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição

original;

II. Restauração: Restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre

degradada o mais próximo possível da sua condição original;

III. Área perturbada: Aquela que após o impacto ainda mantém capacidade de

regeneração natural e pode ser restaurada;

IV. Área degradada: Aquela impossibilitada de retornar por uma trajetória natural

a um ecossistema que se assemelhe ao estado inicial, dificilmente sendo restaurada,

apenas recuperada.

Page 12: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

VIII - SUGESTÃO PARA ANÁLISE DO PRAD.

Identificação da área como degradada.

Avaliação expedita preliminar da

degradação, fiscalização e controle. (IBAMA, INEMA, CONDEMA, SEMA)

Exigência de TAC e medidas de

mitigação – PRAD pelo empreendedor

(CONRIO)

Elaboração do Programa de Recuperação de áreas degradadas e

definição dos objetivos do PRAD. Medidas de recuperação.

Planejamento da recuperação da APP.

Órgão de Controle e

Fiscalização – IBAMA e outros

Análise de profissional

habilitado do IBAMA +

parecer jurídico - DIJUR Aprovação do PRAD

Utilização de medidas para a

Recuperação na APP com técnicas de

nucleação, técnicas de plantio em grupos sucessionais, técnicas de

enriquecimento com espécies nativas. Não provação

do PRAD

Aprovação do

PRAD

Page 13: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

IX - JUSTIFICATIVA

Em recuperação de áreas degradadas, poder-se-ia dizer que a metodologia é vasta,

sendo assim poder-se-ia também se utilizar não somente de ações de plantio de árvores,

mas ações que proporcionariam o restabelecimento de condições de estabilização do solo,

equilíbrio local e sustentabilidade, em outras palavras, em casos emergenciais medidas

extremas muitas vezes podem e devem ser tomadas, independentemente do “momentum”

ou fase ao qual se encontra uma área erodida ou degradada e desflorestada. Neste sentido,

é claro e evidente que para que sejam estabelecidas as condições à recuperação uma

estabilidade inicial, necessita muitas vezes ações “estanques” ou ainda medidas de

recuperação ambiental devem ser pensadas e identificadas para que posteriormente

possam ser implantadas as espécies secundárias, iniciais e tardias para que papel da

sucessão ecológica de forma natural venha a se estabelecer com algumas espécies

clímaxes. No caso em questão e, em função da identificação e caracterização dos processos

de degradação ocorridos na fase de implantação da Associação Condomínio Rural Rio e

Lazer, espécies exóticas não serão utilizadas na APP em nenhuma fase do processo de

recuperação da área, o PRAD anterior não deixou claro que as espécies exóticas sugeridas

eram para área anterior a APP para criar condições de estabilização do solo, portanto neste

Execução em etapas: 1. Primeira etapa – em andamento;

2. Licenciamento ambiental;

3. Segunda etapa; 4. Terceira etapa; 5. Monitoramento do empreendedor

MONITORAMENTO E

MANUTENÇÃO (PRIMEIRO ANO)

MONITORAMENTO E

MANUTENÇÃO

(SEGUNDO ANO)

MONITORAMENTO E

MANUTENÇÃO

(TERCEIRO ANO)

Verificação e execução de medidas complementares;

Monitoramento do empreendedor

ENCERRAMENTO DO MONITORAMENTO DO PRAD PELOS ORGÃOS DE CONTROLE

Page 14: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

momento é necessário deixar claro que na área de preservação permanente somente serão

utilizadas espécies florestais com fins a revegetação da APP respeitando os parâmetros de

sucessão ecológica de cada espécie e a disponibilidade de mudas na região.

Considerou-se que a área em questão não tem mais poder de restauração natural,

pois se trata de área de baixa fertilidade e compactada de solo, o que limita o

estabelecimento natural, pensou-se em um primeiro momento o uso de plantas da família

das leguminosas como prioridade, escolha que se justifica pela formação de simbiose entre

as suas raízes e bactérias (rizóbios), que fixam o nitrogênio atmosférico e o disponibilizam

para as mesmas bem como fungos (micorrizas), que aumentam a área de absorção das

raízes, fazendo com que a plantas consigam aproveitar melhor os nutrientes do solo. No

entanto, a dificuldade de se encontrar mudas de algumas espécies nativas com essas

características e ainda por cima micorrizadas, o que também foi considerada neste trabalho,

e da disponibilidade local para que o presente PRAD seja exequível. De acordo com o

levantamento in loco da área, com objetivo de identificar a situação atual do

empreendimento, foi constatado que o mesmo se encontra completamente consolidado,

lotes vazios e outros em fase de construção de casas, no entanto, todos os lotes do

empreendimento foram comercializados.

X – OBJETIVOS

GERAL

Em termos gerais o objetivo do PRAD inicialmente é criar as condições necessárias,

para que a área ao qual sofreu degradação tenha capacidade de RECUPERAÇÃO, por

meios naturais e também por outras técnicas explicitadas adiantes neste trabalho.

ESPECÍFICOS

1. Garantir para as gerações futuras à possibilidade de uso

sustentável dos recursos naturais existentes na área, visando o aspecto

social aliado a parte ambiental no local;

2. Promover a conscientização ambiental como um projeto da

CONRIO em promover a educação ambiental em um esforço mútuo dos

Page 15: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

condôminos a RECUPERAÇÃO da APP e da promoção de áreas verdes

e arborização dentro do condomínio;

3. A adequação do empreendimento as normas e legislação

vigente.

