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0 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO: Pedagogo em ação Renata de Carvalho Cossetti Orientador: Carlos Alberto Cereja Co-orientador: Nelsom de Magalhães Julho / 2005

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

RECRUTAMENTO E SELEÇÃO: Pedagogo em ação

Renata de Carvalho Cossetti

Orientador: Carlos Alberto Cereja

Co-orientador: Nelsom de Magalhães

Julho / 2005

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

RECRUTAMENTO E SELEÇÃO: Pedagogo em ação

Objetivos:

Este trabalho tem como objetivo analisar o Pedagogo

em suas múltiplas funções atribuindo um enfoque

especial ao que tange a Pedagogia Empresarial

envolvida na área de Gestão de Pessoas com ênfase

no processo de Recrutamento e seleção.

Pós-graduação “Lato Senso” em Pedagogia Empresarial

Por Renata de Carvalho Cossetti

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Agradecimentos:

Acima de tudo a Deus, por nunca ter me desamparado, guiando e

iluminando meus caminhos, ajudando-me a crescer cognitivamente e

afetivamente seja na vida profissional, familiar ou no grupo de amigos.

A meus pais, que sempre estiveram por perto, apoiando minhas

decisões, dando-me força para prosseguir, principalmente nos momentos

dificultosos.

Ao meu “irmãozinho” por ser tão maravilhoso e encantador e estar

presente em todos os momentos de minha vida fazendo-os mais alegres e

felizes.

A minha “cunhada” Ana Carolina, por ser tão especial, ou melhor, ser

essencial na minha vida e na busca por meus objetivos.

Aos meus familiares por todo o apoio que me é fornecido, em especial a

minha avó Diva e aos meus padrinhos e primos.

A todas as crianças que cruzaram minha vida apresentando-me o retrato

da pureza e da inocência, principalmente a minha afilhada Nayana e “sobrinha”

Ana Luísa.

Aos meus amigos Anderson Marinho, Carla Padiglione, Flávia Regina

Dias, Janaina Ferreira, Maristela França, Paula Ferreira, Renata Cardozo, Rita

de Cássia Fonte, Shirley Ferreira, e todos os outros que se fizeram marcantes

em minha vida e que, de certa forma, contribuíram para a realização deste

trabalho.

A Professora Olga Azevedo Marques de Oliveira por ter me ensinado o

básico para uma vida acadêmica / profissional de sucesso.

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Dedicatória

Aos meus pais Mariza de Carvalho Cossetti e Cloves Cossetti, que

dedicaram suas vidas a estender as mãos para mim e para meu irmão

proporcionando-nos momentos de felicidades, apoiando-nos nas decisões,

dando força para ultrapassar obstáculos e levantando-nos nos momentos de

“queda” e desespero. Muito obrigada por tudo o que sempre foram e sempre

serão em nossas vidas. Amo vocês!

Ao meu querido irmão que é a chave para todo o sucesso que venho

atingindo em minha vida e meu orgulho. Eu amo você!

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Resumo

Este trabalho tem por objetivo analisar o profissional formado em

Pedagogia, verificando suas possíveis funções e campos de trabalho, fazendo

um paralelo entre o Pedagogo voltado para o ambiente escolar e o Pedagogo

Empresarial. Abordar-se-á em seu corpo questões relativas à Gestão de

Pessoas bem como ao Recrutamento e Seleção explorando o conceito dos

mesmos e suas atribuições, classificando-os como um espaço aberto ao

profissional analisado tendo em vista o conjunto de habilidades que este tem e

que o cargo predispõe. Serão tratadas ainda questões acerca da Gestão de

Pessoas, com, por exemplo, a liderança e a motivação, enfocando, ainda, a

Gestão de Pessoas por competências, conceito e realização. Haverá uma

breve análise do processo de recrutamento e do processo de seleção

apontando seus prós e contras, cuidados e importância.

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Metodologia

Esta pesquisa irá se basear em discussões teóricas que envolvem

profissionais relacionados à Pedagogia e a Gestão de Pessoas, enfocando no

que tange a questão do processo de Recrutamento e Seleção.

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Sumário

Introdução .........................................................................................................07

Capítulo 1 – Pedagogia: que ciência é essa? ...................................................10

1.1) A história da Pedagogia ....................................................................12

1.2) As funções do Pedagogo ..................................................................14

1.2.1) Magistério ...............................................................................15

1.2.2) Supervisão Escolar .................................................................15

1.2.3) Orientação Educacional .........................................................17

1.2.4) Administração Escolar ............................................................18

1.2.5) Pedagogo Empresarial ...........................................................20

Capítulo 2 – Gestão de Pessoas ......................................................................27

2.1) Características da ‘nova’ gestão de pessoas ....................................29

2.1.1) Motivação ...............................................................................29

2.1.2) Liderança . ..............................................................................31

2.2) Gestão por Competências .................................................................32

Capítulo 3 – O processo de recrutamento e seleção ........................................35

3.1) Recrutamento: a que se destina? ......................................................37

3.1.1) Recrutamento Interno .............................................................39

3.1.2) Recrutamento Externo ............................................................40

3.2) O processo de seleção: sua essência? .............................................42

Considerações finais .........................................................................................46

Bibliografia ........................................................................................................48

Anexos ..............................................................................................................49

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Introdução:

O ambiente empresarial, como se sabe, vive passando por diversas

transformações cujas intenções são a de melhorar em termos de qualidade e

eficiência. Essas alterações são contínuas e gradativas variando de acordo

com as necessidades, expectativas, objetivos e missões da instituição.

“A economia está em ebulição. A concorrência avança sem

mais fronteiras. Serão vencedoras aquelas empresas que

conseguirem maior flexibilidade em seus processos para poder

atender clientes cada vez mais exigentes.” (PONTES, 2004, p. 19)

Em muitas avaliações realizadas, as equipes técnicas das empresas

passaram a perceber que para que houvesse um bom desempenho de trabalho

não bastava apenas contar com instrumentos ou acomodações próprias, era

necessário e essencial contar com uma equipe de profissionais que se

revezassem e se completassem em suas habilidades como competência,

criatividade, iniciativa, destreza, ousadia (com limite) e talento. Com isso,

passou-se a exigir com mais intensidade da equipe de Gestão de Pessoas, que

tratava, dentre seu extenso quadro de tarefas, de recrutar e selecionar

pessoas.

Com todos os olhares direcionados para tal função surgiu à necessidade

de ter novos profissionais qualificados para a tarefa, abrindo caminho para o

Pedagogo, que se destacou e vem se firmando no mercado profissional,

embora ainda tendo seu trabalho desconhecido.

É muito comum vermos pessoas formadas em Pedagogia que nem se

quer sabem para o que ela serve, é capaz ainda de ser ouvido como resposta a

algumas indagações acerca da mesma o seguinte: para dar aula! Sua

importância sempre foi esquecida e sua necessidade nunca mencionada eis

que como um passe de mágica, num piscar de olhos surge em meio à “feras”

do mundo empresarial uma figura muito atípica que ora ensina e ora aprende,

que se envolve nas situações sem que elas sejam, único e exclusivo, motivo

para sua existência tendo sempre como base a sua própria capacidade e

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habilidades (talentos). Um profissional flexivo capaz de mudar com facilidade,

enfrentar os erros com coragens tendo-os como aprendizagem e estímulo,

superando todas as perspectivas e vencendo a barreira do rótulo.

O Pedagogo entra na empresa como um provável salvador da pátria,

mostra-se competente e eficaz e cá está sendo discutido e pensado.

É em virtude deste êxodo “Pedagógico na empresa”, que me envolvi,

que procuro levar a minha pesquisa rumo a descobertas de segredos de um

Pedagogo Empresarial de sucesso.

Para que tal objetivo seja atingido far-se-á necessário que haja uma

discussão teórica rica e construtiva mediante as três concepções mais

importantes desta pesquisa: a do pedagogo e a do recrutamento e seleção

bem como a própria concepção de Gestão de Pessoas.

Conteúdo dos capítulos

Num primeiro capítulo nos pegaremos a nomes exaltados no campo da

Pedagogia como José Carlos Libâneo, Selma Garrido Pimenta, Paulo Freire e

Carlos Rodrigues Brandão para buscarmos a verdadeira essência da profissão,

seu envolvimento com a escola, suas atribuições e seu “leque” de funções, que

em um último subtítulo nos ajudará a compreender melhor o Pedagogo

Empresarial.

Há uma diversidade de práticas educativas na sociedade e, em

todas elas, desde que se configurem como intencionais, está

presente a ação pedagógica. A contemporaneidade revela uma

‘sociedade pedagógica’(Beillerot, 1985), revelando amplos campos

de atuação pedagógica. A partir de indicações desse autor, pode-se

definir para o pedagogo duas esferas de ação educativa: escolar e

extra-escolar. (LIBÂNEO, citado em: PIMENTA, 2001, p. 123,124)

Tentar-se-á atingir o significado real de educação, onde ela acontece,

quais são os momentos mais favoráveis a sua introdução, assim como suas

implicações no desenvolvimento humano.

