principais alteraÇÕes da 7ª para a 8ª ediÇÃo...

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Prof. Gustavo Mello Knoplock Manual de Direito Administrativo www.gustavoknoplock.com.br PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DA 7ª PARA A 8ª EDIÇÃO MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO (referências aos itens e páginas da 7ª edição): PROF. GUSTAVO MELLO KNOPLOCK PÁGINA 34: SUBSTITUIR TODO o conteúdo do item 2.6.3.7. Imunidade pelo seguinte: Dispõe a Constituição Federal em seu artigo 150 § 2º que a imunidade tributária recíproca relativa aos impostos sobre o patrimônio, renda e serviços da União, Estados, Distrito Federal e Municípios se estende às Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. CUIDADO !!! A imunidade tributária recíproca, nessa hipótese, só se refere aos impostos, e não às demais espécies de tributos, como taxas e contribuições. De acordo com o texto constitucional, a imunidade não se aplica às empresas estatais (mesmo porque essas entidades, sendo dotadas de personalidade jurídica de direito privado, devem estar submetidas às regras comuns aplicáveis às empresas privadas e não gozar de privilégios), mas o STF tem interpretado de forma diversa o referido dispositivo. Decidiu o STF ser imprescindível distinguirmos as estatais que prestam serviços públicos das que exploram atividade econômica e, dentre as prestadoras de serviços públicos, aquelas que o fazem sem fins lucrativos e as que visam lucro. Segundo o STF, as empresas estatais que prestam serviços públicos sem finalidade lucrativa e em regime de monopólio, sem concorrer com a iniciativa privada, também devem gozar da mesma imunidade, a fim de que a carga tributária não venha a onerar o serviço público prestado e trazer prejuízo à população que mais precisa deles. Nesse sentido foi estendida a referida imunidade às empresas públicas “Correios” (RE nº 407.099, 22/06/2004), Infraero (RE nº 363.412, 07/08/2007) e Casa da Moeda do Brasil (RE nº 610.517, 03/06/2013) e a algumas sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos sem fins lucrativos nas quais o Poder Público detinha mais de 99% das ações; essas entidades, formalmente criadas como sociedades de economia mista, atuam na verdade como empresas públicas (RE nº 580.264, 16/12/2010). A Empresa de Correios e Telégrafos - ECT foi criada para prestar com exclusividade o serviço postal, que engloba o envio de cartas, cartões e telegramas, mas presta ainda outros serviços não exclusivos, concorrendo com a iniciativa privada, como cobranças e recebimentos. Discutiu-se então se a imunidade abrangeria apenas os serviços exclusivos ou todos os serviços prestados pela ECT, tendo decidido o STF que a imunidade alcança todas as atividades exercidas pelos Correios, uma vez que as rendas obtidas com os serviços não exclusivos seriam totalmente revertidas para a finalidade precípua da empresa, que é o serviço postal (RE nº 601.392, 28/02/2013).

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Prof. Gustavo Mello Knoplock Manual de Direito Administrativo

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PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DA 7ª PARA A 8ª EDIÇÃO

MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO (referências aos itens e páginas da 7ª edição):

PROF. GUSTAVO MELLO KNOPLOCK

PÁGINA 34: SUBSTITUIR TODO o conteúdo do item 2.6.3.7. Imunidade pelo seguinte:

Dispõe a Constituição Federal em seu artigo 150 § 2º que a imunidade tributária recíproca relativa aos impostos sobre o patrimônio, renda e serviços da União, Estados, Distrito Federal e Municípios se estende às Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.

� CUIDADO !!!

A imunidade tributária recíproca, nessa hipótese, só se refere aos impostos, e não às demais espécies de tributos, como taxas e contribuições.

De acordo com o texto constitucional, a imunidade não se aplica às empresas estatais (mesmo porque essas entidades, sendo dotadas de personalidade jurídica de direito privado, devem estar submetidas às regras comuns aplicáveis às empresas privadas e não gozar de privilégios), mas o STF tem interpretado de forma diversa o referido dispositivo. Decidiu o STF ser imprescindível distinguirmos as estatais que prestam serviços públicos das que exploram atividade econômica e, dentre as prestadoras de serviços públicos, aquelas que o fazem sem fins lucrativos e as que visam lucro. Segundo o STF, as empresas estatais que prestam serviços públicos sem finalidade lucrativa e em regime de monopólio, sem concorrer com a iniciativa privada, também devem gozar da mesma imunidade, a fim de que a carga tributária não venha a onerar o serviço público prestado e trazer prejuízo à população que mais precisa deles. Nesse sentido foi estendida a referida imunidade às empresas públicas “Correios” (RE nº 407.099, 22/06/2004), Infraero (RE nº 363.412, 07/08/2007) e Casa da Moeda do Brasil (RE nº 610.517, 03/06/2013) e a algumas sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos sem fins lucrativos nas quais o Poder Público detinha mais de 99% das ações; essas entidades, formalmente criadas como sociedades de economia mista, atuam na verdade como empresas públicas (RE nº 580.264, 16/12/2010). A Empresa de Correios e Telégrafos - ECT foi criada para prestar com exclusividade o serviço postal, que engloba o envio de cartas, cartões e telegramas, mas presta ainda outros serviços não exclusivos, concorrendo com a iniciativa privada, como cobranças e recebimentos. Discutiu-se então se a imunidade abrangeria apenas os serviços exclusivos ou todos os serviços prestados pela ECT, tendo decidido o STF que a imunidade alcança todas as atividades exercidas pelos Correios, uma vez que as rendas obtidas com os serviços não exclusivos seriam totalmente revertidas para a finalidade precípua da empresa, que é o serviço postal (RE nº 601.392, 28/02/2013).

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PÁGINA 35: SUBSTITUIR o 1º parágrafo do item 2.6.3.8. pelo seguinte texto: Dispõe a Constituição Federal em seu art. 109, I, que “aos juízes federais compete processar e julgar as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho”. Assim, a Justiça Federal julgará as causas das empresas públicas federais, mas não as relativas às sociedades de economia mista federais, que serão julgadas na Justiça Estadual. As causas envolvendo os Estados, Distrito Federal e Municípios, seja Administração Direta ou Indireta, serão julgadas também na Justiça Comum Estadual. Consequentemente, já decidiu o STF que “é do MP estadual a atribuição para ajuizar ações civis, quando se tratar de suposto dano ou ofensa a bens, interesses ou serviços de sociedade de economia mista federal” (ACO nº 2.025, 06/11/2013). Dentre as exceções dispostas no referido artigo 109 I, a que se mostra mais relevante para nosso estudo é a relativa à Justiça do Trabalho. As causas relativas aos servidores estatutários federais serão julgadas na Justiça Comum Federal, as causas relativas aos servidores estatutários estaduais e municipais serão julgadas na Justiça Comum Estadual, mas as causas relacionadas a qualquer empregado celetista, tal como o pessoal das empresas públicas e das sociedades de economia mista, serão igualmente julgadas na Justiça do Trabalho. PÁGINA 41: SUBSTITUIR TODO o último parágrafo da página pelo seguinte:

As entidades paraestatais, entes de cooperação, ou integrantes do terceiro setor (distintas, portanto, das entidades do primeiro setor, que representa o Estado, e do segundo setor, que representa o mercado) são entidades privadas e, assim, a elas não se aplicam, a princípio, as exigências constitucionais de realização de concurso público e licitação pública, aplicáveis apenas à Administração, vantagem essa que confere maior agilidade a essas entidades. Apesar disso, e apenas na Administração Federal, o Decreto nº 5.504/2005 veio exigir que as organizações sociais – OS e organizações da sociedade civil de interesse público – OSCIP realizem licitação pública, nos termos da legislação em vigor, para as compras e contratações com recursos provenientes de repasses da União. PÁGINA 43: SUBSTITUIR TODO o conteúdo do item 2.7.3. Fundações de apoio pelo seguinte: 2.7.3. Fundações de apoio São pessoas jurídicas de direito privado, sem finalidade lucrativa, instituídas na forma de fundação, para prestação de serviços sociais, por meio da assinatura de convênios com a Administração Pública. Elas foram previstas na Lei nº 8.958/1994, editada para permitir que as “Instituições federais de Ensino Superior – IFES e as demais Instituições Científicas e Tecnológicas – ICTs” possam celebrar convênios e contratos com dispensa de licitação, nos termos do art. 24 XIII da Lei nº 8.666/1993, com “fundações instituídas com a finalidade de apoiar projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira necessária à execução desses projetos”.

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As fundações de apoio, ou simplesmente entidades de apoio deverão estar constituídas na forma de fundações de direito privado, sendo regidas pelo Código Civil e por estatutos próprios cujas normas expressamente disponham sobre a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e eficiência, estando sujeitas a fiscalização pelo Ministério Público e a controle finalístico pelo órgão de controle governamental, além do controle de gestão feito pela própria IFES ou ICT.

As IFES e ICTs contratantes poderão autorizar a participação de seus servidores nas atividades realizadas pelas fundações de apoio, sem prejuízo de suas atribuições funcionais, ou seja, é vedada essa participação durante a jornada de trabalho a que estão sujeitos, excetuada a colaboração esporádica, remunerada ou não, em determinados assuntos de sua especialidade, sendo permitida ainda a participação dos servidores efetivos nos órgãos de direção das fundações de apoio, desde que de forma não remunerada.

Dessa forma, as IFES e ICTs que antes contratavam projetos de pesquisa e desenvolvimento junto a empresas privadas (com fins lucrativos) passaram a firmar convênios com as fundações de apoio por valores bem menores, uma vez que essas fundações não visam lucro e têm custos menores, já que podem utilizar bens, serviços e até servidores das entidades apoiadas, sob determinadas condições.

A redação original da Lei nº 8.958/1994 obrigava as fundações de apoio a realizar licitação pública para efetuar compras e contratar serviços de outras empresas, mas a referida lei foi alterada pela Lei nº 12.863/2013 que, de forma acertada, passou a exigir apenas que as entidades de apoio adotem “regulamentos específicos de aquisições e contratações de obras e serviços, a ser editado por meio de ato do Poder Executivo federal”. Uma vez que as entidades de apoio não integram a Administração Pública, a lei geral de licitações e contratos não deve mesmo se aplicar a elas, desde que essas entidades observem os princípios da Administração, tais como impessoalidade, transparência e economicidade, quando de suas contratações.

PÁGINA 45: SUBSTITUIR o último parágrafo da página pelo seguinte: Da mesma forma que ocorre quanto às OS, entende a doutrina que as OSCIP também não devem ser obrigadas a realizar licitação pública para contratar bens e serviços, uma vez que essas entidades não fazem parte da Administração e não estão submetidas à Lei nº 8.666/1993 mas, no nível federal, o Decreto nº 5.504/2005 exige que elas também realizem licitação pública para as contratações com recursos oriundos de repasses da União. De forma diversa do que ocorre quanto às OS, no entanto, as OSCIP não podem ser contratadas pela Administração sem licitação. Há quem entenda que a OSCIP também poderia ser contratada com dispensa de licitação com base no art. 24 XXIV da Lei nº 8.666/1993 por analogia, uma vez que o referido dispositivo legal se refere apenas às Organizações Sociais. Esse raciocínio não está correto uma vez que as hipóteses de dispensa de licitação estabelecidas no artigo 24 da lei de licitações são taxativas e, assim, não se admite a dispensa em situações não expressamente previstas em lei. Além disso, no nível federal, o Decreto nº 3.100/1999, que regulamenta a lei das OSCIP, exige a licitação pública na modalidade de concurso, nos seguintes termos:

Art. 23. A escolha da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, para a celebração do Termo de Parceria, deverá ser feita por meio de publicação de edital de concursos de projetos pelo órgão estatal parceiro para obtenção de bens e serviços e para a realização de atividades, eventos, consultoria, cooperação técnica e assessoria.

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PÁGINA 48: ALTERAR o quadro esquemático para:

• DIFERENÇAS:

ORGANIZAÇÃO SOCIAL OSCIP Vínculo jurídico Contrato de gestão Termo de parceria Efetivado por Dispensa de licitação

(Lei nº 8.666/1993 art. 24 XXIV) Licitação pública na modalidade de concurso

Entidade Em regra ad hoc Preexistente à qualificação Objetivo

(ainda que implícito)

Privatizar a Administração Parceria para prestação de serviço social

Qualificação Ato discricionário Ato vinculado Participação na

entidade

Exigência de representantes do Poder Público no Conselho de Administração

Não há exigência de representantes do Poder Público

PÁGINA 56: ACRESCENTAR, imediatamente antes do item 2.8.2.3. Recurso hierárquico impróprio o seguinte quadro:

� CUIDADO !!!

