pódio - 14 de dezembro de 2014

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Próxima parada: UFC Amazonense Maycon “Boca” Silvan deverá participar do TUF, programa que leva lutadores ao UFC. Pódio E4 e E5 MANAUS, DOMINGO, 14 DE DEZEMBRO DE 2014 [email protected]

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Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: Pódio - 14 de dezembro de 2014

Próximaparada: UFC

Amazonense Maycon “Boca” Silvan deverá participar do TUF, programa que leva lutadores ao UFC. Pódio E4 e E5

MANAUS, DOMINGO, 14 DE DEZEMBRO DE 2014 [email protected]

Pódio E2 e E3DIEGO JANATÃ

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E2 MANAUS, DOMINGO, 14 DE DEZEMBRO DE 2014

Se agora começasse uma admi-nistração efi ciente, acho que ainda demo-raria muito tempo para recuperar a dignidade dessa cidade e do povo”

Secretário de Juventu-de, Esporte e Lazer de Manaus, Elvys Da-masceno assumiu em

junho deste ano, o desafi o de chefi ar a Semjel. Ex-atle-ta, Damasceno conhece bem as difi culdades de viver do esporte no Amazonas. Para mudar o cenário de difi cul-dades, Elvys ampliou o apoio dado aos jovens atletas e garantiu uma bolsa para aju-dar na preparação desses para as competições.

Em entrevista concedida à equipe do PÓDIO, Elvys Da-masceno revelou os planos para 2015 e afi rmou que irá investir mais no esporte das comunidades.

Pódio – Quando você saiu de competidor e migrou para a gestão do esporte?

Elvys Dasmaceno – Antes, eu tinha um projeto social na área do jiu-jítsu, como faixa preta que sou. Na área admi-nistrativa, comecei na secre-taria da federação. Já tinha uma experiência, porque era ofi cial do exército na parte da logística. Então, comecei a auxiliar o professor Orley na parte da administração. Depois disso, acho que desem-penhei bem a atividade e fui indicado para ser presidente. Acredito que fui o mais novo presidente da federação de jiu-jítsu, que tinha a tradição de eleger, geralmente, pes-soas mais experientes. Fui o mais novo. Da federação, fi quei administrando e já tra-balhava com o prefeito Arthur, na época no Senado. Então, fui convidado para ser sub-secretário quando ele ganhou para a prefeitura. Fiquei até o Fabrício (Lima, ex-Secretário) sair. Depois assumi a pasta.

Pódio – Como você viu a evolução do jiu-jítsu nos

últimos cinco anos?ED – Avalio como boa, até

porque fui um dos respon-sáveis por isso. Fui um dos primeiros a ter um projeto social organizado. A minha equipe foi a melhor do Bra-sil. Foi um título inédito. Aí, o jiu-jítsu, que antigamente era visto como esporte de baderneiro, marginal, passou a ser visto por uma outra ótica. Passou a ser visto pela parte da inclusão e do so-cial mesmo. Começou a ter competições mais organiza-das, campeonatos brasileiros no Rio de Janeiro e Mundial nos Estados Unidos. Isso começou a dar a denotação que o jiu-jítsu merece.

Pódio – Qual a impor-tância do Mestre Osvaldo Alves na sua carreira?

ED – Na verdade, o Mestre Osvaldo é meu padrinho polí-tico. Em Manaus, ele, que é do Acre, mas radicado no Rio de Janeiro, se hospeda na minha casa. Agora, ele está direto na cidade. Ele que me apre-sentou ao Arthur. O Mestre já trabalha há anos com ele. Foi aí que voltamos a fazer a Copa Arthur Neto, que estava parada. A copa é antiga, mas por problemas políticos fi cou parada. Quando assumi, rea-tivei a competição.

Pódio – Como você avalia a importân-cia do jiu-jítsu para o desporto amazonense?

ED – Quando assumi a se-cretaria, a preocupação de todos foi que as atenções não fi cassem focadas apenas no jiu-jítsu. Então, procuramos dividir ao máximo a fatia do bolo. É uma divisão bem ho-nesta, mas é claro que se o jiu-jítsu tem o maior número de adeptos, é claro que ele vai receber maior apoio. Claro que damos atenção aos campos, ao futsal, ao futebol, ao vô-lei e outros. Tentamos apoiar todas as modalidades para

não parecer que só porque sou do jiu-jítsu, o esporte terá maior apoio.

Pódio – Qual a avaliação que você faz do ano de 2014 em relação ao esporte do município?

ED - Peguei o ano no meio e o direcionamento é dado no ano anterior. Tanto que já estamos preparando o ca-lendário e ações do ano que vem. Em 2014, eu não tive o poder de direcionar e dar as diretrizes que queria. Ano que vem, o meu direcionamento será mais comunitário. Será mais para o bairro, para base e projetos sociais. Vai ser menos eventos grandes e mais apoio a eventos locais.

Pódio – Como pretende melhorar a parte de apoio aos atletas?

