psicopedagogia institucional- estudo de caso
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Curso de Especialização em PsicopedagogiaInstitucional e Clínica
O Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental: Um Estudo de Caso Institucional
Cursanda: Elieuza Aparecida dos Santos
Prof. Oreintadora: Sirlene Prates
Guanambi,Setembro/2012
O Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental: Um Estudo de Caso Institucional
Elieuza Aparecida dos SantosCursanda em Psicopedagogia Institucional e
Clínica na Faculdade Guanambi
RESUMO
O objetivo desta pesquisa foi realizar um diagnóstico psicopedagogico institucional para
identificar como se dá o desnvolvimento da aprendizagem no ensino fundamental.
Espera-se com esse estudo de caso, articular a teoria e a práxis psicopedagógica,
analisar o desenvolvimento da aprendizagem do aluno do Ensino Fundamental e,
concomitantemente, conhecer a atuação do professor frente às dificuldades de
aprendizagem que se manifestam no ambiente escolar. O processo de investigação e a
avaliação diagnóstica, do presente estudo, são feitos a partir da queixa do professor, no
intuito de detectar as razões dos sintomas das dificuldades de aprendizagem relatadas,
tanto em matemática como na leitura e escrita.
Palavras-chave: Práxis Psicopedagogica Institucional. Aprendizagem. Dificuldades de
Aprendizagem. Estudo de Caso.
Introdução
“Todos nos somos inteligentes, só que tem uns mais esforçados que os outros” (M. S. M, 9 anos- 3º ano EF).
Toda criança tem suas potencialidades e habilidades que a torna capaz de
aprender e transformar aquilo que aprende. Quando a aprendizagem se realiza, surge um
novo comportamento capaz de solucionar uma situação problemática, levando o sujeito
à aquisição e à adaptação do conhecimento, a integração de sua personalidade ou
ajustamento social no ambiente familiar e escolar. Quando esse processo não ocorre, o
aprendiz pode ser portador de uma ou mais dificuldades de aprendizagem, mas que não
justifica a sua exclusão e rótulo de “criança problema”. É neste contexto que surge a
importância da intervenção psicopedagógica para amenizar e/ou solucionar as
dificuldades de aprendizagem que, freqüentemente, aparecem no ambiente escolar
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causando na criança problemas emocionais que agravam mais ainda a sua condição de
“não aprender”.
Este estudo de caso traz a contextualização da psicopedagogia e apresenta o
conceito de aprendizagem lógico-matemática sob a luz da Teoria Piagetiana, no intuito
de associá-lo ao conceito de dificuldades em aprendizagem. A pesquisa realizada é de
natureza qualitativa sistemática e descritiva, sustentada em princípios teóricos
paradigmáticos, “trata-se de pesquisas que possuem um duplo objetivo: transformar a
realidade e produzir conhecimentos relativos a essas transformações” (Hugon, Seibel,
1988 in Barbier, 2007). A abordagem feita qualifica-se como estudo de caso porque
“consiste na observação detalhada de um contexto, ou indivíduo, de uma única fonte de
documentos ou de um acontecimento específico” (BOGDAN; BIKLEN, 1994, p.89),
tendo como objeto de estudo alunos do Ensino Fundamental. Quanto à metodologia,
esta se pauta no paradigma fenomenológico interpretativo, uma vez que tal paradigma
nos leva a perceber como um contexto (social, cultural, organizacional, institucional,
temporal, espacial) dá vida a um fenômeno que queremos explicar/compreender.
Este estudo concentra-se, teoricamente, em aspectos psicopedagógicos, que tem
como objetivo “identificar os desvios e os obstáculos básicos do modelo de
aprendizagem do sujeito que o impedem de crescer na aprendizagem dentro do esperado
pelo meio social” (WEISS, 2001, p.32). Embora, que para tanto, seja necessário obter
informações de todos envolvidos no processo: família, escola, professor e o próprio
aluno. No momento, este estudo de caso levará em consideração apenas a “queixa do
professor” e o comportamento do aluno mediante a execução dos instrumentos
avaliativos (atividades), que foram elaborados com a ênfase em matemática, porém
visando detectar também as dificuldades de leitura e escrita. Mesmo porque, para
realização de atividades de raciocínio lógico-matemático requer do aluno as habilidades
em linguística (leitura, interpretação e escrita).
Considerando que esta abordagem proporciona resultados significativos, optei
por esse tipo de pesquisa qualitativa, porque, segundo LUDKE & ANDRÉ (1986, p.11),
“A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte
direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento
(...). A pesquisa qualitativa supõe o contato do pesquisador com
o ambiente e a situação que está sendo investigada, via de regra
através do trabalho intensivo de campo”.
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Portanto, é neste sentido que atuação do psicopedagogo se procede à frente das
dificuldades de aprendizagem, ou seja, mediante uma pesquisa feita nestes critérios, que
exige uma análise contextualizada dos fatores positivos e negativos que envolvem o
sujeito no processo de ensino-aprendizagem no ambiente escolar. Porque é neste
contexto que as dificuldades de aprendizagem se emergem.
1- A Práxis da Psicopedagogia Institucional
O contexto da psicopedagogia constitui-se de um conjunto de práticas
institucionalizadas de intervenção no campo da aprendizagem, seja no âmbito da
prevenção, do diagnóstico e do tratamento das dificuldades de aprendizagem tanto no
âmbito institucional como clínico.
A psicopedagogia surge para articular de forma multidisciplinar o conhecimento
de outras áreas que também abordam e se preocupam com os problemas que afetam e
dificultam a aprendizagem, comprometendo o desenvolvimento do sujeito. Portanto, a
psicopedagogia é uma área que estuda e trabalha os fatores que interferem ou favorecem
o processo de aprendizagem do sujeito nos ambientes de convivência. O sujeito-objeto
de estudo da psicopedagogia é o ser humano contextualizado em situação de
aprendizagem.
