teoria macroeconômica ii (a) teoria da inflação notas de aula

329
Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS

Upload: tashya-frazier

Post on 03-Jan-2016

45 views

Category:

Documents


9 download

DESCRIPTION

Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula. Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS. Bibliografia Recomendada. Marques, Maria Silvia Bastos (1987), RBE Lopes & Rosetti (2005, cap. 6) Helmut Frisch (1983) Mishkin (2000, cap.24, 26 a 28) Simonsen, Mário Henrique - PowerPoint PPT Presentation

TRANSCRIPT

Page 1: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

Teoria Macroeconômica II (A)Teoria da Inflação

Notas de Aula

Prof. Giácomo Balbinotto NetoUFRGS

Page 2: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

2

Bibliografia RecomendadaMarques, Maria Silvia Bastos (1987), RBE

Lopes & Rosetti (2005, cap. 6)

Helmut Frisch (1983)

Mishkin (2000, cap.24, 26 a 28)

Simonsen, Mário Henrique (1983, cap. 7, 8 e 11)

Page 3: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

3

Inflação: Definição e Caracterização

A inflação pode ser definida como um aumento sustentado no nível de preços; ao contrário de um aumento de uma vez por todas nos preços.

A inflação lida com o aumento nos preços médios e não apenas com o aumento de alguns poucos preços na economia.

Page 4: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

4

O Conceito de Inflação

A inflação é definida com sendo uma elevação do nível geral de preços de uma economia.

A taxa de inflação é medida pelo percentual de incremento do índice de preços durante certo período de tempo, isto é:

= [(P1-Po)/Po]

Page 5: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

5

Inflação e Nível de Preços

Inflação é um processo no qual o nível de preços está aumentando e a moeda perdendo valor.

A inflação não é ou não se refere ao aumento no preço de um ítem isolado.

Inflação é o aumento no preço de todos os itens em percentagem similar.

Page 6: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

6

Índices de Preços Usados no Brasil

Índice Geral de Preços

Índice de Preços ao Consumidor

Índice Nacional de Preços ao Consumidor

IPCA - Abrangência geográfica: Regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e município de Goiânia

Page 7: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

7

IGP-DI

Page 8: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

8

IPCA

Page 9: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

9

Índices de Preços Usados no Brasil

Deflator do PIB - é a razão entre o PIB Nominal e o PIB Real, ou seja, é o preço de determinada mercadoria ou serviço em um determinado ano relativamente ao preço desta no ano-base.

Resumindo: O PIB nominal mede o valor da produção da economia. O PIB real mede a quantidade de produto, ou seja, a produção avaliada em preços constantes (do ano-base). O deflator do PIB mede o preço da unidade típica de produto em comparação com seu preço no ano-base.

Page 10: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

10

Índices de Preços Usados no Brasil

IPEA - Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada - Uma incrível base de dados de vários indicadores da economia Brasileira e com os números índices dos indicadores.

BC - Banco Central do Brasil - É possível pesquisar vários índices econômicos, também com uma enorme base de dados disponível.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Onde é possível colher todas as informações sobre os índices de preços por ela elaborados, inclusive séries históricas.

FGV - Fundação Getúlio Vargas - Você pode, gratuitamente, fazer diversas pesquisas das séries históricas dos índices de preços. Séries completas são cobradas.

FIPE - Página da Fundação e Instituto de Pesquisas Econômicas - onde se disponibiliza gratuitamente todas as informações e séries históricas dos índices por ela elaborados e pesquisas de preços de veículos, etc.

DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos - Conheça informações detalhadas sobre o ICV, entre outras várias informações do site.

CNI - Página da Confederação Nacional das Indústrias - com uma enorme quantidade de índices de preços do país divididos em categorias. A consulta às séries  mais recentes é gratuita, mas se você quiser efetuar download, será cobrado.

Page 11: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

11

Taxa de Inflação e Planos de Estabilização Econômicos – Brasil (1976 -

2004)

-5

5

15

25

35

45

55

65

75

85

jan/76 jan/80 jan/84 jan/88 jan/92 jan/96 jan/00 jan/04

Plano Collor I

Plano VerãoPlano Collor II

Pré-fixação da correção monetária e

câmbio

Plano Bresser

Plano Cruzado

Plano Real

% a.m Inflação (% a.m.)

Page 12: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

12

A Natureza da Inflação

A inflação é um fenômeno de natureza monetária.

Segundo Milton Friedman (1992,p. 179): A inflação na faixa à qual ficamos acostumados, sem falar na faixa hiperinflacionária, só se tornou possível depois que o papel moeda passou a ser multiplicado indefinidamente, a um custo insignificante; é necessário apenas imprimir números mais altos nos mesmos pedaços de papel.

Page 13: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

13

A inflação ocorre quando a quantidade de moeda aumenta muito mais rapidamente do que a produção, e quanto mais rápido o aumento da quantidade de moeda por unidade de produção, mais alta a taxa de inflação. Talvez não exista nenhuma outra proposição, em economia, que seja tão bem confirmada quanto esta.

Quando há inflação?

A Visão de Friedman

Page 14: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

14

Nenhum governo aceita de bom grado a responsabilidade por provocar inflação,mesmo que num grau moderado, e muito menos a taxas hiperinflacionárias. Autoridades do governo sempre acham alguma desculpa - empresários gananciosos, sindicatos vorazes, consumidores perdulários, xeques árabes, mau tempo ou qualquer outra coisa que pareça remotamente plausível. Não há dúvida de que os empresários são gananciosos, os sindicatos são vorazes, os consumidores são perdulários, os xeques árabes têm aumentado o preço do petróleo e o tempo muitas vezes é ruim. Qualquer um deles pode provocar preços altos para itens isolados; não podem provocar preços em alta para bens em geral. Podem causar altos e baixos temporários na taxa de inflação. Mas não podem provocar uma inflação contínua, por uma razão muito simples: nenhum dos supostos culpados possui uma impressora na qual possa produzir legalmente aqueles pedaços de papel que levamos em nossas carteiras e chamamos de dinheiro; nenhum deles tem poderes legais de autorizar um guarda-livros que faça lançamentos em livros-razão que sejam equivalentes a esses pedaços de papéis.

Qual a causa da inflação?

Page 15: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

15

Índices de Preços[Henri Guitton (1955)]

...um índice é uma maneira de designar um fenômeno oculto ou complexo. È antes uma seta que indica um caminho desconhecido. De uma maneira menos figurada, é um elemento que exprime um outro elemento difícil de ser apreendido diretamente... No mundo econômico, não se conhecem índices perfeitos, exatos. Existem muitos índices e, a priori, não se conhece o melhor. E é porque um único elemento não pode sozinho, indicar um fenômeno complexo, que a técnica estatística procura contornar através de um estratagema. É aquele do número índice. Trata-se de um número abstrato que exprime, em principio um conjunto de fenômenos que se desejaria entender como um todo.

Page 16: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

16

Índices de Preços

Índice de preço de Laspeyres:

O índice de Laspeyres pondera preços (p) de insumos (i) em duas épocas, inicial (0) e atual (t), tomando como pesos quantidades (q) arbitradas para estes insumos na época inicial.

Como essas quantidades são consideradas adequadas à época inicial e não à época atual, admite-se que o numerador possa se apresentar super dimensionado e assim o índice de Laspeyres apresentar tendência de elevação.

Page 17: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

17

Índice de Preços de Laspeyres

I(L) = (Σ pnqo/ Σpoqo)

Page 18: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

18

Índices de Preços

Índice de preço de Paasche:

O índice de Paasche pondera preços (p) de insumos (i) em duas épocas, inicial (0) e atual (t), tomando como pesos quantidades (q) arbitradas para estes insumos na época atual.

Como essas quantidades são consideradas adequadas à época atual e não à época inicial, admite-se que o denominador possa se apresentar, eventualmente, super dimensionado e assim o índice de Paasche apresentar tendência a rebaixamento.

Page 19: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

19

Índice de Preços de Paasche

I(P) = (Σ pnqn/ Σpoqn)

Page 20: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

20

Índices de Preços

Diante das características dos índices de Laspeyres e de Paasche vários autores sugeriram índices que apresentassem valores intermediários entre eles, considerando que ambos atendem à formula geral:

Dentre eles, destaca-se Fisher que adotou a média geométrica dos índices de Laspeyres e Paasche.

Page 21: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

21

A magnitude da taxa de elevação dos preços

Alguns autores consideram que há ou se manifesta um processo inflacionário quando há uma elevação apreciável (considerável ou suficientemente grande) nos níveis de preços.

Contudo, devemos reconhecer que o caráter desta definição é arbitrário.

Page 22: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

22

Hiperinflação

Hiperinflação – e a taxa de inflação que excede a taxa de 50% ao mês. [Philip Cagan (1958)]

A hiperinflação em alguns países foi causada porque o governo emite moeda de modo excessivo para financiar seu déficit.

Page 23: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

23

Trabalhos Clássicos sobre Hiperinflação

Bresciani-Turroni, C. (1937). The economics of inflation, a study of currency depreciation in post-war Germany.

Page 24: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

Oferta monetária e preços durante quatro hiperinflações

(b) Hungria

Oferta de moeda

19251924192319221921

Nível de preços

100,000

10,000

1,000

100

índice (Jan. 1921 = 100)

(a) Austria

19251924192319221921

100,000

10,000

1,000

100

índice (Jan. 1921 = 100)

Nível de preços

Oferta monetária

Page 25: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

Oferta monetária e preços durante quatro hiperinflaçõesc) Alemanha

1

100 trilhões

1 milhão

10 bilhões

1 trilhão

100 milhões

10,000

100

19251924192319221921

Nível de preços

Oferta de moeda

d) Polônia

Oferta de moeda

Nível de preços

índice (Jan. 1921 = 100)

100

10 million

100,000

1 million

10,000

1,000

19251924192319221921

índice (Jan. 1921 = 100)

Page 26: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

26

HiperinflaçõesTable 23-1 7 hiperinflações das décadas de 1920 e 1940

País Inicio Fim PT/P0

Taxa média mensal de inflação

(%)

Taxa média mensal de

crescimento monetário (%)

Austria Out. 1921 Ago. 1922 70 47 31

Alemanha Ago. 1922 Nov. 1923 1.0 x 1010

322 314

Grécia Nov. 1943 Nov. 1944 4.7 x 106 365 220

Hungria 1 Mar. 1923 Fev. 1924 44 46 33

Hungria 2 Ago. 1945 Jul. 1946 3.8 x 1027

19,800 12,200

Polônia Jan. 1923 Jan. 1924 699 82 72

Russia Dez. 1921 Jan. 1924 1.2 x 105 57 49

PT/P0: Price level in the last month of hyperinflation divided by the price level in the first month.

Page 27: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

27

Exemplos de Hiperinflações Recentes

País/PeríodoCrescimento da Oferta de Moeda(%)

Inflação(%)

Israel, 1983-85 295 275

Polônia, 1989-90 344 400

Brasil, 1987-94 1350 1323

Argentina, 1988-90 1264 1912

Peru, 1988-90 2974 3849

Nicarágua, 1987-91 4991 5261

Bolívia, 1984-85 4208 6515

Page 28: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

28

Inflação Alta

Alta Inflação na América Latina, 1976-2000

Taxa média mensal de Inflação (%)

Country 1976-1980 1981-1985 1986-1990 1991-19951996-2000

Argentina 9.3 12.7 20.0 2.3 0.0

Brasil 3.4 7.9 20.7 19.0 0.6

Nicaragua

1.4 3.6 35.6 8.5 0.8

Peru 3.4 6.0 23.7 4.8 0.8

Page 29: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

29

A dimensão do fator tempo

Persistência – o que caracteriza um processo inflacionário é a hipótese de sua tendência altista.

Continuada – a alta nos preços deve ser continuada; ela deve persistir por um período considerável de tempo.

Prolongada – um processo inflacionário é diferente de um processo de alta temporária nos preços.

Page 30: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

30

O caráter dinâmico do processo inflacionário

Laidler e Parkin (1977) destacam que a inflação não se refere a uma situação estática de preços altos, mas a um processo dinâmico de preços crescentes.

Page 31: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

31

Abrangência do Fenômeno

A inflação é caracterizada como sendo um fenômeno macroeconômico, na medida em que se refere a uma considerável e persistente elevação geral dos preços.

Devemos ter claro que a elevação inflacionária de preços não se limita a um só produto ou a uma dada fração dos bens e serviços que resultam do esforço social de produção, mas a uma alta generalizada, abrangente, que envolve praticamente os preços de todos os fatores e produtos.

Page 32: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

32

Principais Custos da Inflação

(i) Shoeleather costs;

(ii) Menu Costs;

(iii) Aumento na variabilidade dos preços relativos;

(iv) Imposto inflacionário;

(v) Confusão e inconveniências;

(vi) redistribuição arbitrária da riqueza.

Page 33: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

33

Principais Custos da Inflação: Shoeleather Costs

A inflação reduz o valor real da moeda, de modo que as pessoas tem um incentivo a minimizar seus saldos reais. Com menores saldos as pessoas tem que ir mais frequentemente aos bancos para realizar transações e sacar seus depósitos.

Idas freqüentes aos bancos tomam tempo das atividades produtivas.

Page 34: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

34

Principais Custos da Inflação: Shoeleather Costs

Definição: custos e inconveniências de reduzir os saldos monetários para evitar o imposto inflacionário.

i saldos monetários reais

Obs: no longo prazo, a inflação não afeta a rend areal ou os gastos reais. Assim, com os mesmos gastos, mas menores saldos monetários nominais, há mais saques nos bancos ou trasnferências para a conta corrente.

Page 35: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

35

Principais Custos da Inflação Menu Costs

Definição: custos de se modificar os preços.

Exemplos:

Custos de imprimir novos menus e catálogos;

Quanto mais alta a inflação, mais frequente as firmas devem mudar seus preços e incorrer em tais custos.

Page 36: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

36

Principais Custos da Inflação Menu Costs

One reason that prices do not adjust immediately to clear markets is that adjusting prices is costly. To change its prices, a firm may need to send out a new catalog to customers, distribute new price lists to its sales staff, or in the case of a restaurant, print new menus. These costs of price adjustment, called "menu costs," cause firms to adjust prices intermittently rather than continuously.

