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por Joseph Ngwawi AS INFRAeSTRuTuRAS são fundamentais para o desenvolvimento regional e o programa está sendo revisto e ajustado para um alinhamento mais próximo com os planos de industrialização da região e do continente africano. A importância da infraestrutura como facilitadora da industrialização e do comércio é amplamente reconhecida nos instrumentos de política de âmbito regional, continental e internacional. A Agenda de Desenvolvimento de Doha, por exemplo, bem como o Programa de Acção de Almaty das Nações Unidas e seu sucessor, o Plano de Acção de Viena destinado a apoiar as necessidades especiais dos países em desenvolvimento sem acesso ao mar, identificam o desenvolvimento e manutenção de infraestruturas como uma das seis áreas prioritárias. Vários programas e estratégias estão em vigor para melhorar as infraestruturas como uma âncora para a transformação sustentável, através de uma maior competitividade comercial. Estes incluem: v O Plano Director de Desenvolvimento Regional de Infraestruturas da SADC (RIDMP); v O novo Plano Estratégico Indicativo de continua na página 2... POLÍTICA 3 ÁGUA 4 TOURISMO 5 MUDANÇAS CLIMÁTICAS 6 ENERGIA 7-10 SEGURANÇA ALIMENTAR 11 GÉNERO 12 PAZ & SEGURANÇA 13 ELEIÇÕES 14 EVENTOS 15 HISTÓRIA HOJE 16 SADC Hoje Vol. 20 No. 4 juNHo 2018 Desenvolvimento Regional da SADC (RISDP) 2015-2020; v O Programa Tripartido de Facilitação de Transporte e Comércio; v O novo Plano de Acção a Curto Prazo para a Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD); e v O Programa de Desenvolvimento de Infraestruturas em África (PIDA). A adopção histórica do RIDMP, em 2012, foi um reconhecimento pelos Estados Membros da SADC de que o desenvolvimento e manutenção de infraestruturas é uma prioridade para a rápida integração regional e para o desenvolvimento económico e comercial. Os Estados Membros decidiram que as principais barreiras ao comércio e à industrialização poderiam ser enfrentadas através da provisão de infraestruturas transfronteiriças para os sistemas de transporte, produção e transmissão de energia, infraestruturas regionais de telecomunicações, organizações das Bacias Hidrográficas e abastecimento de água e saneamento. Isto colocou o desenvolvimento integrado das infraestruturas como uma segunda prioridade no contexto do processo de integração regional da SADC e do seu plano actual, o novo RISDP 2015-2020. O quadro central para a implementação da Prioridade B do RISDP é sustentado pelo Plano Director de infraestruturas, o RIDMP. Realinhando as infraestruturas com a industrialização SADC avalia progresso SADC Today 20 No. 4 Port.qxp_Layout 1 6/14/18 12:44 PM Page 1

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Page 1: Realinhando as infraestruturas com a industrialização SADC ... · 2015 devido ao avanço da industrialização em relação ao comércio. Os programas nacionais de modernização

por Joseph Ngwawi

AS INFRAeSTRuTuRAS são fundamentaispara o desenvolvimento regional e o programaestá sendo revisto e ajustado para umalinhamento mais próximo com os planos deindustrialização da região e do continenteafricano.

A importância da infraestrutura comofacilitadora da industrialização e do comércio éamplamente reconhecida nos instrumentos depolítica de âmbito regional, continental einternacional.

A Agenda de Desenvolvimento de Doha,por exemplo, bem como o Programa de Acçãode Almaty das Nações Unidas e seu sucessor, oPlano de Acção de Viena destinado a apoiar asnecessidades especiais dos países em

desenvolvimento sem acesso ao mar,identificam o desenvolvimento emanutenção de infraestruturas como umadas seis áreas prioritárias.

Vários programas e estratégias estãoem vigor para melhorar asinfraestruturas como uma âncora para atransformação sustentável, através deuma maior competitividade comercial.Estes incluem:

v O Plano Director deDesenvolvimento Regional deInfraestruturas da SADC (RIDMP);

v O novo Plano Estratégico Indicativo de

continua na página 2...

POLÍTICA 3

ÁGUA 4

TOURISMO 5

MUDANÇAS CLIMÁTICAS 6

ENERGIA 7-10

SEGURANÇA ALIMENTAR 11

GÉNERO 12

PAZ & SEGURANÇA 13

ELEIÇÕES 14

EVENTOS 15

HISTÓRIA HOJE 16

SADC Hoje Vol. 20 No. 4 juNHo 2018

Desenvolvimento Regional da SADC(RISDP) 2015-2020;

v O Programa Tripartido de Facilitação deTransporte e Comércio;

v O novo Plano de Acção a Curto Prazo paraa Parceria para o Desenvolvimento de África(NEPAD); e

v O Programa de Desenvolvimento deInfraestruturas em África (PIDA).A adopção histórica do RIDMP, em 2012, foi

um reconhecimento pelos Estados Membros daSADC de que o desenvolvimento e manutençãode infraestruturas é uma prioridade paraa rápida integração regional e para odesenvolvimento económico e comercial.

Os Estados Membros decidiram queas principais barreiras ao comércio e àindustrialização poderiam ser enfrentadasatravés da provisão de infraestruturastransfronteiriças para os sistemas detransporte, produção e transmissão de energia,infraestruturas regionais de telecomunicações,organizações das Bacias Hidrográficas eabastecimento de água e saneamento.

Isto colocou o desenvolvimento integradodas infraestruturas como uma segundaprioridade no contexto do processo deintegração regional da SADC e do seu planoactual, o novo RISDP 2015-2020.

O quadro central para a implementação daPrioridade B do RISDP é sustentado pelo PlanoDirector de infraestruturas, o RIDMP.

Realinhando as infraestruturas com aindustrialização SADC avalia progresso

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2 ÁFRICA AuSTRAl Hoje, Junho 2018

A SADC reconheceu, porconseguinte, que as infraestruturasregionais são um facilitadorimportante da agenda de integração,tal como previsto através do RISDPe da Estratégia e Roteiro deIndustrialização da SADC, entreoutros quadros estratégicos.

O sucesso dessas estruturasestratégicas exige uma efectivaimplementação e avaliação regulardo progresso. O RIDMP deveria serimplementado em fases de cincoanos, com a primeira fase a decorrerde 2012-2017.

Uma Cimeira Extraordinária daSADC, realizada em Março de 2017,na Swazilândia (agora eSwatini),instruiu o Secretariado da SADCpara rever a Carteira de Projectos deInfraestruturas da SADC no RIDMPpara determinar as prioridades aserem focalizadas a nível regionalem relação ao nível nacional, no seiodos Estados Membros.

O Secretariado foi orientado atrabalhar com o Banco Africano deDesenvolvimento (BAD) paradesenvolver os instrumentos equadros necessários, tais comoobrigações de infraestruturas,garantias parciais de risco, garantiasde seguros e garantias parciais decrédito para uso nos EstadosMembros.

O Secretariado também foiinstruído para alavancar a Estratégiade Industrialização do BAD para aÁfrica (2016-2025). A estratégia visadesenvolver o sector industrial e aestrutura política em África;fortalecer o comércio intra-africano eintegrar a África em cadeiasregionais de valor e internacionais; eimpulsionar a competitividade e acriação da cadeia de valor em Áfricaatravés da expansão da oferta deserviços empresariais paramaximizar o impacto nodesempenho das indústrias.

Para atingir estes objectivos, aestratégia do BAD visa fortalecercinco facilitadores para aindustrialização. Estes são política deapoio, ambiente legislativo einstitucional; ambiente económicofavorável e infraestruturas; acesso aocapital; acesso a mercados; eaptidões competitivas e deempreendedorismo.

O Secretariado da SADC, como apoio do Banco deDesenvolvimento da África Austral(DBSA), contratou o instituto dedesenvolvimento económico do

Centro de Documentação e Pesquisapara a África Austral (SARDC) pararealizar uma avaliação dosresultados alcançados pelo Plano deAcção a Curto Prazo do RIDMP (STAP) 2012-2017.

O Secretariado, em parceria como BAD, o DBSA e o NEPAD,organizou uma reunião de peritostécnicos dos Estados Membros paradiscutir a preparação de uma listaprioritária de projectos deinfraestruturas para a região.

A reunião, realizada emJoanesburgo, na África do Sul, emMaio, produziu uma lista deprojectos de infraestruturasregionais que podem serimplementados a curto e médioprazo e que o BAD pretendeimplementar em parceria cominstituições financeiras dedesenvolvimento como o DBSA.

A adopção do RIDMP pela 32ªCimeira da SADC, realizada emMaputo, Moçambique, em 2012,proporcionou uma oportunidadepara os Estados Membroscooperarem na implementação dosprojectos prioritários deinfraestruturas, sobre os quais haviaconsenso regional. O Plano Directoré composto por três fases:• Plano de Acção de Curto Prazo

STAP (2012-2017);• Plano de Acção de Médio Prazo

(2017 - 2022);• Plano de Acção de Longo Prazo

(2022-2027).Isto está de acordo com a Visão

2027 da SADC, um horizonte deimplementação de 15 anos paraprevisão dos requisitos deinfraestruturas na região.

Está também de acordo com oPIDA da União Africana econstituiu um contributofundamental para o ProgramaTripartido de Comércio e Facilitaçãode Transportes que é implementadoconjuntamente pela SADC, oMercado Comum para a ÁfricaOriental e Austral e a Comunidadedos Estados da África Oriental.

O Plano Director da SADCorienta a implementação deredes de infraestruturascoordenadas, integradas, eficientese transfronteiriças nos seis sectoresprioritários de energia, transportes,turismo, Tecnologias de Informaçãoe Comunicação (TIC), meteorologiae água.

As intervenções são agrupadasem seis planos sectoriais, cada

um representando os sectoresprioritários.

O Plano do Sector da Energiaprocura abordar as quatroáreas prioritárias da segurançaenergética, melhoria do acessoa serviços energéticos modernos,aproveitando os abundantesrecursos energéticos e aumentandoo investimento financeiro,reforçando simultaneamente asustentabilidade ambiental.

No que diz respeito aossubsectores das redes rodoviárias,ferroviárias, portuárias, fluviais e detransportes aéreos, o Plano Sectorialdos Transportes visa abordar quatroáreas fundamentais através damelhoria do acesso à cadeia de valordos corredores de transportecontínuos; redução do custo dotransporte; aumento dacompetitividade; e fornecimento deserviços de transporte seguros eprotegidos.

O Plano Setorial de TIC foiconcebido para abordar quatro áreasprincipais, para garantir aacessibilidade, incluindo o acessouniversal a tecnologias de TIC debanda larga; acelerar a integraçãoregional através da interligação debanda larga dentro e entre osEstados Membros da SADC; reduziro custo de negócios; e melhorar aconfiabilidade e a segurança dasinfraestruturas de TIC.