Enquanto saber, a psicopedagogia está se emergindo, nasce da necessidade de
compreensão desse processo de desenvolvimento da aprendizagem, tornando-se uma
área especifica de estudo que se vale de outros campos para construir o seu próprio
objeto de estudo. Assim, a psicopedagogia é mais que interdisciplinar, pois articula
novas abordagens sobre os problemas de aprendizagem, tornando-se, transdisciplinar e,
multidisciplinar auxiliando nos diagnósticos e tratamentos dos distúrbios relacionados
com a aprendizagem, no campo clínico ou institucional.
Na escola, a psicopedagogia Institucional tem papel é analisar e assinalar os
fatores que favorecem, intervém ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma
instituição. Propõe e ajuda o desenvolvimento dos projetos favoráveis a mudanças,
também Psicoprofilaticamente. No caso do psicopedagogo institucional, a atuação é
feita nas escolas, identificando os alunos que apresentam dificuldades em sala. "O
profissional pode fazer uma intervenção individualizada, verificar o perfil do aluno e
ver se ele é condizente com a metodologia adotada na escola."
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A aprendizagem deve ser olhada como a atividade de indivíduos ou grupos
humanos, que mediante a incorporação de informações e o desenvolvimento de
experiências, promovem modificações estáveis na personalidade e na dinâmica grupal
as quais revertem no manejo instrumental da realidade.
É importante que o aluno sinta-se bem no ambiente escolar. Sentir vontade de
estudar e aprender, além de integrar-se com os colegas adquirindo noções de
companheirismo, solidariedade, socialização e amizade. Dessa forma, o sujeito que não
aprende não realiza nenhuma das funções, acusando sem dúvida o fracasso da mesma,
mas sucumbindo-se a esse fracasso.(PAIN, 1986, p.12).
Para Alicia Fernandez, a psicopedagogia, tendo como fenômeno de estudo o
aprender e o não-aprender, pode auxiliar em sua abordagem institucional, propõe-se a
instituição escolar e suas relações de aprendizagem segundo uma abordagem crítica e
sistêmica. Tal opção teórico-prática implica um avanço nas práticas psicopedagogicas
reeducativas adotadas até então, buscando construir um espaço mais qualificado e
preventivo da práxis psicopedagogicas institucional, que venha a contribuir
efetivamente na redução do fracasso escolar em nosso País.
O campo da psicopedagogia resulta na convergência conceitual ao caracterizar a
aprendizagem, o sujeito no seu contexto em situação de aprendizagem e os processos
psicoeducativos como objetos de intervenção e da reflexão psicopedagógica. Por isso,
consolida seu trabalho na Epistemologia convergente, que propõe um trabalho clínico
respaldado na integração da Psicogenética de Piaget, na Psicanálise de Freud e na
Psicologia Social de Rivierè. Esta forma de trabalho questiona a natureza do objeto de
intervenção psicopedagógica, em sua complexidade real, que demanda de um acúmulo
progressivo de ações e uma heterogeneidade de disciplinas na formação teórica e prática
do psicopedagogo.
Dessa forma, a psicopedagogia não é direcionada por uma visão unilateral, visto
que o seu objeto de estudo é um ser que passa por processos psicoeducativos, os quais
excedem em vários sentidos as contribuições disciplinares teóricas e práticas das
diversas áreas conhecimento numa abordagem pluridimensional. Neste sentido, se faz
necessário à junção dos campos de conhecimentos das ciências que estudam o
desenvolvimento humano para se entender o processo de aprendizagem do sujeito e
quais os obstáculos que o impedem de aprender.
O psicopedagogo VISCA (1991) apud (SCOZ, p.28.1990) concebe a
aprendizagem como uma construção intrapsíquica, com continuidade genética e
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diferenças evolutivas, resultantes das pré-condições energético-estruturais do sujeito e
das circunstancias do meio. Ainda, integrou diferentes modalidades de pensamento
teórico e desenvolveu a Epistemologia Convergente, no qual o ser humano é
considerado uma totalidade integrada e irrepetível. E, no seu processo de aprendizagem
devem ser consideradas para análise e compreensão tanto a área afetiva como a
cognitiva e social.
Este campo de estudo também conta com a contribuição de PAIN (1985) apud
(SCOZ, p.29.1990), a autora aborda que a aprendizagem depende da articulação de
fatores internos que é o funcionando do corpo e externos sendo aqueles que dependem
das condições do meio que circunda o sujeito. Por isso, é necessário que o
psicopedagogo para entender os problemas e as dificuldades de aprendizagem que
envolve o sujeito, realizar diagnóstico e propor intervenções, é imprescindível
considerar tanto os fatores internos quanto os externos do sujeito/paciente, não devendo
ser ignoradas as causas exógenas e endógenas e, nem o contexto no qual está inserido e
o seu histórico de vida.
Hoje, a psicopedagogia abre um leque de possibilidades de estudo em relação à
compreensão do desenvolvimento da aprendizagem do sujeito nas suas variáveis
dimensões e, para que haja essa compreensão, o psicopedagogo precisa fundamentar-se
nas teorias que envolvem esse processo. Pois, não se pode avaliar alguém por um único
referencial ou um grupo de habilidades. Outros aspectos devem ser considerados desde
o nascimento ao mais complexo grau de maturidade do ser humano: psicológico,
biológico e social, que se desdobram em cognitivo, sexual, ético, moral, linguagem,
cultura; fatores que compõem o contexto evolutivo.
