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SADC HOJE Vol. 17 No 3 Abril 2015 por Joseph Ngwawi A SADC está em processo de finalização de um projecto de Estratégia de Industrialização Regional e um Roteiro para grandes transformações económicas e tecnológicas, a nível nacional e regional, no âmbito do aprofundamento da integração regional. A estratégia e o roteiro, cuja elaboração foi liderada por uma equipe de consultores regionais e nacionais, indicados pelo Secretariado da SADC, tem como objectivo acelerar o ritmo de crescimento no sentido de reforçar as vantagens comparativas e competitivas das economias da região. Um relatório intercalar dos consultores foi apresentados às reuniões do Grupo de Trabalho Ministerial sobre a Integração Económica Regional e do Conselho de Ministros da SADC, realizadas em Harare, a capital do Zimbabwe, em Março. "O desenvolvimento da estratégia de industrialização iniciou em Dezembro de 2014, após a conclusão da fase preparatória, que incluiu a mobilização de recursos, preparação dos termos de referências e a constituição da equipa de especialistas", disse a Secretária Executiva da SADC, Dra. Stergomena Lawrence Tax. O relatório intercalar identifica a industrialização, a competitividade e a integração regional como os três pilares fundamentais da estratégia. A estratégia vai apresentar acções concretas e inovadoras de curto, médio e longo prazo para a POLÍTICA 3 CIMEIRA 4 AGRICULTURA 5 INFRA-ESTRUCTURAS 6-7 ENERGIA 8-9 BREVES NEGÓCIOS 10 FLUXOS ILICITOS 11 CONSTITUIÇÃO 12 PAZ E SEGURANÇA 13 GÉNERO 14 EVENTOS 15 HISTÓRIA HOJE 16 Integração Regional SADC desenvolve Estratégia Industrial realização dos objectivos dos três pilares e estará alinhado com a Agenda 2063 da União Africana. Enquanto não há um tamanho único para toda prescrição, o relatório intercalar propõe uma vasta gama de opções de política industrial que estão disponíveis para a região da SADC. Uma das opções é a adopção de Zonas Económicas Especiais (ZEE). "Estas são uma opção atraente, onde a logística é favorável - a proximidade dos mercados, portos, infra-estruturas modernas - e o financiamento está disponível", refere o relatório. "Elas podem formar a base para o agrupamento, incluindo a criação da cadeia de valor, de modo que as empresas possam explorar os benefícios dos produtos externos por estarem localizados perto dos fornecedores de insumos, dos fabricantes e das instituições financeiras." Os parques industriais agem como um atractivo para os novos operadores e uma base para sectores, atraindo ao mesmo tempo o investimento directo estrangeiro. No entanto, a desvantagem é que as empresas não podem ser forçadas a estar dentro da ZEE e sempre haverá riscos de que os incentivos, como a redução de impostos usados para atrair investidores, possam custar caro em relação aos benefícios obtidos. "Além disso, algumas economias da SADC têm espaço fiscal para gastar excessivamente, seja no investimento nas ZEE ou em subvenções de capital", indica o relatório. continua na página 2... Á FRICA AUSTRAL HOJE

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SADC HOJE Vol. 17 No 3 Abril 2015

por Joseph Ngwawi

A SADC está em processo de finalização de umprojecto de Estratégia de Industrialização Regionale um Roteiro para grandes transformaçõeseconómicas e tecnológicas, a nível nacional eregional, no âmbito do aprofundamento daintegração regional.

A estratégia e o roteiro, cuja elaboração foiliderada por uma equipe de consultores regionaise nacionais, indicados pelo Secretariado da SADC,tem como objectivo acelerar o ritmo decrescimento no sentido de reforçar as vantagenscomparativas e competitivas das economias daregião.

Um relatório intercalar dos consultores foiapresentados às reuniões do Grupo de TrabalhoMinisterial sobre a Integração Económica Regionale do Conselho de Ministros da SADC, realizadasem Harare, a capital do Zimbabwe, em Março.

"O desenvolvimento da estratégia deindustrialização iniciou em Dezembro de 2014,após a conclusão da fase preparatória, que incluiua mobilização de recursos, preparação dos termosde referências e a constituição da equipa deespecialistas", disse a Secretária Executiva daSADC, Dra. Stergomena Lawrence Tax.

O relatório intercalar identifica aindustrialização, a competitividade e a integraçãoregional como os três pilares fundamentais daestratégia.

A estratégia vai apresentar acções concretas einovadoras de curto, médio e longo prazo para a

POLÍTICA 3

CIMEIRA 4

AGRICULTURA 5

INFRA-ESTRUCTURAS 6-7

ENERGIA 8-9

BREVES NEGÓCIOS 10

FLUXOS ILICITOS 11

CONSTITUIÇÃO 12

PAZ E SEGURANÇA 13

GÉNERO 14

EVENTOS 15

HISTÓRIA HOJE 16

Integração RegionalSADC desenvolve Estratégia Industrial

realização dos objectivos dos três pilares e estaráalinhado com a Agenda 2063 da União Africana.

Enquanto não há um tamanho único paratoda prescrição, o relatório intercalar propõe umavasta gama de opções de política industrial queestão disponíveis para a região da SADC.

Uma das opções é a adopção de ZonasEconómicas Especiais (ZEE).

"Estas são uma opção atraente, onde alogística é favorável - a proximidade dosmercados, portos, infra-estruturas modernas - eo financiamento está disponível", refere orelatório.

"Elas podem formar a base para oagrupamento, incluindo a criação da cadeia devalor, de modo que as empresas possam exploraros benefícios dos produtos externos por estaremlocalizados perto dos fornecedores de insumos,dos fabricantes e das instituições financeiras."

Os parques industriais agem como umatractivo para os novos operadores e uma basepara sectores, atraindo ao mesmo tempo oinvestimento directo estrangeiro.

No entanto, a desvantagem é que asempresas não podem ser forçadas a estar dentroda ZEE e sempre haverá riscos de que osincentivos, como a redução de impostos usadospara atrair investidores, possam custar caro emrelação aos benefícios obtidos.

"Além disso, algumas economias da SADCtêm espaço fiscal para gastar excessivamente,seja no investimento nas ZEE ou em subvençõesde capital", indica o relatório.

continua na página 2...

ÁFRICAAUSTRALHOJE

2 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Abril 2015

O projecto de estratégiatambém apela a promoção decadeias de valor nacionais,regionais e globais, como uma dasintervenções que devem serprosseguidas pela SADC nos seusesforços para industrialização.

A região da SADC poderiabeneficiar bastante com aexperiência das economiasasiáticas na área das cadeiasglobais e regionais de valores.

A participação nas cadeias devalor desempenhou um papelimportante na industrializaçãodas economias asiáticas e é,portanto, vista como um caminhopromissor para a industrializaçãoda região da África Austral.

Começando com o Japão nofinal do século 20, a Ásia é umadas regiões que explorou CadeiasGlobais de Valor (CGV) comsucesso. As CGV contribuírampara a rápida industrialização daChina ao mesmo tempo quecontribuíram significativamentepara o rápido crescimento daregião asiática em renda,produção e emprego.

Os principais exportadoresasiáticos ocupam lugares cimeirosem termos de participaçãona GVC porque uma grandeparte das suas exportações sãoinsumos importadas (mais valiaestrangeira) e igualmente umagrande das suas exportações sãobens intermédios que sãoutilizados nas exportações paraterceiros Países.As exportações asiáticas estão,portanto, integradas nas CGV amontante e a jusante.

Promoção das cadeias de valorpermitirá aos Estados Membrosda SADC especializarem-se emtais processos e actividades, ondeeles têm vantagens produtivascompetitivas.

A participação em cadeiasglobais e regionais de valortambém promove o comérciointra-regional e abre o acesso àtecnologia e a marcas registadasacelerando, ao mesmo tempo, adiversificação das exportações ecrescimento.

O relatório também defendeum argumento poderoso para

que os governos da SADCpossam investir na recolha deinformação e conhecimento paratorná-la prontamente disponíveispara os actuais e potenciaisinvestidores.

"Isto não significa que ospolíticos escolhem os vencedores,mas apenas a facilitam o acesso àinformação para permitir que àsempresas se diversifiquem,expandam ou se modernizem”,refere.

Os governos podem fazer issoatravés da criação das suaspróprias Instituições deInvestigação e Desenvolvimento(R & D) ou "mais provavelmenteprestar apoio financeiroa instituições de pesquisae x i s t e n t e s , i n c l u i n d o

universidades e departamentosdo sector privado de R & D."

O tipo de infra-estrutura –tanto rígida e suave - necessáriapara a diversificação muitas vezesmuda em função datransformação das economias.

Tem-se observado que apesardas grandes empresas demineração ou de energia estaremprontas e serem capazes definanciar as infra-estruturasfundamentais, isto ocorreraramente no caso da indústria edos serviços, onde os governosterão de desempenhar um papelde liderança.

O Secretariado e os consultoresforam instruídos pelo Conselhopara reverem o projecto deestratégia e um roteiro antes da sua

apresentação para aprovaçãonuma Cimeira Extraordinária daSADC, marcada para o dia 29 deAbril, em Harare.

O Conselho decidiu que,tendo em vista o foco principal naindustrialização, no actual estágiode desenvolvimento da SADC, aestratégia de industrializaçãoserá fundamental na finalizaçãodo Plano Estratégico Indicativode Desenvolvimento Regional(RISDP) revisto.

Como resultado, ambosos processos de desenvolvimentode uma estratégia deindustrialização e do RISDPrevisto devem ser feitossimultaneamente e apresentadospara aprovação pela CimeiraExtraordinária. r

A PROPOSTA Estratégia e o Roteiro de Industrialização da SADC serão implementados em três fases,abrangendo os três principais pilares da industrialização, da competitividade e da integração regional.A primeira fase cobrirá o período remanescente do Plano Estratégico Indicativo de DesenvolvimentoRegional (RISDP), que termina em 2020. O RISDP foi revisto e prevê-se que seja aprovado pela CimeiraExtraordinária da SADC marcada para o dia 29 de Abril em Harare.

A segunda fase, que deverá cobrir 30 anos, vai abranger o período de 2021-2050, enquanto a fasefinal será executada entre 2051 e 2063, para estar em consonância com a agenda da União Africano 2063.A Agenda prevê que até 2063 os Países africanos irão convergir colectivamente numa "África integrada,próspera e pacífica, impulsionada pelos seus próprios cidadãos e representando uma força dinâmica naarena global".

Espera-se que todas as comunidades económicas regionais no continente possam orientar as suasestratégias e implementar os recursos para este fim.

A primeira fase envolverá a implementação de medidas para transformar a base de produção daregião, bem como para aumentar a qualidade do capital humano e da produtividade e do trabalho.

As intervenções propostas durante esta fase incluirão a modernização da indústria e das estruturasde apoio; medidas para melhorar as capacidades de ciência, tecnologia, engenharia e de investigaçãodos Estados-Membros; desenvolvimento de competências; reformas institucionais; e adopção de políticasmacroeconómicas favoráveis para o desenvolvimento industrial.

Prevê-se que a economia SADC, durante a segunda fase, passará a ser orientada para a eficiência. As medidas incidirão sobre diversificação e produtividade dos sectores e sobre o aumento dacompetitividade na região.