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Já no segundo e terceiro capítulos estaremos nos apoiando em autores

como Sandra Regina Rocha-Pinto e seus colaboradores, Idalberto Chiavenato,

Benedito Rodrigues Pontes bem como em textos / artigos extraídos do

chamado por instrumento da modernidade, a internet.

Serão abordados em cada capítulo dois temas que, embora distintos, se

entrelaçam, sendo dependentes um do outro.

A Gestão de Pessoas por suas características e a Gestão de Pessoas

por Competências constituirão o segundo capítulo, ao passo que o

Recrutamento e Seleção (conceitos e desdobramentos) serão temas do

terceiro e último capítulos.

No Brasil, a gestão de competências é um tema relativamente

recente, tendo despertado interesse cada vez maior nos

responsáveis pelo gerenciamento de pessoas, pelo fato de, quando

bem elaborada e conduzida, permitir uma efetiva alavancagem nos

negócios da empresa. (ROCHA-PINTO, 2003, p. 35)

Nas conclusões serão expostas idéias de autores que se preocuparam

com esta “nova” ramificação da Pedagogia além de uma breve comparação

entre autores o que nos propiciará um diálogo rico, sendo fonte de reflexão

para eventuais pesquisas. Contará também com uma análise crítica acerca da

importância do Recrutamento e Seleção dentro de empresas sejam elas de

grande ou pequeno porte.

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Capítulo 1 – Pedagogia: que ciência é essa?

Este capítulo aborda a Pedagogia como uma ciência voltada à

educação, sua história e seus desdobramentos no campo escolar e fora dele,

apresentando o pedagogo em suas múltiplas funções, analisando todas as

suas habilidades.

Para sustentar a pesquisa utilizamos autores como José Carlos Libâneo,

Selma Garrido Pimenta, Paulo Freire e Carlos Rodrigues Brandão, além de

textos retirados da internet.

Pensar em Pedagogia, avaliá-la, buscar sua essência parece fácil para

aqueles que, na ponta da língua, responderiam que Pedagogia é a ciência que

ensina a dar aula. Se pararmos para refletir nesta simples resposta e

analisarmos todo o processo de dar aula veremos que só aí encontraremos

uma variedade de questões que estão implícitas a essa tarefa que a torna, por

si só, um ato complexo.

Para esclarecer o que quis dizer buscaremos o grande mestre da

Pedagogia, Paula Freire, que em seu livro, Pedagogia da Autonomia: saberes

necessários à prática educativa, nos coloca alguns pontos que nos fazem

refletir acerca de todo um processo ensino-aprendizagem. Ensinar não

significa, para ele, a ação de transmitir conhecimentos, ensinar é uma arte

capaz de fazer-nos perceber que “não há docência sem discência” e que,

ainda, “é uma especificidade humana” (FREIRE, 1996, p. 7 a 9)

Como podemos perceber, dar aulas não é tão fácil quanto parece e

muito menos é algo banal, embora com toda essa complexidade não é só a

essa função que se resume a Pedagogia.

Selma Garrido Pimenta, organizadora do livro, Pedagogia, ciência da

educação?, coloca-nos logo em seu título uma indagação, que para que

possamos entender e nos colocarmos perante a mesma, precisamos, antes de

tudo, compreendermos o que é educação.

Segundo o minidicionário Aurélio educação é:

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“ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações jovens

para adaptá-las à vida social; trabalho sistematizado, seletivo,

orientador, pelo qual nos ajustamos à vida, de acordo com as

necessidades ideais e propósitos dominantes; ato ou efeito de

educar; aperfeiçoamento integral de todas as faculdades humanas,

polidez, cortesia.” (2000, p. 251)

Mediante tal citação podemos observar que, embora também

relacionada a um processo sistêmico, como na escola, por exemplo, a

educação tende a se propagar em diferentes momentos e por diferentes

pessoas, assim como nos diz a própria lei:

“Art. 41 – A educação constitui dever da União, dos Estados, do

Distrito Federal, dos Territórios, dos Municípios, das empresas, da

família e da comunidade em geral, que entrosarão recursos e

esforços para promovê-la e incentivá-la.” (Citado em: BRANDÃO,

1995, p. 57)

Porém, é somente

“quando o fruto do trabalho acumula os bens que dividem o trabalho,

a sociedade inventa a posse e o poder que separa os homens entre

categorias de sujeitos socialmente desiguais. A posse e o poder

dividem também o saber entre os que sabem e os que não sabem.

Dividem o trabalho de ensinar tipos de saber a tipos de sujeitos e

criam, para o seu uso, categorias de trabalhadores do saber-e-do-

ensino.

É a partir daí que a educação aparece como propriedade, como

sistema e como escola.” (BRANDÃO, 1995, p. 102)

Através desta nova idéia, implementada pela diferença e pela

desigualdade pode-se entender, “a grosso modo”, que a Pedagogia é sim uma

ciência da educação, muitas vezes mascarada mesclando saberes de acordo

com o educando.

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Em se tratando, portanto, mesmo que de forma alienada de uma ciência

da educação, a Pedagogia se divide em diversas tendências, atribuindo a cada

Pedagogo uma função diferenciada, dependente de seu exercício.

Para entendermos melhor toda essa trajetória da Pedagogia e suas

atribuições veremos um pouco de sua história e suas funções detalhadamente.

1.1) A história da Pedagogia

Segundo o dicionário Aurélio (2000, p.522), Pedagogia é a “teoria e

ciência da educação e do ensino”, que, segundo Pimenta (2001, p. 7), foi

instituída no Brasil em 1939 junto com o curso de Psicologia e de Sociologia

que supostamente dariam base e eficácia a sua atividade tendo em vista que

uma estudaria a aprendizagem enquanto a outra se dedicaria a estudar a

escola como instituição.

Entretanto ao longo dos anos a Pedagogia foi passando por diversas

reformas, dentre elas se destacam a de 1960 quando ela passou a formar

bacharéis e licenciados o que, posteriormente, na mesma década, seria abolida

a distinção entre ambos e “instituída a idéia de formar especialistas em

administração escolar, supervisão pedagógica e orientação educacional”.

(PIMENTA, 2001, p.8)

Já no fim

“dos anos 70 emerge o movimento de redefinição dos cursos de

Pedagogia. Questionava-se a identidade do curso e do profissional

pedagogo. Esse movimento contrapôs-se à concepção

tecnoburocrática oficial que não incluía a participação dos

educadores na definição da política educacional”. (PIMENTA, 2001,

p. 9)

Foi somente no “decorrer dos anos 80 que esse movimento recebeu

diferentes denominações até firmar-se como Associação Nacional pela

Formação dos Profissionais da Educação (ANFOPE).” (PIMENTA, 2001, p. 9)

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Hoje o curso de Pedagogia conta com uma proposta de Diretrizes

Curriculares que define o perfil do pedagogo como

“Profissional habilitado a atuar no ensino, na organização e

gestão de sistemas, unidades e projetos educacionais e na produção

e difusão do conhecimento, em diversas áreas da educação, tendo a

docência como base obrigatória de sua formação e identidade

profissionais”. (http://www.mec.gov.br/sesu/ftp/Pedagog-DC.rtf,

acessado em 24/06/2005, às 19:00h)

“Nessa direção, as seguintes competências e habilidades, entre

outras, devem ser desenvolvidas:

• compreensão ampla e consistente do fenômeno e da prática

educativos que se dão em diferentes âmbitos e especialidades;

• compreensão do processo de construção do conhecimento no

indivíduo inserido em seu contexto social e cultural;

• capacidade de identificar problemas sócio-culturais e

educacionais propondo respostas criativas às questões da qualidade

do ensino e medidas que visem superar a exclusão social.

• compreensão e valorização das diferentes linguagens

manifestas nas sociedades contemporâneas e de sua função na

produção do conhecimento;

• compreensão e valorização dos diferentes padrões e

produções culturais existentes na sociedade contemporânea;

• capacidade de apreender a dinâmica cultural e de atuar

adequadamente em relação ao conjunto de significados que a

constituem;

• capacidade para atuar com portadores de necessidades

especiais, em diferentes níveis da organização escolar, de modo a

assegurar seus direitos de cidadania;

• capacidade para atuar com jovens e adultos defasados em seu

processo de escolarização;

• capacidade de estabelecer diálogo entre a área educacional e

as demais áreas do conhecimento;

• capacidade de articular ensino e pesquisa na produção do

conhecimento e da prática pedagógica;

• capacidade para dominar processos e meios de comunicação

em suas relações com os problemas educacionais;

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• capacidade de desenvolver metodologias e materiais

pedagógicos adequados à utilização das tecnologias da informação

e da comunicação nas práticas educativas;

• compromisso com uma ética de atuação profissional e com a

organização democrática da vida em sociedade;

• articulação da atividade educacional nas diferentes formas de

gestão educacional, na organização do trabalho pedagógico escolar,

no planejamento, execução e avaliação de propostas pedagógicas

da escola;

• elaboração do projeto pedagógico, sintetizando as atividades

de ensino e administração, caracterizadas por categorias comuns

como: planejamento, organização, coordenação e avaliação e por

valores comuns como: solidariedade, cooperação, responsabilidade

e compromisso.” (http://www.mec.gov.br/sesu/ftp/Pedagog-DC.rtf

acessado em 24/06/2005, às 19:00h)

1.2) As funções do Pedagogo

Conforme mencionado anteriormente, o Pedagogo conta com um vasto

campo de trabalho que envolve todo o processo ensino-aprendizagem e de

desenvolvimento humano, podendo este profissional estar atuando seja no

ambiente escola ou, até mesmo, no ambiente empresa.