ED – Posso dizer que co-nheço bem essa parte. Como treinador, já levei atletas para competições sem ter as passagens de volta. Ma-naus é uma cidade atípica. Estamos longe de todos os centros esportivos do Brasil. Nossa saída é apenas por avião. As passagens são ca-ras. Não temos condições de dar passagens para todos os atletas que querem disputar campeonatos como Sul-Ame-ricano, Brasileiro ou Mundial. As outras cidades não sofrem com esse problema que Ma-naus sofre. Eles não têm que mandar seus atletas de avião. Entendo que o atleta tem que lutar os grandes campeonatos para ganhar experiência, mas temos esse problema. A secre-taria gastou cerca de R$ 1,5 milhão só em passagens aé-reas. Mesmo assim, sabemos que não conseguimos atingir todos. Quando chega um time com 12 atletas, conversamos para ver como podemos aju-dar. Muitas vezes dizemos que vamos ajudar com a metade. Atendemos o máximo que po-demos, mas nunca dará para

mandar todos. Infelizmente, alguns terão que fazer uma rifa, procurar a iniciativa pri-vada ou fazer um esforço para ir. Procuramos fazer o que podemos. Manaus é um celei-ro de bons atletas, em cada esquina temos um.

Pódio – Qual a importân-

cia de ter alguém do espor-te ocupando a Semjel?

ED – Acho que esse é o ponto mais importante. Não só na minha opinião, mas também na das pessoas que já sentaram aqui. Muitos co-memoraram porque entendo dessa difi culdade. Já estive no outro lado pedindo apoio, ar-gumentando das conquistas. É importante, porque posso afi rmar que sei da difi culdade real de um atleta e de um professor viajar com quase 40 meninos sem dinheiro para outra cidade. Consigo separar isso muito rápido. Sei o que eles vão pedir e o que temos para dar. Entendo que é per-feito ter um gestor que já passou por todas as etapas. Enfrentamos até difi culdades para organizar campeonatos. O único ginásio que temos é o Berg (Ninimberg Guerra), mas ele já está saturado de competições. Fora que ainda dividimos com a igreja. Acaba fi cando uma guerra por espa-ço. Na última reunião, fi zemos questão de sentar com todos os presidentes de federações para montar um calendário que ajude a todos.

Pódio – Qual a difi culda-de que enfrenta à frente da secretaria?

ED – Acho que não en-frentamos dificuldades. Só temos que direcionar e tra-balhar de forma séria. Se tudo der certo, vamos atingir todas as áreas e o trabalho vai gerar resultados. É um projeto de médio a longo prazo que precisa ser feito para elevar o nome do Ama-zonas a nível nacional.

Elvys DAMASCENO

‘Manaus É UM CELEIRO de bons atletas’

Em 2014, eu não tive o poder de direcionar e dar as diretrizes que queria. Ano que vem, o meu direcionamento será mais comunitário. Será mais para o bair-ro, para base e projetos sociais. Vai ser menos eventos grandes e mais apoio a eventos locais”

FOTOS: RAIMUNDO VALENTIM

Acho que não enfrentamos difi culdades. Só temos que direcionar e trabalhar de forma séria. Se tudo der certo, vamos atingir todas as áreas e o trabalho vai gerar resultados. É um projeto de médio a longo prazo que preci-sa ser feito para elevar o nome do Amazonas a nível nacional”

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

DIVULGAÇÃO

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Page 3: Pódio - 14 de dezembro de 2014

E3MANAUS, DOMINGO, 14 DE DEZEMBRO DE 2014

Se você acha que com o término dos Campe-onatos Estaduais de base a garotada já

começa a pensar nas férias, está enganado. Neste fi nal de semana, a bola começa a rolar para a 10ª edição da Copa Amadeu Teixeira - tradi-cional competição que reúne todas as categorias de base simultaneamente.

Criada em 2005 por Gel Sil-va, responsável pela escolinha do Flamengo em Manaus, a Copa Amadeu Teixeira já faz parte do calendário do futebol amazonense. Disputada nos mesmos moldes do Estadual, a competição trará novidades para sua 10ª edição. Desta vez, os pequenos craques do sub-9 também participarão do torneio, numa categoria que contará com cinco equipes. O sub-11 terá seis clubes brigan-do pelo título; o sub-13, oito; o sub-15, dez e o sub-17, oito.

Hoje consolidada, Gel re-corda das difi culdades que enfrentou para tirar o certa-me do papel. “A principal foi iniciar. Não tinha parâmetro. Fomos colocando tudo em prática e no fi nal víamos o que dava certo e que não dava para não ocorrer nos anos seguintes. Quando a gente chega para organizar as coi-sas nunca dá, está difícil, não pode, então fomos quebrando paradigmas mesmo. E con-vencer os donos de escola a participar da competição foi

o maior desafi o”, conta.A competição leva o nome

de um dos principais despor-tistas do Amazonas: Amadeu Teixeira. De acordo com Gel, a escolha foi baseada em cima de toda história feita pelo fun-dador do América. Com isso, o organizador da competição decidiu homenagear o ex-jo-gador e técnico de futebol.

“E eu sempre acompanhei a vida do seu Amadeu Teixeira. Desportista, abnegado, o que ele fez pela base e pelo pro-fi ssional... Então não tinha um

nome melhor, foi uma forma de poder homenageá-lo em vida. Em 2004, eu tive uma conversa com ele e ele me autorizou a realizar a copa em sua homenagem. Desde então a gente está prestigiando o seu Amadeu, e a garotada mais nova vem conhecendo quem ele é”, explica Gel.

Mesmo após dez anos des-de seu nascimento, a tradi-cional competição de base ainda encara obstáculos para poder ser disputada. O princi-pal deles são campos para a

prática do bom futebol, uma vez que o período de chuvas se aproxima e os gramados fi cam castigados.

