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21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
Responsabilidades,
Normas técnicas,
Desempenho e
Vida útil
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
ROTEIRO DA
APRESENTAÇÃO
1. Quatro conceitos jurídicos de interesse
2. Poder regulamentar e Normas Técnicas
3. Norma de Desempenho (NBR 15575) e Vida útil
4. Conclusões e preocupações (1+2+3)
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
1ª PARTE:
4 (quatro)
Conceitos jurídicos de interesse
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
O construtor/incorporador responde pelas falhas dos elos antecedentes
Engenheiros
Dono da obra/
incorporador Projetistas
Fornecedores ConsultoresConstrutora
(...)
1º/4
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
OBRIGAÇÃO DE “MEIO”
Situação em que o devedor não tem responsabilidade pelo resultado final, porém deve empenhar
todos os seus esforços para alcançá-lo. Em um contrato de obrigação de meio, há um
comprometimento e dedicação pessoal para o melhor resultado, mas não existe a obrigação de se
consegui-lo. (médicos, advogados, ...)
OBRIGAÇÃO DE “RESULTADO”
Na obrigação de resultado o contratado assume o compromisso com um resultado específico. Se o
objetivo não é atingido de forma total ou parcial, o contratado passa a ser responsabilizado,
salvo se provar que não alcançou o objetivo final por motivo de força maior. (Cirurgia estética;
Anestesista; Empreitada, Projeto estrutural ...)
SOBRE AS OBRIGAÇÕES DE “MEIO” E DE “RESULTADO”
2º/4
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
CC - Art. 942. (...) ... se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela
reparação.
CDC - Art. 18: “Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem
solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao
consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como ...”
CDC - Art. 25: (...)
§ 1º - Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos responderão solidariamente
pela reparação prevista nesta e nas Seções anteriores.
§ 2º - Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada ao produto ou serviço, são
responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou importador que realizou a incorporação.
SOBRE A SOLIDARIEDADE
3º/4
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CÓDIGO CIVIL
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado
por outrem pode reaver o que houver pago
daquele por quem pagou, salvo se o causador
do dano for descendente seu, absoluta ou
relativamente incapaz.
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Art. 13. (...)
Parágrafo único. Aquele que efetivar o
pagamento ao prejudicado poderá exercer o
direito de regresso contra os demais
responsáveis, segundo sua participação na
causação do evento danoso.
DIREITO DE REGRESSO
4º/4
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Em dez/2013, o TST reconheceu o direito de regresso de uma empresa em ser
ressarcida pelo empregado, por indenização que foi condenada a pagar, por danos
morais causados por um empregado (agressões físicas e verbais), durante execução do
contrato de trabalho.
DIREITO DE REGRESSO
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2ª PARTE:
NORMAS TÉCNICAS(normalização)
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PODER NORMATIVO (ou Regulamentar)
▪ O poder que a Constituição Federal atribui ao Chefe do Executivo
PODER REGULAMENTAR (ou Normativo)
▪ Uma das formas pelas quais se expressa o poder normativo:
✓ Decretos, regulamentos
✓ Atos normativos de complementação da lei, como:
▪ circulares, portarias, editais, instruções, ...
SOBRE O PODER NORMATIVO / REGULAMENTAR
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
GOVERNADORES DOS ESTADOS
Corpo de Bombeiros
Art. 84, IV, da CF:
ao Presidente da República compete:
“expedir decretos e regulamentos
para a fiel execução das leis”
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Ministério da indústria, Comércio
Exterior e Serviços (MDIC)
CONMETRO(colegiado interministerial)
VERTENTE “FEDERAL”
REGULAMENTAÇÃO TÉCNICA
Art. 144, da CF:
§6º As polícias militares e
CORPOS DE BOMBEIROS militares, ...,
subordinam-se, juntamente com as
polícias civis, aos Governadores dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
VERTENTE “ESTADUAL”
REGULAMENTAÇÃO TÉCNICA
TÊM FORÇA OBRIGATÓRIA,
OU POR SEREM ATOS LEGISLATIVOS,
OU POR SEREM ATOS ADMINISTRATIVOS de regulamentação,
derivados de leis (que têm natureza imperativa)
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
MAS ...
