pódio - 27 de dezembro de 2015

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Pódio [email protected] 3090-1075 E1 MANAUS, DOMINGO, 27 DE DEZEMBRO DE 2015 RIO 2016 Índigenas sonham com Olimpíadas Pódio C3 THIAGO FERNANDO Por um 2016 melhor Após acumular mais uma decepção ao ser eliminado ainda na primeira fase da Série D com três rodadas de antecedência, Nacional aposta em Heriberto da Cunha para alcançar o tão sonhado acesso à Terceira Divisão em 2016. Pódio E5 DIEGO JANATÃ

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Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

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[email protected]

E1

MANAUS, DOMINGO, 27 DE DEZEMBRO DE 2015

RIO 2016

Índigenas sonham com Olimpíadas

Pódio C3

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Por um2016melhor

Após acumular mais uma decepção ao ser eliminado ainda na primeira fase da Série D com três rodadas de antecedência, Nacional aposta em Heriberto da Cunha para alcançar o tão sonhado acesso à Terceira Divisão em 2016. Pódio E5

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MANAUS, DOMINGO, 27 DE DEZEMBRO DE 2015E2 PódioPódio

PÓDIO – Como você ava-lia 2015?

Ricardo Marrocos – Um ano difícil no cenário econômi-co, mas conseguimos, mesmo com alguns cortes, executar e atender uma demanda das secretarias do interior e da ca-pital do Estado. Executamos algumas obras importantes, como a reforma de todo o par-que aquático da Vila Olímpica, que tem recurso federal. Claro que 2015 não foi um ano ideal para que pudéssemos realizar o que planejamos, inclusive alguns projetos e programas que foram executados de ma-neira reduzida. Esperamos que no ano que vem, apesar do ce-nário ser muito ruim, principal-mente no primeiro semestre, consigamos implantar muitas coisas na área do esporte.

PÓDIO – A Copa do Mun-do deixou um legado para o Amazonas?

RM – Hoje, acredito que com a estrutura que o Estado tem para o esporte, conse-guimos atender a demanda das federações e dos nossos atletas. Nisso, incluo o ho-tel da Vila Olímpica, todo o espaço físico que temos lá. Isso é fruto do investimen-to feito pelo Estado para a Copa do Mundo. Apesar de toda dificuldade, temos uma estrutura, não ideal, mas conseguimos atender a todos os esportes.

Mais um ano chega ao seu fim e balanços são feitos para definir o que precisa ser melhorado para o período seguinte, e na Secretaria Estadual da Juventude, Esporte e Lazer (Sejel) não é diferente. Em meio a reuniões e planejamento, o secretário executivo da pasta conversou com o PÓDIO e revelou novidades para 2016. O gestor aproveitou para fazer uma análise sobre o esporte amazonense em 2015.Durante a conversa, Marrocos explicou como funcionará a fusão entre a Sejel e Fundação Vila Olímpica (FVO), e ressaltou a importância de, apesar do momento conturbado que o país vive, tanto política como economicamente, realizar um bom trabalho para o sucesso do Estado na realização dos Jogos Olímpicos.

‘A OLIMPÍADA deixará um novo LEGADO’

Ricardo MARROCOS

PÓDIO – A Vila Olímpica passará por nova reforma em 2016?

RM – O governador (José Melo) me chamou para uma reunião há um mês atrás e pediu para fazer um projeto completo de reforma, além do que já estamos realizando. Começamos em julho a refor-mar o parque aquático. Todas as piscinas e áreas de saltos. Fora isso, vamos reformar o ginásio de lutas e implantar o CTARA (Centro de Treina-mento e Alto Rendimento da Amazônia), que é um projeto que tem a maior parte dos recursos bancados pelo go-verno federal. É um projeto de R$ 7 milhões. R$ 6 foram pagos pelo governo federal e o restante pelo Estado. A Seinfra (Secretaria de Estado de Infraestrutura), hoje, está dentro da Vila fazendo esse levantamento técnico para que fosse feito o projeto e orçamento para reformar e modernizar o hotel da Vila, e também a construção do cen-tro de treinamento de tiro com arco. Fora isso, ainda temos para inaugurar no fi nal de ja-neiro, o centro de treinamento da ginástica. Ele já está quase pronto. Só falta puxar a ener-gia elétrica de alta tensão, que hoje só chega até a piscina. Essa obra é uma parceria do Estado com a Confederação Brasileira de Ginastica (CBG).