Foi editada em 2013 a Lei nº 12.813, que “dispõe sobre o conflito de interesses no exercício de cargo ou emprego do Poder Executivo federal e impedimentos posteriores ao exercício do cargo ou emprego”, passando a proibir que, no período de seis meses a partir do desligamento do agente público, o mesmo possa prestar qualquer tipo de serviço para pessoa física ou jurídica que desempenhe atividade relacionada à área de competência de seu cargo anterior.

Como a Lei nº 12.813/2013, posterior à Lei nº 9.986/2000 (lei das agências reguladoras), é mais restritiva e mais voltada a salvaguardar os princípios de moralidade e impessoalidade, acredito que, para os ex-dirigentes das agências reguladoras, passe a prevalecer a “quarentena” de seis meses ao invés de quatro meses, a não ser que o STF venha a decidir pela aplicabilidade da lei anterior sob o fundamento de que aquela seria especialmente voltada para as agências reguladoras e que a lei de conflito de interesses se aplica de forma geral a toda a Administração, uma vez que as leis especiais devem prevalecer sobre as leis gerais. Resta aguardar o posicionamento da Suprema Corte diante do caso concreto.

Ainda assim, para fins de concurso público, cuidado com as questões que se refiram expressamente à Lei nº 12.813/2013 ou à Lei nº 9.986/2000 e responda de acordo com o disposto em cada uma delas.

PÁGINA 62: ALTERAR o quadro esquemático para: 2. DIFERENÇAS:

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ORGANIZAÇÃO SOCIAL OSCIP Vínculo jurídico Contrato de gestão Termo de parceria Efetivado por Dispensa de licitação

(Lei nº 8.666/1993 art. 24 XXIV) Licitação pública na modalidade de concurso

Entidade Em regra ad hoc Preexistente à qualificação Objetivo

(ainda que implícito)

Privatizar a Administração Parceria para prestação de serviço social

Qualificação Ato discricionário Ato vinculado Participação na

entidade

Exigência de representantes do Poder Público no Conselho de Administração

Não há exigência de representantes do Poder Público

PÁGINA 62: ACRESCENTAR ao final da página: 2.10.1. Resumo das jurisprudências deste capítulo: STF - A imunidade dos Correios alcança todos os serviços prestados pela empresa, exclusivos ou não. (RE nº 601.392, 28/02/2013). STF - É do MP estadual a atribuição para ajuizar ações relativas às sociedades de economia mista federal. (ACO nº 2.025, 06/11/2013). STF – As empresas públicas prestadoras de serviço público distinguem-se das que exercem atividade econômica. A ECT é prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida pela imunidade tributária recíproca. (RE nº 407.099, 22/06/2004). PÁGINA 65: ACRESCENTAR o seguinte texto, após o último parágrafo do item 3.2.1. e antes do item 3.2.2. Impessoalidade: O princípio da legalidade não é incompatível com o fenômeno da deslegalização, pelo qual o Poder Legislativo permite que a Administração crie normas eminentemente técnicas de forma a regulamentar a lei, e sempre nos termos e limites legalmente estabelecidos. PÁGINA 65: SUBSTITUIR os 4 parágrafos do item 3.2.2. Impessoalidade que se encontram na página 65 pelos seguintes (manter o primeiro parágrafo que se encontra no topo da página 66):

O princípio da impessoalidade comporta dois significados que se complementam perfeitamente.

De um lado significa dizer que, conforme prevê a teoria da imputação, já estudada no capítulo relativo à Administração Pública, deve-se ter em mente que a atuação do agente público no exercício da função é sempre imputada ao Estado; assim, não é a pessoa do agente público que atua, por exemplo, ao interditar determinado estabelecimento comercial irregular, mas sim a

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Administração Pública que ele titulariza, razão pela qual deve a entidade responder pela atuação de seus agentes.

Por outro lado, e mais nitidamente, percebe-se que o agente público deve agir sempre de forma impessoal, imparcial, isenta, sempre buscando o bem da coletividade, e não o seu interesse pessoal. Dessa forma, a finalidade da atuação administrativa deve ser sempre o interesse público, e nunca o interesse pessoal, razão pela qual se pode dizer que o princípio da impessoalidade é também denominado princípio da finalidade.

Nesse sentido dispõe o artigo 37 § 1º da Constituição Federal que “A publicidade dos atos, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”, a fim de que, por exemplo, uma obra realizada pela Administração municipal seja anunciada como realização do Município, e nunca como realização do Prefeito “beltrano”.

Da mesma forma afronta o princípio da impessoalidade a atuação do governante que determina a construção de uma rodovia em frente aos terrenos de sua propriedade, com o intuito de obter vantagens com a valorização dos mesmos, ou que determina a desapropriação de imóveis de seus inimigos com o intuito de lhes trazer prejuízo.

PÁGINA 66: ACRESCENTAR, após o parágrafo que se encontra no topo da página, antes do item 3.2.3. Moralidade o seguinte parágrafo:

Com o objetivo de obstar a prática (infelizmente) comum de “tráfico de influências”

realizada por agentes públicos na forma de lobbies, ou “consultorias”, onde são utilizadas informações técnicas e/ou políticas obtidas em razão do cargo para benefício próprio, e em detrimento do interesse público, foi editada em 2013 a Lei nº 12.813, que trata do conflito de interesses na Administração, e que será estudada em detalhes à frente.

PÁGINA 67: SUBSTITUIR o 1º parágrafo do item 3.2.4. Publicidade pelo seguinte: A Administração tem o dever de dar publicidade a seus atos, no sentido de garantir a

transparência de suas atuações, prestar as informações necessárias e permitir que os cidadãos tenham acesso a dados públicos, com exceção apenas daqueles atos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado e daqueles que contenham informações particulares que devem ser preservadas. Nesse sentido assim dispõe a Magna Carta:

CF art. 37 § 3º: A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente … … o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

CF art. 5º X: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

CF art. 5º XXXIII: todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da

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lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

PÁGINA 67: ACRESCENTAR, após o último parágrafo da página, antes do item 3.2.5. Eficiência o seguinte trecho:

Durante muito tempo discutiu-se acerca da obrigatoriedade da divulgação das

remunerações dos servidores públicos. Entendem alguns que a referida divulgação atende ao princípio da publicidade, mas defendem outros que a divulgação nominal da remuneração de cada servidor ofende o seu direito pessoal à privacidade. Sobre o tema, decidiu o STF pela obrigatoriedade da publicação das remunerações:

O cidadão que decide ingressar no serviço público adere ao regime jurídico próprio da Administração Púbica, que prevê a publicidade de todas as informações de interesse da coletividade, dentre elas a remuneração dos seus servidores. Desse modo, não há falar em violação ao direito líquido e certo do servidor de ter asseguradas a intimidade e a privacidade. STF (AO nº 1.823, 14/10/2013). Com o objetivo de regulamentar o princípio constitucional da publicidade e garantir a

transparência dos atos da Administração, foi editada em 2011, tendo entrado em vigor em 2012, a Lei nº 12.527, que regula o acesso a informações da Administração, e que será estudada em detalhes à frente.

PÁGINA 76: ACRESCENTAR, após a última linha da página, o seguinte: Decisão interessante e importantíssima do STF, acerca desse princípio, foi tomada em ação judicial movida por empregado público de uma empresa pública (ECT) dispensado sem motivação e que pleiteava sua reintegração ao emprego. Argumentou a ECT que a motivação não seria obrigatória, uma vez que o regime de pessoal é o celetista e que a CLT não exige qualquer justificativa do empregador para a dispensa de seus funcionários. Decidiu o STF que “é obrigatória a motivação da dispensa unilateral de empregado por empresa pública e sociedade de economia mista”, de forma a impedir a demissão arbitrária e, com isso, resguardar-se o princípio da impessoalidade, tomando o cuidado ainda de ressaltar que a referida decisão não implica reconhecer qualquer direito à estabilidade aos empregados públicos, uma vez que os mesmos não são estatutários (RE nº 589.998, 20/03/2013).

PÁGINA 78: ACRESCENTAR, após a 3ª linha da página, antes do item 3.3.13. o seguinte: Em obediência ao princípio da segurança jurídica, decidiu o STF (MS nº 31.259, 27/09/2013) que os servidores que receberam parcelas remuneratórias durante determinado período de tempo não podem depois, a partir do momento em que o Poder Público passa a entender que as mesmas não deveriam ter sido pagas, ser obrigados a devolvê-las, reiterando a Súmula nº 249 do TCU:

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É dispensada a reposição de importâncias indevidamente percebidas, de boa-fé, por servidores ativos e inativos, e pensionistas, em virtude de erro escusável de interpretação de lei por parte do órgão/entidade.

PÁGINA 82: ACRESCENTAR, após o item 3.5. Princípios fundamentais… e antes do item 3.6. Resumo o item 3.6. Lei sobre “conflito de interesses” e o item 3.7. Lei de “acesso à informação” e RENUMERAR o atual item 3.6. Resumo para 3.8. Resumo: 3.6. Lei sobre “conflito de interesses” A Lei nº 12.813/2013 “dispõe sobre o conflito de interesses no exercício de cargo ou emprego do Poder Executivo federal e impedimentos posteriores ao exercício do cargo ou emprego”, aplicando-se de forma expressa a Ministros de Estado, Dirigentes de entidades da Administração Indireta e, de forma generalizada, a quaisquer “ocupantes de cargos ou empregos cujo exercício proporcione acesso a informação privilegiada capaz de trazer vantagem econômica ou financeira para o agente público ou para terceiro”. Em verdade, o alcance é ainda maior, uma vez que a lei se apressa em ressaltar que “a ocorrência de conflito de interesses independe da existência de lesão ao patrimônio público, bem como do recebimento de qualquer vantagem ou ganho pelo agente público ou por terceiro”, ou seja, pune-se a mera conduta do agente, independentemente de seu resultado. Devemos atentar para o fato de que essa lei apenas se aplica à Administração federal, e não aos demais entes federados, podendo estes (como tem ocorrido com frequência) editarem leis análogas no âmbito das respectivas Administrações. A referida lei se preocupa em definir como “conflito de interesses” atuações do agente público durante o exercício do cargo (ainda que ele esteja em gozo de licença ou em período de afastamento) e mesmo posteriormente a ele, uma vez que veda de forma taxativa o uso, a qualquer tempo, de informações privilegiadas obtidas (ou seja, para “sempre”) e, durante o prazo de seis meses a contar do desligamento do agente, o desempenho de qualquer atividade relacionada à área de competência de seu cargo anterior (ainda que, aqui, o agente não estivesse, em tese, se utilizando de nenhuma informação privilegiada obtida anteriormente). Competirá à Comissão de Ética Pública (prevista no Decreto nº 6.029/2007) fiscalizar e atuar nos casos que envolvam os agentes políticos e ocupantes de cargo em comissão a partir de DAS-5, e à Controladoria-Geral da União nos casos que envolvam os demais agentes, ficando os servidores federais sujeitos à pena de demissão, na forma da Lei nº 8.112/1990 e estando ainda os agentes de quaisquer esferas de governo sujeitos a responder judicialmente por atos de improbidade administrativa, nos termos da Lei nº 8.429/1992. 3.7. Lei de “acesso à informação”

Como já foi dito no item relativo ao princípio da publicidade, a Lei nº 12.527/2011 serviu para assegurar a transparência da atuação da Administração, nos seguintes termos:

Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes:

I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;

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II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações; A Lei nº 12.527/2011 é uma lei de caráter nacional, ou seja, aplicável não só à União,

mas a todos os entes federados, em todos os seus Poderes, incluindo a Administração Direta, Indireta e suas entidades controladas.

As disposições da lei aplicam-se ainda, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que de alguma maneira recebam verbas públicas (de forma restrita aqui aos recursos recebidos) e até às informações públicas de posse de qualquer pessoa, física ou jurídica, obtidas a partir de vínculo de qualquer natureza mantido com o poder público, alcançando aqui todas as empresas contratadas pela Administração.

Também como já foi dito no item relativo ao princípio da publicidade, a lei de acesso à informação serviu principalmente para regular o artigo 37 § 3º e o artigo 5º incisos X e XXXIII, todos da Constituição Federal, de forma a garantir a transparência dos dados da Administração, mas sempre procurando resguardar os dados imprescindíveis à segurança do Estado e aqueles relacionados a informações pessoais, que constituem as únicas exceções admissíveis ao princípio da publicidade.