Isso implicará a introdução das políticas destinadas as indústrias de transformação agro-alimentares;introdução de cadeias de valor envolvendo o sector agrícola; aproveitamento da mais-valia mineral;produtos farmacêuticos; e transformação de Pequenas e Médias Empresas (PME).

As intervenções específicas propostas durante esta fase vão incluir a introdução de tecnologiaavançada em projectos de transformação agro-alimentares; desenvolvimento de pólos agro-industriais;promoção de cadeias regionais de valor; priorização do aproveitamento mineral; desenvolvimento desectores industriais minerais; apoio às PME de mineração; e acesso ao financiamento.

Outras intervenções propostas são a priorização do sector farmacêutico, incluindo odesenvolvimento de cadeias regionais de valor na indústria.

Durante a terceira e última fase, está prevista que a economia regional possa se transformar aindamais, com base nos elevados níveis de inovação e sofisticação de negócios.

Isso exigirá um maior investimento em conhecimento, desenvolvimento de habilidades únicas,alimentando a inovação, bem como a promoção da competitividade e aprofundamento da culturaempreendedora. r

Fases da Estratégia de Industrialização

C O N T I N U A Ç Ã O D A P Ã G I N A 1

Integração Regional

SADC desenvolve Estratégia Industrial

Conselho aprova o orçamento para 2015/16O Conselho aprovou o orçamento daSADC para 2015/16, estimado em 79.4milhões de dólares norte-americanos, paraa implementação dos planos operacionaisda região.

A principal área de foco para o ano iráincluir a consolidação da paz e dasegurança regional, a promoção dodesenvolvimento industrial e integraçãodo mercado, e do desenvolvimento deinfra-estruturas.

Outras áreas de foco incluem oaumento da produção agrícola, bemcomo o desenvolvimento social edesenvolvimento humano e de género.

No que diz respeito às contribuiçõesanuais dos Estados-Membros para oSecretariado da SADC, o Conselho registoucom satisfação a remessa atempada dascontribuições para o ano fiscal de 2014/15.

Conselho referiu que este modelo definanciamento deve ainda sercomplementado por outras estratégias decrescimento doméstico para reverter asituação actual em que mais de 60 porcento dos programas e projectos da SADCdependem de financiamento externo, oque não é sustentável.

SADC compromete-se com aAgenda 2063

Conselho instou os Estados-Membros daSADC para começarem a trabalhar naintegração da Agenda 2063 nos seus planosnacionais e regionais de desenvolvimentoe na domesticação do mesmo dentro dassuas políticas nacionais, estruturas legais einstitucionais.

Agenda 2063 é um quadro continentaladoptado pela União Africana em 2013

O CONSELHO de Ministros da SADC esteve reunido no início de Março, emHarare, Zimbabwe, para discutir formas de aprofundar a integração e ofortalecimento do desenvolvimento socioeconómico da África Austral. OConselho é responsável pela supervisão e monitoria das actividades edesenvolvimento da SADC, e assegurar que as políticas sejam devidamenteaplicadas, bem como fazer recomendações aos Chefes de Estado e de Governo.Esta edição da revista SADC Hoje analisa algumas das principais questõesdeliberadas pelo Conselho, que é composto por Ministros responsáveis pelosNegócios Estrangeiros, Planeamento Económico ou Finanças dos 15 Estados-Membros.

SADC almeja uma integração profunda

P O L Í T I C A

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 3

para garantir que o continente seja capazde explorar e utilizar os seus recursos parao benefício do seu povo.

Isto surge em reconhecimento do factodos países africanos continuarem a estarentre os mais pobres do mundo, apesar depossuírem recursos naturais emabundância.

Como resultado, há a necessidade daÁfrica desenvolver políticas vibrantes queassegurem rendimentos e que os recursosnaturais sejam utilizados para financiar asua agenda de desenvolvimento.

ACL Tripartida será lançada em 2015Conselho registou com satisfação otrabalho em curso sob a responsabilidadedo COMESA-EAC-SADC para fortalecer oarranjo tripartido no âmbito do pilar daintegração do mercado, desenvolvimentoindustrial e de infra-estruturas visandoaprofundar a integração na África Orientale Austral.

Os três secretariados também estão emprocesso de finalização do relatório para aconsideração da Cimeira TripartidaCOMESA-EAC-SADC ainda este ano, oque, entre outras coisas, permitirá lançar aACL Tripartida e analisar os progressosrealizados na implementação de outrospilares do programa trabalho tripartido.

Criação de uma Área de Comércio Livre(ACL) alargada vai criar um mercado maisamplo que abrange 26 países da ÁfricaOriental e Austral, com uma população totalde aproximadamente 600 milhões depessoas, abrangendo desde o Cabo ao Cairo.

Quanto ao lançamento da Área deComércio Livre Continental (ACLC), oConselho encarregou órgãos relevantes depolítica da SADC para se prepararem parao lançamento das negociações da ACLCantes de Junho.

Além disso, o Secretariado foiorientado para preparar um programa detrabalho em Abril de 2015 para a entradanas negociações de ACLC, tendo em contaa necessidade de tratar simultaneamenteos desafios relacionados com aimplementação da ACL da SADC e oexcelente trabalho no âmbito da ACLTripartida envolvendo a COMESA e aEAC.

Conselho solicitou também osministros responsáveis pelo Comércio eIndústria para preparar uma posiçãocomum da SADC sobre a industrializaçãoem Abril de 2015, no contexto dolançamento das negociações de ACLC,para apresentação à Cimeira da UA.

Gestão de Desastres Na sequência de recentes cheias queafectaram a maior parte da ÁfricaAustral, o Conselho instruiu oSecretariado da SADC a convocarurgentemente uma reunião especial dosministros responsáveis pela redução dorisco de desastres e de financiamentopara discutir o impacto dos desastresnaturais na região.

A sessão especial também deve olharpara formas de mobilizar fundos paraa ajuda humanitária e para odesenvolvimento de resposta regional adesastres e mecanismo de prontidão.

Por exemplo, recentes cheias queafectaram parte da África Austral, entreDezembro de 2014 e Fevereiro 2015,causaram grandes danos às culturas,pecuária e infra-estrutura em Países comoMadagáscar, Malawi, Moçambique eZimbabwe.

No Malawi, o Presidente PeterMutharika teve de declarar estado decalamidade em 15 distritos, depois de maisde 200 pessoas terem morrido e mais de500 mil deslocadas por inundações.

Em Moçambique, pelo menos, 27.838casas foram destruídas e uma área de33.648 hectares é dada como perdidadevido as cheias.

Para resolver a situação, os Países daSADC mobilizaram individualmenterecursos para ajudar os Países afectados.No entanto é necessária uma assistênciahumanitária e resposta a desastres deíndole regional para assegurar que a SADCesteja pronta para este tipo de desastres. r

4 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Abril 2015

agricultura por si sónão vos vai tornarricos. Somenteindustrializaçãopode fazer isso",disse ele.

Outra questão discutidadurante o seminário foi anecessidade de melhorar oacesso aos elementos essenciais,como energia, infra-estruturas efinanciamento.

A Seminário de Peritos sobrea revisão do Quadro Estratégicopara a Industrialização daSADC foi organizada peloInstituto Regional para oDesenvolvimento Económico(REDI) do Centro deDocumentação e Pesquisa paraa África Austral (SARDC), comoparte da sua contribuição paraos esforços em curso da SADCvisando desenvolver umaestratégia e um roteiro robustode industrialização.

O SARDC REDIdesenvolveu uma tese quearticula algumas das principaisquestões que precisam de serabordadas na proposta deestratégia e do roteiro deindustrialização da SADC.

O documento identificaalguns dos principais desafios

que impedem os esforços dosPaíses da SADC para deixaremde ser exportadores líquidos derecursos naturais, em sua formabruta, para os estadosindustrializados.

A análise centra-se nas seisáreas inter-relacionadas deagricultura; manufactura;mineração; indústria ecomércio; empresas de pequenae média dimensão; bem como opapel dos mecanismosinstitucionais e definanciamento.

O objectivo do seminário era,portanto, submeter odocumento a uma revisão porespecialistas económicos paragarantir que o seu conteúdoesteja tecnicamente correcto.

O documento, que serádistribuído durante a próximaCimeira Extraordinária daSADC prevista para 29 de Abril,em Harare, Zimbabwe, paraanálise e adopção da estratégiae do roteiro de industrializaçãoSADC. sardc.net r

C I M E I R A

A ÁFRICA Austral vai tirar umproveito máximo dos seusvastos recursos naturaissomente quando os Países daregião desenvolverem efortalecerem as suas indústrias.

O Presidente do Comité deAltos Quadros da SADC, oEmbaixador Joey Bimha, fez estaafirmação num recenteseminário de peritos sobre oQuadro Estratégico para aIndustrialização da SADCrealizado no final de Março, emHarare, Zimbabwe.

Afirmou que aindustrialização permitirá que aregião aproveite as mais-valiasdos seus recursos naturais, eobtenha grandes rendimentosao exportar produtos acabadosou processados.

Actualmente, os Países daSADC obtêm poucosrendimentos porque os seusrecursos são normalmenteexportado em sua forma bruta,ficando uma grande parte dasmais-valias a ocorrer fora daregião.

"Nós só poderemos obtermaiores benefícios do vastomercado desenvolvendo efortalecendo as nossas própriasindústrias", disse Bimha, que éPrimeiro Secretário Ministériodos Negócios Estrangeiros doZimbabwe.

"Somente através doaproveitamento das mais-valiaspoderemos, como região,começar a traçar o nossocaminho rumo a uma estratégiasólida de industrialização."

Bimha disse que os principaisdesafios enfrentados pelamaioria dos países da SADC é ofacto de as mais-valias serembaixas e a produção primáriaconstituir a maior parcela doProduto Interno Bruto (PIB).

"Actualmente, a estrutura daprodução na região da SADC éaquela em que a grande parcelado PIB, quase 50 por cento,derivar da produção primária deprodutos nos sectores deagricultura e mineração", disseele.

"A maioria dos Países ricosem minerais da África Austral

ESPERA-SE QUE a versãorevista do Plano EstratégicoIndicativo de DesenvolvimentoRegional da SADC sejaaprovada durante a CimeiraExtraordinária de Chefes deEstado e de Governo da SADC,prevista para o corrente mês deAbril, em Harare, no Zimbabwe.

A cimeira, marcada para odia 29 de Abril em Harare, vaidiscutir o Projecto actualizadodo RISDP 2015-2020 e o Quadrode Implementação do projecto.

Isto surge em cumprimentoda decisão da 34ª CimeiraOrdinária da SADC realizadaem Victoria Falls, Zimbabwe,em Agosto de 2014, na qual oslíderes instruíram o Secretariadoda SADC para finalizar odocumento antecipando a

RISDP revisto será apresentado à Cimeira Extraordinária

não estão somente a ganhar omínimo exportando minériosem bruto, mas também estãolimitando o emprego, adiversificação de riqueza edeixando-se vulnerável àsflutuações do mercado globalde recursos."

O embaixador da Noruega noZimbabwe, Bard Hopland,concordou, dizendo a SADC tempotencial para desenvolver assuas economias, devido àabundância de recursos naturais.

No entanto, odesenvolvimentosocioeconómico só poderá seralcançado se a "madeira brutafor processada antes de serexportada", disse.

