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04 - Editorial: Paulo Rocha06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional22 - Temperança: D. José Cordeiro24 - Crónica de uma eleiçãoanunciada: Rita Figueiras26 - Semana de.. Carlos Borges28 - Dossier Voluntariado Missionário

52 - Multimédia54 - Estante56 - Vaticano II58 - Agenda60 - Por estes dias62 - Por outras palavras63 - YouCat64 - Programação Religiosa65 - Minuto Positivo66 - Liturgia68 - Ano da Vida Consagrada72 - Fundação AIS74 - LusoFonias

Foto da capa: Agência ECCLESIAFoto da contracapa: Agência ECCLESIA

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,.Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar CamposPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

Jovens de Lisboae Setúbal"RIOnidos emCisto"[ver+]

Papa mobilizaautarcas mundiaispara o ambiente[ver+]

900 portuguesesem voluntariadomissionário[ver+]

D. José Coreido | Rita Figueiras|Paulo Rocha | Manuel Barbosa |

Paulo Aido | Tony Neves | FernadoCassola Marques | Carlos Borges

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Ralar-se ou relacionar-se

Paulo Rocha Agência ECCLESIA

A conversa aconteceu num jantar quando umajovem contava o seu quotidiano na escola. Diziaque tinha muitas amigas e amigos com quem serelacionava, mas parecia “não se conhecerem”.Claro que a interrogação é imediata: masporquê, o que está a acontecer?O contexto é frequente, na atualidade: entre ogrupo, o relacionamento é constante, mas pelasmediações tenológicas; depois, a circunstânciade estar cara-a-cara, sem precisar do toque emqualquer ecrã para enviar ou receber umamensagem, parece impedir a comunicação e atéo conhecimento do outro.Nunca olhei para as tecnologias como obstáculoà realização pessoal ou ao fortalecimento derelacionamentos interpessoais, semprenecessários a todas as pessoas. Como todos osinstrumentos – sim, mesmo gerando uma novacultura, os atuais meios de comunicação nãodeixam de ser instrumentos - a classificaçãocomo positiva ou negativa depende sobretudo dautilização que deles se faz.Agora, um outro quadro, o que é possível “pintar”em cada verão, quando muitos jovens decidempartir para longe ou para perto para fazervoluntariado. Do destino pouco sabem, do queos vai ocupar ainda menos. E, quando chegam,encontram no relacionamento comdesconhecidos o fator essencial do sucesso deuma experiência sonhada com muitos outrosingredientes! De facto, mais do que fazer muitascoisas e para além da utilidade no fazem junto depopulações que bem precisam de companhia ede ajuda, é o

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relacionamento interpessoal quemais marca quem generosamentedecide desviar os olhos de um ecrãpara os fixar num horizonte bemlargo.O relacionamento sincero, genuíno,verdadeiro, honesto e transparentecom todos os que fazem parte doquotidiano de cada pessoa égerador de felicidade. Em causanão está a aplicação estratégica demétodos de comunicação oumotivação relacional. Mais do quecumprir programas, interessadecidir, partir ao encontro do outro,de realidades novas, do que podeenriquecer o itinerário de

vida pessoal, familiar, de umacomunidade e também aíestabelecer relações autênticas.O tempo de férias pode ser ocasiãopara dar abraços a velhosconhecidos, estar atendo a novosamigos e estreitar relações com osque fazem parte da nossa históriade vida.É um erro ralar-se com quem estápor perto para procurar relacionar-se virtualmente com quem estálonge. Mesmo sem se ralar comquem está longe, é fundamentalrelacionar-se com quem está perto.

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Após a desistência de Rui Costa continuam em prova osportugueses Nelson Oliveira, José Mendes e Tiago Machado.

Termina no domingo a 102.ª ediçãoda Volta à França

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«A próxima legislatura ou é social ounão é», Paulo Portas em entrevistaà SIC, 21.07.2015

«Se me perguntar: ‘O engenheiroSócrates é culpado?’ Eu acho queé, mas dou comigo a pensar emcasa, muitas vezes, se é justo eupensar isso ou se não estou a sermanipulado por violaçõespermanentes do segredo de justiça,que levam o meu pensamento paraaí e que é isso que querem que eupense», Rui Rio sobre as violaçõesdo segredo de justiça, em entrevistaà RTP Informação, 22.07.2015. «São também desafios de guerra epaz a prazo e por isso temos quefazer um esforço muito grande parafazer com que as pessoas possamacreditar que a construção europeialhes traz qualquer coisa. Nãopodemos perder a perspetiva doconjunto e sobretudo países como onosso têm que estar inseridosnisso», Jorge Sampaio em entrevistaà Renascença, na véspera dereceber Prémio Nelson Mandela,23.07.2015 «Se em 26 países da UniãoEuropeia as forças partidárias sãocapazes de se entender, não éconcebível que os nossos agentespolíticos sejam incapazes dealcançar compromissos em tornodos grandes objetivos nacionais»,Presidente da Repúblicaanunciando as eleições legislativaspara 4 de outubro, 22.07.2015

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Jovens de Lisboa e Setúbalem missão nas margens do Tejo

O patriarca de Lisboa e o bispo deSetúbal consideram que a iniciativaque juntou, durante o dia de hoje,jovens das duas dioceses é umaafirmação de que partilham amesma “missão” e o mesmo “sonho”.A iniciativa «RIOnidos em Cristo -Duas margens a mesma fé» juntou300 jovens de Lisboa e Setúbal emações de evangelização nas duasdioceses e numa peregrinação a pée de barco desde a Igreja e SãoDomingos, na capital portuguesa,até ao Cristo Rei, em Almada.Em declarações à AgênciaECCLESIA, D. Manuel Clemente,recordou que muita da populaçãodas duas dioceses, particularmentea juvenil, “anda entre as duasmargens” e valorizou a iniciativa dosetor da Pastoral Juvenil de Lisboae Setúbal enquanto afirmação da“união para a missão”.

“Somos Igreja em locais distintos,em Setúbal e Lisboa, mas não édistinta a missão”, referiu o cardeal-patriarca, recordando anecessidade de uma "conversãomissionária”.“A igreja, esteja onde estiver, tem dese converter numa realidade detestemunho ativo de Jesus Cristo”,sublinhou D. Manuel Clemente.Para D. Gilberto Reis, a Igreja temde concretizar o “sonho” de ajudaras pessoas a descobrir que “a vidatem sentido”, “tem grandeza”.“O meu sonho é que nesta grandemetrópole, nesta grande região, aIgreja possa dizer às mulheres e aoshomens que aqui vivem, de umaforma significativa e bela, que Deusabraça as pessoas, não só com oCristo Rei que aqui está, mas as temno coração”, afirmou o bispo deSetúbal

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no Santuário do Cristo Rei, ondeterminou a iniciativa ‘RIOnidos emCristo - Duas margens a mesma fé’.Para os jovens que participaramnesta iniciativa, a peregrinaçãoentre as duas margens foi umapossibilidade de sair das “bolhas”em que podem estar e afirmar queos jovens estão na Igreja Católica“Precisamos de fazer estaexperiência de Igreja para perceberque não estamos sozinhos, nasnossas ‘bolhas’. Ouvir pessoasdiferentes a falar, cantar juntos umacanção leva-nos mais longe, aestarmos mais abertos”, afirmou AnaCampos, do Patriarcado de LisboaPara Mauro Santos, da Diocese deSetúbal, a “unidade entre duasmargens em Cristo” aconteceu comesta iniciativa, que afirma também a“a presença jovem na IgrejaCatólica”.

Os jovens de Setúbal encontraram-se às 11h30 em Cacilhas e foram aoencontro dos de Lisboa, às 14h00,no Largo de São Domingos.O grupo partiu depois em missãopelas ruas da Baixa lisboeta,atravessou para a margem sul edepois percorreu algumas ruas dacidade de Almada até ao Cristo Rei,onde D. Manuel Clemente presidiu àeucaristiaA iniciativa ‘RIOnidos em Cristo -Duas margens, a mesma fé!’ terminacom o concerto da ‘Banda LuzJovem’.

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Estado português e Patriarcado deLisboa apresentam projeto derecuperação da Sé PatriarcalO cardeal-patriarca de Lisboa e osecretário de Estado da Culturatomaram conhecimento no local doprojeto de recuperação evalorização da Sé Patriarcal, comapresentação do núcleoarqueológico e recuperação dosclaustros.“Neste espaço tão exíguoencontram-se uma sucessão depovos, de culturas, até de credosque é impar. No nosso país nãoconheço num espaço tão pequenocom tanta lembrança, [todos]poderão desfrutar de uma memóriaviva que é muito útil para aconstrução e reconstrução da nossasociedade”, começou por destacarD. Manuel Clemente sobre um“ganho muito grande”.Esta terça-feira nos claustros da Séde Lisboa, o cardeal-patriarcaobservou que a sociedade vive ummomento em que precisa “ganharconsciência” do que foi, é e “há deser”.A construção do reinado de D.Dinis, único gótico em Lisboa,contém vestígios de váriascivilizações, como fenícios,romanos, islâmicos e medievais.

Durante a visita às escavaçõesarqueológicas foram indicadascasas, um pavimento romano, umespaço de possível apoio à antigamesquita, lojas e espaçosmedievais.O secretário de Estado da Culturarevelou que a obra tem o custo decinco milhões de euros, ainda nãose sabe quando começam, tendodepois têm o prazo de 18 mesespara serem concluídas num lugar“central” da Sé na cidade, na“religiosidade portuguesa” e“história comum”.“A obra não vai poder começar emmenos de um ano, ano e meio. Nãoé possível em termos deprocedimentos legais, adisponibilização efetiva das verbaseuropeias. É o normal para esteefeito”, disse Jorge Barreto.

