pódio - 8 de novembro de 2015

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Pódio [email protected] 3090-1075 E1 MANAUS, DOMINGO, 8 DE NOVEMBRO DE 2015 NO VASCO Vasco joga a vida contra o Palmeiras Pódio E7 FRAME Na semana em que o Atlético Rio Negro Clube completa 102 anos de vida, o PÓDIO traz uma reportagem especial sobre a história do tradicional clube do Amazonas. Pódio E4 e E5

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Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

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[email protected]

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MANAUS, DOMINGO, 8 DE NOVEMBRO DE 2015

NO VASCO

Vasco joga a vida contra o Palmeiras

Pódio E7

FRAM

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Na semana em que o Atlético Rio Negro Clube completa 102 anos de vida, o PÓDIO traz uma reportagem especial sobre a história do tradicional clube do Amazonas. Pódio E4 e E5

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MANAUS, DOMINGO, 8 DE NOVEMBRO DE 2015E2

Eu tenho vários jogadores que há 5 anos vêm tra-balhando comigo e têm real condi-ções de atuar no futebol local, mas também chegar a vestir a camisa de um time de ponta do país

A falta de investi-mento na base é um dos problemas nos clubes. Sem apoio dos dirigen-tes, é um prejuízo enorme na forma-ção de uma equi-pe. Tenho a plena convicção, se ti-vermos uma base, teremos grandes revelações para lançar no futebol. Hoje, o Fast vem mostrando que a base é o caminho para as conquistas

Espero ser reco-nhecido pelo tra-balho que venho desempenhando no clube. Quero assumir o coman-do técnico do pro-fi ssional para dar continuidade nas conquistas que a torcida merece

MANAUS, DOMINGO, 8 DE NOVEMBRO DE 2015E2 PódioPódio

Pódio – Muitos técnicos renomados passaram pelo Fast, porém não consegui-ram tirar a equipe de uma fi la de quatro décadas sem títulos no profi ssional. Como você avalia essa conquista?

Darlan Borges – É uma satisfação enorme ter conse-guido esse feito histórico tanto para o clube quanto para os que fazem parte dele. A conquista é a prova de um trabalho que vem sendo realizado com muito esforço e vontade de vencer. O Fast já estava merecendo festejar um título com sua torcida, e veio na hora certa. Não me vejo como o melhor técnico, mas o trabalho que vem sendo feito é a porta para muito mais conquistas.

Pódio – Com a conquista de campeão da Copa Ama-zonas, o título lhe credita a ser ofi cialmente técnico do Fast em 2016?

DB – Não vou esconder que este é o meu desejo, mas a de-cisão é da diretoria, pois espero ser reconhecido pelo o trabalho que venho desempenhando no clube. Quero assumir o coman-do técnico do profi ssional para dar continuidade nas conquis-tas que a torcida merece.

Pódio – Caso a diretoria ofi cialize você como técnico do time principal, o Darlan Borges já pensa em montar um time forte para as com-petições futuras?

DB – É claro que temos que reforçar, mas só irei pensar nisso se a diretoria confi rmar ofi cialmente na equipe princi-pal. Em caso de efetivação no cargo, algumas peças serão reposicionadas onde tiver mais carência. Mas pretendo manter a base e reforçar a equipe, porém, nomes ainda não estão sendo cogitados.

Pódio – Diante do cená-rio atual do futebol local e as oportunidades que estão surgindo neste mo-mento no time profissio-nal do Fast, o que você projeta para o futuro?

DB – Eu espero fazer um ótimo trabalho e conquistar títulos assim como consegui no futebol de base, e que a diretoria reconheça o meu

Assumir a função de técnico de futebol, em especial no Brasil, é uma tarefa muitas das vezes ingrata. Mas, para o atual comandante do Fast Clube, o desafi o foi superado com êxito. Darlan Borges chegou ao clube da base em 2000 e logo de cara, no primeiro ano, sagrou-se campeão amazonense e da Copa Piola. Dois anos depois, voltou a ser campeão infantil pelo Rolo Compressor. Na última semana, conseguiu tirar o Tricolor de uma fi la de 43 anos sem títulos no futebol profi ssional

Darlan BORGES

‘O Fast já estava merecendo festejar um título’

trabalho e me dê a oportuni-dade de assumir a equipe no próximo estadual. Manter a regularidade é importante não só para o clube, mas também para o profi ssional.

Pódio - No atual elenco fastiano, os garotos têm condições de chegar a um grande clube do futebol brasileiro?

