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PROFESSOR: CEZAR AUGUSTO PEREIRA DOS SANTOS [email protected] ECONOMIA BRASILEIRA II 1

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PR O FE SS O R : C E ZA R A U G U S TO P ER EIR A D O S SA N TO S

cezarsantos1975@hotmail .com

ECONOMIA BRASILEIRA II1

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INTRODUÇÃO AO PLANO REAL

TEMA: PLANO REAL CONTEXTO E FASES

ASSUNTO:

Contexto de lançamento;

Diagnóstico;

Fases;

2

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O Plano Real: Concepção e Prática - GIAMBIAGI

Plano concebido como um programa em três fases:

FASE

3

FASE I:Promover um

ajuste fiscal que levasse ao

“estabelecimentodo equilíbrio das

contas do governo”

FASE II:“Criação de um

padrão estável de valor denominado Unidade Real de Valor — URV”;

FASE III:Concessão de poder liberatório à unidade

de conta e estabelecimento das “regras de emissão e lastreamento da nova

moeda (Real) de forma a garantir a sua

estabilidade”.

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O Plano Real: Concepção e Prática - GIAMBIAGI4

Diagnóstico dos formuladores do Plano Real sobre a principal causa da Inflação no Brasil?

No Plano Cruzado o diagnóstico inercial estava correto, mas a concepção do Plano e a condução da política econômica pós plano inviabilizou seu sucesso;

Os demais planos partiram de um diagnóstico equivocado, pois a própria sucessão de choques fazia com que a inflação perdesse seu caráter inercial (tendência de retorno de novos choques);

Base Reforma Monetária (LARIDA);

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O Plano Real: Concepção e Prática - GIAMBIAGI5

1991

.01

1991

.03

1991

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1991

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.01

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.07

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.09

1992

.11

1993

.01

1993

.03

1993

.05

1993

.07

1993

.09

1993

.110.0000

10.0000

20.0000

30.0000

40.0000

50.0000

60.0000

70.0000

80.0000

90.0000

100.0000

Taxa de câmbio - efetiva real - INPC - exportações - índice (média 2005 = 100) - - - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) - GAC12_TCERXTINPC12

Taxa de câmbio - efetiva real - INPC - ex-portações - índice (média 2005 = 100) - - - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) - GAC12_TCERXTINPC12

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O Plano Real: Concepção e Prática - GIAMBIAGI6

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O Plano Real: Fase I: O Ajuste Fiscal (GIAMBIAGI)7

A chamada “primeira fase” do Plano Real foi composta por dois esforços de ajuste fiscal:

PAI:Programa de Ação Imediata

FSE: Fundo Social

de Emergência

Objetivo do ajuste fiscal: equacionar o desequilíbrio orçamentário para os próximos anos e impedir que daí decorressem pressões inflacionárias;

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O Plano Real: Fase I: O Ajuste Fiscal (GIAMBIAGI)8

Essas medidas deveriam ser de caráter temporário, serviriam para dar um fôlego fiscal durante a vigência das mesmas, mas não se constituíam em solução definitiva. Nesse prazo temporário o que o Governo deveria fazer?

Conforme o governo, pretendia-se, com o FSE, resolver a questão do financiamento dos programas sociais brasileiros, identificados como prioritários;

O caráter “emergencial” do FSE se devia ao fato de que, originalmente, era previsto para vigorar por um período de apenas dois anos (1994-95), mas foi sistematicamente prorrogado, com outros nomes até 1997;

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O Plano Real: Fase I: O Ajuste Fiscal (GIAMBIAGI)9

O FSE foi aprovado em 28 de fevereiro de 1994. Nesse ano tivemos um primeiro semestre de elevada inflação (em média, 43% ao mês) e um segundo semestre de inflação relativamente baixa, 3% ao mês, em média (INPC/IBGE);

Se o FSE tivesse sido efetivo, as contas fiscais deveriam permanecer relativamente inalteradas pelo fim da inflação. Mas, dados mostram que, ao longo do ano de 1994 (com a aprovação do Fundo), houve uma melhora nas contas fiscais de 1,08% do PIB e, em 1995, uma piora significativa;

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O Plano Real: Fase I: O Ajuste Fiscal (GIAMBIAGI)10

O ajuste fiscal não se comprovou, na prática, como precondição para a estabilidade da moeda;

Em contrapartida, a desindexação promovida pela URV (Unidade Real de Valor) teve papel fundamental para o combate à inflação;

Esta foi a segunda fase do Plano Real;

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O Plano Real: Fase II: Desindexação (Giambiagi)11

Esta fase buscava eliminar o componente inercial da inflação;

Partiu-se do princípio de que para acabar com a inflação era preciso “zerar a memória inflacionária”;

A estratégia de redução do reajuste dos preços (superindexação) para posterior desindexação partia da observação de que, paradoxalmente, é mais fácil combater uma hiperinflação do que eliminar inflações altas e institucionalmente enraizadas (alta inflação). Qual a base de argumento para isto?