Dentro da instituição escola esse profissional vem desempenhando

funções que vão desde o magistério com regências de turma passando pela

supervisão pedagógica, pela orientação educacional atingindo, inclusive a

administração escolar, o que requer habilidades específicas para cada cargo.

Já no ambiente empresa, onde o profissional é reconhecido como

Pedagogo Empresarial não existe divisões de tarefas, e sim uma união de

todas essas habilidades junto com uma visão empreendedora que garantem

seu lugar e seu futuro dentro da organização.

Veremos agora um pouco da cada função, suas atribuições e suas

finalidades.

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1.2.1) Magistério

A docência é uma arte, até mesmo um dom. Como diz Paulo Freire

“formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de

destrezas”. (1996, p. 15)

É uma tarefa árdua que precisa de responsabilidade, compreensão,

afeto, dedicação, ousadia, iniciativa, liderança, motivação, reflexão constante e

sobre tudo, dentre outras, de paciência e perseverança.

Compreender o aluno como um ser amplo e complexo que possui

momentos diferentes, interesses próprios e, além disso, personalidades e

temperamentos distintos.

O magistério constitui o ato que envolve o processo ensino-

aprendizagem de forma sistêmica e planejada.

1.2.2) Supervisão Pedagógica

Mais uma vez retornemos ao, popularmente chamado, “pai dos burros”

para buscarmos a essência das palavras que, unidas, indicam o perfil do

profissional em questão.

Para Ferreira (2000, p. 654), supervisão “é o ato ou efeito de supervisar

ou supervisionar; função de supervisor”, sendo supervisar “dirigir ou orientar

em plano superior; superintender, supervisionar”. E pedagógica, relativo a

pedagogia como descrito anteriormente.

Através de uma análise interpretativa das definições acima mencionadas

podemos perceber o supervisor pedagógico como um agente que dirige e

orienta o trabalho dos educadores relacionados a prática educativa.

Essa figura, no imenso e diversificado universo escolar, muitas vezes,

dependendo da região e da instituição, denomina-se também como

coordenador pedagógico.

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Para Lück (2002),

“propiciar momentos de estudos para e com os educadores

com os quais trabalha, num processo de educação continuada

dentro do ambiente escolar, é atividade primordial do Coordenador

Pedagógico. Ele deve incumbir-se de garantir, orientar e auxiliar esta

formação, a fim de que os professores desenvolvam e aperfeiçoem

suas habilidades, renovando conhecimentos, repensando a práxis

educativas, buscando novas metodologias de trabalho, aliando teoria

e prática, uma vez que não existe a possibilidade de dicotomia entre

uma e outra, pois toda ação humana é intencional, tenha-se

consciência disto ou não. Esta atitude traz como conseqüência a

obrigatoriedade de se realizar periódicas avaliações acerca do

desempenho dos professores bem como da própria ingerência neste

campo, sendo um feedback fundamental para a melhoria da

qualidade do ensino oferecida pela escola.

A valorização e conseqüente motivação dos professores,

também é incumbência crucial do Coordenador.”

(http://www.gestaouniversitaria.com.br/scripts/print_materia.php?id=5

07&print=y, acessado em 03/07/2005 às 15:00h)

Além disso, fica a cargo desse profissional a elaboração do Projeto

Político e Pedagógico da escola em parceria com a direção, corpo docente e

discente, funcionários e comunidade.

Durante toda a sua trajetória histórica, o supervisor foi se configurando,

assumindo novas responsabilidades e, principalmente, modificando sua

postura que passou por líder, inspetor administrativo, defensor do currículo,

orientador interno (todo o trabalho realizado na escola) e, finalmente, foi

somente a partir da década de 80 que começou “a ser considerada como um

sinônimo de coordenação pedagógica”, de forma que “deixava de ser apenas o

controlador, inspetor, alterando sua relação com os demais integrantes da

comunidade escolar, devendo ser articulador dos processos pedagógicos.”

(http://www.fabiotomazalvesculturaeeducacao.hpg.ig.com.br/supervisao_algum

as_reflexoes.htm, acessado em 24/06/2005, às 19:00h)

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Assim, como diz Libâneo

“A atuação do pedagogo escolar é imprescindível na ajuda aos

professores no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula

(...), na análise e compreensão das situações de ensino com base

nos conhecimentos teóricos, ou seja, na vinculação entre as áreas

do conhecimento pedagógico e trabalho em sala de aula”. (Citado

em:http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=555,

acessado em 24/06/2005, às 19:00h)

1.2.3) Orientação Educacional

Orientar quer dizer “dirigir, guiar” (FERREIRA, 2000, p. 502) com isso

cabe percebermos que dentro da instituição escola, o Orientador Educacional

(O.E.) deve ser um elemento indispensável no que se refere a todo um trabalho

que envolve o corpo discente numa perspectiva de ver o aluno como uma ser

amplo e buscar junto a toda a equipe da instituição desenvolvê-lo

“harmoniosamente e equilibradamente em todos os aspectos: intelectual, físico,

social, moral, ético, político, educacional e vocacional”.

(http://www.procampus.com.br/atribuicoes.asp, acessado em 24/06/2005, às

19:00h)

Dessa forma o O.E. deverá

“assistir o aluno e toda a equipe que está envolvida no processo

ensino-aprendizagem (professor, familiares e sociedade), propondo

alternativas que visem a redução da evasão escolar e o acesso de

todos à escola, tornando-a igualitária e democrática”.

(http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=555,

acessado em 24/06/2005, às 19:00h)

Para tanto deverá desenvolver “um processo cooperativo devendo:

· mobilizar a escola, a família e a criança para a investigação

coletiva da realidade na qual todos estão inseridos;

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· cooperar com o professor, estando sempre em contato com

ele, auxiliando-o na tarefa de compreender o comportamento das

classes e dos alunos em particular;

· manter os professores informados quanto às atitudes do SOE

junto aos alunos, principalmente quando esta atitude tiver sido

solicitada pelo professor;

· esclarecer a família quanto às finalidades e funcionamento do

SOE;

· atrair os pais para a escola a fim de que nela participem como

forca viva e ativa;

· desenvolver trabalhos de integração: pais x escola,professores

x pais e pais x filhos;

· pressupor que a educação não é maturação espontânea, mas

intervenção direta ou indireta que possibilita a conquista da disciplina

intelectual e moral;

· trabalhar preventivamente em relação a situações e

dificuldades,promovendo condições que favoreçam o

desenvolvimento do educando;

· organizar dados referentes aos alunos;- procurar captar a

confiança e cooperação dos educandos, ouvindo-os com paciência e

atenção;

· ser firme quando necessário, sem intimidação, criando um

clima de cooperação na escola;

· desenvolver atividades de hábitos de estudo e organização;

· tratar de assuntos atuais e de interesse dos alunos fazendo

integração junto às diversas disciplinas”.

(http://www.procampus.com.br/atribuicoes.asp, acessado em

24/06/2005, às 19:00h)

1.2.4) Administração escolar

Segundo Ferreira (2000), administrar é “gerir, governar, dirigir; dirigir

(instituição)”. Podemos então perceber que o administrador é aquele que vai

“comandar” a escola da mesma forma que um capitão comanda um navio,

direcionando caminhos, apontando obstáculos, repensando a prática,

sugerindo estratégias, observando fenômenos naturais e sociais, adaptando

sua rotina, modificando rotas, motivando, etc, objetivando ao longo de sua

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viagem dar condições seguras e com possibilidades reais de sucesso a sua

tropa.

“O administrador é homem que dispõe dos meios e dos

recursos necessários para obter alguns resultados. Resultados

certos, e isto é um administrador. Logo, determinados, propositais,

estabelecidos pela ação intentada. Não há função mais constante

nem mais geral. A vida está completamente saturada dela. Sem

administração, a vida não se processaria. Mas há dois tipos de

administração: e daí é que parte a dificuldade toda. Há uma

administração que seria, digamos, mecânica, em que planejo muito

bem o produto que desejo obter, analiso tudo que é necessário para

elaborá-lo, divido as parcelas de trabalho envolvidas nessa

elaboração e dispondo de boa mão-de-obra e boa organização, entro

em produção. É a administração da fábrica. É a administração, por

conseguinte, em que a função de planejar é suprema e a função de

executar, mínima. E há outra administração - à qual pertence o caso

da Administração Escolar - muito mais difícil. Seu melhor exemplo é

o da Administração dos hospitais, em que a grande figura é,

digamos, a do cirurgião; o administrador é apenas o homem que

dispõe o hospital nas condições mais favoráveis possíveis para que

o cirurgião exerça com a maior perfeição possível a sua função. Este

é também o caso da educação. Administração da escola é também

aquela na qual o elemento mais importante não é o administrador,

mas o professor. Enquanto na fábrica o elemento mais importante é

o planejador, o gerente, o staff, na educação, o elemento mais

importante é o professor. Se este professor é homem de ciência, de

alta competência, e a sua escola é pequena, pode realizar a função

de ensinar e a de administrar. Organiza a sua classe, administra a

sua classe, faz os trabalhos necessários para que o ensino se faça

bem. Além disto, ensina aos alunos, e, mais, guia e dirige os estudos

dos alunos. Estão reunidas nas atividades desse professor as três

grandes funções que vão passar para a Administração. A função de

administrar pròpriamente a classe; a função de planejar os trabalhos

e a função de orientar o ensino. Se o professor for sumamente

competente, a Administração fica sumamente insignificante. Daí, à

medida que passamos do ensino primário para o secundário, e deste

para o superior, reduzir-se, teòricamente, a função da Administração,

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tanto mais importante quanto mais tenha a escola professores de

nível, digamos, mais modesto”.