DB – Eu tenho vários jo-gadores que há 5 anos vêm trabalhando comigo e têm real condições de atuar no futebol local, mas também chegar a vestir a camisa de um time de ponta do país.

Pódio - O atual momento do futebol amazonense é por causa da falta de in-vestimento na base?

DB – A falta de investimento na base é um dos problemas nos clubes. Sem apoio dos di-rigentes, é um prejuízo enorme na formação de uma equipe. Tenho a plena convicção, se tivermos uma base, teremos grandes revelações para lançar no futebol. Hoje, o Fast vem mostrando que a base é o caminho para as conquistas.

Pódio - Você ainda acredi-ta no futebol amazonense?

DB – Eu ainda acredito, se não acreditasse posso dizer que não estaria mais ligado ao futebol, mas as conquistas alcançadas e o trabalho do clube só me motivam. Eu ainda

tenho esperança de ver o nosso futebol no cenário nacional.

Pódio - Após o auge do futebol amazonense nas décadas de 70 e 80 com Nacional, Fast e Rio Ne-gro, o São Raimundo nos anos 90 chegou a tentar resgatar a história, porém acabou perdendo o rumo. Na sua visão, o que faltou para o time dar sequência para a valorização do nos-so futebol?

DB – O time do São Raimun-do tinha alguns bons jogado-res, mas os atletas que vieram de fora estavam mais preocu-pados em ganhar dinheiro. Mas a culpa é toda dos dirigentes, que em vez de ajudar o clube e a base, se preocuparam também com seus próprios interesses pessoais. Enquanto os nossos jogadores ralam para ganhar um valor menor, eles prefe-rem contratar jogadores de outros Estados.

Pódio - Qual a solução para o futebol local?

DB – Aqui tem que ter uma união muito grande como exis-te no futebol paraense. Lá, a fe-deração, os clubes e a imprensa são unidos. Aqui não temos essa harmonia, infelizmente.

Pódio - A falta de calen-dário local traz prejuízos para os clubes?

DB – A falta de competi-ções é um dos fatores para

manter a sequência e ama-durecimento da equipe. Preci-samos de intercâmbio e mais competições para entrosar as equipes. Ter uma ou duas competições no ano é pouco para quem quer chegar as conquistas a nível nacional.

Pódio - Geralmente, os estádios têm público maior em torneios amadores. O que falta para encher es-sas praças esportivas no Campeonato Amazonense?

DB – A falta de organização e planejamento da federação nos jogos é um dos fatores. Ter jogos em dias não habituais para o torcedor é desgastan-te para quem está saindo do trabalho e tem que estar cedo no batente no dia seguinte. A divulgação por meio da mídia também tem sua importância.

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Willian D’Ângelo

Colunista do PÓDIO

O Fast Clube enfrentou o time americano New York Cosmos em amistoso reali-

zado no dia 9 de março de 1980, confronto que terminou em 0 a 0 com 56.890 pagan-tes no estádio Vivaldo Lima, o Vivaldão. Enquanto que o time amazonense apresen-tava como novidade o Cam-peão do Mundo Clodoaldo, o time visitante tinha como atrações atletas consagrados com Beckenbauer, Carlos Al-berto Torres (capitão do Tri da seleção brasileira na Copa do México de 1970), Oscar, Romerito e Chinaglia.

Apesar do anúncio do pú-blico ofi cial, estima-se que o estádio recebeu cerca de 70 mil pessoas no amistoso. A marca recorde permaneceu até a demolição do estádio para a construção da Arena da Amazônia. O empresário Joaquim Alencar foi o respon-sável pela vinda do time de propriedade do grupo Warner Communications, responsável por contratações de vários craques, entre eles o Rei Pelé, que jogou entre 1975 e 1977. O Tricolor amazonense jogou o amistoso com Miguel, Car-los Alberto, Joaozinho, Mar-cão, Judelci, Clodoaldo, Zé Luís, Tauirs (Fabinho), Rogé-rio, Bené (Iranduba) e Oran-ge (Pesado), com o Cosmos

Fast Clube e Cosmos no Vivaldão em [email protected]

Túnel do tempo

Apesar do anúncio do público ofi-cial, estima-se que o es-tádio recebeu cerca de 70 mil pessoas no amistoso. A marca re-corde perma-neceu até a demolição do estádio para a construção da Arena da Amazônia”

jogando com Birkenmeier, Eskandarian, Oscar, Carlos Alberto Torres, Bruce Wilson, Beckenbauer, Romerito, Rick Davis, Seninho, Chinaglia e Marck Liveric (Nelsi Moraes). O árbitro foi o amazonen-se Odílio Mendonça da Silva.

