2018 consolidando o desenvolvimento sustentável - sardc.net · o ano de 2018 marcará o segundo...

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por Joseph Ngwawi e Kizito Sikuka o ANo de 2018 será repleto de eventos para a África Austral à medida que a região intensifica os esforços para aprofundar a integração económica e alcançar a estabilidade e o desenvolvimento sustentável. A região está preparada para fortalecer os esforços para implementar programas e projectos voltados para a realização de vários marcos fundamentais, incluindo o desenvolvimento de infra-estruturas e industrialização. Em consonância com o tema da 37ª Cimeira da SADC realizada na África do Sul, em Agosto de 2017, espera-se que os Estados- Membros implementem actividades destinadas a promover o desenvolvimento industrial nas áreas focais de agro- processamento, aproveitamento dos minerais e produtos farmacêuticos. A cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da SADC de 2017 foi realizada sob o tema "Parcerias com o sector privado no desenvolvimento da indústria e das cadeias regionais de valor ". De acordo com a tradição, o tema é o ponto de encontro para a maioria das actividades realizadas pela SADC até a 38ª Cimeira prevista para Agosto na Namíbia. continua na página 2... POLÍTICA 3 ELEIÇ Õ ES 4-5 AGRICULTURA 6 ENERGIA 7-10 GÉ NERO 11 COMÉRCIO 12-13 UNIÃO AFRICANA 14 EVENTOS 15 HISTÓRIA HOJE 16 SADC Hoje Vol 20 No. 2 FeVereiro 2018 Durante o próximo ano, os países da região deverão criar um mecanismo para o envolvimento do sector privado na implantação da agenda de integração económica. As Parcerias Público-Privadas são consideradas como um modelo viável para atrair investimentos para projectos públicos, permitindo que os governos tenham mais acesso a capital adicional e financiamentos. O ano de 2018 marcará o segundo ano de implementação do Plano de Acção da Estratégia e Roteiro de Industrialização da SADC, um plano de 48 anos que descreve propostas sobre a transformação da região de uma economia baseada em recursos para uma que é impulsionada pela inovação e alta produtividade industrial. O Plano de Acção de Industrialização, aprovado pela Sessão Extraordinária da SADC realizada na Swazilândia, em Março de 2017, contempla uma verba de 100 milhões de dólares norte-americanos para a coordenação da agenda de industrialização ao nível do Secretariado da SADC e dos Estados Membros durante o período de 15 anos que se estende de 2015 a 2030. O plano de acção visa criar um ambiente favorável para sustentar o desenvolvimento industrial como motor da transformação económica; e estabelecer uma aliança duradoura para a industrialização, composta pelos sectores público e privado e parceiros estratégicos. 2018 Consolidando o Desenvolvimento Sustentável

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por Joseph Ngwawi e Kizito Sikuka

o ANo de 2018 será repleto de eventos paraa África Austral à medida que a regiãointensifica os esforços para aprofundar aintegração económica e alcançar aestabilidade e o desenvolvimentosustentável.

A região está preparada para fortalecer osesforços para implementar programas eprojectos voltados para a realização de váriosmarcos fundamentais, incluindo odesenvolvimento de infra-estruturas eindustrialização.

Em consonância com o tema da 37ª Cimeirada SADC realizada na África do Sul, emAgosto de 2017, espera-se que os Estados-Membros implementem actividades

destinadas a promover o desenvolvimentoindustrial nas áreas focais de agro-processamento, aproveitamento dosminerais e produtos farmacêuticos.

A cimeira dos Chefes de Estado e deGoverno da SADC de 2017 foi realizadasob o tema "Parcerias com o sectorprivado no desenvolvimento daindústria e das cadeias regionais devalor ".

De acordo com a tradição, o temaé o ponto de encontro para a maioriadas actividades realizadas pela SADCaté a 38ª Cimeira prevista para Agosto naNamíbia.

continua na página 2...

POLÍTICA 3

ELEICOES 4-5

AGRICULTURA 6

ENERGIA 7-10

GENERO 11

COMÉRCIO 12-13

UNIÃO AFRICANA 14

EVENTOS 15

HISTÓRIA HOJE 16

SADC Hoje Vol 20 No. 2 FeVereiro 2018

Durante o próximo ano, os países da regiãodeverão criar um mecanismo para oenvolvimento do sector privado na implantaçãoda agenda de integração económica.

As Parcerias Público-Privadas sãoconsideradas como um modelo viável paraatrair investimentos para projectos públicos,permitindo que os governos tenham mais acessoa capital adicional e financiamentos.

O ano de 2018 marcará o segundo ano deimplementação do Plano de Acção daEstratégia e Roteiro de Industrialização daSADC, um plano de 48 anos que descrevepropostas sobre a transformação da região deuma economia baseada em recursos para umaque é impulsionada pela inovação e altaprodutividade industrial.

O Plano de Acção de Industrialização,aprovado pela Sessão Extraordinária da SADCrealizada na Swazilândia, em Março de 2017,contempla uma verba de 100 milhões dedólares norte-americanos para a coordenaçãoda agenda de industrialização ao nível doSecretariado da SADC e dos Estados Membrosdurante o período de 15 anos que se estende de2015 a 2030.

O plano de acção visa criar um ambientefavorável para sustentar o desenvolvimentoindustrial como motor da transformaçãoeconómica; e estabelecer uma aliançaduradoura para a industrialização, compostapelos sectores público e privado e parceirosestratégicos.

2018Consolidando o Desenvolvimento Sustentável

C O N T I N U A Ç Ã O D A P Á G I N A 1

2018Consolidando o DesenvolvimentoSustentável

Zimbabwe

Swazilândia

República Democráticado Congo

Namíbia

Moçam

bique

Madagáscar

2 ÁFriCA AUSTrAl Hoje, Fevereiro 2018

As intervenções estratégicaspropostas no âmbito do plano deacção incluem um ambiente políticomelhorado para o desenvolvimentoindustrial, o aumento do volume ea eficiência dos investimentos dossectores público e privado naeconomia da SADC, criação decadeias regionais de valor eparticipação em processos globaisrelacionados, bem como aumentodo valor acrescentado paraProdutos e serviços agrícolas e nãoagrícolas.

A fim de melhorar o ambienteoperacional, há planos paradesenvolver e operacionalizar umProtocolo sobre a Indústria até 2020,o que deverá levar aodesenvolvimento de políticas eestratégias de industrialização anível nacional.

Para incentivar a participaçãoem processos globais, a regiãoidentificou cinco áreas prioritáriasnas quais as cadeias de valor podemser estabelecidas e para as quais asestratégias regionais devem serdesenvolvidas até 2020.

Estas são as áreas deprocessamento agropecuário,aproveitamento de minerais, bensde consumo, bens de capital eserviços.

Foi proposto um estudodetalhado de potenciais cadeias devalor para produtos e serviçosespecíficos nas áreas prioritárias.

Como parte do processo depromoção da participação, háplanos para desenvolver legislaçãoe regulamentações modelo para oagro-processamento intra-SADC,aproveitamento dos minerais eoutras actividades e serviçosindustriais.

Uma actividade relacionadaesperada no próximo ano será aoperacionalização da proposta deUniversidade de Transformaçãoda SADC, uma iniciativa do ReiMswati III do Reino daSwazilândia.

A universidade será umainstituição regional para capacitaros cidadãos na inovação e noempreendedorismo como partedos esforços para transformar aÁfrica Austral numa regiãoindustrializada.

A Swazilândia ofereceu-se paraacolher a instituição de formação ecomprometeu-se a oferecer bolsasde estudos para 300 estudantes -20 para cada Estado-Membro nafase inicial.

O Conselho de Ministros daSADC, na sua última reunião,realizada em Agosto de 2017, naÁfrica do Sul, convidou osministros responsáveis pelaeducação e formação e para aciência, tecnologia e inovação,para finalizar o trabalhopreparatório para a universidade.

Espera-se que os ministrosapresentem propostas ao Conselhona próxima reunião em Março de2018.

No que diz respeito aodesenvolvimento de energia, aSADC está preparada paraestabelecer um Comité regional degás natural interestadual que seráencarregado de assegurar ainclusão e promoção de gásnatural no misto de energiaregional e com a facilitação de"um aumento do acesso universalà energia e industr ia ldesenvolvimento na SADC ".

De acordo com o Monitor deEnergia da SADC, lançado na 36ªCimeira da SADC realizada em

2016 naSwazilândia, acontribuição dogás para o mistod e e n e r g i aregional ainda émuito mínima,representandoapenas 1,3% daprodução totalde energia.

A b a i x aparcela de gásnatural nomistoenergéticoregional

contrasta com o facto da ÁfricaAustral possuir alguns dosmaiores depósitos de gás domundo.

A costa leste da região daSADC emergiu nos últimos anoscomo um dos pontos maisbrilhantes do cenário energéticoglobal, com grandes descobertasde gás natural em Moçambique ena Tanzânia.

A exploração ocorre em outrosEstados membros da SADC,embora o número exato dereservas seja desconhecido paraesses países.

Os esforços serão intensificadospara assegurar que a capacidadede produção de electricidadeexcedente experimentada pelaSADC no ano passado sejamantida através daimplementação de novos projectosde produção de energia.

O Grupo de Empresas deElectricidade da África Austral jáindicou que produzirá uma médiade 5.000 megawatts (MW) por anonos próximos seis anos.

A África Austral temexperimentado uma capacidadeexcedente de produção deelectricidade de cerca de 900MWdesde o início do ano passado.

O excedente deve-se, em parte,a uma desaceleração da economiasul-africana, mas também aoresultado da abordagemcoordenada na implementação doprograma de energia da SADC,que já implantou uma série denovas centrais de energia nosúltimos anos.

No que diz respeito aodesenvolvimento de género, aSADC festejará 10 anos desde aadopção do Protocolo da SADCs o b r e o G é n e r o eDesenvolvimento, que foi revistorecentemente em 2016.

Espera-se que a SADC faça umbalanço das conquistas e desafiosencontrados durante a últimadécada.

A agricultura e a segurançaalimentar continuarão a ser umaprioridade máxima para a SADCapós um início lento da épocaagrícola.

A nível continental, a região daSADC trabalhará com outrascomunidades económicasregionais para concluir os esforçospara operacionalizar a ÁreaTripartida de Comércio Livre e

estabelecer a Área Continental deComércio Livre.