� CUIDADO !!! A lei de acesso à informação confere denominação própria a cada uma dessas exceções à publicidade, ao definir em seu artigo 4º que informação sigilosa é “aquela submetida temporariamente à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado” enquanto que informação pessoal é “aquela relacionada à pessoa natural identificada ou identificável”. Essa diferenciação costuma ser explorada pelas bancas de concurso.

QUESTÃO COMENTADA TÉCNICO/CETESB – 2013 – VUNESP Para efeitos da Lei n.º 12.527/11 – Lei de Acesso à Informação, considera(m)-se como informação(ões) sigilosa(s) a) aquela relacionada à pessoa natural identificável. … c) aquela submetida temporariamente à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado. … COMENTÁRIO O gabarito é a letra C. Excluindo-se as demais opções da questão, verificamos que as hipóteses elencadas nas letras A e C estão de fato cobertas por “sigilo”, mas apenas a opção C define a denominada informação sigilosa, uma vez que a opção A apresenta a informação pessoal, conforme artigo 4º da referida lei.

Ressalta a lei em seu artigo 8o que “é dever dos órgãos e entidades públicas promover,

independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou

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custodiadas” e, para isso, deverão ser utilizados “todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computadores”, estando dispensados da divulgação pela internet apenas os Municípios com população de até 10.000 habitantes.

Qualquer interessado poderá apresentar aos órgãos públicos pedido de acesso a informações, desde que o pedido contenha a identificação do requerente, de forma a afastar o pedido feito de forma anônima, não podendo a Administração exigir que o requerente exponha os motivos pelos quais solicita a informação, nem fazer quaisquer exigências que inviabilizem a solicitação.

A regra, portanto, é a publicidade, sendo o sigilo a exceção, admitida apenas em se tratando de informações sigilosas e informações pessoais.

A informação sigilosa (aquela imprescindível à segurança) poderá ser classificada como “reservada”, “secreta” ou “ultrassecreta” e, assim, admitir restrição de acesso por até 5 anos, 15 anos ou 25 anos, respectivamente, a partir do que a informação tornar-se-á automaticamente de acesso público. Devemos ter em mente que só é admissível a classificação de uma informação em determinado grau de sigilo em situações excepcionais que justifiquem a medida, levando-se em conta o risco para a sociedade, e sempre a partir de decisões fundamentadas.

Dispõe a lei que as informações pessoais relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas serão de acesso restrito pelo prazo máximo de até 100 anos, mas que poderão ser divulgadas antes disso diante de “previsão legal”.

Essa disposição da lei de acesso à informação deve ser interpretada com muita cautela a fim de que não seja suscitada sua inconstitucionalidade, uma vez que a Carta Magna garante em seu artigo 5º X a inviolabilidade dessas informações sem estabelecer, a priori, qualquer limite de prazo para tal ou a possibilidade de seu abrandamento por norma infraconstitucional; assim sendo, devemos entender que a divulgação de informações pessoais só possa ser admitida em caso de risco à segurança do Estado.

Interessante observar que a Lei n.º 12.527/2011 tem abrangência nacional no que se refere à regulamentação do princípio constitucional da publicidade, aplicável aqui a todos os entes da federação, no entanto, observa-se que diversos dispositivos da referida lei tratam de matérias de competência privativa de cada ente federado e, assim, esses dispositivos legais só são aplicáveis à Administração Federal.

É o que ocorre, por exemplo, no tocante à responsabilidade administrativa e penalidades aplicáveis a servidores federais e ainda no que se refere a procedimentos administrativos federais. Nesse sentido dispõe a lei, por exemplo, quais são, no âmbito do Poder Executivo Federal, as autoridades competentes para classificar informações como sigilosas, a saber:

Informação Restrição máxima

Competência (Poder Executivo Federal)

Ultra secreta 25 anos Presidente da República e Vice; Ministros de Estado; Comandantes da Marinha, Exército, Aeronáutica e Diplomatas (desde que ratificados pelos Ministros).

Secreta 15 anos Titulares de entidades da Administração Indireta, além das autoridades anteriores.

Reservada 05 anos Autoridades com funções de direção, comando ou chefia, de nível DAS 101.5 ou superior, além das autoridades anteriores.

A Lei nº 12.527/2011 assegura ao particular o direito de apresentar pedido de acesso a

informações públicas e pedido de desclassificação de informações classificadas como sigilosas,

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assim como o direito de interpor recursos contra eventuais negativas, que, no âmbito do Poder Executivo Federal, poderão ser decididos pela Controladoria-Geral da União (no caso de acesso a informações) ou pelo Ministro de Estado (no caso de pedido de desclassificação) cabendo ainda, em ambos os casos, a possibilidade de recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, órgão criado pela própria lei de acesso à informação.

A pessoa física ou entidade privada que detiver informações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder público e deixar de obedecer à lei de acesso à informação estará sujeita às sanções de advertência, multa, suspensão temporária de participar em licitação e impedimento de contratar com a administração pública por prazo não superior a 2 anos, declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública, até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade (nunca antes de 2 anos) e, em último caso, até a rescisão do vínculo com o poder público.

As referidas sanções são basicamente as mesmas aplicáveis às empresas contratadas pela Administração previstas pela Lei nº 8.666/1993, que regula as licitações públicas e contratos administrativos em todas as esferas da Administração Pública.

Por fim, cabe ressaltar que o desrespeito à lei de acesso à informação sujeitará o agente, além das punições administrativas, a responder por improbidade administrativa, nos termos da Lei nº 8.429/1992, e por crime de responsabilidade, conforme a Lei nº 1.079/1950.

PÁGINA 83: ACRESCENTAR ao final da página: Lei sobre “conflito de interesses”:

• Abrangência: apenas Poder Executivo federal; • “Quarentena”: seis meses a contar do desligamento do agente;

Lei de “acesso à informação”:

• Abrangência: toda a Administração, em todas as esferas e em todos os Poderes, incluindo Administração Direta, Indireta, Entidades paraestatais e entidades privadas que mantenham vínculo de qualquer natureza com o Poder Público;

• Exceções: • Informação sigilosa: imprescindível à segurança do Estado; • Informação pessoal: relacionada à privacidade das pessoas.

Informação Sigilosa

Restrição máxima

Competência (Poder Executivo Federal)

Ultra secreta 25 anos Presidente da República e Vice; Ministros de Estado; Comandantes da Marinha, Exército, Aeronáutica e Diplomatas (desde que ratificados pelos Ministros).

Secreta 15 anos Titulares de entidades da Administração Indireta, além das autoridades anteriores.

Reservada 05 anos Autoridades com funções de direção, comando ou chefia, de nível DAS 101.5 ou superior, além das autoridades anteriores.

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Negativa de Acesso a informação CGU

Comissão Mista de Recursos Reavaliação de (Executivo Federal) Informações

Negativa de Ministro Pedido de desclassificação de Estado

3.6.1. Resumo das jurisprudências deste capítulo: STF - A publicidade da remuneração dos servidores é obrigatória, atende ao princípio da publicidade e não viola o direito à privacidade. (AO nº 1.823, 14/10/2013). STF – A motivação da dispensa de empregado público é obrigatória. (RE nº 589.998, 20/03/2013). STF – As importâncias recebidas de boa-fé pelo servidor, por erro da Administração, não devem ser devolvidas. (MS nº 31.259, 27/09/2013) PÁGINA 90: ACRESCENTAR o seguinte trecho, após o último quadro de questão comentada da página: Percebe-se que cada vez mais tem o Poder Legislativo deixado espaços para a normatização feita pelos órgãos administrativos, ao reconhecer que esses órgãos, por possuírem conhecimento de causa, técnico e prático, são mais especializados na matéria. Nesse sentido, cabe ao Legislativo estabelecer os limites e condições da atuação regulamentadora, uma vez que, em respeito ao princípio da legalidade, não pode o agente público agir quando não há lei. O mestre Diogo de Figueiredo Moreira Neto se refere ao poder regulamentar como deslegalização, ao pontuar que: “Modalidade anômala de transferência sem delegação é a deslegalização, ou delegificação, pela qual as casas legislativas abrem um espaço normativo, quase sempre de natureza técnica, em que elas se demitem da função de criar certas normas legais para que outros entes, públicos ou privados, o façam, sob os limites e controles por elas estabelecidos”. A deslegalização apontada pelo autor não é incompatível com o princípio da legalidade uma vez que cuida ele de esclarecer que essa “deslegalização” se refere à atuação normativa dentro dos limites estabelecidos na lei, uma vez que aqui o Legislativo não delega, não repassa ao Executivo a função de legislar.

Diversamente, ocorre delegação dessa função legislativa ao Executivo no caso da Lei delegada, esta sim com força de lei (e, portanto, não se confundindo com ato administrativo normativo). No caso da Lei delegada ocorre, segundo o mesmo autor, o fenômeno da delegação receptícia.

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QUESTÃO COMENTADA

AFC/STN – 2013 – ESAF A transferência da função normativa (sobre matérias determinadas) da sede legislativa estatal para outra sede normativa denomina-se: a) Remissão. d) Deslegalização b) Delegação receptícia. e) Desconcentração c) Reserva legal. COMENTÁRIO O gabarito é a letra D, uma vez que na deslegalização o Legislativo permite a normatização de “determinadas matérias”, diferentemente da delegação receptícia da letra B, quando o Legislativo efetivamente delega a função legislativa.

PÁGINA 118: ACRESCENTAR o seguinte trecho, após o 2º parágrafo da página, antes do 3º parágrafo, que se inicia com “O art. 84 da Constituição federal, …”: Pelas mesmas razões o STF determinou a nomeação de um candidato, que havia sido aprovado em todas as fases do concurso público para a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, excluído do certame por possuir tatuagens. A Administração alegou que a referida reprovação estaria baseada no edital do concurso, que determinava a reprovação do candidato que apresentasse tatuagem em partes visíveis do corpo, mas o STF decidiu em favor do candidato por verificar que a lei que regulamenta o referido cargo público não faz essa ressalva:

A jurisprudência do STF é no sentido de que apenas por meio de lei é possível impor restrição ao acesso a cargos públicos. STF (ARE nº 665.418, 22/03/2013).

PÁGINA 125: ACRESCENTAR o seguinte trecho, após o último quadro da página, antes do item 5.5.3. da página 126:

É farta a jurisprudência do STF e do STJ envolvendo concursos públicos, sendo interessante verificarmos as seguintes decisões:

O candidato tem direito a ser comunicado pessoalmente sobre sua nomeação no caso em que o edital do concurso estabeleça expressamente o seu dever de manter atualizados endereço e telefone, não sendo suficiente a sua convocação apenas por meio de diário oficial se, tendo sido aprovado em posição consideravelmente fora do número de vagas, decorrer curto espaço de tempo entre a homologação final do certame e a publicação da nomeação. Nessa situação, a convocação do candidato apenas por publicação em Diário Oficial configura ofensa aos princípios da razoabilidade e da publicidade. STJ (AgRg no RMS nº 37.227, 06/12/2012).

Ainda que o edital do concurso expressamente preveja a impossibilidade de realização posterior de exames ou provas em razão de alterações psicológicas ou fisiológicas temporárias, é ilegal a exclusão de candidata gestante que, seguindo a orientação

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médica de que a realização de alguns dos vários exames exigidos poderia causar dano à saúde do feto, deixe de entregá-los na data marcada, mas que se prontifique a apresentá-los em momento posterior. STJ (RMS nº 28.400, 19/02/2013). Os candidatos em concurso público não têm direito à prova de segunda chamada nos testes de aptidão física em razão de circunstâncias pessoais, ainda que de caráter fisiológico ou de força maior, salvo contrária disposição editalícia. Asseverou-se, portanto, que, em essência, o princípio da isonomia não possibilitaria, de plano, a realização de segunda chamada em etapa de concurso público decorrente de situações individuais e pessoais de cada candidato, especialmente, quando o edital estabelecesse tratamento isonômico a todos os candidatos que, em presumida posição de igualdade dentro da mesma relação jurídica, seriam tratados de forma igualitária. Consignou-se que, ao se permitir a remarcação do teste de aptidão física nessas circunstâncias, possibilitar-se-ia o adiamento, sem limites, de qualquer etapa do certame, pois o candidato talvez não se encontrasse em plenas condições para realização da prova, o que causaria tumulto e dispêndio desnecessário para a Administração. Aludiu-se que não seria razoável que a Administração ficasse à mercê de situações adversas para colocar fim ao certame, de modo a deixar os concursos em aberto por prazo indeterminado. STF (RE nº 630.733, 15/05/2013). É indevida a indenização por danos materiais a candidato aprovado em concurso público cuja nomeação tardia decorreu de decisão judicial. O STJ mudou o entendimento sobre a matéria e passou a adotar a orientação do STF no sentido de que não é devida indenização pelo tempo em que se aguardou solução judicial definitiva para que se procedesse à nomeação de candidato para cargo público. STJ (RMS nº 30.054, 10/06/2013). Vale atentar para o fato de que o STF, em 13/09/2013, reconheceu a repercussão geral do tema, no RE nº 724.347, de forma que a decisão que venha a ser tomada será afinal definitiva. O STF firmou jurisprudência no sentido do direito subjetivo à nomeação de candidato aprovado dentro do número de vagas previstas no edital de concurso público. Tal direito também se estende ao candidato aprovado fora do número de vagas previstas no edital, mas que passe a figurar entre as vagas em decorrência da desistência de candidatos classificados em colocação superior. STF (ARE nº 675.202, 06/08/2013). A jurisprudência desta Corte firmou o entendimento de que viola o princípio da presunção de inocência a exclusão de certame público de candidato que responda a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória. STF (ARE nº 713.138, 20/08/2013).

