relatório de inflação • ii trimestre de 2013

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Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

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Page 1: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

Page 2: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

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Av. 4 de Fevereiro, nº 151 - Luanda, AngolaCaixa Postal 1243Tel: (+244) 222 679 200 - Fax: (+244) 222 339 125

www.bna.ao

Objectivo do Relatório de Inflação

Page 3: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

•3Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

Sumário Executivo 5O Estado da Economia Nacional 9

Projecções Anuais do PIB 9Inflação 9Índice de Preços no Consumidor de Luanda 9Índice de Preços no Grossista de Luanda 12

Políticas Macroeconómicas 15Política Fiscal 15

Receitas 15Despesas 18Saldos Fiscais e Fontes de Financiamento 21Crédito Líquido ao Governo Central (CLGC) 22Perspectivas 23

Política Monetária 23Base Monetária 23Depósitos do Sistema Bancário 33Crédito 25Meios de Pagamento 29Economia Internacional 34

Actividade Económica 34Inflação das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola 36Mercado das Commodities 37

Relações com o Exterior 42Mercados Cambiais Internacionais 42Taxas de câmbio AKZ/USD nos diversos mercados 43Comércio Externo e Reservas Internacionais 44

Considerações Finais 46Perspectivas 47

Índice Geral

Page 4: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

4

Sumário Executivo

O presente Relatório apresenta inicialmente uma avaliação da economia angolana, incluindo uma breve análise da inflação de preços. Na secção seguinte, é considerada a execução da política macroeconómica, onde são feitos um acompanhamento e uma análise dos seus principais indicadores. Em seguida são considerados os condicionantes externos, como o comportamento dos preços das commodities, em particular as alimentares e o petróleo. As relações com o exterior são analisadas a seguir, com especial atenção para a relação do dólar americano com as moedas dos principais parceiros comerciais de Angola. Finalmente algumas perspectivas sobre a economia angolana são apresentadas, destacando-se as previsões optimistas de crescimento do País apresentadas por organismos internacionais.

Para o caso de Angola, o Banco Mundial e a OCDE prevêem que o PIB crescerá a um ritmo médio de 7,1% em 2013 (Banco Mundial: 7,2% e OCDE: 8,2%). De acordo com as projecções do Ministério do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial, a taxa de crescimento projectada para este ano é de 5,1%, inferior às estimativas do Banco Mundial e da OCDE.

Em termos acumulados, é possível constatar que a inflação, no final do mês de Junho, se encontra 0,16 pontos percentuais acima daquela que tinha sido registada no mesmo período do ano passado. No trimestre em estudo verifica-se que apenas no mês de Abril se registou uma inflação acumulada inferior à do ano passado, sendo que, mesmo assim, esta diminuição teve uma dimensão muito inferior aos aumentos registados em Maio e Junho.

Teoricamente, pela própria relação comercial que os liga, espera-se que o IPC varie de acordo com as variações do IPG em períodos anteriores. Assim sendo, tendo em conta o facto da variação homóloga do IPG estar em queda desde o início do ano seria de esperar que a variação do IPC seguisse também essa tendência. Entretanto, as variações homólogas do IPG, no período considerado, são consistentemente inferiores às do IPC, indicando que não há convergência de variação entre os dois índices. Esse facto pode estar a indicar fortes distorções no processo de comercialização de bens, em especial alimentos, no mercado interno.Conclui-se que, a Política Fiscal contribuiu ao longo dos dois primeiros trimestres para uma contracção da liquidez agregada, entretanto, nos próximos trimestres, a Política Fiscal exercerá uma pressão expansionista na liquidez, acompanhando a tendência presente na fase final dos exercícios fiscais, em que o levantamento de verbas na CUT para financiar a execução do OGE tende a ser superior do que na primeira metade do ano.

No II Trimestre de 2013, verificou-se uma diminuição do Saldo da Conta de Bens (-8,16%), devido a uma contracção das quantidades de petróleo exportadas e a menores preços. A queda do valor das exportações totais foi superior à queda das importações totais (FOB), de -6,61% contra -2,05%, impulsionadas pela redução das exportações petrolíferas (queda dos preços do petróleo) e das exportações de diamantes (redução das quantidades e do preço). Do lado das importações observou-se uma redução da categoria dos combustíveis (34,66%), reactores nucleares (12,76%), obras de ferro fundido, ferro e aço (14,50%), veículos automóveis (2,14%) e outros (22,60%).

As reservas internacionais líquidas (RIL) atingiram os USD 32.443,13 milhões em Junho de 2013, uma diminuição de 5,65% face ao mês anterior e um aumento de 0,52% em termos trimestrais. Diversos factores contribuíram para a redução mensal das RIL, nomeadamente, a redução das entradas de divisas e realização de pagamentos que conduziram à desmobilização das RIL.

Para o terceiro trimestre de 2013 prevê-se uma variação trimestral no IPC entre 1,72% (limite inferior) e 2,10% (limite superior) e uma variação trimestral média de 1,91%. Em termos homólogos, prevê-se, para Setembro, uma variação entre 9,09% e 9,50%, sendo que o limite superior desta previsão se encontra abaixo do registado no terceiro trimestre de 2012 (9,65%);

Page 5: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

•5Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

Gráfico 1 – Projecção da Inflação%

Limite Inferior

Limite Superior

Previsão central

Inflação Observada

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00

Jan/12

Feb/12

Mar/12

Apr/12

May/12

Jun/12Jul/1

2

Aug/12Set/1

2Oct/1

2

Nov/12

Dec/12

Jan/13

May/13

Feb/13

Jun/13

Mar/13

Jul/13

Abr/13

Ago/13

Sep/13

O exercício da previsão da inflação teve como base:

a) A programação financeira do Tesouro do III trimestre que evidencia um défice no trimestre, cuja maior parte será financiada a partir da “Utilização de Saldos de Exercícios Anteriores e Recursos Consignados”;b) Uma estabilidade pouco acentuada do Kwanza face ao Dólar dos Estados Unidos da América (EUA), fruto do Nova Lei Cambial do sector petrolífero;c) Um ligeiro aumento na procura interna efectiva em relação ao trimestre anterior devido ao aumento nos gastos do governo;d) A pressão moderada e decrescente dos preços externos sobre os preços internos;

No entanto, apontam-se a seguir vários riscos associados às previsões da inflação, propensos a acelerar a taxa de inflação:

a) Concentração da Despesa Fiscal no último quadrimestre do ano;b) Factores estruturais relacionados com a cadeia de distribuição e importação de alimentos;c) Início da época de chuvas;d) Subida considerável do preço das commodities alimentares no mercado internacional.

Essa previsão condicionada da inflação de preços é um indicador importante para a condução da política monetária ao longo do terceiro e quarto trimestres. A manutenção da Política Monetária de modo a neutralizar o aumento de liquidez a ser provocado pelas contas públicas é fundamental para que a inflação permaneça na média aqui prevista.

O Banco Nacional de Angola dará continuidade ao processo gradual de migração para um sistema de metas de inflação flexível, visando a redução da taxa de inflação e atingir o objectivo de médio prazo que se situa no intervalo de 7 – 9%. O facto de nos mantermos no limite superior desse intervalo leva a considerar algumas medidas, incluídas no capítulo sobre as Considerações Finais.

Page 6: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

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ITRI11 IITRI11 IIITRI11 IVTRI11 ITRI12 IITRI12 IIITRI12 VITRI12 ITRI13 IITRI13

4,00%

3,50%

3,00%

2,5%

2,00%

1,50%

1,00%

0,50%

0,00%

O Estado da Economia NacionalProjecções Anuais do PIB

De acordo com as projecções feitas pelo Ministério do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial no PIB para o ano de 2013 será de Kz 11.764 mil milhões, o que representa um valor superior àquele que tinha sido estimado para o ano anterior (Kz 10.876 mil milhões). Estas mesmas projecções indicam um aumento do volume do PIB petrolífero na ordem dos Kz 887,9 mil milhões e um aumento do PIB não petrolífero de cerca de Kz 1.018,3 mil milhões, comparativamente a 2012.

Relativamente à taxa de crescimento real do PIB, foi projectado um valor de 5,1%, o que representa uma diminuição de 0,1 p.p. face ao ano anterior e que reflecte uma perspectiva de crescimento mais acentuado no sector não petrolífero (6,5%) que no sector petrolífero (2,6%). Comparativamente ao ano anterior, apesar de a taxa de crescimento do produto ter sido menor, a taxa de crescimento do sector não petrolífero aumentou 0,9 p.p.

De referir ainda que, de acordo com estas projecções, a estrutura percentual do PIB se alterou, tendo o petróleo diminuído a sua contribuição para 40,18% do PIB, 4,31 p.p. abaixo do valor estimado para o ano anterior, enquanto os serviços mercantis registaram um aumento da sua contribuição de 21,68% para 23,98%.

Apesar das projecções mais optimistas do Banco Mundial e da OCDE (7,2% e 8,2%), o FMI prevê um crescimento mais modesto de 6,2%.

Inflação

Índice de Preços no Consumidor de Luanda

Por ausência de dados relacionados com a variação dos preços em todo o território nacional, neste capítulo procede-se apenas à análise da variação do Índice de Preços na cidade de Luanda. No trimestre em análise, a inflação situou-se nos 2,11%, mantendo-se, portanto, inalterada face ao trimestre anterior. Contudo, face ao mesmo trimestre do ano passado, registou-se um aumento de 0,07 p.p.. No trimestre em análise, a inflação situou-se nos 2,11%, mantendo-se, portanto, inalterada face ao trimestre anterior. Contudo, face ao mesmo trimestre do ano passado, registou-se um aumento de 0,07 p.p..

Gráfico 2 – Análise da Inflação Trimestral

Fonte: DEE/ INE

Inflação Trimestral

2,11%

2,11%2,04%2,98%

Page 7: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

•7Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

A inflação trimestral é resultado de uma variação do IPC de Junho em relação a Março de 2013. Nos meses do trimestre em análise a inflação situou-se em 0,60%, 0,87% e 0,63%, respectivamente.

Tabela 1 – Variação trimestral dos preços por classes

De acordo com os dados apresentados na Tabela 1, as classes onde os preços mais variaram no 2º trimestre de 2013 foram a Classe 11-Hotéis, Cafés e Restaurantes (2,46%), seguida da Classe 01-Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas (2,44%) e da Classe 12-Bens e Serviços Diversos (2,36%).

Comparativamente ao primeiro trimestre do ano verifica-se que as Classes 01-Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas, 02-Bebidas alcoólicas e tabaco e 10-Educação registaram uma variação mais baixa, sendo nula a variação dessa última, enquanto nas restantes se registou o contrário. As Classes 04-Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustível e 07-Transportes foram aquelas onde o aumento da variação foi maior (0,48 p.p.).

Por outro lado, como tem vindo consistentemente a acontecer, a classe que mais contribuiu para o IPC foi a Classe 01-Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas, cuja contribuição de 1,12% representa mais de metade da variação do IPC (2,11%). Para além desta, registam-se contribuições 0,23% para a Classe 04-Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustível e de valores acima de 0,15% para as Classes 03-Vestuário e Calçado e 12-Bens e Serviços Diversos.