“A difi culdade que a gente traz para hoje, com 10 anos de competição, é de estrutura: campo de futebol adequado para a gente desempenhar e realizar a competição. A gente sabe que tem poucos campos em Manaus, agora com a Copa do Mundo herdamos dois es-paços para que a base possa usufruir. Hoje, nós temos 30 equipes disputando o campe-onato, mas poderíamos ter 80”, avalia o diretor da copa Amadeu Teixeira.

Sem patrocínio para dis-putar a competição, as equi-pes têm de desembolsar R$ 800. No valor, está incluso o campo, a arbitragem e a bola. Segundo o organizador do certame, algumas equipes participam do campeonato de forma gratuita, principal-mente aquelas que não têm condições de arcar com o custo da inscrição.

“As pessoas estão acostu-madas a jogar campeonatos de R$ 10, R$ 20. A Copa Amadeu Teixeira é paga. Hoje cobramos uma taxa para inscrição de R$ 800. A equipe não paga arbitra-gem, campo ou bola. Tudo já está incluso. Sem contar que algumas equipes par-ticipam de forma gratuita. Temos que pagar arbitra-gem, campos, já que alguns são cedidos, outros alugados e algumas pessoas fazem a um preço legal”, explica.

ANDRÉ TOBIASEquipe EM TEMPO

MANAUS FCO Manaus FC, clube profi ssional do futebol amazonense, irá par-ticipar pela primeira vez da Copa Amadeu Teixeira que, neste ano, contará com a presen-ça de um clube do mu-nicípio de Itacoatiara

Com pouco tempo de vida – dez anos -, algumas reve-lações locais já passaram pela Copa Amadeu Teixeira. Um destes atletas, inclu-sive, se encontra na base do bicampeão brasileiro, Cruzeiro. Outros já tiveram passagens por grandes clu-bes do país, como o meio-campista Léo, que atuou pelo Botafogo.

“É engraçado, porque no final das contas todo mundo é o pai da crian-

ça. Eu sempre digo que passou pela Copa Amadeu Teixeira, porque ninguém forma, eu acho que é um conjunto de situações que vai formando aquele garo-to. A gente tem o Eduardo, que por meio do Roberley (auxiliar técnico do Rio Ne-gro) levamos o garoto para fazer teste na escolinha do Zico, no Rio de Janeiro. Ele ficou na escola do Zico, depois foi para o Botafogo, e ficou lá de 12 a 15 anos.

Ele estava no Inter agora, e recentemente foi para o Cruzeiro”, revela Gel.

Fora das quatro linhas, a competição também con-tou com nomes conhecidos no futebol local, como Luís Carlos Martins e o atual vice-campeão da Segun-dinha do Estadual, Sérgio Duarte. Da nova geração, Gel destaca o auxiliar téc-nico do Rio Negro, Roberley Assis, além de Chiquinho, da escola do Santos.

Campeonato revela talentos

Sérgio Duarte, atual técnico do time profi ssional do Rio Negro, já treinou equipes na competição de base

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Copa Amadeu Teixeira

Tradicional competição de futebol de base do Amazonas completa dez anos nesta temporada; 37 equipes disputarão o certame

chega à décima edição

Na última déca-da, o torneio de futebol de base tem revelado bons jogadores

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Page 4: Pódio - 14 de dezembro de 2014

E4 E5MANAUS, DOMINGO, 14 DE DEZEMBRO DE 2014

Sendo lapidado para fazer históriaLutador amazonense Maycon “Boca” Silvan provavelmente participará da próxima edição do The Ultimate Fighter (TUF)

Celeiro de lutadores. Des-ta forma que o Ama-zonas é conhecido no mundo. Atletas como

Ronaldo Jacaré, Adriano Mar-tins e José Aldo fazem sucesso no principal evento de MMA do mundo, o Ultimate Fighting Championship (UFC). Outras revelações como Mário Israel e Alexandre Capitão tem seus nomes diariamente ligados ao evento americano. Seguindo o mesmo caminho, o lutador do peso mosca (até 56 kg), Maycon ‘Boca’ Silvan pode estar de ma-las prontas para participar do próximo The Ultimate Fighter (TUF), reality show do UFC. Os organizadores não confi rmam, mas fontes indicam que o ama-zonense participará das lutas preliminares do programa.

Aos 22 anos, Maycon tem sete vitórias em seu cartel. Entre elas, a mais importante foi contra o outro amazonense, Rayner Sil-va, no evento It’s Time Combat (ITC). Apesar da pouca idade, o sucesso de Boca já vem desde o jiu-jítsu. Atualmente, o luta-dor é faixa marrom, mas fi cou conhecido ainda quando era faixa branca, após conquistar no mesmo ano, o Campeonato Amazonense e a Copa Osvaldo Alves. Uma curiosidade sobre seu começo, é que a primeira vez que Maycon pisou em um tatame, estava com o braço quebrado e mesmo assim deci-diu experimentar o esporte.

“Comecei aos 11 anos no jiu-jítsu. O fato engraçado foi que comecei com o braço engessado. Meu mestre foi o Casqueta, da Nova União. Em 2005 já com-peti nos principais campeonatos como Amazonense e Copa Os-valdo Alves. Acabei ganhando todos e fui seguindo a minha caminhada, subindo de faixa até chegar na marrom. Já estou a quatro anos nesta graduação”, disse o atleta que fez sua pri-meira luta no MMA aos 18 anos e acabou vencendo por nocaute. Depois dessa vitória, Maycon seguiu na modalidade até chegar ao topo da categoria no Brasil.

