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2018 Relatório de Inação • II Trimestre

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2018Relatório de Inflação • II Trimestre

4 •

Relatório de Inflação • II Trimestre de 2018

Publicação do Banco Nacional de Angola (BNA)

É permitida a reprodução das matérias, desde que mencionada a fonte: Relatório de Inflação.Eventuais divergências entre dados e totais ou variações percentuais são provenientes de arredondamentos.

Banco Nacional de AngolaAv. 4 de Fevereiro nº 151 - Luanda - Angola Caixa Postal 1243 Tel.: (+244) 222 679200 www.bna.ao

Objectivo do Relatório de InflaçãoNo âmbito das atribuições conferidas ao Banco Nacional de Angola, por intermédio da sua Lei Orgânica, Lei n.º 16/10, de 15 de Julho, para a prossecução da política económica do Executivo, compete-lhe, além da condução, execução, acompanhamento e controlo das políticas monetária, financeira, cambial e de crédito, velar pela estabilidade do sistema financeiro nacional, assegurando, com essa finalidade, a função de financiador de última instância. Assim, em virtude desta prerrogativa, impende sobre o mesmo o dever de elaborar e publicar, com periodicidade regular, relatórios relativos às suas atribuições, entre os quais o Relatório de Inflação.

Relatório de Inflação • II Trimestre de 2018 • 5

Lista de abreviaturas 7Sumário Executivo 81. Economia Internacional 10

1.1. Principais acontecimentos 10Caixa 1: Zona Euro atinge meta de inflação 111.2. Mercado das Commodities 12Caixa 2: Evolução dos preços das commodities alimentares e perspectivas 14

2. Economia Nacional 162.1. Sector Real 162.2. Comércio Externo e Reservas Internacionais 172.3. Políticas Macroeconómicas 18Caixa 3: Impactos de um mercado cambial mais flexível 19Caixa 4: Decisões do Comité de Política Monetária 23

3. Inflação 263.1. Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) 263.2. Índice de Preços no Consumidor Luanda (IPC) 263.3. Índice de Preços no Consumidor por Categorias 273.4. Cesta Básica 283.5. Índice de Preços no Grossista (IPG) 293.6. Determinantes da Inflação 293.7.Previsão da Inflação para o terceiro trimestre de 2018 31

Anexos 32

Índice Geral

6 •

Relatório de Inflação • II Trimestre de 2018 • 7

Lista de AbreviaturasAD Banco Africano de DesenvolvimentoBCE Banco Central EuropeuBDA Banco de Desenvolvimento AngolanoBM Banco MundialBNA Banco Nacional de AngolaBoE Banco de InglaterraBoJ Banco do JapãoBRIC Brasil, Rússia, Índia e ChinaBT Bilhetes do TesouroEUA Estados Unidas da AméricaFAO Organização das Nações Unidas para Alimentação e AgriculturaFCO Facilidades de Cedência Overnight Fed Reserva Federal Norte-americana FMI Fundo Monetário InternacionalICE Indicador de Clima Económico INE Instituto Nacional de EstatísticaIPC Índice de Preços do ConsumidorLUIBOR Luanda Interbank Offered RateMb/d Milhões de barris por diamb/d Milhares de barris por diaME Moeda ExternaMINFIN Ministério das FinançasMMI Mercado Monetário InterbancárioMN Moeda NacionalMEP Ministério de Economia e Planeamento OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento EconómicoOGE Orçamento Geral do EstadoOPEP Organização dos Países Exportadores de PetróleoOT Obrigações do TesouroPIB Produto Interno BrutoRIB Reservas Internacionais BrutasRIL Reservas Internacionais LíquidasSADC Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral WEO World Economic Outlook

8 •

SUMÁRIO EXECUTIVO

O Relatório de Inflação é publicado trimestralmente pelo Banco Nacional de Angola (BNA). Trata-se de um instrumento de comunicação, por via do qual o BNA procura partilhar informação económico-financeira e explicar as medidas de política decididas pelo Comité de Política Monetária. Este relatório tem como principal objectivo abordar a evolução dos principais indicadores macroeconómicos da economia nacional e internacional, que poderão ter influenciado a evolução da inflação. Desta forma, além de uma análise minuciosa da trajectória da inflação, o presente documento contempla, por um lado, a análise do contexto macroeconómico internacional e do mercado das commodities e, por outro, a economia nacional, particularmente no que diz respeito à evolução dos sectores real, externo, fiscal e mone-tário, no segundo trimestre de 2018.

A nível internacional, os dados económicos e a evolução dos mercados financeiros perspectivam uma evolução positiva da economia mundial, com o FMI a manter em Julho a estimativa realizada em Abril de uma taxa de crescimento global de 3,70% em 2017 e a previsão para 2018 e 2019 em 3,90%.

No segundo trimestre de 2018, o preço médio do Brent atingiu 75,98 USD/barril, tendo aumentado 13,88% em relação ao preço do primeiro trimestre de 2018 e 47,85% face ao segundo trimestre de 2017. Os impulsionadores desta tendên-cia crescente foram o crescimento da procura global, o acordo de corte de produção de petróleo da OPEP e não-OPEP, a saída dos EUA do acordo nuclear com o Irão, interrupções de produção inesperadas e os efeitos das sanções impostas contra produtores de petróleo como a Venezuela e o Irão. Apesar de todos estes factores, a produção de petróleo bruto dos EUA subiu para um nível recorde e isso mitigou alguns dos efeitos acima mencionados.

Por sua vez, no que diz respeito às contas externas, registou-se um excedente de USD 7,088.71 milhões da Conta de Bens, o que representou um aumento em termos trimestrais de 11,54%. O principal factor que levou a este aumento foi o aumento das exportações, em termos trimestrais, de 11,14%, que se traduziu numa variação do seu valor maior do que a variação também positiva do valor das importações (10,37%). Apesar do aumento significativo das vendas de moeda externa pelo BNA, USD 4.156,46 milhões contra USD 2.739.16 milhões no trimestre anterior, as Reservas Internacionais Brutas (RIB) aumentaram 0,22% tendo atingindo USD 17.812,57 milhões, resultado da emissão de Eurobonds.

No âmbito das políticas macroeconómicas, no que toca à política cambial, o incremento das vendas de divisas deveu-se à estratégia de regularização de atrasados cambiais levada a cabo pelo BNA. Realça-se que subjacente a esta estraté-gia, está o objectivo de: (i) redução de dívidas de agentes económicos no exterior; (ii) redução do spread cambial entre o mercado formal e o informal para níveis em torno de 20% de acordo com o Programa de Estabilização Macroeconómica. Assim, com a adopção de um regime cambial mais flexível e um incremento da quantidade de leilões efectuados, o Kwan-za depreciou-se cerca de 14,10% face ao Dólar norte-americano e 8,48% face ao Euro, no segundo trimestre de 2018. A taxa de câmbio média de referência no mercado cambial primário, apurada no último dia do mês de Junho de 2018 foi de EUR/Kz 288,87 e USD/Kz 249,26 tendo partido de EUR/Kz 185,39 e USD/Kz 165,92 no final de 2017.

No período em análise, realça-se a receita petrolífera do período que registou um montante de Kz 751,97 mil milhões, representando um aumento de 9,35% face ao trimestre anterior, resultado do fluxo de entradas da concessionária nacional e das outras companhias petrolíferas.

Adicionalmente, verificou-se no trimestre a entrada de recursos, reflexo do financiamento externo, mediante a emissão de títulos de dívida soberana nos mercados internacionais (Eurobonds) de USD 3 mil milhões.

A política monetária seguiu focada no monitoramento da Base Monetária, sendo que o exercício da Política Monetária tem-se centrado na gestão da liquidez do sistema bancário visando atenuar as pressões inflacionistas. Deste modo, a Base Monetária em moeda nacional registou no período uma contracção de 2,57%.

A inflação homóloga nacional e da província de Luanda fecharam o trimestre em 19,52% e 20,16%, respectivamente, mantendo-se a trajectória decrescente. Para o segundo trimestre de 2018, a inflação nacional e na província de Luan-da fixaram-se em 3,80%, e 3,56%, respectivamente, níveis significativamente abaixo dos apresentados no trimestre homólogo de 2017.

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A redução da inflação trimestral e homóloga pode ser justificada pelo desempenho positivo da política monetária e cambial traduzido em contracção da base monetária e a redução do spread cambial entre os mercados formal e infor-mal, o que contribuiu na melhoria da expectativa dos agentes económicos. Do lado da oferta, assistiu-se ao aumento das importações de bens da primeira necessidade para a satisfação das necessidades de consumo das famílias e empresas. Continua a ser motivo de especial atenção a conjuntura internacional, que embora tenha apresentado uma perspectiva favorável, futuramente poderá criar possíveis efeitos negativos para a conjuntura nacional, pelo facto da subida do preço do petróleo ser um dos vectores impulsionadores da subida dos índices de preços no produtor dos principais parceiros comerciais de Angola, bem como aumento de preços das commodities alimentares.

10 •

1. Economia Internacional

1.1. Principais acontecimentos

Em Julho de 2018, o FMI divulgou a revisão das previsões da taxa de crescimento da economia mundial apresentadas em Abril, onde manteve a perspectiva optimista para os próximos dois anos. Deste modo, para a economia mundial, mantém-se a previsão de uma taxa de crescimento de 3,90% para 2018 e 2019. Para a África Subsariana, as estima-tivas de crescimento para 2018 e 2019 foram revistas em alta para 3,40% e 3,80%, respectivamente. A melhoria das perspectivas nesta região está associada à melhoria do ambiente político sul-africano e à recuperação económica dos países exportadores de commodities como Angola e Nigéria, cujas expectativas de crescimento, para 2018 e 2019, são de 2,30% e 3,30% para Angola de 2,10% e 2,3% para a Nigéria.

Com a recuperação dos preços do petróleo desde Setembro de 2017, a inflação cheia tem mostrado sinais de aumento nas economias avançadas, mantendo-se o núcleo de inflação (composto pela taxa de inflação excluindo os preços dos combustíveis e alimentos) estável.

No segundo trimestre, destacou-se o aumento da inflação homóloga nos EUA, que em Junho situou-se em 2,90% atingindo o valor mais alto desde Fevereiro de 2012, impulsionada principalmente pelos preços da gasolina que au-mentou em 24,3%. A taxa de inflação registada, combinado com a melhoria dos indicadores de emprego, impulsionou o aumento da taxa de juro do Fed para 2,00% em Junho. Com a subida da taxa de juro, os custos de financiamento e o apetite dos investidores por títulos públicos norte-americanos aumentaram.

