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partir de diferentes ângulos, é possível observar o conjun

to de prédios que constituem a Santa Casa de Misericórdia

^de Porto Alegre. Ali está um lugar de memória dos gaúchos, cuja imaginação a ele atribui aura simbólica. Tem sua materi

alidade nas diferentes construções de diferentes períodos danossa história; é funcional quando cristaliza lembranças, é simbólico quando caracterizado por experiências vividas em diferentesgrupos sociais. Em outras palavras, apresenta aspectos que sempre coexistem num lugar de memória, conforme Pierre N ora.

Na aba desse importante livro não tenho espaço para dizer dosignificado que tem, para mim, cada uma das edificações, incluindoaquela do Hospital São Francisco, onde nasci, num sábado, às 22horas, no último verão da Segunda Guerra. Nem mesmo posso discorrer sobre algumas das inúmeras lembranças daquela Instituição, transmitidas em volumosa e consistente bibliografia. Menciono apenas a experiência de uma visita às enfermarias infantis, feitapor um grupo de alunas da Escola Normal P de Maio, do qual faziaparte. Depositei no berço de um bebê doente meu presente deatai: um casaquinho de tricô que aquela menina chamada Nara

recem-nascida, com enormes olhos escuros, com sorte, um diaeveria vestir. E ainda hoje espero que o tenha feito, na seqüênciaquele momento memorável de praticar a Misericórdia, integrar-

nae no espirito das Santas Casas como a nossa

do sobrea nossa antiga Institui.Ls Õno " . Intenção entre

Santa Casa transcend ^ Preservamos. Mas aDiantl H ''''' ^ "'^tória.

quefaciCe^rnlrr --«riapresente livro dando r artigos que compõem o^0 do emprego Ta mitl " h"'" « do resulta-absoluta competência. ^ Historia Oral, realizados com

^ -tteu«■«envolvouumnov^ti "'""'''"''"O 1"' Ptetentleu e

Remariam

As casinhas da Misericórdiade Porto Alegre:

© Copyright: dos autores

edição: 2015

Direitos reservados desta ediçãoIrmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre

Coordenação editorialEdna Ribeiro de Ávila

Véra Lúcia Maciel Barroso

Equipe do Laboratório de História OralDiego Alberto de Souza Benitez

Edna Ribeiro de ÁvilaGerson Rodrigues MacedoLeonardo Braga BorowskiVéra Lúcia Maciel Barroso

Créditos das fotosCentro Histórico-Cultural Santa Casa de Porto Alegre e autores

Acervo dos depoentesMuseu Joaquim José Felizardo

Jornal Correio do PovoAcervo fotográfico do Museu de Comunicação Hipólito José da Costa

DelReStein_VivaFotoDierli Mirelle dos Santos

Desenhos do sítioMull Design

Revisão lingüísticaMaria Luci de Mesquita Prestes

Produção gráfica e impressãoEvangraf

C397sa Cenfro Histórico Cultural Santa Casa

Histórico-CultwalSante C^^ Alegre: memórias / Centro440p • - Porto Alegre: Ed. da ISCMPA, 2015.

ISBN 978-85-89782-07-4

CDU 981.651:615.478.1(093)981.651:316.734(093)

Bibliotecária: Sandra Gueths Feidmann - CRB 10/789

Sumário

Viva! Das casinhas da Santa Casa a Centro Histórico-Cultural!

Bríane Panitz Bicca 9

ApresentaçãoEdna Ribeiro de Ávila

Véra Lúcia Maciel Barroso 11

CASINH^ DA INDEPENDÊNCMl: UM CENTRO DE MEMÓF^

Guardiães da cidade: as casas da Independência e oCentro Histórico-Cultural Santa Casa

Véra Lúcia Maciel Barroso 17

A criação do Centro Histórico-Cultural: memóriasLuiz Antônio Bolcatto Custódio 23

Pequenas em dimensão, enormes como memóriaCeresStorchi 31

AS CASINHAS DA INDEÍ^I^ÊÍ^GIA:

