trajet¢ria projeto renascer

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GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO

GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E CIDADANIA

PROJETO RENASCERTRAJETRIA DO PROJETO RENASCER - 1999 a 2006

GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Jarbas de Andrade Vasconcelos

Governador do Estado de Pernmbuco

Jos Mendona Filho

Vice Governador do Estado de Pernambuco

Lygia Leite

Secretaria de Desenvolvimento Social

UNIDADE TCNICA DE GESTO PRORURAL / PROJETO RENASCER

Brenda Pessoa Braga

Gerente Geral

Maviael Costa

Superintendente TcnicoMartha Campos

Gerente Tcnica

Antnio Guedes

Gerente de Operaes

Bruna Queiroz/ Roberta Valena

Gerente de Assuntos JurdicosGenival Lima

Gerente Administrativo Financeiro

Arthur Emlio da Costa Perruci

Gestor do Projeto de Combate Pobreza Rural

Equipe de Elaborao

Arthur Emlio Perruci

Brenda Pessoa Braga

Maria Regina Camarano

Vernica Soares Fernandes

Apoio

Alzira Catarina

Claudia Gama

Martha Maria Campos

Maria Helena Pereira

SUMRIO

RELAO DE TABELAS E FIGURAS

SIGLAS

APRESENTAO8

1 PROJETO RENASCER 1999/200610

1.1 IDENTIDADE DO PROJETO RENASCER10

1.1.1 DIRETRIZES DO PROJETO RENASCER10

1.1.2 BREVE RETROSPECTIVA DO PROJETO RENASCER10

1.2 AVANOS E CONQUISTAS DO PROCESSO ORGANIZACIONAL DO PROJETO RENASCER16

1.2.1 1999/2002: ORGANIZAO DA GESTO E INCIO DO PROCESSO DE DESCENTRALIZAO16

1.2.1.1 Antecedentes16

1.2.1.2 - Nova Gesto17

1.2.1.3 Gerenciamento de Programas de Desenvolvimento Local17

1.2.2 2003: CONSOLIDAO DA GESTO DESCENTRALIZADA E PARTICIPATIVA23

1.2.2.1 Descentralizao e Modernizao da Gesto23

1.2.3 2004: AMPLIANDO A PARTICIPAO27

1.2.3.1 Nova estratgia do PCPR27

1.2.3.2 - Encontros Regionais dos Conselhos Municipais28

1.2.3.3 - Gesto de Projetos29

1.2.3.4 - Gesto de Pessoas32

1.2.3.5 Comunicao do Projeto Renascer34

1.2.4 - 2005: ARTICULAO E INTEGRAO DAS POLTICAS PBLICAS37

1.2.5 2006: AMPLIAO DA ESTRATGIA DE INTEGRAO DAS POLTICAS PBLICAS39

1.2.6 - CONSOLIDAES EM TORNO DO PROCESSO ORGANIZACIONAL39

2 PROGRAMAS E PROJETOS GERENCIADOS PELO PROJETO RENASCER41

2.1 PROJETO DE COMBATE POBREZA RURAL PCPR 41

2.1.1 IDENTIDADE DO PCPR41

2.1.2 EVOLUO NA GESTO DO PCPR43

2.1.3 PCPR-I45

2.1.4 PCPR-II (PRIMEIRA FASE)48

2.1.4.1 Resultados Fsicos e Financeiros49

2.1.4.2 Capacitao dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento59

2.1.4.3 Investimento total do PCPR II61

2.1.4.4 Formao do Capital Social61

2.1.4.5 - Capacitao em Gerenciamento de Recursos Hdricos62

2.1.4.6 Avaliao do PCPR64

2.1.4.7 - Impactos mais direcionados dos Subprojetos na viso dos beneficirios65

2.2 PLANO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO LOCAL PIDL 67

2.2.1 IDENTIDADE DO PIDL67

2.2.2. OBJETIVOS68

2.2.3. METODOLOGIA69

2.2.4. SISTEMA DE GESTO70

2.2.5. INVESTIMENTOS REALIZADOS PELO RENASCER70

2.2.5.1. Total dos Investimentos72

2.2.6. ASPECTOS RELEVANTES NA IMPLEMENTAO DO PIDL73

2.2.7. AVALIAO DO PIDL74

2.3 PROJETO CRDITO FUNDIRIO E COMBATE POBREZA RURAL 76

2.3.1 IDENTIDADE DO CRDITO FUNDIRIO76

2.3.2 EVOLUO NA GESTO DO CRDITO FUNDIRIO77

2.3.3 RESULTADOS DO CRDITO FUNDIRIO78

2.4 MICROCRDITO RURAL81

2.4.1 ANTECEDENTES81

2.4.2 IDENTIDADE DO MICROCRDITO RURAL81

2.4.3 RECURSOS E ESTRATGIA DE AO82

2.4.4 METODOLOGIA DO MICROCRDITO83

2.4.5 RESULTADOS84

3 - PROGRAMAS E PROJETOS CONCLUDOS89

3.1 - PRORENDA (1999/2002)89

3.1.1 - IDENTIDADE DO PRORENDA89

3.1.2 - RECURSOS PRORENDA90

3.1.3 - RESULTADOS90

3.1.3.1 - Prorenda Rural90

3.1.3.2 - Prorenda Microempresa92

3.1.3.3 - Concluso do Prorenda93

3.2 - PROGRAMA COMUNIDADE ATIVA (1999/2002)94

3.2.1 - IDENTIDADE DO PROGRAMA COMUNIDADE ATIVA94

3.2.2 - RESULTADOS94

4. CONSIDERAES FINAIS97

DOCUMENTOS CONSULTADOS98

ANEXO - FOTOS99

RELAO DE TABELAS, QUADROS E FIGURAS

RELAO DE TABELAS

1Acervo atual da UNIDOC por eixo temtico

2Acervo da UNIDOC por tipo de documento

3Famlias atendidas e valor financiado por RD 1999 a 2001

4Infra-estrutura hdrica 2002 a 2006

5Desenvolvimento humano 2002 a 2006

6Infra-estrutura bsica 2002-2006

7Nmero de subprojetos, famlias atendidas e valor investido no PCPR II

8Investimentos do PCPR I e PCPRII por RD

9Infra-estrutura de apoio produo e produtivos 2002-2006

10Investimento do PCPR II em todo o Estado

11IDH dos municpios do PIDL, por aglomerado

12Investimento total e per capita e nmero de famlias atendidas nos municpios/ aglomerados do PIDL 2004/2005

13Investimento do PCPR II no PIDL 2003-2006

14Capacitao de jovens - PIDL - ano de 2005

15Total dos investimentos do PIDL por tipo de subprojeto e por aglomerado - 2004/2005

16Recursos aplicados (R$) no Cdula da Terra de 1999 a 2002

17N de famlias atendidas, municpios e imveis atendidas - Projeto Cdula da Terra de 1999 a 2002

18Recursos aplicados (R$) no Crdito Fundirio de 2002 a agosto de 2005

19N de famlias, municpios e imveis - Projeto Crdito Fundirio - 2002 a agosto de 2005

20Atividades financiadas pelo Microcrdito de 2004 a fev/2006

21Financiamentos por modalidade e aplicao do Microcrdito

22Financiamentos por modalidade e aplicao do Microcrdito

23Distribuio dos recursos do Microcrdito por famlia, e regio de desenvolvimento (julho de 2004 a janeiro de 2006)

24Capacitaes promovidas pelo Programa Comunidade Ativa de 1999 a 2002

RELAO DE QUADROS

1Tipo de Agroindstria por municpio, valor investido e populao atendida

2Capacitaes realizadas durante o perodo 1999 a 2001 PCPR I

3Capacitaes realizadas durante o perodo 2003 a 2005

4IDH dos municpios do PIDL, por aglomerado

5Condies contratuais do Microcrdito

6Capacitaes promovidas pelo Programa Comunidade Ativa de 1999 a 2002

RELAO DE FIGURAS1Distribuio das UTRs em Pernambuco

2Capa da primeira edio do Jornal do Renascer/2001

3Pgina principal da home page do Projeto Renascer

4Estrutura organizacional do Projeto Renascer

5Logomarca das agroindstrias

6Processo de produo e comercializao dos produtos das agroindstrias

7Localizao dos municpios do PIDL

8Aglomerados do PIDL

9Material de divulgao do Prorenda

10Municpios da zona da mata com atuao do Prorenda

11Folder de divulgao do Prorenda Microempresa

SIGLAS

AD/DIPERAgncia de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco

AEDAgncia de Educao para o Desenvolvimento

AGRECOAssociao dos Agricultores Ecolgicos das Encostas da Serra Geral

ANAAgncia Nacional de guas

ANVISAAgncia Nacional de Vigilncia Sanitria

APAEBAssociao dos Pequenos Agricultores da Bahia

APCRPrograma de Apoio a Pequenas Comunidades Rurais

APOIMNEArticulao dos Povos Indgenas do Nordeste, Minas Gerais e Esprito Santo

ASAArticulao do Semirido

ASSOCENEAssociao de Orientao as Cooperativas do Nordeste

ATERAssistncia Tcnica e Extenso Rural

CAATINGACentro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e Instituies No Governamentais Alternativas

CASCrdito Adicional Semi-rido

CEPLANConsultoria Econmica e Planejamento

COMPESACompanhia Pernambucana de Saneamento

CNPJCadastro Nacional de Pessoa Jurdica

COMSOLComrcio Solidrio

CONTAGConfederao Nacional dos Trabalhadores na Agricultura

COOSEPECooperativa de Prestao de Servio e Assistncia Tcnica de Pernambuco

COPERASULCooperativa de Produtores Rurais da Mata Sul

COPESCAConselho do Plo Pesqueiro do Agreste

COPIPEComisso de Professores Indgenas de Pernambuco

CPRHCompanhia Estadual de Recursos Hdricos e Meio Ambiente

CRASCentros de Referncia de Assistncia Social

DLISDesenvolvimento Local Sustentvel

DNOCSDepartamento Nacional de Obras de Combate Seca

DRPDiagnstico Rural Participativo

ECOSOLEconomia Solidria

ECPBGEscola de Contas Pblicas Barreto Guimares

EMBRAPAEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria

FATFundo de Amparo ao Trabalhador

FECAMPFundao de Economia de Campinas

FGVFundao Getlio Vargas

FENNEARTFeira Nacional de Negcios do Artesanato

FETAPEFederao dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco

FUMACFundo Municipal de Apoio Comunitrio

FUMAC PFundo Municipal de Apoio Comunitrio Piloto

FUNAIFundao Nacional do ndio

FUNAVALFundo de Aval

FUNASAFundao Nacional de Sade

FUNDAJFundao Joaquim Nabuco

FUNTEPEFundo de Terra de Pernambuco

GAJGerncia de Assuntos Jurdicos

GERAFGerncia de Administrao Financeira

GEROPGerncia de Operaes

GETECGerncia Tcnica

GTZDeutsch Gescllschaft Technishe Zusammenarbeit

IDHIndce de Desenvolvimento Humano

IICAInstituto Internacional de Cooperao para a Agricultura

IPAEmpresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuria

MECMinistrio de Educao e Cultura

MDAMinistrio do Desenvolvimento Agrrio

MDSMinistrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome

MISManegement Information System

ONGOrganizao no governamental

OSCIPOrganizao de Sociedade Civil de Interesse Pblico

PACPrograma de Apoio Comunitrio

PAPPPrograma de Apoio ao Pequeno Produtor Rural

PEASAPrograma de Estudos e Aes para o Semi-rido

PEMPlanejamento Estratgico Municipal

PERPART S/APernambuco Participaes S/A

PGEProcuradoria Geral do Estado de Pernambuco

PIDLPlano Integrado de Desenvolvimento Local

PMAPlanejamento, Monitoramento e Avaliao

PNADPesquisa Nacional por Amostra de Domcilio

PNUDPrograma das Naes Unidas para o Desenvolvimento

POAPlano Operacional Anual

POSMEX/UFRPPrograma de Ps Graduao em Extenso Rural e Desenvolvimento Local/Universidade Federal Rural de Pernambuco

