principios direito penal

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  • 8/2/2019 Principios Direito Penal

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    o MANUAL DE DIREITO PENAL GUILHERME DE SOUZA NUCCI so apresentadosapenas 12 princpios1. Constitucionais explcitos1.1. Legalidade ou Reserva legal1.2. Anterioridade

    1.3. Retroatividade da lei mais benfica1.4. Personalidade ou da responsabilidade pessoal1.5. Individualizao da pena1.6. Humanidade

    2. Constitucionais implcitos2.1. Interveno mnima (subsidiariedade2.2. Fragmentariedade2.3. Culpabilidade2.4. Taxatividade

    2.5. Proporcionalidade2.6 Vedao da dupla punio pelo mesmo fato

    Princpio causa primria, elemento predominante na constituio de um corpo orgnico.Princpio ARCH em grego aquilo que d origem a todas as outras coisas. Na Grciaantiga, no nascimento da filosofia, tivemos princpios fsicos (pr-socrticos) e depois princpiosmetafsicos com Plato e Aristteles. E isto determinou toda a histria da cultura ocidental.

    No campo Direito, apesar de a noo de princpio ser diferente destas noes da tradiofilosfica clssica, ela tambm sofre influncia a tradio Greco-clssica, medida que so

    noes genricas, universalizantes e abstratas, existentes no plano do conseno jurdico de certapoca e que por uma srie de fatores e conjunes histricas tm um certo valor determinantepara esta poca histrica.

    Princpio o mandamento nuclear de um sistema; a regra a partir da qual irradiam valoresque vo orientar o ordenamento jurdico; eles balizam a interpretao das normas penaisincriminadoras e no incriminadoras.

    Para entender a importncia dos PRINCPIOS no ordenamento jurdico brasileiro necessrio lero PONTO DE CONSTITUCIONAL SOBRE O CONSTITUCIONALISMO e o processo de positivao e

    constitucionalizao dos princpios.

    Aqui segue o fragmento da CF em que se encontram a maioria dos princpios penaisEXPLCITOS.

    XXXV - a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou

    ameaa a direito;

    XXXVI - a lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a

    coisa julgada;

    XXXVII - no haver juzo ou tribunal de exceo;

    XXXVIII - reconhecida a instituio do jri, com a organizao que lhe der a

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    lei, assegurados:

    a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votaes; c) a soberania dos

    veredictos; d) a competncia para o julgamento dos crimes dolosos contra a

    vida;

    XXXIX - no h crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prviacominao legal;

    XL - a lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru;

    XLI - a lei punir qualquer discriminao atentatria dos direitos e liberdades

    fundamentais;

    XLII - a prtica do racismo constitui crime inafianvel e imprescritvel,

    sujeito pena de recluso, nos termos da lei;

    XLIII - a lei considerar crimes inafianveis e insuscetveis de graa ouanistia a prtica da tortura , o trfico ilcito de entorpecentes e drogas

    afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo

    os mandantes, os executores e os que, podendo evit-los, se omitirem;

    XLIV - constitui crime inafianvel e imprescritvel a ao de grupos armados,

    civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrtico;

    XLV - nenhuma pena passar da pessoa do condenado, podendo a obrigao de

    reparar o dano e a decretao do perdimento de bens ser, nos termos da lei,

    estendidas aos sucessores e contra eles executadas, at o limite do valor do

    patrimnio transferido;

    XLVI - a lei regular a individualizao da pena e adotar, entre outras, as

    seguintes:

    a) privao ou restrio da liberdade;

    b) perda de bens;

    c) multa;

    d) prestao social alternativa;

    e) suspenso ou interdio de direitos;

    XLVII - no haver penas:

    a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;b) de carter perptuo;

    c) de trabalhos forados;

    d) de banimento;

    e) cruis;

    XLVIII - a pena ser cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a

    natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

    XLIX - assegurado aos presos o respeito integridade fsica e moral;

    L - s presidirias sero asseguradas condies para que possam permanecer comseus filhos durante o perodo de amamentao;

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    LI - nenhum brasileiro ser extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime

    comum, praticado antes da naturalizao, ou de comprovado envolvimento em

    trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

    LII - no ser concedida extradio de estrangeiro por crime poltico ou deopinio;

    LIII - ningum ser processado nem sentenciado seno pela autoridade

    competente;

    LIV - ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo

    legal;

    LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em

    geral so assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a

    ela inerentes;

    LVI - so inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos;

    LVII - ningum ser considerado culpado at o trnsito em julgado de sentena

    penal condenatria;

    LVIII - o civilmente identificado no ser submetido a identificao criminal,

    salvo nas hipteses previstas em lei;

    LIX - ser admitida ao privada nos crimes de ao pblica, se esta no for

    intentada no prazo legal;

    LX - a lei s poder restringir a publicidade dos atos processuais quando a

    defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

    LXI - ningum ser preso seno em flagrante delito ou por ordem escrita e

    fundamentada de autoridade judiciria competente, salvo nos casos de

    transgresso militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

    LXII - a priso de qualquer pessoa e o local onde se encontre sero comunicados

    imediatamente ao juiz competente e famlia do preso ou pessoa por ele

    indicada;

    LXIII - o preso ser informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer

    calado, sendo-lhe assegurada a assistncia da famlia e de advogado;

    LXIV - o preso tem direito identificao dos responsveis por sua priso ou

    por seu interrogatrio policial;

    LXV - a priso ilegal ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciria;

    LXVI - ningum ser levado priso ou nela mantido, quando a lei admitir a

    liberdade provisria, com ou sem fiana;

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    LXVII - no haver priso civil por dvida, salvo a do responsvel pelo

    inadimplemento voluntrio e inescusvel de obrigao alimentcia e a do

    depositrio infiel;

    Nas anotaes de aula foram identificados 25 princpios:

    1. PRINCPIO VETOR DO DP o Princpio da Dignidade da Pessoa Humana (PDPH).2. PRINCPIO DA INTRANSMISSIBILIDADE DA PENA3. PRINCPIO DA INDIVIDUALIZAO DA PENA4. PRINCPIO DA HUMANIDADE DAS PENAS5. PRINCPIO DA EXECUO DA PENA DE FORMA HUMANA E DIGNA6. PREVALNCIA DOS DIREITOS HUMANOS NAS RELAES INTERNACIONAIS.7. PRINCPIO DA INTERVENO MNIMA8. PRINCPIO DA FRAGMENTARIEDADE 9. PRINCPIO DA PROPORCIONALIDADE10. PRINCPIO DA CONFIANA11. PRINCPIO DA CULPABILIDADE12. PRINCPIO DA OFENSIVIDADE, LESIVIDADE13. PRINCPIO DA TAXATIVIDADE14. PRINCPIO DA VEDAO DA DUPLA PUNIO PELO MESMO FATO15. PRINCPIO DA LEGALIDADE.16. PRINCPIO DA RESERVA LEGAL (PRL).17. PRINCPIO DA ANTERIORIDADE18. ANALOGIA IN MALAM PARTEM19. PRINCPIO DA ADEQUAO SOCIAL20. PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA

