pódio - 21 de dezembro de 2014

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MANAUS, DOMINGO, 21 DE DEZEMBRO DE 2014 [email protected] IONE MORENO Respeito Judoca amazonense Rafaela Barboza fez bonito na seletiva olímpica e conquistou vaga na seleção brasileira. A atleta conversou com Pódio e falou sobre como iniciou no esporte e suas expectativas para o ano de 2015, onde poderá garantir vaga nas Olimpíadas do Rio em 2016. Pódio E4 e E5

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Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: Pódio - 21 de dezembro de 2014

IppondoPódio E2 e E3

DIEGO JANATÃ

MANAUS, DOMINGO, 21 DE DEZEMBRO DE 2014 [email protected]

ION

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, DOMINGO, 21 DE DEZEMBRO DE , DOMINGO, 21 DE DEZEMBRO DE 20142014 [email protected]@emtempo.com.br

RespeitoJudoca amazonense Rafaela Barboza fez bonito na seletiva olímpica e conquistou vaga na seleção brasileira. A atleta conversou com Pódio e falou sobre como iniciou no esporte e suas expectativas para o ano de 2015, onde poderá garantir vaga nas Olimpíadas do Rio em 2016. Pódio E4 e E5

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Page 2: Pódio - 21 de dezembro de 2014

E2 MANAUS, DOMINGO, 21 DE DEZEMBRO DE 2014

O grande legado (da Copa) foi realmen-te os dois centros de treinamen-tos de altís-simo nível que são o Zamith e o Ismael Benigno

Ricardo de Brito Mar-rocos, 53, é o respon-sável por coordenar a Secretaria de Es-

tado da Juventude, Desporto e Lazer (Sejel). Formado em educação física e pós-gra-duado em ginástica escolar, Marrocos foi indicado para assumir o cargo de secretá-rio executivo há oito meses. Marrocos conversou com a equipe do PÓDIO, fez um ba-lanço do ano e revelou como pretende dar seguimento das atividades em 2015.

Pódio - Qual balanço dos seus oito meses de gestão à frente da secretaria?

Ricardo Marrocos - Assu-mi em maio convidado pelo governador José Melo e demos continuidade aos projetos e programas da secretaria. Eles estão com um formato diferente, mais com a nos-sa cara. Tentamos fortalecer alguns projetos como o Bom de Bola, pois tínhamos a Copa do Mundo logo depois que assumimos. O Estado já vinha fazendo altos investimentos em relação à Copa do Mundo em construções de campos de futebol, como a própria Arena da Amazônia. Então, amplia-mos um pouco mais o Bom de Bola e fortalecemos o próprio futebol. Chegamos ao fi nal do ano com êxito nesses oito meses, atendendo os jovens cidadãos. São 120 mil alunos que atendemos por meio do governo e da Sejel (Secretaria de Estado da Juventude, Es-porte e Lazer), como as outras secretarias que estão envol-vidas no projeto. O balanço é positivo, apesar de algumas difi culdades. Tivemos o perí-odo eleitoral que difi cultou, já que a lei eleitoral estabelece uns limites e você não pode promover alguns eventos ou criar. Por conta disso, demos continuidade no que já estava planejado. Estamos fechando o ano com bastante satisfa-ção e concluindo os projetos sem nenhum problema.

Pódio – Até que ponto a lei eleitoral difi cultou o trabalho da secretaria?

RM – Na verdade, quando entramos, queríamos realizar alguns projetos nossos, mas não conseguimos por causa da lei e da falta de tempo. Veio Copa do Mundo e eleição, e fi camos um pouco limitados até na questão orçamentária mesmo. Mas conseguimos re-alizar grandes eventos ainda. Realizamos a meia maratona. Conseguimos colocar quase duas mil pessoas participan-do do evento. Ela foi uma inovação. Já estou no esporte há 20 anos. Antes da se-cretaria, estava na Fundação Vila Olímpica (FVO) e com isso consegui adquirir uma experiência e sempre na par-te administrativa. Fora isso, sou profi ssional de educação física, então, sou da área. Formamos uma equipe e vi-mos que o melhor local para a realização da meia maratona foi a ponte sobre o rio Negro. Ficou um local belíssimo. En-tão, esse ano já foi diferente. Depois disso, surgiu à ideia de realizar a Maratona da Amazônia. Estamos tratando para sair do papel, mas já está no calendário para o ano que vem.

Pódio – As corridas de rua podem se tornar o “carro-forte” da Sejel?

RM – Nesses últimos quatro anos, aconteceu um verda-deiro boom das corridas no mundo todo. No Brasil, não foi diferente. Então, o Estado está apoiando esses eventos. Sempre estivemos presente neste ano. No sábado (13), aconteceu uma em Iranduba e estivemos lá. Temos a nossa que é a meia maratona e va-mos lançar a maratona. Hoje, acontece, não só em Manaus, mas nas grandes capitais, esse movimento. Milhares de pessoas estão participando de grupos de corrida, estão se organizando, confraternizan-do e cuidando do corpo com um esporte que é o atletismo. É um esporte que sai barato. Você vai para a Ponta Negra ou para a ponte e pratica a mo-

dalidade. Milhares de pessoas estão praticando e o Estado, por meio da Sejel vai continuar apoiando pelo fato de ser uma moda saudável.

Pódio – Como a secretaria trabalha para chegar com o desporto nos municípios mais distantes?

RM – Realmente é compli-cado. O Amazonas tem dimen-sões continentais. Os jogos escolares do Amazonas (Jeas) é um evento que a Sejel realiza junto com a Seduc e ele é pra-ticamente o único evento que abrange 80% dos municípios. Não conseguimos chegar em alguns pela distancia ou inte-resse do prefeito de apoiar a realização. Nos últimos anos, conseguimos alcançar mais de 50 municípios nos jogos escolares. É um evento que começa em abril e vai até agosto. O Jeas é nosso principal evento. Ele consegue envolver quase 300 mil alunos da rede estadual, federal, publica e par-ticular de ensino no Estado. Os jogos conseguem alcançar e revelar atletas do interior do Estado. Fora isso, neste ano, conseguimos levar alguns projetos nossos como o Vida ativa, Jovem cidadão e Bom de Bola para alguns municípios, mas claro, a ideia é interiorizar muito mais esses projetos. Nós vamos ampliar o atendimento no interior como já acontece em na região metropolitana. É difícil geografi camente geren-ciar e interiorizar isso, mas o projeto é avançar nesse objeti-vo. Na capital, já temos muitos projetos nas escolas. Aqui tem o Jovem cidadão e o Segundo Tempo. A ideia é tirar um pouco os projetos da capital e atender mais o Estado.

Pódio – Entre projetos e programas da Sejel, quan-tos jovens são atendidos no Estado?