PPAPlano Plurianual

PROMATAPrograma de Apoio ao Desenvolvimento Sustentvel da Zona da Mata de Pernambuco

PRONAFPrograma Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

PSFPrograma de Sade da Famlia

RDRegio de Desenvolvimento

SALOCSuperviso de Articulao Local

SATSubprojeto de Aquisio de Terra

SDSCSecretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania

SEAPSecretaria especial de Agricultura e Pesca

SEBRAEServio Brasileiro de Apoio Micro e Pequenas Empresas

SECTMASecretaria Estadual de Cincia Tecnologia e Meio Ambiente

SEFAZSecretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco

SEPLANDESSecretaria de Planejamento e Desenvolvimento Social

SERTAServio de Tecnologia Alternativa

SGPRSistema Gerencial do Projeto Renascer

SICSubprojeto de Investimento Comunitrio

STRSindicato dos Trabalhadores Rurais

SUDENESuperintendncia de Desenvolvimento do Nordeste

UFRJUniversidade Federal do Rio de Janeiro

UNESCOOrganizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura

UNITECUnidade Tcnica

UTRUnidade Tcnica Regional

APRESENTAO

O Governo de Pernambuco, desde 1999, estabeleceu como estratgia de governo a participao e a transparncia no relacionamento entre Estado e Sociedade, afirmando os preceitos democrticos como pilares fundamentais para o desenvolvimento social e econmico. Nesse sentido, implantou uma poltica de desenvolvimento regional e local, instituindo as doze Regies de Desenvolvimento (RDs), e definiu, atravs do processo de planejamento participativo, uma Agenda Prioritria para cada Regio, que orientou os Planos Plurianuais (PPAs) em cada Gesto.

Alinhado a essa estratgia de Governo, o Projeto Renascer, Unidade Tcnica vinculada Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania, no perodo de 1999 a 2002, adotou um modelo de gesto adequado nova misso de gerenciar Programas de Desenvolvimento Local. Nessa perspectiva, desenvolveu as seguintes aes: a) implantou oito Unidades Tcnicas Regionais (UTRs); b) ampliou a interlocuo com as comunidades rurais, atravs dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento, que passaram de 38, em 1999, para 178, em 2001, e, em 2005, para 179; c) instituiu um calendrio anual de recebimentos das propostas comunitrias; d) divulgou os critrios do Projeto e modernizou o sistema de informaes gerenciais para garantir o acesso das UTRs e da populao atendida pelo projeto ao andamento dos subprojetos, em tempo real; e) os Encontros Regionais com os Conselhos Municipais de Desenvolvimento tiveram a participao ampliada e a definio dos investimentos do PCPR mais articulada com os demais programas e projetos sociais, de acordo com a realidade de cada Regio de Desenvolvimento.

No perodo 2003 a 2005, os avanos alcanados no perodo anterior so aprimorados, destacando-se a consolidao do modelo descentralizado de gesto, o qual, entre outros resultados, permitiu propor, com a anuncia do Banco Mundial, alteraes no modelo de implantao do PCPRII - 1a fase, visando aprimorar o seu desempenho na perspectiva de contribuir com a elevao dos indicadores de qualidade de vida da populao rural residente em espaos territoriais mais deprimidos. Desse modo, o Plano Integrado de Desenvolvimento Local (PIDL), implementado em 11 municpios contguos de mais baixo IDH do Estado, situados nas regies do Serto do Moxot e Agreste Meridional, representa uma estratgia metodolgica inovadora no mbito do PCPRII, que visa assegurar o protagonismo dos atores sociais locais, a complementaridade de aes entre programas e projetos e a integrao entre as polticas pblicas, com foco na perspectiva do desenvolvimento sustentvel.

Encontra-se em negociao a 2a fase do PCPRII (2006/2010), com proposta tcnica elaborada pela equipe do Renascer, em 2005, e aprovada pelo Banco Mundial. At junho de 2006, as aes da 1a fase do PCPRII estaro concludas, sendo prevista, nesse perodo, a assinatura do Acordo de Emprstimo do Governo do Estado com o Banco Mundial para a nova fase.Este documento apresenta os principais avanos e conquistas do Projeto Renascer na gesto de programas sociais no enfrentamento da pobreza rural, destacando a sua descentralizao e a plena insero nas diretrizes firmadas pelo Governo do Estado para promoo do Desenvolvimento de Pernambuco com Incluso Social, tema do PPA 2004/2007.

1 PROJETO RENASCER 1999/2006

1.1 IDENTIDADE DO PROJETO RENASCER

A MISSO Projeto Renascer de gerenciar programas de desenvolvimento local integrado e sustentvel, voltados para melhoria da qualidade de vida das comunidades rurais pobres do Estado de Pernambuco.

Tem como VISO ser referncia nacional na gesto de Programas de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentvel em comunidades rurais pobres.

Seus VALORES principais consistem na:

Democratizao: a garantia de acesso de todos os beneficirios potenciais aos Projetos do Renascer, respeitando-se os critrios de elegibilidade.

Participao: Visa assegurar o espao de deciso das comunidades rurais em todo o processo de implementao dos Projetos, incluindo a definio de prioridades, a gesto dos investimentos e o acompanhamento.1.1.1 DIRETRIZES DO PROJETO RENASCER

Contribuir para reduo da pobreza rural atravs da promoo do desenvolvimento local sustentvel.

Contribuir com a poltica de Reforma Agrria.

Atuar de forma integrada, transparente, participativa e descentralizada, constituindo parcerias com instituies governamentais e no governamentais, com vistas complementaridade de aes.

Buscar a melhoria dos subprojetos e sua sustentabilidade.

Ser transparente na aplicao dos recursos pblicos.

1.1.2 BREVE RETROSPECTIVA DO PROJETO RENASCERO Projeto Renascer tem como antecedentes o Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural (PAPP), at 1994, o Programa de Apoio a Pequenas Comunidades Rurais (APCR), de 1994 a 1997, e o Programa de Combate Pobreza Rural (PCPR I), iniciado em 1997 e assumido pela primeira gesto do Governo Jarbas Vasconcelos, em 1999.

Fazendo tambm parte do Projeto Renascer, inicia-se, em 1997, o piloto Cdula da Terra, concludo em 2002. Nesse ano tem incio o Projeto Crdito Fundirio.Projeto Renascer

1994199519961997199819992000200120022003200420052006

APCRPCPR IPCPR II

O PCPR I encerra-se em 2001 e, em maro de 2002, inicia-se o PCPR II.

Ano 2000

No incio da atual gesto do Governo do Estado, havia uma grande quantidade de subprojetos do PCPR I, sem um sistema de gerenciamento dos processos relativos a esses.

O MIS (Management Information System) estava implantado, mas no se encontrava em funcionamento. Para suprir essa dificuldade, foi institudo, emergencialmente, em 2000, um sistema paralelo (o Tramita), que possibilitou o primeiro avano: localizar os processos dentro da Unitec, embora no fosse possvel identificar o seu andamento.

Com a implantao desse controle, o Projeto adquiriu um novo ritmo; era possvel atenuar a demora ou impedir a paralisao dos processos em um determinado setor, a partir do conhecimento, pelos gestores, da localizao dos mesmos.

A partir do ano de 2000, comeam a ser realizados os Encontros Regionais com os Conselhos Municipais de Desenvolvimento, como parte de aproximao, mobilizao e consolidao desses Conselhos.

Com o propsito informativo, inicialmente, esses encontros obtiveram avanos ao longo do tempo, tornando-se um espao de discusso e construo de solues com a participao da comunidade.

Ano 2001

Em 2001, a gesto do Projeto Renascer instituiu um calendrio para o recebimento dos subprojetos, sistematizando o recebimento de lotes de propostas para anlise e tramitao, permitindo organizar o tempo e concentrar esforos da equipe tcnica. At essa data, os subprojetos podiam ser entregues a qualquer tempo para anlise e aprovao da Unitec. Esse procedimento dificultava a otimizao dos momentos de anlise, tomava muito tempo da equipe tcnica com viagens e deslocamentos, inviabilizando, por vezes, a realizao de visitas prvias e checagem das informaes registradas nas propostas, e, em alguns casos, abria espao para a manipulao poltica, principalmente, at o ano de 1999, quando existiam apenas 38 Conselhos Municipais, sendo incipiente a participao da comunidade.Ainda em 2001, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) realiza uma auditoria do desempenho operacional do PCPR, focando o processo de tramitao dos subprojetos junto Unitec, em que so identificadas diversas oportunidades de aperfeioamento, potencializadas pelo engajamento dos gestores e dos diversos diretores que compem a equipe do Projeto1. Essa auditoria resulta em importantes decises relacionadas melhoria do fluxo de processos do Projeto.Foi concludo o projeto de capacitao de Prestao de Contas dos beneficirios.

Outro avano significativo foi a aprovao, junto Procuradoria Geral do Estado (PGE), de que apenas convnios com valores acima de R$ 700 mil deveriam passar pela avaliao do rgo, abreviando o tempo de tramitao do subprojeto.Os critrios de anlise e seleo dos subprojetos foram aperfeioados, o que tornou possvel fazer uma triagem do cadastro dos elaboradores dos subprojetos, privilegiando a seleo dos profissionais mais preparados.Inicia-se a descentralizao do Projeto: foi realizada, pela Unitec/Prorural, em articulao com a Agncia Condepe/Fidem, a reestruturao das 08 Unidades Tcnicas Regionais (UTRs), localizadas espacialmente de forma a abranger as doze Regies de Desenvolvimento (RD). At aquele momento, a gesto era centralizada na Unitec, em Recife, o que dificultava o acompanhamento, aumentava o custo do Projeto em viagens e dirias, alm de comprometer a qualidade da execuo das aes.

As UTRs contavam com uma equipe de apenas dois a trs tcnicos de superviso. Todas as demais reas relacionadas execuo dos subprojetos (Assessoria Jurdica, Prestao de Contas, Acompanhamento de Conselhos) continuavam centralizadas na Unitec.

Acompanhando o processo de descentralizao da gesto, foram realizados esforos para o aperfeioamento e apropriao do Manegement Information System (MIS) pela equipe do Projeto, uma vez que este consistia em uma ferramenta importante para o gerenciamento dos subprojetos no contexto da estrutura descentralizada, cuja implantao encontrava-se em andamento.

Cem novos Conselhos Municipais de Desenvolvimento foram articulados e passaram a ter um papel fundamental na seleo das propostas a serem implementadas nos municpios.

Como forma de manter um canal de divulgao no apenas das aes desenvolvidas, mas tambm das regras do Projeto , foi lanado o Jornal Renascer, direcionado, principalmente, aos Conselhos, associaes, instituies parceiras. Alm disso, a Home Page tem sido importante para dar transparncia ao Projeto, funcionando como um servio de informao, orientao e divulgao sociedade em geral.

No ano de 2001 criada a marca Projeto Renascer/Unitec Prorural, com o objetivo de refletir a nova imagem do Projeto.