PÓDIO – Podemos esperar a volta de alguns projetos esportivos no próximo ano?

RM – Sim. Todo esse re-curso destinado aos projetos já está locado no orçamento da secretária. O CTARA, com sua estrutura de 2014, todo o seu quadro de profi ssio-nais com psicólogos, médicos, dentistas, nutricionista e mais os técnicos especialistas, o “Bom de Bola”, que agora vai se chamar “Bola de Ouro”, e o “Galera Nota 10”. Eles vêm dentro do programa “Todos pela Vida”, do governo do Estado. Fora esses, temos o “Vida ativa”, que já está em funcionamento em todos os centros de convivência. Esses recursos já estão garantidos e serão mantidos. Inclusive, já me reuni com a Aades (Agên-cia Amazonense de Desenvol-vimento Econômico e Social), que vai realizar o processo seletivo simplifi cado e, possi-velmente, na primeira semana de janeiro vai publicar o edital para o CTARA, “Vida Ativa”, parte do corpo técnico, e para os centros de convivência. Esperamos que, publicando esse processo seletivo, no má-ximo na primeira quinzena de fevereiro consigamos defi nir

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os selecionados e começar o período de qualifi cação. Es-pero que em março esses projetos comecem.

PÓDIO – Como vai fun-cionar a fusão entre Sejel e a Fundação Vila Olímpica (FVO)?

RM – Foi publicado, em outubro, a lei que autorizou a extinção da FVO. De lá para cá, tivemos alguns prazos que a Sejel teve que cumprir em razão da lei. A Sejel vai assumir todas as atribuições da FVO e os patrimônios. Por causa disso, a secretária está sendo toda reformulada no seu quadro de funcionários. Entendemos que isso veio no pacote da segunda reforma administrativa do Estado e tem como objetivo econo-mizar por causa dos cargos comissionados. Acredito que vamos otimizar o atendimen-to ao esporte. Por conta dis-so, montamos uma comissão de transição, formada por quatro pessoas da Sejel e duas da FVO, que vem se reunindo semanalmente para se inteirar dos problemas da FVO. Todo o orçamento da fundação vem para a Sejel.

PÓDIO – Acontecerão demissões por causa des-sa fusão?

RM – Dentro dessa nova estrutura, a Fundação Vila Olímpica tem 69 emprega-dos, mais os cargos comis-sionados. Entendemos que, com essa fusão, os cargos comissionados serão extintos e todos os outros funcionários efetivos serão realocados na nova estrutura da secretaria de esporte. Hoje, estamos nesse período de transição e esperando o decreto do gover-nador que ofi cializa a extinção da FVO. Toda a fusão vai gerar economia. Não tenho valores certos, mas sabemos que a economia será substancial, e não vejo só nesse sentido de economia. Vejo que a fusão vai ajudar a juventude, o esporte e o lazer. Vamos ter um ór-gão apoiando, patrocinando

e tomando conta do esporte do Estado. Isso vai otimizar o serviço prestado e estimular os atletas.

PÓDIO – Como funcio-nará o Fundo de Atendi-mento aos Atletas, criado recentemente?

RM – Dentro da secretária, o governador pediu para que fosse criado um fundo. A FVO arrecadava com os alugueis da estrutura física do Estado. Agora, esse dinheiro vai para o fundo. Fora isso, vamos bus-car recursos com a famosa PPP (Parcerias Público-Priva-das), por isso que torcemos muito para que o próximo ano seja melhor que esse, para que esse fundo arrecade. Esse montante vai servir para manter essa estrutura física e possivelmente, dependendo dos valores que forem arreca-dados por esse fundo, vamos criar o bolsa atleta estadual, que hoje não existe. A propos-ta da Sejel é criar esse bolsa atleta dentro dos critérios que já são adotados no bolsa atleta federal e municipal. Vamos apenas adequar para a realidade do nosso Estado. Vamos criar esse fundo com o objetivo de apoiar e pa-trocinar os nossos atletas. Ainda queremos melhorar o atendimento as nossas fede-rações. Acredito que o fundo de apoio será a salvação do esporte nesse momento tão difícil que estamos passando. Ele foi criado agora. Enca-minhamos o projeto para a Casa Civil, que encaminhou ao governador, que mandou para a Assembleia, onde foi aprovado.