Nas questões ambientais, aregião iniciará um processo derevisão de realizações e desafiosna implementação do PlanoEstratégico de Acção sobre oDesenvolvimento e GestãoIntegrada de Recursos Hídricos(2016-2020).

Como a SADC reconhece aimportância do uso sustentável e dagestão do meio ambiente nocombate a pobreza e a insegurançaalimentar, a região deve avaliaro nível de domesticação doProtocolo da SADC sobre a GestãoAmbiental para o DesenvolvimentoSustentável (2014).

A Namíbia acolherá a 38ªCimeira dos Chefes de Estado e deGoverno da SADC em Agosto, e oPresidente Hage Geingob, daNamíbia, assumirá a presidênciada SADC actualmente detida pelaÁfrica do Sul.

A cimeira anual marcará aprimeira vez que a União dasComores, o mais novo membro daSADC, participará nesta reuniãoregional de alto nível.

A s C o m o r e s f o r a mformalmente admitidas na SADCna 37ª Cimeira da SADC realizadaem Agosto em Pretória, África doSul, elevando para 16 o número deEstados Membros da SADC.

Impulsionada pela relativa paze estabilidade política que obtevena região nos últimos anos, bemcomo a transição suave do poderexperimentado em três Estadosmembros no ano passado (Angola,Reino do Lesotho e Zimbabwe), aregião da SADC procurará mantera mesma atmosfera pacífica etolerante em 2018, quando cincopaíses realizarem eleições.

A República Democrática doCongo, Madagáscar, Moçambique,o Reino da Swazilândia e oZimbabwe deverão ir às urnas esteano. Moçambique marcou o dia 10de Outubro para a realização daseleições municipais, enquanto aRepública Democrática do Congoanunciou 23 de Dezembro para aseleições gerais.

Madagáscar, Swazilândia eZimbabwe ainda estão para sepronunciar sobre as datas daseleições, embora as eleições noZimbabwe possam ter lugar emJulho-Agosto. sardc.net (veja aspáginas 4-5) r

SADC determinada em reduzir o abuso de drogas e cibercrime

Protecção de importantes variedades vegetais para a segurança alimentar

P O L Í T I C A

ÁFriCA AUSTrAl Hoje 3

cibernética envolve o uso deredes de computadores paraprejudicar a reputação deindivíduos ou organizações einclui violação de direitosautorais, fraude, hacking, roubode contas, roubo de identidade,vírus de computador e correionão solicitado conhecido porspam. Usando tecnologias decomunicação de informação, ocrime cibernético, como ohacking, ameaça a segurança deindivíduos, governos, empresase outras organizações. O crime cibernético éresponsável por perdas de maisde 105 biliões de dólares norte-

americanos em todo o mundo acada ano, de acordo com aAgenda Global de SegurançaCibernética. A urgência de prevenir acibercriminalidade é necessáriapelo facto de que a maioriados governos da região daSADC está se movendo paraoperações "sem papel", queenvolvem o uso da internet ecomputadores para oarmazenamento de dados einformações estratégicassensíveis ou insubstituíveis. A este respeito, a estratégiaregional proposta sobre abuso dedrogas e cibercriminalidadedeverá desenvolver leis

A ÁFriCA AUSTrAl planeiaestabelecer um sistema eficaz deprotecção de variedades vegetaispara garantir que os direitos doscriadores sejam salvaguardadospara melhorar a produção naregião. A criação desse sistemaocorre após a aprovação doProtocolo para a Protecção deNovas Variedades de Plantas naRegião da SADC pela 37ªCimeira da SADC realizada emPretória, África do Sul, emAgosto de 2017. A necessidade de fornecerum sistema eficaz para aprotecção de novas variedadesde plantas é necessáriapara incentivar a criaçãode plantas e a facilitação deavanços agrícolas em benefícioda região. A provisão para os direitosdos criadores de plantas naregião permitirá aos agricultoresterem acesso a variedades

melhoradas de culturas, o quepode contribuir para aconsecução do objectivo regionalde desenvolvimento económicoe segurança alimentar. O Protocolo prevê oestabelecimento e administraçãode um escritório independentechamado Escritório de Direitosde Criadores de Plantas daSADC (PBR). O Escritório PBR da SADCserá responsável pelaadministração do Protocolo, emcolaboração com as autoridadesnacionais no exercício de suasfunções. O Escritório PBR da SADCserá gerido por um Registador aser nomeado pelo Conselho deAdministração do Centro deSementes da SADC. Além do PBR da SADC, oP r o t o c o l o p r o p õ e oestabelecimento de um ComitéConsultivo de Direitos deCriadores de Plantas da SADC.

O comité irá, entre outrosassuntos: • Informar o Secretariado

sobre questões técnicasrelativas aos direitos doscriadores de plantas;

• Emitir diretrizes e diretrizesgerais e específicas aoEscritório PBR da SADC emrelação aos direitos doscriadores de plantas;

• R e c e b e r p r o p o s t a sorçamentais do Secretariadoe recomendá-las ao Conselhode Administração do Centrode Sementes para aprovação;

• Aprovar regras deprocedimentos para oEscritório PBR da SADC;

• Rever e aprovar as diretrizesde teste de acordo com esteProtocolo; e,

• Aconselhar o Secretariado daSADC sobre todos osassuntos relativos àimplementação da políticaPBR da SADC. r

inovadoras de inteligênciafinanceira para lidar comquestões de lavagem dedinheiro, patrocínio deterrorismo e outras actividadesfraudulentas que possam serreal izadas por meioselectrónicos. Outras iniciativas analisarãoa forma como os Estadosmembros da SADC podemharmonizar suas leis desegurança cibernética, incluindoa harmonização das leis paraconter o movimento ilícito etransfronteiriço de drogas, bemcomo a forma de integrar asvítimas de abuso de drogas nasociedade.r

A SADC está a desenvolver umaestratégia regional abrangentepara lidar com o abuso dedrogas e o crime cibernético naÁfrica Austral. Em conformidade com adiretiva da 37ª Cimeira daSADC realizada na África doSul, em Agosto de 2017, odesenvolvimento da estratégiaregional é uma das questõesque o Secretariado, trabalhandocom os Estados Membros,deverá se concentrar nopróximo ano. A Cimeira concordou queera necessário que a regiãoadoptasse uma estratégiaconcertada e robusta paraabordar as componentesmultifacetadas do abuso dedrogas, tendo em vista as durasconsequências que aspopulações dos EstadosMembros sentem. Um número crescente depessoas, particularmente jovens,estão abusando de drogas legaise ilegais. Os medicamentos legaisincluem medicamentosprescritos, como misturas contraa tosse, enquanto algumas dasdrogas ilegais são cocaína,heroína e maconha. Uma pesquisa médicamostrou que o abuso de drogascausa danos físicos, sociais epsicológicos. Em alguns casos, ocomportamento criminoso ouantissocial ocorre quando apessoa está sob a influência deuma droga. Para enfrentar o desafio, osChefes de Estado e de Governoda SADC instruíram oSecretariado "para desenvolverurgentemente uma estratégiaregional abrangente para lidarcom o abuso de drogas e o crimecibernético". O crime cibernético estáentre os crimes que mais crescemno mundo. A criminalidade

4 ÁFriCA AUSTrAl Hoje, Fevereiro 2018

E L E I Ç Õ E S

A ComiSSão NacionalEleitoral Independente (CENI)da República Democrática doCongo (RDC) marcou o dia 23 deDezembro como o Dia dasEleições.

De acordo com a CENI, umtotal de 46.021.454 pessoasregistaram-se, até 29 de Janeiro,para votar nas próximaseleições.

Destes, 24.231.197 sãohomens e 21.790.257 mulheres.

As eleições há muitoaguardadas deveriam ter lugarem 2016, quando terminou osegundo e último mandato doPresidente Joseph Kabila.

No entanto, vários desafios,como a instabilidade interna, afalta de preparação por parte dacomissão eleitoral, bem como ademora do Presidente Kabila emrenunciar como líder nacionalimpediram a RepúblicaDemocrática do Congo derealizar as suas eleições.

De acordo com a constituiçãodo país, o termo de Kabilaterminou oficialmente emDezembro de 2016. Ele foiacusado pela oposição de tentarmanter o poder tentandoeliminar os limites do prazo.

A CENI afirmourepetidamente que as eleiçõesforam adiadas por causa doconflito em algumas partes daRDC, que há muito tempo sofreuconflitos na parte oriental do país

e, mais recentemente, na regiãocentral do Kasai.

No entanto, com o apoio devários parceiros regionais einternacionais, incluindo a SADCe a União Africana (UA), a RDCtem abordado alguns dessesdesafios e disse que está prontapara ir às eleições a 23 deDezembro.

Num comunicado à imprensa,o presidente Kabila reafirmou odesejo de realizar as eleiçõescomo anunciado pela CENI.

o PreSiDeNTe EmmersonMnangagwa prometeu eleiçõescredíveis, pacíficas, livres e justasno Zimbabwe antes de Agosto,conforme exigido pelaConstituição.

Ele também disse que o seugoverno convidará observadoreseleitorais da região e continente,bem como observadoreseleitorais ocidentais da UniãoEuropeia e das Nações Unidas.

Ele disse ao Financial Times,com sede em Londres, que ele"não se sente ameaçado" pelapresença de observadoresocidentais durante as próximaseleições do Zimbabwe.

"Queremos eleições livres ecredíveis. No passado, aquelesque se pronunciaram contra nós;

que pré-determinaramque as nossas eleiçõesnão seriam livres ejustas, não puderamentrar. Mas agora comessa nova dispensa nãome sinto ameaçadapor nada", disseMnangagwa.

"Eu gostaria que as NaçõesUnidas viessem, a UE deveriavir. Se a Commonwealth pedirpara vir, estou disposto aconsiderar a sua pretensão".

As relações entre o Zimbabwee os Estados Unidos e a Europaestão em consonância desde arenúncia de Robert Mugabe comopresidente em Novembro de 2017.Isso marcará a primeira vez que oZimbabwe realizará eleições sem

Mugabe como um doscandidatos.As eleições marcarão aprimeira vez que o paísusa a tecnologia para oregisto biométrico deeleitores (BVR). O BVRé a tecnologia mais

recente que capturacaracterísticas físicas como orosto e as impressões digitaispara fins de identificação.