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UCP: Oferta académica da Faculdadede Teologia no próximo ano letivoO diretor da Faculdade de Teologiada Universidade CatólicaPortuguesa afirmou que a ofertaacadémica para o próximo ano letivonão se destina apenas a padres ereligiosos, mas a quem queraprofundar o “conhecimentoteológico, cultural, cientifico”.Em entrevista à Agência ECCLESIA,o padre João Lourenço reconheceque grande parte dos alunos dafaculdade são candidatos aosacerdócio, outras ordens diaconaisou ministérios, mas destaca o“anseio e desejo” da instituiçãoservir como instrumento para a“melhoria do conhecimentoteológico, cultural, cientifico” doscristãos.O curso principal da Faculdade deTeologia é o Mestrado em Teologia,destinado sobretudo aoscandidados ao sacerdócio, com umacomponente “predominantementeteológica, de investigação maisaprofundada”.Para além do curso de Teologia,pode ser frequentado na faculdadea Licenciatura em CiênciaReligiosas, destinadanomeadamente aos candidatos aprofessores de Educação moral eReligiosa Católica (EMRC).A instituição de ensino daUniversidade Católica Portuguesa

(UCP) tem também um Mestrado emEstudos da Religião acessível acandidatos com habilitações nasmais diversas áreas científicas.O plano de estudos da faculdadeinclui também o doutoramento emTeologia, que tem como “grandeobjetivo” o estudo da Teologiacomposto em duas partes: “Acurricular, no geral com dois anosem regime parcial, e termina comuma dissertação intermédia.”O doutoramento que tem váriasáreas de estudo, como história,dogmática, moral, estudos bíblicos,termina com a “grande tese deinvestigação”, que deve serrealizada em dois anos.O curso de Teologia é um dos 30 emPortugal que não têm diplomadosinscritos no Centro de Emprego,segundo dados da Direção-Geral deEstatística da Educação e Ciência(DGEEC).Uma oferta formativa que emPortugal é da responsabilidade daFaculdade de Teologia nos seustrês centros: Lisboa, Porto e Braga.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosemwww.agencia.ecclesia.pt

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10 milhões de portugueses são convidados a rezar pelo Papa

Festa da Transumância em Fernão Joanes, na Guarda

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Papa mobiliza autarcas mundiais eONU a trabalharem mais peloambienteO Papa Francisco relacionou otráfico de seres humanos com asalterações climáticas e defendeuuma posição mais firme das NaçõesUnidas, num simpósio com autarcasmundiais promovido pela AcademiaPontifícia das Ciências no Vaticano.“A Santa Sé, ou este ou aquelepaís, podem fazer discursos bonitosnas Nações Unidas (ONU), mas se overdadeiro trabalho não vier daperiferia para o centro, não teráqualquer efeito. É aí que seencontra a responsabilidade deautarcas e de governos locaisurbanos”, disse o Papa, esta terça-feira, que agradeceu a presençados autarcas “na qualidade deperiferias”.Na Casina Pio IV, Francisco frisouque mesmo que a consciência dosproblemas ecológicos se difunda“do centro para a periferia, otrabalho mais sério e profundo éfeito da periferia para o centro”.O Papa frisou que a ONU necessitade “um acordo de basefundamental” porque a organizaçãoprecisa de “se interessar” maissobre este fenómeno, “sobretudo odo tráfico de seres humanosprovocado por este

fenómeno ambiental, a exploraçãodas pessoas”.Neste contexto revelou que tem“muita esperança” num consenso eque a reunião sobre clima,agendada para novembro, em Paris,produza um documento final compropostas concretas.Inserido na temática do encontro,explicou aos presentes que aencíclica ‘Laudato Sí’ não é “verde”mas uma “encíclica social” porquena vida social do homem “não sepode separar o cuidado com oambiente”.“O problema do ambiente é umaatitude social, que nos socializa”,acrescentou.“Cuidar do ambiente significa umaatitude de ecologia humana. Já nãopodemos dizer a pessoa está aqui ea Criação e o ambiente estão ali. Aecologia é total, é humana. Foi oque quis expressar na encíclicaLaudato Sí”, desenvolveu o Papa.Segundo Francisco existe umarelação de “incidência mútua”, doambiente sobre a pessoa e você-versa, na forma como “trata oambiente”: “E, também, o efeitocontra o homem quando o ambienteé mal tratado.”

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O encontro de dois dias, quetermina hoje, tem como tema‘Escravatura moderna e alteraçõesclimáticas: o compromisso dascidades’ (Modern slavery andclimate change: the commitment ofthe cities), é promovido pelaAcademia Pontifícia das Ciências.No encontro participam presidentesdas autarquias de algumas dasmaiores cidades do mundo, como

Roma, Paris, Bogotá, Boston,Cidade do México, Oslo eVancouver.Sobre a participação lusófona, aorganização confirmou a presençade autarcas vindos do Brasil, dascidades de São Paulo, Rio deJaneiro, Porto Alegre, BeloHorizonte, Curitiba, Salvador eGoiânia; e também de Moçambique,país representado pelo presidenteda câmara de Nampula.

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Papa sublinha «potencialidades»e «graves problemas» da AméricaLatina O Papa Francisco fez hoje a suaprimeira aparição pública após aviagem ao Equador, Bolívia eParaguai e recordou as“potencialidades” e “gravesproblemas” da América Latina.“O continente latino-americano temgrandes potencialidades humanas eespirituais, guarda valores cristãosprofundamente enraizados, masvive também graves problemassociais e económicos”, advertiu,perante milhares de peregrinosreunidos na Praça de São Pedro,para a recitação do ângelus, noúltimo domingo.Falando numa “inesquecível viagemapostólica”, o Papa sustentou que aIgreja está determinada em“mobilizar as forças espirituais emorais das suas comunidades”,para solucionar os problemas daspopulações, colaborando com todaa sociedade.Francisco agradeceu o acolhimento“caloroso e afetuoso” que recebeuna sua segunda viagem à AméricaLatina, onde este entre os dias 5 e12 deste mês, tendo chegado aRoma ao início da tarde desegunda-feira, após percorrer cercade 25 mil quilómetros.O pontífice argentino referiu que,

ao longo dos oito dias passados noEquador, Bolívia e Paraguai,convidou todos os que oacompanharam a enfrentar “osgrandes desafios do anúncio doEvangelho” com o olhar em “CristoSenhor”, para encontrarem “a graçaque salva e que dá força aocompromisso do testemunho cristão”.A tradicional catequese abordou amisericórdia de Jesus, capaz de“ver, ter compaixão, ensinar”.“O seu olhar não é o de umsociólogo ou de um repórterfotográfico, porque Ele olha semprecom os olhos do coração. Estes doisverbos, ver e ter compaixão,configuram Jesus como BomPastor”, precisou.

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«O mundo não descansará enquantoAsia Bibi não for restituída àliberdade»O presidente do Grupo Parlamentarde Solidariedade com os CristãosPerseguidos no Mundo afirmou estaquarta-feira que o adiamento dasentença do Supremo Tribunalpaquistanês sobre Asia Bibi é umsinal de que a “pressãointernacional funcionou”.José Ribeiro e Castro não secongratula com a decisão, masregista o “embaraço” do tribunal emLahore e reafirma em declarações àAgência ECCLESIA que Asia Bibitem de ser “restituída à liberdade”.“O mundo não descansaráenquanto Asia Bibi não for restituídaà liberdade, que nunca lhe deveriater sido retirada, e não poder voltarao convívio do seu marido e dassuas filhas. E nós continuaremos alutar por isso, que é a nossaobrigação porque vivemos emliberdade”, declarou o deputado doCDS-PPPara José Ribeiro e Castro, oadiamento da decisão do SupremoTribubal paquistanês é “decisiva”,pois é a “última decisão” que poderevogar a condenação à pena demorte que já foi determinada porduas instâncias ou dar a liberdade aAsia BibiEsta terça-feira, deputadosportugueses enviaram um “apelo

urgente” ao presidente daRepública do Paquistão para que aapreciação do último recurso sobrea acusação a Asia Bibi decida “nosentido da libertação”.O apelo foi enviado pelo GrupoParlamentar de Solidariedade comos Cristãos Perseguidos no Mundoatravés de uma carta dirigida àembaixadora da República Islâmicado Paquistão em Lisboa.O Grupo Parlamentar deSolidariedade com os CristãosPerseguidos no Mundo é constituídopelos deputados José Ribeiro eCastro, presidente, Carina Oliveira eAntónio Cardoso, vice-presidentes,e por António Braga, AntónioCardoso, António Proa, Artur Rego,Conceição Ruão, Graça Mota; InêsTeotónio Pereira; Isabel GalriçaNeto; João Figueiredo; João Lobo;João Portugal, Maria Ester Vargas,Paula Gonçalves, Raúl de Almeida,Rosa Arezes, e Teresa Anjinho.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

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22 milhões seguem o Papa Francisco no Twitter

Entre a América Latina e o Vaticano: O balanço de uma viagem de oito dias abordo do avião

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Temperança

D. José Cordeiro Bispo de Bragança Miranda

A temperança, no seguimento das virtudescardeias, a saber, prudência, justiça e fortaleza,é uma virtude natural, que tem uma função demoderação de um apetite.Um texto de S. Paulo, pode ajudar acompreender melhor o sentido da temperança:«Não sabeis que os que correm no estádiocorrem todos, mas só um ganha o prémio?Correi, pois, assim, para o alcançardes. Osatletas impõem a si mesmos toda a espécie deprivações: eles, para ganhar uma coroacorruptível; nós, porém, para ganhar uma coroaincorruptível» (1Cor 9, 24-25).Como um carro precisa de travões, também anossa vida tem limites e há necessidade de dizernão em tantas situações e a tantas coisas. Todaa pessoa necessita de dizer não. Quem o nãofizer corre sérios riscos.A palavra temperança provém da famíliasemântica de tempo, temperatura,temperamento. Em todas estas palavras indicammistura. Na antiguidade o vinho era servido comuma dose justa de água. Ainda hoje, naEucaristia permanece esse costume, ao qual sedá um sentido simbólico da união da divindade ea humanidade, mas a origem é de temperar ovinho com a água.A temperança é, com efeito, a qualidade damoderação dos apetites e das paixões. Quemaceita os próprios limites é uma pessoa de boatêmpera, ou seja, de boa consistência.O Catecismo da Igreja Católica apresenta assima temperança: «é a virtude moral que modera aatracção dos prazeres e proporciona o equilíbrio

