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04 - Editorial: Octávio Carmo06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional20 - Opinião: D. Manuel Linda22 - Opinião: Miguel Panão24 - Semana de.. Carlos Borges26 - Dossier Quaresma 2016

28 - Entrevista Padre Rui Valério78 - Multimédia80- Estante82 - Concílio Vaticano II84 - Agenda86 - Por estes dias88 - Programação Religiosa89 - Minuto Positivo90 - Liturgia92 - Jubileu da Misericórdia94 - Fundação AIS96 - LusoFonias

Foto da capa: D.R.Foto da contracapa: Agência ECCLESIA

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar CamposPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

Roma e Moscovofazem história[ver+]

Novo Santo paraPortugal[ver+]

Quaresma deMisericórdia[ver+]

D. Manuel Linda |Octávio Carmo|Miguel Oliveira Panão | ManuelBarbosa | Paulo Aido | Tony Neves |Fernando Cassola Marques | SóniaNeves

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A coragem de mudar

Octávio Carmo Agência ECCLESIA

A Quaresma, com que os católicos se preparampara celebrar a Páscoa, só aparentemente seapresenta como um tempo triste e pessimista.Mais do que o roxo ou as cinzas, estes 40 diassão marcados por desafios à mudança e aodescentramento, para o aprofundamento dasdimensões da vida de cada um que muitas vezessão atropeladas pela correria do quotidiano e asfalsas metas para as quais corremos sem cessar.Compreendo que a proposta de “conversão” sejaolhada com desconfiança por alguns. É umapalavra que dói, implica o reconhecimento deque algo não está bem, implica mudança e isso éalgo a que, paradoxalmente, resistimos, apesarde acharmos quase sempre que este não é olugar onde devíamos estar.A conversão mais não é, em muitas situações, doque deixar de resistir. Largar tudo e confiar noque há de vir, com atenção a quem encontramosno caminho e os olhos postos numa metadefinitiva, que transcende a nossa pequenez. Porisso mesmo, ainda hoje fazem tanto sentido astradicionais práticas ligadas à Quaresma comoforma de estimular o descentramento de si e orecentramento no Outro/outro.Por decisão do Papa, o tempo de preparaçãopara a Páscoa vai decorrer sob o signo doJubileu da Misericórdia. Simbolicamente, osmissionários deste ano santo extraordinário vãoandar pelo mundo inteiro, em vez de ficarem àespera do mundo. Também aqui há umacoragem de mudança.

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Operações de resgaste após terramoto em Taiwan, 11.02.2016@Lusa

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“Uma pessoa que tem um rendimento bruto de 2000euros por mês está numa posição da distribuição dequem paga impostos em Portugal, altamenteprivilegiada. Se isto faz dessa pessoa uma pessoarica ou não... no contexto europeu garanto-lhe quenão faz. No contexto português, ela de facto estánuma posição cimeira da distribuição derendimentos”. Mario Centeno, ministro das Finanças,entrevista ao Diário de Notícias, 09.02.2016 “Seguramente hoje a conclusão pelo Eurogrupo daapreciação do nosso orçamento ajudará a reforçar aconfiança e ficará muito claro que este é umorçamento que aposta no crescimento, na criação deemprego, mas também na redução da dívida e dodéfice" António Costa, primeiro-ministro português,Lisboa, 11.02.2016 "Ontem [quarta-feira], na conferência de líderes, foi-nos dada a informação pelo secretário de Estadodos Assuntos Parlamentares de que o Governo iriaendereçar ao parlamento um texto novo doOrçamento do Estado que corrigia todas as gralhase todos os erros que pelos vistos são em quantidadesignificativa". Luís Montenegro, líder parlamentar doPSD, Lisboa, 11.02.2016 “Nem é tanto por vezes a dor física, que épraticamente atenuada ou resolvida com cuidadospaliativos, é mais uma dor de dentro, depressão,vontade de partir. Isso tem de ser correspondidopela sociedade, não eliminando a vida e tentando,assim, evitar o problema, mas respondendo commais companhia, com mais presença”. D. ManuelClemente, cardeal-patriarca de Lisboa em entrevistaà Renascença sobre o manifesto pela legalização daeutanásia, 08.02.2016

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Portugal vai ter novo santo

O Papa Francisco autorizou acanonização de Frei Bartolomeu dosMártires (1514-1590), semnecessidade de um novo milagreatribuído à intercessão do futurosanto português, anunciou aArquidiocese de Braga. “O PapaFrancisco concedeu, no passadodia 20 de janeiro, em audiência àCongregação para a Causa dosSantos, a autorização necessária àdispensa

do milagre formalmentedemonstrado para a declaração desantidade do Beato Bartolomeu dosMártires”, refere um comunicadoenviado à Agência ECCLESIA.Segundo a Arquidiocese minhota,este é um “passo significativo” quepermitirá, em breve, a conclusão doprocesso de canonização e adeclaração pública da santidade deBartolomeu dos Mártires, “antigo

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arcebispo de Braga e figura dereferência do Concílio de Trento”.Frei Bartolomeu, nascido em Lisboa,em 1514, foi ainda responsável peloterritório que hoje compreende asdioceses de Viana do Castelo,Bragança-Miranda e Vila Real.D. Jorge Ortiga, numa nota pública,afirmou que esta notícia foi acolhida“como um novo estímulo para acaminhada arquidiocesana deconversão pessoal e pastoral” ereconheceu em Bartolomeu dosMártires “um companheiro deviagem que abre novos horizontes”.Segundo a mesma nota, confirma-se para breve a colocação de umaestátua do Frei Bartolomeu noLargo de Santiago, junto à igreja deSão Paulo.Bartolomeu dos Mártires foideclarado venerável a 23 de marçode 1845, pelo Papa Gregório XVI eBeato a 4 de novembro de 2001,pelo Papa João Paulo II.A 5 de fevereiro de 2015, D. JorgeOrtiga entregou, em mãos, ao PapaFrancisco um dossier sobre a vidado antigo arcebispo de Braga eformulou o pedido de canonizaçãoequipolente. “Com a atual dispensado milagre, o processo decanonização entra numa faseconclusiva e, a curto prazo, será

anunciada a data de canonização”,refere a Arquidiocese de Braga.A 1 de maio de 2014, a ConferênciaEpiscopal Portuguesa publicou umanota pelos 500 anos de nascimentodo futuro santo, que se encontrasepultado em Viana do Castelo, noConvento de São Domingos que elepróprio mandou construir e onde serecolheu até à sua morte em 16 dejulho de 1590.A ‘canonização equipolente’, a que oPapa Francisco tem recorridos emdiversas ocasiões, é um processoinstituído no século XVIII por BentoXIV, através do qual o Papa “vinculaa Igreja como um todo para queobserve a veneração de um Servode Deus ainda não canonizado pelainserção de sua festividade nocalendário litúrgico da Igrejauniversal, com Missa e Ofício Divino”.

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Bispo de Viana espera canonizaçãorápida de frei Bartolomeu dosMártires

O bispo de Viana do Castelo esperaque frei Bartolomeu dos Mártires(1514-1590) possa ser canonizadoaté ao final do Jubileu daMisericórdia, convocado pelo Papa(20 de novembro de 2016).“Esperemos agora que acanonização, cumpridas asformalidades ainda exigidas, venhaa realizar-se no presente Ano Santoda Misericórdia”, escreve D.Anacleto Oliveira, numacomunicação aos diocesanos deViana do Castelo sobre o processode canonização.“Foi pela prática da misericórdiarecebida de Deus, e nas suasdiversas expressões, que o BeatoBartolomeu talvez mais se tenhadistinguido no seu tempo e hojetanto bem pode

fazer à Igreja, na nossa Diocese eem todo o mundo. Assim nós oouçamos e sigamos seu exemplo”,acrescenta.“O que os vianenses, desde a suamorte, se habituaram a chamar-lhe— ‘Arcebispo Santo’ —passará,dentro em breve e se Deus o quiser,a ser finalmente reconhecido portoda a Igreja”, precisa D. AnacletoOliveira.O prelado recorda que a oraçãopela canonização de Bartolomeudos Mártires foi um dos motivos dorecente ano jubilar em que secomemoraram os 500 anos do seunascimento. “Alegremo-nos eagradeçamos ao Senhor esta graça,que há tanto tempo lhe vimospedindo”, refere o bispo de Viana doCastelo.

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Igreja escreve aos namoradosportuguesesA Comissão Episcopal do Laicado eda Família (CELF) divulgou umanota sobre o Dia dos Namorados,que se assinala este domingo,deixando votos de que este temposirva para “concretizar o sonho deconstituir uma família saudável”.“Saudamos todos os namorados nodia que lhes é dedicado. Fazemo-locom alegria e esperança,augurando-lhes um futuro feliz”,escrevem os bispos queacompanham o setor familiar, naConferência Episcopal Portuguesa.Na mensagem, enviada à AgênciaECCLESIA, o organismo católicofala do namoro como “um direito eum dever de quem se sentechamado ao matrimónio”.“Desejamos que o namoro sejacada vez mais uma oportunidadepara um maior conhecimento mútuoem ordem à concretização de umprojeto de família alegre e feliz”,pode ler-se.Segundo os responsáveis católicos,uma “grande maioria” dos jovensaspira a “constituir uma famíliaestável e duradoura”, apesar decrescerem na “lógica doindividualismo” e das ideologias que“desvalorizam o matrimónio e afamília”.“Os jovens sabem que só umafamília sólida, inclusiva erespeitadora

das diferenças, dá garantias decrescimento saudável e feliz”;acrescenta a mensagem.A Igreja, recorda o texto, propõe queo tempo de namoro seja “umitinerário de reflexão, de fé e dediscernimento”.“A história de um casal e da suafamília começa a escrever-se nestetempo do namoro, com as tintas daverdade e da delicadeza, sem falsasartimanhas de conquista, semantecipar passos para, por medo derejeição ou abandono, prender ecomprometer o outro”, acrescentamos membros da CELF.A mensagem recorda as situaçõesde “fracasso familiar” como umaexperiência “dolorosa para todos”que deixa marcas, pelo que énecessário investir numa“verdadeira preparação para omatrimónio”.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosemwww.agencia.ecclesia.pt

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Lisboa: Patriarcado despediu-se da Imagem Peregrina de Fátima comdefesa da vida e da família

Bgreen - Ecological Film Festival

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Roma e Moscovo encontram-se emdia histórico para o Ecumenismo

A capital de Cuba vai receber estasexta-feira o primeiro encontro entreum Papa e um patriarca ortodoxo.Francisco e Cirilo vão reunir-seHavana, numa escala do Papa acaminho do México. "A Santa Sé e oPatriarcado de Moscovo têm oprazer de anunciar que, pela graçade Deus, sua santidade o PapaFrancisco e sua

santidade o patriarca Cirilo deMoscovo e toda a Rússia se vãoencontrar no próximo dia 12 defevereiro", refere uma nota deimprensa conjunta.O encontro em Cuba, onde opatriarca Cirilo vai estar no âmbitoda sua primeira visita oficial àAmérica Latina, inclui um "colóquiopessoal" no aeroporto internacionalJosé Martí

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de Havana e conclui-se com aassinatura de uma declaraçãocomum.Francisco vai partir de Roma às07h45 (06h45 em Lisboa) dopróximo dia 12 para chegar à capitalcubana pelas 14h00 locais (19h00em Lisboa), onde será recebidopelo presidente Raúl Castro.A reunião privada entre o Papa e opatriarca de Moscovo vai começar15 minutos depois, com a ajuda deintérpretes, prevendo-se que durecerca de duas horas.Às 16h15 locais vai ter lugar a trocade presentes e 10 minutos depois opresidente Raúl Castro junta-se aosdois líderes religiosos, antes daassinatura declaração dadeclaração conjunta católico-ortodoxa, seguida de intervençõesde Francisco e Cirilo."Este encontro dos primazes daIgreja Católica e da Igreja Ortodoxarussa, preparado há muito tempo,será o primeiro na história emarcará uma importante etapa nasrelações entre as duas Igrejas",acrescenta o comunicado oficial.A Santa Sé e o Patriarcado deMoscovo desejam que o encontro"seja um sinal

de esperança para todos os homensde boa vontade" e convida oscristãos "a rezar com fervor paraque Deus abençoe este encontro edê bons frutos".Na capital russa, o Departamentopara as Relações Exteriores doPatriarcado de Moscovo adiantavaaos jornalistas que um encontrodeste género estava em preparação"há quase 20 anos" e foi aceleradopelo "genocídio dos cristãos" àsmãos de grupos terroristas.O cardeal-patriarca de Lisboarecebeu com “muita alegria” oanúncio deste encontro, face aos“grandes desafios que se põem àhumanidade”. “Finalmente épossível, porque a globalização dosproblemas, os grandes desafios quese põem à humanidade, só portodos podem ser respondidos”,disse D. Manuel Clemente sobre oencontro entre Francisco e Cirilo.“Creio que é exatamente nestaconsciência que também surge estanotícia, esta boa notícia que adirocom muita alegria, com muitasatisfação”, acrescentou à AgênciaECCLESIA a respeito de umencontro “desejado há muito tempo”.

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Papa feliz por visitar México e rezarno Santuário de GuadalupeO Papa manifestou a sua “grandealegria” por poder visitar o México, apartir de sexta-feira, confessando asua devoção a Nossa Senhora deGuadalupe, padroeira da AméricaLatina. “Qual é um dos meusmaiores desejos? Poder visitar acasa da Virgem Maria: como umfilho, aproximar-me-ei da Mãe ecolocarei aos seus pés tudo o quelevo no meu coração, é bom podervisitar a casa materna e sentir aternura da sua presença bondosa”,disse, numa videomensagemdivulgada pelo Vaticano etransmitida este domingo natelevisão mexicana.Francisco diz que tem os mexicanosno seu coração e apresenta-secomo “missionário da misericórdia eda paz”. “[Quero] encontrar-meconvosco para confessar a nossa féem Deus e partilhar uma verdadefundamental nas nossas vidas: QueDeus nos ama muito, que nos amacom um amor infinito, além denossos méritos”, refere.O Papa promete uma atençãoespecial àqueles que “sofrem” paraos abraça e dizer-lhes que “Jesusos ama”.A viagem ao Méxicodecorre entre os dias 12 e 17 destemês: no total, o

Papa vai percorrer mais de 24 milquilómetros, o equivalente a mais demeia volta ao mundo, em 12ligações aéreas, de avião ehelicóptero, que implicam quase 36horas de voo.A 12ª viagem internacional dopontificado inclui passagens pelaCidade do México, Ecatepec, TuxtlaGutiérrez e San Cristóbal de LasCasas (Chiapas), Morelia e CiudadJuárez.No último dia em solo mexicano,Francisco vai presidir a uma Missaao ar livre na fronteira entre oMéxico e os Estados Unidos daAmérica, com o objetivo de chamara atenção dos responsáveisinternacionais para os problemasdas migrações.O Papa Francisco visitou estaquinta-feira a Basílica de SantaMaria Maior, em Roma.