    21. PRINCPIO DO INDUBIO PRO REO22. PRINCPIO DA INDIVIDUALIZAO DA PENA23. PRINCPIO DA MATERIALIZAO OU EXTERIORIZAO DO FATO24. PRINCPIO DA EXCLUSIVA PROTEO DE BENS JURDICOS

    PRINCPIOS EXPLCITOS1. O PRINCPIO VETOR DO DP o Princpio da Dignidade da Pessoa Humana(PDPH). Trata-se de um valor espiritual e moral inerente ao indivduo que lhe confere acapacidade de se autodeterminar em sociedade e de forma consciente e ostentanto um rol de

    direitos diante do estado. Visa garantir a liberdade do indivduo frente ao Estado legislador, Olegislador de tipos penais sempre deve ter em emnte o PDPH. Este o princpio fundante daConstituio Federal. O Nucci no aceita este PDPH como Princpio de DP, mas apenas comofundamento constitucional.

    2. PRINCPIO DA INTRANSMISSIBILIDADE DA PENA ou da pessoalidade da pena. Apena no se transmite aos herdeiros. No caso da multa, sano penal, ela tambm no transferia aos herdeiros. diferente da sentena penal condenatria que executada no cvelpode alcanar os herdeiros no limite da fora da herana.

    3. PRINCPIO DA INDIVIDUALIZAO DA PENA A pena no pode ser padronizada.A cada delinquente cabe a exata medida punitiva pelo que fez. No se pode igualar os desiguais.

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    determina a estrita correspondncia entre a ao do agente e a represso do Estado que se dem trs etapas : 1. a edio do tipo penal, com patamares mnimo/mximo fixadospreviamente; 2. Fixao da sentena atravs do processo trifsico (pena base/circunstnciasjudiciais, agravantes/atenuantes, aumento/diminuio de pena). A individualizao da pena nose faz apenas na sentena, mas tambm no bojo do processo penal. Com a Lei de Tortura se

    passou a prever o regime INICIAL fechado, que no era possvel pela lei de crimes hediondos,pois a lei dos crimes hediondos previa, sempre o cumprimento fechado da pena para todos osrus. A advocacia insitia que isto era inconstitucional porque feria o princpio da individualizaoda pena.

    A progresso do regime faceta da individualizao da pena. Com a Lei de Tortura que prev oregime INICIAL fechado se passou a dar o mesmo tratamento aos crimes equiparados ao crimede tortura. E portanto, com os crimes hediondos, hoje possvel falar de regime INICIALfechado.

    CDIGO:XLVI - a lei regular a individualizao da pena e adotar, entre outras,as seguintes:

    a) privao ou restrio da liberdade;

    b) perda de bens;

    c) multa;

    d) prestao social alternativa;

    e) suspenso ou interdio de direitos;

    4. PRINCPIO DA HUMANIDADE DAS PENAS as penas abaixo no podem seraplicadas. A pena de morte s poder ser aplicada por decreto

    CDIGO:XLVII - no haver penas:

    a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

    b) de carter perptuo;

    c) de trabalhos forados;

    d) de banimento;

    e) cruis

    5. PRINCPIO DA EXECUO DA PENA DE FORMA HUMANA E DIGNA LEP. Asseguraque o condenado tenha restringido apenas os direitos constantes da sentena penal

    condenatria. E portanto, a manuteno de outros direitos, como por exemplo o vnculo com afamlia.

    CDIGO:XLVIII - a pena ser cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo

    com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

    XLIX - assegurado aos presos o respeito integridade fsica e moral;

    L - s presidirias sero asseguradas condies para que possam permanecer com

    seus filhos durante o perodo de amamentao

    ;

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    6. PREVALNCIA DOS DIREITOS HUMANOS NAS RELAES INTERNACIONAIS.Sem anotaes.

    PRINCPIOS IMPLCITOS

    7 e 8. PRINCPIO DA INTERVENO MNIMA E DA FRAGMENTARIEDADE Estes doisprincpios andam lado a lado. O primeiro indica que apenas os bens mais importante seroprotegidos pelo DP. O segundo indica que o DP deve ser a ultima ratio, o ltimo recurso a serutilizado, pois tolhe a liberdade do cidado. Se os demais ramos do direito no se importamcom certos fenmenos, o DP menos ainda, Se a Fazenda Pblica no quer cobrar valoresinferiores a R$10.000,00 porque o DP se importar com isto?Alm disto, em certos ramos do direito (administrativo e tributrio, por exemplo) h puniesque so muito temidas: o motorista que tem medo de ver sua CNH suspensa; as multas dodireito tributrio. O direito penal subsidirio. Quando fracassam os outros ramos do direito oDP entra em ao. Para o NUCCI Princpio da Interveno mnima sinnimo de Princpio dasubsidiariedade.

    O princpio da fragmentariedade indica que nem todas as leses a bens jurdicos protegidosdevem ser tuteladas e punidas pelo direito penal. Apenas alguns bens jurdicos devem serpenalmente tutelados, apenas uma parte, apenas alguns FRAGMENTOS, apenas os maisgraves.

    9. PRINCPIO DA PROPORCIONALIDADE a edio de tipos penais deve ser justificada.Se o nus da edio do tipo penal for maior que a criminalizao de determinada conduta, oprincpio da proporcionalidade estar ferido. A sano deve ser proporcional condutaincriminada, O juiz ao fixar a pena em concreto, deve se orientar pelo princpio daproporcionalidade, para se tentar alcanar uma pena justa.

    O princpio da proporcionalidade e o princpio da individualizao da pena tm muita relevnciana esfera federal.No caso do art 183 da lei de radiodifuso havia a fixao invarivel de dias multa = 500 diasmulta. Isto fere o princpio da proporcionalidade e individualizao da pena. H juzes queentendem que a aplicao do preceito secundrio inconstitucional. E neste caso o juiz seutiliza do CP e da variao de 10 a 360 dias/multa + o processo trifsico para a aplicao damulta proporcionalmente ao crime cometido pleo agente.

