pódio - 22 de novembro de 2015

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Pódio [email protected] 3090-1075 E1 MANAUS, DOMINGO, 22 DE NOVEMBRO DE 2015 INÉDITO Torneio de gravity racer acontece hoje Pódio E3 JANAILTON FALCÃO RUDY TRINDADE/FRAMEPHOTO Déjà vu? Neste domingo, diante do Joinville, só a vitória interessa para o Vasco. Porém, o estádio do rival traz más recordações para o time carioca: foi lá, em 2013, que a equipe acabou sendo rebaixada à Série B. O filme pode se repetir hoje, caso o Cruz-Maltino perca ou empate e Avaí e Figueira vençam seus jogos. Pódio E7

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Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

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  • [email protected]

    E1

    MANAUS, DOMINGO, 22 DE NOVEMBRO DE 2015

    INDITO

    Torneio de gravity racer acontece hojePdio E3

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    Neste domingo, diante do Joinville, s a vitria interessa para o Vasco. Porm, o estdio do rival traz ms recordaes para o time carioca: foi l, em 2013, que a equipe acabou sendo rebaixada Srie B. O fi lme pode se repetir hoje, caso o Cruz-Maltino perca ou empate e Ava e Figueira venam seus jogos. Pdio E7

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  • MANAUS, DOMINGO, 22 DE NOVEMBRO DE 2015E2 PdioPdio

    REI DA SELVA

    O maior evento de MMA localPara fechar o ano em alto

    estilo, no prximo dia 5 acon-tece, no ginsio da faculdade Estcio, localizada na avenida Constantino Nery, Chapada, Zona Centro-Sul de Manaus, a 6 edio do Rei da Sel-va Combat. O maior evento de MMA do Amazonas trar, novamente, para os fs de lutas do Estado, duelos que prometem tremer a selva. A luta principal ser a disputa do cinturo do peso pena (at 66 quilos) entre Joaquim ndio Polnia, representante

    da equipe Cristiano Masca-renhas MMA/Tef, e Wagner Peo Noronha, atleta da Associao Monteiro.Ambos os lutadores j ven-

    ceram lutas na organizao. Na ltima edio do evento, Polnia superou Felipe Rgo, enquanto Peo venceu Jackson Oliveira na quarta edio.Outros lutadores como Die-

    go Davella (Chiquinho Top Team), Rafael Dias (SD Sys-tem/Checkmat) e Herbert Ma-tagal (DGT/Coari/Izaias Cunha) tambm esto no card super

    estrelado. O Rei da Selva Com-bat 6 tambm ser marcado pelo retorno de lendas do MMA amazonense, como Alessandro Xuxete Guimares (Carlson Gracie), que enfrentar Carlos Luciano (Mutao). IngressosA expectativa que o even-

    to rena um pblico entre 2.000 e 2.500 amantes do MMA. Os ingressos custam R$ 30 (arquibancada) e R$ 50 (cadeiras). Informaes e reservas: (92) 98157-9845.Sammy Dias e Diogo Dias provaram que possvel organizar um bom evento de lutas em Manaus

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    MANAUS, DOMINGO, 22 DE NOVEMBRO DE 2015

    Willian Dngelo

    Colunista do Pdio

    Jair Ventura Filho, carioca, nascido em 25 de dezem-bro de 1944, veio para Manaus aos 35 anos de idade para jogar pelo Fast

    Clube. O atacante, que teve dez participaes com a camisa do tricolor e disputou as Copas do Mundo de 1966, 1970 e 1974, tambm teve trs atu-aes pelo Nacional Futebol Clube em partidas vlidas pelo Copo de 1979.Jairzinho iniciou sua carreira

    no Botafogo-RJ, em 1965, e no ano seguinte j estava sendo convocado para a Copa da Ingla-terra ao lado de Man Garrincha. Na Copa do Mxico, em 1970, o atacante jogou em um time que tinha craques como Pel, Rivelino, Grson e Tosto. Ele marcou sete gols em seis jogos, sem passar nenhuma partida em branco, um feito nunca alcana-do por outro campeo mundial. O astro do Botafogo saiu da competio consagrado como o Furaco da Copa. Em 1976, aps passagem

    pelo Olympique de Marselha, Jairzinho participou da con-quista da Taa Libertadores da Amrica jogando pelo Cruzeiro. O Furaco defendeu ainda as equipes da Portuguesa-VEN, Noroeste-SP, Fast Club-AM, o Jorge Wilsterman-BOL e o Nue-ve de Octubre-EQU.O Furaco iniciou a carreira

    como treinador em 1982. A estreia fora das quatro linhas foi no Nueve de Octubre-EQU. Dois

    Jairzinho e sua passagem por [email protected]

    Tnel do tempo

    Alm de Jairzinho, outros jo-gadores que participaram do grupo que foi ao Mun-dial de 1970 no Mxico desfi laram pelo futebol amazonense na dcada seguinte. A maioria deles teve passa-gem curta e atuou poucas vezes pelos clubes locais

    anos depois, ele estava novamen-te no Fogo, desta vez para traba-lhar no time de juniores. Jairzinho ainda comandou o Londrina-PR, Al Wiahda-ARA, Bonsucesso-RJ e Mesquita-RJ. Mas foi no So Cristvo-RJ que ele fez uma grande descoberta: Ronaldo, o Fenmeno.Alm de Jairzinho, outros joga-

    dores que participaram do grupo

    que foi ao Mundial de 1970 no Mxico desfi laram pelo futebol amazonense na dcada seguinte. A maioria deles tem passagem curta e atuou poucas vezes pelos clubes locais. Clodoaldo, Rivelino, Marco Antnio, Edu e Dad Ma-ravilha, que veio para Manaus j com 38 anos, contratado pelo Leo da Vila Municipal em 1984, foram alguns desses atletas.