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Bento XVI, três anos depoisBento XVI anunciou a sua renúnciaao pontificado há três anos e está amanter desde então uma vida derecolhimento, no Vaticano, surgindoem público para acompanharcerimónias presididas por Franciscoou receber homenagens.O agora Papa emérito apresentou asua renúncia durante uma reuniãocom várias dezenas de cardeais, a11 de fevereiro de 2013, que tinhasido convocada para aprovar acanonização de três beatos. Numadecisão que surpreendeu ospresentes, Bento XVI afirmou, emlatim, que as suas forças devido àidade avançada, já não eram“idóneas” para exerceradequadamente o seu ministério,que chegaria ao fim a 28 defevereiro de 2013.A última renúncia ao pontificadotinha acontecido em a em 1415,com a resignação do Papa GregórioXII (induzida pelo Concílio deConstância).A mais recente aparição pública deBento XVI aconteceu a 31 dedezembro, quando assistiu a umconcerto de Natal oferecido pelocoro infantil alemão ‘Jugendkantoreisu Eichstätt Dom’.Antes, a 8 de dezembro, o Papaemérito participou na abertura

do Jubileu da Misericórdia,atravessando a Porta Santa daBasílica de São Pedro.A 30 de junho, Francisco visitouBento XVI na residência do seupredecessor, no Vaticano, numencontro que demorou cerca demeia hora, antes da partida do Papaemérito para férias na residênciapontifícia de Castel Gandolfo,arredores de Roma.Bento XVI receberia a 4 de julho odoutoramento «Honoris Causa» porparte da Academia Musical deCracóvia e da PontifíciaUniversidade João Paulo II. A 31 deagosto, o Papa emérito encerrou areunião do chamado «RatzingerSchülerkreis» (círculo de estudantesde Ratzinger), o encontro anual deantigos alunos que em 2015abordou o tema ‘Como falar deDeus, hoje’.

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Papa convida a celebrar Dia Mundial do Doente

Primeira audiência geral da Quaresma 2016

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Saudação à Mulher

D. Manuel Linda Bispo das ForçasArmadas e Segurança

A pessoa em causa tinha tanto de generosacomo de desbocada. Quando me parou, na rua,com o pretexto de uma nova anedota, ousei levarao limite a nossa amizade e dizer-lhe quecertamente iria sair asneira ou entrar mosca.Sorriu, mas mesmo assim, disparou: “Sabe o queé uma mulher grávida de uma menina? Um kit delimpeza com recarga”.Devo ter esboçado um qualquer sorriso amarelo.Tão amarelo que nos despedimos quase «semjeito», como diriam os brasileiros. Mas a verdadeé que esta frase ficou-me na memória, comoespinho que não se consegue remover, nãoobstante a ter ouvido há bem mais de duasdécadas.Desde então, muita água passou já debaixo daspontes e muita mentalidade se «aggiornou». Pormérito próprio e pela força do seu braço, amulher foi conquistando, gradualmente, o seulugar na sociedade. A ponto de, emdeterminados âmbitos, pontificar. Com enormeproveito para a sociedade. Pense-se, porexemplo, no campo da saúde. E se, em algunssectores, ainda se sente minimizada ediscriminada, a direcção está traçada e a marchaé imparável: há-de verificar-se plenamenteaquela certeza do relato bíblico que a dá comouma das duas faces do ser pessoa. Portanto, empé de igualdade com o homem.Sim, na cosmovisão da fé cristã, mulher e homemnão são estranhos, competidores ou inimigos:são revelação da igual essência de “imagem esemelhança de Deus”, face dupla da mesmarealidade. Como tal, seres complementares.

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O que quer dizer que a «condiçãofeminina» é mesmo para ser isso:feminina. Tal como a masculina:como não sabemos fazer melhorque Deus, é bom que,deliberadamente, não se criemnovos «híbridos» de mulheresmasculinizadas e de homensefeminados…Por isto, a «ideologia de género»,que explora em agressividade atradicional menorização da mulher, éuma falsidade e uma desonestidadeintelectual: contestar acomplementaridade homem/mulheré o mesmo que introduzir acompetitividade e favorecer ausurpação dos «papéis» sociais. Efazer com que tudo fique na mesma,com a mera mudança de mãos. Écomo no caso do assalto: o produtodo roubo continua a ser para amera fruição individual, só mudandodo cofre do que era consideradodono para as mãos do ladrão bemsucedido…Quando vemos a actuação dealgumas senhoras em certosdomínios, mormente no da política,não ficamos com a impressãode que mais não

fizeram do que usurpar a tradicionalferocidade e irreflexão masculina naforma como propõem e defendem as«questões fracturante»? E nós queesperávamos que a chegada damulher à barra da história setraduzisse num notório processo dehumanização…A todas as mulheres, a todas semexcepção, os meus cumprimentos,neste Dia Internacional da Mulher.

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Recursos

Miguel Oliveira Panão Professor Universitário

Uma das preocupações ambientais maisevidentes são os recursos naturais. Podemospensar na água, alimentos, energia, entre outros,na equidade da sua distribuição e sobriedade noseu uso. Depois temos também os recursoshumanos, seja nas empresas, ou como força detransformação social e cultural.Um recurso natural, social, ou cultural, é umafonte de energia que dinamiza algo. É a matéria-prima que temos disponível para concretizar osnossos projetos. Nesse sentido há um tipo derecursos que não se tem explorado muito. Pensona expressão “periferias existenciais” que o Papaintroduziu na nossa linguagem. Serão essasperiferias um recurso?Quando lidamos com os nossos limites,aprendemos sempre alguma coisa com isso. Diriaque o efeito que esses limites têm sobre nósdepende muito da forma como encaramos a vida.Se somos pessimistas, qualquer limite é motivode depressão. Se somos negativistas, os limitesnão são nossos, mas dos outros. Se somosotimistas, um limite pode transformar-se emoportunidade. Uma imagem disso é como se oslimites fossem trampolins disfarçados deobstáculos enquanto não os enfrentarmos.Por exemplo, consideremos o diálogo entrecrentes e não-crentes. Se participarmos numdiálogo deste tipo somos confrontados com osnossos limites (de conhecimento, de tolerância,de inteligência, etc) e com os limites dos outros,semelhantes aos nossos. Num diálogo, fazendo aexperiência de perder

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a ideia que tenho para criar em mimo espaço de modo acolher a ideiado outro não é fácil. Mas se ofizermos, a um dado momentoestamos libertos do preconceito de“possuir a razão” que nos aprisionae impede de escutarverdadeiramente o outro.É fácil? Quem me dera!Mas quando o conseguimos produzefeito? E de que maneira!Trabalho neste momento num livrorepleto deste tipo de diálogo e apaciência do meu amigo sacerdoteque teve a coragem, e a ousadia dedesbravar novos caminhos deevangelização na blogosfera … é,simplesmente, genial. Percebi comolidar com o limite traçado pela linhade distingue crer de não-crer podefazer parte do nosso processo dematuração pessoal, logo, umrecurso imensamente valioso.Este exemplo pode ser estendidoa outros. Um dia pediram-mepara falar a estudantes do10ºano e optei

pelo tema do Futuro. Inspirei-me notrabalho do psicólogo de HarvardHoward Gardner quanto às mentesque deveríamos desenvolver paraconcretizar o futuro que aspiramos.Essas mentes são a disciplinada, asintetizadora, a criativa, arespeitadora e a ética. A um dadomomento pergunta-me um dosestudantes “falou de não deixarmosde seguir os nossos sonhos. Mas, ese a um dado momento percebemosque não temos as capacidadenecessárias para os realizar?” Belapergunta! Serão as nossasincapacidades limites aos nossossonhos? Lembrei-me de StephenHawking. Limitado? Sem dúvida. Porisso desenvolveu aquilo que tinha de melhor, a sua mente e inteligência. Ecom isso fez dos limites um trampolim. Ou seja, fica o convite aestarmos atentos aosnossos limites e a descobrir o valor defazer deles verdadeirosrecursos.

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Correr atrás do Amor

Sónia Neves Agência ECCLESIA

Depois dos disfarces retirados e do humor tertentado assaltar as caras mais sisudas e difíceisde abrir o sorriso eis que se dá o pontapé desaída para um novo tempo. O relógio segue aritmo cadente. O tempo não para. Uma novaQuaresma entra de mansinho, com novos apelostrazidos pelo homem de branco com que todossimpatizam. A Misericórdia transborda em todas asmensagens para estes quarenta dias depreparação para um dia especial, a Festa Maior,a Páscoa. Misericórdia, um vocábulo sonante egeneroso que soa pouco nos nossos dias, afinalo que é a Misericórdia? De que é feito? Quem atem? Que braços se abrem para a receber? Esteano proposto pelo Papa Francisco vai ser um“livro” que vamos lendo, página a página, paraperceber mais sobre o tema e abrir os braços às14 obras, sete espirituais e sete corporais.É difícil de perceber ou até de explicar mas sintoque a Misericórdia pode ser um ato deconversão. Todos sabemos que se podeconverter um ficheiro, por exemplo, e o inicial ficadiferente, convertido. Através de uma obra deMisericórdia também

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ocorre esta conversão, quem a faz equem a recebe não fica igual… Durantetodo o ano vai haver possibilidades desaber mais sobre a Misericórdia edescobrir este “termo amplo que sereferea benevolência, perdão e bondade numavariedade de contextos éticos, religiosos,sociais e legais”. Este ato de amor…E não posso deixar de reparar: oprimeiro domingo de Quaresma, esteano 14 de fevereiro coincide com o diados Namorados, assim designado. OPapa sublinhava a importância damudança de vida neste tempo forte e onamoro também se pode ver como umamudança de vidas, neste caso.

Aqui está um paralelo curioso…Dar valor a uma mudança devida, através de um namoro, deduas pessoas que se vãoconhecendo tendo em vista oAmor, a família. Claro que épreciso ter tempo para a paixão,para o namoro, para esseconhecimento de dádiva etolerância.Recordo-me deste dia há unsanos, em pleno centro deLisboa… Vendiam-se rosasvermelhas, as montras enchem-se de ursinhos de braçosabertos, música no ar e gente acorrer para comprar “algumacoisa” para a sua cara-metade.Faltou o tempo… Fazia sentido?Todos correm atrás do Amor equerem saltitar entre momentosfelizes. Todos querem aqueleequilíbrio emocional porque“ninguém nasce para ser infeliz.Fomos criados por Amor e paraAmar”, como escreveu D.Antonino Dias na suamensagem.Que este dia nos traga ainquietação de querer viver maise melhor, neste equilíbrio doAmor, dando o melhor de nós acada dia e lembrando todo oano da Quaresma e damudança de vida.

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A Igreja Católica começou a celebrar esta Quarta-feira deCinzas o tempo da Quaresma, que em 2016 decorre no

contexto de um Ano Santo extraordinário, convocado peloPapa. Na sua mensagem, Francisco alerta para o “delírio de

omnipotência” do ser humano, que o leva a ignorar quemsofre e esquecer Deus.

“Tal delírio pode assumir também formas sociais e políticas,como mostraram os totalitarismos do século XX e mostram

hoje as ideologias do pensamento único e da tecnociênciaque pretendem tornar Deus irrelevante e reduzir o homem a

uma massa possível de instrumentalizar”, escreve.

A preparação para a Páscoa, no Jubileu da Misericórdia, está no centro deste dossier, com entrevista

ao padre Rui Valério, um dos mais de 1070missionários da misericórdia que o Papa enviou

pelo mundo, para o perdão dos pecados.O leitor pode depois encontrar as mensagens

de todos os bispos diocesanosportugueses para a Quaresma.

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«Missionário da Misericórdia, umsinal no tempo de algo que é eterno» O padre Rui Valério é um dos 1071 sacerdotes que o Papa Francisco envioucomo Missionário da Misericórdia esta quarta-feira pelo mundo para sarar as“feridas da humanidade”, no âmbito do Jubileu que a Igreja Católica está aviver até 20 de novembro.Enviado desde o Vaticano para todas as realidades, e em concreto aoPatriarcado de Lisboa, o sacerdote assinala que no século XXI é preciso“resgatar à verdade o nome Deus” porque “Deus é misericórdia, Deus éamor, ternura, perdão”.

Entrevista realizada por Henrique Matos

Agência Ecclesia (AE) – O padreRui Valério antes de ser Missionárioda Misericórdia pertence àCompanhia de Maria, é missionárioMonfortino e há uma ligação entre asua vocação religiosa e a missãoque a Igreja agora lhe confia? Padre Rui Valério (RV) – De factoassim é, quando a iniciativa ouchamamento me chegou a principalrazão que me foi apresentada paraeste serviço da Igreja comomissionário da Misericórdia foi que ofundador da minha congregaçãoreligiosa, São Luís Maria deMontfort, foi um grande arauto damisericórdia de Deus que derramoue expandiu

pelo norte da França nos séculosXVII e XVIII. E, com esse título comoque nos transmitiu umaespiritualidade e vivência damisericórdia de Deus que nos fazvislumbrar horizontes de entrega,dedicação e de encontro aos outros.Por essa razão, talvez, tenha sido ofator não sei se decisivo, porque naIgreja todas as escolhas echamamentos que acontecem sãonorteados pela figura, pela ação epela luz do Espírito Santo mas semdúvida que ser missionárioMonfortino teve alguma peso a serchamado Missionário daMisericórdia.