O Plano do Sector da Águaprioriza cinco metas, que são:aumento do armazenamento deágua na região; terras irrigadas parasegurança alimentar; produção deenergia hidroeléctrica parasegurança energética; aumento doacesso a água potável segura; efortalecimento dos serviços desaneamento para os cidadãos daSADC.

O Plano do Sector do Turismo éorientado para o alcancede um desenvolvimento

socioeconómico melhorado;facilitando a comercializaçãoconjunta da SADC como um destinoúnico; aumento das entradas deturismo e das receitas de turismo dosmercados de origem; edesenvolvimento do sector turísticode maneira ambientalmentesustentável.

A ênfase para o Plano Sectorial deMeteorologia é colocada nanecessidade de assegurar adisponibilidade de informações deaviso prévio relacionadas a impactosclimáticos adversos e variabilidadeclimática. Outro destaque do PlanoSectorial de Meteorologia é odesenvolvimento de uma estruturapara indicadores harmonizadospara a provisão de informaçõesrelevantes de previsão do clima parafacilitar a preparação de medidas demitigação contra secas, cheias eciclones.

O desenvolvimento do RIDMPexigiu um diagnóstico dos desafiosenfrentados pela SADC no que dizrespeito ao desenvolvimento deprojectos regionais deinfraestruturas.

Um desafio fundamental paraalém dos recursos necessários para apreparação do projecto entreos Estados-Membros e oinvestimento de projectos bancáveisé a priorização dos projectos.

Dado que os recursos de tempo,trabalho e capital são semprelimitados, os Estados Membros daSADC devem dar prioridadea projectos de infraestruturas queproduzam benefícios económicos esociais de forma mais eficiente.

O desafio é agudo para a regiãoda SADC onde a falta de umalista estrategicamente seleccionadade projectos de infraestruturas éfrequentemente um factor crucialque inibe o potencial para odesenvolvimento e financiamentode projectos prioritários. r

Realinhando as infraestruturas com a industrialização SADC avalia progresso

C O N T I N U A Ç Ã O D A P Ã G I N A 1

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Protocolo sobre a IndústriaApoia a Estratégia de Industrialização e fortalece o desenvolvimento económico

Protocolo de energia em revisão

P O L Í T I C A

ÁFRICA AuSTRAl Hoje 3

coordenar a implementaçãode actividades industriaisregionais, programas eprojectos, incluindo aEstratégia e o Roteiro deIndustrialização da SADC e orelativo Plano de Acção jáorçamentado.

A Estratégia e o Roteiro daIndustrialização da SADCvisam acelerar o impulso nosentido de reforçar asvantagens comparativas ecompetitivas das economiasdos países da África Austral.

Espera-se que o protocoloreforce o nível dedesenvolvimento industrial naregião e facilite aharmonização de políticas eestratégias nos Estadosmembros.

Nos casos em que osEstados Membros já tiveremtais políticas e estratégias, estasdevem ser revistas e alinhadascom a Estratégia e o Roteiro daIndustrialização da SADC.

Um relatório apresentadodurante o Conselho deMinistros da SADC revelouque o Secretariado obteverecursos para actualizar oPrograma de Melhoria eModernização Industrial daSADC (IUMP).

De acordo com o relatório,os Estados Membros da SADCdeverão desenvolver IUMPsnacionais até o final de 2018 eimplementá-los até Dezembrode 2020.

O IUMP da SADCfoi adoptado pelo Comité deMinistros do Comércioda SADC, em 2009,para implementar acomponente do PlanoEstratégico Indicativo deDesenvolvimento Regional(RISDP) que lidava com aindustrialização. O RISDP foiposteriormente revisto em2015 devido ao avanço da

industrialização em relação aocomércio.

Os programas nacionais demodernização industrialdevem estar alinhados com oIUMP da SADC que fornece abase para uma abordagemsectorial específica para aindustrialização na região,concentrando-se em melhoraras capacidades de produçãoexistentes, modernizar asinstalações produtivas,reforçar a infraestrutura deapoio institucional e fortalecera capacidade regional parapesquisa e inovação.

Para incentivar a criação decadeias regionais de valor e aparticipação em processosglobais, a região identificoucinco áreas prioritárias em queas cadeias de valor podem ser

o PRoToColo da SADCsobre Energia está a ser revistopara reflectir as dinâmicas demudança para uma maioraceitação de energiasrenováveis e maior cooperaçãono desenvolvimento deenergia. O protocolo, adotado em1996, é o principal documentopolítico e normativo sobreo desenvolvimento energéticoda região e visafortalecer a cooperaçãono desenvolvimento deinfraestruturas energéticas,bem como assegurar aprestação de serviçosenergéticos confiáveis esustentáveis. Desde 1996, os Estados-Membros implementaram asdisposições do protocolo,realizando diversas reformasatravés de acordos edocumentos políticos.

De acordo com um relatórioapresentado durante a reuniãodo Grupo Temático sobreEnergia (ETG) da SADC,realizada em Gaborone,Botswana, em Abril, oprotocolo revisto da SADCsobre Energia deverá reflectiras realizações e objectivosfuturos dos Estados Membrospara uma maior integraçãoregional e harmonização dosector energético. Espera-se que a revisão doprotocolo envolva a criação deum comité diretivo que seráresponsável pela condução doprocesso, bem como um grupode trabalho de funcionáriostécnicos que será encarregadode desenvolver um plano detrabalho e facilitar a revisão. Espera-se que um versãofinal do protocolo revisadoesteja pronto até o finalde 2018. r

estabelecidas e para as quais asestratégias regionais devem serdesenvolvidas até 2020.

Estas são as áreas de agro-processamento,aproveitamento mineral, bensde consumo, bens de capital eserviços.

Estudos detalhados dacadeia de valor sãopropostos para produtos ouserviços específicos nas áreasprioritárias.

Como parte do processo depromoção da participação nacadeia de valor, existemplanos para desenvolverlegislação modelo eregulamentos para o agro-processamento intra-SADC,aproveitamento mineral eoutras actividades e serviçosde produção. sardc.net r

o SeCReTARIADo daSADC está a desenvolver uminstrumento legal que irámelhorar o ambiente políticopara o desenvolvimentoindustrial e apoiar a suaimplementação.

A implementação deum protocolo da indústriaregional deve fortalecer aseconomias dos EstadosMembros da SADC aserem impulsionadas pelodesenvolvimento industrialsem depender exclusivamenteda exportação de recursosbrutos.

A Secretária Executiva daSADC, Dra. StergomenaLawrence Tax, disse que umesboço do protocolo está emvigor após consultas com osestados membros.

"Apraz-me informar quedurante o ano, iniciou aelaboração da Visão Regionalde Mineração da SADC edo Protocolo sobre Indústria,tendo sido realizadas consultasas partes interessadasrelevantes", disse a Dra. Tax nareunião do Conselho deMinistros da SADC realizadaem Março em Pretória, Áfricado Sul.

Ela disse que o protocoloproporcionará um ambientepolítico favorável para aimplementação da Estratégia eRoteiro de Industrialização daSADC entre os sectores.

Espera-se que a versãofinal do protocolo esteja prontaaté o final de 2018.

De acordo com o plano deacção orçamentado daEstratégia e Roteiro deIndustrialização da SADC(2015-2063), espera-se que oprotocolo seja adoptado até aofinal de 2020.

O protocolo fornecerá omandato legal para oSecretariado da SADC

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Á G U A

por Egline Tauya

oS BeNeFÍCIoS da cooperaçãotransfronteiriça da água precisam serconcretizados para que recebeminvestimentos para as suasinfraestruturas na África Austral

Esta foi uma das principaismensagens do 8º Seminário dasOrganizações de Bacias Hidrográficasda SADC, realizado em Windhoek,Namíbia, em Maio.

O Oficial Sénior da Divisão doPrograma da Água da SADC, PheraRamoeli, afirmou que era importanteas Organizações de BaciasHidrográficas comunicarem melhoros benefícios da cooperação, desde aconstrução da confiança e dodividendo da paz, até aos benefíciossocioeconómicos e sociais maistangíveis bem como os benefíciosambientais que advêm da colaboraçãoe gestão conjunta.

"Apesar de estarem avaliados,documentados e entendidos,os benefícios da cooperaçãotransfronteiriça de água não são bemdominados na região", disse ele,acrescentando que "ainda não háevidências empíricas para apoiar aextensa literatura existente sobre osbenefícios derivados da cooperaçãotransfronteiriça da água".

Os benefícios da cooperaçãotransfronteiriça da água incluem:• Melhor gestão e desenvolvi

mento dos recursos hídricos;• Crescimento económico acel

erado;• Melhoria do bem-estar hu

mano;• Aumento da segurança ali

mentar;• Segurança energética;• Maior resiliência a eventos ex

tremos relacionados ao clima, como enchentes e secas;

• Maior sustentabilidade ambiental; e

• Melhor partilha de informações.Estudos c ient í f icos

demonstraram que a operaçãocoordenada das instalaçõeshidroelétricas existentes na Bacia dorio Zambeze pode aumentarpotencialmente a produção deenergia em 23%, sem qualquerinvestimento adicional.

Como resultado da melhoria dapartilha de informação devido àcooperação, as expectativas são altase que o Sistema de Informação sobre

“Assegurando investimentos estratégicospara tirar vantagens da Cooperação Transfronteiriça da Água”

megawatts (MW) que poderão serexportados para a Namíbia eutilizados para o mercado interno.

A intervenção permitirá odesenvolvimento de projectos deirrigação em Angola, bem comoregular o fluxo de água para o Deltado Okavango, reduzindo assim aocorrência de inundações.

“Há necessidade de que as OBCstomem medidas adicionais paragarantir que os benefícios não sejamapenas compreendidos, mas tambémsejam realizados na região para atrairapoio contínuo dos Estados Membrose investimentos externos”, disseRamoeli.

O papel do ORASECOM nafacilitação da mobilização definanciamento para projetos foiressaltado.

As RBOs da região estão emdiferentes estágios de maturidade emtermos de estabelecimento, e osestados ribeirinhos estão mostrando oseu compromisso através dacontribuição de recursos para apoiaressas instituições.Contudo, para que este apoio sejasustentado, os Estados-Membrosesperam obter benefícios sociais,económicos e ambientais derivadosda cooperação transfronteiriça nodomínio da água.

A necessidade das RBOsdemonstrarem um valor acrescentadopara obter financiamento contínuodos Estados Membros está aaumentar, devido à competição pelosrecursos.