XI – DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL DA ÁREA A SER RECUPERADA.

O loteamento rural “Condomínio Rural Rio Lazer” possui uma área total de 5,6005

hectares e por alguns erros no período de implantação, foram realizados com a supressão

de vegetação no local sem deixar nenhuma árvore no local, ou seja, houve completa

limpeza no local o que desfavoreceu em muito o microclima local em termos de

temperatura ambiente, no empreendimento não há amenidade ambiental fora da área da

APP, em função de nenhuma vegetação servir como sombreamento no empreendimento,

em função disso os condôminos, após uma conscientização da necessidade de uma

arborização local, entenderam que FORA DA APP também seria necessária uma

recuperação ambiental e não somente da APP degradada, mas de forma a garantir uma

adequação ambiental, com fins de recuperação da sustentabilidade local.

Figura

1. Imagem do Google Earth do empreendimento.

Page 16: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

XII - CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Durante um longo tempo diante do fato do problema na APP, observou-se que a

área encontrava-se sem mudanças significativas, levando em consideração o tempo

decorrido, ou seja, cerca de 8 anos, também está claro que a área antes do

empreendimento ser estabelecido já estava alterada e vinha sendo alterada ao longo do

tempo em toda a margem do Rio de Ondas de forma generalizada, como pode ser

observado nas vizinhanças da CONRIO, tal ação é característica do processo de urbanização

ao longo das margens do Rio de Ondas, que em tese não deveria ser assim, antes dever-

se-ia respeitar as margens dos rios de acordo com a legislação em 50 metros a faixa

marginal. Levando-se em conta o tempo decorrido da implantação do empreendimento, não

houve alterações significativas na APP, portanto há uma degradação local e existe a

impossibilidade, em tese, de RECUPERAÇÃO por processos naturais e não naturais

através de intervenção humana, ou seja, uma avaliação dos processos deveria ser levado

em conta o fator tempo para uma análise final da área a ser recuperada. Enfim, o que se

entende é que antes e após o embargo do órgão IBAMA é impedir uma degradação ainda

maior na área e também nas áreas do entorno, ou áre de influência direta do

empreendimento e indireta também.

Uma regeneração natural satisfatória no local não aconteceu nesses 8 anos

passados, sendo assim, medidas foram tomadas inicialmente antes da elaboração deste

documento com fins a promover os objetivos descritos. No entanto, há uma necessidade de

intervenção para que os processos naturais possam ser acelerados e visando promover uma

rápida RECUPERAÇÃO daquela APP. Notou-se também, em uma rápida análise preliminar

que algumas iniciativas foram realizadas pelos condôminos, no entanto, acabou em

insucesso e na mortalidade das árvores plantadas, pois não houve acompanhamento

técnico para que fosse realizado. Mas há uma conscientização e um interesse mútuo dos

condôminos em promover e em recuperar a área e resolver o problema do embargo na APP

junto ao IBAMA, bem como reconhecem a necessidade de regularização ambiental do

Page 17: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

condomínio tendo em vista que o mesmo já se encontra consolidado. Isso deveria ser

considerado na análise do PRAD bem como na questão da busca dos responsáveis pelo

CONRIO em uma sustentabilidade ambiental local, há notoriamente um esforço em fazer

algo a respeito e por si só já configura um interesse dos mesmos em resolver o problema.

Figura 2. Área em branco demonstrando a área em que será realizada a recuperação.

A exemplo do que aconteceu com o empreendimento em questão, o Condomínio

Rural Rio Lazer admite os problemas iniciais da implantação e, se propõe a expandir o

trabalho de execução de RECUPERAÇÃO da APP, desde que haja da parte das agencias e

órgãos de controle a obrigatoriedade de todos naquela localidade a recuperar suas APP’s e

assim a o PRAD da CONRIO condomínio poderá servir como modelo e também para

educação ambiental.

Há de ser observar ainda que o entorno do Condomínio Rural Rio Lazer também não

possui APP, todas essas áreas precisam RECUPERAR suas áreas de APP e, neste sentido,

enquanto não haja uma intervenção formal para a regularização nada será realizado.

Page 18: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Figura 3. Situação da área da APP a qual ainda necessita de intervenção.

Figura 4. Situação atual da área da APP a qual ainda necessita de intervenção.

Page 19: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Figura 5. Mudas de Ipê plantada pelos condôminos no local da APP.

Figura 6. Área de lazer as margens do Rio de Ondas da CONRIO.

A largura média do curso d’água no rio de Ondas é variável, nesta área em particular

ela varia entre 10 a 27 metros na área de curva do rio a montante do empreendimento, na

área da CONRIO em média de 15 a 20 metros de largura, com solos notadamente

hidromórfico, textura média de areno-argiloso na APP, a fisionomia do terreno é plana com

grau de inclinação ≥ a 3%, nota-se que a estabilização das margens do rio está consolidada

Page 20: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

entretanto, a importância da manutenção dessa estabilidade é que se objetiva com as

diretrizes propostas neste PRAD.

