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por Joseph Ngwawi O ANO de 2013 é crucial para várias iniciativas regionais importantes, incluindo a implementação de um ambicioso programa para o desenvolvimento de infra-estruturas transfronteiriças e a conclusão de processos eleitorais que culminarão com a votação em dois Estados-Membros da SADC, bem como a entrada em vigor do Protocolo da SADC sobre Género e Desenvolvimento. O esforço em curso na SADC para resolver a situação de deterioração da segurança na República Democrática do Congo (RDC), também poderá vir a dominar a agenda regional este ano. O Plano Director de Desenvolvimento Regional de Infra-estruturas vai conduzir a futura cooperação e planeamento, o que é essencial para atrair investimentos para a região da SADC e promover o comércio intra-e inter-regional, bem como o investimento directo estrangeiro. Orçado em 500 biliões de dólares norte- americanos, o Plano Director vai orientar a implementação coordenada de redes transfronteiriças de infra-estruturas da SADC que estão integradas nos seis sectores prioritários de energia, transportes, turismo, informação tecnológica, meteorologia e água. Uma conferência de investimento em infra- estruturas, em Abril ou Maio deste ano, poderá atrair potenciais investidores, com exposições na Ásia, Europa e Estados Unidos. Um dos desafios significantes para o corrente ano é que 2013 constitui o último ano antes da meta definida para as empresas regionais de electricidade equilibrarem a oferta e a procura de energia até 2014. A região vem enfrentando crises de energia nos últimos anos, devido à crescente demanda contra a expansão da limitada capacidade de produção. Quase todos os estados membros da SADC embarcaram em projectos para aumentar sua capacidade de produção de electricidade, em iniciativas que vão desde projectos de infra- estruturas convencionais até inovações e planos de curto e longo prazo. De acordo com o Grupo de Empresas de Electricidade da África Austral, que reúne firmas de energia de 12 Estados Membros da SADC, a crise de energia poderá ser resolvida até 2014, caso todos os projectos planeados de produção de electricidade sejam implementados a tempo. Neste sentido, o ano de 2013 oferece Estados membros da SADC uma oportunidade para intensificar a sua implementação antes da meta em 2014. O principal desafio para o desenvolvimento regional, em 2013, além do ambiente global de incertezas financeiras, é o conflito no leste da RDC, onde os rebeldes anti-governamentais ameaçaram marchar sobre Kinshasa, a capital do vasta e rico País em minerais. continua na página 2... SADC HOJE Vol. 15 No 2 Fevereiro 2013 POLÍTICA 3 COMÉRCIO 4 AGRICULTURA 5 ELEIÇÕES 6 PAZ E SEGURANÇA 7 ENERGIA 8-9 PERSPECTIVA 10-11 ELEIÇÕES 12 GÉNERO 13 UNIÃO AFRICANA 14 EVENTOS 15 HISTÓRIA HOJE 16 2013 Ano de Desenvolvimento Regional Protocolo do Género da SADC entra em vigor, veja na página 13

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por Joseph Ngwawi

O ANO de 2013 é crucial para váriasiniciativas regionais importantes, incluindo aimplementação de um ambicioso programapara o desenvolvimento de infra-estruturastransfronteiriças e a conclusão de processoseleitorais que culminarão com a votação em doisEstados-Membros da SADC, bem como a entradaem vigor do Protocolo da SADC sobre Género eDesenvolvimento.

O esforço em curso na SADC para resolver asituação de deterioração da segurança na RepúblicaDemocrática do Congo (RDC), também poderá vira dominar a agenda regional este ano.

O Plano Director de Desenvolvimento Regionalde Infra-estruturas vai conduzir a futuracooperação e planeamento, o que é essencial paraatrair investimentos para a região da SADC epromover o comércio intra-e inter-regional, bemcomo o investimento directo estrangeiro.

Orçado em 500 biliões de dólares norte-americanos, o Plano Director vai orientara implementação coordenada de redestransfronteiriças de infra-estruturas da SADC queestão integradas nos seis sectores prioritários deenergia, transportes, turismo, informaçãotecnológica, meteorologia e água.

Uma conferência de investimento em infra-estruturas, em Abril ou Maio deste ano, poderáatrair potenciais investidores, com exposições naÁsia, Europa e Estados Unidos.

Um dos desafios significantes para o correnteano é que 2013 constitui o último ano antes da metadefinida para as empresas regionais deelectricidade equilibrarem a oferta e a procura deenergia até 2014.

A região vem enfrentando crises de energia nosúltimos anos, devido à crescente demanda contraa expansão da limitada capacidade de produção.

Quase todos os estados membros da SADCembarcaram em projectos para aumentar suacapacidade de produção de electricidade, eminiciativas que vão desde projectos de infra-estruturas convencionais até inovações e planos decurto e longo prazo.

De acordo com o Grupo de Empresas deElectricidade da África Austral, que reúne firmasde energia de 12 Estados Membros da SADC, acrise de energia poderá ser resolvida até 2014, casotodos os projectos planeados de produção deelectricidade sejam implementados a tempo.

Neste sentido, o ano de 2013 oferece Estadosmembros da SADC uma oportunidade paraintensificar a sua implementação antes da meta em2014.

O principal desafio para o desenvolvimentoregional, em 2013, além do ambiente global deincertezas financeiras, é o conflito no leste da RDC,onde os rebeldes anti-governamentais ameaçarammarchar sobre Kinshasa, a capital do vasta e ricoPaís em minerais.

continua na página 2...

SADC HOJE Vol. 15 No 2 Fevereiro 2013

POLÍTICA 3

COMÉRCIO 4

AGRICULTURA 5

ELEIÇÕES 6

PAZ E SEGURANÇA 7

ENERGIA 8-9

PERSPECTIVA 10-11

ELEIÇÕES 12

GÉNERO 13

UNIÃO AFRICANA 14

EVENTOS 15

HISTÓRIA HOJE 16

2013 Ano de Desenvolvimento Regional

Protocolo do Género da SADCentra em vigor, veja na página 13

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2 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Fevereiro 2013

O conflito no leste daRepública Democrática do Congocriou uma enorme crisehumanitária, com sériasimplicações para a integração edesenvolvimento socioeconómicoregional.

Os líderes da SADCrealizaram em Fevereiro, emMaputo, uma cimeiraextraordinária para analisar asituação de segurança no Leste daRDC após uma Cimeira da Troikada SADC realizada em Janeiro emDar Es Salaam, quando oPresidente da SADC e Chefe deEstado moçambicano, ArmandoGuebuza, reuniu-se com os trêslíderes que formam a troika doÓrgão de Cooperação Política,Defesa e Segurança da SADC.

Nove Estados-Membros daSADC comprometeram-se acontribuir com tropas para a ForçaNeutral Internacional (NIF) queserá despachada para a RDC -Angola, Lesotho, Malawi,Maurícias, Namíbia, África do Sul,Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

Os líderes da SADCsolicitaram a Comissão da UniãoAfricana, a SADC e daConferência Internacional sobre aRegião dos Grandes Lagos, paraenvolver com urgência aOrganização das Nações Unidasno processo da implantação daNIF, no leste da RDC. (Verpágina...)

O ano de 2013 poderá ser o deentrada em vigor do Protocolo daSADC sobre Género eDesenvolvimento, uma vez que jápossui ratificações suficientes,mas os instrumentos deratificação precisam de serdepositados junto do Secretariadoda SADC.

Vários Estados-Membros daSADC já ratificaram este acordo ehá progressos quantificáveis avários níveis em todos os Estados-membros para a igualdade eautonomia das mulheres ao ladodos homens na África Austral. Ameta regional é a paridade degénero - 50:50 até 2015.

Em relação à situação políticana região, as bastante aguardadaseleições no Madagáscar estãoprogramadas para este ano e

C O N T I N U A Ç Ã O D A P Ã G I N A 1

espera-se que ponham termo a jáprolongada disputa políticanaquela Ilha do Oceano Índico.

A primeira volta das eleiçõespresidenciais no Madagáscar estáprevista para 08 de Maio, comuma segunda volta marcada para3 de Julho. O presidente malgaxeé eleito para um mandato decinco anos, por uma maioria devotos, com base num sistema deduas voltas.

A Comissão NacionalEleitoral Independente deTransição, disse que as eleiçõesparlamentares serão realizadassimultaneamente com a segundavolta das eleições presidenciais a03 de Julho, estando as eleiçõesmunicipais marcadas para 23 deOutubro.

Partidos políticos deMadagáscar assinaram umroteiro em 2011, com base numacordo mediado pela SADC, oque permitiu o retornoincondicional do exílio do ex-presidente Marc Ravalomanana,que foi deposto em 2009 numgolpe de Estado liderado pelolíder da oposição, AndryRajoelina.

Ravalomanana, que estáexilado na África do Sul,anunciou em Dezembro de 2012que não vai se candidatar paraser eleito e pediu que seu rivalsiga o exemplo. Os líderes daSADC anunciaram em Janeiroque Rajoelina também concordouem não concorrer nas eleições.

Outro marco importante é ofinal antecipado do processo dedesenvolvimento de uma novaConstituição no Zimbabwe e arealização de eleições gerais esteano.

A SADC, representada peloPresidente Sul-Africano JacobZuma, está a facilitar o processode implementação do AcordoPolítico Global (GPA) noZimbabwe, mas a conclusão foiadiada por causa do longoprocesso de elaboração de umanova Constituição para substituira que o País herdou com aIndependência, em 1980, depoisdo acordo de Lancaster House.

As partes do GPA e doparlamento aprovaram o projecto

2013 Ano de Desenvolvimento Regional

de revisão da Constituição e issovai ser submetido a um referendoa 16 de Março. O referendo,independentemente do seuresultado, abrirá mais tardeespaço para a realização deeleições gerais.

Além das eleições gerais noMadagáscar e no Zimbabwe,estão previstas eleiçõesmunicipais e parlamentares emMoçambique e Swazilândia,respectivamente.

Este ano também serámarcado pela conclusão daprimeira fase de negociaçõessobre a criação da Área ComércioLivre Tripartida (ACL)envolvendo o Mercado Comumda África Oriental e Austral(COMESA), Comunidade dosEstados da África Oriental (EAC)e a SADC.

O Fórum de NegociaçãoComercial Tripartida envolvendoas três comunidades económicasregionais concluiu a fasepreparatória das negociações em2012 e prosseguiu para a próximafase.

As negociações para a ACLvão decorrer em três fases - fasepreparatória, fase um e fase dois.A fase preparatória envolveuprincipalmente a troca deinformações relevantes, incluindoas tarifas aplicáveis em cada País,bem como dados de comércio emedidas.

Na Fase um as negociaçõesabrangerão questões centrais daACL sobre a liberalizaçãotarifária, regras de origem,procedimentos aduaneiros esimplificação da documentaçãoaduaneira. A facilitação domovimento de agenteseconómicos dentro da região seránegociada em paralelo com a faseUm.

De acordo com o roteiroaprovado na segunda Cimeiraconjunta COMESA-EAC-SADC,em Junho de 2011, todas asnegociações para a chamadaGrande ACL devem estarconcluídas dentro de 36 meses.O COMESA, EAC e SADCesperam lançar a ACL conjuntaem 2016. r

O CONSELHO de Ministros daSADC vai reunir-se emMoçambique, no final deFevereiro ou início de Março,para discutir o programa detrabalho para 2013.