O Seminário observou que os

Bacia Hidrográfica

BúziCongo

CuvelaiIncomatiKunene

LimpopoOkavango

Orange-SenquPungweRuvumaSave/SabiUmbeluziZambeze

Principais Bacias Hidrográficas partilhadas no seio da SADC

Países

Moçambique e ZimbabweRepública Democrática do Congo, Camarões, República do Congo, República Centro-AfricanaAngola e NamíbiaMoçambique, África do Sul e SwazilândiaAngola, Namíbia

Botswana, Moçambique, África do Sul, ZimbabweAngola, Botswana, Namíbia

Botswana, Lesotho, Namíbia, África do SulMoçambique e ZimbabweMoçambique e TanzâniaMoçambique e ZimbabweMoçambique, África do Sul e SwazilândiaAngola, Botswana, Malawi, Moçambique, Namíbia, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe

Organização da Bacia Hidrográfica

Comissão Internacional da Bacia do Congo-Oubangui-Sangha (CICOS)

Comissão Técnica Conjunta Permanente doKunene (PJTC) Comissão da Bacia Hidrográfica do Limpopo (LIMCOM)Comissão Permanente da Bacia Hidrográfica doOkavango (OKACOM)Comissão da Bacia Hidrográfica do Orange-Senqu (ORASECOM)

Comissão da Bacia Hidrográfica do Zambeze(ZAMCOM)

DOZE Estados-Membros da SADC continentalpartilham 15 bacias hidrográficas. Estas baciashidrográficas são geridas por 12 organizações de

bacias hidrográficas ou autoridades de gestão debacias, todas em diferentes estágios de desen-volvimento e capacidade. r

Source: www.sadc.int

benefícios ainda precisam de seridentificados, avaliados e bempartilhados.

Estabelecida em 2006, a série deSeminários de RBOs da SADC éorganizada a cada dois anos com oobjectivo de usar as RBOs como umveículo para o fortalecimento daintegração e cooperação regional.

O Seminário de RBOs deste anofoi convocado pela ComissãoPermanente da Bacia Hidrográfica doRio Okavango (OKACOM), emcolaboração com o Secretariado daSADC, Direcção de Infra-estrutura -Divisão de Águas e a Parceria Globalpara a Água da África Austral. Estainiciativa foi organizada peloGoverno da Namíbia, um dos estadosribeirinhos da OKACOM.

Convocada sob o lema“Assegurando InvestimentosEstratégicos para tirar vantagens daCooperação Transfronteiriça deÁgua”, o Seminário foi umaplataforma para várias partesinteressadas discutirem asoportunidades de investir emprojectos de bacias hidrográficastransfronteiriças e também permitirque as RBOs na região partilhassemas suas experiências dentro suasjurisdições.

O objectivo do Seminário foipartilhar experiências sobre a formacomo as RBOs podem desempenharum papel fundamental nos processosde planeamento e implementação deinvestimento em toda a bacia, a fim deobter os benefícios da cooperaçãotransfronteiriça de água. r

os Recursos Hídricos da Bacia doZambeze (ZAMWIS) forneceráinformação orientadora ao PlanoEstratégico para a Bacia Hidrográficado Zambeze que tem uminvestimento estimado em 16 biliõesde dólares norte-americanos emprojectos nacionais.

Isso terá o potencial de duplicar aárea de irrigação e criar mais de500.000 novos empregos.Outro projecto de benefício é oProjecto de Água e Saneamento daZâmbia-Malawi, na fronteira deMwami, sob os auspícios doMecanismo de Desenvolvimento deInfraestrutura Resiliente às MudançasClimáticas.

O projecto visa beneficiar mais de6.000 viajantes públicos e 1.500 casasnas cidades fronteiriças deMwami, Mchinji e Chanida, comabastecimento de água e saneamento.

Na bacia do Orange Senqu, atransferência de água do Lesotho parao Botswana terá benefícios tangíveis,e um estudo está sendo feito paradestacar os benefícios multifacetadosdo projecto. Esta actividade écoordenada pelo Secretariado daComissão da Bacia Hidrográfica doOrange-Senqu (ORASECOM).

Para a bacia do Cubango-Okavango, o investimento previstopara a Barragem de Mcundi, emAngola, deverá contribuir para 105

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ÁFRICA AuSTRAl Hoje 5

A ReFoRMA da Organização regional de Turismo da ÁfricaAustral (RETOSA) visa transformar este organismo público numaentidade regional de marketing, mais ágil, dinâmica e dirigidapelo sector privado. Estabelecida em 1997 como uma organização subsidiária da

SADC, a RETOSA foi mandatada para encorajar e ajudar nodesenvolvimento do turismo na região e no mercado da ÁfricaAustral como um destino turístico único, mas multifacetado. No entanto, numa iniciativa destinada a reforçar a organização,

os Ministros da SADC responsáveis pelo Turismo aprovaram emJulho de 2016 a transformação organizacional da RETOSA paragarantir que esta se concentre mais no marketing, deixando asfunções de coordenação da política de turismo para o Secretariadoda SADC. Os Ministros instruíram ao Secretariado para que aproveite o

processo de reestruturação em curso para estabelecer a Unidadede Políticas de Turismo no Secretariado da SADC, a fim de garantiruma coordenação eficaz; desenvolvimento, harmonização eimplementação da política de turismo e assuntos relacionadas. Consequentemente, uma Unidade de Coordenação do Turismo

foi estabelecida dentro da Direcção de Segurança Alimentar,Agricultura e Recursos Naturais da SADC (FANR). Portanto, o processo para desenvolver um Programa de

Turismo da SADC para orientar e coordenar o desenvolvimentodo turismo na região é uma abordagem holística destinada areestruturar e desenvolver a indústria do turismo na ÁfricaAustral. r

Transformação da organização turística regional

A uNeSCo lançou umapublicação que captura a belezade alguns dos patrimôniosmundiais existentes na ÁfricaAustral. Espera-se que a publicação“Um indicador dos locais dopatrimónio mundial naÁfrica Austral” promova odesenvolvimento do turismosustentável na região. Os sítios do patrimôniomundial são o foco de atracçãopara a maioria dos turistas e,se aproveitados e geridosadequadamente, esses locaistêm o potencial de contribuirsignificativamente para odesenvolvimento sustentável. r

Património Mundial éfundamental na pro-moção do turismo naSADC

A proposta do Programa deTurismo da SADC estáprogramada para ser finalizadaem Agosto e, uma vezdesenvolvida, o Secretariadomobilizará recursos para apoiar asua implementação.

A implementação bem-sucedida do programa permitiráque a região se torne num dosdestinos mais preferidos domundo, permitindo que os paísesobtenham rendimentos melhoresdas suas inúmeras atraçõesturísticas, como as CataratasVitória entre a Zâmbia e oZimbábue, pinturas rupestres Sanno Botswana e visualização dapopulação selvagem da região.

A criação de um melhorambiente turístico na SADC iráapresentar novas oportunidadespara o desenvolvimento

sustentável, bem comoaprofundar a integração, uma vezque os países deverão harmonizaras suas políticas e comercializarem conjunto os seus atrativos.

Globalmente, o turismo é aterceira maior indústria,contribuindo com cerca de 10%do Produto Interno Bruto global,tendo proporcionado cerca de 313milhões de empregos emDezembro de 2017.

No entanto, a SADC e o restodo continente africano continuama obter benefícios limitados dassuas vastas atracções turísticasdevido a vários factores,incluindo políticas restritivas deviagem, como sistemas de vistos,que exigem que os viajantes daregião solicitem visto cada vezque entram noutro país.

Para enfrentar estes desafios ebeneficiar mais do turismo, aSADC tem priorizado o turismocomo um meio para promover odesenvolvimento sustentável.

Em 1998, a regiãodesenvolveu um Protocolo sobreo Desenvolvimento do Turismo,que visa incentivar a cooperaçãoentre os governos e o sectorprivado através de um clima deinvestimento favorável quepromova o turismo sustentável,preservando os recursos naturaise culturais da região.

Outras iniciativas regionaisimportantes que fornecem umcontexto legislativo, institucionale programático complementar eamplo para o desenvolvimentodo turismo incluem:v Organização Regional do

Turismo da ÁfricaAustral (RETOSA) - umórgão responsável pelodesenvolvimento do turismo emarketing de destinosregionais;

v Protocolo da SADC sobreConservação da VidaSelvagem e Aplicação da Lei -um instrumento legal que

compromete os EstadosMembros a promover aconservação de recursospartilhados da vida selvagematravés do estabelecimento deáreas de conservaçãotransfronteiriças;

v Protocolo da SADC sobreFacilitação de Circulação dePessoas - um instrumento queexige que os EstadosMembros desenvolvampolíticas destinadas a eliminarprogressivamente osobstáculos à livre circulaçãode capital e trabalho, bens eserviços e das populações daregião; e

v Plano Director deDesenvolvimento Regional deInfraestruturas da SADC(RIDMP) - o Plano do Sectordo Turismo do RIDMPvisa o desenvolvimento deinfraestruturas para promovera circulação de bens, serviçose pessoas em toda a região. r

A ÁFRICA Austral estádesenvolvendo um plano queorientará e coordenará odesenvolvimento do turismo naregião.

Este avanço está emconsonância com uma diretrizadoptada, em Novembro de 2017,numa reunião conjunta dosMinistros da SADC Responsávelpelo Meio Ambiente, RecursosNaturais, Pesca, Aquacultura eTurismo, para o Secretariado daSADC desenvolver um Programade Turismo da SADC.

O programa regional deturismo deverá servir como umroteiro para o desenvolvimentode uma “indústria de turismoético”, bem como facilitar aremoção de barreiras aodesenvolvimento e crescimentodo turismo.

SADC vai desenvolver programa regional de turismo

T U R I S M O

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Discutida pela primeira vez naCimeira da Terra realizada no Riode Janeiro, Brasil, em Junho de1992, a CDB entrou em vigor emDezembro de 1993. No entanto, aConvenção foi adoptada apenasdurante a COP10, realizada em2010 em Nagoya, Japão.

A CDB visa promover aconservação da diversidadebiológica, o uso sustentável dosseus componentes e a repartiçãojusta e equitativa dos benefíciosdecorrentes da utilização derecursos genéticos.

O Protocolo de Cartagena sobreBiossegurança busca proteger adiversidade biológica dos riscospotenciais representados pelosorganismos vivos modificadoscomo consequência dabiotecnologia moderna.O Protocolo de Nagoya sobre oABS visa assegurar que a partilhados benefícios decorrentes dautilização dos recursos genéticosseja feita de uma forma justa eequitativa.

A esse respeito, a próxima COP14 da CDB oferece umaoportunidade para a comunidadeglobal desenvolver conjuntamenteestratégias para mitigar o impactoadverso da actividade humana navida vegetal e animal, incluindo osseus ecossistemas.

As questões da biodiversidadesão uma das principaisprioridades da SADC. De facto, aregião possui uma rica herançanatural de importância global parao clima e a diversidade biológicado mundo.