Não se observou presença de formigas cortadeiras no local o que seria um fator

limitante para as intervenções na APP com fins a reconstituição da mata ciliar e nem se

considerou os resíduos de folhas e galhos caídos como fatores limitantes ao plantio das

árvores no local.

Figura 6. Área de circulação na entrada da área de lazer dentro da APP.

Page 21: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

VII. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL

1. MEIO FÍSICO

1.1 GEOLOGIA

A formação do Urucuia está sobreposta aos sedimentos do Grupo Bambuí. Destaca-

se na composição litológica desta formação a sua homogeineidade, observando-se quase

que sendo uma tendência global destes arenitos, tornarem-se mais argilosos na base.

Estas áreas estão genericamente ligadas aos ciclos de aplainamentos do final do período

farenozóico. A área encontra-se situada neste polo e é constituída por areias quartzosas

com horizonte B latossólico e próximo a APP nota-se uma formação de solos hidromórficos

e manchas com argilas muito finas. Em termos gerais a inclinação do terreno não

ultrapassa 3% e não há mais risco de erosão laminar e eólica no local.

1.2 GEOMORFOLOGIA

A região está em uma área de unidade morfológica denominada Chapada Ocidental

do São Francisco, onde se incluem os amplos chapadões do oeste da Bahia, com o

domínio estrutural das Bacias e Coberturas Sedimentares Associadas. Esses chapadões

correspondem aos relevos mais planos mais elevados da margem esquerda do Rio São

Francisco. Acham-se envolvidos por patamares, em geral carstificados, elaborados em

pediplanos e sobre o qual se depositaram no período cretáceo os arenitos da formação

Urucuia. A topografia regional apresenta-se suave plana a ondulada com declives variando

de 2,3% no contato do cerrado com as Veredas a 1,9% na área da planície. A altimetria

média na qual se localiza a área do presente PRAD, corresponde a cotas que variam entre

400 a 800 metros de altura.

Os arenitos que se compõem os chapadões foram por sua vez, truncados por

extensa pediplanação das superfícies de cimeiras da Chapada Diamantina. Os Solos

relacionam-se as alterações dos arenitos, apresentando textura predominantemente

Page 22: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

arenosa, localmente de características argilosas, onde ocorrem fácies pelíticas, com solos

que propiciaram o desenvolvimento dos Cerrados.

A Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola – EBDA (1993) apresenta-se em

três unidades geomorfológicas: Chapadão do rio de Ondas, Patamar do Chapadão e

Depressão do rio de Ondas. O chapadão por sua vez é subdividido em três feições: Planos

de topo (entre 700 e 900 m de altitude), Rampas (inclinação nos sentidos dos drenos,

paralela a rede de drenagem) e Veredas (áreas aluvionarias, alagadiças, com deposição de

materiais vindos do topo, às vezes áreas de nascentes). O Patamar do Chapadão está

dividido em três modelos distintos: colinas (relevo suave ondulado, com processo erosivo,

situado próximo ao encontro entre os rios de Pedras e Ondas), os planos intermediários

(destacam-se os morros testemunhos, registros da erosão sofrida ao longo do tempo

geológico) e os sedimentos ravinados (áreas instáveis, situadas no sopé das escarpas

sedimentadas). Por último a depressão do rio de Ondas, são áreas com relevo suave

ondulado e plano nos vales.

Existe na bacia do rio de Ondas diferentes solos. Segundo a EBDA (1993) o

Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico ocupa a maior parte da bacia com características de

um solo poroso, ácido, fortemente drenado e com baixa fertilidade natural. Todavia, existe

a ocorrência com menor intensidade de outros solos como: os Neossolos quartzarênicos

associados a fortes declives são solos derivados dos arenitos da Formação Urucuia, com a

predominância do quartzo, que apresentam baixa fertilidade natural, alta susceptibilidade à

erosão e que devido a sua textura, porosidade e permeabilidade são solos excessivamente

drenados; os Gleissolos, pobres em nutrientes, mal drenados e muito frágeis; os Argissolos

Vermelho Amarelo, moderadamente a bem drenados, profundos, poroso e com presença

de argila; os Neossolos flúvicos com a ocorrência em várzeas, próximo ao sistema de

drenagem são solos pouco desenvolvidos, constituídos por deposição de sedimentos

recentes não consolidados de composição granulométrica muito variada e os Neossolos

litólicos pouco desenvolvidos, rasos, pedregosos e cascalhento, frequentemente

associados a afloramentos rochosos (SOARES NETO, 2005).

1.3 SOLOS

Predominantemente solo com horizonte B latossólico na área da CONRIO, pouco

desenvolvido, e próximo ao Rio de Ondas apresenta solo com característica de texturas

Page 23: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

areno-argilosa e fraça de areias. Segue a descrição das classes de solo identificadas na

área do empreendimento da CONRIO.

1. Latossolo vermelho amarelo distrófico álico (Lvd3): Compreende solo ácido com

baixa saturação de bases (V%), e saturação com alumínio trocável de 50%,

caracterizando a pouca fertilidade natural dessas áreas, textura do horizonte B é

média (menos de 35% de argilas) argilosa;

2. Areia quartzosa distrófica e álica (Aqd3) + latossolo vermelho-amarelo álico e

distrófico, textura média, ambos com horizonte A fraco a moderado, relevo plano a

ondulado nas depressões;

3. Solos litólicos: Correspondem a solos pouco desenvolvidos, rasos, apresentando

sequencia de horizontes A e C ou somente horizonte A sobre a rocha matriz. Álicos.