O Conselho é responsávelpor supervisionar e monitorar asfunções e o desenvolvimento daSADC e assegurar que aspolíticas sejam devidamenteimplementadas.

Este órgão reúne-se duasvezes por ano para deliberarsobre questões institucionais,incluindo aprovação dosorçamentos anuais e planosestratégicos para aimplementação na região, porparte do Secretariado da SADCsediado no Botswana.

Os ministros, normalmenteresponsáveis pelos assuntosexteriores, cooperaçãointernacional, desenvolvimentoeconómico, planeamento oufinanças, reúnem-se de novo na

véspera da Cimeira em Agosto /Setembro para prepararrecomendações políticas para osChefes de Estado e de Governo.

Em Moçambique, o Conselhoirá avaliar os progressos em umasérie de decisões tomadas atéagora, como a revisão intercalardo Plano Estratégico Indicativode Desenvolvimento Regional(RISDP), um plano dedesenvolvimento da região de 15anos.

A revisão, que teve início em2012 e deverá ser concluída esteano, culminará com odesenvolvimento de umprograma de trabalho viradopara reforçar a integraçãoregional.

Conselho também poderádiscutir uma proposta demelhoria da estratégia decomunicação da SADC que iráincorporar um plano de negóciosclaro para implementação comprazos definidos. r

Conselho de Ministros discute programa detrabalho para 2013

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 3

PRINCIPAIS CONCLUSÕES da avaliação do RISDP feita peloSecretariado da SADC incluem:• Promoção da implementação a nível dos Estados Membros –

Há necessidade de aumentar a advocacia e assistência técnicaa nível nacional para estimular o início da implementaçãodessas estruturas a fim de alcançar o impacto da integraçãoregional.

• Estruturas eficazes para o Secretariado e Cooperação entre osEstados Membros – Há necessidade de encontrar ferramentas eprocedimentos adequados para garantir que os Estados-Membrossejam capazes de dar resposta aos interesses regionais.

• Metas realistas e avaliação do RISDP em curso – As metasprecisam de ser realistas na formulação de políticas, estratégias eestruturas de implementação.

• Falta de recursos humanos, financeiros e técnicos no Secretariadoda SADC – Os Estados Membros são encorajados a financiar

adequadamente todas as intervenções, incluindo pesquisa eextensão, uma vez que actualmente são mais dependentes deParceiros de Cooperação Internacional.

• Promoção da monitoria e avaliação – Linhas de base são necessáriasem diversas áreas de cooperação para medir o impacto dosprogramas regionais.

• Integração de questões transversais – Há necessidade de criarestruturas eficazes responsáveis pela integração das questõestransversais em todos os programas.

• Melhoria da capacidade do Secretariado – O Secretariado deve serhabilitado para prestar aconselhamento mais estratégico e de longoprazo aos Estados Membros.

• SADC como plataforma para posições comuns pan-africanas eglobais – É necessária maior colaboração entre as instituiçõesregionais para facilitar a implementação eficaz e eficiente deposições e actividades conjuntas. r

UMA REVISÃO independentedo Plano Estratégico Indicativo deDesenvolvimento Regional daSADC (RISDP) poderá serconcluída este ano, abrindo ocaminho para a região aprofundara integração e enfrentar outrasquestões emergentes, como asmudanças climáticas e odesenvolvimento global.

O RISDP é um programaestratégico de 15 anos definidopelos Estados-Membros como ummodelo para o desenvolvimento eintegração regional. Foi aprovadopela Cimeira dos Chefes deEstado e de Governo em 2003 esua efectiva implementaçãocomeçou em 2005 e vai até 2020.

O plano, que está sendoimplementado em fases de cincoanos, fornece aos Estados-Membros um programa coerentee abrangente de políticaseconómicas e sociais de longoprazo.

A revisão surge depois deuma avaliação inicial do RISDPfeita pelo Secretariado da SADCem 2011.

O Centro de Estudos deComércio e Desenvolvimento(TRADES Centre), sediado noZimbabwe, está a realizar arevisão independente que iniciouem 2012.

A revisão permitirá aosEstados-Membros e as partesexternas da sociedade civil, sectorprivado e outros, reflectir sobre asquestões importantes eprioritárias para a próxima fasede implementação.

Neste sentido, a revisãoda SADC constitui umaoportunidade para enfrentar com

firmeza algumas questõesfundamentais, tendo em menteque o RISDP é um planoestratégico e não um instrumentojuridicamente vinculativo.

Também fornece aoSecretariado da SADC e as suasinstituições subsidiária umaforma de análise interna daspolíticas económicas e sociaisaprovadas pela SADC. O RISDPestabelece as prioridades daSADC, tais como:• Paz sustentável e segurança

na região;• Liberalização do comércio e

desenvolvimento económico;• Desenvolvimento de Infra-

estrutura de apoio àintegração regional;

• Segurança a l imentarsustentável;

• HIV e SIDA, e,• Questões transversais de

desenvolvimento decompetências de génerociência, igualdade etecnologia, desenvolvimentodo sector privado, meioambiente e desenvolvimentosustentável.A revisão independente

também poderá abordar outrasquestões emergentes como asmudanças climáticas, pobreza eo desenvolvimento global.

"Congratulamo-nos com arevisão, tendo em conta asmudanças que ocorrem nocontexto dos desenvolvimentosregionais e globais", afirmouTrudi Hartzenberg, directoraexecutivo do Centro de Comércioe Direito, durante um semináriode desenvolvimento regionalrealizado em Harare, Zimbabwe.

Revisão do RISDP será concluída em 2013 "A revisão é uma

oportunidade para considerar ocompromisso dos Estadosmembros sobre as regrasfundamentais da governação;destaca a forma de lidar o regimede resolução de disputas que éessencial nas regras degovernação", disse ela.

Uma análise robusta doRISDP também permitiria aSADC desenvolver uma agendaapropriada para o século 21,oferecendo uma estruturapolítica, jurídica e institucionalpara as decisões dos agenteseconómicos que aumentam a suacompetitividade e aindacontribuir para abordar osdesafios fundamentais dodesenvolvimento como odesemprego e a pobreza.

Alguns dos marcos da SADCdefinidos no RISDP incluem arealização da Área de ComércioLivre da SADC (ACL) em 2008, oMercado Comum até 2015, aUnião Monetária em 2016 e umamoeda única em 2018.

A SADC lançou com sucessosua ACL em 2008 e este marcotem contribuído para melhorar ocomércio intra-regional. Ospreparativos estão emandamento para facilitar oestabelecimento de outrosmarcos.

O RISDP também reafirmao compromisso dos Estadosmembros da SADC para a boagovernação política, económica eempresarial fortalecida com umacultura de democracia,participação da sociedade civil,transparência e respeito aoEstado de direito.

P O L Í T I C A

O objectivo final do plano éo de aprofundar a agenda deintegração da SADC, com vistaa acelerar a erradicação dapobreza e a realização de outrosobjectivos de desenvolvimentoeconómico e não económico.

A avaliação realizada peloSecretariado da SADC combase na implementação doQuadro do RISDP 2005-2010revelou que havia "níveissatisfatórios de implementaçãodo RISDP" ao longo dos últimoscinco anos.

Com base na avaliaçãonotou-se que todos os sectoresforam capazes de alcançar totalou parcialmente a maioria dosdiferentes resultados e metasdentro do prazo estipulado.

A análise indicou algunsprogressos significativos eminfra-estrutura e Serviços, comcerca de 60 por cento de todasos resultados terem sidoplenamente alcançados e 40 porcento parcialmente atingidos.

No que respeita àAlimentação, Agricultura eRecursos Naturais (FANR), cercade 64 por cento das metas deprodução foram plenamentealcançadas, 28 por centoparcialmente atingidas esomente oito por cento nãoforam alcançadas.

Embora a avaliação forneçauma visão geral do estado deimplementação dos diferentessectores definidos no RISDP, umaavaliação mais ampla, queenvolve todas as partesinteressadas nos Estados-Membros, poderá proporcionaruma análise mais abrangente. r

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4 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Fevereiro 2013

C O M É R C I O

between BRICS countries andAfrica.

A cimeira, marcada para 26-27Março, poderá deliberar umasérie de questões para promovera parceria entre os países doBRICS e África.

As principais áreas de focopara a cimeira são:• P r o m o ç ã o d o

desenvolvimento de infra-estruturas Africanas;

• Criação de um banco dedesenvolvimento lideradopelo BRICS;

• Criação de um Centro deConhecimento do BRICS; e,

• Criação de um Conselho deNegócios do BRICS.

O vice-ministrosul-africano para

a s R e l a ç õ e sInternacionais eC o o p e r a ç ã o ,Ebrahim Ebrahim,disse que ospreparativos estãoprogredindo bempara garantir que a

África do Sul acolha a cimeiracondignamente.

Ele disse que, pela primeiravez, a cimeira vai incluir umdiálogo entre os líderes do BRICSe os Chefes de Estado e deGoverno das oito ComunidadesEconómicas Regionais (CER) docontinente.

Analistas económicos indicamque a África do Sul poderá vir atirar maiores proveitos do BRICS,caso este País represente osinteresses de África.

África do Sul tem umaeconomia de cerca de 290 biliõesde dólares norte-americanos - omenor dos Países BRICS e menosde um quarto do que o da Rússia.

A sua população é estimadaem cerca de 49 milhões, emcomparação com 1.3 biliões daChina, 1.2 biliões da Índia, 191milhões no Brasil e 142 milhões daRússia.

Independentemente dotamanho, a África do Sul estánuma posição única parainfluenciar o crescimentoeconómico Afr icano einvestimentos.

O Produto Interno Brutocombinado de África é similar aodo Brasil e Rússia e ligeiramentesuperior ao da Índia.

Sendo o único país docontinente neste agrupamento de

mercados emergentes, a África doSul pode, assim, actuar como umaporta de entrada da ÁfricaAustral e de todo o continenteAfricano.

Os Países do BRICS estãoindividualmente a fazerprogressos em África e já é visívelo aumento do comércio e doinvestimento, particularmente doBrasil, China e Índia.

A Cimeira do BRICS realiza-setodos os anos e o local é rotineiroentre os Estados membros. Aúltima cimeira decorreu na Índiaem 2012.

O mecanismo BRICS visa aalcançar a paz, segurança,desenvolvimento e cooperação.Visa também contribuirsignificativamente para odesenvolvimento da humanidadee estabelecer um mundo maisequitativo e justo. r

A ÁFRICA do Sul vai acolher a5ª Cimeira do BRICS em Marçosob o lema "BRICS e África -parcerias para a integração eindustrialização".

O grupo das economiasemergentes (BRICS), compostopor Brasil, Rússia, Índia, China eÁfrica do Sul, é consideradocomo tendo o mais rápidomercado emergente do mundo.

Estudos mostram que noano de 2050 as economiascombinadas do BRICS poderãosuperar o conjunto daseconomias dos actuais Paísesricos do mundo.

The summit set for 26-27March is expected to deliberateon a number of issues topromote partnership

ÁFRICA AUSTRAL estáfazendo esforços para lançar atão esperada União Aduaneirada SADC em 2013, numatentativa de aprofundar aintegração regional e consolidardesenvolvimentosocioeconómico.