Tabela 2 – Variações mensal, acumulada no ano e homóloga do IPC

Variação Trimestral2012 2013

CLASSES I Trim. II Trim. III Trim. IV Trim. I Trim. II Trim.01. Alimentação e bebidas não alcoólicas 2,36% 2,66% 2,40% 2,96% 2,67% 2,44%

02. Bebidas alcoólicas e tabaco 2,68% 1,82% 1,63% 2,38% 2,19% 1,63%

03. Vestuário e calçado 2,46% 2,41% 1,97% 2,58% 2,03% 2,23%

04. Habitação, água, electr., Gás e combust. 1,05% 0,86% 0,89% 5,19% 1,47% 1,95%

05. Mobiliario,equip. Domestico e manutenção 3,31% 2,42% 1,84% 2,40% 1,98% 2,19%

06. Saúde 1,91% 1,88% 1,88% 2,08% 1,88% 2,05%

07. Transportes 0,95% 0,93% 0,65% 2,36% 0,96% 1,44%

08. Comunicações 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%

09. Lazer, recreaçao e cultura 1,95% 1,27% 1,38% 2,03% 1,75% 1,85%

10. Educaçao 0,63% 0,00% 0,00% 0,01% 1,11% 0,00%

11. Hotéis,cafés e restaurantes 2,09% 2,43% 2,08% 2,42% 2,32% 2,46%

12. Bens e serviços diversos 2,51% 2,29% 1,99% 2,55% 2,17% 2,36%

Fonte: DEE-BNA/INE

A inflação mensal do mês de Junho caiu face ao seu valor no mês de Maio, situando-se em 0,63%, um valor próximo daquele que tinha sido registado nos meses de Março e Abril. Embora a inflação mensal tenha diminuído ligeiramente, quando comparada com o mês de Junho do ano passado, verifica-se que nos primeiros seis meses deste ano esta tem sofrido mais oscilações comparativamente ao mesmo período do ano passado.

Período

Variação Período Variação

mensal homóloga acumulada mensal homóloga acumulada

Jan.12 0,73% 11,48% 0,73% Jan.13 0,61% 8,90% 0,61%

Fev.12 0,69% 11,32% 1,42% Fev.13 0,82% 9,04% 1,44%

Mar.12 0,60% 11,12% 2,03% Mar.13 0,66% 9,11% 2,11%

Abr.12 0,70% 10,88% 2,74% Abr.13 0,60% 9,00% 2,72%

Mai.12 0,65% 10,51% 3,41% Mai.13 0,87% 9,25% 3,62%

Jun.12 0,68% 10,11% 4,11% Jun.13 0,63% 9,19% 4,27%

Jul.12 0,66% 10,02% 4,80%

Ago.12 0,60% 9,87% 5,42%

Set.12 0,55% 9,65% 6,00%

Out.12 0,91% 9,76% 6,97%

Nov.12 0,93% 9,83% 7,96%

Dez.12 0,99% 9,02% 9,02%

Page 8: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

8

Gráfico 3 - Inflação Mensal e Homóloga

Por seu lado, a inflação homóloga tem apresentado um percurso tendencialmente descendente e sem grandes variações de mês para mês. No mês de Junho de 2013 esta foi de 9,19%, tendo sido de 9,00% e 9,25% em Abril e Maio, respectivamente. O valor observado em Junho corresponde a uma diminuição de 0,92 p.p. em relação ao valor que havia sido registado no mesmo mês do ano de 2012. Em termos acumulados, é possível constatar que a inflação, no final do mês de Junho, se encontra 0,16 p.p.acima daquela que tinha sido registada no mesmo período do ano passado. No trimestre em estudo verifica-se que apenas no mês de Abril se registou uma inflação acumulada inferior à do ano passado, sendo que, esta diminuição teve uma dimensão muito inferior aos aumentos registados em Maio e Junho. Apesar disto, todos os valores deste ano são inferiores quando comparados com a inflação acumulada de 2011.

Índice de Preços no Grossista de Luanda

No trimestre em análise, o índice de preços no grossista aumentou 1,56%, o que corresponde a uma diminuição na ordem dos 0,85 p.p. face ao trimestre anterior e a um aumento de 0,04 p.p. comparativamente ao mesmo trimestre do ano passado.

Gráfico 4 – Variação trimestral do IPG

Jan/

12

Fev/

12

Mar

/12

Abr

/12

Mai

/12

Jun/

12

Jul/1

2

Ago

/12

Set/1

2

Out

/12

Nov

/12

Dez

/12

Jan/

13

Fev/

13

Mar

/13

Abr

/13

Mai

/13

Jun/

13

1,20%

1,00%

0,80%

0,60%

0,40%

0,20%

0,00%

Inflação Mensal e Homóloga

Inflação mensal Inflação Homóloga

10,11% 0,63%

9,19%0,68%

Fonte: DEE-BNA/INE.

ITRI11IIT

RI11

IIITRI11

IVTRI11ITRI12

IITRI12

IIITRI12

IVTRI12ITRI13

IITRI13

3,50%

3,00%

2,50%

2,00%

1,50%

1,00%

2,50%

0,00%

1,56%1,52%

2,41%2,57%

14,00%

12,00%

10,00%

8,00%

6,00%

4,00%

2,00%

0,00%

IPG

Page 9: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

•9Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

No Gráfico 4 percebe-se que o comportamento registado no segundo trimestre foi idêntico nos três anos analisados, ou seja, apresentou um movimento de diminuição da variação do IPG.

Tabela 3 – Variações mensal, acumulada no ano e homóloga do IPG

Este aumento trimestral de 1,56% dos preços no grossista reflecte uma variação de 0,64% no mês de Abril, 0,50% no mês de Maio e 0,41% no mês de Junho. As variações mensais foram menores no trimestre em análise do que no trimestre anterior. Comparativamente ao ano passado, em Abril deste ano registou-se uma maior variação do IPG, tendo o oposto acontecido relativamente aos meses de Maio e Junho.

Por seu lado, a variação homóloga do IPG foi de 8,46% no mês de Junho, o que representa uma diminuição na ordem dos 0,16 p.p. face ao mês de Maio que, por sua vez, tinha registado também uma diminuição, ainda que menor (0,03 p.p.), em relação a Abril. Comparativamente ao ano passado, a variação homóloga do IPG foi menor no mês de Abril porém mais elevada nos meses de Maio e Junho.

De acordo com a Tabela 3, a variação do IPG acumulada até Junho deste ano é superior àquela que se havia registado no ano passado em 0,30 p.p.. Também nos anteriores meses do ano se verificou uma variação acumulada superior à do ano passado.

Tabela 4 – Variação trimestral por Secções dos Produtos Nacionais e Importados

Secção ∆% Prod. Nacionais ∆% Prod. Importados

Agric. Prod. Animal, Caça e Silvicultura 1,97% 4,36%

Pescas 2,34%

Indústria Transformadora 1,06% 1,47%

Total 1,50% 1,58%

Período Variação Período Variação

mensal homóloga acumulada mensal homóloga acumulada

Jan.12 0,67% 9,73% 0,67% Jan.13 0,89% 8,39% 0,89%

Fev.12 0,95% 9,62% 1,63% Fev.13 0,82% 8,25% 1,72%

Mar.12 0,57% 9,26% 2,21% Mar.13 0,72% 8,42% 2,45%

Abr.12 0,43% 8,80% 2,64% Abr.13 0,64% 8,65% 3,11%

Mai.12 0,52% 8,42% 3,18% Mai.13 0,50% 8,62% 3,62%

Jun.12 0,56% 8,15% 3,75% Jun.13 0,41% 8,46% 4,05%

Jul.12 0,69% 8,16% 4,47%

Ago.12 0,68% 8,06% 5,18%

Set.12 0,65% 7,98% 5,86%

Out.12 0,60% 7,91% 6,50%

Nov.12 0,47% 7,74% 7,00%

Dez.12 1,11% 8,18% 8,19%

Page 10: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

10

Como pode ser visto na tabela 4, a variação dos preços dos produtos importados foi de 1,58%, superior à registada para os produtos nacionais em 0,08 p.p.. Dentro dos produtos nacionais, foi a secção das pescas a que registou uma variação maior. Por outro lado, a variação dos preços nos produtos importados revelou-se especialmente elevada na secção Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura.

De acordo com o INE, para a variação de 0,41% do IPG, os produtos importados contribuíram com 0,35 p.p., o que representa 84%, enquanto os produtos nacionais explicaram apenas 0,07 p.p. da mesma, o que corresponde a uma participação de 16%.

Gráfico 5 – Variações mensais do IPC e do IPG

No Gráfico 5, pode-se comparar a variação mensal do IPC com a do IPG. Teoricamente espera-se que o IPC varie de acordo com as variações do IPG em períodos anteriores. Assim sendo, tendo em conta o facto da variação do IPG estar em queda desde o início do ano seria de esperar que a variação do IPC seguisse também essa tendência. Entretanto, contrariando a lógica, ao longo do corrente ano, as variações homólogas do IPG têm sido consistentemente inferiores às correspondentes variações no IPC. Esse facto pode estar a indicar fortes distorções no processo de distribuição e comercialização de bens, em especial alimentos, no mercado interno.

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

O,OO

Jan/

12

Fev/

12

Mar

/12

Abr

/12

Mai

/12

Jun/

12

Jul/1

2

Ago

/12

Set/1

2

Out

/12

Nov

/12

Dez

/12

Jan/

13

Fev/

13

Mar

/13

Abr

/13

Mai

/13

Jun/

13

IPC IPG

Fonte: DEE-BNA/ INE

Page 11: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

•11Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

Políticas MacroeconómicasPolítica Fiscal

Receitas

A execução da programação Financeira do II trimestre de 2013, teve em conta, a taxa de câmbio média de Kz/USD 96,12 (Kz 0,40 acima do programado), as exportações de petróleo bruto, que se situaram em 161,55 milhões de barris (1,3% acima do programado) e o preço médio do petróleo que atingiu USD 103,12 barril (2,1% abaixo do programado).

Assim, o Fluxo de Recursos no Período em análise foi de Kz 1.270.794,18 milhões, o que agrega 92% de Receitas do Exercício (Kz 1.171.171,50 milhões) e 8% de Desembolsos de Financiamentos (Kz 99.622,68 milhões).

Os desembolsos de Financiamentos, consubstanciaram-se em desembolsos de Financiamentos Externos, essencialmente linhas de crédito e desembolsos de Financiamentos Internos, correspondentes a Obrigações do Tesouro.

Tabela 5 : Receitas Realizadas, em milhões de Kwanzas - Informação Preliminar

A execução das receitas totais correspondeu a cerca de 88,41% do programado, quando no trimestre anterior e no período homólogo cifrou-se em 83,17% e 101,84%, respectivamente, o que representou um aumento de 30,85% em relação ao trimestre anterior e uma diminuição de 11,05% em relação ao período homólogo de 2012.