1.4 CLIMA

De acordo com a classificação de Thornwaite, o clima regional se apresenta

classificado como B1wA’, ou seja, úmido com pequena ou nenhuma deficiência hídrica,

com índice pluviométrico variando entre 1400 a 1800 mm por ano; megatérmico, ou seja,

com evapotranspiração potencial ≥ a 1140 mm. Apresenta estação seca bem definida de

inverno nos meses de maio a setembro, com chuvas na primavera e verão. As

temperaturas médias anuais oscilam entre 25° e 28° C e as máximas na faixa de 30° a 33°

C.

1.5 TEMPERATURA

Estudos climáticos demonstram haver um gradiente térmico de -0,5° C, em geral a

temperatura média é compensada anual (Tma), a cada 100 metros de altitude, sendo maior

variação no inverno. De fato a medida que se afasta dos vales em direção aos interflúvios a

temperatura diminui gradativamente. Assim no Vale do São Francisco (400 m) a

temperatura média anual atinge 25°C e no patamar do Chapadão 24°C e na fronteira

ocidental (900 m) com 22°C. No mês mais frio (julho) registra-se temperaturas de 20°C.

Page 24: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

1.6 PRECIPITAÇÃO

A região oeste é caracterizada por uma média anual de precipitação que varia de

800 a 1140 mm por ano, essa distribuição ao longo do ano é desigual, concentrada apenas

nos 6 meses, sendo o período úmido de novembro a março e a precipitação chega a mais

de 100 mm mensais, podendo atingir mais de 200 mm. Por outro lado no trimestre entre

julho a agosto, o mais crítico período seco representando apenas 1% de precipitação total.

Precipitação média quinzenal da área de estudo, representada pela estação

pluviométrica do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) localizada no município de

Correntina.

2. MEIO BIÓTICO

2.1 FLORA

Page 25: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

A vegetação de maior expressão é o Cerrado, e nos ambientes de Veredas a

característica é uma vegetação rasteira nativa formada por gramíneas, nesses ambientes

denota-se uma relação com o fogo. Resultante de um conjunto de fatores como clima, solo

e flora, no quesito solos as propriedades físico-químicas, à disponibilidade de água, à

geomorfologia e à topografia, são elementos formadores dessa fitofisionomia regional.

A distribuição da flora também está associada à latitude, frequência de queimadas,

profundidade de lençol freático e aos fatores antrópicos, tais como expansão da fronteira

agrícola, retirada seletiva de madeira, queimadas para manejo de pastagem, entre outros.

De acordo com o sistema de classificação desenvolvido por Veloso (IBGE, 1991), e

abrangente para todos os biomas brasileiros, grande parte da área de estudo seria

identificada como Savana arbórea (Sa). Desta forma, optou pelo primeiro sistema de

classificação (Ribeiro e Walter, 2008), que proporciona discriminar um número maior de

classes, conferindo maior heterogeneidade e especificidade à área de estudo. A categoria

fitofisionômica é do Cerrado strictu sensu, com uma composição florística de árvores

xeromorfas com altura média de 6 metros. Alguns espécimes arbóreos comuns na região

são: Pau-terra (Qualea paviflora); Cagaita (Eugenia dysenterica), Jatobá do cerrado

(Hymenea stignocarpo), e Araticum (Anone faetida Mart.).

2.2 FAUNA LOCAL

Para identificar as espécies animais existentes na área do projeto, utilizaram-se os

métodos diretos, lembrando que somente uma pequena parte destas informações foi obtida

através de dados primários, e da falta de estudo baseados em levantamentos da região,

portanto observações e informações de pessoas residentes e familiarizadas com a região.

A fauna aos arredores ainda apresenta grande variedade, uma vez que existem grandes

trechos de vegetação nativa, sobretudo na faixa de preservação permanente.

Tabela 01. Lista das Espécies de Mamíferos.

Nome Comum Nome Científico

Família

Cutia Dasyprocta fuliginosa Dasyproctidae

Page 26: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Tabela 02. Lista das Espécies da Avifauna

Nome Vulgar Nome Científico Família

Anu preto Crotophaga ani

Cuculídea

Bem-te-vi Pitangus sulpharatus -

Juriti Leptotilia veneauxi Columbídea

Pica pau Celus torquatus Picídea

Cardeal

Pomba Ictinia plúmbea Acipitrídea

Sabia Turdus sp -

Tabela 03. Lista de Répteis

Nome Vulgar Nome Científico Família

Lagarto Gonatodes humerales Gikkonidae

IX - DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DO PRAD

As principais etapas de projeto de recuperação de área degradada podem ser

observadas no Quadro 01.

Em alguns casos a atividade de Recuperação de Áreas Degradadas há uma

necessidade em primeiro momento o uso de medidas extremas, com a finalidade de

estabilizar o local e amenizar a temperatura, exposição extrema a luz, fatores limitantes de

solo que desfavorecem o trabalho de recuperação.