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AE – Esse é o carisma da suacongregação mas qual é o carismado Missionário da Misericórdia. Oque se pede e qual vai ser a suafunção ao ser enviado pelo PapaFrancisco pelo mundo? O que é serMissionário da Misericórdia?RV – Antes de responderconcretamente à pergunta, nósquando escutamos o que para oPapa Francisco significa serMissionário da Misericórdia e, sedepois, ampliamos os horizontesdos nossos ouvidos a tudo o quesão os ensinamentos e doutrina daIgreja sobre a misericórdia

e este missionário deixe-meconfessar que nos sentimosimensamente pequeninos face àgrandeza do mistério com quesomos confrontados ou chamados,antes de mais a assimilar, atransmitir aos outros.Nós somos verdadeira pequeninosporque o Missionário daMisericórdia, segundo o que o PapaFrancisco diz na Bula o ‘Rosto deMisericórdia’ [‘Misericordiæ Vultus’,de convocação do JubileuExtraordinário] começa por escreverque “é um sinal” da misericórdia dopróprio Deus, ou seja, aquilo queprevalece na ação

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e testemunho do missionário é serindicação para um coração maior,um coração de Deus. O Papasublinha muito esta transição daternura de Deus a acontecer nomundo e o Missionário daMisericórdia é chamado a ser esteelo, esta ponte.Em segundo lugar, para o Papa omissionário é o sinal da presença daIgreja no meio do povo, ora, nalinguagem de Francisco tem umdesafio de todo o tamanho porquepara ele a missão da Igreja é ser um“hospital de campanha”. Umalinguagem militar que nos fazentender que a Igreja tem de estaronde os verdadeiros desafios sãotravados. E, aquilo que impele anessa campanha, nesse campo dedesafios é exatamente curar asferidas da solidão, as feridas damarginalização, do atropelo, asferidas da ausência de valores.Curar todas essas feridas com obálsamo e com o remédio daternura, do amor e da misericórdiade Deus. A tudo é chamadonaturalmente um missionário mas háum desafio ainda mais prementeque se coloca ao missionário. É ode estar consciente que só podedar o que ele próprio

recebeu. Traduzindo em parábolasde Jesus significa que nóssemeamos o perdão quando emprofundidade nos sentimos jáperdoados o que implica umexercício de reconhecimento danossa própria fragilidade, da nossaprópria fraqueza.Vou confessar que um dos grandesméritos da proclamação deste AnoSanto foi o de nos ter feito olharpara o pecado com serenidade e oPapa sublinhou muito no último livro,a entrevista que foi publicada emlivro, o ‘Nome de Deus é amisericórdia’. Ele diz que quandonão há reconhecimento, quandonão há aceitação das própriasfragilidades e do próprio pecadomuito dificilmente Deus encontraráuma estrada para chegar até ti epara que derrame o seu perdão e asua misericórdia.Portanto, há um conjunto dedesafios, que ao mesmo tempo sãooportunidades, que o missionáriotraz consigo mas aquilo quesublinho é que o missionário é umsinal no tempo de algo que é eterno.Um sinal no mundo dos homens dealgo que pertence ao coração deDeus e isso é um Missionário daMisericórdia.

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AE – Como é que agora vaiconcretizar este sinal. Umaitinerância por alguns lugares, umapresença, proximidade às pessoas,vai à procura dos que sofrem eestão mais fragilizados. Como quevai dar corpo a esta missão?RV – Deixe-me confessar umpormenor que não diz respeitoespecificamente à pessoa oumissão do missionário. Consideroque temos de olhar para o Jubileuda Misericórdia primeiro como umdom, em segundo como umaoportunidade e em terceiro comoum desafio. São estas as trêspalavras que colocaria ao lado deAno da Misericórdia.

É um dom para a nossa sociedade,para o nosso mundo ocidental queneste momento confronta-se comdesafios tremendos, grandes. Bastapensar que impacto tem amisericórdia relativamente à questãohoje tão dramática dos emigrantesque nos batem todos os dias àporta. Que significa que estecontinente Europa, ou o mundoocidental se deixe nortear pelocritério e pelo princípio damisericórdia.Digo apenas que misericórdia, nolatim miserer cordis, significaabertura de coração para com osmais frágeis. É um dom que nosdeixa iluminar os caminhos a trilharrelativamente a

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questões muito concretas.Há um segundo âmbito em que esteAno pode ser um dom, por exemploa complexidade que hoje caracterizao mundo do trabalho. Esta crise queé internacional fez com que emmuitos lugares o empregado, otrabalhador já não seja respeitadocomo pessoa que é. A misericórdiatem um impacto sobre esta relaçãoentre pessoas no mundo dotrabalho, empresarial.Disse também que é uma“oportunidade”, e refiro-meespecificamente para a Igreja. Aúltima grande palavra que foi ditacom estrondo na história foi

Nietzsche, em 1887, “Deus estámorto”. O século XX, nosmovimentos históricos que teve dasguerras, dos campos deconcentração, muitas vezes foramocasião para invocar esse slogan.No princípio do século XXI, o nomeDeus apareceu novamente mas foiassociado a coisas más, comoatentados, fundamentalismos. Énecessário, é preciso resgatar àverdade o nome Deus.Deus é misericórdia, Deus é amor,ternura, perdão, por isso, é um dommas é também uma oportunidade.

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Missionários da misericórdia portodo o mundo para o perdão dospecados

O Papa presidiu no Vaticano àcelebração de Cinzas, que marca oinício do tempo de Quaresma,sublinhando a importância dapartilha e da mudança de vida napreparação para a Páscoa. “É umconvite à simplicidade e à partilha:tirar algo da nossa mesa e dosnossos bens para

encontrar o verdadeiro bem daliberdade”, disse na Missa a quepresidiu na Basílica de São Pedro.Francisco estava acompanhado porcentenas de padres de todos oscontinentes, incluindo váriosportugueses, que dele receberam omandato de serem “missionários

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da misericórdia” como “símbolo einstrumentos do perdão de Deus”.“Caros irmãos, que possais ajudar aabrir as portas do coração, asuperar a vergonha, a não fugir daluz. Que as vossas mãos abençoeme consolem os irmãos e irmãs compaternidade; que através de vós, oolhar e as mãos do Pai pousemsobre os filhos e curem as suasferidas”, pediu.A reflexão referiu as práticas depenitência, oração e solidariedadeque estão ligadas ao tempo daQuaresma, na tradição católica. “Defacto, Jesus chama-nos a viver aoração, a caridade e a penitênciacom coerência e autenticidade,vencendo a hipocrisia”, referiuFrancisco.Nesse sentido, deixou votos de quea Quaresma “seja um tempo debenéfica ‘poda’ da falsidade, damundanidade, da indiferença”.“Para não pensar que tudo estábem se eu estiver bem; paraperceber que aquilo que conta nãoé a aprovação, a busca do sucessoou do consenso, mas a limpeza docoração e da vida; para reencontrara identidade cristã, isto é, o amorque serve e não o egoísmo que seserve”, precisou.

Os missionários da misericórdia são1071 padres vindos de todos oscontinentes, incluindo países comoTimor-Leste, Birmânia, China, Egitoou Líbano, para além de sacerdotesde rito oriental. Têm a faculdadeespecial de perdoar pecados“reservados”, ou seja, que sópodem ser perdoados pela Santa Sé.Francisco alertou para a tentaçãode ficar “fechado” em si próprio, semreceber a “luz” da misericórdia deDeus. Após a homilia, o Papacumpriu o rito da imposição decinzas, baixando a cabeça, e repetiudepois o gesto a vários dosparticipantes na Missa.O envio dos missionários aconteceuno final da celebração, com umaoração proferida pelo pontíficeargentino: “Olha Senhor para estesteus servos, que enviamos comomensageiros da misericórdia, dasalvação e da paz”.

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Algarve

O bispo do Algarve, na suamensagem para a Quaresma ‘Abrira porta do coração à misericórdiado Pai’, destaca três aspetos daspropostas quaresmais do Papa parauma “melhor vivência” deste tempolitúrgico.“Dar primazia à escuta orante daPalavra; reviver a aliança de Deuscom o seu povo, como história deamor e misericórdia e sermisericordiosos como o Pai pelaprática das obras

de misericórdia corporal eespiritual”, escreve D. ManuelQuintas.Neste contexto, divulga o jornaldiocesano ‘Folha do Domingo’, oprelado do Algarve convida “todosos diocesanos a viver maisintensamente este tempo” atravésda experiência da “misericórdia deDeus celebrada e partilhada” emcomunhão com o Papa Francisco e“em sintonia com a sua mensagemquaresmal”.“A Quaresma possibilitar-nos-á,

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deste modo, prosseguirmos ocaminho jubilar: deixar que amisericórdia do Pai abra a porta donosso coração; experimentar o seuamor inesgotável e fiel; tornar-se,por sua vez, misericordiosos como oPai”, refere ainda.Já na celebração das Cinzas, D.Manuel Quintas exortou a uma“escuta mais atenta da palavra deDeus”. “É sempre a palavra de Deusque motiva e ilumina a nossaconversão. Escutar a palavra édeixar-se evangelizar por ela”,afirmou, considerando que “éfavorável este tempo porque apalavra que a liturgia oferecediariamente contem em si um apelomais veemente” que “desperta maispara o crescimento

desta identificação com a pessoa deCristo”.O bispo do Algarve apelou tambéma “mais espaço à oração que sejaverdadeiramente encontro comCristo”. “É, sobretudo, na oraçãoque crescemos nesta identificaçãocom Ele”, complementou,desafiando à “partilha fraterna quedeve ser o resultado de umaprivação pessoal e expressão deuma verdadeira conversão”. “Tudoisto tem de ser provado pelacaridade, a atenção aos outros. Acaridade é sempre o termómetroque mede a verdade da nossa fé, aautenticidade da nossa oração etambém a verdade da nossaparticipação na eucaristia”, lembrou.

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Angra

O bispo de Angra pediu à IgrejaCatólica nos Açores que se deixe“incomodar e interpelar” pelarealidade que os rodeia e pelos“problemas concretos das pessoas”,na sua mensagem para a Quaresmaonde apela a uma pastoral demisericórdia. “Não podemos ficarnos templos à espera das pessoas.Temos de sair dos templos e ir aoencontro lá onde vivem e labutam.Temos de ser

«+Próximo» do nosso próximo.Temos de ser ‘missionários’presentes e atuantes na vida daspessoas lá onde é precisa maismisericórdia”, escreve D. António deSousa Braga.Na mensagem para a Quaresma2016, o prelado sublinha que umapastoral da misericórdia tem de sedeixar “interpelar e incomodar pelarealidade” que os rodeia e pelos“problemas concretos das pessoas”.

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O bispo de Angra frisa que tem de“estar atenta e conhecer” arealidade para ao estar próxima daspessoas, evitar duas tentações: “A‘espiritualidade da miragem’, em quenão se vê o que acontece à nossavolta, ou ‘a fé por tabela’, que já tema resposta feita, antes de conhecera realidade.”Neste contexto, ‘+ Próximo’ é o lemaescolhido para a Quaresma 2016retirado de um programa (2011-2014) da Caritas Portuguesa,informa D. António de Sousa Braga,na mensagem publicada no sítioonline da Diocese de Angra.O bispo de Angra apela a quedurante a Quaresma, este ano apartir de 10 de fevereiro, renuncie-se a “algo habitual” para “ajudar osrefugiados,

que vêm para Portugal”.A renúncia quaresmal que vai serentregue no ofertório da Missa deDomingo de Ramos (20 de março)vai ser dividida entre a CaritasNacional e a Caritas dos Açores: “Asinstituições que em nome da Igrejaem Portugal dão apoio aosrefugiados, independentemente dasua raça, religião e nação”, explica.D. António de Sousa Braga destacatambém que a visita da ImagemPeregrina de Nossa Senhora deFátima à diocese é um “momentoespecial de graça” de preparaçãopara viverem a Quaresma, do AnoSanto da Misericórdia, como“momento propício de conversão ede mudança de vida”.

As romarias quaresmais ganham uma especial relevância nos Açores,especialmente nas ilhas de São Miguel, Terceira e Graciosa. Os romeirose as peregrinações femininas têm ganho uma expressão cada vez maiorna quaresma e este ano não foge à regra. 56 ranchos em São Miguel,um na Terceira e outro na Graciosa percorrerão as estradas destas ilhasdurante o período da Quaresma. Previstas estão também várias romariasde mulheres, a primeira sairá já no próximo domingo na ouvidoria daLagoa.As primeiras três semanas da Quaresma ficam ainda marcadas nadiocese pela visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima,que esta quinta feira sai do Faial rumo ao Pico e depois entra na fasederradeira da sua permanência na diocese, com uma visita às ilhas deSão Jorge, Graciosa e Terceira, onde permanecerá na terceira semanada Quaresma.

Igreja Açores

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Aveiro

O bispo de Aveiro anunciou asigrejas paroquiais jubilares que, notempo da Quaresma, vão ter osacramento da reconciliação econvidou os diocesanos a “nãofechar as portas à Misericórdia”.“Declaro como jubilares todas asIgrejas paroquiais no dia em que, notempo da Quaresma, se celebrar o

sacramento da reconciliação. Apossibilidade de lucrarmos aindulgência própria do Ano jubilar éuma graça concedida pela Igreja e àqual todos devemos ter acesso”,escreveu D. António Moiteiro, namensagem para a Quaresma 2016,enviada à Agência ECCLESIA.O prelado destaca que énecessário

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nestes “tempos difíceis” evocar “asobras de misericórdia”, o que“significa apreender um novoimpulso de humanidade, para nãopermitir que a mentira, a hipocrisia,a corrupção, a avidez do poder, abarbárie e a indiferença prevaleçamneste mundo que deveria ser deproximidade, de afetos e deharmonia”.Na sua mensagem D. AntónioMoiteiro convida os diocesanos acelebrar o sacramento dareconciliação e destaca comomomentos relevantes as ‘vinte equatro horas para o Senhor’ e apresença da Imagem Peregrina

de Nossa Senhora de Fátima nadiocese em tempo pascal.“As Igrejas e outros espaços(hospital, prisão…) onde estiver aImagem de Nossa Senhora deFátima serão também lugaresjubilares, onde poderemosbeneficiar da graça deste AnoSanto”, pode ler-se na suamensagem de Quaresma.A renúncia quaresmal será repartida“entre os cristãos perseguidos peloódio da intolerância religiosa e anecessidade urgente de dotarmosos Serviços pastorais diocesanos deespaços de trabalho e de reuniões,adaptando, para o efeito, uma zonado nosso Seminário de SantaJoana”, explica D. António Moiteiro.

A Diocese de Aveiro divulgou a sua proposta de caminhada para o tempoda Quaresma e da Páscoa onde convida a viver o tema ‘Ama ao modo deDeus’ consoante a realidade destes dois períodos distintos. “A Quaresmadeve ser vivida como o grande retiro dos cristãos, onde não deve faltar aproclamação, meditação e oração da palavra de Deus, onde deve haverespaço para a reconciliação, momentos fortes de adoração ao Senhor,leitura mais atenta da palavra de Deus”, explica a Diocese de Aveiro.Já no tempo Pascal, “vivido como o tempo da Igreja”, vão dar relevo às14 obras de misericórdia, sete espirituais e sete corporais.

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Beja

A Diocese de Beja vai destinar osdonativos dos fiéis que recolherdurante a próxima Quaresma àajuda das comunidades cristãs quevivem no Médio Oriente, anunciaramD. António Vitalino e D. JoãoMarcos. “Sensível ao drama detantos cristãos que no MédioOriente são perseguidos, oConselho Presbiteral da nossaDiocese de Beja sugeriu que oproduto da Renúncia Quaresmaldeste ano lhes seja destinado”,revelam o bispo de Beja e o seucoadjutor, na mensagem para aQuaresma 2016.D. António Vitalino e D. João Marcosrevelam que em 2015 foramrecolhidos “apenas” 20 415,42euros na Diocese de Beja,destinados a ajudar as vítimas daerupção vulcânica na ilha do Fogo

em Cabo Verde e às obras da Sé.“Dizemos apenas porque estamosconvictos de que, apesar de sermospoucos, podemos e devemos ajudarmais”, escrevem os bispos.“Não fiquemos indiferentes aosofrimento e às privações dosnossos irmãos”, acrescentam.A mensagem tem como pano defundo a celebração do Ano Santo daMisericórdia, convocado pelo PapaFrancisco, e às portas jubilares queforam abertas em todas as diocesesdo mundo. “Há uma porta abertapara todos no Coração humano deDeus! Cristo, Bom Pastor, vem à tuaprocura cheio de misericórdia. Nãosejas mau

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para ti mesmo”, refere o texto.Para D. António Vitalino e D. JoãoMarcos, o tempo de preparaçãopara a Páscoa visa uma“conversão” e “transformação” quetem como expressões “a oração, ojejum, a

esmola”. “Se conheces amisericórdia de Cristo para contigo,sê misericordioso! Se conheces agenerosidade de Cristo e o seuamor, ama os teus irmãos e sêgeneroso tu também”, apelam.

