professor: cezar augusto pereira dos santos [email protected] governo sarney (i) 1

Pro f e s so r : C e za r A u g us t o P ere i r a d os Sa nt osce z a r sa n t o s19 7 5@ ho t m ai l . c o m

GOVERNO SARNEY (I)1

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS PLANOS ECONÔMICOS2

Tema da aula: Política e economia no período de transição entre o Regime Militar e o início da Nova República (1985/89);

Pontos: Diagnósticos a respeito do processo inflacionário;

Tratamento ortodoxo ou heterodoxo?

Equipe econômica do início do governo Sarney – inercialistas e novos Keynesianos;

Economia & Política Pré-Sarney3

Recessão 1981/83 contribuiu para a melhora do BP, reverteu o déficit existente na BC (que se transformou em superávits), mas não teve um efeito significativo sobre a inflação;

Período 1981/84 não se verificava a Curva de Phillips no Brasil;

Em 1984 após 20 anos de Regime Militar ganhava força o movimento por eleições “Diretas Já”;

Ambiente nacional era de esperança e confiança na introdução de profundas mudanças;

Economia & Política Pré-Sarney4

Conscientes das dificuldades para aprovar a emenda um grupo de políticos vinha articulando uma transição para a democracia via eleições indiretas para o colégio eleitoral;

15/01/1985 Tancredo eleito primeiro presidente civil desde 1960;

Quem ficou no poder foi a coalizão partidária que ajudou a elegê-lo;

Francisco Dornelles (Fazenda) & João Sayad (Planejamento);

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INÍCIO DO GOVERNO SARNEY

INÍCIO DO GOVERNO SARNEY6

- Economia em Crescimento;

- BPTC equilibrado (saldo suficiente para pagar a remessa de

juros sem necessidade de novos aportes de

capital);- Inflação em torno de

200% ao ano;

COMBATE A INFLAÇÃO PRINCIPAL

OBJETIVO DO NOVO GOVERNO


O ano de 1985 apresentava outra dificuldade para fins de estabilização – o crescimento econômico. Por que?

Substituição de Francisco Dornelles por Dilson Funaro.

INERCIALISTAS:- PUC (RJ) –

Francisco Lopes (Choque

Heterodoxo) & André Lara Resende (Moeda Indexada)

PÓS-KEYNESIANOS:- UNICAMP – Tavares,

Beluzz0, J.M.C. De Mello.


ECONOMISTAS DA PUC/RJ - INERCIALISTAS:Base teórica - estruturalismo;

Processo inflacionário separado em choque e tendência (destaque para a tendência);

Estudos econométricos mostravam 2 fatos: o componente inercial era a principal causa da inflação, do ponto de vista estatístico & que o déficit público não era uma causa tão relevante da inflação;


ECONOMISTAS DA PUC/RJ - INERCIALISTAS:Propostas de combate a inflação:

CHOQUE HETERODOXO:- Francisco Lopes;

- 2 fases:- Congelamento Rigoroso de

Preços por 6 meses;- Período de descompressão

com variações de até 1,5% para restabelecer preços relativos

que duraria 18 meses;

MOEDA INDEXADA:- André Lara Rezende & Pérsio Arida;

- Desindexação da economia por meio da indexação total;

- Encurtamento dos períodos de reajuste de modo a tornar as rendas reais insensíveis a taxa de inflação doméstica e sincronizar os

reajustes; - Mudança da unidade de conta da

economia, atrelando os preços ao US$ ou à ORTN;


ECONOMISTAS DA PUC/RJ - INERCIALISTAS:Quando todos os preços tivessem sido convertidos a esta nova

unidade de conta e tivéssemos uma distribuição de renda estável nesta unidade bastaria introduzir um novo padrão monetário para atingir um final indolor do processo inflacionário;

O que é possível perceber nesta proposta?

Qual das propostas seria adotada nos plnos de estabilização do Governo Sarney?


2 grandes atrativos políticos nas propostas dos economistas da PUC/RJ:

Promessa de estabilização dos

preços sem a adoção de políticas

restritivas da demanda;

Caráter neutro do ponto de vista distributivo: a adoção da

desindexação poria salários e outras rendas em seus respectivos

valores médios de equilíbrio (choque neutro); No futuro, com o fim da inflação, a situação dos mais pobres estaria melhor (sem

o imposto inflacionário).


Economistas da UNICAMP – Pós- Keynesianos:Proposta com base no processo de formação de preços

Keynesiano – Tavares & Beluzzo (1984); 2 categorias de bens:

Setor flex-price:- Concorrencial, matérias-

primas;- O preço é resultado da interação da oferta e da demanda (produtor é tomador de preços);

Setor fix-price:- Oligopolizado, industrial;- O produtor é formador de preços mediante uma regra de

mark-ups sobre custos;- A oferta e a demanda

determinariam a quantidade via movimento de estoques;


No setor fix-price a regra de formação de preços é determinada por:

p= (1+m)(wb+tduc) Onde: m: é a margem normal de lucro (mark-up); b: é o inverso da produtividade marginal do trabalho; w: é o salário nominal; t: é a taxa de câmbio; d: é o custo de reposição dos ínsumos cotados em US$; u: custo dos ínsumos consumidos; c: é a quantidade de ínsumos necessários à produção de uma unidade de produto;


A margem de lucro oscila entre um valor mínimo (aceitável para a valorização do capital) que permite a reposição das condições de produção e um máximo que é dado pela concorrência potencial;

A margem de lucro reflete a estrutura de mercado, a expectativa do comportamento da taxa de juros de longo prazo, a busca de fontes internas de financiamento, o risco e a incerteza dos rendimentos, os custos de depreciação e obsolescência;

Se t for fixa, a idéia de custos normais continua válida!


Se t for flexível? Todas as mercadorias importadas se tornam flex-price;

O problema: com a crise do sistema monetário internacional , valorização financeira gerou imprevisibilidade do câmbio e do custo dos insumos importados.

No Brasil, isso possuía duplo aspecto : a crise cambial ao longo da década de 1980 instabilizou t (Cr$/US$), enquanto a aleatoriedade do dólar em relação as demais moedas instabilizava o custo de reposição d levando as empresas dos setores oligopolizados a trabalharem com mark-ups ascendentes.


É da união dessas duas correntes no governo que surgirá o Plano Cruzado: tentativa de romper com a tendência inflacionaria, de alongar o horizonte de cálculo e trazer a “normalidade” para as regras de formação de preços;

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