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Á FRICA AUSTRAL HOJE SADC Hoje VoL 19 No. 6 oUTUbRo 2017 por Joseph Ngwawi AFRICA AUSTRAL deve avançar com rapidez no desenvolvimento de capacidade regional para fi- nanciar os seus próprios programas de desenvolvi- mento e reduzir a dependência de recursos externos. Este posicionamento foi defendido pelo Presi- dente da SADC, Jacob Zuma, Presidente da África do Sul, na cerimónia de abertura da 37ª Cimeira Ordinária dos Chefes de Estado e de Governo da SADC realizada em Pretória de 19 a 20 de Agosto. No seu discurso inaugural da Presidência rota- tiva da SADC, antes assumida pelo Rei Mswati III da Swazilândia, Zuma disse que o actual modelo de financiamento da integração regional na África Austral favoreceu os parceiros de financiamento em detrimento dos Estados membros. "Actualmente a natureza do financiamento ou dos empréstimos dos Parceiros Internacionais de Cooperação é tal que as condições impostas garan- tem que os benefícios sejam caros para os países emprestados", disse ele. O Presidente Zuma disse que os empréstimos geralmente vêm com condições "que determi- nam as empresas de implementação do projecto e, às vezes, ditam o fornecimento de matérias- primas". Este estado de coisas, portanto, exige a necessi- dade urgente de "mobilizar recursos regionais para financiar projectos regionais". Estudos recentes encomendados pelo Secretari- ado da SADC revelaram que a região tem poten- cial para arrecadar mais de 1,2 bilião de dólares norte-americanos anualmente de fontes de finan- ciamento alternativas e inovadoras, como parte dos esforços para evitar que a região dependa ex- cessivamente do apoio dos doadores. De acordo com os estudos, a SADC pode ter acesso a um grande conjunto de recursos disponíveis na região se adoptar algumas ou todas as seis opções sobre fontes de financiamento alter- nativas e inovadoras que tenham sido consider- adas. As opções são a introdução de um imposto de exportação e de importação; uma taxa de turismo; um imposto sobre transações financeiras; um sis- tema de loteria; filantropia; e renda da hospedagem de eventos regionais. Por exemplo, o estudo sobre a introdução de uma Taxa de Exportação e Importação constatou que os impostos regionais sobre exportações e / ou importações são uma prática comum para au- mentar as receitas de algumas Comunidades Económicas Regionais (CERs) em outros lugares do mundo. continua na página 2... POLÍTICA 3 CIMEIRA DA SADC 4-5 PAZ & SEGURANÇA 6 ENERGIA 7-10 AGRICULTURA 11 GÉNERO 12 COMUNIDADE 13 ELEIÇ Õ ES 14 EVENT0S 15 HISTÓRIA HOJE 16 Financiamento do desenvolvimento regional através da auto-sufciência

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ÁFRICAAUSTRAL HOJE

SADC Hoje VoL 19 No. 6 oUTUbRo 2017

por Joseph Ngwawi

AFRICA AUSTRAL deve avançar com rapidez nodesenvolvimento de capacidade regional para fi-nanciar os seus próprios programas de desenvolvi-mento e reduzir a dependência de recursosexternos.

Este posicionamento foi defendido pelo Presi-dente da SADC, Jacob Zuma, Presidente da Áfricado Sul, na cerimónia de abertura da 37ª CimeiraOrdinária dos Chefes de Estado e de Governo daSADC realizada em Pretória de 19 a 20 de Agosto.

No seu discurso inaugural da Presidência rota-tiva da SADC, antes assumida pelo Rei Mswati IIIda Swazilândia, Zuma disse que o actual modelode financiamento da integração regional na ÁfricaAustral favoreceu os parceiros de financiamentoem detrimento dos Estados membros.

"Actualmente a natureza do financiamento oudos empréstimos dos Parceiros Internacionais deCooperação é tal que as condições impostas garan-tem que os benefícios sejam caros para os paísesemprestados", disse ele.

O Presidente Zuma disse que os empréstimosgeralmente vêm com condições "que determi-nam as empresas de implementação do projectoe, às vezes, ditam o fornecimento de matérias-primas".

Este estado de coisas, portanto, exige a necessi-dade urgente de "mobilizar recursos regionaispara financiar projectos regionais".

Estudos recentes encomendados pelo Secretari-ado da SADC revelaram que a região tem poten-cial para arrecadar mais de 1,2 bilião de dólaresnorte-americanos anualmente de fontes de finan-ciamento alternativas e inovadoras, como partedos esforços para evitar que a região dependa ex-cessivamente do apoio dos doadores.

De acordo com os estudos, a SADC pode teracesso a um grande conjunto de recursosdisponíveis na região se adoptar algumas ou todasas seis opções sobre fontes de financiamento alter-nativas e inovadoras que tenham sido consider-adas.

As opções são a introdução de um imposto deexportação e de importação; uma taxa de turismo;um imposto sobre transações financeiras; um sis-tema de loteria; filantropia; e renda dahospedagem de eventos regionais.

Por exemplo, o estudo sobre a introdução deuma Taxa de Exportação e Importação constatouque os impostos regionais sobre exportações e /ou importações são uma prática comum para au-mentar as receitas de algumas ComunidadesEconómicas Regionais (CERs) em outros lugaresdo mundo.

continua na página 2...

POLÍTICA 3

CIMEIRA DA SADC 4-5

PAZ & SEGURANÇA 6

ENERGIA 7-10

AGRICULTURA 11

GÉNERO 12

COMUNIDADE 13

ELEICOES 14

EVENT0S 15

HISTÓRIA HOJE 16

Financiamento do desenvolvimento regional através da auto-suficiência

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C O N T I N U A Ç Ã O D A P Ã G I N A 1

Observou que o uso de taisimpostos é a forma mais comum deobter fundos para as CER africanas,como a Comunidade Económicados Estados da África Ocidental(CEDEAO) e a ComunidadeEconómica dos Estados da ÁfricaCentral (CEEAC).

A CEDEAO operacionalizouuma imposição de importação de0,5 por cento sobre todas asimportações provenientes de fora dasua região, enquanto a CEEACadoptou um imposto de integraçãoregional de 0,4 por cento em todosos bens originários de fora do bloco.

A União Africana (AU) está noprocesso de introdução de umimposto similar. A Cimeira da UAem 2016 aprovou uma taxa de 0,2por cento sobre as importaçõeselegíveis, cabendo a cada região daUA a responsabilidade de contribuircom cerca de 65 milhões de dólaresnorte-americanos por ano.

O estudo disse que umasimulação de um possível impostode importação da SADC mostrouque, com base nos números docomércio da SADC em 2014, aimposição de uma taxa de 0,2 porcento em todas as importações dosestados membros de fora da regiãopoderia gerar uma receitaanualmente de 331,3 milhões dedólares norte-americanos.

Para que isso aconteça, o estudorecomendou a introdução de uminstrumento jurídico dedicado sob aforma de um protocolo ou acordopara fortalecer o quadro jurídico epolítico fornecido pelo Tratado daSADC.

Também será necessário quecada Estado-Membro estabeleçauma legislação nacional que permitaàs autoridades fiscais cobrar oimposto de importação.

Outro estudo mostrou que umaTaxa Regional de Turismo é umapossível fonte viável de recursosinternos para financiar a integraçãoregional da SADC.

Embora existam várias maneirasde introduzir tal taxa, o estudoobservou que duas opções - impostosobre ingressos de viagensinternacionais ou taxa de turismo -

são mais viáveis. Estima-se que 123milhões de dólares norte-americanos por ano possam serarrecadados através de impostossobre os bilhetes aéreos sozinhos.

Os principais desafios com estaopção, no entanto, são que é viávelapenas em países com importantesactividades turísticas e de viagem eque o sector é sensível eimprevisível.

A proposta do estímulo doturismo Regional está emconformidade com as melhorespráticas continentais einternacionais.

A Cimeira da UA aprovou umataxa de turismo em ingressos novalor de 2 dólares norte-americanospara viagens curtas e 5 dólaresnorte-americanos para viagenslongas. Também aprovou umimposto de turismo de 0,5% sobre osrendimentos das actividades deturismo pelos Estados Membros.

A França e a Alemanha aplicamtaxas similares e constituem umexemplo actual de prática efetiva.

Com base no estudo, recomenda-se que a SADC considere a adopçãode uma taxa de 5 a 10% sobre asactividades de turismo pelosEstados membros da SADC.

Um estudo sobre os Impostosdas Transações FinanceirasRegionais mostrou que essesimpostos são e podem ser uma fonteviável de mobilização de recursos.Eles têm um potencial considerávelpara a SADC aproveitar parafinanciar os seus programas dedesenvolvimento.

Impostos semelhantes foramutilizados em vários países africanos,asiáticos e latino-americanos, bemcomo no Reino Unido.

O estudo recomendou que aSADC se concentrasse nas remessasenviadas através de agências detransferência de capitais.

Prevê-se que uma taxa de 0,1%sobre essas transações tenhapotencial de arrecadar 691 milhõesde dólares norte-americanos porano, o suficiente para financiar aimplementação do Plano EstratégicoIndicativo de DesenvolvimentoRegional.

2 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Outubro 2017

Embora seja necessário umquadro legal, já está geralmenteprevisto no Memorando deEntendimento da SADC sobreCooperação em Tributação eAssuntos Relacionados de 2002, etambém aparece no Anexo 3 doProtocolo da SADC sobre Finançase Investimentos.

As iniciativas filantrópicasemergem rapidamente como outraforma inovadora de mobilizarrecursos para o desenvolvimento.

Estes estão a aumentar em Áfricacomo novas fontes definanciamento inovador. Váriosestudos mostram que há enormesquantidades de dinheiro deindivíduos de alto patrimóniolíquido, fundações e do sectorprivado que flui de e para a África.Estima-se que haja em África entre1,25 bilião e 3 biliões de dólaresnorte-americanos de actividadesfilantrópicas.

As Nações Unidas e a UAaproveitaram isso formando aFundação das Nações Unidas e aFundação da União Africana,respectivamente, para mobilizarrecursos a este respeito.

A proposta é que a SADCtambém estabeleça uma Fundaçãoda SADC como plataforma paramobilizar recursos do sectorprivado, fundações filantrópicas eindivíduos.

A Fundação poderia ser usadacomo um instrumento deangariação de fundos para oproposto Fundo deDesenvolvimento Regional daSADC.

De acordo com um RelatórioGlobal de Jogos e Consultores de2002, a SADC tem potencial paragerar mais de 30 milhões de dólaresnorte-americanos por ano nos jogosde loteria.

É necessário um quadro legalpara providenciar uma fórmula departilha de receitas baseada em lotesentre os Estados-Membros.

Os arranjos institucionais paraa coleta a nível nacional e regional,bem como o formato dagovernança da loteria, deveriamser elaborados.

Um estudo separado sobre apossibilidade de aumentar osrecursos através de eventosregionais mostrou que há uma sériede eventos que podem serrealizados a nível regional paragerar financiamento para projectosde desenvolvimento de integraçãoregional.

Estes incluem a organização defeiras regionais, eventosdesportivos, cimeiras de negócios eoutras exposições.