“Amados irmãos e irmãs: convertamo-nos ao Senhor no tempo favorávelque Ele nos oferece nesta Quaresma, reconhecendo e confessando osnossos pecados no Sacramento da Reconciliação pelo qual se renova oBatismo e a vida cristã. Cultivemos a verdadeira piedade, a intimidadecom o Senhor na oração, que dará a simplicidade e a beleza da suagraça ao nosso viver. Praticando o jejum, esvaziemo-nos da nossasoberba e autossuficiência para sermos mansos, humildes e acolhedorespara com o próximo. Pratiquemos a esmola com a mesma generosidadee largueza com que o Pai cuida de nós e nos enche de bens. E a glóriado Senhor Ressuscitado resplandecerá em nós e na Igreja, aocelebrarmos a Páscoa que se aproxima”.

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Braga

O arcebispo de Braga desafiou ascomunidades católicas a fazer daQuaresma, que se inicia na quarta-feira, um tempo de partilha ecompromisso “com a Igreja e com obem da sociedade”.“Continuaremos, perante osinúmeros pedidos de ajuda, adestinar a renúncia quaresmal parao nosso Fundo «Partilhar comEsperança» e, numa manifestaçãoda consciência

missionária, apoiaremos as diversasiniciativas para concretizar oprotocolo de cooperação com adiocese de Pemba, Moçambique”,adianta D. Jorge Ortiga, na suamensagem, enviada à AgênciaECCLESIA.O arcebispo primaz convida os fiéisa acolher a Caminhada Quaresmalpreparada pela ComissãoArquidiocesana para a PastoralLitúrgica e Sacramentos.

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A mensagem de D. Jorge Ortiga,com o título ‘Discípulos missionáriosem conversão de coração’, realçaque “a misericórdia se expressa napartilha de bens materiais, comoconsequência de renúnciasconcretas ao supérfluo oudesnecessário”. Na sua reflexão, oarcebispo de Braga sublinha que oatual contexto cultural e social temvindo a impor uma “sede deautonomia, agravada pormecanismos de arrogância depersonalidade”.“Negligenciamos, infelizmente,qualquer apelo à interioridade e areconhecer, com humildade, anecessidade de mudar de rumo. Nalinguagem cristã, este movimento

interior é sinónimo de conversão”,precisa.“Um caminho que visa oreconhecimento do pecado e odesejo de avançar por caminhosdiferentes. Neste percurso nãoestamos sós. Ao nosso lado estãoamigos, sacerdotes e mestresespirituais com quem podemosdialogar e pedir orientação”,escreveu o prelado.D. Jorge Ortiga apontou afraternidade e a capacidade deescutar o outro como elementosfundamentais para a conversão edisse ser, neste momento,necessário “regressar a Cristo” epor Ele deixar-se seduzir.

“Peço a todas as comunidades que acolham a Caminhada Quaresmalpreparada pela Comissão Arquidiocesana para a Pastoral Litúrgica eSacramentos. “Dai-nos um coração puro” repleto da Misericórdia deDeus, aberto à conversão e comprometido com a Igreja e com o bem dasociedade.D. Jorge Ortiga

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Bragança-Miranda

O bispo de Bragança-Mirandadestinou a renúncia quaresmaldeste ano ao Fundo Social Solidárioda Conferência EpiscopalPortuguesa e às obras derequalificação do edifício central doSeminário de São José.Na sua mensagem para este tempode preparação para a Páscoa, D.José Cordeiro apela ao contributode todos para um fundo da IgrejaCatólica

em Portugal “destinado a todos osmais débeis e carenciados, sejaquais forem os seus credos ouorigens”.Exorta também as comunidades aparticiparem com solidariedade norestauro de uma “casa aberta atodos” e “uma casa do presbitério,especialmente para os sacerdotesdoentes e jubilados”.O edifício central do Seminário

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de São José vai funcionar tambémcomo “casa diocesana de retiros, decursos e de espiritualidade, comuma biblioteca e um auditório”.Terá também “quartos paraalojamento completo em articulaçãocom a igreja, cozinha, lavandaria doSeminário e ainda com a FundaçãoBetânia”, adianta o bispo.D. José Cordeiro exorta os católicosa,

durante o tempo quaresmal,reforçarem a prática das 14 obrasdemisericórdia, corporais e espirituais,que são “um património dahumanidade convertida em Cristo”.E “uma desafiante resposta humanada caridade cristã às muitaspobrezas e crises do nosso tempo:antropológica, económica, cultural,social, moral e espiritual”,complementa.

Pela segunda vez participaremos no dia mundial de oração, conforme ainiciativa do Papa Francisco – «24 horas para o Senhor» – a realizar-senos dias 4 e 5 de março, conforme a organização de cada arciprestado.A oração orienta-nos a uma vida cada vez mais santa, a sentir a Igrejacomo nossa casa e a prosseguir na objeção de consciência às intrigas eàs murmurações que fere a dignidade e o bom nome das pessoas e lesaa qualidade dos ambientes e das comunidades cristãs.A lectio divina comunitária terá o seguinte programa na igreja de NossaSenhora das Graças em Bragança, com a coordenação do SecretariadoDiocesano da Pastoral Juvenil e Vocacional e da Unidade PastoralSenhora das Graças: 15 de fevereiro – A meta da santidade: «Esta é avontade de Deus: a vossa santificação» (1Ts 4,3 – Ser santo); 22 defevereiro – Todos chamados à santidade: «Sede santos, porque Eu sousanto» (1Pd 1, 14-16; Lv 11, 44-45 – Santos no Santo dos Santos); 29de fevereiro – Santidade e Oração: «Mostra-me o teu rosto, deixa-meouvir a tua voz. A tua voz é suave e o teu rosto encantador» (Ct 2,14 – Abeleza da santidade); 07 de março – Igreja, casa da santidade: «Ele apurificou com o banho de água e a santificou pela Palavra» (Ef 5, 25-27– A Igreja santa e pecadora); 14 de março – A vocação à santidade – naigreja de Santa Maria: «Acima de tudo o Amor» (1Cor 13, 1-8 – Hino dasantidade). D. José Cordeiro

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Coimbra

O bispo de Coimbra desafiou oscatólicos da diocese a viver aQuaresma deste ano, em plenoJubileu da Misericórdia, comparticular atenção pelos maisnecessitados e por quem sofre

com a solidão. “O melhor sinal deque acolhemos o dom damisericórdia de Deus é a prática dasobras de misericórdia corporais eespirituais, outro nome para acaridade ou o

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amor fraterno. Elege algumas delascomo programa de vida, sobretudoas que te levam ao encontro dospobres, dos doentes, dos sós, dosque vivem sem amor”, escreve D.Virgílio Antunes, numa mensagemenviada à Agência ECCLESIA.O texto propõe um ‘roteiro’ para avivência quaresmal, que passa pela“leitura orante” da Bíblia, pelosacramento da Penitência e a“peregrinação”. “A caminhada quese inicia na Igreja de Santa Cruz,passa pela Sé Velha e conduz atranspor a Porta Santa do Jubileu,na Sé Nova, é imagem dadisponibilidade que manifestamospara ir ao encontro de Jesus Cristo,a única Porta da Salvação”, realçaD. Virgílio Antunes.O bispo de Coimbra recorda ainda ainiciativa ‘24 horas para o Senhor’,promovida por iniciativa doPapa Francisco, nos dias 4 e 5 demarço. “A oração mais intensa levaao encontro pessoal com Deus, aquem

se escuta com a mente e o coração e a quem se responde com a vida.Toda a Quaresma é convite àoração pessoal, familiar ecomunitária, manifestação de fé eamor a Deus e ao próximo”, assinalao prelado.Já na celebração de Quarta-feira deCinzas, o prelado realçou aimportância da Quaresma para acompreensão do mistério de umDeus que “perdoa e ama”incondicionalmente a humanidade.D. Virgílio Antunes lembrou que estetempo litúrgico tem sempre na suagénese um convite à “experiênciapessoal de encontro” interior e “comDeus”.“Nessa altura compreendemos quemesmo quando os homens não sãocapazes de nos perdoar, Deusperdoa; quando os outros desistemde nos amar, Ele continua a amar-nos; quando já ninguém nosacompanha nos sofrimentos, Deuscontinua cheio de compaixão pornós, sofre connosco”, apontou.

Em Coimbra, o montante recolhido este ano na renúncia quaresmal vaidestinar-se à formação sacerdotal e ao Seminário Diocesano, nacelebração dos 250 anos da sua fundação.D. Virgílio Antunes recorda que a solidariedade é uma das marcas davivência da Quaresma, nas comunidades católicas. “A partilha de benscom os mais pobres é sinal do amor para com todos, que o Deus rico demisericórdia nos inspira. A prática da renúncia quaresmal, tão antiga naIgreja, um dos frutos do jejum e da penitência, ajuda a sentir que a vida éum dom, que se partilha com os outros”, precisa.

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Évora

O arcebispo de Évora revelou que arenúncia quaresmal dos católicos daarquidiocese alentejana vai serdestinada este ano aos “cristãosperseguidos”. “A nossa renúnciaquaresmal será um pequeno gestode generosidade, envolvido numabraço fraterno, que juntamos ànossa oração constante, comoforma

de mitigar a violência exercida sobreesses milhares de irmãos nossos aquem queremos fazer chegar umsinal concreto do amormisericordioso de Deus”, escreveuD. José Alves, na mensagem para aQuaresma 2016, enviada à AgênciaECCLESIA.O prelado informa que o montanterecolhido “vai ser canalizado para

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os cristãos perseguidos, queperdem os seus haveres e se vêmobrigados a abandonar as suascasas e o seu país”, através daFundação Ajuda à Igreja que Sofre.‘Vai e faz tu também o mesmo’ é otítulo da mensagem para aQuaresma, inspirada na Parábolado Bom Samaritano e D. José Alvesdestaca que as palavras de Jesusnão dão lugar à “indiferença”.O responsável mobiliza a diocese aoencontro dos “desconhecidoscaídos à beira do caminho” como obom samaritano. “Se deixarmosecoar no nosso coração acompaixão há de levar-nos a sermisericordiosos”, observa.O prelado assinala ainda que adiocese adotou a expressão “sede

misericordiosos como o Pai, paralema de vida e ação” desde o iníciodo ano pastoral e, pelo Jubileu daMisericórdia, abriu a Porta Santa,em Vila Viçosa, “símbolo de Cristo, averdadeira Porta que dá acessolivre e gratuito à misericórdia do Pai”.“Todos temos ao nosso alcance umconjunto de meios paraexperimentar e celebrar amisericórdia, que transforma ocoração e nos torna capazes depraticar as obras de misericórdia emfavor do próximo”, destaca.D. José Alves considera também quena figura do samaritano Jesusofereceu “um ícone da misericórdia”,que deveria guiar sempre o “modode proceder como cristãos e,nomeadamente, neste tempoquaresmal”.

Ao longo dos 40 dias da Quaresma, a Pastoral Juvenil vai publicar na suapágina de facebook (Dpjevora) um desafio diário, cujo objetivo é ajudar aviver com intensidade e radicalidade este tempo de preparação para aPáscoa.Os desafios serão feitos por 40 jovens da diocese e serão partilhados emformato de vídeo.

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Funchal

O bispo do Funchal, revelou que adiocese vai “ajudar os cristãosperseguidos, em especial no Iraquee na Síria” com a sua renunciaquaresmal, através da FundaçãoAjuda à Igreja que Sofre. “Perante asituação angustiante em que seencontram milhares de cristãos,expulsos de suas casas e impedidosde professar e celebrar livremente asua fé, a diocese encaminha arenúncia para ajudar os cristãosperseguidos,

em especial no Iraque e na Síria”,explica D. António Carrilho, namensagem para a Quaresma 2016.O prelado revela que para estaescolha foi tida “em atenção osmúltiplos apelos do Papa e dealguns bispos do Médio Oriente”,aos quais não podiam “ficarindiferentes”.“A participação é muito livre,segundo as possibilidades e aconsciência pessoal dos fiéis”,observa o bispo do Funchal sobreestas ofertas que vão

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ser recolhidas “nos ofertórios dasmissas dos dias 19 e 20 de março,sábado e Domingo de Ramos”.Na mensagem, também disponívelno sítio online da Diocese doFunchal, o prelado assinala que otempo da Quaresma com a sua“peculiar espiritualidade” podeajudar na “aprendizagem de umcoração misericordioso”. “Saibamos,pois, descobrir formas de noscolocarmos em contacto com aSagrada Escritura, em especial comas parábolas da misericórdia, comos gestos e encontros de Jesus,que transformam a vida e o coraçãodos que se deixam tocar por Ele”,desenvolve D. António Carrilho.Neste contexto, o bispo diocesanoincentiva os pais a ensinar os filhosa rezar e rezar com eles e como“principais responsáveis eeducadores da fé” saibamtransmitir-lhes os valores mais“importantes para o seu crescimentoe para a sua integração eparticipação na sociedade”. “Estamuito contribuirá para formaradultos responsáveis, com coraçõesatentos a Deus que fala, nosinquieta e desafia a irmos maislonge, também na atenção e escutado nosso próximo, dos outrosnossos irmãos”.O prelado que pretende que seaprenda a “misericórdia através da

Reconciliação”, dirige-se tambémaos sacerdotes que quem pede queprocurem “formar os cristãos” paraesse sacramento: “Criar horários e,se possível, maior disponibilidade,para que o povo de Deus possafacilmente manter proximidade coma Sua Palavra e celebrar aReconciliação”.O tempo litúrgico da Quaresma, emcontexto de Ano Jubilar “desafia arefletir” sobre as Obras deMisericórdia corporais e espirituais ea trazê-las para “os gestos eatitudes da vida quotidiana”. “AIgreja ensina-nos o valor dacaridade, do dar cada um algo de simesmo e do que é seu: sair doegoísmo e da indiferença, caminharmais para Deus e para os outros”,acrescenta D. António Carrilho.Segundo o bispo do Funchal, este étambém o “tempo favorável” pararealizarem a “peregrinaçãoespiritual” para “passar do pecado àvida da graça, do desânimo à felizcerteza da presença de Deus, daindiferença à ousadia da ação e dosgestos de misericórdia”.Este sábado, a diocese insularrecebe a Imagem Peregrina deNossa Senhora de Fátima e D.António Carrilho assinala o convite“à oração, à conversão, àperseverança no bem, a deixar opecado, a aproximar-se de Deuscom todo o coração”.