O ano de 1980 também fi cou marcado pela visita do papa João Paulo II, o primeiro

que visitou o país, com ape-nas dois anos de pontifi cado. Outro fato marcante fi cou por conta do triangular disputado em Manaus entre Nacional, Vasco e Flamengo, com o time cruz-maltino fi cando com o título por antecipação.

Além do jogo com o Rolo Compressor, o Cosmos ainda empatou com o Uberlândia

-MG por 1 a 1 e venceu o Santos por 2 a 1 na excursão ao Brasil. O holandês Neeskens, vice-campeão com o Holanda de Cruyff em 1974, também veio ao Brasil, mas não entrou em nenhuma partida. O time estadunidense foi um dos ti-mes mais populares do futebol dos anos 70 e 80, sendo extinto em 15 de setembro de 1984.

Recentemente, o New York Cosmos retornou ao futebol, inclusive apresentando sua principal contratação para a temporada de 2015. Aos 37 anos, o ídolo do Real Madrid Raúl González recebeu ofi cial-mente a camisa 7 do ex-time de Pelé que disputa a NASL, liga concorrente da MLS no futebol dos EUA.

Elenco do Fast Clube posando para a foto oficial da partida entre o Rolo Compressor e o New York Cosmos, time dos Estados Unidos

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Tombada no fi nal de 2013 como patrimônio histórico e cultural da cidade de Manaus, a sede rionegrina possui uma estrutura de dar inveja aos demais clubes do Estado. Tam-bém conhecido como palácio dórico – por conta do formato de suas colunas -, o espaço con-ta com três piscinas, duas utili-zadas para aulas de natação, e outra, em formato circular, uti-lizada para hidroginástica; um ginásio poliesportivo; salas onde fi cam a administração e objetos que fi zeram parte da história do Galo da praça da Saudade e ainda o tradi-cional salão dos espelhos, local que recebeu grandes e importantes eventos da socieadade amazonense.

“É um clube que não é só

futebol. É futebol e outras coi-sas mais. Quando a gente fala assim até parece um pouco de preconceito, mas não é. É pelo que nós temos. Pelo que o Rio Negro é e fez nessa trajetória de 102 anos. No que ele contri-buiu para o desenvolvimento da sociedade manauense e conse-quentemente amazonense. As pessoas que por aqui passa-ram são representativas para a sociedade do nosso Estado”, destaca Verçosa, deixando cla-ro que a história do clube não se resume ao que se passou dentro das quatro linhas.

E o atual presidente do Galo não exagera quando enalte-ce a importância da associa-ção para a sociedade baré. Segundo historiadores, foi o Rio Negro quem aceitou as

Rio Negro,histórias

e tradição

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Prestes a completar 102 anos de existência, o tradicional Galo da praça da Saudade se consagra como importante expoente na construção da identidade cultural e desportiva da sociedade amazonense desde o século passado

Sob o atento olhar de Tenreiro Aranha e lo-calizada numa das principais avenidas do

centro de Manaus – Epaminon-das –, a sede do Atlético Rio Negro Clube representa parte da história de uma tradicional associação esportiva do Ama-zonas. Construído em cima do cemitério São José e de frente para a praça da Saudade, o prédio guarda troféus, meda-lhas, imagens, documentos e toda história da centenária organização baré.

“A sede faz parte do cha-mado centro histórico da ci-dade. Exatamente pelo tipo arquitetônico e pelo que ela representa. O Rio Negro, com 102 anos, tem uma história que se confunde com a história da cidade de Manaus. Pessoas infl uentes passaram por aqui. Temos diversos governadores associados. O Rio Negro teve uma participação muito gran-de na vida das pessoas que foram e são importantes para a sociedade amazonense”, afi r-ma o atual presidente do clube, Thales Verçosa.

primeiras mulheres que re-solveram praticar esporte no Estado. Modalidades como vôlei, futsal e natação che-garam ao Amazonas graças ao Alvinegro. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, já comandou o clube e o senador pelo Amazo-nas Eduardo Braga nadou nas piscinas do parque aquático da sede do Barriga Preta.

Fundado em 13 de novem-bro de 1913 por um grupo de jovens, encabeçados pelo entusiasta Schinda Uchoa, de apenas 16 anos, o Rio Negro passou por vários locais antes de fi xar sede na Epaminondas. Curiosamente, construída em cima do antigo cemitério São José, que fi cava localizado na região. O terreno havia sido doado pelo então prefeito de Manaus à época, Antônio Maia.

