relatório de campo (2)

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ESCOLA NORMAL SUPERIOR CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA ESN0123 - GEOLOGIA GERAL RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO NA BR 174 MANAUS - AM 2014

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ESCOLA NORMAL SUPERIOR

CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

ESN0123 - GEOLOGIA GERAL

RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO NA BR 174

MANAUS - AM

2014

Diego Oliveira Montenegro

Nickison Ferreira Nogueira

Peter Patrick Tourinho da Costa

Suelen Matos da Silva

RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO NA BR 174

MANAUS - AM

2014

Trabalho apresentado para a

disciplina ESN0123 – Geologia Geral, do

1º Período do Curso de Licenciatura em

Geografia, ministrada pela Profª. Dra.

Neliane de Sousa Alves, da Universidade

do Estado do Amazonas - UEA, Escola

Normal Superior - ENS.

SUMÁRIO

Introdução

Objetivo

Materiais e Métodos

Geologia da BR-174

Descrição das Atividades

Discussão e Conclusão

Referências

4

5

6

7

10

20

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INTRODUÇÃO

A região da bacia sedimentar amazônica é rica em formações geológicas

diversificadas e por isso há de se estudar e analisar tal riqueza, por isso através de coleta

de dados com o fim de absorver as informações teóricas ministradas na disciplina de

Geologia Geral do curso de Geografia da Universidade do Estado do Amazonas, foram

realizadas paradas nos km 6, 45, 99, 152 e 113 da BR 174,

Figura 1: Mapa que mostra os pontos de parada contemplados nesse trabalho de campo. Fonte:

GOOGLE, Acesso: 04/06/2014 às 10:55.

Nestes pontos foram realizadas as tarefas respectivamente: 1) Coletar dados e registros

sobre as formações geológicas ali existentes e catalogar os tipos de processos de

intemperismo, consequências caras como voçorocas. 2) Verificar a lixiviação sofrida

pelas rochas e seus impactos ambientais principalmente com relação às modificações

nos igarapés e rios. 3) Analisar as formações e folheios e verificar por meio de achados

paleontológicos o passado primitivo daquela região.

Logo, através destas informações pode-se concluir o relatório com um debate a

respeito das consequências reais do desenvolvimento humano em harmonia com a

natureza e compreender mais a respeito dos processos que são naturais.

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OBJETIVOS

GERAL:

Analisar, descrever e debater as diversas formas de relevo e os agentes de

intemperismo que são comuns nos pontos contemplados ao longo deste trabalho

de campo

ESPECÍFICOS:

Descrever e fazer diferenciação das formações geológicas dos pontos abordados,

podendo assim explicar a aparição e a ocorrência de tipos de rochas em determinadas

localizações em detrimento de outras.

Analisar as transformações a que estão submetidos esses solos e os efeitos do

intemperismo (químico e físico) sobre as rochas. Descrever os agentes do intemperismo,

erosão, lixiviação e diferenciar fenômenos naturais dos causados pelos seres humanos e

delimitar os impactos ambientais decorrentes de ambas.

6

MATERIAIS E MÉTODOS

Através de paradas estratégicas, a orientadora Profa. Dra. Neliane Alves,

expunha aos acadêmicos do curso de Licenciatura em Geografia a respeito das

formações geológicas dos pontos, essas informações foram anotadas em caderneta, ou

gravadas em áudio para uma análise posterior das informações, e ainda registradas por

meio de fotografias. Tais fotografias sempre acompanhadas de réguas ou outro objeto

que servisse de escala. Foram usados martelos e marretas para se partir os materiais

afim de analisar sua estrutura interna. E ainda recipientes plásticos para coleta de

amostras.

7

GEOLOGIA DA BR-174

A BR – 174 é a rodovia que interliga as cidades de Manaus – Am e Boa

Vista - RR à Venezuela, em um total de 974 quilômetros. Entre os municípios de

Manaus e Presidente Figueiredo, Estado do Amazonas, encontra-se um dos percursos

mais instrutivos para a apreciação da geologia da Amazônia. Esta rodovia exibe rochas

que apresentam idades desde o Proterozóico ao Cenozóico, permitindo entender a

história geológica da Bacia do Amazonas e sua ligação com o embasamento cristalino

do sul do escudo das guianas. Com a pavimentação da BR 174, entre as décadas de

1970 e 1980, novos ramais foram abertos e apresentaram melhor as relações

litoestratigráficas e estruturais entre as diversas espécies rochosas, concedendo

pesquisas e investigações geológicas na região.

