fundo de desenvolvimento da sadc projecto de infra

16
por Joseph Ngwawi A ÁFRICA Austral deu um passo significativo em direcção aos seus esforços para uma profunda integração regional na sequência da aprovação de um projecto aguardado há bastante tempo que descreve a visão da região para o desenvolvimento de infra-estrutura. A Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo, realizada em Maputo, Moçambique, em Agosto, aprovou uma série de medidas sobre o futuro caminho para a região em matéria de integração económica e cooperação política. O destaque da Cimeira foi a adopção da Visão 2027 do Plano Director de Desenvolvimento Regional de Infra-estruturas, um projecto de 15 anos que irá orientar a implementação de projectos de infra-estruturas transfronteiriças a partir de 2013 até 2027. "O plano servirá como um quadro estratégico fundamental para orientar a implementação eficiente e com custos baixos as redes transfronteiriças de infra-estrutura de forma integrada e coordenada de todos os seis sectores, ou seja, Energia, Transportes, Turismo, TIC e Correios, Meteorologia e Água ", indicou a SADC, num comunicado emitido após a Cimeira. O plano director será implementado em três fases de cinco anos - curto prazo (2012-2017), médio prazo (2017-2022) e longo prazo (2022- 2027). No sector de energia, por exemplo, o plano abarca quatro áreas-chave de segurança energética, a melhoria do acesso a serviços energéticos modernos, uso dos abundantes recursos energéticos e mobilização de investimento financeiro, reforçando ao mesmo tempo a sustentabilidade ambiental. Quanto aos subsectores rodoviário, ferroviário, portos, vias navegáveis e redes de transporte aéreo, o Plano Sectorial de Transporte também engloba quatro áreas críticas, ou seja, melhorar o acesso à cadeia contínua dos corredores de transporte, redução do custo de transporte; aumento da competitividade e fornecimento de serviços de transporte seguros. Outras áreas-chave prioritárias incluem a água, turismo, meteorologia e informação, comunicação e tecnologia para assegurar o desenvolvimento socioeconómico da região. O plano director está em linha com o programa da União Africano para o Desenvolvimento de Infra-estrutura da África (PIDA) e constituirá um contributo essencial para a proposta do Plano Director de Infra-estrutura para o grupo Tripartido cobrindo metade dos Estados membros da UA, que engloba o Mercado Comum da África Oriental e África Austral (COMESA), Comunidade dos Estados da África Oriental (EAC) e a SADC. continua na página 2... SADC HOJE Vol. 14 No 6 Outubro 2012 POLÍTICA 3 CIMEIRA 4-5 INFRA-ESTRUCTURA 6 SEGURANÇA ALIMENTAR 7 ENERGIA 8-9 BREVES NEGÓCIOS 10 LIDERANÇA 11 CULTURA 12 TURISMO 13 ELEIÇÕES 14 EVENTOS 15 HISTÓRIA HOJE 16 Fundo de Desenvolvimento da SADC Projecto de infra-estrutura Chave para a integração regional

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Page 1: Fundo de Desenvolvimento da SADC Projecto de infra

por Joseph Ngwawi

A ÁFRICA Austral deu um passo significativo emdirecção aos seus esforços para uma profundaintegração regional na sequência da aprovação deum projecto aguardado há bastante tempo quedescreve a visão da região para o desenvolvimentode infra-estrutura.

A Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo,realizada em Maputo, Moçambique, em Agosto,aprovou uma série de medidas sobre o futurocaminho para a região em matéria de integraçãoeconómica e cooperação política.

O destaque da Cimeira foi a adopção da Visão2027 do Plano Director de DesenvolvimentoRegional de Infra-estruturas, um projecto de 15anos que irá orientar a implementação de projectosde infra-estruturas transfronteiriças a partir de2013 até 2027.

"O plano servirá como um quadro estratégicofundamental para orientar a implementaçãoeficiente e com custos baixos as redestransfronteiriças de infra-estrutura de formaintegrada e coordenada de todos os seis sectores,ou seja, Energia, Transportes, Turismo, TIC eCorreios, Meteorologia e Água ", indicou a SADC,num comunicado emitido após a Cimeira.

O plano director será implementado em trêsfases de cinco anos - curto prazo (2012-2017),médio prazo (2017-2022) e longo prazo (2022-2027).

No sector de energia, por exemplo, o planoabarca quatro áreas-chave de segurançaenergética, a melhoria do acesso a serviçosenergéticos modernos, uso dos abundantesrecursos energéticos e mobilização deinvestimento financeiro, reforçando ao mesmotempo a sustentabilidade ambiental.

Quanto aos subsectores rodoviário, ferroviário,portos, vias navegáveis e redes de transporteaéreo, o Plano Sectorial de Transporte tambémengloba quatro áreas críticas, ou seja, melhorar oacesso à cadeia contínua dos corredores detransporte, redução do custo de transporte;aumento da competitividade e fornecimento deserviços de transporte seguros.

Outras áreas-chave prioritárias incluem aágua, turismo, meteorologia e informação,comunicação e tecnologia para assegurar odesenvolvimento socioeconómico da região.

O plano director está em linha com o programada União Africano para o Desenvolvimento deInfra-estrutura da África (PIDA) e constituirá umcontributo essencial para a proposta do PlanoDirector de Infra-estrutura para o grupo Tripartidocobrindo metade dos Estados membros da UA,que engloba o Mercado Comum da África Orientale África Austral (COMESA), Comunidade dosEstados da África Oriental (EAC) e a SADC.

continua na página 2...

SADC HOJE Vol. 14 No 6 Outubro 2012

POLÍTICA 3

CIMEIRA 4-5

INFRA-ESTRUCTURA 6

SEGURANÇA ALIMENTAR 7

ENERGIA 8-9

BREVES NEGÓCIOS 10

LIDERANÇA 11

CULTURA 12

TURISMO 13

ELEIÇÕES 14

EVENTOS 15

HISTÓRIA HOJE 16

Fundo de Desenvolvimento da SADCProjecto de infra-estruturaChave para a integração regional

Page 2: Fundo de Desenvolvimento da SADC Projecto de infra

2 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Outubro 2012

A Cimeira notou progressosna operacionalização do Fundode Desenvolvimento Regionalda SADC, um mecanismofinanceiro para a mobilizaçãode recursos dos Estados-Membros junto do sectorprivado e parceiros dedesenvolvimento.

O Fundo, que foi aprovadopelo Conselho de Ministros queprecedeu a Cimeira, será usadopara financiar programas eprojectos da SADC.

Um acordo foi alcançadopelos ministros sobre váriosaspectos do Fundo, incluindojanelas de financiamento dasáreas prioritárias de infra-estrutura e desenvolvimentoindustrial.

O Fundo terá um capitalsubscrito de 1,2 biliões dedólares norte-americanos paraserem mobilizados comocapital inicial.

Cimeira instruiu osministros responsáveis pelasfinanças e investimento naregião para resolverurgentemente as modalidadesde operacionalização do Fundo.Tais modalidades incluem otamanho do Fundo, bem comoos direitos de voto e estruturade gestão.

Os projectos prioritários deinfra-estrutura identificadosnecessitarão de cerca de 500biliões de dólares norte-americanos para seremimplementados, com a energia,transporte e água detendo amaior parte das necessidadesde financiamento.

Uma conferência deinvestimento está prevista paraJaneiro ou Março de 2013, paraatrair potenciais investidorespara os projectos regionais deinfra-estruturas identificados,enquanto acções de promoçãoestão também planeadas naÁsia, Europa e Estados Unidospara o mesmo fim.

A Cimeira também recebeuum relatório do Grupo de

equipe de especialistas emsegurança à Madagáscarpara avaliar o ambiente de

segurança, com vista aelaboração de

recomendações sobre o retornodo ex-presidente.

"Estamos satisfeitos pelofacto das recomendaçõesindicarem a necessidade de seprestar uma grande atenção emrelação às modalidades deretorno do ex-presidente parasalvaguardar um ambienteseguro para preparar eleições",disse Michel.

O retorno do ex-presidenteserá feito em consulta com asforças de segurança dogoverno de transição paraassegurar que a estabilidade doPaís seja mantida.

"Tomamos nota tambémque a proposta dos dois líderesnão se candidatarem naseleições oferece talvez asolução mais simples. Instamosos dois líderes paracontinuarem as discussões comvista a encontrar uma soluçãoque toma em conta asaspirações do povo malgaxe ".

A Cimeira também apeloupara a plena implementação daamnistia a favor deRavalomanana.

Sobre o suspenso Tribunalda SADC, a Cimeira resolveuque um novo protocolo sobre oTribunal deve ser negociado eque o mandato do tribunallimitar-se-ia à interpretação doTratado da SADC e protocolosrelativos a litígios entreEstados-Membros.

Cimeira aprovou e assinouo projecto de acordo sobreassistência em questões fiscais;Projecto de Protocolo sobre oComércio de Serviços, e umProjecto de Declaração sobreTuberculose no sector demineração. sardc.net r

C O N T I N U A Ç Ã O D A P Ã G I N A 1

Trabalho Ministerial sobreIntegração EconómicaRegional e sobre aproposta de uma UniãoAduaneira da SADC, cujolançamento foi propostoem 2010. O relatóriodelineou um roteiro para aunião aduaneira, incluindoparâmetros, referências e umprojecto modelo de uniãoaduaneira para a região.

O Grupo de Trabalho foimandatado para trabalhar emestreita colaboração com oSecretariado da SADC paraassegurar o início do trabalhopreparatório para a UniãoAduaneira.

Quanto a Área ComércioLivre da SADC (ACL), oslíderes notaram está em cursoum trabalho, masreconheceram que uma dasquestões emergentes foi anecessidade de priorizar aindustrialização para resolver oproblema de níveis desiguaisde desenvolvimento entre osEstados membros.

Os diferentes níveis dedesenvolvimento têm sidocitados como uma área degrande preocupação entre osmenores Estados membros quesentem que as grandeseconomias se beneficiariammais da ACL.

A Cimeira da SADCaprovou uma série derecomendações sobre ocaminho a seguir paraMadagáscar, após aapresentação do relatório datroika sobre Política, Paz eSegurança.

"Uma vez que os doislíderes malgaxes não chegarama um acordo, a Cimeira daSADC teve de desenhar ocaminho a seguir,especialmente tendo em conta orisco de situação de segurançano país", disse o presidente dasSeychelles James Michel.

As Seychellesdesempenham um papel

Projecto de infra-estruturaChave para a integração regional

fundamental de apoio naelaboração das recomendações,tendo acolhido duas reuniõesrealizadas entre o ex-presidenteMarc Ravalomanana e opresidente da Autoridade deTransição, Andry Rajoelina, etambém pela sua participaçãona missão de consulta daSADC a Madagáscar emAgosto.

Após as reuniões emSeychelles, onde não houveacordo entre os líderes, aCimeira definiu as medidasque devem ser tomadas paragarantir que a preparação daseleições decorra bem.

A s p r i n c i p a i srecomendações da Cimeiraforam o total apoio aocalendário eleitoral propostopelas Nações Unidas e pelaComissão Eleitoral NacionalIndependente de Transição(CENIT). Assim, as eleiçõespresidenciais terão lugar a 8 deMaio de 2013.