    Neste mesmo ano, Dad se tornou campeo estadual e ter-minou a competio como ar-tilheiro, ao anotar 14 gols. Em 1985, ao disputar o Brasileiro com a camisa do time leonino, ele marcou 8 tentos.Jairzinho jogou pelo Nacional

    no Campeonato Brasileiro de 1979, mas participou de apenas de trs jogos e sequer marcou

    gols. Em 8 de junho daquele ano, em amistoso contra o Rio Negro, o artilheiro da Copa do Mundo de 1970 fez dois gols com a camisa do Rolo Compressor. Em partida contra o Sul Amrica, pelo Cam-peonato Amazonense, aconteceu a estreia de Jairzinho em jogos ofi ciais. O Fast Clube venceu por 1 a 0, gol do Furaco, aos 44 minutos do primeiro tempo.

    Seleo de 1970 reuniu grandes joga-dores, entre eles, Pel

    E02 - PDIO.indd 2 20/11/2015 20:06:09

  • MANAUS, DOMINGO, 22 DE NOVEMBRO DE 2015E3PdioPdio

    Mais de 200 alunos dos cursos de en-genharia mecnica, engenharia de con-trole e automao, engenha-ria eltrica e engenharia de produo do Centro Universi-trio do Norte (Uninorte) iro participar do 1 Campeonato Gravity Racer do Amazonas, neste domingo, s 8h, na rua Visconde de Porto Seguro, pr-ximo avenida das Torres, Zona Norte de Manaus. A ideia do campeonato promover a construo de pequenos carros apenas com o uso proveniente da energia gravitacional sem a utilizao de motor.Cada equipe, composta por

    dez alunos, ser responsvel pela construo de um carrinho. Ao todo, vinte carrinhos sero construdos e a competio se-gue as normas da Confedera-o Francesa de Gravity Racer e da Associao Escocesa.De acordo com o coordena-

    dor do curso de engenharia mecnica, Daniel Dias Filho, a proposta oferecer um apren-dizado mais dinmico, por meio da construo dos prottipos em um ambiente descontrado.A Gravity Racer uma com-

    petio que acontece em So

    Paulo, alm da Frana e da Es-ccia. uma atividade relacio-nada engenharia mecnica, onde os alunos constroem car-ros sem o uso de motor, apenas com fora de atrito e rolamento. As pessoas pensam que o Ama-zonas no tem condies para receber um evento desse porte e que poucas pessoas acham interessante, mas no. Muita gente est envolvida. A ideia principal promover o ensino, brincando, explica Filho.A entrega do prottipo foi fei-

    ta na ltima quinta-feira (19), foram analisados por enge-nheiros e sero reavaliados no dia da competio pela comis-so julgadora. Entre os itens analisados esto os processos de desenho e projeto, solda e corte, alm do uso correto das foras de atrito e arrasto de cada carro construdo.

    ltimos ajustesEst previsto uma hora de

    ajuste dos carrinhos no am-biente e no dia da competio.Conforme o aluno Mizaac

    Lobo, 28, da equipe Sniper, os assuntos tericos estuda-dos em sala de aula, agora, sero colocados em prtica. Clculos de aerodinmica, a resistncia de materiais, saber qual o melhor material, tudo

    isso voc aprende em sala de aula e leva para a construo. Cada carro ter no mximo 2 metros de altura e poder pesar at 120 quilos, contando com o condutor. uma competio muito interessante, avalia.O piloto de um dos carros, que

    tambm aluno do 4 perodo de engenharia mecnica, Lucas Lima, 20, informou que ao todo, o grupo investiu aproximada-mente R$ 6 mil no prottipo. O regulamento fala que todos os equipamentos devem ser reuti-lizados, entretanto, investimos mais de R$ 5 mil pelo carro, diz.O coordenador do curso ex-

    plica ainda que o campeonato ser dividido em duas etapas, a primeira, em que a velocidade ir defi nir os cinco primeiros colocados, e a segunda, onde a tcnica de rapidez ir pre-valecer. A segunda etapa que defi nir o vencedor. Nesta etapa, a tcnica de direo que ser avaliada, porque eles tero que desviar de cones co-locados na pista, como pilotos profi ssionais, esclarece.Os pilotos menores de 18

    anos devero entregar co-misso organizadora uma autorizao de seus pais ou responsveis, na qual conste que esto de acordo e cientes do regulamento.

    Gravity Racer movimenta avenida das Torres hojeInstituio de ensino da capital organiza torneio de carros construdos por alunos de diversos cursos da instituio

    LUIS HENRIQUE OLIVEIRA

    Para o aluno do 4 pe-rodo de engenharia me-cnica Lorenzo Leiria, 19, que integrante da equipe Tucandeira, o processo fundamental para a in-terao dos participantes frente s expectativas do mercado de trabalho.Isso vai fazer com que a

    gente fi que mais preparado para o mercado. Esse cam-peonato uma oportunida-de para a gente se tornar competitivo e saiba traba-

    lhar melhor em equipe, pois todos da equipe se ajuda-ram. Fizemos a montagem estrutural, a parte das rodas, cada um fi cou responsvel por alguma coisa, explica.As equipes utilizaram

    materiais como madeira, placas de ao, alumnio, borracha, fi bra de vidro, sol-das, espuma, entre outros. Cinco juzes estaro posi-cionados no momento da largada e outros cinco sero responsveis pela medio

    do tempo. Cada carro pesa em mdia 40 quilos e pode chegar a uma velocidade de at 70 quilmetros por hora.O campeonato visa

    utilizao de metodolo-gias ativas, fortalecendo as competncias adquiri-das na sala de aula, com aplicao de atividades ldicas, tipicamente de engenharia, que incentive a produo de solues para locomoo com m-xima eficincia energtica.