De acordo com a ComissãoEleitoral do Zimbabwe, mais de5,3 milhões de pessoas seregistaram para votar até o termodo período previsto para o BVRa 8 de Fevereiro. Isso é cerca de74 por cento de um númeroestimado de 7,2 milhões deeleitores elegíveis. r

por Tanaka Chitsa

A ÁFriCA AUSTrAl é considerada uma das regiões mais estáveis e pacíficas do continente africano. A região procurará manteresta atmosfera pacífica em 2018, quando cinco Estados membros da SADC realizarem eleições. Trata-se da República Democráticado Congo, Madagáscar, Moçambique (eleições municipais), Swazilândia e Zimbabwe. A África Austral hoje examina algumasquestões actuais nessas eleições.

Cinco países da SADC preparam-se para eleições em 2018

A DRC vai finalmente às Eleições?

Novo líder Zimbabweano promete uma eleição credível

"Temos que tere l e i ç õ e s c o m oprevisto", disse ele.

Kabila, que chegouao poder em 2001 apóso assassinato do seupai, Laurent Kabila,não disse se iriacandidatar-se para umterceiro mandato, o que exigiriauma emenda constitucional. Sobsua liderança, a RDC emergiudos anos mais sombrios daguerra, embora o conflito interno

continue na parteoriental do país.

Kabila liderou umgoverno de transição eganhou as eleiçõesnacionais em 2006 eem 2011.

Com o apoio deoutros Estados

membros da SADC, as forçasmilitares da RDC conseguiramconter rebeldes que assumiramalguns sectores na parte orientaldo país em 2012. r

E L E I Ç Õ E S

o ANTiGo Presidente doMadagáscar, Marc Ravalomanana,que foi expulso nm golpe em 2009,disse que vai disputar as eleiçõesprogramadas para este ano.

O e x - t i t u l a r , H e r yRajaonarimampianina, queassumiu o comando de AndryRajoelina, que esteve por trás dogolpe de Estado de 2009, ainda nãodeclarou o seu interesse, dizendoque "o momento ainda não éoportuno".

Espera-se que a nação insularanuncie o dia da eleição paraas eleições presidenciais eparlamentares. As últimas eleiçõesdo Madagáscar tiveram lugar em2013.

As eleições de 2013 encerrarammais de cinco anos deinstabilidade política depois que opaís entrou numa crise quando olíder da oposição, Rajoelina,tomou o poder numamanifestação pública apoiadapelos militares, da mesma maneiraque o próprio Ravalomananatomou o poder do seu antecessor,Didier Ratsiraka.

Nas eleições de 2013, Rajoelinae Ravalomanana foram impedidos

de participar paragarantir a estabilidade,como parte de umacordo regional einternacional.

O Madagáscarestá no caminho darecuperação e aspróximas eleiçõesdevem consolidar a estabilidade.

O presidente é eleito por votopopular direto por um mandato decinco anos, renovável uma vez.

O sistema eleitoral do paísprevê a realização de uma segunda

moÇAmBiQUe realizará eleições municipais a 10 de Outubropara 53 municípios nas 11 províncias. As últimas eleições municipais foram realizadas em 2013, em quea Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) ganhou 50 dos53 conselhos urbanos e o Movimento Democrático de Moçambique(MDM) ganhou os três restantes. Esta foi a primeira vez que o MDM disputou as eleiçõesmunicipais depois de se separar da Resiliência Nacional deMoçambique (Renamo) em 2009. O principal partido de oposição, a Renamo, não participou dasúltimas eleições municipais citando a necessidade de rever osistema eleitoral que alegaram favorecer o partido no poder. A Renamo anunciou que participará das eleições municipaisdeste ano. r

Moçambique prepara-se para as eleições municipais

ÁFriCA AUSTrAl Hoje 5

A realização de eleições naSwazilândia sempre geroualguma leitura interessante.

A Comissão de Eleições eMandatos da Swazilândia (EBC)sustenta que o seu sistemaeleitoral está entre os melhores daÁfrica, dizendo que as pessoasque criticam o sistema eleitoralo fazem porque não têmconhecimento de como o sistemafunciona.

A Swazi lândia usacompletamente um sistemadiferente, ao contrário da maioriados países da SADC que utilizamdiversos sistemas eleitorais, comoo primeiro a chegada ou arepresentação proporcional.

O sistema de governo daSwazilândia é baseado nochamado Tinkhundla. O termoTinkhundla ou Inkhundla ésiSwati e significa "comunidade"ou "eleitorado".

A luz deste sistema, oscandidatos nas e le içõesparlamentares são seleccionadosnos seus círculos e um total de 55deputados são eleitos por meiodeste processo.

O Rei Mswati III nomeia mais10, elevando o total para 65membros. O candidato deve serapoiado por pelo menos 10membros dessa chefia paraparticipar das eleições. O númeromínimo de candidatos por chefiaé de quatro e o máximo é de 10.

Após a conclusão do processode nomeação, as eleições primáriassão realizadas no nível de chefiapor voto secreto para eleger umcandidato que participará daseleições secundárias.

Vários chefes constituem umcírculo eleitoral parlamentar.

Antes da realização da eleiçãosecundária, os candidatos decada chefe de família recebemoportunidades iguais em todas ascomunidades do círculo eleitoral

para abordar os eleitores emv á r i o s a s p e c t o s d odesenvolvimento e questões dapolítica nacional.

Para completar o processo deselecção, uma eleição secundária érealizada em todos os círculoseleitorais, onde os candidatosconcorrem a nível de cadacomunidade.

Os candidatos com maioria devotos se tornam vencedores edeputados. Em todos essesprocessos, a participação é feitapor um indivíduo e não pelopartido; daí que os partidos

Desempacotamento do sistema eleitoral da Swazilândia

O ex-Presidente malgaxe procura reeleição

volta, no prazo de doismeses após o anúnciodos resultados dapesquisa da primeirarodada. No caso de nãohaver um vencedor claroda primeira volta, asegunda volta envolverá

os dois principaiscandidatos.

O vencedor da votaçãopresidencial da primeira voltaprecisa ganhar mais de 50% dosvotos para evitar uma segundavolta. r

políticos foram banidos naSwazilândia.

Os membros do Senado de 30lugares são nomeados - 20 peloRei e 10 pela Câmara daAssembleia. O Primeiro-Ministroé nomeado pelo rei.

O EBC, que administra aseleições na Swazilândia, diz que oprocesso eleitoral é projectadopara assegurar que as pessoassejam eleitas "para cargos públicoscom base no mérito individual".

"O sistema de governo(Tinkhundla) provou estar afuncionar bem para a

Swazilândia e queremos acreditarque isso pode funcionar bem paraa África", afirmou a EBC num dosseus relatórios sobre a conduçãodas eleições na Swazilândia.

"Ele (Tinkhundla) trouxeunidade, paz e estabilidade entreos Swázis. Ele fez da Swazilândiauma família dentro de uma nação", disse o EBC.

No entanto, outros especialistasargumentam que o processoeleitoral não é transparente, já queo chefe, nomeado pelo rei, servecomo base de indicação para oscandidatos. r

A G R I C U L T U R A

6 ÁFriCA AUSTrAl Hoje, Fevereiro 2018

muito activa e está centrada naspartes norte e leste da região.

Com base na previsão deespecialistas em clima, com estaactualização intermédia da épocachuvosa existe a possibilidadedos agricultores que plantaramcom atraso poderem colher bonsrendimentos.

A actualização é, no entanto,apenas relevante para intervalosde tempo sazonais e áreasrelativamente grandes, e podenão ser totalmente responsávelpor todos os factores locais eintra-sazonais que influenciam ospadrões climáticos.

Por conseguinte , éfundamental que os agricultores eoutros usuários de informaçõesclimáticas entrem em contato comseus escritórios meteorológicose hidrológicos nacionais paramelhor interpretação eactualizações regulares

Embora o aumento dahumidade seja esperado paramelhorar a produtividade dasculturas, as cheias podemdestruir as culturas e afectar asegurança alimentar.

A precipitação excessiva podeaumentar a incidência de maláriae doenças transmitidas pela águana região e uma possibilidade dedanos causados sobre as infra-estruturas devido as cheias.

Um dos desafios que aindaafectam os países da bacia é a faltade dados actuais e confiáveis sobrepossíveis cenários climáticos.

Para reduzir a vulnerabilidadeàs cheias, os países da regiãoprecisarão melhorar os dados e apartilha de informações e garantir

A éPoCA chuvosa 2017/18 naÁfrica Austral provavelmentecontinuará até Maio, de acordocom especialistas regionais emclima.

Esta é uma mudança emrelação as épocas anteriores, nasquais as chuvas terminaram emMarço / Abril na maior parte daregião.

De acordo com a revisão eactualização intermédia doVigésimo Primeiro FórumRegional de Previsão Climáticapara a África Austral (SARCOF-21), divulgada em Dezembro de2017, espera-se que a maior parteda África Austral receba umaquantidade significativa dechuvas no período de Janeiro aMaio de 2018.

As possibi l idades doaumento das chuvas na regiãoserão um desenvolvimento bem-vindo, particularmente em áreasonde chuvas fracas causaramatrasos no plantio e no estressehídrico das culturas em algumasáreas.

Partes da África do Sul,incluindo Cape Town, enfrentama sua terceira época de seca. Nasregiões do sul de Moçambique,Zâmbia do Sul e Zimbábue,, asculturas já estão mostrando sinaisde estresse hídrico devido aosperíodos de seca predominantesem Janeiro.

Os relatórios da Namíbiaindicam que a baixa precipitaçãoresultou na deterioração daspastagens para gado em váriasáreas em todo o país.

Os agricultores, especialmentenessas áreas afectadas da bacia,

que as comunidades afectadassejam evacuadas quando seespera desastres naturaisrelacionados ao clima.

Também é necessáriomodernizar as infra-estruturaspúblicas, como as escolas, poisservem de abrigo em casos deemergências, como cheias.

As Organizações das BaciasHidrográficas (RBOs) estão aesforçar-se para melhorar apartilha de informações sobre ofluxo de água e as condiçõesclimáticas.

Uma dessas RBO é a Comissãoda Bacia Hidrográfica doZambeze, que está no processo defortalecimento de dados epartilha de informações nos oitoestados da bacia através daimplementação do Sistema deInformação de Recursos Hídricosdo Zambeze 3: Banco de DadosHidro-meteorológico e Sistema deApoio à Decisão (ZAMWIS DSS).