RM – Em torno de 200 mil incluindo crianças e adoles-centes. Só o Jovem cidadão abrange 21 municípios e 49 escolas na capital. Pegamos o Bom de Bola e o Galera nota 10, que atende outros.

Pódio – Como você vê a utilização do legado da Copa?

RM – Hoje, a secretaria do Estado tem vinculada a a Fundação Vila Olímpica. Ela é uma fundação que tem auto-nomia. Tem como presidente o professor Ali Almeida. Então, a gerência da fundação tem toda a obrigação de adminis-trar esses patrimônios como Arena da Amazônia, Arena Amadeu Teixeira, René Mon-teiro e o próprio complexo da Vila Olímpica. Isso tudo fi ca na gestão deles. Mas posso dizer que os Cots (Campo Ofi cial de Treinamento) foram constru-ídos para a Copa do Mundo, mas infelizmente, foram pou-cos utilizados pelas seleções. Elas chegaram e preferiram fazer o treinamento na arena. O grande legado (da Copa) foi realmente os dois Centro de treinamentos de altíssimo nível que são o Zamith e o Ismael Benigno. Eles foram construídos para atender a Copa, mas hoje estão aten-dendo o nosso futebol local e as categorias de base da fe-deração. A demanda foi muito grande. Outros eventos como a Copa dos Bairros e Taça Lima utilizaram os locais. E estão certos, tem que utilizar mes-mo. Eles foram construídos para isso. Mas até pelo clima, a grama sofreu. Fechamos agora a Colina e o Zamith para cuidar por 30 dias para atender o campeonato ama-zonense. Começa em feverei-ro e acaba em junho. Estamos preparando para atender o profi ssional e as categorias de base. Tenho certeza que no ano que vem os estádios estarão prontos para atender as necessidades locais. Esta-mos entregando em janeiro, o campo do Oswaldo Frota. Vão caber cerca de 1 e 200 pesso-as. É um estádio de futebol e vamos entregar para a comu-nidade. Podemos realizar até alguns jogos do estadual. Ele será completo com arquiban-cada, lanchonetes, cabines de imprensa e bilheteria. Será mais um estádio de futebol dentro de uma zona populosa da cidade.

Ricardo MARROCOS

Nós vamos AMPLIAR O atendimento NO INTERIOR

Nós vamos ampliar o aten-dimento no interior como já acontece na região metropolitana. É difícil ge-ograficamente gerenciar e interiorizar isso, mas o proje-to é avançar nesse objetivo. Na capital, já temos muitos projetos nas escolas. Aqui tem o ‘Jovem cidadão’ e o ‘Segundo Tempo’

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

FOTOS RICARDO OLIVEIRA

O atletismo é um espor-te que sai barato. Você vai para a Ponta Ne-gra ou para a ponte e pratica a modalidade. Milhares de pessoas estão pra-ticando e o Estado, por meio da Sejel vai continuar apoiando

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E3MANAUS, DOMINGO, 21 DE DEZEMBRO DE 2014

Dor da desclassifi cação longe de ser aliviada

Bruna Parente, presidente do América diz que FAF foi culpada pela desclassifi cação da equipe no Campeonato Brasileiro de 2010

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ULG

AÇÃO

Já se passaram quatro anos, mas as marcas e o sentimento de dor ainda não acabaram. Até hoje,

o América Futebol Clube ainda não se recuperou da derrota no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) em 2010, para o Joinville (SC), que cul-minou na desclassifi cação do time na Série D e a perda do acesso à terceira divisão do Campeonato Brasileiro, pela escalação irregular do joga-dor Marcos Vinicius Pereira, o Amaral. O time do Parque Dez de Novembro chegou a ser declarado vice-campeão depois de brigar pelo título com o Guarany de Sobral (CE), mas perdeu nos tribunais o direito de subir de divisão.

O dia da tão sonhada clas-sifi cação para a Série C do Brasileirão ainda está vivo na memória da presidente do clube, Bruna Parente, que em entrevis-ta à Rádio Em Tempo, afi rmou: “Conseguimos a tão sonhada classifi cação contra o Joinville (SC) dentro de campo. O maior defeito do América foi confi ar em certas pessoas”, lamentou.

Segundo Parente, a “bomba” estourou quando a delegação estava no Rio de Janeiro para o confronto contra o Madureira. “Quando veio o julgamento, nós ganhamos na primeira

instância, o Joinville recorreu e apresentou um CD, onde em uma reportagem o Ivan Guimarães (Vice-presidente da FAF) acusava o Améri-ca de ter cometido a falha”, afi rmou.

“Nós tivemos a capacidade de mostrar dentro de campo o nosso futebol. Perdemos no STJD e nossa pena de seis pontos e uma multa. Caímos para o 5º lugar e até hoje não ordenaram a classifi ca-ção do Campeonato Brasileiro de 2010. Isso é lamentável”, esbravejou.

Após a derrota jurídica, o clu-be quebrou fi nanceiramente, mergulhando em dívidas que atualmente ultrapassam R$ 300 mil. O baque foi tão gran-de que hoje a equipe parou suas atividades. “Não pode-mos voltar para o futebol por questão fi nanceira mesmo. O América nunca teve dinheiro ou precisou de acordos com ninguém. Levamos facadas de pessoas em quem acreditá-vamos. Isso deixou meu avô (Amadeu Teixeira, patrono do clube) abalado e sem expec-tativas. Hoje, ele só assiste jogos da seleção brasileira de futebol”, revelou.

Inatividade do clubeTradicional em Manaus, o

América FC foi fundado em 2 de agosto de 1939. Além de um tetracampeonato es-tadual (1951 a 1954), o time

levantou o caneco em 1994 e 2009. É conhecido por ser um time aguerrido dentro e fora de campo. Por vezes, a equipe disputou os estaduais sem pa-trocínio, fato este que nunca impediu o “Mequinha” de se apresentar em campo e até mesmo brigar com os grandes do futebol amazonense.

Apesar do brilho de sua his-tória, desde 2011, o América não perfi la seus times. “O América está parado. Sem ca-tegorias de base, sem nada”, diz Bruna. Segundo ela, desde o campeonato amazonense de 2010, o time acumulou dívidas por conta de erros administrativos antes de sua gestão, erros estes que leva-ram o time a receber várias intimações por conta de cau-sas trabalhistas. “Tudo que o América tiver hoje, corre o risco de ser confi scado”, disse a presidente em entrevista à Rádio Em Tempo.

A pergunta que Bruna sem-pre ouve por onde passa e é identifi cada é unânime: “Quan-do o América vai voltar?”. A resposta, segundo ela, é nor-malmente a mesma: “Se eu ganhar na Mega-Sena ou um grande empresário disposto a arcar as dívidas e investir no América aparecer, o América volta”, falou em tom irônico. O motivo do retorno? Ela diz: “Voltaria por causa do meu avô; pelo que ele é e fez dentro do esporte amazonense”.