PÓDIO – Dizem que é na crise que surgem as melho-res ideias. Acredita que com esse fundo seja possível planejar um 2016 melhor que o último ano?

RM – Essa é a nossa gran-de esperança. Tomará que as coisas melhorem e que consigamos retomar, com a criação do fundo, o que foi planejado em 2015 e 2016.

Fora isso, é um ano olímpico. Esperamos que, com o centro de treinamento de ginástica, passem por aqui delegações como a do Japão e Cana-dá. Essa foi uma conversa que tive com a presidente da CBG. Para isso, precisamos inaugurar e equipar. Essa é uma informação extraofi cial, houve uma conversa no mês passado para que essas dele-gações façam a adaptação ao clima brasileiro em Manaus.

PÓDIO – O tiro com arco é a nossa chance de ter representantes nos Jogos Olímpicos em 2016. Pesso-almente, como você avalia o esporte amazonense?

RM – Antes do tiro com arco, temos a luta olímpica. Percebemos que temos algu-mas modalidades olímpicas como tênis de mesa, judô, em algumas categorias, luta olímpica e agora o tiro com arco, surgem porque requer um biótipo de atleta que con-diz com a nossa realidade. O tiro com arco é nítido que vem para os indígenas. Foi um ano em que conseguimos superar algumas difi culdades no esporte. Temos a esperan-ça que a Sejel, agora refor-mulada, e com o governador dando um fôlego novo com esse fundo, possamos fazer tudo o que aprovamos e apro-veitar toda a estrutura. Vai ser um grande desafi o, mas com muita competência, cria-tividade e coragem, vamos superar como superamos em 2015. Chegamos ao fi nal do ano sabendo que o governo priorizou a saúde, educação e segurança, o que não deixa de ser o certo. Vamos fazer o nosso melhor. Acreditamos que esse novo ano vai ser bom para o esporte amazonense. Teremos seis jogos olímpicos no esporte. A mídia vai divul-gar mais os esportes e isso ajuda. A Copa do Mundo deixou um legado muito grande. Em fevereiro do ano passado, não tínhamos um estádio, agora temos quatro. A Olimpíada deixará um novo legado.

Percebemos que temos algumas modalidades olímpicas como tênis de mesa, judô em algu-mas categorias, luta olímpica e agora o tiro com arco, surgem porque requer um biótipo de atleta que con-diz com a nossa realidade”

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MANAUS, DOMINGO, 27 DE DEZEMBRO DE 2015E3PódioPódio

Esperança

OLÍMPICAÍndigenas do tiro com arco são a esperança do Amazonas em ter representantes nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016

Em 2016, o Brasil, pela pri-meira vez, receberá uma edição do maior evento esportivo do mundo, os

Jogos Olímpicos. Apesar de ter como sede a cidade do Rio de Janeiro (RJ), a competição está mobilizando todas as cidades brasileiras devido à importân-cia e proximidade. No Amazo-nas não poderia ser importan-te. Maior Estado em dimensão territorial do país e abençoado pelas belezas naturais, ele já está se preparando para rece-ber seis partidas do campeo-nato de futebol da competição. Além disso, o Amazonas ainda pode receber delegações de ginástica e luta olímpica para o período de aclimatação.

Apesar de ser sede do futebol, o Estado pode fi car sem repre-sentante na competição. Antes certeza em algumas categorias como judô e luta olímpica, o Amazonas, hoje, só segue lu-tando por vagas em um esporte pouco conhecido e valorizado nacionalmente: o tiro com arco.