Apesar do sucesso, Boca não es-quece o início da carreira. O atleta releva que seus amigos fi zeram a famosa ‘cotinha’ para ajudar na preparação da sua estréia no MMA. Hoje, o lutador faz questão da presença de todos em suas lutas realizadas em Manaus.

“Meus amigos sempre me apoiaram. Eles foram funda-mentais no meu começo, prin-cipalmente meu professor. Só tenho que agradecer. Sem eles não chegaria aonde cheguei”, citou o atleta.

Derrotas polêmicasMaycon conta com duas

derrotas em seu cartel. Po-rém, ambas as lutas foram decididas pelos juízes e geraram revolta nos tor-cedores. Principalmente a primeira, que aconteceu em novembro de 2012 contra o paraense Illiar-de Santos, no Pará. O

lutador, na época, era considera-do o melhor lutador brasileiro da categoria e precisava da vitória para confi rmar sua ida para o UFC, fato que aconteceu. Após ser considerado vencedor do duelo, Illiarde foi vaiado pelo público presente no local.

“Sabia que se a luta fosse para a decisão dos juízes, ia perder. O duelo foi parelho e na casa do cara. Quando acabou, já sabia que não ganharia. Naquele mo-mento, ele era o top da categoria e eu apenas uma promessa. Mas a luta foi boa para mim. Entrei como franco atirador. Mostrei minha qualidade e ganhei o respeito das pessoas envolvi-das no MMA nacional. Depois de lá, começaram a olhar com outros olhos para mim. Viram que era dureza me enfrentar”, revelou Maycon.

Quando voltou para Manaus, o lutador não desanimou e

continuou levantando o públi-co por onde passou. Conhecido por seus nocautes espetacula-res, Maycon recebeu a chance de lutar pelo cinturão do ITC. Com a vitória sobre Henrique Sampaio, o atleta conquistou o tão sonhado título de melhor do Amazonas.

“Não via a hora de disputar o cinturão do It’s Time. Quando recebi a chance, coloquei na cabeça que seria o campeão. Fui para cima e realizei o sonho. Depois desse, apareceu o con-vite para disputar o cinturão do Fight of Champions , em Natal. Venci também e conquistei o Brasil”, disse o atleta.

CINTURÃOMaycon é dono dos cinturões dos Mosca do eventos It’s Time Combat e FOC. No úl-timo mês, ele teve sua luta no Kratos Fighting cancelada, aumentan-do a suspeita que pode ir para o TUF

Boca posa ao lado do mes-tre Casqueta, seu técnico

e maior incentivador no esporte

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

Com pelo menos mais 15 anos de carreira, Maycon projeta vôos mais altos. O atleta não nega que seu ob-jetivo agora é entrar no UFC. Para isso, em 2014, Boca decidiu treinar na fi lial de sua academia no Rio de Janeiro. No local, o atleta dividiu o octógono com o também amazonense, José Aldo.

“Quero chegar ao topo do MMA e disputar o cinturão de um evento grande. Meu alvo é o UFC. Não quero chegar a um evento grande para ser apenas mais um, quero chegar para fazer a diferen-ça. Quero evoluir bastante até lá”, admitiu o lutador que pretende lutar contra o americano Demetrious Johnson, atual detentor do cinturão da categoria mosca do UFC.

Apesar de ser forte na trocação, o lutador não esconde que seu porto

seguro é o jogo de chão. Sempre que Maycon corre

risco no combate, ele busca levar a luta para o solo. Porém, desejando aperfeiço-ar seu jogo, Boca sabe que necessita melhorar alguns

detalhes em sua luta. “Preciso melhorar a ve-

locidade, jogo de queda e a preparação física.

Percebi com as minhas idas

para o Rio que lá os

a t l e t a s são mais

técnicos. Sem-

pre que viajo, aprendo mais. Vou fi cando mais técnico tam-bém”, citou o atleta que admite que o esporte mudou o rumo de sua história de vida.

“Sem o jiu-jítsu eu não seria nada. Ele foi muito importante na construção do meu cará-ter. Sem a modalidade, não teria conseguido me fi rmar no MMA. Aprendi a ser disci-plinado, respeitar os mestres e fi quei bem comigo mesmo. Não sei o que teria me tornado se não tivesse seguido esse caminho”, fi nalizou.

Trabalho bem feitoMestre de Maycon desde

seu começo, Wendel Lima, mais conhecido como Cas-queta, é o principal respon-sável pelo sucesso do atleta amazonense. O faixa preta lidera a fi lial da Nova União do conjunto Shangrillá, lo-calizado no Parque 10, zona Centro-Sul da cidade, e não esconde o orgulho que sen-te de seu pupilo. Porém, lembra que nada aconteceu por acaso na carreira de Maycon. O jovem teve que ser lapidado até chegar ao atual momento.

“É um orgulho muito gran-de. Venho trabalhando com o Maycon desde pequeno. Como estava me aposen-tando como atleta, decidi ensinar a nova geração. Foi ai que ele apareceu. Ensinei os detalhes. Trabalhei o Maycon desde a categoria de base. Isso é importante para a formação de um campeão. ”, relembra Casqueta.

Maycon Boca já projeta o UFC

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Com 22 anos, Maycon Silva já é detentor de dois cinturões na categoria peso mosca, um regional e outro nacional

“Quero chegar ao topo do MMA e disputar o cinturão de um evento grande. Meu alvo é o UFC. Não quero chegar a um evento grande para ser apenas mais um, quero chegar para fazer a diferen-ça. Quero evoluir bastante até lá”, admitiu o lutador que pretende lutar contra o americano Demetrious Johnson, atual detentor do cinturão da categoria mosca do UFC.