De acordo com a EstratégiaRegional de Biodiversidade daSADC, mais de 40 por cento dasespécies da região são endémicas,apenas encontradas na sualocalização existente.

A África do Sul está classificadacomo o terceiro país com maiordiversidade biológica do mundo,enquanto no Madagáscar ariqueza de espécies endêmicas emrelação à área terrestre éincomparável.

O Lago Malawi / Nyasa /Niassa e o Lago Tanganyikacontêm números muito elevadosde espécies de água doce,enquanto as florestas de Miombodo Zambeze Central na Zâmbia ena Tanzânia são um centro dediversidade de aves e borboletas.

O Botswana tem a maiorpopulação de elefantes da África,enquanto a Tanzânia abriga amaior população remanescente deleões.

Recursos biológicos comoprodutos vegetais e animais,madeira e turismo de vidaselvagem também representamuma proporção significativa doProduto Interno Bruto da SADC esão uma fonte de subsistência paraa maioria dos cidadãos da região.

Apesar dessa riqueza biológica,a região continua enfrentandodesafios de desenvolvimentoeconómico, em grande partedevido a dificuldades que sãofrequentemente experimentadasno aproveitamento equitativo esustentável do capital de recursosnaturais.

Para enfrentar estes desafios, aSADC desenvolveu váriasestratégias para assegurar que osseus recursos biológicosbeneficiem plenamente os povosda região.

A região também reconheceque a conservação bem-sucedidae o uso sustentável dos recursosbiológicos da região dependemda cooperação transfronteiriçaentre os Estados Membros ealém.

A COP14 vai decorrer de 10 a22 de Novembro, em Sharm El-Sheikh, no Egito. r

M U D A N Ç A S C L I M Á T I C A S

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por Kumbirai Nhongo

A SADC está em processo dedesenvolvimento de uma posiçãocomum sobre o uso derecursos biológicos para odesenvolvimento sustentável.

A posição comum éfundamental para abordar algunsdos desafios enfrentados pelaregião, incluindo a exploraçãoexcessiva e a degradação do meioambiente, que, por sua vez, reduza quantidade e a qualidade dosrecursos biológicos.

Os recursos biológicos sãogeralmente definidos como sendoquaisquer recursos genéticos,organismos ou partes destes,populações ou qualquer outrocomponente biótico deecossistemas que tenham valorreal ou potencial ou possam serusados pela humanidade.

A posição comum da SADCservirá como um quadroorientador para a região em todasas suas negociações sobre osrecursos biológicos.

As negociações globais sobre osrecursos biológicos serão

realizadas durante a próxima 14ªConferência das Partes (COP14)da Convenção sobre DiversidadeBiológica da Convenção sobreDiversidade Biológica (CDB) quevai decorre em Novembro, noEgipto.

Além disso, a Convençãoadoptou dois acordossuplementares - o Protocolo deCartagena sobre Biossegurança e oProtocolo de Nagoya sobre oAcesso aos Recursos Genéticos e aPartilha Judaica e Equitativa dosBenefícios Provenientes de suaUtilização, também conhecidocomo Protocolo de Nagoya sobreo Acesso e Benefício Partilhado(ABS).

Espera-se que a SADCconvoque um seminário regionalem Junho para desenvolver a suaposição comum sobre os trêsacordos globais que lidam com osrecursos biológicos.

O seminário regional vaidecorrer no âmbito do Programada SADC sobre UsoTransfronteiriço e Protecção deRecursos Naturais, que visamelhorar a implementação dosprotocolos e estratégias da SADCpara a gestão sustentável dosrecursos naturais pelos actoresregionais e nacionais.

Uma posição comum para aCDB permitirá aos EstadosMembros da SADC alinhar aspolíticas e estratégias para o usosustentável dos recursosbiológicos e sensibilizar uns aosoutros sobre a conservação de taisrecursos.

Todos os 16 Estados Membrosda SADC são signatários da CDB,que é também conhecida como aConvenção da Biodiversidade,Protocolo de Cartagena sobreBiossegurança e o Protocolo deNagoya sobre ABS.

De facto, todos os países daSADC designaram Pontos FocaisNacionais para a CDB, bem comopara o Protocolo de Cartagenasobre Biossegurança e para oProtocolo de Nagoia sobre o ABS.

Convenção sobre Recursos Biológicos …SADC adopta posição comum

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Produção de Energia do Sector Público-Privado

8%

92%

Public Utility IPPs Fonte: Publicação da RERA sobre Tarifas de Electricidade 2014

AComunidade para o Desenvolvimento daÁfrica Austral (SADC) pôs em prática um

plano ambicioso para potenciais financiadoresinvestirem no seu sector energético. Uma das áreasque atrai investimentos é a de Energia Renovável(ER) e a Eficiência Energética (EE). Isso ocorreporque as fontes e serviços de RE são geralmenteacessíveis, seguros e confiáveis, além de seremmenos poluentes para o meio ambiente emcomparação com a energia fóssil. Este resumopolítica, portanto, descreve algumas das principaisconsiderações políticas que a SADC poderiaconsiderar para atrair investimento privado nosector de energia, com foco especial em RE.

Um caso de parceria público-privadaApesar do investimento em energia na ÁfricaAustral estar a crescer, os actuais níveis sãoinadequados para satisfazer à futura procura. Deacordo com a Estratégia e Plano de Acção deEnergia Renovável e Eficiência Energética da região(REEESAP), a procura de electricidade na regiãoestá crescendo a uma média de 3% por ano. Alémdisso, a economia da região cresceu a uma médiade cinco por cento, enquanto a taxa de urbanizaçãoregistou uma média de seis por cento desde 2016.Este crescimento aumentou a procura de energia epressiona os Estados Membros da SADC ainvestirem no seu sector energético. A este respeito, é necessário que a SADC tomemedidas importantes para reforçar a suacapacidade de alcançar a segurança energética,envolvendo outras partes interessadas, tais como osector privado, na promoção da produção efornecimento de energia. Por exemplo, aparticipação do sector privado no sector de energiatem sido em grande parte através de ProdutoresIndependentes de Energia (IPPs), que sãoinstituições que possuem ou operam instalaçõespara a produção de electricidade para uso primáriopelo público. No entanto, como observado naFigura 1, a região da SADC continua a seresmagadoramente dependente das empresaspúblicas estatais para produção de energia.Reconhece-se que o investimento do sector privadono sector da energia da SADC será mais atraente

quando houver retornos razoáveis sobre oinvestimento. O surgimento de conceitos depolíticas, como tarifas que refletem os custos,tarifas de retorno (FIT), medição líquida e leilõesde fornecimento de energia de IPPs, bem comoContratos de Compra de Energia (PPAs), levarama um aumento nos investimentos em energia emoutras regiões e tem a capacidade de ter o mesmoefeito se implementado na SADC.

Tarifas que refletem os custosAs tarifas que refletem os custos descrevem osverdadeiros custos de produção de energia ouprodução de electricidade no momento do uso.Tomando em conta que o investidor espera umretorno viável dos projectos de energia, as tarifasque refletem os custos atrairão o capital privado.Além disso, uma vez que os consumidores pagamo custo real da energia, isso também significa queessa opção tarifária incentiva a adopção de práticasde eficiência energética.Muitas empresas de serviços públicos na região daSADC cobram menos aos consumidores por umaunidade de electricidade do que aquilo queproduzem apesar de existirem acordos para adoptartarifas eficazes desde 2004. Em Julho de 2015, os

Novas Opções Políticas para Promover Investimentosnas Fontes e Serviços de Energia Renovável

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Fonte: A Compreensão do Ambiente, 2012

Como funcionam as Tarifas de Alimentação

EstadoMembro

As actuais tarifas sãosustentáveis e sufi-cientes para fornecerincentivos para novosinvestimentos?

As actuais tarifas sãocapazes de fornecerincentivos para o usoeficiente deelectricidade?

Existe um prazopara atingirtarifas quereflecterm oscustos?

Existe algumplano aprovadopara atingir tari-fas que reflectermos custos?

AngolaLesothoMalawiMoçambiqueNamíbiaÁfrica do Sul SwazilândiaTanzâniaZâmbiaZimbabweTotal

Progresso para tarifas que refletem os custos na SADC

Fonte: Publicação da RERA sobre Tarifas de Electricidade 2014

× × √ √ √ × × ×× × √ √ × × × ×√ √ √ √ √ √ √ ×× × × ×√ √ × ×× × √ √× × × ×4 3 5 4

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Ministros de Energia da SADC reafirmaram oseu compromisso de assegurar que a regiãochegue a tarifas que efectivamente refletem oscustos até 2019. Uma pesquisa realizada em 2014pela Associação Regional de Reguladores deEnergia Eléctrica (RERA) mostrou que o sectorde energia da região não é altamenteautossustentável devido a subsídios. A Tabelaabaixo mostra a situação das tarifas que refletemos custos na SADC.

Conforme ilustrado na Tabela, os reguladores deapenas quatro países membros estão certos deque as suas estruturas tarifárias são suficientes esustentáveis para fornecer incentivos para novosinvestimentos. Trata-se do Lesoto, Namíbia,África do Sul e República Unida da Tanzânia. Odesafio para a maioria dos Estados Membros daSADC é a necessidade de encontrar um equi-líbrio entre a viabilidade dos projectos de energiae a acessibilidade dos produtos para os consum-idores, particularmente famílias vulneráveis.Uma opção seria adoptar uma abordagem grad-ual até que as tarifas económicas sejam al-cançadas.

Quadros tarifários plurianuaisUm quadro tarifário plurianual é definido comouma estrutura para regular os licenciadosdurante um período de tempo em que osprincípios de regulação dos retornos doslicenciados e a trajetória dos elementosindividuais de custo e receita da concessionáriasão pré-determinados. Ele fornece clareza sobreas regras a serem aplicadas num período detempo futuro pré-definido, enquanto procuraeliminar os aspectos de controlo da

regulamentação e substituí-los por um sistema deincentivos e penalidades. Desta forma, todas as partes interessadas sãoinformadas sobre o resultado de várias acções oueventos para o período de tempo futuro pré-definido, e são capazes de planear adequadamente. Em relação à região da SADC, a adopção detarifas plurianuais poderia ajudar a fornecersinais importantes de preços e transparênciatarifária a investidores e promotores. A maioriados países da SADC não possui um regimetarifário plurianual. Malawi, África do Sul,Swazilândia e Tanzânia são os únicos países queinstituíram uma metodologia tarifária plurianualem algum formato. Destes, a África do Sul tem amaior duração de aplicação, actualmentedefinida para um horizonte de determinação decinco anos. O Malawi opera com umametodologia de quatro anos, a Tanzânia com trêsanos e a Swazilândia com dois anos.