Partilhando experiências deindustrialização do seu País,Hopland disse que há também anecessidade dos EstadosMembros da SADCdiversificarem as suas indústriase não só dependerem daagricultura, como acontece commaioria dos países da região.

"Apesar da agricultura servital por várias razõesimportantes e também por seruma base para as indústrias deprocessamento de alimentos, euacho que é justo dizer que a

Um apelo coerente para a industrialização

A Prioridade D visa apromoção de programasespeciais de dimensãoregional como educação edesenvolvimento de recursoshumanos; saúde, HIV e AIDSe outras doenças transmissíveis;segurança alimentar er e c u r s o s n a t u r a i stransfronteiriços; ambiente;Estatística; igualdade degénero; e ciência, tecnologia einovação e pesquisa edesenvolvimento.

As três prioridades acimaserão potenciadas pelaPrioridade C que centrada napromoção da paz e dacooperação de segurança comoum pré-requisito para arealização da agenda deintegração regional. r

industrialização e a suaestratégia de implementação.

O RISDP revisto identificaquatro grandes prioridades aserem implementadas pelaregião entre 2015-2020.

Prioridade A procurapromover o desenvolvimentoindustrial e a integração domercado através do reforço dacompetitividade e da oferta decapacidade do lado produtivodos Estados-Membros, bemcomo melhorar a circulação demercadorias e facilitar aintegração do mercado financeiroe de cooperação monetária, entreoutras coisas.

A Prioridade B centra-se naprestação e melhoria de infra-estruturas de apoio para aintegração regional.

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 5

determinada época, ou deexcedentes de outras partes daregião, a SADC precisa melhoraras suas instalações dearmazenamento e a rede detransportes, para que os produtosagrícolas possam ser escoadosnormalmente de um lugar paraoutro.

Além disso, as instalações dearmazenamento permitem que osagricultores possam armazenar asua colheita para uso em estaçõespobres, e de acordo com aOrganização das Nações Unidaspara a Agricultura e Alimentação,as perdas pós-colheita da SADCestão acima de 40 por cento.

Outras intervençõesfundamentais para impulsionar aagricultura na SADC incluem oaumento dos orçamentos para aagricultura, bem comoprogramas de subsídiosdireccionados que permitem queos produtores tenham acesso ainsumos agrícolas e implementosagrícolas a preços mais baratos.

Isto está em consonância como Programa Abrangente deDesenvolvimento Agrícola deÁfrica (CAADP), que foiformulado em 2003 pela UniãoAfricana para incentivar os paísesa chegar a um caminho maiselevado de crescimentoeconómico através dodesenvolvimento da agricultura.

No âmbito deste programa emtodo o continente, os governosafricanos se comprometeram adestinar pelo menos 10 por centodos seus orçamentos nacionaispara o sector agrícola a cada ano.

Em última análise, esta visãoambiciosa e ampla para areforma agrícola em África aspiraa uma taxa de crescimento médioanual de seis por cento para aagricultura.

A agricultura é a espinhadorsal para a maioria daseconomias da África Austral, emais de 62 por cento dos 277milhões de pessoas da região daSADC são dependentes daagricultura para a suasubsistência. sardc.netr

Queda tardia de chuvas e cheias afrouxam a situação de segurançaalimentar regional

A G R I C U L T U R A

por Kizito Sikuka

A QUEDA tardia de chuvas e ascheias que afectaram algumaspartes da África Austral, no finaldo ano passado e início desteano, enfraqueceram a situação desegurança alimentar de toda aregião que em situação normal,tem sido impressionante nosúltimos anos.

A Secretária Executiva daSADC, Dra. StergomenaLawrence Tax, fez esta afirmaçãointervindo na reunião doConselho de Ministros da SADC,realizada em Março em Harare,Zimbabwe.

"A situação de segurançaalimentar na região será poucosatisfatória durante a campanhade 2015/16, como resultado dechuvas fracas na maior parte daregião, períodos de seca emalgumas áreas e cheias em outrasáreas."

A Dra. Tax não estimou, noentanto, as quantidades que aregião poderá colher este ano,afirmando que a SADC "vaicontinuar a acompanhar aavaliação da situação dasegurança alimentar e apoiar oaviso prévio sobre avulnerabilidade nos Estados-Membros."

De acordo com uma avaliaçãoda situação de segurançaalimentar regional apresentadana 34ª Cimeira da SADCrealizada em Victoria Falls,Zimbabwe, em Agosto do anopassado, a região tinha registadoum excedente de cereais de mais

de 670 mil toneladas métricasdurante a temporada decomercialização agrícola anterior.

Os factores que contribuírampara esse excedente incluíram asboas chuvas, melhor acesso ainsumos, como sementes efertilizantes, bem comofacilidades de crédito e serviçosde extensão.

Apesar dos progressossignificativos feitos pela regiãopara proporcionar melhoresinsumos e serviços aosagricultores, condições naturais,como chuvas e cheias, afectarama campanha de comercialização2015/16.

Por exemplo, as recentescheias que afectaram partes daÁfrica Austral, entre Dezembrode 2014 e Fevereiro 2015,causaram grandes danos àsculturas, pecuária e infra-estruturas em Madagáscar,Malawi, Moçambique eZimbabwe.

O Presidente do Malawi, PeterMutharika, teve de declararestado de calamidade em 15distritos, depois de mais de 200pessoas terem morrido e 500 milterem ficado desabrigadasdevido as cheias.

Em Moçambique, pelo menos27.838 casas destruídas e cerca de33.648 hectares de culturas foramdadas como perdidas devido ascheias.

"Queremos expressar a nossasolidariedade e condolências aosgovernos e povos doMadagáscar, Malawi,Moçambique e Zimbabwe pela

perda de vidas e destruição depropriedades, como resultadodas recentes cheias nestesEstados-Membros", disse a Dra.Tax.

O Presidente do Conselho deMinistros da SADC, o Ministrodas Relações Exteriores doZimbabwe, SimbarasheMumbengegwi, disse que agoraé o momento para a regiãobuscar formas inovadoras delidar com tais problemasassociados a mudanças nospadrões climáticos.

"O aumento da frequência eintensidade de eventosclimáticos extremos, como secase cheias irão afectarnegativamente os principaissectores da economia regional,nomeadamente a agricultura",disse Mumbengegwi.

"Apesar de isto não ser umfenómeno novo, põe em causa onosso nível de prontidão paralidar com catástrofes de grandesproporções."

Por exemplo, para lidar com aescassez de chuvas, a SADCpoderia investir mais nodesenvolvimento regional deinfra-estruturas de água, como airrigação, permitindo a regiãoproduzir durante todo o ano enão apenas depender dascondições climáticas.

O potencial para irrigar a terrana região da SADC é grandeuma vez que a região está dotadade grandes cursos de água, comoo Congo, Limpopo e Zambeze.

Para resolver a situação depouca comida numa

6 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Abril 2015

A REABILITAÇÃO da linhaférrea de Benguela torna maiscurta a rota mais curta de acessoao mar, a partir do interior deAngola, bem como das regiõesricas em minerais localizadas nosul da República Democráticado Congo e norte da Zâmbia.

Construída em 1920, a linhaférrea liga a cidade portuáriaAngolana, do Lobito, noOceano Atlântico, à cidadefronteiriça oriental do Luau econtinua até as redesferroviárias da RDC e daZâmbia. No entanto, asoperações da linha foraminterrompidas pelas guerrascivis em Angola e na RepúblicaDemocrática do Congo.

Angola, RepúblicaDemocrática do Congo e aZâmbia concluíram areabilitação da linha férrea deBenguela em Fevereiro e acerimónia de reabertura dalinha foi realizada em Luau,

Angola, com a presença dospresidentes dos três países.

"Esta rota é a mais curta parao mar, a mais barato, e, claro,mais confiável", afirmou oPresidente da Zâmbia, EdgarLungu, acrescentando que areabilitação da linha férrea vaiimpulsionar o desenvolvimentonos três países.

Os seus homólogos, JoséEduardo dos Santos, de Angola,e Joseph Kabila, da RDC,concordaram prometendo o seu

compromisso de aprofundar aintegração regional e o comércioentre os Estados Membros daSADC.

O projecto de reabilitação dalinha férrea de 1.344 km entre oporto de Lobito e a fronteira daRDC, avaliado em 1.9 biliões dedólares norte-americanos, foirealizado com o apoio da China.A reabilitação aumentou avelocidade máxima de cerca de30 km / h até 90 km, com umtempo de viagem de 30 horas apartir de Lobito à fronteira deLuau.

Os governos de Angola,RDC e Zâmbia olham para areconstrução da linha férrea deBenguela como uma janela deoportunidade económica quepode aumentar as exportaçõesdos três países, poupandomilhões em custos detransporte.

A linha férrea de Benguela éum dos muitos projectos daSADC que foram projectadospara atender às metas regionaisde desenvolvimento previstasno Plano Director Regional deInfra-estruturas da SADC.

Benguela é uma viaessencial, mais barato para asexportações de cobre da Zâmbiae importações de máquinas eoutros bens, que dependem daslongas e dispendiosas linhasferroviárias e rotas rodoviáriasda África do Sul através deZimbabwe ou Botswana, ouatravés do porto de Dar-es-Salaam, na Tanzânia. r

O PORTO de saída da SADCvai tornar-se realidadebrevemente com a primeira faseda construção do terminal depetróleo prevista para iniciareste ano.

O novo porto, que é lideradopela Autoridade dos Portos daNamíbia (Namport) visafacilitar as exportações eimportações de bens para osPaíses da SADC sem acesso aomar, incluindo Botswana,Lesotho, Malawi, Swazilândia,Zâmbia e Zimbabwe.

Os outros nove EstadosMembros da SADC têm acessoao mar - Angola, RepúblicaDemocrática do Congo,Madagáscar, Maurícias,Moçambique, Namíbia,Seychelles, África do Sul eRepública Unida da Tanzânia.

De acordo com a Namport, oporto será desenvolvido emvárias fases e a conclusão estámarcada para 2019.

"O contrato já foi assinado econstrução está prevista paracomeçar em breve, enquanto aprimeira fase do projecto serácomissionado em 2017," disse ooficial da Namport, ElzevirGelderbloem. r

A ÁFRICA Austral concordou em apoiar a candidatura deThomas Zondo Sakala, do Zimbabwe, para o cargo dePresidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

O Conselho de Ministros da SADC, que se reuniu emHarare, Zimbabwe, no início de Março, concordou em apoiarSakala durante as eleições marcadas para Maio. Sakala é umex-vice-presidente do BAD.

"Conselho notou que, no processo de selecção, a SADCidentificou o Sr. Thomas Zondo Sakala para candidato daSADC nas eleições do Presidente do Banco Africano deDesenvolvimento.", indica uma declaração emitida peloConselho de Ministros da SADC.

Sakala é um forte concorrente com grandes probabilidadesde conseguir o cargo depois de ter trabalhado para o bancocontinental há 31 anos e ter sido vice-presidente responsávelpor programas no mandato do actual presidente, Dr. DonaldKaberuka, que deixa o cargo após dois mandatos no cargo.

Ele renunciou ao cargo no ano passado para fazer campanhapara a presidência da instituição financeira onde vai concorrerao lado de outros sete candidatos.

