de Áreas degradadas a espaÇos vegetados

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Page 1: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

PATRÍCIA MARA SANCHES

DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

Potencialidades de áreas vazias, abandonadas e subutilizadas como parte da infra-esturtura verde urbana

Dissertação apresentada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da

Universidade de São Paulo para obtenção de título de mestre.

Orientador

Paulo Renato Mesquita Pellegrino

Área de Concentração Paisagem e Ambiente

SÃO PAULO 2011

   

Page 2: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR

QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA,

DESDE QUE CITADA A FONTE.

E-MAIL: [email protected]

Sanches,Patrícia S211d De áreas degradadas a espaços vegetados :

potencialidades de áreas vazias, abandonadas e subutilizadas como parte da infra-estrutura verde urbana / Patrícia Sanches.-- São Paulo, 2011. 292p. : il.

Dissertação (Mestrado - Área de Concentração : Paisagem e Ambiente) – FAUUSP. Orientador: Paulo Renato Mesquita Pellegrino

1. Paisagem urbana 2. Planejamento ambiental

3. Reabilitação de áreas degradadas 4. Espaços verdes I.Título CDU 711.4.01

Page 3: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

                                            

Aos todos os arquitetos paisagistas e urbanistas que trabalham por uma cidade 

mais verde, humana e bela.  

 

Page 4: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

4 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

 

Page 5: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

Patricia Mara Sanches  5

 

Agradecimentos

Os meus profundos agradecimentos: 

Ao  Prof.  Dr.  Paulo  Pellegrino  pela  orientação,  atenção,  liberdade  de  expressão  e  criação, 

permitindo  caminhar  com minhas  próprias  pernas  e  desenvolver meu  pensamento  critico, 

complementado, sempre que possível, com suas colocações pertinentes, de forma a somar e a 

ampliar meu conhecimento.  

À Universidade de São Paulo que me ofereceu a oportunidade da interdisciplinaridade e troca 

de experiências nas disciplinas das diversas unidades que estive, abertas a todos os alunos de 

pós‐graduação, além de  toda a  infra‐estrutura, como bibliotecas  riquíssimas e  laboratórios a 

disposição para a pesquisa.  

À Pós‐Graduação do Instituto de Botânica de São Paulo, em especial, ao Prof. Dr. Luiz Mauro 

Barbosa que ministrou disciplina junto a sua equipe de monitores, pelos quais fui muito bem 

recebida e pude aprender e trocar valiosos aprendizados além das fronteiras da USP.  

Aos colegas da pós‐graduação da FAU‐USP, EACH‐USP,  IB‐USP, FFLCH‐USP e ESALQ‐USP, 

junto  com  os  quais  participei  das  disciplinas  e  que  caminharam  comigo  nesta  jornada 

compartilhando conhecimento, idéias, anseios, dúvidas e incertezas.  

A Michele,  graduanda  da  Faculdade  de  Geografia,  FFLCH‐  USP,  no  auxílio  preliminar  da 

avaliação com o uso de sistema de informação geográfico (GIS).  

Às equipes  técnicas da Emplasa  (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano AS) e da 

Divisão de Cadastro e Cartografia da Prefeitura de São Bernardo do Campo que me auxiliaram 

na coleta e fornecimento de dados fundamentais a continuidade da pesquisa.  

A todos os técnicos de diversas instituições de pesquisa, universidade e órgãos públicos que me 

receberam  de  forma muito  prestativa  nas  visitas  técnicas  no  exterior:  Professor.  Dr.  Andy 

Moffat e Tony Hutchings, ambos do instituto Forest Research, Farham, no Reino Unido; Sean 

G. Harvey da Prefeitura de Toronto,Canadá; Stuart Tait, do Planejamento de Desenvolvimento 

Estratégico de Glasgow  e Clyde Valley, Escócia; Craig Tranby da Prefeitura de Los Angeles, 

EUA; e Professor Dr. Christopher de Sousa do Departamento de Geografia da Universidade de 

Milwaukee, EUA.  

À arquiteta paisagista Mia Lehrer e a equipe de seu escritório, em Los Angeles, pela atenciosa 

recepção, apresentação dos projetos e disponibilização de informações. 

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6 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Aos professores Demóstenes Ferreira da Silva Filho, da ESALQ‐USP e Eugênio Queiroga, da 

FAU‐USP, pelo  estímulo,  senso  crítico  e  valiosas  considerações, que  foram  fundamentais na 

continuidade e amadurecimento deste trabalho. 

Ao meu diretor, Ricardo Kondratovich, do Departamento de Parques e Jardins da Prefeitura de 

São Bernardo do Campo pelo apoio, compreensão e  flexibilidade em todos os momentos que 

precisei  de  maior  dedicação  à  pesquisa,  e  aos  colegas  de  trabalho  pela  compreensão  e 

companheirismo. 

Ao meu primo, Guilherme Teodoro, pela ilustração e produção gráfica da capa da dissertação. 

Ao meu  companheiro  e namorado, Maurício  Sodré,  pelo  auxílio na  colocação  e  clareza das 

idéias no desenvolvimento de minha dissertação, pelo apoio, motivação e constante admiração 

pelas minhas conquistas e realizações. 

Ao meu pai, José Carlos, pelos inúmeros conselhos, encorajamento e admiração. A minha mãe, 

Maria Cecília, pela doçura, compreensão e ombro amigo de  todas as horas. A minha  irmã e 

amiga, Thaís, pelo apoio,conselhos de caminhos acadêmicos já trilhados e revisão de parte de 

minha dissertação. Aos meus avôs pelo aconchego e carinho, principalmente, nos momentos 

mais  difíceis.  As  minhas  gatas,  Jade  e  Nina,  pela  presença  constante,  principalmente  nas 

madrugadas a fora, quando estava debruçada em minhas pesquisas e dissertação. 

E finalmente agradeço por essa força divina   e superior, que nós chamamos de Deus, que me 

inspira, me guia e traz a confiança para brilhar em minha trajetória. 

 

 

Page 7: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

Patricia Mara Sanches  7

 

Resumo

O presente  trabalho propõe uma nova estratégia de planejamento da paisagem urbana para 

aquisição  de  novas  áreas  verdes,  através  da  recuperação  e  restauração  de  áreas  degradadas 

(locais vazios, abandonados e subutilizados).  A urgência de intervenção e revitalização destas 

áreas  tem  sido  foco  de  preocupação  nos  grandes  centros  urbanos,  tanto  em  países 

desenvolvidos, como nos emergentes, uma vez que são espaços disfuncionais no tecido urbano. 

O  estado  de  abandono  e  desinteresse  leva  a  depreciação  do  entorno  e  facilita  o  uso  à 

criminalidade e atividades ilícitas. A transformação das áreas degradadas em espaços vegetados 

visa  transformar o problema em oportunidade, partindo do princípio de que as áreas verdes 

devam  cumprir  funções  infra‐estruturais, ou  seja,  ser  componente de uma paisagem de  alta 

performance,  contribuindo  para  a  criação  ou  ampliação  da  infra‐estrutura  verde  urbana. O 

estudo de  caso para aplicação desta nova estratégia  foi parte da  cidade de São Bernardo do 

Campo, na  região metropolitana de  São Paulo, Brasil,  cujas diminutas  áreas  verdes urbanas 

acessíveis à comunidade são cada vez mais escassas, ao mesmo tempo em que há diversas áreas 

vazias e abandonadas, muitas em processo de regeneração natural,  que são alvos do mercado 

imobiliário  para  residências,  serviços  e  comércio.  A  partir  desta  temática,  uma  série  de 

questões  foi  lançada: Quais áreas degradadas têm potencial para serem convertidas em áreas 

verdes? Quais  são  os  critérios  para  avaliação  deste  potencial? Qual  é  o  caráter  vocacional 

destas  futuras  áreas  verdes:  ambiental  ou  social?  Essas  perguntas  nortearam  o 

desenvolvimento da pesquisa em busca de uma metodologia de planejamento paisagístico para 

aquisição  de  novas  áreas  verdes  aplicada  na  cidade  de  São  Bernardo  do Campo. Assim,  foi 

desenvolvida  uma  ferramenta  de  avaliação,  que  se  utilizou  de  um  sistema  de  informação 

geográfico,  e  está  pautada  nos  princípios  de  infra‐estrutura  verde,  de  forma  a  responder  às 

questões  ecológicas,  de  drenagem  das  águas,  de  mobilidade,  e  as  questões  sociais  de 

atendimento  à  comunidade  local.  Os  resultados  mostraram  que  40%  das  áreas  amostrais 

avaliadas  apresentaram  potencial  alto  de  conversão  em  áreas  verdes,  outros  40%,  potencial 

médio  e  20%  restante, potencial baixo,  apontando um  cenário  favorável para  a maioria das 

áreas  degradadas.  Quanto  ao  seu  uso  vocacional,  50%  apresentam  potencial  de  uso 

predominantemente  social,  20%  ambiental  e  30%  social  e  ambiental.  A  classificação  por 

vocação de uso das áreas verdes  (social ou ambiental) é um dado  importante, uma vez que 

aponta áreas com potencial inferior e que não devem ser descartadas, pois tem um valor social 

importante. Os  resultados  têm por  finalidade auxiliar nas  tomadas de decisão preliminar do 

planejamento urbano ambiental, oferecendo subsídios aos profissionais da área na proposição 

criteriosa de novas áreas verdes urbanas. 

 

Palavra‐chave:  paisagem  urbana,  infra‐estrutura  verde,  áreas  degradadas,  espaços  verdes, 

avaliação. 

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8 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Abstract

This research proposes an urban landscape planning strategy for the acquisition of new green 

areas,  through  the  reclamation of vacant, derelict and underused  lands. Authorities  in  large 

urban centers, both in developed and emerging countries, have been concerned in these sites, 

once they are dysfunctional areas in the urban fabric. The carelessness and indifference has led 

to  depreciation  of  the  surrounding  and  facilitates  the  increase  of  crime. Greening  derelict, 

vacant and underused lands can transform a problem into an opportunity, assuming that green 

spaces  must  fulfill  infrastructural  functions,  as  part  of  a  landscape  of  high  performance, 

seeking  the creation or expansion of an urban green  infrastructure. The case  study  to apply 

this strategic planning approach was Sao Bernardo do Campo city, in Sao Paulo Metropolitan 

area, Brazil, whose  the  tiny accessible green areas  to  the community are  increasingly scarce, 

while  there  are  many  vacant,  derelict  and  underused  lands,  under  natural  regeneration 

process, that are acquired for real estate market instead of creation of new greenspaces. From 

this point view, a series of questions were made: Which vacant, derelict and underused lands 

have  the  potential  to  be  reclaimed  into  green  areas? What  are  the  criteria  to  evaluate  this 

potential? Which  the main  role and potential use of  the green area: social or environmental 

use?  These  questions  guided  the  research  in  the  development  of  a  landscape  planning 

methodology to acquire new green areas in São Bernardo do Campo. An assessment tool, using 

GIS  and  based  on  green  infrastructure  concept was  developed,  so  that  derelict  and  vacant 

lands could meet ecological, stormwater management, mobility and social  issues. The results 

showed that 40% of the sample sites presented high potential to reclaim into green areas, 40%, 

medium potential and 20%, have low potential, revealing a favorable scenario for most vacant 

and derelict  lands. Regarding  the  role and use of  the green area, 50% have a predominantly 

social potential use, 20% environmental potential use, and 30% presents both potentials. This 

classification  (social  and/or  environmental)  is  an  important  point,  since  it  identifies  those 

areas that, despite have lower potential, should not be discarded because it has an important 

social  value.  The  results  should  assist  a  preliminary  environmental  and  urban  planning 

decision making, offering  support  to professionals  to  insightful creation of new urban green 

areas.  

Key‐words:  urban  landscape,  green  infrastructure,  derelict,  vacant  and  underused  lands, 

greenspaces, evaluation. 

 

Page 9: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

Patricia Mara Sanches  9

 

Figuras

Figura 1. Exemplo de instalação industrial desativada, antes da revitalização: Menomonee Valley, 

Milwaukee, EUA. Fonte: www.renewthevalley.org ........................................................................................35 

Figura 2. Exemplo de região portuária de Docklands, Londes, Inglaterra, antes da revitalização com 

instalações  e edificações desativadas e abandonadas. Fonte: Jaime, Jenny McClain. .................................35 

Figura 3. Pedreira desativada inserida na malha urbana da cidade de Cidade de São Paulo, Brasil, a 

espera de recuperação e novo uso para o local. Fonte: http://www.pedreiraitaquera.com.br/. .................35 

Figura 4. Exemplo de infra estrutura abandonada ou subutilizada: armazéns, trilhos e antigas casas de 

operários, Bauru, São Paulo, Brasil. Fonte: Archimedes Raia ........................................................................35 

Figura 5.Terreno subutilizado ao longo das linhas de alta tensão, Cidade de São Paulo, Brasil. ................35 

Figura 6 e  Figura 7. Exemplos de áreas residuais urbanas: trechos de abandono ao longo da via arterial 

Radial Leste, Cidade de São Paulo, Brasil. ...................................................................................................... 36 

Figura 8 e Figura 9. Exemplo de áreas ambientalmente degradadas: margens degradadas com supressão 

da mata ciliar, canalização e córregos poluídos na cidade de São Paulo e Taboão da Serra, Brasil. .......... 36 

Figura 10. Mapa da Região Metropolitana de São Paulo e as manchas, em amarelo, de desmatamento. . 46 

Figura 11.  Centro de treinamento da Boeing do escritório Bruce Dees & Associates. Fonte: 

www.bdassociates.com/ .................................................................................................................................. 50 

Figura 12.: Dickman Mill Park do escritório Bruce Dees & Associates. Fonte: www.bdassociates.com/ ... 50 

Figura 13. Plano de uma rede de áreas verdes (Green Network) de Glasgow e Clyde Valley, Escócia –UK, 

desenvolvido em conjunto com o plano diretor local. .................................................................................. 55 

Figura 14. À esquerda e Figura 15 à direita: Mill Ruins Park em Minneapolis abrigava uma série de 

moinhos de água. Fonte: http://www.nps.gov/miss/ .................................................................................... 57 

Figura 16. Área de intervenção de projetos de revitalização de áreas degradadas ao longo do Rio Don e do 

projetoToronto Waterfront, na orla do lado Ontário, Toronto‐ Canadá. .................................................... 58 

Figura 17. À esquerda, Parque Cidade de Toronto em São Paulo‐SP. Fonte: Rodolfo Avona. Figura 18. À 

direita, Parque Ecológico do Tietê em São Paulo‐SP. Ambos os lagoas foram originários de cavas de 

extração de areia. Fonte: www.naturezaselvagem.hpg.ig.com.br. ................................................................ 59 

Figura 19, Figura 20 e Figura 21. Imagens da Pedreira e do lago: o grande atrativo do parque do Parque 

Tanguá ‐ Curitiba. Fonte: C. Ruggi e www.curitiba‐parana.net. .................................................................. 60 

Figura 22. À esquerda, trilha do Bosque Zaninelli, Curitiba que leva à antiga pedreira e lago. ................. 60 

Figura 23. À direita, lago do Bosque Zaninelli, Curitiba e ao fundo, a Universidade Livre do Meio 

Ambiente. ......................................................................................................................................................... 60 

Figura 24. À esquerda, vista da antiga pedreira em meio da mata em regeneração e o atual lago do 

Bosque Zaninelli, Curitiba. .............................................................................................................................. 60 

Figura 25. Espaço para eventos próximo ao lago do Bosque Zaninelli, Curitiba. ........................................ 60 

Figura 26. Parque das Pedreiras: imagem do lago e da ponte que liga ao Teatro Ópera de Arame. ........... 61 

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10 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Figura 27. Teatro Ópera de Arame. Fonte: www.parques‐curitiba.com. ...................................................... 61 

Figura 28. À esquerda. Parque das Pedreiras visto de cima. Fonte: www.parques‐curitiba.com. ............... 61 

Figura 29. Localização dos parques Tanguá, das Pedreiras e Bosque Zaninelli. . ......................................... 61 

Figura 30. Vista do parque Stearns Quarry, Chicago, EUA. Fonte: Hooliken (www.flickr.com). .............. 62 

Figura 31. Vista do lago do parque Stearns Quarry, Chicago, EUA. Fonte: www.flickr.com. ...................... 62 

Figura 32. Imagem aérea do parque Stearns Quarry, Chicago, EUA. Fonte: Google Earth, 2010. .............. 62 

Figura 33. Vista do parque Stearns Quarry, Chicago, EUA. Fonte: www.flickr.com. .................................. 62 

Figura 34. Croqui do projeto do Ariel Sharon Park. Fonte: www.ayalon‐park.org.il .................................. 64 

Figura 35. Vista aérea da Hiriya e Ariel Sharon Park. Fonte: www.ayalon‐park.org.il. ............................... 65 

Figura 36. Planta da Hiriya, projeto Ariel Sharon Park. Fonte: www.ayalon‐park.org.il. ........................... 65 

Figura 37. À esquerda: antigo aterro que existia no local do Parque Villa Lobos. ....................................... 66 

Figura 38. À direita: placa informativa do governo do Estado de São Paulo sobre a instalação do futuro 

parque. Fonte: www.ambiente.sp.gov.br/parquevillalobos. ......................................................................... 66 

Figura 39. Início das obras para implantação do Parque Villa Lobos. .......................................................... 66 

Figura 40. Plantio de mudas no Parque Villa Lobos. Fonte:  www.ambiente.sp.gov.br/parquevillalobos. 66 

Figura 41. Imagem aérea atual do parque Villa Lobos. . ................................................................................ 66 

Figura 42. Vista interna do parque Villa Lobos. Fonte: www. catracalivre.folha.uol.com.br. .................... 66 

Figura 43. Vista interna do gramado do parque Villa Lobos. Fonte: 

www.ambiente.sp.gov.br/parquevillalobos. ................................................................................................... 66 

Figura 44. Vista aérea do viaduto abandonado, sobre o qual havia uma linha ferroviária desativada. 

Fonte: www.paris‐walking‐tours.com. ........................................................................................................... 67 

Figura 45. Vista aérea do viaduto revitalizado, denominado Promenade Plantée.  Fonte: www.paris‐

walking‐tours.com. .......................................................................................................................................... 67 

Figura 46. Croqui de todo o trajeto Promenade Plantée . Fonte: www.promenade‐plantee.org ............... 67 

Figura 47. À esquerda. Vista do viaduto requalificado da avenida paralela. Fonte: www.promenade‐

plantee.org. ....................................................................................................................................................... 68 

Figura 48.  À direita. Gramados e outros dos espaços livres funcionam como a extensão do viaduto e 

fazem parte do percurso Promenade Plantée. Fonte: www.promenade‐plantee.org. ................................ 68 

Figura 49.  À esquerda. Figura 50. À direita.  Vistas do percurso elevado, sobre o viaduto requalificado, 

formando diversos espaços ajardinados de estar e contemplação. Fonte: www.promenade‐plantee.org. 68 

Figura 51. Mapa de extensão do projeto High Line, Nova York, EUA. Fonte: www.thehighline.org ......... 69 

Figura 52. A esquerda. Vista da antiga ferrovia elevada de Nova York em operação. ................................. 69 

Figura 53. A direita. Vista da antiga ferrovia elevada de Nova York desativada e abandonada com a 

vegetação crescendo. Fonte: www.thehighline.org. ...................................................................................... 69 

Figura 54. À esquerda. e Figura 55. À direita. Vistas do projeto High Line implantado, criando diversos 

espaços agradáveis de circulação e estar. Fonte: www.thehighline.org ....................................................... 70 

Figura 56. À esquerda. Figura 57. À direita. Vistas do projeto High Line implantado, criando diversos 

espaços agradáveis de circulação e estar. Fonte: www.thehighline.org ....................................................... 70 

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Patricia Mara Sanches  11

 

Figura 58 Planta do Schoneberger Naturpark, Berlim, Alemanha. Fonte: TPCA. ........................................ 71 

Figura 59. Imagem aérea do Schoneberger Naturpark, Berlim, Alemanha. ................................................. 71 

Figura 60. Imagem das instalações ferroviárias antigas preservadas. Fonte: www.berlin.city‐map.de ...... 71 

Figura 61. Antiga torre que faz parte do conjunto as instalações ferroviárias ali existentes. ....................... 71 

Figura 62. Imagem aérea da faixa livre subutilizada onde passa a adutadora da SABESP. .......................... 71 

Figura 63. Abandono da faixa livre sobre a adutora  da SABESP, antes da implantação do parque. Fonte: 

Fernando de Aratanha ...................................................................................................................................... 71 

Figura 64 e Figura 65. Áreas abandonadas nas adjacências da adutora antes da implantação do parque.  

Fonte: Fernando de Aratanha. ........................................................................................................................ 72 

Figura 66 e  Figura 67. Vistas do parque linear implantado, com áreas de lazer, pista de caminhada e 

ciclovia. Fonte: Fernando de Aratanha e Sub‐prefeitura de Vila Prudente. ................................................ 72 

Figura 68. Imagem aérea do parque implantado e vistas de alguns trechos com áreas de lazer, pista de 

caminhada e ciclovia. Fonte: Fonte: Fernando de Aratanha. ........................................................................ 73 

Figura 69.Mapa de intervenção no Vale do Rhur, Alemanha .Fonte:www.iba.nrw.de ................................ 74 

Figura 70. O antigo alto forno foi transformado em teatro ao ar livre em Duisburg‐Nord Landscape Park, 

Alemanha. ........................................................................................................................................................ 75 

Figura 71. Parque manteve grande parte da historia do local, preservando antigas instalações industriais 

e integrando‐as com o parque. Fonte: www.landschaftspark.de/ ................................................................ 75 

Figura 72 Imagem aérea de Duisburg‐Nord Landscape Park. Fonte: www.landschaftspark.de/ ............... 75 

Figura 73. Antiga área industrial junto ao pátio ferroviário em Menomonee Valley, Milwaukee, EUA, em 

meados do século XX. Fonte: http://www.renewthevalley.org/ ................................................................... 75 

Figura 74. Área industrial abandonada em Menomonee Valley, Milwaukee, EUA no final do século XX. 76 

Figura 75. Implantação do projeto vencedor do concurso para revitalização de Menomonee Valley, 

Milwaukee, EUA. Fonte: Menomonee River Valey‐ Nation Design Competition. Sixteen Street 

Community Health Center. ............................................................................................................................. 76 

Figura 76. Perspectivas do projeto de revitalização de Menomonee Valley, Milwaukee, EUA. ................. 77 

Figura 77. A esquerda: imagem aérea do parque Citroen, em Paris. Fonte: www.flickr.com/ ................... 77 

Figura 78. A direita, primeira, de cima para baixo: Imagem aérea do parque Citroen, em Paris. .............. 77 

Figura 79. A direita, segunda, de cima para baixo:Vista interna do parque Citroen, em Paris. ................. 77 

Figura 80. Vista interna do parque e espelho d`água, parque Citroen, em Paris. ....................................... 78 

Figura 81. Praça com jatos de água no parque Citroen, em Paris. ................................................................ 78 

Figura 82. A esquerda: imagem do Complexo Penitenciária do Carandiru, São Paulo, em operação, antes 

de sua implosão.Fonte: Manuel Paiva. ........................................................................................................... 79 

Figura 83. A direita: imagem de áreas abandonadas e subutilizadas do Complexo Penitenciária do 

Carandiru, São Paulo.Fonte: Yuri Alexandre. ................................................................................................ 79 

Figura 84. Imagem aérea do presídio antes da implosão. Fonte: http://www.aflaloegasperini.com.br. ... 79 

Figura 85. Imagem do projeto do parque, através de fotomontagem. Fonte: 

http://www.aflaloegasperini.com.br............................................................................................................... 79 

Page 12: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

12 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Figura 86 e Figura 87. Imagens do interior do parque: passarela metálica elevada que leva às ruínas do 

presídio. Parque da Juventude, São Paulo. Fonte: Chico Saragiotto. ........................................................... 79 

Figura 88.Passarela entremeada ao pilares de edificações do presídio, Parque da Juventude, São Paulo. 

Fonte: Irai Messias. .......................................................................................................................................... 80 

Figura 89. Área esportiva do Parque da Juventude, São Paulo. Fonte: Chico Saragiotto. ........................... 80 

Figura 90. Edifício do incinerador abandonado, antes da revitalização. Fonte: 

http://planetasustentavel.abril.com.br. ......................................................................................................... 80 

Figura 91. Local ocupado pelas cooperativas para triagem dos resíduos. Fonte: 

http://planetasustentavel.abril.com.br. ......................................................................................................... 80 

Figura 92 e Figura 93. Perspectivas do projeto da Praça Victor Civita. Fonte: 

http://planetasustentavel.abril.com.br/ .......................................................................................................... 81 

Figura 94. Vista aérea da Praça Victor Civita. Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br. ................... 81 

Figura 95. Vista da passarela de madeira e área de horta. Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br. 81 

Figura 96. Vista aérea da área degradada onde hoje se encontram um condomínio residencial e Parque 

da Gleba E. Fonte: CHACEL,F., 2001. .............................................................................................................. 82 

Figura 97. Vista aérea da área recuperada, com o parque implantado. Fonte: CHACEL,F., 2001 .............. 82 

Figura 98. Vista da área da vegetação ciliar (faixa de mangue e da restinga recuperada) e atrás o 

condomínio residencial implantado. .............................................................................................................. 82 

Figura 99 e Figura 100. Parque Gleba E: caminhos internos e mata de restinga e mangue. ....................... 82 

Figura 101 e Figura 102. Parque Gleba E: áreas de lazer e caminhada. .......................................................... 83 

Figura 103. Antigo viaduto que foi construído em cima do rio. Fonte: Planeta Inteligente........................ 83 

Figura 104. Vista da cidade, com as avenidas ao longo do rio e o viaduto construído sobre o curso d’ 

água. Fonte: Planeta Inteligente ..................................................................................................................... 83 

Figura 105 e Figura 106. Imagens do rio após o projeto de revitalização. Fonte : 

http://ripcitytoseoul.wordpress.com. ............................................................................................................. 84 

Figura 107. e  Figura 108.  Caminhos, passeios e vegetação ao logo do rio despoluído. Fonte : 

http://ripcitytoseoul.wordpress.com .............................................................................................................. 84 

Figura 109. Mapa da Região Metropolitana de Glasgow e Clyde Valley com as manchas de ocupação 

urbana em cinza. .............................................................................................................................................. 92 

Figura 110. Plano Estrutural de Glasgow e Clyde Valley que identifica locais prioritários dentro de cada 

estratégia prevista no plano. Fonte: Glasgow and The Clyde Valley Joint Structure Plan, 2006. ................. 94 

Figura 111. Rede de Áreas Verdes (Green Network) que faz parte do Plano Estrutural de Glasgow e Clyde 

Valley. Fonte: Glasgow and The Clyde Valley Joint Structure Plan, 2006. ................................................... 94 

Figura 112. Mapa de densidade.Figura 113.Mapa do desemprego. Fonte: Glasgow and Clyde Valley Green 

Network‐ Planning Guidance, 2008. ................................................................................................................ 95 

Figura 114. Mapa da saúde da população. Figura 115 Mapa do Índice de Vulnerabilidade Social. Fonte: 

Glasgow and Clyde Valley Green Network‐ Planning Guidance, 2008. ....................................................... 95 

Page 13: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

Patricia Mara Sanches  13

 

Figura 116. Mapa das áreas de crescimento prevista no Plano Estrutural de Glasgow e Clyde Valley .Figura 

117 Mapa da áreas consideradas de alto valor ecológico para vida selvagem. Fonte: Glasgow and Clyde 

Valley Green Network‐ Planning Guidance, 2008. .......................................................................................... 96 

Figura 118.Mapa Inventário Nacional das área e tipos de florestas existentes ............................................. 96 

Figura 119.Mapa das rotas de bicicletas ou de pedestres acessíveis.Figura 120. mapa de cruzamento da 

densidade demográfica com as  áreas servidas e não servidas pelos parques regionais, de acordo com o 

raio de atuação estabelecido de 25Km. Fonte: Glasgow and Clyde Valley Green Network‐ Planning 

Guidance, 2008. ................................................................................................................................................ 96 

Figura 121.Mapa de cruzamento da densidade demográfica com as áreas servidas e não servidas pelos 

parques locais, de acordo com o raio de atuação estabelecido de 10Km (figura da esquerda) e pelos 

parques urbanos, de acordo com o raio de atuação estabelecido de 1Km (figura da direita). Fonte: 

Glasgow and Clyde Valley Green Network‐ Planning Guidance, 2008 ........................................................... 97 

Figura 122. Mapa das unidades paisagísticas. Fonte: Glasgow and Clyde Valley Green Network‐ Planning 

Guidance, 2008. ................................................................................................................................................ 97 

Figura 123. Mapa dos vetores de crescimento identificados e as áreas vazias e abandonadas (em preto) 

para conversão em áreas verdes. Fonte: Green Network Vacant and Derelict Land Study for Glasgow and 

Clyde Valley Structure Plan, 2006. ................................................................................................................. 99 

Figura 124. Vista aérea da extensão do Rio Los Angeles. Fonte: LARRMP, 2007. ....................................... 102 

Figura 125. Vista da seção canalizada do Rio Los Angeles no centro da cidade. Fonte: LARRMP, 2007. .. 103 

Figura 126. Vista da seção restaurada com vegetação ciliar e espécies nativas, proposta pelo Los Angeles 

River Revitalization Master Plan, no centro da cidade. Fonte: LARRMP, 2007. ......................................... 103 

Figura 127. Estratégias e soluções de mobilidade urbana que visem a priorização do pedestre e ciclista. 

Fonte: LARRMP, 2007. .................................................................................................................................... 104 

Figura 128.Soluções para acessibilidade da população ao rio, para recreação e lazer, estimulando a 

relação de identidade com o local. Fonte: LARRMP, 2007. ......................................................................... 104 

Figura 129. Recuperação ou criação de parques ao longo do rio, restaurando a vegetação riparia, 

possibilitando conexões com áreas naturais próximas. Fonte: LARRMP, 2007. ......................................... 104 

Figura 130. Mapa dos locais estratégicos ao longo do rio que permitiriam conexões com habitats naturais 

significativos. Fonte: LARRMP, 2007. ............................................................................................................ 105 

Figura 131.Criação de canais, alagados construídos e bacias de retenção permeado de áreas verdes ao 

longo do rio de forma a reduzir o impacto das cheias e melhorar qualidade das águas. ........................... 105 

Figura 132. Taylor Yard Park, Los Angeles, EUA. Figura 133. Hermosa Natural Park, Los Angeles, EUA. . 110 

Figura 134. Pátio Ferroviário que existia no local do State Historic Park, Los Angeles, EUA. .................... 110 

Figura 135. State Historic Park, Los Angeles, EUA, com instalações temporárias. Fonte: foto da autora .. 110 

Figura 136. À esquerda: Fase final do projeto State Historic Park, Los Angeles, EUA, com a formação de 

wetlands e integração com o rio Los Angeles. Fonte: www.park.s.ca.gov. .................................................. 111 

Figura 137. A direita, primeira, de cima para baixo: Perspectiva do projeto final State Historic Park, Los 

Angeles, EUA, com a proposta de jardins sensoriais com hortas e pomares. Fonte: www.park.s.ca.gov. . 111 

Page 14: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

14 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Figura 138. . A direita, segunda, de cima para baixo: Perspectiva aérea do projeto final State Historic 

Park, Los Angeles, EUA. Fonte: www.park.s.ca.gov. ..................................................................................... 111 

Figura 139. Local do futuro South LA Wetlands Park, Los Angeles, EUA. Figura 140. Local do futuro 

Rockwood Park, Los Angeles, EUA. Fotos da autora. .................................................................................... 111 

Figura 141. Distritos municipais que constituem Toronto: Old Toronto, York, East York, North York, 

Etobicoke, Scarborough. Fonte:Lencer. ......................................................................................................... 113 

Figura 142. Revitalização do bairro industrial Distillery District com novos usos: galerias de arte, 

restaurantes, bares, teatros e escritórios. Fotos da autora. ........................................................................... 113 

Figura 143. A figura a direita mostra o mapa da cidade de Toronto, as áreas verdes existentes e a área de 

intervenção para projeto de revitalização assinalada através do quadrado vermelho; e a esquerda, 

imagem detalhada das áreas de intervenção: orla (Central Waterfront ) e as  margem do rio Don. 

Fonte:Toronto Official Plan, 2006. ................................................................................................................. 114 

Figura 144.Imagem da grande área do Projeto Waterfront Toronto, com as sub‐áreas de intervenção. 

Fonte: Anual Report‐  2008/09 Management Report. ................................................................................... 115 

Figura 145. Music Garden, Toronto, Canadá. Figura 146. Spadina Wetland, Toronto, Canadá. ................. 116 

Figura 147. Spadina Wetland, Toronto, Canadá.  Figura 148. HTO Park (Maple Leaf Quay), Toronto, 

Canadá. Fotos da autora. ................................................................................................................................. 116 

Figura 149. Projeto para East Bayfront. Toronto, Canadá.. ........................................................................... 117 

Figura 150. Sherbourne Park, Toronto, Canadá. Fonte: Central Waterfront Update. Planning, Design & 

Development Section. Sean Harvey, 2009. .................................................................................................... 117 

Figura 151. Sugar Beach, Toronto, Canadá. Fonte: Waterfront Toronto Annual General Meeting, 2008. . 117 

Figura 152 Projeto para Foz do Rio Don (Mouth of Ron River Naturalization). Figura 153.Perspectiva do 

projeto., Toronto, Canadá. .............................................................................................................................. 118 

Figura 154 Projeto de restauração prevendo os diferentes tipos de vegetação. Toronto, Canadá. ............. 118 

Figura 155. Estudo em planta de encaminhamento e tratamento das águas . Fonte: Central Waterfront 

Update. Planning, Design & Development Section. Sean Harvey, 2009. ..................................................... 118 

Figura 156. Fluxograma do estudo de encaminhamento e tratamento das águas, com base na planta 

(Figura 155), Toronto, Canadá. ........................................................................................................................ 118 

Figura 157 Situação atual da antiga zona portuária. Fonte: Central Waterfront Update. Planning, Design 

& Development Section. Sean Harvey, 2009. ................................................................................................. 119 

Figura 158. Primeira iniciativa da área foi a implantação do Cherry St. Sports Fields: antiga área portuária 

que vem sendo remediada e revitalizada. Fonte: Central Waterfront Update. Planning, Design & 

Development Section. Sean Harvey, 2009. .................................................................................................... 119 

Figura 159. Imagem atual do futuro Parque do Lago de Ontário. Figura 160 e Figura 161 Perspectivas, 

mostrando possíveis atividades no local,Toronto, Canadá. Fonte: Central Waterfront Update. Planning, 

Design & Development Section. Sean Harvey, 2009. ................................................................................... 120 

Figura 162 e Figura 163. Woodbine Park, Toronto, Canadá. Fotos da autora. ............................................ 120 

Page 15: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

Patricia Mara Sanches  15

 

Figura 164 e Figura 165. Situação atual da área de intervenção e o projeto (Master Plan) 

proposto,Toronto, Canadá. ............................................................................................................................. 121 

Figura 166 e Figura 167. O antes e o depois: situação atual (à esquerda) e o que está previsto após a 

conclusão das obras de revitalização da área (à direita),Toronto, Canadá. Fonte: Central Waterfront 

Update. Planning, Design & Development Section. Sean Harvey, 2009. ........................................................ 121 

Figura 168 e Figura 169. O antes e o depois: situação atual (à esuerda) e o que está previsto após a 

conclusão das obras de revitalização da área (à direita),Toronto, Canadá. Fonte: Central Waterfront 

Update. Planning, Design & Development Section. Sean Harvey, 2009. ........................................................ 121 

Figura 178. A imagem ao lado mostra as inúmeras iniciativas de restauração dos alagados naturais ao 

logo do rio Don ( em sua parte mais baixa‐ Lower Don). Em quadrado vermelho estão as ações de maior 

escala e o losango azul são as de menor escala. Fonte:Don River Watershed Plan. Disponível em: 

<www.trca.on.ca Acesso em:28 de novembro, 2009. ................................................................................... 123 

Figura 171 Don River  com suas margens restauradas.Foto da autora. Figura 172. Riverdale  Farm Pond, 

alagado que foi restaurado, adjacente ao rio Don, Toronto, Canadá. Foto da autora ............................... 123 

Figura 173. Planta de implantação do Don Valley Brickworks Park, Toronto, Canadá. Foto da autora. 

Figura 174 e Figura 175. Alagados reconstruídos nas áreas de escavação do Don Valley Brickworks Park, 

Toronto, Canadá. Fotos da autora. ................................................................................................................ 124 

Figura 176 Deck de madeira com vista para a chaminé da antiga olaria. Foto da autora. ......................... 125 

Figura 177. Um dos antigos edifícios da antiga olaria. Foto da autora. ....................................................... 125 

Figura 178. Mapa esquemático das estratégias de recuperação em Glasgow e Clyde Valley. .................... 126 

Figura 179 Mapa esquemático das estratégias de recuperação de áreas degradadas em Los Angeles. ..... 126 

Figura 180. Mapa esquemático das estratégias de recuperação de áreas degradadas em Toronto. .......... 127 

Figura 181. Diagrama que define o conceito das áreas–alvo da pesquisa de Herbst, através de sua posição 

diante de dois universos distintos: das áreas degradadas e das áreas verde naturais. ................................ 141 

Figura 182. Fluxograma do método de Herbst. Fonte: Adaptado de Herbst (2001). ................................... 142 

Figura 183. Exemplo de um resultado parcial quanto ao grau potencial de usuários (freqüentadores) em 

cada área na cidade de Leipzig, Alemanha. Fonte: Hebst (2001). ................................................................ 143 

Figura 184. Exemplo do resultado final das melhores e secundas melhores áreas avaliadas como habitat 

para vida selvagem (wildlife area) em Leipzig, Alemanha. Fonte: Herbst (2001). ...................................... 144 

Figura 185. Mapa com os locais degradados identificados (em preto), que se sobrepõe as áreas propostas 

para a rede de áreas verdes (em verde) e aos vetores de crescimento (em vermelho), estabelecidos pelo 

Plano diretor de Glasgow e Clyde Valley. ...................................................................................................... 148 

Figura 186.Mapa do resultado final do grau potencial de conversão do locais identificados em áreas 

verdes. Fonte: Adaptado de Green Network Vacant and Derelict Land Study(2006)................................ 148 

Figura 187. Estudo de caso: sub‐bacia do Tamanduateí, destacada em amarelo no mapa do município de 

São Bernardo do Campo. ................................................................................................................................ 149 

Figura 188. Mapa das áreas degradadas e das áreas verdes privadas e de ocupação irregular adjacentes. 153 

Page 16: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

16 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Figura 189. Mapa das 10 áreas degradadas selecionadas. Os números que identificam as áreas foram 

atribuídos no software Arc Gis, a medida que se mapeando as 61 áreas degradadas. ................................ 154 

Figura 190.Exemplo de densidade baixa com alta arborização .................................................................... 159 

Figura 191 Exemplo de densidade baixa com média arborização. ................................................................ 159 

Figura 192  Exemplo de densidade média com arborização média. ............................................................ 160 

Figura 193 Exemplo de densidade média com baixa arborização. ............................................................... 160 

Figura 194  Exemplo de densidade alta com média arborização ................................................................. 160 

Figura 195 Exemplo de densidade alta com baixa arborização. .................................................................... 161 

Figura 196. Mapa temático da densidade demográfico por setor censitário: dado primário gerado para 

responder ao critério Potencial de uso , do Grupo Social. ........................................................................... 176 

Figura 197.Imagem do Parque Ibirapuera, com horário de funcionamento até a noite. ............................ 179 

Figura 198. Ponte do Parque Ibirapuera com trafego grande de usuários revela a grande visitação do 

local. Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br .................................................................................... 179 

Figura 199 Atividades e eventos reúne centenas de pessoas frequentemente no parque. ......................... 179 

Figura 200 Imagem de uma das trilhas do Parque Estadual da Cantareira. ............................................... 179 

Figura 201 Lago das carpas em meio a vegetação do parque.Foto da autora .............................................. 179 

Figura 202 Vista do alto de parte do parque, em contraste com a mancha urbana de Sao Paulo, ao fundo. 

Foto da autora ................................................................................................................................................. 179 

Figura 203. Área de pedalinho no parque Ecologico do Tiete.Fonte: www.ecotiete.com.br/ .................... 180 

Figura 204 Pistas para caminhada e bicicleta no parquet em meio a vegetação e quatis.  ........................ 180 

Figura 205 Áreas de matas ciliareas no parque. Fonte: www.ecotiete.com.br/ .......................................... 180 

Figura 206 Imagem do Parque do Carmo, com áreas mais abertas e lago ao fundo .................................. 180 

Figura 207 Vista do alto Parque do Carmo junto a APA do Carmo. ............................................................ 180 

Figura 208. Cerejeiras do parqe atraem muitos visitantes para contemplá‐las. ......................................... 180 

Figura 209. Mapa de localização do Município de São Bernardo do Campo no Estado e na Região 

Metropolitana de São Paulo. Fonte: Prefeitura de São Bernardo do Campo. ............................................. 186 

Figura 210. Mapa dos limites da zona urbana (laranja) e zona rural (rosa) em São Bernardo do 

Campo.Fonte: Prefeitura de São Bernardo do Campo. ................................................................................. 188 

Figura 211. Mapa das bacias e sub‐bacias edo município de São Bernardo do Campo.A mancha laranja 

representa a área de ocupação humana e urbanização consolidada. .......................................................... 189 

Figura 212. Acima, à esquerda, imagem de satélite do município de São Bernardo é possível notar o 

gradiente de ocupação. Mais bem definido e detalhado nas imagens menores à direita .......................... 190 

Figura 213. A primeira imagem retrata a cidade consolidada e formal.  Fonte: Oscar Jupiracy ................ 190 

Figura 214. A segunda imagem retrata as áreas de manancial, entremeadas pela vegetação de mata 

atlântica ainda preservadas da ocupação urbana.  Fonte: Oscar Jupiracy .................................................. 190 

Figura 215. A terceira imagem enquadra a serra do mar, no topo da serra, extremo sul do município, com 

vista para o litoral paulista. Fonte: Oscar Jupiracy ....................................................................................... 190 

Page 17: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

Patricia Mara Sanches  17

 

Figura 216. A imagem mostra de forma esquemática os dois núcleos urbanos históricos que constituíam 

a Vila de São Bernardo: Rudge Ramos (mancha menor) e Centro Histórico (mancha maior), conectadas 

pelo Caminho do Mar (linha vermelha). Fonte: Revisão Histórica. Prefeitura de São Bernardo .............. 192 

Figura 217. Mapa esquemático da expansão e crescimento de São Bernardo do Campo. .......................... 193 

Figura 218. Mapa do Índice de Vulnerabilidade Social em São Bernardo do Campo .. .............................. 198 

Figura 219. Mapa da rede hídrica da área urbana consolidada de São Bernardo do Campo, que 

compreende a sub‐bacia do Tamanduateí, com as delimitações das áreas de risco de inundação e dos 

reservatórios, conhecidos como “piscinão”. ................................................................................................. 200 

Figura 220. Mapa de classificação das Zonas Especiais de Interesse Ambienta, de acordo com o Plano 

Diretor de São Bernardo do Campo, 2006. Fonte: Prefeitura de São Bernardo do Campo. ..................... 204 

Figura 221.  Mapa das Operações Urbano Ambientais, de acordo com o Plano Diretor de São Bernardo do 

Campo, 2006. Fonte: Prefeitura de São Bernardo do Campo. .................................................................... 205 

Figura 222. Mapa do estudo de caso: sub‐bacia do Tamanduateí no território de São Bernardo do Campo, 

representado em amarelo. ............................................................................................................................. 209 

Figura 223. Classificação das áreas vegetadas na cidade de São Bernardo do Campo e entorno. ............. 210 

Figura 224. Mapa das praças e parques da área do estudo de caso., pertencente a sub‐bacia do 

Tamanduateí. .................................................................................................................................................. 212 

Figura 225. Mapa da Rede Hídrico‐Ambiental da área de estudo ............................................................... 213 

Figura 226. Mapa de cruzamento da declividade com as áreas verde públicas. ......................................... 215 

Figura 227. Mapa de cruzamento das classes socioeconômicas com as áreas verde públicas. .................. 216 

Figura 228. Mapa de cruzamento do índice de vulnerabilidade com as áreas verde públicas. ................. 217 

Figura 229. Mapa com a localização e imagens de algumas áreas degradadas mapeadas na sub‐bacia do 

Tamanduateí, São Bernardo do Campo. ........................................................................................................ 219 

Figura 230, Figura 231 e Figura 232. Praças não urbanizadas. Fotos da autora. ......................................... 220 

Figura 233, Figura 234 e Figura 235. Áreas vazias: terrenos particulares e públicos. Fotos da autora. ..... 220 

Figura 236, Figura 237 e Figura 238. Galpões e indústrias abandonadas. Fonte: Prefeitura de São Bernardo 

do Campo. ...................................................................................................................................................... 220 

Figura 239, Figura 240 e Figura 241. Áreas de infra‐estrutura ociosa, como oleodutos e torres de alta 

tensão. Fonte: Prefeitura de São Bernardo do Campo e fotos da autora. ................................................... 220 

Figura 242, Figura 243 e Figura 244. Margens de córrego e piscinões. Fotos da autora. ........................... 220 

Figura 245. Mapa das manchas de vegetação nativa: parques e área de manancial, com as rotas 

pontilhado em vermelho mostrando as possíveis conexões. ....................................................................... 223 

Figura 246. Mapa das 10 áreas degradadas selecionadas para a avaliação. ................................................ 230 

Figura 247. Imagem aérea do local com contorno em amarelo. Fonte: Google earth, 2010....................... 232 

Figura 248 e Figura 249. Imagens do área 62, vistas da praça existente. Fotos da autora. ........................ 232 

Figura 250. Imagem aérea parcial da área 54 (início) em amarelo. Fonte: Google earth, 2010. ................. 233 

Figura 251 e Figura 252. Imagens do córrego Saracantan, na Av. Pery Ronchetti. Fonte: Prefeitura de São 

Bernardo do Campo ........................................................................................................................................ 233 

Page 18: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

18 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Figura 253 e Figura 254. Imagens das encostas abandonadas ao longo da Av. Pery Ronchetti. Fonte: 

Prefeitura de São Bernardo do Campo .......................................................................................................... 233 

Figura 255. Imagem aérea do local com contorno em amarelo. Fonte: Google earth, 2010. ..................... 234 

Figura 256 e Figura 257. Vistas do morro em diferentes ângulos. Fonte: Prefeitura de São Bernardo..... 234 

Figura 258. Vista do alto do maciço do Bonilha. Crédito: Lucas Santos. .................................................... 235 

Figura 259. Imagem aérea do local com contorno em amarelo. Fonte: Google earth, 2010. ..................... 235 

Figura 260 e Figura 261. Imagens do piscinão da área 58. Fonte: Prefeitura de São Bernardo. ................ 236 

Figura 262. Vista de terreno abandonado. Adjacente, marginal as residências há  passagem subterrânea 

de oleoduto da Transpetro. Fonte: Prefeitura de São Bernardo do Campo. .............................................. 236 

Figura 263  e  Figura 264. Maciços arbóreos da área 58. Fonte: Prefeitura de São Bernardo do Campo.. 236 

Figura 265 Trilha à esquerda do maciço arbóreo, aberta pela comunidade, onde há a passagem 

subterrânea do oleoduto da Transpetro. Fonte: Prefeitura de São Bernardo do Campo. .......................... 237 

Figura 266. Maciços arbóreos da área 58 vistos do alto. Fonte: Prefeitura de São Bernardo do Campo. . 237 

Figura 267. Imagem aérea do local com contorno em amarelo. Fonte: Google earth, 2010. ..................... 237 

Figura 268. Uma das vistas da área 19. Fonte: foto da autora. .................................................................... 238 

Figura 269. Imagem aérea do local com contorno em amarelo. Fonte: Google earth, 2010 ..................... 238 

Figura 270. Vista da rua em frente a área. Fonte: Prefeitura de São Bernardo do Campo. ....................... 239 

Figura 271. Vista de uma das áreas vazias e permeáveis do local. Fonte: Prefeitura de São Bernardo ..... 239 

Figura 272 e  Figura 273. Vistas de um dos edifícios existentes. Fonte: Prefeitura de São Bernardo ....... 239 

Figura 274. Imagem aérea do local com contorno em amarelo. Fonte: Google earth, 2010...................... 240 

Figura 275 e Figura 276. Imagens da área 34 onde se pode ver materiais de construção civil estocados. 

Fonte: Prefeitura de São Bernardo do Campo. ............................................................................................. 240 

Figura 277 e Figura 278.Vistas da rua em direção a área 34. Fonte: Google earth, 2010. ........................... 240 

Figura 279. Imagem aérea do local com contorno em amarelo. Fonte: Google earth, 2010 ...................... 241 

Figura 280 e Figura 281. Imagens da área 41 vista da rua. Fonte: Prefeitura de São Bernardo do Campo. 241 

Figura 282  e  Figura 283. Imagens de dentro da área 41. Fonte: Prefeitura de São Bernardo do Campo. 241 

Figura 284. Imagem aérea do local com contorno em amarelo. Fonte: Google earth, 2010. .................... 242 

Figura 285 Imagem do Ribeirão dos Couros que corre ao longo da área 20. Fonte: fotos da autora. ...... 242 

Figura 286. Vista de uma das áreas vegetadas ao longo do rio. Fonte: fotos da autora. ........................... 242 

Figura 287. Imagem aérea do local com contorno em amarelo. Fonte: Google earth, 2010. .................... 243 

Figura 288 e Figura 289. Imagens de fragmentos florestais adjacentes a área 61. Fonte: foto da autora. 243 

Figura 290. Imagem da chácara ao lado da área 61. Fonte: Prefeitura de São Bernardo do Campo. ........ 243 

Figura 291 Imagem de dentro da área 61. Fonte: Prefeitura de São Bernardo do Campo. ........................ 243 

Figura 292. Mapa das áreas verdes existentes e áreas degradadas identificadas no estudo de caso. ....... 245 

Figura 293. Mapa do sistema hidrico‐ambiental e áreas degradadas do estudo de caso. ......................... 246 

Figura 294. Mapa de declividade e áreas degradadas do estudo de caso. .................................................. 247 

Figura 295. Mapa da densidade demográfica e áreas degradadas do estudo de caso................................ 248 

Figura 296. Mapa socioeconômico e áreas degradadas do estudo de caso. ............................................... 249 

Page 19: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

Patricia Mara Sanches  19

 

Figura 297. Mapa de vulnerabilidade social e áreas degradadas do estudo de caso. ................................. 250 

Figura 298. Mapa dos equipamentos culturais e educacionais e as áreas degradadas do estudo de caso 251 

Figura 299. Mapa do grau de potencial das 10 áreas degradadas amostrais em São Bernardo ................. 254 

Figura 300. Mapa do potencial de uso das 10 áreas degradadas amostrais em São Bernardo do Campo. 258 

Figura301. Mapa do eixo da Pery Ronchetti, ligação entre o núcleo da favela São Pedro ao centro, aos 

terminais intermodais e rota de acesso a Anchieta (sentido São Paulo). No pequeno mapa ao lado, há a 

localizaçao da área do estudo de caso. ......................................................................................................... 265 

Figura 302.Mapa com maior detalhe da Av Pery Ronchetti, apontando as áreas verdes existentes e outros 

equipamentos  e usos do entorno. ................................................................................................................ 266 

Figura 303.Escostas com vegetaçao arbustiva abandonadas . Fonte: foto da autora. ................................ 266 

Figura 304. Uma das praças da av. Pery Ronchetti em estado de abandonado.Fonte: foto da autora. .... 266 

Figura 305. Imagem aérea do piscinao da Av. Pery Ronchetti. Fonte: Google Earth, 2010. ...................... 266 

Figura 306 e Figura 307. Perfil do córrego Saracantan, na Av. Pery Ronchetti. Fonte: foto da autora. ... 266 

Figura 308. Alagados construídos no State Historic Park junto ao rio Los Angeles .................................. 267 

Figura 309 Alagado construído no parque Don Valey Brick Work, Toronto. Foto da autora. ................. 267 

Figura 310 e Figura 311. Intervenções de requalificação paisagística e acessibilidade ao Rio Lou_ná, cidade 

de Litomy_I, República Checa. Fonte: Arquitetura da Paisagem: Água, 2006. .......................................... 267 

Figura 312 e Figura 313. Rio Pirarungáua revitalizado, Jd. Botânico SP, que antes estava canalizado e 

fechado. Foto da autora. ................................................................................................................................ 267 

Figura 314. Mapa detalhado da área 61 – Galvao Bueno e entorno. ............................................................ 268 

Figura 315. Mapa detalhado do uso do solo do entorno da área 61 junto a imagem aérea. ....................... 269 

Figura 316. Imagem da chácara ao lado da área 61. Fonte: Prefeitura de São Bernardo do Campo. ......... 269 

Figura 317. Imagem da área 61 vista da rua. Foto da autora. ....................................................................... 269 

Figura 318. Porções de solo exposto na área 61. Foto da autora. ................................................................. 269 

Figura 319. Vista aérea da área degradada onde hoje se encontram um condomínio residencial e Parque 

da Gleba E. Fonte: CHACEL,F., 2001. ............................................................................................................ 270 

Figura 320. Vista aérea da área recuperada, com o parque implantado. Fonte: CHACEL,F., 2001 ........... 270 

Figura 321. Área revegetada com espécies do ecossistema local.Foto da autora. ...................................... 270 

Figura 322. Mapa detalhado da área 34 – Av. São Paulo e entorno. ............................................................ 271 

Figura 323 e Figura 324. Imagens da área 34 ‐ Av. São Paulo. Fotos da autora. .......................................... 271 

Figura 325. Area 34 ‐ Av. São Paulo vista da rua. Fonte: Google Earth, 2010. ............................................ 272 

Figura 326. Mapa detalhado da área 38 – Maciço do Bonilha e entorno. ................................................... 272 

Figura 327. Mapa detalhado do uso do solo do entorno da área 38 junto à imagem aérea. ...................... 273 

Figura 328. Vista do alto do maciço do Bonilha. Crédito: Lucas Santos. ................................................... 274 

Figura 329. Áreas de reflorestamento no morro do Maciço do Bonilha. Crédito: Nilson Kabuki. ........... 274 

Figura 330. Panorama do entorno visto do cume do maciço do Bonilha.Crédito: Marcos David. ........... 274 

 

Page 20: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

20 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Tabelas

Tabela 1. Serviços ambientais das áreas verdes de acordo com Henke‐oliveira (2001). .............................. 47 

Tabela 2 Benefícios da conversão de áreas degradadas em áreas verdes ..................................................... 49 

Tabela 3 Matriz de priorização das 20 áreas ao longo do rio Los Angeles com oportunidades de ser 

revitalizadas. ................................................................................................................................................... 107 

Tabela 4. Legenda de priorização das 20 áreas potenciais. Fonte: Adaptado e traduzido de LARRMP, 

2007. ................................................................................................................................................................. 108 

Tabela 5. Quadro interpretativo e comparativo dos programas e ações voltadas a recuperação de áreas 

degradadas na cidade de Toronto, Los Angeles e a região de Glasgow e Clyde Valley. ............................. 128 

Tabela 6. Quadro síntese comparativo dos elementos de infra‐estrutura verde aplicada nos Projetos e 

Planos em Toronto, Los Angeles, e Glasgow e Clyde Valley. ....................................................................... 130 

Tabela 7. Análise comparativa: partido e conceito principal das referências metodológicas utilizadas na 

pesquisa. .......................................................................................................................................................... 139 

Tabela 8 Relação dos critérios e indicadores em comum entre as referências metodológicas.................. 140 

Tabela 9. Matriz de priorização no método de Green Network Vacant and Derelict Land Study. Fonte: 

Adaptado de Green Network Vacant and Derelict Land Study (2006). ...................................................... 147 

Tabela 10. Potencial Ecológico: Diversidade do habitat ............................................................................... 158 

Tabela 11. Grupo Ecológico : menor impacto negativo local ......................................................................... 161 

Tabela 12 .......................................................................................................................................................... 162 

Tabela 13. Grupo ecológico: prioridade para restauração ecológica ............................................................ 163 

Tabela 14. Grupo Ecológico : Viabilidade da restauração ecológica. ........................................................... 164 

Tabela 15. Grupo hídrico/drenagem: potencial de retenção das águas. ...................................................... 165 

Tabela 16. Grupo hídrico/drenagem: potencial de purificação e retenção das águas. ............................... 167 

Tabela 17. Grupo Social: rotas alternativas a pedestres e ciclistas ............................................................... 168 

Tabela 18. Grupo Social: acessibilidade ......................................................................................................... 169 

Tabela 19. Grupo Social: défict de áreas verdes. ............................................................................................ 170 

Tabela 20. Grupo social: potencial de uso. .................................................................................................... 172 

Tabela 21. Grupo Social: potencial de inclusão e coesão social .................................................................... 173 

Tabela 22. Situação hipotética de grau potencial da área A, B e C. ............................................................. 177 

Tabela 23.Situação Hipotética com valor final do potencial social e ambiental. ........................................ 178 

Tabela 24 .Tipos de uso de áreas verdes em  situação hipotética das áreas A,B e C.................................... 181 

Tabela 25. Análise SWOT da conversão das áreas degradadas em áreas verdes. ...................................... 224 

Tabela 26. Nota final do potencial geral das áreas degradadas ...................................................................252 

Tabela 27. Notas finais do potencial social e do potencial ambiental das 12 áreas degradadas avaliadas.255 

Tabela 28. Valor final do potencial social e potencial ambiental para a futura área verde. ...................... 256 

Page 21: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

Patricia Mara Sanches  21

 

Tabela 29. Resultado do grau potencial das 10  áreas degradadas  amostrais, de acordo com os três 

métodos: adotado em São Bernardo, Herbst e Glasgow. ............................................................................ 262 

Tabela 30. Critérios e indicadores utilizados na ferramenta de avaliação. A tabela está estruturada em 

três grupos: Ecológico, Hídrico e Social. ...................................................................................................... 285 

Tabela 31. Notas parciais , para cada critério e indicador, e notas finais de avaliação das 10 áreas 

degradadas em relação ao grupo Ecológico ................................................................................................. 288 

Tabela 32. Notas parciais, para cada critério e indicador, e notas finais de avaliação das 10 áreas 

degradadas em relação ao grupo Hídrivo ..................................................................................................... 289 

Tabela 33. Notas parciais, para cada critério e indicador, e notas finais de avaliação das 10 áreas 

degradadas em relação ao grupo Social‐ parte I. ......................................................................................... 290 

Tabela 34. Notas parciais, para cada critério e indicador, e notas finais de avaliação das 10 áreas 

degradadas em relação ao grupo Social‐ parte II. ......................................................................................... 291 

Tabela 35. Matriz de priorização do método de Glasgow.(STAPLE, 2006)., com os respectivos valores 

para cada critério e parâmetro. ..................................................................................................................... 292 

Tabela 36.Resultado da avaliaçao das 10 áreas degradadas amostrais de acordo com o método de 

Glasgow.(STAPLE, 2006). .............................................................................................................................. 293 

Tabela 37. Resultado da avaliação das 10 áreas degradadas amostrais de acordo com o método de Herbst 

(2006), com relação as características do local. ........................................................................................... 294 

Tabela 38. Resultado da avaliação das 10 áreas degradadas amostrais de acordo com o método de Herbst 

(2006)‐ continuação da tabela anterior. ....................................................................................................... 295 

Tabela 39. Resultado da avaliação das 10 áreas degradadas amostrais de acordo com o método de Herbst 

(2006), com relação as características do entorno. ..................................................................................... 296 

  

 

Page 22: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

22 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Gráficos Gráfico 1.Áreas abandonadas e vazias por município na Escócia em 2008 Fonte: Scottish Vacant and 

Derelict Land Survey, 2008. ............................................................................................................................. 92 

Gráfico 2. Cruzamento do potencial ambiental e do potencial social. ........................................................ 178 

Gráfico 3. Gráfico de potencial das áreas degradadas, de acordo com o grau e tipo de uso como área 

verde.\ ............................................................................................................................................................... 181 

Gráfico 4. Proporção de estabelecimentos por setor econômico em São Bernardo do Campo .Fonte: 

Dados extraídos do SEADE, 2010. .................................................................................................................. 195 

Gráfico 5. População Economicamente Ativa por setor de atividade, São Bernardo do Campo, em 2000 e 

2008.  Fonte: Dados extraídos do IBGE, 2007. .............................................................................................. 195 

Gráfico 6. População economicamente ativa por setor econômico em 2000. Fonte: Prefeitura de São 

Bernardo do Campo, 2009. ............................................................................................................................. 196 

Gráfico 7. População economicamente ativa por setor econômico em 2008.Fonte: Prefeitura de São 

Bernardo do Campo, 2009. ............................................................................................................................. 196 

Gráfico 8. Crescimento Demográfico em São Bernardo do Campo. Fonte: Adaptado do Sumário de 

Dados 2009.Prefeitura de São Bernardo do Campo. .................................................................................... 197 

Gráfico 9. Porcentagem da população de São Bernardo do Campo e da média do Estado de São Paulo de 

acordo com as classes do Índice de Vulnerabilidade Social. Fonte: SEADE, 2010. ..................................... 198 

Gráfico 10. Viagens por tipo de condução em São Bernardo do Campo. Fonte: Prefeitura de São 

Bernardo, Secretaria Municipal de Transportes, 2009. ............................................................................... 207 

Gráfico 11. Uso e ocupação do solo atual das 10 áreas degradadas selecionadas para a avaliação. ........... 229 

Gráfico 12. Proprietários das 10 áreas degradadas selecionadas para avaliação. Cada área pode englobar 

um ou mais lotes com diferentes proprietários. ........................................................................................... 231 

Gráfico 13. Distribuição em porcentagem (%) do grau de potencial geral das 10 áreas degradadas 

avaliadas. .........................................................................................................................................................252 

Gráfico 14. Gráfico do grau de potencial e potencial de uso das áreas degradadas avaliadas. .................. 256 

Gráfico 15. Potencial de uso das áreas degradadas. .......................................................................................257 

Gráfico 16. Representatividade dos tipos de uso (ambiental,social e sócio‐ambiental) para áreas 

degradadas avaliadas com médio e ................................................................................................................257 

Gráfico 17. Resultado do grau potencial das áreas degradadas segundo o método desenvolvido para São 

Bernardo do Campo. ...................................................................................................................................... 260 

Gráfico 18. Resultado do grau potencial das áreas degradadas segundo o método de Herbst. ................ 260 

Gráfico 19. Resultado do grau potencial das áreas degradadas segundo o método de Glasgow e Clyde 

Valey. .............................................................................................................................................................. 260 

 

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24 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

 

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Patricia Mara Sanches  25

 

Sumário

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 27 

CAPITULO 1. DE ÁREAS DEGRADADAS URBANAS A PAISAGENS REVITALIZADAS ........................................... 31 

1.1 CONCEITO DE DEGRADAÇÃO ............................................................................................................................... 33 

1.2 PROCESSO DE DEGRADAÇÃO URBANA ................................................................................................................... 38 

1.3 REDESENVOLVIMENTO DE ÁREAS DEGRADADAS URBANAS ......................................................................................... 41 

1.4 A CONVERSÃO DE ÁREAS DEGRADADAS EM ÁREAS VERDES ........................................................................................ 44 

CAPITULO 2. INFRA‐ESTRUTURA VERDE APLICADA NA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS .................. 87 

2.1 O QUE É INFRA‐ESTUTURA VERDE URBANA? ........................................................................................................... 89 

2.2 INFRA‐ESTRUTURA VERDE NOS PLANOS E PROJETOS DE RECUPERAÇÃO ......................................................................... 90 

2.2 ANÁLISE COMPARATIVA E DISCUSSÃO ................................................................................................................. 125 

2.3 CONCLUSÕES ................................................................................................................................................. 131 

CAPITULO 3. MATERIAIS E MÉTODO .......................................................................................................... 133 

3.1 REFERÊNCIAS METODOLÓGICAS ......................................................................................................................... 135 

3.2 MÉTODO DE AVALIAÇÃO ADOTADO PARA SÃO BERNARDO DO CAMPO ...................................................................... 149 

CAPÍTULO 4. ESTUDO DE CASO: SÃO BERNARDO DO CAMPO ..................................................................... 184 

4.1 DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO E AMBIENTAL .................................................................................................... 186 

4.2 ESTUDO DE CASO: UM RECORTE DA CIDADE DE SÃO BERNARDO .............................................................................. 207 

4.3 AS ÁREAS DEGRADADAS DO ESTUDO DE CASO ...................................................................................................... 218 

4.4 PORQUE TRANSFORMAR AS ÁREAS DEGRADADAS DE SÃO BERNARDO EM ÁREAS VERDES? ............................................. 221 

CAPITULO 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................... 227 

5.1 ANÁLISE DAS ÁREAS DEGRADADAS IDENTIFICADAS ................................................................................................. 229 

5.2 RESULTADOS PARCIAIS: MAPAS TEMÁTICOS ......................................................................................................... 244 

5.3 RESULTADOS FINAIS DA AVALIAÇAO .................................................................................................................... 252 

5.5 ANÁLISE METODOLÓGICA COMPARATIVA ............................................................................................................. 260 

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................ 275 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................................. 279 

ANEXO I. ................................................................................................................................................... 285 

ANEXO II ................................................................................................................................................... 288 

ANEXO III .................................................................................................................................................. 292 

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26 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

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Patricia Mara Sanches  27

 

Introdução

O  tema da diminuição dos  espaços  vegetados nas  grandes  cidades brasileiras  tem  sido  foco de 

atenção  constante.  Esse  fenômeno  está  associado  ao  aumento  da  impermeabilização  e  da 

densidade construída, principalmente nas áreas centrais, e ao crescimento horizontal das zonas 

periféricas,  provocando  desmatamentos.  A  aquisição  de  novas  áreas  verdes  públicas  com  a 

finalidade de suprir as demandas por lazer, recreação, contato com a natureza e outras atividades 

relacionadas ao bem‐estar social, bem como, minimizar os problemas ambientais e ecológicos, se 

torna uma medida extremamente necessária para reverter esse quadro. Entretanto, a quantidade 

de  espaços  livres no  tecido urbano  é  cada  vez mais  limitada  e  a  terra  considerada um  recurso 

escasso e caro. Sob esta perspectiva, é apresentada nesta pesquisa, uma estratégia urbanística e 

paisagística  de  aquisição  de  novas  áreas  verdes,  através  da  recuperação  e  restauração  de  áreas 

vazias, abandonadas e subutilizadas, consideradas degradadas.   

A  transformação das áreas degradadas em espaços vegetados visa  transformar um problema em 

oportunidade, uma vez que se observa a urgência, cada vez maior, de intervenção e revitalização 

destas áreas, tanto em países desenvolvidos, como nos emergentes. Trata‐se de áreas disfuncionais 

no  tecido urbano, na maioria das vezes, abandonadas, vazias ou  subutilizadas, mas que, apesar 

disso, muitas possuem grande potencial de  reutilização, e de  ser  reintegrada a cidade. Segundo 

Vargas  (2004),  as  áreas  degradadas  estão  exclusas  dos  planos  de  desenvolvimento  ou 

requalificação da cidade e esse estado de desinteresse  leva a depreciação do valor dos  imóveis e 

das propriedades do  entorno. A  falta de  identidade da  comunidade  com  local  contribui para  o 

abandono e facilita a ocorrência de atividades ilícitas e a criminalidade. 