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no uso dos bens criados. Assegurao domínio da vontade sobre osinstintos e mantém os desejos noslimites da honestidade. A pessoatemperante orienta para o bem osapetites sensíveis, guarda uma sãdiscrição e não se deixa arrastarpelas paixões do coração). Atemperança é muitas vezes louvadano Antigo Testamento: “Nãote deixes levar pelas tuas másinclinações e refreia os teusapetites” (Sir 18, 30). No NovoTestamento, é chamada“moderação”, ou “sobriedade”.Devemos “viver com moderação,justiça e piedade no

mundo presente” (Tt 2, 12)» (n.1809).Como síntese e conclusão dareflexão acerca das 4 virtudescardeais, tomamos as palavras doCatecismo da Igreja Católica: «Viverbem é amar a Deus de todo ocoração, com toda a alma e comtodo o proceder [...], de tal modoque se lhe dedica um amorincorrupto e íntegro (pelatemperança), que mal algumpoderá abalar (fortaleza), que aninguém mais serve ( justiça), quecuida de discernir todas as coisaspara não se deixar surpreenderpela astúcia e pela mentira(prudência)» (n. 1809).

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Crónica de uma eleição anunciada

Rita Figueiras Universidade Católica Portuguesa

Há já vários anos que estudos na área daComunicação Política identificaram um padrão decobertura jornalística das campanhas eleitorais eesse padrão parece, mais uma vez, estar arepetir-se em relação às legislativas de 2015.Ainda que estejamos em fase de pré-campanha,ou melhor dizendo, em fase de crescenteintensificação da campanha permanente, nestesmeses que antecedem o ato eleitoral temosverificado que a cobertura jornalística tem-secentrado na política-espetáculo: napersonalização, na imagem, na dramaticidade eem pseudocrises. Ou seja, o conflito entreoponentes contrastados por traços de caráctertêm-se desdobrado em peças enquadradas naestratégia e no jogo político.Esta mediatização tem-se caracterizado porciclos de notícia muito curtos e superficiais. Se,por um lado, este tipo de dramaticidade é maissimples de relatar (e também se esgota maisrapidamente) do que a reflexão sobre projetospolíticos para o país; por outro, a crescentemobilidade e velocidade tecnológica têm geradoum aumento do fluxo noticioso, fazendo com quediminua a permanência de cada tema na agendamediática, bem como a sua possibilidade deaprofundamento, indo-se assim de polémica empolémica, de sound bite em sound bite. Emtermos de narrativa mediática, as sondagens deopinião também já fizeram a sua entrada. Talcomo nas campanhas anteriores, têm sido umdos temas-chave da pré-campanha, moldando oseu desenrolar.

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À medida que o dia da votação seaproximar veremos que os dadosdas sondagens vão conferir umadramaticidade acrescida àslegislativas (aliás, tal comoaconteceu nas eleições emInglaterra e no referende naGrécia). Tal como em campanhaseleitorais passadas, tudo indica quenas legislativas de 2015, acobertura jornalística vai colocar emprimeiro plano a competição entreos candidatos, deslocando asinterrogações sobre o futuro do país

para o suspense de quem vaiganhar as eleições.Ora, se o tipo de democracia de umdeterminado país também se refletena escolha dos procedimentos queestão na base da eleição dosrepresentantes e das decisõespolíticas, importa então não ignoraro que há muito os estudos têmassinalado. A forma como umademocracia conduz as suascampanhas eleitorais é, num certosentido, tão importante quanto osresultados das eleições.

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4 de outubro, uma data que chamaao voto

Carlos Borges Agência ECCLESIA

“Sei que seria possível construir o mundo justo/As cidades poderiam ser claras e lavadas Pelo canto dos espaços e das fontes/ O céu omar e a terra estão prontos A saciar a nossa fome do terrestre/ A terra ondeestamos — se ninguém atraiçoasse — proporia/Cada dia a cada um a liberdade e o reino”‘A Forma Justa’ de Sophia de Mello BreynerAndresenAntes do último debate parlamentar da atualsessão legislativa numa das ruas de acesso àAssembleia da República o trânsito estavacortado para que os carros dessem lugar aosmanifestantes.A central sindical revela que mobilizou entre 2500a três mil trabalhadores e dirigentes sindicais. Olíder entre palavras de ordem, de desagrado, deesperança, disse aos jornalistas: “À burla do votoútil, para dar estabilidade aos que queremmanter a alternância e com ela a mesma políticarespondemos com o apelo à utilidade do voto”."Estamos no verão, mas a luta não vai de férias”,afirmou ainda.No campo oposto o Presidente da República játinha manifestado intenção que a campanhapartidária não se fizesse no verão, nas praias,certamente entre a bola de Berlim e a língua dasogra, entre o protetor, o bronzeador e oscastelos de areia. Quem sabe para dar descansoaos eleitores.Algumas horas depois daquela ruidosa eengarrafadora manifestação pública, AníbalCavaco Silva anunciou que no dia 4 de outubroos portugueses são chamados às urnas e“devem

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exercer o seu direito de voto deforma livre, consciente e informada”.Entre dados e estatísticas sobreoutros países da Europa, osportugueses foram convocados adar maioria ao próximo Governo daNação, porque “aos problemaseconómicos e sociais Portugal nãopode dar-se ao luxo de juntarproblemas político-partidários”,adiantou o interlocutor com largaexperiência em eleições.A campanha oficial vai começar a 20de setembro e termina a 2 deoutubro. No dia 4 os portuguesesvão votar e a 5 de outubrocontinuam a não celebrar aImplementação da República comum feriado que foi suspenso, peloque sabemos, até 2017.Também esta quarta-feira, lá longeno Paquistão, Asia Bibi recebeu a

notícia que ia continuar na prisão,onde está há 2200 dias acusada deblasfémia.A contrastar com o “barulho” damanifestação no exterior da casa dademocracia, o caso da cristã erarecordado por representantes daFundação Ajuda à Igreja que Sofre epelo Grupo Parlamentar deSolidariedade com os CristãosPerseguidos, precisamente na SalaSophia de Mello Breyner Anderson…O poema ‘A Forma Justa’ está naentrada da sala que tem o nome dapoetisa. No dia 4 de outubro o vototambém serve para que os políticos,que são escolhidos em liberdade, eservem a nossa liberdade, possamexercer pressão, influência, mesmocom os problemas da nação, porquem tem menos que osportugueses.

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Voluntariado MissionárioNo fim de um curso superior, quando não se tem trabalho ouabandonando o emprego, são muitas as circunstâncias e maisas motivações de 900 portugueses

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Números do voluntariadoNo ano de 2015, 276 jovens eadultos realizam projetos devoluntariado missionário em paísesem desenvolvimento. Em Portugalsão cerca de 624 os que realizamatividades de voluntariado/missão.Os principais continentes a recebervoluntários são o de África, Américado Sul, América Central e Ásiarecebendo 276 voluntáriosportugueses. Entre projetos decurta e longa duração Moçambiquevai acolher 74 voluntários, CaboVerde acolhe 71, Angola acolhe 38,São Tomé e Príncipe acolhe 36, oBrasil acolhe 27, Guiné-Bissauacolhe 18 e Timor-Leste acolhe 9.Para a Bolívia partem ainda 2voluntários e para o Perú parte 1.Estes dados resultam de uminquérito feito às 61 Entidades queintegram a Rede de VoluntariadoMissionário coordenada pela FEC,ao qual responderam 44 (menos 5do que no ano anterior) sendo quedas 61, 29 enviam voluntários emmissão (menos nove do que em2014). Entre elas estão: ONGD,IPSS, Associações Juvenis,Congregações Religiosas,Paróquias, Dioceses, Fundações egrupos informais de jovens eadultos.Nos projetos de curta duração, istoé missões que podem ir entre 15dias a

6 meses, partem para os países emdesenvolvimento 249 pessoas. Emprojetos de longa duração (entre 7meses a 2 ou mais anos) partem 27.Destes, 73% são mulheres e 27%homens. No total, são 276voluntários que vão em 2015contribuir para o desenvolvimentode países de África, América do Sul,América Central e Ásia.A grande maioria dos voluntáriosque parte em 2015 tem entre 18 e30 anos, sendo que destes, 88%são estudantes, recém licenciadosou pessoas empregadas queutilizam o seu tempo de férias parase dedicar ao desenvolvimento deprojetos de voluntariadointernacional. Dos 276 voluntários que participamem projetos de voluntariadomissionário, 54 são os que vãorepetir a experiência.Com idades compreendidas entre os18 e os 35 anos, 8 pessoas deixamo seu emprego, o seu conforto, epartem este ano para países emdesenvolvimento. Um total de 12desempregados decidem dedicarseu tempo a viver este tempo dassuas vidas em experiências devoluntariado missionário,representando um total de 5% nouniverso do número de partidas.

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Evolução do número de voluntáriospor ano/missões internacionais:

Ano Nº total devoluntários

Nº Entidadesenvolvidas

Partidas por1 a 6 meses

Partidas por1 a 2 anos

2003 290 26 227 632004 301 29 202 992005 291 33 223 682006 261 30 214 472007 263 32 198 652008 283 37 220 632009 381 44 321 602010 360 41 317 432011 287 47 231 562012 402 44 353 492013 405 37 350 552014 548 49 514 342015 264 44 249 27

A maioria dos voluntáriosque parte são estudantes

e pessoas empregadasque dedicam a suas férias

à missão. 54 pessoasrepetem a experiência e

partem de novo!