Apesar de ser forte na trocação, o lutador não esconde que seu porto

seguro é o jogo de chão. Sempre que Maycon corre

risco no combate, ele busca levar a luta para o solo. Porém, desejando aperfeiço-ar seu jogo, Boca sabe que necessita melhorar alguns

detalhes em sua luta. “Preciso melhorar a ve-

locidade, jogo de queda e a preparação física.

Percebi com as minhas idas

para o Rio que lá os

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técnicos. Sem-

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E4 E5MANAUS, DOMINGO, 14 DE DEZEMBRO DE 2014

Sendo lapidado para fazer históriaLutador amazonense Maycon “Boca” Silvan provavelmente participará da próxima edição do The Ultimate Fighter (TUF)

Celeiro de lutadores. Des-ta forma que o Ama-zonas é conhecido no mundo. Atletas como

Ronaldo Jacaré, Adriano Mar-tins e José Aldo fazem sucesso no principal evento de MMA do mundo, o Ultimate Fighting Championship (UFC). Outras revelações como Mário Israel e Alexandre Capitão tem seus nomes diariamente ligados ao evento americano. Seguindo o mesmo caminho, o lutador do peso mosca (até 56 kg), Maycon ‘Boca’ Silvan pode estar de ma-las prontas para participar do próximo The Ultimate Fighter (TUF), reality show do UFC. Os organizadores não confi rmam, mas fontes indicam que o ama-zonense participará das lutas preliminares do programa.

Aos 22 anos, Maycon tem sete vitórias em seu cartel. Entre elas, a mais importante foi contra o outro amazonense, Rayner Sil-va, no evento It’s Time Combat (ITC). Apesar da pouca idade, o sucesso de Boca já vem desde o jiu-jítsu. Atualmente, o luta-dor é faixa marrom, mas fi cou conhecido ainda quando era faixa branca, após conquistar no mesmo ano, o Campeonato Amazonense e a Copa Osvaldo Alves. Uma curiosidade sobre seu começo, é que a primeira vez que Maycon pisou em um tatame, estava com o braço quebrado e mesmo assim deci-diu experimentar o esporte.

“Comecei aos 11 anos no jiu-jítsu. O fato engraçado foi que comecei com o braço engessado. Meu mestre foi o Casqueta, da Nova União. Em 2005 já com-peti nos principais campeonatos como Amazonense e Copa Os-valdo Alves. Acabei ganhando todos e fui seguindo a minha caminhada, subindo de faixa até chegar na marrom. Já estou a quatro anos nesta graduação”, disse o atleta que fez sua pri-meira luta no MMA aos 18 anos e acabou vencendo por nocaute. Depois dessa vitória, Maycon seguiu na modalidade até chegar ao topo da categoria no Brasil.

Apesar do sucesso, Boca não es-quece o início da carreira. O atleta releva que seus amigos fi zeram a famosa ‘cotinha’ para ajudar na preparação da sua estréia no MMA. Hoje, o lutador faz questão da presença de todos em suas lutas realizadas em Manaus.

“Meus amigos sempre me apoiaram. Eles foram funda-mentais no meu começo, prin-cipalmente meu professor. Só tenho que agradecer. Sem eles não chegaria aonde cheguei”, citou o atleta.

Derrotas polêmicasMaycon conta com duas

derrotas em seu cartel. Po-rém, ambas as lutas foram decididas pelos juízes e geraram revolta nos tor-cedores. Principalmente a primeira, que aconteceu em novembro de 2012 contra o paraense Illiar-de Santos, no Pará. O

lutador, na época, era considera-do o melhor lutador brasileiro da categoria e precisava da vitória para confi rmar sua ida para o UFC, fato que aconteceu. Após ser considerado vencedor do duelo, Illiarde foi vaiado pelo público presente no local.

“Sabia que se a luta fosse para a decisão dos juízes, ia perder. O duelo foi parelho e na casa do cara. Quando acabou, já sabia que não ganharia. Naquele mo-mento, ele era o top da categoria e eu apenas uma promessa. Mas a luta foi boa para mim. Entrei como franco atirador. Mostrei minha qualidade e ganhei o respeito das pessoas envolvi-das no MMA nacional. Depois de lá, começaram a olhar com outros olhos para mim. Viram que era dureza me enfrentar”, revelou Maycon.

Quando voltou para Manaus, o lutador não desanimou e

continuou levantando o públi-co por onde passou. Conhecido por seus nocautes espetacula-res, Maycon recebeu a chance de lutar pelo cinturão do ITC. Com a vitória sobre Henrique Sampaio, o atleta conquistou o tão sonhado título de melhor do Amazonas.

“Não via a hora de disputar o cinturão do It’s Time. Quando recebi a chance, coloquei na cabeça que seria o campeão. Fui para cima e realizei o sonho. Depois desse, apareceu o con-vite para disputar o cinturão do Fight of Champions , em Natal. Venci também e conquistei o Brasil”, disse o atleta.

CINTURÃOMaycon é dono dos cinturões dos Mosca do eventos It’s Time Combat e FOC. No úl-timo mês, ele teve sua luta no Kratos Fighting cancelada, aumentan-do a suspeita que pode ir para o TUF

Boca posa ao lado do mes-tre Casqueta, seu técnico

e maior incentivador no esporte

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

Com pelo menos mais 15 anos de carreira, Maycon projeta vôos mais altos. O atleta não nega que seu ob-jetivo agora é entrar no UFC. Para isso, em 2014, Boca decidiu treinar na fi lial de sua academia no Rio de Janeiro. No local, o atleta dividiu o octógono com o também amazonense, José Aldo.