Portanto, para compreender como ocorre a aquisição do conhecimento e o
desenvolvimento da aprendizagem do indivíduo durante o processo de maturação
cognitiva, no contexto sócio-educacional, considera-se de suma importância que
intervenção psicopedagogica seja respaldada nas bases teóricas que dispõem à
psicologia e as demais ciências que buscam explicar o desenvolvimento e o
comportamento humano. Pois, a psicopedagogia embora tenha se expandido em relação
à práxis psicopedagógica, ainda não possui um referencial próprio para o estudo e
análise do sujeito. Os recursos que vêm sendo utilizado para o diagnóstico e
intervenções psicopedagógica são construídas a partir dos conhecimentos teoricamente
comprovados e na inter-relação desses conhecimentos.
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Essa forma que a psicopedagogia tem “encarado a aprendizagem humana” abre
um leque de possibilidades de estudo que auxilie o sujeito a enfrentar as dificuldades de
aprendizagem, por entender a aprendizagem como uma feição própria do deste de se
relacionar com o conhecimento gerado e armazenado pela cultura e o contexto.
Contudo, pode-se afirmar que são as diversas teorias, que de acordo com seus
pressupostos e fundamentos sobre o desenvolvimento da aprendizagem, que definem os
mecanismos pelos qual o sujeito aprende, evolui e (re) constrói o conhecimento. E a
psicopedagogia embasada nestes conhecimentos tem suporte para trabalhar com os
problemas de aprendizagem, tanto os oriundos de rompimentos ocorridos na relação
sujeito-objeto-ambiente, sejam por fatores de natureza orgânica, cognitiva ou
emocional, como os vínculos mal estabelecidos entre aprendiz e ensinantes por fatores
de cunho emocional e/ou didático-metodológicos e socioculturais (foco de estudo pela
psicopedagogia).
Em resumo, pode-se dizer que o “Olhar Psicopedagógico” sobre processo
ensino-aprendizagem busca compreender como se estabelece esse processo e quais
fatores que podem contribuir ou atrapalhar no seu desenvolvimento.
Entretanto, vale ressaltar que mesmo com a diversidade de pressupostos teóricos
que abordam as dificuldades de aprendizagem, ainda sim, há muito a ser aprendido em
relação a essa temática, pois os sujeitos continuam sendo inseridos nos ambientes de
aprendizagem e encontrando obstáculos.
Partindo desses pressuposto, a organização da intervenção psicopedagógica em
nível institucional tem inicio no diagnóstico onde, através de um olhar alimentado por
esse campo do conhecimento, é possível identificar as dificuldades, os obstáculos,
relações e possibilita dos sujeitos envolvidos na instituição
2- Estudo de Caso de um Aluno do Ensino Fundamental
2.1- Justificativa
Espera-se com esse estudo de caso, articular a teoria e a práxis
psicopedagógica, analisar o desenvolvimento da aprendizagem do aluno do
Ensino Fundamental e, concomitantemente, conhecer a atuação do professor
frente às dificuldades de aprendizagem que se manifestam no ambiente escolar.
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“Vários estudos sobre o desenvolvimento da criança mostram
que termos quantitativos como “mais”, “menos”, maior”,
“menor” etc. são adquiridos gradativamente e, de início, são
utilizados apenas no sentido absoluto de “o que tem mais”, “o
que é maior” e “não no sentido relativo de” ter mais que” ou
“ser maior que”. A compreensão dessas expressões como
indicando uma relação ou uma comparação entre duas coisas
parece depender da aquisição da capacidade de usar da lógica
que é adquirida no estágio das operações concretas (...). O
problema passa então a ser algo sem sentido e a solução, ao
invés de ser procurada através do uso da lógica, torna-se uma
questão de adivinhação”. (Carraher.2002, p. 72 Apud in
SAMPAIO. Link 2).
Sabemos que os problemas de aprendizagem podem está relacionados aos
transtornos de aprendizagem que impedem a criança de fazer as relações entre os
conhecimentos aprendidos através da lógica adquirida no estágio das operações
concretas. Porém, o que se pode dizer em relação à criança que passa horas tentando
“advinhar o que é pra fazer”? Se somar, se subtrair, aumentar ou diminuir, acrescentar
ou tirar, adiantar ou atrasar, termos equivalentes que na cabeça da criança fazem um
rebuliço na hora de interpretar o problema, e algumas não entendem os sinais e tão
pouco as expressões. Assim, a criança se confude, se perdendo em meio ao enunciado e
acabam se desperçando, por não compreender o que o problema está pedindo. O
raciocínio lógico inclui também leitura, interpretação e escrita.
De quem é a culpa? Em mediato, julga-se ser da criança que tem “problemas ou
dificuldades de aprendizagem”, “não presta atenção”, “não sabe ler”, “tem problemas
em casa”... É preguiçosa! Construi-se um rótolo dessa criança, e pronto! Questionar a
metodologia do professor, só em ultima instância. Mas sabemos que muitos dos
problemas de aprendizagem estão relacionados à metodologia inequada do professor,
que elabora problemas que não condizem com o nível cognitivo da criança, no referente
à leitura e a escrita utlizam “métado de alfabetização inadequado, má-formação do
professor, falta de planejamento das atividades, desconhecimento da realidade cognitiva
dos alunos” (Sampaio. 2009 p. 90). Esses fatores também dificultam e influênciam na
aprendizagem do aluno, porque o professor quando não tem conhecimento e habilidades
pra ensinar e mostrar outras possibildiades de aprendizagem para aluno,
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simultaneamente, torna o ensino-aprendizagem mais conflituoso e deficiente, resultando
no fracasso do aluno.
É óbio que existem os fatores orgânicos e psicológicos que interferem na
aprendizagem, porém os fatores citados acima, também inflênciam significativamente,
de forma isolada e concomitante. São várias as causas a serem investigadas, antes de
rotular a criança, como um sujeito que “não aprende”, sendo único responsável pela sua
desordem cognitiva durante o processo de aprendizagem.