Apesar da Cimeira não sepronunciar se Rajoelina eRavalomanana poderiamconcorrer nas próximaseleições, tomou nota dorelatório da missão de consultade que a não participação dosdois líderes seria a melhor viapara garantir eleições pacíficas.

A Cimeira tambémreconheceu o risco de violênciae instabilidade em relação aoeventual retorno do ex-presidente Ravalomanana,e pediu ao Secretariado daSADC para despachar uma

Page 3: Fundo de Desenvolvimento da SADC Projecto de infra

OS ESTADOS-MEMBROS daSADC foram instados a adoptarmedidas para acelerar oprogresso em direcção à meta derepresentação igual para homense mulheres na política e outrasestruturas de decisão.

Os Chefes de Estado e deGoverno comprometeram-se aalcançar a paridade de género ealcançar uma representação de50 por cento de mulheres nasestruturas de tomada de decisãopolítica até 2015.

A SADC reconhece que aparticipação igual e significativade mulheres na política, queconstituem mais de metade dapopulação dos Estados-Membros, é um avançodemocrático importante para aregião.

Isso se reflecte no Protocoloda SADC sobre Género eDesenvolvimento da SADC,assinado pelos Chefes de Estadoe de Governo no dia 17 Agostode 2008 em Joanesburgo, Áfricado Sul, onde o compromisso foifeito em 28 cláusulas de matériade igualdade de género, entreoutros, para alcançar pelo menos50 por cento de representação eparticipação das mulheres emcargos de tomada de decisão até2015.

O comunicado final da 32ªCimeira da SADC realizada emMaputo, em Agosto de 2012 ",instou os Estados-Membros aconsiderar a adopção demedidas apropriadas, incluindoa política, legislação e reformados sistemas eleitorais, parafacilitar o alcance da meta deparidade de género".

Algumas tendênciaspositivas foram observadas naregião da SADC, em termos domovimento rumo à paridade degénero, mas alguns avanços nãosão ainda sustentados.

Os Estados Membros daSADC trabalharam em conjuntopara apoiar a candidatura daprimeira mulher a assumir umcargo na Comissão da UniãoAfricana, e a região já teve duasmulheres presidentes, a actual

Presidente Joyce Banda, doMalawi, e a ex-PresidenteInterina das Maurícias,Monique Ohsan-Bellepeau.

Sete países - Botswana,Lesotho, Moçambique, África doSul, Swazilândia, Tanzânia eZimbabwe - tiveram mulheres apresidir o parlamento desde1994.

Com três anos que restamantes do prazo de 2015 paraalcançar a paridade de género, amaioria dos Estados-Membros já

instituiu medidas para aceleraras medidas acordadas, apesar dedois Estados Membros da SADC(Botswana e Maurícias) aindanão terem assinado o protocolo.

Tais medidas incluem odesenvolvimento de roteirosnacionais com acções concretas aserem tomadas para implementaro Quadro 50:50 até 2015.

Também iniciaram consultasa nível de Estado-Membro paragalvanizar os esforços nacionaisatravés da domesticação de

vários compromissos regionais einternacionais assumidos pelospaíses em matéria de igualdadede género e empoderamento dasmulheres.

Há planos para fortalecerprogramas de capacitação paraas mulheres e de género,treinamento para as principaisestruturas e instituiçõesnacionais, bem como envolvertodos os partidos políticos paraadoptar estratégias de paridadede género.r

OS LÍDERES da África Australdecidiram que um Protocolosobre o Tribunal da SADC e seuregulamento interno deve sernegociado e a jurisdição donovo Tribunal deverá limitar-seapenas a um papel consultivo ede interpretação do Tratado daSADC e dos protocolos quepodem ser negociadas entre osEstados-Membros.

De acordo com umcomunicado emitido no final da32ª Cimeira de Chefes deEstado e de Governo, os líderesda SADC "decidiram que umnovo protocolo sobre o Tribunaldeve ser negociado e o seumandato deve limitar-se àinterpretação do Tratado daSADC e dos protocolosrelativos diferendos entre osEstados-Membros."

O Tribunal foi criado pormeio de uma alteração doTratado da SADC e foiconstituído para garantir aadesão e a correcta interpretaçãodas disposições do Tratado e dosinstrumentos subsidiários e pararesolver disputas que podem sersubmetidas pelos governos ouindivíduos.

A Cimeira suspendeu otrabalho do Tribunal em 2010 eordenou uma revisão do papele da competência do tribunalregional, depois de algunspaíses se terem oposto a suaconstituição através de uma

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 3

P O L Í T I C A

SADC acelera a paridade de género

SADC negoceia Protocolo sobre o Tribunal Regional casos anteriores ficariam semefeito. r

alteração ao invés de umprotocolo separado exigindoratificação pelo processodevido, em todos os Estadosmembros.

Em 2011, a Cimeiraprorrogou a suspensão doTribunal, obrigando "osMinistros da Justiça /Procuradores-Gerais para iniciaro processo que visa alterar osrelevantes instrumentosjurídicos da SADC e apresentarum relatório de progresso naCimeira de Agosto e 2011 e umrelatório final na Cimeira deAgosto de 2012. "

O Comité de Ministros daJustiça / Procuradores-Geraisesteve durante os últimos doisanos a tentar desenvolver umprotocolo revisto, mas nãoconseguiu chegar a um acordosobre algumas questões.

Uma das questões foi aintrodução de um novo artigo 55relativo às disposiçõestransitórias. Entre outrasquestões, o artigo sugere que umTribunal reconstituído a luz doProtocolo Revisto poderiaassumir os casos pendentes doanterior Tribunal.

Alguns Estados-Membrosopuseram-se a introdução doartigo, argumentando que umavez que o Protocolo revistoentrou em vigor, o anteriorProtocolo idade não teria maisefeito e quaisquer acções ou

CIMEIRA EXORTOU aosEstados-Membros para apoiara implementação deprogramas regionais paracombater a propagação doHIV e SIDA.

Notando o progresso naimplementação da Declaraçãode Maseru de 2003 relativa àluta contra o HIV e SIDA, osChefes de Estado e de Governoapelaram para a intensificaçãodos esforços para reduzirnovas infecções e incentivar amudança comportamentalpositiva entre os jovens.

Os programas regionaisda SADC em cursoprogramas incluem ainiciativa transfronteiriça paraa prestação de serviços deassistência, prevenção etratamento de HIV e SIDAnos postos de fronteira.

O aumento do fluxo detráfego comercial resultounuma elevada prevalência deVIH e SIDA entre os gruposde alto risco e em populaçõesmigrantes nas cidadesfronteiriças. r

Aumenta apelo paraacção contra o HIV eSIDA

Page 4: Fundo de Desenvolvimento da SADC Projecto de infra

A SADC aprovou o Projecto do jáaguardado Protocolo sobre oComércio de Serviços, que visafornecer um quadro para aliberalização progressiva docomércio de serviços de seissectores prioritários entre osEstados-Membros.

A ideia de um acordo regionalsobre o comércio de serviços naSADC foi formalizada em 2002,quando os Ministros doComércio concordaram, duranteuma reunião realizada emBotswana, incluir um anexosobre o Comércio de Serviços aoProtocolo da SADC sobre oComércio.

Uma preocupação surgiuentão, questionando-se se umanexo ao Protocolo do Comércioseria a forma jurídica adequadapara responder às necessidadesdo comércio de serviços.Iniciaram nessa altura discussõessobre o Projecto de Protocolo deComércio de Serviços.

Os ministros concordaramque as negociações inicialmentedeveriam cingir-se a serviçosprestados pelas comunicações,

construção, energia, finanças,turismo e transportes.

Comércio de Serviços foiadoptado pelos ministrosresponsáveis pelo comércio emJulho de 2009, mas foiapresentado para assinatura deChefes de Estado e de Governona 32ª Cimeira realizada emAgosto, em Moçambique, depoisde uma análise feita pelo Comitéde Ministros da Justiça /Procuradores-Gerais.

O projecto de protocolocontém obrigações gerais sobreos Estados-Membros, como atransparência, a concessão doestatuto de nação mais favorita eregulamentação nacional.Fornece um quadro de umaprogressiva eliminação debarreiras ao comércio de serviços,inicialmente nos seis sectoresprioritários.

Na sua reunião de Novembrode 2011, os ministrosresponsáveis pelo comércio naregião da SADC aprovaram aabertura de negociações sobre oscompromissos de liberalizaçãonos seis sectores prioritários.

4 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Outubro 2012

Prémios de Jornalismo da SADC 2012O fotojornalista do Lesotho, Ramajake

Monamane, recebeu o Prémio para acategoria de Água pelas suas fotosretratando a situação das pessoas numa umaaldeia no Lesotho com necessidade de águapotável e segura.

Os Prémios de excelência em cobertura degestão de recursos hídricos foramintroduzidos em 2007 pelo programa do sectorde água da SADC para reforçar a consciênciasobre as questões da água na região, bemcomo para incentivar os jornalistas a escreversobre a Gestão Integrada de RecursosHídricos.

O prémio de excelência na promoção daintegração regional na SADC foi para YobeShonga, do Botswana, que recebeu o prémiopara a categoria de fotografia enquanto PatsonPhiri, da Zâmbia, e Jatoo Jugdish, dasMaurícias, receberam os prémios para ascategorias de impressão e televisão. r

distribuição são cruciais para amovimentação de mercadorias eserviços de um país para outro,ao mesmo tempo que os serviçosde telecomunicações e finançasreduzem os custos operacionaispara apoiar o comércio.

O aumento do comércio deserviços também pode contribuirpara alcançar os Objectivos deDesenvolvimento do Milénioestabelecidos pelos Estados-Membros, contribuindo para odesenvolvimento social eredução da pobreza.

Há, no entanto, algumasobreposição entre as seis áreasprioritárias identificadas para aliberalização do Projecto deProtocolo sobre o Comércio deServiços e acordos existentes paraa harmonização dentro da SADC.

A SADC já concluiuprotocolos específicos sobre oturismo, energia, transportes,comunicações e meteorologia,finanças e investimentos.

Um dos desafios nodesenvolvimento do projecto deprotocolo de serviços tem sido ode garantir que não esteja emconflito com qualquer dasdisposições contidas nosprotocolos existentes. r

A primeira reunião denegociação foi marcada paraAbril de 2012, altura em que osEstados-Membros deveriamdesenvolver um roteiro para asnegociações e chegar a acordosobre a organização dasnegociações.

Os desenvolvimentosregistados durante as últimasdécadas mostraram anecessidade de um acordoregional sobre comércio deserviços.

O comércio de serviços estácrescendo a um ritmo muitorápido, em parte devido àevolução da tecnologia deinformação e comunicação.

Na África Austral, o sector deserviços responde por umaparcela crescente do ProdutoInterno Bruto (PIB) e do emprego.

Os serviços desempenhamum papel fundamental naintegração regional, incluindo acompetitividade de infra-estrutura, construção e facilitaçãodo comércio.

Os sectores de transporte,logística e serviços de

Líderes aprovam Projecto de Protocolo sobre o Comércio de Serviços

C I M E I R A

OS VENCEDORES da edição de 2012 dosPrémios de Jornalismo da SADC foramdivulgados durante a cerimónia de abertura da32ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governorealizada em Maputo, Moçambique.