Não há inconstitucionalidade formal por vício de iniciativa em lei oriunda do Poder Legislativo que disponha sobre aspectos de concursos públicos sem interferir, diretamente, nos critérios objetivos para admissão e provimento de cargos públicos (AI nº 682.317, 14/02/2012).

A Administração Pública não pode, sob a simples alegação de insuficiência de servidores em determinada unidade, designar servidor para o exercício de atribuições diversas daquelas referentes ao cargo para o qual fora nomeado após aprovação em concurso. O administrador deve agir de acordo com o que estiver expresso em lei,

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devendo designar cada servidor para exercer as atividades que correspondam àquelas legalmente previstas. STJ (RMS nº 37.248, 27/08/2013).

PÁGINA 135: ACRESCENTAR o seguinte parágrafo, após o Quadro do topo da página, e imediatamente antes do 1º parágrafo da página:

A lei que venha a conceder aumento remuneratório a servidores é, portanto, de iniciativa

privativa das referidas autoridades, não podendo o Poder Legislativo nem mesmo apresentar emendas ao referido projeto de lei de forma a conceder esses aumentos, por serem vedadas as emendas que aumentem despesa nos projetos de iniciativa privativa do Chefe do Executivo (CF art. 63 I, c/c art. 61 § 1º II a):

É inconstitucional norma que, resultante de emenda parlamentar em projeto de lei de iniciativa reservada ao chefe do Poder Executivo, implique aumento de despesa. Os dispositivos, criados a partir das emendas, estenderam gratificações inicialmente dirigidas a professores para todos os servidores que atuam na área de educação especial. STF (RE nº 745.811, 17/10/2013).

PÁGINA 146: ACRESCENTAR o seguinte parágrafo, após o 1º parágrafo da página, e imediatamente antes do 2º parágrafo da página:

Havendo compatibilidade de horários, é possível a acumulação de dois cargos públicos privativos de profissionais de saúde, ainda que a soma da carga horária referente àqueles cargos ultrapasse o limite máximo de sessenta horas semanais considerado pelo TCU na apreciação de caso análogo. De fato, o art. 37, XVI, da CF e o art. 118, § 2º, da Lei 8.112/1990 somente condicionam a acumulação lícita de cargos à compatibilidade de horários, não havendo qualquer dispositivo que estabeleça limite máximo, diário ou semanal, à carga horária a ser cumprida. Dessa forma, não se pode negar o direito à acumulação com base numa suposta incompatibilidade com decisão proferida pelo TCU (Acórdão 2.133⁄2005), a qual não possui força normativa capaz de se sobrepor à garantia constitucional e legal. STJ (AgRg no AREsp nº 291.919, 18/04/2013).

PÁGINA 183: ACRESCENTAR ao final da página: 5.6.1. Resumo das jurisprudências deste capítulo: STF – O edital do concurso público não pode impor condições de acesso ao cargo público não previstas em lei. (ARE nº 665.418, 22/03/2013). STJ – O candidato tem direito a ser comunicado pessoalmente sobre sua nomeação, não bastando a publicação no diário oficial (AgRg no RMS nº 37.227, 06/12/2012). STJ – A candidata gestante de concurso público pode fazer testes físicos e médicos em data posterior, se os exames forem prejudiciais à saúde (RMS nº 28.400, 19/02/2013).

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STF - Os candidatos em concurso público em regra não têm direito à prova de segunda chamada nos testes de aptidão física em razão de circunstâncias pessoais ou de força maior (RE nº 630.733, 15/05/2013). STJ - É indevida a indenização por danos materiais a candidato aprovado em concurso público cuja nomeação tardia decorreu de decisão judicial (RMS nº 30.054, 10/06/2013). STF - O candidato aprovado fora do número de vagas previstas no edital, mas que passe a figurar entre as vagas em decorrência da desistência de outros candidatos também tem direito à nomeação. (ARE nº 675.202, 06/08/2013). STF - Viola o princípio da presunção de inocência a exclusão de certame público de candidato que responda a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória. (ARE nº 713.138, 20/08/2013).

STF - Não há inconstitucionalidade formal por vício de iniciativa em lei oriunda do Poder Legislativo que disponha sobre concursos públicos. (AI nº 682.317, 14/02/2012).

STJ - A Administração Pública não pode designar servidor para o exercício de atribuições diversas daquelas referentes ao seu cargo. (RMS nº 37.248, 27/08/2013). STF - Emenda parlamentar que aumente despesa em projeto de lei de iniciativa reservada ao chefe do Poder Executivo é inconstitucional. (RE nº 745.811, 17/10/2013).

STJ - Havendo compatibilidade de horários, é possível a acumulação de cargos públicos acumuláveis, ainda que a soma da carga horária ultrapasse 60 horas semanais. (AgRg no AREsp nº 291.919, 18/04/2013). STF – É vedada a mudança de atribuições de cargos públicos por ato administrativo, o que só pode ser feito por lei. (MS nº 26.955, 01/12/2010). STJ – Quando o candidato de concurso público é eliminado do certame por descumprir cláusula expressa no edital, o prazo decadencial para impetração de mandado de segurança começa a correr a partir do momento da sua eliminação, e não da data de publicação do edital do concurso. (REsp nº 1.230.048, 17/05/2011). STF – A aprovação do candidato dentro do número de vagas estipulado no edital lhe confere o direito à nomeação até o final do prazo de validade do certame. (RE nº 598.099, 10/08/2011). STF – Os candidatos aprovados em concurso público vigente, ainda que fora do número de vagas do edital, têm direito à nomeação quando as atribuições do cargo efetivo estiverem sendo exercidas de forma precária por comissionados ou terceirizados e haja cargo efetivo vago. (RMS nº 29.915, 16/10/2012). STJ - O candidato aprovado fora das vagas previstas no edital não tem direito à nomeação, ainda que surjam novas vagas durante o prazo de validade do certame, seja em decorrência de vacância nos quadros funcionais seja em razão da criação de novas vagas por lei. (MS nº 17.886, 11/9/2013). STF – Não cabe ao Poder Judiciário reexaminar os critérios de correção das provas de concurso público. (AO nº 1.627, 08/12/2010).

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STF - Servidores públicos que exercem atividades relacionadas à segurança pública, à administração da Justiça - aí os integrados nas chamadas carreiras de Estado, que exercem atividades indelegáveis, inclusive as de exação tributária - e à saúde pública. A conservação do bem comum exige que certas categorias de servidores públicos sejam privadas do exercício do direito de greve, enquanto não for editada a lei específica regulamentadora do direito de greve no serviço público. (Rcl nº 6.568/2009). STF – Aplica-se aos servidores públicos com restrições a Lei nº 7.783/1989, que regula a greve na iniciativa privada, enquanto não editada a lei específica exigida pelo artigo 37 VII da Constituição Federal. (MI nº 708, 30/10/2008). STF – É vedada a exoneração de servidor público em estágio probatório pelo simples fato de participar de paralização do serviço a título de greve. (ADI nº 3.235, 04/02/2010). STF – Os institutos da estabilidade e do estágio probatório estão necessariamente vinculados, de modo que se lhes aplica o prazo comum de 3 anos. (AI nº 754.802, 20/06/2011). STJ – Quando o edital do concurso público não fixa a quantidade de vagas, deve-se presumir que haja pelo menos uma vaga, garantindo-se portanto ao primeiro colocado no certame o direito à nomeação. (AgRg no RMS 33.426-RS, 23/08/2011) PÁGINA 191: ACRESCENTAR ao final da página: 6.3.1. Resumo das jurisprudências deste capítulo:

STJ - É possível a utilização, em PAD, de prova emprestada validamente produzida em processo criminal, independentemente do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Isso porque, em regra, o resultado da sentença proferida no processo criminal não repercute na instância administrativa, tendo em vista a independência existente entre as instâncias. (RMS nº 33.628, 02/04/2013).

PÁGINA 200: ACRESCENTAR, após a 3ª linha do topo da página, e antes do quadro de questão comentada, o seguinte trecho: Discute-se se acerca da responsabilidade do Estado por danos causados por pessoas que fogem do sistema prisional e cometem crimes, considerando-se que, se as mesmas pessoas estivessem de fato detidas, aqueles crimes não teriam sido cometidos, razão pela qual decidiu o STF que o tema tem repercussão geral e deve ser decidido de forma definitiva:

Possui repercussão geral a controvérsia acerca da responsabilidade civil do Estado em face de dano decorrente de crime praticado por preso foragido, haja vista a omissão no dever de vigilância por parte do ente federativo. STF (RE nº 608.880, 03/02/2011).

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PÁGINA 208: ACRESCENTAR o seguinte quadro, após o último quadro que já está na página 208, antes do item 7.3.4.:

QUESTÃO COMENTADA JUIZ DO TRABALHO TRT/BA – 2013 – Cespe/UnB Marque Certo ou Errado: A CF consagra dupla garantia, uma em favor do particular, possibilitando-lhe ação indenizatória contra a pessoa jurídica de direito público ou de direito privado que preste serviço público, e outra em prol do servidor, que somente responde administrativa e civilmente perante a pessoa jurídica a cujo quadro funcional se vincular COMENTÁRIO A afirmativa está certa. A questão da banca Cespe/UnB apenas reproduziu a decisão do STF, confirmando que o servidor somente responde perante a pessoa jurídica, e não perante o cidadão, ao contrário da questão da ESAF.

PÁGINA 211: SUBSTITUIR os dois parágrafos que estão entre os quadros dessa página pelos seguintes:

Até aqui tratamos do prazo prescricional das ações movidas pelos particulares em face do Estado. Quanto à prescrição relativa às ações movidas pelo Estado em face dos particulares, aí incluindo a ação regressiva do Estado contra o agente público causador do dano a terceiros, o assunto é ainda mais controvertido.

Nas edições anteriores, me posicionei no sentido de que o prazo prescricional da ação do Estado contra o agente seria o de três anos previsto no Código Civil quando o agente, agindo de forma regular e legal, viesse a causar prejuízo aos cofres públicos, mas que não ocorreria a prescrição quando o prejuízo fosse decorrente de um ato ilegal praticado pelo agente, uma vez que, nos termos do artigo 37 § 5º da Constituição Federal, as ações de ressarcimento de prejuízos causados ao erário a partir de atos ilícitos são imprescritíveis. PÁGINA 212: ACRESCENTAR, depois do quadro do topo da página, antes do item 7.4. o seguinte trecho:

Ocorre que em 2013 o STF voltou a discutir o tema, diante da constatação de que não havia consenso sobre o assunto, tendo reconhecido a Repercussão Geral da matéria, de forma que a decisão que venha a ser tomada pela Suprema Corte passe a ser adotada em todo o país:

Apresenta repercussão geral o recurso extraordinário no qual se discute o alcance da imprescritibilidade da pretensão de ressarcimento ao erário prevista no artigo 37, § 5º, da Constituição Federal (RE nº 669.069, 02/08/2013). Enquanto isso não acontece, e considerando a posição que parece estar sendo atualmente

seguida pela maioria dos Ministros do STF, acho que a melhor corrente é a que defende a imprescritibilidade de qualquer ação de reparação civil por dano ao erário, como cobrado pela banca Cespe/UnB:

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QUESTÃO COMENTADA

ADVOGADO/SERPRO – 2013 – Cespe/UnB Assinale Certo ou Errado: Caso o poder público seja condenado em ação de responsabilidade civil pelos danos causados por seu servidor a terceiro, caberá ação regressiva do Estado contra o servidor, ação esta cujo prazo prescricional será de três anos. COMENTÁRIO O gabarito incialmente divulgado pela banca foi Certo, mas posteriormente, após recursos, a banca alterou o gabarito para Errado, tendo justificado expressamente que a jurisprudência atual do STF seria no sentido de que todas as ações de ressarcimento ao erário seriam imprescritíveis.