A m e t a p a r a oestabelecimento de uma UniãoAduaneira foi originalmentedefinida para 2010. No entanto,devido a desafios imprevistos, adata foi adiada para permitir queos Estados-Membros tivessemmais tempo para consolidar aimplementação e os ganhos da

Área de Livre Comércio (ACL)lançada em 2008.

"Devido a limitações decapacidade dentro doSecretariado da SADC, aimplementação do PlanoEstratégico Indicativo deDesenvolvimento Regionalcomeçou tarde, ou seja, estemarco (União Aduaneira daSADC) ainda não foi atingido,"refere a SADC no seu portal deInternet.

"No entanto, prevê-se que oestabelecimento da UniãoAduaneira da SADC sejaalcançada em 2013."

A união aduaneira é umestágio avançado de integração,quando comparado a uma ACLuma vez ela não exige tarifas ouquotas sobre as mercadoriasprovenientes de dentro da região.

Os atrasos na implementaçãoda União Aduaneira da SADCsignifica que alguns dosprogramas da SADC que visamaprofundar a integraçãoeconómica podem ser afectados.

Os desafios regionais incluemo lançamento do MercadoComum da SADC, que foi fixadopara 2015 e a União Monetáriaagendada para 2018. r

SADC lança União Aduaneira em 2013

Ligação ferroviária vaidinamizar o comércioda SADC

CINCO PAÍSES da SADCestão a planear coordenar osseus serviços de transporteferroviário para aumentar ocomércio através do porto deDurban, África do Sul.

Empresas de transporteferroviário do Botswana,República Democrática doCongo, África do Sul, Zâmbiae Zimbabwe vão usar as suasactuais infra-estruturasferroviárias para facilitar otransporte até ao porto deDurban, no Oceano Índico.

O chefe de negóciosinternacionais da TransnetFreight Rail, NyamekaMadikizela, disse que oprincipal objectivo é "alinharas cinco linhas ferroviáriaspara um sistema ferroviáriounificada no Corredor Norte-Sul, através da criação de umCentro de Operação Conjuntaem Bulawayo, Zimbabwe". r

BRICS e África –Parceria para a Integração e Industrialização

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 5

A G R I C U L T U R A

SADC contra a proibição do tabaco

Niño-Oscilação Sul (ENSO) vaiestar numa fase neutra projectadapara persistir no início de 2013.

El Niño é uma condição detempo que começa com oaquecimento das águas doOceano Pacífico ocidental eeventualmente afecta o climaglobal.

PAÍSES DA África Austral têmsido instados a opor-se aConvenção-Quadro daOrganização Mundial da Saúde(OMS) sobre o Controlo doTabaco.

A Associação das Câmarasde Comércio e Indústria daSADC (ASCCI) refere que aConvenção da OMS nãoconsiderou totalmente o bem-estar das comunidades agrícolasnos países produtores de tabaco.

Os artigos 17 e 18 daConvenção, que falam dacultura do tabaco, procuramforçar os agricultores aeliminarem gradualmente o

cultivo do tabaco a favor deoutras culturas como asalimentares, apesar da procurado tabaco continuar.

Outras medidas propostaspela OMS incluem a redução daárea destinada ao cultivo detabaco, a proibição de apoiofinanceiro e técnico para osagricultores de tabaco e odesmantelamento de todos osórgãos que ligam os produtoresde tabaco com os governos.

O Presidente da ASCCI,Oswell Binha, disse que a ÁfricaAustral não pode subestimar aimportância do cultivo dotabaco na região.

seguida, requer uma revisãolocalizada pelas instituiçõesnacionais de meteorologia antesde ser finalizada.

Os usuários da previsãoclimática são, portanto,fortemente aconselhados acontactar o Serviço NacionalMeteorológico e os serviçoshidrológicos para a interpretaçãodo significado dos termos normale acima do normal em termos dequantidade de chuva, momentopara efectuar as plantações,actualizações e outras orientaçõesadicionais.

Também é relevante apenaspara prazos sazonais e áreasrelativamente grandes, e nãopode satisfazer plenamente atodos os factores que influenciama variabilidade climática regionale nacional, tais como variaçõeslocais e mensais. r

PERITOS CLIMÁTICOS daÁfrca Austral prognosticam aocorrência de chuvas normaiscom tendência para acima donormal na maior parte da regiãodurante o período de Janeiro aMaio de 2013.

Esta previsão de chuvas foielaborada por cientistas do climados serviços meteorológicos ehidrológicos da região da SADC,bem como do Observatório Secada SADC e do InstitutoInternacional de Pesquisa para oClima e Sociedade.

O 16 º Fórum da África Australpara a Previsão Climática que feza revisão intermédia da épocachuvosa, numa recente reuniãorealizada na Zâmbia, dividiu operíodo chuvoso em trêsperíodos, ou seja, Janeiro a Março,Fevereiro a Abril e de Março aMaio.

A maior parte da RepúblicaDemocrática do Congo (RDC),norte de Angola e o sul deMadagáscar poderão receberchuva normal com tendência paraabaixo do normal no período deJaneiro a Março.

Durante os meses de Fevereiroa Abril, apenas o nordeste daTanzânia terá chuva normal comtendência para abaixo do normal,enquanto o resto da região deveráreceber chuva normal comtendência para acima do normal.

Um padrão similar estáprevisto para Março a Maio, coma maior parte da região a receberchuva normal com tendência paraacima do normal, com excepçãodo extremo norte e parte ocidentalda RDC, onde se prevê chuvanormal com tendência paraabaixo do normal.

Chuva acima do normal édefinida como sendo o valormédio registado no terceiroperíodo mais húmido da épocachuvosa durante um intervalo de30 anos entre 1971 e 2000,enquanto que chuva abaixo donormal está no terceiro períodomais seco, e chuva normal ocorreno período intermédio.

Os cientistas tambémconsideraram que o fenómeno El

"Milhões de pessoas na regiãoda SADC dependem da culturado fumo para a sua subsistência...quaisquer orientações aosagricultores de transição detabaco devem ser sustentadaspor evidências científicascomprovadas, bem como pelaconsulta directa aos agricultoresque serão os mais afectados.

"Além disso, acreditamos queas tentativas de impor medidasuniformes ou valores definidosem impostos para todos os paísesmina o direito soberano dosPaíses de estabelecer e cobrarimpostos de acordo com suasnecessidades e interessesnacionais", disse Binha.

De acordo com um estudorecente do Instituto do Tabaco daÁfrica Austral, o tabaco é umimportante contribuinte para amaioria das economias da região,com cerca de 1,1 milhões dehectares em produção de tabaco.O sector emprega cerca de quatromilhões de pessoas na região.

Todos os Estados-Membros daSADC são partes da Convenção-Quadro da OMS-, excepto oMalawi e o Zimbabwe. r

Os eventos de aquecimentonaturais alteram os padrõesclimáticos em todo o mundo,geralmente causando secas naÁfrica Austral ou contribuindopara a sua gravidade.

A previsão regional mostraum primeiro cenário do processode previsão sazonal que, em

Previsões de chuva acima do normal para a África Austral

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OS DOIS principais rivais políticos emMadagáscar decidiram não se candidataràs eleições presidenciais previstas paraMaio, em resposta a uma enorme pressãoregional e internacional para dar a ilha umnovo alento depois de quatro anos de criseconstitucional. Andry Rajoelina, o presidente daTransição em Madagáscar, e o ex-presidente Marc Ravalomanana disseramambos que não iriam concorrer naspróximas eleições presidenciais. Isto surge em resposta a uma fortepressão da SADC e da União Africanapara os dois rivais ficarem de lado paraevitar a repetição do tumulto que surgiu a

partir de um golpe em 2009que levou Rajoelina ao poder.

"Eu não vou concorrer naseleições presidenciais. Prefirome sacrificar em vez desacrificar 22 milhões de pessoasmalgaxes. Queremos paz",

E L E I Ç Õ E S

em 2010 pela sua participação namorte de cerca de 30 manifestantes

durante os tumultos que levaram à suaremoção inconstitucional. Madagascar mergulhou em tumultopolítico em Março de 2009, quando oentão líder da oposição, Andry Rajoelina,tomou o poder de Ravalomanana numamanifestação pública apoiada pelosmilitares. O golpe foi semelhante ao métodousado por Ravalomanana quando tomouo poder do seu antecessor, DidierRatsiraka, poucos anos antes. Esforços de mediação liderados pelaSADC fizeram com que os dois líderes,juntamente com outros dois ex-presidentes malgaxes incluindoRatsiraka, concordassem em estabelecerum governo de transição para governaro país até que novas eleições sejamrealizadas. r

disse Rajoelinanum discursoem Janeiro. Ravalomanana havia anunciado emDezembro de 2012, que não iria concorrernovamente, sublinhando que quer que opaís se reconstrua. A Troika do Órgão da SADC sobre aCooperação Política, Defesa e Segurança,reunida em sessão extraordinária naRepública Unida da Tanzânia, emDezembro de 2012, saudou a decisão deRajoelina e Ravalomanana de nãodisputar nas eleições presidenciais,considerando como sendo " um caminhopara a resolução esta crise. " A Troika também propôs que aadministração de Rajoelina deve aprovaruma lei de amnistia para permitir oretorno de Ravalomanana ao País antesdas eleições. O ex-presidente foi condenado aprisão perpétua com trabalhos forçados

3. Exortar a todos os actores políticos malgaxesa assumir a sua responsabilidade de levar paci-ficamente Madagáscar sair da crise;

4. Reiteramos que os membros do governo devem re-nunciar sessenta (60) dias antes da data das eleições e devem de-cidir concorrer para as eleições legislativas e / ou presidenciais,previstas no artigo 14 do Roteiro;

5. Reiteramos também que "o Presidente, o Governo, os Chefes deInstituições e toda a máquina administrativa da transição deve per-manecer neutra durante o período de transição, particularmente noprocesso eleitoral" (artigo 15 º do Roteiro);

6. Além disso reiteramos o apoio da SADC ao calendário eleitoralpara as eleições presidenciais e legislativas previstas para Maio eJulho de 2013;

7. Apelamos ao Parlamento malgaxe de Transição para promulgar leg-islação para conceder amnistia abrangente para Sua Excelência AndryRajoelina, o Presidente da Transição em Madagáscar, e Sua ExcelênciaMarc Ravalomanana, ex-Presidente de Madagáscar. Esta amnistia tam-bém deve ser estendida para as forças de segurança malgaxes;

8. Exortamos ao Parlamento malgaxe de Transição para promulgara legislação sobre a situação dos ex-presidentes malgaxes. Essa leg-islação deve incluir privilégios e imunidades relevantes;

9. A liderança da SADC e o Mediador da SADC sobre o Madagáscarvão continuar comprometidos com o assunto.

Feito aos 10 de Janeiro de 2013 em Dar es Salaam, RepúblicaUnida da Tanzânia. r

RECORDANDO TODAS as decisões tomadas pelasCimeiras de Chefes de Estado e de Governo da SADC sobrea situação política em Madagáscar;Reconhecendo a necessidade de preservar os interesses dopovo malgaxe;Reafirmando: (i) Que o roteiro continua a ser o único mecanismoviável para pôr fim à crise em Madagascar; (ii) Reforçando o nosso compromisso em ajudar o povomalgaxe a pôr um fim à crise política em Madagáscar e de-volver o País à normalidade constitucional; (iii)A necessidade de respeitar o calendário eleitoralaprovado pela Comissão Nacional Eleitoral Independente daTransição (CENIT) e da Organização das Nações Unidas(ONU).