O novo Presidente da SADC, o PresidenteArmando Guebuza de Moçambique divulgouos prémios para os vencedores.

Três dos prémios foram para a excelência naelaboração de artigos sobre a gestão dosrecursos hídricos na África Austral, enquantoos outros três foram artigos relacionados com apromoção da integração regional.

Factmore Dzobo, do Zimbabwe, recebeu oprémio de melhor jornalista de impressa peloseu artigo sobre a importância da participaçãodas mulheres na gestão da água.

O prémio na categoria de rádio foi paraBelmiro Mangaze, de Moçambique, pelo seuartigo sobre a importância da água nodesenvolvimento regional e nacional.

Troca de serviços é crucial para o comércio regional

Page 5: Fundo de Desenvolvimento da SADC Projecto de infra

A SADC analisou os progressosna implementação da agenda deintegração económica regional eresolveu continuar com ospreparativos para o lançamentoda já proposta União Aduaneira.

A Cimeira recebeu o relatóriodo Grupo de Trabalho Ministerialde Integração EconómicaRegional sobre o quadro para a União Aduaneirada SADC.

O relatório descreve oselementos-chave da proposta de

Angola e Moçambique,pertencem a uniões aduaneirasexistentes.

Tecnicamente, um Estado-membro não pode pertencer amais de uma União Aduaneirapor causa da Tarifa ExternaComum. Os Estados-Membros,portanto, tem que escolher a queUnião Aduaneira pretendepertencer e essa decisão pode terimplicações globais para a SADC.Perante estes desafios, a Cimeirada SADC realizada em Windhoekem Agosto de 2010 reafirmou oseu compromisso de estabeleceruma união aduaneira da SADC ereconheceu a necessidade deestabelecer sinergias entre osprocessos para consolidar oacordo de comércio livre daSADC, da União Aduaneira e daproposta ACL tripartidaenvolvendo o Mercado Comumda África Oriental e Austral, aComunidade dos Estados daÁfrica Oriental e SADC.

A Cimeira de 2010 endossou adecisão do Grupo de TrabalhoMinisterial sobre IntegraçãoEconómica Regional de nomearum Grupo de Peritos de AltoNível (HLEG) sobre a UniãoAduaneira da SADC, cujomandato era consolidar eaperfeiçoar o trabalho técnicoanterior realizado a fim de chegara um acordo e entendimentocomum sobre elementos chave,tais como os parâmetros,

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 5

C I M E I R A

união aduaneira, como osparâmetros, valores de referência,um modelo de união aduaneirapara a região e o calendário deactividades conducentes aolançamento da União.

O objectivo geral deintegração regional da SADCeconómica é facilitar o comércio ea liberalização financeira,desenvolvimento industrialcompetitivo e diversificado eaumento do investimento atravésda criação de um MercadoComum da SADC.

O Plano de DesenvolvimentoEstratégico Indicativo Regionalda SADC (RISDP), que estáactualmente em revisão, delineouos prazos indicativos paraestabelecer a Área de ComércioLivre da SADC até 2008, a UniãoAduaneira da SADC até 2010, oMercado Comum da SADC em2015 e a União Monetária daSADC até 2016.

A ACL da SADC entrou emvigor a 1 de Janeiro de 2008 apósa implementação doscompromissos da fase de reduçãotarifária entre 2000 e 2007. Doispaíses, Angola e RepúblicaDemocrática do Congo, disseramque vão aderir à ACL mais tarde.A União Aduaneira da SADC nãofoi concretizada em 2010, comoprevisto, com o principal desafiosendo a sobreposição de filiação.Quase todos os Estados Membrosda SADC, com excepção de

CIMEIRA MANDATOU oPresidente em exercício daSADC, Armando EmílioGuebuza de Moçambique paraenvolver o Presidente deRuanda, Paul Kagame, na buscade um compromisso para portermo ao apoio militar aosrebeldes no leste da RepúblicaDemocrática do Congo (RDC).

O comunicado da Cimeiraapela ao Ruanda para "cessarimediatamente a suainterferência que constituemuma ameaça à paz e àestabilidade, não só da RDC,mas também da região daSADC", e Guebuza foimandatado para visitar oRuanda a fim de "persuadir ogoverno do Ruanda para pararde apoiar militarmente osrebeldes armados na RDC ".

A cimeira acusou o Ruandade interferir na RDC, apoiandoos rebeldes do movimentoM23. r

indicadores e cronogramas deum modelo da União Aduaneirae as modalidades de suaaplicação.

O HLEG apresentou umrelatório sobre o quadro da UniãoAduaneira da SADC ao Grupode Trabalho ministerial, emNovembro de 2011.

A Ministra Sul-Africana deRelações Internacionais eCooperação Maite Nkoana-Mashabane disse que aprioridade imediata para a SADCera consolidar a ACL em termosde uma matriz de plano de 15pontos de acção acordada pelosEstados-Membros.

O plano de acção incide sobrea revisão das regras de origem, aconclusão das fases de redução eeliminação de barreiras tarifáriase não tarifárias.

"É importante assegurar aplena implementação pelosEstados-Membros da ACL, porum lado, e, por outro, resolver oproblema da sobreposição demembros antes de avançar parauma União Aduaneira daSADC," disse ela.

O Secretariado da SADC, emparceria com os Estados-Membros, está actualmenteenvolvido na revisão do RISDPpara reconfigurar o roteiro daSADC para orientar o processode integração regional alinhadocom cronogramas e metasrealistas e mensuráveis. r

No seu discurso, Guebuzadisse que vai usar seu mandatocomo presidente da SADC parafortalecer ainda mais odesenvolvimento das infra-estruturas na região.

"Nós reconhecemos que asinfra-estruturas desempenhamum papel vital na integraçãoregional. É neste contexto, queprestaremos maior atenção aoPlano Director deDesenvolvimento de infra-estruturas da SADC", disseGuebuza. r

O PRESIDENTE moçambicano,Armando Emílio Guebuza é onovo presidente da SADC,enquanto seu homólogo doMalawi Joyce Banda, foi eleitovice-Presidente.

Guebuza assumiu apresidência rotativa da SADCem substituição do PresidenteJosé Eduardo dos Santos deAngola, que organizou aCimeira da SADC em 2011.

Portanto, Moçambique,Malawi e Angola, como ospresidentes actual, próximo e

cessante, compõem a Troikada SADC. A próxima cimeiraestá agendada para oMalawi, em Agosto / Setembrode 2013.

O Órgão da SADC sobrePolítica, Defesa e Segurança éagora presidido pelo PresidenteJakaya Kikwete, da RepúblicaUnida da Tanzânia, com opresidente da NamíbiaHifikepunye Pohamba comovice. África do Sul, que presidiao órgão, faz também parte daTroika.

SADC trabalha como Ruanda sobre osrebeldes na RDC

O Presidente moçambicano, Armando Guebuza novo presidente da SADC

Cimeira discute estrutura para União Aduaneira da SADC

Chefes de Estado na Cimeira em Moçambique

Page 6: Fundo de Desenvolvimento da SADC Projecto de infra

6 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Outubro 2012

O fundo proposto seráutilizado para a integraçãoregional. A primeira prioridadeserá o desenvolvimento de infra-estrutura e a segunda prioridadeestará ligada para odesenvolvimento global

Embora o foco para acooperação regional deslocou-separa a promoção do investimentoe da produção nos últimos 32anos, o desenvolvimento de infra-

estrutura continua a ser um motoressencial da integração regionalna região da SADC e constituiprioridade no Plano deDesenvolvimento EstratégicoIndicativo Regional (RISDP)adoptado em 2003, como umfacilitador do comércio intra-regional e do crescimentoeconómico.

O RISDP é um modelo dedesenvolvimento da SADC de 15anos.

Os principais sectores de focopara o programa de infra-estrutura da SADC são Energia,Transportes, Telecomunicações,Água e Turismo.

A estratégia dedesenvolvimento seguida pelaSADC é o conceito de corredor dedesenvolvimento, tambémconhecida como a Iniciativa deDesenvolvimento Espacial (SDI),uma estratégia que reconhece ainterdependência de váriossectores.

Por exemplo, o conceito SDIreconhece que sectores como oturismo, a agricultura, amineração ou comércio nãopodem alcançar o seu potencialpleno desenvolvimento sem serapoiado por uma energiavibrante e adequada, água,transporte e infra-estruturas decomunicações.

A atracção principal é que aestratégia basicamente tirapartido da existênciacomprovada, de potencial dedesenvolvimento económicosubutilizado dentro das SDIs.

O conceito de SDI foipopularizado na SADC com oadvento do Corredor deDesenvolvimento de Maputobem sucedido em 1995.

Aclamado como um modelo

de sucesso que atraiu oinvestimento do sector privadoem apoio dos sectores público deMoçambique e da África do Sul,o Corredor de Maputo foi oprimeiro do seu tipo a nívelregional que trouxe umdesenvolvimento integrado darota de transporte e de comércio.

Apesar de suas limitações,por exemplo, deixando dedesviar o tráfego do CorredorNorte-Sul (de Durban portaatravés da Joanesburgo na Áfricado Sul para o Zimbabwe e maisao norte), o projecto foi umenorme sucesso em termos decriação de emprego, em especialdo lado de Moçambique, onde

cerca de 15 mil empregos foramcriados na fundição de alumínioMozal e outros projectos.

A e s t r a t é g i a d edesenvolvimento tem sidoutilizada para fomentar odesenvolvimento regionalpredominantemente ao longodas rotas de transporte oucomércio, redes de transmissãode energia, áreas de conservaçãode turismo, bacias hidrográficase redes de telecomunicaçõesregionais e internacionais.

No entanto, a maioria dosSDIs estão ainda em fase deplaneamento e a espera de seremtotalmente financiadas e, porconseguinte, iniciarem aaplicação.

O aguardado Plano Directorregional de Desenvolvimento deinfra-estruturas da ÁfricaAustral foi aprovado pelaCimeira de Chefes de Estado ede Governo da SADC, realizadaem Maputo, em Agosto.

Isto segue a finalização doplano director pelos ministrosresponsáveis pela infra-estruturaque se reuniram em Luanda,Angola no final de Junho.

O plano director vai orientaro desenvolvimento em infra-estrutura chave, comorodoviário, ferroviário e portos,e também actuar como umaestrutura de planeamento ecooperação com os parceiros dedesenvolvimento e do sectorprivado. sardc.net r

por Joseph Ngwawi

ÁFRICA AUSTRAL está tomandomedidas para acelerar osinvestimentos em infra-estruturasque são tidas como um dosfactores importantes de facilitaçãoda integração regional.

O Conselho de Ministros daSADC aprovou a criação de umFundo de DesenvolvimentoRegional, cujas principaisprioridades será o financiamento

de infra-estrutura na região.De acordo com o Secretário

Executivo adjunto da SADCresponsável pela integraçãoregional, João Caholo, o fundoproposto terá um capital de 1,2bilião de dólares norte-americanos.

"Fomos mandatados peloConselho para analisar temasrelacionados com o fundo dedesenvolvimento e gestão deestruturas", Caholo disse no finaldo Conselho de Ministrosrealizada dois dias antes da 32ªCimeira de Chefes de Estado e deGoverno da SADC, realizada emMaputo, Moçambique.