Por seu turno, as receitas totais deduzidas das receitas consignadas resultaram num total de receitas líquidas no montante de Kz 1.108.418,75 milhões, ficando a sua execução em 88,48%.

¹Programação Financeira do Tesouro, III Trim-13.Fonte: Ministério das Finanças

Receitas (Milhões de Kz)

II Trim-12 I Trim-13 II Trim-13 III Trim-13¹

Prog. Exec. Grau de Exec. Prog. Exec. Grau de Exec. Prog. Exec. Grau de Exec. Prog.

Saldos Livres Acumulados 70.177,13 70.177,13 100,00 0,00 0,00 - 50.000,00 0,00 - 162.000,00

Receitas de exercícios anteriores 0,00 202.271,49 - 0,00 0,00 - 0,00 0,00 - 0,00

Desembolso de Financiamento 224.993,61 91.626,79 40,72 153.659,34 35.071,79 22,82 260.207,27 99.622,68 38,29 247.599,02

Receitas do Período 1.107.667,02 1.064.557,51 96,11 1.014.062,11 936.083,68 92,31 1.127.114,77 1.171.171,50 103,91 1.017.164,11

Receitas Correntes 1.107.186,02 1.064.557,51 96,15 1.013.544,11 936.083,68 92,36 1.126.607,77 1.170.943,28 103,94 1.016.651,11

Receitas de Capital 481,00 0,00 0,00 518,00 0,00 0,00 507,00 228,22 45,01 513,00

Receitas consignadas 284.150,23 244.365,25 86,00 169.578,55 299.807,88 176,80 184.584,78 162.375,43 87,97 103.918,03

Total das Receitas 1.402.837,76 1.428.632,92 101,84 1.167.721,45 971.155,47 83,17 1.437.322,04 1.270.794,18 88,41 1.426.763,13

Total das Receitas Líquidas 1.118.687,53 1.184.267,67 105,86 998.142,90 671.347,59 67,26 1.252.737,26 1.108.418,75 88,48 1.322.845,10

Page 12: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

12

Gráfico 6: Receitas previstas e realizadas, em milhões de Kwanzas

Dentre as receitas do exercício, cerca de 99.98%, correspondeu às receitas correntes, uma vez que se verificou uma baixa arrecadação de receitas de capital, sendo que no trimestre anterior e no período homólogo de 2012, as receitas do exercício, foram compostas apenas pelas receitas correntes.

Gráfico 7: Estrutura das Receitas

Receita Prevista Receita Executada

II Trim12

I Trim13

II Trim13

0% 20% 40%

Estrutura da Receita Fiscal

Correntes Capital

60% 80% 100%

0,02%99,98%

100,00%

100,00%

Fonte: Ministério das Finanças

Fonte: Ministério das Finanças

1.600.000

1.400.000

1.200.000

1.000.000

800.000

600.000

400.OO0

200.000

0II Trim12 I Trim13 II Trim13

Page 13: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

•13Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

Despesas

No trimestre em análise, os fluxos de saídas do exercício alcançaram Kz 1.137.342,78 milhões (face aos Kz 1.425.861,53 milhões programados) distribuídos em Kz 1.131.010,78 milhões, despesas do período e Kz 6.332,00 milhões, despesas do período anterior.

Tabela 6 : Despesas Realizadas, em milhões de Kwanzas - Informação Preliminar

¹ Programação Financeira do Tesouro, III Trim-13.Fonte: Ministério das Finanças

As despesas do exercício, foram executadas em 79,32% em relação ao programado, contra uma execução de 68,63% e 65,56% no trimestre passado e período homólogo de 2012. A execução alcançada representou um aumento de 58,15% e um aumento de 24,31%, comparativamente aos períodos anteriormente referidos.

As despesas correntes tiveram um maior grau de execução (98,37%), face ao programado, seguindo-se as despesas com o serviço da dívida (71,13%) e despesas de capital (55,05%).

Despesas (Milhões de Kz)

II Trim-12 I Trim-13 II Trim-13 III Trim-13¹

Prog. Exec. Grau de Exec. Prog. Exec. Grau de Exec. Prog. Exec. Grau de Exec. Prog.

Despesas do Periodo Anterior 58.094,35 75.333,64 129,67 0,00 0,00 - 0,00 6.332,00 - 0,00

Despesas do Periodo 1.387.818,43 909.862,19 65,56 1.042.009,08 715.160,10 68,63 1.425.861,53 1.131.010,78 79,32 1.689.756,00

Despesas Correntes 573.398,08 509.509,05 88,86 642.361,90 468.823,76 72,98 719.967,71 708.219,61 98,37 837.043,17

Despesas de Capital 482.486,29 153.380,20 31,79 304.018,38 132.159,96 43,47 493.086,03 271.420,82 55,05 551.350,92

Serviço da Dívida 331.934,06 246.972,94 74,40 95.628,80 114.176,38 119,40 212.807,79 151.370,35 71,13 301.361,91

Total da Despesa 1.445.912,78 985.195,83 68,14 1.042.009,08 715.160,10 68,63 1.425.861,53 1.137.342,78 79,77 1.689.756,00

Page 14: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

14

Gráfico 8: Despesas Previstas e Realizadas, em milhões de Kwanzas

No que respeita a estrutura das despesas totais, pode-se observar no gráfico 9 que as despesas correntes do exercício tiveram maior participação, seguidas das despesas de capital e com o serviço da dívida.

Gráfico 9: Estrutura das Despesas

1.600.000

1.400.000

1.200.000

1.000.000

800.000

600.000

400.OO0

200.000

0II Trim12 I Trim13

Despesa Prevista Despesa Executada

II Trim13

Despesas Correntes Despesas de Capital Serviço da Dívida

62,62%

24,00%

13,38%

Fonte: Ministério das Finanças

Estrutura Despesa Total - II Trim-13

Fonte: Ministério das Finanças

Page 15: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

•15Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

Saldos Fiscais e Fontes de Financiamento

Quanto ao desempenho das contas fiscais, no II trimestre de 2013, apurou-se um défice do saldo do exercício na ordem de Kz 28.924,01 milhões.

Gráfico 10: Saldos fiscais previstos e realizados, em milhões de Kwanzas

Assim, para financiar o défice fiscal, o Tesouro recorreu à emissão de Bilhetes do Tesouro e desmobilização de Reservas internacionais Líquidas. Deste modo, a fonte de financiamento usada não gera pressão nem expansão sobre os Meios de Pagamentos.

500000,0

400000,0

300000,0

200000,0

100000,0

,0

-100000,0

-200000,0

-300000,0

-400000,0

PFT PFTEXEC EXEC EXECPFT

II trim-12

Saldo do Exercício

Saldos Fiscais e Financiamento

Financiamento

I trim-13 II trim-13

Fonte: Ministério das Finanças

Page 16: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

16

Crédito Líquido ao Governo Central (CLGC)

Gráfico 11: Crédito Líquido ao Governo Central 2012 - 2013 (Milhões de Kz)

O crédito líquido ao governo central contraiu em cerca de 4,40% no trimestre em análise, valor inferior ao registado no trimestre anterior (45,88%) e período homólogo de 2012 (39,21%). A contracção registada no trimestre, decorre do aumento dos depósitos do Governo no sistema bancário em 2,16%.

2.500.000,00

2.000.000,00

1.500.000,00

1.000.000,00

500.000,00

0,00

-500.000,00

-1.000.000,00

-1.500.000,00

CLGC Crédito ao Governo Geral Depósitos

I trim-2012 II trim-2012 III trim-2012 IV trim-2012 I trim-2013 II trim-2013

Fonte: DES - BNAObs: Os dados estão expressos em Kz milhões

Page 17: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

•17Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

Política Monetária

Base Monetária

Como é observável no Gráfico 14, a Base Monetária Ampla e a Base Monetária em Moeda Nacional expandiram-se ao longo do II trimestre em 4,84% e 6,50%, respectivamente. Quando comparadas com o período homólogo de 2012, observa-se, igualmente, uma expansão da Base Monetária Ampla na ordem dos 5,43% e da Base Monetária em Moeda Nacional na ordem dos 6,91%.

Gráfico 12 – Comportamento da Base Monetária 2011 a 2013

1200000,000

1000000,00

800000,000

600000,000

600000,000

400000,000

200000,000

,000II trim-11 III trim-11 IV trim-11 I trim-12 II trim-12 III trim-12 IV trim-12

BM Ampla BM (MN) Reserva Bancária MN Reserva Bancária ME

I trim-13 II trim-13

A expansão da Base Monetária faz-se reflectir no aumento trimestral das Reservas Bancárias em Moeda Nacional, na ordem dos 8,74%, bem como pelo aumento de 1,7% das Reservas Bancárias em Moeda Estrangeira.

Tabela 7 – Componentes da Base Monetária

Fonte: DES - BNA

Base Monetária III Trim 11 IV Trim 11 I Trim 12 II Trim 12 III Trim 12 IV Trim 12 I Trim 13 II Trim 13

BM Ampla 0,30% 23,30% -10,32% 5,43% 4,32% 5,82% -6,92% 4,84%

BM (MN) -0,12% 29,87% -14,97% 6,91% 7,24% 7,42% -11,35% 6,50%

Depósitos Bancários MN -4,11% 27,02% -12,33% 9,13% 4,73% -3,92% -7,79% 8,74%

N.Moedas em Circulação 6,49% 34,14% -18,71% 3,51% 11,29% 24,59% -15,49% 3,65%

Depósitos Bancários ME 1,23% 9,10% 1,61% 2,24% -2,27% 1,87% 4,60% 1,17%

Fonte: DES - BNA

Também as notas e moedas em circulação aumentaram 3,65% recuperando-se da quebra acentuada de -15,49% verificada no I trimestre. Essa quebra parece dever-se a um movimento de contracção da liquidez na economia no I trimestre do ano, após o aumento sazonal que se verifica devido à propensão para serem efectuados maiores gastos e devido ao pagamento dos subsídios aos trabalhadores, no último trimestre do ano anterior.

Da análise ao Gráfico 15, verifica-se que ao longo do trimestre, a Base Monetária apresentou uma expansão moderada provocada pela expansão dos Activos Externos Líquidos (AEL) que compensou a contracção dos Activos Internos Líquidos do BNA.

Page 18: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

18

4000000

3500000

3000000

2500000

2000000

1500000

1000000

500000

0

800 000,00

700 000,00

600 000,00

500 000,00

400 000,00

300 000,00

200 000,00

100 000,00

0,00

dez/

10

Milh

õesd

e Kw

anza

s

fev/

11

abr/

11

jun/

11

ago/

11

AEL AIL BM (Eixo à direita)

out/1

1

dez/

11

fev/

12

abr/

12

jun/

12

ago/

12

out/1

2

dez/

12

fev/

13

abr/

13

jun/

13

Gráfico 13 – Evolução das Contrapartes da Base Monetária (Kz em Milhões)

Crédito

No II Trimestre do ano de 2013, o Crédito à Economia continuou o seu percurso ascendente, crescendo 2,90%, um valor superior aos 0,007% do trimestre anterior, mas obtendo, ainda assim, um crescimento inferior aos 11% registados no período homólogo de 2012.