 As origens das  áreas degradadas  são diversas, desde declínio da  industrialização,  abandono de 

estruturas militares, à mudanças no uso e ocupação do solo ditadas pela especulação  imobiliária 

ou pela simples negligencia do poder público (HERBST, 2001). Para muitas cidades de países em 

desenvolvimento,  como  o  Brasil,  o  problema  atual  das  áreas  degradadas  é  acentuado  por  um 

quadro de  fragilidade socioeconômica, de  forte especulação  imobiliária associada a uma atuação 

pouco  efetiva  do  Poder  Público  junto  ao  planejamento  urbano  e  às  políticas  fundiárias mais 

democráticas, merecendo,  assim, maior  atenção. Um  exemplo  é  a  região Metropolitana  de  São 

Page 28: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

28 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Paulo,  em  especial o ABC  1. Durante  as décadas de 60,  70  e 80 do  século XX,  a  região  abrigou 

milhares de  industriais, principalmente, as de base, porém, a partir da década de 90, assistiu‐se 

um desaquecimento da economia  local provocada em grande parte pela evasão estas  indústrias 

para o  interior de São Paulo e para outras  regiões do país. Tal acontecimento acabou deixando 

cicatrizes profundas de degradação no tecido urbano, caracterizadas pelo abandono e ociosidade 

de diversos locais e de estruturas, sem falar na contaminação do solo e de cursos d’água. Algumas 

áreas chegaram a um estado de degradação ainda maior pelo abandono e descuido da população. 

Portanto,  dentro  do  cenário  das  grandes  cidades  e  metrópoles  brasileiras,  caracterizado,  na 

maioria  das  vezes,  pelos  conflitos  sociais  e  intensa  marginalização  da  população  mais 

desfavorecida,  propostas  de  transformar  áreas  degradadas  em  novas  áreas  verdes  se mostram 

como uma possibilidade  ímpar na diminuição da criminalidade e  tensões sociais. O papel social 

das áreas verdes é extremamente valioso na promoção de melhoria da qualidade de vida,  lazer, 

recreação,  inclusão  e  coesão  social  tantos nas  áreas  centrais  adensadas,  rica  em  infra‐estrutura, 

como na periferia pobre.  

Do ponto de vista ecológico, a população urbana carece de oportunidades de um maior contato 

com as áreas naturais, e a cidade, de abrigar maior da biodiversidade, como corredores ecológicos, 

parques e áreas de conservação, sem falar nos serviços ambientais que as áreas verdes promovem, 

de minimização  de  enchentes,  assoreamento,  erosões,  controle  da  temperatura  e melhoria  da 

qualidade do ar. 

Nesta  pesquisa,  a  proposta  de  transformação  das  áreas  degradadas  em  áreas  verdes  parte  da 

premissa de que estas últimas devam  fazer parte de uma  infra‐estrutura verde urbana,   ou seja, 

cumprir  funções  infra‐estruturais,  componentes  de  uma  paisagem  de  alto  desempenho, 

respondendo às questões ecológicas, de drenagem das águas, de mobilidade, e as questões sociais 

relacionadas ao bem‐estar da comunidade.  

O  estudo de  caso para  aplicação desta nova  estratégia  foi parte da  cidade de  São Bernardo do 

Campo,  na  região  metropolitana  de  São  Paulo,  que  inclusive  vem  sofrendo  um  processo  de 

desindustrialização. As diminutas áreas verdes urbanas acessíveis à comunidade são cada vez mais 

escassas, ao mesmo tempo em que há diversas áreas vazias e abandonadas, muitas em processo de 

regeneração natural, e que são alvos do mercado imobiliário para residências, serviços e comércio. 

                                                      1 ABC é o grupo de cidades da Região Metropolitana de São Paulo, composto por Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano.  

Page 29: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Patricia Mara Sanches  29

 

A partir desta temática, uma série de questões foi lançada: Quais áreas degradadas têm potencial 

para serem convertidas em áreas verdes? Quais são critérios para avaliação deste potencial? Qual o 

caráter vocacional destas futuras áreas verdes: ambiental ou  social? Essas perguntas nortearam o 

desenvolvimento  da  pesquisa  em  busca  de  uma  método  de  planejamento  paisagístico  para 

avaliação do potencial das áreas degradadas existentes de ser recuperadas e convertidas em áreas 

verdes na cidade de São Bernardo do Campo. 

Como objetivos secundários e complementares, buscou‐se: 

‐  Apresentar  os  benefícios  e  desafios  de  se  promover  a  recuperação  e  conversão  de    áreas 

degradadas em áreas verdes na cidade; 

‐  Situar  o  estado  da  arte  da  recuperação  de  áreas  degradadas  urbanas,  e  sua  relação  com  os 

conceitos de infra‐estrutura verde; 

‐ Desenvolver uma ferramenta de avaliação, com base no sistema de informação geográfica (SIG) 

 ‐ Obter como produto final o mapeamento e o grau do potencial das áreas degradadas, de forma a 

direcionar e auxiliar no processo de planejamento ambiental das áreas verdes urbanas. 

A  prática  de  recuperação  ambiental  e  paisagística  de  áreas  degradadas  urbanas  pode  ser  uma 

possibilidade potencial de  expansão  e melhoria da  infra‐estrutura  verde da  cidade,  tornando‐se 

uma  estratégia  a  ser  incorporada  no  planejamento  ambiental  da  cidade  e  servindo  como 

instrumento  inicial  de  tomada  de  decisão  aos  profissionais  envolvidos,  como  planejadores, 

arquitetos urbanistas e paisagistas, gestores ambientais, biólogos, agrônomos, etc.  

A dissertação está estruturada em 5 capítulos: 

O  capítulo  1  trata  da  conceituação  e  origem  das  áreas  degradadas  urbanas,  os  benefícios,  os 

desafios e as políticas públicas de recuperação e conversão em áreas verdes, bem como, uma série 

de  projetos  e  experiências  práticas  no  mundo  todo,  como  forma  de  exemplificar  as  diversas 

possibilidades de atuações e idéias de revitalização.  

O Capítulo 2 aborda, através de estudos de referência, uma visão mais  integrada e estratégica da 

recuperação  de  áreas  degradadas  urbanas.  Foram  visitadas  as  cidades  de  Los  Angeles‐EUA, 

Toronto‐Canadá  e Glasgow‐ Escócia,  cujos planos  e projetos de  recuperação  e de  conversão de 

áreas degradadas em espaços vegetados  se destacam pelo  fato de aplicar os princípios da  infra‐

estrutura  verde.  Nas  visitas  técnicas  foram  colhidas  informações  e  realizada  entrevistas  com 

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30 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

técnicos e coordenadores dos projetos, de  forma a enriquecer o  trabalho e oferecer  subsídio ao 

estudo de caso. 

O capítulo 3 descreve todas as etapas envolvidas na elaboração da proposta de uma ferramenta de 

avaliação de áreas degradadas  com  relação ao potencial de  conversão em  áreas verdes urbanas, 

bem  como  a  descrição  e  análise  de  referências metodológicas  que  foram  imprescindíveis neste 

processo. 

O  capítulo  4  apresenta  o  estudo  de  caso,  a  cidade  de  São  Bernardo,  traçando  um  diagnóstico 

socioeconômico e ambiental da cidade, visando, assim, um melhor entendimento de sua dinâmica, 

bem  como  o  estado  atual  das  áreas  degradadas,  das  áreas  verdes  existentes  e  dos  problemas 

correlacionados.  Dessa  forma  foi  possível  identificar  demandas,  oportunidade  e  estabelecer 

diretrizes adequadas à realidade local. 

O  capítulo  5  apresenta  os  resultados  da  avaliação  do  potencial  das  áreas  degradadas  em  São 

Bernardo  do  Campo,  bem  como  seu  potencial  vocacional,  dentre  os  diversos  tipos  de  usos 

destinados  as  áreas  verdes.   Os  resultados  foram  apresentados  em  forma  de  tabela,  gráfico  e 

mapas. 

Nas considerações finais são retomados aspectos centrais da pesquisa, ressaltando a finalidade da 

metodologia e o caminho para  sua aplicação prática no planejamento urbano‐ambiental de São 

Bernardo do Campo. Também  são apontada as principais ações para o  sucesso da conversão de 

áreas degradadas em áreas verdes, como parte de uma infra‐estrutura verde para a cidade. 

Page 31: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

 

 

                

Capitulo 1. De áreas degradadas

urbanas a paisagens revitalizadas

 

Page 32: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

32 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

 

Page 33: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 1 De áreas degradadas urbanas a paisagens revitalizadas 

 

Patricia Mara Sanches  33

 

1.1 CONCEITO DE DEGRADAÇÃO

O conceito degradação é muito amplo e genérico, variando e dando margem à subjetividade de 

acordo com o contexto e o ramo profissional. Dessa forma, a definição de áreas degradadas em um 

ambiente natural pode  ser diferente daquela presente  em um  ambiente urbano,  assim  como,  a 

degradação sob a ótica de um planejador urbano ou arquiteto pode ser distinta de um engenheiro 

ambiental ou de um biólogo.  

No contexto do ambiente natural, o  termo degradação está muito  relacionado a perturbações e 

distúrbios  do  ecossistema.  Há  diversas  fontes  que  trazem  definições  convergentes,  que  se 

complementam ou expõe a mesma idéia. Segundo o Guia de Recuperação de Áreas Degradadas da 

SABESP  (2003),  degradação  são  “as  modificações  impostas  pela  sociedade  aos  ecossistemas 

naturais, alterando as suas características físicas, químicas e biológicas, e comprometendo, assim, 

a  qualidade  de  vida  dos  seres  humanos”.   Willian,  Bugin  e  Reis2  (1990  apud  Rondino,  2005), 

definem que “a degradação de uma área ocorre quando a camada de vegetação nativa e a  fauna 

forem  destruídas,  removidas  ou  expulsas;  a  camada  fértil  do  solo  for  perdida,  removida  ou 

enterrada; e a qualidade e regime da vazão do sistema hídrico  forem alterados”.  Já o Manual de 

Gerenciamento de áreas contaminadas da CETESB (2009) define de  forma bem simplificada que 

áreas  degradadas  são  áreas  onde  ocorrem  processos  de  alteração  das  propriedades  físicas  e/ou 

químicas de um ou mais compartimentos do meio ambiente.  

No  contexto urbano, há  poucas  referências  literárias  quanto  à  definição  do  termo. Bitar  (1997) 

defende que nas  cidades,  onde há muitas  variáveis  socioeconômicas  e  ambientais,  e  interações 

complexas, a degradação “está geralmente associada à perda da função urbana do uso do solo (...)”.  

Como  o  foco  desta  pesquisa  é  o  ambiente  urbano,  as  áreas  degradadas  abordadas  aqui  são 

entendidas  como  espaços  vazios,  abandonados  e  subutilizados,  que  perderam  sua  função 

qualitativa do ponto de vista econômico, ambiental ou social.  Em termos econômicos, são locais 

desvalorizados  e  exclusos  de  investimentos.  Sob  o  aspecto  social,  são  áreas mais  vulneráveis  a 

atividades marginais e ilícitas, favorecendo a violência e o crime, vulneráveis a ocupação irregular, 

e  geralmente  se  verifica  a  ausência  de  identidade  da  comunidade  com  o  local.  Em  termos 

ambientais, suas características  físicas, químicas e os processos ecológicos estão comprometidos, 

                                                      2 WILLIAN D.D.; BUGIN, A.; REIS, J.L.B.(coord.) Manual de recuperação de áreas degradadas pela mineração: técnicas de revegetação Brasilia: IBAMA, 1990, 96 p. 

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34 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

seja pela ausência da  flora e  fauna  local; pela poluição em geral e contaminação, e pela erosão, 

lixiviação e assoreamento.  

Na  literatura  há  diversos  autores  (STARKE,1999;  ZUCCHI  &  FLISSE,1993  apud  HERBST,  2001; 

PAGANO & BOWMAN, 2004) que classificaram as áreas degradadas urbanas de acordo com suas 

origens e situação atual,  podendo associá‐las a uma ou mais categorias abaixo: 

Lotes  vazios, que  estão  ou  estavam destinados ou preparados para  a  construção de  alguma 

edificação que não ocorreu ainda; 

Parcelas especulativas: podem estar  localizadas em áreas de baixo valor ou áreas transitórias, 

mantidas desocupadas na espera de um aumento no valor da terra; 

Terrenos vazios provenientes de demolição de edificações; 

Terrenos com estruturas industriais abandonadas ou construções em geral; 

Estrutura ferroviária abandonadas, incluindo trilhos entre edifícios, estações e linhas não mais 

utilizadas; 

Estruturas militares abandonadas, como quartéis, centros de treinamento e transporte. 

Terras  que  antes  abrigavam  agricultura  ou  horticultura,  bem  como  instalações  e  edifícios 

relacionados ao uso; 

Áreas danificadas, contaminadas ou com risco de contaminação; 

Áreas  com  limitações  físicas:  em  locais  impossibilitados  de  construção  devido  à  alta 

declividade, área de drenagem ou outras limitações físicas; 

Áreas remanescentes: áreas pequenas e formas irregulares. 

 

As figuras a seguir mostram os principais e mais comuns exemplos de áreas degradadas, tais como, 

locais abandonados, onde abrigam antigas instalações industriais (Figura 1) e portuárias (Figura 2), 

bases militares, áreas de mineração (Figura 3) e aterros sanitários desativados; áreas com trechos 

de infra‐estrutura desativada, como linhas ferroviárias, viadutos, ou subutilizada, como passagens 

de dutos ou linhas de alta tensão (Figura 4 e Figura 5); áreas vazias e residuais, decorrentes de um 

processo  de  urbanização mal  planejado  ou mal  gerido  (Figura  6  e  Figura  7);  ou  ainda  áreas 

ambientalmente sensíveis e vulneráveis que se encontram degradadas, como margens de córrego, 

nascentes, várzeas e encostas3 (Figura 8 e Figura 9).  

                                                      3 Conhecidas também como Áreas de Proteção Permanente (APP), segundo o Código Florestal Brasileiro (Lei Federal nº 4771 de 1965). 

Page 35: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

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  2.  Exemplo  devadas e abandona 3. Pedreira desa local. Fonte: http

 4. Exemplo de  Fonte: Archimed 5.Terreno subut

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Page 36: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

36 De área

 

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Page 37: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 1 De áreas degradadas urbanas a paisagens revitalizadas 

 

Patricia Mara Sanches  37

 

conceito  que  transmite  mais  a  idéia  de  uma  extensa  área  abandonada,  sem  necessariamente 

vincular com a questão da contaminação. Na França, essa idéia de decadência em regiões com um 

passado industrial se traduz na definição de friches industrialles e na Espanha, baldios industriales 

y urbanos e vaciado industrial.  

Este  trabalho  compartilha  da  idéia  defendida  pelos  europeus,  na medida  em  que  considera  os 

brownfields como mais um  integrante do grupo de áreas degradadas aqui analisadas, ressaltando 

que  nem  todas  áreas  degradadas  são  um  brownfield,  ou  seja,  não  deve  estar  necessariamente 

contaminada. 

Vale lembrar que ainda que brownfields e derelict land (áreas abandonadas), terminologias muito 

citadas  na  literatura  internacional  (PAGANO  e  BOWMAN,  2004;  SCOTTISH  VACANT  AND 

DERELICT LAND SURVEY, 2008) são distintas do termo vacant land (áreas vazias). Os primeiros 

são  locais  que  necessitam  de  reabilitação  ou  remediação  para  serem  reutilizadas  e  geralmente 

apresentam  estruturas  e  ruínas  das  antigas  atividades.  Já  as  áreas  vazias  não  necessitam  de 

requalificação ou remediação, sendo viáveis a ocupação ou utilização. Porém, todas fazem parte do 

conceito de áreas degradadas definidas nesta pesquisa. 

É importante também distinguir as áreas degradadas, com caráter de abandono e subutilização, de 

áreas degradadas em virtude de intensa ocupação irregular. Esta última remonta ao problema do 

alto  preço  do  solo  urbano  impulsionado  pela mais  livre  ação  do mercado  imobiliário  – mais 

conhecida como especulação imobiliária – sem qualquer controle ou diretriz do poder público. Em 

face da supervalorização das terras urbanas mais centrais, a alternativa viável de moradia para a 

população mais pobre são terras mais acessíveis economicamente. Estas se localizam na periferia, 

sem qualquer infra‐estrutura, estimulando, assim o desmatamento e o crescimento horizontal da 

cidade ou em  terras  “que não estão à venda”, geralmente pertencentes ao poder público, e que 

devem  ser  preservadas  permanentemente4  por  serem  áreas  frágeis.  A  ocupação  humana 

inadequada nessas áreas  implica em risco de vida a população e danos ambientais, como erosão, 

assoreamento de  rios,  supressão da mata ciliar, poluição ambiental, alteração do curso d’água e 

canalizações de rios, inundações.  

                                                      4  Ao longo de cursos d’águas e nascentes, várzeas e alagados, em áreas de acentuada declividade ou em topos de morro. 

Page 38: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

38 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

O foco desta pesquisa, no entanto, não está relacionado a este tipo de degradação, mas sim áreas 

vazias, abandonadas e subutilizadas, que não estão envoltas por conflitos sociais e que por  isso, 

possui um potencial de intervenção e transformação mais imediato. 

1.2 PROCESSO DE DEGRADAÇÃO URBANA

1.2.1 Causas da Degradação

Devido à heterogeneidade de tipos de áreas degradadas que este trabalho aborda, suas respectivas 

causas têm diversas origens. Contudo, pode‐se dizer que todas estão intimamente relacionadas aos 

processos e às dinâmicas econômicas e sociais da cidade, aos problemas ambientais e à ausência 

de planejamento ou ineficiência da gestão urbana.  

Observa‐se que nos países desenvolvidos há uma grande quantidade de áreas degradadas oriundas 

de  antigas  atividades  industriais,  galpões  de  armazenagem  ou  de  infra‐estrutura  de  transporte 

(linhas  ferroviárias),  que  agora  se  encontram  abandonadas  ou  subutilizadas.  Tal  fenômeno  de 

degradação  está  ligado  a  mudanças  de  ciclos  econômicos,  mais  especificamente,  a 

desindustrialização. Este processo também é muito comum nos grandes centros urbanos de países 

em desenvolvimento que passaram por um processo de industrialização um pouco mais tardio. 

Sanchez  (2001) explica que o processo de globalização e o  liberalismo alteraram  radicalmente o 

mercado de produtos industriais, levando a um cenário de reorganização das empresas, incluindo 

a modernização  e  sua  realocação,  ou  a  um  cenário  de  obsolescência,  seguido  pela  desativação 

destas.  Assim,  identificam‐se  dois  fenômenos  inerentes  ao  processo  de  desindustrialização:  a 

transferência, isto é, a realocação já mencionada acima e a mortalidade, no sentido de desativação. 

Seja pela obsolescência ou realocação, a questão principal é o que fazer com os sítios abandonados 

de antigas instalações industriais, que muitas vezes se encontram contaminados. 

Outros  fatores  podem  ser  somados  a  razão  do  declínio  e  fechamento  de  setores  industriais. A 

legislação  ambiental,  cada  vez  mais  rigorosa  e  restritiva  com  relação  à  emissão  de  dejetos, 

poluentes  e  ruído;  os problemas de  tráfego; necessidade de  espaço  físico para  expansão;  o  alto 

custo da terra urbana em regiões mais centralizadas; taxas e  impostos altos; e a pressão popular 

contra a operação destas atividades próximas a áreas comerciais e residenciais são componentes 

importantes  que  também  estimulam  a  saída  das  indústrias  dos  grandes  centros  urbanos 

(SANCHEZ 2001).  

Page 39: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 1 De áreas degradadas urbanas a paisagens revitalizadas 

 

Patricia Mara Sanches  39

 

A  Região  Metropolitana  de  São  Paulo  é  um  exemplo  claro  de  que  estes  fatores  foram 

determinantes  para  a  desativação  ou  realocação  de  várias  indústrias  das  áreas  centrais  (antigo 

bairros  industriais,  como Mooca,  Brás,  Barra  Funda,  Água  Branca)  para  as  periferias  (parques 

industriais nas  cidades  ao  redor de  São Paulo,  como  São Caetano,  Santo Andre,  São Bernardo, 

Suzano, Mauá) durante a primeira metade do século XX. Mais tarde, na década de 90 e início do 

século  XXI,  o  movimento  era  a  saída  da  região  metropolitana  rumo  ao  interior  paulista 

(interiorização do crescimento econômico paulista) ou a outros estados do Brasil. Tem‐se como 

resultado inúmeros terrenos abandonados com galpões e ruínas de edifícios, muitas vezes junto a 

estradas ferroviárias obsoletas ou subutilizadas.  

O  surgimento  de  áreas  degradadas  por mineração  também  é  uma  situação  comum  nas  áreas 

urbanas. As minas, antes localizadas nas bordas da cidade ou nas zonas rurais, com o crescimento 

horizontal da cidade, acabaram incorporadas no tecido urbano. Segundo Sanchez (2001), além da 

exaustão econômica e física das reservas de minério e tecnologia limitada, os aspectos ambientais 

e aqueles  relacionados à comunidade do entorno podem contribuir para a desativação da mina. 

“As pedreiras  são  casos  típicos dessa  situação,  em que mesmo diante da  existência de  reservas 

economicamente  lavráveis, muitas  tiveram de encerrar  suas atividades em virtude dos  impactos 

ambientais serem julgados inaceitáveis”. 

Os  aterros  desativados,  também  considerados  como  áreas  degradadas,  têm, muitas  vezes,  sua 

origem  relacionada  ao  encerramento  de  uma  atividade mineradora,  na medida  em  que  há  a 

necessidade do preenchimento da cava que restou decorrente da extração.  

Existem  também  as  áreas  residuais,  ou  seja,  remanescentes  de  terra,  áreas  “que  sobraram”  na 

malha  urbana,  que  não  foram  ocupadas,  se  encontram  abandonadas  e  em  más  condições. 

Geralmente,  estes  sítios  vazios  pertencem  ao  Estado  e  são  remanescentes  da  criação  de 

loteamentos  ou  de  grandes  obras  de  infra‐estrutura  que  ao  final  da  construção  não  são 

reaproveitadas. Muitos terrenos são tão irregulares e pequenos que parece difícil sua reutilização. 

1.2.2 Panorama Atual e Problemática das Áreas Degradadas

Pesquisas  e  levantamentos  feitos  por  órgãos  públicos  em  cidades,  regiões  ou  países  acerca  da 

quantidade de áreas degradadas urbanas existentes  revelam números  impressionantes. Em uma 

pesquisa envolvendo 70 cidades norte‐americanas com mais de 50.000 habitantes, estimou‐se que 

Page 40: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

40 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

há  em  média,  um  sexto  (15,4%)  de  áreas  degradadas,  variando  de  espaços  abertos  a  locais 

abandonados e contaminados. (PAGANO, M. A.; BOWMAN, A. O’M, 2004). 

Na  Grã‐Bretanha,  como  em  outras  sociedades  pós‐industriais,  um  intenso  processo  de 

desindustrialização, intensificado pela crise econômica durante os anos 80 do século XX, levou ao 

surgimento de  inúmeras áreas abandonadas. Um  levantamento oficial, no final da década de 80, 

feito pelo Departamento de Meio Ambiente, cadastrou 37.150 hectares de terrenos desocupados e 

45.683 hectares de  terrenos  abandonados,  sendo que um  terço deste último  está  relacionado  a 

desativação de indústrias e zonas portuárias, e mais da metade do total destas áreas afetadas são 

decorrentes de atividades de mineração (KIVELL5, 1992  apud SANCHEZ, 2001). Só na Inglaterra e 

no País de Gales, há quase  10.000 minas de  carvão  abandonadas  (NRA6,  1994  apud  SANCHEZ, 

2001). 

Na Escócia realiza‐se levantamentos anuais de áreas abandonadas e vazias7 existentes com relação 

à  quantidade,  área  e  tipo  de  degradação  (Scottish  Vacant  and  Derelict  Land  Survey)8.  As 

estatísticas  do  ano  de  2008  registraram  3.903  áreas,  representando  11%  do  território  (10.832 

hectares). Do total de áreas abandonadas, 50% são decorrentes de antigas atividades industriais ou 

de mineração,  e  do  total  de  áreas  vazias,  29%  abrigavam  atividades  de  agricultura  e  10%  de 

indústria. 

No âmbito brasileiro, próximo a cidade de São Paulo, na região da bacia do Guarapiranga,  foram 

levantadas  112 minas  abandonadas  e  inativas  (IPT,  1996  apud  SANCHEZ,  2001).  Entretanto,  as 

estatísticas e as pesquisas feitas no país por órgãos públicos a respeito da situação atual das áreas 

degradadas são escassas, sendo necessários maiores esforços e investimentos nesta direção, como 

um primeiro passo para o conhecimento real da situação. 

A  presença  de  áreas  abandonadas  urbanas  traz  inúmeros  problemas,  tais  como,  depreciação 

econômica do imóvel e do entorno imediato, bem como depreciação da paisagem, maior facilidade 

à ocupação e às atividades  ilegais, desarticulação e fragmentação do tecido urbano (dependendo 

do  tamanho  da  área),  além  da  possibilidade  de  riscos  ambientais  a  comunidade  devido  à 

                                                      5 KIVELL, P.T. “Les friches et le decline industriel dans les villes britanniques”. Revue Belge de Geographie, 116p. 1992. 6 NRA (National Rivers Authority). Abandoned Mines and the Water Environment. Water Quality Series n. 14. London, 1994, 46 p. 

7 Segundo a pesquisa, áreas abandonadas (derelict land) foram danificadas por usos anteriores e que necessitam ser reabilitadas ou remediadas para receber um novo uso. Já as áreas vazias (vacant land) estão inutilizadas e e não necessitam ser reabilitadas para se estabelecer um novo uso.  

8 SCOTTISH VACANT AND DERELICT LAND SURVEY. Statiscal Bulletin. Planning Series.Scotland, 34p. 2009. 

Page 41: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 1 De áreas degradadas urbanas a paisagens revitalizadas 

 

Patricia Mara Sanches  41

 

contaminação  do  solo  e  da  água.  Devido  à  supressão  da  vegetação  e,  em  alguns  casos,  à 

impermeabilização  do  solo,  tais  áreas  contribuem  ao  desequilíbrio  ambiental    na  cidade 

resultando no  agravamento das  enchentes, da poluição das  águas  e deslizamentos  (GÜNTHER, 

2006 e SANCHEZ, 2001).  

Sanchez  (2001)  aponta  a  urgência  em  tomar  medidas  preventivas,  a  longo  prazo,  para  o 

enfrentamento  deste  problema,  principalmente  áreas  degradadas  decorrentes  de  instalações 

construídas  pelo  homem,  tais  como,  antigas  instalações  industriais,  minas,  infra‐estrutura  de 

transportes e barragem e usinas hidrelétricas desativadas:  

 “Seja devido à marcha da Historia, à política econômica de um país ou por prosaicas razões de má  gestão  empresarial,  o  fato  é  que  investimentos  industriais  deixam  de  ser  rentáveis, empresas perdem a competitividade, produtos perdem mercado, minas  fecham, caminhões e automóveis  substituem os  trens, um porto  torna‐se pequeno demais para novos navios  e  as barragens  tornam‐se  obsoletas. O  que  fazer  com  essas  obras  e  instalações  [..]?  [..] Virar  as costas    e  ir  embora  já  não  é  possível,  o  abandono  é  ambientalmente  perigoso,  socialmente injusto,  e  economicamente,  pode  representar  um  desperdício  de  recursos.[...]  para  não degradar,  não  se  pode  desfazer,  desmanchar,  desmontar,  demolir  de  forma  aleatória.  [...]  É preciso desativar, de forma ordenada, metódica, cuidadosa.” 

 

1.3 REDESENVOLVIMENTO DE ÁREAS DEGRADADAS URBANAS

Nas últimas décadas, autoridades do mundo todo vêm percebendo a urgência em buscar soluções 

para as áreas degradadas, bem como, o grande potencial de reutilização que a maioria destes sítios 

urbanos  possui,  uma  vez  que  muitas  estão  localizadas  em  regiões  centrais,  ricas  em  infra‐

estrutura.  

A  revitalização  de  uma  área  degradada  pode  ser, muitas  vezes,  uma  forma  de  fomento  de  um 

planejamento mais  sustentável para  as  cidades  (SOUZA,  2003),  e principalmente de  atração de 

empregos, novos negócios no entorno e de aumento na arrecadação de  impostos pela prefeitura, 

além de melhorar a qualidade ambiental do local (GÜNTHER, 2006 e SANCHEZ, 2001).  

A prática da requalificação e reutilização destes espaços está principalmente voltada a implantação 

de estabelecimentos comerciais, de serviços e residências, devido a alta demanda de terrenos para 

este tipo empreendimentos e também porque os mesmos são vistos como os mais lucrativos tanto 

para a esfera pública como para a privada. Um exemplo disso é a pesquisa do departamento de 

planejamento  escocês  sobre  as  áreas  vazias  e  abandonadas  (Scottish Vacant  and Derelict  Land 

Survey), no qual se verificou que 24% do redesenvolvimento de áreas abandonadas (incluso áreas 

contaminadas)  são destinadas para uso  industrial e  18% para  fim  residencial. Para áreas apenas 

Page 42: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

42 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

desocupadas  (vazias),  o  uso  final  predominante  é  residencial,  representando  38%  da  área,  33% 

para indústria, 9% para negócios e escritórios.  

No âmbito brasileiro, o  levantamento de Silva (2002) sobre o uso atual de  imóveis ao  longo dos 

eixos  ferroviários  de  São Paulo  (em  antigas  áreas  de  industrialização)  identificou  que  54% não 

apresentavam mais o mesmo uso, sendo 21,3% destinados ao uso comercial, serviços, institucional 

e  residencial,  e  13,6%  a  outro  tipo  de  uso  industrial.  Porém,  quase  14%  ainda  se  encontravam 

desativadas e vazias. Ou seja, apesar das vantagens de empreendimentos nestas áreas, encontra‐se 

ainda muita resistência e dificuldades. 

Em  geral,  os  obstáculos  estão  relacionados  ao  alto  custo de descontaminação  ou demolição de 

edificações  existentes, que pode  acarretar  em um montante  superior  ao próprio  valor da  terra. 

Outro  fator é ausência de demanda do mercado  interno para o redesenvolvimento da região, ou 

seja,  não  é  um  local  atraente  para  investidores.  A  dificuldade  de  aquisição  de  novas  áreas  de 

propriedade  privada  é  também  considerada  um  entrave,  uma  vez  que  nem  sempre  uma  área 

degradada pertence a um único dono e pode haver divergência de  interesses sobre o destino da 

mesma.  As  limitações  governamentais  quanto  a  continuidade  de  projetos,  quando  ocorre 

mudanças  de mandato  no  governo,  também  dificulta  a  concretização  dos  projetos  e  reduz  a 

credibilidade  dos  investidores.  E  por  fim,  também  pode‐se  levantar  os  atrasos  nos  projetos  e 

execução por  falta de recursos  financeiros e ofertas em outros  locais para  implantação de novos 

empreendimentos, que podem ser menos onerosos e não apresentam o risco de contaminação (DE 

SOUSA, 2000; HERBST,2001 e WHITBREAD, MAYNE, WICKENS, 19919 apud HERBST,2001). 

Nos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, os problemas socioeconômicos urbanos e a 

falta de recursos e investimento na recuperação e revitalização de tais áreas contribuem para uma 

situação de degradação ainda mais latente. 

Enquanto há uma demanda tímida em nosso país com relação a recuperação e requalificação de 

áreas  degradadas,  no  exterior  isso  já  é  uma  realidade,  graças  a  inúmeras  pesquisas,  políticas 

públicas e um mercado mais receptivo. Esforços têm sido feito, principalmente pelo poder público 

em vários países, como, financiamentos de diversos programas que pretendem diminuir os custos 

e os riscos associado às áreas degradadas (SOUSA, 2003), tornando‐as mais atrativas.  

                                                      9 WHITBREAD, MAYNE, WICKENS. Tackling Vacant Land. Inner cities research programme. Arup Economic Consultants.HMSO. Bernan Press, 1991. 

Page 43: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 1 De áreas degradadas urbanas a paisagens revitalizadas 

 

Patricia Mara Sanches  43

 

Observa‐se  um  incentivo  mais  forte  na  recuperação  de  locais  que  abrigaram  instalações 

industriais,  portos  ou  áreas  de  mineração,  devido  ao  grande  número,  aos  problemas  de 

contaminação e ao risco a saúde das comunidades que vivem no entorno. Evans (2004) afirma que 

os países desenvolvidos, pelo menos, já se tornaram conscientes que há uma quantidade limitada 

de terra e que esta deve ser conservada como um recurso escasso. E complementa: “Simplesmente 

abandonar um local não mais parece ser aceito”. 

Nos EUA, Canadá e Europa, a criação de agências públicas, instituições mistas e parcerias publica‐

privadas viabilizaram o estabelecimento de políticas públicas, programas e ações para lidar, com o 

problema das áreas degradadas, principalmente, contaminadas.  

Ramalho  Vasques  (2006)  comenta  que  nos  EUA,  a  agência  mais  engajada  em  programas  de 

redesenvolvimento  de  brownfields  é  a  EPA‐US  ‐ Environmental  Protection Agency  (Agência  de 

Proteção Ambiental Americana), que possui programas de incentivo e financiamento para todo o 

país em áreas contaminadas ou potencialmente contaminadas. A autora ressalta que além da EPA, 

há  neste  país  outras  iniciativas  com  o  objetivo  de  estudar  e  redesenvolver  brownfields,  como 

ROBIN  (Regional  on  line  Brownfields  Information)  The  Brownfields  non‐profits  Network, 

Brownfields  Land Recycling  Program,  IBE  (International Brownfields  Exchange),  Brownfields  for 

Global Learners, University of Pittisburg Brownfields Land Recycling  Program, entre outros.  

Na Europa, tem‐se a atuação de organizações, como Cabernert10 (Concerted Action for Brownfield 

and  Economics Regeneration Network),  rede multidisciplinar  que  busca  soluções  práticas  para 

brownfields urbanos; CLARINET (Contaminated Land Rehabilitation Network  for Environmental 

Technologies);  RESCUE  (Regeneration  of  European  Sites  in  Cities  and Urban  Environmental); 

NICOLE  (Network  for  Industrially Contaminated Land  in Europe) e NBSP (National Brownfields 

Sites Project). 

No Brasil, o tema ainda é pouco explorado. O Estado de São Paulo é a região mais atuante quanto 

ao problema de áreas degradadas  contaminadas, destacando o programa de  cooperação  técnica 

entre a CETESB e a GTZ11, que resultou na capacitação técnica da equipe da CETESB; na criação do 

Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas12.  

                                                      10 Coordenada pela Universidade de Nottingham em associação com a Agência Ambiental Alemã (UBA – Umwelbundesamt). Endereço eletrônico: < www.cabernet.org.uk > . 

11 GTZ (Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit) é uma entidade do Governo Alemão voltada para cooperação técnica para o desenvolvimento. 

12 CETESB. Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas. São Paulo: CETESB/GTZ, 2001. 2ª edição. 

Page 44: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

44 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Apesar de todas as  iniciativas voltadas a recuperação de áreas degradadas, o foco dos programas 

mencionados tem sido predominantemente áreas degradadas por contaminação, assim como, as 

pesquisas atuais estão voltadas a avaliação e técnicas de remediação, devido ao risco inerente que 

estas áreas apresentam à saúde da população ou ao meio ambiente. São raros os estudos e políticas 

públicas  que  atuem  na  problemática  das  áreas  degradadas,  em  seu  sentido  mais  amplo, 

abrangendo diversos tipos de degradação, de uma forma sistêmica e estratégica para toda a cidade. 

O  que  se  observa,  em  sua maioria,  são  intervenções  pontuais  ou  no máximo  revitalização  de 

quadras ou bairros degradados. 

Como  já  foi dito anteriormente, o redesenvolvimento destas áreas está voltado para novos usos, 

como comercial, de serviço e residencial. As áreas verdes, como destino final, para lazer, recreação 

ou  proteção  ambiental,  são  minorias,  pois  há  pouco  conhecimento  e  entendimento  do  alto 

potencial que as áreas degradadas possuem em termos ecológicos, sociais e econômicos (SOUSA, 

2004;  SOUSA,  2006).  Faltam  pesquisas  que  forneçam  embasamento  para  os  reais  benefícios  e 

desvincule com idéias pré‐concebidas e equivocadas. 

1.4 A CONVERSÃO DE ÁREAS DEGRADADAS EM ÁREAS VERDES

Existem diversas definições na  literatura definir o termo “áreas verdes urbanas”. Segundo Scifoni 

(1994), a ausência de conceituação rígida e a conseqüente diversidade de significados atribuídos, 

acabam muitas vezes contribuindo para a manipulação e distorção de dados.  

A  presente  pesquisa  segue  o  conceito  de  área  verde  urbana  defendido  por  Lima  et  al  (1990), 

Groening (1976)13 apud Cavalheiro (1992), Richter (1981)14 apud Cavalheiro et al(1999) e Cavalheiro 

et al (1999), definindo que áreas verde urbanas devem ter essencialmente um caráter público e 

desempenhar  funções  ecológicas,  ambientais  e  de  lazer. Ou  seja,  as  áreas  verdes  urbanas  aqui 

citadas  incluem praças,  jardins públicos, parques, parque  lineares, não englobando outras áreas 

verdes que não  tenham a  funções ecológicas ou  infra‐estrutura para  receber a população, como 

canteiros viários, rotatórias, áreas vegetadas em propriedade privada ou fragmentos de mata não 

acessíveis a comunidade, etc. 

                                                      13 GROENING, G. Zur problemorientierten Sortierung von Freiraumen. Gartenamt, 24 (10):601‐607, 1976. 

14 RICHER,G. Handbuch Stadtgruen. Landschaftsarchitektur im stadtischen Freiraum, Munique BVL, 1981. 

Page 45: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

1.4.1

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Page 46: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

46 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Figura  10.  Mapa  da  Região  Metropolitana  de  São  Paulo  e  as  manchas,  em  amarelo,  de  desmatamento  (1991‐2000).Fonte:  Atlas Ambiental do Município de São Paulo, 2004. 

 Em escala regional, a ausência de áreas verdes pode causar desequilíbrios nos ciclos e processos 

naturais,  resultando  em mudanças  de  temperatura  e  alteração  no  regime  de  chuvas  (períodos 

prolongados de seca ou chuvas intensas). Já na escala urbana, a supressão das áreas verdes urbanas 

não afeta apenas a qualidade de vida da população em termos de lazer e recreação, mas também 

contribui para as inundações, aquecimento do microclima urbano, intensificando o efeito‐estufa, e 

erosão de encostas, colocando em risco a vida dos habitantes destes locais.  

Pequenas  áreas  verdes  implantadas,  principalmente  em  ambientes  densamente  urbanizados 

podem  trazer  resultados muito  positivos  para  cidade  até mesmo  em  curto  prazo.  A  literatura 

acerca  dos  benefícios  das  áreas  verdes  é  extremamente  vasta  e  confirma  fatos  cada  vez mais 

evidentes,  tanto no âmbito  socioeconômico, como no ambiental.   Os estudos existentes  são  tão 

ricos e abrangentes que poderíamos nos delongar um capítulo a respeito do tema, mas como este 

não é o escopo do trabalho, restringe‐se aqui a apenas mencionar brevemente o assunto. 

Um dos aspectos dos espaços vegetados são os serviços ambientais prestados à cidade, garantindo 

o equilíbrio dos  sistemas naturais, como por exemplo, a estabilização de encostas,  controle das 

enchentes,  recarga  do  lençol  freático,  controle  da  poluição  do  ar  e  das  águas,  melhoria  do 

microclima, entre outros. Em termos ecológicos, a vegetação nativa pode promover a manutenção 

ou aumento da biodiversidade e diminuição de  riscos de espécies em extinção  (LERNER,  1999). 

Henke‐oliveira  (2001)  apresenta  grande  parte  dos  serviços  ambientais  organizados    na Tabela  1 

com suas implicações ecológicas e sociais. 

Há ampla literatura e pesquisas que evidenciam que a população urbana precisa de contato com a 

natureza.  Alguns  chegam  a  ser  matemáticos  em  suas  argumentações,  como  Johnston16  (apud 

HERBST,2001) que menciona que áreas verdes devem estar em uma distância de 5 a 10 minutos a 

pé de suas casas. Chaddad (2000) em seus estudos vê uma clara correlação entre quantidade de 

áreas vegetadas de uma cidade e qualidade de vida que esta oferece aos seus habitantes, como a 

promoção  do  bem  estar,  de  práticas  esportivas, maior  socialização  e  estímulo  a  identidade  da 

comunidade  com  o  local,  exercendo  assim  um  “papel  de  agente  catalisador  e  motivador  de 

congregação comunitária”. Mais do que nunca, hoje elas compõe o rol de indicadores e parâmetros 

de avaliação da qualidade de vida de uma cidade.  

                                                         16 JOHNSTON, J. Nature areas for city people. Ecology Handbook n.14 London Ecology Unit. 1990. 

Page 47: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 1 De áreas degradadas urbanas a paisagens revitalizadas 

 

Patricia Mara Sanches  47

 

Tabela 1. Serviços ambientais das áreas verdes de acordo com Henke‐oliveira (2001).  

Funções Implicações Ecológicas Implicações Sociais

Interceptação, absorção e reflexão de radiação luminosa

Fotossíntese, Produção Primária Líquida Fluxo de energia

Manutenção do equilíbrio dos ciclos biogeoquímicos

Manutenção das altas taxas de evapotranspiração

Manutenção do micro clima Manutenção da fauna

Conforto térmico Conforto lumínico Conforto sonoro

Manutenção da biomassa com possibilidade de integração da

comunidade local

Biofiltração Eliminação de materiais tóxicos particulados e gasosos e sua

incorporação nos ciclos biogeoquímicos

Melhoria na qualidade do ar da água de escoamento superficial

Contenção do processo erosivo

Economia de nutrientes e solos Favorecimento do processo sucessional

Prevenção de deslizamentos, voçorocas, ravinamento e perda de

solos Preservação dos recursos hídricos para

abastecimento e recreação

Infiltração de água pluvial Redução do escoamento superficial Recarga de aquífero

Diminuição na amplitude das hidrógrafas

Prevenção de inundações

Movimentos de massas de ar Manutenção do clima Conforto térmico e difusão de gases tóxicos e material particulado do ar

Fluxo de organismos entre fragmentos rurais e o meio

urbano

Manutenção da diversidade genética Aumento na riqueza da flora e da fauna Realce na biofilia

Atenuação sonora Aspectos etológicos da fauna Conforto acústico

 

As  áreas  verdes  também  podem  valorizar  economicamente  imóveis  próximos,  aumentando  seu 

valor  de  venda  ou  atraindo  novos  investimentos,  que  se  utilizam  dos  espaços  verdes  como 

estratégia  de  negócio.  Crompton  (1997)  comprovou  que  proprietários  de  pequenas  empresas 

classificaram parques e áreas  livres como um dos critérios mais  importantes na seleção de  locais 

para  investimento  de  negócios.  Outro  estudo  em  Salem,  Oregon  descobriu  que  terrenos 

adjacentes a cinturões verdes valiam $1.200,00 a mais por acre do que terrenos com mais de 300 

metros de distância (IEDC, 2001). 

A criação de novos parques e espaços livres vegetados pode estimular direta e indiretamente novos 

negócios voltados ao  lazer e atividades afins, como alimentação, aluguel de bicicletas, venda de 

equipamentos de  lazer e esporte, etc., promovendo o aumento de empregos  locais e arrecadação 

de  impostos  (NY/NJ BAYKEEPER  , 2006; LENER,  1999); sem contar com os ganhos  indiretos na 

redução dos gastos com  saúde  física e mental da população, ou obras onerosas de  retenção das 

Page 48: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

48 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

águas  pluviais,  como  as  bacias  de  retenção,  conhecidas  no  Brasil    como  piscinão  (HARNIK  & 

WELLE, 2003). 

1.4.2 Benefícios da Conversão de Áreas degradadas em áreas verdes

Quando  a  criação de  áreas  verdes urbanas  é  resultante da  recuperação de  áreas degradadas, os 

benefícios se multiplicam. Tais espaços, que antes eram relegados, se tornam catalisadores de re‐

investimentos, sejam empreendimentos residenciais, comerciais ou de escritórios ou mesmo para 

manter os negócios ou os moradores locais, sendo capazes de estimular a revitalização e renovação 

de edifícios e comunidades.  

É  o  que  ocorreu  após  o  projeto  East  Boston  Greenway,  Boston  (EUA),  que  compreendeu  a 

revitalização de uma  área que  abrigava  antiga  linha  ferroviária  e  transformação  em um parque 

linear, estimulando a participação da comunidade. O parque linear possibilitou a conexão da orla 

histórica de Boston, que estava abandonada, com o Píer Park, um estádio e duas áreas naturais: 

Wood Island Bay Marsh e Belle Isle Marsh. 

A criação de parques em áreas degradadas, junto com um programa de policiamento efetivo, pode 

auxiliar  no  combate  ao  crime,  como  é  o  caso  de Went  Field,  um  parque  de  uso  intenso,  em 

Bridgeport, Connecticult (EUA), que passou por um redesenvolvimento e expansão em uma área 

previamente contaminada, que  foi posteriormente remediada. Com as ações no parque  junto ao 

trabalho  do  departamento  de  policia  local  e  apoio  da  população,  o  tráfico  de  drogas  foi 

amplamente erradicado (IEDC, 2001). 

Um pesquisa em Toronto (SOUSA, 2003) apontou os benefícios da conversão de áreas degradadas 

em áreas verdes na percepção de 12 representantes de instituiçoes   envolvidas na implementação 

de  projetos  com  este  tema17.  Os  resultados  apresentados  na  Tabela  2  apontam  que  nove 

entrevistados consideraram como principal beneficio a criação e expansão de habitats ecológicos, 

sete,  acreditam  que  o  engajamento  comunitário  é  um  dos  mais  importantes  benefícios,  seis 

representantes  consideram  que  seja  o  aumento  de  áreas  para  recreação  e  oportunidade  de 

promover  educação  ambiental  aos  cidadãos.  Outros  benefícios  mencionados,  porém,  menos 

listados  são:  controle  das  enchentes,  restauração  do  solo  e  aqüíferos,  atrativo  a  investimentos 

                                                      17 Esta pesquisa envolveu cinco representantes da Prefeitura de Toronto, três do órgão “Toronto and regional Conservation Authority”, e quatro da iniciativa privada e organização sem fins lucrativos. Fonte: Adaptado de Sousa (2003). 

 

Page 49: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 1 De áreas degradadas urbanas a paisagens revitalizadas 

 

Patricia Mara Sanches  49

 

econômicos, melhoria da paisagem da vizinhança,  fortalecimento do senso coletivo, preservação 

de prédios históricos significativos e de paisagens.  

Tabela 2 Benefícios da conversão de áreas degradadas em áreas verdes  

Benefícios‐chaves do projeto                                                                                                  Freqüência  

Criação e expansão dos habitats ecológicos  9

Colaboração e envolvimento público e da comunidade    7

Aumento das áreas públicas para uso e recreação  6

Os projetos podem ser usados como modelos para o redesenvolvimento de futuros brownfields 

6

Educação  6

Controle das enchentes  3

Renovação ambiental (solo e qualidade das águas subterrâneas)  3

Estímulo econômico  3

Melhoria estética da vizinhança  2

Identificação dos pilares do senso de comunidade na área urbanas  2

Teste e promoção de tecnologias de remediação  2

Preservação de locais histórico significativos  2

 

O papel da vegetação vai além dos serviços ambientais, citados anteriormente, quando se trata de 

áreas degradadas por contaminação. Estas podem ser beneficiadas com a criação de áreas verdes, 

se utilizando da  fitorremediação, ou  seja,  tirando proveito dos benefícios que diversas  espécies 

vegetais têm em auxiliar na melhoria das características físicas e químicas do local, inclusive dos 

solos e das águas poluídas.  

A Agência de Meio Ambiente do EUA (EPA) define fitorremediação como “o uso de vegetais, e dos 

microorganismos a eles associados,  como  instrumento para contenção,  isolamento,  remoção ou 

redução das concentrações de contaminantes em meio sólido,  liquido e gasoso”. Mecanismos de 

biodegradação,  imobilização, fotodegradação, quimiodegradação estão envolvidos neste processo 

(ANDRADE,2007).  

Esta técnica é  indicada como uma solução viável e econômica a  longo prazo para recuperação e 

remediação de  áreas degradadas por  contaminação de pequenos níveis de   poluente orgânicos, 

metais e  fertilizantes. Apresenta muitas vantagens e benefícios, pois é uma técnica  limpa que se 

utiliza da energia solar e melhora visualmente a paisagem. Conseqüentemente, tem fácil aceitação 

Page 50: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

50 De área

 

pela comun

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Page 51: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 1 De áreas degradadas urbanas a paisagens revitalizadas 

 

Patricia Mara Sanches  51

 

público  e privado,  a descontinuidades de programas nos  governos  subseqüentes  etc.  Somado  a 

isso, existem ainda os desafios específicos na transformação destes espaços em áreas verdes.  

Quando a área degradada está inserida em uma região central, rica em infra‐estrutura, o processo 

de aquisição de  terrenos para novas áreas verdes é o primeiro obstáculo a ser vencido diante da 

concorrência pelo solo urbano para outros tipos de uso, uma vez que estabelecimentos comerciais, 

de serviços ou condomínios residenciais são vistos como empreendimentos mais  lucrativos, com 

retorno financeiro rápido e maior arrecadação de impostos. 

Entretanto, é justamente nestes locais mais centrais onde há maior necessidade de se prover áreas 

verdes, devido  a  alta densidade  construída  e populacional. Por  exemplo, na  capital paulista,  as 

áreas  centrais,  como o distrito da Sé, Móoca,  estão  entre  as  regiões de menor  concentração de 

áreas  verdes  por  habitante18,  com  1,48  e  1,45 m²,  respectivamente,  comparada  a  uma média  da 

cidade de 11,50 m² por habitante.  

Segundo a pesquisa de Sousa sobre Toronto, publicada em 2003 e outra sobre EUA, em 200419, os 

fatores que mais dificultam a viabilização de conversão de áreas degradadas em áreas verdes são: 

falta de recurso financeiro, custo de aquisições de terras subutilizadas ou abandonadas e custo no 

processo  de  remediação,  em  casos  de  contaminação.  Fundos  específicos  voltados  para 

redesenvolvimento  de  brownfields  geralmente  priorizam  projetos  lucrativos,  cujos  usos  finais 

resultam  em  renda  direta  ao  poder  público,  proveniente  de  arrecadação  de  impostos  (como 

empreendimentos residenciais, comerciais ou de escritórios). Áreas verdes e usos recreativos não 

são vistos como investimentos, pois não trazem tantos benefícios econômicos diretos (SIIKAMÄK 

&  WERNSTEDT,  2008;  IEDC,  2001).  Assim,  projetos  que  envolvem  a  recuperação  de  áreas 

degradada  e  conversão  em  espaços  verdes  dependem  de  uma  convergência  de  interesses  que 

possam pressionar órgãos ambientais e legislativos a obter fundos de financiamento (SIIKAMÄK & 

WERNSTEDT, 2008). Além disso, outras estratégias combinadas, como, parceria privada atrelada 

a benefícios, como  isenções  fiscais; criação de políticas públicas  focadas no aumento e melhoria 

das  áreas  verdes urbanas;  e  fundos  específicos para  este  tipo de projeto  são muito  importantes 

para o sucesso dos projetos, porém, ainda são pouco exploradas.  

                                                      18 As áreas verdes contabilizadas neste cálculo são praças e parques.Fonte: Fonte de dados:  Secretaria Municipal de Planejamento; Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, IBGE, Censo Demográfico 2000/Estimativa Sempla/Dipro com base no saldo vegetativo e taxa. de crescimento 91/2000. 

19 A pesquisa foi realizada com 20 autoridades envolvidas em projeto de conversão de áreas degradadas em áreas verdes. Fonte: Sousa (2004). 

Page 52: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

52 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Outros  fatores mencionados, porém menos  listados pelos  entrevistados de Sousa  (2003 e  2004) 

foram:  problemas  da  manutenção  das  áreas  verdes  após  a  implantação;  falta  de  equipe 

especializada  com  relação  ao  planejamento  de  áreas  verdes;  o  assunto  não  ser  prioritário  nas 

agendas públicas; e responsabilidade pelos passivos ambientais. 

No Canadá, a solução encontrada foi tentar atrelar áreas verdes e espaços livres públicos a novos 

empreendimentos em áreas degradadas. Há um recurso legal chamado Parkland Dedication que os 

governos locais se utilizam para prover novas áreas verdes para a cidade. Essa legislação possibilita 

que cada municipalidade exija dos incorporadores uma porcentagem máxima (que varia de 2% a 

10%) do total do terreno para parques (EVERGREEN, 2004). 

O  fato dos benefícios econômicos atrelados a  tais projetos ainda ser desconhecidos, e a  falta de 

modelos  de  referência  que  possam  ser  replicados  dificultam  a  viabilidade  (SOUSA,  2003; 

SIIKAMÄK & WERNSTEDT, 2008). De uma forma geral, faltam estudos que contabilizem os reais 

benefícios, principalmente econômicos, de projetos de  conversão de  áreas degradadas  em áreas 

verdes. Estes ganhos, atualmente, não entram nas contas de muitos economistas, pois são ganhos 

indiretos,  como  por  exemplo,  redução  de  gastos  com  a  saúde  mental  e  física  da  população, 

principalmente de idosos que vivem no entorno; arrecadação de impostos; valorização de imóveis 

e atração de novos empreendimentos20. 

A  contabilização  destes  ganhos  econômicos  é  fundamental  na  sensibilização  e  persuasão  dos 

investidores e do poder público,  fazendo com que sejam prioridades nas agendas governamentais. 

Outros fatores que viabilizam um cenário mais promissor para a criação de áreas verdes em áreas 

degradadas é o envolvimento e apoio da comunidade desde o  início até o  final do processo, de 

forma que ela possa ter o entendimento do todo e compreensão do problema (Sousa, 2004 e 2003). 

O  apoio  para  vários  projetos  de  restauração  ecológica  de  áreas  degradadas  vem  de  grupos 

ambientais e das comunidades locais, como por exemplo, o grupo Task Force to Bring Back Don, 

para a recuperação e revitalização do rio Don na cidade de Toronto.  

As  pesquisas  de  Sousa  em Toronto17  e  nos  EUA19,  apontam  o  que  os  entrevistados  consideram 

como fatores que facilitam e auxiliam para o sucesso dos projetos de conversão em áreas verdes:  

Liderança governamental e política; 

                                                      20 Estes gastos foram contabilizados pela instituição The Trust for Public Land, com o objetivo de medir o valor econômico dos sistema de parques e áreas vedes. Fonte:  HARNIK,P. ;WELLE, B. Measuring the Economic Value of a City Park System. The Trust for Public Land, Washington, EUA, 2003. 

Page 53: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 1 De áreas degradadas urbanas a paisagens revitalizadas 

 

Patricia Mara Sanches  53

 

Envolvimento e apoio da população;  

Financiamento governamental e parceria público‐privada; 

Localização geográfica das áreas degradadas, justificando a implantação de áreas verdes sob o 

ponto  de  vista  social,  potencializando  a  utilização  pela  população;  do  ponto  de  visto  eco‐

nômico,  em  locais  atrativos  (orlas,  ao  longo  dos  rios,  etc.);  e  do  ponto  de  vista  ecológico, 

permitindo conexão de remanescente e criação de corredores ecológicos; 

Área  a  ser  recuperada  faça  parte  de  um  plano  ambiental  urbano maior  e  estratégico,  por 

exemplo, um plano de rede de áreas verdes, justificando sua importância na escala da cidade; 

Redução de  custos através de uma boa avaliação dos  riscos de contaminação e a adoção da 

tecnologia mais adequada para determinada situação. 

 

Por último, a combinação de  instrumentos  legais, previstos no Estatuto da Cidade  (Lei    federal 

10.257 ) e aplicados no plano diretor dos municípios, devem ser utilizados visando a viabilização 

destes projetos. As operações urbanas consorciadas são uma forma viável de envolver a iniciativa 

privada  em  grandes  intervenções  urbanas  estruturais.  O  direito  de  preempção,  o  direito  de 

superfície e as zonas especiais de interesse ambiental são outros instrumentos que podem auxiliar 

o governo na aquisição de terrenos vazios e degradados para criação de novas áreas verdes. 

1.4.4 Panorama Atual

Desde  a  década  de  70,  pode‐se  levantar  inúmeros  projetos  pontuais  e  bem  sucedido  sobre 

conversão de áreas degradadas em áreas verdes, seja em aterros, zonas portuárias desativadas ou 

antigas linhas ferroviárias. No entanto, políticas públicas e ações de conversão de áreas degradadas 

em áreas verdes de uma forma estratégica e dentro de uma visão global são relativamente novas. 

A Europa tem se mostrado na vanguarda desta temática, com destaque ao Reino Unido. Entre 1988 

a  1993, mais  de  19%  das  áreas  abandonadas  e  contaminadas  existentes  foram  convertidas  em 

espaços verdes, um valor representativo maior do que qualquer outro uso final destinado as áreas 

degradadas do país (UK DERT21, 1998 apud Sousa, 2003). 

A  Agência  de  Desenvolvimento  do  Noroeste  da  Inglaterra  (Northwest  Regional  Development 

Agency) possui três grandes programas estratégicos de recuperação de áreas degradadas e criação 

                                                      21 UK DERT. Derelict Land Survey in 1998 and 1993. Department of Environment, London, 1998. 

Page 54: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

54 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

de novos espaços verdes: Newlands, REMADE e REVIVE. O objetivo principal é a regeneração da 

terra de forma sustentável, o aumento e a melhoria da infra‐estrutura verde da região. 

O  programa  Newlands,  que  conta  com  a  parceria  com  Forestry  Commission,  visa  recuperar 

grandes áreas degradadas nesta região e transformá‐las em bosques, matas e áreas de preservação 

para  comunidade  local,  trazendo maior  atratividade  para  a  região  e  atendendo  as  demandas 

sociais  e  econômicas.  Diversas  áreas  foram  recuperadas  ou  estão  em  andamento,  tais  como, 

Moston Vale, Bidston Moss, Lower  Irwell Valley  Improvement Area, Belfield, Brickfields, Town 

Lane, Brockholes Wetland e Woodland Reserve. 

O  REMADE  (Reclamation  and  Management  of  Derelict  land)  coordenado  pela  prefeitura  de 

Lancashire  visa  recuperar  300  ha  de  áreas  degradadas  (antigos  sítios  industriais,  áreas  de 

mineração e  ferrovias desativadas, reservatórios em desuso, etc.) até 2011. Dentre os projetos em 

desenvolvimento  destaca‐se  a  criação  de  uma  reserva  natural  (Fishwicks  Bottom  Local Nature 

Reserve). 

Por último, o REVIVE (Regenerating the Environment Invests in the Economy) tem o objetivo de 

recuperar  170 ha de brownfields e converter em áreas verdes contribuindo para a  infra‐esturtura 

verde de Cheshire   e de Warrington. Dentre os projetos destaca‐se a  recuperação de um aterro 

Bewsey Tip, a criação de um corredor verde Chester to Mickle Trafford Greenway, que antes era 

uma antiga ferrovia e a criação de um parque ecológico urbano em Woolston New Cut. 

A região de Glasgow e Clyde Valley, na Escócia também conta com um estudo de áreas degradadas 

potenciais a ser  incorporadas no plano de áreas verdes (Green Network) (ver Figura  13). As áreas 

degradadas foram identificadas e avaliadas através de uma matriz de priorização dos terrenos com 

maior  potencial  para  usos  recreativos,  espaços  livres  e  vegetados. Devido  a  representatividade 

deste  projeto,  tanto  pelo  processo  de  desenvolvimento  de  um  plano  de  rede  de  áreas  verde, 

identificação  e  estudo  das  áreas  degradadas,  quanto  pelos  critérios  envolvidos  na  matriz  de 

avaliação, o mesmo será mais bem detalhado e discutido no Capítulo 2. 

Page 55: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Figura o plano 

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Page 56: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

56 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

como  objetivo  financiar  bienalmente  a  remediação  de  áreas  contaminadas  cujos  novos  usos 

tragam benefícios para comunidade a longo prazo, incluindo espaços verdes e áreas recreativas. 

Apesar de não haver um programa formalizado, no Estado de Minnesota, a agência de Controle da 

Poluição (Minnesota Pollution Control Agency – MPCA) tem um grupo focado especificamente na 

conversão de áreas degradadas em espaços verdes, com o objetivo de reduzir a carga de poluição 

no escoamento superficial das águas da chuva.  

Na  esfera municipal  americana,  Sousa  (2004)  destaca  a  atuação  de  três  cidades,  Los  Angeles, 

Minneapolis e Pittsburgh que possui políticas públicas e programas nesta temática dentro de um 

plano maior para a cidade.  

Em Los Angeles,  junto com o Departamento de recreação e parques  (Department of Recreation 

and  Parks),  o  Brownfields  Team  identificou  inúmeros  brownfields  que  tinham  potencial  para 

conversão  em  espaços  verdes  como  parques,  jardins  e  praças,  priorizando  populações  mais 

carentes  e  locais deficientes  em  equipamentos de  lazer. Dentre  as  áreas degradadas que  foram 

transformadas em áreas de  lazer e parques, destaca‐se pelo menos 6 projetos: Angels Gate Park 

(antiga instalação militar), State Historic Park/The Cornfields (antigo pátio ferroviário e estação de 

transferência de trem), Delano Park (antigo aterro), Ken Malloy Harbor Regional Park (área vazia 

rodeada  por  refinarias),  Taylor  Yard  State  Park  (antigo  pátio  ferroviário)  e White  Point  Park 

(antiga  instalação  militar).  Pelos  inúmeros  projetos  e  ações  que  a  cidade  desenvolve,  ela  foi 

escolhida como uma das referências estudadas no Capítulo 2.  

Em Minneapolis,  o Departamento  de  parques  e  recreação  (Park  and  Recreation  Board)  com  o 

apoio  de Minnesota  está  ativamente  envolvido  na  conversão  de  áreas  degradadas  em  espaços 

verdes.  Coordenado  por  um  grupo  diversificado,  com  representantes municipais,  estaduais,  e 

organização não governamentais, tem‐se conseguido recuperar mais de 30 brownfields na região 

de Twin Cities. O exemplo mais significativo desse processo e ponto de convergência dos esforços 

de revitalização do centro de Minneapolis é Mill Ruins Park ( 

Figura 14 e Figura 15), que compreendia uma serie de canais e moinhos de água. 

Page 57: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Figura http://w  

Final

pesqu

grand

Alleg

O pro

No  e

conve

encon

autor

empr

totali

Toron

proat

verde

de  ár

degra

Toron

Figur

  14.  À  esquerdawww.nps.gov/m

mente, Sou

uisadores,  p

de  porte.  U

ghery próxim

ojeto resulto

entanto,  seg

ersão  em  ár

ntrava poluí

ridades  loca

reendimento

izando 55 ha

nto, no Can

tiva  às polít

es na última

reas  degrad

adados  na  o

nto Waterfro

ra 16. A discu

a  e  Figura  15  àmiss/ 

sa  (2004) ci

pela  grande

Um  dos  prim

mo a região 

ou em empr

gundo  Sous

reas  verdes 

ído devido à

ais  junto  a 

os  residenc

a de áreas ve

nadá,  é outr

ticas  e plan

a década. No

dadas  ao  lon

  orla  do  Lag

ont, como a

ussão e maio

à  direita:  Mill  R

ita a cidade

e  concentra

meiros  dele

 central da c

reendimento

sa  (2004),  u

  é  o Nine‐M

 às atividades

  diversas  co

ciais  junto 

erdes. 

ra  cidade  ci

os urbanos 

o total, fora

ngo  do  Rio

go Ontário 

 apresentado 

ores detalhe

 Ruins  Park  em 

e de Pittsbu

ação  de  bro

s  é Washin

 cidade. O lo

os de uso mi

um  dos  pro

Mile Run, u

s industriais

onsultas  pú

  a  novos  p

itada por  So

  voltados pa

m 614 ha de

o  Don  e  há 

  que  serão  r

 na  

es deste proj

De á

  Minneapolis  ab

urg que se  t

ownfields  e 

ngton`s  Lan

ocal abrigava

isto e um pa

ojetos  mais 

um  vale  cujo

s e de um lix

úblicas  foi  d

arques  de 

ousa  (2003; 

ara  a  conve

e novos espa

  ainda  outr

  restaurados 

jeto serão ab

 áreas degradadas

brigava  uma  sé

ornou o  foc

  projetos  de

nding,  uma 

a antigamen

arque de 3.2 

  notáveis  e

o  córrego  te

xão próximo

  de  restaura

  vizinhança 

  2006) que 

ersão de  áre

aços livres e

ros  tantos  t

  e  revitaliza

bordados no

s urbanas a paisa

Patricia Mara 

érie  de  moinhos

co de atençã

e  redesenvo

  ilha  de  42 

nte ferrovias

 ha. 

m  Pittsburg

em  o mesm

os ao local. A

r  o  córrego

  e  um  cor

  tem  se mo

eas degrada

 e vegetados 

  terrenos  ab

ados,  atravé

o Capítulo 2

CAPÍTULOagens revitalizad

 Sanches  57

 s  de  água.  Fon

ão de muito

olvimento  d

  acres  no  r

s e indústria

gh  acerca  d

mo nome  e  s

 A decisão da

o  e  constru

rredor  verd

ostrado muit

das  em  área

 proveniente

bandonados 

és  do  projet

2. 

O 1 das 

nte: 

os 

de 

rio 

as. 

de 

  se 

as 

uir 

de, 

to 

as 

es 

  e 

to 

Page 58: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

58 De área

 

  Figura 16. Área na orla do lado  

1.4.5 Exe

 Como esta

projetos e 

possibilidad

abandonad

revitalizado

Áreas de

A  recupera

prática apli

Olímpica d

Cidade de T

Figura  17) 

qualquer re

locais. 

Apesar  des

falta de reg

para usos p

as degradadas a 

 de intervenção  Ontário, Toront

mplos de

a pesquisa a

 experiência

des  de  atua

das  e  subu

os, atraentes

mineração

ação  de  áre

icada já há a

da USP (Univ

 Toronto ( 

  que  antigam

elação com o

stas  iniciativ

gulamentaçõ

públicos, com

 espaços vegetad

 de projetos de rto‐ Canadá. 

projetos e

aborda um c

s, nacionais

ação  e  inter

tilizadas  em

s, repleto de

o

as minerad

 algumas déc

versidade d

mente  abrig

 os usos orig

vas,  ainda  e

ões específic

mo espaços 

dos 

 revitalização de 

e experiên

 conceito am

s e  internac

rvenção,  tra

m  parques,

e atividades 

das  desativad

cadas no Br

e São Paulo

gavam  antig

ginais e nem

existem mu

cas e polític

 livres e vege

  áreas degradada

ncias prátic

mplo de área

cionais, que 

ansformand

,  áreas  de 

 com intensa

das  e  conve

rasil. Exemp

o), o Parque 

gas  cavas  de

m mesmo seu

itos  desafio

cas públicas 

etados.  

as ao longo do R

cas

as degradada

 apesar de p

o  áreas  ver

  preservaçã

a participaç

ersão  em  p

plos disso sã

 Ecológico d

e  extração  d

us usuários t

os,  desconhe

 que incenti

Toronto 

Waterfro

 Rio Don e do pr

as urbanas, 

 pontuais m

rdadeiramen

ão,  espaços

ão da comu

parques  e  ár

ão: o Parque

 do Tietê (Fig

  de  areia,  e 

 tem a idéia 

ecimento  té

ive a recupe

Rio D

 

ont 

rojetoToronto W

 vale aqui d

ostram as d

nte  desvalor

s  livres  veg

unidade.  

reas  verdes 

e Ibirapuera

gura 18) e o 

  hoje  não  po

 do histórico

écnico  e  cie

eração desta

Don 

 Waterfront, 

destacar 

 diversas 

rizadas, 

getados 

  é  uma 

, a Raia 

 Parque 

ossuem 

o destes 

entífico, 

as áreas 

Page 59: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Segun

de  la

finan

Figura Tietê em 

O  m

reutil

Estad

torna

atrati

A ma

conse

evitar

 P

Fi

d

 

ndo Bitar (1

zer, recreaç

nciadas pelo 

 17. À esquerda, Pm São Paulo‐SP.

melhor  exem

lizadas de fo

do do Paran

aram  símbol

ivos turístico

aioria destes

ervar os rem

r inundaçõe

Parque Tang

igura  19  a  F

esativadas, p

 

1997) dentre

ção e esport

 poder públi

 Parque Cidade d. Ambos os lagoa

mplo  que  t

orma estraté

ná. Algumas 

los da cidad

os e ponto d

s parques fo

manescentes

es e proteger

guá (

Figura  21): 

 preserva áre

e os usos pó

tes comunit

ico, sem qua

 de Toronto em Sãas foram originá

temos  no  B

égica no inc

 pedreiras  f

de com a  im

 de convergê

oi criado em

s florestais, 

r áreas ambi

Inaugurado

eas verdes p

ós‐mineraçã

tários repres

alquer partic

 ão Paulo‐SP. Fonários de cavas de 

Brasil  na  á

remento de

 foram transf

mplantação 

ncia da com

m um mesmo

 os fundos d

ientalmente

o  em  1996,  n

róximas à n

De á

ão na Região

sentam 21%

cipação de i

nte: Rodolfo Avo extração de are

área  de  min

e áreas verde

formadas em

 de equipam

munidade.  

o período, n

 de vale, aum

e sensíveis (B

 

  no  local  de

nascente do R

 áreas degradadas

o Metropoli

.   Porém,  to

investiment

ona. Figura 18. Àia. Fonte: www.n

neração,  pr

es urbanas é

m bosques o

mentos cultu

na década de

mentar as ár

Barcellos, 20

e  um  antigo

 Rio Barigüi.

s urbanas a paisa

Patricia Mara 

tana de São

odas as  inic

os privados.

