proteÍnas
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Química e Análise de Alimentos
Proteínas Alimentares
Prof. Adriano BrandelliICTA - UFRGS
Aminoácidos e Peptídeos
● Aminoácidos
Componentes fundamentais das proteínasPossuem grupos amino (básicos) e carboxil (ácidos)Em pH neutro e solução aquosa → ionização
Aminoácidos e Peptídeos
● Classificação dos aminoácidos
Grupos R apolares (hidrofóbicos)Grupos R polaresGrupos R carregados
Influência nas propriedades físicas
- Carga líquida, migração eletroforética- Absorção no UV (Tyr, Trp, Phe)
Aminoácidos e Peptídeos
● Aminoácidos – comportamento ácido-base
Curva de titulação de um aminoácido
Aminoácidos e Peptídeos
● Aminoácidos – reação com ninidrina
Importante para detecção e quantificação de aminoácidos
Aminoácidos e Peptídeos
● Ligação peptídica
Ligação entre grupo amino de um aminoácido com grupo carboxil de outro
Aminoácidos e Peptídeos
● Peptídeos
Glu-Cys-GlyGlutationa
Asp-Phe-OMeAspartame
Asp-Arg-Val-Tyr-Ile-His-Pro-Phe Angiotensina II
Proteínas
● Funções → Várias
Diversas funções podem ser associadas a proteínas
- Catálise (enzimas)- Transporte (hemoglobiona, mioglobina)- Conversão de energia química em trabalho (miosina, actina)- Estrutural (colágeno, elastina)- Proteção (imunoglobulinas)- Nutricional (caseínas, globulinas vegetais)
Proteínas
Colágeno
● Relação Estrutura – Função
Proteinas globulares e fibrosas
Integrase Elastina
Proteínas
Estrutura:
Primária – depende da composição e seqüência de aminoácidos
Secundária – arranjo espacial da cadeia peptídicanuma direção (α-hélice, folhas β, casual).
Terceária – interação dos grupos R dos aminoácidos,confere arranjo espacial
Quaternária – Interações não covalentes entrediferentes polipeptídeos (subunidades)
Proteínas
● Estrutura
Estrutura primária:- Depende da composição de aminoácidos- Sequência única de AAs que diferencia proteínas e determina outrosníveis de estrutura.
Proteínas
Determinação daestrutura primária
Proteínas
● Determinação da estrutura primária
Proteínas
● Estrutura
Estrutura secundária:Arranjo espacial regular da cadeia peptídica numa direção
α-hélice – molécula forma uma hélice ao longo de um eixoβ-estrutura – esqueleto peptídico forma zig-zag (folha β)Casual – pouca organização entre os grupos R vizinhos
Proteínas
● EstruturaEstrutura secundária → α-hélice
- Helicóide organizado ao redor de eixo imaginário- Passo da hélice = 3,6 resíduos de AAs- Conformação mantida por pontes de H
Aminoácidos que rompem a estrutura:- Pro, grupo imino tem geometria incompatível- Número elevado de AAs com carga (repulsão)- Número elevado de Trp (cadeia volumosa)
Proteínas
● EstruturaEstrutura secundária → β-estrutura
- Esqueleto peptídico forma zig-zag- Cadeias alinhadas lado à lado- AAs volumosos ou com carga atrapalham
Proteínas
● Estrutura
Estrutura terceária:Interação dos grupos R dos AAs, confere arranjo espacial
Interação iônicaInteração hidrofóbicaPontes de HPontes S-S
Proteínas
● Estrutura
Estrutura quaternária:Interações não-covalentes entre diferentes polipeptídeosImportante para função biológicaEx: Hemoglobina, enzimas alostéricas
Proteínas
● Propriedades iônicas
Proteínas com elevado no de AA ácidos (Glu/Asp) tem pI baixoProteínas com elevado no de AA básicos (Lys/Arg) tem pI elevado
Carga líquida da proteína varia conforme composição de aminoácidos
Podem ser separadas por eletroforese ou cromatografia de troca iônica
Proteínas
● Propriedades iônicas - solubilidade
Solubilidade é determinada por (a) grau de hidratação, (b) distribuição decargas ao longo da cadeia, (c) presença de substâncias não-proteicas.Em pH ≠ pI proteína tem cargas que se repelemAlterando o pH, altera o grau de ionização dos grupos R das cadeias laterais
Ex: extração de proteínas de sementes. Solubilidademáxima (rendimento) em pH alcalino devido ao maiornúmero de aminoácidos com carga (-) Asp/Glu
Proteínas
● Propriedades iônicas - solubilidade
Alteração da força iônica: Adição de sais aumenta a solubilidade diminui atração entre cargas opostasde moléculas vizinhas (estabiliza cargas de superfície, ↓ interação P-P)Aumento na concentração de sais → excesso de íons compete com a proteínapela solvatação → interação P-P → salting-out
Proteínas
● DesnaturalizaçãoAlteração de propriedades específicas causada por tratamento semrompimento das ligações peptídicas. Alteração da estrutura espacial.Perda da atividade biológica.