(http://www.prossiga.br/anisioteixeira/eng/artigos/quee.html,

acessado em 24/06/2005, às 19:00h)

Assim, ao lado do professor, tende

“a gerenciar e supervisionar o sistema de ensino cabendo a ele

elaborar as políticas educacionais dentro de um contexto sócio-

político-cultural, visando condições adequadas (materiais e

ambientais) para a formação dos alunos”.

(http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=555,

acessado em 24/06/2005, às 19:00h)

Para isso é imprescindível que

“além de dominar as técnicas da ciência da administração, conheça

também o contexto sócio-político-cultural da sociedade na qual está

inserido, só assim, ele poderá administrar de forma eficaz, propondo

soluções adequadas às mais variadas situações que forem

surgindo”.

(http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=555,

acessado em 24/06/2005, às 19:00h)

1.2.5) Pedagogo Empresarial

Sendo o pedagogo o indivíduo que “aplica a pedagogia, que ensina,

professor” (FERREIRA, 2000, p. 522) e empresarial, termo relativo a empresa

sendo esta uma “organização econômica destinada a produção ou vendas de

mercadorias ou serviços, tendo, em geral, como objetivo o lucro” (FERREIRA,

2000, p. 259), o Pedagogo Empresarial é um agente que entra neste restrito

mercado como um facilitador do processo que envolve produção e lucro.

Tanto as empresas quanto a pedagogia têm os mesmos ideais. Ambas

agem em direção à realização de objetivos definidos.

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Segundo a proposta apresentada e discutida no VI Encontro Nacional da

ANFOPE, em julho de 1992,

“o pedagogo (escolar ou não), (...), seria considerado um profissional

especializado em estudos e ações relacionados com a ciência

pedagógica, pesquisa pedagógica e problemática educativa,

abordando o fenômeno educativo em sua multidimensionalidade.

Neste sentido, o curso de pedagogia oferecia formação teórica,

científica e técnica para sua atuação em diferentes setores de

atividades: nos níveis centrais e intermediários do sistema de ensino

(políticas públicas para a educação, planificação e gestão, pesquisa

e supervisão do sistema de ensino); na escola (administração,

supervisão do ensino, assistência pedagógica-didática a professores

e alunos, formação continuada, avaliação); nas atividades extra-

escola (práticas educativas paraescolares, serviços de saúde e

promoção social, meios de comunicação, formação profissional,

produção de materiais didáticos de variada natureza etc); nas

atividades ligadas à formação e capacitação de pessoal nas

empresas”. (LIBÂNEO, Citado em: PIMENTA, 2001, p. 109)

Hoje contamos com algumas instituições de Ensino Superior que já

apresentam em sua grade curricular distinções entre os cursos de Pedagogia

voltado para a escola e de Pedagogia Empresarial, e, até mesmo cursos

específicos de Pedagogia Empresarial que trazem em sua base os seguintes

objetivos:

“- Formar profissionais para atuarem nos sistemas organizacionais

com ênfase na aprendizagem continuada e nos pressupostos da

pedagogia empresarial;

- Capacitar os profissionais para atuação em atividades científico-

tecnológicas no campo educacional, nos processos da organização e

gestão nas empresas e demais instituições que desenvolvam

atividades de cunho educacional;

- Oportunizar conhecimentos teóricos e práticos para a formação dos

profissionais pedagogos empresariais;

- Desencadear aprendizagens que favoreçam a compreensão da

necessidade de formação permanente, em qualidade crescente

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manifestas como fundamentais nas questões epistemológicas, dos

avanços propiciados pela investigação e para produção do

conhecimento;

- Desenvolver processos metodológicos que considerem a prática

pedagógica e suas problemáticas, através de propostas inovadoras,

coerentes com as necessidades do aluno e de uma sociedade

democrática;

- Favorecer a compreensão dos processos de qualificação

profissional através do desenvolvimento de processos reflexivos,

articulando os conhecimentos teóricos às situações práticas;

- Desenvolver atitudes de compromisso com a gestão participativa

docente/discente/comunidade, participando do esforço para

assegurar aos participantes do sistema educacional, a permanência

e a terminalidade do curso;

- Favorecer a conscientização contra a discriminação e preconceito

com relação à família e as pessoas portadoras de necessidades

especiais, oportunizando a inclusão social nas organizações;

- Possibilitar estudos relacionados à educação e trabalho, fazendo

frente às novas exigências da sociedade contemporânea;

- Construir e reconstruir, ao longo do curso, postura ética condizente

com os compromissos do cidadão educador;

- Capacitar para a investigação, diagnóstico, planejamento,

execução, controle e avaliação de desenvolvimento e gestão de

pessoas nas organizações;

- Capacitar para integração nos processos de gestão empresarial,

nos relacionamentos internos e externos que integram os processos

de convivência nas organizações, para qualidade e produtividade;

- Identificar os elementos básicos de uma organização, direcionando

o processo de aprendizagem da empresa para uma gestão

participativa, com atividades diferenciados, realizadas por pessoas

que objetivam produzir ações planejadas junto ao meio ambiente;

- Formar o profissional pedagogo visando à sua formação ética e

cidadã, capacitando-o para o campo de trabalho em que irá atuar e

para outras necessidades, ainda não demandadas.

- Formar o profissional pedagogo visando a sua capacitação

científica e tecnológica com alto nível de competência para o

exercício de cargo, funções e desempenho na gestão de pessoas

nas organizações.

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- Favorecer o desenvolvimento de competências e habilidades para

a gestão compartilhada e o avanço da comunicação, da autonomia,

das políticas sociais e democrática das organizações.”

(http://www.faesppr.edu.br/in.php?p=20150, acessado em

24/06/2005, às 19:00h)

Que buscam formar profissionais que apresentam o seguinte perfil

profissional:

“- Profissional capacitado para atuar nos sistemas educacionais, nas

organizações empresariais e nas diferentes áreas da gestão de

recursos humanos;

- Profissional capacitado para integração dos processos de gestão

empresarial e relacionamentos internos e externos presentes na

convivência profissional;

- Profissional apto para o planejamento, execução, acompanhamento

e avaliação de desempenho pessoal/profissional nas organizações

empresariais;

- Profissional com competência para atuação na gestão

organizacional, na convivência em ambientes multiculturais, em

processos de aprendizagem colaborativa e trabalho de equipe;

- Profissional com competência para investigação, diagnóstico,

execução e avaliação de projetos integrados nas organizações,

voltados para o desenvolvimento de pessoas;

- Profissional capaz de atuar com espírito crítico e analítico na vida

social, por meio do trabalho educativo enquanto mediação

empresa/sociedade;

- Profissional com formação em educação continuada apto às novas

circunstâncias de trabalho e ao pluralismo cultural atuando com

imparcialidade, usando critérios justos para convivência profissional

nas organizações empresariais;

- Profissional com competência e habilidades para o trabalho de

desenvolvimento de atividades educacionais coletivas;

- Profissional com senso de responsabilidade, solidariedade e

sentimento de justiça, no cumprimento das prerrogativas legais e

postura ética condizentes com os compromissos cidadãos do

educador;

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- Profissional comprometido com o respeito à liberdade apreço à

tolerância, propiciando ações compartilhadas no trabalho, em gestão

colaborativa para os avanços das políticas sociais democráticas;

- Profissional comprometido com a produção de conhecimento

teórico-prático, garantindo padrões de qualidade na produtividade;

- Profissional com competências e habilidades para atuar na

construção do conhecimento em organizações aprendentes da

sociedade da informação do século XXI;

- Profissional capacitado à utilização de tecnologias telemáticas de

alta velocidade para conectar pessoas dentro e fora das

organizações, visando a comunicação para a qualidade e

produtividade;

- Profissional com competência para integrar conhecimento e ética,

reflexão e ação, com visão de totalidade das dimensões

intelectual,emocional e profissional, nas organizações empresariais

para o desenvolvimento produtivo da sociedade globalizada do

século XXI”. ((http://www.faesppr.edu.br/in.php?p=20150, acessado

em 24/06/2005, às 19:00h)

Buscando que os indivíduos (alunos) que freqüentam estes cursos

desenvolvam competências e habilidades como:

“1. Compreensão ampla e consistente do fenômeno e da prática

educativas que se dão em diferentes âmbitos e especialidades;

2. Compreensão do processo de construção do conhecimento no

indivíduo inserido em seu contexto profissional, social e cultural;