PÁGINA 216: RETIRAR todo o último item que se encontra no final da página: Decisões importantes do STF

• As pessoas jurídicas de… • Os agentes causadores de danos a… • Em regra, não há responsabilidade…

PÁGINA 216: ACRESCENTAR ao final da página: 7.5.1. Resumo das jurisprudências deste capítulo: STF – Tratando-se de ato omissivo do Poder Público, a responsabilidade civil por tal ato é subjetiva. (RE nº 179.147, 12/12/1997). STF – A responsabilidade objetiva não é absoluta, admite abrandamento e exclusão da responsabilidade civil do Estado nas hipóteses de caso fortuito, força maior ou culpa atribuível à própria vítima. (RE nº 291.035, 28/03/2006). STF – A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço. (RE nº 591.874, 18/12/2009) STF – O servidor estatal somente responde administrativa e civilmente perante a pessoa jurídica a cujo quadro funcional pertencer. (RE nº 327.904, 15/08/2006). STJ – As ações de indenização contra a Fazenda Pública prescrevem em cinco anos, e não em três anos. (AREsp nº 14.062, 20/09/2012). PÁGINA 226: ACRESCENTAR o seguinte trecho após o primeiro parágrafo da página e antes do item 8.4.:

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Algumas Administrações têm contornado o direito de paridade dos aposentados alterando, por lei, a carreira dos servidores ativos. Assim, por exemplo, em uma carreira na qual a classe mais elevada seja a classe 3, com remuneração de R$ 10.000,00, é criada mais uma classe 4, com remuneração de R$ 12.000,00, de forma então a poder conceder esse aumento remuneratório aos servidores ativos e não conceder esse mesmo aumento aos inativos, já aposentados na classe 3. Decidiu o STF que isso é permitido desde que os critérios exigidos para a promoção possam também ser alcançados pelos inativos; assim, não é permitida a “avaliação de desempenho” para a promoção, uma vez que os inativos não poderão mais ser avaliados, mas admite-se a promoção dos servidores que tiverem determinada titulação. Dessa forma, os proventos de aposentadoria dos inativos que tiverem a mesma titulação serão aumentados, mas não serão aumentados os proventos dos aposentados que não a possuam:

O servidor inativo, embora aposentado no último patamar da carreira anterior, não tem direito adquirido de perceber proventos correspondentes aos da última classe da nova carreira reestruturada por lei superveniente. Todavia, relativamente à reestruturação da carreira disciplinada pela Lei 13.666/2002, do Estado do Paraná, assegura-se aos servidores inativos, com base no art. 40, § 8º, da CF (na redação anterior à EC 41/2003), o direito de terem seus proventos ajustados em condições semelhantes aos dos servidores da ativa, com alicerce nos requisitos objetivos decorrentes do tempo de serviço e da titulação, aferíveis até a data da inativação. Observou-se que a avaliação de desempenho do inativo não mais seria possível. (RE nº 606.199, 09/10/2013).

PÁGINA 226: SUBSTITUIR o último parágrafo da página pelos seguintes:

O referido § 4º serve para vedar a possibilidade de existência de diversas regras diferentes de aposentadoria no serviço público, impondo as regras de aposentadoria já estudadas a todas as categorias de servidores, em todas as esferas. A CF ressalva apenas a categoria dos professores da educação infantil, do ensino fundamental e médio e estabelece que lei complementar poderá estabelecer regras diferenciadas para servidores portadores de deficiência ou que exerçam atividades insalubres ou perigosas.

Ocorre que essas leis complementares não foram editadas, o que, na prática, inviabilizou o direito à aposentadoria especial por aqueles servidores e ensejou a propositura de inúmeros mandados de injunção.

Decidiu o STF em 2013, após diversas decisões monocráticas conflitantes de seus membros em inúmeros outros mandados de injunção julgados anteriormente, que o servidor naquelas condições tem sim o direito à aposentadoria especial e que, enquanto não for editada a lei complementar exigida, deverá ser utilizado, por analogia, o artigo 57 da Lei nº 8.213/1991, que dispõe acerca das regras de aposentadoria especial do Regime Geral da Previdência Social – INSS.

De acordo com o STF, o servidor tem direito à aposentadoria especial caso cumpra os requisitos legais, mas ele não tem direito à prévia averbação em seus registros funcionais, pela Administração, de seu tempo de serviço como tendo sido prestado em condições de risco ou insalubres, uma vez que apenas por ocasião da análise do pedido de aposentadoria essas condições serão analisadas, caso a caso, pelo órgão administrativo responsável, uma vez que não está a União obrigada a editar lei que disponha sobre os critérios de averbação de tempo de serviço em condições especiais:

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A expressa literalidade do art. 40, § 4º, inciso III, da Constituição de 1988 faculta aos servidores públicos o exercício, condicionando-o à prévia edição de lei complementar, mas não alude a existência de suposto direito à contagem diferenciada do tempo de serviço em virtude de o servidor ter labutado em condições especiais. Não se extrai da disciplina constitucional um dever constitucional de legislar acerca da averbação do tempo de serviço prestado por servidores públicos em tais condições, razão por que se revela manifestamente improcedente o pedido nesta via injuncional. Neste sentido, esta Suprema Corte já reconheceu que o art. 40, § 4º,inciso III, da Constituição limita-se a consagrar o direito subjetivo à aposentadoria especial, assentando que a colmatação da mora legislativa do Presidente da República em regulamentar o retromencionado preceito constitucional exige a aplicação, por analogia, da norma contida no art.57, da Lei nº 8.213/91, devendo a Administração examinar, no caso concreto, os requerimentos de aposentadoria especial formulados por servidor público que desempenhe atividades em condições insalubres, até a sobrevinda de legislação específica sobre o tema. (MI nº 2.140 AgR/DF, 06/03/2013).

Os incisos II e III do § 4º do art. 40 da CF devem ser, portanto, regulados pelo artigo 57

da Lei nº 8.213/1991 (que trata de atividades insalubres e perigosas), enquanto que o inciso I do mesmo dispositivo constitucional deve ser regulado pela Lei Complementar nº 142/2013 (que trata de aposentadoria dos portadores de deficiência pelo RGPS). Nesse sentido o STF também já declarou o direito à aposentadoria especial de servidores portadores de deficiência (MI nº 1.967/2011, MI nº 3.322/2011 e MI nº 5.126/2013).

Por final, resta registrar a edição da Lei Complementar nº 51/1985 criando regras diferenciadas de aposentadoria para os policiais. Já decidiu o STF que a referida lei complementar, de 1985, foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988. PÁGINA 227: SUBSTITUIR o primeiro parágrafo logo após as 2 primeiras linhas da página pelo seguinte: Esse dispositivo, acrescentado pela Emenda Constitucional nº 20/1998, passou a proibir a contagem, para efeito de aposentadoria, de qualquer tempo de serviço em que não tenha havido efetivamente contribuição para algum regime de previdência. Com isso, tornou-se vedada a regra, disposta em diversos estatutos de servidores, estabelecendo a contagem em dobro, para efeito de aposentadoria, do tempo de licença-prêmio não gozada. Reconheceu o STF, no entanto, o direito adquirido à referida contagem em dobro relativa ao período anterior à Emenda:

A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que o servidor público que completou os requisitos para usufruir da licença-prêmio em data anterior à EC 20/1998, e não a utilizou, tem direito ao cômputo em dobro do tempo de serviço prestado nesse período para fins de aquisição de aposentadoria. STF (Ag. Reg. no AI nº 760.595, 11/06/2013).

PÁGINA 228: ACRESCENTAR ao final da página: 8.6.1. Resumo das jurisprudências deste capítulo:

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STF - O servidor aposentado na última classe da carreira não tem direito a receber proventos correspondentes aos da última classe da nova carreira reestruturada por lei superveniente, mas os critérios de promoção devem ser objetivos e estendidos aos inativos. (RE nº 606.199, 09/10/2013). STF - O servidor portador de deficiência ou que exerça atividades perigosas ou insalubres tem direito à aposentadoria especial nos termos da Lei nº 8.213/1991 enquanto não for editada a Lei Complementar exigida pelo artigo 40 § 4º da CF. (MI nº 2.140, 06/03/2013). STF - O servidor público que completou os requisitos para usufruir da licença-prêmio antes da EC 20/1998 tem direito à contagem em dobro da licença não gozada para fins de aposentadoria. (AI nº 760.595, 11/06/2013). PÁGINA 234: ACRESCENTAR no item 9.5. antes do último parágrafo da página o seguinte trecho:

Quanto à remoção para acompanhamento do cônjuge, decidiu o STJ ampliar o conceito de “servidor público” para admitir a remoção do servidor estatutário federal para acompanhar seu cônjuge que seja servidor estatutário ou empregado público celetista:

O servidor público federal tem direito de ser removido a pedido, independentemente do interesse da Administração, para acompanhar o seu cônjuge empregado de empresa pública federal que foi deslocado para outra localidade no interesse da Administração (MS nº 14.195-DF, 13/03/2013).

Importante observar que esse direito à remoção só ocorre quando a Administração

remove de ofício o cônjuge do servidor, ou seja, quando a determinação da Administração é que vem causar a separação do casal de servidores; assim, decidiu o STJ que o servidor não tem direito à remoção quando seu cônjuge também servidor é removido a pedido, por interesse próprio, como quando este resolve, voluntariamente, se submeter a concurso de remoção para outra localidade:

O servidor público federal não tem direito de ser removido a pedido, independentemente do interesse da Administração, para acompanhar seu cônjuge, também servidor público, que fora removido em razão de aprovação em concurso de remoção. Isso porque o art. 36, parágrafo único, III, a, da Lei 8.112/1990, que prevê a possibilidade de remoção para acompanhar cônjuge ou companheiro, não ampara a referida pretensão, tendo em vista que, na hipótese, a remoção do cônjuge não se deu ex officio, mas voluntariamente (AgRg no REsp nº 1.290.031, 20/08/2013).

PÁGINA 237: SUBSTITUIR o segundo parágrafo do item 4)Auxílio-moradia pelos seguintes:

O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% do valor do cargo em comissão, função comissionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado pelo servidor e não poderá ultrapassar 25% da remuneração de Ministro de Estado, entretanto, independentemente do valor do cargo ocupado, é garantido ao servidor o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00.

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Em caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês.

PÁGINA 239: ACRESCENTAR o seguinte trecho após o parágrafo do item 6) Adicional noturno, antes do item 7:

Não há porque entender que esse adicional seja pago apenas ao servidor que

eventualmente trabalhe após as 22 horas; ele deve ser pago também aos servidores que trabalham com habitualidade nesse horário, em regime de plantões, como já reconheceu o STJ:

O adicional noturno previsto no art. 75 da Lei 8.112/1990 será devido ao servidor público federal que preste o seu serviço em horário compreendido entre 22 horas de um dia e 5 horas do dia seguinte, ainda que o serviço seja prestado em regime de plantão (REsp nº 1.292.335, 09/04/2013).

PÁGINA 240: SUBSTITUIR TODO o conteúdo do item 9.7.4.2. pelo seguinte:

Para acompanhar cônjuge (ou companheiro) deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo, ainda que essa pessoa deslocada para outra localidade não seja servidora pública; a licença será por prazo indeterminado e sem remuneração. Já decidiu o STJ que essa licença é direito do servidor federal:

É cabível a concessão de licença a servidor público para acompanhamento de cônjuge na hipótese em que se tenha constatado o preenchimento dos requisitos legais para tanto, ainda que o cônjuge a ser acompanhado não seja servidor público e que o seu deslocamento não tenha sido atual. A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que a referida licença é um direito assegurado ao servidor público, de sorte que, preenchidos os requisitos legais, não há falar em discricionariedade da Administração quanto a sua concessão (AgRg no REsp nº 1.243.276, 05/02/2013).

PÁGINA 244: SUBSTITUIR o texto do item 9.7.6.1. Ausência ao serviço sem qualquer prejuízo, pelo seguinte:

O servidor poderá se ausentar do serviço por um dia para doar sangue; pelo período necessário ao alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado a dois dias; por oito dias para casamento; por oito dias em caso de falecimento de cônjuge, pais, filhos, menor sob guarda ou tutela e irmãos.