O crescimento dos preços na Zona do Euro no mês de Junho atingiu o valor de 2% (meta do BCE). A inflação homóloga dos preços no consumidor na Zona do Euro começou o sentido ascendente no mês de Maio quando chegou aos 1,9%. O núcleo da inflação anual, que exclui preços voláteis de energia, alimentos, álcool e tabaco, e no qual o BCE baseia as suas decisões políticas, registou 0,9% no mês de Junho, situando-se abaixo do mês anterior. Assim, as expectativas dos agentes económicos são de que o BCE não irá fazer alterações ao curso da política monetária, mantendo a taxa de juro em 0%. Na última reunião do BCE, já em Julho de 2018, foram reforçadas as intenções de manter a taxa de juro inalterada, com o Presidente Mario Draghi a afirmar que a Zona Euro continua a necessitar de políticas monetárias que estimulem a economia.

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Caixa 1: Zona Euro atinge meta de inflação

Em Angola cerca de 40% das importações são de origem europeia, nomeadamente provenientes de Portugal, Bélgica e França, o que confere alguma importância ao possível repasse da inflação da Zona Euro para a inflação angolana.

A inflação anual na Zona Euro atingiu a meta do BCE, ao terminar o mês de Junho em 2%. As previsões do Eurostat são de que esta taxa continue a tendência crescente, prevendo-se que em Julho atinja cerca de 2,1%. Analisando o núcleo da inflação, a componente energética é a que mais contribui para esta tendência, tendo em Junho apresentado uma taxa de 8% (em Julho é previsto que atinja os 9,4%). A rubrica dos bens alimentares, bebidas alcoólicas e tabaco terminou o mês de Junho com uma taxa de inflação de 2,7%, segui-da da rubrica de serviços com uma taxa de 1,3%, e o sector de bens não energéticos a apresentar uma taxa de 0,4%. Com excepção da rubrica dos bens alimentares, bebidas alcoólicas e tabaco, todas as previsões apontam para que as outras rubricas apresentem aumentos das taxas de inflação no mês de Julho.

Painel 1 – Inflação da Zona Euro

-4,00

-2,00

0,00

2,00

4,00

Jan/16 Mai/16 Set/16 Jan/17 Mai/17 Set/17 Jan/18 Mai/18

Zona Euro Bélgica

França Portugal

- 10,00

-8,00

-6,00

-4,00

-2,00

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

Jan/16 Mai/16 Set/16 Jan/17 Mai/17 Set/17 Jan/18 Mai/18

Inflação Alimentação Energia

Fonte: Eurostat

O aumento nos preços do petróleo nos últimos meses tem sido uma preocupação para as economias impor-tadoras de petróleo. O aumento dos preços do petróleo desde Setembro de 2017 tem influenciado em alta os preços dos combustíveis, dado que os preços não são administrados como acontece em Angola. Há, contudo, um certo cepticismo por parte do BCE quanto ao caminho que a inflação irá seguir nos próximos tempos. A previsão de que os preços de petróleo não deverão crescer mais em 2018 faz com que surjam dúvidas quanto à evolução da inflação na Zona Euro, e se esta continuará a rondar a meta dos 2%. Adicionalmente, um abrandamento das taxas de crescimento também pode provocar uma redução da taxa de inflação.

No caso africano, estima-se que a inflação permaneça elevada em 2018 fruto de uma combinação de factores, entre os quais os preços do petróleo mais elevados, pressões cambiais e possíveis choques relacionados com a seca, especial-mente no leste e no sul do continente. No entanto, esperam-se melhorias na agricultura, o que ajudará a moderar os preços dos alimentos (o maior componente da cesta básica na maioria desses países). Adicionalmente, espera-se um maior desenvolvimento em infra-estruturas no continente, o que poderá ajudar a reduzir os custos do lado da oferta. Apesar disso, o aumento das incertezas na economia global, com o agudizar da guerra comercial entre os EUA e China e os aumentos das taxas de juro dos EUA, levantam ameaças que limitam a possibilidade de execução de uma política monetária menos restritiva, como tal, é provável que as autoridades monetárias adoptem políticas rígidas sustentadas por elevadas taxas de juro.

Nos países da SADC, no primeiro trimestre de 2018, destacam-se Angola e a República Democrática do Congo com taxas de inflação de dois dígitos (20,16% em Junho e 43,23% em Abril, respectivamente), apesar do seu curso decres-cente. Por outro lado, todos os países encontram-se em linha com o intervalo de convergência à excepção do Malawi, Zimbabwe, Zâmbia e Maurícias.

12 •

Gráfico 1 – Inflação dos países membros da SADC

0,005,00

10,0015,0020,0025,0030,0035,0040,0045,0050,00

Áfric

a do S

ul

Botsw

ana

Mala

wi

Mau

rícias

Moç

ambi

que

Namí

bia

Seich

eles

Tanz

ânia

Zâmb

ia

Zimba

bwé

RDC

Ango

la

1T2018 2T2018 Máximo da SADC Mínimo SADC

9)-%":*Bloomberg

1.2. Mercado das CommoditiesOs preços internacionais das commodities tanto energéticas como alimentares têm um impacto significativo na infla-ção angolana dada a composição da balança de bens e serviços.

1.2.1. Mercado das Commodities Energéticas No segundo trimestre de 2018, o preço médio do Brent atingiu 75,98 USD/barril, tendo aumentado 13,88% em relação ao preço do primeiro trimestre de 2018 e 47,85% face ao segundo trimestre de 2017. No mesmo sentido, as Ramas Angolanas e o WTI fecharam o trimestre com um preço médio de 73,27 USD/barril e 67,38 USD/barril, apresentando subidas trimestrais de 10,83% e 7,34% e homólogas de 47,78% e 38,81%, respectivamente.

Gráfico 2 – Evolução do preço do petróleo, USD/barril

25,00

35,00

45,00

55,00

65,00

75,00

85,00

1T2016 2T2016 3T2016 4T2016 1T2017 2T2017 3T2017 4T2017 1T2018 2T2018

2016 2016 2016 2016 2017 2017 2017 2017 2018 2018

US

D/b

arril

Brent WTI Ramas Angolanas

9)-%": Bloomberg

Os impulsionadores desta tendência crescente foram o crescimento da procura global, o acordo de corte de produção de petróleo da OPEP e não-OPEP, a saída dos EUA do acordo nuclear com o Irão, interrupções de produção inesperadas e os efeitos das sanções impostas contra produtores de petróleo como a Venezuela e o Irão. Apesar de todos estes factores, a produção de petróleo bruto dos EUA subiu para um nível recorde e isso mitigou alguns dos efeitos acima mencionados.

Durante a reunião de 22 de Junho, a OPEP decidiu elevar a produção de petróleo em 1 milhão de barris por dia. Na prática, muitos destes produtores de petróleo da OPEP não são tecnicamente capazes de aumentar a produção. Por-tanto, o aumento líquido na produção de petróleo será de cerca de 600 milhares de barris por dia. A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Kuwait responderão a esse aumento na produção. Os produtores não-OPEP que participam do actual contracto de corte de produção não aumentarão a produção este ano.

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No que toca às interrupções inesperadas, a Líbia enfrenta problemas que resultam em interrupções na produção que se têm repercutido na diminuição das exportações dos grandes portos. No início deste ano, a produção líbia era de 1 Mb/d, sendo que caiu para metade. Entretanto, a produção na Venezuela caiu significativamente para 1,4 Mb/d, em parte devido à situação económica, mas também devido às sanções impostas pelos EUA. Finalmente, as exportações de petróleo do Irão serão prejudicadas também pelas sanções impostas pelos EUA quando entrarem em vigor no final de 2018. Ao mesmo tempo, a produção de petróleo bruto nos EUA atingiu um recorde de alta (10,9 Mb/d).

A previsão da Bloomberg aponta para a continuidade dos preços do petróleo acima dos 74 USD/barril nos próximos tri-mestres. Há, no entanto, várias incertezas e riscos quanto às evoluções neste mercado. A queda dos stocks no primeiro trimestre de 2018, de cerca de 0,2 milhões de barris/dia, pressionou os preços em alta durante o período já decorrido de 2018. No entanto, espera-se que no resto do ano haja um crescimento dos inventários, pressionando os preços no sentido oposto. Ao mesmo tempo, previsões de que haverão países da OPEP com capacidade de produção em níveis mínimos abre portas para à possibilidade dos preços aumentarem caso haja futuros cortes de produção ou as previsões de crescimento da produção não se materializem.

Menos optimista, a US Energy Information Administration prevê um preço médio do Brent de 73 USD/barril durante o segundo semestre de 2018, e de cerca de 69 USD/barril ao longo de 2019.

1.2.2. Mercado das Commodities AlimentaresO índice de preços dos bens alimentares da FAO atingiu no segundo trimestre de 2018, em média, 174,68 pontos, representando mais 3,28 pontos (1,98%) face ao trimestre anterior e menos 1,00 pontos face ao período homólogo de 2017. O aumento trimestral reflecte o comportamento crescente dos preços das classes dos cereais e lacticínios.

Os lacticínios destacaram-se pelo facto de serem os produtos cujos preços mais cresceram (8,02% trimestralmente) reflectindo a menor oferta por parte da Nova Zelândia, o que pressionou os preços internacionais dos quatro produtos lácteos que compõem o índice.

Gráfico 3 – Índice de Preços dos Bens Alimentares da FAO, pontos

130,00135,00140,00145,00150,00155,00160,00165,00170,00175,00180,00185,00

120,00

170,00

220,00

270,00

320,00

1T20162016

2T20162016

3T20162016

4T20162016

1T20172017

2T20172017

3T20172017

4T20172017

1T20182018

2T20182018

Indíce FAO (eix. dir.) Carnes Lacticínios Cereais Óleos e gorduras Açúcar

9)-%": Food and Agriculture Organization (FAO) e Bloomberg

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Caixa 2: Evolução dos preços das commodities alimentares e perspectivas

Os preços internacionais dos bens alimentares são um dos determinantes da inflação em Angola, dada a fraca capacidade produtiva existente, caracterizando, assim, a economia angolana como dependente dos bens ali-mentares do exterior. Note-se que a Classe 1 é a classe com maior peso no cálculo do IPC.

Factores determinantes

No primeiro trimestre de 2018, os preços dos bens agrícolas subiram 4%, o que representa a maior subida trimestral dos últimos dois anos. As principais causas por detrás deste movimento são a redução de plantação de trigo e de milho verificadas nos EUA, assim como condições climatéricas desfavoráveis, que têm abalado a produção e, portanto, reduzido a oferta, levando a um aumento dos preços. Em específico, o fenómeno climatéri-co La-niña, caracterizado por um período de baixas temperaturas do oceano pacífico na sua região este e central impactou este ano a produção de bananas e de soja na América Central e na Argentina, respectivamente. No entanto, os piores cenários não se concretizaram, e este fenómeno climatérico não teve um impacto significativo na produção mundial.