N. G. Mankiw http://www.econlib.org/Library/Enc/NewKeynesianEconomics.html

Page 37: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

37

Principais Custos da Inflação Menu Costs

Durante o período inflacionário, é necessário reajustar e remarcar listas de preços.

Este é um recurso que consome tempo que poderia ser utilizado em outras atividades produtivas.

Page 38: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

38

Principais Custos da InflaçãoMá Alocação de Recursos

Durante o processo inflacionário, há uma defasagem entre os aumentos de preços. Enquanto alguns estão constantes, outros estão crescendo.

Assim, torna-se difícil saber-se os preços relativos a medica em que ocorrem mudanças irregulares nos preços. Isto implica numa má alocação de recursos.

Page 39: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

39

Principais Custos da Inflação:Tratamento Fiscal Injusto

Com a inflação, rendas não indexadas ou não ajustadas são tratadas como ganhos reais. Consequentemente, com um imposto progressivo, aumento nas rendas nominais são tratados como ganhos reais e assim taxados.

Isto reduz a renda real e aumenta as distorções redistributivas causadas pela inflação.

Page 40: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

40

Principais Custos da Inflação:Tratamento Fiscal Injusto

Efeitos Fiscais

- aumento na taxa nominal de juros

- os impostos são baseados em retornos nominais;

- os retornos sobre os investimentos resultam em alta impostos mais elevados;

- a taxa efetiva de impostos aumenta, e depois depois do imposto a renda real declina.

Page 41: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

41

Principais Custos da Inflação:Tratamento Fiscal Injusto

Quando alguns impostos não são ajustados para levar em conta a inflação, tais como os ganhos de capital, temos que, por exemplo:

Jan 1: você compra $10,000 em ações. Dec 31: você venda as ações por $11,000,

assim, seu ganho monimal é de $1000 (10%). Suponha que = 10% durante o ano.

Seu ganho real foi $0. Mas o governo pode requer que você pague

impostos sobre o seu ganho nominal de $1000!!

Page 42: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

42

Principais Custos da Inflação:Confusão e Inconveniências

Com aumento nos preços, é necessário fazer-se correções constantes a fim de comparar rendas reais, custos e lucros ao longo do tempo.

O tempo gasto para realizar tais ajustamentos poderiam ter sido empregados para produzir mais bens e serviços.

Page 43: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

43

Principais Custos da Inflação:Redistribuição da Renda

Com uma inflação não antecipada ou não corretamente antecipada, a riqueza é redistribuída entre credores e tomadores de empréstimos de modo arbitrário, e algumas vezes de modo inaceitável.

Page 44: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

44

Principais Custos da Inflação:Redistribuição da Renda

Redistribuição da renda:

- se a inflação aumenta inesperadamente, os salários não serão reajustados imediatamente;

- os lucros das empresas serão mais altos do que o esperado;

- Haverá uma redistribuição da renda dos trabalhadores para os empresários

Page 45: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

45

Principais Custos da Inflação:Redistribuição da Renda

Quando os contratos não são indexados, mas baseados na inflação esperada ( e). Se for diferente de e, então alguns ganham as expensas de outros.

Exemplo:

Se > e, então (i ) < (i e)

e o poder de compra é transferido dos emprestadores para os tomadores de empréstimos.

Se < e, então o pode de compra é transferido dos tomadores de empréstimo para os emprestadores.

Page 46: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

46

Os custos da inflação: distribuição arbitrária da riqueza

Quando um país enfrenta uma inflação como a existente no Brasil (na década de 1960), o principal determinante das taxas nominais de juros passa a ser o ritmo esperado da taxa da alta geral de preços.

As previsões quanto a taxa de inflação, todavia, são inevitavelmente precárias e arriscadas, sobretudo quando se estendem a prazos não muito curtos. Esse problema conduz à redução dos prazos de operação do mercado de crédito, criando impasse de difícil solução para as operações de longo prazo.

[cf. Simonsen (1970, p.135-136)]

Page 47: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

47

Os custos da inflação: a instabilidade e a desordem

salarial

Segundo Simonsen (1970) a inflação provoca uma instabilidade nos salários reais, visto que eles se tornam oscilantes pela conjugação de altas de preços contínuas com revisões intermitentes das remunerações nominais.

Some-se a isto o fato de que as hierarquias de remuneração são distorcidas pelo processo inflacionário.

Page 48: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

48

Principais Custos da Inflação:Redistribuição da Renda

A subestimação da inflação leva a:

Menor renda real para os trabalhadores:

Os empregadores não encontram os trabalhadores adequados;

Os empregados começam a se demitir;As firmas incorrem em custos de rotatividade (turnover costs).

A produção esta abaixo do que poderia ser se a taxa de inflação fosse corretamente antecipada.

Page 49: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

49

Principais Custos da Inflação:Redistribuição da Renda

Superestimando a taxa de inflação temos que:

Mais renda real fluiu para os trabalhadoresOs empregadores dispensam os trabalhadoresA taxa de desemprego cresce

A produção fica abaixo do que teria sido se a taxa de inflação tivesse sido corretamente antecipada.

Page 50: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

50

Principais Custos da Inflação:Redistribuição da Renda

Inflação antecipada

Os salários monetários são assumidos serem rígidos enquanto a economia esteja experimentando uma inflação de demanda (demand-pull) ou de custos (cost-push).

A antecipação correta da inflação aumenta o nível de preços e as pessoas ajustam seus salários monetários para compensar as perdas que teriam.

Page 51: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

51

SAS2

SAS1

Inflação Antecipada

PIB Real

Nív

el d

e pr

eços

(Def

lato

r do

PIB

110

6.0 7.0 7.5 8.56.5 8.0

LAS

SAS0

AD0

121

133

AD1

AD2

0

Page 52: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

52

Efeitos da Inflação

O PIB potencial pode declinar por três razões:

Custos de transação;

Efeitos fiscais;

Aumento na incerteza.

Page 53: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

53

Efeitos da Inflação

Custos de transação

A velocidade de circulação da moeda aumenta;

- as pessoas gastam mais tempo tentando evitar perdas devido ao declinio no valor da moeda;

- as pessoas buscam formas alternativas ao moeda - trocas diretas ou outro ativo (dolarização da economia).

Page 54: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

54

Efeitos da Inflação

Aumento na Incerteza

Altas taxas de inflação resultam levam a um aumento na incerteza sobre a taxa de inflação de longo prazo.

O investimento cai.

O crescimento econômico é reduzido.

Page 55: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

5555

Inflação

DistorçõesExpectativas

Produção Futura eNível de empregocomprometidos

Setor Empresarial

Sensível a Investimentos

Expectativas sobre o futuro em ambiente inflacionário

Page 56: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

56

Efeitos sobre o crescimento econômico per capita de um aumento da inflação de 5% para

50% ao ano.Autores Número

de países

Período Tipo de dado Efeito sobre o crescimento

(%)

Heitger (1985) 115 1950-80 Panel data -0,9 a -4,5

Barro (1990) 117 1960-1985 Cross section insignificante e fraca

Fischer (1991) 73 1970-1985 cross section -2,1

Grimes (1991) 21 1960-1987 panel data -5,0

Roubini e Sala-i-Martin (1992)

98 1960-1985 Cross section -2,2

Montley (1994) 78 1960-1990 Cross section -1,3 a -4,5

Sarel (1996) 87 1970-1990 Panel data -5,8

Taylor (1996) EUA 1952-1993 Times series -11,2

Gylfason (1999) 105 1985-1994 Cross section -2,3

Rousseau e Wachtel (2001)

84 1960-1995 Panel data -0,14

Page 57: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

57

Efeitos sobre o crescimento econômico per capita de uma redução da inflação de 50% para

5% ao ano.Autores Número de países

Período Tipo de dado Efeito sobre o crescimento (%)

Fischer (1991) 73 1970-85 Cross-section -2,1

Gylfason (1991) 37 1980-85 Cross-section -2,0

Roubini & Sala-i-Matin (1992)

98 1960-1985

Cross-section -2,2

De Gregorio (1993) 12 1950-1985

Cross-section -0,7

Fisher (1993) 80 1960-89 Cross-section -1,8

Barro (1995) 100 1960-92 Cross-section -1,0 -1,5

Gylfason & Herbertsson (1996)

145-170 1960-92 Panel data - 0,6 ; 1,3

Barro (1997) 80-87 1960-90 Panel data 1,3-1,81,2

Bruno & Easterly (1998)

97 1961-92 Panel data -1,2

Gylfason (1991) 160 1985-94 Cross-section -2,4

Gylfason (2001) 170 1960-92 Panel data -0,6 a -1,3

Page 58: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

58

Inflação e Desenvolvimento

Por certo a estabilidade de preços não é condição suficiente para que um país cresça. Mas a teoria e o bom senso também deixam claro que a inflação dificilmente será ingrediente de uma trajetória ótima de desenvolvimento. O processo inflacionário, afinal, resulta apenas da tentativa de se implantar um conjunto de aspirações incompatíveis da sociedade, do desejo de dividir o bolo em fatias de soma superior ao todo. E a revolta contra a aritmética jamais constituiu arma eficiente para a construção do progresso de qualquer país.

Mário Henrique Simonsen (1970)

Page 59: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

A Teoria Quantitativa de Moeda e a Taxa de Inflação

Page 60: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

60

Teoria Quantitativa de Moeda

A teoria quantitativa é considerada como sendo a teoria clássica ou neoclássica da inflação.

A teoria quantitativa se apresenta em duas formas:

(i) equação de transações, como formulada por Irving Fisher;

(ii) a equação de saldos efetivos da Escola de Cambridge.

Page 61: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

61

A Teoria Quantitativa de Moeda: as versões de Fisher e Cambridge

(i) Fisher:

P.T = M. V

(ii) Cambridge

M = k PY

Page 62: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

62

Pressupostos da Teoria Quantitativa

Assume-se que, a velocidade renda da moeda seja constante.

Isto implica, então, que a elasticidade do nível geral de preços com relação a uma variação da oferta monetária é igual a unidade.

Este resultado forma o núcleo da teoria quantitativa.

Page 63: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

63

A teoria quantitativa da moeda e a inflação

A elasticidade de P com respeito a M é dada por:

ePM = (dP/dM)(M/P)

da equação quantitativa obtemos que:

(dP/dM) = (V/Y)

Page 64: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

64

A teoria quantitativa da moeda e a inflação

Substituindo a equação acima na equação da elasticidade:

ePM = (V/Y)(M/P)

mas como V = (PY/M), temos que:

ePM = (YP/MY)(M/P) = 1

Page 65: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

65

A teoria quantitativa da moeda e a inflação

Da equação quantitativa podemos utilizar a relação que sugerida pelos modelos monetaristas. Derivando a equação quantitativa, temos que:

Y(dP) + (dY)P = M(dV) + (dM)V

Multiplicando ambos os lados da equação por (1/YP), chegamos a seguinte equação:

(dP/P) + (dY/Y) = (M/YP)dV + (V/YP)dM

Page 66: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

66

A teoria quantitativa da moeda e a inflação

Usando a definição da velocidade renda da moeda V=PY/M, temos que:

(dP/P) + (dY/Y) = (dM/M) + (dV/V)

(dM/M) = (dP/P) + (dY/Y)

ou = m - y

= 0

Page 67: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

67

Implicações da TQM

(i) Países com altas taxas de crescimento monetário devem ter altas taxas de inflação no longo prazo.

(ii) a tendência de longo prazo da inflação de um país deveria ser similar a sua tendência de de crescimento monetário no longo prazo.

Page 68: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

68

EUA – Inflação e Crescimento Monetário: 1960-2005

0%

3%

6%

9%

12%

15%

1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005

Taxa de crescimento de M2

Taxa de inflação

No longo prazo, a inflação e a taxa de crescimento monetário se movem juntas, como prediz a TQM.

No longo prazo, a inflação e a taxa de crescimento monetário se movem juntas, como prediz a TQM.

Page 69: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

69

Inflação e crescimento monetário – uma análise de

cross-countryInflation rate(percent, logarithmicscale)

1,000

10,000

100

10

1

0.1

Money supply growth (percent, logarithmic scale)0.1 1 10 100 1,000 10,000

Nicaragua

AngolaBrazil

Bulgaria

Georgia

Kuwait

USA

Japan Canada

Germany

Oman

Democratic Republicof Congo

Page 70: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

70

Page 71: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

71

Inflação e taxa nominal de juros – EUA (1950-2000)

percentual

16

14

12

10

8

6

4

2

0

-2

Nominalinterest rate

Inflationrate

1950 1955 1960 1965 1970

Ano1975 1980 1985 1990 20001995

Page 72: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

72

Inflação e taxa nominal de juros – dados de cross country

Inflation rate (percent, logarithmic scale)

Nominal interest rate(percent, logarithmicscale)

100

10

11 10 100 1000

KenyaKazakhstan

Armenia

Nigeria

Uruguay

United Kingdom

United States

Singapore

GermanyJapan

France

Italy

Page 73: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

73

A teoria quantitativa da moeda e a inflação

A teoria quantitativa da moeda enuncia que o banco central, que controla a oferta de dinheiro, tem o controle supremo sobre a taxa de inflação.

Se o banco central mantém estável a oferta monetária, o nível de preços será estável.

Se o banco central aumenta rapidamente a oferta monetária, o nível de preços subirá rapidamente.

Page 74: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

Inflação de Demanda

Page 75: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

75

Inflação de Demanda

Uma inflação é dita ser de demanda quando é impulsionada pela elevação das quantidades de bens e serviços que os consumidores estão dispostos e aptos a adquirir aos níveis de preços existentes. Se a elevação dos preços não corresponder a uma expansão equivalente da oferta agregada, os preços tendem a ser pressionados para cima, a taxas consideradas como inflacionárias.

Em suma, existe um excesso de moeda em relação aos bens e serviços disponíveis.

Page 76: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

76

Inflação de Demanda

Uma inflação é dita ser de demanda quando é impulsionada pela elevação das quantidades de bens e serviços que os consumidores estão aptos e dispostos a adquirir aos níveis de preços existentes.

Se esta elevação não corresponder a uma expansão equivalente da oferta global, os preços tendem a ser pressionados para cima, a taxas consideradas como inflacionárias.