Gráfico 14 – Crédito em MN e ME

II Trim 2011 III Trim 2011 IV Trim 2011 I Trim 2012 II Trim 2012 III Trim 2012 IV Trim 2012 I Trim 2013 II Trim 2013

Crédito à Economia em MN

Obs: Dados expressos em Kz milhões

Crédito à Economia em ME Crédito à Economia

3.000.000,00

2.500.000,00

2.000.000,00

1.500.000,00

1.000.000,00

500.000,00

0,00

836.

787,

07

996.

692,

19

1.09

0.75

5,13

1.18

9.65

3,57

1.40

6.85

3,48

1.39

8.71

1,02

1.51

7.31

4,42

1.57

3.97

8,25

1.63

2.07

9,63

1.10

1.47

0,24

1.06

5.40

1,80

1.06

4.89

3,60

1.07

8.49

4,10

1.11

1.86

4,77

1.12

9.54

0,59

1.15

6.01

0,22

1.10

1.23

6,00

1.12

0.84

0,78

Como é perceptível no Gráfico 18, no período em análise, o crédito à economia em MN expandiu-se em 3,69%, e o crédito à economia em ME expandiu-se cerca de 1,78%;

Page 19: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

•19Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

Peso (%)

I Trim 2012 II Trim 2012 III Trim 2012 IV Trim 2012 I Trim 2013 II Trim 2013

Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura. 1,42 1,71 1,44 2,79 2,88 6,27

Pescas 0,08 0,09 0,11 0,14 0,17 0,19

Indústria Extrativa 3,11 4,47 4,77 4,18 4,47 3,62

Indústrias Transformadoras 8,05 8,23 9,71 8,27 8,47 6,16

Prod. e Distrib.de Electricidade, de Gás e de Àgua 0,17 0,09 0,13 0,08 0,08 0,10

Construção 8,72 11,09 11,20 10,08 10,05 10,23

Comércio por Grosso e a Retalho 16,40 17,07 18,82 16,95 16,25 16,33

Alojamento e Restauração (Restaur. e Similares) 0,91 1,09 1,20 1,30 1,48 1,74

Outros 61,14 56,15 52,62 56,21 56,15 55,37

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Fonte: BNA

Tabela 8 – Peso do Crédito por Sector de Actividade

Na Tabela 9, verifica-se que os sectores que apresentaram um aumento no peso do crédito total concedido foram a Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura (+ 3,39 p.p.), as Pescas (+ 0,02 p.p.), a Produção e Distribuição de Electricidade, de Gás e de Água (+ 0,02 p.p.), a Construção (+0,18p.p.), o Comércio por Grosso e a Retalho (+ 0,08p.p.), e o Alojamento e Restauração (+0,26 p.p.). Por outro lado, os sectores que diminuíram o seu peso relativo no crédito total foram a Indústria Extractiva (-0,85 p.p.), a Indústria Transformadora (-2,31 p.p.) e o crédito concedido a Outros sectores (-0,78 p.p.). Deste modo, verificamos que em termos de investimento na produção de bens transaccionáveis cuja produção superior pode ter um maior impacto na queda dos preços pela via da redução das exportações, apenas o sector alimentar parece ter ganho peso, uma vez que o sector industrial apresentou um decréscimo no peso relativo no crédito total.

Da comparação da evolução das taxas de juros activas para com o sector empresarial em ME e MN (Gráfico 19) verifica-se que desde o II trimestre de 2011, há uma tendência de aproximação entre as taxas nas diversas maturidades dos empréstimos, indicando deste modo, que as expectativas dos agentes económicos face à inflação interna se têm vindo a reduzir. Excepção foi o presente trimestre, não parecendo que o aumento deste gap se fique a dever a revisões de expectativas dos agentes face à inflação futura na economia angolana, mas porque houve um aumento considerável dos depósitos em Moeda Estrangeira no Sistema Financeiro devido à entrada em vigor da Nova Lei Cambial.

Gráfico 15 – Evolução Mensal das Taxas de Juro Activas ME e MN – Sector Empresarial

II Trim 2011 III Trim 2011 IV Trim 2011 I Trim 2012 II Trim 2012 III Trim 2012 IV Trim 2012 I Trim 2013 II Trim 2013

25,00

20,00

15,00(%)

10,00

5,00

0,00

Até 180 dias MN De 181 dias a 1 ano MN Mais de 1 ano MNAté 180 dias ME De 181 dias a 1 ano ME Mais de 1 ano ME

Page 20: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

20

Gráfico 16 – Evolução Mensal das Taxas de Juro Activas ME e MN – Particulares

A taxa de transformação situou-se nos 63,44%, um valor inferior aos 66,58% apresentados no I Trimestre de 2013 (diminuição de 3,14 p.p.). Quando comparado com o período homólogo de 2012 (72,66%), esta queda cifra-se nos 9,22 p.p., evidenciando a tendência decrescente deste indicador desde o início do ano. Esta queda fica mais a dever-se ao aumento dos depósitos totais no SFA (+14,52% DO e + 0,86% DP) do que a um decréscimo na concessão de crédito à economia, uma vez que esta rubrica apresentou um crescimento de 2,9%.

Ao nível do gap entre as taxas de juro activas em ME e MN praticadas pelos bancos face aos particulares (Gráfico 20), verifica-se que tem uma menor tendência de queda do que o gap entre as taxas de juros suportadas pelo sector empresarial. Nas diferentes maturidades estas apresentam uma maior oscilação do que as taxas de juro activas suportadas pelas empresas. Estes factos, parecem ficar mais a dever-se a expectativas de risco relativamente ao cumprimento das obrigações creditícias por parte dos particulares (comparando com as empresas), do que propriamente à extracção de um sinal que indique expectativas de inflação na economia angolana.

Gráfico 17 – Taxa de Transformação

II Trim 2011 III Trim 2011 IV Trim 2011 I Trim 2012 II Trim 2012 III Trim 2012 IV Trim 2012 I Trim 2013 II Trim 2013

25,00

20,00

15,00(%)

10,00

5,00

0,00

Até 180 dias MN De 181 dias a 1 ano MN Mais de 1 ano MNAté 180 dias ME De 181 dias a 1 ano ME Mais de 1 ano ME

II Trim 2011 III Trim 2011 IV Trim 2011 I Trim 2012

Crédito à Economia Rácio de Tranformação (CE/D)Depósitos

II Trim 2012 III Trim 2012 IV Trim 2012 I Trim 2013 II Trim 2013

Ráci

o de

Tra

nsfo

rmaç

ão (%

)

5.000.000,00 76,00

4.500.000,00 74,00

4.000.000,00 72,00

3.500.000,00 70,00

3.000.000,00 68,00

2.500.000,00 66,00

2.000.000,00 64,00

1.500.000,00 62,00

1.000.000,00 60,00

500.000,00 58,00

0,00 0,00

66,00

63,17

65,37

69,18

72.66

74,63

66,8266,58

63,44

Page 21: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

•21Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

Meios de Pagamento

Analisados que estão as contrapartes dos meios de pagamento, falta analisar a evolução dos mesmos ao longo do trimestre. Como pode ser visto no gráfico 22, comparativamente ao trimestre anterior, no trimestre em análise o M3, M2 e M1 variaram 7,7%, 7,81% e 13,04%, respectivamente. Estas variações são superiores àquelas que se haviam registado no mesmo trimestre do ano passado e apresentam ainda uma mudança de sentido na variação dos mesmos face ao I trimestre do ano.

Gráfico 18 – Variação Trimestral dos Meios de Pagamento

15,00%

10,00%

5,00%

0,00%

-5,00%

-10,00%

-15,00%

-20,00%

I Trim 2011 II Trim 2011 III Trim 2011 IV Trim 2011

M3 M2 M1

I Trim 2012 II Trim 2012 III Trim 2012 IV Trim 2013 I Trim 2013 II Trim 2013

15,00%

10,00%

5,00%

0,00%

-5,00%

-10,00%

-15,00%

-20,00%

M3 M2 M1

dez/

11

jan/

12

fev/

12

mar

/12

abr/

12

mai

/12

jun/

12

jul/1

2

ago/

12

set/1

2

out/1

2

nov/

12

dez/

12

jan/

13

fev/

13

mar

/13

abr/

13

mai

/13

jun/

13

A expansão do M2 no trimestre em análise foi reflexo da expansão da componente M1, pese embora a expansão da Quase Moeda de 0,86%. Por seu turno, a variação do M3 deveu-se essencialmente à evolução de M2, dada a quebra de 1% de OIF.

Gráfico 19 – Variações Trimestrais dos Meios de Pagamento em Moeda Nacional

Os agregados M3, M2 e M1 em MN expandiram-se 4,64%, 4,72% e 4,27% respectivamente, em relação ao trimestre passado. No mesmo trimestre do ano passado as variações dos meios de pagamento tinham registado igualmente valores próximos entre si, mas próximos dos 10%.

Page 22: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

22

De acordo com o Gráfico 24, constata-se que, em termos homólogos, o M2 apresenta uma trajectória com tendência descendente desde o ano passado. Este comportamento reflecte o fraco crescimento do crédito à economia. Com os meios de pagamento a crescer cada vez menos. A diferença do crescimento destes face ao crescimento do produto diminui, o que se reflecte numa menor pressão sobre a inflação.

Gráfico 21 – M3 e Multiplicador Monetário

Em relação ao multiplicador monetário (Gráfico 25), este aumentou em relação ao trimestre passado (4,12%), sendo este o culminar duma subida iniciada no IV Trimestre de 2011. Este aumento do multiplicador deveu-se ao aumento do M3, uma vez que a reserva monetária manteve-se quase inalterada.

040%

035%

030%

025%

020%

015%

010%

005%

000%

dez/

11

jan/

12

fev/

12

mar

/12

abr/

12

mai

/12

jun/

12

jul/1

2

ago/

12

set/1

2

out/1

2

nov/

12

dez/

12

jan/

13

fev/

13

mar

/13

abr/

13

mai

/13

jun/

13

M2 Variação 12 mesesFonte: DES/BNA.