Ano 2002

A descentralizao comea a dar resultados prticos. O Projeto, contando com o envolvimento de 178 Conselhos, amplia a participao e possibilita a transparncia do processo, passando a atender famlias antes no atendidas e a envolver grupos sem experincia em gerenciamento de convnios. Atender a uma parcela da comunidade que no estava preparada e manter a qualidade e agilidade na execuo dos subprojetos representavam novos desafios.

Ano 2003

Para manter a qualidade do atendimento, no contexto da estrutura descentralizada, foi necessrio investir na equipe, na logstica e na infra-estrututra, dotando as UTRs de melhores condies e autonomia para desenvolver o Projeto localmente.

O grande desafio foi incorporar mais agilidade e qualidade implementao das aes, garantindo a apropriao do processo pela comunidade participante.

Nesse ano, so realizados investimentos significativos na equipe, atravs de duas aes principais: o incio da seleo para a complementao das equipes das UTRs e o Programa Gesto de Competncias.Atravs do Programa Gesto de Competncias toda a equipe passa por um processo de avaliao de desempenho, focalizando suas principais competncias e os pontos de aperfeioamento da equipe, em funo do que era esperado pelos gestores do Projeto. A avaliao foi realizada e as aes de aperfeioamento tiveram incio em 2004.

As UTRs passam a atuar com autonomia em relao Unitec nas vrias etapas relativas ao acatamento dos subprojetos, tais como: pr-anlise, visita prvia, anlises jurdica e documental, anlise de prestao de contas e, aps aprovao, confeco das minutas do convnio, providenciando o cadastrando no MIS e encaminhando Unitec para os procedimentos de empenho do convnio, alm de atuar no assessoramento aos Conselhos Municipais e associaes. Para tanto, foi formada uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais de cincias agrrias, sociais, jurdicas, contbeis, engenheiros e tcnicos administrativos.

Ainda em 2003, foi concebido, pelo Governo do Estado, o Plano Integrado de Desenvolvimento Local (PIDL), com os objetivos seguintes: a) ampliar a estratgia de descentralizao e participao contida no Plano Plurianual 2004-2007; b) elevar o IDH dos municpios que compem a unidade territorial mais pobre do Estado, situada em rea contgua nas fronteiras das RDs do Agreste Meridional e do Serto do Moxot e c) melhorar o desempenho do PCPR II, propondo alteraes no seu modelo de implementao, visando incorporar a dimenso territorial como estratgia para o apoio ao desenvolvimento rural integrado aos elos de cadeias produtivas regionais.

Ano 2004A partir de 2004, um dos principais investimentos vem sendo em relao ao monitoramento. Os gestores e suas equipes esto mais preparados para avaliar o desempenho do projeto e implantar os ajustes necessrios em tempo hbil.

No perodo, foram realizados dois estudos para avaliao do Projeto Estudo de Avaliao dos Impactos Scio-econmicos dos Projetos de Combate Pobreza Rural, desenvolvido pela Fundao de Economia de Campinas (Fecamp), com o apoio de tcnicos do Governo do Estado de Pernambuco (Projeto Renascer) e com a participao direta de pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), o qual apresenta o desempenho do PCPR II para o perodo de 2002/2003. A primeira fase da pesquisa contemplou o Estudo de Caso que abrangeu 50 municpios, enfocando, em particular, os efeitos imediatos do Projeto sobre a construo de capital social e o bem-estar das comunidades rurais pobres beneficiadas pelo PCPR. A segunda fase apresentou a Avaliao de Impacto Scio-Econmico do PCPR.

De acordo com os dados coletados pela Fecamp, entre as melhorias promovidas pelo PCPR ressaltam-se o rompimento com as prticas clientelistas e os impactos diretos sobre sade, higiene, habitao e bem-estar das comunidades atendidas. O estudo, portanto, revelou que, mesmo vivendo em condies de pobreza, uma parcela significativa dos agricultores familiares melhorou suas condies de vida, bem como estimulou o associativismo, embora tenha contribudo pouco para gerar trabalho e renda.

Outro estudo, Desempenho Fsico dos Subprojetos do PCPR, foi desenvolvido pela Consultoria Econmica e Planejamento (Ceplan), empresa pernambucana de consultoria. A pesquisa foi realizada em 50 municpios, sendo levantadas informaes sobre as aes do PCPR no que se refere implantao, implementao e desempenho. Uma das principais concluses desse estudo foi de que o pblico do PCPR constitudo, predominantemente, por famlias muito pobres do meio rural. Aproximadamente 50% das famlias atendidas pelo Projeto tm renda inferior a um salrio mnimo.

Ano 2005

Nesse ano, foi dada nfase articulao e integrao das aes, buscando integrar o PCPR s demais polticas pblicas. A proposta para a 2a fase do PCPRII, elaborada pela equipe tcnica do Projeto Renascer, pretende aprofundar essa integrao.

No mbito do PIDL, a criao, pelo Governo do Estado, da Comisso Gestora do Plano, formada por representantes das secretarias envolvidas na implementao das aes nos 11 municpios, tem favorecido uma maior integrao das polticas pblicas governamentais.

Ainda em 2005, teve incio a capacitao da equipe tcnica, com vistas implementao da 2a fase do PCPRII.

Ano 2006

Foi concluda a 1a fase do PCPRII. Est prevista a assinatura do Acordo de Emprstimo do Governo do Estado e Banco Mundial para a 2a fase do PCPRII e preparao das equipes tcnicas para a implementao da nova proposta, com o objetivo de concretizar intervenes estruturadoras em 22 territrios com municpios de mais baixo IDH, expandindo a proposta do PIDL e articulando iniciativas de diferentes setores que possam contribuir com o rompimento do ciclo de pobreza. 1.2 AVANOS E CONQUISTAS DO PROCESSO ORGANIZACIONAL DO PROJETO RENASCER

1.2.1 1999/2002: ORGANIZAO DA GESTO E INCIO DO PROCESSO DE DESCENTRALIZAO1.2.1.1 - Antecedentes

Embora considerando o avano no processo de organizao da sociedade civil e da existncia de mecanismos de acompanhamento e controle da ao pblica, institudos nas ltimas dcadas, o Prorural era ainda marcado por uma forte atuao de polticos. A participao do pequeno produtor rural na gesto do PCPR era extremamente limitada. A aprovao dos subprojetos, em geral, se dava diretamente pela coordenao do projeto. A estratgia do novo Governo estabeleceu outros parmetros de relao entre Estado e sociedade civil possibilitando o incio do rompimento com antigas prticas clientelistas, de tal forma que a aprovao dos subprojetos passou a ser feita com base em discusso e estabelecimento de prioridades pelas comunidades organizadas.

1.2.1.2 - Nova Gesto

A primeira gesto do Governo de Jarbas Vasconcelos, iniciada em 1999, teve como compromisso a implementao de um planejamento descentralizado que envolvesse todos os segmentos da sociedade nas discusses das prioridades, em cada regio do Estado. Para tanto, foi implantado o Programa Governo nos Municpios, sob a coordenao da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Social, o qual passou a viabilizar o processo de descentralizao do espao do Estado para o municpio e, sobretudo, para a comunidade. Foram institudas as RDs e criadas, atravs do processo de planejamento participativo, agendas de prioridades para cada Regio, que definiram os PPAs, em cada Gesto.

A nova gesto assumiu o Programa de Combate Pobreza Rural (PCPRI), desenvolvido atravs da Unitec/Prorural, unidade tcnica vinculada, nesse perodo, Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Social.

1.2.1.3 Gerenciamento de Programas de Desenvolvimento Local

Alinhada s diretrizes do Governo, a Unitec/Prorural se insere na lgica do Programa Governo nos Municpios, assumindo a misso de gerenciar programas de desenvolvimento local sustentvel, voltados para a melhoria da qualidade de vida e gerao de renda das comunidades rurais pobres de Pernambuco, com base nos valores de democratizao, participao, transparncia e responsabilidade. A reestruturao dos Escritrios Regionais, distribudos de forma a atender s RDs, bem como mudanas no processo de gesto da Unitec/Prorural contriburam para o processo de descentralizao, o qual passa a acontecer de forma gradual e contnua.

Com o aporte tcnico de especialistas trabalha-se o Planejamento Estratgico e Operacional da Unitec e o Plano Operacional Anual (POA) dos Projetos PCPR, Crdito Fundirio e Prorenda (programa concludo em 2002). Apoiado em indicadores de desempenho, metas e sistemtica de acompanhamento, instituiu-se um processo colegiado de avaliao e planejamento voltado para a obteno dos resultados organizacionais.

Os procedimentos administrativos foram estabelecidos, simplificados e documentados com o apoio inicial do TCE, a partir da auditoria-piloto operacional do PCPR. Posteriormente, foram ampliados para todas as reas da Unitec, atravs do Programa de Gesto da Qualidade da ISO 9000.

Acompanhando o processo de descentralizao da gesto, foram realizados esforos para o aperfeioamento e apropriao do MIS pela equipe do Projeto, possibilitando um melhor gerenciamento dos processos dos subprojetos.

O modelo de gesto descentralizada adotado pelo Projeto Renascer estimulou o envolvimento das comunidades na escolha e definio das aes prioritrias, execuo dos projetos e gerenciamento dos recursos pblicos repassados para as instncias representativas das populaes locais Associaes Comunitrias e Conselhos Municipais. Nessa perspectiva, foi dado um novo impulso para a criao de Conselhos Municipais, que passam a ser um veculo de democratizao, participao e de formao do capital social.Os Conselhos passaram a ter um papel importante na seleo dos subprojetos a serem executados no municpio. Os subprojetos do PCPR e as propostas do Crdito Fundirio passaram a ser discutidos no mbito do Conselho, alm de outros programas e investimentos relevantes para o municpio e, principalmente, para os pequenos produtores rurais.

Como contribuio ao fortalecimento dessa instncia de deciso local, o Renascer investiu fortemente na capacitao dos beneficirios em Gesto de Conselhos, Associativismo e Prestao de Contas de subprojetos. Nessa mesma linha, assegurou ao tcnico acesso capacitao em metodologias participativas, qualificando a assessoria prestada atravs das equipes regionais.

Para possibilitar a descentralizao das informaes do sistema MIS que monitorava o PCPR, foi realizada uma migrao do banco de dados MS Access, utilizado por este sistema, para o MS SQL Server 2000, ferramenta de uso profissional, trazendo recursos corporativos antes no disponveis. Tambm foi desenvolvida uma aplicao web para a submisso e acompanhamento dos subprojetos. Com isso, UTRs e beneficirios passam a acessar as informaes do sistema em tempo real, de forma segura e confivel.

Foram instalados 159 pontos de cabeamento estruturado, sendo 82 pontos lgicos e 76 pontos de telefonia, e mais 82 pontos de eletricidade exclusivos para rede de dados, provendo o Projeto Renascer da infra-estrutura adequada aos recursos de informtica existentes.

Quatro servidores IBM e-Server foram adquiridos e configurados em conformidade com os sistemas existentes, possibilitando recursos como servidor de banco de dados relacional, servidor de e-mail, backup automtico, firewall e servidor de domnio.

O link de acesso dedicado Internet foi aumentado de 64K para 512K, proporcionando mais agilidade nas comunicaes do Projeto Renascer e viabilizando a utilizao remota dos novos sistemas de informao que compunham o MIS.