Page 77: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

77

Inflação de DemandaUma inflação de demanda é gerada por um deslocamento ascendente da curva de demanda da economia causado por fatores como:

1 - aumento na propensão a consumir;

2 - aumento nos gastos do governo;

3 - aumento na oferta de moeda;

4 - aumento das exportações numa economia aberta;

5 - aumento no investimento autônomo.

Page 78: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

78

Inflação de Demanda

a

c

b

Y

P

0

P2

P1

Y0 Y2 Y1

DoD1 OA

Page 79: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

79

Inflação de Demanda: Os Efeitos Inicias e Finais

I) Os efeitos iniciais:

a) um aumento na demanda;b) um aumento no nível de preços;c) um excesso de demanda ao nível inicial de preços;

II) Os efeitos finais:

a) um aumento no nível de preços;b) uma diminuição no nível de emprego em relação ao excesso de demanda;c) nível de produção mais elevado que o anterior.

Page 80: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

80

Inflação de Demanda: O Processo de Ajustamento

Ao nível inicial de preços, Po, o produto de equilíbrio do lado da demanda da economia aumenta até Y1, o que cria um excesso de demanda medido por Y1-Yo e os preços começam a aumentar.

Este aumento nos preços reduz o produto até Y2 ao longo da curva de demanda D1.

Page 81: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

Inflação de Custos

Page 82: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

82

Inflação de Custos

Uma inflação de custos é gerada por um deslocamento para cima da curva de oferta, o que gera um excesso de demanda ao nível inicial de preços. Isto aumenta os preços, mas reduz o produto de equilíbrio.

Page 83: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

83

Inflação de Custos:os efeitos iniciais e finais

I) Os efeitos iniciais de uma inflação de custos:

a) deslocamento da oferta agregada;b) redução dos níveis de emprego e produto;c) um excesso de demanda ao nível inicial de preços, Po.

II) os efeitos finais de uma inflação de custos:

a) aumento no nível geral de preços;b) redução nos níveis de produto e emprego.

Page 84: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

84

Inflação de Custos

a

b

Y

p

0

p1

p2

YoY1

So

S1

Y2

D0

Page 85: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

85

Um critério geral para distinguir uma inflação de custos de uma de demanda é verificar o comportamento do nível de produção resultante após o ajustamento.

Se no final tivermos um nível de produção maior do que o inicial, podemos caracteriza-la como uma inflação de demanda, caso contrário, se caracteriza como uma inflação de custos.

Critério para distinguir uma inflação de custos de uma de demanda

Page 86: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

Inflação Inercial

Page 87: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

87

Inflação InercialInflação Inercial refere-se à idéia de memória inflacionária, onde o índice atual é a inflação passada mais a expectativa futura.

A inflação se mantém no mesmo patamar sem aceleração inflacionária e é decorrente de mecanismos de indexação. Estes mecanismos podem ser: formais e informais. Formais: regras específicas e legais de aumento. Ex.: aluguéis, mensalidades escolares, etc. Informais: quando os agentes aumentam o preço porque os outros também o fizeram.

Page 88: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

88

Inflação Inercial

No Brasil, na época da inflação elevada(nos anos 70 e 80) os contratos de diversos tipos tinham cláusulas de correção que eram auto-aplicáveis.

Isso gerou na população um comportamento inflacionário: transferia-se para o mês seguinte a taxa de inflação do mês passado mesmo que não houvesse pressões de demanda ou de custo.

Page 89: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

89

Inflação inercial

Inflação inercial – quando a inflação se mantêm no mesmo patamar sem aceleração inflacionária e é decorrente de mecanismos de indexação.

Mecanismos de indexação – atrelam os preços do presente à inflação passada. Estes podem ser:

(i) formais - regras específicas e legais de aumento, por exemplo de alugueis, mensalidades escolares etc.;

(ii) informais- quando os agentes aumentam os preços porque os outros também o fizeram.

Inflação Inercial

Page 90: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

90

Inflação Inercial

Para Simonsen, no contexto dos anos 70, correção monetária é o reajustamento periódico do valor nominal de preços contratados, sendo tais reajustes com base em números-índices observados de um índice de preços estabelecido em contrato.

Os reajustes são automáticos por força de contrato. A análise de Simonsen tem um caráter geral - independe de que os contratos indexados sejam contratos de salários ou outros tipos de contrato. Seu foco em aspectos gerais deve ser distinguido de considerações sobre questões específicas de algum tipo de contrato, tais como a questão de picos e médias nos contratos salariais.

Page 91: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

A Teoria Monetarista da Inflação

Page 92: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

92

Teoria Monetarista: Principais Autores

Milton Friedman (1970, 1971)Anna J. Schwartz (1970)Karl Brunner (1970)Alan Meltzer (1977)D. Laidler (1975, 1976, 1981)Harry G. JohnsonMichael Parkin (1975)Phillips Cagan (1989) – New Palgrave Dictionary of Economics

Page 93: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

93

Teoria Monetarista: Principais Autores

Page 94: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

94

Teoria Monetarista da Inflação

Segundo Cagan (1989, p.195), o termo monetarismo foi usado pela primeira vez por Karl Brunner (1968). Contudo, o monetarismo está fortemente associado com os trabalhos de Milton Friedman que advogavam o controle da oferta de moeda como sendo superior as medidas fiscais keynesianas para estabilizar a demanda agregada.

Page 95: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

Os Monetaristas afirmam que dados como Os Monetaristas afirmam que dados como os apresentados abaixo sustentam sua os apresentados abaixo sustentam sua

hipótese hipótese de que a inflação é um fenômeno de que a inflação é um fenômeno

monentáriomonentário

Annual average percentage change 1985 to 1995 in:

Country Money Supply Prices (GDP Deflator)

Brazil 995.5% 875.3

Peru 388.5 398.5

Sierra Leone 51.4 61.6

Jamaica 32.8 28.3

Israel 22.1 17.1

United States 3.9 3.2

Page 96: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

96

Crescimento Monetário e Inflação

Page 97: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

97

Hiperinflação Alemã: 1921–23

Page 98: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

98

Pontos comuns entre os teóricos monetaristas

(i) a inflação é em essência um fenômeno monetário;

(ii) a teoria keynesiana, a qual os monetaristas a igualam a uma simples Curva de Philips sem ajustamento das expectativas, não pode explicar o problema da inflação e especialmente sua aceleração;

iii) a taxa de crescimento e a aceleração da oferta da moeda explicam a taxa de inflação e sua aceleração, respectivamente.

Page 99: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

99

Pontos comuns entre os teóricos monetaristas

(iv) a demanda de moeda é uma função estável, ou seja, nega-se a instabilidade keynesiana do investimento, que implicaria, pela lei de Walras, instabilidade da demanda de algum outro bem, em particular, da demanda por moeda.

Page 100: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

100

Pontos comuns entre os teóricos monetaristas

(v) o estoque de moeda é controlável pelas autoridades monetárias;

Page 101: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

101

Pontos comuns entre os teóricos monetaristas

(vi) as economias de mercado são estáveis no sentido de que os desvios em relação à posição de pleno emprego são sempre eliminados pelo sistema de preços estabelecidos nos diversos mercados.

Page 102: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

102

Pontos comuns entre os teóricos monetaristas

(vii) Uma mudança na taxa de crescimento da moeda primeiro altera a taxa de crescimento econômico,e portanto, a taxa de desemprego.

No longo prazo, isto é, depois que todas as variáveis foram ajustadas, este efeito real se esvai e permanece apenas um aumento na tendência inflacionária.

Page 103: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

103

(viii) A taxa de crescimento da quantidade de moeda é consistentemente, embora não precisamente, relacionado com a taxa de crescimento da renda nominal.

Isto é, se a quantidade de moeda cresce rapidamente, o mesmo acontecerá com a renda nominal e vice-versa.

A velocidade de circulação da moeda, embora não seja constante, é altamente previsível.

Pontos comuns entre os teóricos monetaristas

Page 104: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

104

Pontos comuns entre os teóricos monetaristas

(ix) os gastos do governo podem ser inflacionários ou não.

Eles serão inflacionários se forem financiados pela criação de moeda e se a resultante taxa de criação monetária exceder a taxa de crescimento do produto.

Se os gastos forem financiados por impostos ou por empréstimos junto ao público, o principal efeito é que o governo gasta tais fundos ao invés dos indivíduos.

Page 105: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

105

Monetarismo Numa Estrutura OA-DA

0

P

Y

OA

DA1

DA2A

C

B

Yp

Page 106: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

106

Monetarismo Numa Estrutura OA-DA

Page 107: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

107

“The key feature of this process [during which interest rates are low] is that it tends to raise the prices of sources of both producer and consumer services relative to the prices of the services themselves…. It therefore encourages the production of such sources and, at the same time, the direct acquisition of the services rather than of the source. But these reactions in their turn tend to raise the prices of services relative to the prices of sources, that is, to undo the initial effects on interest rates. The final result may be a rise in expenditures in all directions without any change in interest rates at all; interest rates and asset prices may simply be the conduit through which the effect of the monetary change is transmitted to expenditures without being altered at all….”Milton Friedman (1969 [1961]), “The Lag Effect in Monetary Policy,” in Milton Friedman, The Optimum Quantity of Money and Other Essays, Chicago: Aldine.

Page 108: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

108

“It may be … that monetary expansion induces someone within two or three moneys to contemplate building a factory; within for or five, to draw up plans; within six or seven, to get constructions started. The actual construction may take another six months and much of the effect on the income stream may come still later, insofar as initial goods used in construction are withdrawn from inventories and only subsequently lead to increased expenditure by suppliers.”Milton Friedman (1969 [1961]), “The Lag Effect in Monetary Policy,” in Miltion Friedman, The Optimum Quantity of Money and Other Essays, Chicago: Aldine.

Page 109: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

109

Monetarismo Numa Estrutura OA-DAFriedman was the first to demonstrate that the accepted assumption of a simple trade-off between unemployment and the rate of inflation was only a temporary phenomenon; on the longer term (more than five years), no such trade-off exists. Unemployment below a structural level of balance thus leads, according to Friedman's theory, to a cumulative increase rate in prices and wages mainly on account of the destabilizing influence exerted by expectations. Modern ideas about the factors determining wage structures are very much based on Friedman's hypotheses on the importance of expectations of inflation.

Nobel Foundation (1976) - Press Release: The Sveriges Riksbank (Bank of Sweden) Prize in Economic Sciences in Memory of Alfred Nobel for 1976

Page 110: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

110

Um Modelo Monetarista simplificado (II)

Os monetaristas tendem a se concentrar no longo prazo e nas economias onde as variações no crescimento monetário são os distúrbios primários.

Page 111: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

111

Um modelo monetarista simplificado (II):

pressupostos

(i) A demanda agregada: é assumido que a demanda agregada e a produção aumetarão toda vez que os ativos reais estiverem aumentando.

Por outro lado, quando os encaixes reais estiverem caindo, então, também estarão caindo a demanda agregada e o nível de produção.

y = f(m-) (1)

Page 112: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

112

Um modelo monetarista simplificado (II):

pressupostos

0 y

m <

m >

y = 0

Page 113: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

113

Um modelo monetarista simplificado (II):

pressupostos

Ao longo de (m = ) a produção é constante.

Para pontos onde m < , a inflação excede a taxa de crescimento monetário. Aqui temos, então, que os encaixes reais apresentam uma queda, e de acordo com a equação (1), a produção também.

Para pontos abaixo de (m = ), a taxa de crescimento monetário excede a inflação, o que implica que os encaixes reais estão aumentando, as taxa de juros estão caindo e o produto crescendo.

Page 114: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

114

Um modelo monetarista simplificado (II):

pressupostos

A oferta agregada:seja:

y* - o nível de produção de pleno emprego;

e= t-1

A curva de oferta agregada é dada por:

= e + (y - y*)

Page 115: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

115

Um modelo monetarista simplificado (II):

pressupostos

0

yy*

Page 116: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

116

Um modelo monetarista simplificado (II):

pressupostos

Substituindo-se a variação da inflação ao longo do tempo por:

= (y – y*)

Quando a produção está abaixo do nível de pleno emprego [y*], a inflação está caindo, e quando a produção está acima do nível de pleno emprego [y*], a inflação está aumentando.

Page 117: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

117

Um modelo monetarista simplificado (II):

oferta, demanda e dinâmica

0

yy*

m=E

m

Page 118: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

118

Um modelo monetarista simplificado (II):

oferta, demanda e dinâmica

O ponto [E] da figura acima é o único ponto no diagrama onde tanto a produção como a inflação são constantes.

O ponto [E] é o ponto de equilíbrio de longo prazo onde a economia converge.

Page 119: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

119

Um modelo monetarista simplificado (II):os efeitos de curto e longo prazos de

um crescimento monetário

Um aumento permanente no crescimento monetário de mo para m1 leva a economia ao longo da trajetória EoE1.

Page 120: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

120

Um modelo monetarista simplificado (II):

oferta, demanda e dinâmica

0

yy*

mo=oEo

m1=1E1

m1

mo

Page 121: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

121

As propriedades do modelo monetarista simplificado

Não se deve esperar uma forte correlação entre taxa de inflação e a taxa de expansão monetária no curto prazo, pois para uma taxa de crescimento mais elevada da base monetária, a taxa de inflação apresenta várias fases até o ajustamento final.

Page 122: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

A Curva de Phillips e sua Evolução Teórica

Page 123: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

123

Os três estágios da Curva de Phillips

Estágio I – formulação do conceito da curva de Phillips (1958) por Alban William Phillips e Richard Lipsey (1960) – baseado na existência de uma relação estável e negativa entre a taxa de inflação e a taxa de desemprego.

Richard Lipsey

Page 124: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

124

Curva de Philips para para os EUA, 1961–1969

Page 125: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

125

Os três estágios da Curva de Phillips

Estágio II – formulação da hipótese da taxa natural de desemprego por Edmund Phelps (1967) e Milton Friedman (1968), na qual é feita uma diferenciação entre as curvas de Phillips de curto e longo prazo.

Page 126: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

126

Edmund S. Phelps

Columbia University, NY, USA The work of Edmund Phelps has deepened our understanding of the relation between short-run and long-run effects of economic policy. His contributions have had a decisive impact on economic research as well as policy.