Segundo Maria Lúcia Weiss,
“A aprendizagem normal dá-se de forma integral no aluno
(aprendente), no seu pensar, sentir, falar e agir. Quando começa
aparecer a ‘dissociações de campo’ e sabe-se que o sujeito não
tem danos orgânicos, pode-se pensar que estão se instalando
dificuldades de aprendizagem: algo mal vai no pensar, na sua
expressão, no agir sobre o mundo”. (In Link 3)
O baixo rendimento e a desatenção do aluno são sintomas de algo errado
acontecendo e, o que está por de trás destes sintomas que é a razão da não
aprendizagem. Quando ouvimos uma queixa do professor em relação ao aluno,
geralmente, a informação que temos são os sintomas visíveis ao ensinante. Uma
avaliação diagnótisca feita com base somente na queixa do professor, sem que haja uma
observação do comportamento do aluno apontado como “aquele que não aprende” em
sala de aula, acaba por sendo superficial para identificar as possíveis hipoteses da
dificuldade de aprendizagem deste aluno. Uma vez que razão do baixo rendimento
escolar, que está abaixo do esperado, em relação ao nível de desenvovilmento cognitivo
desse aluno, pode ter fatores que não são de origem orgânica, mas sim de causas
didático-metodológicas.
Dessa forma, a observação não deve ser direcionada apenas ao aprendiz, também
ao ensinante. Por isso, vale apena ressaltar: “para uma avaliação diagnóstica (psi)
pedagógica, mais datalha e coerente da situação contextualizada pelo professor (a
queixa) e das prováveis e/ou possíveis hipóteses do das dificuldades de aprendizagem
do aluno, não podemos nos pautar apenas na queixa”. Porque, muita das vezes, é
necessária uma observação mais criteriosa que dê subsídios que justifiquem a
veracidade dos fundamentos da queixa e, posteriormente, elaborar os instrumentos
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avaliativos (atividades) e de intervenção que estejam condizentes com o processo
desenvolvimento do aluno.
2.2- Histórico do sujeito (aluno) e apresentação da queixa:
Como já foi dito anteriomente, este estudo de caso não é uma avaliação
psicopedagógica, devido à limitação do instrumento de avaliação, que se configura
apenas em recursos pedagógicos, que estão baseiados somente numa observação
simples, num interrogatório informal e no relato da queixa do professor.
O sujeito (objeto de estudo) é o aluno F.A, um menino que estuda numa escola
pública multiseriada da zona rural, que completará 12 anos em novembro, cursa a 3º ano
do Ensino Fundamental. Pertence a uma familia de agricultores, e segundo informções
de colegas, o aluno F.A ajuda a avó na roça, planta, cuida criação, vende tempeiro verde
nas circunvizinhaça; têm dois irmãos, um com 15 e outro 18 anos. O irmão mais velho
não estuda, todo ano vai para corte-de-cana. Grande parte das responsabilidades dos
afezeres domésticos recai sobre o aluno F.A, mas nem por isso, não tem faltando à
escola.
A queixa principal apresentada pelo professor foi à dificuldade na resolução de
problemas que exigem o raciocínio lógico-matemático. Não se sabe, se a razão do
sintoma é a dificuldade em matemática ou essa dificuldade esteja também relacionada à
leitura e interpretação, uma vez que o aluno apresenta dificuldade em compreender o
que se pede no problema: “qual a conta que tem que ser feita”?
Constam na queixa do professor as demais informações: “O aluno está atrasado
em relação à idade e escolaridade, por abandono da escola, devido às idas dos pais para
colheita de laranja, em São Paulo, este ficava na roça com a avó, e não terminava o ano
letivo. Durante os bimestres, do ano letivo de 2011, a frequência foi satisfatória, porém
teve baixo rendimento escolar, apresenta dificuldade nas quatro operações, não
consegue fazer a leitura fluetemente, é desatento, se disperça com facilidade_ “papel
que cai no chão é motivo de parar a atividade que ele está fazendo”. Apesar de seu
esforço para registrar e realizar as atividades em sala é preciso ficar “de olho nele”, o
cardeno é bagunçado, não participa das aulas, fica quieto, não acompanha os colegas no
término das atividades, necessita de um tempo maior que os outros. Nem sempre chega
à sala com as tarefas de casa resolvidas. Só faz as atividades se tiver estimulos
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constantes e ajuda de algum colega”. Entretanto, é uma criança meiga, prestativa,
“carente de atenção”.
2.3- Processos do diagnóstico
O diagnóstico pedagógico desenvolveu-se em virtude da demanda do professor.
O Diagnóstico é situacional. Foram consideradas as condições apresentadas, ou seja, as
situações expostas pelo professor, às falas dos sujeitos (alunos) que fazem parte do
contexto escolar e as ações do sujeito (aluno) investigado.
De acordo com a queixa do professor, adotou-se a seguinte metodologia para
trabalhar o diagnóstico pedagógico de F.A: observação do ambiente escolar, entrevista
informal com alunos e professor; aplicação de atividade lúdica e testes que exigem
conhecimentos matemáticos e a leitura e escrita.
A observação, feita em dois dias, no turno matutino, no periódo de aula. Durante
a observação, notou-se que o aluno senta-se perto do quadro de giz, próximo a
professora, recebendo o acompanhamento dela, e ao lado de uma mesma colega. Este já
guarda o lugar pra ela. Atentei-me a observar com mais criteriosidade as atividades
propostas pela professora, em especial matemática, devido à queixa.
Até então, não sabia que os alunos gastavam mais tempo copiando do que
resolvendo as atividades proposta pelo professor, o livro didático era usado mais para
tarefa de casa, isso ocorre porque o recurso usado para a reprodução das atividades é um
mimiográfico “em último estado de conservação”. A leitura do conteúdo exposto no
quadro requer do aluno uma fixação densa, porque é quase ilegível, o quadro é bem
ruim. Ai entende o porquê da demora da copia.