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Guarda

O bispo da Guarda vai destinarparte da renúncia quaresmal desteano para Angola, maisconcretamente para o apoio acrianças necessitadas da região deKilenda, a 380 quilómetros deLuanda. Em causa, segundo D.Manuel Felício, estão “300 crianças”atualmente a serem acompanhadaspela missão D. João de OliveiraMatos e que ali cumprem o ensinobásico,

pela mão da Liga dos Servos deJesus.“Muitas destas crianças não têmpossibilidade de fazer uma únicarefeição por dia”, realça o prelado,que destaca ainda “as crianças que,nos aldeamentos vizinhos, sãovisitadas e acompanhadas” pelamesma comunidade religiosa.A outra parte dos donativos queforem recolhidos ao longo destetempo

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quaresmal vai ser reservada para“responder a necessidadesconcretas” das populações daregião da Guarda.D. Manuel Felício recorda o fim dofundo nacional de solidariedade,que até há bem pouco tempo eratutelado pela Conferência EpiscopalPortuguesa. Este recurso “acabou,mas as necessidades continuam”,frisa o prelado, que espera agoraconseguir criar “um fundodiocesano” que permita “continuar”a atender às

dificuldades das pessoas umpouco por todo o território, emparceria com “a Cáritas diocesana ecom as Conferências de S. Vicentede Paulo”.“Estamos na Quaresma para ir aosfundamentos da nossa identidadede discípulos de Cristo. Não oesqueçamos: a nossa generosidadepara com os irmãos será sempresuperada pela infinita generosidadede Deus a nosso favor”, conclui obispo da Guarda.

“Não esqueçais os pobres” – foi o apelo dirigido pelo Papa Francisco àcimeira do Fórum Económico Mundial reunida em Davos (Suíça) de 20-23 de Janeiro passado. E acrescenta nesta sua mensagem: “Perantemudanças profundas e epocais, os líderes mundiais são desafiados agarantir que a chegada da quarta revolução industrial, com os efeitos darobótica e das diferentes inovações e tecnologias, não leva à destruiçãodo ser humano”. Este apelo do Papa Francisco está mais do quejustificado, perante duas revelações feitas no referido Fórum. Uma delasé que a quarta revolução industrial, já em curso, vai gerar nos próximos 5anos, entre os países desenvolvidos e emergentes, pelo menos mais 5milhões de desempregados. A outra é que as 62 pessoas mais ricas domundo possuem tanto como metade da população mundial (a maispobre, logicamente).D. Manuel Felício

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Lamego

O bispo de Lamego quer que oscatólicos da diocese façam daQuaresma “um tempo de diferençae não de indiferença”. “Dilatemos ascordas do nosso coração até àsperiferias do mundo, e que o nossoolhar seja de Misericórdia para osnossos irmãos de perto e de longe.Façamos um exercício de verdade.

Despojemo-nos, não apenas do quenos sobra, mas também do que nosfaz falta”, apela D. António Couto,numa mensagem enviada à AgênciaECCLESIA.O bispo de Lamego liga esse tempolitúrgico à celebração do Jubileuextraordinário, convocado peloPapa, e sustenta que “o olharsuplicante

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e o rosto enrugado de cada homeme de cada mulher que sofre, decada criança abandonada e triste, éa verdadeira «Cátedra»” de ondeDeus “ensina e ordena aMisericórdia”.A mensagem de Quaresma de D.António Couto anuncia ainda odestino da renúncia quaresmal,prática em que os fiéis abdicam dacompra de bens adquiridoshabitualmente noutras épocas doano, reservando o dinheiro parafinalidades especificadas pelo bispoda sua diocese. “Vamos destinaruma parte da nossa esmolaquaresmal para o Fundo SolidárioDiocesano, para aliviar as dores dosnossos irmãos e irmãs de perto queprecisam da nossa ajuda, e sãocada vez mais”, adianta.Após defender a necessidade deabrir o coração “a todos os quesofrem”, perto ou longe, o preladoinforma os fiéis das 223 paróquiasda Diocese de Lamego que outraparte destes donativos quaresmaisse destina aos “irmãos e irmãsatingidos pela lepra”.

A mensagem elenca alguns dadosrelativos ao compromisso da Igrejaneste campo, como as 611leprosarias espalhadas pelos cincocontinentes, desde a Ásia (328), àÁfrica (201), América (59), Europa(22) e Oceânia (1).“O fruto da nossa caridade seráentregue à Congregação para aEvangelização dos Povos, que ofará chegar ao terreno através dasObras Missionárias Pontifícias, queé um dos serviços integrados nestaCongregação”, adianta D. AntónioCouto.O bispo de Lamego conclui a suamensagem com uma série desaudações, incluindo os “doentes,carenciados e desempregados, e asfamílias que atravessamdificuldades”.“Uma saudação de particularcarinho a todos aqueles que tiveramde sair da sua e da nossa terra,vivendo a dura condição deemigrantes”, acrescenta.

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Leiria-Fátima

O bispo de Leiria-Fátima anunciouque a renúncia quaresmal dadiocese vai destinar-se a uma “obrapara ajudar mulheres grávidas emdificuldade” e convidou diocesanosa praticar obras de misericórdia. “Ocontributo penitencial destaQuaresma destina-se a umainiciativa de apoio social eeconómico a grávidas emdificuldade, que vamos implementarna nossa

diocese através da CáritasDiocesana. Não basta lamentar-seda chaga do aborto; são precisasiniciativas concretas para prevenir”,escreveu D. António Marto, na suamensagem de Quaresma,"Caminhos de Misericórdia", enviadaà Agência ECCLESIA.Olhando o tempo da Quaresma,neste ano que “não pode sersimplesmente

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como as anteriores”, é “ocasiãopara viver e testemunhar amisericórdia com gestos concretos”o prelado sugeriu ainda que cadadiocesano tenha o “propósito depraticar, ao longo da quaresma,uma obra de misericórdia corporal eoutra espiritual”. Outro dos aspetosrealçados por D. António Marto é a“valorização do sacramento dareconciliação” como forma de“caraterizar a renovação espiritual epastoral do Ano da Misericórdia”.“É necessário redescobrir aimportância deste sacramento” e “aatitude dos ministros dosacramento, os confessores, deveser a de um pai.

A sua primeira tarefa é acolhermesmo quem se encontra emsituações difíceis: um acolhimentocordial, compassivo, paciente erespeitador da dignidade e dahistória pessoal de cada penitente”,referiu. O bispo de Leiria-Fátimaapontou ainda na sua mensagemdois momentos altos deste tempo deQuaresma, o retiro popular sob olema “A graça da misericórdia sob oolhar de Maria”, para o qual pediaàs comunidades “empenho naorganização” da caminhadaespiritual e a iniciativa ”24 horaspara o Senhor”, a realizar nos dias 4e 5 de março, “uma oportunidade deescuta orante da Palavra nummomento intenso de oração eadoração”.

O Serviço Diocesano de Catequese de Leiria-Fátima propõe para estaQuaresma a campanha ‘Pegadas de misericórdia’, ao “encontro com aMisericórdia de Deus”, que se expresse na vivência das obras demisericórdia espirituais. A base para esta proposta de caminhada é aliturgia, “centrando a atenção nos textos do Evangelho de cada domingo,a partir do qual se propõe a vivência de uma das obras de misericórdiaespirituais”.Esta proposta para a catequese mas também para as famílias e ascomunidades da diocese apresenta quatro objetivos, incentivando oprimeiro a viver a Quaresma como um “’tempo oportuno’ para acolher eexpressar a misericórdia de Deus”. “Aprofundar o conhecimento dasobras de misericórdia espirituais; Promover o diálogo, a reflexão e aoração em família; Motivar para a participação das famílias nacomunidade”, são os outros três propósitos.

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LisboaO cardeal-patriarca de Lisboaincentivou as comunidades católicasà aplicação prática das Obras deMisericórdia Corporais e Espirituaisque “são campos abertos àcaridade criativa, com muito porfazer na cidade de todos”.Na mensagem para a Quaresma2016, D. Manuel Clemente começapor explica que “viver” o tempo depreparação para a Páscoa, nadiocese, no país e no mundo, “temtanto de local como de universal” eno Patriarcado de Lisboa “significacaminho sinodal” para chegar atodos “pelo Evangelho de Cristo”.Neste contexto, destaca que estetempo litúrgico “serve para ‘“rasgaro coração’”: “Aproveitemos estetempo tão especial de graça – aQuaresma do Ano Santo daMisericórdia -, para que a escutamais atenta da Palavra de Deus eos atos mais decididos da caridadeprática nos levem a fazê-lo, emgeral benefício”.D. Manuel Clemente revela que vaiencaminhar a renúncia quaresmalpara o Apoio Diocesano às Obrasde Misericórdia (ADOM), a fim de“corresponder aos crescentespedidos de ajuda de entidades queas

praticam”. “Somos a resposta deCristo ao mundo; peçamos a Cristoa graça de a prestarmos”, observa,recordando que as 14 Obras deMisericórdia na “formulaçãotradicional e facilmente memorizável”são um “bom exercício quaresmal”que pode ser colocado em prática“até à Páscoa”.“Lembrando cada uma,imediatamente nos ocorremconcretizações urgentes oupossíveis. Nas nossas casas,comunidades, escolas, hospitais,prisões, locais de trabalho ouconvívio, não faltam ocasiões eapelos”, mobiliza, pedindo“redobrado esforço” em cada umadelas “no singular e no conjunto”.Para o cardeal-patriarca, como serecusa o materialismo “igualmente”deve ser evitado “qualquerespiritualismo oco” para que ascomunidades possam-se dedicar a“um serviço concreto e global, comoo Evangelho ensina”.“As chamadas ‘questõesfraturantes’, que sucessivamenteirrompem, fraturam-nos sobretudo anós como humanidade, quando sealegam assim chamados ‘direitos’ dealguns para nos desresponsabilizarda resposta

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solidária que devíamos dar a todos,com mais cuidado e companhia”,alerta.Sublinhando que fraquezas dosoutros “nunca sejam pretexto paradesistir seja de quem for”, D.Manuel Clemente destaca que aqui“situa-se, precisamente, o desafiodo amor cristão”.No contexto das Obras deMisericórdia e ainda sobre acaminhada sinodal, o cardeal-patriarca revela que algumasconclusões dos grupos vão nosentido de valorizar “os nexosfamiliares, comunitários eintercomunitários, para que ninguémfique isolado

nem se isole a si próprio, da infânciaà velhice”.Na Mensagem para a Quaresma2016 há também o incentivo aoacolhimento de quem procura“sobrevivência e trabalho”, dadoque no Patriarcado de Lisboapodem “cruzar-se dezenas depessoas de várias proveniências etradições, religiosas ou outras”. “Eno futuro, eles e nós, seremos asociedade de todos, sobre a basecomum de direitos humanosrespeitados e, de facto, praticados”,comenta D. Manuel Clemente, sobreeste “largo campo para a práticadas obras de misericórdia”.

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Portalegre-Castelo Branco

O bispo Portalegre-Castelo Brancoincentiva que se viva a Quaresmacom “oração, jejum e partilha”.“Vivamos a Quaresma com alegria eesperança”, incentiva D. AntoninoDias Quaresma na sua mensagemonde pede que os diocesanosdediquem “mais tempo à escutaorante da Palavra de Deus”

e coloquem o Sacramento daReconciliação “no centro, poispermite tocar sensivelmente agrandeza da misericórdia de Deus”.“É na experiência do Sacramento daReconciliação que muita gente,incluindo jovens, reencontra ocaminho para voltar ao Senhor,

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viver um momento de intensaoração, e redescobrir o sentido dasua vida”, observa o prelado.O bispo de Portalegre-CasteloBranco mobiliza também os fiéis aviveram a assumirem a iniciativa ‘24horas para o Senhor’, nos dias 4 e5 de março, como uma “ocasiãopara saborear a presença de Deusno quotidiano” da vida e para lerema vida “à luz do plano salvífico deDeus”.D. Antonino Dias recorda que oPapa Francisco convida a viver estaQuaresma, no Jubileu daMisericórdia, “de uma forma maisintensa”. “Como tempo forte paraacolher, experimentar e celebrar a

misericórdia de Deus e paraassumirmos a misericórdia comoprograma de vida para com todos”,acrescenta, convidando àperegrinação para viverem a“indulgência jubilar como umaexperiência de comunhão”.Neste contexto, exorta também aque se pratiquem as Obras deMisericórdia Corporais e Espirituaisem “atos concretos e quotidianos”.“A Quaresma é, pois, umaoportunidade e um tempo forte devida cristã, um tempo favorável paracrescer e para dilatar o coração àmedida e estatura do coração deCristo”, conclui o bispo dePortalegre-Castelo Branco, na suamensagem para a Quaresma.

A renúncia quaresmal vai ser direcionada para os “cristãos perseguidosno Iraque e na Síria” e os refugiados na diocese. Na sua mensagem paraa Quaresma enviada à Agência ECCLESIA, D. Antonino Dias informa queo resultado da renúncia vai ser dividido em “duas partes iguais”, para oscristãos perseguidos no Iraque e na Síria, “países martirizados”, e “aoapoio dos refugiados presentes na Diocese de Portalegre-CasteloBranco”.A própria Organização das Nações Unidas, no dia 4 deste mês defevereiro, votou, por unanimidade, uma “resolução”, em que, pelaprimeira vez, decide classificar como “genocídio” as “atrocidades” que aítêm vindo a ser cometidas contra as minorias cristãs e outras.

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Porto

O bispo do Porto apelou estaQuarta-feira de Cinzas à“generosidade” dos católicos paraque ajudem a Igreja a chegar aosque mais precisam, no interior eexterior da diocese, com especialatenção pelo drama dos refugiados.Na homilia da celebração quemarcou o início da Quaresma, D.António Francisco dos Santosexortou as comunidades a seguirem“na

vanguarda da solidariedade, dacaridade criativa e do sentido departilha fraterna”.“Para que os nossos irmãos quesofrem a pobreza ou são obrigadosa fugir dos seus países encontremem nós presença, alívio e conforto”,completou.Recordando que a Quaresma desteano é marcada também pelavivência

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do Ano da Misericórdia, o preladodesafiou as pessoas presentes namissa a transformarem a celebraçãodas Cinzas num ponto de partidapara a prática de “cada uma dasobras de misericórdia”.“Aproveitemos este tempo santo efavorável de oração mais intensa,de aprofundados momentos deformação, de configuração comCristo, rosto da Misericórdia, e demaior proximidade com Deus e comos irmãos”, incentivou o bispo doPorto, recordando ainda a graçaque brevemente será concedida àdiocese, com a ordenação de umnovo bispo auxiliar.