PÁGINA 247: SUBSTITUIR o comentário do último quadro de questão comentada da página pelo seguinte: Comentário Certo. O requerimento de uma parcela remuneratória não recebida deve ser feito no prazo de cinco anos a partir da data em que ela deixou de ser paga, por se tratar de interesse patrimonial do servidor, como visto em “direito de petição”. No caso, o pedido administrativo (05/06/2007) foi feito dentro do prazo de cinco anos a partir da primeira remuneração não paga (02/07/2003),

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não havendo, portanto, nenhuma parcela prescrita. As parcelas remuneratórias anteriores a 05/06/2002, caso não tivessem sido pagas, não poderiam mais ser pleiteadas. O indeferimento ocorreu em 05/06/2008, a partir do que começou então a correr o prazo prescricional de dois anos e meio; como a ação judicial foi ajuizada dentro desse prazo, não houve prescrição. PÁGINA 251: ACRESCENTAR imediatamente após o quadro da página, de questão comentada, o seguinte trecho:

Conforme já dito, a aplicação das sanções deve sempre levar em consideração a análise do caso concreto, tais como a natureza e a gravidade da infração, os danos causados e os antecedentes do servidor, assim, não se pode previamente definir que determinada sanção seja sempre aplicada em cada hipótese. Nesse sentido, decidiu o STJ que:

São ilegais os Pareceres GQ-177 e GQ-183, da Advocacia-Geral da União, segundo os quais, caracterizada uma das infrações disciplinares previstas no art. 132 da Lei 8.112/1990, se torna compulsória a aplicação da pena de demissão, porquanto contrariam o disposto no art. 128 da Lei 8.112/1990, que reflete, no plano legal, os princípios da individualização da pena, da proporcionalidade e da razoabilidade (MS nº 13.523, 10/03/2010).

PÁGINA 253: ACRESCENTAR o seguinte trecho após o quadro de questão comentada, e antes do item 9.8.4.:

Interessante observar que não há previsão legal para que a prescrição volte a correr após o término do prazo máximo para a conclusão do PAD (de 140 dias). De fato o estatuto federal, em seu artigo 142 § 3º dispõe que “a abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente” que, em verdade, pode e costuma ocorrer depois do referido prazo.

A nossa doutrina é pacífica em assegurar que a prescrição volte a correr após o fim do prazo máximo, de forma a não permitir que a prescrição pudesse ficar indefinidamente interrompida, enquanto não houvesse decisão final administrativa, o que traria prejuízo ao servidor indiciado. Nesse sentido também já decidiu o STJ, ao afirmar que a demora da decisão não pode trazer prejuízo ao acusado:

O excesso de prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar não gera, por si só, qualquer nulidade no feito, desde que não haja prejuízo para o acusado. Isso porque não se configura nulidade sem prejuízo (pas de nulité sans grief). RMS 33.628-PE, 02/04/2013.

PÁGINA 258: ACRESCENTAR após a última linha da página o seguinte:

Pelo que dispõe o artigo 133 §5º do estatuto, o servidor poderia optar por um dos cargos, pedindo exoneração do outro, durante o prazo de sua defesa, ou seja, já no decorrer do processo disciplinar, o que é no mínimo incompatível com o disposto no artigo 172 que veda o pedido de

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exoneração ou de aposentadoria voluntária no decorrer do processo. Nesse sentido decidiu o STJ que:

O direito de opção previsto no caput do art. 133 da Lei n. 8.112/1990 a um dos cargos, empregos ou funções públicas indevidamente acumulados deve ser observado somente nas hipóteses em que o servidor puder fazer pedido de exoneração de um dos cargos. Isso porque o servidor que responde a processo administrativo disciplinar não pode ser exonerado a pedido até o encerramento do processo e o cumprimento da penalidade eventualmente aplicada, de acordo com o art. 172 do mesmo diploma. Assim, fica suspenso o direito de opção previsto no art. 133 enquanto pendente a conclusão de processo administrativo disciplinar em relação a um dos cargos (RMS 38.867-AC, 18/10/2012).

PÁGINA 259: ACRESCENTAR o seguinte trecho após a última linha da página: Nesse sentido, decidiu o STJ que: A Terceira Seção do STJ firmou compreensão no sentido de que, nos termos do disposto na Lei nº 8.112/1990, o Processo Administrativo Disciplinar somente poderá ser anulado quando constatada a ocorrência de vício insanável (art. 169, caput), ou revisto, quando apresentados fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do servidor punido ou a inadequação da penalidade aplicada (art. 174, caput), sendo certo que a nova reprimenda não poderá ser mais gravosa (art. 182, parágrafo único) - MS nº 13.523, 10/03/2010.

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QUESTÃO COMENTADA

AFRFB – 2012 – ESAF Determinado servidor público cometeu infrações disciplinares, violando os incisos I, II e III do art. 116, c/c o art. 117, incisos IX e XV, todos da Lei n. 8.112/90 e foi apenado com suspensão de setenta e cinco dias. Entretanto, invocando pareceres da Advocacia-Geral da União que consideram compulsória a penalidade de demissão em casos como o acima narrado, foi declarado nulo o julgamento proferido no processo administrativo disciplinar em questão, considerando que o referido servidor cometeu falta funcional passível de demissão. Após garantido o devido processo legal, com o contraditório e ampla defesa que lhes são inerentes, a autoridade julgadora emite portaria, demitindo o servidor público pelas infrações cometidas. Tendo em mente a jurisprudência do STJ sobre a matéria, assinale a opção correta. a) Em caso de dissonância entre a penalidade aplicada e a penalidade recomendada em lei ou orientação normativa interna, é possível o agravamento da penalidade imposta ao servidor ainda que após o encerramento do respectivo processo disciplinar, com julgamento pela autoridade competente. b) O rejulgamento do processo administrativo disciplinar é possível não somente quando houver possibilidade de abrandamento da sanção, mas em alguns casos específicos de agravamento como o narrado no enunciado da questão. c) Sempre que caracterizada uma das infrações disciplinares previstas no art.132 da Lei n. 8.112/90, torna-se compulsória a aplicação da pena de demissão. d) É inadmissível segunda punição de servidor público, baseada no mesmo processo em que se fundou a primeira. e) A anulação parcial do processo para a aplicação de orientação da Advocacia-Geral da União está correta e equipara-se a uma anulação por julgamento contrário à prova dos autos. COMENTÁRIO O gabarito é a letra D. O servidor já havia sido julgado por aquele fato e punido com a pena de suspensão, assim, não se admite que o servidor seja novamente punido com pena mais gravosa que a anterior, pois a revisão do processo não admite a reformatio in pejus, descartando-se as letras A e B. A letra C está errada uma vez que, como também já estudado, o poder disciplinar é discricionário e, portanto, não pode ser obrigatória a aplicação da sanção, devendo a situação concreta de cada servidor ser analisada caso a caso. A letra E está errada uma vez que não houve nenhuma ilegalidade na condução do PAD e, portanto, não há se falar na anulação do processo.

PÁGINA 260: ALTERAR os seguintes parágrafos do item 9.10.1: SUBSTITUIR:

Licença para tratamento de saúde: por prazo indeterminado.

POR: Licença para tratamento de saúde: pelo prazo necessário ao restabelecimento do

servidor. Essa licença deve ser concedida inicialmente por um prazo não superior a 24 meses, após o que o servidor deve necessariamente ser avaliado. Expirado esse prazo, e constatando-se que o

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servidor não tem condições de reassumir as funções de seu cargo, ele será readaptado para outro cargo ou aposentado por invalidez, conforme se depreende do artigo 188 §§ 1º e 2º. Ocorre que, caso se verifique a possibilidade de que o servidor venha a se restabelecer em breve, nada impede que a Administração prorrogue essa licença para tratamento de saúde aguardando o seu retorno. É o que se conclui ao constatar que o estatuto prevê, em seus artigos 102 e 103, que será considerado como de efetivo exercício o afastamento do servidor em virtude de licença para tratamento da própria saúde até o limite de 24 meses (art. 102 VIII b) e que contará apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade o tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o prazo de 24 meses (art. 103 VII), reconhecendo-se então a possibilidade dessa licença, ainda que de forma excepcional, por período superior a 24meses.

SUBSTITUIR: Licença à gestante: por 120 dias. O Decreto nº 6.690/2008, regulamentando a Lei nº

11.770/2008, permitiu que haja uma prorrogação dessa licença por mais 60 dias.

POR: Licença à gestante: por 120 dias consecutivos, conforme artigo 207 do estatuto. A Lei nº 11.770/2008 instituiu o programa “Empresa Cidadã”, permitindo que empresas

privadas pudessem prorrogar a licença-maternidade de suas funcionárias, e autorizou a Administração a instituir o mesmo programa a suas servidoras.

No nível federal foi então editado o Decreto nº 6.690/2008, prorrogando a licença à gestante das servidoras públicas federais por mais 60 dias.

Os Entes Federados não são obrigados a fazer o mesmo, assim, cada um deles poderá, discricionariamente, editar ato normativo prorrogando as referidas licenças, conforme já decidido pelo STJ:

A prorrogação da licença-maternidade prevista no art. 2º da Lei Federal n. 11.770/2008 não é autoaplicável, estando condicionada à edição de ato regulamentar pelo ente administrativo a que se encontra vinculada a servidora pública (REsp 1.333.646-BA, 18/10/2012).

PÁGINA 266: ACRESCENTAR ao final da página: 9.11.1. Resumo das jurisprudências deste capítulo: STJ - O servidor público federal tem direito à remoção para acompanhar o seu cônjuge empregado público deslocado pela Administração (MS nº 14.195, 13/03/2013). STJ - O servidor público federal não tem direito à remoção para acompanhar o seu cônjuge, também servidor, removido em razão de aprovação em concurso de remoção, pois essa remoção não ocorre ex officio, mas voluntariamente. (AgRg no REsp nº 1.290.031, 20/08/2013).

STJ - O adicional noturno será devido ao servidor ainda que o serviço seja prestado em regime de plantão (REsp nº 1.292.335, 09/04/2013).

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STJ - O servidor federal tem direito à licença para acompanhamento de cônjuge ainda que esse cônjuge deslocado não seja servidor e que o seu deslocamento não tenha sido atual. (AgRg no REsp nº 1.243.276, 05/02/2013).

STJ – Não é obrigatória a aplicação da pena de demissão nas hipóteses previstas no estatuto, porquanto contrariam os princípios da individualização da pena, da proporcionalidade e da razoabilidade (MS nº 13.523, 10/03/2010). STJ – O excesso de prazo para a conclusão do PAD não gera sua nulidade. (RMS nº 33.628, 02/04/2013).

STJ – O PAD só pode ser revisto quando apresentados fatos novos e a nova punição não poderá ser mais gravosa. (MS nº 13.523, 10/03/2010).

STJ – Instaurado o processo sumário por acumulação ilegal de cargos públicos, o servidor não pode mais optar por um dos cargos pedindo exoneração do outro. (RMS nº 38.867, 18/10/2012). STJ – A prorrogação da licença-maternidade por mais 60 dias para a servidora pública depende da edição de ato regulamentar do referido ente federativo. (REsp nº 1.333.646, 18/10/2012). PÁGINA 273: ACRESCENTAR, após o último quadro da página e antes do item 10.4. o seguinte: Já decidiu o STJ que o assédio sexual de professor da rede pública sobre seus alunos e o assédio moral de autoridade pública sobre seus subordinados configuram ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração (REsp nº 1.255.120, de 21/05/2013 e REsp nº 1.286.466, de 03/09/2013, respectivamente).

PÁGINA 275: ACRESCENTAR, após a 10ª linha da página (antes do parágrafo que se inicia com “A decretação judicial dessas medidas…”) o seguinte:

A indisponibilidade dos bens do indiciado serve, portanto, para garantir a eventual condenação de ressarcimento ao erário e, assim, pode recair sobre bens adquiridos legalmente pelo agente, inclusive com recursos próprios e, até mesmo, adquiridos antes do ato de improbidade:

A decretação de indisponibilidade de bens em decorrência da apuração de atos de improbidade administrativa deve observar o teor do art. 7º, parágrafo único, da Lei n. 8.429/1992, limitando-se a constrição aos bens necessários ao ressarcimento integral do dano, ainda que adquiridos anteriormente ao suposto ato de improbidade, ou até mesmo ao início da vigência da referida lei. STJ (AgRg no REsp nº 1.191.497, 20/11/2012). A indisponibilidade dos bens do indiciado poderá ser decretada até mesmo nos atos de

improbidade administrativa que atentem contra os princípios da Administração (uma vez que,

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embora não haja, em tese, lesão aos cofres públicos, há a possibilidade de aplicação de multa ao condenado):

No caso de improbidade administrativa, admite-se a decretação da indisponibilidade de bens também na hipótese em que a conduta tida como ímproba se subsuma apenas ao disposto no art. 11 da Lei 8.429/1992, que trata dos atos que atentam contra os princípios da administração pública. STJ (AgRg no REsp nº 1.299.936, 18/04/2013).