Esta tendência de subida dos preços manteve-se durante os dois primeiros meses do segundo trimestre do ano. No entanto, o final do segundo trimestre de 2018 apresentou uma tendência oposta aos restantes meses, tanto relativamente ao primeiro trimestre como aos dois primeiros meses do segundo. O principal factor foi a instabi-lidade comercial a nível mundial, i.e., as ameaças de guerras comerciais de vários países, tendo algumas delas já se materializado em acções concretas durante o segundo trimestre de 2018. Este é um factor que tenden-cialmente leva a uma queda dos preços de bens alimentares, o que já foi ligeiramente sentido no passado mês de Junho, contrariando a tendência dos restantes meses do ano. As fracas perspectivas de produção durante o mês de Junho, que deveriam pressionar em alta os preços, não foram suficientes para contrariar a pressão exercida em sentido oposto pelos conflitos comerciais. Em concreto, as tarifas Chinesas sobre a importação de bens agrícolas norte-americanos poderão agitar o mercado durante o último semestre deste ano. Já em Julho, com as tensões comerciais a aparentarem não abrandar, a tendência foi a mesma de Junho e os preços voltaram a diminuir.

Dois outros factores determinantes para o mercado das commodities alimentares são a volatilidade dos preços das commodities energéticas e do preço dos fertilizantes, ambos fundamentais ao processo produtivo de bens alimentares. Um estudo do Banco Mundial de 20161 sugere que um aumento dos preços energéticos de cerca de 10% traduz-se num aumento de 2% dos preços dos bens alimentares, sobretudo na categoria dos cereais e óleos. Esta relação pode, de certa forma, ser observada no gráfico 1, onde é aparente que a grande queda dos preços do petróleo em 2014 impulsionou a queda dos preços das commodities alimentares (sendo claro que existem outras forças que podem influenciar os preços, nomeadamente do lado da procura), assim como as previsões da recuperação do preço médio do barril de petróleo são acompanhadas pela previsão do aumento dos índices de preços das commodities alimentares. Estes são dois factores a ter em conta para o restante ano, podendo provocar movimentos no mercado alimentar.

!"#$%&'()*+"*,-.#$/0)**1**,,*2'(3"4%'"*+"*5678**• 15

Perspectivas

Os preços das commodities agrícolas apresentaram, nos passados três anos, uma estabilidade considerável. No entanto, em 2018 é previsto que os preços aumentem, o que se verificou neste primeiro semestre do ano, com excepção no mês de Junho. Mas, apesar desta tendência ascendente dos preços, estes continuam ainda abaixo dos preços que se verificavam no mercado em 2011, quando os preços atingiram um máximo notável, e é previsto que assim se mantenham ao longo do ano e também durante os próximos.

Há, no entanto, várias forças a operar em sentidos opostos. As actuais tensões mundiais entre diversos países, que ameaçam mudar as relações internacionais até agora vigentes, nomeadamente criando tarifas sobre o até então livre comércio internacional, tendem a pressionar os preços a descer, o que já aconteceu, pela primeira vez este ano, no mês de Junho. Por outro lado, cortes de produção e sanções pressionam os preços em alta, que tem vindo a ser a tendência geral de 2018.

Painel 2 - Evolução das commodities e perspectivas

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

110,00

120,00

2014 2016 2018 2020 2022 2024 2026 2028 2030

FertilizantesAgriculturaPreço médio do Petróleo (USD/barril)

70,00

75,00

80,00

85,00

90,00

95,00

100,00

105,00

110,00

115,00

120,00

Jan/14 Jul/14 Jan/15 Jul/15 Jan/16 Jul/16 Jan/17 Jul/17 Jan/18

Agricultura Bebidas Alimentos

**************9)-%": Banco Mundial

16 •

2. Economia Nacional

2.1. Sector RealO preço do Brent, referência das Ramas Angolanas, no mercado internacional desde o mês de Julho de 2017 tem evidenciado uma tendência ascendente. Deste modo, a manutenção desta tendência de aumento do preço do petróleo e por conseguinte a subida dos preços das Ramas Angolanas poderá levar a uma melhoria no nível de actividade eco-nómica, beneficiando tanto o sector petrolífero como o sector não petrolífero, nos próximos trimestres, ceteris paribus.

O Indicador de Clima Económico (ICE) referente ao primeiro trimestre de 2018 manteve a tendência ascendente iniciada no primeiro trimestre de 2017, com ligeiras melhorias em relação ao trimestre anterior. Essa melhoria foi reflexo de uma avaliação positiva e optimista, tanto nas condições actuais, como na expectativa de emprego e os stocks dos Indicadores de Confiança dos sectores do Comércio e dos Transportes, embora o sector de actividade do Comércio se tenha mantido em terreno negativo.

Neste caso, a melhoria do indicador foi impulsionada essencialmente pela avaliação positiva registada no sector do Comércio dado o peso que possui na actividade não petrolífera (com maior peso), e refreada pela avaliação negativa dos sectores da Construção, Turismo, Comunicação, Indústria Extractiva e Transformadora, essencialmente afectados pela falta de matéria-prima, dificuldades financeiras e pouca procura.

Painel 3 - Indicadores de Clima Económico e de Confiança (s.r.e.)1

-40-35-30-25-20-15-10-50

1T20

16

2T20

16

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4T20

16

1T20

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17

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1T20

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ICE Média ICE

-80

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0

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40

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16

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17

2T20

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17

4T20

17

1T20

18

IC-IND TRANSFORMADORA IC-CONSTRUÇÃOIC-COMÉRCIO IC-TRANSPORTESIC-TURISMO IC-IND EXTRACTIVAIC-COMUNICAÇÃO

9)-%": INE

O Índice de Produção Industrial (IPI)2, indicador que avalia em certa medida a performance, do comportamento e evolu-ção da indústria angolana, demonstrou um comportamento contraccionista em cerca de 2,07%, no primeiro trimestre de 2018, influenciado pela contracção em 5,48% das Indústrias Extractivas, com destaque para a contracção de 5,70% na extracção de petróleo (com maior peso). Este comportamento foi atenuado pela expansão dos sectores de Capta-ção, Tratamento e Distribuição de Água e Saneamento (34,47%), da Indústria Transformadora (17,09%), de Produção e Distribuição de Electricidade, Gás e Água (1,04%), todavia com menor peso.

1 Saldo de Respostas Extremas (Diferença entre respostas positivas e negativas divididas pelo número de respostas dadas nos resultados de inquéri-tos sobre a actividade económica efectuados às empresas).2 Os dados do Índice de Produção Industrial utilizados na elaboração do relatório são referentes ao primeiro trimestre de 2018, justificados pelo facto de serem os mais recentes à data da elaboração do documento.

!"#$%&'()*+"*,-.#$/0)**1**,,*2'(3"4%'"*+"*5678**• 17

Gráfico 4 – Índice de produção industrial (t.v.h.), %

-9,9% -9,2%

0,5%

-2,2%

-18,16%

-2,07%-5,48%

17,09%

1,04%

34,47%

-30,0%

-20,0%

-10,0%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

INDÚSTRIA TOTAL Indústrias Extractivas IndústriasTransformadoras

Producão e Distribuiçãode Electricidade, Gás e Água

Captação, Tratamento e Distribuição de Água e Saneamento

Varia

ção

Hom

ólog

a

1T2017 1T2018

9)-%":*INE

2.2. Comércio Externo e Reservas InternacionaisRelativamente à Conta de Bens, no segundo trimestre de 2018 registou-se um excedente de USD 7,088.71 milhões, o que representou um aumento em termos trimestrais de 11,54%. Da mesma forma, foi registado um aumento de 60,98% em termos homólogos. O principal factor que levou a este aumento foi o aumento do valor das exportações, em termos trimestrais, de 11,14%, que se traduziu numa variação do seu valor maior do que a variação também positiva do valor das importações. Esta variação positiva do valor das exportações deveu-se, fundamentalmente, ao aumento do preço do petróleo em 10,83%.

Adicionalmente, observou-se um aumento do valor das importações em 10,37% em termos trimestrais e 2,69% em ter-mos homólogos, destacando-se o aumento das importações de combustíveis e alimentos. Relativamente aos principais países de origem das importações angolanas, Portugal e China permaneceram no topo.

Painel 4 - Evolução da Conta de Bens e Reservas Internacionais, USD milhões

0,00

2.000,00

4.000,00

6.000,00

8.000,00

10.000,00

12.000,00

2T 2016 3T 2016 4T 2016 1T 2017 2T 2017 3T 2017 4T 2017 1T 2018 2T 2018

USD

milh

ões

Exportações Total Importações Conta de Bens

6,00

6,50

7,00

7,50

8,00

8,50

9,00

9,50

10,00

10,50

11,00

11,50

12,00

15.000,00

17.000,00

19.000,00

21.000,00

23.000,00

25.000,00

2T 2016

3T 2016

4T 2016

1T 2017

2T 2017

3T 2017

4T 2017

1T 2018

2T 2018

Mes

es d

e Im

porta

ção

USD

Milh

ões

Reservas Brutas

Grau de Cobertura das Reservas Brutas sobre as Importações de B&S

9)-%": BNA

As Reservas Internacionais Brutas (RIB) aumentaram 0,22% tendo atingindo USD 17.812,57 milhões contra USD 17.773,07 milhões no primeiro trimestre de 2018 e reduziram em 12,32% em termos homólogos. O aumento das RIB (USD 39,50 milhões) deveu-se aos desembolsos oriundos da emissão dos Eurobonds (ver na secção da Política Fiscal) sendo contrabalançados pela elevada execução de vendas de divisas (ver na secção da Política Cambial).

18 •

Mantendo-se ao mesmo nível o passivo de curto prazo, o stock das Reservas Internacionais Líquidas registou um au-mento de 0,49% em termos trimestrais e uma redução de 21,01% em termos homólogos, alcançando um stock de USD 13.255,89 milhões em Junho de 2018.

Em termos gerais, as RIB no final do segundo trimestre de 2018 permaneceram em níveis confortáveis, com uma cober-tura de 7,28 meses, acima da meta de seis meses de importação de bens e serviços (meta de convergência da SADC).

2.3. Políticas MacroeconómicasEste subcapítulo aborda a evolução dos principais indicadores macroeconómicos que poderão ter impactado a evolução da inflação no decorrer do segundo trimestre de 2018.

2.3.1. Política CambialEm termos acumulados no segundo trimestre de 2018, o BNA vendeu USD 4.156,46 milhões, contra USD 2.739.16 milhões no trimestre anterior. Do total dessas vendas, cerca de 4,41% foram alocados ao sector dos bens alimentares, 14,95% para leilões de diversos sectores, 4,68% para viagens, ajuda familiar e saúde.