    10. PRINCPIO DA CONFIANA ainda sem fora na doutrina brasileira.Aquele que desempenha determinada conduta com base na expectativa de conduta por partedo interlocutor de acordo com seu papel social. O interlocutor vai seguir seu papel social, e as

    regras de conduta inerentes ao seu papel social e por causa disto o agente no comete fatotpico. Exemplo do cirurgio, acompanhado do anestesiologista. Este por sua vez ao realizar oprocedimento de anestesia realiza um procedimento letal. O cirurgio no comete fato tpicoporque ele esperava do anestesiologista (seu interlocutor) o cumprimento correto de seu papelsocial.

    11. PRINCPIO DA CULPABILIDADE. O legislador punir se o agente puder agir de outromodo. Pois o DP no pune condutas inevitveis. Situaes inevitveis no so punveis. Nestehorizonte h a discusso sobre o 168 do CP apropriao indbita de contribuies sociaisprevidencirias a empresa no tinha como pagar as contribuies pois precisa pagar osfuncionrios barreiras e dificuldades financeiras intransponveis. necessrio considerar a

    culpabilidade do agente na dosimetria da pena. Elementos da culpabilidade: imputabilidade,potencial conscincia da ilicitude, inexigibilidade de conduta diversa.

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    A responsabilidade no DP subjetiva deve haver DOLO OU CULPA nullun crimen sine culpa.A regra para a fundamentao e legitimao da punio o DOLO DO AGENTE.

    Apenas em hipteses extremadas, devidamente previstas em lei, pode-se adotar a

    responsabilidade objetiva penal, fundada em ato voluntrio do agente, mas sem que, nomomento da prtica criminosa estejam presentes o dolo ou a culpa, tal como ocorre com aembriaguez voluntria.

    12. PRINCPIO DA OFENSIVIDADE, LESIVIDADE s h crime se a conduta expuseraperigo de leso o bem jurdico penalmente tutelado. Se a conduta no provoca dano, no hperturbao da paz social. Portanto o ordenamento jurdico penal moderno deve exigir perigoconcreto por fora da conduta. Sem se afetar um bem jurdico no h porque criminalizar aconduta. No DP Moderno no h lugar para o crme de perigo abstrato. Este princpio daofensividade vem ao lado dos princpios da interveno mnima e da fragmentarieade. Um

    entendimento diverso implicaria um DP muito intervencionista. A jurisprudncia no tem aceitoeste princpio.

    Ex. A jurisprudncia no exige que a rdio clandestina tenha interferido em servios pblicos.S o fato de estar funcionando j se faz presumir o perigo desta conduta (TRF3 e STJ noaceitam o princpio da lesividade para afastar os tipos penais de perigo abstrato).

    13. PRINCPIO DA TAXATIVIDADE As condutas tpicas, merecedoras de punio devemser claras e bem elaboradas. Os tipos penais no podem ser dbios e repletos de termosvalorativos pois isto poderia dar ensejo ao abuso do Estado. Princpio dirigido ao legislador.

    14. PRINCPIO DA VEDAO DA DUPLA PUNIO PELO MESMO FATO = ne bis inidem = sentido duplo = ningum deve ser processado duas vezes pelo mesmo fato e ningumdeve ser punido duas vezes pela prtica da mesma infrao Conveno Americana sobreDDHH. Se no h possibilidade de processar novamente quem j foi ABSOLVIDO, ainda quesurjam novas provas, lgico que no se admite que o agente seja punido outra vez pelomesmo delito Ver o filme RISCO DUPLO.

    15. PRINCPIO DA LEGALIDADE.16. PRINCPIO DA RESERVA LEGAL (PRL).17. PRINCPIO DA ANTERIORIDADE. So trs princpios diferentes,

    LEGALIDADE consagra a liberdade do cidado. Art 5 - II - ningum ser obrigado a fazerou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei. A regra a liberdade do cidado.Estatuto mnimo de direitos frente ao estado legislador.

    P. da LEGALIDADE mais amplo que o P. da RESERVA LEGAL. O PRL subprincpio decorrentedo P. da Legalidade. O P. da LEGALIDADE bifurca-se em PRL e P. da ANTERIORIDADE.

    CDIGO:RESERVA LEGAL

    XXXIX - no h crime sem lei ... que o defina, nem pena sem ... cominao

    legal;

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    RESERVA LEGAL + ANTERIORIDADE

    XXXIX - no h crime sem lei ANTERIOR que o defina, nem pena sem PRVIA

    cominao legal

    ;

    O ART 5, II atravessa todos os ramos do direito (Art 5 - II - ningum ser obrigado a fazerou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei). E se desdobra no inciso XXXIX. Osprincpios da reserva legal e da anterioridade esto dentro do inciso XXXIX.

    O agente s ser punido se sua conduta tiver correspondncia com o modelo penalincriminador. necessrio que sua conduta esteja adequada ao modelo legal. As normasincriminadoras so garantias da liberdade do cidado. Porque a liberdade s ser ,itigada,apenas diante destes modelos legais incriminadores.

    PRL tem menor abrangncia que o Princpio da Legalidade. Mas tem maior densidade e contudo regra de competncia. O Estado s pode criar tipos e cominar penas atravs de leis ordinrias.O crime veiculado atravs de leis ordinrias. H tipos penais criados por decreto-lei qu eforamrecepcionados pela CF e so considerados materialmente e formalmente LEIS ORDINRIAS.

    CRIMES atravs de MP questo controvertida, mas menos acalorada, pois o artigo 62 CFvedou a edio de MP para tratar de questes de DP. Mas a MP poderia veicular norma queviesse a beneficiar o acusado? Posio 1: a vedao para matria penal e portanto no pode.Posio 2: Capez - a MP pode versar norma em benefcio do ri. No h vcio de iniciativa.

    O PRL dirigido ao estado legislador. regra limitadora do estado juiz. O juiz s pode aplicarestes tipos penais e no pode fazer as vezes do legislador. Estas duas smulas que seguem,surgiram porque alguns juzes no consideravam o art 33 sobre o cumprimento de pena.

    CDIGO:Recluso e deteno

    Art. 33 - A pena de recluso deve ser cumprida em regime fechado, semi-

    aberto ou aberto.

    A de deteno, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de

    transferncia a regime fechado.

    1 - Considera-se:a) regime fechado a execuo da pena em estabelecimento de segurana

    mxima ou mdia;

    b) regime semi-aberto a execuo da pena em colnia agrcola,

    industrial ou estabelecimento similar;

    c) regime aberto a execuo da pena em casa de albergado ou

    estabelecimento adequado.