“Desde a primeira constru-ção, a sede passou por algumas mudanças. Porém, o Palácio Dórico, que é o prédio do Sa-lão dos Espelhos, sempre foi o mesmo. Ela (sede) começou a ser erguida em 1938, mas só foi inaugurada em 1942. Quase 20 anos mais tarde,

veio a construção do Parque Aquático, que na época era um dos mais modernos do Brasil e da América Latina. Foi lá que funcionou a primeira escoli-nha de natação do Amazo-nas. As primeiras equipes de competição em piscina do Estado foram do Rio Negro”, recorda o torcedor do Galo, Yan Luis, de apenas 20 anos, mas fascinado pela história do clube de coração.

Hoje a sede do Rio Negro abriga uma academia, cede o ginásio poliesportivo para as atividades das turmas de edu-cação física da Uninorte, segue com as aulas de natação no parque aquático e aluga o salão de festas externo para eventos que acontecem todo fi nal de semana. O tradicional baile de Carnaval, que começava com a execução do hino do Galo da praça da Saudade, voltou a ser realizado em 2015; depois de um longo período inativo.

No próximo sábado, quando o clube completará mais um ano de existência, acontecerá o tradicional “Porto de Honra”, que é um brinde com o reno-mado vinho da cidade portu-guesa. Este costume é mantido

ANDRÉ TOBIAS

Thales Verço-sa é a quarta geração de

sua família a presidir o Atlético Rio Negro Clube. O bisavô dele,

Pedro Henrique Cordeiro Júnior, o tio-avô, Aristófanes Antony, e o pai, Mário Verçosa, já haviam

comandado o clube em anos anteriores

CURIOSIDADE

desde a fundação do Rio Negro – 13 de novembro de 1913 –, quando para comemorar o momento de criação, os idealizadores do Galo brindaram com taças de cristal francesas.

Hoje em dia, as taças não são mais francesas, mas continu-am sendo de cristal. Algumas se perderam com o passar do tempo, outras quebraram. A solenidade, realizada no salão dos espelhos reunirá, na mesa principal, o atual presidente do clube, membros da dire-toria, além de autoridades e apoiadores do clube. Todos degustarão do vinho do Porto e brindarão. Tudo pelo Galo da praça da Saudade.

Porto de Honra será rea-lizado no próximo dia 13 e contrará com a presença de personalidades do alvinegro

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Tombada no fi nal de 2013 como patrimônio histórico e cultural da cidade de Manaus, a sede rionegrina possui uma estrutura de dar inveja aos demais clubes do Estado. Tam-bém conhecido como palácio dórico – por conta do formato de suas colunas -, o espaço con-ta com três piscinas, duas utili-zadas para aulas de natação, e outra, em formato circular, uti-lizada para hidroginástica; um ginásio poliesportivo; salas onde fi cam a administração e objetos que fi zeram parte da história do Galo da praça da Saudade e ainda o tradi-cional salão dos espelhos, local que recebeu grandes e importantes eventos da socieadade amazonense.

“É um clube que não é só

futebol. É futebol e outras coi-sas mais. Quando a gente fala assim até parece um pouco de preconceito, mas não é. É pelo que nós temos. Pelo que o Rio Negro é e fez nessa trajetória de 102 anos. No que ele contri-buiu para o desenvolvimento da sociedade manauense e conse-quentemente amazonense. As pessoas que por aqui passa-ram são representativas para a sociedade do nosso Estado”, destaca Verçosa, deixando cla-ro que a história do clube não se resume ao que se passou dentro das quatro linhas.

E o atual presidente do Galo não exagera quando enalte-ce a importância da associa-ção para a sociedade baré. Segundo historiadores, foi o Rio Negro quem aceitou as

Rio Negro,histórias

e tradição

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Prestes a completar 102 anos de existência, o tradicional Galo da praça da Saudade se consagra como importante expoente na construção da identidade cultural e desportiva da sociedade amazonense desde o século passado

Sob o atento olhar de Tenreiro Aranha e lo-calizada numa das principais avenidas do

centro de Manaus – Epaminon-das –, a sede do Atlético Rio Negro Clube representa parte da história de uma tradicional associação esportiva do Ama-zonas. Construído em cima do cemitério São José e de frente para a praça da Saudade, o prédio guarda troféus, meda-lhas, imagens, documentos e toda história da centenária organização baré.

