ministério da cultura e a lei sarney

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Pró-Reitoria de Graduação Curso: Artes Ênfase: Artes Visuais e Produção e Política Cultural Disciplina: Legislação de Incentivo à Cultura Profª Msc Sandra Helena Pedroso Março/2013

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Aula ministrada no IUPERJ_UCAM em 2013

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Page 1: Ministério da Cultura e a Lei Sarney

Pró-Reitoria de Graduação Curso: Artes

Ênfase: Artes Visuais e Produção e Política Cultural

Disciplina: Legislação de Incentivo à Cultura Profª Msc Sandra Helena Pedroso

Março/2013

Page 2: Ministério da Cultura e a Lei Sarney

Mestre em Sistema de Gestão de Projetos com foco em

Responsabilidade Social pela UFF e bacharel em Ciências Contábeis.

Diretora do Ateliê de Cultura, da ABCR e do Instituto Pro3. Atuou nos

últimos anos como Coordenadora de Certificação da Lei de Incentivo

à Cultura do Estado e Coordenadora Técnica da ANCINE, além de ter

exercido diversas funções na área cultural e cinematográfica, foi

professora de produção na Faculdade de Cinema da Universidade

Estácio de Sá. Atualmente atua como professora de Gestão

Financeira na pós-graduação e no MBA de Produção Cultural da

UCAM e na graduação do curso de produçao cultural no

IUPERJ/UCAM. E como consultora em Gestão de Projetos em

diversas empresas.

Résumé

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Ministério da Cultura

Lei nº 7.505/86

Referência

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Ministério da Cultura

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Ministério da Cultura - Histórico

O Ministério da Cultura foi criado pelo Decreto 91.144 de 15 de março de 1985. Reconhecia-se, assim, a autonomia e a importância desta área fundamental, até então tratada em conjunto com a educação. Em 1990, por meio da Lei 8.028 de 12 de abril daquele ano, o Ministério da Cultura foi transformado em Secretaria da Cultura, diretamente vinculada à Presidência da República, situação que foi revertida pouco mais de dois anos depois, pela Lei 8.490, de 19 de novembro de 1992. Em 1999, ocorreram transformações no Ministério da Cultura, com ampliação de seus recursos e reorganização de sua estrutura, promovida pela Medida Provisória 813, de 1º de janeiro de 1995, transformada na Lei 9.649, de 27 de maio de 1998. Em 2003, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, aprovou a reestruturação do Ministério da Cultura, por meio do Decreto 4.805, de 12 de agosto.

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Justificativas

Crescimento econômico e demográfico do País; Expansão da rede escolar e universitária; Enriquecimento da cultura nacional; Integração entre as diversas regiões do Brasil; Multiplicação das iniciativas de valor cultural; Necessidade de métodos, técnicas e instrumentos diversificados de reflexão e administração; Surgimento de políticas específicas; Necessidade de uma política cultural consistente; Política cultural voltada para os novos tempos visando o desenvolvimento.

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Ocupantes

O primeiro titular da pasta foi o político mineiro José Aparecido de Oliveira, nomeado por Tancredo Neves, mas Sarney, ao assumir, preferiu deslocá-lo para o governo do Distrito Federal. O substituto foi Aluísio Pimenta, que só assumiu a pasta por poucos meses. Furtado era o único nome considerado capaz de resgatar um ministério ainda nascente, mas cuja existência a imprensa já questionava. Um abaixo-assinado subscrito por 176 pessoas, entre artistas, intelectuais e economistas, sacramentou sua indicação.

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Órgãos integrantes – na criação

Conselho Federal de Cultura – CFC;

Conselho Nacional Direito Autoral – CNDA;

Conselho Nacional de Cinema – CONCINE;

Secretaria da Cultura;

Empresa Brasileira de Filmes S/A – EMBRAFILME;

Fundação Nacional de Arte – FUNARTE;

Fundação Nacional Pró-Memória - Pró-Memória;

Fundação Casa de Rui Barbosa;

Fundação Joaquim Nabuco.

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Lei Sarney – 7.505/1986

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Contexto histórico

Inflação elevada; Iminente recessão; Arrocho salarial; Sindicatos fortalecidos; Greves de trabalhadores; Pacotes econômicos; 1985 – Plano cruzado I (20% de inflação reajustava o salário); 1986 – Plano cruzado II (liberou os preços e os reajustes contratuais, aumentou os impostos e alterou os cálculos da inflação); 1987 – Plano Bresser (congelamento de preços, salários e contratos e estabelecia medidas para conter o déficit público); Incitar a sociedade a assumir a iniciativa no plano da cultura.