    2 - As penas privativas de liberdade devero ser executadas em forma

    progressiva, segundo o mrito do condenado, observados os seguintes

    critrios e ressalvadas as hipteses de transferncia a regime mais rigoroso:

    a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos dever comear a cumpri-

    la em regime fechado;b) o condenado no reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro)

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    anos e no exceda a 8 (oito), poder, desde o princpio, cumpri-la em regime

    semi-aberto;

    c) o condenado no reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4

    (quatro) anos, poder, desde o incio, cumpri-la em regime aberto.

    3 - A determinao do regime inicial de cumprimento da pena far-se-

    com observncia dos critrios previstos no art. 59 deste Cdigo. 4o O condenado por crime contra a administrao pblica ter a

    progresso de regime do cumprimento da pena condicionada reparao do dano

    que causou, ou devoluo do produto do ilcito praticado, com os acrscimos

    legais.

    STF - SMULA 718 - A opinio do julgador sobre a gravidade em abstrato

    do crime no constitui motivao idnea para a imposio de regime mais severo

    do que o permitido segundo a pena aplicada.

    STF - SMULA 719 - A imposio do regime de cumprimento mais severo do que a

    pena aplicada permitir exige motivao idnea.

    Ex. roubo tentado pena 3 a 4 anos de recluso; o juiz diz: GRAVE; regime fechado

    -> NO PODE. Pois o art 33 prev o regime aberto at 4 anos inclusive. O juiz no pode fixar

    pena de 3 anos efixar o regime fechado.

    O PRL tambm no permite a ANALOGIA IN MALAM PARTEM. A ANALOGIA IN BONAM PARTEM

    admitida pacificamente com normas no incriminadoras.

    18. A ANALOGIA IN BONAM PARTEM tem sido admitida pela jurisprudncia com normas

    incriminadoras.

    Francisco de Assis Toledo exige a LEX CERTA: no basta que o crime seja veiculado por Lei

    Ordinria; no basta a vedao do emprego da analogia in malam partem; no basta a

    exigncia de lei prvia; necessrio que a lei seja detalhada, descritiva, eu tra detalhadamente

    todos os elementos da conduta discriminadora; no cabem tipos penais abrangentes, pois o

    cidado deve saber precisamente o que ou o que no crime.

    Vicente Cernichiaro O crime no meramente uma ao. O crime um aao determinada

    pela lei. Especificada em mincias pela lei.

    Como compatibilizar TIPOS ABERTOS e NORMAS PENAIS EM BRANCO?

    TIPOS ABERTOS = so por excelncia os crimes culposos. O tipo culposo no viola a lex certa,nem o PRL porque o legislador no tem como prever todas as situaes possveis da condutaculposa. Isto se d por absoluta impossibilidade ftica. O juiz definir os parmetros da culpa.

    H tipos dolosos abertos?? A doutrina exige que os tipos dolosos sejam descritos

    detalhadamente. A jurisprudncia aadmite a descrio de tipos dolosos de forma aerta desqueenvolva uma conduta em que tambm no houve uma descrio detalhada por absoluta

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    impossibilidade ftica Ex. Lei 7492, art 4 - crimes contra o sistema financeiro gerirfraudulentamente instituio financeira 3 a 12 anos+multa. Se a gesto temerria 2 a 8anos+multa. O QUE GESTO TEMERRIA??? No h descrio do que exatamente gestotemerria.

    A Advocacia reagiu dizendo que o tipo aberto doloso inconstitucional./ a jurisprudnciaafirmou que o tipo aberto doloso possvel por absoluta impossibilidade ftica de detalhamento

    NORMAS PENAIS EM BRANCO Nas normas penais em branco o preceito primrio indeterminado. E pode ser complementado por norma de mesma hierarquia (Cdigo Penal eCdigo Civil impedimentos para o casamento). Neste caso se tem a norma penal em brancoem sentido amplo (ou homognea ou imprpria).Quando o preceito primrio complementado por norma de hierarquia diferente, ele recebe adenominao de norma penal em branco em sentido estrito ou heterognea ou prpria. Nestesdois casos no h nenhuma inconstitucionalidade porque o detalhamento do fato tpico feito

    pelo ordenamento jurdico ainda que todos os seus efeitos no defluam do preceito primrio.

    O PRL precisa ter um contedo material. Seus apsectos formais e prvios devem recair sobrebens jurdicos de relevncia e importantes para a sociedade. O DP deve ser veiculado atravs deuma viso que justifique e legitime a norma penal incriminadora. Este contedo material trazmais DOIS PRINCPIOS: O PRINCPIO DA ADEQUAO SOCIAL E O PRINCPIO DAINSIGNIFICNCIA.

    19. PRINCPIO DA ADEQUAO SOCIAL - Welzel jurisprudencialmente, no tem tanta

    fora quanto o Princpio da Insignificncia. Apenas condutas humanas que produzem um dano sociedade devem estar embutidas em leis penais incriminadoras. O legislador escolhe ascondutas mais danosas vida social. Excluindo-se as condutas socialmente aceitas (atpicas).

    Atualmente algumas causas de justificao esto sendo questionadas como excludentes deantijuridicidade. Para alguns autores o Estrito cumprimento do dever legal e Exerccio regular dodireito no so excludentes de antijuridicidade, pois afetam a prpria tipicidade.

    Segundo o Princpio da adequao social certas condutas so toleradas socialmete. H umabalo, h um dano, mas numa escala to pequena, to insignificante que se torna irrelevante. O

    DP no deve se ocupar de bagatelas, de condutas de escassa lesividade. O princpio daadequao social causa supralegal de excluso da tipicidade.CP 334 + Informativo 345 STJ.

    20. PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA - Tem muita relevncia na esfera federal quando secuida do crime de descaminho e contrabando. A insignificncia auferida em funo davalorao das mercadorias descaminhadas. Este princpio se ope s condutas de escassalesividade. Gera atipicidade da conduta. Restringe o mbito de incidncia do tipo penalincriminador. Pauta-se na regra de que a incidncia penal pressupe uma leso mnima ao bem

    tutelado. Caso contrrio no haver fato tpico. H CONTROVRSIAS SOBRE A AFERIO DOVALOR INSIGNIFICANTE.