À direita, Parque naturezaselvage

rincipalmen

 é a cidade de

 ou parques 

urais,  transf

e 90, fruto d

reas permeá

005). São ele

o  complexo 

 

CAPÍTULOagens revitalizad

 Sanches  59

o Paulo, área

ciativas  fora

.  

  Ecológico do m.hpg.ig.com.br

nte  pedreira

e Curitiba, n

 públicos e s

formando e

 de ações pa

áveis e, assim

es:  

  de  pedreira

O 1 das 

as 

r. 

as, 

 no 

 se 

ra 

m, 

as 

Page 60: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

60 De área

 

Figura  19, FigurRuggi e www.cu

   Bosque 

Figura 

Zaninel

"Utilida

Univers

Figura 22. À esqFigura 23. À dir 

Figura 24. À esqFigura 25. Espaç  

as degradadas a 

ra 20 e Figura 2uritiba‐parana.n

 Zaninelli ( 

  22  a  Figura

lli, desativad

ade  Pública

sidade Livre

querda, trilha doreita, lago do Bos

querda, vista da ço para eventos 

 espaços vegetad

 21.  Imagens da Pnet. 

 

a  25): No  lo

da em 1983. 

a"  por  lei  M

e do Meio Am

o Bosque Zaninelsque Zaninelli, C

 antiga pedreira  próximo ao lago

dos 

 Pedreira e do  lag

ocal,  de  37 

 Em 1992 foi

Municipal  (1

mbiente. 

lli, Curitiba que  Curitiba e ao fun

 em meio da mato do Bosque Zan

go: o grande atr

 mil m²,  ha

i inaugurado

1993)  e  Est

   leva à antiga pendo, a Universida

  ta em regeneraçãninelli, Curitiba. 

rativo do parque

avia  uma  pe

o o bosque e

adual  (1996

dreira e lago. ade Livre do Mei

ão e o atual lago 

e do Parque Tan

edreira  expl

 e posteriorm

6).  O  local 

io Ambiente. 

o do Bosque Zani

nguá  ‐ Curitiba.

lorada  pela 

mente decla

  também  a

 inelli, Curitiba. 

 . Fonte: C. 

  família 

rada de 

briga  a 

   

 

Page 61: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

P

co

Fi

  

 Figura Figura Figura   

A  im

estrat

sociai

Figura  

Outra

inaug

locali

arque das P

om uso mis

igura 28) e o

 26. Parque das P 27. Teatro Ópera 28. À esquerda. 

magem  aérea

tégica com 

is. 

 29. Localização 

a  iniciativa 

gurado  rece

izada no cen

 Pedreiras: n

sto (área ver

 o Espaço Cu

 Pedreiras: imagea de Arame. Fon Parque das Pedr

a  (Figura  2

  intuito de p

 dos parques Tan

  relevante  é

ntemente,  e

ntro urbano 

no  local  tam

rdes e espaç

ultural Paulo

 em do lago e da pnte: www.parquereiras visto de ci

29)  revela  a

 proteção ec

nguá, das Pedrei

  é  o  Stearns 

  em  2009,  c

 da cidade e

mbém havia 

ço cultural)

o Leminski. 

 ponte que liga aoes‐curitiba.com. ima. Fonte: www

a  proximida

cológica e am

iras e Bosque Zan

 Quarry  Pa

ompreenden

 em um parqu

De á

 uma  antiga

, abriga a T

  

o Teatro Ópera d  w.parques‐curitib

ade  entre  o

mbiental e 

ninelli. Fonte: G

rk,  em Chic

ndo  a  conv

ue público. 

 áreas degradadas

a pedreira, 

Teatro Ópera

  de Arame. Fonte

ba.com. 

os  parques,

 promoção d

Google Earth, 201

cago,  EUA 

versão  de  20

  

s urbanas a paisa

Patricia Mara 

  foi  inaugura

a de Arame

e: www.parques‐

,  implantad

 de atividade

 10. 

  (Figura  30 

0  acres de  u

CAPÍTULOagens revitalizad

 Sanches  61

ado  em  199

e (Figura 26

‐curitiba.com.  

dos  de  form

es culturais 

  a  Figura  33

  uma pedrei

O 1 das 

92, 

 a 

 

ma 

 e 

3), 

ra 

Page 62: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

62 De área

 

Figura 30. VistaFigura 31. Vista  

Figura 32. Imag Figura 33. Vista 

É  interessa

tecido urba

e engloban

projetos  tir

beleza entr

Segundo Gi

Chicago, a 

de  novo 

redesenvolv

áreas verde

                    22 BIAGI, G. Pu2009. 

as degradadas a 

a do parque Stea do lago do parq

gem aérea do para do parque Stea

ante observa

ano, muitas 

ndo as áreas 

ram  proveit

re rochas, ág

ia Biagi22, di

 realidade do

  espaços  li

vimento de 

es por 1000 h

                      ublicação eletrôn

 espaços vegetad

arns Quarry, Chicque Stearns Quar

rque Stearns Quarns Quarry, Chi

ar que  todos

 vezes em re

 de mineraç

to  dos  pare

gua e vegeta

iretora de Pl

os parques é

ivres.  Para

 brownfields

 habitantes. 

                 nica (mensagem 

dos 

cago, EUA. Fontrry, Chicago, EU

uarry, Chicago, Eicago, EUA. Font

s estes proj

egiões altam

ção desativa

dões  resulta

ção. 

lanejamento

é que nas cid

a  o  depart

s como uma

 

 pessoal). Mensa

 te: Hooliken (wwUA. Fonte: www.f

 EUA. Fonte: Googte: www.flickr.co

etos de  recu

mente adens

adas. Atravé

antes  da  ex

o e Desenvo

dades há op

tamento,  é

a maneira d

agem recebida p

ww.flickr.com).  flickr.com. 

gle Earth, 2010. om. 

uperação de

sadas, uma v

és das image

xtração min

olvimento do

portunidade

é  essencial

de atingir a 

or gia.biagi@chi

 

 

e pedreiras 

 vez que a ci

ens é possív

neral,  para  c

o departame

s muito lim

l  explorar 

 meta da cid

icagoparkdistric

 estão  inseri

dade foi cre

vel perceber 

compor  cen

ento de Parq

itadas na aq

  a  estraté

dade de 2 a

t.com em 19 de j

 

 

idos no 

escendo 

r que os 

nário  de 

ques de 

quisição 

gia  de 

acres de 

 janeiro, 

Page 63: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 1 De áreas degradadas urbanas a paisagens revitalizadas 

 

Patricia Mara Sanches  63

 

Infelizmente,  observa‐se  a  escassez  de  literatura  nacional  e  estrangeira  a  respeito  deste  tema. 

Ainda  é  necessário mais  pesquisa  e  estudo  para  que  se  obtenha  um  panorama  da  realidade, 

principalmente  do  contexto  brasileiro,  identificando  quais  são  as  dificuldades,  os  desafios,  os 

benefícios e os fatores que facilitam a conversão de áreas mineradas desativadas em áreas verdes, 

para  que,  assim,  se  possa  tomar  decisões  e  ações  estratégicas  no  desenvolvimento  de  projetos 

deste tipo.  

Aterros

Uma das grandes questões acerca dos aterros de resíduos inertes e orgânicos é o que fazer quando 

sua  vida  útil  chega  ao  fim.  Deixar  essa  porção  de  terra  sem  qualquer  uso,  abandonada  nas 

periferias  da  cidade,  vulnerável  a  diversas  atividades  ilícitas  ou  a  ocupação  ilegal  não  é  uma 

decisão  sábia e nem  rentável. Um dos novos destinos que  se  tem vislumbrado a essas áreas é a 

recuperação  e  transformação  em  parques,  devido  ao  tamanho  (espaços  generosos),  localização 

(próximo ou  inserido na malha urbana) e  custo baixo. Além disso, em uma área metropolitana 

mais densa, um aterro de resíduos, talvez, seja a única área “livre” remanescente para a criação de 

áreas verdes. (HARNIK, TAYLOR e WELLE 2006). 

Segundo  a  pesquisa  de  Harnik,  Taylor  e  Welle  (2006),  projetos  de  conversão  de  aterros 

desativados em parques não é uma solução nova. Os primeiros parques em aterros no EUA datam 

de 1926 com o Rainier Playfield, antigo Rainier Dump, em Seattle. A organização Trust for Public 

Land23, nos EUA, desenvolveu interesse particular em aterros e lançaram uma campanha nacional 

para promover a conversão destes em parques e outras áreas verdes. Eles acreditam que em áreas 

urbanas seja mais vantajoso adquirir terras previamente utilizadas, pois além do custo mais baixo, 

favorecem  e  ajudam  as  comunidades  locais  a  reciclá‐las para novos usos públicos. Defendem  a 

idéia de que os aterros já deveriam ser pensados e concebidos em sua fase de planejamento para a 

conversão em parque ao fim da sua vida útil. 

Diferente de uma área que nunca houve uma ocupação, antigos aterros requerem quase sempre 

um maior tempo de planejamento e elaboração de projeto para conversão em um parque, devido à 

sua complexidade e à aplicação de técnicas mais adequadas à descontaminação e estabilidade do 

solo, ao controle dos gases  tóxicos emanados e que  se apresentam como principais barreiras ao 

desenvolvimento de tais projetos de revitalização. 

                                                      23 The Trust for Public Land (TPL) é uma organização não governamental que trabalha na proteção de terras como parques e espaços livres. Apesar de TPL não ser uma agencia publica, muitas vezes ela trabalha em conjunto. 

Page 64: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

64 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Outro desafio  é  a  construção  em  aterros que  foram gerenciados de  forma  ilegal. Um dos  casos 

registrados  pelo  TPL  foi  Mabel  Davis  Park,  Austin,  Texas,  EUA,  que  era  um  antigo  aterro 

desativado  em  1950  e  convertido  em  parque  em  1970.  Pouco  anos  depois  de  sua  criação,  sua 

cobertura  começou  a  erodir  fazendo  emergir  a  poluição  de  componentes  presentes  em 

fertilizantes e baterias que ali foram depositados irregularmente. Depois de inúmeros problemas o 

parque foi obrigado a fechar em 2000 e só foi reaberto em 2005 após custosos reparos. 

Fato  semelhante  ocorreu  no  parque  Raposo  Tavares  (São  Paulo,  Brasil),  o  primeiro  aterro 

convertido  em  parque  da America  Latina,  inaugurado  em  1981. Devido  às  investigações  pouco 

aprofundadas  sobre as condições do  sítio, desconhecimento  técnico,  falta de  regulamentações e 

recursos  financeiros,  o  parque  começou  a  apresentar  problemas  de  estabilidade  do  solo  com 

exposição de resíduos ao ar livre e surgência de percolado, como o chorume. (MORINAGA, 2007). 

Em  contrapartida,  há  inúmeros  casos  de  sucesso  e  que  se  tornaram  referências  e  verdadeiros 

indutores de revitalização de regiões e comunidades decadentes. Um deles é o Boston Millennium 

Park,  na  cidade  de  Boston,  EUA,  criado  em  1999. O  local  era  um  antigo  aterro  denominado 

Gardner Street Landfil, de 100 acres, que abriga diversas atividades esportivas, campos de futebol, 

trilhas e caminhos para ciclistas. 

 Outro caso desafiador e de grande destaque internacional é o antigo aterro de Tel Aviv, em Israel. 

O grande destaque é a “montanha” de resíduos Hiriya, que acumulou desde 1952 grande parte dos 

resíduos da cidade na planície de Ayalon, totalizando uma altura de 80m. Segundo as autoridades 

locais, está previsto a criação de um parque ecológico, chamado Ariel Sharon Park que englobará 

as planícies do Rio Ayalon (Figura 34). O projeto é do renomado escritório de arquitetura Peter 

Latz and Partner GbR, que já possui ampla experiência de projetos de áreas verdes concebidos em 

áreas degradadas. 

 Figura 34. Croqui do projeto do Ariel Sharon Park. Fonte: www.ayalon‐park.org.il  

Page 65: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Figura Figura 

 

A  Hi

temá

mont

maté

inova

Os ga

em  b

como

gerad

 O Pa

verde

de  Sã

Entre

recolh

depos

o dep

ser at

         24 Ayal

25  SECresíduo

 35. Vista aérea d 36. Planta da Hi

iriya  (Figura

tico sobre r

tanha, tritur

ria vegetal 

ação de uma

ases que pro

breve,  serão 

o  ressalta D

da pela mon

arque Villa 

e construída

ão  Paulo25, 

epostos e Ar

hiam  alime

sitado mate

pósito de en

terro o local

                      lon Park. Rejuve

CRETARIA DO Mos. Disponível em

 da Hiriya e Ariel iriya, projeto Ari

a  35  e  Figu

 reciclagem p

rando lixo p

 decomposta

a empresa is

ovocam o ef

  vendidos, 

Danny  Stern

ntanha produ

 Lobos, na  c

a em um an

  na  porção

rmazéns Ger

entos  e  emb

erial dragado

ntulho (ver F

l era uma ár

                       enating the Mou

MEIO AMBIENTm: < www.ambie

 Sharon Park. Foiel Sharon Park. 

ura  36)  dev

 para as crian

processado e

a, e separan

sraelense qu

feito estufa e

  cumprindo 

berg,  atual 

uza a ilumin

  cidade de  S

ntigo aterro. 

o  oeste  do 

rais do Estad

balagens. Na

o do Rio Pin

Figura 37 e F

ea de extraç

        ntain. Disponive

TE DO ESTADO ente.sp.gov.br/pa

  onte: www.ayalo Fonte: www.aya

verá  se  tran

nças. Três e

 e transforma

ndo  lixo  resi

e ainda se e

 estão sendo

  o  protocolo

  diretor  ger

nação do par

São Paulo  é 

 De acordo 

  parque,  “h

do de São P

a  parte  lest

nheiros, e na

Figura 38). D

ção de areia 

el em < http://w

 DE SÃO PAULOarquevillalobos/

De á

n‐park.org.il. alon‐park.org.il. 

nsformar  em

estações de r

ando‐o em 

idencial com

encontra em

o coletados e

o  de Kyoto 

ral  do  parqu

rque durant

 um  exemp

 com a Secr

havia  um  de

aulo (CEAG

te,  vizinha 

a porção ce

Diversos aut

 (ELTIZA RO

www.ayalon‐park

O. Parque Villa‐L/parquevillaslobo

 áreas degradadas

 

m  um  símb

 reciclagem  j

 cascalho,  m

mum por m

m fase experim

em poços es

  referente  a

ue. A  idéia 

te a noite24.  

plo brasileiro

retaria do M

epósito  de 

GESP), onde 

  ao  atual  Sh

ntral, o anti

tores mencio

ONDINO,20

k.org.il>. Acesso 

Lobos nasceu deosHistorico.php

s urbanas a paisa

Patricia Mara 

olo  ambien

  já funcionam

matéria orgâ

meio de pisci

mental.  

scavados na 

  aos  créditos

  é que  um d

 

o bem  suce

Meio Ambien

  lixo  da  Co

 cerca de oit

hopping  Vil

igo propriet

onam ainda

005;BITTAR

 em: 12 de janeiro

e uma antiga área> Acesso em: 12 

CAPÍTULOagens revitalizad

 Sanches  65

 

ntal  e  parqu

m na base d

ânica seca e

inas de águ

 montanha 

s  de  carbon

  dia  a  energ

edido de  áre

nte do Estad

ompanhia  d

tenta família

lla‐Lobos,  e

tário permit

a que antes d

R,1997).  

o, 2010. 

a de descarte de  de janeiro, 2010

O 1 das 

ue 

 da 

ua, 

 e, 

no, 

gia 

ea 

do 

de 

as 

ra 

tia 

 de 

 . 

Page 66: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

66 De área

 

Figura 37. À esqFigura  38.  À www.ambiente 

O parque f

ao composi

parque  foi 

(Figura 41, 

Figura 39. InícioFigura 40. Plant 

Em 2005 o 

das áreas v

reaberto em

Figura 41. ImagFigura 42. VistaFigura 43. Vista

as degradadas a 

querda: antigo at  direita:  placa .sp.gov.br/parqu

 foi projetado

itor brasileir

  inaugurado

Figura 42 e 

o das obras paratio de mudas no

 parque foi 

erdes, verifi

m 2006. Hoj

em aérea atual da interna do parqa interna do gram

 espaços vegetad

terro que existia  informativa  douevillalobos. 

o pelo arqui

ro Villa‐Lob

o  inacabado

 Figura 43).  

a implantação doo Parque Villa Lo

 expandido e

icação e o m

e é um dos p

  do parque Villa Lque Villa Lobos. mado do parque 

dos 

a no local do Paro  governo  do  E

iteto Décio 

bos. As obra

o,  em  1994,

 

o Parque Villa Loobos. Fonte:  ww

 e revitalizad

monitoramen

 parques ma

 Lobos. Fonte: ww Fonte: www. cat Villa Lobos. Fon

 que Villa Lobos.Estado  de  São 

 Tozzi para 

as foram inic

,  porém,  po

 obos. Fonte:  wwww.ambiente.sp.g

do, com ade

nto da Cete

is visitados 

ww.ambiente.sptracalivre.folha.unte: www.ambie

.Fonte: www.am  Paulo  sobre 

 ser a "cidad

ciadas em 19

ouco  foi  im

ww.ambiente.sp.ggov.br/parquevil

equação dos 

sb quanto a

 na zona oes

 .gov.br/parquevuol.com.br. nte.sp.gov.br/pa

mbiente.sp.gov.bra  instalação  do

de da músic

989 (Figura 

mplantado  d

gov.br/parquevillalobos. 

 pisos dos p

a contamina

ste da cidade

villalobos.  

arquevillalobos. 

r/parquevillaloboo  futuro  parqu

a" em home

 39 e Figura 

do  projeto  o

illalobos. 

 passeios, am

ação do solo

e. 

  

 os. ue.  Fonte: 

enagem 

 40) e o 

original 

 

mpliação 

o, sendo 

 

Page 67: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Infra

Atual

degra

infra‐

subut

proje

sécul

Verge

Vince

Figura tours.coFigura 

Figura 

a-estrutura

lmente, cad

adados que 

‐estrutura 

tilizados. De

eto compree

o  19  (viadut

el e o arquit

ennes no nív

  44.  Vista  aéreaom.   45. Vista aérea d

 46. Croqui de to

a

da vez mais é

 abrigavam 

de  abastec

entre os exe

nde um par

to) que esta

teto Philipp

vel do solo, 

a  do  viaduto  ab

 do viaduto revita

odo o trajeto Pro

 é comum en

  infra‐estrut

cimento  de 

emplos, se d

rque de 4,5 

ava abandon

pe Mathieux

 como é mos

bandonado,  sob

alizado, denomin

omenade Plantée

ncontrar pro

tura de  tran

  água,  gás

destaca Prom

Km instalad

nada. O par

x, após os 4,

strado nas im

  bre  o  qual  havi

nado Promenade

e . Fonte: www.p

De á

ojetos de ár

nsporte, com

s,  energia 

menade Plan

do em uma a

rque elevado

,5Km de tre

  magens a se

a  uma  linha  fe

e Plantée.  Fonte

promenade‐plant

 áreas degradadas

eas verdes e

mo  ferrovias

  elétrica,  q

ntée, na cida

 antiga ferro

o, projetado

echo elevado

eguir. 

 erroviária  desati

e: www.paris‐wa

tee.org 

s urbanas a paisa

Patricia Mara 

 em locais ab

, viadutos, p

que  se  torn

ade de Paris

ovia elevada 

o pelo paisa

o, se estend

ivada.  Fonte:  w

alking‐tours.com

CAPÍTULOagens revitalizad

 Sanches  67

bandonados

 passarelas o

nam  espaço

, França. Es

 originária d

agista  Jacque

de até Bois d

www.paris‐walkin

m. 

 

O 1 das 

s e 

 ou 

os 

te 

 do 

es 

 de 

ng‐

Page 68: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

68 De área

 

 

Figura 47. À esqFigura  48.    À Promenade Pla 

Figura 49.   À  eajardinados de  

Semelhante

construído 

cidade, apr

seu funcion

abandonad

sua  vez,  pe

central e a 

decidiram 

preservação

Apenas em

foi  aberto 

paisagismo

as degradadas a 

querda. Vista do  direita.  Gramadntée. Fonte: ww

  esquerda. Figura estar e contemp

e  a  Promen

 também em

roximadame

namento até

da há anos e 

ercebendo  o

 própria rege

  se  reunir  e

o da ferrovia

m 2002 a pref

  um  concur

 James Corn

 espaços vegetad

o viaduto requalidos  e  outros  doww.promenade‐p

a 50. À direita. plação. Fonte: ww

nade  Planté

m uma antig

ente 2,3 km 

é 1980 (Figu

 denegria a p

  o  potencial 

eneração na

e  fundar,  em

a elevada e s

feitura de N

rso  para  sel

ner Field Op

dos 

ficado da avenidos  espaços  livreplantee.org. 

    Vistas do percuww.promenade‐p

ée,  o  Highl

ga estrutura

 (Figura 51).

ura 52). A idé

 paisagem e 

  dessa  estru

atural que oc

m  1999  a  o

sua reutiliza

Nova York ab

lecionar  a  e

perations ju

 da paralela. Fontes  funcionam  co

 urso  elevado,  soplantee.org. 

line  em  No

a de trilhos 

. A ferrovia 

éia inicial er

 desvalorizav

utura  –  belo

corria sob u

rganização 

ação como e

braçou a cau

  equipe  que 

unto com o  

te: www.promenaomo  a  extensão

obre o viaduto  r

ova  York,  E

 de trem ele

  iniciou sua

ra a demoliç

va a área. A 

os  visuais  s

uma camada

  Friends  of 

espaço públi

usa da comu

  iria  projet

  escritório d

ade‐plantee.org. o  do  viaduto  e 

  requalificado,  fo

EUA,  trata‐

evado, corta

a atividade e

ção da estru

 população l

sobre  os  tril

a irrisória de

  the High  L

co.  

unidade e do

ar  o  parqu

de arquitetu

    fazem  parte  do

 ormando diverso

‐se  de  um 

ando 22 qua

 em 1930 e m

utura, que já

 local residen

lhos,  a  loca

e terra (Figu

Line,  defend

ois anos ma

e.  O  escritó

ra Diller Sco

o  percurso 

os  espaços 

  parque 

dras da 

manteve 

á estava 

nte, por 

alização 

ura 53) – 

dendo  a 

is tarde 

ório  de 

ofidio e 

Page 69: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Renfr

diver

A con

foi en

 Figura  

Figura Figura www.th 

         26  Info

ro  ganharam

sos assunto

nstrução do 

ntregue em j

 51. Mapa de exte

 52. A esquerda. V  53.  A  direita.  Vhehighline.org. 

                      ormações coletad

m  o  concurs

s, como hor

 parque teve

 junho de 20

ensão do projeto

 Vista da antiga fVista  da  antiga  

                       das no endereço

so  e  contar

rticultura, en

e início em 2

009, conform

o High Line, Nov

 ferrovia elevada   ferrovia  elevad

        o eletrônico < htt

ram  com  um

ngenharia, m

 2006 e ainda

me as Figura 

va York, EUA. Fo

  de Nova York ema  de Nova  York

tp://www.thehig

De á

m  equipe m

 manutenção

a está em an

a 54 a Figura

onte: www.thehi

m operação. Fonk  desativada  e 

ghline.org/> Ace

 áreas degradadas

multidisciplin

o, segurança

ndamento. N

a 57. 

ighline.org. 

nte: www.thehigh  abandonada  com

esso em: janeiro/

s urbanas a paisa

Patricia Mara 

nar  com  ex

a, arte públic

 No entanto, 

hline.org m  a  vegetação 

/2010. 

CAPÍTULOagens revitalizad

 Sanches  69

xperientes  e

ca26. 

 a seção sul 

 

 

  crescendo.  Fon

O 1 das 

 já 

 

nte: 

Page 70: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

70 De área

 

Figura 54. À esqe estar. Fonte: w

Figura 56. À esqestar. Fonte: ww Schoneberger N

Figura  58) 

ferroviárias

estação de 

entorno,  e 

ampliações

2000 foi ab

protegidas 

as degradadas a 

querda. e Figurawww.thehighline

querda. Figura 5ww.thehighline.o

Naturpark ( 

  é  uma  rese

s. Em 1980, 

 cargas. Entr

  aos  esforç

s de  infra‐es

berto ao púb

 com os rem

 espaços vegetad

a 55. À direita. Vie.org 

57. À direita. Vistorg 

erva  natura

 surgiu a pro

retanto, dev

ços  de  um 

strutura. Em

blico. As ima

manescentes 

dos 

Vistas do projeto 

tas do projeto H

al  de  18  hec

oposta de se

vido a pesqu

  grupo  ativo

m  1999, o  lo

agens a segu

 das instalaç

   High Line impla

  High Line implan

ctares  em  B

e construir n

uisas conduz

o  de  cidadã

ocal  foi decl

uir (Figura 5

ções ferroviá

antado, criando 

ntado, criando di

Berlim  que  t

 no local um

zidas no loc

ãos,  impedi

larado como

59,Figura 60

árias. 

 diversos espaço

iversos espaços 

também  ab

m novo pátio

al sobre a ri

iu‐se  que  f

o área natur

 e Figura 61

os agradáveis de 

 agradáveis de ci

brigava  duas

o ferroviário

iqueza da fa

fossem  feita

ral protegid

) mostram a

  circulação 

 irculação e 

s  linhas 

o e uma 

auna no 

as  estas 

da e em 

 as áreas 

 

Page 71: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

 Figura 

 

Figura Figura Figura  

Um b

linear

água 

nenh

Segun

popu

2000,

sociai

result

se cri

Figura Figura 

 58 Planta do Sch

 59. Imagem aére 60. Imagem das  61. Antiga torre 

 bom exempl

r é o Parque

 Rio Claro d

hum cuidado

ndo a SABE

ulação come

,  quando  a 

is, foi criado

tassem na m

iar um parqu

 62. Imagem aére 63. Abandono d

honeberger Natu

ea do Schoneber instalações ferr que faz parte do

lo de áreas s

e da Integra

 da SABESP 

o e identidad

ESP, a  idéia 

çou a debat

  Prefeitura 

o o Program

melhoria de 

ue sobre a fa

ea da faixa livre sa faixa livre sobr

urpark, Berlim, A

 rger Naturpark, Boviárias antigas o conjunto as ins

subutilizada

ação Zilda A

 enterrada n

de com a po

 de  se const

ter proposta

  de  São  Pau

ma de Ações

 vida da pop

aixa da adut

 subutilizada ondre a adutora  da 

 Alemanha. Fonte

 Berlim, Alemanh preservadas. Fonstalações ferroviá

as e residuai

Arns, em São

no solo, cria

opulação (ve

truir um pa

as para o m

ulo  realizav

s Integradas

pulação das 

tora Rio Clar

de passa a aduta SABESP, antes d

De á

e: TPCA. 

 ha. Fonte: www.nte: www.berlinárias ali existent

is que foram

o Paulo. O l

ando um esp

er Figura 62 

arque na  reg

melhor aprov

va  estudos 

s com a mis

 regiões mai

ro.  

adora da SABESP da implantação d

 áreas degradadas

berlins‐gruene‐sn.city‐map.de tes. Fonte: www.

m transform

 local ainda 

paço subuti

 a Figura 65)

gião  remont

veitamento 

  sobre  áreas

são de prom

s afetadas, e

 P. Fonte: Fernand do parque. Fonte

s urbanas a paisa

Patricia Mara 

seiten.de 

.berlin.city‐map

madas em um

 hoje abriga 

lizado e deg

). 

ta desde  198

 da  faixa da 

s  com  grave

mover divers

 e nesse cont

do de Aratanha e: Fernando de A

CAPÍTULOagens revitalizad

 Sanches  71

 

.de 

ma área verd

 a adutora d

gradado, se

88, quando 

 adutora. E

es  problema

sas ações qu

texto decidiu

   Aratanha 

O 1 das 

de 

 de 

 a 

as 

ue 

u‐

Page 72: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

72 De área

 

Figura 64 e Figu

O projeto é

AEAUSP). 

comunidad

anseios  da 

necessidade

O parque  f

com uma ex

metros, às 

vários equi

Figura 66, 

cruza com 

área  de  s

subutilizad

praça de ev

Figura 66 e   FiAratanha e Sub

 

as degradadas a 

ura 65. Áreas aba

 é da Escola d

 O  processo

de em divers

 população 

es apontada

  foi  inaugura

xtensão de 7

 quais  foram

pamentos, c

   Figura 67 

 a linha de t

ervidão  de 

dos. Ambos o

ventos. 

igura 67. Vistas b‐prefeitura de V

 espaços vegetad

andonadas nas a

 da Cidade (A

o  de  desenv

sas etapas, 

  da  região  e

as.

ado no  iníci

 7,5 Km.  Em

m adicionad

 como playgr

 e Figura 68

 transmissão

  um  oleod

 os locais for

 do parque  lineVila Prudente. 

dos 

 adjacências da ad

Associação d

volvimento 

 através de  r

e  traçar  a  e

io de 2010 e

m sua maior p

dos alguns  tr

rounds, qua

8). Outro  fa

o de alta ten

duto  da  P

ram incorpo

ar  implantado, 

dutora antes da 

 de Ensino d

  e  criação  d

reuniões e o

estratégia  de

e é consider

 parte, a larg

rechos de á

adras esporti

to  interessa

nsão da AES

etrobrás,  c

orados ao pa

   com áreas de  la

  implantação do 

e Arquitetu

do  parque  c

 oficinas, vis

e  um plano

rado o 4º m

gura da faixa

áreas vizinha

ivas, campo

ante é de qu

S Eletropaulo

compreende

arque para a

azer, pista de ca

 parque.  Fonte: 

ra e Urbanis

contou  com 

sando  ident

o que  atend

aior parque

a da adutora

as, permitin

os de futebo

ue a  faixa d

o, e em out

ndo  outros

 a colocação d

aminhada  e cicl

  Fernando de Ar

smo de São 

  a  participa

ificar os pri

eria boa  pa

e  linear do m

a possui cerc

ndo a coloca

l, entre outr

da adutora d

tra parte, co

s  dois  cor

 de equipam

lovia. Fonte: Fer

ratanha. 

 Paulo ‐ 

ação  da 

incipais 

arte  das 

 mundo, 

ca de 30 

ação de 

ras (ver 

de água 

om uma 

redores 

mentos e 

 rnando de 

Page 73: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Figura Fonte:  

Área

A rec

maio

uma 

reme

A seg

em ár

O  pri

região

ativid

A par

de  re

trans

 68.  Imagem aérFernando de Ara

as industria

cuperação d

ria possui a

  das  opções

diação e con

guir serão m

reas verdes. 

imeiro  caso

o  foi um do

dades indust

rtir da inicia

ecuperação 

formação ec

rea do parque  imatanha. 

ais

e áreas indu

algum  tipo d

s  de  reuso, 

ntrole de co

mostrados ex

 

o  é Duisbur

os principai

triais na déc

ativa do gov

  e  revitalizaç

cológica e r

mplantado e vis

ustriais tem

 de contamin

  que muitas

ontaminante

xemplos de 

rg‐Nord  Lan

s centros ex

cada 60, a re

verno local (

ção  da  regi

revitalização

stas de alguns  tr

m se tornado

nação. A co

s  vezes,  se 

es.  

 áreas  indus

ndscape Par

xtração de c

egião entrou

North Rhin

iao  (de  1989

o da paisage

De á

rechos com área

o um assunto

onversão de

  apresenta  c

striais que  f

rk, no Vale 

 carvão e pro

u em process

ne‐Westphal

9  a  1999)  d

em degradad

 áreas degradadas

as de  lazer, pista

o emergent

stes  locais e

como  a mai

  foram revita

  do Rhur, A

odução de a

so de decad

lia), decidiu

efinindo  os 

da, renatura

s urbanas a paisa

Patricia Mara 

a de caminhada

e, uma vez 

 em novas á

is  viável  no

alizadas e  tr

Alemanha  (F

 aço. Após o

ência e degr

‐se estabele

  principais 

alização do 

CAPÍTULOagens revitalizad

 Sanches  73

 a e ciclovia. Fon

 que a grand

áreas verdes 

o  processo  d

ransformada

Figura  69). 

o declínio da

radação.  

ecer um plan

  objetivos  d

 Rio Emsche

O 1 das 

nte: 

de 

 é 

  de 

as 

 A 

as 

no 

de: 

er, 

Page 74: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

74 De área

 

redesenvolv

modelo de 

O parque D

região do R

da antiga  s

elementos n

tanques de

parque, de 

livre (Figur

escalada  (F

principalme

Além  disso

caminhada 

perturbação

espécies de

Figura 69.Mapa 

as degradadas a 

vimento  de 

 habitação a

Duisburg‐No

Rhur. O arqu

  siderúrgica T

 naturais, rec

e  gás  e  ao  t

 2,3 milhões

ra 70), o tanq

Figura  71).  A

ente das ins

o,  o  parque

  e  ciclismo

o, onde a ve

e fauna. (KU

a de intervenção

 espaços vegetad

  brownfields

acessível e pr

ord é um do

uiteto do pro

 Thyssen qu

creação, laze

traçado da  a

s de metros 

que de gás e

Alves  (2003

stalações ind

e  conta  co

o,  e  uma  á

egetação nat

UNZMANN, 

o no Vale do Rhu

dos 

s  existentes

romoção da

os exemplos 

ojeto, Peter 

ue ali  funcio

er e cultura

  antiga  linha

 quadrados.

 em treiname

)  ressalta  q

dustriais, co

om  teatro  e

área  mais  p

tiva está em

 2004; MOR

ur, Alemanha .Fo

s,  conservaç

a indústria cu

 práticos de

 Latz, aprov

onava até  19

. De pontes,

a de  trens,  t

. O antigo a

ento de mer

que  o  projet

mo algo esp

experimenta

preservada 

m processo d

INAGA, 200

onte:www.iba.nr

ção  da  hera

ultural e das

stas ações v

veitou todas 

985,  integran

, depósitos v

  tudo  foi pre

 alto forno tr

rgulho, depó

to  “tira  par

pecial, difere

al,  discotec

  e  de  acess

de regeneraç

07). 

rw.de 

ança  industr

s artes. 

voltadas para

 as construç

ndo as  ruín

 vazios e casa

eservado  e 

ransformou‐

ósitos de car

rtido  da  feiú

ente e intere

a,  playgrou

o  restrito, 

ção natural, 

rial,  constru

a a revitaliza

ções remane

nas  industria

as de máqui

  integrado  a

‐se em teatr

rvão em par

úra  e  do  gr

essante”. 

und  e  trilha

  que  sofreu

 abrigando d

ução  de 

ação da 

escentes 

ais com 

inas aos 

ao novo 

ro ao ar 

edes de 

rotesco, 

as  para 

u  pouca 

 diversas 

 

Page 75: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Figura Figura Fonte: w 

Figura  

Meno

papel

e  fáci

ativid

Milw

ocios

Figura http://w

 70. O antigo alto 71. Parque mantwww.landschaft

 72 Imagem aére

omonee Val

l siginifcativ

il  acesso  ao

dades  indus

waukee  torn

sas, subutiliz

 73. Antiga área www.renewthev

o forno foi transteve grande parttspark.de/  

a de Duisburg‐N

ley, em Milw

vo no setor i

o  lago Mich

triais no  loc

ou‐se  um  d

zadas e cont

 industrial juntovalley.org/ 

  formado em teate da historia do

Nord Landscape 

waukee, EU

 industrial do

higan  para  e

cal, a  região

dos  maiores

taminadas (F

o ao pátio ferrov

atro ao ar livre emo local, preservan

 Park. Fonte: ww

UA, é um cas

o Estado de 

  escoamento 

o de 4 milh

s  brownfield

Figura 74).  

  viário em Menom

De á

m Duisburg‐Norndo antigas inst

ww.landschaftspa

so semelhan

 Wisconsin,

  da  produça

has de exten

ds  do  estad

 

monee Valley, M

 áreas degradadas

rd Landscape Paalações industri

ark.de/  

nte ao Vale d

, devido a su

ao  (Figura 

nsão  localiza

do,  totalizan

Milwaukee, EUA,

s urbanas a paisa

Patricia Mara 

rk, Alemanha. Fais e integrando

 do Rhur, poi

ua localizaça

73). Com  o

ada na  regiã

ndo  140  acr

 em meados do 

CAPÍTULOagens revitalizad

 Sanches  75

 Fonte: o‐as com o parqu

 

is possuía u

ao estratégic

 declínio  da

ão central d

res  de  terra

 século XX. Fon

O 1 das 

ue. 

ca 

as 

 de 

as 

nte: 

Page 76: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

76 De área

 

 

Figura  74.  Áhttp://www.ren 

Após longo

área guarda

obra. Em  19

sustentabili

sustentávei

O projeto, 

com destaq

Além do pa

natural com

Figura  75.  ImpMenomonee Ri 

as degradadas a 

Área  industrial newthevalley.org

o período de

ava, por sua

998  foi  feito

idade  do 

is, espaços a

  apresentad

que para o p

arque, está p

m biovaletas

plantação  do  piver Valey‐ Natio

 espaços vegetad

  abandonada g/ 

e abandono,

a  localização

o um novo 

  local:  tran

 abertos e res

do nas  imag

parque com 

 previsto áre

s. 

projeto  vencedoon Design Comp

dos 

  em  Menomon

, o poder pú

o central, ri

 plano de us

nsporte,  u

stauração do

gens  a  segui

 a função de

eas para rete

or  do  concurso petition. Sixteen 

nee  Valley,  M

úblico perce

ica  infra‐est

so do solo e

uso  misto, 

o habitat nat

ir,  conta  co

e reter as che

enção das ág

  para  revitaliza Street Commun

Milwaukee,  EU

ebeu o poten

rutura de tr

 e estabelecid

  infra‐estru

tural e do ri

m  instalaçõ

eias do rio e

guas da chu

ação  de  Menomnity Health Cente

UA  no  final 

ncial de rev

ransportes e

das as princ

utura,  rem

io.  

ões  industria

 e as áreas na

uva e um sis

monee  Valley, er. 

 do  século  XX

vitalizaçao q

 e oferta de m

cipais metas

mediação,  e

ais,  áreas d

aturais com 

tema de dre

  Milwaukee,  EU

X.  Fonte: 

que essa 

 mão de 

s para a 

edificios 

e  lazer, 

 trilhas. 

enagem 

 UA.  Fonte: 

Page 77: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Figura 

Outra

autom

e Gill

região

Figura Figura Figura  

 76. Perspectivas

a referência

mobilística d

les Clément

o metropoli

 77. A esquerda:  78. A direita, pri 79. A direita, seg

s do projeto de re

a que vale a 

 do mesmo n

t, tem 14 ha 

itana de Pari

 imagem aérea dimeira, de cima gunda, de cima p

evitalização de M

 pena citar 

 nome e inau

 e é conside

is (ver Figur

o parque Citroen para baixo: Imag para baixo:Vista 

  Menomonee Val

 é o parque 

ugurado em 

erado um ex

ra 76 a Figur

 n, em Paris. Fongem aérea do pa interna do parq

De á

ley, Milwaukee, 

 Citroen, em

 1992. O par

xemplo da n

ra 81). 

nte: www.flickr.carque Citroen, emque Citroen, em 

 áreas degradadas

 EUA. Fonte: htt

m Paris, con

rque, cujo p

 nova geração

com/ m Paris. Fonte: w Paris.Fonte: Bria

s urbanas a paisa

Patricia Mara 

tp://www.renew

struído na a

rojeto é de A

o de espaço

 www.flickr.com/an Purie ‐goparis

CAPÍTULOagens revitalizad

 Sanches  77

 wthevalley.org/ 

 antiga fábric

Alain Provo

os públicos n

 

/ s.about.com  

O 1 das 

ca 

ost 

 na 

Page 78: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

78 De área

 

Figura 80. VistaFigura 81. Praça 

Outros us

Os  exempl

citados  ant

atualmente

revitalizaçã

O  primeiro

Carandiru l

Devido aos

complexo  d

edifícios em

O parque, 

metros  qua

Turismo. O

Cultural re

do parque (

Assim,  com

Juventude 

preservação

                    27 Texto extraídCotidiano. 

as degradadas a 

a interna do parqa com jatos de ág

sos

los mostrad

teriormente

e  são  áreas 

ão das áreas 

o  deles  é  o

 localizado n

s  inúmeros 

  de  edifícios 

m 2002, revit

 cujo projeto

adrados  e  fo

O projeto  fo

spectivamen

(Figura 86 a

mo nos exem

 preserva alg

o histórica d

                      do do artigo “Ca

 espaços vegetad

que e espelho d`gua no parque C

dos  a  seguir

e.  A  diversi

  verdes  dem

 degradadas

o  Parque  da

 na região ce

 problemas 

  ser  oneros

talizando e t

o é do arqu

foi  construíd

i dividido e

nte, sendo q

a Figura 89).

mplos de ár

gumas  ruína

 do local. 

                 randiru tem fim

dos 

água, parque CiCitroen, em Paris

r  são  parqu

dade  de  at

monstra  o 

s.  

a  Juventude

entral da cid

 de gestão, h

so  e  obsolet

 transforman

uiteto Gaspe

do  em  parc

em três fases

 que a prime

reas  industr

as das antig

m com implosão h

  itroen, em Paris.s. Fonte: romeap

ues  proveni

tividades  de

  grande  pot

e,  construíd

dade de São 

 histórico de

to,  o  govern

ndo o espaço

erini e arqu

ceria  com  a 

s: Parque Es

eira etapa fo

riais que  for

gas  instalaçõ

 hoje às 11h”. Jorn

Fonte: www.flicpartmentsforrent

entes  de  ou

esenvolvidas

tencial  e  as

o  no  antigo

 Paulo (Figu

e mortes,  re

no desativou

o em um pa

uiteta paisag

  Secretaria 

sportivo, Pa

oi concluída 

ram  convert

ões da penit

nal de Folha de S

kr.com/. tlp.wordpress.co

utros  usos 

s  previamen

s  inúmeras 

o  Complexo

ura 82, Figu

ebeliões,  fug

u  e  implodi

arque públic

gista Rosa K

  Estadual  de

arque Conte

 em 2003, a

tidas  em pa

tenciária co

 São Paulo, 08 de 

om/ 

  distintos  d

nte  em  loca

  possibilida

o  Penitenci

ura 83 e Figu

gas, e pelo 

iu  parcialm

co27 (ver Figu

Kliass,  tem 2

e  Esporte,  L

emplativo e 

ano de inaug

arque, o Par

omo uma  fo

 dezembro, 2002

 

aqueles 

ais  que 

ades  de 

ária  do 

ura 84). 

 próprio 

ente  os 

ura 85).  

 240 mil 

  Lazer  e 

 Parque 

guração 

rque da 

orma de 

2. Caderno 

Page 79: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

  Figura Paiva. Figura Alexand 

Figura Figura  

Figura São Pau

 

 82. A esquerda:   83. A direita:  imdre. 

 84. Imagem aére 85. Imagem do p

 86 e Figura 87. ulo. Fonte: Chico

 imagem do Com

magem de áreas

ea do presídio an projeto do parqu

 Imagens do inteo Saragiotto. 

mplexo Penitenc

s abandonadas e

ntes da implosãoue, através de fot

erior do parque:

 iária do Carandi

 e  subutilizadas 

  o. Fonte: http://wtomontagem. Fo

  : passarela metá

De á

iru, São Paulo, e

 do Complexo P

www.aflaloegasponte: http://www

álica elevada que

 áreas degradadas

m operação, ant

enitenciária do 

perini.com.br. w.aflaloegasperin

e leva às ruínas d

s urbanas a paisa

Patricia Mara 

 tes de sua implo

 Carandiru, São 

 

ni.com.br. 

  do presídio. Par

CAPÍTULOagens revitalizad

 Sanches  79

 são.Fonte: Manu

 Paulo.Fonte: Yu

 rque da Juventud

O 1 das 

uel 

uri 

de, 

Page 80: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

80 De área

 

Figura 88.PassaFigura 89. Área 

O segundo 

m². O local

cidade de S

passou a se

2006, agrav

Figura 90. EdifíFigura 91. Local 

A iniciativa

Editora Ab

patrocínio d

as degradadas a 

arela entremeadaa esportiva do Pa

 caso é a Pr

l abrigava u

 São Paulo, n

er ocupada p

vando ainda 

ício do incineradl ocupado pelas 

a de recuper

ril, cuja sed

 de outras en

 espaços vegetad

a ao pilares de edarque da Juventu

raça Victor 

um antigo in

o bairro de 

 por coopera

a mais a cont

dor abandonado, cooperativas par

rar e revital

de se  localiz

ntidades na 

dos 

  dificações do preude, São Paulo. F

 Civita, São 

ncinerador d

 Pinheiros, e

ativas de rec

taminação d

, antes da revitalra triagem dos re

izar o local 

a ao  lado do

 construção 

esídio, Parque d Fonte: Chico Sara

 Paulo,  inau

de resíduos 

 e que funcio

ciclagem que

 do solo. (Fig

 lização. Fonte: hesíduos. Fonte: h

 surgiu da p

o antigo  inc

 da praça. D

a Juventude, Sãoagiotto. 

ugurada em 

domiciliares

nou de 1949

e permanec

gura 90 e Fig

 http://planetasushttp://planetasu

 parceria da P

cinerador, e

De autoria do

o Paulo. Fonte: I

 2008 com u

s, hospitalar

9 à 1989. Pos

eram no ter

gura 91). 

stentavel.abril.coustentavel.abril.c

 Prefeitura d

e também co

o escritório 

  Irai Messias. 

 uma área de

res e indust

steriormente

rreno até o f

om.br. com.br. 

de São Paulo

ontou com 

 Levisky Arq

e 13.648 

triais da 

e a área 

 final de 

 

o com a 

 apoio e 

quitetos 

Page 81: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Assoc

criaçã

ambi

O pro

para 

e a co

de m

com o

Figura  

Figura Figura  

O Par

área v

proje

comp

reside

de re

ciados e do 

ão  de  um  e

entais e urb

oblema da c

 controlar os

onstrução d

adeira para 

 o solo degra

 92 e Figura 93. P

 94. Vista aérea d 95. Vista da pass

rque Gleba 

vazia a espe

eto,  concebi

pensatória, 

encial de 64

stauração d

 paisagismo 

  espaço mul

banas, origin

 contaminaçã

s processos d

de superfície

 o passeio e 

adado (Figur

 Perspectivas do p

 da Praça Victor Csarela de madeir

 E na Barra d

era de dese

ido  na  déca

  exigida  pel

4 edifícios. E

o ecossistem

 de Benedit

tidisciplinar

nados a parti

ão foi soluci

 de contamin

es de proteç

 usos múltip

ra 92 a Figur

 projeto da Praça

 Civita. Fonte: httra e área de hort

 da Tijuca, R

nvolvimento

ada  de  90, 

lo  órgão  am

 Entretanto, 

ma local (res

o Abbud, o 

r  de  reflexã

ir da revitali

ionado com

nação, isolam

ção para  imp

plos foi conc

ra 95). 

 a Victor Civita. F

 tp://planetasustta. Fonte: http://

Rio de Janeir

o, mas que 

  consistiu  n

mbiental  loc

 o grande dif

stinga e man

De á

 conceito do

ão,  inspiraçã

ização de um

m o acréscim

mento de al

permeabiliz

cebido com

Fonte: http://plan

tentavel.abril.com/planetasustenta

ro, é um ótim

 se encontra

na  criação  d

cal,  à  cons

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 áreas degradadas

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mo de uma c

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mo exemplo

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de  áreas  ver

trução  de 

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oda a extens

s urbanas a paisa

Patricia Mara 

 desenvolve

mação  sobre

bana degrada

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cais. Neste c

 impedir o c

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r. 

o de recuper

ada com sol

rdes  como 

  um  grande 

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são do parqu

CAPÍTULOagens revitalizad

 Sanches  81

e em torno d

e  as  questõe

ada. 

 50 cm de so

dos perigoso

caso, um dec

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lo exposto. 

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s é a propos

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O 1 das 

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Page 82: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

82 De área

 

98, a Figur

657.000 m²

Figura 96. Vista2001. Figura 97. Vista

Figura 98. Vista

Figura 99 e Figu

as degradadas a 

ra 102). O em

² , cujo paisa

a aérea da área d

a aérea da área re

a da área da vege

ura 100. Parque G

 espaços vegetad

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dos 

ento, que es

e Fernando C

  hoje se encontr

 o parque implan

xa de mangue e 

  hos internos e m

stá apresent

 Chacel. 

ram um condom

ntado. Fonte: CH

 da restinga recu

ata de restinga e

tado nas  im

mínio residencial

HACEL,F., 2001 

uperada) e atrás o

 e mangue.  

magens a seg

l e Parque da Gl

 

 o condomínio re

guir, tem um

 leba E. Fonte: CH

 esidencial implan

 

ma área 

HACEL,F., 

ntado.  

Page 83: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

 

Figura  

Por fi

recup

conso

Figura Figura 

Segun

mund

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cidad

A ma

região

a  dec

come

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 101 e Figura 102. 

fim, há o cas

peração  e  r

olidada e alt

 103. Antigo viadu 104. Vista da cid

ndo Oliveir

dial  em  hu

trução de um

de que é a sé

argem do rio

o muito deg

cisão  de  rev

erciantes loc

                      veira, E. Revitaliz

 Parque Gleba E

so do Rio C

revitalização

tamente con

uto que foi consdade, com as ave

ra  (2009),  a

manização 

m parque lin

étima maior 

o era limitad

gradada em 

vitalizar  o 

cais que tive

                       zação (impressio

: áreas de lazer e

Cheonggyech

o  do  rio  e 

nstruída.  

struído em cima nidas ao longo d

a  recuperaçã

  de  cidades

near que de

 do mundo 

da por aven

 termos de q

  rio,  o  gove

eram de ser 

        onante) do Rio C

  e caminhada. 

heon, em Se

  suas  marg

 do rio. Fonte: P do rio e o viadut

ão  do  rio  C

,  não  só  pe

evolveu o co

 em número 

nidas laterais

 qualidade am

erno  enfren

 realocados. 

Cheonggyecheon

De á

eul, Coréia d

gens,  inserid

 laneta Inteligento construído sob

Cheonggyech

ela  despolu

ontato das m

 de habitant

s e o rio enc

mbiental ur

ntou  diversa

 O concreto

n (Coréia do Sul)

 áreas degradadas

 de Sul, um e

dos  em  um

te bre o curso d’ ág

heon  é  con

uição  das  ág

margens com

tes (10,3 mil

coberto por

rbana (Figur

as  oposições

o do viaduto

). Revista Susten

s urbanas a paisa

Patricia Mara 

 exemplo de

ma  malha  u

gua. Fonte: Plane

siderada  um

guas, mas  t

m os morado

lhões de pes

r um viaduto

ra 103 e Figu

s,  principal

o derrubado 

nta. Maio, 2009. 

CAPÍTULOagens revitalizad

 Sanches  83

 

e despoluiçã

urbana  sup

 

eta Inteligente 

ma  referênc

também  pe

ores, em um

ssoas).28  

o, tornando

ura 104). Co

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 foi reciclad

 

O 1 das 

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ma 

o a 

os 

do, 

Page 84: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

84 De área

 

e as obras 

metros de 

moradores 

de extensão

O projeto é

projeto de r

Figura 105 e Fig 

Figura 107. e  Fi

1.4.6 Con

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pontuais ou

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comunidad

complemen

as degradadas a 

 de recupera

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 de áreas ve

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 é do urbanis

 recuperação

gura 106. Imagen

igura 108.  Camin

nsideraçõe

s  exemplos 

u  isolados, 

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  à  região. 

de, sendo qu

ntado pelo c

 espaços vegetad

ação,  iniciad

  aberto  ao p

erdes que to

5 a Figura 10

sta Kee Yeon

o ambiental 

ns do rio após o p

nhos, passeios e 

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  da  recuper

  eles  constit

  ou  subutili

  São  exper

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das em mea

 público  e  em

otalizam 400

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n Hwang, q

 e urbanístic

  projeto de revita

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ração  de  ár

tuem  exemp

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a contou com

ado.  

ados de 2003

m  2009, o p

0 hectares, d

que, após vár

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 alização. Fonte : 

 go do rio despol

reas  degrada

plos  reais d

  áreas  verde

  sucesso,  i

m a iniciativ

3. Três anos

 projeto  foi 

 distribuídas

rias consult

 

 http://ripcitytos

luído. Fonte : htt

adas mostra

da  viabilidad

s,  capazes  d

iniciadas  ou

va e investim

s depois, pa

  concluído,  c

s ao longo d

as à populaç

seoul.wordpress

tp://ripcitytoseo

ados  anteri

de de  transf

  de  trazer  a 

u  motivada

mento inicia

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  com  a  entre

de oito quilô

ção, desenv

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oul.wordpress.co

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  dinamicida

as  pelo  ap

al do poder p

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volveu o 

 

 om  

er  casos 

e  terras 

ade  e  a 

poio  da 

 público 

Page 85: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 1 De áreas degradadas urbanas a paisagens revitalizadas 

 

Patricia Mara Sanches  85

 

A diversidade de tais áreas mostra um leque de opções e possibilidades que podem ser trabalhadas 

em  conjunto na  construção  de  um  plano  estratégico  de  recuperação  e melhoria  do  sistema  de 

áreas  verdes  urbanas.  Sousa  (2004)  ressalta  em  seus  estudos  que  a  possibilidade  de  diferente 

tamanhos e tipos de áreas verdes, que podem ser criadas, é também um componente importante 

para  uma  estratégia  de melhoria  da  condição  do  ambiente  urbano  e  da  qualidade  de  vida  da 

população. 

Observa‐se  que  experiências  práticas  e  lições  sobre  esta  temática  ocorrem  tanto  no  âmbito 

nacional  como  internacional.  Entretanto,  em  termos  de  pesquisas  e  política  públicas,  o  Reino 

Unido,  os  EUA  e  o  Canadá  se  despontam  dos  demais.  Mais  do  que  exemplos  pontuais  de 

recuperação  de  áreas  degradadas  em  áreas  verdes,  algumas  cidades  vão  além  e  começam  a 

perceber as potencialidades e os benefícios de uma forma mais holística, aproveitando as inúmeras 

funções das áreas verdes, agora entendidas como sistemas que compõe uma infra‐estrutura verde. 

O Capítulo 2 irá abordar, através de estudos de referência, essa visão mais integrada da cidade e a 

correlação de um plano de recuperação e de conversão de áreas degradadas em espaços vegetados 

com as funções da infra‐estrutura verde. 

 

Page 86: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

86 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Page 87: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 2 Infra‐estrutura verde aplicada na recuperação de áreas degradadas 

 

Patricia Mara Sanches  87

 

 

 

Capitulo 2. Infra-estrutura verde

aplicada na recuperação de áreas

degradadas

 

Page 88: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

88 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

 

Page 89: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 2 Infra‐estrutura verde aplicada na recuperação de áreas degradadas 

 

Patricia Mara Sanches  89

 

2.1 O QUE É INFRA-ESTUTURA VERDE URBANA?

O  entendimento dos  espaços  vegetados  como parte da  infra‐estrutura  verde urbana,  é  visto 

como uma nova estratégia de estruturação dos espaços naturais e ambientalmente recuperados 

no processo de planejamento e desenho da cidade. Esse novo modelo já é realidade em muitas 

regiões e cidades do mundo, e o sucesso de  implantação e  funcionamento de  infra‐estrutura 

verde é acompanhado pela percepção dos ganhos sociais, econômicos e ambientais. 

Atualmente,  há  uma  extensa  literatura  sobre  o  significado  do  termo.  Segundo  Beneditc  e 

McMahon (2002), infra‐estrutura verde urbana é definida, como uma rede de espaços naturais 

ou recuperados, que interconectados, preservam os valores e as funções do ecossistema natural 

e oferecem serviços às cidades. No entanto, não se trata do sistema convencional de espaços 

livres e áreas verdes, mas sim de ações conjuntas com a gestão e crescimento local ou regional, 

embasadas em valores de conservação. 

A  terminologia  infra‐estrutura  atrelada  à  palavra  “verde”  é  devido  à  sua  contribuição  nas 

funções de base estrutural e de integração da cidade, como os sistema viário, de energia ou de 

abastecimento de água (PELLEGRINO, 2006), que contribuem para o bom funcionamento da 

cidade e atende aos padrões mínimos de habitabilidade, qualidade de vida, saneamento básico 

e saúde pública. Dessa mesma forma, deve ser visto a função da infra‐estrutura verde, na qual 

visa atuar conjuntamente com outras infra‐estruturas, no atendimento: 

 da mobilidade  e  a  acessibilidade,  ao  direcionar  e  estruturar  eixos  de  circulação,  e  de 

propiciar rotas alternativas para pedestres e ciclistas;  

da drenagem das águas pluviais, regulando o ciclo hídrico, atenuando os picos de cheia e 

conduzindo as águas com segurança;  

do  lazer,  a  recreação  e  o  convívio  social,  além  de  serem  espaços  de  contemplação  e 

percepção estética;  

da  manutenção  dos  processos  ecológicos,  da  biodiversidade  e  da  sustentabilidade  dos 

ecossistemas, colaborando com o aumento da conectividade dos fragmentos naturais. 

Cormier29 complementa este quadro de  funções estruturais citando o  sistema metabólico da 

cidade,  que  está  relacionado  aos  fluxos  intra‐urbanos  de  energia  e matéria.  A  agricultura 

urbana, neste caso, é mencionada como um exemplo deste sistema metabólico, se utilizando 

das  áreas  verdes  para  um  propósito  produtivo  de  atendimento  das  necessidades  básicas  de 

saúde do ser humano. 

                                                      29 NATE, C. Green Infrastructure: high performance landscapes for healthy cities. In: Discussão sobre inserção do verde e drenagem urbana sustentável.SABESP, São Paulo, 2008. 

Page 90: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

90 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Dessa forma, pode‐se dizer que infra‐estrutura verde urbana é que um conjunto de sistemas de 

base,  que  dão  suporte  para  a  gestão  e  funcionamento  sustentável  da  cidade,  atendendo  a 

questões ecológicas, hídricas, de circulação de pessoas, recreação e lazer, e fluxo de suprimento 

de  energia  e  alimento. Os principais  componentes destes  sistemas  são os  espaços  abertos  e 

vegetados  (ex.  parques,  praças,  corredores  ecológicos,  remanescentes  florestais,  alagados 

naturais  e  construídos,  jardins,  tetos  verdes,  etc.),  aliados  a  tecnologias  ambientais  que 

mimetizam  os  processos  naturais,  promovendo melhoria  na  qualidade  ambiental  e  ganhos 

sociais e econômicos. 

No próximo  item são apresentados planos e projetos de  recuperação, cujas áreas degradadas 

foram convertidas em novos espaços livres vegetados, fundamentado pelos princípios da infra‐

estrutura verde.  

2.2 INFRA-ESTRUTURA VERDE NOS PLANOS E PROJETOS DE RECUPERAÇÃO

Atualmente, além da recuperação de terrenos vazios, estruturas abandonadas e subutilizadas, 

espalhadas  pela malha  urbana,  decorrente  do  processo  de  desindustrialização,  há  também 

muitos projetos de  recuperação de áreas degradadas que estão voltados na  revitalização dos 

principais rios em diversas cidade. Em muitos casos, estes dois cenários estão interligados, uma 

vez que antigas atividades industriais desenvolveram‐se ao longo destes cursos d água. 

Apesar  da  área  de  intervenção  dos  projetos  de  revitalização  dos  rios  ser  bem  definida  e 

delimitada, os benefícios podem  ir além da  requalificação de suas margens, contribuindo no 

funcionamento  dos  processos  naturais  relacionados  as  águas,  como  regulação  do  ciclo 

hidrológico,  controle  das  cheias,  recarga  das  água  subterrânea,  restauração  do  ecossistema 

aquático e melhoria da qualidade das águas. 

Duas  das  cidades  que  foram  escolhidas  para  ser  referência  de  estudo  nesta  pesquisa  se 

encontram neste contexto. Como forma de solucionar a degradação de diversas áreas urbanas, 

estas cidades apresentam projetos de grande monta em torno da revitalização dos rios, como é 

o caso de Los Angeles, nos Estados Unidos, e Toronto, no Canadá.  

O terceiro exemplo é Glasgow e Clyde Valley, região metropolitana da Escócia, que é cortada 

pelo rio Clyde. Diferentemente das duas referências acima, esta não adotou a revitalização do 

rio e entorno imediato como principal foco de recuperação das áreas degradadas. O projeto se 

estende por toda a região, propondo uma rede interconectada de áreas verdes. 

Page 91: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 2 Infra‐estrutura verde aplicada na recuperação de áreas degradadas 

 

Patricia Mara Sanches  91

 

Os principais critérios que nortearam a escolha destes centros urbanos foram: a diversidade de 

escalas,  de  localização,  de  tipos  e  origens  das  áreas  degradadas,  de  contexto  sócio‐cultural, 

bem como, das estratégias distintas de  implementação dos programas e projetos do governo, 

permitindo assim, ter um amplo repertório que pudesse servir de subsídio para a cidade de São 

Bernardo do Campo, Brasil, que é o estudo de caso desta pesquisa. A relação destes projetos 

com  conceitos  e  planos  de  infra‐estrutura  verde,  e  a  disponibilidade  farta  e  acesso  fácil  às 

informações sobre os projetos e programas das cidades  foram determinantes  também para a 

escolha destas.   

2.1.1 Glasgow e Clyde Valley

De acordo com a  Figura 109, a região metropolitana de Glasgow e Clyde Valley, composta por 

sete  municípios  (West  Dunbartonshire,  East  Dunbartonshire,  Glasgow  City,  North 

Lanarkshire,  South Lanarkshire, Renfrewshire  and East Renfrewshire),  se  localiza na porção 

central da Escócia, na bacia do Rio Clyde, um dos principais rios do país.  

Com uma área de 3.390 Km², abriga uma população de  1,75 milhões de habitantes  (apenas a 

população  de Glasgow  representa  33%  do  total).  A  região  ocupa,  atualmente,  uma  posição 

importante  e  estratégica  economicamente  para  a  Escócia,  uma  vez  que  suas  exportações 

representam quase a metade do total que sai do país (STRUCTURE PLAN, 2006). 

Apesar de bons indicadores de qualidade de vida, como elevado índice de áreas verdes, a região 

metropolitana carrega os resquícios da decadência  industrial, ocorrida em meados da década 

de  70  e 80. Este  fenômeno  foi muito  característico das  cidades  européias  e  americanas que 

tinham  sua  economia  calcada  na  industrialização  e  passaram  por  uma  reestruturação 

econômica,  no  qual  o  setor  de  serviços  passa  a  ser  predominante.  Como  resultado  deste 

cenário, há ainda  inúmeras áreas vazias e  instalações abandonadas e degradadas decorrentes 

do fechamento das indústrias pesadas (siderúrgicas, metalurgia, carvoarias, etc.). 

A preocupação  em  tratar  e  revitalizar  estas  áreas  e  integrá‐las novamente  ao  tecido urbano 

reflete‐se  nas  políticas  públicas  das  autoridades  locais  que  são  traduzidas  em  pesquisas, 

programas  e  ações  voltados  à  temática,  como  por  exemplo,  o  levantamento  anual  de  áreas 

vazias  e  abandonadas  existentes no país  e  sua  atual  condição  (Scottish Vacant  and Derelict 

Land  Survey).  Na  pesquisa mais  recente  (Scottish  Vacant  and  Derelict  Land  Survey,  2008), 

North Lanarkshire  e Glasgow ocupam  a primeira  e  a  segunda posição,  respectivamente,  em 

hectares de áreas vazias (332 ha e 606 ha) e abandonadas (1064 ha e 719 ha), como mostra o   

Gráfico  1.  As  áreas  identificadas  em North  Lanarkshire  representam  13%  do  total  de  áreas 

degradadas do país, e Glasgow, 12%. 

Page 92: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

92 De ár

 

Figura 109. Map  

Gráfico 1.Áreas

 

Em 2006 fo

propõe  um

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O Plano es

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 o Plano Dir

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5) e possui q

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Page 93: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 2 Infra‐estrutura verde aplicada na recuperação de áreas degradadas 

 

Patricia Mara Sanches  93

 

ambiente natural e construído, e aumentar a integração do uso do solo e transporte. Tais metas 

devem  ser  guiadas  pelos  princípios  do  desenvolvimento  sustentável  no  âmbito  econômico, 

social  e  ambiental. Neste  último,  destaca‐se  a  premissa  de  que  deve  ser  dada  prioridade  à 

reutilização de áreas vazias e edifícios ociosos e à descontaminação de áreas degradadas.  

A  Figura  110  apresenta  o  mapa  dos  locais  prioritários  de  intervenção  de  acordo  com  as 

diretrizes do Plano Diretor,  estabelecendo os  centros urbanos prioritários para  revitalização 

(quadrados vermelhos), áreas urbanas de revitalização  (quadrados  laranjas), comunidades de 

crescimento  (quadrados  pretos)  e  locais  prioritários  na  rede  de  áreas  verdes  (quadrados 

verdes). 

Para  se  alcançar  os  objetivos  do  plano  foram  estabelecidos  três  estratégias:  os  vetores  de 

crescimento  (Corridor  of  Growth),  fortalecimento  das  comunidades  (Strengthening 

Communities) e a rede de áreas verdes (Green Network), como a mostra a Figura 111.  

No contexto desta pesquisa, a atenção é voltada a última estratégia citada, devido à estreita 

ligação com a revitalização de áreas degradadas, uma vez que o plano de rede de áreas verdes 

(Green  Network)  é  considerado  uma  das  diretrizes  de  conversão  destas  áreas  em  espaços 

vegetados, aumentando a qualidade ambiental do  local e da vida da comunidade do entorno 

(ver Figura 111). 

De  acordo  com  o  Plano Diretor,  a  rede  de  áreas  verdes  (Green Network)  deve  estender  do 

centro de Glasgow a outros centros urbanos por meio dos vilarejos e assentamentos rurais, e 

deve  ser detalhada por planos  locais  e  implementadas por programas  junto  a  assessoria das 

agências públicas ambientais. 

