relatÓrio de contribuiÇÕes audiÊncia pÚblica nº … · movimentação de cargas. terceiro...

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AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL RELATÓRIO DE CONTRIBUIÇÕES AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 16/2011 CONCESSÃO PARA AMPLIAÇÃO, MANUTENÇÃO E EXPLORAÇÃO DOS AEROPORTOS INTERNACIONAIS GOVERNADOR ANDRÉ FRANCO MONTORO, NA CIDADE DE GUARULHOS/SP; VIRACOPOS, NA CIDADE DE CAMPINAS/SP E PRESIDENTE JUSCELINO KUBITSCHEK, NA CIDADE DE BRASÍLIA/DF

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AGNCIA NACIONAL DE AVIAO CIVIL

RELATRIO DE CONTRIBUIES

AUDINCIA PBLICA N 16/2011

CONCESSO PARA AMPLIAO, MANUTENO E

EXPLORAO DOS AEROPORTOS INTERNACIONAIS

GOVERNADOR ANDR FRANCO MONTORO, NA CIDADE DE

GUARULHOS/SP; VIRACOPOS, NA CIDADE DE CAMPINAS/SP E

PRESIDENTE JUSCELINO KUBITSCHEK, NA CIDADE DE

BRASLIA/DF

Sumrio

1. INTRODUO ........................................................................................................................ 3

2. ANLISE DAS CONTRIBUIES PRESENCIAIS ........................................................................ 6

2.1. Audincia Pblica Realizada em Braslia ....................................................................... 6

2.2. Audincia Pblica Realizada em So Paulo ................................................................. 25

3. ANLISE DAS CONTRIBUIES DOCUMENTAIS .................................................................. 47

3.1. Por e-mail ou protocoladas na ANAC .......................................................................... 47

3.2. Por meio de formulrio eletrnico prprio ................................................................. 54

3

1. INTRODUO

De acordo com o Aviso de Audincia Pblica n 16/2011, publicado no Dirio Oficial da Unio

n 189-A, de 30/09/2011, seo 3, pgina 01, a Diretoria Colegiada desta Agncia Nacional de

Aviao Civil (ANAC), conforme deliberado na reunio de diretoria realizada em 30 de

setembro de 2011, resolveu submeter audincia pblica as minutas de Edital de Licitao,

Contrato de Concesso e respectivos Anexos relativas concesso da ampliao, manuteno

e explorao dos Aeroportos Internacionais Governador Andr Franco Montoro, na cidade de

Guarulhos (SP), Viracopos, na cidade de Campinas (SP), e Presidente Juscelino Kubitschek, na

cidade de Braslia (DF).

Os referidos documentos foram colocados disposio do pblico em geral no stio desta

Agncia na rede mundial de computadores por meio do endereo eletrnico

http://www.anac.gov.br/transparencia/audienciaspublicas.asp.

As contribuies foram encaminhadas a esta Agncia por meio do endereo eletrnico

[email protected] e formulrio eletrnico prprio disponvel no stio

acima indicado at as 18 horas do dia 29 de outubro de 2011.

As audincias pblicas ocorreram:

a) em Braslia/DF, no dia 27 de outubro de 2011, quinta-feira, a partir das 10 (dez) horas, no

auditrio da sede da ANAC localizado no Setor Comercial Sul, Quadra 09, Lote C, Ed. Parque

Cidade Corporate, Torre A, 1 andar;

b) em So Paulo/SP, no dia 28 de outubro de 2011, sexta-feira, a partir das 10 (dez) horas, na

sede da BM&FBOVESPA, localizada na Rua XV de Novembro, n 275, Centro, com transmisso

ao vivo pela internet pelo stio eletrnico www.tvbvmf.com.br.

Conforme disposto no Decreto n 5.731, de 20/3/2006, a audincia pblica deve cumprir os

seguintes objetivos:

I - recolher subsdios para o processo decisrio da ANAC;

II - assegurar aos agentes e usurios dos respectivos servios o encaminhamento de seus

pleitos e sugestes;

III - identificar, da forma mais ampla possvel, os aspectos relevantes da matria objeto da

audincia pblica; e

IV - dar publicidade ao regulatria da ANAC.

As inscries prvias dos interessados em manifestar-se verbalmente durante a referida

audincia foram efetuadas at as 18h do dia 25 de outubro de 2011 para ambas as sees

presenciais supracitadas, sendo realizada por meio do endereo eletrnico

http://www.anac.gov.br/transparencia/audienciaspublicas.aspmailto:[email protected]

4

[email protected]. Destaca-se que foi facultada a inscrio de

oradores durante a sesso presencial.

Os procedimentos formais foram conduzidos na ntegra e todos os prazos foram respeitados.

Uma empresa especializada foi contratada para executar o processo de gravao e degravao

da sesso presencial de Braslia. Ressalta-se que o mtodo utilizado foi o da degravao in

verbis, que consiste em transcrever integral e fielmente a fala de cada participante para o

papel, inclusive em caso de interveno, com registro prvio do nome de cada orador. Na

sesso presencial de So Paulo, o processo de gravao e degravao ficou a cargo da

BM&FBOVESPA.

Na sesso de Braslia, no dia 27/10/2011, a mesa foi presidida pela Sra. Melina Zabam

Carneiro, Superintendente de Planejamento Institucional Substituta desta Agncia, qual

competiu dirimir as questes de ordem e decidir conclusivamente sobre os procedimentos

adotados na audincia. Para assegurar o bom andamento dos trabalhos, a Presidente da Mesa

detinha poderes para conceder e cassar a palavra, bem como determinar a retirada de pessoas

que eventualmente estivessem perturbando a ordem e o bom andamento dos trabalhos. Alm

da Presidente, a mesa foi composta pelos seguintes membros:

Rogrio Teixeira Coimbra, Secretrio de Poltica Regulatria de Aviao Civil da

Secretaria de Aviao Civil da Presidncia da Repblica;

Danielle Pinho Soares Alcntara Crema, Superintendente de Regulao Econmica e

Acompanhamento de Mercado da ANAC;

Denis Ribeiro Franco, Superintendente de Infraestrutura Aeroporturia Substituto da

ANAC;

Paulo Wanke, Procuradora-Geral Substituto da ANAC;

Rafael Pereira Scherre, Gerente de Regulao Econmica da ANAC;

Rodrigo Flrio Moser, Assessor da Diretoria de Infraestrutura Aeroporturia da ANAC;

Jos Barreto de Andrade Neto, Especialista em Regulao de Aviao Civil da ANAC.

Na sesso de So Paulo/SP, no dia 28/10/2011, a mesa foi novamente presidida pela Sra.

Melina Zabam Carneiro, Superintendente de Planejamento Institucional Substituta desta

Agncia, qual foram atribudas as mesmas competncias e poderes. Alm da Presidente, a

mesa foi composta pelos seguintes membros:

Rogrio Teixeira Coimbra, Secretrio de Poltica Regulatria de Aviao Civil da

Secretaria de Aviao Civil da Presidncia da Repblica;

Danielle Pinho Soares Alcntara Crema, Superintendente de Regulao Econmica e

Acompanhamento de Mercado da ANAC;

mailto:[email protected]

5

Denis Ribeiro Franco, Superintendente de Infraestrutura Aeroporturia Substituto da

ANAC;

Paulo Wanke, Procuradora-Geral Substituto da ANAC;

Rafael Pereira Scherre, Gerente de Regulao Econmica da ANAC;

Rodrigo Flrio Moser, Assessor da Diretoria de Infraestrutura Aeroporturia da ANAC;

Jos Barreto de Andrade Neto, Especialista em Regulao de Aviao Civil da ANAC.

Este relatrio contempla a apresentao e apreciao das manifestaes recebidas dentro do

perodo de audincia pblica estabelecido, nos termos definidos no Aviso de Audincia Pblica

n 16/2011. No intuito de possibilitar aos participantes o fcil acesso resposta da ANAC

acerca da contribuio, o presente relatrio foi organizado tendo em vista o meio adotado

para formular a manifestao; presencial, quando formulado nas audincias pblicas, e

documental, quando encaminhado por meio do endereo eletrnico audienciapublica.gru-vcp-

[email protected] e por meio de formulrio eletrnico prprio.

Por fim, cumpre esclarecer que as clusulas e subclusulas citadas nas respostas da ANAC s

contribuies referem-se quelas constantes da verses das minutas do Edital e do Contrato e

respectivos anexos publicadas por ocasio da Audincia Pblica.

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2. ANLISE DAS CONTRIBUIES PRESENCIAIS

2.1. Audincia Pblica Realizada em Braslia

DADOS DO COLABORADOR

Nome: Dario Matsuguma

Organizao: Absa Cargo Air Line

CONTRIBUIO N 1

No processo se fala muito de passageiros e - lgico - que a carga tem que vir junto

com isso e queria justamente agregar esses comentrios para que tenhamos junto a

carga. Temos que lembrar que temos dois aeroportos citados aqui representando

praticamente 70% da carga area nacional brasileira. Guarulhos e Viracopos, tanto

na importao como na exportao. Ento, super relevante que a carga seja

gerada como campo forte nesse processo licitatrio junto com esse crescimento de

passageiros logicamente vem a carga junto na operao de aeronaves . Primeiro

ponto com o modelo de administrao dos terminais. A nossa preocupao que

com a continuidade do modelo de monoplio, no nosso ponto de vista, no gera

competitividade. Fica uma relao muito amarrada com o operador dentro do

aeroporto e a nossa idia propor, neste momento importante da licitao do sistema

aeroporturio dessas trs cidades, que mltiplos operadores possam administrar, ou

seja, mltiplos operadores armazenam ou mesmo permitir que as prprias empresas

areas possam fazer a prpria operao de armazenagem de carga, tanto na parte

internacional como na carga domstica. O grande beneficio disso estimular uma

concorrncia entre esses operadores e terminais; que se estimula buscar uma

eficincia entre terminais de servios; o beneficio final direto ao consumidor final. A

carga area e o sistema de carga e armazenamento nos aeroportos uma parte

importante na logstica, e a logstica uma parte importante de qualquer produto

importador ou exportador e no final vai acabar virando para o consumidor final. Ento,

a nossa preocupao constante, pois esse continuo crescimento de custos ,

sempre que se fala em poltica de reajustes etc, ao final, no custo da operao , vai

impactar no custo final de qualquer produto e isso vale tambm para a passagem

area . O segundo ponto seria estabelecer os requisitos mnimos para investimentos

e modernizao dos terminais de carga isso reflete no s na infra-estrutura fsica,

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como tambm as suas facilidades instaladas, a sua tecnologia aplicada, isso envolve

a implementao de cmeras frias nesses principais aeroportos. Guarulhos e

Viracopos so importantes plos importadores e exportadores e tambm de cargas

de outros pases via Brasil e a inexistncia de cmeras frias com a capacidade de

armazenar essas cargas tem um grande gargalo hoje na movimentao de cargas.