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Lei Sarney

Em 1986, é promulgada a Lei nº 7.505 (Lei Sarney) que tem a intenção de disponibilizar mais verbas para o custeio das produções culturais, por meio da concessão de benefícios fiscais federais para empresas que investissem em cultura, numa modalidade que marca o início da estratégia “mecenato cultural” em termos contemporâneos no país (é a Lei embrião para o modelo de Incentivo que opera atualmente). O procedimento para o uso desse benefício dava-se pelo cadastramento de produtores culturais e da dedução de 70% do valor investido pela empresa no Imposto de Renda. Porém, a falta de controles claros para a prestações de contas causavam controvérsias e acusações de desvios de verbas, beneficiamento, etc. É também desse período as criticas (que até hoje vigoram) em relação a essa modalidade de incentivo fiscal, no qual o poder de decisão do Estado é deslocado para a iniciativa privada

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Lei Sarney

Segundo Cesnik (2002, p.04), em 1986 vivemos a primeira experiência de incentivo fiscal à cultura com a Lei Sarney, que durou até 1990. Sua sistemática, pautada no simples cadastramento do proponente, deu margem a uma seqüência de fraudes, o que leva a, ainda hoje, não conhecermos ao certo o destino dos recursos neste período.

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Mecanismo

Mecenato cultural; Cadastramento de produtores culturais; Pessoas físicas – podiam deduzir da renda até 10% sendo 80% patrocínio e 50% em projetos previamente cadastrados; Pessoas jurídicas – podiam destinar até 2% se destinassem ao projeto ou 5% para o FNC; Pessoas jurídicas – aproveitamento fiscal de 70% do valor investido pela empresa no Imposto de Renda. Fiscalização da Receita Federal na execução.

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Art. 1o. As pessoas físicas poderão abater da sua renda bruta, apurada na declaração de rendimentos, em cada exercício financeiro, o valor das doações, patrocínios e investimentos, inclusive despesas e contribuições necessárias à sua efetivação, realizados através ou a favor de pessoa jurídica de natureza cultural, previamente cadastrada no Ministério da Cultura, bservados os seguintes percentuais:

I - até 100% (cem por cento) do valor da doação;

II - até 80% (oitenta por cento) do valor do patrocínio;

III- até 50% (cinqüenta por cento) do valor do investimento;

Mecanismo

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Mecanismo

Art. 2o. As pessoas jurídicas poderão deduzir como despesa operacional, na apuração do lucro líquido do exercício, em cada período-base de competência, o valor das doações e patrocínios, inclusive despesas e contribuições necessárias à sua efetivação, realizados através ou a favor de pessoa jurídica de natureza cultural, previamente cadastrada no Ministério da Cultura. Esta dedução não está sujeita à observância do limite a que se refere o artigo 243 do Regulamento do Imposto de Renda, baixado pelo Decreto no. 85.450, de 4 de dezembro de 1980. # 1o. Além do registro como despesa operacional no caso de doação ou patrocínio, a pessoa jurídica poderá ainda deduzir do imposto devido o valor equivalente à aplicação da alíquota do imposto de renda a que esteja sujeita, tendo como base de calculo: I - até 100% (cem por cento) do valor da doação; II - até 80% (oitenta por cento) do valor do patrocínio; III - até 50% (cinqüenta por cento) do valor do investimento.

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# 2o. Na hipótese do parágrafo anterior, observado o limite máximo de 2% (dois por cento) do imposto devido no período-base de utilização do incentivo, as deduções previstas não estão sujeitas a outros limites estabelecidos na legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas. # 3o. Observado o limite de 50% (cinqüenta por cento) de dedutibilidade do imposto devido pela pessoa jurídica, aquela que não se utilizar, no decorrer do período-base, dos benefícios de que tratam os ## 1o. e 2o. deste artigo poderá deduzir até 5% (cinco por cento) do imposto devido, para destinar ao Fundo de Promoção Cultural, gerido pelo Ministério da Cultura. # 4o. Se, no período-base, o montante dos incentivos, referentes à doação, patrocínio e investimento for superior ao limite de dedução permitido, a pessoa jurídica poderá deduzir o excedente, do imposto devido, nos 5 (cinco) exercícios financeiros seguintes, respeitado, em cada exercício, o limite fixado no # 2o.

Mecanismo

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Mecanismo

Art. 4o. Respeitado o disposto no # 1o. dos art. 1o. e no # 2o. do art. 2o. deste Regulamento, as pessoas físicas poderão abater da renda bruta e as pessoas jurídicas registrar como despesa operacional as despesas efetuadas com o objetivo de conservar, preservar e restaurar bens de sua propriedade, tombados pela Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - SPHAN, do Ministério da Cultura. #1o. Os benefícios estabelecidos neste artigo equiparam-se às doações, aplicando-se aos mesmos, inclusive, o disposto no # 1o. do art. 2o. deste Regulamento. #2o. O gozo dos benefícios fiscais referidos neste artigo está condicionado à previa aprovação, pela SPHAN, do projeto e respectivo orçamento dos trabalhos e ao posterior certificado das despesas efetivamente realizadas pelo contribuinte proprietário, e das obras executadas em obediência ao projeto. Art. 5o. Os investimentos efetuados na forma do artigo 4o. da Lei no. 7.505, de 2 de julho de 1986, deverão ser contabilizados em contas próprias do ativo permanente, nos termos do artigo 179, inciso III, da Lei no. 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

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Crítica

A particularidade mais criticada dessa lei foi a de que, ao não exigir aprovação técnica prévia de projetos culturais mas apenas o cadastramento como "entidade cultural", junto ao Ministério da Cultura, das pessoas e firmas interessadas em captar recursos das empresas, a lei teria favorecido muito abuso; como, entre outras razões, pelo fato de que qualquer nota fiscal emitida por uma entidade cadastrada poderia ser usada por seu destinatário para abatimento fiscal, independentemente de se referir ou não a despesa efetiva com projeto cultural. O número de cadastrados no Ministério da Cultura foi de 7.200, o que deve ter significado cerca de dez mil pessoas físicas ligadas à produção de cultura, em todo o país.