“Quero chegar ao topo do MMA e disputar o cinturão de um evento grande. Meu alvo é o UFC. Não quero chegar a um evento grande para ser apenas mais um, quero chegar para fazer a diferen-ça. Quero evoluir bastante até lá”, admitiu o lutador que pretende lutar contra o americano Demetrious Johnson, atual detentor do cinturão da categoria mosca do UFC.

Apesar de ser forte na trocação, o lutador não esconde que seu porto

seguro é o jogo de chão. Sempre que Maycon corre

risco no combate, ele busca levar a luta para o solo. Porém, desejando aperfeiço-ar seu jogo, Boca sabe que necessita melhorar alguns

detalhes em sua luta. “Preciso melhorar a ve-

locidade, jogo de queda e a preparação física.

Percebi com as minhas idas

para o Rio que lá os

a t l e t a s são mais

técnicos. Sem-

pre que viajo, aprendo mais. Vou fi cando mais técnico tam-bém”, citou o atleta que admite que o esporte mudou o rumo de sua história de vida.

“Sem o jiu-jítsu eu não seria nada. Ele foi muito importante na construção do meu cará-ter. Sem a modalidade, não teria conseguido me fi rmar no MMA. Aprendi a ser disci-plinado, respeitar os mestres e fi quei bem comigo mesmo. Não sei o que teria me tornado se não tivesse seguido esse caminho”, fi nalizou.

Trabalho bem feitoMestre de Maycon desde

seu começo, Wendel Lima, mais conhecido como Cas-queta, é o principal respon-sável pelo sucesso do atleta amazonense. O faixa preta lidera a fi lial da Nova União do conjunto Shangrillá, lo-calizado no Parque 10, zona Centro-Sul da cidade, e não esconde o orgulho que sen-te de seu pupilo. Porém, lembra que nada aconteceu por acaso na carreira de Maycon. O jovem teve que ser lapidado até chegar ao atual momento.

“É um orgulho muito gran-de. Venho trabalhando com o Maycon desde pequeno. Como estava me aposen-tando como atleta, decidi ensinar a nova geração. Foi ai que ele apareceu. Ensinei os detalhes. Trabalhei o Maycon desde a categoria de base. Isso é importante para a formação de um campeão. ”, relembra Casqueta.

Maycon Boca já projeta o UFC

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Com 22 anos, Maycon Silva já é detentor de dois cinturões na categoria peso mosca, um regional e outro nacional

“Quero chegar ao topo do MMA e disputar o cinturão de um evento grande. Meu alvo é o UFC. Não quero chegar a um evento grande para ser apenas mais um, quero chegar para fazer a diferen-ça. Quero evoluir bastante até lá”, admitiu o lutador que pretende lutar contra o americano Demetrious Johnson, atual detentor do cinturão da categoria mosca do UFC.

Apesar de ser forte na trocação, o lutador não esconde que seu porto

seguro é o jogo de chão. Sempre que Maycon corre

risco no combate, ele busca levar a luta para o solo. Porém, desejando aperfeiço-ar seu jogo, Boca sabe que necessita melhorar alguns

detalhes em sua luta. “Preciso melhorar a ve-

locidade, jogo de queda e a preparação física.

Percebi com as minhas idas

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Page 6: Pódio - 14 de dezembro de 2014

E6 MANAUS, DOMINGO, 14 DE DEZEMBRO DE 2014

‘Pelada’ de fi nal de ano veteranos e boas hist

Atletas que fi zeram parte da categoria de base do Fast na década de 80, promovem a confraternização há quatro anos

Eles atuaram no Fast du-rante as décadas de 80 e 90. Veteranos, hoje se reúnem todo fi nal de ano

para bater aquela tradicional “pelada” de confraternização, onde o principal objetivo, além de jogar futebol, é reencontrar os amigos com quem fi zeram parceira na época em que eram profi ssionais, além de fazer par-te daquela boa e velha roda de “resenha” com os colegas.

Sem espaço para arrepen-dimentos, muitos deles recor-dam do passado com brilho nos olhos e orgulho de terem atuando profi ssionalmente no Amazonas. Dentre tantos bolei-ros da “velha-guarda”, estava o ponta direita do Fast em 1987, Montenegro, eleito revelação do Estadual naquele ano.

Nascido no município de Carei-ro da Várzea, cidade localizada a 25 quilômetros de Manaus, Mon-tenegro chegou à capital quando bebê. Sua relação com o futebol começou em 1980, quando com 12 anos foi ao Vivaldo Lima para

assistir o duelo entre Nacional e Fast. “Quando eu vi o Fast per-der, eu chorei na arquibancada. Eu olhei para o céu e pedi para Deus me dar a oportunidade de um dia estar no gramado do Vivaldão, para honrar a equipe do Fast”, comenta.

Mas a trajetória de Monte-negro no futebol começou no Nacional, em 1981. Três anos mais tarde, ele se mudou para o Rolo Compressor. Após passa-gem pelas categorias de base, chegou ao profi ssionalismo em 1987, onde foi treinado pelo ídolo rio-negrino, Mark Clark.

“O que ele me falou até hoje eu não esqueço, e já se passaram 15 anos: “se tu vai jogar eu não, mas você está no grupo”. Aquilo para mim foi a maior alegria da minha vida, eu querendo me tornar jogador profi ssional e ia assinar meu primeiro contrato com 17 anos. Quando eu cheguei em casa e contei para a minha mãe foi maior alegria”, recorda.