“A ordenação de diácono, de umpresbítero ou de um bispo”, nestecaso de D. António Augusto deOliveira Azevedo, “é sempre dom deDeus, bênção de misericórdia ecerteza de bondade a favor do seuPovo”, sublinha D. AntónioFrancisco dos Santos.

O bispo do Porto quer uma caminhada quaresmal inspirada pela práticadas obras da misericórdia e convida as comunidades católicas a seremexpressão dessa máxima no quotidiano, “com alegria” e “criatividade”. D.António Francisco dos Santos sublinha que “a grande obra demisericórdia de que a Igreja precisa é a capacidade de dizer às pessoasque Deus as ama”, cuidando das suas necessidades “mas sobretudodando-lhes tempo, dando-lhes a sua vida por inteiro”.Ao longo dos sete domingos da Quaresma, a Diocese do Porto vai focara sua atenção nas sete obras corporais da misericórdia. Depois durantea Páscoa, estarão em destaque as sete obras espirituais de misericórdia,também com espaço para a formação.

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Santarém

O bispo de Santarém na mensagempara a Quaresma convida a diocesea “experimentar e aprofundar amisericórdia de Deus” quetransforma a vida de cada pessoatornando-as “capazes de a praticar”.“O fortalecimento da fé conduz àprática mais atenta da caridade,traduzida nas obras demisericórdia”, explica D. ManuelPelino, revelando que vai destinar arenúncia quaresmal em “favor dasobras de misericórdia através daCaritas Diocesana”.

Na mensagem publicada no sítioonline da diocese escalabitana, oprelado destaca que na “luz deDeus” entende-se a vida como um“caminho para a plenitude e umavocação para servir e dar frutos”que enriqueçam a nível pessoal, aosoutros, à família, à Igreja e àsociedade.Segundo o bispo de Santarém, notempo da Quaresma, a Igrejaoferece “meios privilegiados” para“evidenciar” o rosto misericordiosode Deus e para a conversão decada um

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traduzir-se à misericórdia em “obrasconcretas e quotidianas”, como: “Asleituras das missas; as liturgiaspenitenciais; o sacramento daReconciliação; a dedicação de ‘24horas para o Senhor’” [3 e 4 demarço].O bispo de Santarém observa queeste tempo litúrgico convida a“prestar mais atenção” à dimensãoespiritual da vida humana que está“habitualmente sufocada peladispersão” em que cada pessoaanda envolvida.“De fato, vivemos tão absorvidospor realidades secundárias e tãoencerrados em nós mesmos quenos esquecemos do que é maisimportante e fundamental: Oencontro com Deus que dá sentido,paz e harmonia à nossa vida e nosabre ao encontro com os outros ecom a vida real”, desenvolve D.Manuel Pelino.Para o prelado, o Evangelho deSão

Lucas pode ser um “caminhoseguro” para crescerem naespiritualidade e revestirem-se demisericórdia, por isso, propõe“quatro âmbitos de espiritualidadebíblica”: “Leitura pessoal; leitura emfamília; leitura partilhada em grupo enível comunitário.”Neste âmbito, revela que na Diocesede Santarém vão publicar um guiãodiocesano para ajudar na leituraorante das parábolas damisericórdia do evangelho de SãoLucas.“Viver o Batismo implica penitência”,sublinha D. Manuel Pelinoincentivando que a Quaresma sejaum tempo de “graça e um caminhode conversão para chegar àrenovação pascal”.Na sua mensagem, o bispo deSantarém refere que o “dinamismode renovação espiritual e humana”advém do Batismo que pede para“viver como filhos de Deus, àsemelhança de Jesus”.

O Secretariado Diocesano da Catequese da Infância e Adolescência(SDCIA) de Santarém propõe uma campanha para a Quaresma e TempoPascal desenvolvida a partir das Obras de Misericórdia, com o lema‘Como eu fiz, Fazei vós também!'

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Setúbal

A Diocese de Setúbal quer fazer daQuaresma um espaço privilegiadode solidariedade para com os maiscarenciados, tendo em especialatenção os milhões de refugiadosem todo o mundo. Na suamensagem para este tempolitúrgico, o bispo de Setúbal desafiaas comunidades locais a seremamparo para quem mais precisa,recordando os milhões de

“refugiados que fogem dos conflitos”e que esperam por uma luz “parareconstruírem a sua vida e a dassuas famílias”.“É tempo de deixar de fora osupérfluo, que tantas vezesatrapalha e torna fútil e egoísta anossa vida. Aquilo que podemospoupar, também com esforço eprivação, faz bem a nós próprios e éprecioso para ajudar

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quem não tem o que é necessáriopara a vida”, salienta D. JoséOrnelas Carvalho.A segunda parte da renúnciaquaresmal deste ano, na diocesesadina, vai ser utilizada para aconcretização das “obras do CentroParoquial da Comporta, que seencontra em fase de conclusão”.D. José Ornelas Carvalho pede àspessoas que sejam “sinaisconcretos” da “renovação” quemarca a Quaresma, “tempo deautenticidade, vitalidade,solidariedade (…) durante o qualDeus convida as pessoas atomarem mais a sério a vida, emtodas as suas dimensões”.“Buscando ser coerentes ehonestos, afastando aquilo que nosdestrói e destrói as relações comaqueles que nos rodeiam ecaminhando pela via da verdadeiraliberdade, alegria e

fraternidade”, frisa o responsávelcatólico.A Quaresma deste ano tem aparticularidade de coincidir com oJubileu da Misericórdia que o PapaFrancisco propôs a toda a IgrejaCatólica, como oportunidade derevitalização e reconciliação. Parareforçar a vivência deste evento,“em cada pessoa, em cada família,em cada paróquia e na diocese”, obispo de Setúbal propõe mais doissinais, além da “contribuiçãoeconómica” a favor dos maisnecessitados.O prelado espera que todas aspessoas possam “tomar parte numadas peregrinações jubilares jáanunciadas pelas paróquias,vigararias ou movimentos”. Apelatambém à participação “nascatequeses quaresmais, que terãolugar aos domingos à tarde, até aodomingo de Ramos”.

Ao longo da Quaresma, em cada Domingo, D. José Ornelas, Bispo deSetúbal, apresentará, nas quatro Portas Santas da Diocese, temasrelacionados com a Misericórdia, centrando-se nos símbolos que seencontram na sua cruz peitoral e no báculo: o Filho Pródigo; o BomSamaritano; a Lavagem dos Pés; e a Partilha do Pão. Estes quatro temasserão antecedidos por uma catequese inicial sobre «Deus de Justiça ede Misericórdia», concluindo com uma outra sobre o coração de Cristo,«O Dom Supremo da Misericórdia».As catequeses são dirigidas a todos, no entanto, as vigararias e algunsgrupos e movimentos foram convidados a integrar, nestas datas, o seuJubileu. Começarão sempre às 15h30, com exceção da primeira (no dia14 de fevereiro) que começará às 15h00, e terão a duração aproximadade 1h30.

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Viana do Castelo

O bispo de Viana do Casteloanunciou que a renúncia quaresmaldas comunidades católicas sedestina este ano a obras derecuperação da cela onde viveu oBeato Bartolomeu dos Mártires eajudar futuros sacerdotes naRepública Democrática do Congo.“Mostremos quão grande pode ser anossa generosidade, quandomovida pela misericórdia”, mobilizaD.

Anacleto Oliveira, informando quedepois de ouvir o ConselhoPresbiteral decidiu direcionar arenuncia quaresmal para doisprojeto, um de dimensão diocesanae outro mais universal.Neste contexto, explica que parte darenúncia destina-se às obras dereparação da cela onde viveu oBeato Bartolomeu dos Mártires, nosúltimos

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oito anos da sua vida, no conventode São Domingos. “A cela foientretanto adaptada a local deoração, para assim nos ajudar arefletir, diante de Deus, sobre asmaravilhas que operou por meiodele e o tornaram modelo de fé eprática cristã, designadamente navivência da misericórdia”, assinala oprelado.D. Anacleto Oliveira recorda que noatual ano pastoral se comemoramos 425 anos da morte do BeatoBartolomeu dos Mártires e esperamque possa ser canonizado até aofinal do Jubileu da Misericórdia [20de novembro], depois do PapaFrancisco ter aceitado o pedido“sem a necessidade de mais ummilagre divino concedido por suaintercessão”.A outra parte da RenúnciaQuaresmal da Diocese de Viana doCastelo destina-se à construção deum edifício para “acolhimento eformação de candidatos aosacerdócio”, na RepúblicaDemocrática do Congo. “É umacomunidade que já existe mas emcondições habitacionais muitoprecárias e está a ser orientadapor

um sacerdote combonianonosso conhecido, o padre JoséArieira”, acrescenta o prelado.D. Anacleto Oliveira assinala que asobras de misericórdia ligadas aosacramento da Reconciliação são“um dos melhores meios pararepararmos o mal causado pelospecados” cometidos. “Perdãorecebido tem de ser perdãopartilhado”, acrescenta,considerando que desta formasocorrem “os outros na integridadedo seu ser corporal e espiritual”.Já nesta quarta-feira, na Eucaristiade imposição das Cinzas, D.Anacleto Oliveira “procurouesclarecer” o que é o pecado,“explicando que a sua origem podeencontrar-se nas primeiras páginasda Bíblia”. “O pecado é o serhumano querer colocar-se no lugarde Deus, querer ser como Deus eque os outros o tratem como tal”,observou o prelado, revelando quepara o “combater” existem trêsmeios – “esmola; oração e o jejum” -, segundo uma nota enviada peloSecretariado Diocesano deComunicação Social à AgênciaECCLESIA.

A Diocese de Viana do Castelo preparou um roteiro para a Quaresma de2016, no qual convida a ‘Abrir a Porta da Misericórdia!’ às Obras deMisericórdia, que vão ser refletidas em cada domingo, em família ecomunidade, e promovidas na “prática da vida”.

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Vila Real

O bispo de Vila Real vai destinarparte da renúncia quaresmal paraas obras do Seminário diocesano epara a promoção eacompanhamento das vocações noterritório.Na sua mensagem de Quaresma,enviada à Agência ECCLESIA, D.Amândio Tomás salienta quecontribuir para estas e outrascausas é um “sinal dacorresponsabilidade eclesial, pelobem-comum”.Algo que faz “parte da vida docristão, que não se compreendesem a partilha, a compaixão e amisericórdia”, aponta o prelado.A outra fatia da renúncia quaresmalvai ser utilizada para apoiar a causado Centro de Apoio à Vida“Florescer”, instituição dedicada “àvida humana, nascente e em todasas suas fases” e ao “auxílio,aconselhamento eacompanhamento das mães”.

D. Amândio Tomás convida aindatodas as comunidades a viveremeste tempo com maior atenção àvida espiritual. “Escutai a Palavra deDeus. Crescei na santidade, abertosà misericórdia e ao diálogo. Aaliança, com Deus, brilha, namisericórdia e vontade salvífica doPai, clemente e compassivo erevela-se em Seu Filho, cume darevelação. Quem vê Jesus vê o Pai,pois, ambos são um só”.

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A Quaresma, como itinerário de Quarenta Dias, rumo à Páscoa, na fé eesperança da vida gloriosa, abre o ciclo litúrgico da redenção. ComoIsrael, a caminho da terra prometida, com Cristo que fez a vontade doPai, dando-nos o exemplo, peregrinemos, com sobriedade, naconversão, solidariedade e sentimentos de misericórdia e piedade. Nãohá Quaresma, sem Deus e vida gloriosa, nem Páscoa, sem morte, jejum,esmola, imitação e sequela de Cristo. O egoísmo, autossuficiência eindiferença geram avareza, luxúria, inveja e violência e matam oaltruísmo. O egoísta é escravo do mal, violento e intolerante. Sem amor aDeus e ao próximo, só há impunidade, lei da selva e violência. Se Deusnão existe, tudo é permitido, diz Dostoievski, o outro é coisa descartávele venal e a esperança na vida ultra-terrena morre, no egoísta e libertino,que obedece ao programa cínico do “comamos e bebamos que amanhãmorreremos”.D. Amândio Tomás

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Viseu

O Ano Santo da Misericórdia queestamos a viver desde 8 dedezembro e que nos vai levar até 20de novembro deste ano, convida-nos a ser misericordiosos como oPai de Jesus e nosso Pai do Céu,cheio de amor para com todos.Vivendo as 14 Obras deMisericórdia a que somosconvidados, como cristãos e nafraternidade solidária com todos osnossos irmãos, somos desafiados aviver e a ter em conta as 7 Obras

de Misericórdia corporal e as 7Obras de Misericórdia espiritual coma mesma exigência. Umas e outrassão igualmente importantes e têmgrande e urgente atualidade.Na nossa Igreja de Viseu e nocaminho sinodal que terminámos,preparando-nos agora paraconcretizar e começar a viver asConstituições sinodais – base efonte de programa pastoral nospróximos 10 anos – fizemos areorganização de muitas estruturas

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e organismos eclesiais. Tudo, nosentido de os tornar mais ativos,mais próximos e mais capazes deserem ajuda e sinal da vivência doEvangelho.Um destes organismos é o FundoDiocesano de Solidariedade.Queremos que este Fundo seja,sempre mais e mais, um sinal clarodo amor de Deus e da caridadecristã, junto dos que mais precisam.Não devendo deixar quem precisasem uma resposta verdadeiramentehumana, compreensiva eacolhedora, quem o procura e à suaporta bate deve encontrar, sempre eem cada ocasião, um porto segurode abrigo, acolhimento, orientação erecuperação de alegre e serenaesperança para a sua vida e suafamília. Como até agora tem sido,continuará a funcionar nasinstalações da Cáritas Diocesana.Como sinal da sua importância e dolugar que lhe é reconhecido naDiocese, o produto da RenúnciaQuaresmal deste ano é destinado,na sua totalidade, a este Fundo

Diocesano, criado em 2009 econfiado, até agora, ao Secretariadoda Pastoral Social.Peço a todas as Comunidadesparoquiais, a todos os cristãos e atodas as pessoas de boa vontade ecom o propósito e vontade de seremsolidários, que sejam generosos nobem e no amor aos outros,concretamente, aos desempregadose aos que mais precisam. AQuaresma é tempo de conversão eum dos sinais mais eloquentes é oamor fraterno, vivido e traduzido napartilha dos bens.Para todas e todos os irmãos daIgreja de Viseu, desejos sinceros deSanta e Feliz Páscoa 2016, vivendoa Misericórdia do nosso Deus! D. Ilídio Leandro

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Ordinariato Castrense

O bispo das Força Armadas e deSegurança revelou que metade dachamada renúncia quaresmal doOrdinariato Castrense vai revertereste ano a favor da Cáritas da Síriae do Líbano ajudarem os “milhõesde refugiados, aos quais falta tudo”.D. Manuel Linda adianta na suamensagem para a Quaresma 2016que a outra metade se destina a“situações de maior carência depessoas ou famílias do meio militarou policial”.A mensagem quaresmal do Bispo

das Forças Armadas e deSegurança assinala que “é possívelser militar e santo, polícia e santo”,incentivando a “três princípios davida cristã” através de D. NunoÁlvares Pereira, na mensagem paraa Quaresma. “A santidade não é umopcional: constitui a necessáriadireção, o único ponto de chegadapara quem tem a graça de associarhumanidade e fé. Sem complexos.Mas com a nobreza de caráter que acondição militar ou policial favorecee motiva”, escreve D. Manuel Linda.