A Santa Casa na cidade de Porto Alegre: a riqueza arqueológica

® o potencial para estudos

Fernanda Tocchetto 71

A Arqueologia e as casas geminadas do Centro Histórico-CulturalSanta Casa

Alberto Tavares Duarte de Oliveira

Relatos de uma oficinanda nas casinhas da Santa Casa

Juliana Mohr dos Santos 97

Pesquisa arqueológica nas casinhas da Independência: lembrançasem depoimento

Eduardo de Castro Menna Barreto 10^

REGISTROS DE MEMÓRIAS

O trabalho de História Oral na Santa CasaEdna Ribeiro de Ávila 117

MORAR, TRABALHAR E ESTUDAR NAS CASINHAS DA MISERICÓRDIA

Conjunto 1 - Casas da Praça do PortãoMemórias de César Costa Majewski 1^^Memórias de Magda Dinah Costa Freire

Conjunto 2 - Casas da Avenida Independência 1Memórias de Antônio Carlos Bauer.. 175Memórias de CecyPiva Lobato l^^Memórias de Edson Andersen •• 1^7Memórias de lima Inácia Soazãdã^i^^iJaZZZIZZ. 211Memórias de Jorge Pinto 223Memórias de Júlio Nicolau ZZsZZZisIIZZZZZ- 2^9Memórias de Luiz Paulo Bauer 269Memórias de Mariida Scaranart ZZiZdes III 289

Conjunto 3 - Casas da Avenida Independência 11

Memórias de Dercy Teresinha Vieira Furtado 303

Memórias de Léo Pinto Guerreiro 312

Memórias de Manoel Pompilio da Silva Ferreira 320

Memórias de Neura Marca Behne 334

Memórias de Rosângela dos Santos Melo 347

Memórias de Sérgio Vanderlei Machado Pilar 362

Memórias de Zaíra de Souza Migliavacca 381

Conjunto 4 - Casas da Praça Dom SebastiãoMemórias de Antônio Carlos Textor 409

Memórias de Theodomiro César de Freitas Xavier 419

Conjunto 5 - Casa da Avenida Osvaldo Aranha / Rua Sarmento Leite

Memórias de Lais Lobato Heberle 435

Apresentação

Quem não gosta de ouvir histórias, sobretudo quando nos sentimosparte delas?

Eis que a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre tem muitas histórias para contar...

...do seu antigo Pavilhão Centenário, o primeiro de todos;

...da sua Capela Senhor dos Passos, lugar de conforto e esperançadiante das dificuldades;

...do seu Cemitério, na Azenha, um verdadeiro "museu a céu aberto";

...do Hospital São Francisco, inaugurado por Getúlio Vargas;

...do Pavilhão Daltro Filho, abrigo da Maternidade Mario Totta e deoutros serviços;

...do Pavilhão Dioclécio Pereira, uma extensão do Pavilhão Daltro Filho, para acolher mais enfermarias;

...do Hospital São José, criado para o Instituto de Neurocirurgia;

...do Pavilhão São Lucas, destinado aos Serviços de Transfusão deSangue, Laboratório de Analises Clinicas e ampliação de leitos;

...do Pavilhão Cristo Redentor, para enfermarias, projetado para chamar-se "Getúlio Vargas";

...do antigo Hospital da Criança Santo Antônio, um posto avançado daSanta Casa no A- Distrito da Cidade,

...do Pavilhão Pereira Filho, que homenageia o cientista gaúcho doutor Manoel José Pereira Filho, diretor do Serviço Nacional de Tuberculose, patrocinador da sua obra;

...do Hospital Santa Rita, criado para o Serviço de Câncer;

...do Hospital Dom Vicente Scherer, o Centro de Transplantes daAmérica Latina.