Na extensão Manaus - Presidente Figueiredo, o cenário litoestratigráfico

envolve unidades paleoproterozóicas compostas por rochas gnáissicas, graníticas e

vulcânicas, sobrepostas por rochas sedimentares neoproterozóicas e fanerozóicas.

Complementam esse cenário, intrusões básicas de idades ainda indefinidas, coberturas

lateríticas e depósitos colúvio-aluvionares do Cenozóico. Em um fragmento de 85 Km,

são observadas em cortes de estrada e voçorocas exposições da formação Alter do Chão

lateritizada, na qual acolhe depósitos de caulim e espodossolos de areias brancas

desferrificadas. Ao longo da estrada são encontrados também fragmentos de formações

Manacapuru, Nhamundá, entre outros. Estima-se que os depósitos de areias brancas,

extensamente utilizados no setor de construção civil na região, sejam produtos de

podzolização sobrem horizontes lateríticos caulinizados, cuja origem teria ocorrido por

volta de 3.000 anos atrás. A região nordeste do Estado do Amazonas envolve o cenário

geológico limítrofe entre o embasamento cristalino paleoproterozóico e as rochas

sedimentares fanerozóicas que compõem a parte norte da Bacia do Amazonas. As

rochas do embasamento paleoproterozóico encontram-se no âmbito da província

Tapajós-Parina, cujo avanço implicou a agregação de freqüentes arcos magmáticos

durante 2.10 a 1.87 Ga e que foram aglutinados ao núcleo do cráton construído pela

província Amazônia Central. A região nordeste do Amazonas estabelece-se no domínio

Uaimiri, cujas rochas estão, em grande parte, escondidas pela densa sedimentação

siliciclástica marinha à fluvial, ocorrida durante o desenvolvimento da Bacia do

Amazonas. As rochas do domínio Uaimiri apresentam fortes correlações genéticas e

8

geocronológicas com as rochas do domínio Tapajós, contudo, em relação às rochas dos

domínios Alta Floresta e Parima tais correlações são apenas fracionárias.

As exposições sobre as formações Alter do Chão e Manacapuru são

encontradas ao longo do Km 96, principalmente na cachoeira da Suframa e próximo a

ponte do rio Urubu. Essas exposições constituem-se em arenitos finos a médios,

folhelhos e siltitos laminados com bastante icnofósseis, palinomorfos e macrofósseis. A

formação Manacapuru é considerada como depósito de ambiente litorâneo e marinho

nerítico, que compõe um curso transgressivo-regressivo de idade siluro-devoniano. Há

também as ligações entre as unidades paleozóicas do Grupo Trombetas (formações

Nhamundá, Pitinga, Manacapuru) e os registros de cretáceos da Formação Alter do

Chão. A relação entre as formações Manacapuru e Nhamundá é marcada por uma

diversidade erosiva, a qual está frequentemente coberta por latossolo creme-amarelado.

No Km 130 são observados registros da formação Prosperança depositados sobre as

rochas embasamento granítico-vulcânico, representado pelo grupo Iricomé e Suíte

Intrusiva Mapuera. Esse contato erosivo se apresenta bastante laterizado, mas ainda é

possível observar o discreto contorno de falhas normais em arranjo lítrico com

testemunho da tectônica distensiva responsável pela geração de áreas abatidas

favoráveis à sedimentação durante o Neoproterozóico.

Excelentes exposições de maciço granítico são encontradas em pedreiras

abandonadas nos quilômetros 199 e 202 da rodovia BR-174. Nessas exposições aprecia-

se a volumosa vulcano-plutônica paleoproterozóica Iricomé-Mapuera, representante do

magmatismo Uatumã que abalou o sul do Escudo das Guianas, onde há um amplo

predomínio de rochas graníticas que interpenetram registros de vulcânicas ácidas e

intermediárias Iricomé, com ênfase ao batólito granítico Abonari, cuja idade é bastante

elevada. Essas rochas exibem textura isotrópica inequigranular média e grossa, cor

vermelho escuro com matizes azulados e são compostas por quartzo, biotita, hornblenda

e oligoclásio, definindo composição sienogranítica.