    Geralmente construdo de madeira com rolamen-tos de ao, o carrinho de rolim parecido com o prottipo que foi constru-do para a disputa de cor-ridas ladeira abaixo, como o caso dos Gravity Racer.Assim como no campeona-

    to, a construo deste carri-nho geralmente artesanal, feita com ferramentas sim-ples, como martelo e serrote. O professor e mestre em

    engenharia mecnica Gino Andrade, que tambm inte-gra o corpo docente do centro universitrio, explica sobre a semelhana entre os dois.O carro do campeonato

    utiliza a mesma energia do rolim para poder sair do lugar, a energia potencial gravitacional. Nesse caso, trabalhamos a resistncia do ar, alm da questo do tipo de roda usado, que uti-lizamos para o atrito. Esse

    projeto serve para que num futuro, em outros campeona-tos, outros alunos construam um parecido e possam usar motor, tudo isso para inserir o aluno no mercado de tra-balho, revela Andrade.O carrinho de rolim pode

    conter trs ou quatro rola-mentos e pode ser construdo de um corpo de madeira com um eixo mvel na frente, utili-zado para controlar o carrinho enquanto este desce pela rua.

    Preparao para o mercado

    Tradio mantida com tecnologia

    Para competidores, campeonato oportunidade de colocar em prtica tudo que foi ensinado nas aulas

    Velocidade e tcnicas de direo sero itens avaliados pelos juzes no Campeonato Gravity Racer do Amazonas

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    ON FAL

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  • MANAUS, DOMINGO, 22 DE NOVEMBRO DE 2015E4 PdioPdio E5

    Gesto catarinense:

    Enquanto o futebol amazonense agoniza no ostracismo e sofre para sair da Srie D, o de Santa Catarina impressiona o Brasil com organizao e bons resultados dentro de campo

    Dia 4 de dezembro de 1999. Figueirense e So Raimundo se en-frentavam no antigo estdio Vivaldo Lima. O time amazonense venceu por 2x0, reverteu a vantagem dos ca-tarinenses - que no jogo de ida venceram por 3 a 1), avanou para a fase fi nal da Terceira Diviso e mais tarde conse-guiu o acesso para a Srie B. Dezesseis anos depois, a

    distncia entre as realidades dos dois Estados em termos esportivos, que naquele ano j era grande, hoje um ver-dadeiro abismo. Enquanto o futebol amazonense agoniza, os catarinenses surpreendem o pas com clubes estrutura-dos e bem administrados. A reportagem de EM TEMPO procurou dirigentes dos dois Estados para tentar descobrir o segredo desse sucesso.Se em 1999, Santa Catarina

    fi gurava com trs represen-tantes na Srie B e o Ama-zonas nenhum, hoje os sulistas possuem quatro

    times s na elite

    nacional, um a mais do que os cariocas. J disputaram fi nais e semifi nais de Copa do Brasil e a classifi cao para competies como a Copa Sul-Americana j frequente. Apenas para exemplifi car: h alguns dias, a Chapecoense bateu ningum menos que o campeo da Taa Liberta-dores deste ano, o argentino River Pla-te, por 2 a 1.

    Uma palavra que sempre repetida em se tratando de sucesso no mundo do futebol planejamento. Mas passar da teoria para a prtica parece ser o maior problema dos ti-mes do Amazonas. O futebol precisa de pblico, de torcida, de consumo. Os clubes preci-sam se fortalecer pensando nisso, explica Delfi m. E a melhor forma para conseguir isso, tomando como exemplo Santa Catarina, a unio das agremiaes.

    ParceriaO nosso futebol passou

    por um processo de ajusta-mentos na sua estrutura. A principal delas foi a criao da Associao de Clubes de Futebol Profi ssional de Santa Catarina, que con-grega todos os clubes da 1, 2 e 3 divises, ajus-tando as competies em conjunto com a Federao Catarinense de Futebol, o que possibilitou a busca de recursos, parcerias e patro-

    cnios para as competies e com um calendrio que ainda precisa ser melhor ajustado, na minha opinio, com uma competio com calendrio cheio (o ano todo) para aquelas equi-pes que no disputam as competies nacionais. Es-sas que disputam compe-ties nacionais poderiam participar com uma equipe sub-23, aponta Enio Go-mes, diretor executivo e de planejamento do Ava.

    Formar atletas e lan-los no time principal pa-rece uma alternativa mais acessvel se comparado a contratao de reforos de peso. Mas apostar nessa po-ltica uma tarefa que exi-

    ge pacincia. A busca por

    solues rpidas atrapalha a maioria dos clubes. Formar um time para uma prxi-ma competio importando atletas um atalho para se conquistar um ttulo, mas para conquistar algo mais preciso formar uma equi-pe dentro de casa, gerando identifi cao com o clube e com o torcedor, importan-

    do apenas as peas que o time preci-sa. Mesmo que ele no vena de imediato, pon-dera Patrcia.

    A formao de atletas

    levada a srio com a obri-gao da participao em todas as categorias de com-peties organizadas pela FCF anualmente: infantil, juvenil e juniores, oferecen-do aos primeiros colocados a participao em compe-ties nacionais, tais como a Copa So Paulo, Copa Rio Grande, Copa Minas, Copa do Brasil sub-17 e sub-20, ilustra Gomes. A ideia, segundo o dirigente, implantar um centro de excelncia na formao de atletas, que seja autossus-tentvel fi nanceiramente, sem custos aos atletas.

    Unio dos clubes importante

    Futebol local tenta se reerguer

    Pacincia e calendrio cheio

    FRED SANTANA

    Os nortistas, por sua vez, entraram em uma decadn-cia sem fi m. Hoje, o Amazo-nas est amargando a quar-ta diviso nacional, e h trs anos no consegue sequer passar da primeira fase da competio. A nica vez que o futebol amazonense con-seguiu algum feito expres-sivo neste espao de tempo foi o acesso do Amrica em 2010 para a terceira diviso nacional, justo contra o ca-tarinense Joinville. Mas a vaga foi cassada pela justia desportiva em virtude da escalao de um jogador de forma irregular.Atualmente, aquele con-

    fronto de cinco anos atrs representa simbolicamente a situao do futebol dos dois Estados: enquanto o Amrica praticamente no tem mais atividades, o Join-ville luta para se manter na primeira diviso. Nem mesmo a realizao

    da Copa do Mundo em 2014,

    a construo da Arena da Amaznia Vivaldo Lima e a reforma de outros estdios em Manaus trouxe o pblico de volta as praas esporti-vas. A difi culdade maior a falta de credibilidade junto a sociedade em geral dos gestores do futebol. Se um no consegue xito, sobra para todos os outros clubes do futebol amazonense pa-gar. E isso refl ete em vrias outras coisas: falta de pa-trocnio, pouco pblico, etc., analisa a ex-presidente do Penarol e atualmente man-datria mxima do Manaus FC, Patrcia Serudo.