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    Posio 1 Fato atpicoPosio 2 Folha de antecedentes impede o reconhecimento do princpio da insignificnciaPosio 3 Fato Tpico, mas a conduta, por sua irrelevncia social pode deixar de serantijurdica Francisco Dirceu Barros. Para este autor devem ser considerados o dano causado vtima e as caractersticas do sujeito ativo. Caso 1: Algum furta de um grande supermercado

    mercadoria no valor de R$ 36,00. Caso 2. Algum furta um aviva pobre, o valor de R$ 6,00(1kg feijo, arroz e sal para alimentar seus 4 filhos). O promotor no denunciou o furto deR$36,00, afinal o supermercado j estava sendo processado por sonegao de R$5.000.000,00.O prejuzo do supermercado foi nfimo. No entanto, no caso 2, a viva ficou profundamenteprejudicada.

    CDIGO:CP Art. 334 - Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo

    ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela sada

    ou pelo consumo de mercadoria:

    Pena - recluso, de um a quatro anos.

    1 - Incorre na mesma pena quem:

    a) pratica navegao de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei

    b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou

    descaminho;

    c) vende, expe venda, mantm em depsito ou, de qualquer forma,

    utiliza em proveito prprio ou alheio, no exerccio de atividade comercial ou

    industrial, mercadoria de procedncia estrangeira que introduziu

    clandestinamente no Pas ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto

    de introduo clandestina no territrio nacional ou de importao fraudulenta

    por parte de outrem;

    d) adquire, recebe ou oculta, em proveito prprio ou alheio, no

    exerccio de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedncia

    estrangeira, desacompanhada de documentao legal, ou acompanhada de documentos

    que sabe serem falsos.

    2 - Equipara-se s atividades comerciais, para os efeitos deste

    artigo, qualquer forma de comrcio irregular ou clandestino de mercadorias

    estrangeiras, inclusive o exercido em residncias.

    3 - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou

    descaminho praticado em transporte areo.

    Informativo 345 STJ

    CDIGO:

    DESCAMINHO. CONTRABANDO. PRINCPIO. INSIGNIFICNCIA.

    O paciente est sendo investigado pelo cometimento, em tese, do crime de

    contrabando ou descaminho (art. 334 do CP). Mas a Turma denegou a ordem ao

    argumento de que o princpio da insignificncia invocado pela defesa no se

    aplica ao presente caso. Para a Min. Relatora, o valor de referncia utilizado

    pela Fazenda Pblica quanto aos dbitos inscritos em dvida ativa da Unio so

    cem reais, conforme o art. 18, 1, da Lei n. 10.522/2002 e corresponde ao

    valor mximo de que o errio est disposto a abrir mo por meio do

    cancelamento. E, em seu art. 20, diz que, acima de cem reais at o limite de

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    dez mil reais, sero arquivados, sem baixa na distribuio, mediante

    requerimento do procurador da Fazenda Nacional, os autos das execues fiscais,

    porm com a ressalva do pargrafo primeiro de que os autos de execuo a que se

    refere o artigo sero reativados quando os valores dos dbitos ultrapassarem os

    limites indicados. O mencionado arquivamento no implica renncia fiscal, mas,

    to-somente, denota a poltica quanto prioridade para efeito de cobranaimediata conferida aos montantes mais elevados. Logo, considerando-se que a

    lesividade da conduta no crime de descaminho deve ser aferida com base no valor

    do tributo incidente sobre as mercadorias apreendidas e que os montantes

    inicialmente apurados excedem em muito o valor de cem reais, no h que se

    falar em aplicao do princpio da insignificncia. Entendeu a Min. Relatora

    que o trancamento do inqurito policial pela via do habeas corpus representa

    medida excepcional, admissvel to-somente quando evidenciada, de pronto, a

    atipicidade dos fatos investigados ou a impossibilidade de a autoria ser

    imputada ao indiciado, sendo que nenhuma dessas circunstncias foi efetivamente

    demonstrada pela defesa. Precedente citado: HC 41.700-RS, DJ 20/6/2005. HC

    66.308-SP, Rel. Min. Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ-MG), julgado em21/2/2008.

    STF e Johonson DI Savio a insignificncia com base no valor da mercadoriadescaminhada e com base em laudo de avaliao independentemente da habitualidadecriminosa do sujeito. Dano de pequena monta.STJ insignificncia s pode er desconhecida no caso do 334 CP se o sujeito no ostentar umafolha de antecedentes farta, se ele for primrio.

    Ministra Jane Silva STJ R$ 100,00Johonson Di Salvo TRF3 - R$ 10.000,00

    Lei 10522/2002 valores maiores de R$ 100,00 no so insignificantes. Valores entre R$100 e10.000 -> arquivamento at que se alcance os R$10.000. No se trata de renncia, massomente denota a poltic aquanto a prioridade da cobrana imediata dos valoers maisconsiderados. No se deve falar de princpio da insignificncia. ESTE ENTENDIMENTO NO OQUE PREVALECE.

    21. PRINCPIO DO INDUBIO PRO REO Para Zafaroni o IN DUBIO PRO REO tambm princpio de DP. Para a maioria dos autores trata-se de princpio processual penal.

    NO DPP o IN DUBIO PRO REO princpio de valorao da prova.NO DP o IN DUBIO PRO REO determina que o interprete assuma a interpretao mais restritivade punibilidade desde que essa interpretetao no seja veda pela interpretao sistemtica doordenamento jurdico como um todo.

    22. PRINCPIO DA INDIVIDUALIZAO DA PENA no apenas dosar a pena, Tambmversa dobre a progresso de regime STJ 347

    CDIGO:CRIME HEDIONDO. PROGRESSO.

    Discute-se se ao paciente condenado por crime hediondo cometido antes da Lei n.11.464/2007 deve ser aplicada a progresso de regime de acordo com o art. 112

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    da Lei de Execuo Penal (1/6 do cumprimento da pena). Observou a Min. Relatora

    que, antes mesmo da edio da Lei n. 11.464/2007, o STF entendeu ser possvel a

    progresso de regime nos crimes hediondos porque sua impossibilidade feriria o

    princpio da individualizao das penas, o qual compreende os regimes de seu

    cumprimento. A deciso do STF no s alcanou o caso examinado, mas todas as

    penas ainda em execuo. Explica, ainda, que a Lei n. 11.464/2007 adaptou a Leidos Crimes Hediondos deciso do STF, mas tambm criou novos parmetros

    progresso de regime. Entretanto esses novos limites no alcanam os crimes

    cometidos anteriormente citada lei, que esto sob a regncia dos limites

    determinados na lei antiga; de outra forma, seria ferir o preceito

    constitucional que determina a irretroatividade da norma mais gravosa aos

    delitos cometidos anteriormente sua vigncia. Com esses esclarecimentos, a

    Turma concedeu a ordem. Precedente citado: HC 90.378-MS, DJ 17/12/2007. HC

    93.718-MS, Rel. Min. Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ-MG), julgado em

    4/3/2008.

    possvel a progresso de regime em matria de crimes hediondos (11464/07) a

    partir desta lei. A lei introduziu no ordenamento jurdico o que j eraentendimento no pleno do STF. Mas houve a instituio de requisitos especficos

    mais rigorosos que a LEP. Portanto a lei 11464/07 no retroage para atingir os

    crimes cometidos antes de sua publicao, pois lei nova mais gravosa. Vale

    ento a regra anterior da LEP.