Low unemployment and low inflation are central goals of stabilization policy. During the 1950s and 1960s the view of a stable tradeoff between inflation and unemployment was established, the so-called Phillips curve. According to this, the price for reduced unemployment was a one-time increase of the inflation rate. Phelps challenged this view through a more fundamental analysis of the determination of wages and prices, taking into account problems of information in the economy. Individual agents have incomplete knowledge about the actions of others and must base their decisions on expectations. Phelps formulated the hypothesis of the expectations-augmented Phillips curve, according to which inflation depends on both unemployment and inflation expectations.

Page 127: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

127

Deslocamentos da Curva de Phillips

Page 128: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

128

Oferta e Demanda Agregadas e Curva de Phillips

Page 129: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

129

Os três estágios da Curva de Phillips

Estágio III – a escola das expectativas racionais [ Robert Lucas, Thomas Sargent e Neil Wallace. Na qual se assume que não há um dilema (trade off) sistemático entre inflação e desemprego, mesmo no curto prazo.

Page 130: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

130

A Formulação Phillips/Lipsey

A contribuição original de A.W Phillips (1958) foi a de concluir, com base em observações empíricas para a Grã-Bretanha, no período de 1861 a 1957, que havia uma correlação negativa entre a taxa de mudança de salários nominais e a na taxa de desemprego, e que esta relação era estável.

Page 131: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

131

A Formulação Phillips/Lipsey

A mais influente interpretação teórica foi dada por Richard Lipsey (1960) que derivou a curva de Phillips de um sistema de oferta e demanda de mão-de-obra.

A idéia principal do modelo de Phillips-Lipsey é que a inflação salarial é explicada pelo excesso de demanda no mercado de trabalho, pela qual a taxa de desemprego é interpretada como um indicador do nível de excesso de demanda.

Este primeiro estágio da CP foi, além disso, caracterizado pela crença de que existia uma relação estável entre o nível dos saláriosnominais e a taxa de desemprego, de modo que os formuladores de política econômica pudessem explorar tal dilema (trade off).

Page 132: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

132

A Formulação Phillips/Lipsey

A curva estimada por Phillips (1958) para a Grã-Bretanha foi a seguinte:

ln (gw + 0.9) = ln9.64 - 1.39 ln Ut

onde: gw é a taxa de crescimento monetário dos salários e Ut é o nível de desemprego.

De acordo com esta função, a taxa de crescimento dos salários nominais diminuiria se a taxa de desemprego aumentasse. O elemento de originalidade de Phillips (1958) foi ter constatado que tal relação era estável.

Page 133: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

133

As Propriedades da Curva de Phillips (1958)

(i) os salários permaneciam estáveis quando a taxa de desemprego situava-se num nível de 5,5%;

(ii) Phillips concluiu que havia um ciclo no sentido anti-horário, isto é, os salários nominais subiam um pouco mais rápido que a queda na taxa de inflação e algo mais devagar que a taxa de desemprego quando esta caia.

Page 134: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

134

Os Ciclos de Phillips (1958)

1918-1921 – horário1926-1933 – horário 1948-1957 – horário

1861-1913 - anti-horário1921-1925 - anti-horário

1934-1943 – anti-horário.

Page 135: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

Fitted through average wagechange & U for 0-2,2-3,3-4,4-5,5-7,7-11% unemployment

Desvios da tendência devido:

Wage-price spiraldue to wars; falling U

Aumento no desemprego

Page 136: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

Rápido aumento na taxa de desemprego; 13% de queda nos preços das importações;Acordos de “cost of living”

Curva de Phillips: 1913-1948

Page 137: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

Curva de Phillips: 1949-1957

Aumento nos preços de importação.

Page 138: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

138

O modelo de excesso de demanda de Lipsey (1960)

(dw/dt)/w = f [(Ld - Ls)/Ls] e como (Ld - Ls)/Ls = -U

(dw/dt)/w = (dp/dt)/p então a inflação, , é negativamente relacionado a taxa de desemprego e a curva de Phillips mostraria, então uma relação entre inflação e desemprego = h(U)

A não linearidade da curva de Phillips é justificada em termos de desemprego friccional e de dificuldades institucionais em seus extremos.

Page 139: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

139

A modificação de Samuelson-Solow (1960)

Através do artigo de Samuelson-Solow (1960) [Analytical Aspects of Anti-Inflation Policy] o conceito de curva de Phillips foi popularizado, tornado-se o conceito relevante para a formulação de política econômica, no sentido de que mostrava um dilema entre inflação e desemprego, a qual podia ser explorado.

Page 140: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

140

A Curva de Phillips para os EUA durante os anos 1960.

Page 141: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

Um deslocamento da Curva de Phillips…?

Guerra do Vietnan

OPEC I

OPEC II

Page 142: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

142

A Curva de Phillips para os EUA: 1970 - 2001.

Page 143: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

143

A Teoria Aceleracionista da Inflação

Edmund Phelps (1967) e Milton Friedman (1968), notaram que a relação de Phillips omitira um ponto essencial: um dos principais ingredientes da taxa de reajuste de salários nominais é a taxa esperada de inflação, que Phillips implicitamente igualara a zero.

Mas esta hipótese implícita é incompatível com o modelo que pretende justificar a inflação crônica.

Page 144: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

144

A Teoria Aceleracionista da Inflação

É a curva de Phillips uma relação estável como haviam suposto Phillips (1958) e Lipsey (1960)?

O dilema entre inflação e desemprego existe também no longo prazo, ou a escolha de um ponto alo longo da curva de Phillips influencia a posição da curva ela mesma?

Qual a importância e a influência das expectativas na posição da curva de Phillips?

Page 145: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

145

A Teoria Aceleracionista da Inflação

A teoria aceleracionista assume que cada ponto percentual de inflação esperada eleva de um ponto percentual a curva de Phillips. Consequentemente, a verdadeira opção não estava entre inflação e desemprego, mas entre desemprego e inflação acima das expectativas.

Visto que os indivíduos reajustariam suas expectativas, no longo prazo a curva de Phillips seria vertical, e a sociedade não restaria outra opção senão escolher entre desemprego presente e o desemprego futuro.

Page 146: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

146

A Teoria Aceleracionista da Inflação

Segundo Simonsen (1983,p. 279): a teoria aceleracionista - ... punha por terra toda a distinção entre inflação de demanda e custos, abolindo o preconceito de que esta última não poderia ser adequadamente curada pela política monetária. E de passagem, decifrava um dos mais intricados enigmas da macroeconomia neoclássica: por que a prosperidade é companheira das primeiras fases da inflação, e porque é preciso enfrentar um purgatório recessivo para estabilizar os preços.

Page 147: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

147

A teoria aceleracionista da inflação: as expectativas

adaptativas

Na hipótese das expectativas adaptativas os agentes econômicos, em cada período de tempo, corrigem e reajustam suas expectativas com relação ao período anterior em vista do erro cometido, isto é:

(e)t = (e)t-1 + (1-) (t-1 - (e)t-1)= (1- )t-1 + (e)t-1

Page 148: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

148

A Teoria Aceleracionista da Inflação

A escolha de um ponto ao longo da curva de Phillips produz uma certa taxa de inflação. Depois de um período de ajustamento, esta produz uma nova expectativa de taxa de inflação e causa uma mudança na curva de Phillips.

Page 149: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

fig

0

4

8

12

16

20

0

P (%).

U (%)6 8I (Pe = 0)

.

b

A Teoria Aceleracionista da Inflação

A Teoria Aceleracionista da Inflação

a

Page 150: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

figUn

0

4

8

12

16

20

0

P (%).

U (%)6 8

CPLP

Page 151: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

151

O Principio Aceleracionista

O principio aceleracionista nos diz que para manter a taxa de desemprego U abaixo da taxa natural de desemprego Un, as autoridades econômicas precisam aceitar níveis cada vez maiores de inflação.

O custo de uma política como esta aumenta com o tempo e pode vir a tornar-se alta demais quando a inflação tiver uma aceleração alta demais.

Page 152: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

152

O Principio Aceleracionista

O princípio aceleracionista deu origem a outro nome para a taxa natural de desemprego, a taxa de desemprego não-aceleracionista da inflação (NAIRU), ou seja, a NAIRU é o nível de desemprego Um abaixo do qual a inflação tende a se acelerar e acima do qual a inflação tende a se desacelerar.

Page 153: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

153

O Principío Aceleracionista

O princípio aceleracionista nos diz que a troca entre inflação e desemprego é impossível no longo prazo.

Quando o desemprego fica abaixo da taxa natural, a inflação não somente será alta como ficará em ascensão. Quando o desemprego estiver acima da taxa natural, a inflação cairá.

Page 154: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

154

O Principío Aceleracionista

No longo prazo, não existe um dilema (trade off) entre inflação e desemprego. Só a taxa natural de desemprego é consistente com uma taxa estável de inflação.

Além do mais, a taxa natural pode ser consistente com qualquer taxa estável de inflação. Assim, a curva de Phillips de longo prazo é vertical.

Page 155: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

fig

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

0

P (%).

U (%)8 13

J

X (Pe = 20%).

k

Page 156: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

fig

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

0

P (%).

U (%)8 13

k

X (Pe = 20%).

XI (Pe = 18%).

XII (Pe = 16%).

l

J

m

Page 157: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

fig

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

0

P (%).

U (%)8 13

k

l

m

a

J

Page 158: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

fig

Year 20

20

0

P (%).

U (%)Un

ab

c

Year 0, 1

Page 159: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

fig

Year 5

Year 4

0

20

0

P (%).

U (%)Un

ab

c

d

ef

Year 0, 1

Year 2

Year 3

Page 160: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

fig

0

20

0

P (%).

U (%)Un

ab

c

d

ef

h

i

J

Year 0, 1, 10

Year 2, 9

Year 3, 8

Year 4, 7

Year 5, 8

g

Curva de Phillips de Longo Prazo

Page 161: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

161

A Taxa Natural de Desemprego

No longo prazo, a curva de Phillips é uma linha vertical sobre a abscissa na posição da taxa natural de desemprego.

A taxa natural de desemprego é também conhecida como o nível de desemprego de pleno emprego, ou o nível de desemprego de equilíbrio de longo prazo e em que as expectativas sobre o comportamento dos preços e salários são corretas.

Page 162: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

162

A Taxa Natural de Desemprego [Milton Friedman (1968)]

“the level that would be ground out by the Walrasian system of general equilibrium equations, provided there is imbedded in them the actual structural characteristics of the labor and commodity markets, including market imperfections, stochastic variability in demand and supplies, the cost of gathering information about job vacancies and labor availabilities, the costs of mobility, and so on.”

Page 163: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

163

A Teoria Aceleracionista da Inflação

Segundo a teoria aceleracionista, os sacrifícios da produção e do emprego no combate à inflação são temporários: eles persistem apenas enquanto a inflação está sendo reduzida aquém as expectativas, mas não depois que se baixam definitivamente ambas, a inflação efetiva e a esperada.

Page 164: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

164

A Teoria Aceleracionista da Inflação

A teoria acelaracionista colocou em cheque toda a distinção entre inflação de demanda e custos abolindo o preconceito de que esta última poderia ser adequadamente curada pela política monetária.

E, de passagem decifrava um dos mais intrincados enigmas da macroeconomia neoclássica: porque a prosperidade é a companheira das primeiras fases da inflação, e porque é preciso enfrentar um purgátório recessivo para estabilizar os preços.

Page 165: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

165

A Teoria Aceleracionista da Inflação

A teoria de Friedman (1968) da taxa natural de desemprego é a base teórica para a crença monetarista de que, no longo prazo, a influência do estoque de moeda atua, basicamente, sobre o nível de preços e outras variáveis nominais (salários, juros, preços).

Variáveis reais como produto e emprego têm tempo para se ajustar a seus níveis naturais de longo prazo. Essas taxas naturais de produto e desemprego dependem de variáveis reais, como oferta de fatores (mão-de-obra e capital e tecnologia.

Page 166: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

166

A Teoria Aceleracionista da Inflação:

Implicações de Política Econômica

A teoria aceleracionista implica que o formulador de políticas econômicas (police maker) não pode fixar uma meta para a taxa de desemprego.

Tentativas de fixar arbitrariamente uma meta para a taxa de desemprego abaixo da natural, aumentando a de crescimento da demanda agregada, terão sucesso apenas no curto prazo.

A taxa de desemprego retornará, gradualmente, à taxa natural, e o efeito final da política expansionista será uma taxa de inflação mais alta.

Page 167: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

167

A taxa natural de desemprego: os determinantes

(i) a organização do mercado de trabalho;

(ii) o perfil da força de trabalho;

(iii) da capacidade e do desejo dos trabalhadores de procurar empregos;

(iv) da disponibilidade e tipos de emprego.

Page 168: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

O Modelo Monetarista de

Vanderkamp (1975)

Page 169: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

169

O Modelo Monetarista de Vanderkamp (1975)

O modelo pertence a escola de pensamento de Friedman sobre a teoria monetarista de inflação e, apesar de sua simplicidade, contém todas as propriedades e conclusões desta teoria.

Ele pode ser considerado com sendo o modelo monetarista padrão de inflação.

O modelo é monetarista porque a taxa de crescimento da oferta monetária determina a taxa de inflação, embora a curva de Phillips conecte o setor monetário com o setor real. [cf. p. 120]

Page 170: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

170

O Modelo Monetarista de Vanderkamp (1975)

Page 171: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

171

O modelo monetarista de Vanderkamp (1975): as equações fundamentais

(1) mt = xt + t - equação quantitativa

(2) t = *t – b(ut – u*) – versão linear da CP

(3) ut - ut-1 = - a (xt – x*) - Lei de Okun

Variáveis endógenas: xt; t, ut

Variáveis exógenas: mt ; *t ; x*; u*; ut-1

Page 172: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

Lei de Okun: do Crescimento do Produto ao Desemprego

Segundo a equação acima, a variação da taxa de desemprego deve ser igual à variação negativa da taxa de crescimento do produto.

a(xt-x*) + ut = ut-1

Page 173: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

Lei de Okun: do Crescimento do Produto ao Desemprego

O alto crescimento do produto está associado à redução da taxa de desemprego; o baixo crescimento do produto está associado ao aumento da taxa de desemprego.

Variação na taxa de Variação na taxa de desemprego desemprego versus versus crescimento do crescimento do produto nos Estados produto nos Estados Unidos, 1970-2000.Unidos, 1970-2000.