Tarifas de alimentação A Tarifa de Alimentação (FIT) é um mecanismode política projetado para acelerar o investimentoem tecnologias de energia renovável. Consiste emdisponibilizar contratos de longo prazo paraprodutores de energia renovável, com base no custode produção em função dos diferentes tipos detecnologia. Em vez de pagar uma quantia igual paraa energia, as tecnologias de custo mais baixos,como a energia eólica, por exemplo, recebem umpreço menor por kWh do que tecnologias quecustam mais, como a energia solar fotovoltaica. Ailustração mostra como projetos de energiabaseados em FIT podem ajudar a fornecer energiaadicional para a rede nacional.

Experiências de outros países do mundo sugeremque uma Tarifa de Alimentação bem projetadapode gerar um rápido crescimento para projectosdirecionados de energia renovável, criandocondições que atraiam capital para esses sectoresespecíficos. Em 2015, a Namíbia iniciou oprograma de Tarifa de Alimentação de Energia

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Renovável para energia solar fotovoltaica, projetoseólicos e biomassa. O programa visainvestimentos em projectos de energia comcapacidade de produção entre 500 kW e 5 MW naconclusão. O apoio tarifário de alimentação é concedidopor períodos de até 20 anos e os preços da energiasão pagos em dólares da Namíbia, com o preçoindexado ao dólar norte-americano à taxa decâmbio prevalecente. A luz deste programa FIT, aNamíbia está programada para implantar 30 MWde biomassa, 60 MW de energia solar fotovoltaicae 60 MW de energia eólica. A Tanzânia tambémestá executando iniciativas de FIT para pequenascentrais hidroeléctricas com capacidade deprodução inferior a 10 MW. Está em curso umtrabalho para introduzir programas de FIT noBotswana, Moçambique e Zimbabwe.

Medição de RedeEssa política é projetada para atrair investimentosprivados em ER, permitindo um fluxo bidirecionalde electricidade entre a rede de distribuição de elec-tricidade e os clientes que possuem os seus própriossistemas de produção. O conceito funcionou bempara promover investimentos em soluções solaresfotovoltaicas em residências onde a mediçãolíquida foi introduzida. O cliente paga apenas pelaelectricidade líquida fornecida pela concessionária(consumo total menos a Auto produção). A pro-dução distribuída combinada com a mediçãolíquida pode ser um factor importante no trata-mento da acessibilidade, reduzindo os custos deelectricidade e aumentando a disponibilidade defornecimento. Além disso, a medição líquida tende a incen-tivar o uso de fontes de energia renováveis em ac-tividades mais residenciais, reduzindo assim a cargasobre o sistema durante os períodos de pico de de-manda. A medição líquida é uma alternativaatraente ou um complemento para um FIT para in-stalações menores, como a energia solar foto-voltaica doméstica, já que não exige contratosdetalhados ou análise financeira. Apenas dois Es-tados Membros da SADC instituíram a mediçãolíquida - Maurícias e Namíbia. As Maurícias estab-eleceram um esquema de medição líquida com umlimite global de cinco MW e um limite inferior de50 kW para produtores independentes. NaNamíbia, a medição líquida é limitada a instalaçõescom capacidade produção de 500 kVA ou menos.Por conseguinte, este terá como alvo as instalaçõesde energias renováveis de pequenas empresas eagregados familiares. A África do Sul e o Zimbabweestão a planear programas semelhantes.

Licitação Pública Competitiva O sistema de licitação ou licitação de concorrênciapública é um mecanismo de licitação pelo qual asautoridades públicas solicitam propostas para umadeterminada quantidade de fornecimento oucapacidade de energia renovável, geralmente combase em um preço acordado. Os vendedoresoferecem o preço mais baixo que estariam dispostosa aceitar, mas normalmente a preços acima dosníveis padrão do mercado. Os contratos de comprade energia são concluídos assim que o processo delicitação é concluído. A África do Sul adoptou essa abordagem paraprojectos solares e eólicos ligados à rede eléctricapor meio do Programa de Aquisições de EnergiaRenovável IPP (REIPPPP). O país pretende obterenergia de IPPs em cinco voltas de licitações ouconcursos. Limites foram estabelecidos sobre acapacidade total de aquisição de cada tipo deenergia. Por exemplo, 75 MW foram para umprojecto fotovoltaico, 100 MW para um projectosolar e 140 MW para um projecto eólico. Taisrestrições destinavam-se a incentivar a concorrênciaentre os possíveis licitantes e promover o maiornúmero possível de tipos diferentes de tecnologiasgeradoras de energia renovável. Desde a sua criação em 2011, quatro voltas delicitações foram realizadas, com mais de 5.000 MWjá contratados, e pelo menos 1.860 MW já estão emoperação. À medida que o programa renovável foiimplementado, o custo das energias renováveis,particularmente a energia solar fotovoltaica,diminuiu. Esta redução de preço é atribuída aoaumento da concorrência em licitações sucessivas,juntamente com o declínio gradual dos preçosinternacionais de equipamentos de energiarenovável. O aumento dos preços da electricidadepara os combustíveis fósseis também levou acomparações de custo favoráveis com a energiarenovável. O sucesso do processo de licitaçãocompetitivo na África do Sul está sendo saudadocomo um modelo que os outros estados membrospodem considerar para adopção.

Acordo de compra de energiaUm Contrato de Compra de Energia (PPA) é umcontrato legal entre um produtor de electricidade eum comprador de energia, com duração entre cincoe 20 anos. Esses acordos desempenham um papelfundamental no financiamento de activos deprodução própria de electricidade. O vendedor, aluz do PPA, é tipicamente um IPP, uma entidade quegera e fornece energia para as concessionáriasestaduais ou diretamente para os usuários finais. OIPP não é um utilitário do estado, mas pode serparte de uma entidade de Parceria Público-Privada,juntamente com um utilitário do estado.

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Julius K. Nyerere House15 Downie Avenue, Belgravia, Harare, Zimbabwe

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ESTE RESuMo dE PoLíTicA é produzido pelo SARDC através do Projecto Comunicando Energia na ÁfricaAustral, apoiado pela Agência Austríaca de Desenvolvimento (ADA) / Cooperação Austríaca para oDesenvolvimento (ADC). O conteúdo deste resumo é da inteira responsabilidade dos autores. A informação e aanálise não refletem a opinião oficial da ADA / ADC.

As diretrizes do Banco Mundial mostram queos PPAs podem ser usados para projectos deenergia onde as receitas previstas para o projectoseriam incertas e, portanto, algumas garantiasquanto às quantidades compradas e preço pagosão necessárias para tornar o projecto viável.Além disso, eles também trabalham onde existe apossibilidade de competição por concorrênciadoméstica ou internacional mais barata ousubsidiada. Em tais casos, o PPA oferece algumacerteza de estar protegido de tal competição. Os contratos de compra de energia tambémpodem funcionar onde alguns clientesimportantes obtêm a maior parte da produção.Por exemplo, uma empresa pública pode estarcomprando a energia produzida por uma centralde energia. O governo vai querer entender quantovai pagar pela sua energia e que tem a primeirachamada a essa energia. A empresa do projectodesejará certeza da receita e o comprador desejagarantir a segurança do fornecimento. Na Tanzânia, a Autoridade Reguladora deEnergia e Serviços de Água desenvolveu acordospadronizados de compra de energia e diretrizesde processo que ajudaram vários entidades aconcluir acordos com a companhia nacional deelectricidade da Tanzânia para fornecer energiausando biomassa, mini hidroeléctricas e centraisde energia solar. Os CAEs também tendem afornecer a estrutura contratual para outras

iniciativas de desenvolvimento de energia, taiscomo tarifas de alimentação, medição líquida elicitação pública.

ConclusãoA região da SADC precisa aumentar os seus in-vestimentos no sector de energia em reconheci-mento ao importante papel que a energiadesempenha no desenvolvimento económico. Àmedida que as economias, as populações e astaxas de urbanização dos estados-membros con-tinuam a crescer, também aumentará a demandapor energia. Embora tenha havido investimentossignificativos no sector de energia até o mo-mento, o nível é inadequado para atender à de-manda futura. A SADC está, portanto,encorajando uma maior participação do sectorprivado nos investimentos em energia. O envolvimento do capital privado requerum clima de investimento favorável que garantaum retorno justo dos investimentos. Os Estados-Membros poderiam, por conseguinte, utilizarnovos conceitos de política que incluam tarifasque reflictam os custos, contratos de compra deenergia, tarifas alimentação, medição líquida econcursos públicos. A região certamente temuma grande oportunidade para alavancar novosconceitos de política, a fim de promover inves-timentos adicionais em projectos de ER e EE..

ReferênciasEberhard Anton (et al) 2016. Independent Power Projects in Sub Saharan Africa: Lessons from Five Key Countries. World BankGroup, Washington DCREN21 2015. SADC Renewable Energy and Energy Efficiency Status ReportRERA 2016. Electricity Tariffs & Selected Performance Indicators for the SADC Region 2014RERA 2013. Supportive Framework Conditions for Mini-Grids Employing Renewable or Hybrid Generation in the SADC RegionSADC 2016. Renewable Energy and Energy Efficiency Strategy and Action Plan, GaboroneSADC, SARDC 2017. SADC Energy Investment Year Book 2017. Gaborone, HarareSADC, SARDC 2016. SADC Energy Investment Year Book 2016. Gaborone, HarareSADC, SARDC 2016. SADC Energy Monitor 2016: Baseline Study of the SADC Energy Sector. Gaborone, HarareWorld Bank. https://ppp.worldbank.org/public-private-partnership/sector/energy/energy-power-agreements/power-pur-chase-agreements

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por Admire Ndhlovu

A ReGIÃo da SADC esperacolher baixas quantidades decereais na época agrícola de2017/18, mas o défice seráadequadamente compensadopor grandes quantidades dereservas remanescentes na épocaanterior.

De acordo com a actualizaçãoda Previsão da SegurançaAlimentar e Nutricionalpublicada, em Maio, pelo Grupode Trabalho de SegurançaAlimentar e Nutricional daÁfrica Austral, a produção decereais durante a época agrícolade 2017/18 deverá situar-seabaixo da média, apesar daschuvas tardias que favoreceramas sementeiras feitastardiamente.

"Isso deveu-se ao início tardioda época chuvosa, com o registode chuvas fracas ouquase inexistentes duranteo período crítico de sementeiras(Dezembro-Janeiro), altastemperaturas e a prevalência delagarta-do-funil do milho", disseo Grupo de Trabalho.

O Grupo de Trabalho écomposto pela SADC,Organização das Nações Unidaspara a Coordenação dosAssuntos Humanitários, Rede doSistema de Aviso Prévio contra aFome, Care International, Oxfame World Vision.