Os outros candidatos à presidência do BAD são de CaboVerde, Chade, Etiópia, Mali, Nigéria, Serra Leoa e Tunísia r

I N F R A - E S T R U C T U R A S

Porto de saída daSADC ganha forma

SADC mira um alto cargo no BAD

Linha férrea de Benguela encurtae torna barato o comércio regional

A linha férrea de Benguela apresenta-se como uma rota curta para o comércio deAngola, RDC e Zâmbia.

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 7

I N F R A - E S T R U C T U R A S

usado para apoiar aSADC a participarplenamente no Programa PIDA.

O PIDA é um programacontinental aprovado pelosChefes de Estado e de Governona Cimeira realizada em AdisAbeba, em Janeiro de 2012,como um programa prioritáriode investimentos em infra-estruturas de energia, ostransportes, Tecnologias deInformação e Comunicaçãoe recursos hídricostransfronteiriços destinado aligar e integrar a África paraapoiar a o seu crescimento edesenvolvimento.

O RECENTE acordo por parteda China e da África paradesenvolver infra-estruturas nocontinente deverá aumentarcomércio intra-africano atravésdo movimento suave de bens,serviços e pessoas em todo ocontinente.

A China e África assinaramum contrato de transportecontinental no Âmbito daAgenda 2063 na 24ª Cimeirada UA, e visa odesenvolvimento rodoviário,ferroviário e rotas aéreas para

ligar as capitais em todo ocontinente.

Actualmente, a rota maisrápida para viajar de um ladoda África para o outro podeenvolver ligaçõesencaminhadas via Europa,embora seja viável ligardirectamente.

A Presidente da Comissão daUnião Africana, Dra.Nkosazana Dlamini-Zuma,disse que o acordo é "o projectomais indicativo que a UA jáassinou com um parceiro." r

O Plano de AcçãoPrioritária do PIDA

(PIDA PAP) tem uma carteira deinvestimento no valor de 68bilhões de dólares norte-americanos programados para operíodo 2012-2020 ecompreende 51 programas eprojectos em energia, ostransportes, as TIC e recursoshídricos transfronteiriços.

Dos 51 programas definidosem 433 projectos, a SADC tem34 projectos como parte da listaPAP PIDA, que irão apoiar oSecretariado e os Estados-Membros a acelerar a execuçãodesses projectos. r

O objectivo do acordo éestabelecer um quadro jurídicode cooperação entre as partes emque a Agência da NEPAD iráfornecer apoio financeiro aoSecretariado da SADC no âmbitodo Programa Capacitaçãode Projectos para oDesenvolvimento da Infra-estruturas em África (PIDACAP).

Espera-se que o quadrojurídico possa delinear asmodalidades através das quaiso apoio vai ser concedido peloBanco Africano deDesenvolvimento, através daAgência da NEPAD, aoSecretariado da SADC, para ser

A COMUNIDADE para oDesenvolvimento da ÁfricaAustral (SADC) e a NovaParceria para oDesenvolvimento de África(NEPAD) assinaram um acordorelativo ao apoio aodesenvolvimento de infra-estruturas na África Austral.

O Memorando deEntendimento foi assinado emMarço pela Secretária Executivada SADC, Dra. StergomenaLawrence Tax, e pelo DirectorExecutivo da Agência dePlaneamento e Coordenação daNEPAD, Dr. Ibrahim AssaneMayaki, em Gaborone,Botswana.

UM TOTAL de 16 projectos estratégicos e regionalmenteequilibrados foram apresentados aos potenciais doadores naCimeira de Financiamento realizada em Junho de 2014, emDakar, no Senegal, para mobilizar o investimento financeirovisando acelerar a implementação do Programa deDesenvolvimento de Infra-estruturas em África. Sete deles estãona SADC, como indicando a seguir:• Linha de Transmissão Zâmbia-Tanzânia-Kenya. A

proposta linha ligará as redes de energia dos três países etambém vai melhorar e promover a integração ecomercialização de energia regional no interior e entre oGrupo de Empresas de Electricidade da África Austral eOriental.

• Hidroeléctrica de Batoka Gorge envolvendo a Zâmbia e oZimbabwe. O projecto irá adicionar 1.600 MW deelectricidade.

• Hidroeléctrica de Ruzizi III na República Democrática doCongo (RDC). O projecto irá adicionar 147 Megawatts(MW) de electricidade.

• Expansão do Porto de Dar-es-Salaam, na Tanzânia. Oprojecto incluirá aprofundamento e fortalecimento do caispara embarcações de alto mar e aumento da capacidade delidar com navios maiores.

• Estrada Serenge-Nakonde no Malawi. A reabilitação daestrada vai melhorar a competitividade das empresas nosoito países que compartilham o Corredor Norte-Sul -Botswana, República Democrática do Congo, Malawi,Moçambique, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

• Ponte Rodoviária e Ferroviário Brazzaville-Kinshasa eLinha Férrea Kinshasa Illebo na RDC. A linha será ligadacom a linha Lumbumbashi-Ilebo, bem como a criação deuma ligação ferroviária entre a África central e Australatravés do RDC.

• Fibra óptica terrestre de TIC Lusaka-Lilongwe ligando oMalawi e a Zâmbia. O projecto tem como objectivo facilitara interligação entre o Malawi e Zâmbia.r

Projectos PIDA seleccionados

China e África aprofundam laços"O projecto mais indicativo que UA já assinou com um parceiro"

SADC E NEPAD assinam acordo sobre infra-estruturas

O GRUPO de Empresas de Electricidade da África Austral (SAPP)nomeou três consultores para fornecer vários serviços técnicos destinados

a garantir o início de um projecto de interligação que ligará as redeseléctricas de quatro Países na região.

De acordo com o Gestor rente do Centro de Coordenação doSAPP, o Dr. Lawrence Musaba, a empresa de consultoria deengenharia alemã, Fichtner, foi designada para prestar serviços detransacções e assessoria técnica para o projecto ZiZaBoNa,enquanto a empresa sueca, SWECO, foi seleccionada para realizaruma Avaliação de Impacto Ambiental e Social (AIAS) para o ramozambiano da linha de transmissão. A AISA foi concluída noBotswana, Namíbia e Zimbabwe.

O contrato para realizar a coordenação e supervisão de projectosfoi atribuído a PhD Capital, da África do Sul. O Banco Africano deDesenvolvimento (BAD) está financiar os consultores.

"O financiamento já foi liberado pelo BAD e o projecto vaicomeçar em breve", disse Musaba ao Grupo Temático de Energiada SADC em Gaborone, Botswana, em Fevereiro.

Iniciada em 2008, a linha de transmissão ZiZaBoNa liga oZimbabwe, Zâmbia, Botswana e Namíbia. O seu desenvolvimentovai aumentar o comércio de electricidade entre as empresas deenergia dos Países participantes.

A interligação tem como objectivo fornecer uma rota detransmissão de energia alternativa na região da SADC edescongestionar o actual corredor de transmissão central deenergia que atravessa o Zimbabwe.

O projecto ZiZaBoNa será executado em duas fases. A primeirafase do projecto inclui a construção de uma linha de 120 km330kilovolt (kV) da Estação de Energia Hwange para VictoriaFalls, onde uma estação de comutação será construída no lado doZimbabwe. A linha vai estender-se a uma subestação emLivingstone, na Zâmbia.

A segunda fase envolve a construção de uma linha de 330kVcom 300 km de Livingstone a Katima Mulilo na Namíbia, atravésPandamatenga, no Botswana.

A SADC concluiu o processo de selecção do Estado-Membro que vaialbergar Centro Regional para a Promoção das Energias renováveis naÁfrica Austral.

O processo de apreciação e avaliação das quatro propostas para acolher oCentro da SADC para Energia Renovável e Eficiência Energética (SACREEE)teve lugar em Fevereiro de 2015, no Secretariado da SADC, e comportoucandidaturas do Botswana, Moçambique, Namíbia e Zimbabwe.

O nome do País que vai acolher o centro será anunciado durante apróxima Reunião de Ministros de Energia da SADC marcada Maio naÁfrica do Sul.

O estabelecimento do SACREEE vai aumentar a absorção de energialimpa na África Austral, permitindo a região resolver alguns dos seusdesafios energéticos.

A região tem fontes abundantes de energia, nomeadamente energiasrenováveis, as quais, caso sejam plenamente aproveitadas, poderiamaumentar grandemente a capacidade de produção de energia.

O centro vai promover a adopção de tecnologias de energia e serviçosde eficiência energética renovável nos Estados Membros da SADC, combase no mercado.

O centro deverá contribuir substancialmente para o desenvolvimentodos mercados de energia e eficiência energética renováveis regionaisatravés da partilha de conhecimentos e assessoria técnica nas áreas depolítica e regulação, cooperação tecnológica, desenvolvimento decapacidades, bem como promoção de investimentos.

Vários parceiros de cooperação, tais como a Agência Austríaca para oDesenvolvimento Internacional e a Organização Nações Unidas para oDesenvolvimento Industrial (UNIDO) comprometeram-se a prestar apoiofinanceiro ao centro durante os três primeiros anos. Depois disso, o centrodeverá ser auto-sustentável.

A Criação do centro vai decorrer em três fases, a primeira das quaisenvolve a selecção de um País de acolhimento e a criação do Secretariadodo SACREEE.

A fase preparatória inicialmente deveria decorrer de Janeiro a Outubrode 2014 e também serviria para a criação einauguração do Conselho Executivo do SACREEEe das comissões técnicas.

A primeira fase operacional começou a serexecutada a partir do final de 2014 até 2017,durante o qual o centro vai privilegiar odesenvolvimento de programas de energiarenovável para a região e mobilização de recursos.

A segunda fase operacional, de 2018-2021, vaise concentrar em actividades para garantir asustentabilidade do centro após a saída deparceiros de cooperação internacional, como oUNIDO. r

8 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Abril 2015

Grupo Temático de Energia da SADde energiaREPRESENTANTES DO Secretariado da SADC, organizade Cooperação Internacional (ICPs) e outras instituições Gaborone, Botswana, em Fevereiro, na qualidade de GrupoO ETG reúne-se duas vezes por ano para discutir questõeenergia da SADC. Esta edição da revista África Austral Hquestões discutidas na reunião.

Projecto de interligação Zimbabwe-Zâmbia-Botswregista progressos

Centro Regional de Energia Renovável

MINISTROS DE Energia da SADC vão reunir-se em Maio, na África doSul, para discutir uma série de questões, incluindo a criação do centro parapromover a absorção de energias renováveis na região.A reunião que estava marcada para o Malawi no ano passado, por voltade Março / Abril foi adiada para permitir que o País se preparasse pararealizar as suas eleições gerais. A África do Sul, desde então, se ofereceupara sediar a reunião deste ano, oferecendo uma oportunidade para osministros de energia analisar em a situação de energia na região.As principais questões a serem discutidos incluem a decisão sobre o Paísque vai sediar o Centro para a Eficiência Energética e Energia Renovávelda SADC. Outras questões na agenda serão a implementação dasprincipais decisões tomadas na última reunião ministerial realizada noLesotho, em 2013, bem como o estado de alguns dos projectos regionaisprioritários de energia. r

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 9

DC discute fornecimento regional

Reunião de Ministros da Energia da SADC marcadapara Maio

SAPP planeia produzir 2.763MW de novaenergia

ções subsidiárias da SADC, Parceirosde desenvolvimento reuniram-se em Temático de Energia da SADC (ETG).s pertinentes que afectam o sector deHoje destaca algumas das principais

A interligação Zimbabwe-Zâmbia será construídacomo uma linha de alta tensão, com uma capacidade detransmissão de 430kV. No entanto, ela irá funcionar comouma linha de 330kV, durante a primeira fase.