 

Page 94: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

94 De ár

 

Figura 110. PlanFonte: Glasgow

 

Figura 111. RedeThe Clyde Vall

Para a criaç

um estudo

GVC Green

reas degradadas

no Estrutural dew and The Clyde 

e de Áreas Verdeey Joint Structu

ção e detalh

o (Glasgow a

n Network, 

s a espaços veget

 Glasgow e Clyd Valley Joint Stru

es (Green Networe Plan, 2006. 

hamento do 

 and Clyde V

 que primei

tados 

de Valley que ideucture Plan, 2006

ork) que faz par

 plano da re

Valley Green

ramente est

entifica locais pr6. 

rte do Plano Estr

ede de áreas

n Network‐ P

tabeleceu d

rioritários dentr

rutural de Glasg

s verdes (Gr

Planning Gu

diretrizes de

ro de cada estrat

ow e Clyde Vall

een Networ

uidance, 200

e planejame

 tégia prevista no

ley. Fonte: Glasg

rk), foi elabo

08), pela ag

ento e metas

o plano. 

 gow and 

orado 

gência 

s, tais 

Page 95: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

como

mais 

regiã

O  p

cruza

desem

vida 

paisa

raios

e ped

Figura Guidan

Figura Green 

o, maior  atr

  fortalecida

ão.   

rocesso  de 

amento  de 

mprego  (Fig

  selvagem 

agísticas  (Fi

s de atuação

destres (Figu

  112.  Mapa  de nce, 2008. 

  114. Mapa da sa Network‐ Plann

ratividade p

as  e  inter‐co

  desenvolv

  diversos  d

gura  113)  e 

  (Figura  117

igura  122), 

o (Figura 120

ura 119). 

  densidade.Figu

aúde da populaning Guidance, 2

 para negóci

onectadas, 

vimento  do

dados,  com

  saúde  (Figu

7),  áreas  d

  parques  reg

0), e dados f

ura  113.Mapa  do

ação. Figura  115  2008. 

Infra

ios, oportun

  proteção  e 

o  plano  con

mo,  densidad

ura  114),  inf

de  florestas

gionais,  par

físicos: rota

 o  desemprego. 

   Mapa do  Índice

a‐estrutura verd

nidades de 

 melhoria  a

ntou  com 

de  demográ

formações  a

s  (Figura  1

rque  urbano

s e caminho

  Fonte:  Glasgow

e de Vulnerabili

de aplicada na re

 melhoria d

ambiental  e

  a  análise 

áfica  (Figur

ambientais: 

18),  caracte

os  e  rurais 

os de longa 

w  and  Clyde  Va

idade Social. Fo

ecuperação de ár

Patricia Mar

da  saúde,  co

e  da  biodive

  espacial,  a

ra  112),  dad

  áreas de h

erização  de

  com  seus 

 distância pa

 alley  Green  Net

onte: Glasgow an

CAPÍTULO 2reas degradadas

ra Sanches  95

omunidades

ersidade  na

a  partir  do

dos  sociais:

habitat para

e  unidades

  respectivos

ara ciclistas

 twork‐  Planning

 nd Clyde Valley

2 s 

5

Page 96: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

96 De ár

 

Figura  116. Maconsideradas d 

Figura 118.MapFigura 11. Mapa 

Figura 119.Mapas  áreas servidand Clyde Valle

reas degradadas

apa  das  áreas  dede alto valor ecol

a Inventário Naa dos Parques Re

pa das rotas de bdas e não servidey Green Networ

s a espaços veget

e  crescimento  plógico para vida

acional das área eegionais e Nacio

 bicicletas ou de das pelos parquerk‐ Planning Gui

tados 

   prevista  no  Plan selvagem. Font

  e tipos de floresonais. Fonte: Gla

  pedestres acessíes regionais, de idance, 2008. 

no  Estrutural  dte: Glasgow and 

stas existentes  asgow and Clyde 

íveis.Figura 120. acordo com o r

de Glasgow  e Cl Clyde Valley Gre

e Valley Green Ne

. mapa de cruza raio de atuação 

lyde Valley  .Figeen Network‐ Pla

etwork‐ Planning

mento da densi estabelecido de 

 gura  117 Mapa  danning Guidance

 

g Guidance, 200

 idade demográfi 25Km. Fonte: G

da  áreas e, 2008. 

08. 

fica com Glasgow 

Page 97: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Figura com  o estabel 

Figura 

Tal  e

ident

manc

  121.Mapa de cr  raio de  atuaçãlecido de 1Km (f

 122. Mapa das u

  estudo  resu

tificando  ár

cha,  corred

ruzamento da dão  estabelecido figura da direita

 unidades paisagí

ultou  na  di

reas prioritá

dor  ou  tram

ensidade demog  de  10Km  (figura). Fonte: Glasgo

ísticas. Fonte: Gl

ivisão  do  p

árias que po

mpolim  eco

Infra

 gráfica com as ra da  esquerda) ow and Clyde Va

lasgow and Clyd

plano  em  2

oderiam  faz

ológico,  e 

a‐estrutura verd

 áreas servidas e  e pelos  parquelley Green Netwo

de Valley Green N

22  zonas  de

zer parte da

  que  benefí

de aplicada na re

e não servidas pes urbanos,  de  aork‐ Planning Gu

 Network‐ Plannin

e  atuação, 

a  rede de  á

fícios  eram 

ecuperação de ár

Patricia Mar

  pelos parques  lo  acordo  com  o  ruidance, 2008 

 ing Guidance, 20

  lançando  d

áreas  verdes

  necessário

CAPÍTULO 2reas degradadas

ra Sanches  97

 ocais, de acordo  raio  de  atuação

008. 

diretrizes  e

s,  enquanto

os  naquelas

2 s 

7

o o 

Page 98: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

98 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

localidades, definindo, assim, qual o tipo de área verde e seu papel. Por exemplo, uma região 

com uma demanda maior por áreas verdes com função predominante de recreação e esporte, 

ou uma área natural, com função de proteção ambiental.  Tais diretrizes são fundamentais para 

a elaboração posteriormente de um plano detalhado para as 22 zonas junto com as respectivas 

autoridades locais. 

Percebe‐se que desde o começo, no processo de análise para a composição de  rede de áreas 

verdes e estabelecimento de diretrizes, foram adotados critérios que objetivavam paisagens de 

alto  desempenho,  cumprindo  funções  ecológicas,  sociais  e  de  mobilidade  e  circulação, 

seguindo, assim, os princípios de infra‐estrutura verde.  

Após  o  estabelecimento  do  conceito  de  rede  de  áreas  verdes,  foi  feito  um  estudo  piloto 

chamado Green Network Vacant and Derelict Land Study (2006), com o propósito de suprir a 

demanda  de  ampliação  e  melhoria  da  qualidade  dos  espaços  vegetados  na  região 

metropolitana de Glasgow, através da recuperação e conversão das áreas vazias e abandonadas 

em  áreas  verdes.  Tal  estudo  é  resultante  do  cruzamento  do  plano  de  rede  de  áreas  verdes 

(Green Network) com as pesquisas de áreas vazias e abandonadas (Scottish Vacant and Derelict 

Land Survey). 

Inicialmente, as áreas de intervenção deste estudo piloto resultaram da interseção de dois dos 

vetores de crescimento (Corridors of Growth), propostos pelo plano diretor de Glasgow e Clyde 

Valley,  com  o  plano  de  rede  de  áreas  verdes  (Green  Network).  Desta  sobreposição  foram 

identificadas  e  caracterizadas  as  áreas  vazias  e  abandonadas  existentes  (ver  Figura  123),  sob 

diversos aspectos:  localização, condições e uso do solo, ecologia e paisagem. Posteriormente, 

foi  avaliado  o  potencial  das  mesmas  de  serem  recuperadas  através  de  uma  matriz  de 

priorização, na qual diversos critérios  foram embutidos,  levando‐se em conta o potencial de 

melhoria do espaço vegetado e os possíveis benefícios. Por fim, o estudo sugere oportunidades 

e  recomendações  de  projeto  quanto  aos  diversos  usos  e  funções  que  os  espaços  abertos  e 

vegetados podem oferecer, dividindo‐os em ações e projetos de curto e longo prazo. 

 

Page 99: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Figura verdes 

Apes

plano

assim

Nota

quan

apres

que, 

de um

atend

O m

detal

de um

2.1.2

Los A

costa

regiã

exten

         30 Fon

  123. Mapa dos . Fonte: Green N

sar de o est

o  diretor,  o

m, sua aplica

a‐se que a re

nto parâmet

sentados, co

 além de vis

m sistema d

dimento do

método  que 

lhados no C

ma própria 

2 Los Ang

 Angeles é u

a oeste do p

ão metropol

nsão  territo

                      nte: Prefeitura de

 vetores de cres Network Vacant 

tudo  ter com

o  objetivo  é

abilidade pa

egião de Gl

tros  import

onsiderado 

sar a recupe

 de áreas ver

s aspectos e

  compõe  a 

Capítulo 4 –

 ferramenta 

geles

uma das  trê

país.  Possui

litana abriga

orial  aliada 

                       e Los Angeles “C

cimento  identif and Derelict La

mo área de 

  é  o  desenvo

ara toda a re

asgow e Cly

antes para 

 como um a

eração ambi

rdes, busca a

 econômicos,

  ferramenta

– Materiais 

 para o estu

ês maiores c

i uma popul

a em torno 

  a  uma  ocu

         City/County Pop

Infra

ficados e as áreaand Study for Gl

 abrangênci

olvimento 

ede de áreas

yde Valley o

  o planejam

 arcabouço c

iental de áre

 a revitalizaç

, ambientai

a  de  avaliaç

 e métodos, 

do de caso d

 cidades do 

lação de ma

 de 10 milhõ

upação  disp

pulation Estimat

a‐estrutura verd

as vazias e abanlasgow and Clyd

ia dois veto

  e  aperfeiço

s verdes.  

 oferece sub

mento urban

 consistente 

eas vazias e

ção da regiã

s e sociais d

ção  (matriz 

 pois consti

 de São Bern

 EUA e está

ais de 4 mil

ões) em uma

persa  se  tor

tes with Annual 

de aplicada na re

ndonadas (em pde Valley Structu

ores de cres

amento  do 

sídios tanto

no  ambienta

 de método

e abandonad

ão como um

do desenvolv

  de  prioriza

itui uma ref

nardo do Cam

á  situada no

hões de hab

a área de 1.2

rna  um  des

 Percent Change

ecuperação de ár

Patricia Mar

 preto) para convure Plan, 2006. 

scimento pr

o método,  e

o em polític

al, devido  a

os, pesquisa

das, melhor

m todo, base

vimento sus

ação)  estão

ferência na 

mpo. 

o Estado da

bitantes30 (s

222,68 km². 

safio  a mob

e”, 2008. 

CAPÍTULO 2reas degradadas

ra Sanches  99

versão em áreas

ropostos no

estendendo,

cas públicas

  aos  estudos

s e práticas

ria e criação

eando‐se no

stentável.   

o mais  bem

 construção

a Califórnia,

sendo que a

 Sua grande

bilidade  da

2 s 

9

 

Page 100: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

100 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

população. As políticas públicas de transporte ainda são calcadas no modelo rodoviarista, cuja 

expressão máxima é a avenida expressa (freeway) e o desenvolvimento urbano é caracterizado 

pelo modelo de crescimento horizontal da cidade, o que implica, sem dúvidas, em um intenso 

tráfego local, congestionamentos e longas viagens diárias.   

A  cidade possui um  índice de  1,62m² de parques por habitante,  valor  superior  a de  cidades 

como Chicago e Nova York, de acordo com um estudo da organização Trust for Public Lands, 

em 200631. Porém, a pesquisa Los Angeles Recreation and Parks Department Community ‐ Wide 

Needs Assessment (2008), que trata da avaliação das necessidades da comunidade em termos 

de áreas verdes públicas, revelou que mais de um terço das áreas de parque estão concentradas 

em menos de quatro parques da cidade (Griffith, Elysian, Lincoln e Hollenbeck). Além destes 

parques  não  estarem  distribuídos  igualmente  na  cidade,  já  que  todos  localizam  na  parte 

central, o estudo atenta para a dificuldade de acesso às áreas verdes, visto que eles não estão 

bem servidos a uma rede de transportes públicos. 

Frente aos enormes desafios da cidade, em termos de qualidade e distribuição de áreas verdes 

para  a  população,  e  a  ausência de  um  plano de  sistema de  áreas  verde  que direcione  estas 

questões,  o  Departamento  de  Parques  e  Recreação  apostou  no  estudo  de  avaliação  das 

necessidades  da  comunidade  com  relação  às  áreas  verdes  públicas,  elaborado  junto  a  uma 

equipe de consultoria Mia Lehrer + Associates e PROS ConsultingTEAM. Acredita‐se que este 

estudo  tem  uma  contribuição  significativa  na  identificação  de  problemas,  demandas  e  no 

lançamento de diretrizes iniciais para o estabelecimento de um plano diretor urbano futuro de 

parques e áreas verdes.  

Assim,  tal avaliação visou  identificar, quantificar e priorizar demandas a  recreação e espaços 

abertos, a fim de auxiliar no planejamento da cidade e no desenvolvimento de estratégias para 

tratar dos conflitos e desafios que o Departamento de Parques e Recreação enfrenta, como por 

exemplo,  aquisição de novas  áreas para  recreação  e oportunidades de  reutilizar  e  revitalizar 

terras de domínio público. 

Este estudo leva o leitor a concluir a grande necessidade de maior número de mini‐parques e 

parques de vizinhança, ou seja, uma  rede de áreas verdes mais difusa, pulverizada no  tecido 

urbano,  que  considere  a  densidade  demográfica  local  e  as  demandas  especificas  de  cada 

comunidade, em contra posição do modelo atual de grandes áreas vegetadas concentradas e 

                                                       

 

Page 101: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 2 Infra‐estrutura verde aplicada na recuperação de áreas degradadas 

 

Patricia Mara Sanches  101

 

pouco  acessíveis. Além disso, o  estudo  sugere que  as  áreas degradadas  (brownfields)  fossem 

recuperadas  para  tal  finalidade,  tornando‐se  uma  alternativa  na  aquisição  de  novas  áreas 

verdes.  

Observa‐se, especificamente, que tal relatório tem um foco muito mais social, buscando trazer 

maior  qualidade  de  vida  a  população,  o  que  difere  um  pouco  dos  objetivos  das  políticas 

públicas  e  planos mais  amplos  da  cidade Glasgow  (apresentados  acima)  que  além  do  foco 

social,  busca  melhorias  do  ponto  vista  ecológico,  ambiental  e  econômico,  no  sentido  de 

revitalização e atração de novos investimentos. 

Concomitantemente as políticas de áreas verdes urbanas, Los Angeles apresenta duas grandes 

iniciativas com  foco na  recuperação e conversão de áreas urbanas degradadas em parques e 

outros  espaços  vegetados  de  uma  forma mais  abrangente,  incluindo  fatores  de  importância 

ambiental, ecológica e social : LA River Master Plan  e Brownfields Program. 

Los Angeles River Revitalization Master Plan

O Rio Los Angeles possui aproximadamente 94 Km de extensão, percorrendo 82 Km em área 

urbanizada.  Suas  nascentes  se  encontram  no  Vale  de  São  Fernando  e  sua  foz  na  região 

portuária de Long Beach (Long Beach Harbor), de acordo com a Figura 124. 

Durante o século XIX e XX, o rio Los Angeles  foi  fundamental para o crescimento  industrial, 

servindo  de  corredor  de  transporte  e  contribuindo  para  crescimento  econômico  da  região. 

Entretanto,  devido  ao  crescimento  continuo  da  cidade,  acompanhado  de  intensa 

impermeabilização, canalização, supressão da vegetação e edificação ao  longo das margens e 

várzeas,  os  problemas  ambientais  inevitavelmente  vieram  a  tona,  como  por  exemplo,  as 

enchentes e a poluição das águas (LARRMP, 2007). 

Ao  longo do tempo, a ocupação das margens por usos  industriais (galpões,  fábricas) e pátios 

ferroviários  contribuiu  para  a  construção  de  uma  paisagem  fluvial  hostil,  isolada  das 

comunidades e da vida urbana da cidade. (LARRMP, 2007). 

 

Page 102: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

102 De ár

 

Figura 124. Vist 

Nas última

estadual e 

respectiva 

para o rio 

água, como

pelo conse

2005,  o  pr

desenvolvim

A  equipe 

energia da 

profissiona

trabalhou c

cidade e ca

As figuras a

ficará após 

reas degradadas

ta aérea da exten

a duas déca

  federal) se 

 bacia. A pr

 Los Angele

o Los Ange

lho municip

refeito  Ant

mento do P

  foi  compos

 cidade e a e

ais,  como  a

com um ho

atalisador de

 as seguir ap

 a revitaliza

s a espaços veget

nsão do Rio Los 

adas,  as  com

 envolveram

refeitura deu

es em  1996, 

eles State H

pal uma com

onio  Villara

Plano Direto

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orizonte de 

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ação. 

tados 

 Angeles. Fonte:

munidades  l

m e uniram 

u partida ao

 com a cria

Historic Park

missão focad

aigosa  endo

or.  

omitê,  escrit

onsultoria T

  paisagistas, 

 25 a 50 ano

nte mais su

 perspectivas

: LARRMP, 2007

  locais  junto

 esforços pa

o processo 

ação de algu

k e Taylor Y

da na revita

ossou  form

tórios  de  e

 Tetra Tech C

  engenheir

os para a tra

ustentável. 

s de trechos

7. 

o  com o po

ara  revitaliz

 de  impleme

umas áreas 

 Yard. Porém

alização do r

malmente  a 

engenharia, 

 Consultant 

os,  urbanis

ansformaçã

 do rio Los 

der público

zar o Rio Lo

entação de 

  livres ao  lo

m,  só em 20

 rio e de seu

  Câmara  M

  departame

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tas,  entre  o

o do rio em

 Angeles atu

 

o  (de nível 

os Angeles 

 um plano  i

ongo do cur

002  foi apro

us tributário

Municipal  p

ento  de  águ

mada por div

  outros.  O 

m um símbo

ualmente e 

  local, 

 e sua 

  inicial 

rso da 

ovado 

s. Em 

ara  o 

uas  e 

versos 

  plano 

olo da 

 como 

Page 103: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Figura Figura Plan, n 

Os  p

objet

R

p

M

x

m

lo

re

O

p

c

A

c

 

Anali

estru

espaç

(Figu

ao  l

trans

prevê

amor

recre

exerc

 125. Vista da seç 126. Vista da se no centro da cida

principais  o

tivos secund

Revitalização

público segu

Melhoria da 

xão da vizin

munidade e 

ocais  subut

ede de espa

Oportunidad

ponto de con

cultural do r

Agregar valo

comércio; co

 

isando  a  p

utura  sob  n

ços  livres, 

ura 127); ma

ongo  do  r

sformando o

ê a criação 

rtecimento 

eação e rest

cício de dive

ção canalizada deção restaurada cade. Fonte: LAR

objetivos  do

dários: 

o do  rio: di

uro ao rio, re

 qualidade 

hança com 

 incorporaçã

ilizados  e p

aços abertos

des para  co

nvergência, 

 rio Los Ange

or: melhoria

om priorizaç

roposta  de 

ova  forma 

  os  problem

peamento d

rio  (Figura 

 o rio em um

 de alagados

  no  fluxo  d

tauração do 

ersas funçõe

 do Rio Los Ange com vegetação cRRMP, 2007. 

o  plano  est

iminuição d

estauração d

da vizinhan

 o rio, aume

ão de arte p

pátios de  es

omunidade: 

 promoção 

eles. 

a da qualida

ção de áreas

  Los  Angele

  de  planejam

mas  de mob

 das oportun

  128),  e  d

m grande co

s construído

as  chuvas, 

 ecossistem

es já precon

Infra

 eles no centro da ciliar e espécies 

tão  dividido

das enchent

 do ecossiste

nça: criação 

ento dos es

 pública ao lo

scolas devem

  fomento a 

 de oportun

ade de vida; 

s subutilizad

es  River  Re

mento,  que 

bilidade  urb

nidades de m

de  conexão

orredor eco

os e bacias 

  no  período

ma aquático 

nizadas pelo 

a‐estrutura verd

a cidade. Fonte:  nativas, propos

os  em  qua

tes, melhori

ema e das fu

 de corredo

paços abert

  ongo do cu

m  ser  requa

 cidadania, 

idades educ

 aumento d

das e comun

evitalization

  visa  resolv

bana,  valori

melhoria e d

o  com  área

ológico (Figu

 de retenção

o  de  pico, m

 (Figura  131)

 conceito de

de aplicada na re

 LARRMP, 2007.ta pelo Los Ang

tro  itens  q

ia da qualid

unções hidro

or contínuo 

tos, estímulo

rso d água. 

alificados,  f

  tornar o  ri

cacionais e v

e emprego, 

nidades desp

 Master  Pl

ver,  por me

ização  e  pr

de novas áre

as  naturais

ura  129 e Fi

o próximo a

melhoria  da

).   Ou seja, 

e infra‐estru

ecuperação de ár

Patricia Mar

. geles River Revita

que  se  desd

dade das ág

ológicas. 

 ao longo do

o da identid

 Dentro da 

  fazendo par

io  foco de a

 valorização 

 habitação e

sprivilegiada

lan,  observa

eio  da  veget

riorização  d

eas de lazer 

s,  habitats 

igura  130). A

 ao rio, com

a  qualidade 

 a proposta 

utura verde.

CAPÍTULO 2reas degradadas

ra Sanches  10

 

alization Master

dobram  em

guas, acesso

o rio, cone‐

dade da co‐

 vizinhança,

rte da nova

 atividades e

 da herança

 e áreas para

as. 

a‐se  que  se

tação  e  dos

do  pedestre

 e recreação

  existentes,

 Além disso,

mo  forma de

  das  águas,

  implica no

2 s 

03

Page 104: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

104 De ár

 

Figura 127. Estr

Figura  128.Solulocal. Fonte: LA

Figura 129. Recnaturais próxim

reas degradadas

ratégias e soluçõ

uções para acessARRMP, 2007. 

cuperação ou crimas. Fonte: LAR

s a espaços veget

ões de mobilidad

sibilidade da po

iação de parqueRRMP, 2007. 

tados 

de urbana que vi

opulação ao  rio,

s ao longo do rio

visem a priorizaç

, para  recreação

o, restaurando a

ção do pedestre 

o e  lazer, estimu

 a vegetação ripa

 e ciclista. Fonte

ulando a  relação

aria, possibilitan

e: LARRMP, 2007

o de  identidade

ndo conexões com

 7. 

 e com o 

 m áreas 

Page 105: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Figura LARRM 

Figura reduzir 

Por 

revita

estão

m

ç

  130. Mapa dos MP, 2007. 

  131.Criação de r o impacto das 

  fim,  o  plan

alizadas. O 

o relacionad

melhoria da 

ção da veloc

  locais  estratégi

  canais,  alagado cheias e melhor

no  ainda  i

  processo  d

dos aos objet

 qualidade d

idade do flu

icos  ao  longo d

os  construídos  erar qualidade da

identifica  2

  de  identific

tivos princip

 da água, rec

uxo das água

Infra

do  rio que perm

  e bacias de  reteas águas. Fonte: 

20  áreas  ao

ação  destas

pais do plan

carga do len

as; 

a‐estrutura verd

mitiriam  conexõe

enção  permeado LARRMP, 2007.

o  longo  do

s  áreas  env

no. São eles:

nçol freático

de aplicada na re

es  com habitats

o de  áreas  verde. 

  rio  com 

olveu  uma 

o, proteção c

ecuperação de ár

Patricia Mar

s naturais  signif

es  ao  longo do 

  oportunida

  série  de  cr

 contra ench

CAPÍTULO 2reas degradadas

ra Sanches  10

 ficativos. Fonte:

   rio  de  forma  a

des  de  ser

ritérios  que

hente, redu‐

2 s 

05

Page 106: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

106 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

criação e expansão de habitats naturais, parques e melhoria da qualidade estética do rio e 

visibilidade  

criação e benefícios múltiplos a comunidade e oportunidades de reinvestimento. 

 

Tais  critérios  foram  utilizados  em  análise  subseqüentes  e  em  consulta  pública  durante 

workshops  com  a  comunidade.  Destas  20  áreas,  5  foram  selecionadas  como  piloto  para  o 

desenvolvimento e detalhamento de projeto, a fim de serem modelos de referência e poderem 

exemplificar diversas  possibilidades de  revitalização,  e  como  extrair  lições destes  casos.  São 

eles:  Canoka  Park,  River Glen,  Taylor  Yard,  área  Chinatown‐Cornfields  e  área Downtonwn 

Industrial. 

A    tabela  3  mostra  os  critérios  agrupados  em  três  grandes  temas:  água,  áreas  verdes  e 

comunidade, e os resultados da avaliação do potencial de aplicabilidade e viabilidade que as 20 

áreas  identificadas  apresentavam  em  relação  aos  assuntos  tratados  nos  critérios,  variando 

assim,  da  cor  preta  que  significa  baixo  potencial  até  o  verde  mais  escuro  que  seria  alto 

potencial. Observa‐se  que  as  cinco  áreas  escolhidas  apresentam  a  predominância  de  cores 

verdes e amarelo que representa médio e alto potencial. 

 

Page 107: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

107 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Tabela 3 Matriz de priorização das 20 áreas ao longo do rio Los Angeles com oportunidades de ser revitalizadas.  Os critérios estão agrupados em três grandes temas: água, áreas verdes e comunidade, e os resultados da avaliação do potencial variam da cor preta que significa baixo potencial até o verde mais escuro que seria alto potencial. Fonte: Adaptação e tradução da original de LARRMP, 2007. 

 

Canoga Park 

Resed

a Blvd 

Sepulved

a Basin 

Agricultural A

reas 

Sepulved

a Basin 

Studio City 

Tujunga W

ash 

Confluen

ce 

Ven

tura Blvd 

Wed

dington Park 

Spreading Grounds 

Ferraro Fields 

River Gien 

Taylor Yard 

Arroyo

 Seco 

Confluen

ce 

Cornfields/ 

Chinatown Area 

Mission Road

 Yards 

Boyle Heights 

Connector 

Downtown Arts 

District 

Downtown Industrial 

Area 

Santa Fe Wareh

ouse 

Sears/ Crown Coach 

Águas limpas, segurança contra enchentes 

         

Melhoria qualidade das águas 

         

Recarga das águas subterrâneas 

         

Retenção das águas e proteção contra enchentes 

         

Redução do fluxo das águas 

         

Áreas verdes na cidade          

Criação e expansão de habitats 

         

Criação e expansão de Parques 

         

Melhoria estética e visibilidade do rio 

         

Comunidade          

Criação de múltiplos benefícios para comunidade 

         

Criação de oportunidades de reinvestimento 

         

Page 108: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

108 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Tabela 4. Legenda de priorização das 20 áreas potenciais. Fonte: Adaptado e traduzido de LARRMP, 2007.  Avaliação das potencialidades das áreas 

Legenda 

Pouco ou nenhum potencial de alcançar os critérios  

Baixo potencial  

Médio potencial  

Alto potencial   

Melhor ou único potencial para alcançar os critérios  

Page 109: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

Patricia Mara Sanches  109

 

Brownfields Program

Paralelo a revitalização do Rio Los Angeles, há também a iniciativa Brownfields Program, criado 

com o propósito de recuperar e reutilizar os inúmeros terrenos vazios, estruturas abandonadas 

e  ociosas  ‐  muitas  vezes  contaminadas  pelas  antigas  atividades  industriais  ‐  que  ainda 

perduram e se encontram espalhadas por toda a cidade.  

Coordenado pelo departamento de Meio Ambiente da Prefeitura de Los Angeles, o programa 

atua  de  forma  pontual  assessorando  lotes  privados  ou  públicos  no  processo  de 

descontaminação e proposição de um novo uso mais sustentável para a área, com a finalidade 

de revitalização do ambiente degradado e reinserção na paisagem urbana.  

Uma das vertentes do programa está  focada na  recuperação e conversão destes  terrenos em 

áreas  verdes,  parques  locais  e  de  vizinhança,  e  conta  com  a  parceria  do  departamento  de 

Parques e Recreação (Department of Recreation and Parks). O programa auxilia na detecção do 

potencial  e  apoio  técnico  para  a  recuperação  das  áreas  degradadas.  Porém,  tal  decisão  de 

conversão não é norteada por um plano estratégico, tal como um plano diretor de parques ou 

plano de  rede de áreas verdes, uma vez que,  tais planos  são ainda  inexistentes. Portanto, as 

intervenções  são  pontuais, mas  a  área  de  abrangência  é  regional,  isto  é,  podem  estar  em 

qualquer parte da cidade.  

Na  maioria  das  vezes,  os  critérios  de  decisão  de  transformar  em  uma  área  verde  estão 

relacionados  à  alta  demanda  por  novos  parques  e  espaços  abertos  vegetados  na  região, 

priorizando  comunidades  carentes,  cuja  condição  econômica  é  baixa. Outros  fatores  são:  a 

disponibilidade de fundos e recursos financeiros para o processo de remediação, que deve ser 

compatível com o uso e ocupação do solo proposto; e se é de propriedade pública ou privada. 

Dentre os projetos de parques implantados e em planejamento, destaca‐se: 

 Taylor Yard: parque  implantado ao  longo do  rio Los Angeles, que originalmente era um 

pátio ferroviário e que também está incorporado ao Los Angeles River Master Plan (Figura 

132). 

 Hermosa Natural Park: antiga área contaminada convertida em parque. Vale destacar que 

é uma região carente de áreas verdes e de atividades culturais (. Figura 133). 

Page 110: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

110 De ár

 

Figura 132. Tay

 State H

abrigav

implan

devido 

estrutu

sendo q

138). 

  

Figura 134. PátiFigura 135. Stat 

reas degradadas

ylor Yard Park, L

 Historic Par

va cultivo de

ntação. O pa

  a  sua  prox

ura  temporá

 que o térmi

io Ferroviário qute Historic Park,

s a espaços veget

Los Angeles, EUA

rk  (Cornfiel

e cereais, fo

arque també

ximidade  co

árias  (Figura

ino da prim

ue existia no loc, Los Angeles, EU

tados 

A. Figura 133. He

ld): Antigo 

oi revitalizad

ém faz parte

om  o  rio.   A

a  135) para 

eira fase est

cal do State HistoUA, com instala

 ermosa Natural 

 pátio de  tr

da e conta c

e do Los An

Atualmente

  receber usu

tá previsto e

 oric Park, Los Aações temporária

 Park, Los Angel

rens  (Figura

 com um pro

ngeles River

e,  o  local  já

uários, pois 

 em 2012 (Fig

Angeles, EUA. Foas. Fonte: foto d

es, EUA. Fotos d

a  134),  e qu

ojeto de par

r Revitalizat

á  possui  ins

 será constr

gura 136, Fig

onte: www.parksa autora 

 da autora. 

ue  anteriorm

rque que est

tion Master 

stalações  e 

ruído em et

gura 137 e F

s.ca.gov. 

 

mente 

tá em 

 Plan, 

  infra‐

tapas, 

Figura 

 

Page 111: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Figura o rio LFigura proposFigura www.p

S

a

a

R

re

e

Figura EUA. F

Amb

LARR

conv

 136. À esquerdaos Angeles. Fon  137. A direita, sta de jardins sen 138. . A direita, park.s.ca.gov. 

South  LA W

adquirida  p

alagados nat

Rockwood P

ecuperada 

equipamento

 139. Local do fuFotos da autora. 

bos os projet

RMP  e  Brow

versão em e

a: Fase final do pnte: www.park.s. primeira, de  cinsoriais com ho segunda, de cim

Wetlands  Pa

ela  prefeitu

turais (natur

Park: área q

  e  transform

os e áreas d

uturo South LA  

tos urbanos

wnfields  Pr

spaços  livre

 projeto State Hica.gov. ma para baixo: 

ortas e pomares. ma para baixo: P

rk:  área  co

ura  de  Los 

ral wetlland

ue abrigava

mada  em  pa

e lazer e rec

 Wetlands Park,

s apresentad

rogram)  tem

es vegetado

Infra

istoric Park, Los

 Perspectiva  do Fonte: www.paerspectiva aérea

ntaminada 

  Angeles  p

ds) (ver Figu

a poços de e

arque  da  co

creação (Fig

 , Los Angeles, E

dos acima (L

m  como  esc

s.   Contudo

a‐estrutura verd

s Angeles, EUA, 

o projeto  final  Srk.s.ca.gov. a do projeto fina

  abrigava  p

para  ser  tra

ra 139). 

 extração de 

omunidade 

gura 140). 

EUA. Figura 140

Los Angeles

copo  a  revi

o, as estraté

de aplicada na re

 com a formação

State Historic P

al State Historic 

átio  de ma

ansformada 

 óleo e que 

  local,  pois

. Local do futuro

s River Revit

italização  d

égias e esca

ecuperação de ár

Patricia Mar

o de wetlands e 

Park, Los Angele

 Park, Los Angel

anutenção  d

  em  um  p

e será desco

s  hoje,  há  c

ro Rockwood Par

talization M

de  áreas  de

alas de  inter

CAPÍTULO 2reas degradadas

ra Sanches  11

  integração com

es, EUA,  com  a

les, EUA. Fonte:

de  trens  foi

parque  com

ontaminada,

  carência  de

 rk, Los Angeles,

Master Plan‐

egradadas  e

rvenção são

2 s 

11

Page 112: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

112 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

diferenciadas.  LARRMP  tem  uma  escala  de  abrangência  urbana‐regional,  porém  bem 

delimitada, que segue a extensão do rio Los Angele, Já Brownfields Program intervém na cidade 

pontualmente, entretanto, em qualquer local da cidade, de acordo com a demanda local. 

LARRM  tem  uma  matriz  de  priorização  com  critérios  baseados  nos  princípios  de  infra‐

estrutura  verde  (usos múltiplos  das  áreas  vegetadas:  recreação  e  lazer,  habitat  e  conexões 

ecológicas, melhoria da drenagem e qualidade das águas),  identificando e comparando as 20 

áreas  com  maior  potencial  para  detalhamento  do  projeto  e  aporte  de  investimentos.  Em 

contrapartida, o Brownfields Program envolve critérios mais abrangentes na tomada de decisão 

de  recuperar a área e  transformá‐la em um parque, estudando pontualmente, caso a caso, e 

priorizando áreas que estejam  contaminadas ou com potencial de  contaminação,  com baixo 

nível socioeconômico e ausência de áreas verdes no entorno. 

Um  ponto  interessante  observado  é  que  dois  projetos  previstos  ou  já  implantados  pelo 

Brownfields  Program  também  está  entre  as  20  áreas  prioritárias  levantadas  no  LARRM:  os 

parques centrais State Historic Park  (Cornfield) e Taylor Yard, que anteriormente abrigavam 

pátios  ferroviários  e  cujos  solos  estavam  contaminados. Ou  seja,  estes dois projetos haviam 

sido objeto de intervenção do Brownfields Program e uma vez que estavam próximo ao rio, na 

zona de atuação do LARRM, eles também se tornaram áreas prioritárias de requalificação. 

Esse ponto de sobreposição das duas iniciativas deve ser visto de forma positiva, e que poderia 

se estender a outras áreas da cidade, uma vez que há a convergência de  interesses, estudos, 

análises  e  investimentos,  de  forma  a  justificar  e  reforçar  a  importância  de  intervenção 

estratégica. 

2.1.3 Toronto

No inicio da industrialização de Toronto, no século XIX, as fábricas se concentraram na zona 

portuária e na  foz do Rio Don, devido, entre outros motivos, à  facilidade do escoamento da 

produção industrial.  

Um  dos  melhores  exemplos  dessa  ocupação  é  o  antigo  distrito  industrial  de  destilação 

(Distillery Disctrict) de Toronto, próximo ao rio Don. O local já foi um dos maiores centros de 

processamento  de  álcool  da  América  do Norte,  e  estimulou  a  fixação  de  outras  indústrias 

relacionadas  ao  ramo  da  destilaria,  como  a  de  processamento  e  beneficiamento  de  grãos  e 

açúcar. 

Page 113: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Figura Fonte:L 

Em T

antig

atual

atrain

galer

Figura escritó 

Entre

lago 

Rio D

áreas

parqu

Embo

conv

  141. Distritos mLencer. 

 Toronto, ass

gas  áreas  in

lmente,  são

ndo investim

rias de artes

  142. Revitalizaçórios. Fotos da au

etanto, o qu

 Ontário e d

 Don, como 

s  de  estoca

ues, espaços

ora  não  ha

versão em á

municipais  que 

sim como n

ndustriais, 

o  alvos  de 

mentos, com

, espaços pa

ção do bairro  inutora. 

ue se deseja 

 da região po

 mostra a Fi

agem,  etc, 

s livres e veg

aja  nenhum 

áreas verdes

  constituem  Tor

nas grandes 

próximas  a

  projetos  de

mo por exem

ara eventos 

ndustrial Distill

 destacar ne

ortuária, pro

igura 143. Pa

  são  apresen

getados. 

  plano  urba

s em escala 

Infra

ronto: Old  Tor

 cidades qu

as  regiões  m

e  revitalizaç

mplo, as qu

 e feiras cult

 lery District  com

este trabalho

ojeto conhe

ara estes loc

ntadas  pro

ano  estraté

  regional pa

a‐estrutura verd

 onto,  York,  Eas

ue passam p

mais  centra

ções  e  rede

adras do Di

turais, bares

m novos usos:  g

o são as inic

ecido como 

cais que ant

postas  de 

gico  de  rev

ara  toda a  c

de aplicada na re

st  York, North  Y

por um proc

ais,  foram 

esenvolvime

istillery Dist

s e restauran

  galerias de  arte

ciativas de r

 Toronto W

tes abrigava

  recuperação

vitalização  d

  cidade, a al

ecuperação de ár

Patricia Mar

  York,  Etobicoke

cesso pós‐in

  sendo  aban

ento  para  n

trict, que ho

ntes (Figura

e,  restaurantes, 

 revitalização

Waterfront; e

am indústri

o  e  de  con

  de  áreas  de

lta demand

CAPÍTULO 2reas degradadas

ra Sanches  11

e,  Scarborough.

ndustrial, as

ndonadas  e

novos  usos,

oje abrigam

a 142). 

  bares,  teatros  e

o da orla do

e do vale do

ias, galpões,

nversão  em

egradadas  e

a por áreas

2 s 

13

Page 114: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

114 De ár

 

verdes para

escala de in

ao Rio Don

 Figura 143. A fide revitalizaçãoWaterfront ) e  

De acordo 

Ontário em

degradadas

navegação 

das ferrovia

hoje,  ao Es

revitalizaçã

Toronto W

Criado  em

govername

finalidade 

sustentável

redução

desenv

redesen

aument

criação

                   32 Our Toronto

33  80% da regi

reas degradadas

a comunida

ntervenção 

n , pontos pr

igura a direita mo assinalada atra as  margem do r

  com o  rela

m Toronto (

s,  provenie

 e comercio

as. Tais cara

stado33 poss

ão. 

Waterfron

m  2001,  W

entais  (mun

  é  transform

l e acessível

o do crescim

volvimento d

nvolvimento

to da comp

o de parque 

                      o Waterfront :G

ião portuária é p

s a espaços veget

ade, somado

 significativa

rioritários p

mostra o mapa davés do quadrad rio Don. Fonte:T

atório Our 

 (Central Wa

ente  do  esv

o portuário, 

acterísticas 

sibilitam um

nt

Waterfront  T

nicípio,  pro

mar  800  ha 

l com divers

mento horiz

 de comunid

o de brownf

etitividade e

 e espaços li

                  ateway to new C

 propriedade púb

tados 

o às caracter

a, fazem da 

para revitaliz

 da cidade de Todo vermelho; e aToronto Official

 Toronto Wa

aterfront) ap

vaziamento 

 e da impla

 aliada ao fa

ma  condição

Toronto  é 

ovíncia,  naç

  de  brownf

sos espaços 

zontal urban

dades susten

fields e trata

 econômica; 

vres. 

 Canada. City of T

blica. (Our Toron

rísticas socio

 orla do Lag

zação. 

 oronto, as áreas v a esquerda, imal Plan, 2006. 

Waterfront  32,

presenta gr

o  da  indúst

antação das 

ato de que a

o muito  fav

  uma  corp

ção)  com  p

fields  na  orl

 públicos. O

no; 

ntáveis, com

amento dos 

 

 Toronto. 2000. 

nto Waterfront,

oeconômica

go Ontário, d

 verdes existentegem detalhada 

, especialme

randes porçõ

tria,  princip

 rodovias (e

 a grande ma

vorável  e  co

poração  com

período  de 

la  do  lago 

Os principais

m ênfase na e

 solos conta

 

, 2000) 

Toronto

as e ecológic

 da área port

es e a área de in das áreas de int

ente a orla 

ões de área

palmente, 

expressways

aioria destas

om  grande 

mposta  pe

  atuação  d

 Ontário  em

s objetivos d

 eficiência en

minados; 

Rio D

Waterfront

cas dos loca

tuária e mar

ntervenção para tervenção: orla (

  central do 

as abandona

  da  indústr

s) em detrim

s terras pert

 potencial p

elas  três  e

de  25  anos 

m  um  uso m

 do projeto s

nergética; 

Don

ais e à 

rginal 

  projeto  (Central 

 Lago 

adas e 

ia  de 

mento 

tence, 

para  a 

sferas 

  ,cuja 

misto, 

  ão: 

Page 115: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

 

O pla

vazia

Wate

Land

Figura 2008/0

C

e

p

p

c

C

(F

 

ano cobre t

as e está div

erfront,  Eas

ds.  

  144.Imagem  d09 Management 

Central Wat

e  foi  revital

proposta  do

parques  e  p

concluídos, a

Central Wat

Figura 146),

 toda a orla d

vidido em 6 

st  Bayfront,

a  grande  área t Report. 

erfront (CW

lizada.  Com

o  plano  com

praças  e  a 

 alguns estão

terfront e qu

, Foot of Spa

de Toronto 

 grandes zo

  Lower Do

  do  Projeto Wa

WF): Antiga á

mpreende  8

mpreende  a

  criação  de

o em andam

ue estão con

adina (Figur

Infra

 (Old Toron

onas de inte

on  Lands,  P

aterfront  Toront

 área industr

00  ha,  nos

a  criação  de

e  edificaçõe

mento e out

ncluídas são

ra 147) e HT

a‐estrutura verd

nto), caracte

rvenção, de

Port  Lands, 

to,  com  as  sub

rial portuár

s  quais  70%

e  diversos  e

es  de  uso 

tros em proj

: Music Gar

TO Park‐Map

de aplicada na re

erizadas por

e acordo com

  Lake Ontá

b‐áreas  de  inter

ia que se en

%  são  de  pr

  espaços  púb

  misto.  Mui

jeto. Áreas v

rden, (Figura

ple Leaf Qua

ecuperação de ár

Patricia Mar

r áreas sub‐

m a Figura 1

ário  Park  e 

rvenção.  Fonte: 

ncontrava co

ropriedade 

blicos,  com

itos  espaço

 verdes em d

a 145) Spadi

ay (Figura 14

CAPÍTULO 2reas degradadas

ra Sanches  11

utilizadas e

144: Central

 West Don

   Anual  Report‐

ontaminada

  pública.  A

mo  passeios,

os  já  foram

 destaque do

na Wetland

48). 

2 s 

15

‐  

Page 116: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

116 De ár

 

Figura 145. Mus 

Figura 147. Spa

East  Ba

misto (

com cu

(praças

(Figura

propost

da chuv

o tratam

reas degradadas

sic Garden, Toro

adina Wetland, T

ayfront  (EB

 (ver Figura 1

usto acessíve

s, parques, p

a  151).  Sher

ta de geren

va através d

mento por r

s a espaços veget

onto, Canadá. Fi

 Toronto, Canadá

BF): O  proje

149), contan

el à classe p

piers e  calç

rbourne  Par

ciamento d

 do fitotratam

 raios ultra‐v

tados 

igura 146. Spadi

á.  Figura 148. H

eto  compree

ndo com 60

 popular). En

çadões),  com

rk  destaca‐s

as águas da 

mento, ou s

violetas. 

 ina Wetland, To

 HTO Park (Maple

ende  uma 

00 unidades 

ntre as edifi

mo o Sherb

se  dos  dem

a chuva, incl

 seja, utilizan

ronto, Canadá. 

e Leaf Quay), To

  área  de  36 

 habitacion

ficações estã

ourne Park 

mais  pela  s

luindo reten

ndo a vegeta

Fotos da autora.

oronto, Canadá. 

  ha  com  a 

ais (sendo 2

ão previsto e

  (Figura  150

sua  função 

nção e trata

ação e comp

 Fotos da autora

  proposta  d

 20% para al

 espaços púb

0) e Sugar B

  hídrica,  co

amento das 

mplementada

 

 a. 

e  uso 

uguel 

blicos 

 Beach 

om  a 

 águas 

a com 

Page 117: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

 Figura  

Figura HarveyFigura 

L

re

e

p

lo

d

e

d

 149. Projeto par

 150. Sherbourny, 2009.  151. Sugar Beach

Lower  Don 

enaturalizaç

esquemas  da

pública. O p

ocal (matas 

de áreas hab

encaminham

drenagem na

ra East Bayfront

e Park, Toronto

h, Toronto, Cana

  Lands  (LD

ção da Foz 

a  Figura  15

 plano prevê 

 ciliares, ala

bitacionais a

mento  e  es

atural comb

. Toronto, Cana

o, Canadá. Fonte

adá. Fonte: Wat

DL):  Este  p

 do Rio Don

2  e  Figura 

 a  remediaç

agados e eco

 aliando espa

coamento  s

binado ao co

Infra

adá. Fonte: Wate

 e: Central Water

terfront Toronto

projeto  est

n (Mouth of 

  153.  São  16

ção de área

ossistema a

aços verdes 

  superficial 

onvencional

a‐estrutura verd

erfront Toronto 

rfront Update. P

o Annual Genera

tá  sendo  d

f Don River N

6  ha,  nos  q

as contamin

quático, de 

 acessíveis. 

  das  águas 

l (Figura 155

de aplicada na re

 Annual General

 Planning, Design

al Meeting, 2008

desenvolvido

 Naturalizati

quais  a maio

nadas,  restau

 acordo com

 Há também

  e  a  criaçã

5e Figura 156

ecuperação de ár

Patricia Mar

l Meeting, 2008

n & Developmen

8. 

o  junto  ao

ion), de aco

oria  é  de  p

uração do e

m a Figura 1

m a preocup

ão  de  um 

6). 

CAPÍTULO 2reas degradadas

ra Sanches  11

 . 

 nt Section. Sean

o  plano  de

ordo com os

propriedade

 ecossistema

54), criação

ação com o

  sistema  de

2 s 

17

Page 118: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

118 De ár

 

Figura 152 ProjFonte: Central 

Figura 154 ProjFigura 155. EstuDevelopment S

Figura  156. FlucorrespondêncSean Harvey, 2  

Port La

constitu

reas degradadas

eto para Foz do Waterfront Upd

eto de restauraçudo em planta d Section. Sean Ha

uxograma do estcia entre as core2009. 

ands  (PLA):

uída  basica

s a espaços veget

o Rio Don (Moudate. Planning, D

ção prevendo os de encaminhamarvey, 2009. 

tudo de encamies, Toronto, Can

 É adjacent

amente  de 

tados 

th of Ron River  Design & Develo

   diferentes tiposento e tratamen

inhamento e  tranadá. Fonte: Ce

te ao Lower

  áreas  vazi

  Naturalization)opment Section

s de vegetação. Tnto das águas . F

atamento das áentral Waterfron

r Don Land

ias  e  antiga

). Figura 153.Per. Sean Harvey, 2

Toronto, CanadFonte: Central W

guas, com basent Update. Plan

ds e compre

as  estrutur

spectiva do proj 2009.  

á.  Waterfront Upda

 na planta  (Figuning, Design & 

eende uma 

as  portuári

jeto., Toronto, C

ate. Planning, D

ura  155), na qua& Development S

  região de 4

ias  e  indus

Roo

Roo

Roa

Non

Par

  Canadá. 

   

Design & 

 al há   a  Section. 

 400ha 

striais 

of

of

ad

n-roof/ non road

rkland

Page 119: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

a

a

e

 

Figura Sean H 

Figura remedi 

L

h

re

e

lo

re

abandonada

a criação de 

esporte e 14.

 157 Situação atHarvey, 2009. 

  158.  Primeira iada e revitaliza

Lake Ontário

ha  e  propõe

essaltando 

existentes (F

ocal  contam

emediado e

as (Figura 15

 diversos esp

634 unidade

ual da antiga zo

  iniciativa  da  árada. Fonte: Centr

o Park (LOP

e  a  extensã

 o enfoque 

Figura  159, F

minado  por

 e recuperado

7). A maior

paços livres 

es habitacio

ona portuária. F

rea  foi  a  implaral Waterfront U

P): Conform

ão  de  parqu

 para ativida

Figura  160 e

r  cinzas  de

o (Figura 162

Infra

r parte das t

s (parques, á

onais. 

Fonte: Central W

antação  do  Che Update. Plannin

me represent

ues  existen

ades aquáti

e Figura  161

e  incinerad

2 e Figura 16

a‐estrutura verd

 terras é de p

 áreas de pas

  Waterfront Upda

 erry  St.  Sports  Fng, Design & Dev

tado na Figu

tes  e  a  cria

icas, pois  se

1). Um dos 

dor  e  por 

63). 

de aplicada na re

 propriedade

seios, corre

ate. Planning, D

  Fields:  antiga  ávelopment Secti

ura 159, o pr

ação  de  no

e aproveita 

 parques exi

  vazamento 

ecuperação de ár

Patricia Mar

e pública. E

edores verde

Design & Develo

área  portuária  qion. Sean Harvey

rojeto comp

ovos  parque

 os element

istentes é o

  de  tanque

CAPÍTULO 2reas degradadas

ra Sanches  11

stá previsto

es), áreas de

opment Section.

  que  vem  sendoy, 2009. 

preende 375

es  e  praias,

tos naturais

 Woodbine,

es,  que  foi

2 s 

19

Page 120: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

120 De ár

 

Figura  159.  Imatividades no  l2009. 

Figura 162 e Fig

West D

como m

bairro s

interes

reter as

mais  a

woonerf

168 e Fi

                   34  O termo wosobre os veícultráfego e reduç

reas degradadas

magem  atual  do  local,Toronto, C

gura 163. Woodb

Don Lands  (

 mostra a Fig

 sustentável 

se social), 9

s águas pluv

acessíveis  e

rfs34, com t

igura 169). 

                      oonerf surgiu naos.  Algumas meção da velocidad

s a espaços veget

o  futuro  ParqueCanadá. Fonte: C

bine Park, Toron

(WDL): Reg

gura 164). O

 de uso mist

9 ha de uso c

viais, evitan

e  humaniz

 transporte c

 

                  a Holanda e é atredidas são utilizde.  

tados 

 e  do  Lago  de  O Central Waterfr

 nto, Canadá. Fot

gião de  32 h

O projeto pr

to, que cont

 comercial e 

ndo o risco d

adas,  prior

coletivo efici

ribuído a ruas dezados para se alc

Ontário.  Figura ront Update. Pla

 tos da autora. 

 ha adjacent

revê a desco

ta com 6000

 8 ha de par

 de enchente

rizando  o 

iente, como

esenhadas e procançar esse objet

  160  e  Figura  1anning, Design 

te ao  rio Do

ontaminaçã

0 unidades h

rque. O proj

es, além da 

  pedestre, 

o bondes (F

ojetadas para qutivo, como criaç

161  Perspectivas & Development

on  (a mont

o do solo e 

 habitaciona

jeto também

 proposta de

  seguindo 

igura 166, F

e  os pedestres eção de espaços d

  s,  mostrando  pt Section. Sean 

 

tante de  sua

 a criação d

ais (sendo 20

m tem o pap

e criação de

a  tipologia

Figura 167, F

 e ciclistas tenha de lazer, diminui

ossíveis  Harvey, 

a  foz, 

de um 

0% de 

pel de 

e ruas 

as  de 

Figura 

m ição do 

Page 121: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Figura Waterf

 

Figura revitaliHarvey

Figura revitaliHarvey

Don

Com

Toro

longo

 164 e Figura 165front Update. Pl

  166  e  Figura  16ização da área (y, 2009. 

  168  e  Figura  1ização da área (y, 2009. 

n River Rev

mo  já  foi me

nto que  en

o rio Don, v

5. Situação atuaanning, Design &

67. O  antes  e  o  à direita),Toron

69. O  antes  e  o  à direita),Toron

vitalization

encionado, o

nvolve  a  rec

 visando maio

al da área de inte & Development S

o  depois:  situaçnto, Canadá. Fon

  o  depois:  situaçnto, Canadá. Fon

n

 o plano de 

cuperação d

or proteção 

Infra

  ervenção e o pr Section. Sean H

ção  atual  (à  esqnte: Central Wat

ção  atual  (à  esunte: Central Wat

  revitalizaçã

de  áreas deg

o do curso d’

a‐estrutura verd

  ojeto (Master Parvey, 2009. 

querda)  e  o  queterfront Update. 

uerda)  e  o  que terfront Update. 

ão do  rio D

gradadas,  a 

’água e aum

de aplicada na re

lan) proposto,T

  está  previsto  a Planning, Desig

  está  previsto  a Planning, Desig

Don  é outro

  restauração

mento da bio

ecuperação de ár

Patricia Mar

Toronto, Canadá

  após  a  conclusãgn & Developme

após  a  conclusãgn & Developme

o projeto da

o  e  renatur

odiversidade

CAPÍTULO 2reas degradadas

ra Sanches  12

 á. Fonte: Central

 ão  das  obras  deent Section. Sean

 ão  das  obras  deent Section. Sean

a  cidade de

ralização  ao

e. 

2 s 

21

e n 

e n 

Page 122: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

122 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Este rio é considerado um do mais degradados do Canadá, sua bacia compreende 360km², dos 

quais 80% estão urbanizados e abriga mais 1.2 milhões de pessoas.35 Hoje resta apenas 7,2% de 

matas ciliares originais e quase  todas as áreas de brejo (alagados naturais que se configuram 

como o ecossistema mais rico em diversidade no Canadá) foram perdidas pelo aterramento das 

mesmas.  

A  idéia de revitalização do rio é antiga, porém, só  tomou  força a partir da parceria do órgão 

canadense TRCA  (Toronto  and Region Conservation Authority)  e Don River Watershed Task 

Force,  que  lançou  a  primeira  estratégia  “Four  steps  to  a  new Don”  em  1994,  atualizado,  em 

2009, pelo plano Don River Watershed Plan. Tal plano tem a  finalidade de  lançar diretrizes e 

direcionar ações prioritárias de regeneração para as municipalidades que pertencem à bacia do 

Rio Don. Seus objetivos vão ao encontro dos princípios e conceitos da  infra‐estrutura verde, 

podendo destacar a preocupação com: 

Água: proteção e restauração da qualidade e quantidade dos aqüíferos; proteção e restaura‐

ção  dos  fluxos  sazonais  do  rio;  redução  dos  riscos  de  inundação;  gestão  das  águas 

proveniente dos picos de  cheia, proteção e  regeneração da  forma natural e  funcional do 

vale do rio Don. 

Natureza: redução da poluição do ar; proteção, regeneração e melhoria da diversidade do 

habitat  aquático,  comunidades  e  espécies;  proteção  e  expansão  do  patrimônio  natural 

terrestre  (Terrestrial  Natural  Heritage  System)  e  melhoria  da  conectividade  entre  as 

florestas, campos e alagados naturais da bacia do rio Don; regeneração das áreas naturais e 

de toda a paisagem urbana, melhorando a qualidade, biodiversidade e função ecológica; e 

gestão do impacto das atividades humanas, uso e ocupação do solo na bacia. 

Comunidade:  melhoria  da  sustentabilidade  urbana  na  escala  dos  edifícios  e  da 

comunidade;  conectar  pessoas  e  locais  na  bacia  do  rio Don;  proteger  e  regenerar  áreas 

naturais e espaços vegetados; e celebração do patrimônio cultural e natural.  

Diversas iniciativas já foram feitas, destacando‐se a restauração das áreas alagáveis, conforme a 

Figura  170,  como  Chester  Spring Marsh  (iniciado  em  1993  e  finalizado  em  1997),  Binscarth 

Swamp, Helliwell's Hill, Riverdale Park East, Glen Cedar e Lonsdale Wet Meadow em Cedarvale 

Park; Glen Edyth e Roycroft Wetlands em Nordheimer Ravine; e Beltline Pond, Riverdale Farm 

Ponds, Don Valley Brick Work e Todmorden Mills. A mais nova área  foi  iniciada em 2002 e é 

chamada de Beechwood Wetland. 

                                                      35 Don River Watershed Plan (2009)  e  TRCA (Toronto and Region Conservation Authority) Issues and Chalenges Disponivel em: < www.trca.on.ca > .Acesso em 28 de novembro de 2009. 

Page 123: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Figura adjacen 

Don 

na ba

 171 Don River  cnte ao rio Don, T

 Valley Brick

acia do rio D

com suas marge Toronto, Canad

k Work é co

 Don. A 4Km

ens restauradas.dá. Foto da autor

onsiderado 

m do Lago d

Infra

.Foto da autora. ra 

 o maior e m

 de Ontário, 

a‐estrutura verd

 Figura 172. Rive

 mais diverso

 o projeto, i

FiapvlFen

de aplicada na re

erdale  Farm Po

o caso de re

 iniciado em 

Figura  170.  A númeras  iniciaalagados naturaiparte mais baixavermelho estão osango  azul Fonte:Don Riverem:  <www.trcanovembro, 2009

ecuperação de ár

Patricia Mar

ond, alagado que

egeneração j

m 1994 com t

  imagem  ao  laiativas  de  resis ao logo do rioa‐ Lower Don).  as ações de masão  as  de  mr Watershed Pla.on.ca  Acesso9. 

CAPÍTULO 2reas degradadas

ra Sanches  12

e foi restaurado,

 já realizado

 término em

do  mostra  as stauração  dos o Don ( em sua  Em quadrado aior escala e o menor  escala. an. Disponível o  em:28  de 

2 s 

23

 , 

Page 124: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

124 De ár

 

1997, não s

local atravé

A área de e

pradarias e

estruturas 

feito divers

projeto fina

Os projeto

como a  foz

rede única 

acabam sen

Lago Ontár

Yard,  plano

positivo, po

que o lequ

envolvimen

  Figura  173.  PlaAlagados recon

 

reas degradadas

 só trouxe be

és da restau

 extração da

 e  trilhas  int

 da antiga in

sos trabalho

al é transfor

os de  revital

z do  rio  (M

 e intercone

ndo grande

rio. Assim, c

os  e  progra

ois fortalece

e de opções

nto popular

anta  de  implantnstruídos nas áre

s a espaços veget

enefícios eco

uração arqui

a argila e ar

terpretativas

ndústria, ago

os e eventos

rmar o espa

lização do R

Mouth of Do

ectada, na q

es articulado

 como ocorr

amas da  cid

e a intenção

s de financia

r são maiore

tação  do Don Veas de escavação

tados 

ológicos, ma

tetônica do

eia para  fab

s com  sinal

ora recuper

s culturais e

ço em um C

 Rio Don  tem

on River Nat

 qual os obje

ores dos pro

re em Los An

dade  que  vi

o, viabilidad

amento por

es.  

Valley  Brickworko do Don Valley 

as também a

os edifícios q

bricação do

lização  (ver

rada, foram 

 e ambientai

 Centro de Su

m  interface

turalization

etivos e mis

ojetos de re

ngeles com 

isam  à  recu

de financeira

r órgãos púb

  ks  Park,  Toronty Brickworks Par

 a preservaçã

 que faziam p

s tijolos  foi 

r Figura  173,

 ocupadas p

s no local (

ustentabilid

 com o pro

n) e o West 

ssões se con

evitalização 

 State Histo

uperação de

a e a concre

blicos e inst

to, Canadá.  Fotrk, Toronto, Can

ão do signifi

 parte da ant

 transforma

, Figura 67, 

pela ONG Ev

Figura 176 e

dade Urbana

ograma Toro

 Don Lands

nvergem. Es

 do vale do 

oric Park (Co

e uma mesm

etização do p

tituição priv

to  da  autora.  Finadá. Fotos da au

ficado cultur

tiga olaria.  

ada em alag

,   Figura  175

vergreen qu

e Figura 177

a  

onto Waterf

s,  formando

stes dois pro

 rio e da or

ornfield) e T

ma  área  é m

 projeto, um

vadas e o ap

igura  174  e  Figuutora. 

ral do 

 

gados, 

5). As 

e tem 

7).   O 

rfront, 

o uma 

ojetos 

rla do 

Taylor 

 muito 

ma vez 

poio e 

 ura  175. 

Page 125: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Figura  Figura

2.2

A leit

na  

Figur

(ou  r

inter

A  rec

estão

no pl

Figur

que a

plano

recup

da in

Los A

porém

Progr

outra

Plan 

O pr

não f

que 

 176 Deck de maa 177. Um dos an

ANÁLIS

tura compa

ra  178,Figur

  regionais no

rvenção.  

cuperação e

o embasado

lano diretor

ra 178 que a

 a compõe. T

o  de  rede 

peração atra

nfra‐estrutur

 Angeles, rep

m  a  recupe

ram, que oc

a  concentra

 (mancha ci

rimeiro prog

 foram levan

  envolveria 

adeira com vistantigos edifícios d

E COMP

arativa deste

ra  179  e  Fig

o caso de G

 e conversão

s por um pl

r da região. 

 a intervençã

 Todas as ár

  de  áreas 

avés de um

ra verde. 

presentado n

eração  de  s

corre em vá

ada  ao  long

inza). 

grama é volt

ntadas e ma

  critérios  da

 para a chaminé da antiga olaria. 

PARATIV

es três estud

gura  180, mo

Glasgow e C

o das áreas 

lano de rede

 Observa‐se 

ão é estratég

reas degrada

  verdes  (m

a matriz, co

 na Figura 17

suas  áreas  d

árias partes 

go  do  rio,  d

tado princip

peadas em 

a  paisagem

Infra

 é da antiga olaria Foto da autora.

VA E DISC

dos de caso 

ostrando os

Clyde Valley

 degradadas

e de áreas v

 na  

gica e sua e

adas (ponto

mancha  ram

om pesos, n

79 também 

  degradada 

 da cidade, 

delimitada  p

palmente a 

 um mesmo

m  urbana  e 

a‐estrutura verd

a. Foto da autor 

CUSSÃO

 foi traduzid

s  limites po

y), bem com

 de Glasgow

verdes (Gree

scala é regi

os roxos)  fo

mificada  cin

 notas e crité

 apresenta u

  foi  guiada 

 de  forma p

  pelo  Los An

 terrenos co

 momento, 

  de  infra‐es

de aplicada na re

a. 

O

da espacialm

olítico‐admi

mo  suas  resp

w e Clyde V

en Network) 

onal, abrang

ram  levanta

nza),  avalia

érios de aco

um cenário u

  por  duas  i

pontual (pon

ngeles River 

ontaminado

 nem passar

strutura  ver

ecuperação de ár

Patricia Mar

mente e esqu

inistrativos 

pectivas est

 Valley em á

 já pensado

ngendo os 7 

adas e cruz

ado  seu  po

ordo com os

 urbano pós‐

iniciativas: 

ntos roxos 

r Revitalizat

os. As áreas 

ram por um

rde  como  o

CAPÍTULO 2reas degradadas

ra Sanches  12

 

uematizada

 municipais

tratégias de

áreas verdes

o e proposto

 municípios

adas com o

otencial  de

s princípios

‐ industrial,

  Brownfields

  isolados), e

tion Master

 degradadas

ma avaliação

ocorreu  em

2 s 

25

a  

Page 126: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

126 De ár

 

Glasgow e 

da  proprie

contamina

Figura 178. Map 

Figura 179 Map 

reas degradadas

 Clyde Valle

edade  da  te

da são os pr

pa esquemático 

pa esquemático d

s a espaços veget

ey. Nota‐se 

erra  (aquisi

rincipais det

 das estratégias 

 das estratégias d

tados 

 que as área

ção)  e  a  vi

terminantes

 de recuperação 

 de recuperação d

s degradada

iabilidade  e

s.  

 em Glasgow e C

 de áreas degrada

as são avalia

econômica 

  Clyde Valley. 

 adas em Los An

Leg

Legen

adas caso a 

  para  remed

geles. 

Áreas degrad

Plano de rede

enda

Áreas degrad

Los Angeles RMaster Plan

nda

 caso e a qu

diação  das 

dadas

e de áreas verd

dadas

River Revitaliza

uestão 

  áreas 

des

ation

Page 127: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Já a s

conta

ambi

uma 

maio

menc

alvo 

objet

Toro

forte

As  in

conc

o Rio

Algu

preoc

pode

estra

popu

refor

estru

Figura  

A Ta

anter

 segunda  ini

aminação,  p

iental e eco

 matriz de a

ores  benefíc

cionadas an

 destes dois 

tivo final co

nto, consid

, vem reestr

niciativas  d

entradas ao

o Don, com

ns  terreno

cupação nã

e  trazer  d

ategicament

ulação,  com

rçando a mu

utura. 

 180. Mapa esqu

abela 5  traz 

riormente. 

 

iciativa, Los

  pois  abarca

onômico. O 

 avaliação de

cios  possív

nteriorment

 programas 

mum. 

derada uma 

ruturando o

de  recupera

o longo dos 

m Don River

s  apresenta

o é a remed

e  benefício

te localizada

mo  áreas  de

ulti‐funcion

uemático das est

 o  resumo 

 

s Angeles Ri

a  diversas  á

 Plano  se u

e 20 áreas q

eis,  no  âm

e, algumas 

 da cidade L

 cidade com

 os espaços d

ação  de  ár

 corpos d’ ág

r Watershed

am  risco  d

diação em s

os.  Os  po

as em locais

e  lazer,  rec

nalidade das

ratégias de recu

 das conside

Infra

iver Revital

  áreas  degra

utilizou dos 

que apresent

mbito  socia

 áreas degra

 Los Angeles,

m uma hera

 degradados 

reas  degrad

gua: o lago 

d Plan,  repr

de  contam

 si, mas sim 

ontos  roxos

s de alto val

creação  e  r

s áreas verd

uperação de área

erações e an

a‐estrutura verd

ization Más

adadas  do  p

 princípios 

tavam alto p

al,  ecológico

adadas tran

, reafirmand

ança  industr

 originalmen

dadas  e  co

 Ontário co

resentados p

inação  ou 

 o que a recu

s  são  os 

or ecológico

otas  alterna

es, que vai 

as degradadas em

nálise comp

de aplicada na re

ster Plan, va

  ponto  de  v

 de  infra‐es

 potencial de

o  e  ambie

sformadas e

do a inter‐re

rial e, sobre

nte ocupado

onversão  em

m o projeto

 pela manch

  estão  con

uperação de

focos  de 

o, ou grande

ativas  para 

 de encontro

m Toronto. 

parativa e  in

Lege

ecuperação de ár

Patricia Mar

ai muito ma

vista  social,

strutura ver

e recuperaç

ental.  Como

 em áreas ve

elação dos a

etudo, portu

os por essas

m  áreas  ve

o Toronto W

ha cinza na 

ntaminados,

estas porçõe

  recuperaçã

e potencial 

a  pedestres 

o ao concei

 

nterpretativ

Áreas degrada

Toronto WaterWatershed Pla

nda

CAPÍTULO 2reas degradadas

ra Sanches  12

ais além da

  ecológico‐

de, criando

ção, visando

o  já  foram

erdes  foram

 assuntos e o

uária muito

s atividades.

erdes  estão

Waterfront e

 Figura  180.

  porém,  a

es de terras

ão  e  estão

 de uso pela

  e  ciclistas,

to de infra‐

va  realizada

adas

rfront e Don Rivan

2 s 

27

 

ver

Page 128: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

128 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Los  Angeles  se  encontra  em  uma  condição  intermediária,  pois  suas  duas  iniciativas  são 

recentes, como de Glasgow, (datam de 2005 e 2006, respectivamente), tem uma escala de 

abrangência maior que Toronto em área (ver esquemas apresentados acima), um plano diretor 

bem completo e embasado em diversos estudos e diretrizes, porém, não está tão detalhada em 

termos de concepção de projeto. 

Tabela 5. Quadro  interpretativo e comparativo dos programas e ações voltadas a recuperação de áreas degradadas na cidade de Toronto, Los Angeles e a região de Glasgow e Clyde Valley. 

 

A Tabela 6 apresenta uma  releitura das políticas e planos urbanos  sob o ponto de vista dos 

conceitos de infra‐estrutura verde.  

Observa‐se  que  os  sistemas  ecológicos  e  recreativos  –  cujas  funções  são  talvez  as  mais 

associadas  aos  espaços  vegetados  –  estão  contemplados  em  todos  os  planos.  LARRMP  (Los 

Angeles) e Green Network Vacant and Derelict Land Study demonstram uma preocupação com 

a  conexão destas novas  áreas  verdes  com  outros habitat naturais  localizados nas  bordas da 

mancha urbana.  