Como nos casos de filantropia eloteria, esta opção de financiamentorequer um mecanismo institucionalbase de gestão profissional ou umainstituição similar.

Outras fontes de financiamentode longo prazo possíveis que aregião da SADC pode considerarpara financiar a sua agenda deintegração regional incluem aintrodução de uma taxa de carbono,financiamento combinado, taxa detransporte, capital de risco eeliminação dos fluxos financeirosilícitos.

A necessidade de buscar fontesalternativas e inovadoras definanciamento dos programas daSADC foi uma das principaisdecisões da 35ª Cimeira da SADCrealizada no Botswana em Agostode 2015.

Isso surgiu com constatação deque a actual situação - onde amaioria das actividades, programase projectos da SADC são apoiadospor parceiros de desenvolvimento -não é ideal nem sustentável.

Estima-se que menos de 10% dosprojectos regionais sejamactualmente financiados pelosEstados membros da SADC,enquanto o saldo vem dos ParceirosInternacionais de Cooperação, deacordo com o Secretariado daSADC. Para os custos operacionais,a proporção é muito melhor, com60% do orçamento do Secretariadoda SADC sendo proveniente dosEstados Membros.

O Secretariado da SADC foiresponsabilizado no início deste anopara avaliar o impacto das váriasopções nos Estados Membros.sardc.net r

Financiamento do desenvolvimento através da auto-suficiência

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A SADC pretende criar um seguro regional de risco

Aprovado Protocolo de proteção denovas variedades de plantas

P O L Í T I C A

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 3

afectados por desastresnaturais.

O Secretariado deveráapresentar um relatório deprogresso aos Ministros dasFinanças da SADC na próximareunião prevista para Março de2018.

A Coordenadora Técnicada Comissão Africana paraa Redução do Risco deDesastres no Departamento deEconomia Rural e Agricultura,Gatkuoth Kai, concordou,dizendo que a regiãodeveria investir na reduçãodo risco de desastres, umavez que é mais barato doque responder a emergências.

Kai disse que a UAestabeleceu a CapacidadeAfricana de Risco (ARC) em2012 como uma agênciaespecializada destinada a ajudaros Estados membros a lidar comvários desafios.

"O grupo de seguros de riscoda ARC oferece aos governosafricanos a oportunidade deproteger suas populações dosefeitos adversos de eventosclimáticos extremos e outrosriscos ambientais", disse ele.

Um total de 32 países,incluindo seis da SADC -Comores, Malawi, Madagáscar,Moçambique, Zâmbia eZimbábue - são signatários daARC.

A ARC já libertou 34,4milhões de dólares norte-americanos em pagamentospara o Níger, Malawi,Mauritânia e Senegal.

O Diretor-Geral da ARC,Mohamed Béavogui, disse quehá necessidade dos paísesapresentarem respostas quetranscendam as fronteirasnacionais, pois os riscosclimáticos não são limitadospelas fronteiras.

"Embora não possamosparar as catástrofes naturaisou as mudanças climáticas,podemos ser pró-activos

e prepararmo-nos", disseBéavogui.

Os riscos de desastre definanciamento e seguro sãoferramentas e estratégias queindivíduos, comunidades,países e organizações regionaispodem utilizar para proteger eauxiliar os cidadãos em caso dedesastres.

Os países afectados podemusar os pagamentos de segurospara reabastecer as suasreservas estratégicas de grãos edistribuí-las às regiõesafectadas. Em alguns casos, astransferências de dinheiro sãofeitas.

A busca pela aceitação definanciamento e seguro deriscos de desastre está emconsonância com estratégiasregionais, continentais einternacionais sobre redução derisco de desastres.

Por exemplo, uma dasprioridades do Quadro deAcção de Sendai sobre Reduçãodo Risco de Desastres 2015-2030é focar no investimento emredução de risco de desastresatravés da resiliência,enfatizando a transferência deriscos e os seguros.

As opções sobre a resposta adesastres chegaram em um

A 37ª Cimeira da SADCaprovou um novo instrumentojurídico que visa estabelecerum sistema efetivo deprotecção de variedadesvegetais e promover odesenvolvimento de novasvariedades de plantas embenefício da região e protecçãodos direitos dos criadores. O Protocolo para aProtecção de NovasVariedades de Plantas naRegião da SADC foi assinado

pelos Chefes de Estado e deGoverno durante a cimeirarealizada em Pretória, Áfricado Sul, de 19 a 20 de Agosto. A cimeira observou amelhoria da situação global desegurança alimentar em2017/18 na região e instou osEstados membros a tomaremmedidas para melhorar asinstalações de armazenamento,a fim de minimizar as perdaspós-colheita e implementarplanos de contingência. r

momento em que a ÁfricaAustral continua a ser afectadanegativamente por cheias esecas.

Cheias e ciclones tiveramgraves impactos na ÁfricaAustral. Por exemplo, as épocaschuvosas 1999/2000 e2000/2001 foram dominadaspor uma actividade ciclónicaque causou um considerávelsofrimento humano em partesda região, com o ciclone Elinetrazendo os efeitos maisdevastadores durante esteperíodo.

A seca vivida na ÁfricaAustral em 2015/16 deixoucerca de 40 milhões de pessoasem situação de insegurançaalimentar na região, comBotswana, Lesotho, Malawi,Moçambique, Namíbia ,Suazilândia e Zimbabwedeclarando desastres nacionais.

Na época 2016/17, o cicloneDineo, em Moçambique, causouuma perda estimada em maisde 29 mil hectares de culturas,incluindo o milho, o amendoim,a mandioca e os feijões.

Em Madagáscar, o cicloneEnawo afetou severamente opaís e matou mais de 50pessoas, deixando 329 milpessoas desabrigadas. r

A ÁFRICA Austral estápreparada para estabelecer umesquema regional de seguro derisco com o objectivo demelhorar sua resposta rápidaaos desastres naturais.

O financiamento e o segurode riscos são uma das váriasmedidas que a maioria dospaíses e regiões do mundousam para limitar o impacto dedesastres, como secas e cheias.

Outras opções incluemmelhorar e harmonizar oplaneamento de contingência,colaborar na redução de riscostransfronteiriços de desastres eestabelecer fundos regionaispara desastres.

Falando num recenteseminário sobre a Gestão eFinanciamento do Riscos deDesastres da SADC, realizadode 7 a 8 de Agosto emJoanesburgo, África do Sul, oChefe da Unidade de Reduçãode Riscos de Desastre da SADC,Clement Kalonga, disse que éfundamental que a região criemecanismos inovadores paralidar com os impactos dedesastres.

Ele disse que a SADC estáem discussões com a UniãoAfricana (UA) e outras partesinteressadas para examinar oespectro de opções disponíveis.

" A s p r o p o s t a s erecomendações sobre ofinanciamento do risco dedesastres, incluindo o seguro derisco regional, uma vezdesenvolvido, serão submetidasà consideração e aprovação dasestruturas relevantes da SADC",afirmou.

Os Ministros das Finançasda SADC instruíram oSecretariado para agilizar odesenvolvimento de umesquema regional de seguro derisco para ajudar os EstadosMembros a atender àsnecessidades de reconstrução erecuperação de recursoshumanos e de infra-estrutura

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A 37ª Cimeira da SADC realizou-se de 19 a 20 de Agosto em Pretó privado no desenvolvimento da indústria e das cadeias regionais apresenta algumas das principais questões discutidas pela cimeira

4 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Outubro 2017

C I M E I R A D A S A D C

Outros Estados membros da SADC sãoAngola, Botswana, República Democrática doCongo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícia,Moçambique, Namíbia, Seychelles, África doSul, Suazilândia, República Unida da Tanzânia,Zâmbia e Zimbabwe. r

O presidente da SADC, Jacob Zuma,Presidente da África do Sul, disse que aadmissão de um novo membro é uma indicaçãoda confiança demonstrada por outros naorganização regional.

De acordo com os requisitos, váriasavaliações foram realizadas pelo ComitéMinisterial do Órgão de Cooperação Política,Defesa e Segurança antes que as Comoresfossem admitidas.

O membro mais novo da SADC é umanação insular do arquipélago no Oceano Índicolocalizado no extremo norte do Canal deMoçambique, ao largo da costa leste da África,entre o nordeste de Moçambique e o noroestede Madagáscar.

Com 1.660 quilômetros quadrados,excluindo a ilha disputada de Mayotte que éreivindicada pela França, as Comores são aterceira nação africana mais pequena emtermos de área, e tem uma população de cercade 798 mil pessoas.

Como uma nação formada em umaencruzilhada de diferentes civilizações, oarquipélago é conhecido pela sua diversacultura e história.

É composta por três ilhas principais enumerosas pequenas, todas no arquipélago dasComores vulcânicas. Tornou-se parte doimpério colonial francês no século 19 antes dese tornar independente em 1975.

A CIMeIRA admitiu formalmente a União dasComores como o mais novo membro daComunidade para o Desenvolvimento daÁfrica Austral (SADC). A admissão dasComores eleva para 16 o número de países quejá aderiram a SADC.

"A Cimeira admitiu a União das Comorescomo um novo membro da SADC e observouque a avaliação do Burundi é um trabalho emcurso", lê-se em parte do comunicadodivulgado após a cimeira.

Os dois países - Comores e Burundi -manifestaram durante os últimos anos ointeresse em se juntar à SADC, que éconsiderada uma das comunidades económicasregionais mais estáveis e atraentes em África.

PARA MoSTRAR apoio e compromisso pararesolver o território disputado na região doMagrebe do Norte de África, a SADC realizaráuma Conferência de Solidariedade ao SaraOcidental.

Os líderes da SADC disseram que osresultados da conferência de solidariedadeserão partilhados com a Comissão da UniãoAfricana para sua consideração eimplementação.

O Sahara Ocidental é comumenteconhecido como República Democrática ÁrabeSaharaui, mas foi ocupado por Marrocos, queafirma que o território faz parte dele.

No entanto, uma série de organizaçõesinternacionais, incluindo as Nações Unidas e aUnião Africana, veem o Sara Ocidental comouma colônia. Portanto, a independência doSara Ocidental, verá o desaparecimento daúltima relíquia do colonialismo no continente.

A CIMeIRA aprovou a nomeação de umenviado especial para ajudar a resolver asituação política na República Democrática doCongo.

A Cimeira mandatou o presidente daSADC, Jacob Zuma, Presidente da África doSul, e o ex-presidente da SADC, o Rei MswatiIII da Swazilândia, para finalizar as consultassobre a nomeação do enviado especial.

O enviado especial para a RDC deverá serum antigo Chefe de Estado ou de Governo daregião.

A nomeação de enviados especiais tem sidoefetiva na resolução de conflitos na região. Oex-presidente sul-africano, Thabo Mbeki, foimediador com sucesso no então impassepolítico no Zimbabwe em 2008, enquanto o ex-presidente moçambicano Joaquim Chissanofez o mesmo em Madagáscar.

A RDC sofre alguma instabilidade desde2012, particularmente na parte oriental do país.