Painel 5 - Venda de Divisas do BNA aos Bancos Comerciais e sua alocação, USD milhões

5.155,80

2483,842.496,58

2.083,15

2.739,16

4.156,46

1T 2T 3T 4T

2017 2018

4,41%

18,67%

50,72%

4,68%

8,74% 12,77%

Sector Alimentação

Reposição Cambial

Leilões e sector diversos

Viagens, Ajuda Fam.,Saúde e Cartões de Crédito

Companhias Aéreas

Outros

9)-%": BNA

Por sua vez, os bancos comerciais adquiriram USD 362,11 milhões aos seus clientes, representando um aumento de 24,11% contra USD 291,77 milhões no trimestre anterior. Em termos totais, o montante de divisas vendidas aos Bancos foi de USD 4.156,46 milhões, registando um aumento de 51,74% em relação ao primeiro trimestre de 2018.

O grau de execução das divisas vendidas aos bancos comerciais fixou-se em 62,94% no segundo trimestre de 2018, o que resulta numa execução de USD 2.615,98 milhões, dos quais 52,14% foram destinados às operações de invisíveis, 45,16% às operações de mercadorias e 2,70% às operações de capitais.

Gráfico 5 – Taxas de câmbio do mercado formal, USD/Kz

80,00

130,00

180,00

230,00

280,00

330,00

380,00

430,00

480,00

530,00

Abr/1

6

Jun/

16

Ago/

16

Out/1

6

Dez/

16

Fev/

17

Abr/1

7

Jun/

17

Ago/

17

Out/1

7

Dez/

17

Fev/

18

Abr/1

8

Jun/

18

USD/

Kz

Mercado primário Mercado secundário (divisas)

Casas de câmbio

9)-%": BNA

!"#$%&'()*+"*,-.#$/0)**1**,,*2'(3"4%'"*+"*5678**• 19

Quando comparado com Dezembro de 2017, antes da implementação do novo regime, o Kwanza depreciou cerca de 35,82% face ao Euro e 33,43% face ao Dólar norte-americano em 2018. A taxa de câmbio média de referência no mercado cambial primário, apurada no último dia do mês foi de EUR/Kz 288,87 e USD/Kz 249,26 tendo partido de EUR/Kz 185,39 e USD/Kz 165,92 no final de 2017. A média da compra e venda das taxas de câmbio praticadas pelos bancos comerciais tem estado em linha com a taxa de câmbio de referência, sendo que a taxa de venda de Dólares norte-ame-ricanos fixou-se em USD/Kz 254,54, um spread de 2% como definido no Instrutivo Nº1 de 19 de Janeiro.

Caixa 3: Impactos de um mercado cambial mais flexível

A taxa de câmbio é o preço que coordena as transacções entre residentes e não residentes na economia. Na ocorrência de um câmbio fixo, os choques externos que afectam a economia serão repercutidos em variações das reservas internacionais. Ao tornar a taxa de câmbio mais flexível, é permitido que esta reaja mais facilmen-te, ajustando a economia à nova realidade internacional e evitando a existência de spreads no mercado cambial, que retiram eficiência à actividade económica.

No segundo trimestre, o Kwanza depreciou-se cerca de 14,10% face ao Dólar norte-americano e 8,48% face ao Euro. No mesmo período, o spread registou uma queda em torno de 50 p.p., tendo passado de 150,62% no mo-mento da implementação do regime cambial para 44,76% em Junho de 2018. O BNA encontra-se cada vez mais próximo do objectivo e tal deveu-se ao aumento da venda de divisas, resultante do programa de regularização de atrasados cambiais e da diminuição da quantidade procurada de moeda estrangeira no mercado informal, causada pela diminuição da disponibilidade de depósitos em Kwanzas aquando da execução das operações cambiais e por uma maior oferta no mercado formal (bancos comerciais).

A redução do spread cambial permite a diminuição do “subsídio implícito” que era gerado para certos agentes económicos resultado de uma taxa de câmbio sobrevalorizada, acompanhada por um diferencial acentuado. Dessa forma, aumenta a eficiência da alocação de divisas, ao serem disponibilizadas aos agentes com maior necessidade efectiva. Adicionalmente, a redução do spread permite que à medida que aumenta a entrada de ca-pitais estrangeiros, estes são dirigidos para o sistema financeiro angolano em vez de serem trocados no merca-do paralelo onde geravam mais lucro, permitindo assim que sejam mais facilmente distribuídos pela economia.

Gráfico 6 – Evolução do spread cambial

20%

70%

120%

170%

220%

270%

Abr/16 Jul/16 Out/16 Jan/17 Abr/17 Jul/17 Out/17 Jan/18 Abr/18

Spread cambial

*************************9)-%":*BNA

20 •

2.3.2. Política FiscalNo segundo trimestre de 2018, as receitas fiscais totalizaram Kz 1.224,80 mil milhões, um aumento de 17,54% e 67,08% em termos trimestrais e homólogos, respectivamente. Note-se que as receitas petrolíferas se situaram em Kz 751,97 mil milhões (61,40% das receitas fiscais), resultado de um aumento em termos trimestrais e homólogos de 9,35% e de 90,80%, respectivamente. Este crescimento é resultante do bom desempenho do preço médio do petróleo no mercado internacional e da depreciação do Kwanza face ao Dólar norte-americano.

A receita não petrolífera3 tem reduzido a sua contribuição nas receitas fiscais ao representar 38,60% do seu total con-tra 46,24% no mesmo período do ano passado. No período em análise, esta rúbrica atingiu o montante de Kz 472,82 mil milhões, tendo registado aumentos de 33,41% e de 39,49% em termos trimestrais e homólogos, respectivamente.

Painel 6 - Evolução das Receitas Totais, Kz milhões

-1.000,00

-500,00

0,00

500,00

1.000,00

1.500,00

2.000,00

2.500,00

3.000,00

3.500,00

4.000,00

2T2016 3T2016 4T2016 1T2017 2T2017 3T2017 4T2017 1T2018 2T2018

Kz

mil

mil

hões

Receita Transitada Desembolsos de Financiamentos Outros Fluxos do Período

Receitas consignadas Fluxos de Recursos no Exercício Receita Fiscal do Período

Fluxos de Recursos Líquidos no Exercício

0,00

200,00

400,00

600,00

800,00

1.000,00

1.200,00

1.400,00

2T2016 3T2016 4T2016 1T2017 2T2017 3T2017 4T2017 1T2018 2T2018K

z m

il m

ilhõ

es

Receitas Petrolíferas Receitas Não Petrolíferas

9)-%": MINFIN

Assim, dada a necessidade de receitas adicionais para fazer face às despesas, no segundo trimestre registaram-se desembolsos de financiamento em Kz 605,40 mil milhões (entrada dos saldos livres das Escrow Accounts provenientes da China no montante de Kz 193,14 mil milhões), representando 29,74% dos recursos totais. No mercado primário da dívida, destaca-se o aumento significativo da emissão de BT em 511,75% enquanto as OT registaram um modesto incremento de 16,85%. No período em análise, as taxas de juro médias dos títulos públicos no mercado primário reduziram face ao período anterior, sendo que se situaram em 14,56% no caso das BT a 91 dias, 16,34% a 182 dias e 18,37% a 364 dias. No que toca às OT’s nas maturidades de 2, 3 e 4 anos, as taxas do cupão mantiveram-se inaltera-das, situando-se em 7,00%.

Em Maio, o Tesouro recorreu a uma emissão de Eurobonds nos mercados internacionais no valor de USD 3 mil milhões repartidos em USD 1,75 mil milhões na maturidade de 10 anos e USD 1,25 mil milhões na maturidade de 30 anos com taxas de juro de 8,25% e 9,38%, respectivamente, com vista a financiar os projectos de investimento público.

Relativamente às despesas totais no período em análise, estas situaram-se em Kz 2.285,06 mil milhões, correspon-dendo a despesa do período Kz 1.818,96 mil milhões e Kz 466,09 mil milhões da despesa transitada, dos quais Kz 17,52 mil milhões de restos a pagar e Kz 448,52 mil milhões de despesas de períodos anteriores. As despesas totais apresentaram, assim, um aumento de 46,31% e de 50,51% face ao trimestre anterior e em comparação ao período homólogo. Realça-se que todas as rubricas registaram aumentos quando comparadas com o mesmo período de 2017, porém destaca-se o serviço da dívida dado o seu peso de 50% no total das despesas. Quando comparado aos dois últimos trimestre, denota-se apenas uma redução nas despesas correntes, tendo registado uma variação negativa de 1,63% que se deveu ao desempenho da categoria despesas com pessoal que diminui 36,03%, devido ao atraso no processamento dos salários por parte de algumas Unidades Financeiras (de realçar que uma parte dos salários do segundo trimestre foram pagos no inicio do primeiro mês do terceiro trimestre). Por outro lado, as despesas com bens e serviços e as despesas com transferências correntes registaram aumentos significativos de 1.321,19% e de 76,38%, respectivamente. O aumento das despesas com transferências correntes foi essencialmente impulsionado pelo paga-mento de pensão de reforma.

3 Esta receita inclui receitas diamantíferas, alfandegárias, de capital e outros impostos.

!"#$%&'()*+"*,-.#$/0)**1**,,*2'(3"4%'"*+"*5678**• 21

No que se refere ao serviço da dívida, esta está maioritariamente concentrada na despesa com a dívida interna repre-sentando 62,08% do total, já a dívida externa registou um aumento significativo de 124,91% e de 138,66% no trimestre e no período homólogo. O aumento observado nas despesas com o serviço da dívida reflecte a dificuldade do Tesouro em financiar as suas despesas com receitas ordinárias, criando assim uma pressão adicional sobre a despesa pública, quer em termos de juros a pagar, quer em termos de amortização do principal.

Painel 7 - Evolução das Despesas Totais, Kz mil milhões

0,00

500,00

1.000,00

1.500,00

2.000,00

2.500,00

2T2016 3T2016 4T2016 1T2017 2T2017 3T2017 4T2017 1T2018 2T2018

Kz m

il m

ilhõe

s

Despesa Corrente Despesa de Capital Despesa de Serviço da Dívida

Despesa Transitada Fluxo total de Pagamentos

0,00

100,00

200,00

300,00

400,00

500,00

600,00

2T2016 3T2016 4T2016 1T2017 2T2017 3T2017 4T2017 1T2018 2T2018

Kz m

il m

ilhõe

s

Despesas com Pessoal Despesas com Bens e Serviços Transf. Correntes Subsídios

9)-%": MINFIN

No período em análise, os resgates de títulos totalizaram Kz 721,24 mil milhões, representando uma diminuição trimes-tral de 5,39% e um aumento de 30,21% face ao período homólogo. No entanto, a colocação líquida dos títulos públicos resultou no crescimento do stock da dívida interna titulada de 18,41% face ao trimestre anterior, situando-se em Kz 7.371,00 mil milhões, dos quais apenas 8,08% correspondem às BT e 91,92% a OT.