Nós, Presidentes Jakaya Kikwete (da RepúblicaUnida da Tanzânia), Hifikepunye Pohamba (da

República da Namíbia), Jacob GedleyihlekisaZuma (da República da África do Sul) e doÓrgão da SADC Troika e Armando EmílioGuebuza (da República de Moçambique) epresidente da SADC, decidimos o seguinte:

1. Acolher e elogiar o compromisso assumido por Sua Ex-celência Andry Rajoelina, o presidente da Transição emMadagáscar, e Sua Excelência Marc Ravalomanana, ex-presidente de Madagáscar, de que não vão concorrer naspróximas eleições presidenciais e parlamentares;

2. Exortar o povo malgaxe para promover o espírito de rec-onciliação, paz e estabilidade e que se abstenha de todos osactos de desestabilização do País;

Órgão da Troika da SADC - Declaração sobre Madagáscar

6 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Fevereiro 2013

MadagáscarRumo a paz e estabilidade

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P A Z E S E G U R A N Ç A

e a SADC / ICGLR a envolver"urgentemente as NaçõesUnidas no envio da NIF para oleste da RDC", e elogiou oSecretário-Geral da ONU peloproposto Quadro de Paz,Segurança e Cooperação para aparte leste da RDC e Região.

Espera-se que a NIFcontribua para manter epreservar a paz e garantir que adesestabilização não se espalhepara outras partes do País e daregião.

Segundo o presidente daTanzânia, Jakaya Kikwete, quepreside a Troika do Órgão daSADC sobre CooperaçãoPolítica, Defesa e Segurança, otamanho real da contribuiçãode cada país que secomprometeu ainda está porser determinado", pois háassuntos que estão sendotrabalhados especialmentequem vai fazer o quê na RDC.Estes incluem aspectos como alogística."

A Cimeira do Órgão daTroika realizada em Dar esSalaam, na Tanzânia, emJaneiro, e que contou com aparticipação do Presidente daSADC, saudou "o apoio dasNações Unidas no envio da NIF,

através do propostoQuadro das NaçõesUnidas para o envio deuma Brigada deIntervenção no leste daRDC, e manifestou a suadisponibilidade paratrabalhar com a ONU ".

A Cimeira da Troikareiterou o seu apelo "para umaatenção urgente sobre a gravesituação humanitária no Lesteda RDC".

O Presidente Sul-AfricanoJacob Zuma, que é membro doÓrgão da SADC Troika, disse

que "a razão pela qualprecisamos de uma força neutrainternacional é impedir queforças externas entrem na RDCe causem problemas lá."

No ano passado, oslíderes da SADC acusaramformalmente o Ruanda deapoiar os rebeldes tendo oPresidente da SADC, oPresidente Armando Guebuzade Moçambique, visitado oRuanda para conversações como Presidente Paul Kagame.

A RDC mergulhou numacrise política no início do anopassado e a situação aumentouem Novembro, quando osrebeldes anti-governamentais

auto-intitulados Movimento 23de Março invadiram ecapturaram a cidade de Goma,causando o deslocamento depessoas e perda de vidas e bens.

Os rebeldes já ameaçarammarchar sobre Kinshasa, a capitaldo vasto e rico País em minerais.

A SADC exigiu a cessaçãodas hostilidades e apelou para aresolução pacífica e duradourado conflito, dizendo que asituação pode ser resolvidaatravés do diálogo colectivo.

Os líderes da SADCreunidos na Cimeira anual emAgosto de 2012 observaram quea perturbação na RDC éperpetrada por grupos rebeldescom a ajuda de Ruanda eexortaram este País a cessar deimediato a sua interferência",pois isso constitui uma ameaçaà paz e estabilidade não só daRDC , mas também da regiãoSADC." r

AS NAÇÕES UNIDAS estãoconsiderar um apoio para aimplantação de uma força depaz para a RepúblicaDemocrática do Congo.

O Chefe de Pacificação naONU, Herve Ladsous, disseque um acordo para implantaruma brigada de intervençãoseria assinado em breve,acrescentando que a força seriaenviada para o leste da RDCpara "neutralizar" as milíciasarmadas.

Ele disse que seriam usadoshelicópteros e aviões dereconhecimento para manter apaz e a estabilidade no País,

apesar de Países vizinhos, comoo Ruanda terem rejeitado o usode aeronaves de vigilânciaelectrónica conhecidos pordrones.

A ONU quer utilizar osdrones, desenvolvidos efabricados nos Estados Unidos,para a vigilância em várias

partes do mundo, paramonitorar a área de fronteirarica em minerais no leste daRDC, onde o Ruanda foiacusado de ajudar os rebeldesque lutam contra o governo.

A brigada de manutençãode paz das Nações Unidas iráoperar sob o mandato damissão MONUSCO implantadaem outras partes da RDC.

A RDC é já a maior missãode manutenção da paz daONU, com mais de 17.000tropas. Mas as forças estãoespalhadas pelo enorme País ea ONU já tem mandato parareduzir os custos. r

ONU aprova força de paz para a RDC

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 7

SADC promete tropas a RDC OS CHEFES de Estado e deGoverno apelaram para umasolução pacífica e duradourapara o conflito no leste daRepública Democrática doCongo e se comprometeram acontribuir com tropas paraserem despachadas para essefim.

O conflito no leste daRepública Democrática doCongo é um grande revés parao desenvolvimento e integraçãoregional e tem impactos emtodos os Países da ÁfricaAustral, daí que os líderes daSADC decidiram que sãonecessários esforços colectivospara resolver a situação.

Nove estados membros daSADC concordaram emcontribuir com tropas para aForça Neutral Internacional(NIF) - Angola, Lesotho,Malawi, Maurícias, Namíbia,África do Sul, República Unidada Tanzânia, Zâmbia eZimbabwe.

África do Sul se ofereceupara fornecer apoio logísticopara a NIF, enquanto a Tanzâniase ofereceu para fornecer umComandante da Força para aNIF.

Outras contribuições dosEstados-Membros ou dacomunidade internacional paraa NIF estão ainda por seranunciadas e, logo que toda alogística for concluída, a SADCdeverá despachar a sua forçapara o leste da RDC.

A Cimeira Extraordinária deChefes de Estado e de Governoda SADC, reunidos em Maputo,Moçambique, no início deFevereiro, decidiu que o enviode tropas para o leste da RDCseria feito em estreitacolaboração com a ConferênciaInternacional sobre a Regiãodos Grandes Lagos (ICGLR).

Cinco estados membros daSADC são também membros daICGLR, incluindo a RDC, bemcomo Angola, Malawi, Tanzâniae Zâmbia.

A Cimeira Extraordinária daSADC instou a União Africana

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AS NAÇÕES UNIDAS declararam 2014-2024 como a Década daEnergia Sustentável para Todos como forma de destacar a importânciadas questões de energia na agenda de desenvolvimento pós-2015.

Numa resolução feita a 21 de Dezembro de 2012, a AssembleiaGeral da ONU instou os Estados membros a galvanizar os esforçosde tornar o acesso universal a serviços modernos de energiasustentável uma prioridade, observando que cerca de 1.3 bilião depessoas no mundo estão sem electricidade e outros 2.6 biliões depessoas em Países em desenvolvimento dependem da biomassatradicional para cozinhar e para o aquecimento.

A Resolução expressou preocupação de que, mesmo quando osserviços de energia estão disponíveis, milhões de pessoas sãoincapazes de pagar por esses serviços.

A resolução sublinha a necessidade de melhorar o acesso aserviços de energia confiável, economicamente viável, socialmentee ambientalmente aceitável e recursos para o desenvolvimentosustentável.

Para o efeito, a Assembleia Geral também destacou a importânciade melhorar a eficiência energética, bem como aumentar a quota detecnologias de energia renovável e mais limpa.

Na resolução, a Assembleia Geral exortou os governos, assimcomo as organizações internacionais e regionais e outras partesinteressadas para combinar, conforme o caso, o aumento do uso denovas fontes de energia e renováveis, uso mais eficiente da energia,maior dependência de tecnologias avançadas de energia, incluindotecnologias mais limpas de combustíveis fósseis e uso sustentáveldos recursos energéticos tradicionais, para atender a crescentenecessidade de serviços energéticos.

A declaração da década baseia-se no interesse crescente pelosEstados-Membros em matéria de energia. A Resolução 65/151 daAssembleia Geral declarou 2012 como o "Ano Internacional daEnergia Sustentável para Todos" e apelou ao Secretário-Geral paraorganizar e coordenar as actividades durante o ano para aumentara consciencialização sobre a importância de abordar as questõesenergéticas.

Em resposta, o Secretário-Geral, Ban Ki-moon, lançou a iniciativaEnergia Sustentável para Todos, que reúne as partes interessadasdo governo, o sector privado e da sociedade civil.

A iniciativa é liderada por Kandeh Yumkella de Serra Leoa, queé também o director-geral da Organização das Nações Unidas parao Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e preside o pelouro deEnergia das Nações Unidas.

O objectivo da iniciativa é mobilizar uma acção no sentido deproporcionar acesso universal à energia, dobrar a taxa de

melhoria global da eficiência energética e duplicar a quotadas energias renováveis no cabaz energético global.

De acordo com Yumkella, energia sustentável para todos éessencial para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento doMilénio (ODM) e para a abertura de novas oportunidades decrescimento e prosperidade em todos os Países.

"Também é central para as discussões sobre a agenda dedesenvolvimento pós-2015 e para as novas metas proposta para odesenvolvimento sustentável", disse ele.

Como parte da iniciativa, a ONU lançou uma Consulta Globalde Energia que tem como objectivo explorar assuntos como anecessidade de energia confiável na agenda de desenvolvimentopós-2015 e identificação de questões prioritárias.

A finalidade da consulta é convidar uma ampla gama de partesinteressadas para construir uma visão compartilhada dos futurosdesafios de energia no mundo e a necessidade de integrar a energiana agenda de desenvolvimento pós-2015.

O esforço é parte de um conjunto de diálogos globais compostopor mais de 50 consultas nacionais e 11 consultas temáticas, umadas quais é a energia.

A consulta é feita com base em discussões através de portais deInternet e de seminários organizados em todo o mundo.

Os resultados serão compartilhados e alimentados no quadro dedesenvolvimento pós-2015 e outros processos relacionados para2015, quando a actual agenda guiada pelos ODM está prestes achegar ao fim.

Agenda de Desenvolvimento pós-2015Os oito ODM - que vão desde a redução da pobreza extrema atécontenção da propagação do HIV e SIDA, e garantia da educaçãoprimária universal - têm sido um marco nos esforços dedesenvolvimento global e nacional desde 2000.

O quadro ajudou a galvanizar os esforços de desenvolvimentoe orienta as prioridades dedesenvolvimento nacional e global.