3. Capacidade de formular e encaminhar soluções de problemas

com a gestão de pessoas, condizentes com o contexto da realidade;

4. Capacidade de estabelecer diálogo no âmbito educativo das

organizações empresariais e os demais segmentos sócio-culturais;

5. Capacidade de articular qualidade e produtividade no processo de

educação nas organizações;

6. Capacidade de desenvolver metodologias e recursos pedagógicos

nas organizações empresariais, adequados à utilização das

tecnologias da informação, da comunicação e interatividade;

7. Desenvolvimento de uma ética de atuação individual e profissional

e a conseqüente responsabilidade social;

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8. Capacidade de identificar problemas profissionais e sócio-

culturais, propondo soluções com responsabilidade e criatividade em

busca da participação de todos, visando superar a exclusão social;

9. Compreensão e valorização de diferentes teorias, ideologias,

conceitos e linguagens manifestas nas sociedades contemporâneas

e de suas funções na produção do conhecimento em um novo

paradigma;

10. Compreensão e valorização dos diferentes padrões e produções

culturais presentes na realidade do mundo do trabalho, suas

questões sociais e políticas, sob a visão da perspectiva histórica, em

direção ao desenvolvimento de uma nova sociabilidade, na qual

liberdade e necessidade se realizam mutuamente;

11. Articulação da atividade pedagógica nas diferentes formas de

gestão, no planejamento, execução e avaliação de projetos

educativos para a qualidade e produtividade das organizações;

12. Competência para o desenvolvimento do senso de

responsabilidade, solidariedade, de apreensão à vida e à

preservação do meio ambiente.”

(http://www.faesppr.edu.br/in.php?p=20150, acessado em

24/06/2005, às 19:00h)

O Pedagogo Empresarial é um profissional versátil e, embora a presente

pesquisa tenha o enfocado como um profissional voltado à área da Gestão de

Pessoas, suas funções se expandem também para outros segmentos.

“No campo da ação pedagógica extra-escolar distinguem-se

profissionais que exercem sistematicamente atividades pedagógicas

e os que ocupam apenas parte de seu tempo nestas atividades:

a. formadores, animadores, instrutores, organizadores, técnicos,

consultores, orientadores, que desenvolvem atividades pedagógicas

(não-escolares) em órgãos públicos, privados e públicos não-

estatais, ligadas às empresas, à cultura, aos serviços de saúde,

alimentação, promoção social etc.;

b. formadores ocasionais que ocupam parte de seu tempo em

atividades pedagógicas em órgãos públicos estatais e não-estatais e

empresas referentes à transmissão de saberes e técnicas ligados a

outra atividade profissional especializada. Trata-se, por exemplo, de

engenheiros, supervisores de trabalho, técnicos etc. que dedicam

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boa parte de seu tempo a supervisionar ou ensinar trabalhadores no

local de trabalho, orientar estagiários etc.

Nesta categoria incluem-se trabalhadores sociais, monitores e

instrutores de recreação e educação física, bem como profissionais

das mais diversas áreas profissionais onde ocorre algum tipo de

atividade pedagógica, tais como: administradores de pessoal,

redatores de jornais e revistas, comunicadores sociais e

apresentadores de programas de rádio e TV, criadores de programas

de TV, de vídeos educativos, de jogos e brinquedos, elaboradores de

guias urbanos e turísticos, mapas, folhetos informativos, agentes de

difusão cultural e científica etc.” (LIBÂNEO, citado em: PIMENTA,

2001, p.124 e 125)

Tendo em vista toda estas habilidades, competências, funções a atitudes

do pedagogo, em que analisar e avaliar é o seu forte, modificando estratégias e

toda a sua rotina em prol do desenvolvimento de habilidades, veremos que aí

que ele se enquadrará adequadamente às tarefas que serão analisadas no

próximo capítulo.

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Capítulo 2 – Gestão de Pessoas

Este capítulo estudará a Gestão de Pessoas enfatizando duas

características essenciais para o sucesso: a motivação e a liderança

enfocando, ainda, a Gestão de Pessoas por competências.

Para embasar este capítulo estudaremos autores como Idalberto

Chiavenato, Sandra Regina Rocha-Pinto e colaboradores, Benedito Rodrigues

Pontes e, ainda, textos retirados da internet.

Como falar em Gestão de Pessoas sem antes nos remetermos a uma

breve análise de seus termos?

Quando falamos em gestão nos remetemos automaticamente da idéia

de gerir, termo este que, segundo Ferreira (2000, p. 346), significa “ter gerência

sobre, administrar, dirigir, gerenciar”. Abusando um pouco da belíssima

gramática da Língua portuguesa, vemos que quem gere, ou quem gerencia, o

faz sobre alguém, tratando-se, portanto, de um verbo transitivo direto, o que

nos aponta a necessidade de um complemento, que, no caso em questão é

fornecido pela expressão ‘de pessoas’, entendendo-se por pessoa “o ser

humano em seus aspectos biológicos, espiritual e social; indivíduo”.

(FERREIRA, 2000, p. 531)

Dessa forma,

“a Gestão de Pessoas baseia-se no fato de que o desempenho de

uma organização depende fortemente da contribuição das pessoas

que a compõem e a forma como as pessoas estão organizadas, são

estimuladas e capacitadas, e como são mantidos num ambiente de

trabalho e num clima organizacional adequados. E ainda, como

estão estruturados e organizados os membros da força de trabalho,

de modo a habilitá-los a exercer maior poder e liberdade de decisão,

levando à maior flexibilidade e à reação mais rápida aos requisitos

mutáveis do mercado”.

(http://www.firjan.org.br/notas/media/Paper3.pdf, acessado em

24/06/2005 às 19:00h)

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Tendo em vista, portanto, essa necessidade da contribuição de pessoas

no universo organizacional, o gestor deve lançar mão de algumas tendências

que venham a favorecer o seu relacionamento com o grupo, sem que perca a

essência de seu papel, tornando-os pessoas motivadas explorando a busca da

valorização de sua auto-estima e auto-identidade.

Entretanto, nem sempre a gestão de pessoas apresentou tais

características.

“O século passado assistiu ao surgimento das grandes organizações

e do conceito de emprego e carreiras. Contudo, já no final do século

XX, estudiosos apontavam o fim dos empregos (Bridges, 1995;

Rifkin, 1995) e Chanlat (1995, 1996) questionava a noção de carreira

profissional. Surge. Nesse momento, o conceito de empregabilidade.

A este respeito observa-se que, enquanto os defensores da

empregabilidade (Bridges, 1995) transferem a responsabilidade pelo

desenvolvimento da carreira para o indivíduo, outros atestam a

perversidade contida nessa idéia, em face das condições do atual

mercado de trabalho. Nesse contexto, destacam-se os novos

desafios para a gestão de pessoas e a necessidade da adoção de

um novo modelo de gestão”. (ROCHA_PINTO, 2003, p.20)

Portanto, foi durante o transcorrer de muitos anos e com base em toda

uma observação do mercado mundial que a Gestão de Pessoas foi tomando

forma e definições e, hoje, se apresenta como uma gestão voltada para as

competências.

“Embora o taylorismo e o fordismo continuem empregados, as

intensas mudanças verificadas no macroambiente organizacional e a

necessidade crescente de maiores níveis de competitividade têm

levado muitas empresas a rever o modelo absolutista e autocrático e

a repensar seu gerenciamento de pessoas.” (ROCHA-PINTO, 2003,

p. 15)

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2.1) Características da ‘nova’ Gestão de Pessoas

Durante o processo de repensar a prática em prol de uma melhoria no

sistema surgiram como características marcantes e fundamentais de um ‘novo’

modelo de gestor a motivação e a liderança, aos que nos dedicaremos ao

estudo neste momento.

2.1.1) Motivação

Se bom um profissional competente, talentoso e responsável, melhor

ainda um profissional motivado.

“A motivação vem da importância que cada um dá ao seu

trabalho, do significado que é atribuído a cada atividade desse

trabalho e que cada pessoa busca o seu próprio referencial de auto-

estima e auto-identidade.”

(http://www.firjan.org.br/notas/media/Paper3.pdf, acessado em

24/06/2005 às 19:00h)

No campo empresarial, motivação é o ato de motivar os funcionários /

colaboradores a desempenhar seus papéis da melhor forma possível e é com

base nesse incentivo e nessa motivação e consequentemente com o trabalho

dos inseridos no processo que a empresa atingirá o grau de produtividade

satisfatório o que propiciará a movimentação do faturamento.

Maslow e Hezberg são importantes teóricos que apresentam teorias

bastante discutidas e interessantes a cerca de tal assunto.

Segundo o autor Abrahom Maslow,

“o homem faz o que faz por causa das suas necessidades e

enumera estas necessidades de forma hierárquica, conhecida como

a pirâmide de Maslow: necessidade de auto-realização, necessidade

de estima, necessidades sociais, necessidade de segurança e

necessidades fisiológicas.”