Page 174: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

174

O modelo monetarista de Vanderkamp (1975): as equações fundamentais

Reesecrevendo as equações (1), (2) e (3) da seguinte forma, obtemos:

(xt - x*)+ t = mt - x* (4)

t +but = * +bu* (5)

a(xt-x*) + ut = ut-1 (6)

Page 175: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

175

Forma Matricial

Ver notas de aula

Page 176: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

176

Forma Reduzidaxt = x* +(1/1+ab)(m- x*-*) + (b/1+ab)(ut-1 – u*) (7)

t = * + (ab/1+ab) (m- x* - *) - (b/1+ab)(ut-1 – u*) (8)

ut = u* - (a/1+ab)(m – x* - *) - (b/1+ab)(ut-1 – u*) (9)

Page 177: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

177

O processo de ajustamento de curto e longo prazo

0 0

00

u

ux

X

x

x

X*

X*

U*

U*

Page 178: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

178

Sites recomendadoshttp://www.britannica.com/nobel/macro/5004_32.html

http://cepa.newschool.edu/het/essays/monetarism/acceleration.htm

http://cepa.newschool.edu/het/schools/monetar.htm

Page 179: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

A Teoria das Expectativas Racionais e os Novos Clássicos

Page 180: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

180

LucasSargent

Barro

Os Principais Teóricos das Expectativas Racionais

Page 181: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

181

A Nova Economia Clássica(i) Aceitam o modelo de equilíbrio geral sem imperfeições;

(ii) os preços são perfeitamente flexíveis, e todos os mercados estão em permanente equilíbrio (all markets are permanently cleared). Todos os mercados estão se auto-corrigindo.

(iii) os indivíduos não deixam os preços em seus “falsos” níveis, visto que isto iria resultar numa desvantagem para ele. O equilíbrio é ótimo.

(iv) visto que as ações presentes têm consequências futuras, todos os agentes formam suas expecativas, deliberadamente, de modo racional. Isto é, eles exploram toda a informação disponível o tempo todo, visto que é do seu interesse fazer isto.

Page 182: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

182

A Nova Economia Clássica

(v) os agentes ajustam suas decisões e ações de modo que seus planos serão ótimos quando suas expectativas estiverem corretas.

(vi) Assim, as expectativasexpectativas (e a informaçãoinformação) têm um papel fundamental na determinação do estado da economia em qualquer ponto do tempo.

Page 183: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

183

A Nova Economia Clássica

(vii) o modelo de análise determinista é substituido pelo modelo estocástico. As pessoas geralmente sofrem com os erros de expectativas. São estes erros que explicam as flutuações econômicas.

(viii) As flutuações na atividade econômica e o desemprego podem ser vistos como desvios voluntários da voluntários da oferta e demanda.oferta e demanda.

(ix) Assim, o cíclo ecnômico é um fenômeno de equilíbrio, e portanto é ótimo.

Page 184: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

184

Monetarismo Marco IIKevin Hoover, JEL (March 1984)

Lucas, Sargent-Wallace, Barro

Enfatizam e utilizam modelos Walrasianos:

Grandes modelos de equilíbrio geral Preços relativos.

As decisões são tomadas inteiramente com base em variáveis reais.

Os agentes (no limite se suas informações) agem de modo consistente e com base no comportamento otimizador.

Há um equilíbrio contínuo na economia. Os agentes não cometem erros sistemáticos.

Page 185: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

185

Expectativas Racionais

A hipótese das expectativas racionais requer que o erro aleatório deva ter uma média zero e ser serialmente não correlacionado.

É importante percebermos que o erro aleatório não é sempre zero sob a hipótese das expectativas racionais, as expectativas podem, então, ser erradas, mas elas não podem é ser sistematicamente erradas.

Uma vez que o erro é observado ele não afeta as expectativas futuras pois ele é conhecido ser aleatório e não contém novas informações.

Page 186: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

186

Thomas Sargenthttp://www.econlib.org/library/Enc/RationalExpectations.html

The concept of rational expectations asserts that outcomes do not differ systematically (i.e., regularly or predictably) from what people expected them to be. The concept is motivated by the same thinking that led Abraham Lincoln to assert, "You can fool some of the people all of the time, and all of the people some of the time, but you cannot fool all of the people all of the time." From the viewpoint of the rational expectations doctrine, Lincoln's statement gets things right. It does not deny that people often make forecasting errors, but it does suggest that errors will not persistently occur on one side or the other.

Page 187: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

187

Economists who believe in rational expectations base their belief on the standard economic assumption that people behave in ways that maximize their utility (their enjoyment of life) or profits. Economists have used the concept of rational expectations to understand a variety of situations in which speculation about the future is a crucial factor in determining current action. Rational expectations is a building block for the "random walk" or "efficient markets" theory of securities prices, the theory of the dynamics of hyperinflations, the "permanent income" and "life-cycle" theories of consumption, the theory of "tax smoothing," and the design of economic stabilization policies.

Thomas Sargenthttp://www.econlib.org/library/Enc/RationalExpectations.html

Page 188: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

188

Um mercado eficiente com expectativas racionais

Embora nenhum indivíduo possa prever exatamente o preço no futuro, desvios do preço esperado do valor corrente do preço futuro não são previsíveis.

Portanto, mesmo que se nós usarmos a mesma informação que os participantes no mercado usam na formulação de suas expectativas, nós não podemos prever seus erros.

Page 189: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

189

Teoria das Expectativas Racionais

As expectativas racionais fazem sentido porque é caro e dispendioso não termos expectativas ótimas.

Implicações:

(i) Mudanças no modo como as variáveis se modificam, implicam em mudanças nas expectativas;

(ii) Os erros esperados têm média zero e não são previsíveis.

Page 190: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

190

Teoria das Expectativas Racionais

A teoria das expectativas racionais pressupõe que as pessoas utilizam todas as informações relevantes para formar suas expectativas em relação as variáveis econômicas.

Especificamente, ela assume que os trabalhadores e empresas refletirão sobre os mecanismos econômicos que estão por trás do processo de formação do nível de preços corrente, e utilizarão o valor implícito do nível corrente como o nível de preços esperado.

Page 191: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

191

Um mercado eficiente com expectativas racionais

Num mercado eficiente com expectativas racionais, o preço corrente iguala-se ao preço esperado mais um termo aleatório (não previsível).

Assim, temos que:

Pt+1 = Pt+1(e) + t+1

Page 192: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

192

A hipótese dos mercados eficientes e a expectativas racionais

A hipótese dos mercados eficientes aplica as expectativas racionais a precificação dos ativos.

Ela nos diz que quando os negociadores e investidores usam todas as informações disponíveis na formação de suas expectativas com relação as taxas de retorno futuras e quando os custos de negociação são baixos, o preço de equilíbrio do ativo iguala a previsão ótima com relação aos valores fundamentais baseados sobre a informação disponível.

Page 193: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

193

Implicações da HME

Preço das

ações

-30 -20 -10 0 +10 +20 +30Dias antes (-) e posteriores

(+) ao anúncio

Resposta de um mercado eficiente devido a “boas notícias”

Super reação devida a boas notícias com reversão

Respostas defasadas devida a

boas notícias

Page 194: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

194

Implicações da HME

Preço das ações

-30 -20 -10 0 +10 +20 +30

Dias anteriores (-) e posteriores (+) ao anúncio

Resposta do mercado eficiente as más notícias.

Super reação as más noticias com uma reversão.

Respostas defasadas as más notícias

Page 195: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

195

Implicações da HME

As mudanças nos preços devem ser aleatórias e imprevisíveis. Isto implica que:

Cov (rt , rt-j) = 0

Page 196: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

196

Thomas Sargenthttp://www.econlib.org/library/Enc/RationalExpectations.html

Investors buy stocks that they expect to have a higher-than-average return and sell those that they expect to have lower returns. When they do so, they bid up the prices of stocks expected to have higher-than-average returns and drive down the prices of those expected to have lower-than-average returns. The prices of the stocks adjust until the expected returns, adjusted for risk, are equal for all stocks. Equalization of expected returns means that investors' forecasts become built into or reflected in the prices of stocks. More precisely, it means that stock prices change so that after an adjustment to reflect dividends, the time value of money, and differential risk, they equal the market's best forecast of the future price. Therefore, the only factors that can change stock prices are random factors that could not be known in advance. Thus, changes in stock prices follow a random walk.

The random walk theory has been subjected to literally hundreds of empirical tests. The tests tend to support the theory quite strongly. While some studies have found situations that contradict the theory, the theory does explain, at least to a very good first approximation, how asset prices evolve.

Page 197: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

197

Implicações da Teoria das Expectativas Racionais

Robert Hall mostrou que se os consumidores formarem agirem com base nas expectativas racionais (if consumers are very foresighted) então mudnaças no consumo deverão ser imprevisíveis.

O consumo somente irá mudar quando os consumidores O consumo somente irá mudar quando os consumidores aprenderem algo de novo sobre o futuro. Visto que noticias sobre o aprenderem algo de novo sobre o futuro. Visto que noticias sobre o futuro não pode ser previstas, as mudanças no consumo são futuro não pode ser previstas, as mudanças no consumo são altamente aleatórias (altamente aleatórias (highly randomhighly random). Este comportamento com ). Este comportamento com relação ao consumo é conhecido como relação ao consumo é conhecido como random walk of random walk of consumptionconsumption, e tem servido como um paradigma na pesquisa , e tem servido como um paradigma na pesquisa sobre o consumo desde então.sobre o consumo desde então.

Hall

Page 198: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

198

Thomas Sargenthttp://www.econlib.org/library/Enc/RationalExpectations.html

The rational expectations version of the permanent income hypothesis has changed the way economists think about short-term stabilization policies (such as temporary tax cuts) designed to stimulate the economy. Keynesian economists used to believe that tax cuts would boost disposable income and thus cause people to consume more. But according to the permanent income model, temporary tax cuts would have much less of an effect on consumption than Keynesians had thought. The reason is that people are basing their consumption decision on their wealth, not their current disposable income. Because temporary tax cuts are bound to be reversed, they have little or no effect on wealth, and therefore, they have little or no effect on consumption. Thus, the permanent income model had the effect of diminishing the expenditure "multiplier" that economists ascribed to temporary tax cuts.

Page 199: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

199

Thomas Sargenthttp://www.econlib.org/library/Enc/RationalExpectations.html

The rational expectations version of the permanent income model had been extensively tested, with results that are quite encouraging. The evidence is that the model works well but imperfectly. Economists are currently extending the model to take into account factors such as "habit persistence" in consumption and the differing durabilities of various consumption goods. Expanding the theory to incorporate these features alters the pure "random walk" prediction of the theory (and so helps remedy some of the empirical shortcomings of the model), but it leaves the basic permanent income insight intact.

Page 200: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

200

Implicações da Teoria das Expectativas Racionais

Stanley Fischer e John Taylor mostraram que os ajustamentos de preços e salários em respostas a mudanças do desemprego podem ser lentas, mesmo sob a hipótese de expectativas racionais.

Esles destacaram que a justaposição das decisões dos contratos salariais e preços (staggering of both wage and price decisions) e explicaram como um lento retorno do produto a taxa natural pode ser consistente com as expectativas racionais no mercado de trabalho.

Fischer

Taylor

Page 201: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

201

Expectativas Racionais

Definição:

Expectativas racionais = expectativas que são um previsão ótima (a melhor previsão do futuro) utilizando toda a informação disponível.

i.e., ER

Xe = Xof = Et [ X | t ]

Page 202: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

202

Expectativas Racionais

As expectativs racionais requerem que as expectativas referentes a uma variável (preços, por exemplo) deveriam ser consistentes com o modelo que explica aquela variável.

As expectativas tornam-se uma variável endógena e dependem de tudo aquilo que a determina (variáveis exógenas).

As expectivas tornaram-se forward looking.

Page 203: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

203

Estrutura do Modelo Novo Clássico

No início da década de 1970, um grupo de destacados economistas (Robert Lucas, Thomas Sargent, Neil Wallace, Robert Barro) deram início a uma importante crítica da análise inflação-desemprego. A crítica tinha duas partes:

(i) a relevância do mecanismo de ajuste salarial;

(ii) a hipóteses das expectativas adaptativas era arbitrária.

Page 204: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

204

O Significado da Hipótese das Expectativas Racionais

The rational expectations hypothesis means that agents exploit available information without making the systematic mistakes implied by earlier theories. Expectations are formed by constantly updating and reinterpreting this information. Sometimes the consequences of rational expectations formation are dramatic, as in the case of economic policy. The first precise formulation of the rational expectations hypothesis was introduced by John Muth in 1961. But it did not gain much prominence until the 1970s, when Lucas extended it to models of the aggregate economy. In a series of path-breaking articles, Lucas demonstrated the far-reaching consequences of rational expectations formation, particularly concerning the effects of economic policy and the evaluation of these effects using econometric methods, that is, statistical methods specifically adapted for examining economic relationships. Lucas also applied the hypothesis to several fields other than macroeconomics.

Nobel Prize (1995) [http://nobelprize.org/economics/laureates/1995/press.html]

Page 205: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

205

Estrutura do Modelo Novo Clássico

(i) o lento ajustamento do mercado de trabalho não teria base sólida, pois, ceteris paribus, os salários eram definidos no nível que sempre mantém o mercado de trabalho no equilíbrio. Assim, eles assumem que o mercado de trabalho sempre está em equilíbrio;

(ii) os trabalhadores e empresas consideram que seja do seu interesse procurar a maneira mais exata de prever a inflação futura. Os erros de expectativas de inflação, afinal, têm um alto custo, tanto para as empresas como para os trabalhadores, tanto em termos de desemprego como de redução de lucros.

Page 206: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

206

Estrutura do Modelo Novo Clássico

Hipótese das expectativas

racionais [Muth (1961).

Equilíbrio contínuo

do mercado.

Hipótese da curva de oferta agregada de Lucas (1972, 1973).

Macroeconomia novo clássica.

Page 207: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

207

O Modelo Novo Clássico

Pressupostos:

Expectativas racionais;

Salários e preços são completamente flexiíveis a mudanças nos preços esperados.

