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por Joseph Ngwawi A CoMUNIDADe para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) está a considerar uma série de medidas corajosas para fazer avançar as aspirações dos Estados-Membros, conforme descrito na Estratégia e Roteiro de industrialização numa altura em que região caminha para assegurar que os seus esforços para transformar sua economia ganhem ímpeto. A SADC está a desenvolver um plano de acção já orçamentado para a Estratégia e Roteiro de industrialização 2015-2063, que foi adoptada em Abril de 2015 para permitir que a região a aproveite todo o potencial dos seus vastos e diversificados recursos naturais. O Plano de Acção visa estabelecer um regime de aplicação coerente e sinérgica contendo opções estratégicas e políticas gerais para a consecução progressiva das metas com prazos definidos na estratégia e no roteiro. Funcionários seniores dos Estados Membros da SADC estiveram reunidos em Maio em Gaborone, Botswana, para discutir o Plano de Acção com o setor privado, grupos regionais de reflexão e Parceiros de Cooperação Internacional. O plano incidirá sobre os primeiros 15 anos de vigência da estratégia, e tem como objectivo criar um ambiente propício para sustentar o desenvolvimento industrial como motor de transformação económica; e estabelecer uma aliança duradoura para a industrialização, composta pelos sectores público e privado, bem como parceiros estratégicos. A estratégia e o roteiro de industrialização da SADC foi desenvolvida como uma modernização inclusiva a longo prazo e regime de transformação económica que deverá permitir o desenvolvimento económico substancial e sustentável para aumentar os padrões de vida. Ela está ancorada em três pilares estratégicos interdependentes: v Industrialização como a base da transformação económica; v Maior competitividade; e, v Aprofundamento da integração regional. Uma série de intervenções estratégicas para cada um destes pilares são propostos no Plano de Acção. Á FRICA AUSTRAL HOJE continua na página 2... SADC Hoje , Vol 18 No. 4 Junho 2016 SADC avança a Agenda de Industrialização POLÍTICA 3 ELEIÇÕES 4 PATRIMÓNIO 5 ÁGUA-ENERGIA 6 GÉNERO-ENERGIA 7-10 INDUSTRIALIZAÇÃO 11 UNIÃO AFRICANA 12 CIMEIRA DA SADC 13 ELEIÇÕES 14 EVENTOS 15 HISTÓRIA HOJE 16

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Page 1: ÁFRICA - sardc.net · A estratégia e o roteiro de industrialização da SADC foi desenvolvida como uma modernização inclusiva a longo prazo e regime de transformação económica

por Joseph Ngwawi

A CoMUNIDADe para o Desenvolvimento daÁfrica Austral (SADC) está a considerar uma sériede medidas corajosas para fazer avançar asaspirações dos Estados-Membros, conformedescrito na Estratégia e Roteiro deindustrialização numa altura em que regiãocaminha para assegurar que os seus esforços paratransformar sua economia ganhem ímpeto.

A SADC está a desenvolver um plano de acçãojá orçamentado para a Estratégia e Roteiro deindustrialização 2015-2063, que foi adoptada emAbril de 2015 para permitir que a região aaproveite todo o potencial dos seus vastos ediversificados recursos naturais.

O Plano de Acção visa estabelecer um regimede aplicação coerente e sinérgica contendo opçõesestratégicas e políticas gerais para a consecuçãoprogressiva das metas com prazos definidos naestratégia e no roteiro.

Funcionários seniores dos Estados Membrosda SADC estiveram reunidos em Maio emGaborone, Botswana, para discutir o Plano deAcção com o setor privado, grupos regionais dereflexão e Parceiros de Cooperação Internacional.

O plano incidirá sobre os primeiros 15 anos devigência da estratégia, e tem como objectivo criarum ambiente propício para sustentar odesenvolvimento industrial como motor detransformação económica; e estabelecer umaaliança duradoura para a industrialização,composta pelos sectores público e privado, bemcomo parceiros estratégicos.

A estratégia e o roteiro de industrialização daSADC foi desenvolvida como uma modernizaçãoinclusiva a longo prazo e regimede transformação económica que deverápermitir o desenvolvimento económicosubstancial e sustentável para aumentar ospadrões de vida.

Ela está ancorada em três pilares estratégicosinterdependentes:v Industrialização como a base da

transformação económica; v Maior competitividade; e,v Aprofundamento da integração regional.

Uma série de intervenções estratégicas paracada um destes pilares são propostos no Plano deAcção.

ÁFRICAAUSTRALHOJE

continua na página 2...

SADC Hoje , Vol 18 No. 4 Junho 2016

SADC avança a Agenda de Industrialização

POLÍTICA 3

ELEIÇÕES 4

PATRIMÓNIO 5

ÁGUA-ENERGIA 6

GÉNERO-ENERGIA 7-10

INDUSTRIALIZAÇÃO 11

UNIÃO AFRICANA 12

CIMEIRA DA SADC 13

ELEIÇÕES 14

EVENTOS 15

HISTÓRIA HOJE 16

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C O N T I N U A Ç Ã O D A P Ã G I N A 1

No que tange a industrialização,as principais intervenções propostasincluem um melhor ambiente daspolíticas de desenvolvimentoindustrial, aumento do volume eeficiência dos investimentos públicose privados na economia da SADC,criação de cadeias regionais de valore participação em processos globaisrelacionados, bem como o aumentodo valor acrescentado para produtose serviços agrícolas e não-agrícolas.

Na área da melhoria doambiente operacional, existemplanos para desenvolver eoperacionalizar um Protocolo daIndústria em 2020, o passa pelodesenvolvimento de políticas eestratégias de industrialização anível nacional.

Os Estados-Membros que jádispõem de tais políticas eestratégias, precisam de efectuaruma revisão para que sejamalinhadas à estratégia e ao Roteirode industrialização da SADC.

Os Estados-Membros serãoobrigados a modernizar a suaindustrial nacional até 2018 eimplementar Programas deModernização Industrial (IUMPs)até 2020.

Estes devem estar emconsonância com o IUMP daSADC, que serve de base para umaabordagem sectorial para aindustrialização na região, com focona melhoria das capacidades deprodução existentes, modernizaçãodas instalações produtivas, reforçoda infra-estrutura de apoioinstitucional e fortalecimento dacapacidade regional deinvestigação e inovação.

Há também uma meta deaumentar progressivamente aparticipação do investimento internobruto para o Produto Interno Bruto(PIB) para 25 por cento até 2020 epara 30 por cento em 2025.

Para atingir estes objectivos,há planos para desenvolver umquadro de Promoção deInvestimentos da SADC, bem comoum Programa de Acção Regional daSADC sobre o investimento para oacompanharem.

Para incentivar a criação decadeias regionais de valor eparticipação nos processos globais, aregião identificou cinco áreasprioritárias em que as cadeias devalor podem ser estabelecidas e paraos quais as estratégias regionaisdeve m ser desenvolvidas até 2020.

Estas áreas são o agro-processamento, aproveitamento

dos minerais, bens de consumo,bens de capital e serviços (Consultea tabela de potenciais sectores daCadeia de Valor).

Um estudo detalhado da cadeiade valor foi proposto para osprodutos ou serviços específicosnas áreas prioritárias.

Como parte do processo depromoção da participação da cadeiade valor, existem planos paradesenvolver legislação modelo eregulamentos no seio da SADC,agro-processamento,aproveitamento dos minerais e deoutras actividades de fabricação eserviços.

A Redução ou remoção deimpedimentos estruturais para aindustrialização é outro destino queestá sendo perseguido pela SADC. Aeste respeito, há uma necessidade demelhorar a capacidade de produçãode energia e permitir um aumentono desenvolvimento e utilização defontes de energia renováveis, bemcomo garantir o abastecimentoadequado de água.

Há também a necessidade dereduzir os atrasos nos portos epostos de fronteira e encurtar aduração da circulação demercadorias através dasfronteiras na região daSADC. Isso implicará aharmonização dosprocedimentos para atravessia de fronteiras naSADC até 2020.

O Plano de Acção propõetambém um papel activodas Pequenas e MédiasEmpresas (PME) na agendade industrialização daSADC.

As PME são umavariável importante naagenda de desenvolvimentoda SADC, representando 90por cento de todas asempresas e representandomais de 50 por cento doemprego.

Quase todos os EstadosMembros da SADC têmpolíticas para promover edesenvolver as PME aomesmo tempo que aplicama capacitação institucionalpara defender essesprogramas.

Uma intervenção queestá sendo proposta é odesenvolvimento de umaestrutura para criar eapoiar sectores industriaisregionais para promover o

SADC avança a Agenda de Industrialização

2 ÁFRICA AUSTRAl Hoje, Junho 2016

Estados Membros da SADC

Botswana, África do Sul, Zâmbia, ZimbabweÁfrica do Sul, ZimbabweMalawi, Mozambique, África do Sul, Swazilândia,Tanzânia, Zâmbia, ZimbabweMozambique, África do Sul, Zimbabwe Angola, Maurícias, Mozambique, Namíbia, Seychelles, África do Sul

Botswana, Namíbia, África do Sul, ZimbabweDRC, ZâmbiaÁfrica do Sul, ZimbabweMozambique, África do Sul, ZimbabweBotswanaAngola, Madagáscar, Mozambique, África do Sul, Tanzânia

Lesotho, Zâmbia, África do SulBotswana, Lesotho, Madagáscar, Maurícias,Namíbia, África do Sul, Swaziland, ZimbabweÁfrica do Sul, Zimbabwe Botswana, ZâmbiaMozambique, África do Sul

África do Sul, Lesotho, Mozambique, ZimbabweÁfrica do Sul, Zâmbia

Botswana, Maurícias, Seychelles,África do Sul,Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe

Potencias Sectores da Cadeia de ValoresCadeia de valores

1. Sector de Agro-Processamento

Gado – carne, laticínios e avesSojaAçúcar

Florestas – Produtos de madeira Pesca

2. Sector Mineiro

DiamantesCobrePlatinaFerro/AçoHulha Petróleo e Gás

3. Sector da indústria e bens deconsumo

Couro e calçadoVestuário e Têxteis

FarmacêuticosProdutos de CouroFertilizantes 4. Sector de bens, equipamentoe maquinaria

AutomóveisMáquinas de Mineração

5. Sector de Serviços

desenvolvimento das PME.Actividades específicas no âmbitodesta intervenção incluem estudospara identificar o potencial, tipo elocalização para áreas industriaisregionais de PME e odesenvolvimento de planosdiretores para estabelecer gruposregionais, incluindo amodernização tecnológica.

Entre as iniciativas propostasfigura o conceito de uma "fábrica daSADC" em que a região vai seesforçar para alcançar o aumentoda produção e utilização dematérias-primas da SADC para oprocessamento local emagroindústrias e outras indústriastransformadoras.

O pensamento é que aIniciativa/Estratégia MatériasPrimas da SADC deve serdesenvolvida e implementada em2020 para assegurar que os Estados-Membros cooperam em matéria deacesso a matérias-primas e uso dovalor acrescentado.

As intervenções no âmbito dopilar da competitividade visam oreforço de ambos os ambientesmacro e microeconómicos naregião.

As iniciativas propostas incluemo desenvolvimento de programasde investimentos industriais deapoio às PME em 2018; treinamentopara habilidades empresarial,gestão e desenvolvimento; e oscentros de especialização parasectores prioritários.

O pilar da integração regionaltem como objectivo ampliar oespaço económico para odesenvolvimento e criação deincentivos para que a indústriapossa expandir, proporcionandoassim oportunidades de economiasde escala, sectorização e vínculoseconômicos.

