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QUADRO DAS ALTERAÇÕES REALIZADAS PELA LEI N.º 11.689, DE 09/06/2008 (publicada no DO de 10/06/2008) Prof. ROSANE CIMA CAMPIOTTO www.cursofmb.com.br NOVA REDAÇÃO REDAÇÃO ANTERIOR COMENTÁRIOS Capítulo II do Título I do Livro II - DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI Capítulo II do Título I do Livro II - DO PROCESSO DOS CRIMES DA COMPETÊNCIA DO JÚRI Seção I - Da acusação e da Instrução Preliminar Foram criadas regras próprias para a realização da 1ª fase do procedimento, não sendo mais possível a aplicação dos dispositivos relativos ao procedimento comum ordinário (arts. 394 a 405 do CPP). De acordo com a nova regulamentação, os atos de instrução da 1ª fase devem ser realizados em uma única audiência, a defesa prévia deve ser apresentada logo após a citação e os debates são orais. Art. 406: O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Art. 406: Terminada a inquirição das testemunhas, mandará o juiz dar vista dos autos, para alegações, ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, e, em seguida, por igual prazo, e em cartório, ao defensor do réu. A lei estabeleceu que a defesa prévia, que é escrita, deve ser apresentada após o recebimento da peça inicial e da citação do réu, no prazo de 10 dias. Desta forma, os argumentos defensivos que eventualmente forem apresentados não têm efeito de interferir no ato de recebimento da denúncia ou da queixa pelo juiz. § 1º: O prazo previsto no caput deste artigo será contado a partir do efetivo cumprimento do mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou de defensor constituído, no caso de citação inválida ou por edital. O prazo para a apresentação da defesa (10 dias) deve ser computado do efetivo cumprimento do mandado de citação. No caso de citação inválida ou por edital, o prazo será computado a partir do comparecimento do acusado ou do seu defensor em juízo. § : A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa. Na denúncia ou na queixa, a acusação poderá arrolar até 8 testemunhas. § 3º: Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. Conteúdo da defesa : podem ser argüidas preliminares e quaisquer outros assuntos que interessem à defesa. Também é o momento oportuno para a apresentação de documentos e justificações, especificação de provas e indicação de testemunhas de defesa, até o limite de 8.

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QUADRO DAS ALTERAÇÕES REALIZADAS PELA LEI N.º 11.689, DE 09/06/2008

(publicada no DO de 10/06/2008)

Prof. ROSANE CIMA CAMPIOTTO

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Capítulo II do Título I do Livro II - DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS

PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI

Capítulo II do Título I do Livro II - DO PROCESSO DOS CRIMES DA

COMPETÊNCIA DO JÚRI

Seção I - Da acusação e da Instrução Preliminar

Foram criadas regras próprias para a realização da 1ª fase do procedimento, não sendo mais possível a aplicação dos dispositivos relativos ao procedimento comum ordinário (arts. 394 a 405 do CPP). De acordo com a nova regulamentação, os atos de instrução da 1ª fase devem ser realizados em uma única audiência, a defesa prévia deve ser apresentada logo após a citação e os debates são orais.

Art. 406: O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

Art. 406: Terminada a inquirição das testemunhas, mandará o juiz dar vista dos autos, para alegações, ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, e, em seguida, por igual prazo, e em cartório, ao defensor do réu.

A lei estabeleceu que a defesa prévia, que é escrita, deve ser apresentada após o recebimento da peça inicial e da citação do réu, no prazo de 10 dias. Desta forma, os argumentos defensivos que eventualmente forem apresentados não têm efeito de interferir no ato de recebimento da denúncia ou da queixa pelo juiz.

§ 1º: O prazo previsto no caput deste artigo será contado a partir do efetivo cumprimento do mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou de defensor constituído, no caso de citação inválida ou por edital.

O prazo para a apresentação da defesa (10 dias) deve ser computado do efetivo cumprimento do mandado de citação. No caso de citação inválida ou por edital, o prazo será computado a partir do comparecimento do acusado ou do seu defensor em juízo.

§ 2º: A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa.

Na denúncia ou na queixa, a acusação poderá arrolar até 8 testemunhas.

§ 3º: Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.

Conteúdo da defesa: podem ser argüidas preliminares e quaisquer outros assuntos que interessem à defesa. Também é o momento oportuno para a apresentação de documentos e justificações, especificação de provas e indicação de testemunhas de defesa, até o limite de 8.

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Art. 407: As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código.

O artigo repete a regra constante do artigo 111 do CPP, que determina que as exceções sejam processadas em autos apartados, não suspendendo, como regra, o andamento da ação penal.

Art. 408: Não apresentada a resposta no prazo legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos.

Se a defesa prévia não for apresentada no prazo legal, o juiz nomeará defensor dativo, a quem será dada vista dos autos, para apresentá-la, dentro do prazo de 10 dias.

Art. 409: Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias.

Após a apresentação da defesa prévia, a acusação será ouvida sobre eventuais preliminares argüidas e sobre os documentos juntados, no prazo de 5 dias.

Art. 410: O juiz determinará a inquirição das testemunhas e a realização das diligências requeridas pelas partes, no prazo máximo de 10 (dez) dias.

O juiz determinará a realização das diligências que tenham sido requeridas, bem como designará data para a inquirição das testemunhas arroladas pelas partes, no prazo de 10 dias.

Art. 411: Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o debate.

Na audiência: inicialmente, se possível, o ofendido prestará as suas declarações. Em seguida, serão ouvidas as testemunhas de acusação e, depois, as de defesa. Também os peritos poderão prestar esclarecimentos acerca dos exames que realizaram. Poderão ser realizados reconhecimentos de pessoas e coisas e acareações. Por fim, o acusado será interrogado, prosseguindo-se com os debates.

§ 1º: Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento e de deferimento pelo juiz.

Os esclarecimentos por parte dos peritos dependem de requerimento das partes e de deferimento pelo juiz.

§ 2º: As provas serão produzidas em uma só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.

Na audiência una serão produzidas todas as provas que, requeridas, foram deferidas pelo juiz, prevendo a lei a possibilidade de o juiz indeferir as provas consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.

§ 3º: Encerrada a instrução probatória, observar-se-á, se for o caso, o disposto no art. 384 deste Código.

Aplicam-se, nesta fase, as regras relativas à mutatio libelli (com aditamento ou sem aditamento), previstas no artigo 384 do CPP.

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§ 4º: As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez).

Os debates orais têm prazo de 20 minutos, prorrogável por mais 10, cabendo primeiro à acusação e, em seguida, à defesa.

§ 5º: Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto para a acusação e a defesa de cada um deles será individual.

No caso de haver mais de um réu, os prazos da acusação e da defesa serão individuais.

§ 6º: Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.

Art. 406, § 1º: Se houver querelante, terá este vista do processo, antes do Ministério Público, por igual prazo, e, havendo assistente, o prazo Ihe correrá conjuntamente com o do Ministério Público.

Art. 406, § 2º: Nenhum documento se juntará aos autos nesta fase do processo.

O assistente de acusação também poderá se manifestar, após o Ministério Público, tendo o prazo de 10 minutos. Neste caso, o prazo da defesa será aumentado pelo mesmo tempo. De acordo com a nova previsão, o prazo do assistente é independente do prazo do Ministério Público (não corre conjuntamente, como previa o art. 406, § 1º). Não há mais a proibição expressa de produção de prova documental nesta fase processual, como constava no artigo 475.

§ 7º: Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à prova faltante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer.

Para que o processo seja realmente célere, o legislador estabeleceu que os atos processuais não podem ser adiados, exceto quando o ato for imprescindível à prova, caso em que o juiz determinará a condução coercitiva daqueles que não compareceram.

§ 8º: A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da suspensão da audiência, observada em qualquer caso a ordem estabelecida no caput deste artigo.

Ainda que a audiência tenha que ser suspensa, as testemunhas que eventualmente comparecerem serão ouvidas pelo juiz, observando-se a ordem de inquirição prevista no caput do artigo (primeiro as testemunhas de acusação e em seguida as de defesa).

§ 9º: Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.

Art. 407: Decorridos os prazos de que trata o artigo anterior, os autos serão enviados, dentro de quarenta e oito horas, ao presidente do Tribunal do Júri, que poderá ordenar as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou suprir falta que prejudique o esclarecimento da verdade inclusive inquirição de testemunhas (art. 209), e proferirá sentença, na forma dos artigos seguintes:

Encerrados os debates, na própria audiência, ou dentro do prazo de 10 dias, o juiz proferirá decisão.

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Art. 412: O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias.

Prazo máximo para a conclusão do procedimento, desde o recebimento da peça inicial e até a decisão do juiz: 90 dias. As decisões possíveis ao juiz neste momento encontram-se detalhadas nos artigos seguintes: pronúncia (art. 413), impronúncia (art. 414), absolvição sumária (art. 415) e desclassificação (art. 419).

Seção II - Da pronúncia, da impronúncia e da absolvição sumária

Embora não tenha sido mencionada a decisão de desclassificação no título da Seção II, esta também é uma decisão possível, conforme se observa no artigo 419.

Art. 413: O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação.

Art. 408: Se o juiz se convencer da existência do crime e de indícios de que o réu seja o seu autor, pronunciá-lo-á, dando os motivos do seu convencimento.

Pronúncia: Requisitos: que o juiz esteja convencido da existência: a) de prova de materialidade e b) de indícios de autoria ou participação (são requisitos cumulativos, pois a lei utiliza a conjunção “e”) A decisão do juiz deve ser fundamentada, conforme será melhor explicitado no quadro seguinte.

§ 1º: A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena.

Art. 408, § 1º: Na sentença de pronúncia o juiz declarará o dispositivo legal em cuja sanção julgar incurso o réu, recomendá-lo-á na prisão em que se achar, ou expedirá as ordens necessárias para sua captura.

A fundamentação da decisão de pronúncia, pelo juiz, deve ser cautelosa, sem adentrar no exame do mérito, a fim de não influenciar no ânimo dos jurados. Devem ser analisados todos os argumentos apresentados pelas partes. Portanto, basta que o juiz se limite a fundamentar a sua decisão, mediante a análise dos requisitos exigidos em lei (indicação da materialidade do fato e dos indícios suficientes de autoria ou participação). A pronúncia deve, ainda, indicar o dispositivo da lei penal em que se acha incurso o réu, especificando as qualificadoras e causas de aumento de pena eventualmente existentes. Agora, diferentemente do sistema anterior, na pronúncia o juiz deve se referir às causas de aumento de pena.

§ 2º: Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou manutenção da liberdade provisória.

Art. 408, § 3o: Se o crime for afiançável, será, desde logo, arbitrado o valor da fiança, que constará do mandado de prisão.

Sendo o crime afiançável permanece a regra de que o juiz arbitrará o valor da fiança, com vistas à concessão ou manutenção da liberdade provisória.

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§ 3º: O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código.

Art. 408, § 2o: Se o réu for primário e de bons antecedentes, poderá o juiz deixar de decretar-lhe a prisão ou revogá-la, caso já se encontre preso.

Se o acusado estiver preso, o juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção, revogação ou substituição da medida. Se estiver solto, o juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a necessidade de decretação da prisão ou de imposição de quaisquer medidas previstas no Título IX, do Livro I (que trata da prisão e da liberdade provisória).

Art. 414: Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado.

Art. 409: Se não se convencer da existência do crime ou de indício suficiente de que seja o réu o seu autor, o juiz julgará improcedente a denúncia ou a queixa.

Impronúncia: Requisitos: que o juiz não esteja convencido da existência: a) de prova de materialidade ou b) de indícios de autoria ou participação (são requisitos alternativos, pois a lei utiliza a conjunção “ou”). Corretamente, o legislador tratou da decisão de impronúncia, corrigindo a expressão equivocada que existia no artigo 409 (“julgará improcedente a denúncia ou a queixa”). A decisão de impronúncia deve ser fundamentada, devendo o juiz justificar porque entendeu que os requisitos legais não estavam presentes.

Parágrafo único: Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova.

Art. 409, parágrafo único: Enquanto não extinta a punibilidade, poderá, em qualquer tempo, ser instaurado processo contra o réu, se houver novas provas.

Foi mantida a regra de que a decisão de impronúncia não produz coisa julgada material, não impedindo, assim, que, em razão do surgimento de nova prova, seja proposta nova denúncia ou queixa. O limite para a nova ação é a extinção da punibilidade.

Art. 415: O juiz, fundamentadamente, absolverá, desde logo o acusado, quando: I – provada a inexistência do fato; II – provado não ser ele o autor ou partícipe do fato; III – o fato não constituir infração penal; IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime.

Art. 411: O juiz absolverá desde logo o réu, quando se convencer da existência de circunstância que exclua o crime ou isente de pena o réu (arts. 17, 18, 19, 22 e 24, § 1o, do Código Penal), recorrendo, de ofício, da sua decisão. Este recurso terá efeito suspensivo e será sempre para o Tribunal de Apelação.

As hipóteses de absolvição sumária estão previstas nos incisos do artigo: 1ª) quando houver prova de que o fato não existiu (não se confunde com a hipótese em que não há prova de que o fato existiu, que é o caso de impronúncia); 2ª) quando houver prova de que o acusado não é autor nem partícipe do fato que lhe foi imputado (diferente da hipótese em que não há prova mínima de que o réu é o autor ou o partícipe do fato, que é o caso de impronúncia); 3ª) quando o fato é atípico (não constitui infração penal); 4ª) quando estiver demonstrada a existência de causa que exclua a antijuridicidade) ou isente o réu de pena (excludentes de culpabilidade).

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Não há mais a previsão do recurso de ofício para a hipótese de absolvição sumária, conforme dispunha a legislação anterior (art. 411). Por outro lado, apesar de não ter sido revogado expressamente, o artigo 574, inciso II (que prevê o recurso de ofício para os casos de absolvição sumária, nos termos do art. 411), é possível entender-se que, como o artigo 411 não se refere à absolvição sumária (que agora está prevista no artigo 415), o referido artigo teria sido revogado tacitamente.

Parágrafo único: Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva.

No caso de inimputabilidade em razão de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, existente ao tempo do fato, impedindo o agente de entender inteiramente o caráter ilícito do fato ou de se determinar de acordo com esse entendimento (art. 26 do CP), e havendo outras teses defensivas, o juiz não deverá absolver sumariamente o réu, mas sim pronunciá-lo, a fim de que as demais teses defensivas possam ser conhecidas e julgadas pelos jurados. Isso porque, tratando-se de hipótese de absolvição imprópria (em que o juiz absolve, mas impõe medida de segurança) é melhor para o réu o reconhecimento da absolvição própria, com base na comprovação de alguma outra tese da defesa (como por exemplo, a legítima defesa). Este já era o entendimento da jurisprudência dominante, que, agora, passa a estar previsto expressamente na lei. Por outro lado, não havendo qualquer outra tese defensiva além da inimputabilidade em razão de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, o juiz poderá absolver sumariamente o réu, impondo-lhe medida de segurança.