Modalidade milenar, antes utilizada em combates de guerras, o tiro com arco tem como seu grande nome no Estado o professor Aníbal Forte. Graças a um sério tra-balho de peneira realizado nas comunidades indígenas do Amazonas, ele conseguiu revelar jovens atletas que hoje lutam para levar a ban-deira baré ao topo do mundo.

Os frutos desse trabalho que começou há dois ano já são vistos. Os jovens arqueiros in-

dígenas, Nelson Silva (Inha) e Graziela Paulino Santos (Yaci), conquistaram a medalha de ouro na prova em dupla do 41º Campeonato Brasileiro Outdoor de Tiro com Arco, re-alizado em Goiânia (GO) no fi nal deste ano. Na ocasião, os jovens venceram a principal dupla brasileira e garantiram vaga na seletiva olímpica, que acontecerá no próximo dia 21.

Aos 20 anos, Graziela San-tos, se mostra confi ante com a possibilidade de disputar os Jo-gos Olímpicos. Descoberta em

uma seletiva que aconteceu na Comunidade Três Unidos, ela revela que seu principal objetivo era vim para Manaus apenas es-tudar, porém, o esporte mudou sua vida e seu destino.

“Fui chamada junto com meus irmãos. Vieram 12 atletas, mas agora só tem seis. Nem pensava em vim para o esporte. Vinha para Manaus para estudar, mas tudo mudou. O esporte mudou meu jeito de viver, deu disciplina e responsabilidade, tanto com o esporte quanto com as pessoas. Me sinto nervosa, está chegando a seletiva para as Olimpíadas, estou treinando para chegar e fazer meu melhor. Esse último resultado dá uma confi ança extra”, disse a jovem.

Outro indígena que vem se destacando é Gustavo Santos. Aos 19 anos, o jovem registrou na mesma competição, a me-lhor marca de sua carreira e ga-rantiu vaga na seletiva. Agora, seu objetivo é treinar para fi car entre os 10 primeiros e manter vivo o sonho de representar o Amazonas no maior evento esportivo do mundo.

“Começamos o ano mais ou menos, fomos melhorando com o passar do tempo. Finalizamos com uma pontuação a nível nacional. Agora é fi car entre os dez na seletiva e depois entre os dois. Não teremos férias. Única folga será no ano novo. Do dia 2 até a viagem será para se preparar. Com os resultados e evolução, começa a aumentar a confi ança de ir para a seletiva e conseguir um bom resultado”, ressaltou Santos.

Os resultados dos arquei-ros foram tão impressio-nantes, que o governador do Amazonas, José Melo, anunciou que em 2016, a modalidade ganhará seu pri-meiro centro de treinamento ofi cial. O complexo fará parte do projeto Centro de Treina-mento e Alto Rendimento da Amazônia (CTARA). O secre-tário executivo da Secretaria Estadual de Juventude, Es-porte e Lazer (Sejel), Ricardo Marrocos, anunciou que o projeto já foi aprovado pela equipe da Secretaria de Esta-do de Infraestrutura (Seinfra) e tudo deve sair do papel no começo de 2016.

“O Centro de treinamento

de tiro com arco já está pró-ximo. Foi um pedido do gover-nador José Melo. Toda equipe da Seinfra compareceu a Vila Olímpica no mês de novem-bro e fez o levantamento e fi nalização do projeto para que tenhamos uma ideia de quanto vai custar isso. O governador vai analisar e até o meio do ano preten-demos fechar o projeto com nível internacional”, explicou o secretário executivo.

Marrocos lembrou que o tiro com arco é um esporte enraizado na cultura indíge-na. Por este motivo, anunciou que no começo de 2016, uma nova seletiva acontece-rá para que mais 24 atletas

sejam descobertos no inte-rior do Amazonas.

“O garoto da capital nasce com um celular ou laptop nas mãos, o indígena nasce ati-rando. É um talento natural que vamos captar. Já pedi que fosse feito uma seletiva agora no começo do ano, até no máximo em fevereiro, para descobrir novos talen-tos. Hoje, temos seis atletas em Manaus, porém, quere-mos mais 24 para que eles venham a capital, estudem e morem aqui, tudo custeado pela Sejel. Aqui, eles terão toda a estrutura para evo-luir no esporte e despontar como já despontaram os seis”, fi nalizou.