A título de exemplo, poderíamos citar o fator SOMBREAMENTO, é de vital

importância para que árvores secundárias iniciais e tardias possam se estabelecer e,

posteriormente a essa fase outros procedimentos devem ser seguidos para resgatar as

importantes funções do ambiente. No entanto, as etapas dos procedimentos de um PRAD

em área de preservação permanente podem ser praticadas ou não? Espécies de rápido

crescimento ou exóticas podem ou não podem ser utilizadas? Há de se destacar que

independente da situação do local seja APP, medidas emergenciais poderiam ser

Page 27: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

consideradas quando há risco de desabamentos de taludes e desbarrancamentos de

encostas ou margens de rios, riscos de contaminação das águas bem como riscos de

assoreamento, portanto não existem regras para os processos de recuperação ambiental

ou área degradada, uma projeção futura pode ser almejada, desde que seja com fins da

recuperação, e mesmo que sejam utilizadas espécies exóticas numa fase inicial do ponto

de vista técnico não estaria errada ou ainda não recomendada e, nem se pensa no

problema conceitual ou ético em termos de espécies, pois o objetivo é sanar rapidamente o

problema dando estabilidade ao solo, posteriormente outras medidas podem ser tomadas

visando um estado a ser alcançado de forma utópica, ou seja, no sentido de restauração o

mais fiel ou próxima possível, mas vale a pena lembrar que o produto final de uma

restauração florestal em termos de floresta nativa pode durar cerca de 40 a 60 anos,

pensando em termos de sucessão ecológica.

Quadro 01. Etapas de atividades para definição e implementação de processos de recuperação.

IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO (processos que geram impactos ambientais negativos)

IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS NEGATIVOS

DEFINIÇÃO DAS MEDIDAS DE RECUPERAÇÃO (medidas que buscam corrigir os impactos identificados)

IMPLEMENTAÇÃO DAS MEDIDAS DE RECUPERAÇÃO

Page 28: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Figura 8. Visão geral da calha do Rio de Ondas nas margens da APP da CONRIO.

Há de se ressaltar ainda que, as regras para áreas de preservação permanente – APP

em termos jurídicos se aplicam somente ao produto final, ou seja, a recomposição ou

paisagem final e não as fases dos procedimentos e técnicas de recuperação de matas

ciliares em áreas de preservação permanente. A exemplo disso, também poderia citar que

os usos de adubos minerais e químicos podem ser usados para que haja estabelecimento

de árvores em locais que a camada superficial de solo tenha sido removida, além de

técnicas de recobrimento do solo com leguminosas inclusive com feijão e soja são técnicas

comuns em recuperação de áreas degradadas, ainda existem técnicas de mantas teladas

com substrato e sementes peletizadas para que áreas que não possuem a capacidade de

regeneração natural serem recuperadas enfim, muitas são as técnicas utilizadas no

processo de recuperação de uma área degradada.

Não é o caso da CONRIO, ou seja, não se pretende o uso de técnicas radicais dentro

da área da APP neste trabalho tendo em vista que os processos erosivos e de escoamento

superficial na área do empreendimento foram sanados. Portanto, estabelecida as funções

da mata ciliar que é de dar proteção e estabilidade às margens dos rios, além do papel

ecológico que as mesmas possuem.

X – METODOLOGIA

Page 29: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Inicialmente realizado um diagnóstico ambiental da área, que consiste na

caracterização do meio físico, biótico e antrópico, foram identificados e estabelecidas as

técnicas de recuperação da APP da CONRIO, com técnicas relevantes, viáveis e exequíveis e

por fim foi sugerido um plano de recuperação que possui medidas mitigadoras que possam

se utilizadas na recuperação da APP. A ênfase nesta proposta será de promover uma

composição de procedimentos e técnicas para alavancar uma estruturação da Mata Ciliar

que surgirá da interação entre as ações implementadas e os processos de migração e

sucessão ecológica no local em recuperação.

XI – MEDIDAS DE RECUPERAÇÃO

A) Metodologias a serem utilizadas no PRAD de forma sequencial

Como medidas de recuperação da área degradada, será em 4 etapas na sequencia

apresentada a seguir passamos a descrever as tecnologias atuais em RAD – Recuperação

de Áreas Degradadas bem como os procedimentos a serem adotados na estabilização da

mata ciliar e melhoria das propriedades físicas, químicas, biológicas e hidrológicas do solo.

Dentre essas medidas está a revegetação de área degradada com a implantação de mudas

adquiridas no Viveiro Florestal Taquara com técnicas de nucleação em adensamento,

enriquecimento e revegetação com plantio em linha.

1. NUCLEAÇÃO

A nucleação é entendida como a capacidade de uma espécie em propiciar uma

significativa melhoria nas qualidades ambientais, permitindo um aumento na probabilidade

de ocupação deste ambiente por outras espécies (Yarranton & Morrison, 1974). Na busca

de um melhor método de recuperação de áreas degradadas e considerando os princípios da

nucleação e de outros conceitos de ecologia básica, tais como, sucessão, heterogeneidade

de ambientes, facilitação, interações interespecíficas (dispersão, polinização e predação),

cicatrização, foi criada uma nova visão da restauração ecológica, procurando sempre imitar

a natureza, com mínimos insumos, onde um conjunto de técnicas é implantado não em

área total e sim em núcleos, restituindo o mosaico do ambiente. As atividades de

Page 30: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

restauração, baseadas no processo ecológico de nucleação, foram denominadas por Reis et.

al., (2003) de “técnicas nucleadoras de restauração”.