    CrescimentoAfi nal, por que tanta dife-

    rena? Santa Catarina no estava entre os maiores centros do futebol do pas nas dcadas passadas. Essa arrancada comeou justa-mente aps a Copa Joo Havelange, realizada em 2000. Futebol no uma

    cincia exata para afi rmarmos uma frmula. Em San-ta Catarina h uma conjuntura de fatores. Temos cinco clubes tra-dicionais e muitos outros identifi cados com cidades polo do Estado. Na capital, Fi-gueirense e Ava, em Cricima o Cricima, o Joinville no norte e a Chapecoense, em Chapec. No so grandes metrpoles, mas so cidades de-senvolvidas, e o futebol um lazer da cultura do catarinense. A Federao desenvolve treze competi-es em todas as categorias para fomentar a prtica do esporte. Assim vamos dia a dia buscando melhores resultados, explica o pre-sidente da Federao Ca-tarinense de Futebol (FCF), Delfi m Pdua Peixoto Filho.

    Outro assunto relevante destacado pelos dirigentes catarinenses a responsa-bilidade social dos clubes na formao de atletas. O esporte de carter social alm de formar cidados, tem revelado muitos atletas de talento para o merca-do esportivo, seja no vlei, no atletismo, no basquete, no futebol e outras moda-lidades esportivas. Infeliz-mente, em todos os clubes pesquisados no Amazonas, nenhum possui projetos dessa natureza.O esporte vem sendo um

    integrador social por exce-lncia, amenizador de con-

    fl itos sociais, aquecedor da economia local e provedor direto e indireto de empre-gos. A educao base do equilbrio social e da cida-dania. A formao dos cida-dos comea na infncia e precisa ser bem orientada para que se desenvolvam na adolescncia e juventude, se solidifi cando, assim, na fase adulta, explica Gomes. O futebol pode oferecer

    grande contribuio para a sociedade amazonense, que deve estar presente de for-ma efetiva e integrada, com aes positivas, sugere o diretor executivo e de pla-nejamento do Ava.

    Mais do que formar atletas

    Gesto catarinense: Gesto catarinense:

    Enquanto o futebol amazonense agoniza no ostracismo e sofre para sair da Srie D, o de Santa Catarina impressiona o Brasil com organizao e bons resultados dentro de campo

    Outro assunto relevante destacado pelos dirigentes catarinenses a responsa-bilidade social dos clubes na formao de atletas. O esporte de carter social alm de formar cidados, tem revelado muitos atletas de talento para o merca-do esportivo, seja no vlei, no atletismo, no basquete, no futebol e outras moda-lidades esportivas. Infeliz-mente, em todos os clubes pesquisados no Amazonas, nenhum possui projetos dessa natureza.O esporte vem sendo um

    integrador social por exce-lncia, amenizador de con-

    fl itos sociais, aquecedor da economia local e provedor direto e indireto de empre-gos. A educao base do equilbrio social e da cida-dania. A formao dos cida-dos comea na infncia e precisa ser bem orientada para que se desenvolvam na adolescncia e juventude, se solidifi cando, assim, na fase adulta, explica Gomes. O futebol pode oferecer

    grande contribuio para a sociedade amazonense, que deve estar presente de for-ma efetiva e integrada, com aes positivas, sugere o diretor executivo e de pla-nejamento do Ava.

    Mais do que formar atletas

    um modelo a ser observado pelo futebol bar

    Temos muito traba-lho pela frente, resga-tar nossa credibilida-de, nos comunicarmos e debatermos mais o futebol e isso j es-tamos fazendo graas a ACPEA (Associao dos Clubes Profi ssio-nais do Estado do Ama-zonas). Falta somente abrir esse debate com a sociedade e a Associa-o promover essa dis-cusso. Olhar e investir na base chega a ser um discurso manjado, mas os clubes tem que dar ateno urgentemen-te para a captao e formao de jogado-res. Se conseguirmos transmitir algum sinal de que estamos ca-minhando na direo certa, a imprensa vem conosco, o pbico vai ao estdio, os patro-cinadores e resultados vm, aposta a presi-dente do Manaus FC.A gesto profi ssional

    um dos fatores mais importantes, de acordo com os catarinenses. A partir desse profi ssio-nalismo surge toda a organizao das aes necessrias ao desen-volvimento do futebol, sem o imediatismo, tanto na gesto dos clubes, calendrios e a formao de atletas, sugere Enio Gomes.

    Longo caminho a ser percorrido

    E04 e E05 - PDIO.indd Todas as pginas 20/11/2015 20:10:15

  • MANAUS, DOMINGO, 22 DE NOVEMBRO DE 2015E4 PdioPdio E5

    Gesto catarinense:

    Enquanto o futebol amazonense agoniza no ostracismo e sofre para sair da Srie D, o de Santa Catarina impressiona o Brasil com organizao e bons resultados dentro de campo

    Dia 4 de dezembro de 1999. Figueirense e So Raimundo se en-frentavam no antigo estdio Vivaldo Lima. O time amazonense venceu por 2x0, reverteu a vantagem dos ca-tarinenses - que no jogo de ida venceram por 3 a 1), avanou para a fase fi nal da Terceira Diviso e mais tarde conse-guiu o acesso para a Srie B. Dezesseis anos depois, a

    distncia entre as realidades dos dois Estados em termos esportivos, que naquele ano j era grande, hoje um ver-dadeiro abismo. Enquanto o futebol amazonense agoniza, os catarinenses surpreendem o pas com clubes estrutura-dos e bem administrados. A reportagem de EM TEMPO procurou dirigentes dos dois Estados para tentar descobrir o segredo desse sucesso.Se em 1999, Santa Catarina

    fi gurava com trs represen-tantes na Srie B e o Ama-zonas nenhum, hoje os sulistas possuem quatro

    times s na elite

    nacional, um a mais do que os cariocas. J disputaram fi nais e semifi nais de Copa do Brasil e a classifi cao para competies como a Copa Sul-Americana j frequente. Apenas para exemplifi car: h alguns dias, a Chapecoense bateu ningum menos que o campeo da Taa Liberta-dores deste ano, o argentino River Pla-te, por 2 a 1.