As intervenções específicas noâmbito deste pilar incluem a plenaimplementação da Área deComércio Livre da SADC paracobrir todos os Estados-Membros;uma tarifa externa comum em 2025;eliminação gradual e abolição dasregras de origem em 2025;liberalização dos controlos decâmbio para permitir a livrecirculação de capitais na SADC até2030; e a ratificação do Protocolo daSADC sobre o Comércio deServiços para a implementação em2020. r

Fonte Plano de Acção orçamentado para a Estratégia e Roteiro de Industrialização da SADC (Compilado de relatórios nacionais)

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Rumo ao financiamento alternativo para o desenvolvimento regional

Arquitetura institucional necessária paraadministrar a Agenda de Industrialização

P O L Í T I C A

ÁFRICA AUSTRAl Hoje 3

propriedade e a sustentabilidadedo desenvolvimento regional.

Neste contexto, 35ª Cimeira daSADC instruiu ao Conselho deMinistros para a "concluir ostrabalhos em curso sobre fontesalternativas de financiamento eapresentar o relatório na próximaCimeira Ordinária" prevista paraAgosto na Swazilândia.

A SADC fez progressossignificativos na exploração demodalidades alternativas definanciamento para apoiar a auto-suficiência e independênciafinanceira, estando o Secretariadoagora no processo dedesenvolvimento de um QuadroRegional para a Mobilização deRecursos para a SADC (fontesalternativas de financiamentopara os Programas Regionais daSADC).

Vários consultores serãocontratados para sete missõesdiferentes, mas relacionadas, paradeterminar como o espaço fiscalpode ser criado para permitir queos Estados Membros da SADCpossam financiar as actividades,programas e projectos regionais.

As atribuições das consultoriasincidirão sobre várias questões,incluindo como conter os fluxosfinanceiros ilícitos (IFFs); a criaçãode um sistema de lotaria regional;aproveitamento dos recursos deuma rede de filantropia e banco dedados de empresas do sectorprivado; desenvolvimento de umafórmula de repartição da imposiçãode importação e exportação; eintrodução de taxas sobre ostransportes e turismo regional.

Por exemplo, o estudo paraconter os IFFs irá analisar os fluxosfinanceiros transfronteiriços ilícitoscomo uma medida para aumentara mobilização de recursos naregião.

Estima-se que a África tenhaperdido mais de 1,8 triliões dedólares norte-americanos devidoa IFFs entre 1970 e 2008, econtinua a perder recursos novalor de até 150 bilhões de dólaresnorte-americanos anualmenteatravés IFFs ou "fuga de capitaisilícitos", principalmente através deevasão fiscal, e sobrefaturação debens e serviços por empresasmultinacionais, de acordo com umestudo recente encomendado pelaUnião Africana (UA).

Isto significa que os recursosque são destinados para odesenvolvimento de África estãosendo usados em outros lugarespara melhorar as economias dosEstados Unidos e outros países daEuropa e Ásia.

Os consultores irão avaliar atéque ponto a renda perdida atravésdo IFFs "vai ser controlada a partirdesta opção e como é que umagrande parte dos recursos podemser mobilizados por meiode instrumentos financeirosinovadores."

Outra possibilidade é a criaçãode um sistema de lotaria regional,cujos recursos podem ir para ofinanciamento de programas eprojectos regionais. O estudo irádeterminar os níveis indicativos de

o PlANo de Acção e Roteiro da Estratégia de Industrialização2015-2063 propõe uma arquitetura institucional paraadministrar a agenda de industrialização. O Comité de Gestão do Sector Industrial proposto será

composto por representantes dos Estados-Membros, associaçõesdo sector privado ou organismos designados, grupos regionaisde reflexão técnica e financeira e outras partes interessadasligadas a indústria. Quando estiver a operar de forma independente, o Comité

será um órgão técnico de base ampla sobre questões deindustrialização para apoiar o Grupo de Trabalho Ministerialpara a Integração Económica Regional, em colaboração com oSecretariado da SADC. O Comité terá as seguintes atribuições:• Fornecer apoio técnico em áreas estratégicas de intervenção

para a industrialização;• Assegurar a inclusão das acções e capitais próprios de

impacto económico;• Servir de plataforma vibrante para o diálogo entre os órgãos

participantes e agir como intermediário entre os operadoresindustriais regionais;

• Facilitar a harmonização das regras e regulamentos queafectam a industrialização;

• Criar espaço para alavancar o contributo directo e indiretodo sector privado e os centros de excelência para acelerar osprocessos de industrialização e de integração regional; e

• Produzir relatórios regulares de progresso comrecomendações para ao Grupo de Trabalho Ministerial.

Acima do Grupo de Trabalho Ministerial estará o Conselhode Ministros, que reporta à Cimeira de Chefes de Estado e deGoverno da SADC. r

renda que os Estados membrospodem gerar a partir desta opção,bem como os encargos financeirosde uma opção de lotaria regionalsobre a indústria da lotaria a nívelnacional, bem como a forma de ummecanismo de coordenação e deum quadro regulamentar regional.

As Lotarias são um mecanismode financiamento inovador que temsido utilizado com sucesso parafinanciar programas regionais noSudeste da Ásia, onde as receitascombinadas são distribuídosigualmente para diferentes países.

Uma consultoria separadasobre a viabilidade da utilizaçãode uma taxa de turismo parafinanciar programas regionais vaiexplorar a forma como o sector doturismo pode ser uma medidaalternativa para o financiamentode programas regionais.

As taxas poderão ser aplicadaem actividades relacionadas com oturismo, incluindo alojamento emhotel e outros encargos.

Uma iniciativa semelhantepor parte da União Africana (UA)visa a cobrança de impostos sobreos bilhetes de avião, hotéis emensagens de texto como fontesalternativas de financiamentopara a UA. Espera-se que estasmedidas possam gerar cerca de600 milhões de dólares norte-americanos por ano estimando-seque depois de cinco anos a UApossa ser capaz de pagar a maiorparte de seus custos usando osseus próprios fundos.

De acordo com o Secretariadoda SADC, a consultoria para odesenvolvimento do Quadro deMobilização de Recursos daSADC está prevista para serrealizada dentro de dois meses eespera-se que isto permita aSADC assumir o comando daagenda de desenvolvimentoregional através da exploração dosseus vastos recursos naturais, quevão desde minerais, vidaselvagem e cursos hídricos.

A SADC estima que a regiãovai precisar de cerca de 260 milhõesde dólares norte-americanos parafinanciar os seus projectos,incluindo a coordenação deactividades, estudos, iniciativas decapacitação e reuniões deconcertação. sardc.net r

A GRANDe decisão da 35ªCimeira da SADC que decorreuem Agosto de 2015, no Botswana,em foi a necessidade daÁfrica Austral assumir aresponsabilidade completa da suaagenda de desenvolvimentoregional, adoptando novos einovadores mecanismos definanciamento e reconhecendoque com a situação actual, em quea maioria das iniciativas da SADCsão financiados pelo parceirosdesenvolvimentos, não é idealnem sustentável.

Apenas 9,2 por cento dosprojectos regionais são financiadospelos Estados Membros da SADC,de acordo com o Secretariadoda SADC, enquanto os restantes90,8 por cento dependem deParceiros de CooperaçãoInternacional. Isso compromete a

Avançando para a Agenda de Industrializaçãocontinuação da página 2

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as eleições presidenciais,enquanto seis partidos - Aliançapara a Democracia eDesenvolvimento, Movimentopara a DemocraciaMultipartidária (MMD), PartidoNacional de Restauração, PartidoNacional Revolucionário, PartidoRevolucionário Radical e FrenteDemocrática Unida - tem apenascandidatos parlamentares e nãoconcorrem para presidência.

O período de campanha foiprecedido por um exercício derecenseamento e verificação doseleitores que terminou no dia 25de Maio.

De acordo com dadospreliminares divulgados pelaCEZ mais de seis milhões depessoas foram recenseadas paravotarem em Agosto.

As anteriores eleições geraisdecorreram em 2011 e a PFganhou 61 dos 150 assentosparlamentares, enquanto o seucandidato presidencial, MichaelSata, foi eleito presidente depoisde ganhar quase 42 por cento dosvotos, contra 35,4 por cento doseu rival mais próximo, RupiahBanda, do antigo partidogovernamental MMD e 18,2 porcento de Hichilema.

As eleições gerais de 2016 vãodecorrer simultaneamente comum referendo para decidir sobrese a Constituição deve seralterada para melhorar aDeclaração dos Direitos, bemcomo revogar e substituir o artigo79 que trata de questões queprecisam de ser submetidas a umreferendo.

Nos termos do artigo 79,apenas a Lei dos Direitos e dopróprio artigo exigem a realizaçãode um referendo, a fim de alterá-los. A proposta pretende ampliaras questões que necessitam dereferendos, para incluirmudanças no sistema eleitoral, osmandatos presidenciais, eleiçãodo vice-presidente, e nomeaçõesde ministros e dirigentesprovinciais. sardc.net r

do domínio colonial há mais de 50anos, a 24 de Outubro de 1964. Ele/ ela terá um mandato de cincoanos, assim como os eleitos parao parlamento e governos locais.

De acordo com informações daCEZ, um total de 650 candidatosde 13 partidos disputarão os 156assentos parlamentares, sendo 90dos aspirantes mulheres -13.8 porcento das pessoas queconcorrerão para os assentos naAssembleia Nacional da Zâmbia.

Esta cifra não constitui aindauma boa representação demulheres no parlamentozambiano. Um total de 113mulheres concorreram nasúltimas eleições parlamentaresem 2011, mas apenas 17 forameleitas. Estas representaramapenas 11 por cento dos assentosno parlamento.

Nomeações presidenciaisaumentaram o número demulheres no parlamento para 23,elevando a proporção para poucomais de 14 por cento, uma dasmais baixas taxas da região daSADC.

Entre os 650 candidatos paraas eleições parlamentares de 2016,um total de 109 concorrentes sãocandidatos independentes.

A Assembleia Democráticanão apresenta nenhum candidatopara as eleições parlamentares,apesar de estar a concorrer para

4 ÁFRICA AUSTRAl Hoje, Junho 2016

De acordo com a nova emendaconstitucional zambiana,adoptada em Janeiro, o candidatovencedor deve assegurar pelomenos 50 por cento-mais-um votoao contrário do cenário anteriorem que o Presidente era eleitousando o sistema de maioriasimples através do qual ocandidato com o maior númerode votos era eleito, mesmo seobtivesse menos de 50 por centodos votos válidos.

As mudanças constitucionaistambém introduziram a figura device-presidência. No passado, ovice-presidente era nomeado peloPresidente.

As eleições do vice-presidentevai permitir que ele assuma ocargo em caso de incapacidade dotitular. Isso permitirá que o vice-presidente possa assumir o poderdurante o restante mandato dotitular.

Tal desenvolvimento evita anecessidade de eleiçõesantecipadas como foi o caso de2015, após a morte do PresidenteMichael Sata, em Outubro de2014. Eleições antecipadastambém foram realizadas emOutubro de 2008 depois da mortedo Presidente Levy Mwanawasaem Junho do mesmo ano.

O candidato vencedor setornará sétimo presidente daZâmbia desde a independência

por Joseph Ngwawi e Patson Phiri

CAMPANHAS PolÍTICAS,panfletos e comícios dominam oquotidiano na Zâmbia numaaltura em que o País prepara-separa realizar as suas eleiçõesgerais previstas para 11 de Agosto.

A cobertura dos órgãos decomunicação social destaca ascampanhas para as eleiçõespresidenciais, legislativas e locaisque começou a 16 de Maio.

Um total de nove candidatosvão disputar as eleiçõespresidenciais, de acordo com aComissão Eleitoral da Zâmbia(CEZ).

Os principais candidatos são oPresidente em exercício, EdgarLungu, da Frente Patriótica (PF); eHakainde Hichilema, líder doprincipal partido de oposição, oPartido Unido para oDesenvolvimento Nacional.