“A sede faz parte do cha-mado centro histórico da ci-dade. Exatamente pelo tipo arquitetônico e pelo que ela representa. O Rio Negro, com 102 anos, tem uma história que se confunde com a história da cidade de Manaus. Pessoas infl uentes passaram por aqui. Temos diversos governadores associados. O Rio Negro teve uma participação muito gran-de na vida das pessoas que foram e são importantes para a sociedade amazonense”, afi r-ma o atual presidente do clube, Thales Verçosa.

primeiras mulheres que re-solveram praticar esporte no Estado. Modalidades como vôlei, futsal e natação che-garam ao Amazonas graças ao Alvinegro. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, já comandou o clube e o senador pelo Amazo-nas Eduardo Braga nadou nas piscinas do parque aquático da sede do Barriga Preta.

Fundado em 13 de novem-bro de 1913 por um grupo de jovens, encabeçados pelo entusiasta Schinda Uchoa, de apenas 16 anos, o Rio Negro passou por vários locais antes de fi xar sede na Epaminondas. Curiosamente, construída em cima do antigo cemitério São José, que fi cava localizado na região. O terreno havia sido doado pelo então prefeito de Manaus à época, Antônio Maia.

“Desde a primeira constru-ção, a sede passou por algumas mudanças. Porém, o Palácio Dórico, que é o prédio do Sa-lão dos Espelhos, sempre foi o mesmo. Ela (sede) começou a ser erguida em 1938, mas só foi inaugurada em 1942. Quase 20 anos mais tarde,

veio a construção do Parque Aquático, que na época era um dos mais modernos do Brasil e da América Latina. Foi lá que funcionou a primeira escoli-nha de natação do Amazo-nas. As primeiras equipes de competição em piscina do Estado foram do Rio Negro”, recorda o torcedor do Galo, Yan Luis, de apenas 20 anos, mas fascinado pela história do clube de coração.

Hoje a sede do Rio Negro abriga uma academia, cede o ginásio poliesportivo para as atividades das turmas de edu-cação física da Uninorte, segue com as aulas de natação no parque aquático e aluga o salão de festas externo para eventos que acontecem todo fi nal de semana. O tradicional baile de Carnaval, que começava com a execução do hino do Galo da praça da Saudade, voltou a ser realizado em 2015; depois de um longo período inativo.

No próximo sábado, quando o clube completará mais um ano de existência, acontecerá o tradicional “Porto de Honra”, que é um brinde com o reno-mado vinho da cidade portu-guesa. Este costume é mantido

ANDRÉ TOBIAS

Thales Verço-sa é a quarta geração de

sua família a presidir o Atlético Rio Negro Clube. O bisavô dele,

Pedro Henrique Cordeiro Júnior, o tio-avô, Aristófanes Antony, e o pai, Mário Verçosa, já haviam

comandado o clube em anos anteriores

CURIOSIDADE

desde a fundação do Rio Negro – 13 de novembro de 1913 –, quando para comemorar o momento de criação, os idealizadores do Galo brindaram com taças de cristal francesas.

Hoje em dia, as taças não são mais francesas, mas continu-am sendo de cristal. Algumas se perderam com o passar do tempo, outras quebraram. A solenidade, realizada no salão dos espelhos reunirá, na mesa principal, o atual presidente do clube, membros da dire-toria, além de autoridades e apoiadores do clube. Todos degustarão do vinho do Porto e brindarão. Tudo pelo Galo da praça da Saudade.

Porto de Honra será rea-lizado no próximo dia 13 e contrará com a presença de personalidades do alvinegro

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MANAUS, DOMINGO, 8 DE NOVEMBRO DE 2015E6 PódioPódio

Vários sonhos adiados e prazos de entrega se esgotando. A refor-ma na Vila Olímpica

de Manaus está avançando lentamente e prejudicando o calendário das federações. Com recursos na ordem de mais de R$ 7 milhões – sendo R$ 6 milhões de verbas federais e o restante do Estado –, as obras no complexo esportivo vão desde a modernização do Parque Aquático (piscina e caixa de saltos ornamentais), construção do Centro de Lutas (Boxe e Luta Olímpica) até a ampliação do prédio adminis-trativo do Centro de Treina-mento de Alto Rendimento da Amazônia (Ctara).

Inaugurada em 1990, o principal complexo esportivo do Amazonas não passava por aprimoramentos desde 1997, quando sofreu pe-quena adequação no parque aquático. Segundo o secre-tário executivo de juventude, esporte e lazer (Sejel), Ricar-do Marrocos, não há certeza sobre a data de entrega das obras na Vila Olímpica.