WILIAN D’ÂNGELO E CÍCERO JRRÁDIO WEB EM TEMPO

Ela afi rma com veemência que cumpriu seu papel en-quanto presidente do clube com relação à inscrição dos jogadores. “Meu papel era le-var os ofícios com os contra-tos dos jogadores para que a federação os encaminhasse à CBF. De lá, estes seriam inscri-tos no BID. Eu recebi os BIDs e eu não tinha mais acesso dali em diante”, revelou.

“Fui vista como a culpada de toda situação, afi nal, é muito mais fácil criticar uma mulher no mundo futebolís-tico, mas não levaram em conta as nossas difi culda-des. Pedimos empréstimos, buscamos meios lícitos para honrar os nossos compromis-sos. Paguei muitas coisas do meu próprio bolso. Errei em 2010 por confi ar em pesso-as responsáveis por tomar de conta dos contratos dos jogadores”, disse.

A presidente do América cita ainda a falta de apoio da Federação Amazonense de Futebol (FAF) em todo o processo e salienta que o depoimento partindo do vice-presidente da instituição, Ivan Guimarães, foi preponderante para que o América perdesse no tribunal.

“O advogado do time ca-tarinense tinha um CD com uma entrevista do Ivan fa-lando que tínhamos escalado um jogador irregularmente. O julgamento do América foi de cunho político, não porque es-távamos errados”, resumiu.

Ivan nega acusaçãoO vice-presidente da FAF,

Ivan Guimarães, afi rmou que a denúncia não partiu dele nem da federação.

“A própria pessoa se auto-denuncia. Tudo está no sis-tema. Tudo está previsto também no regulamento da competição, basta apenas ser lido. Há datas descritas nele que devem ser obedecidas. Se houve inscrição fora deste prazo, nada pode ser feito. Quando fui entrevistado, ape-nas respondi com base no julgamento”, se defendeu.

Guimarães lembrou que o Joinvile tem um departamento que cuida exclusivamente da parte jurídica, acompanhando o momento. “A FAF registra qualquer jogador uma vez que este for encaminhado à insti-tuição. Quem deve saber se o jogador está regular ou não é o clube. Portanto, cumprimos com o nosso papel”, disse.

Parente diz que culpa é da FAF

Em campo, o Amé-rica se classifi cou na primeira fase em se-gundo lugar do grupo A1 com nove pontos. Na segunda e terceira fases, passou por Mixto e Vila Aurora-MT. Che-gando às quartas de fi nal, onde despachou o Joinville-SC (que hoje está na Série A). Além das difi culdades extra-campo, o América se viu obrigado a mandar os jogos fi nais fora de Manaus, pois nas semi-fi nais, a CBF determina que as partidas sejam em estádios com capa-cidade igual ou maior a 10.000 pessoas. Na época, apenas o estádio do Sesi estava disponí-vel por conta da rees-truturação das outras praças esportivas.

Mesmo assim, o time ganhou do Madureira nas semifi nais e foi, dentro de campo, vice-campeão da Série D, perdendo para o Guarany de Sobral.

Uma amarga e inesquecível lembrança

América em campo con-tra o Remo (PA) pela

Série D do Campeonato Brasileiro em 2010

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Page 4: Pódio - 21 de dezembro de 2014

E4 E5MANAUS, DOMINGO, 21 DE DEZEMBRO DE 2014

Mestre em derrubar as adversidadesJudoca Rafaela Barbosa, integrante da seleção brasileira, já pensou em desistir do esporte por falta de investimento, mas com incentivo dos pais, perseverou e hoje colhe os louros da decisão. Amazonense tem chances de disputar as Olimpíadas de 2016

No último fi nal de se-mana, o Amazonas recebeu um presente de Natal antecipado. E

ele usa quimono e veio do judô. Mais precisamente, a atleta Ra-faela Barbosa. Com apenas 21 anos, a jovem lutadora garantiu uma vaga na seleção brasileira da modalidade e tem grandes chances de participar dos Jogos Olímpicos de 2016 que aconte-cerão pela primeira vez no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Rafaela foi a primeira atleta do Norte a conquistar o feito.

“Cada conquista é sempre muito importante, porque nos ajuda a ser mais respeitada na CBJ (Confede-

ração Brasileira de Judô) e em outros países. Isso valoriza

o nosso trabalho diário e ajuda

a mostrar que te-

nho capacidade, que o amazonen-se tem capacidade. Graças a Deus, venho conquistando títulos inédi-tos. Primeiro foi o campeonato universitário, mas posso dizer que a vaga (na seleção brasileira) foi o auge da minha carreira. Estava treinando muito. Cheguei a treinar até sete horas por dia. Alcançar esse nível foi difícil, porém, valeu a pena porque foi tão legal a sensação de ganhar das melhores e saber que a vaga era minha que só queria agradecer a todos que estavam torcendo por mim”, disse Rafaela, que em sua volta a Manaus, foi recebida no aeroporto Eduardo Gomes por seus alunos do projeto social ‘Construindo Cida-dania’, que funciona na Associação Barbosa de Lutas, localizado na avenida Carvalho Leal, Cachoeiri-nha, Zona Sul da cidade. A atitude mostrou o quanto ela é querida pelos jovens alunos.

“Esse apoio que recebi do meu Estado, me parabenizando e agra-decendo por representar tão bem a Região Norte, foi muito bom. Não consigo dizer o quanto me senti querida. Espantei-me pela dimensão que tomou. Fico feliz, porque queria muito isso. Chegar a 2016 e ter a oportunidade de participar de uma Olimpíada no meu país é indescritível. Foi bas-tante legal a minha chegada na cidade”, revelou a atleta que estava incluída no ciclo Olímpico de 2012, porém, sofreu uma grave lesão que a afastou dos tatames por mais de um ano e meio.

A transição Nada na vida da jovem

atleta amazonense foi fácil. Rafaela começou cedo no esporte. Logo aos sete anos, ela entrou no mundo das lutas, porém, a primeira modalidade que praticou foi o jiu-jítsu, onde se

sagrou campeã de vários campeonatos no Estado.

A migração para o judô aconteceu seis anos mais tarde, em 2006, quando a lu-

tadora tinha 13 anos. Apro-veitando sua experiência nas lutas, Rafaela conseguiu sur-

preender logo no primeiro cam-peonato, conquistando o título. No mesmo ano, a atleta garantiu uma vaga para disputar o seu primeiro campeonato brasileiro, onde garantiu o terceiro lugar, foi campeã das Olimpíadas Escolares e acabou ganhando o Sul-America-no pela seleção brasileira.