Educação e Formação

continua a ser o principalfoco das entidades noterreno e as crianças,

jovens e famílias opúblico-alvo preferencial

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900 portugueses envolvidosem projetos de voluntariado Fundação Fé e Cooperação (FEC) dinamiza a Rede de VoluntariadoMissionário, composta por 61 entidades. Em cada ano, um programa deformação comum é proposto pela FEC aos candidatos ao voluntariadomissionário, que depois concretizam vários projetos em diferentes contextos,quase sempre junto dessas 61 entidades, a maioria congregaçõesreligiosas. Entrevista à Agência ECCLESIA, Catarina António, gestora deprojetos da FEC, analisa o trabalho de coordenação do voluntariadomissionário, que este ano motivou menos portugueses.

Entrevista conduzida por Paulo Rocha

Agência Ecclesia - 900 portuguesesestão envolvidos em açõesmissionárias este ano. Este númeroé inferior a outros anos. Porquê nasua opinião?Catarina António – Para partir emmissão preparam-se 276 pessoas.Em Portugal ficam 624.

AE – Daí o número que indicam de900 pessoas. Mas muitos parteminternamente para outros locais…CA – Sim, continua a ser partida,mesmo que dentro dasnossas fronteiras. Constatamos umadiminuição em relação ao anoanterior do número de pessoas queparte em missão ad gentes. EmPortugal houve uma redução masnão tão significativa.

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As razões podem ser variadas, masuma delas prende-se com o facto denão termos os dados de todas as 61entidades que integram a rede devoluntariado. Temos os dadosreferentes a 44 entidades. Muitasdelas não vão ter projetos adgentes. As razões são variadas, massó elas o poderão responder. AE – Será por falta de candidatos?CA – Acredito que sim. Temos de terem conta o momento queatravessamos no nosso país. Chegaa ser cliché falar da criseeconómica, mas a verdade é quepara partir seja em férias ou numperíodo prolongado, é precisomeios financeiros. Os voluntáriospagam as viagens e nem todos têma capacidade de largar o que têm einvestir num projeto ad gentes. AE – E a determinação de largarum emprego quando pode ser difícilrecuperá-lo?CA – Exatamente. Temos de ter issomuito em conta.

AE – os que partem, fazem-no nofinal de um curso superior,interrompem um compromissolaboral… há alguma predominância?CA – A grande maioria que partesão estudantes, entre os 18 e os 30anos, outros partem durante asférias; há quem sendo trabalhadordedique as suas férias para amissão.Temos o caso dos que sedesempregam para partir em missão– registamos oito casos este ano –em projeto de curta ou longaduração, dependendo do projeto daentidade pela qual partem. AE – Há garantia de recuperarem oposto de trabalho que tinham?CA – Eu acho que não há garantiasde nada. São voluntáriosmissionários que se entregam àmissão e a Deus o sue futuro e quevão na crença de que é umaexperiência gratuita e que Deusprovidenciará.

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AE – Quando falamos em países dedestino, falamos maioritariamenteem países de língua e expressãoportuguesa?CA – Sim, países comoMoçambique, Cabo Verde, Angola,São Tomé e Príncipe, Brasil. Esteano registamos a partida devoluntários para a Bolívia e Perú,podendo perceber diferentes locaisde missão. Vão-se descobrindonovas necessidades. A Guiné-Bissau é uma contante nos paísesde destino.

AE – Como surgem os desafios departir para projetos novos?CA – os voluntários vão integradosem projetos. Normalmente ligados acongregações religiosos ouacolhidos por elas. São projetos queestão em curso onde os voluntáriosse integram. Há um levantamentoprévio que as organizações fazem econsoante as necessidades osvoluntários são canalizados paraessas atividades nessas missões.

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AE – Quais são as principais áreasde ação onde os voluntários seintegram?CA – Essencialmente educação eformação. Continuam a ser. Hámuito trabalho desenvolvido noâmbito pastoral e cada vez mais,pessoas que se formam na área dasaúde e depois disponibilizam a suaformação nos projetos missionários.

AE – Integrando sempre projetoslocais que estão já a decorrer?CA – Sim, não faz sentido que umprojeto de 15 dia ou um mês sejagerado novo sem ser integradonuma realidade. São voluntários quevão integrados em gruposespecíficos que têm contacto com arealidade e que fazem o projetotendo em conta as realidades locais.

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AE – Há um contributo notório parao desenvolvimento desses projetoslocais ou quem chega de novo, paraprojetos de 15 dias ou um mês,pouco tempo tem para se ambientardos problemas e da realidade doprojeto?CA – Há sempre um contributo. Hásempre caras novas, formas deestar e de agir, os voluntários levamum fôlego novo à missão, vãoentusiasmados, com ideias novas. AE – Há quem defenda que osprincipais beneficiários dovoluntariado são os próprios…CA – Existe o «chavão» que euconcordo em pleno, que diz querecebemos muito mais do que o quedamos. AE – Até porque já passou pelaexperiência.CA – Exato. O contributo que ovoluntário traz para si é inegável.Ninguém volta da missão a mesmapessoa. Isso é transversal ao longodos anos que a Rede acompanhaesta realidade. O voluntário volta

transformado. Quando se diztransformado não se limita auma dimensão de uma novaexperiência que teve. Voltatransformado no seu dia-a-dia nosgestos e momentos. Recebe, porisso, muito mais do que dá. Mas ocontributo que deixa no terreno éimportante. As pessoas que vaiservir, e que o vão servir também,transformam-se igualmente. AE – No caso da sua experiência devoluntariado missionário issoaconteceu através de que projetos?CA – Eu parti com a JuventudeHospitaleira, para Timor-Leste, edepois para o Brasil. Já tinha estadoem Moçambique num projeto decurta duração. A minha vida deuuma volta completa. Mudei de curso,de amigos, de vida. O trabalho quedesenvolvo na FEC é marcado pelotrabalho no terreno. Começamos adar valor ao que antes não víamos -às pessoas, ao tempo, coisassimples.

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AE – Foram projetos de longaduração, em Timor e no Brasil?CA – Em Timor fui por um ano eacabei por ficar dois. No fundo ocoração ainda lá está. NO Brasilestive um ano.AE – Que marcas permanecem deTimor?CA – A simplicidade e o estar.Costumo alertar as pessoas quepassam pela formação da FEC quequem parte tem a tentação dequerer fazer tudo e muito. Eesquecemos de ser. O maisimportante que aprendi em Timor éque eu sou com o outro e sou narelação com o outro. No meu dia-a-dia recordo a calma, a forma deestar, de rezar. A minha forma deoração é hoje diferente porqueestive em Timor. AE – Foi no âmbito de um projetode saúde que esteve em Timor?CA – Educação para a saúde.

A minha formação profissional éeducação social e estive a colaborarcom a abertura de um centro desaúde mental em Timor. AE – E no Brasil?CA – Foi um projeto maisassistencialista, a Casa daHospitalidade, uma ajuda diretabaseado nas obras de Misericórdia. AE – Quanto aos números dovoluntariado missionário emPortugal? O que ocupa estesvoluntários?CA – O voluntariado em Portugal éum pouco diferente. A missão Adgentes corresponde a temposespecíficos, muitas vezes realizadosdurante o tempo de verão. EmPortugal o voluntariado é uma açãomais continuada, mensalmente,semanalmente.

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AE – Essas ações correspondemaos 624 voluntários?CA – Falamos de 624 voluntáriosdentro de 44 entidades – as queresponderam ao inquérito – masacredito que este número seja narealidade maior. Em Portugal há umnúmero grande de voluntários numaação regular, essencialmente ematividades de animaçãosociocultural, trabalho pastoral,junto de jovens e crianças, tambémimigrantes. Nos últimos anos nota-se uma atenção redobrada àpopulação mais idosa. AE – Estão aqui incluídos projetosque vemos acontecer em julho eagosto de grupos que partem parapopulações mais isoladas?CA – As semanas missionárias, porexemplo, desenvolvidas por muitos

grupos. No fundo podemrepresentarum treino para a missãoAd gentes. Não podemos sermissionários lá fora se não o formoscá dentro. Muitos grupos apostamem ter semanas, normalmente maisdo que uma, de trabalho maisexigente. AE – Até que ponto é importante oapoio dos que ficam a quem parte?CA – É determinante na vida dequem parte. O apoio da família edos amigos, eles podem nãocompreender, mas ninguém partesó. E nesse sentido perceber queficam pessoas a rezar e aacompanhar o seu trabalho éessencial. Esse é também um poucoo trabalho que a FEC desenvolvejunto dos voluntários e dasentidades.