Além disso, há alguma incerteza sobre arealização de eleições, que inicialmente deviamdecorrer em 2016, mas foram adiadas paraDezembro deste ano. r

Comores torna-se o 16º Estado-Membro da SADC

Enviado especial para aRDC

SADC vai realizar Conferência de Solidariedadeao Sara Ocidental

A SeCReTÁRIA Executiva da SADC, Dra.Stergomena Lawrence Tax e o SecretárioExecutivo Adjunto para a Integração Regional,o Dr. Thembinkosi Mhlongo, foram investidospara servirem o seu segundo mandato.

A Dra. Tax é a sexta Secretária Executiva daSADC e a primeira mulher a ocupar o cargo.Ela foi nomeada na 33ª Cimeira da SADCrealizada no Malawi, em Agosto de 2013,enquanto o Dr. Mhlongo foi nomeado emOutubro do mesmo ano.

A Dra. Tax expressou sua apreciação pelaconfiança e oportunidade que lhe foiconcedida e pelo facto do Dr. Mhlongo servira região no Secretariado mais um mandato.

O Secretariado está empenhado emimplementar programas regionais no quadro

União das Comores

Secretária Executivo da SADC para segundo mandato

PARCERIA COM O SECT No desenvolvimento da indústria e d

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ória, África do Sul, sob o lema "Parcerias com o sector de valor". Esta edição da revista África Austral Hoje

A 37ª Cimeira da SADC elegeu membros da suaestrutura de liderança política para orientar aagenda de integração da região para o próximoano.

A Cimeira da SADC, composta por todos osChefes de Estado e de Governo da SADC dos 16Estados-Membros, será liderada pelo presidenteJacob Zuma, da África do Sul.

A Cimeira da SADC é responsável peladireção política geral e pelo controlo de funçõesda Comunidade, tornando-se a instituiçãosuprema de formulação de políticas da SADC.

É administrada num sistema da Troika quecompreende o Presidente em exercício daCimeira da SADC, o Presidente do País queacolherá a cimeira seguinte (o vice-presidenteem exercício) e o presidente cessante.

Portanto, a Troika da Cimeira é compostaagora pelo presidente Zuma (presidente emexercício), Presidente Hage Geingob, daNamíbia (vice presidente), e pelo Rei Mswati IIIda Suazilândia (presidente cessante).

O Sistema da Troika atribui autoridade a estegrupo de três líderes para tomar decisõesrápidas em nome da SADC que normalmente

Nova estrutura de Governação Política da SADC

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 5

Aproveitando Parcerias Público-Privadas

dos seus esforços para aumentar a integraçãoe o desenvolvimento.

"À medida que aspiramos a alcançar umnível mais elevado, promulgamoscontinuidade de dedicação e profissionalismopara que a comunidade pela qual servimospossa melhorar os padrões de vida do nossopovo e a situação socioeconómica através dodesenvolvimento uma comunidade regionalrobusta e significativa", disse o Dr. Tax.

Com sede em Gaborone, Botswana, aSecretariado da SADC é a principalinstituição executiva da SADC, responsávelpelo planeamento estratégico, facilitação ecoordenação e gerenciamento de todos osprogramas, actividades e projectos daSADC.r

A 37ª Cimeira da SADC deliberou sobre aexploração de formas de aproveitar o sectorpúblico e privado para trabalhar em conjuntopara promover o desenvolvimento económicosustentável na região.

A cimeira elogiou a África do Sul pororganizar a semana bem sucedida deindustrialização da SADC e instou os Estadosmembros a operacionalizar os resultados da

semana de industrialização, em parceria com osector privado no desenvolvimento deindústrias e cadeias de valor regionais.

As Parcerias Público-Privadas (PPPs) sãoconsideradas como um modelo viável paraatrair investimentos para projectos públicos,permitindo que os governos tenham maisacesso a capital adicional e financiamento forado balanço. r

e seu adjunto investidos

são tomadas nas reuniões de políticasprogramadas em intervalos regulares, bem comoassegurar a orientação política para asinstituições da SADC entre as cimeiras regularesda SADC. Outros Estados-Membros podem serconvidados para a troika, se necessário.

Este sistema foi efetivo desde que foiestabelecido pela Cimeira na sua reunião anualem Maputo, Moçambique, em Agosto de 1999.

O sistema da troika funciona no nível daCimeira, do Órgão, do Conselho de Ministros edo Comité Permanente de FuncionáriosSeniores.

A Cimeira geralmente se reúne uma vez porano em Agosto / Setembro, embora umaCimeira Extraordinária possa ser realizada entreCimeiras ordinárias quando necessário.

O órgão da SADC de Cooperação Política,Defesa e Segurança, que também opera emregime de troika, será presidido pelo presidenteangolano, José Eduardo dos Santos.

O Órgão tem o mandato de dirigir e forneceraos Estados Membros direção sobre assuntosque ameaçam a paz, segurança e estabilidade naregião. É coordenado no nível da Cimeira,composto por um Presidente, futuro Presidentee Presidente cessante, e apresenta relatórios aoPresidente da Cimeira da SADC.

O presidente zambiano, Edgar Lungu, é vice-presidente do órgão, enquanto o presidentetanzaniano, John Magufuli, é presidentecessante.

A Cimeira da SADC e a Troika dos Órgãossão mutuamente exclusivas, e o Presidente doÓrgão não cumpre simultaneamente apresidência da Cimeira. Tal como a Presidênciada Cimeira, a presidência do órgão é rotativaanualmente. A estrutura, as operações e asfunções do órgão são reguladas pelo Protocolosobre Cooperação Política, de Defesa eSegurança. r

TOR PRIVADO das cadeias regionais de valor

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6 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Outubro 2017

" SADC presa pela situação no Lesoto"

P A Z & S E G U R A N Ç A

que incluía militares,segurança, inteligência eperitos civis para o Reino, quefoi aprovada pela Cimeira daDupla Troika que se reuniu a15 de Setembro na África doSul.

A Cimeira da Troika manteveos termos de referência ecomposição do Comité deSupervisão conforme aprovadopela 37ª Cimeira da SADC eaprovou um mandato ecomposição ampliada de umtotal de 34 membros do Comitéde Supervisão para incluirmilitares, segurança,inteligência e especialistas civisa serem enviados para Lesothoimediatamente por um períodode um mês.

Em um Comunicadodivulgado logo após a reunião,a dupla cimeira observou que"havia uma necessidadeurgente de ajudar o Reino arestaurar a lei e a ordem, e umambiente pacífico favorável,entre outros, a implementaçãodas decisões da SADCespecificamente, Sector deSegurança e ReformasConstitucionais , bem como asrecomendações da Comissãode Inquérito ".

A este respeito, a SADCdisse que continuará ocupadacom a situação política noLesotho e está comprometidacom o processo de garantir oretorno à estabilidade políticano país ".

UM SILÊNCIo absolutoencheu a sala quando o recém-eleito Primeiro-Ministro doLesoto, Thomas Thabane,interrompeu a cerimônia deabertura da 37ª Cimeira daSADC realizada nos dias 19 e20 de Agosto em Pretória,África do Sul, para fazer "umimportante anúncio".

A ansiedade foi talvezdevido ao facto de que, desde2012, o Reino do Lesothoenfrenta alguma instabilidadepolítica, daí a preocupação deque o "anúncio importante"pudesse ser uma má notícia.

No entanto, o que se seguiua esse silêncio ensurdecedorforam risos e alegria, poisThabane queria anunciar queele estava se casando e,portanto, convidava a região ase juntar e se alegrar com elena cerimónia de casamento,que eventualmente aconteceuno dia 27 de Agosto e contoucom a presença de váriospessoas da região.

Avanço rápido até 5 deSetembro.

Um silêncio mais sério egenuíno envolveu a SADCmais uma vez após oassassinato do Chefe doExército do Lesotho.

A SADC condenou oassassinato do Comandante daForça de Defesa do Lesotho(LDF), o Tenente-GeralKhoantle Motsomotso,dizendo que o incidentepoderia afectar os esforçospara promover e encontraruma solução duradoura para asituação política no país.

"A SADC desejatranquilizar todos os cidadãosdo Lesotho, Estados-Membrose toda a comunidadeinternacional que a SADCcontinua ocupada com aevolução no Reino do Lesothoe não poupará esforços paragarantir a manutenção e orestabelecimento da paz e dasegurança duradouras aoReino do Lesotho. "

O Lesotho sofreinstabilidade políticarecorrente desde 2012,incluindo um suposto golpeem 2014, e realizou trêseleições nacionais dentro decinco anos.

As eleições forammotivadas por votos de faltade confiança aprovados contraos respectivos PrimeirosMinistros pelo Parlamento.

O assassinato deMotsomotso a 5 de Setembroocorreu após de um incidentesemelhante em Junho de 2015,quando o ex-Chefe do Exército,o General Maaparankoe Mahao,foi assassinado, mergulhando opaís numa crise.

Motsomotso foi baleado emsua casa por um grupo desoldados que foram demitidosrecentemente.

A ex-esposa de Thabanetambém foi baleada e mortaalguns dias antes da suainvestidura. Thabane e suaesposa se separaram e já nãoestavam vivendo juntos.

Essas violentas lutas depoder no exército ameaçam apaz e a segurança no país.

Como referido por todos osoradores na investidura deThabane, como o novoprimeiro-ministro do Lesoto, a16 de Junho, há necessidade doLesotho canalizar os seusrecursos para encontrar umasolução duradoura para suainstabilidade política e garantirque o país possa se concentrarmais em questões ded e s e n v o l v i m e n t osocioeconómico. sardc.net r

"Este desenvolvimento(assassinato de Motsomotso) éuma séria ferrugem e recuo aosesforços em curso pararestaurar a paz, segurança eestabilidade ao Reino doLesotho", disse o Presidente doÓrgão da SADC deCooperação Política, Defesa eSegurança, o Presidenteangolano, José EduardoSantos, em um comunicado.

"É uma ocorrência infeliz queameaça a paz e a segurançaprevalecentes da região daSADC como um todo".

Para evitar a possibilidadede uma maior deterioração dasegurança no país, a SADCimediatamente implantou umamissão ministerial deinvestigação do facto noLesotho de 7 e 10 de Setembro.

A Missão foi constituídapelo presidente da SADC,Jacob Zuma, da África do Sul,ministros da troika órgão, bemcomo especialistas em defesa esegurança.

A Missão de Investigaçãodos Factos realizou umaavaliação da situação desegurança e realizou reuniõescom todas as principais partesinteressadas no Reino doLesotho para estabelecer ascausas profundas doassassinato e, posteriormente,recomendar os cursosadequados de acção.