O principal objectivo dacriação do ZAMWIS DSS é apoiara promoção e coordenação dagestão cooperativa edesenvolvimento dos recursoshídricos da Bacia do Zambeze deforma sustentável e resistente aoclima.

Espera-se que, uma vez queeste sistema esteja completo, osestados ribeirinhos possamresponder melhor aos riscos decheias. Outra medida a serrealizada na região é oestabelecimento de sistemas deresposta baseados na comunidadepara responder às cheias.

O sistema de alerta inclui ouso de sistemas de conhecimentotradicionais na consciencializaçãoatravés da educação cívica. Porexemplo, a aparência de grandespopulações de formigas indica aocorrência de cheias.

As cheias podem apresentaroportunidades para os estadosribeirinhos somente se elescomeçarem a priorizar projectosde colheita de água paraaproveitar as chuvas e usar aágua para fins agrícolas nofuturo, especialmente nos anosem que a bacia pode sofrer deseca. sardc.net r

estão começando a se preocuparcom o efeito das chuvas erráticasactuais sobre a produção deculturas.

De acordo com a revisão eactualização intermédia da épocachuvosa, feita pelo SARCOF-21,as possibilidades de ocorrênciade chuvas normais comtendência para acima do normalaumentaram em quase toda aÁfrica Austral para o período deJaneiro a Março, com excepção dealgumas áreas.

As áreas com probabilidadede receber menos chuvasdenominadas "normais comtendência para abaixo do normal"são as partes mais ao sul deAngola e as margens ocidentaisda Namíbia e da África do Sul.

A revisão indica que somenteo noroeste da RepúblicaDemocrática do Congo e aspartes mais orientais deMadagáscar deverão ter chuvasnormais com tendência paraabaixo do normal durante operíodo de Março a Maio de 2018.

De acordo com a actualizaçãoe revisão intermédia da épocachuvosa, registaram-se chuvasacima do normal na maioria dasáreas da parte norte e nordeste daregião, enquanto que as partescentral e sudoeste da região,como o Botswana e o Zimbabwe,receberam menos chuvas duranteo período de Outubro aNovembro de 2017.

A actualização mostra quea Zona de ConvergênciaIntertropical (ITCZ), que é oprincipal mecanismo de chuvapara a África Austral, ainda está

Previsão de precipitação para Janeiro-Março de 2018 Previsão de precipitação para Março-Maio de 2018

Previsão da época chuvosa 2017/2018 estendida até Maio na SADC

ÁFriCA AUSTrAl Hoje 7

Osector de energia é um dos facilitadores maisimportantes para a agenda de integração da

África Austral, particularmente agora que a regiãopretende industrializar a sua economia. Por exemplo,além do seu uso geral na vida diária, a energia catalisaprojectos de infra-estrutura que impulsionam ocrescimento socioeconómico. No entanto, a falta deinvestimentos em projectos de energia foi identificadacomo um dos principais desafios que afectam o sectorde energia na África Austral. Este Resumo de Políticade Energia apresenta algumas das oportunidades edesafios para aumentar o investimento no sector deenergia na Comunidade para o Desenvolvimento daÁfrica Austral (SADC).

Visão Geral do Sector de Energia da SADC A África Austral é relativamente bem dotada derecursos energéticos, como mostra a ilustração. Noentanto, o sector de energia da SADC enfrenta algunsdesafios no fornecimento de energia acessível econfiável devido a uma combinação de factores,incluindo investimentos limitados na exploraçãodesses recursos energéticos. A falta de investimento efinanciamento em projectos de energia é dificultadapor uma série de barreiras, tais como tarifas baixas efraca preparação de projectos, bem como oscompradores limitados que podem assinar acordos decompra de energia sob modelos de comprador único;e outras estruturas políticas / regulatórias necessárias.

Política Energética /Quadro Regulador ExistenteA SADC criou uma série de documentos legais,políticas e estruturas institucionais para garantir adisponibilidade de serviços de energia suficientes,confiáveis e de menor custo. O principal documentojurídico sobre o desenvolvimento da energia é oProtocolo da SADC sobre Energia, aprovado em 1996e que entrou em vigor a 17 de Abril de 1998, após aratificação de pelo menos dois terços dos Estadosmembros. Outros instrumentos fundamentais degovernação de apoio incluem o Plano EstratégicoIndicativo de Desenvolvimento Regional (RISDP) de2015, o Plano Diretor Regional de Desenvolvimentode Infraestruturas (RIDMP), o Plano de Energia(2012) e a Política e Estratégia de Cooperação doSector Energético da SADC e o respectivo Plano deActividades Relacionadas (2010 ).

Esses quadros são baseados no Tratado da SADCque estabelece a agenda da SADC e tem como objectivocriar um ambiente favorável à cooperação económicaentre os Estados membros da SADC. Além disso, osEstados membros da SADC elaboraram váriosdocumentos nacionais de energia para estimular aevolução no sector de energia com a criação de agênciasnacionais para coordenar a implementação deactividades, projectos e programas acordados. Noentanto, uma grande preocupação que foi levantada emvários fóruns, incluindo as reuniões dos Ministros daEnergia da SADC, é que as políticas energéticasregionais e outros documentos estão desatualizados eprecisam de ser revistos de acordo com o ambiente emmudança para que permaneçam relevantes e úteis. A nível institucional, a Direcção de Infra-estruturas e Serviços do Secretariado da SADC tem atarefa de coordenar os desenvolvimentos no sector daenergia. Em prol da integração económica no sectorde energia, a SADC também estabeleceu organizaçõessubsidiárias para implementar vários programas,projectos e actividades.

Resumo da Política de Energia No. 15

Recursos de Energia da SADC, Países do Continente

Fonte Apresentação do Grupo de Empresas de Electricidade da África Australfeita durante um seminário de revisão do RISDP da SADC, Maio de 2013

AUMENTO DE INVESTIMENTOS NO SECTOR DA ENERGIA NA SADCDesafios e oportunidades

8 ÁFriCA AUSTrAl Hoje, Fevereiro 2018

E N E R G I A

Essas organizações são o Grupo de Empresas deElectricidade da África Austral(SAPP), a AssociaçãoRegional de Reguladores de Electricidade da ÁfricaAustral (RERA) e o Centro da SADC para EnergiaRenovável e Eficiência Energética (SACREEE). Os Ministros da SADC responsáveis pelaEnergia formam o órgão político supremo para osector de energia regional, reportando as suasactividades ao Conselho de Ministros da SADC.

Principais Projectos de Investimento para oSector de Energia da SADC Vários projectos de investimento em energia estão aser implementados pelos Estados membros daSADC e por Parceiros Internacionais deCooperação. O Plano Director Regional deDesenvolvimento de Infraestrutura: Plano do Sectorde Energia, estima que o custo total da novacapacidade de produção de electricidade para aregião esteja entre 114 e 233 biliões de dólares norte-americanos para o período que vai de 2012 a 2027. Os custos de investimento de transmissãorelacionados para suportar a capacidade da novaprodução estão estimados em cerca de 540 milhõesde dólares norte-americanos. No entanto, oinvestimento em projectos de transmissão não incluiinterligações de transmissão planeadas e linhasdorsais nacionais. Um grande desafio é o facto de muitos dosprojectos de produção de energia regionaispropostos estarem mal estruturados e embalados e,portanto, não conseguem atrair investimentos. Por

exemplo, uma série de projectos planeados há muitotempo não conseguiram dar o seu arranque porqueo sector privado se mostrou relutante em se engajarem parcerias com os governos, principalmentedevido a fórmulas de financiamento complexas. A maioria dos Estados-Membros tardou emimplementar mecanismos que promovam aparticipação do sector privado no sector de energiae que, portanto, melhoram a atratividade daindústria para os investidores. O ambiente políticona maioria dos Estados membros da SADC nãoincentivam a participação do sector privado nosector de energia.

Oportunidades de Investimentos para o Sectorde EnergiaPara mostrar algumas das oportunidades deinvestimento no sector de energia, a regiãoconvocou um Fórum Especial de Investimentos paraa SADC, em Ezulwini, Reino da Swazilândia, emJulho de 2017. O fórum permitiu a SADC apresentarseu plano de desenvolvimento de infraestrutura deenergia de vários bilhões de dólares para potenciaisfinanciadores . O fórum de investimento em energiatambém serviu de plataforma para a mobilização derecursos para desenvolvimento de infra-estrutura deenergia sustentável para permitir que o sector deenergia desempenhe um papel vital naindustrialização e prosperidade da região.

Principais factores de sucesso para oinvestimento no Sector Energia da SADCDe acordo com o Fórum de Investimento da SADC,os principais desafios citados como afectando amobilização bem sucedida de recursos ouimplementação de projectos de infraestruturaenergética na região incluem a ausência de um planoe estratégia integrada regional coerente que equilibreas necessidades nacionais e regionais; um fococrescente na auto-suficiência e crescente preferênciapor projectos domésticos em detrimento de projectosregionais por razões de segurança de abastecimento. Outros desafios identificados foramdificuldades na mobilização de financiamento parainvestimentos regionais de produção e transmissãodevido à preparação inadequada de projetos; e o altorisco perceptível de projectos transfronteiriços erestrições de capacidade a nível nacional e regional.Alguns dos principais factores atribuídos ao sucessodo investimento em energia, que faltam em algunsEstados membros da SADC são os seguintes:• Um claro quadro regulador de apoio ao

investimento em energia, garantindo a vontadepolítica e económica;

Estrutura Institucional de Energia na SADC

Fonte: Brochura do SACREEE, 2014

ÁFriCA AUSTrAl Hoje 9

E N E R G I A

• Apoio de empresas locais e empreendedores paraparticiparem em projectos de energia;

• Estímulo aos reguladores de energia no país paratransformar o mercado de energia em energiarenovável, porque a maioria dos investidoresinternacionais está a abraçar um investimentofavorável ao clima;

• Regimes fiscais e de direito favoráveis;• Leis e regulamentos que permitem facilidade de

negócios para os actores comerciaisinternacionais e locais, incluindo a redução daburocracia em instituições-chave;

• Publicidade de histórias e projectos de sucesso nopaís para a comunidade internacional, quegeralmente é feita por participação em fórunsrelacionados à energia, como conferências,cimeiras e seminários;

• Forte e eficaz processo de monitoria, avaliação eelaboração de relatórios, incluindo ofortalecimento das competências no campo ehabilidades de gestão de projectos;

• Incentivos para Parcerias Público-Privadas e suaefetiva gestão;

• Criação de tarifas que refletem os custos, factoque torna atrativo o investimento privado einternacional no sector de energia; e,

• Governos que comprometem os seus própriosrecursos, em particular, em projectos em faseinicial, para alavancar o financiamento privado,minimizando os riscos associados aos estágiosiniciais do desenvolvimento do projecto.