Depois de concluído, o projecto ZiZaBoNa, por exemplo vai tornarpossível a concessionária de energia da Namíbia, Nam-Power, importarelectricidade directamente da Estação de Energia de Hwange, noZimbabwe. Actualmente, a electricidade produzida na estação Hwange écanalizada para a Namíbia através da África do Sul.

A região da SADC ainda não está totalmente integrada uma vez queAngola, o Malawi e a República Unida da Tanzânia ainda não estãoligados a rede do grupo de empresas regionais de electricidade.

Isto significa que qualquer nova capacidade de produção instalada emqualquer um dos três países não é consumida nos outros nove membros doSAPP. Estes são Botswana, República Democrática do Congo, Lesotho,Moçambique, Namíbia, Swazilândia, África do Sul, Zâmbia e Zimbabwe. r

Projectos para serem implementados em 2015

Empresa País Nome Tipo Capacidade (MW)

1 Eskom África do Sul Medupi Térmica 7382 Eskom África do Sul Ingula Hidroeléctrica 3333 IPP África do Sul Cogen Gás 3354 Eskom África do Sul Cogen Gás 1005 IPP África do Sul Round 3 Renováveis Renovável 3226 TANESCO Tanzânia Kinyerezi 1 Gás 1507 SNEL RDC Inga 1 Hidroeléctrica 1108 SNEL RDC Inga 2 Hidroeléctrica 3209 ZESCO Zâmbia Ithezhi Tezhi Hidroeléctrica 12010 ZESCO Zâmbia Lusiwasi Hidroeléctrica 1511 IPP Zimbabwe Pungwe Hidroeléctrica 1512 IPP Moçambique Ressano Garcia Gás 17513 IPP Moçambique Kuvanianga Gás 30

Total 2,763

Fonte SAPP

O GRUPO de Empresas de Electricidade da África Austral (SAPP) planeiaimplementar novos projectos de electricidade que adicionarão 2.763 Megawattsde electricidade à rede regional este ano, como parte da meta regional paraatender as necessidades de energia até 2018.

Da capacidade planeada nos 13 projectos que estão implementados em seisEstados Membros da SADC, a maior parte de energia virá da África do Sul,onde, pelo menos cinco projectos estão planificados para implementação nocorrente ano, podendo contribuir com um valor adicional de 1,828MW para arede regional.

De acordo com o Gestor do Centro de Coordenação do SAPP, Dr. LawrenceMusaba, outra contribuição significativa para a rede regional de energia virá daRepública Democrática do Congo, que poderá adicionar 430MW este ano (vertabela).

As centrais térmicas farão a maior contribuição da nova capacidade deprodução na África do Sul, com a Central Térmica de Medupi fornecendo umadicional de 738MW até o final deste ano.

No que diz respeito a meta regional de aumentar a captação de energia limpa,cerca de 45 por cento da nova capacidade prevista para 2015 virá de fontesrenováveis de energia.

O consumo de energia renovável ocorre em resposta a uma resolução feitaem 2012 por países da África Austral para aumentar a captação de fontes deenergia menos poluentes que resultam em emissão reduzida de carbono.

A meta a longo prazo, definida por especialistas regionais de energia, é deque o SAPP deve alcançar um misto de energia renovável na rede regional depelo menos 32 por cento em 2020 e 35 por cento em 2030.

Além disso, o gás está se tornando um dos principais contribuintes de energiana região, com cinco dos projectos a serem implementados. A África do Sulespera que contribuir com 435MW de capacidade de produção a partir daconcessionária nacional de energia ESKOM e um produtor independente deenergia a gás (IPP).

Este ano vai testemunhar uma grande parcela da capacidade planeada vindade PIEs que contribuem com cerca de 32 por cento da nova produção.

Por exemplo, nova energia que vira do Zimbabwe e Moçambique seráproduzida por PIEs.

O Zimbabwe tem quatro estações hidroeléctricas notáveis de IPP, um dosquais - o Pungué – vai entrar em actividade este ano e contribuir com 15MWpara a rede eléctrica.

As centrais Ressano Garcia e Kuvanianga, em Moçambique, tambémdirigidas por PIEs poderão acrescentar 175MW e 30MW, respectivamente, paraa rede regional.

De acordo com o SAPP, a África Austral planeia produzir 24,062MW deenergia entre 2015 e 2019, se todos os projectos propostos entrarem em operação.

Este desenvolvimento vai permitir que a região finalmente satisfaça as suasnecessidades de energia após vários anos de escassez.

Desde 2007, a região vem enfrentando desafios no cumprimento das suasnecessidades de energia, forçando a maioria dos Estados Membros da SADC aimplementar políticas de gestão da procura, porque a limitação de corrente temde alguma forma conseguido imobilizar a procura global de energia eléctrica naregião. r

ana-Namíbia (ZiZaBoNa)

10 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Abril 2015

B R E V E S N E G Ó C I O S

A ÁFRICA Austral e UniãoEuropeia esperam finalizar oseu Acordo de ParceriaEconómica (APE) ainda nodecurso do corrente ano.

O acordo prevê, entre outrascoisas, o acesso isento dedireitos e de quotas ao mercadoda UE para as exportações dosPaíses da SADC, que, por suavez, será obrigado a abrirgradualmente os seusmercados às exportaçõeseuropeias ao longo de umperíodo de 15 anos, comexcepções para determinadosprodutos que os Paísesconsideram sensíveis.

No entanto, esta abordagemfragmentada para asnegociações dos APE foi umdos principais obstáculos parao processo de negociação,que foi concluída em Julho2014 entre a região da SADC ea UE.

O grupo de negociação daSADC é composto por Angola,Botswana, Lesotho,Moçambique, Namíbia,Swazilândia e República Unidada Tanzânia.A África do Sul participa nogrupo SADC, mas apenas comoum observador, porque estePaís já tem um acordo decomércio com a Europa.

Os outros Países daSADC - Madagáscar, Malawi,Maurícias, Zâmbia e Zimbabwe– negoceiam no âmbito dogrupo África Oriental e Austral(ESA), enquanto a RepúblicaDemocrática do Congo estáintegrada na ComunidadeEconómica dos Estados daÁfrica Central (CEMAC).

Os membros do grupo ESAefectuaram um APE provisóriocom a UE, que entrou em vigorem 2012.

A Secretária Executiva daSADC, Dra. LawrenceStergomena Tax, disse aoConselho de Ministros daSADC, que esteve reunido no

Governadores dos Bancos Centrais Nova tecnologia vai facilitar pagamentos transfronteiriçosO COMITÉ dos Governadoresdos Bancos Centrais na SADCestá a desenvolver duastecnologias para minimizar adependência dos sistemasbancários ocidentais.

Um dos sistemas incidirásobre supervisão bancária,enquanto o outro vai lidar compagamentos transfronteiriços.

O Presidente da Subcomissãodas Tecnologias de Informaçãodo CCBG, Arlindo Lombe, deMoçambique, disse que a rede deinformação tecnológica bancáriaconhecida por Cyrus estará

baseada na África do Sul e iráabranger todos os Países daSADC.

"É um sistema projectado parafacilitar os pagamentostransfronteiriços nos Paísesmembros da SADC, sem passarpor sistemas europeus, como tem

Zimbabwe em Março, que osprogressos na implementaçãodo acordo estavam emandamento e devem serfinalizados em breve.

"Em 2014, foi feito umprogresso notável na área dosacordos de parceria económica,como o início do APE entre a UEe o grupo de APE da SADC",disse ela.

"O texto está actualmente emrevisão legal para uma eventualassinatura, ratificação eimplementação."

A UE é um dos maioresparceiros comerciais para amaioria dos Países da SADC.Em 2013, o valor dasimportações totais da UE foi decerca de 31 biliões de Euros(9,3 por cento para a

agricultura; 1,5 por cento paraas pescas e 89,3 por cento paraa indústria). Por outro lado, ototal das exportações da UEpara a região representou 33biliões de Euros.

Outras regiões, como a Ásia,especialmente a China, tambémestão a tornar-se principaisparceiros económicos daSADC. r

acontecido actualmente", disseele.

O projecto regional sobre asupervisão bancária também iráabranger outras partes de Áfricafora da África Austral, comoCabo Verde, Uganda e Quénia.Angola Press News Agencyr

acolhimento para seusrespectivos Países.

"O Secretariado da SADC estáa administrar uma ferramenta demonitoria e avaliação paradeterminar o estado deimplementação do código pelosEstados membros", disse ele,acrescentando que um relatóriosobre o estado de implementaçãoserá lançado este ano.

O código aborda questões deacesso à informação para os ex-trabalhadores já que a maioriadeles não estão cientes dosbenefícios exactos que lhes sãodevidos, ou dos seus direitos osreivindicarem. r

SADC e UE vão finalizar AcordoEconómico em 2015

Rumo a autonomia dos trabalhadores migrantes na SADC OS ESTADOS Membros daSADC estão a intensificaresforços para melhorar asegurança financeira dostrabalhadores migrantes naregião, pois os trabalhadoresmigrantes têm contribuídoimensamente para odesenvolvimentosocioeconómico da maioria dosPaíses da África Austral, apesardo seu contributo ser poucoreconhecido.

Arnold Chitambo, doSecretariado da SADC, dissenum recente diálogo regionalsobre a portabilidade dosbenefícios dos trabalhadores das

minas na África Austral que obem-estar dos trabalhadoresmigrantes deve ser melhoradoporque eles jogam um papelfundamental na agenda deintegração da SADC.

Ele disse na conferência,realizada no final de Março, emJoanesburgo, África do Sul, que ocódigo regional para a SegurançaSocial será revisto para aceleraros níveis de execução.

Um Código foi aprovadopelos Estados Membros daSADC em 2007, para facilitar atransferência de benefícios oucompensação dos trabalhadoresmigrantes de países de

Comité dos Governadores dos Bancos Centrais

por Kizito Sikuka

IMAGINE O que a África seriase todos os seus rendimentosdesde recursos naturais, comodiamantes, ouro e platinapermanecessem no continentepara financiar a sua agenda dedesenvolvimento.

A África poderia ser um doscontinentes mais desenvolvidose industrializados do mundo,com infra-estruturas semcomparação, fontes dealimentação ininterruptas,empregos suficientes para todose um ambiente socioeconómicoestável e pacífico.

Em assuntos globais, ocontinente poderia ser uma forçaproeminente, o que os outrosactores, incluindo a China, aRússia, a Europa e os EstadosUnidos poderiam considerarcomo um parceiro igual.

Esta visão é atingível, massomente se as medidas forempostas em prática para resolvero flagelo de Fluxos FinanceirosIlícitos (IFF) a partir docontinente.

Estima-se que a África perdeumais de 1,8 triliões de dólaresnorte americanos a favor de IFFentre 1970 e 2008, e continua aperder recursos que rondam os150 biliões de dólares norte-americanos anualmente atravésIFF ou "fuga de capitais ilícitos",principalmente através de evasãofiscal e subfacturação de bens eserviços por empresas multi-nacionais, de acordo com umestudo recente encomendadopela União Africana (UA).