Uma das recomendações foia implantação de uma Força

Facilitador da SADC e vice-Presidente Sul-Africano, Cyril Ramaphosa (a esquerda), reune-se com o Primeiro Ministro , Pakalitha Mosisili, no Lesotho

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ENERGIA RENOVÁVEL BIOCOMBUSTÍVEIS Oportunidades e Desafios na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC)

Sumário da Política de Energia No. 13

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Ouso de biocombustíveis como fonte alternativa deenergia é cada vez mais abrangente no mundo, já

que o mundo está buscando reduzir as emissões de car-bono dos combustíveis fósseis que causam o aqueci-mento global. Alguns países, como o Brasil, jáimplementaram iniciativas bem sucedidas de biocom-bustíveis. No entanto, na África Austral e em outrospaíses do continente, o desenvolvimento de biocom-bustíveis permanece estagnado apesar do potencial deprodução de biocombustíveis na região. Este Resumo daPolítica destaca algumas das oportunidades e desafiospara impulsionar o desenvolvimento de biocombustíveisna região para permitir a provisão de suprimentos en-ergéticos limpos e adequados para avançar a agenda deintegração e desenvolvimento.

O que são biocombustíveis?

O termo biocombustíveis refere-se a uma amplagama de combustíveis, como biodiesel e etanol, quesão derivados de plantas e outras matérias orgâni-cas. Por exemplo, o biodiesel é obtido a partir deóleos orgânicos, principalmente gorduras vegetaisou animais e graxas recicladas. O etanol é pro-duzido a partir de culturas com teor de açúcar,como a cana-de-açúcar, a soja doce e as culturascom teor amido como o milho, a mandioca ouqualquer tipo de grão ou tubérculo. É feita uma dis-tinção entre biocombustíveis primários e se-cundários. No caso dos biocombustíveis primários,os materiais orgânicos são utilizados de forma nãoprocessada, principalmente para aquecimento, co-zinha ou produção de electricidade. Os biocom-bustíveis secundários resultam do processamentode biomassa e incluem biocombustíveis líquidos,como etanol e biodiesel, que podem ser utilizadosem veículos e processos industriais.

Porquê é que os biocombustíveis sãoimportantes para a SADCA África Austral está experimentando um crescimento semprecedentes e sustentado com uma população que agoraatinge 305 milhões de acordo com o último AnuárioEstatístico da SADC. No entanto, apenas cinco por centodas áreas rurais da região têm acesso à electricidade; e aregião cai para trás de outras Comunidades Económicas

Regionais (CER) em África em relação ao acesso àelectricidade, com apenas 24% dos cidadãos que têmacesso, enquanto na África Oriental e África Ocidental osnúmeros estão em 36% e 44%, respectivamente. Portanto,a região precisa de investir mais recursos para estabelecerum sector energético vibrante e próspero que seja capaz desustentar o desenvolvimento socioeconômico, incluindo aagenda de industrialização.

Uma forma de aumentar a produção de energia éaproveitar fontes alternativas de energia, como osbiocombustíveis, que fornecem uma fonte de energiarenovável (RE). RE é considerada como uma fonte deenergia mais limpa do que as fontes tradicionais, como ocarvão, que estão se esgotando rapidamente e causandodanos ambientais através da extração e uso. A produção debiocombustíveis é uma opção favorável para a região pordiversas razões, uma vez que os biocombustíveis sãoproduzidos a partir de culturas energéticas sustentáveis, quetem um bom potencial agrícola. Existe um forte incentivopara expandir o uso e a produção de biocombustíveis numaaltura em que os aumentos dos preços do petróleopersistem e pressionam os recursos cambiais, dificultandoo desenvolvimento socioeconómico na SADC.

Benefícios do aproveitamento de bio-combustíveisOs benefícios potenciais dos biocombustíveis são imen-sos. Além de serem produzidos a partir de culturas en-ergéticas sustentáveis, os biocombustíveis podemdesempenhar um papel fundamental no fortalecimentoda segurança energética da região e podem contribuirpara o desenvolvimento das infra-estruturas na ÁfricaAustral. A produção de biocombustíveis pode criar em-prego e estimular a agricultura. Alguns benefícios poten-ciais para o aumento da produção e uso debiocombustíveis na SADC incluem:• Economia de moeda estrangeira por redução no vol-ume de importações de combustíveis fósseis;

• Segurança energética melhorada;• Redução das emissões de gases de efeito estufa quecausam mudanças climáticas;

• Aumento do uso e produção de energia limpa;• Solos melhorados, já que a maioria das plantas oleagi-nosas são plantas que fixam nitrogênio que permitemque os elementos de nitrogênio, fósforo e minerais re-tornem ao solo;

• A maioria dos programas de biocombustíveis tem po-tencial para deter o desmatamento e a desertificação,

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pois podem incluir o uso de árvores resistentes àseca e oleaginosas, como jatropha e pongamia;

• No caso de uma fome, as culturas energéticas ini-cialmente identificadas para a produção de biocom-bustíveis podem ser reatribuídas para consumohumano.

Oportunidades para que a SADCaproveite os biocombustíveis A SADC tem um grande potencial para produção,processamento e utilização de matérias-primas parabiocombustíveis. A região é extremamente dotada deterras aráveis e vastos recursos hídricos, incluindo al-guns dos maiores rios da África, como o Congo e oZambeze. A região da SADC possui os ingredientesnecessários para cultivar culturas energéticas como omilho, a cana-de-açúcar e a mandioca que sãonecessários para a produção de biocombustíveis. Alémdisso, a ecologia da região pode acomodar culturas en-ergéticas, e a produção dessas culturas não irá perturbara produção de alimentos. Com uma abundância de recursos hídricos, opotencial de produção de biocombustíveis é grande,particularmente se os agricultores da região foremencorajados a abraçar as culturas energéticas e cul-tivá-las para produzir o combustível necessário paraveículos e máquinas na região, bem como querosenepara cozinhar e iluminar. Tal desenvolvimento tempotencial para aumentar a maioria dos pequenosagricultores da SADC. O impulso para a produção de biocombustíveis podeafectar as melhores práticas agrícolas e evitar adegradação ambiental associada à agricultura moderna,se guiado por um conjunto de critérios de sustentabili-dade que são sensíveis aos métodos de produção e à escalaoperacional. A produção de matéria-prima de biocom-bustíveis pode proporcionar uma safra comercial adi-cional para os agricultores, apoiando assim um sistemade cultivo diversificado. A produção de biocombustíveispode aumentar os rendimentos rurais e, se bem gerida,pode capacitar as mulheres através do desenvolvimentode habilidades agrícolas para matéria-prima de biocom-bustíveis. No entanto, a capacidade das mulheres ruraispara tirar proveito dessas oportunidades depende de umambiente legislativo propício e do investimento emserviços de extensão e treinamento de habilidades. A pesquisa mostrou que a produção e uso debiocombustíveis pode reduzir a pobreza e promovero desenvolvimento socioeconómico. Por exemplo, seos agricultores produzem biocombustíveis que sãousados para o transporte, os custos de distribuiçãoirão diminuir e haverá um mercado garantido paraos produtos. A nível macroeconómico, a produção debiocombustíveis poderia empregar milhões de tra-balhadores rurais, aumentando assim o crescimentoeconómico. A maioria dos Estados membros daSADC pode economizar em custos de importação eganhar divisas através do uso de biocombustíveis e,como os benefícios são imediatamente re-injectados

na economia, os biocombustíveis têm o potencial degerar um crescimento sustentável. O sector de ener-gia da SADC dependerá menos dos caprichos exter-nos e das taxas de câmbio e produzirá energia limpa,contribuindo para um ambiente limpo.

Desafios para o aproveitamento de bio-combustíveisUm dos desafios para a produção em larga escala debiocombustíveis é que isso pode ameaçar a segurançaalimentar na região, especialmente nos casos em que aprodução agrícola pode ser desviada de culturasalimentares para culturas energéticas. Nessa situação, ospreços dos alimentos poderiam aumentar, impactandoassim em renda baixa em áreas urbanas e rurais. O cultivode culturas alimentares pode competir diretamente comculturas energéticas de múltiplas formas, incluindocompetição por terra, investimento e água. O desvio deterras das culturas alimentares para o fabrico debiocombustíveis pode ter sérias consequências, incluindoo impacto ambiental que poderia encorajar odesmatamento à medida que a terra é liberada para abrircaminho para a produção, daí a importância de asseguraruma produção sustentável. Outro desafio é que a maioria dos programas debiocombustíveis, particularmente os que se concentramem jatropha, basearam-se em informações muitolimitadas sobre a qualidade do solo, as condiçõesclimáticas e os requisitos de nutrientes e sofreu com a faltade distribuição de combustível e capacidade de refinação.Como resultado, vários investidores internacionais emMoçambique e Zâmbia retiraram-se do mercado,deixando uma enorme lacuna na produção de biodiesel.Os desafios com a infestação de insetos, baixosrendimentos e necessidades de grandes quantidades deágua do que o esperado afectaram a indústria de jatropha,e esforços estão em curso regional e internacional pararealizar a criação seletiva para produzir variedades dejatropha que se adequam melhor às condições na ÁfricaAustral.

Situação actual de biocombustíveis naSADCOs países da SADC adoptam lentamente o uso e aprodução de biocombustíveis como um substitutoparcial dos combustíveis fósseis no sector de transporte.Por exemplo, o etanol da cana-de-açúcar é produzidoe misturado com gasolina em vários estados membrosda SADC que produzem açúcar. O biodiesel tambémé produzido na região da SADC e é feito de óleosvegetais. No entanto, a produção de biocombustíveisna região da SADC ainda não é generalizada, e apenaso Malawi, a África do Sul e o Zimbabwe estãoactualmente produzindo biodiesel. O Malawi e o Zimbabwe estão no processo deexigir o aumento dos índices de mistura de etanol eestão explorando a possibilidade de operar veículos da

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frota em etanol puro nos próximos anos. No Malawi,as instalações de processamento de etanol operam hámais de 25 anos e o Zimbabwe produziu etanol paramistura nos anos 80 por um período e agora retomou. Outros países com pequenas indústrias de açúcar,como Angola, Moçambique, Tanzânia e Zâmbia estãomonitorando desenvolvimentos e considerando umaconversão em baixas misturas de etanol paracompensar o custo do combustível importado. Em2014, Angola lançou a central BioCom de 32 milhõesde litros / ano para produzir etanol exclusivamente paratransporte de veículos. A região da SADC possui umgrande potencial para a produção de etanol a partir decana-de-açúcar e outras culturas, como castanha decaju, mandioca, milho, cítricos e culturas relacionadas. A África do Sul tem participado dodesenvolvimento de biocombustíveis e publicou umaEstratégia Industrial de Biocombustíveis em 2006, quefoi revista após consulta pública e finalizada em 2007.O objectivo da estratégia foi estimular odesenvolvimento de uma indústria para a produção,refinação e distribuição de biocombustíveis, visandoalcançar um deslocamento de dois por cento decombustíveis fósseis em cinco anos. Depois de nãocumprir este objectivo através de incentivos fiscais,como os descontos sobre o imposto sobre ocombustível, alguns governos decidiram tornar amistura obrigatória, começando no final de 2015. Oobjectivo será B5 para biodiesel e entre E2 e E10 para oetanol na gasolina. A Zâmbia planeia entrar na produção debiocombustíveis. Em 2014, a Corporação de EnergiaCopperbelt anunciou que construiu uma instalação debiodiesel em Kitwe com uma capacidade de 1 milhãode litros por dia, que seria totalmente utilizada parafornecer o próprio equipamento da empresa. Umarevisão de 2014 sobre a situação da indústria debiocombustíveis na África Austral indicou queprojectos de biodiesel de jatropha sustentáveis podemser encontrados em Madagáscar, Malawi eMoçambique.