Um ginásio para lutas espor-tivas será construído no local onde antes era a pista de skate da Vila Olímpica. O espaço ser-virá para o desenvolvimento de

atletas participantes no projeto do Ctara. O centro esportivo contará com cobertura em domus translúcido (teto trans-parente) e receberá arquiban-cadas, além de dois tatames, dois ringues e instalações com adequações aos portadores de defi ciência física. O local terá, aproximadamente, 1,2 mil me-tros quadrados.

Centro de GinásticaCom 94% de suas obras con-

cluídas, o Centro de Ginástica Rítmica do Amazonas – que tem sua construção orçada em quase R$ 4 milhões – deve-ria ser inaugurado na primeira quinzena de outubro. “O giná-sio está praticamente pronto. Faltam apenas alguns deta-lhes que devem ser fi nalizados em breve. Falta ainda defi nir o nome do local, pois existe uma resolução que locais públicos não podem receber nomes de pessoas ainda vivas”, disse Mar-rocos, ao lembrar que a ideia inicial era homenagear a atleta amazonense Bianca Maia.

As piscinas da Vila Olímpica também passarão por mudan-ças. A plataforma de saltos ornamentais será demolida e dará lugar a uma outra com me-didas adequadas às exigências internacionais, além de receber equipamentos modernos e es-trutura de apoio ao nadador,

como bloco de partida e placas eletrônicas. Equipamentos para acessibilidade dos portadores de necessidades especiais tam-bém estão entre as mudanças.

Natação na esperaA natação é uma das mo-

dalidades das escolinhas de iniciação esportiva da Vila mais consolidadas. Para o presidente da Federação Amazonense de Desportes Aquáticos (Fada), Victor Hugo, o “Botinho”, as obras de re-forma estão prejudicando, aproximadamente, 500 alu-nos, afetando nos segmentos de ensino, aperfeiçoamento e alto rendimento. “Estamos dividindo nossos alunos em três clubes. Tivemos até que fechar o calendário antecipa-damente, sendo que sempre fechamos no fi nal do mês de novembro. Hoje, estamos re-alizando nossas atividades no Sesi (Clube do Trabalhador) o que nos atrapalha um pouco por ser privado. Chegamos até receber uma oferta para sediar o Campeonato Brasilei-ro de Natação, previsto para acontecer em junho de 2016, espero que fi que pronta antes desta data”, disse.

De acordo com Marrocos, a previsão é que a obra do par-que aquático fi que pronta até o dia 31 de dezembro deste ano.

Obras da Vila Olímpica sem data para conclusãoOrçada em R$ 7 milhões, obra deveria ser entregue em dezembro, mas não tem ainda um nova data definida

Após mais uma reforma administrativa do governo do Amazonas, foi decre-tado que a Fundação Vila Olímpica será extinta a partir do dia 31 de de-zembro. Com isso, todos os encargos e responsa-bilidades da entidade se-rão transferidas para a Secretaria de esportes do estado (Sejel). A medida, publicada no Diário Oficial, no dia 8 de outubro, tem o objetivo de cortar os gastos públicos, além de melhorar o investimento nas práticas esportivas.

Mas o que muda no es-porte com a nova estru-tura? O PÓDIO conversou com o secretário executivo da Sejel, Ricardo Marrocos, e buscou respostas acer-ca do assunto. A mudança estrutural, teoricamente, deve contribuir financei-ramente nas modalidades esportivas. Segundo Mar-rocos, além do corte de gastos com a extinção da entidade e de alguns de seus funcionários, será criado um fundo para ar-recadar recursos.

“A medida que você funde uma entidade a outra, o estado automaticamente economiza dinheiro. O es-tado extinguirá uma fun-dação, com funcionários que também serão extin-tos. Além disso, será criada um fundo para arrecada-ção. Esse recurso virá dos

aluguéis de estádios, dos prédios esportivos, além da iniciativa privada, que vamos correr atrás. Com isso, teremos mais recur-sos para investir no espor-te, como nas demandas com passagens aéreas, por exemplo”, afirmou.

Questionado sobre o fu-

turo dos atuais funcionários da FVO – inclusive do pre-sidente Aly Almeida –, Mar-rocos desconversou. Porém, afi rmou que nem todo mun-do sairá empregado.

“A transição será inicia-da no mês de novembro. Em relação aos funcioná-rios que atuam na FVO, eu não posso falar qual será o futuro deles daqui para frente. Estamos tra-balhando a partir da fusão. Quem vai responder por isso, para onde os ex-fun-cionários vão, é o governo. Mas alguns cargos serão extintos. Isso porque a se-cretaria já tem a estrutura pronta”, finalizou.