    AULAS ANOTADAS DO CURSO LFG.

    PRINCPIOS RELACIONADOS COM A MISSO FUNDAMENTAL DO DP.

    23. PRINCPIO DA EXCLUSIVA PROTEO DE BENS JURDICOS O DP para ser utilizado de

    forma legtima deve limitar sua misso proteo de bens jurdicos mais relevantes para ohomem.

    - PRINCPIO DA INTERVENO MNIMA - O DP est legitimado a agir quando houver o fracasso

    dos demais ramos do Direito acrescido da relevante leso ou perigo de leso ao bem jurdico

    tutelado. (Para o Prof. o Princpio da Interveno Mnima tem DUAS CARACTERSTICAS: a

    SUBSIDIARIEDADE e a FRAGMENTARIEDADE. A Profa. Janaina apresentou estas duas

    caractersticas como sendo dois outros princpios autnomos). O Nucci apresenta o princpio da

    Interveno Mnima como sinnimo de subsidiariedade e distinto do princpio da

    fragmentariedade.

    Para o Prof. se deve entender SUBSIDIARIEDADE e FRAGMENTARIEDADE como duas

    caractersticas distintas do mesmo princpio da Interveno mnima:

    SUBSIDIARIEDADE - O DP intervm em ABSTRATO somente quando ineficazes os demais ramos

    do direito (ultima ratio)

    FRAGMENTARIEDADE - O DP intervm em CONCRETO somente quando houver relevante leso

    ou perigo de leso do bem jurdico tutelado. O princpio da insignificncia nasce da

    fragmentariedade.

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    (O caso do ADULTRIO: foi descriminalizado em funo do princpio da interveno mnima)

    O Princpio da Interveno Mnima orienta o DP positivamente, no sentido de onde e quando ele

    deve agir. O Princpio da Interveno Mnima orienta o DP negativamente, no sentido de onde e

    quando ele no deve agir.

    O Direito Penal est legitimado a agir quando houver o fracasso dos demais ramos do direito

    acrescido da relevante leso ou pergio de leso ao em jurdico tutelado,

    O PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA O STF analisa a insignificncia a partir da realidade

    econmica do pas (Ministro Carlos Brito). Esta explicao no est muito de acordo com a outra

    explicao acima apresentada.

    No STJ h duas posies quanto aplicao do Princpio da Insgnificncia para o REINCIDENTE.

    E no d para saber qual deve prevalecer: 1. No se aplica ao criminoso habitual. 2. Aplica-seindependentemente do requisito subjetivo do agente.

    PRINCPIOS RELACIONADOS COM O FATO DO AGENTE

    24. PRINCPIO DA MATERIALIZAO OU EXTERIORIZAO DO FATO O Estado spode incriminar penalmente condutas humanas voluntrias (FATOS).

    Ningum pode ser punido por FATO que a lei... (CP art 2) No se pune a pessoa pelo que elapensa, nem pelo que ela (Direito Penal do Autor), Pune-se apenas a pessoa pelo fato que elapratica (Direito Penal do Fato Brasil).Na Lei das Contravenes Penais, o art 59 DIREITO PENAL DO AUTOR. Colide com o prinipioda exteriorizao e no foi recepcionado pela CF 88.

    PRINCPIO DA OFENSIVIDADE Para que ocorra a infrao penal imprescindvel efetivaleso ou perigo de leso ao bem jurdico tutelado.

    E os crimes de perigo abstrato. O perigo abstrato no precisa ser comprovado, pois absolutamente presumido por lei. O perigo concreto precis aser comprovado e pode serdeterminado (contra algum) ou indeterminado (sem vtima certa).Os crimes de perigo abstrato ferem o princpio da lesividade e o princpio da ampla defesa(porque so absolutamente presumidos pela lei). O STF est discutindo esta questo do perigoabstrato e concreto ao tratar do porte armas MUNICIADAS OU DESMUNICIADAS.

    Se a arma NO est municiada. E no pode ser municiada = perigo abstrato.Se a arma est municiada ou pode ser municiada = perigo concreto.

    Segundo o Prof. para o STF no h crimes de perigo abstrato. O MP quer que todas assituaes sejam consideradas perigo concreto.

    TODAVIA NO BEM ISTO QUE EST NO INFORMATIVO 497 DO STF que segue abaixo:

    http://pontosdompf.forumeiros.com/u1
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    CDIGO:A Turma iniciou julgamento de habeas corpus em que a Defensoria Pblica

    da Unio sustenta que o simples porte de munio sem autorizao legal no

    representaria ofensa ao bem jurdico protegido pela Lei 10.826/2003, qual seja,a paz social. O Min. Joaquim Barbosa, relator, indeferiu o writ, no que foi

    acompanhado pelo Min. Eros Grau. Ressaltando que a inteno do legislador fora

    de tornar mais rigorosa a represso aos delitos relativos s armas de fogo,

    considerou que o crime de porte de munio seria de perigo abstrato e no

    feriria as normas constitucionais nem padeceria de vcios de tipicidade.

    Enfatizou que a aludida norma tem por objetivo a proteo da incolumidade

    pblica, sendo dever do Estado garantir aos cidados os direitos fundamentais

    relativos segurana pblica. Ademais, asseverou que, no caso, o paciente

    tambm fora condenado, em concurso material, pela prtica do crime de

    receptao, no sendo o porte de munio um fato isolado. Assim, tendo em conta

    essas particularidades, concluiu no sentido da tipicidade material da conduta,aduzindo que, para se afirmar o contrrio, seria exigvel o revolvimento das

    provas dos autos, incabvel na via eleita. Aps, o julgamento foi suspenso em

    virtude do pedido de vista do Min. Cezar Peluso.