Considerações políticas para aumentara produção de biocombustíveisOs Estados Membros da SADC devem consideraras seguintes opções políticas para expandir a pro-dução e o uso de biocombustíveis na região:• Estabelecer um quadro institucional para pro-mover os biocombustíveis através do estabelec-imento de um Conselho de Desenvolvimentode Biocombustíveis ou de uma organizaçãoautónoma similar para coordenar todos os as-pectos dos programas de biocombustíveis naregião;

Lições de biocombustíveis do BrasilO Brasil foi o primeiro país a iniciar umimportante programa de biocombustíveis nadécada de 1970. A base foi o etanol, produzido apartir do programa maciço de açúcar de cana dopaís. O Brasil construiu a sua política debiocombustíveis principalmente através de umaindústria de cana-etanol bem estabelecida e emum sector emergente de biodiesel. O governoestabeleceu incentivos regulatórios e económicospara estimular esses sectores, como isençõesfiscais, crédito barato através de bancos públicose mandatos de mistura para garantir mercadoscativos. Um padrão de propriedade altamenteconcentrado e uma alocação desejada de encargose benefícios significam que o agronegócio da canacapturou todo o valor acrescentado, enquanto ospobres rurais só participam como migrantessazonais. Além disso, a expansão em relação àsfazendas de pequenos agricultores e às terrasindígenas afectou o perfil social do sector. Pararesolver isso, o Brasil tentou compensar essasquestões através de um programa de biodieselsocialmente orientado que promove o cultivo dematéria-prima entre os pequenos agricultores e oestabelecimento de esquemas de agriculturacontratada com indústrias de biodiesel. Para promover a diversidade e encorajar aspartes a honrar os contratos, o governo mobilizoumovimentos sociais rurais, incluindo a revisão dapolítica de biodiesel que levou à criação de umasubsidiária Petrobrás Biocombustíveis para seenvolver com pequenas partes interessadas,distribuir sementes de maior qualidade e darpoder aos pequenos agricultores para alavancarcontratos, contribuindo assim para a segurançaalimentar. Como resultado, o programaencontrou-se com sucesso crescente em termosde geração de renda e o número de pequenosproprietários afiliados.

• Estudar a ampla experiência global em todos osaspectos dos biocombustíveis, incluindo políticas,matérias-primas, tecnologias e modelos de negó-cios;

• Desenvolver uma visão e missão regional sobrebiocombustíveis, que pode ser harmonizada paracriar um programa regional;

• Formular e adoptar políticas holísticas eamigáveis sobre biocombustíveis, e uma estratégiaprática para implementação;

• Assegurar aos agricultores a aquisição dematéria-prima de biocombustíveis a um preçode suporte mínimo, em caso de excedentestemporários;

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• Formular padrões práticos e simples como umaprioridade;

• Aumentar a consciencialização sobre o potencialpara a produção de biocombustíveis na região daSADC para permitir que os países tenham toda ainformação necessária para planear quaisquer in-vestimentos no desenvolvimento de biocom-bustíveis; e,

• Apresentar projectos pilotos o mais rápido pos-sível para demonstrar a tecnologia e a capacidadede trabalho do programa de biocombustíveis.

Próximos passos e conclusãoPara lidar com à situação energética actual, a regiãoda SADC exigirá que as partes interessadas apoiemo aumento do uso e produção de fontes de energia

renováveis, como os biocombustíveis. Conformeindicado, o potencial para a produção debiocombustíveis é significativo na África Austral.Por conseguinte, é necessário reforçar a formulaçãode políticas para promover a produção debiocombustíveis, particularmente quando acomunidade global está aquém das fontestradicionais de energia, bem como os aumentospersistentes dos preços do petróleo que esticaramrecursos financeiros e dificultaram odesenvolvimento socioeconómico. Odesenvolvimento e o uso de biocombustíveis detémenorme potencial para a região da SADC e para aseconomias nacionais. Os Estados membros daSADC devem adoptar a prioridade de uso eprodução de biocombustíveis.

ReferênciasBastos, L. 2012. An Institutional Analysis of Biofuel Policies and their Social Implications: Lessons from Brazil, India and In-donesia, Occasional Paper Nine, Social Dimensions of Green Economy and Sustainable DevelopmentECA 2006. Sustainable Energy: A Framework for New and Renewable Energy in Southern Africa. Economic Commission forAfrica, Southern Africa OfficeIEA 2011. Technology Roadmap: Biofuels for Transport, International Energy Agency, Paris, FranceIEA 2004. Bio-fuels for Transport: an International Perspective. International Energy Agency, May 2004IRENA 2015. Africa 2030: Roadmap for a Renewable Energy Future. IRENA, Abu Dhabi.IPCC 2011. Special Report on Renewable Energy Sources and Climate Change Mitigation, Intergovernmental Panel on ClimateChangeREN21 2015. SADC Renewable Energy and Energy Efficiency Status Report. REN21 Secretariat, Paris. SADC 2015. SADC Regional Indicative Strategic Development Plan – Revised. Gaborone, Botswana SADC 2015. SADC Statistical Yearbook 2015. Gaborone, Botswana SADC 2012. Regional Infrastructure Development Master Plan. SADC Secretariat, Gaborone.SADC 2010. SADC Regional Energy Access Strategy and Action Plan. SADC Secretariat, GaboroneSADC 2009. Statement by SADC Energy Ministers, Maputo, Mozambique, April 2009 SADC 2005. Feasibility Study for the Production and Use of Biofuel in the SADC region, Gaborone, Botswana.SADC 2004. Joint Statement by SADC Senior Officials of Food, Agriculture and Natural Resources and Infrastructure andServices, Gaborone, Botswana SADC 1996. Protocol on Energy in the Southern African Development Community Region. SADC Secretariat, GaboroneSADC, SARDC 2016. SADC Energy Monitor 2016: Baseline Study of the SADC Energy Sector. Gaborone, HarareSADC, SARDC 2014. Renewable Energy: Future of SADC Energy Sector. Southern Africa Today/SADC Today, Vol 17 No.2,SADC, SARDC, Gaborone, HarareSARDC 2005. SADC countries embark on biomass energy conservation. Southern African News Features 05 No.66, August2005, SARDC, HarareSekoai, Patrick 2016. Biofuel Development Initiatives in Sub-Saharan Africa: Opportunities and ChallengesUtrecht University 2013. Impacts of Biofuel Production Case Studies: Mozambique, Argentina and Ukraine. Annexes to theFinal Report, Utrecht, Netherlands, November 2013UN Energy. Sustainable Bioenergy: A Framework for Decision Makers, The UNIDO Biofuel Strategy

Este resumo da política é produzido pelo SARDC através do projeto Comunicando Energia na África Austral, fi-nanciado pela Agência Austríaca de Desenvolvimento. A responsabilidade do conteúdo deste sumário é dos autores.A informação e as análises não refletem a posição oficial da Agência Austríaca de Desenvolvimento. Maio 2017

Julius K. Nyerere House15 Downie Avenue, Belgravia, Harare, Zimbabwe

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Ao desenvolver esta perspec-tiva, os cientistas do climalevaram em conta os factoresoceânicos e atmosféricos que in-fluenciam o clima sobre a regiãoda SADC e, em particular, a ElNiño-Oscilação do Sul (ENSO)que está actualmente em faseneutra, portanto, não é provávelque cause condições de seca.

Muitas regiões dos trópicosglobais e subtropicais exibemanomalias climáticas que se cor-relacionam com a Oscilação doSul de El Niño, fenômeno naturalque envolve a flutuação das tem-peraturas oceânicas no Pacíficoequatorial.

Para se preparar melhor paraquaisquer perigos futuros, aÁfrica Austral implementou umasérie de estratégias para fortale-cer os seus sistemas de mitigaçãoe aviso prévio.

Essas estratégias incluem o es-tabelecimento de um Centro deProcessamento de DadosClimáticos para fornecer infor-mações oportunas de avisoprévio, como previsão de poten-cial de inundação e seca, e inícioda estação chuvosa, além de avi-sos climáticos e informações.

Outras medidas são aaprovação da Estratégia de Pron-tidão e Resposta a Desastres daSADC 2016-2030 para fortalecer apreparação, os mecanismos de re-sposta e a recuperação de catástro-fes, bem como os planos para criarum fundo para desastres.

O SARCOF-21 realizou-se sobo tema "Minimizar os impactosnegativos dos perigos hidro-mete-orológicos sobre o desenvolvi-mento socioeconómico através deinformações de alerta climático naÁfrica Austral". sardc.net

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 11

A ÁFRICA Austral deverá regis-tar variados padrões de precipi-tação para a próxima campanhaagrícola.

De acordo com uma declar-ação do 21º Fórum Regional daÁfrica Austral para a PrevisãoClimática (SARCOF-21), a regiãoreceberá menos chuvas noperíodo de Outubro a Dezembro,enquanto chuvas abundantespoderão ocorrer de Janeiro aMarço de 2018. Veja a tabelamostrando os padrões de chuva .

O SARCOF-21 fez a previsãona sua recente reunião anual real-izada de 23 a 25 de Agosto emGaborone, no Botswana.

A previsão indica que a maiorparte da região receberá menoschuvas, descritas como "chuvasnormais com tendência paraabaixo do normal" no período deOutubro a Dezembro e chuvasabundantes, "normais comtendência para acima do normal"no período de Janeiro a Março de2018.

As áreas com probabilidadede receber grandes quantidadesde chuvas, tanto na primeiracomo na segunda metade daépoca são a RepúblicaDemocrática do Congo (RDC), onorte da Tanzânia, os Estados dasilhas, a metade do leste doBotswana, a metade do sudoestedo Zimbabwe, o sul de Moçam-bique, o leste do Madagáscar, amaior parte norte da África doSul e da Swazilândia.

Outras áreas com probabili-dade de receber chuvas elevadasno período de Outubro a Dezem-bro incluem o extremo sudoesteda Zâmbia, região do Zambezeda Namíbia, sudeste de Angola eleste do Lesotho.

O resto da África Austral, ex-cepto as áreas mencionadasacima, tem chances de receberchuvas abaixo do normal noperíodo de Outubro a Dezembrode 2017.

De Janeiro a Março de 2018,quase todo o sul da África deveráreceber precipitação abundante,com excepção de poucas áreas.

Áreas com chances de receberchuvas abaixo da normal na se-gunda parte da época são a ponta

sudoeste de Angola, margensocidentais da Namíbia e sudoesteda África do Sul.

Com base nesta perspectivade precipitação, os agricultorespodem ser avisados para cultivarvariedades de ciclo curto, bemcomo escalar as suas datas deplantio.

As perspectivas são, no en-tanto, apenas relevantes para in-tervalos sazonais e áreasrelativamente grandes e podemnão ser totalmente responsáveispor todos os factores locais eintra-sazonais que influenciam avariabilidade climática.

Portanto, é crítico que osagricultores e outros usuários en-trem em contato com seus es-critórios meteorológicos ehidrológicos nacionais para mel-hor interpretação e actualizaçõesregulares.