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Partir em missão

Desde que me lembre, partir emmissão sempre fez parte dos meussonhos. Esse era um grande sonhomeu que agora está prestes arealizar-se.Mas afinal, porquê isto de quererpegar nas malas e partir emmissão? Sou uma pessoa que gostomuito de estar com as pessoas e depoder compartir a minha vida com adelas e vice-versa. Todo esteintercâmbio entre mim e as outraspessoas é algo muito valioso e forteé isso a razão principal que me fazquerer partir

em missão. Aliado a isso está o meuenorme gosto de conhecer outrasculturas e países, o que, aindaintensifica mais esta minha vontadede ir em missão.Todo este caminho que percorri atéir em missão foi cheio de momentosfortes e engraçados. Um dosmomentos que ficou bem guardadofoi o momento em que mecomunicaram o destino onde eu iriaem missão. Eu andava superansiosa e a contar todos os minutospara saber onde iria em missão,mas, o momento

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em que fiquei a saber que Bolíviaseria o meu destino foi o ponto alto,pois, saber onde vamos é o primeiropasso para nos prepararmosinteriormente para viver a missão.Foi aí que senti que o meu sonhoiria mesmo tornar-se realidade.A partir do momento em que soubeque iria para a Bolívia em missão foiaí que começaram a surgir asprimeiras reações da minha famíliae amigos. No meu caso, tanto aminha família como amigos sabiamque eu queria muito fazer missão e,por isso, penso que já estavammentalizados que isso viria mesmo aacontecer. Da parte da família, sentique houve alegria, mas, ao mesmotempo algum receio (característicode quem cá fica). A família bemtentava disfarçar o receio quesentia, mas, eu percebi que ele

existia. No entanto, como a minhamãe diz: “Se tu estás feliz e se isso éo teu sonho, nós ficamos a torcerpor ti” e isso deixa todos bem maiscalmos. Quanto aos amigos, sempresouberam que eu queria fazermissão e sempre me apoiaram nestemeu sonho.Agora que a hora de o sonho setornar realidade se aproxima mais,posso dizer que o nervosismo e aansiedade predominam em mim:nem acredito que o grandemomento está mesmo a chegar!Acho que só acredito nisso quandoestiver dentro do avião. Destaexperiência espero trazer o coraçãocheio de sorrisos daquelas gentes epoder compartir com eles overdadeiro dom da vida que Deusnos deu!

Sofia Baptista

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A Missão InternacionalA contagem decrescente já há muitocomeçou..Todo o trabalho, esforço, dedicaçãodurante os longos 6 meses deformações, reuniões,aprendizagens, momentos únicos egrandes amizades está prestes adar os seus frutos.É agora que o “quase” se aplica em

qualquer frase que digamos nospróximos dias. Estamos QUASEa atingir a cereja no topo do bolo, amissão. A missão implicasairmos completamente da nossa“zona de conforto”, ir à descoberta,arriscar, dar o melhor de nós ereceber o melhor dos outros,conhecer

Voluntariado Centro Juvenil e Comunitário Padre Amadeu Pinto auxiliandonas aulas de natação e dando explicações às crianças

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Voluntários do GASTagus na Associação Portuguesa de Pais e Amigos doCidadão Deficiente Mental (APPACDM) auxiliando nos trabalhos artesanais novas culturas e novos Mundos.Quando me apercebo que a minhaida é certa penso que estou cadavez mais perto da realidade. Noentanto, sei perfeitamente queapenas irei cair realmente narealidade quando os meus pésestiverem assentes em Cabo Verde.Não consigo ter noção do que estemês vai significar para mim, oquanto me vai mudar, o quanto vaiser difícil

regressar a Portugal, o quanto vaiser difícil controlar as saudades etodos os outros sentimentos queirão estar à flor da pele.A minha visão de um Mundo ondepredomine mais a igualdade, a ideiade que simples e pequenas açõespodem realmente fazer a diferença(nem que seja no meu Mundo)assim como a felicidade/realizaçãodas pessoas que vou encontrar são

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Caminhada B do GASTagus no momento-chave da Conquista. algumas das razões que me levarama tomar esta decisão e a ter odesejo sempre maior de quererpartir.A data de partida está cada vezmais próxima e vejo despertar emmim uma série de sentimentos. Aconstante ansiedade por partir, amotivação e o entusiasmo de poder

dar o melhor de mim mas ao mesmotempo o medo do desconhecido,a expectativa, a distância, asaudade, fazem com que ao longodos meus dias sejam vários ospensamentos que passam pelaminha cabeça.Através do testemunho de pessoasque já partiram em missão, vejo

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Voluntários do GASTagus nas atividades organizadas para a angariação defundos. que provavelmente o que voureceber será muito mais quandocomparado com o que vou oferecer.Esta missão é o sinónimo deoportunidade. A oportunidade dasnossas vidas. No fundo é aoportunidade de fugir da realidadeconhecida e entrar numa novarealidade, que nos vai ceder liçõespara a vida.Às pessoas que ficam cá a torcer

por nós, pedimos que apreocupação que têm paraconnosco seja inferior à que nóspróprios temos independentementedas saudades. Os mais chegadosficam de coração nas mãos mas, nofundo, eles sabem que estaremos aviver um dos maiores sonhos nasnossas vidas.

Eliana Guarda

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Guiné-Bissau, agosto de 2014Quase um ano se passou desde odia em que realmente partimos, erecordo-me de tudo o que vivi atélá. Foi um ano intenso em emoções,preparação e oração. Partir numprojeto que implica uma doaçãototal, as forças que tens e que nãotens, faz-me recordar o excerto damúsica “Tu tens que dar um poucomais do que tens (…)”. Não é fácilentender o verdadeiro significadodeste verso, mas missão é partir evoltar, e muitas vezes, só ao voltarentendemos o verdadeirosignificado do que é “Partir”…A vida é um dom que nos foiconcedido por Deus. E a nossa vidanão é tão nossa, como muitas vezesachamos ou sentimos. É mais tantod’Ele, que no-la concedeu, e quetem preparado para nós um projetode vida que só com oração evivência para os outros somoscapazes de descobrir. Dar mais doque temos é nada mais do que dara vida que não é nossa, que é deDeus e que quer que seja dada.Pois bem. Um mês de doação épouco. Quase que parece o períodoexperimental de algo. Mas para mim,foi o revirar de uma vida, foi quasecomo encontrar Deus de

frente, e sentir que este partir foidas melhores decisões que tomeiem toda a minha vida. Agradeço aosJovens Sem Fronteiras a graça deme ajudarem a fazer crescer esta fée a discernir que estava na altura de“partir”.Recordar é viver, dizem. Mas nada étão vivo como estar diante daspessoas e poder escutá-las eabraçá-las como tanto fiz e tanto mefizeram no mês em que estive emBissau. Sinto que devo partilhar umadas primeiras impressões que tiveao chegar à missão católica de S.Pedro, na paróquia de N. Sra. DaAjuda. As primeiras pessoas comquem tivemos a graça de trabalharfoi o movimento CV-AV – CoraçãoValente, Alma Valente. Ummovimento que em estrutura talvezse assemelhe aos escuteiros, masque em organização e forma detrabalhar diferem um pouco. Têmalguns lemas: “Valente, sempresorridente.” e “Coisas durasagradam-nos.” – vão assimensinando às crianças e a todos osjovens do movimento o dom dagratuidade. Dar, com amor, feliz, pormais duro que seja o trabalho, esem vontade de receber de volta.Senti-me

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particularmente pequenina noprimeiro dia de encontro com oschefes deste movimento, jovensentre os 18 e os 24 anos, poisfizeram-se pequenos diante de nós.Nunca eu em toda a minha vidahavia recebido tamanha lição dehumildade. Conhecer um movimentotão organizado, tão forte emformação humana, cristã e social, ea pedir-nos formação em algunspontos que sentiam que lhes faziafalta. Quem era eu ali? Não seidizer, mas senti que me tornei noátomo mais pequenino da salanaquele preciso momento.Para lema do projeto escolhemos“Semente de Esperança, Correntede mudança”. Creio quesonhávamos ser um pouco estasemente que

levaria a que os jovens de umaGuiné destruturada e politicamenteinstável se tornassem corrente demudança e lutassem pelo futuro doseu país. Acabámos por ser nós asentir no outro a esperança, estacorrente de mudança que nos fezficar inconformados e que (também)me traz aqui hoje a deixar estetestemunho. Li uma vez que “Omelhor argumento de um cristão é otestemunho!” (Prof. FranciscoDomingos, EMRC da EscolaSecundária de Peniche). Pois bem,deixo o meu. Pode ser que hajamais alguém a querer ser semente edeixar-se regar pelo Outro!

Raquel Carreira

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Uma vida num mêsTodos os dias saía à rua a pensarno que tinha de fazer e como tinhaque o fazer. Pensava em como agir,como me comportar, como marcaras pessoas, como deixar um poucode mim. Inocentemente, pensavaque isto era relevante…Agora já de volta a Portugal sei oque trago comigo. Acima de tudoSODADE, porque vinda de CaboVerde não poderia ser de outraforma! Trago uma riqueza queninguém pode comprar. Trago umpovo bem quente no coração queme fez apaixonar. Basta um olhar,um abraço, um “Tud’ dreto”, umatarde inteira a ser gozada pormiúdos de 8 anos para sabermosque estamos a receber amor e queacima de tudo o nosso está a serrecebido.A vila deslumbra qualquer um noprimeiro dia, pela alegria que se fazsentir nas ruas, o Zouk e o Funánáestão sempre presentes e a mornachega ao fim da tarde, as criançascorrem e jogam a bola de pésdescalços enquanto as mãescozinham a Cachupa. À medida quepassam os dia chega a revolta, omedo, a desilusão e a angústia denão ter nada. E aí começo a sentirque estive presente por mais queum só

motivo. Sinto que a aprendizagemfoi constante, que a MINHAaprendizagem foi constante! Levoem mim vivências inesquecíveis.Vejo na minha bagagem a alegriacontagiante dos Cabo Verdianos, asua fúria de viver e deixar pegadaspor onde passam. Os mesmos sãoos Cabo Verdianos onde um minutoiguala uma hora, onde uma amizadeiguala um PARA SEMPRE. Vi noolhar, no riso e nos abraços doscabo verdianos o porquê detentarem ao máximo ser felizes edançar pela vida fora. O mêspassou e agora chegou o dia dapartida. Sentámos-nos na caixaaberta e lá fomos nós para oaeroporto, a dizer adeus aos nossosnovos amigos. Subimos e descemosmontanhas aos solavancos, levámoscom ramos de árvores na cara. Ovento cortava o ar, este vento trás-nos

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mais uma vez o cheiro de CaboVerde, mas agora vemos umbocadinho mais do que apenasmontanhas, mar e terra batida,vemos uma ilha que tem tanto paradar mas ainda mais para receber.Ser missionário é isto mesmo, nosprimeiros dias somos apedrejados enos últimos abraçados, sabemosque têm sentimentos mas que nãoos querem mostrar porque nummeio como este só sobrevive quemé forte, quem é frio, quem tem

estômago para isto e muito mais.Trago comigo pés descalçosqueimados pelo alcatrão quente,trago uma história nos pésencardidos, trago a vontade dedançar quando me apetecee porque me apetece e não porque“é ocasião para”. Trago a nha TerraSão Nicolau. Quando olho para trásvejo emoções, vejo uma vida nummês e não um mês na vida.