É óbvio que existem alunos com habiliddes visual-motoras mais aguçadas, mais
ágeis, e outros mais lentos. E isso implica no desenrolar das atividades, quem copia
mais rápido, termina primeiro. O aluno F.A, realmente é lento pra escrever, no entanto,
apesar do “cardeno bagunçado”, tem a caligráfia legível, porém tem dificuldade de
compreender (interpretar) o que escreve. Precisa realmente de ajuda pra compreensão
do enunciado.
Vale ressultar que a metologia do professor e o tipo de atividades elaboradas
deixa a desejar, “seca, sem atrativos”. As atividades de raciocínio lógico-operatório ora
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era simples demais, “continhas”, ora com anunciado com grau de dificuldade acima do
nível do aluno do 3º ano, assim este não consegue interpretar. A razão desse
descompasso é porque a maioria das atividades é direcionada ao 4º ano, justamente pela
turma ser multiseriada. Há alunos dos 3 ºano e 4º ano, sendo a maioria dos alunos do 4º
ano, num total de 25 alunos. Até os alunos já concluiram que as atividades
desenvolvidas eram mais direcionadas para 4º ano. Constatei na fala dos alunos do
3ºano: “é porque os alunos do 4º ano são mais sabidos, fazem todas as atividades, sem
errar e sem demorar, assim a professora passa mais atividades pra eles”.
Em razão dessa fala, precebe que há uma preferência, por parte da professora
trabalhar conteúdos do 4º ano, já que os rendimentos dos demais não fluem! É mais
fácil ensinar pra quem sabe. Aquele que tem certas limitações passa por despercebido.
Exceto, quando dar mais trabalho, e chama a atenção pela dificuldade e atraso no
desempenho das atividades. Aí, é chamado de “lento, lerdo, desatento, aquele que não
sabe nada!”.
Uma criança que faz compras e vende tempeiro, lida com dinheiro, conta
quantos litros de leite tira do animal e quanto vendeu, tem habilidades matemática. Se
este faz cálculos abstratos, tem perfeito racionio lógico. E porque não consegue fazer
uma substração, adição, resolver um problema que envolve essas operações na sala de
aula?
Inicalmente, com base nos relatos da professora, pareceu-me que o aluno F.A,
devido o acúmulo de atividades domésticas não tinha disposição para estudar em casa e,
por não fazer as tarefas, sentia dificuldades para realizar as tarefas na sala de aula.
Depois, notei que o fato dele sentar próxima a professora, porque assim com os
outros alunos, sabe da preferência da professora pelo 4ºano, e como este sente
dificuldades, acredita que mais próximo, se torna mais fácil aprender e resolver as
atividades. Ele sente necessidade de acompanhamento. Pois, várias vezes, enquanto eu
estava na sala, ele se direcionava a mim, também, pra ajudá-lo.
Vontade de aprender e superar suas limitações são evidentes nele. Falta uma
metodologia adequada, atividades que atenda a necessidade do aluno, e que esteja de
acordo ao seu nivel de aprendizagem, embora esteja atrasado em relação idade e periódo
de escolaridade, isso não justifica o porquê dele não aprender o conteúdo escolar.
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2.4- Avaliação Psicopedagógica Institucional
Partindo do que foi observado, pareceu-me mais propício, antes de utilizar o
instrumento de avaliação (atividades conhecimento formal) fosse melhor fazer uma
atividade lúdica na qual envolvessem todos os alunos e as habilidades em matemática
fossem exploradas, e os mesmos tivessem a oportunidade de demonstrar suas
potencialidades e capacidades, sem distinção de série/ano. Uma vez que, a avaliação
Pedagógica, deste estudo, tem como objetivo analisar as dificuldades de aprendizagem
pertinentes à queixa do professor, apontar demandas ou fatores que possam estar
influenciando negativamente na aprendizagem do aluno. Como este não pode ser
exclusivamente avaliado, fora do grupo, a atividade lúdica (Quebra-cabeça com
Tangrans), os testes de matemática e de leitura e escrita são aplicados coletivamente.
Acredita-se que a criança através dos jogos,
“(...) Manuseia os objetos, classificando-os em conjuntos, que
abotoa sua roupa e percebe simetria, que amarra seu sapato e
descobre os percursos do cadarço, mas também a que “arruma”
sua mesa ou sua mochila está construindo relações, ainda que
não seja a mesma lógica que “faz sentido ao adulto”. Para jogos
voltados para essa inteligência, propomos como linhas de
estimulação: jogos para fixar a conceituação simbólica das
relações numéricas e geométricas e que, portanto, abrem para o
cérebro as percepções do “grande” e do “pequeno”, do “fino” e
do “grosso”, do “largo” e do “estreito”, o “alto” e do “baixo”
(ANTUNES, 1998, p.71).
A coordenação manual parece ser a forma como o cérebro busca materializar e
operacionalizar os símbolos matemáticos (ANTUNES, 1998, p.71), neste sentido, os
jogos são estratégias que auxiliam de forma significativa na estimulação da inteligência,
além de promover capacidades de seriação, classificação, contagem, habilidades
psicomotoras e espaciais. Além de favorecer a relação interpessoal e intrapessoal do
aluno, aumenta sua autoestima porque ele percebe que é capaz de realizar tal atividade
superando os obstáculos. Nesse sentido, foi realizada a atividade lúdica.
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Para realização das atividades, estimou-se um tempo de 50 minutos. Incialmente
os alunos teriam que formar o quebra-cabeça foram distribuídas, aleatoriamente entre os
grupos, várias peças do Tangram com cores diferentes e com uma numeração de
números pares e ímpares no verso das peças. Depois de formado o quebra-cabeça
(Tangram), este possui uma imagem multicor e uma sequência de números pares e
ímpares. O intutito das pistas era noterar os alunos na formação do quebra-cabeça, e
conhecer e análisar as estrágias e os critérios utilizados para forma a figura.