As Casinhas da Misericórdia de Porto Alegre: Memórias «11

■■ Apresentação °

Situado no coração da cidade - o quarteirão de pavilhões e hospitais»durante dois séculos, assim foi configurando-se, fazendo da Santa Casa

espaço de acolhida e tamhóm Hd oci-íoi-ot-iz-n m-üc n5n có A busca por

Awi aiiLiu-oc, vcxjL.s^ii\^yj

um espaço de acolhida e também de esperança. Mas não só. A busca pormoradia e locação, para colocar um negócio nas várias casas edificsdâSpor todos os lados do território da Misericórdia, transformou a ároa etnespaço sem fronteiras. O pátio de um pavilhão era também o espaço desociabilidades dos moradores da Santa Casa; naturalmente um chão demúltiplas funções e de muitas memórias, difusas e estreitamente indissociáveis.

Afinal, haverá alguém na cidade e arredores que não se sinta parte daSanta Casa de Misericórdia de Porto Alegre?

Casas - casinhas, sobrados e prédios de aluguel - rodeavam a qua-

fs^rmeTi Aranha, as Ruas Annes Diaspara a Santa r ̂ ^ ̂ Argentina. Haveria que se buscarem rendas

Mu to. f a de prover,suas vidas noT"^ "^oradores e os trabalhadores que viveram parte de'embi^r! QuantesT^bratafoT

Or T para registrar!

tória OrTlTom ^^ravés de seu Laboratório de His-dirigidos à Santa Cas 1997, em produzir documentos oraise de profissionais de dífe^ ^^Po^^rientos interessantes de moradoresda Misericórdia da Capita^^^^^^ ̂ ''^as que por um tempo foram inquilinos

A obrâ orsi 6m mãos épautado pelo compromisso d trabalho intenso e dedicado,mentais para revelar outro, ° cenário de possibilidades docu-da Santa Casa. ® ângulos da multifacetada história

Certamente, esta obra nãodores" e donos de casas de negócioquadra da In.titiilrãn n S s ou outras atividades exercidas nquadra da Instituição. Dos contatados, salvo uma exceção todos aderiram ao chamamento com simpatia . exceção, lunictac meie ' • • • I ceconhecedores de serem protagonistas mais proximos e vizinhos espectadores da antiga Misericórdia.

12" As Casinhas da Misericórdia de Porto Alegre: Memórias

° Apresentação °

Quantos registros memoráveis, tocados por emoções - lembrançasboas, outras de perdas ~ mas todas expressas por sentimentos de grati"dão e orgulho de pertença a Santa Casa de Porto Alegre!

Trata-se de um primeiro volume de depoimentos - outros poderãovir - acerca das casas do quarteirão. Inicialmente expõem-se o método eas técnicas de trabalho com a História Oral desenvolvidos no Centro His-tórico-Cultural. A seguir apresentam-se as "Casinhas" que abrigam o CHCe os resultados da pesquisa arqueológica empreendida no seu interior. Atrajetória da revitalização das casas que abrigam o CHC também é revelada. Na seqüência, aos depoentes é dada a palavra, os quais, em primeirapessoa, assumem o roteiro da obra.

A leitura das memórias colhidas permitirá perceber evidências emsintonia, que, recortadas, fazem entrever cenários da movimentação quepulsava no coração da Capital - o quarteirão da Misericórdia - o epicentro de todos quantos buscaram revigorar a saúde ou sediar suas vidasfamiliares ou de trabalho, ajudando desse modo à Santa Casa no cumprimento de sua responsabilidade social.

Edna Ribeiro de Ávila

Véra Lúcia Maciel Barroso

As Casinhas da Misericórdia de Porto Alegre: Memórias "13

A Santa Casa e suas "casinhas" fazem parte da paisagem física e afetiva de Porto Alegre. Remetem a um

tempo muito distante, as décadas iniciais do século

XIX, quando se instalou o primeiro hospital da localidade,mais ligado à perspectiva da caridade do que à idéia de cura.Nos seus pavilhões, quartos e corredores, ao longo dos anos,inúmeros homens e mulheres, de etnias e classes sociais

diversas, escravos e livres, buscaram acolhida quando acometidos pelos mais diferentes males do corpo e da alma.Também nesse estabelecimento foram deixadas crianças,