Ele disse que o Secretariado daSADC foi também mandatadopelo Conselho para verificar qualserá o valor global do capital dofundo.

"Nós estamos olhando paraalgo 10 e 250 milhões de dólaresnorte-americanos," disse ele.

O financiamento para acriação inicial do fundo deverá virdos Estados membros, mas"também contaremos com recursoexternos e do sector privado".

"Queremos trazê-los a bordopara que eles mostram a suavontade de desenvolver a região.Esperamos, também, trazer abordo os nossos parceiros dedesenvolvimento ", Caholo disse.

SEIS EMPRESAS apresentarampropostas para realizar umestudo de viabilidade para oprojecto da navegabilidade Shire-Zambeze, que visa analisar apossibilidade de abrir os dois riospara a navegação internacional.

De acordo com o Ministro dosTransportes do Malawi, SidikMia, o objectivo do estudo é

avaliar o impacto ambiental danavegação ao longo dos rios dodistrito moçambicano de Chinde,na foz do Zambeze, para porto deNsanje, no Malawi.

As propostas estão a seravaliadas pelo governo doMalawi, Secretariado da SADC eBanco Africano deDesenvolvimento. AIM r

SADC cria fundo para acelerar o desenvolvimento deinfra-estruturas

I N F R A - E S T R U C T U R A

Empresas concorrem para estudo deviabilidade da navegabilidade Shire-Zambeze

Plano Director da SADC irá orientar o desenvolvimento de infra-estruturas importantes como água, energia e transportes

Page 7: Fundo de Desenvolvimento da SADC Projecto de infra

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 7

S E G U R A N Ç A A L I M E N T A R

ocidental do Botswana, a maioriaparte do centro e oeste da Áfricado Sul, partes ocidentais doLesotho e metade norte doZimbabwe.

Chuvas acima do normal sãoesperadas no norte da Tanzânia eMaurícias.

No entanto outras partes daregião são susceptíveis de receberchuvas normais com tendênciapara abaixo do normal durante omesmo período.

Essas regiões incluem ametade sul do Zimbabwe, metadeoriental do Botswana, África doSul, centro e leste do Lesotho,Swazilândia, sul de Moçambique,

por Neto Nengomasha

PERITOS DO clima da ÁfricaAustral prevêem a ocorrência dechuva normal com tendência paraacima do normal na maior parteda região durante a época agrícola2012/13.

De acordo com o 16 º Fórum dePrevisão Climática da ÁfricaAustral (SARCOF 16) que sereuniu no Zimbabwe, em Agosto,a previsão de chuvas foi divididaem duas partes, como de costume,de Outubro a Dezembro de 2012 ede Janeiro a Março de 2013.

O Fórum prevê a ocorrência dechuva normal para acima donormal na maior parte da ÁfricaAustral durante a primeirametade da época (Outubro-Dezembro).

As áreas com este cenárioincluem o norte e centro deMoçambique, sul da Tanzânia,Malawi, Zâmbia, norte de Angola,República Democrática do Congo(RDC), Namíbia e Zâmbia,metade oriente de Madagáscar,metade do norte do Zimbabwe,metade ocidental do Botswana,partes central e ocidental da Áfricado Sul e ocidente do Lesotho.

As possibilidades de chuvasacima do normal são esperadas nonorte da Tanzânia, Madagáscar eMaurícias.

No entanto, no norte da RDC,sudoeste de Angola, a sul daZâmbia e áreas costeiras daNamíbia, sul e partes do oeste doZimbabwe, sul de Moçambique,as áreas costeiras do oeste enordeste da África do Sul,Madagáscar ocidental e toda aSwazilândia terão uma maiorprobabilidade de receber chuvasnormais com tendência paraabaixo do normal.

Na segunda metade da épocachuvosa, a maior parte da SADCdeverá receber chuvas normaiscom tendência para acima donormal.

Este cenário vai cobriro Malawi, Zâmbia, nortede Moçambique, Angola,Madagáscar, Namíbia e Tanzânia,sudoeste da RDC, metade

sudoeste de Angola, as partesocidentais da Namíbia e África doSul e sul de Madagáscar.

A maior parte da RDC eAngola setentrional deverá terchuvas abaixo do normal nesteperíodo.

A previsão de chuva para aÁfrica Austral foi elaborada porcientistas do clima de serviçosmeteorológicos e hidrológicos naregião da SADC, bem como doObservatório de Seca da SADC edo Instituto Internacional dePesquisa do Clima.

No desenvolvimento destaperspectiva, os cientistasclimáticos usaram esquemas de

Previsões de chuva normal com tendência para acima do normalna África Austral

Previsão de chuvas para Outubro-Dezembro de 2012

Previsão de chuvas para Janeiro-Março de 2013

As percentagens em cada zona indicam as probabilidades de chuvas. O número supe-rior indica a probabilidade de ocorrência de chuvas na categoria acima do normal, onúmero do meio é referente a normal e o número de baixo é indica abaixo do normal.

previsão estatísticos e outros sobreo clima para determinarprobabilidades de chuvas acimado normal, normais e abaixo donormal para cada área.

Chuvas acima do normal sãodefinidas com base no períodomais chuvoso que se encontramno terceira década chuvas e apartir de valores registadosdurante os 30 anos de 1971 e 2000,enquanto abaixo do normal édefinido como o mais períodoseco dentro de um período. Aprecipitação normal são os valoresintermédios.

Os cientistas também levamem conta que o fenómeno ElNiño-Oscilação Sul (ENOS) estaránuma fase fraca e poderá persistirneste estágio até o início de 2013.

O El Niño é uma condição detempo que começa com oaquecimento das águas doOceano Pacífico ocidental eeventualmente afecta o climaglobal.

Os eventos de aquecimentonaturais alteram os padrõesclimáticos em todo o mundo,provavelmente causando secas nosul da África ou contribuindo paraa sua gravidade.

O La Niña é o oposto do ElNiño no Oceano Pacífico, onde seinicia com águas mais frias do queo Oceano Índico e o vento se movea partir do Pacífico em direcção aoÍndico. A ocorrência de resultadosLa Nina causa chuvasextraordinariamente fortes echeias na África Austral.

A perspectiva de chuvafoi preparada por cientistasdo clima da SADC e dosServiços Climáticos CentroIntergovernamentais.

O SARCOF 16 foi organizadopelo Departamento de ServiçosMeteorológicos do Zimbabwe.

As previsões climáticassazonais geradas por este processoSARCOF tornaram-se umaferramenta de planeamentoimportante para muitascomunidades da ÁfricaAustral. r

Page 8: Fundo de Desenvolvimento da SADC Projecto de infra

8 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Outubro 2012

O projecto está a ser implementado em duas fases. Aprimeira fase irá abranger a construção de 120 quilómetrosde uma linha-330 quilovolts da central eléctrica deHwange para Victoria Falls, onde uma estação decomutação será construída no lado Zimbabwe. A linhase estenderá a uma subestação em Livingstone, naZâmbia.

A segunda fase envolverá a construção de umalinha de 300 km de 330kV de Livingstone paraKatima Mulilo na Namíbia, através Pandamatenga,no Botswana.

Para a interligação Zimbabwe-Zâmbia seráconstruída como uma linha de alta tensão com umacapacidade de transmissão de 430kV. No entanto, ela iráfuncionar como uma linha de 330kV, durante a primeirafase.

O projecto ZiZaBoNa será organizado como um Veículo de PropósitoEspecial, a ser constituído por uma empresa na Namíbia. As quatroconcessionárias terão 20 por cento cada do capital social.

De acordo com o SAPP, o projecto deve estar pronto paraimplementação em 2016.

África do Sul fortalece transmissão A África do Sul iniciou um programa de 10 anos para estender oureforçar o seu sistema de transmissão e de construção de novas centrais,como parte de medidas para melhorar a segurança de abastecimento.Estações de energia adicional e linhas de energia importantes estãosendo construídas em grande escala para atender a demanda crescentede electricidade na África do Sul.

De acordo com o Plano Desenvolvimento da Transmissão da Eskom(2011 a 2020), esta empresa precisa de um investimento de cerca de 166

biliões de Rands até 2020 para reforçar a sua capacidade.Este montante deverá crescer para mais de um trilião derands em 2026. Em última análise, a Eskom pretende

dobrar a sua capacidade de 80.000 MW até 2026.O projecto vai resultar em várias novas linhas de

transmissão que estão sendo adicionadas ao sistema,com mais de 6.000 km de 765kV e mais de 8.000 km delinhas de 400 kV ou aprovadas ou propostas numhorizonte de 10 anos.

O reforço das redes principais pretendemaumentar a oferta para o Cabo (Sul e Oeste) e Kwazulu

Natal (leste).Haverá também a integração de novas centrais na

província de Limpopo da Eskom e para rede do SAPP. Issovai exigir um investimento significativo em infra-estruturas de

Interligações - Condutas para a in

O GRUPO de Empresas de Electricidade da África Austral (SAPP)identificou seis projectos prioritários transfronteiriços de transmissão quepoderão contribuir para melhorar a interligação e comercialização deenergia eléctrica na região até 2017.

Os projectos prioritários, avaliados em 5,6 biliões de dólares norte-americanos, fazem parte de uma carteira de projectos de curto e médioprazos que estão sendo geridos pelo SAPP com o objectivo de aumentar adisponibilidade de energia eléctrica na região e de interligação regional deenergia com Estados Membros da SADC não integrantes no grupo.

Os projectos de transmissão prioritários são a interligação Moçambique-Malawi, a interligação Zâmbia-Zimbabwe-Botswana-Namíbia (ZiZaBoNa);o projecto de fortalecimento de energia para a África do Sul; a interligaçãoZâmbia-Tanzânia-Quénia; a interligação de Angola e projectos da espinhadorsal de energia de Moçambique.

Há três categorias de projectos de transmissão prioritários. A primeiracategoria é composta por projectos de transmissão que visam a aliviar ocongestionamento. O projecto ZiZaBoNa integra este grupo.

O segundo grupo é daqueles projectos que interligam os membros não-operacionais. Trata-se essencialmente de evacuar energia para a RepúblicaUnida da Tanzânia da Zâmbia e Moçambique, bem como ligar Angola àrede regional.

A última categoria envolve projectos de transmissão relacionados comnovos projectos de produção, como o projecto da espinha dorsal deMoçambique.

A interligação de Angola, Malawi e República Unida da Tanzânia paraa rede regional tem sido uma das prioridades do SAPP há vários anos. Estestrês Estados-Membros não estão actualmente interligados à rede do SAPP.

Interligação Moçambique - Malawi O Projecto de Interligação e transmissão de energia Moçambique - Malawiestá previsto para ser concluído até 2015 e vai ligar o Malawi para o SAPP,permitindo o comércio bilateral de energia entre os dois países.

Isso irá garantir a tão necessária diversificação da oferta de energiaeléctrica no Malawi e permitir a exportação de excedentes de pico deenergia. Também irá fornecer ao sector de energia de Moçambique comuma nova fonte de receita.

No âmbito do projecto, Moçambique vai construir cerca de 135quilómetros de linha de transmissão de 220 quilovolts (kV) e ampliar asubestação existente em Matambo, enquanto do lado do Malawi, uma linhade transmissão cerca de 75 km de 220 kV será construída e instalada umanova subestação de 220 kV.