O sistema de circulação, que  implica em oferecer diversa rotas para o ciclista e pedestre, em 

contraposição  ao  sistema  viário,  está  presente  em  todos  os  programas  e  planos,  exceto  no 

Brownfields Program, pois há diversos  tipos de áreas que  são alvos de  recuperação, e muitas 

delas não possibilitam  intervenções ou melhorias na mobilidade e circulação  justamente por 

sua  escala  pontual.  Em  contrapartida,  como  LARRMP,  Don  River  Revitalization  and 

Waterfront  Toronto  são  projetos  lineares,  estruturados  por  um  eixo,  sendo  possível  e  até 

necessário o seu papel na melhoria da circulação e mobilidade da comunidade.  

Toronto Los Angeles Glasgow &Clyde Valley

Políticas/ programas/ planos de recuperação de áreas degradadas 

Waterfront Don River Task  

Force Brownfields Program 

LA River Revitalization Master Plan (LARRMP  ) 

Green Network Vacant and Derelict Land Study 

(Glasgow and Clyde Valley Structure Plan) 

 

Escala de abrangência 

Urbana  Urbana local 

(pontual) urbana  Regional 

Áreas de abrangência 

parte da cidade qualquer local da cidade 

parte da cidade  7 municípios 

Uso e ocupação do solo anterior 

Antigas áreas industriais, portuárias, áreas vazias e abandonadas (margem 

de rio) 

Antigas áreas industriais e portuárias, pátios e linhas ferroviárias, áreas vazias e 

abandonadas (margem de rio) 

Antigas áreas industriais, vazios urbanos, aterros 

Novos tipos de usos e ocupação 

proposto 

‐espaços abertos e áreas verdes ‐usos mistos 

 

‐restauração da mata ciliar ‐espaços 

abertos e áreas verdes 

 

‐parques 

‐espaços abertos e áreas 

verdes ‐usos mistos 

  

‐espaços abertos e áreas verdes 

 

Page 129: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 2 Infra‐estrutura verde aplicada na recuperação de áreas degradadas 

 

Patricia Mara Sanches  129

 

Todos  apresentam  ações  para  sistema  drenagem,  controle  e  qualidade  das  águas  pluviais, 

exceto Green Network Vacant  and Derelict Land  Study, de Glasgow  e Clyde Valley. Embora, 

recentemente,  tenha  sido  publicado  um  plano  estratégico  de  drenagem  urbana  (The 

Metropolitan Glasgow Strategic Drainage Partnership, 2009)36, está sendo feitos estudos com  a 

finalidade  de  entender  melhor  o  ciclo  hidrológico  e  seus  impactos  na  bacia    para 

posteriormente desenvolver um plano diretor para a área. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                      36 Metropolitan Glasgow Strategic Drainage Partnership, 2009 tem como base as diretrizes e estratégias da rede de áreas verdes (Green Network) e visando a criação de uma rede interconectada de alagados, propiciando corredores para flora e fauna em coexistência com a comunidade local. 

Page 130: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

Patricia Mara Sanches  130

 

Tabela 6. Quadro síntese comparativo dos elementos de infra-estrutura verde aplicada nos Projetos e Planos em Toronto, Los Angeles, e Glasgow e Clyde Valley. Toronto Los Angeles Glasgow & Clyde Valley

Sis

tem

a de

su

port

e da

infr

a-e

stru

tura

ver

de

  Waterfront:  

Don River Task  Force  

Brownfields Program  

LA River:  

Green  Network  Vacant  and Derelict Land Study 

Ecológico  Descontaminação do solo, restauração  da  orla  com vegetação  nativa,  de alagados  naturais,  áreas de proteção ambiental 

Restauração da mata ciliar e alagados  naturais,  áreas  de proteção ambiental 

Descontaminação  do  solo  e recomposição  com vegetação  nativa, construção  de  alagados naturais e construídos 

Conexões  com  principais habitats Rio: corredor ecológico Restauração  da  mata  ciliar nativa e alagados naturais e construídos 

‐Conexão  dos  fragmentos naturais ‐corredores ecológicos áreas de proteção ambiental 

Recreação/ Lazer 

Estruturas  para esporte/playgrounds praças,  jardins,parques boulevares,  piers, calçadões,  praias 

Prática  de  esporte  Trilhas  e parques 

Parques,  praças,  Prática  de esporte/exercícios  

Estruturas  para esporte/playgrounds praças, parques, boulevares, piers,  calçadões  

Existe  a  preocupação,  mas não  está  definido  quais  as tipologias 

Circulação/mobilidade 

Passarelas,  trilhas, ciclovias,  pontes,  bondes, ruas  de  pedestres, woonerfs 

Trilhas, ciclovias, pontes  não  foi  mencionado  ou  a escala não permite 

Passarelas,  trilhas,  ciclovias, pontes 

Ciclovias,  trilhas,  acesso  a rodovias  e  transporte público 

Drenagem/ tratamento águas  

Alagados naturais e bacias de retenção  

alagados naturais  alagados  naturais  e construídos 

Alagados  naturais  e construídos  e  bacias  de retenção, descanalização do rio e retardo das águas 

não foi mencionado 

Page 131: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 2 Infra‐estrutura verde aplicada na recuperação de áreas degradadas 

 

Patricia Mara Sanches  131

 

2.3 CONCLUSÕES

As  referências  aqui  apresentadas  são  consideradas  mais  um  subsídio  para  auxiliar  no 

desenvolvimento de uma ferramenta de avaliação de recuperação das áreas degradadas para a 

cidade de São Bernardo do Campo.  

As  diretrizes  tomadas  nestes  projetos  referenciais  refletem  totalmente  o  conceito  de  infra‐

estrutura  verde  e  foram  aproveitadas  e  traduzidas  em  critérios de  avaliação, para que dessa 

forma, as áreas degradadas classificadas com alto potencial  tenham condições de atender as 

múltiplas funções que a paisagem urbana necessita. 

Todos  os  estudos  realizados  apresentaram  de  alguma  forma  um  fomento  e  estímulo  para 

reversão  do  quadro  de  degradação.  No  entanto,  os  estudos  de  Glasgow  e  Clyde  Valley  se 

aproximam mais  com  o  que  se  deseja  implantar  para  o  estudo  de  caso  nacional,  devido, 

principalmente, a sua abordagem estratégica e preliminar, e a sua avaliação mais completa e 

consistente a respeito do potencial de recuperação de áreas degradadas e conversão em áreas 

verdes. 

Dessa  forma, o programa de Glasgow e Clyde Valley  foi escolhido como uma das referências 

para  guiar  o  processo  de  construção  de  uma metodologia  própria  para  a  avaliação  de  São 

Bernardo, que será vista no capítulo a seguir. 

 

Page 132: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

132 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

   

Page 133: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 3 Materiais e método 

 

Patricia Mara Sanches  133

 

 

 

Capitulo 3. Materiais e método

 

Page 134: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

134 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

 

Page 135: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 3 Materiais e método 

 

Patricia Mara Sanches  135

 

3.1 REFERÊNCIAS METODOLÓGICAS

O processo de construção da ferramenta de avaliação contemplou uma metodologia que inclui 

a  análise  comparativa de diferentes métodos,  visando obter  referências  e parâmetros para  a 

composição de uma ferramenta de avaliação mais apropriada para a realidade brasileira. 

Dentre os diversos métodos e ferramentas pesquisadas, destacaram‐se as seguintes:  

‐  PBRS  (Public  Benefit  Recording  System)37:  Ferramenta  SIG  (Sistema  de  Informação 

Geográfica) desenvolvida no Reino Unido para auxiliar nas tomadas de decisão e investimento, 

buscando gerar benefícios sociais, econômicos e ambientais.   Newlands é um dos projetos no 

qual  foi aplicado esta  ferramenta e constitui um mapeamento de áreas vazias e abandonadas 

com o potencial de ser  recuperadas e  transformadas em áreas verdes no norte da  Inglaterra. 

Este sistema  foi desenvolvido em parceria com o  instituto Forestry Commission e Northwest 

Regional Development Agency.  

O  projeto  Newlands  foi  a  referência  estudada  do  PBRS  para  esta  pesquisa.  Entretanto,  os 

critérios disponibilizados na literatura são apenas apresentados e não há explicação como eles 

são aplicados e valorados. Apesar disso, este método teve importante contribuição, pois, além 

de ser voltado para avaliação de áreas degradadas com maior potencial, abre um amplo leque 

de variáveis e temáticas, desde econômica até ambiental.   

‐Green Network Vacant and Derelict Land Study38: conduzido, em junho de 2006, pela RPS 

empresa de consultoria, na Escócia, sob a coordenação de Mike Staples, em concordância com 

o Plano Diretor da região de Glasgow e Clyde Valley. Pretendeu‐se avaliar o potencial de áreas 

vazias  e  abandonadas de  serem  convertidas  em  áreas  vegetadas  e  ser  incorporada no Plano 

estratégico regional Green Network.  

Green  Network  Vacant  and  Derelict  Land  Study  é  um  método  semelhante  ao  que  se 

desenvolveu para São Bernardo do Campo, porém, foram feitas mudanças, ajustes, supressões e 

acréscimo  de  novos  indicadores  e  variáveis,  devido  à  uma  realidade  e  demandas  sócio‐

econômicas e ambientais distintas da região de Glasgow.  

‐HERBST, H.(2001)39. Utiliza‐se de um SIG para determinar o grau de importância de vazios e 

terrenos abandonados enquanto áreas verdes naturais e habitat para vida silvestre na cidade de 

Leipizig, Alemanha e Birmingham, Reino Unido. 

                                                      37 PBRS ‐ Public Benefit Recording System. Disponível em: < http://www.pbrs.org.uk/ > Acesso em:03/2010. 

38 Green Network Vacant and Derelict Land Study. Disponível em: < http://www.gcvgreennetwork.gov.uk/  > Acesso em: 03/2010.  

39 HERBST, H. The importance of wasteland as urban wildlife areas – with particular reference to the cities Leipzig and Birmingham. 2001, 161p. Tese (Doutorado em Ciências Naturais) – Faculdade de Física e Geografia, Universidade de Leipzig, 2001. 

Page 136: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

136 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Este método trabalha especificamente as áreas vazias, com o objetivo de avaliar seu potencial 

natural de propiciar lazer e maior contato da população com a natureza enquanto habitat para 

a  vida  selvagem.  A  intenção  é  que  as  áreas  não  sejam  objetos  de  grandes  intervenções, 

recuperação ou restauração ecológica, nem a transformação em parques urbanos. Seu método 

avalia tais áreas da forma como elas se apresentam. Entretanto, no contexto de São Bernardo, 

de acordo com o  levantamento e pesquisas de campo, há diversas áreas em estado de muita 

degradação e que necessitam de grandes intervenções e recuperação ambiental.  

Diferente  dos  demais  métodos,  o  estudo  de  Herbst  trata  de  uma  tese  de  doutorado, 

extremamente rica em detalhes e explicações. Os critérios selecionados foram abordados com 

profundidade e foram apresentados os parâmetros, valores e compilação das notas, utilizando 

o método como uma das principais referências norteadoras desta pesquisa. 

‐ Califórnia Park Score40. Ferramenta com base em SIG, desenvolvida pelo TPL (The Trust for 

Public Lands), que auxilia na tomada de decisão sobre onde investir na melhoria ou criação de 

parques e espaços livres no estado de Califórnia, Estados Unidos. A ferramenta está disponível 

na internet e reúne informações espaciais relacionadas à acessibilidade, saúde humana e renda 

familiar  em  mapas  interativos.  Apesar  do  banco  de  dados  estar  em  desenvolvimento,  a 

ferramenta  já  identifica  algumas  áreas  no  Estado  de  Califórnia  com maior  prioridade  (em 

escala graduada) de investimento em novos parques e espaços livres. 

Os critérios desta ferramenta servem de referencia devido aos assuntos e temáticas abordadas, 

porém,  não  há  explicação  de  como  eles  são  valorados,  bem  como  maiores  detalhes  da 

avaliação.  

‐THRALL, G; SWANSON, B.; NOZZI, D (1988). Utiliza  a ferramenta SIG, a fim de classificar e 

ranquear  os  terrenos  prioritários  para  aquisição  de  novas  áreas  verdes  públicas.    Não 

necessariamente  esses  terrenos  devam  estar  degradados,  abandonados,  ou  subutilizados. 

Apesar  dos  critérios  muito  bem  justificados  e  embasados,  não  há  explicação  quanto  à 

valoração, ou atribuição de nota a cada um deles, o que dificulta o maior aproveitamento como 

referencia metodológica. 

Analisando comparativamente todos os métodos citados acima, nota‐se que o PBRS, THRALL, 

G; SWANSON, B.;NOZZI, D (1988), Green Network Vacant and Derelict Land Study, HERBST, 

H.(2001) apresentam semelhanças no sentido de avaliar  locais que hoje não estão destinados 

como  áreas  verdes,  mesmo  abrigando  diferentes  tipos  de  vegetação  e  diversos  estágios 

sucessionais, e sua função de lazer ou ambiental‐ecológico não está claramente definida. Tais 

                                                      40 Califórnia Park Score. Disponível em: < http://www.parkscore.org/ > Acesso em: 03/2010. 

Page 137: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 3 Materiais e método 

 

Patricia Mara Sanches  137

 

características  destes métodos  os  tornam  referências mais  indicadas  e  de  certa  forma mais 

próximas dos propósitos desta pesquisa.  

‐URGE  (Development of Urban Green Spaces  to  Improve  the Quality of  life  in Cities 

and Urban Regions)41. Projeto desenvolvido em 2004, em parceria com universidades, órgãos 

públicos  e  agências  locais  de  cidades  européias,  visando  a melhoria  da  promoção  de  áreas 

verdes urbanas, alcançando maior qualidade de vida e contribuindo para o desenvolvimento 

sustentável das cidades européias.  

Vale ressaltar que o URGE é especificamente voltado para a avaliação da qualidade, quantidade 

e  distribuição  das  áreas  verdes  urbanas  existentes.    Apesar  disso,  o método  adota  grande 

diversidade  de  critérios,  e  por  isso,  foi  aproveitado  parcialmente,  já  que  não  é  possível  a 

aplicação integral da ferramenta para as áreas degradadas urbanas, na qual foi proposto nesta 

pesquisa.  

‐Greenspace  Quality42.  (A  guide  to  assessment,  planning  and  strategic  development) 

Desenvolvido  em  2008,  pelo  Instituto  de  Pesquisa  Greenspace  Scotland,  o  guia  auxilia  no 

processo para avaliação, planejamento e desenvolvimento estratégico de áreas verdes. 

Assim como URGE, o Greenspace Quality também é voltado para a avaliação de áreas verdes 

existentes, portanto, apenas alguns critérios foram aproveitados e referenciados. 

Em relação aos tipos de critérios, THRALL, G; SWANSON, B; NOZZI, D (1988), Green Network 

Vacant  and  Derelict  Land  Study,  PBRS  estabelecem  critérios  focados  tanto  no  beneficio  à 

comunidade quanto benefícios ambientais.  Já HERBST, H.(2001) é muito mais voltado para a 

valorização ecológica, manutenção e melhoria da biodiversidade.  

Diferente  dos métodos  citados  acima, Califórnia  Park  Score  é  voltado  para  identificação  de 

regiões prioritárias para criação de parques e novas áreas de lazer embasado no déficit de áreas 

verdes e  índices sociais, ou seja, não existe a  identificação e avaliação pontual de terrenos ou 

locais, e sim macro‐ regiões que apresentam maiores demandas.  

O  método  do  URGE  e  Green  Space  Quality  apresenta  farto  material  de  consulta,  muito 

completo e detalhado sobre o conjunto de critérios. Ambos estabelecem critérios focados tanto 

no atendimento da comunidade como a função ambiental‐ecológica. 

                                                      41 URGE ‐ Development of Urban Green Spaces to Improve the Quality of life in Cities and Urban Regions). Disponível em: < http://www.urge‐project.ufz.de/ > Acesso em: 03/2010. 

42 Greenspace Quality. A guide to assessment, planning and strategic development. Disponível em: < http://www.greenspacescotland.org.uk/ > Acesso em: 03/2010. 

Page 138: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

138 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

A Tabela 7 reúne de forma resumida a análise comparativa acerca dos métodos utilizados como 

referência. Os métodos que estão nas linhas cinzas da tabela representam aqueles que avaliam 

o potencial das áreas abandonadas, vazias e sub‐utilizadas de ser convertidas em áreas verdes. 

As linhas de cor verde mais escuro correspondem aos métodos de avaliação e identificação de 

novas  áreas  verdes  potenciais,  sem  que  estejam  necessariamente  degradadas.  E  por  fim,  as 

linhas coloridas de verde mais claro  representam os métodos que avaliam as áreas verdes  já 

existentes.  

A matriz da Tabela 8, reúne os diversos métodos estudados, apontando os principais critérios e 

indicadores em comuns entre eles. Estes  foram agrupados e organizados em quatro grandes 

grupos:  mobilidade  e  acessibilidade,  ecológico‐ambiental,  social  e  econômico.  Os  que 

apresentam um “x”significa que contém este critério em seu método de avaliação. 

 A partir desse estudo  foram construídos os critérios próprios para esta pesquisa,  levando‐se 

em conta a realidade brasileira e as especificidades de São Bernardo do Campo. 

 

Page 139: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 3 Materiais e método 

 

Patricia Mara Sanches  139

 

 Tabela 7. Análise comparativa: partido e conceito principal das referências metodológicas utilizadas na pesquisa.  

Método de avaliação O que é avaliado? Foco da avaliação Abrangência dos critérios

estrutura observação

PBRS Áreas vazias,

abandonadas e sub-utilizadas

Ambiental/ecológico e social

Econômico, recreação/lazer, ecológico, ambiental,

mobilidade

Não há disponibilidade de muitas informações, não se explica como é avaliado cada critério

Green Network Vacant and Derelict Land Study

Áreas vazias, abandonadas e sub-

utilizadas

Ambiental/ecológico e social

recreação/lazer, ecológico,ambiental,

mobilidade

Ha disponibilidade de material explicativo de como utilizar a ferramenta de avaliação – possibilidade de

aplicação em outros casos

HERBST, H Áreas vazias,

abandonadas e sub-utilizadas

Ambiental/ecológico recreação/lazer,

ecológico,ambiental, mobilidade

Ha disponibilidade de material explicativo de como utilizar a ferramenta de avaliação – possibilidade de

aplicação em outros casos

Califórnia Park Score novas áreas verdes Social recreação/lazer

Escala muito pequena – não identifica quais serão as áreas, mas sim as manchas de prioridade na

cidade. Não há disponibilidade de muitas informações, não se explica como é avaliado cada

critério

THRALL Áreas com vegetação ou não: novas áreas verdes

Ambiental/ecológico e social

recreação/lazer, ecológico, ambiental, mobilidade

Não há disponibilidade de muitas informações, não se explica como é avaliado cada critério

URGE Avaliação de áreas verdes existentes

Ambiental/ecológico e social

recreação/lazer, ecológico, ambiental, mobilidade

Não há disponibilidade de muitas informações, não se explica como é avaliado cada critério

Green space quality

Avaliação de áreas verdes existentes

Ambiental/ecológico e social

recreação/lazer, ecológico, ambiental, mobilidade

Não há disponibilidade de muitas informações, não se explica como é avaliado cada critério

 

 

 

 

 

Page 140: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

140 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Tabela 8 Relação dos critérios e indicadores em comum entre as referências metodológicas.  

Abrangência dos

critérios Critérios e indicadores PBRS

Green Network Vacant

land

HERBST Califórnia

Park Score

THRALL URGE

Green

space

Quality

Econômico Proximidade com áreas de serviços (escritórios) e

industriais x  

Rec

rea

ção

L

azer

co

nvi

vio

so

cial

Indice de Vulnerabilidade e saúde x x x  

Predominância residencial no entorno x x x  

Proximidade de escolas x x x  

Presença/ausência de áreas verdes no entorno x x x  

Segurança a comunidade x x x 

Densidade Populacional x x  

Renda média da vizinhança x  

Eco

lóg

ico

/ A

mb

ien

tal

Proximidade com áreas de importância ecológica/ conectividade/ isolamento/fragmentação

x x x x x x 

Proximidade com corpos dágua x x x  

Presença de elementos de importância ecológica no local

x x  

Tamanho x x x  

Impermeabilização x x  

Qualidade do ar x x  

Biodiversidade (habitats, espécies, porte da vegetação, estagio sucessional)

x x x x 

Presença de edificações/ estrutura x  

Mo

bili

dad

e A

cesi

ibili

dad

e

Proximidade com transporte público x x x x 

Acesso a área por transporte a pé x  

Proximidade com ciclovias e rotas de pedestre x x x 

Conexão com espaços livres- promove rotas alternativas

x x 

Proximidade com rodovias e ferrovias x x x 

Page 141: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 3 Materiais e método 

 

Patricia Mara Sanches  141

 

Herbst  (2001)  e  Green Network  Vacant  and Derelict  Land  Study  (2006)  são  as  referências 

metodológicas que mais contribuiram no desenvolvimento de uma proposta metodológica de 

avaliação do potencial de conversão das áreas degradadas em áreas verdes na cidade de São 

Bernardo do Campo, merecendo maior destaque e uma abordagem mais detalhada a seguir. 

3.1.1 Método de Hebst

Como foi mencionado anteriormente, o método de Hebst (2001) é  focado na avaliação de áreas 

degradadas  enquanto  locais  com potencial de  vivenciar  e  ter maior  contato  com  a natureza 

pela comunidade, dentro das áreas urbanas. Portanto, o foco não é qualquer tipo de área verde, 

e  sim  aquelas  que  abrigam  certo  grau  de  biodiversidade  e  que  são  consideradas  áreas 

abandonadas e vazias, as quais são denominadas “wasteland”. 

De acordo com o diagrama da  

 

 

 

Figura  181,  as  áreas‐alvo  que  a  autora  avalia  se  encontram  no  limiar  entre  dois  universos 

distintos: as áreas degradadas e as áreas naturais, deixando explicito que apesar da intersecção 

dos dois grupos, as áreas–alvo pertencem muito mais ao segundo grupo. 

 

 

 

    Figura 181. Diagrama que define o conceito das áreas–alvo da pesquisa de Herbst, através de sua posição diante de dois universos distintos: das áreas degradadas e das áreas verde naturais. Fonte: Adaptado de Herbst (2001).   

Este  método  é  estruturando  em  dois  grandes  grupos  de  critérios:  características  do  local 

avaliado e características do entorno imediato.  

O primeiro grupo  ramifica‐se dois critérios principais: valor de vivenciar e estar em contato 

com  a  natureza  e  o  potencial  de  uso  do  local. Os  sub‐critérios  derivados  são  diversos,  tais 

como:  tamanho,  superfície  impermeável,  estágio  sucessional,  diversidade  de  estruturas, 

existência de corpos d água, segurança, penetrabilidade e acessibilidade ao local. 

Do segundo grupo (característica do entorno) pertencem os critérios: usuários potenciais, ou 

seja,  se o entorno abriga uma população que  tem grandes probabilidades de  serem usuários 

Áreas contaminadas 

Áreas verdes naturais Áreas degradadas 

Áreas abandonadas,brownfields, 

áreas residuais 

Ex. parques naturais, 

florestas, etc.  

Áreas urbanas habitat de 

vida selvagem 

Page 142: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

142 De 

 

perman

na  cida

acessibi

localizaç

A figura

Figura 182. 

 

Os resu

grau po

e áreas degradad

nentes do  lo

ade.  Os  su

ilidade por 

ção estratég

a abaixo apr

 Fluxograma do

ltados parci

tencial (alto

das a espaços veg

ocal, e a  imp

ub‐critérios

  ciclovias,  lo

gica na rede

esenta em f

o método de Her

iais da avali

o, médio e b

getados 

portância do

s  são:  den

ocalização  e

e de áreas ve

 forma de flu

rbst. Fonte: Adap

ação (Figur

 baixo) de ca

o  local no p

nsidade  pop

  em  áreas de

erdes. 

uxograma as

ptado de Herbst

ra 183) se ap

ada critério 

 planejamen

pulacional, 

eficientes d

s etapas do m

t (2001). 

presentam so

 principal: v

to estratégi

  acesso  da

de  espaços  a

 método de H

ob forma de

 valor de vive

ico das área

a  escola  a

  abertos  veg

 Hebst.  

e mapas e re

enciar (expe

as verdes 

ao  local, 

etados  e 

 

evelam o 

erenciar) 

Page 143: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

a  natur

planejam

Figura  183.Leipzig, Al 

O  poten

resultad

melhore

 

reza,  poten

mento estra

. Exemplo de umlemanha. Fonte:

ncial  final  d

dos  parciais

es e segunda

ncial  de  us

atégico das á

m  resultado par Hebst (2001). 

  das  áreas  (F

s  proposto  p

as melhores

so  do  local

 áreas verdes

rcial quanto ao 

Figura  184) 

  por  Carver 

s áreas como

l,  usuários 

s. 

 grau potencial 

  é  resultad

  (1991),  segu

o habitat na

  potenciais

 de usuários  (fr

o  de  um  p

uido  da  ide

atural (wildl

P

s  e  import

eqüentadores) e

rocesso  de 

entificação 

life areas).  

CAMateria

Patricia Mara San

tância  do  l

em cada área n

  ranqueame

  e mapeame

 

APÍTULO 3 ais e método 

nches  143

local  no 

 a cidade de 

ento  dos 

ento  das 

 

Page 144: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

144 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Figura 184. Exemplo do resultado final das melhores e secundas melhores áreas avaliadas como habitat para vida selvagem (wildlife area) em Leipzig, Alemanha. Fonte: Herbst (2001). 

 

3.1.2 Método Green Network Vacant and Derelict Land Study

Já o método de Staple utilizado no Green Network Vacant  and Derelict Land Study  (2006), 

além  dos  critérios  ecológicos,  é  abordada  a  questão  da  viabilidade  econômica  e  técnica  de 

converter uma área degradada em uma área verde.  Isso pode  ser observado nos critérios de 

contaminação, propriedade  (pública, privada ou mista), e o  tempo e custos de execução em 

contraposição  ao  benefícios,  ou  seja,  o  custo‐benefício  que  tal  intervenção  trará  para 

comunidade. 

A existência de um Plano Diretor para  Glasgow e Clyde Valley, que contempla o planejamento 

de uma rede de áreas verdes (Green Network) torna este método distinto do anterior, pois a 

avaliação visa identificar áreas degradadas que atendam as diretrizes pré‐estabelecidas de um 

plano regional maior. Isso faz com que a ferramenta de avaliação seja ainda mais valiosa e útil, 

na medida em que ela é necessária para dar prosseguimento e norteamento às estratégias dos 

órgãos públicos. 

Todos os  critérios estão dispostos em uma matriz de priorização na  tabela a  seguir, e estão 

classificadas em dois grupos: o primeiro são as características próprias do  local, e o segundo 

são os benefícios e vantagens que tal conversão traria para a melhoria da qualidade ambiental e 

para o plano de rede de áreas verdes (Green Network).  

Para cada critério estabeleceu‐se uma gradação de nota, variando de 1 (um) a 5 (cinco), que vai 

do  maior  potencial  de  melhoria  ou  conversão  em  áreas  verdes  ao  menor  potencial, 

respectivamente, e a explicação dos parâmetros utilizados para atribuir os valores de 1 a 5. O 

resultado final é a simples soma de todos os pontos, que foram distribuídos em uma escala de 

classificação, conforme abaixo:  

potencial alto: 14‐20 pontos 

potencial médio‐alto: 21‐29 pontos 

potencial médio: 30‐33 pontos 

potencial médio‐baixo: 34‐36 pontos 

potencial baixo:  acima de 37 pontos 

Os  locais  avaliados  foram  os  que  estavam  localizados  na  rede  de  áreas  verdes  proposta,  de 

acordo  com  a  Figura  185. Após  a  avaliação,  semelhante  ao método de Herbst,  é  gerado um 

Page 145: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 3 Materiais e método 

 

Patricia Mara Sanches  145

 

mapa final com o resultado do grau de potencial de conversão das áreas degradadas em áreas 

verdes (alto, médio‐alto,médio, médio‐baixo e baixo),como é mostrado na  Figura 186. 

 

Page 146: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS
Page 147: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 3 Materiais e método 

 

Patricia Mara Sanches  147

 

Tabela 9. Matriz de priorização no método de Green Network Vacant and Derelict Land Study. Fonte: Adaptado de Green Network Vacant and Derelict Land Study (2006). 

Rank 

Características próprias do local   Melhorias e Benefícios 

Uso atual estrutura existente  Propriedade 

Potencial de contamina‐ção 

Proximi‐dade com residências 

Proximidade com escolas 

Proximi‐dade as conexões de trans‐porte (rede viária) 

Proximi‐dade com o transporte público 

Proximidade com áreas vulneráveis socialmente 

Tempo de vacância 

Tamanho (Ha) 

Parâmetros ecológicos 

Oportunidades de melhoria 

Conectividade ecológica 

1 área aberta/ gramado 

nenhuma estrutura 

público ‐ órgão gestor do local 

não foram identificadas questões de contamina‐ção  adjacente  adjacente  No local  No local 

5% mais vulneráveis 

maior que 15 

maior que 50 ha 

O local ou parte do local é destinado a conservação da natureza 

amplos benefí‐cios com medi‐das de baixo custo em curto prazo  

corredor ecológico com áreas urbanas em ambos lados e conexão com áreas naturais na zona rural  ou outra grande áreas verde 

área aberta com alguma restrição de acesso 

estrutura de serviço 

outro órgãos públicos 

baixo risco de contamina‐ção possível ou pequena área afetada 

Dentro de 250m 

Dentro de 250m  adjacente  adjacente 

10% mais vulneráveis 

entre 5 a 10 anos 

entre 25 a 50ha 

contém florestas primárias 

benefícios marginais com baixo custo independente do prazo  

Grandes espaços verdes dentro da área urbana, mas nenhuma conexão com áreas naturais na zona rural  

área aberto com alguma grandes restrições de acesso 

estruturas cobrindo menos que 5% do territó‐rio  misto 

localizado em áreas com potencial atual ou histórico de contamina‐ção  

Dentro de 500 m 

Dentro de 500 m 

Dentro de 250m 

Dentro de 250m 

15% mais vulneráveis 

entre 2 a 5 anos 

entre 15 a 24 ha 

contém florestas secundárias 

amplos benefí‐cios com medi‐das de alto custo indepen‐dente do prazo  

pequenos fragmen‐tos de espaços livres sem nenhuma conexão com a rede de áreas verdes  

terrenos e edifícios degradados 

edifícios abandonados 

privado conhecido 

Potencial de contamina‐ção espa‐lhado em vários pontos (histórico de alto risco)  

No en‐torno, maior que 40% 

Dentro de 1000m 

Dentro de 500 m 

Dentro de 500 m 

20%  mais vulneráveis  

menor que 2 anos 

entre 5 a 14 ha 

contém áreas de restaura‐ção ou reflo‐restamento 

benefícios marginais com alto custo independente do prazo   

espaços verdes periféricos a áreas urbanas  

5 sob desen‐volvimento 

novos edifí‐cios 

privado desconhecido 

evidência de contamina‐ção 

No en‐torno, menor que 40%  No local 

Dentro de 1000m 

Dentro de 1000m  todos outros 

não mais vazio 

área menor que 5ha 

Mínimo ou nenhum interesse ecológico 

nenhuma oportunidade identificada 

não em função de corredor ecológico  

 

Page 148: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

148 De área

 

 

Figura 185. Map(em verde) e aoNetwork Vacan

Figura  186.MapGreen Network 

as degradadas a 

pa com os locaisos vetores de crnt and Derelict L

pa do resultado k Vacant and De

 espaços vegetad

s degradados iderescimento (em  Land Study(200

  final do grau perelict Land Stud

dos 

entificados (em  vermelho), esta6). 

 potencial de condy(2006). 

 preto), que se sabelecidos pelo P

nversão do  loca

obrepõe as área Plano diretor de

ais  identificados 

s propostas parae Glasgow e Clyd

 em áreas verde

 a a rede de áreasde Valley. Fonte

 es. Fonte: Adap

s verdes e: Green 

tado de 

Page 149: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

As  r

méto

prop

ou ou

que 

todo 

3.2 DO

3.2.1

A pri

Bern

pesqu

conte

desin

do m

tama

Após

as ár

bacia

na Fi

            Figura 

referencias 

odo próprio

ósitos pecu

utro, de se 

  seja  represe

 o processo 

MÉTODCAMPO

1 Escolha

imeira etap

ardo  do  C

uisa,  na  exp

extualização

ndustrializaç

município na

anho (porte 

s a escolha d

eas degrada

a da Tamand

igura 187. 

                       187. Estudo de c

  metodológi

o de  avaliaç

liares de ca

 atribuir not

entativo  e  c

 de construç

DO DE AVO

do estudo

a do proces

Campo  apre

ploração  da

o  histórica

ção e a alta

a proteção d

 médio), qu

 do municíp

adas. Assim

duateí dent

 caso: sub‐bacia 

icas  expost

ão das  área

da um viera

tas, de pond

  coerente  co

ção do méto

VALIAÇÃ

o de Caso

sso metodol

esenta  algu

a  temática 

a  e  dinâm

a concentraç

 dos recurso

e possibilito

io, foi defin

, foi delimit

tro dos limit

 do Tamanduateí

tas  acima  f

as degradad

am somar e 

derá‐las e d

om  todo  o  p

odo propost

ÃO ADO

lógico  foi a

uns  fatores‐

  e  na  aplica

mica  atual 

ção de área

s hídricos e

ou a exeqüib

no o recorte

tada como a

tes de São B

eí, destacada em

Sub‐bamunicí

foram  fund

das de  São 

 auxiliar nas

e compilá‐l

  processo  av

to nesta pes

TADO P

a escolha do

‐chave  que 

ação  da  ferr

  da  cidad

as degradad

 e dos recurs

bilidade da 

e urbano no 

 a unidade d

 Bernardo do

 m amarelo no ma

cia do Tamanpio de São Be

damentais  n

 Bernardo d

s decisões d

as, resultan

valiativo. A 

quisa. 

ARA SÃO

o estudo de 

  contribuía

ramenta  de 

de,  destaca

as; o  impor

sos florestais

 pesquisa. 

 qual foram

de planejam

o Campo, ár

pa do município

nduateí nos limernardo do Ca

Mat

Patricia Mar

na  construç

do Campo. A

 de se eleger 

ndo em um 

  seguir,  será

O BERNA

 caso. A cid

am  na  viab

  avaliação. 

ando  o  pr

rtante pape

s; e a sua lo

m mapeadas 

mento, a por

rea destaca e

o de São Bernard

mites do ampo. 

CAPÍTULO 3teriais e método

a Sanches  14

ção  de  um

 As  visões  e

 um critério

 único valor

á mostrado

ARDO

dade de São

bilidade  da

  São  eles:  a

rocesso  de

l ambiental

ocalização e

 e avaliadas

ção da sub‐

 em amarelo

do do Campo. 

 3 o 

49

Page 150: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

150 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

3.2.2 Reconhecimento e leitura

Esta etapa compreende o momento de reconhecimento e leitura de São Bernardo do Campo no 

âmbito  econômico,  ambiental,  social  e  cultural,  traçando  um  diagnóstico  da  cidade  nos 

assuntos pertinentes a esta pesquisa e que  são os principais componentes da  infra‐estrutura 

verde: mobilidade e circulação, a  rede de espaços vegetados públicos existente e a demanda 

atual, e drenagem urbana. 

3.2.3 Identificação e mapeamento das áreas degradadas do Estudo de Caso

O  processo  de  identificação  e  mapeamento  das  áreas  degradadas  do  estudo  de  caso  foi 

realizado por meio de  técnicas de  interpretação visual de  imagens do  satélite Quick Bird de 

2006, de imagens de 2008 utilizadas pelo software Google Earth, e de ortofotos da Emplasa, de 

2007. 

A interpretação de imagens envolve três etapas distintas: a leitura, a análise e a fotointerpreta‐

ção. A  leitura enquanto método consiste na  interpretação preliminar, ou seja, um reconheci‐

mento inicial de feições presentes nas imagens. Já a análise exige certo conhecimento técnico, 

na  qual  as  feições  e  os  objetos  são  identificados  e  ordenados.    A  etapa  final  é  a 

fotointerpretação, que implica em raciocínio lógico, dedutivos e indutivos para explicar objetos 

identificados nas etapas anteriores (ROGGERO,2009). 

Os critérios definidos para a  identificação e mapeamento das áreas degradadas  foram glebas, 

quadras ou lotes iguais ou maiores que 1 hectare, com as seguintes características: 

vazios, com solo exposto ou com cobertura vegetal (espécies pioneiras) parcial ou total; 

abandonados, abrigando alguma instalação ou galpão sem uso; 

subutilizados ou parcialmente ocupados por estacionamentos, linhas de alta tensão, linhas 

férreas desativada ou dutos (de óleo, gás ou água); 

margens de cursos d’água não ocupadas 

A escolha por áreas com o mínimo de 1 hectare ‐ o equivalente a uma quadra urbana média‐  

tem como referência os estudos de padrões e critérios sobre qualidade e acessibilidade de áreas 

verdes  urbanas,  como  o  Plano Diretor  de  São  Paulo  de  1971  e HANDLEY  (2003).  Isso  não 

descarta a idéia de que muitas vezes áreas degradadas menores que 1 ha possam perfeitamente 

ser transformadas em áreas verdes, tendo uma função social muito importante na comunidade. 

No entanto,  ressalta‐se que a adoção dessa área mínima  foi  também embasada no desejo de 

viabilizar  o  levantamento  e  ser  compatível  ao  porte,  escala  e  propósito  da  pesquisa, 

necessitando impor algumas restrições e limites. 

Page 151: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 CAPÍTULO 3 

Materiais e método 

Patricia Mara Sanches  151

 

No processo de mapeamento, as áreas degradadas foram classificadas em nove categorias que 

correspondem a sua caracterização e uso atual:  

terreno vazio/baldio‐ área desmatada (cuja a origem era uma área natural) 

margem de córrego  

margem de córrego + terreno baldio 

margem de córrego+ reservatório de retenção 

margem de córrego+ reservatório de retenção+ terreno vazio 

terreno vazio + estacionamento 

linhas de alta tensão 

área de mineração desativada 

galpão ou edificação abandonada 

Os  terrenos vazios ou baldios  foram  identificados pela ausência de edificação, e presença de 

vegetação  rasteira, arbustiva ou  solo exposto. Além da  fotointerpretação, a  identificação das 

margens de  córregos,  reservatórios de detenção,  linhas de  alta  tensão  e  áreas de mineração 

contou com o auxílio de mapas hidrográficos, do uso do solo da Emplasa e mapas da própria 

Prefeitura de São Bernardo.  

As áreas desmatadas  identificadas eram geralmente clareiras ou grandes áreas com vegetação 

arbustiva  e  que  encontravam‐se  próxima  a  remanescentes  florestais  ou  áreas  naturais 

preservadas.  No  momento  desta  análise  é  necessário  considerar  o  ecossistema  local  e  as 

formações  vegetais,  neste  caso,  de  São  Bernardo  do  Campo,  para  que  campos  naturais  ou 

alagados, brejos não sejam considerados áreas desmatadas.  

 As edificações e galpões abandonados  foram  identificados  inicialmente através da técnica de 

fotointerpretação. A ausência de cargas, caminhões ou carros nos estacionamentos abertos e 

coberturas danificadas dos galpões indicavam o abandono da área. Neste caso, foi necessário o 

uso de  imagens de satélite de ampla  resolução, e posteriormente, visitas a campo, que serão 

descritas no item a seguir “Instrumentos e procedimentos utilizados na avaliação”.  

Muitos  lotes,  identificados  como degradados,  foram  agrupados  e  avaliados  como uma única 

área, devido à semelhança da  forma e uso do solo atual e por estar  lado a  lado ou separados 

apenas por ruas locais. Por exemplo, terrenos lineares subutilizados, que abrigam linhas de alta 

tensão, separados entre si por ruas locais, foram considerados uma única área degradada. Já as 

áreas degradadas separadas por grandes avenidas e rodovias não foram agrupadas. 

Page 152: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

152 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Ao  total,  foram mapeadas,  através  de  fotointerpretação,  61  áreas  degradadas,  ou  seja,  áreas 

vazias, abandonadas ou  subutilizadas  (Figura  188), cuja  somatória das áreas correspondem a 

8% do território do estudo de caso (sub‐bacia do Tamanduateí).  

Foram mapeadas também as áreas verdes, não acessíveis ao público, de propriedade privada ou 

de órgão público, consideradas significativas em termos de porte e composição vegetal, e que 

não  tinham nenhum uso definido. Estas  áreas  foram denominadas na pesquisa  como  “áreas 

vegetadas  de  acesso  privado  ou  restrito”  e  foram  levadas  em  consideração,  de  forma  a 

correlacioná‐las com as áreas degradadas potenciais.  

Por  fim,  adjacentes  a  algumas  áreas  degradadas  potenciais,  foram  identificados  locais  com 

ocupação irregular, principalmente em APP (Áreas de Preservação Permanente). A intenção de 

mapear  tais  locais é apontar a possibilidade de  realocação da população, de  forma que estas 

áreas  fossem  desocupadas  e  agrupadas  com  as  áreas  degradadas  adjacentes,  aumentando, 

assim, a área total final. Estas áreas foram denominadas “áreas de ocupação irregular”. 

Das  61  áreas  degradadas  identificadas,  10  áreas  amostrais  foram  escolhidas  para  a  avaliação 

(Figura  189),  pois  a  principal  finalidade  era  o  desenvolvimento  de  um  procedimento 

metodológico. Uma  vez  que  essa  etapa  foi  bem  explorada,  discutida,  considerando diversas 

variáveis e possibilidades, a aplicação da ferramenta e avaliação das áreas degradadas se torna 

segura e  fundamentada, podendo até ser  replicada em outras cidades brasileiras de contexto 

semelhante.  Além  disso,  outras  questões  que  limitaram  o  número  de  áreas  degradadas 

avaliadas foram o tempo curto e os recursos disponíveis escassos para a pesquisa.  

A  escolha  das  10  áreas  degradadas  não  foi  feito  de maneira  aleatória.  Foram  selecionandas 

áreas  cujo  contexto  eram  bem  distinto  umas  das  outras,  englobando,  assim,  a  maior 

diversidade  de  situações  possíveis  (como  por  exemplo,  localização  geográfica,  tamanho  e 

formato da área, presença e ausência de vegetação e cursos d`água, topografia, etc). Buscou‐se 

que  dessa  forma  obter  resultados  diversos,  ideais  para  reflexão,  crítica  e  validação  da 

ferramenta de avaliação. 

Page 153: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Figura  188. Mapa das á áreas degradadas e das áreas verrdes privadas e d de ocupação irreegular adjacente

Mat

Patricia Mar

es. 

CAPÍTULO 3teriais e método

a Sanches  15

 

 3 o 

53

 

Page 154: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

154 De área

 

Figura 189. Mapa medida que s

as degradadas a 

pa das 10 áreas d se mapeando as 

 espaços vegetad

 degradadas sele 61 áreas degrada

dos 

cionadas. Os núadas.  

úmeros que idenntificam as áreass foram atribuíddos no software A 

 Arc Gis, 

Page 155: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 CAPÍTULO 3 

Materiais e método 

Patricia Mara Sanches  155

 

3.2.4 Definição dos critérios e indicadores

Os  critérios de  avaliação  foram  embasados no  conceito de  infra‐estutura  verde, de  forma  a 

avaliar a potencialidade das áreas degradadas enquanto sistemas: (1) ecológico, (2) de  lazer e 

recreação, (3) de drenagem e regulação hídrica, e (4) de mobilidade e circulação.  

Os  critérios  da  nova  ferramenta  de  avaliação  estão  distribuídos  em  três  grandes  categorias 

relacionadas com suas funções: o grupo ecológico, o grupo hídrico e grupo social. Este último 

atende tanto as questões de lazer, recreação, mobilidade, além de coesão e inclusão social.  

É  importante  lembrar  que  os  critérios  adotados  foram  fundamentados  a  partir  do  estudo 

metodológico.  Além dos critérios, foram observados neste estudo as notas atribuídas, como as 

variáveis se relacionam e como são trabalhados e apresentados os resultados finais.  

Para  cada  critério  definido  foram  escolhidos  indicadores  quantitativos  ou  qualitativos,  com 

valores  contínuos, binários ou multi‐categóricos convertidos em valor numérico, de  forma a 

gerar  uma  pontuação  classificatória  para  as  áreas  avaliadas  de maior  potencial  para menor 

potencial. O valor de cada indicador vai de 0 e 1, sendo que há indicadores que exigem valores 

decimais  intermediários,  pois  requerem  uma  gradação.  Foi  definido  também  a  escala  de 

trabalho adequada – seja com imagem aérea ou com mapas temáticos ‐ para responder a cada 

indicador.  

A seguir são apresentados os critérios e indicadores definidos para cada categoria. 

1. Grupo Ecológico

O  grupo  ecológico  abarca  uma  série  de  conceitos  de  ecologia  da  paisagem  e  restauração 

ecológica.   

A  ecologia  da  paisagem  pode  ser  definida,  sob  uma  ótica  geográfica,  como  uma  “ciência 

interdisciplinar  que  lida  com  as  interações  entre  sociedade  humana  e  seu  espaço  de  vida, 

natural e construído  (Naveh & Liberman,  1994 apud Metzger, 2001); ou sob o ponto de vista 

ecológico, como “o estudo da estrutura, função e dinâmica das áreas heterogêneas compostas 

por ecossistemas interativos” (Forman & Gordon, 1986). No caso desta pesquisa, a cidade seria 

um ecossistema interativo e as áreas heterogêneas seriam os elementos que compõe a cidade.  

De  acordo  com  a  função  e  a  dinâmica  dentro  deste  sistema,  as  áreas  heterogêneas  são 

classificadas em três categorias estruturais da ecologia da paisagem: matriz, mancha e corredor 

(DRAMSTAD, FORMAN e OLSON, 1996).  

Page 156: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

156 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

A  matriz  são  as  áreas  heterogêneas  dominantes  do  local  analisado,  no  caso  da  paisagem 

urbana, considera‐se as áreas residenciais, comerciais e de uso misto, e distritos industrias.  Já 

as manchas  são  as  áreas homogêneas  e minoritárias  que diferem da matriz,  como  parques, 

praças,  jardins,  áreas de  várzeas,  terrenos  vazios,    etc. Os  corredores  estruturam  o  sistema, 

conectando as “manchas” e promovendo, assim a viabilidade e o  funcionamento da rede. Do 

ponto  de  visto  conservacionista,  eles  podem  ser  desde  grandes  corredores  ecológicos 

interestaduais e  regionais que conectam áreas de  interesse ecológico ou cinturões verdes em 

torno das cidades, até corredores verdes e parques  lineares ao  longo de córregos, rios,  linhas 

ferroviárias, faixas de linhas de alta tensão, etc. (FORMAN, 1995; AHERN, 2007). 

Sob a ótica da ecologia da paisagem e da recuperação de áreas degradadas, considerou‐se como 

matriz a malha urbana; as manchas são as áreas degradadas (terrenos vazios, abandonados ou 

sub‐utilizados) e remanescentes florestais privados ou públicos, parques, praças e áreas verdes 

para comunidade; e os corredores  são áreas degradadas  lineares, matas ciliares ou caminhos 

vegetados ao longo do leito do rio, avenidas com canteiros e linhas de alta tensão. 

Os critérios do grupo ecológico estão relacionados ao tamanho das manchas, à conectividade 

(corredores) e ao  contrastes das áreas degradadas avaliadas  (manchas)  com a malha urbana 

(matriz). 

A restauração ecológica, nesta pesquisa, está relacionada indiretamente ao potencial ecológico. 

As áreas degradadas que apresentam notas altas neste grupo significam que seus atributos e as 

características  do  entorno  proporcionam  uma  condição  favorável  para  conversão  em  áreas 

verdes, se utilizando da restauração ecológica como um das principais meios para se alcançar a 

estabilidade e integridade ecológica daquele habitat degradado. 

Segundo a Sociedade para Restauração Ecológica (Society for Ecological Restoration) e Engel & 

Parrota  (2003),  restauração  ecológica  é  a  prática,  induzida  pelo  homem,  que  pretende 

recuperar um habitat o mais próximo possível das suas características originais. Dependendo 

do  grau  de  destruição  e  de  sua  resiliência,  as  áreas  degradadas  abandonadas  podem  se 

recuperar naturalmente,  ainda que o  resultado  final desse processo  espontâneo de  sucessão 

ecológica venha ser uma paisagem diferente da original. Entretanto, um fator  limitante neste 

caso é o tempo para que esse processo ocorra espontaneamente, sem a intervenção deliberada 

do homem, que é medida em dezenas ou até centenas de anos. Por essa razão, a contribuição 

da restauração ecológica se torna muito importante, pois ela pode auxiliar e acelerar o processo 

de  sucessão  ecológica,  através mecanismos  naturais  empregados  em  larga  escala  e  a  baixo 

custo. 

Page 157: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 CAPÍTULO 3 

Materiais e método 

Patricia Mara Sanches  157

 

1.1 Diversidade do habitat   

Este critério pretende avaliar o potencial das áreas degradadas de abrigar maior diversidade de 

habitats e espécies, caso a área seja restaurada. 

O  aumento  e  manutenção  da  diversidade  genética  e  de  espécies  no  espaço  urbano  são 

importantes fatores ecológicos que contribuem para a sustentabilidade e auto‐conservação do 

ecossistema  local, auxiliando na promoção do equilíbrio dos processos ecológicos. O método 

de Herbst  (2001),URGE  (2004), Thrall  (1988), Greenspace Quality  (2008)  utilizam  o mesmo 

critério de diversidade, porém, mensuradas por indicadores diferentes. 

Neste trabalho, utilizaram‐se alguns  indicadores, visando sinalizar áreas com maior potencial 

de diversidade ecológica. O primeiro indicador escolhido é o tamanho da área, partindo do 

pressuposto da ecologia da paisagem de que quanto maior a área, maior a probabilidade ou 

chances de abrigar maior diversidade de espécies (URGE, 2004, HERBST,2001, FORMAN,1995, 

RAMSTAD;OLSON;FORMAM,1996)  e menos  vulnerável  a distúrbios  externos. O método de 

Herbst  (2001),  Staples  (2006)43  e  URGE  (2004)  utilizam  o  mesmo  indicador,  porém,  com 

valores e intervalos distintos.  

Nesta pesquisa foram medidos os tamanhos das manchas avaliadas em hectares e distribuídas 

em quatro  intervalos, sendo que cada  intervalo tem um valor especifico variando de 0,25 a  1, 

como mostra a Tabela 10. 

O  segundo  indicador  é  o  tamanho  total  da  área,  englobando  a  área  natural  preservada 

adjacente, caso esta exista. Esse indicador leva em consideração a interação e o enriquecimento 

que a área natural preservada ao lado possa promover na área degradada. Do ponto de vista da 

ecologia da paisagem, a área real a ser avaliada é equivalente a somatória da área degradada 

avaliada com a área natural, resultando em tamanho final bem maior. Foi estabelecida a função 

numérica44:     x.y² ,    no qual:  x= área degradadas e  Y= área natural 

 Essa função relaciona o tamanho da área, dando um peso maior para a área natural. Quanto 

maior  a  área degradada  ou  a  área natural, maior  seu  valor. Os  resultados dessa  função  são 

organizados em intervalos que correspondem a uma variação de 0 a 1, conforme a Tabela 10.  

O  terceiro  indicador é a presença de massas adensadas de vegetação arbórea ou de várzea 

(alagados  naturais)  dentro  da  área  avaliada.  Essas  duas  categorias  são  tipos  de  vegetação 

presentes  na  flora  original  de  São  Bernardo  do Campo  e  já  apresentam  uma  complexidade 

                                                      43 O método de Staple também é denominado na pesquisa como Green Network Vacant and Derelict Land Study. 44 Chegou‐se nesta expressão através de consultas com estudiosos da área de Ecologia da Paisagem, no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. 

Page 158: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

158 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

estrutural  e  fisionômica  maior  que  simples  gramados  ou  campos,  possibilitando  maior 

variedade de espécies vegetais e de animais que vivem nestes habitats. Staples  (2006) utiliza 

um indicador semelhante, porém, sua avaliação é restrita, pois considera apenas a vegetação de 

porte florestal.  

Nesta pesquisa áreas com massas de vegetação arbórea ou de várzea (alagados naturais) têm 

mais  valor  sobre  as demais, de  forma que  as  respostas de  “sim” para presença de  vegetação 

arbórea  ou  de  várzea  e  “não”  para  a  ausência  das  mesmas  foram  traduzidas  em  valores 

numéricos de 1 (um) e 0 (zero), respectivamente. A escala de trabalho definida para identificar 

e valorar estas áreas é em torno de 1:2.000, de acordo com a Tabela 10. 

Tabela 10. Potencial Ecológico: Diversidade do habitat  

Critérios Indicador (parâmetro) Valores Escala

1 GRUPO ECOLÓGICO

1.1 Diversidade do habitat

Tamanho (área em hectares)

≤2ha 2 < x ≤ 4ha 4< x ≤ 7 ha 7 < x ≤ 13 ha > 13 ha

0,2 0,4 0,6 0,8 1

variável

Tamanho total com área natural adjacente - x.y²; x= área degradada , y=área natural

0 ≤100 100 < x ≤ 500 500 < x ≤ 1000 > 1000

0 0,25 0,50 0,75 1

variável

Presença de vegetação com predominância arbórea e /ou alagados naturais

Sim 1 1:2000

Não 0

1.2 Menor impacto negativo no local 

Este critério avalia o nível de distúrbio ou  impacto negativo do entorno  imediato sobre área 

avaliada,  de  forma  a  indicar  o  quanto  a  futura  área  verde  estaria  vulnerável  aos  distúrbios 

externos. 

O indicador definido foi a permeabilidade da matriz e o contraste entre ela e a mancha, sendo 

que a matriz é o entorno imediato e a mancha é a área avaliada, supondo que seja uma futura 

área verde.  

De  acordo  com  os  princípios de  ecologia da  paisagem,  foi definido  que  uma matriz menos 

contrastante  e  mais  permeável  a  uma  macha  seria  um  entorno  caracterizado  por  uma 

densidade  construída  baixa,  combinada  de  uma  arborização  alta,  e  que,  portanto,  teria  um 

impacto menor sobre a  futura área verde. Em contrapartida, uma matriz com alta densidade 

construída  combinada  com uma baixa arborização ou ausência dela é  considerada o padrão 

Page 159: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

máxi

manc

entre

Atrav

matr

respe

Figura  

Figura 

imo de cont

cha,  e o  flu

e as mancha

vés  da  anál

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 190.Exemplo de

 191 Exemplo de 

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as. 

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e. Trabalhou

e densidade baix

 densidade baix

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Patricia Mar

o ou nada p

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 com valores

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CAPÍTULO 3teriais e método

a Sanches  15

 permeável a

  é  facilitado

  padrões  de

s de 1 a 0,25,

 a Tabela 4. 

 3 o 

59

 

Page 160: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

160 De área

 

Figura 192  Exe  

Figura 193 Exem 

Figura 194  Exe 

as degradadas a 

emplo de densid

mplo de densida

emplo de densid

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 arborização mé

 baixa arborizaçã

édia arborização

édia. 

ão.  

 

 

  

Page 161: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Figura  Tabela 

Critér

1 GRU

1.2 Mnegat

 

1.3 C

Este 

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núm

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 195 Exemplo de

a 11. Grupo Ecoló

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Menor impactotivo no local

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CAPÍTULO 3teriais e método

a Sanches  16

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5000

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  conecte  as

s revelam a

 Paulo, que

 3 o 

61

Page 162: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

162 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

funcionam como trampolins ecológicos45 para aves migratórias (Secretaria Municipal do Verde 

e  do  Meio  Ambiente,  2007),  e  facilitam  a  recolonizarão  da  flora  e  fauna  local  nas  áreas 

degradadas. 

Thrall  (1988)  se utiliza deste  indicador  em  seu método  e  considera que  a proximidade  com 

outras áreas verdes públicas promove não  só o aumento e a melhoria do valor  recreacional, 

mas  também  ecológico,  reconhecendo  a  importância  de  ilhas  de  diversidade  e  corredores 

ecológicos.  Staples  (2006),  também  utiliza  o  critério  da  conectividade,  porém,  não  abrange 

todas as áreas verdes públicas, apenas as áreas naturais e fragmentos florestais. 

Nesta pesquisa, a  fim de analisar a conectividade ou  isolamento da área degradada, as áreas 

verdes  consideradas  são:  fragmentos de mata ou  áreas  com densa  arborização,  seja em  área 

pública ou privada. Assim, nem sempre praças cujas vegetações predominantes são gramados, 

herbáceas  ou  arbustos  são  levados  em  consideração,  pois  elas  podem  ter  um  grande  valor 

social, mas  não  em  termos  ecológicos.  No  entanto,  existem  propriedades  particulares  que 

abrigam matas densas de vegetação nativa e que sua proximidade à área degradada agrega um 

valor ecológico maior.  

O indicador utilizado é a distância, medida em metros, da área avaliada até a área verde mais 

próxima. Quanto mais próxima a área verde, maior o valor, dentro dos seguintes intervalos: 0m 

(neste caso a área degradada é vizinha à área verde), de 1 a 100m, de 101 a 500m, de 501 a 1000m, 

e mais de 1000m, cujos valores variam de 1 (um) a 0 (zero). A escala de trabalho definida para 

identificar e valorar estas áreas varia entre 1:2000  e 1:10.000, conforme a Tabela 12. 

Tabela 12 

 

                                                      45 O termo trampolins ecológicos, proposto por Forman (1995) (do inglês Stepping Stones) são pequenas ilhas florestadas, que 

aumentam a heterogeneidade na paisagem, estimulando o deslocamento (movimentos saltitantes) e a dispersão de muitas espécies da fauna e flora local. Os movimentos promovem a recolonizarão de fragmentos florestais, além de aumentar o fluxo gênico e a diversidade genética das espécies. Fonte: Ipê‐ Instituto de Pesquisas Ecológicas.

 

Critérios

Indicador (parâmetro) Valores Escala

1 GRUPO ECOLÓGICO

Conectividade/Isolamento entre as áreas verdes

Distância de outras áreas verdes (vegetação arbórea densa)

0m Até 100m Até 500m Até 1000m Mais de 1000m

1 0,75 0,5 0,25 0

1:2000 à 1:10000

Page 163: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 CAPÍTULO 3 

Materiais e método 

Patricia Mara Sanches  163

 

1.4 Prioridade para restauração ecológica 

Neste critério  foi escolhido um  indicador que auxiliasse na decisão  final de priorizar práticas 

de  restauração  ecológica  nas  áreas  avaliadas.  Thrall  (2006)  apresenta  um  critério  similar, 

denominado “Ecossystem” na qual prioriza áreas que contenham alguns atributos ecológicos. 

Tais atributos agregam valor à área, pois a intenção é que, com a intervenção e conversão em 

uma área verde pública, estas características se mantenham e sejam preservadas para  futuras 

gerações. Alguns dos atributos listados são: proximidade a nascente e se contém aqüíferos. 

O indicador definido para esta pesquisa é se o local ou parte dele está em área de preservação 

permanente (APP)46. Por ser áreas que devem ser protegidas por  lei pelo valor e  importância 

ecológica, são consideradas prioritárias na sua recomposição original. Dessa forma, áreas com 

tais características têm mais valor sobre as demais, de maneira que as respostas de “sim” para 

presença em APP e “não” para a ausência foram traduzidas em valores numéricos de 1 (um) e 0 

(zero),  respectivamente. A  escala  de  trabalho  definida  para  identificar  e  valorar  estas  áreas 

varia de 1:2000  e 1:5.000 de acordo com a Tabela 13. 

Tabela 13. Grupo ecológico: prioridade para restauração ecológica 

Critérios

Indicador (parâmetro) Valores Escala

GRUPO ECOLÓGICO

1.4 Prioridade para restauração ecológica

Contém APP (área de preservação permanente) na área avaliada

Nascente+curso da água+declividade Nascente+curso da água curso d’agua alta declividade > 45º topo de morro Nenhuma

1 0,75 0,50 0,50 0,25 0

1: 2000 à 1:5000

1.5 Viabilidade da restauração ecológica 

Este critério  finaliza o grupo de potencialidades ecológicas, de  forma a  selecionar  locais que 

sejam mais  fáceis e viáveis de ser  restaurados. O  indicador é voltado a quantificação da área 

pavimentada ou construída do local.  

Locais com maior impermeabilização apresentam menor capacidade de retenção e percolação 

das águas pluviais em seus subsolos, maior escoamento superficial, aumento da temperatura, 

redução da umidade  local,  e  impede  a  recolonização natural de  espécies  vegetais  (HERBST, 

2001). Portanto, estas áreas se encontram em condições de desvantagem em comparação com 

                                                      46 As APP`s são áreas de alto valor ecológico, que de acordo com Código Florestal (Lei Federal nº 4771 de 1965), lei que as regulamentam, podem ser “cobertas ou não por vegetação nativa, e tem a função ambiental de preservar osrecursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas”. As APP`s estão situadas ao longo de cursos d água, margem de lagoas, lagos,  reservatórios artificiais, e de nascentes, topos e encostas de morro, restingas e em áreas com altitude superior a 1.800 qualquer que seja a vegetação. 

Page 164: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

164 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

uma área 100% permeável, mesmo que nesta não contenha indivíduos arbóreos. Para reverter 

essa  situação  seria necessário  a despavimentação  ou  a demolição de  área  construída,  o que 

pode dificultar ou  inviabilizar  a  intervenção. Assim, quanto menor  for  a  área  construída ou 

pavimentada, maior a facilidade de promover a restauração do local. 

Herbst  (2001),  URGE  (2004)  e  Staples  (2006)  trabalham  também  com  esse  critério  de 

impermeabilidade  em  seus métodos  de  avaliação,  porém  de  formas  um  pouco  distintas. O 

primeiro tem como indicador o cálculo de impermeabilização do solo de um modo geral, seja 

por área construída ou apenas por pavimentação. O segundo classifica em quatro categorias as 

diferentes  condições de  impermeabilização:  (1)  solo  impermeabilizado por  edifícios,  (2)  solo 

impermeabilizado  por  pavimentação  (cimento,  asfalto,  etc.),  (3)  solo  coberto  por  agregados 

(brita,  pedregulho,  etc.),  e  (4)  solo  não  impermeabilizado.  O  terceiro  método  leva  em 

consideração apenas a presença de construções.  

Para esta pesquisa foram definidas cinco categorias: 100% de área construída ou pavimentada, 

75%, 50%, 25% e 0%, ou seja, o terreno é totalmente permeável, atribuindo, respectivamente, 

valores de 0 a 1, conforme tabela a seguir.  A escala de trabalho para este critério é em torno de 

1:2.000. 

Tabela 14. Grupo Ecológico : Viabilidade da restauração ecológica.  

Critérios Indicador (parâmetro) Valores Escala

GRUPO ECOLÓGICO

1.5 Viabilidade da restauração ecológica

% de área pavimentada ou construída

0% Até 25% Até 50% Até 75% 100%

1 0,75 0,50 0,25 0

1:2000

 

É  importante  ressaltar que esse  indicador é especifico para avaliar o potencial da área  sob o 

ponto  de  vista  ecológico,  pois  essa  mesma  questão  pode  ser  enfrentada  de  uma  forma 

completamente  oposta  quando  se  avalia  sob  o  ponto  de  vista  social.  Algumas  áreas 

construídas, principalmente  fábricas e galpões antigos e  ruínas podem agregar valor quando 

restaurados e transformados em pontos de convergência cultural e artística e resgate histórico, 

se tornando um dos elementos atrativos de visitação ou uso de uma área verde. 

2. Grupo Hídrico/Drenagem

Neste grupo é  levado em  consideração o potencial das áreas avaliadas de  conduzir as águas 

com  segurança,  reduzindo os  riscos de  inundações, de melhorar a qualidade das águas e de 

Page 165: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 CAPÍTULO 3 

Materiais e método 

Patricia Mara Sanches  165

 

contribuir para regulação do ciclo hídrico. Assim, esta categoria visa avaliar quanto estas áreas 

podem ser úteis do ponto de vista ambiental e social.  

2.1 Potencial de retenção das águas ‐ volume 

O primeiro critério está relacionado ao volume de águas, ou seja, ao potencial de retenção.  

O indicador escolhido para responder a esse critério é se a área avaliada encontra‐se em zona 

de  risco  de  inundação  ou  sobre  talvegues47,  cujas  declividades  e  a  vazão  do  escoamento 

superficial das águas são altas, contribuindo significativamente para as enchentes a jusante. Os 

locais  passíveis  de  alagamento  ou  os  talvegues,  se  convertidos  em  áreas  verdes,  terão 

possibilidade de reter e retardar a vazão das águas pluviais,  diminuir o escoamento superficial 

e maximizar a infiltração da água no subsolo, reduzindo o risco de inundações e contribuindo 

para a recarga das águas subterrâneas. 

Portanto, locais em áreas de risco de inundação têm mais valor sobre as demais, de forma que 

as  respostas  “sim”  para  presença  e  “não”  para  a  ausência  foram  traduzidas  em  valores 

numéricos  de  1(um)  e  0  (zero),  respectivamente,  de  acordo  com  a  Tabela  15.  A  escala  de 

trabalho para identificar e valorar estas áreas é em torno de 1:10.000. 

Tabela 15. Grupo hídrico/drenagem: potencial de retenção das águas.  

Critérios Indicador (parâmetro) Valores Escala

2. GRUPO HÍDRICO/DRENAGEM

2.1 Potencial de retenção das águas – volume

Em área passível de alagamento ou em talvegues

Sim 1 1:10.000

Não 0

 

2.2  Potencial de retenção e purificação das águas  – volume e qualidade 

Este segundo critério está relacionado não só com o volume, mas também com a qualidade da 

água. Nesse caso, é avaliado o potencial de tratamento e purificação das águas urbanas através 

da vegetação. 

O primeiro  indicador  é a existência de  curso d`água dentro da área avaliada e  se a maior 

parte  dele  está  ou  não  canalizado.  PBRS,  Thrall(1988)  e  Herbst  (2001)  utilizam  o  mesmo 

indicador agregando valor a área degradada, tanto do ponto de vista ecológico, com o aumento 

da diversidade de habitats e espécies no local, bem como social, possibilitando que a população 

                                                      47 Talvegue corresponde a linha formada pela intersecção das duas superfícies formadoras das vertentes de um vale, é o local mais profundo do vale, onde correm as águas de chuva, dos rios e riachos. 

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166 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

tenha oportunidade de vivenciar, investigar e entender esse ecossistema (TEAGLE48, 1978 apud 

HEBST, 2001), estar em contato com a água, com diferentes sons, cores e cheiros associados a 

flora e fauna local (HEBST, 2001). 

Se caso o córrego estiver canalizado, deve‐se identificar se a canalização é aberta ou fechada. É 

atribuído valor maior aos córregos não canalizados, pois suas margens não estão concretadas e, 

portanto, a vazão é menor, reduzindo o risco de alagamentos à jusante.  

Verifica‐se também que há maior probabilidade de se  intervir no processo de restauração ou 

renaturalização  de  uma margem  permeável  do  que  em  cursos  d’  água  já  canalizados.  Em 

termos  sociais,  esta  situação  tem  também  maior  flexibilidade  na  intervenção  de  projetos 

paisagísticos, de forma que a população possa usufruir e estar mais próximo ao curso da água, 

através de piers, escadas, pontes e caminhos paralelos a água..  

O  indicador consiste na escolha de uma entre quatro condições: (1) não há curso d água, (2) 

cursos d`água canalizado fechado, (3) cursos d`água canalizado aberto e (4) cursos d`água não 

canalizado,  com  valores  variando de  0  a  1.   A  escala de  trabalho definida para  identificar  e 

valorar estas áreas está entre 1:1000  e 1:2.000, 

O segundo indicador é complementar ao primeiro e identifica a existência de mata ciliar ou 

alagados naturais (brejos) ao longo dos cursos d’água não canalizados. A presença da vegetação 

agrega maior  valor  à  área,  pois  já  existe  uma  complexidade  ecológica  e melhor  qualidade 

ambiental. Do ponto de vista hídrico‐ambiental, a vegetação ciliar tem potencial de agir como 

elemento filtrante de partículas e de poluição difusa, além de impedir o assoreamento dos rios 

e córregos, e sob a ótica ecológica, busca restabelecer o ecossistema local. 

