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RELATÓRIO FINAL MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA Torcato Moreira Marques | 6º ano | Nº 2010236

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RELATÓRIO FINAL

MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA Torcato Moreira Marques | 6º ano | Nº 2010236

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TORCATO MOREIRA MARQUES

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ÍNDICE

1.Introdução 3

2.Objetivos Gerais 3

3.Síntese das Atividades Desenvolvidas 4

3.1 Estágio de Medicina Interna 4

3.2 Estágio de Cirurgia ERASMUS + 4

3.3 Estágio de Pediatria ERASMUS + 5

3.4 Estágio de Ginecologia e Obstetrícia 5

3.5 Estágio de Saúde Mental 6

3.6 Estágio de Medicina Geral e Familiar 6

3.7 Estágio Clínico Opcional – Serviço de Urgência 7

4.Reflexão Crítica 7

5.Anexos 11

Nota Biográfica:

Nascido no verão de 1990, em terra nortenha de gente simples e trabalhadora, Caxinas -

Vila do Conde, ingressei no Ensino Superior em Setembro de 2008 na Escola Superior de

Enfermagem do Porto. Desde que tenho memória de mim mesmo que digo querer ser médico

e, após no ano seguinte ter sido colocado na Faculdade de Medicina Dentária da

Universidade do Porto, eis que em 2010 começo o meu percurso frente ao velhinho Campo

de Santana.

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TORCATO MOREIRA MARQUES

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INTRODUÇÃO

“A Medicina moderna é uma Ciência, porventura a mais jovem de todas, como o referiu Lewis

Thomas, requer a perceção da globalidade do ser humano doente, na sua dimensão pessoal, física,

espiritual e familiar e não pode ser indiferente ao componente social. Por isso a educação dum Médico

é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

profissional (…)”

Na minha opinião, penso que esta citação do “O Licenciado Médico em Portugal”, 2005; resume

bem aquilo que se espera do Curso de Medicina da NOVA Medical School | Faculdade de Ciências

Médicas (NMS|FCM): todo um percurso de aprendizagem cimentada nos pilares básicos do ensino

médico, até ao culminar num 6º ano profissionalizante que garante que sejam adquiridas as

competências e valores necessários a “exercer esta arte com dignidade”.

O presente relatório tem como objectivo sintetizar o conjunto de atividades desenvolvidas ao longo

do presente ano letivo. Começa por sucintamente falar de cada uma delas, passando por uma

componente crítica das mesmas, havendo ainda uma breve referência a actividades extracurriculares

que, de acordo com o meu julgamento, ajudaram a desenvolver o meu raciocínio, personalidade e

carácter.

2. OBJECTIVOS

A aquisição e consolidação de competências teóricas e práticas é, sem sombra de dúvida, o

objectivo basilar deste ano profissionalizante. O aperfeiçoar das competências básicas e fundamentais

como a colheita de uma história clínica e realização de exame objectivo até à participação activa em

reuniões de serviço com apresentação dos casos clínicos a nosso cargo, aprendendo e aperfeiçoando,

no entretanto, o pedido de análises e exames complementares de diagnóstico e, reforçando a

importância da relação médico-doente e da comunicação numa boa prática clínica. Perceber o correto

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funcionamento de um serviço e a sua integração no respetivo Hospital, assim como conseguir ter uma

saudável adaptação na equipa são também objectivos indispensáveis de serem cumpridos que não

podem ser ignorados nesta reta final do ensino médico.

Sendo mais específico, tracei como metas pessoais no início do presente ano letivo, ser capaz de,

no final, para além dos objectivos acima expostos, conseguir com maior facilidade reconhecer e como

proceder perante as patologias mais comuns e importantes, mantendo um raciocínio clínico dirigido;

ser capaz de comunicar com os familiares do doente, tanto em situações benignas como em situações

mais complicadas; ser capaz de discutir casos com médicos de outras especialidades e técnicos das

mais variadas áreas e, ainda, aprender a lidar com a burocracia inerente ao trabalho, perceber a

organização dos cuidados de saúde e cultivar atitudes, assentes nas dimensões ética e legal.

