proteínas plasmáticas
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Aula de ICSA28 Imunodiagnóstico Biotecnologia - UFBATRANSCRIPT
Dosagem de proteínas plasmáticas através de ensaios de Imunodiagnóstico
Prof. Ricardo PortelaSalvador – Fevereiro 2013
Proteínas plasmáticas
• Resumidamente, todo e qualquer tipo de molécula complexa que pode ser encontrada no soro
• Sua identificação e dosagem têm como objetivo avaliar o estado clínico de algum paciente perante algum tipo possível de patologia e/ou tratamento.
Proteínas plasmáticas
• Intervalos de referência ou valores de referência: – Intervalo de valores no qual 95 a 99% da
população da espécie estudada apresenta os níveis de proteínas plasmáticas sem apresentar nenhum tipo de alteração patológica – pacientes hígidos!
– É calculado levando em consideração os valores obtidos em uma população clinicamente hígida!
Intervalos de Referência
• Cálculos de Intervalo de Referências:
– TEMA DE AULA PRÁTICA!
Proteínas Constituintes
• Tipos de proteínas a serem analisadas:
– Proteínas constituintes básicas: albumina
– “Colesterol”
– “Triglicerídeos”
Enzimas
• São proteínas altamente especializadas com atividade catalítica; praticamente todas as reações químicas celulares onde participam biomoléculas orgânicas são catalisadas por enzimas.
• Existem milhares de enzimas, cada uma capaz de catalisar um tipo de reação química diferente.
• Exemplos: fosfatase ácida, fosfatase básica, transaminases
• Podem não ser típicas do soro, mas sua presença neste serve de marcador de injúria tecidual
Proteínas Transportadoras
• São proteínas que se ligam a íons ou a moléculas específicas, as quais são transportadas de um órgão para outro.
Transportam hormônios, vitaminas, metais, drogas e oxigênio (hemoglobina); solubilizam os lipídios (apoproteínas). Transportam, por exemplo, a glicose, aminoácidos e outras substâncias.
Proteínas de Armazenamento
• Atuam no armazenamento de certas substâncias, ex.: ferritina, que armazena átomos de ferro.
Proteínas com função imunológica
• Imunoglobulinas
• Proteínas da cascata da coagulação
• Proteínas do Sistema do Complemento
• Proteínas de Fase Aguda
Proteínas Reguladoras - Hormônios
• Muitas vezes presentes na circulação sanguínea, pois é a via de transporte desde o órgão produtor ao órgão alvo
• Prolactina, FSH, LH, TSH, eritropoietina, hormônio do crescimento
• Não proteínas: testosterona, progesterona, estrógeno
Escolha do método a ser empregado
• Natureza da molécula: proteína, açúcar, lipídeo
• Tamanho da molécula e complexidade
• Peso molecular
• Possibilidade ou não de formação de complexos com outras moléculas
• Função da molécula: hormônio, enzima...
• Concentração da molécula no soro
ENZIMAS - MÉTODOS
• Grande parte das enzimas plasmáticas NÃO são quantificadas por métodos imunológicos
• Levando-se em consideração a sua ação enzimática específica, utilizam-se métodos nos quais se adiciona o substrato da enzima, e um marcador para a transformação enzimática
• Resultados lidos por espectrofotometria
ENZIMAS
• Exemplos– Amilase: adição de amido e iodo, e a diminuição da cor
azul é correspondente a quantidade de amilase na amostra;
– GamaGT: catalisa a transferência de glutamil para glicilglicina, formando p-nitroanilina, que absorve a 405nm
– Lipase: clivagem de triglicéride de cadeia longa, com formação de composto de coloração vermelha
ENZIMAS
• Exemplos– Fosfatase ácida: atuando sobre timolftaleína, e um
álcali converte o resultado da reação em substância de cor azul
– Transaminase pirúvica: formação de piruvato e hidrazona, formando cor em meio alcalino
– CK-MB: formação de tiocolina, e redução de ferricianeto.
ENZIMAS
• Mas...– Algumas enzimas são presentes em baixas
concentrações no soro, e não se pode dosá-las por métodos bioquímicos de pouca sensibilidade;
– A ação enzimática de algumas é difícil de reproduzir in vitro, com alto custo de substrato e co-enzimas;
– Algumas tem ação enzimática muito específica, e ainda não foi desenvolvida técnica para tornar essa ação detectável...