São retirados os vínculos dos preços com o passado e criam-se as pré-condições para acabar com a inflação, através de uma “nova moeda”, sem memória;

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O Plano Real: Fase II: Desindexação (Giambiagi)12

O governo criou um novo indexador a Unidade Real de Valor (URV). Como ela funcionava?

Através da URV se recuperaria, primeiramente, a função de unidade de conta (já que URV era apenas um indexador para contratos, permanecendo o cruzeiro real com a função de meio de pagamento), para depois transformar a URV em Real, resgatando sua função de reserva de valor, pelo fim da inflação;

Uma série de preços e rendimentos foi convertida instantaneamente em URV – preços oficiais, contratos salários, impostos, etc.. E os demais preços foram convertidos voluntariamente pelos agentes; BIMONETARISMO????

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O Plano Real: Fase II: Desindexação (Giambiagi)13

As correções dos valores das mercadorias em URV (para cima e para baixo) refletiam o processo de disputa dos agentes pela participação na renda nacional, ou seja, o processo de ajustamento dos preços relativos (objetivo desta fase) para evitar choques posteriores;

A partir de do primeiro dia de março de 1994, os salários foram fixados em URV, e eram pagos pela URV do dia do pagamento. Isso equivalia à correção mensal dos salários — uma reivindicação antiga dos sindicatos;

Ficou estabelecido que, no primeiro dia de julho de 1994, todas as demais obrigações contratuais deveriam estar expressas na nova unidade de conta. Este voluntarismo na adesão à chamada UVERIZAÇÃO dos contratos reforçava que idéia?

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O Plano Real: Fase II: Desindexação (Giambiagi)14

A URV durou apenas quatro meses. Na prática, houve aceleração inflacionária no mês em que a URV foi introduzida e no mês que antecedeu à emissão do Real. Entretanto, a inflação entre abril e maio não se acelerou;

Quando praticamente todos os preços estavam expressos em URV, o governo introduziu a nova moeda – R$ - no primeiro dia do mês de julho de 1994;

R$ 1,00 era equivalente a uma URV (CR$ 2750,00) e equivalente a US$ 1,00;

Todos os preços foram convertidos em R$, dividindo-se pelo valor da URV do “dia D”;

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O Plano Real: Fase III (Giambiagi)15

Teve início com a Medida Provisória (MP) 542, que apresentava medidas como:

(1) A oferta monetária doméstica (no conceito de base monetária) em reservas cambiais deveria ter como lastro a equivalência de R$1,00 por US$1,00 (Art. 3 da MP) ainda que essa paridade pudesse ser alterada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN);

(2) a fixação de limites máximos para o estoque de base monetária por trimestre (até março de 1995), podendo as metas serem revistas em até 20%; e (3) introdução de mudanças institucionais no funcionamento do CMN, buscando dar passos em direção a uma maior autonomia do Banco Central;

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O Plano Real: Fase III (Giambiagi)16

O Real adotou uma âncora monetária (metas) e o câmbio foi deixado livre para oscilar para baixo, mas manteve o teto fixo em R$1,00 = US$ 1 (banda assimétrica);

Além dessas medidas, o Banco Central anunciou um enorme aperto de liquidez. Os recolhimentos compulsórios sobre depósitos à vista (novos) foram, em junho, aumentados de 40 para 100%, enquanto os de depósitos compulsórios a prazo e de poupança foram fixados em 20%, limitou as operações de crédito. Por que?

Síntese da Âncora Monetária do Plano Real nesta Fase?