    Uma palavra que sempre repetida em se tratando de sucesso no mundo do futebol planejamento. Mas passar da teoria para a prtica parece ser o maior problema dos ti-mes do Amazonas. O futebol precisa de pblico, de torcida, de consumo. Os clubes preci-sam se fortalecer pensando nisso, explica Delfi m. E a melhor forma para conseguir isso, tomando como exemplo Santa Catarina, a unio das agremiaes.

    ParceriaO nosso futebol passou

    por um processo de ajusta-mentos na sua estrutura. A principal delas foi a criao da Associao de Clubes de Futebol Profi ssional de Santa Catarina, que con-grega todos os clubes da 1, 2 e 3 divises, ajus-tando as competies em conjunto com a Federao Catarinense de Futebol, o que possibilitou a busca de recursos, parcerias e patro-

    cnios para as competies e com um calendrio que ainda precisa ser melhor ajustado, na minha opinio, com uma competio com calendrio cheio (o ano todo) para aquelas equi-pes que no disputam as competies nacionais. Es-sas que disputam compe-ties nacionais poderiam participar com uma equipe sub-23, aponta Enio Go-mes, diretor executivo e de planejamento do Ava.

    Formar atletas e lan-los no time principal pa-rece uma alternativa mais acessvel se comparado a contratao de reforos de peso. Mas apostar nessa po-ltica uma tarefa que exi-

    ge pacincia. A busca por

    solues rpidas atrapalha a maioria dos clubes. Formar um time para uma prxi-ma competio importando atletas um atalho para se conquistar um ttulo, mas para conquistar algo mais preciso formar uma equi-pe dentro de casa, gerando identifi cao com o clube e com o torcedor, importan-

    do apenas as peas que o time preci-sa. Mesmo que ele no vena de imediato, pon-dera Patrcia.

    A formao de atletas

    levada a srio com a obri-gao da participao em todas as categorias de com-peties organizadas pela FCF anualmente: infantil, juvenil e juniores, oferecen-do aos primeiros colocados a participao em compe-ties nacionais, tais como a Copa So Paulo, Copa Rio Grande, Copa Minas, Copa do Brasil sub-17 e sub-20, ilustra Gomes. A ideia, segundo o dirigente, implantar um centro de excelncia na formao de atletas, que seja autossus-tentvel fi nanceiramente, sem custos aos atletas.

    Unio dos clubes importante

    Futebol local tenta se reerguer

    Pacincia e calendrio cheio

    FRED SANTANA

    Os nortistas, por sua vez, entraram em uma decadn-cia sem fi m. Hoje, o Amazo-nas est amargando a quar-ta diviso nacional, e h trs anos no consegue sequer passar da primeira fase da competio. A nica vez que o futebol amazonense con-seguiu algum feito expres-sivo neste espao de tempo foi o acesso do Amrica em 2010 para a terceira diviso nacional, justo contra o ca-tarinense Joinville. Mas a vaga foi cassada pela justia desportiva em virtude da escalao de um jogador de forma irregular.Atualmente, aquele con-

    fronto de cinco anos atrs representa simbolicamente a situao do futebol dos dois Estados: enquanto o Amrica praticamente no tem mais atividades, o Join-ville luta para se manter na primeira diviso. Nem mesmo a realizao

    da Copa do Mundo em 2014,

    a construo da Arena da Amaznia Vivaldo Lima e a reforma de outros estdios em Manaus trouxe o pblico de volta as praas esporti-vas. A difi culdade maior a falta de credibilidade junto a sociedade em geral dos gestores do futebol. Se um no consegue xito, sobra para todos os outros clubes do futebol amazonense pa-gar. E isso refl ete em vrias outras coisas: falta de pa-trocnio, pouco pblico, etc., analisa a ex-presidente do Penarol e atualmente man-datria mxima do Manaus FC, Patrcia Serudo.

    CrescimentoAfi nal, por que tanta dife-

    rena? Santa Catarina no estava entre os maiores centros do futebol do pas nas dcadas passadas. Essa arrancada comeou justa-mente aps a Copa Joo Havelange, realizada em 2000. Futebol no uma

    cincia exata para afi rmarmos uma frmula. Em San-ta Catarina h uma conjuntura de fatores. Temos cinco clubes tra-dicionais e muitos outros identifi cados com cidades polo do Estado. Na capital, Fi-gueirense e Ava, em Cricima o Cricima, o Joinville no norte e a Chapecoense, em Chapec. No so grandes metrpoles, mas so cidades de-senvolvidas, e o futebol um lazer da cultura do catarinense. A Federao desenvolve treze competi-es em todas as categorias para fomentar a prtica do esporte. Assim vamos dia a dia buscando melhores resultados, explica o pre-sidente da Federao Ca-tarinense de Futebol (FCF), Delfi m Pdua Peixoto Filho.