MÉTODOS E SUAS UTILIZAÇÕES
IMUNODIFUSÃO(IMUNODIFUSÃO SIMPLES)
• Método antigo, de boa especificidade, mas de baixa sensibilidade
• Medição dos halos de precipitação, e comparação com os halos de calibradores
• Praticidade, baixo custo, não há necessidade de aparato sofisticado, confecção rápida
IMUNODIFUSÃO(IMUNODIFUSÃO RADIAL SIMPLES)
• Limitação: utilizado para proteínas séricas que tenham alta concentração em fluidos corporais (nível de mg/mL)
• Utilizado para proteínas séricas que tenham um intervalo de referência largo (pequenas variações não influenciariam no resultado)
• Em desuso atualmente, principalmente devido a problemas de reprodutibilidade, de manutenção do gel (comercialmente)
IMUNODIFUSÃO
• O caso das Imunoglobulinas:– Por terem uma concentração sérica considerada
alta (com exceção de IgE), e por terem largas faixas de referências, podem ser dosadas por Imunodifusão simples.
– Praticidade, custo baixo
– Exceção: quando se necessita do resultado com urgência (incubações podem durar até 3 dias)
ELISA SANDUÍCHE
• Utilizado atualmente como método de referência para diversas proteínas plasmáticas
• Consegue realizar detecção e quantificação de proteínas plasmáticas com sensibilidade de até nanogramas (dependendo do tipo de sistema utilizado)
• Relação custo/benefício boa
Outros componentes do soro
ELISA “SANDWICH”
Antígeno a ser dosado Anticorpo primário
Anticorpo conjugado
TMB
Enzima Peroxidase
ELISA SANDUÍCHE
• Para o desenvolvimento do método:– Necessário a proteína ser de um peso molecular e
complexidade razoáveis – necessidade de haver mais de um epitopo
– Necessário o emprego de anticorpos para dois epitopos diferentes, e espacialmente afastados um do outro
– Necessário o analito purificado e quantificado de forma confiável
ELISA SANDUÍCHE
• Para o desenvolvimento do método:– Necessário quantidade razoável de soros para serem
empregados como referências – previamente quantificados para o analito em questão
– Decidir quanto ao método enzimático a ser empregado
– Verificar questões de sensibilidade analítica, linearidade, range de detecção, reprodutibilidade, repetitividade...
QUESTÃO DO MEIO PONTO
• O caso do PSA e do PSA Livre:– PSA utilizado como um marcador para alterações e
patologias prostáticas– Dosado rotineiramente por Elisa Sanduíche– Encontrado normalmente complexado com anti-
proteases– PSA Livre e relação PSA Livre/PSA Total normalmente é
mais informativo do que somente PSA Livre– Pergunta-se: como desenvolver uma dosagem em ELISA
sanduíche de PSA Livre, sem ser influenciado pelo PSA Total?
ELISA COMPETIÇÃO
• Moléculas monovalentes – possuem somente um epitopo (as vezes a molécula inteira é um anticorpo) – incapacidade de realizar um ELISA Sanduíche
• Alternativa para dosar esse tipo de molécula: ELISA de competição
ELISA DE COMPETIÇÃO
Outros componentes do soro
Antígeno a ser dosado Anticorpo primário
Antígeno biotinilado
TMB
ST-AV- Peroxidase
ELISA COMPETIÇÃO
• Exemplos de moléculas séricas com essas características: T3, T4, estrógeno, progesterona, testosterona
• Diferença importante: Na competição a correlação entre reação desenvolvida e quantidade de analito é inversamente proporcional!
• Importante frisar: a curva desenvolvida é, além de inversa, também logarítmica, para a grande maioria dos analitos em ELISA Competição!
ELISA COMPETIÇÃO
• Pontos necessários para desenvolvimento de um ELISA competição:– Necessário: ter um anticorpo específico para o epitopo único
de seu analito!
– Necessário: ter o seu analito marcado/conjugado com substância enzimática, purificado e quantificado corretamente
– Necessário: Saber previamente o intervalo de referência do analito para poder fazer calibrações na concentração de analito conjugado a ser utilizado no ensaio
QUESTÃO DO MEIO PONTO• O caso de T3/T4:
– T3 e T4 são moléculas bem pequenas, que devem ser dosadas em sistema de competição.
– Enzimas como a peroxidase e a fosfatase alcalina são grandes, complexas
– A diferença de tamanho entre a enzima e o analito pode influenciar em seu reconhecimento pelo anticorpo de captura
– PERGUNTA: como proceder?
ELISA DE COMPETIÇÃO
• A questão da Biotina:– Biotina - vitamina H, B7 ou B8
– Streptoavidina: quelação de biotina em indivíduos infectados com Streptomyces
– Ligação de grande afinidade de Streptoavidina com biotina
ELISA DE COMPETIÇÃO
• A questão da Biotina:– Biotina: pode ser usada em mecanismos de conjugação
com grande sucesso!
– Streptoavidina: pode ser conjugada com peroxidase!
– Uma streptoavidina pode carregar 4 peroxidases (3 para deixar um sítio para ligar a biotina)
– E daí???