Eleito a revelação do Campe-onato Amazonense de 1987, o ponta direita despertou inte-resse do Internacional e foi le-vado por um empresário para

ANDRÉ TOBIASEquipe EM TEMPO

A famosa resenha rolou solta na partida de confraternização de fi nal de ano dos ex-atlestas do Fast

reúne órias

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‘Pelada’ de fi nal de ano veteranos e boas hist

fazer testes no Colorado. Após desempenhar um bom papel no time gaúcho, Montenegro só não fi cou no sul por conta de não haver acordo fi nanceiro entre os clubes.

“Voltei triste, frustrado. Quan-do voltei fui para o Rio Negro, de tão magoada que estava com o Fast. Quando chegou em 1989, eu vi que não dava mais para jogar profi ssional, porque você tinha que passar 90 dias para receber um mês”, explica Mon-tenegro, que hoje trabalha como vigilante da Global e nas horas vagas treina o Fast Master.

TradiçãoUm dos responsáveis por

organizar a tradição pelada de fi nal de ano entre os ex-atletas do Fast, Aluízio Júnior, resolveu reunir todos os jogadores do Rolo Compressor da década de 80 para relembrar a época em que atuavam pela base do clube. A ideia deu tão certo que o encontro já acontece há quatro anos.

“A ideia era reunir a turma que faz parte de uma geração de categorias de base na década de 80, alguns chegaram até o profi ssional, outros não. Mas o importante é essa união, confra-ternização no intuito de tentar reunir essa moçada pelo maior tempo possível”, enaltece.

No dia 9 de março de 1980, o Fast pisava no gramado do Vivaldão para enfrentar a equi-pe norte-americana do Cosmos, de Nova Iorque. O jogo era em caráter amistoso, mas o público foi de partida ofi cial: 56 mil pessoas, o maior do estádio amazonense em toda história.

O time estadunidense contava com o tricam-peão do mundo, Carlos Alberto Torres, o zaguei-ro alemão Beckenbauer, campeão mundial pela Alemanha como jogador e treinador, além do pa-raguaio Romerito e do italiano Chinaglia. “Foi o maior público do Vivaldo Lima e esse jogo fi cou marcado pelo resto de nossas vidas. A partida terminou 0 a 0 e tivemos a felicidade de fazer um bom jogo”, lembra o ex-meia Fabinho, que partici-pou da partida e atuou no Fast de 1979 a 1986.

Para o ex-jogador, atu-ar contra jogadores de classe mundial foi o um grande feito e que jamais será esquecido. “Eles eram mitos do futebol na época, foi mui-to gratifi cante para a gente jogar con-tra atle-tas des-se nível

e bom para o Amazo-nas, que trouxe para cá uma equipe rechea-da de bons jogadores”, conclui Fabinho.

Partida guardada na memória

FOTOS: DIEGO JANATÃ

Ex-meia Fabinho partici-pou da pelada e relem-brou jogos históricos

No dia 9 de março de 1980, o Fast pisava no gramado do Vivaldão para enfrentar a equi-pe norte-americana do Cosmos, de Nova Iorque. O jogo era em caráter amistoso, mas o público foi de partida ofi cial: 56 mil pessoas, o maior do estádio amazonense em toda história.

O time estadunidense contava com o tricam-peão do mundo, Carlos Alberto Torres, o zaguei-ro alemão Beckenbauer, campeão mundial pela Alemanha como jogador e treinador, além do pa-raguaio Romerito e do italiano Chinaglia. “Foi o maior público do Vivaldo Lima e esse jogo fi cou marcado pelo resto de nossas vidas. A partida terminou 0 a 0 e tivemos a felicidade de fazer um bom jogo”, lembra o ex-meia Fabinho, que partici-pou da partida e atuou no Fast de 1979 a 1986.

Para o ex-jogador, atu-ar contra jogadores de classe mundial foi o um grande feito e que jamais será esquecido. “Eles eram mitos do futebol na época, foi mui-to gratifi cante para a gente jogar con-tra atle-tas des-se nível

e bom para o Amazo-nas, que trouxe para cá uma equipe rechea-da de bons jogadores”, conclui Fabinho.

Partida guardada na memóriaEx-meia Fabinho partici-pou da pelada e relem-brou jogos históricos

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Amazonense e referên-cia no jiu-jítsu bra-sileiro, o atleta Alex Taveira conquistou no

começo deste mês o título mais importante de sua car-reira: o Mundial da categoria Galo. Para completar, o atle-ta fi cou na terceira coloca-ção no Absoluto. A conquista aconteceu no 1º Mundial de parajiu-jitsu, promovido pela Confederação Brasileira Para-desportiva, em São Paulo.

O título apenas coroou a brilhante carreira do atleta que, hoje, com 28 anos, ensina a crianças a modalidade que mudou a sua vida.

“Já fi z ciclismo, judô e hal-terofi lismo. Só saí do judô quando tiraram a catada de perna com a mão, mas antes, fui várias vezes campeão. Po-rém, nenhum foi mais impor-tante que o jiu-jítsu. Treino o esporte com e sem quimono. Dou aula para crianças e tenho um projeto social no [bairro] Santa Etelvina e no Alvorada. No último ano, vim para a Top Life e voltei a treinar para a competição. Graças a Deus, esse ano deu tudo certo e venci todos os campeonatos que dis-putei”, ressaltou o atleta que já deu aula em Curitiba (PR).