Quais são os mecanismos de financiamento daenergia?As fontes de financiamento para projectos deenergia são muitas. Alguns dos mecanismos definanciamento de energia disponíveis incluem:• Governos dos Estados membros da SADC;• Parceiros Internacionais de Cooperação;• Introdução de uma taxa regional de exportação /

importação;• Introdução de taxas de turismo;• Assistência Oficial ao Desenvolvimento;• Investimento local e estrangeiro;• Uso do alívio da dívida;• Financiamento público doméstico e poupança;• Parcerias Público-Privadas;• Mercado financeiro e de capitais domésticos;• Patrimônio líquido;• Fundo de Desenvolvimento Regional da SADC; e• Capital de risco. No entanto, para que os mecanismos definanciamento acima funcionem, é necessário umambiente propício na região para a produção,poupança e investimentos com receitas internas.

Nesse sentido, o RISDP revisto para 2015-2020articula a orientação estratégica para amobilização de recursos sustentáveis para suaimplementação, bem como a necessidade demanter políticas económicas sólidas, boagovernação económica e mobilização de finançaspúblicas domésticas.

Considerações Políticas Abaixo constam algumas das principaisconsiderações políticas para os Estados membrosda SADC, na medida em que procuram promovero desenvolvimento do sector de energiana região. F O conceito de "projeto regional" precisa

ser esclarecido, e é necessário desenvolverum quadro para a coordenação,implementação; defendendo e financiandoesses projectos. As instituições existentes,como o SAPP, precisam ser plenamenteutilizadas a esse respeito.

F A região da SADC deve criar um ambientepropício ao investimento no sector de energia,tanto a nível regional como nacional, à medidaque os investidores buscam estabilidade,sustentabilidade e retornos. O ambiente deveabordar as características únicas dos projectosdo sector de energia, tais como longo prazo ealtos custos na fase inicial.

F Novas abordagens estratégicas para acooperação regional são necessárias com umquadro de financiamento regional claro paraaumentar os fundos para a implementaçãodo projecto. Isso deve resultar emabordagens coordenadas para angariação defundos a nível regional, nacional e deserviços públicos.

F É necessário promover o investimento dosector privado no sector de projectos deenergia. Isso pode ser feito através deinvestimentos diretos, sindicatos com bancosmultilaterais de desenvolvimento ou acordosde parceria público-privada;

F Devem ser desenvolvidos mecanismos quepermitam aos investimentos em energiatenham acesso a fundos de longo prazo,incluindo o desenvolvimento de umadiversidade de recursos através de estruturasde crédito inovadoras e acordos decofinanciamento.

F Há necessidade de revisar uma série dedocumentos, políticas, quadros institucionaise estratégias que estão desatualizados eprecisam de ser revistos de acordo com oambiente em mudança, a fim de continuaremrelevantes e úteis.

E N E R G I A

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ConclusãoA implementação de documentos legais, políticas,estruturas institucionais e estratégias tem sido lentaa nível nacional, mas a região fez progressossignificativos no desenvolvimento do seu sector deenergia. A cooperação entre os Estados membros daSADC permitiu que países da região passassem apartilhar energia excedente através do mercadocompetitivo do SAPP. A este respeito, a plenaimplementação de todos os instrumentos acordadospermitirá que a SADC desenvolva seu sector deenergia. Outra observação importante é que uma sériede documentos legais, políticas, estruturasinstitucionais e estratégias estão desatualizados eprecisam ser revistos de acordo com o ambiente emmudança para permitir que continuem relevantes eúteis. Isso é muito pertinente neste momento, umavez que a SADC efectuou a revisão do RISDP e

adoptou uma nova estratégia e roteiro para aindustrialização. Estudos também confirmaram que a assistênciaao desenvolvimento não é a varinha mágica para ofinanciamento e desenvolvimento do sector deenergia na região da SADC. É necessário explorar aeficácia da utilização de estratégias de mobilizaçãode recursos domésticos para arrecadar dinheiro nosmercados locais através do desenvolvimento demercados de capitais e do uso de fundos do sectorprivado. O investimento e o financiamento sãoprejudicados por uma série de barreiras, queincluem tarifas baixas, má preparação de projectos,falta de actores que podem assinar acordos decompra de energia sob modelos de comprador únicoe outras estruturas políticas / regulatórias exigidas.A capacidade de preparação e implementação deprojectos a nível das empresas e dos Estado-Membroainda é muito baixa.

ReferênciasSADC 2015. Estratégia e Roteiro de Industrialização da SADC. Secretariado da SADC.SADC 2015. Plano Estratégico Indicativo de Desenvolvimento Regional da SADC - Revisto. Secretariado da SADC.SADC 2012. Plano Diretor Regional de Desenvolvimento de Infra-estrutura. Secretariado da SADC.SADC 2010. Estratégia e Plano de Ação Regional de Energia da SADC. Secretariado da SADC.SADC 1996. Protocolo sobre Energia na região da SADC. Secretariado da SADC.SADC, SARDC 2015. Tempo para enfrentar a situação de energia na região. África Austral Hoje / SADC Today, Vol. 17 No.5,SADC, SARDCSADC, SARDC 2015. Rumo a tarifas económicas da SADC. África Austral Hoje / SADC Today,Vol.17, No.5, SADC, SARDC.SADC, SARDC 2013. Incentivos normativos e políticos: para a segurança energética da SADC. África Austral Hoje / SADCToday, Vol.15.No. 4, SADC, SARDC.

Este resumo de política é produzido pelo SARDC através do projecto sobre Comunicando Energia na África Austral,apoiado pela Agência Austríaca de Desenvolvimento (ADA) / Cooperação Austríaca para o Desenvolvimento (ADC). Oconteúdo deste resumo é da inteira responsabilidade dos autores. A informação e a análise não refletem a opinião oficialda ADA / ADC. Julho de 2017

Julius K. Nyerere House15 Downie Avenue, Belgravia, Harare, Zimbabwe

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ÁFriCA AUSTrAl Hoje 11

Integração do género na tentativa de reduzira corrupçãopor Nyarai Kampilipili

o DeSAFio para reduzir acorrupção é um esforço coletivoque exige que as mulheres e oshomens trabalhem juntos.

O presidente da Comissão daUnião Africana, Moussa FakiMahamat, fez estra afirmaçãodurante a 10ª Cimeira sobre oGénero da UA (AU GPS)realizada antes da 30ª Cimeira daUA em Janeiro em Addis Abeba,na Etiópia.

Ele disse que a cooperaçãoentre mulheres e homens éfundamental, uma vez que acorrupção afecta mulheres ehomens de forma diferente, sendoas mulheres as mais afectadas.

Assim, é necessário que ocontinente e a comunidade globaldesenvolvam formas inovadorasde integrar a igualdade de géneroe o empoderamento das mulheresna luta contra a corrupção.

"É importante ressaltar que acorrupção afecta o progresso emdireção à igualdade de género e oempoderamento das mulheres",disse Faki.

"(A corrupção) aprofunda asdesigualdades e a discriminação jáexistentes no acesso das mulheresaos seus direitos humanosfundamentais. É, portanto,imperativo que incorporemos aigualdade de género e oempoderamento das mulheres nasnossas estratégias anticorrupção".

O presidente Faki disse que asmulheres deveriam desempenharum papel activo no combate àcorrupção e não só deixá-la aoutros para derrubá-la.

"Temos que assegurar que aspreocupações específicas dasmulheres sejam abordadas, bemcomo apoiar a participação plenae efetiva das mulheres nosprocessos anticorrupção nocontinente".

A corrupção é um dosprincipais desafios que continua adificultar os esforços destinados apromover o desenvolvimento

sustentável e a estabilidade nocontinente.

De acordo com a UA, ocontinente perde quase 150 biliõesde dólares norte-americanos porano devido a corrupção.

O Relatório Africano deDesenvolvimento Humano de2014 estimou que a desigualdadede género custou à ÁfricaSubsaariana 105 biliões de dólaresnorte-americanos.

A este respeito, as mulheresmuitas vezes sofrem o peso dacorrupção, pois limita acapacidade dos governos deprestar serviços como educação,saúde, água potável e segurançasocial. O impacto dessaprivação limita a capacidade dasmulheres de participar nasoportunidades económicas namaioria dos países africanos.

A falta de acesso à educaçãocontribui para a incapacidade dasmulheres e das meninas de teracesso a empregos formais e bonse outras oportunidades decrescimento económico.

Como um caminho a seguirnos esforços para combater acorrupção, a Pré-Cimeira deGénero da UA, realizada de 17 a18 de Janeiro, apelou para que asmulheres e os homens trabalhemjuntos na mobilização econsciencialização dacomunidade em matéria decombate à corrupção.

Mulheres e homens foramchamados a liderar campanhaspúblicas e a realizar actividadesde advocacia contra a corrupçãoem parceria com os governos,sociedade civil e organismosinternacionais.

A SADC é um dos blocoseconómicos regionais em Áfricaque fortaleceu os esforços parareduzir a corrupção através deuma melhor cooperação entre osEstados membros.

Numa dessas iniciativas, oComité Anticorrupção da SADC(SACC) foi criado para eliminar oflagelo da corrupção através da

adopção de medidas preventivas edissuasivas efectivas e da aplicaçãoda legislação relevante contratodos os tipos de corrupção.

A SACC está em processo definalização de uma Estratégia ePlano de Acção da SADCAnticorrupção de cinco anos queserá submetida a consultas com osEstados Membros.

Uma vez finalizado eaprovado, a estratégia e o planode acção anticorrupção da SADCserão implementados atravésde um esforço colaborativodos Estados membros comoparte da operacionalização doProtocolo contra a Corrupção daSADC.

O Protocolo da SADC contra aCorrupção entrou em vigor em2005.

A GPS da UA foi realizada sobo tema "Ganhar a luta contraa corrupção: um caminhosustentável para a igualdade degénero e o empoderamento dasmulheres em África".