FIGURA 2 Capa da primeira

edio do Jornal do Renascer/2001

Na rea de comunicao foi lanado o Jornal Renascer, que divulga as aes do Projeto e trata de assuntos de interesse para a zona rural, direcionado, sobretudo, s famlias atendidas pelo Projeto. Com uma tiragem de dois mil exemplares, distribudo mensalmente para o pblico-alvo, atravs das UTRs, para a mdia e parceiros governamentais e no governamentais.

A Home Page, outra ferramenta de comunicao, tem sido importante para dar visibilidade ao Projeto, funcionando como um servio de informao e orientao ao pblico interessado. Alm disso, a presena na mdia, com uma mdia de oito notcias em jornais, ao ms, tem contribudo para firmar as aes do Projeto Renascer.

Em relao documentao, Em 2001, foi implantada a Unidade de Documentao (Unidoc) do Projeto Renascer com vistas a preservar a memria tcnica documental do Projeto, a partir da sistematizao das informaes documentais, em um nico ambiente fsico, dotado de layout funcional, com mobilirio, equipamentos eletrnicos e suportes adequados, viabilizando o acesso e recuperao de informaes de forma sistemtica.

A estrutura da Unidoc foi desenhada a partir da construo coletiva (consultoria/sistema cliente) de uma rvore Temtica, espelhando-se em tesauros especializados e na cultura institucional, com os ajustes inerentes ao processo, com o propsito de manter fidelidade linha de atuao do Projeto Renascer, bem como uma maior proximidade com a forma usual de busca, ou seja, fixar uma relao entre a demanda e a oferta documental.

Para a representao descritiva dos documentos, foram seguidas as recomendaes contidas na NBR 6023, da Associao Brasileira de Normas Tcnicas - ABNT, no que concerne ao registro de seus elementos identificadores, adaptando-as s necessidades institucionais.

Com a montagem da Unidoc, contando com um acervo inicial de 150 documentos tratados tecnicamente, alimentados em sua base informatizada online, o Projeto Renascer passou a disponibilizar para os usurios, reais e potenciais, alm dos documentos resultantes de sua produo tcnica, outros produtos provenientes de fontes externas (instituies congneres e autores pessoais), nas diversas reas de interesse.

TABELA 1 - Acervo atual da UNIDOC por eixo temtico

EIXO TEMTICOREAL (Ttulo)FSICO (Volumes)

ADMINISTRAO387516

AGROPECURIA625733

DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL203269

DIREITO112117

ECONOMIA161201

EDUCAO99113

GNERO98106

MEIO AMBIENTE141187

PESCA5160

PROJETO RENASCER567791

PERIDICOS3232

ACERVO REAL2.4763.125

Fonte: Unidoc. Abril/2006.

TABELA 2 Acervo da Unidoc por tipo de documentoTIPO DE DOCUMENTOREAL (Ttulo)FSICO (Volumes)

CD7589

DISQUETE2020

DVD38

FITA CASSETE99

FITA DE VDEO82104

FOTO142142

LIVRO2.1132.721

PERIDICO32

TOTAL DO ACERVO24763093

Fonte: Unidoc. Abril/2006.

Para a informatizao do acervo foi desenvolvido o sistema Controle de Acervos Documentais (CAD). Como um dos recursos do sistema, a comunidade usuria tem a sua disposio um siglrio construdo, particularmente, a partir de siglas identificadas como de interesse em documentos constitutivos do acervo, alm de outros recursos, tais como: cadastramento eletrnico das informaes documentais; possibilidade de pesquisa no sistema atravs de variveis selecionadas, em funo de cruzamentos lgicos (conectores booleanos); elaborao de relatrios de sada, de interesse; localizao dos documentos; identificao do quantitativo fsico e real do acervo, por eixo temtico; emisso de etiquetas.

Com o objetivo de capacitar o usurio a navegar no sistema, de forma independente, encontra-se disponvel, no ambiente da Unidoc, uma cpia do Manual do Usurio contendo as orientaes para a realizao de suas pesquisas com o refinamento necessrio para obter consistncia no resultado.

Em carter inovador, o sistema tem condio de apresentar o resultado da pesquisa com as fontes no formato de referncia, facilitando a sua incorporao ao texto de qualquer trabalho tcnico produzido.

O acervo constitudo, em sua maioria, de documentos no convencionais, denominados na linguagem especializada de "literatura cinzenta", compreendendo relatrios, programas, projetos, planos, entre outros, produzidos pelo Projeto Renascer, representando a sua memria tcnica documental. Incorporados a esse acervo esto outras unidades documentrias provenientes de fontes externas produzidas por autores institucionais e/ou pessoais, ampliando, assim, o seu valor cultural e informacional, provendo os usurios da Unidoc de um referencial terico mais rico, pelas contribuies diversificadas na temtica de interesse, alm de ampliar o seu universo de pesquisa. Inclui ainda livros, peridicos, mapas, fitas de vdeo, fotografias e eletrnicos, como CD-ROM, disquetes, entre outros.

Com a implantao da Unidoc, o Projeto Renascer investiu num bem cultural, consciente de que o valor da informao sistematizada constitui recurso estratgico para o melhor desempenho do seu capital humano.

Ressalta-se, ainda, a melhoria no ambiente de trabalho, com espao fsico mais amplo e arejado, aquisio de equipamentos e mobilirio adequado.

Foram perceptveis, tanto internamente como externamente, os resultados das mudanas implementadas e em processo de aprimoramento. O envolvimento das equipes e a interao com as instncias locais de participao do pequeno produtor rural contriburam para um melhor desempenho da Unitec.

FIGURA 3 Pgina principal da Homepage do Projeto Renascer

Este um processo que vem avanando em direo articulao das aes de combate pobreza rural, no mbito local. A partir da focalizao das regies de maior pobreza, busca-se a complementaridade das aes com outros programas/projetos, criando condies objetivas para a mudana dos indicadores sociais.

O Projeto Renascer, com tal contribuio, assumiu cada vez mais o papel de protagonista nesse processo de articulao das aes locais, atravs do gerenciamento dos Programas/Projetos:

PROJETO DE COMBATE POBREZA RURAL

PROJETO CRDITO FUNDIRIO E COMBATE POBREZA RURAL

MICROCRDITO RURAL

PRORENDA

COMUNIDADE ATIVA1.2.2 2003: CONSOLIDAO DA GESTO DESCENTRALIZADA E PARTICIPATIVA1.2.2.1 Descentralizao e Modernizao da Gesto

O ano de 2003 representou a consolidao das mudanas implementadas a partir do ano de 1999.

O processo de descentralizao se fortaleceu com a ampliao dos quadros das equipes das UTRs. O Projeto Renascer aperfeioou sua estrutura, dando destaque Gerncia Operacional, que, em conjunto com as UTRs, possibilitou a implementao dos subprojetos de forma mais gil. A Gerncia do PCPR, criada nessa poca, foi instituda como meio de dar suporte rea operacional.

A descentralizao da gesto foi fundamental para a democratizao do Projeto, contribuindo cada vez mais com a participao da comunidade. Neste sentido, os Conselhos Municipais tiveram ateno especial, atravs das aes de capacitao.

Alinhado s diretrizes do PPA do Governo do Estado para o perodo 2004/2007, o Renascer focalizou sua ao nos municpios de mais baixo IDH, adotando, como critrio de incluso, os seguintes indicadores:

os 11 municpios de mais baixo IDH (Agreste Meridional e Serto do Paje/Moxot);

IDH menor que 0,632;

municpios em estado de emergncia, com IDH menor que 0,632 e Conselho Municipal de Desenvolvimento com desempenho regular ou bom;

municpios que no tenham recebido recursos do PCPR II, com IDH maior que 0,632 e Conselho Municipal de Desenvolvimento regular ou bom.

A atuao nos 11 municpios de menores IDH do Estado faz parte, tambm, da nova estratgia de atuao do PCPR II, proposta, como piloto, ao Banco Mundial ainda em 2003.

No exerccio de 2003, o Projeto Renascer implementou aes nas reas rurais, atravs do PCPR II e do Crdito Fundirio, e deu incio, em julho de 2004, ao projeto de Microcrdito Rural.

A seguir, so apresentados alguns destaques do processo de descentralizao:

redistribuio dos municpios entre as UTRs, buscando o melhor atendimento do pblico beneficirio;

reforma dos espaos fsicos das UTRs e aquisio de equipamentos, computadores, possibilitando completar a informatizao das unidades;

ampliao do quadro de tcnicos, permitindo a atuao de uma equipe multidisciplinar por UTRs. As equipes passaram de 4 a 5 para 7 a 9 tcnicos por UTR;

at 2001, havia um total de 132 funcionrios e colaboradores, dos quais 87% estavam lotados na Unitec e 13% nas UTRs. Em 2003, de um total de 151, 68% estavam na Unitec e 32% nas UTRs;

descentralizao das atividades de prestao de contas e assessoria jurdica, a partir da qual, cada UTR passou a contar com profissionais dessas reas. As aes de superviso aos subprojetos passaram a ter um carter mais educativo/preventivo, atravs de visitas tcnicas, capacitaes e orientaes realizadas de maneira conjunta;

redefinio dos fluxos e procedimentos em relao tramitao dos subprojetos, tornando os processos mais geis. Os Conselhos Municipais realizam as etapas de seleo, priorizao e legitimao dos subprojetos encaminhados pelas associaes rurais; maior apoio ao desenvolvimento das aes dos Conselhos Municipais e Associaes. Como forma de apoiar as atividades dos Conselhos, foi criada, em 2002, uma taxa de administrao, correspondente a 1% do valor dos subprojetos financiados no municpio. Para ter acesso a essa taxa, o Conselho deve estar registrado no Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica (CNPJ);

informaes sobre liberao de recursos e pontualidade nas respostas aos beneficirios;

reduo dos prazos para emisso de laudos de superviso, realizados aps a liberao dos recursos. Definiu-se pela emisso de trs laudos: dois durante o subprojeto e um conclusivo no final da vigncia do convnio (6 meses), buscando com isso melhorar o acompanhamento da implementao dos subprojetos e o aumento do ndice de subprojetos executados em tempo hbil;

reduo do nmero de convnios inadimplentes;

retomada dos subprojetos do PCPR I que se encontravam inconclusos.

No que se refere modernizao da Gesto, o Projeto Renascer iniciou o processo de Gesto de Competncias a partir de seu Plano Operacional 2003, o qual previa em um de seus componentes a Gesto Eficiente e Transparente dos Recursos Humanos da Unidade Tcnica.

Esse trabalho teve incio, de maneira sistemtica, em agosto de 2003, tendo sido apoiado atravs de consultoria da gilis, empresa especializada em Recursos Humanos, que forneceu as bases para a implantao do sistema de Avaliao Peridica do Desempenho das equipes. O processo foi estruturado para ser realizado em cinco etapas:

Primeira: Definio de Metodologia

Segunda: Mapeamento de Competncias

Terceira: Realizao das Avaliaes

Quarta: Realizao das Entrevistas de Feedback

Quinta: Acordo de Plano de Auto Desenvolvimento

Foi criado um Comit de Avaliao para conduo do sistema em sua totalidade, formado pelos Gerentes do Projeto Renascer, bem como Coordenadores das UTRs. Ficou estabelecido que as avaliaes peridicas deveriam, inicialmente, acontecer de 3 em 3 meses.Praticamente todos os setores da Unitec foram envolvidos no processo: Gerncia Geral, Superintendncia Tcnica, Assessoria Especial, Gerncia Administrativa Financeira (Geraf), Gerncia de Operaes (Gerop), Gerncia Tcnica (Getec), Gerncia de Assuntos Jurdicos (GAJ), Gerncia do PCPR, Gerncia do Crdito Fundirio e UTRs.