“Na época, a transição do jiu-jít-su para o judô não foi muito difícil porque podia utilizar a catada de perna. Quando proibiram, não tive problema para me adaptar. Já es-tava acostumada com o judô. As lutas são parecidas e ainda era nova. Foi fácil acostumar. Acabou sendo natural”, admitiu Rafaela, que é faixa preta da modalidade.

A atleta acredita que o jiu-jítsu pode, nos próximos anos, ser tão respeitado quanto o próprio judô e sonha que ele chegue ao ponto de virar esporte olímpico.

“Acho o jiu-jítsu um esporte maravilhoso. Ele poderia ser muito mais praticado e incen-tivado. O jiu-jítsu poderia ser olímpico. O Brasil, com certeza, conquistaria 99% das medalhas. Ele poderia ser praticado nas escolas, porque é um esporte que ensina defesa, disciplina e respeito”, salientou Rafaela.

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

No último fi nal de se-mana, o Amazonas recebeu um presente de Natal antecipado. E

ele usa quimono e veio do judô. Mais precisamente, a atleta Ra-faela Barbosa. Com apenas 21 anos, a jovem lutadora garantiu uma vaga na seleção brasileira da modalidade e tem grandes chances de participar dos Jogos Olímpicos de 2016 que aconte-cerão pela primeira vez no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Rafaela foi a primeira atleta do Norte a conquistar o feito.

“Cada conquista é sempre muito importante, porque nos ajuda a ser mais respeitada na CBJ (Confede-

ração Brasileira de Judô) e em outros países. Isso valoriza

o nosso trabalho diário e ajuda

a mostrar que te-

nho capacidade, que o amazonen-se tem capacidade. Graças a Deus, venho conquistando títulos inédi-tos. Primeiro foi o campeonato universitário, mas posso dizer que a vaga (na seleção brasileira) foi o auge da minha carreira. Estava treinando muito. Cheguei a treinar até sete horas por dia. Alcançar esse nível foi difícil, porém, valeu a pena porque foi tão legal a sensação de ganhar das melhores e saber que a vaga era minha que só queria agradecer a todos que estavam torcendo por mim”, disse Rafaela, que em sua volta a Manaus, foi recebida no aeroporto Eduardo Gomes por seus alunos do projeto social ‘Construindo Cida-dania’, que funciona na Associação Barbosa de Lutas, localizado na avenida Carvalho Leal, Cachoeiri-nha, Zona Sul da cidade. A atitude mostrou o quanto ela é querida pelos jovens alunos.

“Esse apoio que recebi do meu Estado, me parabenizando e agra-decendo por representar tão bem a Região Norte, foi muito bom. Não consigo dizer o quanto me senti querida. Espantei-me pela dimensão que tomou. Fico feliz, porque queria muito isso. Chegar a 2016 e ter a oportunidade de participar de uma Olimpíada no meu país é indescritível. Foi bas-tante legal a minha chegada na cidade”, revelou a atleta que estava incluída no ciclo Olímpico de 2012, porém, sofreu uma grave lesão que a afastou dos tatames por mais de um ano e meio.

A transição Nada na vida da jovem

atleta amazonense foi fácil. Rafaela começou cedo no esporte. Logo aos sete anos, ela entrou no mundo das lutas, porém, a primeira modalidade que praticou foi o jiu-jítsu, onde se

sagrou campeã de vários campeonatos no Estado.

A migração para o judô aconteceu seis anos mais tarde, em 2006, quando a lu-

tadora tinha 13 anos. Apro-veitando sua experiência nas lutas, Rafaela conseguiu sur-

preender logo no primeiro cam-peonato, conquistando o título. No mesmo ano, a atleta garantiu uma vaga para disputar o seu primeiro campeonato brasileiro, onde garantiu o terceiro lugar, foi campeã das Olimpíadas Escolares e acabou ganhando o Sul-America-no pela seleção brasileira.

“Na época, a transição do jiu-jít-su para o judô não foi muito difícil porque podia utilizar a catada de perna. Quando proibiram, não tive problema para me adaptar. Já es-tava acostumada com o judô. As lutas são parecidas e ainda era nova. Foi fácil acostumar. Acabou sendo natural”, admitiu Rafaela, que é faixa preta da modalidade.

A atleta acredita que o jiu-jítsu pode, nos próximos anos, ser tão respeitado quanto o próprio judô e sonha que ele chegue ao ponto de virar esporte olímpico.

“Acho o jiu-jítsu um esporte maravilhoso. Ele poderia ser muito mais praticado e incen-tivado. O jiu-jítsu poderia ser olímpico. O Brasil, com certeza, conquistaria 99% das medalhas. Ele poderia ser praticado nas escolas, porque é um esporte que ensina defesa, disciplina e respeito”, salientou Rafaela.

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

Cercada por lutadores dentro de casa, a atleta sempre recebeu incentivo para continuar no espor-te. Para ela, isso foi fun-damental para alcançar o topo da modalidade.

“Sempre pude contar com o meu pai e meus irmãos. Eles são a base. Tudo que faço, sempre es-tou acompanhada deles. Quando um tem dificulda-de, o outro vai lá e ajuda. Sempre estamos nessa parceria”, citou a atleta revelando ainda que, por pouco, não abandonou o judô por causa das dificul-dades que enfrentou. Um dos principais obstáculos que ela teve que superar foi a falta de incentivos. Mesmo sendo multicam-peã no Amazonas, Rafa-ela ficou sem patrocínio. Isso mudou quando Fede-ração das Indústrias do Estado do Amazonas (Fie-am) ofereceu um apoio a lutadora.

“No começo, o investi-mento é pequeno e real-mente é bastante compli-cado. Vim de uma família humilde. Graças a Deus, a Fieam começou a me patrocinar desde a minha

base e isso foi impor-tante para continuar no esporte. De dois anos para cá, comecei a ganhar a Bolsa Atleta e isso tam-bém nos ajuda, porque, por incrível que pareça, a nossa maior dificuldade é financeira. O Amazonas é muito longe de tudo e isso deixa tudo mais caro. Agora, estou participan-do de mais competições e isso está me ajudando a melhorar. Acabei ga-nhando mais experiência e maturidade para chegar até o ponto atual”, relatou a judoca confirmando que sem a categoria de base que teve, não teria chega-do ao atual nível técnico que tem.

Segredo é trabalho“Você não chega à se-

leção com um ou dois anos de treinamento. Na verdade, são anos para aprender. Inclusive, os lu-tadores com quem treino estão no esporte desde os três anos. O judô é um esporte muito estudado e trabalhado. Sem base, não tem como chegar ao topo”, disse a represen-tante do Amazonas.

Patrocínio foi fundamentalTido como esporte nobre,

o judô é muito popular no mundo por sua disciplina. No Brasil, o esporte está inclusi-vo, sendo oferecido por boa parte das escolas. A moda-lidade é popular no país e tem como ídolos atletas como Flávio Canto, Tiago Camilo e Aurélio Miguel. Para Rafaela Barbosa, o esporte não é mais popular no país porque o equipamento é caro. Segundo a mesma, isso acaba afastan-do os novos praticantes.