Outros candidatospresidenciais incluem a ex-Ministra das Finanças, EdithNawakwi, do Fórum para aDemocracia e Desenvolvimento,que é a única candidata do sexofeminino; Tilyenji Kaunda, doPartido Unido para aIndependência Nacional; e o ex-Ministro da Justiça, WynterKabimba, que agora dirige oPartido do Arco-Íris.

o DIA 03 de Agosto foi declarado como a data para as eleições do governo local na África do Sul.De acordo com a constituição Sul Africana, os conselhos de municípios metropolitanos e

locais são eleitos por um sistema de representação proporcional, enquanto os conselhos demunicípios distritais são eleitos, em parte por representação proporcional e em parte nomeadospelos conselhos dos municípios locais.

Portanto, para as eleições do governo local ou municipal, os eleitores têm três boletins devoto, um para cada vereador, um para o conselho do município local e um para o conselho domunicípio do distrito.r

África do Sul anuncia data para eleições dos governos locais

Zambianos preparam-se para as eleições geraiscom enorme expectativa

E L E I Ç Õ E S

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P A T R I M Ó N I O

Salvaguarda do património africano para o desenvolvimento sustentável

ÁFRICA AUSTRAl Hoje 5

Foto Kizito Sikuka, SARDC

por Kizito Sikuka

De CABo a Cairo ou de Yaoundépara Mogadíscio, a África temalguns dos mais destacados locaisdo património natural e culturalque oferecem uma variedadede opções para o crescimentosocioeconómico, incluindo oturismo e o desenvolvimento deinfra-estrutura.

Por exemplo, entre a Zâmbiae o Zimbabwe, há a majestosaVictoria Falls localizada no rioZambeze.

No Egito, as GrandesPirâmides de pé, enquanto aRepública Unida da Tanzâniapossui o Monte Kilimanjaroe Área de ConservaçãoNgorongoro.

De acordo com a ConferênciaGeral da Nações Unidas paraEducação, Ciência e Cultura(UNESCO), que supervisiona aprotecção dos locais dopatrimónio mundial, um total de89 locais africanos estãoactualmente inscritos na Lista doPatrimónio Mundial - ilustrandoa riqueza do continente e oseu potencial para impulsionara sua própria agenda dedesenvolvimento.

No entanto, o desafio para ocontinente é como encontrar umequilíbrio entre a maximizaçãodo uso desses locais parapromover o desenvolvimentosocioeconómico e, ao mesmotempo, preservá-los para asgerações futuras.

O Primeiro-Ministro daTanzânia, Kassim MajaliwaMajaliwa, disse numa recenteConferência Internacional sobre aProteção do Património MundialAfricano como um motor dedesenvolvimento Sustentável,

realizada em Arusha, ter chegadohora de África encontrar formasinovadoras de gestão das suasdisputadas dimensões ambiental,social e económica para odesenvolvimento.

Ele disse que é triste constatarque alguns dos países maispobres da África são"extremamente ricos em recursosnaturais", tais como petróleo, gáse minerais, mas ainda continuama enfrentar vários desafios paraexplorar esses recursos.

Alguns dos desafios incluemtecnologias limitadas e o facto deque muitos desses recursos estãolocalizados em áreas deimportância cultural, que sob asleis internacionais são protegidosda destruição.

"Como África, nós somos econtinuaremos a fazer o nossomelhor para proteger e conservaro nosso património", disse ele,acrescentando que esforçossimilares deverão, contudo, sercanalizados para encontrar "umequilíbrio entre a conservação e odesenvolvimento," para que ocontinente seja capaz de usaros seus recursos para erradicara pobreza e promover odesenvolvimentosocioeconómico.

Por exemplo, disse ele, queuma forma de lidar com osrecursos encontrados em áreasprotegidas é chegar a formas"inovadoras" de extraí-los para obenefício de África, com umamínima destruição do meioambiente.

"É importante que haja umatecnologia apropriada quepermita a exploração semnecessariamente prejudicar osvalores universais excepcionaispara esses locais", disse ele.

"Se esses recursos foremdevidamente explorados, vãogerar receitas para aliviar apobreza entre os nossos povos e,ao mesmo tempo fomentar aconservação. A linha inferior aquié como encontrar um equilíbriopara uma situação de vantagensmútuas".

Majaliwa instou as partesinteressadas a continuar atrabalhar em conjunto paraproteger os locais do patrimónioAfricano para as geraçõespresentes e futuras.

Isto deriva pelo facto de quealguns locais no continente estãosob ameaça de uma combinaçãode factores, incluindo conflitosarmados, movimentodescontrolado de pessoas, caçafurtiva, fraca gestão e mudançasclimáticas.

A UNESCO estima que cercade 33 por cento dos locais daLista do Património Mundial emPerigo estão localizados naÁfrica.

"Nós precisamos de todoscooperar, se quisermos preservaro património Africano para asgerações presentes e futuras",disse Majaliwa.

A Directora do Centro doPatrimónio Mundial daUNESCO, o Dr. Mechtild Rössler,concordou dizendo que aprotecção do património Africanoé fundamental para odesenvolvimento sustentável.

Ela disse também que eraimportante envolveractivamente as comunidadeslocais na formulação eimplementação das decisõesdestinadas a salvaguardar aherança porque "ascomunidades são os guardiõesreais dos locais do património".

A Conferência Internacionalsobre a Proteção do PatrimónioMundial Africano como ummotor de desenvolvimentosustentável, realizada de 31 Maioa 3 Junho, emitiu a Declaração deNgorongoro que apela para maisesforços na salvaguarda dopatrimónio Africano para odesenvolvimento sustentável.

"Instamos a União Africana eas suas ComunidadesEconómicas Regionais parapromoverem o desenvolvimentosustentável, garantindo aconservação do AfricanoPatrimônio Natural e Cultural deacordo com a Agenda e Visão daUA 2063," lê-se num excerto dadeclaração.

A declaração apelou ainclusão activa das "mulheres e dajuventude na conservação egestão do património natural ecultural."

Há também a necessidadeda África desenvolver eimplementar políticas deprevenção e resolução deconflitos, bem como restaurar apaz, a segurança e a coesão socialdentro e fora das suas fronteiras,utilizando valores do património.

Outra questão fundamental éo aumento da consciência públicasobre os benefícios dasalvaguarda do patrimónioAfricano, bem como oaproveitamento do conhecimentoindígena sobre a preservaçãodesse património.

O objectivo da conferência eraexplorar métodos para fortalecero desenvolvimento sustentávelpor meio da sustentabilidadeambiental e desenvolvimentosocial e económico inclusivo,fomentando, ao mesmo tempo, apaz e segurança. sardc.net r

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6 ÁFRICA AUSTRAl Hoje, Junho 2016

Á G U A - E N E R G I A

"Acelerando a distribuição de Energia e ao cesso aos recursos hídricos na Região da SADC - uma abordagem colectiva"

por Kizito Sikuka

A DISPoNIBIlIDADe doabastecimento de água e dofornecimento de energia éfundamental para a promoção dodesenvolvimento e da integraçãoregional na África Austral.

Esta é a principal mensagemdo seminário Ministerial sobreÁgua e Energia da Comunidadepara o Desenvolvimento daÁfrica Austral (SADC), realizadoa 20 de Junho, em Gaborone.

O Presidente da SADC eChefe de Estado do Botswana,Seretse Khama Ian Khama, disseque o limitado acesso a água e aenergia torna a agenda deintegração da SADC semsentido, pelo que a região devetrabalhar colectivamente paraenfrentar os desafios queafectam esses dois setores.

De acordo com o Secretariadoda SADC, o acesso à electricidadena região é estimado em menosde 40 por cento na maioria dosEstados membros, enquantosomente 60 por cento têm acessoa água potável.

"Estes números indicam quea região da SADC precisa deuma grande vontade políticapara melhorar o acesso à águapotável e a energia limpa apreços acessíveis", disse oPresidente Khama.

Ele alertou que "se a actualsituação de energia e serviços deabastecimento de água na regiãonão melhorar, a estratégia eRoteiro de industrialização daSADC será apenas um sonho."

Por exemplo, a melhoria doacesso à energia e a águapoderia reduzir os custoscomerciais na região,promovendo assim oinvestimento, o comércio ecrescimento da indústria.

Ele disse que a SADC temvários documentos estratégicos,incluindo o Plano Diretor de

Desenvolvimento Regional deinfra-estruturas (RIDMP), queapresenta os detalhes para amelhoria dos setores de água eenergia.

Portanto, o desafio reside nofacto dos Países implementaremplenamente todos os projectos,programas e actividadesregionais acordadas dentro dosprazos estipulados para que osbenefícios de pertencer a umacomunidade regional se reflictamna vida dos cidadãos da SADC.

"Devemos envidar esforçospara fazer com que os planossejam bem definidos earticulados nos documentos doQuadro Estratégico Regional",disse ele.

O Plano Sectorial de Energiano RIDMP, por exemplo,identificou 73 projectos deenergia que irão aumentar acapacidade de produção dosactuais 56.000 megawatts (MW)para assegurar que a demandaprojetada de 96,000MW sejasuperada até 2027.

O Plano do Sector da Águacontém um total de 34 projectosde infra-estruturas destinadas amelhorar o acesso à água naregião.

O Presidente Khama disseque é igualmente importanteque região opte por umacolaboração e abordageminovadora mais estreita entre ossectores da água e energia, bemcomo o da agricultura, porqueestes sectores estão intimamenteligados e qualquer evoluçãoheterogénea numa área temcapacidade de afectarnegativamente as outras áreas.

"Também é importanteampliar as nossas discussõesao vínculo existente entre aenergia, água e alimentos.Invariavelmente, as interligaçõesnos sectores da energia, água ealimentos não podem sersobrevalorizadas, e exigem uma

gestão eficiente da procura e daoferta para garantir a adequadacorrelação ", disse ele.

Ele disse que a recentediminuição da disponibilidadede água causada pela baixaprecipitação na época agrícola2015/16 teve um impactonegativo na produção dealimentos e de energia na ÁfricaAustral.

De acordo com umdocumento conceptualproduzido pelo seminários dosMinistros de Energia e Água daSADC, o declínio dos níveis deágua no lago Kariba, entre aZâmbia e o Zimbabwe, causaramuma baixa produção de energiahidroeléctrica na ordem de 12 porcento até 01 de Fevereiro emcomparação com os 53 por centoregistados no mesmo período doano anterior. O Lago Kariba éuma das principais fontes deelectricidade na região da SADC.

Em outubro de 2015, aRepública Unida da Tanzâniatambém foi forçada a desligar assuas hidroeléctricas devido aosbaixos níveis de água nasbarragens do país. Comoresultado dos baixos níveis deágua, a produção de energiahidroeléctrica registou umaredução para 20 por cento dacapacidade.

A Tanzânia, desde então,converteu algumas de suascentrais hidroeléctricas para ogás natural.

A Secretária Executiva daSADC, Dra. StergomenaLawrence Tax disse que é horada região desenvolver soluçõesconcretas e práticas paraenfrentar os desafios de água eenergia.

"A Energia e a águadesempenham um papel vitalno crescimento económicoregional, e o acesso a essesrecursos tem um impactodirecto na qualidade de vida do

nosso povo", disse ela,acrescentando que os doisrecursos "são elementosfundamentais para odesenvolvimento económico e,portanto, para industrialização,que a SADC definiupreviamente como o principalfoco da região. "

Realizado sob o lema“Acelerando a distribuição deEnergia e ao cesso aos recursoshídricos na Região da SADC -uma abordagem colectiva,” oSeminário Ministerial da SADCsobre Água e Energia é umadas três reuniões regionaisconvocadas pelo PresidenteKhama e destinadas a encontrarformas inovadoras de gerir asactuais dimensões ambiental,social e económica dodesenvolvimento na ÁfricaAustral.

Várias partes interessadas,incluindo ministros de energia eágua, representantes de órgãosreguladores e utilitáriosnacionais de energia e água,Parceiros de CooperaçãoInternacional, membros dogrupo temático de energia eágua da SADC, parceiros deimplementação, instituições depesquisa e produtoresindependentes de energia,participaram no seminário.