Gráfico 7 – Dívida Interna Titulada, Kz mil milhões

0,00

1.000,00

2.000,00

3.000,00

4.000,00

5.000,00

6.000,00

7.000,00

8.000,00

0,00

100,00

200,00

300,00

400,00

500,00

600,00

700,00

800,00

900,00

1.000,00

2T2016 3T2016 4T2016 1T2017 2T2017 3T2017 4T2017 1T2018 2T2018

Kz m

il m

ilhõe

s

Kz m

il m

ilhõe

s

Emissão de BT e OT Resgate de BT e OT Stock de Dívida (ELD)

*******9)-%": BNA

Entretanto, considerando o cenário acima exposto, observa-se que no período em análise o Fluxo Total de Pagamentos de Kz 2.285,06 mil milhões foi superior às Disponibilidades Líquidas de Kz 1.723,37 mil milhões, registando assim um saldo do período negativo de Kz 516,69 mil milhões que foi coberto com recurso à monetização, resultando num saldo final de caixa nulo.

22 •

Gráfico 8 – Disponibilidades Líquidas e Despesas Totais, Kz mil milhões

- 700

- 200

300

800

1300

1800

1T2016 2T2016 3T2016 4T2016 1T2017 2T2017 3T2017 4T2017 1T2018 2T2018

Kz m

il m

ilhõe

s

Fluxos de Recursos Líquidos no Exercício Fluxos de Recursos no Exercício

* 9)-%":*MINFIN

2.3.3. Política MonetáriaNo segundo trimestre de 2018, o BNA manteve a sua política monetária restritiva, contraindo a base monetária durante o segundo trimestre em 12,18% face ao anterior e em termos homólogos em 4,58%.

Destaca-se o mês de Junho, marcado pela maior contracção da Base em Moeda Nacional, em 7,75%, motivada fun-damentalmente pelo efeito contraccionista das operações cambiais em 22,33%. A contracção da Base Monetária em Moeda Nacional no trimestre reflectiu-se na contracção tanto da Circulação Monetária (-9,77%), das Reservas Livres em Moeda Nacional (-29,27%) como da Reserva Obrigatória em Moeda Nacional (-8,90%).

Gráfico 9 – Factores condicionantes da base monetária

-1.000.000,0

-800.000,0

-600.000,0

-400.000,0

-200.000,0

0,0

200.000,0

400.000,0

600.000,0

800.000,0

2T 2017 3T 2017 4T 2017 1T 2018 2T 2018

Operações fiscais Operações monetárias

Operações cambiais Outras operações

Variação da Base Monetária

* * 9)-%": BNA

Tendo em conta o nível da contracção da base monetária que se reflectiu na redução substancial da liquidez no sistema, o BNA resolveu reduzir a taxa de juro directora de 20% para 18% e reduzir o coeficiente de Reservas Obrigatórias em Moeda Nacional de 21% para 19% para dar folga aos bancos comerciais e ao mesmo dinamizar o mercado interban-cário.

!"#$%&'()*+"*,-.#$/0)**1**,,*2'(3"4%'"*+"*5678**• 23

Caixa 4: Decisões do Comité de Política Monetária

No segundo trimestre, a 24 de Maio, o BNA decidiu reduzir a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez de 20% para 18%. Igualmente, decidiu unificar a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez e a taxa básica de juro, passando a designar-se apenas por Taxa BNA. Sendo assim, a Taxa BNA passa a reflectir o custo efectivo da cedência de liquidez aos bancos comerciais, pelo BNA.

O CPM decidiu também reduzir o coeficiente das reservas obrigatórias em moeda nacional de 21% para 19% e manter inalterada a taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez.

Tendo em conta a trajectória descendente da inflação homóloga, as decisões permitirão contribuir para a conti-nuidade do processo de estabilização macroeconómica e solidez do sistema financeiro:

A redução do coeficiente permitiu não só reduzir o custo inerente dos coeficientes de reservas obrigatórias na actividade bancária como disponibilizar liquidez para a efectivação das operações cambiais do programa de regularizações.

A redução da taxa de cedência de liquidez reduz o custo de financiamento dos bancos comerciais, o que fará pressão para que a LUIBOR reduza e tenha impacto nas taxas de juro do crédito bancário, que têm sido bastante afectadas por constrangimentos estruturais da economia angolana.

Gráfico 10 – Taxas de juro directoras

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

1T 2016 2T 2016 3T 2016 4T 2016 1T 2017 2T 2017 3T 2017 4T 2017 1T 2018 2T 2018

Taxa BNA FAO FAL 7 Dias FCO

**********************9)-%":*BNA

A Luibor Overnight tem registado um aumento, situando-se em 21,27% no final de Junho. Este comportamento tem sido motivado pelo reduzido número de bancos cedentes no Mercado Monetário Interbancário. O total do montante transaccionado diminuiu cerca de 24,58% em relação ao trimestre anterior.

Painel 8 - MMI e Taxas do Mercado Monetário Interbancário (MMI)

2,00%

7,00%

12,00%

17,00%

22,00%

27,00%

32,00%

1T 2

016

2T 2

016

3T 2

016

4T 2

016

1T 2

017

2T 2

017

3T 2

017

4T 2

017

1T 2

018

2T 2

018

Taxas LUIBOR

Luibor Overnight Luibor 1 Mês Luibor 3 MesesLuibor 6 Meses Luibor 9 Meses Luibor 12 Meses

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

0,00

500.000,00

1.000.000,00

1.500.000,00

2.000.000,00

2.500.000,00

3.000.000,00

3.500.000,00

1T 2

016

2T 2

016

3T 2

016

4T 2

016

2T 2

017

3T 2

017

3T 2

017

4T 2

017

1T 2

018

2T 2

018

Kz

Milh

ões

Operações no MMI e FCO

Montante Transaccionado F.C.O. Luibor Overnight

9)-%": BNA

24 •

Relativamente às condições de financiamento no sector bancário, realça-se que as taxas de juro praticadas nas ope-rações activas de crédito ao sector empresarial, em Moeda Nacional, registaram reduções em todas as maturidades, excepto para a maturidade de 181 dias a 1 ano, que apresentou uma subida de 0,60 p.p. Destaca-se a taxa de maturida-de de até 180 dias que reduziu 2,26 p.p. Em termos homólogos, as taxas de juro de empréstimos em Moeda Nacional, praticadas para o sector empresarial, registaram aumentos nas maturidades de até 180 dias, 181 dias a 1 ano e mais de um ano de 6,64 p.p., 6,73 p.p. e 4,69 p.p., respectivamente.

Por seu turno, as taxas de juro praticadas nas operações activas a particulares em Moeda Nacional registaram aumen-tos em todas as maturidades, excepto para a maturidade de mais de um ano, que apresentou uma redução de 0,21p.p. Destaque para a maturidade de até 180 dias, cujo aumento foi de 3,96 p.p. Em termos homólogos, as taxas de juro de empréstimos em Moeda Nacional praticadas para os particulares registaram aumentos nas maturidades de até 180 dias, 181 dias a 1 ano e mais de um ano em 1,81 p.p., 3,17 p.p. e 4,24 p.p., respectivamente.

Painel 9 - Taxas de Juro do Crédito Empresarial e à Particulares em MN (em f.d.p.)

12,00%

14,00%

16,00%

18,00%

20,00%

22,00%

24,00%

26,00%

1T20

16

2T20

16

3T20

16

4T20

16

1T20

17

2T20

17

3T20

17

4T20

17

1T20

18

2T20

18

Crédito Empresarial

Até 180 dias MN De 181 dias a 1 ano MN Mais de 1 ano MN

10,00%12,00%14,00%16,00%18,00%20,00%22,00%24,00%26,00%28,00%

1T20

16

2T20

16

3T20

16

4T20

16

1T20

17

2T20

17

3T20

17

4T20

17

1T20

18

2T20

18

Crédito a Particulares

Até 180 dias MN De 181 dias a 1 ano MN Mais de 1 ano MN

9)-%":*BNA

Quanto às taxas de juro praticadas nas operações passivas em Moeda Nacional, registaram-se ligeiros aumentos, em termos trimestrais, nas maturidades de até 90 dias, 91 a 180 dias, e 181 dias a 1 ano, com aumentos de 0,71 p.p., 0,70 p.p., 0,37 p.p., respectivamente. Em termos homólogos, as taxas de juro praticadas nas operações passivas em Moeda Nacional registaram aumentos em todas as maturidades, com destaque para as maturidades de 91 a 180 dias, 181 dias a 1 ano e mais de 1 ano, cujas variações foram de 3,58 p.p., 3,93 p.p. e 4,55 p.p., respectivamente. Para as taxas de juro praticadas nas operações passivas em Moeda Estrangeira, registaram-se aumentos nas maturidades 91 a 180 dias e 181 dias a 1 ano, enquanto se registaram reduções nas maturidades de até 90 dias e mais de 1 ano, em termos trimestrais. Em termos homólogos, registaram-se reduções em todas as maturidades, excepto para a maturidade de 91 a 180 dias.

Painel 10 - Taxas de Juro dos Depósitos a Prazo em MN e ME (em f.d.p.)

2,50%

3,50%

4,50%

5,50%

6,50%

7,50%

8,50%

9,50%

10,50%

1T20

16

2T20

16

3T20

16

4T20

16

1T20

17

2T20

17

3T20

17

4T20

17

1T20

18

2T20

18

Taxas de Juro dos DP em MN

Até 90 dias MN 91 a 180 dias MN De 181 dias - 1 ano MN Mais de 1 ano MN

1,00%

1,50%

2,00%

2,50%

3,00%

3,50%

4,00%

4,50%

5,00%

5,50%

1T20

16

2T20

16

3T20

16

4T20

16

1T20

17

2T20

17

3T20

17

4T20

17

1T20

18

2T20

18

Taxas de Juro dos DP em ME

Até 90 dias ME 91 a 180 dias ME De 181 dias - 1 ano ME Mais de 1 ano ME

9)-%": BNA

!"#$%&'()*+"*,-.#$/0)**1**,,*2'(3"4%'"*+"*5678**• 25

No trimestre em análise, o crédito ao sector privado apresentou um aumento de 6,10% face ao trimestre anterior. Esta evolução é, essencialmente, reflexo da evolução positiva do crédito ao sector dos transportes, armazenagem e comunicações (23,82%), indústria extractiva (11,42%) e particulares (8,21%). Em termos homólogos, o crédito ao sec-tor privado aumentou em 17,29%, influenciado, em grande escala, pelo aumento do crédito ao sector dos transportes, armazenagem e comunicações (50,64%).

Analisando o crédito em termos sectoriais constata-se que a maior parte foi canalizada para o Comércio por Grosso e a Retalho (24,70%) e a Actividade Imobiliária, Alugueres e Serviços Prestado às Empresas (16,16%).

Painel 11 - Crédito ao Sector Privado e Distribuição por Sectores de Actividade

0 5 10 15 20 25

Comércio por Grosso e a Retalho

Activ. Imob.,Alugueres e Serv.Prest. as Empresas

Particulares

Serviços sociais

Construção

Indústrias Transformadoras

Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura.