“Não vejo facilidade para quem quer entrar no judô. Jus-

tamente por ser considerado nobre, o material é caro. Um quimono simples para crian-ça custa no mínimo R$ 150. O esporte deveria ser incen-tivado e tratado com mais carinho porque ele pode ser utilizado na educação”, disse a atleta que utilizou o próprio exemplo para mostrar como o esporte mudou a sua vida e a ajudou a se tornar uma pessoa melhor.

“Considero-me uma pessoa muito difícil. Sou teimosa, chata e perfeccionista de-mais. Então, o esporte me

ajudou a ouvir mais e ser mais carinhosa. Fora isso, ele me ensinou que o mundo não é feito só por derrotas ou vitó-rias. Tudo depende de tudo que você quer e a importância que dá para aquilo. Ele nos ensina a sempre lutar para nos superar. Esse é o segredo da vida. Nunca desistir e ir sempre atrás do seu sonho. O esporte é importante por isso. Ele também ensina que sem-pre temos que fazer o nosso melhor”, relatou Rafaela, que comanda o projeto social da família, que conta com mais

de 200 lutadores, entre crian-ças, jovens e adultos.

“Amo nossos atletas. Meus bacurizinhos começaram a to-mar uma direção na vida. Eles vêm treinar, competir, estão indo para a escola e trazendo o boletim de notas. Antes, eles viviam na rua, agora es-tão focados. Essa mudança de comportamento me dei-xa feliz, porque sei que eles poderiam se perder e agora estão no esporte. Torço muito por todos. Espero que eles cheguem mais longe do que eu”, fi nalizou a jovem.

Equipamentos caros afastam novos judocas

Judoca posa para foto durante treinamento em Manaus

Rafaela no lugar onde se sente mais a vontade: o tatame

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E4 E5MANAUS, DOMINGO, 21 DE DEZEMBRO DE 2014

Mestre em derrubar as adversidadesJudoca Rafaela Barbosa, integrante da seleção brasileira, já pensou em desistir do esporte por falta de investimento, mas com incentivo dos pais, perseverou e hoje colhe os louros da decisão. Amazonense tem chances de disputar as Olimpíadas de 2016

No último fi nal de se-mana, o Amazonas recebeu um presente de Natal antecipado. E

ele usa quimono e veio do judô. Mais precisamente, a atleta Ra-faela Barbosa. Com apenas 21 anos, a jovem lutadora garantiu uma vaga na seleção brasileira da modalidade e tem grandes chances de participar dos Jogos Olímpicos de 2016 que aconte-cerão pela primeira vez no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Rafaela foi a primeira atleta do Norte a conquistar o feito.

“Cada conquista é sempre muito importante, porque nos ajuda a ser mais respeitada na CBJ (Confede-

ração Brasileira de Judô) e em outros países. Isso valoriza

o nosso trabalho diário e ajuda

a mostrar que te-

nho capacidade, que o amazonen-se tem capacidade. Graças a Deus, venho conquistando títulos inédi-tos. Primeiro foi o campeonato universitário, mas posso dizer que a vaga (na seleção brasileira) foi o auge da minha carreira. Estava treinando muito. Cheguei a treinar até sete horas por dia. Alcançar esse nível foi difícil, porém, valeu a pena porque foi tão legal a sensação de ganhar das melhores e saber que a vaga era minha que só queria agradecer a todos que estavam torcendo por mim”, disse Rafaela, que em sua volta a Manaus, foi recebida no aeroporto Eduardo Gomes por seus alunos do projeto social ‘Construindo Cida-dania’, que funciona na Associação Barbosa de Lutas, localizado na avenida Carvalho Leal, Cachoeiri-nha, Zona Sul da cidade. A atitude mostrou o quanto ela é querida pelos jovens alunos.

“Esse apoio que recebi do meu Estado, me parabenizando e agra-decendo por representar tão bem a Região Norte, foi muito bom. Não consigo dizer o quanto me senti querida. Espantei-me pela dimensão que tomou. Fico feliz, porque queria muito isso. Chegar a 2016 e ter a oportunidade de participar de uma Olimpíada no meu país é indescritível. Foi bas-tante legal a minha chegada na cidade”, revelou a atleta que estava incluída no ciclo Olímpico de 2012, porém, sofreu uma grave lesão que a afastou dos tatames por mais de um ano e meio.

A transição Nada na vida da jovem

atleta amazonense foi fácil. Rafaela começou cedo no esporte. Logo aos sete anos, ela entrou no mundo das lutas, porém, a primeira modalidade que praticou foi o jiu-jítsu, onde se

sagrou campeã de vários campeonatos no Estado.

A migração para o judô aconteceu seis anos mais tarde, em 2006, quando a lu-

tadora tinha 13 anos. Apro-veitando sua experiência nas lutas, Rafaela conseguiu sur-

preender logo no primeiro cam-peonato, conquistando o título. No mesmo ano, a atleta garantiu uma vaga para disputar o seu primeiro campeonato brasileiro, onde garantiu o terceiro lugar, foi campeã das Olimpíadas Escolares e acabou ganhando o Sul-America-no pela seleção brasileira.

“Na época, a transição do jiu-jít-su para o judô não foi muito difícil porque podia utilizar a catada de perna. Quando proibiram, não tive problema para me adaptar. Já es-tava acostumada com o judô. As lutas são parecidas e ainda era nova. Foi fácil acostumar. Acabou sendo natural”, admitiu Rafaela, que é faixa preta da modalidade.

A atleta acredita que o jiu-jítsu pode, nos próximos anos, ser tão respeitado quanto o próprio judô e sonha que ele chegue ao ponto de virar esporte olímpico.

“Acho o jiu-jítsu um esporte maravilhoso. Ele poderia ser muito mais praticado e incen-tivado. O jiu-jítsu poderia ser olímpico. O Brasil, com certeza, conquistaria 99% das medalhas. Ele poderia ser praticado nas escolas, porque é um esporte que ensina defesa, disciplina e respeito”, salientou Rafaela.

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

No último fi nal de se-mana, o Amazonas recebeu um presente de Natal antecipado. E

ele usa quimono e veio do judô. Mais precisamente, a atleta Ra-faela Barbosa. Com apenas 21 anos, a jovem lutadora garantiu uma vaga na seleção brasileira da modalidade e tem grandes chances de participar dos Jogos Olímpicos de 2016 que aconte-cerão pela primeira vez no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Rafaela foi a primeira atleta do Norte a conquistar o feito.