(http://www.firjan.org.br/notas/media/Paper3.pdf, acessado em

24/06/2005 às 19:00h)

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Esses níveis são dependentes uns dos outros, e para ultrapassar um

nível e atingir outro é necessário vencer os obstáculos do primeiro / anterior. O

primeiro nível, denominado de necessidade fisiológica, deve ser de

responsabilidade estritamente da empresa, pois a mesma deve proporcionar

ambientes adequados que favoreçam a realização das necessidades

fisiológicas. O segundo nível, a necessidade de segurança, também deve ser

proporcionado pela empresa, pois ela deve tornar seguros seus equipamentos

e fornecer, além disso, uma segurança com relação à estabilidade. O terceiro

nível, a necessidade de aceitação social / pertencimento, também é de

responsabilidade da empresa que deve levar o homem a se reconhecer

enquanto indivíduo social. O quarto nível, a necessidade de estima, significa

que as pessoas devem gostar de si mesmo, pois, a pessoa que não se estima,

tem produtividade zero e, um bom líder deve estar atento a essa necessidade

de forma a tentar sanar esse problema estimulando / incentivando o

florescimento dela e o quinto e último nível, a necessidade de auto-realização,

que se refere ao reconhecimento próprio de sua atividade, este é o grau

máximo que deve atingir um colaborador.

“Hezberg (1959), em sua Teoria dos Dois Fatores, afirma existiresm

dois grupos para a motivação das equipes:

Fatores de higiene Fatores motivadores

Condições de trabalho O trabalho em si

Pagamento Responsabilidade

Segurança no trabalho Senso de realização

Relações no trabalho Reconhecimento

Práticas de supervisão e

administração

Perspectivas de evolução

Política e administração da

empresa

Segundo Hezberg, os fatores não estimulam motivação, mas

se tornam causa da desmotivação das pessoas se não forem

satisfatórios. Um ambiente de trabalho seguro e saudável, por sis só,

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não irá motivar os funcionários a trabalharem melhor, porém deixa-

os satisfeitos o bastante para que outros fatores possama motivá-

los.”

(http://www.firjan.org.br/notas/media/Paper3.pdf, acessado em

24/06/2005 às 19:00h)

Sendo assim, para a concretização de ambas as teorias no ambiente

profissional, é necessário um clima de segurança, credibilidade e de

comprometimento entre os integrantes da equipe, onde o líder cria as

condições motivadoras para a equipe. Mas, é importante lembrar que a

motivação só ocorre em quem está pré-disposto, sendo o líder, apenas, um

agente incentivador, ou seja, a motivação é algo interno que pode ser

incentivado, e não criado.

2.1.2) Liderança

Na busca por atingir os objetivos, é de extrema importância em uma

organização a figura do líder, que, apoiando-se sobre uma postura diferenciada

fará de seu grupo uma equipe de sucesso.

No processo de motivação o líder deve ser encarado como agente

mediador desempenhado seu papel de liderança.

“Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e

dirigida por meio de processo de comunicação humana à

consecução de objetivos específicos”.

(http://www.firjan.org.br/notas/media/Paper3.pdf, acessado em

24/06/2005 às 19:00h)

Para se ser líder tem se exigido cada vez mais dos candidatos. O

arsenal de características tem crescido consideravelmente tornado o cargo

cada vez mais rebuscado e restrito.

“O líder de sucesso têm certos atributos pessoais em comum: são

disciplinados no atendimento, na pontualidade, no cuidado com a

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aparência, sabem lidar com as pessoas e lidera seu pessoal sem

nenhuma pressão. São leais a equipe e demonstram confiança nas

pessoas, deixando que elas cumpram com suas tarefas sem

interferência. Conduzem a organização num clima saudável, gerando

melhores resultados.

O estilo do líder tem muita influência no alcance da excelência

da qualidade, deve haver um trato pessoal com os colaboradores e

clientes, coordenar o envolvimento de toda equipe nas sugestões, na

definição de objetivos e metas. É preciso dar oportunidade às

pessoas para que elas digam o que pensam, as pessoas devem

participar do processo. O progresso deve ser reconhecido. Os

elogios não devem ser economizados, mas devem ser sinceros,

fazendo com que as pessoas sintam que deram uma contribuição de

valor.”

(http://www.firjan.org.br/notas/media/Paper3.pdf, acessado em

24/06/2005 às 19:00h)

2.2) Gestão por competências

“No Brasil, a gestão de competências é um tema relativamente

recente, tendo despertado interesse cada vez maior nos

responsáveis pelo gerenciamento de pessoas, pelo fato de, quando

bem elaborada e conduzida, permitir uma efetiva elevação no campo

dos negócios da empresa. A Gestão de competências pressupõe

que a empresa consiga discernir os resultados que almeja atingir no

longo prazo e, mais do que isso, adote uma estratégia coerente e

possa identificar e desenvolver, em seus funcionários, as

competências para alcançar os propósitos organizacionais.”

(ROCHA-PINTO, 2003, p.)

De acordo com Rocha-Pinto, (2003) p. 36 a 43, quando falamos em

competência nos referimos a questões relativas a conhecimentos, habilidades

e atitudes, que no caso em discussão envolve o desempenho profissional.

Entretanto, não basta que o gestor esteja preparado para o desempenho de

desenvolver competências profissionais, é de suma necessidade que se tenha

desenvolvido, anteriormente nos indivíduos, as competências cognitivas.

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Segundo a autora, “em geral, a maioria das empresas limita-se a

mencionar, selecionar e desenvolver capacidades técnicas adequadas às

atividades profissionais, sem, contudo, preocupa-se com o saber ser” (ROCHA-

PINTO, 2003, p. 41). A cerca do desenvolvimento do saber ser, a mesma (p.

41) coloca-o como sendo o desenvolvimento de atitudes como a capacidade de

raciocínio e auto-aprendizagem, de pensamento autônomo e crítico, de solução

de problemas e, principalmente, de criatividade.

Sobre as competências profissionais os autores mencionam as

competências organizacionais e as competências funcionais.

Para enfocar as competências organizacionais as autores destacam:

“a importância da pesquisa para compreender o cenário do setor em

que se atua ou que se deseja atuar; a relevância da criação de uma

estratégia que analise não apenas o que dá certo, mas,

principalmente, o que dá errado no setor; a ênfase que deve ser

dada as parcerias; a importância da definição de competências

competitivas para atrair e manter clientes; a preocupação constante

com a identificação das expectativas e percepções dos clientes, no

que se refere aos produtos e serviços oferecidos pelas empresas, e,

principalmente, com a formação e o desenvolvimento contínuo dos

profissionais.” (ROCHA-PINTO, 2003, p. 46)

Aponta-nos “também que o fator de diferenciação, em pouco tempo,

torna-se fator de qualificação” (ROCHA-PINTO, 2003, P. 46). Assim, eles

consideram que “as empresas necessitam, portanto, identificar as capacidades

e as competências críticas indispensáveis para se manterem competitivas”

(ROCHA-PINTO, 2003, P. 47)

“Para tanto, segundo Hamel e Prahalad (1995: 261), toda a

equipe de uma organização precisa compreender e participar de

quatro tarefas:

· identificar as competências essências existentes;

· definir uma agenda de aquisição de competências essenciais;

· desenvolver as competências essenciais;

· proteger e defender a liderança das competências essenciais”

(ROCHA-PINTO, 2003, P. 48)

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As competências organizacionais não são, sozinhas, suficientes para

manter uma empresa e levá-la ao sucesso. Deve-se ter em mente que os

dirigentes apenas não são suficiente para levantar a empresa, é essencial que

os funcionários também o façam, para tanto

“há necessidade de desdobrar as competências organizacionais em

competências funcionais, ou seja, em um conjunto de conhecimentos

e habilidades que permita aos funcionários desenvolver suas

funções, alinhadas com as competências organizacionais (básicas e

essenciais) e com os objetivos estratégicos da organização. É

imprescindível que haja um esforço compartilhado por todos para

que suas atitudes sejam compatíveis com as competências

essenciais. Os clientes precisam perceber essas competências no

comportamento dos funcionários, ou seja, estes precisam ser fiéis

representantes das estratégias competitivas de sua empresa.

...Mas como mapear as competências funcionais? Os

profissionais precisam compreender e participar das seguintes

tarefas:

· descrever as atividades diárias e eventuais a serem

executadas;

· definir os desafios, oportunidades e ameaças inerentes à

função (incluindo recursos materiais e tecnológicos);

· identificar e analisar a qualificação necessária (conjunto de

competências), ou seja, as competências específicas à função

(conjunto de conhecimentos e habilidades indispensáveis para o

desenvolvimento funcional – pré-requisitos e conhecimentos

específicos, técnicos) que as atividades exigem e exigirão no futuro;

· mapear a matriz de competências.

(ROCHA-PINTO, 2003, p. 54 e 55)

O ponto de partida para que tal atividade dê certo e funcione deve ser o

Processo de Recrutamento e Seleção – estudado a seguir, que o quanto mais

sério e eficiente se mostrar melhor será para a empresa e consequentemente

para toda a organização.

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Capítulo 3 – O processo de Recrutamento e Seleção

Este capítulo tratará da questão do Recrutamento e Seleção com ênfase

nas suas funções, atributos e desdobramentos, classificando-os e definindo-os.

Comentaremos cada tipo de Recrutamento e veremos que a Seleção, muito

importante dentro de uma organização, contará, basicamente, com uma análise

comparativa dos candidatos.