    Outro assunto relevante destacado pelos dirigentes catarinenses a responsa-bilidade social dos clubes na formao de atletas. O esporte de carter social alm de formar cidados, tem revelado muitos atletas de talento para o merca-do esportivo, seja no vlei, no atletismo, no basquete, no futebol e outras moda-lidades esportivas. Infeliz-mente, em todos os clubes pesquisados no Amazonas, nenhum possui projetos dessa natureza.O esporte vem sendo um

    integrador social por exce-lncia, amenizador de con-

    fl itos sociais, aquecedor da economia local e provedor direto e indireto de empre-gos. A educao base do equilbrio social e da cida-dania. A formao dos cida-dos comea na infncia e precisa ser bem orientada para que se desenvolvam na adolescncia e juventude, se solidifi cando, assim, na fase adulta, explica Gomes. O futebol pode oferecer

    grande contribuio para a sociedade amazonense, que deve estar presente de for-ma efetiva e integrada, com aes positivas, sugere o diretor executivo e de pla-nejamento do Ava.

    Mais do que formar atletas

    Gesto catarinense: Gesto catarinense:

    Enquanto o futebol amazonense agoniza no ostracismo e sofre para sair da Srie D, o de Santa Catarina impressiona o Brasil com organizao e bons resultados dentro de campo

    Outro assunto relevante destacado pelos dirigentes catarinenses a responsa-bilidade social dos clubes na formao de atletas. O esporte de carter social alm de formar cidados, tem revelado muitos atletas de talento para o merca-do esportivo, seja no vlei, no atletismo, no basquete, no futebol e outras moda-lidades esportivas. Infeliz-mente, em todos os clubes pesquisados no Amazonas, nenhum possui projetos dessa natureza.O esporte vem sendo um

    integrador social por exce-lncia, amenizador de con-

    fl itos sociais, aquecedor da economia local e provedor direto e indireto de empre-gos. A educao base do equilbrio social e da cida-dania. A formao dos cida-dos comea na infncia e precisa ser bem orientada para que se desenvolvam na adolescncia e juventude, se solidifi cando, assim, na fase adulta, explica Gomes. O futebol pode oferecer

    grande contribuio para a sociedade amazonense, que deve estar presente de for-ma efetiva e integrada, com aes positivas, sugere o diretor executivo e de pla-nejamento do Ava.

    Mais do que formar atletas

    um modelo a ser observado pelo futebol bar

    Temos muito traba-lho pela frente, resga-tar nossa credibilida-de, nos comunicarmos e debatermos mais o futebol e isso j es-tamos fazendo graas a ACPEA (Associao dos Clubes Profi ssio-nais do Estado do Ama-zonas). Falta somente abrir esse debate com a sociedade e a Associa-o promover essa dis-cusso. Olhar e investir na base chega a ser um discurso manjado, mas os clubes tem que dar ateno urgentemen-te para a captao e formao de jogado-res. Se conseguirmos transmitir algum sinal de que estamos ca-minhando na direo certa, a imprensa vem conosco, o pbico vai ao estdio, os patro-cinadores e resultados vm, aposta a presi-dente do Manaus FC.A gesto profi ssional

    um dos fatores mais importantes, de acordo com os catarinenses. A partir desse profi ssio-nalismo surge toda a organizao das aes necessrias ao desen-volvimento do futebol, sem o imediatismo, tanto na gesto dos clubes, calendrios e a formao de atletas, sugere Enio Gomes.

    Longo caminho a ser percorrido

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  • MANAUS, DOMINGO, 22 DE NOVEMBRO DE 2015E6 PdioPdio

    O melhor exemplo de como o alarde pode ser efi ciente datado de 28 de agosto de 2014. Na ocasio, o Santos derrotou o Grmio por 2 a 0 em Porto Ale-gre (RS). A festa s no foi com-

    pleta em funo das ofensas racistas

    disparadas para o goleiro Aranha, hoje no Palmeiras. To logo percebeu o cenrio hostil, o jogador comunicou a arbitragem de Wilton Pereira Sampaio, que no paralisou o duelo. Apesar de gritada por milhares, a injria proferida por uma torcedora gacha se tornou destaque ao ser registrada pelas cmeras de televiso na Arena do Grmio, cuja leitura labial permitiu a interpretao da palavra macaco. evidente que a legisla-

    o est a para punir e dar exemplo, mas no d para ser porrada e cassetete o tempo todo. At porque no se trata de um comporta-

    mento exclusivo dos est-dios de futebol. A torcedora do Grmio que ofendeu o Aranha pode at justifi car que foi coisa do calor do momento, mas ela no cha-mou ele de outra coisa. No usou o termo mo de alface. Ela escolheu uma ofensa de cunho racista porque j tem

    esses pensamentos no dia a dia. Na hora do jogo, ela simplesmente externou uma ideia preconceituosa que j estava na cabea dela, como na de tantos outros. A dife-rena que ela teve o azar de ser fl agrada por externar uma ofensa que, possivel-

    mente, j usava no dia a dia em conversas com amigos, externa o comunicador.O Brasil libertou seus es-

    cravos h 127 anos, mas a dvida histrica para com a comunidade negra ainda est longe de ser quitada. Temos muito a melhorar. O combate ao racismo uma questo de conscientizao, educao e conhecimento, disse o ex-volante Tinga, que quando jogava tambm so-freu com racismo.Aliada ao estudo sociol-

    gico do futebol, a opinio do jogador que sofreu na pele chama a ateno para a importncia urgente da educao no combate ao preconceito e invisibilidade racial. No d para pensar s em punio, temos que pensar em educao de ma-neira no-formal. Aprender a conviver com a diversidade e se entender como nao miscigenada, no importa quantos dias da Conscin-cia Negra sejam necess-rios para que os negros te-nham voz, fi naliza Manuel Alves Filho.