“Cada conquista é sempre muito importante, porque nos ajuda a ser mais respeitada na CBJ (Confede-

ração Brasileira de Judô) e em outros países. Isso valoriza

o nosso trabalho diário e ajuda

a mostrar que te-

nho capacidade, que o amazonen-se tem capacidade. Graças a Deus, venho conquistando títulos inédi-tos. Primeiro foi o campeonato universitário, mas posso dizer que a vaga (na seleção brasileira) foi o auge da minha carreira. Estava treinando muito. Cheguei a treinar até sete horas por dia. Alcançar esse nível foi difícil, porém, valeu a pena porque foi tão legal a sensação de ganhar das melhores e saber que a vaga era minha que só queria agradecer a todos que estavam torcendo por mim”, disse Rafaela, que em sua volta a Manaus, foi recebida no aeroporto Eduardo Gomes por seus alunos do projeto social ‘Construindo Cida-dania’, que funciona na Associação Barbosa de Lutas, localizado na avenida Carvalho Leal, Cachoeiri-nha, Zona Sul da cidade. A atitude mostrou o quanto ela é querida pelos jovens alunos.

“Esse apoio que recebi do meu Estado, me parabenizando e agra-decendo por representar tão bem a Região Norte, foi muito bom. Não consigo dizer o quanto me senti querida. Espantei-me pela dimensão que tomou. Fico feliz, porque queria muito isso. Chegar a 2016 e ter a oportunidade de participar de uma Olimpíada no meu país é indescritível. Foi bas-tante legal a minha chegada na cidade”, revelou a atleta que estava incluída no ciclo Olímpico de 2012, porém, sofreu uma grave lesão que a afastou dos tatames por mais de um ano e meio.

A transição Nada na vida da jovem

atleta amazonense foi fácil. Rafaela começou cedo no esporte. Logo aos sete anos, ela entrou no mundo das lutas, porém, a primeira modalidade que praticou foi o jiu-jítsu, onde se

sagrou campeã de vários campeonatos no Estado.

A migração para o judô aconteceu seis anos mais tarde, em 2006, quando a lu-

tadora tinha 13 anos. Apro-veitando sua experiência nas lutas, Rafaela conseguiu sur-

preender logo no primeiro cam-peonato, conquistando o título. No mesmo ano, a atleta garantiu uma vaga para disputar o seu primeiro campeonato brasileiro, onde garantiu o terceiro lugar, foi campeã das Olimpíadas Escolares e acabou ganhando o Sul-America-no pela seleção brasileira.

“Na época, a transição do jiu-jít-su para o judô não foi muito difícil porque podia utilizar a catada de perna. Quando proibiram, não tive problema para me adaptar. Já es-tava acostumada com o judô. As lutas são parecidas e ainda era nova. Foi fácil acostumar. Acabou sendo natural”, admitiu Rafaela, que é faixa preta da modalidade.

A atleta acredita que o jiu-jítsu pode, nos próximos anos, ser tão respeitado quanto o próprio judô e sonha que ele chegue ao ponto de virar esporte olímpico.

“Acho o jiu-jítsu um esporte maravilhoso. Ele poderia ser muito mais praticado e incen-tivado. O jiu-jítsu poderia ser olímpico. O Brasil, com certeza, conquistaria 99% das medalhas. Ele poderia ser praticado nas escolas, porque é um esporte que ensina defesa, disciplina e respeito”, salientou Rafaela.

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

Cercada por lutadores dentro de casa, a atleta sempre recebeu incentivo para continuar no espor-te. Para ela, isso foi fun-damental para alcançar o topo da modalidade.

“Sempre pude contar com o meu pai e meus irmãos. Eles são a base. Tudo que faço, sempre es-tou acompanhada deles. Quando um tem dificulda-de, o outro vai lá e ajuda. Sempre estamos nessa parceria”, citou a atleta revelando ainda que, por pouco, não abandonou o judô por causa das dificul-dades que enfrentou. Um dos principais obstáculos que ela teve que superar foi a falta de incentivos. Mesmo sendo multicam-peã no Amazonas, Rafa-ela ficou sem patrocínio. Isso mudou quando Fede-ração das Indústrias do Estado do Amazonas (Fie-am) ofereceu um apoio a lutadora.

“No começo, o investi-mento é pequeno e real-mente é bastante compli-cado. Vim de uma família humilde. Graças a Deus, a Fieam começou a me patrocinar desde a minha

base e isso foi impor-tante para continuar no esporte. De dois anos para cá, comecei a ganhar a Bolsa Atleta e isso tam-bém nos ajuda, porque, por incrível que pareça, a nossa maior dificuldade é financeira. O Amazonas é muito longe de tudo e isso deixa tudo mais caro. Agora, estou participan-do de mais competições e isso está me ajudando a melhorar. Acabei ga-nhando mais experiência e maturidade para chegar até o ponto atual”, relatou a judoca confirmando que sem a categoria de base que teve, não teria chega-do ao atual nível técnico que tem.

Segredo é trabalho“Você não chega à se-

leção com um ou dois anos de treinamento. Na verdade, são anos para aprender. Inclusive, os lu-tadores com quem treino estão no esporte desde os três anos. O judô é um esporte muito estudado e trabalhado. Sem base, não tem como chegar ao topo”, disse a represen-tante do Amazonas.

Patrocínio foi fundamentalTido como esporte nobre,

o judô é muito popular no mundo por sua disciplina. No Brasil, o esporte está inclusi-vo, sendo oferecido por boa parte das escolas. A moda-lidade é popular no país e tem como ídolos atletas como Flávio Canto, Tiago Camilo e Aurélio Miguel. Para Rafaela Barbosa, o esporte não é mais popular no país porque o equipamento é caro. Segundo a mesma, isso acaba afastan-do os novos praticantes.

“Não vejo facilidade para quem quer entrar no judô. Jus-

tamente por ser considerado nobre, o material é caro. Um quimono simples para crian-ça custa no mínimo R$ 150. O esporte deveria ser incen-tivado e tratado com mais carinho porque ele pode ser utilizado na educação”, disse a atleta que utilizou o próprio exemplo para mostrar como o esporte mudou a sua vida e a ajudou a se tornar uma pessoa melhor.

“Considero-me uma pessoa muito difícil. Sou teimosa, chata e perfeccionista de-mais. Então, o esporte me

ajudou a ouvir mais e ser mais carinhosa. Fora isso, ele me ensinou que o mundo não é feito só por derrotas ou vitó-rias. Tudo depende de tudo que você quer e a importância que dá para aquilo. Ele nos ensina a sempre lutar para nos superar. Esse é o segredo da vida. Nunca desistir e ir sempre atrás do seu sonho. O esporte é importante por isso. Ele também ensina que sem-pre temos que fazer o nosso melhor”, relatou Rafaela, que comanda o projeto social da família, que conta com mais

de 200 lutadores, entre crian-ças, jovens e adultos.