A 37ª Cimeira da SADC real-izada de 19 a 20 de Agosto emPretória, na África do Sul, exor-tou os Estados-Membros a tomarmedidas urgentes para melhorara segurança alimentar con-siderando as possibilidades dechuvas abaixo do normal entreOutubro e Dezembro de 2017.

A Cimeira também exortou ospaíses a não vender todos os ali-mentos para que tenham reser-vas caso época 2017/18 nãofuncione bem e também para im-plementar planos de contingên-cia, como a colheita de água parairrigação e agricultura inteligentepara o clima, entre outros.

A previsão de precipitação2017/18 foi formulada por cientis-tas climáticos dos Serviços Meteo-rológicos e / ou HidrológicosNacionais dos Estados Membrosda região e do Centro de ServiçosClimáticos da SADC, com in-sumos adicionais de outros cen-tros globais de previsão climática.

Os especialistas em clima sereúnem todos os anos em Agostopara rever a época de chuvas naSADC e discutir os impactos po-tenciais do clima sideral em out-ros sectores socioeconómicos,incluindo gestão do risco de de-sastres, segurança alimentar,saúde, recursos hídricos e gestãode energia hidroeléctrica.

A G R I C U L T U R A

Padrão misto de chuvas para a SADC

Fonte: SARCOF 21

Período Outubro a Dezembro de 2017

Período Janeiro a Março de 2018

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actividades e projectos da SADC. O Conselho de Ministros daSADC supervisiona ofuncionamento e odesenvolvimento da SADC,garantindo que as políticasregionais sejam devidamenteimplementadas. A este respeito, tanto aNkoana-Mashabane, que éMinistra das RelaçõesInternacionais e Cooperação daÁfrica do Sul, como a Dra. Tax,assumem a responsabilidade degarantir que os benefícios depertencer a uma comunidadepartilhada na África Australcontinuem a ser apreciados e oimpacto sentido nas vidas dosCidadãos da SADC. Durante o mandato de um anocomo Presidente do Conselho deMinistros, Nkoana-Mashabanedeverá orientar o Secretariado daSADC sobre a implementação deprogramas regionais, enquanto aDra. Tax assegurará que asdecisões da 37ª Cimeira da SADCsejam implementadas nospróximos 12 meses. Isso incluirá garantir que oimpulso construído desde 2014em termos de implementação daagenda de industrialização sejamantido como parte dos esforçosregionais para se transformar deuma economia baseada emrecursos para uma economia basebaseada no conhecimento que seja

capaz de acrescentar valor aosseus próprios recursos naturais ecompetir fortemente nosmercados globais. A SADC, ao longo dos anos,fez progressos significativos napromoção da igualdade de géneroe da equidade na região.De facto, a igualdade de géneroestá firmemente enraizada naDeclaração e no Tratado queestabeleceram a comunidadepartilhada da SADC e os EstadosMembros percebem plenamenteque a igualdade e oempoderamento de mulheres ehomens é crucial para aconsecução do desenvolvimentosustentável. Isso se reflete claramente nasconstituições da maioria dospaíses da SADC que prevêem acriação de quadros legais queproíbam a discriminação combase no género e outrasdiferenças. Alguns países tambémlegislaram sobre sistemas de acçãoafirmativa e de contingentes quegarantem a participação e a

representação das mulheres noscargos de decisão política e outros. De acordo com o Monitor doGénero e Desenvolvimento daSADC 2016, quatro Estadosmembros estão entre os 20maiores países do mundo com omaior número de mulheres noParlamento e outros cargosdecisórios importantes. Estes são Seychelles, África doSul, Namíbia e Moçambique,seguidas de perto por Angola,República Unida da Tanzânia eZimbabwe. No sector da educação, asdiferenças de género nos níveis dealfabetização continuam a reduzir,com o Botswana, Lesotho,Seychelles e Swazilândiaapresentando grandes taxas dealfabetização para mulheres emcomparação com homens. O Protocolo Revisto da SADCsobre Género e Desenvolvimento,aprovado na 36ª Cimeira daSADC realizada no Reino daSwazilândia em Agosto de 2016,visa alinhar o protocolo comdisposições de outrosinstrumentos, como osrelacionados aos Objectivos deDesenvolvimento Sustentável, aAgenda 2063, e a Estratégia eRoteiro de Industrialização daSADC. O protocolo revisto prevê oempoderamento das mulheres, aeliminação da discriminação e aconsecução da igualdade e daequidade de género através dapromulgação de legislaçãofavorável ao género eimplementação de políticas,programas e projetos. sardc.net r

o eVeNTo não teve nada a vercom o Mês da Mulher anual que écelebrado na África Austral emAgosto para recordar os sacrifíciose a contribuição das mulheres naluta pela igualdade social. Em vez disso, a visão de MaiteNkoana-Mashabane e da Dra.Stergomena Lawrence Taxdirigida aos meios decomunicação antes da 37ª Cimeirada SADC na África do Sul foi umaclara afirmação de que asmulheres continuam a contribuirpositivamente para oaprofundamento da integraçãoregional e do desenvolvimentosustentável na África Austral. Nkoana-Mashabane é a novaPresidente do Conselho deMinistros da SADC, enquanto aDra. Tax é a Secretária Executivada SADC. Na verdade, a Dra. Tax é aprimeira mulher a assumir o cargono Secretariado da SADC e, desdea sua nomeação na Cimeira deAgosto de 2013 em Lilongwe, oMalawi mostrou que "odesempenho é fundamental e nãogénero" na ocupação de cargosimportantes de tomada de decisão Com sede em Gaborone,Botswana, o Secretariado daSADC é a principal instituiçãoexecutiva da SADC, responsávelpelo planeamento estratégico,facilitação e coordenação e gestãode todos os programas,

A ReUNIÃo dos líderes daSDAC, na 37ª Cimeira dos Chefesde Estado e de Governo realizadaem Pretória, África do Sul,"elogiou os Estados membrosque alcançaram a paridade dogénero 50:50 nos cargos políticose de tomada de decisão no sectorpúblico e sector privado". ocomunicado final emitido após aCimeira de 19 a 20 de Agosto,indica que os líderes "exortaram

os Estados membros que nãoatingiram o objectivo de seesforçar para atingir o objectivoem todos os níveis". Uma das questões discutidaspelo Conselho de Ministros daSADC antes da Cimeira foi umpedido dos ministros de géneropara rescindir sua decisão decolocar a Unidade de génerosob a Direção deDesenvolvimento Social e

Humano, no meio apreocupações de que issopoderia dificultar os ganhosfeitos em relação ao géneroigualdade na região. OsMinistros da SADCresponsáveis pelo Género eAssuntos da Mulher, que sereuniram na Swazilândia emJunho, expressaram suapreocupação com o movimentoproposto. r

Estados membros da SADC solicitados à alcançar a paridadede género

G É N E R O

Mulheres dirigem a agenda deintegração da SADC

por Nyarai Kampilipili e Kizito Sikuka

Maite Nkoana-Mashabane (a esquerda) e a Dra. Stergomena Lawrence Tax falando àimprensa antes da 37ª Cimeira da SADC na África do Sul.

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 13

por Kizito Sikuka

A ReGIÃo deve redobrar seusesforços e garantir que osbenefícios de pertencer a umacomunidade compartilhada do sulda África sejam apreciados ealcançar a vida de todos oscidadãos.

Isto foi dito pelo novopresidente do Conselho deMinistros da SADC, MaiteNkoana-Mashabane, na 37ªSessão da SADC realizada emPretória.

Nkoana-Mashabane, que éMinistra das RelaçõesInternacionais e Cooperação daÁfrica do Sul, disse que a SADCpertence aos seus cidadãos, peloque é fundamental que aintegração regional beneficie aspessoas.

"Como líderes regionais,carregamos a responsabilidadede melhorar substancialmente aqualidade de vida das pessoas danossa região e realizar umdesenvolvimento económicosustentável", disse ela.

"Para este fim, não podemosachar que estamos querendo oufalhar. Como tal, devemoscomprometer os recursosadequados e fazer um esforçoconcertado para cooperar emconjunto para a SADC quequeremos".

Ela disse que os Estadosmembros devem continuar a"apoiar o Secretariado da SADCpara cumprir o seu programa detrabalho anual e fortalecer acapacidade e eficáciainstitucional do Secretariado".

Com sede em Gaborone,Botswana, o Secretariado é aprincipal instituição executiva daSADC, responsável peloplaneamento estratégico,facilitação e coordenação e gestão

de todos os programas,actividades e projectos da SADC.

A este respeito, umSecretariado com recursossuficientes asseguraria que váriosprogramas regionais, como aEstratégia e o Roteiro deIndustrialização da SADC, e oPlano Estratégico Indicativo deDesenvolvimento Revisado(RISDP) sejam totalmenteimplementados em benefício daregião.

Nkoana-Mashabane disse que,durante seu mandato comopresidente da SADC, a África Sulimpulsionará a agenda deintegração e sempre "permanecerácolectivamente aproveitada com aresponsabilidade de melhorar avida do nosso povo".

"Guiado pelas nossasprioridades identificadas, bemcomo pela liderança demonstradapor presidentes anteriores, o temada África Sul para a presidência daSADC e a 37ª Cimeira da SADC éa parceria com o sector privado nodesenvolvimento de indústrias ecadeias regionais de valor ", disseela.

"O tema aborda a importânciajá identificada da industrializaçãopara a prosperidade da região ebusca fortalecer a capacidade daregião para realizar aindustrialização e transformaçãoeconómica através da parceriacom o sector privado".

Ela disse que durante apresidência da África do Sul ofoco será no processamentoagropecuário, no beneficiamentomineral e nas cadeias de valorfarmacêutico.

O presidente cessante doConselho de Ministros da SADC,o Príncipe HlangusemphiDlamini, do Reino daSwazilândia, disse que aintegração regional deveria tercomo objectivo fazer umamudança positiva nas vidas doscidadãos da SADC.

"É claro que todos devemospermanecer resolutos naerradicação da pobreza paramelhorar o bem-estar daspessoas da região", disseDlamini, Ministro da Política eDesenvolvimento Económico daSwazilândia.

Solicitou aos Estados-Membros que continuemtrabalhando juntos naimplementação de programasregionais.

Os principais destaques dasrealizações do ano passadoincluem a adopção do Plano deAcção Orçamentado da Estratégiae Roteiro de Industrialização daSADC, o perfil dos sectoresmineral e farmacêutico, bem comoa aprovação do Plano Regional deInvestimentos Agrícolas 2017-2022.

O Conselho de Ministros daSADC supervisiona ofuncionamento e odesenvolvimento da SADC egarante que as políticas sejamdevidamente implementadas.