4.500.000,00 4,50

4.000.000,00 4,00

3.500.000,00 3,50

3.000.000,00 3,00

2.500.000,00 2,50

2.000.000,00 2,00

1.500.000,00 1,50

1.000.000,00 1,00

500.000,00 0,50

0,00 0,00

M3 RM Multiplicador Monetário

II Trim 2011 III Trim 2011 IV Trim 2011 I Trim 2012 II Trim 2012 III Trim 2012 IV Trim 2012 I Trim 2013 II Trim 2013 III Trim 2013

3,393,52

3,21 3,273,42 3,43

3,593,96 3,96

Fonte: DES - BNA

Gráfico 20– Evolução Homóloga do M2

Page 23: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

•23Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

Gráfico 22 – Evolução de Indicadores Seleccionados: M1/M2 e NMPP

80,00% 30,00%

60,00% 20,00%

40,00% 10,00%

20,00% 0,00%

0,00% -10,00%

-20,00% -20,00%

-40,00% -30,00%

m1/m2 (à esquerda) NMPP (à Direita)

dez/

11

jan/

12

fev/

12

mar

/12

abr/

12

mai

/12

jun/

12

jul/1

2

ago/

12

set/1

2

out/1

2

nov/

12

dez/

12

jan/

13

fev/

13

mar

/13

abr/

13

mai

/13

jun/

13

2.500.000,00 60,00%

2.000.000,0050,00%

1.500.000,00400,00%

1.000.000,00

30,00%

500.000,00

20,00%

0,00I Trim 2011 II Trim 2011 III Trim 2011 IV Trim 2011 I Trim 2012 II Trim 2012 III Trim 2012 IV Trim 2012 I Trim 2013 II Trim 2013

10,00%

0,00%

Depósito em MN

51,15% 54,13% 53,41% 52,91% 51,90%51,32%

49,45%

50,55%

48,10%47,09%46,59%45,87%44,85%48,68%

Depósito em ME %Depósito em ME% Depósito em MNFonte: DES - BNA

44,79% 45,49%46,74%

55,21% 54,51%53,26%

De acordo com o Gráfico 26, o rácio entre M1 e M2 tem tido um comportamento relativamente estável em torno dos 60%, tendo sido de 57,02%, 56,56% e 59,81% em Abril, Maio e Junho, respectivamente. Por outro lado, a variação do volume de Notas e Moedas em Poder do Público (NMPP) teve, no trimestre em análise, um comportamento idêntico ao que se havia registado no mesmo trimestre do ano passado, contudo, em torno de valores um pouco mais baixos. No mês de Abril este indicador não variou, tendo diminuído 1,55% em Maio e aumentado 0,69% em Junho, o que se traduziu numa variação trimestral de -0,87%. As variações neste trimestre foram mais ténues que as registadas no trimestre anterior e registaram uma trajectória idêntica ao II trimestre do ano passado.

Tendo em conta a variação negativa das NMPP registada no trimestre, o aumento da relação entre M1 e M2 registado em Junho poderá ter sido causado pelo aumento dos depósitos à ordem. Este facto porém, não anula o alerta quanto a tendência crescente da preferência dos agentes económicos por activos mais líquidos.

Depósitos do Sistema Bancário

Os depósitos totais do sistema bancário, no trimestre em análise, registaram uma expansão na ordem dos 8,31%, comportamento contrário ao trimestre anterior, tendo-se registado uma contracção de 3,48%. Se comparar com o período homólogo de 2012 (5,73%), verifica-se que o II trimestre de 2013 apresentou uma expansão mais forte dos depósitos, em linha com a maior execução do Tesouro que se verificou nesse período.

Gráfico 23 – Evolução dos Depósitos por Moeda

Page 24: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

24

No Gráfico 16, é possível verificar que, no período em análise, a percentagem de depósitos em MN diminui, passando de 54,51% para 53,26% do total. Em sentido oposto, evoluiu a percentagem de depósitos em ME passando de 44,79% no trimestre anterior para 46,74% dos depósitos totais. Esta evolução parece estar relacionada com a entrada em vigor da Nova Lei Cambial. Consubstanciando a afirmação anterior, verifica-se também que os depósitos em MN cresceram, neste trimestre, 5,39%, enquanto os denominados em ME apresentaram uma expansão substancialmente mais expressiva sendo esta de 11,05%.

Gráfico 24 – Evolução Trimestral dos Depósitos por Tipologia

II Trim 2011 III Trim 2011 IV Trim 2011 I Trim 2012 II Trim 2012 III Trim 2012

Dep. à Ordem (MN+ME) Dep. a Prazo (MN+ME)

IV Trim 2012 I Trim 2013 II Trim 2013

4000000,000

15,17% 9,57%

3,98%

3,55%

8,27%

1.529.568,49 1.656.052,18

1.941.809,34

1.189.884,99

1.303.739,431.355.664,34

17,26%

1.687.927,751.793.767,36

1.672.766,311.826.155,96 1.933.852,70 1.908.851,55

2.186.062,91

1.56.396,711.691.425,29 1.590.375,96

1.604.070,89

-18,08%5,16%

6,27%-12,95% 8,33% 5,97%

0,86%

9,17%5,90% -1,29%

14,52%

1.590.656,90

24,51%

3500000,000

3000000,000

2500000,000

2000000,000

1500000,000

1000000,00

500000,000

,000

Fonte: DES - BNA

Vide o Relatório World Economic Outlook, Fundo Monetário Internacional, Julho de 2013 [http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2013/update/02/index.htm].

Economia InternacionalActividade Económica

No dia 9 de Julho de 2013, o FMI divulgou novas projecções para o crescimento económico global para 2013, um pouco acima dos 3,0%, no mesmo ritmo de crescimento do ano passado, abaixo da previsão de 3,3% divulgada em Abril. Para 2014, o Fundo também reduziu a sua previsão de crescimento para 3,8%. Esse valor é inferior ao previsto no trimestre anterior, em grande parte devido à queda da procura interna e consequentemente do crescimento em várias economias consideradas críticas e o prolongamento da recessão na Zona Euro.

Algumas das economias dos BRICS, que tinham sido até então o motor da recuperação a nível global, contribuíram para agravar a situação, reforçada por uma redução do crescimento potencial destas economias, pela desaceleração do crédito e pela possibilidade de as condições financeiras mundiais se tornarem menos acomodatícias. A África do Sul, o Brasil e a Rússia foram as economias emergentes que sofreram maiores revisões em baixa. Prevendo-se que estas economias cresçam 2,5% em 2013. O crescimento económico da China foi também revisto em baixa, passando de uma previsão de 8,0% para 7,8% em 2013.

A África Subsaariana não escapou a esta tendência, dado que muitas economias africanas reviram em baixa as perspectivas de crescimento, incluindo a sul-africana. A previsão actual é a de que o PIB da região da SADC cresça em média 4,9% em 2013 e 5,7% em 2014.

O agravamento das perspectivas para a economia mundial penaliza os preços do petróleo, que representam o principal canal de transmissão da evolução da actividade económica global para Angola. Estes foram revistos em baixa, estimando-se uma redução anual de 4,7% nos próximos dois anos (de 100,09 dólares em 2013 para 95,36 dólares em 2014).

Page 25: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

•25Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

Tabela 9 – Principais projecções económicas do FMI (2012-2014)

Jan’13* Abr’13* Jul’13*

Países/Região 2012 2013 2012 2013 2012 2013 2014

Economia Mundial 3,20 3,50 3,20 3,30 3,20 3,10 3,80

Economias Avançadas 1,30 1,40 1,20 1,20 1,20 1,20 2,10

EUA 2,30 2,00 2,20 1,90 2,20 1,70 2,70

Reino Unido -0,20 1,00 0,20 0,70 0,20 0,90 1,50

Zona Euro -0,40 -0,20 -0,60 -0,30 -0,60 -0,60 0,90

Japão 2,00 1,20 2,00 1,60 2,00 2,00 1,20

Economias Emergentes e em Desenvolvimento 5,10 5,50 5,10 5,30 5,10 5,30 5,40

China 7,80 8,20 7,80 8,00 7,80 7,80 7,70

Índia 4,50 5,90 4,00 5,70 4,00 5,60 6,30

Brasil 1,00 3,50 0,90 3,00 0,90 2,50 3,20

Rússia 3,60 3,70 3,40 3,40 3,40 2,50 3,30

Nigéria** 6,30 … 6,30 7,10 6,30 7,20 7,00

África do Sul 2,30 2,80 2,50 3,00 2,50 2,50 2,90

SADC 4,86 4,79 4,76 5,13 4,76 4,92 5,70*

Inflação das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola

Para complementar a análise dos factores que terão contribuído para a inflação importada, analisou-se a variação do Índice de Preços do Consumidor (IPC), dos últimos 12 meses, nos principais parceiros comerciais de Angola.

Nos EUA, a variação do IPC acelerou no último mês do trimestre, tendo-se situado nos 1,8%, em Junho de 2013, contra os 1,5% em Março de 2012, permanecendo ainda abaixo da meta dos 2,0%.

A inflação da Zona Euro, principal parceiro comercial de Angola, do ponto de vista das importações (com destaque para Portugal e Bélgica) reduziu ao passar de 1,8% no final do I Trimestre de 2013 para 1,4% no final do II trimestre de 2013, por força da redução do consumo e do aumento do desemprego, sobretudo nos países periféricos, onde as políticas de austeridade pesam na economia.

No que respeita a taxa de inflação chinesa, observou-se um aumento, passando de 2,1% em Março de 2013 para 2,7% em Junho de 2013, com o consumo privado a manter-se forte e a taxa de desemprego a apresentar-se estável. Por sua vez, o Renminbi foi a única moeda dos BRIC a apreciar-se face ao dólar norte-americano.

A economia brasileira registou uma aceleração da sua taxa de inflação no trimestre, passando de 6,6% em Março para 6,7% em Junho de 2013. A inflação voltou a subir para cima do limite superior de 6,5% definida pelo Conselho Monetário do Brasil, desde o início do ano.

Page 26: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

26

Gráfico 25 – Evolução dos preços das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola

Finalmente, a inflação da África do Sul, que no final do I Trimestre de 2013 se situava nos 5,9% diminuiu para os 5,5% no final de Junho de 2013, mantendo-se dentro das bandas de objectivo [3% - 6%] da Reserva Federal. O efeito da queda do Rand (ZAR) sobre a inflação foi mais do que compensada pela diminuição do preço do petróleo (como se poderá ver mais à frente).

Mercado das Commodities

O II Trimestre de 2013 foi marcado por oscilações nos índices de preços das principais commodities, apresentando uma tendência decrescente face ao trimestre anterior. O próprio índice de preços de combustíveis (energia), calculado pelo FMI registou uma diminuição de 5,06% em relação ao I Trimestre de 2013. Enquanto o índice de preços das commodities diminuiu 4,42% no trimestre.

Em termos médios, o índice de preços das commodities, no II Trimestre de 2013 situou-se em 179,07 pontos, tendo sido inferior ao verificado no trimestre anterior (187,36 pontos). Essa queda foi provocada pela redução da procura por parte da China, sobretudo prejudicada pela diminuição das importações chinesas de produtos energéticos.

Gráfico 26 – Comportamento do Índice de preços das Commodities (2005 = 100)

Jan/

12

Fev/

12

Mar

/12

Abr

/12

Mai

/12

Jun/

12

Jul/1

2

Ago

/12

Set/1

2

Out

/12

Nov

/12

Dez

/12

Fev/

13

Jan/

13

Mar

/13

Abr

/13

Mai

/13

Jun/

13

08

07

06

05

04

03

02

01

00

EUA

Perc

enta

gem

Zona Euro Brasil China África do Sul

Jan/

12

Fev/

12

Mar

/12

Abr

/12

Mai

/12

Jun/

12

Jul/1

2

Ago

/12

Set/1

2

Out

/12

Nov

/12

Dez

/12

Fev/

13

Jan/

13

Mar

/13

Abr

/13

Mai

/13

Jun/

13

Commodities Não-petrolíferas Alimentos e Bebidas Energia * Petróleo

250

225

200

175

150

Page 27: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

•27Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

Commodities de Petróleo

De acordo com os dados da Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) para 2013, a procura global de petróleo registou poucas alterações, tendo apresentado uma queda de 0,2 milhões de barris/dia face ao trimestre anterior e um aumento face a igual período de 2012, situando-se em 88,7 milhões barris/dia. A procura de petróleo nos países da OECD entre o I e II Trimestre de 2013 diminuiu 0,7 milhões de barris/dia, enquanto a procura nos países fora da OECD cresceu ligeiramente 0,5 milhões de barris/dia.