“Amo nossos atletas. Meus bacurizinhos começaram a to-mar uma direção na vida. Eles vêm treinar, competir, estão indo para a escola e trazendo o boletim de notas. Antes, eles viviam na rua, agora es-tão focados. Essa mudança de comportamento me dei-xa feliz, porque sei que eles poderiam se perder e agora estão no esporte. Torço muito por todos. Espero que eles cheguem mais longe do que eu”, fi nalizou a jovem.

Equipamentos caros afastam novos judocas

Judoca posa para foto durante treinamento em Manaus

Rafaela no lugar onde se sente mais a vontade: o tatame

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PÓDIO traz algumas opções de lazer e diversão para crianças e jovens que forem passar as férias em Manaus

As festas de fi nal de ano chegaram e com elas as férias. Para alguns, é o período mais espe-

rado do ano, depois de muito estudar e trabalhar. Época de sair da rotina, aproveitar a família e descansar o corpo e a alma. Mas, o período de folga pode ser uma boa opor-tunidade para os aventureiros e desportistas de plantão ex-perimentarem novas experi-ências e modalidades.

A equipe do PÓDIO traz nesta reportagem algumas opções de lazer e diversão para quem desejar manter o espírito de competição vivo nas férias. As modalidades são as mais variadas e atendem a todos os gostos, bolsos e idades. Entre elas, está o es-porte mais popular entre os brasileiros: o futebol.

Pronta para receber crianças de nove a 15 anos, a Escola de Futebol Ofi cial do Flamengo, localizada no complexo do Clube do Trabalhador – Sesi, na alame-da Cosme Ferreira, Zona Leste da capital, é uma das opções para a garotada que entrou de férias e deseja praticar algum tipo de atividade física. É tam-bém neste período do ano que a entidade recebe uma procura maior por parte dos pais.

“Nesse período do ano, a procura aumenta bastante. Porém, é nesta época em que muitos garotos saem da escolhinha para viajar ou até mesmo descansar. Ape-sar de ser período chuvoso, a procura nas férias é grande, principalmente entre garo-tos na faixa etária de 10 a 13, mesmo porque na escola do Flamengo a gente não fecha ou entra em recesso, ao não ser nos feriados, mas como eles estão em competição, o impacto não é muito gran-de”, explica o franqueado

rubro-negro Gesiel Silva, co-nhecido no cenário esportivo local como “Gel”.

Segundo o franqueado, a procura pelas aulas na esco-linha aumenta em 30% em relação aos outros períodos do ano nas férias. “Como são alunos transitórios, a gente não modifi ca os valores. Nesse período que eles fi cam conos-co, a maioria acabam fi cando de vez, por conta da estrutura que oferecemos a eles. Quem procura muito são os alunos que passaram o ano estu-dando em colégios integrais, que não conseguem tempo de

fazer escolinha durante o ano”, esclarece Gel sobre a política de preço da escolinha, que cobra R$ 130 na matrícula, R$ 180 no kit uniforme – camisa, calção e meião - e a partir do segundo mês a mensalidade fi ca em R$ 115.

Conforme ele, a ideia é trazer para Manaus em 2016 o FlaCamp, a colônia de férias oficial do Rubro-Negro carioca, que visa o desenvolvimento social e esportivo do participante, e atende tanto meninos quan-to meninas com idades entre seis e 16 anos, onde os participantes poderão viven-ciar uma semana de muito futebol, atividades esporti-vas, atividades recreativas ediversas surpresas.

TEM HISTÓRIAA escolinha do Fla-mengo se instalou na capital amazonense há 10 anos. Atualmente, as atividades são realiza-das em um campo de grama sintética, locali-zado no Clube do Traba-lhador, no Sesi

Futebol ainda é uma das brin-cadeiras prediletas das crian-ças brasileiras e manauenses

ANDRÉ TOBIASEquipe EM TEMPO

Funcionando das 8h às 22h, a Arena Paintball Ma-naus, localizada na aveni-da Ephigênio Salles, bairro Aleixo, é o lugar ideal para aqueles que pretendem gastar pouco e se diver-tir muito com os amigos. “É um esporte de muita adrenalina, onde a pessoa tem que jogar em equipe, além de raciocinar rápido na hora do jogo”, aponta o responsável pelo local, Anderson Bonates.

De acordo com ele, a procura pelo paintball nas férias aumenta em 60%.

Cobrando R$ 10 por 50 bolinhas, Bonates recha-ça o rótulo de esporte violento e alerta para o uso dos equipamentos de proteção. “Na verdade, o nome correto não é arma, é marcador de paintball. Meu irmão tem sete anos e brinca comigo, meu so-brinho tem cinco e também joga. A gente dá o colete, o protetor de pescoço e a máscara de proteção, e sempre orientamos os praticantes a virem com camisa de manga compri-da e calça”, destaca.

Paintball é uma boa pedidaPontaria é essencial no paintball

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E7MANAUS, DOMINGO, 21 DE DEZEMBRO DE 2014

Velocidade e emoção é no kartInspirado no piloto amazo-

nense Antônio Pizzonia, que chegou à Fórmula 1 e hoje disputa a Stock Car, o Manaus Kart Show aparece como uma boa opção para as férias. Lo-calizado no estacionamento do Amazonas Shopping e sem maiores restrições, qualquer pessoa acima de 1,5 metro pode entrar no carro e vi-venciar as emoções de uma corrida de kart.

“Essa ideia é originária de uma viagem que eu fiz ao Rio de Janeiro, e quando voltei vi que não tinha o kart em Ma-naus. Fiz a proposta ao meu sócio e ele aceitou. Já tinha tido outro kart aqui [no sho-pping], mas o nosso projeto surgiu com um pouco mais de sofisticação. Para 2015, vamos fazer melhoras, prin-cipalmente no atendimento ao público e até mesmo no kart”, contextualiza o res-ponsável pelo Manaus Kart Show, Paulo Victor.

Para competir na pista, ape-nas oito carros participam da corrida que dura 20 minutos. O preço é acessível e varia de acordo com os dias da semana. De segunda a quinta, o valor para se sentir um piloto de kart é R$ 35. Nos finais

de semana – sexta, sábado e domingo – e feriados, o custo é de R$ 45.

“A gente também está ana-lisando para o ano que vem a compra de novos carros. Vimos que tem muita criança entre seis e dez anos, mas esse nosso kart é adulto. De 11 anos em diante pode cor-rer, porque é pelo tamanho,

e a criançada geralmente atinge o tamanho mínimo nessa idade. Os mais novi-nhos não aguentam, o carro é pesado para fazer as curvas. No ano que vem queremos trazer uns carros especiais para atender esse tipo de público”, disse Paulo.