    HC 92533/RS, rel. Min. Joaquim Barbosa, 4.3.2008. (HC-92533)

    Reunindo as anotaes de aula e o livro do NUCCI, foram apresentados 24 princpios.1. PRINCPIO VETOR DO DP o Princpio da Dignidade da Pessoa Humana (PDPH).2. P. DA INTRANSMISSIBILIDADE DA PENA3. P. DA INDIVIDUALIZAO DA PENA4. P. DA HUMANIDADE DAS PENAS5. P. DA EXECUO DA PENA DE FORMA HUMANA E DIGNA6. PREVALNCIA DOS DIREITOS HUMANOS NAS RELAES INTERNACIONAIS.7. P. DA INTERVENO MNIMA8. P. DA FRAGMENTARIEDADE 9. P. DA PROPORCIONALIDADE10. P. DA INSIGNIFICNCIA11. P. DA CULPABILIDADE12. P. DA OFENSIVIDADE, LESIVIDADE13. P. DA TAXATIVIDADE14. P. DA VEDAO DA DUPLA PUNIO PELO MESMO FATO

    15. P. DA LEGALIDADE.16. P. DA RESERVA LEGAL (PRL).17. P. DA ANTERIORIDADE18. ANALOGIA IN MALAM PARTEM19. P. DA ADEQUAO SOCIAL20. P. DA INSIGNIFICNCIA21. P. DO INDUBIO PRO REO22. P. DA INDIVIDUALIZAO DA PENA23. P. DA MATERIALIZAO OU EXTERIORIZAO DO FATO24. P. DA EXCLUSIVA PROTEO DE BENS JURDICOS

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    Mas no livro de FRANCISCO DIRCEU BARROS h 42 princpios, todos enumerados logo abaixo.Creio que a lista cresceu muito pois ele introduziu princpios do Processo Penal. enumeraoque segue eu acrescentei notas apenas queles princpios que no foram apresentados nassees anteriores.

    1. Proibio da analogia in malam partem

    2. Irretroatividade da lei penal mais severa

    3. Fragmentariedade

    4. Interveno mnima

    5. Lesividade

    6. Insignificncia

    7. Culpabilidade

    8. Humanidade

    9. Proporcionalidade

    10. Estado de inocncia - LVII - ningum ser considerado culpado at o trnsito em julgadode sentena penal condenatria. No existe no Brasil a culpa presumida. A pena s pode ser

    executada aps transitar em julgado. Quando a condenao se torna irrecorrvel.Princpio do Estado de inocncia x direito de recorrer em liberdade. CPP 594: o ru no poderapelar sem recolher-se priso, ou prestar fiana, salvo se for primrio e de bons antecedentes,assim reconhecidos na sentena condenatria, ou condenado por crime de que se livre solto.Para Francisco Dirceu Barros este artigo no est revogado. STJ n9 A exigncia da prisoprovisria, para apelar, no ofende a garantia constitucional da presuno de inocncia.

    11. Igualdade - Todos so iguais perante a lei CF art 5 caput. Portanto o delinquente nopode ser discriminado em razo de cor, sexo, religio raa, procedncia, etnia...

    12. Ne bis in idem

    13. Adequao social

    14. Oficialidade - ocorrendo uma infrao penal, incumbncia do Estado agir, atravs dorgo do MP. No tem vigncia para a ao penal privada (Meu comentrio: parece mais umprincpio de DPP do que de DP)

    15. Indisponibilidade O MP no pode desistir da Ao Penal ( no tem vigncia para a openal privada). Mas h excees: 1. art 89 da lei 9099/95 institui a suspenso condicional do

    processo para as infraes de pequeno e mdio potencial ofensivo, posto que o MP, obedecidoscertos requisitos e pressupostos, passou a dispor da ao penal. 2. art 37, IV da lei 10409/2002

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    : recebidos os autos do inqurito em juzo, dar-se- vista ao MP para no prazo de 10 dias adotaruma das seguintes providncias IV deixar justificadamente, de propor ao penal contra osagentes ou partcipes de delitos. - esta lei dispe sobre a preveno, o tratamento, afiscalizao, controle e a represso produo, ao uso e ao trfico ilcito de produtos,substncias ou drogas iltcas que causem dependncia fsica ou psquica. 3. Na mesma lei, no

    art 32 3 h mais um aexceo ao princpio da indisponibilidade: se o oferecimento dadenncia tiver sido anterior revelao, eficas, dos demais integrantes da quadrilha, grupo,organizao ou bando, ou da localizao do produto, substncia ou droga ilcita, o juiz, porproposta do representante do MP, ao profesrir a sentena poder deixar de aplicar a pena, oureduzi-la de 1/6 a 2/3 justificando sua deciso.

    16. Obrigatoriedade dever do MP a propositura da ao penal, verificadas as condies daao e os pressupostos processuais que legitimem sua atuao. A lei 9099/95 criou o institutoda transao penal e mitigou o princpio da obrigatoriedade, pois o MP pode deixar de oferecer adenncia em razo da transao penal. O autor chama isto de PRINCPIO DA OPORTUNIDADE

    REGRADA, pois como no caso comentada, ainda existe a possibilidade jurdica de o MP noslimites previstos em lei, dispor da ao penal.

    17. Indivisibilidade - a ao penal deve ser proposta contra todos aqueles que concorrempara a infrao. H exceo quando entre algum ou alguns dos querelados ou algum ou algunsdos querelantes houver a composio civil. Havendo a composio civil com um dos querelados,por exemplo, a ao penal continuar contra os outros querelados que no se compuseram naesfera civil. A exceo ocorre apenas na ao penal privada.

    18. Intranscendncia

    O mandado de execuo das penas impostas a TIRADENTES: Justia que a RainhaNossa Senhora manda fazer a este infame Ru Joaquim Jos da Silva Xavier pelo horrorosocrime de rebelio e alta traio de que se constituiu chefe e cabea na capitania de MinasGeraes, com a mais escandalosa temeridade contra a Real Soberania, e suprema autoridade damesma Senhora que Deus guarde. Manda que com brao e prego seja levado pelas ruaspblicas desta cidade ao lugar da FORCA, e nella morra morte natural para sempre e queseparada a cabea do corpo seja levada a Villa Rica, donde ser conserva em poste alto junto aolugar de sua habitao, at que o tempo a consuma; que o corpo seja dividido em quatro, epregados em iguaes postes pela estrada de Minas nos lugares mais pblicos, principalmente noda Varginha, e Sebolas; que a CASA DE SUA HABITAO SEJA ARRAZADA E SALGADA, e nomeio de suas ruinas levantado um Padro em que se conserve para a posteridade a memoria deto abominvel Ru e delito, e QUE FICANDO INFAME PARA SEUS FILHOS, E NETOS LHE SEJAMCONFISCADOS SEUS BENS para a Coroa e Camara Real. Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792. Euo Desembragador Francisco Luis Alvares da Rocha, Escrivo da Commisso que o escrevi.Autosda devassa, p. 241.