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No jornal ‘O Centurião’, doOrdinariato Castrense, o explica queé a santidade que a “pedagogia daIgreja” deseja com a vivência do“tempo forte do calendário da fé”que é a Quaresma.D. Manuel Linda apresenta “aEucaristia, a devoção a NossaSenhora e a caridade cristã”, apartir do exemplo de São NunoÁlvares Pereira, como trêsprincípios da vida cristã queconduzem à santidade mesmosendo “militar ou polícia”. “No tempode São Nuno, não se podiacomungar todos os dias. E hácrónicas que dizem que eleesperava pelo dia da comunhãocomo se anseia pelo que mais sedeseja: sem lhe sair da mente e docoração”, contextualiza.Neste contexto, incentiva osmilitares e os agentes das forças desegurança a serem homens emulheres de “Missa dominical e decomunhão” e informa que na igrejada Memória, em Lisboa vai haverum “especial serviço de confissões”,às quintas-feiras.Aos que vivem fora de Lisboa, obispo aconselha que “«obriguem»os

capelães a atender de confissão”,algo que eles vão fazer com “todo ogosto”. “Lembro que a confissão e acomunhão são dois sacramentosindispensáveis para se obter asindulgências do Jubileu daMisericórdia”, acrescenta.Sobre a caridade, D. Manuel Lindarecorda que sendo São NunoÁlvares Pereira “o homem mais ricodo reino – bem mais rico do que opróprio rei” – se desfez de tudo paramendigar para “os seus pobres”,tendo criado o ‘Caldeirão’, umaespécie de «cantina social».“A sensibilidade às problemáticassociais e a consequente caridadesão, de facto, a «imagem de marca»da nossa fé. É algo que nos deveidentificar sempre”, frisa o preladoque convida militares e forças desegurança a serem “especialmentegenerosos” na partilha quaresmal.“Agora é o momento certo de nosdecidirmos por Deus e pelo seuReino, é o tempo deexperimentarmos a sua misericórdia,é a altura de levarmos a sério maiseste «mimo» da Igreja que é o AnoJubilar”, conclui D. Manuel Linda.

A Igreja Católica coloca sob a jurisdição do Ordinariato Castrense todosos fiéis militares e também aqueles que, por vínculo da lei civil, seencontram ao serviço das Forças Armadas; são também setoresintegrantes as Forças de Segurança, ou seja, a Guarda NacionalRepublicana e a Polícia de Segurança Pública.

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Cuidados Paliativos Pediátricosonlinehttp://cuidandojuntos.org.pt/ No dia 11 de fevereiro, celebramosmais um dia mundial do Doente,onde o papa Francisco nos convidaa refletir sob o tema “Confiar emJesus misericordioso”. Assim, estasemana, proponho uma visita aosítio inteiramente dedicado aoscuidados paliativos pediátricos.Esta plataforma reune “toda ainformação que está dispersa sobreestes cuidados, contando com umconselho técnico-científicocomposto pelo Grupo de Trabalhode Cuidados Continuados ePaliativos da Sociedade Portuguesade Pediatria e pelo Grupo de Apoioà Pediatria da AssociaçãoPortuguesa de Cuidados Paliativos,liderados pela pediatra oncologistaAna Lacerda”.Ao digitarmos o endereçowww.cuidandojuntos.org.ptencontramos um sítio muito bemproduzido quer em termos gráficos,bem como, pelo conjunto deinformações bastante relevantesque disponibiliza.Na opção “vamos cuidar” podemosconhecer melhor a equiparesponsável por este projeto,

quem é o conselho científico e osparceiros que ajudam a dar corpo aesta plataforma que tem comoobjetivo “envolver toda acomunidade a fim de garantir que ascrianças com necessidades desaúde complexas e as suas famíliasterão acesso aos melhores cuidadospossíveis, onde e quando fornecessário”.Em “b-a-bá”, somos convidados aconhecer melhor todos os assuntosque estão relacionados com oscuidados paliativos. Desde odicionário dos cuidados, à carta dacriança com necessidadespaliativas, passando pela carta dosdireitos da criança em fim de vida,até a uma breve resenha históricados cuidados pediátricos emportugal.No item “famílias”, temos ao disporum conjunto de temas relacionadoscom as famílias que no seu seiotenham crianças com necessidadesde cuidados paliativos. Ficamos logoa perceber o longo percurso de umadoença crónica complexa, quais asnecessidades e objetivos da criançae da família, e que estes se vãomodificando ao longo do tempo.Encontramos também alguns vídeosque servem como testemunhos e

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ainda um conjunto de políticas queforam criadas pelos governos numcontexto de proteção social.Caso seja um profissional da áreaexiste também um espaço onde sepodem encontrar bastantes textos eartigos quer de âmbito nacional,bem como, a nível internacional.Por último em “juntos em ação”encontramos todas as notícias quevão saíndo nos meios decomunicação social nacionais.

Fica então a sugestão de visita aeste sítio como forma de nosjuntarmos a esta causa, porquedeverá existir "um espaço departilha, de experiências econhecimento de modo a garantirque as crianças tenham acesso aosmelhores cuidados possíveis, ondee quando for necessário".

Fernando Cassola [email protected]

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Humanística e Teologiasobre O Verbo e as VivênciasO recente número de “Humanísticae Teologia” publica um conjunto deensaios do que se pode chamaruma teologia narrativa e empírica.São textos de história das vivênciascristãs na área do Porto e do Nortedo nosso País. A teologia abeira-sedas devoções dos nossosantepassados para entender omodo como conceberam a suarelação a Deus, olha as relaçõesentre católicos e protestantes, e fazuma incursão nos processoinquisitoriais do Nordeste dePortugal, percorre a história e ateologia feitas por mulheres e oproblema da determinação da datado natal de Jesus.As pessoas de cada tempo fundampara si uma visão normativa da vida,com os olhos em Deus. Descodificaressas vivências e essas ideias édescobrir outras tantas maneiras deincarnação histórica do cristianismo.É isto que propomos neste segundoe último número de 2015 da revistada Faculdade de Teologia – Porto,da autoria de Helena Osswald,Alexandre Duarte, Helena Vilaça,Jorge Ferreira e Nuno Queirós. Alémdeste tema

principal, podem ainda serencontrados estudos de AdélioAbreu, José Angélico e ConceiçãoSoares, sobre a interpretação doConcílio Vaticano II a 50 anos dasua conclusão, bem como ensaiossobre a palavra poética e sobre aracionalidade grega em comparaçãocom a cristã.

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Na parte final, dá-se nota de umlivro de Afonso Rocha sobre opensamento de Frederico Nietzsche,a cargo de Diogo Alcoforado, e faz-se uma apresentação, por ÂngeloAlves, das Obras Completas deLeonardo Coimbra reunidas peloCentro de Estudos do PensamentoPortuguês. Secção 1 – Dossiê1.1. Helena OsswaldA geografia das devoções nadiocese do Porto ao longo deSetecentos1.2. Alexandre Freire DuarteA mística e o teologizar feminino:quatro exemplos medievais1.3. Helena VilaçaDinâmicas identitárias eperformances dos protestantes eevangélicos em Portugal1.4. Jorge FerreiraGalegos e castelhanos em Chavesnos séculos XVI e XVII: Contributospara o estudo da atuação daInquisição1.5. Nuno Duarte da Silva QueirósSol Iustitiæ: a celebração do Natalnuma perspetiva genética

Secção 2 – Vária2.1. Adélio Fernando AbreuII Concílio do Vaticano —Hermenêuticas e visõeshistoriográficas2.2. José Pedro AngélicoPara uma consideração silenciosada palavra poética2.3. Conceição SoaresA racionalidade ocidental: entregregos e cristãos2.4. Diogo AlcoforadoAlgumas notas a propósito deNietzsche. A filosofia de outroOcidente, de Afonso Rocha2.5. Ângelo AlvesObras Completas de LeonardoCoimbra.Conclusão da edição crítica (2004-2014). Apresentação do últimovolume2.6. Memória – Ano letivo 2014-2015223 Secção 3 – Bibliografia3.1. Recensões3.2. Livros Recebidos

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II Concílio do Vaticano: As principaisaquisições teológicas para YvesCongar

Após o encerramento do II Concílio do Vaticano, umdos maiores teólogos do século XX, o dominicanoYves Congar (1904-95) realçou que esteacontecimento eclesial trouxe novas aquisiçõesteológicas em vários domínios.Em artigo publicado nas «Informations CatholiquesInternationales», o cardeal francês sublinha que existeum antes e um depois do II Concílio do Vaticano, noentanto alerta que esta perspetiva de renovação nãodeve ser levada ao ponto de fazer esquecer que acontinuidade é a grande constante da vida dasinstituições. Para embelezar o seu pensamento, oteólogo dominicano cita um trecho de Péguy quemostra como uma verdadeira reforma é “um apelo detradição menos perfeita para uma tradição maisperfeita», e resume em frase lapidar a sua atitudeperante o problema: «Há um catolicismo rejuvenescidoe aberto, mas não há um neo-catolicismo».A experiência da diversidade foi o primeiro dado que oimpressionou: diversidade de problemas, decategorias de pensamento, de vocabulário preferido.«Toda a Igreja, representada pelos bispos, se reuniue tomou consciência de si própria como de comunhãouniversal de igrejas particulares». Todavia, YvesCongar lamenta que os sociólogos não tenhamestudado do seu ponto de vista o facto conciliar,embora reconheça que para tal lhes faltaram muitoselementos, falta provocada pela impossibilidade decontacto direto com alguns dos acontecimentos maissignificativos.

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Para este dominicano que abriu aeclesiologia católica aoecumenismo, o II Concílio doVaticano deu “reconhecimento deum certo carácter de Igreja àsoutras confissões cristãs”,considerou o “diálogo como estatutoespiritual de vida cristã” eacrescentou que “a expressão dasverdades dogmáticas não estánecessariamente ligada àsexpressões ocidentais, e aselaborações teológicas podem serrevistas”.Se em relação ao ecumenismo, odominicano sublinha que o concílioconvocado pelo Papa João XXIIIreconhece “a legitimidade do

pluralismo na própria Teologia”, emrelação às religiões não cristãs, ocardeal francês diz que “a Igreja nãopretende para si o monopólio dareligião”.Durante o II Concílio do Vaticano(1962-1965), os comentadoresdesta assembleia magna tambémevoluíram, reconhecendo com otempo “que as correntes eram bemmais do que duas (conservadores eprogressistas) e que uma mesmapessoa tomava posições diversasconforme as categorias deproblemas”. A complexidade erabem mais complexa do que parecia…

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fevereiro 2016 13 de fevereiro. Funchal - Visita da Imagemperegrina de Fátima à Diocese doFunchal (termina a 06 de março) . Évora - Auditório da FundaçãoSalesianos - Jornadas sócio-caritativas sobre «Amor fraterno:Resposta do Povo de Deus àMisericórdia Divina» promovidaspela Cáritas de Évora . Fátima - Conselho da Associaçãodos Médicos Católicos Portugueses . Guarda - Auditório do IPG -Encontro jubilar sobre madre Teresade Saldanha para celebrar ocentenário da morte da fundadorada Congregação das IrmãsDominicanas de Santa Catarina deSena (até 14 de fevereiro) . Braga - Centro Apostólico doSameiro – 9h30 - Encontro deNamorados sobre «Tu e eu, a verse dá... Um nó(s)» promovido peloDepartamento Arquidiocesano daPastoral Familiar de Braga

. Lisboa - Mosteiro de Santa Maria(Lumiar), 15h30 - Conferência sobre«A Misericórdia no judaísmo bíblico»por João Lourenço e integrada nociclo «A Misericórdia: um evangelhopor habitar» . Lisboa - Da Sé de Lisboa à Igrejada Encarnação (Chiado), 17h30 - Caminhada para namoradospromovida pelo SecretariadoDiocesano da Pastoral da Família . Coimbra - Instalações da Confrariada Rainha Santa Isabel (Mosteirode Santa Clara-a-Nova), 17h30 - Conferência quaresmal sobre«Assistir aos enfermos - Visitar ospresos» pelo cónego Alberto LopesGil e promovida pela Confraria daRainha Santa Isabel em colaboraçãocom a Paróquia de Santa Clara . Espanha – Madrid, 20h00 - Concerto «Alentejo, Alentejo» como Rancho de Cantadores de AldeiaNova de São Bento; Os Ganhões eMoços d´uma Cana integrado nadivulgação do Festival «Terras SemSombra» . Coimbra - Igreja de São José,21h30 - Concerto na Igreja de SãoJosé com o Orfeon Académico deCoimbra e o Coral Vila Forte (Portode Mós)

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14 de fevereiro. Algarve - Ferreiras (Igreja de SãoJosé) - Jubileu das pessoas comdeficiência promovidas pelo ServiçoPastoral a Pessoas com Deficiênciada Diocese do Algarve . Coimbra - Seminário dosDehonianos, 09h30 - Retiro sobre«Quaresma, caminho demisericórdia» orientado pelo padreFernando Fonseca . Setúbal – Sé, 15h00 - Catequese Quaresmal de D. JoséOrnelas, bispo de Setúbal . Fátima - Casa de Nossa Senhoradas Dores, 16h00 - Conferênciasobre «Alegrai-vos no Senhor» porAlexandre Palma e integrada nociclo «Eu vim para que tenham vida» . Setúbal - Casa da Baía, 17h00 - Jornada diocesana de Arte Sacracom o tema «A Misericórdia: A artedo amor de Deus» comapresentação do livro einauguração «A via da Misericórdia». Porto - Carvalhos (Santuário doCoração de Maria), 17h30 - Conferência quaresmal sobre «Amisericórdia e a ideia da Europa»por Paulo Rangel e promovida pelosMissionários Claretianos

15 de fevereiro. Portalegre - Mem Soares - RetiroDiocesano do Clero de Portalegre -Castelo Branco orientado pelopadre Jeremias Vechina (termina a19 de fevereiro) . Braga - Auditório Vita - XXIVSemana de Estudos Teológicos,organizada pelo Núcleo de Braga daFaculdade de Teologia daUniversidade CatólicaPortuguesa, subordinada ao tema«Ecologia Integral» (termina a 18 defevereiro) . Madeira – Funchal - Celebraçãodo Dia do Doente . Fátima - Reunião do ConselhoPermanente da CEP . Fátima - Retiro dos bisposportugueses (termina a 19 defevereiro) . Lisboa - Capela do Rato, 18h15 - Sessão do ciclo «Os filósofostambém falam de Deus» dedicada aLeibniz e orientada por AdelinoCardoso . Fátima - Museu de Arte Sacra eEtnologia - Curso sobre «Osprimeiros capítulos do Génesis:Criação e Queda. Leituraiconoteológica» promovido peloMuseu de Arte Sacra e Etnologiados Missionários da Consolata

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12 fevereiro – Fátima - Começa hoje o EncontroNacional da Pastoral Penitenciária com o tema ‘O rostoda Misericórdia na pessoa presa’ e termina estedomingo, dia 14 de fevereiro, no Hotel Santo Amaro,em Fátima. Já a Comunidade Emanuel dinamiza o «Fórum daMisericórdia», também até domingo, com conferências,ateliês, tempos de reflexão e oração, no contexto doano jubilar, mas no Centro Pastoral Paulo VI. Setúbal - A Pastoral da Juventude da Diocese deSetúbal promove hoje a Via Sacra Jovem, no contextoda Quaresma, e integrada no itinerário JMJ 2016, apartir das 21h30 na Igreja Nova de Almada. 13 de fevereiro – Coimbra - ‘Lúcia, a vida dapastorinha de Fátima’, é uma biografia oficial davidente e religiosa carmelita dedicada às crianças, daautoria da escritora Thereza Ameal. O livro éapresentado hoje pelas 15h30, no Memorial da IrmãLúcia, junto ao Carmelo de Santa Teresa em Coimbra,mas só chega às livrarias em março. 17 de fevereiro – México - O Papa Francisco vaipresidir hoje a uma Missa ao ar livre em Ciudad Juárez(Estado de Chihuahua), na fronteira entre o México eos EUA e vai contar com a participação de váriosgrupos de vítimas de violência. 18 de fevereiro – Lisboa - O Centro de ReflexãoCristã promove o colóquio «Jesus - O Rosto e AsImagens» com a a participação de frei BentoDomingues, padre Joaquim Carreira das Neves e Joséde Sousa e Brito, a partir das 18h30, na sua sede emLisboa.