Isto significa que os recursosque são destinados a desenvolvera África estão sendo usados emoutros lugares para melhorar aseconomias de outros países daEuropa, Ásia e os EUA.

Na verdade, mesmoquando esses Paísestentam "ser justos",

prestando assistência

para a África, constatou-se que "aquantidade de IFF da África émaior que a entrada deAssistência Estrangeira deDesenvolvimento", de acordocom uma declaração da 24ªCimeira da União Africanarealizada recentemente em AdisAbeba, Etiópia.

Então a questão é, o que é quea África pode fazer para conteresses fluxos financeiros ilícitos, egarantir que seus recursos sejamusados para desenvolver aseconomias dos Países africanos?

O ex-Presidente Sul-Africano,Thabo Mbeki, que lidera o Painelde Alto Nível sobre IFFestabelecido pelos líderesafricanos em 2011 para encontrarformas de lidar com o problema,acredita que as soluções devemser multifacetadas.

"Tornou-se bastante claro nodecorrer do nosso trabalho que,embora o estudo do IFF parecetecnicamente complexo, é emúltima análise, uma questãopolítica que exige decisões emvários níveis de governação",disse Mbeki, no seu discurso na24ª Cimeira da UA,acrescentando que o IFF poderiaser melhor descrito como um"problema Africano que exigeuma solução global."

"Este slogan ressalta oimportante papel da cooperaçãoe colaboração de todos osinteressados para enfrentar o IFFe dar coerência a nível regional eglobal, para vertentes dísparesdo trabalho que está sendo feitosobre este assunto", disse ele.

A avaliação de Mbeki éfundamental porque a África e acomunidade global,particularmente a Europa e osEUA, tem na sua maioria a culpana "drenagem" e canalização derecursos que seriam destinados adesenvolver a África parafinanciar outrosdesenvolvimentos fora docontinente.

Por exemplo, a maioria dasexplorações de recursos emÁfrica estão geralmente nasmãos de poucas empresasestrangeiras que pagamimpostos baixos e muitas vezespreferem processar as matérias-primas fora do continente.

A maioria dos paísesafricanos não temdocumentação adequada e perfildos seus próprios recursosnaturais disponíveis.

Esta situação fez com quemuitos governos africanos sejamprejudicados nas negociações deextracção mineral porque elesnão estão cientes da qualidade equantidade exacta dos seusrecursos naturais.

O Director do Observatóriosde Recursos da África Áustral,Claude Kabemba, instou a Áfricaa desenvolver uma base de dadosvibrante, que trace o perfil dosdiversos recursos naturais quesão encontrados no continente.

"Quando extraímos osminerais, estamos extraindo onosso capital. Portanto, a Áfricaprecisa de investir pesadamentena colecta de dados e gestão deconhecimento sobre os seusrecursos naturais", disseKabemba.

Outra intervençãoimportante para a África seriarenegociar alguns dos acordosde mineração assinado hámuitas décadas para identificaraqueles que são duvidosos e nãobeneficiam o continente.

Essa rota pode ter os seuspróprios desafios técnicos elegais, mas é, no entanto, umaintervenção importante, caso aÁfrica queira tirar o máximoproveito dos seus recursos.

F L U X O S I L I C I T O S

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 11

Os líderes africanostambém concordaram que osrecursos financeiros perdidosatravés de IFF devem seridentificados e retornados paraÁfrica para financiar a agendade desenvolvimento docontinente.

"A agora é hora para oRenascimento da África, parao continente recuperar a possedos seus recursos naturais eimplementar uma gestãosólida, prudente e boagovernação, com vista aoptimizar os benefíciosderiváveis dos recursosnaturais, em especial ossectores extractivistas erecursos minerais para aspresentes e futuras gerações eao mesmo tempo limitar osimpactos ambientais emacroeconómicos negativos ",disseram os líderes. r

PARA CONTRIBUIR para oactual debate sobre o controlodos fluxos financeiros ilícitos,O Centro Confiança de África eo Centro de Documentação ePesquisa para a África Austral(SARDC) estabeleceram umabase de dados para fornecerum centro de conhecimentopara trabalhos de pesquisa,artigos de jornais e outraspublicações sobre o temafluxos financeiros ilícitos daÁfrica. O objectivo geral dobanco de dados é melhorar oacesso dos resultados depesquisas e das organizaçõesque trabalham com a saída decapitais ilícitos. r

Fluxos financeiros ilícitos -tempo para a África agir

SADC EXPRESSOU satisfaçãocom a situação política geral naregião, afirmando que aestabilidade é fundamentalpara o desenvolvimentosocioeconómico.

O Conselho de Ministros daSADC, que esteve reunido noinício de Março em Harare,Zimbabwe, apelou a regiãopara consolidar a paz,eliminando "algumas bolsas deinsegurança" que aindaexistem.

Por exemplo, o leste daRepública Democrática doCongo enfrenta desafiospolíticos desde 2012, quandorebeldes anti-governoinvadiram e tomaram a cidadede Goma, localizada na parteoriental do País, provocando o

deslocamento de pessoas eperda de vidas e bens.

"Apesar de ainda existirembolsas de insegurança naSADC, estamos muitosatisfeitos com o nível dematuridade política que aregião continua a apresentar",disse o Presidente doConselho, SimbarasheMumbengegwi, que é ministrodos Negócios Estrangeiros doZimbabwe.

"Elogiamos o povo doBotswana, Moçambique,Namíbia, Zâmbia e Lesothopela realização de justas epacíficos nestes países no finaldo ano passado e no iníciodeste ano."

Botswana, Moçambique eNamíbia realizaram eleições

nacionais em 2014, coma passagem do poder paranovos presidentes deMoçambique e da Namíbia, noinício de 2015.

A Zâmbia e Lesotho foramas urnas em Janeiro eFevereiro, respectivamente, eambas as eleições foramdeclaradas como tendodecorrido em conformidadecom as normas internacionais eregionais.

"O desenrolar destaseleições é um testemunho clarode que a democracia e osprincípios democráticos já têmraízes firmes na nossa região. Éum desenvolvimento que nosdá grande satisfação comoEstados membros da SADC ",disse Mumbengegwi. r

C O N S T I T U I Ç Ã O

SADC satisfeita com a situação política na região

Tanzânia adia referendo constitucional A REPÚBLICA Unida daTanzânia adiou os seus planosde realizar um referendo sobreuma nova Constituição, nasequência de atrasos no registodos eleitores.

Inicialmente programadopara 30 de Abril, a ComissãoNacional de Eleições (NEC) daTanzânia anunciou no início deAbril que o referendo serárealizado numa data posterior,quando o processo derecenseamento eleitoral foiconcluído.

"O referendo anunciadoanteriormente, foi adiado atéque a Comissão Nacional deEleições anunciar uma novadata", lê-se num comunicadodivulgado pela NEC.

"Uma vez que o registo doseleitores ainda não foiconcluído, a comissão eleitoralnão será capaz de prosseguircom o referendo sobre a novaConstituição."

Além disso, há algumadiferença de abordagem entre oChama Cha Mapinduzi (CCM),partido no poder, e a oposiçãosobre a forma como a novaConstituição foi elaborada.

A oposição afirma que oprojecto de constituição foiaprovado sem o quórum poruma assembleia dominada pelopartido CCM.

Isto ocorreu após a oposiçãoter abandonado a AssembleiaConstituinte, em Abril de 2014,argumentando que as suassugestões sobre reformaspolíticas, incluindo a limitaçãodos poderes presidenciais e oestabelecimento de um sistemafederal de governo, estavamsendo ignoradas.

Desde então, a oposição, emconjunto com grupos da

sociedade civil, vempedindo o

adiamento doreferendo.

A novaConstituição

resultou de

um longo processo de consultae avaliação, e se destina asubstituir a que vigora desde1977.

A constituição propostaaborda mais a continuidade doque mudanças. Maisimportante, a estrutura dogoverno continuará tal comoera desde o Acto de União em1964. Esta é uma questãonacional sensível, vista como agarantia de unidade nacional.

Nos termos do acordo de1964, o arquipélago deZanzibar, que compreende asduas principais ilhas de Ungujae Pemba, mantém a sua própriaestrutura de governação e umsistema eleitoral adicionais asestruturas da União.

Zanzibar e Tanganica, comoera conhecida a partecontinental, assinaram umacordo de União a 26 Abril de1964 para formar a RepúblicaUnida da Tanzânia, cujoprincipal objectivo era aconstrução de uma sociedade

unificada baseada na liberdade,direitos humanos e convivênciapacífica.

Outro destaque chave doprojecto de Constituição inclui aintrodução de paridade degénero na representação noparlamento.

Isto está de acordo com oProtocolo da SADC sobre oGénero e Desenvolvimento, queapela para a representação igualde homens e mulheres noscargos de tomada de decisão.

Mais de 1,5 milhões decópias da proposta deConstituição foram impressosem Swahili, tendo mais de 1,3milhões de exemplares já sidodistribuídos.

A parte continental daTanzânia recebeu mais de 1,1milhões de cópias para as suas25 regiões, enquanto 200.000cópias foram distribuídas emZanzibar.

Não está claro como amudança da data do referendovai afectar as eleições

presidenciais e legislativas,previstas para o final de Outubro.

Tanzânia realizou suasúltimas eleições gerais, em 2010,e espera para ir para a votaçãodeste ano para escolher umnovo governo.

A Tanzânia realiza as eleiçõesnacionais em intervalosregulares desde aindependência em 1961, eeleições gerais deste ano serãoas quintas do País desde aintrodução da políticamultipartidária em 1992.

O Presidente em exercício,Jakaya Kikwete, não vaiparticipar nas eleiçõespresidenciais porque ele estácumprindo o seu segundo eúltimo mandato, nos termos daConstituição existente.

Portanto, o partidogovernamental CCM, que estáno poder desde a independência,será representado por um novocandidato, que será eleito pelocongresso do partido, nosmeados do ano. r

12 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Abril 2015

PAKALITHA MOSISILI foiempossado como o novoPrimeiro-Ministro do Reino doLesotho a 17 de Março de 2015,após a formação de um governode coligação.

Isso ocorreu após as eleiçõesgerais realizadas a 28 deFevereiro, que foram ganhascom uma pequena margem pelaConvenção Todos Basotho(ABC), liderada pelo ex-Primeiro-Ministro ThomasThabane.

A ABC obteve 40 lugares,seguida por 37 para doCongresso Democrático (DC),liderada por Mosisili, tambémum ex-Primeiro-Ministro.

O CongressoLesotho para aDemocracia e o PartidoNacional Basothoobtiveram dois e um lugares,respectivamente, dos 80parlamentares que são escolhidosusando o sistema de Pluralidadeem Círculo Uninominal.

Os restantes 40 assentos naAssembleia Nacional são eleitospor um círculo eleitoral nacionalutilizando o sistema de Listapartidária de RepresentaçãoProporcional.

Neste cenário, a DC fez umaaliança com os seis outrospartidos da oposição paraformar o governo, pois a ABCnão seria capaz de conseguirvotos suficientes.

Esta é uma estratégiasemelhante à usada porThabane quando foi eleitoPrimeiro-Ministro em 2012.

No entanto, as divergênciasno seio da coligaçãogovernamental mergulharam oPaís numa crise que levaram aantecipação das eleições do Paíspara 28 de Fevereiro de 2015,contra a data inicial de Maio2017.