Uma reunião semelhantesobre a erradicação dainsegurança alimentar e dapobreza foi convocada em Maio,enquanto uma outra sobre ocomércio ilegal de espéciesselvagens está prevista para Julho.

Os planos de acção dosgrupos de trabalho ministeriaisserão apresentados paraconsideração e adoção napróxima sessão do Conselho deMinistros da SADC e naCimeira de Chefes de Estado ede Governo da SADC marcadapara Agosto na Swazilândia.sardc.net r

Acesso a água e a energia é crucial para a integração regional da SADC

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ÁFRICA AUSTRAl Hoje 7

a transportar cargas pesadas de lenha nas suas cabeças, o quepode comprometer a sua saúde física e bem-estar.

Em algumas situações, onde coleta de lenha é restrita por meiode regulamentações formais, as mulheres são mais vulneráveisao assédio sexual ou multas pela recolha ilegal da lenha.

A segurança física das mulheres é comprometida porque crimesviolentos também podem ser perpetrado mesmo durante o dia,onde os recursos são escassos e as mulheres são obrigadas a recolhero combustível de áreas remotas e isoladas (ENERGIA / DFID, 2006).

O Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável(IISD) estima que as doenças de poluição interna causam maismortes de mulheres e crianças por ano do que o HIV e SIDA,malária, tuberculose e desnutrição (IISD, 2013).

Actual quadro Legal e PolíticoA Energia é reconhecida mundialmente comoObjectivo de Desenvolvimento do Milénio emfalta, mas está inserida na Meta n°7 dos Objetivosde Desenvolvimento Sustentável (DPSs).

A nível regional, o Tratado da SADC procuraestabelecer a paridade de género e modelo dedesenvolvimento da SADC, o Plano EstratégicoIndicativo de Desenvolvimento Regional (RISDP),identifica o género e a energia como uma área importante para odesenvolvimento e integração regional.

O actual quadro da política de energia da SADC é abrangentee coloca ênfase sobre a disponibilidade de serviços de energiasuficientes, fiáveis e menos onerosos. Isso resolve os objectivosda SADC que incluem a atracção de investimentos e promove acompetitividade e o comércio como um meio para a erradicaçãoda pobreza, alinhado com a utilização ambientalmentesustentável dos recursos energéticos.

Os principais instrumentos da política de energia na região daSADC são: Protocolo da SADC sobre Energia (1998), Política de Cooperação e Estratégia de Energia da SADC

(1996), Plano de Acção para a Energia da SADC (1997) e (2000), e Estratégia Regional e Plano de Acção de Acesso a Energia na

SADC (2010).O Protocolo reconhece o importante papel das mulheres e dos

homens na implementação de programas de energia e insta osEstados-Membros a "garantir que o desenvolvimento e o uso deenergia tome em conta as realidades do género da região."

Ao abrigo das diretrizes para a Cooperação, o protocolo tambémreconhece que a dimensão do género é um dos principaisproblemas socioeconómicos que a política energética da região deveenfrentar. Isto é complementado pelo Protocolo da SADC sobreGénero e Desenvolvimento e pelo Tratado da SADC que procuramfacilitar a autonomia das mulheres e influenciar positivamente osinteresses de equilíbrio de género.

A promoção da participação da comunidade na formulação eimplementação de políticas, com especial atenção na dimensão dogénero é destacada no Protocolo de Energia da SADC.

A MAIoRIA das mulheres e raparigas na região da SADCgastam grande parte do seu tempo em actividades básicas não-remuneradas e altamente cansativas, como a coleta decombustíveis de biomassa, sem acesso a serviços energéticosmodernos.

Isto agrava ainda mais as desigualdades de género, porquemuitas mulheres, especialmente nas áreas rurais e periurbanas,não têm acesso a emprego assalariado, educação ouoportunidades de negócios devido a essas responsabilidades, eisso também limita as opções para a interação social e política forado agregado familiar.

Em todos os Estados Membros, as mulheres e raparigas sãoem grande parte responsáveis pelas actividades domésticas ecomunitárias, incluindo o fornecimento de energia e, assim, sãoas produtoras de energia primária e as usuárias finais a níveldoméstico.

A limitada participação das mulheres na concepção desistemas de energia, no acesso a recursos e na tomada de decisãoa nível nacional e regional é um grande desafio no quadro darelação entre o género e a energia.

A tendência regional a nível do poder de tomada de decisãoestá mais inclinada para os homens, uma vez que as mulheresocupam menos de 10 por cento da maior parte das estruturas degoverno a este respeito.

A principal fonte de energia na região da SADC são oscombustíveis tradicionais, como a lenha e resíduos de animais eculturas, que responde por 74 por cento das necessidades deenergia para cozinhar, secagem, colheita e fabrico de tijolos nascomunidades rurais (SARDC et al, 2012).

As mulheres nas áreas urbanas também são afetadas pelaspolíticas de gestão de energia eléctrica no que concerne a procura,tais como derramamento de carga. Estas medidas tem impactosnegativos sobre as actividades da família e de negócios.

Acessibilidade e Dimensões SociaisAs mulheres são desproporcionalmente afetadas por desafiosassociados ao acesso a fontes modernas de energia em comparaçãocom os homens. Isso afecta os processos de desenvolvimento,incluindo a energia, porque o desenvolvimento sustentável nãopode ser alcançado sem plenos direitos e iguais para metade dapopulação, tanto na lei e como na prática.

Há uma necessidade da região para desenvolver mecanismosvirados para lidar com as desigualdades no sector da energia,bem como expandir o papel das mulheres no desenvolvimento ena implementação de soluções de energia.

A produção, aquisição, transporte e distribuição de energiaainda perpetua os desequilíbrios de género, especialmente paraas mulheres que vivem nas áreas rurais. A fonte primária deenergia para a população rural em vários Estados Membros daSADC é a biomassa que se obtém há mais de cinco quilômetros

de distância das zonas habitacionais.Isto tem um impacto negativo sobre as

mulheres, que têm que percorrer longasdistâncias a pé, mas as mulheres costumam

Destacando o Género no Sector de Energia da SADC

Resumo da Política de Energia N° 12

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8 ÁFRICA AUSTRAl Hoje, Junho 2016

Outras questões são: o comércio de energia - PlaneamentoIntegrado de Recursos - eficiência energética e conservação - gestãoda procura - os preços da energia - o envolvimento do sectorprivado e outros intervenientes não estatais - a concorrência deenergia - formação e capacitação - investimento e financiamento - eo meio ambiente.

O quadro político é favorável e sensível às prioridadesestratégicas da SADC que são direcionadas para a industrialização,promoção de infra-estrutura económica e social, agricultura,desenvolvimento de recursos humanos, integração do género emelhoria do bem-estar social.

A Energia desempenha um papel fundamental na agenda dedesenvolvimento de qualquer região, incluindo a região daSADC. O acesso à energia de qualidade, confiável e moderna éfundamental para enfrentar os desafios de desenvolvimento, taiscomo a pobreza, as desigualdades de género e segurançaalimentar.

Principais Objectivos e Metas para Energia e Género

objectivos de Desenvolvimento Sustentável das NaçõesUnidas (SDGs) Uma iniciativa intergovernamental através da oNU com 17objectivos e 169 metas para 2030

Objectivos 1. Erradicação da pobreza em todas as suas formas 2. Erradicação da fome, alcance e melhoria da segurança

alimentar e nutricional e promoção de uma agriculturasustentável

3. Assegurar uma boa saúde e bem estar para todos 4. Assegurar educação de qualidade e promover

oportunidades de ensino para todos5. Alcançar a igualdade de género e autonomia das

mulheres e raparigas6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável de água

limpa e saneamento para todos 7. Assegurar o acesso a energia limpa, moderna e

sustentável para todos8. Promover emprego condigno e crescimento económico

sustentável para todos 9. Construir resiliência nas infra-estruturas, promover uma

industrialização sustentável e fomentar a inovação10. Reduzir as desigualdades entre os Países 11. Tornar as cidades e comunidades seguras, resilientes e

sustentáveis 12. Assegurar padrões sustentáveis de produção e consumo 13. Desencadear acção urgente para combater os impactos

das mudanças climáticas14. Conservar e fazer o uso sustentável dos Oceanos, mares

e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável 15. Proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos

ecossistemas terrestres, fazer uma gestão sustentável dasflorestas, combater a desertificação, parar e reverter adegradação da terra e eliminar a perca de biodiversidade

16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para odesenvolvimento sustentável, assegurando o acesso ajustiça para todos e constituir instituições eficazes,responsáveis e inclusivas a todos os níveis

17. Reforçar os meios de implementação e revitalizar aParceria Global para o Desenvolvimento Sustentável.

G É N E R O - E N E R G I A

Novo Plano estratégico Indicativo deDesenvolvimento Regional da SADC (RISDP) para2020

• Aumentar o acesso e disponibilidade de infra-estrutura e serviços

• Implementar o plano de produção e expansão dofornecimento de electricidade

• Fortalecer a capacidade de integração do género nodesenvolvimento da região

• Monitorar os progressos feitos pela SADC para oalcance da paridade de género a todos os níveis

• Atingir a meta de 50 por cento de participação demulheres nos cargos de tomada de decisão nosector público até 2015, ou desencadear uma acçãoafirmativa para acelerar o alcance deste objectivo.

Agenda da União Africana 2063

Crescimento inclusivo de desenvolvimento sustentável Acesso a energia segura e limpa Instituições capazes e liderança transformadora Desenvolvimento orientado para as pessoas, contando

com o potencial do povo africano, especialmente jovense mulheres

Envolvimento de todos os africanos na tomada dedecisões

Completa paridade de género, com as mulheres aocuparem pelo menos 50 por cento dos cargospúblicos eleitos a todos os níveis e metade dos cargosde gestão dos sectores público e privado.

Adaptado do Departamento para os Assuntos Económicos e Sociais da ONU(2015), da SADC (2015, ) e da Comissão da União Africana (2015)

Composição do Género na liderança do Sector de energiana SADC

Homens Mulheres Total

Ministros responsáveis pela Energia 13 2 15Chefes de empresas de electricidade 15 0 15Chefes das instituições reguladoras 10 2 12a

Chefes de Organizações regionaisde electricidade s (SAPPb, RERAc) 2 0 2

a) Dos 15 Estados Membros da SADC, somente Botswana, RDC aMaurícias, não possuem reguladores de energia/electricidade.b) O Grupo de Empresas de Electricidade da África Austral (SAPP) foicriado em 1995 para coordenar o planeamento, produção, distribuiçãoe comercialização de electricidade em nome de 12 empresas deelectricidade interligadas dos Estados Membros da SADC.c) A Associação dos Reguladores regionais de Electricidade da

África Austral (RERA) foi criada em 2002 para facilitar aharmonização das políticas, regulamentos, padrões e práticas e paraservir de plataforma efectiva de cooperação entre os reguladores deenergia no seio da região da SADC. 10 dos 12 Países com reguladoresde energia/electricidade são membros da RERA.

Fonte Compilação do Autor

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Acesso a energia e Capacidade – Indicadores Seleccionados

F 290 milhões das 915 milhões de pessoas na África subsaarianatêm acesso a energia e o número de pessoas sem acesso está aaumentar.

F pelo menos 25 países na África subsaariana estão numasituação de crise de energia.

F Somente cinco por cento das áreas rurais na SADC tem acessoa electricidade.

F A SADC enfrenta uma escassez de energia eléctrica desde 2007.F A SADC registou uma tendência de subida de 26 por cento em

termos de fontes de energia renovável entre 2000-2014.F A energia renovável representa 23.5 por cento da capacidade

total de produção na SADC.

Adaptado do PNUD UNDP (2012), SADC (2012), REN21 et al (2015)

Desafios do Quadro Político Apesar do enquadramento político do Sector de Energia da SADCser bastante abrangente e abordar vários objectivos e prioridadesregionais estratégicas, os programas estão ainda aquém dosobjectivos regionais determinados.