Art. 416: Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação.

De acordo com a nova previsão, o recurso cabível da decisão de impronúncia ou de absolvição sumária é a apelação e não o recurso em sentido estrito, uma vez que o artigo 4º da Lei n.º 11689/2008 revogou expressamente inciso VI do artigo 581, que previa o cabimento do recurso em sentido estrito para os casos de absolvição sumária, e modificou a redação do inciso IV do mesmo artigo, excluindo a possibilidade desse recurso relativamente à decisão que impronuncia o réu.

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Art. 417: Se houver indícios de autoria ou de participação de outras pessoas não incluídas na acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o acusado, determinará o retorno dos autos ao Ministério Público, por 15 (quinze) dias, aplicável, no que couber, o art. 80 deste Código.

Art. 408, § 5º: Se dos autos constarem elementos de culpabilidade de outros indivíduos não compreendidos na queixa ou na denúncia, o juiz, ao proferir a decisão de pronúncia ou impronúncia, ordenará que os autos voltem ao Ministério Público, para aditamento da peça inicial do processo e demais diligências do sumário.

Foi mantida a regra de que o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o réu, e verificando que há indícios de autoria ou participação de outros sujeitos que não foram incluídos na peça inicial, baixará os autos a fim de que o Ministério Público tome as providências necessárias à responsabilização destes, dentro do prazo de 15 dias. A referência ao artigo 80 do CPP visa deixar claro que é possível a instauração de processo distinto em relação a esses sujeitos não incluídos inicialmente, ao invés do aditamento da peça inicial no processo que está em curso.

Art. 418: O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave.

Art. 408, § 4o: O juiz não ficará adstrito à classificação do crime, feita na queixa ou denúncia, embora fique o réu sujeito à pena mais grave, atendido, se for o caso, o disposto no art. 410 e seu parágrafo.

A regra permite a aplicação do artigo 383 do CPP, que trata da emendatio libelli, à decisão de pronúncia. Como o réu se defende dos fatos que lhe foram imputados, é possível que o juiz entenda que os fatos narrados melhor se amoldam a outro tipo penal, que não aquele que constou da peça inicial. Neste caso, pronunciará o réu diretamente na capitulação que entende correta, ainda que o acusado fique sujeito à pena mais grave.

Art. 419: Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1º do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja. Parágrafo único: Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição deste ficará o acusado preso.

Art. 410: Quando o juiz se convencer, em discordância com a denúncia ou queixa, da existência de crime diverso dos referidos no art. 74, § 1o, e não for o competente para julgá-lo, remeterá o processo ao juiz que o seja. Em qualquer caso, será reaberto ao acusado prazo para defesa e indicação de testemunhas, prosseguindo-se, depois de encerrada a inquirição, de acordo com os arts. 499 e segs. Não se admitirá, entretanto, que sejam arroladas testemunhas já anteriormente ouvidas.

Parágrafo único: Tendo o processo de ser remetido a outro juízo, à disposição deste passará o réu, se estiver preso.

Art. 412: Nos Estados onde a lei não atribuir a pronúncia ao presidente do júri, ao juiz competente caberá proceder na forma dos artigos anteriores.

Desclassificação: Foi mantida a regra prevista anteriormente no sentido de que, se o juiz verificar que a conduta praticada não configura crime doloso contra a vida e que, portanto, não é o Tribunal do júri competente para o seu julgamento, deverá remeter os autos ao juiz que o seja. No tocante ao procedimento que deve ser observado após o envio dos autos ao juízo competente, a nova lei nada previu. No caso de desclassificação e estando preso o réu, este ficará à disposição do juízo para o qual os autos foram remetidos.

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Art. 420: A intimação da decisão de pronúncia será feita: I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao Ministério Público; II – ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do Ministério Público, na forma do disposto no § 1º do art. 370 deste Código. Parágrafo único: Será intimado por edital o acusado solto que não for encontrado.

Art. 413: O processo não prosseguirá até que o réu seja intimado da sentença de pronúncia. Parágrafo único: Se houver mais de um réu, somente em relação ao que for intimado prosseguirá o feito. Art. 414: A intimação da sentença de pronúncia, se o crime for inafiançável, será sempre feita ao réu pessoalmente. Art. 415: A intimação da sentença de pronúncia, se o crime for afiançável, será feita ao réu: I – pessoalmente, se estiver preso; II – pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, se tiver prestado fiança antes ou depois da sentença; III – ao defensor por ele constituído se, não tendo prestado fiança, expedido o mandado de prisão, não for encontrado e assim o certificar o oficial de justiça; IV – mediante edital, no caso do no II, se o réu e o defensor não forem encontrados e assim o certificar o oficial de justiça; V – mediante edital, no caso do no III, se o defensor que o réu houver constituído também não for encontrado e assim o certificar o oficial de justiça; VI – mediante edital, sempre que o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado. § 1o: O prazo do edital será de trinta dias. § 2o: O prazo para recurso correrá após o término do fixado no edital, salvo se antes for feita a intimação por qualquer das outras formas estabelecidas neste artigo.

Intimação da decisão de pronúncia: Varia conforme a pessoa que deve ser intimada. - ao réu: será feita pessoalmente (independentemente de ser afiançável ou inafiançável o crime) - ao defensor nomeado: será feita pessoalmente - ao Ministério Público: será feita pessoalmente - ao defensor constituído: será feita por meio de publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais – D.O. (art. 370 § 1º, do CPP) - ao querelante: será feita por meio de publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais – D.O. (art. 370 § 1º, do CPP) - ao assistente de acusação: será feita por meio de publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais – D.O. (art. 370 § 1º, do CPP).

Caso o acusado não seja encontrado e estando solto, será intimado por edital (seja afiançável ou inafiançável o crime). Todavia, a lei não estabeleceu qual o prazo do edital.

Também foi suprimida a regra de que o prazo do recurso cabível (no caso o recurso em sentido estrito) somente será computado após o término do prazo fixado no edital.

Art. 421: Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri. § 1º: Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo circunstância superveniente que altere a classificação do crime, o juiz ordenará a remessa dos autos ao Ministério Público. § 2º: Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para decisão.

Art. 416: Passada em julgado a sentença de pronúncia, que especificará todas as circunstâncias qualificativas do crime e somente poderá ser alterada pela verificação superveniente de circunstância que modifique a classificação do delito, o escrivão imediatamente dará vista dos autos ao órgão do Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, para oferecer o libelo acusatório.

Com o trânsito em julgado da decisão de pronúncia, os autos devem ser encaminhados ao juiz presidente do júri, para prosseguimento. Se, depois do trânsito em julgado, sobrevier circunstância capaz de alterar a classificação do crime (ex. o réu foi pronunciado por tentativa de homicídio e, após o trânsito, sobrevêm a morte da vítima), o juiz remeterá os autos ao Ministério Público para que este requeira a modificação da classificação do delito constante da decisão de pronúncia. Após, os autos retornam ao juiz para que decida.

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Seção III – Da preparação do processo para julgamento em plenário

Art. 422: Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência.

Art. 417: O libelo, assinado pelo promotor, conterá: I – o nome do réu; II – a exposição, deduzida por artigos, do fato criminoso; III – a indicação das circunstâncias agravantes, expressamente definidas na lei penal, e de todos os fatos e circunstâncias que devam influir na fixação da pena; IV – a indicação da medida de segurança aplicável. § 1o: Havendo mais de um réu, haverá um libelo para cada um. § 2o: Com o libelo poderá o promotor apresentar o rol das testemunhas que devam depor em plenário, até o máximo de cinco, juntar documentos e requerer diligências. Art. 418: O juiz não receberá o libelo a que faltem os requisitos legais, devolvendo ao órgão do Ministério Público, para apresentação de outro, no prazo de quarenta e oito horas. Art. 419: Se findar o prazo legal, sem que seja oferecido o libelo, o promotor incorrerá na multa de cinqüenta mil-réis, salvo se justificada a demora por motivo de força maior, caso em que será concedida prorrogação de quarenta e oito horas. Esgotada a prorrogação, se não tiver sido apresentado o libelo, a multa será de duzentos mil-réis e o fato será comunicado ao procurador-geral. Neste caso, será o libelo oferecido pelo substituto legal, ou, se não houver, por um promotor ad hoc. Art. 420: No caso de queixa, o acusador será intimado a apresentar o libelo dentro de dois dias; se não o fizer, o juiz o haverá por lançado e mandará os autos ao Ministério Público.

Pelas novas regras, não há mais libelo, nem contrariedade ao libelo. Recebidos os autos, o presidente do Tribunal do júri determinará a intimação do Ministério Público ou do querelante (no caso de ação privada), e do defensor, para que, no prazo de 5 dias, apresentem o rol das testemunhas que prestarão depoimento em Plenário, até o limite de 5. É também o momento para as partes juntarem documentos e requererem diligências.

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Art. 421: Recebido o libelo, o escrivão, dentro de três dias, entregará ao réu, mediante recibo de seu punho ou de alguém a seu rogo, a respectiva cópia, com o rol de testemunhas, notificado o defensor para que, no prazo de cinco dias, ofereça a contrariedade; se o réu estiver afiançado, o escrivão dará cópia ao seu defensor, exigindo recibo, que se juntará aos autos. Parágrafo único: Ao oferecer a contrariedade, o defensor poderá apresentar o rol de testemunhas que devam depor no plenário, até o máximo de cinco, juntar documentos e requerer diligências. Art. 423: As justificações e perícias requeridas pelas partes serão determinadas somente pelo presidente do tribunal, com intimação dos interessados, ou pelo juiz a quem couber o preparo do processo até julgamento.

Art. 441: Nas comarcas ou nos termos onde for necessário, organizar-se-á lista de jurados suplentes, depositando-se as cédulas em urna especial.

Art. 423: Deliberando sobre os requerimentos de provas a serem produzidas ou exibidas no plenário do júri, e adotadas as providências devidas, o juiz presidente: I – ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa; II – fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pauta da reunião do Tribunal do Júri.

Art. 425: O presidente do Tribunal do Júri, depois de ordenar, de ofício, ou a requerimento das partes, as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse à decisão da causa, marcará dia para o julgamento, determinando sejam intimadas as partes e as testemunhas.

Os pedidos de provas formulados pelas partes serão apreciados pelo juiz. Caberá ao juiz presidente do júri: - ordenar as diligências necessárias para sanar nulidades ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa; - elaborar relatório sucinto do processo e determinar a sua inclusão na pauta da reunião do Tribunal do júri.

Art. 424: Quando a lei local de organização judiciária não atribuir ao presidente do Tribunal do Júri o preparo para julgamento, o juiz competente remeter-lhe-á os autos do processo preparado até 5 (cinco) dias antes do sorteio a que se refere o art. 433 deste Código. Parágrafo único: Deverão ser remetidos, também, os processos preparados até o encerramento da reunião, para a realização de julgamento.

Art. 425, parágrafo único: Quando a lei de organização judiciária local não atribuir ao presidente do Tribunal do Júri o preparo dos processos para o julgamento, o juiz competente remeter-lhe-á os processos preparados, até cinco dias antes do sorteio a que se refere o art. 427. Deverão também ser remetidos, após esse prazo, os processos que forem sendo preparados até o encerramento da sessão.

Não houve alteração. Se a lei de organização judiciária não atribuir ao juiz presidente do Tribunal do Júri o preparo para o julgamento, o juiz responsável pelo preparo deverá remeter os autos do processo já preparado para o julgamento, até 5 dias antes do sorteio dos jurados para a reunião periódica. Também devem ser remetidos os processos que estiverem preparados até o encerramento da reunião, a fim de sejam julgados.

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Seção IV – Do alistamento dos jurados

Art. 425: Anualmente, serão alistados pelo presidente do Tribunal do Júri de 800 (oitocentos) a 1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas comarcas de mais de 1.000.000 (um milhão) de habitantes, de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes e de 80 (oitenta) a 400 (quatrocentos) nas comarcas de menor população.

Houve alteração no número jurados alistados anualmente. Agora, devem ser alistados de 800 a 1.500 jurados nas Comarcas de mais de 1.000.000 de habitantes; de 300 a 700 jurados nas Comarcas de mais de 100.000 habitantes e de 80 a 400 nas Comarcas de menor população.

§ 1º: Nas comarcas onde for necessário, poderá ser aumentado o número de jurados e, ainda, organizada lista de suplentes, depositadas as cédulas em urna especial, com as cautelas mencionadas na parte final do § 3º do art. 426 deste Código.

A lei previu a possibilidade de que o número de jurados, fixado no caput, seja aumentado. Poderá também ser organizada uma lista de suplentes, cujos nomes serão colocados em urna especial, fechada a chave, sob a responsabilidade do juiz presidente.

§ 2º: O juiz presidente requisitará às autoridades locais, associações de classe e de bairro, entidades associativas e culturais, instituições de ensino em geral, universidades, sindicatos, repartições públicas e outros núcleos comunitários a indicação de pessoas que reúnam as condições para exercer a função de jurado.

Art. 439: Anualmente, serão alistados pelo juiz-presidente do júri, sob sua responsabilidade e mediante escolha por conhecimento pessoal ou informação fidedigna, 300 (trezentos) a 500 (quinhentos) jurados no Distrito Federal e nas comarcas de mais de cem mil habitantes, e oitenta a trezentos nas comarcas ou nos termos de menor população. O juiz poderá requisitar às autoridades locais, associações de classe, sindicatos profissionais e repartições públicas a indicação de cidadãos que reúnam as condições legais.

Para a formação da lista o juiz requisitará a indicação de pessoas que preencham as condições necessárias para o exercício da função de jurado. Tal indicação deve ser obtida junto a autoridades locais, associações de classe e de bairro, entidades associativas e culturais, instituições de ensino, universidades, sindicatos, repartições públicas e outros núcleos comunitários.

Art. 426: A lista geral dos jurados, com indicação das respectivas profissões, será publicada pela imprensa até o dia 10 de outubro de cada ano e divulgada em editais afixados à porta do Tribunal do Júri. § 1º: A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante reclamação de qualquer do povo ao juiz presidente até o dia 10 de novembro, data de sua publicação definitiva.