Implicações:Política econômica antecipada não têm efeito sobre o ciclo econômico;

1. Os efeitos das políticas econômicas são incertas pois dependem das expectativas dos agentes econômicos;

2. Não há benefício em termos de política econômica.

Page 208: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

208

Os Efeitos de uma Política Econômica Não Antecipada

Page 209: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

209

Os Efeitos de uma Política Econômica Antecipada

Page 210: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

210

As Expectativas Racionais e a Curva de Phillips

A diferença entre as curvas de Phillips de curto e longo prazo das análises de Friedman-Phelps é uma conseqüência lógica do mecanismo de expectativas adaptativas.

O conceito de expectativas adaptativas é, entretanto, aberto a duas objeções: (1) ele pode levar, sistematicamente, a expectativas viesadas [Lucas (1972)]; e (2) ela leva a que os agentes econômicos desperdiçam informações adicionais que possuem.

Page 211: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

211

As Expectativas Racionais e a Curva de Phillips

Os teóricos das expectativas racionais, como Lucas (1972) e Sargent (1973), argumentaram que as expectativas inflacionárias são formadas por pessoas inteligentes que devem levar em conta todas as informações disponíveis sobre a economia quando eles formam seus planos.

Page 212: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

212

A Importância do Trabalho de Lucas (1972)

[Nobel Prize (1995)]

In a study published in 1972, Lucas used the rational expectations hypothesis to provide the first theoretically satisfactory explanation for why the Phillips curve could be sloping in the short run but vertical in the long run. In other words, regardless of how it is pursued, stabilization policy cannot systematically affect long-run employment. Lucas formulated an ingenious theoretical model which generates time series such that inflation and employment indeed seem to be positively correlated. A statistician who studies these time series might easily conclude that employment could be increased by implementing an expansionary economic policy. Nevertheless, Lucas demonstrated that any endeavor, based on such policy, to exploit the Phillips curve and permanently increase employment would be futile and only give rise to higher inflation. This is because agents in the model adjust their expectations and hence price and wage formation to the new, expected policy.

Page 213: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

213

O Conceito de Expectativas Racionais

[John Muth (1961, p. 316)]

O conceito de expectativas racionais foi proposto por Muth (1961), que sugeriu que os agentes formam suas expectativas da mesma forma como eles empreendem outras atividades, isto é – eles usam a teoria econômica para predizer o valor da variável, e isto são suas expectativas racionais.

Como sugeriu John Muth (1961), elas são – essencialmente iguais às previsões da teoria econômica relevante, baseadas nas informações disponíveis.

Page 214: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

214

O Conceito de Expectativas Racionais

[John Muth (1961, p. 316)]

Muth, John F., “Rational Expectations and the Theory of Price Movements,” Econometrica, vol. 29 no. 3 (July 1961).

“In order to fairly simply explain how expectations are formed, we advance the hypothesis that they are essentially the same as the predictions of the relevant theory.”

“... the economy does not waste information ... ”

“What kind of information is used, and how it is put together to frame an estimate of future conditions is important to understand because the character of dynamic processes is typically very sensitive to the way expectations are influenced by the course of actual events.”

Page 215: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

215

O Conceito de Expectativas Racionais

[John Muth (1961, p. 316)]

A informação é escassa, e o sistema econômico geralmente não a disperdiça.

O modo como as expectativas são formadas dependem especificamente da estrutura relevante do sistema que descreve a economia.

Page 216: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

216

O Conceito de Expectativas Racionais

[Robert Lucas (1998, p. 222)]

Rational expectations is the principle that agents in a economic model use the correct conditional expectations, given their information.

Page 217: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

217

A Hipótese das Expectativas Racionais

A hipótese das expectativas racionais assume que as pessoas conhecem o verdadeiro modelo da economia e que ele o utilizam para formar suas expectativas sobre o futuro.

Por “verdadeiro” nós queremos dizer, aqui, que um modelo, em média, gera previsões corretas na previsão da inflação.

Page 218: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

218

A Hipótese das Expectativas Racionais

Quando as expectativas são racionais, temos que os desequilíbrio da economia existem apenas temporariamente, como resultado de um choque aleatório (imprevisível).

Em média, todos os mercado se equilibram (all markets clear) e há pleno emprego. Não haveria necessidade de uma política governamental de estabilização.

Page 219: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

219

A Hipótese das Expectativas Racionais

As expectativas são formadas com base em toda a informação relevante disponível referente a variável que está sendo prevista.

Os agentes econômicos compreendem as relações econômicas subjacentes ao modelo que gera as previsões.

Como resultado, os erros de expectativas não são sistemáticos.

Page 220: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

220

Diferença entre as Expectativas Racionais e Adaptativas

Expectativas Adaptativas

Cagan (1956) “…economic agents adapt their inflation expectations in the light of past inflation rates and…they learn from their errors”

Expectativas racionais

Muth (1961)”rational expectations are based on the use of all publicly available information…”

Page 221: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

221

Diferença entre as Expectativas Racionais e Adaptativas

Expectativas adaptativas Expectativas Racionais

Atual Atual

xx

xx

xx

x x

x

xxx

x

xx x x

Page 222: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

222

O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais

(1) A curva de Phillips na formulação da taxa natural de desemprego:

t = *t – b (ut – u*) + t (1)

(2) equação de excesso de demanda:

ut = u* - (mt - t ) + t (2)

(3) expectativas racionais

*t = E (t/ It-1) (3)

Page 223: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

223

O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais

Substituindo (2) em (1) e resolvendo para t obtemos:

t = [(t* + bmt - bt + t )/ (1+ b)] (4)

A equação (4) é a chamada forma semi-reduzida na qual t é explicada pela taxa de inflação esperada [t* ], pela taxa de crescimento da oferta de moeda [mt] e pelas duas variáveis estocáticas (t ; t).

Page 224: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

224

O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais

Se aplicarmos o operador E na equação (4), nós obtemos a equação (5):

E(t/It-1) = [E(t*/It-1) + b E(mt/It-1)]/ (1+b)] (5)

como E(t) = 0 e E(t) = 0 temos que:

(6) t* = E[(t/It-1) = E(mt/It-1) Expectativa racional de inflação

Taxa esperada de inflação é igual a taxa esperada de crescimento monetário.

Page 225: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

225

O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais

Substituindo (6) em (4), nós obtemos a taxa atual de inflação:

(7) t* = E[(t/It-1) + bmt - bt + t / (1 + b)]

(8) E(mt/It-1) = mt

Page 226: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

226

O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais

Substituindo-se (8) em (7) obtemos (9):

(9) t = E(mt/It-1) + [(t -bt)/(1+ b)]

A equação (9) no diz que a taxa de inflação é igual a taxa de crescimento da oferta de moeda mais uma combinação linear das variáveis randômicas do sistema.

Page 227: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

227

Desemprego involuntário em Lucas

… there is an involuntary element in all unemployment, in the sense that no one chooses bad luck over good; there is also a voluntary element in all unemployment, in the sense that however miserable one’s current work options, one can always choose to accept them.

Page 228: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

228

Desemprego involuntário em Lucas

Treating unemployment as voluntary … focuses discussion of monetary and fiscal policy on stabilization, on the pursuit of price stability… Some average unemployment rate would, of course, emerge from such a policy but as a by-product, not as a preselected target.

Page 229: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

229

O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais

Substituindo (9) em (2) e assumindo que E(mt/It-1) = m, nós derivamos a seguinte taxa de desemprego:

(11) ut = u* - [(t + t)/ (1+b)]

A taxa de desemprego Ut é igual a taxa natural de desemprego mais um componente estocástico.

A implicação da hipóteses das expectativas racionais é que a taxa atual de desemprego oscila randomicamente em torno da taxa natural.

Page 230: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

230

O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais

No caso das expectativas racionais há também uma curva de Phillips, mas com uma diferença crucial.

Os desvios sistemáticos da taxa de inflação esperada não podem ser gerados pela política monetária. Um aumento na taxa de crescimento da oferta de moeda que é conhecido pelos agentes econômicos irá elevar as expectativas inflacionárias e, simultaneamente deslocar a curva de Phillips.

Em outras palavras, assim que o trade off é explorado por uma política econômica sistemática, este trade off desaparece.

Page 231: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

231

Sargent & Wallace (1976, p. 177)

In this system, there is no sense in which the autority has the option to conduct coutercyclical policy. To exploit the Philips curve, it must somehow trick the public. By virtue of the assumption that expectations are rational, there is no feedback rule that the autority can employ and expect to be able systematically to fool the public. This means that the autority cannot exploit the Phillips curve even for one period.

Page 232: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

232

As respostas de política econômica a choques antecipados

Page 233: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

233

Equilíbrio das Expectativas Racionais

A expressão equilíbrio das expectativas racionais identifica duas características principais desta abordagem:

(i) os agentes econômicos não conhecem o futuro com certeza e, consequentemente, tem que basear seus planos e decisões em suas previsões ou expectativas futuras. Se tais expectativas forem racionais, os agentes utilizam todas as informações disponíveis da melhor maneira possível para fazer as melhores previsões possíveis;

(ii) o modelo das expectativas racionais insiste no conceito de equilíbrio: os mercados se ajustam de forma imediata.

Page 234: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

234

O Modelo da Curva de Phillips com Expectativas Racionais

As variáveis aleatórias não são correlacionadas com nenhuma variável cujo valor é conhecido no momento em que as expectativas são formadas, incluindo seus próprios valores passados.

A principal implicação disto é que a trajetória temporal da taxa de desemprego não deveria mostrar nenhuma correlação serial.

Page 235: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

235

Sargent and Wallace (1976)

Rational Expectations and the Theory of Economic Policy, Journal of Monetary Economics 2 (1976), 169-183.

There is no longer any serious debate There is no longer any serious debate about whether monetary policy should be about whether monetary policy should be conducted according to rules or discretion. conducted according to rules or discretion. Quite appropriately, it is widely agreed that Quite appropriately, it is widely agreed that monetary policy should obey a rule.monetary policy should obey a rule.

Page 236: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

236

Implicações da Macroeconômicas da Teoria das Expectativas

Racionais

Em uma situação de equilíbrio, segundo a teoria das expectativas racionais, os mercados se equilibram, e não há nada de sistemático que a política monetária possa fazer para afetar o produto ou o desemprego.

A abordagem as expectativas racionais pressupõe que as pessoas utilizem todas as informações relevantes para formar suas expectativas em relação às variáveis econômicas.

Page 237: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

As Expectativas Racionais e a Política de Estabilização

Page 238: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

238

As Expectativas Racionais e a Política de Estabilização

O objetivo desta aula será a de considerar as implicações que a teoria das expectativas racionais podem ter para a estruturação de políticas de estabilização macroeconômica do governo.

Page 239: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

239

A Definição de Política de Estabilização

Uma política de estabilização pode ser definida como aquelas políticas que pretendem influenciar o comportamento do produto real (ou algumas vezes os preços) na economia.

Page 240: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

240

A Proposição de Invariabilidade

A proposição da invariabilidade afirma que a parte previsível da oferta monetária não deveria afetar a produção, nem ao emprego, nem a outra variável real da economia.

Somente as mudanças não antecipadas na quantidade de moeda podem afetar a produção.

Page 241: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

241

O Modelo de Sargent-Wallace (1976)

A proposição da invariabilidade pode ser estudada através do modelo simples de Sargent-Wallace (1976).

O modelo têm três componentes:

(i) uma curva de demanda agregada;

(ii) uma curva de oferta agregada;

(iii) e uma regra monetária.

Page 242: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

242

O Modelo de Sargent-Wallace (1976): pressupostos

(i) assume-se que a política fiscal se mantém constante e que a política monetária é a única variável de política econômica que afeta a demanda agregada.

(ii) a velocidade de circulação da moeda se mantém constante (isto implicitamente requer que a demanda por moeda seja independente da taxas de juros);

Page 243: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

243

O Modelo de Sargent-Wallace (1976): pressupostos

Assim, a demanda agregada pode ser escrita como:

Mt + Vt = Pt +Yt (1)

Mt = log da oferta de moeda;Vt = log da oferta da velocidade de circulação da moeda;Pt = log do nível de preços;Yt = log do produto real da economia.

Page 244: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

244

A Curva de Oferta de Lucas

Lucas, R.E., Jr. “Some International Evidence on Output-Inflation Tradeoffs,” AER Vol. 63 No. 3 (1973).

Pressupostos:Economia com um único bem negociado.Os ofertantes estão separados em um grande número de mercados separados geograficamente (ilhas).Os preços variam entre as ilhas.Não há arbitragem entre as ilhas.Os agentes conhecem o seu próprio mercado, mas não os preços correntes em outros mercados.Os agentes formam suas expectativas racionalmente.

Page 245: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

245

A Curva de Oferta de Lucas

P1 P2 P3 P4

P5 P6 P7 P8

• Os agentes buscam advinhar o nível geral de preços observando os preços nos mercados.

• Eles devem tentar diferenciar entre as mudanças nos preços relativos e as mudanças no nível geral de preços.

• Este é p assim chamado problema da extração do sinal (signal signal extraction problemextraction problem).).

Page 246: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

246

A Curva de Oferta de Lucas

A função de oferta de Lucas:

Yt = Yp + [Pt - Pe(t-1)] (2)

depende da variância dos preços entre os mercados.

Quanto maior a variância entre os mercados, mais difícil torna-se o problema da extração do sinal, e maior será o erro.

Um maior erro implica num trade-off da curva de Phillips mais acentuado.

Page 247: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

247

O Modelo de Sargent-Wallace (1976): pressupostos

(iii) a curva de oferta agregada está baseada numa interpretação do trabalho de Lucas (1973) na qual a produção se desvia da produção de pleno emprego somente quando os preços correntes diferirem dos antecipados pelo público.

Yt = Yp + [Pt - Pe(t-1)] (2)

Page 248: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

248

A Curva de Oferta de Lucas

A curva de oferta de Lucas (Lucas supply function) é uma função de oferta que incorpora a idéia de que o produto (Y) depende das diferenças entre o preço corrente (P) e o nível esperado de preços (Pe):

Y f P P e ( )

Page 249: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

249

A Curva de Oferta de Lucas

A diferença entre o preço corrente (P) e o preço esperado (Pe) é a surpresa inflacionária num modelo de expectativas racionais.

( )P P e

Page 250: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

250

O Modelo de Sargent-Wallace (1976): Pressupostos

(iv) assume-se que o público forme suas expectativas em torno do nível de preços que prevalecerá no período t no final do período (t-1);

Se Pt > Pe(t-1) – os produtores representativos atribuirão parte do excesso a um aumento no seu preço relativo e a produção irá se situar acima de sua tendência;

Pt < Pe(t-1) – os preços estão abaixo de seu nível antecipado e os produtores acreditam que os preços relativos foram diminuídos e a produção cairá abaixo de sua tendência.