3. SÍNTESE DAS ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS

3.1 Medicina Interna – 16 de Setembro a 24 de Outubro

O estágio de Medicina Interna, o que era por mim mais aguardado, decorreu na Unidade Funcional

de Medicina Interna 4 do Hospital de Santa Marta sob tutela da Doutora Teresa Garcia, Dr.ª Patrícia

Cachado e Dr.ª Sofia Galego. O meu trabalho focou-se sobretudo no internamento, onde tive

oportunidade de desempenhar as actividades diárias que qualquer médico do serviço tem, sendo aqui

indispensável a excelente integração com a equipa da Unidade que foi maestra a gerir o meu grau de

autonomia. Foi bastante proveitosa também a passagem pelo Serviço de Urgência do Hospital de São

José, assim como a presença nos seminários e elaboração do trabalho de grupo, que tinha também

como objectivo perceber em que ponto, os médicos da Unidade tratavam as Endocardites segundo

as guidelines internacionais. Foi ainda bastante interessante perceber de que forma podia ajudar os

alunos de vários anos que, sendo mais novos, precisavam algumas vezes de apoio ou orientação.

3.2 Cirurgia – 10 de Novembro a 9 de Janeiro; 12 Janeiro a 16 de Janeiro.

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O estágio de cirurgia decorreu já ao abrigo do Programa Erasmus+, na Eslovénia, na cidade de

Maribor. Tendo em conta que já no 5º ano do MIM, tinha realizado a UC de Cirurgia ao abrigo do

programa de mobilidade Almeida Garrett na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, estágio

do qual penso não ter tirado muito proveito, optei por, estando novamente em mobilidade, estar

presente em mais do que uma valência na área da cirurgia de forma a colmatar algumas falhas e tirar

algumas teimas. Desta forma, no Univerzitetni Klinični Center Maribor fiz uma rotação de 7 semanas

por serviços cirúrgicos, estando 4 semanas no Serviço de Cirurgia Abdominal, 1 semana no Serviço

de Cirurgia Torácica, 1 semana no Serviço de Cirurgia Plástica e 1 semana no Serviço de Urgência

dedicado a casos de Trauma com indicação cirúrgica. Consegui com esta rotação, perceber como

funcionam os serviços de cirurgia na Eslovénia e comparar um pouco aos portugueses, a forma como

trabalham e, o mesmo tempo, tirar as minhas dúvidas sobre algumas especialidades cirúrgicas. Tive

oportunidade de assistir a variadas cirurgias, assistir em algumas, fazer rondas de manhã com as

diferentes equipas pra discutir casos ou acompanhar o estado peri-operatório dos doentes.

3.3 Pediatria – 19 de Janeiro a 13 de Fevereiro

À semelhança do estágio de Cirurgia, o estágio de Pediatria foi também realizado em Maribor, ao

abrigo do Programa Erasmus+. Integrei o estágio como qualquer outro aluno esloveno da Medicinska

Fakulteta, sendo que todos nós tínhamos um calendário de rotações entre as diferentes áreas da

Pediatria e respetivos tutores, o que facilitou bastante todo o processo. Fui mais uma vez muito bem

recebido e tive oportunidade de colher histórias clínicas, realizar exames objectivos, discutir casos

clínicos, pedidos de exames complementares e terapêutica. Os serviços e o trabalho são organizados

de forma diferente daqueles onde já tive oportunidade de estar durante o meu percurso na NMS|FCM,

pelo que foi interessante perceber as diferenças e encontrar semelhanças.

3.4. Ginecologia e Obstetrícia – 23 de Fevereiro a 20 de Março

O estágio de Ginecologia e Obstetrícia sob orientação da Dr.ª Madalena Lourinho, no Hospital de

São Francisco Xavier. A actividade focou-se sobretudo em consulta Materno-Fetal de Alto Risco, visto

ser a área em que a minha tutora mais exercia. Ainda assim, tive oportunidade de passar também pelo

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Serviço de Urgência, Bloco de Partos, Puerpério, Consulta de Patologia do Colo, Consulta de

Ginecologia, onde tive oportunidade de pôr em prática alguns conhecimentos e realizar algumas

técnicas. A possibilidade de contactar com todas estas valências deu-me uma maior perspectiva sobre

a especialidade, as suas actividades e importância. Estive ainda presente nas reuniões de serviço e

sessões de formação e, realizei ainda, em conjunto com os meus colegas, um trabalho sobre Indução

do Trabalho de Parto, que se quis ser um ponto de partida para o estabelecimento de um protocolo

de actuação para todo o serviço.