Madalena Frischknecht

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PONTE 2015 |Quem são os voluntários deste ano???

Depois de 3 encontros de preparação (Monte Abraão, Vila da Ponte e SantaEufémia) aqui deixamos um pequeno video com imagens desses dias emque aproveitamos para nos conhecer, para programar o mês devoluntariado, para descontrair, para rezar... e agora querem saber quemsomos??? vejam o video :)O Projeto "Ponte" é apoiado pela Solsef e pelos JSF. Todos os anos no mêsde Agosto são enviados voluntários para algum país de língua oficialportuguesa, este ano foi escolhida a comunidade de Queimados na periferiado Rio de Janeiro.

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Festival Jota 2015 Online http://www.festivaljota.com

Decorre entre 31 de julho e 2 deagosto o maior e melhor evento demúsica de mensagem cristã emPortugal. Como já todos sabemosestou a falar do Festival Jota, queeste ano está de malas e bagagenspara o mítico Vale das Almas nacapital do Algarve. Assim, como éhabitual todos os anos por estaaltura, proponho que visite o sítiodaquele que já “é uma marca napastoral juvenil e na música deinspiração cristã” nacional. Daresponsabilidade do departamentoda Pastoral Juvenil da Guarda e dabanda Jota este evento conta commúltiplas atividades, “onde música,convívio, formação e diversasatividades são contextos deevangelização”. Ao entrarmos neste espaço virtualrapidamente percebemos que todoo sítio está graficamente muito bemproduzido, tendo como pano defundo uma imagem bastante jovem,agradável e muito bem enquadradacom o público-alvo a que se destina.Logo na página inicial além dasnotícias sempre atualizadas, quepretendem evidenciar a importância

deste encontro juvenil, temos aindaligações para as principais redessociais(facebook, instagram e youtube) eum destaque especial para osgrupos musicais que são, de certaforma, o mote principal desteprojeto. Além da natural ficha de inscrição,cartaz do evento, espaços dealojamento e os contactos, podemosclicar em “programa”, onde temosuma apresentação detalhada destesquatro dias de animação quecontará ainda com “workshopsambientais, desportivos e culturais,participação em jogos tradicionais,desportos náuticos e radicais, visitasa salinas e a áreas de observaçãode aves”. No item “artistas”,encontramos conteúdosrelacionados com os artistasconvidados para o festival. Que esteano conta com a presença deartistas internacionais, como osingleses ‘Crossbeam’ ou o espanholNico Montero, «considerado nestemomento o melhor artista católicoem Espanha». Estará aindapresente a banda italiana ‘The Sun’,que possui a particularidade de ser«uma banda conhecidíssima emItália, que tinha

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feito primeiras partes de grandesbandas a nível mundial («TheCure», «The Offspring» ou os«Muse») e, que entretanto, seconverteram e decidiram começar acantar Deus».Aqui fica então a sugestão de visitaao espaço deste festival paraconhecerem um pouco mais acerca

de tudo aquilo que está preparadopara proporcionar uma experiênciade alegria e fé que brota desse“encontro com Cristo que éverdadeira fonte de alegria”.

Fernando Cassola Marques [email protected]

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Associação de Defesa e Apoio à Vidade Aveiro publica livro dedicadoà «dignidade humana»A Associação de Defesa e Apoio àVida (ADAV) de Aveiro editou o livroa 'A vida conta... branco no preto'com dez contos ilustrados sobretemas relacionados com a“dignidade da vida humana” emsituação de “fragilidade”.Num comunicado enviado à AgênciaECCLESIA, a ADAV-Aveiro explicaque os contos da nova publicaçãoestão relacionados com temas como“aborto; deficiência; velhice;doença; internamento hospitalar;consumo e tráfico de droga”.“A vida conta. Conta, porque elamesma se faz enquanto narrativaúnica e pessoal. Conta, porque paraela se devem voltar os olharesquando ela mesma se afigura maisfrágil”, explica o presidente dadireção da ADAV-Aveiro, LuísManuel Pereira da Silva, no prefáciosobre o título da publicação.Para escreverem os dez contosforam escolhidos outros tantosautores de áreas da literatura,saúde, economia entre outros, comoMaria Teresa Maia Gonzalez; DanielSerrão, Walter

Osswald, João César das Neves.Cada conto é ilustrado pelo artistaaveirense Francisco Cunha.A obra 'A vida conta... branco nopreto' foi publicada no contexto dos15 anos da ADAV-Aveiro e tem achancela da editora Tempo Novo.Luís Manuel Pereira da Silvaconsidera que o livro para além damais-valia literária pode ser um“recurso útil para aulas, promoçãode debates”, ou para a “boa econstrutiva leitura”.A ADAV-Aveiro, atualmente, temsede numa sala no MercadoMunicipal de Santiago, conta com130 sócios e benfeitores e umaequipa de voluntárias que apoia 100famílias com crianças até aos trêsanos, num total de seiscentaspessoas.

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II Concílio do Vaticano: O bispo quedescansou à sombra doscastanheiros

Quando se comemora o centenário de nascimento deD. Manuel António Pires (1915-1999) é convenienterecordar um dos participantes portugueses no IIConcílio do Vaticano. Nascido a 27 de março de 1915em Vila Boa (Bragança), este prelado serviu aDiocese de Bragança-Miranda em muitos campos deação pastoral e foi pastor de Silva Porto (Angola).No livro «D. Manuel António Pires – história de vida deum missionário», da autoria de Luis Vale, lê-se queantes de partir para Portugal, a caminho da IV sessãodo II Concílio do Vaticano (1962-1965), o prelado daantiga colónia portuguesa agilizou toda a logísticanecessária para a viagem do “grupo de religiosas quese preparava para ir para Silva Porto” (cartas para airmã Marta de 26 de julho e de 14 agosto de 1965).Tal como acontecera nos anos anteriores – relata D.Manuel António Pires – a visita pastoral à dioceseterminou por volta de 20 de agosto, tendo de seguida“feito as malas e viajado para Portugal. Chegou aBragança no dia 25 de agosto, de onde escreveu aopadre Manuel Vale, “que ficara em Silva Porto,tratando de vários assuntos relacionados com aadministração da diocese”. Nessa missiva informoutambém o sacerdote que iria para Vila Boa “descansarà sombra dos castanheiros” (acervo do padre ManuelVale. A sua passagem, em trânsito para Roma, porBragança e Vila Boa também é noticiada pelo jornal«Mensageiro de Bragança», edição nº 1080, de 27agosto).Nos dias que antecederam a viagem para Roma, a 10de setembro, D. Manuel António Pires escreveu uma

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carta ao seu colaborador maispróximo onde relatou o que fez noperíodo de descanso nas terrastransmontanas. “Estive com o teuirmão na Senhora da Serra e fomosos dois a Madrid, donde acabamosde regressar. (…) Esteve muitoanimada a festa do casamento datua sobrinha Madalena. Dia 12seguirei para Lisboa para tomar oavião para Roma, dia 13 (…) Poraqui continua a grande estiagemcom graves prejuízos para alavoura” (In: «D. Manuel AntónioPires – história de vida de um

missionário», página 147).Tal como referiu, o prelado viajoupara a capital italiana no dia 13 a“tempo de iniciar, a 14 de setembro,os trabalhos da quarta e últimasessão” do concílio convocado peloPapa João XXIII e continuado peloPapa Paulo VI. Como “era seuhábito, mesmo ausente, D. ManuelAntónio Pires “não deixava de tratardos assuntos da sua diocese e, porintermédio do seu secretário,manteve-se a par de tudo o que iaacontecendo” naquela diocese.

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Julho 2015

Dia 24 Julho* Setúbal - A paróquia de NossaSenhora da Conceição inaugurauma Clínica Social Dentária.

* Braga - Auditório Vita - Sessão decinema do ciclo «Visões de umamemória da compaixão ourecordação provocante?»

* Braga - Póvoa do Varzim (DianaBar) - Lançamento do livro «Não mevenhas falar de amor, olha o que oamor te faz» do padre Paulo SérgioSilva

Dia 25 Julho* Aveiro - Lançamento da obra«Somos o poema de Deus» dopadre Manuel Armando com apresença do bispo de Aveiro.

* Açores - Igreja do Livramento -Ordenação de sacerdotal de GilSilva, membro da Congregação dosSacerdotes do Sagrado Coração deJesus, por D. Manuel Linda.

* Évora - Estremoz (GaleriaMunicipal D. Dinis) - Exposição «Osartesãos de Estremoz e o ApóstoloSantiago» (25 de julho a 27 desetembro) Dia 26 Julho* Viana do Castelo - Darque(Santoinho) - Encontro diocesano«Dia dos avós e do Idoso» com apresença de D. Anacleto Oliveira

* Fátima - Celebração do Dia dosAvós

* Coimbra - Sé Nova - Bênção dosAvós por D. Virgílio Antunes

* Porto - Amarante (Igreja de SãoGonçalo) - Concerto na Igreja deSão Gonçalo de Amarante pelaCappella Musical Cupertino deMiranda

* Lamego - Visita da imagemperegrina de Fátima à Diocese deLamego (26 a 09 de agosto)

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Dia 27 Julho* Lisboa - Instituto Superior deEconomia e Gestão - Conferência«Direito Humano a uma AlimentaçãoAdequada: Desafios eOportunidades a partir deDiferentes Geografias» por HilalElver, Relatora Especial das NaçõesUnidas para o Direito à Alimentação.