Ainda em 2003, alinhado s diretrizes do Governo do Estado, o Projeto Renascer atualiza o seu planejamento estratgico, com 8 resultados esperados, os quais vm pautando as aes do projeto.

Resultado 1 Acesso das comunidades, principalmente as de maior vulnerabilidade, a bens e servios garantidos. Esse resultado reafirma a populao a ser atendida pelo Projeto Renascer como sendo as comunidades que vivem em condies de pobreza e vulnerabilidade social, que, por nem sempre estarem organizadas, tm dificuldade de acessar os servios. Portanto, essa populao necessita de um maior suporte e apoio de diversos Programas de Governo, para aumentar a sua capacidade e seu acesso aos bens e servios sociais.

Espera-se que o Renascer possa contribuir para a organizao desses grupos e disponibilizar recursos para o atendimento aos grupos de maior vulnerabilidade, identificados por RD.

Resultado 2 Conselhos Municipais e Associaes fortalecidos. O fortalecimento dos conselhos municipais e das associaes fundamental para o avano da descentralizao do processo decisrio na gesto e implementao dos subprojetos financiados pelo Renascer, bem como para outros programas e investimentos relevantes no municpio e para os agricultores familiares.

Como contribuio ao fortalecimento dessa instncia local, o Projeto dever apoiar a integrao entre os vrios conselhos atuantes no municpio e investir na capacitao permanente de conselhos e no associativismo.

Resultado 3 Projeto Renascer integrado com outros Programas de Governo e Sociedade Civil Organizada. A atuao do Renascer alinha-se diretriz do Governo de incluso social, com desenvolvimento local. O que se quer combinar investimentos que possam propiciar mudanas na realidade rural e o fortalecimento da organizao local. Para isso, torna-se estratgica a busca de parcerias com outros programas e projetos governamentais e no governamentais, criando condies objetivas para mudar indicadores sociais que ainda se encontrem fora dos padres aceitveis.

Merece destaque a ao conjunta a partir do Programa Governo nos Municpios, Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentvel da Zona da Mata de Pernambuco (Promata) e o PIDL.

Resultado 4 Sustentabilidade dos subprojetos assegurada. Alm de resultados imediatos alcanados, como quantidade de subprojetos e investimentos realizados, preciso demonstrar at que ponto o Projeto est alcanando efetivamente seus objetivos, ou, ainda, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das comunidades atendidas, indicando um benefcio mais amplo e de longo prazo, ou seja, a sustentabilidade assegurada.Nesse sentido, destaca-se a importncia de parcerias para garantir a Assistncia Tcnica e Extenso Rural (ATER), o assessoramento contnuo e a capacitao processual s associaes e conselhos, alm de investir na melhoria da qualidade dos subprojetos e realizar avaliao do impacto dos investimentos.

Resultado 5 Fluxo de informao e comunicao funcionando efetivamente e garantindo integrao interna e externa. A comunicao responsvel por grande parte dos problemas gerados na organizao, devendo ser esse resultado, portanto, uma prioridade em todos os nveis da gesto.

Resultado 6 Rotinas e instrumentos de Planejamento, Monitoramento e Avaliao consolidados. O aprimoramento dos instrumentos de planejamento, monitoramento e avaliao ser consolidado, essencialmente, a partir do sistema gerencial informatizado e integrado do Projeto Renascer, unificando a base de dados do PCPR e do Crdito Fundirio. Alm disso, as informaes geradas pelo monitoramento devero ser incorporadas prtica dos gestores nos diversos nveis de tomada de deciso.

Resultado 7 Gesto eficiente e transparente na aplicao dos recursos pblicos. Este resultado trata a gesto do Renascer em uma dimenso mais ampla, dando nfase eficcia e eficincia na aplicao dos recursos, obtidas atravs da racionalizao e melhoria na qualidade dos gastos, garantia de mecanismos de controle social, agilidade e aperfeioamento dos fluxos de tramitao dos subprojetos e propostas e, principalmente, da priorizao de aes integradas e estruturadoras.

Resultado 8 Gesto eficiente e transparente dos recursos humanos. A gesto dos recursos humanos se desdobra em dois componentes: o primeiro referente ao quadro de pessoal, visa equacionar o dficit de pessoal, buscando integrar servidores pblicos ao Projeto Renascer; o segundo diz respeito gesto do conhecimento, que se d por meio de parcerias, com a participao em capacitaes, com a divulgao de eventos de capacitao e promoo de eventos de capacitao.1.2.3 2004: AMPLIANDO A PARTICIPAO

1.2.3.1 - Nova Estratgia do PCPR

No ano de 2004, as aes do Projeto Renascer foram desenvolvidas a partir de duas linhas, conforme pode ser observado a seguir:

PCPRII, dando continuidade ao Projeto de Combate Pobreza Rural em comunidades rurais, com investimentos mais pontuais em subprojetos de infra-estrutura fsica, de desenvolvimento humano e produtivo, atendendo s demandas das associaes comunitrias priorizadas nos Conselhos Municipais de Desenvolvimento. Teve destaque nesse ano, a realizao do Encontro Regional dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento, concebido com nova metodologia que possibilitou a participao dos vrios atores sociais.

Alm do PCPRII, ressaltamos as aes dos Projetos desenvolvidos no mbito do Renascer: Crdito Fundirio de Combate Pobreza Rural, Projeto de Microcrdito Rural, os quais sero destacados na 2a parte deste documento.

Nova Estratgia - PIDL, atuando em escala intermunicipal com a concentrao de investimentos que possam gerar resultados mais expressivos nos municpios de menor IDH do Estado, estabelecendo parcerias com as instituies governamentais e no-governamentais e estimulando a ampla participao da comunidade.

1.2.3.2 Encontros Regionais dos Conselhos Municipais

O fortalecimento dos conselhos municipais e das associaes comunitrias foi fundamental para o avano da descentralizao do processo decisrio na gesto, contribuindo com a implementao dos projetos gerenciados pelo Renascer. Como contribuio ao fortalecimento dessa instncia, o Projeto promoveu doze encontros regionais, no incio de 2004, inovando em sua metodologia.

Com base na avaliao dos encontros realizados em anos anteriores, bem como da necessidade de se pensar em aes estruturadoras com possibilidade de resultados mais efetivos para a populao pobre das zonas rurais, foi adotada uma nova estratgia para os Encontros Regionais. O Encontro passou a ser um espao de reflexo sobre a realidade social e econmica dos municpios e sobre a necessidade de desenvolvimento de aes articuladas e integradas com outras instituies, que pudessem responder s demandas das comunidades rurais no enfrentamento da pobreza.

A metodologia de trabalho, implementada em 2004 pelo Renascer, possibilitou que os municpios pertencentes a uma mesma RD trocassem experincias, discutissem os problemas e definissem as suas prioridades. Foram apresentados dados sobre as regies, favorecendo um conhecimento mais aprofundado sobre questes de infra-estrutura, sociais, geogrficas e demogrficas das localidades a que pertencem. Subsidiados com esses dados, os representantes dos municpios construram matrizes com indicaes de aes prioritrias para o atendimento a um maior nmero de famlias, alm da identificao de parceiros que poderiam ser mobilizados para a complementaridade das aes.

O objetivo desse novo mtodo foi estimular a elaborao de projetos que pudessem causar impacto realidade local, envolvendo outros atores sociais no processo de enfrentamento pobreza.

Aps os Encontros, as matrizes com indicaes de aes foram discutidas nos Conselhos Municipais, a fim de que as propostas enviadas para solicitao de financiamento ao Renascer apresentassem maior capacidade de mudana na realidade de pobreza, evitando a pulverizao dos recursos em aes pontuais.

Os Encontros Regionais, realizados em 2004, tiveram a participao de 526 pessoas, entre eles, representantes dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento, de prefeitura, bancos e diversas instituies governamentais e no-governamentais com atuao relevante nas RDs.1.2.3.3 Gesto do ProjetoNo ano de 2004, o Projeto Renascer realizou alguns ajustes no processo de descentralizao e aprimoramento do planejamento e do monitoramento do seu desempenho.

A proposta do monitoramento foi inicialmente pautada com vistas a um acompanhamento dos vrios aspectos que pudessem mensurar os resultados das aes desenvolvidas. Mediante interao entre as gerncias, principalmente Getec e Gerop, alguns instrumentos foram definidos e implementados na Unitec e nas UTRs, tais como: planilha de acompanhamento semanal e critrios para esquema de visitas prvias.

No mbito operacional, foram extrados do MIS os dados para a identificao e sistematizao das informaes referentes ao conjunto de operaes realizadas que envolviam contratos e convnios e implantao dos subprojetos. Essas informaes foram sistematizadas periodicamente e divulgadas mediante o Gesto Vista.

O Gesto Vista era visualizado por um conjunto de painis, dispostos em reas de circulao no prdio da Unitec (um em cada andar), nos quais eram apresentados, atravs de tabelas e grficos, dados sobre o andamento do desembolso dos subprojetos aprovados atravs do PCPR. Esses painis foram estruturados inicialmente em 2003, sendo sua utilizao mantida ao longo de todo 2004, ano em que houve ajustes na disposio dos dados apresentados.

Para cada uma das aes o painel mostrava quantidades e valores totais dos subprojetos, separando aqueles que foram totalmente pagos, os que foram parcialmente e os que ainda no haviam sido pagos.

Em substituio ao MIS, com vistas ao aprimoramento do Sistema Gerencial do Projeto, teve incio a implementao do Sistema de Gesto do Projeto Renascer (SGPR). Com a implementao do SGPR, os dados que compunham o Gesto Vista passaram a ser gerados pelo mdulo de Gesto do Sistema, ficando disponveis, pela internet, para usurios devidamente cadastrados e habilitados.

O SGPR contempla os mdulos de Controle, Gesto e Administrao. Durante o ano de 2004, o SGPR passou por um processo de ajustes e validao. Foram vrias reunies com tcnicos e gestores, na busca de concluso do sistema. Como resultado desse trabalho foram inseridos no sistema campos que possibilitem: avaliao qualitativa dos subprojetos implementados, qualidade fsica e financeira do desempenho por parte das associaes e empresas executoras; avaliao, aps 6 meses do trmino do subprojeto, dimensionando a adequao no uso do subprojeto; avaliao, aps 6 meses das capacitaes, mensurando a efetividade das informaes trabalhadas com o pblico atendido pelo Renascer. Entretanto, em funo das limitaes apresentadas pelo sistema, a virada do MIS para o SGPR foi adiada para 2005.

Como mecanismo de racionalizar a tomada de decises no mbito do Projeto Renascer, foi estabelecida a Cmara Gerencial, sendo formada por gerentes, superintendentes, supervisores e alguns tcnicos definidos. Nas reunies da Cmara, que ocorreram sistematicamente a cada semana, foram tratados temas como reviso ou introduo de mudanas relacionadas aos procedimentos, fluxos, anlise tcnica, dentre outros.

A Cmara Gerencial, sempre que houve necessidade, foi acionada pela Gerncia Geral ou Superintendncia Tcnica. Uma vez tomadas as decises, coube coordenao da Cmara promover a ampla divulgao das mesmas, atravs de atas enviadas aos vrios setores que compem a Unitec e as UTRs.

A partir do segundo semestre de 2004, atravs de avaliao realizada por seus integrantes, a Cmara foi transformada em Reunio de Gestores, restrita aos gerentes, superintendentes e assessores, mantendo ainda sua programao semanal.