Alem das cmaras refrigeradas, a modernizao de sistemas, recepo, a prpria

movimentao de cargas. Terceiro ponto, j foi falado aqui sobre modelo e qualidade

de servios. Deve-se estabelecer requisitos de eficincia e qualidade visando alterar

a qualidade desse produto final que a movimentao de cargas. Os indicadores de

qualidade que sejam refletidos luz de outros aeroportos em outros pases, que

tenhamos outros parmetros e aplicados no mundo exterior, porque o Brasil compete

diretamente com esses pases. Hoje em dia, uma planta brasileira compete com uma

planta n sia, por exemplo; e o produto final ser composto e o transporte uma

pratica importante dessa composio de custo. Ento, no momento que o Brasil

perde a competitividade, seja por custo na infra-estrutura, seja por operador ou

transportador ou no impacto final a na competitividade do prprio pais. E junto com

isso deve-se estabelecer um compromisso com o concessionrio, em uma busca

continua de eficincia e qualidade, ou seja, sempre busca uma reduo de custos. A

eficincia no apenas para a empresa area ou para o usurio do aeroporto , mas

do beneficio do prprio Pas na reduo de custos , a gente acabar com a poltica de

custos crescentes . E por ltimo aqui, deve-se estabelecer critrios adequados para a

distribuio ou concesso das reas operacionais. Ficou muito claro aqui, soa como

uma rea comercial, mas qualquer instalao que uma empresa area coloque no

sitio aeroporturio visando a sua operao, e no momento que no esteja claro

como seria feito a sua especificao , o nosso receio que isso gere, na verdade,

um leilo entre as empresas que desejam ter essa carga em conseqncia a esses

custos. O outro ponto diz respeito s fases de realizao. Foi citado que na fase I tem

at 18 meses. Seria a fase 1B com respeito s fases iniciais que seria para a

manuteno do sistema aeroporturio. Importante que se mencione investimentos

iniciais em cargas para a melhoria da infra-estrutura de cargas e na fase final da

concesso, na fase 2, na fase de explorao, deve-se estabelecer compromissos

com o concessionrio para a infra-estrutura. isso. Obrigado.

RESPOSTA DA ANAC:

A ANAC agradece a contribuio e informa que as atividades citadas no Anexo 4 -

Anexo de Tarifas, entre elas a armazenagem e capatazia de carga importada e a ser

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exportada, constituem atividades cuja responsabilidade pela prestao exclusiva da

Concessionria. Assim, no h, no momento, previso de prestao dessas

atividades por terceiros em terminais diferentes. Contudo, cabe ressaltar que as

tarifas de armazenagem e capatazia sero reguladas pela ANAC. Ademais, cumpre

esclarecer que hoje j existe concorrncia entre os terminais de carga aeroporturios

e as EADIs (ou portos em zonas secundrias), considerando, ainda, que a tarifa de

capatazia da carga em trnsito aduaneiro continuar a ser regulada. Em relao

carga domstica, essa poder ser operada diretamente pela empresa de transporte

areo em rea arrendada para esse fim.

Quanto questo da cesso de reas, por sua vez, cumpre esclarecer que o

mecanismo de compartilhamento de reas, estabelecido pela Resoluo n 113/2010,

reduz o poder de mercado do aeroporto sobre as areas aeroporturias, na medida

em que permite a migrao entre as reas compartilhadas e exclusivas, a qualquer

tempo. As reas exclusivas tm preo livremente pactuado entre o operador do

aerdromo e a empresa interessada, enquanto as compartilhadas tm seus preos

definidos proporcionalmente em razo do ressarcimento dos custos, sem fins

lucrativos.

Entende-se que o mecanismo de compartilhamento mais razovel do que a

regulao direta dos preos das reas aeroporturias, aos moldes do que era feito

pela Portaria n 774/GM-2, pois permite a alocao das reas de maneira eficiente.

Adicionalmente, informa-se que o contrato ser alterado para permitir ANAC a

regulao desses preos, caso sejam observadas prticas abusivas por parte da

Concessionria no que se refere cesso de reas essenciais para o transporte

areo.

No tocante ao estabelecimento de requisitos de eficincia e qualidade, no foram

estabelecidos indicadores de qualidade de servio IQS para a movimentao de

cargas porque, diferentemente do processamento de passageiros, que s pode ser

realizado dentro do stio aeroporturio, a carga area pode ser processada tanto

dentro do stio quanto em terminais alfandegados fora do stio (Estao Aduaneira

Interior EADI ou Porto Seco), que seguem legislao especfica da Receita Federal.

Alm da potencial competio com os Portos Secos, os Aeroportos de Viracopos e

Guarulhos competiro entre si no mercado de carga area, considerando que suas

reas de captao de demanda de carga apresentam grande interseo.

Assim sendo, por entender que o mercado de carga area competitivo, a ANAC no

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regular a qualidade de servio dos terminais de carga.

DADOS DO COLABORADOR

Nome: Orlando Arajo Filho

Organizao: A.R.G. Ltda.

CONTRIBUIO N 2

Gostaria de registrar e questionar a Anac com relao a expectativa da Anac com

relao colocar o edital da licitao disposio da praa.

RESPOSTA DA ANAC:

A ANAC agradece a CONTRIBUIO e informa que esclareceu durante a Audincia

que no haveria como precisar o prazo, pois a data para a publicao do edital

dependeria da participao de outros entes pblicos, por exemplo, a avaliao de

rgos de controle.

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DADOS DO COLABORADOR

Nome: Rita Torres

Organizao: ATP Engenharia

CONTRIBUIO N 3

A nossa grande preocupao com relao a um dos itens: a limitao da

participao de quem participou no estudo do chamamento pblico. Isto no estava

claro, de modo que h uma incoerncia com relao ao edital . Caso tivesse sido

apresentado, seria uma escolha da proponente participar do chamamento ou da

concesso. Eu acho que isso h uma incoerncia diante da resoluo que esta sendo

apresentada. A outra com relao a outra pergunta referente participao da

Infraero: no esta claro como que se dar. At 49%? Como que vai ser? Como

vai ser esclarecido antes de ser publicado? Tais preocupaes - existem outras, claro

- mas eu gostaria de expressar essas duas agora.

RESPOSTA DA ANAC:

A ANAC agradece a CONTRIBUIO e informa que a subscrio e distribuio do

Capital Social da Concessionria entre os Acionistas ocorrer da seguinte forma: 49%

pertencentes Infraero e 51%, ao Acionista Privado.

No tocante participao no certame das empresas envolvidas no processo do

chamamento, no h mais restrio alguma.

DADOS DO COLABORADOR

Nome: Adriano Gonalves de Pinho

Organizao: Grupo CCR

CONTRIBUIO N 4

Eu gostaria de comentar que os riscos e o equilbrio (alguns consideram que est

claro para qualquer concorrente) exclusivo da concessionria; e assim como o risco

da qualidade de servio tambm, assim como tambm evidente a relao

aeroporturia . Considerando estes dois aspectos, ns entendemos que para dar

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oportunidade para que os entes pblicos, conheam o planejamento de longo prazo

essencial que essas entidades tenham a oportunidade de planejar com a

organizao os recursos materiais e urbanos para garantir que a prestao de

servio fique direta ou indiretamente afetada pela concessionria esteja garantida.

Adicionalmente a essa possibilidade, que o planejamento de longo prazo seja de fato

o planejamento de todo o setor e no exclusivamente da concessionria .

Entendemos tambm que o efetivo planejamento das atividades a autoridade

aeroporturia deveria ser encabeado pela prpria concessionria.

Influenciando as caractersticas de prestao de servio, entendemos tambm que

esses entes teriam que participar proativamente desse planejamento e eventuais

riscos causados ou motivados por omisso ou falta dos entes pblicos j refletidos na

matriz da colao de riscos como passvel de reequilbrio. Vejo identificado, no s no

seu evento, mas no compromisso de planejamento por eles j assumidos, no

podendo ser simplesmente alocado a concessionria. Adicionalmente, a gente

percebe que tanto o fator X quanto o fator Q no exclui da matriz de risco,

objetivamente, quando motivado por entes pblicos a sua desconsiderao. Voc

pode ter, eventualmente, tanto na metodologia de clculo do fator X, do fator Q ou

mesmo do nvel C de servio, fatores exgenos operao da concessionria,

influenciados por esses entes que no esto sendo considerados hoje, no esta

sendo levado em considerao o seu efeito. Adicionalmente ao planejamento de

longo prazo, que a gente entende ser o plano de negcio, entendemos que o

conhecimento das projees de trfego seja de passageiro ou de aeronave e a

capacidade esperada da pista tambm a expectativa fundamental, que faz com que a

proposta seja vencedora. Percebemos que a definio da capacidade efetiva est

encerrada no ente que est fora do contrato de concesso. Sugerimos, ento, que o

DECEA participe da autoridade aeroporturia como um membro e que possa ser um

vnculo ou um instrumento explcito no contrato para que a concessionria, em

conjunto com o DECEA, a ANAC e os outros demais rgos, possa encontrar

solues e discutir maneiras de viabilizar o empreendimento e principalmente os

nveis de servios compactuados. A responsabilidade pela qualidade de servio,

apesar de ser exclusiva da concessionria, tem que ser, de uma certa maneira,

considerada em dispositivo claro, como forma de compartilhamento das obrigaes

dos entes e no exclusivamente na forma de reequilbrio. Aqui, o objetivo do

reequilbrio no a recuperao de numerrio, mas sim a garantia da boa prestao.

A gente entende que est faltando uma lacuna muito grande, que o planejamento,

que o plano de negcio: um instrumento capaz e hbil de colocar os entes

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comprometidos com essa qualidade, obrigado.

RESPOSTA DA ANAC:

A ANAC agradece a CONTRIBUIO e informa que o Plano de Negcios

considerado documento interno da proponente, razo pela qual no constitui um

requisito do edital. Ressalte-se que, conforme a minuta de edital, a Instituio

Financeira qualificada dever declarar, por meio do preenchimento do formulrio

constante no Anexo 11, que:

Examinou o Edital, o plano de negcio da Proponente e sua proposta

econmica;

Considera que a proposta econmica e seu plano de negcio tm viabilidade

econmica; e

Considera vivel a concesso de financiamentos necessrios ao cumprimento

das obrigaes da futura Concessionria, nos montantes e nas condies

apresentadas pela Proponente.

Nesse sentido, a ANAC entende que tal exigncia confere a segurana necessria ao

processo, e, diferentemente da concesso do Aeroporto de So Gonalo do

Amarante, optou por no analisar o Plano de Negcios da Concessionria.