O tema estava em linha com otema da 30ª Cimeira da UAintitulado "Ganhar a luta contraa corrupção: um caminho

lÍDereS AFriCANoS reuniram-se à margem da 30ª Cimeirada União Africana em Adis Abeba, Etiópia, para sublinhar aimportância de ter mais mulheres nos cargos de liderança naUA e nas Nações Unidas.

Os líderes disseram que é necessário criar e implementarpolíticas que incentivem as mulheres jovens a desempenhar umpapel activo na tomada de decisões.

O Presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat,disse a uma reunião de alto nível sobre "Igualdade de acessodas mulheres africanas a posições de alto nível na UniãoAfricana e nos sistemas das Nações Unidas", que foram feitosprogressos significativos para reduzir a diferença de género noscargos de liderança.

Ele disse que a proporção de mulheres em posições deliderança agora é estimada em 45%, em 2017, em comparaçãocom 29%, em 2013.

Além disso, a Reunião de Alto Nível destacou a importânciade implementar um mecanismo de monitoria para garantir queas mulheres qualificadas sejam recrutadas em todas as regiõesgeográficas. r

sustentável para a transformaçãoda África".

O ano de 2018 marca o 10ºaniversário da GPS da UA, quetem desempenhado um papelsignificativo na influência edefinição das políticas da UAsobre igualdade de género ecapacitação das mulheres egarantindo a inclusão das vozescríticas das mulheres e suasperspectivas na agenda dedesenvolvimento da UA.

Este ano também marca 10anos desde a adopção doProtocolo da SADC sobre Géneroe Desenvolvimento, que foirevisto em 2016 para alinhá-locom outros quadros dedesenvolvimento, como osObjetivos de DesenvolvimentoSustentáveis das Nações Unidas,a Agenda 2063 da União Africanae o Plano Estratégico Indicativode Desenvolvimento Regional naSADC. r

G É N E R O

12 ÁFriCA AUSTrAl Hoje, Fevereiro 2018

industrialização, fraca capacidade produtiva efalta de diversidade e complementaridade naestrutura industrial. A Estratégia e Roteiro de Industrialização daSADC busca abordar alguns desses desafios,criando capacidade para permitir que o sectorprivado produza bens e serviços de valoracrescentado que possam ser negociadosregionalmente e globalmente de formacompetitiva. A relação entre a liberalização do comércio ea industrialização é feita de forma mais explícitano artigo 4º do Protocolo Comercial, que afirmaque a liberalização do comércio deve seracompanhada pela industrialização paraconstruir competitividade. Embora a implementação da Estratégia eRoteiro de Industrialização da SADC contribuapara o crescimento de bens comercializáveis,muitos comerciantes, especialmente as PME,não dispõem de informações sobreoportunidades de mercado. A este respeito, um quadro dedesenvolvimento e promoção comercial deveser concebido de forma a complementar eapoiar a implementação da Estratégia e Roteirode Industrialização da SADC e facilitar o acessoao mercado dos bens e serviços que sãoproduzidos na região, fornecendo informaçõese assistência aos comerciantes. r

O anexo V do Protocolo da SADC sobreComércio convida os Estados-Membros a

v Adoptar medidas para fortalecer as infra-estruturas relacionadas ao comércio,especialmente nas áreas de transporte einstalações de armazenamento, a fim degarantir uma distribuição efetiva de bens eserviços;

v Formular e implementar políticas dedesenvolvimento comercial em estreitacooperação com o sector privado;

v Incentivar e facilitar a criação de PME epromover a sua participação no comércio;

v Facilitar a prestação de serviçosrelacionados com o comércio na região,incluindo os relacionados com seguros,frete, banca, armazenagem e comunicação;

v Facilitar o estabelecimento de bases dedados nacionais e regionais e comércio deredes de informação; e

v Promover a pesquisa de mercado e aparticipação em conferências e reuniõesinternacionais com o objectivo de garantirque se explorem as disposições dos acordosde comércio internacional. r

De ACorDo com o Secretariado, o comércio intra-SADC aumentou até 430,9 por cento entre 2000e 2014 na sequência da implementação do Protocolo sobre o Comércio. No entanto, como proporção do comércio total da SADC, o comércio intra-SADC só cresceu de11,7%, no ano 2000, para apenas 15%, em 2014. A Zona Comércio de Livre da SADC (ACL), prevista no Protocolo sobre o Comércio da SADC,foi lançada em Agosto de 2008, em Joanesburgo, África do Sul, após um programa de liberalizaçãocomercial iniciado em Setembro de 2000. Treze dos 16 Estados membros da SADC são actualmente parte do ALC e a liberalização tarifáriamáxima só foi alcançada em Janeiro de 2012, quando o processo tarifário de produtos sensíveis foiconcluído. Com o processo de liberalização tarifária interna próxima à finalidade no contexto do prazo daACL, os Estados membros da SADC gostariam de ver intervenções mais visíveis a nível regionalsobre desenvolvimento comercial e promoção comercial. Uma decisão nesse sentido foi feita pelo Grupo de Trabalho Ministerial da SADC sobre IntegraçãoEconómica Regional para desenvolver uma Estratégia de Desenvolvimento Comercial e Comércioda SADC. Isto foi listado entre as actividades pendentes da Matriz do Plano de Acção acordada para a Con-solidação da Área de Comércio Livre da SADC que foi adoptada em 2010. r

A SADC encomendou um estudo que deveráculminar com o desenvolvimento de um quadroregional para promover o comércio. O desenvolvimento de estratégias regionaisde apoio ao sector empresarial e assistência aosempresários para identificarem novasoportunidades comerciais e mercados é umaprioridade para a SADC. Em particular, a estratégia e o roteiro deindustrialização da SADC exigem odesenvolvimento de cadeias de valor regionaispara estimular o valor acrescentado,proporcionar oportunidades de negócios paraPequenas e Médias Empresas (PMEs) e catalisara competitividade a todos os níveis. O Protocolo sobre o Comércio da SADCprevê que os Estados-Membros adoptemmedidas globais de desenvolvimento comercialdestinadas a promover o comércio na região. O artigo 26 do Anexo V do Protocolo sobreo Comércio da SADC reconhece "que odesenvolvimento comercial entre os Estados-Membros e entre os Estados-Membros e países

terceiros é um elemento importante do quadropara alcançar o desenvolvimento económico euma ordem económica internacional maisequitativa". (Ver caixa) Reconhecendo os avanços alcançados naconsecução da sua agenda regional deintegração económica através doestabelecimento da ACL, a SADC iniciou umprocesso para promover etapascomplementares destinadas a tirar proveito denovas oportunidades no comércio decorrentesde uma maior liberalização, bem como asoportunidades comerciais oferecidas peloscrescentes mercados regionais e internacionais. Com o apoio da República Federal daAlemanha através da Deutsche Gesellschaft fürInternationale Zusammenarbeit (GIZ), oSecretariado da SADC encomendou um estudopara desenvolver um projecto de Estrutura deDesenvolvimento Comercial e PromoçãoComercial que servirá de base para umaplataforma regional coordenada para aintervenção prática, desenvolvimento concretode mercado e ferramentas e serviços depromoção de comércio e investimento eassistência aos operadores económicos eorganizações empresariais da região. O principal desafio na região da SADC temsido o baixo nível de comércio intra-SADC,principalmente por causa dos baixos níveis de

C O M É R C I O

Protocolo da SADC sobre Comércio

Situação da ACL da SADC

Rumo a um quadro de promoção comercial

A harmonização das políticas comerciais e aremoção de barreiras não tarifárias e outrasbarreiras comerciais, como grandes taxas deexportação e importação, permitirão aos paísesaumentar os seus ganhos, penetrar em novosmercados e contribuir para o desenvolvimentonacional. Um único mercado africano também tem acapacidade de ajudar a transformar o desafio dosmigrantes numa bênção de capital humano paraa África, permitindo que os trabalhadorespreencham lacunas de habilidades em todo ocontinente, além de aumentar as chegadas deturismo. Além disso, a criação de um mercado únicofortalecerá o apelo do continente como parceirocomercial global, reconstruindo assim osassuntos mundiais. Falando na cerimônia de assinatura doAcordo da ATCL pelo Botswana, o presidente daCOMESA, Sindiso Ngwenya, disseque o Acordo Tripartido seráancorado em três pilares principais -integração de mercado,desenvolvimento industrial edesenvolvimento de infra-estrutura. "Os nossos líderes políticosperceberam que apenas a aberturados nossos mercados nãoaumentaria a participação de nossaregião no comércio global, nempoderia contribuir para o alívio dapobreza, portanto, eles adoptaramuma abordagem dedesenvolvimento para a integraçãoregional", disse Ngwenya, quetambém é a presidente do Grupode Trabalho Tripartido. Ele disse que priorizar aintegração do mercado, odesenvolvimento industrial edesenvolvimento de infra-estrutura é fundamental "emreconhecimento das restrições dolado da oferta, má ligação e altocusto de fazer negócios na região". O Secretário ExecutivoAdjunto da SADC para aintegração regional, o Dr.Thembinkosi Mhlongo concordou,acrescentando que os paísesregionais deveriam aproveitar aACL Tripartida e a ACLContinental para impulsionar ocomércio intra-regional em África.

ÁFriCA AUSTrAl Hoje 13

por Kizito Sikuka

Um DoS desafios que impediu odesenvolvimento sustentável em África é que ocontinente negocia mais com o mundo exteriordo que internamente em África. Esta estrutura comercial significa que osrecursos destinados a desenvolver a África sãoenviados e comercializados em outros lugares,melhorando as economias de outros países daEuropa, Ásia e Estados Unidos. O actual desequilíbrio comercial é causadopor vários factores, incluindo limitadas infra-estruturas construídas durante a era colonial,para impedir qualquer movimento suave debens, serviços e pessoas entre países africanos,bem como a imposição de barreiras nãotarifárias entre os países africanos. Outro factor importante é a falta de umsector industrializado vibrante que pode mudara África de ser fonte de matérias-primas barataspara outros países do oeste. Para enfrentar esta situação e reformar aestrutura comercial em África e no mundo, ocontinente intensificou esforços para estabelecerum mercado integrado que abrange mais demetade dos países da África. Conhecida como Área Tripartida de ComércioLivre (ATCL), o mercado integrado é compostopor 27 países do Mercado Comum da ÁfricaOriental e Austral (COMESA), da Comunidadedos Estados da África Oriental (EAC) e da SADC. Quando operacional, o mercado alargadonão se espera apenas para desmantelar asbarreiras comerciais entre os países africanos,mas também aprofundar a integração através deum melhor desenvolvimento de infra-estrutura,fluxos de investimento e maior concorrência. O Botswana tornou-se o 22º e último país a30 de Janeiro a acrescentar a assinatura de umacordo para lançar a "Grande" ATCL que criaráuma população combinada de cerca de 700milhões de pessoas que cobrem metade dosEstados membros da União Africana (UA) e umProduto Interno Bruto (PIB) de cerca de 1,4trilião de dólares norte-americanos. O estabelecimento da ATCL é um passodecisivo para alcançar a visão africana deestabelecer a Comunidade Económica Africana,incluindo o lançamento de uma ACLcontinental, que visa promover o bommovimento de bens e serviços através dasfronteiras, além de permitir aos países membrosharmonizar a região políticas comerciais parapromover a igualdade de concorrência.