A época chuvosa 2017-18 foicaracterizada pelo um início

tardio das chuvas, um longoperíodo de seca no meio da época(Dezembro-Janeiro) e forteschuvas de Fevereiro ao início deMaio.

O período de seca causou faltade humidade e atrofiamento dasplantações precoces em muitasáreas em Botswana, sudoeste deMadagáscar, sul do Malawi,sul e algumas partes centraisde Moçambique, Zâmbia eZimbabwe.

“As perspectiva de produçãoda segunda época melhoraramdevido às chuvas acima da médiaregistadas desde Fevereiro. Noentanto, prevê-se que a produçãode cereais esteja um pouco abaixoou em níveis médios em 2018”,indica o relatório.

O Comité de Estimativas deCulturas da África do Sul divulgouum relatório em Abril dizendo quea safra de milho comercial éestimada em cerca de 12,8 milhõesde toneladas métricas, 22% inferiorque a produção de 2016/17 que foide cerca de 15,6 milhões detoneladas.

Além do inicio tardio daschuvas, espera-se que a colheita decereais na maioria dos países tenhasido afectada pelo surto de lagarta-do-funil do milho, segundo oGrupo de Trabalho de SegurançaAlimentar e Nutricional da ÁfricaAustral.

A praga foi registada namaioria dos Estados Membros daSADC, excepto nas Maurícias eLesotho.

No Malawi, a lagarta-do-funildo milho afetou 26% dos 1,5milhão de hectares de terracultivada com milho, enquantona Swazilândia foram afectadosmais de 68 mil hectares deplantações, de acordo com orelatório do grupo de trabalho.

Outros países afectados pelosurto de lagarta-do-funil domilho incluem a Zâmbia, ondeforam devorados 113.000 hectaresda cultura de milho, e oZimbabwe que perdeu cerca de6% do milho plantado.

A praga, que surgiu pelaprimeira vez na região na época2016/2017, é nativa das regiõestropicais das Américas.

A lagarta-do-funil do milhoafecta o milho, cacau, sorgo,arroz, trigo, cana-de-açúcar,amendoim, batata e soja. Elacome as folhas das plantas, bemcomo suas partes reprodutivas.

O grupo de trabalho, noentanto, disse que o impacto dafraca colheita do que o esperadoprovavelmente será compensadopor reservas significativas deremanescentes na África do Sul,Zâmbia e Zimbabwe, que tiveramboas colheitas durante a época2016/17.

Estima-se que a África do Sultenha reservas iniciais de milhode mais de quatro milhões detoneladas, enquanto a Zâmbia e oZimbabwe podem ter reservas demilho estimadas em 840.000 eum milhão de toneladas,respectivamente.

As reservas iniciais na Zâmbiae no Zimbabwe são suficientespara cobrir 40% e 70%das necessidades anuais decereais para os dois países,respectivamente.

“Os elevados níveis dereservas devem atenuarparcialmente o impacto dasreduções esperadas na produção

de milho, evitando um grandedeclínio nas disponibilidadesdomésticas”, de acordo com orelatório.

Embora seja provável que adisponibilidade regional decereais permaneça adequada,espera-se que a insegurançaalimentar seja alta entre osagregados familiares vulneráveisem vários países onde se esperamdéfices de produção.

Estes incluem o Lesotho,partes do sul e centro deMoçambique, norte e oeste daNamíbia, partes do sul daZâmbia e do Malawi, sul eextremo norte do Zimbabwe e sulde Madagáscar.

A avaliação final davulnerabilidade da SADC deveráser divulgada em Julho efornecerá uma actualização sobreestimativas de insegurançaalimentar.

Para reforçar a segurançaalimentar regional, o grupo detrabalho apelou aos EstadosMembros da SADC para quetomassem as medidasapropriadas para promover ocomércio de milho e evitar tomaracções ad hoc que restringissemas importações ou exportações decereais dentro da região.

Além disso, o grupo detrabalho solicitou aos Estados-Membros que aproveitassem ofinal da época para desenvolvermedidas que apoiassem aprodução de culturas fora dacampanha agrícola.

De acordo com o Secretariadoda SADC, a agricultura contribuicom até 17% do produto internobruto da região.

Além disso, mais de70% da população da região,actualmente com cerca de327 milhões, dependeda agricultura para suasubsistência. sardc.net r

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Produção de milho esperada para a época 2017/18

Pais Produção estimada de milho (toneladas)

Malawi 3 000 000Namíbia 136 000África do Sul 12 827 000Zâmbia 2 400 000Zimbabwe 1 000 000

Fontes: Estimativas dos Estados-Membros; Boletim do Grupo de Trabalho sobre Segu-rança Alimentar e Nutricional da África Austral, Abril de 2018 * Estimativas não disponíveis para outros Estados-Membros

Previsão de colheitas reduzidas na campanha 2017/18 na SADC -Grandes reservas residuais garantem a segurança alimentar

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continua distorcido a favor doshomens e isso é um factor quecontribui para que as mulheresnão possam competir nas eleições. As campanhas eleitorais e o

registo para participar das eleiçõesgeralmente requerem recursos etempo substanciais. Na maioria dos casos, as

mulheres geralmente têm recursoslimitados e acabam abandonandoas campanhas eleitorais e dedicamo seu tempo às famílias. Portanto, é essencial assegurar

que nas próximas eleições os cincopaíses da SADC se esforcem porconsolidar e melhorar a paridadede género e o empoderamento. Para promover a igualdade eequidade de género, os líderes daSADC adoptaram o ProtocoloRevisto da SADC sobre oGénero e Desenvolvimento, que

Estes incluem a falta de acessoa informações e normas culturaisque impedem as mulheres dedisputar nas eleições. As mulheres são às vezes

intimidadas de concorrer paraposições de liderança ou eleiçõespor vários meios, que incluemviolência e intimidação. Em alguns casos, as mulheres

não conseguem entrar nas posiçõesde liderança devido a crençasculturais e sociedades patriarcaisque consideram as mulheres comocidadãos de segunda classe. Esta ideologia é inculcada nos

rapazes e raparigas em tenra idadee se torna uma norma, portanto, ascrianças crescem acreditando queeles são desiguais. Tais normas limitam o interesse

das mulheres em participar natomadas de decisão em váriossectores e antecipam crenças deque é a posição correta doshomens. Embora a maioria dos eleitores

na maioria dos Estados Membrosda SADC sejam mulheres, eles nãovotam em outras mulheres emmuitos casos. Isso pode ser atribuído ao facto

de que há equívocos de que ossucessos das mulheres sãoresultado de actividadespromíscuas que os colocam emposições de liderança. Portanto, porque as mulheres

não querem ser associadas a essarotulagem negativa, elas nãodisputam posições de liderança. O avanço económico da

maioria dos países da SADC

por Nyarai Kampilipili

NuMA AlTuRA em que cincopaíses da SADC preparam-separa realizar eleições este ano,é importante avaliar se asmulheres estão entre oscandidatos e se as questões degénero estão integradas nosprocessos eleitorais. Os cinco países da SADCprogramados para realizareleições são a RepúblicaDemocrática do Congo (RDC),Madagáscar, Moçambique,Swazilândia e Zimbabwe. O Zimbabwe anunciourecentemente que vai realizar assuas eleições harmonizadas a 30de Julho, de acordo com umadeclaração pública feita numasessão extraordinária do Governorealizada no dia 30 de Maio. A República Democrática do

Congo deverá realizar eleiçõesparlamentares e presidenciais a23de Dezembro, Moçambiquerealizará as eleições dos GovernosLocais a 10 de Outubro. Os outros três países -

Madagáscar e Swazilândia eZimbabwe - ainda nãoanunciaram a data das eleições. As próximas eleições

constituem uma oportunidadepara os cinco países avançarem naabordagem da disparidade entremulheres e homens nos cargos detomada de decisão política. Na maioria dos países da

SADC, as mulheres não sãovisíveis nas posições de tomadade decisão em todos os sectores,incluindo no campo político. Isto apesar do facto de as

mulheres constituírem mais demetade da população na maioriados países da SADC, bem como ofacto de, no dia da eleição, asmulheres geralmente apareceremem maior número para votar. Vários desafios dificultam a

participação das mulheres napolítica e na tomada de decisões.

G É N E R O

Protocolo da SADC sobre o Género e Desenvolvimento @ 10

o PRoToColo da SADC sobre o Género e Desenvolvimento foi adoptado há 10 anos, em 2008. O protocolo foi revisto em 2016 para que os seus objectivos estejam alinhados a várias metas globaise assuntos emergentes. Por exemplo, o protocolo revisto agora captura assuntos emergentes, como asmudanças climáticas e casamentos infantis. O casamento infantil é um dos factores que contribuem para o lento progresso na redução damortalidade materna, mas a definição de uma criança por idade permanece controversa. O protocolo revisto está também alinhado com outras disposições de vários instrumentos regionais,tais como os relacionados com a gestão sustentável do ambiente, e a Estratégia e Roteiro deIndustrialização da SADC. r

Foco na paridade de género à medida que 5países da SADC preparam-se para eleições

“prevê o empoderamento dasmulheres e a eliminação dadiscriminação”. A participação política dasmulheres é relativamente baixaem toda a região, e arepresentação de género noparlamento varia de 6,1% naUnião de Comores a 46,2% naNamíbia. No seio dos Países que vãorealizar eleições este ano, aproporção de mulheres noparlamento, de acordo com , é de8.9 por cento na RDC, 19.2 porcento no Madagáscar, 39,.6 porcento em Moçambique, 6.2 porcento na Swazilandia e 33.2 porcento no Zimbabwe. A nível da região, éimportante que se reforce estaestruttura do numero demulheres no parlamento. r

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ÁFRICA AuSTRAl Hoje 13

• Recolher informaçõesrelacionadas a especialistastreinados em observação,mediação ou migração deeleições;

• Recolher informaçõesrelacionadas aos comités

A SADC está a desenvolveruma plataforma online que iráacompanhar a implementaçãode decisões e intervenções doÓrgão de Cooperação Política,Defesa e Segurança. O Órgão da SADC deCooperação Política, Defesa eSegurança está mandatadopara promover a paz ea segurança na região,proporcionando aos Estados-Membros uma orientação sobreos assuntos que ameacem a paz,a segurança e a estabilidade. O proposto Sistema deInformação da Direcção doÓrgão (ODIS) visa criar umaplataforma para automatizar osvários processos levados a cabopela Direcção do Órgão noSecretariado da SADC. Esses processos incluem operfil de País, rastreamento deconflito, suporte de campo demediação, capacitação, pesquisade aviso prévio e relatórios. O Secretariado da SADCprocura identificar um consultorpara desenvolver a plataformaonline, que irá capturar edescrever os Estados Membrosde acordo com a sua população,informação económica einformação política. Em última análise, o sistemaonline deve:• Permitir a recolha atempada

e a comunicação de dados einformação relacionada coma paz e segurança para aDirecção do Órgão;