IMUNOQUIMIOLUMINESCÊNCIAIMUNOFLUORESCÊNCIA
• São aplicadas quando se necessita de maior sensibilidade analítica!
• Pode detectar analitos na ordem de pico a fentogramas!
• Muito utilizadas hoje em dia (Luminescência mais) em ensaios de dosagem de analitos séricos humanos (mesmo com concentrações usuais nem tão baixas assim!)
Adição de anticorpo monoclonal específico para o antígeno pesquisado conjugado a enzima.
Uma microesfera de poliestireno é revestida com anticorpo monoclonal contra antígeno analisado
Adição do soro do paciente, que é incubado com agitação intermitente.
Lavagem para retirada do antígeno não fixado
Incubação do conjugado e mais uma lavagem para tirar o anticorpo não fixado
PASSOS DA TÉCNICA
Y
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YY
Y
Y
Y
Y
Y
Y
YY
Y
Y
Adição do substrato da enzima, em seguida, incubação.
A adição de substrato quimioluminescente sofre hidrólise na presença da enzima, produzindo substâncias instáveis que geram emissão de fótons (luz).
Y
Y
Anticorpo monoclonal
Substrato
Conjugado
Antígeno do soro do paciente
Estes impulsos são lidos em “contagens” de luz por segundo (cps). Essa unidade é proporcional a quantidade de antígenos presentes na amostra.
Estes fótons são medidos través de um fotomultiplicador (PMT) que tem a função de transformar a luz emitida pelos fótons em impulsos elétricos.
PASSOS DA TÉCNICA
IMUNOQUIMIOLUMINESCÊNCIAIMUNOFLUORESCÊNCIA
• Possuem as mesmas variações de um ELISA: Competição, Indireto, Sanduíche, Captura
• A escolha do tipo vai seguir os mesmos padrões para o ELISA!
• Grande vantagem: Sensibilidade analítica elevada!
• Consegue detectar pequenas variações nas concentrações dos analitos!
IMUNOQUIMIOLUMINESCÊNCIAIMUNOFLUORESCÊNCIA
• Necessário: anticorpos diretamente conjugados com substâncias fluorescentes ou quimioluminescentes, ou com enzimas que tenham ação sobre um substrato que se torne luminescente ou fluorescente
• Necessário: substâncias fluorescentes ou quimioluminescentes, e outras que façam sua estabilização
IMUNOQUIMIOLUMINESCÊNCIAIMUNOFLUORESCÊNCIA
• Necessário: leitores de quimioluminescência ou fluorescência
• Necessário: soros padrões dosados por técnicas igualmente sensíveis
• Necessário: PADRONIZAÇÃO CORRETA DE CONCENTRAÇÃO DE REAGENTES, e determinação de sua repetitividade e reprodutibilidade
QUESTÃO DE MEIO PONTO
• A questão da alta sensibilidade:
– A alta sensibilidade dos ensaios acarreta um preço: Qualquer variação mínima em tempo de incubação, pipetagem, temperatura de incubação, lavagens pode acarretar um resultado distorcido
– Portanto, a reprodutibilidade pode ser problemática!
– Pergunta: como proceder?
AUTOMAÇÃO
Interferentes clássicos em dosagem de proteínas plasmáticas
• Questão SORO x Plasma!– Plasma: contém ainda proteínas da coagulação
– Soro: sem proteínas da coagulação – mais limpo!
– Tempo de coagulação: consumo de glicose e de outras enzimas
– Tamanho das proteínas a serem dosadas: podem estar aprisionadas no processo de coagulação!
– Interação Antígeno/Anticorpo e moléculas da coagulação!
Interferentes clássicos em dosagem de proteínas plasmáticas
• Hemólise!– Liberação de hemoglobina no soro/plasma
– Alteração da coloração da amostra: influência em ensaios espectrofotométricos com utilização de grande qtdade de amostra
– Contaminação com componentes internos das células: problema maior em eletrólitos, e em algumas enzimas
– Interferência na ação de algumas enzimas (inibição)
– Interferências nas reações antígeno/anticorpo quando em grande concentrações!
Interferentes clássicos em dosagem de proteínas plasmáticas
• Hemólise!
• Para evitá-la:– Retirada de sangue: cuidados com a pressão negativa
violenta, com a manipulação de seringas e agulhas, com a retirada correta
– Evitar altas temperaturas– Evitar exposição a luz– Tempo de conservação– Tempo de permanência do coágulo antes de sua retirada
Interferentes clássicos em dosagem de proteínas plasmáticas
• Cuidados pessoais do paciente pré-coleta:– Jejum – fundamental para algumas enzimas e
proteínas carreadoras
– Suspensão de medicação: corticóides principalmente
– Relato de qualquer tipo de alteração
– Intervenções e reações cruzadas!