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O Plano Real: Fase III (Giambiagi)17

Em outubro de 1994, devido, entre outras razões, ao insucesso das metas monetárias, o governo resolveu mudar de âncora, abandonando a monetária em prol da cambial, sem compromisso formal com o lastro;

As duas grandes virtudes da adoção de uma âncora cambial, geralmente ressaltadas pelos economistas, são:

Permitir o estabelecimento (uma vez que a âncora seja

crível) de contratos de longo prazo (inviáveis em regimes

de elevadaInflação)

Exercer forte pressão sobre os preços no setor de bens comercializáveis (tradables) — sendo o impacto sobre o nível geral dos preços dependente do grau de abertura da economia em questão e do grau de desequilíbrio entre oferta e demanda no setor de bens não comercializáveis (nontradables).

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IMPACTOS E PROBLEMAS DO PLANO REAL18

Final do Governo Itamar Franco (julho de 1994/outubro)

Taxa de inflação;

Surto de demanda;

Superâncora Cambial;

Piora no Balanço de Transações correntes;

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IMPACTOS E PROBLEMAS DO PLANO REAL (Gremaud)19

O impacto imediato do Plano Real foi a rápida queda da taxa de inflação. Mas é preciso observar que:

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IMPACTOS E PROBLEMAS DO PLANO REAL(Gremaud)20

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IMPACTOS E PROBLEMAS DO PLANO REAL21

Conseqüência imediata do Plano foi também um grande crescimento da demanda e da atividade econômica;

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IMPACTOS E PROBLEMAS DO PLANO REAL (Gremaud)

22 Fatores que explicam o aumento da demanda?

- Aumento do poder aquisitivo pelo fim do imposto

inflacionário;- Estabilidade X diminuição da

incerteza;- Previsibilidade proporcionava trabalhar com uma taxa de juros

nominal compensatória e fornecer empréstimos com taxa

de juros fixa;

O consumidor se sentia atraído para tomar empréstimos

(mesmo com taxas de juros elevadas) pelos seguintes

motivos:- Demanda reprimida nos anos

anteriores;- Previsibilidade da renda futura e da participação da

prestação na renda;- Ilusão monetária;

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IMPACTOS E PROBLEMAS DO PLANO REAL (Gremaud)

23

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IMPACTOS E PROBLEMAS DO PLANO REAL(Gremaud)

24 Variação no preço dos alimentos foi de 20% em dois anos e meio, enquanto a variação no preço do item comer for a de casa, por exemplo, ficou quase 50% mais caro, no mesmo período;

SUPERÂNCORA CAMBIAL;

0.6000

Taxa de câmbio - R$ / US$ - comercial - com-pra - fim período - R$ -

Banco Central do Brasil, Boletim, Seção Balanço

de Pagamentos (BCB Boletim/BP) -

BM12_ERCF12

Taxa de câmbio - R$ / US$ - comer-cial - compra - fim período - R$ - Banco Central do Brasil, Boletim, Seção Balanço de Pagamentos (BCB Boletim/BP) - BM12_ERCF12

0.0000

Reservas internacionais - liquidez internacional - US$ (milhões) - Banco Central do Brasil, Bole-tim, Seção Balanço de

Pagamentos (BCB Bole-tim/BP) -

BM12_RESLIQ12

Reservas interna-cionais - liquidez internacional - US$ (milhões) - Banco Central do Brasil, Boletim, Seção Balanço de Paga-mentos (BCB Bole-tim/BP) - BM12_RESLIQ12

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IMPACTOS E PROBLEMAS DO PLANO REAL(Gremaud)

25 A apreciação cambial, juntamente com a demanda aquecida, levou ao aparecimento de déficits na balança comercial, tanto pelo aumento substancial das importações como pelo fraco desempenho das exportações;

1994

.02

1994

.04

1994

.06

1994

.08

1994

.10

1994

.120

1,0002,0003,0004,0005,000

Importações - (FOB) - US$ (milhões) - Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sec-retaria de Comércio Exte-rior - SECEX12_MVTOT12

Importações - (FOB) - US$ (milhões) - Min-istério do Desen-volvimento, Indústria e Comércio Exterior, Secretaria de Comércio Exterior - SECEX12_MVTOT12

1994

.02

1994

.04

1994

.06

1994

.08

1994

.10

1994

.120

1,0002,0003,0004,0005,000

Exportações - (FOB) - US$ (milhões) - Banco Central do Brasil, Bole-tim, Seção Balanço de