A interligação permitirá ao Malawi ter acesso ao mercado através deMoçambique estar interligado a rede do SAPP com o Zimbabwe e Áfricado Sul.

A Presidente do Malawi, Joyce Banda, e o seu homólogo moçambicano,Armando Guebuza, assinaram um acordo nesse sentido, durante umavisita de Estado a Moçambique em Maio.

ZiZaBoNaEste projecto de transmissão e interligação tem acapacidade de aumentar a comercialização de energiaentre as empresas de electricidade participantes, bemcomo proporcionar uma via de transmissão deenergia alternativa e ajudar a descongestionar ocorredor de transmissão central existente, queactualmente passa pelo Zimbabwe.

O projecto ZiZaBoNa vai ajudar a fornecer umoutro caminho e, portanto, aumentar o comércio entreas partes norte e sul da SADC.

A capacidade inicial da transmissão de interligaçãoserá de 300 megawatts (MW), que mais tarde seráaumentada para 600 MW.

Sumário de Política de Energia Nº8, Outubro de 2012

Page 9: Fundo de Desenvolvimento da SADC Projecto de infra

transmissão, uma vez que as centrais estão longe dos principaiscentros de carga.

Novas linhas de corrente contínua de alta tensão(HVDC) também estão planeadas para permitir a

exportação de energia excedente de Waterbergdirectamente para os centros de carga em Gauteng eKwazulu Natal e requerem a construção de 1.700 kmde linhas 800kV.

Estas novas linhas de transmissão fazemparte da estratégia de longo prazo para desenvolver

uma espinha dorsal de transmissão da qualcorredores regionais de energia podem ser suportados.

A espinha dorsal e a estrutura do corredor da rederegional de energia permitirá uma maior segurança do

aprovisionamento de energia de novas centrais, permitindoum eficiente comércio e transmissão regional de energia através da

rede do SAPP.

Interligação Zâmbia-Tanzânia-Quénia Para integrar o seu mercado de energia, o grupo tripartido COMESA-EAC-SADC - que compreende o Mercado Comum da África Oriental eAustral, Comunidade dos Estados da África Oriental e a SADC - precisade infra-estruturas para apoiar a produção de energia adicional, bemcomo para a transmissão regional.

As interligações de energia existentes na região são inadequadas paraa transmissão de longa distância e inadequadas para a integração desistemas regionais.

O grupo tripartido, em colaboração com o SAPP e a sua congénereoriental (EAPP), tem priorizado o desenvolvimento de interligaçõescríticas, incluindo a interligação Zâmbia-Tanzânia-Quénia (ZTK) paramelhorar a integração regional e o comércio de energia entre o SAPP e oEAPP.

Cobrindo uma distância de 1.600 km, a interligação terá umacapacidade de 400 MW e será construída como uma dupla linha de 400kV em secções de Pensulo na Zâmbia para Isinya no Quênia

Interligação RDC-Angola Este é um dos vários projectos que visam interligações de membros nãooperacionais do SAPP para a rede regional.

Projecta-se que possa envolver a construção de uma linha detransmissão de 400kV da RDC em Angola, permitindo o comércio entreos dois países.

A RDC tem capacidade de produção de energia eléctrica vasta quepoderia ser útil para a economia angolana em rápida expansão e que éapoiada pelos investimentos maciços em sectores de mineração econstrução.

tegração energética da SADC

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 9

Projecto da espinha dorsal de Moçambique Este projecto envolve a construção de uma nova linha de transporte deelectricidade a partir de Tete, no Vale do Zambeze, para Maputo.

Esta linha, conhecida oficialmente como Projecto "Centro-Sul(CESUL)" e extra-oficialmente como "espinha dorsal" da rede eléctricamoçambicana é crucial para o fornecimento de energia ao através denovas centrais eléctricas planeadas em Tete. Estas incluem a barragemde Mpanda Nkua planeada 60 km a jusante da barragem existente emCahora Bassa, uma segunda estação de energia em Cahora Bassa eestações de energia movidas a carvão construídas pelas companhiasmineiras Vale e Rio Tinto.

Sem uma nova linha de transporte de corrente eléctrica, a energiagerada nestas novas centrais não pode alcançar a área de Maputo ouser exportado para a África do Sul.

O CESUL envolverá a construção de 1.340 km de 400 KV alternandoa linha de transmissão de corrente e 1.250 km de linha de 500 kV, comcapacidade para transportar 3.100 MW de potência. Oito novassubestações serão construídas, e duas já existentes serão ampliadas.

O Banco Africano de Desenvolvimento concordou em ajudar afinanciar a construção da linha de transmissão, com custo estimadoem 1,8 biliões de dólares norte-americanos. O banco se comprometeua fornecer até 400 milhões de dólares norte-americanos para oprojecto. r

Futuras Transmissões do SAPP

RDC-AngolaAngola-Namibia

Zambie-Tanzanie

RDC-Zambia

Projectos de Transmissão 5.6 biliões de dólares EUA

Moçambique - Malawi

2015 : Reforço da RAS

2016 : Zambia-Tanzania

2016 : RDC-Angola

2017 : Espinha dorsal de Moçambique

GRUPO DE EMPRESAS DE ELECTRICIDADE DA ÁFRICA AUSTRAL

GRUPO DE EMPRESAS DE ELECTRICIDADE DA ÁFRICA AUSTRAL

Central Hidroeléctrica

Sistema de armazenamento bombeado

Central Térmica

Page 10: Fundo de Desenvolvimento da SADC Projecto de infra

10 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Outubro 2012

B R E V E S N E G Ó C I O S

BOTSWANA E Moçambiqueconcordaram em construir umporto de águas profundas emTechobanine na província deMaputo, que servirá como umasaída alternativa e ponto deentrada para os EstadosMembros da SADC do interior.

O porto é parte de umprojecto, com um custo estimadode cerca de 7 biliões de dólaresnorte-americanos, que incluitambém a construção de umalinha ferroviária de 1,100 km e umoleoduto ligando os dois países.

Além de servir o Botswana,que está à procura de uma saídamais rápida para seus recursosminerais, o porto servirá também

outros países como a Swazilândiae Zimbabwe.

O projecto será realizado emregime de concessão para osvários componentes.

O porto deverá ocupar umaárea de 30.000 hectares, incluindo11.000 hectares paradesenvolvimento industrial, eserá capaz de processar 200milhões de toneladas de cargapor ano.

Cerca de 3 biliões dedólares norte-americanos serãoinvestidos em Techobanine parao porto, casas residenciais, escolase um hospital. A primeira fase daconstrução deve começar em2012 e durar até 2015.

A linha ferroviária planeadaliga o sul de Moçambique eBotswana, passando porZimbabwe. AIM r

Techobanine está localizado a70 km ao sul do porto de Maputoe a 20 km da Ponta do Ouro, nafronteira com a África do Sul.

O DÉFICE comercial dasMaurícias registou um aumentode cerca de 20 por cento atéJunho, passando de 170 milhõesem 2011 para 203,3 milhõesdólares norte-americanos,

Segundo dados da Empresade Estatística das Maurícias, asimportações subiram para 426,67milhões dólares EUA em Junhoem comparação com 366.700.000de dólares no mêscorrespondente em 2011.

O aumento do défice foiatribuído ao aumento daimportação de produtosalimentares e produtospetrolíferos.

Ao mesmo tempo, asexportações deste País doOceano Índico cresceram de196,7 milhões de dólares emJunho de 2011 para 220 milhõesdólares este ano.

Em termos de mercados deexportação, a Grã-Bretanha foi oprincipal destino dos produtosdas ilhas Maurícias, comcompras no valor de 36,7 milhõesde dólares.

O mercado francês foi osegundo maior destino, com 26,5milhões dólares norte-americanos no valor dasimportações das ilhas Maurícias,à frente dos Estados Unidos, com21,6 milhões dólares e África doSul com 17,8 milhões de dólares.

No que diz respeito a fonteprincipal dos mercados do país,a Índia respondeu a 93,3 milhõesdólares no valor das importações,enquanto a China ficou emsegundo, com os 70 milhões.

De acordo com a Empresa deEstatísticas das Maurícias, odéfice comercial poderá subirpara 2,83 bilhões de dólares até ofinal de 2012. Xinhua r

AS SEYCHELLES e asMaurícias criaram umacomissão para gerir a maiorzona de gestão comum domundo no mar, que mede400.000 quilómetros quadradosde plataforma continental.

Isso permitirá que os doispaíses, em conjunto, regulem asactividades do fundo do mar,incluindo a exploração depetróleo e minerais, bem como aconservação e gestão dosrecursos vivos do leito do mar.Funcionários dos dois paísesreuniram-se nas Seychelles emAgosto para lançar a comissão ediscutir a gestão e regulação deactividades na zona dearticulação.

O Ministro doOrdenamento do Território eHabitação das Seychelles,Christian LionNet, disse que anova comissão "tem a grandevantagem de permitir que osdois países beneficiemimediatamente da prospecção,exploração e conservação dosrecursos naturais da área".

O Secretário do Conselho deMinistros e Chefe do ServiçoCivil das Maurícias, SureshSeeballuck, observou que

O BANCO Africano deDesenvolvimento (BAD) dizque vai financiar a construçãode uma nova linha detransporte de electricidade apartir de Tete para Maputo, emMoçambique.

A linha, conhecidaoficialmente como Projecto"Centro-Sul (CESUL)" e extra-oficialmente como "espinhadorsal" da rede eléctricamoçambicana, é crucial para otransporte de energia das novascentrais planeadas em Tete.

Estas incluem a planeadacentral de Mpanda Nkua, a 60quilómetros a jusante dabarragem existente em CahoraBassa, uma segunda estação deenergia em Cahora Bassa eestações de energia movidas acarvão construídas pelascompnahias mineiras Vale e RioTinto.

Sem uma nova linha detransporte de corrente eléctrica, aenergia gerada nestas novascentrais não pode alcançar a áreade Maputo ou ser exportado paraa África do Sul.

O custo está estimado em 1,8biliões de dólares norte-americanos.

O Representante residente doBAD, José Ribeiro, disse que obanco vai disponibilizar até 400milhões de dólares norte-americanos.

O CESUL envolve aconstrução de 1.340 quilómetrosde 400 quilovolts (KV) linha detransmissão em correntealternada e um quilómetro 1.250de 500 kV com capacidade paratransportar 3.100 megawatts deenergia.

Oito novas subestações serãoconstruídas, e duas já existentesserão ampliadas. AIM r

"surgiu uma nova era decooperação, confiança ecompreensão mútua entre osdois Países." r

Seychelles e Maurícias criam comissãopara gerir a zona costeira

BAD co-financia o projecto de"espinha dorsal"de electricidade em Moçambique

Maurícias registasubida de déficecomercial

Botswana e Moçambique vão construir porto de águas profundas

Page 11: Fundo de Desenvolvimento da SADC Projecto de infra

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 11

O ACTUAL Presidente da SADCe Chefe de Estado moçambicano,Presidente Armando Guebuza,foi reeleito para um segundomandato como Presidente dopartido no poder.

Guebuza foi eleito semoposição pelos mais de 1.800delegados que participaram do10º Congresso da Frelimorealizado em Setembro emPemba, capital da províncianortenha de Cabo Delgado.