2014-2024Década de Energia Sustentá

8 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Fevereiro 2013

Sumário de Política de Energia Nº11, Fevereiro 2013

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 9

ável para TodosEnquanto três dos oito objectivos foram alcançados antes do

prazo final de 2015, o progresso tem sido desigual dentro e entrepaíses.

São necessários esforços adicionais e uma parceria global fortepara acelerar o progresso e atingir as metas de desenvolvimento até2015.

Após o resultado da, Conferência sobre DesenvolvimentoSustentável, Rio +20, que iniciou um processo inclusivointergovernamental para a elaboração de um conjunto de objectivosde desenvolvimento sustentável, há um amplo consenso de quedeve haver ligações estreitas entre os dois processos e agendas.

O acesso à energia é amplamente considerado como um dosODM "perdido" e o debate entre especialistas em desenvolvimentoé que a redução da pobreza e a condição socioeconómica globalpoderia melhorar caso a energia fosse identificada como o nonoODM.

Especialistas em desenvolvimento argumentam que aincapacidade de reconhecer o papel central de energia na listaoriginal dos ODM, teve um impacto na forma como o mundoresponde a questões de desenvolvimento sustentável e redução dapobreza.

A Energia afecta todos os aspectos do desenvolvimento - social,económico e ambiental, incluindo os meios de vida, acesso à água,a produtividade agrícola, saúde, níveis de população, educação eassuntos relacionados ao género.

Por exemplo, a maioria das pessoas na África Austral aindadependem de fontes de energia tradicionais, como a madeira, ououtros tipos de biomassa, como resíduos de culturas, que é ocombustível dominante para cozinhar. Isso tem um custo enormepara o meio ambiente uma vez que as famílias continuam a cortaras árvores para o tão necessário combustível.

Portanto, atingir auto-suficiência energética seria um longocaminho para melhorar as oportunidades da SADC de atingir osODM, criando oportunidades para que as pessoas saiam do trilhoda pobreza.

Iniciativas RegionaisPara melhorar o acesso à energia, a África Austral embarcou numprograma para aumentar a disponibilidade de várias fontes deenergia, até 2027, a um custo total de mais de 200 biliões de dólaresnorte-americanos.

O recentemente anunciado Plano Sectorial de Energia, parte deum amplo Plano Director de Infra-estruturas Regionais, aprovadoem 2012, aborda quatro grandes objectivos estratégicos,nomeadamente o de assegurar a segurança energética, a melhoriado acesso a serviços energéticos modernos, uso dos abundantesrecursos energéticos e atracção de investimento financeiro esustentabilidade ambiental.

O plano identifica projectos de infra-estruturas "duras" queincluem a produção e transmissão de electricidade; refinarias,instalações de armazenamento e condutas para o petróleo e gás, einstalações de transporte para a distribuição e exportação de carvão.

Com relação ao sub-sector eléctrico, o Plano Director identificou73 projectos de produção de energia para aumentar a produção dosactuais 56.000 Megawatts (MW) e superar a demanda projectadade 96 mil MW até 2027.

Além dos projectos de infra-estruturas "duras", o Plano Directortambém identificou 16 questões de infra-estruturas "suaves" queprecisam ser abordadas antes da região poder atingir a auto-suficiência no sub-sector de energia eléctrica.

Estas incluem políticas harmonizadas e uma maior cooperaçãono desenvolvimento de energia e comércio. r

Zâmbia e BAD assinam acordo de empréstimo de energia

A ZÂMBIA E O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD)assinaram um acordo de empréstimo de 55 milhões de dólaresnorte-americanos para a construção da central hidroeléctrica deItezhi-Tezhi e uma linha de transmissão.

O acordo foi assinado pelo Ministro das Finanças da Zâmbia,Chikwanda Alexander , e o Representante do BAD no País, FreddieKwesiga.

O projecto envolverá a construção e operação de uma centralhidroeléctrica de 120 Megawatts (MW) em Itezhi-Tezhi, umabarragem localizada ao longo do rio Kafue.

Depois de concluído, o projecto irá aumentarsignificativamente o fornecimento de energia a Zâmbia e aregião. A Zâmbia produz actualmente 1.800 MW, quecompartilha com o resto da região, através do Grupo deEmpresas de Electricidade da África Austral. r

Moçambique recebe um empréstimo 65 milhões dedólares norte-americanos para reabilitação de centraleléctrica

MOÇAMBIQUE ESPERA aumentar a produção de energiaapós a empresa eléctrica nacional, a Electricidade deMoçambique (EDM), ter assegurado um empréstimo da Françapara a reabilitação de duas centrais eléctricas.

Moçambique receberá um empréstimo de 50 milhões de Eurospara reabilitar as estações de Mavuzi e Chicamba, na provínciacentral de Manica, ao abrigo de um acordo assinado em Outubro,com a Agência Francesa de Desenvolvimento.

O projecto de reabilitação deverá aumentar a capacidade deprodução das duas centrais de energia em 50 por cento,fazewndo com que Mavuzi passe a produzir 52 Megawatts(MW), enquanto Chicamba irá produzir 38MW.

As duas estações são propriedade da EDM e ambas estãono rio Revue. r

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vencedor, que surgiu a partir da campanha para o cargo device-presidente do Partido SWAPO foi o ex-primeiro ministro,Dr. Hage Geingob, actualmente Ministro do Comércio eIndústria.

Geingob foi nomeado primeiro-ministro numa remodelaçãogovernamental anunciada imediatamente após o Congresso. Eleserá o candidato do partido para Presidente da República naseleições de 2014.

Assim, a decisão é tomada dois anos antes das eleições,evitando divisões no período eleitoral. A disputa teve lugar nãono topo, mas no segundo nível, sem nenhum impacto sobre oChefe de Estado ou a estabilidade do país.

O presidente do partido apelou a todos os candidatos a aceitaros resultados da eleição que foi bastante disputada e evitar umarepetição do cenário verificado na corrida para a anteriorliderança em que o candidato derrotado abandonou o processopara formar o seu próprio partido.

Esta é a segunda transição da liderança da Namíbia, depois daprimeira que foi muito disputada e repleta de acusações em queo perdedor se recusou a aceitar os resultados.

No Congresso anterior, quando o presidente fundador, SamNujoma, deixou o cargo, o partido decidiu conferir-lhe o títulode "Líder da Revolução da Namíbia", com um convite aberto paraparticipar de todas as reuniões do partido.

MOÇAMBIQUEMoçambique enfrentou quase os mesmosdesafios no 10 º Congresso do PartidoFrelimo, realizado na provínciasetentrional de Cabo Delgado.

O Presidente Armando EmílioGuebuza, o líder do partido, é Chefe deEstado e actual Presidente da SADC.

As principais questões políticas estão contidas na AgendaNacional de Luta Contra a Pobreza. O principal resultado foi aeleição da direcção do partido através de um novo sistemainclusivo de cotas e exclusivo para a Frelimo chamado"renovação na continuidade", em que há listas de candidatosseparados de mulheres e homens, votada por todos osdelegados.

Os complexos boletins de voto para o Comité Central tiveramcinco secções: para aqueles que procuravam areeleição, para os recém-chegados, paracandidatos jovens com menos de 35 anos, paraas áreas económicos e sociais, e para osveteranos da luta de libertação. Cada secçãotem uma cota de mulheres e homenscandidatos, e os filhos dos veteranos sãoconsiderados veteranos para esta finalidade.

por Phyllis Johnson

TRIMESTRE DE 2012. Trata-se de antigos movimentos delibertação que agora governam quatro Estados-Membros daSADC.

Os líderes desses quatro partidos políticos são Chefes deEstado e ocupam cargos na Comunidade para oDesenvolvimento da África Austral (SADC).

Apesar de muitas preocupações políticas serem similares, osseus processos políticos oferecem diferentes aspectos de práticaseficazes.

Os congressos dos partidos foram realizados em Moçambique,no final de Setembro, na Tanzânia, no início de Novembro, naNamíbia, no final de Novembro, e na África do Sul, nos meadosde Dezembro.

Estes partidos políticos bem estabelecidos têm temassemelhantes sobre questões políticas e de desenvolvimentoeconómico e capacitação, mas possuem diferentes sistemas deestrutura política e de transição da sua liderança.

Todos têm enfrentado desafios de transição na liderança,especialmente a primeira transição depois de terem atingido oseu objectivo de independência nacional, e alguns já tem soluçõesdefinidas.

Todos vão ter eleições em 2014-2015 e realizaram Congressosmuito antes dessas datas.

NAMIBIAO 5º Congresso do Partido SWAPO emWindhoek, Namíbia, apresentou um forteprocesso político que evoluiu desde aindependência em 1990.

Com o tema "Rumo a equidade eemancipação económica", o Congressoconsiderou 13 documentos de políticarefinados numa conferência política de três meses antes de umasérie de questões de desenvolvimento. O congresso da SWAPOresolveu fortalecer os mecanismos de implementação.

O aspecto mais esperado do 5 º Congresso do Partido SWAPO,como observado na declaração de encerramento, foi a eleição dadirecção do partido. O Presidente Hifikepunye Pohamba, queactualmente lidera o Órgão da SADC Troika, foi eleito semoposição para um segundo mandato como líder do partido de2013-2017.

Isso significa que ele continuará comolíder do partido mesmo depois de deixar o cargo

de Chefe de Estado em 2015, após as eleiçõesnacionais.

Portanto, a disputa pela liderança não estevecentrada no nível mais elevado da liderança dopartido, mas nos níveis seguintes de vice-

presidente, secretário-geral e deputado. O

Quatro Congressos, perdiferentes processo

P E R S P E C T I V A

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A Comissão Política tem 14 membros eleitos mais trêsmembros timoneiros que são o presidente, o secretário-geral esecretário da comissão de verificação.

Os 14 membros da liderança do partido topo são eleitos emduas categorias: 60 por cento de continuidade (aqueles quebuscam a reeleição) e 40 por cento de renovação (recém-chegados). Para a continuidade, há oito lugares - quatro homense quatro mulheres. Os restantes seis assentos para a renovação,quatro são reservados para homens e dois para mulheres.

Isto resultou em ampla representação inclusiva de diferentessectores e grupos de interesse, incluindo 35 por cento demulheres. O partido Frelimo tem três alas separadas paramulheres, jovens e veteranos de guerra.Guebuza foi absolutamente reeleito como líder do partido com97,3 por cento dos votos.

A maior surpresa foi o primeiro-ministro e o seu antecessorterem perdido os seus assentos na Comissão Política. O Governofoi remodelado imediatamente após o Congresso, com um jovemque é um recém-chegado à Comissão Política, sendo nomeadocomo primeiro-ministro.

Guebuza está a cumprir o seu segundo e último mandatocomo chefe de Estado, mas pode permanecer como presidente dopartido, como o seu antecessor fez antes dele, e, portanto, opartido governamental é susceptível de ter uma liderança de topodiferente, depois das próximas eleições nacionais marcadas parao último trimestre de 2014.

As estruturas da Frelimo não incluem uma linha directa desucessão para a presidência. Apesar do primeiro-ministro sermuitas vezes visto como um potencial sucessor, este nunca foi ocaso até à data. O candidato presidencial será indicado muitopróximo do momento da eleição.