Bechara (2006) cita como técnicas nucleadoras:

a) Formação de coberturas de solo através de semeadura direta de espécies herbáceo-

arbustivas, preferencialmente nativas anuais para atração precoce de fauna,

recuperação de solo e contenção das gramíneas exóticas invasoras;

b) Formação de abrigos artificiais, através do enleiramento da galharia, que servirá para

alimentação e abrigo de consumidores e decompositores, além da restituição de

solo;

c) Introdução de plantas regionais e frutíferas, visando promover fluxo gênico com as

populações dos fragmentos mais próximos;

d) Poleiros artificiais para atração de avifauna e quiropterofauna e plantio de mudas de

espécies arbóreas em grupos, formando núcleos adensados para a eliminação de

gramíneas exóticas invasoras e facilitar a regeneração de espécies nativas.

O aumento da resiliência ambiental é promovido com a nucleação, pois o processo

restaurador desta técnica se baseia na ativação do próprio potencial de autorregeneração

da área da APP. As técnicas nucleadoras de restauração formam microhabitats em núcleos

onde são oferecidas, para as diferentes formas de vida e nichos ecológicos, condições de

abrigo, alimentação e reprodução, que num processo de aceleração sucessional irradiam

diversidade por toda a área (Reis et al., 2003).

2. TRANSPOSIÇÃO DE GALHARIA

Visando deixar sob a faixa com os resíduos florestais (galhos, tocos, folhas, etc.)

para que aconteça uma regeneração natural e criando microclimas e possibilidade de

dispersões naturais.

Com a implantação dessas técnicas de nucleação, aspectos como a estabilização de

processos erosivos, melhoria das propriedades físicas, químicas, biológicas e hidrológicas do

solo, e recuperação, proteção e conservação de mananciais comprometidos anteriormente

Page 31: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

pela perda da cobertura vegetal estão sendo atenuados pela utilização das técnicas

descritas.

Fig. 10 Transposição de galharia alocada nas áreas núcleos, CONRIO.

Fig. 11. Microambientes sendo gerados com galharia e resíduos, CONRIO.

Page 32: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Fig. 12. Técnicas de nucleação implantadas na APP da CONRIO.

3. POLEIROS ARTIFICIAIS

Consiste em criar uma atração para a avifauna aliadas no conceito de criar uma

sucessão ecológica dando melhores possibilidades de uma regeneração por dispersores de

sementes, aliada com o plantio de mudas de espécies arbóreas em grupos, formando

núcleos adensados para a eliminação de gramíneas exóticas invasoras e facilitar a

regeneração de espécies nativas.

A semeadura com leguminosas faz parte do processo de recuperação e deve ser

visto como técnica inicial com fins de criar condições para uma regeneração de área

degradada e impedir a entrada de invasoras exóticas, justificada com a função acelerar o

processo sucessional, não devendo ser mantidas após o processo de recuperação em

estágio avançado, a espécie escolhida neste trabalho foi da família Fabaceae, o Cajanus

cajan (Feijão Guandu, ou ervilha de pombo, anduzeiro) para a formação das ilhas de

diversidade associada com os poleiros no local.

Page 33: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Fig. 13. Poleiros para dispersão de sementes na área - “ilhas diversidade” (fonte:

Maria Otávia Silva Crepaldi).

Estudos já comprovaram que os níveis de fertilidade do solo cultivado com guandu

comparado ao solo ocupado com gramíneas, são aumentados os níveis de fósforo (P),

potássio (K') cálcio mais magnésio (Ca++ + Mg"), elevando o pH e neutralizando o alumínio

(AL+++). A neutralização do alumínio e a elevação do pH e os teores de cálcio mais

magnésio em função do cultivo do guandu, acredita-se que com a implantação dos poleiros

e com o plantio com árvores adensadas formando “ilhas de diversidade” promoverá a

dispersão de sementes no local através da avifauna e com germinação de sementes, a

vantagem do baixo custo e fácil manutenção faz com que a intenção seja apenas criar

mecanismos para gerar um pool de sementes no solo criando condições para uma

RECUPERAÇÃO natural e também não natural na área, aliando outras técnicas com as já

explicitadas.

4. ENRIQUECIMENTO

Esta técnica consiste em reintroduzir sob as copas das arvores já existentes, espécies

que foram extintas ou estão em risco de extinção, bem como a transposição de plântulas

para o local da APP considerada degradada. Este tipo de técnica não há um modo

Page 34: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

mecanicista de introduzir em linhas ou espaçamento pré-definido, a implantação deve ser

realizada sem definir alinhamentos nem espaçamentos, seguindo o modelo abaixo.

Fig. 14. Método do enriquecimento a ser realizado na área da APP da CONRIO.

Concomitante ao desembargo da área da APP junto ao IBAMA a CONRIO irá buscar a

regularização ambiental, como uma medida de sustentabilidade socioambiental e garantir a

adequação do condomínio a legislação do município de Barreiras. O cumprimento da

legislação ambiental representa uma oportunidade de mitigação dos efeitos da retirada da

vegetação da APP junto ao Rio de Ondas e a diminuição dos impactos gerados na

implantação do empreendimento, bem como a valorização ambiental e até mesmo dos

imóveis localizados no empreendimento e primordialmente promover uma melhoria da

qualidade de vida dos condôminos e de todos os cidadãos que utilizam a área da CONRIO

como área de lazer e turismo rural.