Art. 439, parágrafo único: A lista geral, publicada em novembro de cada ano, poderá ser alterada de ofício, ou em virtude de reclamação de qualquer do povo, até à publicação definitiva, na segunda quinzena de dezembro, com recurso, dentro de vinte dias, para a superior instância, sem efeito suspensivo. Art. 440: A lista geral dos jurados, com indicação das respectivas profissões, será publicada pela imprensa, onde houver, ou em editais afixados à porta do edifício do tribunal, lançando-se os nomes dos alistados, com indicação das residências, em cartões iguais, que, verificados com a presença do órgão do Ministério Público, ficarão guardados em urna fechada a chave sob a responsabilidade do juiz.

Formada a lista geral, na qual deve constar a profissão dos jurados, será publicada pela imprensa até o dia 10 de outubro de cada ano e divulgada em edital afixado na porta do Tribunal do júri. Foi mantida a regra de que a lista poderá ser alterada pelo juiz presidente, de ofício ou em razão de reclamação de qualquer do povo. A publicação definitiva da lista deve ocorrer no dia 10 de novembro.

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§ 2º: Juntamente com a lista, serão transcritos os arts. 436 a 446 deste Código.

Dispôs a lei que, juntamente com a lista geral devem ser transcritos os artigos que disciplinam a função dos jurados, constantes dos artigos 436 a 446 do CPP.

§ 3º: Os nomes e endereços dos alistados, em cartões iguais, após serem verificados na presença do Ministério Público, de advogado indicado pela Seção local da Ordem dos Advogados do Brasil e de defensor indicado pelas Defensorias Públicas competentes, permanecerão guardados em urna fechada a chave, sob a responsabilidade do juiz presidente.

Art. 440: A lista geral dos jurados, com indicação das respectivas profissões, será publicada pela imprensa, onde houver, ou em editais afixados à porta do edifício do tribunal, lançando-se os nomes dos alistados, com indicação das residências, em cartões iguais, que, verificados com a presença do órgão do Ministério Público, ficarão guardados em urna fechada a chave sob a responsabilidade do juiz.

Foi mantida a regra de que os nomes e os endereços dos jurados alistados devem ser lançados em cartões iguais, e, após verificados pelo representante do Ministério Público, do advogado indicado pela Seção local da OAB e do Defensor Público indicado pela Defensoria Pública, serão guardados em urna fechada a chave, sob a responsabilidade do juiz presidente.

§ 4º: O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 (doze) meses que antecederem a publicação da lista geral fica dela excluído. § 5º: Anualmente, a lista geral de jurados será, obrigatoriamente, completada.

Caso o jurado tenha integrado o Conselho de Sentença nos últimos 12 meses anteriores à publicação da lista geral, deverá ser dela excluído. É mais um caso de isenção do serviço do júri, além daqueles que constam do artigo 437, conforme redação dada pela nova lei.

Seção V – Do desaforamento

Art. 427: Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas.

Art. 424: Se o interesse da ordem pública o reclamar, ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou sobre a segurança pessoal do réu, o Tribunal de Apelação, a requerimento de qualquer das partes ou mediante representação do juiz, e ouvido sempre o procurador-geral, poderá desaforar o julgamento para comarca ou termo próximo, onde não subsistam aqueles motivos, após informação do juiz, se a medida não tiver sido solicitada, de ofício, por ele próprio.

As hipóteses de cabimento do pedido de desaforamento foram integralmente mantidas: - interesse da ordem pública; - dúvida sobre a imparcialidade do júri; - dúvida sobre a segurança do acusado. Por outro lado, a iniciativa para o pedido foi modificada, uma vez que, agora, também o assistente de acusação pode requerer o desaforamento. Ao determinar o desaforamento, o Tribunal deve observar que as Comarcas mais próximas têm preferência.

§ 1º: O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá preferência de julgamento na Câmara ou Turma competente.

Foi estabelecida a distribuição imediata do pedido de desaforamento, bem como a preferência de seu julgamento no Tribunal.

§ 2º: Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá determinar, fundamentadamente, a suspensão do julgamento pelo júri.

Havendo necessidade, diante da relevância dos motivos alegados, o Relator poderá determinar, fundamentadamente, a suspensão do julgamento pelo Tribunal do júri. Desta forma, como regra, o pedido de desaforamento não suspende o julgamento da causa pelo Tribunal do júri.

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§ 3º: Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele solicitada.

Nos casos em que o desaforamento não foi solicitado pelo juiz presidente do júri, este será ouvido acerca do pedido formulado.

§ 4º: Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando efetivado o julgamento, não se admitirá o pedido de desaforamento, salvo, nesta última hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou após a realização de julgamento anulado.

Foi mantida a regra de que o pedido de desaforamento somente pode ser formulado depois do trânsito em julgado da decisão de pronúncia. Da mesma forma, uma vez realizado o julgamento não se admite pedido de desaforamento, salvo quando a hipótese que autoriza o desaforamento ocorrer durante ou após a realização do julgamento anulado.

Art. 428: O desaforamento também poderá ser determinado, em razão do comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia. § 1º: Para a contagem do prazo referido neste artigo, não se computará o tempo de adiamentos, diligências ou incidentes de interesse da defesa. § 2º: Não havendo excesso de serviço ou existência de processos aguardando julgamento em quantidade que ultrapasse a possibilidade de apreciação pelo Tribunal do Júri, nas reuniões periódicas previstas para o exercício, o acusado poderá requerer ao Tribunal que determine a imediata realização do julgamento.

Artigo 424, parágrafo único: O Tribunal de Apelação poderá ainda, a requerimento do réu ou do Ministério Público, determinar o desaforamento, se o julgamento não se realizar no período de um ano, contado do recebimento do libelo, desde que para a demora não haja concorrido o réu ou a defesa.

O artigo trata do desaforamento motivado por excesso comprovado de serviço, isto é, quando o julgamento não ocorrer dentro do prazo de 6 meses contados do trânsito em julgado da decisão de pronúncia. Neste caso, devem ser ouvidos o juiz presidente do júri e a parte contrária. Em relação à previsão anterior (art. 423, par. Único), houve alteração do prazo, que agora passa a ser de 6 meses, tendo como termo inicial o trânsito em julgado da pronúncia, enquanto que, de acordo com a antiga redação o prazo era de 1 ano, contado do recebimento do libelo. De acordo com a redação do § 1º, do artigo 428, não é mais exigível, para o pedido de desaforamento, que a demora não tenha sido causada pelo réu ou por sua defesa. Desta forma, a demora causada pela defesa ou em seu benefício não impede o pedido de desaforamento, porém, os lapsos de tempo decorrentes de adiamentos, diligências ou incidentes de interesse da defesa não devem ser computados para a verificação do excesso. Não se verificando excesso de serviço ou inexistindo processos aguardando julgamento em quantidade superior às possibilidades de apreciação do Tribunal do Júri, capazes de justificar a demora no julgamento, o acusado poderá requerer ao Tribunal que determine a imediata realização do julgamento.

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Seção VI – Da organização da pauta

Art. 429: Salvo motivo relevante que autorize alteração na ordem dos julgamentos, terão preferência: I – os acusados presos; II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo na prisão; III – em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados.

Art. 431: Salvo motivo de interesse público que autorize alteração na ordem do julgamento dos processos, terão preferência: I – os réus presos; II – dentre os presos, os mais antigos na prisão; III – em igualdade de condições, os que tiverem sido pronunciados há mais tempo.

Foi mantida a regra das prioridades para a realização dos julgamentos. Assim, têm preferência: 1º – réus presos; 2º – dentre os réus presos, aqueles que estão presos há mais tempo; 3º – em igualdade de condições, os réus que foram pronunciados há mais tempo.

§ 1º: Antes do dia designado para o primeiro julgamento da reunião periódica, será afixada na porta do edifício do Tribunal do Júri a lista dos processos a serem julgados, obedecida a ordem prevista no caput deste artigo.

As reuniões do Tribunal do júri são periódicas. Em uma reunião são realizados vários julgamentos. Determina a lei que, antes do início da reunião periódica, seja afixada, na porta do edifício do Tribunal do Júri, a lista de todos os processos que serão julgados durante a reunião periódica, observada a ordem de prioridades estabelecida no caput.

§ 2º: O juiz presidente reservará datas na mesma reunião periódica para a inclusão de processo que tiver o julgamento adiado.

Na pauta do Tribunal do Júri devem ser reservadas datas para a posterior inclusão dos processos que tiverem o seu julgamento adiado.

Art. 430: O assistente somente será admitido se tiver requerido sua habilitação até 5 (cinco) dias antes da data da sessão na qual pretenda atuar.

Art. 447, parágrafo único: A intervenção do assistente no plenário de julgamento será requerida com antecedência, pelo menos, de três dias, salvo se já tiver sido admitido anteriormente.

O prazo para o assistente requerer sua intervenção em Plenário foi alterado. Assim, a admissão do assistente de acusação depende de requerimento de habilitação, que deve ser formulado com antecedência de, pelo menos, 5 dias antes da data designada para o julgamento em que pretende atuar.

Art. 431: Estando o processo em ordem, o juiz presidente mandará intimar as partes, o ofendido, se for possível, as testemunhas e os peritos, quando houver requerimento, para a sessão de instrução e julgamento, observando, no que couber, o disposto no art. 420 deste Código.

Verificando que o processo está em ordem, o juiz presidente do júri ordenará a intimação das partes, do ofendido (se possível), das testemunhas e dos peritos (se houver requerimento nesse sentido), para a sessão de instrução e julgamento, devendo ser observado, no que couber, o artigo 420, que trata da intimação da decisão de pronúncia.

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Seção VII – Do sorteio e da convocação dos jurados

Art. 432: Em seguida à organização da pauta, o juiz presidente determinará a intimação do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública para acompanharem, em dia e hora designados, o sorteio dos jurados que atuarão na reunião periódica.

Organizada a pauta, o juiz presidente determinará a intimação do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública, para que acompanhem, na data designada, o sorteio dos jurados que atuarão na reunião periódica.

Art. 433: O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas abertas, cabendo-lhe retirar as cédulas até completar o número de 25 (vinte e cinco) jurados, para a reunião periódica ou extraordinária.

Art. 428: O sorteio far-se-á a portas abertas, e um menor de dezoito anos tirará da urna geral as cédulas com os nomes dos jurados, as quais serão recolhidas a outra urna, ficando a chave respectiva em poder do juiz, o que tudo será reduzido a termo pelo escrivão, em livro a esse fim destinado, com especificação dos vinte e um sorteados.

No sorteio, que será realizado com as portas abertas, sendo presidido pelo juiz, serão sorteados 25 jurados que atuarão na reunião periódica ou extraordinária. Quem retira as cédulas contendo os nomes dos jurados é o juiz presidente do júri e não mais “um menor de dezoito anos”, como exigia a legislação anterior.

§ 1º: O sorteio será realizado entre o décimo quinto e o décimo dia útil antecedente à instalação da reunião.

Art. 427: A convocação do júri far-se-á mediante edital, depois do sorteio dos vinte e um jurados que tiverem de servir na sessão. O sorteio far-se-á, no Distrito Federal, de dez a quinze dias antes do primeiro julgamento marcado, observando-se nos Estados e nos Territórios o que estabelecer a lei local. Parágrafo único: Em termo que não for sede de comarca, o sorteio poderá realizar-se sob a presidência do juiz do termo.

O sorteio dos jurados deve ocorrer entre o 15º e o 10º dia útil anterior à instalação da reunião.

§ 2º: A audiência de sorteio não será adiada pelo não comparecimento das partes.

Caso não compareçam os representantes do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil ou da Defensoria Pública, o sorteio não será adiado.

§ 3º: O jurado não sorteado poderá ter o seu nome novamente incluído para as reuniões futuras.

Se o jurado alistado não for sorteado, poderá ter seu nome incluído para sorteio em reuniões futuras. Desta forma, é possível entender-se que, à contrário senso, se o jurado foi sorteado, não poderá ter o seu nome incluído no sorteio de futuras reuniões.

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Art. 434: Os jurados sorteados serão convocados pelo correio ou por qualquer outro meio hábil para comparecer no dia e hora designados para a reunião, sob as penas da lei.

Art. 429: Concluído o sorteio, o juiz mandará expedir, desde logo, o edital a que se refere o art. 427, dele constando o dia em que o júri se reunirá e o convite nominal aos jurados sorteados para comparecerem, sob as penas da lei, e determinará também as diligências necessárias para intimação dos jurados, dos réus e das testemunhas. § 1o: O edital será afixado à porta do edifício do tribunal e publicado pela imprensa, onde houver. § 2º: Entender-se-á feita a intimação quando o oficial de justiça deixar cópia do mandado na residência do jurado não encontrado, salvo se este se achar fora do município.

A convocação dos jurados sorteados será feita pelo correio ou por qualquer outro meio hábil. Devem comparecer no dia e hora designados para a reunião, sob as penas da lei.

Parágrafo único: No mesmo expediente de convocação serão transcritos os arts. 436 a 446 deste Código.

Na convocação dos jurados devem ser transcritos os artigos 436 a 446, que tratam das funções dos jurados.

Art. 435: Serão afixados na porta do edifício do Tribunal do Júri a relação dos jurados convocados, os nomes do acusado e dos procuradores das partes, além do dia, hora e local das sessões de instrução e julgamento.

Art. 432: Antes do dia designado para o primeiro julgamento, será afixada na porta do edifício do tribunal, na ordem estabelecida no artigo anterior, a lista dos processos que devam ser julgados.

A relação dos jurados convocados, o nome dos acusados, o nome dos procuradores das partes, bem como o dia, a hora e o local das sessões de instrução e julgamento serão afixados na porta do edifício do Tribunal do Júri.

Seção VIII -Da função do jurado

Art. 436: O serviço do júri é obrigatório. O alistamento compreenderá os cidadãos maiores de 18 (dezoito) anos de notória idoneidade.

Art. 434: O serviço do júri será obrigatório. O alistamento compreenderá os cidadãos maiores de vinte e um anos, isentos os maiores de sessenta. Art. 436: Os jurados serão escolhidos dentre cidadãos de notória idoneidade.

Foi mantida a regra de que o serviço do júri é obrigatório. Todavia, quanto ao requisito relativo à idade, a nova lei passou a estabelecer que o alistamento compreenderá cidadãos maiores de 18 anos e não mais 21 anos, como exigia o artigo 434. O requisito da notória idoneidade continua sendo exigido. Por outro lado, de acordo com o artigo 439, inciso IX, foi aumentado o limite de idade para a isenção do serviço do júri, que passa de 60 para 70 anos. E ainda assim, a dispensa, neste caso, é condicionada a requerimento do interessado (do maior de 70 anos).