A região entre os municípios de Manaus e Presidente acolhe registros super importantes

para o entendimento dos eventos magmáticos sucedidos durante o Paleoproterozoicom

do sul do Escudo das Guianas e dos depósitos sedimentares construídos durante o

Paleozóico-Cenozóico na Bacia do Amazonas. Todavia, alguns argumentos envolvendo

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o embasamento e a natureza do magmatismo Paleoproterozóico ainda precisam de

pesquisas e investigações petrológicas e geocronológicas.

No embasamento, a questão central consiste nos dados sobre a natureza e idade dos

eventos tectono-metamórficos formulado nas rochas do complexo Jauaperi, os quais

ainda são insatisfatórios. Nos depósitos sedimentares pré-crambrianos e fanezoróicos,

apesar das informações paleoambientais pontuais, eles dão uma finalidade bem razoável

da história sedimentar da região. Na formação Prosperança, os depósitos flúvio-

litorâneos estão mais ligados a um evento deposicional anterior à formação da Bacia do

Amazonas, revelando um estágio de rifte entre o final do Neoproterozóico e o início do

Paleozóico, agregado a eventos transtensivos posteriores ao ciclo Brasiliano.

Pesquisas geológicas e paleontológicas têm comprovado que a expansão da Bacia do

Amazonas envolveu inversão do fluxo da drenagem, a qual migrava para oeste e

noroeste, em direção ao Pacífico, e há cerca de 15 milhões de anos atrás, causado pelo

soerguimento dos Andes, mudou para leste em direção ao Atlântico. Todavia, apesar

dos intervalos de idades das rochas paleozoicas estarem quase determinadas, ainda

restam dúvidas no intervalo de deposição das formações Prosperança e Alter do Chão,

por causa da falta de material apropriado para a datação, como as rochas vulcânicas ou

palinomorfos.

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DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

1ª PONTO: BR-174, Km 6 – Voçorocas e Arenitos.

LOCALIZAÇÃO:

Latitude: 0,2° 55’ 30.4’’ S

Longitude: 60° 02’ 07.8’’ O

No primeiro ponto foi feito a observação das rochas sedimentares da formação

Alter do Chão, que em termos de tempo geológico são as mais recentes da BR 174.

Abrange rochas de várias litologias, mas que foram depositadas no mesmo período, esse

período de deposição foi durante o cretáceo e se estendeu até o terciário. Dentre essas

formações foram observadas faces diversas como arenitos, ciltitos e argilitos.

Foi testado no afloramento a consistência do material arenoso. Os arenitos são

rochas sedimentares clásticas, com grãos tamanho areia. Os arenitos desta formação

apresentavam alto estado de decomposição natural, identificado pela coloração amarela

Figura 2 diferente da coloração avermelhada (do óxido de ferro) de quando a rocha

ainda não está tão modificada Figura 3. O intemperismo químico é bem forte por conta

da elevada quantidade de chuva e altas temperaturas.

Figura 2: Arenito no KM 6, BR 174. Já esse arenito

apresente processo avançado de erosão. FONTE:

MONTENEGRO, Diego, 2014.

Figura 3: Arenito no KM 6, BR 174. Arenito com

menos alteração, vê-se a coloração avermelhada.

FONTE: MONTENEGRO, Diego, 2014.

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Foram verificados os impactos ambientais causados pela abertura da BR 174.

Um desses impactos verificados foram as voçorocas Figura 4. Voçoroca basicamente é

uma incisão erosiva em estágio avançado. A falta de planejamento na construção da

estrada, o desmatamento e a retirada da vegetação que cobria e protegia o solo

sujeitaram o solo a um processo de erosão antrópica, ou seja, a erosão é causada e

acentuada pela ação do homem. Essa erosão leva a abertura de sucos (estágio linear),

passando pela ravina, até chegar ao estágio avançado, as ditas voçorocas.

As voçorocas apresentam os limites chamados montante e jusante. Montante é

onde o rio nasce e jusante é para onde ele segue. A voçoroca cresce em direção à

jusante, e esse processo – se não controlado – pode colocar em risco a estrutura da

estrada. Outro impacto causado foi o assoreamento dos canais. Com essa erosão, os

sedimentos caem e preenche os canais e prejudica a vida aquática diminuindo o

oxigênio. Enfim, os impactos do desmatamento são ambientais e também econômicos.