• Recolher informaçõesrelacionadas à observaçãoeleitoral e observadoreseleitorais;

• Recolher informaçõesrelacionadas com aavaliações de mediação eplanos de acção para cadaestado membro;

• Recolher informações paraos diferentes sectores doórgão, incluindo Polícia,Planeamento, Defesa ePrisões, entre outros;

P A Z & S E G U R A N Ç A

Plataforma regional online para acompanhar as intervençõesdos órgãos da SADC

Função da Direção de Órgãoso ÓRGÃo de Cooperação Política, Defesa e Segurança (Órgão) foilançado em Junho de 1996 como uma instituição formal da SADCcom o mandato de apoiar a obtenção e manutenção da segurança eo estado de direito na região. O Órgão é uma das Direcções do Secretariado da SADC cujoprincipal mandato é actuar como um instrumento para assegurar eapoiar a segurança e a segurança política e socioeconómica daregião da África Austral. O Tratado da SADC, o Protocolo sobre Cooperação Política,Defesa e Segurança, e o Plano Estratégico Indicativo para o Órgão(SIPO) II são os principais documentos que orientam as actividadesdo Órgão. O SIPO foi desenvolvido para orientar a implementação doProtocolo de Cooperação Política, Defesa e Segurança.Dentro da estrutura do Secretariado da SADC, o Órgão ésupervisionado pelo Secretário Executivo. r

SADC abre escritório de monitoria na RDC

técnicos e estatutários doórgão; e

• Fornecer um repositóriode conhecimento parainformações, dados erelatórios relacionados àsmelhores práticas e lições

aprendidas reunidas duranteas missões e atribuiçõesrelacionadas aos principaisdeveres do órgão. r

A SADC abriu um Gabinete naRepública Democrática doCongo (RDC) para monitorizar efornecer apoio eleitoral ao país. Falando na cerimónia oficialde abertura, a 16 de Abril, aSecretária Executiva da SADC,Dra. Stergomena Lawrence Tax,disse que o escritório reforça apresença da organização regionalna RDC e providencia umavia para uma colaboraçãomais estreita com as partesinteressadas no país nosesforços contínuos da SADCde apoiar o país paraalcançar a paz sustentável,a segurança, a estabilidadepolítica e o desenvolvimentosocioeconómico. Entre outros objectivos, oGabinete de Monitoria da SADCna RDC servirá para coordenar

as iniciativas políticas, eleitoraise de segurança em curso naSADC. O escritório permitirá àSADC identificar áreasespecíficas onde o seu apoio énecessário, em ligação com ogoverno da RDC, bem como comos intervenientes nacionais,continentais e regionais. A Dra. Tax elogiou o Governoda RDC, os partidos políticos, aComissão Eleitoral IndependenteNacional (CENI), asorganizações religiosas e outraspartes interessadas pelos seusesforços e progressos feitos paragarantir a paz e a estabilidade nopaís. Ela apelou as partesinteressadas na RDC para que seabstenham de qualquer forma deviolência e encontrem formas

pacíficas de resolver suasdiferenças, a fim de criar umambiente propício para arealização de eleições pacíficas econfiáveis em Dezembro de 2018. A CENI fixou o dia 23 deDezembro como a data das tãoesperadas eleições parlamentarese presidenciais da RDC. r

Masisi é o novoPresidente doBotswanaMoKGWeeTSI MASISI éo novo presidente doBotswana. Ele foi empossado1 01 de Abril após a reformade Seretse Khama Ian Khama. Anteriormente como vice-presidente, Masisi foi o vicede Khama e é agora o quintopresidente do Botswanadesde a independência em1966. A norma no PartidoDemocrático do Botswana éque o Presidente renuncie umano antes do término dosegundo mandato e entreguea um sucessor que farácampanha na próxima eleiçãodepois de ocupar o cargo porum ano. O Botswana agendou arealização das suas eleiçõesem 2019, e o país usa umsistema eleitoral dePluralidade em CírculoUninominal ou ‘Primeiro àChegada’ (FPTP) para aeleição dos Membros doParlamento. Os deputados eleitosactuam então como colégioeleitoral para escolher opresidente. r

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várias províncias, para aceitarindicações de aspirantes acandidatos presidenciais,parlamentares e do GovernoLocal.

As eleições de 30 de Julhomarcarão a primeira vez que oPaís utilizou a tecnologia deRegisto Biométrico dos Eleitores(BVR). A tecnologia BVR registadados físicos como o rosto eimpressões digitais para fins deidentificação.

A 8 de Maio, um total de5.439.822 pessoas haviam seregistado para votar, de acordocom a ZEC. Destes, 2.953.142 ou54,3 por cento são mulheres,enquanto os restante sãohomens.

O Zimbabwe usa sistemaeleitoral conhecido por “oprimeiro a chegada” para aseleições presidenciais,parlamentares e locais, onde ocandidato com mais votos é ovencedor. A Assembleia Nacional écomposta por 210 membroseleitos e um adicional de 60lugares reservados paramulheres. Há seis assentos reservadospara mulheres em cada uma das10 províncias administrativas doZimbabwe, com os membroseleitos por meio de um sistemade representação proporcionalbaseado nos votos expressospara candidatos representandopartidos que disputam as eleiçõesparlamentares em cada uma dasprovíncias. A luz da nova Constituição,adoptada em Maio de 2013, aprovisão para assentosreservados para mulheres seráaplicada apenas para duas

14 ÁFRICA AuSTRAl Hoje, Junho 2018

período pré-eleitoral, eleitorale pós-eleitoral.

A condução de todas asmissões de observação seráguiada pelas disposições da leieleitoral do Zimbabwe e pelaConstituição. Após as eleições,espera-se que as missõesproduzam os seus relatóriossobre o processo eleitoral,indicando se elas foram livres,justas e credíveis.

O Presidente Mnangagwaprometeu realizar eleições livrese justas, e também instou aoseleitores e a todos os outrospartidos políticos e partesinteressadas a manter a pazantes, durante e depois daseleições.

As eleições marcam aprimeira vez que os doisprincipais partidos políticos - aFrente Patriótica da UniãoNacional Africana do Zimbabwe(ZANU-PF) e o Movimento paraa Mudança Democrática -Tsvangirai (MDC-T) –participam com novoscandidatos presidenciais.

Mnangagwa é o candidatopresidencial ds ZANU-PF após arenúncia de Robert Mugabe, emNovembro de 2017, enquantoNelson Chamisa assumiu aliderança do MDC-T após amorte de Morgan Tsvangirai, emFevereiro.

De acordo com a ComissãoEleitoral do Zimbabwe (ZEC),mais de 120 partidos políticosregistaram-se para participarnas eleições, embora o númeroexato de candidatos àpresidência ainda não sejaconhecido.

O tribunal de nomeações vaireunir-se no dia 14 de Junho, nas

oS ZIMBABWeANoS vão àsurnas a 30 de Julho para elegerum novo presidente,parlamentares e vereadores naseleições de purificação.

O Presidente EmmersonMnangagwa disse que casonão haja nenhum vencedorabsoluto nas eleiçõespresidenciais, uma segundavolta será realizada a 8 deSetembro.

Espera-se que ObservadoresEleitorais de 46 Países e15 organizações regionaise internacionais possammonitorar as tão esperadaseleições harmonizadas noZimbabwe.

A lista de Observadoresinclui representantes daCommonwealth UniãoEuropeia, Estados Unidos, Grã-Bretanha e das Nações Unidas -que irão observar as eleiçõespela primeira vez em quaseduas décadas.

A decisão de convidar osobservadores está alinhada como novo impulso do governo devoltar a engajar-se com aComunidade Internacional apósanos de “relações frias”, bemcomo um compromisso doZimbabwe de realizar eleiçõeslivres e justas.

Alguns observadores como aMissão de Observação Eleitoralda SADC e do Mercado Comumpara a África Oriental e Austral(COMESA) já começaram adespachar as suas missões paraavaliar o estado de preparaçãodo Zimbabwe para as próximaseleições.

De acordo com a tradição, osobservadores irão assistir aseleições em três fas es: o

Zimbabwe prepara-se para as eleições purificadaseleições, o que significa que aspróximas eleições marcarão aúltima vez que esta exigência seráaplicada. O Senado é composto por 80membros, compreendendo seisrepresentantes eleitos combase na representaçãoproporcional de cada uma das 10províncias, bem como doisrepresentantes de pessoas comdeficiência. Os restantes são 18 chefestradicionais, incluindo opresidente e vice-presidente doConselho Nacional de Chefes edois chefes de oito províncias,com excepção das duas provínciasmetropolitanas de Harare eBulawayo. O Zimbabwe introduziu, pelaprimeira vez, um sistema de “listade zebra” para a indicação decandidatos do Senado nas eleiçõesde 2013. A luz deste sistema, ospartidos políticos são obrigados aapresentar listas de candidatosmulheres e homens de formaalternada, com uma mulher notopo de cada lista. O sistema de “lista de zebra”é usado para eleiçõesparlamentares e locais em outrosEstados membros da SADC, comoLesotho, Namíbia e África do Sul. Nas últimas eleições realizadasem 2013, a ZANU-PF ganhou aseleições presidenciais com 61%dos votos contra 34% do MDC-T. Nas eleições parlamentares, aZANU-PF ganhou 159 assentos,ou seja, 76% dos 210 assentoseleitos na Assembleia Nacional,obtendo uma maioria de maisde dois terços. O MDC-T obteve50 assentos, cerca de 24%dos votos. r

E L E C T I O N S

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ÁFRICA AuSTRAl Hoje 15

Junho – Agosto 2018Junho 5, Global Dia Mundial do Meio Ambiente

As comemorações anuais visam aumentar a consciencializaçãosobre a necessidade de conservar e proteger o meio ambiente. Otema deste ano é "Não a Poluição Plástica".

6-8, Rwanda Cimeira de Inovação em África 2018A cimeira é uma iniciativa destinada a aproveitar e mobilizar osdetentores de poder de tomada de decisão política, investidores,inovadores, pesquisadores e jovens numa coligação de acçãocoletiva para promover e construir um ambiente propício para ainovação em África.

17, Global Dia Mundial do Combate à Desertificação e à Seca O dia é observado todos os anos para promover aconsciencialização pública sobre a necessidade de combater ereduzir a desertificação.

19-22, Maurícias Fórum Africano de Energia O Fórum Africano de Energia reúne governos, empresas de energiae grandes actores do sector de energia da África e do resto domundo para se concentrarem na disponibilização de infraestruturasde energia em África. O fórum é o encontro global de investimentospara os sectores de energia, energia, infraestrutura e industrias deÁfrica.