Para fundamentar este capítulo teremos Idalberto Chiavenato, a quem

nos deteremos com maior detalhes, e outros teóricos como Benedito Rodrigues

Pontes, Sandra Regina Rocha-Pinto e colaboradores e textos advindos da

internet.

“Ao tomarmos as pessoas como ponto de partida de sucesso

de toda e qualquer organização, torna-se fundamental conhecermos

profundamente, termos definidos e padronizados os processos de

ingresso e admissão. O profissional de RH, de Recrutamento e

Seleção, entre outras diversas nomenclaturas existentes para esse

cargo, deve ter em mãos e saber como utilizar as inúmeras

ferramentas e os instrumentos para poder adequar a pessoa certa ao

lugar certo.

Partindo-se do pressuposto de que a procura pela mão-de-obra

está menor do que a oferta, esse objetivo pode ser atingido através

do uso de métodos, de instrumentos e de técnicas atuais e eficazes

para cada tipo de organização e principalmente para cada função ou

vaga a ser preenchida, bem como através do profissional adequado

e qualificado para realizar essa árdua tarefa de Recrutamento e

Seleção.” (BUENO, In: http://www.rh.com.br/ler.php?cod=3944&org=2,

acessado em 24/06/2005 às 19:00h)

Além de contar com um extenso número de profissionais

desempregados e com uma significativa parte de trabalhadores insatisfeitos, o

agente responsável pelo Recrutamento e Seleção ainda pode desfrutar de uma

tecnologia que vem se desenvolvendo e facilitando e o seu trabalho.

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“Um novo processador a cada seis meses, novas tecnologias

em comunicação de dados; robôs cada vez mais sofisticados que

substituem tarefas repetitivas. Estes são apenas alguns exemplos de

avanços tecnológicos em nossos dias. Mudanças sempre houve; o

que hoje se constata é a ‘velocidade como as mudanças ocorrem’.”

(PONTES, 2004, p. 19)

Entretanto, ainda que possamos contar com todo esse avanço

tecnológico, não podemos, enquanto profissional, independente de função ou

cargo a exercer, delegar funções a um aparato sem conhecermos o processo

como um todo sendo capazes, caso necessário, de realizá-las sem o auxílio

deste instrumento.

Atribuir funções e operar a máquina, seja ela qual for, é atribuição do

colaborador, a partir do momento em que a máquina começa a comandar o

colaborador, torna-se explicito que tal profissional já não é mais necessário a

organização e, num futuro muito breve, será “eliminado”. Para deixar mais claro

é só pensarmos que, em uma cadeia alimentar, somos os predadores, mas se,

por acaso, este quadro se reverter, estaremos prestes a sermos extintos, assim

como a nossa espécie tem feito com as outras.

Para se dar o “ponta-pé inicial” neste processo é de extrema

necessidade que se faça, antes que qualquer item, e, principalmente, antes de

tomar qualquer decisão, a análise de cargos e salários que. Devendo assim

“identificar a pessoa certa para o lugar certo” (PONTES, 2004, p. 29)

“Análise de cargos é o estudo das atribuições e

responsabilidade dos cargos. Das análises são obtidas as descrições

e especificações (requisitos) dos cargos. Descrição de cargo fornece

a relação sistematizada das atividades, com detalhes que permitem

a compreensão do que é feita cada uma das tarefas. A especificação

do cargo contempla as condições exigidas do ocupante com relação

à escolaridade, experiência, iniciativa e quanto às habilidades, bem

como estuda as responsabilidades do ocupante por erros, materiais,

equipamentos, ferramentas, condições de trabalho, requisitos físicos

etc.” (PONTES, 2004, p. 52)

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Somente quando se tiver fixado o que se quer, para que se quer e o que

se pode oferecer é que poderemos seguir com nossa rotina, definindo todo o

processo restante, sendo o próximo passo o planejamento.

“O planejamento de pessoal visa estimar as necessidades

futuras, as vagas que serão abertas, e detectar internamente na

empresa pessoas com potencial para ocupar essas vagas”.

(PONTES, 2004, p. 65)

Tendo sido realizado o planejamento e tendo-se em mente todo o

processo ao qual se deva recorrer inicia-se o processo de Recrutamento.

3.1) Recrutamento: a que se destina?

Na busca pela explicitação deste conceito, muitos teóricos se

manifestaram e alguns se destacaram como Idalberto Chiavenato, em quem,

basicamente, se apoiará os tópicos a seguir.

Para Chiavenato, 1999, p. 91,

“o recrutamento corresponde ao processo pelo qual a

organização atrai candidatos no MRH para abastecer seu processo

seletivo. Na verdade, o recrutamento funciona como um processo de

comunicação: a organização divulga e oferece oportunidades de

trabalho ao MRH. O recrutamento – tal como ocorre com o processo

de comunicação – é um processo de duas mãos: ele comunica e

divulga oportunidades de emprego, ao mesmo tempo em que atrai

os candidatos para o processo seletivo. Se o recrutamento apenas

comunica e divulga, ele não atinge seus objetivos básicos. O

fundamental é que atraia e traga candidatos para serem

selecionados”.

Chiavenato, 1999, p.72, aponta o Recrutamento como um processo de

dupla escolha no qual o recrutador poderá lançar mão de uma delas, ou do

recrutamento interno ou do recrutamento externo na jornada que se seguirá até

o momento em que se iniciará o processo de seleção.

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Alguns autores vão mais longe e incorporam a este processo uma

terceira opção configurando o recrutamento misto.

“Quando falamos em recrutamento, referimo-nos à forma de

como buscar a mão-de-obra que necessitamos no mercado de

trabalho através de várias ferramentas como anúncio em jornais,

revistas, recrutamento interno/externo ou até a utilização das duas

formas que denominamos recrutamento misto.”

(http://www.rh.com.br/ler.php?cod=3944&org=2)

Durante todo o processo de recrutamento há uma troca de dados entre

os candidatos e a empresa.

“Um processo justo, com regras e critérios claros e conhecido

por todos, é fundamental para que a empresa seja percebida como

ética, honesta e respeitosa com os candidatos.

A captação de candidatos também pode ser pensada como um

momento de sedução: os candidatos apresentam suas competências

e a empresa suas qualidades.” (ROCHA-PINTO, 2003, p. 63)

Como bem relatado por Chiavenato, atrair pessoas é fundamental, para

isso há necessidade de um marketing bem realizado além de ter que contar

com sua “imagem, que aliada à remuneração oferecida, carreira, segurança

etc., conforme já visto, levará a empresa a ter maior facilidade na disputa pelos

melhores profissionais do mercado de trabalho”. (PONTES, 2004, p. 85)

Sandra Regina da Rocha-Pinto, 2003, p. 64, apresenta-nos um quadro,

na perspectiva de Milkovich e Boudreau, que indica passo a passo o processo

em questão como poderemos observar a seguir.

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A avaliação do Recrutamento é indispensável neste processo pois, “a

avaliação dos resultados é importante para aferir se o recrutamento está

realmente cumprindo a sua função e a que custo”. (CHIAVENATO, 1999, p.99)

3.1.1) Recrutamento interno

O recrutamento interno consiste na divulgação de vagas / possibilidade

de crescimento aos próprios colaboradores da empresa.

Sendo assim, “atua sobre os candidatos que estão trabalhando dentro

da organização – isto é, funcionários – para promovê-los ou transferi-los para

outras atividades mais complexas ou mais motivadoras”. (CHIAVENATO, 1999,

p. 92)

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Neste recrutamento a parte referente a divulgação se dá na própria

organização não sendo de acesso aos meios de comunicação.

Chiavenato, 1999, p. 93 coloca-nos a par de alguns prós e contras que

este método pode oferecer.

“Prós

1. Aproveita melhor o potencial humano da organização.

2. Motiva e encoraja o desenvolvimento profissional dos atuais

funcionários.

3. Incentiva a permanência dos funcionários e a sua fidelidade à

organização.

4. Ideal para situações de estabilidade e pouca mudança ambiental.

5. Não requer socialização organizacional de novos membros.

6. Probabilidade de uma melhor seleção, pois os candidatos são

bem conhecidos.

7. Custo financeiramente menor do que fazer recrutamento externo.

Contras

1. Pode bloquear a entrada de novas idéias, experiências e

expectativas.

2. Facilita o conservantismo e favorece a rotina atual.

3. Mantém quase inalterado o atual patrimônio humano da

organização.

4. Ideal para empresas burocráticas e mecanísticas

5. Mantém e conserva a cultura organizacional existente.

6. Funciona como um sistema fechado de reciclagem contínua.”

3.1.2) Recrutamento externo

Já o recrutamento externo, “atua sobre candidatos que estão no MRH,

portanto, fora da organização, para submetê-los ao seu processo de seleção

de pessoal”. (CHIAVENATO, 1999, p. 92)

Este tipo de recrutamento conta com inúmeras técnicas para atrair

candidatos, tais como as que cita Chiavenato, 1999, p. 95 a 98:

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· Anúncio em jornais e revistas especializados;

· Agencias de recrutamento;

· Contatos com escolas, universidades e agremiações;

· Cartazes ou anúncios em lugares visíveis;

· Apresentação de candidatos por indicação de funcionários;

· Consulta aos arquivos de candidatos;

· Banco de dados de candidatos; dentre outros.