Figura 4: Voçoroca no KM 6, BR 174. Voçoroca bem à beira da estrada. FONTE:

MONTENEGRO, Diego, 2014.

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Foto 5: Demoiselles no KM 6, BR 174. Minerais

mais resistentes no topo das torres. FONTE:

MONTENEGRO, 2014.

f

Foi verificada a existência de estratificações sedimentares. Essas estratificações

apontam em direção ao fluxo do rio. Mesmo com o material bem intemperizado foi

possível ver as camadas que mostram esse fluxo do rio, rio este que deposita o

sedimento. Essas estratificações são típicas em rochas sedimentares. Figura 5

Outras estruturas verificadas foram os demoiselles, são torres que dão um bom

indicativo dos tipos de materiais e suas resistências. A erosão ocorre e lixivia o material

menos resistente e os mais resistentes resistem e cobrem uma porção da matéria menos

resistente formando essas estruturas parecidas com torres. Figura 6

Figura 5: Estratificação no KM 6, BR 174.

Diferenciação nas camadas depositadas,

estratificadas.. FONTE: MONTENEGRO, Diego,

2014.

Figura 6: Estratificação no KM 6, BR 174. Diferenciação

nas camadas depositadas, estratificadas.. FONTE:

MONTENEGRO, Diego, 2014.

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2ª PONTO a): BR-174, Km 45 (Espodossolos)

LOCALIZAÇÃO:

Latitude: 02° 35’ 14,6’’ S

Longitude: 60° 1’ 57,5’’ O

Foi verificado a presença dos espodossolos, ou solos podzóis. São solos bastante

recorrentes ao longo da BR 174, e região. Podem ser consideradas “paleo dunas”, ou

dunas antigas. São formados devido a lixiviação das rochas através pelas águas (chuva

ou do rio) que por ter o ph baixo são ácidas então retiram todos os nutrientes, esse

processo – acidólise- faz visível e clara a distinção entre a parte que ainda mantem os

nutrientes pela cor escura (matéria orgânica em decomposição) chamada serapilheira e o

mineral restante, geralmente quartzo em grão tamanho areia, parte de coloração clara. A

areia usada na construção civil é em grande parte retirada destas regiões, pois como dito

acima, o que sobra após a acidólise é justamente o quartzo (areia). Figura 7

Figura 7: Espodossolo no KM 45, BR 174. Pode-se

notar a diferença da parte escura (orgânica) e a

parte clara (areia). FONTE: MONTENEGRO, Diego,

2014.

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2ª PONTO b): BR-174, Km 45 (Caulim e Igarapé cabeça branca)

LOCALIZAÇÃO:

Latitude: 02° 35’ 08,2’’ S

Longitude: 60° 01’ 57,0’’ O

Neste ponto a voçoroca analisada é bem maior que a do PONTO 1, foram

observados os processos de intemperismo nos arenitos da formação alter do chão. Essas

formações foram divididas entre as faces mais arenosas e as mais argilosas. Também

foram observadas as consequências físicas de tais processos erosivos sobre os elementos

químicos que formam a estrutura dos minerais. Por exemplo, minerais que tem sua

coloração avermelhada retirada, indicam a lixiviação levando o Fe (ferro) existente

naquela face. Essa lixiviação causada pela chuva acaba não só retirando os elementos

dos minerais como concentrando-os em outros ambientes onde existem diferentes

minerais, essa reação química culmina na formação de novos minerais como a caulinita,

que é formada após a lixiviação e perda total ou parcial do potássio de uma rocha,

ficando somente os argilominerais. A caulinita é uma argila branca bastante usada na

indústria, entre outras cosias é usada na fabricação de tintas e no processo de

clareamento do papel.

Figura 8: Saprolito no KM 45, BR 174. Pode-se notar todo o processo de

alteração da rocha por meio da coloração. Da esquerda para a direita FONTE:

MONTENEGRO, Diego, 2014.

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Foi feito um teste para fazer uma diferenciação entre o arenoso e o argiloso.