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Críticas

Outra crítica insistente era de que a lei não distinguia, entre as iniciativas culturais, aquelas que de fato precisavam de incentivo, podendo assim ser usada inclusive para grandes espetáculos de caráter nitidamente comercial. Finalmente, recriminava-se o fato de que a lei acolhia inclusive projetos culturais sem caráter público, como era o caso das edições de luxo de livros de arte, que as empresas gostam de oferecer como presente de fim de ano a seus fornecedores e clientes.

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Investimento da Lei Sarney

Lei Sarney durou apenas de 1986 a 1990, porém, prevê-se que o montante de recursos canalizados para o setor cultural tenha chegado à ordem de 110 milhões de dólares.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Usu%C3%A1rio(a):Pablo_Ortellado/Hist%C3%B3ria_das_pol%C3%ADticas_culturais_no_Brasil

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Em 1987, apenas 45 doadores se estimularam a usar os benefícios da Lei Sarney - sendo seis pessoas físicas. No ano passado, este número pouco cresceu: apenas 51, onze dos quais pessoas físicas. Entre empresas estatais, apenas cinco participações - Banestado S/A - Corretora de Seguros e Crédito Financiamentos e Investimentos, Copel, Mineropar (extinta agora) e Badep.

Investimentos - Projetos

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"Feliz ano velho“ - orçamento de US$ 1 milhão e 20% de participação da Embrafilme; "Dedé Mamata“- realizados integralmente com recursos obtidos junto à iniciativa privada através da Lei Sarney; "Batalha dos Guararapes" (1976) e a finalização de "Chico Rei", há dois anos, conseguiu administrar recursos de 31 empresas de capital privado (inclusive a Sul-América e Coca-Cola) para, em quotas de Cz$ 600 mil cada, dar condições a que, em menos de 10 meses, o filme fosse realizado.

Investimentos - Projetos

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Projeto de incentivo à leitura, o MEC em parceria com o Instituto Nacional do Livro, a Ripasa S.A. e a Fundação Roberto Marinho desenvolveram o projeto “Viagem da Leitura” - 1987 a 1988, executado sob o benefício da Lei Sarney, Lei nº. 7.505 de 2 de julho de 1986. O projeto teve por objetivo oportunizar aos alunos do Ensino Fundamental das escolas públicas brasileiras o acesso ao livro de literatura infantil. Para a concretização do projeto foram distribuídos 60 livros de literatura para cada biblioteca pública do país conveniada ao Instituto Nacional do Livro – INL, à Fundação coube participar apenas com a preparação pedagógica dos materiais.

Investimentos - Projetos

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Uma retrospectiva do melhor de Miran

Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de abril de 1987

Entre os aspectos mais estimulantes da Lei Sarney está a edição de livros de arte. Embora já há alguns anos a produção de brindes culturais - livros, discos, álbuns, etc. - venha aumentando junto as grandes empresas, agora, com as vantagens oferecidas pela Lei Sarney (desde que os projetos sejam executados através de instituições devidamente credenciadas junto ao Ministério da Cultura), o boom editorial deve aumentar.

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http://www.millarch.org/taxonomy_vtn/term/671983 http://www.millarch.org/artigo/38-projetos-estao-procura-de-mecenas http://www.millarch.org/artigo/dede-mamata-finalmente-um-filme-sem-embrafilme http://alb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais16/sem07pdf/sm07ss11_07.pdf http://culturadigital.br/politicaculturalcasaderuibarbosa/files/2010/09/03-ALYSSON-FELIPE-AMARAL.1.pdf http://www.centrocelsofurtado.org.br/arquivos/file/O%20economista%20e%20a%20cria%C3%A7%C3%A3o.pdf http://www.scielo.br/pdf/rae/v37n4/a05v37n4.pdf

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Outras referências

https://www.google.com.br/search?q=projetos+culturais+executados+com+recursos+da+lei+sarney&rlz=1C1NNVC_enBR499BR500&aq=f&oq=projetos+culturais+executados+com+recursos+da+lei+sarney&aqs=chrome.0.57.12470&sourceid=chrome&ie=UTF-8#q=projetos+culturais+executados+com+recursos+da+lei+sarney&hl=pt-BR&rlz=1C1NNVC_enBR499BR500&ei=Z0I7UbmtI4W68ASu74DIAw&start=60&sa=N&bav=on.2,or.r_qf.&bvm=bv.43287494,d.eWU&fp=f31cd58e681e19a8&biw=1024&bih=677

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