Modalidade ganhará CT em 2016A partir de 2016, atletas do tiro com arco terão um centro de treinamento que será construído na Vila

SELETIVA

Destaques no 41º Campeonato Bra-sileiro de Tiro com Arco, realizado em Goiânia (GO), Nel-son Silva e Graziela Paulino disputarão seletiva olímpica que será realizada no dia 21 de fevereiro

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MANAUS, DOMINGO, 27 DE DEZEMBRO DE 2015E4 PódioPódioBarezão do ano que vem será no segundo semestre

Cartolas avaliam realização do campeonato a partir de agosto como positiva, já que terão tempo para se planejarem

Contrariando a maio-ria dos torneios es-taduais pelo Brasil, o Campeonato Ama-

zonense de 2016 será dispu-tado no segundo semestre. O início da competição está previsto para agosto, logo após os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que terão partidas de futebol disputa-das na Arena da Amazônia Vivaldo Lima. A mudança foi decidida por 13 dos 15 clubes que participarão do certame em reunião realizada em no-vembro na Federação Ama-zonense de Futebol (FAF).

A alteração aconteceu porque além da Arena, a Colina e o Carlos Zamith, ou-tros estádios utilizados nos jogos do Campeonato Ama-zonense, vão passar boa parte do primeiro semestre

de 2016 sob responsabili-dade do Comitê Organiza-dor dos jogos em Manaus. O presidente da FAF, Dissica Valério Tomaz, explicou que um dos principais motivos para decretar a mudança foi o grave problema fi nanceiro que as equipes do Amazo-nas enfrentam.

“Temos que entender e compreender que o proble-ma é fi nanceiro. Alguns que têm certo poder de fogo investiram bastante nesse ano e os que não têm muito, investiram o que puderam. Houve um comprometimen-to de receita até de empre-sas que estão envolvidas. O governo é importante, mas não pode pagar todas as despesas dos clubes. Depois que foi solucionado o proble-ma dos campos no primeiro

semestre, tivemos esse pro-blema fi nanceiro. Temos que respeitar. É difícil eu ter que impor uma competição sa-bendo que os clubes estarão fragilizados”, explicou.

“Eu já tinha em meu pen-samento a ideia de termos um campeonato no segundo semestre, justifi co esta mi-nha posição em virtude do período chuvoso do primeiro semestre, complicado pelas péssimas condições de al-guns de nossos gramados, principalmente do interior. Junte-se a isto tudo a difi -culdade de apoio fi nanceiro por parte do poder público, do qual ainda somos tão dependente, infelizmente”, lamentou Francisco Neto, presidente do Penarol.

“O campeonato no segun-do semestre não garante

esse apoio, mas dá aos clu-bes um pouco mais de folga para tentar captar recursos por outras vias. Nós, do Pe-narol, estamos apostando na adesão do itacoatiarense ao nosso projeto do sócio tor-cedor, além de outras tantas promoções que serão incre-mentadas em janeiro próxi-mo. Concluindo, vamos ter um campeonato que servirá de laboratório para mudan-ças e adequações ao nosso futebol tão desacreditado. Eu torço para que seja po-sitivo”, explicou Neto.

“O campeonato no segun-do semestre foi uma grande mudança e em princípio toda mudança desse tipo causa rejeição, e é o que vem acon-tecendo. Eu acho que essa alteração é necessário pelo momento que vivenciamos.

Mas podemos fazer disso algo positivo, temos tempo para trabalhar e planejar o futebol. Temos que fazer um bom Estadual em 2016. É preciso ter paciência e espe-rar pra ver o que vai mudar para concluir se foi positivo ou não. Eu acredito que será”, avalia Patrícia Serudo, presi-dente do Manaus FC.

Já Mário Ivan, novo diretor de futebol do São Raimundo, acredita em uma disputa po-sitiva, pois terá todo o primei-ro semestre de preparação. “Vamos disputar em pleno verão, isso sem dúvida nos ajuda muito. Até mesmo na logística para jogos no in-terior. Teremos mais tempo de correr atrás de patroci-nadores. Não vejo nenhuma complicação por conta desse adiamento”, afi rmou.