Esse teste consiste basicamente em se checar se o material é pegajoso e se pode-se fixar

na mão sem que caia. O argiloso resistiu facilmente e não caiu enquanto o arenoso foi

difícil até mesmo para se formar uma bola. Foi também observado o processo de

alteração das rochas originais naquela região. Com o desmatamento e retirada da

cobertura vegetal esse processo se intensificou. Quando tal rocha começa a ser alterada

pelo intemperismo dá-se o nome de saprolito. Figura 8. Esse processo de lixiviação

através da água da chuva vai ocorrendo até que no final não se tenha mais nada da rocha

original se não o acamamento, ou a estrutura. Os elementos que são lixiviados são

levados pela água da chuva e depositados nos rios, fazendo com que por meio da “carga

dissolvida” os rios sejam ricos em minerais. A consequência dessa deposição de

minerais nos rios é facilmente identificada no igarapé cabeça branca. Através de

comparativos expostos pela orientadora, percebeu-se que o nível do igarapé subiu

demasiadamente. A ponto de algumas árvores já estarem quase submersas. E assim

como na voçoroca aqui o acamamento dos rios e igarapés traz prejuízos à vida aquática.

Figura 9: Caulim no KM 45, BR 174. Nesta imagem

estão presente tanto as faces argilosas quanto as

arenosas (ainda com presença de ferro). FONTE:

MONTENEGRO, Diego, 2014.

Figura 10: Igarapé Cabeça branca no KM 45, BR 174.

Acamamento dos rios causado pela deposição de

sedimentos. FONTE: MONTENEGRO, Diego, 2014.

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Mais à frente foi verificado a ocorrência da crosta laterítica. Algumas rochas

acumulam água da chuva, e quando há (Fe) ferro nas rochas e esse ferro não é lixiviado

ocorre um acúmulo de água, levando esse material a oxidar. Essas características foram

verificadas também por meio da coloração avermelhada e da dureza da rocha. Conforme

mostra a figura abaixo. Tal característica é típica da faixa equatorial, onde a temperatura

alta e a alta atividade pluvial predominam.

3ª PONTO: BR-174, Km 99 Rio Urubu (Folhelhos Formação Manacapuru)

LOCALIZAÇÃO:

Latitude: 2° 06’ 44,7’’ S

Longitude: 59° 59’ 29,0’’ O

Foram analisadas nessa região rochas sedimentares. A estrutura física folheada é

bastante chamativa dando a aparência de um depósito em várias camadas. As rochas

denominadas como “folhelhos” provém da formação Manacapuru, do período siluriano

- devoniano. Apesar de que as rochas apresentavam estar alteradas foi possível por meio

de uma rasa escavação encontrar fósseis de braquiópodes; antigas conchas marinhas que

quando morrem afundam e são preservadas, ficando em lugar da carapaça o sedimento

sobre um molde, o que nos leva a dedução lógica de que no período em que esses

Figura 11: Rocha da Crosta lateritica no KM 45, BR 174. Rocha em

estado de oxidação avançado. FONTE: MONTENEGRO, Diego, 2014.

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folhelhos foram depositados o ambiente estava encoberto pelo oceano, estavam em uma

profundidade maior, ou seja, era um ambiente marinho profundo. Outra evidência disso

é que pela fragilidade e aspecto desse material (silte-argila), infere-se que para que a

sedimentação fosse concluída com sucesso teria de ser um ambiente calmo, portanto

não poderia ser um rio, com a movimentação natural e correntes. Logo, um oceano seria

o ambiente propício para essas rochas terem sido sedimentadas.

4ª PONTO: BR-174, Km 152 – Pedreira Manaus (Rochas ígneas)

LOCALIZAÇÃO:

Latitude: 1 41’ 29.7” S

Longitude: 60 09’ 41.6” O

Ao chegar na pedreira a primeira observação foi a questão de uma camada de 5 metros

de solo sedimentar, que é decorrente da decomposição da rocha parental. Então na

pedreira as observações foram voltadas para as rochas ígneas. É vasta a quantidade de

rochas encontradas, como a pirita, o quartzo e o granito, mas um outro tipo de rocha

chamou bastante a atenção: o Riolíto.

Figura 12: Rochas sedimentares da

formação Manacapuru no KM 99, BR 174.