Benedito Rodrigues Pontes, 2004, p. 110 a 123, aina cita outras técnicas

/ fontes que também são utilizadas, como por exemplo:

· Apresentação espontânea;

· Intercâmbio com outras companhias;

· Anúncios em outras mídias;

· Casa aberta;

· Internet;

· Feira de empregos;

· Recrutamento em Entidades governamentais;

· Recrutamento em associações científicas.

Assim como o Recrutamento Interno este também apresenta prós e

contras, que, segundo Chiavenato, 1999, p.94 e 95 são:

“Prós

2. Introduz sangue novo na organização: talentos, habilidades e

expectativas.

3. Enriquece o patrimônio humano pelo aporte de novos talentos e

habilidades

4. Aumenta o capital intelectual ao incluir novos conhecimentos e

destrezas.

5. Renova a cultura organizacional e a enriquece com novas

aspirações.

6. Incentiva a interação da organização com o MRH.

7. Indicado para enriquecer mais intensa e rapidamente o capital

intelectual.

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Contras

1. Afeta negativamente a motivação dos atuais funcionários da

organização.

2. Reduz a fidelidade dos funcionários ao oferecer oportunidades a

estranhos.

3. Requer aplicação de técnicas seletivas para escolha dos

candidatos externos. Isto significa custos operacionais.

4. Exige esquemas de socialização organizacional para os novos

funcionários.

5. É mais custoso, oneroso, demorado e inseguro que o

recrutamento interno.”

3.2) O processo de seleção

Chiavenato (1999, p. 107) define seleção de pessoas

“como uma espécie de filtro que permite que apenas algumas

pessoas possam ingressar na organização: aquelas que apresentam

características desejadas pela organização. Há um velho ditado

popular que afirma que seleção constitui a escolha certa para o lugar

certo. Em termos mais amplos, a seleção busca, dentre os vários

candidatos recrutados, aqueles que são mais adequados aos cargos

existentes na organização, visando manter ou aumentar a eficiência

e o desempenho do pessoal, bem como a eficácia da organização.

No fundo, está em jogo o capital intelectual da organização que a

seleção deve preservar ou enriquecer”.

A seleção, na verdade é um processo de comparação, como nos afirma

Chiavenato, 1999, p. 107 e 108, que colocará os candidatos em posições de

defesa, cada qual olhando para o seu lado buscando o melhor desempenho, e

é baseada em um processo de decisão e escolha sendo este último “sempre

de responsabilidade do requisitante. Assim, a seleção é responsabilidade da

linha (de cada chefe ou gerente) e função de staff (prestação de serviço pelo

órgão especializado)”.

É no processo de seleção que se estreitarão as entradas dos candidatos

nas organizações. Acertar o candidato certo para a vaga certa é uma tarefa um

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tanto difícil e de responsabilidade deste setor. Surge, daí, a necessidade de se

identificar as características pessoais do candidato, que, segundo Chiavenato,

“estão relacionadas com três aspectos principais” (1999, p. 111) como veremos

no quadro abaixo.

Chiavenato, 1999, p. 109 e 110, ainda nos relata três modelos de

tratamento dos indivíduos, estes que estão relacionados com cada decisão a

cerca de cada candidato. São eles:

“Modelo de colocação – Há só candidato e uma só vaga a ser

preenchida por aquele candidato

Modelo de Seleção – Vários candidatos para uma vaga.

c v

c

v c

c

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Modelo de Classificação – Vários candidatos para várias vagas.”

Dependendo da organização, dos objetivos, da verba que se tenha

disponibilizado para o processo dentre outros itens, a empresa adotará um

determinado padrão de seleção, destaco aqui o quadro que apresenta Benedito

Rodrigues Pontes, 2004, p. 131.

c

v c

c

v

v

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Já, Chiavenato, 1999, p. 114, resume este quadro em cinco categorias,

sendo elas: “entrevista, provas de conhecimento e capacidade, testes

psicométricos, testes de personalidade e técnicas de simulação”.

Se analisarmos o quadro proposto por Pontes e as categorias citadas

por Chiavenato observaremos que ambos, embora apresentem denominações

diferentes, abordam basicamente, uma linha de trabalho semelhante.

“As técnicas de seleção permitem um rastreamento das

características pessoais do candidato através de amostras de seu

comportamento. Uma boa técnica de seleção deve ter alguns

atributos, como rapidez e confiabilidade. Além disso, ela precisa

representar o melhor preditor para um bom desempenho do

candidato no cargo futuro. Preditor significa o atributo pelo qual uma

técnica de seleção é capaz de predizer o comportamento do

candidato no cargo a ser ocupado em função dos resultados que

alcançou quando submetido a essa técnica.” (CHIAVENATO, 1999,

p.114)

“O sucesso da seleção é traduzido pelo sucesso do recrutamento”

(PONTES, 2004, p. 86)

Durante todo o processo de seleção temos sempre que ter em mente

que para que a organização atinja metas e objetivos é necessário que os seus

colaboradores sejam bem selecionados, um erro no processo de seleção pode

por em risco não só o rendimento da empresa como também sua imagem, esta

que é alvo de preocupação de empresas de grande porte.

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Considerações finais:

A alma de uma boa organização está em sua base, ou seja, na entrada

e saída de profissionais. No que se refere à entrada é bom termos como

referência que é mediante a contratação de um profissional que se configurará

a instituição, principalmente em casos de gerenciamento / liderança, o que quer

se dizer com isso é que: se o profissional for bom e apresentar as

características certas para a função que irá desempenhar o rendimento da

empresa será melhor, mas se o profissional não for qualificado a organização

pode entrar em crise e até mesmo ser extinta. Já, no caso de saída de

profissionais, o ideal é que saiam com boas referências da mesma, isso

contribuirá para a imagem da organização no ambiente externo e,

consequentemente, constituirá um fator positivo na busca por novos talentos.

Tal importância desta função demonstra que não pode ser qualquer um

a trabalhar neste setor. É necessário que se conte com indivíduos que

possuam uma análise crítica e uma visão ampla do entorno bastante apuradas

e que saiba, dentre outras habilidades, avaliar o profissional que está se

apresentando, percebendo não apenas relações obtidas através de elementos

superficiais, como aparência, lábia, dicção, mas também deve captar todas as

habilidades contidas neste candidato, levando em conta situações múltiplas

que, por algum motivo, podem estar limitando-as e ofuscando o seu brilho.

Observando as características explicitadas a cerca do profissional que

trabalha na área da Gestão de Pessoas, entendendo-o como um líder e acima

de tudo agente motivador no processo de desenvolvimento do profissional,

percebendo suas competências, habilidades e talentos e adaptando-o ao

ambiente de trabalho e ainda contribuindo para o surgimento de novas

habilidades, e principalmente no Processo de Recrutamento e Seleção, onde o

planejamento, análises – sejam elas comparativas ou descritivas – e a

avaliação se fazem presentes e marcantes e compararmos com as atribuições

oferecidas aos Pedagogos Empresariais veremos que elas se completam,

configurando um indispensável ao outro.

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O que um recrutador e selecionador de pessoas deverá saber? Ou como

este profissional deverá ser? Paulo Freire mostra-nos o caminho, basta lermos

não apenas o que está explícito, devemos analisar parte por parte, item por

item dos atributos que o mesmo designa ao ato de ensinar em seu livro

“Pedagogia da Autonomia” e teremos o retrato falado de um profissional de

sucesso, o que poderá ser percebido com a realização de uma simples troca

do termo ensinar por gerir ou gerenciar.

Entretanto, não podemos nos limitar ao Pedagogo Empresarial como o

profissional do Recurso Humano, da Gestão de Pessoas, devemos ter nossos

horizontes ampliados e uma visão mais abrangente deste profissional, que

poderá desempenhar inúmeras funções em inúmeras empresas, seja ela

voltada a comunicação, ao entretenimento, aos aparatos domésticos e outras,

desempenhando funções tais como programador, avaliador de resultados,

incentivador, coaching, treinador, dentre muitas.

Considero a Pedagogia Empresarial como um novo modelo de gestão

mais democrático, igualitário e justo que leva em conta características bio-

psico-sociais do indivíduo apontando-o com instrumento base de todo o

trabalho na organização, valorizando suas habilidades e favorecendo o

florescer de outras, levando-os a aprender a aprender.

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Bibliografia

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. 33ª ed., São Paulo:

Brasiliense, 1995. (Coleção Primeiros Passos: 203)

CHIAVENATO, Idalberto. Recrutamento de Pessoas IN: Gestão de Pessoas.

Rio de janeiro: Editora Campus, 1999.

CHIAVENATO, Idalberto. Seleção de Pessoas IN: Gestão de Pessoas. Rio de

janeiro: Editora Campus, 1999.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Século XXI: o

minidicionário da língua portuguesa. 4ª ed. Ver. Ampliada. Rio de Janeiro: Nova

Fronteira, 2000.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática

educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura).

PIMENTA, Selma Garrido (org.). Pedagogia, ciência da Educação? 4ª ed. São

Paulo: Cortez, 2001.

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Anexos