C O M É R C I O

Grande ACL vai estimular o comércio em África

Situação do Acordo para a “Grande” ACL

PAÍS ASSiNADo rATiFiCADo

Angola Burundi Botswana União das Comores República Democrática do Congo Djibouti Egipto Eritreia Quénia Líbia Lesotho Madagáscar Malawi Maurícias Moçambique Namíbia Ruanda Seychelles Sudão Sudão do Sul República Unida da Tanzânia Uganda África do Sul Swazilândia Zâmbia Zimbabwe

"A ACL tripartida não deve ser vista deforma isolada, mas sim como um componenteintegral da grande ACL continental", afirmou. "Esses dois processos oferecem aos nossosoperadores de negócios na SADC a plataformapara maiores oportunidades de acesso aomercado que abrangem o comércio de bens eserviços". O Ministro do Investimento, Comércio eIndústria de Botswana, Vincent Seretse, disseque o país está empenhado em garantir que omercado ampliado seja um sucesso. Ele pediu a outros países que ainda nãoassinassem o acordo tripartido para fazer issocom urgência para garantir que "os africanoscriem a África que eles querem". As negociações para a ATCL foram realizadasem três fases diferentes: fase preparatória, fase ume fase dois, para abranger uma ampla gama dequestões, incluindo liberalização tarifária,procedimentos aduaneiros e simplificação dadocumentação aduaneira, procedimentos detrânsito, bem como facilitar o movimento denegócios as pessoas dentro da região estão sendonegociadas em fases paralelas. Quando estas negociações estiveremconcluídas, a África poderá lançar a "Grande"ACL - um movimento que significará umadeclaração ousada de que o continente estápronto para reformar e reconstruir o comércioglobal. sardc.net r

U N I Ã O A F R I C A N A

14 ÁFriCA AUSTrAl Hoje, Fevereiro 2018

lugar de 28 a 29 de Janeiro nasede da UA, em Adis Abeba, foia adopção de um protocolo aoTratado que estabelece aComunidade EconómicaAfricana em matéria de livrecirculação de pessoas, direitosde residência e direito deestabelecimento e o seu roteirode implementação.

O u t r a s d e c i s õ e sfundamentais alcançadas pelaCimeira da UA incluíram olançamento de um MercadoAfricano Único de TransporteAéreo (SAATM), que é vitalpara a realização da visão delongo prazo de uma Áfricaintegrada, próspera e pacífica,sob a Agenda 2063 da UA.

Espera-se que o lançamentodo mercado único de transporteaéreo traga uma maior ligaçãoem todo o continente, umingrediente chave para ose s f o r ç o s p a r a odesenvolvimento sustentável daindústria da aviação e doturismo em África.

A decisão de adotar oSAATM, um dos projetosemblemáticos da Agenda 2063da UA, foi feita durante a 24ªSessão Ordinária da Assembleiada UA, realizada em janeiro de2015 na Etiópia.

As discussões sobre os céusabertos africanos estão emandamento durante asúltimas duas décadas,culminando com aadopção da DecisãoYamoussoukro peloslíderes africanos em 2000.

Actualmente, 23Estados membrosp r o m e t e r a m o s e ucompromisso com o mercadoaéreo único, cujaimplementação deverá

por Danai Majaha

A UNião Africana convocaráuma cimeira extraordinária noRuanda em Março para assinar oAcordo que Estabelece a Área deComércio Livre Continental(ATCL) e considere osinstrumentos legais da ATCL,dando assim um passoimportante no fortalecimento docomércio entre os paísesafricanos.

Quando estiver totalmenteoperacional, espera-se que aATCL aumente o comércio intra-regional africano dos actuais10% para cerca de 40%.

A ATCL reunirá todos os 55Estados membros da UA, criandoum mercado combinado de maisde um bilhão de pessoas e umProduto Interno Bruto combinadode mais de 3,4 triliões de dólaresnorte-americanos.

O Presidente ruandês, PaulKagame, foi eleito presidente daUA na 30ª Assembleia Ordináriados Chefes de Estado e deGoverno da União Africana,realizada em Janeiro na Etiópia,e imediatamente ofereceu a sedepara a cimeira extraordinária a21 de Março em Kigali.

Isto será precedido de umasessão extraordinária do ComitêTécnico Especializado em Justiçae Assuntos Jurídicos da UA paraconsiderar os instrumentos antesda reunião dos Chefes de Estadoe de Governo.

A África originalmenteplaneava lançar a ATCL até ofinal de 2017. No entanto, isso foiadiado para garantir que asmodalidades adequadas fossemimplementadas para o sucessodo mercado.

Outro resultado fundamentalda 30ª Cimeira da UA que teve

África aposta no aprofundamento da estratégica da integraçãoe eliminação de conflitos

particular galvanizando osesforços de todas as partesinteressadas para ampliar asactividades na implementaçãodo Roteiro e do Plano Directorda UA para silenciar as armas",Lê-se no comunicado emitido nofinal da Cimeira da UA.

O presidente egípcio AbdelFattah el Asisi, presidente doConselho de paz e segurança daUA (PSC) apresentou, emJaneiro, o relatório do CFP sobrea Implementação do Roteiro edas Etapas Práticas para oSilêncio das armas em África atéo ano 2020.

O roteiro foi aprovadopela 28ª Cimeira da UA realizadahá um ano na Etiópia efornece passos práticos eimplementáveis em tempo parao objectivo de silenciar as armasdentro de dois anos.

Baseia-se no princípio de quea África deve assumir a totalresponsabilidade pelo seudestino.

Entre os passos práticospropostos no roteiro estão oscompromissos dos Estadosmembros da UA e das CERs defornecer fundos adequados parao fortalecimento da ForçaAfricana de Prontidão (ASF) nasáreas de preparação da força,força de emprego e pós-força, deacordo com o Plano de Trabalhode Maputo, de 5 anos, sobre oaprimoramento da ASF.

O roteiro também exige que osEstados membros e as CERsconsolidem os acordos legais paraa rápida implantação da ASFcomo um mecanismo de respostaem apoio aos esforços para acabarcom os conflitos, bem como paraproteger civis, inclusive durantedesastres naturais e causados pelohomem. sardc.net r

aumentar o número de rotas,reduzir o custo das viagensaéreas e contribuir para aexpansão do comércio intra-africano e do turismo.

Os líderes africanos estão, noentanto, conscientes de queesses planos não podem tersucesso na presença de conflitose, por isso, concordaram emintensificar os esforços paraacabar com os conflitos armadosno continente através de umamaior cooperação para "silenciaras armas" até 2020.

A Cimeira nomeou o ex-ministro das Relações Exterioresda Argélia, Ramtane Lamamra,que também é ex-Comissário daUA para a Paz e a Segurança,como o Alto Representante daUA para Silenciar as armas.

Exortaram os Estadosmembros, as ComunidadesEconómicas Regionais (CER), asNações Unidas e outrosparceiros a "ampliar a suacooperação e apoiar asactividades de África e do seupovo a silenciar as armas emÁfrica até o ano 2020".

"A Assembleia sublinhaainda a necessidade urgente dea UA mobilizar fundos em apoiodas actividades do AltoRepresentante para lhe permitircumprir o seu mandato, em

ÁFriCA AUSTrAl Hoje 15

Fevereiro – Abril 2018Fevereiro 1-2, Botswana Conferência da SOLTRAIN 2018

Especialistas em energia da África Austral discutirão, em Gaberone, maneirasde melhorar uma abordagem coordenada para aproveitar o potencialenergético do sol. A Iniciativa de Formação e Demonstração Solar Térmicada África Austral (SOLTRAIN) é um programa regional de capacitação edemonstração de sistemas solares térmicos na região da SADC.

5-8, África do Sul Indaba de Mineração em África 2018A Indaba de Mineração Africana é a maior conferência de investimentosna mineração e reúne investidores, empresas de mineração, governos eoutras partes interessadas de todo o mundo para aprender e criar redescom o objectivo desenvolver a mineração em África.

20-21, Indaba de Energia em ÁfricaÁfrica do Sul O Indaba reunirá especialistas internacionais e continentais para

partilharem ideias e soluções para os desafios energéticos de África,enquanto simultaneamente exploram as vastas oportunidades dedesenvolvimento de energia oferecidas pela África.

22, Namíbia Conselho de Ministros da ZAMCOM Focaliza as actividades da Comissão Hidrográfica da Bacia do Zambeze(ZAMCOM) cujo Secretariado tem a sua sede no Zimbabwe. O Conselhode Ministros fornecerá orientações políticas para a promoção da gestãocooperativa e desenvolvimento da Bacia do Rio Zambeze; irá aprovarplanos de trabalho anuais e orçamentos; e vai debruçar-se sobre asrecomendações do Comitê Técnico da ZAMCOM.

Março12-23, 62ª Sessão da Comissão sobre a Situação da MulherUN Nova Iorque A sessão deste ano da Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW) centra-

se no tema "Desafios e oportunidades para alcançar a igualdade de géneroe o empoderamento das mulheres e raparigas rurais". A CSW reúne-seanualmente e é o principal órgão intergovernamental global dedicadoexclusivamente a promoção da igualdade de género e do empoderamentodas mulheres, assumindo um papel de liderança no acompanhamento erevisão do progresso na implementação da Declaração e Plataforma deAcção de Beijing.