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§ 1º: Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos do júri ou deixar de ser alistado em razão de cor ou etnia, raça, credo, sexo, profissão, classe social ou econômica, origem ou grau de instrução.

O artigo veda qualquer forma de discriminação ao jurado, seja em razão de cor, etnia, raça, credo, sexo, profissão, classe social, classe econômica, origem ou grau de instrução.

§ 2º: A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa no valor de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a condição econômica do jurado.

Este parágrafo trata da recusa injustificada ao serviço do júri (diferente, pois, da hipótese constante do artigo 438, em que a recusa é justificada). De acordo com a nova previsão, a recusa injustificada ao serviço do júri acarreta ema imposição, pelo juiz presidente, de multa, no valor de 1 a 10 salários mínimos, conforme a condição econômica do jurado.

Art. 437: Estão isentos do serviço do júri: I - o Presidente da República e os Ministros de Estado; II - os Governadores e seus respectivos Secretários; III - os membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras Distrital e Municipais; IV - os Prefeitos Municipais; V - os Magistrados e membros do Ministério Público e da Defensoria Pública; VI - os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública; VII - as autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública; VIII - os militares em serviço ativo; IX - os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispensa; X - aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento.

Art. 436, parágrafo único: São isentos do serviço do júri: I - o Presidente da República e os ministros de Estado; II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal e seus respectivos secretários; III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional, das Assembléias Legislativas dos Estados e das Câmaras Municipais, enquanto durarem suas reuniões; IV - os prefeitos municipais; V - os magistrados e órgãos do Ministério Público; VI - os serventuários e funcionários da justiça; VII - o chefe, demais autoridades e funcionários da Polícia e Segurança Pública; VIII - os militares em serviço ativo; IX - as mulheres que não exerçam função pública e provem que, em virtude de ocupações domésticas, o serviço do júri Ihes é particularmente difícil;

Casos de isenção do serviço do júri - São isentos do serviço do júri: 1 – Presidente da República e Ministros de Estado; 2 – Governadores e Secretários Estaduais; 3 – membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras Municipais e Distrital; 4 – Prefeitos Municipais; 5 – Magistrados, membros do Ministério Público e da Defensoria Pública; 6 – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública; 7 – as autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública; 8 – os militares em serviço ativo; 9 – os cidadãos maiores de 70 anos que requeiram a sua dispensa; 10 – os que requererem, demonstrando justo impedimento. Foi revogada a hipótese de isenção que constava do inciso IX do parágrafo único do artigo 436 (“mulheres que não exerçam função pública e provem que, em virtude de ocupações domésticas, o serviço do júri Ihes é particularmente difícil”). Aliás, em relação a esta hipótese já existia entendimento doutrinário que afirmava ser inconstitucional, por ofensa ao princípio da igualdade.

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X - por 1 (um) ano, mediante requerimento, os que tiverem efetivamente exercido a função de jurado, salvo nos lugares onde tal isenção possa redundar em prejuízo do serviço normal do júri; XI - quando o requererem e o juiz reconhecer a necessidade da dispensa: a) os médicos e os ministros de confissão religiosa; b) os farmacêuticos e as parteiras.

No tocante à hipótese mencionada no inciso X, do artigo 437 (conforme redação dada pela nova lei) quando comparada com a que constava do antigo inciso XI, do parágrafo único do artigo 436, observa-se que aquela é mais ampla, não havendo limitação das pessoas que podem requerer a dispensa, desde que demonstrado o justo impedimento. Por fim, a hipótese constante do inciso X do parágrafo único, do artigo 436, embora não tenha sido mantida no novel artigo 437, encontra-se prevista no artigo 426, § 4º, que prevê que “o jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 meses que antecederem a publicação da lista geral fica dela excluído”.

Art. 438: A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar o serviço imposto. § 1º: Entende-se por serviço alternativo o exercício de atividades de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, no Poder Judiciário, na Defensoria Pública, no Ministério Público ou em entidade conveniada para esses fins. § 2º: O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.

Art. 435: A recusa ao serviço do júri, motivada por convicção religiosa, filosófica ou política, importará a perda dos direitos políticos (Constituição, art. 119, b).

O artigo trata da recusa ao serviço do júri motivada por convicção religiosa, filosófica ou política (escusa de consciência - artigo 5º, inciso VIII, da Constituição Federal). Neste caso, se a recusa for fundada em motivo de caráter religioso, filosófico ou político, o recusante deverá prestar serviço alternativo, sob pena de ter os seus direitos políticos suspensos até que, efetivamente, preste o serviço alternativo. O parágrafo 1º do artigo 438 cuidou de definir o que se deve entender por “serviço alternativo”: exercício de atividades de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou produtivo, no Poder Judiciário, na Defensoria Pública, no Ministério Público ou em entidade conveniada para esse fim. Para a fixação do serviço alternativo, o juiz deve observar os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.

Art. 439: O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço público relevante, estabelecerá presunção de idoneidade moral e assegurará prisão especial, em caso de crime comum, até o julgamento definitivo. Art. 440: Constitui também direito do jurado, na condição do art. 439 deste Código, preferência, em igualdade de condições, nas licitações públicas e no provimento, mediante concurso, de cargo ou função pública, bem como nos casos de promoção funcional ou remoção voluntária.

Art. 437: O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço público relevante, estabelecerá presunção de idoneidade moral e assegurará prisão especial, em caso de crime comum, até o julgamento definitivo, bem como preferência, em igualdade de condições, nas concorrências públicas.

O serviço efetivo da função de jurado continua a ser considerado serviço público relevante, estabelecendo presunção de idoneidade moral e assegurando o direito à prisão especial, em caso de crime comum, até o trânsito em julgado da condenação. No tocante ao direito de preferência, em igualdade de condições, nas licitações públicas, houve ampliação para abranger também a preferência no provimento, mediante concurso, de cargo ou função pública, bem como nos casos de promoção funcional ou remoção voluntária.

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Art. 441: Nenhum desconto será feito nos vencimentos ou salário do jurado sorteado que comparecer à sessão do júri.

Art. 430: Nenhum desconto será feito nos vencimentos do jurado sorteado que comparecer às sessões do júri.

Foi mantida a regra de que nenhum desconto pode ser efetuado nos vencimentos ou no salário do jurado que, sorteado, compareceu à sessão do júri.

Art. 442: Ao jurado que, sem causa legítima, deixar de comparecer no dia marcado para a sessão ou retirar-se antes de ser dispensado pelo presidente será aplicada multa de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a sua condição econômica.

Art. 443: O jurado que, sem causa legítima, não comparecer, incorrerá na multa de cem mil-réis por dia de sessão realizada ou não realizada por falta de número legal até o término da sessão periódica. § 1o: O jurado incorrerá em multa pelo simples fato do não-comparecimento, independentemente de ato do presidente ou termo especial. § 3o: Incorrerá na multa de trezentos mil-réis o jurado que, tendo comparecido, se retirar antes de dispensado pelo presidente, observado o disposto no § 1o, parte final. Art. 444: As multas em que incorrerem os jurados serão cobradas pela Fazenda Pública, a cujo representante o juiz remeterá no prazo de dez dias, após o encerramento da sessão periódica, com a relação dos jurados multados, as certidões das atas de que constar o fato, as quais, por ele rubricadas, valerão como título de dívida líquida e certa. Parágrafo único: Sem prejuízo da cobrança imediata das multas, será remetida cópia das certidões à autoridade fiscal competente para a inscrição da dívida.

Em caso de ausência injustificada do jurado sorteado ou no caso de se retirar antes de ter sido dispensado, incorrerá em multa, imposta pelo juiz presidente, de 1 a 10 salários mínimos, conforme a sua condição econômica. A nova lei atualizou o valor da multa, que era desprezível. Relativamente à cobrança da multa imposta ao jurado, a nova lei não mencionou que é atribuição da Fazenda Pública. Apesar da omissão legislativa, é certo que tal função cabe, de fato, à Fazenda Pública.

Art. 443: Somente será aceita escusa fundada em motivo relevante devidamente comprovado e apresentada, ressalvadas as hipóteses de força maior, até o momento da chamada dos jurados.

Art. 443, § 2o: Somente serão aceitas as escusas apresentadas até o momento da chamada dos jurados e fundadas em motivo relevante, devidamente comprovado. § 4o: Sob pena de responsabilidade, o presidente só relevará as multas em que incorrerem os jurados faltosos, se estes, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, após o encerramento da sessão periódica, oferecerem prova de justificado impedimento.

Justificativas de ausência do jurado serão aceitas, desde que apresentadas, como regra, até o momento da chamada dos jurados e fundadas em motivo relevante, devidamente comprovado, ressalvadas as hipóteses de força maior. Não foi mais prevista a possibilidade do juiz relevar a multa imposta ao jurado, caso a justificativa seja apresentada e devidamente comprovado o impedimento, dentro do prazo de 48 horas após o encerramento da sessão.

Art. 444: O jurado somente será dispensado por decisão motivada do juiz presidente, consignada na ata dos trabalhos.

A dispensa do jurado depende de decisão motivada do juiz presidente do júri, devendo constar da ata do julgamento.

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Art. 445: O jurado, no exercício da função ou a pretexto de exercê-la, será responsável criminalmente nos mesmos termos em que o são os juízes togados.

Art. 438: Os jurados serão responsáveis criminalmente, nos mesmos termos em que o são os juízes de ofício, por concussão, corrupção ou prevaricação (Código Penal, arts. 316, 317, §§ 1o e 2o, e 319).

Permanece a regra de que, no exercício da função ou a pretexto de exercê-la, o jurado será responsabilizado da mesma forma que os juízes togados.

Art. 446: Aos suplentes, quando convocados, serão aplicáveis os dispositivos referentes às dispensas, faltas e escusas e à equiparação de responsabilidade penal prevista no art. 445 deste Código.

Art. 446: Aos suplentes são aplicáveis os dispositivos referentes às dispensas, faltas, escusas e multas.

O novo dispositivo praticamente repetiu a regra anterior. Assim, aos jurados suplentes devem ser aplicadas as regras referentes às dispensas, faltas, escusas e à equiparação de responsabilidade penal, conforme previsto no artigo 445.

Seção IX - Da composição do tribunal do júri e da formação do conselho de sentença

Art. 447: O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento.

Art. 433: O Tribunal do Júri compõe-se de um juiz de direito, que é o seu presidente, e de vinte e um jurados que se sortearão dentre os alistados, sete dos quais constituirão o conselho de sentença em cada sessão de julgamento.

Foi modificada a composição do Tribunal do Júri. O número de jurados passa de 21 para 25 jurados. Portanto, de acordo com a nova previsão, o Tribunal do Júri é composto por 1 juiz togado (que o preside) e mais 25 jurados, sorteados dentre os alistados, dos quais 7 formarão o Conselho de Sentença, em cada sessão de julgamento.

Art. 448: São impedidos de servir no mesmo Conselho: I – marido e mulher; II – ascendente e descendente; III – sogro e genro ou nora; IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio; V – tio e sobrinho; VI – padrasto, madrasta ou enteado. § 1º: O mesmo impedimento ocorrerá em relação às pessoas que mantenham união estável reconhecida como entidade familiar.

Art. 462: São impedidos de servir no mesmo conselho marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.

Os casos de impedimento dos jurados foram mantidos. São impedidos de servir no mesmo Conselho: - marido e mulher; - ascendente e descendente; - sogro e genro ou nora; - irmãos e cunhados (durante o cunhadio); - tio e sobrinho; - padrasto, madrasta ou enteado. No § 1º, o legislador previu o impedimento entre as pessoas que mantêm união estável, reconhecida como entidade familiar pela Constituição Federal.

§ 2º: Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades dos juízes togados.

Além das hipóteses de impedimento previstas no art. 448, devem ser aplicadas aos jurados as regras do CPP sobre impedimentos, suspeição e incompatibilidades dos juízes togados.

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Art. 449: Não poderá servir o jurado que: I – tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da causa determinante do julgamento posterior; II – no caso do concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de Sentença que julgou o outro acusado; III – tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado.

Neste dispositivo, o legislador estabeleceu outros casos de impedimento: - se o jurado participou do julgamento anterior no mesmo processo (independentemente da causa determinante do julgamento anterior); - se integrou o Conselho de Sentença que julgou o co-réu, no caso do concurso de agentes; - se manifestou prévia disposição para condenar ou absolver o réu.

Art. 450: Dos impedidos entre si por parentesco ou relação de convivência, servirá o que houver sido sorteado em primeiro lugar.

Art. 458, § 2º: Dos impedidos entre si por parentesco servirá o que houver sido sorteado em primeiro lugar.

Foi mantida a previsão de que, no caso de impedimento em razão de parentesco (ou em razão de convivência), servirá o jurado que tiver sido sorteado em primeiro lugar.

Art. 451: Os jurados excluídos por impedimento, suspeição ou incompatibilidade serão considerados para a constituição do número legal exigível para a realização da sessão.

Art. 459: Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição serão computados para a constituição do número legal.

Não houve alteração na regra de que os jurados que tenham sido excluídos em razão de impedimento, suspeição ou incompatibilidade devem ser considerados para a constituição do número legal exigível para a realização da sessão, que conforme dispõe o artigo 463, é de no mínimo, 15 jurados.

Art. 452: O mesmo Conselho de Sentença poderá conhecer de mais de um processo, no mesmo dia, se as partes o aceitarem, hipótese em que seus integrantes deverão prestar novo compromisso.

Art. 463: O mesmo conselho poderá conhecer de mais de um processo na mesma sessão de julgamento, se as partes o aceitarem; mas prestará cada vez novo compromisso.

Não houve alteração. O mesmo Conselho de Sentença pode julgar mais de um processo, no mesmo dia, se as partes aceitarem. Neste caso, os jurados deverão prestar novo compromisso.

Seção X - Da reunião e das sessões do Tribunal do Júri

Art. 453: O Tribunal do Júri reunir-se-á para as sessões de instrução e julgamento nos períodos e na forma estabelecida pela lei local de organização judiciária.

Art. 426: O Tribunal do Júri, no Distrito Federal, reunir-se-á todos os meses, celebrando em dias úteis sucessivos, salvo justo impedimento, as sessões necessárias para julgar os processos preparados. Nos Estados e nos Territórios, observar-se-á, relativamente à época das sessões, o que prescrever a lei local.

Acertadamente, o dispositivo remeteu à lei de organização judiciária a função de definir os períodos e a forma para a realização das sessões de instrução e julgamento.