Em seguida, em uma folha complementar, anotaram os números que estavam no
verso das figuras do quebra-cabeça, observando se todos eram pares ou ímpares. Para
finalizar os alunos montaram uma casa com as figuras do tangaram com um modelo
pré-estabelecido.
Para Piaget, o desenvolvimento cognitivo do indivíduo está sempre passando por
equilíbrios e desequilíbrios. Isso se dá com a mínima interferência, seja ela orgânica ou
ambiental.
Para que passe do desequilíbrio para o equilíbrio são acionados dois mecanismos: O
de assimilação e acomodação. Por exemplo, a inteligência seria uma assimilação, pois
incorpora dados da experiência no indivíduo. Assim, uma vez que ele assimilou
intelectualmente uma nova experiência, vai formar um novo esquema ou modificar o
esquema antes vigente.
Então, na medida em que ele compreende aquele novo conhecimento ele se
apropria dele e se acomoda aquilo passa a ser normal. Então, volta novamente ao
equilíbrio. Esse período que a pessoa assimila e se acomoda ao novo é chamado de
adaptação. Pode-se dizer que dessa forma, se dá o processo de evolução
do desenvolvimento humano.
O intuito dessa atividade é trabalhar espaço, formas geométricas, classificação,
sequência/contagem e, também estimular a relação interpessoal e trabalho em equipe,
uma vez que as peças estavam misturadas e deveriam ser cedidas aos colegas que
necessitassem de tais peças para formar o seu quebra-cabeça.
A avaliação foi feita através da observação e do registro das etapas que se
sucederam na realização das atividades, para saber se o aluno F.A participou da
construção do quebra-cabeça e da figura (a casa), e quais foram às estratégias utilizadas
para atender os critérios do jogo, em seguida, avaliar o seu percentual de
participação/envolvimento no grupo. E, através desse mesmo registro, identificar se F.A
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teve dificuldade para reconhecer os números pares e ímpares que são utilizados nas
operações matemáticas.
Todas as formas de dificuldades de aprendizagem, causa no aprendiz,
principalmente, no período escolar a baixa autoestima, dificultando mais ainda a
aprendizagem. Por esse motivo, acredita-se que os jogos são muito importantes numa
intervenção pedagógica. Pois, através dos jogos é possível realizar atividades centradas
na subjetividade do aluno, valorizando suas potencialidades no detrimento de suas
dificuldades.
Para realização do teste de matemática foram utlizados os números pares e
impares no Tangram. A atividade continha operações matemáticas e problemas que
exigem do aluno raciocínio-lógico e interpretação. Na avaliação de leitura e escrita foi
proposto que criassem uma história envolvendo a figura da casa que eles construíram
através das figuras geométricas. As atividades foram realizadas após o intervalo para
recreio. O tempo gasto pelo alunos para realização dessas atividades correspondeu há 1
hora e 40 minutos, aproximadamente.
Durante a realização da atividade lúdica percebe que, inicialmente, o aluno F.A
se apegou mais com a colega que senta ao seu lado sempre, mostrando-se indiferente
com os demais colegas. Aparentou-se também inseguro quando montava o quebra
cabeça, quase não opinava em relação às peças que deveriam ser encaixadas, embora,
timidamente manuseava as peças, observando-as. De vez em quando, meio retraído,
fazia uma sugestão. O medo de errar era notório! Porém, em momento nenhum se
dispersou. Permaneceu no grupo até o término da construção do quebra-cabeça. Apesar
do seu tímido envolvimento na atividade, a conclusão da mesma lhe causou um olhar de
felicidade. Sorriu! Batendo palmas disse: “nóis já fez tudo professora”. Considero esta
expressão uma manifestação de satisfação em realizar algo com êxito.
Vale ressaltar que o essa forma de pronúncia na oralidade é comum em
comunidades rurais e, vista na ótica da pluralidade regional da fala, não se pode
considerar como uma discrepância na oralidade, pois é algo corriqueiro. Porém, em
outro momento, em situação de aprendizagem este erro pode usado construtivamente na
no desenvolvimento da leitura e escrita.
Para a realização das atividades de matemática e de leitura e escrita, foi
retomado os dados contidos na atividade lúdica, que cada aluno registrou no seu na
folha complementar da atividade.
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A organização das carteiras, que ficavam misturadas na sala, foi critério
importante para resolução das atividades, pois o intuito era que todos os alunos fizessem
as atividades, porém sozinhos, sem a interferência do colega. Após a entrega de cada
atividade foi feita a leitura e a orientação de como resolvê-las, para o caso de dúvida,
houve a supervisão da professora.
2.5- Análise dos Dados e Discussão dos Resultados.
IMAGEM 01 - Atividade de Matemática
IMAGEM 02 – Atividade de produção de texto
Durante a primeira atividade proposta o aluno F.A se dispersou, olhava para os
lados a procura de uma resposta da colega. Resolvia lentamente cada questão, apesar da
supervisão e o acompanhamento da professora. Neste sentido, foi percebido que o aluno
F.A exerce certa dependência para realizar as atividades. Essa dependência está
relacionada à leitura. O aluno F.A não desenvolveu a capacidade da interpretação. Mas
isso não implica que ele não saiba ler.
A primeira hipótese levantada do sintoma da dificuldade do aluno F.A, é que ele
apresenta uma personalidade fragilizada, dependente. Tal situação o impede de
desenvolver suas habilidades, pois possui um grande potencial cognitivo, trata-se de
uma criança normal, porém dependente.