▪ como o Estado não consegue acompanhar a evolução
tecnológica com a velocidade e eficiência do setor privado,
delega essa atividade normativa e o faz elegendo a ABNT como
foro único para a edição de Normas Técnicas.
SOBRE A NORMALIZAÇÃO
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RESOLUÇÃO
Nº 07
DO CONMETRO
(24/8/92)
ABNT (entidade privada)
NORMAS TÉCNICAS
VERTENTE “PRIVADA”
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
GOVERNADORES DOS ESTADOS
Corpo de Bombeiros
Art. 84, IV, da CF:
ao Presidente da República compete:
“expedir decretos e regulamentos
para a fiel execução das leis”
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Ministério da indústria, Comércio
Exterior e Serviços (MDIC)
CONMETRO(colegiado interministerial)
VERTENTE “FEDERAL”
REGULAMENTAÇÃO TÉCNICA
Art. 144, da CF:
§6º As polícias militares e
CORPOS DE BOMBEIROS militares, ...,
subordinam-se, juntamente com as
polícias civis, aos Governadores dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
VERTENTE “ESTADUAL”
REGULAMENTAÇÃO TÉCNICA
GANHAM FORÇA OBRIGATÓRIA, POR
LEIS QUE DETERMINAM O SEU
CUMPRIMENTO
TÊM FORÇA OBRIGATÓRIA,
OU POR SEREM ATOS LEGISLATIVOS,
OU POR SEREM ATOS ADMINISTRATIVOS de regulamentação, derivados de leis
(que têm natureza imperativa)
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• A elaboração é voluntária
• Mas, depois de editadas, o cumprimento é obrigatório
NORMAS TÉCNICAS
A OBRIGATORIEDADE DE CUMPRIMENTO
DAS NORMAS TÉCNICAS
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DEVER ÉTICO-PROFISSIONAL
• Códigos de ética profissional; lei do CAU (Lei 12.378/2010)
DEVER CONTRATUAL DO FORNECEDOR
• Boa fé objetiva do contratante (pressuposto de que o produto atende os requisitos
mínimos de técnica e qualidade)
DEVER LEGAL
• Quando houver lei que estabeleça a obrigatoriedade de cumprimento
A OBRIGATORIEDADE DE CUMPRIMENTO
DAS NORMAS TÉCNICAS DECORRE:
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- Código(s) de Obra(s) Municipal(ais)
- Lei 4.150/62 (regime obrigatório de cumprimento das normas da
ABNT, nos contratos de obras e compras do serviço público federal)
- Lei de incorporações (4.591/64)
- Lei de acessibilidade
- Lei de licitações (n. 8.666/93) – projetos de acordo com as normas;
- Código de Defesa do Consumidor – art. 39
A OBRIGATORIEDADE DE CUMPRIMENTO
POR DEVER LEGAL
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LEI 8.078/90(Código de Defesa do Consumidor)
VIII – colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em
desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes
ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO.”
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos e serviços:
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CONSEQUÊNCIAS DO DESCUMPRIMENTO DAS NORMAS
$
NORMAS TÉCNICAS DE
SEGURANÇA
$
CÍVEIS CRIMINAIS
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
Entrevista: Procurador Roberto Irineu Tardelli
RISCOS NA ESFERA CRIMINAL
CRIMINAIS
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CONSEQUÊNCIAS DO
DESCUMPRIMENTO DAS NORMAS
CÓDIGO PENAL
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o
crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou
ofício, ou se o agente deixa de ..., ou ...