Pagamentos (BCB Bole-tim/BP) - BPN12_XTV12

Exportações - (FOB) - US$ (mil-hões) - Banco Cen-tral do Brasil, Bo-letim, Seção Bal-anço de Pagamen-tos (BCB Boletim/BP) - BPN12_XTV12

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IMPACTOS E PROBLEMAS DO PLANO REAL(Gremaud)

26

1994

.02

1994

.04

1994

.06

1994

.08

1994

.10

1994

.12

-1,000.0

-500.0

0.0

500.0

1,000.0

1,500.0

2,000.0

Balança comercial - (FOB) - saldo - US$ (mil-hões) - Banco Central

do Brasil, Boletim, Seção Balanço de Pagamentos

(BCB Boletim/BP) - BPN12_SBC12Balança comercial -

(FOB) - saldo - US$ (milhões) - Banco Central do Brasil, Boletim, Seção Balanço de Paga-mentos (BCB Bole-tim/BP) - BPN12_SBC12

1994

.04

1994

.06

1994

.08

1994

.10

1994

.12

-2,500.0000

-2,000.0000

-1,500.0000

-1,000.0000

-500.0000

0.0000

500.0000

1,000.0000

1,500.0000

Transações correntes - saldo - US$ (milhões) - Banco Central do Brasil,

Boletim, Seção Balanço de Pagamentos (BCB Bole-tim/BP) - BPN12_STC12

Transações cor-rentes - saldo - US$ (milhões) - Banco Central do Brasil, Boletim, Seção Bal-anço de Pagamentos (BCB Boletim/BP) - BPN12_STC12

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IMPACTOS E PROBLEMAS DO PLANO REAL(Gremaud)

27 Duas questões devem ser analisadas a respeito da economia brasileira na época de lançamento do Plano Real:

A primeira tem a ver com a pauta de importações. Apesar de todos os componentes terem crescido, os dois itens que mais cresceram foram automóveis e bens de consumo;

0

Importações - bens de con-sumo duráveis - au-

tomóveis - (FOB) - US$ (milhões) - Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sec-retaria de Comércio Exte-rior - SECEX12_AUTO12

Importações - bens de consumo duráveis - automóveis - (FOB) - US$ (milhões) - Ministério do De-senvolvimento, In-dústria e Comércio Exterior, Secretaria de Comércio Exte-rior - SECEX12_AUTO12

0

Importações - bens de consumo - (FOB) - US$ (milhões) - Ministério

do Desenvolvimento, In-dústria e Comércio Ex-terior, Secretaria de

Comércio Exterior - SE-CEX12_BENCON12

Importações - bens de consumo - (FOB) - US$ (milhões) - Ministério do De-senvolvimento, In-dústria e Comércio Exterior, Secretaria de Comércio Exte-rior - SECEX12_BENCON12

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IMPACTOS E PROBLEMAS DO PLANO REAL(Gremaud)

28 A segunda se refere à natureza do capital que ingressou no país na época – forte predomínio dos chamados investimentos de portfólio (ações e fundos de aplicações financeiras);

Característica deste tipo de investimento?

1994.05 1994.06 1994.07 1994.08 1994.09 1994.100.000

500.0001,000.0001,500.0002,000.0002,500.0003,000.0003,500.0004,000.000

Captação de recursos externos - investimentos - US$ (milhões) - Banco Central do Brasil, Boletim, Seção Balanço de Pagamentos (BCB Boletim/BP) -

BPN12_INVT12 Captação de recursos externos - in-vestimentos - US$ (milhões) - Banco Central do Brasil, Boletim, Seção Bal-anço de Pagamentos (BCB Boletim/BP) - BPN12_INVT12

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IMPACTOS E PROBLEMAS DO PLANO REAL(Gremaud)

29 Após a vitória de FHC introduziram-se algumas restrições à entrada do capital estrangeiro para tentar evitar maiores pressões cambiais;

Com as restrições, diminuíram as entradas de US$. A partir de outubro, a queda de reservas, que tinha se mantido estável de junho a setembro mostrou a determinação do BACEN em evitar a desvalorização cambial;

Sem alterar o câmbio e com a economia aquecida, no final de 1994, o déficit em transações correntes se mantinha;

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CRISE DOS EMERGENTES (Gremaud)30

Conforme Gremaud (2014), vários países da América Latina adotaram a estratégia da estabilização baseada na âncora cambial (Argentina, Brasil e México são exemplos);

Todos tiveram deterioração de suas contas externas, principalmente em decorrência da apreciação cambial;

O México, no final de 1994, foi o primeiro a sentir os limites de tal estratégia;

Apenas em janeiro de 1995 250000 mexicanos perderam o emprego; 4000 falências;

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CRISE DOS EMERGENTES (Gremaud)31

Qual a opção do governo para fazer frente à perda de reservas internacionais que o país vinha sofrendo em março de 1995?