FormatoO Amazonense de 2016 vai

contar com a participação de 15 equipes, cinco a mais do que este ano, segundo o pre-sidente da Associação dos Clubes Profi ssionais do Es-tado do Amazonas (ACPEA), Cláudio Nobre. A decisão de ter 15 equipes no Estadual foi tomada em reunião com 12 representantes de clubes. Vo-taram a favor São Raimundo, Tarumã, Operário, Nacional, CDC Manicoré, Rio Negro e Sul América. Fast, Manaus FC, Nacional Borbense, Iran-duba e Penarol se manifesta-ram contra. Holanda, Prince-sa e Cliper não participaram da reunião. O dirigente disse que a mudança também vale para os estaduais das ca-tegorias de base (infantil, juvenil e juniores).

Um dos principais pal-cos do Barezão em 2015, o estádio da Colina só voltará a receber partidas do Estadual em agosto

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Nacional tem a chance de fazer tudo diferente

em

Depois de um 2015 decepcionante, Nacional se reorganiza para buscar o tão sonhado acesso à Série C em 2016

Ao fi nal de 2014, o Nacio-nal Futebol Clube apre-sentou um audacioso projeto que pretendia

levar o time, em dez anos, à primeira divisão do futebol bra-sileiro. O plano incluía a conquis-ta do Campeonato Amazonense de 2015 e o acesso à terceira divisão no fi nal do ano, além de boas campanhas na Copa Verde (cuja conquista também era um objetivo) e Copa do Brasil.

No entanto, prestes a entrar em 2016, o torcedor do Leão viu apenas a taça do bicampe-onato estadual como um dos objetivos cumpridos no primeiro ano da prometida caminhada rumo à Série A em 2024. Pen-sando em não repetir os erros, a reportagem de EM TEMPO conversou com o novo treinador da equipe, Heriberto da Cunha, ex-Vila Nova-GO. O mineiro que teve passagens como auxiliar técnico por São Paulo, Corin-thians e Atlético-MG, além de ter treinado efetivamente outras equipes de renome como Sport e Portuguesa, deu a receita, em tom de recado à diretoria.

“A primeira coisa é manter o equilíbrio e promover a ma-nutenção do elenco. Aqui no

Nacional, qualquer resultado muda tudo: muda jogadores, muda comissão técnica. Isso não é bom. Esperamos que o trabalho tenha continuidade, que não se repitam os erros anteriores e que possamos dar continuidade ao trabalho para alcançarmos os objetivos. Para

isso, precisamos ter crédito para o nosso trabalho”, afi rma.

PlanejamentoCom o Campeonato Amazo-

nense começando apenas no segundo semestre, a prepara-ção das equipes que disputam torneios nos primeiros seis me-

ses do ano segue uma incógnita. Cunha, no entanto, já tem um plano traçado para evitar a falta de ritmo de jogo. “O planeja-mento segue como planejado. Em janeiro teremos uma in-tensifi cação dos treinamentos para o início das competições. Em fevereiro faremos alguns amistosos. Não podemos forçar agora porque o calendário ainda está longe”, disse.

Segundo o treinador, serão necessários ao menos seis amistosos para encontrar o padrão ideal da equipe. A es-treia do time em competições ofi ciais será no próximo dia 9 de março, contra o Santos-AP, pela Copa Verde 2016.

RetrospectivaNa Copa Verde, uma goleada

para o Paysandu e um empa-te na Colina acabaram com as chances de título. Após a ida, em Belém, Sinomar Naves foi demitido, sendo o primeiro treinador a cair da equipe em 2015. Na Copa do Brasil, um gol impedido de Kieza, do Bahia, eliminou o time da competição, após empate entre os dois times na Colina em 0 a 0. Na volta, o placar de 2 a 2 dava a vaga ao Leão da Vila, quando o lance irregular aconteceu.