Integra ministros de cadaEstado membro, geralmenteresponsáveis pelos NegóciosEstrangeiros, PlaneamentoEconómico ou Finanças, e se reúneduas vezes por ano em Janeiro /Fevereiro e imediatamente antesda Cimeira em Agosto / Setembropara definir a agenda para líderesregionais. sardc.net r

C O M U N I D A D E

"Cidadãos devem tirar proveito por pertencer à SADC"

A CoMISSÃo Económica dasNações Unidas para a Áfricaelogiou a SADC pelos seusesforços para impulsionar aintegração regional e garantirque os seus cidadãos desfrutemdos benefícios de pertencer auma comunidade partilhada naÁfrica Austral. A Secretária Executiva daUNECA, a Dra. Vera Songwe,disse que a região deve redobraro seu compromisso de alcançar aintegração regional e usar a suaforça coletiva para lidar comquaisquer desafios que possam

dificultar o desenvolvimentosustentável. "A SADC é o lar de algumasdas economias africanas maisliberais, algumas das quais jáalcançaram até 100% nasnegociações da Área de ComércioLivre Tripartida COMESA-EAC-SADC (CFTA)", disse ela. A TFTA pretende estabelecero maior mercado integrado emÁfrica, envolvendo 26 países doMercado Comum para a ÁfricaOriental e Austral (COMESA), aComunidade da África Oriental(EAC) e a SADC.

A Dra. Songwe disse que aÁrea de Comércio Livre daSADC (ACL) é umbloco de construção crítico daACL e da proposta Área deComércio Livre Continental(CFTA). Ela apelou a uma forteliderança política paradesbloquear os estrangulamentosnas negociações da CFTA e paraimpulsionar as reformasdomésticas que capacitarãoo sector privado paracomprar e aproveitar o processoda CFTA. r

UNECA saúda agenda de integração da SADC

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E L E I C Õ E S

14 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Outubro 2017

Antes de a Constituição tersido alterada em 2010, oPresidente era eleito diretamente.

A maioria dos observadoreseleitorais, incluindo a Missão deObservação Eleitoral da SADC(SEOM) e a Missão de ObservaçãoEleitoral da União Africana,disseram que as eleições emAngola estão em conformidadecom os padrões e princípiosnacionais, regionais econtinentais.

A SEOM de 70 membrosliderado pelo Dr. AugustineMahiga, Ministro dos NegóciosEstrangeiros e da Cooperação daÁfrica Oriental da RepúblicaUnida da Tanzânia, disse que oambiente geral antes, durante eapós as eleições foi "justo, livre etransparente".

"O ambiente político e desegurança no dia da votação,manteve-se geralmente calmo,pacífico e propício à realização deeleições democráticas", afirmou oDr. Mahiga em comunicado.

As expectativas da SEOM,que foi lançada a 12 de Agosto,são orientadas e medidas emrelação às provisões e requisitosda Constituição angolana, bemcomo ao Tratado da SADC, aoProtocolo da SADC sobrePolítica, Defesa e Cooperaçãode Segurança e os Princípios eDiretrizes revistos da SADCque regem EleiçõesDemocráticas.

Lourenço, que desempenhoudiversos cargos seniores, comolíder do MPLA no Parlamento evice-presidente do Parlamento,sucede ao presidente JoséEduardo dos Santos, que serviu opaís desde 1979, após a morte dopresidente fundador, o Dr.Agostinho Neto.

As eleições foram as terceirasdesde que o país terminou umaguerra civil prolongada em 2002.As outras eleições foramrealizadas em 2008 e 2012.

De acordo com a CNE, mais de75 por cento dos 9.317.294eleitores registados exerceram oseu direito de voto no dia daeleição. sardc.net r

por Danai Majaha

" M I S S Ã o C U M P R I D A .Produziremos um futuro melhorpara o país e para as pessoas".

O presidente eleito angolano,João Lourenço, fez estasdeclarações logo após a ComissãoNacional Eleitoral (CNE) teranunciado que o MovimentoPopular para a Libertação deAngola (MPLA) tinha ganho aseleições gerais realizadas a 23 deAgosto.

De acordo com os resultadosfinais divulgados pela CNE, oMPLA assegurou 61,1 por cento dototal de votos em comparação com26,7 por cento conquistados peloprincipal partido da oposição, aUnião Nacional para aIndependência Total de Angola(UNITA).

Uma coligação de quatropartidos, a Convergência Amplade Salvação de Angola - ColigaçãoEleitoral (CASA-EC), obteve 9,45por cento dos votos.

Outros partidos políticos queparticiparam das eleições foram oPartido para a Renovação Social(PRS), a Frente de LibertaçãoNacional de Angola (FNLA) e aAliança Patriótica Nacional (APN),que receberam 1,35 por cento, 0,93por cento e 0,51 por cento do totalde votos, respectivamente .

O MPLA ganhou 150 lugaresno Parlamento, enquanto aUNITA obteve 51 e a coligaçãoCASA-EC assegurou os 16lugares restantes.

Nas últimas eleições realizadasem 2012, o MPLA ganhou 175assentos, seguido pela UNITA com32 e a coligação CASA-CE comoito. Os assentos restantes forampara PRS e FNLA com trêsassentos e dois assentos,respectivamente.

O Parlamento tem 220 assentos,mais dois lugares adicionais parao presidente e vice-presidente.

Angola usa o sistema eleitoralde representação proporcionalpara a eleição dos deputados.

O candidato do partido queganha mais votos se torna opresidente.

João Lourenço se torna o terceiro presidente de Angola

o PReSIDeNTe angolano, recentemente eleito, JoãoLourenço, prometeu dar prioridade à erradicação da pobreza.

Dirigindo-se a mais de 30 mil pessoas reunidas para a suacerimónia da sua investidura na Praça da República, na capitalLuanda, a 26 de Setembro, Lourenço prometeu combater apobreza como prioridade, concentrando-se na criação deempregos estáveis e na distribuição equitativa dos recursos.

"Emprego, alívio da pobreza, promoção de oportunidadese políticas empresariais serão implementadas".

O novo líder angolano, que mais recentemente serviu comoMinistro da Defesa do País, disse que o seu governo garantiriaa inclusão de políticas económicas e sociais que protegem ostrabalhadores.

Ele prometeu que o seu governo, durante os próximoscinco anos, procurará fixar a taxa de inflação dentro de limitesaceitáveis e controláveis.

Entre outras medidas, Lourenço disse que adoptarámedidas que irão impor regras rígidas de troca e política fiscal,bem como o fortalecimento dos sistemas financeiros ebancários.

O novo presidente destacou a necessidade de diversificara economia angolana, bem como uma drástica redução deimportações e apostas nas exportações.

Ele prometeu promover o investimento na indústria,agricultura, pesca, turismo, transportes, imóveis e outrossetores importantes.

O vice-presidente Bornito de Sousa foi empossado durantea mesma cerimónia, que foi testemunhado por vários Chefesde Estado e Governo estrangeiros.

A luz da constituição angolana, o Presidente é o Chefe deEstado, o poder executivo e o Comandante em Chefe dasForças Armadas angolanas.

Entre os dignitários da cerimónia estavam os líderes daCosta do Marfim, República do Congo, RepúblicaDemocrática do Congo, Guiné Equatorial, Gabão, Guiné,Guiné-Bissau, Namíbia, Portugal, Ruanda, África do Sul eZâmbia. r

Novo líder angolano para priorizar aredução da pobreza

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 15

Outubro – Dezembro 2017October 12, Botswana GTE da SADC / Reunião da ligação Água e Energia

O Grupo Temático da Energia é uma reunião de coordenação da SADC esuas organizações subsidiárias com parceiros e especialistas decooperação para rever a situação energética na região. O ETG reunir-se-á em conjunto com o Grupo de Referência da Estratégia da Água paradiscutir os problemas da ligação entre a água e energia

12, Namíbia Conferência Internacional sobre Mudanças ClimáticasA conferência, que vai decorrer em Windhoek, é organizada peloMinistério do Meio Ambiente e Turismo da Namíbia e do jornal doSouthern Times, atraindo delegados da região e do sector corporativo,e incluirá uma discussão ministerial de alto nível, sessão plenária eexposições.

18-19, Malawi Comité Executivo do SAPP Este encontro do Grupo de Empresas de Electricidade da Africa Australdiscutirá a situação energética na região e como melhorar acoordenação da energia. O comité executivo é composto por Directoresde empresas dos Estados-Membros que estão envolvidos na produção,comercialização e distribuição de energia para clientes finais. O comitéactua como o conselho do SAPP.

25-26, Botswana 14º Fórum Anual de Negociadores e Controladores do SAPP O fórum é uma oportunidade para comerciantes e controladores desistema de energia partilharem experiências e oportunidades para ocomércio de energia e discutir várias questões de intercâmbio,comércio e controlo dos sistemas de energia na África Austral.

Novembro6, Por indicar Dia da Malária na SADC

Comemoração do Dia da Malária da SADC é realizada anualmente a 6de Novembro, com o objectivo de criar conscientização sobre a maláriae mobilizar a comunidade para participar nos programas de controloda malária.

6-18, Alemanha UNFCCC COP 23A 23ª sessão da Conferência das Partes (COP 23) da Convenção-Quadrodas Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) reunirálíderes globais para continuar as negociações para um consenso globalsobre o impacto das mudanças climáticas.

20-22, 8º Diálogo Multipartes interessadas pela Águas da SADCMadagáscar Este é um evento bienal que oferece uma plataforma para as partes

regionais interessadas para discutir e partilhar experiências sobrediferentes aspectos da Gestão Integrada de Recursos Hídricos (IWRM),bem como estabelecer como ]e que as abordagens de IWRM podemabordar aspectos-importantes do desenvolvimento socioeconómico eredução da pobreza na África Austral.

20-24, Etiópia Comité Técnico Especializado na União Africana sobre Comunicaçãoe TIC O evento reunirá ministros responsáveis pela tecnologia decomunicação e informação (TIC) e serviços postais, bem como pelosministros responsáveis pela comunicação e informação dos Estadosmembros da UA e instituições especializadas da UA. Eles discutirão eadoptarão estratégias e planos de acção para projectos e programas aserem implementados as níveis continental e regional.

Dezembro 4-6, Etiópia 12ª Conferência Económica Africana

Realizada sob o tema "Governação para a Transformação Estrutural", aconferência oferece uma oportunidade única para pesquisadores,formuladores de políticas e profissionais de desenvolvimento da Áfricae do mundo inteiro refletirem sobre os progressos realizados pelospaíses africanos na transformação estrutural de suas economias. Éorganizada conjuntamente pelo Banco Africano de Desenvolvimento,a Comissão Económica das Nações Unidas para a África, PNUD e aConferência Económica Africana.

10-14, Namíbia Semana do PIDA 2017O Programa de Desenvolvimento de Infra-Estruturas em África (PIDA) éum modelo para a transformação da infra-estrutura africana para o período2012-2040 que foi adoptado pelos líderes africanos em Janeiro de 2012.A Semana do PIDA 2017 será realizada sob o tema "Reforçar o Comércioe a Transformação Económica através do Desenvolvimento Regional deinfraestrutura."

E V E N T O SÁFRICAAUSTRALHOJE

sADC HOJE Vol 19 NO 6 OUTUbRO 2017

sAFRICA AUsTRAL HOJEÉ produzido como uma fonte de referência das

actividades e oportunidades na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, e um guião para os

responsáveis pela elaboração de políticas a todos os níveis de desenvolvimento nacional e regional.