* Fátima - Encontro Nacional dePastoral Litúrgica sobre «Acomunicação na liturgia» (27 a 31de julho) Dia 28 Julho* Madeira - Funchal (Sé) - Jubileusacerdotal de D. António Carrilho Dia 30 Julho* Encerramento das candidaturaspara o «Prémio Harambee deComunicação» ligado à Prelatura doOpus Dei

* Leiria – Seminário - Encontrosobre «Crer em Deus numa culturasecularizada» por frei José Nunes epromovido pelo Metanoia (30 dejulho a 02 de agosto).

* Setúbal – Azeitão - Acampamentonacional da Fraternidade NunoÁlvares «Pelos Caminhos de SãoNuno» (30 de julho a 02 de agosto).

* Fátima - O Santuário de Fátimapromove a iniciativa «Férias parapais com filhos com deficiência» (30de julho a 05 de agosto). Dia 31 Julho* Leiria - Ourém (Igreja de NossaSenhora da Piedade) - ConcertoMagnificat.

* Faro - Festival Jota (31 de julho a02 de agosto)

* Algarve – Boliqueime - Fériassolidárias promovidas pelaComunidade de Vida Cristã (CVX).(31 de julho a 06 de agosto).

* Itália – Turim - Peregrinação dafamília salesiana e educadoressalesianos a Turim (31 de julho a 09de agosto) * França – Taizé - O Bispo de Aveiro,D. António Moiteiro, acompanhaperegrinação dos jovens a Taizé (31de julho a 11 de agosto)

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Dia dos avós

O Santuário de Fátima vai preparar um programaespecial para o Dia dos Avós, na festa litúrgica de SãoJoaquim e Santa Ana, a 26 de julho. “Consciente damissão e da importância dos avós na vida das famílias,não podia deixar passar este dia sem um programaque lhes fosse especialmente dedicado”, revela ainstituição católica. Nesse sentido, o «Dia dos Avós»começa na Capelinha das Aparições com a recitaçãodo Rosário, às 10h00, e depois a celebração daEucaristia no altar do Recinto com a consagração dosavós a Nossa Senhora e a procissão do Adeus. LiturgiaO 41.º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica, entreos dias 27 e 31 de julho no Santuário de Fátima, vaiser dedicado à temática da “comunicação na liturgia”,com especial enfoque nas novas tecnologias. Numanota enviada à Agência ECCLESIA, o diretor doSecretariado Nacional de Liturgia (SNL) destaca aimportância cada vez maior que “os meios técnicos einstrumentos de comunicação” assumem nosmomentos celebrativos das comunidades. PrémioA instituição internacional ‘Harambee África’, ligada àprelatura do Opus Dei, promove um prémiointernacional de comunicação ‘Integração, convívio,diálogo’ que pretende salientar aspetos positivossobre África e as suas comunidades e destina-se ajornalistas e jovens. As candidaturas devem serentregues até 30 de julho e o Prémio Harambee deComunicação vai ser atribuído em novembro; Aorganização aceita vídeos em português, inglês,francês, espanhol, italiano e polaco, ou noutro idiomadesde que traduzido para uma destas línguas.

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POR OUTRAS PALAVRAS

XVII domingo do tempo comum –ano B

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Pode orar-se em qualquer lugar?

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa 12h15 - Oitavo Dia

Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Marés;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexão; 7h55 -Oração daManhã; 12h00 -Angelus; 18h30 -Terço; 23h57-Meditando; sábado:23h30 - TerraPrometida.

RTP2, 11h30Domingo, dia 26 - Vida porVida: O lema dos bombeirossustantado em muitasmotivações RTP2, 15h30Segunda-feira, dia 27 -Entrevista ao diretor da ObraNacional da Pastoral doTurismo, padre CarlosGodinho.Terça- feira, dia 28 -Informação e entrevista aopadre Edgar Clara sobre oprojeto "Arte por São Cristóvão" Quarta-feira, dia 29 - Informação e entrevista deapresentação do escutismo adullto.Quinta-feira, dia 30 - Informação e entrevista aopadre António Fernandes, sobre a viagem do Papa àAmérica Latina.Sexta-feira, dia 31 - Análise às leituras de domingopelos padres Nélio Pita e Robson Cruzela. Antena 1Domingo, dia 26 de julho - 06h00 - Dia dos Avós:experiências de proximidade e distância. Comentáriodo padre José Luís Borga.

Segunda a sexta-feira, 27 a 31 de julho - 22h45 -Festival Jota: 8ª edição em Faro: diretor artístico,o padre Jorge Castela; diretor da pastoral Juvenil doAlgarve Nelson Farinha; participante João Costa;grupo Yeshua; grupo GRAAL

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Ano B - 17.º Domingo do TempoComum Saciar asfomes dopróximo

Deus preocupa-se em saciar a fome da nossa vida econta connosco para repartir o seu pão com todosaqueles que têm fome de amor, de liberdade, dejustiça, de paz, de esperança. É esta a mensagemprincipal da liturgia da Palavra deste 17.º Domingo doTempo Comum.Na primeira leitura, o profeta Eliseu, ao partilhar o pãoque lhe foi oferecido, testemunha a vontade de Deusem saciar a fome do mundo, através de gestosproféticos de partilha e generosidade para com osirmãos.Com a multiplicação dos pães, o Evangelho retoma amesma lógica de partilha, concretizada no serviçosimples e humilde em benefício dos irmãos.A fome de pão que a multidão sente e que Jesus quersaciar é um símbolo da fome de vida que faz sofrertantos dos nossos irmãos.Os que têm fome são aqueles que são explorados einjustiçados e que não conseguem libertar-se; são osque vivem na solidão, sem família, sem amigos e semamor; são os que têm que deixar a sua terra eenfrentar uma cultura, uma língua, um ambienteestranho para poderem oferecer condições desubsistência à sua família; são os marginalizados,abandonados, segregados por causa da cor da suapele, por causa do seu estatuto social ou económico,ou por não terem acesso à educação e aos bensculturais de que a maioria desfruta; são as criançasvítimas da violência e da exploração; são as vítimas daeconomia global, cuja vida dança ao sabor dosinteresses das multinacionais; são as vítimas doimperialismo e dos interesses dos grandes do mundo.A lista poderia continuar. É a esses e a todos osoutros que têm fome de vida e de felicidade que aproposta de Jesus se dirige.

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Mas isso não basta. Jesus dirige-Seaos seus discípulos, a cada um denós, dizendo: «dai-lhes vós mesmosde comer». Somos convidados acontinuar a missão de Jesus e adistribuir o pão que mata a fome devida, de justiça, de liberdade, deesperança, de felicidade. Depoisdisto, nenhum discípulo de Jesuspode olhar tranquilamente os seusirmãos com fome e dizer que nãotem nada a ver com isso. Osdiscípulos de Jesus devem fazertudo o que está ao seu alcancepara devolver a vida, a dignidade ea esperança a todos aqueles quevivem na miséria, no sofrimento, nodesespero.

No final do Evangelho, os discípulossão convidados a recolher osrestos, que devem servir paraoutras multiplicações do pão. Tarefanunca acabada, a recomeçar emqualquer tempo e em qualquer lugaronde haja um irmão com fome. Queisso seja também e sobretudo paracada um de nós. Procuremos daramor, amizade, o nosso tempo ousimplesmente um sorriso.Procuremos partilhar o que somos etemos junto daqueles com quemestamos ou encontramos noscaminhos da vida.

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.pt

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Periferias estão na missão dosespiritanos A Congregação dos Missionários doEspírito Santo realizou na últimasemana o Conselho ProvincialAlargado (CPA) onde foramdefinidas “cinco áreas de atuação”da província portuguesa,determinada em chegar "àsperiferias do mundo de hoje"."Saímos do CPA com o firme desejode que a ‘Alegria no Espírito’ não sefique pelo papel mas sejatestemunhada nas nossas vidas,comunidades, na missão de levar aBoa Nova do Reino até às periferiasdo mundo de hoje, e sejacontagiante para quem Deus querchamar para a Missão”, revela amensagem final do encontrorealizado no Seminário da Silva, emBarcelos.As áreas de reflexão sobre a vidados Espiritanos em Portugal foram:“Identidade, espiritualidade ecomunidade; Transmissão docarisma: Vocação e formação iniciale permanente; Animaçãomissionária, comunicação ecomunhão com a Igreja local;Missão, justiça, paz e integridade dacriação, e solidariedade” e“redimensionamento dascomunidades e bens materiais.”“Em cada uma das áreas foramapontadas algumas propostasconcretas que nos ajudam a

responder aos desafios que secolocam à nossa missão, noseguimento do caminho iniciado noúltimo Capítulo Provincial”, em 2012,revela a Congregação dosMissionários do Espírito Santo.Neste contexto, entre 12 e 18 dejulho, o principal objetivo destareunião magna dos Espiritanos emPortugal foi “avaliar o cumprimento”das decisões do último CapítuloProvincial e “apontar algunscaminhos de futuro” ao novoConselho eleito.Com o lema ‘Alegria no Espírito’, oscapitulares reconduziram o PadreAntónio Neves como SuperiorProvincial, para o triénio 2015-2018,que foi confirmado pelo ConselhoGeral da congregação religiosa nodia 15 de julho.Os próximos três anos vão sermarcados por “grandes eventos”relativos à Província Portuguesa dosMissionários Espiritanos como os 75anos da chegada de Espiritanosportugueses a Cabo Verde e jubileunacional dos 150 anos da presençaespiritana em Angola, em 2016;depois celebram os 150 anos dachegada dos Espiritanos a Portugale a Liga Intensificadora da AçãoMissionária (LIAM) (2017) assinala80 da

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sua fundação, em 2017.Estiveram presentes 22 pessoasentre “membros de direito,delegados, convidados efuncionários”, em representaçãodas onze comunidades em Portugal,dos doze países onde trabalham edos jovens espiritanos em formação.“Contámos ainda com a presençado Conselheiro Geral, o padre JoséManuel Sabença, do Superior doGrupo de Cabo Verde, o padre JoãoBaptista, e de Albertina Moreira uma

Leiga Associada”, informa ocomunicado final.A Eucaristia de Encerramento doCPA com a tomada de posse doSuperior Provincial eleito foipresidida pelo arcebispo de Bragaeste sábado dia 18 de julho, naigreja do Seminário da Silva.D. Jorge Ortiga recordou osobjetivos apresentados pelo PapaFrancisco na Carta Apostólica aosconsagrados para o Ano da VidaConsagrada.