Sedimentos em formato de camadas,

folheadas. FONTE: MONTENEGRO, Diego,

2014.

Figura 13: Fragmento retirado do folhelho

no KM 99, BR 174. Rocha com molde de um

fóssil de braquiópode. FONTE:

MONTENEGRO, Diego, 2014.

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O riolíto é uma rocha vulcânica ácida do grupo Iricomé, do período proterozóico.

Esse tipo de rocha é raro, pois nas erupções vulcânicas ele não consegue ascender a

superfície com facilidade por ser formada a partir de um magma base muito abundante

em sílica, logo, uma lava viscosa e pesada, dificultando assim a ascensão do material,

causando um aumento de pressão na erupção. Isso leva a entender que a atividade

vulcânica na área foi de tipo explosiva (piroclastica) e demonstram terem sido

intrudidas por diques básicos que cortam as rochas fazendo assim diferenciação das

rochas mudando e até mesmo a coloração das rochas, sendo assim facilmente

identificável. Em alguns pontos as rochas apresentavam ainda uma terceira fase, a

granítica demonstrando que de fato houve intensa atividade vulcânica naquela região.

Foram identificadas fraturas nas rochas decorrente do movimento transamazônico.

Figura 14: Rocha ígnea no KM 152, BR 174. Rocha dividida por um

dique intrusivo. FONTE: MONTENEGRO, Diego, 2014.

Figura 8: Diques e fratura: Marcas que mostram

características da origem vulcânica. Fonte:

MONTENEGRO, Diego. 2014.

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5ª PONTO: BR-174, Km 113 – Igarapé das Lajes

LOCALIZAÇÃO:

Latitude: 1 59’ 31.3” S

Longitude: 60 01’ 33.7” O

Voltamos novamente a analisar as formações de rochas sedimentares.

Especialmente os arenitos da formação Nhamundá, do período siluriano-devoniano

(grupo trombetas). Esses arenitos aparecem em afloramentos grandes, chamados

matacões. A água transporta e deposita areia em grande quantidade, por isso o ambiente

de formação é de praia. Ocorre então a compactação em blocos. Entretanto esses blocos

são formados por um arenito chamado “friável” e tem uma característica de ser formado

por uma areia fina. Apresenta na sua superfície algumas cavidades, feições erosivas em

consequência das chuvas e isso também possibilita o crescimento de vegetação sobre as

rochas, com o crescimento dessas raízes ocorre intemperismo físico.

Figura 10: Blocos e Matacões de Arenito KM

113, BR 174. Matacões de arenito formação

Nhamundá, e a areia depositada pelos rios.

Vegetação ao redor contribui para o

intemperismo físico. FONTE: MONTENEGRO,

Diego, 2014.

Figura 9: Arenito KM 113, BR 174. Arenito

friável em tamanho matacão. Apesar do

aspecto rígido essa rocha é formada

basicamente por grãos de areia fina.

FONTE: MONTENEGRO, Diego, 2014.

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DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

Ao finalizarmos este relatório, podemos diferenciar as formações e

afloramentos encontrados nos pontos abordados no trabalho de campos entre rochas

ígneas (vulcânicas) e sedimentares (que foram depositadas ao longo dos anos), foram

abordados a procedência destas formações, e posição na escala estratigráfica. Também

foram analisados os processos de intemperismo e as suas consequências. Sabendo

diferenciar os impactos ambientais causados por processos naturais e por interferência

humana, podemos analisar meios de amenizar essa interferência humana e diminuir

futuros prejuízos.

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REFERÊNCIAS

Br-174. (26 de Abril de 2014). Fonte: Wikipedia; Disponível em <

http://pt.wikipedia.org/wiki/BR-174> Acesso em: 02/06/2013 às 12:04.

RODRIGUES, E. P., & PINHEIRO, E. d. (Setembro/Dezembro de 2011). SciELO.

Fonte: Sociedade & Natureza; Disponível

em >http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1982-

45132011000300011&script=sci_arttext< Acesso em: 02/06/2013 às 12:34.

SOUZA, V. d., & NOGUEIRA, A. C. (Março de 2009). PPEGeo. Fonte: Revista

Brasileira de Geociências; Disponível

em >http://ppegeo.igc.usp.br/scielo.php?pid=S0375-

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