Além da ausência da mo-dalidade em Manaus, o em-

presário trata o kart como uma forma de descobrir novos talentos. “Na minha visão, nós temos um piloto amazonen-se que conseguiu chegar à Fórmula 1, mas isso acabou ficando esquecido. Eu vejo que essa situação aconteceu aqui e ficou por isso mesmo. Nossa ideia também é tentar despertar esse interesse no amazonense para esse es-porte”, expõe, destacando o feito de Antônio Pizzonia, que começou no kart em Manaus, e chegou à principal categoria de corridas do mundo.

“O Pizzonia conseguiu che-gar na Fórmula 1 e fez uma caminhada muito longa, co-meçando aqui. E depois dele, será que não tem nenhum talento perdido por aqui? Acho que no futuro podemos des-pertar o interesse no governo. Já que um saiu um para a Fórmula 1, porque não pode sair outro? É por isso que eu quis trazer a questão dos karts novos, para pegar eles com seis anos e depois fazer o caminho natural, disputando competições fora do Estado. A gente vai trazer esses karts novos para ver se no futuro descobrimos algum talento”, arremata Paulo.

INSPIRAÇÃOA inspiração do responsável pelo Manaus Kart Show, Paulo Victor, nasceu da possibilidade de utilizar a brincadeira para encontrar no-vos talentos para o esporte em Manaus

A pista do Manaus Kart Show pode ser compartilhada por um grupo de até oito pilotos

Com duas opções de local para os amantes da bola pesada, o Amazon Bowling oferece as condições ideais para quem deseja praticar boliche, reunir os amigos, escutar uma boa música e até mesmo desfrutar de um cardápio com itens para todas as idades. Seja no Studio 5, no Distrito Industrial, ou na rua Belo Horizonte, no Adrianópolis, a casa está com promoção especial para férias.

O administrador do Amazon Bo-wling, Eduardo Gobeth, divulga que no período das férias a procura pelo boliche aumenta em 40%. “Isso se deve, inclusive, por causa da promoção especial que a gente faz para as férias. Sem promoção, o preço da casa varia entre R$ 39,90 e R$ 49,90. Nas férias, abrimos às 15h. E desse horário até às 19h estamos cobrando R$ 19,99. A promoção é válida de segunda à sexta e vai até o dia 31 de janeiro”, adianta.

Além das pistas de boliche, a casa oferece outros serviços, como: sinuca, playground infantil e espaço para festas de aniversário. A partir do ano que vem, o Amazon Bowling promete inovar. “Estamos no [shopping] Su-maúma e devemos inaugurar em abril, com novidades que nós não temos nas outras duas casas”, finaliza.

Boliche é a mais democrática entre as opções de lazer

Não há limite de idade para a brincadeira

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E8 MANAUS, DOMINGO, 21 DE DEZEMBRO DE 2014

SMS

Feras do skate chegam ao Brasil no próximo mês

De 22 a 25 de janeiro de 2015, grandes nomes do skate mundial vão marcar presen-ça no Parque Madureira, no Rio de Janeiro, durante o Oi Bowl Jam 2015, mundial de skate bowl. Em sua segunda edição no país, o evento, que abre a temporada do Circuito Mundial de Bowl, vai reunir 34 skatistas e uma premiação inédita de U$ 70 mil. Esta é a primeira vez que a competição vai integrar o ranking da Inter-national Skateboarder’s Union (ISU) e contabilizará o dobro de pontos para o ranking da World Cup Skateboarding (WCS), já que é um evento chancelado por eles. O Oi Bowl Jam terá transmissão do SporTV no sá-bado e da TV Globo, domingo, dentro do Esporte Espetacular. O evento será gratuito e aberto ao público.

Pelo regulamento, dez atle-tas já estão pré-selecionados, de acordo com o ranking da ISU, para as semifi nais. Entre eles os brasileiros Pedro Bar-

ros, pentacampeão mundial e atual número 1 do mundo na modalidade, Murilo Peres, Fe-lipe Foguinho, Vi Kakinho, Nilo Peçanha e Otavio Neto. Com-pletam a lista os americanos Alex Sorgente, Cory Juneau, Sky Siljeg e Josh Borden.

A presença novamente dos melhores atletas do mundo no evento se deve ao sucesso da edição de 2014. “Ficamos muito satisfeitos com o re-sultado da primeira edição do mundial de bowl no país e com o engajamento do pú-blico. Isso confi rmou o que sempre acreditamos: que o Rio de Janeiro e Madureira têm todos os ingredientes para se tornarem, cada vez mais, polos de grandes even-tos de esportes radicais. Todo esse potencial já nos leva a planejar um grande evento de esportes radicais com várias modalidades, música e atra-tivos para o público”, afi rma a vice-presidente de Esportes da IMX, Marcia Casz.

MUNDIAL

Skatista Pedro Barros em uma de suas manobras radicais

Pelo menos cem atletas participarão do terceiro Campeonato Brasileiro de Luta Livre Esportiva, disputado neste domingo na capital amazonense

Mulheres do tatame

As mulheres estão ga-nhando cada vez mais espaço no esporte, eli-minando o excesso de

peso, melhorando a saúde, a qualidade de vida e se trans-formando em referência no tatame. Prova disso é que pelo menos cem competidoras disputarão o 3º Campeona-to Brasileiro de Luta Livre Esportiva, que será realizado neste domingo (21), no ginásio do Ifam, na avenida Sete de Setembro, Centro.

Praticar a luta livre traz

uma série de benefícios para a saúde. No treinamento, as praticantes dessa modalida-de trabalham com sua força funcional, velocidade e poder explosivos. Para brilhar nos campeonatos, as atletas tam-bém precisam de um nível alto de resistência cardiovascular para que consigam se recu-perar entre cada luta. Uma combinação de poderes aeró-bicos e anaeróbicos de difícil manutenção.

Estrelas e novatasO Campeonato Brasileiro

de Luta Livre Esportiva terá a participação de estrelas da modalidade, como Gilsely Pe-rêa, 24, referência do esporte no Estado nos últimos dois anos e atualmente também disputando eventos de MMA. Por outro lado, atletas como Monique Simas, 19, vão à luta pela primeira vez numa disputa nacional.

“As mulheres estão con-quistando seu espaço na sociedade, nas faculdades, no mercado de trabalho. No esporte, isso também está

acontecendo. A luta livre faz bem para o corpo e a mente”, enfatiza Monique.

Para o público, o ingresso custa R$ 5. A camisa ofi cial do evento sai por R$ 40 e estará sendo vendida no local.

Segundo a Federação Ama-zonense de Submission e Luta Livre (Fasub), dos aproximada-mente mil atletas inscritos na competição, cem são mulheres de diversas idades e catego-rias. Elas praticam a modali-dade nas diversas academias espalhadas pelo Estado.

Atletas se preparando para fazer bonito durante o campeonato nacional da modalidade, que movimentará Manaus

DIVULGAÇÃO

EMANUELMENDESSIQUEIRA

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