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

10h30 - Oitavo Dia 11h00 -Transmissão missa

Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Marés;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexão; 7h55 -Oração daManhã; 12h00 -Angelus; 18h30 -Terço; 23h57-Meditando; sábado:23h30 - TerraPrometida.

RTP2, 13h30Domingo, 14 de fevereiro -Jean Vanier e o Movimento Fée Luz RTP2, 15h30Segunda-feira, dia 15 -Entrevista sobre Escolas dePerdão e Reconciliação compadre Albino Brás Terça-feira, dia 16 -Informação e entrevista sobre o livro "Via Sacra com Maria",com a autora Isabel Figueiredo.Quarta-feira, dia 17- Informação e entrevista aCatarina Martins Bettencourt sobre campanha deQuaresma da FAIS Quinta-feira, dia 18 - Informação e entrevista aSandra Costa Sandanha, diretora do SecretariadoNacional dos Bens Culturais Sexta-feira, dia 19 - Entrevista de análise à liturgiado I domingo de Quaresma com o cónego AntónioRego e padre Vitor Gonçalves Antena 1Domingo, dia 14 de fevereiro - 06h00 - Visõescristãs sobre o namoro Segunda a sexta-feira, 15 a 19 de fevereiro - 22h45 - Quaresma: caminhada da diocese do Porto;"Crossover", da Juventude Dehoniana; Partilha:desperdício alimentar; Iniciativa Oração na Cidade;Perdão, com padre Rui Valério

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Ano C – 1.º Domingo da Quaresma Deixartentações,acolher oamor de Deus

Neste primeiro domingo da Quaresma, a Palavra deDeus faz-nos tomar consciência das tentações quenos impedem de renascer para a vida nova, que évida em Deus. Levados pela palavra de fé que está naboca e no coração de cada um de nós, na beladescrição de Paulo, a recusa das tentações só podeser opção pelos valores do Evangelho.Jesus recusou radicalmente um caminho dematerialismo, de poder, de êxito fácil. O plano de Deusnão passava pelo egoísmo, mas pela partilha; nãopassava pelo autoritarismo, mas pelo serviço; nãopassava por manifestações espetaculares, mas poruma proposta de vida plena, apresentada comsimplicidade e amor.Se Jesus é Filho de Deus, diz-lhe o diabo tentador, Eleé o criador, a Palavra que tudo criou. Daí poder mudaras pedras em pão. Mas Jesus recorda-lhe que overdadeiro alimento é a Palavra de Deus.Se Jesus é Aquele que veio instaurar um Reino novo,diz-lhe o tentador, então tem necessidade de poder eglória. Mas Jesus não tomará o poder pela força,menos ainda afastando-Se do seu Pai, o único quemerece ser adorado.Se Jesus é o Filho de Deus, continua a insistir otentador, pode manifestar a sua divindade através deprodígios que tudo ultrapassam. Mas Jesus veiorevelar o verdadeiro rosto de Deus, cujo único poder éa força do amor.O caminho de Jesus é o mesmo para todos nós quenos dizemos e somos de Cristo. Temos necessidadede acolher sempre a Palavra de Deus, a única a darsentido e esperança às nossas vidas, de recentrarsempre a verdade da nossa fé em Deus Pai, deacolher sempre de novo o amor misericordioso do Pai.A Palavra do amor de Deus, que ilumina toda a nossavida com Deus e com os irmãos, é o melhor antídotopara

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todas as tentações. Só na fé e noamor podemos vencê-las e aderirradicalmente ao único Senhor dasnossas vidas que é Cristo.Ao longo desta semana, seriainteressante refletir sobre osdesertos e tentações que nosatingem hoje, e encontrar os meiospara os ultrapassar. Por exemplo,estando em Ano Santo daMisericórdia, podemos dar maisatenção à prática das catorze obrasda misericórdia corporais eespirituais: dar de comer aosfamintos, dar de beber aossedentos, vestir os nus, acolher osperegrinos, dar assistência aosenfermos, visitar

os presos, enterrar os mortos,aconselhar os indecisos, ensinar osignorantes, admoestar ospecadores, consolar os aflitos,perdoar as ofensas, suportar compaciência as pessoas molestas,rezar a Deus pelos vivos e defuntos.É todo um programa de vida: deixaras tentações para acolher o amorde Deus misericordioso. Que issoaconteça com mais intensidadenestes quarenta dias deperegrinação quaresmal!

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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Os santos confessores

Os corpos de São Pio de Pietrelcinae São Leopoldo Mandic, santosconfessores, estiveram seis dias noVaticano, onde chegaram numaprocissão acompanhada pormilhares de pessoas ao longo dasruas de Roma.“Este é um dos grandes momentosdo Jubileu da Misericórdiaconvocado pelo Papa Francisco”,segundo a Rádio Vaticano.

No sábado de manhã, o Papaconcede uma audiência aos gruposde oração do Padre Pio, na Praçade São Pedro, com a participaçãode dezenas de milhares de pessoas.Uma multidão que não passoudesapercebida a Francisco, o qualsublinhou a gratidão dessaspessoas por o padre Pio as ter“ajudado a descobrir o tesouro davida, que é amor de Deus, e aexperimentar a beleza do perdão

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e da misericórdia do Senhor”.“Podemos dizer que Padre Pio foium servidor da misericórdia”.Um servidor da misericórdia, um“apóstolo da escuta” que se tornou,através do ministério da Confissão,uma carícia viva de Deus que curaas feridas do pecado e serena ocoração com a paz”.O padre Pio dedicou-se a tempointeiro, por vezes até à exaustão, àescuta – continuou o Papa -acrescentando que pôde fazer issoporque “estava sempre ligado àfonte”, a Jesus crucificado,tornando-se assim “num canal demisericórdia”.Para o santo italiano, os grupos deoração eram “viveiros de fé, laresde amor”, não apenas centros deencontro – disse Francisco,definindo a oração uma “verdadeiramissão que traz o fogo do amor atoda a humanidade”, uma “força quemove o mundo”, “uma obra demisericórdia espiritual” que nãodeve ser usada só como boa práticanem para pedir a Deus aquilo quenos serve – assim seria puroegoísmo.“É dom da fé e de amor, de quetemos necessidade como o pão”.

Trata-se duma “ciência quedevemos aprender todos os dias,porque é bela: a beleza do perdão eda misericórdia do Senhor”.Francisco agradeceu depois aosgrupos de oração, encorajando-os,a fim de que, disse “os grupos deoração sejam “centrais demisericórdia”, centrais sempreabertas e ativas.No fim do discurso o Papa quisrecordar a obra de “misericórdiacorporal” criada pelo Santo dePietrelcina: a Casa Alívio doSofrimento, inaugurada há 60 anos,que ele queria que fosse um “templode ciência e oração”, pois “os sereshumanos precisam sempre de algoque vai além de uma curatecnicamente correta. Precisam dehumanidade. Precisam da atençãodo coração”São Pio de Pietrelcina (Itália, 1887-1968), o ‘padre Pio’, e São LeopoldoMandic (Croácia, 1866-1942) sãofiguras admiradas pelo PapaFrancisco que dedicaram a sua vidaaos outros, no confessionário.

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Vamos oferecer um dia de oração e jejum pela Síria eIraque?

Apelo dramático

De mãos vazias e impotentesperante a tragédia que está a fazersucumbir o Iraque e a Síria, osPatriarcas D. Sako e D. Gregoriosimploram as nossas orações e umdia de jejum nesta Quaresma. Tudoo resto já falhou.As imagens de atrocidades, decidades devastadas, de pessoas emfuga no Iraque e na Síria atropelam-se já na nossa memória e parecemanestesiar-nos com tanto horror. ASíria e o Iraque são dois paísesdevastados pela guerra. Ascomunidades cristãs foram expulsasde suas casas e perderampraticamente tudo o que tinham.Nunca, nos tempos recentes, umacomunidade religiosa viveu umatragédia com uma dimensão assim.É preciso recuar até à II GuerraMundial para se compreender, como drama dos judeus, o que está aacontecer aos cristãos no MédioOriente.

O avanço jihadista em países comoa Síria ou o Iraque está a levar àextinção do cristianismo nestaregião. De mãos vazias e impotentesperante esta tragédia imensa, osPatriarcas da Síria e do Iraqueescreveram à Fundação AIS paranos implorarem que não osesqueçamos. Pedem as nossasorações e um dia de jejum. Pedem-nos, no início desta Quaresma, umgesto concreto que mostre aomundo que os cristãos do MédioOriente não foram esquecidos. Queos cristãos do Médio Oriente nãopodem ser esquecidos.Duas cartasEstas cartas são apelos dramáticosde quem sabe que só pode mesmocontar com Deus para voltar aconhecer o dom da paz. São duascartas distintas mas muito próximas.D. Gregorios e D. Sako pedem-nosum dia de súplica

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a Deus. O que se vive nestespaíses tem já “dimensãoapocalíptica”, dizem. Só Deus podereverter esta catástrofe humanitária.Tanto D. Sako como D. Gregorios jáestiveram no nosso país econhecem bem o esforço solidáriodos portugueses para com oscristãos do Médio Oriente. Como dizLouis Sako, “sem a AIS, muitos denós estaríamos mortos, teríamosmorrido de fome ou de frio, ou játeríamos fugido. A AIS é como umamãe para nós. Sei que tambémfazem isso por amor a Cristo”.Ambos os patriarcas pedem asnossas orações e o gesto concretode um dia de jejum pela paz noMédio Oriente. A Fundação AIS nãopodia ignorar este dramático apeloe por isso convocou

os cristãos em todo o mundo pararezarem e jejuarem na Quarta-feirade Cinzas pelos irmãos e irmãs quesofrem no Iraque e na Síria. Desdehá cinco anos que vivem por lá umaverdadeira via-sacra. Estãoimpotentes e de mãos vazias.Como escreve D. Gregorios, “éimpossível que o Senhor não escuteas orações e os sacrifícios dos SeusFilhos unidos”. Todos nós temos,nesta Quaresma, muitos dias aindapara os oferecermos, em jejum eoração, por estes cristãosperseguidos no Iraque e na Síria. Éum gesto que depende apenas danossa vontade. Apenas disso.

Paulo Aidowww.fundacao-ais.pt

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Estava preso e foste ver-me!

Tony Neves Espiritano

Esta Obra de Misericórdia tem muito que se lhediga. Tirando os familiares e amigos, não sãomuitas as pessoas que vão visitar os reclusos aestabelecimentos prisionais. Há as capelaniaspara assistência religiosa, há um corposignificativo de pessoas voluntárias…mas tudose fica muito por aqui.É verdade que, na Europa, pelo menos, visitarreclusos é missão difícil. Mesmo as capelaniassentem que as leis e os responsáveis dascadeias levantam cada vez mais entraves aocumprimento da sua missão. Alega-se – comjustiça ou sem ela - que há questões sérias desegurança que impedem a livre circulação dentrodos pavilhões, que há uma enorme escassez deguardas prisionais para garantir a segurança dequem visita e de quem lá está em reclusão… masa verdade é que os reclusos, nesta fasecomplicada das suas vidas, precisam de umombro onde encostar a cabeça, ouvidos queescutem, bocas que lhes digam que há futuropara alem da reclusão.Há muitos caminhos que levam á prisão e, nassociedades democráticas onde funciona bem ajustiça, a decisão de prender alguém teminúmeras fundamentações. Também sabemosque há presos e presos, há quem fique apartilhar uma cela sem grandes condições e háquem seja enviado para uma cadeia de gentevip, onde as condições de vida são deexcelência, mesmo sabendo nós que o simplesfacto de estar preso é gerador de humilhação edepressão.Ninguém é ninguém para emitir juízos de valorsobre quem está na prisão. A justiça deve atuar

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com isenção e condenar quem omerecer. Mas, após a entrada noestabelecimento prisional, há queolhar para o futuro e tentar que adignidade da pessoa presa nãofique calcada. É importante que ascadeias sejam espaços dereabilitação em ordem a um futurode felicidade e recobro da dignidadeperdida numa qualquer curva davida. Sim, o dia seguinte á saída daprisão deveria ser de grandenormalidade… com uma excelenteintegração na vida social.Este Ano da Misericórdia obriga aum novo olhar e a um reforçadoinvestimento na pastoral prisional.Continuo a olhar só para o casoportuguês, aquele que tenho aobrigação de conhecer melhor.

Há que investir mais napastoral carcerária, mesmo que este‘investir ’ implique da Igreja destinarmais pessoas e meios. ACongregação do Espírito Santo temoferecido (é mesmo de graça) oCapelão do Estabelecimentoprisional de Tires, em Cascais. É umcompromisso antigo, que queremoscontinuar a honrar. E, apesar detodos os obstáculos que selevantam a este trabalho pastoral,estamos dispostos a leva-lo pordiante, enquanto as portas não sefecharem completamente ao nossotrabalho com os reclusos, na suamaioria, mulheres.Até porque estamos apenas a darcorpo à Obra de Misericórdia‘estava na prisão e foste ver-me!’.

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