REPÚBLICA UNIDA DA TANZANIAMais a norte, na República Unida daTanzânia, onde Jakaya Kikwete é Chefe deEstado e actual Presidente da Troika daSADC sobre a Cooperação Política, Defesae Segurança, o partido governamentalChama Cha Mapinduzi (CCM) realizou oseu 8º Congresso Nacional.

Kikwete foi reeleito como presidente nacional do partido CCMque trouxe a independência nacional quando

ostentava o nome União Nacional Africana deTanganyica, fundada pelo Mwalimu JuliusNyerere.

A República Unida da Tanzânia é o resultadoda união da parte continental (Tanganyika) e coma Ilha de Zanzibar, em 1964, e as estruturas

partidárias do CCM também reflectem essa união.

O congresso de 2012 viu o retorno de quadros experientesconsiderados trabalhadores e "limpos" de corrupção, que tinhamservido o partido em anteriores cargos de chefia.

Estes incluíram as três primeiras posições da presidência, istoé, os dois vice-presidentes, para o continente e para Zanzibar, e osecretário-geral. Todos os três postos são ocupados por homens,mas uma mulher com um grande perfil foi eleita para o novocargo de secretário-geral das Relações Exteriores.

O CCM também não tem estrutura específica para a sucessãoe Kikwete permanecerá como chefe do partido depois daspróximas eleições nacional em Outubro de 2015 para acontinuidade, assim como aconteceu com os seus antecessores. Ocandidato presidencial para as próximas eleições nacionais seráescolhido próximo do período eleitoral, provavelmente noprimeiro semestre de 2015.

ÁFRICA DO SULO último congresso do partido no poder em 2012foi o do Congresso Nacional Africano (ANC) daÁfrica do Sul, em Dezembro, quando o presidenteJacob Zuma enfrentou o desafio de ver fora o seuvice, que também é vice-presidente do país.

O congresso marcou os 100 anos desde que oANC foi formado em 1912, na mesma cidade, emMangaung, com a maioria da direcção do partidosendo reeleita, excepto o vice-presidente Kgalema Motlanthe, quefoi substituído por um conhecido empresário. O presidente dopartido continua a ser uma mulher.

O debate pré-congresso foi mais sobre a liderança erepresentação do que sobre as questões políticas significativas parao partido, com desafios judiciais ameaçados em algumas provínciasao longo do processo de escolha de delegados para o congresso.

Durante um debate de alto nível sobre a "chuva" de candidatospara a liderança do partido, o secretário-geral negou que a ANC"arranja" liderança, sublinhando que o diálogo é parte doprocesso democrático.

O Presidente Zuma está a cumprir o seu primeiro mandatocomo Chefe de Estado e é membro da Troika da SADC sobre aCooperação Política, Defesa e Segurança. Ele vai concorrer paraa sua reeleição como Presidente da África do Sul no início de2014.

Na sua curta história no governo, o vice-presidente do ANC conseguiu obteve um altocargo no partido e no governo, mas ainda nãoestá claro se esse será o caso nas eleições de2019, altura em que Zuma terá completado oseu segundo mandato e tomando em contaque não haverá outro congresso do partidoantes desse período. r

rspectivas semelhantes,os, práticas eficazes

P E R S P E C T I V A

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mediado pela SADC para aformação de um governoinclusivo envolvendo Mugabe,Tsvangirai e Mutambara,implementado em Fevereiro de2009.

De acordo com o GPA, opresidente Mugabe, do ZANU-PF manteve-se Chefe de Estado,enquanto Tsvangirai do MDC-Tsvangirai (MDC-T) tornou-seprimeiro-ministro e Mutambarado MDC se tornou o vice-primeiro ministro.

Um Governo composto por 15ministros do ZANU-PF, 13 doMDC-T e três do MDC tambémfoi também empossado.

Um componente chave doGPA foi a remoção de sançõesc o n t r a o Z i m b a b w e

A CONCLUSÃO de umprocesso de consulta sobre umanova Constituição para oZimbabwe abre caminho paraum referendo a 16 de Março,seguido por eleições mais tarde.

" To d a s a s p a r t e sconcordaram. Nós finalmenteconcordamos com a finalizaçãod o a n t e - p r o j e c t o d eConstituição", afirmou oPresidente Robert Mugabe,numa conferência de imprensa,no início de Fevereiro, quecontou com a presença de outrosdois principais responsáveis peloAcordo Político Global (GPA) -O Primeiro-Ministro MorganTsvangirai e o vice Primeiro-Ministro Arthur Mutambara.

De acordo com o GPA,assinado em 2008, a finalizaçãodo processo de elaboração daconstituição abre espaço para arealização de eleições gerais.

No entanto, antes disso o Paísdeve realizar um referendo sobrea possibilidade de aceitar ourejeitar a nova Constituição, quesubstitui a constituição de

E L E I Ç Õ E S

Referendo 16 MarçoNovo ante-projecto de Constituição para o Zimbabwe

12 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Fevereiro 2013

origem britânica elaborada emLancaster House e que entrou emvigor após a Independência, em1980. O referendo foi marcadopara 16 de Março.

Os principais partidospolíticos - Zanu-PF e as duasformações do MDC - iniciaramuma campanha pedindo que osseus membros digam "Sim" noreferendo.

Zimbabwe vai realizarele ições pres idenciais ,parlamentares e dos governoslocais posteriormente. A data seráanunciada após o referendo, masas eleições poderão decorrerainda este ano. Segundo a actualConstituição, a duração desteParlamento termina a 29 deJunho.

O Zimbabwe realizou as suasúltimas eleições em 2008,quando a oposição venceumarginalmente mais assentos noParlamento, enquanto o Zanu-PFganhou o voto popular e aPresidência.

As disputadas eleiçõesresultaram no GPA, um acordo

implementadas pela UniãoEuropeia por insistência doReino Unido e sançõesabrangentes aprovadas peloCongresso dos EUA, no entantoisso não aconteceu ainda e osprazos dos processos nessespaíses parecem improváveis defacilitar o levantamento dassanções antes das eleições.

Todos os Estados-Membrosda SADC fizeram activamentecampanha para a remoçãodessas sanções, ao falarpublicamente e durante asdiscussões privadas. A Zanu-PForganizou um abaixo-assinadocom assinaturas de mais de doismilhões de zimbabweanos quepediam o levantamento dassanções. r

• O Poder Executivo é exercido pelo Presidente, que é Chefe deEstado e de Governo e Comandante-em-Chefe das Forças deDefesa. A provisão é feita por dois vice-presidentes.

• O Parlamento é composto pela Assembleia Nacional e oSenado.

• A Assembleia Nacional tem 210 membros eleitos por escrutíniosecreto de 210 círculos eleitorais uninominais. Além disso, paraos dois primeiros parlamentos após a aprovação da novaConstituição, as 60 mulheres membros serão eleitas porrepresentação proporcional, com seis de cada uma das 10províncias com base nos votos obtidos por candidatos querepresentam partidos políticos nas eleições locais porprovíncia.

• O Senado será composta por 80 membros, seis eleitos em cadaprovíncia através de um sistema de representação proporcional,com base nos votos obtidos por candidatos que representampartidos políticos nas eleições para a Assembleia Nacional eseleccionados a partir de listas ", em que candidatos do sexomasculino e feminino são listadas como alternativa de cada listaque está sendo dirigido por uma candidata. "Os restanteslugares serão preenchidos por 18 chefes tradicionais - OPresidente e Vice-chefe do Conselho, mais dois de cada uma

Destaques do ante-projecto de Constituição do Zimbabwedas oito províncias não-metropolitanas eleitas pela assembleiaprovincial dos chefes. Dois assentos do Senado são designadospara os representantes das pessoas com deficiência, com ométodo de eleição a ser definida nos termos da lei eleitoral.

• Os direitos dos cidadãos foram ampliados através de umamplo capítulo sobre a Declaração de Direitos. Os direitosprevistos são os direitos à vida, trabalho, educação, água,abrigo, direitos ambientais, à liberdade de expressão e deimprensa, e de casamento, excepto para casamentos do mesmosexo.

• O projecto de Constituição reconhece 16 línguas oficiais -Chewa, Chibarwe, Inglês, Kalanga, koisan, Nambya, Ndau,Ndebele, Shangani, Shona, signlanguage, Sotho, Tonga,Tswana, Venda e Xhosa. Anteriormente, apenas três línguaseram reconhecidas - Inglês, Ndebele e Shona.

• O Preâmbulo exalta os " homens e mulheres bravos quesacrificaram as suas vidas durante a luta de libertaçãonacional", reconhece a riqueza de recursos naturais, ecelebra a vitalidade das tradições e culturas. Os veteranosda luta de libertação, incluindo aqueles que os assistirame os que foram presos, detidos ou banidos devem serrespeitados e fortalecidos economicamente. r

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SADC adopta posição comum antes da reuniãoda ONU sobre as mulheres

ZIMBABWE É o primeiroEstado-membro da SADC apropor uma lei que garante umarepresentação de 50 por centodas mulheres e dos homens noParlamento e outros órgãosgovernamentais. De acordo comum ante-projecto de Constituiçãoelaborado pela ComissãoEspecial Parlamentar de revisãoda Constituição (COPAC), ogoverno deve promover o plenoequilíbrio de género nasociedade do Zimbabwe.

O a n t e - p r o j e c t o d eConstituição propõe a introduçãode um sistema de cotas paramulheres no Parlamento,deixando de lado 60 lugaresadicionais para mulheres noParlamento, seis para cada eleitopor meio de um sistema derepresentação proporcional das10 províncias. O ante-projecto deConstituição propõe ainda acriação de uma Comissão deGénero cujas funções incluemquestões de monitoria respeitantea igualdade de género. r

por Joseph Ngwawi

OS MINISTROS responsáveispor Assuntos de Género e daMulher na região da SADCdesenvolveram uma posiçãocomum para a 57 ª Sessão daOrganização das Nações Unidassobre a Situação da Mulher(CSW), prevista para Março.

Os ministros, reunidos emMoçambique, em Fevereiro,aprovaram dois documentosimportantes - o documento finalsobre a posição da SADC na 57ª Sessão da CSW, bem como oprojecto acordado dasConclusões sobre o temaprioritário de eliminação eprevenção de todas as formasde violência contra mulheres eraparigas.

Os ministros reiteraram aimportância das preocupaçõesprioritárias para a região, emparticular a necessidade decombater a violência domésticade forma mais eficaz, lidar com ascausas profundas da violênciacontra as mulheres, odesenvolvimento de programasrobustos de sensibilizaçãodirigidas famílias e comunidades,especialmente nas áreas rurais.

Outras prioridades regionaisincluem a priorização deactividades em socialização,com vista a mudar asmentalidades e atitudes, bemcomo o fortalecimento deesforços rumo a autonomiaeconómica das mulheres.r

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 13

G É N E R O

Da intenção declarada à aplicação realProtocolo do Género da SADC entra em vigorO PROTOCOLO da SADCs o b r e G é n e r o eDesenvolvimento entrou emvigor depois da ratificação doinstrumento pelos necessáriosdois terços dos Estados-Membros.

De acordo com umcomunicado emitido após areunião anual dos Ministrosresponsáveis pelo Género eAssuntos da Mulher na regiãoda SADC, realizada emMoçambique, em meados deFevereiro, 10 Estados-membrosratificaram o protocolo.