Por fim, consigne-se que a Concessionria a nica e exclusiva responsvel pela

garantia da qualidade do servio. A presena de outros entes no complexo

aeroporturio, que poderiam impactar no servio prestado pela concessionria, tais

como a Receita Federal e a Polcia Federal, deve ser levada em considerao pela

concessionria. Tais entes podero ser questionados por sua atuao por meio dos

fruns adequados, por exemplo, junto autoridade aeroporturia e Comisso

Nacional de Autoridades Aeroporturias (Conaero).

DADOS DO COLABORADOR

Nome: Carlos Ebner

Organizao: International Air Transport Association - IATA

CONTRIBUIO N 5

Represento a IATA associao internacional transportadores areos que existe desde

1945 e representa mais de 230 operadores. No momento, representando 94% do

13

trafego areo internacional regular de passageiro e carga. Ao longo dos anos, ela

vem acompanhando vrios processos de concesso e privatizao e ns podemos

dizer que no existe uma receita de bolo que seja o caso ideal. Existe momento,

existe regulao, o momento econmico financeiro de alguns pases. Mas ns

aprendemos algumas lies e eu queria compartilhar com vocs algumas delas.

Primeiro, o envolvimento do usurio, do cliente, fundamental porque ns vimos

nessa proposta no h nenhum momento que o cliente usurio possa participar seja

de decises de investimento, seja no que tange correo de tarifas, seja no que for.

Uma gesto eficiente vital, j que os custos de capital da iniciativa privada so mais

elevados que do governo. Boa governana. necessrio um agente regulador forte,

independente economicamente, fiscalizao da regulamentao por uma autoridade

independente, com eficincia dos ativos. Mecanismos de eficincia, traduzida em

custos mais baixos, so necessrios desde o incio do programa. Acordo de nveis de

servios para assegurar produtividade e qualidade e conforto aos passageiros, isso

ns aprendemos ao longo dos anos. Tambm ns vimos que os maiores problemas

que os processos tem apresentado nesse tempo so lucros excessivos por parte dos

concessionrios. Consulta a usurios e transparncia so inexistentes, investimentos

desnecessrios, servios e performances inadequados, altos custos e altas tarifas. Se

ns formos olhar agora o programa que nos foi apresentado, primeiros ns teramos a

parte de tarifas no anexo quatro que me deixa espao para interpretao, uma vez

que no esto contemplados os servios essenciais dos aeroportos, como, por

exemplo, escritrios , check-in, a rea de abastecimento de combustveis, que so

vitais para o transporte areo e, no caso em questo, eles esto livre negociao

junto ao concessionrio. Isso, sem dvida, poder produzir uma competio

predatria entre as partes, preos diferenciados e que, sem dvidas, resultaro no

futuro num repasse ao usurio.

Os servios essenciais, como balco de check in, abastecimento de aeronaves, no

estavam regulados, mas sendo negociados livremente com concessionrios. Mais

uma vez, a nossa experincia tem demonstrado que em alguns aeroportos certas

tarifas tm aumentado at 1000% e isso, como eu falei mais tarde, repassado para

o usurio, para o passageiro. Outro ponto que nos deixa bastante preocupados a

possibilidade do concessionrio operar todos os servios acessrios. Isso tambm

no permitiria uma concorrncia com outros prestadores de servios, levando a

preos abusivos. Consta que poder autorizar a entrada de mais de um prestador de

servio, mas como esse prestador de servio ter que negociar com o concessionrio

um espao, negociar valor, isso pode redundar um valor muito alto pra esse novo

14

prestador de servio, resultando em preos abusivos e uma competio desleal.

Tambm vemos a existncia potencial de conflito de interesse, o que quer dizer com

isso, ns temos que o Poder Concedente o Governo Federal, o regulador a ANAC

e um dos acionistas majoritrios a INFRAERO. As receitas do FNAC sero

provenientes de um percentual sobre a receita bruta e mais o ATAERO, ento ns

sabemos que isso experincia, quando ns temos isso em conflito de interesse ao

longo dos anos a tendncia de aumento de tarifas para suportar outras atividades.

Aqui existe um subsdio cruzado. Cada aeroporto tem que ter seu prprio balano,

seu prprio demonstrativo de lucros e que ns temos um subsdio cruzado que ao

longo do tempo pode levar a valores maiores. Isso ns temos definido e esperamos

que seja reconsiderado e que tenha alguns limitadores e tambm a presena mais

uma vez do usurio. Quanto presena do usurio e que eles no esto sendo

consultados, ns notamos que esse edital de licitao no faz meno nenhuma aos

documentos da organizao da aviao civil e internacional, documentos 90-82

polticas sobre tarifas aeroporturias e diretriz 95-62, manual econmico de

aeroportos, que recomenda a consulta aos usurios no que tange as tarifas para

servios, e eu quero lembrar que o Brasil signatrio desses documentos. Tambm

notamos que no anexo quatro, na tarifa, temos um aumento geral de 10% sobre

aquelas tarifas reguladas que so de passageiro, de pouso e todas elas esto

documentadas em 10%, contrrio ao que vinha pregoando o governo que no haveria

aumento de tarifa aos usurios. Mas um ponto que nos deixa muito preocupados a

criao de mais um fundo. Hoje ns temos o ATAERO, que representa 50% das

tarifas que so cobradas dos usurios e, agora, ns criamos mais um fundo, chamado

FENAC. Esse fundo ns no conhecemos, no est regulamentado, mas grande

parte da receita ser para esse fundo e a nossa experincia com o ATAERO, que

um fundo que vem sendo negado pelas empresas areas inclusive com aes na

justia, pela falta de informao, falta de transparncia e a no alocao dos recursos

conforme previsto. Aqui ns vemos a criao de mais um fundo que poder ter o

mesmo destino, isso, era isso que eu gostaria de dizer. Agradeo a todos.

RESPOSTA DA ANAC:

A ANAC agradece a CONTRIBUIO e informa que no tocante alegada elevao

das tarifas prevista no Anexo de Tarifas, excetuando-se a tarifa de conexo

recentemente criada, as tarifas iniciais das concesses em tela no sofrero elevao

nos valores pagos por empresas ou passageiros com relao s tarifas existentes. A

elevao da tarifa verificada entrar em vigor concomitantemente com a reduo da

15

alquota do ATAERO, aprovada pela Medida Provisria n 551/2011, de forma que os

valores pagos permanecero inalterados em decorrncia dessas medidas.

Deve-se mencionar que vrios aspectos das diretrizes postas nos documentos DOC

9082 e DOC 9562 da OACI esto contemplados nos documentos jurdicos das

concesses ora em anlise. Adicionalmente, a ANAC compreende as preocupaes

ora apresentadas e acrescenta que tem acompanhado o histrico internacional de

privatizaes e concesses em mbito internacional de modo a obter conhecimento

sobre os erros e acertos dessas experincias. Pode-se dizer que o modelo regulatrio

proposto contempla tais preocupaes. Por exemplo, quanto aos lucros excessivos,

cabe mencionar o modelo de regulao por tarifas tetos reajustadas pela inflao,

com desconto do fator X, com o qual, pretende-se transferir ao usurio os ganhos de

produtividade auferidos pela Concessionria.

Quanto aos preos cobrados pelo uso das areas aeroporturias por parte de uma

administrao privada, importante destacar que a alocao destas reas

disciplinada pela Resoluo n 113, de 22 de setembro de 2009. Esta Resoluo

substituiu o mecanismo de tabelamento de preos presente na Portaria n 774/GM-2,

e criou um mecanismo que propiciasse um ambiente de maior liberdade de

negociao de preos, que diminusse o poder de monoplio do gestor aeroporturio

e que possibilitasse a entrada de novas empresas no aeroporto.

O mecanismo de compartilhamento de reas reduz o poder de mercado do aeroporto

sobre as areas exclusivas, na medida em que permite a migrao entre as reas

compartilhadas e exclusivas, a qualquer tempo. As reas exclusivas tm preo

livremente pactuado entre o operador do aerdromo e a empresa interessada,

enquanto as compartilhadas tm seus preos definidos proporcionalmente em razo

do ressarcimento dos custos, sem fins lucrativos.

Entende-se que o mecanismo estabelecido na Resoluo n 113 mais razovel do

que a regulao direta dos preos das reas aeroporturias, aos moldes do que era

feito pela Portaria n 774/GM-2, pois permite a alocao das reas de maneira

eficiente.

Por fim, a ANAC informa que no presente modelo de concesso dos aeroportos em

questo, as receitas comerciais, incluindo a aquelas de atividades acessrias, sero

consideradas para modicidade tarifria do sistema aeroporturio como um todo por

meio da contribuio varivel a ser destinada ao Fundo Nacional de Aviao Civil

(FNAC). Ademais, o valor de outorga tambm ser destinado ao FNAC, cuja

administrao de responsabilidade da SAC (Secretaria de Aviao Civil). A

16

regulamentao do FNAC se dar futuramente por Decreto e no objeto do contrato

de concesso.

DADOS DO COLABORADOR

Nome: Germano Ferraz Paciornik

Organizao: J. Malucelli Construtora

CONTRIBUIO N 6

A maioria das perguntas vai pela internet. S queria fazer algumas colocaes. A

gente ficou com dvidas e gostaria de apresentar questes para vocs. A primeira

quanto ao funcionamento. No ficou claro pra ns como que vai funcionar esse

leilo. Ento simultneo para os trs aeroportos? A outra preocupao a gente

compreender qual o momento que a concessionria vai ser obrigada a atender os

novos padres de excelncia dos aeroportos. logo no incio da fase? Do trmino da

fase? Eu queria entender um pouco isso porque para atender aos parmetros de

qualidade e eficincia so viveis nesse perodo. Ento a gente queria saber se vai

ser colocado um perodo de transio para permitir que a gente possa fazer as obras

necessrias para o atendimento para o nvel de excelncia.

RESPOSTA DA ANAC:

A ANAC agradece a CONTRIBUIO e informa que, em relao ao mecanismo de

leilo, o contrato traz os princpios bsicos e os conceitos que iro informar o

processo. O detalhamento vai ser completo por ocasio da disponibilizao para o

manual dos procedimentos de leilo. Assim como os detalhes do leilo do Aeroporto

de So Gonalo do Amarante foi disponibilizado juntamente com o encerramento do

processo da audincia pblica.

Adicionalmente, informa-se que os indicadores de qualidade de servio constantes do

Plano de Explorao Aeroporturia devem ser observados imediatamente aps o

incio da vigncia da concesso. O fator Q, obtido a partir dos indicadores de

qualidade de servio, produzir efeitos no reajuste tarifrio a partir do final do primeiro

ano de operao integral do aeroporto pela Concessionria, portanto iniciando no ano

civil seguinte ao ano em que for encerrada a fase 1-A. A incidncia do fator Q ser

escalonada.