Alm da Reunio de Gestores, em abril de 2004 foi criada a Reunio Mensal de Coordenadores, posteriormente transformada no Comit Gestor Ampliado. Atendendo necessidade do acompanhamento mais prximo, com um suporte direto e decises eficazes e efetivas, foram criados alguns instrumentos para facilitar a visualizao e o dimensionamento pelos gerentes, supervisores e coordenadores das UTRs, dos avanos e dificuldades na implementao das aes. Os principais aspectos apresentados e discutidos nesses encontros foram:

PCPR: Subprojetos (em execuo, paralisados, concludos); visitas prvias, capacitaes, liberaes de parcelas; capacitaes e assessoramentos a conselhos e associaes.

Crdito Fundirio: SIC, aquisio de propriedade, negociaes, capacitaes.

Demandas de capacitao e assessoria.

Identificao de experincias bem sucedidas acompanhadas pelo Projeto.

Dificuldades e alternativas para melhoria do projeto.

O Projeto Renascer passou a funcionar com a seguinte estrutura gerencial:

Ncleo Gestor, composto pela Gerncia Geral e pela Superintendncia Tcnica.

Comit Gestor: Gerncia Geral, Superintendncia Tcnica e Gerentes de Operao, Administrao e Finanas, Crdito Fundirio (at agosto de 2005), PCPR, Assuntos Jurdicos e Gerncia Tcnica.

No mbito da organizao, como resultado da descentralizao da gesto, conferindo maior autonomia e responsabilidade s UTRs, o Renascer aperfeioou sua estrutura organizacional, adotando o modelo apresentado, a seguir.

FIGURA 4 Estrutura Organizacional do Projeto Renascer

Em 2004, o setor de prestao de contas passou a ser gerenciado pela GAJ, agilizando a tramitao dos processos, tendo os seguintes resultados:

Reduo do passivo existente relativo s prestaes de contas dos convnios dos anos de 2002 e 2003, bem como os dos anos de 1998, 1999, 2000 e 2001, com encaminhamentos de nmero considervel SEFAZ.

Maior agilidade na tomada de contas e reduo de prestaes de contas irregulares.

Acompanhamento das decises do TCE relativas aos convnios Prorural/Projeto Renascer.

1.2.3.4 Gesto de PessoasO Projeto Renascer no ano de 2004 deu prosseguimento s aes de modernizao iniciadas no ano anterior, visando consolidar seu modelo de gesto descentralizada.

Neste processo, as equipes regionais passaram a ter maior poder de deciso, sendo capacitadas para implementar os projetos na perspectiva do desenvolvimento local. Para isso, o quadro dos profissionais foi modificado, promovendo uma maior integrao entre as reas, com equipes aptas para atender s necessidades de cada regio. So advogados, tcnicos em finanas, assistentes sociais, engenheiros agrnomos e civis, veterinrios e tcnicos agrcolas, trabalhando diretamente com os conselhos e associaes municipais. A mudana possibilitou agilizar o processo de anlise e aprovao dos subprojetos, bem como o acompanhamento das obras em cada regio.

Foram selecionadas, em 2004, 55 pessoas, algumas em substituio, outras mediante a ampliao do quadro tcnico, principalmente das UTRs (40 contratados), passando para uma mdia de 9 a 10 tcnicos por UTR.

Como uma sistemtica de aprimoramento das equipes, o sistema de avaliao do corpo tcnico foi bastante trabalhado, com a sensibilizao dos gestores e tcnicos, tendo sido efetivadas 47 avaliaes individuais, e, destas, 72% receberam o feedback, com destaque na Gerncia de Operaes (Gerop), Gerncia Tcnica (Getec) e Crdito, em que 100% receberam esse feedback.

Embora o Projeto no tenha um setor de capacitao interna, estimulou as equipes a participarem de capacitaes internas e externas, com a participao de 68 tcnicos.

Quanto gesto de pessoas possvel ressaltar dois avanos importantes em 2004:

rea de Seleo: Seleo compartilhada com os gestores e coordenadores.

rea de Gesto das Competncias: Avaliao de Desempenho teve o sistema implantado, embora a cultura para que o processo seja parte da organizao ainda esteja se consolidando.

1.2.3.5 Comunicao do Projeto Renascer

O Projeto Renascer, pela abrangncia da atuao e especificidades do pblico com o qual trabalha, necessita de um grande apoio logstico, principalmente no que se refere comunicao, de forma a garantir a divulgao, a transparncia no processo e o registro histrico.

Neste sentido, em junho de 2004, foi publicada a Revista do Projeto Renascer e realizada uma exposio fotogrfica, retratando algumas das aes do Projeto, implantadas em comunidades rurais de Pernambuco, que estimulam o desenvolvimento das diversas regies do Estado.A Revista foi organizada apresentando um pouco da histria das aes empreendidas para estimular o desenvolvimento das diversas regies do Estado.

As 40 fotografias registraram experincias implementadas pelas comunidades apoiadas pelo Renascer, dentre elas, projetos de agricultura orgnica, mini-usina de leite, caprinocultura, bovinocultura e apicultura. A mostra fotogrfica foi exposta em instituies de ensino e espaos culturais de todas as regies do Estado.Ainda em 2004, foi consolidada a informatizao das UTRs, facilitando a comunicao interinstitucional e possibilitando a cada unidade tcnica atualizar as informaes em tempo real.

Alm do nmero de equipamentos de informtica (32 computadores e 12 impressoras), o uso de ramais para comunicao telefnica entre as UTRs e entre UTR/Unitec contribuiu para o esclarecimento de informaes e a tomada de decises de forma gil.

O site do Projeto Renascer vem sendo atualizado e o Jornal Renascer continua com periodicidade mensal.

MATERIAL EDUCATIVO E INFORMATIVO PRODUZIDO NO PERODO 1999/2004

Cartilha do Projeto Renascer

Cartilha do FUMAC PCPR

Cartilha Microcrdito Rural

Cartilha Crdito Fundirio

Cartilha Prorural

Cartilha Criao de Ostra

Jornal do Renascer (1a Edio, 2001)

Edio Extra Trabalho no Campo out/2001

Folder do Projeto Renascer

Folder do Projeto Renascer

Folder do Projeto Renascer

Folder do Projeto Renascer

Folder do Projeto Renascer

Folder do Projeto Renascer

Folder Prestao de Contas

Revista do Projeto Renascer

Manual de Prestao de Contas

Folder Comrcio tico e Solidrio

Cartilha Cisternas

Folder Rio Formoso

Assentamento Serra Dgua

Goiana Colnia de Pescadores Z17 - Teucujpa po

1.2.4 - 2005: ARTICULAO E INTEGRAO DAS POLTICAS PBLICASO Projeto Renascer tem assumido cada vez mais o papel de protagonista no processo de articulao das aes locais, com base na experincia acumulada no gerenciamento de Programas de apoio ao Desenvolvimento Local, ao longo dos ltimos anos, tais como: PCPR; Projeto Crdito Fundirio; Combate Pobreza Rural; Microcrdito Rural; Prorenda Rural; Comunidade Ativa.

A partir de 2003/2004, com a experincia do PIDL a articulao e a integrao das polticas pblicas governamentais vm sendo consolidadas, sobretudo a partir da criao da Comisso Gestora do PIDL, formada por representantes das secretarias de Estado, que esto diretamente envolvidas na implementao das aes. Seu objetivo assegurar a ao integrada do Governo nos 11 municpios, acompanhar e divulgar as aes implementadas atravs do Plano.

A ampliao dos espaos de discusso em nvel municipal e regional, atravs dos Fruns Municipais e dos Fruns dos Aglomerados, tem criado ambiente favorvel participao dos diversos segmentos da sociedade na implementao do Plano e no processo de gesto do desenvolvimento local. Essa participao vem sendo estimulada, principalmente, a partir da estratgia de nucleao dos municpios envolvidos no PIDL.

Como resultado desse processo, importante ressaltar a participao dos agricultores familiares no processo decisrio sobre a aplicao dos recursos, no mbito dos municpios e das regies, favorecendo a transparncia e reduzindo as ingerncias polticas na gesto do Projeto e concretizando a integrao das aes para o atendimento das populaes mais vulnerveis. Outro resultado a considerar que cem por cento dos subprojetos financiados foram discutidos nos Conselhos Municipais e nos Fruns, a partir das priorizaes feitas pelas comunidades.

A elaborao da proposta tcnica para a 2a fase do PCPRII, pela equipe do Renascer, em 2005, levou em considerao a experincia acumulada no desenvolvimento da 1a fase, a avaliao externa realizada no ano de 2004, e, principalmente, a estratgia do PIDL, focando o territrio como o espao privilegiado de articulao e integrao das aes, contando com a participao cada vez mais representativa das comunidades.

Como inovao na elaborao da referida proposta, importante destacar a participao de representantes das comunidades indgenas do Estado na discusso do Plano de Participao das Populaes Indgenas, parte integrante da proposta. Durante a misso de preparao do PCPR II (2 fase) foram realizadas duas consultas a respeito da estratgia de participao das populaes indgenas. A primeira, com representantes de rgos governamentais atuando junto s populaes indgenas de Pernambuco, contou com a presena da Fundao Nacional do ndio (FUNAI), da Fundao Nacional de Sade (FUNASA) e dos coordenadores do projeto Territrio e Memria Indgena no Nordeste Brasileiro desenvolvido pela Fundao Joaquim Nabuco (FUNDAJ) em parceria com o Laboratrio de Cultura, Etnicidade e Desenvolvimento do Museu Nacional (UFRJ). A segunda contou com a presena de representantes desses rgos governamentais e das organizaes no-governamentais, Articulao dos Povos Indgenas do Nordeste, Minas Gerais e Esprito Santo (APOINME), e da Comisso de Professores Indgenas de Pernambuco (COPIPE), que representavam cinco etnias (Atikum, Kambiw, Pankar, Truk e Xukuru).

Nesse mesmo processo de buscar a integrao das aes, o Plano de Gesto Ambiental foi discutido com a Secretaria Estadual de Cincia, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectma), rgo do Estado de Pernambuco responsvel pela formulao de polticas ambientais, estando alinhado aos princpios da Agenda 21.

A proposta apresenta, tambm, a matriz de integrao das aes a partir das opes estratgicas e linhas de ao contidas no PPA 2004/2007.1.2.5 - 2006: AMPLIAO DA ESTRATGIA DE INTEGRAO DAS POLTICAS PBLICASEncontra-se em processo de negociao, a proposta para a 2 fase do PCPR II (2006-2010), apresentada e aprovada junto ao Banco Mundial. A proposta prev a ampliao da metodologia de integrao e articulao utilizada nos 11 municpios do PIDL, para mais 58 municpios em 19 outros territrios.

O projeto, em sua 2a fase, propiciar a melhoria das condies de vida de 80.000 famlias, atravs do acesso a subprojetos de infra-estrutura e de desenvolvimento humano, assim como a empreendimentos que possibilitem contribuir com o incremento da produo e da renda.

Ser dada nfase s populaes indgenas e quilombolas, atravs da implementao de subprojetos que possibilitem a melhoria de vida dessas populaes, assim como aos jovens, atravs da gerao de oportunidades de trabalho e renda.

As intervenes financiadas pelo Projeto beneficiaro os municpios no que se refere ao fortalecimento da capacidade de atenderem s populaes rurais pobres, atravs de aes planejadas e executadas em integrao com os demais nveis de governo.