Trata-se de Angola, Lesotho,Moçambique, Namíbia,Seychelles, África do Sul,

Zimbabwe ante-projecto deConstituiçãopropõe igualdadede género de50:50

Swazilândia, República Unida daTanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

"A reunião elogiou osesforços dos Estados-Membrosno depósito de instrumentos deratificação que posteriormentelevaram à sua entrada emvigor", refere o comunicado.

A reunião reiterou aimportância de garantir aefectiva implementação doProtocolo da SADC sobreGénero e Desenvolvimento. Issorequer a domesticação doProtocolo para o direitonacional.

O processo de aprovação deum instrumento jurídicoregional requer, em primeirolugar, a assinatura e, emseguida, ratificação, umprocesso que difere de país parapaís.

O protocolo "entra emvigor", após a ratificação pordois terços dos Estadosmembros da SADC. Estesavanços da lei regional devempassar da intenção declaradapara a aplicação real.

Os objectivos do Protocoloda SADC sobre Género eDesenvolvimento são assegurara autonomia das mulheres,eliminar a discriminação ealcançar a qualidade e equidadede género através de legislaçãosensíveis aos assuntos, políticas,programas e projectos degénero. As metas incluem,entre outros, a realização deuma representação de 50 porcento de homens e mulheres napolítica e na tomada de decisãoaté 2015, em linha com a decisãotomada pelo Chefes de Estado ede Governo e da UniãoAfricana.

Os ministros tambémaprovaram a proposta dedesenvolver de uma Adenda aoProtocolo da SADC sobreGénero e Desenvolvimento paraacomodar o género e asmudanças climáticas.

Esta é uma resposta àpreocupação de que os impactosdas mudanças do clima afectamdesproporcionalmente asmulheres e crianças na região. r

País Data da Data da Instrumentos assinatura ratificação depositados

Angola 2008 2010 √Botswana Ainda não assinado RDC 2008Lesotho 2008 2010 √Madagáscar 2008Malawi 2009Maurícias Not yet signedMoçambique 2008 2010 √Namíbia 2008 2009 √Seychelles 2008 2011 √África do Sul 2008 2012 √Swazilândia 2008 2012 √Tanzânia 2008 2010 √Zâmbia 2008 2012 √Zimbabwe 2008 2009 √

Progresso na assinatura e ratificação do Protocoloda SADC sobre o Género

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14 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Fevereiro 2013

U N I Ã O A F R I C A N A

transformação estrutural",afirmou Dessalegn.

A transformação incluimelhorias nas infra-estruturas,o aumento do comércioregional, o progresso nomovimento suave de bens eserviços em todo o continente epromoção da paz, estabilidade esegurança.

A Presidente Comissão daUA, Nkosazana Dlamini-Zuma,concordou, dizendo que depoisde 50 anos, a África já encontrouas condições ideais paraestimular o desenvolvimentosocioeconómico do continente.

Por exemplo, ela disse queseis das 10 mais rápidaseconomias em crescimento domundo estão em África e que ocontinente tem vindo a crescer auma média de cinco por centopor ano há mais de uma década,

União Africana @ 50Rumo a uma profunda integração

por Kizito Sikuka

NUMA ALTURA em que aÁfrica comemora 50 anos desdea formação da Organização deUnidade Africano (OUA) -agora, a União Africana - Oslíderes africanos apelaram aoaprofundamento da cooperaçãoentre os Estados membros paraassegurar que o continentetome o controlo total da suaagenda de desenvolvimento.

Este foi um dos resultadosda 20ª Cimeira Ordinária deChefes de Estado e de Governosda UA, realizada no final deJaneiro na sede da UA em AdisAbeba, Etiópia.

O tema para a cimeira e paraas celebrações do Jubileu deOuro é "Pan-africanismo eRenascimento Africano".

Falando logo depois deassumir a presidência da UA,o primeiro-ministro etíope,Hailemariam Dessalegn, disseque há uma série de questõesprioritárias que precisam de serabordadas para promover aintegração continental.

"Enquanto celebramos oJubileu de Ouro da nossaorganização, temos que fazerum balanço das nossasconquistas e desafios ao longodos últimos 50 anos e traçar umcaminho para realizar a nossavisão de criar uma Áfricapacífica, democrática, próspera,unida e com um lugar cimeirono mundo. "

Ele disse que, ao longo dasúltimas décadas, a Áfricaconseguiu registar umcrescimento económico robusto,atraindo um "crescente interessecomo uma nova fronteira denegócios e de investimento" demuitas economias desenvolvidase emergentes como a China.

"Não há dúvida de que aÁfrica precisa para sustentar oritmo de crescimento quealcançou durante a últimadécada. Isso só pode ser feito seconseguirmos trazer uma

• Reorientação da Comissão Económica para África (ECA) paraapoiar a agenda de transformação da UA – A Cimeira pediu aoSecretário-Geral das Nações Unidas para fornecer o apoionecessário para a CEA para melhorar o seu trabalho de acordocom as prioridades de África.

• Criação do Observatório Africano da Ciência, Tecnologia eInovação (AOSTI) - A Cimeira aprovou o projecto e pediu queos parceiros de desenvolvimento usem o necessário apoiotécnico e financeiro para sustentar o AOSTI e seus programas.

• Coordenação do Comité de Chefes de Estado e de Governo deÁfrica sobre as Mudanças Climáticas (CAHOSCC) e preparaçãopara a 19ª Conferência de Partes da Convenção-Quadro dasNações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 19), naPolónia – A Cimeira reconheceu a necessidade de aperfeiçoarmais e agilizar o mecanismo de coordenação para a CAHOSCC.

• Sobre a redução da mortalidade materna, neonatal e infantil emorbidade em África - A Cimeira apelou aos ministros daSaúde da União Africana analisar os progressos realizados emrelação ao estado de saúde materna, neonatal e infantil, asestratégias concretas e inovadoras numa escala maior, a fim deatender adequadamente às necessidades de saúde das mulherese crianças africanas e apresentar um relatório à Sessão 21ªCimeira Ordinária da UA na Etiópia.A cimeira tomou nota da proposta da República da Guiné

relativa à criação de uma Coligação triangular Sul-Sul e apoio àagenda de desenvolvimento de África pós-2015; Aprovou, emprincípio, a criação de uma Coligação triangular Sul-Sul. r

Principais decisões da 20ª Cimeira da UA

apesar da crise financeira eeconómica mundial.

África é também dotada dericos recursos naturais, que sãoingredientes essenciais para umcrescimento e desenvolvimento.Além disso, o continente temuma população crescente,vibrante, cheia de recursosjuvenis que estão sendoequipados com habilidades

fundamentais que conduzirão atransformação da África.

"Estes são componentescríticos nos processos industriaise de desenvolvimento agrícolasque devem impulsionar ocrescimento económico e atransformação do comércio esocial", disse Dlamini-Zuma.

"Devemos, portanto, tomarmedidas ousadas e lutar por umlugar de destaque no mundo,como um pólo de crescimentoglobal. Temos de desenvolver anossa história e desafiar osparadigmas e o pensamentoconvencional. "

O Chefe de Estado do Benin ePresidente cessante UA, BoniYayi, pediu maior cooperaçãoentre o sector privado e osgovernos nacionais em África.

"A UA nunca exploroufortemente o potencial do sectorprivado de África. É hora defazer isso ", disse ele.

As celebrações para marcar oaniversário dos 50 anos da UAvão decorrer a 25 de Maio, paracoincidir com a data da formaçãoda OUA em 1963.

Etiópia vi acolher asprincipais celebrações que serãorealizadas durante a SessãoOrdinária da UA no mesmo mês.

A U A r e a l i z atradicionalmente as suascimeiras duas vezes por ano - emJaneiro / Fevereiro e em Junho /Julho. No entanto, paraacomodar a festa de aniversáriodos 50 anos, a segunda cimeiraanual foi transferida para 25 deMaio. r

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Eventos Fevereiro – Abril 2013Fevereiro11-14, Ministros Responsáveis por Assuntos do Género naMoçambique SADC

Ministros responsáveis por Assuntos de Género e Mulheresreúnem-se anualmente para tratar de questões políticas ede coordenação para as reuniões internacionais, bem comopara acompanhar o progresso na ratificação eimplementação do Protocolo da SADC sobre Género eDesenvolvimento.

18-22, Quénia Conselho do Fórum Global Ministerial do AmbienteO conselho reúne-se anualmente para analisar questõespolíticas existentes e emergentes, bem como os orçamentos.Destina-se a promover a cooperação internacional, bemcomo fornecer orientação política geral para a direcção ecoordenação de programas ambientais a nível globalatravés da UNEP. Esta é a 27ª sessão.

19-21, Reunião Africana de Energia IndabaÁfrica do Sul A conferência anual tem como objectivo explorar formas

para a África pode aproveitar integralmente os seus recursosde energia enorme para alcançar auto-suficiênciaenergética.

20-23, 5 ª Conferência Internacional sobre TIC em ÁfricaZimbabwe O objectivo é destacar a importância da colaboração Sul-

Sul entre os países africanos e outros países emdesenvolvimento, e entre os países africanos e os paísesindustrializados rumo as TIC e desenvolvimento desoluções.

27, Botswana Grupo Temático de Energia da SADC O Grupo Temático de Energia é uma reunião decoordenação dos parceiros de cooperação, especialistas daSADC e suas organizações subsidiárias para discutir formasde ajudar a região a enfrentar os desafios de energia.

Março8-9, Moçambique Conselho de Ministros da SADC

O Conselho de Ministros da SADC é responsável porsupervisionar e monitorar as funções e o desenvolvimentoda SADC, e garantir que as políticas sejam devidamenteimplementadas para promover a integração regional.Conselho é precedido por reuniões preparatórias de altosfuncionários que ocorrem durante o período de 01-7 marco.

8, Global Dia Internacional da MulherEste é o dia designado pelas Nações Unidas paracomemorar questões de igualdade das mulheres com oshomens, e coincide com a 57 ª Sessão da Comissão daONU sobre a Situação da Mulher, realizada todos os anosno início de Março. O tema principal da CSW deste ano é"Eliminação e Prevenção de Todas as Formas de Violênciacontra as Mulheres e Raparigas" e um tema subsidiária é "apartilha de responsabilidades entre homens e mulheres,incluindo cuidados no contexto de HIV e SIDA".

20, Moçambique 34ª Reunião da Comissão Executiva do SAPPO Comité Executivo do SAPP é composto por chefesexecutivos de empresas de energia membros. A comissãoactua como o Conselho do SAPP e é responsável pelacoordenação e formulação de objectivos para o grupo deEnergia.

26-27, 5ª Cimeira do BRICSÁfrica do Sul BRICS significa Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Os líderes desses países reúnem-se anualmente em Cimeirapara buscar soluções para os desafios de desenvolvimentoe considerar áreas de colaboração para as economias BRIC.

Abril15-17, Namíbia Fórum de Migração de Radiodifusão Digital na SADC

SADC vai se reunir para discutir e acordar sobre asactividades que assegurem que todos os países membrosestejam prontos para a transição para a radiodifusãodigital.