A Frente de Libertação deMoçambique (Frelimo) foi criadaem 1962 para libertar o país dodomínio colonial (conseguido1975), e comemorou o seu 50 ºaniversário este ano.

A reeleição de Guebuzasignifica que a Frelimo vaiescolher um candidatopresidencial diferente para

disputar as eleições geraisprevistas para 2014, e não o líderdo partido.

Ele vai continuar a liderar opartido, e um outro colega irádirigir o país, se a Frelimovencer as próximas eleições.

Tradicionalmente, o líder daFrelimo se tornaautomaticamente o seu candidatopresidencial, mas Guebuza já estáa cumprir o seu mandato de cincoanos como presidente do país,estando portanto no limiteestabelecido pela Constituição.

Esta não é a primeira vez quea Frelimo elege um presidenteque não será o seu candidatopresidencial nas eleiçõesnacionais.

Uma situação igual ocorreudurante o 8 º Congresso,realizado em 2002, quando

Joaquim Chissano foi reeleitopresidente do partido, embora elenão estivesse concorrendo paraum outro mandato como Chefede Estado.

Após as eleições de 2004,quando Guebuza foi eleitoPresidente do país, Chissanopermaneceu líder da Frelimopor mais alguns meses antes derenunciar para permitir que aFrelimo combinasse os cargos delíder do partido e Presidente daRepública nas mãos de umamesma pessoa.

Guebuza tomou posse comoPresidente de Moçambique noinício de 2005 e foi eleito paraliderar a Frelimo em 2006. Eledeixará de ser Chefe de Estadoem 2015.

Ele assumiu a Presidência daSADC depois da Cimeira desta

organização regional, realizadaem Maputo, em Agosto docorrente ano. r

O PARTIDO governamentalnamibiano SWAPO vai realizar oseu 5 º congresso em Novembropara eleger uma nova liderança eformular políticas para ospróximos cinco anos.

O Presidente HifikepunyePohamba poderá concorrer paraum segundo mandato como líderda SWAPO durante o congressoagendado para 29 Novembro - 2Dezembro. Ele lidera o partidodesde 2007, quando sucedeu aopresidente fundador da SWAPO,Sam Nujoma, durante o 4 ºCongresso.

A Organização do Povo doSudoeste Africano (SWAPO) foifundada em 1966 para libertar oPaís do jugo colonial, factoconseguido em 1990.

Todos os olhos estarão fixos naposição de vice-presidente dopartido, cujo vencedor, de acordocom uma política de sucessãoaprovado pelo Comité CentralSWAPO, será automaticamente ocandidato do partido nas eleiçõesde 2014 presidenciais.

Segundo a Constituição daSWAPO, Pohamba podecontinuar líder do partido depois

SWAPO prepara Congresso

Zuma procura reeleição na conferência de Mangaung

de completar os seus doismandatos constitucionais comoChefe de Estado em 2014. Ele foieleito Presidente da Namíbia emMarço de 2005. Ele foi Presidenteda SADC por um ano durante oseu primeiro mandato.Os membros do partido devemtambém eleger os titulares decargos para dois outros cargos detopo - O Secretário-Geral e oSecretário-Geral Adjunto.

A constituição do partidodetermina que todos os cargosdevem estar vagos antes docongresso.O Bureau Político vai identificarum máximo de três candidatospara cada cargo, que estarãosujeitos a análise e aprovaçãopelo Comité Central.

No caso de existência de maisde três candidatos para umdeterminado posto, o ComitéCentral reduz o número para trêsatravés de uma votação secreta.

A Comissão Preparatória doCongresso de 35 membros foicriada em Abril parasupervisionar os preparativos docongresso. O comité é presididopor Pohamba e inclui outros altos

funcionários, como o vice-presidente do partido, HageGeingob, e secretária-geral,Pendukeni Iivula-Ithana.

Na sessão de abertura doComité Preparatório doCongresso na sede da SWAPO,em Windhoek, o PresidentePohamba pediu aos líderes dopartido para se comprometeremcom os princípios da unidade.

"Temos de usar estaplataforma importante dopróximo Congresso para revercriticamente as nossas posiçõespolíticas sobre questões que sãovitais para a concretização denossa agenda dedesenvolvimento nacional", dissePohamba.

O partido realizou umaConferência Política Nacional emSetembro, durante a qual 13documentos de política foramdiscutidos sobre as questõesrelativas ao desemprego e àpobreza, crescimento económico,distribuição da riqueza, prestaçãode cuidados de saúde e educaçãode qualidade, desenvolvimentoda juventude e transiçãogeracional. r

O PRESIDENTE Jacob Zuma vaiprocurar um segundo e últimomandato como líder do CongressoNacional Africano da África doSul, quando o partido se reunirpara a sua 53 ª conferêncianacional em Mangaung emDezembro.

A conferência nacional doANC é convocada a cada cincoanos para eleger uma novaliderança e traçar o rumo para opartido, que foi fundado há 100anos em 1912 para se opor aopressão colonial e mais tarde aosistema de apartheid quando foiintroduzido em 1948.Um governomaioritário foi constituído em1994.

Nove províncias do ANCesperam que os seus candidatosde campo possam ser eleitos paraos seis melhores cargos,nomeadamente presidente, vice-presidente nacional, presidentenacional, secretário-geral,secretário-geral adjunto etesouraria geral.

As candidaturas para os cargosforam abertas formalmente emOutubro.

Zuma foi eleito líder do partidomais antigo da África durante aúltima conferência nacional doANC realizada em Polokwane, emDezembro de 2007.

A conferência de Mangaungsurge na sequência da 4ªConferência Política Nacional doANC, realizada em Agosto, ondeo partido resolveu abrir adiscussão sobre os desafios actuaisda África do Sul, em particular odesemprego, a pobreza e adesigualdade.

A conferência política tambémdecidiu levar a cabo a segundafase da transição do apartheidpara uma sociedade democráticanacional. r

Guebuza reeleito Presidente da Frelimo

L I D E R A N Ç A

Page 12: Fundo de Desenvolvimento da SADC Projecto de infra

Quanto a criação de umSistema de Informação Culturalda África Austral (SACIS), eledisse que "agora é possívelreanimar" a ideia tendo em vista arápida penetração da Internet naregião. O SACIS foi criado háalguns anos, mas devido a váriosdesafios, o projecto não conseguiuse sustentar.

"Não há dúvida de que ocolapso do projecto SACISdeveu-se principalmente aofacto dos Estados-Membros daSADC não estarem naquelaaltura prontos para acomodar ouso de tecnologias deinformação e comunicação paraa construção e troca de dadossobre o sector cultural", disse.

Ele disse que um Sistema deInformação Cultural da SADCseria uma ferramenta vital para ofornecimento de dados sobre odesempenho da economia criativana região e para o RelatórioMundial de Economia Creativa,que é produzido a cada dois anospela Conferência das NaçõesUnidas para o Comércio eDesenvolvimento e do Programadas Nações Unidas para oDesenvolvimento.

O Simpósio para a celebraçãodo Dia da SADC foi organizadopelos embaixadores da SADCacreditados no Zimbabwe, emcolaboração com o Governo doZimbabwe, o Centro deDocumentação e Pesquisa para aÁfrica Austral (SARDC),Conselho Nacional de Artes doZimbabwe, Associação de Artesdo Zimbabwe, Galeria Nacionaldo Zimbabwe e Chipawo.

O evento, presidido peloembaixador de Angola noZimbabwe, Henrique Vaal Neto,teve como objectivo celebrar aformação da SADC -anteriormente Conferência deCoordenação para oDesenvolvimento da ÁfricaAustral (SADCC), umaorganização com o objectivo deaproximar a coesão regional.

O tema para as celebraçõesfoi "A arte como um vector paraa Integração Regional daComunidade para oDesenvolvimento da ÁfricaAustral". r

por Kizito Sikuka

ÁFRICA AUSTRAL deveintensificar esforços parapromover a sua indústria cultural,uma vez que este sector tempotencial para aliviar a pobreza,criar emprego e contribuir para odesenvolvimento socioeconómicoda região.

O perito e especialista derenome em arte e cultura, StephenChifunyise, fez essa afirmaçãodurante um Simpósio realizadoem Harare, Zimbabwe, porocasião das celebrações do Dia daSADC.

Ele disse que uma indústriacultural e vibrante de artes erafundamental para permitir que aregião conte a sua própria históriae projecte as suas próprias eexclusivas identidades culturaispara o mundo.

"A SADC pode efectivamentecapitalizar a sua rica diversidadecultural, através dodesenvolvimento de programasde colaboração decomercialização de produtos dasua diversidade cultural",afirmou Chifunyise, que épresidente do Seminário deExecução de Artes Infantis(Chipawo), um dos grupos quelidera as artes e cultura doZimbabwe.

Ele disse que a próximaCimeira da Organização Mundialdo Turismo (OMT) marcada paraa Zâmbia e Zimbabwe, em 2013,será uma oportunidade perfeitapara a SADC aprofundar acooperação e intensificar os

esforços para promover aindústria cultural.

Para conseguir isso, ele disseque é preciso identificar asprincipais indústrias criativas eculturais interessadas que irãopreparar produtos culturaisexclusivos da "nossa ricadiversidade cultural regionalpara os vários delegados deturismo que são esperados paraparticipar no evento global."

Uma abordagem coordenadairia garantir que a região tirassebenefícios da Cimeira da OMT,que vai decorrer em África pelaterceira vez depois de ter sidorealizada no Egipto em 1995 e noSenegal em 2005.

Chifunyise também observouque os países da SADC têm"muitas artes e festivais culturais,que, quando juntos, podemtornar-se adequados para que aSADC adopte uma Rota deTurismo "abrangente de aspectosculturais, como galerias, parquestemáticos, museus, parques delazer e entretenimento.

"A produção e apresentaçãode uma Rota de Turismo daSADC para a próxima Cimeira daOMT seria uma estratégia viávelpara a promoção do turismosustentável na região da SADC",disse ele.

"A produção de tal ferramentade marketing de um turismoexige colaboração entre as partesinteressadas no sector do turismoe em artes e cultura, incluindoministérios, instituições públicase privadas responsáveis pelasartes e cultura."

C U L T U R A

A arte como um Vector para a Integração Regional

12 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Outubro 2012

O PROTOCOLO da SADC sobre Cultura,Informação e Desporto estipula, entre outras coisas:• Cooperação na formulação e na harmonização

das políticas culturais dos Estados-Membros;• Promoção de uma atitude que toma em conta a

cultura nos programas de desenvolvimentoregional;

• Desenvolvimento e promoção de instituições depatrimónio cultural, como bibliotecas, museus earquivos de apoio aos objectivos gerais eespecíficos do protocolo;

• Estabelecimento e formulação de directrizespolíticas para a preservação e promoção dopatrimónio cultural da região nas várias facetasem estreita colaboração com as partesinteressadas;

• Os Estados-Membros devem tornar as indústriasculturais num grande pilar das suas economiasnacionais;

• Os Estados-membros devem tomar as medidasnecessárias para nutrir, proteger e promover assuas indústrias culturais;

• Estados-Membros devem adoptar medidasdestinadas a promover o ecoturismo como ummeio de apoio ao desenvolvimento das indústriasculturais;

• Os Estados-Membros devem organizar festivaisde artes e culturais para perseguir os ideais deintegração regional, e

• Os Estados-Membros devem organizarespectáculos conjuntos durante festivaisinternacionais de artes e cultura. r

Page 13: Fundo de Desenvolvimento da SADC Projecto de infra

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 13

"EM 2010, a Copa do Mundo defutebol realizada na África do Sulofereceu a SADC umaoportunidade de comercializarcolectivamente sua ricadiversidade. Em Agosto de 2013,a Zâmbia e o Zimbabwe vãoacolher a Cimeira MundialOrganização Internacional doTurismo.