CRIMINAIS
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Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste (“contrato”), ou o
costume do lugar, o dono é obrigado a recebê-la. Poderá, porém,
rejeitá-la, se o empreiteiro se afastou das instruções recebidas e dos
planos dados, (“projetos”) ou das regras técnicas em trabalhos de tal
natureza. (“normas técnicas”)
Art. 616. No caso da segunda parte do artigo antecedente, (“regras
técnicas”) pode quem encomendou a obra, em vez de enjeitá-la,
recebê-la com abatimento do preço.
CONSEQUÊNCIAS | CÓDIGO CIVIL $
CÍVEIS
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NORMA TÉCNICA NÃO É LEI,
MAS TEM FORÇA OBRIGATÓRIA
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
▪ Há cerca de 8.000 normas:
• há normas de: Procedimento, de Especificação, de Padronização, de Ensaio,
de Classificação, de Terminologia, de Simbologia ...
• Há normas com redação deficiente; desatualizadas
▪ As Normas Técnicas são instrumentos de meio
(e não um fim em si mesmas)
▪ A ABNT não é a Santa Sé
▪ As normas técnicas podem ser contestadas, se houver fundamento
(técnico ou legal)
RESSALVAS
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PARA O DIREITO
O ATENDIMENTO ÀS NORMAS TÉCNICAS É UMA
PRESUNÇÃO DE REGULARIDADE
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
O construtor/incorporador responde pelas falhas dos elos antecedentes
Engenheiros
Dono da obra/
incorporador Projetistas
Fornecedores ConsultoresConstrutora
(...)
POR QUE PREOCUPAR-SE COM O CUMPRIMENTO DAS NORMAS TÉCNICAS?
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NBR 15575
Desempenho e Vida útil
3ª PARTE:
(edificações habitacionais)
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
EM QUÊ A NBR 15575 (NORMA
DE DESEMPENHO) AFETA AS
RELAÇÕES JURÍDICAS
RELACIONADAS À
CONSTRUÇÃO CIVIL?
(edificações habitacionais)
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
• QUALIDADE
• OBRIGAÇÕES
• RESPONSABILIDADES
NORMA DE DESEMPENHO REFLEXOS JURÍDICOS
DEMANDAS E AÇÕES
JUDICIAIS ENVOLVEM O
QUESTIONAMENTO SOBRE:
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▪ O conceito de qualidade ao longo do tempo (vida útil)
baseia-se em fatores indissociáveis:
LÓGICA DA NORMA
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=CONDIÇÕES PARA A
QUALIDADEAO LONGO DO TEMPO
PROJETO
MANUTENÇÃO
+
(CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO)
EXECUÇÃO:
MATERIAIS E
SERVIÇOS
USO
+
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
=CONDIÇÕES PARA A
QUALIDADEAO LONGO DO TEMPO
PROJETO
MANUTENÇÃO
+
(CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO)
EXECUÇÃO:
MATERIAIS E
SERVIÇOS
USO
+
ITENS DE RESPONSABILIDADE
DOS FORNECEDORES
ITENS DE RESPONSABILIDADE
DOS USUÁRIOS
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Os requisitos mínimos que devem ser
atendidos pelos sistemas da edificação,
quando em uso (requisitos de desempenho)
A NBR 15.575 estabelece:
QUALIDADE1
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▪ DESEMPENHO ESTRUTURAL
▪ SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO
▪ SEGURANÇA NO USO E OPERAÇÃO
▪ FUNCIONALIDADE E ACESSIBILIDADE
▪ CONFORTO TÁTIL E ANTROPODINÂMICO
▪ DESEMPENHO TÉRMICO
▪ DESEMPENHO ACÚSTICO
▪ DESEMPENHO LUMÍNICO
▪ ESTANQUEIDADE À ÁGUA
▪ DURABILIDADE
▪ MANUTENIBILIDADE / GESTÃO DA MANUTENÇÃO PREDIAL
REQUISITOS GERAIS DE DESEMPENHO
(requisitos de QUALIDADE) QUALIDADE
Edificações habitacionais
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O tempo durante o qual esses requisitos
devem ser atendidos, supondo a correta
manutenção.