Actividades Financeiras, Seguros e Fundos de …

Alojamento e Restauração (Restaur. e Similares)

Transportes, Armazenagem e Comunicações

Outros

Indústria Extrativa

Distribuição do Crédito Total por sector (% do Créd. Total)

II Trim. 2018

II Trim. 2016

IITrim. 2017

-14

-4

6

16

26

36

46

56

I Trim

. 20

16

II T

rim. 2

016

III T

rim. 2

016

IVTr

im. 2

016

ITrim

. 201

7

IITr

im. 2

017

IIIT

rim. 2

017

IVTr

im. 2

017

I Trim

. 20

18

II T

rim. 2

018

%

Crédito ao Sector Privado (em t.v.h.)

Sociedades não financeiras Outros sectores residentes

Sector privado Série4

9)-%":*BNA

Por sua vez, o agregado monetário M2 em MN contraiu 0,66% reflectindo-se na contracção das Notas e Moedas em Poder do Público em 11,65% e dos Depósitos Transferíveis em MN em 1,01%. Os Outros Depósitos em moeda nacional apresentaram um aumento de 2,26%.

A evolução negativa dos agregados monetários foi causada pelo elevado nível de execuções cambiais, que não foi contrabalançado pelas execuções fiscais e pelo aumento do crédito.

As proporções de créditos e depósitos em Moeda Estrangeira registaram ligeiros aumentos face ao trimestre anterior, devido ao efeito de depreciação cambial.

Painel 12 - Depósitos Totais e Créditos e Depósitos em ME

-60

-10

40

90

140

190

I Trim

. 201

6

II Tr

im.

2016

III T

rim.

2016

IV T

rim.

2016

I Trim

. 201

7

II Tr

im.

2017

III T

rim.

2017

IV T

rim.

2017

I Trim

. 201

8

II Tr

im.

2018

Depósitos Totais (t.v.h., em %)

Sector público, excl. administração central Outras Instituições Financeiras não Monetárias

Sector privado Total

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

I Trim

. 201

6

II Tr

im.

2016

III T

rim.

2016

IV T

rim.

2016

I Trim

. 201

7

II Tr

im.

2017

III T

rim.

2017

IV T

rim.

2017

I Trim

. 201

8

II Tr

im.

2018

% d

os C

réd.

e D

ep. T

otai

s

Créditos e Depósitos em ME

Crédito ME

*9)-%": BNA

26 •

3. InflaçãoEste capítulo aborda o desenvolvimento do nível geral dos preços, tanto a nível nacional como da província de Luanda, de forma agregada e desagregada, procurando esclarecer o comportamento da evolução dos preços no período em análise tendo em conta o comportamento de algumas variáveis económicas determinantes.

3.1. Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN)Segundo o INE, a inflação homóloga nacional fixou-se em 19,52% em Junho de 2018 mantendo a trajectória decres-cente (-1,38 p.p. face ao primeiro trimestre de 2018). A inflação nacional acumulada em 2018 situou-se em 8,19% (superior à variação acumulada registada na província de Luanda), um valor significativamente abaixo do apresentado no trimestre homólogo (11,94%).

No que concerne à variação do IPCN por classes, a subida de preços foi maioritariamente observada na classe 12 (Bens e Serviços Diversos). Mas, em termos de contribuição, devido ao seu maior peso dentro do cabaz do índice de preços no consumidor, destaca-se a classe 01 (Alimentação e Bebidas não Alcoólicas).

A província que apresentou maior inflação no segundo trimestre foi Malange, com 7,76%. Por outro lado, as províncias do Bié, Cuando Cubango e Luanda, foram as que registaram menores variações de preços, na ordem de 3,26%, 3,34% e 3,56%, respectivamente.

3.2. Índice de Preços no Consumidor Luanda (IPC)A inflação homóloga em Luanda registou uma queda constante durante 2017, tendo terminado em Dezembro de 2017 em 26,26%.

No segundo trimestre de 2018, não obstante a depreciação da moeda nacional, a inflação homóloga manteve a sua trajectória descendente iniciada em 2017, situando-se em 20,16%. Esta tendência mantém-se ao longo dos três meses do segundo trimestre de 2018, dado que a inflação trimestral situou-se em 3,56%, substancialmente abaixo da inflação do segundo trimestre de 2017 (-1,87 p.p.).

Gráfico 11 – Índice de Preços no Consumidor, %

31,80

39,4441,95

37,86

31,89

27,4626,26

22,3220,16

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

2T20

16

3T20

16

4T20

16

1T20

17

2T20

17

3T20

17

4T20

17

1T20

18

2T20

18

Variação IPC (12 Meses) Variação IPC Trimestral (Eixo Direito)

9)-%": INE

!"#$%&'()*+"*,-.#$/0)**1**,,*2'(3"4%'"*+"*5678**• 27

Relativamente à decomposição da taxa de inflação homóloga por classes, as maiores variações no trimestre regista-ram-se nas classes:

• Lazer, Recreação e Cultura com 4,85%, em menor magnitude quando comparado com o trimestre anterior (5,10%), justificada, sobretudo, pelo aumento dos preços dos serviços desportivos;

• Vestuário e Calçado com 4,54%, face aos 5,11% do trimestre anterior, justificada, provavelmente, pela tendência de redução da produção do sector de fabricação de têxteis, vestuário e calcados, observando uma variação ho-móloga negativa no primeiro trimestre de 2018 (12,7%); e

• Bens e Serviços diversos com 4,33%, embora em menor magnitude comparando com o trimestre anterior (9,22%), justificada pelo aumento dos preços dos produtos de higiene.

Por outro lado, à semelhança do ocorrido com o IPCN, a classe que mais contribuiu para a variação do IPC de Luanda, dado o seu peso, foi a classe 01, Alimentação e Bebidas não Alcoólicas, com 1,57 p.p., seguida da classe 12, Bens e Serviços Diversos, com 0,44 p.p. e da classe 03,Vestuário e Calçado, com 0,37 p.p. Porém, a contribuição da classe Alimentação e Bebidas não Alcoólicas na inflação observada tem vindo a diminuir, embora no segundo trimestre de 2018 tenha aumentado face ao primeiro trimestre de 2018 e reduzido face ao trimestre homólogo. O acréscimo da contribuição da classe 01 foi fortemente influenciada pelo aumento da contribuição das subclasses Peixes e Mariscos, Legumes e Tubérculos e ainda Óleo e Gorduras.

Gráfico 12 – Contribuição das Classes na inflação trimestral

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

2T20

16

3T20

16

4T20

16

1T20

17

2T20

17

3T20

17

4T20

17

1T20

18

2T20

18Bens e Serv. Diversos

Hotéis, Cafés e Restaur.

Educação

Lazer, Recreação e Cultura

Comunicações

Transportes

Saúde

Mobiliário, Equip. Doméstico e de Manut.Hab., Água, Electric., Gás e Combust.Vestuário e Calçado

Beb. Alcoól. e Tabaco

Alim. E Beb. Não Alcoól.

9)-%": INE

3.3. Índice de Preços no Consumidor por Categorias

Nesta secção, para além de se fazer uma análise da variação do índice de preços por classes, procurou-se também analisar a evolução do índice de preços em duas categorias diferentes: IPC Bens e IPC Serviços.

Desta forma, no trimestre em análise, registou-se uma desaceleração dos preços na categoria Serviços em torno dos 2,19 p.p., quando comparado ao trimestre anterior, situando-se a variação em 2,94%. Entretanto, no período em análi-se, verificou-se uma aceleração dos preços na categoria Bens em cerca de 0,23 p.p., face ao período anterior, fixando--se a variação em 3,77%. Realça-se a variação dos preços registada na categoria Bens Alimentares, que foi de 3,67%, correspondendo a um acréscimo de 1,26 p.p., enquanto a categoria dos Bens Industriais registou um decréscimo de 1,12 p.p., correspondendo a uma variação de 3,91%.

28 •

Painel 13 - Índice de Preços no Consumidor de Bens e Serviços (em t.v.h.)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

2T20

16

3T20

16

4T20

16

1T20

17

2T20

17

3T20

17

4T20

17

1T20

18

2T20

18

Variação IPC Bens (Trimestral) Variação IPC Serviços (Trimestral) Variacao IPC (Trimestral)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

2T20

16

3T20

16

4T20

16

1T20

17

2T20

17

3T20

17

4T20

17

1T20

18

2T20

18

Variação (Trimestral) IPC Bens Alim. Proc. Variação (Trimestral) Bens Alim. Não Proc.

Variação (Trimestral) IPC Bens Alimentares

0

10

20

30

40

50

60

2T20

16

3T20

16

4T20

16

1T20

17

2T20

17

3T20

17

4T20

17

1T20

18

2T20

18

Variação IPC Bens (12 meses) Variação IPC Serviços (12 meses) Variacao IPC (12 Meses)

0

10

20

30

40

50

60

2T20

16

3T20

16

4T20

16

1T20

17

2T20

17

3T20

17

4T20

17

1T20

18

2T20

18

Variação (12 meses) IPC Bens Alim. Proc.

Variação (12 meses) Bens Alim. Não Proc.

Variação (12 meses) IPC Bens Alimentares

9)-%": INE

3.4. Cesta BásicaDada a importância que a classe de Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas regista no IPC, torna-se relevante analisar a evolução dos preços médios dos produtos que compõem a Cesta Básica4. Neste seguimento, no segundo trimestre de 2018, observou-se uma ligeira aceleração do preço médio agregado da cesta básica em cerca de 0,02 p.p. face ao trimestre anterior, situando-se em 2,15%. Entre as províncias com maior representatividade5, destaca-se as províncias de Benguela, Huíla e Luanda com variações de 2,41%, 2,30% e 2,11%, respectivamente. No que toca aos produtos, destacam-se o Leite em Pó (Nido), Arroz Corrente e Óleo de Soja, com maiores variações no panorama nacional.

Gráfico 13 – Variação Trimestral de Preços da Cesta Básica por Província, %

0,00%2,00%4,00%6,00%8,00%

10,00%12,00%14,00%16,00%18,00%20,00%

2T20

16

3T20

16

4T20

16

1T20

17

2T20

17

3T20

17

4T20

17

1T20

18

2T20

18

Luanda Benguela Cabinda Huambo Huila Malange Variação Agregada

*********** ***9)-%":*INE

4 A Cesta Básica angolana contempla 13 produtos que fazem parte do consumo quotidiano da população angolana, sendo eles; Açúcar a Granel, Arroz Corrente, Carne Seca de Vaca, Farinha de Trigo, Feijão, Fuba de Bombó, Fuba de Milho, Leite em Pó (Nido), Massa Esparguete, Óleo Alimentar de Soja, Óleo de Palma, Sabão Azul e Sal Comum.5 Luanda, Benguela, Cabinda, Huambo, Huíla e Malanje.