As expectativas são enormesa volta do novo governo decoligação de sete partidos, poispodem trazer uma estabilidadeduradoura para um país quetem uma longa história de lutapolítica, que remonta ao tempoem que ela alcançou a suaindependência a 04 de Outubrode 1966.

Falando logo após a toada deposse, Mosisili prometeram uniro reino e conduzir o País àprosperidade.

"Eu aceito essaresponsabilidade plenamenteconsciente dos desafios que onosso país continua a enfrentar ",disse ele, acrescentando que era

A MISSÃO de ObservaçãoEleitoral da SADC (SEOM)disse que as eleições para aAssembleia Nacional doReino do Lesotho, realizadasno dia 28 de Fevereiro,decorreram emconformidade com as normasinternacionais e regionais.

"A SEOM observou que afase pré-eleitoral foimarcada por uma atmosferapolítica geralmente calma etranquila. Comícios políticosforam pacíficos e não houveincidentes violentosobservados ", refere parte docomunicado divulgado pelamissão da SADC, que foidirigida pela Ministra sul-africana dos NegóciosEstrangeiros e Cooperação,Maite Nkoana-Mashabane.

"Com base nas suasobservações, a Missão deObservação Eleitoral daSADC conclui que aseleições para a AssembleiaNacional de 2015, no Reinodo Lesotho, foram pacíficas,transparentes, credíveis,livres e justas, reflectindoassim a vontade do povo doReino de Lesotho." r

A MISSÃO da SADCpara o Reino doLesotho (SOMILES)terminou nasequência de eleiçõesbem sucedidas noLesotho.

A reunião da DuplaTroika da SADC realizada emSetembro 2014 em Pretória,África do Sul, decidiu implantara SOMILES para lidar com asituação política e de segurançano Lesotho.

A missão da SADC, que tinhacomo facilitador o Vice-Presidente da África do Sul,Cyril Ramaphosa, coadjuvadopela Secretária Executiva daSADC, Dra. Stergomena Tax, foiencerrada em 30 de Março pelaapós a conclusão com êxito doseu trabalho.

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 13

SADC subscreveeleições do Lesotho

A bandeira da SADC foiretirada numa cerimóniaque simboliza oencerramento damissão."Com este actoqueremos declarar, aopovo deste País e ao

mundo, que, de facto, a paz eestabilidade voltou ao Lesotho",disse Ramaphosa.

"Eu gostaria de assegurar opovo do Reino do Lesotho que aSADC sempre estará prontapara apoiar os EstadosMembros, incluindo os nossosirmãos e irmãs deste lindo egrande reino do Lesotho.Estamos confiantes de que osmarcos alcançados serãosalvaguardados pelo povoBasotho ", acrescentou a Dra.Tax. r

P A Z E S E G U R A N Ç A

"Retiremos o Lesotho da insegurança política"

da responsabilidade de todas aspartes interessadas "levar comêxito o nosso País para fora dainsegurança política em prol dapaz, harmonia e prosperidade."

Vários líderes regionaistestemunharam a cerimónia detomada de posse, incluindo oPresidente Jacob Zuma, daÁfrica do Sul, o Primeiro-Ministro, da Swazilândia,Barnabas Sibusiso Dlamini, eDra. Stergomena Lawrence Tax,Secretária Executiva da SADC.

A SADC esteve activa nabusca de uma soluçãoduradoura para a situaçãopolítica Basotho.

Quando Lesotho mergulhouna instabilidade supostamenteatiçada por Thabane em Junho

de 2014, que depois de enfrentarum voto de não-confiança,suspendeu o parlamento, aSADC montou uma equipe demeditação para resolver asituação no Lesotho.

Liderada pelo Vice-Presidente Sul-africano, CyrilRamaphosa, a mediaçãopermitiu que a assinatura daDeclaração de Facilitação deMaseru, em Outubro, e oAcordo Segurança de Maseru,em Novembro de 2014, abrisse ocaminho para realização daseleições em Fevereiro.

Um total de 1.210.079eleitores foi recenseado paravotar, segundo a ComissãoEleitoral Independente doLesotho. r

SADC encerra escritório da missão defacilitação no Lesotho

14 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Abril 2015

Principais conquistas do Género na SADC

SADC ESTÁ empenhada emmelhorar a situação dasmulheres e vai continuar atrabalhar para integrar o géneroem todos os seus programas deintegração regional.

Este posicionamento foiassumido quando a região daSADC se juntou ao resto domundo na comemoração do DiaInternacional da Mulher, a 8 deMarço, que este ano marca o 20ºaniversário da Declaração ePlataforma de Acção de Beijing,bem como o 15º aniversário daResolução 1325 das NaçõesUnidas sobre Mulheres, Paz eSegurança.

O tema para este ano é -"Autonomia das Mulheres;Autonomia da Humanidade:Faça Acontecer".

Falando durante acomemoração realizada emGaborone, Botswana, ASecretária Executiva da SADC,Dra. Stergomena Lawrence Tax,disse que a região continuacomprometida com a autonomiadas mulheres e em atingir aigualdade de género.

"A autonomia das mulheres éde facto Autonomia daHumanidade porque as mulheressão a espinha dorsal das nossaseconomias e são a maioria dosenvolvidos na produção agrícolade subsistência e para segurançaalimentar", disse ela.

"Uma vez que as mulheresconstituem a maioria dos maispobres da nossa região, não hádúvidas de que somente a suacapacitação vai fazer diferençanos esforços de combate apobreza e no alcance das metasestabelecidas para a erradicaçãoda pobreza."

Ela disse que é importanteque os Estados Membros daSADC a continuem a integrar"a perspectiva de género naspolíticas, programas eactividades em todos os sectoresda integração regional para quepossamos realizar a visão daSADC de garantir o bem-estareconómico e melhoria daqualidade de vida do povo daÁfrica Austral".

A EQUIDADE do Género naÁfrica Austral está firmementeenraizada na agenda deintegração regional e os EstadosMembros da SADC apoiam oprincípio fundamental de que oshomens e as mulheres devem serenvolvidos na tomada de decisõesa todos os níveis e em todas asáreas.

Algumas das principaisconquistas da SADC na promoçãoda igualdade de género e daparidade são:• Assinatura e adopção do

Protocolo da SADC sobre oGénero e Desenvolvimento, em2008, ratificação e entrada emvigor, a 22 de Fevereiro de 2013,e início da implementação doprotocolo pelos Estados-Membros;

• Modificação da Declaração daSADC sobre Género eDesenvolvimento de 1997, em1998, para integrar acomponente de Prevenção e

Erradicação da Violência contraas Mulheres e Crianças queinsta os Estados-Membros acomprometerem-se, entreoutros, a revogar as leis quediscriminam as mulheres;

• Uma das metas do PlanoEstratégico Indicativo deDesenvolvimento Regional éfacilitar a concretização daigualdade efectiva entrehomens e mulheres na regiãoda SADC, através da dimensãode género em todas asactividades políticas eprogramas nacionais eregionais;

• Aprovação da Política deGénero da SADC peloConselho de Ministros daSADC, em 2007;

• Criação de Ministériosresponsáveis pelo Género ouAssuntos da Mulher em 12 dos15 Estados Membros da SADCpara gerir e defender aautonomia das mulheres e dos

compromissos de igualdade degénero;

• Todos os Estados Membros daSADC têm legislação ouinstrumentos relacionados paraenfrentar a Violência Baseadano Género, havendo novePaíses com legislação específicareferentes a crimes sexuais;

• Desenvolvimento de umaEstratégia de AutonomiaEconómica Regional deMulheres em 2011, que permitiuo aumento no número demulheres nos cargos de tomadade decisões económicas;

• Directrizes da SADC sobreOrçamentação do Génerodesenvolvidas eimplementadas; e

• A participação e representaçãodas mulheres na política e natomada de decisões temmelhorado significativamentena região, apesar do progressoser inconsistente em toda aregião. r

A Dra. Tax, disse que apesarda SADC estar a fazerprogressos significativos paracapacitar as mulheres, muitomais ainda precisa de ser feitopara garantir a igualdade degénero na região.

"Os Estados Membros daSADC estão a fazer progressossignificativos no acesso eequidade na educação primáriae, para alguns países, no ensinosecundário e superior", disseela, acrescentando que "nogeral, a diferença entre rapazese raparigas nas escolas está adiminuir na região da SADC."

"No entanto, a retenção noensino secundário e terciáriocontinua a ser um desafiodevido as elevadas taxas dedesistência escolar por parte dasraparigas, daí que a taxa brutade matrículas para o ensinosuperior continua a ser aindamuito baixo."

No domínio da saúde, eladisse foram feitas conquistaspara reduzir novas infecções

pelo HIV, particularmenteatravés de intervenções paraprevenir a transmissão de mãepara filho.

Essa conquista, segundo ela,deve ser replicada para reduziro número de mulheres quemorrem por causas relacionadascom a gravidez.

Quanto a participação erepresentação das mulheres napolítica e na tomada de decisão,uma tendência ascendenteconstante tem sido observadaao longo dos últimos anos. (Vejatabela).

Tendência da representação de mulheres no Parlamento nos EstadosMembros da SADC

Fonte: SADC

G É N E R O

"A SADC continua empenhada com a Igualdadee Paridade de Género"

"Em média, a representaçãode mulheres da região noparlamento é de cerca de 25 porcento, com sete dos 15 Estados-Membros com possuindo maisde 30 por cento de representaçãodas mulheres no Parlamento,três dos quais atingiram 40 porcento", disse a Dra. Tax.

Isto está em conformidadecom o Protocolo da SADC sobre oGénero e Desenvolvimento, queapela para a igualdade derepresentação de mulheres ehomens nos órgão de tomada dedecisão. r

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 15

Eventos Abril - Junho 2015Abril9-10, Fórum sobre o Desenvolvimento de Infra-estruturas em África Zimbabwe O fórum visa identificar medidas concretas para a rápida implantação de 16

projectos prioritários de infra-estruturas regionais do Programa deDesenvolvimento de Infra-estruturas em África (PIDA). O PIDA é um modelopara a transformação das infra-estruturas Africanas para o período 2012-2040. Dos 16 projectos prioritários, sete estão na SADC.

13-15, Reunião do Grupo de Trabalho para a revisão do RISDP Zimbabwe O grupo de trabalho vai se reunir para validar o conteúdo do RISDP revisto

para o período 2015-2020 e o Quadro de Implementação que poderá serapresentado para aprovação durante a Cimeira Extraordinária da SADC sobrea industrialização, marcada para o final de Abril. O grupo de trabalho écomposto por representantes dos Estados-Membros, do Secretariado daSADC, das instituições filiadas e subsidiárias da SADC, instituições deinvestigação, políticos e peritos independentes.

14-16, Cimeira sobre Inovação Digital em África 2015Zimbabwe Sob o lema "Acesso a preços acessíveis" a reunião vai discutir a forma como

a África pode desenvolver a sua Tecnologia de Informação e Comunicaçãopara melhorar o acesso a serviços de Internet e outros produtos tecnológicos.

15, Senegal Reunião do Grupo de Trabalho Continental sobre ACL O grupo de trabalho vai analisar todas as questões preparatórias edocumentos técnicos essenciais que permitirão a Cimeira da União Africanalançar as negociações da Área Continental de Comércio Livre (CTFA) emJunho. A África pretende criar uma ACL em todo o continente até 2017.