na roda dos expostos, para serem encaminhadas à adoçaoou criadas pelas Irmãs que atuavam no hospital. Em geraleram mães incapazes de prover o sustento dos filhos ou quenão podiam revelar sua condição pelo fato de serem solteiras e, devido a isso, estarem expostas ao rígido julgamentomoral dos contemporâneos. Igualmente na Santa Casa muitos médicos e outros profissionais da saúde aprenderam oseu ofício e vivenciaram as satisfações e os dramas daquelesque praticam as artes de curar. As "casinhas" pertencentesao hospital, por seu turno, localizadas na Independência ena Sarmento Leite, eram alugadas para que fosse possívelsustentar o pio estabelecimento.

Este livro nos ajuda a entender um pouco desse passadotão rico de significações e tão importante para a história dePorto Alegre. Por meio de narrativas orais e de vestígiosmateriais, tanto dos que viveram os tempos de outrora quanto dos que se dedicam a estudá-los (historiadores e arqueólogos] nos ajudam a entender a complexidade de experiências pretéritas que contribuem para a compreensão do presente da Instituição e da Cidade. Com isso, além de ser umareferência no âmbito das ciências da saúde, a Santa Casa também se torna modelo de cuidado com o patrimônio [arquitetônico, documental e artístico], e suas "casinhas", agoratransformadas em Centro Histórico-Cultural, um espaçoaberto à criação, à investigação, ao debate intelectual e à fruição estética. Que venham muitas outras historias!

Prof. Dr. Benito Bisso Schmidt

Professor do Departamento e do PPO e,„ Hlstdrla da UFRGS

Quantos registros memoráveis, tocados por emoções - lembranças boas, outras de perdas- mas todas expressas por sentimentos de gratidão e orgulho de pertença à Santa Casa dePorto Alegre!

Véra Lúcia Maciel BarrosoHistoriadora do Centro Histórico-cultural Santa Casa

0 meu esteio inicial é ali. Ali eu fui moldado, educado, tive exemplos, não só dos pais, mase todo mundo que nos cercava. Isso era um familião. As freiras nos conheciam pelo nome.Acho que toda minha formação, toda minha base emocional, estrutural, partiu dali. [■••]

ISSO se deve aos meus pais, [...] aos padres, aos médicos, que serviam de exemplo. A Santaasa era uma fábrica, na verdade, de pessoas de caráter, de sentimentos. [...] A Santa Casa

01 uma esco a. A gente tinha um leque de pessoas à disposição de diferentes formações.

Jorge PintoEx-morador das casas da Santa Casa

ajudou mni^^ transformada... E isso me dá uma saudade. Mas nos[no dia da entrpvuíi-T^vf ^ ^ minha infância. [...] Hojeescadaria e disse: "M^eu^Deus^l^^^^^' ^ ^ bateu. Fiquei lembrando. Eu olhei aque não voltam mais Sintn escadas pareciam tão grandes antes." Bons tempos,"^to saudade sempre, sempre, sempre.

Rosângela dos Santos MeioEx-moradora das casas da Santa Casa

Onde eram as nossas casas Vm" ~ i.se emocionar. Morar nac ' ° hospitais que salvam vidas. Então, não tem como naoaconteceu, por toda a evnlii?^^^ Santa Casa faz parte da minha vida, por tudo queresultado, no meu entpnri- ^ ® ^'-^"t^eimentos, com tristezas e alegrias, com umjamais deixar de lembrar P°^'Hvo. Não tem como ser diferente. Eu não possopor fatos numa localidade P^^^^ue a minha pré-adolescência foi marcadaao tem como esquecer, que são as casas da Santa Casa.

Sérgio Vanderlei Machado PilnfEx-morador das casas da Santa Casa

LEI DEffJCENTIVOA CULTURA

Patrocínio Realização

r Centro^-T i" I^emrq,

Cute™" Santa Casa

E R A L

Ministério daCultura

governo F E °

BR^ILpAtria educador

ISBN n7a-6S-Sn7fl5-[|7-4