A NBR 15.575 estabelece:
VIDA ÚTIL2
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SISTEMA VUP mínima
Estrutura > 50 anos
Pisos internos > 13 anos
Vedação vertical externa > 40 anos
Vedação vertical interna > 20 anos
Cobertura > 20 anos
Hidrossanitário > 20 anos
(*) Considerando periodicidade e processos de manutenção segundo a ABNT NBR 15575 e
especificados no respectivo manual de uso, operação e manutenção entregue ao usuário elaborado
em atendimento à ABNT NBR 14037.
TABELA 7 | Vida útil de projeto (VUP)*
(item 14.2.1 da Norma)
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
Os projetistas devem estabelecer a Vida Útil de Projeto
(VUP) de cada sistema que compõe a norma.
Quem define a VUP precisa também estabelecer quais ações
de manutenção devem ser realizadas, para ter condições de
a vida útil ser atingida.
PROJETISTAS(novas obrigações)
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O funcionamento de um subsistema, durante a
vida útil, depende da substituição de
componentes que se desgastam em tempo
menor do que a vida útil do sistema (flexíveis,
gaxetas, o “ courinho ” da torneira, etc.),
providências compreendidas na atividade de
manutenção.
MANUTENÇÃO “DE ROTINA”
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Exemplo: (consta no Anexo “D”)
• Um revestimento de fachada em argamassa
pintada pode ser projetado para uma VUP de
“20” anos, desde que a pintura seja refeita
a cada “5” anos, no máximo
• Se o usuário não realizar a manutenção prevista,
a VU real do revestimento poderá ser seriamente
comprometida
• As eventuais patologias, no caso, terão origem na
falta de manutenção (excludente da
responsabilidade), e não em uma falha de
construção
MANUTENÇÃO “DE PROJETO”
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VIDA ÚTIL MANUTENÇÃO
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Código Civil
– Culpa exclusiva da vítima
– Fato exclusivo de terceiro
– Cláusula de não indenizar
– Caso fortuito ou força maior
Excludentes da Responsabilidade do Construtor:
CDC
– Não colocação do
produto no mercado
– Inexistência do defeito
– Culpa exclusiva do consumidor
(caso fortuito e força maior)
Mau uso
ou
Falta de manutenção
O MAU USO E A FALTA DE MANUTENÇÃO
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• Veículos de informação (cumprimento de obrigação)
• Instrumentos de marketing
• Elemento de defesa quando houver
questionamento sobre qualidade/desempenho
• Instrumentos de orientação de perícias
MANUAIS
SOBRE OS MANUAIS
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EM QUÊ A NORMA INTERFERE NO
TOCANTE À GARANTIA DOS
PRODUTOS / SISTEMAS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL?
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1 2 3 4 5 6 7
5 anosEntrega da obra
ou “HABITE-SE”
3 ANOS – Instalação de
tomadas, interruptores,
fios e cabos elétricos,
caixas e quadros
3 ANOS – pela instalação das
partes hidráulicas e gás –
coletores, ramais, louças,
caixas de descarga, etc.
2 ANOS – por destacamentos,
fissuras, desgaste excessivo de
pisos cimentados, acabados em
concreto, contrapiso, etc.
1 ANO – instalação de
equipamentos (para-raios,
aquecedores), fechaduras,
fixação de vidros, sistema de
telefonia, etc.