3.5. Saúde Mental – 23 de Março a 24 de Abril

A minha actividade no Serviço de Reabilitação do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, o tão

emblemático Hospital Júlio de Matos, sob orientação da Dr.ª Ana Caixeiro, centrou-se sobretudo no

internamento deste serviço, que obrigava a uma diária avaliação de diversos doentes e reuniões de

serviço em variados pavilhões daquele Centro Hospitalar. Tive oportunidade de avaliar casos variados,

tanto no que toca à patologia como também ao grau de estabilidade e reinserção social, colher e

discutir uma história clínica, participar numa reunião comunitária, numa reunião familiar, observar uma

avaliação neuro psicológica, estar presente numa sessão de triagem e numa sessão de psicoterapia,

assim como em várias sessões de formação, subordinadas aos mais variados e interessantes temas

no âmbito da psiquiatria. Não podia deixar de referir a minha passagem pelo peculiar Serviço de

Urgência no Hospital de São José e as aulas teórico-práticas lecionadas na faculdade.

3.6. Medicina Geral e Familiar – 27 de Abril a 23 de Maio

Foi na Unidade de Cuidados de Saúde Primários (UCSP) de Marvila que desenvolvi a minha

actividade no âmbito desta unidade curricular, sob a supervisão da Dr.ª Mª do Carmo Cunha. Este

estágio foi bastante interessante na medida em que foi possível contactar com um grande leque de

patologias devido ao variado tipo de consultas que os médicos de Medicina Geral e Familiar fazem.

Consulta de Hipertensão, Diabetes, Planeamento Familiar, Saúde Materna, Saúde Infantil e Consulta

de Adultos foram todas as consultas nas quais tive oportunidade de, mais do que observar, pôr em

prática conhecimentos, realizando, com supervisão, várias consultas, com tudo aquilo que estas

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acarretam, incluindo exames físicos, colheita de história da doença atual e também várias técnicas

desde otoscopias a citologias e outras. Tive também oportunidade de fazer algumas visitas

domiciliárias a doentes incapazes de se deslocar à UCSP.

3.7 Estágio Opcional – Serviço de Urgência – 25 de Maio a 5 de Junho

O estágio opcional, escolhido puramente pelo enorme gosto que nutro pelo Serviço de Urgência,

decorreu no Hospital de São José com a Dr.ª Sofia Galego. Tive oportunidade, como várias vezes

durante os vários anos clínicos do MIM, pôr à prova a minha capacidade de raciocínio, de colher

histórias clínicas muitas vezes sob a pressão da emergência da situação, de fazer exames objectivos

dirigidos e discutir diagnósticos e terapêutica de variadíssimas patologias. Tive ainda oportunidade de

ver pacientes, menos urgentes, sozinho, orientando todo o processo, discutindo apenas no final com

a minha tutora para que houvesse a certeza de que nada havia falhado, ou corrigir eventuais falhas.

4. REFLEXÃO CRÍTICA

“A eficiência com que decorre a formação médica constitui uma prioridade natural das escolas

médicas.” (“O Licenciado Médico em Portugal”, 2005).

Penso que na NMS|FCM é isso mesmo que se passa. A reestruturação do curriculum do ensino

médico na nossa faculdade fez com que o 6º e último ano do Mestrado Integrado em Medicina fosse,

aquilo que é. Mais do que fazer sentido no papel, é importante que funcione e, efetivamente funciona.

Todo o conjunto de estágios decorreu de forma naturalmente integradora com a possibilidade da

aplicação de conhecimentos, realização de técnicas, integração nas equipas dos variados serviços, já

com algum tratamento quase de semelhante ao invés da habitual distância, o que ajudou imenso na

adaptação.