Assim, áreas com tais características têm mais valor sobre as demais, de forma que as respostas de “sim” para presença e “não” para a  ausência  foram  traduzidas  em  valores numéricos  de  1  (um)  e  0  (zero),  respectivamente,. A  escala de  trabalho definida  para identificar e valorar estas áreas é 1:2.000, de acordo com a  

Tabela 16. 

É importante frisar este que para responder ambos os indicadores, é necessário visitas in‐loco, 

caso a visualização e fotointerpretação da  imagem de satélite não sejam suficientes ou gerem 

dúvidas. 

 

 

 

 

                                                      48 TEAGLE,W.G. The Endless Village. Nature Conservancy Council. West Midlands Region, 1978. 

Page 167: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 CAPÍTULO 3 

Materiais e método 

Patricia Mara Sanches  167

 

Tabela 16. Grupo hídrico/drenagem: potencial de purificação e retenção das águas.  

Critérios

Indicador (parâmetro) Valores Escala

2. GRUPO HÍDRICO/DRENAGEM

2.2. Potencial de purificação e retenção das águas – qualidade volume

Não há curso d água Cursos d`água canalizado fechado Cursos d`água canalizado aberto Cursos d`água não canalizado

0 0,33 0,66 1

1:1000 à 1:2000 ou visita in loco

Presença de vegetação arbórea ciliar ou vegetação de várzea

Sim 1 1:2000 ou visita in loco

Não 0

3. Grupo Social

Este grupo diz respeito ao papel das áreas verdes no âmbito de todas as relações sociais, como 

por  exemplo,  recreação,  lazer,  práticas  esportivas,  contemplação  da  natureza,  de  inclusão  e 

coesão sócio‐cultural, mobilidade e circulação de pessoas.  

3.1 Mobilidade: rotas alternativas e caminhos para pedestres e ciclistas 

Em  muitas  áreas  verdes  podem‐se  implantar  rotas  e  caminhos  exclusivos  de  pedestres,  e 

ciclistas,  de  forma  segura,  rápida  e  independente  das  vias  de  automóvel,  promovendo 

diversidade de opções a comunidade e qualidade de vida.  

O uso das áreas verdes é muito mais potencializado quando estas abrangem grandes extensões, 

permitindo o  fluxo  inter‐bairros ou  fazer  conexões  com  transporte público. Dependendo do 

formato  e  tamanho  da  área  degradadas  avaliada  pode‐se  estabelecer  diversas  relações  de 

circulação  e  fluxo  com  o  entorno.  Uma  área  que  ocupa  quase  uma  quadra  inteira  pode 

promover passagens por dentro dela,  encurtando  caminhos  e oferecendo um  caminho mais 

seguro  e  agradável  para  pedestres.  Uma  área  de  forma  alongada  e  linear  também  pode 

favorecer a circulação de um ponto ao outro, principalmente se liga pontos de atratividade ou 

se já está nas rotas importantes de origem e destino. 

Critério  semelhante  é  utilizado  na  avaliação  do  PBRS  e  do  Greenspace  Quality  (2008), 

identificando  se há possibilidade de circulação por meio da área avaliada, entre ela e outros 

locais,  e  principalmente  conectando  com  outras  áreas  verdes,  promovendo,  assim  rotas 

alternativas e seguras para pedestres e ciclistas. 

Neste trabalho, o indicador proposto é a existência de áreas com dimensões de quadras ou com 

formas lineares de grande extensão, e que estão nas rotas importantes de origem e destino da 

cidade.  Áreas  com  tais  características  têm  mais  valor  sobre  as  demais,  de  forma  que  as 

respostas  de  “sim”  para  presença  e  “não”  para  a  ausência  foram  traduzidas  em  valores 

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168 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

numéricos de 1 (um) e 0 (zero), respectivamente.  A escala de trabalho definida para identificar 

e valorar estas áreas está entre 1:2000  e 1:5.000, de acordo com a Tabela 17. 

Tabela 17. Grupo Social: rotas alternativas a pedestres e ciclistas 

Critérios Indicador (parâmetro) Valores escala

3 GRUPO SOCIAL

3.1 Rotas alternativas e caminhos para pedestres e ciclistas

Terrenos com dimensão de quadra ou lineares de grande extensão, possibilitando novas rotas preferenciais para pedestres e ciclistas ou ainda

Sim 1 1:2000 à 1:5000

Não  0 

3.2 Acessibilidade 

A acessibilidade é um critério importante, pois implica na facilidade e praticidade dos usuários 

para freqüentar e percorrer estas áreas verdes. 

O primeiro indicador é a acessibilidade ao local e foi embasado nos métodos do PBRS, URGE 

(2004), Green space Quality (2008) e Staple (2006). O último autor  levou em consideração a 

distância  dos  pontos  de  transporte  público  à  área  degradada,  já  URGE  (2004)  leva  em 

consideração a oferta e a freqüência do transporte público.  

Nesta pesquisa foi considerada a oferta do transporte público, medido pelo número de linhas 

de ônibus que atende a área avaliada ou a proximidade de terminais e corredores de ônibus (já 

que São Bernardo não possui estação de trem ou metrô). Assim, áreas cujas entradas estiverem 

próximas a terminais e corredores de ônibus têm valor 1; áreas com fácil acesso a duas ou mais 

linhas de ônibus têm valor de 0,66  , área atendida por apenas uma linha   tem valor de 0,33 e 

quando não há nenhuma  linha de ônibus o valor é  “0” (zero).   A escala de  trabalho definida 

para identificar e valorar estas áreas está entre 1:5000  e 1:8.000, de acordo com a Tabela 18. 

O  segundo  indicador  é  a  presença  de  ruas  fragmentando  a  área  degradada.  Após  a 

identificação e mapeamento de todas as áreas degradadas, notou‐se que algumas se encontram 

fragmentadas por  vias. Caso  estes  locais  forem  escolhidos para  recuperação  e  conversão  em 

uma  área  verde  e  estas  ruas  não  forem  fechadas,  a manutenção  destas  poderá  prejudicar  o 

fluxo  de  algumas  atividades,  o  tráfego  de  pessoas  e  às  vezes  a  segurança.  Nesse  caso  é 

necessário trabalhar com sinalização redobrada para condutores de veículos, e trabalhar com 

diferenciação  de  pisos,  faixas  ou  até  pontes  e  passarelas  para  conectar  os  espaços 

fragmentados. Apesar de  eles  terem  sua  importância,  as  áreas degradadas que não possuem 

vias  fragmentando  adquire  um  valor  maior  na  avaliação.  Assim,  a  resposta  “sim”  para  a 

Page 169: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 CAPÍTULO 3 

Materiais e método 

Patricia Mara Sanches  169

 

ausência de ruas e “não” para a presença das mesmas foram traduzidas em valores numéricos 

de 1 (um) e 0 (zero), respectivamente. A escala adequada de trabalho é em torno de 1:3.000, de 

acordo com a Tabela 18. 

Tabela 18. Grupo Social: acessibilidade  

Critérios Indicador (parâmetro) Valores Escala

3. GRUPO SOCIAL

3.2 Acessibilidade

Acessibilidade à área por transporte público coletivo

Próximo a corredores de ônibus e terminais.

1 1:5.000 a 1:8.000

2 ou mais linhas de ônibus que servem a área

0,66

há pelo menos 1 linhas de ônibus na área

0,33

Não há nenhuma linha de ônibus

0

Ausência de vias fragmentando a área avaliada

sim 1 1:3000

não 0

 

3.3 Déficit de áreas verdes 

A necessidade de se minimizar o déficit de áreas verdes por meio da aquisição de novas áreas 

ou  pela  expansão  das  áreas  verdes  existente  foi  um  dos  critérios  escolhidos  que  compõe  a 

avaliação. Ele foi medido através de dois indicadores: 

 O primeiro indicador é a ausência de áreas verdes voltadas para recreação e lazer (parques e 

praças com equipamentos). Baseado nos métodos de Thrall (1988), Herbst (2001), e Califórnia 

Park Score49,  foi estabelecido que uma área verde não deve estar mais distante que 500m da 

residência dos usuários, pois sua  freqüência diminui, conforme aumenta a distância   da área 

até  sua moradia. Portanto, a ausência de espaços  livres dentro de um  raio de 500m da área 

degradadas  avaliada  agrega  maior  valor  a  esta  ultima,  e  corresponde  à  resposta  “sim”.  A 

presença  desta  característica  corresponde  ao  “não”,  traduzidos  para  valores  numéricos  de  1 

(um) e 0 (zero), respectivamente.  A escala de trabalho definida para identificar e valorar estas 

áreas é 1:5.000, de acordo com a Tabela 19. 

O segundo indicador é a possibilidade de extensão de área verde. Ou seja, se a área degradada 

está ao lado de uma área verde existente, ela poderá ser englobada, aumentando a área total e 

elevando o índice de área verde por habitante. Assim, áreas degradadas que fazem divisa com 

                                                      49 Califórnia Park Score  utiliza “Park Deficit model” que inclui um índice que identifica áreas com menos 3 acres de área verde por 1.000 habitantes. 

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170 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

áreas  verdes  existentes,  sejam parques ou praças,  tem maior  valor  e  corresponde  a  resposta 

“sim”,  e  a  ausência  desta  característica  corresponde  ao  “não”,  traduzidos  para  valores 

numéricos de  1  (um)  e  0  (zero),  respectivamente. A  escala de  trabalho  ideal  é  em  torno de 

1:2.000,  de acordo com a Tabela 19. 

Tabela 19. Grupo Social: défict de áreas verdes.  

Critérios

Indicador (parâmetro) Valores Escala

3. GRUPO SOCIAL

3.3 Déficit de áreas verdes

Ausência de espaços livres vegetados de lazer e recreação (ex. praças, parques) em um raio de 500m

Sim 1 1:5000

Não 0

Ou possibilidade de extensão de área verde de lazer existente (praça ou parque) ao lado

Sim 1 1:2000

Não 0

 

Vale ressaltar que um indicador não contradiz o outro, pois são situações distintas. A primeira 

identifica  se há  áreas  verdes de  lazer  em um  raio de  500m da  área degradada,  caso haja,  a 

pontuação é “0”(zero). Porém, o segundo indicador identifica se esta área verde faz divisa com 

a área degradada, e  se  for positivo, a  situação muda, e a pontuação  sobe para  “1”  (um), pois 

abre a possibilidade de ampliação da área verde existente. 

3.4  Potencial de uso pela comunidade 

Este critério visa identificar fatores q ue  permitam  maximizar  o  uso  das  áreas  verdes  pela 

população. O primeiro indicador é a densidade demográfica, tendo como premissa de que as 

áreas degradadas situadas em locais mais densos têm mais prioridade, pois tem um potencial 

de  receber maior  número  de  usuários.  Esse  indicador  foi  utilizado  na  pesquisa  de Herbst 

(2001).  

Foram identificados os valores médios, mínimos e máximos de densidade demográfica em São 

Bernardo  do Campo,  e  utilizou‐se  o método  de  classificação  quantil50  para  distribuição  dos 

valores em cinco  intervalos: ≥ 0   e ≤ 54 hab/ha;   > 54,1 e ≤  114 hab/ha; >  114 e ≤    160 hab/ha, 

cujos valores são 0,2; 0,4; 0,6; 0,8; e 1 respectivamente. A escala definida como adequada é em 

torno de 1: 13.000, de acordo com a Tabela 20. 

O segundo indicador está relacionado ao uso do solo do entorno. Definiu‐se que o entorno 

composto predominantemente de residência ou uso misto (residência e comércio) tem maior 

                                                      50 De acordo com dicionário de língua portuguesa Houaiss,  quantil é uma “separatriz que divide o intervalo de freqüência de uma população, ou de uma amostra, em partes iguais”. Disponível em: <houaiss.uol.com.br> . Acesso em: abril/2010. 

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 CAPÍTULO 3 

Materiais e método 

Patricia Mara Sanches  171

 

valor que o uso industrial, uma vez que a grande maioria dos freqüentadores de parques vivem 

e moram próximo a eles. Em uma zona  industrial, um parque atrairá poucos usuários  locais, 

diferentemente  de  uma  região mista,  rica  em  atividades  e  fluxos  de  pessoas  de  diferentes 

idades que poderão utilizar o parque como um  local de descanso,  leitura durante o almoço, 

local de exercícios no  fim do dia, ou de  recreação para as crianças que estudam próximo ou 

moram na vizinhança, etc.  

Thrall  (2008)  utilizou  esse  mesmo  indicador,  dando  mais  valor  para  áreas  residenciais 

multifamiliares ou parcelas de comércio e serviço quanto maior  for a sua área dentro de um 

raio de atendimento.  Já Staples (2006) estabeleceu raios de proximidade da área degradada às 

propriedades residenciais. O método PBRS também trabalha com este indicador calculando a 

proporção de residências dentro de um raio de 500m.  

Esse indicador é também válido para o contexto de São Bernardo, pois existem grandes áreas 

industriais, até mesmo bairros que tem esta atividade como predominante. Assim, se o entorno 

é  composto  por  residência  ou  residência  +  comércio  o  valor  é  ‘1”  (um).  No  entanto,  se  o 

entorno for predominantemente industrial a nota é “0”(zero). 

Tanto para responder ao indicador de densidade demográfica quanto para o indicador uso do 

solo  do  entorno  foi  definido  raio  de  atendimento  (entorno)  que  varia  de  acordo  com  o 

tamanho da área avaliada. HANDLEY et al. (2003) e KLIASS (2006) estabeleceram uma relação 

do tamanho da área verde e acessibilidade que resultou em diferentes categorias de parques e 

raios de atendimento da população ao local. Com base nestas referências foi definido para esta 

pesquisa: 

Áreas degradadas de até 2ha: raio de atendimento de até  500m 

Áreas de > 2 ha e ≤ 7 ha: raio de atendimento de até 1000 m 

Áreas de > 7 ha e ≤ 13 ha: raio de atendimento de até 2000m 

Áreas de > 13 ha: raio de atendimento de até 3500 m. 

 

O terceiro indicador é a proximidade de equipamentos culturais (teatros, bibliotecas, centros 

culturais)  e  de  escolas  a  estas  áreas  degradadas.  Áreas  que  estão  mais  próximas  a  estes 

equipamentos  têm  valor maior,  pois  quando  forem  convertidas  em  áreas  verdes  podem  ser 

utilizadas como extensão das atividades culturais e educacionais. Além disso, permite à criança 

e  ao  jovem  estar  em  contato  diariamente  com  a  natureza  (HERBST,  2001). Os métodos  de 

Staples  (2006),  Herbst  (2001)  e  PBRS  utilizam  esse  indicador,  porém  eles  consideram  na 

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172 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

avaliação  somente  a  existência  de  escolas  dentro  de  um  determinado  raio  de  ação  e  não 

englobam os equipamentos culturais.  

Baseado nestas três referências metodológicas, foi definido para esta pesquisa um raio de 250m 

de  distância  máxima  de  escolas  ou  equipamentos  culturais  à  área  degradada  avaliada, 

viabilizando atividades de extensão ao ar livre. A resposta “sim” para presença destes tipos de 

equipamentos  dentro  de  um  raio  de  250m  e  “não”  para  a  ausência  dos  mesmos  foram 

traduzidas em valores numéricos de 1 (um) e 0 (zero), respectivamente, de acordo com a Tabela 

20.  A escala de trabalho sugerida é em torno de 1:3.000. 

 Tabela 20. Grupo social: potencial de uso.  

Critérios

Indicador (parâmetro) Valores Escala

3. GRUPO SOCIAL

3.4 Potencial de uso pela comunidade

Densidade demográfica dentro do raio de atendimento

≥ 0 – 54 hab/ha = 0,2 54,1 – 114 hab/ha = 0,4 114, 1 – 160 hab/ha = 0,6 160,1 -255 hab/ha = 0,8 Maior que 255 hab/ha =1

1:13.000

O entorno é composto por residência ou residência + comércio (área urbanizada).

Sim 1 1:13.000

Não 0

Presença de equipamentos de cultura e educação em um raio de 250m

Sim 1 1:3000

Não 0

Presença de outros atrativos (ex, comércio, escritórios) próximo ao local em um raio de 250m

Sim 1 Visita in

loco

Não 0

 

3.5 Inclusão e coesão social 

Neste  critério  pretende‐se  identificar  bairros  e  regiões  mais  desfavorecidas  sócio‐

economicamente,  pois  parte‐se  da  premissa  que  comunidades  carentes,  com menor  poder 

aquisitivo não  tem possibilidade  financeira de  ter acesso ao  lazer,  recreação e maior contato 

com a natureza, comparado a classe média e alta, que poderia pagar para ter acesso a diversas 

opções de lazer, como clubes, show culturais, passeios e viagens, etc (KLIASS, 2006).   

O primeiro indicador é a classificação socioeconômica do entorno, definido através do raio 

de atendimento já mencionado anteriormente. “Park Deficit model” do método Califórnia Park 

Page 173: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 CAPÍTULO 3 

Materiais e método 

Patricia Mara Sanches  173

 

Score trabalha também com informações socioeconômicas, identificando através dos dados do 

censo a renda média por domicilio.  

Para  esta  pesquisa  foi  utilizado  as  classes  econômicas  do  censo  de  2000  (IBGE),  que  estão 

divididas em cinco categorias: baixa, media‐baixa, média, média alta e alta. Estabeleceu‐se que 

quanto menor a classe social maior o valor agregado (ex. classe baixa  tem maior valor que a 

média‐baixa,  e  assim  por  diante),  variando  de  1  a  0,20,  conforme  a  Tabela  21.  A  escala  de 

trabalho definida para identificar e valorar estas áreas está entre 1:13.000  e 1:20.000, 

O  segundo  indicador  é  o  índice  de  vulnerabilidade  do  entorno.  Staples  (2006)  e  PBRS51 

utilizaram  como parâmetro o  índice de privação  e pobreza  (Index of Multiple Deprivation), 

priorizando  as áreas degradadas próximas aos  locais  com alto  índice de privação e pobreza. 

Semelhante  a  estes  métodos,  foi  utilizado  nesta  pesquisa  o  índice  de  Vulnerabilidade  do 

SEADE52 (2000) aplicado no entorno da área avaliada e delimitado pelo raio de atendimento. O 

índice de vulnerabilidade possui seis categorias de classificação: muito alta, alta, média, baixa, 

muito  baixa  e  nenhuma  vulnerabilidade.  Quanto  maior  a  vulnerabilidade  maior  o  valor 

agregado,  variando  de  1  a  0,16,  conforme  a  Tabela  21.  A  escala  de  trabalho  adequada  para 

responder este critério também está entre 1:13.000  e 1:20.000, 

Tabela 21. Grupo Social: potencial de inclusão e coesão social 

Critérios

Indicador (parâmetro) Valores Escala

3. GRUPO SOCIAL

3.5 Inclusão e coesão social

Classificação socioeconômica no raio de atendimento da área

Alta=0,20 Média Alta=0,40 Média=0,6 Média-baixa=0,8 Baixa = 1

1:13000 à 1:20000

Índice de Vulnerabilidade no raio de atendimento da área

1 nenhuma= 0,16 2 muito baixa= 0,33 3 Baixa= 0,49 4 Média = 0,66 5 Alta = 0,83 6 Muito alta= 1

1:13.000 à 1:20.000

 

Todos os  critérios  e  indicadores da  ferramenta de  avaliação podem  ser  visto  em uma única 

tabela no Anexo I. 

                                                      51 PBRS ‐ Public Benefit Recording System. Disponível em: < http://www.pbrs.org.uk/ > Acesso em:03/2010. 

52 O Índice de Vulnerabilidade Social  do  SEADE (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) retrata uma visão mais detalhada das condições de vida do município, com a identificação e a localização espacial das áreas que abrigam os segmentos populacionais mais vulneráveis à pobreza. Reúne uma série de variáveis sociais, como nível de escolaridade, renda familiar, renda dos responsáveis da família, etc. Quanto maior a pobreza, maior o índice de vulnerabilidade. 

 

Page 174: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

174 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

3.2.5 Instrumentos e procedimentos utilizados na avaliação

Para  responder  aos  indicadores  de  critérios mencionados  acima,  foi  necessária  a  coleta  de 

diversos  dados  (qualitativos  e  quantitativos)  que  auxiliaram  na  produção  de  outras 

informações  relevantes,  a  espacialização  e o  cruzamento destas, possibilitando,  assim, obter 

respostas aos indicadores. 

Levantamento e coleta de dados 

O levantamento e coleta de dados secundários da área de estudo compreende: 

1‐  Arquivos  digitais  da  EMPLASA  (Empresa  Paulista  de  Planejamento  Metropolitano  AS) 

contendo:   

Mapa de Uso do Solo da RMSP (2006) 

Mapa Topográfico de São Bernardo do Campo (2007)  

 

2‐  Arquivos  digitais  da  Dep.  de  Cartografia  –  Secretaria  de  Planejamento  Urbano  de  São 

Bernardo do Campo, contendo:  

Zoneamento do Plano Diretor 

Sistema Viário 

Sistema Hidrográfico 

Equipamentos culturais (Bibliotecas, teatros, centros culturais, museus, etc.) 

Equipamentos de educação (creche e pré‐escola, ensino fundamental, médio e superior) 

Praças e parques 

Áreas de alagamento 

Linhas de transporte coletivo 

 

3‐ Dados do IBGE  

Mapa de Classificação socioeconômica, segundo Censo IBGE 2000. 

Dados do número de habitantes Censo 2000 e 201053 

 

4 – Dados do SEADE 

Mapa do Índice Paulista de Vulnerabilidade Social, SEADE 2000 

 

                                                      53 Até o momento de fechamento desta pesquisa o IBGE apenas havia divulgado Censo de 2010 o número de habitantes do Censo 

de 2010. 

Page 175: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 CAPÍTULO 3 

Materiais e método 

Patricia Mara Sanches  175

 

5 – Imagens digitais do município de São Bernardo do Campo: 

do satélite Quick Bird (2006) 

de satélites utilizados pelo software Google Earth (2008/2009)  

ortofotos da Emplasa de 2007 

Fotointerpretação  

Esta  técnica  foi  utilizada  não  só  no  mapeamento  das  áreas  degradadas,  mas  também  na 

identificação de padrões e elementos da paisagem urbana necessários para responder a gama 

de  indicadores  de  avaliação,  como  por  exemplo,  identificação  de  cursos  d  água,  porte  da 

vegetação, presença de canteiros, hierarquia do sistema viário, etc. 

Pesquisa de Campo 

Um dos procedimentos essenciais para o processo de avaliação foram as pesquisas de campo, 

que  possibilitaram  realizar  a  leitura  da  cidade  de  forma mais  detalhada  e  rica,  e  confirmar 

questões que não foram possíveis de ser esclarecidas na fotointerpretação. 

3.2.6 Cruzamento de dados e análise espacial

O cruzamento e a análise espacial de dados  foi  feito através de SIG  (Sistema de  Informação 

Geográfico), utilizando o software Arc Gis 9, da ESRI. 

O SIG`s  são  aceitos  como uma  tecnologia que possui o  ferramental necessário para  realizar 

análises com dados espaciais e para entendimento da ocupação e utilização do espaço. (SILVA, 

1999 apud ROGGERO,2009). 

O software Arc Gis,  permite imbutir dados digitais e dados primários coletados em campo ou 

produzidos  a partir de dados  secundários,  tanto  em  formado  tabular  como  espacial;  calcula 

áreas e distâncias, filtra informações e descarta aquelas desnecessárias, além de cruzar diversos 

dados e possibilitar análises espaciais complexas.  

Nesta pesquisa, através da sobreposição de dados espaciais secundários foi possível gerar dados 

primários,  que  permitiram  responder  aos  critérios  e  indicadores  de  avaliação  descritos 

anteriormente. Por  exemplo,  para  responder  ao  indicador de densidade demográfica,  foram 

coletados os dados do Censo de 2000 (IBGE) e filtrado apenas as informações do município de 

São Bernardo, descartando as demais. Após esta etapa, foi selecionado apenas o dado referente 

ao número de pessoas  totais por  setor  censitário do município  em questão. Conhecido  esse 

dado e a área de cada setor, calculou‐se a densidade demográfica (habitantes por hectare) por 

setor censitário. Os resultados numéricos foram organizados em cinco classes (estabelecidas e 

Page 176: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

176 De área

 

discutidas 

representan

Figura  196. MaPotencial de us  

as degradadas a 

 no  item 3.2

nte. O resul

apa  temático  dso , do Grupo So

 espaços vegetad

2.4 Definiçã

ltado espaci

da  densidade  deocial. 

dos 

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do cada um

 ser visto na

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ma delas um

a Figura 196.

 a  responder  ao 

ma cor 

  critério 

Page 177: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 CAPÍTULO 3 

Materiais e método 

Patricia Mara Sanches  177

 

3.2.7 Atribuição e tabulação de notas e forma de apresentação dos resultados

Após  realizar  a  análise  espacial  e  responder os  indicadores de  avaliação,  as  respostas  foram 

tabuladas e atribuídos valores a cada uma delas.  

Foram  obtidas  notas  absolutas  e  relativas  para  cada  grupo  (ecológico,  hídrico  e  social). As 

notas  absolutas  correspondem  à  soma  dos  valores  de  cada  indicador  e  o  resultado  relativo 

refere‐se à média aritmética, de  forma a normalizar os valores e compará‐los. As notas  finais 

relativas variam de 0 (zero) a 1 (um). 

A soma das notas finais dos três grupos resultou no grau potencial geral, que varia de 0 (zero) a 

3  (três). Os valores  foram classificados dentro de 3  intervalos:   > 0 e  ≤1,   >1 e  ≤ 2, >2 e  ≤ 3, 

correspondente ao potencial baixo, médio e alto,  respectivamente, de acordo com a situação 

hipotética da Tabela 22.  

Tabela 22. Situação hipotética de grau potencial da área A, B e C.  

Áreas degradadas avaliadas

Potencial geral ecológico + hídrico+social

Grau de Potencial geral

A 0,98 baixo

B 1,69 médio

C 2,55 alto

Embora esse resultado revele o grau potencial das áreas degradadas, norteando as tomadas de 

decisão,  pretendeu‐se  ir  além,  questionando  o  caráter  ou  tipo  de  uso  das  áreas  verdes 

destinada  para  determinado  local.    Ou  seja,  de  acordo  com  os  resultados,  pretende‐se 

descobrir qual a vocação teria uma área com alto potencial para conversão em área verde. Teria 

um  caráter mais  social ou  ambiental, ou  ambos? A  idéia de  classificar por potencial de uso 

também permite direcionar a  intervenção e auxiliar na escolha das estratégias da  forma mais 

adequada, considerando as peculiaridades e os recursos locais. 

Essa  avaliação qualitativa  e  classificatória  foi definida  em  virtude da diversidade de  espaços 

vazios, abandonados e ociosos em São Bernardo do Campo, levantados durante o processo de 

identificação e mapeamento e que serão apresentados no capitulo a seguir.  

Definiu‐se que o caráter predominantemente social corresponderia à soma das notas relativas 

ao  grupo  social  e  ao  grupo  hídrico,  contribuindo  para  a  construção  de  uma  cidade mais 

humana e visando a minimização de enchentes e escorregamentos, e melhoria da qualidade 

das águas, pois são fatores que afetam diretamente a vida da população.  

Page 178: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

178 De área

 

Já o caráter

este último

hídrico e d

dos rios.  

Como  o  g

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ambiental 

duas  vezes

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Tabela 23.Situa

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A

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otencial  soc

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3. 

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Page 179: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

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ciados,  que

gradada  com

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es,  lanchon

 

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mente no parqu

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  e  socioamb

e  respeitam 

m  potencia

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etes,  sanitá

 .Fonte: www.glorevela  a  grand

ue. Fonte: http://

nte  ambient

ntemente de

  restrito  com

ra  aulas  e  a

a da Cantar

 www.ficanacantar

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nifica  que  o

al como soc

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as que auxil

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uir que a ár

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tal pressupõ

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ndo. Foto da au

  o  local  e  s

cial, e seus u

reas  de  ace

liam na con

CAPÍTULO 3teriais e método

a Sanches  17

rea avaliada

nantemente

  traduz  em

ridades  e  o

nante  social

des  passivas

, áreas para

  O  parque

 

o  local.  Fonte:

m.br/ 

õe que  seja

u alto valor

e visitantes.

e  educação

o Paulo e o

 .com.Figura 201

utora 

eu  entorno

 usos devem

sso  restrito

nciliação de

 3 o 

79

 

 1 

Page 180: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

180 De área

 

diferentes 

do  Tiete  e

exemplos d

comunidad

Figura 203. ÁreFigura 204 PistFigura 205 Área 

Figura  206 http://br.olharFigura 207 VistFigura 208. Cer 

O Gráfico 

geral (baixo

todas as in

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ambiental. 

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1,20

1,40

0,0

Potencial  ambiental

s

as degradadas a 

 tipos de oc

e  o  Parque 

 de áreas ver

de. 

ea de pedalinho tas para caminhaas de matas cilia

  Imagem  does.com/parque_ta do alto Parqurejeiras do parqe

 3 apresenta

o, médio, al

formações n

predominan

ental;  e  a  á

 

00 0,20 0,4

Ambiental

BAIXO

socio-ambient

 espaços vegetad

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  do Carmos

rdes que co

  no parque Ecoloada e bicicleta nareas no parque

 o  Parque  d_do_carmo_sao_e do Carmo junte atraem muitos

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lto), de form

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tal

dos 

tividades, m

s  junto  com

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ogico do Tiete.Fno parquet em m. Fonte: www.ec

do  Carmo, _paulo to a APA do Cars visitantes para 

ento das  inf

ma a represe

 Vemos, ent

ocial;  a  área

m  um  grau

1

,71; 0,27

0,79; 0,90

0 1,00 1,2

Social

C

ALTO

minimizando

m APA  do m

preservação 

Fonte: www.ecotmeio a vegetaçãocotiete.com.br/ 

com  áreas 

rmo.Fonte: http contemplá‐las.C

formações  l

entar a sínt

tão, que a á

a  “B”  tem  u

u  de  potenc

 

,12; 1,43

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Social

O

o conflitos d

mesmo  nom

 ambiental c

 tiete.com.br/ o e quatis. Fonte 

 mais  aberta

://www.ambientCrédito: Emerso

  levantadas a

ese da avali

área “A” tem

  um  grau  de

cial  alto  com

 

 de uso. O P

me,  em  São 

 com o uso r

: www.ecotiete.c

s  e  lago 

te.sp.gov.br/apaon R. Zamprogno

 acima com 

iação e pode

m um grau de

e  potencial 

m  uso  pred

 Parque Ecol

  Paulo  são 

 recreativo p

com.br/ 

ao  fundo. 

as/carmo.htm o. 

 o grau pote

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e potencial 

 médio  com

dominantem

lógico 

  bons 

 para a 

 

 Fonte: 

encial 

r dele 

 baixo 

m  uso 

mente 

Page 181: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 CAPÍTULO 3 

Materiais e método 

Patricia Mara Sanches  181

 

Gráfico 3. Gráfico de potencial das áreas degradadas, de acordo com o grau e tipo de uso como área verde.\ 

Os  resultados  foram  tabulados de  acordo  com  a Tabela  24,  e  em  seguida  espacializados  em 

forma de mapas temáticos.  

Tabela 24 .Tipos de uso de áreas verdes em  situação hipotética das áreas A,B e C. 

Áreas degradadas avaliadas

Potencial geral

Grau de Potencial geral

Potencial Social

Potencial Ambiental

Tipo de uso

A 74,2% alto 72,6% 77,0% socioambiental

B 57,4% médio 70,4% 35,9% social

C 27,8% baixo 28,1% 27,1% socioambiental

Vale ressaltar aqui que a adoção da classificação de potencial em 3 níveis (alto, médio e baixo) 

é em razão de uma melhor adequação ao propósito de desenvolver uma ferramenta de tomada 

de decisão. Maior número de níveis de classificação somado aos três tipos de vocação de uso de 

áreas  verde  ampliaria  o  rol  de  possibilidades,  tornando  muito  difícil  e  até  ineficiente  a 

priorização de áreas degradadas e o direcionamento dos investimentos e recursos. 

3.2.6 Análise metodológica comparativa

 A  segunda  parte  refere‐se  à  análise  comparativa  do método  adotado  com  as  outras  duas 

principais referências, Herbst e Green Network Vacant and Derelict Land Study (de Glasgow). 

As  10  áreas  degradadas  amostrais  também  foram  avaliadas  pelos  outros  dois  métodos, 

chegando ao resultado do grau potencial,  identificando as principais diferenças e semelhanças, 

as  razões  e  fatores  que  levaram  a  tal  resultado  e  obtendo uma  avaliação  crítica do método 

desenvolvido neste trabalho.  

3.2.7 Dificuldades e desafios da ferramenta de avaliação

A ferramenta foi testada e ajustada diversas vezes através de uma avaliação piloto anterior com 

12  áreas degradadas.   As  amostras  serviram para  validar  a  ferramenta de  forma  ajustá‐la ou 

melhorá‐la, nos caso de resultados discrepantes ou dados vazios que não auxiliasse no processo 

de priorização das áreas degradadas na conversão em áreas verdes.  

Embora  a  ferramenta  se  apresente  satisfatória  e  seja  embasada  em métodos  e  critérios  já 

existentes,  cabe  aqui  relatar  as  dificuldades  e  desafios  enfrentados  no  processo  de 

desenvolvimento do método de avaliação aplicada ao contexto de São Bernardo do Campo. 

A primeira dificuldade  foi a aquisição dos dados secundários para o cruzamento com ou‐

tras  informações,  e  para  gerar  dados  primários  e  mapas  temáticos.  Nem  todas  as 

informações estavam disponíveis nos órgãos e  instituições onde  foram coletado os dados, 

Page 182: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

182 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

tendo que ser produzidas, como, por exemplo, o mapa de declividade. O mapa de uso do 

solo da Emplasa  também não diferencia áreas comerciais das residenciais, englobando‐as 

em única  só classificação como  “áreas urbanizadas”.  Isso  limitou a precisão do  indicador 

“uso do solo” do critério “potencial de uso” (grupo social).   

A definição de  intervalos para diversos  indicadores e parâmetros, como:  tamanho, densi‐

dade demográfica, proximidade a equipamentos culturais e de educação, e proximidades a 

áreas verdes de  lazer  foram  testados e ajustados algumas vezes, conforme os dados eram 

espacializados no Arc Gis. Os ajustes visavam chegar a  intervalos  ideais e equilibrados, e 

que pudessem representar e engloblar toda a diversidade de situações existentes.  

A resposta ao indicador “contraste entre o entorno (matriz) e a área degradada (mancha)” 

(grupo  ecológico),  que  está  fundamentada  nos  conceitos  de  ecologia  da  paisagem,  foi 

obtida  visualmente,  através  da  definição  de  padrões  de  matriz  e  seguido  de 

fotointerpretação. Obviamente  poderia  ser  obtida  uma  resposta mais  exata,  através  da 

quantificação  da  densidade  construída  junto  com  da  cobertura  arbórea  no  entorno 

imediato.  Porém,  para  obter  esses  dados  seriam  necessários  outros  recursos  de 

geoprocessamento, visitas in‐loco e maior tempo para realização. Em vista do prazo e dos 

recursos inexistentes, optou‐se pela fotointerpretação e classificação visual. 

A definição de raios de atendimento para a comunidade, de acordo com o tamanho da área 

degradada,  a  fim  de  responder  a  alguns  indicadores,  como  acessibilidade,  índice  de 

vulnerabilidade, classe socioeconômica, uso do solo do entorno e densidade,  também  foi 

uma questão  revisada diversas vezes, pois existe uma escassez de  referências nacionais a 

respeito do assunto.  

A  sobreposição  de  informações  e  de  dados  espacializados,  a  tabulação  das  respostas  aos 

indicadores, bem como a compilação das notas e resultado  final em  formato de mapa  fo‐

ram feitos manualmente e individualmente para cada área com o auxílio dos softwares Arc 

Gis e Excel. Apesar de o processo manual ser demorado e despender tempo, foi importante 

e  necessário  nesta  primeira  etapa  para  o  perfeito  entendimento  dos  mecanismos  de 

avaliação e criterização das áreas degradadas, e a redução de arbitrariedade, contribuindo 

para o aumento da credibilidade e acurácia da ferramenta. Em uma situação de aplicação 

prática  real,  o  ideal  é  que  a  ferramenta  de  avaliação  fosse  automatizada,  agilizando  o 

processo e obtendo resultados mais rapidamente. 

 

Page 183: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS
Page 184: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

184 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capítulo 4. Estudo de Caso: São

Bernardo do Campo

   

Page 185: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 4 Estudo de Caso: São Bernardo do Campo 

 

Patricia Mara Sanches  185

 

   

Page 186: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

186 De área

 

4.1 DIAG

4.1.1 Car

São  Bernar

Metropolit

André, São

município 

Figura 209. MaFonte: Prefeitu 

O  municí

ambientalm

centro  fin

importante

principal d

primários d

aos manan

fazem  part

as degradadas a 

GNÓSTI

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tana de São

o Caetano, 

 conta com u

apa de  localizaçura de São Berna

cípio  possu

mente.  Sob 

anceiro  do

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do  país.  Sob

 de mata atl

nciais de Re

te  do  cintu

 espaços vegetad

CO SOC

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mpo  se  loca

o Paulo  (Fig

 São Paulo, 

 uma área de

ção do Municípardo do Campo. 

ui  uma  l

  o ponto de

o  país,  e  é 

  escoamento

b  a  perspec

lântica, que 

epresa Billin

urão  verde 

dos 

CIOECON

nicípio

aliza  no  Est

gura 209) e 

 Cubatão e 

e 407,1 Km²

io de São Berna 

localização 

e  vista  econ

  cortado  p

o  da  produ

ctiva  ambien

 pertencem

ngs, totaliza

  da  Reserva 

NÔMICO

tado  de  São

  faz divisa c

 São Vicent

.   

ardo do Campo

  estratégic

nômico,  faz

pelas  Rodov

ução  que  li

ntal,  o mun

m ao Parque 

ando 70,8% 

  da  Biosfer

O E AMBI

o  Paulo,  na

 com os mu

e. Sendo um

o no Estado e n

ca  econom

z divisa  com

vias  Anchie

gam  a  cap

nicípio  abri

 da Serra do

 da área do 

ra  da  UNES

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a  porção  Su

nicípios de 

m dos maio

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micamente 

m  a  cidade 

eta  e  Imig

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ga  remanes

o Mar, e a á

 município.

SCO,  que  te

udeste  da  R

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ores da  regi

opolitana de São

  e  privile

 de  São Pau

grantes,  que

rto  de  Sant

scentes  flor

 área de pro

. Ambas as 

em  o  intui

Região 

 Santo 

ião, o 

o Paulo. 

egiada 

ulo,  o 

e  são 

tos,  o 

estais 

oteção 

 áreas 

to  de 

Page 187: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 4 Estudo de Caso: São Bernardo do Campo 

 

Patricia Mara Sanches  187

 

preservar um dos biomas mais ricos do planeta. Essa somatória de  fatores revela um cenário 

único,  de  significativo  valor,  colocando  São  Bernardo  em  posição  de  destaque  dentro  no 

panorama ambiental da região Metropolitana de São Paulo. 

Além  disso,  São  Bernardo  do  Campo  é  um  dos  principais  municípios  responsáveis  pela 

produção de água na Região Metropolitana de São Paulo, uma vez que 70% da Represa Billings 

está em seu território54, abastecendo a sua própria população, de Diadema, de Santo André e 

parte de São Paulo. Por isso, seu papel na manutenção deste recurso natural é imprescindível, 

ainda mais diante da crescente ocupação  irregular, que vem devastando as matas nativas da 

área  de  proteção  aos  mananciais,  e  ameaça  a  qualidade  das  águas  e  a  estabilização  do 

ecossistema local. 

Apesar de aproximadamente 52% do município (212,54 Km²) ser classificado como área rural, 

as atividades agropecuárias não são   expressivas, ao contrário, a maior parte destas terras são 

remanescentes  florestais primários que  compõe o Parque Estadual da Serra do Mar  e matas 

secundárias  nas  áreas  de manancial  (Figura  214  e  Figura  215).  Já  a  área  urbana  representa 

apenas  29,2%  (118,74 Km²)  do  território,  e  os  18%  restante  é  ocupado  pela  própria Represa 

Billings (76 Km²), como é mostrado na Figura 210. 

O município  está  inserido  em  duas  bacias  hidrográficas:  Bacia  do Tietê  e Bacia  da Baixada 

Santista. A primeira se divide em duas sub‐bacias, a do Tamanduateí,  formada por afluentes 

que atravessam a cidade e deságuam no rio de mesmo nome e cujas cabeceiras estão no Bairro 

do Montanhão; e a sub‐bacia do Pinheiros, com o represamento do Rio Grande, integrando o 

sistema da Represa Billings, como pode ser visto no mapa da Figura 211. 

                                                      54 Uma cidade de desenvolvimento e oportunidade. Disponível em <http://www.saobernardo.sp.gov.br/ >. Acesso em: Fevereiro/2010. 

Page 188: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

188 De área

 

Figura 210. MaBernardo do Ca 

O municíp

Santista. A

que atraves

represamen

mapa  da  F

cabeceiras 

Marcolino,

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município 

 

as degradadas a 

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pio  está  ins

A primeira s

ssam a cida

nto do Rio G

Figura  211. 

  da  Serra  d

,  Kágado,  P

tadual da Se

 de São Bern

 espaços vegetad

 da zona urbana

erido  em  d

 se divide em

de e deságu

 Grande, inte

  Já  a  bacia 

do  Mar  e  d

Passareúva 

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dos 

a  (laranja) e zon

duas  bacias 

m duas sub‐

uam no rio d

egrando o s

  da  Baixada

  descem  em

  e  Cubatão 

r e abrange 

ampo. 

na  rural  (rosa) e

  hidrográfic

‐bacias, a d

 de mesmo n

 sistema da R

a  Santista  é

m  direção  a

  de  Cima, 

 uma área d

Áre

em São Bernard

cas:  Bacia  d

o Tamandu

nome; e a su

Represa Billi

  é  composta

o  oceano, 

  entre  outro

 de 120Km², 

ea urbana (30%

Represa Bill

 

do do Campo.Fo

do Tietê  e B

uateí,  forma

ub‐bacia do 

ings, como p

a  por  rios  q

  como  rio  P

os.  Essa  bac

 correspond

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lings (18%)

onte: Prefeitura

Bacia  da Ba

ada por aflu

 Pinheiros, c

 pode ser vis

  que  nascem

  Perequê,  Pe

cia  faz  par

dente a 29,5

rural (52%) 

 de São 

aixada 

uentes 

 com o 

sto no 

m  nas 

edras, 

te  do 

5% do 

Page 189: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Figura ocupaç 

Ao  a

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mun

Na  S

parte

os pr

O pr

áreas

décad

irreg

  211. Mapa  das ção humana e ur

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pação  do  so

icípio. 

Sub‐bacia  d

e da área ur

rimeiros núc

rocesso de c

s  de  proteç

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ular, com a 

  bacias  e  sub‐brbanização cons

rocesso de 

olo  atual  c

o Tamandu

rbanizada co

cleos de form

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ção  aos ma

  isso, a ocup

 predominâ

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 urbanizaçã

com  os  lim

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mação da ci

o e a ocupaç

nanciais  da

pação na su

ncia de auto

nicípio  de  São  B

ão,  foi possí

mites  físicos

spondendo 

 (mancha la

idade: Rudg

ção desorde

a  Represa  B

ub‐bacia de 

o‐construçõ

Bernardo  do  Ca

ível  estabele

s  das  bacia

  a  15,4%  do

ranja da Fig

ge Ramos e o

enada na ci

Billings,  com

 Pinheiros é

ões, muitas v

Estudo de

 ampo.A mancha

ecer uma  co

as  e  sub‐ba

o  território, 

gura 211) e o

 o Centro Hi

dade resulta

m maior  in

 é relativame

 vezes, em co

Bacia da 29,5% 

Sub‐bacia d

55,1% 

Sub‐bacia do15,4% 

e Caso: São Bern

Patric

a  laranja  repres

orrelação d

acias  hidro

  está  inseri

 onde se dese

istórico.  

taram na oc

ntensidade 

ente recente

ondições pr

Baixada Sant

do Pinheiros 

o Tamanduate

CAPÍTULO 4nardo do Campo

cia Mara Sanche

senta  a  área  de

da  forma de

gráficas  do

ida  a maior

envolveram

cupação das

  a  partir  da

e, esparsa e

recárias.  

tista 

eí 

Bacia Tietê

4 o  

s  189

do 

Page 190: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

190 De área

 

O alto valo

contribuiu 

locais  mai

desocupad

vivem na b

população 

Em contra

restrições f

acesso;  e 

remanesce

A Figura 21

maior inten

zero. As Fi

uso do solo

Figura 212. Acibem definido eFigura 213. A prFigura 214. A socupação urbanFigura  215. A  tpaulista. Fonte

                   55 SÃO BERNAde Planejamen

as degradadas a 

or do preço

 para esse c

is  acessívei

as, ainda qu

 bacia do Pin

 do municíp

posição, a b

 físicas do lo

  por  abriga

ntes floresta

12 mostra o 

nsidade par

igura 213 à F

o. 

ima, à esquerda e detalhado nas irimeira imagemegunda imagemna.  Fonte: Osca  terceira  imageme: Oscar Jupiracy

                      ARDO DO CAMnto e Tecnologia 

 espaços vegetad

o da  terra n

 cenário, pois

s  economic

ue protegida

nheiros55, co

pio. 

 bacia da Ba

ocal, como a

ar  o  Parque

ais de mata 

 gradiente d

ra menor int

Figura 215 il

, imagem de sat imagens menore

m retrata a cidadem retrata as áreaar Jupiracy m  enquadra  a  sey   

                  MPO. Sumário de da Informação 

dos 

na área urba

s levou a po

camente,  c

as por lei, c

orresponden

aixada Santi

alta declivid

e  Estadual 

 atlântica.  

 de ocupação

tensidade, c

lustram este

 télite do municíes à direita, indie consolidada e as de manancial,

erra do mar, no

e Dados de 2009 (estimativas) de

ana consolid

opulação ma

como  nas  p

 como o caso

ndo a uma 

ista, é prese

ade, grande

  da  Serra 

 

o e urbaniza

 chegando a 

e gradiente 

   ípio de São Bernicada pela seta v formal.  Fonte: , entremeadas p

o  topo  da  serra

9 ‐ Base 2008. Foe São Bernardo d

dada  foi um

ais desfavor

periferias  o

o dos manan

 porcentage

ervada da o

e distância d

  do  Mar,  g

ação, em dir

 uma taxa d

 e os difere

nardo é possíve vermelha.   Oscar Jupiracy  pela vegetação d

,  extremo  sul d

onte: IBGE/Cens do Campo. 

m dos princi

ecida a bus

ou  mesmo 

nciais. Hoje

m significat

ocupação hu

 do centro ur

garantindo 

reção norte

e ocupação 

ntes padrõe

 l notar o gradie

 de mata atlântic

do município,  co

os Demográfico

ipais  fatore

scar moradia

  a  invadir 

e, 203.535 pe

tiva de 25,4

umana devi

rbano e de d

  a  proteção

e‐sul, partin

 quase ou ig

es de ocupa

 ente de ocupaçã

ca ainda preserv

om  vista para  o

os PMSBC/Secre

es que 

as em 

  áreas 

essoas 

4% da 

ido às 

 difícil 

o  dos 

do de 

gual a 

ação e 

ão. Mais 

vadas da 

  o  litoral 

etaria 

Page 191: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 4 Estudo de Caso: São Bernardo do Campo 

 

Patricia Mara Sanches  191

 

4.1.2 Processo histórico de urbanização e crescimento

A origem da cidade de São Bernardo está relacionada justamente a sua localização, devido ao 

fato  de  ter  sido  um  local  de  passagem  e  rota  para  mar.  Os  tropeiros  que  carregavam 

mercadorias do planalto em direção ao porto de Santos faziam pouso na região da fazenda dos 

Monges Beneditinos, entre as margens do Ribeirão dos Meninos e o Caminho do Mar. Essa 

fazenda, datada do século XVIII, foi batizada com o nome de São Bernardo, e ao redor dela, se 

desenvolveu o primeiro núcleo de povoamento da cidade. 

Em 1877, o Núcleo Colonial de São Bernardo é fundado e mais tarde, em 1889, a Freguesia de 

São Bernardo, que pertencia a São Paulo, é elevada a município, englobando praticamente todo 

o  território  do  atual  Grande  ABC.  O  final  do  século  XIX  foi  marcado  pela  imigração  de 

europeus, principalmente  italianos, que contribuíram para um grande aumento demográfico 

da cidade (PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO, 2009).  

Até as primeiras décadas do século XX, a região ainda tinha um caráter de subúrbio rural, ao 

mesmo  tempo  em  que,  se  delineava  o  início  da  vocação  industrial  da  atual  cidade  de  São 

Bernardo,  com  a  exploração  da madeira,  0  aparecimento  de  serrarias  e  de    indústria  têxtil. 

Entretanto, o distrito de Santo André, que na época pertencia ao município de São Bernardo 

do Campo, vivia um crescimento industrial muito maior devido à estação ferroviária de Santo 

André, que possibilitava escoar toda a produção. Essas terras ofereciam ótimas condições para 

desenvolvimento das  indústrias, devido  a  localização  estratégica não  só  pela  ferrovia,  como 

pelos terrenos planos e baratos, junto ao rio Tamanduateí. 

Entre 1930 e 1940, a população que ocupava o território atual de São Bernardo não passava de 

30.000 habitantes e  se concentravam nos dois núcleos urbanos originários da cidade: Rudge 

Ramos  e  o  Centro Histórico,  interligados  pela  estrada  Caminho  do mar,  representada  pela 

linha  contínua  vermelha  na  Figura  216.  A  configuração  e  os  limites  políticos  de  como 

conhecemos São Bernardo hoje só ocorreu em 1945, com a emancipação de Santo André. 

Page 192: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

192 De área

 

Figura 216. A  iRudge Ramos Revisão Históri 

Na segund

esteve  intim

inauguraçã

Nas década

São Paulo e

contexto, a

Billings) fo

A inaugura

mão‐de‐ob

empresas e

PIB`s mais

desenvolve

como Volk

parques ind

                   56PREFEITURABernardo do Ca

as degradadas a 

  magem mostra   (mancha menoica. Prefeitura d

da metade d

mamente vi

ão da Via An

as de 50 e 6

 e a região su

 a ocupação 

oi se consolid

ação da Via 

bra, razoave

 estrangeiras

s  altos do p

eu no munic

kswagen, Fo

dustriais ma

                      A DE SÃO BERNampo, 2006. 

Rudg

 espaços vegetad

 de  forma esquer) e Centro His

de São Bernardo 

do século XX

inculada ao

nchieta, em 

0, a mancha

udeste, que 

 humana na

dando, de fo

 Anchieta p

lmente qua

s,  fez de São

país. O  ram

cípio, com d

ord, Scania, 

ais avançado

                  NARDO DO CA

ge Ramos 

Cami

dos 

emática os dois stórico  (mancha do Campo, 2004

X aconteceu

o desenvolvi

 1947. 

a urbana me

 compreend

as áreas de p

  orma preda

ossibilitou a

alificada, e o

o Bernardo 

mo  automob

 destaque pa

 Toyota, Me

os em produ

MPO. Novo Plan

inho do Mar

 núcleos urbanoa maior), conect4. 

u a grande e

imento da R

etropolitana

de São Caeta

 proteção ao

atória e ilega

 amplas faci

 os incentivo

 um dos pr

bilístico  foi 

ara instalaç

ercedes‐Ben

ução no âm

no Diretor de Sã

Centro

os históricos qutadas pelo Cam

 expansão e 

 Região Met

a cresceu at

ano, Santo A

os manancia

al56. 

lidades logí

os fiscais con

incipais pól

  a principal 

ão das prim

nz e Karma

mbito nacion

ão Bernardo do 

o

e constituíam ainho do Mar  (li

 cresciment

ropolitana d

ingindo o le

 André e São 

ais (Represa

ísticas, que 

ncedidos, p

los  industria

  atividade  i

meiras sedes

nn Ghia,  fo

nal. 

 Campo – Relató

 a Vila de São Beinha vermelha)

to da cidade

 de São Paul

este da cida

o Bernardo. N

a Guarapira

 associado a

principalmen

ais, com um

  industrial q

s de montad

ormando um

ório 4: Diagnósti

ernardo: . Fonte: 

e, que 

lo e à 

ade de 

Neste 

anga e 

a farta 

nte às 

m dos 

que  se 

doras, 

m dos 

ico. São 

Page 193: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

O  de

popu

 

A Fig

em c

Via A

(polí

Figura (Secret 

esenvolvime

ulação de div

“Rapidampole entremais). Copaço a no(PREFEIT

gura 217 mo

crescente ex

 Anchieta  (li

gonos hach

 217. Mapa esqutaria de Planejam

Rud

ento  rápido

versas parte

mente a peque 1950 a 2000omo resultadovos loteameTURA DE SÃO

ostra de form

xpansão: Rud

inha preta) 

hurados). As

emático da expamento e Tecnolo

ge Ramos 

o  e  a  cresce

es do Brasil, 

ena Vila do i0 (...) o númedo da expansãntos, que fizeO BERNARD

ma esquemá

dge Ramos 

 e com a  ch

 setas repre

ansão e crescimeogia da Informa

ente  oferta 

 principalm

 inicio do sécuero de habitaão populacioeram bairros

DO DO CAMP

ática os dois

 e Centro a p

hegada das 

esentam os v

ento de São Bernação).  

  de  trabalh

mente do nor

ulo XX se traantes saltou donal, boa pars antigos cresPO, 2009).  

s núcleos ur

 partir da dé

  indústrias, 

 vetores de e

nardo do Campo

Estudo de

ho  impulsio

rdeste.  

ansforma em  de 30mil pararte das áreas scerem e nov

rbanos histó

écada de 50, 

 que  se  inst

xpansão na 

o. Fonte: Prefeit

Centro 

e Caso: São Bern

Patric

onaram  a m

m uma grandea 700 mil (23s verdes cedevos bairros su

óricos de Sã

, com a inau

talaram a o

a década de 

tura de São Bern

CAPÍTULO 4nardo do Campo

cia Mara Sanche

migração  da

e metró‐3 vezes a eram es‐urgirem” 

ão Bernardo

uguração da

oeste da via

 60. 

nardo do Campo

4 o  

s  193

 o 

Page 194: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

194 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

4.1.3 A desindustrialização e a reestruturação econômica

Na  década  de  80,  houve  a  estabilização  do  crescimento  da  indústria  automobilística  no 

município, devido em partes aos planos de interiorização57. Porém, o crescimento populacional 

de  origem migratória  continuou  ocorrendo,  não  havendo  oferta  de  emprego  para  todos.  A 

provisão de habitação,  infra‐estrutura  e  o  saneamento  básico não  acompanharam  o mesmo 

ritmo de crescimento demográfico, surgindo inúmeros problemas sociais, como a proliferação 

de favelas.  

Após  as  ações  de  interiorização,  surgia,  na  década  de  90,  o  fenômeno  da  globalização, 

acompanhada pela abertura econômica brasileira. A economia do país passou a estar “aberta” 

às  importações,  aos  capitais  externos,  na  participação  e  compra  de  setores  econômicos,  e 

iniciando‐se o processo de privatizações de empresas estatais.  

São Bernardo do Campo também foi afetado pelas alterações ocorridas na economia brasileira 

e mundial,  uma  vez  que  os  produtos  estrangeiros  ganhavam  força  no mercado  brasileiro  e 

começava  a  competir  com  o  produto  nacional. Muitas  indústrias  no município  fecharam, 

devido  a  competição  com o mercado  externo  e  também  com o próprio mercado  interno. A 

transferência das fábricas para o interior do Estado de São Paulo e para outros Estados do país, 

possibilitava  a  construção  de  novos  parques  industriais mais modernos,  produção  com  alta 

tecnologia, mais  otimizada  e  competitiva  com  o mercado  externo  (PREFEITURA  DE  SÃO 

BERNARDO DO CAMPO, 2006 e 2009). 

Segundo o  relatório de Diagnóstico da Prefeitura de  São Bernardo,  a  cidade não  sofreu um 

processo  de  desindustrialização  intenso,  pois  esta  atividade  econômica  ainda  tem  uma 

contribuição  significativa  no  PIB  do município.  A maioria  das  indústrias  de  grande  porte, 

responsáveis  por  80%  da  arrecadação  municipal,  ainda  permaneceram  no  município.  De 

acordo  com  o  SEADE58,  em  2007,  o  perfil  economico  de maior  relevância  no  PIB  (produto 

interno bruto) do município ainda era industrial.  

A Prefeitura de São Bernardo afirma que o que ocorreu foi a pulverização, a descentralização e 

uma readequação na base produtiva  industrial, entretanto, não se pode negar que houve um 

declínio. De 1991 a 2008, houve um decréscimo considerável dos estabelecimentos industriais, 

como  observado  no  Gráfico  4.    As  indústrias  que  permaneceram  no  local  reduziram 

drasticamente  a  mão‐de‐obra  com  a  modernização,  a  robotização  e  a  terceirização  dos 

                                                      57 As ações de interiorização na década de 70 e 80 foram ancoradas nos PNDs  (Plano Nacional de Desenvolvimento I e II) do Governo Federal, com o objetivo de desconcentrar as atividades industriais e econômicas das grandes metrópoles, o que produziu uma estagnação no parque industrial do ABC. 

58 SEADE: Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. 

Page 195: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 4 Estudo de Caso: São Bernardo do Campo 

 

Patricia Mara Sanches  195

 

empregos. Ao mesmo  tempo,  o município  assistiu  ao  crescimento  do  setores  de  serviços  e 

comércio, cada vez mais especializados e diversificados. 

 Gráfico 4. Proporção de estabelecimentos por setor econômico em São Bernardo do Campo  .Fonte: Dados extraídos do SEADE, 2010. 

Através de uma análise contínua ao longo do período de 1991 a 2000 (Gráfico 5), observa‐se que 

a população economicamente ativa no  setor  industrial diminui  14% ao passo que houve um 

aumento de 45% no setor de comércio e serviços. 

 Gráfico  5. População Economicamente Ativa por  setor de  atividade,  São Bernardo do Campo,  em  2000  e  2008.    Fonte: Dados extraídos do IBGE, 2007.  

O Gráfico 6 e Gráfico 7apresentam uma análise mais recente e pontual em dois momentos, no 

ano de 2000   e 2008, registrando uma queda de 9% da mão‐de‐obra  industrial e aumento de 

9% em serviços e comércio. 

0

10

20

30

40

50

1991

1993

1995

1997

1999

2001

2003

2005

2007

anos

%

Agropecuária e ProduçãoFlorestal

Comércio

Construção Civil

Indústria

Serviços

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

140000

160000

180000

1970 1980 1991 2000anos

PE

A

agropecuaria e extrativista

industriais

comércio e serviço

Page 196: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

196 De área

 

Gráfico 6. Popu 

Gráfico 7. Popu 

Outros  fat

Campo,  co

vizinhos em

barata de o

O  fechame

territorial, 

ociosos. M

serviços em

são alguns 

presentes e

Indústr47% 

Indústria38% 

as degradadas a 

ulação economic

ulação economic

ores  contrib

omo  alto  va

m oposição 

 outros muni

ento  e  a  r

 com a otim

Muitos deles 

m geral e com

 dos espaço

 em São Bern

ria 

Comércio 1

 espaços vegetad

camente ativa p

camente ativa po

buíram par

alor  do  pre

 às zonas  in

icípio, fora d

reestruturaç

mização ou d

 foram vend

mércio, e ou

os ociosos e 

nardo. 

Comércio 12% 

2% 

dos 

or setor econôm

or setor econôm

a  a diminu

eço  da  terra

ndustriais, o

 da Região M

ção  no  seto

 diminuição 

didos ou alu

utros ainda 

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Serviço38%

Construç3%

Servi44%

Construçã

mico em 2000. Fo

mico em 2008.Fo

uição da  ativ

a,  a  pressão

os  incentivo

Metropolitan

or  industria

 das plantas

ugados para

 permanece

dos que faze

os 

ção civil% 

iços%

ão civil 3% 

 onte: Prefeitura 

 onte: Prefeitura d

vidade  indu

o  da  popul

os fiscais ma

na de São Pa

al  modifico

s das fábrica

a a implanta

m subutiliz

em parte da

 de São Bernard

 de São Bernardo

ustrial  em  S

ação morad

ais atraente

aulo. 

u  também 

as, gerando 

ação de serv

ados ou aba

a gama de á

do do Campo, 20

o do Campo, 200

  São Bernard

dora  dos  ba

es e mão‐de

  o  espaço 

 grandes es

viços indust

andonados. 

 áreas degrad

009.  

09. 

do do 

airros 

e‐obra 

  físico 

paços 

triais, 

 Estes 

dadas 

Page 197: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

4.1.4

Desd

tendo

Cens

de cr

(São 

migr

 

 GráficBernar 

O  cr

conso

estru

sanea

ritmo

quali

Gráfi

muit

         59 Sant

60 O Ínidentifsérie dpobrez

4 Panoram

de a década 

o registrado

so de 2000 r

rescimento 

 Caetano co

atória ainda

co 8. Crescimentrdo do Campo. 

rescimento 

olidada  con

utura  urban

amento  bás

o  de  cresc

idade de vid

ico 9, atualm

to alto.  

                      o André, São Be

  ndice de Vulnerficação e a localide variáveis sociaza, maior o índic

ma social

 de 60 a pop

o um aumen

 registrou um

 demográfic

om 4,5% e Sa

a nestes últi

to Demográfico  

  populacion

ntribuíram 

na  e  de  ass

sico,  transp

imento,  cri

da, e favorec

mente 15% d

                       ernardo do Camp

rabilidade Socialização espacial dais, como nível dce  de vulnerabil

pulação de S

nto de quas

ma populaçã

o neste perí

anto André 

imos anos. 

 em São Bernard

nal  vertigino

  para  o  pro

istência  soc

ortes  e  áre

iando  bairr

cendo a expa

 da populaçã

         po, São Caetano

l  do  SEADE ret das áreas que ab de escolaridade, lidade. 

 São Bernard

e nove veze

ão de 703.177

íodo foi a m

 com 0,7%),

 

do do Campo. F

oso  e  o  alto

ocesso  de 

cial,  como 

as  de  lazer

ros  e  novo

ansão da po

ão tem um Í

o do Sul, Diadem

trata uma visão brigam os segme renda familiar, 

do do Camp

es entre 1980

7 habitantes

maior entre o

, refletindo 

 Fonte: Adaptado

o  valor  do 

  periferizaçã

  por  exemp

r  a  populaçã

os  loteamen

obreza. De a

  ndice de Vu

ma,Mauá,Ribeirã

 mais detalhada entos populacion renda dos respo

Estudo de

po está em c

0 a 2000, co

s, e em 2010

 os municípi

a continuid

 o do Sumário de

  preço  da  te

ão.  No  ent

plo:  habitaçã

ão  não  aco

ntos  muito 

 acordo com 

ulnerabilida

ão Pires e Rio Gr

 das condições dnais mais vulneronsáveis da famí

e Caso: São Bern

Patric

 constante cr

onforme o G

0, foi de 765

ios do ABC5

dade do grau

e Dados 2009.Pr

erra  na ma

tanto,  obra

ão,  educaçã

ompanharam

  carentes, 

 o  

ade Social60 

rande da Serra. 

 de vida do municráveis à pobrezaília, etc. Quanto

CAPÍTULO 4nardo do Campo

cia Mara Sanche

rescimento,

Gráfico 8. O

.203. A taxa

59 com 8,8%

u de atração

refeitura de São

alha  urbana

s  de  infra‐

ão,  cultura,

m  o mesmo

  com  baixa

 entre alto a

 

cípio, com a . Reúne uma o maior a 

4 o  

s  197

 a 

Page 198: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

198 De área

 

 Gráfico 9. PorcÍndice de Vuln 

 Figura 218. Map 

 

as degradadas a 

centagem da poperabilidade Soci

pa do Índice de 

 espaços vegetad

pulação de São ial. Fonte: SEAD

 Vulnerabilidade

dos 

 Bernardo do CaDE, 2010.  

e Social em São 

ampo e da média

 Bernardo do Ca

a do Estado de S

ampo . Fonte: SE

 São Paulo de ac

  

EADE, 2010. 

Legenda 

Nenh

Muit

Baixa

Médi

Alta 

Muit

 cordo com as cla

 

hum 

to Baixa 

ia 

 

to Alta 

asses do 

Page 199: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 4 Estudo de Caso: São Bernardo do Campo 

 

Patricia Mara Sanches  199

 

A  

Figura 218 mostra a distribuição geográfica da vulnerabilidade social e conseqüentemente da 

pobreza  no  município.  Percebe‐se  que  os  bairros  mais  desfavorecidos  e  vulneráveis  se 

localizam na periferia, identificando um gradiente de vulnerabilidade social cresce no sentido 

da área de proteção aos mananciais da Represa Billings. 

4.1.5 Panorama Urbano-Ambiental

As  principais  discussões  ambientais  na  esfera  municipal  se  voltam  a  crescente  ocupação 

irregular das áreas de proteção aos mananciais e as enchentes.  

Uma das causas atribuídas as  inundações é um  fator  físico e natural do município: o próprio 

relevo, constituído por planícies aluvionares,  são aplainados de  fundos de vale naturalmente 

passíveis  a  inundações.  No  entanto,  os  fatores  antrópicos  agravam  este  cenário,  como  a 

crescente impermeabilização do solo, a diminuição das áreas verdes, o lixo acumulado nos rios 

e córregos. 

Somado  a  isso,  as  autoridades municipais  têm  adotado, uma postura  a  favor da  canalização 

sistemática e generalizada dos cursos d’água em São Bernardo, o que provoca o aumento da 

vazão e  transpõe o problema das enchentes mais a  jusante, agravando ainda mais os pontos 

críticos de  inundação e criando outros novos. Percebe‐se neste caso a  falta de reflexão ou de 

estudos técnicos mais aprofundados para embasar a real necessidade da canalização, e não se 

explorando alternativas de projeto igualmente eficazes, visando um menor impacto ambiental 

e melhoria da qualidade paisagística. Atualmente, devido à  canalização  fechada, há diversos 

rios ocultos que a população mal se lembra ou tem conhecimento da sua existência. Só se dão 

conta deles no momento em as inundações tomam as ruas, invadindo edificações e causando 

inúmeros estragos. 

A  solução  encontrada,  a  curto  prazo,  para  remediar  uma  situação  já  consolidada  foi  a 

construção de reservatórios de detenção, mais conhecidos como piscinões. Eles têm a  função 

de  retardar o escoamento das águas pluviais, armazenadas  temporariamente, que depois são 

encaminhadas  lentamente ao sistema de drenagem e cursos d`água. A cidade conta com dez 

reservatórios de detenção (ver  

Figura 219), cuja eficácia é questionável.  

Há a discussão de que a solução atrelada aos piscinões se apresenta como saída paliativa para 

um problema que deve ser atacado desde a  “raiz”, ou seja, a retenção e o amortecimento do 

escoamento das águas pluviais devem ser tratados a montante, desde as regiões das nascentes, 

na escala da micro‐drenagem, para que a  jusante não  tenha uma vazão extremamente alta e 

Page 200: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

200 De área

 

um acúmu

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 Figura  219. MaTamanduateí, c

as degradadas a 

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Page 201: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 4 Estudo de Caso: São Bernardo do Campo 

 

Patricia Mara Sanches  201

 

Neste  sentido,  as  áreas  verdes  têm  papel  fundamental  na minimização  das  enchentes,  pois 

diminui a vazão dos cursos d água e o escoamento superficial, e retém as águas pluviais que 

iriam direto para  a  rede de drenagem ou para  o  rio. Essa  retenção ocorre  através da maior 

infiltração da água no subsolo e do aumento da evapotranspiração.   Além disso, a vegetação 

atua como elemento filtrante da poluição difusa61, melhorando a qualidade das águas pluviais 

que chegam nos corpos d’água. 