3 ANOS – infiltração decorrente
do mau desempenho do
revestimento externo da
fachada
5 ANOS – má aderência do
revestimento; revestimentos de
paredes e tetos internos e externos
em argamassa, gesso liso
HÁ MAIS PRAZOS
DE GARANTIA PREVISTOS NA NORMA
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TÉRMINO
Prazo de garantia
Prazo de responsabilidade
Do construtor (em aberto …)
PRAZO DE GARANTIA x PRAZO DE RESPONSABILIDADE
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PRAZO DE RESPONSABILIDADE
A lei não define o prazo em que perdura a responsabilidade
do fornecedor
Não havendo definição de prazos, a responsabilidade dos
fornecedores perdura por prazo indefinido
A lei define o prazo para propor ação, que, no caso de
vícios ocultos, começa a contar (a pretensão nasce)
quando surge o vício (“actio nata” - CC, art. 189 – e CDC,
art. 26,§ 3º)
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
... no cenário de indefinição de prazos “técnicos” =
= aplicação dos prazos “jurídicos”
Súmula 194 do STJ – Superior Tribunal de Justiça (antes do CC 2002)
“Prescreve em 20 (vinte) anos a ação para obter,
do construtor, indenização por defeitos da obra.”
SITUAÇÃO
ANTERIOR
PRAZO DE RESPONSABILIDADE
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RAZOABILIDADETÉCNICA
PRAZO DE PRESCRIÇÃO
20 ANOS
O prazo de 20 anos atendia, tanto para o surgimento do vício (compequenas variações nesse entendimento), como para a prescrição
PRAZO DE RESPONSABILIDADE
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DUAS MUDANÇAS
ACONTECERAM
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➢ O maior prazo de prescrição foi reduzido para 10 (dez) anos
Prazo de Garantia
5 20 25 30 35 40
PRESCRIÇÃO
20
1ª NOVIDADE: CÓDIGO CIVIL DE 2002
MUDANÇA
DE
CENÁRIO
10
PRAZO DE RESPONSABILIDADE
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
Prazo de
Garantia
5 20 25 30 35 40
PRESCRIÇÃO
VIDA ÚTIL: pisos internos - 13
VIDA ÚTIL: vedação vertical interna - 20
VIDA ÚTIL: vedação vertical externa - 40
VIDA ÚTIL: estrutura - 50
2ª NOVIDADE :
VIDA ÚTIL: período de tempo em que os requisitos mínimos de desempenho (de
qualidade) devem ser atendidos pela edificação, supondo a correta manutenção
10
MUDANÇA
DE
CENÁRIO
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
RAZOABILIDADETÉCNICA
PRAZO DE PRESCRIÇÃO
20 ANOS
PRAZO DE RESPONSABILIDADE
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O fabricante/fornecedor responde pela adequação do
produto durante a VIDA ÚTIL
(Ressalvadas as hipóteses de mau uso, falta de manutenção, atos de
terceiros, caso fortuito ou força maior)
TEORIA DA RESPONSABILIDADE PELA
VIDA ÚTIL DO PRODUTO (acolhida pelo STJ)
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(Teoria da vida útil do produto)
CONTEXTO
JURISPRUDENCIAL
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
Recurso Especial nº 984.106 – SC (2007/0207915-3) - 4ª Turma do STJ –
Rel. Min. Luis Felipe Salomão – Dje: 20/11/2012
“Ademais, independentemente de prazo contatual de garantia, a venda de um
bem tido por durável, com vida útil inferior àquela que legitimamente se
esperava, além de configurar um defeito de adequação (art. 18 do CDC),
evidencia uma quebra da boa-fé objetiva, que deve nortear as relações
contratuais, sejam de consumo, sejam de direito comum. Constitui, em outras
palavras, descumprimento do dever de informação e a não realização do próprio
objeto do contrato, que era a compra de um bem, cujo ciclo vital se esperava, de
forma legítima e razoável, fosse mais longo.”
PRAZO DE RESPONSABILIDADE
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
Recurso Especial nº 984.106 – SC (2007/0207915-3) - 4ª Turma do STJ –
Rel. Min. Luis Felipe Salomão – Dje: 20/11/2012
“O Código de Defesa do Consumidor, no § 3º do art. 26, no que concerne à disciplina do
vício oculto, adotou o critério da vida útil do bem, e não o critério da garantia, podendo o
fornecedor se responsabilizar pelo vício em um espaço largo de tempo, mesmo depois de
expirada a garantia contratual.”