17

DADOS DO COLABORADOR

Nome: Angel de Souza Gomes

Organizao: MPE Montagens e Projetos Especiais SA

CONTRIBUIO N 7

A pergunta referente ao Chamamento Pblico de Estudos n 01/2011 e referente ao

edital, como relevante nmero disponibilizado no ministrio da ANAC, s

complementar as informaes do edital, no Captulo VI, na Seo 1, informado que

na assinatura do contrato dever ser apresentada a comprovao do pagamento dos

valores referentes aos estudos.

RESPOSTA DA ANAC:

A ANAC agradece a CONTRIBUIO e informa que no dia treze de outubro, a

Diretoria da ANAC concluiu quanto viabilidade dos estudos tcnicos e encaminhou

os estudos para o Tribunal de Contas da Unio. Nesse mesmo dia foi emitido um

novo comunicado informando as repercusses do EVTEA nos documentos jurdicos.

Em outras palavras, os documentos jurdicos foram emendados com essas

informaes, demonstrando-se a relevncia dos EVTEA e como eles se integram com

os documentos jurdicos. Esse papel de suporte documentao jurdica do certame

o que justifica a remunerao desses estudos pela Concessionria vencedora.

Ademais, o fundamento jurdico o artigo 21, da lei n 8.987, de 13 de fevereiro de

1995, que permite utilizar estudos disponibilizados ao rgo Regulador e atribuir o

custo dessa remunerao concessionria.

DADOS DO COLABORADOR

Nome: Francisco Lemos, Samuel

Organizao: Sindicato Nacional dos Aeroporturios - SINA

CONTRIBUIO N 8

18

- Bom, meu nome Francisco Lemos, eu sou presidente do Sindicato Nacional dos

Aeroporturios, que vai dividir aqui o tempo em trs, o secretrio geral e o diretor da

nossa entidade. Bom dia a todos os companheiros que esto aqui. Em primeiro lugar,

a gente esta debatendo e discutindo esse processo, foi dada a largada. Em primeiro

lugar, dizer a nossa posio, que ns estamos assistindo um processo do Sindicato

Nacional dos Aeroporturios no concorda com esse projeto de concesso de

aeroportos. A gente terminantemente contra esse projeto, mas aquela histria se

for pelos anis, a gente esta tentando salvar os dedos. A gente esta vendo tambm e

tem demonstrado a sociedade organizada, todo movimento sindical, as centrais

sindicais, o movimento na sociedade civil tambm com esse projeto, os projetos tem

alguns aspectos que a gente gostaria de ressaltar. Recentemente, tivemos a uma

moo da Secretaria de Desenvolvimento Econmico e Social da Presidncia da

Repblica. uma moo a presidenta Dilma, a qual faz alguma das recomendaes.

Eu acho interessante os senhores entrarem no site da Presidncia da Repblica e

procurar essa moo de desenvolvimento econmico social e at agora a Presidenta

pediu a moo da prpria Secretaria dela sem nenhuma considerao a uma outra

Secretaria. Ento para que ter Secretaria ou Conselho Consultivo para discutir

determinados projetos? Muito louvvel essa audincia pblica como todas essas

audincias pblicas, mas a gente percebe claramente aqui que alguns dos senhores

j se manifestaram nesse frum e em outros fruns, tem colocado bastante dvida

em relao aos projetos e dvida do sentido se isso realmente vai ser bom pra

aviao brasileira, vai ser bom pro Brasil ou no. Eu acho que o processo, como esta

sendo conduzido; o modelo que esta errado. Talvez, se houvesse necessidade, a

gente at concordaria com essa ampliao, com essa competitividade dentro dos

aeroportos. Mas, da forma como ta sendo desenhado o modelo, e esse monte de

engessado sem a participao direta. Por exemplo, nossos trabalhadores no

participaram em momento algum, ou seja, tivemos vrias vezes reunies com o

Governo e vrias sugestes foram dadas, mas nada do que a gente colocou at

agora foi aceito ou implementado no projeto. um protesto. No ponto de vista daquilo

que eu me propus a falar, da questo das condies do acordo coletivo, dos

funcionrios, hoje, da INFRAERO; que seja entendido hoje no equivalentes

literalmente aos funcionrios da concessionria, porque hoje atos como esse que

inclusive esto sendo colocados como norteadores para esse projeto por exemplo de

telefonia, as privatizaes, as mos de obra do produto final, muito evidente e

tambm as condies de trabalho e o desrespeito s condies trabalhistas. claro

tanto que a quantidade de processo nos tribunais do trabalho em relao a empresas

19

que foram concedidas nos ltimos tempos vai na rua. Sem contar que o PROCON

tambm . Em algumas delas esta acumulando pilhas e pilhas de denncias ao

servio prestado. Vou passar aqui aos outros companheiros. Fica o protesto. O nosso

alerta tambm porque isso uma audincia pblica e no futuro a gente pode estar

avaliando as minhas palavras ou o projeto da Presidenta Dilma que est sendo

conduzido na cabea dela.

(Representante do SINA sem nome registrado) - Bom dia a todos. Eu queria citar

aqui o senhor Orlando que fez o pronunciamento aqui da Engenharia no qual ele

aborda a questo da preocupao dos funcionrios no aeroporto, o modelo saudvel

de competio. S no aeroporto de Campinas ns temos pra l de 500 empresas

dentro da cidade aeroporturia, dentro do complexo aeroporturio, a Infraero ela

envolve dentro do sistema hoje o plano de unificao de tarifa, o modelo de

concorrncia para que no haja o aumento de tarifas. Claramente com a privatizao

desses trs aeroportos haver um aumento de tarifas inviabilizando o custo final l do

manuseio da carga e da tarifa area. Ento, o prprio empresariado como ns j

podemos perceber est temerrio a isso e as regras do edital so claras, uma outra

coisa interessante que uma criao de uma nova taxa de conexo, essa nova taxa

de conexo tivemos reunidos ontem em Braslia e claramente determinado ao

Aeroporto de Braslia, porque a volta a falar da questo dos subsdios cruzados.

Esto tirando da INFRAERO os trs principais aeroportos que representam 70% da

arrecadao global. Esses recursos, nos trs principais aeroportos que subsistiam l

no aeroporto do norte, do centro oeste, quando voc tira essa receita voc

factualmente esta sucumbido com o sistema. Ento se faz necessrio ter subsdios

cruzados porque a criao de aeroporto pequeno ela cresce com a sua cidade, com a

dimenso da sua cidade, do seu desenvolvimento econmico. Ento com certeza

entrar em colapso, o que vai com certeza ocorrer com o aeroporto de Braslia, o

aeroporto de Braslia o que menos arrecada; de 16 milhes de passageiros que

passam por ali s 4 milhes pagam a taxa de embarque, ai j to se pensando em

aumentar a tarifa, ser desnecessrio, ento vai gerar muito conflito em relao a

isso. Outro ponto interessante que ns, do sindicato, no estamos includos aqui no

plano de transio. lamentvel e parece que o modelo inseguro quando coloca que

durante a fase de transio, vamos supor durante a fase 1-A, explicada no contrato

de concesso para a ANAC, sua capacidade de compreender e analisar a operao

aeroporturia. Ora isso uma contradio, anlise tcnica e perfeita da condio

daquele que se faz privatizado tem que ser antes, no depois ento se a primeira

20

concessionria que vai ganhar o processo no compreender, no analisar, no

alterar, chama a segunda, chama a terceira vai entrar em contradio e esse modelo

factualmente no ter sucesso como ocorreu com os aeroportos que foram

privatizado em 2000 e cinco anos aps o governo teve que estatizar os aeroportos.

Ento seriam essas minhas consideraes iniciais, passo para o Samuel.

Samuel: Boa tarde senhores e senhoras. O sindicado tem essa oportunidade de

colocar no governo as preocupaes e a gente aqui solidrio com o membro da

IATA, quando ele faz essa observao. No aeroporto, a gente tem quatro nveis de

pontos que deveriam ser ouvidos exaustivamente, a concessionria administradora

de aeroportos, as companhias areas, os passageiros, que usurio, que no esta

sendo colocado isso aqui, o nosso repdio a essa audincia pblica, com todo o

respeito ao senhores e senhoras no tem participao dos usurios, que o pblico e

aos trabalhadores. A representao dos trabalhadores esta, no nosso entendimento,

precarizando os servios de mo de obra. Vai dificultar a decolagem de vocs, o uso

de vocs. Como lembra o nosso companheiro Lemos, o presidente do Sindicato que

falava aqui, no setor eltrico, que era o molde da grande privatizao. A gente esta

vendo por a os bueiros estourando, os apages a torto e a direito, simplesmente cai

um disjuntor. No setor areo no. No setor areo no cai disjuntor. Ento, se voc

precarizar o servio de qualidade vai complicar a decolagem do seu vo. Ento a

gente precisa ter essa responsabilidade. O Governo vai ter que assumir essa

responsabilidade que dele. Por isso o sindicato insiste que a responsabilidade

desses profissionais, para se formar a gente comentava at altas horas da noite

ontem por volta de discutir o seguinte, o eletricista de balizamento mesmo

eletricista de esquina, onde se faz o prdio alto? o mesmo? No . Existe toda uma

formao. A empresa brasileira de infra-estrutura aeroporturia no esta a toa,

apesar das crticas que a gente tem interna. Ela esta h 38 anos capacitando e

formando profissionais. O desejo e a participao do sindicato nesse vis, pra que

esse processo de concesso que uma privatizao branca possa envolver esses

trabalhadores dando condies e estabilidade para que eles possam exercer um

papel que hoje j exerce, condies salariais idnticas porque se no voc vai pegar

um operador do sistema de navegao area com um ms de formado quando ele

passa mais de um ano pra se formar. Que diga ai os companheiros da aeronutica

que sabem a dificuldade para fazer um treinamento pra capacitar esse profissional.