Proteínas
● Desnaturalização
Efeitos da desnaturalização:- Ligações peptídicas mais suscetíveis a hidrólise enzimática- Diminuição da solubilidade- Se possui atividade enzimática, perda ou diminuição- Não é possível cristalizar- Aumento da viscosidade intrínseca- Aumento da rotação óptica da proteína em solução
Proteínas
● Desnaturalização
Agentes físicos: temperatura, pressão, UVAgentes químicos: pH, detergentes, uréia
Proteínas tem comportamento diferente frente a tratamentos desnaturalizantesEx: calor
Absorção UV Solubilidade Digestão por tripsinaα-caseína inalterada diminui aumentaβ-caseína aumenta inalterada inalterada
Proteínas
● Hidrólise
Proteólise – rompimento das ligações peptídicas- Proteases – pepsina, tripsina, papaína, quimotripsina- Ácido, ex: HCl 20% + refluxo 12-16h- Álcali, ex: NaOH ou Ba(OH)2 6M
Mecanismo de hidrólise por uma protease aspártica:
Proteínas
● Hidrólise
Ex: Hidrólise da κ-caseína
glicomacropeptídeopara-κ-caseína
Proteínas
● Hidrólise
Aplicações:
-Hidrolisados para nutrição parenteral
-Melhoria de propriedades funcionais (gelatinização, formação de espuma)
-Aproveitamento de subprodutos (rações)
Produção de peptídeos bioativos
Proteínas
● Processamento térmico
Reação de Maillard – Proteína + açúcar redutor
Lys ε-amino → perda de valor nutricional
Proteínas
● Processamento térmico
Ligações cruzadas entre proteínas
∆
Proteínas
● Processamento térmico
Cistina – aminoácido mais sensível ao calor
Tratamento em meio aquoso a ~115oC perda de 50-60%
R-CH2-S-S-CH2-R → R-CH2-SH + R-CH2-S-OH → R-CHO + H2O + H2S
Proteínas
● Oxidação
Formação de derivados oxidados dos aminoácidos sulfurados
Formação de ligações cruzadas ditirosina a partir da oxidação da tirosina por radicais livres
Proteínas
● Efeito de álcalis
Ex: solubilização de proteínas vegetais geralmente em condições alcalinas
- Hidrólise de grupos amida (Asn, Gln)- Hidrólise de ligações peptídicas (parcial)- Cisão da ligação guanidino (Arg) alcalinização severa- Reações de β-eliminação
β-eliminação: reação mais importante de proteínas em solução alcalina, podecausar racemização dos aminoácidos (inversão de configuração L para D).
Proteínas
● Efeito de álcalis
β-eliminação de Cys – formação de deidroalaninaMuito reativa com carbonil α-β insaturadoReage com Lys, Cys de outros peptídeos formando ligações cruzadas
Dha + Lys → lisinoalaninaDha + Cys → cistationina
\C=CH2/
Proteínas
● Putrefação
Causada por microrganimos: hidrólise das proteínas + metabolização dosaminoácidos (odor/sabor desegradável)
Decarboxilação Deaminação Degradação de StricklandLys → cadaverina Trp → Indol Ala → AcetatoOrn → putrescina Cys → piruvato + H2S Leu → IsovaleratoGlu → ác. aminobutírico Asp → fumarato
Em peixes, trimetilamina e dimetilamina são produzidas por microrganismos eservem como marcadores de deterioração.
Proteínas
● Propriedades funcionais
Capacidade de retenção de água (CRA)
Carnes – influencia na maciez, sabor, corAdição de fosfatos (interage com Ca2+, interfere nas ligações cruzadas)
Leite em pó desnatado – usado para aumentar CRA da farinha
Proteínas
● Propriedades funcionais
Capacidade emulsificante
Estabilização de emulsões óleo em água
Proteínas do ovo – formulações (maionese)Emulsões com carne – proteínas emulsionam gordura
Proteínas da clara do ovo + polissacarídeos – Reação de MaillardEmulsões com maior estabilidade térmica
Proteínas
● Propriedades funcionais
Gelatinização
- Ovalbumina (clara do ovo) 6 CysSe desnaturalizada abre a cadeia, permite a formação de novas pontesdissulfeto inter e intra cadeia formando estrutura tipo gel
- Gelatina Aquecimento do colágeno em T > Ts, destruição da hélice tripla,reestruturação das fibras dando gelatina
Proteínas
● Propriedades funcionais
Formação de espuma
Desnaturalização em interface água-arMoléculas desnaturalizadas interagem formando um filme ao redor de bolhas de ar, estabilizando as espumas.Excesso de batimento – fica pouca proteína nativa para interagir com águaEstabilidade melhora em pH próximo ao pI (↓repulsão)
Proteínas
● Propriedades funcionais
Propriedades coesivas/elásticas
Glúten hidratado (glutenina + gliadina)Inicialmente proteínas “empacotadas”Hidratação + mistura – intercâmbio de dissulfetos
Processo Chorleywood: uso de ácido ascórbico/mistura forte 4x104 J kg-1
Ácido ascórbico + ½ O2 → Ácido deidroascórbico + H2O (Ác. Ascórbico oxidase)Ácido deidroascórbico + 2 G-SH → Ácido ascórbico + G-S-S-H (Glutationa oxidase)