25-28, Reunião dos Ministros do Género da SADC África do Sul Os Ministros do Género e dos Assuntos das Mulheres da SADC

reúnem-se anualmente para rever o programa regional de género.A reunião constitui uma oportunidade para os Estados membrospartilharem o progresso na implementação dos compromissos degénero.

25 Junho-2 Julho, 31ª Cimeira da União AfricanaMauritânia A 31ª Sessão Ordinária da Cimeira dos Chefes de Estado e de

Governo da União Africana será subordinada ao tema “Ganhar aLuta Contra a Corrupção: Um Caminho Sustentável para aTransformação de África”. A cimeira é precedida por uma sessãoordinária do Conselho Executivo de 28 a 29 de junho.

Julho 30, Zimbabwe Eleições harmonizadas no Zimbabwe

Os zimbabweanos vão às urnas para eleger um presidente,membros do parlamento (assembleia nacional e senado) evereadores locais para os próximos cinco anos.

23, África do Sul Grupo de Trabalho Ministerial da SADC sobre Integração RegionalThe taskforce will discuss progress in the implementation of various SADC decisions on regional economic integration. These includeimplementation of the Costed Action Plan of the SADCIndustrialisation Strategy and Roadmap.

30– 1 Agosto, Semana de Industrialização na SADC Namíbia O evento de uma semana visa popularizar a Estratégia e Roteiro de

Industrialização da SADC aprovada em 2015. Agora no seu terceiroano, o evento anual compreende uma conferência de alto nívelpara discutir formas de acelerar a agenda de industrialização daSADC, bem como uma exposição dos governos, empresas,instituições de pesquisa e outras partes interessadas.

Agosto17-18, Namíbia 38ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da SADC

Os líderes da SADC reúnem-se anualmente, em Agosto, na suaCimeira ordinária para discutir questões destinadas a promover aintegração e o desenvolvimento regional. A cimeira é precedida porreuniões de altos funcionários e do Conselho de Ministros. OPresidente Anfitrião Hage Geingob, da Namíbia, assumirá apresidência da SADC actualmente exercida pelo seu homólogo sul-africano Cyril Ramaphosa.

Por indicar Fórum de Previsão Climática para a Africa Austral Os especialistas em clima dos Estados Membros da SADC reunir-se-ão para rever as previsões climáticas regionais, usandoindicadores de precipitação sazonal para produzir uma previsãoregional para a época chuvosa de 2018/19.

E V E N T O S

SADC HOJE VOL 20 NO 4 JUNHO 2018

AFRICA AUSTRAL HOJEÉ produzido como uma fonte de referência das

actividades e oportunidades na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, e um guião para os

responsáveis pela elaboração de políticas a todos os níveis de desenvolvimento nacional e regional.

Comunidade para o desenvolvimento da África AustralSecretariado da SADC, SADC House,

Private Bag 0095, Gaborone, BotswanaTel +267 395 1863 Fax +267 397 2848/318 1070E-mail [email protected] Website www.sadc.int

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado seis vezes por ano pelo Centro de Documentaçãoe Pesquisa para a África Austral (SARDC) para o Secretariado da SADC em Gaberone,

Botswana, como uma fonte credível de conhecimento sobre o desenvolvimentoregional. Os artigos podem ser reproduzidos livremente pelos órgãos de comunicação

social e outras entidades, citando devidamente a fonte.

EDITORMunetsi Madakufamba

COMITÉ EDITORIALJoseph Ngwawi, Kizito Sikuka, Egline Tauya, Admire Ndhlovu,

Phyllis Johnson, Danai Majaha, Kumbirai Nhongo, Anesu Ngadya , Tariro Sasa,Nyarai Kampilipili, Tanaka Chitsa, Lynette Chitambo, Tonderai Mpofu,

Monica Mutero

TRADUTORBonifácio António

ÁFRICA AUSTRAL HOJE conta com o apoio da Agência Austríaca para oDesenvolvimento, que assiste o Grupo Temático de Energia da SADC co-presidido pela

Áustria.© SADC, SARDC, 2016

ÁFRICA AUSTRAL HOJE acolhe as contribuições individuais e de organizações dentroda região da SADC em forma de artigos, fotografias, artigos noticiosos e comentários, e

também artigos relevantes de fora da região. Os editores reservam-se o direito deseleccionar ou rejeitar artigos, e editar para se ajustar ao espaço disponível. O conteúdonão reflecte necessariamente o posicionamento oficial ou opiniões da SADC ou SARDC.

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado em Inglês, Português e Francês, e estádisponível num formato digital no Portal de Internet www.sardc.net Conhecimento

para o Desenvolvimento, ligado a www.sadc.int

COMPOSIÇÃO & MAQUETIZAÇÃOTonely Ngwenya, Francis Chikanga

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Um futuro partilhado no seio da Comunidade Regional

juNHo É um mês especial na história das Seychelles.O país ganhou sua independência da Grã-Bretanha a 29 de Junho de 1976.O mês também testemunhou a adopção histórica da actual Constituição, a

18 de Junho de 1993, que viu a introdução de um sistema políticomultipartidário.

Para comemorar essas conquistas, as Seychelles combinaram os doiseventos em 1993 e passou a comemorar o dia 18 de Junho como o Dia Nacional.

No entanto, a partir de 2015, o Dia Nacional foi transferido para a dataoriginal de 29 de Junho, que é a data real da independência do arquipélago de115 ilhas no Oceano Índico.

O DIA 18 de junho é agora marcado como Dia da Constituição para celebrara adopção da actual Constituição em 1993.

Neste dia, milhares de pessoas participam de eventos comemorativos queincluem desfiles, uma feira de flores, música e um discurso presidencial.

No entanto, o caminho para a independência foi longo para as Seychelles.Na década de 1760, os franceses invadiram e assumiram o controle das

Seychelles, nomeando as ilhas depois de Jean Moreau de Sechelles, que era oMinistro das Finanças da França.

Os franceses mantiveram o controlo sobre as ilhas até o início da década de1790, quando os britânicos começaram a afirmar a sua presença.

Em 1794, a Grã-Bretanha anexou as Seychelles e a ilha foi administrada apartir das ilhas Maurício até 1903, quando se tornou uma colônia britânicaseparada.

À medida que a população crescia e as plantações se expandiam, osbritânicos foram rápidos em efetuar mudanças económicas e sociais nas ilhasao abolir a escravidão e a indemnização paga aos proprietários de plantaçõesde cana-de-açúcar.

No entanto, como a França, os britânicos usaram as ilhas para manterprisioneiros. No final do século XIX e início do século XX, eclodiu um conflitoentre trabalhadores indianos e proprietários de plantações.

A nível político, aumentou a pressão para que a Grã-Bretanha cedesse poderaos habitantes locais.

Em 1964, os partidos recém-formados, o Partido Unido Popular dasSeychelles, que era o partido socialista liderado por France-Albert René, e oPartido Democrático das Seychelles, liderado por James Mancham, solicitarama independência do Reino Unido.

Um acordo foi alcançado com as eleições realizadas em 1974 e vencidas peloPartido Democrático das Seychelles. No entanto, as Seychelles ainda estavamsob controlo britânico e a pressão pela independência total continuou.

Isso foi finalmente alcançado a 26 de Junho de 1976, quando as Seychellesse tornaram independentes e foi governado por uma coligação, com Manchamcomo presidente e René como Primeiro-Ministro.

Isso durou um ano, até 5 de Junho de 1977, quando Mancham foi removidonum golpe, e instituído como Presidente.

Em 1978, o governo promulgou uma nova constituição, transformando asSeychelles num Estado de partido único. A 27 de Dezembro de 1991, aconstituição foi ajustada a fim de fazer concessões a outros partidos políticos.

No entanto, foi somente a 18 de Junho de 1993 que a actual constituição dasSeychelles foi aprovada e as primeiras eleições legislativas e presidenciaismultipartidárias foram realizadas em julho.

René ganhou essa eleição e as seguintes três eleições até que ele renunciouem 2004, quando entregou o poder ao actual presidente James Michel.

Desde então, a nação insular fez progressos significativos no sentido dodesenvolvimento socioeconómico, bem como promoveu a paz e a estabilidadena África Austral. r

25H I S T Ó R I AH O J E

o DIA de Sir Seretse Khama é um feriado nacionaloficialmente designado para homenagear o primeiropresidente do Botswana.

Isso é comemorado no aniversário de Seretse Khama,que nasceu A 1 de Julho de 1921 e se tornou o primeiro líderdo Botswana após a independência, a 30 de Setembro de1966.

Ele morreu de cancro do pâncreas a 13 de Julho de 1980.Seretse Khama foi um dos Pais Fundadores da SADC, e elefoi o pai do ex-presidente Seretse Khama Ian Khama.

Seretse Khama foi sucedido por Ketumile Masire, queera seu vice desde 1965. Masire tornou-se o segundopresidente do Botswana de 1980 a 1998 e faleceu aos 91anos, a 22 de Junho de 2017. r

Lembrando Seretse Khama e Masire

1 Junho Dia Internacional da Criança Angola15 e16 Junho Eid al Fitr + (End of Ramadan)* Malawi, Tanzânia, Maurícias 18 Junho Dia da Constituição Seychelles25 Junho Dia da Independência Moçambique26 Junho Dia da Independência Madagáscar29 Junho Dia da Independência Seychelles30 Junho Dia da Independência RDC 1 Julho Dia de Sir Seretse Khama Botswana2 Julho Feriado Público Botswana2 Julho Dia dos Heróis Zâmbia3 Julho Dia da Unidade Zâmbia6 Julho Dia da Independência Malawi7 Julho Saba Saba Tanzânia16 Julho Dia do Presidente Botswana17 Julho Feriado do Dia do Presidente Botswana17 Julho Aniversário do Rei Lesotho22 Julho Feriado Público Swazilândia23 Julho Aniversário do Pai do Rei Swazilândia

1 Agosto Dias dos Parentes RDC6 Agosto Dia dos Agricultores Zâmbia8 Agosto Dia dos Camponeses Nane Nane Tanzânia9 Agosto Dia da Mulher África do Sul13 Agosto Dia dos Heróis Zimbabwe14 Agosto Dia das Forcas Armadas Zimbabwe15 Agosto Dia de Assunção Madagáscar, Seychelles15 Agosto Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria Maurícias

17 Agosto Dia da SADC** Todos22 Agosto Eid al Adha Tanzânia26 Agosto Dia dos Heróis Namíbia27 Agosto Feriado Público Namíbia31 Agosto Umhlanga Reed Dance Swazilândia

FERIADOS PÚBLICOS NA SADCJunho - Agosto 2018

YEARS

Seychelles celebra a independência…e 25 anos desde a adopção da Constituição

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