"Isso vai constituir umaoutra grande oportunidadepara que a SADC capitalizee f e c t i v a m e n t e a s u arica diversidade e a enormec r i a t i v i d a d e c u l t u r a l ,desenvolvendo colectivamenteuma plataforma viável para acomercialização para o mundo,através deste encontro deprofissionais de turismo eturistas, de uma variedade bemseleccionada e devidamenteacondicionada bens culturaisque ilustram a rica diversidadedas expressões culturais dospovos da SADC", disse StephenChifunyise, um proeminenteespecialista em artes. r

por Kizito Sikuka

A CIMEIRA Internacional doTurismo prevista para 2013 naZâmbia e Zimbabwe oferece maisuma oportunidade de ouro para aÁfrica Austral mostrar suasinúmeras atracções turísticas,bem como aprofundar aintegração regional.

No entanto, há necessidade demaior coordenação entre osEstados-membros da SADC paragarantir o pleno benefício dasoportunidades oferecidas peloevento global, que está vaidecorrer pela terceira vez emÁfrica.

O desempenho conjunto dosEstados-Membros é importante,considerando que alguns Paísesnão tiraram adequadamente oproveito de um evento globalsemelhante - a Copa do Mundo

em Futebol realizada em 2010 naÁfrica do Sul.

Apesar da sua proximidadecom a África do Sul, uma série deEstados-Membros da SADC nãoconseguiu atrair os muitos dosmilhares de turistas que descerama África do Sul para o torneio deum mês.

Assim, há necessidadeda região se prepararadequadamente para a próximaCimeira da Organização Mundialdo Turismo (OMT) que vai serorganizada conjuntamente pelaZâmbia e Zimbabwe, em Agostode 2013, de modo que ÁfricaAustral tire os benefícios dasoportunidades apresentadas poreste evento global.

O ministro do Turismo doZimbabwe, Walter Mzembi, dissedurante um recente simpósioorganizado por ocasião do Dia daSADC, em Harare, que a Zâmbiae Zimbabwe já tinham dadopassos significativos no sentidode assegurar que o evento seja umgrande sucesso.

Ele disse que as últimasinspecções realizadas pela OMTindicaram que os dois paísesestão prontos para acolher oevento em 2013.

Ele apelou a todos os estadosmembros da SADC para"proteger este evento", dizendoque, a semelhança da Copa doMundo de 2010, a Cimeira deTurismo, vai trazer potenciaisturistas e impulsionar enormesganhos socioeconómicos para aregião.

"A SADC deve assumir odesafio", disse ele, acrescentandoque a Zâmbia, o Zimbabwe e oresto da região têm umaoportunidade de fazer destacimeira turismo "mais umseminário ordinário ou umaconferência internacional deturismo".

"A escolha é nossa", disse ele,acrescentando que a SADC e oresto de África, provavelmente,não terão outra oportunidade deacolher um evento tão grande emdécadas.

A região deve, portanto,aproveitar ao máximo a próxima

Cimeira da OMT para aumentara atracção e aprofundar aintegração.

Mais de 2.000 delegados sãoesperados para participar naCimeira da OMT em 2013. Estesincluem responsáveis daindústria de viagens uma vezque a cimeira deverá discutir edar direcção ao turismo global.

Turistas de todo o mundotambém são esperados paravisitar os dois países paradesfrutarem as várias atracçõesneles existentes.

Falando no mesmo seminário,o especialista em artes doZimbabwe, Stephen Chifunyise,disse que SADC deve usar suasricas artes e cultura, bem comosuas atracções para promover naCimeira da OMT.

Ele disse que os paísesdevem desenvolver umaplataforma viável onde "asmuitas artes e eventos culturaisna região possam se tornar aespinha dorsal da rota turísticada SADC."

"A produção e apresentaçãode uma Rota de Turismo daSADC para a próxima Cimeirada OMT seria uma estratégiaviável para a promoção doturismo na região", disse ele.

Chifunyise também apeloupara uma cooperaçãoaprofundada entre os sectoresde artes e cultura da indústriade turismo.

Outros part ic ipantesdisseram que a Zâmbia,Zimbabwe e a SADC têm acapacidade de acolher a Cimeirade Turismo com sucesso umavez que as condições para arealização de um evento comoesse já existem. A região possuiuma base de infra-estruturavibrante, que inclui hotéis eestradas, assim como inúmerasatracções.

No entanto, Mzembi disse quehá necessidade de melhorar asligações aéreas na região.

"As nossas ligações são tãopobres. Precisamos melhorarisso, primeiro como paísesindividuais e, em seguida, comouma região", disse ele. r

“... uma plataforma viávelpara a comercialização para

o mundo...”

T U R I S M O

Cimeira da OMT – para além de apenas o turismo

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14 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Outubro 2012

E L E I Ç Õ E S

José Eduardo dos Santos, obteve71,82 por cento dos mais de5,6 milhões de votos expressosnas eleições parlamentaresrealizadas no dia 31 de Agosto.

Esta percentagem esteveabaixo dos 81 por cento obtidospelo partido governamentaldurante as eleições anterioresgerais realizadas em 2008.

O principal partido daoposição, a União Nacional paraa Independência Total de Angola(UNITA), quase duplicou a suacontagem a partir de 2008,chegando em segundo lugar com18,7 por cento dos votos válidos,contra 10 por cento de há quatroanos.

A coligação eleitoralConvergência Angola SalvaçãoAmpla (CASA-CE), umacoligação de quatro pequenospartidos, conseguiu apenas seispor cento dos votos. A CASA-CEfoi uma das quatro coligaçõesque concorreram nas eleições.

Dos 220 assentos totais daAssembleia Nacional, 130 foramdisputados a partir de listasfechadas por representaçãoproporcional, e os restantes 90eleitos em 18 círculos eleitoraisque têm cinco cadeiras cada.A afluência às urnas foi de cercade 60 por cento, de acordo com acomissão eleitoral nacional.

A vitória do MPLA assegurouao Presidente dosSantos um outromandato. A novaConstituiçãoangolana, em 2010aboliu a eleição directado chefe de Estado,estipulando que opartido com umamaioria na Assembleia

ganha o direito de nomear opresidente, que por sua vezescolhe o vice-presidente.

Estas foram as terceiraseleições desde que Angola setornou independente de Portugalem 1975.

As primeiras eleições pós-independência tiveram lugar em1992, apesar de não terem sidoconcluídas porque a guerra civil

X

na década passada. A melhoriadas condições comerciais devidoao aumento dos preços dopetróleo também contribuiupara o desempenho positivo.

Graças ao bom desempenhode Angola - que em algummomento cresceu tão rápido auma escala de 25 por cento porano - a economia regionalregistou uma média de cincopor cento de crescimentodurante a maior parte da últimadécada.

De acordo com os resultadosfinais divulgados pela ComissãoNacional Eleitoral (CNE), oMPLA liderado pelo Presidente

AS RECENTES eleiçõesangolanas deverão impulsionaras perspectivas económicas daÁfrica Austral e fortalecer operfil da região como destinoestável de investimentos.

Os angolanos deram aoMovimento Popular para aLibertação de Angola (MPLA),mais um mandato paracontinuar com as reformaseconómicas e políticas que atéagora assegurada uma transiçãosuave da guerra para aestabilidade neste País segundomaior produtor de petróleo emÁfrica.

Angola cessou a presidênciarotativa da Comunidade para oDesenvolvimento da ÁfricaAustral (SADC) e contribuiusignificativamente para ocrescimento da economiaregional durante a últimadécada.

O País é uma das maioreseconomias da SADC e superououtros Estados membrosdurante a última década,registando um crescimento dedois dígitos desde 2004.

Grandes investimentos eminfra-estrutura e do sector derecursos naturais como petróleoe diamantes têm contribuídopara o desempenhoimpressionante do país, factoque fez com que a economiaexperimentasse umcrescimento de dois dígitos

Eleições angolanas reforçam o perfil da SADC como economia estávelreiniciou. AS segundas eleiçõestiveram lugar em 2008, seis anosapós o fim do conflito.

A Constituição limita omandato presidencial a doismandatos de cinco anos, emboraisto não inclui os anos já servidospor dos Santos, e abole o cargo dePrimeiro-Ministro, sendo o papelassumido pelo vice-presidente.

As eleições foram descritascomo pacíficas e ordeiras porobservadores da SADC, da UniãoAfricana, da ComunidadeEconómica dos Estados da ÁfricaCentral, da ConferênciaInternacional sobre a Região dosGrandes Lagos, do Fórum dasComissões Eleitorais da SADC eda Comunidade de Países deLíngua Portuguesa.

Numa declaração conjunta, oschefes das seis missões deobservadores disseram que aseleições gerais foram realizadasem conformidade com osprincípios internacionais eregionais e directrizes que regemas eleições democráticas.

Eles felicitaram ao povoangolano e aos políticos pela suamaturidade em permitir arealização pacífica das eleições,mas apelaram aos partidospolíticos e candidatos paratrabalhar em conjunto, a fim deconsolidar a paz e a democraciano País.

"As missões de observaçãofelicitam por este meio ao povode Angola pelo exercício do seudever cívico de forma pacífica eordeira, e pela determinação derealizar as eleições gerais a 31 deAgosto de 2012, como forma deconsolidar a paz, segurança eestabilidade, aumentar areconciliação, aumentar oprocesso democrático e fortalecera base para o desenvolvimentosocial e económico", indica adeclaração conjunta.

Eles apelaram, no entanto, aacreditação atempada deobservadores e agentes dospartidos políticos em eleiçõesfuturas, bem como de facilitaçãodo voto aos angolanos residentesna diáspora. sardc.net r

Presidente José Eduardo dos Santos

Angola possui a Baia de Luanda, minerais e petróleo que é fundamental para a sua economia

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 15

E V E N T O S

SADC HOJE Vol 14 No 6 Outubro 2012

ÁFRICA AUSTRAL HOJEÉ produzido como uma fonte de referência das

actividades e oportunidades na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, e um guião para os

responsáveis pela elaboração de políticas a todos os níveis de desenvolvimento nacional e regional.

Comunidade para o desenvolvimento da África AustralSecretariado da SADC, SADC House,

Private Bag 0095, Gaborone, BotswanaTel +267 395 1863 Fax +267 397 2848/318 1070E-mail [email protected] Website www.sadc.int

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado seis vezes por ano pelo Centro de Documentaçãoe Pesquisa para a África Austral (SARDC) para o Secretariado da SADC em Gaberone,

Botswana, como uma fonte credível de conhecimento sobre o desenvolvimento regional.Os artigos podem ser reproduzidos livremente pelos órgãos de comunicação social e outras

entidades, citando devidamente a fonte.