A queda registada na procura global de petróleo, no período em análise, foi maioritariamente influenciada pelas: (i) expectativas de desaceleração do crescimento global, (ii) diminuição da procura na China, (iii) redução do investimento estrangeiro por parte das economias avançadas, e (iv) crise da dívida soberana de alguns países periféricos da Zona Euro, apesar da divulgação de dados positivos sobre o mercado de trabalho nos EUA.

A Tabela 11 indica que a oferta global de petróleo no II Trimestre de 2013 subiu ligeiramente em relação ao trimestre anterior em cerca de 0,2 milhões de barris, passando de 89,8 milhões de barris/dia no I Trimestre de 2013 para 90 milhões de barris/dia no II trimestre de 2013.

Tabela 10 – Comportamento da Oferta e Procura Global: período entre 2012-2014 (em milhões de barris/dia)

A subida da oferta trimestral acima referida deveu-se sobretudo ao aumento da oferta da OPEP. Dados preliminares sobre a oferta da OPEP no II Trimestre de 2013, indicam um aumento na produção dos seguintes países: Arábia Saudita, Emirates Árabes Unidos e Quatar.

No que toca os preços do petróleo, observou-se uma redução a partir do mês de Março, ainda assim, o WTI manteve-se acima dos níveis observados comparativamente a Dezembro de 2012. O Brent, WTI e Ramas angolanas exibiram uma variação trimestral negativa na ordem dos -5,6%, -3,1% e -4,0%, respectivamente.

Petróleo 2010 2012 2013 2014*

1 trim 2 trim 3 trim 4 trim anual 1 trim 2 trim 3 trim* 4 trim* anual*

Países da OECD 46,3 46,30 45,60 46,00 46,40 45,60 45,80 45,10 45,60 45,80 45,60 45,40

Países Fora da OECD 40,9 41,80 42,40 43,20 43,70 42,40 43,10 43,60 44,5 45 44 45,30

Procura Global 87,2 88,10 88,00 89,20 90,10 88,00 88,90 88,70 90,10 90,80 89,60 90,70

Países da OPEP 29,2 31,20 31,50 31,20 30,60 31,20 30,20 30,50 … … … …

Países Fora da OPEP 52,3 53,20 52,60 52,30 53,70 53,00 53,80 53,60 53,90 54,40 53,90 55,10

OPEP Gás Natural** 5 5,60 5,70 5,80 5,90 5,70 5,80 5,80 5,90 5,90 5,90 6,00

Oferta Global 86,5 90,00 89,8 89,4 90,3 89,90 89,80 90,00 … … … …

Page 28: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

28

Gráfico 27 – Evolução dos preços do petróleo (Janeiro/2012 – Junho/2013)

Tabela 11 – Projecção dos preços de petróleo de referência para 2013

Commodities Alimentares

Jan/

12

Fev/

12

Mar

/12

Abr

/12

Mai

/12

Jun/

12

Jul/1

2

Ago

/12

Set/1

2

Out

/12

Nov

/12

Dez

/12

Fev/

13

Jan/

13

Mar

/13

Abr

/13

Mai

/13

Jun/

13

WTIRamas Angolanas BRENT

130,0

120,0

110,0

100,0

90,0

80,0

Jan/

12

Fev/

12

Mar

/12

Abr

/12

Mai

/12

Jun/

12

Jul/1

2

Ago

/12

Set/1

2

Out

/12

Nov

/12

Dez

/12

Fev/

13

Jan/

13

Mar

/13

Abr

/13

Mai

/13

Jun/

13

índice de bens alimentares (lado esquerdo) índice de preços da carne (lado direito)

índice de preços dos lacticínios (lado direito) índice de preços dos cereais (lado direito)

índice de preços do óleo (lado direito) índice de preços do açucar (lado direito)

230

220

210

200

350

300

250

200

150

Preços de Petróleo

de Referência

2012 I Trim 2013 II Trim 2013 Estimativas Variações

Jun-12 Sep-12 Dec-12 Jan-13 Feb-13 Mar-13 Apr-13 May-13 Jun-13 2013 Trim Acum. Anual 12 Meses

BRENT $95,93 $113,03 $109,20 $112,32 $116,07 $109,54 $103,43 $103,28 $103,34 $107,43 -5,66% -5,09% 7,73%

WTI $82,41 $94,56 $88,25 $94,83 $94,83 $92,96 $92,07 $94,81 $95,80 $94,19 3,06% 8,55% 16,25%

Ramas angolanas $95,63 $112,13 $108,79 $111,66 $114,61 $106,81 $100,59 $102,19 $102,57 … -3,97% -5,39% 7,26%

No Gráficos 30 pode-se observar que o índice geral de preços de alimentos da FAO foi em termos médios de 211,3 pontos em Junho de 2013, situando-se 1 ponto (-0,52%) acima do valor de Março (212,4 pontos), mas ainda quase 11 pontos a mais do que em Junho de 2012 (5,36%). Ao longo do trimestre observou-se um aumento do índice dos bens alimentares em Abril e consequente queda nos dois meses seguintes (Maio e Junho).

Gráfico 28 – Evolução dos Índices Alimentares da FAO (Base 100 = 2002-2004)

Ver a Situação Alimentar Mundial, Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), Junho de 2013 [http://www.fao.org/worldfoodsituation/wfs-home/foodpricesindex/en/].

Page 29: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

•29Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

Como se pode verificar na Tabela 13, o declínio no trimestre reflecte uma queda no preço do açúcar, do óleo e dos cereais. Por outro lado, as últimas estimativas sugerem que no trimestre em análise os preços internacionais do leite e da carne cresceram 6,08% e 0,84%, respectivamente. Apesar do aumento do índice de carne no II Trimestre de 2013, há sinais de que os preços internacionais da carne estão a abrandar, especialmente em países asiáticos.

Tabela 12 – Cálculo das Variações para as commodities alimentares

Relações com o ExteriorNo que respeita à evolução do mercado cambial, tem-se como referencial o comportamento do dólar norte-americano (moeda de liquidação das importações angolanas) face ao euro (moeda única da União Europeia de onde provêm a maior parte das importações angolanas). Adicionalmente é analisada a evolução da relação cambial entre o dólar-americano e outras moedas relevantes na estrutura de importações de Angola, tais como o Renmimbi chinês, o Real e o Rand.

A cotação do Dólar ou de qualquer moeda internacional afecta os preços dos produtos importados e as decisões de consumo das famílias. Além disso, a depreciação da moeda nacional gera inflação, isto porque, quando a moeda nacional se desvaloriza os produtos importados ficam caros.

Mercados Cambiais Internacionais

A incerteza em torno da futura política monetária norte-americana provocou uma depreciação do dólar face ao euro. No II Trimestre de 2013, observou-se uma depreciação do Dólar em relação ao Euro de 1,4%. Apesar de considerarmos que o USD/EUR apresenta uma tendência descendente, alguns dados mais positivos na Europa (aumento da confiança dos empresários na UEM, diminuição da taxa de desemprego em Espanha) também contribuíram para sustentar o Euro.

A moeda chinesa (Renminbi) registou apreciações nos meses de Março a Junho de 2013. As apreciações registadas neste período foram fruto das depreciações do dólar impulsionadas pela política monetária do FED. No II Trimestre de 2013, a apreciação da moeda chinesa face ao dólar americano foi de 1,3%. O Banco Popular da China (PBoC) decidiu deixar de conceder liquidez ilimitada ao seu sistema bancário, de forma a controlar a concessão de crédito.

O Real brasileiro (BRL) caiu fortemente no II Trimestre de 2013 acima dos dois dígitos (-11,5%), influenciada pela apreciação do dólar no mercado internacional, com a expectativa de a Reserva Federal dos EUA retirar os estímulos monetários no final do ano. Neste contexto, assistiu-se a um movimento de fuga para activos mais seguros, nomeadamente o Dólar.

Alimentos 2012 I Trim 2013 II Trim 2013 Variações

Jun-12 Sep-12 Dec-12 Jan-13 Feb-13 Mar-13 abr/13* mai/13* jun/13* Trim Acum. Anual 12 Meses

Índice de preços dos bens alimentares 200,42 215,74 210,78 210,34 210,66 212,4 215,5 213,2 211,3 -0,52% 0,23% 5,41%

Índice de preços da carne 169,51 174,91 179,50 177,49 179,17 175,7 178,6 173,6 177,1 0,84% -1,32% 4,49%

Índice de preços dos lacticínios 173,39 187,70 196,78 198,17 203,00 225,3 258,8 249,8 239,0 6,08% 21,43% 37,81%

Índice de preços dos cereais 222,14 262,56 250,07 247,29 245,14 244,0 234,6 239,0 236,5 -3,09% -5,43% 6,46%

Índice de preços do óleo 220,71 224,71 196,54 205,24 206,13 201,1 199,0 199,0 197,8 -1,63% 0,63% -10,39%

Índice de preços do açúcar 290,44 283,69 274,02 267,83 259,18 262,0 252,6 250,1 242,6 -7,39% -11,46% -16,46%

Page 30: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

30

Gráfico 29 – Mercado Cambial Internacional

6,45

6,4

6,35

6,3

6,25

6,2

6,15

6,1

10,5

10

9,5

9

8,5

8

7,5

7

12/3

1/11

12/3

1/11

1/30

/12

1/30

/12

2/29

/12

2/29

/12

3/30

/12

3/30

/12

4/29

/12

4/29

/12

5/29

/12

5/29

/12

6/28

/12

6/28

/12

USD/renminbi

USD/RAND

7/28

/12

7/28

/12

8/27

/12

8/27

/12

9/26

/12

9/26

/12

10/2

6/12

10/2

6/12

11/2

5/12

11/2

5/12

12/2

5/12

12/2

5/12

1/24

/13

1/24

/13

2/23

/13

2/23

/13

3/25

/13

3/25

/13

4/24

/13

4/24

/13

5/24

/13

5/24

/13

6/23

/13

6/23

/13

2,4

2,3

2,2

2,1

2

1,9

1,8

1,7

1,6

1,5

1/2/

122/

1/12

3/2/

124/

1/12

5/1/

12

5/31

/12

6/30

/12

USD/REAL

7/30

/12

8/29

/12

9/28

/12

10/2

8/12

11/2

7/12

12/2

7/12

1/26

/13

2/25

/13

3/27

/13

4/26

/13

5/26

/13

6/25

/13

0,84

0,82

0,8

0,78

0,76

0,74

0,72

0,7

12/3

1/11

1/30

/12

2/29

/12

3/30

/12

4/29

/12

5/29

/12

6/28

/12

USD/EUR

7/28

/12

8/27

/12

9/26

/12

10/2

6/12

11/2

5/12

12/2

5/12

1/24

/13

2/23

/13

3/25

/13

4/24

/13

5/24

/13

6/23

/13

Por último, o Rand sul-africano (ZAR) depreciou-se face ao dólar norte-americano, tendo reagido negativamente à redução dos preços internacionais das mercadorias e ao reduzido crescimento da actividade económica. Por outro lado, salienta-se o registo de tensões sociais no sector mineiro, diante de disputas de trabalhadores nas minas de ouro e platina. Desde Março de 2013, o Rand desvalorizou cerca de -7,0% face ao Dólar, alcançando uma cotação de 9,88 USD/ZAR no final de Junho de 2013.