PÁGINA 280: ACRESCENTAR ao final da página: 10.7.1. Resumo das jurisprudências deste capítulo: STJ – O assédio sexual cometido por agente público configura ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração (REsp nº 1.255.120, 21/05/2013). STJ – O assédio moral cometido por agente público configura ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração (REsp nº 1.286.466, 03/09/2013). STJ – A indisponibilidade de bens pode recair sobre bens adquiridos anteriormente ao suposto ato de improbidade e mesmo antes da Lei nº 8.429/1992. (REsp nº 1.191.497, 20/11/2012). STJ – Admite-se a indisponibilidade de bens em caso de ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração. (REsp nº 1.299.936, 18/04/2013). STF – A ação de improbidade é uma ação civil, e o STF não é competente para conhecer de ações civis ajuizadas contra as autoridades para cujo processo penal o seria (foro privilegiado – CF artigo 102). (ADI nº 2.860, 15/09/2005). STF – Os agentes políticos que estejam sujeitos à lei sobre crime de responsabilidade não respondem por improbidade administrativa. (Rcl nº 5.126, 19/12/2007). PÁGINA 283: ACRESCENTAR, ao final da página (após o resumo esquemático do final da página) os seguintes quadros:

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QUESTÃO COMENTADA

ANAC nível superior – 2012 – Cespe/UnB Marque Certo ou Errado: Um ato administrativo pode surgir mediante a manifestação bilateral de vontade. COMENTÁRIO O gabarito inicial foi ERRADO, uma vez que os atos bilaterais são na verdade contratos administrativos, e não atos administrativos propriamente ditos, que são sempre unilaterais. Infelizmente, aqui, a banca titubeou e, após os recursos apresentados, anulou a questão, por entender que houve dúvida acerca do alcance da expressão (os atos bilaterais não são atos administrativos em sentido estrito, mas, poderiam ser considerados atos administrativos em sentido amplo – ou atos da Administração).

� CUIDADO !!! Para fins de concurso público, em questões objetivas, em caso de dúvida acerca do alcance de determinada expressão (sentido amplo ou sentido estrito), é sempre preferível buscar o sentido estrito das expressões, strictu sensu. PÁGINA 294: ACRESCENTAR, ao final da página (após o último quadro) o seguinte:

A motivação deve ocorrer no momento da edição do ato, ou anteriormente a ele, de forma que o ato administrativo nasça já motivado e, assim, se assegure o direito ao contraditório ao particular atingido pelo ato da Administração desde o início, não devendo ser permitida a motivação do ato feita a posteriori. Apenas em casos excepcionais isso pode ser admitido, como decidiu o STJ:

O vício consistente na falta de motivação de portaria de remoção ex officio de servidor público pode ser convalidado, de forma excepcional, mediante a exposição, em momento posterior, dos motivos idôneos e preexistentes que foram a razão determinante para a prática do ato, ainda que estes tenham sido apresentados apenas nas informações prestadas pela autoridade coatora em mandado de segurança impetrado pelo servidor removido. STJ (AgRg no RMS nº 40.427,03/09/2013).

PÁGINA 312: ACRESCENTAR, após o final do parágrafo que se encontra no topo da página, e antes do quadro DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA o seguinte trecho:

Além dos atos praticados por usurpadores de função, entende boa parte da doutrina que são ainda considerados atos inexistentes aqueles cujo objeto seja claramente impossível, não possuindo qualquer capacidade de gerar efeitos, ainda que editados por agentes públicos competentes, como, por exemplo, uma licença de construção na Lua, concedida pelo Secretário de obras.

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� CUIDADO !!! A licença de construção na Lua, concedida pelo Secretário Municipal de obras, é ato inexistente (objeto impossível), mas a licença de construção em área de preservação ambiental pertencente à União, concedida pelo mesmo Secretário Municipal de obras, é ato nulo (objeto ilícito, apesar de possível).

QUESTÃO COMENTADA INPI – 2012 – Cespe/UnB Marque Certo ou Errado: O alvará que autoriza a reforma de prédio em terreno baldio vazio caracteriza-se como ato administrativo inexistente. COMENTÁRIO A afirmativa está correta. É impossível reformar prédio em terreno baldio, onde não existe qualquer construção. Daí a classificação como inexistente. PÁGINA 313: SUBSTITUIR o 3º parágrafo iniciado na página pelo seguinte trecho:

Ensina a professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro ainda que, quando o vício de competência se dá em razão da matéria estaremos diante de hipótese de competência exclusiva e, assim, a convalidação é vedada, nos seguintes termos:

Também não se admite a ratificação quando haja incompetência em razão da matéria; por exemplo, quando um Ministério pratica ato de competência de outro Ministério, porque, nesse caso, também existe exclusividade de atribuições.

QUESTÃO COMENTADA

DELEGADO/PF – 2013 – Cespe/UnB Marque Certo ou Errado: Quando um Ministério pratica ato administrativo de competência de outro, fica configurado vício de incompetência em razão da matéria, que pode ser convalidado por meio da ratificação. COMENTÁRIO A afirmativa está errada. O vício de competência em razão da matéria não admite a convalidação, como já comentado anteriormente.

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PÁGINA 313: ACRESCENTAR, após a última linha da página, o seguinte quadro:

� DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA !!! Não existe consenso em relação à convalidação constituir ato vinculado ou discricionário da Administração. A questão se refere à situação na qual a não convalidação de um ato viciado venha a prejudicar o particular de boa-fé. Quando, por exemplo, a Administração descobre que um alvará de funcionamento de estabelecimento havia sido assinado por um servidor incompetente e, assim, resolve anular o alvará e interditar o estabelecimento, essa atuação administrativa prejudica o proprietário do estabelecimento que de boa-fé obteve o alvará, afrontando o princípio da segurança jurídica; entende-se portanto que, nessa hipótese, a convalidação do alvará seria vinculada. Dessa forma, a doutrina tem convergido para o entendimento de que a convalidação seja, em regra, ato discricionário, salvo quando o vício for de competência ou forma (uma vez que os demais vícios não admitem convalidação) e estivermos diante de particulares de boa-fé quando então, em decorrência do princípio da segurança jurídica, a convalidação é obrigatória, constituindo ato vinculado. PÁGINA 322: SUBSTITUIR no esquema a expressão ex nunc por ex tunc Efeitos ex tunc

Posse sem Anulação da posse

Concurso público PÁGINA 327: ACRESCENTAR, após as 2 primeiras linhas do topo da página, antes do parágrafo que começa logo depois, o seguinte parágrafo: Pior ainda ocorreu com a edição da Lei nº 12.833/2013, que estendeu à Infraero (Empresa Pública prestadora de serviço público em regime de monopólio) a possibilidade de também utilizar procedimento licitatório simplificado como o da Petrobras para as suas contratações, ao invés de obedecer à Lei nº 8.666/1993. Considerando-se que a Infraero nem mesmo é exploradora de atividade econômica, me parece óbvio que o TCU deva entender pela inconstitucionalidade desses procedimentos, a aguardar decisão do STF. PÁGINA 327: ACRESCENTAR, após o último quadro da página, antes do item 12.2 Princípios da página seguinte, o seguinte parágrafo:

Cabe ainda assinalar que em 04 de agosto de 2011 foi editada a Lei nº 12.462 instituindo o chamado Regime Diferenciado de Contratações Públicas – RDC, criando regras diferenciadas de

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licitação e contratos necessários à realização da Copa do Mundo e Olimpíadas, incluindo serviços nos aeroportos que serão utilizados nos eventos, serviços relacionados ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e ao SUS (Sistema Único de Saúde). Por se tratar de um tema muito específico, essas novas regras não serão aqui comentadas. PÁGINA 357: ACRESCENTAR, após a última linha do item 12.6.2. Dispensa de licitação, antes do item 12.6.2.1. Licitação dispensada o seguinte quadro:

QUESTÃO COMENTADA ANALISTA ANCINE – 2013 – CESPE/UNB A respeito das hipóteses em que a Lei de Licitações e Contratos autoriza a não realização de licitação, julgue os itens a seguir. 1- Em se tratando de licitação dispensada, a administração estará, por força da lei, impedida de realizar a licitação. 2- Nas hipóteses em que a licitação for por lei dispensável, a administração pública será impedida de realizar o certame. COMENTÁRIO O item 1 está correto e o 2 está errado uma vez que apenas na hipótese de licitação dispensada a Administração estará impedida de licitar. PÁGINA 363: ACRESCENTAR, no final da página (após a última linha do último inciso XXXII) um novo inciso XXXIII:

XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água.

PÁGINA 369: SUBSTITUIR o primeiro parágrafo do item 12.11. Registro de preços pelos seguintes:

Quando a Administração desejar contratar bens e serviços que são adquiridos com frequência e cujas quantidades de fornecimento são ainda estimadas (como ocorre, por exemplo, para a aquisição de material de expediente ou de medicamentos), poderá ser utilizado o sistema de registro de preços.

Por esse sistema, a Administração promove uma licitação (pela modalidade de concorrência ou por pregão, em caso de bens e serviços comuns) para a obtenção dos melhores preços de fornecimento de cada item licitado e, com isso, elabora uma “tabela”, denominada por registro de preços. A partir daí, e durante o prazo de validade do registro, a Administração poderá, a qualquer momento, chamar o vencedor de cada item a fornecer determinadas quantidades pelos preços registrados sem novas licitações.

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PÁGINA 369: ACRESCENTAR, após o último parágrafo do item 12.11. Registro de preços (ainda dentro do item 12.11) os seguintes parágrafos:

O registro de preços, previsto no artigo 15 da Lei nº 8.666/1993 encontra-se atualmente

regulamentado, no nível federal, pelo Decreto nº 7.892/2013, de estudo obrigatório para os concursos públicos que venham a exigir esse tema.

O referido decreto, aplicável à Administração Direta e Indireta federal, veda a adesão da Administração federal a registros de preços porventura realizados por entidades estaduais, distritais e municipais, mas faculta a adesão dessas entidades às atas de registros de preços federais.

Define o regulamento que Sistema de Registro de Preços - SRP é o “conjunto de procedimentos para registro formal de preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para contratações futuras” e que ata de registro de preços é o “documento vinculativo, obrigacional, com característica de compromisso para futura contratação, em que se registram os preços, fornecedores, órgãos participantes e condições a serem praticadas, conforme as disposições contidas no instrumento convocatório e propostas apresentadas”.

A existência de preços registrados “não obriga a administração a contratar, facultando-se a realização de licitação específica para a aquisição pretendida, assegurada preferência ao fornecedor registrado em igualdade de condições” mas, de forma diversa, surge, para o licitante vencedor, a obrigação de fornecer, dentro das quantidades estimadas e pelo preço registrado. Excepcionalmente, caso os valores de mercado daqueles itens venham a se distanciar dos preços registrados, poderá ocorrer a revisão dos preços registrados.

Quando o preço registrado tornar-se superior ao preço praticado no mercado por motivo superveniente, o órgão gerenciador convocará os fornecedores para negociarem a redução dos preços aos valores de mercado. Os fornecedores que não aceitarem reduzir seus preços serão liberados do compromisso assumido, sem aplicação de penalidade.

Quando, por outro lado, o preço de mercado tornar-se superior aos preços registrados e o fornecedor não puder fornecer pelo preço registrado, o órgão gerenciador poderá liberá-lo do compromisso assumido, caso a comunicação ocorra antes do pedido de fornecimento.

PÁGINA 372: SUBSTITUIR as 2 primeiras linhas da página pelo seguinte trecho: prejuízos regularmente comprovados, contanto que a anulação não tenha ocorrido por culpa da própria empresa.

Reconhecida a nulidade de contrato administrativo por ausência de prévia licitação, a Administração Pública não tem o dever de indenizar os serviços prestados pelo contratado na hipótese em que este tenha agido de má-fé ou concorrido para a nulidade do contrato. Realmente, o fato de um contrato administrativo ter sido considerado nulo por ausência de prévia licitação não exime, em princípio, a Administração do dever de indenizar o contratado pelos serviços por ele prestados. Todavia, em consideração ao disposto no art. 59 da Lei 8.666/1993, devem ser ressalvadas as hipóteses de má-fé ou de ter o contratado concorrido para a nulidade do contrato. STJ (AgRg no REsp nº 1.394.161, 08/10/2013).