As desigualdades de género nos cargos de tomada de decisões nosector da energia na África Austral deixam transparecer que as actuaisestruturas e processos dentro do sector não abordam as desigualdadese os desafios enfrentados pelas mulheres na área de energia.

O quadro da política regional tem por objectivo lidar com osdesafios no sector da energia, mas seus sucessos dependem dosagentes de execução, tais como as empresas de electricidade nosEstados-Membros e as instituições regionais de energia. A situaçãoactual sugere que a região não tem vindo a melhorar a estrutura degovernação no sector da energia.

Uma das metas estabelecidas pelo Protocolo da SADC sobreGénero e Desenvolvimento, que foi aprovado em 2008, mas foi

ratificado e que entrou em vigor em 2013, é que até2015 a região deverá atingir a paridade de 50/50

de representação do género nos cargos detomada de decisão. Este objectivo não foialcançado na liderança de topo nasinstituições energéticas a nível nacional e

regional. (Ver tabela sobre a composição daliderança do sector de energia)

Experiências selecionados de Estados Membros da SADCOs Estados-Membros empreenderam uma série de iniciativas, comresultados variados, para promover a igualdade de género no sectorda energia.

Uma dessas iniciativas foi uma auditoria de género do sector daenergia do Botswana, realizada pelo Centro de Tecnologia doBotswana (BTC), em consulta com a Divisão de Assuntos de Energiado Ministério de Recursos Hídricos, Minerais e Energia e outraspartes interessadas (PNUD, 2012; Wright et al, 2009).

Os resultados da auditoria revelaram que, embora não haja umentendimento comum sobre os diferentes papéis de homens emulheres no Botswana, o conhecimento da relação entre género,energia e pobreza ainda era limitado.

Isso mostra que as políticas e programas de energia existentesnão prestam atenção ao género, o que significa que elas não abordamas disparidades de género. As mulheres são frequentementeexcluídas das consultas durante o desenvolvimento de políticas eprogramas de energia.

ÁFRICA AUSTRAl Hoje 9

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Com base no resultado da auditoria e iniciativasde formação subsequentes, a consciência sobre aimportância do nexo de género na energiaaumentou dentro do governo Botswana e daCorporação de Electricidade do Botswana (BPC). ABPC começou recentemente um programa de integraçãodo género para a electrificação rural.

A auditoria também permitiu o início de um Projecto-piloto paraa recolha de dados desagregados por sexo e reforço da experiênciado género no sector de energia do País.

Para promover a participação das mulheres no sector da energia,o Zimbabwe estabeleceu a Rede de Género e Energia do Zimbabwe,uma iniciativa para resolver os problemas de acesso à energia e aautonomia das mulheres sobre questões de energia. Presidido peloMinistério de Assuntos da Mulher, Género e Desenvolvimento daComunidade e Ministério da Energia e DesenvolvimentoEnergético, a rede procura alcançar os objectivos por meio daconscientização sobre a relação entre gênero e energia, defendendoreformas políticas.

A Zâmbia tem feito progressos na sensibilização das questões degénero no sector da energia. A Revista Nacional de Política Energética(RNEP) prometeu dar mais equilíbrio do géneros no sector de"planeamento energético, gestão e utilização para aliviar o fardo dapobreza em todos os grupos vulneráveis, especialmente as mulheresno lar, na comunidade e a nível nacional" (RNEP, 2008) .

O país também tem realizado uma análise crítica de géneroatravés do Ministério de Minas, Energia e Desenvolvimento daÁgua, que culminaram com Estratégia de Integração do Género noSector da Energia na Zâmbia (2011-2013). A Corporação deDistribuição de Electricidade da Zâmbia (ZESCO) está aimplementar o um projecto de Aumento do Acesso ao Serviço deEléctrico (IAES) que permitiu que as mulheres desempenhem umpapel mais eficaz como os agentes económicos que utilizamabordagens de desenvolvimento baseadas em direitos que seconcentram no aumento das oportunidades económicas dasmulheres e a liberdade de trabalhar em segurança e dignidade(ESMAP, 2014).

O caso da Integração do Género na Energia"A integração do género é muito mais do que uma questãofeminina; é a base para o estabelecimento de um nível deigualdade entre mulheres e homens que pode ajudar aestimular o crescimento económico, criar empregos dequalidade, apoiar as comunidades, aumentar aprodutividade e reduzir a pobreza."UNIDO (2014)

A integração do género no sector da energiasignifica criar espaço para a igualdade de oportunidadesentre mulheres e homens a alcançar o pleno potencial e contribuirpara o desenvolvimento sustentável do sector da energia.

O aumento da participação das mulheres deve ser umaprioridade para a reforma do sector da energia. O aumento donúmero de mulheres nos cargos de tomada de decisão podeestender o contexto de sensibilidade do género em encontrarsoluções para os problemas que afectam o sector da energia. Osector de Energia é dominado por homens nas posições de tomadade decisão e tem feito pouco para resolver os desafios enfrentadospelas mulheres.

Os esforços para integrar o género no sector da energia podemter muitos outros benefícios. Muitas mulheres têm acesso limitadoa fontes modernas de energia e isso pode ser resolvido através doaumento da captação de energias renováveis, que na maioria doscasos são de origem local.

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espaços confortáveis onde podem aprender aspectos obre astecnologias e discutir preocupações particulares.

Há também a necessidade de promover o acesso à energiarenovável, tecnologias baratas em toda a África Austral paraassegurar a facilidade de acesso a todos. Isso passa pela adopçãode programas que oferecem incentivos para as instituições do sectorpúblico e privado de pesquisa para produzir tecnologias básicas quepodem estar acessíveis de forma mais barata pela maioria daspessoas na região.

Apesar da redução de custos ao longo do tempo, os sistemas deenergia solar não são baratos para instalar; um sistema para umacasa típica da região é citada por Madamombe (2015) de custar entre500 e 1.000 dólares norte-americanos. Um maior esforço deve serfeito para envolver as mulheres na concepção e produção detecnologias de energia localmente adequadas para incentivar maisinvestimentos na componente de energia renovável.

O uso de sistemas de financiamento inovadores, tais comoacordos de taxa-de-serviço, é uma maneira de superar esses altoscustos iniciais. A instalação de painéis solares para várias casas deuma só vez pode ajudar a reduzir os custos. O Botswana, Namíbia,Swazilândia e Zâmbia desenvolveram mercados solares, em muitoscasos com fundos especiais para apoiar o crédito ao consumo.

Considerações PolíticasOs Estados Membros da SADC devem: Desenvolver e fortalecer as políticas de energia que se

concentram na melhoria dos sistemas de energia rurais eperiurbanos, a fim de reduzir a carga de trabalho que asmulheres têm no fornecimento de biomassa;

Aumentar o número de mulheres nos cargos de tomada dedecisões e envolver activamente as mulheres nos processos deresolução de problemas;

Reforçar o desenvolvimento e utilização de fontes de energiarenováveis e tecnologias modernas;

Aumentar os conhecimentos sobre Energia e criar equilíbrio degénero no planeamento, desenvolvimento, execução eacompanhamento de programas energéticos;

Estabelecer sistemas de produção, aquisição, transporte,distribuição de energia para usuários finais de forma eficientes eambientalmente saudável e tendo em conta as questões de género;

Reformar o sector da energia e facilitar o investimento eexpansão dos serviços para promover a adopção de um usomais eficiente e sustentável da biomassa;

Destacar o género em todos os programas de energia a nívelnacional e regional.

ConclusãoEnfrentar os desafios relacionados com o género no sector daenergia é fundamental para abordar a pobreza energética que aÁfrica Austral enfrenta actualmente. Portanto, as questões de génerotambém devem ser priorizadas no discurso e programas dedesenvolvimento sectorial. A integração do género no domínio daenergia deve ser apoiada por políticas e estruturas adequadas quelevem em conta as realidades de género na África Austral. Naformulação de políticas e no reforço das políticas existentes éessencial efectuar consultas as mulheres e homens, para que todostenham oportunidades iguais para contribuir de forma sustentávelpara o desenvolvimento da região. r

Isso pode resultar em melhores padrões de vida e capacitaçãoeconómica, bem como oportunidades de expansão através dapromoção de fontes alternativas de energia renovável, em particularpara os grupos com pouco acesso à energia moderna.

As mulheres desempenham um papel fundamental nofornecimento e consumo de energia dentro das famílias e possuemconhecimentos valiosos relevantes para soluções energéticassustentáveis.

As mulheres podem desenhar em círculos naturais da família,amigos e comunidade para os clientes, o que prova ser uma formaeficaz de distribuição de tecnologias de energia renovável para asfamílias rurais. Assim, os projectos de energia renovável podemmelhorar a autonomia económica e a situação social das mulheres,incluindo um rendimento de trabalho e oportunidades de participare impulsionar o desenvolvimento sustentável das comunidades(UNIDO, 2014).

Uma vez que as mulheres carregam o fardo do trabalho manualde coleta de lenha na maior parte da África Austral, o foco eminiciativas destinadas a melhorar as estruturas institucionais éfundamental para a melhoria do desenvolvimento da região.

Passos seguintes A igualdade de género é um dos caminhos críticos para umatransição bem sucedida para a energia sustentável para todos até2030 (UN DESA, 2015). Há necessidade de aumentar os esforçospara promover o planeamento e implementação de uma políticaenergética abrangente. Barreiras, como a falta de formação eeducação e normas sociais que olham para as empresas detecnologia de energia modernas como "trabalho de homens" limitamas oportunidades para que as mulheres se envolvam emempreendedorismo sustentável de energia.

Os decisores políticos e outras partes interessadas devem trabalharem conjunto para desenvolver políticas e programas que abordem oparadigma da energia para o desenvolvimento do género e expandiro papel das mulheres no desenvolvimento e implementação desoluções energéticas. Assim, as mulheres sendo as principaisutilizadoras finais no agregado familiar podem comprar serviços deenergia através da igualdade de colaboração e parceria com homensem consonância com as metas de paridade do género.

Há necessidade de integrar o género na programação energéticae política, e não apenas para garantir que estas sejam boasintervenções sociais, mas para promover a eficiência. Incorporandoas perspectivas do género nos projectos, políticas e planeamento deenergia é fundamental para garantir a eficácia de todas asactividades de desenvolvimento que envolvem o uso de energia.

Sendo as mulheres as usuárias finais da energia primária nasfamílias e comunidades na maioria dos países da SADC, oenvolvimento das mulheres nas várias etapas da cadeia de valor deenergia pode expandir tanto a escala e qualidade das iniciativas de

energia sustentável. Envolver as mulheres na concepçãode soluções de energia sustentável pode ajudar a

garantir que as intervenções sejam adaptadas paraatender as necessidades das mulheres, bem comodos homens.

Envolver as mulheres na distribuição ecomercialização de tecnologias e produtos de

energia renovável pode ajudar a encorajar o usodestes serviços por parte de outras mulheres com

Este resumo é parte de um Projecto de Comunicação sobre Energia na África Austral , financiado pela Agência Austríaca deDesenvolvimento/Cooperação Austríaca para o Desenvolvimento. O conteúdo desta publicação é da inteira

responsabilidade dos autores. As informações e os pontos de vista não são necessariamente o posicionamento formal daADA/ADC.

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o S PA R C e I R o S d edesenvolvimento iniciaram umprocesso para alinhar o seu apoioà Estratégia e Roteiro deindustrialização da SADC e aonovo Plano Estratégico Indicativode Desenvolvimento Regional(RISDP).

O Alinhamento do apoio aosdois documentos de planeamentoregional irá garantir aboa execução das actividadese programas acordados,p r o m o v e n d o a s s i m odesenvolvimento socioeconómicoe uma integração mais profunda.