Taxas de câmbio AKZ/USD nos diversos mercados

Analisando a Tabela 13, verificou-se que a taxa de câmbio (AKZ/USD) nos últimos doze meses bem como no II trimestre de 2013, se depreciou nos mercados, primário e secundário (de notas e divisas), e se apreciou no mercado informal e casas de câmbio.

Page 31: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

•31Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

Tabela 13 – Comportamento da taxa de câmbio dos Mercados Primário, Secundário, Informal e Casas de CâmbioEm função da Nova Lei Cambial (Lei Nº 2/2012) a tendência é de apreciação da moeda nacional (Kwanza).

2012 I Trim 2013 II Trim 2013 Variações

Jun/12 Set/12 Dez/12 Jan/13 Fev/13 Mar/13 Abr/13 Mai/13 Jun/13 Trim. Acum. Anual 12 Meses

Mercado Primário

(Taxa Referência)

Compra 95,122 95,182 95,587 95,700 95,722 95,744 95,805 95,928 96,086 0,356% 0,522% 1,013%

Venda 95,598 95,658 96,065 96,179 96,201 96,223 96,284 96,408 96,566 0,356% 0,522% 1,013%

Média 95,360 95,420 95,826 95,940 95,962 95,984 96,045 96,168 96,326 0,356% 0,522% 1,013%

Bancos (Divisas)

Compra 95,196 95,070 95,473 95,788 95,428 95,195 95,532 95,581 95,864 0,703% 0,409% 0,702%

Venda 98,349 98,324 98,873 98,993 98,995 99,080 99,194 99,231 99,375 0,297% 0,508% 1,044%

Média 96,772 96,697 97,173 97,391 97,211 97,138 97,363 97,406 97,619 0,496% 0,459% 0,876%

Bancos (Notas)

Compra 94,937 94,837 96,303 95,566 95,173 95,784 95,519 95,375 95,980 0,205% -0,336% 1,099%

Venda 98,585 98,660 99,041 99,110 99,310 99,219 99,418 99,509 99,517 0,300% 0,481% 0,946%

Média 96,761 96,748 97,672 97,338 97,242 97,502 97,468 97,442 97,749 0,253% 0,078% 1,021%

Mercado

Informal (Notas)

Compra 100,000 101,333 102,667 103,000 105,000 104,167 104,167 102,833 102,000 -2,080% -0,649% 2,000%

Venda 102,500 105,000 107,000 107,167 108,000 107,167 107,167 106,750 105,500 -1,555% -1,402% 2,927%

Média 101,250 103,167 104,833 105,083 106,500 105,667 105,667 104,792 103,750 -1,814% -1,033% 2,469%

Casas de Câmbio

Compra 98,750 99,500 99,667 100,300 100,850 101,300 101,300 100,980 100,950 -0,346% 1,288% 2,228%

Venda 101,613 101,900 102,439 102,750 103,630 104,320 104,420 104,430 103,830 -0,470% 1,358% 2,182%

Média 100,181 100,700 101,053 101,525 102,240 102,810 102,860 102,705 102,390 -0,409% 1,323% 2,205%

Comércio Externo e Reservas InternacionaisNo II Trimestre de 2013, verificou-se uma diminuição do saldo da Conta de Bens em -8,16%, devido a uma contracção das quantidades exportadas e de menores preços. A queda do valor das exportações foi superior à queda das importações (FOB), de -6,61% contra -2,05%. No lado das importações observou-se uma redução da categoria dos combustíveis (34,66%), reactores nucleares (12,76%), obras de ferro fundido, ferro e aço (14,50%), veículos automóveis (2,14%) e outros (22,60%).

Tabela 14 – Saldo da Conta de Bens (I Trimestre 2012 e II Trimestre 2013)

em milhões USD Var.

Trimestral

Montante

Acumulado

Var. 12

MesesIº Trim Abr Mai Jun IIº Trim

2012

Exportações 19.446,73 5.880,61 6.273,01 4.741,04 16.894,67 -13,12% 71.093,27 …

Importações 6.532,13 1.742,27 1.814,31 2.099,35 5.655,92 -13,41% 23.716,93 …

Conta de Bens 12.954,16 4.138,34 4.458,71 2.641,70 11.238,75 -13,24% 47.376,34 …

2013

Exportações 17.140,50 4.820,71 5.722,73 5.463,48 16.006,93 -6,61% 33.147,42 15,24%

Importações 5.219,97 1.760,25 1.500,98 1.851,72 5.112,95 -2,05% 10.332,92 -11,80%

Conta de Bens 11.920,53 3.060,46 4.221,76 3.611,76 10.893,98 -8,61% 22.814,51 36,72%

Page 32: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

32

No trimestre em análise observou-se um aumento das importações provenientes de Portugal, China, EUA e África do Sul. Mas, relativamente aos últimos 12 meses, observou-se uma redução das importações provenientes dos principais parceiros de Angola, com excepção da China e África do Sul (ver Gráfico 32).

Gráfico 30 – Países de origem das Importações Angolanas

Refira-se que em termos trimestrais, as exportações registaram uma contracção de 6,61%, impulsionadas pela redução das exportações petrolíferas (queda dos preços do petróleo) e das exportações de diamantes (redução das quantidades e do preço).

As reservas internacionais líquidas (RIL) atingiram os 32.443,13 milhões de dólares em Junho de 2013, uma diminuição de 5,65% face ao mês anterior e um aumento de 0,52% em termos trimestrais. Diversos factores contribuíram para a redução das RIL em termos mensais, nomeadamente, diminuição das disponibilidades associadas à redução das entradas de divisas, redução dos preços do ouro, redução dos rendimentos provenientes das aplicações e realização de pagamentos que conduziram ao desbloqueio das reservas.

Gráfico 31 – Evolução das Reservas Brutas e Internacionais Líquidas

De acordo com as projecções do BNA, o rácio de cobertura das reservas cambiais poderá atingir os 8,3 meses de importação em 2013, com Angola a registar o quarto maior rácio de cobertura das importações na África Subsaariana, atrás de Botswana, R.D. Congo e Guiné Equatorial.

500,0

400,0

300,0

200,0

100,0

,0Jun - 12 Jul - 12 Aug-12 Sep-12 Oct-12 Nov-12 Dec-12 Jan-13 Feb-13 Mar-13 Apr-13 May-13 Jun-13

Portugal Belgica China EUA Brasil África do Sul Emirados Árabes

Reservas BrutasReservas Internacionais Líquidas (RIL)

Jun/

12

Jul/1

2

Ago

/12

Set/1

2

Out

/12

Nov

/12

Dez

/12

Jan/

13

Fev/

13

Abr

/13

Mai

/13

Mar

/13

Jun/

13

39.000,00

37.000,00

35.000,00

33.000,00

31.000,00

29.000,00

27.000,00

25.000,00 26.9

23,,1

9

27.1

64,9

3

27.0

02,1

5

28.7

39,6

9

30.9

20,1

4

30.3

44,0

3

30.3

30,5

1

30.5

90,0

9

30.0

42,6

2

30.4

87,8

7

30.8

23,0

6

30.6

38,9

1

30.9

95,3

6

32.0

20,1

7

32.2

76,3

8

32.9

97,6

4

34.3

85,4

4

32.4

43,1

3

Page 33: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

•33Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

Considerações FinaisO Plano Nacional de Desenvolvimento prevê que no fim da legislatura, a taxa de inflação se situe nos 7%. Para que esse objectivo seja alcançado, as medidas de política não se devem cingir à componente macroeconómica mas também incluir a economia real. Dado que os produtos nacionais têm um peso significante na cesta básica de alimentação das populações, torna-se necessária a implementação de incentivos à produção de alimentos para que a oferta possa ser regular e em maior escala, a melhoria dos canais de compra e distribuição da produção interna, assim como a divulgação regular de preços de referência dos principais produtos da cesta básica, podem ser parte desse estímulo.

A diferença entre a variação do IPG e do IPC sugere a necessidade de se regulamentar e fiscalizar de forma mais eficiente a actividade da venda a retalho. O sector da restauração também sugere atenção particular dado que o comportamento de preços apresenta indícios de práticas especulativas.

Perspectivas

O FMI espera que o PIB global cresça 3,1% em 2013 e se reforça nos 3,8% em 2014. Segundo as projecções, o PIB das economias emergentes e em desenvolvimento será aproximadamente 5,3% em 2013, reforçando-se nos 5,4% em 2014.

O crescimento do Brasil, Índia, Rússia e África do Sul abrandou. Apesar de os riscos externos diminuírem, é pouco provável que o crescimento desses países atinja os níveis anteriores à crise, a menos que sejam implementadas reformas no lado da oferta. De igual modo, prevê-se um abrandamento da economia chinesa, em resultado de uma diminuição da procura, de uma desaceleração da produção industrial, de o mercado de trabalho dar sinais de enfraquecimento e por apresentar condições de mercado monetário mais rígidas.

A nível regional, espera-se este ano que a África Subsaariana continue a crescer fortemente devido ao facto de a procura doméstica e dos preços das commodities apresentarem níveis ainda relativamente elevados. Prevê-se que esses factores, juntamente com o fortalecimento da procura externa projectada, segure o crescimento em 2013 e 2014. No entanto, importa não esquecer que, algumas dessas economias correm o risco de ficarem sobreaquecidas, dependentes das condições climatéricas e serem afectadas por instabilidades políticas.

Para o caso de Angola, o Banco Mundial e a OCDE, prevêem que o PIB crescerá a um ritmo médio de 5,1% em 2013 (Banco Mundial: 7,2% e OCDE: 8,2%). Essas estimativas comparam com as projecções para o crescimento da actividade de 7,1% por parte do Ministério do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial (MPDT). Todas as projecções assentam numa expectativa de crescimento do sector petrolífero e da exploração de gás natural líquido (GNL), no aumento do consumo privado e na implementação do programa de investimento público em infra-estruturas. Prevê-se ainda que, a inflação continue a sua tendência decrescente, registando mínimos históricos. No entanto, pressões inflacionistas de ordem estrutural continuam a ser problemáticas.