Art. 454: Até o momento de abertura dos trabalhos da sessão, o juiz presidente decidirá os casos de isenção e dispensa de jurados e o pedido de adiamento de julgamento, mandando consignar em ata as deliberações.

Na hipótese de ser sido solicitada a isenção ou a dispensa de jurado ou se tiver sido requerido o adiamento do julgamento, o juiz presidente decidirá tais questões até o momento de abertura dos trabalhos da sessão, mandando consignar em ata as deliberações que tomar.

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Art. 455: Se o Ministério Público não comparecer, o juiz presidente adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, cientificadas as partes e as testemunhas. Parágrafo único: Se a ausência não for justificada, o fato será imediatamente comunicado ao Procurador-Geral de Justiça com a data designada para a nova sessão.

Art. 448: Se, por motivo de força maior, não comparecer o órgão do Ministério Público, o presidente adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido, da mesma sessão periódica. Continuando o órgão do Ministério Público impossibilitado de comparecer, funcionará o substituto legal, se houver, ou promotor ad hoc. Parágrafo único: Se o órgão do Ministério Público deixar de comparecer sem escusa legítima, será igualmente adiado o julgamento para o primeiro dia desimpedido, nomeando-se, porém, desde logo, promotor ad hoc, caso não haja substituto legal, comunicado o fato ao procurador-geral.

O artigo trata da hipótese de ausência do representante do Ministério Público na sessão de instrução e julgamento. Independentemente da existência de justo motivo, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, devendo ser cientificadas as partes e as testemunhas. Todavia, se a ausência do membro do Ministério Público for injustificada, o juiz presidente comunicará o fato ao Procurador Geral, informando-o da nova data designada para a sessão. Ressalte-se que o dispositivo que previa a nomeação de promotor ad hoc (artigo 448) já era considerado inconstitucional (pois não teria sido recepcionado pela CF/88) diante da regra constante do artigo 129, § 2º, da CF.

Art. 456: Se a falta, sem escusa legítima, for do advogado do acusado, e se outro não for por este constituído, o fato será imediatamente comunicado ao presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, com a data designada para a nova sessão. § 1º: Não havendo escusa legítima, o julgamento será adiado somente uma vez, devendo o acusado ser julgado quando chamado novamente.

Art. 450: A falta, sem escusa legítima, do defensor do réu ou do curador, se um ou outro for advogado ou solicitador, será imediatamente comunicada ao Conselho da Ordem dos Advogados, nomeando o presidente do tribunal, em substituição, outro defensor, ou curador, observado o disposto no artigo anterior.

O dispositivo se refere à ausência, sem justo motivo, do defensor do réu. Prevê a lei que o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido, observando o prazo mínimo de 10 dias (§ 2º), devendo a ausência ser comunicada ao presidente da seccional da OAB, com informação a respeito da data designada para a nova sessão (art. 456, caput).

§ 2º: Na hipótese do § 1º deste artigo, o juiz intimará a Defensoria Pública para o novo julgamento, que será adiado para o primeiro dia desimpedido, observado o prazo mínimo de 10 (dez) dias.

Art. 449, parágrafo único: O julgamento será adiado, somente uma vez, devendo o réu ser julgado, quando chamado pela segunda vez. Neste caso a defesa será feita por quem o juiz tiver nomeado, ressalvado ao réu o direito de ser defendido por advogado de sua escolha, desde que se ache presente.

Ademais, visando assegurar a realização do julgamento na data designada, o legislador estabeleceu que o juiz intimará a Defensoria Pública, para que compareça à sessão. A ausência injustificada do defensor do réu somente poderá ensejar o adiamento do julgamento uma única vez, devendo o réu ser julgado na nova data designada.

Art. 457: O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do acusado solto, do assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado. § 1º: Os pedidos de adiamento e as justificações de não comparecimento deverão ser, salvo comprovado motivo de força maior, previamente submetidos à apreciação do juiz presidente do Tribunal do Júri.

Art. 451: Não comparecendo o réu ou o acusador particular, com justa causa, o julgamento será adiado para a seguinte sessão periódica, se não puder realizar-se na que estiver em curso. § 1o: Se se tratar de crime afiançável, e o não-comparecimento do réu ocorrer sem motivo legítimo, far-se-á o julgamento à sua revelia.

Relativamente à ausência do réu que foi regularmente intimado, a nova lei previu que, estando solto, não haverá adiamento do julgamento (independentemente do crime ser afiançável ou inafiançável). Se o réu não comparecer à sessão, será decretada a sua revelia e o julgamento será realizado normalmente, com a presença do defensor. Observa-se, portanto, que não há mais a possibilidade, nos casos de crimes inafiançáveis, de adiamento do julgamento diante da ausência do réu.

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§ 2º: Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, salvo se houver pedido de dispensa de comparecimento subscrito por ele e seu defensor.

§ 2o: O julgamento não será adiado pelo não-comparecimento do advogado do assistente. Art. 452: Se o acusador particular deixar de comparecer, sem escusa legítima, a acusação será devolvida ao Ministério Público, não se adiando por aquele motivo o julgamento.

Por outro lado, estando preso o réu, é obrigatória a sua presença (§ 2º) e sua ausência acarreta o adiamento do julgamento para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião. Se, todavia, houver pedido de dispensa de comparecimento, subscrito pelo réu e seu defensor, o julgamento será realizado normalmente. Se a ausência for do assistente de acusação ou do advogado do querelante (no caso de ação penal privada) não será adiado o julgamento.

Art. 458: Se a testemunha, sem justa causa, deixar de comparecer, o juiz presidente, sem prejuízo da ação penal pela desobediência, aplicar-lhe-á a multa prevista no § 2º do art. 436 deste Código.

Art. 453: A testemunha que, sem justa causa, deixar de comparecer, incorrerá na multa de cinco a cinqüenta centavos, aplicada pelo presidente, sem prejuízo do processo penal, por desobediência, e da observância do preceito do art. 218.

Foi mantida a regra de que a ausência injustificada da testemunha acarreta a imposição de multa e a responsabilização por crime de desobediência. O valor da multa, entretanto, foi atualizado (de 1 a 10 salários mínimos), conforme previsto no artigo 436, § 2º.

Art. 459: Aplicar-se-á às testemunhas a serviço do Tribunal do Júri o disposto no art. 441 deste Código.

Art. 453, parágrafo único: Aplica-se às testemunhas, enquanto a serviço do júri, o disposto no art. 430.

Não houve alteração. O dispositivo se refere à impossibilidade de serem realizados descontos nos vencimentos ou no salário da testemunha que comparecer à sessão.

Art. 460: Antes de constituído o Conselho de Sentença, as testemunhas serão recolhidas a lugar onde umas não possam ouvir os depoimentos das outras.

Art. 454: Antes de constituído o conselho de sentença, as testemunhas, separadas as de acusação das de defesa, serão recolhidas a lugar de onde não possam ouvir os debates, nem as respostas umas das outras.

Não houve alteração. O dispositivo trata da incomunicabilidade das testemunhas, que deverão permanecer recolhidas em lugar onde umas não possam ouvir os depoimentos das outras.

Art. 461: O julgamento não será adiado se a testemunha deixar de comparecer, salvo se uma das partes tiver requerido a sua intimação por mandado, na oportunidade de que trata o art. 422 deste Código, declarando não prescindir do depoimento e indicando a sua localização.

Art. 455: A falta de qualquer testemunha não será motivo para o adiamento, salvo se uma das partes tiver requerido sua intimação, declarando não prescindir do depoimento e indicando seu paradeiro com a antecedência necessária para a intimação. Proceder-se-á, entretanto, ao julgamento, se a testemunha não tiver sido encontrada no local indicado.

Foi mantida a regra anterior de que o julgamento não pode ser adiado em razão da ausência da testemunha regularmente intimada, salvo se tiver sido arrolada em caráter de imprescindibilidade, com a indicação de sua localização, por ocasião da manifestação referida no artigo 422.

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§ 1º: Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz presidente suspenderá os trabalhos e mandará conduzi-la ou adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido, ordenando a sua condução. § 2º: O julgamento será realizado mesmo na hipótese de a testemunha não ser encontrada no local indicado, se assim for certificado por oficial de justiça.

Art. 455, § 1o: Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz suspenderá os trabalhos e mandará trazê-la pelo oficial de justiça ou adiará o julgamento para o primeiro dia útil desimpedido, ordenando a sua condução ou requisitando à autoridade policial a sua apresentação.

§ 2o: Não conseguida, ainda assim, a presença da testemunha no dia designado, proceder-se-á ao julgamento.

No caso da exceção prevista no artigo anterior, ou seja, quando o julgamento não puder ser realizado porque a testemunha foi arrolada em caráter de imprescindibilidade, verificada a sua ausência, o juiz presidente suspenderá os trabalhos e ordenará a sua condução coercitiva ou, não sendo possível, adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido, ordenando a sua condução. Se, na nova data, a testemunha não for encontrada pelo oficial de justiça, o julgamento será realizado normalmente.

Art. 462: Realizadas as diligências referidas nos arts. 454 a 461 deste Código, o juiz presidente verificará se a urna contém as cédulas dos 25 (vinte e cinco) jurados sorteados, mandando que o escrivão proceda à chamada deles. Art. 463: Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará instalados os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento.

Art. 442: No dia e à hora designados para reunião do júri, presente o órgão do Ministério Público, o presidente, depois de verificar se a urna contém as cédulas com os nomes dos vinte e um jurados sorteados, mandará que o escrivão Ihes proceda à chamada, declarando instalada a sessão, se comparecerem pelo menos quinze deles, ou, no caso contrário, convocando nova sessão para o dia útil imediato. Art. 447: Aberta a sessão, o presidente do tribunal, depois de resolver sobre as escusas, na forma dos artigos anteriores, abrirá a urna, dela retirará todas as cédulas, verificando uma a uma, e, em seguida, colocará na urna as relativas aos jurados presentes e, fechando-a, anunciará qual o processo que será submetido a julgamento e ordenará ao porteiro que apregoe as partes e as testemunhas.

Após decidir sobre os pedidos de isenção e de dispensa dos jurados, bem como acerca do pedido de adiamento do julgamento (art. 454) e verificadas as presenças das pessoas que participarão da sessão de instrução e julgamento (Ministério Público, defensor, acusado, assistente de acusação, advogado do querelante e testemunhas – arts. 455 a 461) o juiz verificará a urna que contém as cédulas com os nomes dos 25 jurados convocados e mandará que o escrivão proceda à chamada. Se estiverem presentes, pelo menos, 15 jurados, a sessão será instalada e o juiz anunciará o processo que será submetido a julgamento. Observa-se, assim, que foi mantido o número mínimo de jurados que devem estar presentes para a instalação da sessão.

§ 1º: O oficial de justiça fará o pregão, certificando a diligência nos autos.

Art. 456: O porteiro do tribunal, ou na falta deste, o oficial de justiça, certificará haver apregoado as partes e as testemunhas.

Não houve alteração. Depois de instalada a sessão o oficial fará o pregão das partes, certificando nos autos.

§ 2º: Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição serão computados para a constituição do número legal.

Este parágrafo repete a regra constante do artigo 451, segundo o qual : “Os jurados excluídos por impedimento, suspeição ou incompatibilidade serão considerados para a constituição do número legal exigível para a realização da sessão”.

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Art. 464: Não havendo o número referido no art. 463 deste Código, proceder-se-á ao sorteio de tantos suplentes quantos necessários, e designar-se-á nova data para a sessão do júri.

Art. 445: Verificando não estar completo o número de vinte e um jurados, embora haja o mínimo legal para a instalação da sessão, o juiz procederá ao sorteio dos suplentes necessários, repetindo-se o sorteio até perfazer-se aquele número. § 1o: Nos Estados e Territórios, serão escolhidos como suplentes, dentre os sorteados, os jurados residentes na cidade ou vila ou até a distância de 20 quilômetros. § 3o: Os jurados ou suplentes que não comparecerem ou forem dispensados de servir na sessão periódica serão, desde logo, havidos como sorteados para a seguinte. § 4o: Sorteados os suplentes, os jurados substituídos não mais serão admitidos a funcionar durante a sessão periódica.

Se não estiverem presentes, no mínimo, 15 jurados, serão sorteados tantos suplentes quanto necessários e será designada nova data para o julgamento. Caso a sessão seja instalada sem a presença de, no mínimo, 15 jurados, haverá nulidade absoluta do julgamento.

Art. 465: Os nomes dos suplentes serão consignados em ata, remetendo-se o expediente de convocação, com observância do disposto nos arts. 434 e 435 deste Código.

Art. 445, § 2o: Os nomes dos suplentes serão consignados na ata, seguindo-se a respectiva notificação para comparecimento.

Não houve alteração. Sorteados os suplentes, seus nomes serão consignados em ata e serão convocados, aplicando-se as regras previstas nos artigos 434 e 435, relativas à convocação dos jurados.

Art. 466: Antes do sorteio dos membros do Conselho de Sentença, o juiz presidente esclarecerá sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades constantes dos arts. 448 e 449 deste Código.

Art. 458: Antes do sorteio do conselho de sentença, o juiz advertirá os jurados dos impedimentos constantes do art. 462, bem como das incompatibilidades legais por suspeição, em razão de parentesco com o juiz, com o promotor, com o advogado, com o réu ou com a vítima, na forma do disposto neste Código sobre os impedimentos ou a suspeição dos juízes togados.

Não houve alteração. Antes de proceder ao sorteio dos jurados que participarão do julgamento, o juiz deve advertir os jurados presentes acerca das hipóteses de impedimento, de suspeição e sobre as incompatibilidades constantes dos artigos 448 e 449.

§ 1º: O juiz presidente também advertirá os jurados de que, uma vez sorteados, não poderão comunicar-se entre si e com outrem, nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do Conselho e multa, na forma do § 2° do art. 436 deste Codigo.

Art. 458, § 1o: Na mesma ocasião, o juiz advertirá os jurados de que, uma vez sorteados, não poderão comunicar-se com outrem, nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do conselho e multa, de duzentos a quinhentos mil-réis.

Não houve alteração. O parágrafo se refere à incomunicabilidade dos jurados sorteados. O juiz também advertirá os jurados de que, uma vez sorteados, não poderão se comunicar entre si, nem com outras pessoas, não podendo manifestar a sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do Conselho e imposição de multa prevista no artigo 436, § 2º (1 a 10 salários mínimos).

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§ 2º: A incomunicabilidade será certificada nos autos pelo oficial de justiça.