Os dois documentos regionaisforam adoptados pela CimeiraExtraordinária da SADC realizadaem Abril de 2015, em Harare,Zimbabwe.

A Estratégia e Roteiro deIndustrialização da SADC visaacelerar o crescente impulso parao reforço das vantagenscomparativas e competitivasdas economias da região, eestá ancorado em três pilares,a i n d u s t r i a l i z a ç ã o , acompetitividade e integraçãoregional. A estratégia abrange operíodo 2015-2063.

O novo RISDP é um plano decinco anos que orienta aimplementação de todos osprogramas da SADC a partir de2015 até 2020.

O plano tem quatro áreasprioritárias: O desenvolvimento industrial

e integração do mercado; Infra-estrutura de apoio à in-

tegração regional; Paz , Cooperação e Segurança

como um pré-requisito para aintegração regional; e

programas especiais de di-mensão regional.

V á r i o s p a r c e i r o s d edesenvolvimento que recentementereuniram-se com a SecretáriaExecutiva da SADC, Dra. LawrenceStergomena Tax, apoiaram aagenda de industrialização SADC eo novo RISDP.

Por exemplo, o México temuma tecnologia única deprocessamento e conservação deprodutos agrícolas - em especial omilho que é o alimento básico namaioria dos Estados Membros da

SADC. O México, através de seuEmbaixador na África do Sul,Maurice Escanero, comprometeu-se a ajudar a região nodesenvolvimento do seu sectoragrícola.

A agricultura é a espinha dorsalda maioria das economias da ÁfricaAustral. De acordo com oSecretariado da SADC, aagricultura contribui com uma cifraque varia entre quatro e 27 porcento do Produto Interno Bruto daregião, e cerca de 20 por cento dototal das receitas de exportação.

Além disso, mais de 70 porcento da população da SADC,estimada em cerca de 277 milhõesde habitantes, é dependente daagricultura para a subsistência.

Assim, o investimento nosector tem potencial paracontribuir significativamentepara o desenvolvimentosocioeconómico regional.

Cuba comprometeu-se areforçar a cooperação com a SADCna área da saúde. A ilha do Caribetem um dos melhores sistemas desaúde do mundo.

Embaixador de Cuba noBotswana, Juan Carlos ArencibiaCorrales, disse à Dra. Tax nosmeados de Abril que havia

necessidade de "reexaminar acooperação entre Cuba e a SADC,tal como consagrado noMemorando de Entendimentocelebrado entre as duas partes emJunho de 2004."

Corrales disse que Cuba estavainteressada em colaborar com aSADC, e as duas partes devemagora trabalhar na identificação de"iniciativas e acções concretas paravincular as realizações do sector desaúde e competências para aimplementação da estratégia eroteiro de industrialização daSADC, especialmente nodesenvolvimento do sectorfarmacêutico. "

O chefe do Serviço deEconomia Regional da França paraa África Austral, Serge Boscher,disse ao secretário executivo

adjunto da SADC para IntegraçãoRegional, Dra. ThembinkosiMhlongo, que instituições comoa Agência Francesa deDesenvolvimento serãoincent ivadas a colaborarestreitamente com a SADC paraapoiar a agenda deindustrialização .

Os parceiros tradicionais daSADC, incluindo a Alemanha e aGrã-Bretanha, disseram que oapoio a SADC continuará emsectores como a gestão da água,gestão de recursos naturais, paz esegurança, capacitação, infra-estrutura, agricultura, comércio eintegração regional.

Estes sectores temáticos sãofundamentais para o sucesso daimplementação da agenda deindustrialização da SADC. r

Cooperação entre a SADC e o BAD focaliza a industrialização

ÁFRICA AUSTRAl Hoje 11

I N D U S T R I A L I Z A Ç Ã O

Parceiros de desenvolvimento apoiam Agenda de Industrialização

o BANCo Africano de Desenvolvimento e a SADC concordaram em trabalhar juntos naimplementação da agenda de industrialização regional destinada a impulsionar a integraçãosocioeconómica. Reunidos a margem da Reunião Anual do BAD, realizada no final de Maio em Lusaka, Zâmbia, a

Secretário Executiva da SADC, Dra. Lawrence Stergomena Tax, e o Presidente do BAD, AkinwumiAyodeji Adesina, acordaram que a cooperação seria uma abordagem programática, com foco naindustrialização como a grande prioridade da região. Uma atenção especial será dada aos projectos que irão abordar constrangimentos restritivos,

nomeadamente em infra-estrutura (energia, tecnologia de informação e comunicação, transporte,água); e em áreas que irão melhorar a competitividade e facilitar a industrialização; especificamenteno agro-processamento e tratamento a jusante, aproveitamento dos recursos minerais e cadeias devalor nacionais, regionais e globais. Foi também acordado que os programas regionais a serem apoiados estarão em conformidade

com a Estratégia e Roteiro de industrialização da SADC 2015-2063, e do Plano Director deDesenvolvimento de Infra-estruturas da SADC (RIDMP). O RIDMP é uma estratégia da sub-região para o desenvolvimento integrado de infra-estruturas

regionais projetado até 2027. No âmbito deste ambicioso plano de infra-estrutura aprovado em 2012, a SADC tem como

objectivo desenvolver infra-estruturas transfronteiriças nas seis áreas prioritárias de energia,transportes, turismo, água, tecnologia de comunicação de informações e meteorologia. Para o setor de energia, a SADC, por exemplo, identificou 73 projectos de produção de energia

para aumentar a produção dos actuais 56.000 megawatts (MW) e garantir que a demanda projectadade 96,000MW seja superada até 2027. r

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U N I Ã O A F R I C A N A

Africana e Agapito Mba Mokuy,da Guiné Equatorial, que estárepresentando a região centralAfricana.

Kazibwe é membro do Painelde Sábios, ex-representanteespecial da ONU e ex-vice-presidente executiva do Ugandana UA. Mokuy também éMinistro dos NegóciosEstrangeiros e da Cooperação daGuiné Equatorial.

Venson-Moitoi expressouconfiança em vencer as eleiçõese fez promessas de estimular aagenda de integraçãocontinental da África.

"Estou convencida de quejuntos podemos construir umaUA mais forte, mais coerente emais eficaz e orientada pararesultados e apresentá-la comouma organização de altodesempenho", disse ajornalistas numa recenteconferência de imprensa paraanunciar a sua nomeação comoo candidata da SADC para ocargo.

"Como presidente daComissão, vou dar a orientaçãonecessária para a formulação doprograma e prioridades,dirigindo a formulação do planoestratégico da organização."

12 ÁFRICA AUSTRAl Hoje, Junho 2016

do Sul, Swazilândia, Zâmbia eZimbabwe.

Os outros cinco EstadosMembros da SADC pertencem aoutras regiões da UA. Estes sãoa República Democrática doCongo, Madagáscar, Maurícias,Seychelles e República Unida daTanzânia. A UA está dividida emcinco regiões - Central,Ocidental, Oriental, NorteAustral.

Os ministros da SADC, desdeentão, mandataram oSecretariado da SADC com oapoio do Botswana e missõesdiplomáticas da SADCacreditados na Etiópia paraformular uma estratégia edesenvolver uma campanhaeficaz em apoio ao seucandidato.

Venson-Moitoi é umaadministradora respeitada ehabilidosa, que desempenhouvários cargos no Governo doBotswana, incluindo o deMinistro das Obras, Transportese Comunicações, assim como oMinistro do Comércio,Indústria, Vida Selvagem eTurismo.

Uma ex-jornalista, elatambém serviu como ministradas Comunicações, Ciência eTecnologia, e Ministra daEducação.

Venson-Moitoi foiselecionada como a únicacandidata apoiada pela SADCfora de dois outros candidatos,do Malawi e África do Sul.

As eleições para o presidenteda Comissão da UA estãomarcadas para Julho na 27ªSessão Ordinária da Conferênciados Chefes de Estado e deGoverno da UA que vai decorrerem Kigali, Ruanda.

Venson-Moitoi vai enfrentaruma forte concorrência de doisoutros candidatos. Estes são aDra. Specioza Naigaga WandiraKazibwe, do Uganda, que estárepresentando a região Oriental

A ÁFRICA Austral estádeterminada em manter oassento da Comissão da UniãoAfricana na sequência darenúncia da titular, Dra.Nkosazana Dlamini-Zuma, quecumpriu apenas um mandato,mas foi muito bem sucedida emfazer avançar a agenda deintegração continental.

A SADC aprovou adesignação da Ministra dosNegócios Estrangeiros eCooperação Internacional doBotswana, Pelonomi Venson-Moitoi, como seu candidato paradisputar as eleições paraescolher um novo presidente,após o anúncio pela Dra.Dlamini-Zuma de que não vaiconcorrer para a sua a reeleiçãoquando o seu primeiro mandatoterminar em Junho.

Dlamini-Zuma, que foicandidata da SADC quando setornou a primeira mulher daÁfrica Austral a chefiar aComissão da UA em 2012,pretende voltar a casa para ededicar a política activa naÁfrica do Sul.

De acordo com aConstituição da UA, umpresidente pode servir por doismandatos de quatro anos. Aprática normal é que a posto érotativo entre as várias regiõesde África, mas nem sempre issoocorre.

Reunidos em Gaborone nofinal de Março, os ministros dasRelações Exteriores da SADCdisseram que a região estádeterminada a manter aPresidência da Comissão da UAe concordaram que Venson-Moitoi seria a candidata apoiadapela SADC.

Os ministros que se reunirampertencem a 10 EstadosMembros da SADC quecompõem a região AustralAfricana na UA - Angola,Botswana, Lesotho, Malawi,Moçambique, Namíbia, África

O presidente da Comissão daUA é responsável pelasoperações e operacionalizaçãoda agenda da UA que visapromover uma maior integraçãocontinental para uma Áfricamais próspera.

A Comissão da UAcompreende o presidente, vice-presidente e oito comissáriosresponsáveis pela paz esegurança; assuntos políticos;comércio e indústria; infra-estrutura e energia; Assuntossociais; economia e agriculturarural; recursos humanos, ciênciae tecnologia; e os assuntoseconómicos.

Nas últimas eleições da UA, aDra. Dlamini-Zuma derrotouJean Ping, do Gabão, numavotação que decorreu em váriasrondas para o apuramento dovencedor final.

A Dra. Dlamini-Zumatornou-se a primeira mulher daÁfrica Austral a chefiar aComissão da União Africanadesde a formação daOrganização de UnidadeAfricano (OUA) - antecessora daUA - em 1963. Outras regiões daÁfrica já tiveram seuscandidatos ocupando o postomais alto da UA. r

lÍDeReS AFRICANoS reúnem-se em Julho para traçar aagenda de desenvolvimento do continente, incluindo adeliberação sobre as modalidades de como promover aigualdade do género.

A 27ª Cimeira da União Africana (UA) que vai decorrer sobo lema "2016: Ano Africano dos Direitos Humanos, comespecial foco sobre os Direitos das Mulheres" está prevista paraos dias 10-18 de Julho em Kigali, Ruanda.

Uma questão importante para a deliberação será o plano deimplementação da Agenda 2063 - um quadro continentalaprovado pela UA em 2013 para permitir a África explorarplenamente os seus recursos para o benefício do seu povo edesenvolver o continente de uma forma integrada e próspera.Também espera-se que os líderes possam discutir a situaçãoeconómica e política do continente. r

Comissão da UA Candidata da SADC compromete-se a conduzir a agenda de integração continental

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C I M E I R A D A S A D C

ÁFRICA AUSTRAl Hoje 13

pelos países para atender ademanda local.

Outro benefício é a eliminaçãode barreiras comerciais parapromover o movimento suave debens e serviços em toda a região.

Antes da Cimeira dos Chefesde Estado e de Governo marcadapara Agosto, haverá reuniões dealtos funcionários, seguido peloConselho de Ministros.