Outro preocupação é a baixa qualidade das águas, decorrentes da falta de saneamento básico e 

tratamento do esgoto. Em 2008, 23% da população ainda não possuía  ligação com a  rede de 

esgoto,  e  apenas  27%  do  esgoto  coletado  era  tratado,  deixando  que  a  maior  parte  fosse 

despejada  in‐natura  nos  cursos  d’água  da  cidade62. No  entanto,  por mais  que  se  amplie  o 

tratamento de esgoto na cidade, a melhoria da qualidade das águas dos  rios e córregos está 

intimamente interligado com as questões sociais, junto ao equacionamento dos problemas das 

ocupações  irregulares  e do déficit habitacional, proporcionando moradia de qualidade,  com 

infra‐estrutura e saneamento adequado. 

Atualmente,  está  em  estudo  o  desenvolvimento  de  um  plano  de  micro‐drenagem  para  a 

cidade, pois não se tem nem um diagnóstico com informações qualitativas e quantitativas em 

relação aos corpos da água para um melhor entendimento em macro‐escala. O objetivo é que 

com esse diagnóstico seja possível realizar proposições e intervenções realmente necessárias e 

assertivas, atuando na micro‐escala, pontualmente, com menor impacto e máxima eficácia. 

Apesar das enchentes e a qualidade das águas em São Bernardo serem  temáticas centrais do 

poder público, as áreas verdes não são encaradas na gestão como elementos minimizadores e 

eficazes  no  combate  as  enchentes. Ou  seja,  não  há  uma  visão  de  planejamento  integrado 

caracterizada  por  uma  relação  de  interdependência  entre  a  rede  de  drenagem  e  de  áreas 

verdes. Pouca atenção  foi dada à qualidade, quantidade e distribuição  igualitária dos espaços 

livres vegetados. Apesar de São Bernardo abrigar remanescentes  florestais primários de mata 

atlântica, pertencentes  ao Parque da  Serra do Mar,  e  a  área de proteção  aos mananciais de 

Represa Billings, o que respresenta 70,8% do território municipal, poucas são as áreas verdes 

acessíveis ao lazer para a população na área urbana. 

Apesar do desenvolvimento de um plano de  sistema de  áreas  verdes  ser uma das metas da 

atual  gestão,  nunca  houve  a  concretização  desta  ação  em  décadas  e  governos  anteriores. 

                                                      61 Poluição difusa são detritos, fuligem, poeira encontrados nas ruas e calçadas, proveniente do tráfego de veículos e diversas atividades urbanas, como construção civil, lixo acumulado, resíduos orgânicos de pássaros e animais domésticos, resíduos de combustível, etc. 

62 PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO. Sumário de Dados 2009 ‐ Ano Base: 2008. São Bernardo do Campo, 2009. 

Page 202: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

202 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Segundo Scifoni (1994), para entender a atual disponibilidade das áreas verdes públicas se faz 

necessário  relacionar  o  processo  de  implantação  de  loteamentos  ao  longo  das  décadas  às 

políticas públicas.  

A  lei  271  de  1929,  que  regulamentou  a  urbanização  de  São  Bernardo,  estabelecia  a 

obrigatoriedade  de  deixar  5%  da  área  do  loteamento  espaços  livres  de  domínio  publico. 

Entretanto, nem sempre estes os espaços eram destinados a praças e jardins, em muitas áreas 

foram construídos equipamentos de educação e de saúde. Espaços denominados como  livres, 

por não  terem sido qualificados e não possuírem caráter de uso público de  lazer e recreação 

ficaram sujeitos a invasão de habitação irregular63. Assim, a gestão municipal perdeu, ao longo 

dos anos, muitas áreas que tinham vocação para serem áreas verdes públicas. 

De acordo com a pesquisa de Scifoni (1994), dentre os municípios do ABC, São Bernardo era o 

município que apresentava a pior situação quanto à disponibilidade de áreas verdes públicas. 

Na época, a cidade contava apenas com um parque, a Cidade das Crianças, cujo o acesso não 

era  gratuito. Hoje, há  apenas  três  parques urbanos: Parque Rafael Lazzuri, Parque  Salvador 

Arena  e  Parque  de  Esportes Radicais,  sendo  que  todos  foram  construídos  na  última  gestão 

(2004‐2008). 

O Plano Diretor de 2006  (lei municipal 5593, 2006) aborda o assunto de  forma sucinta, sem 

grande profundidade, apresentando alguns instrumentos norteadores do planejamento urbano 

ambiental,  destacando  as  Zonas  Especiais  de  Interesse  Ambiental  (ZEIA)  e  as  operações 

urbanas ambientais. 

As Zonas Especiais de Interesse Ambiental (ZEIA), segundo o Plano Diretor, tem como objetivo 

“proteger as características ambientais existentes;  fomentar áreas verdes em espaços públicos 

adequados e qualificados ao  lazer da população; proteger as nascentes e os corpos d’água; e 

recuperar e renaturar áreas do Município que sofreram a ação antrópica degradadora.  

O plano classifica as ZEIA`s em seis grupos, de acordo com o mapa da  

 

Figura 220:  

ZEIA 1: áreas com predominância de cobertura vegetal, parques e praças de grande porte 

ZEIA 2: áreas degradadas a serem recuperadas 

ZEIA 3: reserva para saneamento ambiental 

                                                      63   Informação cedida pela Secretaria da Habitação ‐ Regularização Fundiária, da Prefeitura de São Bernardo do Campo, 03/03/2010. 

Page 203: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 4 Estudo de Caso: São Bernardo do Campo 

 

Patricia Mara Sanches  203

 

ZEIA 4: reserva de qualificação urbana, reserva biológica e unidades de conservação  

ZEIA 5: APRM Billings  

ZEIA 6: Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo 

 

Page 204: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

204 De área

 

  Figura 220. MaCampo, 2006. F

 

 

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Page 205: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

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CAPÍTULO 4nardo do Campo

cia Mara Sanche

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Page 206: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

206 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

foram escolhidas tais áreas, quais as justificativas e argumentos que identificaram como locais 

de maior importância ambiental.  

Verifica‐se que a falta de informação e estudos mais profundos inviabiliza o conhecimento real 

do panorama e o déficit de áreas verdes urbanas.  Isto  impossibilita dar um passo adiante na 

discussão  da  priorização  do  assunto  na  gestão  municipal,  na  captação  de  recursos  e  na 

proposição de  leis e diretrizes mais concretas e detalhadas, e programas em prol do verde na 

cidade. 

Por fim, dentro desta temática urbano‐ambiental, vale a pena situar a panorama da mobilidade 

urbana, que afeta diretamente a qualidade ambiental da cidade e de vida da população.   

De uma forma geral, percebe‐se que a forma e o desenho urbano da cidade de São Bernardo do 

Campo  foi  construída para  gerir um  sistema de  transporte baseado no modelo  rodoviarista, 

com a priorização do automóvel, isto é, o transporte motorizado individual, em detrimento do 

transporte coletivo. Isso se deve principalmente à própria história e processo de urbanização, 

ao desenvolvimento econômico da cidade e ao incentivo do governo a instalação e crescimento 

da indústria automobilística. 

A  construção  da  Via  Anchieta,  eixo  ao  logo  da  qual  a  cidade  cresceu,  e  posteriormente  a 

Rodovia  Imigrantes  são  os  exemplos  representativos  deste  modelo.  Após  63  anos  da 

inauguração da via Anchieta, o cenário atual da mobilidade urbana está cada vez mais calcado 

no  transporte  individual,  gerando  diversos  problemas,  como  congestionamentos,  viagens 

diárias mais longas, poluição e aumento de CO2, gasto excessivo de energia e em obras para a 

expansão da  estrutura  viária. Atualmente,  a proporção de  veículos  é de quase um para dois 

habitantes (PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO, 2009).  

 

Segundo Cyrillo (2008), a dinamização da cidade, o crescimento vultoso do setor terciário e a 

reestruturação  do  setor  secundário  provocaram  alterações  da  mobilidade  urbana.  Com 

terceirização e a descentralização das fábricas, “a jornada de trabalho deixou de ter uma rotina 

caricata, na  qual  o  ônibus,  públicos  ou de  firmas,  levavam  e  traziam  os  operários  em  rotas 

definidas”. O automóvel particular ganhou espaço partindo para destinos diversos pulverizados 

pela cidade. 

O  Gráfico  10  revela  que  hoje  o  transporte  individual  de  automóvel  ou moto  já  é  o meio 

predominante,  com  38,4%,  seguido do  transporte  coletivo motorizado  (ônibus),  com  34%  e 

surpreendentemente a circulação a pé ainda  tem grande  representatividade, com 26,7%.  Já a 

Page 207: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

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e Caso: São Bern

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CAPÍTULO 4nardo do Campo

cia Mara Sanche

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á 

Page 208: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

208 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Figura  223,  pode  favorecer  o  processo  de  regeneração  natural  de  áreas  vazias  e 

abandonadas na sub‐bacia do Tamanduateí. 

 Próximos as áreas degradadas mapeadas, há  lotes com  fragmentos de mata, classificados 

como  “áreas  vegetadas  de  acesso  privado”,  que  assemelham  a  oásis  inseridos  na malha 

urbana  densamente  construída,  e  que  tem  potencial  para  ser  protegidos,  ampliados  e 

transformados  em  área  verdes,  como  bosques  e  jardins  privados,  pertencer  a  clubes, 

instituições e órgãos públicos, etc.  

 

O mapa da  

Figura 223 mostra todas as manchas de vegetação existentes na sub‐bacia do Tamanduateí 

e entorno,  classificadas nas seguintes categorias: 

praças, parques, considerada como áreas verdes 

canteiros viários 

áreas vegetadas de acesso privado  

formações florestais 

 

Page 209: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Figura amarel

  222. Mapa  do lo. 

  estudo  de  casoo:  sub‐bacia  doo  Tamanduateí   no  território  d

Estudo de

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e Caso: São Bern

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CAPÍTULO 4nardo do Campo

cia Mara Sanche

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Page 210: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

210 De área

 

 Figura 223. Cla

as degradadas a 

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Page 211: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 4 Estudo de Caso: São Bernardo do Campo 

 

Patricia Mara Sanches  211

 

4.2.1 Mapas temáticos e diagnóstico das áreas verdes urbanas

Além dos três parques, há mais de 400 praças (aproximadamente  160 ha) espalhadas em São 

Bernardo, como visto no mapa da Figura 224, nas quais a maioria  são  jardins e canteiros de 

contemplação, o que representa apenas 2,5% da área do estudo de caso (área correspondente a 

sub‐bacia  do  Tamanduateí  em  São  Bernardo  do  Campo).  Do  total  de  praças,  apenas  31% 

abrigam  equipamentos  de  lazer,  de  esporte  ou  recreação. Muitas  delas  não  possuem  uma 

manutenção permanente zelosa e nem revelam uma identidade marcante. 

Se  considerarmos  apenas  as  áreas  verdes públicas,  como praças  e parques urbanos  voltados 

para o lazer, chega‐se  a  índice de 2,66 m² de área verde por habitante (Figura 224). O índice 

de áreas verdes (IAV) apresentado acima, que expressa a quantidade de áreas verdes em m² por 

habitante, é um parâmetro inicial, que revela superficialmente a quantidade de áreas verdes, e 

pode ser um dos indicadores para se determinar a qualidade de vida em um determinado local. 

Entretanto, devido à falta de precisão do significado do termo “áreas verdes”64, uma vez que há 

diversas  interpretações e definições, pode‐se obter valores de  IAV distorcidos e muitas vezes 

manipuláveis para atendimento de algum interesse (SCIFONI, 1994). Portanto, uma análise em 

conjunto com outros dados é fundamental para a discussão, como por exemplo, a distribuição 

dos espaços verdes na malha urbana. White (1968) apud Scifoni (1994) argumenta que a área 

vegetada  total é menos  importante que o potencial de oportunidades que estas áreas verdes 

oferecem de integração e inter‐relação com a comunidade. 

Contudo, algumas vezes o índice de áreas verdes é útil para tecer algumas comparações, como 

por exemplo, com a cidade São Paulo. A pesquisa realizada Kohler et.al. (2000) em São Paulo 

revela que IAV era de 5,2 m²/habitante, considerando como áreas verdes, os parques urbanos 

(estaduais e municipais), praças e canteiros. Tal dado nos permite refletir e ter uma noção do 

déficit da cidade de São Bernardo do Campo, uma vez que o íIAV é  a metade do valor de São 

Paulo. 

A análise do cruzamento das áreas verdes públicas (praças e parques) com dados ambientais, 

ecológicos,  sociais  e  econômicos  possibilitou  obter  conclusões  e  traçar  o  diagnóstico  do 

panorama atual das áreas vedes e seu papel na cidade. 

O mapa da Figura 225 mostra o cruzamento das áreas verdes públicas (praças e parques) com 

dados hídricos  (nascentes,  cursos d`água,  reservatórios de  retenção  ou  piscinões  e  áreas de 

risco de alagamento).  

                                                      64 No capítulo 1, há a definição de áreas verdes urbanas seguindo o mesmo conceito de Lima et al (1990), Groening (1976)apud Cavalheiro (1992), Richter (1981)apud Cavalheiro et al(1999) e Cavalheiro et al (1999), de que áreas verde urbanas devem ter caráter público e estar voltadas às funções ecológico –ambientais e de lazer. 

Page 212: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

212 De área

 

Figura 224. Ma

 

Observa‐se

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Page 213: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

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CAPÍTULO 4nardo do Campo

cia Mara Sanche

 e fechados,

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4 o  

s  213

Page 214: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

214 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Observa‐se  ainda  que  apesar  da  existência  de  dez  reservatórios  de  retenção,  as  enchentes 

continuam  ocorrendo,  sendo  que  as  áreas  de  risco  de  alagamento65  ainda  ocupam  a maior 

parte das várzeas da  cidade e 8% da área do estudo de  caso  (sub‐bacia do Tamanduateí no 

município de São Bernardo do Campo). Somente 28% de áreas de praças e parques estão nestas 

zonas  risco. A  ausência de  áreas  verdes  e  grandes  áreas  impermeabilizadas nestas  zonas de 

alagamento agravam ainda mais o cenário. Essa aparente independência e dissociação entre o 

sistema hídrico e a rede de áreas verdes na cidade é prejudicial ao equilíbrio ambiental, sem 

contar na perda social para a comunidade em termos de recreação, lazer, contato com habitats 

naturais diversificados (matas ciliares, áreas de brejo e alagados naturais) e com  corpos d água. 

No mapa da Figura 226 observa‐se o cruzamento das informações de declividade com as áreas 

verdes públicas (praças e parques). Como  já  foi observado no mapa anterior, existem poucas 

áreas verdes nas várzeas e APP de rios e nascente; a mesma conclusão também pode ser feita 

ao observar as áreas de baixa declividade (de 0 a 2%) que estão em amarelo.  

Com relação às áreas de risco por alta declividade (acima de 45%) que devem ser preservadas 

permanentemente  (APP), nota‐se que elas  se concentram ao  sul, no  limites de proteção aos 

mananciais, e a sudeste nos limites com o município Santo André. Algumas destas áreas ainda 

se encontram preservadas por abrigarem campos e remanescente  florestais, entretanto, estão 

em constante ameaça e pressão devido aos vetores de crescimento nesta direção. Por questões 

lógicas do processo de ocupação em São Bernardo  já discutido anteriormente, as classe mais 

desfavorecidas foram ocupando as partes mais periféricas e de risco (seja pela alta declividade 

ou por ser alagável).  

Tal  fato pode  ser  confirmado  através dos dados  socioeconômicos do Censo  2001,  IBGE  (ver 

Figura  227)  e dos dados do  índice de  vulnerabilidade  (ver Figura  228). Observa‐se  a que  as 

mesmas áreas onde há altas declividades são as mais pobres e com alta vulnerabilidade. 

Analisando  a  distribuição  das  áreas  verdes  públicas  no mapa  socioeconômico  (Figura  227), 

observa‐se que 77% das praças e parques estão nas áreas de classe média, média alta e alta. As 

áreas de predominância da classe média baixa e baixa correspondem abarcam apenas 23% das 

áreas verdes públicas. 

 

 

 

                                                      65 Estas áreas de alagamento foram detectadas pela própria Prefeitura de São Bernardo do Campo como áreas de risco devido a freqüência da ocorrências de inundações nestas zonas. 

Page 215: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Figura 

 

 

 

 226. Mapa de crruzamento da ddeclividade com  as áreas verde p públicas. 

Estudo dee Caso: São Bern

Patric

CAPÍTULO 4nardo do Campo

cia Mara Sanche

 

4 o  

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Page 216: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

216 De área

 

Figura 227. Ma 

as degradadas a 

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Page 217: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

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CAPÍTULO 4nardo do Campo

cia Mara Sanche

 

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s  217

Page 218: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

218 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

média, alta e muito alta ocupam 41% do  território e abrigam apenas  18% das praças e áreas 

verdes. 

Observa‐se  assim,  um  cenário  de  distribuição  das  áreas  verdes  desigual  do  ponto  de  vista 

social, pois  as  áreas mais pobres  e  vulneráveis  são  as mais  carentes  em praças  e parques,  e 

justamente  as  que mais  precisariam de mais  opções de  lazer  e  recreação  gratuito  e melhor 

qualidade de vida juntos as áreas vegetadas. 

4.3 AS ÁREAS DEGRADADAS DO ESTUDO DE CASO

Não só o município de São Bernardo, mas todo o Grande ABC66 vem passando, atualmente, por 

uma  reestruturação  econômica  devido  ao  declínio  do  setor  industrial.  Alguns  municípios 

vivenciaram essa  transição de  forma mais  latente com o esvaziamento em massa de diversas 

indústrias,  principalmente  no  eixo  do  rio  Tamanduateí,  como  é  o  caso  de  Santo  André, 

surgindo enormes vazios urbanos (Scifoni, 1994). Alguns lotes já foram reutilizados com outros 

usos, como residencial, comercial e de serviço. Porém, outros locais, seja por falta da demanda 

do mercado,  pouca  atratividade,  pelo  valor  alto do  terreno,  seja  pela  existência de  passivos 

ambientais, estão paralisados sem perspectiva de reutilização e revitalização da área. 

A desindustrialização não é a única origem das áreas vazias e abandonadas nesta região, outros 

motivos contribuíram para a construção deste cenário, como a especulação imobiliária e a falta 

de planejamento, gerando áreas residuais. 

Tais  áreas  degradadas  estão  espalhadas  por  toda  área  de  estudo,  conforme  mapeadas  e 

ilustradas na Figura 229, e  se apresentam de diversas  formas, desde praças não urbanizadas 

(Figura  230  a Figura  232),  lotes  vazios  com  solo  exposto ou  com  vegetação, parcial ou  total 

(Figura 233 a Figura 235);  terrenos abandonados com alguma  instalação ou galpão  industrial 

sem uso  (Figura  236  a Figura  238);  à  terrenos  subutilizados  ou parcialmente  ocupados  com 

infra‐estrutura, como torres de alta tensão e oleodutos (Figura 239 a Figura 241); e piscinões e 

áreas degradadas marginais a cursos d’água (Figura 233 a Figura 235). 

   

                                                      66 Formado pelos Municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema,Mauá,Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. 

 

Page 219: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Figura do Cam

 

 229. Mapa commpo. 

m a localização e  imagens de alguumas áreas degrradadas mapead

Estudo de

as na sub‐bacia 

e Caso: São Bern

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CAPÍTULO 4nardo do Campo

cia Mara Sanche

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4 o  

s  219

 o 

Page 220: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

220 De área

 

Figura 230, Figu 

Figura 233, Figu 

Figura 236, Figu 

Figura 239, FigSão Bernardo d 

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 ra 241. Áreas de os da autora. 

 a 244. Margens d

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 : Prefeitura de S

 oleodutos e torr

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 Campo. 

ão. Fonte: Prefei

 

 

 

 itura de 

 

Page 221: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 4 Estudo de Caso: São Bernardo do Campo 

 

Patricia Mara Sanches  221

 

4.4 PORQUE TRANSFORMAR AS ÁREAS DEGRADADAS DE SÃO BERNARDO EM ÁREAS VERDES?

A proposta de transformação das áreas degradadas em áreas verdes urbanas parte do princípio 

de que estas devam cumprir funções infra‐estruturais, ou seja, ser elementos para composição 

de  uma  paisagem  de  alta  performance,  fazendo  parte  de  uma  infra‐estrutura  verde  para  a 

cidade 

Assim,  ao  analisar  os  principais  pilares  conceituais  da  infra‐estrutura  verde  (drenagem, 

mobilidade,  lazer  e  recreação,  e  biodiversidade)  na  cidade  de  São  Bernardo,  através  do 

diagnóstico  apresentado  anteriormente,  pode‐se  traçar  algumas  conclusões  que  fortalece  a 

idéia da criação de áreas verdes como uso para as áreas degradadas. 

A primeira questão  levantada é a mobilidade na cidade, com a predominância do automóvel 

como meio  de  transporte  principal. O  crescimento  e  o  desenvolvimento  da  cidade  de  São 

Bernardo  ocorreram  principalmente  em  função  do  eixo  rodoviário  Anchieta.  Diferente  de 

algumas  cidades do ABC  (Santo André, São Caetano, Mauá, Ribeirão Pires  e Rio Grande da 

Serra),  São  Bernardo  não  dispõe  de  transporte  ferroviário. A  inauguração  do Rodoanel,  em 

2009, cruzando a Via Imigrantes e a Via Anchienta reforça ainda mais o modelo rodoviarista, 

que  se  estendeu para o  tecido  intra‐urbano,  atingindo, hoje,  a proporção de um  automóvel 

para dois habitantes.  

Apesar disso, um dado relevante levantado é que, em 2009, 26,7% da população se utilizava do 

transporte  a pé  aos destinos desejados, mesmo não havendo  caminhos  amplos  e  agradáveis 

para os pedestres. A criação de novas áreas verdes  lineares e  interligadas, conectando‐as aos 

nódulos  intermodais, como terminais de ônibus possibilitaria criar novas rotas aos pedestres, 

incentivando e aumentando o fluxo e o meio de condução a pé. Os ciclistas, que hoje tem uma 

representatividade inexpressiva de 0,9% do total de tipos de condução, também poderiam ser 

beneficiados com ciclovias implantadas nestas mesmas rotas. 

De acordo com o relatório do Sumário de 2009, a Secretaria de Transportes e Vias Públicas está 

em implementação o Plano de Transportes Urbanos – PTU, com o objetivo de reestruturar os 

sistemas  de  transportes  e  o  sistema  viário  da  cidade.  O  plano  ressalta  a  necessidade  de 

investimento em terminais de transporte coletivo  integrando as diversas regiões da cidade, e 

reestruturar a rede de linhas de transporte coletivo, visando maior racionalização e eficiência.  

A  combinação  de  um  transporte  coletivo  eficiente  e  rápido  com  uma  rede  de  áreas  verdes 

públicas localizadas estrategicamente e que disponha de espaços agradáveis e atraentes para a 

Page 222: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

222 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

caminhada, pode estimular a população a deixar de utilizar o automóvel e optar por um tipo de 

condução mista: o transporte coletivo complementado pelo transporte de bicicleta ou a pé. 

A drenagem das águas urbanas é outra questão preocupante, pois a cidade é permeada de rios, 

cujas margens  se  encontram  impermeabilizadas  e  cercadas  de  avenidas.  Os  dez  piscinões 

construídos  não  dão  contam  de  reter  as  águas  pluviais  em  períodos  de  chuva  intensa,  e  as 

inundações continuam recorrentes.  

A regeneração e a renaturalização das margens dos cursos d’ água, com matas ciliareas e áreas 

verdes  públicas  permite  maior  controle  das  inundações.  Outros  espaços  livres  vegetados 

espalhados  pela  cidade,  não  só  a  jusante  do  rio, mas  também  a montante  e  nas  linhas  de 

drenagem, contribuem para o amortecimento da vazão hídrica e na  redução do escoamento 

superficial,  com  a  percolação  das  águas  no  subsolo.  A  vegetação  ao  logo  de  vias,  como 

canteiros, praças, calçadas contribuem na filtragem da poluição difusa67 e os alagados naturais 

ou artificiais construídos, próximo aos cursos d’água, podem auxiliar no tratamento primário 

de efluentes, diminuindo a carga de poluentes.  

Diante do contingente populacional que a cidade abriga, a escassez de áreas verdes para  fins 

recreacionais,  contemplação,  lazer,  prática  esportiva  é  outra  ponto  com  necessidade  de 

melhoria.  Atualmente  há  apenas  2,66  m²  de  praças  e  parques  para  cada  habitante.  A 

implementação de novas áreas com esse caráter pode auxiliar na coesão social, sociabilização e 

na redução da criminalidade.  

Sob  a  ótica  da  ecologia  da  paisagem,  as  áreas  verdes  urbanas  podem  funcionar  como 

corredores  e  trampolins  ecológicos  de  conexão  entre  as  florestas  de Mata  Atlântica  ao  sul 

(Áreas  de  Proteção  dos Mananciais  e  Parque  Estadual  da  Serra  do Mar)  com  fragmentos 

florestais próximos  ao município,  como o Parque do Estado  e  a Área  sob Proteção Especial 

Chácara da Baronesa (Figura 245). Essa conexão pode promover o aumento do fluxo gênico e 

da biodiversidade urbana e auxiliar nos projetos de restauração e ecológica na cidade. 

                                                      67.  Poluição Difusa é utilizado para denominar as partículas  de poluentes, poeira, fuligem, cinzas , compostos químicos presentes nas vias públicas e que com o escoamento superficial das águas pluviais são carreados para os corpos hídricos. 

Page 223: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Figura as poss 

 

 245. Mapa das msíveis conexões. 

 manchas de veg  

getação nativa: p

Conexõeecológica

 parques e área de

es as

e manancial, com

Estudo de

m as rotas ponti

e Caso: São Bern

Patric

ilhado em verm

CAPÍTULO 4nardo do Campo

cia Mara Sanche

 elho mostrando

4 o  

s  223

Page 224: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

224 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Diante  do  diagnóstico  socioeconômico  e  ambiental  da  cidade  de  São  Bernardo,  a  idéia  da 

conversão das áreas degradadas em áreas verdes foi analisada através da ferramenta SWOT68, 

mostradas na Tabela 25 tendo uma visão mais clara dos pontos positivos, negativos da cidade, 

e as oportunidades e as barreiras identificadas.  

Tabela 25. Análise SWOT da conversão das áreas degradadas em áreas verdes.  

 Na conquista do objetivo

   Ajuda Atrapalha

Ori

gem

do

fat

or

Inte

rna

(Org

aniz

ação

)

Pontos Fortes -Legislação: ZEIA/Operação Urbana Ambiental - Demanda por áreas verdes (déficit) -Oferta de áreas vazias, abandonadas e subutilizadas

Pontos Fracos - não há programas e políticas públicas que incentiva a aquisição e criação de novas áreas verdes - não há formalizado um plano de sistema de áreas verdes (há intenção apenas)

Ext

ern

a (a

mb

ien

te)

Oportunidades -Floresta de mata atlântica na área de proteção aos mananciais, Parque Estadual da Serra do Mar e Parque do Estado. - 26% da população - condução a pé - possibilidade de minimização das enchente com aumento de áreas verdes

Ameaças/Barreiras -especulação imobiliária - alto valor da terra -manutenção do modelo rodoviarista -pressão antrópica: avanço da ocupação irregular em áreas vazias e abandonadas

 

As  Zonas Ambientais  de  Interesse  Social  e  a Operação Urbano Ambiental  estabelecidas  no 

Plano Diretor  (2006)  são  vista  como  um  ponto  forte  interno  da  gestão municipal  de  áreas 

verdes, pois  são  instrumentos que viabilizam e  legitimam a  intervenção,  sob  força de  lei e a 

disponibilidade de locais abandonados, vazios e subutilizados existentes com diversas origens 

e tamanhos, que abre um leque de opções para a escolha de novas áreas verdes Entretanto, a 

ausência de políticas públicas e programas, que utilizem da legislação para aprofundamento do 

tema, e não priorizá‐las nas discussões públicas enfraquece o enfrentamento da questão.   A 

ausência de um plano de sistema de áreas verdes impede que haja um possível direcionamento 

e  contribuição  no  processo  de  avaliação  das  áreas  degradadas,  visando  um  relação  com  as 

futuras  áreas  verdes  propostas,  de  forma  a  promover  a  longo  prazo,  melhor  qualidade 

ambiental na cidade.   

                                                      68 Análise SWOT é uma ferramenta utilizada para analisar de um cenário ou de um ambiente, dentro de um plano de gestão e planejamento estratégico. A técnica é creditada a Albert Humphrey, que liderou um projeto de pesquisa na Universidade de Stanford nas décadas de 1960 e 1970. O termo SWOT é uma sigla oriunda do idioma inglês, formada pelas letras iniciais das palvras de Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). 

Page 225: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 4 Estudo de Caso: São Bernardo do Campo 

 

Patricia Mara Sanches  225

 

Existem os  fatores externos, presentes no município, considerados como oportunidades para 

auxiliar e encorajar a conversão de áreas degradadas em áreas verdes, como por exemplo: (1) a 

parcela significativa de pessoas que utilizam o transporte a pé, podendo aumentar esse valor se 

as novas  áreas  verdes  proverem mais  rotas  alternativas  e  agradáveis  para  os  pedestres;  (2)a 

proximidade  com  florestas  de mata  atlântica  preservadas  na  área  de manancial,  no  Parque 

Estadual da Serra do Mar e no Parque do Estado que  favorecem a recuperação e restauração 

ecológica destas  áreas  vazias  e  abandonadas;  (3)  e  a necessidade urgente de minimização  e 

controle das enchentes fortalece a criação de novas áreas verdes, aumentando a capacidade de 

retenção e a infiltração das águas no sub‐solo.  

Uma das ameaças e barreiras identificadas é a especulação imobiliária que faz com que o preço 

da  terra  tenha uma  supervalorização  a ponto de  inviabilizar  a  aquisição para novos  espaços 

livres e verdes, ou de criar divergências de  interesses na destinação do novo uso, priorizando 

outras  atividades  potenciais  supostamente  mais  rentáveis.  Outra  barreira  é  a  ocupação 

irregular crescente, principalmente nos espaços livres de propriedade pública, esbarrando com 

os problemas sociais de déficit habitacional e de regularização fundiária, e deixando escapar a 

oportunidade de qualificar a área e transformá‐la em um bem de uso público. Por último, não 

se pode deixar de mencionar o risco potencial de contaminação que algumas áreas degradadas, 

o  que  implica  no  encarecimento  do  projeto  de  revitalização  e  conversão  em  áreas  verdes, 

devido  aos  custos  de  remediação.  Apesar  da  investigação  sobre  o  risco  potencial  de 

contaminação  de  não  ser  o  escopo  desta  pesquisa,  ela  deve  ser  feita  após  esta  avaliação 

preliminar das potencialidades de cada área.  

Embora haja um contexto cheio de oportunidades para a conversão de áreas degradadas em 

áreas verdes, o sucesso dessa transformação depende também da capacidade da gestão pública 

de vencer os obstáculos e criar um ambiente propício, com uma legislação favorável e trazendo 

o apoio e envolvimento da comunidade, bem como, o conhecimento e a experiência de outros 

segmentos  da  sociedade  (ONG’s,  universidades,  associações,  etc.)  interessados  nesta 

transformação. 

 

 

 

 

 

Page 226: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

226 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

 

 

Page 227: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 5 Resultados e Discussão 

 

Patricia Mara Sanches  227

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capitulo 5. Resultados e discussão

   

Page 228: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

228 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

   

Page 229: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

5.1

Sob u

do  s

degra

desin

horiz

quest

Com

poten

10 for

O Gr

distri

reser

terre

resta

linha

Gráficocom au

Us

ANÁLIS

 uma análise

solo  (Empla

adadas  na 

ndustrializaç

zontal  da  c

tões trazida

mo foi menci

ncial para re

ram selecion

ráfico 11 mos

ibuído,  ten

rvatórios de 

enos  vazios 

ante dos  tip

a de alta ten

o 11. Uso e ocupauxilio de mapas,

20%

20%

so atual das

E DAS Á

e cuidadosa

asa,  2006) 

  cidade  d

ção, especu

cidade,  e  qu

as por esta p

ionado no C

ecuperação 

nadas para a

stra o uso d

ndo  como  p

 retenção da

  ou  baldios

pos  represen

nsão, e marg

ação do solo atu, imagem aérea e

10

1

10%

s áreas degr

ÁREAS D

a e detalhad

  e  visitas 

de  São  Be

ulação imobi

ue,  portant

 pesquisa. 

 Capítulo 3, f

 e conversão

 aplicação da

do solo desta

predominan

as águas plu

  (30%),  cor

nta parcelas

gens de córr

ual das 10 áreas d e, em alguns cas

%

30%

10%

radadas

DEGRADA

da, através d

  in‐loco,  co

ernardo  do

iliária ou at

o,  torna‐se 

 foram levan

o em áreas v

a ferrament

as 10 áreas d

nte  as  marg

uviais (20%)

rrespondend

s de  10%  : g

ego junto a 

 degradadas selecsos, visita in‐loco

%

g

t

li

mra

m

ADAS ID

 de  fotointer

nfirmou‐se 

o  Campo, 

té decorrent

  um  estudo

ntadas 61 ár

 verdes, vari

ta de avaliaç

 degradadas 

gens  de  cór

), áreas desm

do  a  um  to

 galpão ou e

 reservatório

cionadas para a o. 

galpao ou ed

erreno vazio

inha de alta t

margem de ceservatorio+area desmata

margem de c

DENTIFIC

rpretação, a

  a  existênc

  seja  devi

tes do cresc

o  de  caso  i

eas conside

ando desde

ção de acord

 e revela que

rregos  junt

matadas (20

otal  de  70%

dificação ab

os de retenç

 avaliação. A ide

ificaçao aban

o/baldio

tensão

órrego ++terreno vaziada

órrego + res

Resulta

Patric

CADAS

auxilio de m

cia  de  div

ido  ao  pr

cimento des

  ideal  para 

eradas degra

e 1 a 36 ha . 

do com a Fig

e é diversifi

to  a  terreno

0%) e áreas a

%  dos  tipos

bandonada,

ção. 

entificação do us

ndonada

io

servatorio

CAPÍTULO 5ados e Discussão

cia Mara Sanche

mapa de uso

ersas  áreas

rocesso  de

sordenado e

  explorar  as

adadas com

 Deste total,

gura 246. 

cado e bem

os  vazios  e

 apenas com

  de  uso. O

, áreas com

 so atual foi feito

5 o  

s  229

 e 

Page 230: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

230 De área

 

Figura 246. Ma

 

as degradadas a 

apa das 10 áreas 

 espaços vegetad

 degradadas sele

dos 

cionadas para a a avaliação.  

Page 231: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Quan

comp

confo

Gráficodiferen

 

As 10

uma 

Área

Loca

10 há

(Figu

a áre

P

nto  a  posse

posta por lo

orme  o Grá

o  12. Proprietárintes proprietário

0 areas degr

 lógica de ca

a 62

lizada na Es

á (Figura 24

ura 248 e Fig

ea, uma vez 

20%

2

Proprietár

e  das  áreas

otes privado

áfico 12. 

ios das  10  áreasos. 

radadas estã

adastramen

strada Samu

7), de propr

gura 249). P

 que a prime

20%

rio das áre

s,  60%  é  d

os e público

s degradadas  se

ão brevemen

to utilizado

uel Aizembe

riedade part

 Porém, o fun

eira poderia

6

eas degrad

de  propried

os) e apenas

elecionadas para

nte descrita

o no softwar

erg, no bair

ticular, com

ndo do lote 

a se estender

60%

dadas

ade  privada

s 20% é inte

a  avaliação. Cad

as a seguir. A

re Arc Gis. 

ro Cooperat

m vegetação 

 faz divisa c

r, engloband

proprieda

proprieda

proprieda

a,  20%  mis

eiramente d

da  área pode  en

 A numeraça

tiva, o local 

 rasteira, se

om uma pra

do a área av

ade privada

ade pública

ade mista

Resulta

Patric

sto  (ou  seja

de proprieda

 nglobar um ou 

ao de cada 

l é um terre

em indivídu

aça, o que a

valiada.  

CAPÍTULO 5ados e Discussão

cia Mara Sanche

a,  a  área  é

ade pública,

 mais  lotes  com

 área seguiu

no vazio de

os arbóreos

 agrega valor

5 o  

s  231

é 

Page 232: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

232 De área

 

Figura 247. Ima 

Figura 248 e Fi 

Área 54

Constituída

Ronchetti 

cujas  marg

encostas ve

ter grande 

e Figura 25

as degradadas a 

agem aérea do lo

gura 249. Image

a  por  quas

(Figura 250

gens  possui

egetadas e e

 potencial p

54). 

 espaços vegetad

  ocal com contor

ens do área 62, v

e  8  ha  de 

0) e margina

i  arborizaçã

 em estado d

para recuper

pr

dos 

rno em amarelo

 vistas da praça e

  área  públic

al ao córreg

ão  (Figura 

 de abandon

ração ambie

Árearaça 

Área

. Fonte: Google 

  existente. Fotos d

ca,  o  local 

go Saracanta

  251  e  Figu

no, que apes

ental, lazer 

a 62a 62

 earth, 2010. 

 da autora. 

  está  localiz

an, o qual  f

ra  252).  Al

sar da decli

 e recreação

EstraAiz

zada  ao  lon

foi canalizad

ém  da  mar

ividade acen

 para popul

da Samuel zemberg 

 

ngo  da  Av. 

do por gabi

rgem  do  ri

ntuada, apa

lação (Figur

 

  Pery 

iões e 

io,  há 

arenta 

ra 253 

Page 233: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Figura  

Figura 

 

Figura Campo 

 

 250. Imagem aé

 251 e Figura 252

 253 e Figura 25o 

érea parcial da á

2. Imagens do có

4. Imagens das 

área 54 (início) e

órrego Saracanta

 encostas aband

CSa

 em amarelo. Fon

 an, na Av. Pery R

 donadas ao longo

Córrego aracantan

nte: Google earth

 Ronchetti. Fonte

o da Av. Pery Ro

Á

h, 2010. 

e: Prefeitura de S

onchetti. Fonte:

Área 54

Resulta

Patric

 

 São Bernardo do

: Prefeitura de S

CAPÍTULO 5ados e Discussão

cia Mara Sanche

 o Campo 

  São Bernardo do

5 o  

s  233

Page 234: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

234 De área

 

Área 38

A área pert

leste,  na  F

(Conselho 

fragmentos

como  degr

ocupações 

recuperaçã

turístico de

Figura 255. Ima 

Figura 256 e Fig

 

as degradadas a 

tence ao Ma

Figura  255),

 Municipal d

s  florestais 

radada,  de 

  que  não 

ão  e  restau

evido aos be

agem aérea do lo

gura 257. Vistas 

 espaços vegetad

aciço do Bo

,  vizinho  a

 do Patrimôn

 de grande v

  aproximada

  estão  regul

uração  devi

elos visuais 

  ocal com contor

 do morro em d

dos 

onilha, local

o  Parque  d

nio Históric

 valor ecológ

amente  27 

larizados.  A

do  às  cond

 do cume do

rno em amarelo.

iferentes ângulo

lizado na di

do  Pedroso

co e Cultura

gico (Figura

  ha  está,  d

Apesar  diss

dições  e  pe

o morro (Fig

. Fonte: Google 

 os. Fonte: Prefeit

Área

ivisa do mu

.    O  local 

al) de São B

a 256 e Figu

esmatada,  e

so,  aparent

eculiaridade

gura 258). 

 earth, 2010. 

tura de São Bern

a 38

nicípio com

  é  tombado

Bernardo do

ura 257). A á

  e  próximo 

a  ter  grand

es  do  ento

nardo do Campo

Santo And

m Santo And

o  pelo  Com

o Campo e a

 área  identif

  a  ela  há  u

de  potenci

orno  e  pote

 

o. 

dré 

dré (a 

mpahc 

abriga 

ficada 

usos  e 

al  de 

encial 

 

Page 235: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Figura  

Area

Com

12 ha

da ch

oleod

veget

urban

Figura 

 258. Vista do al

a 58

mpreende áre

a. Abriga um

huva  (piscin

duto da Tra

tação  de  gr

na, no bairr

 259. Imagem aé

lto do maciço do

eas residuai

m curso d’ág

não)  (Figura

anspetro. O

rande  porte

ro de Ferraz

érea do local com

o Bonilha. Crédi

s de fundo d

gua parcialm

a 259,Figura

  local possu

e  arbustivo 

ópolis, e pró

m contorno em 

Área 58

ito: Lucas Santos

 de lote, de p

mente canal

a 259 e Figu

ui vegetação

  (Figura  26

óxima a áre

 amarelo. Fonte:

s. 

propriedade

izado, um r

ura 260) e 

o  rasteira  (F

63  a  Figura

eas residenci

: Google earth, 2

 

es privadas 

 reservatório 

área de pas

Figura 262)

a  266).  Está

iais mais car

 2010. 

Resulta

Patric

 e públicas, 

o de retençã

ssagem subt

), e em algu

á  encravada

rentes da ci

 

CAPÍTULO 5ados e Discussão

cia Mara Sanche

 totalizando

o das águas

terrânea do

umas partes

a  na malha

idade. 

 

5 o  

s  235

Page 236: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

236 De área

 

Figura 260 e Fi 

Figura 262. VisFonte: Prefeitu 

Figura 263  e  F 

as degradadas a 

igura 261. Image

sta de terreno abura de São Berna

Figura 264. Maci

 espaços vegetad

ns do piscinão d

bandonado. Adjaardo do Campo. 

iços arbóreos da

dos 

  da área 58. Fonte

acente, margina 

 a área 58. Fonte: 

 e: Prefeitura de 

al as residências 

  Prefeitura de Sã

 São Bernardo do

 há  passagem su

ão Bernardo do 

o Campo. 

ubterrânea de o

 Campo. 

 

 oleoduto da Tran

 

 nspetro. 

 

Page 237: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Figura TranspFigura  

Área

O  lo

267).

das p

Figura  

  265  Trilha  à  epetro. Fonte: Pre 266. Maciços ar

a 19

cal  situa na

. Com uma 

 poucas áreas

 267. Imagem aé

esquerda  do maefeitura de São Brbóreos da área 

a Av. Álvar

 área de 1,5 h

s livres no b

érea do local com

Área 19 

aciço  arbóreo,  a Bernardo do Cam 58 vistos do alto

es Guimarã

 ha, é de pro

bairro que es

m contorno em 

   aberta  pela  commpo. o. Fonte: Prefeitu

ães no bairr

opriedade pr

stá ociosa (F

 amarelo. Fonte:

munidade,  onde

ura de São Bern

ro Planalto,

rivada e per

Figura 268).

: Google earth, 2

e  há  a  passagem

ardo do Campo

 próximo  a

tence a emp

 2010. 

Resulta

Patric

m  subterrânea  d

a Via Anchi

presa adjace

CAPÍTULO 5ados e Discussão

cia Mara Sanche

   do  oleoduto  da

ieta  (Figura

ente. É uma

 

5 o  

s  237

Page 238: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

238 De área

 

Figura 268. Um

 

Área 18

O local, de

(Figura  26

(Figura 270

Figura 269. Ima

 

Áre

as degradadas a 

ma das vistas da 

e 2ha, é priv

9).  Constitu

0 a Figura 27

agem aérea do l

ea 18 

 espaços vegetad

 área 19. Fonte: f

vado e se en

ui  um  galp

73). 

  ocal com contor

dos 

 foto da autora. 

contra tamb

pão  de  fábri

rno em amarelo

bém na Av. 

ica  abandon

o. Fonte: Google 

 Álvares Gu

nada,  com 

 earth, 2010 

imarães, em

  poucas  áre

 

 

m frente à ár

eas  de  vege

rea 19 

etação 

Page 239: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

Figura Figura  

Figura 

Area

O  lo

prop

e ins

é  de

futur

predo

 270. Vista da ru 271. Vista de um

 272 e  Figura 27

a 34

ocal,  de  apr

riedades pri

eridas na m

estinada  atu

ramente,  p

ominância d

ua em frente a árma das áreas vaz

73. Vistas de um 

roximadame

ivadas e púb

malha urban

ualmente  ao

arte  do  lo

 de vegetaçã

rea. Fonte: Prefezias e permeávei

 dos edifícios ex

ente  23ha, 

blicas (Figu

a de São Be

o  canteiro 

ocal  abrigar

o arbustiva 

 eitura de São Beis do local. Fonte

 xistentes. Fonte: 

  localiza‐se 

ura 274). Um

ernardo, há 

  de  obras  d

rá  o  camp

 e rasteira, c

rnardo do Campe: Prefeitura de 

 Prefeitura de Sã

  no  bairro 

ma das maio

 anos se enc

  da  Prefeitu

pus  da  Uni

 com áreas d

po.  São Bernardo do

ão Bernardo do 

  do  Anchie

res áreas de

contra ocios

ura  (Figura 

iversidade 

e solo expos

Resulta

Patric

o Campo. 

 Campo.    

eta  e  é  com

egradadas id

sa e abando

  275  e  Figu

  Federal  do

sto. 

CAPÍTULO 5ados e Discussão

cia Mara Sanche

   

  

mposta  por

dentificadas

onada, parte

ura  276),  e

o  ABC.  Há

5 o  

s  239

á 

Page 240: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

240 De área

 

Figura 274. Ima 

Figura 275 e FiBernardo do Ca

Figura 277 e Fig 

Area 41

Com uma c

linhas de  a

as degradadas a 

agem aérea do lo

igura 276.  Imagampo. 

gura 278.Vistas 

 conformaçã

  alta  tensão,

 espaços vegetad

  ocal com contor

gens da área 34 

 da rua em direç

ão de um gra

,  e  se  esten

Área 34

dos 

rno em amarelo

 onde se pode v

ão a área 34. Fon

ande corred

nde por  qua

. Fonte: Google 

  ver materiais de

 nte: Google eart

dor,  a área d

ase  2,5km n

 earth, 2010 

e construção civ

th, 2010. 

de proprieda

no bairro Ru

vil estocados. Fo

ade da Eletr

udge Ramo

 

onte: Prefeitura

ropaulo abr

os. Em baix

  de São 

 

iga as 

o das 

Page 241: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

linha

subu

Figura  

Figura  

Figura  

 

as,  há  algum

utilizada. 

 279. Imagem aé

 280 e Figura 28

 282  e  Figura 2

mas  iniciati

érea do local com

81. Imagens da ár

83. Imagens de 

ivas  de  agri

m contorno em 

rea 41 vista da ru

 dentro da área 4

Área 41

icultura  urb

 amarelo. Fonte:

 ua. Fonte: Prefei

   41. Fonte: Prefeit

bana, mas 

: Google earth, 2

itura de São Ber

tura de São Bern

  grande  part

 2010 

nardo do Campo

nardo do Campo

Resulta

Patric

rte  da  área 

 

o. 

o. 

CAPÍTULO 5ados e Discussão

cia Mara Sanche

  permanece

 

 

5 o  

s  241

Page 242: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

242 De área

 

Area 20

Localizada 

18ha,  englo

Ribeirão do

(Figura  284

rasteira  (F

Anchieta, p

e às avenid

Figura 284. Ima 

Figura 285 ImaFigura 286. Vis

Area 61

A  propried

Tamandua

as degradadas a 

 no bairro 

oba  um  res

os Couros  (

4). Apresen

Figura  286),

 podendo de

das locais. 

agem aérea do l

agem do Ribeirãosta de uma das á

dade  particu

ateí, na Estr

 espaços vegetad

 no Taboão,

servatório  d

(Figura 285

nta  algumas

,  que  segu

esempenhar

  ocal com contor

o dos Couros qu áreas vegetadas a

ular,  com m

rada Galvão

dos 

,  a  área de 

de  retenção

) que corta 

s  áreas  vazi

e  ao  fundo

r futuramen

rno em amarelo

ue corre ao longo ao longo do rio. 

mais  de  20 

o Bueno, ba

Área 20

 propriedad

o  das  águas

a o bairro d

ias  permeáv

o  das  indú

nte um impo

. Fonte: Google 

 o da área 20. Fo Fonte: fotos da 

  há,  se  loc

airro Demar

de da prefei

s  de  chuva 

e ponta a p

veis  com  p

strias  da  r

ortante eixo

 earth, 2010. 

nte: fotos da aut autora. 

aliza  no  ex

rchi  (Figura

tura  tem  ap

  (piscinão) 

ponta, no  se

redominânc

egião  e  pa

 e rota alter

tora. 

xtremo  sul 

a  287). Con

proximadam

  e margeia 

entido Nort

cia  de  vege

aralela  a  ro

rnativa à ro

 

  da  sub‐bac

nta  com  áre

mente 

  o  rio 

te‐Sul 

etação 

odovia 

odovia 

 

cia  do 

eas de 

Page 243: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

solo 

rema

muit

Figura  

Figura  

 Figura Figura   

  exposto  e

anescentes f

to próxima a

 287. Imagem aé

 288 e Figura 28

 290. Imagem da 291 Imagem de 

e  vegetação

florestais a o

a bairros res

érea do local com

89. Imagens de fr

a chácara ao lad dentro da área 

o  predomi

 oeste e a sul

sidenciais m

m contorno em a

  ragmentos flore

do da área 61. Fon61. Fonte: Prefei

Área 38

inantement

l (Figura 28

muito adensa

 amarelo. Fonte:

 estais adjacentes

 nte: Prefeitura ditura de São Ber

e  arbustiva

8 a Figura 2

ados e caren

: Google earth, 2

s a área 61. Fonte

 de São Bernardonardo do Camp

a,  apesar 

291). Ao mes

ntes. 

 2010. 

e: foto da autora

o do Campo. o. 

Resulta

Patric

  de  estar 

smo tempo,

a. 

CAPÍTULO 5ados e Discussão

cia Mara Sanche

próximo  a

, a área está

 

 

 

5 o  

s  243

á 

Page 244: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

244 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

5.2 RESULTADOS PARCIAIS: MAPAS TEMÁTICOS

Os mapas  temáticos  são  resultados parciais obtidos da análise das características da área de 

estudo  de  caso.  A  finalidade  é  dar  subsídios  e  informações  necessárias  para  responder  aos 

critérios  e  indicadores  da  avaliação.  Eles  foram  gerados  a  partir  da  análise  espacial  do 

cruzamento  de  dados  secundários  e  primários,  utilizando  SIG  (sistema  de  informação 

geográfica).  

Na Figura 292 é apresentado o mapa das áreas verdes existentes (fragmentos de matas, áreas de 

preservação,  praças  e  parques  e  áreas  verdes  privadas  ou  de  acesso  restrito)  junto  às  áreas 

degradadas (em vermelho). Observa‐se que várias áreas degradadas estão contíguas às praças, 

apresentando  assim,  um  potencial  de  agrupá‐las,  aumentando  o  total  de  áreas  verdes  na 

cidade, e assim, agregando mais valor na avaliação destas áreas.  

A proximidade das áreas degradadas com as áreas vegetadas de acesso privado ou fragmentos 

florestais também agrega valor na avaliação do potencial ecológico, uma vez que são matas ou 

massas arbóreas adensadas, que podem contribuir para a  recolonização da  flora e  fauna nas 

áreas degradadas e para o aumento do fluxo gênico das espécies. 

O mapa da Figura 293 é resultante da sobreposição do sistema hídrico‐ambiental (hidrografia e 

rede de áreas verdes existentes) com as áreas degradadas. É  interessante notar que algumas 

áreas degradadas estão dispostas ao longo de cursos d`água e muitas estão na zonas de risco de 

alagamento, o que as  tornam, do ponto de vista da  regulação e  retenção das águas pluviais, 

prioritárias para conversão em áreas verdes. 

Page 245: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Figura 

  292. Mapa das á áreas verdes exisstentes e áreas d degradadas idenntificadas no estuudo de caso. 

Resulta

Patric

CAPÍTULO 5ados e Discussão

cia Mara Sanche

 

5 o  

s  245

Page 246: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

246 De área

 

Figura 293. Ma 

O mapa te

áreas veget

declividade

as degradadas a 

apa do sistema h

emático da F

tadas de ace

e, a presenç

 espaços vegetad

hidrico‐ambienta

Figura 294 

esso privado

ça de áreas v

dos 

al e áreas degrad

 cruza  inform

o (restrito). 

 vazias, ocios

dadas do estudo

mações de 

 Na porção 

sas e subutil

o de caso. 

 declividade

 sudeste, on

lizadas som

e com as áre

nde se encon

madas as área

eas degrada

ntram as ma

as naturais 

 

adas e 

aiores 

 ainda 

Page 247: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

prese

áreas

Figura  

ervadas apre

s com risco 

 294. Mapa de d

esentam um

 de deslizam

declividade e áre

m grande val

mento.  

eas degradadas d

lor socioam

 do estudo de cas

mbiental no s

so. 

 sentido de i

Resulta

Patric

 impedir a oc

CAPÍTULO 5ados e Discussão

cia Mara Sanche

cupação em

 

5 o  

s  247

Page 248: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

248 De área

 

Na  Figura 

com os crit

potencial s

Figura 295. Ma  

as degradadas a 

  295, podem

térios de ava

 social de rec

apa da densidade

 espaços vegetad

m‐se  identif

aliação, as á

ceber um ma

e demográfica e 

dos 

ficar  as  regi

 áreas que se

aior número

 áreas degradad

iões de ma

e encontram

o de visitant

das do estudo de 

ior densida

m nesta regiã

tes.  

 caso. 

ade demográ

ão agregam 

ráfica. De  ac

 maior valor

 

cordo 

r pelo 

Page 249: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

O  m

socio

degra

alto 

prior

Figura 

         69 No 

mapa  da  F

oeconômica

adadas que 

  que  as  dem

ridade, pois 

 296. Mapa socio

                       momento de ex

igura  296 

s do Censo

 se  localizam

mais.  Partiu

 possuem m

oeconômico e ár

                       xecução destas a

  mostra  a 

o  2000  (IBG

m nas regiõ

u‐se  do  pri

menor condi

reas degradadas

         nalises, não hav

  sobreposiç

GE)69. De  ac

ões de class

incípio  de 

ção de aces

s do estudo de c

via sido divulgad

ção  das  ár

cordo  com o

es baixa e m

  que  a  popu

so a opções 

aso. 

do os dados do C

eas  degrad

 os  critérios 

 média baixa

ulação  dest

 de lazer e r

Censo de 2010. 

Resulta

Patric

dadas  com 

 de  avaliaçã

a possui um

tas  regiões 

 recreação pr

 

CAPÍTULO 5ados e Discussão

cia Mara Sanche

  as  classes

ão,  as  áreas

m valor mais

  tem  maior

rivados. 

5 o  

s  249

Page 250: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

250 De área

 

O mapa  d

degradadas

lógica do m

maior  valo

recreação p

Figura 297. Ma 

as degradadas a 

o  índice  de

s  que  estão

 mapa  socioe

or,  pois  são 

 privados, co

apa de vulnerabi

 espaços vegetad

e  vulnerabil

o  localizada

econômico,

 mais  caren

omo, por exe

ilidade social e á

dos 

lidade  (Figu

as  nas  zona

 as áreas d

ntes  e  tem 

emplo, os cl

 áreas degradadas

ura  297)  pe

as  de maio

egradadas q

 menores  co

lubes. 

s do estudo de c

ermite  ident

or  vulnerabi

 que  se  loca

ondições  de

 caso. 

tificar  visua

ilidade.  Seg

lizam nesta

e  acessar  op

almente  as 

guindo  a m

as  regiões  te

pções  de  la

 

  áreas 

mesma 

eriam 

azer  e 

Page 251: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

O ma

às  ár

local

maio

centr

de um

algum

Figura 

 

apa  da Figu

reas  degrad

izam  a  um 

or  valor,  po

ros culturais

ma análise v

ma escola ou

 298. Mapa dos 

ura 298 mo

dadas. De  a

  raio  de  at

ois  elas  serv

s e das bibl

 visual rápid

u de algum 

 equipamentos c

stra a existê

acordo  com 

é  250m  de 

virão  como

iotecas próx

a, percebe‐s

 equipamen

 culturais ou de e

ência de equ

m  os  critério

  algum  equ

o  espaço  pa

ximas, e par

se que a ma

nto cultural.

 educação e as ár

uipamentos

os  de  avalia

uipamento, 

ara  atividad

ra atividade

aioria das ár

 

eas degradadas 

s culturais e

ação,  as  áre

  cultural  ou

des  de  exte

es de educaç

reas degrada

 do estudo de ca

Resulta

Patric

 e de educaç

eas  degrada

u  educacion

ensão  das  e

ção ambien

adas estão p

 aso. 

CAPÍTULO 5ados e Discussão

cia Mara Sanche

ão próximo

adas  que  se

nal  agregam

escolas,  dos

ntal. Através

 próximas de

5 o  

s  251

Page 252: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

252 De área

 

5.3 RES

As notas d

compiladas

O primeiro

a  soma do

capítulo  3

correlacion

Tabela 26. 

Tabela 26. Nota 

Áreas degravalia

62

54

38

58

19

18

34

41

20

61

 

Das 10 área

verdes, 40%

Gráfico 13. Dist 

Grau do

as degradadas a 

ULTADO

das  10 áreas 

s e tabulada

o resultado o

os  totais do

,  as  notas 

nados  com 

 

a final do poten

radadas das

as avaliadas

%, potencial

tribuição em por

40%

20%

o potencial 

 espaços vegetad

OS FINAI

 degradada

as, e constam

 obtido é a n

s  3  grupos: 

  variam  de

  a  classifica

ncial geral das ár

Potenecológico +

s, 40% apre

l médio e 20

rcentagem (%) d

40%

das áreas d

dos 

IS DA AV

s avaliadas 

m no anexo 

 nota do pote

   Ecológico

e  0  a  3  e 

ação  alto, m

eas degradadas 

ncial Geral + hídrico +soc

1,06

2,02

2,55

1,83

0,72

0,98

2,09

1,35

1,69

2,14

sentam pot

0%, potenci

do grau de poten

0%

degradadas

VALIAÇA

 nos 3 grup

 II.  

encial geral 

o, Hídrico  e

  foram  dis

médio  e  bai

 

cial

tencial gera

ial baixo, co

ncial geral das 10

altomédiobaixo

AO

pos: ecológic

 das áreas d

e  Social. Co

tribuídas  e

ixo  potencia

Grau de Po

m

a

a

m

b

b

a

m

m

a

l alto para s

mo pode se

   0 áreas degradad

co, hídrico, 

egradadas, 

onforme  foi 

em  interval

al,  como  po

otencial gera

medio

alto

alto

medio

aixo

aixo

alto

medio

medio

alto

 serem conv

r visto no G

das avaliadas. 

 e  social,    f

 que corresp

 mencionad

los  numéric

ode  ser  vis

al

vertidas em 

Gráfico 13. 

  foram 

ponde 

do no 

cos  e 

to  na 

 áreas 

Page 253: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 5 Resultados e Discussão 

 

Patricia Mara Sanches  253

 

De acordo com este gráfico, a avaliação mostra que o uso final como área verde é adequado e 

favorável  para  a  maioria  dos  espaços  vazios,  ociosos  e  subtilizados,  uma  vez  que  80% 

apresentam grau potencial de médio a alto.  

As  áreas  que  apresentam  os maiores  valores  (potencial  alto,  em  verde)  é  em  decorrência, 

principalmente, às notas obtidas no grupo ecológico e no grupo hídrico. Do ponto de vista das 

questões  sociais  (uso,  acessibilidade,  mobilidade,  inclusão  e  coesão  social)  todas  as  áreas 

avaliadas apresentam notas semelhantes ou pelo menos sem valores discrepantes (ver anexoII) 

Isso  ocorre  porque  o  raio  de  atendimento  das  áreas  degradadas  são  mais  ou  menos 

homogêneos nas questões de uso do solo, acessibilidade e equipamento de cultura e educação. 

Em  contrapartida,  alguns  dos  indicadores  vistos  no  grupo  ecológico  e  hídrico  não  estão 

vinculados  com  a  região,  e  diz  respeito  às  características  locais,  como  a  presença  de  curso 

d`água,  zonas  de  inundação,  mata  ciliar,  fragmentos  florestais  próximos,  e  as  próprias 

características do terreno, como o tamanho, que  influencia diretamente nos resultados  finais 

(ver anexo II). 

A   Figura  299  apresenta o mapa do  resultado  final do grau potencial das  10  áreas de  serem 

recuperadas e  transformadas em áreas verdes. Percebe‐se que elas são bem distintas entre si 

em  forma,  tamanho  e  localização,  assim  como  em  relação  às  características  específicas  e 

peculiares do entorno imediato, como, proximidade de fragmentos florestais, perfil do público 

alvo, densidade demográfica da vizinhança, presença de córregos e de outras áreas verdes de 

lazer,  entre  outros.  Como  foi  discutido  no  capítulo  3  (Materiais  e Métodos),  a  decisão  de 

escolha e avaliação destes espaços não foi aleatória, pois dessa forma, seria possível analisar e 

discutir diversos cenários. 

É interessante observar que as áreas 61 e 38, avaliadas com alto potencial, apresentam algumas 

semelhanças: possuem dimensões maiores que as demais e se localizam nas regiões periféricas, 

próximo a fragmentos florestais (ver Figura 299 e Figura 292), resultando em uma nota alta no 

grupo ecológico, fazendo com que suas notas finais se elevassem.  

Já as áreas 54 e 34, também avaliadas com potencial alto, não se localizam em áreas periféricas, 

mas em áreas centrais, porém, apresentam notas altas em todos os grupos, principalmente no 

grupo social, resultando em notas finais altas também. 

 

 

Page 254: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

254 De área

 

Figura 299. Ma 

as degradadas a 

apa do grau de p

 espaços vegetad

potencial das 10 á

dos 

áreas degradadaas amostrais em  São Bernardo do Campo.  

Page 255: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 5 Resultados e Discussão 

 

Patricia Mara Sanches  255

 

As  áreas  18  e  19,  avaliadas  com  potencial  baixo,  perderam  nota  principalmente  no  grupo 

ecológico e hídrico, pois possuem dimensões pequenas em relação às demais, não apresentam 

cursos d água, vegetação significativa, sendo que na área 18  há construções, e, portanto, uma 

grande  superfície  impermeabilizada.  Do  ponto  de  vista  social,  as  construções  e  galpões 

abandonados deste  local não  seriam  visto  como desvantagem  e  sim motivos de  atração  aos 

usuários,  uma  vez  que  diversas  atividades  lúdicas,  de  educação  ambiental,  feiras  e  eventos 

poderiam ocorrer no local. Entretanto, as notas obtidas no grupo social não foram suficientes 

para alcançar uma nota final mediana. 

Após a avaliação do potencial das áreas degradadas, foi avaliado o potencial de uso como área 

verde  (social ou ambiental). O potencial social é  resultado da soma do  total do grupo social 

com a metade do valor hídrico. O potencial ambiental é resultado da soma do total do grupo 

ecológico com a metade do valor do grupo hídrico. Na   Tabela 27 há o resultado  final das  10 

áreas, lembrando que a nota máxima de ambos potenciais é 1,5. 

Tabela 27. Notas finais do potencial social e do potencial ambiental das 12 áreas degradadas avaliadas. 

Áreas degrada-das avaliadas

Potencial Social Grupo social+ (hidrico/2)

Potencial Ambiental Grupo ecológico + (hidrico/2)

62 0,78 0,28

54 1,07 0,95

38 1,12 1,43

58 1,01 0,82

19 0,51 0,21

18 0,71 0,27

34 1,04 1,05

41 0,77 0,57

20 0,79 0,90

61 0,98 1,15  

Os valores foram plotados no Gráfico 14, cujo eixo X é o potencial social e o eixo Y é o potencial 

ambiental.  Este  gráfico  sintetiza  todas  as  informações  e  através  dele  é  possível  extrair  o 

potencial de uso predominante de cada área avaliada. A  

Tabela 28 organiza os dados extraídos do gráfico. 

Page 256: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

256 De área

 

Gráfico 14. GráfCada ponto noeixo y (potenci

 

Tabela 28. Valo 

Áreas de-gradadasavaliadas

62

54

38

58

19

18

34

41

20

61

 

Das  10  áre

ambiental, 

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

Potencial de ambiental

as degradadas a 

fico do grau de po gráfico (quadraial ambiental), e

or final do poten

-s s

Potsoci

eas  avaliada

 conforme o

0,00 0,2

Ambien

BAI

Socioam

 espaços vegetad

 potencial e poteado rosa) represe  seu número de

ncial social e pot

tencial Sociaial + hídrico/2

0,78

1,07

1,12

1,01

0,51

0,71

0,97

0,77

0,79

0,98

s,  50%  apre

 o Gráfico 15.

20 0,40

ntal

XO

mbiental 1

dos 

encial de uso dasenta uma áreas e identificação a

tencial ambienta

l 2)

PoEco

esentam po

. O mapa  d

0,51; 0,2

0,60

Poten

MÉDIO

1819

s áreas degradad degradada, com ao lado. 

al para a futura 

otencial Ambiológico + (hídr

0,28

0,95

1,43

0,82

0,21

0,27

1,08

0,57

0,90

1,15

otencial de 

a Figura 300

0,78; 0

210,71; 0,27

0,77; 0

0,79; 

0,80

ncial Social

6

20

41

62

das avaliadas.  m seus respectivo

 área verde. 

ental rico/2)

P

 uso  social, 

0 expõe este

0,28

1,07

1

1,01; 0

1,04;

0,57

0,90

0,98; 1,1

1,00 1

ALTO

38

61

34

54

58

os valores no eix

otencial de uminan

Socia

socio-amb

Ambien

Socia

Socia

Socia

socio-amb

Socia

socio-amb

Ambien

  30%  socioa

e resultado e

7; 0,95

1,12; 1,43

0,82

1,05

15

1,20 1,40

Socia

  

xo x (potencial s

uso predo-nte

al

biental

ntal

al

al

al

biental

al

biental

ntal

ambiental  e

 espacialmen

0

al

 social) e 

e  20% 

nte.  

Page 257: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Gráfico 

Uma

maio

totalm

perte

em  c

que a

Entre

apres

não t

geral

 

  Gráficoalto po

ti

s

vocação da

o 15. Potencial d

a  das  prová

oria  das  ár

mente urba

encem, em 

consideração

 a ambiental

etanto, quan

sentam pote

 tem tanta r

l médio tem

o 16. Representaotencial respecti

social50%

ipo de uso/

social75%

as áreas com 

de uso das áreas 

áveis  explica

reas  avaliad

anizada, mu

 geral, as cla

o  fazem  co

.   

ndo analisad

encial de us

epresentativ

m predominâ

atividade dos tipivamente. 

a

/vocação da

socio‐ambiental

25%

 médio poten

 degradadas. 

ações  para 

das  se  enc

uito bem con

asses econô

m que  a  vo

das apenas 

so ambienta

vidade nest

ância do uso

pos de uso (ambi

socio‐ambiental

30%

ambiental20%

a área verde

mé40

baixo20%

ncial

  a  predomi

contra  em 

nectadas, p

ômicas med

ocação  soci

 das áreas co

al ou sócio‐a

te segmento

o social (75%

 

iental,social e só

e

édio0%

o%

ambiental50%

vocação das

inância  do 

  regiões  co

rovida de in

dia‐baixa e b

ial  seja  inev

om alto pote

ambiental, o

o. Já as área

%), de acord

ócio‐ambiental) 

alto40%

sociambie

50%

s áreas com a

 

  potencial  d

om  densida

nfra‐estrutu

 baixa. Todo

vitavelmente

encial, 50% 

 ou seja, a vo

s que apres

do com os gr

 para áreas degra

io‐ental%

lto potencial

Resulta

Patric

de  uso  soci

ade  demog

ura, cujas co

os estes  fato

e mais  repr

 destas área

ocação para 

sentaram um

ráficos segu

 

radadas avaliada

l

CAPÍTULO 5ados e Discussão

cia Mara Sanche

ial  é  que  a

gráfica  alta,

omunidades

ores  levados

resentativas

as amostrais

 o uso social

m potencial

uintes. 

as com médio e  

5 o  

s  257

 

Page 258: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

258 De área

 

Figura 300. Ma 

A classifica

vez que  id

socioambie

as degradadas a 

apa do potencial

ação por tip

entifica as á

ental),  e  ide

 espaços vegetad

l de uso das 10 ár

o de uso da

áreas degra

entifica  as 

dos 

reas degradadas

as áreas verd

dadas que p

  áreas  de  po

s amostrais em S

des (social o

 preenchem 

otencial mé

 São Bernardo do

 ou ambienta

 ambos os r

édio,  algum

o Campo. 

al) se torna i

 requisitos (p

a  das  quais

 importante

potencial d

s  não  devam

 

, uma 

de uso 

m  ser 

Page 259: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 5 Resultados e Discussão 

 

Patricia Mara Sanches  259

 

descartadas, pois tem um valor no grupo social alto. Essa conclusão pode auxiliar nas tomadas 

de decisão e até na transformação de áreas que não eram alvos e nem estavam nos planos de 

requalificação dos órgãos públicos, por não serem consideradas aparentemente, importantes. 