Nesta vertente, pretende-se a partir de agora com a NOVA GESTÃO de o

empreendimento dar um passo positivo nesta direção. A regularização ambiental é o

primeiro passo para a sustentabilidade da CONRIO e neste caminho serão feitos todos os

esforços necessários para que haja a regularização do empreendimento. Face ao exposto,

cumpre dizer que a CONRIO buscará a regularização ambiental do empreendimento e

promoverá ações de educação ambiental sempre que possível.

5. ADENSAMENTO

Page 35: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

O objetivo é fechar o espaçamento de forma que se consiga recobrir o solo para

garantir o processo de recuperação respeitando a sucessão ecológica das espécies de forma

natural, a técnica consiste em preencher espaços entre indivíduos remanescentes com o

plantio de espécies iniciais, a configuração desejada é conforme ilustra a figura abaixo.

Fi

g. 15

Configur

ação do

adensa

mento

sugerido

, sem

espaça

mento

definido.

A) DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE MUDAS

O processo de produção de mudas é um processo de alto custo, pois contempla a

coleta de sementes, quebra de dormência, preparo de substrato, irrigação, pessoas

capacitadas para trabalhar com todas as etapas de um viveiro florestal, e não justifica a

construção de um viveiro na área para reflorestar e recuperar uma área de APP de 0,44 ha,

portanto baseado nos custos financeiros, com o apoio do Viveiro Taquara e ajuda do Sr.

Itacir Tadeu Dalmagro, a CONRIO conseguiu adquirir as mudas a um valor acessível a

compra direta junto ao Viveiro Taquara.

Page 36: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Foram adquiridas cerca de 200 mudas de várias espécies da flora brasileira, serão

utilizadas na APP somente as que estão listadas e apresentadas na tabela abaixo, onde 116

plantas irão para a APP e 84 irão para arborização do condomínio fora da APP.

Tabela 05. Lista das espécies utilizadas no plantio da APP na CONRIO em 2015.

Nome vulgar Gênero e espécie Família Ecologia N

Amora Morus nigra Moraceae Pioneira 10

Aroeira Astronium fraxinifolium Anacardiaceae Pioneira 10

Azeitona preta Syzygium cumini Myrtaceae Pioneira 1

Barbatimão Stryphnodendron sp. Fabaceae Pioneira 10

Buriti Mauritia flexuosa Arecaceae Climax 10

Caju açu Anacardium giganteum Anacardiaceae Pioneira 10

Ingá Ingae spp. Fabaceae Secundária in. 10

Ipê amarelo Tabebuia aureae Bignoniaceae Não pioneira 15

Ipê roxo Handroanthus impetiginosus Bignoniaceae Não pioneira 15

Jatobá Hymenaea courbaril Fabaceae Pioneira 10

Pitanga Eugenia uniflora Myrtaceae Pioneira 5

Tamboril Enterolobium maximum Fabaceae Pioneira 10

Timbó Magonia pubescens Sapindaceae Pioneira 10

TOTAL 116

arvores

.

Page 37: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Fig. 16. Mudas de Timbó adquiridas para o plantio na área da CONRIO.

Fig. 17 Aquisição das mudas no viveiro Taquara.

A regularização ambiental é o primeiro passo para a sustentabilidade da CONRIO e

neste caminho serão feitos todos os esforços necessários para que haja a regularização do

empreendimento. Face ao exposto, cumpre dizer que a CONRIO buscará a regularização

ambiental do empreendimento e promoverá ações de educação ambiental sempre que

possível. O cumprimento da legislação ambiental representa uma oportunidade para a

diminuição dos impactos gerados na implantação do empreendimento, bem como a

redução e mitigação dos custos de manutenção, valorização dos imóveis no

empreendimento e fundamentalmente promover uma melhoria da qualidade de vida dos

condôminos e de todos os cidadãos que utilizam a área da CONRIO como área de lazer e

turismo rural. Nesta vertente, pretende-se a partir de agora com a NOVA GESTÃO de o

empreendimento dar um passo positivo nesta direção.

Page 38: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Fig. 18. Transporte das mudas para a CONRIO.

Fig. 19. Armazenamento das mudas na CONRIO.

Caberia ressaltar que a recuperação da APP vai ser realizada em 4 etapas de

implantação, onde todas as técnicas descritas neste trabalho serão efetuadas, todas serão

executadas de acordo com o CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO em anexo I, bem como

a atual proposta, pretende-se aliar a possibilidade de recuperar não somente a APP da

CONRIO, mas também criar medidas de recuperação ambiental ao local da CONRIO como

um todo. No entanto, decorrente da implantação do empreendimento é objetivo do

CONRIO buscar a regularização ambiental, como uma medida de sustentabilidade

socioambiental para o condomínio.

Page 39: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Figura 7. Aspecto da curva do rio ao fundo e da APP no CONRIO.