De acordo com a últimareunião do Conselho de Ministrosda SADC realizada no final deMarço, a cimeira vai deliberarsobre uma ampla gama dequestões, incluindo aimplementação dos planosoperacionais da região.

O Conselho identificou áreasprioritárias para implementaçãodurante o ano. Estas incluemmarcos importantes naindustrialização, comércio,desenvolvimento de infra-estruturas, bem como a paz e asegurança. r

CIMeIRA DA SADC de Chefes de Estado ede Governo é responsável pela orientaçãopolítica geral e controlo das funções daComunidade como a instituição suprema dedecisão política da SADC. As decisõespolíticas e de política de desenvolvimento ede integração regional são tomadas pelaCimeira da SADC ou Troika, ou pela Cimeirada Troika do Órgão de Política, Defesa eSegurança da SADC.

Cimeira é composta pelos Chefes de Estadoou de Governo dos 15 Estados-Membros daSADC e é gerida num sistema de Troikacomposta pelo Presidente da Cimeira daSADC, o futuro Presidente (como o vice), e oPresidente anterior. A cimeira confereautoridade este grupo de três líderes paratomar decisões em nome da SADC quenormalmente são tomadas pela Cimeira, bemcomo fornecer orientação política para as

Estrutura de liderança da SADC

por Sibongile Sukati

o ReINo da Swazilândia estáintensificando os preparativospara a cimeira regional anual naqual os Países da África Australvão analisar os progressos nosentido de aprofundar aintegração e promover odesenvolvimentosocioeconómico.

A 36ª Cimeira de Chefes deEstado e de Governo da SADC vaidecorrer em Mbabane,Swazilândia, em Agosto.

Sua Majestade o Rei Mswati IIIda Swazilândia, actualmente ovice-presidente da SADC, vaiassumir a liderança daorganização regional dopresidente Seretse Khama IanKhama, do Botswana na Cimeira.

O Rei Mswati III disse que opaís está pronto para sediar estareunião importante que dá formae foco para a agenda deintegração regional da ÁfricaAustral.

"Esta é uma responsabilidadeque recebemos com as duas mãose estamos muito honrados paraacolher o evento,"disse o ReiMswati III durante umacerimónia para comemorar seuaniversário realizada no final deAbril, acrescentando que "o Paísdeve desempenhar um papelsignificativo na prossecução dasaspirações da SADC ".

A visão de longa data daSADC é de uma região unida,próspera e integrada.

Um progresso significativo foifeito para atingir esses objectivos,incluindo a realização do da Áreade Comércio Livre da SADC(ACL) em 2008, que permite aosconsumidores na região obterprodutos a preços mais baixosdevido ao aumento da produção,enquanto os produtoresbeneficiam do comércio demercadorias originárias dentro daregião.

No que diz respeito à paz esegurança, a SADC conseguiuconsolidar a estabilidade regionalatravés de várias medidas,

incluindo a mediação de conflitosno Lesotho e Madagáscar.

A Swazilândia ainda está pordefinir o tema para a Cimeira de2016. Os tópicos das duascimeiras anteriores estiveramcentradas na questão daindustrialização.

O Botswana garantiu que oimpulso de industrialização fossemantido no ano passado, quandoo país acolheu a 35ª Cimeira deChefes de Estado e de Governosda África Austral, sob o lema "Acelerar industrialização daseconomias da SADC através datransformação das RiquezasNaturais e Melhoria do CapitalHumano".

Este tema continuou atrajetória da 34ª Cimeira acolhidapelo Zimbabwe em 2014, queincidiu sobre "TransformaçãoEconómica e DesenvolvimentoSustentável, através doaproveitamento das mais valias."

De acordo com o Ministro dasFinanças da Swazilândia, MartinDlamini, um total de 50 milhõesEmulangueni (cerca de 3,5milhões de dólares norte-americanos) foram reservados

para assegurar que a Cimeira daSADC de 2016 seja um sucesso.

O País criou uma Equipa deMobilização de Recursos para aCimeira da SADC para coordenaralgumas das actividades,incluindo uma feirainternacional, bem como acerimônia anual de Umhlanga,vulgarmente conhecida como adança Reed.

O Secretariado da SADClançou os seus preparativos paraa 36ª Cimeira da SADC naSwazilândia em Setembro do anopassado.

Como parte dos preparativos,a Secretária Executiva da SADC,Dra. Stergomena Lawrence Tax,efectuou visitas de cortesia ao ReiMswati III, bem como aoPrimeiro-Ministro, SibusisoBarnabas Dlamini.

A Dra. Tax pediu a imprensapara promover e divulgar aSADC, informando aos cidadãosdos vários benefícios de pertencera uma comunidade partilhada naÁfrica Austral.

Os benefícios de pertencer auma SADC partilhada incluem apartilha de excedente de energia

Swazilândia prepara-se para 36a Cimeira da SADC

instituições da SADC no intervalo entre ascimeiras regulares da SADC. A Cimeira reúneuma vez por ano, em Agosto / Setembro.

A Cimeira do Órgão da Troika da SADCsobre Política, Defesa e Segurança também égerida numa base de Troika e é responsávelpela manutenção da paz e da segurança naregião da SADC. Tem a responsabilidade deorientar e fornecer aos Estados-Membrosquestões que possam ameaçar a paz, segurançae estabilidade na região.

O Órgão da Troika é composto por umPresidente, Presidente seguinte ePresidente cessante e reporta as suasactividades ao Presidente daCimeira da SADC.

As operações da SADC estãocentralizadas no Secretariadosediado em Gaborone,Botswana. r

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O Chefe da Delegação daUnião Europeia (UE) noBotswana e na SADC, oembaixador Alexander Baum,disse que também era importantea SADC cooperar com outrosblocos regionais para combater oTIP uma vez que este tipo decrime é um problema global.

"O tráfico é um problematransfronteiriço que precisa deuma resposta regional e global",disse ele, acrescentando que acooperação regional é essencial naluta contra o TIP porque todos ospaíses são fontes, vias de trânsitoou destino das vítimas.

"Há também a necessidade daSADC colaborar com a UEpara resolver esta escravidãomoderna".

O Oficial responsável peloPrograma pela pesquisa,informação e documentação naSADC, Mukundi Mutasa, disseque "o nosso apelo aos meios decomunicação é aumentar aconsciência sobre o tráfico, paraque possamos evitar que o tráficohumano nunca ocorra ou estejafora do controlo."

O Seminário Regional dosórgãos de Comunicação Social daSADC sobre o TIP foi organizadopela SADC e decorreu de 15-17Junho. sardc.net r

E L E I Ç Õ E S S

14 ÁFRICA AUSTRAl Hoje, Junho 2016

A Comunicação social é fundamental no combate ao tráfico de seres humanos

importância de compreender ocrime de tráfico de pessoas, alémde compreender as respectivasleis nacionais, bem como asrespostas nacionais, não podeser sobrevalorizada", disse Pitso.

O Secretário-Adjunto daSegurança no Ministério daDefesa, Justiça e Segurança noBotswana, Ikwatlaeng Bagopi,disse que os esforços paracombater a TIP não surtirãoefeitos se as pessoas nãoestiverem cintes das várias formasdo TIP e das medidas para evitá-lo.

"O papel dos órgãos decomunicação social em reportascasos de tráfico de pessoas nãopode ser sobrevalorizado. Acomunicação social é um recursofundamental na prevenção ecombate ao tráfico de pessoas, porisso foi muito importantepromover este seminário paracapacitar os meios decomunicação social de modo areportar eficazmente a questão dotráfico de pessoas ", disse ele.

Bagopi solicitou aos países daSADC para implementarem anível nacional, regional einternacional o que foi acordadopara o combate ao TIP na região.

Um total de 13 dos 15 estadosmembros da SADC têmlegislação específica que trata daquestão do tráfico de sereshumanos. Trata-se de Angola,Botswana, Lesotho, Madagáscar,Malawi, Maurícias,Moçambique, África do Sul,Seychelles, Swazilândia,República Unida da Tanzânia,Zâmbia e Zimbabwe.

Os restantes dois - RepúblicaDemocrática do Congo e Namíbia- estão em processo depromulgação de legislaçõesespecíficas, embora possuamvárias peças de legislação paraprocessar casos de TIP.

A nível regional, a SADCelaborou um plano estratégico deacção de 10 anos para o combateao TIP, especialmente mulheres ecrianças. O plano estratégicoregional abrande o período 2009-2019.

por Kizito Sikuka

“…não é o seu nome real…” Esta é uma linha comum na

maioria dos relatos da imprensasobre o tráfico de seres humanos.

A ideia a de ocultar o nome éuma das estratégias utilizadaspelos órgãos de comunicaçãosocial para proteger as vítimas detráfico de seres humanos deserem conhecidas pelo público demodo a que a sua dignidade sejapreservada.

No entanto, o que é que órgãosde comunicação social podemfazer para impedir o tráfico deseres humanos não ocorra ouesteja fora do controlo?

Esta é a principal questão queos profissionais da comunicaçãosocial da África Austral queparticiparam num seminárioregional sobre o Tráfico dePessoas (TIP) estavam a tentarresponder no Botswana.

O chefe da Unidade de Géneroda Comunidade para oDesenvolvimento da ÁfricaAustral (SADC), Dr. Joseph Pitso,disse que o TIP é uma questãocomplexa, ampla e transversalque requer o apoio eenvolvimento de todas as partesinteressadas, a fim de combatê-locom sucesso.

Neste sentido, os órgãos decomunicação social tem um papelimportante a desempenhar, nãosó na educação do público sobreo tráfico, mas também mobilizaro apoio em massa para impedirque isso aconteça.

"A imprensa é, sem dúvidas,um dos parceiros importantes naluta contra o tráfico de pessoaspor ser a boca e o olho das nossascomunidades", disse ele.

"É, portanto, importante queórgãos de comunicação socialsejam capazes de definirclaramente o tráfico de pessoas dotráfico de migrantes e veicularinformações factuais, semprecientes dos direitos humanosbásicos e sensibilidade dasvítima."

De acordo com um protocolodas Nações Unidas (2000)

popularmente conhecido porProtocolo de Palermo, o TIPé o recrutamento, transporte,transferência, alojamento ouacolhimento de pessoas, por meiode ameaças ou uso da força parafins de exploração.

É feita uma distinção entre oTIP e contrabando, emboraexistam ligações entre os dois.

O tráfico de seres humanosrefere-se ao movimento ilegal deum indivíduo para um país ondeela / ele não é nacional ouresidente permanente. Oindivíduo contrabandeado éassistido por uma taxa deorganizações criminosas paraatravessar de um País para ooutro.

O contrabando termina com achegada dos migrantes no país dedestino onde o tráfico envolve aexploração contínua das vítimaspara gerar lucro ilícito para ostraficantes. O contrabando ésempre transfronteiriço mesmoque não aparenta ser.

O Dr. Pitso apelou aos órgãosde comunicação social para semanterem a par das questões deTIP de modo que sejam capazesde abordar claramente estasquestões para o público.

O TIP afecta várias pessoas naSADC e as vítimas, a maioriamulheres e crianças, são sujeitas àexploração sexual, trabalhoforçado, escravidão ou mesmo aremoção de órgãos do corpo.

O modus operando utilizadopelos sindicatos inclui anúnciosfalsos em jornais paraoportunidades de emprego emgrandes cidades ou em outrospaíses.

Em outros casos, as criançassão sequestradas e vendidas paratrabalhar em fábricas ou lojas;homens jovens são forçados atrabalhar nos mercados detrabalho, tais como agricultura eindústria têxtil a troco de poucaou nenhuma remuneração; e osbebês ou crianças são roubadasou compradas para adopçãoilegal.