Page 251: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

251

O Modelo de Sargent-Wallace (1976): Pressupostos

(v) supondo que a oferta monetária e as expectativas estão fixadas ou pré-determinadas, podemos apresentar as curvas de oferta e demanda agregadas no espaço P x Y.

0

P

Yp

AD (Mt)

OA [Pe (t-1)]

Pt = [Pe (t-1)]

Page 252: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

252

O Modelo de Sargent-Wallace (1976): Pressupostos

A curva de demanda agregada é negativamente inclinada, refletindo o fato de que com um estoque monetário dado, os preços mais altos devem conduzir a um produto mais baixo para manter a demanda nominal constante.

Page 253: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

253

O Modelo de Sargent-Wallace (1976): Pressupostos

A curva de oferta agregada é desenhada para uma dado nível esperado de preços, tendo inclinação positiva, refletindo o fato de que os níveis de preços mais elevados o hiato entre os preços correntes e esperados aumenta, dando lugar a nível de produção maiores.

Page 254: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

254

Os Efeitos de uma Política Econômica Antecipada

Nos modelos com expectativas racionais de preços não estão fixadas ou pré-determinadas, mas respondem a movimentos antecipados na oferta monetária.

Page 255: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

255

O Modelo de Sargent-Wallace (1976): Pressupostos

(vi) a regra de política monetária:

Mt = 1Yt-1 + t (3)

E (t/It-1) = 0

A oferta monetária no período t é uma função do nível de produção do último período, mais um choque aletório, (t), imprevisível, tanto pelas autoridades monetárias como pelo público dado o conjunto de informações disponíveis.

Page 256: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

256

A Proposição de Invariabilidade

A proposição de invariabilidade estabelece que o parâmetro 1 da regra de feedback, fixada pela autoridade monetária não afeta o comportamento da produção da economia.

Somente a parte não antecipada do estoque monetário (t) dará lugar a desvios do produto de seu nível de pleno emprego (Yp).

Assim, podemos concluir que aumentos antecipados no estoque monetário não terão efeito algum sobre a produção, desde que afetam somente os preços.

Page 257: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

257

O Modelo de Sargent-Wallace (1976): Pressupostos

(vi) a hipótese das expectativas racionais:

Pe (t) = E (Pt/It-1) (4)

A equação (4) afirma que a expectativa subjetiva do nível de preços é igual a esperança matemática do nível de preços, dada a estrutura de informação do modelo e ao conjunto de informações disponíveis no período (t-1).

Em certo sentido esta equação faz das expectativas de preços uma variável endógena do modelo, uma variável que deve ser determinada dentro do sistema e não fora do modelo.

Page 258: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

258

O Modelo de Sargent-Wallace (1976): Pressupostos

Utilizando-se as equações (1) e (2), Yt pode ser eliminado, dando lugar a equação (5):

(5) Mt + Vt – Pt = Yp + [Pt – Pe (t-1)]

Page 259: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

259

O Modelo de Sargent-Wallace (1976): Pressupostos

Considerando a esperança matemática em ambos os lados da equação no período (t-1), obtemos a equação (6):

Pe (t-1) = 1Yt-1 + Vt - Yp (6)

Page 260: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

260

O Modelo de Sargent-Wallace (1976): Pressupostos

Substituindo (6) em (5) obtemos a equação (7):

Pt = 1Yt-1 + Vt - Yp + (t/1 + ) (7)

Page 261: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

261

O Modelo de Sargent-Wallace (1976): Pressupostos

A diferença entre o preço corrente e o esperado é dado pela equação (8):

[Pt – Pe (t-1)] = (t/1 + ) (8)

A equação (8) nos diz que a variação entre o preço corrente e o preço esperado num contexto de expectativas racionais é dada pelo erro aleatório.

Page 262: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

262

O Modelo de Sargent-Wallace (1976): Pressupostos

Subsitutuindo (8) em (2), obtemos (9):

Yt = Yp + (/1+) t (9)

A equação (9) reflete a proposição de invariabilidade. Somente a parte não antecipada da oferta monetária (t) afeta a produção.

Portanto, esta flutua aleatoriamente ao redor do nível de pleno emprego, e as flutuações são devidas aos movimentos não antecipados no estoque monetário.

Page 263: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

263

Implicações da Proposição de Invariabilidade

O comportamento da produção é independente de qualquer política anti-cíclica ou pró-ciclica previsível das autoridades monetárias.

Assim, de acordo com a abordagem das expectativas racionais, a política monetária têm efeitos reais, mas eles são causados pelo componente inesperado da oferta monetária e além disso, não pode ser usada como uma política sistemática para afetar o nível de produção e emprego da economia.

Page 264: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

264

Implicações da Proposição de Invariabilidade

Se as expectativas são racionais, as ações de política de demanda agregada não afetarão o produto real ou o emprego, nem mesmo no curto prazo.

Implicitamente assume-se que o público assimile qualquer regra sistemática de política econômica.

Assim, os valores de variáveis reais como produto e emprego serão insensíveis a mudanças sistemáticas em políticas de administração de demanda agregada.

Page 265: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

265

Implicações da Proposição de Invariabilidade

Os economistas novo-clássicos acreditam que o produto real e o emprego não são afetados por mudanças sistemáticas e, portanto, previsíveis em políticas de demanda agregada.

Como as expectativas são racionais e, consequentemente, que os ofertantes de mão-de-obra não cometerão erros sistemáticos em suas previsões de preço, temos que, se a ação de política econômica for prevista, os efeitos sobre os preços dessa política também o serão.

Page 266: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

266

Implicações da Proposição de Invariabilidade

Se as expectativas são racionais, as ações de política de demanda agregada previstas não afetarão o produto real ou o emprego, nem mesmo no curto prazo.

O público assimila qualquer “regra sistemática” de política econômica e a mesma não afetará o comportamento do produto e do emprego.

Os valores de variáveis reais serão insensíveis a mudanças sistemáticas em políticas de administração da demanda agregada.

Page 267: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

267

Implicações da Proposição de Invariabilidade

Sob a hipótese das expectativas racionais (endogenous expectations), o produto real e o emprego não são afetados por mudanças sistemáticas ou previsíveis na política de demanda agregada.

Se as mudanças na política econômica são sistemáticas, os agentes não irão cometer erros sistemáticos em suas previsões.

Mudanças políticas não antecipadas irão ter um impacto apenas no curto prazo.

Page 268: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

268

Implicações da Proposição de Invariabilidade

Uma outra implicação é que é melhor não tentar enganar os agentes econômicos criando uma ambiente de expectativas inflacionárias voláteis (nervosas), que têm como conseqüência a própria inflação.

Assim surgiram propostas tais como a dos bancos centrais independentes e a utilização de metas de inflação como objetivo de política monetária.

Page 269: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

269

Curva de Philips sob a Hipótese das Expectativas Racionais

inflação

desemprego

SRPC(0)

SRPC(1)

SRPC(2)

LRPC

1

2

3

4

5

U*U1

1

2

0

Page 270: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

270

O Desemprego para os Teóricos das Expectativas Racionais

Robert Lucas:

there is an involuntary element in all unemployment, in the sense that no one chooses bad luck over good; there is also a voluntary element in all unemployment, in the sense that however miserable one’s current work options, one can always choose to accept them.

Page 271: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

271

O Desemprego para os Teóricos das Expectativas Racionais

Robert Lucas:

“Treating unemployment as voluntary … focuses discussion of monetary and fiscal policy on stabilization, on the pursuit of price stability… Some average unemployment rate would, of course, emerge from such a policy but as a by-product, not as a preselected target.”

Page 272: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

272

O Modelo da Curva de Phillips com Expectativas Racionais[cf. Mankiw (1995, p. 218)]

... Os defensores das expectativas racionais afirmam que a curva de Phillips no curto prazo não representa adequadamente as escolhas disponíveis. Acreditam que, se os formuladores de políticas econômicas estiverem firmemente comprometidos com o combate à inflação, as pessoas entenderão o compromisso e baixarão suas expectativas inflacionárias. De acordo com a teoria das expectativas racionais, as estimativas tradicionais da taxa de sacrifício não são úteis para avaliar o impacto de políticas econômicas alternativas. Se a política tiver credibilidade, os custos da redução da inflação podem ser muito menores do que as estimativas das taxas de sacrifício sugerem.

Page 273: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

273

O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais[cf. Mankiw (1995, p. 219)]

No caso mais extremo, pode-se imaginar que o combate à inflação não provoque recessão alguma. Uma desinflação indolor exige duas condições. Primeira, o plano de combate à inflação deve ser anunciado antes que as expectativas cruciais tenham se formado. Segundo, os que determinam preços e salários devem acreditar no anúncio.

Se ambas as condições são atendidas, o anúncio reduzirá imediatamente o custo do combate a inflação em termos de desemprego, permitindo reduzir a inflação sem aumentar o desemprego.

Page 274: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

274

O modelo da curva de Phillips com expectativas racionais[cf. Mankiw (1995, p. 219)]

Embora a abordagem das expectativas racionais ainda desperte controvérsias, quase todos os economistas concordam que as expectativas de inflação influem sobre a opção conflitiva entre inflação e desemprego no curto prazo.

A credibilidade de uma política de combate à inflação é, portanto, fundamental para determinar os custos da política. Infelizmente, costuma ser mais difícil prever se o público considerará confiável ou não o anúncio de uma nova política. O papel central das expectativas torna bem mais difícil a previsão dos resultados de políticas alternativas.

Page 275: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

275

Expectativas Racionais e Hiperinflação [Thomas Sargent

(1982)]

http://www.econ.puc-rio.br/gfranco/ej.pdf

O final de quatro hiperinflações

Page 276: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

276

HiperinflaçõesTable 23-1 7 hiperinflações das décadas de 1920 e 1940

País Inicio Fim PT/P0

Taxa média mensal de inflação

(%)

Taxa média mensal de

crescimento monetário (%)

Austria Out. 1921 Ago. 1922 70 47 31

Alemanha Ago. 1922 Nov. 1923 1.0 x 1010

322 314

Grécia Nov. 1943 Nov. 1944 4.7 x 106 365 220

Hungria 1 Mar. 1923 Fev. 1924 44 46 33

Hungria 2 Ago. 1945 Jul. 1946 3.8 x 1027

19,800 12,200

Polônia Jan. 1923 Jan. 1924 699 82 72

Russia Dez. 1921 Jan. 1924 1.2 x 105 57 49

PT/P0: Price level in the last month of hyperinflation divided by the price level in the first month.

Page 277: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

277

Credibilidade e InflaçãoAs expectativas da inflação irão influenciar a inflação atual. Portanto, as expectativas de inflação irão influenciar a inflação corrente.

Portanto, os formuladores de política econômica que podem influenciar tais expectativas, são, de um modo geral, bastante conservadores e constatemente nos alertam dos perigos da inflação.

Page 278: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

278

Credibilidade e Inflação

Page 279: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

279

Credibilidade, Inflação e Independência do Banco Central

Index of central-bank independence

Average in½ation

4.543.532.521.510.5

9

8

7

6

5

4

3

2

Spain

New ZealandItaly

United KingdomDenmarkAustralia

France/Norway/Sweden

JapanCanadaNetherlandsBelgium United States

SwitzerlandGermany

Inflação Média

Indice de Independência do Banco Central

Page 280: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

280

O Dilema da Persistência[Modigliani (1977)]

Segundo Modigliani (1977), o modelo das expectativas racionais poderia explicar a existência do desemprego em qualquer ano particular, mas não seria adequado para explicar o movimento persistente nas taxas de desemprego observadas nos ciclos econômicos do mundo real.

Page 281: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

281

O Dilema da Persistência[Modigliani (1977)]

O desvio de t de seu nível de pleno emprego é explicada somente pelo termo estocástico na equação.

As variáveis randômicas não são correlacionadas com nenhuma variável cujo valor é conhecido no momento em que as expectativas são formadas, incluindo seus próprios valores passados.

A principal implicação disto é que a trajetória temporal de desemprego não deveria mostrar nenhuma colrrelação serial.

Page 282: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

282

O dilema da persistência[Modigliani (1977)]

Contudo, como as séries temporais do PIB e do desemprego têm um alto grau de correlação serial, temos uma deficiência da hipótese das expectativas racionais em explicar os movimentos sistemáticos da taxa de desemprego durante a expansão ou contração foi chamado de dilema da persistência da hipótese das expectativas racionais.

Page 283: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

283

O dilema da persistência: a explicação dos novos clássicos

(i) Lucas (1975) - se os indivíduos não se dão conta da existência de erros de predição senão vários períodos mais tarde, seus erros de predição podem estar correlacionados.

Os indivíduos não têm modo algum de conhecer que seus erros podem estar, de fato, correlacionados, e por conseguinte, não podem corrigir este erro sistemático;

Page 284: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

284

O dilema da persistência: a explicação dos novos

clássicos

(ii) Stanley Fischer (1977) construiu um modelo, seguindo o espírito de Sargent e Wallace (1975), assumindo expectativas racionais, mas destacando o fato de que no mercado de trabalho existem contatos de trabalho com uma duração superior a um período em que são negociados em termos nominais.

Estes contratos injetam no modelo um elemento de fixidez salarial no curto prazo. A implicação disto é que a proposição de invariabilidade ou de ineficácia da política monetária não é mais válida.

Page 285: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

285

O dilema da persistência: a explicação dos novos

clássicos

A implicação do modelo de Fischer (1977) é de que a política monetária pode, agora, afetar a produção e o emprego, se o prazo de validade dos contratos de trabalho for maior do o período de tempo requerido para as autoridades monetárias reagir as mudanças das circunstâncias econômicas.

Page 286: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

Lucas Critique

Lucas, Robert (1976). Econometric Policy Evaluation: A Critique. Carnegie-Rochester Conference Series on Public Policy 1: 19–46

Page 287: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

287

Lucas Critique

Sachs & Larrain (1995, cap. 19.4)Mankin (2004, cap.14, p.265)

Page 288: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

288

Lucas Critique

A critíca de Lucas (1976) aos modelos econométricos de avaliação de politica econômica consitiu em:

A critica segue as implicações da teoria das ER que se modificam devido as alterações das expectativas dos agentes econômicos;

Mudanças na política econômica, levam a mudanças na relação entre as expectativas e no comportamento passado.