Pela nova lei, exige-se que a incomunicabilidade seja certificada nos autos pelo oficial de justiça.

Art. 467: Verificando que se encontram na urna as cédulas relativas aos jurados presentes, o juiz presidente sorteará 7 (sete) dentre eles para a formação do Conselho de Sentença.

Art. 457: Verificado publicamente pelo juiz que se encontram na urna as cédulas relativas aos jurados presentes, será feito o sorteio de 7 (sete) para a formação do conselho de sentença.

O artigo se refere ao momento do sorteio dos jurados. Foi mantida a regra anterior: o juiz, após verificar se a urna contém as cédulas com o nome dos jurados presentes, realizará o sorteio de 7, para a formação do Conselho de Sentença.

Art. 468: À medida que as cédulas forem sendo retiradas da urna, o juiz presidente as lerá, e a defesa e, depois dela, o Ministério Público poderão recusar os jurados sorteados, até 3 (três) cada parte, sem motivar a recusa. Parágrafo único: O jurado recusado imotivadamente por qualquer das partes será excluído daquela sessão de instrução e julgamento, prosseguindo-se o sorteio para a composição do Conselho de Sentença com os jurados remanescentes.

Art. 459, § 2o: À medida que as cédulas forem tiradas da urna, o juiz as lerá, e a defesa e, depois dela, a acusação poderão recusar os jurados sorteados, até três cada uma, sem dar os motivos da recusa.

Não houve alteração. O artigo trata das recusas aos jurados sorteados, denominadas recusas peremptórias, que podem ser apresentadas pelas partes, cabendo primeiro à defesa e, em seguida, à acusação. Cada parte poderá apresentar até 3 recusas imotivadas. Caso o jurado seja recusado por uma das partes será excluído daquela sessão de instrução e julgamento, prosseguindo-se o sorteio dos demais jurados.

Art. 469: Se forem 2 (dois) ou mais os acusados, as recusas poderão ser feitas por um só defensor.

§ 1º: A separação dos julgamentos somente ocorrerá se, em razão das recusas, não for obtido o número mínimo de 7 (sete) jurados para compor o Conselho de Sentença.

Art. 461: Se os réus forem dois ou mais, poderão incumbir das recusas um só defensor; não convindo nisto e se não coincidirem as recusas, dar-se-á a separação dos julgamentos, prosseguindo-se somente no do réu que houver aceito o jurado, salvo se este, recusado por um réu e aceito por outro, for também recusado pela acusação.

Havendo mais de um acusado é possível que as recusas peremptórias sejam apresentadas por um só defensor. Caso as recusas sejam formuladas em separado, pelos defensores dos diversos réus, a separação do julgamento somente ocorrerá se, apresentadas todas as recusas, não se obtiver o número mínimo de jurados (7). Nota-se, assim, que a separação do julgamento em razão da recusa aos jurados sorteados não é imediata (como era anteriormente), dependendo da inexistência, ao final, do número mínimo de jurados para compor o Conselho de Sentença.

§ 2º: Determinada a separação dos julgamentos, será julgado em primeiro lugar o acusado a quem foi atribuída a autoria do fato ou, em caso de co-autoria, aplicar-se-á o critério de preferência disposto no art. 429 deste Código.

Art. 461, parágrafo único: O réu, que pela recusa do jurado tiver dado causa à separação, será julgado no primeiro dia desimpedido.

Sendo o caso de separação dos julgamentos, será realizado, em primeiro lugar, o julgamento do acusado a quem foi atribuída a autoria do fato. Em caso de co-autoria, será observada a preferência prevista no artigo 429 (1º - acusado preso; 2º - acusado preso há mais tempo; 3º - acusado pronunciado primeiramente).

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Art. 470: Desacolhida a argüição de impedimento, de suspeição ou de incompatibilidade contra o juiz presidente do Tribunal do Júri, órgão do Ministério Público, jurado ou qualquer funcionário, o julgamento não será suspenso, devendo, entretanto, constar da ata o seu fundamento e a decisão.

Art. 460: A suspeição argüida contra o presidente do tribunal, o órgão do Ministério Público, os jurados ou qualquer funcionário, quando não reconhecida, não suspenderá o julgamento, devendo, entretanto, constar da ata a argüição.

Não houve alteração. Caso seja argüido o impedimento, a suspeição ou a incompatibilidade do juiz presidente, do representante do Ministério Público, do jurado ou de qualquer funcionário da justiça, e, não sendo acolhido pelo juiz, o julgamento não será adiado, devendo, entretanto, constar da ata a decisão e o seu fundamento.

Art. 471: Se, em conseqüência do impedimento, suspeição, incompatibilidade, dispensa ou recusa, não houver número para a formação do Conselho, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido, após sorteados os suplentes, com observância do disposto no art. 464 deste Código.

Art. 459, § 1o: Se, em conseqüência das suspeições ou das recusas, não houver número para a formação do conselho, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido.

Não houve alteração substancial. Se, em razão do reconhecimento do impedimento, da suspeição ou da incompatibilidade, ou caso haja dispensa ou recusa dos jurados, e, não havendo número suficiente para a formação do Conselho de Sentença, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido, sorteando-se os jurados suplentes, conforme previsto no artigo 464.

Art. 472: Formado o Conselho de Sentença, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos os presentes, fará aos jurados a seguinte exortação: Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça.’Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responderão: Assim o prometo. Parágrafo único: O jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo.

Art. 464: Formado o conselho, o juiz, levantando-se, e com ele todos os presentes, fará aos jurados a seguinte exortação: – “Em nome da lei, concito-vos a examinar com imparcialidade esta causa e a proferir a vossa decisão, de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça”. Os jurados, nominalmente chamados pelo juiz, responderão: − “Assim o prometo”. Art. 466, § 2º: Onde for possível, o presidente mandará distribuir aos jurados cópias datilografadas ou impressas, da pronúncia, do libelo, além de outras peças que considerar úteis para o julgamento da causa.

Não houve alteração relevante. O artigo trata do procedimento relativo ao compromisso dos jurados que integram o Conselho de Sentença. Estabelece a lei que, após o compromisso, os jurados devem receber cópia da pronúncia e, se for o caso, das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, bem como do relatório do processo, o qual se encontra previsto no inciso II do artigo 423.

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Seção XI - Da instrução em plenário

Art. 473: Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária quando o juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas arroladas pela acusação. § 1º: Para a inquirição das testemunhas arroladas pela defesa, o defensor do acusado formulará as perguntas antes do Ministério Público e do assistente, mantidos no mais a ordem e os critérios estabelecidos neste artigo. § 2º: Os jurados poderão formular perguntas ao ofendido e às testemunhas, por intermédio do juiz presidente.

Art. 466: Feito e assinado o interrogatório, o presidente, sem manifestar sua opinião sobre o mérito da acusação ou da defesa, fará o relatório do processo e exporá o fato, as provas e as conclusões das partes. §1º: Depois do relatório, o escrivão lerá, mediante ordem do presidente, as peças do processo, cuja leitura for requerida pelas partes ou por qualquer jurado. Art. 467: Terminado o relatório, o juiz, o acusador, o assistente e o advogado do réu e, por fim, os jurados que o quiserem, inquirirão sucessivamente as testemunhas de acusação. Art. 468: Ouvidas as testemunhas de acusação, o juiz, o advogado do réu, o acusador particular, o promotor, o assistente e os jurados que o quiserem, inquirirão sucessivamente as testemunhas de defesa. Art. 469: Os depoimentos das testemunhas de acusação e de defesa serão reduzidos a escrito, em resumo, assinado o termo pela testemunha, pelo juiz e pelas partes.

Depois de prestado o compromisso dos jurados, em plenário, a lei não mais exige que o juiz faça o relatório do processo, expondo o fato, as provas e as conclusões das partes, de acordo com o que dispunha o artigo 466, caput. Da mesma forma, não é mais exigível a leitura de peças do processo pelo escrivão, conforme previa o artigo 466, § 1º. O interrogatório do réu, que era o primeiro ato de instrução realizado em plenário, agora, passa a ser o último. Na instrução serão realizados os seguintes atos: − tomada das declarações do ofendido (se

possível) e iInquirição das testemunhas arroladas pela acusação, pelo juiz presidente, representante do Ministério Público, assistente de acusação, querelante e defensor do acusado, sucessivamente;

− inquirição das testemunhas arroladas pela defesa, pelo juiz presidente, defensor, representante do Ministério Público, assistente de acusação e querelante, sucessivamente;

As perguntas serão formuladas pelas partes de forma direta, isto é, sem a intermediação do juiz (sistema do exame direto). Prevê a lei, no § 2º, que também os jurados podem formular perguntas ao ofendido e às testemunhas, porém, sempre por intermédio do juiz presidente (sistema presidencialista).

§ 3º: As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de peças que se refiram, exclusivamente, às provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis.

Art. 470: Quando duas ou mais testemunhas divergirem sobre pontos essenciais da causa, proceder-se-á de acordo com o disposto no art. 229, parágrafo único.

Prestadas as declarações e os depoimentos referidos no artigo anterior, as partes e os jurados poderão requerer: − acareações; − reconhecimento de pessoas e coisas; − esclarecimento dos peritos; − leitura de peças que se refiram,

exclusivamente, às provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou que não possam ser repetidas.

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Art. 474: A seguir será o acusado interrogado, se estiver presente, na forma estabelecida no Capítulo III do Título VII do Livro I deste Código, com as alterações introduzidas nesta Seção. § 1º: O Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nessa ordem, poderão formular, diretamente, perguntas ao acusado. § 2º: Os jurados formularão perguntas por intermédio do juiz presidente.

Art. 449: Apregoado o réu, e comparecendo, perguntar-lhe-á o juiz o nome, a idade e se tem advogado, nomeando-lhe curador, se for menor e não o tiver, e defensor, se maior. Em tal hipótese, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido. Art. 465: Em seguida, o presidente interrogará o réu pela forma estabelecida no Livro I, Título VII, Capítulo III, no que for aplicável.

Em seguida, o acusado, se estiver presente, será interrogado pelo juiz, pelo representante do Ministério Público, pelo assistente, pelo querelante e pelo defensor, sucessivamente, os quais poderão formular suas perguntas diretamente ao acusado. Relativamente aos jurados, caso desejem formular perguntas ao réu, deverão fazê-lo por intermédio do juiz presidente.

§ 3º: Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes.

A lei disciplinou o uso de algemas no acusado, durante o período em que estiver em plenário. A regra é que não será admitido o uso de algemas, salvo quando absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes.

Art. 475: O registro dos depoimentos e do interrogatório será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica similar, destinada a obter maior fidelidade e celeridade na colheita da prova. Parágrafo único: A transcrição do registro, após feita a degravação, constará dos autos.

Visando dar celeridade à sessão e maior fidelidade aos atos de instrução praticados em plenário, a lei estabeleceu que o registro dos depoimentos e do interrogatório seja feito pelos meios e recursos de gravação magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica similar. Realizada a degravação, a transcrição dos registros será juntada aos autos.

Seção XII - Dos debates

Art. 476: Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará a acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, sustentando, se for o caso, a existência de circunstância agravante.

Art. 471: Terminada a inquirição das testemunhas o promotor lerá o libelo e os dispositivos da lei penal em que o réu se achar incurso, e produzirá a acusação.

Finda a instrução, iniciam-se os debates em plenário. Inicialmente, o representante do Ministério Público produzirá a acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação. Estando presente alguma circunstância agravante, deve ser sustentada pela acusação.

§ 1º: O assistente falará depois do Ministério Público.

Art. 471, § 1o: O assistente falará depois do promotor.

Após, manifesta-se o assistente de acusação.

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§ 2º: Tratando-se de ação penal de iniciativa privada, falará em primeiro lugar o querelante e, em seguida, o Ministério Público, salvo se este houver retomado a titularidade da ação, na forma do art. 29 deste Código.

Art. 471, § 2o: Sendo o processo promovido pela parte ofendida, o promotor falará depois do acusador particular, tanto na acusação como na réplica.

No caso de ação penal privada, primeiramente fala o querelante e, após, o representante do Ministério Público, salvo quando este retomou a titularidade da ação, conforme previsto no artigo 29 do CPP.

§ 3º: Finda a acusação, terá a palavra a defesa.

Art. 472: Finda a acusação, o defensor terá a palavra para defesa.

Após a fala da acusação, manifesta-se o defensor do acusado.

§ 4º: A acusação poderá replicar e a defesa treplicar, sendo admitida a reinquirição de testemunha já ouvida em plenário.

Art. 473: O acusador poderá replicar e a defesa treplicar, sendo admitida a reinquirição de qualquer das testemunhas já ouvidas em plenário.

A lei manteve a possibilidade da réplica da acusação e da tréplica da defesa, bem como a possibilidade de reinquirição de testemunha já ouvida em plenário.

Art. 477: O tempo destinado à acusação e à defesa será de uma hora e meia para cada, e de uma hora para a réplica e outro tanto para a tréplica.

Art. 474: O tempo destinado à acusação e à defesa será de 2 (duas) horas para cada um, e de meia hora a réplica e outro tanto para a tréplica.

O tempo destinado aos debates em plenário foi diminuído, passando a ser de 1 hora e 30 minutos para cada parte. Por sua vez, a réplica e tréplica tiveram o seu tempo aumentado para 1 hora para cada parte.

§ 1º: Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinarão entre si a distribuição do tempo, que, na falta de acordo, será dividido pelo juiz presidente, de forma a não exceder o determinado neste artigo.

Art. 474, § 1o: Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinarão entre si a distribuição do tempo, que, na falta de entendimento, será marcado pelo juiz, por forma que não sejam excedidos os prazos fixados neste artigo.

Não houve alteração. Havendo mais de um acusador ou defensor, deverão combinar entre si a distribuição do tempo. Não havendo acordo, o juiz presidente dividirá o tempo, de forma a que não sejam excedidos os prazos previstos no caput do artigo.

§ 2º: Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo para a acusação e a defesa será acrescido de 1 (uma) hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica, observado o disposto no § 1º deste artigo.

Art. 474, § 2o: Havendo mais de um réu, o tempo para a acusação e para a defesa será, em relação a todos, acrescido de 1 (uma) hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica, observado o disposto no parágrafo anterior.

Não houve alteração. Na hipótese de existir mais de um réu, o tempo da acusação e da defesa será aumentado em mais 1 hora (resultando, portanto, em 2 horas e 30 minutos). Por sua vez, a réplica e a tréplica terão os seus prazos dobrados (passando a ser de 2 horas para cada parte).

Art. 478: Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências: I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado; II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo.