    O papel da mdia na punio

    EDUCAO

    De acordo com o especialista Manuel Alves Filho, no basta apenas uma legislao seve-ra para extirpar o racismo no Brasil. Para ele, preciso criar mecanismos para educar o povo

    LEAN

    DRO

    MAR

    TINS/FR

    AME

    RacismoEspecialista esclarece legislao sobre injrias raciais e aborda recentes casos de racismo no esporte mais popular do Brasil

    So Paulo (SP) - O dia 9 de janeiro de 2003 tentou garantir um pouco de equidade comunidade negra do Brasil com a lei 10.639, que instituiu o Dia da Conscincia Negra no calendrio escolar nacional. Mais de uma dcada depois, porm, o pas tem muito o que aprender e desconstruir. Como em toda anlise poltica, terica ou sociolgica feita em solo brasileiro, o futebol no pode ser excludo do debate da ilusria democracia racial.O futebol uma represen-

    tao da sociedade, ento ele tambm sustenta o mito da democracia racial. O torcedor v os jogadores negros que se

    deram bem na carreira e cai na iluso de

    que racis-mo no

    existe mais, de que eles tm as mesmas chances de chegarem l, explica Manuel Alves Filho, jornalista e membro do Grupo de Estudos e Pesquisas de Futebol da Unicamp (Univer-sidade Estadual de Campinas). Sendo que isso no verdade. No s para os jogadores, mas para os dirigentes, juzes, treinadores. O caminho para alcanar algum sucesso pro-fi ssional sempre vai ser mais longo para eles, assim como a luta para se manter, afi rma.O caso mais recente a virar

    notcia envolveu o meia Michel Bastos. Autor do terceiro gol da vitria do So Paulo sobre o Sport, no ltimo dia 31 de outubro, o jogador usou os dedos em um gesto de siln-cio para responder s vaias que incomodavam a equipe nos compromissos anteriores, dentro e fora do Morumbi. Vinte e quatro horas depois, o atleta foi alvo de ofensas racistas em suas redes sociais. Tenho que fi car quieto ainda?, ques-tionou o so-paulino em novo post no Instagram, desta vez em tom de denncia.

    No deveria. Como j fi -cou provado em agresses anteriores, pouco adianta

    o silncio ante um ato crimi-noso destacado pelo artigo 140 do Cdigo Penal Brasileiro, pargrafo 3: se a injria con-siste na utilizao de elementos referentes a raa, cor, etnia, religio, origem ou a condio de pessoa idosa ou portadora

    de defi cincia, a recluso de um a trs anos e multa.As redes sociais servem como

    plataforma para os dois lados, tanto para a denncia, que pre-cisa ser feito da forma mais rpida possvel, quanto para o agressor, que encontra um meio direto de atingir a vtima com base em um possvel anonimato que antes no existia. Ento ela serve s duas convices, e

    depende muito do que a gente faz dela. Mas evidente que a exposio tambm permite uma contramarcha, permite que as outras pessoas se movimen-tem para denunciar e entender a gravidade desse ato, pondera Manuel Alves Filho.Apesar dos discursos e da

    prpria legislao, a nossa cidadania capenga ainda muito baseada na segrega-o, como diz uma colega historiadora aqui do ncleo de pesquisa. algo que sempre fi zemos com os povos negros, indgenas, orientais, pessoas de outras orientaes sexu-ais, lembra o jornalista.Para tanto, o comunicador

    prope uma roda de conversa com todos os envolvidos. In-clusive a imprensa esportiva. Alm de tomar essas atitu-des que j tomamos, tambm deveramos propor uma dis-cusso geral sobre o assunto. Conversar com jogadores, diri-gentes, juzes, treinadores, tor-cedores, empresrios. Todos deveriam ser inseridos nesse debate at chegarmos a um modelo de sociedade que de fato seja vlido. A gente abor-da bastante como a imprensa fomenta a violncia, aponta.

    CASOS

    O racismo continua to vivo no futebol quanto nos demais segmentos da socie-dade. Recentemen-te, o meio-campista Michel Bastos, do So Paulo, foi alvo de injrias da pr-pria torcida tricolor

    no futebolAranha foi alvo de insultos racistas no ano passado, quando vestia a camisa do Santos

    O melhor exemplo de como o alarde pode ser efi ciente datado de 28 de agosto de 2014. Na ocasio, o Santos derrotou o Grmio por 2 a 0 em Porto Ale-gre (RS). A festa s no foi com-

    pleta em funo das ofensas racistas

    disparadas para o goleiro Aranha, hoje no Palmeiras. To logo percebeu o cenrio hostil, o jogador comunicou a arbitragem de Wilton Pereira Sampaio, que no paralisou o duelo. Apesar de gritada por milhares, a injria proferida por uma torcedora gacha se tornou destaque ao ser registrada pelas cmeras de televiso na Arena do Grmio, cuja leitura labial permitiu a interpretao da palavra macaco. evidente que a legisla-

    palavra macaco. evidente que a legisla-

    palavra macaco.

    o est a para punir e dar exemplo, mas no d para ser porrada e cassetete o tempo todo. At porque no se trata de um comporta-

    O papel da mdia na punio

    So Paulo (SP) - O dia 9 de janeiro de 2003 tentou garantir um pouco de equidade comunidade negra do Brasil com a lei 10.639, que instituiu o Dia da Conscincia Negra no calendrio escolar nacional. Mais de uma dcada depois, porm, o pas tem muito o que aprender e desconstruir. Como em toda anlise poltica, terica ou sociolgica feita em solo brasileiro, o futebol no pode ser excludo do debate da ilusria democracia racial.O futebol uma represen-

    tao da sociedade, ento ele tambm sustenta o mito da democracia racial. O torcedor v os jogadores negros que se

    deram bem na carreira e cai na iluso de

    que racis-mo no

    existe mais, de que eles tm as mesmas chances de chegarem l, explica Manuel Alves Filho, jornalista e membro do Grupo de Estudos e Pesquisas de Futebol da Unicamp (Univer-sidade Estadual de Campinas). Sendo que isso no verdade. No s para os jogadores, mas para os dirigentes, juzes, treinadores. O caminho para alcanar algum sucesso pro-fi ssional sempre vai ser mais longo para eles, assim como a luta para se manter, afi rma.O caso mais recente a virar

    notcia envolveu o meia Michel Bastos. Autor do terceiro gol da vitria do So Paulo sobre o Sport, no ltimo dia 31 de outubro, o jogador usou os dedos em um gesto de siln-cio para responder s vaias que incomodavam a equipe nos compromissos anteriores, dentro e fora do Morumbi. Vinte e quatro horas depois, o atleta foi alvo de ofensas racistas em suas redes sociais. Tenho que fi car quieto ainda?, ques-tionou o so-paulino em novo post no Instagram, desta vez em tom de denncia.