    19. Confiana

    20. In dubio pro reo

    21. IN DUBIO PRO SOCIETATE

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    22. Materializao do fato

    23. Anterioridade e reserva legal

    24. Taxatividade

    25. Tipicidade o resultado dos princpios da legalidade, anterioridade e taxatiidade. O DPs poder realizar a interveno a partir de um conceito de bem jurdico devidamenteprecisado

    26. Constitucionalidade das normas penais. consequencia lgica do princpio da supremaciaconstitucional. H um apresuno iuris tantum que todas as normas do DP esto emconconncia com a CF, sob pena de no serem recepciondas e, por consequncia, repelidaspelo ordenamento jurdico superior.

    27. Referncia constitucional. Toda e qualquer criminalizao deve ter na CF os elementos

    e referncias, aliados ao princpio da necessidade, ouseja, deve ter como preocupao limitar-se a tutelar os bens constitucionais.

    28. Complementariedade. Explicao pouco clara. Parece-me que tal princpio justificaria aexistncia dos princpios implcitos (no expressos na CF ou nos cdigos).

    29. Ofensividade

    30. Alteridade ou transcendentalidade. O fato tpico pressupe um conportamento quetranscenda a esfera individual do autor e seja capaz de atingir o interesse de outro sujeito au dtrimente dautrui. A conduta interna ou puramente individual, pecaminosa, imoral... no

    causa lesividade suficiente que justifique a interveno penal. A autoleso no crime. Salvose for para lesar terceiros receber seguro.

    31. Necessidade concreta da pena. O juiz deve avaliar se h a necessidade concreta dapena. A desnecessidade ocorreria, por exemplo no caso do perdo judicial, que hiptese dedispensa judicial da pena.

    32. Irrelevncia penal do fato. Aplica-se infrao bagatelar imprpria (que ocorre quandoa infrao nasce relevante, mas depois, dainte do baixo desvalor da culpabilidade, a penatorna-se desnecessria). Ex. Agente que mediante ameaa rouba R$ 1,00. diferente doprincpio da insignificncia. Neste caso a jurisprudncia no admite a aplicao do princpio da

    insignificncia. Aqui o agente PROCESSADO NORMALMENTE. Foi preso em flagrante, mas tembons antecedentes, pai de famlia, trabalhador, arrependeu-se , j est preso h algunsmeses... a pena pode se tornar desnecessria. CP59.

    33. Vedao auto-incriminao. Art 5 LXIII - o preso ser informado de seus direitos,entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistncia da famlia e deadvogado. Consectrio lgico do princpio da ampla defesa. Ele pode permanecer em silnciodurante toda a investigao e mesmo em juzo. Ele no pode ser compelido a produzir ouformar prova contrria ao seu interesse. Isto s poder ocorrer quando no houver risco deafetao aos direitos fundamentais da pessoa e quando houver previso em lei. FranciscoDirceu Barros afirma que os artigos 186 e 198 do CPP esto revogados. Entendo que se trata

    da antiga redao do 186. Mas e o 198 que permanece no CPP sem alterao alguma?

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    ]CPP Art. 186. Antes de iniciar o interrogatrio, o juiz observar ao ru que, embora no estejaobrigado a responder s perguntas que Ihe forem formuladas, o seu silncio poder serinterpretado em prejuzo da prpria defesa.

    [code CPP Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da

    acusao, o acusado ser informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatrio, do seu direitode permanecer calado e de no responder perguntas que lhe forem formuladas. (Redao dadapela Lei n 10.792, de 1.12.2003)Pargrafo nico. O silncio, que no importar em confisso, no poder ser interpretado emprejuzo da defesa. (Includo pela Lei n 10.792, de 1.12.2003)

    CPP Art. 198. O silncio do acusado no importar confisso, mas poder constituir elementopara a formao do convencimento do juiz. [/code]

    34. Limitao das penas ou das penas impossveis.

    S as penas previstas na CF

    CDIGO:XLVI - a lei regular a individualizao da pena e adotar, entre outras,

    as seguintes:

    a) privao ou restrio da liberdade;

    b) perda de bens;

    c) multa;

    d) prestao social alternativa;

    e) suspenso ou interdio de direitos;

    XLVII - no haver penas:

    a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;b) de carter perptuo;

    c) de trabalhos forados;

    d) de banimento;

    e) cruis;

    35. Individualizao da pena

    36. Subsidiariedade ou da ultima ratio do DP

    37. Vedao conta corrente Vedao formao de crdito carcerrio em prol do ru,

    crdito prisional que possa projetar-se para crime posteriormente perpetrado.

    38. Exclusiva proteo de bens jurdicos O DP no tutela a moral as funesgovernamentais, uma ideologia, uma religio. O DP utela os bens mai srelevantes: vidaintegridade fsica, patrimnio, liberdade)

    39. Vedao responsabilidade por fato de outrem. A responsabilidade penalpersonalssima. No existe a possibilidade de algum ser punido por crime cometido por terceirapessoa. A responsabilidade individual e se faz na medida exata de sua culpabilidade. No possvel denncia alternativa ou generalizada. O MP deve fazer a denncia de forma direta,

    clara e objetiva.

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    40. Responsabilidade subjetiva No h a responsabilidade objetica no DP. LFG: Adoutrina brasileira (e a jurisprudncia) aind aafz confuso entre o princpio da responsabilidadesubjetica e o princpio da culpabilidade. Entendida a culpabilidade em sentido puramentenormativo, no h mais se conceber o dolo e a culpa dentro dela. Logo se dolo e culpa foramdeslocados para a tipicidade, o princpio que rege essa exigncia (de dolo ou culpa) o da

    responsabilidae subjetiva, no mais o da culpabilidade.

    41. Auto-responsabilidade - os resultados danosos que decorrem do arbtrio e da ao livree responsvel do sujeito ativo s devem ser imputados ao sujeito ativo e no a pessoa que otenha anteriormente motivado. Ex: Joo diz para Maria que saltar de Pra-quedas muitoemocionante e divertido. Maria salta de pra-quedas e morre. Joo no responde por nada.

    42. Princpios reitores da interpretao.

    - p. hierrquico toda interpretao deve ser feita segundo a CF- p. dinmico os textos mudam de sentido com o passar do tempo- p. de vigncia entre duas interpretaes possveis, deve-se preferir aquela interpretao qued sentido para as palavras da lei e no para aquelas interpretaes que negam a lei. Sic!- p. da liberdade interpretativa as interpretaes no podem ser imposta coercitivamente- p. da unidade sistemtica os tectos legasi do ordenamento jurdico possuem vignciasimultnea.