Neste artigo o legislados inovou ao estabelecer que, durante os debates, as partes não poderão fazer referências: − à decisão de pronúncia ou às decisões

posteriores que julgaram admissível a acusação;

− à determinação do uso de algemas como argumento que beneficie ou que prejudique o réu;

− ao silêncio do acusado em seu prejuízo; − à ausência de interrogatório, por falta de

requerimento, em prejuízo do réu. Eventual referência das partes acerca desses assuntos levarão à nulidade do julgamento.

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Art. 479: Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte. Parágrafo único: Compreende-se na proibição deste artigo a leitura de jornais ou qualquer outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato submetida à apreciação e julgamento dos jurados.

Art. 475: Durante o julgamento não será permitida a produção ou leitura de documento que não tiver sido comunicado à parte contrária, com antecedência, pelo menos, de três dias, compreendida nessa proibição a leitura de jornais ou qualquer escrito, cujo conteúdo versar sobre matéria de fato constante do processo.

Foi mantida a regra que proíbe a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com antecedência mínima de 3 dias úteis e cientificada a outra parte. O parágrafo único do dispositivo cuidou de esclarecer o que se deve compreender por documento ou objeto: jornais, qualquer outro escrito, vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros, croqui, ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo verse sobre a matéria de fato submetida à apreciação e julgamento dos jurados.

Art. 480: A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qualquer momento e por intermédio do juiz presidente, pedir ao orador que indique a folha dos autos onde se encontra a peça por ele lida ou citada, facultando-se, ainda, aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o esclarecimento de fato por ele alegado.

Art. 476, parágrafo único: Os jurados poderão também, a qualquer momento, e por intermédio do juiz, pedir ao orador que indique a folha dos autos onde se encontra a peça por ele lida ou citada.

A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qualquer momento, e por intermédio do juiz presidente, solicitar ao orador que indique a folha dos autos onde se encontra a peça por ele lida ou citada. Além disso, faculta-se aos jurados a possibilidade de solicitar, também por intermédio do juiz presidente, que o orador esclareça fato por ele alegado.

§ 1º: Concluídos os debates, o presidente indagará dos jurados se estão habilitados a julgar ou se necessitam de outros esclarecimentos.

Art. 478: Concluídos os debates, o juiz indagará dos jurados se estão habilitados a julgar ou se precisam de mais esclarecimentos.

Não houve alteração. Encerrados os debates o juiz questiona os jurados se estão habilitados a julgar ou se necessitam de algum outro esclarecimento.

§ 2º: Se houver dúvida sobre questão de fato, o presidente prestará esclarecimentos à vista dos autos.

Art. 478, parágrafo único: Se qualquer dos jurados necessitar de novos esclarecimentos sobre questão de fato, o juiz os dará, ou mandará que o escrivão os dê, à vista dos autos.

Havendo dúvidas sobre questão de fato, o juiz presidente, à vista dos autos, prestará os esclarecimentos necessários.

§ 3º: Os jurados, nesta fase do procedimento, terão acesso aos autos e aos instrumentos do crime se solicitarem ao juiz presidente.

Art. 476: Aos jurados, quando se recolherem à sala secreta, serão entregues os autos do processo, bem como, se o pedirem, os instrumentos do crime, devendo o juiz estar presente para evitar a influência de uns sobre os outros.

Aos jurados será dado acesso aos autos e aos instrumentos do crime, caso tenham solicitado ao juiz presidente.

Art. 481: Se a verificação de qualquer fato, reconhecida como essencial para o julgamento da causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz presidente dissolverá o Conselho, ordenando a realização das diligências entendidas necessárias.

Art. 477: Se a verificação de qualquer fato, reconhecida essencial para a decisão da causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz dissolverá o conselho, formulando com as partes, desde logo, os quesitos para as diligências necessárias.

Não houve alteração. Se a verificação de algum fato, que seja considerado essencial para o julgamento da causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz presidente dissolverá o Conselho, ordenando que as diligências necessárias sejam realizadas.

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Parágrafo único: Se a diligência consistir na produção de prova pericial, o juiz presidente, desde logo, nomeará perito e formulará quesitos, facultando às partes também formulá-los e indicar assistentes técnicos, no prazo de 5 (cinco) dias.

Caso a diligência necessária seja a produção de prova pericial, o juiz presidente, desde logo, nomeará perito, formulando os quesitos e facultando às partes a indicação de assistentes técnicos, no prazo de 5 dias.

Seção XIII - Do questionário e sua votação

Art. 482: O Conselho de Sentença será questionado sobre matéria de fato e se o acusado deve ser absolvido.

Os quesitos elaborados devem se restringir às questões de fato e se o acusado deve ser absolvido.

Parágrafo único: Os quesitos serão redigidos em proposições afirmativas, simples e distintas, de modo que cada um deles possa ser respondido com suficiente clareza e necessária precisão. Na sua elaboração, o presidente levará em conta os termos da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, do interrogatório e das alegações das partes.

Na redação dos quesitos devem ser observadas algumas regras: Devem ser proposições afirmativas, simples e distintas. Isso para que possam ser respondidos de forma clara e precisa. Na sua elaboração, o juiz presidente deve levar em conta o seguinte (fontes dos quesitos): − os termos da pronúncia ou das decisões

posteriores que julgaram admissível a acusação;

− os termos do interrogatório; − as alegações das partes.

Art. 483: Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando sobre: I - a materialidade do fato; II - a autoria ou participação; III - se o acusado deve ser absolvido; IV - se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa; V - se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação. § 1º: A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a qualquer dos quesitos referidos nos incisos I e II do caput deste artigo encerra a votação e implica a absolvição do acusado. § 2º: Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três) jurados os quesitos relativos aos incisos I e II do caput deste artigo será formulado quesito com a seguinte redação: O jurado absolve o acusado?

Art. 484: Os quesitos serão formulados com observância das seguintes regras: I - o primeiro versará sobre o fato principal, de conformidade com o libelo; II - se entender que alguma circunstância, exposta no libelo, não tem conexão essencial com o fato ou é dele separável, de maneira que este possa existir ou subsistir sem ela, o juiz desdobrará o quesito em tantos quantos forem necessários; III - se o réu apresentar, na sua defesa, ou alegar, nos debates, qualquer fato ou circunstância que por lei isente de pena ou exclua o crime, ou o desclassifique, o juiz formulará os quesitos correspondentes, imediatamente depois dos relativos ao fato principal, inclusive os relativos ao excesso doloso ou culposo quando reconhecida qualquer excludente de ilicitude;

Quanto à ordem dos quesitos, a lei estabeleceu que deve ser observada a seguinte ordem: 1º) quesito versando sobre a materialidade do fato; 2º) quesito relativo à autoria/participação; 3º) quesito indagando se o acusado deve ser absolvido; 4º) quesito indagando sobre a existência de alguma causa de diminuição de pena que tenha sido alegada pela defesa; 5º) quesito indagando sobre a existência de alguma circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecida na pronúncia ou nas decisões posteriores que julgaram admissível a acusação. Quanto ao resultado da votação aos quesitos, a lei dispôs que: − se mais de 3 jurados responderem

negativamente aos quesitos mencionados nos incisos I e II (materialidade do fato / autoria ou participação), a votação será encerrada e o réu absolvido;

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§ 3º: Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento prossegue, devendo ser formulados quesitos sobre: I – causa de diminuição de pena alegada pela defesa; II – circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação. § 4º: Sustentada a desclassificação da infração para outra de competência do juiz singular, será formulado quesito a respeito, para ser respondido após o segundo ou terceiro quesito, conforme o caso. § 5º: Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou havendo divergência sobre a tipificação do delito, sendo este da competência do Tribunal do Júri, o juiz formulará quesito acerca destas questões, para ser respondido após o segundo quesito.

IV - se for alegada a existência de causa que determine aumento de pena em quantidade fixa ou dentro de determinados limites, ou de causa que determine ou faculte diminuição de pena, nas mesmas condições, o juiz formulará os quesitos correspondentes a cada uma das causas alegadas; V - se forem um ou mais réus, o juiz formulará tantas séries de quesitos quantos forem eles. Também serão formuladas séries distintas, quando diversos os pontos de acusação; VI - quando o juiz tiver que fazer diferentes quesitos, sempre os formulará em proposições simples e bem distintas, de maneira que cada um deles possa ser respondido com suficiente clareza. Parágrafo único: Serão formulados quesitos relativamente às circunstâncias agravantes e atenuantes, previstas nos arts. 44, 45 e 48 do Código Penal, observado o seguinte:

− se mais de 3 jurados responderem afirmativamente aos quesitos mencionados nos incisos I e II (materialidade do fato / autoria ou participação) será formulado quesito com a seguinte indagação: “O jurado absolve o acusado?”;

− caso os jurados decidam pela

condenação, o julgamento terá prosseguimento, devendo ser formulados os quesitos sobre as causas de diminuição de pena alegadas pela defesa e sobre as qualificadoras ou causas de aumento de pena reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação;

− caso seja sustentada a desclassificação

do crime para outro que não seja da competência do Tribunal do júri, será formulado quesito acerca da pretendida desclassificação, para que seja respondido após o segundo ou o terceiro quesito, conforme o caso;

I - para cada circunstância agravante, articulada no libelo, o juiz formulará um quesito; II – se resultar dos debates o conhecimento da existência de alguma circunstância agravante, não articulada no libelo, o juiz, a requerimento do acusador, formulará o quesito a ela relativo;

III – o juiz formulará, sempre, um quesito sobre a existência de circunstâncias atenuantes, ou alegadas;

IV – se o júri afirmar a existência de circunstâncias atenuantes, o juiz o questionará a respeito das que Ihe parecerem aplicáveis ao caso, fazendo escrever os quesitos respondidos afirmativamente, com as respectivas respostas.

− caso seja sustentada a ocorrência de

tentativa ou na hipótese de haver divergência a respeito da tipificação do delito, sendo este da competência do Tribunal do Júri, o juiz formulará quesito a respeito destas questões, para que seja respondido após o segundo quesito.

§ 6º: Havendo mais de um crime ou mais de um acusado, os quesitos serão formulados em séries distintas.

No caso de haver mais de um réu ou mais de um crime, os quesitos serão formulados em séries distintas: um para cada crime e para cada acusado.

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Art. 484: A seguir, o presidente lerá os quesitos e indagará das partes se têm requerimento ou reclamação a fazer, devendo qualquer deles, bem como a decisão, constar da ata.

Art. 479: Em seguida, lendo os quesitos, e explicando a significação legal de cada um, o juiz indagará das partes se têm requerimento ou reclamação que fazer, devendo constar da ata qualquer requerimento ou reclamação não atendida.

Não houve alteração. Elaborados os quesitos, o juiz presidente procederá à sua leitura e indagará às partes se têm algum requerimento ou reclamação a fazer, devendo constar da ata o requerimento/reclamação apresentado, bem como a decisão do juiz a respeito.

Parágrafo único: Ainda em plenário, o juiz presidente explicará aos jurados o significado de cada quesito.

Prevê a lei a necessidade de que, ainda em Plenário, o juiz explique aos jurados o significado de cada quesito elaborado.

Art. 485: Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a votação.

Art. 480: Lidos os quesitos, o juiz anunciará que se vai proceder ao julgamento, fará retirar o réu e convidará os circunstantes a que deixem a sala.

Não havendo dúvida a ser esclarecida, passa-se à fase de votação dos quesitos. Para tanto, prevê a lei a necessidade de que o juiz presidente, os jurados, o representante do Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça se dirijam à sala secreta.

§ 1º: Na falta de sala especial, o juiz presidente determinará que o público se retire, permanecendo somente as pessoas mencionadas no caput deste artigo.

Art. 481: Fechadas as portas, presentes o escrivão e dois oficiais de justiça, bem como os acusadores e os defensores, que se conservarão nos seus lugares, sem intervir nas votações, o conselho, sob a presidência do juiz, passará a votar os quesitos que Ihe forem propostos. Parágrafo único: Onde for possível, a votação será feita em sala especial. Art. 482: Antes de dar o seu voto, o jurado poderá consultar os autos, ou examinar qualquer outro elemento material de prova existente em juízo.

Não havendo sala especial, o juiz presidente determinará que o público se retire, devendo permanecer na sala somente as pessoas mencionadas no caput do artigo (juiz presidente, os jurados, o representante do Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça).

§ 2º: O juiz presidente advertirá as partes de que não será permitida qualquer intervenção que possa perturbar a livre manifestação do Conselho e fará retirar da sala quem se portar inconvenientemente.

Art. 483: O juiz não permitirá que os acusadores ou os defensores perturbem a livre manifestação do conselho, e fará retirar da sala aquele que se portar inconvenientemente, impondo-lhe multa, de duzentos a quinhentos mil-réis.

A nova lei manteve a regra que impede que as partes intervenham ou perturbem a livre manifestação do Conselho. Caso isso ocorra, o juiz fará retirar da sala a parte que se portou de forma inconveniente. Não foi mantida, entretanto, a multa prevista anteriormente.

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Art. 486: Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o juiz presidente mandará distribuir aos jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, contendo 7 (sete) delas a palavra sim, 7 (sete) a palavra não.

Art. 485: Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o juiz mandará distribuir pelos jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, contendo umas a palavra sim e outras a palavra não, a fim de, secretamente, serem recolhidos os votos.

Não houve alteração. Antes da votação dos quesitos, serão distribuídas a cada um dos jurados pequenas cédulas de papel opaco, dobráveis, uma delas contendo a inscrição “sim” e a outra a inscrição “não”. Para cada quesito votado serão distribuídas novas cédulas.

Art. 487: Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de justiça recolherá, em urnas separadas as cédulas correspondentes aos votos e as não utilizadas.

Art. 486: Distribuídas as cédulas, o juiz lerá o quesito que deva ser respondido e um oficial de justiça recolherá as cédulas com os votos dos jurados, e outro, as cédulas não utilizadas. Cada um dos oficiais apresentará, para esse fim, aos jurados, uma urna ou outro receptáculo que assegure o sigilo da votação.

A fim de que seja resguardado o sigilo das votações (que constitui um dos princípios do Tribunal do Júri, conforme previsto no artigo 5º, inciso XXXVIII, da CF), foi mantida a regra de que, na votação de cada um dos quesitos, sejam recolhidas, pelo oficial de justiça, em urnas separadas, as cédulas relativas à votação e as cédulas que não foram utilizadas pelos jurados.

Art. 488: Após a resposta, verificados os votos e as cédulas não utilizadas, o presidente determinará que o escrivão registre no termo a votação de cada quesito, bem como o resultado do julgamento. Parágrafo único: Do termo também constará a conferência das cédulas não utilizadas.