Os Encontros Regionais programados para novembro de 2006, alm de representarem a continuidade do processo de participao na implementao das aes dos programas gerenciados pelo Renascer, possibilitaro ampliar a discusso da nova estratgia de atuao do PCPR com os integrantes dos Conselhos e Fruns, assim como contribuir para que a populao que ser beneficiada pelo programa esteja envolvida em sua implementao.1.2.6 CONSIDERAES EM TORNO DO PROCESSO ORGANIZACIONALO Projeto Renascer, no perodo de 1999 a 2006, avanou em vrios aspectos relevantes quanto gesto de recursos pblicos.

Com a maior participao das comunidades na implementao dos subprojetos, houve uma melhora significativa na integrao entre Conselhos, associaes com tcnicos do Renascer e articulao com outros programas e projetos. Alm disso, ressalta-se o fortalecimento dos Conselhos/Associaes a partir das capacitaes realizadas.

A metodologia utilizada nos Encontros Regionais permitiu a ampliao da participao dos Conselhos, contribuindo para uma maior conscincia das comunidades em relao transparncia na aplicao dos recursos pblicos.

Quanto gesto, as UTRs passaram a dispor de maior autonomia e responsabilidade, refletindo na melhoria da qualidade do atendimento s comunidades rurais, tendo como conseqncia mais agilidade na resoluo de pendncias, maior integrao com os parceiros locais, reduo do clientelismo e definio de projetos mais realistas e legtimos.

O Projeto Renascer caminhou, portanto, em direo a uma gesto descentralizada, investindo no fortalecimento das instncias locais de deciso, como as associaes comunitrias, os Conselhos Municipais de Desenvolvimento, os Fruns Municipais e na ampliao e qualificao da equipe tcnica e gerencial. Essa descentralizao possibilitou resultados mais significativos nos programas gerenciados pelo Renascer, conforme pode ser observado no prximo captulo. O aperfeioamento desse processo continua sendo uma das prioridades para os prximos anos, com vistas a atender melhor s populaes pobres das reas rurais e contribuir de forma efetiva com a mudana do quadro de pobreza, com nfase na articulao e integrao das polticas pblicas.

2 PROGRAMAS E PROJETOS GERENCIADOS PELO PROJETO RENASCER

2.1 PROJETO DE COMBATE POBREZA RURAL PCPR2.1.1 IDENTIDADE DO PCPRO PCPR resultado de um acordo de emprstimo firmado entre o Governo do Estado de Pernambuco e o Banco Mundial, tendo o Governo Federal como avalista. Dado o volume de recursos envolvidos e sua rea de abrangncia 179 municpios do Estado de Pernambuco, - representa o carro-chefe do Projeto Renascer. O aperfeioamento organizacional do Renascer decorre, sobretudo, da necessidade de se otimizar a operacionalizao do PCPR.

Seu modelo tem como caractersticas gerais: financiamento no reembolsvel aos projetos comunitrios e vinculao desse financiamento organizao da comunidade, entendendo que a organizao social importante para a formao do capital social e a melhoria das condies de vida das populaes pobres das zonas rurais, na medida em que possibilita modificar as relaes com o poder local, geralmente fundadas na dependncia e na subordinao; focalizao nos segmentos rurais mais pobres; descentralizao da gesto, atravs das UTRs e participao da comunidade, atravs de instncias comunitrias, como os Conselhos Municipais de Desenvolvimento.

O PCPR composto por trs categorias de financiamento:

Categoria A - Subprojetos Comunitrios - os recursos viabilizam financiamento de investimentos comunitrios de pequeno porte, que consistam em investimentos de infra-estrutura rural, sociais e produtivos.

Categoria B - Desenvolvimento Institucional - trata da assessoria e treinamento para Associaes Comunitrias e Conselhos, e do suporte da implementao das reformas de modernizao do Projeto.

Categoria C - Administrao do Projeto (suporte implementao global do Projeto, coordenao e superviso) - a que viabiliza a operao da Unidade Tcnica e suas unidades regionais, operao do MIS/SGPR, divulgao do Projeto, avaliao de impacto, incluindo perfil de entrada, reviso anual do desempenho fsico e reviso de meio termo.

Os recursos da Categoria A so alocados no sentido de viabilizar aes de desenvolvimento humano, infra-estrutura e atividade produtiva. Para definir onde alocar recursos, o PCPR estabelece determinados critrios de elegibilidade. Esses critrios so repensados e ajustados anualmente, no sentido de apoiar a focalizao dos recursos disponveis nas reas mais carentes. Aqui so relacionados os critrios mais significativos, que tm sido adotados para incluso de municpios no Projeto:

Estar em estado de emergncia (em virtude do longo perodo de estiagem, etc.).

Possuir IDH abaixo da mdia estadual (0,632 no ano de 2000);.

Possuir Conselho Fumac bem estruturado (representativo, reunindo-se sistematicamente, com bom nvel de organizao etc.).

No ter sido (ou ter sido pouco) beneficiado com recursos de outros programas (Pronaf, Crdito Fundirio etc).

Com base nesses critrios, o Projeto atendeu, inicialmente, os municpios que estavam inseridos no semi-rido, reforando a infra-estrutura hdrica, por meio da construo de cisternas, poos, barragens e sistemas simplificados de abastecimento de gua.

Conforme acordo de emprstimo do Banco Mundial -perodo 1999 a 2001 (PCPRI), - a relao do Prorural e Comunidade se fazia atravs dos seguintes subprogramas:

PAC Programa de Apoio Comunitrio O Governo, atravs do Renascer, conveniava diretamente com as Associaes Comunitrias. Total de recursos nesta modalidade: R$25.015.21,00 (66,1%). A partir de 2002, esta modalidade no foi mais utilizada.

FUMAC Fundo Municipal de Apoio Comunitrio O Governo convenia com as Associaes participantes dos Conselhos Municipais, que, em plenria, aprovam os subprojetos prioritrios a serem financiados. Total de recursos repassados nesta modalidade: R$12.159.676,00 (32,1%).

FUMAC P Fundo Municipal de Apoio Comunitrio Piloto O Governo convenia com o Conselho Municipal mediante prvia apresentao de plano de trabalho aprovado, em assemblia, e este convenia com as Associaes. Total de recursos repassados nesta modalidade: R$ 691.433,00 (1,8%).

Apesar de o novo Acordo de Emprstimo (2002 PCPR II) permitir a utilizao de at 1% dos recursos alocados na modalidade PAC, o Governo passou a operar, quase que exclusivamente, com a modalidade Fumac. No caso do Fumac P (extinto em 2005), houve a reduo a um nico municpio Afogados da Ingazeira.

A modalidade PAC, que representava 73% dos recursos financiados do PCPR I, passou a 1% no PCPR II (contratual), ou seja, a deciso de aplicao est sendo compartilhada com as Associaes e Conselhos. Enquanto o PAC foi mantido para situaes emergenciais, o Fumac foi responsvel pela totalidade das operaes em 2002 e 2003. Como vantagem do Fumac em relao ao PAC ressalta-se maior transparncia e distribuio mais eqitativa dos recursos com o pblico beneficirio.

2.1.2 Evoluo na Gesto do PCPRAo longo de sua trajetria, e principalmente, na transio do PCPR-I para o PCPR-II, ocorreram importantes mudanas na implementao. Os resultados do PCPR I, incluindo o aprendizado institucional por ele proporcionado, bem como as Diretrizes de Governo, determinaram tais mudanas.

Uma das mudanas mais importantes foi o processo de descentralizao e modernizao da Gesto. A descentralizao consolidou-se com a implantao de oito UTRs. Desde a implantao das primeiras UTRs, em 2002, at o final de 2004, houve um incremento de quase 100% na equipe multidisciplinar de cada escritrio.

Outra mudana significativa foi a criao, a partir de 2003, da Gerncia do PCPR, dentro da estrutura organizacional do Projeto Renascer, o que representou um espao para o aprimoramento da implantao de subprojetos.

Com vistas melhoria da qualidade dos subprojetos, foi implantado, a partir de 2000, o procedimento de visita prvia, cujo objetivo era avaliar, in loco, a viabilidade tcnica e legitimidade da organizao proponente, antes da aprovao final.

Foi estabelecido um modelo de Carta Consulta, contendo os critrios para anlise de demanda de subprojetos produtivos, de acordo com a natureza desses subprojetos:

melhoria da qualidade de vida, para incremento da unidade familiar, e

subprojetos produtivos com foco de rede, visando processamento e comercializao em mercados locais e regionais. Tambm merece destaque, no processo de aperfeioamento do PCPR, a instituio do Calendrio de Recebimento dos Subprojetos, implantado em 2002 e consolidado em 2003, que propiciou maior eficincia e racionalidade no processo de financiamento de investimentos comunitrios nas diversas regies do Estado. O Calendrio tem como objetivos:

Democratizar o processo de envio/recepo de subprojetos comunitrios para financiamento com recursos do PCPR-II para as diversas Regies do Estado.

Proceder ampla divulgao do Projeto e dos critrios de elegibilidade para subprojetos comunitrios.

Programar com maior eficincia e racionalidade as visitas tcnicas para estudo de viabilidade dos subprojetos recebidos.

Permitir melhor controle sobre a tramitao dos subprojetos na Unitec e sobre o atendimento da demanda.

Propiciar aos Conselhos Municipais melhores condies de analisar os pedidos das associaes comunitrias, a distribuio dos recursos no mbito do municpio, os critrios de prioridade dos subprojetos e sua articulao com os planos municipais de desenvolvimento.

O calendrio foi organizado obedecendo, na medida do possvel, a relao com o calendrio agrcola regional, definido pelo perodo de concentrao de chuvas. Foi amplamente divulgado com apoio dos meios de comunicao de maior alcance nos municpios potenciais beneficirios do PCPR-II. Paralelamente, foram realizados Encontros de todas as RDs do Estado, reunindo representantes dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento. Os Encontros Regionais permitiram, ao lado da divulgao do calendrio e dos critrios de elegibilidade de subprojetos, o esclarecimento de dvidas sobre procedimentos para elaborao e apresentao de propostas e aplicao e prestao de contas dos recursos transferidos para as associaes.

A necessidade de cumprimento de prazos, por parte das associaes, foi um indutor para a mobilizao, organizao e participao das Associaes e Conselhos Municipais no processo de definio das prioridades, bem como demandou maior ateno aos procedimentos de elaborao e resoluo das pendncias identificadas nos subprojetos apresentados.

Para ter acesso aos recursos do programa, as associaes comunitrias apresentam suas demandas ao Conselho Municipal de Desenvolvimento existente em cada municpio, instncia local de priorizao e aprovao dos subprojetos, constitudo por representantes de vrias associaes comunitrias rurais, prefeitura, legislativo municipal, sindicato de trabalhadores, sindicato patronal, ONGs, igrejas e outras entidades que desenvolvam atividades em prol do desenvolvimento local.

medida que se aprimoraram os processos gerenciais, foi possvel racionalizar o Fluxo de Tramitao dos Subprojetos na Unitec. O processo desencadeado a partir de 2003 possibilitou o alcance de diversos avanos, de maneira que, ao final de 2005, apresentava-se conforme o esquema a seguir.

As mudanas observadas na gesto do PCPR tm contribuindo de forma positiva para a formao do capital social, na medida em que refora e estimula os mecanismos de participao, de organizao associativa nas comunidades e as decises coletivas nos conselhos, em ambiente de difuso de informao, transparncia e controle das decises.

Nesse sentido, importante ressaltar a ampliao do nmero de Conselhos Municipais, que passaram de 38, em 1999, para 178, em 2001.