As relações econométricas estimadas pelos modelos com base em comportamentos passados também mudam.

Page 289: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

289

Lucas Critique

Portanto, não podemos usar as estimativas econométricas para avaliar as mudanças em política econômica. Isto ocorre pois as expectativas mudam.

Page 290: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

290

Lucas Critiquehttp://nobelprize.org/nobel_prizes/economics/laureates/1995/

press.html

In a 1976 study, introducing what is now known as the "Lucas critique", Lucas demonstrated that relations which had so far been regarded as "structural" in econometric analysis were in fact influenced by past policy. Two decades ago, virtually all macroeconometric models contained relations which, on closer examination, could be shown to depend on the fiscal and monetary policy carried out during the estimation period. Obviously, then, the same relations cannot be used in simulations designed to predict the effect of another fiscal or monetary policy. Yet this was exactly how the models were often used.

The Lucas critique has had a profound influence on economic-policy recommendations. Shifts in economic policy often produce a completely different outcome if the agents adapt their expectations to the new policy stance. Nowadays, when evaluating the consequences of shifts in economic-policy regimes - for example, a new exchange rate system, a new monetary policy, a tax reform or new rules for unemployment benefits - it is more or less self-evident to consider changes in the behavior of economic agents due to revised expectations.

Page 291: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

291

Lucas CritiqueA crítica de Lucas (1976) é uma advertência de que nós não podemos mecanicamente extrapolar o comportamento passado para o futuro. Para evitar este problema, ele argumentou que nós devemos construir modelos econômicos com expectativas racionais e explicitar os seus microfundamentos.

Assim, seria possível descrever o comportamento econômico como uma função dos instrumentos de política econômica e dos parâmetros que representassem os gostos e tecnologias as quais não são influenciados pelas políticas econômicas.

Armados com tais modelos de expectativas racionais, nós, em principio, poderíamos predizer como uma mudança no regime de política econômica iria afetar a economia. Esta abordagem metodológica tem tido uma profunda influência no modo como os macroeconomistas estão tentando avaliar os princípios de política econômica.

Page 292: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

292

O dilema da persistência: a explicação dos novos clássicos

(iii) Alan Blinder & Stanley Fisher (1981) - um segundo modelo com expectativas racionais que pode explicar a persistência se baseia na existência a mudanças aleatórias que causam variações no nível de produção potencial ao longo do ciclo econômico.

A razão pela qual esta produção potencial ou de pleno emprego pode variar é que mudanças aleatórias afetam o estoque de capital e o nível de pleno emprego variará.

Page 293: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

293

O Realismo da Hipótese das Expectativas Racionais

Os economistas novo-clássicos preferem o pressuposto das expectativas racionais às formulações que pressupõe que os indivíduos formem expectativas de preços com base na história passada dos preços, porque a hipótese das expectativas racionais é consistente com o comportamento otimizador individual (isto é, é consistente com seus fundamentos microeconômicos) – uma propriedade que, segundo eles, todas as relações em modelos econômicos deveriam ter.

Page 294: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

294

O Impacto da Revolução das Expectativas Racionais

Os formuladores de políticas exonômicas tornaram-se mais côncios da importância das expectativas e da credibilidade para a formulação de políticas de estabilização.

A crítica de Lucas levou muitos economistas a duvidar do uso dos modelos econométricos convencionais para a avaliação de políticas econômicas.

Visto que os efeitos das políticas dependem das expectativas, os economistas tendem a ser menos ativos em termos de política econômica.

Page 295: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

Os Modelos Novos Keynesianos

Page 296: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

296

Os Modelos Novos Keynesianos

Pressupostos:

a) expectativas racionais;

b) preços e salários são rígidos no curto prazo: eles não se ajustam completamente a mudanças nos níveis esperados de preços.

Implicações:

a) uma política não antecipada têm um grande efeito sobre Y do que numa política não antecipada;

b) a política econômica têm efeitos reais no curto prazo; afetando o nível de produto e emprego;

3) os benefícios do ativismo político não podem ser descartados;

4) os efeitos da política econômica são afetados pelas expectativas: a estruturação de política e as instituições passam a ter importância.

Page 297: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

297

Os Efeitos de Uma Política Expacionista num Modelo Novo

Keynesiano

Page 298: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

298

Os Novos Keynesianos

Os novos keynesianos constituem-se Os novos keynesianos constituem-se num grupo de pesquisadores que num grupo de pesquisadores que trabalham sobre diversas imperfeições trabalham sobre diversas imperfeições em diferentes mercados (trabalho, de em diferentes mercados (trabalho, de crédito, mercado de bens e serviços crédito, mercado de bens e serviços (custos de menu),etc.(custos de menu),etc.

Akerlof

Page 299: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

299

Os Novos KeynesianosMankiw

http://www.econlib.org/Library/Enc/NewKeynesianEconomics.html

Because new Keynesian economics is a school of thought regarding macroeconomic theory, its adherents do not necessarily share a single view about economic policy. At the broadest level new Keynesian economics suggests—in contrast to some new classical theories—that recessions do not represent the efficient functioning of markets. The elements of new Keynesian economics, such as menu costs, staggered prices, coordination failures, and efficiency wages, represent substantial departures from the assumptions of classical economics, which provides the intellectual basis for economists' usual justification of laissezfaire. In new Keynesian theories recessions are caused by some economy-wide market failure. Thus, new Keynesian economics provides a rationale for government intervention in the economy, such as countercyclical monetary or fiscal policy. Whether policymakers should intervene in practice, however, is a more difficult question that entails various political as well as economic judgments.

Page 300: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

300

Os Modelos Novos Keynesianos

Pressupostos:

1. Expectativas racionais;

2. Preços e salários tem alguma rigidez;

http://www.econlib.org/library/Enc/RationalExpectations.html

Page 301: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

TEORIA DOS SALÁRIOS EFICIÊNCIA

Page 302: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

302

Modelos alternativos de salário eficiência

1) nutrition model [modelo de nutrição];

2) shirking model [modelo de corpo mole];

3) labor turnover model [modelo de rotatividade];

4) adverse selection model [modelo de seleção adversa];

5) gift exchange model [modelos de reciprocidade].

Page 303: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

303

Modelos alternativos de salário eficiência – shirking model

J. Stiglitz & C. Shapiro

No modelo de S&S (1984), o mecanismo de incentivo é baseado somente no risco e no custo de ficar desempregado.

Page 304: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

304

Modelos alternativos de salário eficiência – shirking model

Esta teoria afirma que as empresas não podem monitorar seus empregado perfeitamente e são os próprios trabalhadores que decidem o quanto se emprenhar para executar uma determinada tarefa.

Page 305: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

305

Modelos alternativos de salário eficiência – shirking model

Os trabalhadores podem trabalhar duro ou fazer corpo mole e correr o risco de serem demitidos.

Este é um claro exemplo de moral hazard, isto é, a tendência de os indivíduos se comportarem de modo inapropriado quando seu comportamento não for monitorado ou quando for dispendioso e/ou impraticável fazer isto.

A firma não incentiva tal comportamento pagando altos salários. Fazendo isto, as empresas induzem mais trabalhadores a não fazer corpo mole e assim aumentar a produtividade.

Page 306: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

306

Modelos alternativos de salário eficiência – shirking model

No modelo de shirking (corpo mole) é assumido que os trabalhadores têm algum grau de discrição com relação ao seu desempenho.

Assumindo que existem elevados custos de monitorização e medição do desempenho, o pagamento salarial em excesso ao do equilíbrio de mercado pode ser um meio efetivo das firmas proverem incentivos aos trabalhadores para trabalhar duro ao invés de fazer corpo mole (shirking).

Page 307: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

307

Modelos alternativos de salário eficiência – shirking model

Os modelos de shirking assumem que definindo o salário real acima do nível vigente no mercado a firma dá ao trabalhador um incentivo para que ele não faça corpo mole no serviço, pois se ele o fizer e for pego fazendo-o, ele poderá ser demitido, e ele sabe que é difícil encontrar uma nova vaga com um salário tão alto como o que está ganhando na firma atual.

Page 308: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

308

O modelo formal de salário-eficiência [David Romer (1996,

p.441-461)]

O salário-eficiência é o salário no qual um aumento de um ponto percentual no salário aumenta o produto em exatamente um ponto percentual.

Em outras palavras, o salário eficiência é o salário no qual a elasticidade do produto com respeito ao salário é exatamente igual a 1.

Uma firma maximizadora de lucros irá fixar este salário independentemente do valor do salário competitivo determinado fora da firma.

Page 309: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

309

A Determinação do Salário Eficiência

Produto

qe

q

Z

X

Y

saláriowe0 w

Curva do produto Total

A curva do produto total indica como o produto da firma depende do salário que a firma paga aos trabalhadores. O salário eficiência é dados pelo ponto X, onde o PFMg é igual ao produto médio.O salário eficiênca maximiza os lucros das firmas.

Page 310: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

310

A determinação gráfica do salário eficiência

0

e

w

e(w) – curva de produto total45

w*

A firma deve escolher w* de modo a obter ou atingir o raio mais alto possível. Isto ocorre onde e(w) é tangente a um dos raios – isto – e – onde a elasticidade do esforço com respeito ao salário [w], é iguala a 1.

Page 311: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

311

Modelos alternativos de salário eficiência – shirking model

Moral hazard

a) Custos de monitorização elevados

b) Medição imprecisa do produto

Page 312: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

312

Introdução

Benefícios do Salário elevado sobre a produtividade

a) Redução do corpo mole

b) Redução da rotatividade da mão-de-obra

c) Aumento da qualidade média dos candidatos para as vagas de emprego [redução na seleção adversa]

d) Aumento da moral da firma

Page 313: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

313

A condição de não corpo mole [the non-shirking condition]

Em pleno emprego, os trabalhadores desempregados irão encontrar uma vaga instantaneamente, portanto, não há um custo de ser despedido e nenhum salário pode deter o corpo mole dos trabalhadores.

O conjunto de pontos no espaço (NL, w) que satisfaz a condição de NSC é vista abaixo.

Page 314: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

314

A condição de não corpo mole [the non-shirking condition]

Assim, temos que a curva NSC nos dá o número de trabalhadores que a indústria pode atrair a qualquer salário que não irão fazer corpo mole.

Page 315: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

315

A condição de não corpo mole [the non-shirking condition]

A curva de NSC nunca irá tocar a curva perfeitamente inelástica de oferta de mão-de-obra.

Se a indústria empregasse todos os trabalhadores a um determinado salário um trabalhador que fosse pego fazendo corpo mole e fosse despedido poderia encontrar um novo emprego com muita facilidade.

Em outras palavras, não haveria nenhuma penalidade por fazer corpo mole.

Page 316: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

316

A condição de não corpo mole [the non-shirking condition]

No modelo de S&S (1984), temos que algum desemprego é necessário para manter os trabalhadores na linha (unemployment as a discipline device).

Page 317: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

317

A condição de não corpo mole [the non-shirking condition]

0

w

NL

NSC – non shirking condition curve

LmL*

w*

wc

Ld

Q

F

G

Page 318: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

318

A condição de não corpo mole [the non-shirking condition]

A curva de NSC nos diz que quando a indústria emprega poucos trabalhadores, ela pode atrair trabalhadores que não fazem corpo mole a um baixo salário porque a demissão os leva a um longo e custoso período de desemprego.

Já se a indústria contrata um grande número de trabalhadores (como visto no ponto G), as firmas devem pagar elevados salários para incentivar e encorajar os trabalhadores a não fazer corpo mole.

Page 319: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

319

O salário de equilíbrio com salário-eficiência

O salário de equilíbrio numa indústria é dada pela interseção da curva NSC (non shirking condition) e a curva de demanda por mão-de-obra da indústria (no ponto Q).

O salário é dado por w* é o salário eficiência e a indústria irá empregar L* trabalhadores, sendo que (Lm-L*) ficarão desempregados.

Page 320: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

320

As propriedades do equilíbrio no modelo com salário eficiência

(i) não há forças de mercado que forcem o salário-eficiência para baixo em direção ao salário competitivo wc.

Se as firmas tiverem que pagar menos do que w*, haveria menos trabalhadores que estariam dispostos a trabalhar e não fazer corpo mole (shirking) do que estão sendo demandados pelas firmas na indústria, e assim, os salários iriam subir. competitivo [wc] e é estável.

Page 321: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

321

Caso #1 –– aumento na probabilidade de ser detectado fazendo corpo mole

NL

w

0 Lm

NSCo

NSC1

Ld

Page 322: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

322

Caso #2 – uma queda na demanda de mão-de-obra

NL

w

0

NSC

LDo

LD1

LoL1

w*o

w*1

Page 323: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

323

Caso #3 – aumento em no seguro-desemprego

NL

w

0 Lm

Ld

LoL1

Page 324: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

324

Política Econômica no Modelo Novo Keynesiano

Page 325: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

325

time1960 1968 1973 1977

ThePhillipscurve

The mis-perceptionmodel (or theexpectationsaugmented Phillipscurve)

Friedman

Adaptive expectations

Natural rate hypothesis

Lucas

The imperfect information model(or the Lucas supplycurve)

Rational expectations

Natural rate hypothesis

The sticky wage model(or the New Keynesian supply curve)

Rational expectations

Natural rate hypothesis

Ignore expectations

Stable relationship

Phillips Taylor

Stickywage

Monetarist New Classical New Keynesian

Page 326: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

326

Resumo dos Três Modelos

Modelo Tradicional

Modelo Novo Clássico

Modelo Novo Keynesiano

Page 327: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

327

Política Econômica no Modelo Novo Keynesiano

Page 328: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

328

Sites Recomendadoshttp://www.econlib.org/library/Enc/RationalExpectations.html

http://www.nobelpreis.org/portugues/wirtschaft/lucas.htm

http://nobelprize.org/economics/laureates/1995/lucas-autobio.html

http://woodrow.mpls.frb.fed.us/research/qr/qr2321.pdf

http://cepa.newschool.edu/het/essays/monetarism/acceleration.htm#phillips

http://cepa.newschool.edu/het/essays/keynes/inflation.htm

Page 329: Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

Fim