As operações de implantação serão realizadas na primeira quinzena do mês de

dezembro onde serão realizadas as técnicas de nucleação descritas nesta proposta, bem

como a transposição de galharia, implantação de poleiros artificiais, semeadura de

leguminosas (feijão de corda) e adensamento e manutenção. Estimou-se os custos para

recuperação da área em R$20.000,00 (vinte mil reais) bem como os custos de manutenção.

XII – MONITORAMENTO

A CONRIO se compromete após a retirada do EMBARGO da área a apresentar

periodicamente ao IBAMA a cada trimestre, durante o período de monitoramento de três

anos a declaração de acompanhamento e avaliação de projeto de recuperação de área

degradada (DAAPRAD).

Page 40: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Quadro 02. Monitoramento da área e implantação do presente PRAD.

1. Avaliação da percentagem de cobertura do solo;

2. Avaliação da sobrevivência de mudas e sementes implantadas;

3. Avaliação quantitativa de serrapilheira;

4. Avaliação da abundância e densidade de espécies vegetais;

5. Avaliação de espécies bioindicadores animais e vegetais;

6. Avaliação da regeneração natural.

Quadro 3. Parâmetros para o monitoramento da área em recuperação.

Sistemas de nucleação

Função Indicadores

Transposição de solo Resgate do banco de sementes local e da biodiversidade do solo

Diversidade de espécies vegetais Diversidade de formas de vida das espécies Presença de pequenas mudas (plântulas) Espécies em floração e em frutificação*

Transposição de galharia ou abrigos

de fauna

Fornecer um local de proteção para a fauna e decomposição de matéria orgânica

Tempo de decomposição da matéria orgânica Diversidade de espécies vegetais Diversidade de formas de vida das espécies e presença de animais

Poleiros artificiais Oferecer condições de pouso para a avifauna e atrair diversidade de espécies vegetais por meio de sementes

Presença de avifauna Deposição de sementes Presença de pequenas mudas (plântulas) sob o poleiro e no seu entorno

Plantio de mudas nativas em grupos

Aumentar a diversidade genética regional e oferecer recursos para a fauna

Sobrevivência das mudas Cobertura do núcleo Presença de espécies regenerantes Espécies em floração e frutificação*

Page 41: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

XIII- Recomendações a CONRIO.

Quadro. 4 Operações de manutenção da área em recuperação na APP.

Sistemas de nucleação Procedimentos de manutenção e manejo

Transposição de solo 1. Coroamento de 1m a 1,5 m de diâmetro do núcleo. 2. Limpeza manual das espécies invasoras (braquiária, capim colonião, etc.) dentro do núcleo. 3. Manter as espécies regenerantes dentro do núcleo.

Transposição de galharia ou abrigos de fauna

1. Manutenção com implantação de espécies de cipós e reposição de material (galhos, madeira, folhas, etc.). 2. Coroamento de 1m a 1,5m de diâmetro do núcleo para eliminação das espécies contaminantes. 3. Limpeza manual das espécies invasoras (braquiária, capim colonião, etc.) dentro do núcleo.

Poleiros artificiais 1. Manutenção com implantação de espécies de cipós e reposição de bambus. 2. Limpeza manual das espécies contaminantes (braquiária, capim colonião, etc.) sob os poleiros. 3. Coroamento de 1m a 1,5m de diâmetro do poleiro. 4. Quando houver regeneração de outras plantas, mantê-las na área.

Plantio de mudas nativas em grupos

1. Coroamento de 1 m a 1,5 m de diâmetro do núcleo. 2. Limpeza manual das espécies invasoras (braquiária, capim colonião, etc.) dentro dos núcleos.

XIV – CONCLUSÕES

O planejamento das técnicas de recuperação propostas neste trabalho estão dentro

dos critérios mais atuais e baseados em outros trabalhos da mesma natureza com respostas

bem sucedidas no caminho da recuperação de áreas degradadas, neste trabalho estão

explicitadas as técnicas, as maneiras e as etapas de forma sequenciais a serem executadas

na APP da CONRIO, e espera-se que em três anos de monitoramento sejam suficientes

Page 42: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

para a resposta da natureza para que haja o restabelecimento das funções da mata ciliar

bem como o fluxo gênico e estabelecimento de espécies sucessionais. É o que se espera,

no entanto, na região o trabalho tem caráter pioneiro e por isso merece um voto de

confiança para que os objetivos da CONRIO sejam avaliados e caso bem sucedidos seja um

modelo de recuperação das áreas de matas ciliares no Rio de Ondas, que vem

sucessivamente sendo desfigurada e agredida.

Carlos Alberto Monteiro da Silva

Eng. Florestal, M. Sc.

Page 43: PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

XVI – BIBLIOGRAFIA

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Cronograma de Atividades

ANO 2015 A 2018 TRIMESTRE

OPERAÇÕES

1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO

1º 2 º 3º 4º 1º 2 º 3º 4º 1º 2 º 3º 4º 1º 2 º 3º 4º

Transposição de galharia

X X X X X X X X X X X X X X X X

Aquisição de mudas X X X X X

Nucleação X X X X X X X

Combate a formigas X X X X X X X X X X X X X X X X

Plantio X X X X

Replantio X X X XX X XX X XX X X XX

Manutenção X X X X X X X X X X X X X X X X

Avaliação X X X X X X

Replantio X X X X X X X X X X X X X X X X

Monitoramento X X X X