1994

.01

1994

.05

1994

.09

1995

.01

1995

.05

1995

.09

1996

.01

1996

.05

1996

.09

1997

.01

1997

.05

1997

.09

1998

.01

1998

.05

1998

.09

1999

.01

1998

.05

1998

.09

1999

.010.0000

10,000.0000

20,000.0000

30,000.0000

40,000.0000

50,000.0000

60,000.0000

70,000.0000

80,000.0000

Reservas internacionais - balanço de pagamentos - US$ (milhões) - Banco Central do Brasil, Boletim, Seção Balanço de Pagamentos (BCB Boletim/BP) -

BM12_RESBOP12

Reservas internacionais - balanço de pagamentos - US$ (milhões) - Banco Central do Brasil, Boletim, Seção Bal-anço de Pagamentos (BCB Boletim/BP) - BM12_RESBOP12

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1996 – NOVA FASE DO PLANO REAL(Gremaud)32

Principal instrumento passa a ser a Política Monetária (via aumento da taxa de juros) (GREMAUD, 2014).

COM QUE OBJETIVOS?

Outro ponto importante decorre da mudança da política cambial:

Na fase imediatamente pós-REAL, como o

Governo deixou o câmbio flutuar, a entrada de US$ provocou a apreciação da

taxa de câmbio;

Nesta nova fase, quando os recursos voltaram, para IMPEDIR NOVA

APRECIAÇÃO, os novos recursos converteram-se em reservas;

Para evitar o impacto monetário expansionista – esterilização – dívida;

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1996 – NOVA FASE DO PLANO REAL33

http://forum.outerspace.terra.com.br/index.php?threads/para-onde-vai-seu-dinheiro-news-carga-tribut%C3%81ria-do-pa%C3%8Ds.348536/

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FASE FINAL DO PRIMEIRO MANDATO DE FHC34

Outro indicador relevante é a dinâmica do produto e do desemprego:

199419951996199719980.0000

200,000.0000

400,000.0000

600,000.0000

800,000.0000

1,000,000.0000

1,200,000.0000

PIB - R$ (milhões) - Insti-tuto Brasileiro de Geografia

e Estatística, Sistema de Contas Nacionais Referên-cia 2000 (IBGE/SCN 2000

Anual) - SCN_PIBNPIB - R$ (milhões) - Instituto Brasileiro de Geografia e Es-tatística, Sistema de Contas Nacionais Referência 2000 (IBGE/SCN 2000 Anual) - SCN_PIBN

1995 1996 1997 19980.0

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

12.0

Taxa de desemprego - (%) - Instituto de

Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) -

DISOC_DESETaxa de desem-prego - (%) - In-stituto de Pesquisa Econômica Apli-cada (IPEA) - DISOC_DESE

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FASE FINAL DO PRIMEIRO MANDATO DE FHC(Gremaud)35

Com a crise russa ocorreu uma perda de reservas da ordem US$ 30 bilhões entre agosto e setembro de 1998;

Apesar do aumento da taxa de juros e do anúncio de um pacote fiscal, não mais se recuperou, o que refletia a descrença na possibilidade de o governo manter a taxa de câmbio;

O primeiro mandato de FHC terminou em meio a um processo de crise cambial, por causa de profundos desequilíbrios gerados nesse período com a deterioração das contas externas e da situação fiscal;

Sobrava para o novo mandato fazer as correções dos desequilíbrios herdados do primeiro mandato, mantendo a estabilização e recolocando o país na rota do crescimento (GREMAUD, 2014);

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REFERÊNCIAS36

GIAMBIAGI, Fabio et al. Economia brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

GREMAUD, A.; VASCONCELOS, M.A.S.; e TONETO JUNIOR, R. Economia Brasileira Contemporânea. 5ª. Edição; São Paulo, Atlas, 2014.

Gráficos construídos com dados do site: http://www.ipeadata.gov.br/