Iniciei o ano com o estágio de Medicina Interna, e não podia ter começado de melhor forma. A

Unidade de Medicina 4 do Hospital de Santa Marta foi um local que considero de extremo valor na

minha formação. Para além de ter cumprido vários objectivos que achava ser decisivo completar este

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ano letivo como, conseguir reconhecer e saber proceder perante as patologias mais importantes;

saber dar más notícias ou ter autonomia (e sabedoria) suficiente para falar com doentes e os seus

familiares, explicar a sua doença e tudo o que ela acarreta, entre outros, penso que aprendi aqui, o

que realmente significa ser internista. Foi, sem dúvida o estágio que mais prazer me deu frequentar.

Os estágios de Cirurgia e Pediatria foram realizados ao abrigo do Programa Erasmus+, pelo que a

experiência foi duplamente diferente. Em primeiro porque realizar um estágio num ano

profissionalizante acarreta por si só uma maior responsabilidade quer em termos de conhecimento

teórico, quer em termos de ação. Desta forma, o facto de estar num país completamente diferente, em

que os hábitos de trabalho são diferentes torna tudo ainda mais exigente e entusiasmante. O maior

desafio era sempre a comunicação com os doentes, visto não falar Esloveno e muitos não falarem

inglês, mas com ajuda dos tutores tudo se tornou mais fácil. No caso da Pediatria tive bastante sorte

ao encontrar vários casos de crianças cujos pais falavam inglês, o que permitiu que toda a entrevista

e exame objectivo fossem realizados sem quaisquer entraves. A experiência foi, sem qualquer tipo de

dúvida, excecional e enriquecedora a todos os níveis e, penso também, que todos deveriam ter a

oportunidade de realizar parte dos seus estudos fora do seu país mas, sobretudo, fora da sua zona

de conforto. Há um crescimento e capacidade de adaptação inerentes ao processo que é

extremamente vantajoso para o desenvolvimento não só de um jovem adulto, como também de um

jovem médico.

O estágio de Ginecologia e Obstetrícia ensinou-me mais sobre o interessante e bonito estado que

é a gravidez, a saber lidar com recém nascidos depois de ajudar a fazê-los nascer e também a saber

como agir perante as mais variadas doença da mulher. Apesar disto tudo, penso que o Serviço não

tem capacidade formativa. Apesar de haver interesse por parte de alguns médicos em ensinar, na

globalidade o serviço não está preparado para ter alunos, muito mais do 4° e 6° ano. Há uma clara

incapacidade de absorver tantos alunos nas actividades que acaba por se perder a essência do

estágio profissionalizante.

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Estar um mês no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa com doentes com as mais variadas

patologias psiquiátricas, vê-los melhorar e voltar à vida em sociedade enquanto reconstroem uma vida

profissional levou-me a largar a perceção que tinha acerca da doença psiquiátrica como uma doença

incapacitante. A organização do estágio peca por deixar os alunos restritos a um serviço durante todo

o tempo e, enquanto eu tive a fortuna de ver várias patologias e actividades, outros colegas ão tiveram

muita sorte.

No estágio de Medicina Geral e Familiar aprendi a dar valor aos cuidados de saúde primários, a

base de um sistema de saúde desenvolvido, à forte e importante relação médico-doente e à

complexidade das doenças, famílias e todas as condicionantes socioeconómicas destas, algo que

nenhum outro estágio me deu.

Acabo assim este último ano letivo com sentimento de ter cumprido os objectivos a que me propus

no seu início, mas com a consciência que há ainda muito trabalho a fazer até conseguir sentir-me

plenamente satisfeito com as minhas capacidades.

Por último, não podia deixar de falar de todas as actividades extra curriculares que fui

desenvolvendo e que me permitiram abraçar todas estas responsabilidades. Pode parecer demagogia

mas não é. Ter pertencido à Comissão de Curso no meu 4º ano, mostrou-me aquilo que custa

organizar turmas, dar orientações e responder a dúvidas dos colegas, no fundo gerir e organizar os

problemas de todo um ano, tendo ao mesmo tempo estágios, estudos e uma vida extra faculdade. Há

toda uma capacidade de gerir tempo e prioridades que cresce e amadurece com estes cargos. Mas

nunca senti verdadeiramente isto até no ano seguinte ter sido eleito como Vice – Presidente Externo

da Associação de Estudantes. Estar responsável pela representação externa em várias federações

em defesa dos meus colegas, ser o coordenador e intervir nos departamentos responsáveis pelos