Atualmente, a FVO é res-ponsável pela manutenção de sete praças esportivas no Amazonas: Arena da Amazônia, estádio Ismael Benigno, estádio Carlos Zamith, Vila Olímpica de Manaus, Arena Amadeu Teixeira, ginásio Elias As-sayag e ginásio Renê Mon-teiro. Com a fusão entre as entidades, todos esses locais passarão a ser ad-ministrados pela Sejel.

FVO será extinta até o fi m do ano

CRISE

Por conta da crise econômica, o Go-verno do Estado tem reduzido gas-tos com pessoal e fundido secretarias. A expectativa é que haja corte de até 200 cargos comis-sionados

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Piscinas da Vila Olímpica ainda em fase embrionário de construção. Demora tem atrapalhado ações da Fada

LINDIVAN VILAÇA

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MANAUS, DOMINGO, 8 DE NOVEMBRO DE 2015E7PódioPódio

Meia Andrezinho está confi rmado no time titular e com sua experiência, quer ajudar o Vasco na difícil missão de vencer o Palmeiras fora de casa

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Tem que vencer e ‘secar’Vasco encara Palmeiras fora de casa e, em caso de vitória, pode fi car a apenas um ponto de sair da zona de rebaixamento

R io de Janeiro (RJ) – A torcida do Vasco adotou a campanha #EuEscolhiAcreditar

e, nesta rodada, o cená-rio se apresenta favorável para que o movimento que está movimentando as re-des sociais ganhe mais for-ça. O Cruz-Maltino – último colocado do Campeonato Brasileiro com 30 pontos - enfrenta o Palmeiras, às 15h, deste domingo (8), no Allianz Parque e, em caso de vitória, poderá ficar a apenas um ponto de sair da zona do rebaixamento.

Isso porque os rivais que estão na zona da degola têm jogos difíceis na roda-da, o que pode favorecer a equipe vascaína. Com os mesmos 30 pontos dos ca-riocas, o Joinville recebe o embalado Santos, que briga para se manter no G-4 e é o favorito do duelo. Com 34 pontos, Coritiba e Goiás, enfrentam, respectivamen-te, Corinthians e Flamengo fora de seus domínios. Além deles, o Avaí, 16º colocado com 36 pontos vai a Curitiba encara o Atlético-PR.

Para a 34ª rodada do Brasileirão seja “perfeita”, os comandados do técnico Jorginho precisam triunfar. Ciente da responsabilidade, o treinador vascaíno man-dará a campo um time com mudanças. O volante Bruno Gallo, suspenso, é ausência

certa. Além dele, é provável que o meia Júlio dos Santos, em má fase, dê lugar ao volante Diguinho, no losango formado no meio de campo do time.

E as mudanças não param por aí. O ataque também terá alteração, e Leandrão deve ser barrado. O atacante, que tem apenas um gol com a camisa vascaína, dará lugar a Riascos. O colombiano, que entrou bem no clássico con-tra o Fluminense do último domingo, mas também já sofreu com críticas da tor-cida na temporada, formou o setor ofensivo ao lado de Rafael Silva. Jorge Henrique, com estiramento grave na coxa direita, corre risco de não jogar mais este ano.

O time deve entrar em cam-po: Martín Silva, Madson, Luan, Rodrigo, Julio César Serginho, Diguinho, Andre-zinho, Nenê, Rafael Silva e Riascos.

PalmeirasSem poder contar com

Dudu, suspenso pelo acú-mulo de cartões amarelos, o Palmeiras recebe o Vasco com mudanças e um único desejo: vencer para continu-ar com chances de chegar ao G-4. Atualmente, a diferença para o quarto colocado San-tos é cinco pontos.

Além de Dudu, o técnico Marcelo Oliveira confirmou que não irá relacionar os

meias Arouca e Claiton Xa-vier, que se recuperam de lesão. O lateral-direito Lu-cas, sentiu dores durante os treinamentos da semana e

virou dúvida para o confron-to. Se ele não jogar, o jovem João Pedro assume o posto. Outra mudança é o desloca-mento de Zé Roberto para a

contenção do meio de campo no lugar Matheus Sales.

O Palmeiras deve entrar em campo para enfrentar o Vasco com: Fernando Prass,

João Pedro, Jackson, Vitor Hugo, Egídio, Thiago Santos, Robinho, Zé Roberto, Rafa-el Marques, Gabriel Jesus e Lucas Barrios.