 

Mapas semelhantes aos apresentados  na Figura 299 e Figura 300 podem auxiliar planejadores, 

gestores,  arquitetos  e  urbanistas  no  direcionamento  dos  investimentos  públicos  e  privados 

para  recuperação de determinadas áreas degradadas, de  forma mais  segura e  fundamentada. 

Uma vez definido os objetivos e os interesses comuns, os mapas auxiliam na escolha das áreas‐

alvo.  

Assim, as áreas degradadas avaliadas com alto potencial e vocação para uso ambiental são as 

mais adequadas quando a intenção do empreendedor ou do órgão público na recuperação de 

uma  área  degradada  envolve mais  uma  preocupação  ambiental,  nos  sentido  de  reduzir  as 

enchentes, melhorar  a  qualidade  das  águas,  aumento  da  conectividade  dos  fragmentos  de 

matas e da biodiversidade. Da mesma forma, as áreas degradadas avaliadas com alto potencial 

e  vocação para um uso  social  são  as mais  indicadas quando  a demanda  está  voltada para  a 

priorização da melhoria social, como aumento da coesão social,  identidade  local, redução da 

criminalidade,  diminuição  de  ocorrências  de  doenças  que  possa  ser  minimizadas  com  a 

presença de  áreas  verdes  e diminuição do déficit de  equipamentos de  lazer  e  recreação. No 

entanto, se a  intenção é tentar atuar nas duas  frentes,  já que as questões ambientais daquela 

região são tão importantes quanto às questões sociais, as áreas degradadas avaliadas com alto 

potencial e vocação para uso socioambiental são as mais prioritárias.  

Além dos tipos de uso de áreas verdes mais adequados, os benefícios a curto, médio e  longo 

prazo para cada objetivo proposto devem ser contabilizados. Muitas vezes  locais degradados 

avaliados com alto potencial necessitam de um investimento inicial alto e os benefícios serão 

colhidos a  longo prazo, ao passo que, podem existir  locais com potencial médio com custo‐ 

beneficio maior. 

Outros fatores, como financeiros e técnicos relacionados à gestão e concretização das ações e, 

que não  foram embutidos na  ferramenta de avaliação, são determinantes na escolha  final de 

recuperação de uma área degradada, tais como: 

proprietário (público ou privado): Se for de propriedade pública, a negociação entre órgãos 

e a viabilização para recuperação e conversão em uma área verde é mais facilitada. Já para a 

aquisição de propriedades privadas pode surgir dificuldades e entraves, não só pelo custo, 

mas  também  se  a  área  total  avaliada  pertence  a mais  de  um  proprietário,  e  se  existem 

divergências de interesses de usos para aquele local entre os proprietários.  

Page 260: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

260 De área

 

Valor  d

especul

degrad

refletirá

presenç

encarec

investig

de form

5.5 ANÁ

As 10 áreas

para São B

forma a tec

e fracos do

As etapas d

do  grau po

gráfico de p

Gráfico 17. ResuGráfico 18. Resu 

 Gráfico 19. Resu 

Apesar  de 

Glasgow se

40%

2

Métod

Método

as degradadas a 

  do  terreno 

lação  imob

adas será um

á no custo d

ça ou não d

cer  o  custo 

gação do ris

ma a escolhe

ÁLISE ME

s degradada

Bernardo do

cer uma aná

o método de

 de avaliação

otencial das

 pizza, como

ultado do grau pultado do grau p

ultado do grau p

 muitos  ind

erem aprove

400%

o adotado S

60%

10%

o Glasgow

 espaços vegetad

  (custo  do 

biliária  que 

m fator imp

 de aquisição

de contamin

  total  da  re

sco de conta

er a melhor 

ETODOL

as amostrais

o Campo (SB

álise compa

esenvolvido.

o pelo méto

s  10  áreas  a

o mostra a s

 potencial das áre potencial das áre

 potencial das áre

dicadores  p

eitados para

0%

SBC

30%

dos 

 m²):  Essa  q

  influencia 

portante, po

o da área. 

nação: O pro

ecuperação,

aminação de

 opção de cu

LÓGICA

s foram aval

BC), como t

rativa entre

   

odo de Herb

avaliadas  em

eguir. 

eas degradadas seas degradadas s

 

eas degradadas s

provenientes

a compor o n

alto

médio

baixo

  questão  est

  na  valoriza

ois ela pode

ocesso de re

,  e  às  vezes

eve ser feito

usto‐benefíc

COMPA

liadas não s

 também pe

e eles, e prin

bst e de Gla

m  cada mét

 segundo o méto segundo o méto

 segundo o méto

s  das  referê

 novo métod

3

30%

Método 

tá  intimame

ação  da  ter

rá ser mais 

emediação d

s  até  inviab

o e as técnic

cio. 

RATIVA

 só pelo mét

lo método 

ncipalmente

asgow estão 

todo  foram 

odo desenvolvidoodo de Herbst. 

odo de Glasgow 

ências meto

do, os result

30%

%

Herbst

ente  ligado 

ra.  A  locali

 valorizada 

 de áreas con

bilizar  o  pro

cas de remed

odo adotad

 de Herbst e

e identificar 

 no anexo I

  apresentad

 o para São Berna

 e Clyde Valey. 

odológicas  d

tados finais 

40%

o  com  a  açã

ização  das 

 ou menos, 

ntaminadas 

ojeto. Por  is

diação estud

do nesta pes

 e de Glasgo

r os pontos f

 III. Os resul

dos  em  form

  ardo do Campo

 

de Herbst 

 foram um p

ão  da 

  áreas 

 o que 

 pode 

sso,  a 

dadas 

squisa 

w, de 

 fortes 

ltados 

ma de 

  e    de 

 pouco 

Page 261: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 5 Resultados e Discussão 

 

Patricia Mara Sanches  261

 

distintos  entre  si.  Os  resultados  provenientes  do  método  para  SBC  apresentou  70%  de 

similaridade com os do método de Herbst (dos 10 resultados, 7 foram iguais) e 40% com os de 

Glasgow.  Já  os  dois  últimos  métodos  apresentam  50%  de  semelhança  entre  si.  Uma  das 

justificativas para estas diferenças são os parâmetros adotados para cada indicador e como as 

respostas  (sejam qualitativas ou quantitativas)  são valoradas, a  fim de  se chegar a uma nota 

final. 

O Gráfico 17 revela que o resultado do método adotado para SBC aparenta ser o mais otimista, 

com  a maior  porcentagem  de  áreas  degradadas  amostrais  com  potencial  alto  e médio  para 

conversão em áreas verdes (40% e 40% respectivamente); em segundo lugar, está o de Herbst 

(40%  e  30%,  respectivamente)  e  por  último,  o  método  de  Glasgow  (10%  e  60% 

respectivamente).  Provavelmente,  este  cenário  otimista  revelado  pelo método  adotado  para 

SBC deve, principalmente, ao grupo social, que é muito mais explorado e contém muito mais 

critérios  e  indicadores  do  que  as  referências metodológicas,  e  dessa  forma,  alavancaram  as 

notas finais.  

Apesar dos  resultados do método adotado para SBC  ter 70% de  semelhança ao de Herbst, o 

propósito da avaliação deste último é um pouco diferente, pois  tem o  foco no potencial das 

áreas degradadas enquanto habitat natural, e como população urbana poderia desfrutar desses 

locais, ou seja, quanto maior o valor ecológico da área degradadas, maior seu potencial final. Já 

no método adotado para SBC, se a área não tiver nenhum valor ecológico, e ainda sim atingir 

uma pontuação muito alta para os critérios do grupo social, sua importância não é menor e seu 

grau potencial permanece alto. 

Em vista do resultado apresentado no  

Gráfico 19, o método de Glasgow  aparenta ser mais exigente em seus critérios de avaliação que 

os  outros  métodos.  Apenas  10%  das  áreas  degradadas  possuem  potencial  alto  para  ser 

convertida  em  uma  área  verde.  Curioso  notar  que muitos  critérios  do método  de Glasgow 

foram  utilizados  para  o  novo  método  proposto  para  SBC,  porém,  como  mencionamos 

anteriormente, os parâmetros adotados e valoração das respostas foram distintas, sendo fatores 

determinantes para o resultado final.  

Aliado  a  isso,  este  método  propõe  uma  gradação  do  potencial  final  mais  detalhada  com 

potencial  alto, médio  alto, médio  baixo  e  baixo,  ou  seja,  são  5  classificações  e  não  3  (alto, 

médio, baixo), como nos outros dois métodos. Contudo, a fim viabilizar a análise comparativa, 

a  classificação  foi  simplificada,  e  o  potencial médio‐alto  e médio  baixo  foram  considerados 

como  potencial médio,  totalizando uma  quantia  significativa de  60%. De  certa  forma, duas 

Page 262: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

262 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

áreas  degradadas,  que  tenham  notas  de  um  potencial  alto,  foram  colocadas  na  categoria 

potencial médio, mesmo  grupo  daquelas  áreas  que  estão  próximas  a  um  potencial  baixo. 

Portanto,  essa  questão  deve  ser  relativizada  quando  analisarmos  comparativamente  os 

resultados metodológicos. 

A  tabela abaixo expõe os  resultados do grau potencial de cada área avaliada através dos  três 

métodos, auxiliando em uma análise mais detalhada. 

Tabela  29. Resultado do grau potencial das  10    áreas degradadas    amostrais, de  acordo  com os  três métodos:  adotado  em São Bernardo, Herbst e Glasgow.  

Áreas degradadas avaliadas

Método adotado p/ SBC grau potencial

Método Herbst grau potencial

Método Glasgow grau potencial

62 médio baixo baixo

54 alto alto alto

38 alto médio médio

58 médio médio médio

19 baixo baixo médio

18 baixo baixo baixo

34 alto alto médio

41 médio alto médio

20 médio médio baixo

61 alto alto médio

 

De acordo  com a Tabela 29, as áreas melhor avaliadas pelo método desenvolvido para SBC, 

considerando os resultados dos dois métodos de referência, foram: em primeiro lugar a área 54 

(Pery Ronchetti)  com potencial  alto pelos  3 métodos;  em  segundo  lugar  a  área  34  (Av.  São 

Paulo) e 61(Galvão Bueno) com potencial alto pelo método SBC e Herbst; e em terceiro lugar, a 

área 38 (Maciço do Bonilha) com potencial alto apenas pelo método SBC. 

A diferença de resultado da área 38 pelo método SBC em relação aos métodos de referência é 

em razão das notas altas no grupo ecológico (ver anexo), e da nota mediana (0,62) no grupo 

social. Esta ultima  foi mantida com esse valor graças ao critério “inclusão e coesão social”,  já 

que  a  área  se  localiza  próximo  a  favelas,  com  predominância  de  comunidades  carentes, 

inclusive de áreas verdes, e com baixo poder aquisitivo (Figura 296 e Figura 297).  

Pela  avaliação  do  método  de  Herbst,  a  área  38  se  encontra  na  4ª  posição  na  ordem  de 

importância.  As  variáveis  que  impediram  o  alcance  de  uma  nota maior  foram  exatamente 

aquelas  relacionadas ao uso pela comunidade, na situação como ela se encontra atualmente, 

Page 263: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

CAPÍTULO 5 Resultados e Discussão 

 

Patricia Mara Sanches  263

 

como baixa acessibilidade e falta de segurança. Essas conclusões decorrem do fato que a área 

tem grandes dimensões, relativamente afastada da urbanização  formal, e com  fragmentos de 

mata  fechada.  A  grande  diferença  aqui  é  que  o  método  de  Herbst  não  prevê  grandes 

intervenções futuras na área e a avalia diante das condições atuais e o que ela pode oferecer de 

benefícios  da  forma  como  ela  se  encontra.  Já  o método  proposto  e  adotado  para  SBC  não 

descarta  a  possibilidade  de  intervenção  tanto  na  recomposição  de  sua  biota,  como  em 

melhorias de  infra‐estrutura e de gestão da área. Diante desse olhar distinto, a  insegurança e 

inacessibilidade, destacada em Herbst, não são vistos com tantas ressalvas no método adotado 

para SBC. 

Além disso, os fatores sociais, ligados a inclusão e coesão social, que promoveram a valorização 

da  área  38,  não  foram  identificados  nos  outros  dois métodos,  uma  vez  que  no método  de 

Herbst não há um critério com esta abordagem, e no método de Glasgow, apesar de haver o 

indicador “proximidade com áreas socialmente vulneráveis”, este  foi excluído da avaliação,  já 

que exigia dados e parâmetros muito específicos, não possíveis de serem  respondidos para o 

caso de São Bernardo do Campo, por  falta de dados secundários. Mesmo assim, a área 38  foi 

avaliada pelo método de Glasgow como a 2ª com maior potencial (classificação “média –alta”, e 

considerada como “média”, nesta pesquisa, para fins de  simplificação). 

Outro  resultado discrepante  foi a área 62  (Samuel Aizemberg)  (ver Figura 247, Figura 248 e 

Figura 249), avaliada pelo método adotado na pesquisa como um  local com médio potencial 

para conversão em área verde, porém, nos outros dois métodos, o local foi avaliado com baixo 

potencial.,  conforme  a Tabela  29. No método de Herbst,  cujo  resultado  final  é  fruto de um 

sistema de  ranqueamento, a área 62  ficou em 6º  lugar,  só perdendo para a área  18  e  19. No 

quesito  potencial  de  vivenciar  e  ter  maior  contato  com  a  natureza  (um  dos  critérios  do 

método), estes  três  locais (62,  18 e  19) obtiveram as notas mais baixas, sendo um dos  fatores 

determinantes para a  redução da nota  final. Tanto no método de Herbst, quanto nos outros 

dois métodos, as características da área 62, como,  tamanho  reduzido da área, a ausência de 

vegetação e de curso d’ água e conseqüentemente seu baixo valor ecológico, fizeram com que o 

local obtivesse um valor baixo nos critérios relacionados às questões ambientais e ecológicas. 

No entanto, na metodologia adotada em SBC, a área 62 obteve a nota mais alta do grupo social 

(Anexo II), devido, principalmente, a proximidade com a área comercial,  facilidade de acesso 

por transporte público e possibilidade de extensão da praça existente, compensando, assim, a 

defasagem  nos  outros  grupos  (ecológico  e  hídrico)  e  alcançando  um  grau  potencial  final 

médio. 

Page 264: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

264 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

No método desenvolvido para SBC, todos os critérios e indicadores do grupo ecológico, hídrico 

e social foram explorados de forma equilibrada, para que, quando as áreas degradadas fossem 

avaliadas, todas as características intrínsecas de cada local pudessem ser reveladas, ressaltadas 

e valorizadas. O  recurso da diferenciação em  tipos de uso da área verde  (ambiental, social e 

socioambiental),  permitiu uma  clareza na dimensão das  potencialidades  que  os  outros dois 

métodos não trouxeram, evitando assim, uma avaliação tendenciosa ou priorização do aspecto 

social  em  detrimento  do  ambiental,  e  vice‐versa.  Ou  seja,  foram  lançadas  perguntas  que 

cobriam um amplo leque de assuntos para que as áreas degradadas pudessem ser interpretadas 

de forma mais fiel à realidade e ao contexto em que estão inseridas. 

Diante  dos  casos  avaliados,  o método  adotado  para  SBC  apresentou  uma  percepção mais 

apurada  e  refinada,  com  a  interpretação  e  avaliação  da  realidade  local  de  São  Bernardo  do 

Campo,  conseguindo,  assim,  captar  as  nuances,  demandas  e  problemas,  potencialidades  e 

direcionando as prioridades.  

Como as áreas 54, 34, 61 e 38 foram as melhores avaliadas entre as 10 amostrais, em consenso 

com os três métodos, foi feita uma análise individual e mais detalhada dos potenciais de cada 

uma,  ressaltando  as  relações  com  o  entorno  e  lançando  algumas  diretrizes  e  sugestões  de 

intervenção para projetos paisagísticos nos locais. 

Area 54- Pery Ronchetti

As áreas verdes da Av. Pery Ronchetti,  lineares ao córrego e nas encostas da avenida estão 

localizadas em um  importante eixo que conecta as zonas periféricas do sudeste da cidade, 

como  a  favela  da  Vila  São  Pedro,  com  o  centro  de  São  Bernardo  e  com  os  principais 

terminais intermodais da cidade (rodoviário e de trólebus), como pode se observar no mapa 

da Figura301.  É também uma das principais vias de acesso da região à rodovia Anchieta, que 

interliga a São Paulo. Já existe um trecho de ciclovia recentemente construída, porém, que 

abrange apenas as três primeiras quadras da avenida, próximo aos terminais. Dessa forma, se 

evidencia  a  vocação  potencial  de  mobilidade  urbana  nestas  áreas  verdes,  podendo 

proporcionar rotas aos pedestres e ciclistas mais agradáveis, em meio à vegetação. 

Page 265: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Figura3de aces 

Além

cujas

escal

Mun

de  r

aban

Figur

304),

paisa

A  in

amor

Trab

jardin

perm

prote

301. Mapa do eixsso a Anchieta (

m do fluxo d

s cabeceiras

la maior, ob

icipal. Para 

retenção  (

ndonado.Fon

ra  305). Ver

, algumas d

agístico.  

tensificação

rtecimento 

alhar na esc

ns de chuva

meabilização

eção e qual

xo da Pery Ronc  sentido São Pau

de pessoas, é

s se encontr

bservam‐se a

 minimizar 

piscinão) 

nte: foto da 

rifica‐se  tam

enominada

o  e  adensam

 da  vazão d

cala da micr

a, biovaleta

o  das marge

idade ambi

chetti, ligação enulo). No pequeno

 é um eixo q

ram no mor

 as áreas inu

 a ocorrênci

(.  Uma  d

 autora. 

mbém algum

s praças qu

mento  das 

das  águas da

rodrenagem

as,  são algun

ens  e  sua  a

iental ao  lo

ntre o núcleo do mapa ao lado,

que conduz 

rro da favela

undáveis (em

ia de enchen

das  praças 

mas áreas v

ue tem total 

  áreas  verd

a  chuva,  im

m, com alaga

ns compone

acessibilidad

cal, além d

a favela São Ped há a localizaçao

 as águas do

a São Pedro

m azul claro

ntes na regi

  da  av.  P

verdes aban

 possibilida

es  podem 

mpedindo  as

ados constru

entes desta 

de  à  comun

de despertar

dro ao centro, aoo da área do estu

o córrego Sa

. No mapa 

) próximo a

ão, foi const

Pery  Ronch

donadas  (ve

ade de ser in

  contribuir 

s  recorrente

uídos, bacia

 estratégia 

nidade    gar

r maior  con

Resulta

Patric

os terminais intudo de caso. 

aracantan (F

 da Figura 3

 aos terminai

struído um r

hetti  em 

ver Figura 3

ncorporadas

  na  retenção

es  inundaçõ

as de detenç

 paisagística

rantem mel

nscientizaçã

CAPÍTULO 5ados e Discussão

cia Mara Sanche

termodais e rota

Figura 306),

302 em uma

is e ao Paço

 reservatório

  estado  de

03 e Figura

s neste eixo

o  e 

ões. 

ção, 

a. A 

hor 

ão e 

Localizaçao da

5 o  

s  265

área

Page 266: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

266 De área

 

percepção 

fluvial.  

 

Figura 302.Mapentorno. 

Figura 303.EscoFigura 304. UmFigura 305. Ima

 

Figura 306 e Fi 

Muitos dos

foram apre

podem ser 

construído

as degradadas a 

 das respon

pa com maior d

ostas com vegetama das praças daagem aérea do p

gura 307. Perfil 

s projetos d

esentados n

 aplicados n

os  próximo 

 espaços vegetad

sabilidades 

etalhe da Av Pe

 açao arbustiva aa av. Pery Ronch piscinao da Av. P

 do córrego Sara

de áreas deg

no capítulo  1

 no contexto

  ao  rio  de  L

dos 

 de preserva

ry Ronchetti, ap

 abandonadas . Fohetti em estado d Pery Ronchetti. F

  acantan, na Av. P

gradadas rec

  1, são vistos

o de São Ber

  Los  Angele

ação e  inclu

pontando as áre

onte: foto da au de abandonado. Fonte: Google E

 Pery Ronchetti. 

cuperadas e

s aqui como

rnardo do C

s  (Figura  3

usão dos cid

as verdes existe

 utora. Fonte: foto da aEarth, 2010. 

 Fonte: foto da a

 e transform

o exemplos 

Campo, com

08)  e  de D

dadãos na p

ntes e outros eq

utora. 

utora. 

ada em área

 de sucesso,

mo por exem

Don  Valley 

 paisagem 

quipamentos  e 

 

 

as verdes, q

, cujos conc

mplo, os alag

  Brick Work

  usos do 

 que  já 

ceitos 

gados 

k,  em 

 

Page 267: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Toro

inter

Lou_

Botân

Figura Figura 

 Figura Checa.

Figura  

nto  (Figura

rvenções pa

_ná,  na  Rep

nico, São Pa

 308. Alagados c 309 Alagado co

 310 e Figura 311. Fonte: Arquitet

 312 e Figura 313

a  309).  A 

isagísticas d

publica Che

aulo (Figura

 construídos no Sonstruído no par

1. Intervenções dtura da Paisagem

. Rio Pirarungáu

  maior  pro

 de  requalifi

eca  (Figura 

a 312 e Figur

State Historic Parque Don Valey B

 de requalificaçãm: Água, 2006. 

ua revitalizado, J

oximidade 

cação das m

  311  e  Figur

ra 313). 

 ark junto ao rio  Brick Work, Tor

 ão paisagística e 

  Jd. Botânico SP, 

do  rio  com

 margens do 

a  312)  e  do

 Los Angeles. Foronto. Foto da a

e acessibilidade 

 que antes estav

m  a  popula

 córrego, co

o  córrego  Pi

nte: LARRMP, 2autora.  

 ao Rio Lou_ná, 

va canalizado e f

Resulta

Patric

ação  é  gar

omo o exem

irarungáua,

 2007. 

  cidade de Litom

 fechado. Foto da

CAPÍTULO 5ados e Discussão

cia Mara Sanche

rantida  em

mplo do  rio

,  no  Jardim

 

 my_I, República

 a autora. 

5 o  

s  267

Page 268: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

268 De área

 

Area 61 –

A área 61 (c

Bueno,  con

rodovia  Im

mananciais

solo expost

Figura  318)

oeste  (Figu

incorporad

 A  acessibi

ônibus que

que as prin

 Figura 314. Ma 

Apesar de 

parte das r

toda porçã

população 

as degradadas a 

– Galvão B

contornada 

ntinuação  d

migrantes,  c

s. A área av

to (  

),  entretant

ura  317) e a

dos em um p

ilidade  por 

e passam em

ncipais estão

apa detalhado da

  a  avaliação

 residências, 

ão norte das

  local. Essa 

 espaços vegetad

Bueno

 pela linha p

da Av. Mari

constituindo

valiada apre

to, há  rema

o  sul da ár

 projeto de re

  transporte 

m  ruas  loca

o concentrad

a área 61 – Galva

o  revelar um

 inclusive as

s áreas degr

  relação  fica

dos 

 pontilhada v

ia  Servidei 

o  uma  impo

senta veget

anescentes  f

ea  (em dire

evitalização

  público  ao

ais  (linhas d

das na estra

ao Bueno e entor

m  caráter  am

s principais 

adada (man

a bem clara

 vermelha n

 Demarchi, 

ortante  via 

tação em es

  florestais  ad

eção a  repre

o e restauraç

o  local  não 

 de ônibus  c

ada Galvão B

rno. 

mbiental  (p

 favelas, se e

ncha marrom

a quando  se

na Figura 314

  e  interliga 

  de  acesso 

stágio de ca

djacentes  em

esa Billings

ção. 

  é  facilitada

circular  repr

 Bueno.  

potencial de

 encontra a n

m) tem uma

e observa o 

4) situa‐se n

  a  rodovia 

  às  residênc

poeira e, em

m  estágio d

), que  tem 

a,  pois  há  p

resentadas 

e uso) para 

 norte. Porta

a vocação d

 mapa da F

 na estrada G

 Anchieta  c

cias,  às  áre

m alguns po

de  regenera

 potencial d

  poucas  linh

 em  roxo),  s

a  a  área,  a m

anto, nota‐s

 de utilização

Figura 315,  s

Localizaç

Galvão 

com  a 

as  de 

ontos, 

ação  a 

 de  ser 

has  de 

  sendo 

 

 maior 

se que 

o pela 

  sendo 

çao da área

 

Page 269: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

possí

uso  e

repre

à  pro

indus

preoc

Fazen

E” no

área 

321). 

resid

comp

  Figura  

Figura Figura Figura 

ível lançar a

  e  ocupação 

esenta a por

oximidade 

striais  e  os 

cupação com

ndo uma an

o Rio de Jan

 de solo exp

 O  interess

dencial,  alia

patíveis nes

 315. Mapa detal

 316. Imagem da 317. Imagem da 318. Porções de 

 as primeiras

 do  solo do

rção de área

  com  as  áre

  fragmento

m sua restau

nalogia com

neiro é um b

posto (Figur

sante  foi  a 

ando  ainda 

te caso, e qu

lhado do uso do 

a chácara ao ladoa área 61 vista da solo exposto na

s diretrizes 

o  entorno. A

a degradada

eas  residen

s  florestais,

uração e con

m os diversos

bom exempl

ra 319) que f

  idéia  de  us

  a  preocup

ue devem se

 solo do entorno

 o da área 61. Fona rua. Foto da aua área 61. Foto da

 de uso e zo

 Assim, den

a que tem m

nciais.  Já  a 

,  sugerindo

nexões ecol

s projetos ap

lo de área de

 foi restaura

so misto:  á

pação  com 

ervir como r

o da área 61 junt

nte: Prefeitura dutora.  a autora. 

oneamento 

ntro da  área

maior potenc

  mancha  ve

o  assim,  um

ógicas. 

presentados

egradada qu

ada com esp

área  de  laze

  a  preserva

 referência p

to a imagem aér

de São Bernardo 

 da área deg

a  pontilhada

cial de uso p

erde  tem  in

m  uso meno

s no capitulo

ue tinha pou

pécies nativa

er,  recreaçã

ação  ambie

para a área 6

ea. 

  do Campo. 

Resulta

Patric

gradada, em

a,  a manch

 pela popula

nterface  co

os  intenso, 

o 1, o Parqu

uca vegetaç

as (Figura 3

ão  com  o  c

ental,  usos 

 61 – Galvão B

CAPÍTULO 5ados e Discussão

cia Mara Sanche

m função do

ha  vermelha

ação, devido

m  as  áreas

  com maior

ue da “Gleba

ão e grande

320 e Figura

condomínio

  totalmente

Bueno. 

 

  

5 o  

s  269

Page 270: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

270 De área

 

Figura  319.  VisCHACEL,F., 20Figura 320. VisFigura 321. Área

Area 34 –

De  acordo 

Anchieta, p

e o eixo co

área,  foi  a

Federal do 

públicos só

uso potenc

pode se faz

por  diversa

Kennedy, e

oeste  como

dentro da p

consolidar 

densa de v

escuro  na 

universidad

as degradadas a 

sta  aérea  da  ár001. ta aérea da áreaa revegetada com

– Av. São

  com  o ma

 próximo ao 

omercial da 

anunciada  a

 ABC (UFAB

ó vem a som

cial  socioam

zer presente

as  opções  d

 e das áreas 

o  a  leste  d

 proposta de

 um uso ma

 vegetação d

  Figura  322)

de. 

 espaços vegetad

  ea  degradada  o

a recuperada, comm espécies do ec

Paulo

apa da    Figu

 ginásio Pol

 Av. Kenned

a  construção

BC) que ocu

mar com a p

mbiental  rev

e em torno d

de  linhas  d

 comerciais 

a  área  34  n

e áreas verde

ais esportivo

e preservaç

)  e  servindo

dos 

onde  hoje  se  en

m o parque impcossistema local

ura  322,  est

iesportivo e

dy. Durante

o  do  camp

upará parte 

 proposta de 

velado na av

 de todas as 

e  ônibus,  a

 ao redor re

não  serão  o

es. Devido à

o para a por

ção, conecta

o  como  áre

ncontram  um  c

plantado. Fonte: l.Foto da autora

ta  área  está

 e ao Parque 

e a pesquisa

pus  de  São 

 da área 34.

 uma área v

avaliação. O

 edificações

a  proximida

eforçam a v

ocupadas,  p

 à proximida

rção leste e 

ando com u

ea  de  estud

  condomínio  resi

 CHACEL,F., 200a. 

á  encravada

 Rafael Lazu

a e  levantam

  Bernardo  d

 Esse novo 

 verde no loc

Ou  seja, o pa

s e estrutura

ade  da  rodo

 vocação par

portanto,  es

de com o gi

 na outra po

um  fragmen

o  e monito

idencial  e  Parqu

01 

a na  área ur

uri, entre a r

mento das c

do  Campo 

 uso já defin

cal, compati

apel  social 

as da univer

ovia Anchie

a uso. Tant

tão  livres  p

inásio polies

onta, a oeste

nto  florestal 

oramento  pa

que  da  Gleba  E.

rbana, no  b

 rodovia Anc

 característic

  da  Univers

nido pelos ó

ibilizando c

 das áreas v

rsidade. O a

eta  e  da Av

to a extrem

  para  outros

sportivo, po

e, uma área

l ao norte  (

ara  pesquis

 .  Fonte: 

  bairro 

chieta 

cas da 

idade 

órgãos 

 com o 

verdes 

 acesso 

venida 

midade 

s  usos 

oderia 

a mais 

verde 

sas  da 

Page 271: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Figura   

Apes

34 es

um  p

ampl

(Figu

como

Figura  

 322. Mapa deta

sar de já hav

stá inserida 

  parque  grad

la aberta, e 

ura 323 a Fi

o ambiental

 323 e Figura 324

lhado da área 34

ver um parq

 e as caract

deado,  bem

 a vegetação

igura 325), p

l.  

4. Imagens da ár

4 – Av. São Paulo

que urbano (

erísticas atu

m  urbanizad

o  floresce d

 permitindo 

rea 34 ‐ Av. São 

o e entorno. 

 (Pq. Rafael L

uais delineia

do  e  com  ve

de  forma es

 um uso m

  Paulo. Fotos da 

 Lazuri), a po

am uma voc

egetação  or

pontânea c

isto,  tanto 

 autora. 

oucos metro

cação difere

rnamental. A

om áreas em

 educaciona

Resulta

Patric

os, o contex

ente, pois o

 A  área  34 

m regenera

al, cultural e

CAPÍTULO 5ados e Discussão

cia Mara Sanche

xto que área

o primeiro é

  é  generosa,

ação natural

 e esportivo,

 

Localizaçao da á

5 o  

s  271

 

é 

área

Page 272: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

272 De área

 

Figura 325. Are

Area 38-

A  área  38 

gramíneas 

Figura 330.

mata  atlân

Parque do 

São Bernar

ecológica e

a expansão

Figura 326. Ma

as degradadas a 

ea 34 ‐ Av. São P

Maciço do

  faz  divisa 

 em estágio 

. De acordo

ntica  que  se

 Pedroso em

rdo, que pod

 e preservaçã

o urbana, co

apa detalhado da

 espaços vegetad

aulo vista da rua

o Bonilha

  com  o mu

 de regener

o com o map

e  estendem

m Santo And

de ser incor

ão dos man

onforme apr

a área 38 – Maciç

dos 

a. Fonte: Google

unicípio  de 

ração. O pon

pa da Figura

m  até  a  repr

dré, e a outr

rporado a á

anciais, con

esentado na

ço do Bonilha e 

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Page 273: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

 

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CAPÍTULO 5ados e Discussão

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Page 274: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

274 De área

 

Figura 328. VisFigura 329. Áre 

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me do maciço do

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o Bonilha.Crédit

o: Nilson Kabuk

to: Marcos David

ki. 

d. 

 

 

Page 275: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Patricia Mara Sanches  275

 

Considerações finais

Na história da humanidade, assistimos as conquistas do homem, utilizando sua habilidade, sua 

inteligência e a  tecnologia para modificar ou destruir áreas naturais, reconstruindo um meio 

artificial ao seu favor e ao seu conforto. Destas práticas resultaram as grandes cidades, onde a 

maior  parte  dos  elementos  que  a  compõe  foram  construídos  pelo  homem:  edifícios,  ruas, 

passeios, transportes e redes de infra‐estruturas.  

No  entanto,  o  homem  vem  percebendo  a  importância  dos  elementos  naturais  para  a 

sobrevivência e bem‐estar da sua própria espécie no habitat urbano, buscando um equilíbrio 

entre meio natural  e o  construído,  e  respeitando os  fluxos  e os processos  ecológicos  com  a 

mínima  interferência  (SPIRN,1995; HOUGH,1998). É neste contexto que o homem começa a 

observar a natureza e a imitá‐la, criando novos espaços vegetados, reconstruindo e restaurando 

habitats, trazendo, portanto, as áreas naturais para as cidades novamente.  

No entanto, a aquisição e criação de novas áreas verdes são grandes desafio às grandes cidades, 

muito adensadas e  impermeabilizadas nas áreas centrais, onde o preço do metro quadrado é 

extremamente alto, e nas periferias, onde as pressões antrópicas à ocupação, e principalmente 

os  assentamentos  irregulares,  extinguem  as  poucas  áreas  livres,  áreas  rurais  e  matas 

preservadas.  Paradoxalmente,  são  em  ambas  as  áreas,  com  seus  contextos  distintos,  que  se 

apresentam as maiores demandas por espaços vegetados, com a finalidade de lazer, recreação 

atividades  relacionadas  ao  bem‐estar  social,  à  minimização  e  controle  dos  problemas 

ambientais  e maior  conectividade  ecológica. Diante  desta  escassez  de  terras,  esta  pesquisa 

lançou  a  proposta  de  criar  e  restaurar  espaços  livres  e  vegetados  em  áreas  degradadas, 

excluídas e negligenciadas pela população e poder público.  

Foram identificadas e mapeadas 61 áreas vazias, abandonadas e subutilizadas em São Bernardo 

do Campo, que pudessem ser avaliadas e reveladas seus potenciais baixo, médio e alto de ser 

recuperadas e convertidas em áreas verdes, seja para criação de jardim, praça, parque, parte de 

um  empreendimento, mas que  tivesse  essencialmente um  caráter de uso público, na qual  a 

comunidade local pudesse desfrutar. Das 61 áreas, apenas 10 foram avaliadas, pois a finalidade 

principal  era  de  se  promover  um  exercício  acadêmico  e  metodológico,  fundamental  na 

validação da ferramenta de avaliação, específica à realidade e ao contexto de São Bernardo do 

Campo. O método de avaliação desenvolvido na pesquisa deve ser visto como uma ferramenta 

preliminar na aquisição de novas áreas verdes para a cidade, e estas devem ser submetidas a 

Page 276: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

276 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

uma análise global e sistêmica em conjunto com o planejamento das áreas verdes existentes e 

remanescentes florestais.  

Uma vez que se tem em mãos um  leque de opções de áreas degradadas bem avaliadas e que 

podem ser alvos de intervenção futura, outras variáveis, que não foram contempladas, devem 

ser inclusas em uma etapa posterior. É recomendável conduzir estudos mais aprofundados de 

ordem  técnica, como de viabilidade  física e  financeira, que  incluem  tempo de obra e custos, 

retorno do investimento, aquisição do terreno e custo de manutenção, bem como investigação 

de  risco de  contaminação, método  e melhor  custo‐benefício no  processo de  remediação  da 

área contaminada. 

Muitos mais que uma ferramenta de avaliação voltada as áreas degradadas de São Bernardo do 

Campo, a pesquisa metodológica permite estender a avaliação e a aplicação prática desta para 

o planejamento urbano‐ambiental de outras cidade brasileiras, de médio a grande porte, que 

enfrentam  problemas  e  demandas  semelhantes  a  São  Bernardo  do  Campo  e  à  região 

Metropolitana  de  São  Paulo.  Obviamente,  algum  ou  outro  indicador  e  critério  deve  ser 

excluído, incluído ou adaptado a realidade local, considerando sempre as características físicas, 

ambientais, urbanísticas e culturais, e o processo de urbanização da cidade. 

A  escassez de  avaliações  semelhante  ao que  essa pesquisa  se propõe, no  âmbito nacional,  a 

torna pioneira e estabelece oportunidades de gerar uma série de discussões e reflexões sobre o 

modo de planejar, atualmente, a paisagem nas cidades brasileiras, e sobre as funções das áreas 

verdes  enquanto  componentes multifuncionais de uma nova  infra‐estrutura urbana:  a  infra‐

estrutura verde.  

Com  relação  aos  resultados  da  avaliação,  vale  lembrar  que  a  ferramenta  visa  apresentar  as 

potencialidades  de  cada  área.  As  áreas  que  reúnam  características  importantes  e  decisivas 

foram  evidenciadas,  permitindo  atribuir‐lhes um  alto  valor.    Fazendo uma  analogia  com  os 

conhecidos  hotspots  da  biodiversidade70,  podemos  falar,  então,  em  “hotspots  das  áreas 

degradadas”, que são áreas estrategicamente  importantes de alto valor em relação aquilo que 

está  sendo  avaliado,  neste  caso,  o  potencial  de  conversão  em  áreas  verdes.  Estes  hotspots 

podem ser muito úteis para os órgãos planejadores, instituições e poder público, pois indicam 

a potencialidade e a direção a ser seguida, mas de longe determina o sucesso de um projeto de 

revitalização  única  e  exclusivamente  devido  ao  seu  alto  valor  potencial.  O  sucesso  está 

                                                      70 O conceito Hotspot foi criado em 1988 pelo ecólogo inglês Norman Myers para resolver um dos maiores dilemas dos conservacionistas: quais as áreas mais importantes para preservar a biodiversidade na Terra? Hotspot é, portanto, toda área prioritária para conservação, isto é, de alta biodiversidade e ameaçada no mais alto grau. Disponível em: www.conservation.org.br, acesso em: 12/2010. 

Page 277: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Patricia Mara Sanches  277

 

ancorado  em  uma  série  de  outros  fatores  que  facilitam  e  possibilitem  a  concretização  do 

projeto. 

Dessa  forma,  como  a  ferramenta  de  avaliação  pode  ser  aplicada  na  vida  real,  no  exercício 

prático  de  planejamento  urbano?  Ao  longo  de  toda  a  pesquisa,  foi  possível  identificar  três 

atores‐chave fundamentais no alcance deste objetivo: (1) o poder público e seus técnicos, (2) a 

iniciativa privada e (3) a população junto a organizações não governamentais. 

1) Os órgãos públicos, como prefeituras, secretarias e câmara exercem papel fundamental, pois 

são os  tomadores de decisão e podem  trazer para a pauta de discussão  a  importância da 

revitalização das áreas degradadas e ao mesmo  tempo da necessidade de criação de mais 

áreas  verdes  urbanas.  A  elaboração  de  leis  e  o  desenvolvimento  de  políticas  públicas, 

programas  e  captação  de  recursos  (federais,  estaduais  ou  fundos  ambientais)  são  ações 

estruturais,  na  qual  a  ferramenta  de  avaliação  proposta  nesta  pesquisa  é  mais  um 

instrumento  de  auxílio. As  autoridades  públicas,  primeiramente,  devem  conscientizar  de 

que ações para recuperar e converter áreas degradadas em áreas verdes pode trazer enormes 

benefícios,  não  só  sociais,  como  econômicos:  a  cidade  tem  mais  atrativos  para 

investimentos e se torna mais competitiva, se reposicionado, com destaque, entre os centros 

urbanos próximos,  e melhorando,  fortalecendo  sua  imagem diante daqueles que moram, 

trabalham  e  produzem  neste  local.  Porém,  a  concretização  das  novas  idéias  e  diretrizes 

lançadas pelo governo deve estar apoiada por um excelente corpo  técnico conscientes de 

que  não  se  trata  de  espaços  verdes  convencionais,  nem  de  projetos  padronizados  que 

podem  ser  replicados  em qualquer  realidade. É necessário  que  projetistas  e planejadores 

estejam  preparados  para  planejar  a  cidade,  projetar  e  executar  espaços multifuncionais, 

agradáveis, em consonância com as idéias pioneiras de infra‐estrutura verde. 

2)  Concomitantemente, é necessário trazer a iniciativa privada como parceira, argumentando 

de  que  a  recuperação  e  conversão  de  áreas  degradadas  em  áreas  verdes  é  um  bom 

investimento e negócio. Independentemente da vocação  identificada (ambiental, social ou 

socioambiental),  projetos destinados a criação de áreas verde, não necessariamente devam 

ser  parques,  praças  e  jardins  públicos,  eles  podem  se  apresentar  de  diferentes  formas 

associada  ou não  a  outros usos,  como  complexo de  escritórios,  loteamentos  residenciais, 

empreendimentos de usos mistos (comercio, serviços e residências)ou campus universitário. 

Ou seja, buscar a parceria da iniciativa privada, para criar espaços vegetados semi‐públicos 

ou  públicos  que  desempenhem  diversas  funções  de  acordo  com  o  contexto  e  as 

peculiaridades  do  local,  auxiliando  na manutenção  e  resgate  da  identidade  local,  como 

vimos em tantos projetos com a parceria publica‐privada no capitulo 1. 

Page 278: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

278 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

3) Já’a população pode se organizar sob forma de associações de moradores, organizações não 

governamentais  (ONG`s),  ou  individualmente,  envolvendo  amigos  e  parente,  a  fim  de 

pressionar e reivindicar por melhorias em seus bairros e em seus locais de trabalho. Abraçar 

a  idéia destas novas  intervenções e projetos, e participar ativamente das decisões  junto ao 

poder  público  são  ações  essenciais  para  a  consolidação  e  sucesso  destes  novos  espaços 

verdes no tecido urbano. 

Por fim, não podemos nos esquecer de outro ator, peça‐chave na multiplicação destas idéias: o 

leitor. Este trabalho convida à reflexão e análise de áreas inicialmente sem valor, abandonadas 

e  em  total degradação,  vislumbrando  as  possibilidades de  revitalização  e  identificando  suas 

potencialidades, que às vezes estão a nossa  frente. O  leitor, mais do que nunca, é um agente 

multiplicador  que  pode  enxergar  e  treinar  o  olhar  para  a  transformação  de  problemas  em 

soluções,  trazendo  sua  contribuição  para  a  prática  do  planejamento  urbano‐ambiental, 

decidindo  ou  participando  do  rumo  das  áreas  degradadas,  que  não  devem  ser  excluídas, 

mesmo que a vocação seja outro uso que não as áreas verdes urbanas aqui proposta. 

 

Page 279: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Patricia Mara Sanches  279

 

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Patricia Mara Sanches  285

 

 

Anexo I. Tabela 30. Critérios e indicadores utilizados na ferramenta de avaliação. A tabela está estruturada em três grupos: Ecológico, Hídrico e Social.  

Critérios Indicador (parâmetro) Valores Escala

1. GRUPO ECOLÓGICO

1.1 Diversidade do habitat

Tamanho (área em hectares)

≤2ha 2 < x ≤ 4ha 4< x ≤ 7 ha

7 < x ≤ 13 ha > 13 ha

0,2 0,4 0,6 0,8 1

variável

Tamanho total com área natural adjacente - x.y²; x= área degradada , y=área natural

0 ≤100

100 < x ≤ 500 500 < x ≤ 1000

> 1000

0 0,25 0,50 0,75 1

variável

Presença de vegetação com predominância arbórea e /ou alagados naturais

Tamanho (área em hectares)

Sim 1 1:2000

Não 0

1.2 Menor impacto negativo no local

Índice de permabilidade da matriz

Baixa densidade construída + alta arborização

Baixa densidade construída + média arborização

Baixa densidade construída + baixa arborização

Media a alta densidade construída + media arborização

Media a alta densidade construída + baixa arborização

1 0,75 0,50 0,50 0,25

1:5000

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286 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

1.3 Conectividade/Isolamento entre as áreas verdes

Distância de outras áreas verdes (vegetação arbórea densa)

0m Até 100m Até 500m

Até 1000m Mais de 1000m

1 0,75 0,5 0,25 0

1:2000 à 1:10000

1.4 Prioridade para restauração ecológica

Contém APP (área de preservação permanente) na área avaliada

Nascente+curso da água+declividade Nascente+curso da água

curso d’agua alta declividade > 45º

topo de morro Nenhuma

1 0,75 0,50 0,50 0,25 0

1: 2000 à 1:5000

1.5 Viabilidade da restauração ecológica

% de área pavimentada ou construída

0% Até 25% Até 50% Até 75%

100%

1 0,75 0,50 0,25 0

1:2000

2. GRUPO HÍDRICO/DRENAGEM

2.1 Potencial de retenção das águas – volume

Em área passível de alagamento ou em talvegues Sim 1

1:10.000 Não 0

2.2 Potencial de purificação e retenção das águas – qualidade

volume

Não há curso d água Cursos d`água canalizado fechado

Cursos d`água canalizado aberto Cursos d`água não canalizado

0 0,33 0,66 1

1:1000 à 1:2000

ou visita in loco

Presença de vegetação arbórea ciliar ou vegetação de várzea

Sim 1 1:2000 ou visita in

loco Não 0

3 GRUPO SOCIAL

3.1 Rotas alternativas e caminhos para pedestres e

ciclistas

Terrenos com dimensão de quadra ou lineares de grande extensão, possibilitando novas rotas preferenciais para

pedestres e ciclistas ou ainda na rota de pontos de atração de origem/destino

Sim 1 1:2000 à 1:5000

Não 0

3.2 Acessibilidade Acessibilidade à área por transporte público coletivo

Próximo a corredores de ônibus e terminais.

1 1:5.000 a 1:8.000 2 ou mais linhas de ônibus que servem a

área 0,66

Page 287: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Patricia Mara Sanches  287

 

há pelo menos 1 linhas de ônibus na área 0,33

Não há nenhuma linha de ônibus 0

Ausência de vias fragmentando a área avaliada sim 1

1:3000 não 0

3.3 Déficit de áreas verdes

Ausência de espaços livres vegetados de lazer e recreação (ex. praças, parques) em um raio de 500m

Sim Não 1:5000

1 0

Ou possibilidade de extensão de área verde de lazer existente (praça ou parque)

Sim Não 1:2000

1 0

3.4 Potencial de uso para recreação e lazer

Densidade demográfica dentro do raio de atendimento

≥ 0 – 54 hab/ha 54,1 – 114 hab/ha

114, 1 – 160 hab/ha 160,1 -255 hab/ha

Maior que 255 hab/ha

0,2 0,4 0,6 0,8 1

1:13.000

O entorno é composto por residência ou residência + comércio (área urbanizada).

Sim 1 1:13.000

Não 0

Presença de equipamentos de cultura e educação em um raio de 250m

Sim 1 1:3000

Não 0

Presença de outros atrativos (ex, comércio, escritórios) próximo ao local em um raio de 250m

Sim 1 Visita in loco

3.5 Inclusão e coesão social

Classificação socioeconômica no raio de atendimento da área

Alta Média Alta

Média Média-baixa

Baixa

0,2 0,4 0,6 0,8 1

1:13000 à 1:20000

Índice de Vulnerabilidade no raio de atendimento da área

1 nenhuma 2 muito baixa

3 Baixa 4 Média

5 Alta 6 Muito alta

0,16 0,33 0,66 0,83 1

1:13.000 à 1:20.000

 

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288 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Anexo II Tabela 31. Notas parciais , para cada critério e indicador, e notas finais de avaliação das 10 áreas degradadas em relação ao grupo Ecológico  

Grupo Ecológico

Areas degradadas

Diversidade do habitat Impacto negativo

do entorno imediato na área

Conectividade/ Isolamento

Prioridade para restauração ecológica

Viabiliade para restauração ecológica

Total

Identificação

tamanho Nota

2

tamanho total ha x.y²

Nota 3

cobertura

arbórea ou

vegetação de várzea

Nota 4

Contraste entorno

Nota 5

Distancia fragmentos florestais ou vegetação

arbórea mais densa

Nota 6

APP Nota

7

area pavimenta

da

Nota 8

Total Ecologi

co Absolut

o

Total Ecologi

co Relativ

o

62 ate 2 ha 0,2 0 0 não 0 med.alt.des.+bai.arbo.

0,25 até 100m 0,75 nenhuma 0,00 ate 25% 0,75 1,95 0,28

54 7 < x = 13 ha

0,8 0 0 sim 1 med.alt.des.+med.arbo.

0,50 ate 500m 0,50 curso d agua 0,50 0 1,00 4,30 0,61

38 >13ha 1,0 1 1 sim 1 med.alt.des.+med.arbo.

0,50 0m 1,00 Curso d

agua+nascente+declividade

1,00 0 1,00 6,50 0,93

58 7 < x = 13 ha

0,8 0 0 sim 1 med.alt.des.+bai.arbo.

0,25 ate 1000m 0,25 curso d

agua+declividade 0,75 ate 25% 0,75 3,80 0,54

19 ate 2 ha 0,2 0 0 nao 0 med.alt.des.+bai.arbo.

0,25 mais 1000 0,00 nenhuma 0,00 0,00 1,00 1,45 0,21

18 2 < x ≤ 4ha 0,4 0 0 sim 1 med.alt.des.+bai.arbo.

0,25 mais 1000 0,00 nenhuma 0,00 ate 75% 0,25 1,90 0,27

34 >13ha 1,0 0 0 sim 1 bai.des.+me

d.arbo 0,70 ate 500m 0,50 curso d agua 0,50 ate 25% 0,75 5,00 0,71

41 4 < x = 7 ha 0,6 0 0 nao 0 med.alt.des.+bai.arbo.

0,25 0m 1,00 nenhuma 0,00 0 1,00 2,85 0,41

20 >13ha 1,0 0 0 sim 1 med.alt.des.+bai.arbo.

0,25 ate 500m 0,50 curso d agua 0,50 ate 25% 0,75 4,00 0,57

61 >13ha 1,0 7452

,0 1 sim 1

bai.des.+alt. arbo

1,00 0m 1,00 curso d

agua+declividade 0,75 0 1,00 5,75 0,82

Page 289: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Patricia Mara Sanches  289

 

Tabela 32. Notas parciais, para cada critério e indicador, e notas finais de avaliação das 10 áreas degradadas em relação ao grupo Hídrivo  

Grupo Hídrico

Areas degrada

das

Potencial de retenção das águas - volume

Potencial de purificação da água - qualidade total

Identificação

área de alagamento ou talvegue

Nota 9 Curso_d_agua (maioria do trecho) Nota 10 vegetacao ciliar

ou varzea Nota 11

Total Hídrico Absoluto

Total Hídrico Relativo

62 não 0 nenhum curso d agua 0,00 não 0 0,00 0,00

54 sim 1 curso nao canalizado 1,00 não 0 2,00 0,67

38 sim 1 curso nao canalizado 1,00 sim 1 3,00 1,00

58 sim 1 curso canalizado aberto 0,66 nao 0 1,66 0,55

19 nao 0 nenhum curso d agua 0,00 não 0 0,00 0,00

18 nao 0 nenhum curso d agua 0,00 não 0 0,00 0,00

34 sim 1 curso nao canalizado 1,00 não 0 2,00 0,67

41 sim 1 nenhum curso d agua 0,00 não 0 1,00 0,33

20 sim 1 curso nao canalizado 1,00 não 0 2,00 0,67

61 nao 0 curso nao canalizado 1,00 sim 1 2,00 0,67

 

 

 

 

 

Page 290: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

290 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Tabela 33. Notas parciais, para cada critério e indicador, e notas finais de avaliação das 10 áreas degradadas em relação ao grupo Social‐ parte I.  

Grupo Social – parte I

Areas degradada

s Potencial de uso Acessibilidade Mobilidade

Identificação

densidade demografica

Nota 12

uso_do_solo residencial +

comercial (Emplasa= area

urbanizada)

Nota 13

presenτa equip. culturais e

educaçao (250m)

Nota 14

acessibilidade -linhas ônibus

Nota 15

Ausência

vias cortando a área

Nota 16

Rotas

altenativas Nota 17

62 160,1 - 255 0,80 sim 1 sim 1 2 linhas 0,66 sim 1 sim 1

54 maior 255 hab/ha 1,00 sim 1 sim 1 próximo a terminal 1,00 sim 1 sim 1

38 maior 255 hab/ha 1,00 sim 1 sim 1 1 linha 0,33 sim 1 não 0

58 maior 255 hab/ha 1,00 sim 1 sim 1 2 linhas 0,66 sim 1 sim 1

19 160,1 - 255 1,00 sim 1 nao 0 2 linhas 0,66 sim 1 nao 0

18 maior 255 hab/ha 1,00 sim 1 sim 1 2 linhas 0,66 sim 1 nao 0

34 0 -54hab/ha 0,20 sim 1 sim 1 2 linhas 0,66 sim 1 sim 1

41 54,1 - 114 0,40 sim 1 sim 1 1 linha 0,33 nao 0 sim 1

20 54,1 - 114 0,40 nao 0 nao 0 2 linhas 0,66 nao 0 sim 1

61 maior 255 hab/ha 1,00 sim 1 sim 1 2 linhas 0,66 sim 1 nao 0

 

 

 

 

Page 291: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Patricia Mara Sanches  291

 

Tabela 34. Notas parciais, para cada critério e indicador, e notas finais de avaliação das 10 áreas degradadas em relação ao grupo Social‐ parte II.  

Grupo Social – parte II

Areas degradad

as Déficit ou aumento de áreas verdes Inclusão e coesão social Total

Identificação

ausência area verde

de lazer (500m)

Nota 18

Possibilide de extensao com áreas verde

existente

Nota 19

classe

socioeconomica Nota 20

índice

vulnerabilidade social

Nota 21

Atrativos (presença de comercio ou serviços

ate 250m)

Nota 22

Total

Social

Absoluto

Total

Social

Relativo

62 não 0 sim 1 media baixa 0,80 muita baixa 0,33 SIM 1,00 8,59 0,78

54 não 0 sim 1 media baixa 0,80 nenhuma 0,33 NÃO 0,00 8,13 0,74

38 sim 1 não 0 media baixa 0,80 media 0,66 NÃO 0,00 6,79 0,62

58 nao 0 sim 1 media baixa 0,80 media 0,66 NÃO 0,00 8,12 0,74

19 nao 0 não 0 media 0,60 muita baixa 0,33 SIM 1,00 5,59 0,51

18 nao 0 sim 1 media baixa 0,80 muita baixa 0,33 SIM 1,00 7,79 0,71

34 nao 0 sim 1 media 0,60 muita baixa 0,33 sim 1,00 7,79 0,71

41 nao 0 sim 1 media 0,60 muita baixa 0,33 sim 1,00 6,66 0,61

20 sim 1 sim 1 media 0,60 muita baixa 0,33 nao 0,00 4,99 0,45

61 sim 1 não 0 media baixa 0,80 media 0,66 NÃO 0,00 7,12 0,65

 

   

Page 292: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

292 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Anexo III Tabela 35. Matriz de priorização do método de Glasgow.(STAPLE, 2006)., com os respectivos valores para cada critério e parâmetro. 

Rank/Nota 

Características próprias do local   Melhorias e Benefícios Uso atual 

estrutura 

existente 

Propried

ade 

Potencial de 

contaminação

 

Proximidade 

com residên

cias 

Proximidade 

com escolas 

Proximidade as 

conexões de 

transporte (red

viária) 

Proximidade 

com o 

transporte 

público 

Proximidade 

com áreas 

vulneráveis 

socialmen

te 

Tempo de 

vacância 

Tamanho (Ha) 

Parâm

etros 

ecológicos 

Oportunidades 

de melhoria 

Conectividade 

ecológica 

1 área aberta/ gramado 

nenhuma estrutura 

público ‐ órgão gestor do local 

não foram identificadas questões de contaminação 

adjacente  adjacente  No local  No local 

5% mais vulneráveis 

maior que 15 

maior que 50 ha 

O local ou parte do local é destinado a conservação da natureza 

amplos benefí‐cios com medi‐das de baixo custo em curto prazo  

corredor ecológico com áreas urbanas em ambos lados e conexão com áreas naturais na zona rural  ou outra grande áreas verde 

área aberta com alguma restrição de acesso 

estrutura de serviço 

outro órgãos públicos 

baixo risco de contaminação possível ou pequena área afetada 

Dentro de 250m 

Dentro de 250m  adjacente  adjacente 

10% mais vulneráveis 

entre 5 a 10 anos 

entre 25 a 50ha 

contém florestas primárias 

benefícios marginais com baixo custo independente do prazo  

Grandes espaços verdes dentro da área urbana, mas nenhuma conexão com áreas naturais na zona rural  

área aberto com alguma grandes restrições de acesso 

estruturas cobrindo menos que 5% do território  misto 

localizado em áreas com potencial atual ou histórico de contaminação  

Dentro de 500 m 

Dentro de 500 m 

Dentro de 250m 

Dentro de 250m 

15% mais vulneráveis 

entre 2 a 5 anos 

entre 15 a 24 ha 

contém florestas secundárias 

amplos benefí‐cios com medi‐das de alto custo indepen‐dente do prazo 

pequenos fragmentos de espaços livres sem nenhuma conexão com a rede de áreas verdes  

terrenos e edifícios degradados 

edifícios abandonados 

privado conhecido 

Potencial de contaminação espalhado em vários pontos (histórico de alto risco)  

No en‐torno, maior que 40%

Dentro de 1000m 

Dentro de 500 m 

Dentro de 500 m 

20%  mais vulneráveis  

menor que 2 anos 

entre 5 a 14 ha 

contém áreas de restauração ou reflo‐restamento 

benefícios marginais com alto custo independente do prazo   

espaços verdes periféricos a áreas urbanas  

5 sob desen‐volvimento 

novos edifícios 

privado desconhecido 

evidência de contaminação 

No en‐torno, menor que 40% No local 

Dentro de 1000m 

Dentro de 1000m  todos outros 

não mais vazio 

área menor que 5ha 

Mínimo ou nenhum interesse ecológico 

nenhuma oportunidade identificada 

não em função de corredor ecológico  

Page 293: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Patricia Mara Sanches  293

 

Tabela 36.Resultado da avaliaçao das 10 áreas degradadas amostrais de acordo com o método de Glasgow.(STAPLE, 2006).  

Rank/ nota 

Características próprias do local   Melhorias e Benefícios 

Uso atual 

estrutura 

existente 

Propried

ade 

Potencial de 

contaminação

 

Proximidade 

com 

residên

cias 

Proximidade 

com escolas 

Proximidade as 

conexões de 

transporte 

(red

e viária) 

Proximidade 

com o 

transporte 

público 

Proximidade 

com áreas 

vulneráveis 

socialmen

te 

Tempo de 

vacância 

Tamanho (Ha) 

Parâm

etros 

ecológicos 

Oportunidades 

de melhoria 

Conectividade 

ecológica 

Areas degradadas  nota  nota  nota  nota  nota  nota  nota     nota  nota  nota  nota  nota  nota  total 

greening potential 

62  2  3  4  1  1  2  2  3  Sem dados Sem dados 

5  5  3  5  36  baixo 

54  1  1  

1  1  1  1  1  Sem dados Sem dados 

5  1  1  2  16  alto 

38  2  1  4  1  1  2  3  2  Sem dados Sem dados 

1  1  1  1  20  medio‐alto 

58  3  1  3  1  1  2  3  3  Sem dados Sem dados 

4  4  3  3  31 medio‐baixo 

19  3  1  4  1  1  3  1  1  Sem dados Sem dados 

5  5  1  5  31 medio‐baixo 

18  4  4  4  1  1  2  1  2  Sem dados Sem dados 

5  5  4  5  38  baixo 

34  2  3  3  1  1  1  1  4  Sem dados Sem dados 

3  4  3  2  28  medio 

41  3  2  2  1  1  1  3  4  Sem dados Sem dados 

4  5  2  3  31 medio‐baixo 

20  3  2  1  3  2  4  2  5  Sem dados Sem dados 

3  3  2  3  33  baixo 

61  1  1  4  1  1  1  1  5  Sem dados Sem dados 

3  3  1  1  23  medio‐alto 

 

 

 

Page 294: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

294 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Tabela 37. Resultado da avaliação das 10 áreas degradadas amostrais de acordo com o método de Herbst (2006), com relação as características do local.  

Critérios para avaliaçao das carateristica do local 

 Potencial de experenciar a natureza  Potencial de uso do local 

   

Areas 

degradad

as 

avaliadas 

tamanho 

Nota 1 

diversidade 

de estagios 

sucessionais 

Nota 2 

diversidade 

de 

fenomen

os 

estruturais 

Nota 3 

importancia 

de elem

entos 

aquaticos 

Nota 4 

superficie 

impermeavel 

Nota 5 

total 

Nota final 

Indice 

valor 

Acessibilidad

e (tipo de 

acesso) 

Nota 6 

Pen

etrabilida

de 

Nota 7 

Tipos e niveis 

de perigo 

Nota 8 

Indice 

valor 

62 0.6 a 1 ha 

2  3  3  3  2,0 Nenhum 

elemento ou curso dágua 

1  0,00%  5  13  0,40 baixo 

2,00 

Acessibilidade com 

dificuldade (cercas) 

2,00 

>75%  5,00pequenos perigos 

espalhados 

3,00 

baixo  2,00 

54  > 6ha  5  5  4  3  2,0 

Curso d água intermitente com pouca ou nenhuma vegetação 

4  0,00%  5  20  0,75  alto  4,00 

Fácil acesso por 

entradas visiveis 

5,00 

>75%  5,00

pontos isolados de perigo baixo ou menos que 10% da área é tem baixo perigo 

4,00 

alto  4,00 

38  > 6ha  5  8  5  4  3,0 

Curso d água intermitente com vegetaçao de várzea ou mata ciliar 

5  0,00%  5  23  0,90 muito alto 

5,00 

Acessível por 

entradas limitadas 

4,00 

50 a 75% 

4,00

pontos isolados de grande 

perigo ou menos que 10% da área 

é perigosa 

2,00 

baixo  2,00 

58  > 6ha  5  7  5  3  2,0 

Curso d água intermitente com pouca ou nenhuma vegetação 

4 menor que 25%

4  20  0,75  alto  4,00 

Acessibilidade com 

dificuldade (cercas) 

2,00 

50 a 75% 

4,00pequenos perigos 

espalhados 

3,00 

baixo  2,00 

19 1.1 a 3 ha 

3  3  3  0  1,0 Nenhum 

elemento ou curso dágua 

1  0,00%  5  13  0,40 baixo 

2,00  Inacessível 1,00 

>75%  5,00 nenhum perigo 5,00 

baixo  2,00 

18 1.1 a 3 ha 

3  6  4  2  2,0 Nenhum 

elemento ou curso dágua 

1 50 a 75% 

2  12  0,35 baixo 

2,00 

Acessibilidade com 

dificuldade (cercas) 

2,00 

>75%  5,00 nenhum perigo 5,00 

baixo  2,00 

34  > 6ha  5  7  5  4  3,0 Curso d água termitente 

2 menor que 25%

4  19  0,70  alto  4,00 

Acessível por 

entradas limitadas 

4,00 

50 a 75% 

4,00

pontos isolados de perigo baixo ou menos que 10% da área é tem baixo perigo 

4,00 

alto  4,00 

Page 295: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

Patricia Mara Sanches  295

 

Critérios para avaliaçao das carateristica do local 

 Potencial de experenciar a natureza  Potencial de uso do local 

   

Areas 

degradad

as 

avaliadas 

tamanho 

Nota 1 

diversidade 

de estagios 

sucessionais 

Nota 2 

diversidade 

de 

fenomen

os 

estruturais 

Nota 3 

importancia 

de elem

entos 

aquaticos 

Nota 4 

superficie 

impermeavel 

Nota 5 

total 

Nota final 

Indice 

valor 

Acessibilidade 

(tipo de 

acesso) 

Nota 6 

Pen

etrabilida

de 

Nota 7 

Tipos e niveis 

de perigo 

Nota 8 

Indice 

valor 

41  > 6ha  5  7  5  2  2,0 Nenhum 

elemento ou curso dágua 

1  0,00%  5  18  0,65  alto  4,00 

Acessibilidade com 

dificuldade (cercas) 

2,00 

>75%  5,00

pontos isolados de perigo baixo ou menos que 10% da área é tem baixo perigo 

4,00 

baixo  2,00 

20  > 6ha  5  6  4  1  1,0 

Curso d água intermitente com pouca ou nenhuma vegetação 

4 menor que 25%

4  18  0,65  alto  4,00 

Acessibilidade via 

propriedade privada 

3,00 

>75%  5,00pequenos perigos 

espalhados 

3,00 

medio 

3,00 

61  > 6ha  5  8  5  4  3,0 

Curso d água intermitente 

com vegetaçao de várzea ou mata ciliar 

5  0,00%  5  23  0,90 muito alto 

5,00 

Acessível por 

entradas limitadas 

4,00 

50 a 75% 

4,00pequenos perigos 

espalhados 

3,00 

medio 

3,00 

 

   

Tabela 38. Resultado da avaliação das 10 áreas degradadas amostrais de acordo com o método de Herbst (2006)‐ continuação da tabela anterior. 

Page 296: DE ÁREAS DEGRADADAS A ESPAÇOS VEGETADOS

 

296 De áreas degradadas a espaços vegetados 

 

Tabela 39. Resultado da avaliação das 10 áreas degradadas amostrais de acordo com o método de Herbst (2006), com relação as características do entorno. 

  Critérios para avaliaçao das carateristica do entorno 

 Proximidade dos usuários potenciais        Importancia estratégica para rede de espaços verdes 

Areas degradadas avaliadas 

densidade dentro de um raio de 300m 

Nota 9 

proximo a ciclovias (dentro de 

50m) 

Nota 10 

localizado a 300m de escola 

Nota 11 

Indice  valor localizado em áreas deficientes de vida 

selvagem 

Nota 12 

localizado dentro de 50m de uma área verde

Nota 13 

total  Valor 

62  media  2  nao  0,00  sim  1  medio  2  sim  1,00 Fora da rede de áreas 

verdes 0  1  2 

54  media  2  nao  0,00  sim  1  medio  2  sim  1,00 Fora da rede de áreas 

verdes 0  1  2 

38  alta  3  nao  0,00  sim  1  medio  2  nao  0,00 local adjacente ou 

dentro da rede de áreas verdes 

1  1  2 

58  alta  3  nao  0,00  sim  1  medio  2  sim  1,00 Fora da rede de áreas 

verdes 0  1  2 

19  media  2  nao  0,00  nao  0  baixo  1  sim  1,00 Fora da rede de áreas 

verdes 0  1  2 

18  media  2  nao  0,00  sim  1  medio  2  sim  1,00 Fora da rede de áreas 

verdes 0  1  2 

34  baixa  1  nao  0,00  sim  1  medio  2  nao  0,00  sim  1  1  2 

41  media  2  nao  0,00  sim  1  medio  2  sim  1,00 local adjacente ou 

dentro da rede de áreas verdes 

1  2  3 

20  baixa  1  nao  0,00  nao  0  baixo  1  nao  0,00 local adjacente ou 

dentro da rede de áreas verdes 

1  1  2 

61  alta  3  nao  0,00  sim  1  medio  2  nao  0,00 local adjacente ou 

dentro da rede de áreas verdes 

1  1  2