21, Ruanda Cimeira Extraordinária da União AfricanaNa sequência das decisões da 30ª Assembleia Ordinária dos Chefes deEstado e de Governo da União Africana, realizada em Janeiro na Etiópia,a UA convocará uma Cimeira Extraordinária no Ruanda, em Março, paradiscutir e adoptar o Acordo que Estabelece a Área Africana de ComércioLivre Continental (ATCL) e considerar os instrumentos legais da ATCL. ACimeira será precedida de uma sessão Extraordinária do ConselhoExecutivo a 19 de Março.

21 – 22, 43ª Reunião do Comité Executivo do SAPPSwazilândia O Grupo de Empresas de Electricidade da África Austral discutirá a situação

energética na região na 43ª reunião do seu Comité Executivo, albergadoCompanhia de Electricidade da Swazilândia. O SAPP é um órgão regionalque coordena o planeamento de produção, transmissão e comercializaçãode electricidade em nome de 12 empresas de serviços públicos dos Estadosmembros da SADC, duas empresas de transmissão independentes e doisprodutores de energia independentes.

22, Global Dia Mundial da ÁguaO Dia Mundial da Água é celebrado anualmente a 22 de Março paraconcentrar a atenção na importância da água doce e na gestão sustentáveldos recursos de água doce. O tema para 2018 é "Natureza para a Água" -explorando soluções baseadas na natureza para os desafios da água noséculo XXI.

Por indicar, Conselho de Ministros da SADC África do Sul O Conselho de Ministros da SADC é responsável por supervisionar e

monitorar as funções e desenvolvimento da SADC e garantir que aspolíticas sejam adequadamente implementadas para promover aintegração regional.

Abril11, Botswana Reunião Grupo Temático de Água e Energia da SADC

O Grupo Temático da Energia é uma reunião de coordenação da SADC esuas organizações subsidiárias com parceiros e especialistas de cooperaçãopara rever a situação energética na região. O ETG reunir-se-á em conjuntocom o Grupo de Referência da Estratégia da Água para discutir osproblemas da ligação Água / Energia.

E V E N T O SÁFRICAAUSTRALHOJE

SADC HOJE VOL 20 NO 2 FEVEREIRO 2018

AFRICA AUSTRAL HOJEÉ produzido como uma fonte de referência das

actividades e oportunidades na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, e um guião para os

responsáveis pela elaboração de políticas a todos os níveis de desenvolvimento nacional e regional.

Comunidade para o desenvolvimento da África AustralSecretariado da SADC, SADC House,

Private Bag 0095, Gaborone, BotswanaTel +267 395 1863 Fax +267 397 2848/318 1070E-mail [email protected] Website www.sadc.int

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado seis vezes por ano pelo Centro de Documentaçãoe Pesquisa para a África Austral (SARDC) para o Secretariado da SADC em Gaberone,

Botswana, como uma fonte credível de conhecimento sobre o desenvolvimentoregional. Os artigos podem ser reproduzidos livremente pelos órgãos de comunicação

social e outras entidades, citando devidamente a fonte.

EDITORMunetsi Madakufamba

COMITÉ EDITORIALJoseph Ngwawi, Kizito Sikuka, Egline Tauya, Admire Ndhlovu,

Phyllis Johnson, Danai Majaha, Anesu Ngadya , Tariro Sasa, , Nyarai Kampilipili,Tanaka Chitsa, Lynette Chitambo, Tonderai Mpofu

Monica Mutero, Raymond Ndhlovu

TRADUTORBonifácio António

ÁFRICA AUSTRAL HOJE conta com o apoio da Agência Austríaca para oDesenvolvimento, que assiste o Grupo Temático de Energia da SADC co-presidido pela

Áustria.

© SADC, SARDC, 2018

ÁFRICA AUSTRAL HOJE acolhe as contribuições individuais e de organizações dentroda região da SADC em forma de artigos, fotografias, artigos noticiosos e comentários, e

também artigos relevantes de fora da região. Os editores reservam-se o direito deseleccionar ou rejeitar artigos, e editar para se ajustar ao espaço disponível. O conteúdonão reflecte necessariamente o posicionamento oficial ou opiniões da SADC ou SARDC.

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado em Inglês, Português e Francês, e estádisponível num formato digital no Portal de Internet www.sardc.net Conhecimento

para o Desenvolvimento, ligado a www.sadc.int

COMPOSIÇÃO & MAQUETIZAÇÃOTonely Ngwenya, Anisha Madanhi

FOTOS E ILUSTRAÇõESP1 thisisafrica.me, sundaynews.co.zw; P2 tbn0.gstatic; P4 wikimedia.com,todayonline.jpg; irinnews.jpg, rfi.jpg, i1.wp.jpg, flags.net, wordpress.com;

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Um futuro partilhado no seio da Comunidade Regional

AS mAUrÍCiAS AlCANÇAm outro marco, a 12 de Março de 2018, quando o paíscomemorar o seu 50º aniversário de independência.

O caminho para a independência não foi fácil, e pode ser rastreado até a décadade 1630, quando os europeus se estabeleceram nas ilhas.

O primeiro acordo holandês durou cerca de 20 anos, mas o fracasso emdesenvolver dividendos suficientes os viu sair do país em 1710.

Quando os holandeses saíram, a ilha tornou-se uma colônia francesa emSetembro de 1715, chamada "Isle de France".

No entanto, foi apenas a partir de 1735, com a chegada do governador francês,Mahé de La Bourdonnais, que a "Isle de France" começou a se desenvolver.

A ilha estava sob administração da Companhia Francesa das Índias Orientais,que manteve a sua presença até 1767.

Os funcionários eram nomeados pelo governo francês, excepto por um breveperíodo durante a Revolução Francesa, quando os habitantes criaram um governoindependente da França.

Durante as guerras napoleônicas, a "Ilha da França" tornou-se uma base a partirda qual os corsários franceses organizaram ataques bem sucedidos em navioscomerciais britânicos até 1810, quando uma forte expedição britânica foi enviadapara capturar a ilha.

Quando a ilha foi capturada, um tratado de Paris foi assinado em 1814, e a "Ilhada França" recuperou o seu antigo nome "Maurícia". A ilha foi cedida à Grã-Bretanha,que prometeu garantir o respeito da língua, costumes, leis e tradições dos habitantes.

Reformas socioeconómicas significativas foram alcançadas durante aadministração britânica. Por exemplo, a abolição da escravidão foi aprovada em1835, enquanto os plantadores locais receberam uma compensação pela perda dosseus escravos que foram importados de África e Madagáscar durante a ocupaçãofrancesa.

Um Conselho de Governo foi criado em 1825 e expandiu-se em 1886 para abrirespaço para mais representantes locais.

Um grande avanço ocorreu em 1948, quando, depois de anos de negociaçõesprolongadas para uma constituição mais liberal, o voto e a participação de cargosinfluentes foi estendido a todos os adultos que poderiam passar pelo teste dealfabetização.

O Conselho de Governo foi então substituído por um Conselho Legislativocomposto por 19 membros eleitos, 12 membros nomeados pelo governador e trêsmembros ex-officio.

As eleições gerais foram realizadas em Agosto de 1948 e o primeiro ConselhoLegislativo reuniu-se a 1 de Setembro de 1948.

Na sequência de conferências constitucionais realizadas em Londres em 1955 e1957, o sistema ministerial foi introduzido e as eleições gerais foram realizadas a 9de Março de 1959.

Em 1961, uma Conferência de Revisão Constitucional foi realizada em Londrese foi estabelecido um programa de maior avanço constitucional. Foi seguido em 1965por uma conferência constitucional que abriu o caminho para as ilhas Mauríciasalcançarem a independência.

Após as eleições gerais em 1967, as Maurícias adotaram uma nova constituição,e a independência foi proclamada a 12 de Março de 1968.

As Maurícias alcançaram o estatuto de República 24 anos depois a 12 de Marçode 1992.

Para comemorar o Jubileu de Prata, uma série de actividades começaram emMarço de 2017 sob o tema "La Main dans La Main".

As celebrações de um ano retratam a evolução e várias fases de desenvolvimentodo país desde a independência em 1968 e sua ascensão à República em 1992. r

Maurícias celebram 50 anos de independência

12 de Março de 1968

ANOS

1 Fevereiro Abolição da Escravatura Maurícias3 Fevereiro Dia dos Heróis Moçambique4 Fevereiro Dia Nacional da Luta Armada Angola13 Fevereiro Dia do Carnaval Angola Maha Shivaratree Maurícias16 Fevereiro Festival Chinês da Primavera Maurícias

3 Março Dia dos Mártires Malawi8 Março Dia da Mulher Angola, Zâmbia11 Março Dia de Moshoeshoe Lesotho12 Março Dia Nacional Maurícias Dia da Juventude Zâmbia18 Março Ougadi Maurícias Dia do Sheik Al Maarouf Comores21 Março Dia dos Direitos Humanos África do Sul

Dia da Independência Namíbia29 Março Dia dos Mártires Madagáscar30 Março Sexta-feira Santa Angola, Botswana, Lesotho, Madagáscar, Malawi, Namíbia, Seychelles, África do Sul, Swazilândia, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe31 Março Páscoa/Sábado Santo Seychelles, Zâmbia

2 Abril Segunda Feira de Páscoa Botswana, Lesotho, Madagáscar, Malawi, Namíbia, Seychelles, Swazilândia, Tanzânia

Dia da Família África do Sul 4 Abril Dia da Paz e Reconciliação Angola7 Abril Dia do Sheik Abeid Karume Tanzânia

Dia da Mulher Moçambique13 Abril Leilat al-Meiraj Comores14 Abril Sexta-feira Santa Tanzânia18 Abril Dia da Independência Zimbabwe19 Abril Aniversário do Rei Swazilândia25 Abril Dia da Bandeira Nacional Swazilândia26 Abril Dia da União Tanzânia27 Abril Dia da Liberdade África do Sul 30 Abril Dia da Juventude RDC

FERIADOS PÚBLICOS NA SADC Fevereiro-Abril de 2018

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H I S T Ó R I AH O J E

A 4 De jANeiro é celebrado como Dia dos Mártires naRepública Democrática do Congo (RDC). Conhecido como o"Dia dos Mártires da Independência", o dia assinala a acçãode massa naquele dia em 1959, que soou a morte docolonialismo belga no Congo. A "independência imediata", oslogan dos manifestantes de Kinshasa, logo se tornou umademanda não negociável do movimento de independêncianacional em todo o país. A revolta marcou o início de umanova e verdadeiramente revolucionária fase no movimento -a fase da radicalização da luta. r

RDC lembra pioneiros de libertação