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Page 8: Pódio - 8 de novembro de 2015

MANAUS, DOMINGO, 8 DE NOVEMBRO DE 2015E8 PódioPódio

Florianópolis (SC) - É vencer ou vencer. O trecho do hino do Atlé-tico-MG tem, obriga-

toriamente, que se tornar realidade no duelo deste do-mingo (8) diante do Figuei-rense, no estádio Orlando Scarpelli, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Galo precisa vencer para manter viva a esperança de conquistar o título bra-sileiro, uma vez que com 62 pontos está a 11 do líder Corinthians.

Para o duelo decisivo em Florianópolis, o Alvinegro mineiro terá o retorno do zagueiro Jemerson ao time titular. Edcarlos volta a ser opção no banco de reservas. Durante a semana, o téc-nico Levir Culpe trabalhou o psicológico dos atletas, incentivando-os a não joga-rem a toalha. O duelo pode, também, definir a vaga do Galo na próxima Copa Liber-tadores. Para isso, basta São Paulo ou Santos não con-quistarem os três pontos em seus compromissos.

O Atléitco-MG deve ir a campo com: Victor, Mar-cos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson, Douglas Santos, Rafael Carioca, Leandro Donizete, Giovanni Augusto, Dátolo, Lucas Pratto e Luan.

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Vice-líder, Atlético-MG vai a Florianópolis, onde enfrenta o Figueirense precisando vencer para continuar tendo chances de conquistar o Campeonato Brasileiro

Galo entra em campo para manter sonho do título vivo

FigueirenseLutando para se afastar da

zona da degola, o Figueiren-se, atualmente 15º colocado com 36 pontos somados, vai à campo querendo a vitó-ria em casa. Para o duelo, o técnico Hudson Coutinho

não poderá contar com os suspensos Yago e Dudu. Por isso, o treinador terá de modificar novamente a equipe. O volante Fabinho está de volta após ser au-sência diante do Coritiba, pelo acúmulo dos cartões.

Desta forma, o Figueiren-se pode ter em campo: Alex, Leandro Silva, Marquinhos, Thiago Heleno, Juninho, Fabinho, João Vitor, Rafa-el Bastos, Carlos Alberto, Thiago Santana (Marcão) e Clayton.

Rio de Janeiro (RJ) – O afastamento de cinco atle-tas que a princípio seria por tempo indeterminado vi-rou apenas um “puxão de ore-lhas”. Já com o retorno dos jogadores, o Flamengo en-frenta o Goiás, neste domin-go (8), às 15h (de Manaus), no Maracanã, querendo ter-minar o ano com honra. A vitória, além dos três pontos, poderá ajudar o Vasco que luta contra o Esmeraldino na zona de rebaixamento.

Para o duelo, o técnico Oswaldo de Oliveira defi niu o time com o meia Allan Pa-trick e o lateral-direito Pará, que faziam parte do grupo disciplinado pela diretoria. O Fla não poderá contar com Guerrero, expulso na derrota para o Grêmio.

O Fla deve entrar em campo com: Paulo Victor, Pará, César Martins, Wallace, Jorge, Márcio Araújo, Jajá, Alan Patrick, Gabriel, Emer-son Sheik e Kayke.

PaulistasQuem também faz jogos

decisivos neste domingo

são Santos e São Paulo. Os rivais paulistas brigam por uma vaga no G-4 do Brasileirão. O Peixe está em quarto com os mesmos 53 pontos do Tricolor.

O time da Vila encara o Joinville fora de casa às 16h (de Manaus). Já a equipe do Morumbi tem um confronto mais complicado contra o Cruzeiro no Mineirão.

O Santos vai a campo com novidades nas duas laterais. Daniel Guedes e Chiquinho fi cam com as vasgas de Victor Ferraz e Zeca. Desta forma o Peixe vai a cam-po com: Vanderlei, Daniel Guedes, David Braz, Paulo Ricardo, Chiquinho, Thiago Maia, Renato, Lucas Lima, Marquinhos Gabriel, Gabriel e Ricardo Oliveira.

Já o São Paulo, deve man-dar para o jogo em Belo Horizonte a mesma forma-ção que derrotou o Sport na última rodada com: Denis, Bruno, Lucão, Rodrigo Caio, Reinaldo, Thiago Mendes, Wesley, Paulo Hen-rique Ganso, Michel Bastos, Ale-xandre Pato e Luís Fabiano.

COM ‘FESTEIROS’

Flamengo recebe Goiás e San-São lutam pelo G-4

Zagueiro e capitão Leonardo Silva não aceita jogar a toalha e diz que buscará o título até a última rodada

Alan Patrick volta a ser relacionado entre os titulares do Fla

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