No to falando de navegao area, to falando do pessoal de apoio porque a gente

tem que o governo pensa assim que tirando a navegao area esta tudo resolvido

21

mas existe a co-relao entre a navegao area com formaes aeronuticas com o

pessoal de terra, como que voc vai ter balizamento de segurana, quem faz

balizamento de segurana o funcionrio a INFRAERO. Quem faz a manuteno da

casa de fora o funcionrio da INFRAERO. Como que voc vai precarisar o

servio desses? Como que voc vai repassar para um terceirizado de baixa

qualificao? Porque essa a realidade do pas. A gente tem tido uma enxurrada de

denncias do servio precrio; das terceirizadas, ento, o sindicato vem e aponta

esse o erro grave que a gente ta comentando. Ento, quando os senhores e

senhoras forem embarcar, pensem na qualidade do servio que esta por trs daquele

embarque, numa acoplao de uma aeronave onde o funcionrio da Infraero que

faz toda lgica. Se voc perder esse profissional que vem sendo capacitado h 38

anos, voc perde qualidade de servios, sem sobra de dvidas, ento, o sindicato

vem relevar isso a. importante que discuta a realidade porque hoje o aeroporto - se

os senhores perceberem e forem verificar - os trabalhadores esto todos apavorados,

voc no consegue mais conversar com o operador de operao do ptio com

tranqilidade, porque no sabe seu futuro. isso que a gente quer passar pra

sociedade, tranqilidade, a ineficincia do servio ento a gente chama a ateno. O

Sindicato no participou da discusso. O Sindicato, como o membro da IAC, da IATA,

comentou, preciso que atores do processo primrio da operao aeroporturio

estejam presente na discusso. No estamos presentes nessa discusso. Estamos

preocupados, sim, com essa nacionalidade do aeroporto. O setor de infra estrutura

aeroporturia importantssimo para o pas, a gente fala, a gente entende que

preciso investimento que preciso modernizar, mas no podemos entregar toda a

nossa logstica, todo nosso conhecimento. Para o senhor ter uma idia tem sistema

de balizamento que foi desenvolvimento pelo prprio funcionrio da Infraero, a

tecnologia nossa, e invejada por outros pases. Ento s conhecer o aeroporto. s

verificar l como funciona o taxiamento da aeronave, porque a maioria aqui dos

passageiros s acha bonito quando o comandante diz, senhores. Aguardamos, mas

aquilo ali tem todo um sistema de segurana aeroporturia, de logstica, de

navegao que precisa se preservar ento os trabalhadores da Infraero precisam ter

essa tranqilidade para poder recuperar porque a vida nossa est em risco. Volto a

afirmar, no setor eltrico cai disjuntor; no setor areo no cai disjuntor, cai avio

mesmo. E a quem ser responsvel por isso? Ser que vo pagar esse preo alto?

No fantasia, no dramaticidade, t? realidade! No podemos sucatear,

precarizar o servio que vem dando certo. Os senhores to convidados e as senhoras

para conferir l com o trabalhador a operacionalidade dele, esta bom? E eu queria s

22

lamentar tambm o fato ocorrido e sem querer tripudiar o acontecido, mas se fosse ao

aeroporto voc teria hoje no aeroporto hoje um atendimento de qualidade, ento um

absurdo que no edifcio desses num condomnio desse no tem um setor mdico que

atenda isso. Depois da concesso voc ter esse atendimento de qualidade.

RESPOSTA DA ANAC:

A ANAC agradece a CONTRIBUIO e informa que a h uma preocupao com a

sustentabilidade da rede de aeroportos da Infraero, que importa para a integrao

nacional e para o desenvolvimento econmico de outras localidades. As premissas

governamentais por trs da modelagem das concesses se preocupam com a

questo da sustentabilidade e equilbrio do restante da rede. Este , inclusive, um dos

principais motivos para a participao na Infraero nessas sociedades, uma vez que se

entende que o percentual dos dividendos que a Infraero vai fazer jus, ajudar a

equilibrar economicamente a Empresa para continuar operando de maneira adequada

os demais aeroportos que continuaro sob sua responsabilidade. Os recursos que

vm do ATAERO, inclusive a parte que vai para o Programa Federal de Auxlio a

Aeroportos - PROFAA para investimentos em aeroportos de interesse estadual e

municipal continuaro contemplados e os valores tanto da contribuio fixa quanto da

contribuio varivel sero destinados ao Fundo Nacional da Aviao Civil - FNAC,

que foi criado junto com a SAC e que tm tambm a inteno de fomentar o

desenvolvimento de polticas pblicas no sentido de desenvolver os aeroportos de

pequeno porte e fomentar, em ltima anlise, a aviao regional e a maior

capilaridade desses servios por todo o Brasil.

DADOS DO COLABORADOR

Nome: Jos Felinto, Dadino de Oliveira Filho

Organizao: Confederao dos Usurios de Transporte Coletivo - CONUT

CONTRIBUIO N 9

Eu sou Jos Filintro, presidente da Confederao dos Usurios de Transporte

Coletivo. quem paga a conta; que menos prestigiado por todos os setores,

embora como constituinte estadual e auxiliando na constituio federal, o artigo 175

da constituio estabelece os servios concedidos e a lei 8987 regulamento todos

23

esses servios. A lei 8987 diz em pargrafo 29 e 30 em pargrafo nico, estabelece

inclusive que o Governo deve ajudar as entidades a se credenciar ta aqui o

procurador e vrios advogados. A Daniele que uma grande defensora dos

consumidores e que h necessidade de participar, mas infelizmente quem paga a

conta nesse pas. Se no se agregar, se no se soma como um grupo de varetas, fica

realmente de fora. Eu quero parabenizar aqui o representante da IATA e tambm o

sindicado. Ns somos contra aquilo que se privatiza que funcione, contra aquilo com

deficincia ou no eu tenho autoridade pra falar nisso por que durante muito tempo da

minha juventude hoje aos 60 anos quase o que mais lutei foi contra o regime militar. E

ainda a pouca estrutura que existe ainda aquela daquela poca, infelizmente porque

os homens da democracia infelizmente no souberam usar a democracia. A nossa

preocupao quando se via aqui a exposio e ns no tivemos nem tempo para

estudar essa matria porque no minha rea. Mas dizer, por exemplo, eu vi aqui

uma pirmide e nenhum lugar da pirmide est o usurio. A lei 8987 bem clara que

a participao do usurio no setor o trip e quando voc no tem um trip, tirar um

p da filmagem ali pra ver o que acontece, e esse trip tem tido dificuldade em todos

os setores. Dizer que a taxa no vai cair sobre os ombros do usurio acreditar em

papai Noel. Eu desde a idade s vi meu pai vestir de Papai Noel. No vi o papai Noel

levar o presente pra mim ainda. O usurio quem vai pagar a conta. O usurio

quem vai pagar o sacrifcio dizer que no eu tenho um exemplo. Eu tive com o

Presidente Lula durante trs vezes, com o ministro Jos Dirceu pra alertar do que

aconteceria no transporte rodovirio, para alertar tambm o que aconteceria no

transporte areo antes do apago. Tem os registros do DAC, antes inclusive do

brigadeiro Venncio Gros, que passou pelo nosso conselho da Confederao. Isso

aconteceu e a questo do idoso. Eu vou botar o idoso no tem problema no vai para

tarifa. Quem paga a conta sempre o usurio e acreditarmos que uma taxa que vai

ser criada de conexo vai dizer que no vai pagar a conta o usurio me desculpe ns

no podemos acreditar nisso. Ns vamos fazer nossa proposta por escrito j est

aqui em minhas mos. Ns vamos dar entrada nela, mas eu quero dizer que o

desrespeito para com o usurio com quem paga a conta isso tem que ser alertado,

seja da Secretaria seja do Ministrio da Defesa seja na ANAC. Vamos retomar isso. A

importncia de se retomar porque um mandamento constitucional, um

mandamento jurdico e a necessidade ns estamos cheio de bons advogados j na

mesa. Eu que no sou advogado, alis, no tenho uma formao, mas sou pagador

da conta, sou usurio, sou sofredor. E se no tivssemos nos organizado, muitas das

questes tinham passado ao longo do tempo, durante muitos anos foi gerente de

24

todas empresas areas, conviveu muito com Infraero e aeroporto, ele sabe melhor os

interesses dos usurios porque era ele que as vezes ia acomodar o passageiro, fazer

aquela enrolao que a empresa faz para deixar o cara mais alegre porque passou

trs, cinco, sete horas no aeroporto, dormiu no aeroporto, muito obrigado.

Dadino de Oliveira Filho: Bem eu vou ser bem breve, mas isso a: quem paga a

conta sempre o consumidor. o passageiro. Enfim, quem utilizar os servios de

transporte areo. Aqui ns observamos quanto a essa taxa de conexo, ns sabemos

que o maior hub hoje no pas o Aeroporto de Braslia, onde se faz conexes

imediatas. Chega a ter vinte avies, vinte e dois avies conectando um para o outro.

A a se diz o que a empresa vai pagar essa taxa de conexo. No. Quem vai pagar

vai ser o usurio, vai ser eu. Vocs que viajam de avio, exceto aqueles que no

pagam passagem, ento mais uma vez vai para cima do usurio. E digo aos

senhores: muita das conexes so aquelas que so feitas porta a porta. O passageiro

no usa nem sequer o toalete do aeroporto, ele sai de um avio e entra em outro.

comum aqui em Braslia, pra quem conhece o que eu to falando sabe. A vai penalizar

mais uma vez o bolso do usurio ento ns somos contrrios a essa parte. Por outro

lado ns esperamos que, se realmente houver essa unio entre empresa pblica da

Infraero e empresa privada, realmente seja feito melhores coisas para o passageiro,

para o usurio de cargas. Se o senhores no sabem, hoje so pouqussimos

transportes que tem acessibilidade. Acessibilidade quanto aos cadeirantes ns temos

nesse pas. Quantas pessoas dependem de acessibilidade? Voc chega no

aeroporto, fica aquele negcio de correr, embarcar passageiro em posio remota

atravs dos msculos, trs, quatro funcionrios levantando o passageiro. Essa coisa

tem que ser vista. Os aeroportos tem as lanchonetes, os restaurantes com os maiores

preos possveis do pas. Hoje, quando ns estamos falando que a aviao esta

sendo popularizada, que a classe E, classe D a maioria das classes hoje esto

podendo viajar de avio, mas no pode fazer um lanche no restaurante do aeroporto,

muito menos almoar. Ento, s se fala em pagar. Tudo que se fala em pagar. O

avio quando se encosta, aqui tem muita gente que de aviao e tem muita gente

que no . Quando ele chega ao aeroporto e encosta no finger, ele j esta pagando

um taxmetro. dinheiro que entra. tudo pago no pelas empresas, mas pelos

consumidores. As empresas s fazem o repasse, ento ns temos que pensar que

essa unio tem que ser feita para um propsito nico do usurio. A diz assim: olha

existe uma lei das licitaes que faz que os aeroportos tenham restaurante com preo

alto porque ele vai dar o preo maior, ento se muda a lei, algo tem que ser feito no

25

possvel mais. Senhores, voc chega aqui em Braslia, chega a So Paulo, chega

ao Rio de Janeiro, chega a qualquer aeroporto de grande porte a mesma livraria que

existe em Braslia que tem nesses outros aeroportos. Que concorrncia essa?