15-16, Cimeira sobre TIC na África Austral 2015Moçambique A cimeira reunirá responsáveis políticos, reguladores e líderes da indústria

para compartilhar conhecimento e desenvolver estratégias sobre as melhorespráticas no sector das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Areunião terá como foco a implantação de soluções de TIC para melhorar aqualidade de vida dos cidadãos da África Austral e capacitá-los paraaplicarem os seus conhecimentos e habilidades.

27-29, Fórum sobre Infra-estruturas Resiliêntes ao Clima em África (ACRIS)Etiópia ACRIS é um fórum que lida com os desafios decorrentes das alterações

climáticas nas infra-estruturas das Tecnologias de Informação eComunicação, energia, água, agricultura, segurança e transporte de alimentosem África. Organizado pela Comissão da União Africana, a cimeira vaidestacar projectos de investimento e explorar estratégias e práticas eficazesem todo o continente para acelerar o desenvolvimento desses projectos eadopção de tecnologias eficientes Resiliêntes a volatilidade climática.

28, Conselho de Ministros da SADCZimbabwe O Conselho de Ministros vai realizar uma reunião extraordinária para discutir

e aprovar a estratégia de industrialização e o seu roteiro, bem como orelatório final sobre Plano Estratégico Indicativo de DesenvolvimentoRegional (RISDP) revisto para 2015-2020.

29, Cimeira Extraordinária sobre Industrialização na SADC Zimbabwe Na sequência da directiva pelos líderes da SADC na sua Cimeira de 2014

para priorizar a industrialização na agenda de integração económicaregional, a região vai realizar uma cimeira especial para discutir um quadropara o reforço da capacidade industrial na África Austral. A cimeira tambémvai discutir e, possivelmente, aprovar o RISDP Revisto para 2015-2020.

Maio4-8, Etiópia Comité Técnico da UA sobre TIC

O Comité Técnico da União Africana (UA) é composto por Ministros ou altosfuncionários responsáveis nos sectores abrangidos pelas suas respectivasáreas de competência e é responsável pela elaboração de projectos eprogramas da União e submetê-los ao Conselho Executivo. Também têm odever de assegurar a fiscalização, acompanhamento e avaliação da execuçãodas decisões tomadas pelos órgãos da União e a coordenação eharmonização dos projectos e programas da União.

12-14, 15a Semana Africana de utilização de energia limpaÁfrica do Sul O evento reunirá empresas e profissionais dos sectores de água e energia

para discutir as melhores práticas para o fornecimento efectivo de energia eabastecimento de água em África, bem como outras questões emergentes.

E V E N T O S

ÁFRICA AUSTRAL HOJEÉ produzido como uma fonte de referência das

actividades e oportunidades na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, e um guião para os

responsáveis pela elaboração de políticas a todos os níveis de desenvolvimento nacional e regional.

Comunidade para o desenvolvimento da África AustralSecretariado da SADC, SADC House,

Private Bag 0095, Gaborone, BotswanaTel +267 395 1863 Fax +267 397 2848/318 1070E-mail [email protected] Website www.sadc.int

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado seis vezes por ano pelo Centro de Documentação ePesquisa para a África Austral (SARDC) para o Secretariado da SADC em Gaberone,Botswana, como uma fonte credível de conhecimento sobre o desenvolvimento regional.Os artigos podem ser reproduzidos livremente pelos órgãos de comunicação social eoutras entidades, citando devidamente a fonte.

EDITORMunetsi Madakufamba

COMITÉ EDITORIAL Joseph Ngwawi, Kizito Sikuka, Egline Tauya, Admire Ndhlovu,

Phyllis Johnson, Danai Majaha, Nyarai Kampilipili, Anisha Madanhi, Anesu Ngadya, Tanaka Chitsa

TRADUTORBonifácio António

ÁFRICA AUSTRAL HOJE conta com o apoio da Agência Austríaca para oDesenvolvimento, que assiste o Grupo Temático de Energia da SADC co-presidido pelaÁustria.

© SADC, SARDC, 2015

ÁFRICA AUSTRAL HOJE acolhe as contribuições individuais e de organizações dentro daregião da SADC em forma de artigos, fotografias, artigos noticiosos e comentários, etambém artigos relevantes de fora da região. Os editores reservam-se o direito deseleccionar ou rejeitar artigos, e editar para se ajustar ao espaço disponível. O conteúdonão reflecte necessariamente o posicionamento oficial ou opiniões da SADC ou SARDC.

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COMPOSIÇÃO & MAQUETIZAÇÃO Tonely Ngwenya

PHOTOS AND ILLUSTRATIONSP1 cargocollective.com, idwala.com; P4 SARDC, herald.co.zw; P5 inhabitant.com,wordpress.com, B Antonio; P6 Editorial Vanguarda, railwaygazette.com, B Antonio

Mozambique; P7 SARDC, nepad.org P8 sarasphere.net; P10 sharpwater.eu, sadcbankers.org;

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SADC HOJE Vol 17 No 3 Abril 2015

ÁFRICAAUSTRALHOJE

H I S T Ó R I A H O J E

ABRIL É um mês especial na história doZimbabwe, já que este mês tem várias datassignificativas, sobretudo a Independênciaconquistada no dia 18 de Abril de 1980. Há 117 anos, no dia 27 de Abril 1898, os arquitectos da primeira resistênciacontra o colonialismo (Chimurenga), Mbuya Chahwe, meio do espírito Nehanda,e Sekuru Gumboreshumba, meio do espírito Kaguvi, foram enforcados peloregime colono por se terem atrevido a desafiar a expropriação colonial. Sessenta e oito anos depois, a 28 de Abril de 1966, teve lugar a primeirabatalha da Segunda Chimurenga, no Chinhoyi. Abril é também o mês que o presidente Robert Mugabe deixou o País a pépara o vizinho Moçambique, em 1975, para liderar a luta de libertação após asua libertação da prisão. Este ano, o mês é ainda mais significativo, pois marca 35 anos desde que oZimbabwe alcançou a sua independência da Grã-Bretanha. A luta pela independência do Zimbabwe destacou a importância dacooperação internacional na luta pela justiça e expôs as tensões geopolíticasocasionadas pela política da Guerra Fria da época. O Zimbabwe alcançou a sua independência reconhecida internacionalmentea 18 de Abril 1980, após 90 anos de domínio colonial, incluindo um período de15 anos de dominação colona branca após a Declaração Unilateral daIndependência pelo regime Ian Smith, em 1965. O sucesso das forças da Frente Patriótica - que compreende o ExércitoAfricano de Libertação Nacional do Zimbabwe (ZANLA) e o Exército Popularde Libertação do Zimbabwe (ZIPRA) - na execução da guerra de libertaçãoocorreu, em parte, devido ao forte apoio dos movimentos de libertação dosPaíses da região recém independentes e parceiros internacionais. Os líderes dos estados africanos independentes criaram o Comité deLibertação da Organização da Unidade Africana (OUA), com sede em Dar-es-Salaam, na Tanzânia, que forneceu apoio diplomático, material e formação paraos combatentes da libertação do continente, nomeadamente na África Austral,uma missão que foi concluída com o fim do apartheid na África do Sul, em 1994. A Zâmbia e Moçambique, que têm fronteiras comuns com o Zimbabwe,acolheram os movimentos de libertação e fornecendo base de retaguarda esegurança. Por volta de 1972, a ZANLA operava a partir província de Tete, noroeste deMoçambique, que era controlada pela Frente de Libertação de Moçambique(Frelimo). Após a independência de Moçambique de Portugal, em 1975, aZANLA foi autorizado a abrir campos de treinamento e alimentação adicionalnas áreas de fronteira. Esta foi uma grande ajuda no recrutamento e formaçãode quadros. As forças ZIPRA operavam principalmente a partir da Zâmbia, mastambém Botswana. Milhares de combatentes foram treinados em Moçambique, na RepúblicaUnida da Tanzânia, Etiópia, Jugoslávia e na Líbia, assim como na União Soviéticae na República Popular da China. As negociações em Londres, entre a Frente Patriótica e Grã-Bretanha,resultaram no Acordo de cessar-fogo e Lancaster House, em Dezembro de 1979. O país voltou temporariamente para o controlo britânico sob um governadorbritânico e foram realizadas eleições sob supervisão internacional em Fevereirode 1980. A ZANU PF ganhou as eleições e Mugabe tornou-se o primeiro primeiro-ministro do Zimbabwe a 18 de Abril de 1980.

35 anos

3 Abril Sexta-feira Santa Toda a SADC, excepto RDC4 Abril Sábado de Páscoa/Santo Malawi, Seychelles,

Zâmbia4 Abril Dia da Paz e reconciliação Angola6 Abril Segunda-feira de Páscoa Toda a SADC, excepto RDC7 Abril Dia do Sheikh Abeid Karume Tanzânia

Dia da Mulher Moçambique8 Abril Feriado Público Moçambique18 Abril Dia da Independência Zimbabwe19 Abril Aniversário do Rei Swazilândia25 Abril Dia da Bandeira Nacional Swazilândia26 Abril Dia da União Tanzânia27 Abril Dia da Liberdade África do Sul 30 Abril Dia da juventude RDC

1 Maio Dia do Trabalhador RDC, Lesotho, Moçambique, Namíbia, África do Sul, Tanzânia,

ZimbabweDia do Trabalho Angola, Botswana, Malawi,

Madagáscar, Maurícias, Seychelles, Swazilândia

4 Maio Dia de Cassinga Namíbia14 Maio Dia de Ascensão Botswana, Madagáscar, Lesotho

Namíbia, Swazilândia14 Maio Dia de Kamuzu Malawi17 Maio Dia da Liberdade RDC25 Maio Dia de África Angola, Lesotho, Namíbia,

ZimbabweDia da Liberdade de África Zâmbia

5 Junho Dia da Liberdade Seychelles16 Junho Dia da Juventude África do Sul18 Junho Dia Nacional Seychelles19 Junho Corpo de Cristo Seychelles25 Junho Dia da Independência Moçambique26 Junho Dia da Independência Madagáscar29 Junho Dia da Independência Seychelles30 Junho Dia da Independência RDC

FERIADOS PÚBLICOS NA SADCAbril - Junho 2015

Um futuro partilhado no seio da Comunidade Regional

Namíbia celebra Jubileu de Prata

NAMÍBIA COMEMOROU o seu Jubileu dePrata, a 21 de Março, durante uma cerimónia quecoincidiu com a transição do poder do PresidenteHifikepunye Pohamba ao ex-Primeiro-Ministro, DrHage Geingob. Geingob tornou-se o terceiro presidentedemocraticamente eleito da Namíbia durante umacerimónia conjunta no Independence Stadium, emWindhoek, que serviu para marcar o 25º aniversárioda independência do Estado-membro da SADC etestemunhar a investidura do novo líder do País. Pohamba agradeceu vizinhos da Namíbia,assim como Cuba, pela assistência prestada ao Paísna conquista da sua independência, em 1990. Desde a sua fundação em 1990, a Namíbiaganhou respeito por fornecer sistemas degovernação baseados em valores e por transmitiros ideais da democracia, com base nos valores dapaz, segurança, estabilidade, justiça, unidade,liberdade e, mais importante, a inclusão noprocesso de governação do País.

Independência do Zimbabwe