Art. 487: Após a votação de cada quesito, o presidente, verificados os votos e as cédulas não utilizadas, mandará que o escrivão escreva o resultado em termo especial e que sejam declarados o número de votos afirmativos e o de negativos.

Colhidos e verificados os votos, bem como as cédulas não utilizadas, o juiz presidente determinará que o escrivão registre no termo a votação de cada quesito, bem como o resultado do julgamento. Também deve constar do termo a conferência das cédulas não utilizadas.

Art. 489: As decisões do Tribunal do Júri serão tomadas por maioria de votos.

Art. 488: As decisões do júri serão tomadas por maioria de votos.

Foi mantida a regra de que as decisões do Tribunal do Júri são tomadas por maioria de votos, não sendo exigível unanimidade.

Art. 490: Se a resposta a qualquer dos quesitos estiver em contradição com outra ou outras já dadas, o presidente, explicando aos jurados em que consiste a contradição, submeterá novamente à votação os quesitos a que se referirem tais respostas.

Art. 489: Se a resposta a qualquer dos quesitos estiver em contradição com outra ou outras já proferidas, o juiz, explicando aos jurados em que consiste a contradição, submeterá novamente à votação os quesitos a que se referirem tais respostas.

Não houve alteração. Se a resposta a algum quesitos estiver em contradição com a resposta de outro já votado, o juiz explicará aos jurados em que consiste a contradição e submeterá novamente à votação os quesitos a que se referirem tais respostas.

Parágrafo único: Se, pela resposta dada a um dos quesitos, o presidente verificar que ficam prejudicados os seguintes, assim o declarará, dando por finda a votação.

Art. 490: Se, pela resposta dada a qualquer dos quesitos, o juiz verificar que ficam prejudicados os seguintes, assim o declarará, dando por finda a votação.

Não houve alteração. Se a partir da resposta de um dos quesitos, o juiz verificar que ficam prejudicados os demais, reconhecerá e dará por finda a votação.

Art. 491: Encerrada a votação, será o termo a que se refere o art. 488 deste Código assinado pelo presidente, pelos jurados e pelas partes.

Art. 491: Finda a votação, será o termo a que se refere o art. 487 assinado pelo juiz e jurados.

Pela nova lei, além do juiz e dos jurados, o termo referido no artigo 488 deve ser assinado também pelas partes.

Prof. ROSANE CIMA CAMPIOTTO

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Seção XIV - Da sentença

Art. 492: Em seguida, o presidente proferirá sentença que: I – no caso de condenação: a) fixará a pena-base; b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos debates; c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas admitidas pelo júri; d) observará as demais disposições do art. 387 deste Código; e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva; f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da condenação; II – no caso de absolvição: a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não estiver preso; b) revogará as medidas restritivas provisoriamente decretadas; c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível.

Art. 492: Em seguida, o juiz lavrará a sentença, com observância do seguinte: I - no caso de condenação, terá em vista as circunstâncias agravantes ou atenuantes reconhecidas pelo júri, e atenderá, quanto ao mais, ao disposto nos nos. II a VI do art. 387; II - no caso de absolvição: a) mandará pôr o réu em liberdade, se afiançável o crime, ou desde que tenha ocorrido a hipótese prevista no art. 316, ainda que inafiançável; b) ordenará a cessação das interdições de direitos que tiverem sido provisoriamente impostas; c) aplicará medida de segurança, se cabível. § 1o: Se, pela resposta a quesito formulado aos jurados, for reconhecida a existência de causa que faculte diminuição da pena, em quantidade fixa ou dentro de determinados limites, ao juiz ficará reservado o uso dessa faculdade.

Ao proferir a sentença, o juiz presidente deve observar as seguintes regras: 1º) no caso de condenação, deve: − fixar a pena base; − considerar as circunstâncias agravantes

ou atenuantes; − fazer incidir os aumentos ou as

diminuições; − observar as demais regras constantes

do artigo 387; − se presentes os requisitos da prisão

preventiva, deve mandar que o acusado se recolha à prisão ou recomendar que permaneça recolhido na prisão em que se encontrar;

− estabelecer os efeitos genéricos e específicos da condenação.

2º) no caso de absolvição, deve: − mandar que o réu seja colocado em

liberdade, salvo se estiver preso por outro processo;

− revogar as medidas restritivas decretadas provisoriamente;

− impor, se for o caso, medida de segurança.

§ 1º: Se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida, aplicando-se, quando o delito resultante da nova tipificação for considerado pela lei como infração penal de menor potencial ofensivo, o disposto nos artigos 69 e seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. § 2º: Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso contra a vida será julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto no § 1º deste artigo.

Art. 492, § 2o: Se for desclassificada a infração para outra atribuída à competência do juiz singular, ao presidente do tribunal caberá proferir em seguida a sentença.

Caso os jurados desclassifiquem a infração para outra que não seja da competência do Tribunal do Júri, caberá ao juiz presidente proferir sentença, devendo ser aplicados os benefícios previstos nos artigos 69 e seguintes da Lei 9099/95, quando se tratar de infração de menor potencial ofensivo. O crime conexo (que não seja doloso contra a vida) também será julgado pelo juiz presidente do júri, com observância do disposto no § 1º do artigo 492.

Art. 493: A sentença será lida em plenário pelo presidente antes de encerrada a sessão de instrução e julgamento.

Art. 493: A sentença será fundamentada, salvo quanto às conclusões que resultarem das respostas aos quesitos, e lida pelo juiz, de público, antes de encerrada a sessão do julgamento.

A sentença será lida em plenário, pelo juiz presidente e, em seguida, será encerrada a sessão de instrução e julgamento.

Prof. ROSANE CIMA CAMPIOTTO

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Seção XV - Da ata dos trabalhos

Art. 494: De cada sessão de julgamento o escrivão lavrará ata, assinada pelo presidente e pelas partes.

Art. 494: De cada sessão de julgamento o escrivão lavrará ata, assinada pelo juiz e pelo órgão do Ministério Público.

Uma vez lavrada, pelo escrivão, a ata da sessão, esta deverá ser assinada pelo juiz presidente e pelas partes, e não somente pelo juiz presidente e pelo representante do Ministério Público, como previa a legislação anterior.

Art. 495: A ata descreverá fielmente todas as ocorrências, mencionando obrigatoriamente: I – a data e a hora da instalação dos trabalhos; II – o magistrado que presidiu a sessão e os jurados presentes; III – os jurados que deixaram de comparecer, com escusa ou sem ela, e as sanções aplicadas; IV – o ofício ou requerimento de isenção ou dispensa; V – o sorteio dos jurados suplentes; VI – o adiamento da sessão, se houver ocorrido, com a indicação do motivo; VII – a abertura da sessão e a presença do Ministério Público, do querelante e do assistente, se houver, e a do defensor do acusado;

Art. 495: A ata descreverá fielmente todas as ocorrências e mencionará especialmente: I - a data e a hora da instalação dos trabalhos; II - o magistrado que a presidiu e os jurados presentes; III - os jurados que deixarem de comparecer, com escusa legítima ou sem ela, e os ofícios e requerimentos a respeito apresentados e arquivados; IV - os jurados dispensados e as multas impostas; V - o sorteio dos suplentes; VI - o adiamento da sessão, se houver ocorrido, com a declaração do motivo; VII - a abertura da sessão e a presença do órgão do Ministério Público;

Conteúdo da ata: devem ser mencionadas todas as ocorrências verificadas no curso dos trabalhos. Da leitura do novo dispositivo comparado ao anterior não se observam alterações significativas.

VIII – o pregão e a sanção imposta, no caso de não comparecimento; IX – as testemunhas dispensadas de depor; X – o recolhimento das testemunhas a lugar de onde umas não pudessem ouvir o depoimento das outras; XI – a verificação das cédulas pelo juiz presidente; XII – a formação do Conselho de Sentença, com o registro dos nomes dos jurados sorteados e recusas; XIII – o compromisso e o interrogatório, com simples referência ao termo; XIV – os debates e as alegações das partes com os respectivos fundamentos; XV – os incidentes; XVI – o julgamento da causa; XVII – a publicidade dos atos da instrução plenária, das diligências e da sentença.

VIII - o pregão das partes e das testemunhas, o seu comparecimento, ou não, e as penas impostas às que faltaram; IX - as testemunhas dispensadas de depor; X - o recolhimento das testemunhas a lugar de onde não pudessem ouvir os debates, nem as respostas umas das outras; XI - a verificação das cédulas pelo juiz; XII - a formação do conselho de sentença, com indicação dos nomes dos jurados sorteados e das recusas feitas pelas partes; XIII - o compromisso, simplesmente com referência ao termo; XIV - o interrogatório, também com a simples referência ao termo; XV - o relatório e os debates orais; XVI - os incidentes; XVII - a divisão da causa; XVIII - a publicação da sentença, na presença do réu, a portas abertas.

Art. 496: A falta da ata sujeitará o responsável a sanções administrativa e penal.

Art. 496: A falta da ata sujeita o responsável a multa, de duzentos a quinhentos mil-réis, além da responsabilidade criminal em que incorrer.

A ata é documento essencial à sessão de julgamento. Sua ausência enseja a imposição de sanção administrativa e penal ao responsável.

Prof. ROSANE CIMA CAMPIOTTO

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Seção XVI - Das atribuições do presidente do Tribunal do Júri

Art. 497: São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras expressamente referidas neste Código: I – regular a polícia das sessões e prender os desobedientes; II – requisitar o auxílio da força pública, que ficará sob sua exclusiva autoridade; III – dirigir os debates, intervindo em caso de abuso, excesso de linguagem ou mediante requerimento de uma das partes; IV – resolver as questões incidentes que não dependam de pronunciamento do júri;

Art. 497: São atribuições do presidente do Tribunal do Júri, além de outras expressamente conferidas neste Código: I - regular a polícia das sessões e mandar prender os desobedientes; II - requisitar o auxílio da força pública, que ficará sob sua exclusiva autoridade; III - regular os debates; IV - resolver as questões incidentes, que não dependam da decisão do júri;

Praticamente não houve alteração. A atribuição mencionada no inciso XII, que foi acrescida pela lei, se refere aos apartes. Conforme foi previsto, cabe ao juiz presidente regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes, quando a outra estiver com a palavra, podendo conceder até 3 (três) minutos para cada aparte requerido, os quais serão acrescidos ao tempo desta última.

V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo indefeso, podendo, neste caso, dissolver o Conselho e designar novo dia para o julgamento, com a nomeação ou a constituição de novo defensor; VI – mandar retirar da sala o acusado que dificultar a realização do julgamento, o qual prosseguirá sem a sua presença; VII – suspender a sessão pelo tempo indispensável à realização das diligências requeridas ou entendidas necessárias, mantida a incomunicabilidade dos jurados; VIII – interromper a sessão por tempo razoável, para proferir sentença e para repouso ou refeição dos jurados; IX – decidir, de ofício, ouvidos o Ministério Público e a defesa, ou a requerimento de qualquer destes, a argüição de extinção de punibilidade; X – resolver as questões de direito suscitadas no curso do julgamento; XI – determinar, de ofício ou a requerimento das partes ou de qualquer jurado, as diligências destinadas a sanar nulidade ou a suprir falta que prejudique o esclarecimento da verdade; XII – regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes, quando a outra estiver com a palavra, podendo conceder até 3 (três) minutos para cada aparte requerido, que serão acrescidos ao tempo desta última.

V - nomear defensor ao réu, quando o considerar indefeso, podendo, neste caso, dissolver o conselho, marcado novo dia para o julgamento e nomeado outro defensor; VI - mandar retirar da sala o réu que, com injúrias ou ameaças, dificultar o livre curso do julgamento, prosseguindo-se independentemente de sua presença; VII - suspender a sessão pelo tempo indispensável à execução de diligências requeridas ou julgadas necessárias, mantida a incomunicabilidade dos jurados; VIII - interromper a sessão por tempo razoável, para repouso ou refeição dos jurados; IX - decidir de ofício, ouvidos o Ministério Público e a defesa, ou a requerimento de qualquer das partes, a preliminar da extinção da punibilidade; X - resolver as questões de direito que se apresentarem no decurso do julgamento; XI - ordenar de oficio, ou a requerimento das partes ou de qualquer jurado, as diligências destinadas a sanar qualquer nulidade, ou a suprir falta que prejudique o esclarecimento da verdade.

Prof. ROSANE CIMA CAMPIOTTO

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Capítulo II do Título II do Livro III – DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Capítulo II do Título II do Livro III – DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Art. 581: Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:

(...) IV – que pronunciar o réu;

(...) VI - (revogado)

Art. 581: Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:

(...) IV – que pronunciar ou impronunciar o réu;

(...) VI – que absolver o réu, nos casos do art. 411;

Pela nova lei, a decisão de impronúncia e de absolvição sumária comportam recurso de apelação, conforme previsto no artigo 416. Por outro lado, o recurso em sentido estrito foi mantido para a decisão de pronúncia.

Capítulo IV do Título II do Livro III – DO

PROTESTO POR NOVO JÚRI

Capítulo IV do Título II do Livro III – DO

PROTESTO POR NOVO JÚRI

Art. 607: (revogado) Art. 608: (revogado)

Art. 607: O protesto por novo júri é privativo da defesa, e somente se admitirá quando a sentença condenatória for de reclusão por tempo igual ou superior a 20 (vinte) anos, não podendo em caso algum ser feito mais de uma vez. § 1º : Não se admitirá protesto por novo júri, quando a pena for imposta em grau de apelação (art. 606). § 2º: O protesto invalidará qualquer outro recurso interposto e será feito na forma e nos prazos estabelecidos para interposição da apelação. § 3º: No novo julgamento são servirão jurados que tenham tomado parte no primeiro. Art. 608: O protesto por novo júri não impedirá a interposição da apelação, quando, pela mesma sentença, o réu tiver sido condenado por outro crime, em que não caiba aquele protesto. A apelação, entretanto, ficará suspensa, até a nova decisão provocada pelo protesto.

Foram revogados os artigos 607 e 608 que tratavam do protesto por novo júri.

O artigo 4.º da Lei 11.689/2008 estabeleceu 60 dias de vacatio legis. Assim, as modificações trazidas pela Lei somente podem ser aplicadas depois de decorrido o prazo de 60 dias, contados da publicação. Portanto, aplicando-se as regras previstas no § 1º, do artigo 8º, da Lei Complementar n.º 95/98, a vigência da nova lei se dará em 09 de agosto de 2008. (Art. 8º, § 1º: “A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral”).