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 15

E V E N T O S

SADC HOJE Vol 15 No 2 Fevereiro 2013

ÁFRICA AUSTRAL HOJEÉ produzido como uma fonte de referência das

actividades e oportunidades na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, e um guião para os

responsáveis pela elaboração de políticas a todos os níveis de desenvolvimento nacional e regional.

Comunidade para o desenvolvimento da África AustralSecretariado da SADC, SADC House,

Private Bag 0095, Gaborone, BotswanaTel +267 395 1863 Fax +267 397 2848/318 1070

E-mail [email protected] Website www.sadc.int

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado seis vezes por ano pelo Centro de Documentaçãoe Pesquisa para a África Austral (SARDC) para o Secretariado da SADC em Gaberone,

Botswana, como uma fonte credível de conhecimento sobre o desenvolvimento regional.Os artigos podem ser reproduzidos livremente pelos órgãos de comunicação social e outras

entidades, citando devidamente a fonte.

EDITORMunetsi Madakufamba

COMITÉ EDITORIAL Joseph Ngwawi, Kizito Sikuka, Egline Tauya, Admire Ndhlovu,

Phyllis Johnson, Patience Ziramba, Danai Majaha, Nobuhle Sithole.

ONSELHO EDITORIAL

TRADUTORBonifácio António

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é apoiado pelo Ministério Norueguês dos Negócios Estrangeiros, emapoio ao Grupo Temático dos Parceiros Internacionais de Cooperação no Sector de Energia daSADC, que é presidido pela Noruega.

© SADC, SARDC, 2012

ÁFRICA AUSTRAL HOJE acolhe as contribuições individuais e de organizações dentro daregião da SADC em forma de artigos, fotografias, artigos noticiosos e comentários, e tambémartigos relevantes de fora da região. Os editores reservam-se o direito de seleccionar ourejeitar artigos, e editar para se ajustar ao espaço disponível. O conteúdo não reflectenecessariamente o posicionamento oficial ou opiniões da SADC ou SARDC.

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado em Inglês, Português e Francês, e está disponível numformato digital no Portal de Internet www.sardc.net Conhecimento para o Desenvolvimento,ligado a www.sadc.int

COMPOSIÇÃO & MAQUETIZAÇÃO Tonely Ngwenya

FOTOS E ILUSTRAÇÕESP1 www.angola.org, www.congoleaders.org, worldtourism.com, embangola-can.org,

zambezitraveller.com, thezimbabwean.co.uk; web.worldbank.org; p4 P Johnson, P Johnson; trainnet.org ;p5 defenceweb.co.za, traveljournals.net;p6 www.wildmadagascar.org, www.ecotourism.org, www.wildmadagascar.org,

whc.unesco.or; p7 www.congoleaders.org, www.congoleaders.org, allcountries.com,www.congoleaders.org; p8 -9 worldtourism.com, windenergyplanning.com;

solarpower.com, powerworks.co.za; p10 www.namibian.com.na, www.swapoparty.org,www.mozambiqueoc.com, www.frelimo.org.mz; p11 www.tanzania.go.tz,

www.issafriva.org; www.southafrica.net, www.anc.org.za; p12 P Ziramba, SARDC, R Nyamanhindi, SARDC; p14 www.au.int/en; p16 Michael Bailey, John Aerni

Subscreva HojeÁFRICA AUSTRAL HOJE está disponível através de uma taxa de subscrição anual para seismeses: 55 dólares para fora de África, incluindo o envio; 40 dólares nas restantes partes deÁfrica; e 30 dólares na África Austral. A subscrição permite receber a publicação via aérea oupor e-mail. Para mais detalhes, contacte o Editor.

A correspondência para esta publicação deve ser dirigida ao

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Um futuro comun na comunidade regional

O NOME deriva do Yuga Adi ", o início de uma novaera", e é dia do ano novo para o povo da região deDeccan da Índia. Calha num dia diferente a cada anopor causa do calendário hindu que é lunar, que iniciacom Chaitra (Março - Abril), que é o primeiro mês docalendário indiano, Panchanga.

Nas Maurícias, este é um evento familiar parareafirmar os valores e ritos incorporados na cultura.Nesse dia, as pessoas da comunidade Telegu tomamum banho de madrugada com açafrão e óleoperfumado que se destina a purificar e esquecer todosos problemas e mal-entendidos do ano passado ecomeçar o novo ano. Vestir roupas novas é a tradição,bem como preparar um thoranam composto por 18folhas de manga colocadas à entrada da casa paratrazer energia positiva. O muggulu, feito de flores earroz colorido, é colocado no chão para representar aharmonia.

O consumo de uma mistura específica de seissabores diferentes, chamados Ugadi Pachhadi,simboliza o facto de que a vida é uma mistura dediferentes experiências que devem ser aceites emconjunto e com serenidade durante o Ano Novo -tristeza, alegria, raiva, medo, desgosto, surpresa. Aoração é feita em casa, antes de prosseguir para otemplo. Toda a família se reúne para desfrutar de umalmoço tradicional, desejando uns aos outros "UgadiSubhakankshalu".

FERIADOS PÚBLICOS NA SADCFevereiro - Abril 2013

1 Fevereiro Dia da Abolição da Escravatura Maurícias3 Fevereiro Dia dos Heróis Moçambique 4 Fevereiro Feriado Público Moçambique4 Fevereiro Dia Nacional da Luta Armada Angola10 Fevereiro Festival Chinês da Primavera Maurícias12 Fevereiro Dia do Carnaval Angola

3 Março Dia dos Mártires Malawi4 Março Feriado Público Malawi8 Março Dia da Mulher Angola, Zâmbia10 Março Maha Shivaratree Maurícias11 Março Dia de Moshoeshoe I Lesotho12 Março Dia Nacional Maurícias

Dia da Juventude Zâmbia21 Março Dia da Independência Namíbia

Dia dos Direitos Humanos África do Sul29 Março Dia dos Mártires Madagáscar

Sexta-feira Santa Toda SADC excepto RDC e Maurícias

30 Março Feriado Público Botswana Páscoa/Sábado Santo Seychelles e Zâmbia

1 Abril Segunda-feira de Páscoa Toda SADC, excepto Angola, Maurícias e

Moçambique 7 Abril Dia do Sheikh Abeid Karume Tanzânia

Dia da Mulher Moçambique8 Abril Feriado Público Moçambique11 Abril Ougadi Maurícias13 Abril Dia da Paz e Reconciliação Angola18 Abril Dia da Independência Zimbabwe19 Abril Aniversário do Rei Swazilândia25 Abril Dia da Bandeira Nacional Swazilândia26 Abril Dia da União Tanzânia27 Abril Dia da Liberdade África do Sul30 Abril Dia da Juventude RDC

serve como uma lembrança constante daquiloque os Basotho são e donde foram "criados ecultivados" como uma nação, portanto, oberço do Lesotho, considerado sagrado e terra"distante" dos milagres e da profecia. Moshoeshoe é celebrado pelo seu poder esabedoria uma vez que deu refúgio adiferentes grupos étnicos durante as guerrasLifaqane e fora dessas comunidades ele"concebeu" o Basotho. O que o tornou notávelfoi a sua forte convicção de que para ganharsabedoria e poder como um líder era precisoprimeiro adquirir qualidades de clareza damente, do coração e da bondade de serviçoao povo. Neste dia, no Lesotho, são realizadasgrandes comemorações simbólicas com adeposição de coroas de flores na estátua deMoshoeshoe, palestras especiais sãoorganizadas pela Biblioteca Nacional doLesotho onde o legado e a ideologia deMoshoeshoe é revelada para os estudantesdo ensino médio e da Universidade Nacionaldo Lesotho, a fim de manter que a suamemória esteja viva entre os jovens. Os eventos deste dia coincidem com a rotado património anual de três dias a partir deMenkoaneng para Thaba Bosiu, seguindo ospassos que este herói deu a partir do seulugar de origem até onde fundou a naçãochamada Basotho. Estas iniciativas dememória são uma plataforma através dasquais os seres humanos conferem sentido asua identidade e a sua relação para com ooutro. Tais comemorações selam a ideia deque a cultura é uma força produtiva que nãosó molda os conceitos humanos e os impactosdo seu comportamento, mas tambémcontribui em grande medida para a melhoriado seu bem material e do mundo espiritual. Isto, então, faz colocar algumas perguntaspara os nossos líderes no que diz respeito aosesforços que permitam que os seus nomes setornem memórias ou referências de educaçãopara as próximas gerações. Que traçospositivos eles deixam para trás para quesejam recordados pelas gerações vindouras? Que iniciativas deixaram para seremcelebrados através da música, memória epatrimónio? Que legado deixam arquivadolocalmente e regionalmente para as próximasgerações, ou será que a sua capacidade foidestruída pela ideologia da democracia? r

11 de Março de 2013 Em memória e honra do Rei

Moshoeshoe I Rei do Lesotho 1823-1870

Comemoração de Ougadi nasMaurícias

DIA DE Moshoeshoe é comemorado noLesoto a 11 de Março, dia em que o ReiMoshoeshoe I, fundador da nação Basotho,acredita-se que tenha morrido em 1870.Tornou-se rei há 190 anos, em 1823, e éconsiderado como um grande líder ediplomata que trabalhou para a preservaçãoda língua do seu País, a arte e cultura atravésda língua Sesotho. Ele nasceu em Menkhoaneng em 1786,filho de Mokhachane, e era conhecido comoLepoqo, um nome que marcou a calamidadesocial do conflito que irrompeu na suacomunidade, quando ele nasceu. Mais tardeficou conhecido como Moshoeshoe, nomeatribuído após as letras dos versos de vitóriaque compôs depois de ter invadido 500cabeças de gado do vizinho Chefe Moeletsi,enquanto imitava o cântico "sapato-sapato-sapato" para descrever a sua vitória. Isso ocorreu durante o tempo em que osnomes eram ferramentas importantes atravésdo qual grandes eventos nacionais poderiamser documentados e protegidos como liçõespara as gerações futuras. O dia é importantepara exortar os Basothos a promover epreservar a sua identidade e linguagem, umavez que a linguagem funciona como ummotor forte na definição da sociedade. Durante as guerras de Lifaqane,Moshoeshoe e seu povo efectuaram umagrande caminhada de Menkhoaneng paraThaba Bosiu, em 1824, uma viagem de novedias. Thaba Bosiu significa "montanhanocturna", e, segundo a crença local, o picodesta elevada montanha servia de fortalezadurante a noite, proporcionando assim umagrande defesa durante as várias guerras,incluindo a terceira guerra contra osfazendeiros bóeres no Estado Livre, em 1868. Thaba Bosiu é, assim, imbuído de grandeimportância uma vez que a montanha estáfortemente associada com a formação danação Basotho. O túmulo de Moshoeshoe Ino topo da montanha contribui para asantidade do local e esta paisagem foideclarada um monumento nacional, em 1967,devido à intangível riqueza cultural. Este ponto ancestral tem um valorsimbólico e um significado histórico. Assim,o Departamento Nacional de Cultura está afazer esforços para garantir que a área sejaatribuída um reconhecimento mundial, pois

Adaptado de Sebinane Lekoekoe, arquivista sénior do Arquivo Nacional do Lesotho, que escreve com basenos seus conhecimentos pessoais. www.archivalplatorm.org

H I S T Ó R I A H O J E