FRED SANTANA

Aderbal Lana assumiu o time após o revés na Copa Verde e sob seu comando a equipe fez uma campa-nha espetacular no Bare-zão 2015, terminando com o melhor ataque, a melhor defesa e apenas duas derro-tas em toda a competição. Com essa campanha, a ex-pectativa para o acesso foi a melhor possível.

Mas, a campanha na Sé-rie D foi um vexame. Após

um início morno, com um empate em 1 a 1 contra o Náutico-RR e uma vitória pouco convincente contra o Vilhena-RO por 2 a 0, vieram derrotas para o Remo (1 a 0) e Rio Branco (2 a 1). Após a derrota para os paraenses em Manaus, Aderbal Lana foi demitido. O treinador das ca-tegorias de base, o português Paulo Morgado, assumiu com a missão de classifi car o time. Em vão: nova derrota na es-

treia, em Paragominas, para o Remo, por 3 a 1.

Com a classifi cação por um fi o, veio o jogo de vida ou morte contra o Rio Bran-co, na Arena da Amazônia Vivaldo Lima. Jogando uma das suas piores partidas nos últimos anos, o time foi fa-cilmente derrotado por 2 a 0. Resultado: antes cotada para o acesso, a equipe foi eliminada com três rodadas de antecipação.

Título local e vexame na Série D

Na apresentação do elenco para o ano de 2016, a torcida protestou e pediu mais profi ssionalismo

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Campeão estadual em 2015 com sobras, o Nacio-nal deu vexame na Série D e em 2016 terá nova chance de buscar o acesso

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Na rota do cinturãoCapixaba radicado no Amazonas, Ronaldo Jacaré sonha em disputar o cinturão dos médios do UFC em 2016

Bastava uma vitória sobre o cubano Yoel Romero para que o capixaba radicado no

Amazonas Ronado Jacaré ti-vesse programada sua luta pelo cinturão dos médios no ano que vem. Contudo, por decisão dividida dos árbitros, ele teve que adiar o sonho de conquistar o título do UFC pelo menos por mais um combate. Sem baixar a guarda, o atleta projeta um 2016 vitorioso e com a chance de desafi ar o agora campeão da categoria, Luke Rockhold.

“Eu acredito que no ano que vem vou ter minha oportu-nidade (de lutar pelo título). Acredito que ainda tenho de fazer mais uma luta e vencer bem para ter minha chance. O resultado não foi o que eu esperava, foi uma luta parelha, contestada. Eu ando na rua e as pessoas dizem que fui rou-bado. Mas acho que faz parte, eu tive a chance de fi nalizar e ser mais contundente. Conse-gui me recuperar no terceiro round, mas não o sufi ciente para provar que eu merecia a vitória”, avalia Jacaré.

Mesmo com a derrota, o ama-zonense vê uma disputa por título próxima e, dependendo do seu desempenho no próximo combate, que ainda não tem

adversário, nem data e local para acontecer, 2016 pode colocá-lo na rota do cinturão.

“É uma coisa que não está muito distante. A última derrota que tive foi de forma contesta-da. Nós estamos num esporte em que todo mundo treina muito, tanto o Rockhold, Weid-man e Romero são adversá-rios fortíssimos. Infelizmente, as vezes, os juízes não vêm os que todos enxergam, são coisas que acontecem no esporte. Da próxima vez, espero ser mais contundente e provar que me-reci a vitória”, diz o lutador.

Novo campeãoSe quiser fi car com o cintu-

rão dos médios, Jacaré terá de superar seu próximo adversário - que ainda não foi defi nido. De-pois disso, ele poderá encarar o novo campeão da categoria, Luke Rockhold, um velho conhe-cido seu que também.

“Já lutei com o Rockhold e ele me ganhou como o Romero, de maneira muito contestada. Sempre soube que ele era um cara duro, ele é capaz de fa-zer o que fez com o Weidman com qualquer um da catego-ria. Quando lutamos, saímos bastante machucados. Sempre soube que ele era um adversário duríssimo. Agora as pessoas tem uma noção de quem é o Ro-ckhold”, elogiou o amazonense.