Nenhuma, ns vamos pagar sempre o preo que eles querem. Portanto ns estamos

pegando mais nessa parte de usurio pra que se pense realmente, quem paga a

conta e isso ai. O recado esse e a gente vai continuar lutando pra que as coisas

melhorem para ns, os consumidores, os usurios. Obrigado.

RESPOSTA DA ANAC:

A ANAC agradece a CONTRIBUIO e esclarece que a pirmide utilizada na

apresentao da audincia pblica no corresponde s relaes que se estabelecem

no transporte areo, mas, to somente, descreve como se d a celebrao do

contrato de concesso. Ademais, a Agncia informa que buscou nortear e orientar o

atual processo de concesso com vistas a melhorar a qualidade dos servios, tanto

aeroporturio quanto das empresas areas, para o passageiro. Isto est refletido na

preocupao de que a tarifa de conexo no seja suportada pelo passageiro

diretamente.

2.2. Audincia Pblica Realizada em So Paulo

DADOS DO COLABORADOR

Nome: Rita Torres

Organizao: ATP Engenharia

CONTRIBUIO N 1

Com relao ao ressarcimento dos estudos de projetos elaborados pela ATP, se eles

no so vinculativos e no fazem nenhuma referncia, por que a Concessionria ter

que reembolsar?

E outro ponto : de alguma forma isso est colocado no valor do contrato. Na hora

que eles colocam que o valor do contrato o valor da tarifa descontada, ento, isso

uma referncia, o valor elaborado pela EBP, eu acredito. Ento, isso tem um carter

vinculativo, de alguma forma. Essa seria a primeira questo. Eu acho que se tem um

carter vinculativo, ainda assim, questionado o reembolso.

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A outra com relao s regras da contribuio varivel. A contribuio varivel

deveria ser feita em cima da receita tarifria. E por que ela feita em cima da receita

bruta, se ela vai para um fundo nacional da Aviao Civil para um desenvolvimento

muito voltado para a operao aeroporturia?

RESPOSTA DA ANAC:

A ANAC agradece a contribuio e informa que se trata de obrigao legal disposta

no art. 21 da Lei n 8987, de 1995. Pois, o referido artigo dispe que: "os estudos,

investigaes, levantamentos, projetos, obras e despesas ou investimentos j

efetuados, vinculados concesso, de utilidade para a licitao, realizados pelo

poder concedente ou com a sua autorizao, estaro disposio dos interessados,

devendo o vencedor da licitao ressarcir os dispndios correspondentes,

especificados no edital."

Sobre a contribuio varivel, a ANAC informa que a alquota da contribuio varivel

dever incidir tanto sobre as receitas tarifrias como sobre as no tarifrias, tendo em

vista tratar-se e um nus da concesso que tem por objetivo garantir a manuteno

de investimentos necessrios aos demais aeroportos da rede de infraestrutura do

pas. Importa considerar que o setor aeroporturio envolve grande potencial de

receitas no tarifrias que necessitam ser computadas, inclusive para fins de

modicidade tarifria, conforme estabelece o art. 11 da Lei n. 8.987/1995. Ora, por

existir hoje uma grande necessidade de subsdio cruzado entre os aeroportos

brasileiro, de fundamental relevncia que os trs aeroportos concedidos tenham

percentuais das receitas totais auferidas pelas concessionrias destinadas ao Fundo

Nacional de Aviao Civil, para aplicao no setor.

DADOS DO COLABORADOR

Nome: Cristiane de Abreu Resende

Organizao: Construtora CVS S.A

CONTRIBUIO N 2

27

Bom dia a todos. O meu questionamento com relao aos itens de habilitao

tcnica. A comprovao de habilitao tcnica para estar qualificada a apresentar

propostas para quaisquer dos aeroportos, dar-se- por meio de apresentao do

atestado da proponente que tenha realizado empreendimentos de grande porte em

infraestrutura. O que no parece, no nosso entendimento, coerente com o principal

objeto da concesso que de operao aeroporturia. Sugerimos a incluso de

atestados gesto de aeroportos.

Em complemento a essa pergunta, temos no item 4.51.1 do edital a seguinte

notificao: A consorciada que apresentar um dos atestados descritos na habilitao

tcnica, comprovando obras de infraestrutura dever possuir participao no

consrcio da presente licitao superior a 25%. Entendemos tambm que essa

considerao limita para quatro o nmero de participantes para o consrcio. Nosso

questionamento o seguinte: est correto o nosso entendimento?

RESPOSTA DA ANAC:

A ANAC agradece a sua contribuio e informa que o Edital foi alterado para prever,

como requisito de Habilitao Tcnica, a participao no Consrcio, como

consorciada ou proponente individual, de empresa com comprovada experincia em

operao de aeroportos.

DADOS DO COLABORADOR

Nome: Juan Perez Ferrs

Organizao: Ferrs Consultoria Econmica Ltda.

CONTRIBUIO N 3

Eu sou Juan, da Ferrs Consultoria. Eu queria fazer breves comentrios, j que eu

tenho sete minutos. Mas rapidamente o seguinte: ficou claro, eu vou discutir

praticamente a contratao de ESATAs e de servios no tarifados, portanto, que

esto fora dessa regra tarifria.

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Ficou claro, na verdade, o objetivo da agncia no sentido de dar liberdade na

contratao de servios. Ficou claro, tanto as regras de contratao quanto na

liberdade total de tarifas. Vocs deram direito privado contratao disso. Isso faz

sentido ou no, eu acho que ele em alguns aspectos faz sentido, mas a primeira coisa

que tem que ficar claro o seguinte: dado que a concesso por maior outorga

diretamente, isso significa que o agente mais eficiente o que vai extrair o mximo de

ganho de monoplio nesse servio no aeroporto. Portanto, assim, a primeira coisa

que eu vou constatar assim: muito desses servios, vrios desses servios tendem

a ter os custos majorados significativamente, porque a combinao da regra com o

critrio de concesso obriga o agente que assumir a fazer este tipo de coisa.

O meu ponto principal no discusso de preos, est? O nvel de preos em pases

que adotaram modelo similar subiu e subiu muito. Subiu uns 200%, 300%, 500%

facilmente. Eu estou me referindo a servio de handling, de abastecimento e assim

por diante.

Outro problema... Eu vejo um problema mais srio do que este, que isonomia

competitiva. O aeroporto, para muitos destes servios, uma essential facility.

Voc tem um critrio claramente de liberdade de contratar. Eu posso contratar um

player, 10 players, 20 players, nas regras tarifrias vocs deixaram bem claro, os

descontos tem que ser no discriminatrios. Nas regras no tarifrias, a total

liberdade, no me preocupa o nvel de excedente, mas a uma possvel distoro na

competio dos mercados a jusantes. Essa distoro, eu vi que vocs tomaram um

certo cuidado quando havia uma discusso de verticalizao. Quando voc l a regra,

voc fala: bom, eu entendo que o pressuposto que vocs usaram que quando h a

verticalizao eu posso ter um conflito de interesses, portanto a ANAC assume certas

atividades. Ela define que voc tem que dar livre acesso aos demais players, e a

ANAC pode limitar o volume.

Nas outras situaes teoricamente haveria uma... O objetivo do concessionrio seria

similar ao do Poder Pblico, portanto, voc deixa ele contratar. Isso no

precisamente correto, em minha opinio. Por qu? Porque na verdade tm muitos

desses servios que so economias de rede, ou seja, embora o servio seja no

aeroporto, o mercado relevante seja no aeroporto, isso est correto. Voc tem

economias grandes de rede envolvidas na prestao de servios, est?

Combustveis, que algo que eu venho trabalhando bastante, um exemplo,

handling outro exemplo, carga area outro exemplo, assim por diante.

Se voc deixa os critrios de contratao exclusivamente ao lado, ao setor privado,

29

sem determinar critrios de que no deve haver, no mnimo, deve haver uma

neutralidade da concedente no padro competitivo do mercado a jusante, ele vai

tentar se apropriar no s dos bens do aeroporto, que essa a regra que, entendo,

vocs estabeleceram, mas principalmente ele vai tentar extrair tambm os

excedentes de externalidades de outros aeroportos. Ento eu vou entrar numa

guerra, as tarifas... Isso vai impulsionar o aumento de preos, vai limitar a

competio, diminuir a eficincia que eu estou buscando no mercado.

O primeiro ponto que eu queria deixar bem claro aqui assim: o critrio de isonomia

de contratao, neutralidade competitiva, ou seja, o poder concedente deve zelar pela

neutralidade, isso importante, e de livre acesso, portanto, neutralidade e acesso

para mim so bastante similares, devem ser princpios inclusive para que a ANAC

possa depois arbitrar se houver um conflito. Do jeito que est, no esto

estabelecidos no contrato os critrios pelos quais vocs alegam o arbitramento exceto

no caso de verticalizao, est? Este o primeiro aspecto que eu queria levantar,

est?

Voltando, eu acho que a atribuio de... Deve haver uma determinao de mxima

competio dos servios, ou seja, eu no preciso deixar o processo privado, eu defino

o princpio, no preciso intervir, mas uma vez que eu defini o princpio, se houver o

conflito, a ANAC resolve, est? Eu entendo que esse seja o objetivo mesmo, ou seja,

quer dizer criar o mximo de competio no mercado de ESATAs para poder gerar o

efeito.

O segundo ponto entender claramente. Vai haver um enorme aumento de preos,

minha preocupao que seja igual para todo o mundo. Isso aconteceu em N

pases.

O terceiro ponto so regras de transio. Voc imagina que eu tenho contratos que

foram firmados no modelo INFRAERO, e que sero sub-rogados. Eles j vm com

padro de preos, com uma certa... Se eu permito a competio de um modelo, eu

obrigo a contratao deste contrato; este contrato tem um nvel de preos, tem um

nvel de servios e assim por diante, determinados l. Quem for entrar no mercado ou

vencer o contrato em seu vencimento, vai criar uma simetria competitiva brutal em

mercados a jusantes, ao que ns estamos discutindo o alvo, que pode ser

problemtica. Ou eu vou travar o tipo de renovao.

Eu preciso entender assim: como ficam os contratos? Estes contratos efetivamente,

em termos de isonomia competitiva, de um lado, e dois, como ficam estes contratos

quando, por exemplo, eles no foram adaptados... Agora teve a extenso da 113, por

30

mais seis meses, ento, depois do prazo legal, no fica claro como voc vai adaptar.

Quer dizer, o agente que comprar o aeroporto sabe, ele vai ter que adaptar em que

direo, est?

O terceiro ponto que ele vai assumir, quer dizer, vai ficar na fase de transio, mas

ele vai dar o lance antes desse contrato ficar vencvel, todos adaptados nova

resoluo.