EDITORMunetsi Madakufamba

COMITÉ EDITORIAL Joseph Ngwawi, Kizito Sikuka, Egline Tauya, Admire Ndhlovu,

Stalin Tazvitya, Phyllis Johnson, Patience Ziramba,Tanyaradzwa Chiwara, Danai Majaha, Nobuhle Sithole.

ONSELHO EDITORIAL Chefe da Unidade de Comunicação da SADC

Leefa Penehupifo Martin

TRADUTORBonifácio António

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é apoiado pelo Ministério Norueguês dos Negócios Estrangeiros, emapoio ao Grupo Temático dos Parceiros Internacionais de Cooperação no Sector de Energia daSADC, que é presidido pela Noruega.

© SADC, SARDC, 2012

ÁFRICA AUSTRAL HOJE acolhe as contribuições individuais e de organizações dentro daregião da SADC em forma de artigos, fotografias, artigos noticiosos e comentários, e tambémartigos relevantes de fora da região. Os editores reservam-se o direito de seleccionar ourejeitar artigos, e editar para se ajustar ao espaço disponível. O conteúdo não reflectenecessariamente o posicionamento oficial ou opiniões da SADC ou SARDC.

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado em Inglês, Português e Francês, e está disponível numformato digital no Portal de Internet www.sardc.net Conhecimento para o Desenvolvimento,ligado a www.sadc.int

COMPOSIÇÃO & MAQUETIZAÇÃO Tonely Ngwenya

FOTOS E ILUSTRAÇÕESP1 P Johnson, P Ziramba, SARDC; D Martin, APG; ograniseafrica.com;

forum.xcitefom.net; SARDC; P2 places.co.za; P Johnson, SARDC; P4 defenceweb.co.za; SARDC; D Martin, APG; roadsafety.co.za; P5 J Ngwawi, SARDC;

P6 southafrica.org.com; infrastructureafrica.com; panorama.co.zw; P8, P9 P Ziramba, SARDC; infrastructureafrica.com;

P10 Namibia Port Authority (NamPorts); P11 namibiansun.com; www.org.mz; www.gov.za;

P12 P Ziramba, P Ziramba, T Ngwenya, SARDC; panorama.co.zw; P13 S Chikulo; nehandaradio.com; D Martin, APG; SARDC;

P14 worldspresidents.com; angolafieldgroup.com; macauhub.com; P16 T Gustafson

Subscreva HojeÁFRICA AUSTRAL HOJE está disponível através de uma taxa de subscrição anual para seismeses: 55 dólares para fora de África, incluindo o envio; 40 dólares nas restantes partes deÁfrica; e 30 dólares na África Austral. A subscrição permite receber a publicação via aérea oupor e-mail. Para mais detalhes, contacte o Editor.

A correspondência para esta publicação deve ser dirigida ao

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Harare, ZimbabweTel +263 4 791 141/791 143 Fax +263 4 791 271

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Diários de Eventos Outubro-Dezembro de 2012

Outubro1-5, África do Sul 24º Simpósio Africano de energia Hidroeléctrica

O Simpósio Africano de energia Hidroeléctrica é um fórum onde os gestores das centrais hidroeléctricas e produtores independentes de energia em África sereúnem para partilhar ideias e deliberar sobre a oper-ação, gestão e manutenção de centrais hidroeléctricas.

12-13, Etiópia Segundo Fórum China-ÁfricaO fórum serve como uma plataforma de alto nível parao intercâmbio China-África envolvendo académicos ea sociedade civil. Promove um diálogo franco e semrestrições nas relações China-África para aumentar acompreensão mútua entre a China e África.

18, Zimbabwe 33ª Reunião do Comité Executivo do SAPPA 33ª Reunião do Comité Executivo do Grupo de Em-presas de Electricidade da África Austral (SAPP) con-tará com a presença dos 12 directores executivos egerentes das empresas membros do SAPP. Este encon-tro irá traçar o caminho a seguir para a realização doobjectivo de integrar a produção e as redes de dis-tribuição de energia regionais.

Novembro30 de Outubro – 13º Simpósio da WaterNet/WARFSA/GWP-SA 2 Novembro, O simpósio é uma plataforma para os profissionais deÁfrica do Sul água partilharem avanços em pesquisa e educação rela-

cionadas com a gestão de Recursos Hídricos. Eles vãodiscutir novas oportunidades e desenvolvimentos para agestão integrada dos escassos recursos de água doce.

5-7, África do Sul Conferência Internacional sobre a Gestão da Águapara o Desenvolvimento SustentávelA conferência reunirá decisores políticos, gestores deágua, cientistas e representantes da sociedade civilnum fórum onde novas ideias serão partilhadas para odesenvolvimento do sector de água. O evento vai acol-her vários parceiros locais, regionais e internacionais.

5-9, Namíbia Celebrações do 10º Aniversário do RERA O Aniversário que vai decorrer sob o tema "Promovera regulação eléctrica na África Austral", procuraráanalisar o desempenho do RERA; Relançamento daAssociação para a próxima década; Promover relaçõesmais estreitas entre os membros e os principais inter-essados; Melhorar a imagem corporativa e visibilidade;Reconhecer organizações e indivíduos que tenhamcontribuído de forma notável para o RERA. As inter-acções profissionais envolverão discussões de altonível e apresentações de especialistas e interessados.

13-15, Fórum de Electrificação Rural Moçambique O Fórum Electrificação Rural 2012 vai olhar moti-

vações para a electrificação rural, troca de programase analisar questões práticas de viabilidade, acessibili-dade e regulamentação e discutir novas abordagens esoluções permanentes para a sustentabilidade empaíses em desenvolvimento.

26 Novembro – 7 Cimeira do COP 18 sobre Mudanças Climáticas Dezembro, Qatar A 18 ª Conferência das Partes (COP 18) da Convenção

Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáti-cas vai decorrer simultaneamente com a Reunião dasPartes do Protocolo de Quioto (COP / MOP 8). COP18 irá avaliar o progresso em lidar com as questõesclimáticas.

Page 16: Fundo de Desenvolvimento da SADC Projecto de infra

Um futuro comun na comunidade regional

4 Outubro Dia da Paz e Reconciliação Moçambique4 Outubro Dia da Independência Lesotho14 Outubro Dia do Mwalimu Julius Nyerere Tanzânia15 Outubro Dia da Mãe Malawi24 Outubro Dia da Independência Zâmbia

1 Novembro Dia de Todos os Santos Seychelles, Madagáscar, Maurícias2 Novembro Dia da Lembrança Angola11 Novembro Dia da Independência Nacional Angola12 Novembro Feriado Público Angola

8 Dezembro Imaculada da Conceição Seychelles9 Dezembro Dia da Independência Tanzânia10 Dezembro Dia Internacional dos Direitos Humanos Namíbia16 Dezembro Dia da Reconciliação África do Sul 17 Dezembro Feriado Público África do Sul 22 Dezembro Dia da Unidade Nacional Zimbabwe25 Dezembro Natal Toda SADC26 Dezembro Dia de Boa Vontade África do Sul Dia da Família Namíbia Dia do Boxe Botswana, Lesotho, Swazilândia, Tanzânia, Zimbabwe

FERIADOS PÚBLICOS NA SADC Outubro-Dezembro de 2012

Paz em Moçambique 20 anos depois

OUTUBRO MARCA o 20ºaniversário da histórica assinaturado acordo de paz de Moçambique,que pós fim a guerra do país civil de15 anos e marcou o início de umanova era de desenvolvimentoeconómico e social. O Acordo Geral de Paz (AGP)entre o Governo moçambicano e osrebeldes do Movimento daResistência Nacional deMoçambique (Renamo), foi assinadoa 4 de Outubro de 1992 em Roma,Itália, pelo ex-presidente JoaquimChissano e pelo líder da Renamo,Afonso Dhlakama, durante umacerimónia com a presença dos líderesdo Botswana e Zimbabwe. As negociações, que começaramem Julho de 1990, foramintermediadas por uma equipe demediadores da Igreja Católica e dogoverno italiano. A delegação do governo deMoçambique foi liderada porArmando Emílio Guebuza (actualPresidente de Moçambique),enquanto os negociadores daRenamo eram chefiados por RaulDomingos. A guerra civil moçambicana tevesuas raízes na situação geopolíticaque existia na África Austral naépoca. A independência de Moçambiquee de Angola, em 1975, desafiou ogoverno da minoria branca naregião. Primeiro, as guerras deindependência em Angola eMoçambique demonstraram quemesmo com o uso de grandesrecursos militares era praticamenteimpossível para uma pequenaminoria branca garantir a segurançados seus membros, muito menosexercer o controlo sobre aspopulações de maioria negra nestespaíses.

H I S T Ó R I A H O J E

4 de Outubro de 1992

A queda do Estado Português emAngola e Moçambique, deuesperança a resistência negra naÁfrica do Sul e da então Rodésia(actual Zimbabwe). Em segundo lugar, em ambos ospaíses os movimentosrevolucionários socialistas ganharampoder. A Frente de Libertação deMoçambique (FRELIMO) e oMovimento Popular para aLibertação de Angola (MPLA) jácolaboravam com os movimentos delibertação na África do Sul e naRodésia, e com independênciaapoiavam abertamente oferecendoum refúgio seguro nos seusterritórios de onde poderiamcoordenar operações e treinar novasforças. Esta situação foi especialmentedevastadora para a Rodésia cujasforças armadas não tinham pessoalpara efectivamente proteger suafronteira de 1.287 km comMoçambique contra combatentes dalibertação. Ao mesmo tempo, o governo doapartheid e do regime de Smithperdeu Portugal como um aliado e,com ele, os milhares de soldados quehaviam sido implantados nasguerras coloniais portuguesas. A posição de minoria branca naÁfrica do Sul e Rodésia tinha sidoseveramente enfraquecida pelosacontecimentos de 1974/75 quelevaram à queda do regime deCaetano em Portugal. Como resultado, minar acapacidade dos países recém-independentes de prestar apoio aoscombatentes da libertação doZimbabwe e da África do Sul tornou-se a principal estratégia da África doSul e da Rodésia para combater essanova ameaça. Isso levou à formaçãoda Renamo em 1976. r

Uma Vela no Kilimanjaro

Mwalimu Julius Nyerere acendeu a chama que iniciou alibertação da África do jugo colonial.

"Nós, o povo de Tanganica, gostaríamos de acender umavela e colocá-lo no topo do Monte Kilimanjaro, que irábrilhar além das nossas fronteiras, dando esperança ondehá desespero, o amor, onde há ódio e dignidade onde háhumilhação."

Num famoso discurso que ficou conhecido como "Umavela no Kilimanjaro", o Presidente fundador da RepúblicaUnida da Tanzânia fez esse compromisso, mesmo antes daindependência, para assegurar que a África, grande parteda qual estava ainda sob domínio colonial, fosse libertada.

Ele morreu 40 anos depois, a 14 de Outubro de 1999.Esse dia é comemorado na Tanzânia como o Dia doMwalimu Nyerere para celebrar sua vida e realizaçõescomo pai da nação (Baba wa Taifa). O dia marca o clímaxda Corrida da Tocha Uhuru, depois da tocha da liberdadepercorrer todo o país através de equipas de corredores.