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PÁGINA 377: ACRESCENTAR ao final da página: 12.14.1. Resumo das jurisprudências deste capítulo: STJ – Na anulação de contrato administrativo, a Administração não tem o dever de indenizar os serviços prestados pelo contratado se ele concorreu para a nulidade do contrato. (REsp nº 1.394.161, 08/10/2013). PÁGINA 399: ACRESCENTAR ao final da página: 13.6.1. Resumo das jurisprudências deste capítulo: STF – A mera inadimplência do contratado não pode transferir à Administração Pública a responsabilidade pelo pagamento dos encargos trabalhistas, mas isso não significa que eventual omissão da Administração na obrigação de fiscalizar as obrigações do contratado não venha a gerar essa responsabilidade. (ADC nº 16, 24/11/2010). PÁGINA 406: RETIRAR o quadro de questão comentada do topo da página PÁGINA 407: ACRESCENTAR imediatamente antes do item 14.3.3. o seguinte quadro de questão comentada:

QUESTÃO COMENTADA TÉCNICO JUDICIÁRIO/MPE – 2013 – FCC Determinado município outorgou à empresa privada, mediante prévio procedimento licitatório, permissão para operação de linhas de ônibus para o serviço público de transporte de passageiros. Após três anos de operação privada, o novo Prefeito decidiu que o município deveria retomar a operação dessas linhas, como forma de propiciar a modicidade tarifária aos usuários, muito embora a permissão originalmente outorgada previsse o prazo de cinco anos, prorrogável por igual período. De acordo com as disposições legais que disciplinam a matéria, essa decisão é (A) legal, desde que declarada, mediante prévia autorização legislativa, a encampação do serviço. (B) legal, haja vista o caráter precário do regime de permissão de exploração de serviço público. (C) ilegal, haja vista que a retomada antes do prazo outorgado somente pode ocorrer em caso de declaração de caducidade. (D) ilegal, salvo se houver expressa concordância da permissionária e indenização por todos os investimentos não amortizados. (E) legal, desde que fundada em razões de interesse público devidamente justificado e constatada a ineficiência na prestação do serviço pelo permissionário. COMENTÁRIO O gabarito é a letra B, uma vez que a permissão é precária e pode ser legalmente extinta por interesse da Administração, ainda que não haja qualquer culpa da permissionária. A questão não mencionou, mas entende-se que, nessa hipótese, uma vez que o contrato estipulava prazo que não foi cumprido pela Administração, a permissionária deverá ser indenizada pelos investimentos feitos e não recuperados em relação aos dois anos que deixou de explorar o serviço. Essa permissão com prazo preestabelecido é a permissão condicionada, semelhante à concessão, inclusive porque envolve alto grau de investimento do delegatário.

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PÁGINA 410: SUBSTITUIR todo o primeiro parágrafo do item 14.3.3.2.3. Caducidade pelo seguinte:

É a extinção decorrente da inexecução total ou parcial do contrato pelo concessionário. Poderá ser declarada pelo poder concedente quando o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares, paralisar o serviço ou concorrer para tanto (ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior), perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço, não cumprir nos devidos prazos as penalidades impostas por infrações ou não atender à intimação do poder concedente para regularizar a prestação do serviço ou para apresentar, em 180 dias, documentação relativa a sua regularidade fiscal. PÁGINA 433: ACRESCENTAR novo item 15.14., logo após o item 15.13 Prazos, renumerando o atual item 15.14. Resumo para item 15.15. Resumo: 15.14. Prescrição administrativa

A Lei nº 9.784/1999 não dispõe acerca dos prazos para que uma pessoa possa pleitear administrativamente algum direito, uma vez que as legislações específicas é que devem, caso a caso, estabelecer esses prazos. Assim, por exemplo, a legislação tributária deve estabelecer os prazos para pedidos dessa natureza, os estatutos devem estabelecer os prazos para que seus servidores façam seus requerimentos, e assim por diante.

Na falta de previsão em legislação específica, dispõe o Decreto nº 20.910/1932 que “o direito à reclamação administrativa, que não tiver prazo fixado em disposição de lei para ser formulada, prescreve em um ano a contar da data do ato ou fato do qual a mesma se originar”. O referido decreto dispõe ainda que:

Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem. … Art. 4º Não corre a prescrição durante a demora que, no estudo, ao reconhecimento ou no pagamento da dívida, considerada líquida, tiverem as repartições ou funcionários encarregados de estudar e apurá-la. Parágrafo único. A suspensão da prescrição, neste caso, verificar-se-á pela entrada do requerimento do titular do direito ou do credor nos livros ou protocolos das repartições públicas, com designação do dia, mês e ano. … Art. 9º A prescrição interrompida recomeça a correr, pela metade do prazo, da data do ato que a interrompeu ou do último ato ou termo do respectivo processo.

Significa dizer que, em se tratando de qualquer direito de natureza patrimonial contra o Poder Público, o interessado tem o prazo de cinco anos para ingressar com seu pedido administrativo ou judicial; caso prefira procurar a via administrativa, o referido prazo deixará de correr (será interrompido) a partir do momento em que se fizer o pedido administrativo,

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conforme parágrafo único do artigo 4º supracitado que indevidamente utilizou a palavra suspensão ao invés do termo correto de interrupção, aplicável à espécie.

A suspensão do prazo é hipótese na qual a contagem do prazo deixa de correr e, posteriormente, volta a correr pelo prazo que faltava inicialmente, o que não se aplica nesse caso. A interrupção ocorre quando a contagem é paralisada e, posteriormente, é reiniciada do seu início ou de algum outro ponto, como de fato dispõe o decreto, ao determinar que a contagem volte a correr “pela metade”.

Em suma, o prazo prescricional não corre durante o prazo em que a Administração estiver analisando o pleito, desde o pedido inicial até a sua decisão final. Assim, por exemplo, se o particular ingressa com o pedido administrativo 4 anos após o fato que o originou, e a legislação tivesse previsto a suspensão do prazo durante o processo administrativo, o particular teria apenas mais um ano para ingressar com ação judicial após a decisão administrativa definitiva. Uma vez que a hipótese é de interrupção da contagem, o particular terá ainda dois anos e meio (metade do prazo inicial de 5 anos) para ingressar com a ação.

Registre-se que, se a metade do prazo inicial for inferior ao prazo que lhe restava incialmente, o prazo maior será concedido ao particular, de forma a não prejudicá-lo. Em outras palavras, se o pedido administrativo é feito 1 ano após o fato (quando ainda lhe restavam 4 anos para a ação), o prazo para a ação judicial, após a decisão administrativa, será de 4 anos, e não de dois anos e meio. Nesse sentido já decidiu o STJ:

Não está prescrita a pretensão dos servidores da justiça federal de recebimento de valores retroativos referentes à incorporação de quintos pelo exercício de função comissionada ou cargo em comissão entre 8/4/1998 a 5/9/2001 – direito surgido com a edição da MP 2.225-45/2001 –, encontrando-se o prazo prescricional suspenso até o encerramento do Processo Administrativo 2004.164940 do CJF, no qual foi interrompida a prescrição. Interrompido o prazo, a prescrição volta a correr pela metade (dois anos e meio) a contar da data do ato que a interrompeu ou do último ato ou termo do respectivo processo, nos termos do que dispõe o art. 9º do Dec. 20.910/1932. Assim, tendo sido a prescrição interrompida no curso de um processo administrativo, o prazo prescricional não volta a fluir de imediato, mas apenas "do último ato ou termo do processo", consoante dicção do art. 9º do Dec. 20.910/1932. Nesse contexto, observa-se que o direito à incorporação dos quintos surgiu com a edição da MP 2.225-45/2001. Portanto, em 4/9/2001, quando publicada a MP, teve início o prazo prescricional quinquenal do art. 1º do Dec. 20.910/1932. A prescrição foi interrompida em 17/12/2004, com a decisão do Ministro Presidente do CJF exarada nos autos do Processo Administrativo 2004.164940, que reconheceu o direito de incorporação dos quintos aos servidores da Justiça Federal. Ocorre que esse processo administrativo ainda não foi concluído. Assim, como ainda não foi encerrado o processo no qual foi interrompida a prescrição e tendo sido pagas duas parcelas de retroativos – em dezembro de 2004 e dezembro de 2006 –, não flui o prazo prescricional, que não voltou a correr pela metade, nos termos dos art. 4º e 9º do Dec. 20.910/1932. REsp 1.270.439-PR, 26/06/2013.

PÁGINA 449: RETIRAR as 3 primeiras linhas da página e TODO o quadro de questão comentada que vem a seguir e SUBSTITUIR pelo seguinte:

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após o registro, no entanto, para que essa sustação se dê após o prazo de cinco anos contado a partir do recebimento do processo pelo TCU, deve-se assegurar ao servidor, de forma excepcional, o direito à defesa perante o TCU:

A recente jurisprudência consolidada do STF passou a se manifestar no sentido de exigir que o TCU assegure a ampla defesa e o contraditório nos casos em que o controle externo de legalidade exercido pela Corte de Contas, para registro de aposentadorias e pensões, ultrapassar o prazo de cinco anos, sob pena de ofensa ao princípio da confiança – face subjetiva do princípio da segurança jurídica. Precedentes. Nesses casos, conforme o entendimento fixado no presente julgado, o prazo de 5 (cinco) anos deve ser contado a partir da data de chegada ao TCU do processo administrativo de aposentadoria ou pensão encaminhado pelo órgão de origem para julgamento da legalidade do ato concessivo de aposentadoria ou pensão e posterior registro pela Corte de Contas (MS nº 24.781/2011).

� CUIDADO !!! O Tribunal de Contas deve conceder o direito à defesa ao servidor, para que possa sustar o ato de aposentadoria, caso tenha decorrido prazo superior a cinco anos a partir do momento do recebimento do processo administrativo pela Corte de Contas, e não a partir da data da concessão da própria aposentadoria.

QUESTÃO COMENTADA DEFENSOR PÚBLICO/RO – 2012 – CESPE/UNB Considere que o TCU tenha recebido, em 2008, processo para registro de aposentadoria de servidor público federal e que, ao concluir o exame, em 2011, tenha considerado irregular a incorporação de determinada verba de representação aos proventos do servidor — reconhecida pela administração quando da aposentadoria, que se deu no ano de 2003. Considere, ainda, que o TCU tenha assegurado ao servidor o direito ao exercício do contraditório e da ampla defesa no respectivo processo administrativo, mas ele, inconformado, tenha impetrado mandado de segurança por meio do qual invocou a decadência do direito da administração de rever o ato. Nessa situação hipotética, o ato de aposentadoria não pode ser revisto, já que o direito da administração de anular os atos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados. COMENTÁRIO A afirmativa está errada. O TCU reviu o ato de aposentadoria em 2011, três anos após o seu recebimento em 2008, e, portanto, nem mesmo precisava ter assegurado ao servidor o direito à defesa. A revisão poderia ter sido feita pelo TCU ainda que já tivesse decorrido prazo superior a cinco anos após o seu recebimento pela Corte de Contas, desde que fosse assegurado o direito de ampla defesa junto ao Tribunal. PÁGINA 457: ACRESCENTAR, após os dois parágrafos com marcadores, no início da página, imediatamente antes do item 16.2.3.3.4., um novo parágrafo:

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Decidiu o STF, após grandes divergências sobre a matéria, que o mandado de segurança visa proteger o direito pessoal do autor e, sendo assim, ele pode, a qualquer tempo, desistir da ação, mesmo após decisão de mérito:

A desistência do mandado de segurança é uma prerrogativa de quem o propõe e pode ocorrer a qualquer tempo, sem anuência da parte contrária e independentemente de já ter havido decisão de mérito, ainda que favorável ao autor da ação. STF (RE nº 669.367, 02/05/2013).

PÁGINA 468: ACRESCENTAR ao final da página: 16.3.1. Resumo das jurisprudências deste capítulo: STF – O TCU só deve assegurar direito de defesa ao interessado, no caso de registro de aposentadorias e pensões, se a análise for feita depois de 5 anos a partir da data de recebimento do processo administrativo pela Corte de Contas. (MS nº 24.781, 09/06/2011). STF – A desistência do mandado de segurança é direito de quem o propõe e pode ocorrer a qualquer tempo, mesmo após decisão de mérito. (RE nº 669.367, 02/05/2013). STF - A aposentadoria é ato administrativo complexo, que somente se torna perfeito e acabado após seu exame e registro pelo TCU. (MS nº 31.736, 10.9.2013). STF – A exigência feita por ato normativo de remessa prévia de todo edital de licitação ao Tribunal de Contas é proibida. (RE nº 547.063, 07/10/2008). STF – É inconstitucional a lei que determina que todos os contratos administrativos celebrados dependerão de registro prévio pelo Tribunal de Contas. (ADI nº 916, 02/02/2009).