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Dominicanas de Santa Catarina deSenaAs Irmãs Dominicanas de SantaCatarina de Sena reconduziram airmã Maria Clarinda Gaspar comoprovincial para o quadriénio 2015-2019, no 15.º Capítulo Provincial adecorrer em Fátima.Num comunicado enviado à AgênciaECCLESIA, as Irmãs Dominicanasde Santa Catarina de Senainformam que o Capítulo Provincialtem como tema “Com a força doEspírito, tende coragem e animai-vos”.Na reunião da Província portuguesade Nossa Senhora do Rosário foireeleita a atual superiora provincial,a irmã Maria Clarinda FerreiraGaspar, que conta com a ajuda dequatro conselheiras para oquadriénio 2015-2019.O conselho é constituído pela irmãGraça Maria de Jesus Roque eecónoma da província, a irmã Mariada Conceição de Jesus Santos, queforam reconduzidas e ainda a irmãMaria Teresa de Jesus CarvalhoRibeiro e como secretária a irmãMaria da Assunção Duarte Faustino.Segundo a informação no

seu sítio online, as Dominicanas deSanta Catarina de Sena formamuma Congregação Religiosaapostólica feminina, fundadapor Teresa de Saldanha (1837-1916), no século XIX, em Portugal,incorporada na Ordem Dominicana,tendo como protetora e modelo noseguimento de Jesus, SantaCatarina de Sena.

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Franciscanas Missionárias de MariaO Instituto das FranciscanasMissionárias de Maria (FMM), emPortugal, elegeu a irmã MariaHermínia Lopes como novasuperiora provincial para ospróximos quatro anos, 2015-2019.“Estamos ao serviço da Província dePortugal. Não é fácil acolher umanotícia destas, mas o nossocompromisso como religiosas, nestadisponibilidade e nesta entrega,passa também por esta doação edisponibilidade para estar aoserviço”, explicou a nova superioraprovincial das FMM.A confirmação do resultado daeleição chegou de Roma estasegunda-feira, divulga o jornalFolha do Domingo.A irmã Maria Hermínia Lopes vaimudar-se para a Casa Provincial,em Lisboa, em outubro, depois de34 anos ao serviço da comunidadede Porches, no Algarve.A religiosa é natural de Pindo,Concelho de Penalva do Castelo,Distrito de Viseu, e entrou para oinstituto em 1970; fez opostulantado em Lisboa e onoviciado em Braga. Professou osprimeiros votos em

1973 e os votos perpétuos em 1980.A nova superiora provincial dasFranciscanas Missionárias de Mariavai substituir no cargo a irmã Mariade Lurdes Alves com estaresponsabilidade desde outubro de2007.A congregação das FMM foifundada no século XIX, por Hélènede Chappotin, e tem como principaispilares a oração e o espíritomissionário e atualmente são cercade sete mil religiosas em 76 países.As primeiras missões em Portugalforam fundadas em 1895, primeirocom uma obra a favor dos operáriose depois com uma instituiçãodestinada à formação de candidatasà vida religiosa.

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Nigéria: Um país sequestrado pelo Boko Haram

Testemunhos de féMilhares de mortos, mais de 1milhão de refugiados, cidadesdestruídas. Semeando o terror e omedo, o Boko Haram tem posto àprova a fé deste povo. E, apesardos atentados, as igrejas continuamcheias de genteNo primeiro domingo de Julho, umduplo atentado na cidade de Jos,contra uma mesquita e uma igrejadeixou um rasto de sangue. Quasemeia centena de mortos. Ir à missa,na Nigéria, pode custar a vida. Opadre Elias fica inquieto com estasnotícias. Em 2011, a sua igreja foidestruída por um incêndio. Tal comoo atentado de 5 de Julho, o ataquecontra a igreja do padre Elias foiobra do grupo islamita Boko Haram.“Na altura, tive sorte. Não estava lá.”Se os terroristas o tivessemapanhado, ninguém imagina o quepoderia ter-lhe acontecido. “Acabeça de um sacerdote valemuito”, diz, confessando que oscristãos estão na mira das armas doBoko Haram. A igreja do padre Eliasficou destruída. “Mesmo assim,continuamos a celebrar a missa”, dizo padre Elias Kabuk. “Mas é na rua,ao ar livre. Não temos dinheiro paraconstruir uma nova igreja”.

Centenas de mortosJaneiro de 2015. A cidade de Bagaé atacada. Fala-se em mais de doismil mortos. Foi o “mais mortíferomassacre” na história do BokoHaram. Centenas de corpos ficaramespalhados pelas ruas da cidade. Amaior parte dos que morreram foramos que não conseguiram fugir atempo: crianças, mulheres, idosos.Ninguém imagina o horror. Desde2001 que a Nigéria está sob ataque.Aos milhares de mortos – calcula-seque mais de 10 mil - há queadicionar cerca de 1 milhão e meiode desalojados.Suradjo Hamadu tem 18 anos. Ospais converteram-se ao Islão. Elemanteve-se fiel ao cristianismo. Aprincípio, tudo corria bem até que oslíderes

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muçulmanos locais começaram aexigir-lhe que mudasse também dereligião. “Os meus pais disseram-meque me matariam se eu fossealguma vez mais à igreja”. Foi.Nesse dia, os próprios irmãosperseguiram-no com facas emachados para o matarem.Refugiou-se em casa de umafamília cristã. Agora vive numquartel militar que acolhe dezenasde nigerianos que fugiram do BokoHaram. Adama Asuma é uma dessaspessoas. Ainda hoje fica emlágrimas, quando recorda omassacre da sua aldeia. Ela salvou-se, correndo, sem se atrever a olharpara trás. Foi há oito meses. “Nuncaais soube o que aconteceu aosmeus pais.”

O padre Evaristus Bassey, daCaritas da Nigéria, salienta otrabalho único da Igreja noacolhimento destes refugiados. “ACatedral de Santa Teresa, em Yola,acolheu cerca de 270 pessoas. Hátambém desalojados que foramacolhidos por famílias em suascasas”. Os cristãos são um dosprincipais alvos destes islamitas queprocuram implantar a “sharia”. Cadadia que passa é como que umbarómetro para a coragem destescristãos. Hoje vão à missa? E sehouver um atentado? Da Nigériachegam-nos, todos os dias,testemunhos vibrantes de fé.

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

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Missão ao longe e ao perto

Tony Neves Espiritano

Há projetos de vida que não encaixam noesquema clássico de uma profissão escolhida. Éo caso das vidas entregues por Missionários.Estou com mais trinta membros da grandeFamília Espiritana no nosso Centro deEspiritualidade, no Seminário da silva emBarcelos a participar num Capítulo, a quechamamos de Conselho Provincial Alargado.O objetivo é avaliar os últimos três anos deMissão cá em Portugal, mas temos setedelegados que vieram de fora e tambémcontaram a história dos projetos missionárioscom que estão comprometidos de alma ecoração. Vou partilhar, muito de corrida, a Missãodestes ‘Missionários Ad Gentes’ e da suadedicação à Igreja local e ao povo que os acolhe.Começo pela América Latina do Sul, lá onde oPapa Francisco fez a sua última viagem pastoral.Do Paraguai veio o P. José Costa. É responsávelde formação numa das periferias da capitalAssunção e colabora na Paróquia que acolheu oPapa na visita que fez ao Hospital Pediátrico.Fala de gente pobre, mas com muita fé ecapacidade de lutar pela sobrevivência.O P. António Farias veio do coração daAmazónia, do Tefé. São precisas muitas horas debarco para chegar lá, ido d Manaus. Em Tefé, osespiritanos percorrem o Rio Solimões para visitare animar as comunidades ribeirinhas, muitoabandonadas á sua pobreza e isolamento. Nasperiferias da cidade há muita gente a viver comdificuldades e é lá que o P. Farias vive etrabalha.

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Em Cabo Verde, o P. João Baptista éo responsável do grupo e dá apoiopastoral aos párocos da cidade daPraia. O P. Gil Losa foi, durante 50anos, o pároco de Pedra badejo,uma paróquia enorme do interior daIlha, cheia de pequenascomunidades perdidas nasmontanhas e nas ribeiras. Continualá a dar a sua preciosa ajuda aonovo pároco.O P. Joaquim da Silva Ferreira estátrabalha há mais de 50 anos emAngola. Depois de Cacuso (Malanje)e Lundas, está há quase 25 anosno Golungo Alto onde tem muitascomunidades vivas, após anosdolorosos de guerra civil quearrasou

quase por completo esta pequena,mas importante, povoação quepertence à Província do KuanzaNorte.Em Moçambique, no corredorNampula-Nacala, está o P.Damasceno Reis. Aprendeu omacua e partilha a vida muito pobree abandonada do povo de Itoculo,visitando mais de 70 comunidadesde interior, num contexto de primeiraevangelização.Muita Missão continua á espera demãos disponíveis para trabalhar naseara que é grande, sem fronteiras.Os Espiritanos dão apenas umapequena colaboração na construçãode um mundo mais humano, maisfraterno e mais cristão.

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ouem www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC –Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

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Cada trabalhador é a mão de Cristo,que continua a criar e fazer o bem

(Santo Ambrósio)

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