2.1.3 PCPR-I

O PCPR I obteve como principal resultado, no perodo de 1999 a 2001, o atendimento a 124.603 famlias, com investimento de R$ 28.164.216,26, distribudos nas 12 RD do Estado. Os investimentos foram realizados de acordo com as prioridades definidas pelas comunidades, tendo destaque a construo de casas (1.244) e melhorias habitacionais, construo de banheiros (519), cisternas (1.848), barragens (97), poos (463), kits para irrigao (544), estradas vicinais (20) e eletrificao rural (74).

TABELA 3 - Famlias Atendidas e Valor Financiado por RD 1999 a 2001RDVALOR FINANCIADO (R$)FAMLIAS BENEFICIADAS

Agreste Central4.356.628,10 6.544

Agreste Meridional3.763.003,45 10.561

Agreste Setentrional1.342.715,35 64.231

RMR2.176.306,44 2.150

Serto Araripe1.045.480,46 2.605

Serto Central845.298,21 1.339

Serto de Itaparica1.283.571,75 1.101

Serto Paje/Moxot3.918.064,19 16.491

Serto So Francisco1.868.767,65 2.629

Mata Norte1.711.850,50 9.054

Mata Sul5.852.530,16 7.898

TOTAL28.164.216,26 124.603

Fonte: Gerncia do PCPR/ Projeto Renascer/ fevereiro de 2006

Durante o PCPR-I foi promovido um esforo no sentido de viabilizar a execuo de atividades voltadas ao enfrentamento da pobreza, melhoria das condies de vida, ao resgate da cidadania e ao reconhecimento dos grupos tnicos do estado de Pernambuco, com o projeto etnias.

PROJETO ETNIASAs comunidades remanescentes dos quilombos e naes indgenas foram atendidas com a construo de casas, banheiros com fossa sptica, abastecimento de gua, eletrificao rural, dessalinizadores de gua, dentre outros.

O Projeto foi desenvolvido em parceria com a FUNAI e a Fundao Palmares, vinculada, na poca, ao Ministrio da Cultura e Esportes.

Fotos: substituio das casas de taipa por casas de alvenariaO total dos investimentos do Renascer foi de R$ 3.093.589,29 para os dois grupos tnicos, sendo R$ 1.455.090,74 para os Quilombolas, beneficiando 777 famlias, e R$1.488.017,02 para 378 famlias das comunidades indgenas (MIS I 2001).

Os municpios participantes foram: guas Belas, Bezerros, Capoeiras, Garanhuns, Passira, So Bento do Una, Terra Nova, Salgueiro, Buque, Cabrob, Carnaubeira da Penha, Floresta e Afogados da Ingazeira.

COMRCIO SOLIDRIO

Ainda em 2001, o PCPR apoiou aes no mbito da proposta do Comrcio Justo e Solidrio. Mediante parceria com a Viso Mundial, foi realizado diagnstico do potencial produtivo de comunidades rurais, de produtos com potencial de insero no mercado. Nesse sentido, a base produtiva de orgnicos da Bacia do Goit foi apoiada, em parceria com o Servio de Tecnologia Alternativa (Serta), no trabalho de converso para a agricultura orgnica, junto ao microprodutor rural. Tal ao demandou articulao para estabelecimento de parcerias com o Funtepe, IPA e Embrapa para avaliao dos solos, com a finalidade de prestar orientao sobre o potencial do uso das terras em 45n propriedades rurais da micro-regio.Promoveu-se, tambm, a articulao com a Confederao Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Fundao Lindolpho Silva e Federao dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape), no intuito de apoiar organizaes comunitrias de pequenos produtores rurais com potencial de exportao no segmento solidrio. Nesse perodo, foi viabilizada a participao da delegao de Pernambuco, Projeto Renascer, Fetape, Associao de Conceio das Crioulas, no Salo Internacional de Alimentao Natural e Ambiente, em Bolonha, na Itlia. A participao nesse evento resultou na importante contribuio e apoio do Renascer exportao e visibilidade de produtos de artesanato da comunidade de Conceio das Crioulas, para Milo, na Itlia, em uma encomenda de 1000 peas no valor de U$ 2,111.00.Em relao ao Comrcio Solidrio, as aes do PCPR I tiveram continuidade com o PCPR II, de forma que, em 2006, o projeto Renascer participa como um dos parceiros da Rede de Comrcio Solidrio (Rede Comsol) e da Rede Economia Solidria (Rede Ecosol), que tm como objetivo o estmulo ao comrcio solidrio com base nos princpios de: preo justo, tica nas relaes, sustentabilidade ambiental, promoo da mulher, no explorao da mo-de-obra infantil e a transparncia. Esses princpios devem permear toda a cadeia produtiva. Nessa perspectiva, o Renascer e parceiros vm articulando aes para apoio comercializao de produtos oriundos dos pequenos agricultores, dos agricultores familiares e do artesanato confeccionado por grupos de mulheres.

Em relao aos grupos de mulheres, desde 2004, o Renascer vem apoiando a participao de grupos de artess em feiras, sendo a principal delas a Feira Nacional de Negcios do Artesanato (Fenneart). Durante a V Fenneart tiveram apoio os grupos dos municpios de guas Belas, Alagoinha, Belm de Maria, Bonito, Orob e Tacaratu, atravs da cesso de stands, hospedagem e transporte para um representante de cada municpio. Em 2005, o Renascer, em articulao com a AD/Diper, possibilitou a participao dos municpios de guas Belas, Jataba, Passira e Tacaratu na VI Fenneart.

Alm das vendas efetuadas no local da Feira, interessante ressaltar que os municpios de guas Belas (arte indgena) e Belm de Maria (bolsas em palha de bananeira) participaram, em 2004, da Rodada de Negcios e receberam encomendas de uma empresa do Estado do Esprito Santo. Tambm os artesos dos municpios de Alagoinha e Tacaratu receberam diversas encomendas para fornecimento de produtos para as cidades de Recife, Macei e Salvador.

Em 2006, est prevista a avaliao da participao das artess na Fenneart, para medir seu grau de aproveitamento e crescimento profissional, uma vez que, alm das vendas, importante ressaltar a participao nas rodadas de negcio promovidas pelos organizadores da Feira, quando contatos so mantidos com outros participantes que acertam negociaes posteriores ao evento, viabilizando, muitas vezes, a continuidade das vendas e possibilitando um fortalecimento desses grupos.

2.1.4 PCPR-II (PRIMEIRA FASE)

A primeira fase do PCPR II, iniciada em 2002, d continuidade ao PCPR I e representa, sobretudo, um aperfeioamento do mesmo, uma vez que introduz inovaes que decorrem do aprendizado da experincia anterior, sendo que alguns objetivos so incorporados ao PCPRII, tais como:

Aumentar as oportunidades econmicas e sociais para os pobres da zona rural dos municpios, pela melhoria do acesso infra-estrutura bsica, social e econmica atravs de subprojetos comunitrios.

Aumentar o capital social das comunidades rurais para que se organizem coletivamente e discutam as suas prprias necessidades.

Fortalecer o poder local e a cidadania por meio da criao e fortalecimento dos Conselhos municipais.

Possibilitar integraes com agncias governamentais e no-governamentais, sociedade civil, instituies financeiras e setor privado.

2.1.4.1 Resultados Fsicos e Financeiros

Infra-estrutura hdrica

No perodo 2002 a 2006, a nfase foi dada aos projetos de infra-estrutura hdrica, representando o maior volume de recursos investidos, com destaque para a construo de cisternas, resultado da demanda das comunidades na busca de minimizar os efeitos da insuficincia de gua e irregularidade das precipitaes pluviomtricas. Ressalte-se que o investimento em construo de cisternas alinha-se estratgia adotada pelo Governo, no sentido de fortalecer as aes de convivncia com o semi-rido, em articulao com outros Programas/Projetos, a exemplo do Um milho de Cisternas (P1MC), implementado pela Articulao do Semi-rido (ASA). Em continuidade a esse processo, em 2005, foi firmado convnio com o MDS para a construo de 2.853 cisternas em 29 municpios, nas regies do Agreste Central, Agreste Meridional, Serto Central, Paje, Moxot e Araripe, atendendo demanda de 70 associaes comunitrias de pequenos produtores rurais. Foi adotado o sistema de autoconstruo, possibilitando um equipamento de melhor qualidade com a reduo de 30% do valor da cisterna construda por empresas, alm do estmulo participao das comunidades no projeto.

TABELA 4 -Infra-Estrutura Hdrica 2002 a 2006SUBPROJETON DE SUBPROJETOSTOTAL FINANCIADO (R$)N DE OBJETOS (AES)N FAMLIAS

ABASTECIMENTO D'GUA695.315.039,38845.689

BARRAGEM16622.081,1823869

CISTERNAS71428.057.121,9922.39122.391

POO1344.181.710,902845.803

TOTAL 2002 A 200693338.078.712,9122.78234.752

Fonte: Gerncia do PCPR/ Projeto Renascer/maro de 2006Desenvolvimento Humano

Quanto s aes de Desenvolvimento Humano, destaca-se a construo de casas e mais de 14.700 banheiros com fossas, proporcionando a melhoria das condies de sade e de convivncia social.

TABELA 5 - Desenvolvimento Humano 2002 A 2006

SUBPROJETON DE SUBPROJETOSTOTAL FINANCIADO (R$)N DE OBJETOS (AES)N FAMLIAS

BANHEIROS50221.273.202,1614.77214.772

CASA C/CISTERNA8510.342,279292

CASAS1267.365.676,421.4531.453

CENTRO TREINAMENTO INFORMTICA152.661,91186

EQUIPAMENTOS POSTO DE SADE3105.000,0022150

ESCOLA RURAL - CONSTRUO4580.878,054390

ESCOLA RURAL - REFORMA10223.696,7610377

POSTO DE SADE3328.052,263836

TOTAL 2002 A 200665730.446.942,0516.30618.156

Fonte: Gerncia do PCPR/ Projeto Renascer/maro de 2006Ainda na perspectiva das aes de Desenvolvimento Humano, destaca-se a Escola Rural, um projeto na rea da educao, unindo o ensino convencional a atividades prticas relacionadas ao ambiente rural onde vivem os alunos.

O programa prope um novo modelo de proviso de servios educativos rurais descentralizados, atravs da gesto administrativa e pedaggica da comunidade, com participao de Associaes Comunitrias. As comunidades rurais participam da constituio da escola em todo seu processo, desde a concepo do projeto arquitetnico, da construo da edificao, at a gesto. desenvolvido em parceria com a Secretaria de Educao do Municpio e Secretaria de Educao do Estado, que acompanham e monitoram o processo pedaggico de constituio e formao da escola, enquanto o Renascer financia a construo fsica e promove capacitaes em associativismo e prestao de contas.

A primeira Escola Rural foi inaugurada em Glria de Goit, contemplando as comunidades de Stio Pau D'arco, Ribeiro, Ch de Pedra e Cuieiras. Na escola de Glria ser construdo um laboratrio de informtica, o qual encontra-se em processo de licitao (ano 2006). Mais trs municpios foram beneficiados com o projeto: Belo Jardim (construo concluda), Sirinham (obras iniciadas em 2006) e Dormentes (construo concluda). O total de famlias atendidas por esse tipo de subprojeto de 390. Um dos ganhos obtidos com a implantao das escolas rurais foi o fortalecimento dos processos participativos de organizao comunitria.

No mbito da sade, e em parceria com a Secretaria de Sade do Estado e dos municpios, recursos do PCPRII tm atendido s comunidades com a construo de Postos de Sade. No municpio de Sanhar, foi concluda a construo de um Posto. No municpio de Casi