Comunidade para o desenvolvimento da África AustralSecretariado da SADC, SADC House,

Private Bag 0095, Gaborone, BotswanaTel +267 395 1863 Fax +267 397 2848/318 1070E-mail [email protected] Website www.sadc.int

ÁFRICA AUsTRAL HOJE é publicado seis vezes por ano pelo Centro de Documentaçãoe Pesquisa para a África Austral (SARDC) para o Secretariado da SADC em Gaberone,

Botswana, como uma fonte credível de conhecimento sobre o desenvolvimentoregional. Os artigos podem ser reproduzidos livremente pelos órgãos de comunicação

social e outras entidades, citando devidamente a fonte.

EDITORMunetsi Madakufamba

COMITÉ EDITORIALJoseph Ngwawi, Kizito Sikuka, Egline Tauya, Admire Ndhlovu,

Phyllis Johnson, Danai Majaha, Anesu Ngadya , Tariro Sasa, Upenyu Makoni-Matenga, Nyarai Kampilipili, Tanaka Chitsa,

Monica Mutero, Raymond Ndhlovu

TRADUTORBonifácio António

ÁFRICA AUsTRAL HOJE conta com o apoio da Agência Austríaca para oDesenvolvimento, que assiste o Grupo Temático de Energia da SADC co-presidido pela

Áustria.

© SADC, SARDC, 2016

ÁFRICA AUsTRAL HOJE acolhe as contribuições individuais e de organizações dentroda região da SADC em forma de artigos, fotografias, artigos noticiosos e comentários, e

também artigos relevantes de fora da região. Os editores reservam-se o direito deseleccionar ou rejeitar artigos, e editar para se ajustar ao espaço disponível. O conteúdonão reflecte necessariamente o posicionamento oficial ou opiniões da SADC ou SARDC.

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado em Inglês, Português e Francês, e estádisponível num formato digital no Portal de Internet www.sardc.net Conhecimento

para o Desenvolvimento, ligado a www.sadc.int

COMPOSIÇÃO & MAQUETIZAÇÃOTonely Ngwenya, Anisha Madanhi

FOTOS E ILUSTRAÇõESP1 dailymail.co, sadc.int, pinimg.com, DIRCO; P2 abc.net, wikimedia.com;

P4 sadc.int, cozen.org,; P5 beyondborders.com; P6 imgix.com;P8 sadc.int; P9 sadc.int unomaha.com, jubilantstewards.com, 2.bp.com;

P11 thisisafrica.com, sadc.int; P12 cntraveller.com; P13 nature.com, usaid.org, letsgo.co.zw, sadc.int;

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A correspondência para esta publicação deve ser dirigida ao [email protected]

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Tel +263 4 791 141 Fax +263 4 791 271

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This document was produced in the context of a project funded by the Austrian Development Agency/the Austrian DevelopmentCooperation. The responsibility of the content of this publication lies entirely with the author; the information and views expresseddo not reflect the official opinion of the Austrian Development Agency/the Austrian Development Cooperation.

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UMA SeMANA mais tarde, a presidente de Moçambique, SamoraMachel, morreu num acidente de avião em território sul-africano, emMbuzini. Mas ... menos de quatro anos depois, a Namíbia eraindependente e, dentro de oito anos, a África do Sul realizava eleiçõesdemocráticas. os estados da Linha da frente e o Comité de Libertaçãodissolveram-se em Agosto de 1994, com um relatório de encerramentointitulado Missão Cumprida.

oLIVeR ReGINALD (OR) A TAMBO foi professor e advogado, presi-dente do Congresso Nacional Africano e líder na mobilização contra oapartheid, trabalhando em estreita colaboração com os Estados da Linhada frente. Ele conheceu Nelson Mandela no então Fort Hare College, eeles abriram um escritório de advocacia juntos em 1951, depois de criar,com Walter Sisulu e outros, a Liga da Juventude do ANC que foi formal-izada no Congresso do ANC em 1943. Tambo foi eleito Secretário-Geraldo ANC em 1953, e tornou-se presidente em exercício em 1960. Ele foipresidente do ANC de 1969 até 1991, quando sua saúde começou a dete-riorar-se e ele orgulhosamente entregou a Mandela. Ele morreu em 1993em Joanesburgo após 30 anos no exílio.

FERIADOs PúbLICOs NA sADCOutubro- Dezembro 2017

Um futuro partilhado no seio da Comunidade Regional

H I S T Ó R I A H O J E

4 Outubro Dia Nacional da Paz e Reconciliação Moçambique4 Outubro Dia da Independência Lesotho14 Outubro Dia do Mwalimu Julius Nyerere Tanzânia15 Outubro Dia da Mãe Malawi19 Outubro Diwali Maurícias24 Outubro Dia da Independência Zâmbia

1 Novembro Dia de Todos os Santos Madagascar, Maurícias, Seychelles2 Novembro Dia da Recordação Angola11 Novembro Dia da Independência Nacional Angola

8 Dezembro Imaculada da Conceição Seychelles9 Dezembro Dia da Independência Tanzânia10 Dezembro Dia Internacional dos Direitos Humanos Namíbia11 Dezembro Feriado Público Namíbia16 Dezembro Dia da Reconciliação África do Sul 22 Dezembro Dia da Unidade Nacional Zimbabwe23 Dezembro Feriado Público Zimbabwe25 Dezembro Dia de Natal Toda SADC excepto Angola and Moçambique Dia da Família Angola, Moçambique26 Dezembro Dia da Boa Vontade África do Sul Dia da Família Namíbia Dia do Boxe Botswana, Lesotho, Swaziland, Tanzânia, Zimbabwe28 Dezembro Dia do Incwala Swazilândia

A DECLARAÇÃO DE MAPUTO DE 12

DE OUTUBRO DE 1986

“"Nós, José Eduardo dos Santos, Presidente da República Popular de Angola;

Samora Moisés Machel, Presidente da República Popular de Moçambique; Ali

Hassan Mwinyi, Presidente da República Unida da Tanzânia; Kenneth David

Kaunda, Presidente da República da Zâmbia; e Robert Gabriel Mugabe, Primeiro-

Ministro da República do Zimbabwe; Reunidos s 12 de Outubro de 1986, em

Maputo, capital da República Popular de Moçambique, seriamente preocupados

com a ameaça sul-africana de provocar uma guerra generalizada na África Austral,

apelamos sinceramente os povos e os governos do mundo para tomar todas as

medidas necessárias contra a África do Sul para salvaguardar a paz na região....

O governo racista da África do Sul já entrou no caminho do fascismo e da

guerra contra os povos da África Austral.

Botswana, Zâmbia e Zimbabwe foram atacados e o território angolano está

sendo ocupado pela África do Sul.

O entendimento de Lusaka e o acordo de Nkomati foram violados grosseiro e

sistematicamente pelas autoridades de Pretória.

A África do Sul ocupa o território angolano. Os terroristas recrutados,

treinados, organizados, dirigidos, financiados, fornecidos e transportados pela

África do Sul atacam os Estados da linha da frente e, em particular, a República

Popular de Moçambique e a República Popular de Angola.

Eles massacram as pessoas desses países, roubam, destroem, queimam aldeias,

lares, lojas de alimentos, hospitais, escolas, igrejas, mesquitas, plantações, fábricas,

autocarros, comboios e caminhões. Eles até sequestraram e assassinaram

estrangeiros pacíficos. Nas actividades, e em violação expressa dos compromissos que deu, o regime

sul-africano está usando o território do Malawi para atacar a República Popular

de Moçambique. Isso arrasa o Malawi para um conflito prejudicial aos interesses

de seu próprio povo, aos povos da África Austral e à paz na região.

Esta situação piorou no final de Setembro. Em seguida, o governo da Malawi,

ao mesmo tempo em que propôs negociações com a República Popular de

Moçambique, organizou, facilitou e criou condições para grupos de bandidos

ocuparem zonas fronteiriças nas províncias de Tete, Sofala e Zambézia, de

Moçambique. Nos últimos dias, Pretória desencadeou uma incessante campanha de

acusações e ameaças contra a República Popular de Moçambique. As forças sul-

africanas estão concentradas nas fronteiras com a República Popular de

Moçambique e com o Zimbabwe, e unidades de comando foram infiltradas para

realizar atos de terrorismo em Moçambique.

A África do Sul culpa Moçambique e os outros Estados da Linha da frente pela

crescente oposição do povo sul-africano à política de apartheid.

A África do Sul se vinga da condenação internacional unânime que sofre,

intensificando sanções contra os estados vizinhos e expandindo a guerra para eles.

Contrariamente a uma convenção existente, a África do Sul ameaça

arbitrariamente expulsar trabalhadores moçambicanos do seu território em

preparação para novas agressões contra Moçambique.

Nós, os Chefes de Estado e de Governo dos Estados da Linha da Frente,

consideramos, junto com todos os estados do mundo, que o apartheid é um crime

contra a humanidade, condenado por todos os homens e mulheres civilizados,

independentemente de suas crenças políticas e ideológicas, reafirmamos a nossa

determinação e apoio multifacetado à República Popular de Moçambique e à

República Popular de Angola. Declaramos que a nossa solidariedade com os povos oprimidos da Namíbia e

da África do Sul é inabalável e exige a implementação imediata da RCSNU 435

(1978). Condenamos veementemente o apoio e a colaboração que os bandidos

armados da África Austral desfrutam de certos governos ocidentais e tentam

promovê-los como entidades políticas.

Denunciamos a cumplicidade do governo do Malawi com as autoridades de

Pretória na campanha terrorista contra a República Popular de Moçambique.

Nós, Chefes de Estado e de Governo dos Estados da Linha da Frente, nos

dirigimos aos Chefes de Estado e de Governo dos países membros do Conselho

de Segurança das Nações Unidas e, em particular, aos membros permanentes, aos

membros do Conselho Económico Europeu Comunidade, o Movimento dos Países

Não Alinhados e a Organização da Unidade Africana, e convidámo-los a usar

todos os meios à sua disposição para bloquear a raça africana em relação à guerra

generalizada. Apelamos à comunidade internacional, e particularmente aos países

industrializados, apoiar a República Popular de Moçambique e os outros Estados

da Linha da Frente no fortalecimento da sua capacidade de defesa para que

possam enfrentar as agressões de Pretória. Também apelamos o apoio à

reconstrução das economias devastadas por represálias económicas e agressões

militares.

Exigimos que o regime sul-africano ponha fim à sua guerra contra o seu

próprio povo e as pessoas na Namíbia. Esta é então uma condição importante para

a restauração de uma paz duradoura na África Austral. Nós, os Chefes de Estado e de Governo dos Estados da Linha da Frente,

reafirmamos solenemente que desejamos construir uma África Austral onde os

povos e os estados da região, vivam em paz e em toda a sua diversidade,

coexistam, cooperem e construam conjuntamente uma comunidade comum e

próspera. Esta será uma África Austral livre de apartheid, racismo e colonialismo,

uma África Austral dedicada à cooperação com todos os estados e regiões do

mundo, contribuindo assim para a paz e a segurança internacionais.Aluta Continua!”