Ultimamente, Angola tem feito um esforço em aumentar a produção de petróleo para compensar parte da queda dos preços no mercado internacional prevista para o ano de 2013. O potencial de produção de petróleo tendencialmente crescerá nos próximos anos à medida que os projectos transitem da fase de investimento para a fase de produção. O país produziu cerca de 1,78 milhões de barris por dia em 2012 e um dos objectivos do governo é atingir os 1,84 milhões de barris no final de 2013, através da atribuição de licenças para a exploração de novos campos petrolíferos.

Por outro lado, a nova lei cambial imposta ao sector petrolífero (Lei Nº 2/2012) poderá reforçar a moeda nacional (Kwanza), estimulando a actividade no sistema financeiro e criando novos produtos financeiros fornecidos pelo sistema bancário.

Recentemente, o Governo tem apostado no desenvolvimento de uma política de substituição das importações de modo a incentivar a produção interna e criar novos postos de trabalho. Adicionalmente, a pauta aduaneira poderá favorecer os produtos angolanos.

Visualizar as Perspectivas Económicas Mundiais (GEP), Banco Mundial, Junho de 2013 [http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/EXTDEC/EXTDECPROSPECTS/EXTGBLPROSPECTSAPRIL/0,menuPK:659178~pagePK:64218926~piPK:64218953~theSitePK:659149,00.html] e Publicação “Angola Economic Update”, Banco Mundial, Junho de 2013 [http://www.worldbank.org/content/dam/World bank/document/Africa/Angola/angola-economic-update-june-2013-po.pdf].

Page 34: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

34

A constituição do Fundo Soberano de Angola representa um desenvolvimento muito importante em termos da política orçamental e do planeamento de despesas do país. O Fundo poderá servir de pilar da estabilidade macroeconómica ao amortecer as flutuações dos preços das matérias-primas, estabilizando as despesas públicas e atenuando os impactos fiscal e económico dos choques externos.

Está-se ainda a estudar a possibilidade de diversificar as fontes de financiamento da economia angolana através da criação do mercado de dívida secundária. O objectivo é que no início do ano de 2014 entre em funcionamento o mercado de dívida pública e privada, para depois em 2016 abrir a bolsa de valores. Apesar das perspectivas de curto prazo serem favoráveis para a economia angolana (apresentando um robusto crescimento do PIB, uma taxa de câmbio estável e inflação moderada), a sua dependência em relação às receitas petrolíferas e às importações de bens alimentares deixa a economia vulnerável.

Glossário

Aplicações em Activos Financeiros: Neste agrupamento económico contabilizam-se as operações financeiras quer com a aquisição de títulos de crédito, incluindo obrigações, acções, quotas e outras formas de participação, quer com a concessão de empréstimos e adiantamentos ou subsídios reembolsáveis.

Base Monetária: A base monetária representa as responsabilidades monetárias líquidas do estado perante a sociedade e corresponde à soma de todas as notas e moedas emitidas pelo Banco Central e colocadas à disposição do público e que podem estar sob a forma de dinheiro na posse das famílias e das empresas ou sob a forma de reservas bancárias, na posse das instituições financeiras bancárias.

BRICS: Acrónimo referente a um grupo de países cujo desenvolvimento económico se destaca entre as economias emergentes, nomeadamente Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.Crédito Líquido ao Governo Central (CLGC): Reflecte o crédito concedido ao Estado pelo sistema bancário, líquido dos depósitos do Governo no BNA.

Desembolsos de Financiamentos: As transferências recebidas que não constituem receitas correntes nem de capital e que não implicam contra-prestações de bens ou serviços e são oriundas da administração central, da administração local, de pessoas singulares ou colectivas, públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, do interior ou do exterior do país, e das famílias.

Despesa com o Pessoal: Neste agrupamento devem considerar-se todas as espécies de remunerações principais, de abonos, acessórios e de compensações que, necessariamente, requeiram processamento nominalmente individualizado e que, de forma transitória ou permanente, sejam satisfeitos pelo Estado, tanto aos seus funcionários e agentes como aos indivíduos que, embora não tendo essa qualidade, prestem, contudo, serviço ao Estado nos estritos termos de contratos a termo, em regime de tarefa ou avença.

Despesas Correntes: Despesas destinadas à manutenção ou operação de serviços anteriormente criados, bem como as transferências realizadas com igual propósito. O saldo das despesas correntes é constituído pelos saldos das rubricas: despesas com o pessoal; despesas em bens e serviços; transferências correntes e subsídios.

Despesas de Capital: Despesas destinadas à formação ou aquisição de activos permanentes, à amortização da dívida, à concessão de financiamentos ou à constituição de reservas, bem como às transferências realizadas com igual propósito. O saldo das despesas de capital é constituído pelo saldo das rubricas investimentos públicos, transferências de capital, aplicações em activos financeiros, e outras despesas de capital.

Page 35: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

•35Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

Despesas em Bens e Serviços: Despesas que asseguram a criação de utilidades, através da compra de bens e serviços pelo Estado.

Despesas Públicas (despesa total no exercício): Conjunto de dispêndios realizados pelo Governo durante um determinado período, para custear os serviços públicos (despesas correntes) prestados à sociedade ou para a realização de investimentos (despesas de capital).

Índice de Confiança: Índice que é calculado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que mede a percepção dos empresários sobre o desempenho tendencial do respectivo sector de actuação num período curto determinado.

Índice de preços no consumidor (IPC): É uma medida do preço médio necessário para comprar bens de consumo e serviços. O índice, calculado pelo Instituto Nacional de Estatística, é usado para observar tendências de inflação. A variação percentual do preço num determinado período é uma das medidas da inflação.

Índice de Preços Grossista (IPG): Corresponde à variação dos preços dos bens produzidos no país, assim como os produtos importados comercializados internamente, nos primeiros níveis de transacção.

Investimento Público: Significa a aplicação de capital em meios de produção, visando o aumento da capacidade produtiva (instalações, máquinas, transporte, infra-estrutura) ou seja em bens de capital.

Meios de Pagamento: São os meios através dos quais são efectuadas as transacções monetárias. No caso da economia Angolana os meios de pagamento são compostos pelos agregados monetários M3 (M2 + Outros Instrumentos Financeiros), M2 (Me + Quase-Moeda ou Depósitos a Prazo) e M1 (Notas e Moedas em Poder do Público + Depósitos à Ordem).

Multiplicador Monetário: Indicador monetário que resulta da divisão do agregado monetário M3, o agregado monetário mais amplo, pela reserva monetária. Este indicador procura medir o efeito multiplicador associado à actividade bancária.

Orçamento Geral de Estado: É o instrumento de gestão que contém a previsão das receitas e despesas públicas.

Outras Despesas de Capital: Trata-se de um agrupamento económico com carácter residual.

Período Homólogo: Refere-se ao período equivalente do ano anterior.

Política Fiscal Contraccionista: Implementada quando o objectivo é reduzir a procura agregada, quando a economia está num período de expansão excessiva (super aquecimento económico) e há a necessidade de retracção económica, em consequência da excessiva inflação que se constrói neste cenário.

Política Fiscal Expansionista: Implementada quando o objectivo é estimular a procura agregada, especialmente quando a economia está a atravessar um período de recessão e precisa de um “empurrão” para se expandir. Como resultado, temos a tendência de défice do saldo fiscal e a tendência de aumento da inflação.

Política Fiscal: Também conhecida por Política Orçamental, é um ramo da política económica que define o orçamento e seus componentes, os gastos públicos e impostos como variáveis de controlo para garantir e manter a estabilidade económica, amortecendo as flutuações dos ciclos económicos e ajudando a manter uma economia crescente, o pleno emprego e a inflação baixa.

Produto Interno Bruto (PIB): representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado.

Page 36: Relatório de Inflação • II Trimestre de 2013

36

Rácio de Transformação: Trata-se de um indicador das contas monetárias que resulta da divisão do total dos créditos sobre o total dos depósitos.

Receita Pública (Receita Total no Exercício): é o montante total em dinheiro recolhido pelo Tesouro Nacional num determinado período, incorporado ao património do Estado, que serve para custear as despesas públicas e as necessidades de investimentos públicos. A Receita Total do exercício compreende o somatório das rubricas Receitas Correntes e Receitas de Capital.

Receitas Correntes: As receitas tributárias, patrimoniais, de serviços, industriais, os saldos não comprometidos de exercícios anteriores e outras, bem como as transferências recebidas para realizar as despesas classificáveis como Despesas Correntes.

Receitas de Capital: As provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de operações de crédito, da conversão em espécie de bens e direitos, de saldos não comprometidos de exercícios anteriores, bem como as transferências recebidas para realizar despesas classificáveis como Despesas de Capital e ainda superavit do Orçamento Corrente.

Receitas não Petrolíferas: São os valores estabelecidos e regulamentados por lei, arrecadadas pelo Tesouro, que advêm das actividades do sector não petrolífero.

Receitas Petrolíferas: São os valores estabelecidos e regulamentados por lei, arrecadadas pelo Tesouro, pela Sonangol e outras companhias que actuam no sector petrolífero.

Receitas Tributárias: Toda a fonte de renda que deriva da arrecadação estatal de tributos que são os Impostos, as Taxas, as Contribuições de Melhoria, os Empréstimos Compulsórios e as Contribuições Especiais.Saldo Corrente: é dado pela diferença entre as receitas correntes e as despesas correntes, ou seja, exclui do cálculo os gastos de capital e é comum ser usado como medida da poupança pública.

SADC: Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral constituída pelos seguintes países: África do Sul, Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícia, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

Saldo Global Compromisso: Trata-se da diferença entre as receitas totais e as despesas totais.

Saldo Primário não Petrolífero: Trata-se de um indicador das contas do Governo, que corresponde ao total das receitas, excluindo as receitas petrolíferas que subtrai as despesas totais (expurgando os juros da dívida pública).

Saldo Primário: O resultado primário é definido pela diferença entre receitas e despesas do Governo, excluindo-se da conta as receitas e despesas com juros. Caso essa diferença seja positiva tem-se um superávit primário; caso seja negativa tem-se um déficit primário. O superávit primário é uma indicação de quanto o Governo economizou ao longo de um período de tempo (um mês, um semestre, um ano), com vista ao pagamento de juros sobre a sua dívida. O saldo primário é um conceito chave para definir a solvência e a sustentabilidade fiscal.

Saldos Fiscais: Refere-se à diferença entre as receitas e as despesas do Orçamento Geral do Estado (OGE).

Serviço da Dívida: Abrange as despesas destinadas ao pagamento dos encargos e dos passivos financeiros. O saldo dessa rubrica é constituído pelo somatório dos saldos das rubricas de Juro e de Amortização da Dívida, interna e externa.

Subsídios: São os fluxos financeiros do Estado não reembolsáveis para a economia (ou para os diversos sectores económicos), com o objectivo de influenciar níveis de produção, preços ou remunerações dos factores de produção.

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Transferências Correntes: São os recursos financeiros auferidos sem qualquer contrapartida, destinados ao financiamento de despesas correntes ou sem afectação preestabelecida.

Transferências de Capital: Neste agrupamento são contabilizadas as importâncias a entregar a quaisquer organismos ou entidades (unidades orçamentais) para financiar despesas de capital, sem que tal implique, por parte das unidades orçamentais, qualquer contraprestação directa.

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