!"#$%&'()*+"*,-.#$/0)**1**,,*2'(3"4%'"*+"*5678**• 29

3.5. Índice de Preços no Grossista (IPG)6

Em termos trimestrais, o IPG registou uma variação de 4,19%, correspondendo a um aumento de 0,35 p.p. em relação ao primeiro trimestre de 2018. Quando comparado ao trimestre homólogo, observou-se igualmente um aumento de 0,38 p.p. Este aumento foi suportado pela subida dos preços tanto a nível dos produtos nacionais (4,18%) como dos produtos importados (4,19%), observando-se acelerações no ritmo de crescimento de preços face ao trimestre anterior na ordem de 0,28 p.p. e 0,37 p.p., respectivamente.

No entanto, a taxa de variação homóloga do IPG, no mês de Junho de 2018, situou-se em 15,95%, correspondendo a uma diminuição de 11,44 p.p. face ao período homólogo.

Gráfico 14 – Índice de Preços no Grossista, %

15,48

25,64

29,85 29,0527,39

18,20

15,47 15,53 15,95

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

2T20

16

3T20

16

4T20

16

1T20

17

2T20

17

3T20

17

4T20

17

1T20

18

2T20

18

Variacao IPG (12 meses) Variação IPG Trimestral (Eixo Direito)

****** **********9)-%": INE

3.6. Determinantes da Inflação Como referido anteriormente, a inflação no último trimestre apresentou uma tendência decrescente. Com base nos determinantes definidos pelo modelo econométrico de inflação do BNA, o gráfico 15 apresenta o resumo da sua con-tribuição na inflação.

Considerando os resultados do referido modelo, as estimativas dos determinantes da inflação dentro do período de amostra registam as seguintes contribuições:

• A inércia da inflação7 foi a que mais contribuiu com 3,11 p.p. registando uma representatividade de 87,25%, valor inferior ao registo do período anterior (142,44%);

• A taxa de câmbio contemporânea contribuiu com 1,26 p.p. registando uma representatividade de 35,39%, valor inferior ao registo do período anterior (57,68%);

• O agregado monetário M2 contemporâneo teve uma contribuição de 0,13 p.p., registando uma representatividade de 3,61%, valor superior ao registado no período anterior (1,77%);

• A taxa de câmbio desfasada em quatro períodos contribuiu com 0,0002 p.p. registando uma representatividade de 0,0043%, valor inferior ao registo no período anterior (0,0048%);

• A contribuir para a redução da inflação temos a inflação importada com uma contribuição de 0,14 p.p., represen-tando (-3,89%) na variação do IPC;

• E, por fim, a variável choque, que representa todos os possíveis factores que influenciam a variação dos preços mas que não se encontram contemplados no modelo, que registou uma contribuição negativa em torno de 0,80 p.p. reduzindo a sua representatividade (de -101,94% para -22,38%).

6 Índice referente somente à Província de Luanda.7 Inflação inercial refere-se à ideia de que o nível de inflação actual é a inflação passada mais a expectativa futura.

30 •

O peso do factor inercial entre os determinantes da inflação mantém-se elevado, o que justifica a manutenção da trajectória decrescente da inflação nos últimos meses. Dado que os agentes económicos formaram expectativas para uma evolução dos preços com base na inflação do período anterior e dado que esta tem vindo a diminuir, espera-se que a tendência de desaceleração dos preços se mantenha, na ausência de choques inesperados.

Gráfico 15 – Contribuição dos Determinantes da Inflação, p.p.

-6,00

-3,00

0,00

3,00

6,00

9,00

3T20

17

4T20

17

1T20

18

2T20

18

M2 Taxa de Câmbio (t) Taxa de Câmbio (-4)

Inflação Importada (-4) Inércia (-1)) Choque

Inflação observada

**** 9)-%":*BNA

Após a avaliação do comportamento dos elementos que constituem os determinantes da inflação deduz-se que a inflação no trimestre em análise reduziu fruto de uma menor pressão proveniente da inflação importada, medida pelo índice de preços dos principais parceiros comerciais de Angola, e sobretudo, devido ao comportamento da variável choque8. O comportamento desta variável pode ser justificado por um menor nível de incerteza dos agentes económicos relativamente ao comportamento do mercado cambial, permitindo o maior abastecimento dos produtos alimentares no mercado quer dos produtos importados como também nacionais fruto de uma maior disponibilização de divisas.

Os impactos qualitativos do novo regime cambial, entre os quais a mais eficiente afectação de divisas, apesar de não ser reflectido no modelo, também exerceu um factor positivo sobre a relativa estabilidade, pelo alargamento do acesso à moeda estrangeira dada a redução do diferencial entre as taxas de câmbio do mercado primário e o informal (ver caixa 2).

3.7. Previsão da Inflação para o terceiro trimestre de 2018 As previsões da inflação elaboradas para o terceiro trimestre de 2018 situam-se abaixo das previsões do segundo 8 Como mencionado, o choque representa todos os outros factores não considerados no modelo (factores comportamentais, estruturais, climatéricos, entre outros).

!"#$%&'()*+"*,-.#$/0)**1**,,*2'(3"4%'"*+"*5678**• 31

trimestre 2018. Deste modo, para o terceiro trimestre de 2018, prevê-se que a inflação se situe no intervalo de 3,14% a 5,28%, em termos mensais, e de 16,82% a 19,24% em termos homólogos.

Gráfico 16 – Previsão da Inflação para o terceiro trimestre de 2018, %

5,08% 5,05% 4,39%

5,34%

3,25% 3,11% 3,14%

6,84% 6,39%

5,43%

8,97%

5,98%

5,37% 5,28%

0,00%1,00%2,00%3,00%4,00%5,00%6,00%7,00%8,00%9,00%

10,00%

1T20

17

2T20

17

3T20

17

4T20

17

1T20

18

2T20

18

3T20

18

2017 2018

Limite inferior Limite superior Inflação observada

* **********9)-%": BNA

Entretanto, importa destacar alguns riscos associados ao alcance dos valores previsionais, nomeadamente: a contínua depreciação da moeda nacional; aumento substancial dos preços dos nossos principais parceiros (IPP); e eliminação de subsídios em alguns produtos por parte do Estado.

32 •

Anexos

Tabela 2- Oferta de Petróleo-OPEP, milhões de barris/dia

2016 Dez/17 2017E Jan/18 Mai/18 Jun/18 2018P

Produção de Petróleo dos países membros da OPEP 32,64 32,42 32,19 32,28 32,15 32,33 32,13

Argélia 1,09 1,04 1,03 1,03 1,04 1,04 1,01

Angola 1,73 1,63 1,61 1,60 1,52 1,43 1,57

Equador 0,55 0,53 0,52 0,52 0,13 0,13 0,52

Guiné Equatorial 0,16 0,13 0,13 0,14 0,52 0,52 0,14

Gabão 0,22 0,20 0,19 0,20 0,19 0,19 0,19

Irão 3,52 3,83 3,81 3,82 3,82 3,80 3,81

Iraque 4,39 4,41 4,43 4,45 4,46 4,53 4,44

Kuwait 2,85 2,70 2,70 2,71 2,70 2,73 2,70

Líbia 0,39 0,96 1,00 0,99 0,96 0,71 0,99

Nigéria 1,56 1,86 1,81 1,79 1,63 1,66 1,80

Qatar 0,66 0,59 0,60 0,61 0,60 0,60 0,60

Arábia Saudita 10,41 9,92 9,98 9,99 10,02 10,42 9,97

UAE 2,98 2,88 2,83 2,86 2,86 2,90 2,85

Venezuela 2,15 1,75 1,55 1,60 1,39 1,34 1,54

9)-%":*OPEP, Julho 2018

!"#$%&'()*+"*,-.#$/0)**1**,,*2'(3"4%'"*+"*5678**• 33

Tabela 3- Taxas de Juro Directoras e Taxas do MMI

Taxa BNA FAO FAL 7

Dias FCO

“Coeficientes das Reserva Obrigatórias

MN”

“Coeficientes das Reserva Obrigatórias

ME”

Luibor Overnight

Luibor 1 Mês

Luibor 3 Meses

Luibor 6 Meses

Luibor 9 Meses

Luibor 12 Meses

1T 2016 14,00% 0,00% 2,25% 16,00% 25,0% 15,0% 11,01% 12,27% 13,31% 14,01% 14,61% 15,26%

Abr/16 14,00% 0,00% 2,25% 16,00% 30,0% 15,0% 14,00% 13,49% 14,40% 15,18% 15,79% 16,54%

Mai/16 14,00% 0,00% 3,25% 16,00% 30,0% 15,0% 13,92% 14,20% 15,42% 16,43% 17,29% 18,16%

2T 2016 16,00% 0,00% 7,25% 20,00% 30,0% 15,0% 13,92% 13,82% 15,84% 16,71% 17,24% 17,64%

Jul/16 16,00% 0,00% 7,25% 20,00% 30,0% 15,0% 13,92% 14,72% 16,24% 17,07% 16,78% 18,05%

Ago/16 16,00% 0,00% 7,25% 20,00% 30,0% 15,0% 13,92% 14,98% 16,26% 17,11% 16,98% 17,92%

3T 2016 16,00% 0,00% 7,25% 20,00% 30,0% 15,0% 14,06% 14,99% 16,13% 16,99% 17,09% 17,75%

Out/16 16,00% 0,00% 7,25% 20,00% 30,0% 15,0% 14,48% 14,58% 15,70% 16,32% 16,95% 17,56%

Nov/16 16,00% 0,00% 7,25% 20,00% 30,0% 15,0% 22,65% 15,19% 16,04% 16,36% 17,71% 18,15%

4T 2016 16,00% 0,00% 7,25% 20,00% 30,0% 15,0% 23,35% 17,41% 18,23% 18,30% 19,65% 20,17%

Jan/17 16,00% 0,00% 7,25% 20,00% 30,0% 15,0% 23,66% 19,06% 20,02% 20,26% 21,30% 21,87%

Fev/17 16,00% 0,00% 7,25% 20,00% 30,0% 15,0% 23,67% 19,30% 21,33% 22,17% 23,35% 23,76%

1T 2017 16,00% 0,00% 7,25% 20,00% 30,0% 15,0% 23,67% 19,28% 21,05% 23,08% 24,65% 25,75%

Abr/17 16,00% 0,00% 7,25% 20,00% 30,0% 15,0% 22,40% 18,68% 20,57% 22,51% 24,17% 25,37%

Mai/17 16,00% 0,00% 5,25% 20,00% 30,0% 15,0% 22,40% 17,77% 19,53% 21,34% 22,92% 24,24%

2T 2017 16,00% 0,00% 3,25% 20,00% 30,0% 15,0% 22,40% 18,57% 20,15% 21,65% 22,89% 24,44%

Jul/17 16,00% 0,00% 2,75% 20,00% 30,0% 15,0% 22,37% 18,62% 20,12% 21,52% 22,79% 24,25%