"Portanto, como profissionaisde comunicação social, a

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ÁFRICA AUSTRAl Hoje 15

Junho - Agosto 2016Junho15-17, Botswana Treinamento Regional de Formadores dos Profissionais de Comunicação Social

sobre o Combate ao Tráfico de Pessoas na SADC O seminário sobre Combate ao Tráfico de Pessoas visa sensibilizar os meios decomunicação social sobre a natureza do crime de tráfico de pessoas, as diferentesformas que toma e as respostas internacionais, regionais e nacionais em curso parao seu combate.

20, Botswana Seminário Ministerial sobre Energia-Água na SADC O encontro reúne ministros responsáveis pelas questões de energia e água na regiãoda SADC com o sector privado, instituições de investigação e outros intervenientesnão estatais para facilitar o intercâmbio de ideias e forjar soluções práticas esustentáveis para os desafios de energia e água na região.

20-23, Botswana Reunião dos Ministros Responsáveis pelos Assuntos da Mulher/Género na SADC Os Ministros vão se reunir para discutir o programa regional de género da SADC epartilhar os progressos alcançados pelos Estados-Membros na implementação doscompromissos de género, bem como análise das propostas de revisão do Protocolosobre o Género e Desenvolvimento e a sua monitoria e avaliação.

21, Botswana Reunião dos Ministros da Água da SADC Os Ministros das Águas da SADC reúnem-se anualmente para analisar osprogressos na implementação do Programa de Águas da SADC, que é um quadrode acção para uma utilização sustentável dos recursos hídricos através dodesenvolvimento de infra-estruturas hídricas com base na gestão equilibrada eintegrada dos recursos hídricos.

21, Botswana Reunião dos Ministros da Energia da SADC Os Ministros da Energia da SADC reúnem-se anualmente para discutir os esforçospara resolver a situação de energia na região, incluindo fontes de energia renováveis.A SADC enfrenta desafios em atender aos requisitos de energia há mais de umadécada, devido a uma limitada capacidade de produção que não satisfaz o aumentoda procura, forçando a maioria dos países a implementar programas alternativos degestão da procura, como redução do fornecimento da corrente eléctrica.

Julho10-18, Ruanda 27a Cimeira da União Africana

Chefes de Estado e de Governo africanos vão se reunir na sua Cimeira anual eirão eleger o novo Presidente para a Comissão da UA para substituir a Dra. N.Dlamini-Zuma, que vai deixar o cargo.O candidato da SADC para este posto é aMinistra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional do Botswana,Pelonomi Venson-Moitoi.

14, Tanzânia 18a Reunião Executiva da RERA Os reguladores da energia de Estados Membros da SADC vão se reunir para discutira harmonização das políticas, legislação, normas, regulamentação e melhor práticas.A RERA é uma associação de reguladores de energia e funciona como umaplataforma para a cooperação entre os reguladores na região da SADC.

Agosto 3, África do Sul Eleições dos Governos Locais

A África do Sul vai realizar eleições municipais para eleger os conselheiros para ospróximos cinco anos. O Governo local na África do Sul é composto por oitomunicípios metropolitanos, 44 municípios distritais e 207 municípios.

11, Zâmbia Eleições GeraisOs Zambianos vão às urnas para escolher uma nova liderança para os próximoscinco anos, incluindo o Presidente, deputados e vereadores. De acordo com umaemenda constitucional aprovada em Janeiro, o candidato vencedor para opresidente deve assegurar pelo menos 50 por cento-mais-um dos voto, ao contráriodo anterior sistema em que candidato com o maior número de votos era eleito,mesmo que obtivesse menos de 50 por cento do votos válidos.

22-31, Swazilândia 36a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da SADCOs líderes da SADC vão se reunir nos dias 30-31 de Agosto na sua Cimeira anualpara discutir questões que visam promover a integração e o desenvolvimentoregional. A Cimeira é precedida por reuniões de altos funcionários de 22-24 Agostoe do Conselho de Ministros, nos dias 26-27 de Agosto. O Rei Mswati III daSwazilândia vai assumir a liderança da SADC do Presidente Seretse Khama IanKhama, do Botswana.

21-27, Swazilândia Semana da Industrialização da SADC Esta é uma exposição de uma semana alinhada à Cimeira da SADC na Swazilândia.O Secretariado da SADC vai trabalhar com o sector privado e parceiros estratégicospara mostrar e divulgar as cadeias de valor existentes e potencialidades para aindustrialização

23-26, RDC 47o Comité de Gestão do SAPP O encontro é realizado anualmente e reúne líderes de empresas de energia erepresentantes governamentais nos 12 Estados Membros do Grupo de Empresasde Electricidade da África Austral para discutir questões importantes de gestão darede eléctrica regional e fornecimento de energia.

E V E N T O S

AFRICA AUSTRAL HOJEÉ produzido como uma fonte de referência das

actividades e oportunidades na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, e um guião para os

responsáveis pela elaboração de políticas a todos os níveis de desenvolvimento nacional e regional.

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ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado seis vezes por ano pelo Centro de Documentação ePesquisa para a África Austral (SARDC) para o Secretariado da SADC em Gaberone,

Botswana, como uma fonte credível de conhecimento sobre o desenvolvimento regional.Os artigos podem ser reproduzidos livremente pelos órgãos de comunicação social e

outras entidades, citando devidamente a fonte.

EDITORMunetsi Madakufamba

COMITÉ EDITORIAL Joseph Ngwawi, Kizito Sikuka, Egline Tauya, Admire Ndhlovu,Phyllis Johnson, Danai Majaha, Shirley Pisirai, Anisha Madanhi,

Ntombikamama Moyo, Nyarai Kampilipili, Allan Chiduza

TRADUTORBonifácio António

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COMPOSIÇÃO & MAQUETIZAÇÃO Tonely Ngwenya

FOTOS E IlUSTRAÇOESP1 www.emaze.com, www.dailynews.gov.bw, www.westerncape.gov.za, SADC;

P4 www.dailymail.co.zm, Zambia Tourism, FAO, nbc.com, elections.org.za, P5 K SikukaSARDC, www.patrimoniocultural.pt, UNESCO, T Ngwenya SARDC, Zimbabwe Tourism;

P6 wordpress.com, nampower.com.na, panoramio.com; P7 World Bank, The Herald;P9 usaid.gov, cfuzim.org, Financial Gazette; P10 News Blaze; P11 NewsDay, DTC

Botswana; P12 P Johnson SARDC, au.int, www.dailynews.gov.bw; P13 allafrica.com,SARDC, SADC; P14 K Sikuka SARDC; P16 S Nzima The World

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SADC HOJE VOL 18 NO 4 JUNHO 2016

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5 Junho Dia da Libertação Seychelles14 Junho Dia da Liberdade Malawi16 Junho Dia da Juventude África do Sul18 Junho Dia da Constituição Seychelles25 Junho Dia da Independência Moçambique26 Junho Dia da Independência Madagáscar29 Junho Dia da Independência Seychelles30 Junho Dia da Independência RDC 1 Julho Dia de Sir Seretse Khama Botswana4 Julho Dia dos Heróis Zâmbia5 Julho Dia da Unidade Zâmbia6 Julho Dia da Independência Malawi Dia de Eid al-Fitr * Malawi, Mauritius, Tanzânia7 Julho Dia da Feira Industrial Saba Saba Tanzânia17 Julho Aniversário do Rei Lesotho18 Julho Dia do Presidente Botswana19 Julho Feriado Público Botswana22 Julho Aniversário do Rei Sobhuza Swazilândia

1 Agosto Dia dos Parentes RDC Dia dos Agricultores Zâmbia3 Agosto Feriado Público África do Sul8 Agosto Dia dos camponeses Nane Nane Tanzânia

Dia dos Heróis Zimbabwe9 Agosto Dia Nacional da Mulher África do Sul Dia das Forças de Defesa Zimbabwe 15 Agosto Dia de Assunção Madagáscar, Maurícias, Seychelles17 Agosto Dia da SADC** Todos26 Agosto Dia dos Heróis Namibia29 Agosto Dia da Dança Umhlanga Reed Swazilândia

*A data exacta depende da visualização da Lua Nova**O dia da SADC não é um feriado público, mas assinala a assinatura doTratado da SADC a 17 Agosto de 1992

FERIADOS PÚBLICOS NA SADCJunho – Agosto 2016

Um futuro partilhado no seio da Comunidade Regional

HÁ QUAReNTA anos, a 16 de Junho de 1976, ocorreu um incidente na Áfricado Sul que mudou a face da luta pela liberdade política e emancipação do sistemaracista de apartheid. Naquele fatídico dia um protesto de estudantes negros africanos no subúrbiode Joanesburgo, Soweto, que se insurgiam contra o governo do apartheid e aimposição do Afrikaans como meio de instrução terminou quando a políciadisparou munições reais contra eles. As autoridades do apartheid situaram onúmero de mortos em 95, mas outras fontes disseram que muito mais pessoasmorreram, principalmente estudantes. O incidente ganhou as manchetes internacionais e galvanizou a determinaçãoda maioria da população negra para lutar pela liberdade. Muitos jovens deixaramo país para participar no Congresso Nacional Africano (ANC) no exílio, paracontinuar os seus estudos ou ir para treinamento militar. A imagem de Mbuyisa Makhubo carregando o corpo do seu amigo de 13 anos,Hector Petersen, se tornou uma imagem icônica que simboliza a luta dajuventude da África do Sul - e o início do fim do apartheid. A fotografia, tirada por Sam Nzima, do jornal The World, apareceu em jornaise em canais de televisão de todo o mundo, o que provocou indignação e umanova consciência que endureceu a oposição dentro e fora da África do Sul pelabrutalidade das autoridades do apartheid. Naquele dia, mais de 20.000 alunos do Soweto faziam um protesto pacíficocontra a imposição de Afrikaans como a língua de ensino para alunos negros econtra a discriminação que sofriam através da "educação bantu". O sistema de educação Bantu, que tinha sido imposto para negros sul-africanosdesde 1953, era caracterizado por escolas e universidades separadas, instalaçõesprecárias, salas de aula superlotadas e professores inadequadamente treinados. A coragem dos estudantes de Soweto em Junho de 1976 é hoje comemoradocom um feriado nacional na África do Sul, Dia da Juventude, que homenageiatodos os jovens que perderam as suas vidas na luta contra o apartheid e contraa educação Bantu. Quarenta anos depois, a África do Sul reconhece a coragem dos jovens queajudaram a pôr fim ao apartheid. O dia 16 de Junho simboliza o papel desempenhado pelos jovens na luta paralibertar a África do Sul do jugo colonial. Os jovens estavam na vanguarda naluta pela independência em todos os países África Austral, antes e depois deSoweto. Para marcar as celebrações deste ano, vários eventos foram realizados em todaa África do Sul com as principais celebrações marcadas para Estádio Orlando,no Soweto, onde a manifestação ocorreu naquele fatídico dia em 1976. Outrasactividades importantes realizadas no mês de junho incluem educação dos jovenssobre a sua história e património. O tema para as celebrações do Dia da Juventude deste ano foi "Juventude emMovimento, África do Sul para a frente". r

jUNHo É um mês especial na história das Seychelles,um arquipélago composto por 115 ilhas no OceanoÍndico. É o mês em que o país ganhou a independênciado domínio colonial a 29 de Junho de 1976.

O mês também testemunhou a aprovação históricada actual Constituição a 18 de junho de 1993, que viua introdução do sistema multipartidário degovernação. Para comemorar essas conquistas, em1993 as Seychelles combinou os dois eventos edecidiram comemorá-los a 18 de Junho como o DiaNacional. No entanto, a partir do ano passado, 2015, oDia Nacional foi deslocado para a sua data original de29 de Junho.

O dia 18 de Junho é agora considerado Dia daConstituição para comemorar a aprovação da actualConstituição em 1993. Neste dia, milhares de pessoasparticipam em eventos comemorativos, que incluemdesfiles, uma feira de flores, música e um discursopresidencial.

Seychelles @40 40anos

H I S T Ó R I A H O J E

40 ANOS RECORDANDO SOWETO