Na análise da atividade de matemática, evidenciou-se que o aluno F.A possui um
raciocínio-lógico aguçado, pois fazia os cálculos rápidos, usou de estratégias próprias
pra chegar à resposta. Embora o enunciado tenha sido relido algumas vezes, mas a partir
do momento que ele entendia o que estava sendo solicitado no problema, rapidamente
resolvia a questão. A percentagem de erro foi mínima. Atrapalhou-se na primeira
questão de matemática que exigiu dele a sequência lógica dos números pares e ímpares
que não poderia estar relacionada com as formas geométricas da figura do Tangram_
uma vez que a ordem dos números pedida na questão não estava relacionada com a
ordem destes nas partes da figura. No entanto, na construção e na resolução das
operações matemáticas teve excelente resultado.
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Retomando o contexto da queixa, está claro que o aluno F.A não resolvia as
questões que envolvem conhecimento matemático_ apesar da supervisão que a
professora disponibilizava a ele individualmente_, porque a professora aplicava
atividades que não estavam condizentes com a série e o nível cognitivo do aluno F.A. E
quanto à “desatenção”, “lerdeza” e a “dispersão” estão relacionadas à dependência que
ele tem no que se condiz à leitura e interpretação. Essa condição prejudica o
desenvolvimento da aprendizagem, resultando no baixo rendimento escolar do aluno
F.A.
Para analisar os possíveis problemas de produção escrita que o aluno F.A possa
ter em relação à forma oficial da escrita das palavras, foram considerados os erros
contidos na redação da “história proposta”.
Observou-se que no momento da produção da escrita o aluno F.A, demorou pra
iniciar a redação, parentou-se ansioso, apreensivo, embora eu tenha discutido antes,
como poderia ser o texto. Ressalvo que a discussão foi feita no intuito de ampliar a
visão dos alunos a respeito da atividade a ser realizada.
Fonseca (1995) admite que a aprendizagem da leitura constitua uma relação
simbólica entre o que se ouve e diz com o que se vê. Nesse segmento surge à escrita. O
não fluir do simbólico pode está relacionado ao stress infantil. Segundo Lipp (1984,
apud Lipp e Lucarelli, 1998) o stress é o conjunto de reações emitidas pelo organismo
quando este é exposto a qualquer estímulo que o altere. O emocional pode provocar
uma dificuldade, porém momentânea. Então não pode ser considerado um distúrbio,
apenas manifestações do sintoma_ o que está camuflado neste sintoma que pode ser a
razão da dificuldade do aluno. Conhecer a gênese dessa questão requer um estudo mais
criterioso e minucioso do contexto escolar e familiar do aluno F.A. Enfim, considero a
insegurança e a timidez como a segunda hipótese da dificuldade ou do problema de
aprendizagem do referido aluno.
As crianças que apresenta problemas de aprendizagem, por razões emocionais,
geralmente, são capazes de aprender se as condições forem favoráveis. O emocional,
muitas vezes é empecilho, se este estiver condicionado a estímulos negativos. Portanto,
todo tipo de relacionamento estabelecido no ambiente escolar entre professor e aluno,
professor e alunos, e entre os alunos pode criar condições favoráveis, e também
desfavoráveis para o aprendizado, que resulta no baixo rendimento escolar de um ou
mais alunos da classe.
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Em sua visão sociointeracionista da aprendizagem, Vygotsky considera que a
relação entre o sujeito e o objeto de conhecimento não se faz diretamente, mas mediada
pelo outro (professor, colegas mais adiantados, amigos, etc.), o que podemos chamar de
mediação pedagógica, porém essa mediação é ajudar o aluno avançar sem lhe causar
dependência para realização das atividades. O objetivo da mediação entre os sujeitos
citados é elevar a autoestima daquele que não consegue avançar sozinho, e não se
“servir de muletas”.
No que se refere à ortografia da produção escrita do aluno F.A, foram observado
vários erros na produção escrita do aluno F.A. Em outras palavras, o conhecimento
ortográfico dele é muito precário. Há uma grande evidência da relação entre oralidade e
escrita, o qual faz com que o aluno F.A tenha a escrita como transcrição da fala, o que
acarretava muitos problemas na escrita.
Entretanto, sabemos que admitir a existência de uma relação entre ‘fala’ e escrita
não equivale a assumir que a escrita seja transcrição da fala. Escrever e ‘falar ’ são
processos distintos, com especificidades próprias. As peculiaridades da linguagem tem
forte influência na escrita do aluno F.A. Ela é reforçada a todo instante nas atividades
que não são supervisionadas em sala de aula. Os recursos textuais como revistas,
jornais, livros de história são escassos, assim o contato que a leitura é insuficiente para
que se desenvolva a habilidade da escrita. Por esse motivo, presume-se que os erros
cometidos por aluno F.A estejam relacionados a essa hipótese.
No entanto, essa hipótese não justifica que o aluno F.A, como os outros alunos
tenham que escrever incorretamente. Cabe ao professor acompanhar mais “de perto a
escrita do aluno”, observar a frequência dos erros e realizar atividades que possam pra
amenizar/sanar essa discrepância em escrever como se fala. Os fonemas e os grafemas
precisam ser trabalhados neste sentido.
É importante que o trabalho em sala de aula se organize em torno do uso e que
privilegie a reflexão dos alunos sobre as diferentes possibilidades de emprego da língua,
alertando-os, que embora haja várias formas de se expressar/falar as palavras, porém
existe uma forma padrão da escrita, “que vale para todos”.