Em 2014, Taveira decidiu voltar a competir. Para isso, teve que emagrecer e aumen-tar a carga de treino. Porém, sofreu para abaixar de cate-goria e quase foi obrigado a não disputar o Mundial, pois

se desgastou demais no pro-cesso. Contando com a ajuda do mestre Cristiano Carioca, Alex se recuperou a tempo e conquistou o tão sonhado tí-tulo Mundial, único que faltava em sua lista de sonhos.

“Foi muita dedicação. Teve um tempo em que minha pres-são subiu de tanto treinar. Exagerei no foco e tive um overtraining. Acabei tendo que dar uma recuada. Isso tudo foi gerado pela ansiedade para o Mundial. A carga de treino estava muito alta para pouca suplementação. Baixei de 71 quilos para 55. Tenho que

agradecer ao professor Cris-tiano [Carioca] que me ajudou e deu tudo certo”, disse.

ComeçoAlex começou no esporte

com 10 anos, motivado por amigos que se surpreendiam com a mobilidade que ele apresentava quando jogava peladas pelas ruas do bairro do Alvorada, onde foi criado.

“Jogava futebol na rua com os amigos, sempre gostei do esporte. Demorou um pouco, uns amigos que treinavam jiu-jítsu me convidaram para treinar também, porque ti-nha muita força nos braços. Porém, sempre falei que não ia porque achava que não conseguiria lutar. A solução que encontraram foi colocar um tapete no quintal de casa para treinar lá. Passamos a rolar no local. Os que tinham mais experiência, perceberam que eu levava jeito para o es-porte e acabaram convidado para treinar em uma academia mesmo. Já mais confi ante, fui conhecer. Acabei indo para a Nova União. Nesse período, conheci o José Aldo, ele tinha um mês de treinamento e começamos a conversar. A amizade surgiu aí”, revelou o atleta que coleciona títulos dos principais campeonatos dos Estado: o Amazonense e a Copa Osvaldo Alves.

Com o tempo, Alex foi mos-trando habilidade no esporte e ganhou elogios de todos praticantes da academia. Sempre brincalhão, o luta-dor admitiu que utilizou seu carisma para fazer amizades e criar vínculos com os par-ceiros de treinamento.

“Os meninos fi cavam olhando e percebi que era a minha defi ciência. Porém, comigo nunca aconteceu de fi car excluído. Sempre fui brincalhão e comecei a bagunçar com todos. Rapi-damente, criei amigos na academia”, disse Alex.

Nos últimos anos, Alex se dedicou à missão de pas-sar seu conhecimento para as crianças. O atleta virou professor na academia Top Life. Além disso, conta com o projeto social que tem duas fi lias: uma no Santa Etelvina e outra na Alvorada.

“Dando aula para essa ga-rotada, lembro do meu come-ço. Lembro de tudo que fazia para me adaptar. Treinava muito, via a movimentação e já pensava em uma maneira de adaptar. Hoje, a criança chega e já observo se tem o ta-lento natural ou não. Consigo ter uma visão diferenciada”, admite o atleta que revela ter sofrido com o preconceito no seu começo no jiu-jítsu. Po-rém, antes marginalizado, o esporte ganhou respeito nos últimos anos e atraiu prati-

cantes de todas as classes sociais. Alex comemora essa evolução e confi rma que seu objetivo é instruir seus alunos para que sigam o caminho certo na vida.

“Já peguei o jiu-jítsu menos marginalizado, porém, ainda era muito para quem estava começando. Minha mãe dizia que era coisa de vagabundo. Tanto é que onde moro, no Alvorada, falavam que eu e o Aldo não íamos prestar. Mas, demos a volta por cima. Essa é uma prova do que o esporte faz. Saímos de um bairro hu-milde para conquistar o mun-do. É isso que tento fazer com as crianças. Hoje, a droga está na cara de qualquer pessoa. Tento ensinar que esse não é o caminho, quero mudar a mentalidade dessa geração”, informou o campeão.

Segundo Alex, o esporte evoluiu muito dentro do tata-me e nas academias, todavia, os atletas ainda sofrem com a falta de apoio, principalmente os que vivem do jiu-jítsu.

“Somos considerados ama-dores. Existe Bolsa Atleta para os esportes olímpicos, mas o lutador de jiu-jítsu não con-segue. Pratico jiu-jítsu há 18 anos. Conquistaria mais coisas trabalhando do que lutando. O atleta hoje tem que migrar para o MMA para con-seguir uma grana boa. Vejo a criança treinando para, quem sabe, um dia, despontar para um evento de MMA. Falta apoio ao atleta. É estressante, mas amamos o esporte. Isso aqui é igual a uma droga e acaba viciando. Tenho a esperança de um dia mudar isso”, indagou Alex.

Vocação para ensinar os jovensTHIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

O atleta amazonense Alex Taveira conquistou o título do primeiro mundial de parajiu-jítsu, competição realizada em São Paulo

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AÇÃO

Campeão Alex Taveira conta com a ajuda especial da esposa Deborah nos treinamentos

Atleta é exemplo de que não existem obstáculos para quem quer vencer

MANAUS, DOMINGO, 14 DE DEZEMBRO DE 2014

Finalizando as difi culdades

Os meninos fica-vam olhando e

percebi que era a minha deficiência.

Porém, comigo nunca aconteceu de ficar excluído

Alex Taveira, Lutador de jiu-jítsu

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