    No deveria. Como j fi -cou provado em agresses anteriores, pouco adianta

    Aranha foi alvo de insultos racistas no ano passado, quando vestia a camisa do Santos

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  • MANAUS, DOMINGO, 22 DE NOVEMBRO DE 2015E7PdioPdio

    Ironia do destino?Para manter viva a esperana de seguir na Srie A, Vasco precisa vencer o Joinville neste domingo no mesmo palco onde foi rebaixado em 2013

    Rio de Janeiro (RJ) - Um fi lme passar na cabe-a do torcedor vasca-no quando a bola rolar para Vasco e Joinville, neste domingo (22), s 15h, na Are-na Joinville (SC), em jogo que pode decretar a queda do clube para a Srie B. O local exa-tamente o mesmo de quando o time carioca foi rebaixado em 2013, ao ser goleado pelo Atltico-PR por 5 a 1.Para que o Vasco retorne

    Segunda Diviso pela terceira vez em sua histria, basta que empate ou seja derrotado e que Ava e Figueirense ven-am Fluminense e Chapeco-ense, respectivamente.A hiptese de ser rebaixado

    no mesmo palco da queda de 2013, porm, no passa pela cabea do tcnico Jorginho, que mantm a esperana de permanncia na Srie A.No penso nisso. No vai

    ter rebaixamento. No vai ter isso. Vamos l, vencer o Join-ville, depois vamos para cima do Santos e depois vamos enfrentar o Coritiba. Se eu

    lamentar e chorar o resultado, meu amigo, eu estou perdido. No penso nisso, diz.Sempre com um discurso

    motivacional, o treinador espera por um jogo difcil diante do Joinville, mas tenta manter o otimismo mesmo

    com a situao cada vez mais delicada na tabela do Campeonato Brasileiro.Acreditar sempre. Ser um

    jogo difcil, o campo l, pelo que soube pelo meu telefo-ne, vai estar pesado. Est chovendo direto l. jogo de corao. Vamos descansar

    ao mximo os jogadores que vo para o jogo. O objetivo fazer um grande jogo l e acreditarmos. No mudou nada, continuamos acredi-tando e vamos conseguir esse feito fantstico, garante o comandante cruz-maltino.Alm da queda para a Srie

    B, o rebaixamento na Arena Joinville em 2013 foi marcado por cenas de barbrie, quan-do centenas de torcedores de Vasco e Atltico-PR se envolveram em uma grande pancadaria que deixou deze-nas de feridos e detidos, fato que chegou a interromper a partida e quase cancel-la.

    PreocupaoCom um cenrio complica-

    do mesmo dependendo das prprias foras, os cruz-mal-tinos ainda se preocupam com fatores extracampo. O principal deles a arbitra-gem. O presidente Eurico Miranda j havia dito an-teriormente que os rbitros favoreciam os times de San-ta Catarina por infl uncia

    de Delfi m Peixoto, presidente da Federao Catarinense de Futebol e presena forte nos corredores da CBF.Por ironia do destino o

    Vasco pode cair justamen-te por conta de catarinen-ses. Embora ningum queira gravar entrevistas temendo represlia ou punies, den-tro do clube o temor que a arbitragem d uma ajuda para livrar Ava e Figueirense.Outra preocupao com

    uma possvel falta de von-tade do Fluminense, que vai enfrentar o Ava no domingo (22) e o Figueirense na ltima rodada. Eurico Miranda tor-nou a rivalidade com o Tricolor muito alta por conta de dis-putas polticas e at mesmo por causa da posio das torcidas na arquibancada do Maracan. O meia Vincius, do clube das Laranjeiras, chegou a dizer que fi caria feliz com a queda do rival. Ele, porm, est afastado do elenco por conta de um litgio envolven-do a negociao para reno-vao de seu contrato.

    Jorginho aposta na permanncia do Vasco na elite do futebol brasileiro

    Hora Jogo Local

    15h Joinville x Vasco Arena Joinville15h Corinthians x So Paulo Arena Corinthians15h Internacional x Grmio Beira-Rio15h Figueirense x Chapecoense Orlando Scarpelli15h Atltico-MG x Gois Independncia16h Flamengo x Ponte Preta Man Garrincha17h30 Fluminense x Ava Kleber Andrade17h30 Coritiba x Santos Couto Pereira17h30 Sport x Atltico-PR Ilha do Retiro

    JOGOS DA RODADA

    O fato de o Fluminense ter vendido o mando de campo do jogo contra o Ava, que ser no Esprito Santo, j ir-ritou alguns vascanos. Alm disso, existe a possibilida-de de o Tricolor preservar os titulares na rodada fi nal, diante do Figueirense, em Santa Catarina.Disposto a dar uma sa-

    cudida no time, o treinador deve promover mudanas e o

    ataque o setor a ser mexido. Rafael Silva e o colombia-no Duvir Riascos, titulares contra o Corinthians, correm srio risco de serem barra-dos. Assim, Jorge Henrique, Leandro e Eder Luis esto pleiteando um posto entre os titulares. O zagueiro Ro-drigo, que foi expulso contra o Timo, cede o seu lugar a Rafael Vaz, que vai formar dupla com Luan.

    COMBINAO

    Em caso de derrota ou empate para o Joinville, e vitria de Ava e Figueirense, o Vasco estar mate-maticamente rebai-xado para a Srie B. Em compesao, um triunfo mantm o time carioca vivo

    RUDY TR

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    E/FR

    AME PH

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  • MANAUS, DOMINGO, 22 DE NOVEMBRO DE 2015E8 PdioPdio

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