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Ronaldo Jacaré acredita que precisa vencer de forma contundente mais uma luta para disputar o cinturão dos médios ainda em 2016

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São Paulo (SP) - Em meados de novembro de 2015, o Corinthians recebeu uma sondagem

do clube chinês Tianjin Quanjian, que prometia fazer uma proposta de 4 milhões de euros (R$ 17 milhões) pelo meia Jadson, um dos melhores do Brasileiro de 2015 –1 milhão de euros (R$ 4,3 milhões) a menos do que a multa rescisória prevista em contrato.

O presidente Roberto de An-drade foi enfático na época. "Não, obrigado, vamos fi car com o jogador para 2016", respondeu o cartola. Um mês depois, os chineses voltaram a atacar e levaram o meia.

Primeiro fecharam acordo sa-larial com o jogador, algo em torno de R$ 1,5 milhão por mês (quatro vezes mais do que Jadson ganhava no Parque São Jorge). Depois avisaram ao Corinthians que depositariam valor integral da multa. "Não tivemos o que fazer", disse Andrade a aliados.

O futebol brasileiro já conviveu com a concorrência dos altos salários das potências da Europa, dos clubes do Oriente Médio e, mais recentemente, de equipes ricas do leste europeu. Mas os chineses vão além de infl acio-nar salários, com propostas que muitas vezes superam o que os

atletas ganhariam na Europa. Se for preciso, pagam o valor estipu-lado em contrato para a rescisão do acordo entre clube e jogador.

Quando equipes de futebol es-tipulam multas rescisórias para o mercado estrangeiro, podem colocar o valor que bem entendem e, normalmente, chutam alto para impedir que clubes ricos depo-sitem e tirem o atleta unilate-ralmente. No caso de Jadson, o Corinthians estipulou o que achou sufi ciente para um atleta de mais de 30 anos, que já teve experiência no leste europeu e, provavelmente, não despertasse mais interesse dos gigantes do Velho Continente.

Novo ricoO que mais chama a atenção no

caso do Tianjin Quanjian é que o time está na segunda divisão da China. O clube já contratou o téc-nico Vanderlei Luxemburgo com salário de mais de R$ 3 milhões por mês, e acaba de assinar tam-bém com o atacante Luis Fabiano, ex-São Paulo, com vencimentos de mais de R$ 1 milhão por mês.

O Tianjian repete a receita de outras equipes da China: investi-mento privado – todos os times são geridos por empresas –, mas com mãozinha do governo, que dá incentivos fi scais às empresas que investem no futebol.

Clubes chineses assombram futebol brasileiro

Jadson e Luis Fabiano foram alguns dos atletas seduzidos pelas altas cifras

O sonho por lá é que a Chi-na se torne uma potência do futebol mundial a ponto de estar apta a receber uma Copa do Mundo, e para isso eles querem os melhores, não apenas “ex-atletas em atividade”, como acontece no Oriente Médio e nos Estados Unidos.

“O Lucas Limas eles não vão levar, apesar dessa concorrência que criaram. Ele fica”, jura o presidente santista, Modesto Roma Jr.

A multa para um clube

estrangeiro tirar o meia da Vila Belmiro é de 50 milhões de euros (R$ 215 milhões). Destaque na últi-ma temporada, ele recebe pouco acima do teto sala-rial do Santos, cerca de R$ 200 mil, segundo Roma Jr. Como então evitar que o jogador não se empolgue com uma oferta de mais de R$ 1 milhão mensal?

“Ele quer a seleção bra-sileira, jogar Copa”, diz o dirigente. Se esse for o projeto de Lucas Lima, de

fato, é mais interessante que ele fique no Brasil.

Diego Tardelli, que foi jogar no começo de 2015 no Shandong Luneng, um dos grandes, esteve na Copa América. Foi mal. A avaliação da comissão téc-nica da seleção, segundo apurou a Folha, é que o nível baixo do campeonato local afetou o desempenho na seleção. A rica China, por enquanto, leva atleta de seleção, para depois tirá-lo do time nacional.

China quer se tornar potência

Jadson foi aponta-do com um dos me-lhores jogadores do último Brasileirão

Lucas Lima é o mais novo alvo do futebol chinês

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