Intercâmbios internacionais e Erasmus e, ainda, com a Educação Médica também sob a minha alçada

ensinou-me, como nunca sendo “apenas estudante” me ensinaria a trabalhar em equipa e geri-las,

gerir conflitos, organizar eventos, lidar com situações políticas e, acima de tudo, ser posto à prova em

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situações que nunca equacionei fazerem parte do meu dia-a-dia. Poucas coisas me deram sentimento

de orgulho e dever cumprido como aquele mandato, que apenas terminou em Novembro do presente

ano letivo. Era uma mais valia ver crescer o interesse dos alunos pelo associativismo e, ainda melhor

que a faculdade estimulasse os seus alunos a serem mais interventivos, não só nesta casa como na

sociedade.

Não posso acabar sem falar da experiência Erasmus. O facto de ter de me adaptar a um novo

ambiente num país completamente diferente com uma língua e costumes distintos, a novas pessoas

das mais diversas nacionalidades, fez-me crescer e apercebi-me, assim como aconteceu no 5º ano

quando fiz um semestre na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que tenho uma boa

capacidade de adaptação a situações novas e às vezes adversas. Enriqueci não só o meu carácter,

assim como sei hoje ser mais crítico em relação ao nosso Serviço Nacional de Saúde e ao trabalho

médico no nosso país. Penso que os alunos da NMS|FCM deviam ser ainda e cada vez mais

estimulados a completar parte dos seus estudos em mobilidade, pois é, hoje em dia, cada vez mais

importante saber, não só ser um cidadão do mundo, como também um médico do mundo.

Em suma, penso que globalmente tive uma boa formação. Pautada por bases sólidas, um grau

crescente de autonomia e um excelente rácio tutor/aluno que me permitiu desenvolver capacidades

diagnósticas, atos técnicos, raciocínio clínico e, ao mesmo tempo, desenvolver outras componentes

importantes como empatia, curiosidade, humildade, espírito de autocritica, espírito de iniciativa e

moral.

Finalizando, gostava de agradecer primeiro à minha família. Nunca seria quem sou, nem poderia

estar aqui hoje sem eles. Aos amigos, por perceberem muitas vezes a ausência mas ainda assim

manterem-se sempre ao meu lado. À Associação de Estudantes, por tudo aquilo que representa e por

lutar sempre pelo melhor interesse dos alunos de Santana e deste País. E, por fim, a esta casa, e com

ela a todos os Professores, Tutores, funcionários. Pelo que me ensinaram, pela paciência, pela

sabedoria dos conselhos e palavras e, por me fazerem sempre sentir bem vindo.

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5. ANEXOS

1. IFMSA Training 4 All – Guimarães;

2. Colaborador da Comissão Organizadora do iMed Conference® 6.0 – Lisbon 2014;

3. 27.ªS Jornadas de Cardiologia do Hospital Egas Moniz;

4. Vice – Presidente Externo da Associação de Estudantes da NOVA Medical School |

Faculdade de Ciências Médicas da Universidade NOVA de Lisboa;

5. 2º Congresso do Internato Médico José de Mello Saúde – “Um dia com a diabetes”;

6. Mesa Redonda: “Prova Nacional de Seriação – Como Sobreviver?”;

7. Palestra: “Abuso Sexual – Como reconhecer na prática clínica.”

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1. IFMSA Training 4 All

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2. Colaborador da Comissão Organizadora do iMed Conference® 6.0 – Lisbon 2014;

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3. 27.ªS Jornadas de Cardiologia do Hospital Egas Moniz

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4. Vice – Presidente Externo da Associação de Estudantes da NOVA Medical

School | Faculdade de Ciências Médicas da Universidade NOVA de Lisboa;

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5. 2º Congresso do Internato Médico José de Mello Saúde – “Um dia com a

diabetes”

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6. Mesa Redonda: “Prova Nacional de Seriação – Como Sobreviver?”

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7. Palestra: “Abuso Sexual – Como reconhecer na prática clínica.”