Ago/17 16,00% 0,00% 2,75% 20,00% 30,0% 15,0% 22,23% 18,52% 19,62% 21,02% 22,04% 23,27%

3T 2017 16,00% 0,00% 2,75% 20,00% 30,0% 15,0% 19,20% 18,01% 18,81% 19,45% 20,90% 21,97%

Out/17 16,00% 0,00% 2,75% 20,00% 30,0% 15,0% 17,36% 18,02% 19,10% 20,03% 21,95% 23,05%

Nov/17 18,00% 0,00% 0,00% 20,00% 21,0% 15,0% 16,14% 17,50% 18,58% 19,59% 21,73% 22,70%

4T 2017 18,00% 0,00% 0,00% 20,00% 21,0% 15,0% 17,77% 18,27% 18,92% 20,16% 21,90% 23,08%

Jan/18 18,00% 0,00% 0,00% 20,00% 21,0% 15,0% 19,35% 18,64% 19,74% 20,81% 22,26% 23,46%

Fev/18 18,00% 0,00% 0,00% 20,00% 21,0% 15,0% 19,99% 18,87% 19,87% 21,20% 22,37% 23,67%

1T 2018 18,00% 0,00% 0,00% 20,00% 21,0% 15,0% 20,12% 18,92% 19,89% 21,23% 22,44% 23,74%

Abr/18 18,00% 0,00% 0,00% 20,00% 21,0% 15,0% 20,08% 19,03% 19,91% 21,29% 22,56% 23,87%

Mai/18 18,00% 0,00% 0,00% 18,00% 19,0% 15,0% 20,55% 18,90% 19,83% 20,98% 22,09% 23,20%

2T 2018 18,00% 0,00% 0,00% 18,00% 19,0% 15,0% 21,27% 18,93% 19,82% 20,81% 21,74% 22,64%

V Em P.p. Trimestral 0,00% 0,00% 0,00% -2,00% -2,00% 0,00% 1,15% 0,01% -0,07% -0,42% -0,70% -1,10%

V Em P.p. Homóloga 2,00% 0,00% -3,25% -2,00% -11,00% 0,00% -1,13% 0,36% -0,33% -0,84% -1,15% -1,80%

34 •

Tabela 4- Principais Indicadores do mercado monetário

1T2016 2T2016 3T2016 4T2016

Activos Externos Líquidos 4 103 300,33 4 275 297,03 3 960 245,17 3 843 254,96

BNA 3 978 732,07 4 057 993,98 3 711 124,01 3 526 618,88

Reservas Internacionais Líquidas 3 903 713,17 3 977 453,12 3 637 289,52 3 451 866,40

Bancos Comerciais 124 568,26 217 303,05 249 121,16 316 636,07

Activos Internos Líquidos 2 210 724,15 2 301 616,50 2 578 718,56 4 091 578,79

Crédito Interno Líquido 4 504 007,43 4 739 553,73 5 143 012,15 4 513 257,18

Crédito à Administração Central (líquido) 792 459,81 940 032,52 1 209 821,30 1 102 580,21

Credito à Administração Central 3 190 635,10 3 451 486,76 3 628 273,93 3 754 864,35

Responsabilidades face à Administração Central 2 398 175,29 2 511 454,24 2 418 452,63 2 652 284,14

Crédito a Outros Sectores Residentes 3 711 547,62 3 799 521,21 3 933 190,85 3 410 676,97

Outros activos e passivos (líquidos) -2 293 283,28 -2 437 937,23 -2 564 293,59 -421 678,39

M3 6 314 024,48 6 576 913,53 6 538 963,73 6 528 854,71

M2 6 304 532,50 6 567 360,11 6 534 722,63 6 525 050,86

Base Monetária em Moeda Nacional 1 577 930,15 1 556 386,77 1 470 612,45 1 341 951,69

1T2017 2T2017 3T2017 4T2017

Activos Externos Líquidos 3 729 683,02 3 121 928,13 2 934 887,73 2 686 662,18

BNA 3 283 826,75 2 862 279,50 2 611 020,89 2 416 426,52

Reservas Internacionais Líquidas 3 201 137,49 2 782 115,93 2 514 863,50 2 226 522,47

Bancos Comerciais 445 856,27 259 648,63 323 866,84 270 235,67

Activos Internos Líquidos 4 405 510,32 4 583 559,61 5 007 348,44 5 939 873,88

Crédito Interno Líquido 4 652 366,39 5 131 510,20 5 488 538,72 5 989 175,94

Crédito à Administração Central (líquido) 1 303 422,51 1 837 519,59 2 144 771,18 2 589 767,12

Credito à Administração Central 4 204 104,96 4 232 752,71 4 356 633,22 4 569 651,32

Responsabilidades face à Administração Central 2 900 682,45 2 395 233,12 2 211 862,04 1 979 884,20

Crédito a Outros Sectores Residentes 3 348 943,88 3 293 990,61 3 343 767,54 3 399 408,82

Outros activos e passivos (líquidos) -246 856,07 -547 950,58 -481 190,28 -49 302,06

M3 6 267 238,85 6 360 942,51 6 396 298,76 6 521 749,43

M2 6 263 980,36 6 357 579,07 6 391 501,91 6 517 720,20

Base Monetária em Moeda Nacional 1 230 384,26 1 303 267,05 1 245 771,45 1 453 357,90

1T2018 2T2018 Var. Trimestral Var. Homóloga

Activos Externos Líquidos 3 325 084,63 4 094 986,47 23,15% 31,17%

BNA 2 960 784,74 3 456 708,06 16,75% 20,77%

Reservas Internacionais Líquidas 2 824 471,10 3 304 209,06 16,99% 18,77%

Bancos Comerciais 364 299,89 638 278,41 75,21% 145,82%

Activos Internos Líquidos 6 679 401,90 6 567 220,46 -1,68% 43,28%

Crédito Interno Líquido 6 539 628,27 6 507 403,48 -0,49% 26,81%

Crédito à Administração Central (líquido) 2 894 214,80 2 585 476,27 -10,67% 40,70%

Credito à Administração Central 5 037 033,81 5 340 327,80 6,02% 26,17%

Responsabilidades face à Administração Central 2 142 819,01 2 754 851,53 28,56% 15,01%

Crédito a Outros Sectores Residentes 3 645 413,47 3 921 927,21 7,59% 19,06%

Outros activos e passivos (líquidos) 139 773,63 59 816,98 -57,20% -110,92%

M3 6 990 591,16 7 327 469,60 4,82% 15,19%

M2 6 986 208,34 7 322 354,44 4,81% 15,18%

Base Monetária em Moeda Nacional 1 416 000,63 1 243 545,09 -12,18% -4,58%

!"#$%&'()*+"*,-.#$/0)**1**,,*2'(3"4%'"*+"*5678**• 35

Tabela 5- Taxas de Juro do Crédito Empresarial e a Particulares em MN (em f.d.p.)

1T2016 2T2016 3T2016 4T2016 1T2017 2T2017 3T2017 4T2017 1T2018 2T2018

ACTIVAS

Crédito ao sector empresarial

Até 180 dias MN 15,66% 15,80% 15,85% 15,84% 15,41% 15,72% 15,50% 18,63% 24,62% 22,36%

Até 180 dias ME 16,21% 16,55% 20,02% 25,00% 9,93% 12,46% 8,17% n.d. 17,50% 12,47%

De 181 dias a 1 ano MN 15,21% 15,10% 15,17% 19,71% 15,41% 15,58% 15,41% 16,04% 21,72% 22,31%

De 181 dias a 1 ano ME n.d. n.d. 11,62% 8,41% 6,68% 9,59% 8,45% 8,45% 9,00% n.d.

Mais de 1 ano MN 14,01% 14,69% 14,97% 15,19% 15,48% 16,36% 16,09% 15,94% 22,65% 21,05%

Mais de 1 ano ME 8,39% 7,85% 8,47% 8,71% 9,03% 9,30% 4,83% 9,00% 8,71% 10,85%

Crédito a particulares

Até 180 dias MN 16,73% 19,06% 22,53% 20,16% 22,90% 25,32% 20,01% 24,23% 23,17% 27,13%

Até 180 dias ME 19,77% 12,33% 15,47% n.d. 5,47% 13,92% 6,24% n.d. 10,64% n.d.

De 181 dias a 1 ano MN 17,19% 15,41% 16,92% 15,94% 20,39% 17,11% 17,38% 17,67% 20,15% 20,28%

De 181 dias a 1 ano ME 13,61% 6,72% 9,12% 8,18% 7,07% 7,36% 10,24% 14,00% n.d. n.d.

Mais de 1 ano MN 11,79% 12,88% 12,50% 13,02% 13,40% 14,53% 14,24% 13,68% 18,98% 18,77%

Mais de 1 ano ME 6,79% 7,60% 7,46% 7,51% 8,16% 8,50% 8,35% 5,08% 6,66% 13,00%

9)-%":*BNA/DES/REM

Conforme Directiva nº01/00 de 29 de Agosto DEE/DSI

Tabela 6- Taxas de Juro dos Depósitos a Prazo em MN e ME (em f.d.p.)

1T2016 2T2016 3T2016 4T2016 1T2017 2T2017 3T2017 4T2017 1T2018 2T2018

PASSIVAS

Dep. Ordem MN 0,00% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 0,00% 0,01% 0,02% 0,01% 0,38%

Dep. Ordem ME 0,00% 0,00% 0,00% 0,07% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,44% 0,00%

Até 90 dias MN 5,09% 5,45% 5,55% 6,79% 6,04% 6,18% 6,51% 7,18% 6,43% 7,12%

Até 90 dias ME 2,13% 1,99% 1,97% 1,99% 2,08% 2,08% 1,86% 1,96% 1,88% 1,78%

91 a 180 dias MN 5,02% 4,85% 5,04% 5,20% 5,23% 5,58% 5,40% 6,95% 8,87% 9,16%

91 a 180 dias ME 2,41% 2,32% 2,36% 2,05% 2,10% 2,06% 2,28% 2,44% 2,08% 2,24%

De 181 dias - 1 ano MN 3,83% 4,15% 4,01% 3,90% 3,90% 4,13% 4,01% 4,28% 7,82% 8,06%

De 181 dias - 1 ano ME 3,10% 2,92% 3,18% 2,86% 2,90% 2,83% 2,88% 2,48% 2,34% 2,37%

Mais de 1 ano MN 5,00% 5,04% 5,09% 4,81% 4,92% 4,79% 8,01% 9,68% 9,38% 9,38%

Mais de 1 ano ME 4,80% 4,93% 4,89% 4,83% 4,86% 4,89% 4,89% 4,95% 4,95% 3,24%

9)-%":*BNA/DES/REMConforme Directiva nº01/00 de 29 de Agosto DEE/DSI

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