“Com efeito, em se tratando de vício oculto não decorrente do desgaste natural gerado pela
fruição ordinária do produto, mas da própria fabricação, e relativo a projeto, cálculo
estrutural, resistência de materiais, entre outros, o prazo para reclamar pela reparação se
inicia no momento em que ficar evidenciado o defeito, não obstante tenha isso ocorrido
depois de expirado o prazo contratual de garantia, devendo ter-se sempre em vista o critério
da vida útil do bem.”
PRAZO DE RESPONSABILIDADE
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
“O critério de vida útil é o que melhor atende aos interesses
dos consumidores, que adquirem produtos com uma
expectativa legítima de durabilidade e bom funcionamento
por um certo período”.
PRAZO DE RESPONSABILIDADE
Recurso Especial nº 984.106 – SC (2007/0207915-3) - 4ª Turma do STJ – Rel. Min. Luis Felipe Salomão – Dje: 20/11/2012
“E para que o prazo de vida útil de determinado produto
durável não seja objeto de controvérsias, compete ao próprio
fabricante defini-lo, já que dispõe da tecnologia necessária
para tanto, e informá-lo ao consumidor, nos termos dos arts.
6º, III e 31 do CDC.”
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
ENCERRAMENTO
CONCLUSÕES E
PREOCUPAÇÕES
1, 2 e 3
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OBSERVAÇÃO/
PREOCUPAÇÃO1ª
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
✓ No CDC, todos os bens duráveis estão na mesma cesta
✓ O CDC se aplica também às incorporações imobiliárias
✓ E já existe um critério de julgamento para bens duráveis (“critério da vida útil do
bem”)
Problema:
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
Bens duráveisBens Não Duráveis
VIDA ÚTIL - A DISTORÇÃO DO CRITÉRIO
VU 4 VU 20 VU 50 VU 120
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RISCO / PROBABILIDADE:
de as ações judiciais referentes à construção civil serem julgadas
pelo mesmo critério dos demais bens duráveis
(teoria da vida útil do produto)
=
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OBSERVAÇÃO/
PREOCUPAÇÃO2ª
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
A VIDA ÚTIL PODE NÃO SER ATINGIDA:
Por falha de execução
Por mau uso ou falta de manutenção
(caso fortuito, força maior ou ação de terceiros)
Por falha de projeto
VIDA ÚTIL = PRAZO DE “EXPOSIÇÃO” À RESPONSABILIDADE
(Ponto: são prazos longos, em relação à vida humana)
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OBSERVAÇÃO/
PREOCUPAÇÃO3ª
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SPES (SOCIEDADES DE PROPÓSITO
ESPECÍFICO)
SPEs (contratantes):
a) São criadas para se extinguir ao final do ciclo doempreendimento
b) Têm curto prazo de duração
(comparativamente ao produto que lançam no mercado)
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
▪ AUMENTO NO PRAZO DE EXPOSIÇÃO À RESPONSABILIDADE
▪ REDUÇÃO NO PRAZO DE EXISTÊNCIA DAS EMPRESAS
▪ RISCO PARA OS PROFISSIONAIS CONTRATADOS
PRAZO DE EXPOSIÇÃO
À RESPONSABILIDADEPRAZO DE EXISTÊNCIA
DAS EMPRESAS
S S
t t
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MENSAGEM FINAL
A MAIOR OU MENOR SEGURANÇA DO INCORPORADOR, E/OU DO CONSTRUTOR,
DEPENDERÃO:
Do atendimento das normas técnicas pelos elos antecedentes
Da confiabilidade e solidez dos fornecedores
Engenheiros
Dono da obra/
incorporador Projetistas
Fornecedores ConsultoresConstrutora
(...)
21º ENECE - São Paulo – out/2018 Carlos Pinto Del Mar
www.leud.com.br
OBRIGADO
PELA
ATENÇÃO!