O ltimo ponto a transparncia, quer dizer, todos estes contratos, seja do PEA tem

que ser pblicos para que os agentes, inclusive, possam questionar se h ou no

neutralidade competitiva dos contratos. Eu tenho que lembrar sempre que o

aeroporto, por mais que eu discuta, de liberdade tarifria, isso s num aspecto, e eu

queira maximizar o retorno do aeroporto para viabiliz-lo, uma essential facility,

ainda uma essential facility.

Portanto, uma falha de mercado, ainda que, pelo menos os critrios tm que estar

muito claros, de contratao. Eu acho que isso ficou vago nesta estao.

As outras consideraes eu vou fazer por escrito, acho que deu o tempo. Obrigado.

RESPOSTA DA ANAC:

A ANAC agradece a contribuio e informa que o Contrato foi alterado para

contemplar a possibilidade de regulao dos preos de reas consideradas

essenciais para o transporte areo, caso sejam observadas pela Agncia prticas

abusivas e discriminatrias por parte da Concessionria.

DADOS DO COLABORADOR

Nome: Armando Bocci Junior

Organizao: Grupo CLS Cia. Latino Americana de Servios

CONTRIBUIO N 4

Obrigado, bom dia a todos. Eu vou ser muito breve e vou fazer apenas algumas

31

consideraes sobre o edital, que me parecem importantes e limitantes, a meu ver.

H uma exigncia de que a instituio financeira participante do processo tenha um

patrimnio lquido superior a R$ 1 bilho. Isto me parece extremamente restritivo e

tambm no est claro o que est sendo pedido.

Essa instituio financeira vai apenas creditar o plano de negcios e no vai participar

do consrcio ou ela vai participar do consrcio e ento, como participante do

consrcio ela teria que ter um patrimnio lquido de R$ 1 bilho. Gostaria de

esclarecer isso.

O segundo ponto quanto vinculao e participao da INFRAERO, na futura

concessionria. Eu gostaria de sugerir que essa participao fosse definida em edital,

isto , para cada aeroporto a INFRAERO participar com tantos por cento. Isso tem

que ficar muito claro, por qu? Porque vocs no pedem um plano de negcios,

vocs apenas pedem que esse plano seja creditado. Se esse plano creditado e no

apresentado INFRAERO, entra como? Ela vai participar dos ativos? Ela vai

participar dos investimentos? Ela vai ceder ativos? Como vai ser feito isso em cima do

futuro acordo de acionistas?

Isso no est muito claro de como ser alterado, at porque a participao da

INFRAERO no est definida. Alm disso, eu queria comentar sobre a resposta que

foi dada para a Sra. Cristiane. No ficou claro, o atestado pede R$ 1 bilho em

empreendimentos... Vocs aceitam at que seja um atestado de 500 mais dois de

250, e cada um dos participantes que tiver atestado tem que ter 25%.

Ento, se o consrcio apresentar um empreendimento de 500 e dois

empreendimentos de 250, ele ter pelo menos quatro participantes porque trs deles

j estaro cobrindo 75%. Eu queria que isso fosse esclarecido, porque no ficou claro

na resposta que foi dada. Obrigado.

RESPOSTA DA ANAC:

32

A ANAC agradece a sua contribuio e informa que o Edital foi alterado para prever,

como requisito de Habilitao Tcnica, a participao no Consrcio, como

consorciada ou proponente individual, de empresa com comprovada experincia em

operao de aeroportos.

Com relao instituio financeira, no necessrio que ela faa parte do consrcio

ou que seja a financiadora. Basta apenas que ateste o plano de negcios da

Concessionria.

Por fim, cumpre informar que os documento jurdicos foram alterados de modo a

deixar mais claro como se dar a participao da INFRAERO.

DADOS DO COLABORADOR

Nome: Paulo Roberto Krobath/ Alberto Carvalho

Organizao: Infraero

CONTRIBUIO N 5

Paulo Roberto Krobath - Bom dia a essa respeitvel Mesa, aos senhores presentes,

e aqueles que nos assistem pela Internet. Eu vou fazer uma breve colocao, para

permitir a outros colegas que se manifestem.

Eu trabalho na Infraero, no Aeroporto Internacional de Viracopos, no Terminal de

Cargas da Exportao; trabalho nessa empresa h treze anos.

Porm, quem vos fala no s um aeroporturio, algum que tem paixo pela

aviao. Eu nasci no Hospital da Aeronutica. H 51anos eu respiro aviao.

Trabalho h mais de trinta anos, quando comecei numa empresa rea, Vasp, que foi

um exemplo de privatizao que deu errado, onde um governo de So Paulo passou

a um transportador que no tinha experincia e esfoliou a empresa. Enfim, ns temos

o resultado: uma falncia, infelizmente. Eu tenho essa lembrana. Sou pessoa viva

para contar isso para vocs.

A minha fala ser breve. Os aeroporturios manifestaram publicamente sua

discordncia pelo processo que entrega o patrimnio pblico aeroporturio e o

desrespeito ao empregado operacional.

Senhores: estou aqui presenciando um grande empreendimento imobilirio, mas

aquele aeroporto a fronteira do pas. Eu colaboro junto com os meus colegas,

33

somos fiis depositrios da Receita Federal, somos responsveis pelas manobras de

segurana, que permitem que avies pousem e decolem com absoluta segurana;

isso importante.

No apenas um empreendimento imobilirio, como se deixssemos de ser

profissionais e tornssemos apenas passivos trabalhistas com prazo de validade

sendo negociado. O Governo Federal est privatizando o emprego do trabalhador

pblico concursado, com nveis de excelncia tcnica operacional nacional e

internacional. Temos prmios internacionais de reconhecimento, e somos modelos

para o pas e para o exterior.

Em resposta, fizemos uma greve de quatro dias, que afetou as indstrias de ponta do

Sudeste, e o aproveitamento de carga dos cargueiros que decolaram. Caso ainda

tenha algum interessado na concesso de Viracopos, apresento aqui uma sugesto

ao futuro contrato de concesso nas disposies empregatcias. Seria o projeto de

gesto compartilhada, onde se negociaria funes j existentes, e funes a serem

assumidas pela Infraero dentro dos aeroportos concedidos.

So funes operacionais no Terminal de Cargas - TCA, Segurana, Operaes,

Engenharia e Controle do Trfego Areo. Com a verso definitiva, ou seja, sem prazo

mnimo de estabilidade para a nova empresa com remunerao na Infraero e

reembolso de custos pela nova empresa. Haveria um contrato de prestao de

servios global. As vantagens: os funcionrios satisfeitos pela Infraero produziriam

muito, garantia da continuidade, da qualidade dos servios que ns j atestamos.

No visualizo desvantagens, pois melhor ter a categoria aeroporturia como aliada do

que no, haja vista nossa capacidade de mobilizao greve e transtorno nas

indstrias que necessitam do Terminal de Cargas de Viracopos. Os erros ou

omisses do passado e presentes da administrao pblica esto relacionados

poltica e aos gestores com cargos de confiana, no operacional. O mnimo

aceitvel o aeroporturio continuar trabalhando na Infraero, mesmo cedidos futura

empresa, caso continue o processo de concesses. Eu agradeo a oportunidade,

passo a palavra a outro representante.

O Sr. Alberto Carvalho Sou funcionrio do Aeroporto de Guarulhos, no falo em

nome da Infraero, mas falo como funcionrio; 30 anos de aeroporto, e para mim, eu

vejo aqui uma grande imobiliria, at vou complementar o que o colega falou, embora

a gente no tivesse combinado, mas ele complementou: uma grande imobiliria. No

34

estamos discutindo aqui, o futuro da aviao brasileira, ns no temos um marco

regulatrio, dona ANAC.

O que ns vamos discutir? Um aeroporto, outro aeroporto, ns estamos vendendo

espao de aeroporto, e pra mim, pasmem, eu no vejo nenhuma empresa no Brasil,

que tenha habilitao tcnica para administrar o aeroporto, no gerir a parte

administrativa, pode ir l, pode dar concesso da parte administrativa, da parte

financeira, est aqui o nosso superintendente financeiro; pode passar, no tem

problema nenhum.

Agora, na questo operacional, o buraco mais embaixo; no com carinha bonita,

com contrato discutindo clusula, no; no dia a dia, 24 horas por dia. Eu no vi,

durante todo esse tempo, durante trs anos, participei de inmeros seminrios,

inclusive da ANAC, o seminrio internacional do Rio de Janeiro, no vi uma empresa

que falasse assim: olha, ns temos dinheiro aqui, vamos investir. O que eu ouvi :

ns queremos ganhar dinheiro, ns queremos explorar. isso que . E o que eu

espero de uma empresa, que ela venha explorar.

Ento, o que ns queremos? A Infraero tem um papel social de atender bem o seu

cliente, e a a gente no v quem tem habilitao tcnica, que saiba como funcionam

os meandros operacionais, qui de segurana operacional, que a area que eu

trabalho; no sabe nada disso, vem discutir clusula, dinheiro, bilho para l, bilho

para c, ns no estamos discutindo.

E o meu medo o seguinte: eu vou me aposentar, estou me aposentando, e eu tenho

medo do aeroporto que eu vou encontrar diante de uma concessionria negligente,

que isso que a gente v nas terceirizadas, que no tem um papel social com seus

funcionrios. E ainda mais: vai jogar no lixo todo trabalho dos funcionrios

operacionais que tenham uma responsabilidade com seu cliente, vai jogar no lixo. E

isso que a gente viu na Amrica Latina, quando viajamos por todos esses pases.

Muito obrigado. (Palmas.)

RESPOSTA DA ANAC:

A ANAC agradece sua contribuio e informa que o objetivo de conceder os

aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Braslia visa expanso da capacidade e

aumento da qualidade dos servios prestados aos usurios. Quanto fiscalizao,

cumpre informar que de acordo com as competncias a ela atribudas pela Lei n

11.182/2005 e pelo contrato de concesso, caber ANAC permanecer fiscalizando

os aeroportos concedidos.

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Com relao s obrigaes da Concessionria em relao aos empregados da

INFRAERO, elas esto definidas no Captulo XV do Contrato.

DADOS DO COLABORADOR

Nome: Carlos Ebner

Organizao: IATA

CONTRIBUIO N 6

Bom dia a todos. Sou diretor do Brasil, da IATA - Associao Internacional dos

Transportadores Areos. Ela congrega mais de 230 empresas areas internacionais,

representando 94% do mercado de transporte de passageiros e carga regular no

mundo. A IATA existe desde 1945, e ao longo desses anos, ela vem participando,

vem olhando, analisando vrios processos de concesso e privatizao. E a gente

no pode dizer que existe uma receita de bolo para esses processos. Cada um

depende da situao de governana, a situao que se encontra os aeroportos, parte

econmico-financeira etc.