Os alunos precisam adquirir os conhecimentos da linguagem para compreender
as regras que orientam a leitura e a escrita no sistema alfabético, bem como a ortografia
da língua portuguesa. Na prática pedagógica, isso implica que o professor em sua
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metodologia deva constar trabalhos que desenvolva os conhecimentos voltados para
questão da linguística, ou seja,
“Trabalhar conhecimentos, capacidades e atitudes envolvidas na
compreensão dos usos e funções sociais da escrita implica, em
primeiro lugar, trazer para a sala de aula e disponibilizar, para
observação e manuseio pelos alunos, muitos textos, pertencentes a
gêneros diversificados, presentes em diferentes suportes. Mas implica
também, ao lado disso, orientar a exploração desses materiais,
valorizando os conhecimentos prévios do aluno, possibilitando a ele
deduções e descobertas, explicitando informações desconhecidas”.
(PRÓ-LETRAMENTO, 2008. p.20)
Entretanto, os erros ortográficos não devem ser corrigidos, causando
constrangimentos, nem tomados como objeto de reflexão para o aluno ou indicador de
uma dificuldade dele, mas, sim, como base para a construção de um novo
conhecimento, porque o que se considera de importante nesta etapa do Ensino
Fundamental (2ºano) é incentivo ao aluno a escrever sem medo de errar, sem se
preocupar com as regras que organizam o sistema de escrita. Pois, os conhecimentos de
regras ortográficas serão adquiridos, gradativamente, durante o processo de ensino-
aprendizagem da leitura e escrita que se sucedem nos anos posteriores.
No entanto, que garante a assimilação e acomodação desses conhecimentos nas
devidas etapas do Ensino Fundamental é a prática didática-metodológica aplicada na
sala de aula.
3- Considerações Finais
A criança, por si própria, constitui-se num ser criativo e curioso pra descobrir o
mundo fazendo as relações de todos e tudo que o circunda buscando sempre
significados aos questionamentos e ressignificando o apreendido. Neste sentido, vale
ainda ressalta que Carvalho (1992), afirma que não se aprende matemática para resolver
problemas, e, sim, se aprende matemática resolvendo problemas. Ainda acrescento que
a leitura e a escrita se aprende lendo e relendo, e escrevendo.
E quando a criança é incapaz de realizar tais habilidades é um sinal: “um pedido
de socorro”. Descobrir cada vez mais cedo, a razão dos sintomas das dificuldades de
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aprendizagem que uma criança enfrenta no ambiente escolar, mais chances ela tem de
aprender o que não foi aprendido. Dessa forma, estará livre dos constrangimentos e do
sofrimento de não aprender como os outros colegas aprendem e o de não compreender o
porquê daquela situação.
Portanto, é preciso que o professor planeje pensando em cada um num todo,
busque meios para compreender o que acontece com seus alunos na sala de aula,
observando o comportamento de cada um, que pode ser um alerta de algo que esteja
desfavorecendo o processo de aprendizagem. E o mais importante, não fazer pré-
julgamentos, não rotular seu aluno, pois o rótulo é uma arma perigosa e excludente.
No contexto psicopedagógico, trabalhar as dificuldades de aprendizagem é
desafio. Requer conhecimento, diálogo entre profissionais que se dedicam a essa
especificidade, e por ser uma ação multidisciplinar é importante conhecer as concepções
da aprendizagem, sobre o que é aprender, onde está às limitações da criança e a própria
concepção que essa criança tem de aprender, e identificar quais os instrumentos que
podem ajudá-la a superar as suas dificuldades.
Reavaliar a metodologia para planejar, organizar e reorganizar a prática
pedagógica propondo problemas e desafios adequados àquela situação são ações que
irão render bons frutos. Certamente, cientes da importância dessas ações, o educador
estará apto a ajudar e colaborar na problemática das dificuldades em aprendizagem.
Tais ações, conduzidas de forma prazerosa e estimulante, proporcionarão aos alunos a
fazerem suas descobertas e as relações destas com meio, ajudando-os a superar as
dificuldades e desenvolver suas potencialidades. É somente dessa forma, que a
aprendizagem será significativa e promissora.
______________________________________________________________________
4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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19
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______________________________________________________________________
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FOLHA COMPLEMETAR
1- Forme a figura de uma casa com as figuras do quebra-cabeça:
MODELO DA CASA
2- Observe o seu TANGRAM (quebra-cabeça) e escreva nas figuras acima os menos NÚMEROS (pares ou ímpares) que estão no verso das formas geométricas do QUEBRA-CABEÇA:
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MODELO DO TANGRAM (QUEBRA-CABEÇA)
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Atividade de Matemática
Nome:________________________________________
1- Escreva nas figuras abaixo, em ordem crescente (menor para o maior), os números pares e ímpares encontrados no verso do QUEBRA-CABEÇA.
PARES
ÍMPARES
2- Escreva números com 2 algarismos utilizando os números pares e ímpares. (Ex. Números 10 e 11)
0 2 4 6 81 3 5 7 9
PARES
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
ÍMPARES_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3- Agora ordene os números em ordem decrescente (maior para o menor).
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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___________________________________________________________________________________________4- Monte as operações nos quadrinhos abaixo utilizando os
números da questão anterior.
Maior número par
+ Menor número ímpar
_________________ Total
Maior número ímpar
_ Menor número par
_________________
Total
Maior número par
X___________ Total
Maior número ímpar
X___________
Total
Menor número par
X___________
Total
25
3
2
3
Menor número ímpar
X___________
Total
Maior número par
X___________
Total
Menor número ímpar
X___________
Total
26
2
2
3
Os números são nossos amiguinhos, então não é preciso ter medo deles!
Beijossss!!
Atividade de leitura e escrita
1- Observe a casa que você construiu com as figuras geométricas e crie uma historinha sobre essa casa.
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________
Nome: ___________________________________
27
Elieuza
ELIEUZA SANTOS
Peças do verso do Tangram com números ímpares
28
3
1
7
5
5
39
Elieuza
Peças do verso do Tangram com números pares
29
02
6
4
4
8 2
Elieuza Santos