Mas algumas lies ns aprendemos, e essas lies eu gostaria de compartilhar com

vocs. A primeira delas o envolvimento constante do usurio, isso fundamental,

uma coisa que sentimos muita falta aqui, o usurio participando, e participando no

futuro da administrao. O usurio, quando ns falamos, transportador areo e o

passageiro, porque no final das contas, vai para o transportador areo, e muita coisa

transmitida pelo passageiro em termos de preo.

Gesto eficiente vital, boa governana, necessrio um agente regulador forte e

independente economicamente. Ns no vemos aqui isso. Fiscalizao da

regulamentao, marcos regulatrios consistentes, no esto ainda presentes que

nos deem tranquilidade de que no futuro no haver aumentos substanciais ou

diferenciados de tarifa ou de prestao de servio.

Mecanismos de incentivo, hoje ns temos a, foram colocados; eu parabenizo vocs

pelo trabalho excelente, teremos fatores de qualidade, produtividade. S que eu no

entendo uma coisa: se o concessionrio no fizer o que tem que ser feito, ele tem

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uma reduo. Agora, se ela fizer, ele penalizado, tem que pagar mais.

Os acordos de nveis de servio so pontos importantes. Mas o que ns vimos nesse

tempo todo, de todas as concesses que ocorreram? Os resultados, e a eu divido um

pouco com o colega que falou sobre ESATAs, so lucros excessivos, consultas a

usurios e transparncia so inexistentes, investimentos desnecessrios, servios e

performances inadequados, altos custos e altas tarifas.

Esses so pontos que nos preocupam bastante, e se ns formos olhar dentro da

concesso, uma das coisas que mais nos preocupam, eu vou ser curto, o conflito de

interesses, onde ns temos o Estado, como agente concedente; a ANAC como rgo

regulador, e a Infraero, um dos maiores acionistas. Ou seja, quanto mais aumentar as

tarifas, quanto mais haver de receita, melhor para o Governo. Existe um conflito

muito grande e a cada apresentao eu fico mais preocupado com esse potencial que

est a nossa frente. Muito obrigado.

RESPOSTA DA ANAC:

A ANAC agradece a contribuio e informa que a consulta referente ao modelo de

concesso e respectivos documentos est sendo realizada por meio da presente

Audincia Pblica.

Quanto participao na regulao tarifria, optou-se por manter as atuais tarifas as

quais sero reajustadas anualmente pela Inflao, considerados os fatores X e Q. As

metodologias de clculo desses fatores, por sua vez, sero revisadas periodicamente

aps ampla discusso por meio de audincia pblica.

Adicionalmente, cumpre esclarecer que o Contrato foi alterado para contemplar a

possibilidade de regulao dos preos de reas consideradas essenciais para o

transporte areo, caso sejam observadas pela ANAC prticas abusivas e

discriminatrias por parte da Concessionria.

DADOS DO COLABORADOR

Nome: Adriana Roldan Pinto de Lima

Organizao: Manesco, Ramires, Perez, Azevedo Marques Sociedade de

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Advogados

CONTRIBUIO N 7

Ok, obrigada. Bom, a primeira observao em relao s informaes de projetos

referentes s obras a cargo da Infraero. O questionamento quando essas

informaes vo ser disponibilizadas para os licitantes, e qual ser o nvel de

detalhamento dessas informaes. Pois, ns entendemos que a disponibilizao

dessas informaes essencial para a elaborao da proposta pelos licitantes, e

definio da futura operao da concessionria.

A segunda em relao s informaes, se existem informaes e projetos

referentes s obras a cargo das concessionrias. E em caso positivo, quando sero

disponibilizadas para os licitantes, e qual ser o nvel de detalhamento dessas

operaes.

Tenho mais dois comentrios. O terceiro, considerando a complexidade dos projetos,

e a quantidade de estudos que sero realizados para a apresentao de uma oferta

sria e competitiva, solicitamos que seja concedido o prazo de 90 dias, contados da

publicao do edital, para a apresentao das propostas.

E a quarta, e ltima pergunta, refere-se questo da habilitao tcnica das

licitantes, que j foi mencionado aqui, o edital no exige que se comprove uma prvia

experincia na operao, construo e manuteno de aeroportos. A nossa sugesto

que em face do porte da especificidade no empreendimento, seria necessrio exigir

para fins de habilitao do proponente, uma experincia em operao de aeroportos,

j que a INFRAERO no vai ser responsvel por essa operao. Obrigada.

RESPOSTA DA ANAC:

A ANAC agradece contribuio e informa que no momento da publicao definitiva

do Edital, as informaes sobre as obras a cargo do Poder Pblico estaro

disponibilizadas.

A ANAC informa ainda que o Edital ser alterado para prever, como requisito de

Habilitao Tcnica, a participao no Consrcio, como consorciada ou proponente

individual, de empresa com comprovada experincia em operao de aeroportos.

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DADOS DO COLABORADOR

Nome: Angel de Sousa Gomez

Organizao: MPE Montagens e Projetos Especiais S.A.

CONTRIBUIO N 8

Bom dia a todos. Meu nome Angel, da empresa MPE. Em funo da discusso que

houve agora com relao prestao da habilitao financeira, entendo eu que se

uma empresa que participou de um empreendimento, onde houve investimento de um

bilho de reais, e ela tem 20% de participao, entendo ento que est habilitada

para participar do certame.

A outra pergunta a seguinte: com relao a uma empresa, aos contratos que hoje

existem na INFRAERO, aonde normalmente so feitas licitaes pela Lei 8.666/1993,

onde so cinco anos de contrato, tanto para prestaes de servios, manuteno e

operao, a concessionria que assumir o aeroporto manter esses contratos

plenamente nessa condio de contrato? Cinco anos?

RESPOSTA DA ANAC:

A ANAC informa que o Edital ser alterado para prever, como requisito de Habilitao

Tcnica, a participao no Consrcio, como consorciada ou proponente individual, de

empresa com comprovada experincia em operao de aeroportos.

Com relao aos contratos da Infraero, ressalta-se que ficar a cargo da

Concessionria sub-rog-los ou no, estando claro que a mesma dever com todos

os custos da deciso tomada.

DADOS DO COLABORADOR

Nome: Dulcina Lopes da Silva.

Organizao:

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CONTRIBUIO N 9

Obrigada. Bom dia a todos e a todas. Eu sou historiadora, Mestre pela USP em

Histria Social, e pesquisadora adjunta do Centro de Memria da UNICAMP. Coloco

essa questo apenas para situar a minha fala na questo da sociedade, como

representante da sociedade civil. Ns sabemos que aqui est sendo apresentado um

estudo muito tcnico, colocaes muito tcnicas, e todas voltadas para a questo de

ampliao, questo de engenharia, e questo voltada para a economia.

No entanto, no est sendo apresentada nenhuma questo, mesmo que mnima, em

relao aos problemas que ocorrero no entorno da sociedade, no entorno do

aeroporto, principalmente do Aeroporto de Viracopos, que a rea onde vai ocorrer,

que est o estudo para ocorrer essa ampliao. uma rea onde vivem mais de 40

mil famlias, e ningum est pensando nisso, ningum est preocupado com isso.

Eu acho que no assim. Voc muda 40 mil famlias de lugar, de um dia para o

outro? Ento, isso no est sendo pensado em nenhum momento. Principalmente os

custos da remoo dessas pessoas, para onde sero removidas, como ficar a vida

dessas pessoas. Alm da questo dos empregados da Infraero, do qual eu tambm

fao parte.

Ns estamos sendo tratados como objeto, como um trator, voc move um trator

daqui, coloca um trator ali; voc derruba uma parede aqui, e coloca a parede naquele

lugar. Ns, antes de mais de nada, estamos lidando com pessoas, estamos lidando

com gente, e eu acho que isso precisa ser considerado. Eu vou apresentar mais

consideraes por escrito. (Palmas).

RESPOSTA DA ANAC:

A ANAC agradece a CONTRIBUIO e informa que a Superintendente de

Acompanhamento de Mercado e Regulao Econmica, Sra. Danielle Soares Crema,

apresentou os seguintes esclarecimentos durante a Audincia: No contrato de

concesso est previsto, como obrigao da concessionria, e na modelagem

econmico-financeira, nos estudos de viabilidade isso tambm foi considerado;

providenciar todas as licenas ambientais necessrias para a operao do

empreendimento.

E como todos ns sabemos, dentro da licena ambiental est includo no s o meio

fsico, mas o meio antropolgico tambm. Ento, isso est sendo levado em

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considerao. Foi levado em considerao, j nos estudos de viabilidade, e por

ocasio da assinatura do contrato, a concessionria se obriga a tomar todas as

medidas necessrias, e aquelas que so concretamente demandadas pelos rgos

ambientais. Ento, isso j est sendo considerado. E tambm as medidas de

mitigao, por ocasio de remoo de famlias, por ocasio de eventual rudo

provocado no entorno do aeroporto.

DADOS DO COLABORADOR

Nome: Francisco Lemos/ Clio Alberto de Lima/ Samuel Santos

Organizao: Sindicato Nacional dos Aeroporturios

CONTRIBUIO N 10

Sou Presidente do Sindicato Nacional dos Aeroporturios, e estou com dois

companheiros: o companheiro Samuel, que o nosso Diretor Administrativo

Financeiro, companheiro Clio Alberto de Lima, que o nosso Secretrio Geral. Vou

comear como foi exatamente ontem, na audincia pblica em Braslia, dizendo o

seguinte: em primeiro lugar, eu respeito a todos dessa Mesa.

Esse projeto no de vocs, vocs no inventaram isso. Vocs esto fazendo um

trabalho, vocs so trabalhadores como a gente, e a gente respeita vocs. Agora,

partindo do princpio, o seguinte: uma trairagem do Governo Federal, uma

trairagem da Presidente Dilma, tem trs vdeos no site do SINA; Dilma candidata

falando no privatizao; Dilma desclassificando o Serra, falando no

privatizao, quem quiser olhar : www.sina.org.br, pgina turbulncia; a nossa

pgina da informao chama turbulncia; uma coisa somente sugestiva.

Primeiro, dizendo que a parceria que mais entusiasmo tem a parceria anunciada

pelo Corinthians. Ento, o que deu essa parceria do Corinthians. Eu acho que essas

parcerias, a gente tem o companheiro Macedo, Diretor do Sindicato, que foi a

Portugal recentemente, trouxe algumas informaes, e eu chamaria a ateno agora,

nesse momento, para o perfil dos parceiros desses consrcios.

Por exemplo, alguns deles, o Argentino, por exemplo, no fez o investimento que

deveria fazer. Flyport fez esse documento que est sendo encaminhado ao Ministrio

Pblico, o procurador est aqui, vai ser encaminhado ao TCU. A Flyport deu um

http://www.sina.org.br/

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tombo na ANA, em Portugal, na administradora de aeroportos em Portugal, pela